cosmovisão tupi guarani

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  • Quando nasci meu pai estava longe... fazia o primeiro contato com uma tribo de ndios no Xing;

    minha infncia foi povoada de suas histrias, vivncias e algumas fotos. Eu ouvia encantada,

    imaginava, pensava, sentia...

    Durante o curso de Formao Bsico em Antroposofia, assisti palestra de Kaka Wer Jecup.

    Lembro-me de como me impressionou na poca, o quanto a cosmoviso Tupi-Guarani trazia em

    sua linguagem potica, ensinamentos que muito se assemelhavam aos contedos da cosmognese

    segundo a Antroposofia. Pensei ento em trazer ao grupo uma cosmoviso Tupi-Guarani, porm

    ligada aos princpios da Antroposofia. Procurei bibliografia, os livros do Kak Wer e do Rudolf

    Steiner, alm de outras fontes diversas, a fim de fundamentar os estudos.

    Essa doao foi apresentada ento no curso de Aprofundamento Espiritual da Adigo e, depois

    minha turma do curso de Formao Biogrfica e Caminho Inicitico em Florianpolis, quando ento

    fui convidada pela Dra. Gudrun Burkhard a apresent-la s outras pessoas interessadas. O que se

    segue ento o resultado desse trabalho onde pretendo trazer a cosmoviso Tupi-Guarani com a

    percepo da luz da Antroposofia. Imagino que seja um aquecer do corao vindo da alegria de

    reencontrar neste mito to antigo, das nossas razes brasileiras, tantas imagens que encontram eco

    nas descries da Antroposofia segundo Rudolf Steiner.

    O convite a todos que acordemos nossos coraes para que possamos vislumbrar a poesia e

    grandeza da cosmoviso Tupi-Guarani, e as semelhanas percebidas com a viso da Antroposofia.

    Heloisa Oliveira

    Rio de Janeiro, agosto de 2012.

  • Depois de fundir-se o espao e amanhecer um novo tempo

    eu hei de fazer que circule a palavra-alma novamente

    pelos ossos de quem se pe de p,

    e que voltem a encarnar-se as almas

    disse nosso Pai Primeiro.

    Quando isso acontecer

    Tup renascer no corao do estrangeiro;

    e os primeiros adornados novamente

    se erguero na morada terrena por toda sua extenso.

    (Profecia na nao guarani do cl Jeguakava narrado por Pablo Wer no incio do sculo XX)

  • Um historiador e pesquisador de mitos e lendas paraguaio, Leon Cadogan, dedicou muitos anos a

    tentar buscar junto aldeia dos Jaguaka Tenond a origem de certas expresses que ouvira de

    cunho extremamente potico. Esse cl Guarani havia se mantido resistente s misses jesuticas, s

    colonizaes do homem branco, o quanto pode ao escravagismo e mantinha ainda preservadas

    suas tradies; e afirmam terem vindo de um lar que afundou aps o levante de guas que ocorreu

    em tempos imemoriais guardados na histria oral antes das Grandes guas.

    Leon ento estabeleceu os primeiros contatos e ento visitou por anos a aldeia sem, contudo

    conseguir qualquer acesso s suas lendas, ditados e mitos. Apenas era observado pelo cacique

    Pablo Wer. O historiador ficou como sendo um contato da aldeia com as questes da cidade.

    Um dia foi procurado pelo cacique, pois um membro da aldeia havia sido detido como mendicante

    nas ruas de Assuncion por andar de trajes rudes e ser ndio. O historiador atravs de suas relaes

    conseguiu libert-lo. Pablo Wer pediu a seu povo que lhe contassem as histrias que conheciam, e

    ento as portas do conhecimento se abriram.

    Com o tempo, foi convidado a participar do Nimongara, uma das cerimnias mais importantes do

    Guarani; nela o ser nomeado e o esprito acorda por meio do corao, pois s assim o ser capaz

    de compreender determinados mistrios da vida, principalmente a sabedoria dos ancestrais.

    Leon Cadogan passa ento a chamar-se Tup Kuchuvi. Havia uma profecia guarani que dizia que

    ...Tup renascer no corao do estrangeiro, e assim sendo pediram que as palavras formosas

    fossem registradas para que pudessem acordar futuros coraes.

    Anos depois, Tup Kuchuvi leva o Prof. Egon Schaden, da Universidade de So Paulo, aldeia. Em

    1946, na Revista de La Sociedad Cientifica Del Paraguay, Leon Cadogan publica Las Tradiciones

    Religiosas de los ndios Jeguaka Tenond Porangue Del Guair comnmente llamados MbY, Mby-

    Apytero Kngu e, em 1953, as palavras formosas foram publicadas pela primeira vez numa

    iniciativa da Universidade de So Paulo, nos Boletins da Faculdade de Cincias e Letras, com o

    titulo de Ayvu Rapyta (Os fundamentos da Linguagem Humana).

    A cosmologia Tupi-Guarani apresentada est baseada nos livros Tup Tenond e Terra dos Mil

    Povos, de Kaka Wer Jecup. Muitas partes foram reproduzidas dos livros, pois a poesia contida

    nas palavras to tocante que no conseguiria transcrev-las de outra forma.

  • Toda palavra possui um esprito. Um nome uma alma provida de um assento. uma vida entoada

    em uma forma. Vida o esprito em movimento. Esprito silncio e som. O silncio-som tem um

    ritmo, um tom, cujo corpo a cor. Quando o esprito entoado, passa a ser, ou seja, possui um

    tom.

    Tudo que existe entoa. Pedra, planta, animal, homem, cu, terra. As vidas assim acontecem.

    Grandes entidades da natureza cuidam da harmonia de forma para compor tudo que entoa. So os

    arquitetos, escultores, pintores, engenheiros, msicos e operrios da criao, dirigidos por

    divindades ancis, os Nanderus e pela prpria Me-Terra que por sua vez so dirigidos pelos

    ancios da raa, os mais antigos antepassados que se tornaram estrelas.

  • Arandu Arakuaa: A sabedoria dos movimentos do cu - trata da lei dos ciclos da Terra, do Cu e do

    Homem.

    eeportenond: Palavras Formosas - cnticos sagrados transcritos por Leon Cadogan.

    Ayvu Rapyta: Fundamentos do Ser.

    (Palavras Formosas)

    As eeportenond (palavras formosas) so as palavras sagradas da tradio tupi-guarani e

    afirmam terem vindo de um lar que afundou aps o levante de guas que ocorreu em tempos

    imemoriais guardados na histria oral antes das Grandes guas.

    Para conhecer as primeiras Palavras Formosas deves acordar o corao.

    Para acordar o corao precisamos nomear-te,

    celebrar tua palavra-alma e cantar.

    Cerimnia do Nimoncara o Ser nomeado e o esprito acorda por meio do corao. Somente o

    ser capaz de compreender determinados mistrios da vida, principalmente a sabedoria dos

    ancestrais.

    Para aprender o conhecimento ancestral, o ndio passa por cerimnias, que so celebraes e

    iniciaes para limpar a mente e para compreender a tradio, que aprender a ler os

    ensinamentos registrados na natureza interna do Ser. O ensinamento da tradio comea sempre

    pelo nome das coisas e do modo como so nomeadas.

  • Kaka Wer denomina em como Nosso Pai Primeiro, o Um, a

    Origem, o Grande Mistrio, o Imanifestado; como Me, Fogo ou o Dois;

    sendo o Desdobramento do Todo, o Trs ou A Primeira Terra e; a como o

    Quatro ou o Mundo Material.

    , , , e a so as grandes imagens arquetpicas da criao.

    Vazio, Imanifestado, Nosso Pai Primeiro

    Nande Ru Papa Tenond, Nosso Pai Primeiro criou-se por si s na Vazia Noite Iniciada era

    Imanifesto, a Suprema Conscincia, nada existia. De si prprio iniciou seu desdobrar.

    Nosso Pai Primeiro sustentava-se no Vazio, antes que existisse o sol ele existia por reflexo de seu

    prprio corao e fazia-se servir dentro de sua prpria divindade.

    Amor e Sabedoria contidos em sua prpria divindade.

    Antes de existir a Noite Primeira, e antes de ter-se o conhecimento das coisas, o Amor era.

    O Grande Mistrio, O Imanifestado, O Um

    Namandu, o Uno, o Imanifesto, o Vazio que se manifesta como espao entoa sua vida eterna como

    vento, msica primeira e ltima, para logo tomar a forma de um fogo-assento, algo como o trono

    divino.

  • Comea ento o espao-tempo.

    Antes de existir a terra, em meio Noite Primeira, antes de ter-se conhecimento das coisas, criou

    o fundamento da linhagem linguagem humana que viria tornar-se alma-palavra. E fez o Grande

    Esprito que se formara parte e todo.

    Antes de existir a Noite Primeira, e antes de ter-se conhecimento das coisas, o amor era. Concebeu

    como primeiro fundamento o amor.

    Namandu representado pela coruja mistrio e sabedoria.

    Coruja - mistrio e sabedoria, atributos do Pai-Me criador.

    Traz a qualidade da conscincia do existir, percebe a existncia e seu fluir.

    Imaginando o vazio como noite e os olhos como espelhos de uma Vida, percebe-se a manifesta

    inteno das Palavras Sagradas Guarani de colocar os olhos da coruja observando a noite csmica.

    O desdobrar sutil das sete dimenses sutis e materiais, somente perceptvel a esse olho silencioso

    que ancora no escuro sem temor. O escuro traduz as limitaes das percepes que o mundo

    material proporciona.

  • Fogo-Me o Dois

    A segunda Kuaracy, Fogo-Me, o Dois, fez com que se engendrassem chamas e tnue neblina (Pai

    e Me Primeiros do Poder Criador).

    O desdobramento do Todo, o Trs

    Grande Som Primeiro

    O terceiro Tup, o desdobramento do Todo, o Trs, o Grande Som Primeiro. Ao calor, neblina

    junta-se o elemento gua.

    Essncia de TUP-TENOND NAMANDU O IMANIFESTADO, tecido de vazio e silncio, que so na

    viso ancestral, a expresso mxima do GRANDE MISTRIO CRIADOR DAS COISAS VIVAS.

    Origina-se o som sagrado de sua bem-aventurada solido.

    Em Tup Tenond temos a criao dos co-criadores para Tupy (Ayvu Rapyta), os quatro cantos

    expressos a partir de Tup Tenond (Arayma), e incio de Yvy Tenond que prepara para a prxima

    fase.

  • Tup apresenta-se como colibri, grande expresso do sagrado no povo guarani o que v a

    totalidade a partir dos mundos sutis do esprito. Mensageiro divino que vem da morada de tup.

    .

    Da divina coroa irradiada,

    flores e plumas adornadas em leque.

