eficiencia portuaria

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................2 2 PORTOS................................................3 2.1 PORTOS NO COMÉRCIO BRASILEIRO....................4 2.2 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO NACIONAL 5 2.3 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO EXTERIOR 6 3 PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS.........................9 3.1 PORTO DE SANTOS...................................11 3.2 PORTO DE ITAGUAÍ..................................12 3.3 PORTO DE PARANAGUÁ................................13 3.4 PORTO DE MANAUS...................................14 3.5 PORTO DE PORTO VELHO..............................15 3.6 PORTO DE SANTANA..................................15 3.7 PORTO DE SANTARÉM.................................16 4 NAVEGAÇÃO INTERIOR NO BRASIL.........................17 5 PRINCIPAIS GARGALOS..................................17 6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA PORTUÁRIA.........19 6.1 FRONTEIRAS ESTOCÁSTICAS...........................20 6.2 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS.......................20 6.3 APLICAÇÃO.........................................20 7 CONCLUSÃO............................................21 8 REFERÊNCIAS..........................................22

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Page 1: EFICIENCIA PORTUARIA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................2

2 PORTOS.....................................................................................................3

2.1 PORTOS NO COMÉRCIO BRASILEIRO.............................................4

2.2 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO

NACIONAL 5

2.3 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO

EXTERIOR 6

3 PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS.......................................................9

3.1 PORTO DE SANTOS.........................................................................11

3.2 PORTO DE ITAGUAÍ..........................................................................12

3.3 PORTO DE PARANAGUÁ..................................................................13

3.4 PORTO DE MANAUS.........................................................................14

3.5 PORTO DE PORTO VELHO..............................................................15

3.6 PORTO DE SANTANA.......................................................................15

3.7 PORTO DE SANTARÉM....................................................................16

4 NAVEGAÇÃO INTERIOR NO BRASIL.....................................................17

5 PRINCIPAIS GARGALOS.........................................................................17

6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA PORTUÁRIA....................19

6.1 FRONTEIRAS ESTOCÁSTICAS........................................................20

6.2 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS.................................................20

6.3 APLICAÇÃO.......................................................................................20

7 CONCLUSÃO............................................................................................21

8 REFERÊNCIAS.........................................................................................22

Page 2: EFICIENCIA PORTUARIA

2

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que o principal meio para o comércio entre países é o transporte

marítimo. A principal estrutura que possibilita este tipo de transporte é o porto. Para

Falcão e Correia (2012), os portos são a porta de entrada e saída de mercadorias e

passageiros, servindo de abrigo e ancoradouro para embarcações, além de

possuírem instalações necessárias para o embarque e desembarque.

Os portos são um importante elo da cadeia logística e são capazes de

promover o desenvolvimento de toda uma região e até mesmo de um país. Para que

ocorra tal desenvolvimento, é necessário que haja a preocupação com custos e com

a eficiência portuária, de forma a tornar os produtos nacionais competitivos no

mercado.

Ainda que o sistema portuário brasileiro esteja se modificando, principalmente

após a criação da Lei de Modernização dos Portos (Lei nº 8630/93), o país ainda

carece de melhorias no setor. Segundo a Pesquisa da CNT, no Relatório de

Competitividade Global 2012/2013 do Fórum Econômico Mundial avaliou-se a

qualidade da infraestrutura portuária de 144 países, sendo que o Brasil ficou na 135ª

posição, como mostra o gráfico a seguir (Figura 1).

Figura 1: Avaliação da qualidade da infraestrutura portuária. Fonte: CNT, 2012.

Esta posição ocupada pelo Brasil se deve aos inúmeros gargalos do sistema

portuário do país. Entre eles estão: a dificuldade de acessos rodoviários e

ferroviários aos portos, a baixa disponibilidade de terminais marítimos

especializados e o alto tempo médio de espera de navios (CNT, 2012).

Page 3: EFICIENCIA PORTUARIA

3

Para que se reduzam os gargalos existentes e se otimize os custos e

atividades portuárias, é necessário um estudo de eficiência, de forma a garantir

maior competitividade aos portos brasileiros. Para este estudo, foram desenvolvidas

técnicas de avaliação de eficiência portuária, sendo a Análise Envoltória de Dados e

Fronteiras Estocásticas as principais.

2 PORTOS

Os portos podem ser definidos como pontos de integração entre os modais

terrestre e marítimo, com a função adicional de amortecer o impacto do fluxo de

cargas no sistema viário local, através de armazenagem e da distribuição física

(RODRIGUES, 2003). E também considerados como a porta de entrada e saída de

mercadorias e passageiros, servindo de abrigo para embarcações, e também possui

instalações necessárias para o embarque e desembarque de cargas e passageiros.

