presidente da cip · 2017. 11. 3. · indÚstria 3 o editorial francisco van zeller presidente da...

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  • INDÚSTRIA 3

    O

    EDITORIAL

    Francisco van ZellerPresidente da CIP

    Grandes obras públicas: pensar o que fazer antes de fazer o que se pensou

    O plano de obras públicas do Governo, estimado em 40 mil milhões de euros, deve ou não prosseguir, mesmo tendo presente que as consequências da crise financeira mundial estão já a atingir a economia portuguesa e poderão provocar o estrangulamento do crédito e recessão?O Governo tem entendido que lhe compete tomar todas as medidas necessárias para evitar o agravamen-to dos factores de crise e que uma dessas medidas é precisamente a de prosseguir com o plano, dando assim mais trabalho às empresas e proporcionando mais emprego, como disse o Primeiro-Ministro.As circunstâncias excepcionais em que os mercados financeiros estão a funcionar e as suas graves con-sequências na economia real, que já se fazem sentir em Portugal - o défice externo assume proporções preocupantes e continua a agravar-se - recomendam que todas as decisões e todos os planos sejam avaliados à luz dessas novas circunstâncias. É o critério da prudência e do bom senso que o determina. Os projectos foram definidos num momento em que ninguém poderia prever nem a crise nem a sua dimensão e alcance.Não quer isto dizer que todo o investimento seja suspenso. Isso reduziria a procura e a actividade eco-nómica, com consequências graves para pequenas e grandes empresas.Mas também não pode querer dizer que todos os investimentos projectados devam prosseguir tal e qual apenas porque estavam previstos.A CIP defende que as circunstâncias excepcionais que vivemos impõem que se avalie quais são os projectos que têm prioridade para a economia e o emprego.Os grandes investimentos públicos devem avançar levando em conta as suas necessidades de finan-ciamento na medida em que não se sobreponham às necessidades de financiamento das empresas de todos os sectores e não ameacem o financiamento de outros investimentos públicos de menor porte financeiro mas provavelmente de grande impacto nas populações.As medidas que o Governo deve tomar agora podem não ser as medidas que já tomou noutra época.Este é o momento de o Governo estabelecer prioridades para as grandes obras públicas que tenham presente no curto e médio prazo:

    1. um máximo de incorporação nacional2. um máximo de retorno económico3. um máximo de apoio às exportações.

  • SUMÁRIO

    INDÚSTRIAREVISTA DE EMPRESÁRIOS E NEGÓCIOS

    SUMÁRIOEditorial

    Informação Económica

    PatentesO protocolo de Londres, por João Gomes Esteves

    Orçamento de Estado O comentário da CIP, AEP e AIP

    DossiêIndústria Metalúrgica e Metalomecânica

    ConstruçãoAICE realiza encontro de especialistas para debater soluções para a crise na construção

    Actividade Empresarial Composição do tecido empresarial português

    MediaNem sempre a Comunicação Social retrata os factos com fidelidade

    Salário mínimo nacional CIP pede reunião da Concertação Social

    Ainda a TempoO serviço público de televisão e a indústria

    3

    5

    10

    12

    15

    32

    34

    36

    40

    42

    DirectorFrancisco van Zeller

    Director AdjuntoDaniel Soares de Oliveira

    Conselho EditorialJoão Mendes de AlmeidaHenrique Salles da FonsecaHeitor SalgueiroGregório Rocha NovoManuela GameiroJaime BragaSofia Baião Horta

    SecretariadoFilomena Mendes

    Administração e PropriedadeCIP - Confederação da Indústria PortuguesaAv. 5 de Outubro, 35 - 1º 1069-193 LisboaTel.: 213 164 700 Fax: 213 579 986E-mail: [email protected]: 500 835 934

    N.º de registo na ERCS - 108372Depósito Legal 0870 - 9602

    Produção e EdiçãoBleed - Sociedade Editorial e Organização de EventosCampo Grande, 30 - 9.º C1700-093 Lisboa

    Tel.: 21 795 70 45/6Fax: 21 795 70 [email protected]

    Director EditorialMiguel [email protected]

    Director ComercialMário [email protected]

    Gestora de MeiosSusana Ramos

    Editor FotográficoSérgio Saavedra

    Design e PaginaçãoJosé Santos

    ImpressãoImpriluzRua Faustino da Fonseca, 1 Alfragide 2610-070 Amadora

    PeriodicidadeBimestral

    Tiragem10.000 exemplares

    N.º 71 Setembro/OutubroAno XXVIII

    Design de capa: FREEPAINT, LDAwww.freepaint.pt

    4 INDÚSTRIA

  • 6 INDÚSTRIA

    CONJUNTURA

    0.3 pontos percentuais) mas reviu em baixa as projecções do PIB para 2009 (menos 0.7 pon-tos percentuais). Assim, e depois de, em 2007, o PIB ter crescido 2%, em 2008 e em 2009 deverá crescer 1.6% e 0.1%, respectivamente (ver figura I).Na área do euro (ver figura I), a actividade eco-nómica deverá continuar a abrandar em 2008 e em 2009: em 2008, o PIB deverá crescer 1.3% e, em 2009, deverá crescer 0.2% (2.6% em 2007).Do conjunto dos dados referentes aos 27 Es-tados-Membros da UE importa salientar o se-guinte (ver figura II):• Itália e Irlanda deverão registar uma contrac-ção do PIB em 2008 e em 2009 (a Irlanda que, em 2006 e em 2007, cresceu cerca de 6%, em 2008 e em 2009 deverá registar uma contrac-ção do PIB de 1.8% e 0.6%, respectivamente);• em 2009, o PIB de Espanha e do Reino Unido deverá contrair-se 0.2% e 0.1%, respectiva-mente.No que diz respeito a Portugal, as previsões do FMI apontam para a desaceleração da eco-nomia em 2008 e 2009. Este organismo prevê que o PIB português cresça 0.6%, em 2008, e 0.1%, em 2009 (1.4% em 2006 e 1.9% em 2007).Neste quadro, importa abordar as Conclusões da Consulta do FMI a Portugal, ao abrigo do Ar-tigo IV, referente a 2008, que foram divulgadas no dia 03/10/2008 (as conclusões preliminares foram conhecidas em 17/07/2008; as previ-sões do FMI para Portugal entre 03/10/2008, dia da divulgação das Conclusões da Consul-ta ao abrigo do Artigo IV, e 08/10/2008, dia da apresentação das previsões de Outubro/2008, foram revistas em baixa, conforme pode ser constatado na figura III).Destas conclusões importa referir o seguinte:• o ritmo de crescimento do PIB foi revisto em

    ajudarem a minorar a contracção da economia real provocada pelo “credit crunch”.

    Proposta

    de Orçamento

    do Estado para

    2009:

    cenário macroeconómico

    De acordo com o cenário macroeconómico da proposta de Orçamento do Estado para 2009 entregue na Assembleia da República em 14/10/2008, a economia portuguesa deverá crescer 0.8% em 2008 e 0.6% em 2009 (2007: 1.9%; anteriores previsões do Governo: 1.5% em 2008 e 2% em 2009).A taxa de desemprego, que foi de 8% em 2007, deverá reduzir-se para 7.6% em 2008 e man-ter-se neste valor em 2009.Em relação às Finanças Públicas, o Governo prevê que, em 2009, o défice orçamental em percentagem do PIB se fixe em 2.2% do PIB, o mesmo valor de 2008 (2007: 2.6% do PIB).

    Fundo

    Monetário

    Internacional

    (FMI): previsões

    de Outubro/2008

    (World Economic Outlook)

    e Conclusões da Consulta

    a Portugal, ao abrigo

    do Artigo IV, referente

    a 2008

    As mais recentes previsões do FMI (divul-gadas em 08/10/2008) indicam que a econo-mia norte-americana deverá registar um forte abrandamento em 2009. Entre as previsões de Julho/2008 e as agora divulgadas, o FMI reviu em alta as projecções do PIB para 2008 (mais

    Informação económica

    Crise financeira:

    algumas notas

    Esta gravíssima crise financeira, de-sencadeada pelos problemas do segmento baixo do mercado imobiliário dos EUA (o cha-mado sub-prime), veio a provocar um sério problema de confiança no sistema. O crédito tornou-se muito mais caro e mais escasso. O “credit crunch” passou do crédito imobiliário ao crédito ao consumo e vai agora sentir-se no crédito às empresas, que irão ser afectadas, designadamente as PME. Estas dificuldades de financiamento à economia real vão provo-car uma séria contracção desta, provocando um fortíssimo abrandamento económico a nível mundial e mesmo a possibilidade de recessão em alguns países ocidentais e europeus.Por outro lado, o sector financeiro tinha vindo a aumentar o seu peso no produto das econo-mias ocidentais, passando, nestas, de cerca de 5% do PIB para cerca de 20% do PIB. A crise vai provocar sérios reajustamentos no sistema financeiro, com maior regulação e supervisão sobre o mesmo, e com forte redução da sua dimensão, o que provocará uma diminuição do seu peso no produto das nossas economias.As ondas de choque da crise chegaram na-turalmente aos mercados bolsistas de todo o mundo e aos bancos europeus. Aqui, os gover-nos nacionais, face a uma possível corrida ao levantamento de depósitos na banca comercial, têm vindo a ser forçados a tomar medidas para garantir a segurança dos depósitos nos ban-cos europeus. Ainda neste contexto, os bancos centrais têm sido forçados a substituir-se aos mercados interbancários no fornecimento de liquidez ao sistema bancário e agora, num mo-vimento coordenado, baixaram as taxas de juro para tentarem ajudar ao restabelecimento da confiança e para, através da política monetária,

    1.2.

    3.

  • baixa e deverá abrandar para 0.7% em 2008 e para 0.6% em 2009 (2007: 1.9%; valores das previsões constantes das conclusões prelimi-nares de Julho/2008: 1.25% em 2008 e 1% em 2009); esta desaceleração deve-se à deterio-ração das perspectivas mundiais, aos preços mais elevados das matérias-primas, ao euro mais forte e às repercussões da turbulência financeira internacional;• na raiz dos problemas económicos de Portu-gal está um crescimento anémico da produtivi-dade e um significativo gap da competitividade externa;• o FMI projecta que a continuação de alguma consolidação orçamental e das reformas estru-turais conduza a uma recuperação gradual da competitividade e da produtividade;• o sistema financeiro português mantém-se sólido e bem supervisionado;• o FMI congratulou-se com o recente acordo sobre a reforma das relações de trabalho, em-bora deva ser reconsiderado o aumento previs-to da taxa das contribuições para a segurança social relativas aos contratos a termo;• é essencial melhorar o crescimento da pro-dutividade e diminuir as insuficiências na com-petitividade externa, a fim de fazer face aos problemas económicos de Portugal;• o programa SIMPLEX, ambicioso e abran-gente, continua a melhorar o clima económico e a sua prioridade, em 2008, relativa ao licen-ciamento é muito apropriada;• há necessidade de maior concorrência nos mercados internos, incluindo (i) o reforço da eficiência do sistema judicial, de modo a contri-buir para melhorar a eficácia da Autoridade da Concorrência e (ii) o desenvolvimento de um plano para pôr fim aos preços regulamentados da electricidade.

