apostila de contabilidade de custos

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Contabilidade de Custos Prof. Liliane 1 CONTABILIDADE DE CUSTOS Professora: Liliane Maria Ramalho de Castro e Silva

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Parte Um, Apostila da disciplina de Contabilidade de Custos do curso de ciências contábeis

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Contabilidade de Custos Prof. Liliane 1

CONTABILIDADE DE CUSTOS Professora: Liliane Maria Ramalho de Castro e Silva Contabilidade de Custos Prof. Liliane 2 CONTABILIDADE DE CUSTOS AprimeirapreocupaodosContadores,AuditoreseFiscais,quandodo desenvolvimentodaContabilidadedeCustos,foiadefazerdesteramodaContabilidadeuma forma de resolver seus problemas de mensurao monetria dos estoques e do resultado, no a de fazer dela um instrumento de administrao. Por essa no-utilizao de todo o seu potencial no campo gerencial, deixou a Contabilidade de Custos de ter uma evoluo mais acentuada por um longo tempo. Devidoaocrescimentodasempresas,comoconseqenteaumentodadistnciaentre administradoreativosepessoasadministradas,passouaContabilidadedeCustosaser encarada como uma eficiente forma de auxlio no desempenho dessa nova misso, a gerencial. importanteserlembradoqueessanovavisoporpartedosusuriosdeCustosno datademaisquealgumasdcadas,e,poressarazo,aindahmuitoaserdesenvolvido. tambmimportanteserconstatadoqueasregraseosprincpiosgeralmenteaceitosna ContabilidadedeCustosforamcriadosemantidoscomafinalidadebsicadeavaliaode estoquesenoparafornecimentodedadosadministrao.Poressarazo,sonecessrias certas adaptaes quando se deseja desenvolver bem esse seu outro potencial; potencial esse que, na grande maioria das empresas, mais importante do que aquele motivo que fez aparecer a prpria Contabilidade de Custos. Nesseseunovocampo,aContabilidadedeCustostemduasfunesrelevantes:no auxlioaoControleenaajudastomadasdedecises.NoquedizrespeitoaoControle,sua maisimportantemissofornecerdadosparaoestabelecimentodepadres,oramentose outrasformasdeprevisoe,numestgioimediatamenteseguinte,acompanharoefetivamente acontecido para comparao com os valores anteriormente definidos. NoquetangeDeciso,seupapelreveste-sedesumaimportncia,poisconsistena alimentaodeinformaessobrevaloresrelevantesquedizemrespeitosconseqnciasde curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixao de preos de venda, opo de compra ou fabricao, etc. Resumindo, a Contabilidade de Custos acabou por passar, nessas ltimas dcadas, de meraauxiliarnaavaliaodeestoqueselucrosglobaisparaimportantearmadecontrolee decisogerenciais.Comisso,ocorreuseumaioraproveitamentoemoutroscamposquenoo industrial.Nocasodeinstituionotipicamentedaquelanatureza,taiscomoinstituies financeiras,empresascomerciais,firmasdeprestaodeservios,etc.,ondeseuusopara efeitodeBalanoeraquaseirrelevante(pelaausnciadeestoques),passou-seaexplorarseu potencial para o controle e at para as tomadas de decises. Mesmo nas empresas prestadoras de servios que eventualmente faziam uso de Custos para avaliao dos Estoques de Servios em Andamento, ou seja, para a avaliao dos custos incorridos em projetos ainda no acabados, seu campo alargou-se de maneira formidvel. hojerelativamentecomumencontrarmosBancos,Financeiras,LojasComerciais, Escritrios de Planejamento, de Auditoria, de Consultoria, etc. utilizando-se de Contabilidade de Custos. INTRODUO UNIDADE I-INTRODUO CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 3 AntesdaRevoluoIndustrial,sexistiaaContabilidadeFinanceira,queestava estruturada para atender s empresas comerciais. Nessasempresas,aapuraodoresultadodecadaperodoeolevantamentodo balano em seu final eram realizados pelo levantamento fsico dos estoques, j que sua medida em valor monetrio era muito simples. Verificava-se quanto havia sido pago pelo item estocado e era atribudo o valor das mercadorias. Ao se confrontar esse valor com as receitas obtidas pela venda dos bens, chegava-se ao lucrobruto,deduzindo-seasdespesasnecessriasmanutenodaentidade,obtinha-seo lucro lquido. As empresas propriamente ditas viviam basicamente do comrcio, e no da fabricao. Dessaforma,erabastantefciloconhecimentoeaverificaodovalordecompradosbens existentes, bastando a simples consulta aos documentos de sua aquisio. Comoadventodasindstrias,tornou-semaiscomplexaafunodelevantamentodo balanoeapuraodoresultado,poisnosedispunhatofacilmentedosdadosparapoder atribuirvaloraosestoques;ovalordeComprasnaempresacomercialestavasubstitudopor uma srie de valores pagos pelos fatores de produo utilizados. OvalordoEstoquedosprodutosexistentesnaempresa,fabricadosporela,deveria entocorresponderaomontantequeseriaoequivalenteaovalordeComprasnaempresa comercial. Portanto, passaram a compor o custo do produto os valores dos fatores de produo utilizados para sua obteno.

Empresa Comercial Vendas ( - )Custo das Mercadorias Vendidas Estoques Iniciais ( + ) Compras (- ) Estoques Finais( = )Lucro Bruto ( - )Despesas ComerciaisAdministrativas Financeiras ( = )Lucro Lquido Empresa Industrial VendasMo-de-Obra Direta ( MOD ) ( - )Custo dos Produtos Vendidos ( CPV )( + )CONS(Mat.-Prima) ( = )Lucro Bruto( + )Custo Indireto de Fabricao ( CIF ) ( - )Despesas Operacionais( = )Custo de Produo do Perodo ( CPP ) ( = )Lucro Lquido( + )Estoque Inicial de Produtos em Elaborao ( EIPE ) (- )Estoque Final de Produtos em Elaborao ( EFPE ) ( = )Custo de Produtos Acabados ( CPA ) ( + )Estoque Inicial de Produtos Acabados ( EIPA ) (- )Estoque Final de Produtos Acabados (EFPA ) ( = )Custo dos Produtos Vendidos ( CPV )