    Em meio s flores plumas

    floresce a coroa-pssaro do pssaro futuro

    Luz veloz que paira de flor e beijo,

    Que voa no voando.

    Os primeiros costumes do Colibri

    O colibri traz em si a prpria essncia primeva, e de acordo com o pensamento Guarani, cada ser

    humano tem sua alma colibri que habita na morada do corao, territrio de Tup.

  • Quando a alma colibri eleva-se ao apyte, a flor sagrada que reside um palmo acima da cabea

    humana espao de Jakaira Ru - Et inspira e transmite sabedoria profunda.

    Colibri tido como mensageiro divino.

    Presente em vrias tradies andinas: Inca, Quchua, Nazca, Aimar.

    Namandu permeia tudo e a origem de tudo. A essncia de Tup Tenond Namandu. Tup o

    trs, o grande som de onde aquele germe da linhagem linguagem humana ( a essncia) feito em

    Namandu ento se expressa como palavra-alma humano - a partir de Tup.

    Cita Kaka Wer em Tup Tenond:

    Namandu erguido da sabedoria contida em sua prpria divindade e em virtude da sabedoria

    criadora, pariu a essncia da palavra-alma que viria a expressar-se: humano.

    Criou tambm o fundamento da linhagem linguagem humana e fez que se pronunciasse como

    parte de sua prpria divindade.

    E fez o Grande Esprito que se formara parte e Todo.

    Havendo criado uma poro de amor, da sabedoria contida em sua prpria divindade e em virtude

    da sabedoria criadora, originou-se um som sagrado de sua sagrada solido.

    Tendo a essncia do ser, a alma-linguagem, desdobrada ento de uma poro nomeada Amor.

    Havendo criado em sua solido sagrada esse hino vida, refletiu profundamente sobre quem

    multiplicaria de si essa poro alma-linguagem futuramente nomeada humano.

    Sobre quem faria parte, refletia, que formas formaria as palavras que comporiam a essncia

    nomeada (homem!)

  • Havendo refletido profundamente, desdobrou-se de sua conscincia divina ecriou os Seres Trovo

    de grande corao, aqueles que seriam companheiros co-criadores de sua eternidade :

    co-criadores das almas-palavras de seus futuros e numerosos filhos, excelsos pais e mes

    verdadeiros das palavras-almas.

    Os Seres Troves colaboram criando o mundo, recebem a responsabilidade de gerarem as

    palavras-alma, tonalidades de suas essncias para encarnarem na Terra.

    A Terra Primeira

    Tup inicia ento a criao de Yvy Tenond, a primeira Terra. Surge da base do cetro do criador

    vivificada pelas chamas e neblina do Grande Som Primeiro.

    Criou-se cinco palmeiras eternas, nos quatro pontos cardeais, quatro colunas de sustentao -

    nascente, poente, norte, sul (os pajs chamam de As Quatro respiraes da Grande Me)

    e tambm no centro, que asseguram a morada na terra.

    (N) - (L) - (O) - (S)

    (Centro)

  • A palmeira azul sagrada e sinaliza as moradas. A palmeira um ser de grande responsabilidade e

    de poder para a tradio. Representa no reino vegetal o mesmo que a coruja e o colibri no reino

    animal. a Senhora erguida. O azul a cor do cu, o poder maior do Ser.

    Seres definem a paisagem na Terra: A serpente Ancestral - flui pelo cetro que forma o eixo da terra,

    a primeira cigarra vermelha (som da cura), y-mai o senhor da guas, gafanhotos verdes com

    chiados encantados engendrando futuras matas, inambus vermelhos entoando os cantos para

    celebrar a apario dos campos, tatu para conhecer as profundezas desta terra.

    Esses seres que agora vemos como animais so apenas imagem e reflexo daqueles primeiros.

    A Senhora da Noite a coruja, reflete a sabedoria do nosso Pai, Sol do Amanhecer.

    Tup Tenond se desdobrou em co-criadores Seres-Troves, que colaboram criando mundos e

    constelaes, agora prepara um co-criador para a morada terrena. Desdobrar em Tupy.

    Co-Criador para a morada terrena - TUPY (Tu = som, py = de p)

    Uma tonalidade da Grande Msica Divina, colocada de P, encarnada, dentro de um assento

    chamado corpo-carne, para entoar a criao no mundo terreno, para ser na Terra o que sua

    essncia sagrada no cu escultor, tecelo, cantor e transformador da vida.

    O Espao Tempo Original

    A tradio revela que a natureza repete at hoje a dana da criao macrocsmica para que

    possamos guiar-nos por seu ritmo e harmonia.

    So quatro cantos expressos a partir de Tup Tenond.

    (Inverno) - cu primeiro, seco e vazio, inverno original.

    Gesta e brota o desdobramento do tempo e da vida.

    (Primavera) - as flores celestes, a vida em seu nascer.

    (Vero) - as emanaes mes iluminadas e largas, o calor da vida que

    rompe e realiza o grande dia.

    - os dias que se erguem e ressurgem em si mesmos, dando

    cadncia ao tempo quando a vida outona.

  • Os quatro cantos do movimento da criao so revelados por meio dos ciclos da natureza, desde

    que os ventos comearam a soprar desse espao tempo primeiro, gerando um inverno, um outono,

    uma primavera e um vero.

    A Terra, o mundo material, o Quatro

    oemboapykapotajeayporangue i embirerovya r i

    Est a dar assento a um Ser para alegria dos bem-amados.

    Quando uma contraparte da humanidade se tornar estrela,

    a Terra alcanar sua meta de ser

    ESTRELA-ME.

    (Segundo a tradio Tupi-Guarani )

    Conforme a cincia sagrada, houve quatro estaes da natureza csmica, em cada uma reinando

    um Nande Ru, que so quatro divindades que comandam os quatro cantos do espao, que por sua

    vez, comandam os quatro elementos sagrados do espao: terra, gua, fogo e ar, que interagem

    com o crescimento e desenvolvimento do ser humano, bem como todo o conjunto de suas vidas. As

    estaes so representadas pelas quatro direes: norte, sul, leste, oeste.

  • As estaes ou ciclos movimentam-se tendo no centro Nandecy a Me Terra que dana com a

    tarefa de tornar-se Estrela Me. Cada ciclo reflete-se em provas, desafios, aprendizados para todos

    os reinos.

    Desafio de cada ciclo para amadurecimento das tribos humanas.

    Cada ciclo entrelaa com todos os reinos da vida -mineral, vegetal, animal, humano, supra-humano,

    divino se intercala em tons pelos trs mundos, que se entremeiam e formam o mundo que

    vemos. Smbolo a ARANHA intercesso e entrelaamento a teia representa os princpios da

    Tradio.

    Primeiro Ciclo

    O primeiro ciclo foi regido por Jakair divindade responsvel pelo esprito, pela substncia, pela

    neblina e pela fumaa.

    Neste primeiro ciclo a terra comea a ser povoada pelas Tribos-Pssaro e Povos Arco-ris. As Tribos

    Pssaro deixam os Mistrios Sagrados para a humanidade que estava por nascer. O grande desafio

    deste ciclo que se manifesta na Terra ora como neblina ou bruma ora como um grande amanhecer

    circundado de relmpagos em vestes rosadas, foi a coragem para a liberdade. Coragem de

    penetrar em seu sagrado Mistrio. Aqueles das Tribos Pssaro que no ousaram deixaram como

    herana para os futuros filhos da Terra o medo, que com o passar das estaes foi se agarrando aos

    ossos do humano gerando, tempos depois, as diversas formas de escravido.

    Manifesta como neblina ou bruma, ora como amanhecer circundado de relmpagos em vestes

    rosadas

  • 1 Grande Ciclo: JAKAIR incio semente do povoamento.

    Tribos Pssaro e Povo Arco-ris.

    Tribos Pssaro deixaram os mistrios sagrados para a humanidade que estava para nascer j no

    2 Grande Ciclo KARA RU ET.

    DESAFIO: CORAGEM PARA A LIBERDADE Coragem de penetrar nos Sagrados Mistrios.

    As tribos pssaro que no ousaram, deixaram como herana a qualidade do MEDO, que com o

    movimento das estaes foi se tornando um esprito que se agarrou nos ossos do humano gerando

    a escravido.

    JAKAIR - VENTOS ATUAM FORMANDO, UNINDO E SEPARANDO.

    Segundo Ciclo

    Senhor do Fogo Sagrado

    O segundo ciclo foi o de Kara Ru Et, Senhor do Fogo Sagrado, divindade do fogo e da luz. Nesta

    estao criou-se a roa para o crescimento e desenvolvimento do Homem-Lua e Mulher-Sol, que

    gerou a tribo vermelha, que inicia a elaborao do Ayvu Rapyta; a raiz das culturas dos povos da

    floresta. O desafio foi a descoberta da noite, que gerou outros tantos, pois dela, quando se olha de

    determinado ponto, parece que o Homem-Lua e Mulher-Sol esto separados. E deste ponto

    nasceram trs espritos da noite: o Esprito do Sono, o Esprito do Sonho e o Esprito da Iluso.

    Neste ciclo o Fogo uniu o que era para ser unido e separou o que era para ser separado.

    2 Grande Ciclo: KARA RU ET - Senhor do Fogo Sagrado - criou a roa para o desenvolvimento do

    Homem-Lua e da Mulher-Sol, que gerou a tribo vermelha que por sua vez iniciou a elaborao do

    AYVU RAPYTA raiz da cultura dos povos da Floresta.

    DESAFIO: DESCOBERTA DA NOITE. Nascem trs espritos: Esprito do Sono, Esprito do Sonho e

    Esprito da Iluso.

    Cada um deixa sua realidade para as outras geraes.

    - O FOGO UNE O QUE PARA SER UNIDO E SEPARA O QUE PARA SER SEPARADO.

  • Terceiro Ciclo

    Grande Som (TU=Som, P= expanso, fluir)

    O terceiro ciclo foi o de Tup, o Senhor dos Troves e Tempestades, Comadante das Sete guas,

    sendo o grande desafio o Poder.

    Tup deu como beno colocada na orelha esquerda a inteligncia (arandukua) e na orelha direita a

    sabedoria (mbaekua).

    Na cabea humana fez sua pintura, chamada pensamento, seus raios e troves em ao, cujo corpo

    so as guas das emoes e dos desejos que se movimentam para o Criar e o Destruir.

    Neste ciclo, o mais difcil para a Me Terra, a humanidade quase a extinguiu, colocando em risco a

    Dana Sagrada da Galxia, pelo mau uso que fez do poder de criar.

    Os povos desta poca trouxeram acumulados em seu sangue as ms sementes dos ciclos passados;

    os espritos do medo, sono, sonho, iluso, escravido que nublaram o ser de esquecimento, o que

    gerou no Ciclo de Tup a posse, a disputa, o apego, ampliados pela conscincia do Poder.