    CIP/DAEM

    CONJUNTURA

    FIGURA IIPrevisões do FMI: PIB - taxa de crescimento real (%)

    Irlanda, Espanha, Reino Unido e Itália

    FIGURA IPrevisões do FMI: PIB - taxa de crescimento real (%)

    Área do euro e Estados Unidos da América

    FIGURA IIIPrevisões do FMI: PIB - taxa de crescimento real (%)

    Portugal

    INDÚSTRIA 7

  • 8 INDÚSTRIA8 INDÚSTRIA8 INDÚSTRIA

    CONJUNTURA

    • residiam ou permaneciam de forma legal em Portugal 446 333 cidadãos de nacionalidade estrangeira.

    Eurostat: taxa

    de desemprego

    Em Agosto/2008, a taxa de desemprego na área do euro aumentou para 7.5%; na UE, a taxa de desemprego manteve-se em 6.9%, o mesmo valor dos 3 meses an-teriores.Espanha registou a taxa de desemprego mais elevada da UE (11.3%) e a única acima dos 10%.Em Portugal (ver figura III), a taxa de desem-prego tem-se revelado relativamente estável ao longo dos últimos meses; em Agosto/2008, fixou-se em 7.5%, o mesmo valor da área do euro e 0.6 pontos percentuais acima do valor verificado na UE.

    Instituto

    Nacional

    de Estatística:

    Estatísticas

    Demográficas - 2007

    A população residente em Portugal em 31/12/2007 foi estimada em 10 617 575 indi-víduos.Em 2007, em síntese:• verificou-se, pela primeira vez na história demográfica portuguesa recente, um saldo natural de valor negativo, dado que se regis-taram 102 492 nados vivos de mães residen-tes em Portugal (105 449 em 2006) e 103 512 óbitos de indivíduos residentes em Portugal (101 990 em 2006);• realizaram-se 46 329 casamentos (47 857 em 2006) e foram decretados 25 255 divórcios (23 935 em 2006);

    Instituto Nacional

    de Estatística: Índice de

    Novas Encomendas na

    Indústria – Agosto/2008

    No trimestre terminado em Agosto/2008 (face ao trimestre homólogo do ano anterior), as novas encomendas recebidas pela indústria aumentaram 11%; no entanto, enquanto as novas encomendas com origem no mercado nacional cresceram 20%, as novas encomen-das com origem no mercado externo diminuí-ram 0.9% (ver figura I).

    Instituto

    Nacional de

    Estatística:

    indicadores

    económico ambientais

    (2000-2006)

    Entre 2000 e 2006, as emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas aos transpor-tes aumentaram a uma taxa média anual de 1.3%, enquanto que as emissões associadas à produção de bens industriais e à produção de outros bens e serviços, decresceram ao ano, 0.4% e 0.7% respectivamente.A Electricidade, Gás e Água, a Indústria Transformadora e as Famílias são responsá-veis por cerca de 73% do total das emissões de dióxido de carbono. Note-se, no entanto, que entre 2000 e 2006, o contributo da Indús-tria Transformadora para o total das emissões diminuiu 1.3 pontos percentuais; por sua vez, o contributo dos Transportes, Armazenagem e Comunicações cresceu 1.9 pontos percentu-ais (ver figura II).

    1.

    2.3.

    4.

    FIGURA IÍndices de Novas Encomendas na Indústria – Agosto/2008

    (variações homólogas, %)

    Estatísticas em destaque

  • CONJUNTURA

    FIGURA IIContribuição de cada ramo de actividade para o total das emissões de CO2 (%)

    2000 e 2006

    FIGURA IIIPortugal – taxa de desemprego (%)

    Pub.

    Ramo de actividade 2000 2006

    Agricultura, Silvicultura, Pesca e Indústria Extractiva 3.4 2.9

    Indústria Transformadora 30.4 29.1

    Electricidade, Gás e Água 29.0 29.2

    Construção 4.7 4.2

    Comércio, Hotéis e Restaurantes 2.9 3.4

    Transportes, Armazenagem e Comunicações 8.9 10.8

    Restantes Serviços 6.6 6.6

    Famílias 14.1 13.8

    TOTAL 100.0 100.0

  • 10 INDÚSTRIA

    PATENTES

    I.I. CONSIDERAÇÕES PRÉVIASA - Antecedentes: actual Sistema de Paten-tes na EuropaO sistema de Patentes na Europa rege-se pela Convenção sobre a Patente Europeia (CPE) de 5 de Outubro de 1973, administra-da pela Organização Europeia de Patentes (OEP), sediada em Munique. Actualmente, esta Convenção permite a obtenção de direi-tos de patentes em 34 países da Europa.O pedido de patente europeia é feito nos idiomas oficiais da OEP (alemão, francês ou

    Protocolo de Londres e a perspectiva nacionalEm vigor desde 1 de Maio de 2008, o Protocolo de Londres prevê algumas alterações no sistema de patentes na Europa, que se rege pela Convenção Europeia de 1973. Com algumas vantagens, mas também alguns pro-blemas o novo protocolo terá impactos significativos nos projectos das PME portuguesas

    inglês). Para produzir efeitos jurídicos nos pa-íses designados, a patente deve ser validada nacionalmente.Aos pedidos de validação nos Institutos Na-cionais os titulares das patentes devem juntar traduções do texto da patente concedida. A prova que este sistema teve um êxito notá-vel, é terem sido solicitadas mais de 2.000.000 patentes entre 1978 e 2008.O sistema é usado por empresas importantes da Europa, assim como por inúmeras grandes empresas dos Estados Unidos e do Japão

    que, no seu conjunto, solicitam, actualmente, quase 45% das patentes europeias, às quais estão a incorporar-se empresas da China, Ín-dia e de outros países emergentes.

    II. PROTOCOLO DE LONDRESA - Principais conceitosO Protocolo de Londres que entrou em vigor a 1 de Maio 2008, estabelece a eliminação, total ou parcial, dos requisitos de tradução (art.º 65 (1) do CPE). O Protocolo prevê o tratamento linguístico seguinte:

    João Gomes EstevesVive-presidente da CIP

    SISTEMA DE PATENTES NA EUROPA

  • PATENTES

    INDÚSTRIA 11

    a) Os Estados que tenham uma língua oficial da CPE (alemão, inglês ou francês) renun-ciam aos requisitos de tradução previstos no art.º 65 (1) da CPE.b) Os Estados que não tenham uma língua oficial da Organização Europeia de Patentes (OEP) podem exigir que se apresente uma tradução das reivindicações no seu idioma oficial, assim como uma tradução da descri-ção num dos idiomas da CPE (alemão, inglês ou francês).c) Além disso, no caso de litígios derivados de patentes europeias, os Estados podem exigir que, a pedido do presumível infractor ou do Tribunal competente, se apresente uma tradu-ção completa da memória descritiva da paten-te num idioma oficial do Estado afectado.

    B - Alegadas vantagensO Protocolo de Londres oferece certamente vantagens. Só que estas favorecem as em-presas que apresentam grande quantidade de pedidos de patentes europeias, principalmen-te as empresas dos Estados Unidos e Japão, como facilmente se pode verificar das esta-tísticas publicadas pela própria Organização Europeia de Patentes.De um ponto de vista linguístico, pode afirmar-se que a adesão ao Protocolo de Londres con-duziria a uma situação na qual o inglês seria a língua privilegiada, com os prejuízos conse-quentes para a indústria dos países europeus cuja língua oficial não é nenhum dos três idio-mas referidos, como é o caso de Portugal.

    C - InconvenientesA adesão ao Protocolo de Londres comporta-ria os seguintes inconvenientes:- Dificuldade em aceder à informação sobre novas tecnologias.- Falta de segurança jurídica, se só se traduzi-rem as reivindicações para a língua oficial dos Estados-Membros.- Transferência dos custos de tradução dos utilizadores activos para os utilizadores pas-sivos. Ou seja, em vez de o custo da tradução ser suportado pelo titular da patente, que ad-quire um exclusivo de exploração por 20 anos, passa a ser pela empresa que pretende não infringir ou pretende obter informação para apostar na inovação.- Aumento dos custos para as pequenas e mé-dias empresas portuguesas.- Maior desequilíbrio no sistema de obtenção

    de patentes, por favorecimento das empresas dos países mais desenvolvidos (já bastante favorecidas por serem as suas línguas as ofi-ciais de tramitação da OEP).

    D - Papel da Língua PortuguesaPara inovar é fundamental conhecer o que já existe, aquilo que usualmente se designa como “estado da técnica”. De facto, o conhecimento pleno do que já está inventado é o primeiro passo para se poder inovar. Esta é a grande vantagem, na prática, da Lei exigir que todas as patentes em vigor em Portugal sejam traduzidas para Português. Assim, temos hoje ao nosso dispor e em Por-tuguês, o texto completo de toda e qualquer patente que esteja em vigor em Portugal, podendo assim, de forma fácil, sem qualquer custo e na nossa própria Língua, obter toda a informação que consideremos útil para dar inicio a um processo de inovação.Com a ratificação do protocolo de Londres tal deixará de acontecer: os portugueses e, também um brasileiro, um angolano, moçam-bicano e tantos outros que têm a Língua Por-tuguesa como a sua Língua, ficarão privados de tal vantagem.Esta medida acabará por tornar inexistente o Português enquanto Língua tecnológica. Para defender e promover o português como Lín-gua é fundamental que, no campo tecnológico e da inovação, a mesma não seja “despromo-vida”.Acresce que, ao consagrar na Constituição da República Portuguesa, na revisão de 1997, a Língua Portuguesa como língua oficial, pre-tendeu-se atribuir à mesma um significado e um valor que não pode ser desvalorizado e ofendido.A desvalorização da Língua Portuguesa, tal como preconizada no Protocolo de Londres, contraria recentes medidas defendidas com sucesso pelo Estado português, nomeada-mente o facto de ter conseguido que o Portu-guês fosse designado Língua oficial de traba-lho pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual.A Língua Portuguesa conta com mais de 215 milhões de falantes nativos, sendo a quinta língua mais falada no mundo e a terceira mais falada no mundo ocidental.Importa saber defender, valorizar e projectar a Língua portuguesa, numa economia global e competitiva, razão pela qual é importante

    manter actualizado o “português técnico”, sob pena de se perder todo o património linguísti-co português.