Silva (2010) destaca como as principais funções dos portos: Prover

facilidades adequadas e eficientes para o escoamento das cargas; Promover acesso

marítimo adequado aos navios visando atender ao mais eficiente ciclo operacional

dos mesmos; Garantir a segurança dos navios no acesso e na saída, no interior da

bacia portuária bem como a segurança da vida dentro dos limites do porto; Garantir

adequada e eficiente proteção ao meio

Segundo Gonzalez e Trujillo (2008) os portos tem um importante papel na

cadeia logística, sendo assim o nível de eficiência portuária influencia,

enormemente, a competitividade de um país, por conseguinte uma alta eficiência

portuária conduz a baixas tarifas de exportações que, por sua vez, favorecem a

competitividade dos produtos nacionais em mercados internacionais. A fim de

manter uma posição de competidor no mercado internacional, os países precisam

trabalhar nos fatores que influenciam a eficiência de seus portos.

Figueiredo (2001) coloca que um porto eficiente deve minimizar a

permanência do navio, ou seja, a soma da atracação, tempo de operação e

liberação do navio. A eficiência portuária seria avaliada ainda de acordo com o

desempenho operacional, a infraestrutura existente e o grau de segurança vinculado

à operação. O que ocorre, no geral, é a utilização de indicadores de desempenho

para tentar mensurá-la, destacando-se o número de movimentos por navio por hora

e o número de movimentos por área total do terminal. Acarretando assim em uma

Page 4: EFICIENCIA PORTUARIA

4

visão parcial da eficiência da operação e perdendo a visão geral logística, afetando a

produtividade global.

Para melhoria da capacidade portuária estariam envolvidas variáveis como

áreas disponíveis para armazenamento de carga, produtividade dos equipamentos

de movimentação, capacidade dos acessos terrestres e marítimos, assim como o

calado do cais de atracação, que determina o padrão de utilização dos navios. Ao

alcançar limites físicos de área disponível, recursos deveriam ser transferidos para

equipamentos e sistemas e deveria ocorrer uma integração operacional,

aumentando a eficiência e a produtividade. (MARCHETTI & PASTORI, 2007 apud

FALCÃO, 2012).

2.1 PORTOS NO COMÉRCIO BRASILEIRO

A intensificação do comércio mundial exigiu profundas modificações no setor

portuário global e demandou um intenso processo de modernização. Com 90% de

seu comércio realizado por portos, a participação do Brasil nos fluxos econômicos

mundiais depende, em grande medida, de sua infraestrutura e logística. Para

manter-se competitivo, o setor portuário brasileiro tem como desafio o aumento de

sua eficiência, a redução dos custos operacionais e o gerenciamento ambiental

responsável.

Em 2001, foi criada a Agência Nacional de Transportes Aquaviários e tem por

objetivo principal regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de

serviços de transportes aquaviários e de exploração da infra-estrutura portuária,

para garantir a movimentação de pessoas e bens dentro dos padrões de segurança,

conforto, regularidade, pontualidade e modicidade nos fretes e tarifas. Em maio de

2007 foi criada a Secretaria Especial de Portos visando colocar os portos brasileiros

no mesmo patamar dos portos mais modernos e eficientes do planeta.

O sistema portuário brasileiro é composto de 37 portos públicos, entre

marítimos e fluviais. Desse total, 18 são delegados, concedidos ou têm sua

operação autorizada por governos estaduais e municipais. Existem ainda 130

terminais de uso privativo.

Page 5: EFICIENCIA PORTUARIA

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2.2 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO NACIONAL

Falta ao Brasil um conhecimento amplo do sistema hidroviário nacional para a

elaboração de projetos consistentes que permitam a completa utilização do potencial

navegável do país. É de fundamental importância conhecer as condições de

navegabilidade, a demanda de cargas e as especificidades de cada rio que compõe

uma das maiores redes hidrográficas do planeta.

Utilizar o potencial navegável dos rios brasileiros contribui para o

fortalecimento da nossa economia, uma vez que o modal hidroviário apresenta

menores custos de frete, aumentando assim a competitividade dos produtos

nacionais no mercado mundial. Além disso, o sistema hidroviário alavanca o

desenvolvimento sustentável, aumentando a segurança no transporte, reduzindo o

consumo de combustíveis e a consequente emissão de gases do efeito estufa.

