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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Mecânica LUÍS HENRIQUE RODRIGUES Proposta de Modelo para Análise da Competitividade em Sustentabilidade Ambiental em Empresas do Segmento Automotivo CAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Mecânica

LUÍS HENRIQUE RODRIGUES

Proposta de Modelo para Análise da

Competitividade em Sustentabilidade

Ambiental em Empresas do Segmento

Automotivo

CAMPINAS

2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MANUFATURA E

MATERIAIS

TESE DE DOUTORADO

Proposta de Modelo para Análise da

Competitividade em Sustentabilidade

Ambiental em Empresas do Segmento

Automotivo

Autor: Luís Henrique Rodrigues

Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho

A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Tese:

Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho, Presidente

Instituição: DEMM/FEM/UNICAMP

Prof. Dr. Antônio Batocchio

Instituição: DEMM/FEM/UNICAMP

Prof. Dr. Robert Eduardo Cooper Ordoñez

Instituição: DEMM/FEM/UNICAMP

Prof. Dr. Edson Walmir Cazarini

Instituição: USP/SÃO CARLOS

Prof. Dr. Silvio Roberto Ignacio Pires

Instituição: UNIMEP/PIRACICABA

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de

vida acadêmica do aluno.

Campinas, 29 de Novembro de 2016.

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Dedicatória

Em memória de meu pai, Alzimar Rodrigues, exemplo de vida e dedicação à família,

que me ensinou as fundamentais importâncias da honestidade, da fidelidade, do respeito e do

amor ao próximo.

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Agradecimentos

O primeiro agradecimento é para Nosso Senhor Jesus Cristo, que esteve sempre

comigo ao longo do tempo em que desenvolvi este trabalho, testemunha de minhas angústias

e alegrias.

Este trabalho não seria concluído se não fosse a ajuda de diversas pessoas às quais

gostaria de agradecer:

À minha esposa Maria da Penha e aos meus filhos João Gabriel e Maria Eduarda, que

sempre me incentivaram e valorizaram o meu esforço no empreendimento deste projeto de

doutorado.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho, que me mostrou com muita

sabedoria e clareza as melhores direções para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho e

que muitas vezes me questionou, sem me deixar desistir.

À Estatística Tatiana Buratto Bordin, que muito contribuiu na orientação dos estudos

estatísticos do meu projeto.

Ao SINDIPEÇAS (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos

Automotores) na pessoa do Sr William Mufarej, que me facilitou o contato com as empresas

autopeças e montadoras.

A todas as empresas, nas pessoas de seus Gerentes e Diretores, que me receberam

cordialmente e responderam aos questionários deste estudo com realismo.

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“Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim pensar o que ninguém nunca pensou

sobre algo que todo mundo vê.”

Arthur Schonpenhauer

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Resumo

RODRIGUES, Luís Henrique, Proposta de Modelo para Análise da Competitividade em

Sustentabilidade Ambiental em Empresas do Segmento Automotivo, Campinas,

Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2016, 209p.

Tese (Doutorado).

O cenário competitivo para as empresas vem ao longo do tempo sofrendo modificações,

caracterizadas pela crescente competitividade em custo, qualidade, confiabilidade, agilidade e

mais recentemente por fatores ambientais e sociais. Este trabalho tem por objetivo propor um

modelo de análise exploratória para avaliar a competitividade em sustentabilidade de

empresas. Para efeito deste trabalho a competitividade em sustentabilidade será medida por

quatro fatores críticos: econômico, serviço, ambiental e social. O modelo propõe o

agrupamento das empresas em clusters, classificando-as quanto à adoção de práticas de

manufatura enxuta, gestão ambiental e recursos humanos, distribuindo-as em quadrantes de

acordo com a produção maior ou menor de desperdícios e resíduos em seus processos de

manufatura. A aderência do modelo se fez para uma amostra de empresas autopeças e

montadoras de veículos automotores. O trabalho se classifica como sendo de natureza

aplicada, exploratória pela análise de agrupamento, qualitativa e utilizando-se do método

survey. Destaca-se na conclusão que a aplicação do modelo apresentou uma preponderância

por parte das montadoras dos fatores críticos de competitividade em sustentabilidade nas

dimensões econômica e serviços. Por outro lado 37,5% das empresas autopeças estão

agrupadas em clusters que levam à redução de desperdícios e resíduos, com práticas em

manufatura enxuta e gestão ambiental ajustando-se aos fatores de competitividade em

sustentabilidade das montadoras de veículos automotores.

Palavras chave

- Competitividade, Sustentabilidade, Gestão Ambiental, Manufatura Enxuta.

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Abstract

RODRIGUES, Luís Henrique, Proposal for a Model for Competitiveness Analysis in

Environmental Sustainability in Automotive Segment Companies, Campinas,

Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas, 2016, 209p.

Tese (Doutorado).

The competitive landscape for companies has been changing over time, featuring an increase

in competitiveness in cost, quality, reliability, agility and more recently by environmental and

social factors. This work aims to propose an exploratory analysis model to evaluate

companies sustainability competitiveness. The latest, for the purpose of this work, will be

measured in four critical factors: economic, service, environmental and social. The model

proposes the grouping of companies in clusters, ranking them according to the adoption of

lean manufacturing practices, environmental management and human resources, allocating

them into quadrants according to the higher or lower production of waste in their

manufacturing processes. The adherence of the model is made to a sample of companies of

auto parts and motor vehicle manufacturers. The work is classified as one of practical nature,

and also exploratory by its cluster analysis, qualitative, and using the survey method.

Noteworthy is the conclusion that the application of the model showed a preponderance of the

critical factors of sustainability competitiveness in the economic and services. On the other

hand 37.5% of auto parts companies are grouped into clusters that lead to the reduction of

waste and with practices in lean manufacturing and environmental management by adjusting

to competitive factors in the sustainability of motor vehicle manufacturers.

Keywords

- Competitiveness, Sustainability, Environmental Management, Lean Manufacturing

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Lista de Ilustrações

Figura 1.1 - Classificação dos Tipos de Pesquisas....................................................................25

Figura 2.1- Forças que Dirigem a Concorrência na Indústria

(Rivalidade Ampliada)..............................................................................................................34

Figura 2.2 - Três Estratégias Genéricas....................................................................................37

Figura 2.3 - Recursos e Capacidades Como Base para Uma Vantagem Competitiva

Sustentável................................................................................................................................39

Figura 2.4 - Aspectos Internos e Externos dos Cinco Objetivos de Desempenho em

Manufatura................................................................................................................................45

Figura 2.5 - Construindo Estratégias de Negócios Sustentáveis...............................................49

Figura 2.6 - Integração das Estratégias de Negócio e Manufatura...........................................54

Figura 2.7 - Relação Entre Competitividade Externa e Interna nos Sistemas de

Negócio.....................................................................................................................................55

Figura 2.8 - Sistema de Manufatura..........................................................................................57

Figura 2.9: Avaliação das Fases Operacionais em Um Ciclo de Vida do Produto...................63

Figura 2.10 - Fatores de Construções Operacionais que Caracterizam a Produção

Enxuta.......................................................................................................................................74

Figura 2.11 - Sobreposição dos Paradigmas Lean Manufacturing and Green.........................81

Figura 2.12 - Modelo Conceitual Gerenciamento Enxuto e Práticas Ambientais....................82

Figura 2.13 - Interferência das Partes Interessadas Externas e Internas

para a Adoção de Boas Práticas Ambientais.............................................................................86

Figura 2.14 - Relação da Abordagem Ambiental Entre os Níveis Macro, Médio

e Micro da Economia................................................................................................................95

Figura 3.1: Modelo: Práticas de Gestão Ambiental, Manufatura Enxuta, Recursos

Humanos e Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade..................................109

Figura 3.2: Etapas de Desenvolvimento do Trabalho.............................................................116

Figura 4.1: Agrupamento das Empresas Autopeças em Clusters

Gestão Ambiental....................................................................................................................126

Figura 4.2: Agrupamento das Empresas Autopeças em Clusters

Gestão da Manufatura Enxuta.................................................................................................127

Figura 4.3: Agrupamento das Empresas Autopeças em Clusters

Recursos Humanos..................................................................................................................127

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Figura 4.4: Gestão Ambiental – Cluster 1..............................................................................132

Figura 4.5: Gestão da Manufatura Enxuta – Cluster 1...........................................................135

Figura 4.6: Recursos Humanos – Cluster 1............................................................................139

Figura 4.7: Gestão Ambiental – Cluster 2..............................................................................141

Figura 4.8: Gestão da Manufatura Enxuta – Cluster 2...........................................................144

Figura 4.9: Recursos Humanos – Cluster 2............................................................................149

Figura 4.10: Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade.................................157

Figura 4.11: Resultados da Aplicação do Modelo: Competência em

Sustentabilidade Através dos FCCS.......................................................................................160

Figura 4.12: Sumarização: Competitividade em Sustentabilidade pelo Modelo

Proposto..................................................................................................................................163

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Lista de Tabelas e Gráficos

Tabela 1.1: Classificação da Pesquisa.......................................................................................27

Tabela 2.1: Formato Organizacional das Empresas Competitivas...........................................42

Tabela 2.2: Medidas Internas de Desempenho das Empresas..................................................46

Tabela 2.3: Tabela Conceitual: Visão Baseada em Recursos...................................................50

Tabela 2.4: Resumo de Fontes Bibliográficas Referenciando a Adoção de Práticas

Enxutas......................................................................................................................................72

Tabela 2.5: Práticas de Gestão Ambiental................................................................................97

Tabela 2.6: Resumo Comparativo Entre Competitividade e Sustentabilidade.........................99

Tabela 2.7: Levantamento Bibliográfico: Trabalhos Pesquisados por Fonte de

Publicação e ano de publicação..............................................................................................104

Tabela 3.1: Variáveis dos Questionários.................................................................................111

Gráfico 2.1: Avaliação Crítica – Teste Prévio do Questionário.............................................119

Tabela 3.2: Distribuição das Organizações Associadas ao Sindipeças por Estado................121

Tabela 3.3: Características Qualitativas dos Questionários....................................................122

Tabela 4.1: Classificação das Organizações Autopeças em Clusters para as Variáveis

em Gestão Ambiental..............................................................................................................128

Tabela 4.2: Classificação das Organizações Autopeças em Clusters para as Variáveis

em Gestão da Manufatura Enxuta...........................................................................................129

Tabela 4.3: Classificação das Organizações Autopeças em Clusters para as Variáveis

em Recursos Humanos............................................................................................................130

Tabela 4.4: Características por Cluster das Organizações Autopeças em Gestão

Ambiental................................................................................................................................152

Tabela 4.5: Características por Cluster das Organizações Autopeças em Gestão da

Manufatura Enxuta..................................................................................................................153

Tabela 4.6: Características por Cluster das Organizações Autopeças em Recursos

Humanos.................................................................................................................................154

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Lista de Abreviaturas e Siglas

A – Autonomação

ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

C – Clientes

DS – Desenvolvimento Social

EA – Estratégia Ambiental

ECM – Environmentally Conscious Manufacturing

ERP – Enterprise Resource Planning

FCCS – Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade

FCCSa - Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade Ambiental

FCCSe - Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade Econômico

FCCSs - Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade Serviço

FCCSso - Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade Social

FE – Fornecedores Externos

GCR – Global Competitiveness Report

JIT – Just In Time

KPI - Key Performance Indicator

LCA - Life Cycle Assessment

MIT – Massachusetts Institute of Technology

MRP - Material Requirements Planning

MRP II - Manufacturing Resources Planning

NRBV – Natural Resource Based View

ONU – Organização das Nações Unidas

PM – Processos de Manufatura

PP – Projeto de Produto

RBV - Resource Based View

RH – Recursos Humanos

RS – Recrutamento e Seleção

SINDIPEÇAS – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos

Automotores

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SOP - Standard Operating Procedure

SPA - Sistemas de Preservação Ambiental

SPC - Statistical Process Control

SR – Sistema de Recompensa

TE – Treinamento e Educação

TPM – Total Productive Maintenance

TPS – Toyota Production Sistem

TQEM – Total Quality Environmental Management

TQM – Total Quality Management

TT – Takt Time

VRIN - Valuable, Rare, Inimitable, Nonsubstitutable

WBCSD - World Business Council for Sustainable Development

WIP – Work In Process

3BL – Triple Bottom Line

3Ps - People, Profit, Planet

3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar

5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke

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Sumário

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................17

1.1. Contexto.................................................................................................................17

1.2. Objetivos................................................................................................................22

1.2.1. Objetivo Geral.....................................................................................................22

1.2.2. Objetivos Específicos..........................................................................................22

1.3. Classificação da Pesquisa.......................................................................................23

1.4. Organização da Tese..............................................................................................27

2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO...............................................................................29

2.1. Introdução...............................................................................................................29

2.2. Competitividade.....................................................................................................29

2.2.1. Conceituação.......................................................................................................29

2.2.2. A Empresa como Unidade Básica da Competitividade: Fatores

Econômicos e Ambientais............................................................................................41

2.2.3. A Competitividade da Empresa Proporcionada Pelos Recursos da

Manufatura....................................................................................................................51

2.3. Sistema de Manufatura...........................................................................................56

2.3.1. Introdução - Contexto Geral................................................................................56

2.3.2. A Gestão Ambiental no Sistema de Manufatura: Um Fator Adicionado

à Competitividade.........................................................................................................60

2.3.3. A Manufatura Enxuta no Sistema de Manufatura: Um Fator

Adicionado à Competitividade......................................................................................66

2.3.3.1. Histórico...........................................................................................................66

2.3.3.2. Os Fundamentos da Manufatura enxuta...........................................................68

2.3.3.3. Os fundamentos da Manufatura Enxuta e a Gestão Ambiental......................78

2.3.4. Os Recursos Humanos Como Base Para as Gestões Ambiental e

Manufatura Enxuta no Sistema de Manufatura.............................................................84

2.4. Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade Ambiental................................92

2.5. Síntese do Capítulo...............................................................................................103

3 PROPOSTA DE MODELO.................................................................................................106

3.1. Modelo.................................................................................................................106

3.2. Metodologia de Desenvolvimento do Trabalho...................................................116

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4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS...............................................................124

4.1.Introdução..............................................................................................................124

4.2. Classificação e Caracterização dos Clusters – Empresas Autopeças...................125

4.2.1. Caracterização dos Clusters..............................................................................130

4.2.1.1. Gestão Ambiental Cluster 1...........................................................................131

4.2.1.2. Gestão da Manufatura Enxuta Cluster 1........................................................134

4.2.1.3. Recursos Humanos Cluster 1.........................................................................137

4.2.1.4. Gestão Ambiental Cluster 2...........................................................................140

4.2.1.5. Gestão da Manufatura Enxuta Cluster 2........................................................143

4.2.1.6. Recursos Humanos Cluster 2.........................................................................147

4.3. Síntese dos Agrupamentos – Empresas Autopeças..............................................151

4.4. Caracterização da Visão de Competitividade das Empresas

Montadoras.................................................................................................................155

4.5. Resultados da Aplicação ao Modelo....................................................................157

5 CONCLUSÕES...................................................................................................................163

5.1. Conclusões...........................................................................................................163

5.2. Limitações do Estudo...........................................................................................165

5.3. Propostas de Trabalhos Futuros...........................................................................166

Referências..............................................................................................................................168

Referências Bibliográficas Complementares..........................................................................178

ANEXO...................................................................................................................................179

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto

A busca pelo estado competitivo das indústrias nos países desenvolvidos ou em

desenvolvimento é a base para a criação de riqueza das nações. Inicialmente, o custo

dos produtos e/ou dos serviços era o fator mais significativo, como diferencial

competitivo das empresas. Em um segundo momento a qualidade, a confiabilidade de

fornecimento, a capacidade de mudanças rápidas, a inovação e a velocidade de

atendimento tornaram-se fatores qualificadores de competitividade para as empresas.

Atualmente, estas mesmas empresas precisam voltar suas estratégias para mais alguns

fatores diferenciais de competitividade. Fatores estes que estejam relacionados ao meio

ambiente e sua sustentabilidade. Nas nações industrializadas, as empresas estão “indo

para o verde” (going green). Estas empresas percebem que podem reduzir a poluição e

aumentar seus lucros simultaneamente, reduzindo os resíduos e os desperdício

originados em seu sistema de manufatura. O desafio é desenvolver uma economia

global sustentável: uma economia em que o planeta seja capaz de se sustentar

indefinidamente (HART, 1997). Não se trata de substituir estratégias competitivas, mas

de complementação das estratégias.

As empresas são direta ou indiretamente pressionadas a agirem internamente,

com ações voltadas à redução dos resíduos e desperdícios em seus processos de

manufatura com melhores gestões ambiental e dos recursos de fabricação. Pode-se

relacionar os movimentos ambientalistas, as comunidades, os consumidores e os

investidores, como principais responsáveis pela pressão exercida sobre as empresas. É

esta pressão, que em determinada escala torna-se uma exigência competitiva; que fará

com que as empresas mudem suas ações, administrativas e operacionais; passando de

uma postura inicialmente reativa para proativa, com a adoção de resoluções que

envolvam questões ambientais mais conscientes e redução dos desperdícios de seus

recursos de fabricação. Tem-se desta forma que a manufatura pode contribuir com os

objetivos competitivos da empresa se equipada e devidamente gerenciada. Esta

competitividade poderá resultar na percepção de valor pelos clientes. Valores

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percebidos com a redução dos custos de fabricação da manufatura, e consequentemente

redução no preço dos produtos demandados pelo mercado. Valores percebidos em

serviços traduzidos na qualidade adequada dos produtos, na confiabilidade e velocidade

de entrega dos produtos e na flexibilidade para mudanças que o mercado requisitar.

Valores ambientais percebidos na utilização mais produtivas dos recursos naturais e

redução dos resíduos originados na manufatura das empresas. Valores percebidos na

responsabilidade social exercidas pelas empresas.

As empresas adotam posturas proativas em relação ao meio ambiente e aos

desperdícios de manufatura mediante a incorporação de metas, políticas e estratégias de

fabricação; considerando-se os riscos e os impactos ambientais, custos e serviços não só

de seus processos produtivos, mas também de seus produtos. Assim, a proteção

ambiental e a utilização mais produtiva dos recursos de manufatura passam a fazer parte

dos objetivos do negócio. O meio ambiente não é mais encarado como um adicional de

custo, mas como uma possibilidade de lucros, em um quadro de ameaças e

oportunidades para as empresas (SANCHES, 2000).

Ações proativas em gestão ambiental e produtividade dos recursos de

manufatura tendem a oferecer benefícios às empresas. Isto se dá com a redução dos

custos operacionais, resultantes de melhorias nos processos produtivos, com redução de

desperdícios e resíduos. Assim, as empresas industriais que buscam explorar

estrategicamente vantagens competitivas com a gestão ambiental e a gestão dos recursos

de fabricação precisam desenvolver novas propostas para seus processos produtivos e

produtos.

As melhores práticas em gestão ambiental e dos recursos de fabricação passam a

ser fatores qualificadores de competitividade analisados pelo mercado consumidor. No

âmbito deste trabalho os fatores qualificadores de competitividade referem-se às

dimensões de custo, serviços, ambiental e social. De um lado encontram-se as empresas

autopeças e de outro as montadoras (fornecedores e consumidores respectivamente).

Angell e Klassen (1999) apud Jabbour; Silva; Santos (2006) afirmam que a

questão ambiental atende os requisitos necessários para ser considerada uma prioridade

competitiva da manufatura, mas reconhecem que essa perspectiva demanda um

aprofundamento reflexivo, bem como novas abordagens práticas. Para tanto, qualquer

tentativa de estratégia em gestão ambiental necessita do apoio de várias áreas de gestão

das empresas, entre elas, a função da produção surge como essencial, para que as

empresas alcancem sucesso em gestão ambiental (FLORIDA, 1996). Porter e Van der

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19

Linde (1995) afirmavam que o meio ambiente não tem sido uma área principal de

ênfase empresarial ou tecnológico e, conhecimento sobre os impactos ambientais é

ainda rudimentar em muitas empresas e indústrias. Mais recentemente Jabbour; Siva;

Santos (2006) atestaram que definitivamente, a dimensão ambiental é um objetivo de

desempenho da função produção e no Brasil pode-se dizer que essa lacuna é crítica,

uma vez que são raros, quando existentes, os trabalhos que integram a dimensão

ambiental no contexto da estratégia de produção e competitividade. Também Pil e

Rothenberg (2003) questionam que há uma preocupação fundamental, entre aqueles

envolvidos em fabricação, se o desempenho e eficiência ambiental são compatíveis com

os esforços necessários para manter a competitividade no mercado global (pressão para

se produzir com mais eficiência, com qualidade superior e ambientalmente

responsável).

As ações proativas internas aos processos da indústria, que envolvem o meio

ambiente e desperdícios, como fatores de competitividade, englobam a implantação de

princípios “ambientalmente corretos e enxutos”. Jabbour (2013) em suas pesquisas

recentes confirma as afirmações dadas pela literatura sobre empresas "ecológicas e

competitivas" de Porter e Van Der Linde (1995) e empresas "enxuta e verde" de Florida

(1996).

Muitos fabricantes japoneses que adotaram a manufatura enxuta alcançaram

baixo custo, alta qualidade, rápida produção e grande flexibilidade, tudo ao mesmo

tempo (HAYES; PISANO, 1994). A Toyota, através do seu sistema de produção,

conseguia alcançar alta produção, flexibilidade e alta qualidade simultaneamente,

criando-se, assim, uma nova corrente, contrária ao conceito de trade-off (WOMACK;

JONES; ROOS, 2004); e tem obtido resultados competitivos em custo, qualidade,

confiabilidade, velocidade e flexibilidade melhores que seus concorrentes (YOSHINO,

2008). Particularmente para as empresas do setor automotivo brasileiro (autopeças) a

manufatura enxuta influencia positivamente no desempenho operacional principalmente

em “flexibilidade para adaptar aos clientes” e “capacidade para atender aos prazos dos

clientes” (JABBOUR; et al., 2013). A manufatura enxuta é um sistema de produção que

oferece à função produção uma possibilidade de redução de custos através da

eliminação dos desperdícios, permitindo uma flexibilização da produção, redução de

custo e gerando produtos com alta qualidade (SINGH; et al., 2010)

Os princípios da manufatura enxuta, derivada do Sistema Toyota de Produção,

vêm corroborar para a redução dos desperdícios nos processos das empresas. O Sistema

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Toyota de Produção pode ser mais bem descrita como um conjunto de princípios gerais

de ordenação e gestão de uma empresa que pode ajudar qualquer organização a entrar

em um caminho de aprendizagem positiva e melhoria (LANDER; LIKER, 2007).

Rothenberg; Pil; Maxwell (2001) e King; Lenox (2001) afirmam que a principal

relação entre manufatura enxuta e performance ambiental está centrado na noção de que

a presença da manufatura enxuta reduz o custo marginal de gestão ambiental e leva à

melhoria do desempenho ambiental.

A redução do desperdício engloba ações que vão desde as práticas de boa gestão

à reformulação do produto a fim de minimizar a quantidade de resíduos gerados,

armazenados, tratados ou eliminados por uma instalação. May e Flannery (1995)

complementam que estas são razões convincentes para empresas grandes e pequenas

direcionarem o seu foco na minimização de resíduos nos processos, como “nova e

melhorada” forma de fazer negócios.

Tais esforços na minimização de resíduos são susceptíveis de ser mais eficaz,

quando todas as operações do processo são direcionadas para atingir uma meta de "zero

desperdício" ou "prevenção da poluição" (MAY; FLANNERY, 1995).