    III - CONCLUSÕESComo resumo do exposto pode concluir-se o seguinte:1) O sistema actual de patentes na Europa é geralmente aceite e tem um êxito sem prece-dentes.2) O Protocolo de Londres, com a sua car-ga linguística assinalável, não favoreceria as PME, mas pelo contrário as empresas que apresentam uma grande quantidade de pa-tentes, especialmente as de fora da Europa.3) A adesão ao Protocolo implicaria inconve-nientes evidentes, tais como a falta de se-gurança jurídica, transferência de custos de tradução e dos custos em geral para as PME como utilizadores passivos, maior desequilí-brio no sistema de obtenção de patentes, etc.4) A adesão ao regime de não tradução com-pleta das patentes concedidas, não por im-posição da EU, mas por decisão voluntária e livre, seria uma decisão surpreendente e pre-judicial para as empresas portuguesas.5) Aspecto constitucional: a assinatura do Protocolo de Londres levantará questões de inconstitucionalidade, atendendo às dispo-sições da Constituição de defesa da língua portuguesa Torna-se necessário que as empresas portu-guesas possam validar as patentes nos paí-ses que ratificaram o protocolo, com redução de custos, sem ser preciso que Portugal rati-fique o Tratado.

  • 12 INDÚSTRIA

    OE 2009

    CIP, AEP E AIP COMENTAM PROPOSTA DE ORÇAMENTO

    OE 2009 não responde às dificuldades das empresas

    CNum comunicado conjunto distribuído no dia 20 de Outubro, as 3 organizações criticaram a proposta de OE por não ter considerado essen-cial a regularização urgente de todas as dívidas de todos os serviços da Administração Pública, medida que reconhecidamente teria um apreci-ável impacto na economia e, em particular, na tesouraria das empresas.Por outro lado, a redução dos pagamentos por conta das empresas com um volume de negó-cios até cerca de 500 000 euros vem acom-panhado do seu aumento para as empresas com um volume de negócios superior a este montante.A CIP, a AEP e a AIP constatam, ainda, que o Orçamento do Estado para 2009 revela a incapacidade para reduzir, em termos reais, a despesa corrente primária.

    Ao contrário que foi proposto pela CIP, AEP e AIP, não estão previstas medidas fundamentais para responder às dificuldades das empresas, tais como a eliminação do pagamento especial por conta e a sua substituição por um regime simplificado para micro e pequenas empresas, a redução dos prazos de reembolso e o alargamento dos prazos de pagamento do IVA

    Esta incapacidade resulta não só da compre-ensível necessidade de dar resposta aos efei-tos da presente crise e da actualização pro-posta para os vencimentos dos funcionários públicos, mas também dos parcos resultados alcançados pela reforma da Administração Pú-blica ao nível da despesa e do peso do Estado na economia. De facto, com base nos mesmos critérios contabilísticos utilizados em 2008, para efei-tos de comparabilidade, e sem prejuízo de se reconhecer que a despesa do Estado com re-munerações decrescerá em termos nominais, estima-se que a despesa corrente primária do sector público administrativo aumente, em 2009, 4,6% (2,1% em termos reais), reforçan-do-se assim, mais uma vez, o respectivo peso no PIB.

  • INDÚSTRIA 13

    OE 2009

    Pub.

    As propostas que CIP, AEP e AIP apresentaram ao GovernoCIP, AEP e AIP defendem que o OE 2009 deve conter a despesa pública corrente, com redução da carga fiscal, sem penalizar o esforço de investimento público relevante em termos de eficiência e suporte à economia nacional.A necessária ponderação do papel do Estado e a diminuição do seu peso na economia deveriam ter já assumido, e é necessário que assumam, um papel importante na redução do peso das despesas públicas – consideram as 3 organizações num documento conjunto (anexo) entregue ao Governo, em que propõem as seguintes medidas: • A eliminação do pagamento especial por conta e a sua substituição por um regime simplificado para PME e microempresas;• A possibilidade, para efeitos fiscais, da amortização do goodwill apurado na aquisição de empresas ou participações sociais;• A extinção (faseada) do imposto de selo;• A revisão ponderada do IMI e do IMT;• A redução dos limites mínimos para efeitos de reembolso do IVA;• A redução para um mês do prazo de reembolso do IVA;• O alargamento dos prazos de pagamento do IVA, até ao final do segundo mês após o final do período de liquidação;• A clarificação do artigo 114º do Regime de Infracções Tributárias, em conformidade com a interpretação dada pelo recente Acórdão

    do Supremo Tribunal Administrativo;• A regularização urgente de todas as dívidas de todos os serviços da Administração Pública (incluindo a Administração Local) cujo

    pagamento exceda os prazos legais ou contratualmente fixados.

    CIP, AEP e AIP entendem ainda que é necessário:• Promover uma maior simplificação e transparência da legislação fiscal;• Respeitar os prazos previstos na Lei Geral Tributária para as decisões das reclamações dos contribuintes e combater a morosidade

    nos processos judiciais;• Eliminar a obrigatoriedade de garantias bancárias desproporcionadas.

  • 7.

    14 INDÚSTRIA

    OE 2009

    Considerando a actual conjun-tura económica e social e as dificuldades e incertezas que a caracterizam, bem como a

    estreita margem de manobra concedida pela situação alcançada no processo de reequilíbrio das finanças públicas, a CIP, a AEP e a AIP re-conhecem a grande dificuldade que envolveu a elaboração da proposta de Orçamento do Estado para 2009 e encaram a sua execução como um desafio de elevado risco, que requer redobrados esforços e um extremo rigor.

    Comunicado conjunto da CIP, AEP e AIP

    1.

    2.Reconhecemos a preocupação do Governo, patente nesta pro-posta, em contribuir para a es-tabilidade do sistema financeiro

    (em consonância com as decisões tomadas ao nível europeu) e para responder ao impacto da crise financeira e económica internacional nas famílias portuguesas e nas PME.Salientamos, neste âmbito, as medidas rela-cionadas com a criação, num enquadramento fiscal muito favorável, de fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional, bem como os incentivos à reabili-tação urbana, e ainda, a redução, para as em-presas com um volume de negócios até cerca de 500 000 euros, dos pagamentos por conta. Apoiamos, igualmente, a redução da taxa de IRC para o escalão de matéria colectável até 12 500 euros, salientando, contudo, que não se esgotará nesta medida o esforço requerido para alcançar uma maior competitividade fiscal.Reconhecendo a inadequação do actual regi-me simplificado de tributação do lucro tributável em IRC e a necessidade da sua substituição, esperamos que a autorização legislativa visan-do a criação de um novo regime simplificado de determinação do lucro tributável venha a ser rapidamente utilizada.

    A CIP, a AEP e a AIP registam a recuperação da despesa de capital, que, após a redução estimada para 2008, vem reco-locar o esforço de investimento

    público aos níveis de 2007.

    As orientações dadas à Ad-ministração Fiscal no sentido de melhorar a informação que deve prestar aos contribuintes e as disposições concretas

    em relação às informações vinculativas vão no sentido da utilização da via electrónica, do cumprimento do prazo de 90 dias e de permi-tir que as empresas possam dispor de forma mais célere uma certeza quanto à interpreta-ção da lei. Consideramos, no entanto, que a taxa a fixar pela prestação urgente de informa-ções (que poderá ir de 2 400 a 9 600 euros, em 2009) é demasiado elevada para uma redução do prazo de apenas 30 dias. Entendemos que é prioritário que se faça um esforço no sentido de “Legislar Melhor”.

    A CIP, a AEP, e a AIP consta-tam, no entanto, que o Orça-mento do Estado para 2009 revela a incapacidade para reduzir, em termos reais, a

    despesa corrente primária. Esta incapacidade resulta não só da compreensível necessidade de dar resposta aos efeitos da presente crise e da actualização proposta para os vencimentos dos funcionários públicos, mas também dos parcos resultados alcançados pela reforma da Administração Pública ao nível da despesa e do peso do Estado na economia. De facto, com base nos mesmos critérios contabilísticos utilizados em 2008, para efeitos de compara-bilidade, e sem prejuízo de se reconhecer que a despesa do Estado com remunerações de-crescerá em termos nominais, estima-se que a despesa corrente primária do sector público administrativo aumente, em 2009, 4,6% (2,1% em termos reais), reforçando-se assim, mais uma vez, o respectivo peso no PIB. Se a reforma da Administração Pública tives-se tido maior grau de execução, com os con-sequentes impactos na redução da despesa pública corrente, o OE 2009 teria muito mais margem de manobra para a efectiva imple-mentação de medidas capazes de apoiar os sectores mais atingidos pela crise.

    Assim sendo, e contraria-mente ao que foi proposto pela CIP, AEP e AIP não estão previstas medidas fun-damentais para responder

    às presentes dificuldades das empresas portu-guesas, tais como a eliminação do pagamento especial por conta e a sua substituição por um regime simplificado para micro e pequenas em-presas, a redução dos prazos de reembolso e o alargamento dos prazos de pagamento do IVA. Também não se considerou essencial a regu-larização urgente de todas as dívidas de todos os serviços da Administração Pública, medida que reconhecidamente teria um apreciável im-pacto na economia e, em particular, na tesou-raria das empresas. Por outro lado, a redução dos pagamentos por conta das empresas com um volume de negócios até cerca de 500 000 euros vem acompanhado do seu aumento para as empresas com um volume de negócios su-perior a este montante.

    Finalmente, chamamos a atenção para a dificuldade em se atingir, em 2009, o valor previsto para a receita fiscal e, sobretudo, para as contribui-

    ções para a segurança social, o que exigirá do Governo maior ambição no que respeita à con-tenção da despesa corrente para viabilizar a contenção do défice orçamental num nível que não ponha em causa os sacrifícios suportados nos últimos anos com o processo de reequilí-brio das finanças públicas.

    3.

    5.

    6.4.

  • O sector metalúrgico e metalomecânico é actualmente um dos que melhores indicado-

    res revela, aos mais variados níveis, no contexto da economia nacional, sendo o único

    sector da indústria transformadora que tem vindo a aumentar o número de postos de

    trabalho em termos líquidos, aquele em que mais investimentos têm sido efectuados e

    ainda o que mais fortemente contribui para o crescimento das exportações nacionais.