EVOLUO HISTRICA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 4 AchamadaRevoluoIndustrial,queabrangemaisoumenos,operodode1760a 1840,secaracterizapelatransformaodosmtodosdeproduo,isto,pelapassagemdo sistemadeeconomiadomsticaparaodeeconomiafabril,epeloaparecimentodamquina, tomando,aeconomia,novafeio.Aconcorrnciatornou-secadavezmaisspera,exigindo melhorconhecimentodoselementosdeproduo.E,comoerainevitvel,acontabilidade, encarregada de registrar e apresentar as variaes ocorridas num certo patrimnio, tomou novos rumos.Oindustrial,porexemplo,jnomaissesatisfazemsaber,simplesmente,sehouve lucro ou prejuzo, mas precisa saber qual o custo de seus produtos. A Contabilidade de Custos teria surgido dessa necessidade. Sua funo era, ento, registrar oscustos que capacitavam o administradoraavaliarosinventriose,conseqentemente,adeterminarmaiscorretamente as rendas e levantar os balanos. Nesse perodo, eram apenas computados os custos diretos- agregaodomaterialconsumidoedamo-de-obrautilizada.NaInglaterrafoilargamente utilizadoessemtodo,porvoltadosculoXIX.Entretanto,maiorimpulsoedesenvolvimento ocorreramnosEstadosUnidosnocomeodo sculoXX.Noinciodeste sculo,vriosfatores exigiramqueosprofissionaisdeCustosdessemumgrandepassoemdireoaummaior refinamento. Foi grande e difcil a adoo generalizada da computao de valores estimados no custodeumproduto.Oscontadoresserestringiamacontabilizarapenasoscustosreais.Era princpiorgidooregistrodastransaesedasoperaessomentepelasdespesasrealmente incorridas. Comcertorelaxamentodesseprincpio,quandoseconsiderouqueaContabilidadede Custos deveria estar voltada para as atividades internas da empresa, foi possvel o emprego de taxaspr-determinadasparaaapropriaodoscustosindiretosaovalordosprodutos,dos inventriosedosservios.Dequalquermodo,essaprimeirafasesecaracterizoupela preocupaocomoregistrodoscustos.ApartirdaPrimeiraGrandeGuerra,nafaseda intensificaodacompetioeaindaapsaDepresso,verificou-sequeasinformaesda ContabilidadedeCustos,seorganizadasadequadamente,poderiamservircomocontroledos prprioscustosedasoperaes.AContabilidadedeCustosganhoucorpo,atingindosua identidadeespecficaecomeouaserfinalmenteconsideradacomoinstrumentode administrao. ComaSegundaGrandeGuerra,desenvolveram-semodernastcnicasde Administrao,enovasconcepeslevaramContabilidadedeCustosimpulsosnovos, aumentandosuareadeinfluncia.Asinformaesdecustospassaramaapoiara Administraoemsuasfunesdeplanejamento,orientaoetomadadedecises.A Contabilidade de Custos passou cada vez mais a responsabilizar-se pela anlise e interpretao dasinformaesquantitativas,afimdefornecerAdministraoinstrumentossignificativose oportunos para a gerncia da organizao. Odesenvolvimentoparalelodapesquisaoperacionaledacomputaoeletrnicaveio darmaiorvigorreadecustos.Dessamaneira,asinformaessoprestadasmais rapidamente.O emprego de tcnicas estatsticas e matemticas mais sofisticadas, bem como o usodeprocessamentodedados,minimizaramosproblemas,anteriormentedifceisdeserem solucionados. ContabilidadedeCustosumatcnicacontbilutilizadaparaidentificar,mensurare informar os custos dos produtos e/ou servios. SegundoLeone(2000),aContabilidadedeCustosoramodaContabilidadequese destina a produzir informaes para os diversos nveis gerenciais de uma entidade, como auxlio sfunesdedeterminaodedesempenho,deplanejamentoecontroledasoperaesede tomada de decises. A Contabilidade de Custos coleta, classifica e registra os dados internos e externos, fsicos e monetrios, gerando indicadores gerenciais de grande poder informativo. AContabilidadedeCustosrefere-sehojesatividadesdecoletaefornecimentode informaesparaasnecessidadesdetomadadedecisodetodosostipos,desdeas CONCEITO DE CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 5 relacionadas com operaes repetitivas at as de natureza estratgica, no repetitivas, e, ainda, ajuda na formao das principais polticas das organizaes ( W. B. Lawrence ). OobjetivobsicodaContabilidadedeCustosserutilizadacomoinstrumentoque possibilitaadministraodaempresagerenciarsuasatividadesprodutivas,comerciaise financeiras,atravsdoconhecimentodoscustosdosseusprodutosparaavaliarestoquese apurar o resultado das indstrias. Outros objetivos da Contabilidade de Custos que do sustentao ao objetivo bsico: Determinaodolucroutilizandoosdadosdosregistrosconvencionaisda contabilidade,oucompilando-osdemaneiradiferenteparaquesejammaisteis administrao; Controle das operaes e dos estoques, estabelecimento de padres e oramentos, comparaes entre custo real e custo orado e ainda fazer previses; Tomadadedecises,formaodepreos,determinaodaquantidadeaser produzida,escolhadequalprodutoproduzir,avaliaodedecisosobrecortede produtos ou deciso de comprar ou fabricar. Parasepoderfixaropreodevenda,condioindispensvelsaberprimeiramenteo valor do custo de produo do produto.A administrao necessita de elementos e informaes rpidaseexatas,tantoquantopossvel,afimdequesepossamtomar,emtempohbil,as providnciasadequadasparamanteroequilbrioeconmico/financeiroeaumentaraeficincia da empresa.Isto no s em tempos normais, mas,principalmente, em pocas de desequilbrio econmico,quandoexisteforteconcorrnciaouestoemperspectivanovosconcorrentes, ocasies estas que obrigam a reviso da poltica e fixao de preos. AContabilidadeGeral,sebemqueimprescindvel,decertomodo,insuficiente.Informaes gerais no mais satisfazem, necessrio se ter o custo de cada produto, de cada componentedoproduto,decadadepartamento,decadaprocesso,decadaservio,seh desperdcio de material, de mo-de-obra, de dinheiro, para se remover as causas desfavorveis. AContabilidadeGeralapresentaperiodicamente,umbalanogeral,demonstrandoa situao econmica/financeira da empresa, a qual prescinde de informaes pormenorizadas em termos de custos da produo ou dos servios.Por outro lado, a Contabilidade de Custos, por si s, no resolve os problemas da economia industrial. necessria a existncia de organizao eadministraoeficienteseeficazes,apoiadasemprincpioseconmicos/financeiros.Independentedequalquersituaodaeconomia,aadministraoempresarialdevesempre estarvoltadaparaoprincpiodequeaempresadeveatingirumbomnveldeprodutividadee desempenhoe,atravsdeumsistemaeficientedecusto,quesevodescobriros desperdcios e procurar reduzi-los, fazendo com que as metas planejadas sejam alcanadas.A ContabilidadedeCustostambmpodeprestarrelevantepapelnaempresacomercialouem qualqueratividadenoindustrial,naformulaodeumatarefaadministrativaegerencialem qualquer ramo de operaes empresarial. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS NECESSIDADEDA CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 6 Dentre as principais vantagens da Contabilidade de Custos, destacam-se: Permiteavaliaroscustosunitriosdeproduo,conseqentementefixarospreosde venda; Permite localizar os desperdcios de material, horas mquinas/homens, aproveitar resduos, reduzirou eliminar gastos; Permite apurao de custos por elementos, sees, departamentos, produtos, perodos, etc.; Oferece elementos para estudo acurado das despesas, bem como o controle e previso dosnegcios; Estabelece o esprito de economia e previdncia; Fixaautoridadeeresponsabilidade,estabelecendorecprocavigilnciaemtodasas atividades; Fornece,rapidamente,osinventriosdemateriais,produtosemelaboraoeprodutos acabados,facilitando o levantamento de balancetes, balano e demonstrao de resultados parcial/total; Ofereceelementosparacomparaoeinterpretaodoscustosocorridospor departamentos,fasesdefabricao,produtos,operaes,serviosepontosde estrangulamento, etc. ; Permite descobrir quais os produtos/servios mais lucrativos para a empresa. Comotodaimplantaodeumsistema,nofaltamargumentoscontrriossua instalao, destacam-se as seguintes desvantagens: Exigepapelrioeintroduzburocracia(semaburocracianopossvelfixarem-seos grausderesponsabilidadeeautoridade,reconhecerasobrigaeseosdireitosdas pessoasquedesenvolvemsuasatividadesnaempresa.Dificuldade:estabeleceroponto timo burocrtico);Resistnciaimplantaodesistemanovo(motivada,svezes,pormedocre mentalidadecontbileeconmicadechefesmenores,deoperriosmenoscategorizados,osquaisreclamam por solues mais simples e rotineiras); Custodeimplantaoemanutenoelevado(evidentequeaimplantaoe manutenodequalquersistemaacarretaremaumentodegastos,umavezquese avolumam trabalho, nmero de registros, pessoal especializado etc.O quedeve ser levado a cabo so os benefcios deleresultantes e se forem satisfatoriamente compensadores). Das questes apresentadas quanto s vantagens e desvantagens, a deciso no tocante implantao ou no de um sistema de Contabilidade de Custos evidentemente a opo que venha atender aos justos limites tcnicos e econmicos, os quais s podero ser determinados mediante o prvio conhecimento dos princpios tericos, casados com a experincia adquirida e colocados,ambos,emconsonnciacomascondiesexistentes,fundamentalobjetivo planejado pela empresa. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 7 Sistema de InternosFases de TrabalhoPlano de Contas Determinao deEmpresa Materiais ExternosColeta Organizao da resultadosComponentes Sistema de Quantitativos AcumulaempresaAvaliao do Segmentos Pessoal Qualitativos Organiza patrimnio Planos Sistema de Analisa PlanejamentoAtividades ContabilidadeInterpreta Tomada de deciso Sistemas de Acumulao de Custos Por Ordem de Produo Por Processo Mtodos de Custeamento Absoro VarivelSistemas de Custeamento Por Centros de CustosMetas PadroParmetros ABC, .... Oramentos AContabilidadeGerencialrelacionadacomofornecimentodeinformaesparaos administradores,isto,aquelesqueestodentrodaorganizaoequesoresponsveispelo controle de suas operaes. A Contabilidade Financeira relacionada com o fornecimento de informaes para os acionistas, credores e outros que esto de fora da organizao. FATORCONTAB. FINANCEIRACONTAB. GERENCIAL Usurio dos relatriosExternos Internos Objetivo dos relatriosFacilitaranlisefinanceiraparaas necessidades dos usurios externos Facilitaroplanejamento,controle, avaliao de desemp. e decises internas Forma dos relatriosBalanoPatrimonial,DRE,DOARe DMPL Oramentos,contab.porresultado, relatrio de desempenho e custos. Freqncia dos relatriosAnual, trimestral e mensal.Quando necessrio administrao. Custos ou valores usadosPrimariamente histricos(passados)Histricos e esperados(previstos) Basesdemensuraousadaspara quantificar os dados Moeda correnteVriasbases(moedacorrente,estrangeira, medidas fsicas, ndices, etc.) Restries da informao fornecidaPrincpiosContbeisGeralmente AceitosNenhuma restrio Arcabouo terico/tcnicoCincia ContbilUtilizaopesadadeoutrasdisciplinas: economia,finanas,estatsticaepesquisa operacional Perspectiva dos relatrios Orientao histricaOrientadaparaofuturo(facilitandoo planej.,controleeavaliaode desempenho antes do fato) SegundoEliseuMartins,aContabilidadedeCustosevoluiuparaoconceitode ContabilidadeGerencial.Outrosautoresconsideram-nassinnimos,segundooutros,a segunda est inserida na primeira. CONTABILIDADE FINANCEIRA, GERENCIAL E DE CUSTOS VISO GERENCIAL DOS CUSTOS Sistema de Apoio Dados Contabilidade de Custos Relatrios Gerenciais Necessid. Gerenciais Campo de Apurao FINS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 8 A Contabilidade Financeira visa a dois objetivos fundamentais: 1.Indicar a natureza e a situao dos capitais investidos em uma empresa-Balano Patrimonial. 2.Relatar asmudanas resultantes das atividadesoperacionais- Demonstrativode Resultado. A Contabilidade de Custos gerenciaquatro finalidades principais: 1.Fornecerdadosparaamedioderesultados(lucros),paraaavaliaode inventrios(critriosdemensuraodosestoques)eapuraodecustosda produo. 2.Fornecer informaes administrao para controle das operaes e atividades de gesto daempresa. 3.Fornecerinformaesparaoplanejamento,paraosoramentoseparaatomada de deciso. 