O envolvimento dos colaboradores da planta é importante para a identificação de

desperdícios, identificação de oportunidades de melhorias, implementação e

monitoramento dos processos.

O estudo desenvolvido neste trabalho parte do princípio que um melhor

desempenho ambiental e a redução de desperdícios nos processos industriais do sistema

de manufatura se traduzem em resultados organizacionais que proporcionam uma maior

competitividade na visão de seus clientes. Parte-se, portanto, do pressuposto de que as

empresas clientes enxergam e avaliam as empresas fornecedoras como sendo mais

competitivas a partir de uma perspectiva de sustentabilidade não só econômica e

serviço, mas também ambiental e social. Por outro lado tem-se a perspectiva que as

empresas fornecedoras adotam ações proativas, que vão de encontro à expectativa de

sustentabilidade de seus clientes.

Uma abordagem proposta neste trabalho é de que ações proativas em manufatura

enxuta e boas práticas ambientais proporcionam um estado competitivo sustentável para

a empresa e que estas ações devem estar suportadas por um comprometimento direto

dos recursos humanos.

Neste trabalho realizou-se uma análise exploratória reunindo conceitos de

manufatura enxuta, gestão ambiental, recursos humanos e competitividade em um único

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estudo. No estado da arte não se encontrou investigações que abordassem fatores

ambientais e práticas em manufatura enxuta nos sistemas de manufatura, que habilitam

as empresas a um estado diferenciado de competitividade em sustentabilidade

englobando interesses econômicos, serviços, ambientais e sociais.

O estudo deste trabalho se restringe ao segmento automotivo envolvendo a

indústria de autopeças, como fornecedoras, e as montadoras de veículos automotores,

como clientes. A aplicação no segmento automotivo se justifica nos fatos de que a

fabricação de veículos automotores no Brasil data das primeiras décadas do século XX e

tradicionalmente está integrada à atividade industrial brasileira com relevante

importância na economia e desenvolvimento do país. Ao longo destes anos registrou-se

um crescente volume de produção de veículos, que em 2013 atingiu o recorde histórico

dos últimos 10 anos com a marca de 3,85 milhões de unidades fabricadas (auto

veículos, máquinas agrícolas e rodoviário). Dessa forma, o Brasil se classificou como o

quarto maior mercado do mundo e o sétimo produtor automotivo mundial - de acordo

com o Guia Setorial da Indústria Automobilística Brasileira editado pela ANFAVEA

(2016). Este volume de produção reduziu-se nos anos de 2014 e 2015 na proporção de

7,3% e 32,1%, respectivamente, quando comparado à produção de 2013 (ANFAVEA,

2016).

Os esforços em melhorias da gestão ambiental são realizados pelas empresas

autopeças na perspectiva de ganhos em competitividade junto às montadoras. A questão

é identificar se as montadoras enxergam as ações em gestão ambiental como

diferenciais competitivos quando avaliam seus fornecedores.

Embora o trabalho de pesquisa seja fundamental para as atividades acadêmicas,

não há um consenso na literatura sobre como ela deve ser definida (COLLIS; HUSSEY,

2005). É desejável que uma pesquisa científica preencha os requisitos quanto à

“existência de uma pergunta que se deseja responder, a elaboração de um conjunto de

passos que permitam chegar à resposta e a indicação do grau de confiabilidade na

resposta obtida” (GOLDEMBERG, 1999). O objetivo geral e os objetivos específicos

deste trabalho seguem os requisitos recomendados.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo deste trabalho é propor um modelo de análise que explore a adoção

de práticas em manufatura enxuta, práticas ambientais e ações de recursos humanos,

pelo sistema de manufatura, para se obter a competitividade em sustentabilidade da

empresa.

Para tanto parte-se das seguintes perguntas de pesquisa:

1ª - As empresas clientes enxergam e avaliam as empresas fornecedoras como

sendo mais competitivas a partir de uma perspectiva de sustentabilidade não só

econômica e serviços, mas também ambiental e social?

2ª - O sistema de manufatura das empresas fornecedoras aplicam práticas em

manufatura enxuta e gestão ambiental, suportadas por ações de recursos humanos, que

proporciona um diferencial competitivo em sustentabilidade econômica, serviços,

ambiental e social?

1.2.2 Objetivos específicos

1. Apresentar uma proposta de modelo que relaciona:

fatores críticos de competitividade em sustentabilidade

econômica, serviço, ambiental e social na visão das indústrias

montadoras automotoras,

com

a adoção, pelo sistema de manufatura das empresas autopeças, de

gestão em manufatura enxuta e práticas ambientais suportadas

pela competência e comprometimento dos recursos humanos.

2. Estruturar um questionário que reporte ao estudo proposto, de modo que a coleta

de dados seja ágil e simplificada;

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3. Aplicar os questionários a um conjunto de empresas do setor automotivo,

distinguido em montadoras de veículos associadas à ANFAVEA – Associação

Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e empresas autopeças

associadas aos SINDIPEÇAS – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes

para Veículos Automotores;

4. Inferência das características das empresas pesquisadas distribuídas em clusters

pela técnica estatística de agrupamento.

5. Realizar uma análise exploratória a partir das perguntas de pesquisa

estabelecidas.

1.3 Classificação da pesquisa

Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações

propostas (SILVA; MENEZES, 2001). Especificamente para a indústria Synodinos

(2003) observa que as pesquisas podem medir as atitudes dos gerentes sobre certas

questões, reunir avaliações subjetivas de processos de fabricação, ou obter expectativas

de vários resultados.

Muitas formas de respostas podem ser dadas quanto à definição da atividade de

pesquisa. Collis e Hussey (2005) relatam que das várias definições oferecidas há

consenso de que: “a pesquisa é um processo de perguntas e investigação, é sistemática e

metódica e a pesquisa aumenta o conhecimento”. Para Gil (2011, p.26) pode-se definir

pesquisa “como o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método

científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas

mediante o emprego de procedimentos científicos”.

Lima (2004), a partir das definições de vários autores, caracteriza em sete

elementos conjugados a pesquisa de natureza acadêmico-científica:

1º) atividade investigatória de caráter formal;

2º) atividade investigatória de natureza sistematizada, orientada por um

planejamento prévio;

3º) atividade investigatória que pressupõe descrição densa, reflexão, crítica,

elevado nível de abstração, capacidade de ler, interpretar, relacionar e concluir de

maneira argumentada/demonstrada;

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4º) atividade investigatória que pressupõe a utilização da lógica de algum

método;

5º) atividade investigatória que objetiva argumentar/demonstrar as conclusões

alcançadas na busca da verdade, de respostas, de interpretações, de compreensão, de

soluções, do descobrimento da realidade em questão;

6º) atividade investigatória que resulta necessariamente em elementos novos,

capazes de somar algo ao que já se sabe sobre a realidade investigada;

7º) investigação que, por maior que seja o aprofundamento atingido, as

conclusões alcançadas jamais esgotam as explicações sobre o fato ou o fenômeno

investigado.

Do ponto de vista de sua natureza a pesquisa pode ser classificada como básica

ou aplicada. A pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço

da ciência sem aplicação prática prevista. A pesquisa aplicada objetiva gerar

conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos

(SILVA; MENEZES, 2001).

Segundo Silva; Menezes (2001), Collis; Hussey (2005) e Gil (2011), do ponto de

vista de seus objetivos pode-se classificar a pesquisa em: (a) exploratória, (b) descritiva

ou (c) explicativa, analítica ou explanatória.

(a) Exploratória: a principal finalidade é desenvolver, esclarecer e

modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos

ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. Envolve levantamento bibliográfico,

discussão com especialistas que tiveram experiências práticas com o problema

pesquisado e outros procedimentos. Técnicas típicas usadas em pesquisa exploratória

incluem estudos de caso, observação e análise histórica, que podem fornecer dados

quantitativos e qualitativos.

(b) Descritiva: tem como objetivo primordial a descrição das características

de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre

variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e

observação sistemática. Os dados compilados costumam ser quantitativos e técnicas

estatísticas são geralmente usadas para resumir as informações.

(c) Explicativa, analítica ou explanatória: é uma continuação da pesquisa

descritiva. Têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que

contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que explica a

razão, o porquê das coisas.

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Do ponto de vista da forma de abordagem do problema Silva e Menezes (2001)

classificam a pesquisa em (a) quantitativa ou (b) qualitativa.

(a) Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa

traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o

uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-

padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.).

(b) Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real

e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do

sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a

atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o

uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de

dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a

analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais

de abordagem.

A Figura 1.1 resume a classificação dos tipos de pesquisa.

Figura 1.1: Classificação dos tipos de pesquisas. Fonte: Silva; Menezes (2001);

Lima (2004); Collis; Hussey (2005); Jung (2010); Gil (2011)

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Quanto aos procedimentos o modelo proposto neste trabalho contempla uma

pesquisa survey, que de acordo com Gil (2011, p.55), “procede-se à solicitação de

informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em

seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados

coletados”. Também suporta a proposta de adoção neste trabalho do método survey,

baseando-se na afirmação de Lima (2004, p.26) de que “atualmente, o método survey é

o que melhor representa as características da pesquisa quantitativa, e isso porque

corresponde a uma abordagem do fenômeno pesquisado envolvendo a realização de

uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é feita por meio da aplicação de

questionário e/ou formulário junto à população alvo da pesquisa”.

De acordo com Lima (2004), as pesquisas survey podem ser classificadas em (i)

exploratória: quando a investigação se compromete a identificar o espectro de variáveis

que interferem em um determinado fenômeno, (ii) explanatória: quando a investigação

se compromete a testar uma teoria, e, para tanto, se emprenha em explicar

fundamentadamente as relações causais possíveis de estabelecer, (iii) descritiva: quando

a investigação se compromete a identificar quais situações, eventos, atitudes ou opiniões

estão manifestos em uma determinada população, ou descrever a distribuição de algum

fenômeno ocorrido com a população (senso) ou em parte dela (amostra), (iv)

longitudinal: quando uma pesquisa se compromete a investigar a evolução ou as

transformações, ou ainda as mudanças ocorridas em determinadas variáveis no curso de

diferentes espaços de tempo e (v) corte-transversal: quando uma investigação se

compromete a identificar e explicar uma ou mais variáveis no limite de um determinado

espaço de tempo.

O método de pesquisa deste trabalho se classifica como sendo de natureza

aplicada, exploratória pela análise de agrupamento, qualitativa e utilizando-se do

método survey. A Tabela 1.1 apresenta um resumo da classificação da pesquisa utilizada

neste trabalho.

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Tabela 1.1: Classificação da pesquisa.

Descrição Especificação

Objetivo geral do trabalho

Propor um modelo de análise que explore

a adoção de práticas em manufatura

enxuta, práticas ambientais e ações de

recursos humanos, pelo sistema de

manufatura, para se obter a

competitividade em sustentabilidade da

empresa.

Quanto a natureza Pesquisa aplicada. Objetiva gerar

conhecimentos para aplicação prática.

Quanto ao objetivo

Pesquisa exploratória pela análise de

agrupamento. Formulação de perguntas de

pesquisa para estudos posteriores.

Quanto à abordagem Qualitativa. Interpretação dos fenômenos.

É descritiva.

Quanto aos procedimentos

Método survey. Realizado de uma

pesquisa de campo. A coleta de dados é

feita por meio da aplicação de

questionário, com escala Likert de 1 a 5.

Empresas

- 56 empresas autopeças.

- 7 empresas montadoras de veículos

automotores, que representam 49,8% das

vendas em 2015 (ANFAVEA, 2016).

Os resultados da análise exploratória para o conjunto de empresas pesquisadas

não representa estatisticamente a população de empresas do setor de autopeças.

1.4 Organização da tese

Para abordar o tema da pesquisa apresentado, esta tese foi estruturada da

seguinte forma:

O Capítulo 1 aborda a introdução com o contexto da pesquisa, apresentando o

objetivo geral, os objetivos específicos, a justificativa para a realização do trabalho, a

classificação do tipo de pesquisa e a organização da tese.

O Capítulo 2 trata do estado da arte, que fundamenta toda a base da pesquisa.

Inicialmente são apresentados os conceitos que suportam as dimensões da

competitividade e a organização industrial como unidade básica da competitividade, os

fatores econômicos, ambientais e sociais que integram o estado competitivo. A

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competitividade refletida nos recursos de manufatura. A seguir são abordados os

conceitos que estruturam o sistema de manufatura, explorando a integração entre seus

subsistemas. A partir disso são levantados os fundamentos da manufatura enxuta, seus

conceitos de sustentação e a intersecção das práticas ambientais e práticas enxutas.

Neste capítulo também se faz uma tratativa da importância da estrutura dos recursos

humanos como habilitação para as práticas proativas enxutas e ambientais dentro do

sistema de manufatura da organização industrial. Por último, é feita uma análise sobre

desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental, considerando-se que as

operações produtivas das empresas estão inseridas no meio ambiente e se relacionam.

No Capítulo 3 é apresentado o modelo proposto para analisar as práticas de

manufatura enxuta e práticas ambientais, nos processos de fabricação do sistema de

manufatura das empresas, com o estado competitivo em sustentabilidade da organização

na visão do cliente (montadoras de veículos automotores). Este estado competitivo é

definido nos Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade (FCCS)

constituídos por quatro dimensões: econômico, serviços, ambiental e social.

Internamente o sistema de manufatura responde com práticas em gestão ambiental e

gestão em manufatura enxuta, para alcançar o estado da competência competitiva.

No Capítulo 4 é relatado a aplicação do modelo proposto e são explorados os

resultados e discussões, a partir das análises estatísticas de agrupamento em clusters

sobre os dados coletados dos questionários apresentados às montadoras e aos sistemas

de manufatura das empresas fornecedoras (autopeças).

O Capítulo 5 é composto das conclusões do trabalho, as contribuições para a

área de conhecimento em que se insere e sugestões para trabalhos futuros dentro desta

linha de pesquisa.

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2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

2.1 Introdução

O presente capítulo apresenta uma revisão do estado da arte que aborda os três

conceitos que servem de embasamento para este trabalho. Assim, são explorados os

principais fundamentos sobre manufatura enxuta (aplicação e gestão), sustentabilidade

(práticas ambientais, gestão ambiental e desempenho ambiental) e fatores de

competitividade nos sistemas de negócios.

2.2 Competitividade

2.2.1 Conceituação

A competitividade pode ser definida como a capacidade de a empresa formular e

implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de

forma duradoura, uma posição sustentável no mercado (FERRAZ; KUPFER;

HAGUENAUER, 1995 apud LEMOS; NASCIMENTO, 1999). Ela é função da

adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente

no mercado específico (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1995 apud LEMOS;

NASCIMENTO, 1999). Agostinho; Batocchio; Silva (2008) retratam a competitividade

de uma empresa como sendo a capacidade de revisão contínua das suas estratégias de

concorrência, a obtenção de posição favorável nos mercados onde atua.

Consequentemente, deve ter condições de gerar lucros mais altos do que a média das

empresas do mercado onde atua. Operando de forma sustentável, com qualidade,

rapidez e flexibilidade. Além disso, deve satisfazer as partes interessadas, em

conformidade com os requisitos. Vantagem competitiva é o conceito central da gestão

estratégica, assim como a seleção natural é o conceito central da biologia evolutiva

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(HUSTED, 2001). Ambos os conceitos têm como objetivo a explicação de por que

algumas empresas têm sucesso, enquanto outras não (HUSTED, 2001).

O fato é que a competitividade das empresas é um tema sempre em discussão. A

busca pelo estado competitivo é a dimensão que norteia ações e metas internas de uma

organização, com o objetivo de se manterem estabelecidas no seu mercado de atuação.

Ao longo do tempo os mercados consumidores vêm impondo aos seus fornecedores

uma evolução nos padrões e fatores de competitividade, que uma vez alcançados, faz

com que as suas necessidades por produtos e serviços sejam satisfeitas. Esta evolução

passou inicialmente pelos custos; em um segundo momento incorporou a qualidade,

confiabilidade, flexibilidade e velocidade, ligados aos produtos e serviços (SKINNER,

1969; HAGUENAUER, 1983; SLACK, 1993; PORTER, 1993; 1996; COUTINHO;

FERRAZ, 1994; AGOSTINHO, 1995; 1996; LUMMUS; VOKURKA; ALBER, 1998;

AGOSTINHO, 2012). Mais recentemente o estado competitivo envolve fatores sociais e

ambientais (AGOSTINHO, 2014). Sob a perspectiva fundamentada na abordagem

ambiental e social, a competitividade é vista como um tipo de relação permeada pela

disputa entre empresas por recursos escassos, mas essenciais à sua sobrevivência.

Nesse caso, o sucesso ou fracasso de uma organização depende da sua habilidade em

atingir uma vantagem competitiva perante as condições de similaridade de requerimento

dos recursos, de densidade e de diversidade organizacional em termos de produtos,

serviços e padrões de consumo.

De acordo com Kupfer (1991) apud Silva; Fonseca (2010), apesar da frequente

discussão em torno do tema registrado na literatura especializada, a definição de

competitividade carece de maior clareza e exatidão. À procura de um enfoque

alternativo, Kupfer (1991) apud Silva; Fonseca (2010) observa que tais abordagens

pecam por restringirem-se aos aspectos correntes das empresas e dos produtos que

fabricam. Desconsidera-se o processo de escolha de estratégias empresariais em um

contexto dinâmico, regido por uma situação concorrencial e pela interação entre as

estruturas que o condicionam e as condutas inovadoras das empresas que podem

transformá-lo. Nesse sentido, torna-se imperativo criar um conceito de competitividade

que abarque noções de tempo e de expectativas, e que permita mensurá-la como um

fator de ajuste às circunstâncias ambientais.

A competitividade é um conceito estratégico afirma Agostinho (1995; 2012) e

desta forma o autor define competitividade como sendo a “capacidade de uma

organização em oferecer ao mercado alternativas capazes de motivar a troca da

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organização detentora do produto por uma substituta”. Desse modo, o conceito de

competitividade envolve componentes estáticos e dinâmicos que se tornam fatores

chaves para o crescimento potencial de uma economia.

No âmbito da competitividade entre países, o Fórum Econômico Mundial através

do GCR (Global Competitiveness Report) – 2012/2013 agrupa em doze pilares

diferentes os componentes microeconômicos e macroeconômicos da competitividade.

Primeiro pilar: Instituições

O ambiente institucional é determinado pela estrutura jurídica e administrativa em

que indivíduos, empresas e governos interagem para gerar riqueza. A importância de um

ambiente institucional tornou-se ainda mais evidente durante a recente crise econômica

e financeira.

Segundo pilar: Infra-estrutura

Extensa e eficiente a infra-estrutura é fundamental para garantir o eficaz

funcionamento da economia, como é um fator importante na determinação da

localização das atividades econômicas e os tipos de atividades ou setores que pode

desenvolver em uma determinada região. Uma infra-estrurura bem desenvolvida reduz

as distâncias e deslocamentos entre as regiões, integrando o mercado nacional e

conectando-o a um baixo custo com os mercados de outros países e regiões.

Terceiro pilar: Ambiente macroeconômico estável

A estabilidade do ambiente macroeconômico é importante para o negócio e,

portanto, é importante para a competitividade global de um país. Embora seja verdade

que a estabilidade macroeconômica isoladamente não pode aumentar a produtividade de

uma nação, é também reconhecido que a instabilidade macroeconômica prejudica a

economia, como temos visto nos últimos anos, no contexto dos países do mercado

europeu.

Quarto pilar: Saúde e educação primárias

Uma força de trabalho saudável é vital para a competitividade e a produtividade1

de um país. Os trabalhadores que estão doentes não podem atuar na totalidade de seu

potencial de trabalho e serão menos produtivos. Problemas de saúde levam a custos

significativos para os processos das empresas, trabalhadores doentes ausentam-se

frequentemente ou operam em níveis mais baixos de eficiência.

1 Entende-se por produtividade a relação produto-insumo, preço-custo, ou seja, output-input. É a

efetividade do fluxo de valores ao longo dos processos de transformação, da matéria prima ao produto

final. Efetividade é “fazer certo a coisa certa”.

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Quinto pilar: Ensino superior e treinamento

Ensino superior de qualidade e treinamento são importantes para as economias

que desejam alcançar um patamar superior na cadeia de valor, projetando-se além de

produtos e processos de produção simples. A economia globalizada atual requer países

capacitados em desenvolver trabalhadores bem-educados, que sejam capazes de realizar

tarefas complexas e adaptar-se rapidamente às mudanças e às evoluções em seu meio

ambiente.

Sexto pilar: Eficiência de mercado de bens

Países com mercados de bens eficientes estão bem posicionados para produzir a

combinação certa de produtos e serviços, dados suas condições particulares de oferta e

demanda, bem como para assegurar que estes produtos possam ser negociados mais

efetivamente na economia. As empresas mais eficientes, que produzem bens exigidos

pelo mercado, são aquelas que prosperam.

Sétimo pilar: Eficiência do mercado de trabalho

A eficiência e a flexibilidade do mercado de trabalho são fundamentais para

garantir que os trabalhadores mudem de uma atividade econômica para outra,

rapidamente e a baixo custo.

Oitavo pilar: Eficiência do mercado financeiro

Um sector financeiro eficiente aloca, de forma produtiva, os recursos

economizados pelos cidadãos de uma nação, bem como os que entram de economias do

exterior. As economias exigem sofisticados mercados financeiros, que podem

disponibilizar capital para o investimento do sector privado vindos de fontes como

empréstimos do sector bancário, bolsas de valores bem reguladas e outros produtos

financeiros.

Nono pilar: Prontidão tecnológica

No mundo globalizado de hoje, a tecnologia é cada vez mais essencial, para as

empresas competirem e prosperarem. A prontidão tecnológica mede a agilidade com

que uma economia adota tecnologias existentes, para melhorar a produtividade de suas

indústrias, com especial destaque para sua capacidade de aproveitar totalmente as

tecnologias da informação e comunicação (TIC) nas suas atividades de produção, para

aumentar a eficiência e possibilitando inovação para a competitividade.

Décimo pilar: Tamanho do mercado

O tamanho do mercado afeta a produtividade já que grandes mercados permitem

às empresas explorar economias de escala.

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Décimo primeiro pilar: Sofisticação dos negócios

Não há nenhuma dúvida que sofisticadas práticas de negócio são propícias para

maior eficiência na produção de bens e serviços. Sofisticação do negócio diz respeito a

dois elementos que estão intrinsecamente ligados: a qualidade das redes de negócios

global de um país e a qualidade das operações e as estratégias das empresas individuais.

Décimo segundo pilar: Inovação

Inovação pode surgir de novos conhecimentos tecnológicos e não tecnológicos. A

inovação é particularmente importante para as economias, pois se aproxima das

fronteiras do conhecimento com a possibilidade de gerar mais valor às empresas.

O ambiente microeconômico é onde se encontram as empresas. Porter (1993)

modela este ambiente de competitividade em quatro atributos, que promovem ou

impedem a criação da vantagem competitiva:

1. Condições de fatores. A posição dos fatores de produção como recursos

humanos (quantidade, capacidade e custos da mão-de-obra), recursos físicos (qualidade,

acessibilidade e custos da matéria prima, recursos naturais, energia elétrica, etc.),

recursos de conhecimento (técnicos, científicos, mercado), recursos de capital (custo do

capital disponível para o financiamento da indústria).

2. Condições de demanda. A natureza da demanda interna para os produtos ou

serviços da indústria, que se compõem por segmentos da estrutura de demanda.