    INDÚSTRIA METALÚÚRRGGIIICCCAA EEE MMEEETTTAALLLOOOMMEEECCÂÂÂNNNIICCAAA

  • DOSSIÊ-INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

    16 INDÚSTRIA

    CCom mais de 15.000 empresas, este sector emprega cerca de 190.000 trabalhadores e gera um volume de negócios anual de aproxi-madamente € 19.000.000,00.Constituído essencialmente por pequenas e médias empresas, este grande sector abar-ca um conjunto enorme de subsectores, os quais vão desde a metalurgia de base até à fabricação de máquinas e equipamentos, pas-sando pela produção de componentes para a indústria automóvel, materiais de construção ou louça metálica.É cada vez mais um sector fortemente expor-tador, que vai deixando uma marca extrema-mente importante em todos os indicadores da economia nacional.A AIMMAP – Associação dos Industriais Me-talúrgicos, Metalomecânicos e Afi ns de Portu-gal, é actualmente uma das mais importantes associações de empregadores em Portugal, congregando cerca de 1.200 empresas que empregam directamente mais de 60.000 tra-balhadores.Como legítima representante do sector em Portugal a AIMMAP está atenta aos proble-mas que afectam as empresas nacionais, vi-sando contribuir para uma resposta efi caz aos desafi os que às mesmas se colocam.Nesse sentido, o sector em geral e a AIMMAP em particular estão preocupados com as difi -culdades que se colocam às empresas e que têm razões tão diversas como a globalização dos mercados mundiais, o alargamento da Europa comunitária, a instabilidade continua dos preços das matérias primas e do petróleo, as variações dos mercados cambiais ou as imposições cada vez mais restritivas da legis-lação nacional e comunitária.Tendo em conta o exposto, o principal objec-tivo estratégico da actual Direcção da AIM-

    MAP passa muito fundamentalmente por uma aposta decisiva na qualidade das empresas do sector, consciente de que já lá vai o tempo em que os fabricantes nacionais podiam dis-tinguir-se por preços baixos e, além disso, es-tavam protegidos por fronteiras relativamente impermeáveis.Nesse sentido, as principais iniciativas da AIMMAP, para além da sua actividade corren-te de apoio e consultadoria aos associados, centram-se em áreas extremamente signifi ca-tivas e que a seguir passo a explicitar:- propriedade industrial, nomeadamente atra-

    vés do GAPI – Gabinete de Apoio à Proprie-dade Industrial, constituído em parceria com o INPI;- certifi cação de produtos e sistemas, muito particularmente em parceria com a CERTIF e a APCER, das quais é sócia fundadora;- formação profi ssional, através de inúmeras acções próprias e ainda do trabalho desenvol-vido pelo CENFIM e pela ESTEM de que é também promotora;- desenvolvimento tecnológico, fundamental-mente em sinergia com o seu centro tecnoló-gico, o CATIM;

    AIMMAP

    Ao serviço das empresas do sector metalúrgico e metalomecânicoO sector metalúrgico e metalomecânico, dada a diversidade de actividades que contempla, assume uma impor-tância cada vez mais preponderante no seio da economia nacional

    António SaraivaPresidente da Direcção da AIMMAP

  • DOSSIÊ-INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

    INDÚSTRIA 17

    - promoção da internacionalização das em-presas e do sector, consubstanciada na implementação de diversos projectos de in-ternacionalização em conjunto com outras as-sociações e em parceria com a AICEP;- legislação laboral e contratação colectiva, em importante articulação com a CIP, de que é associada.Está a AIMMAP consciente de que o seu tra-balho está a surtir os melhores resultados, sendo aliás certo que o sector conta com um número crescente de empresas que, além de certifi cadas, têm marcas próprias, desenvol-vem patentes, estão dotadas de trabalhado-res qualifi cados, revelam um desenvolvimento tecnológico cada vez mais signifi cativo e ma-nifestam um envolvimento crescente no domí-nio da responsabilidade social.Para além disso, constata-se ainda que, se-gundo aliás informações transmitidas pelas próprias autoridades nacionais, os subsec-tores do metal têm vindo a assumir uma im-portância ímpar no contexto das exportações nacionais, com especial destaque do sector de fabricação de máquinas, o qual se assume hoje como a fi leira da actividade industrial por-tuguesa que mais produtos vende no exterior.Estes são sinais evidentes de que as apostas corporizadas pela AIMMAP estão no caminho correcto, em prol do sector.Não obstante, está a AIMMAP empenhada em continuar a trabalhar de forma muito activa em muitíssimas outras áreas, sempre como forma de contribuir para a defesa dos legítimos inte-resses das empresas nacionais.Destaco a esse respeito questões tão dís-pares como as concernentes às normas de protecção ambiental, à inclusão social, à hi-giene e segurança no trabalho, à contratação colectiva e legislação laboral e ao combate à contrafacção e à concorrência desleal, domí-nios em que muito trabalho tem sido desen-volvido aos mais variados níveis, os quais têm passado pela realização de seminários e conferências para os associados, organiza-ção de debates com outros parceiros sociais, organismos públicos ou ONG’s, constituição de grupos de trabalho e/ou de refl exão ou pela concretização de acções de sensibiliza-ção das autoridades nacionais e comunitárias para a premência dos assuntos em causa.Para além do exposto, continua a Direcção da AIMMAP seriamente envolvida em iniciativas que visam contribuir para uma maior coesão do sector.

    Tal aposta centra-se em dois níveis distintos mas de igual importância. Em primeiro lugar ao nível das empresas, através da criação de redes de cooperação, partilha de experiências ou implementação de projectos conjuntos – o que é efectuado essencialmente no âmbito das 28 Divisões da AIMMAP, que representam os diferentes subsectores.Em segundo lugar ao nível do próprio movi-mento associativo, no âmbito do qual é enten-dimento da AIMMAP o de que será fundamen-tal proceder à criação de uma federação que abarque igualmente todas as associações do chamado “arco do metal”. Sublinho aliás que o respectivo processo de constituição está já em curso, dinamizado obviamente pelas duas grandes associações que representam o sec-tor em Portugal.Esse processo complementa um outro já im-plementado e concretizado pela AIMMAP, o qual se consubstanciou numa aproximação às empresas do sector na Galiza através da cons-tituição, em 2005, da FELUGA – Federação Luso-Galaica dos Industriais Metalúrgicos, de que a AIMMAP foi sócia fundadora em conjunto com a sua congénere na Galiza, a ASIME.A esse propósito não posso deixar de subli-nhar que o importante trabalho já realizado pela FELUGA tem vindo cumprir cabalmente os objectivos da AIMMAP quando decidiu pro-mover a constituição dessa federação.É de facto inequívoco que as acções desen-volvidas pela FELUGA têm contribuído decisi-vamente para a criação de sinergias entre as empresas do sector em Portugal e na Galiza, potenciando igualmente, de uma forma geral, uma maior aproximação entre os dois povos. As reuniões subsectoriais de fabricantes por-tugueses e galegos, as acções de cooperação entre as empresas dos dois lados da fronteira, as iniciativas conjuntas na área da interna-cionalização – nomeadamente no Brasil, Ar-

    gentina ou Angola -, as tomadas de posição a propósito dos problemas que afectam a euro-região e o próprio incremento dos negócios entre fabricantes portugueses e galegos são apenas alguns exemplos das iniciativas mais relevantes da FELUGA num volume de traba-lho que tende a aumentar de forma sistemáti-ca e consolidada.Ainda a propósito da cooperação entre as em-presas, é justo que faça referência à recente constituição de uma nova associação deno-minada “PRODUTECH”, a qual, directamente participada pela AIMMAP, apresentou muito recentemente um projecto de candidatura para criação e gestão de um Pólo de Compe-titividade e Tecnologia no agregado dos pro-dutores e utilizadores de tecnologias.Esta iniciativa irá visar a criação de importan-tes sinergias entre produtores e utilizadores de tecnologias, as quais serão corporizadas por iniciativas muito concretas com o apoio fundamental de entidades pertencentes ao sistema científi co e tecnológico nacional.Como última nota, não posso deixar de rei-terar que este sector revela uma importância cada vez mais fundamental para a economia nacional, exigindo pois que lhe seja concedida a atenção que o mesmo efectivamente mere-ce por parte das autoridades portuguesas – e que, infelizmente, tantas vezes tem sido nega-da. Se este é, como realmente é, o sector que mais pujança revela no contexto da indústria transformadora em Portugal, não faz qualquer sentido que continue a ser encarado pelo po-der político como um parente distante.Pelo contrário, o sector metalúrgico e metalo-mecânico merece ser estimulado no seu mag-nífi co trabalho em prol da economia portugue-sa. Se sem grandes apoios já logrou alcançar tanto para o país, imagine-se os resultados se fosse objecto do mesmo carinho que sempre é endereçado a outros.

  • 18 INDÚSTRIA

    CENFIM

    Apoio ao sector metalúrgico e metalomecânicoA indústria Metalúrgica e Electromecânica nacional, em termos globais, tem em actividade cerca de 15.000 empresas e emprega mais de 190.000 trabalhadores. A estrutura empresarial do sector caracteriza-se pela pre-dominância das pequenas empresas, sendo de realçar que 94% das empresas têm menos de 50 trabalhadores, existindo só 1% com mais de 500 pessoas, as quais, na sua grande maioria, não têm condições para fazerem a formação dos seus próprios trabalhadores e/ou a qualificação dos jovens que pretendem admitir, embora seja grande a necessidade de pessoal especializado e qualificado

    FFoi dentro deste contexto que em Janeiro de 1985 foi instituído o CENFIM -Centro de For-mação Profi ssional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, por acordo protocolar entre o I.E.F.P. – Instituto de Emprego e Formação Profi ssional e as Associações dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos do Norte e do Sul, actualmente designadas Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecâni-cos e Afi ns de Portugal – A.I.M.M.A.P. e Asso-ciação Nacional das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas – A.N.E.M.M., para dar uma resposta, na valorização profi ssional dos Meios Humanos, no acompanhamento do de-senvolvimento organizativo/tecnológico das Empresas e no reconhecimento das compe-tências dos Formandos.No domínio da Educação e Formação ao longo da vida – condição essencial para a competitividade das empresas, constata-se que Portugal é o país da União Europeia com os mais baixos índices de produtividade e de qualifi cação dos Recursos Humanos; no en-tanto, o Sector Metalúrgico e Electromecânico tem uma dinâmica própria, que lhe tem per-mitido uma melhoria contínua, nomeadamen-te com a introdução de novas tecnologias de produção e a correspondente adaptação a novos modelos organizacionais.O CENFIM tem sido no Sector Metalúrgico e Electromecânico, um elemento fortemente di-namizador da formação profi ssional, tentando responder e ajustar-se à evolução e mobilida-de das tecnologias e dos recursos humanos.