    Tup reagiu limpando todo o mal com o Sal da Terra. As guas abraaram a me para que no

    morresse desse mundo.

    Tup significa em lngua abanhaenga, Grande Som. Tu quer dizer som, barulho, e Pan expanso,

    fluir. Sua essncia manifestada a palavra e sua contra-parte no manifestada o pensamento.

    Os Ancios detinham o Arandu Arakuaa (a Sabedoria dos Movimentos de Cu), que trata das leis

    dos ciclos da Terra, do Cu e do Homem.

    3 Grande Ciclo: TUP - raios, troves e guas, comandante das sete guas. TUP - disseminando o

    ARANDU ARAKUVAA (a Sabedoria dos Movimentos do Cu trata das leis dos ciclos da Terra, do

    Cu, do Homem.)

    sua essncia manifestada = PALAVRA;

    sua essncia NO manifestada = PENSAMENTO.

    DESAFIO: foi o PODER.

    Esse ciclo foi o mais difcil para a Me Terra, pois a humanidade quase o destruiu, colocando em

    risco a Dana Sagrada das Galxias pelo mau uso que fez do poder de criar.

    Tup reagiu limpando todo o mal com o Sal da Terra. As guas abraaram a Me para que ela no

    morresse deste mundo.

  • Neste ciclo as guas uniram o que era para ser unido e separaram o que era para ser separado.

    DEIXOU SUA ESSNCIA EM NS PARA EXERCITARMOS A ARTE DE CRIAR E DESTRUIR.

    Ao fim de cada estao, para aqueles que no haviam superado seus desafios e lies, foram deixados

    meios para poderem vencer a si mesmos, separando as boas e ms heranas dos seus caminhos

    antepassados. Os ancios da Grande Tribo Vermelha que venceram todos os ciclos anteriores deixaram

    ento, os meios, os fundamentos e a sabedoria extrada de cada tempo antigo para que seus netos

    possam se erguer e seguir a caminhada da vida.

    Quarto Ciclo

    Quarta Estao (NAMANDU) Temos a Tradio da Grande Me, a princpio a Tradio Una [Tribo

    dos descendentes da Raa Vermelha, depois se divide em Tradio do Sol (tupinambs) e da Lua

    (Tupis), e a Tradio do Sonho (Tapuias tribos locais) ].

    Durante todo o desenvolvimento na Terra fundamentaram-se trs grandes tradies: a Tradio do

    Sol, Tradio da Lua e Tradio do Sonho. Atravessaram trs estaes csmicas: Jakair, Kara e

    Tup. Na quarta estao (Namandu) procuram fazer a sntese das tradies anteriores, que

    podemos chamar a Tradio da Grande Me, pois dentro da diversidade dos povos, tem em comum

    o culto e reverncia Me Terra, que sempre ofertou tudo que necessitam.

    Os Nanderus junto com as Quatro Divindades Dirigentes formam os Ancestrais Primeiros. O ndio

    tem profunda gratido por seus ancestrais, antepassados, pois foram os artesos, modeladores e

    moldes do tecido chamado corpo, feito com fios perfeitos de terra, gua, fogo e ar, entrelaando-se

    em sete nveis do tom que somos, assentando o organismo, os sentimentos, as sensaes e os

    pensamentos que comportam um Ser, que parte da Grande Msica Divina.

    Como gratido e reverncia existem os ritos, cantos sagrados, danas e cerimnias. Esse conjunto

    de celebraes e ensinamentos forma a Tradio da Grande Me.

    4 Grande Ciclo: NAMANDU.

    (TRADIO DA GRANDE ME) responsvel pela Terra, mas o Grande Mistrio. Antecede todos os

    ciclos, mas permeia todos a grande unidade.

    TRS TRADIES (vindas do ciclo de Tup)

  • TRADIO DO SOL E TRADIO DA LUA TUPY Tupinamb, Tupi-Guarani Inicialmente era

    uma s tradio Tradio Una - e foi ensinada pelos ancios da raa vermelha, com o tempo foi se

    dividindo.

    Ancios da raa vermelha trazem o AYVU RAPYTA.

    TRADIO DO SONHO Tapuias (J).

    TRADIO DO SOL -Tupinambs expansivo navegadores, viajantes, guerreiros, precisavam

    colonizar os tapuias e acordar seus nomes.

    Arte da conquista atravs da caa, batalha e agricultura; desenvolveu medicina a partir do controle

    dos espritos da natureza e passaram a manejar chuvas, plantas e culturas.

    TRADIO DA LUA - Teceram conhecimento para o interior da Terra e interior de sua existncia.

    Achavam que os tapuias precisavam recordar seus nomes.

    Desenvolveu a medicina do sonho, da reflexo, da filosofia e da arte; buscou aprender com os

    espritos da natureza os fundamentos da existncia.

    Filhos da Lua Mistrio das brumas de Jakair, cidades templo (Paititi, Manoa, Vinani)

    TRADIO DO SONHO - FILHOS DA TERRA Tapuia (J)

    Tapuias: Tribos de diversos locais povo de Lagoa Santa, povo da Flecha, Povo de Humait, Povo

    dos Sambaquis, Povo de Itarar resqucios arqueolgicos.Foram renomeados pelos parentes e

    inimigos: Goitacs, Aimor, Xavante, Krah, Boror, etc.Desenvolvimento atravs dos sonhos.

    As tradies do Sol, da Lua e da Grande Me ensinam que tudo se desdobrou de uma fonte nica

    formando uma trama sagrada de relaes e inter-relaes de modo que tudo se conecta com

    tudo.

    Os Fundamentos da Linguagem Humana

    O ser fundamenta-se no fato de ter sido desdobrado de nosso Pai Primeiro, o ser fez-se parte da

    divindade primeira, como medula, palavra-alma, da coluna do Criador.

    Ser e linguagem, alma e palavra so uma s coisa.

    AYVU representa o esprito como som vivo, sopro-luz primeiro aquilo que eterno e vivifica o

    corpo e manifesta-se no reino humano sob a pele da palavra, pelo sopro que a preenche.

  • O esprito sopro, vida-luz se desdobra em trs:

    Ayvu - esprito

    eeng alma poro divina da alma - designa tambm a fala eeng-cy=o esprito que os Seres

    Troves enviam para encarnar no que est para nascer.

    Tu som-matria, corpo.

    O ser humano percebido como palavra-alma que expressa por meio da linguagem e por meio

    do pensamento.

    Ser e som tem o mesmo sentido.

    Som mais que vibrao sonora, corpo-vida, princpio dinmico da luz cuja forma denominamos

    conscincia.

    Da mesma forma que o Todo desdobra-se em sete dimenses e trs mundos, o Ser acompanha.

    No Mundo-Cu, o Ser e o Todo se manifestam como unidade.

    No Mundo-Terra, o Ser e o todo se manifestam como diversidade.

    No Mundo-Intermedirio, o Ser e o Todo se manifestam expressando a marca do masculino

    (JEGUAKA) e do feminino (JASUKA) e colocando a vida em movimento.

    Esses trs mundos acontecem e forma interdependente e fundamentam o Ser.

    As dimenses do Ser vibram em sete notas ancestrais incluindo-se o silncio. Essas

    cordas vibrantes interpenetrando-se, gerando a msica da vida, totalizando o Ser.

    OS SERES TROVES estabelecem moradas espirituais nas quatro direes e agora recebem a

    responsabilidade de gerarem palavras-alma, tonalidades de suas essncias para encarnarem na

    Terra.

    Quando nasce uma criana, diz-se dar assento a uma palavra alma.

    Os filhos que viro dos Seres Troves sero sons andantes cantando vidas, cada uma em seu

    tom.

    Os Seres Troves expiram suas essncias a partir de suas moradas e de seus elementos,

    qualificando o ser que ser assentado, encarnado, ou como se diz, receber da me a coluna, os

    ossos e o corao da vida terrena.

  • O movimento da vida ser impulsionado pelo feminino, com a marca do masculino atuando como

    dia-noite, macho-fmea.

    O incio e o fim se recriaro por meio das quatro estaes, tecidas pelas Quatro Respiraes da Me

    Terra.

    Ocorre ento o prximo desdobramento do Grande Som: Tupy.

    Tupy significa: Tu=som, Py= p, assento, logo, Tupy quer dizer som-de-p, o ser humano, palavra-

    alma. Uma tonalidade da Grande Msica Divina colocada de p, encarnada dentro de um assento

    chamado corpo-carne, para entoar a criao no mundo terreno, para ser na Terra o que sua

    essncia sagrada no cu escultor, tecelo, cantor e transformador de vida.

    O grande Movimento da Vida o Amor Incondicional e Sabedoria.

    Cada nome o lume de uma vida. Cada vida semente para a Terra. Cada semente possui um tom

    prprio, mas levar a marca do masculino e do feminino, assim como levar os dons dos Seres

    Trovo que habitaro no corao de cada semente como Pai.

    Nessa Msica Sagrada, cada ser que nasce ter seu tom, portar sua coluna e se erguer com seu

    tempo, podendo tornar-se um corao valoroso o desejo dos Bem Amados Mestres Troves

    para que as qualidades supremas de amor e sabedoria que os ventos distribuem possam ser

    manifestadas no mundo terreno, assim como o no universo.

    Por isso tu, enquanto habitares a terra,

    de minha morada formosa havers de recordar-te.

    Eu inspiro palavras formosas em teu corao,

    de modo que no podes igualar-te

    s imperfeies da morada terrena

    O desejo dos Mestres Troves as palavras-almas na Terra tornarem-se coraes valorosos,

    enfrentarem com valentia as adversidades que se apresentem e, como esto no corao de seus

    filhos, recordarem o corao far acordar e circular a palavra do Pai novamente. Palavras formosas

    sero inspiradas nos coraes de modo que no podero igualar-se s imperfeies da morada

    terrena. Falar ser seu valor, mas calar-se ser o mais alto.

    Troves para que as qualidades supremas de amor e sabedoria que os ventos distribuem possam

    ser manifestadas no mundo terreno, assim como o no universo.

  • Eis o mistrio da encarnao humana. Um nome uma palavra-alma.

    Os nomes passam a ser entoados pelos Deuses das palmeiras azuis, preparando-se para encarnar.

    Cada semente tem um tom prprio, mas levar a marca do masculino e do feminino, assim como levar os

    dons dos Seres-Troves que habitaro no corao de cada semente como pai.

    A Me Terra mobiliza-se em seus quatro elementos: terra, gua, fogo, ar, para gestar as futuras sementes-

    luzes que iro povoar o reino humano no mundo terreno.