Natureza do mercado caracterizado pela sofisticação e exigência dos clientes e suas

necessidades precursoras (compradores preocupados com o custo e o consumo de

energia elétrica pelos produtos), tamanho da demanda, taxa de crescimento e saturação

(economia de escala), clientes locais ou multinacionais.

3. Indústrias correlatas e de apoio. A presença ou ausência, no país, de

indústrias abastecedoras e indústrias correlatas que sejam competitivas. Acesso

eficiente, precoce, rápido e, por vezes, preferencial à maioria dos insumos e máquinas

economicamente rentáveis, eficiência na utilização dos insumos, acesso fácil à

informação, novas ideias e conhecimentos e às inovações dos fornecedores.

4. Estratégia, estrutura e rivalidade das empresas. As condições que, no país,

governam a maneira pela qual as empresas são criadas, organizadas e dirigidas, mais a

natureza da rivalidade interna. Diferenças de abordagens administrativas e capacidades

de organização criam vantagens e desvantagens na competição em diferentes tipos de

indústrias. A institucionalização de metas das empresas e dos indivíduos que sejam

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inovadoras e motivadoras. Associa-se desta forma um ambiente interno de criação e

persistência da vantagem competitiva da empresa.

Porter (2004) afirma que a essência da formulação de uma estratégia competitiva

é relacionar uma companhia ao seu meio ambiente, abrangendo forças sociais e

econômicas, e que a estrutura industrial tem uma forte influência na determinação das

regras competitivas, assim como das estratégias potencialmente disponíveis para a

empresa.

O grau da concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas

básicas: rivalidade entre os atuais concorrentes, entrantes potenciais, compradores,

substitutos e fornecedores (Figura 2.1).

Figura 2.1: Forças que dirigem a concorrência na indústria (rivalidade ampliada).

Fonte: Adaptada de Porter (2004).

A meta da estratégia competitiva para uma indústria é encontrar uma posição

dentro dela em que a empresa possa melhor se defender contra essas forças competitivas

ou influenciá-las em seu favor.

A ameaça de entrada em uma indústria depende das barreiras de entrada

existentes, em conjunto com a reação que o novo concorrente pode esperar da parte dos

concorrentes já existentes. Se as barreiras são altas, o recém-chegado pode esperar

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retaliação acirrada dos concorrentes na defensiva; a ameaça de entrada é pequena

(PORTER, 2004).

Porter (2004) cita fontes principais de barreiras de entrada:

Economias de escala que se referem aos declínios nos custos unitários de um

produto (ou operação ou função que entra na produção de um produto), à medida que o

volume absoluto por período aumenta.

Diferenciação do produto que significa que as empresas estabelecidas têm sua

marca identificada e desenvolvem um sentimento de lealdade em seus clientes. A

diferenciação cria uma barreira à entrada forçando os entrantes a efetuarem despesas

pesadas para superar os vínculos estabelecidos com os clientes.

Necessidade de capital que se volta à necessidade de investir vastos recursos

financeiros de modo a competir criando uma barreira de entrada. O capital pode ser

necessário não somente para as instalações de produção, mas também para crédito ao

consumidor, estoques ou cobertura dos prejuízos iniciais.

Custos de mudança que são percebidos pelos compradores quando muda de um

fornecedor para outro, com novos treinamentos dos empregados, custo e tempo para

testar e qualificar uma nova fonte, novo projeto do produto, etc.

Acesso aos canais de distribuição assegurando a distribuição para os seus

produtos, considerando que os canais lógicos já estão sendo atendidos pelas empresas

estabelecidas.

Desvantagens de custo independentes de escala. As empresas estabelecidas

podem ter vantagens de custos impossíveis de serem igualadas pelas entrantes

potenciais, qualquer que seja o seu tamanho e as economias de escala obtidas.

Outra barreira de entrada importante refere-se à curva de aprendizagem ou de

experiência do negócio. Há uma tendência observada no sentido de os custos unitários

declinarem à medida que a empresa acumula maior experiência na fabricação de um

produto. Os custos declinam, pois os operários aprimoram seus métodos e se tornam

mais eficientes (a curva clássica de aprendizagem), o layout é aperfeiçoado,

equipamentos e processos especializados são desenvolvidos, um melhor desempenho do

equipamento é alcançado, as mudanças no projeto do produto facilitam sua fabricação,

as técnicas de medição e controle das operações melhoram e assim por diante. Se os

custos declinam com a experiência em uma indústria e se a experiência pode ser

resguardada pelas empresas estabelecidas, então esse efeito conduz a uma barreira de

entrada (PORTER, 2004).

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Todas as empresas de manufatura estão competindo, em termos amplos, com

indústrias que fabricam produtos substitutos. Os substitutos reduzem os retornos

potenciais de uma indústria, colocando um teto nos preços que as empresas podem fixar

com lucro. Os produtos substitutos que exigem maior atenção são aqueles que (1) estão

sujeitos a tendências de melhoramento do seu trade-off de preço-desempenho com o

produto da indústria, ou (2) são produzidos por indústrias com lucros altos (neste caso

os produtos entram rapidamente em cena) (PORTER, 2004)

Outra força que dirige a concorrência nas indústrias é a negociação dos

compradores. Os compradores competem com a indústria forçando os preços para

baixo, barganhando por melhor qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes

uns contra os outros. Um grupo comprador se faz forte se (i) conseguir adquirir grandes

volumes em relação às vendas do vendedor, (ii) se os produtos que ele adquire da

indústria representam uma fração significativa de seus próprios custos ou compras, (iii)

se os produtos que ele compra da indústria são padronizados ou não diferenciados, (iv)

se ele enfrenta poucos custos de mudança, (v) se ele consegue lucros baixos, (vi) se o

produto da indústria não é importante para a qualidade dos produtos ou serviços do

comprador e (vii) se o comprador tem total informação dos produtos do vendedor

(PORTER, 2004).

Os fornecedores podem exercer poder de negociação sobre os participantes de

uma indústria ameaçando elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços

fornecidos. Um grupo fornecedor torna-se um direcionador competitivo (i) se for

composto por poucas companhias, (ii) se for mais concentrado do que a indústria para a

qual vende, (iii) se não estiver obrigado a lutar com outros produtos substitutos na

venda para a indústria compradora, (iv) se a indústria compradora não for um cliente

importante para o grupo fornecedor, (v) se o produto dos fornecedores é um insumo

importante para o negócio do comprador, (vi) se os produtos do grupo de fornecedores

são diferenciados e finalmente (vii) se o grupo de fornecedores é uma ameaça concreta

de integração para frente (PORTER, 2004).

Para a indústria enfrentar as cinco forças competitivas (Figura 2.2) Porter (2004)

aborda três estratégias genéricas potencialmente bem-sucedidas para superar as outras

empresas competidoras.

Liderança no custo total que exige a construção agressiva de instalações em

escala eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de custo pela experiência, um

controle rígido do custo e das despesas gerais, e a minimização do custo em áreas com

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P&D (pesquisa e desenvolvimento), assistência, força de vendas, publicidade, etc. Custo

baixo em relação aos concorrentes torna-se o tema central de toda a estratégia, embora a

qualidade, a assistência técnica e outras áreas não possam ser ignoradas. Uma posição

de baixo custo protege a empresa contra todas as cinco forças competitivas porque a

negociação só pode continuar a erodir os lucros até o ponto em que os lucros do

próximo concorrente mais eficiente tenham sido eliminados, e porque os concorrentes

menos eficientes sofrerão antes as pressões competitivas.

A segunda estratégia genérica é diferenciar o produto ou o serviço oferecido pela

empresa, criando algo que seja considerado único no âmbito de toda a indústria. A

diferenciação proporciona isolamento contra a rivalidade competitiva devido à lealdade

dos consumidores com relação à marca como também à consequente menor

sensibilidade ao preço. Ela também aumenta as margens, o que exclui a necessidade de

uma posição de baixo custo.

A última estratégia, segundo Porter (2004), é enfocar um determinado grupo

comprador, um segmento da linha de produtos, ou um mercado geográfico; como uma

diferenciação, o enfoque pode assumir diversas formas. Embora as estratégias de baixo

custo e de diferenciação tenham intuito de atingir seus objetivos no âmbito de toda a

indústria, toda a estratégia de enfoque visa atender muito bem ao alvo determinado, e

cada política funcional é desenvolvida levando isso em conta. O posicionamento das

três estratégias genéricas em relação ao alvo estratégico e a vantagem estratégica está

ilustrado na Figura 2.2.

Figura 2.2: Três estratégias genéricas. Fonte: Adaptada de Porter (2004).

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Hart (1995) cita Porter (1985) quanto ao desenvolvimento do conceito de

liderança em custo e diferenciação como dois importantes fatores para se alcançar

vantagem competitiva, pois baixos custos habilita a indústria a ser agressiva em preço e

venda de altos volumes, por outro lado produtos diferenciados cria uma fidelidade à

marca e reputação positiva, facilitando se praticar preços mais elevados.

Decisões relativas ao tempo (exemplo: movimentação antecipada contra

movimentação tardia) e nível de compromisso (exemplo: escala de produção contra

produção incremental) também são cruciais para assegurar a vantagem competitiva. Se

uma empresa faz movimentação antecipada ou movimenta escala de produção às vezes

é possível antecipar-se ao concorrente, definindo novos padrões ou acesso preferencial à

matéria-prima crítica, localização, capacidade de produção ou clientes, além do que

reduz os custos unitários de fabricação. Estratégia de antecipação permite que às

empresas sejam competitivas e dominem um nicho particular de mercado através de

menor custo de produto, produto diferenciado ou ambos.

Finalmente Hamel e Prahalad (1994) apud Hart (1995) enfatizaram a importância

de “competir para o futuro” como uma dimensão negligenciada da vantagem

competitiva. De acordo com esta visão, a empresa deve estar preocupada não somente

com sua rentabilidade no presente e seu crescimento em médio prazo, mas também com

a sua futura posição a frente de uma vantagem competitiva. A RBV (Resource Based

View) leva este pensamento um passo adiante: postula que a vantagem competitiva é

sustentada somente se as capacidades (competências) forem suportadas por recursos que

não são reproduzidos facilmente pelos concorrentes. Em outras palavras, os recursos da

empresa devem aumentar as "barreiras à imitação”. É de certa forma uma barreira à

entrada de novos concorrentes e tende a ser observado pelo cliente como uma

diferenciação, reduzindo a ameaça de produtos e serviços substitutos. Assim, o recurso

é entendido como as unidades básicas de análise e incluem ativos físicos e financeiros,

bem como organização de processos e habilidades e conhecimentos dos colaboradores

(HART, 1995). A capacidade da empresa é a competência de exercer tarefas que

adicionam valor a um conjunto de recursos disponíveis (exemplo: projeto para

fabricação, produção just-in-time). A Figura 2.3 ilustra a relação entre vantagem

competitiva, estrutura de competência e apropriação diferenciada de recursos.

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Figura 2.3: Recursos e capacidades como base para uma vantagem competitiva

sustentável. Fonte: Adaptado de Hart (1995).

Basicamente, a esse recurso deve-se adicionar valor e ser insubstituível. Em

outras palavras, para um recurso ter valor duradouro, ele deve contribuir para uma

capacidade da empresa, que tem importância competitiva e que não seja facilmente

realizado através de meios alternativos. Estrategicamente os recursos devem ser raros

e/ou específicos para uma determinada empresa. Finalmente, e talvez mais importante

tal recurso há de ser de difícil replicação (reprodução), porque eles são tácitos ou

socialmente complexos (HART, 1995). Recursos tácitos são habilidades baseadas em

pessoas. Tais recursos são "invisíveis", “ocultos” e muitas vezes “secretos”.

Fundamentados na “aprendizagem pela prática” (learning-by-doing), que são

acumulados através de refinada experiência ao longo do tempo. Recursos socialmente

complexos, que dependem de um grande número de pessoas ou equipes envolvidas em

ações coordenadas de melhorias (HART, 1995). O valor encontra-se no recurso

aplicado e que aumenta a disposição dos clientes em pagar por ele, ou reduz o seu custo.

A raridade do recurso proporciona à empresa evitar o mercado competitivo perfeito. A

complexidade do recurso pode torna-lo insubstituível proporcionando um potencial

competitivo sustentável. Finalmente, recursos e capacidades (competências) são

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incorporados à estrutura da organização, e o grau em que eles são capazes de adicionar

valor pode depender da presença de ativos complementares e rotinas de apoio. A

aplicação de um conjunto de recursos cria valor e se configura em uma vantagem

competitiva da organização (HART, 1995).

Dentro deste sistema de competitividade Hart (1995) defende que uma das

direções mais importantes no desenvolvimento de novos recursos e capacidades

competitivas para as empresas serão os desafios colocados pelo meio-ambiente. Podem-

se incluir, como novos recursos, que contribuem para o aumento da capacidade

competitiva, a implementação eficiente de técnicas de manufatura enxuta, que reduzem

os desperdícios nos processos das empresas. Estes recursos, quando bem aplicados são

tácitos, raros e criam valor nos processos através de aprendizado ao longo do tempo.

Este aprendizado fundamentado nas habilidades desenvolvidas nos recursos humanos

dificulta a adoção das mesmas técnicas em manufatura enxuta pelos concorrentes,

resultando em uma capacidade competitiva sustentável para a organização industrial.

Barney, (1991) apud Sarkis; Torre; Diaz (2010) também afirma que um recurso

deve ser valioso, raro, inimitável e não substituíveis (atributos “VRIN” – Valuable,

Rare, Inimitable, Nonsubstitutable), a fim de conferir vantagem competitiva sustentável.

Estas combinações de recursos podem construir-se em cima de uma grande variedade de

componentes básicos, incluindo ativos físicos, habilidades dos funcionários e processos

organizacionais.

As empresas podem renovar suas fontes de competitividade, especialmente em

ambientes que mudam rapidamente. A empresa tem a necessidade de integrar, construir

e reconfigurar as suas competências internas e externas para competir em ambientes que

mudam rapidamente. Esses mercados com alta velocidade de mudança criam desafios

únicos para as empresas porque os recursos e capacidades, em que as empresas

constroem vantagem competitiva têm expectativas de vida incertas nesses mercados.

Forças externas afetam decisões das empresas para buscar capacidades dinâmicas. As

empresas que estão em ambientes dinâmicos e complexos são mais propensas a tentar

construir capacidades dinâmicas (HART; DOWELL, 2010).

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2.2.2 A empresa como unidade básica da competitividade: fatores econômicos e

ambientais

Em uma abordagem econômica a competitividade pode ser entendida tanto no

âmbito do Estado (País), representada na competitividade macroeconômica, como no

âmbito organizacional, cerne da competitividade microeconômica. Quando se privilegia

o plano micro, o tratamento recai sobre as características da empresa ou de um produto,

relacionadas a aspectos de desempenho ou de eficiência técnica dos processos

produtivos e administrativos.

A unidade de análise básica para se compreender a competição é a indústria. As

indústrias são um grupo de competidores, que produzem mercadorias e/ou serviços, que

competem diretamente entre si dentro de uma cadeia de suprimentos. As empresas desta

cadeia de suprimentos, através da estratégia competitiva, buscam definir e estabelecer

uma abordagem para a competição em suas indústrias que seja, ao mesmo tempo,

lucrativa e sustentável (PORTER, 1993).

A competitividade é traduzida na indústria pela relação insumo-produto ou custo-

preço, ou seja, é a efetividade do fluxo de valores ao longo dos processos de

transformação. Esta competitividade é delimitada pelo produtor, e mensurável por

indicadores como produtividade e técnicas de produção, em comparação àqueles

apresentados pelas empresas de maior rendimento do setor. (SILVA; FONSECA, 2010).

A vantagem competitiva surge pelo valor que uma empresa consegue criar para

seus clientes, sendo que este valor deve ultrapassar o custo de fabricação da indústria. A

meta final da vantagem competitiva é modificar as regras do ambiente externo em favor

da empresa, ou seja, criar assimetrias de mercado que melhorem sua competitividade

(PORTER, 1984 apud LEMOS; NASCIMENTO, 1999). Não basta mais imitar outras

empresas ou copiar o que os outros fazem, a recomendação é buscar uma estratégia de

diferenciação capaz de produzir produtos e serviços de maior valor para os clientes ou

ainda produtos de igual valor a custos menores. Isso significa estabelecer uma vantagem

competitiva sustentável no tempo (PORTER, 1996).

As regras para as indústrias obterem vantagens competitivas são exercidas pelo

ambiente de mercado, onde estas indústrias estão inseridas. O estabelecimento destas

regras tem uma dinâmica de constantes modificações, com reflexo direto na gestão da

manufatura das indústrias brasileiras, que a partir do início da década de 90 do século

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passado, tem aumentado sua frequência. De um ambiente de demanda e tecnologia

relativamente estáveis têm-se hoje um ambiente onde os ciclos de desenvolvimento de

produtos reduziram-se, a diversidade de produtos aumentou e o foco no atendimento às

necessidades do cliente tornou-se primordial (JUNQUEIRA, 2003).

Para continuar a atuar em oportunidades sinalizadas pelo mercado as empresas

estão cada vez mais atentas em diminuir os seus tempos de fluxos na manufatura, (i)

com a redução de seus estoques, (ii) com a melhoria contínua na qualidade de seus

produtos definidos na engenharia de produtos e processos, (iii) com um melhor

atendimento dos prazos de entrega assumidos com o cliente (LUMMUS; VOKURKA;

ALBER , 1998). A diminuição dos tempos de fluxos na manufatura tem como foco, a

redução dos custos em seus processos de transformação, reduzindo seus desperdícios

(LUMMUS; VOKURKA; ALBER , 1998).

Coutinho e Ferraz (1994) afirmam que o modelo de empresa competitiva têm

formato e objetivos organizacionais que permeiam os processos decisórios, os fluxos de

informações, os produtos e os processos produtivos. A Tabela 2.1 ilustra o formato

organizacional das empresas competitivas e seus objetivos.

Tabela 2.1: Formato organizacional das empresas competitivas. Fonte: Adaptado

de Coutinho; Ferraz (1994).

Processos Decisórios

Crescente descentralização.

Decrescente número de níveis hierárquicos.

Crescente participação dos trabalhadores nas decisões e nos ganhos das empresas.

Fluxos de Informação

Horizontalização (gestão por processo de agregação de valor).

Crescente intensidade.

Produtos

Crescente atendimento às especificações dos clientes.

Crescentes esforços de desenvolvimento.

Processos Produtivos

Busca de melhoria contínua (frequência crescente de ações de melhorias).

Crescente flexibilidade.

Baixos níveis de estoques.

Menores tempos mortos.

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A fim de responder a um mercado cada vez mais global e competitivo as empresas

têm buscado continuamente novas e melhores práticas em suas operações internas,

através de mudanças organizacionais, reavaliando seus processos, criticando suas

atividades de planejamento, programação e controle de seus sistemas de manufatura e

criando novas formas de gerenciar seus negócios, integrando seus clientes e

fornecedores.

A dinâmica de mudança frequente dos fatores de competitividade é destacado por

Agostinho (1995, 2012), onde o autor sublinha que os fatores de competitividade mais

importantes a partir da segunda metade do século XX foram custo, qualidade,

flexibilidade, tempo de resposta e agilidade e que os mesmos foram se alterando ao

longo do tempo. Afirma Agostinho (1995, 2012):

“nas décadas de 50/60 o fator de competitividade preponderante era o custo,

na década de 70 passou a ser a qualidade, década de 80 a flexibilidade e

década de 90 o tempo de resposta. À medida que se cria um novo fator de

competitividade, os anteriores são incorporados, perdendo sua função de

fator diferenciador”.

Exemplificando, as empresas da década de 90 têm que competir no tempo de

implantação de novos produtos, já tendo incorporado como “commodities”, os fatores

de custo, qualidade e flexibilidade operacional.

Com base no exame aos conceitos disponíveis na literatura especializada,

Haguenauer (1983) apud Silva e Fonseca (2010) verificaram que, em linhas gerais, a

competitividade como desempenho se expressa na posição alcançada pela organização

no mercado em um dado momento, resultante da combinação de uma série de fatores

como preço, qualidade, grau de diferenciação dos produtos, dentre outros. Estes padrões

de desempenho devem ser utilizados para “puxar” as empresas em direção a um

desempenho constantemente crescente.

No entanto, para Agostinho (2006), a busca pela competitividade tem feito

surgir, ao longo do tempo, diversas metodologias, que utilizam conceitos científicos e

tecnológicos, para melhorar o estado da organização. Porém, até o início da década de

70, nos países desenvolvidos, e no início da década de 90 no Brasil, a noção de

competitividade não era claramente necessária, pois o ritmo interno das empresas é que

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ditava as leis no mercado, e, por conseguinte, a vontade do consumidor. A necessidade

de competição entre empresas seguia estratégias definidas, com separação de áreas de

atuação e influência. A principal fonte de interesse era a produtividade e a melhoria

interna das empresas.

Agostinho (2006) cita ainda que o equilíbrio existente rompeu-se devido à maior

oferta de produtos, que permitiu ao usuário variedade de opções por um mesmo

produto, e às pressões dos fatores mercado/ciência, tecnologia/sociedade e política,

provocadores de estímulos sobre as empresas. Ao conjunto de estímulos provocados

pelos usuários e consumidores das empresas, Agostinho (2006) denominou

competitividade. Agostinho (1995) salienta que é necessário determinar-se vantagens

competitivas sustentadas em uma visão de longo prazo, com relação aos competidores

principais, em todos os negócios da empresa, sob dois enfoques:

- Externamente, através de determinação da atratividade da indústria ou negócio;

tendências de mercado, sua estabilidade, etc.; e das características dos principais

competidores.

- Internamente, através da determinação das capacidades competitivas e das

forças e fraquezas da organização.

Para a organização obter um bom desempenho competitivo externamente é

necessário que internamente também alcance um bom desempenho. Neste sentido Slack

(1993) assim como Agostinho (1995) salientam que é importante distinguir entre os

aspectos internos e externos de cada objetivo de desempenho. O desempenho interno de

cada processo e operação contribuem para o desempenho externo da organização – o

desempenho que o consumidor vê. A Figura 2.4 ilustra a relações e visões entre os

aspectos internos e externos de uma manufatura a partir dos desempenhos em

velocidade, confiabilidade, flexibilidade, qualidade e custo.

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Figura 2.4: Aspectos internos e externos dos cinco objetivos de desempenho em

manufatura. Fonte: Slack (1993).

Na busca da competitividade as empresas internamente se utilizam de

tecnologias e/ou metodologias que propiciem um salto qualitativo na direção da

capacidade de competir perante os principais concorrentes, nos seus respectivos

negócios. Assim, podem-se citar várias siglas e/ou títulos que habitam o dia a dia das

empresas, como: TQM (Total Quality Management), TPM (Total Productive

Maintenance), reengenharia, dimensionamento de capacidade/recursos, lean

manufacturing, gerenciamento de mudanças, etc. Todas essas tecnologias e/ou

metodologias buscam maior efetividade na utilização dos recursos existentes, estimula a

melhoria organizacional contínua e busca operar-se o mais próximo possível da

fronteira de produtividade (AGOSTINHO, 1995).

Na Tabela 2.2 são listados alguns índices de desempenho considerados

referenciais para as empresas competitivas. A efetividade dos processos industriais, que

tornará a organização competitiva exige melhorias contínuas para minimizar as perdas

(desperdícios), os custos e os tempos de transformação nos processos de fabricação.