    Para isso revê de forma sistemática os seus conteúdos formativos e desenvolve processos associados a tecnologias de ponta nalgumas das áreas mais específi cas da Metalomecânica.Privilegia o CENFIM o contacto com os Em-presários e as Empresas, com o intuito de suprir as suas reais necessidades em ter-mos de formação profi ssional. Assim, e como orientação estratégica desde a sua criação, temos procurado estar o mais próximo possí-vel das empresas, o que nos levou a imple-mentar Núcleos de Formação em Arcos de Valdevez, Trofa, Porto, Ermesinde, Oliveira de Azeméis, Marinha Grande, Santarém, Caldas

    da Rainha, Peniche, Torres Vedras e Lisboa.Atentos também aos grandes investimentos nacionais, potenciando a qualifi cação prévia dos recursos humanos locais e necessários às empresas do sector, irão iniciar brevemente o seu funcionamento 2 novos Núcleos, sede-ados em Amarante e em Sines, prevendo-se ainda para 2009 o início de mais um Núcleo do CENFIM na região de Setúbal.Considerando que o CENFIM tem como par-ceiros institucionais as Associações Patronais representativas do sector e também o Instituto do Emprego e Formação Profi ssional em re-presentação do estado, cumpre-nos também

    DOSSIÊ-INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

  • INDÚSTRIA 19

    Pub.

    responder pela aplicação prática das políticas de formação profi ssional do governo; assim, colaboramos activamente no programa Novas Oportunidades, nomeadamente com a im-plantação de CNOs -Centros Novas Oportuni-dades, junto de cada um dos nossos Núcleos. Adaptamos os nossos currículos, procurando que a maior parte da formação ministrada possa conferir uma dupla certifi cação aos formandos (escolar e profi ssional), tomando como referência a formação modular, tendo como objectivo desenvolver as competências técnicas e humanas necessárias para que as empresas possam encarar o futuro com uma melhor preparação.A maior ou menor percepção, tanto por parte das empresas como dos activos dessas mes-mas empresas, de que a formação profi ssional é a chave para o aumento da produtividade e para o aumento das competências individuais, é muito diferenciada ao longo das áreas ge-ográfi cas onde os Núcleos de Formação do CENFIM estão inseridos.No entanto, os números falam por si, e os milhares de jovens e activos formados pelo

    CENFIM e ao serviço das empresas do Sec-tor, provam o interesse das empresas pela va-lorização dos seus Recursos Humanos.O CENFIM tem dedicado especial atenção no que concerne à sua actividade formativa para Empresários, Quadros e Chefi as Intermédias.Tem-se assistido a uma grande aposta das empresas portuguesas em relação aos se-guintes vectores:- Adopção de tecnologias e métodos de ges-tão inovadores- Aposta na qualidade, nomeadamente atra-vés da certifi cação- Protecção do Ambiente e minimização dos impactos causados pela indústria- Promoção da segurança e higiene no trabalhoNo âmbito da prestação de serviços às empre-sas e na assistência técnica formativa, procu-ra o CENFIM diagnosticar, analisar, conceber e propor planos de formação profi ssional, inte-grados ou não em planos de desenvolvimento técnico e tecnológico.Tem apoiado o processo de internacionaliza-ção das empresas do sector, promovendo a formação de recursos humanos locais que

    permitam uma mais fácil integração e adapta-ção, e participando em missões de empresá-rios nos mais variados mercados mundiais. Após a Certifi cação do CENFIM em Março de 1998, pela APCER – Associação Portuguesa de Certifi cação, Certifi cado n.º 98/CEP 666 – Norma NP EN ISO 9001 e Acreditação, pelo INOFOR – Instituto para a Inovação na For-mação, Processo n.º 227, prosseguiu o CEN-FIM a sua política estratégica de se dotar com um sistema de gestão de garantia da Qualida-de, de Ambiente e da Saúde Ocupacional.Hoje o CENFIM tem o seu Sistema de Gestão certifi cado pelas normas ISO 9001:2000, ISO 14001:2004, OHSAS 18001 e NP 4427:2004.Pensamos que os resultados até hoje con-seguidos, a favor dos Recursos Humanos do Sector e do País, são francamente satisfató-rios mas não sufi cientes para as necessida-des evidenciadas, o que nos leva a lançar um desafi o às empresas do sector para verem no CENFIM um parceiro que pode contribuir para o aumento da sua competitividade e que a aposta na qualifi cação do pessoal é um inves-timento indispensável à sua concretização.

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  • 20 INDÚSTRIA

    CATIM

    Da indústria para a indústria em apoio da inovação e da competitividadeO CATIM é uma instituição privada de utilidade pública sem fins lucrativos, criada em 1986, e que resultou da associação de interesses de empresas industriais, representadas na sua associação, AIMMAP, e organismos pú-blicos respectivamente o INETI e o IAPMEI, tendo por missão contribuir para a inovação e a competitividade das indústrias nacionais da metalomecânica e sectores afins ou complementares

    ÉÉ vocação do CATIM apoiar o desenvolvimen-to técnico e tecnológico da indústria através:• da disponibilização dos seus conhecimentos e capacidades para as empresas;• da prestação de serviços;• da execução das tarefas inerentes às respon-sabilidades assumidas no âmbito dos sistemas nacionais e europeus da normalização, da qua-lifi cação, da metrologia e da marcação CE.Dada a natureza (centro tecnológico) e voca-ção sectorial, o CATIM tem sido um parceiro activo na modernização do tecido empresarial do sector metalúrgico e metalomecânico e áreas afi ns, prestando serviços às empresas e colaborando com o Estado na execução de funções relevantes (caso do Organismo Notifi -cado ou Organismo de Normalização Sectorial em diversos domínios) quer em diversos pro-gramas industrialmente orientados, quer em parceria com diversas entidades nacionais e estrangeiras, por exemplo infra-estruturas tec-nológicas e associações, visando a melhoria da qualidade, da segurança, da inovação, da competitividade, o upgrade tecnológico, a sus-tentabilidade da indústria nacional e europeia.O CATIM conta com aproximadamente 600 associados, maioritariamente PMEs, e 2500 clientes activos. Estes números permitem de-monstrar a representatividade do CATIM junto de tecido industrial, mantendo simultanea-mente uma cobertura geográfi ca nacional.Genericamente os clientes CATIM são Em-presas que estão presentes em mercados que exigem qualidade, inovação, elevada fl exibilidade, rápida resposta, preço compe-titivo, prazos curtos e que têm que cumprir um vasto conjunto de requisitos legais apli-cáveis aos produtos, processos, instalações e equipamentos. São de todas as dimensões e pertencem a todos os sectores, mas com

    especial relevância para a metalurgia e a metalomecânica (máquinas, equipamentos, produtos metálicos, componentes para auto-móveis, infra-estruturas metálicas, etc.), soli-citando quer competências de cariz sectorial, por exemplo ensaios de aparelhos a gás e de materiais metálicos, quer de cariz transversal, como sejam, calibrações, assistência técnica em gestão da qualidade e ambiente, higiene e segurança, a análise da segurança de má-quinas e instalações. Clientes são também Organismos certifi cadores e Entidades Públi-cas que solicitam ensaios e avaliações para verifi cação da conformidade com Normas e Legislação. O CATIM é na sua essência um produto de cooperação empresarial, mantendo ao longo dos anos uma postura de total abertura à coo-peração, postura evidenciada pelo volume de projectos em que tem participado com diver-sas entidades nacionais e estrangeiras, infra-estruturas Tecnológicas, Universidades e Politécnicos, Empresas, Associações Empre-sariais, Centros Tecnológicos, Departamentos do Estado e pelo seu contributo na formação e também participação social em diversas en-tidades, como sejam por exemplo a RECET – Associação dos Centros Tecnológicos de Portugal e RELACRE – Associação dos Labo-ratórios Acreditados de Portugal.O CATIM enquanto Centro Tecnológico pro-move práticas de responsabilidade social nas PMEs clientes e associadas, nos seus pró-prios colaboradores e na comunidade envol-vente. Projectos como o “Tecnologia, Inovação e Ini-ciativa” promovido pelo CATIM em parceria com o CITEVE e a Microsoft, permitem que o Centro Tecnológico seja uma mais valia na sua área de inserção geográfi ca e secto-

    rial. O objectivo geral do projecto é fornecer as competências básicas de Tecnologias de Informação a pessoas desempregadas, de modo a contribuir para a sua adaptação a no-vas ocupações ou melhorar a sua capacidade para abraçar desafi os no domínio do empre-endedorismo com vista à criação do próprio emprego. Acreditamos também que ao dar as ferramentas e os meios às pessoas para que estas desenvolvam estas novas competên-cias, competências cada vez mais presentes na vida diária, a sua auto-estima e motivação aumentarão. Tornar-se-ão cidadãos mais acti-vos e capazes. A promoção da inovação e melhoria da com-petitividade da indústria nacional tem sido le-vada à prática através do apoio às empresas na produção de melhores produtos e em con-formidade com as normas e legislação aplicá-veis (normalização, ensaios e consultadoria), a adoptarem melhores práticas (benchmarking, reengenharia de processo, gestão da inova-ção, implementação de sistemas de gestão, metodologias de auto-avaliação, etc.) e uma melhoria geral dos processos de refl exão e diagnóstico e planeamento estratégico (atra-vés de diversos programas industrialmente orientados) e da melhoria da qualifi cação dos seus recursos humanos através da formação, formação-acção e consultadoria.

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  • 22 INDÚSTRIA

    Especialização tecnológica e certificadaA Escola Tecnológica do sector Metalúrgico e Electromecânico aposta na formação de especialização tecnológica e na formação modular certificada

    AA AFTEM - Associação para a Formação Tec-nológica Engenharia Mecânica e Materiais, Escola Tecnológica que comemorará, no pró-ximo mês de Novembro, o seu vigésimo ani-versário, constitui hoje uma referência na for-mação de quadros para o sector metalúrgico e electromecânico.Esta escola, fundada pelas duas associações representativas do sector - a AIMMAP e a ANEMM – e pelo INETI, tem como principal objectivo a valorização dos recursos huma-nos das empresas do sector metalúrgico e electromecânico, sobretudo os quadros mé-dios, dotando-os de qualifi cação adequada e de um perfi l adaptado às novas exigências do desenvolvimento industrial, nomeadamente as devidas às novas tecnologias e à evolução tecnológica.Com uma oferta diversifi cada nas áreas de for-mação da Metalurgia e Metalomecânica, Elec-tricidade e Energias, Marketing e Publicidade e Segurança e Higiene no Trabalho, a AFTEM – que dispõe de dois pólos de formação, um no Grande Porto (Ermesinde) e outro em Lis-boa -, privilegia as seguintes modalidades de formação: (I) Formação inicial de Jovens para Quadros Técnicos Intermédios - Cursos de Especializa-ção Tecnológica; (II) Formação contínua de Activos empregados ou desempregados – Formação modular certi-fi cada / Acções de curta e média duração; (III) Formação/reconversão de Quadros Em-presariais – Programas de Formação à medida para as empresas.Das modalidades de formação indicadas des-tacam-se a formação inicial que se concretiza nos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) – o “core business” da AFTEM – e a For-mação Modular Certifi cada.Nesta data, encontram-se em funcionamento na AFTEM os CET de Energias Renováveis, Gestão da Manutenção, Gestão da Produção Industrial, Refrigeração e Climatização, Tec-nologia Mecânica e Tecnologia Mecatrónica, frequentados por um total de 443 formandos. Estes cursos funcionam em regime laboral e pós-laboral, têm uma duração de 1560 horas (incluindo sempre um estágio em empresa do sector) e destinam-se a todos aqueles que es-tejam a frequentar ou tenham concluído o 12º ano do ensino secundário ou equivalente.Os CET da AFTEM são fortemente orientados