Dos quase 42 mil quilômetros de vias navegáveis existentes no Brasil, menos

de 21 mil quilômetros são economicamente aproveitados. O transporte de cargas na

navegação interior responde por apenas 1% do volume movimentado no país. O

desperdício de todo esse potencial é reflexo da falta de planejamento, dos baixos

níveis de investimentos públicos e de entraves regulatórios e institucionais.

Tendo em vista a necessidade de melhor aproveitamento brasileiro do

transporte marítimo, estatísticas apontam que a movimentação de mercadorias por

meio da navegação de cobotagem vem aumentando ao longo dos últimos anos,

porém ainda com grande potencial de crescimento.

No ano de 2011, o transporte de cargas por meio da navegação de

cabotagem movimentou 193,5 milhões de toneladas, o que representa um

crescimento de 18,3% com relação ao ano de 2006, quando foram movimentados

163,5 milhões de toneladas. Essa tendência de crescimento é positiva para o setor

de transportes, porque promove maior competitividade, balanceamento da matriz de

transportes e descongestionamento de algumas rotas que podem contribuir para

redução dos custos finais dos produtos.

Page 6: EFICIENCIA PORTUARIA

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2.3 IMPORTÂNCIA DOS PORTOS BRASILEIROS NO COMÉRCIO EXTERIOR

O comércio internacional é importante para a economia dos países, sejam

eles desenvolvidos ou em desenvolvimento. A abertura comercial permite que

produtores locais explorem outros mercados, impulsionando a produção interna, por

meio das exportações. Enquanto isso, a possibilidade de importação aumenta a

oferta de produtos para o consumo interno e favorece a concorrência e as inovações

tecnológicas.

O comércio internacional incentiva a alocação ótima dos fatores de produção

nos países. Isso porque as trocas permitem que os países se especializem na

produção de bens e serviços em que são mais eficientes sem, entretanto, deixar de

consumir os demais bens. Dessa forma, os custos de produção são reduzidos, a

produção e o consumo são maximizados. Além disso, estudos de Fukuda e Toya,

1993 apontam que o comércio internacional aumenta a utilização da capacidade

produtiva, os níveis de investimento e traz melhorias tecnológicas. Outra vantagem

das trocas internacionais é a possibilidade de ganhos de escala originados de um

maior mercado consumidor.

O transporte marítimo é o modal mais importante para o comércio exterior

brasileiro. A importância do transporte marítimo vem aumentando nos últimos anos,

principalmente quando considerado o valor das mercadorias – US$ FOB (Free On

Board). O Gráfico 1 apresenta a evolução da participação do modal na corrente de

comércio exterior brasileira considerando apenas os modais marítimo, fluvial,

rodoviário, aéreo, e ferroviário. Em termos monetários, em 1997, o transporte

marítimo era responsável pela movimentação de 73% da corrente de comércio

exterior. Atualmente, a participação é de 90,2%.

Page 7: EFICIENCIA PORTUARIA

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Gráfico 1: Participação modal na corrente de comércio exterior – US$ FOB. Fonte: Pesquisa CNT do transporte marítimo, 2012.

No que se refere às importações, o modal marítimo respondeu por 75,8% dos

valores movimentados em 2011. Já quando consideradas as exportações em 2011,

pode-se observar pelo Gráfico 2, que em termos monetários, a participação é de

84,3%.

Page 8: EFICIENCIA PORTUARIA

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Gráfico 2 - Exportações: total e via portos (US$ FOB). Fonte: Pesquisa CNT do transporte marítimo, 2012.

A pequena participação das outras modalidades de transporte na

movimentação internacional de cargas é por causa das características dos produtos

e dos próprios modais. Por exemplo, segundo dados da pesquisa CNT do transporte

marítimo, 2012, o modal aéreo, é responsável pelo transporte de 4,5% das

exportações em termos monetários, é o mais rápido e não tem sua atuação restrita

aos países limítrofes, mas possui alto custo e restrições volumétricas. Já o modo

rodoviário, que transporta 7,1% das exportações (em US$ FOB), está limitado tanto

pelo volume quanto pela abrangência de atuação. O modo ferroviário, que

movimenta 0,2% das exportações em termos de valor, apesar de apresentar grande

capacidade volumétrica, apresenta restrições de abrangência geográfica e necessita

de conexão entre as malhas férreas nacionais e estrangeiras para que o transporte

possa ocorrer.