Simultaneamente, estes mesmos processos industriais têm que ser flexíveis e produzir

com qualidade, atendendo às especificações de uso do cliente. A produtividade, relação

entre resultados alcançados e recursos utilizados, é maximizada e é enxergado pelo

cliente como valor agregado. Esta visão do cliente é o diferencial competitivo.

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Tabela 2.2: Medidas internas de desempenho das empresas. Fonte: Adaptado de

Agostinho (1995).

Medida de Desempenho Minimizar Maximizar

Tempo

Perdas

Custo

Qualidade

Flexibilidade

Valor Agregado

Produtividade

Utilização de Ativos

Satisfação do Cliente

Integração de Dados e Informações

Agostinho (1995) afirma que, deve-se considerar, entretanto, que a melhoria da

efetividade operacional é necessária, porém não suficiente para se buscar desempenhos

superiores de uma organização. As melhorias são absolutas, porém podem ser relativas,

quando se analisa o contexto da competitividade. É necessário buscar convergência

competitiva.

Porter (1993) descreve que para obter vantagem competitiva uma empresa tem

de proporcionar valor comparável para o comprador, mas desempenhar as atividades

com mais eficiência do que seus concorrentes (menor custo) ou, então, desempenhar as

atividades de maneira excepcional, que cria valor para o comprador e obtém preço

maior (diferenciação). O valor final criado por uma empresa é medido pelo que os

compradores se dispõem a pagar pelo seu produto ou serviço. As empresas conseguem

vantagem competitiva ao conceber novas maneiras de realizar atividades, empregando

novos procedimentos, novas tecnologias ou diferentes insumos.

Skinner (1969) contribuiu para a relevância das prioridades competitivas de

produção o qual descreveu alguns padrões comuns para mensurar o desempenho da

manufatura: (i) ciclos menores de entregas do produto; (ii) produto com qualidade e

confiabilidade; (iii) cumprimento com a promessa de entrega; (iv) habilidade para

produzir novos produtos rapidamente; e (v) flexibilidade para ajustar mudanças no

volume e custos baixos.

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Além deste conjunto de fatores econômicos de competitividade evidenciados por

Skinner (1969), Haguenauer (1983), Slack (1993), Porter (1993; 1996), Coutinho;

Ferraz (1994), Agostinho (1995; 1996), Lummus; Vokurka; Alber (1998), outro

componente tem que ser adicionado às estratégias das empresas. Em outros estudos

encontram-se autores (Reis, 1995; Maimon,1996; Badue, Maimon e Singer, 1996;

Mineiro, 1996; Nahuz, 1995; D’Avignon, 1994 apud Layrargues, 2000) que afirmam

que o componente ambiental chegou para ficar e que a empresa moderna,

indistintamente de seu porte, estrutura ou setor, tem de adaptar-se aplicando os

princípios de gerenciamento ambiental para não perder espaço na competitividade

empresarial. Na atual estrutura de mercado, surge um novo consumidor, que pondera

seu poder de decisão não somente em fatores de competitividade até aqui conhecidos,

mas inserindo uma nova variável, “o meio ambiente, ou seja, a determinação da escolha

de um produto agora vai além da relação qualidade, preço, confiabilidade de entrega,

pois este precisa ser ambientalmente correto, isto é, não prejudicial ao ambiente nas

etapas do seu ciclo de vida” (LAYRARGUES, 2000).

As empresas devem começar a reconhecer a melhoria ambiental como uma

oportunidade econômica e competitiva, não como um custo ou uma ameaça inevitável.

Em lugar de apegar-se a uma perspectiva focada em conformidade, as empresas

precisam perguntar: como e o que estamos perdendo? e como nós poderíamos aumentar

o valor para o cliente? Empresas cujos gerentes tratam o desenvolvimento sustentável

como uma fonte de novas oportunidades vão construir as bases para as suas empresas

competirem no século XXI (HART; MILSTEIN, 1999). No entanto Hart e Milstein

(1999) afirmam que se não houver uma compreensão clara de como as ações

estratégicas, voltadas para a sustentabilidade, poderão melhorar o retorno econômico

para a empresa, é improvável que os gerentes seniores destinem recursos para tais

estratégias.

Segundo Donaire (1999) apud Corazza (2003) estudos de mercado têm

demonstrado que os consumidores "estão dispostos a pagar preços mais elevados para

produtos que comprovadamente contribuem para a preservação do meio ambiente." A

exploração de estratégias de marketing orientadas para meio ambiente pode gerar uma

melhoria da imagem da empresa perante o público, aumentado os rendimentos e o valor

acionário da empresa. A melhoria da imagem pode, ainda, incrementar a afinidade de

determinados consumidores com a empresa ou com alguns de seus produtos, gerando

possibilidades de crescimento de marketing share (GINSBERG e BLOOM, 2004 apud

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JABBUR; SILVA; SANTOS, 2006), ou seja, ampliar o poder competitivo das

empresas.

Como mencionado anteriormente o mercado é o propulsor das mudanças

internas nas empresas. O mercado exerce o importante papel de pressão externa no

processo de inovação, para superar a inércia organizacional, estimular o pensamento

criativo e atenuar problemas de gestão (PORTER; VAN DER LINDE, 1995). A pressão

por inovação nas empresas pode vir de fortes concorrentes, clientes exigentes ou

aumento dos preços das matérias-primas. Assim como os fatores econômicos de

competitividade, exigências ambientais pelo mercado também podem exercer pressão

nas empresas, obrigando-as a ações inovadoras para reconfiguração de seus processos e

produtos. Aumenta-se a probabilidade de que produto e processo, em geral, incorporem

melhorias ambientais contínuas.

Mercados têm valor apenas na medida em que os consumidores têm o poder de

compra, comparável ao encontrado nos Estados Unidos, Europa Ocidental ou Japão.

Capturar novas oportunidades de mercados baseando-se na sustentabilidade, no entanto,

exigirá que as empresas e gestores ampliem radicalmente sua noção do mercado e suas

novas exigências (HART; MILSTEIN, 1999).

Segundo Hart e Milstein (1999) a verdade é que, em qualquer país ou região

existem três tipos de mercados ou economias — os desenvolvidos, os emergentes e os

que tentam sobreviver.

- economia de consumo desenvolvida, onde os consumidores têm poder de

compra, para pagar mais, qualquer coisa que desejam. Para atender a economia de

consumo desenvolvida, existe uma infraestrutura produtiva, que permite a rápida

fabricação e distribuição de produtos e serviços e os consumos ocorrem em níveis muito

elevados.

- economia emergente onde são atendidas as necessidades básicas dos

consumidores que adquiriu algum poder de compra com pouca extravagância e

consumismo. A rápida industrialização e migração urbana estão aumentando a

demanda por produtos e serviços que atendam este mercado em crescimento acelerado.

- economia de sobrevivência, membros da economia de sobrevivência são em

grande parte rural e pobre com necessidades básicas, que permanecem em grande parte

despercebida e não atendidas. Não há nenhuma infraestrutura para atender este mercado

e poucas empresas projetam investimentos pois enxergam como uma proposição

arriscada a longo prazo.

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Tais distinções são importantes porque cada uma destas economias requer

estratégias diferentes para alcançar um desenvolvimento sustentável. Desenvolvimento

sustentável da economia emergente dependerá da capacidade das empresas em atender a

crescente demanda sem repetir as práticas industriais desatualizadas e desperdícios da

economia de consumo. Para competir em sustentabilidade no mercado, as empresas

devem se concentrar em reduzir os impactos do ciclo de vida (“do berço ao túmulo”) de

produtos através de inovação tecnológica.

A Figura 2.5 apresenta o modelo de Hart (1997) para construir estratégias de

negócios sustentáveis para os três tipos de economias mundiais.

Figura 2.5: Construindo estratégias de negócios sustentáveis. Fonte: Hart

(1997).

Para atingir os objetivos do modelo da Figura 2.5 uma organização poderá

adotar diferentes estratégias ambientais, dependendo do seu estágio de evolução e dos

recursos que dispõe.

Práticas ambientais e desempenho organizacional (incluindo desempenho

ambiental) têm sido associados teoricamente através da visão baseada em recursos

naturais (NRBV - Natural Resource Based View) da empresa (HART, 1995). O NRBV

propõe que as empresas, através de uma gestão ambiental adequada, podem desenvolver

capacidades competitivas que são valiosas, raras e difíceis de serem replicadas pelos

concorrentes (RUSSO e FOUTS, 1997 apud HAJMOHAMMAD; et al., 2012).

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Portanto, de acordo com o NRBV, uma organização pode obter vantagem competitiva

por adotar estratégias ambientais tais como a prevenção da poluição ou minimização das

emissões de poluentes e resíduos (HART, 1995; RUSSO e FOUTS, 1997 apud

HAJMOHAMMAD; et al., 2012). O elemento-chave da NRBV é seu foco em fatores

internos à empresa que levam à vantagem competitiva sustentada enfatizando o papel

dos recursos e capacidades em formar a base desta vantagem competitiva (HART;

DOWEL, 2010).

Hart (1995) apresenta três estratégias interligadas com visão baseada em

recursos, que facilitam a atividade econômica das empresas de forma ambientalmente

sustentável, são elas: prevenção da poluição, produtos planejados (product

stewardship) e desenvolvimento sustentável. A Tabela 2.3 apresenta as três estratégias,

relacionando-as às suas respectivas forças direcionadoras, à aplicação dos recursos-

chave e à vantagem competitiva alcançada frente aos seus competidores.

Tabela 2.3: Tabela conceitual: Visão Baseada em Recursos. Fonte: Hart (1995).

Capacidade

Estratégica

Força Ambiental

Direcionadora Recursos-chave

Vantagem

Competitiva

Prevenção da

Poluição

Minimização de

emissões, efluentes e

resíduos.

Melhoria contínua. Menor custo.

Produtos

Planejados

Minimização de custos

do ciclo de vida dos

produtos.

Integração com as

partes interessadas

(stakeholders).

Antecipar aos

concorrentes.

Desenvolvimento

Sustentável

Minimizar o impacto

ambiental no

desenvolvimento da

empresa.

Visão compartilhada. Posição futura.

Na prevenção da poluição as emissões e efluentes são reduzidos, alterados ou

impedidos, por meio de melhor limpeza (housekeeping), substituição de material,

reciclagem ou inovação de processo e/ou produto. A prevenção da poluição requer

envolvimento dos trabalhadores em melhoria contínua para redução de emissões, em

vez da dependência de tecnologia de controle de poluição de "fim-de-linha" que envolve

investimentos em equipamentos. Através da prevenção da poluição, as empresas podem

realizar economias significativas, resultando em uma vantagem de custo em relação aos

concorrentes. Também pode aumentar a produtividade e eficiência dos processos.

Menos resíduos significa melhor utilização dos insumos, resultando em menor custo de

matérias-primas e menor custo para eliminação de resíduos. Prevenção da poluição

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também pode reduzir os tempos de ciclo, simplificando ou removendo passos

desnecessários nas operações de produção. Além disso, a prevenção da poluição oferece

o potencial para reduzir as emissões bem abaixo dos níveis necessários, reduzindo o

custo de conformidade e responsabilidade da empresa. Assim, uma estratégia de

prevenção da poluição deve facilitar o baixo custo, que, por sua vez, deve resultar em

maior fluxo de caixa e rentabilidade da empresa. Prevenção da poluição se concentra em

estruturar novas capacidades de produção e operações em cada etapa da cadeia de valor

- do acesso à matéria-prima, passando pelos processos de produção, até a disposição

final dos produtos usados (HART, 1995).

Produto planejado (product stewardship) implica em integrar o meio ambiente e

as perspectivas das partes interessadas externas (stakeholders) na concepção dos

processos e no desenvolvimento de produtos. As empresas nos mercados desenvolvidos

serão conduzidas cada vez mais a minimizar o custo ambiental do ciclo de vida de seus

produtos. Através do produto planejado as empresas poderão excluir outras empresas

ambientalmente perigosas, redesenhar os sistemas de produção existentes e desenvolver

novos produtos com menor custo do ciclo de vida (HART, 1995).

Redução de emissões é o objetivo fundamental da prevenção da poluição,

enquanto stewardship de produto (produto planejado) orienta a seleção de matérias-

primas e disciplina o desenvolvimento de produto, com a perspectiva de minimizar o

impacto ambiental dos sistemas de manufatura. Juntas, essas duas estratégias ajudam a

romper as ligações negativas entre o sistema de negócio e meio ambiente nos mercados

desenvolvidos. Isto leva ao desenvolvimento sustentável e amplia a capacidade de

competitividade das empresas.

2.2.3 A competitividade da empresa proporcionada pelos recursos da manufatura

É cada vez mais reconhecido o papel central da função manufatura no sentido de

permitir que uma empresa obtenha vantagem competitiva no mercado. Anteriormente, a

fabricação era considerada com uma visão puramente operacional em um planejamento

de curto prazo e muito focado. Ao contrário disso, a estratégia de manufatura de uma

organização deve ser integrada com a estratégia do sistema de negócio, para ser uma

arma eficaz e competitiva. A função produção tem sua importância reconhecida no

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sentido de permitir que uma organização de transformação obtenha vantagem

competitiva no mercado (SARKIS; RASHEED, 1995). Questões da manufatura

precisam ser explicitamente incorporadas à missão e os objetivos da empresa, bem

como na análise das ameaças e oportunidades externas.

A competitividade adotado pela organização industrial reflete e vincula-se à

eficiência dos processos na manufatura. Em sentido contrário espera-se que boas

práticas de gestão aplicadas à manufatura proporcione um aumento da produtividade,

substanciando um aporte maior de competitividade da organização em uma visão

sistêmica e integrada.

A habilidade da função produção de exercer seus papeis na organização pode ser

julgada pela consideração de seus propósitos ou aspirações organizacionais. Slack,

Chambers e Johnston (2002) citam o modelo de quatro estágios desenvolvidos por

Hayes e Wheelwright, com contribuições de Chase, que avalia o papel competitivo e a

contribuição da função produção de qualquer tipo de organização. O modelo traça a

progressão dessa função desde a “Neutralidade Interna”, que é o nível mais fraco de

contribuição da função produção. O restante da organização não vê a produção como

fonte de qualquer originalidade, talento ou impulso competitivo. A alta gerência

considera a função produção incapaz de influenciar no sucesso competitivo da

organização. A fabricação não dará uma contribuição positiva para a competitividade

(WHEELWRIGHT; HAYES, 1985). Na extremidade oposta do modelo de Hayes e

Wheelwright está o “Apoio Externo”. Neste caso a produção é vista como provedora da

base para o sucesso competitivo da organização, atuando de forma criativa, proativa,

inovadora e capaz de adaptar-se conforme as mudanças dos mercados (SLACK;

CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).

Antes de se estabelecer a estratégia de fabricação, é necessário definir

primeiramente a estratégia do negócio, uma vez que deve haver uma estreita ligação

entre os dois. As estratégias de negócios manifestam-se, geralmente, em termos de

mercado e produto. Algumas estratégias de negócios vinculam-se a termos que

envolvem diretamente a fabricação (exemplos: qualidade, confiabilidade, custo, etc.).

Muitas das estratégias são orientadas ao crescimento com domínio e liderança de

mercado, como um aspecto específico da estratégia de negócio. Estas estratégias de

negócios têm implicações definitivas na manufatura (SCHROEDER; ANDERSON;

CLEVELAND, 1986).

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Os elementos da estratégia de negócios estão ligados a produtos, preço, serviço e

operações. Quanto aos produtos o objetivo é ofertar melhor qualidade e confiabilidade.

Oferecer produtos com inovações e que são simples e fáceis de usar. Oferecer melhores

características dos produtos que a maioria dos concorrentes não possuem. Para os

preços as empresas adotam como estratégia oferecer ao mercado produtos com valores

mais elevados. Para os serviços o único objetivo é fornecer com o melhor desempenho

em entrega. Quando a estratégia de negócios volta-se para as operações os principais

elementos reportam-se a uma organização mais voltada para as pessoas; com o uso

eficaz da aprendizagem, operações focalizadas, recentes tecnologias de processo,

estoques baixos, melhor localização de instalações e alta integração vertical

(SCHROEDER; ANDERSON; CLEVELAND, 1986).

A estratégia da manufatura consiste de quatro princípios: missão, objetivos,

políticas e competências diferenciadas. A missão da manufatura é derivada diretamente

da estratégia do negócio e do mercado. O mercado especifica o que as operações devem

realizar para o negócio ter sucesso (ser competitivo). A missão da manufatura afirma o

propósito da função produção. Os objetivos da fabricação devem ser definidos em

termos concisos, mensuráveis, como parte da estratégia de manufatura. Áreas de

política, para a manufatura são normalmente definidas por recursos ou funções que

devem ser executadas pela fabricação. Políticas devem ser formuladas para apoiar os

objetivos da função produção e sua missão. A competência diferenciada é o que

determina a fabricação, para além da concorrência, e assim pode ser definido em termos

de exclusividade. A competência diferenciada dá força à manufatura em lidar com a

concorrência (SCHROEDER; ANDERSON; CLEVELAND, 1986).

Segundo Schroeder, Anderson e Cleveland (1986) a missão da manufatura

aborda um ou mais dos seguintes elementos: qualidade e confiabilidade; atendimento ao

cliente (entrega, garantia pós-venda, serviço de campo); desempenho econômico

(eficiência, produtividade, custo unitário); flexibilidade (volume, produto); utilização de

recursos e equipamentos (capacidade, saída); tecnologia (processo, produto);

desenvolvimento organizacional; relações com funcionários e comunidade; controle de

estoque.

Existe uma correspondência entre os elementos da missão de fabricação e as

estratégias de negócios descritas acima. Schroeder, Anderson e Cleveland (1986)

defendem que a estratégia de negócio e os elementos da estratégia de fabricação estão

ligados. Isto pode ser demonstrado pela Figura 2.6. Aparentemente a estratégia de

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negócio está dirigindo a missão de fabricação, que por sua vez orienta os objetivos de

fabricação, condições e competências diferenciadas. Enquanto este é um modelo de

cima para baixo, há também um efeito reverso onde elementos de fabricação podem

afetar a estratégia competitiva da organização. A fabricação representa uma força

competitiva para a organização. Esta força competitiva vem através do desenvolvimento

de diferenciadas competências em fabricação, que fornecem vantagem competitiva.

Figura 2.6: Integração das estratégias de negócio e manufatura. Adaptado de

Schroeder; Anderson; Cleveland (1986).

Na mesma direção Agostinho (2006) afirma que as tendências externas, ou seja,

que provêm do meio exterior ao sistema de manufatura, exercem influência sobre sua

competitividade, e como consequência, sobre sua arquitetura organizacional. A

competitividade, quando vista através da ótica dos consumidores é representada pelos

parâmetros (padrões) quase sempre qualitativos, pelos quais estes decidem pela troca de

uma organização por outra. Estes padrões qualitativos devem ser utilizados para “puxar”

as empresas em direção a um desempenho constantemente crescente. Agostinho (2006)

ressalta que dentro das empresas os padrões quantitativos de competitividade devem

refletir nos padrões qualitativos de competitividade, que provêm do meio exterior,

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através da percepção dos usuários e/ou consumidores, influenciados pelos estímulos do

mercado, da sociedade e da ciência e tecnologia.

A competitividade interna do sistema de manufatura é uma variável dependente

de algumas boas práticas, que podem ser definidas baseando-se em características

próprias do sistema de gestão da organização, expressos pela prática contínua,

abrangente e integrada de metodologias, tecnológicas ou de gestão. A Figura 2.7 mostra

a inter-relação dessas principais variáveis.

Figura 2.7: Relação entre competitividade externa e interna nos sistemas de

negócio. Fonte: Adaptado de Agostinho (2014).

Neste contexto, as empresas que operam em um ambiente competitivo adotam

como estratégias "aumentar os lucros, reduzir os custos, melhorar a produtividade e

reduzir os desperdícios em seus processos” (FLORIDA, 1996). Slack, Chambers e

Johnston (2002) classificam cinco objetivos para a função produção, que contribuem

como estratégias competitivas da organização frente ao seu mercado consumidor, são

eles qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Empresas que adotam a

estrutura da produtividade dos recursos vão colher os maiores benefícios (PORTER;

VAN DER LINDE, 1995) e atuam como papel apoiador para alcance da vantagem

competitiva na empresa (WHEELWRIGHT e HAYES, 1985).

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Na manufatura há cada vez mais a necessidade de se produzir mais rápido,

barato e com a utilização de menor energia possível. Há de se eliminar todo e qualquer

desperdício existente nos processos de manufatura. Isto porque, o mercado tem

influenciado as empresas a mudarem seus comportamentos gerenciais de fabricação nos

últimos anos. Os clientes pressionam cada vez mais por reduções nos tempos de entrega

dos produtos, confiabilidade no cumprimento dos prazos de entrega estabelecidos e por

incrementos na variedade de produtos, fatores estes que demandam ao sistema de

manufatura um alto grau de flexibilidade e agilidade. Cua; McKone; Schroeder (2001)

relatam que a abordagem predominante na literatura é usar o custo, qualidade, entrega e

flexibilidade como as quatro dimensões básicas de medir o desempenho da fabricação.

2.3 Sistema de manufatura

2.3.1 Introdução - contexto geral

O que se entende neste trabalho como sendo um sistema? O entendimento será

apoiado na própria definição de sistema, ou seja, segundo Ferreira (1995, p.603) sistema

é um conjunto de elementos, materiais ou ideais, entre os quais se possa encontrar ou

definir alguma relação. Disposição das partes ou dos elementos de um todo,

coordenados entre si, e que funcionam com estrutura organizada.

Nos sistemas de manufatura estão dispostos elementos como engenharia,

fabricação, qualidade, logística, manutenção e vendas/marketing. O sistema de

manufatura torna-se efetivo e produtivo a partir do momento que estes elementos

estiverem integrados entre si de forma coordenada e concisa. Os sistemas de

manufatura possuem um objetivo geral a ser atingido e têm capacidade de adaptação às

mudanças do seu ambiente quando são estimulados por agentes externos. No sistema de

manufatura a integração dos elementos é feita através de máquinas, homens,

ferramentas, materiais, projetos, métodos, programas, etc. As relações integradas entre

estes elementos são dadas basicamente pelos fluxos de informações e de materiais, que

serão transformados, resultando em produtos e/ou serviços na saída do sistema. A

sinergia entre os elementos, que compõem um sistema de manufatura, determina que a

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transformação ocorrida em um dos elementos influenciará todas as outras. A alta

sinergia entre os elementos de um sistema poderá fazer com que o mesmo atinja seus

objetivos com eficiência ou o seu mau funcionamento implicará em falência interna,

com consequências externas imprevisíveis.

Agostinho (1995) define manufatura de bens como um sistema que integra seus

diferentes estágios necessitando para isso de dados de entrada definidos para se obter os

resultados esperados. A partir da definição de manufatura como sistema, este pode ser

entendido como composição de atividades básicas de engenharia, chão de fábrica,

negócios e suporte (Figura 2.8). A relação entre os dados de entrada, os estágios de

fabricação e saída/resultados se dão na forma de informações de entrada e feed back. O

fluxo de informações entre os dados de entrada e saída do sistema de manufatura

caracterizam os controles, sejam de qualidade, logístico ou de produção.

Figura 2.8: Sistema de Manufatura. Fonte: Adaptado de Agostinho (1995).