4.Fornecer informaes para o atendimento das exigncias legais e fiscais. CARACTERSTICAS CONTABILIDADECONTABILIDADE FINANCEIRA DE CUSTOS 1. Pblico usurio Externo Interno 2. Obrigatoriedade SimFacultativa 3. Princpios contbeis/normas EstsubordinadaNo est4. PrecisoSimNo 5. AbrangnciaGlobal Parcial 6. Tempestividade (rapidez das informaes) LentaRpida 7. poca (reporta-se ao) PassadoFuturo EMPRESAS COMERCIAIS Compramprodutosacabadosquenoexigemnenhumprocessamentofabrilaps aquisio(Mercadorias).Osprodutosemestoques,aofinaldoperodocontbil,constituem Estoque de Mercadorias. EMPRESAS INDUSTRIAIS Comprammatrias-primaseastransformamemprodutosacabados.Asmatrias-primasnoprocessadasconstituemEstoquedeMatrias-primas.Naproduopoderhaver produtosemfasedeacabamentoousemi-elaboradoseconstituemEstoquedeProdutosem Elaborao.OsprodutosacabadosenocomercializadosconstituemEstoquedeProdutos Acabados. Os produtos acabados que foram vendidos constituem Custo dos Produtos Vendidos. EXERCCIO 1.O que voc entende por Contabilidade Financeira e Contabilidade Gerencial ? 2.Para que tipo de usurio a Contabilidade Financeira est voltada ? 3.Para quais finalidades destina-se a Contabilidade Gerencial ? 4.Cite conceito, objetivos, vantagens e desvantagens da Contabilidade de Custos. EMPRESAS COMERCIAISX EMPRESAS INDUSTRIAIS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 9 GASTO Sacrifcioqueaentidadeprecisasuportarparaobtenodeumbemouservio, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos(normalmente dinheiro). O gasto se concretizaquandoosserviosoubensadquiridossoprestadosoupassamaserpropriedade da empresa.Exemplos: Gasto com mo-de-obra (salrios e encargos); Gasto com aquisio de mercadorias para revenda; Gasto com aquisio de matrias-primas para industrializao; Gasto com energia eltrica. Os gastos podem ser: Investimentos, Custos ou Despesas. INVESTIMENTO Gastocombemouservioativado(estocadonosativosparabaixaouamortizao venda, consumo, desvalorizao) em funo de sua vida til ou de benefcios. Exemplos: Aquisio de mveis e utenslios; Aquisio de matria-prima ( investimento circulante ( se transformar em custo(consumo no setor de produo) ou em despesa(consumo no setor administrativo) ); Aquisio de imveis (investimento permanente) ; Aquisio de material de escritrio. CUSTO Gastorelativoabemouservioutilizadonaproduodeoutrosbenseservios.So todos os gastos relativos atividade de produo. Exemplos: Salrio do pessoal da produo; Matria-prima utilizada no processo de produo; Aluguis e seguros do prdio da fbrica; Depreciao dos equipamentos da fbrica; Gastos com manuteno das mquinas da fbrica. Obs: O custo s ocorre com o consumo dos bens e servios pelo setor de produo. DESPESA Gastocombensouserviosnoutilizadosnasatividadesprodutivaseconsumidos direta ou indiretamente para a obteno de receitas. Acomissodovendedor,porexemplo,umgastoquesetornaimediatamenteuma despesa. As despesas so itens que reduzem o Patrimnio Lquido e que tm essa caracterstica de representar sacrifcios no processo de obteno de receitas. Todososcustosquesoouforamgastossetransformamemdespesasquandoda entregadosbensouserviosaquesereferem.Muitosgastossoautomaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a via-sacra completa, passando por investimento, custo e despesa. Exemplos: Salrios e encargos sociais do pessoal de vendas; Salrios e encargos sociais do pessoal do escritrio de administrao; Energia eltrica consumida no escritrio; UNIDADEIITERMINOLOGIASEEXPRESSESUTILIZADASPELACONTABILIDADE DE CUSTOSTERMINOLOGIA BSICA EM CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 10 Gasto com combustveis e refeies do pessoal de vendas; Aluguis e seguros do prdio do escritrio. AdistinomaisdifcilemaisimportanteentreCustoseDespesas.SeumGasto considerado Despesa, ele afeta diretamente o resultado do exerccio. Se considerado Custo, s afetaroresultadoaparceladosgastosquecorresponderaosprodutosvendidos.Aparcela correspondente aos produtos em estoque ficar ativada. DESEMBOLSO Pagamentoresultantedaaquisiodeumbemouservio.Podeocorrer concomitantemente ao gasto(pagamento vista) ou depois deste(pagamento a prazo). PERDA Bem ou servio consumidos de forma anormal ou involuntria. Noseconfundecomadespesa(muitomenoscomocusto),exatamenteporsua caractersticadeanormalidadeeinvoluntariedade;noumsacrifciofeitocomintenode obtenodereceita.SoitensquevodiretamentecontadeResultado,assimcomoas despesas,masnorepresentamsacrifciosnormaisouderivadosdeformavoluntriadas atividades destinadas obteno de receita. comum o uso da expresso perdas de material na fabricao de inmeros bens; entretanto, a quase totalidade dessas perdas , na realidade, um custo, j que so valores sacrificados de maneira normal no processo de produo, fazendo parte de um sacrifcio j conhecido at por antecipao para a obteno da receita almejada. Exemplos: Perdas com incndios; obsoletismo de estoques; Gasto com mo-de-obra durante uma greve; Perda com material deteriorado por um defeito anormal e raro de um equipamento. GANHO Resultadolquidofavorvelresultantedetransaesoueventosnorelacionadoss operaes normais das atividades. LUCRO/PREJUZO Diferena positiva/negativa entre receita e despesa, ganhos e perdas. RATEIODiviso proporcional por uma base que tenha valores conhecidos em cada funo e que se julga que o custo ocorre nas mesmas propores da base. CUSTO DA PRODUO DO PERODO (CPP)Soma dos custos incorridos no perodo dentro da fbrica. CUSTO DA PRODUO ACABADA (CPA)Somadoscustoscontidosnaproduoacabadanoperodo.Podecontercustosda produo de perodos anteriores existentes em unidades que s foram completadas no presente perodo. CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (CPV)Soma dos custos incorridos na fabricao dos bens que s agora esto sendo vendidos. CUSTO DE TRANSFORMAOSomadoscustosdemo-de-obradireta(MOD)comoscustosindiretosde produo(CIF). EXEMPLOS: -Aquisio dematria-prima ......................................................