Portanto, pode-se dizer que o transporte marítimo possui vantagens

comparativas em relação aos outros modais no que se refere ao transporte

internacional de cargas. Podendo-se destacar o fato de o modal ser bastante flexível

quanto ao tipo de carga, ter capacidade de operar por longas distâncias, necessitar

de um menor consumo de combustíveis e emitir uma menor quantidade de

poluentes, e apresentar capacidade para grandes volumes de carga. Esta última

característica torna o transporte marítimo mais competitivo por permitir ganhos de

escala.

Page 9: EFICIENCIA PORTUARIA

9

3 PRINCIPAIS PORTOS BRASILEIROS

Segundo a Pesquisa do Transporte Marítimo de 2012 realizada pela

Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Brasil possui uma faixa litorânea

com 7.367 km de extensão linear, o que pode conferir um enorme potencial para a

utilização do transporte marítimo de cargas e passageiros. Com relação à economia

nacional, no ano de 2011, 95,9% do total exportado e 88,7% das importações foram

feitas pelos portos. Nesse contexto, os portos são fundamentais para a inserção de

um país no mercado internacional e, conseqüentemente, para o desenvolvimento

econômico.

Os avanços do transporte marítimo podem reduzir a distância entre os centros

produtores e consumidores e viabilizaram uma maior especialização das economias.

Com isso, os mercados podem se tornar mais eficientes e as trocas mais rentáveis.

De acordo com a mesma pesquisa, o Sistema Portuário Marítimo Brasileiro é

composto por 34 portos públicos1 organizados que estão representados na figura

abaixo:

1 Destinados ao atendimento dos usuários que solicitam o serviço marítimo, de maneira isonômica, com a obrigação da prática de tarifas módicas. Não há restrição com relação ao volume e tipo de carga a ser movimentada, desde que o porto seja dotado de condições técnicas e operacionais para o atendimento.

Page 10: EFICIENCIA PORTUARIA

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Figura 2: 34 PORTOS PÚBLICOS MARÍTMOS. Fonte: CNT.

Onde:

16 são delegados, concedidos ou administrados por governos

estaduais ou municipais;

18 são administrados pelas Companhias Docas.

O sistema portuário conta também com 130 terminais de uso privativo2

(TUPs), alguns representados na figura a seguir, dos quais 73 apresentaram

movimentação marítima no ano de 2011.

2 Podem ser utilizados para movimentação de cargas próprias, para uso misto (Decreto n.º 6.620/084), para movimentação de passageiros em instalação portuária de turismo (Lei n.º 11.314/06) e como estação de transbordo de cargas (Lei n.º 11.518/07). Sendo necessária a autorização da União, por parte da Antaq, para construção e exploração dos terminais.

Page 11: EFICIENCIA PORTUARIA

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Figura 3: TERMINAIS DE USO PRIVATIVO. Fonte: CNT.

Em 2011, 13 portos organizados responderam por 90% da carga transportada

por instalações portuárias. Considerando-se apenas os dados de movimentação de

cargas dos respectivos portos públicos, não sendo computada a movimentação dos

terminais de uso privativo: Santos, Itaguaí, Paranaguá, Rio Grande, Vila do Conde,

Itaqui, Suape, São Francisco do Sul, Vitória, Rio de Janeiro, Aratu, Itajaí e Fortaleza

(Pesquisa do Transporte Marítimo de 2012).

De acordo com a representatividade de alguns portos organizados3 em

relação a toda a movimentação no Brasil, nos próximos tópicos serão apresentados

os mais relevantes considerados pelo grupo (observando a Pesquisa do Transporte

Marítimo de 2012 da CNT).

3.1 PORTO DE SANTOS

Possui uma área de aproximadamente 7,7 milhões de m², faz parte da Região

Metropolitana da Baixada Santista no litoral do estado de São Paulo e é

administrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Suas instalações possuem 13 km de extensão de cais, 53 berços públicos e

11 privados. A capacidade de armazenamento do porto é de, aproximadamente, 700

3 Todos aqueles que tenham sido melhorados ou aparelhados, atendendo às necessidades da navegação, da movimentação e guarda de mercadorias e cujo tráfego se realiza sob a direção de uma administração do porto (http://www.icimnet.com.br/Servicos/Dicionario/dic_P.html.)

Page 12: EFICIENCIA PORTUARIA

12

mil m3 para granéis líquidos, armazéns para acondicionar mais de 2,5 milhões de

toneladas de granéis sólidos e área de pátio de mais de 981 mil m².

O porto movimentou 86,0 milhões de toneladas (37,8 milhões de granéis

sólidos, 12,8 milhões de granéis líquidos e 35,4 milhões de toneladas de carga

geral), no ano de 2011. O que representou 27,8% de toda a movimentação dos

portos organizados no Brasil, que atingiu 309,0 milhões de toneladas.