A atividade correspondente à engenharia é responsável pela criação e

desenvolvimento dos produtos a serem fabricados, assim como o desenvolvimento dos

meios de produção necessários (processos de fabricação, ferramental, equipamentos,

etc.). As atividades de manufatura, também conhecidas como chão de fábrica ou shop

floor, são responsáveis por fabricar os produtos determinados nos prazos e quantidades

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determinadas. A atividade correspondente ao chão de fábrica pode ser subdividida na

transformação de forma e características das peças, no fluxo de materiais e

gerenciamento e controle da informação. O suporte às atividades de chão de fábrica é

responsável por manter o seu desempenho e características; tanto de qualidade, quanto

operacionais dos equipamentos (suporte à qualidade, suporte à operação e suporte às

facilidades – ar comprimido, energia elétrica, etc.). A atividade de negócios deve ser a

interface do sistema de manufatura com o mundo exterior, tanto do mercado

consumidor quanto do mercado supridor (AGOSTINHO, 1995).

Agostinho (1995) suporta que as diversas atividades do sistema de manufatura

devem ser classificadas pela sua inter-relação interna como pela sua inter-relação

externa. São consideradas inter-relações internas a engenharia de fabricação e o chão de

fábrica, o planejamento e controle da produção entre negócios e chão de fábrica e a

manutenção e qualidade entre suporte e chão de fábrica. As inter-relações externas e

seus respectivos vínculos operacionais envolvem o marketing e suprimentos entre

engenharia e negócios, engenharia da qualidade (especificações) entre engenharia e

suporte, engenharia da qualidade (qualificação de suprimentos e política da qualidade)

entre negócios e suporte.

Os sistemas de manufatura são compostos por processos com suas várias

atividades de operações. Cada tipo de processo em manufatura implica em uma forma

diferente de organizar as atividades das operações com diferentes características de

volume e variedade (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002).

Os sistemas de manufatura são responsáveis por criar valor para seus clientes

através do desempenho das atividades individuais e ao mesmo tempo integradas, que

compõem os processos. Segundo Harrison (2005) apud Danese; Perez; Medeiros

(2010), “o sucesso de um empreendimento vem de sua capacidade de acumular,

combinar e direcionar recursos, de forma mais eficiente do que outras empresas, para

satisfazer a uma necessidade do cliente”.

A influência da demanda e características de mercado a que o ambiente

produtivo está sujeito pode variar muito, desde ambientes voltados para a produção para

estoques, produzindo produtos estáveis por anos seguidos até o de ambientes onde os

produtos são inteiramente desenvolvidos e projetados para atender às especificações do

cliente e onde os componentes serão produzidos uma única vez, para atender os

requisitos de um produto específico produzido para um só cliente (MC KAY;

BUZACOTT, 2000).

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A dimensão “organização” dos sistemas de manufatura é frequentemente visto

como muito importante, se não mais importante, que os investimentos em novas

tecnologias de processo de fabricação. Entende-se como sistemas de manufatura os que

se distinguem por uma série de práticas organizacionais e gerenciais tal como a gestão

pela qualidade total ambiental (Total Quality Environmental Management - TQEM),

que atende os princípios de gestão da qualidade, para incluir práticas de fabricação e

processos que afetam a qualidade ambiental, a participação dos trabalhadores em

atividades de melhoria contínua e as abordagens mais eficazes para gerenciamento de

supply chain - que complementam e aprimoram o desempenho das novas tecnologias de

fabricação da organização (FLORIDA, 1996). As empresas conseguem vantagem

competitiva ao conceber novas maneiras de realizar atividades, empregando novos

procedimentos, novas tecnologias ou diferentes insumos, o que em última análise

constitui ato de inovação. Um exemplo de procedimento são as entregas frequentes e

nos prazos pelos fornecedores (prática hoje denominada kanban, segundo os seus

inovadores japoneses), que pode reduzir os custos de manuseio e o nível exigido de

estoques, padronização de produtos e processos (PORTER, 1993).

Aqui se pode reportar a importância do sistema de manufatura como diferencial

competitivo, a partir do pressuposto de que uma empresa cria valor para o cliente, com

uma diferenciação significativa, reduzindo-se o custo para este cliente ou elevando o

desempenho do produto de uma maneira que o cliente não possa encontrar nos

competidores. Este diferencial se faz dentro do sistema de manufatura. Porter (1993);

Spear; Bowen (1999); Womack; Jones (2004); Womack; Jones; Roos (2004) destacam

que o valor criado por uma organização é medido pelo que os clientes se dispõem a

pagar pelo seu produto ou serviço. Para obter vantagem competitiva sobre os rivais,

uma empresa tem de proporcionar valor comparável para o cliente, mas desempenhar as

atividades com mais eficiência do que seus concorrentes (menor custo) ou, então,

desempenhar as atividades de maneira excepcional, que cria valor para o cliente e obtém

preço maior (diferenciação) (PORTER, 1993).

Dentro deste contexto o sistema de manufatura é parte fundamental do negócio,

para transformação dos materiais, criando valor para os clientes. A produtividade2 do

sistema de manufatura é o objetivo a ser atingido, com maiores resultados a partir da

2 Entende-se por produtividade a relação produto-insumo, preço-custo, ou seja, output-input. É a

efetividade do fluxo de valores ao longo dos processos de transformação, da matéria prima ao produto

final. Efetividade é “fazer certo a coisa certa”.

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otimização dos recursos empregados. Esta eficiência é alcançada reduzindo-se os custos

de transformação, com a eliminação ou redução dos desperdícios, ou seja, atividades

que não agregam valor na visão dos clientes.

O conceito de produtividade dos recursos abre uma forma de olhar para os

custos dos sistemas produtivos e o valor associado aos produtos. Ineficiência de

recursos é mais evidente dentro de uma empresa sob a forma de utilização parcial de

material e controles parciais de processos, que resultam em resíduos desnecessários,

defeitos em produtos e matérias-primas armazenadas (PORTER; VAN DER LINDE,

1995).

A efetividade dos sistemas de manufatura se faz com a adoção de gestões de

fabricação, que além de reduzirem os custos de produção trazem à organização um

diferencial competitivo.

2.3.2 A gestão ambiental no sistema de manufatura: um fator adicionado à

competitividade

Cada vez mais ações ambientais têm emergido como um mecanismo potencial

para ganhar vantagem competitiva para as empresas tornando-se um importante aspecto

da estratégica gerencial (SARKIS; RASHEED, 1995). Porter (1991) apud Kleindorfer,

Singhal e Van Wassenhove (2005) argumentam que o “conflito entre a proteção

ambiental e a competitividade econômica é uma falsa dicotomia baseada em uma visão

estreita das fontes de prosperidade e de uma visão estática da concorrência”. Porter

(1991) argumentou que as difíceis normas ambientais podem incentivar à inovação e à

modernização de tecnologias sustentáveis. Normas regulamentares devidamente

construídas, que visam resultados e não métodos vão incentivar as empresas à

reengenharia de sua tecnologia. O resultado, em muitos casos, é um processo que não só

polui menos, mas também reduz custos, ou melhora a qualidade. Processos serão

modificados para diminuir o uso de recursos escassos ou tóxicos e reciclar desperdício

de subprodutos (PORTER, 1991).

Kleindorfer, Singhal e Van Wassenhove (2005) afirmam que se pode esperar em

aumento nas oportunidades de investimentos em tecnologias e operações sustentáveis

por causa dos seguintes fatores:

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1 Os custos de materiais e de energia continuarão a crescer à medida que a

economia mundial se expande e países em rápida industrialização, como a China

e a Índia, farão exigências sobre esses recursos.

2 A pressão do poder público em relação ao meio ambiente, saúde e desempenho de

segurança provavelmente se mantenha intensiva.

3 Aumentar a consciência das questões 3BL (triple bottom line) relacionando o lucro,

as pessoas e o planeta. Esta visão poderá aumentar a demanda do consumidor por

produtos feitos por empresas que aderem a práticas 3BL.

4 Crescente atividade de organizações não-governamentais em relação ao

desempenho em sustentabilidade das empresas.

Jabbour; et al. (2013) argumentam que duas áreas de gestões das empresas

ganham destaques como alvos de gestão ambiental eficaz. A primeira são as

operações/gestão de produção, uma vez que a utilização de recursos nos processos têm

efeitos ambientais significativos. A segunda área é de recursos humanos, o que pode

influenciar o desempenho de novos objetivos organizacionais, tais como aqueles

relacionados ao desempenho ambiental.

Na gestão das operações de manufatura a produção ambientalmente consciente,

ou ECM (Environmentally Conscious Manufacturing), envolve o planejamento,

desenvolvimento e implementação de processos de fabricação e tecnologias que

minimizam ou eliminam resíduos perigosos e reduzem desperdícios (SARKIS;

RASHEED, 1995).

Sarkis e Rasheed (1995) classificam ações estratégicas em manufatura

ambientalmente consciente como sendo três elementos ou 3Rs, são eles: reduzir,

remanufaturar e reutilizar/reciclar. Juntas, essas três estratégias podem resultar em

menor consumo de recursos e baixar os níveis de poluição e custo.

Redução refere-se aos esforços empreendidos pelas empresas de fabricação para

diminuir o desperdício, com ênfase principal em minimização de resíduos e redução na

fonte. Atividades de redução na fonte incluem melhorias operacionais que levam à

prevenção de perdas, alterações de entrada, mudanças nos processos de produção,

controle de estoque e reformulação do produto. Práticas just in time (JIT) podem levar à

redução de resíduos e de desperdícios. Porque menos materiais, componentes e peças

são mantidos em estoque. Com a produção sendo acionada apenas para atender à

demanda real de produtos há menos potencial para formação de resíduos (SARKIS;

RASHEED, 1995).

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Remanufaturar refere-se ao reparo, retrabalho ou reforma de componentes e

equipamentos para venda ou uso interno. O processo de remanufaturar inclui

basicamente a desmontagem de componentes, inspeção e testes dos componentes

“remanufaturáveis”, incorporação de todas as novas melhorias e montagem de

componentes com sistemas mais recentes. O produto é montado, terminado, testado,

embalado e distribuído da mesma maneira como novos produtos. Remanufaturar em

larga escala pode reduzir tanto o consumo de matéria prima quanto o descarte resultante

de componentes e subconjuntos usados no “final da linha” (end of pipe).

Embora os termos reciclar e reutilizar sejam empregados como sinônimos há

uma ligeira distinção entre os dois. Se um material pode ser usado com um mínimo de

tratamento, o termo reutilizar é mais adequado. Considerando-se que um material foi

submetido a uma quantidade significativa de tratamento pode-se classificá-lo como

reciclado. Por exemplo, quando uma cervejaria limpa as garrafas vazias e as recarrega

com cerveja, define-se como sendo um caso de reutilização. Mas quando garrafas de

vidro são trituradas e usadas para fazer outros produtos, está-se diante de um processo

de reciclagem. Reutilização ocorre principalmente dentro dos processos de uma

organização. Reciclagem normalmente envolve uma empresa de fora, que utiliza os

materiais de produtos descartados e transforma-os em materiais virgens para fabricação

(SARKIS; RASHEED, 1995).

A Figura 2.8 apresenta o ciclo de vida de um produto, identificando as três

principais fases do ciclo sob a perspectiva das operações de uma cadeia de suprimentos:

aquisição, produção e distribuição. Dentro da cadeia de suprimentos, identifica-se que

cada uma das atividades principais gera resíduos em suas operações. A redução do

resíduo é o principal objetivo, mas os resíduos que não são eliminados ou reduzidos

poderão ser reutilizados, reciclados, remanufaturados ou descartados. O principal

objetivo é manter todos os materiais dentro do ciclo de vida e minimizar qualquer

descarte para o ambiente externo. As setas de feedback mostram os caminhos gerais em

que produtos e materiais fluirão. Por exemplo, se um produto é remanufaturado ou

reutilizado, provavelmente entrará na cadeia do ciclo de vida no elo de produção, onde

será utilizado como matéria prima ou insumo para produção de novos produtos.

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63

Figura 2.9: Avaliação das fases operacionais em um ciclo de vida do produto.

Fonte: Adaptado de Sarkis; Rasheed (1995).

A Figura 2.9 mostra que os sistemas de produção têm seus objetivos

convergentes na redução, reutilização e remanufatura dos materiais e produtos. As ações

de melhorias em produtividade nos sistemas de produção centralizam-se nestes três Rs.

Os modelos baseados nos 3R’s orientam as empresas a realizar, pelo menos, uma das

três ações a seguir: (i) extinguir a emissão de resíduos, ou reduzi-los ao máximo; (ii)

reutilizá-los e quando não for possível, (iii) reciclar (HAMZAGIC; FRANCISCHINI,

2009).

No sistema de manufatura melhorias em gestão ambiental podem beneficiar a

produtividade dos recursos, através da economia de materiais, resultantes de uma

transformação mais completa, substituição, reutilização ou reciclagem dos insumos de

produção. As melhorias em gestão ambiental provocam (i) aumentos no rendimento do

processo, (ii) menos tempo de inatividade dos equipamentos através de um

acompanhamento mais atento da manutenção, (iii) melhor utilização de subprodutos,

(iv) conversão de resíduos em produtos de maior valor, (v) baixo consumo de energia

durante o processo de produção, (vi) redução na armazenagem dos materiais e suas

despesas de manutenção, (vii) condições de trabalho mais seguras, (viii) eliminação ou

redução dos custos das atividades envolvidas em descargas, manuseio, transporte e

eliminação de resíduos.

A questão ambiental pode ser vista como forma de reduzir custos. Visto que a

maioria dos processos produtivos atualmente utilizados são muito intensivos em

utilização de energia e de matéria-prima. A organização que conseguir modificar seus

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processos e/ou produtos diminuindo estes insumos pode obter ganhos reais (SEBRAE et

al., 1996 apud LEMOS; NASCIMENTO, 1999). Segundo Jiménez e Lorente (2001),

para que a dimensão ambiental possa ser considerada um objetivo de desempenho da

produção, ela deve satisfazer dois requisitos básicos:

• O objetivo de desempenho deve ser obtido no âmbito da função produção;

• O objetivo de desempenho deve fornecer vantagens competitivas à empresa.

A gestão ambiental é identificado como a nova prioridade competitiva, onde

influencia a performance operacional e é capaz de criar uma clara vantagem competitiva

(JIMÉNEZ; LORENTE, 2001)

A primeira condição, qual seja, a de que o desempenho em gestão ambiental se

relaciona com as características da produção é identificada pela literatura especializada

como plausível (JABBOUR; SILVA; SANTOS, 2006).

Porter e Linde (1995) já afirmavam décadas atrás que as indústrias passavam por

uma fase de transição histórica em que as empresas são inexperientes no tratamento

criativo de questões ambientais e os clientes, também desconhecem que a ineficiência

do recurso no sistema de manufatura significa que eles devem pagar o custo da poluição

no meio ambiente. Esta afirmação ainda é válida nos tempos atuais.

Outro fator importante, que impacta na eficiência da gestão ambiental, é o tempo

de produção. Não se permitem mais processos com lead time (tempo de

atravessamento) altos, com tempos perdidos devidos aos vários aspectos de

desperdícios.

Porter e Linde (1995) afirmam que quando a sucata, substâncias nocivas ou

formas de energia são descarregadas no meio ambiente, como a poluição, é um sinal de

que recursos têm sido utilizados de forma ineficiente, incompleta ou ineficaz. Além

disso, as empresas têm, em seguida que executar atividades adicionais, que se somam

aos custos, mas não cria nenhum valor para os clientes. Por exemplo, manipulação,

armazenamento e eliminação das descargas. Nos últimos anos, as empresas mais

avançadas e reguladores abraçaram o conceito de prevenção da poluição, chamado de

redução na fonte, que utiliza esses métodos como substituição de material e processos

de circuito fechado para limitar a poluição e os desperdícios antes que eles ocorram.

Atualmente os gestores focam os custos reais relativos ao meio ambiente apenas

na eliminação ou no tratamento da poluição produzida. Os gestores devem mudar a sua

atenção e incluir os custos de oportunidade da poluição como estratégia competitiva –

recursos desperdiçados, esforço desperdiçado, que diminuem o valor do produto ao

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cliente. As iniciativas ambientais melhoram a imagem pública, aumentam a aceitação

do cliente, atraem financiamento para investimentos e promovem a vantagem global

competitiva (SARKIS; RASHEED, 1995). O nível de produtividade dos recursos, a

competitividade e melhoria ambiental se convergem (PORTER; LINDE, 1995).

Há gestores que avaliam as atividades em sustentabilidade na organização como

um custo, que excede quaisquer benefícios provenientes destas iniciativas. Coral (2002)

defende que os investimentos em estratégias ambientais proativas, que exigem

modificações de processos produtivos e novos métodos de gestão, geralmente não terão

retorno de curto prazo, mas os gestores que optarem por estas estratégias estarão

preparando suas empresas para competir no futuro e, portanto, devem esperar o retorno

no longo prazo. Um retorno previsível é a maior competitividade das empresas no

mercado.

Uma estratégia de melhoria ambiental é sugerida por May e Flannery (1995) a

partir da estruturação de equipes dentro da organização de direção multifuncional,

composta pela alta gestão das áreas de produção, engenharia, finanças, marketing, meio

ambiente e segurança e saúde, estabelecida para coordenar programas de minimização

de resíduos de toda a empresa. Os membros deste comitê de direção devem ser

responsáveis pela criação de equipes de resolução de problemas nas suas respectivas

áreas, que identificam e implementam projetos de redução de resíduos específicos.

Sistemas organizacionais com gerenciamento ambiental focam na eficiência da

produção, redução dos custos e minimização de resíduos, partindo do mesmo princípio

de redução de desperdícios e melhoria dos processos (CORAL, 2002), que estão

inseridos no sistema de gestão pela manufatura enxuta.

A questão é como a adoção de boas práticas em manufatura contribui para a

percepção positiva do mercado de que a organização industrial é de fato ambientalmente

diferenciada. O mercado, sozinho, é insuficiente para alterar o comportamento das

empresas em relação ao meio ambiente. Normas ambientais corretamente projetadas

podem desencadear inovações para o custo total de um produto ou melhorar o seu valor.

Essas inovações permitem que as empresas utilizem suas entradas de forma mais

produtiva a partir de matérias-primas, energia, mão de obra – assim, compensando os

custos de melhorar o impacto ambiental e acabar com o impasse. Em última análise,

estes recursos com maior produtividade tornam as empresas mais competitivas, não

menos (PORTER; LINDE, 1995). Práticas em gestão ambiental apresentam

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significativa relação positiva nos fatores competitivos em custo, qualidade, flexibilidade

e tempo de entrega das empresas (JABBOUR; et al., 2012).

2.3.3 A manufatura enxuta no sistema de manufatura: um fator adicionado à

competitividade

2.3.3.1. Histórico

O primeiro autor a utilizar o termo “produção enxuta”, em sua dissertação de

mestrado foi John Krafcik (YOSHINO, 2008). A produção é enxuta por utiliza menos

quantidade de recursos em comparação com a produção em massa: menos esforço dos

operários, menos espaço na fabricação, menos investimento em ferramentas, menos

horas de planejamento. Requer, também, menos estoques, gera menos defeitos e produz

uma maior variedade de produtos (YOSHINO, 2008).

Para entender por que e como veio o sistema de manufatura enxuta (lean

manufacturing), é necessário primeiro apreciar o ambiente que o precedeu, ou seja, o

mundo do MRP (Material Requirements Planning). Durante a década de 1960, Joseph

Orlicky, Oliver Wight e George Plossl juntamente com outros pesquisadores

desenvolveram um novo sistema, que eles chamaram de Planejamento de Necessidades

de Materiais (MRP - Material Requirements Planning). Orlicky obviamente acreditava

que eles estavam em frente a alguma coisa grandiosa, que ele definiu como sendo "a

nova forma de vida em produção e gestão de inventário". Depois de um início lento, o

MRP começou a ganhar força durante a década de 1970 alimentada pela "cruzada do

MRP" nas empresas manufatureiras americanas. Tanto quanto o crescimento em

popularidade, o MRP também cresceu em escopo e evoluiu, na década de 1980, para

Planejamento de Recursos de Fabricação (MRP II - Manufacturing Resources

Planning), combinando o MRP com o Plano Mestre de Produção, Planejamento de

Necessidade de Capacidade, Controle de Input/Output e outros módulos (HOPP;

SPEARMAN, 2004).

Enquanto o MRP foi progressivamente dominando a cena do controle da

produção nas empresas americanas, paralelamente a história fez um percurso diferente

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no Japão. Taiichi Ohno a partir da década de 40 começou a desenvolver um sistema de

gestão da manufatura, que permitiria à Toyota competir com as empresas

automobilísticas (montadoras) americanas. Este sistema foi concebido como “Sistema

Toyota de Produção” (TPS – Toyota Production Sistem) para produzir produtos tanto

quanto necessário e possível em um fluxo contínuo (HOPP; SPEARMAN, 2004).

Após a primeira crise do petróleo na década de 70 a Toyota começou a chamar a

atenção. As pessoas notaram que a Toyota sofreu menos durante a crise e se recuperou

muito mais rápido do que seus concorrentes. A chave para seu sucesso foi o Sistema

Toyota de Produção baseado em dois conceitos básicos: "a redução de custos através da

eliminação de desperdícios", e “a utilização efetiva das capacidades do trabalhador”

(LANDER; LIKER, 2007).

No início da década de 80, fabricantes americanos se conscientizaram, que

tinham ficado para trás na inovação e até mesmo na eficiência de fabricação

(especialmente no setor automotivo). Mesmo com as vendas subindo, muitos pensavam

que o MRP tinha sido um erro. Uma pesquisa de 1980 mostrou que menos de 10% das

empresas entrevistadas havia recuperado seu investimento no período de dois anos. O

JIT (just in time) começou a ser saudado como a próxima grande coisa (HOPP;

SPEARMAN, 2004).

No final da década de 80 o Sistema Toyota de Produção foi ofuscado pela

arquitetura tecnológica de informação do ERP (Enterprise Resource Planning), que

passou a integrar praticamente todos os aplicativos de negócios de uma empresa com

uma base de dados comum. Hopp e Spearman (2004) afirmam que mesmo com a

Toyota classificando-se como a melhor indústria automotiva em métricas de qualidade e

efetividade, o interesse no Sistema Toyota de Produção estava em declínio. Em 1990 foi

publicado um estudo dos pesquisadores Womack, Jones e Roos, do MIT (Massachusetts

Institute of Technology) no livro “A Máquina que Mudou o Mundo”, que compararam

as técnicas de fabricação do automóvel americano, europeu e japonês. Neste estudo os

autores concluíram que os métodos japoneses de gestão, particularmente os da Toyota,

foram superiores. Nasce o “lean manufacturing” em um novo conjunto de técnicas, para

reacender o interesse das empresas pelo sistema criado por Taiichi Ohno. O Sistema

Toyota de Produção levou a um movimento de "produção enxuta" focado em eliminar

desperdícios dos fluxos de valor (LANDER; LIKER, 2007). Womack; Jones; Roos,

(2004) afirmam em suas pesquisas que o Sistema Toyota de Produção, base para a

manufatura enxuta, foi um divisor de águas como um novo sistema de organização

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industrial. A produção enxuta está aqui para ficar e é o modo padrão de produção do

século XXI (TREVILLE; ANTONAKIS, 2006). Considerado hoje uma referência no

que diz respeito à gestão dos sistemas de produção, como sucessor do sistema de

produção em massa (YOSHINO, 2008).