    A natureza repete toda a melodia do principio do macro-universo para iniciar a vida no micro-universo

    chamado Terra.

    Assim a vida multiplica-se e espalha-se.

    Os nomes mostram a que morada do mundo espiritual cada palavra-alma habita. Quando se

    tornam carne, necessrio uma cerimnia para desvendar a essncia-me de cada alma. Essa

    essncia o dom doado de cada divindade pode vir com o poder do fogo, da terra, da gua, ou do

    vento; pode ganhar as qualidades da neblina, da flor, da madeira, do mel, das folhas verdes, dos

    campos, das pedras. Esses so os dons da palavra-alma, e a conscincia desses dons favorece o

    caminhar da linguagem e do indivduo na morada terrena, pois eles transmitem os temperamentos,

    os pontos fortes e fracos do ser.

    Os Tupis antigos (chamados de Tubuguau) tinham a sabedoria da alma, do ayvu, o corpo-som do

    ser.

    Corpo feito de fios perfeitos de terra, fogo, ar e gua entrelaando-se em sete nveis do tom

    que somos, assentando o organismo, os sentimentos, as sensaes e os pensamentos que

    comportam um Ser, que parte da Grande Msica Divina.

    A partir da sabedoria ligada a uma cincia do sagrado, inturam tcnicas para afinar o corpo fsico

    com a mente e o esprito.

    O esprito entendido como msica, fala sagrada (N-ENPOR) que se expressa no corpo; o corpo

    flauta (UMBAU), veculo por onde flui o canto e expressa o AV (o ser-luz-som-msica), que tem

    sua morada no corao.

  • A flauta feita pela urdidura de quatro pequenas almas (quatro angs mirins) que fazem parte dos

    quatro elementos: terra, fogo, ar, gua. Eles precisam estar afinados para melhor expressar o Av

    (o ser-luz-som-msica) (poro luz que sustenta o corpo-ser do fogo sagrado que move os

    guerreiros dando-lhes vitalidade, capacidade criativa e realizadora).

    Por isso fez-se o JEROKI, a dana, com o fim de afinar todos os espritos pequenos do Ser.

    Para que cante sua msica no ritmo do corao da Me Terra, que dana no ritmo do corao do

    PAI-SOL, que por sua vez dana no ritmo de MBORAY (amor incondicional) abenoando todas as

    estrelas.

    Dessa maneira cada um pode expressar atravs de seu corpo a harmonia, entrando em sintonia

    com Tup Tenond o Grande Esprito que Abraa a Criao.

    Compreendendo o ser como um Tu-Py, um som-de-p, os antigos afinavam o esprito a partir dos

    sons essenciais do ser, sons que participam de todos os seres.

    Os tons essenciais que afinam o esprito so o que a civilizao reconhece como vogais.

    Cada vogal vibra uma nota do esprito que os ancestrais chamavam de Ang-mirim, que comporta o

    AYVU, estruturando o corpo fsico.

    So sete tons quatro referentes aos quatro elementos terra, fogo, ar e gua, coordenando a

    parte fsica, emocional, sentimental, psquica do ser. Trs sons referem-se a parte espiritual do ser.

    Y TOM DE ANG-MIRIM RAIZ - TERRA U ANG-MIRIM GUA O ANG MIRIM FOGO A- ANG MIRIM AR E - GARGANTA I FRONTAL 7 Tom que o SILNCIO

  • Tons Referente Local de Vibrao Ativao

    Y

    Ang-mirim

    TERRA

    Base da coluna

    Vitalidade Fsica,

    Concretizao

    U

    Ang-mirim

    GUA

    Umbigo

    Vitalidade emocional

    O

    Ang-mirim

    FOGO

    Plexo Solar

    (kuaracy mirim)

    Irradia ayvu

    Vitalidade psquica

    A

    Ang-mirim

    AR

    Corao

    Vitalidade

    sentimental

    E

    Alma

    Garganta

    Expresso da alma como palavra

    I

    Esprito

    Frontal

    Intuio

    Silncio

    Conexo

    Coroa

    Inspirao

    Os tons so: Y (tipo U gutural), U, O, A, E, I e por ltimo o som insonoro, que no se pronuncia, mas

    que em abanhaenga se pronunciava unindo-se os sons mudos da expresso MB (como em

    MBoray sabedoria, amor).

    Y TOM DE ANG-MIRIM RAIZ - TERRA

    Vibra padro terra do ser.

    Sua morada a base da coluna.

    Tom da vitalidade fsica, da concretizao, da segurana, da determinao.

    Bater p no cho liberar este som ato guerreiro de estar firme no caminho.

    U ANG-MIRIM - GUA

    Vibra padro gua do ser.

    Umbigo.

  • Tom da vitalidade emocional.

    No fluxo natural manifesta o bem-estar emocional e estimula a criatividade.

    Quando o corpo est preso, dan-lo solta as ms guas.

    O ANG-MIRIM - FOGO

    KUARACYMIRIM pequeno sol do ser.

    Plexo solar.

    Sua vibrao irradia AYVU e dan-lo pode purific-lo.

    A- ANG-MIRIM - AR

    Mora no corao.

    Sua vibrao faz a unio do cu com a terra, ou seja, das partes internas e externas com seu ser.

    Seu tom vibra com os sentimentos.

    E - GARGANTA

    Expresso da alma atuando na forma da palavra.

    Regio responsvel pela liberdade da alma, a NE-POR, a Fala Sagrada do Ser.

    I FRONTAL

    Mora na Gruta Sagrada do Ser entre os olhos no fundo da cabea.

    Estabelece relao com o 7 tom que o SILNCIO favorece a intuio quando danado.

  • Pontos Cardeais

    Seres Troves

    Deuses Maias que sustentam

    a Terra nos quatro pontos

    cardeais

    Hindusmo Guardies do

    Mundo ou sustentadores

    do Mundo

    Quatro Guardies do

    Cu, Quatro

    Estrelas Fixas

    Quatro Arcanjos

    Quatro Evangelistas

    Norte

    Jakair Ru

    Et

    SacXibChaac (Deus do Vento

    Norte)

    Kuvera

    Rgulos (Leo)

    Rafael

    So Marcos

    Sul

    Namandu

    Ru Et

    KanXibChaac (Deus do Vento

    Sul)

    Yama

    Formalhaut (Aqurio

    peixes)

    Gabriel

    So Mateus

    Leste

    Kara

    Ru Et

    ChacXibChaac (Deus do Vento

    Leste)

    Indra

    Aldebaran

    (Touro)

    Miguel

    So Lucas

    Oeste

    Tup

    Ru Et

    ExXibChaac (Deus do Vento

    Oeste)

    Varuna

    Antares

    (Escorpio)

    Uriel

    So Joo

    Deuses Csmicos se fundiam em um s. Em si incluam os quatro elementos e os quatro pontos

    cardeais Deuses do Fogo, Ar, gua eram Deuses Celestes(18)

    A Serpente dos Sete Troves pronuncia as sete slabas Tu, sela as coisas que os sete Troves

    falam, mas no as escreva - Buscai esses mistrios? - No h nenhum mistrio melhor do que

    elas (as sete vogais), porque conduziro vossas almas Luz das Luzes (18)

    Homem o smbolo setenrio no plano terrestre, da Grande Unidade, o UNO, o Logos, que signo

    cristalizado de sete vogais. (18)

    Templos egpcios e hebreus havia cortina gigantesca sustentada por cinco pilares separando o

    Sanctum Sanctorium (onde s os sacerdotes penetravam), da parte que tinham acesso os profanos.

    Com suas quatro cores, a cortina simbolizava os quatro elementos principais e com os cinco pilares

    significava o conhecimento do que divino, ao alcance do homem e atravs dos cinco sentidos com

    a ajuda dos quatro elementos. (18)

    Os quatro guardies do cu so as quatro estrelas fixas e esto associadas aos quatro Arcanjos:

    Rgulus (Arcanjo Rafael), Leo, norte. Fomalhaut (Arcanjo Gabriel), Aqurio-Peixes, sul.

    Aldebaran (Arcanjo Miguel), Touro, leste. Antares (Arcanjo Uriel), Escorpio, oeste.

  • Cada uma das quatro estrelas vigia as demais estrelas para sustentar a Terra e o Cu.

    Quatro Seres Trovo: Jakaira (ar) - N Karai (fogo) - L Tup (gua) - O Namandu (terra) - S

    Lipikas: Senhores do Karma. (18,19)

    Quatro Maharajas: quatro divindades crmicas colocadas nos quatro pontos cardeais a fim de guardar a humanidade. Grandes Reis Devas, agentes dos elementos e dos pontos cardeais e

    protetores do ser humano e agentes do karma. (18)

    Os Quatro Regentes Superiores dos Quatro Pontos Cardeais e dos Elementos, que atravs dos cinco

    sentidos podem conhecer as verdades da natureza.

    Ezequiel descreve os quatro Anjos Csmicos Eu contemplava, e ento vi... um torvelinho uma...

    nuvem e um fogo que a envolvia... e do meio dela saiu a imagem de quatro criaturas viventes...

    tinham a aparncia de homens, E cada um tinha quatro rostos... e tambm quatro asas... e o rosto

    de homem e a cara de leo... a cara de boi e a cara de guia... e quando eu olhava as criaturas

    viventes, eis que surgiu uma roda sobre a Terra... para cada um dos quatro rostos... como se fosse

    uma roda no meio de outra roda... pois o esprito da criatura vivente estava na roda (18 - Doutrina

    Secreta vol. I estncia V)

    A figura do homem representaria So Mateus; o leo, So Marcos; o touro, So Lucas

    e a guia, So Joo.

    Quatro rodas aladas em cada ngulo... para os Quatro Santos e seus exrcitos (Legies). So os

    Quatro Maharajas ou os Grandes Reis, dos Dhyan Chohans, Devas, que presidem a cada um dos

    quatro pontos cardeais. So os regentes ou Anjos que governam as Foras Csmicas do Norte, Sul,

    Leste, Oeste; Foras que possuem, cada qual uma propriedade oculta distinta. (18- Doutrina

    Secreta vol. I estncia V)

    ... Se falamos de Anjos ou Dhyan Khohans igual, pois aqueles que de fato reconhecem a unidade

    da Sabedoria Csmica, esses sabem que so apenas nomes diferentes para a mesma coisa.(6)

    Anjo Apocalptico segundo Joo: O clamor do anjo soa do mais ntimo de sua alma, da regio do

    seu corao.

    Um eco csmico ressoa: sete troves lhe respondem. Mas Joo recebe a ordem de no escrever o

    contedo das palavras-troves e deixa-as em segredo. O anjo, ouvindo em resposta a seu grito um

    tal eco abalador do mundo, agora sabe que o fim dos tempos chegado. (18)

    Hindusmo: quatro pontos cardeais, quatro sustentadores ou guardies do mundo.