= Investimento -Deteriorao da matria-prima adquirida e estocada ...............= Perda do investimento -Utilizao dematria-prima ......................................................=Custo -Venda do produto elaborado com amatria-prima ................... =Despesa -Deteriorao da matria-prima incorporada no produto acabado=Perda do custo -Matria-prima incorporada no produto acabado em estoque ....=Investimento -Aquisio ou compra (em dinheiro ou cheque) ...........................=Desembolso Contabilidade de Custos Prof. Liliane 11 SUBPRODUTOSSoaquelesitensque,nascendodeformanormalduranteoprocessodeproduo, possuemmercadodevendarelativamenteestvel,tantonoquedizrespeitoexistnciade compradorescomoquantoaopreo.Soitensquetmcomercializaotonormalquantoos produtos da empresa, mas que representam poro nfima do faturamento. Devidoaessacaractersticadepequenaparticipaonasreceitasdaempresae tambmaofatodeseoriginaremdedesperdcios,deixamdeserconsideradosprodutos propriamente ditos. Se o fossem, precisariam receber uma parcela dos custos de produo. Mas isso pode provocar at situaes ridculas, como a de custearmos serragem, limalha, etc.; torna-se ento prefervel a adoo do critrio de nada lhes ser atribudo. Surgedaoproblemadecomoavaliarmosessesestoquesdesubprodutosedecomo contabilizarmossuasvendas.Oprocedimentomaiscorretoodeconsiderarmosovalorde venda reduzindo o custo de produo da empresa. OSubprodutoaquelequetemcomocaractersticasbsicas:valordevendae condiesdecomercializaonormais,relativamentetoasseguradosquantoosprodutos principaisdaempresa;surgemcomodecorrncianormaldoprocessoprodutivo,sque possuem pouqussima relevncia dentro do faturamento global da firma. Ex: Metalrgica limalha de ao. SUCATASSoaqueles itens cujavendaespordica erealizadaporvalor noprevisvelnadata em que surgem na fabricao. Por isso, no s no recebem custos, como tambm no tm sua eventual receita considerada como diminuio dos custos de produo. Mesmo que existam em quantidadesrazoveisnaempresa,noaparecemcomoestoquenaContabilidade.Quando ocorrer sua venda, tm sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais. AsSucatas,quepodemounoserdecorrncianormaldoprocessodeproduo,no tm valor de venda ou condies de negociabilidade boas. Ex: Indstria pecuarista- chifre do boi CO-PRODUTOSSoosprpriosprodutosprincipais,squeassimchamadosporquenascidosdeuma mesma matria-prima. Ex:Indstriademveisdemadeiraporencomenda,ondeapartirdeumanicatora, podem sair peas de diferentes qualidades. DISTINO ENTRE SUBPRODUTO, SUCATA E CO-PRODUTOContabilidade de Custos Prof. Liliane 12 EXERCCIOS 1. Classifiqueoseventosabaixo (identifique tambm se houve ou no desembolso): I =InvestimentoC=Custo D=Despesa P =Perda Db=Desembolso Compra, vista , de computador para ser usado na empresaIDb Compra, prazo, de 1.000 m3 de madeira Compra, vista, de 50 folhas de lixa Transferncia de materiais diretos do almoxarifado para a produo/fabricao Pagamento de Prmio de Seguro de duas mquinas da produo (01 ano) Pagamento de energia eltrica dos departamentos administrativos da empresa Apropriao dos gastos da Mo-de-obra direta e os encargos dela decorrentes Aquisio, prazo, de 500 caixas de papelo Utilizao de embalagens nos produtos produzidosLiquidao das despesas com refeies (tickets) do pessoal da produo Pagamentos de fretes sobre transportes de matrias-primas adquiridas Requisio de madeiras estocadas para a produo de tbuas de assoalhos Pagamento da proviso referente ao 13 salrio dopessoal da produo Pagamento, pela empresa vendedora,de fretes sobre produtos vendidos Perda de matria-prima num processo normal de produo Perda de material correspondente a defeitos tcnicos no processo de produo Provisionamentoe pagamento de salrios extraordinrios aos diretores adm. Estoque de produtos acabados e no vendidos pela empresa Embalagem utilizada nos produtos prontos na seo de vendas Pagamento realizado ao pessoal comocomisso de vendas Matria-prima danificada em funo do tempo de estocagem 2.Conforme as informaes abaixo preencha osparnteses com C = Custo eD = Despesa a. ()Depreciao de mquinas e outros bens da Administrao b. ()Energia eltrica utilizada na produo c. ()Salrios de vendedores e de demonstradores de produtos d. ()Aluguel de mquinase equipamentos da produo e. ()Salrio do chefe do departamento de produo f. ()Matria-prima consumida na fbrica g. ()Mo-de-obra indireta utilizada na produo h. ()Pr-labore 3.Identifique e separe os CUSTOSeDESPESASabaixo e calcule o montante de cada: -Comisso de vendedores........................................................................ 100.000 -Material de consumoe luz consumidos na Administrao ................ 10.000 -Depreciao das Instalaes da fabricao ..........................................8.000 -Matria-prima consumida....................................................................... 500.000 -Salrios do pessoal da fbrica................................................................. 150.000 -Salrios do pessoal da administrao....................................................... 80.000 -Gastos financeiros/tributrios.................................................................30.000 -Energia e Luz da produo.....................................................................65.000 -Manuteno de mquinas da produo..................................................... 50.000 -Correios, telefone e telex(administrao)...............................................15.000 -Seguro dasmquinas, instalaes e equipamentosdaproduo ........ 9.000 RESPOSTAS:Total dos Custos:____________________Total das Despesas:____________________ Contabilidade de Custos Prof. Liliane 13 4.O sacrifcio que uma entidade faz para a obteno de um produto ou servio : a. despesa; b. gasto; c. custo;d. desembolso. 5.Gastos ativados so considerados: a. desembolso;b. custo; c. despesa; d. investimento. 