    pela procura, ou seja, concebidos e ajustados sempre a pensar nas efectivas necessidades das em-presas do sector, conferindo um diploma de especialização tecno-lógica, a qualifi cação profi ssional de nível 4 e o acesso preferencial ao Ensino Superior de Engenharia, de acordo com protocolos estabe-lecidos. Mas, sobretudo, assegu-ram um ingresso com sucesso no mercado de trabalho, conforme o demonstra o quase pleno empre-go dos jovens formados por esta instituição.As qualifi cações profi ssionais de nível 4 referentes aos CET ministrados na AF-TEM encontram-se em fase de inserção no Ca-tálogo Nacional de Qualifi cações, que constitui um instrumento fundamental na gestão estra-tégica das qualifi cações profi ssionais de nível não superior e na regulação da oferta formativa de dupla certifi cação. Para além dos CET, a AFTEM disponibiliza ainda – desde o dia 15 de Outubro - acções de Formação Modular Certifi cada na área da metalurgia e metalomecânica. Estas acções são compostas por unidades de formação de curta duração, de 25 ou 50 horas, integradas em percursos de nível secundário e de nível 3 de formação e destinam-se a adultos com ha-bilitação escolar igual ou superior ao 9º ano de escolaridade. Os participantes podem ser em-pregados ou desempregados que pretendam desenvolver competências em alguns domí-nios de âmbito geral ou específi co.As formações modulares são formações capita-lizáveis para a obtenção de uma ou mais qua-lifi cações constantes do Catálogo Nacional de Qualifi cações e permitem a aquisição de mais competências no sentido de obter mais habilita-ções escolares e qualifi cações profi ssionais.Os CET e as formações modulares certifi cadas ministradas na AFTEM benefi ciam de fi nancia-mento no âmbito dos Eixos 1 e 2 do Programa Operacional Potencial Humano (POPH) do QREN.Neste ano em que se completa o respectivo vigésimo aniversário, a AFTEM orgulha-se de, ao longo destas duas décadas, ter provas dadas numa função de interesse público e in-dispensável ao desenvolvimento das empre-sas do sector metalúrgico e electromecânico:

    a formação e qualifi cação de quadros médios.A AFTEM igualmente acredita que a procura e necessidade de tais profi ssionais, especiali-zados e qualifi cados, será cada vez maior no futuro, crescendo à medida que acelera a evo-lução tecnológica e progride a reconversão do modelo industrial português.Neste quadro, pretende a AFTEM prosseguir e reforçar a oferta formativa – orientada pela pro-cura – que, ao longo dos últimos 20 anos tem sabido disponibilizar às empresas.Constituem, em particular, objectivos da AFTEM para o futuro próximo: a consolidação e diversi-fi cação da oferta de cursos de especialização tecnológica de elevada qualidade, procurando antecipar as necessidades das empresas do sector; o incremento das acções de formação modular certifi cada; a aposta na formação con-tínua dos activos das PME do sector, desen-volvendo programas de formação concebidos à medida das necessidades das empresas; e a sensibilização dos poderes públicos para a necessidade de reforço da dotação orçamental prevista para as tipologias de intervenção do POPH destinadas ao fi nanciamento dos CET.Estamos certos que o futuro da AFTEM será promissor e que contribuirá para que possa igualmente ser promissor o futuro da indústria metalúrgica e electromecânica em Portugal, que constitui, afi nal, a sua razão de existir.A AFTEM teria, pois, o maior gosto e interesse em que as empresas do sector, cujas necessi-dades efectivas sempre inspiraram e inspirarão a actividade desta escola, se pudessem asso-ciar às comemorações das suas duas décadas de actividade para, em conjunto, celebrarmos o passado e prepararmos o futuro.

    DOSSIÊ-INDÚSTRIA METALÚRGICA E METALOMECÂNICA

    AFTEM

  • INDÚSTRIA 23

    GRUPO ARSOPI

    Incrementar as exportaçõesA origem do GRUPO ARSOPI remonta a 1942, quando o seu fundador Senhor Arlindo Soares de Pinho criou em Vale de Cambra uma pequena unidade fabril, em regime praticamente artesanal, dedicada à reparação de viaturas e à assistência e manutenção de bens de equipamento da indústria de lacticínios, na altura predominante na região

    DDecorria a II Guerra Mundial, que para a gene-ralidade dos agentes económicos era tida como uma ameaça e um factor de risco acrescido do negócio. Ao contrário, Arlindo Soares de Pinho viu nesse evento beligerante um factor estimu-lante e a oportunidade de instalar uma nova empresa, face às emergentes difi culdades de importação de peças e equipamentos.Algum tempo depois, passou a produzir os próprios equipamentos, e o seu percurso se-guinte foi de permanente crescimento, acom-panhado de constante ampliação e moderni-zação das estruturas produtivas, reforço da base tecnológica e alargamento de mercados, quer sectoriais quer geográfi cos.Hoje, volvidas seis décadas, o GRUPO AR-SOPI, integrado pela empresa-mãe ARSOPI, pela ARSOPI-THERMAL e pela TECNOCON, conta com cerca de 480 colaboradores, regis-ta um volume de negócios anual da ordem dos 45 milhões de euros, metade do qual orientado para os mercados externos, e contribui para a economia nacional com um valor acrescenta-do da ordem dos 30 milhões de euros.A actividade actual das empresas do Grupo consiste na concepção, fabrico, montagem e automatização de instalações e equipamen-tos industriais, destinados essencialmente aos sectores das indústrias alimentar, de be-bidas, química e petroquímica.Neste amplo e diversifi cado domínio incluem-se reservatórios, reactores, condensadores, permutadores de calor (de placas e tubulares), colunas, cisternas de transporte, sistemas de automação e muitos outros equipamentos, que, têm em comum o facto de requererem o recurso a avançadas tecnologias, técnicas es-peciais de execução e elevada complexidade na concepção do projecto.A qualidade e a fi abilidade dos produtos cons-tituem os vectores essenciais da actuação estratégica do Grupo, cuja percepção e va-lorização pelo mercado tem determinado im-portante vantagem competitiva face à concor-rência e, consequentemente, garantido uma estável carteira de clientes, onde pontifi cam consagradas multinacionais das indústrias alimentar e química, as mais importantes em-

    presas internacionais de engenharia e a gene-ralidade das empresas nacionais dos sectores localizados a jusante.Consolidada a liderança no mercado interno, o Grupo tem vindo a incrementar signifi cativa-mente o peso assumido pelas suas vendas para o exterior, registando actualmente 85 países de destino de exportações, onde evidenciam re-levante signifi cado alguns dos mercados mais evoluídos e exigentes, casos dos Estados Uni-dos da América, do Japão, da Alemanha, da Holanda, da Suiça ou da Austrália.A atitude do GRUPO ARSOPI face ao futuro traduz-se numa postura activa e dinâmica, na busca de um crescimento sustentado a médio e longo prazo, tendo, para o efeito, implemen-tado um conjunto de acções que reforçam a sua posição competitiva, traduzidas nomea-damente em medidas de incremento da pro-dutividade, de investimento em inovação e desenvolvimento, de manutenção dos actuais padrões de qualidade e da criação de efi cien-tes redes de articulação com os clientes.Com vista à consecução de tal desiderato, o Grupo tem procedido a vultuosos investimen-tos técnicos em activos corpóreos e incorpó-reos, e à celebração de parcerias com Univer-sidades e outras entidades ligadas ao saber e à investigação.Paralelamente, foram ainda desenvolvidos expressivos esforços aos níveis da certifi ca-ção das empresas e dos produtos e da qualifi -cação dos recursos humanos.Com efeito, todas as empresas do Grupo têm os seus sistemas de gestão de qualida-

    de certifi cados segundo a norma NP EN ISO 9001:2000, e os seus principais produtos cer-tifi cados por reputadas entidades certifi cado-ras internacionais, como sejam a ASME (ame-ricana), a TUV SUDDEUTSCHLAND (alemã) e o CBPVI (chinesa).No âmbito da qualifi cação, para além da for-mação contínua frequentemente conferida à generalidade dos colaboradores, procedeu-se à criação de um Centro de Formação Pro-fi ssional, permanentemente frequentado por efectivos da ordem dos 80 a 100 jovens, que aí adquirem a formação e a qualifi cação ade-quadas ao desempenho efi ciente de funções profi ssionais especializadas.O importante know-how detido, o reconhe-cimento pelo mercado das competências existentes e a capacidade de inovar e de-senvolver, que constituem factores chave de sucesso nesta actividade, asseguram ao GRUPO ARSOPI um elevado potencial de desenvolvimento sustentado no futuro e sem-pre retiraram aos seus dirigentes e quadros técnicos quaisquer inibições ou complexos de inferioridade quando, frequentemente, se en-contram em discussões técnicas e comerciais com empresas de engenharia e multinacio-nais clientes, ou ainda, em competição com as maiores empresas do Mundo do sector.Para além da sua actividade industrial, o Grupo detém participações fi nanceiras em importantes empresas, tendo sido accionista fundador do BPI, do BCI e da Real Seguros. É accionista de referência da Unicer – líder do sector das bebidas no mercado nacional.