    Indra (leste, oriente), Yama(sul), Varuna (oeste), Kuvera (norte). (18)

  • Cruz Celta Tup Tenond

    Existe no Islamismo uma categorizao hierrquica. Em primeiro lugar esto os quatro Tronos de

    Deus, com formas de leo, touro, guia e homem.

    Este estudo tem como objetivo mostrar semelhanas observadas entre a Cosmoviso

    Antroposfica com o que temos relatado sobre a Cosmoviso Tupi-Guarani.

    Por meio da histria o homem s pode conhecer uma parte da vida da humanidade nos tempos

    pr-histricos. Os testemunhos da histria comum s iluminam alguns milnios. E mesmo o que

    nos ensina a paleontologia ou a geologia muito limitado... Ningum pode afirmar que aquilo que

    o tempo conservou o essencial... Mas tudo que nasce no tempo tem sua origem na eternidade. A

    eternidade porm no aprendida pela percepo dos sentidos fsicos: mas ao homem esto

    abertos os caminhos para a percepo do eterno. Esse pode elaborar as foras latentes em seu ser,

    podendo chegar assim a conhecer o eterno.

    (Rudolf Steiner A Crnica do Akasha)

    Povos antigos e sociedades tribais elaboraram uma linguagem analgica diferente da linguagem

    lgica do branco ocidental, uma linguagem mtica onde as noes de tempo e espao assumem

    outras feies; feies tais que possibilitam uma compreenso de aspectos mais sutis dos

    dinamismos daquilo que chamamos existncia. (8)

    As imagens mitolgicas antigas guardam uma viso cosmognica na qual fica implcita uma ordem

    sistmica, uma organicidade que segue os padres sistmicos, e, ainda mais, um vnculo

    indissolvel entre o Esprito, entendido como a mente criadora e a Matria. Os deuses so o

  • Esprito e a Cosmogonia representava a perfeita realizao das Idias Divinas como revelao

    sensvel divina. (8)

    Segundo Steiner, somente com a Sabedoria Primordial acessvel pela clarividncia temos acesso ao

    conhecimento da evoluo da Terra sob o enfoque da cincia espiritual. Para encontrarmos essa

    Sabedoria Primordial em sua verdadeira forma superior temos que retroceder at um perodo onde

    no havia nada perceptvel aos nossos sentidos, pois o mundo teria de surgir dessa prpria

    Sabedoria Original, colocada na linguagem bblica como no princpio era o Verbo

    Na cosmologia Tupi-Guarani no incio era um imenso vazio, o imanifesto, o que continha todas as

    coisas vivas mas no era perceptvel. Por si mesmo, em sua Imensa Sabedoria Criadora, inicia em si

    seu desdobrar gerando um fogo assento calor. A essa Primeira Manifestao do Imanifesto, o

    Uno, chamam NAMANDU. A partir de ento comea a existir o espao-tempo. Em NAMANDU j

    estava presente o que viria tornar-se a linhagem da futura linguagem humana Tupi o som-de-p

    o homem.

    O budismo tibetano e o hindusmo tambm conhecem essa noo de um a-Tempo, e a

    representam pela imagem da Serpente Ananda, sendo que neste contexto aparece mordendo a

    prpria cauda. Os alquimistas,tambm conheciam esta imagem.

    Oroborus. A figura uma das mais antigas e universais da antiguidade, sendo encontrada desde os

    tempos mais remotos, em culturas to diversas quanto distantes no tempo e no espao, tanto que

    no h como estabelecer sua data ou local de origem. H representaes de Oroborus em figuras

    persas, maias, egpcias, celtas, chinesas, nrdicas, gregas, medievais e hindus. O Oroborus sempre

    manteve um significado singular em todas as culturas em que esteve presente: o infinito, a

    imortalidade, a eternidade, o renascimento. Por conseguinte, era tambm associado

    regenerao;s fases lunares; vida aps a morte e tambm totalidade universal, com seus ciclos

    transformadores de destruio e reconstruo.(8)

    Na Antroposofia, o desenvolvimento da Terra se faz por sete fases, sendo que nos encontramos na

    quarta fase; sendo elas: Antigo Saturno; Antigo Sol; Antiga Lua; Terra (Marte-Mercrio); Jpiter;

    Vnus e Vulcano.Na fase Vulcano o homem atingir sua evoluo espiritual mxima, no existindo

  • mais qualquer matria, no Tupi-guanani, a Terra segue seu curso evolutivo para um dia se tornar

    Estrela.

    Entre as fases, ocorre perodo de contrao, coagulatio, para se seguir nova expanso, contendo os

    elementos da fase anterior acrescidos dos elementos da fase seguinte, quando ento floresce a

    nova fase, chega a seu apogeu, comea a retrair e ento chega ao perodo de interiorizao mxima

    quando ento inicia seu renascimento. A essa fase de contrao mxima chama-se de Pralaya. A

    cosmologia Tupi-Guarani chama de Inverno Csmico, Arayma, sendo que a estes se seguem as

    outras estaes . A manifestao destas estaes csmicas no microcosmo da Terra chama-se as

    Quatro Respiraes da Grande Me e se refletem como as quatro estaes do Ano.

    Ao Antigo Saturno corresponde a primeira fase de manifestao, onde tudo se inicia com a

    manifestao de calor anmico, onde j est presente o germe do que viria a tornar-se o homem.

    Est presente o germe do corpo fsico. Percebe-se uma relao com Namandu, em sua essncia.

    Aps um Pralaya, fase de contrao, coagulatio, segue-se uma nova fase, de expanso, uma nova

    fase que contm tudo da fase anterior e qual se acrescenta novo elemento, ar, luz.

    essa segunda fase Steiner denomina Antigo Sol. Tem os efeitos calricos de Antigo Saturno e

    agora tambm elemento areo, estado gasoso, vaporoso. Seu interior continha calor, mas

    tambm ventos, correntes gasosas em todas as direes, se pudssemos nos aproximar veramos

    somente intensa luminosidade. Todas as formas de vida no Antigo Sol seriam gasosas e luminosas,

    permeadas de calor. Formao do corpo etrico.(7)

    Na cosmologia Tupi-Guarani a segunda fase Kuaracy, o Fogo-Me, o Dois, onde h chamas e

    tnue neblina.

    Novo Pralaya, segue-se a terceira fase, Antiga Lua. O planeta pode ser percebido ento como uma

    grande massa viva, de consistncia lquida, mais densa que a gua atual, com movimento

    constante. Aos elementos anteriores calor, ar, luz soma-se o elemento aquoso, o ter qumico ou

    sonoro. Forma-se o corpo astral.

    A conscincia dos homens-animais de ento teria sido uma conscincia onrica, de sonho. Seus

    destinos seriam totalmente direcionados pelos Anjos, Arcanjos e as Inteligncias Divinas que

    cuidavam da evoluo e evoluam junto.

    Observamos relao com a terceira fase da cosmologia Tupi-Guarani Tup, o desdobramento do

    Todo, o Trs, o Grande Som Primeiro. Ao calor, neblina se junta a gua. Origina-se o som sagrado de

    sua bem-aventurada solido. Tup apresenta-se como colibri, criao da alma-colibri. Criam-se os

    Seres Troves que iro ajudar na criao da Terra.

    Novo Pralaya, a quarta fase a Terra Atual. Temos os elementos gneo, areo e aquoso.

    No Tupi-Guarani a quarta fase Nandecy, com a criao de Yvy Tenond, a terra material e onde

    est para dar assento um ser para a alegria dos bem-amados (Seres Troves)

  • A cada fase correspondem sete eras e a cada era sete pocas, segundo Steiner.

    Na fase atual, temos ento sete eras, a saber: Polar, Hiperbrea, Lemria, Atlntica e Atual at o

    momento, e mais trs que ainda esto por vir. Dentro da era atual, temos as pocas culturais:

    Antiga ndia, Antiga Prsia, Antigo Egito, Greco-Romana e poca Atual.

    Durante o desenvolvimento da Terra, os Exusai ou Espritos da Forma agraciaram o Ser Humano

    com uma fagulha de sua prpria essncia, e o Eu Humano comea a incandescer nela. At esse

    momento o ser humano via-se integrado no mundo espiritual, via-se como um membro de um

    organismo sublime formado por Seres que lhe eram superiores mas no se via como uma

    individualidade, ainda no se conhecia. (7)

    Em decorrncia desta ao, nasceu no ser humano a possibilidade de refletir conscientemente a

    sabedoria do universo e reproduzi-la como um reflexo cognitivo. Isto , a conscincia humana

    perdeu o carter de ser um simples espelho do Universo, pois o homem converteu-se no senhor de

    seu conhecimento. O ponto central dessa soberania era o corpo astral e o Eu que originalmente lhe

    era superior, foi colocado como seu dependente. Da ele ter ficado exposto a um elemento inferior

    de sua constituio, o Corpo Astral. As entidades que causaram essas conseqncias deu-se o nome

    de Lucifricas. Essas entidades ao darem ao ser humano a possibilidade de no s refletir a

    sabedoria do universo, permitiram o surgimento do livre-arbtrio e ao mesmo tempo a

    possibilidade de incorrer no mal e na morte.

    A Era Polar era, segundo Steiner, ainda etrica, um grande ovide etrico, no material. No

    aparece relatada na cosmologia tupi-guarani.

    A Era Hiperbrea j tinha uma constituio, tudo era permeado por elemento gasoso e por

    luminosidade. Os proto-homens eram criaturas nebulosas, esvoaantes, meio-humanos, meio-

    animais, etricas, com reproduo por auto-fecundao e bipartio, no tocavam o solo,

    flutuavam na densa atmosfera, enevoada, impedindo uma possvel visibilidade. As Hierarquias os

    direcionavam, ou seja, eram regidos por instintos bsicos de orientao.

    Na cosmologia Tupi-Guarani, a fase Terra Nandecy tem tambm quatro eras chamados por ciclos:

    Jakair, Karai, Tup e Namandu. Cada uma dessas fases regida pelo respectivo Nanderu.

    O primeiro ciclo foi regido por Jakair divindade responsvel pelo esprito, pela substncia, pela

    neblina e pela fumaa. A Terra era coberta por neblina ou bruma ora como um grande amanhecer

    circundado de relmpagos em vestes rosadas. Neste primeiro ciclo a terra comea a ser povoada

    pelas Tribos-Pssaro e Povos Arco-ris. AS Tribos Pssaro deixam os Mistrios Sagrados para a

    humanidade que estava por nascer. O grande desafio deste ciclo foi a coragem para a liberdade.