Gráfico 3: Movimentação de cargas no porto de Santos. Fonte: CNT.

3.2 PORTO DE ITAGUAÍ

O porto de Itaguaí possui área de 7,4 milhões de m²e localiza-se na Baía de

Sepetiba, em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro sendo administrado pela

Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ).

Em 2011, o porto movimentou 58,1 milhões de toneladas (55,4 milhões de

toneladas de granéis sólidos e 2,7 milhões de toneladas de carga geral), o que

representa 18,8% de toda a movimentação dos portos organizados no Brasil.

No que diz respeito ao tipo de navegação, foram movimentados 57,5 milhões

de toneladas por meio da navegação de longo curso (22,4% do total de carga

movimentada nos portos organizados por esse tipo de navegação) e 0,6 milhões de

toneladas pela navegação de cabotagem (1,5% do total da cabotagem nos portos

organizados). Em relação ao sentido da movimentação da carga, 4,9 milhões de

toneladas (8,5% do total movimentado) desembarcaram no porto, enquanto foram

embarcados 53,2 milhões de toneladas (91,5% do total movimentado).

Page 13: EFICIENCIA PORTUARIA

13

Gráfico 4: Movimentação de cargas no porto de Itaguaí. Fonte: CNT.

3.3 PORTO DE PARANAGUÁ

O porto possui área de 2,3 milhões de m² e localiza-se em Paranaguá, no

estado do Paraná, sendo administrado pelo próprio Estado, por meio da

Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Suas instalações possuem 2,8 quilômetros de extensão de cais, contando

com 20 berços. A capacidade de armazenamento do porto é de, aproximadamente,

540 mil m3 de granéis líquidos, com disponibilidade de armazéns para acondicionar

mais de 1,4 milhões de toneladas de granéis sólidos e área de pátio de 538,4 mil m².

No ano de 2011, o porto movimentou 37,4 milhões de toneladas (26,7 milhões

de toneladas de granéis sólidos, 2,5 milhões de toneladas de granéis líquidos e 8,2

milhões de toneladas de carga geral), o que representa 12,1% de toda a

movimentação dos portos organizados no Brasil.

Quanto ao tipo de navegação, foram movimentados 35,1 milhões de

toneladas por meio da navegação de longo curso (13,7% do total de carga

movimentada nos portos organizados por esse tipo de navegação) e 2,3 milhões de

toneladas pela navegação de cabotagem (5,4% do total da cabotagem nos portos

organizados). Em relação ao sentido da movimentação da carga, 12,8 milhões de

toneladas (34,2% do total movimentado) desembarcaram no porto, enquanto foram

embarcados 24,6 milhões de toneladas (65,8% do total movimentado).

Page 14: EFICIENCIA PORTUARIA

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Gráfico 5: Movimentação de cargas no porto de Paranaguá. Fonte: CNT.

Os principais portos para navegação interior, segundo a CNT na Pesquisa da

Navegação Interior 2013, serão citados nos próximos tópicos.

3.4 PORTO DE MANAUS

O porto, de acordo com a Pesquisa da Navegação Interior 2013 é localizado

no centro comercial da capital do Estado do Amazonas, Manaus, situado à margem

esquerda do rio Negro e a 13 km possui uma área de aproximadamente 94,4 mil m²,

dos quais 16,8 mil m² são de área flutuante (a maior área flutuante do mundo). A

administração desse porto é realizada pelo governo do Estado do Amazonas por

meio da Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias (SNPH).

Gráfico 6: Movimentação total de cargas no porto de Manaus por sentido. Fonte: CNT.

Page 15: EFICIENCIA PORTUARIA

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3.5 PORTO DE PORTO VELHO

Está localizado próximo do Estado do Rondônia, Porto Velho. Tem um

importante papel no escoamento da produção local e dos Estados vizinhos. Um dos

fatores para a relevância desse porto para o desenvolvimento econômico da região,

é o fato de sua área ser plenamente alfandegada, o que possibilitaria a realização de

operações de exportação (Pesquisa da Navegação Interior 2013).

Gráfico 7: Movimentação total de cargas no porto de Porto Velho por sentido. Fonte: CNT.

3.6 PORTO DE SANTANA

Sua localização permite fácil acesso aos portos de outros continentes. Ele

está localizado a 18 km da capital do Estado do Amapá, Macapá. Esse porto é a

principal rota por via marítima, para entrada e saída da região Amazônica. O canal

de acesso ao porto possui 12 metros de profundidade. E é administrado pela

Companhia de Docas de Santana (Pesquisa da Navegação Interior 2013).