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    ADIRA

    Inovação permanenteA ADIRA é uma Empresa de Engenharia e Inovação, líder ibérica na concepção, fabrico e comercialização de quina-doras e guilhotinas hidráulicas para o trabalho de chapa metálica e, também, a única empresa ibérica que concebe, fabrica e comercializa máquinas de corte por laser

    AAs soluções ADIRA são utilizadas em áreas de negócio tão variadas como as indústrias auto-móvel, aeronáutica, estaleiros navais, de te-lecomunicações, de computadores, energias renováveis, mobiliário metálico e de escritó-rio, artigos de design, construções metálicas, cutelarias, elevadores e electrodomésticos.Estamos presentes em todo o mundo e somos parceiros de negócios de Instituições e Empresas como: Boeing, Lockheed, Bombardier, NASA, OGMA, Tap Portugal, Air France, Vulcano, Sal-vador Caetano, Metalogalva, Galucho, Martifer, Leci-Trailer, Zamarbu, Siemens, Motorola, Efa-cec, Alfa Laval, Thyssen, Carrier, Petrobrás, US Navy, a Casa Branca e de um grande número de outras pequenas e grandes empresas.Mais de 70% das máquinas ADIRA destinam-se ao mercado internacional, onde os principais clientes são a Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, França; exportamos cerca de 40% da nossa facturação para a União Europeia, con-templando alguns países de Leste (a Hungria e Rússia, por exemplo), e estamos presentes na América Latina, nomeadamente no Brasil e na Argentina, e também na Ásia e Oceânia.Desde a sua fundação, em 1956, por António Dias Ramos, que a ADIRA se tem empenha-do em desenvolver o sector das máquinas para trabalhar chapa, quer aperfeiçoando os produtos existentes, quer criando outros totalmente inovadores. Apresentámos a nos-sa primeira quinadora hidráulica em 1964 - a primeira máquina ferramenta portuguesa para o trabalho de chapa com accionamento hidráulico - e acumulamos desde então uma vasta experiência na concepção, produção e

    comercialização de máquinas-ferramentas e de sistemas de enformação e manipulação de chapa metálica, norteados por um trabalho de contínuo desenvolvimentos e inovação, mar-ca distintiva da nossa empresa.As nossas soluções regem-se pelo Conceito Eco-Plus: Eco – para Ecologia e Economia; Plus – para produzir mais, melhor, de forma mais con-fortável e segura. Por isso, também o Design é entendido como factor chave, compreendendo neste a obrigatoriedade de nova qualidade er-gonómica para além de soluções esteticamente agradáveis, criando condições para uma produ-tividade acrescida com maior qualidade. O novo milénio trouxe à ADIRA novos desa-fi os de integração das novas tecnologias às já comprovadas tecnologias de base: a informá-tica, a automação, a electrónica e a robótica são áreas com enorme potencial de desen-volvimento onde a ADIRA está presente, com produtos cada vez mais complexos dirigidos a mercados altamente sofi sticados. Consideramos a qualidade e a efi cácia do nosso Serviço como decisivas para o nosso sucesso e, sobretudo, para o sucesso dos nossos Clientes. Procuramos e empregamos pessoas criativas, abertas a novos desafi os. Colocamos à sua disposição os meios que estimulam as suas capacidades, assim benefi ciando e melhorando a qualidade e a produtividade das nossas solu-ções. Refi ra-se, aliás, que já vem de longe a nos-sa colaboração com as instituições de ensino e investigação, portuguesas e estrangeiras. Temos formas adequadas de protecção do conhe-cimento – Patentes nacionais e internacionais.

    Os nossos produtos cumprem as regras inter-nacionais, em particular as de segurança – Di-rectiva Máquinas 98/37/CE.Preocupamo-nos com a viabilidade económi-ca dos equipamentos que produzimos e com a sua sustentabilidade ambiental.Actualmente, a ADIRA dispõe de duas unida-des industriais, no Porto e em Vila Nova de Gaia, três delegações próprias (França, Reino Unido e Argentina) e uma unidade de Service nos EUA.No último ano, o desempenho da economia mundial e as medidas de gestão internas leva-ram a que a ADIRA registasse um aumento do volume de vendas de perto de 16,84%, bem como um importante crescimento dos seus resultados, e temos, em curso, um Plano de Expansão e Crescimento faseado por etapas: da revisita da tecnologia do Produto – racio-nalização acrescida na modelação de compo-nentes, arquitecturas de base abertas e cada vez mais incorporação das novas tecnologias – à ampliação e reformulação das nossas ins-talações de VNG que se traduzirão na criação de um Centro Fabril de Excelência a replicar fora do país, de modo a criar um rede pluri-continental que nos aproxime ainda mais dos clientes e potencie a incorporação sinergética das vantagens competitivas de cada região no mundo onde estamos presentes. Traduz-se esta estratégia numa viragem co-mercial, dos mercados ocidentais tradicionais no nosso portfólio para os mercados emergen-tes que vêm ganhando cada vez mais peso nas nossas exportações e apraz-nos registar o apoio conseguido do QREN para os projectos de Internacionalização, para os de Inovação e para os de Investigação e Desenvolvimento, aguardando ainda resposta uma candidatura em co-promoção com INEGI para o desenvol-vimento de uma nova máquina “verde”. Missão: Ouvir os clientes e fornecer soluções inovadoras, customizadas e com efi ciência para corte e enformação de chapa, ao longo de todas as etapas/necessidades dos nos-sos clientes, garantindo-lhes competitividade mundial.Visão: Evoluir de “Leader Ibérico”, para uma estrutura multicontinental, a fi m de estar mais perto de cada um dos nossos clientes, e tirar partido das vantagens competitivas de cada delegação no mundo.

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  • INDÚSTRIA 25

    ColepCCL

    Investimento em inovaçãoA ColepCCL, empresa do Grupo RAR, foi constituída em 2004 como resultado da fusão entre a COLEP e as operações europeias da divisão de Custom Manufacturing da empresa canadiana CCL Industries Inc.

    AEsta fusão deu origem à mais importante em-presa europeia de outsourcing de produtos de cosmética, de farmacêutica de venda livre e de higiene pessoal e do lar, com forte pre-sença nos mercados de embalagens metáli-cas e plásticas. Em 2007, três anos após a operação de fusão, as vendas da empresa as-cenderam a 380 milhões de euros. Com seis unidades industriais, localizadas em Espanha, Alemanha, Polónia (2), Portugal e Reino Uni-do, a empresa conta com cerca de 2100 co-laboradores.Contrariamente ao conhecimento generaliza-do de que o fabrico de embalagens é a sua principal actividade, a maior área de negócio da empresa está relacionada com o outsour-cing de produtos de consumo para empre-sas líderes mundiais. Tendo como principais clientes a SC Jonhson, a Unilever, a Procter & Gamble, a Colgate Palmolive, a Beiersdorf e a COTY, entre outras, a empresa assegura o fornecimento integral de gamas completas de produtos de consumo, tais como desodo-rizantes, espuma e gel de barba, pasta dos dentes, produtos farmacêuticos de venda li-

    vre, etc. Com base apenas na fórmula do pro-duto, desenvolvida pelo cliente, a ColepCCL encarrega-se de todas as actividades logísti-cas e produtivas, em que o produto fi nal, com a marca dos seus clientes mas integralmente fabricado numa das suas unidades industriais, sai directamente da fábrica para o ponto de venda.A outra área de actividade da empresa é o fabrico de embalagens metálicas e plásticas. Nesta actividade, a empresa é líder do merca-do Ibérico de embalagens metálicas para fi ns industriais, nomeadamente tintas, vernizes e lubrifi cantes, operando duas unidades indus-trias na península. A empresa tem também ac-tividade relevante em nichos de mercado im-portantes como são as embalagens metálicas para bolachas e azeite, bem como embala-gens plásticas para utilização nos segmentos de higiene pessoal e limpeza doméstica.Ainda no segmento das embalagens metá-licas, a ColepCCL é um dos mais importan-tes fornecedores europeus de embalagens aerossol, dispondo para esse efeito de duas unidades industriais localizadas em Portugal

    e Polónia, o que lhe permite uma actividade à escala europeia.A ColepCCL tem um dos seus principais fac-tores de desenvolvimento no investimento em Inovação, tendo criado, em 2006, um Centro de Inovação na Alemanha. Este Centro tem como missão a condução de projectos de I&D e a concepção, desenvolvimento e prototipa-gem de novos produtos, quer ao nível da em-balagem quer ao nível do produto de consumo fi nal.Recentemente, a ColepCCL deu mais um passo no reforço da sua posição de liderança no mercado europeu, com o acordo celebrado para a aquisição da empresa alemã Czewo Full Filling Service GmbH, que, à semelhança da ColepCCL, opera na área do outsourcing de produtos de consumo para as principais marcas mundiais. Com esta aquisição, que está ainda pendente da aprovação da Auto-ridade da Concorrência da Alemanha, a Co-lepCCL passará a ter vendas de cerca de 520 milhões de euros e contará com 2800 colabo-radores e 9 unidades industriais, distribuídos por 5 países europeus.

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    METALÚRGICA LUSO-ITALIANA

    73 anos a preparar o futuroFoi em 1935, fruto do empreendedorismo de três emigrantes italianos, que nasceu a Metalúrgica Luso-Italiana, SA. Denominada então Sociedade Comercial Luso-Italiana, Lda., inicia a sua actividade, como aliás a sua designação social sugere, direccionada para a comercialização de artigos importados de Itália, especializando-se, por vocação dos seus fundadores, em artigos metálicos entre os quais se referenciam as torneiras

    CCedo percepcionaram inúmeras vantagens competitivas para a sua produção em Portu-gal. Entre outras e talvez a mais importante, a redução do preço de que benefi ciariam os seus artigos pela isenção das pesadas taxas alfandegárias em vigor na época.Dedicados os primeiros anos à consolidação da empresa e à recolha de indicadores co-merciais e industriais, nomeadamente no que concerne ao percepcionamento da qualidade e especialização da mão-de-obra nacional, iniciam-se em 1944 na actividade produtiva. Dá-se então início, de forma progressiva, à importação de “know-how” de origem italiana, adquirindo neste país equipamentos de pro-dução, então tecnologicamente inovadores, e promovendo a especialização na sua opera-cionalidade de técnicos nacionais.A empresa produz então, e a exemplo da gene-ralidade das empresas metalúrgicas da época, produtos tão diversos como esquentadores, caldeiras, torneiras e metalomecânica geral.Em 1948 adopta a actual designação social de Metalúrgica Luso-Italiana e cria a marca de torneiras Zenite, insígnia de prestígio que perdura até hoje e é detentora de um inegável currículo de inovação. Sob essa designação, a MLI orgulha-se de ser responsável pela in-

    trodução em Portugal das torneiras com cas-telo cerâmico, dos acabamentos lacados e de ser a primeira empresa nacional a produzir misturadoras monocomando.Em 2001, inicia uma nova fase no seu já longo percurso de actividade. Numa decisão estra-tégica, transfere a sua sede e unidade produ-tiva das instalações na Av. Marechal Gomes da Costa em Lisboa para a zona industrial da Arruda dos Vinhos, para instalações próprias, construídas de raiz, de acordo com as novas necessidades funcionais e ocupando uma área próxima dos 17.000 m2.Prosseguindo a senda iniciada pelos seus fundadores, os seus continuadores, supe-riormente orientados pelo seu Presidente do Conselho de Administração e detentor da to-talidade do seu capital social, António Sarai-va, a MLI, aplica muito do seu investimento em investigação, procurando assim incorpo-rar mais-valias nos artigos que disponibiliza, correspondendo desse modo às expectativas dos seus clientes e utilizadores.É, por essa via, que renovamos diariamente o nosso compromisso com o futuro.Globalização do mercado e avanço tecnológi-co são conceitos que conhecemos bem. Nes-te domínio somos confrontados, como toda a

    indústria, com novos e complexos desafi os tecnológicos e ambientais para os quais urge encontrar solução. Para lhe dar resposta, usa-mos todo o nosso conhecimento, acumulado ao longo destes mais de 70 anos de activi-dade. Mas não só: Estabelecemos parcerias técnicas com outros fabricantes europeus, de-senvolvemos novas soluções estéticas com a colaboração de designers nacionais e estran-geiros, recorremos à investigação tecnológica com a colaboração das nossas universida-des e contratualizamos acções de teste com os mais prestigiados laboratórios nacionais, dos quais destacamos o CATIM, bem como a certifi cação dos nossos artigos, através da CERTIF.