    Aparece aqui a imagem dos que no ousaram e deixaram como herana para os futuros filhos da

    Terra o medo, que com o passar das estaes foi se agarrando aos ossos do humano gerando

    tempos depois as diversas formas de escravido.

  • A era seguinte segundo Steiner foi a Lemria, na qual as coisas se tornavam progressivamente mais

    slidas, predominava uma densificao de um estado lquido-fogoso, calor intenso, atmosfera

    densa, natureza enfurecida, vulces, fogo e gases, maremotos. Haviam os homens animais

    lemurianos, ocorre a separao dos sexos. O Eu comeava lentamente a dominar o corpo astral, o

    que no era fcil. Os Lemurianos tinham influncia mgica sobre as foras da natureza. Os homens

    dominavam a vontade a as mulheres a memria. Imagem da sacerdotisa e deusa como Me-Terra

    (deusas primordiais).

    Os paleontlogos sabem que os homindeos desta poca eram capazes de andar de p, como

    tinham a rea craniana de Broca, provavelmente podiam emitir certos sons que se assemelhariam a

    fala primitiva. Seriam menos do que os homens e mais do que macacos. Segundo Steiner, no final

    da Lemria O mundo animal e vegetal havia se desenvolvido at o nvel dos anfbios, aves e

    mamferos inferiores e plantas semelhantes as nossas palmeiras e similares, embora sob forma

    diferente das atuais. Os antepassados evoludos, as pessoas iniciadas tinham contato direto com

    os deuses.

    O segundo ciclo foi o de Kara Ru Et, Senhor do Fogo Sagrado, divindade do fogo e da luz. A

    semelhana da presena do fogo, criao da roa para o povoamento, a gerao da tribo e o incio

    a elaborao da mitologia da formao do homem (Ayvu Rapyta) que levada para o prximo ciclo,

    o de Tup. E deste ponto nasceram trs espritos da noite: o Esprito do Sono, o Esprito do Sonho e o

    Esprito da Iluso na Lemria os seres lucifricos passam a ter uma atuao no corpo astral do ser

    humano.

    Segundo Steiner a quarta era seria a Atlntica. Nesta, um pequeno grupo que havia sido salvo do

    desaparecimento da Lemria formava a base para o povoamento, tinham grande memria e poder

    sobre as foras da natureza. Viviam em grupos com identidades comuns. Com a conquista da

    memria aparece a lngua. A lngua tinha poder mgico. Linguagem. Sua utilizao era algo sagrado.

    Ocorre a conquista do pensar (inteligncia e sabedoria). No final j havia pensamento lgico e as

    primeiras regras. Os atlantes tinham grande poder e comeam a fazer mau uso, gerando caos na

    natureza e o fim de Atlntida (dilvio).

    Todos esses povos atlantes seriam a fonte arcaica das antigas sagas e mitos indo-europeus, os quais

    constituiriam as bases do pensamento complexo das civilizaes antigas dentro da nossa Era, como

    a hindu, a chinesa, a maia, a asteca, a egpcia, a caldia, a cltica, a judaica, jnico e gregos. (8)

    Na cosmoviso Tupi-Guarani, o terceiro ciclo foi o de Tup, o Senhor dos Troves e

    Tempestades,sendo o grande desafio o Poder. O homem recebe as bnos da inteligncia

    (arandukua) e sabedoria (mbaekua), tem o pensamento, a linguagem, a arte de criar e destruir.

    Pelo mau uso do poder de criar, gerando a posse, a disputa, o apego, ampliados pela conscincia do

    Poder, quase extingue a humanidade que ento salva pelas guas que abraam a me para que

    no morra deste mundo. De Tup a raa vermelha migra ento para a Amrica e so os ancestrais

    dos Tupi-Guarani.

  • Steiner relata que, na Atlntida, teria existido uma grande massa de pessoas comuns e uma minoria

    geneticamente mais refinada. Essa minoria era, por isso, orientada por um lder espiritual, um

    mensageiro dos Deuses, um Manu (o que pensa,em snscrito). Este Manu, conhecedor do

    passado akshico e das tendncias csmicas orientava seus seguidores sobre os Mistrios os

    quais formavam uma tradio de conhecimentos secretos a respeito do Universo e das coisas como

    as que esto sendo tratadas neste texto. O Manu ento seleciona corpos mais refinados e almas

    atlantes para uma prxima etapa evolutiva, sabiam que o continente passaria por um processo

    cataclsmico. (8)

    O Manu ento comeou a dirigir correntes migratrias em vrias direes a partir de Atlntida,

    chegando s Amricas, sia e frica e, foram construindo novas culturas pelo seu caminho e

    criando novas etnias.

    A Era Atual tem em si sete pocas culturais.

    Observamos na comparao com a cosmologia Tupi-Guarani a referncia ao conhecimento passado

    pelos antepassados da raa vermelha chegados aps o Grande Dilvio, sendo seus mistrios

    transmitidos pela tradio oral.

    O quarto ciclo Tupi-Guarani Namandu, e fala da colonizao do homem, da Tradio da Grande

    Me.

    Os descendentes da raa vermelha que aqui chegaram aps o levante das Grandes guas eram os

    Tupys. A Tradio era Una e foi passada pelos ancios da raa vermelha ancestral como Ayvu

    Rapyta (Os Fundamentos da Palavra Habitada ou Os Fundamentos do Ser, pois ayvu significa

    alma, ser, som habitado, palavra habitada. Os Tupys, aps o ciclo de Tup, se dividiram em Tupis-

    Guaranis e Tupinambs. A Tradio Una se bipartiu emTradio do Sol (Tupinambs) e da Lua

    (Tupis).O povo nativo, antes da chegada das Grandes Canoas dos Ventos, fora nomeados Filhos da

    Terra - Tapuias pelos Tupys remanescentes e estes germinaram a Tradio dos Sonhos.

    Em relao ao Verbo, a criao do homem, a palavra-alma, a Tupi- som-de-p.

    Numa concepo primordial, a idia, o conceito o Verbo abrangia o homem todo como uma

    criao etrica. (...) Esse corpo etrico do ser humano, caso o desenhssemos, representaria algo

    terrivelmente complicado. Ora, no fundo esse corpo etrico do ser humano pode ser to pouco

    representado como algo estvel como um raio. (...) O corpo etrico est em constante movimento,

    em constante atividade.

    Todos os fonemas compreendidos no alfabeto fornecem conjuntamente, com toda sua mobilidade,

    a imagem do homem etrico. Ao pronunci-los comunicamos ao ar a reproduo do corpo etrico.

    Esse era o processo a que se referiam os antigos ao utilizar o conceito o Verbo. Eles sabiam, por

    um conhecimento intuitivo, que com o conjunto de fonemas colocavam diante de sua cosmoviso

    espiritual uma imagem do homem etrico.

  • As foras que do ao ser humano sua configurao e aquelas por cujo intermdio ele fala so,

    portanto, as mesmas. A configurao humana criada pela palavra.

    Cito tambm RUDOLF STEINER MISSIONAND ITA WEGMAN

    fesos era o centro do Mistrio do Mundo, do Logos (Palavra), e mais uma vez os pupilos eram

    convidados a meditar sobre a frmula: Fala, Oh homem, e revelars atravs de ti o vir a ser de

    mundos. O pupilo desenvolvia em sua prpria natureza interna, vivenciando internamente os

    processos espirituais operantes atravs da palavra. Vivenciava como o ar, corrente expiratria,

    recebia a espiritualidade como um calor vindo do cosmos (de cima) enquanto que o elemento

    pertencente sua alma se soltava como elemento aquoso. Sentia a palavra como uma fora

    calorosa e formadora do seu prprio ser. Assim ele sentia a palavra falada por seu ser como um

    poder criativo que trazia fora ao mundo. Isso o levava ao Conhece-te a ti mesmo!, para uma

    conscincia das foras criativas, no Macrocosmos, na qual se fazia uno com o macrologos. Era

    permitido vivenciar em si o poder criador do Macrologos. O que passava a percorr-lo como uma

    substncia mais voltil numa mistura de umidade morna, quando falava, passava ao Macrocosmos

    como formao de elementos slidos de terra, ar, gua e densificavam permanentemente suas

    existncias na terra.(10)

    No incio de tudo era o mundo. O prncipio era o Verbo essa era a proclamao vinda do

    centro de aprendizado de fesos. Na sua atmosfera posteriormente viveram So Joo Batista, cujos

    discursos comeavam com essas palavras. (10)

    Corpo feito de fios perfeitos de terra, fogo, ar e gua entrelaando-se em sete nveis do tom

    que somos, assentando o organismo, os sentimentos, as sensaes e os pensamentos que

    comportam um Ser, que parte da Grande Msica Divina.

    Segundo Gudrun Burkhard (As Sete Atitudes anmicas): Essas sete tonalidades diferentes (como as

    sete notas musicais) do individualidade caractersticas anmicas diferentes. Assim como cada

    indivduo dispe de uma constituio fsica e de um temperamento diferente, ou tem uma

    qualidade zodiacal isto um signo diferente, tambm tem qualidades planetrias diferentes, que

    lhe servem de instrumento anmico aqui na vida terrena. Geralmente somos tingidos por mais de

    um tom, apresentando caratersticas mais acentuadas de dois ou trs...(9)

    Em relao ao canto, a dana, as ferramentas de afinao do Corpo-Som do Ser (5)

    Steiner relata que nos primrdios da evoluo da humanidade o ser humano ainda no tinha um

    eu individual, mas na forma como comemoravam suas festas resplandecia em suas almas algo

    como uma espcie de conscincia do eu. O eu se lhes manifestava como um sonho. O ser humano

    vivenciava seu eu como um sonho noturno de vero.

    E para que isso ocorresse, nos mais antigos festejos do solstcio de vero, os participantes eram

    levados a desenvolver um elemento potico-musical pleno de danas de roda acompanhadas de

    canto e ordenadas de forma fortemente rtmicas. Certas apresentaes e espetculos constituam-

  • se de recitativos musicais caractersticos, acompanhados de instrumentos musicais primitivos. Um

    tal festejo era completamente embebido pelo potico-musical. O ser humano como que derramava

    para o Cosmos, sob a forma de canto, msica e dana o que possua em sua conscincia onrica.

    Tudo tinha por meta que os seres humanos ingressassem numa atmosfera anmica por cujo

    intermdio ocorresse justamente, o que acabei de mencionar aqui, o luzir do Eu para dentro da

    esfera humana.

    Se houvssemos perguntado a esses antigos indivduos dirigentes dos festejos Mas como foi que

    vocs tiveram a idia de elaborar esses cantos e danas? eles teriam dito: Isto se aprende com os

    pssaros canoros. que eles haviam compreendido profundamente todo o sentido da razo pela

    qual os pssaros cantam.