Page 16: EFICIENCIA PORTUARIA

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Gráfico 8: Movimentação total de cargas no porto de Santana por sentido. Fonte: CNT.

3.7 PORTO DE SANTARÉM

Está localizado à margem direita do rio Tapajós. Possui a capacidade de

receber navios de até 18.000 toneladas de porte bruto, dispondo de uma extensão

acostável de 520 metros, além de um cais marginal para o atendimento a pequenas

embarcações. A profundidade do cais do porto, ao longo do ano, varia de 13,3

metros, na época de estiagem, a 18 metros, no período de cheia. Contudo, o acesso

de alguns navios da navegação de longo curso é limitado pela profundidade do

canal de acesso na barra norte do rio Amazonas, que é de 11,5 metros (CNT 2013).

Gráfico 9: Movimentação total de cargas no porto de Santarém por sentido. Fonte: CNT.

4 NAVEGAÇÃO INTERIOR NO BRASIL

Page 17: EFICIENCIA PORTUARIA

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De acordo com CNT na Pesquisa da Navegação Interior 2013, no Brasil,

como mencionado anteriormente, existem aproximadamente 42 mil quilômetros de

vias navegáveis e menos de 21 mil quilômetros são economicamente aproveitados.

O país possui uma extensa rede de rios, mas ainda não prioriza a navegação como

via de escoamento da produção.

O transporte de cargas na navegação interior responde por apenas 1% do

volume movimentado no país. O desperdício de todo esse potencial é reflexo da

falta de planejamento, dos baixos níveis de investimentos públicos e de entraves

regulatórios e institucionais. A utilização do transporte hidroviário, representa cerca

de 7% da carga transportada no país.

Os custos de investimento da navegação interior são elevados (custo da

embarcação, custo operacional e custo da viagem), por isso a movimentação de

pequenas tonelagens, geralmente, não é viável, pelo custo elevado. Sendo

fundamental a escala para que os custos do transporte sejam divididos pela lotação

da embarcação.

5 PRINCIPAIS GARGALOS

Segundo a CNT (2012 e 2013) os principais gargalos do sistema portuário do

Brasil são:

Especificidades entre as embarcações que atuam na navegação interior: a falta de diferenciação das especificidades e da prática da navegação

interior, como meio de transporte interno, dotado de embarcações exclusivas para

essa finalidade. Muitas vezes a navegação interior é realizada por embarcações

projetadas para navegação marítima. Algumas regiões sofrem grandes variações

devido ao ciclo hidrológico, por isso é importante que seja realizada uma revisão e

atualização da relação descritiva dos rios brasileiros (uma vez que o documento que

possui esse detalhamento, o Plano Nacional de Viação, é datado de 1970). Torna-se

também necessário um detalhamento do tipo de carga que circula nesses rios as

exigências quanto à proteção ambiental, as normas de tráfego, segurança e a

formação dos tripulantes;

Page 18: EFICIENCIA PORTUARIA

18

Dificuldade de financiamento das embarcações: é o acesso ao

crédito para financiamento de embarcações e o excesso de burocracia dos órgãos

financiadores o dificulta;

Burocracia e quantidade de órgãos envolvidos: a significativa

quantidade de órgãos, associada com a falta de clareza sobre a esfera de atuação e

responsabilidades de cada ente, resulta em lacunas de atuações e, em alguns

casos, até mesmo na sobreposição de papéis;

Dificuldades na obtenção de licenças ambientais: existem grandes

divergências entre os agentes e na própria base legal, quanto ao licenciamento

ambiental das vias navegáveis. Apesar das diversas normas existentes, faltam

definições claras e precisas do objeto das licenças, bem como dos conceitos

técnicos relacionados ao tema. Algumas destas indefinições têm impactado

negativamente na obtenção das licenças, sobretudo no que se refere à agilidade do

processo;

Discussões com o setor elétrico e dimensionamento das eclusas: ausência de simultaneidade entre os diversos segmentos que utilizam os recursos

hídricos brasileiros, sobretudo entre os empreendimentos de geração de energia e a

navegação, devido à falta de articulação e integração dos planejamentos, que são

executados apenas setorialmente. O principal conflito decorre da construção de

empreendimentos hidrelétricos sem as obras de transposição desses barramentos

(as eclusas), o que resulta na redução ou impossibilidade de navegação;