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  • 28 INDÚSTRIA

    SILAMPOS

    Novas ideias e conceitosEm anos como os que vivemos, de forte concorrência e instabilidade na arena mundial, para se manter competitiva e lucrativa, a SILAMPOS, com 57 anos de experiência no mercado, procura desenvolver novas ideias e conceitos de forma a reforçar a sua liderança

    AAo folhearmos as páginas da sua história deparamo-nos com vaidosos momentos de empreendedorismo e sucesso. Foi na déca-da de 60 com a produção da primeira panela de pressão em Portugal que a empresa con-seguiu o reconhecimento a nível nacional. Al-guns anos depois, a empresa especializou-se em louça de cozinha de aço inoxidável e nos anos 80 surgiu a oportunidade de aumentar a sua presença nos mercados à escala global. Dando uma maior importância aos negócios internacionais estreou-se nos palcos das grandes Feiras Profi ssionais Internacionais, a destacar a Feira Ambiente de Frankfurt, a principal para esta área de negócio, onde continua a marcar presença. Constituiu o grupo SILAMPOS em 2000, ao agregar as empresas inglesas Horwood Homewares e Kaufmann. O Grupo detém a propriedade das marcas portuguesas: SILAMPOS, Concepta SILAMPOS e Cook SILAMPOS, e inglesas: Stellar, Judge, Horwood e Kaufmann. Hoje, exporta um pou-co por todo o mundo: Espanha, Inglaterra, França, Rússia, Itália (entre outros na Euro-pa), Japão, Austrália, Hong Kong, Países do Médio Oriente e do Norte de África. Lidera o mercado nacional com a marca SILAMPOS e o mercado inglês com a marca Stellar.Reconhece como factores críticos de reno-vação e competitividade, as pessoas que trabalham na empresa. Para tal, apresenta uma fi losofi a de gestão muito orientada para a valorização e desenvolvimento de compe-tências dos seus colaboradores. Outra característica da marca e que a dife-rencia da sua concorrência é a constante aposta na inovação, nomeadamente na dife-renciação e qualidade dos produtos, assim como nos serviços que presta. A SILAMPOS tem evoluído no sentido de dar uma respos-ta mais fl exível, efi ciente e positiva aos ide-ais que a marca transmite, centrando-se no desenvolvimento de metodologias capazes

    de integrar, de forma adequada, sistemáti-ca e pró-activa, as actividades de design de produto e comunicação com as competên-cias técnicas de engenharia e de produção. Desta aposta num design diferenciador, re-sultam produtos funcionais, esteticamente apelativos e amigos do ambiente. A elevada performance dos seus produtos garantem rapidez durante a confecção dos alimen-tos, signifi cativas poupanças de energia e cozinhados saudáveis, respondendo desta

    forma às necessidades dos consumidores inclusive dos grandes Chefes de cozinha. O reconhecimento do mercado e a ênfase no design têm merecido atribuição de vários prémios por entidades ofi ciais. Tem como projectos comerciais em curso a expansão nos mercados de Leste da Euro-pa e Ásia. Uma decisão estratégica desa-fi ante na medida que implica o contacto com diferentes culturas, contextos económicos e sistemas empresariais.

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  • 30 INDÚSTRIA

    AIMMAP E CATIM ENVOLVIDAS NO PROJECTO CLEANPROD

    Projecto no âmbito do 6.o Programa Quadro

    Objectivos:Observar, ligar, coordenar e consolidar as acções de RTD na Europa, para suportar e inovar efectiva e eficiente-mente a produção sustentável de processos produtivos, através do uso de tecnologias inovadoras.

    OO projecto CleanProd, suportado pela União Europeia, é uma acção coordenada que con-solida as iniciativas de I & D por toda a Europa, de forma a atingir processos de produção mais inovadores e sustentáveis. O CleanProd tenta mudar a ideia de que processos mais limpos são implementados através de coacção e que limitam a competitividade das empresas.Lançado há dois anos, este projecto junta as competências complementares dos centros de pesquisa, peritos em inovação, associa-ções industriais e agências ambientais de 8 países (Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e Reino Unido).O CleanProd apresenta um especial enfoque nas seguintes três classes de processos, que pela sua importância, têm elevado impacto em vários sectores industriais (aeroespacial, automóvel, energia, agro-alimentar, etc.) e que requerem, cada vez mais, inovações para melhorar a sua sustentabilidade.

    Ambições do CleanProd

    As ambições/metas do projecto estão expres-sas nos seguintes 5 vectores:□ O “design” das Visões Europeias 2020, para o desenvolvimento sustentável de processos nos 3 sectores; □ Propor “roadmaps” de pesquisa, apontando para os tópicos que necessitam de ser coorde-nados ao nível da União Europeia, ao nível dos estados-membro e também a nível regional;□ Lançar o Observatório Europeu da Produ-ção Sustentável, que irá tornar-se no “depósi-to” europeu de conhecimento para as empre-sas industriais;

    □ Implementar uma primeira etapa de activi-dades coordenadas de I & D, baseada nas necessidades prioritárias e envolvendo asso-ciações e agências ambientais nacionais; □ Enriquecer a Plataforma Europeia de Tecnologia de Produção (European manu-facturing Technology Plantform) com uma dimensão sustentável através de um traba-lho de grupo permanente, capaz de compa-

    rar ideias com outros sectores de produção sustentável limpa.No âmbito deste projecto foi desenvolvi-do um portal web, com o nome Observa-tório Europeu para a Eco-Produção (www.ecomanufacturing,eu), com o objectivo de se tornar uma fonte de informação em rede entre todos os “stakeholders” do sector, incluindo as PME’s.

    Orientações definidas até 2020

    Classes de processos

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  • 32 INDÚSTRIA

    No passado dia 22 de Outubro, especialistas debateram as soluções para a actual crise da construção, no XI Encontro anual de promotores construtores que decorreu no Centro de Reuniões da FIL como abertura do Salão de Imobiliário de Lisboa

    OO evento, organizado pela Associação de In-dustriais da Construção de Edifícios (AICE), foi denominado “Construção, Projectar o futuro face á crise”, reunindo dois painéis de oradores sobre os temas ”Tendências do Marketing Imo-biliário” e “Repensar o Sector da Construção e do Imobiliário” Entre os oradores intervenientes, salientam-se os presidentes da Confederação da Indústria Portuguesa (Francisco van Zeller), Associação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliá-ria (José Eduardo Macedo) e da própria entida-de organizadora (Maria Teresa Ramos Pinto). O XI Encontro Anual dos Promotores Constru-tores, denominado “Construção, Projectar o fu-turo face á crise”, reuniu dois painéis de orado-res sobre os temas ”Tendências do Marketing

    Imobiliário” e “Repensar o Sector da Constru-ção e Imobiliário”. Entre os oradores interve-nientes vão estar, além da presidente da AICE, os presidentes da Confederação da Indústria Portuguesa (Francisco Van Zeller) e da Asso-ciação Portuguesa de Empresas de Mediação Imobiliária (José Eduardo Macedo).

    AICE contra estrangulamento Fiscal

    A AICE abriu a iniciativa com a intervenção da sua Presidente. Entre as soluções para a crise que foram apontadas por Teresa Ramos Pin-to, salientam-se a diminuição da carga fi scal exercida sobre a construção, actividade que já representa de acordo com o INE 11% do em-prego nacional.

    De acordo com a dirigente associativa, a taxa do IVA deve descer 5 % para todas as obras de reabilitação de edifícios, defendendo simul-taneamente a dedução em sede de IRS do in-vestimento em habitação. A primeira medida ajudaria a viabilizar a reabili-tação de edifícios degradados, estimulando si-multaneamente o mercado de arrendamento. No caso da dedução em IRS do investimento em habitação, está em jogo a acessibilidade da oferta de um bem tão essencial como a ha-bitação. “Embora o Orçamento de Estado 2009 (OE) não esteja ainda aprovado, já deu para perce-ber que há medidas importantes para o país que não vão ser contempladas”, afi rma a presi-dente da AICE, Maria Teresa Ramos Pinto.

    CONSTRUÇÃO

    CIP DEFENDE APOIOS GOVERNAMENTAIS AOS CONSTRUTORES

    AICE realiza encontro de especialistas para debater soluções para a crise na construção

  • INDÚSTRIA 33

    CONSTRUÇÃO

    Entre essas medidas, destaca-se a diminuição da carga fiscal exercida sobre a construção. De acordo com a dirigente associativa, a taxa do IVA deve descer cinco por cento para todas as obras de reabilitação de edifícios, com vista a viabilizar a reabilitação de edifícios degrada-dos, estimulando o mercado de arrendamento. “A lei do arrendamento não é exequível neste momento, nem dá garantias às pessoas que investem. A única certeza que as pessoas têm é que o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) vai continuar a aumentar”, refere Teresa Ra-mos Pinto.A par desta medida, a AICE defende a dedução em sede de IRS do investimento em habitação. Neste caso, segundo a presidente, está em “jogo a acessibilidade da oferta de um bem tão essencial como a habitação”, já que “pequenos incentivos passariam a melhorar as condições de acesso à habitação e a tornar as empresas mais competitivas”.A AICE defende ainda o alargamento do pra-zo de não sujeição de IMI em mais dois anos. No OE 2009, está previsto um período de três anos em que as empresas não estão sujeitas ao pagamento do IMI, mas a AICE considera este tempo insuficiente e pretende que ele seja alargado a cinco anos.Juntamente com o aumento do prazo de não sujeição ao IMI, a AICE quer a isenção do Im-posto Municipal Sobre as Transmissões One-rosas de Imóveis (IMT) nos terrenos, quando as empresas os incorporem em edifícios para venda. “Quando as pessoas vão comprar um imóvel, o IMT está a ser pago duas vezes: primeiro quando a empresa adquire o terreno e depois quando o consumidor o compra. Há uma dupla tributação que não devia existir. As empresas não deviam pagar o IMT, apenas os consumidores”, esclarece Maria Teresa Ramos Pinto. A Presidente da AICE focou também a necessidade de diminuição da burocracia, uma das responsáveis pelo atraso do país e pelo encarecimento do preço dos terrenos, principal matéria-prima da construção.

    CIP defende apoios à construção e mercado de arrendamento

    O Presidente da CIP defendeu a necessidade de maiores apoios à constr