6.O pagamento referente aquisio de um bem ou servio : a. despesa; b. gasto; c. custo;d. desembolso. 7.Um gasto referente a bens ou servios empregados na produo considerado: a. despesa; b. perda; c. custo;d. desembolso. 8.Um bem ou servio consumido com o objetivo de obter receitas conceituado como: a. despesa; b. investimento; c. custo;d. desembolso. 9.Um bem ou servio consumido de forma anormal ou involuntria definido como: a. despesa; b. investimento; c. custo;d. perda. 10.Via de regra, as perdas anormais de matria-prima no processo de produo: a.fazem parte de custo do produto elaborado; b.so debitadas contra a venda de sucatas; c.so debitadas contra a venda de subprodutos; d.so tratadas como perda do perodo. 11.O consumo de um bem ou servio na produo de outro bem ou servio e o seu respectivo pagamento so considerados: a. custo e gasto;b. despesa e gasto; c. custo e desembolso;d. despesa e desembolso. Contabilidade de Custos Prof. Liliane 14 1.Princpio da Realizao da Receita Permiteoreconhecimentocontbildoresultado(lucroouprejuzo)apenasquandoda realizaodareceita.Eocorrearealizaodareceita,emregra,quandodatransfernciado bem ou do servio para terceiros. Contabilmente, j que a receita s ser reconhecida futuramente, os valores agregados degastos,relativosafatoresutilizadosnoprocessodefabricao,vosendoacumuladosna forma de estoques. S sero considerados como despesas tambm futuramente. Umadasexceesaesseprincpioocasodaconstruoporencomenda,que demandalongoprazoeque,excepcionalmente,temsuareceitareconhecidaantesdaentrega para terceiros, tambm seus custos sero transformados em despesas antes desse momento. No caso de servios, existem dois tipos bsicos de transferncias: numa s vez, ao final desuaexecuo(plantasderesidnciasoscustosrelativosaotrabalhosoestocadospara reconhecimentocomodespesasquandodoreconhecimentodasreceitas),oupaulatinamente (assessoria contnua no h estocagem de custos, estes passam imediatamente condio de despesas). 2.Princpio da Competncia ou da Confrontao entre Despesas e Receitas Pela realizao, fica definido o momento do reconhecimento da receita. Aps isso, pela competnciaouconfrontaotemosoreconhecimentodasdespesas.Aregrateoricamente simples: aps o reconhecimento da receita, deduz-se dela todos os valores representativos dos esforosparasuaconsecuo(despesas).Comoessesesforospodemsersubdivididosem dois grupos, tambm existem praticamente dois grandes grupos de despesas: a)despesasespecificamenteincorridasparaaconsecuodaquelasreceitasque esto sendo reconhecidas (Ex: despesa relativa a quanto foi o custo de produo do bem vendido, despesa de comisso relativa a sua venda, etc.) b)despesas incorridas para a obteno de receitas genricas, e no necessariamente daquelasqueagoraestosendocontabilizadas(Ex:despesasdeadministrao, despesas de propaganda, etc.) Com isso, temos a seguinte seqncia: primeiro, apropriamos as receitas em funoda realizao;depois,deduzimosdessasreceitastodososgastosrelativosdiretamenteao processo de obteno dessas mesmas receitas; e, finalmente, deduzimos aquelas despesas que foramincorridasnoperodoedizemrespeitoaesforosdegeraodereceitas,mascuja vinculao com elas extremamente difcil ou ento impossvel de se verificar. 3.Princpio do Custo Histrico como Base de Valor Desse princpio decorrem conseqncias vrias. Os ativos so registrados contabilmente por seu valor original de entrada, ou seja, histrico. Quando h problemas de inflao, o uso de valores histricos deixa muito a desejar. Ao somarmos todos os custos de produo de determinado item, estoc-lo e lev-lo a balano pelo valor original, acabamos por ter um ativo que diz quanto custou produzi-lo na poca em que foi elaborado;podenadateravercomovaloratualdereposionoestoque,nemcomovalor histrico inflacionado (deflacionado) e muito menos ainda com seu valor de venda. Em 1987, foi introduzida no Brasil a Correo Integral para as companhias abertas. Esta seaplicaademonstraescomplementaressexigidaspelalegislaosocietriaefiscal,ou seja, por enquanto so demonstraes parte.Trata-se esta correo de, simplificadamente, umacontabilidadenoemreais(ouqualquermoedanacionalsujeitaataxasaltasdeinflao), masemmoedaconstante.comosefosseumacontabilidadeemUFIR,ou em dlar, etc. Nesse caso, mantido o custo histrico como base de valor, mas em moeda forte, ouemvaloremmoedafraca,mascomcorreomonetria.ACVMcriouaUMC(Unidade Monetria Contbil) exatamente para esse fim.Infelizmente,nossaslegislaessocietriaefiscalaindanoevoluramaesseponto. Conseqentemente,asboasempresassoobrigadasatrabalharcomsistemasparalelos PRINCPIOS BSICOS DE CONTABILIDADE APLICADOSEM CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 15 contabilidade oficial para manter suas informaes de custos(e outras) em valores efetivamente utilizveis para fins gerenciais. Corrigir-se o custo histrico pelo ndice de inflao no abandonar-se o custo histrico comobasedevalor.manter-seocustohistrico,masabandonar-seumamoedaaltamente inflacionada que no tem valor para comparaes no tempo. O custo original continua a base de valor,mastransformadoemmoedamaisconstanteemtermosdeseurealpodergenricode compra. 4.Princpio da Consistncia ou Uniformidade Devemanter-seumapermannciadoscritriosutilizadosparaoregistrodoevento contbilparaquepropicieaousurioumamaioreficincianacomparaodosrelatrios contbeisde diversos perodos.Umexemplodeste princpiopodeseraplicadoemrelaoaos critrios de rateios. Aps a adoo de um mtodo, deve haver consistncia em seu uso, j que a mudanapodeprovocaralteraesnosvaloresdoestoque.Ex:Custodemanutenoem funo de horas-mquina ou valor do equipamento. 5.Princpio do Conservadorismo ou Prudncia O Conservadorismo obriga a adoo de um esprito de precauo por parte do Contador. Porexemplo,seumestoque,avaliadopelocustodeaquisio(mercadoria)oude fabricao(produto),estiverativadoporumvalorqueexcedaseuvalordevenda,deveser reduzido ao montante deste ltimo(Custo ou Mercado dos dois o menor).