Excesso de tributos e tarifas: geralmente compõe o preço final dos

produtos. São impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios. Um dos

problemas da estrutura tributária brasileira é sua complexidade. Além da quantidade

de tributos, a maioria indireta, em muitos casos há acumulação dos mesmos. O

resultado desse sistema é uma grande carga tributária, burocracia e maior custo de

produção nacional;

Qualificação da mão de obra: a escassez de pessoal qualificado em

determinadas atividades pode ser caracterizada como uma situação de monopólio

privado não regulado. O contingenciamento de recursos, aliado ao reduzido número

de instituições de capacitação, gera uma deficiência na quantidade de profissionais

para atenderão setor. Tal fato favorece a imposição de preços superiores;

Page 19: EFICIENCIA PORTUARIA

19

Infraestrutura portuária e de acesso: a dificuldade de acessos

rodoviários e ferroviários aos portos, a baixa disponibilidade de terminais marítimos

especializados e o alto tempo médio de espera de navios.

6 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA PORTUÁRIA

O transporte aquaviário é de extrema importância para o equilíbrio da matriz

de transportes do Brasil. No entanto, para que a navegação funcione de forma mais

eficiente, esse modo precisa se tornar mais atrativo e competitivo, de forma que a

confiabilidade no sistema aumente e os custos diminuam. Para isso ocorrer, deve-se

investir nos portos já existentes, de forma a melhorar o aproveitamento dos mesmos,

e também investir na construção de novos terminais.

Estes investimentos devem ser baseados em estudos de eficiência, que

indicam os principais gargalos dos portos e possibilitam a comparação com outros

portos concorrentes.

Para o estudo da eficiência, analisam-se algumas informações a respeito do

porto. São elas:

Quantidade de carga manipulada diariamente;

Número de clientes por semana;

Recursos necessários para a realização de atividades (funcionários,

máquinas, superfície, etc.);

Quantidade de carga movimentada por empregado;

Custo de movimentação de cada tonelada de carga;

Quantidade de carga por empregado ou por máquina comparada ao

ano anterior;

Comparação com concorrentes;

Satisfação dos clientes.

As técnicas para medir a eficiência dos portos estão evoluindo bastante

devido ao aumento da procura por dados mais confiáveis. Como as operações

portuárias são muito heterogêneas e complexas, há certa dificuldade em utilizar

ferramentas analíticas como método de avaliação. Desta forma, procura-se focar a

análise em uma única atividade.

Page 20: EFICIENCIA PORTUARIA

20

As duas principais metodologias utilizadas na avaliação de eficiência portuária

são: Análise de Envoltória de Dados, que avalia a eficiência relativa dos portos, e

Fronteiras Estocásticas, que consideram a eficiência técnica e econômica dos

portos.

6.1 FRONTEIRAS ESTOCÁSTICAS

Esta metodologia consiste na comparação do desempenho dos portos com

parâmetros técnicos e normalizados. Para Falcão e Correia (2012), a principal

desvantagem deste método é a necessidade de um grande número de dados de

difícil acesso, além de problemas com as definições dos insumos e produtos das

atividades dos portos.

6.2 ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS

Esta é uma técnica baseada em programação linear, e é bastante flexível com

relação a sistemas com diversos insumos e produtos. Este método não apresenta

coeficientes, e quanto menor a amostra, melhores são as interpretações feitas. No

entanto, há necessidade de escolher uma amostra correlacionada para obter

informações mais precisas (Falcão e Correia, 2012).

Esta técnica mede o desempenho relativo dos portos. Assim, os resultados

obtidos são comparados entre si para posterior classificação.

Igualmente ao método de Fronteiras Estocásticas, a principal deficiência da

Análise Envoltória de Dados é a necessidade de um grande número de dados de

difícil acesso.

Em geral, este método é mais utilizado em trabalhos de análise de eficiência

portuária. Isto se deve à maior facilidade de obtenção de dados e à possibilidade de

analisar múltiplos insumos e produtos.

6.3 APLICAÇÃO

Bertoloto e Mello (2011), no artigo “Eficiência de portos e terminais privativos

brasileiros com características distintas”, fizeram uma análise de eficiência portuária

Page 21: EFICIENCIA PORTUARIA

21

utilizando o método da Análise Envoltória de Dados. Neste estudo, foram avaliados

48 diferentes portos e terminais no período de 2007 a 2009.

Como insumos (inputs) foram utilizados a extensão total dos berços (em

metros) e o calado máximo (em metros) dos portos considerados. E como produtos

(outputs) considerou-se o volume total de cargas movimentadas (em toneladas). Os

dados utilizados foram coletados no site da Agência Nacional de Transporte

Aquaviário (ANTAQ) e nos sites dos próprios portos analisados.