2.3.3.2. Os fundamentos da manufatura enxuta

O ponto de partida essencial para o pensamento enxuto é valor. Womack e

Jones (2004) afirmam que o valor só pode ser definido pelo cliente final. E só é

significativo quando expresso em termos de um produto específico - um bem ou um

serviço e, muitas vezes, ambos simultaneamente - que atenda às necessidades do cliente

a um preço específico em um momento específico. O pensamento enxuto é enxuto

porque é uma forma de fazer cada vez mais com cada vez menos – menos esforço

humano, menos equipamento, menos tempo e menos espaço – e, simultaneamente,

aproximar-se cada vez mais dos clientes oferecendo-lhes exatamente o que eles

desejam, ou seja, valor (WOMACK; JONES, 2004).

O que não é valor para o cliente é classificado como desperdício. Desperdício,

segundo Womack e Jones (2004), significa qualquer atividade humana que absorve

recursos, mas não cria valor, como exemplos têm-se (i) erros que exigem retificação,

(ii) produção de itens que ninguém deseja, (iii) acúmulo de mercadorias nos estoques,

(iv) etapas de processamento que na verdade não são necessárias, (v) movimentação de

funcionários e (vi) transporte de mercadorias de um lugar para o outro sem propósito,

(vii) grupos de pessoas em uma atividade posterior que ficam esperando porque uma

atividade anterior não foi realizada dentro do prazo, e (viii) bens e serviços que não

atendem às necessidades do cliente.

O termo produção enxuta está associado ao Sistema Toyota de Produção, onde é

integrado com práticas de just in time, a fim de melhorar a qualidade e o tempo de

entrega. Muitos pesquisadores argumentam que o gerenciamento lean engloba um

conjunto de práticas operacionais inter-relacionadas, complementares e se reforçam

mutuamente - muitas vezes referida como pacotes - que visam reduzir ou eliminar o

valor não adicionado às atividades ao longo de um fluxo de valor inteiro dos produtos

dentro de uma organização (NUNES; et al., 2006 apud HAJMOHAMMAD; et al.,

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2012, SHAH; WARD, 2007). Hopp e Spearman (2004) e De Treville e Antonakis

(2006) sugerem que a implementação dessas práticas está associada ao melhor

desempenho operacional; tais como uma redução no prazo de atendimento ao cliente,

redução no tempo de ciclo de fabricação ou redução do custo de produção, com uma

melhoria na produtividade do trabalho e qualidade. Womack, Jones e Roos em estudo

comparativo entre as montadoras japonesas (Toyota, Nissan e Honda) e empresas

ocidentais (GM, Ford, Fiat entre outras), concluíram que as montadoras do oriente

estavam muito melhores em termos de custo, qualidade, flexibilidade, confiabilidade e

velocidade nas entregas (YOSHINO, 2008).

O conjunto das práticas em manufatura enxuta impulsionam os processos a um

desempenho superior a partir da redução de perdas em “muda” (desperdícios), “mura”

(variabilidade) e “muri” (sobrecarga) (PIL; FUJIMOTO, 2007).

Hopp e Spearman (2004) relatam que de acordo com Taiichi Ohno, o Sistema

Toyota de Produção (manufatura enxuta) baseia-se em dois "pilares":

1. “Autonomação” - que permite aos trabalhadores serem responsáveis pela

qualidade de sua produção dando autonomia para que quando forem encontrados

problemas, a linha de produção seja interrompida até que se corrijam os problemas. Isso

eliminou a necessidade de linhas de retrabalho e, eventualmente, eliminou sucatas. O

sistema Toyota de produção também promove os "5S" Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e

Shitsuke, que auxiliam a autonomação e o controle visual de técnicas de limpeza e

organização.

2. Produção Just-in-Time - que envolve dois componentes: (i) kanban ou

"produção puxada", que se tornou a marca registrada do Sistema Toyota de Produção e

(ii) o nivelamento da produção.

A manufatura enxuta definida por Womack, Jones e Roos carrega o legado do

just in time (HOPP; SPEARMAN, 2004). A manufatura enxuta é um sistema integrado

dentro de uma abordagem multidimensional que abrange uma grande variedade de

práticas de gestão, incluindo just in time, sistemas de qualidade, trabalho em equipe,

manufatura celular, gestão de fornecedores, etc. O contexto da produção enxuta é que

estas práticas podem trabalhar em sinergia para criar um simplificado sistema de alta

qualidade, que produz produtos acabados no ritmo da demanda do cliente, com pouco

ou nenhum desperdício (SHAH; WARD, 2003). Shah e Ward (2007) afirmam que a

manufatura enxuta engloba muito mais do que o just in time, mas que o just in time é

um componente essencial da manufatura enxuta.

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De Treville e Antonakis (2006) definem manufatura enxuta de forma

abrangente, como sendo “um sistema de produção que maximiza a utilização da

capacidade e reduz os estoques em processo através da minimização da variabilidade do

sistema”. Em manufatura enxuta pretende-se a redução do inventário com práticas que

permita o controle sobre a quantidade de estoque em processo no sistema (WIP – work

in process); vincule a produção e entrega dos produtos com a demanda fluxo abaixo (no

sentido do cliente); e reduza o tamanho do lote em processamento – lote grande é uma

das principais causas de alto WIP (DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006).

A redução da variabilidade em produção enxuta começa com a padronização e

documentação de processos, juntamente com a exigência de que os trabalhadores

executem as operações dos processos de acordo com a documentação. O

desenvolvimento de procedimento padrão de operação (SOP - standard operating

procedure) requisita o envolvimento dos operadores. Apenas as pessoas que

diretamente executam as operações do processo têm acesso a conhecimentos chaves

sobre como o processo funciona na prática. Acredita-se que a participação dos

operadores no desenvolvimento de procedimentos dará aos mesmos um sentimento de

propriedade, aumentando a sua disponibilidade para executar o processo conforme

documentado. O envolvimento dos operadores expressa respeito, reconhecimento e

valorização, tornando o trabalho mais interessante, bem como se faz o uso máximo do

conhecimento do trabalhador (DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006). Um processo que

não é padronizado ou que o operador não o executa de acordo com a documentação, é

impossível ser executado sob controle estatístico (SPC - statistical process control),

para identificar se existe algum fator que causa a variabilidade do processo. A

variabilidade também é reduzida em produção enxuta por meio do uso de equipamentos

ou dispositivos que diminuem a probabilidade de erro do operador. Os termos utilizados

para estes dispositivos a prova de erro são jidoka ou poka-yoke. Na produção enxuta

mantém-se os tempos de ciclo curtos, para minimizar a variabilidade da operação,

flexibilizando a mão-de-obra através do rodízio dos operadores nas várias estações de

trabalho (job rotation) e envolvendo trabalhadores em tarefas de não produção - por

exemplo em projetos de melhoria contínua, 5S, etc. (DE TREVILLE; ANTONAKIS,

2006).

No modelo enxuto, o trabalho baseia-se nos princípios de melhoria contínua, ou

"kaizen". Há uma relação direta de melhorias dos processos e o fluxo de material com

redução do lead time. A relação direta de melhorias dos processos é extremamente

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importante no nível do chão de fábrica para facilitar o fluxo de materiais. Atividades e

processos são constantemente empurrados para o atingimento de desempenhos mais

elevados, desafiando, portanto, a empresa a melhorar e inovar continuamente

(TOWILL, 2007).

Os trabalhadores são responsáveis pela identificação de problemas de qualidade

encontrados na linha de produção e, em contraste com a produção em massa, são

capazes de parar a linha para esses problemas – “autonomação”. Trabalhadores do chão

de fábrica são organizados em equipes, com um líder de equipe, realizando um papel de

coordenação além das suas tarefas operacionais. Para aprimorar as práticas de

polivalência da mão-de-obra, necessárias na formação da equipe, os trabalhadores

passam por treinamentos e rotação funcional (job rotation). Isto é particularmente

importante, já que aos trabalhadores da montagem são dadas muitas das

responsabilidades que seriam atribuídas a especialista na produção em massa. Sugestões

de melhorias são oferecidas através de um sistema de sugestão ou círculos de qualidade

(ROTHENBERG; PIL; MAXWELL, 2001).

Uma comparação recente de estudos empíricos realizados por Cua; McKone;

Schroeder (2001) conduz à identificação de nove práticas que são frequentemente

citados como práticas enxutas. Estas práticas são a (i) redução do tempo de set-up, (ii)

sistema puxado de produção, (iii) entrega just in time pelo fornecedor, (iv) layout

funcional dos equipamentos, (v) aderência de programação diária, (vi) liderança

comprometida, (vii) planejamento estratégico, (viii) treinamento multifuncional e (ix)

envolvimento dos trabalhadores. Duas principais formas de desperdícios — inventário

em processo (WIP – work in process) e atrasos desnecessários no tempo de fluxo —

podem ser abordadas através da aplicação de práticas enxutas.

A Tabela 2.4, adaptada de Cua; McKone; Schroeder (2001) e Shah; Ward

(2003), mostra o resultado de uma revisão da literatura que revela uma série de práticas

de fabricação que são comumente associados à produção enxuta.

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Tabela 2.4: Resumo de fontes bibliográficas referenciando a adoção de práticas

enxutas. Fonte: Adaptado de Cua; McKone; Schroeder (2001) e Shah; Ward (2003).

Práticas Enxutas (Lean) Fontes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Remoção de gargalo (nivelamento da produção)

Manufatura celular

Benchmarking competitivo

Programa de melhoria contínua

Força de trabalho multifuncional

Redução de tempo de ciclo

Fábrica focada na produção

JIT/Fluxo contínuo da produção

Redução do tamanho do lote

Otimização da manutenção

Novos processos equipamentos/tecnologias

Planejamento e programação de estratégias

Manutenção preventiva

Medidas de capacidade do processo

Sistema puxado/kanban

Programa de gerenciamento da qualidade

Técnicas de trocas rápidas/redução do tempo de setup

Reengenharia do processo de produção

Programas de melhoria de segurança

Equipe de trabalho auto-gestão

Gestão da qualidade total

(1) Sugimori et al. (1977); Monden (1981); Pegels (1984); (2) Wantuck (1983); (3) Lee e Ebrahimpour

(1984); (4) Suzaki (1985); (5) Finch e Cox (1986); (6) Voss e Robinson (1987); (7) Hay (1988); (8)

Bicheno (1989); (9) Chan; et al. (1990); (10) Piper e McLachlin (1990); (11) Mehra e Inman (1992); (12)

Sakakibara; et al. (1993); (13) White (1993); (14) Shingo Prize Guidelines (1996); (15) Sakakibara; et al.

(1997); (16) Koufteros; et al. (1998); (17) Flynn; et al. (1999); (18) White; et al. (1999).

A Tabela 2.4 destaca que práticas básicas de produção enxuta são evidenciadas

como JIT (just in time)/fluxo contínuo e sistema puxado da produção (kanban), mas

para tanto é necessário que no processo sigam pequenos lotes de produção, que por sua

vez necessita de técnicas de trocas rápidas nos recursos produtivos (redução do tempo

de setup).

Boa parte da literatura refere-se à produção enxuta como sendo uma série de

práticas, tocando em quase todos os aspectos das operações de uma organização. Na sua

essência, são práticas que se relacionam com recursos técnicos e humanos e a gestão do

ambiente de trabalho (MACDUFFIE, 1995 apud KING; LENOX, 2001). No entanto,

Lander e Liker (2007) fazem um alerta para a perspectiva equivocada de que a solução

enxuta é um kit de ferramentas úteis, que se adquire, aplica-se aos processos,

transformando-os em um Sistema Toyota de Produção. As ferramentas são parte

integrante de um sistema mais amplo, que geralmente leva a melhores resultados.

Manufatura enxuta é uma maneira de pensar sobre as pessoas e os processos, que visam

à criação de uma organização de aprendizagem e de alto desempenho. O Sistema

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Toyota de Produção realmente exige uma mudança de cultura substancial e sua

aplicação bem sucedida não é uma reação instintiva e trivial (TOWILL, 2007).

Shah e Ward (2007) identificaram, em seus estudos, dez dimensões operacionais

que constituem e caracterizam a produção enxuta. Três delas são construções que

mensuram o envolvimento dos fornecedores, uma mede o envolvimento do cliente e as

outras seis dimensões são internas à empresa. As dez dimensões estão definidas como:

1. Retornar aos Fornecedores: operação que consiste em fornecer

feedback regular para os fornecedores sobre seu desempenho.

2. Entrega Just In Time pelos Fornecedores: assegurar-se que os

fornecedores entregam a quantidade certa na hora certa no lugar certo.

3. Desenvolver Fornecedores: desenvolver fornecedores que possam ser

comprometidos com o processo de produção da empresa focalizada

(cliente).

4. Envolver o Cliente: focar nos clientes da empresa e em suas

necessidades.

5. Puxar: facilitar a produção JIT (just in time), incluir cartões kanban,

que serve como um sinal para iniciar ou parar a produção.

6. Fluir Continuamente: estabelecer mecanismos que permitem e facilita

o fluxo contínuo de produtos.

7. Reduzir o tempo de Setup: reduzir o tempo ocioso de processo entre

trocas de produtos.

8. TPM (Total Productive/Preventive Maintenance): reduzir o tempo de

inatividade de equipamentos através de manutenção produtiva total e

assim alcançar um elevado nível de disponibilidade do equipamento.

9. SPC (Statistical Process Control): Certificar-se de que cada processo

irá fornecer unidades livre de defeito ao processo subsequente

(cliente).

10. Envolver os Funcionários: inclusão dos funcionários na resolução de

problemas e seu caráter funcional transversal.

Para facilitar o fluxo contínuo (fluxo), produtos são agrupados de acordo com as

famílias e para evitar frequentes operações de stop-and-go, os equipamentos estão em

manutenção produtiva total (TPM – Total Productive Maintenance). Máquinas

agrupadas proximamente (família de produtos) permitem que operadores identifiquem

problemas - quando treinados os trabalhadores são capazes de resolver problemas mais

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rapidamente e eficazmente (funcionários envolvidos). Clientes envolvidos permitem às

empresas prever com precisão a demanda. Tempo de setup reduzido (setup) e garantia

de qualidade mais rigorosa (SPC - Statistical Process Control) concedem às empresas

preverem mais precisamente as saídas do processo. Para produzir o tipo de produto

necessário, no momento necessário e na quantidade necessária, as empresas usam

kanban e sistema puxado (pull), que exigem dos fornecedores que entreguem aos

sistemas de produção quantidades suficientes do produto, na qualidade certa, e no

tempo certo. Esta entrega just in time dos fornecedores baseia-se em fornecedores com

feedback regular sobre o desempenho de qualidade e entrega. Treinamento e

desenvolvimento para aperfeiçoamento (SHAH; WARD, 2007).

A Figura 2.10 ilustra a estrutura conceitual e empírica, proposta e validada por

Shah e Ward (2007).

Figura 2.10: Fatores de construções operacionais que caracterizam a produção

enxuta. Fonte: Shah; Ward (2007).

Shah e Ward (2007) afirmam que os dez fatores são positivamente e

significativamente correlacionados entre si, proporcionando suporte multidimensional e

integrada, para representar os sistemas de produção enxuta.

São os efeitos complementares e sinérgicos dos dez distintos, mas altamente

inter-relacionados elementos, que dão à produção enxuta, seu carácter único e a sua

capacidade superior de alcançar múltiplos objetivos de desempenho. Enquanto cada

elemento por si só está associado com melhor desempenho, as empresas que são

capazes de implementar o conjunto completo alcançam resultados de desempenho

definitivos que podem resultar em vantagem competitiva sustentável. Sustentabilidade

da vantagem decorre da dificuldade na implementação de vários aspectos enxutos

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simultaneamente. Porque a aplicação simultânea de tantos elementos é difícil de

alcançar, também é difícil de imitar (SHAH; WARD, 2007). Reporta-se, portanto à

teoria de Hart (1995) - Resource Based View – em que o autor postula a tese de que a

vantagem competitiva é sustentada somente se as capacidades (competências) forem

suportadas por recursos que não são reproduzidos facilmente pelos concorrentes. Os

recursos da empresa devem aumentar as "barreiras à imitação”. Entende-se por

capacidade a produção e serviços de produtos, pelo sistema de manufatura, que são

vistos como valor pelos clientes.

O principal objetivo da produção enxuta é eliminar o desperdício, reduzindo a

variabilidade relacionada à demanda, tempo de processamento e fornecimento, ou seja,

variabilidade do tempo de processamento não pode ser reduzida a menos que as

variabilidades do fornecimento e da demanda também sejam.

Produção enxuta é mais frequentemente associada à eliminação de resíduos

(desperdícios), comumente originado nas empresas na forma de estoque em excesso ou

excesso de capacidade (capacidade de máquina e capacidade humana). Os excessos de

estoque e capacidade atuam para amenizar os efeitos da variabilidade no fornecimento,

no tempo de processamento ou na demanda. Os inventários em um sistema produtivo

podem ser reduzidos não utilizando o excesso de capacidade ou reduzindo o tempo total

de atravessamento (fluxo dos materiais do início ao fim do processo). O excesso de

capacidade é um tipo de desperdício e é contrário aos princípios da produção enxuta.

Reduzindo-se o tempo de atravessamento tem-se confiabilidade para se diminuir o

estoque. Atingir estes objetivos da manufatura enxuta requer uma força de trabalho

flexível, dedicada e empenhada. Portanto, para seguir de perto a produção enxuta e

minimizar o inventário, as empresas têm de gerenciar as suas variabilidades no

fornecimento, na demanda e no tempo de processamento (HOPP; SPEARMAN, 2004),

que por sua vez exige que as empresas efetivamente gerenciem simultaneamente seus

sistemas técnicos e sociais. Shah e Ward (2007) propõe a seguinte definição para

capturar as muitas abordagens relativas à produção enxuta:

“Produção enxuta é um sistema social-técnico integrado, cujo principal

objetivo é eliminar o desperdício, simultaneamente, reduzindo as

variabilidades internas, do cliente e do fornecedor.”

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Variabilidade no abastecimento ocorre quando fornecedores não entregam a

quantidade ou qualidade certa no momento certo, ou no lugar certo (WOMACK;

JONES; ROOS, 2004). Esta variabilidade pode ser reduzida através da habilitação de

fornecedores que sejam confiáveis e comprometidos, constituindo a base de

fornecimento, com contratos de longo prazo. Outras práticas utilizadas para limitar a

variabilidade do fornecedor incluem o fornecimento de feedback regular sobre

qualidade e nível de serviço nas entregas.

Da mesma forma, existem muitas práticas e ferramentas que minimizam a

variabilidade do tempo de processo. Por exemplo, especificar o trabalho ao seu menor

detalhe permite o balanceamento de linha e, assim, mais previsibilidade nas quantidades

de produção. Um regime de qualidade assegurada reduz o retrabalho e resulta em menor

variabilidade no tempo de processo. A qualificação da mão-de-obra também é

fundamental como recurso para a redução da variabilidade nos processos. Funcionários

treinados são capazes de intervir na ausência de outros empregados sem interromper o

fluxo, a qualidade e a quantidade de trabalho (MONDEN, 1983 apud SHAH; WARD,

2007).

Finalmente, o efeito da variabilidade da demanda pode ocasionar ondulações

através de todo o processo produtivo e causar estragos na programação diária de

produção. Para combater os efeitos da variabilidade da demanda, a produção enxuta

enfoca o takt time (TT), uma medida da quantidade de produção necessária para atender

a demanda do cliente e suavização de técnicas como “heijunka” para se adaptar à

variação da procura (MONDEN, 1983 apud SHAH; WARD, 2007). Gerenciamento da

demanda também pode ser usado para suavizar as flutuações nos padrões de demanda

sobre intervalos de tempo. Esta particularidade evidencia a importância de haver um

fluxo de informações integrado entre cliente e fornecedor.

Hopp e Spearman (2004) também têm a mesma visão sobre o impacto da

variabilidade nos processos enxutos. Segundo os autores a produção de bens ou serviços

é considerada enxuta, se ela for realizada com custos mínimos de segurança para os

processos e que a fonte menos óbvia de custos nos processos é a variabilidade. A

variabilidade pode se dar nos tempos de processos, nos prazos de entrega, nas taxas de

rendimento, nas taxas de demanda, ou seja, a variabilidade pode estar vinculada a

fatores internos com retrabalho, reprogramação de ordens de produção, perda de

rendimento, flutuação na carga das operações, alterações de engenharia e fatores

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externos incluindo a demanda irregular, variedade de produtos para atender o mercado,

reprograma de pedidos de clientes, etc.

No nível do chão de fábrica existem três tipos de proteção para a variabilidade,

inventário (estoques), capacidade e tempo. Por exemplo, estoques de segurança

representam uma proteção contra a variabilidade na demanda e/ou produção, excesso de

capacidade também pode fornecer proteção contra flutuações na demanda e/ou

produção e finalmente, prazos de entrega com segurança fornecem uma proteção de

tempo contra a variabilidade da produção (HOPP; SPEARMAN, 2004). Como Inman

(1993) apud Hopp e Spearman (2004) elegantemente relatou, "estoque é a consciência

de todos os males" e a variabilidade é sua causa raiz.

Todas as abordagens e técnicas em manufatura enxuta evidenciada pela

literatura, quando aplicadas pelas empresas, têm como objetivo primeiro a capacitação

competitiva dos sistemas de negócios. A manufatura enxuta proporciona

competitividade em qualidade, confiabilidade, velocidade, flexibilidade, custo e

sustentabilidade, reduzindo os desperdícios nos processos e adicionando valor aos

produtos e serviços, na perspectiva do cliente.

A ligação da manufatura enxuta com um desempenho superior e sua capacidade

de fornecer vantagem competitiva à organização é bem aceita entre acadêmicos e

profissionais da indústria. Womack e Jones (2005) ampliam a visão da aplicação do

modelo enxuto para a cadeia de suprimentos alegando que a tendência no nível

corporativo é que as empresas que anteriormente mudaram de operações enxutas para

empresas enxutas agora estendem suas estratégias para consumo enxuto. Resolver

completamente o problema do cliente, assegurando que todos os bens e serviços

fornecidos trabalhem juntos, não desperdiçar o tempo do cliente, fornecer exatamente o

que o cliente deseja, no local desejado e quando desejado e agregar continuamente

soluções em redução de tempo do cliente são princípios do consumo enxuto.

Mesmo seus críticos admitem que “produção enxuta será o modo de fabricação

padrão do século XXI”. No entanto, qualquer discussão de produção enxuta com

gerentes, consultores ou acadêmicos, que se especializaram no tópico, rapidamente

aponta para a ausência de definição comum do conceito (SHAH; WARD, 2007) em

parte porque a manufatura enxuta evoluiu durante um longo período de tempo, no

entanto, o desacordo maior, que engloba a manufatura enxuta é como ela pode ser

medida operacionalmente.

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Com as práticas de manufatura enxuta espera-se também que as empresas

ofereçam um melhor valor agregado aos clientes em termos de preços mais baixos e

produtos de qualidade contribuindo para uma maior competitividade no mercado

(YANG; HONG; MODI, 2011).

Neste sentido, Büyüközkan; Kayakutlu; Karakadilar (2015) concluíram em seus

estudos que o uso efetivo de ferramentas da manufatura enxuta no setor automotivo da

Turquia aumentando as performances em flexibilidade, confiabilidade, qualidade e

tempo de resposta ao cliente. Para alcançar o potencial em qualidade, flexibilidade e

reposta rápida aos clientes a manufatura enxuta precisa ser adotada como uma estratégia

holística de negócio em vez de ser apenas uma atividade isolada de operação

(FULLERTON; KENNEDY; WIDENER (2014). A implementação da manufatura

enxuta melhora a competitividade do negócio e a performance da organização, devido

ao fato de se reduzir os defeitos e custos de produção (BÜYÜKÖZKAN;

KAYAKUTLU; KARAKADILAR, 2015).