6.Princpio da Materialidade ou Relevncia Esteprincpiodesobrigaotratamentomaisrigorosoparaaquelesitenscujovalor monetrio pequeno em relao aos gastos totais. Comoexemplodaaplicaodesteprincpio,temosaaquisiodepequenosmateriais deconsumoindustrialquearigorprecisariamsertratadosamedidadesuautilizao,mas, comorepresentamvaloresinexpressivosaboatcnicamandaqueseapropriecomocustodo perodo, simplificando o procedimento por se evitar seu controle e baixa por diversos perodos. EXERCCIOS 1.Seaempresausarparaperodosdiferentessistemasderateiosdiversos,oquepoderocorrercom suas demonstraes contbeis ?Estar sendo ferida alguma norma bsica de Contabilidade ? 2.Sedeterminadoproduto,antesquesejacolocadovenda,tiverdeserembalado,essaembalagem deve ser considerada Despesa ou Custo? Justifique. 3.Qual o tratamento a ser dado aos Gastos de Pesquisa e Desenvolvimento de produtos novos ? 4.QuandooPrincpiodoCustoHistricocomoBasedeValordeixadeserusadoparaaavaliaodos estoques? Por que? 5.Cite uma exceo ao Princpio da Realizao da Receita, justificando. 6.Seumaempresafaz uso de seus equipamentosfabrispara construodeumcofre para usoprprio, como dever tratar contabilmente o fato? Contabilidade de Custos Prof. Liliane 16 Na prtica os custos de produo so divididos em: 1. Quanto incidncia -DIRETOSEINDIRETOS CUSTOS DIRETOS - so aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque h uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricao. Exemplos: -Matria-prima direta - ferro, madeira, plstico, ao, embalagens, etc. -Mo-de-obradireta-salriodosoperriosdaproduoeencargos sociais/trabalhistas. CUSTOS INDIRETOS - so os custos que dependem de clculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, so os custos que s so apropriados indiretamenteaosprodutos.Oparmetroutilizadoparaasestimativaschamadodebaseou critrio de rateio. Exemplos: -Matria-primaindireta-materialsecundrio,lubrificantes,materiallimpeza, manuteno e reparos e outros decorrentes da industrializao-Mo-de-obraindireta-supervisores,vigias,mecnicos,auxiliares,cujotrabalho estiver ligado diretamente fabricao dos produtos/servios -Outroscustosindiretos-alugueldafbrica,energiaeltricaquenopodeser associadaaoproduto,depreciaodeequipamentosutilizadosnafabricaode produtos,impostosdaproduo,apropriaodovalordeseguros,eoutros utilizados na manuteno ou processamento de bens 2. Quanto ao comportamento em relao ao volume de atividade numa unidade de tempo-FIXOS , VARIVEIS E MISTOS. CUSTOS FIXOS - so aqueles cujos valores so os mesmos qualquer que seja o volume de produo da empresa. o caso, por exemplo, do aluguel da fbrica. Este ser cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nvel da produo inclusive no caso da fbrica nada produzir. Observe que os custos fixos so fixos em relao ao volume de produo, mas podem variardevalornodecorrerdotempo.Oalugueldafbrica,mesmoquandosofrereajusteem determinado ms, no deixa de ser considerado um custo fixo, uma vez que ter o mesmo valor qualquerquesejaaproduodoms.Outrosexemplos:ImpostoPredial,depreciaodos equipamentos, salrios de vigias e porteiros da fbrica, prmios de seguros, etc. CUSTOSVARIVEIS-soaquelescujosvaloressealteramemfunodovolumede produodaempresa.Exemplo:matria-primaconsumida.Senohouverquantidade produzida,ocustovarivelsernulo.Oscustosvariveisaumentammedidaemquea produoaumenta.Outrosexemplos:Materiaisindiretosconsumidos,gastoscomhoras-extras na produo, etc. CUSTOS MISTOS - so custos com parte fixa e parte varivel, ou seja, variam com nvel deproduomasque,entretanto,possuemumaparcelafixaqueexistemesmoquenohaja produo.ocaso,porexemplo,dacontadeenergiaeltricadafbrica,naquala concessionria cobra uma taxa mnima mesmo que nada seja gasto no perodo, embora o valor CLASSIFICAO DOS CUSTOS UNIDADE III - CLASSIFICAO DOS CUSTOS Contabilidade de Custos Prof. Liliane 17 total da conta dependa do nmero de quilowatts consumidos e, portanto, do volume de produo daempresa.Outrosexemplos:alugueldeumacopiadoranoqualsecobraumaparcelafixa mesmoquenenhumacpiasejatirada,gastocomcombustvelparaaquecimentodeuma caldeira,quevariadeacordocomonveldeatividade,masqueexistir,mesmoquesejaum valor mnimo, quando nada produza, j que a caldeira no pode esfriar. 3. Quanto ao exerccio do controle das operaes e das atividades PADRO, ESTIMADO E POR ATIVIDADES. CUSTO-PADROumcustopredeterminadoquelevaemcontacondies consideradasnormaisdeoperao.ocustoquedeveser.Osvalores-padromonetrios(de materiais,mo-de-obraedespesasdefabricao)socalculadoscombaseemdeterminadas expectativasdeeficciaeeficinciaoperacionais.Oscustoseasdespesassodependentes dos padres fsicos esperados nas operaes.Exemplo:Suponhamosqueestamostrabalhandocomocontadoresdecustosemum laboratriofarmacutico.Pelaprprianaturezadosprodutos(emquedevehaverrigoroso controlequantitativo,principalmentedosmateriaisqueoscompem)epelasprprias caractersticasdasoperaesfabris(contnuas,repetitivaseautomticas),osquantitativosde produo,taiscomoasquantidadesdemateriais,asquantidadesdehorasdemo-de-obra direta e horas-mquina, so previamente determinados dentro da mais absoluta certeza. Assim, oanalistadecustosdeveacoplarasmedidasmonetriasquedevemrefletirasoperaes padronizadas.AContabilidadedeCustosdeveacompanharasoperaesreais,deveregistrar todos os fatos(fsicos e monetrios) que ocorrem, deve organiz-los de maneira adequada, deve analisarosdesvios(quepodemacontecer),devedescobrirsuascausas,devedefinir responsabilidadese,juntocomopessoaldasoperaes,deveestudarasmedidasmais eficazes que sero implantadas para que as variaes deixem de acontecer de novo. CUSTOSESTIMADOSemalgumasocasiesemqueasoperaesnoso padronizadas,especialmentequandoosprodutosouosserviossofeitossobencomendae porissomesmosoprodutoseservioscomcaractersticasexclusivas,aContabilidadede Custos tem que se valer de estimaes. No exerccio de produzir estimaes, a Contabilidade de Custos utiliza-se de oramentos, de instrumentos estatsticos, do que aconteceu no passado. Exemplo: O cliente chega oficina mecnica com seu carro acidentado e quer consert-lo.Oclienteprecisasaberquantovaicustaroservio.Comocadaservioumservio diferente, a Contabilidade de Custos faz estimaes.Anicadiferenaentreoscustosestimadoseoscustos-pdroqueestesso calculados com a ajuda das informaes operacionais. CUSTOSPORATIVIDADESasmudanasnosprocessosdeproduo,aalta tecnologia, a vida curta dos produtos e servios, a procura por produtos de melhor qualidade, os novosmodelosdeadministraoexigiramporpartedaContabilidadedeCustosacriaode sistemas de custos que oferecessem informaes sob medida para o custeamento dos produtos. Paraestetipodecenrio,oscritriosatualmenteempregadosnosoadequados.A ContabilidadedeCustoscriouoCusteioABC(ActivityBasedCostingCusteioBaseadoem Atividades) Este sistema, para alguns apenas um critrio de custeio, no encontra aceitao ampla. Elemuitodetalhado,exigeesforoburocrticomuitogrande.Porm,ograndevolumede conferncias,congressos,encontros,livroseartigosemqueotemaoassuntoprincipal,faz com que seja o mais estudado e difundido critrio de custos dos ltimos dez anos. Pororadevemossaberqueametodologiabsica(alisdotadadelgicaslida)do critrioprimeiramenteidentificaroscustoseasdespesasporatividadese,depois,alocaras atividadesaosprodutosquesoseusportadoresfinais.AContabilidadedeCustos,nesse processo duplo de rateio utiliza os direcionadores de custos. Contabilidade de Custos Prof. Liliane 18 4. Quanto ao relacionamento com o perodo CUSTOS(OU DESPESAS) DO PRODUTO(INVENTARIVEIS)ECUSTOS(OUDESPESAS)DOPERODO(NO INVENTARIVEIS). CUSTOS(OUDESPESAS)DOPRODUTO(INVENTARIVEIS)sooscustos(ou despesas) que se relacionam diretamente com os produtos, so inventariveis porque eles so debitados aos inventrios, sobretudo ao Estoque de Produtos em Elaborao. Exemplo:Custosdosmateriais,damo-de-obra,daenergiaeoutrosdenatureza semelhante. CUSTOS(OUDESPESAS)DOPERODO(NOINVENTARIVEIS)soos custos(oudespesas)queaContabilidadedeCustosnoconsegue,comfacilidade,ligaraos produtos, que so repetitivos e mais ou menos fixos, pertencem mais aos perodos do que aos produtos.Socustosedespesascujosbenefciosserealizamnoprpriomomentoemqueos custoseasdespesasacontecem.EmContabilidadesedizqueessescustosedespesasso debitados diretamente ao resultado do perodo. Exemplo: Despesas de Vendas e de Administrao aparecem como elementos negativos da receita, porque socustos e despesas no inventariveis, so custos e despesas do perodo, eles geraram as receitas do perodo. Naindstria,osprodutosdepoisdefabricadossocomercializadosenessafase ocorrem outros gastos de natureza no industrial e so conhecidos como Despesas.Esses gastos so divididos em: DespesasAdministrativas-Salriosdaadministraocentral,segurana,pessoal,contabilidade, inspeo,etc. DespesasComerciais-Gastoscomvendas,comissesvendedores, propaganda, viagens, etc DespesasFinanceiras-Emprstimoscontrados,diferenadecmbio, comisses bancrias, etc Despesas Tributrias- Impostos decorrentes da produo e vendacomo:IPI,ICMS,IPTU,ISS,II(Observarqueosencargostributrios, quandorecuperveis,nosocustosnemdespesas-aempresamera repassadora ou consignatria de tais valores ). Contabilidade de Custos Prof. Liliane 19 RECEITA GrficoReceita x Custos OURT 9.000 CUSTO 8.000 R E A D ECT L U C R O