    Quando as cotovias cantam, o que a se configura no atravessa o ar, mas o elemento etrico,

    alcanando o Cosmo e l vibrando at certo limite; depois vibra de volta terra e o mundo animal

    acolhe o que retorna assim vibrando, s que acrescentado da ligao com a essncia divino-

    espiritual do Cosmo.

    Dos festejam tinham ao canto, a msica, mas tambm a dana e o escutar. Portanto os efeitos da

    realizao dos festejos humanos ascendiam e, depois retornavam como algo que se manifestava

    aos seres humanos como poder do eu.

    Ao se falar as vogais a alma canta sua prpria cano.

    As vogais so como estrelas-guia da alma.

    Todo contedo emocional da alma desejos e realizaes, sofrimentos e alegrias, medos e

    encorajamentos tudo que pode ser trazido de matizes emocionais, pode ser resumido em cinco

    sensaes bsicas as cinco vogais. Elas exprimem todas as disposies anmicas

    A cada vogal pronunciada, o ser humano estabelece uma ligao etrica com determinadas esferas

    do Ser da Fala estendido no cosmo.

    Dessas esferas ele recebe como resposta um eco muito mais poderoso que o prprio fonema.

    o Cosmo que exprime a vogal etrica, a verdadeira vogal, que para a egoidade de cada indivduo

    de suma importncia.

    Com o auxlio das vogais ele pode sempre voltar a ligar-se imagem primordial do ser que seu

    eu, s por esse intermdio lhe cabe o papel majestoso de ser um eu. (5)

    A profecia tupi-guarani Quando uma contraparte da humanidade se tornar estrela, a Terra

    alcanar sua meta de ser ESTRELA-ME.

  • Temos no livro Crnica do Akasha, sobre Vulco, Steiner coloca que nesse estgio a humanidade

    atingir sua meta provisria e que o estado de conscincia que o homem penetrar chamado de

    bem aventurana divina. (7)

    Silncio (MB)

    intuio

    Relao com o Stimo tom Expresso da alma- palavra Neepora fala sagrada do ser Ang mirim Ar Ang mirim Fogo Ang mirim gua Ang mirim Terra

    frontal garganta corao plexo umbigo Base da coluna

    Antroposofia Saturno - U Jpiter - O Marte - E Sol - AU Vnus - A Mercrio - I Lua - EI (AI)

  • ANTIGO SATURNO ANTIGO SOL ANTIGA LUA TERRA

    Namandu Kuaracy Tup Tenonde Nande Cy

    Calor Calor + tnue neblina Calor + tnue neblina + guas

    Terra Material

    Amor e Sabedoria

    Grande Som Primeiro Homem-Lua e

    Mulher-Sol

    Germe do Corpo Fsico

    Corpo Etrico

    Alma-Colibri (corpo astral)

    Seres Trovo Jakara Ru Ete Kara Ru Ete Tup Ru Ete NanderuEte

    Namandu Ru Ete

  • Primeiro Ciclo: Jakara

    Segundo Ciclo: Kara Ru Ete

    Terceiro Ciclo: Tup Ru Ete

    Quarto Ciclo: Namandu Ru Ete

    Neblina ou bruma Coragem para a liberdade de penetrar nos Sagrados Mistrios Tribos Pssaro e Povos Arco-ris "Ventos atuam formando, unindo, separando." Esprito do Medo e Escravido

    Senhor do Fogo Sagrado Descoberta da Noite AYVU RAPYTA - fundamentos do ser "O fogo une o que para ser unido e separa o que para ser separado." Separao masculino-feminino Espritos do Sono, do Sonho e da Iluso

    Senhor dos troves e das sete guas Desafio o poder ARANDU ARAKUVAA ( a sabedoria dos Movimentos do Cu) Mau uso do poder Dilvio Pensamento Linguagem Migraes "Tup deixa sua essncia em ns para exercitarmos o criar e destruir."

    Tradio da Grande Me Tupy Tradio do Sonho Tradio do Sol Tradio da Lua

    Hiperbrea Lemria Atlntida Atual

    Ser Humano Nvel de neblina como rgo e vitalidade Sada do Sol leva ter luz Rpida Densificao

    Lquido fogoso Corpo Astral descontrolado Separao masculino-feminino Grupos migratrios na quinta sub-raa

    Primrdio do EU Linguagem Conquista do Pensar Poder Mgico Eu/Alma Grupal Egoidade Mau uso da vontade Interferncia com a natureza Quinta poca - grupo escolhido para migrao

    Desenvolvimento da conscincia do EU

  • Em Saturno o corpo fsico do ser humano era um corpo calrico; no Sol ocorreu uma condensao

    em estado gasosoou ar. Ora, como durante a evoluo lunar aflui o elemento astral, em certo

    momento o fsico adquire um novo grau de condensao, atingindo um estado comparvel ao atual

    estado lquido. Podemos designar este estado como gua, contudo no se trata da nossa gua

    atual, mas de qualquer forma lquida da existncia. (Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 139)

    S nos cabe tentar uma descrio aproximada e comparativa daquilo que o homem vivenciava

    nestes perodos (Antiga Lua). Ele sentia como se as foras do universo aflussem para ele,

    palpitassem atravs dele. Como que embriagado pelas harmonias do Universo, das quais ele

    compartilhava eis como se sentia a. Em tais pocas seu corpo astral parecia liberto do corpo

    fsico, do qual tambm uma parte do corpo vital era retirado. E esse conjunto composto de corpo

    astral e corpo etrico era como um delicado e maravilhoso instrumento musical, em cujas cordas

    ressoavam os mistrios do Universo. Era de acordo com as harmonias universais que se plasmavam

    os membros da parte do ser humano sobre a qual a conscincia tinha apenas uma influncia

    mnima, pois nessas harmonias atuavam os seres do Sol. Assim essa parte do homem foi esculpida

    em sua forma, pelos sons espirituais do Universo... E assim o ser humano tinha uma espcie de

    conscincia, embora indistinta, do jogo de harmonias csmicas em seu corpo fsico e na parte do

    corpo etrico que permanecera ligada ao primeiro.(Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 150)

    (Referente sada da Lua - diferenciao dos sexos)

    Os seres superiores, dos quais depende essa criao de formas, haviam decidido exercer sua

    atuao no mais do interior da Terra, e sim de fora. Com isso surgiu nas estruturas humanas

    corpreas uma diferenciao que cabe designar como o incio da separao dos sexos masculino e

    feminino. As formaes humanas sutis que anteriormente habitavam a Terra geraram, pela

    interao mtua das duas foras o germe e a fora vivificadora, a nova forma humana, seu

    descendente.(Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 168)

    Enquanto o homem, por seu prprio passado, possui assim energia para impregnar-se com o fogo

    terrestre, seres superiores infundem o sopro do ar em seu corpo. Antes da solidificao o corpo

    vital do homem, como receptor dos sons, era o condutor da corrente area. Ele impregnava seu

    corpo fsico com a vida. Agora seu corpo fsico recebe uma vida exterior. O resultado disso que

    essa vida se torna independente da parte anmica do homem. Ento esse, ao abandonar a Terra,

    deixa nela no apenas o germe de sua forma, mas tambm uma viva reproduo de si prprio. Os

    Espritos da Forma permanecem agora unidos a essa imagem; transmitem a vida que deles emana

    tambm aos descendentes, quando a alma est desligada do corpo. Assim formado o que se pode

    chamar de hereditariedade. E quando a alma humana reaparece na Terra, sente-se num corpo cuja

  • vida foi transmitida pelos antepassados; sente-se justamente atrada para esse corpo em especial.

    Com isso se forma algo como uma espcie de recordao do antepassado ao qual a alma se sente

    unida. Ao longo da linha hereditria, essa recordao se segue como uma conscincia comum. O eu

    flui descendentemente atravs das geraes. (Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 171)

    A poca atlntica

    No sentido da Cincia Espiritual, podemos chamar de Atlntida o continente ento situado entre os

    limites atuais da Europa, frica, Amrica. (Na literatura pertinente encontram-se, de certa forma,

    aluses poca da evoluo humana anterior atlntica. Denomina-se poca lemrica da Terra

    aquela qual se seguiu a atlntica. Por outro lado, a poca em que as foras lunares ainda no

    haviam produzido seus efeitos principais pode ser chamada de hiperbrea... (Cincia Oculta- Rudolf

    Steiner pg. 189)

    ...A poca atlntica

    ...Contudo, o homem os atraiu, por intermdio do ser lucifrico, para o mbito de sua alma

    separada do corpo fsico. Com isso entrou em contato com seres que atuaram sobre ele de maneira

    altamente tentadora. Eles aumentaram na alma a tendncia ao erro, particularmente o abuso das

    foras de crescimento e reproduo, em virtude da separao entre os corpos fsico e vital estavam

    em seu poder...(Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 189)

    (aps as migraes do final da poca atlntica)

    ...Como esses grandes mestres eram efetivamente dotados com reprodues dos corpos etricos

    de seus antepassados espirituais, o contedo de seu corpo astral, ou seja, seu saber e seu

    conhecimento autoconquistados, no alcanavam o que lhes ficava velado por meio de seu corpo

    vital. Pra que tais revelaes lhes falassem em seu ntimo, eles deviam fazer silenciar seu prprio

    saber e seu prprio conhecimento. Ento, a partir e por intermdio deles, falavam as elevadas

    entidades que tambm haviam falado a seus antepassados espirituais. Fora dos momentos em que

    essas entidades falavam por seu intermdio, eles eram pessoas simples, dotados com os dons do

    entendimento e do corao adquiridos espontaneamente... (Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg.

    197)

    Do ponto de vista espiritual, o surgimento do temor significa que dentro das foras terrestres, a

    cuja influncia o homem fora submetido pelas foras lucifricas, estavam ativos outros poderes

    que, no decorrer da evoluo, haviam assumido uma irregularidade muito antes dos lucifricos.

    Com as foras terrestres, o homem acolheu em seu ser as influncias dessas potncias. A

    sentimentos que sem elas teriam atuado de modo bem diverso, elas deram o atributo do temor.

    Pode-se chamar essas entidades de arimnicas; trata-se das mesmas que no sentido de Goethe

    podem ser chamadas de mefistoflicas.(Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 186)

    ...A poca atlntica

  • Uma dessas faculdades a linguagem. Ela foi autorgada ao homem por causa da condensao

    deste na materialidade fsica e pela separao de uma parte de seu corpo vital do corpo fsico.