2.3.3.3. Os fundamentos da manufatura enxuta e a gestão ambiental

O setor produtivo é o maior consumidor de recursos naturais e também o maior

responsável pela poluição (CORAL, 2002). Ao longo do século XX, com a

industrialização, a população mundial multiplicou mais de três vezes, levando a um

consumo de combustíveis fósseis trinta vezes maior e a produção industrial cinquenta

vezes. Ao mesmo tempo, a concepção de sistema produtivo historicamente não levou

em consideração os custos ambientais, ou seja, muitos recursos eram simplesmente

retirados da natureza e muitos resíduos eram descartados na natureza sem que houvesse

uma forma de compensação. O meio ambiente era considerado, de um lado, como uma

fonte de recursos inesgotáveis e de outro como um grande depósito de rejeitos e

resíduos, dotado de dimensões infinitas (CORAL, 2002).

A partir da década de 70 do século XX, muitos segmentos da sociedade – partes

interessadas como governo, academia, sociedade, indústrias - vêm chamando a atenção

para os problemas causados pelos setores produtivos de bens e serviços e seus efeitos

negativos ao meio ambiente. As discussões sobre os impactos ambientais causados pela

industrialização iniciaram-se na Itália, com a criação do clube de Roma.

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Na década de 40 do século XX, nascia o Sistema Toyota de Produção, precursor

da manufatura enxuta onde começou-se a desenvolver um novo sistema de gestão da

manufatura. O objetivo inicial do Sistema Toyota de Produção foi o aumento da

produtividade dos sistemas de manufatura com a redução dos custos através da

eliminação dos desperdícios. A visão inicial era de apenas compensar variáveis do

sistema econômico, mas que implicitamente também atendia a um ganho de

produtividade ambiental.

Mais recentemente, a intersecção dos conceitos em manufatura enxuta e

preservação do meio ambiente vêm ganhando destaque na literatura. Womack; Jones;

Roos (2004) afirmaram que uma organização que aplica práticas de manufatura enxuta,

reduz os resíduos de suas atividades de produção através de práticas de gestão ambiental

e Yang; Hong; Modi (2011) complementam que o conhecimento utilizado para redução

de resíduos internos através da manufatura enxuta é útil no gerenciamento de resíduos

ambientais. Resultados empíricos sugerem que o conhecimento e experiências

adquiridas através da manufatura enxuta são substancialmente relevantes e, portanto,

adotáveis em práticas de gestão ambiental (YANG; HONG; MODI, 2011). Por outro

lado a fabricação enxuta isoladamente não trás impacto significativo em desempenho

ambiental, necessitando estar associado a práticas de gestão ambiental, ou seja, a

manufatura enxuta afeta o desempenho ambiental através de práticas de gestão

ambiental (YANG; HONG; MODI, 2011). Sobral, Jabbour e Jabbour (2013) em

pesquisa recente no segmento automotivo determinaram que certos aspectos da

manufatura enxuta (como treinamento de funcionários, redução de estoques e uso de

mapeamento do fluxo de valor) resultaram em benefícios ambientais reais, incluindo a

redução no consumo de insumos (água e matérias-primas). No entanto, também

descobriram que os gestores nem sempre compreendem a sinergia existente entre a

manufatura enxuta e melhoria do meio ambiente.

Os esforços contínuos por meio do gerenciamento pela manufatura enxuta, para

reduzir o desperdício operacional, a partir de materiais descartados, do consumo de

energia, ou do uso de água se traduzem em menores danos ao meio ambiente, e desta

forma alcança-se o desempenho ambiental (KING; LENOX, 2001).

King; Lenox (2001) em seus estudos também encontraram que o menor nível de

inventário foi positivamente associado à menor geração de resíduos e emissões mais

baixas de poluentes encontrando apoio empírico para a afirmação de que “ser enxuto é

ser verde” (“lean is green”). King e Lenox (2001) ainda sugerem que a experiência

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tecnologicamente relacionada à produção enxuta e redução na fonte, pode permitir às

empresas moverem-se em domínios envolvendo a melhoria da qualidade e a melhoria

no desempenho ambiental. Manufatura enxuta e preservação de meio ambiente são duas

mãos de uma mesma via:

“enquanto práticas enxutas podem levar a benefícios ambientais, práticas

ambientais também proporcionam, muitas vezes, a melhores práticas

enxutas” (KLEINDORFER, SINGHAL e VAN WASSENHOVE 2005).

Dües, Tan e Lim (2013) mostram (Figura 2.11) que há uma sobreposição de

atributos que são comuns às práticas provenientes do “lean manufacturing and green”.

Esta sobreposição de atributos tem como focos as técnicas para a redução de resíduos

(desperdícios), a redução do lead time de fabricação, as pessoas e organização, a relação

com fornecedores na cadeia de suprimentos, no nível de serviço como um indicador

chave de desempenho (KPI - key performance indicator) e também certas

ferramentas/práticas comuns que eles compartilham. A semelhança principal encontra-

se no objetivo de eliminação de resíduos. Apesar dos resíduos serem definidos de forma

diferente, de um modo geral ambos tem como alvo a eliminação de excessos de resíduos

na sua forma mais ampla. A manufatura enxuta considera os 7 desperdícios que poderão

estar nas atividades de fabricação, conforme definido por Taiichi Ohno, enquanto o

“green” tem abordagens ambientais para os resíduos sob a forma do uso ineficiente dos

recursos ou a produção de sucata (DÜES; TAN; LIM, 2013). Exemplo da sobreposição

“lean manufacturing and green” é o estoque excessivo, que além de reter capital da

empresa (aumento do custo financeiro) requer maior espaço de armazenamento, que

precisa ser iluminado e aquecido ou refrigerado, que é considerado desperdício do ponto

de vista ambiental. Os paradigmas “lean manufacturing and green” tem o foco

apontado para a viabilização de processos mais eficientes, com redução dos

desperdícios, para tanto utilizam-se de ferramentas e técnicas comuns.

Para empregar todas as práticas e ferramentas, “lean manufacturing and green”

há a exigência do envolvimento dos trabalhadores (comprometimento).

Análises realizadas por Dües, Tan e Lim (2013) apontam que a manufatura

enxuta serve como um catalisador para práticas “green”, ou seja, facilita a

transformação de uma empresa para uma consciência “green”. Implementar atividades

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adicionais “green”, para as práticas enxutas existentes, será um passo comparativamente

fácil, que não deverá exigir muito investimento de tempo ou dinheiro.

Figura 2.11: Sobreposição dos paradigmas lean manufacturing and green.

Fonte: Dües; Tan; Lim (2013).

Rothenberg, Pil e Maxwell (2001) concluíram que o sistema de manufatura

enxuta potencializa os níveis de mitigação da poluição e contribui para um maior

envolvimento dos trabalhadores em problemáticas ambientais. Rothenberg, Pil e

Maxwell (2001), além de mostrarem a estreita relação que produção e gestão ambiental

mantêm, indicam que as características do sistema produtivo podem potencializar a

adequação ambiental da organização como um todo, aumentando sua competitividade.

Uma aplicação extensiva do gerenciamento pela manufatura enxuta ajuda as

empresas a desenvolverem capacidades em repensar seus processos, com reduções de

transporte e movimentações, material utilizado e defeitos em seus produtos, transferindo

esses recursos para o desempenho ambiental, reduzindo a probabilidade de impactos

ambientais adversos. Em outras palavras, o gerenciamento enxuto está contribuindo

para a adoção de práticas ambientais (Figura 2.12). As atividades enxutas fornecem

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meios pelos quais ações ambientais podem ser incentivadas levando então à melhoria do

desempenho ambiental e que as práticas ambientais medeiam a relação entre

gerenciamento enxuto e desempenho ambiental (HAJMOHAMMAD; et al., 2012).

Pampanelli, Found e Bernardes (2013) argumentam que a empresa enxuta pode

facilmente se tornar uma empresa verde. O pensamento enxuto ajuda a empresa a

tornar-se verde, mesmo se não há intenção direta de reduzir o impacto ambiental.

Existem ligações intrínsecas entre práticas enxutas e ambientais, em parte devido ao

incansável foco de manufatura enxuta na eliminação de resíduos. Ferramentas do lean e

seus fundamentos são bem sucedidos quando usado para a promoção de melhorias

ambientais. Adoção de uma empresa de manufatura enxuta pode ser o primeiro passo

para se tornar verde. Em seus estudos de caso envolvendo empresas do segmento

automotivo Pampanelli, Found e Bernardes (2013) constataram que a aplicação do

modelo lean e green em células de manufatura resultou em uma redução do impacto

ambiental, aumento da produtividade no uso dos recursos e a redução nos custos de

fabricação, contribuindo com fatores em sustentabilidade ambiental e econômico.

Figura 2.12: Modelo conceitual gerenciamento enxuto e práticas ambientais.

Fonte: Hajmohammad; et al., (2012).

Apesar da importância da relação sinérgica de práticas “lean manufacturing and

green”, há áreas onde os dois paradigmas não podem ser combinados. Franchetti; et al.

(2009) apud Dües; Tan; Lim (2013) atestam que a única discrepância entre o “lean

manufacturing and green” encontra-se nos diferentes pontos de vista que estas práticas

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têm à respeito da natureza no ambiente. Há um conflito entre princípios da manufatura

enxuta e os objetivos das práticas ambientalmente amigáveis (DÜES; TAN; LIM,

2013), pois, a manufatura enxuta visualiza o ambiente como um recurso valioso para

seus processos de fabricação, enquanto as práticas “green” vêm o ambiente como uma

restrição para projetar e produzir produtos e serviços.

Na verdade, as empresas podem comprometer algumas de suas práticas enxutas

para alcançar o respeito pelo meio ambiente. Ao estudar as práticas enxutas e “green”

no processo de pintura de automóveis em 17 fábricas, Rothenberg; Pil; Maxwell (2001)

mostram que choques originados por sentidos opostos entre ambas as práticas são

inevitáveis. Pintura de automóveis em grandes lotes da mesma cor, por exemplo, reduz

as emissões de poluentes no ar, mas conflita com os princípios do just in time. Utilizar

práticas enxutas que visam eliminar qualquer retrabalho e trabalhando sob o princípio

de “fazer certo na primeira vez”, fabricantes usam tintas em spray que rendem a melhor

qualidade e, além disso, têm uma relação maior de eficácia-custo. Em contra partida,

tintas spray significa maior dano ao meio ambiente.

Outra discordância é observada quando da implantação do sistema puxado de

materiais, em processos internos ou entre cliente e fornecedor. Através do sistema

puxado, com pequenos lotes e entregas just in time pelos fornecedores, o sistema enxuto

prescreve um aumento da frequência de reposição de materiais, em desacordo com as

práticas “green”, que visam reduzir o tempo de transporte e a frequência de

reabastecimento, para desta forma agredir menos o meio ambiente na emissão de

poluentes pelo modal de transporte (VENKAT e WAKELAND, 2006; CARVALHO e

CRUZ-MACHADO, 2009 apud DÜES, TAN E LIM, 2013).

Por outro lado há convergência entre a adoção de práticas enxutas e processos

ambientalmente corretos (“green”). Sobral, Jabbour e Jabbour (2013) observaram em

seus estudos realizados em uma planta brasileira montadora de veículos automotores,

que “no passado, a empresa manteve elevados níveis de inventário. Como as peças eram

propensas a permanecer em depósito por um período significativo de tempo, muitas

vezes é necessária uma camada de óleo para proteção. Em seguida, a empresa

introduziu a produção just in time (produzindo apenas o que é necessário, na quantidade

necessária, no momento necessário). Uma prática de manufatura enxuta que lhe

permitiu reduzir os níveis de estoque. Depois de adotar just in time, a organização

reconheceu que poderia agora receber peças de seu fornecedor, sem uma camada

protetora de óleo, uma vez que as partes estariam em armazenamento por um tempo

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mais curto. Isto eliminou a necessidade de lavar peças na linha de produção, reduzindo

assim o consumo de água. Pode-se supor com este exemplo, que além da redução do

consumo de água, provavelmente também se reduziu a emissão de poluentes

provenientes da lavagem das peças.

Estes exemplos mostram que nem todos os processos enxutos (procedimentos e

esforços de redução de desperdícios) são positivamente relacionados à redução da

poluição e melhoria do desempenho ambiental. As práticas em manufatura enxuta,

sozinhas, não serão suficientes para resolver todas as questões ambientais (DÜES;

TAN; LIM, 2013).

2.3.4 Os recursos humanos como base para as gestões ambiental e manufatura

enxuta no sistema de manufatura

A adoção pelas empresas de novas metodologias voltadas à melhoria dos seus

processos de manufatura, como manufatura enxuta e gestão ambiental, tem motivado

mudanças no sistema produtivo objetivando ganhos de produtividade. Para se alcançar

os resultados estabelecidos é necessários que as pessoas desenvolvam novas

competências para trazer novos conhecimentos, habilidades e atitudes. Isso requer o

desenvolvimento das capacidades pessoais de trabalho em equipe, criatividade,

inovação e iniciativa para que a organização industrial possa se adaptar às constantes

mudanças no ambiente de negócios, absorver novas tecnologias e sustentar o processo

de melhoria contínua dos processos de negócio (FLEURY; FLEURY, 2003; UBEDA;

SANTOS, 2008 apud SILVA; MIYAKE; BATOCCHIO; AGOSTINHO, 2011).

O ponto de grande valor para boa gestão ambiental e manufatura enxuta no

sistema de manufatura das empresas está no comprometimento constante por melhorias

nos produtos e processos de fabricação.

Para tanto os desafios competitivos contemporâneos impõem à gestão

empresarial as tarefas de definir e implementar políticas – de organização e operação –

indutoras de comportamentos orientados para a melhoria contínua de produtos e da

eficiência de processos. A busca de melhoria contínua implica uma gestão empresarial

comprometida com investimentos permanentes em aprendizado. Neste contexto, são

necessárias ações explícitas para que a força de trabalho esteja orientada para criar,

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adquirir e transformar conhecimentos, e modificar comportamentos para incorporar

novos conhecimentos. A participação extensiva e intensiva da força de trabalho nos

processos de melhorias e aprendizados requer a ampla disseminação de atitudes

empreendedoras em toda a organização (COUTINHO; FERRAZ, 1994). Fatores como

treinamento com aplicação prática; engajamento dos operadores e motivação para

engajamento; técnicas e ferramentas; aprendizagem contínua e compartilhamento de

conhecimento; alinhamento estratégico e; comunicação ativa com compreensão da

comunicação por parte dos colaboradores são preponderantes pois apresentam um efeito

alto em relação à sustentação de programas de melhoria contínua nas empresas (JR JORGE,

2015).

O apoio à difusão de boas práticas nas empresas deve começar com o

desenvolvimento das capacidades do recurso humano através de treinamentos

desenvolvidos por várias partes interessadas – tanto internas à organização quanto

externas (stakeholders). Assim sendo, a formação em temas de sensibilização pode

significar o recurso catalizador necessário para promover as empresas a trabalhar no

sentido da sustentabilidade operacional (SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010). Freeman

(1984:46) apud Sarkis; Torre; Diaz, (2010) definem stakeholder (parte interessada)

como “qualquer grupo ou indivíduo que pode afetar ou é afetado pela realização dos

objetivos da organização”.

A Figura 2.13 ilustra a pressão e influência das partes interessadas externas

(stakeholders externos) no ambiente do sistema de manufatura. De acordo com

González-Benito (2006) apud Jabbour; et al., 2013, a pressão das partes interessadas é o

principal fator que impulsiona as empresas para a gestão ambiental mais avançada. As

partes interessadas externas não têm controle sobre os recursos organizacionais internos

ao sistema de manufatura, mas têm a capacidade de regular ou mobilizar a opinião

pública (cliente final e clientes da cadeia de suprimentos) em favor de, ou em oposição

às práticas ambientais das empresas. Existem vários grupos que compõem as partes

interessadas externas, incluindo clientes, organismos reguladores, governo, acionistas,

sociedade (comunidade) e organizações não governamentais.

Nas relações empresariais atuais, o cliente final e o cliente imediato da cadeia de

suprimentos são os que pressionam seus fornecedores a adotarem práticas proativas de

gestão ambiental para melhorar o seu desempenho ambiental. E esta pressão tem o

objetivo de melhorar o desempenho ambiental do fornecedor para reduzir os custos e o

passivo ambiental para o cliente. Este interesse dos stakeholders externos leva o sistema

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de manufatura a melhorar a sua postura competitiva, com adoções de ações ambientais

proativas (FREEMAN (1984:46) apud SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010).

Figura 2.13: Interferência das partes interessadas externas e internas para a adoção de

boas práticas ambientais. Elaborado pelo autor. Fonte: Adaptado de Sarkis; Torre; Diaz

(2010).

As empresas compreendem a importância em responder à pressão das partes

interessadas para ajudar a melhorar a sua postura competitiva. Um importante recurso

para responder a estas pressões são os recursos humanos. A formação da força de

trabalho é fundamental para desenvolver o conhecimento e aprendizado necessários

para capacitar os funcionários na adoção proativa de melhorias ambientais. Quando a

questão é particularmente a eficiência em gestão ambiental a estratégia no

gerenciamento da força de trabalho (recursos humanos) e sua formação é uma parte

importante das operações em manufatura. No entanto, Sarkis, Torre e Diaz (2010)

afirmam que pouca atenção tem sido dada à força de trabalho em questões ambientais.

Pesquisadores em gestão de operações foram motivados a buscar um entendimento

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maior sobre o impacto das pressões ambientais, da consciência e dos valores ambientais

individuais sobre a força de trabalho.

Desenvolver o conhecimento organizacional necessário para adotar e

implementar iniciativas ambientais exige desenvolver as capacidades de conhecimento

no recurso humano da organização; especialmente se as responsabilidades para as

atividades de gestão ambiental são atribuídas aos funcionários. Assim, é evidente a

necessidade e a importância de programas de treinamento dentro das empresas

(SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010). Há uma relação positiva entre práticas em gestão

ambiental e políticas de recursos humanos (JABBOUR, et al., 2012). A execução de

programas de treinamento e educação dos recursos humanos é ainda mais importante

quando se trata da mão-de-obra operacional de transformação, partindo-se do

pressuposto que os processos produtivos industriais (processos de transformação) são os

maiores consumidores de recursos naturais e também os maiores responsáveis pela

poluição (CORAL, 2002).

Saturnino Neto e Jabbour (2010), no entanto, afirmam que existem vários

desafios relacionados com a eficácia na aplicação de práticas de gestão ambiental nas

empresas. Um dos desafios mais relevantes é a integração entre a gestão ambiental e os

chamados fatores humanos (fatores não técnicos ou de organização), bem como a falta

de apoio do departamento de Recursos Humanos da empresa às práticas de gestão

ambiental. Assim, é evidente a necessidade e a importância de programas de

treinamento e educação dentro das empresas. Competências de funcionários podem ser

compradas (admitidas), mas normalmente são desenvolvidas através da educação e dos

esforços em treinamentos internos da organização industrial. Os funcionários são

frequentemente os iniciadores e destinatários, das atividades ambientais proativas da

organização (Figura 2.13). Assim, trabalhadores como partes interessadas internas

desempenham um papel significativo na adoção de práticas operacionais ambientais

(SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010). O alinhamento dos recursos humanos com as práticas

ambientais da organização pode ser provocado por meio do desenvolvimento de

programas de treinamento, a capacitação de funcionários, a criação de avaliação de

desempenho e sistemas de recompensa.

A contínua aprendizagem e o aprimoramento do conhecimento dos funcionários

são fundamentais para o desenvolvimento e a utilização das capacidades

disponibilizadas pelos recursos, como equipamentos, mão-de-obra, matéria prima,

energia elétrica, entre outros. Com o contínuo aprimoramento do conhecimento,

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empregados podem então entender como o ambiente afeta e é afetado por suas tarefas e

decisões. Um exemplo pode-se buscar na teoria da visão baseada em recursos (RBV –

Resource Based View, citada no Capítulo 2, Figura 2.3), onde as empresas podem

ganhar vantagens competitivas sustentáveis com a combinação de recursos raros, não

substituíveis, de difícil imitação e valiosos na visão dos clientes. Estas combinações de

recursos podem construir em cima de uma grande variedade de componentes básicos,

incluindo ativos físicos, processos organizacionais e habilidades de funcionários.

Geralmente, as respostas das empresas aos desafios ambientais contemporâneos

concernem à condução de alterações no tipo, na qualidade ou na quantidade dos

insumos alocados a um dado processo produtivo; aperfeiçoamento nos programas de

manutenção de máquinas e equipamentos; alteração no processo produtivo e, mais

recentemente, alteração no padrão de desenvolvimento de produtos e serviços. Apesar

de as iniciativas empresariais que objetivam tais transformações serem plausíveis, elas

geralmente declinam. Isso ocorre porque as práticas de melhoria no desempenho

ambiental das empresas não se encontram suportadas por dimensões de recursos

humanos (JABBOUR; SANTOS; NAGANO, 2009). Donaire (1999) apud Corazza

(2003) ressalta que "o desempenho de uma organização está fortemente associado à

qualidade de seus recursos humanos" e que "se uma empresa pretende implantar a

gestão ambiental em sua estrutura organizacional, deve ter em mente que seu pessoal

pode transformar-se na maior ameaça ou no maior potencial para que os resultados

sejam alcançados”.

Funções gerenciais, suporte da alta direção, cultura organizacional na formação

da consciência ambiental de stakeholders internos, sistemas de recompensas, motivação,

incentivos, envolvimento da organização em questões ambientais e implementação e

inovações organizacionais podem ser muito importantes para a estratégia e

desenvolvimento de vantagens competitivas com o sucesso de operações ambientais em

uma empresa (DAILY; HUANG, 2001 apud SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010). Quando

se consegue ligar o benefício ambiental com uma demanda do mercado, oferecendo

funcionalidades que são percebidas pelos consumidores como valor agregado, a

organização tem maior probabilidade de obter retorno econômico e uma vantagem

competitiva. Esta vantagem competitiva poderá ser mantida ao longo do tempo caso

seus concorrentes não puderem imitar com facilidade o seu processo de manufatura, o

sistema de gestão e os recursos empregados.

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Kleindorfer, Singhal e Van Wassenhove (2005) afirmam que a gestão

operacional sustentável integra as orientações tradicionais de lucro e eficiência com

considerações mais amplas de stakeholders internos e externos da empresa e seu

impacto ambiental. A evolução no sentido da gestão operacional sustentável é clara em

três áreas: (i) desenvolvimento de produto e processo verdes, (ii) gestão operacional

enxuto e verde e (iii) remanufatura e circuito fechado de cadeias de suprimentos.

A outra abordagem, além da ambiental, são as práticas enxutas adotadas pelo

sistema de manufatura em seus processos de transformação. Quando se trata da

operação nos processos produtivos de sistemas enxutos Rothenberg, Pil e Maxwell

(2001) afirmam que as políticas de recursos humanos (RH) são tão importantes quanto o

sistema técnico para a operação de produção enxuta. Um conjunto de práticas de

recursos humanos suporta os sistemas enxutos e é parte integrante de seu sucesso. Isto

inclui a estabilidade da força de trabalho, intenso treinamento e desenvolvimento,

promoção interna, pagamento por desempenho e trabalho em equipe (PIL; FUJIMOTO,

2007).