7.000 6.000

5.000 PE CV 4.000 R E A D E PREJUIZO 3.000CF 2.000

1.000 500 unidadesQuantidade/volume/produo

PE Ponto de Equilbrio o nvel de atividade em queaV = CT CT=CF +CVRT = PvuXQuantidadevendida Contabilidade de Custos Prof. Liliane 20 DIAGRAMAECOMPOSIODOSCUSTOSERECEITAS MATERIA-PRIMAMO-DE OBRACUSTOSINDIRETOS

Mo-de-obra indireta Matria-prima indireta CUSTO DIRETODepreciao/amortizao/exausto Outros gastos indiretos CUSTO DE PRODUODESPESAS Administrativas Comerciais Financeiras

Tributrias LUCRO LQUIDO CUSTO PARA FABRICAREVENDER

VENDAS DO PERODO Matria-prima direta ProdutosAcabados Departamento de Mo-de-obra direta VendasProdutos vendidosCustos indiretos de produo VENDAS *matria-prima indireta D e s p e s a s *mo-de-obra indireta ProdutosemAdm./Com/Fin./Trib.*outros custos indiretos Elaborao L L Contabilidade de Custos Prof. Liliane 21 MTODOPARAANALISARCUSTOSPASSADOSEESTIMARCUSTOS FUTUROS MTODO DOS MNIMOS QUADRADOS Calcula-se a curva de tendncia do fenmeno, seja atravs da equao de uma reta, em se tratandodeumadistribuiolinear,sejaatravsdeumacurvaqualquer,nocasodedistribuio no-linear. No caso de uma equao linear, utilizamos Regresso Linear Simples. Regresso Linear Simples: Objetivos: -descrever e compreender a relao entre duas variveis aleatrias; -projetar ou estimar uma nova observao ou ajustar e controlar processos. Exemplo: Conhecida a relao entre duas variveisaleatrias as despesas da atividade de compras(variveldependenteY)deumprodutoequantidadedepedidosde compras(varivelindependenteX)podemserrealizadosajustesnaprocurade melhores resultados. MESESXYX.YX2Y2 JAN3043012.900900184.900 FEV213357.035441112.225 MAR3552018.2001.225270.400 ABR4249020.5801.764240.100 MAI3747017.3901.369220.900 JUN202104.20040044.100 JUL81951.5606438.025 AGO172704.59028972.900 SET3540014.0001.225160.000 OUT2548012.000625230.400 TOTAL2703.800112.4558.3021.573.950 Representar os pares ( X, Y ) em um grfico: Tendncia de crescimento positivo Coeficiente de correlao ( r ) prximo de + 1 . Reta de regresso : y = a+b . x Desvio do valor projetado ( di) : di=yi-yi Grfico de Disperso01002003004005006000 10 20 30 40 50Quantidade de pedidos de comprasDespesas da atividade de comprasContabilidade de Custos Prof. Liliane 22

RESUMO DOS RESULTADOS

Estatstica de regresso R mltiplo0,859366125

R-Quadrado0,738510137

R-quadrado ajust.0,705823904

Erro padro65,17342989

Observaes10

ANOVA

glSQMQFF de significaoRegresso195969,3922995969,3922922,593920180,001439122Resduo833980,607714247,575963Total9129950

Coef.Erro padroStat tvalor-P95% infer.95% super.Inferior 95,0% Interseo117,070158159,02985081,9832365580,082633731-19,05300997253,1933262-19,05300997 Varivel X 19,7381422922,0487092164,7533062370,0014391225,01380731414,462477275,013807314 Onde, R mltiplo coeficiente de correlao ( r ) . Mede o grau de relacionamento entre duas variveis. 1 r +1 . Quanto mais prximo de 1 melhor. r = n. (x.y) -(x). (y) (n. (x) -(x))( n. (y) -(y)) Ex : r = 0,859366125 ( existe um bom nvel de relacionamento ) R-Quadradocoeficientededeterminao(r2).Proporodavariaototalnavarivel dependente ( y )queexplicadapelavariaoda varivel independente ( x ). Ex: r2 = 0,738573,85%das variaes das despesas da atividade de compras podem ser explicadas pela variao na quantidade de pedidos de compras. R-QuadradoAjustado(r2)usadaemregressomltipla.Tentacompensaroaumentodo nmero de variveis independentes com o aumento de r2 . r2=r2-k .( 1 - r2 ) n k - 1 Onde: k nmero de variveis independentes n nmero de observaes Ex: r2= 0,73851- 1 .( 1 0,7385 )= 0,705824 10 1 - 1 Erro padro ( Se ) se espera que aproximadamente 95% dos y se encontrem dentro do intervalo 2.Se . Se=( ( yi y )2 / n 2 ) Observaes nmero de observaes realizadas. Contabilidade de Custos Prof. Liliane 23 F de significao P ( F FOBSERVADO) = 0,001439122 Comoonveldesignificncia=10,95=0,05Fdesignificao