Inputs, como por exemplo, a área do porto destinada a armazenagem de

cargas e o número de equipamentos utilizados na movimentação de cargas e

outputs, como a movimentação total de embarcações, poderiam ter sido utilizados

no estudo, porém não havia informações oficiais, de forma que não foram utilizados.

Os portos foram divididos de acordo com o tipo de carga: Carga Geral, Granel

Líquido, Granel Sólido e Misto. O critério utilizado foi: um porto ou terminal é

considerado como de carga específica (Carga Geral, Granel Líquido ou Granel

Sólido) caso 60% ou mais do volume total movimentado no porto fosse de uma

natureza de carga específica. Caso contrário, o porto é considerado Misto.

Após a aplicação dos métodos da Análise Envoltória de Dados, alguns

resultados obtidos foram: em relação à Carga Geral, os mais eficientes foram: o

terminal da Braskarne 2007 (Seara Alimentos S.A.), o porto do Rio de Janeiro 2007,

e o terminal da Portocel 2007. Em relação ao Granel Sólido, 8 terminais e portos

foram considerados eficientes. Um exemplo é o terminal Tubarão 2007 (VALE).

Page 22: EFICIENCIA PORTUARIA

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7 CONCLUSÃO

O Brasil é considerado um país emergente, que vem crescendo e se

destacando cada vez mais no cenário econômico mundial. Dotar o país de um

sistema de transportes eficiente, é condição essencial para o seu desenvolvimento.

No entanto, o Brasil ainda possui diversas limitações ao seu crescimento, muito

devido à falta de investimentos em infraestrutura, à falta de planejamento e ao

excesso de entraves regulatórias e institucionais.

No caso do transporte hidroviário, por exemplo, o país possui um grande

potencial que não é aproveitado ou não é utilizado de maneira eficiente.Os portos,

principal meio de conexão entre os modais terrestres e aquaviários, carecem de

investimentos e planejamento.

Para se buscar melhoras no sistema portuário, é necessário identificar os

pontos positivos e negativos de cada um, de forma a tornar o mercado brasileiro

mais competitivo. Os estudos de eficiência surgem, neste contexto, para auxiliar na

otimização dos custos e atividades portuárias.

Os métodos de avaliação de eficiência citados neste trabalho são os

principais utilizados para portos. A Fronteira Estocástica apresenta como vantagem

o fato de comparar os resultados dos portos considerados com parâmetros técnicos

e normalizados, porém analisam somente um produto por vez. Já a Análise

Envoltória de Dados, tem como vantagem a possibilidade de se considerar múltiplos

produtos, porém com um número reduzido de dados a fim de não causar distorções

nos resultados.

Como foi possível ver, ambos os métodos possuem pontos positivos e

negativos, sendo necessário o desenvolvimento de novos estudos na área de

eficiência portuária. No entanto, todas as análises feitas, por ambos os métodos, são

de extrema importância para a classificação dos portos brasileiros e identificação

dos problemas existentes em cada um, de forma a trazer melhoras para o sistema

de transportes do país e torná-lo mais competitivo.

Page 23: EFICIENCIA PORTUARIA

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8 REFERÊNCIAS

BERTOLOTO, R. F.; MELLO, J. C. C. B. S. (2011) Eficiência de portos e terminais privativos brasileiros com características distintas. Revista de Literatura dos

Transportes, vol. 5, n. 2, pp. 4-21.

CNT- CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa: Navegação Interior. Brasília, 2013

CNT- CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE. Pesquisa: Transporte Marítimo. Brasília, 2012.

FALCÃO, V. A.; CORREIA, A. R. (2012) Eficiência portuária: análise das principais metodologias para o caso dos portos brasileiros. Journal of Transport

Literature, vol. 6, n. 4, pp. 133-146.

FIGUEIREDO, G. S. O Papel dos Portos Concentradores na Cadeia Logística Global. Anais do XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção Bahia, 2001.

MARCHETTI, D. S. & PASTORI, A. Dimensionamento do Potencial de Investimentos para o Setor Portuário. Perspectivas do investimento 2007/2010.

Rio de Janeiro: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2007

RODRIGUES, P. Introdução aos Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística Internacional. São Paulo: Aduaneiras, 2003.

SILVA, S. D. A utilização de jogos de empresa como instrumento pedagógico de apoio à formação profissional da área portuária. Dissertação de Mestrado.

COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro, 2010.