    Nos tempos posteriores separao da Lua o homem sentia-se ligado a seus antepassados pelo eu

    de grupo. Porm essa conscincia comum, que unia os descendentes aos antepassados, perdeu-se

    gradualmente no decorrer das geraes. Ento os descendentes posteriores tinham a recordao

    interior somente at um antepassado no muito longnquo; at os antepassados remotos, no

    mais. Apenas nos estados semelhantes ao sono, nos quais os homens entravam em contato com o

    mundo espiritual, surgia novamente uma recordao deste ou daquele antepassado.(Cincia

    Oculta- Rudolf Steiner pg. 192)

    Em meados da evoluo atlntica...

    ...O perigo era tanto maior quanto mais os homens, conforme foi dito, houvessem chegado ao

    domnio dos seres espirituais inferiores, que no podiam acompanhar a evoluo terrestre regular,

    portanto, faziam-lhe oposio. Esses influenciavam continuamente os homens, de modo a inspirar-

    lhes interesses verdadeiramente contrrios ao bem da humanidade...

    ...A conseqncia foi uma grande corrupo da humanidade. O mal se difundiu cada vez mais. E

    como as foras do crescimento e reproduo, uma vez extirpadas do seu solo natural e empregadas

    independentemente, encontram-se numa misteriosa relao com certas foras que atuam no ar e

    na gua, por causa dos atos humanos desencadearam-se formidveis foras naturais destrutivas.

    Isso conduziu gradual destruio da regio atlntica por catstrofes areas e aquticas. A

    humanidade atlntica teve que emigrar na medida em que no era exterminada pelos cataclismos.

    (Cincia Oculta- Rudolf Steiner pg. 194)

    ...que se denominam os trs graus da evoluo planetria. Seus nomes na Cincia Oculta so:

    perodo saturnino, perodo solar e perodo lunar. Veremos que a priori essas denominaes nada

    tem a ver com os corpos celestes que trazem esses nomes na astronomia fsica apesar de existir,

    num sentido mais vasto, uma relao com eles, conhecida pelos msticos mais adiantados. (Crnica

    do Akasha pg. 91)

    ...Antes de se tornar Terra, o corpo celeste onde decorre a vida do homem teve trs outras formas,

    denominadas Saturno, Sol e Lua. Pode-se, pois, falar de quatro planetas onde se desenrolam as

    quatro etapas principais da evoluo humana. Antes de se tornar propriamente Terra, a Terra era

    Lua; antes disso era Sol e, antes ainda, Saturno. Justifica-se, como se ver nos relatos seguintes,

    imaginar trs etapas posteriores que a Terra ou melhor, o corpo celeste que evoluiu at tornar-se

    a Terra atual ainda ter que percorrer. Na Cincia Oculta elas se chamam Jpiter, Vnus e

    Vulcano. Por conseqncia, o corpo celeste com o qual o destino humano se relaciona passou por

    trs etapas, encontrando-se agora na quarta etapa, e no futuro percorrer mais trs at que se

    desenvolvam todas as disposies que o homem possui para chegar ao auge da perfeio. (Crnica

    do Akasha pg. 99)

  • ...Nessa evoluo h, pelo contrrio, certas interrupes. O estado de Saturno no passa

    diretamente etapa solar. Entre a evoluo de Saturno e do Sol, e igualmente nas formas

    subseqentes do corpo celeste humano, h estados intermedirios que se poderia comparar

    noite entre dois dias ou ao estado semelhante ao sono em que se encontra a semente de uma

    planta antes de desenvolver-se novamente at a planta completa.

    De acordo com descries do Oriente a respeito desse assunto, a Teosofia hoje chama de

    manvataraum estado evolutivo em que a vida se desenvolve exteriormente e de pralaya o estado

    de repouso intermedirio. (Crnica do Akasha pg. 100)

    ...Por isso a poca atlntica tambm a poca em que se desenvolveu a linguagem. E com a

    linguagem surgiu um lao entre a alma humana e as coisas existentes no exterior do homem...

    ...As foras de sua alma eram mais ligadas natureza do que os homens de hoje. Assim tambm

    palavra que eles pronunciavam possua enorme fora natural. Eles no s denominavam as coisas,

    mas em suas palavras residia um poder sobre elas e mesmo sobre os outros homens...

    ...A fora mgica das palavras, de que se fala at hoje, era muito mais verdadeira para esses

    homens do que para os da atualidade. (Crnica do Akasha pg. 27)

    ...Outra conseqncia da fora mneumnica para a sociabilidade humana foi o fato de se formarem

    grupos de indivduos que se conservavam unidos pela recordao de atos coletivos. (Crnica do

    Akasha pg. 29)

    ...A origem do pensamento lgico deve ser procurada na quinta sub-raa (os proto-semitas-

    Atlntida)... O raciocnio desenvolveu-se...Aprendeu-se a elaborar os pensamentos. (Crnica do

    Akasha pg. 30-31)

    (a raa lemrica)

    ...Lentamente, numa srie de ritmos, fluem de seus lbios alguns sons estranhos, que se repetem

    sempre. Em crculo senta-se a seu redorum certo nmero de homens e mulheres com expresso de

    sonho, aspirando vida interior dos sons que ouvem.

    Outras cenas podem ser vistas ainda...porm os sons que emite so mais poderosos, mais

    enrgicos. E os homens ao seu redor movimentam-se em danas rtmicas. Essa era outra maneira

    de penetrar na alma da Humanidade. Os misteriosos ritmos ouvidos na Natureza eram imitados

    nos movimentos dos prprios membros. Os homens sentiam-se, deste modo, unos com a Natureza

    e os poderes que nela dominam.

    ...A Lemria estava sempre sob o domnio de cataclismos naturais. A Terra no tinha ainda a

    densidade que teria mais tarde. Por toda parte o solo pouco espesso era revolvido por foras

    vulcnicas, que abriam caminho para o exterior em maiores ou menores fluxos. Em quase toda

    parte havia majestosos vulces, que desenvolviam continuamente uma atividade destruidora. Os

    homens estavam acostumados a contar com essa atividade do fogo, em todas suas aes...

  • Pela atividade desse fogo vulcnico a Lemria foi destruda. (Crnica do Akasha pg. 50-51)

    A formao exterior da Terra provocou uma formao unilateral do corpo. O corpo masculino

    tomou um aspecto determinado pelo elemento da vontade, ao passo que no feminino predominam

    as caractersticas da representao mental. Desse modo a alma bissexual habita um corpo

    unissexual, masculino ou feminino...

    ...Ao acompanharmos o decorrer da Crnica do Akasha, evidencia-se o seguinte: num tempo

    longnquo do passado, apresentam-se ante ns formas humanas de consistncia branda, formas

    plsticas, completamente diversas das posteriores. Elas traziam em si, simultaneamente as

    naturezas do homem e da mulher. Com o decorrer do tempo a matria foi se solidificando; o corpo

    humano assumiu ento duas formas: uma semelhante ao futuro homem e outra semelhante

    futura mulher. (Crnica do Akasha pg. 57)

    A energia pela qual o homem se dirige ao exterior a fim de atuar juntamente com um outro o

    amor. Os seres sobre-humanos dirigiam todo seu amor para o exterior, a fim de deixar fluir para

    sua alma a sabedoria universal.

    ...A misso das naturezas sobre-humanas. Dos grandes guias, era gravar nos jovens homens seu

    prprio carter, que o amor. (Crnica do Akasha pg. 59)

    ...De raa em raa, caminha a humanidade fsica; cada raa deixa em herana seguinte, atravs da

    evoluo fsica, suas qualidades perceptveis pelos sentidos. (Crnica do Akasha pg. 61)

    ...As atividades e faculdades corpreas e anmicas no eram ainda estritamente separadas entre si.

    A vida da natureza exterior era vivida pela alma. Era principalmente o sentido da audio que

    recebia fortes impresses com cada abalo em seu ambiente. Cada estremecimento do ar, cada

    movimento em derredor eram ouvidos. O vento e a gua com seus movimentos falavam ao

    homem uma linguagem eloqente. Era uma percepo da misteriosa trama e atividade da

    Natureza que penetrava, desse modo, na alma do homem. E esse tramar e atuar ressoava tambm

    em sua alma. Sua atividade era um eco dessa influncia. Ele transformava a percepo sonora em

    atividade prpria. (Crnica do Akasha pg. 63)

  • 1. A Terra de Mil Povos Kaka Wer Jecup.

    2. Tup Tenond Kaka Wer Jecup.

    3. A Cincia Oculta Rudof Steiner.

    4. A Crnica do Akasha Rudolf Steiner.

    5. O sentido da palavra No princpio era o verbo Alfred Baur.

    6. Hierarquias Espirituais e seu reflexo no mundo fsico Rudolf Steiner.

    7. Cosmognese segundo a Antroposofia apostila curso de Aprofundamento Espiritual

    Modulo II a evoluo do Cosmos Bernhard Waizberg e Selim Nigri.

    8. A Arqueologia do Mundo A Evoluo do Cosmos e do Homem apostila - Dr.Wesley

    Arago de Moraes.

    9. As Sete Atitudes Anmicas Gudrun Burkhard.

    10. Rudolf Steiners Mission and Ita Wegman Margarete & Erich Kirchner Bockholt.

    11. Curso de Bsico de Formao em Antroposofia Dr. Wesley Arago de Moraes.

    12. A impressionante Astronomia dos ndios Brasileiros Germano Bruno Afonso.

    13. Discurso Religioso e patrimnio intangvel Guarany mbya Luis C. Borges.

    14. A morte na cultura Guarany Benedito Prezia.

    15. O mundo material uma sombra da verdadeira realidade - Kaka Wer Jecup.

    16. Ayvu Rapyta em Portunhol Selvagem - Douglas Diegues.

    17. O Canto da Criao do Mundo um mito guarani em relao Cincia Oculta de Rudolf

    Steiner - Susanne Rotermund.

    18. Doutrina Secreta vol. I, II, III - Helena P. Blavatsky.

    19. Karma Anne Besant.

  • No caminho do guerreiro, cabe a voc discernir o que foi tecido pelos

    fios divinos e o que foi tecido pelos fios humanos. Quando voc principia a

    discernir, voc se torna um txucarrame - um guerreiro sem armas.

    Porque os fios tecidos pela mo do humano formam pedaos vivificados

    pelo seu esprito. Essa mo gera todos os tipos de criao. Muitas coisas

    fazem parte de voc para se defender do mundo externo, geradas pela

    sua prpria mo e seu pensamento. Quando voc descobre o que tem

    feito da sua vida e como a sua dana no mundo, desapega-se aos

    poucos das armas, que so criaes feitas para matar criaes.

    De repente, descobre-se que, quando paramos de criar o inimigo,

    extingue-se a necessidade das armas.

    Kaka Wer Jecup

    Apostila elaborada por Heloisa Soares de Oliveira e diagramada por Carlos R. C. Brito Jnior; alunos do

    programa Biografia e Caminho Inicitico na Associao Sagres em Florianpolis/SC.

    Inverno de 2012.