Em contraste com a produção em massa, motivação, habilidade e compromisso

do trabalhador são fundamentais para o sucesso operacional. Spear e Bowen (1999)

após um trabalho de quatro anos do Sistema Toyota de Produção, que se concentrou no

funcionamento de mais de 40 fábricas nos Estados Unidos, na Europa e no Japão,

concluíram que as empresas estudadas e que eram administradas segundo o Sistema

Toyota de Produção partilham a crença abrangente de que as pessoas são o patrimônio

corporativo mais significativo e que os investimentos em seus conhecimentos e suas

habilidades são necessários para construir a competitividade da empresa. É por isso que,

nessas empresas, espera-se que todos os gerentes sejam capazes de executar o trabalho

de todos os seus colaboradores e também de ensiná-los como resolver os problemas

segundo técnicas enxutas. O modelo de aprendizagem se aplica tanto aos supervisores

“líderes de equipe” de primeiro nível quanto aos mais altos executivos da empresa.

Desse modo, todos na Toyota participam do desenvolvimento de seus recursos

humanos. De fato, o caminho do ensino desce em cascata e começa com o gerente da

fábrica treinando os funcionários. Os funcionários de linha de operação fazem as

melhorias em seus serviços, e seus supervisores dão orientação e assistência como

professores. Ao tornar as pessoas capazes e responsáveis por executar e melhorar seu

trabalho; ao padronizar as conexões entre clientes e fornecedores individuais; e ao

empurrar a solução dos problemas de conexão e de fluxo para o nível mais baixo

Page 90: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

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possível da organização a Toyota, ao mesmo tempo em que se estabiliza, prepara-se

para um salto de melhoria (SPEAR; BOWEN, 1999).

É relevante destacar a importância do envolvimento e comprometimento dos

funcionários, seja para intervir no processo (autonomação) a fim de evitar falhas - que

causam retrabalho e uso desnecessário de recursos - ou para propor melhorias

relacionadas com a melhor utilização dos recursos produtivos (materiais, equipamentos,

mão-de-obra, instalações, etc.) (TOWILL, 2007). Isto explica em parte o princípio

fundamental do Sistema Toyota de Produção, que é o respeito para com os seres

humanos que inclui (i) a eliminação dos desperdícios de movimentos por parte dos

trabalhadores, (ii) a consideração fundamental quanto à segurança dos trabalhadores, e

(iii) a valorização das capacidades dos trabalhadores, confiando-lhes maior

responsabilidade e autoridade (PIL; FUJIMOTO, 2007).

Nos primórdios do Sistema Toyota de Produção, Taichii Ohno concentrou-se no

núcleo do processo de transformação, que converte os recursos das entradas em saídas

distinguindo atividades de valor agregado a partir de atividades sem valor agregado,

desenvolvendo soluções técnicas para eliminar a última e facilitar a primeira

(LANDER; LIKER, 2007). Taichii Ohno também tinha uma visão clara do papel

humano como solucionador de problemas e facilitador de novos progressos (LANDER;

LIKER, 2007). Enfatiza-se a perspectiva sócio/técnica, descrevendo Sistema Toyota de

Produção baseado em dois conceitos, uma técnica que inclui o just in time e

“autonomação”, e outra com foco no aspecto social, de utilizar totalmente as

capacidades dos trabalhadores (organização de aprendizagem) (LIKER; MEIER, 2007).

Este fato é tão importante que uma das frases ouvidas com frequência na Toyota é:

“Não desenvolvemos apenas carros, também desenvolvemos pessoas”

(LIKER; MEIER, 2007).

Os líderes da Toyota acreditam que a única fonte de vantagem competitiva da

organização está nos grupos de pessoas talentosas com os mesmos objetivos. Alguns

dos meios utilizados para garantir o talento profissional incluem a seleção de

trabalhadores enfatizando a aptidão e a capacidade de trabalhar de forma cooperativa

com outros colaboradores, a adoção de compensação ligada ao desempenho, altos níveis

de desenvolvimento de habilidade e treinamento para novos e experientes trabalhadores

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e os esforços para se reduzir as barreiras corporativas entre gestores e trabalhadores

(LIKER; MEIER, 2007).

Existem vários desafios relacionados com a eficácia das práticas de gestão

ambiental e manufatura enxuta nos processos das empresas, porque envolve a

participação e a cooperação de seus membros. Um dos desafios destas empresas é

capacitar tecnicamente o seu recurso humano a fim de integrá-lo de forma proativa na

atuação de práticas em melhorias dos desempenhos ambientais e de redução dos

desperdícios nos processos de fabricação (JABBOUR, 2007). Assim como as empresas

podem aproveitar as oportunidades de novos negócios, que surgem a partir de um

“mundo mais verde”, estas empresas também precisam se transformar e estruturar novas

formas de gestões de seus produtos e processos, como a adoção de melhores práticas

ambientais e redução dos desperdícios de recursos em manufatura. Isto significa a

necessidade de novos conhecimentos e habilidades, com o desenvolvimento adequado

dos recursos humanos, para criar as melhores soluções e melhorias de desempenho nos

processos.

Melhoria proativa contínua nos processos de transformação do sistema de

manufatura se faz com a participação comprometida dos recursos humanos da

organização (MAY; FLANNERY, 1995).

O comprometimento dos recursos humanos, de uma organização, nas práticas de

melhoria, é de fundamental importância para se alcançar bons resultados. Envolver

equipes de funcionários para cortar desperdícios é a abordagem mais eficaz para a

maioria das empresas. Os funcionários têm melhor conhecimento dos processos de

trabalho e produtos, que são alvos de redesenho ou melhoria para minimizar o

desperdício. As equipes são apropriadas para o trabalho complexo envolvido no

desenvolvimento e implementação de um programa de minimização de resíduos de toda

a empresa (MAY; FLANNERY, 1995).

A gestão de processos nas empresas é intensiva em recursos humanos e sua

efetividade (eficiência e eficácia) depende de um conjunto de habilidades desenvolvidas

para os funcionários (BRIO; JUNQUERA, 2003 apud JABBOUR, 2007). Os gestores

que pretendem aperfeiçoar suas atividades de gestão devem garantir o alinhamento do

conjunto de suas práticas de recursos humanos em dimensões funcionais. Entende-se

por práticas de recursos humanos tradicionais o recrutamento, a seleção, o treinamento,

a avaliação de desempenho e recompensas. Especificamente as práticas de recursos

humanos referidas dizem respeito à aprendizagem organizacional, trabalho em equipe e

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valores da cultura organizacional, inserindo as dimensões ambiental e de manufatura

enxuta.

Husted (2001) salienta que a participação dos colaboradores é a chave para uma

efetiva estratégia de liderança em custo, porque promove a inovação dos processos. A

participação torna-se mais eficaz se a informação fluir mais livremente entre os

funcionários da organização. Esta análise também pode ser entendida, quando os

processos em questão são de manufatura.

Onde os funcionários são uma parte interessada, existem maiores oportunidades

para reduzir os custos reais através da inovação nos processos. Os funcionários são a

chave para o aumento da produtividade da empresa. Se os funcionários não são uma

parte interessada é porque, possivelmente, os processos requerem baixos níveis de

habilidade técnica (HUSTED, 2001). Quanto maior a importância dos colaboradores

nos processos, maior será o impacto de liderança em custo, na criação de vantagem

competitiva (HUSTED, 2001).

As empresas têm muitos ativos à sua disposição, mas somente um desses ativos

tem a capacidade de se valorizar com o tempo: as pessoas. As empresas serão mais

fortes e melhores se utilizar plenamente a capacidade intelectual de toda a sua força de

trabalho. Em qualquer negócio, o único elemento capaz de uma verdadeira

transformação são as pessoas (BYRNE, 2014).

2.4 Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental

Existem diversas definições, enfoques e visões de sustentabilidade, com

contradições e ambiguidades. O termo sustentabilidade está vinculado ao

desenvolvimento econômico sustentável e coloca em primeiro plano a discussão entre

crescimento econômico ilimitado, recursos ambientais finitos e desenvolvimento social

com equidade.

Há vários debates em torno do termo sustentabilidade entre setores

governamentais, acadêmicos e empresariais à luz das questões socioambientais, e mais

especificamente em torno daqueles que se utilizam de recursos naturais e sociais para

permanecerem, crescerem e se perpetuarem em mercados competitivos.

De acordo com o World Business Council for Sustainable Development

(WBCSD), o desenvolvimento é sustentável quando ele "atende às necessidades do

presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias

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necessidades.". Isto implica a aplicação prática de prevenção de poluição, levando a

conceitos de zero resíduos/zero defeito. O desenvolvimento sustentável exige que as

empresas melhorem seu desempenho ambiental, para que suas atividades industriais e

seus produtos, em todas as fases do seu ciclo de vida, tenham um impacto insignificante

global sobre o meio ambiente (LEFEBVRE; LEFEBVRE; TALBOT, 2000). Veiga

(2005) aborda que desde 1987, um intenso processo de legitimação e institucionalização

normativa da expressão “desenvolvimento sustentável” começou a se afirmar. Foi nesse

ano que, perante a Assembleia Geral da ONU, Gro Herlem Brundtland, a presidente da

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, caracterizou o

desenvolvimento sustentável como um “conceito político” e um “conceito amplo para o

progresso econômico e social”.

As expressões desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são um conceito

sistêmico que tratam da associação de variáveis sociais, ambientais e econômicas como

forças conjuntas para o crescimento e o desenvolvimento de um país, uma região ou um

local (SACHS, 2007). Propõe-se a ser um meio de caracterizar a civilização e as

atividades antrópicas3. De tal forma a que a sociedade, os seus membros e as suas

economias possam preencher as suas necessidades. Expressar o seu maior potencial no

presente e, ao mesmo tempo, preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais,

planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção desses ideais

(SACHS, 2007). Um empreendimento humano sustentável deve ter em vista quatro

requisitos básicos: ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente

justo e culturalmente aceito (LAZARO, 2013).

Grossman e Krueger (1995) apud Veiga (2005) lançaram duas perguntas

relacionando o crescimento econômico, consequências ecológicas e métodos de

produção:

“O crescimento econômico contínuo trará cada vez mais danos ao ambiente

da Terra? Ou aumentos da renda e da riqueza jogam as sementes de uma

melhora dos problemas ecológicos.” (GROSSMAN; KRUEGER, 1995 apud

VEIGA, 2005)

Se os métodos de produção fossem imutáveis, só seria possível responder

afirmativamente à primeira pergunta. Todavia, há evidências de que o processo de

3 Que resultam da ação do homem.

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desenvolvimento leva a mudanças estruturais naquilo que as economias produzem. E

muitas sociedades já demonstraram talento em introduzir tecnologias que conservam os

recursos que lhe são escassos. Em princípio, os fatores que podem levar a mudanças na

composição e nas técnicas da produção podem ser suficientemente fortes para que os

efeitos ambientalmente adversos do aumento da atividade econômica sejam evitados ou

superados.

Para Sachs (2008) o desenvolvimento é um processo com duas vertentes que

devem ser compatibilizadas:

em nível econômico, trata-se de diversificar e complexificar as estruturas

produtivas, logrando, ao mesmo tempo, incrementos significativos e

contínuos da produtividade de trabalho, base do aumento do bem-estar.

em nível social, deve-se, ao contrário, promover a homogeneização da

sociedade, reduzindo as distâncias sociais abismais que separam as

diferentes camadas da população.

A sustentabilidade é um elemento importante para as empresas. Os lucros e a

rentabilidade são apenas um elemento para o sucesso em longo prazo das empresas e

economias. Igualmente importante é o futuro das pessoas (interno e externo às

empresas), para o futuro do planeta Terra (KLEINDORFER; SINGHAL;

WASSENHOVE, 2005). Estas novas preocupações de legitimidade são capturados em

medidas como o Triple Bottom Line (3BL), os três Ps (people, profit, planet) de

pessoas, lucro e planeta. O objetivo é manter franquias sociais viáveis (confiança dos

funcionários, clientes e das comunidades) e como bem as franquias econômicas viáveis

(capacidade de cumprir os compromissos econômicos a partir do fluxo de caixa gerado

com a utilização reduzida de insumos para a produção de seus produtos e serviços). O

movimento do desenvolvimento sustentável ganhou força por causa da ineficiência dos

nossos produtos atuais e dos processos de produção quanto ao uso de recursos do

planeta (KLEINDORFER; SINGHAL; WASSENHOVE, 2005).

A fim de obter resultados em desenvolvimento sustentável, intervenções são

necessárias em todos os níveis da economia mundial. No nível macro, as políticas

nacionais e internacionais são elaboradas para traçar diretrizes, promover parcerias e

priorizar ações. No nível médio, programas de governo e políticas regionais e locais

atuam no planejamento do crescimento e na regulamentação de setores produtivos. No

nível micro, as empresas implementam novas tecnologias e ferramentas para minimizar

o impacto ambiental causado por suas atividades. Os níveis macro e médio têm função

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de identificar os principais problemas e fornecer subsídios em forma de políticas,

programas, infra-estrutura e fontes de financiamento, para que as ações possam ser

realizadas no nível micro da economia. É, portanto, neste último nível, que ocorrem as

reais modificações (CORAL, 2002). No nível micro da economia o compromisso

ambiental das empresas tornou-se uma variável importante na maioria dos cenários

competitivos de hoje. A Figura 2.14. ilustra a relação entre os níveis macro, médio e

micro da economia.

Figura 2.14: Relação da abordagem ambiental entre os níveis macro, médio e

micro da economia. Fonte: Elaborado pelo autor. Referência em CORAL, 2002.

A regra de funcionamento da economia capitalista é a internalização do lucro

pela empresa e a externalização sempre que possível, dos custos, privilegiando o

crescimento da produção em detrimento de qualquer outra consideração (SACHS,

2007). Enquanto couber à coletividade a responsabilidade pelas perdas e pela

despoluição, nenhuma empresa se preocupará com isso. Da mesma forma, a empresa

tenderá a desperdiçar recursos aos quais tenha livre acesso ou pelos quais pague um

preço nominal, a exemplo do ar ou da água (SACHS, 2007). A industrialização que

dominou a maior parte do século passado teve lugar em um contexto caracterizado por

uma abundância de recursos naturais e uma capacidade aparentemente ilimitada de

absorção de resíduos pelo ambiente. Esta situação levou ao desenvolvimento de

empresas articuladas em torno de modelos de negócios que enfatizam questões de lucro

quase que exclusivamente, considerando aspectos ambientais como externalidades ou

simplesmente ignorá-los (LEFEBVRE; LEFEBVRE; TALBOT, 2000). É o chamado

custo ambiental ou custo das externalidades, que historicamente não tem sido

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considerado como responsabilidade das empresas, pois o meio ambiente é tratado como

um bem comum à disposição de todos (CORAL, 2002).

Indivíduos e empresas precisam prestar mais atenção ao meio ambiente nos dias

de hoje. Essa mudança de comportamento é em grande parte estimulada por dois

conjuntos de entradas. Uma primeira entrada é a combinação do crescimento contínuo

da população, industrialização e urbanização que está levando ao esgotamento dos

recursos naturais não renováveis e aos problemas de poluição que são cada vez mais

difíceis de ignorar. Em outra entrada divergente estão algumas empresas líderes, como

Volvo, TransAlta e Nortel, exibindo maior consciência ambiental, ao conseguir ganhos

substanciais em termos de reduções de custo e melhorias de produto e processo. Estas

empresas têm demonstrado que a economia e meio ambiente podem ser reconciliados de

forma gratificante (BARTON; et al., 1999 apud LEFEBVRE; LEFEBVRE; TALBOT,

2000).

Hart e Milstein (1999) afirmam que tecnologias que alimentaram o

desenvolvimento da economia de consumo no passado não serão adequadas para

atender às demandas futuras sem exceder a capacidade da natureza para reposição.

A hipótese bastante simples apresentada por Florida (1996) é que as empresas

que são inovadoras e adotarem práticas de fabricação avançadas simultaneamente

podem realizar melhorias na produtividade e desempenho ambiental. Em outras

palavras, melhorias ambientais em certa medida fluem de esforços corporativos mais

amplos para inovar e implementar práticas e sistemas de fabricação novos e mais

eficientes. Estudos forneceram evidências de que as empresas manufatureiras estão

mudando suas estratégias ambientais. Estas empresas estão passando do controle de

fim-de-linha (end-of-the-pipe), tradicional, para novas tecnologias tais como prevenção

da poluição, modernização do processo de produção, substituição de materiais e

minimização de resíduos. Deste modo conduzem as empresas a uma melhor

produtividade, migrando os investimentos para melhorias dos processos de produção

(FLORIDA, 1996). Redução da poluição no processo ao invés de tratá-la no fim-de-

linha (end-of-the-pipe) tem uma lógica similar ao conceito da garantia da qualidade do

produto na fonte (processo), ao invés da inspeção no fim-de-linha (end-of-the-line).

González-Benito e González-Benito (2005) afirmam que práticas ambientais

tendem a ser implementadas no nível corporativo e organizacional, afetando toda a

empresa e concentrando-se principalmente sobre o planejamento estratégico e estrutura

organizacional. Outras práticas têm um caráter mais funcional, as operações de

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produção, subdivididas em produtos e processos. Um terceiro grupo de práticas

ambientais está relacionado com a função de marketing, uma vez que visam comunicar

o progresso da empresa em gestão ambiental para as partes interessadas (stakeholders).

A Tabela 2.5 especifica algumas práticas ambientais direcionadas ao planejamento

organizacional, operações (produto e processo) e comunicação.

Tabela 2.5: Práticas de gestão ambiental. Fonte: González-Benito; González-

Benito (2005).

Planejamento e

organização

Operacional

(relacionado a produto)

Operacional

(relacionado a

processo)

Comunicação

- Definição explícita de

política ambiental.

- Objetivos claros e

planos ambientais de

longo prazo.

- Bem definidas as

responsabilidades

ambientais.

- Empregados em

tempo integral dedicado

à gestão ambiental.

- Programas de

treinamento de

ambiente natural para

gerentes e funcionários.

- Sistemas de medição e

avaliação do

desempenho ambiental.

- Planos de emergência

ambiental.

- Substituição de

poluentes e

materiais/peças

perigosos.

- Projetos focados na

redução do consumo de

recursos e geração de

resíduos durante a

produção e distribuição.

- Projetos focados na

redução do consumo de

recursos e geração de

resíduos no uso do

produto.

- Desenvolvimento de

produtos para

desmontagem,

reutilização e

reciclagem.

- Filtros de emissão e

controles de fim-de-

linha.

- Desenho de processos

focados na redução do

consumo de energia e

recursos naturais em

suas operações.

- Planejamento e

controle de produção

focada na redução de

desperdícios e

otimizando o

aproveitamento de

materiais.

- Aquisição de

tecnologia/equipamento

limpo.

- A preferência por

produtos verdes em

compras.

- Critérios ambientais

na seleção de

fornecedores.

- Consolidação de

embarques.

- Seleção de métodos de

transporte mais limpos.

- Embalagens/

recipientes recicláveis

ou reutilizáveis para a

logística.

- Materiais ecológicos

para embalagem

primária.

- Sistemas de

recuperação e

reciclagem.

- Destinação

responsável de resíduos

e resíduos (separação e

preparação).

- Elaboração periódica

de relatórios

ambientais.

- Patrocínio de

eventos/colaboração

com organizações

ecológicas e

ambientais.

- Argumentos

ambientais em

marketing.

- Informação regular

voluntária sobre gestão

ambiental para os

clientes e instituições.

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As práticas de planejamento definem a política ambiental da empresa, seus

objetivos, responsabilidades e sistema de avaliação do seu desempenho ambiental. É a

explicitação do compromisso da empresa com o meio ambiente. As práticas

operacionais implicam em mudanças no sistema de manufatura e que podem ser

classificadas em práticas relacionadas ao produto e práticas relacionadas ao processo, ou

seja, as práticas relacionadas com o “o que” e “como” fazer. O que fazer vai além da

abordagem operacional interna à manufatura e considera o desenvolvimento do produto

para a desmontagem. Expande a ideia do projeto do produto para a reutilização,

reciclagem, remanufatura, desmontagem ou eliminação(GONZÁLEZ-BENITO;

GONZÁLEZ-BENITO, 2005) . As práticas operacionais relacionadas aos processos

(como fazer) objetivam ações internas na redução do consumo de energia e recursos

naturais, melhor aproveitamento dos materiais e eliminação de desperdícios, com a

aquisição de tecnologias mais limpa e sistemas de gestão que privilegiam a redução de

desperdícios. Algumas outras práticas relacionadas ao processo afetam a cadeia de valor

onde a empresa está inserida. São processos externos que envolvem fornecedores,

distribuição e clientes. Com o “o que” e o “como” fazer, as empresas passam a ter

responsabilidades externas perante os aspectos ambientais em vez de simplesmente

ignorá-los. Estas responsabilidades incidem tanto na entrada de recursos, para

transformação no sistema de manufatura, como na saída dos produtos, serviços e

resíduos poluentes (GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLEZ-BENITO, 2005).

As práticas de comunicação são voltadas ao meio exterior. Tendem a objetivos

comerciais e buscam estabelecer relacionamentos com as várias partes interessadas que

circundam a organização. As práticas de comunicação podem exercer um impacto

positivo sobre a opinião pública, afetando o desempenho da empresa no

mercado(GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLEZ-BENITO, 2005).

Coral (2002) apud Jacintho (2010) cria um diferencial entre as empresas

voltadas para a competitividade em seu aspecto tradicional, foco econômico e a empresa

voltada à sustentabilidade. Em principio, as empresas que focam a competitividade

buscam criar valor para seus acionistas e clientes, e as empresas focadas na

sustentabilidade buscam valores para todos os integrantes dos seus grupos de interesses

(stakeholders). A Tabela 2.6 mostra os valores entre os dois grupos de empresas.

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Tabela 2.6: Resumo comparativo entre competitividade e sustentabilidade.

Fonte: Coral (2002) apud Jacintho (2010)

Competitividade Sustentabilidade

Baseada em fatores econômicos e

operacionais

Baseada em fatores econômicos, sociais e

ecológicos

Visão de mundo restrita – empresa contra

as forças competitivas

Visão de mundo mais ampla – parcerias

para obter vantagens competitivas

Legislação ambiental = aumento dos

custos de produção

Legislação ambiental = promoção da

inovação

Uso de tecnologias de produção

tradicionais Uso de tecnologias limpas de produção

Questões do meio ambiente natural

geralmente são vistas como ameaças

Questões do meio ambiente natural

geralmente são vistas como novas

oportunidades

Foco na redução de custos e eficiência

operacional Foco na inovação

Individualista Cooperação

Ainda, de acordo com Coral (2002) apud Jacintho (2010), a Tabela 2.6 revela

que o conceito de sustentabilidade não é antagônico ao de competitividade, mas engloba

este último, possibilitando uma visão mais ampla em que os fatores sociais e ambientais

se somam aos econômicos. Por outro ângulo a sustentabilidade será um diferencial

competitivo para a organização quando o cliente a vê como valor agregado. Se uma

empresa possuir os melhores processos de tratamento de efluentes e resíduos ou utilizar

tecnologias limpas, isto poderá acarretar em aumento de custos de produção. Se o

cliente não enxergar estas práticas ambientais como valor este aumento de custo poderá

representar queda de sua capacidade competitiva e de sobreviver ao longo do tempo. Há

neste caso uma incompatibilidade entre os princípios de desenvolvimento econômico e

desenvolvimento sustentável. Por hipótese a visão que prevalece é de que qualquer

providência que venha ser tomada em relação à variável ambiental é acompanhada de

aumento de despesas e o consequente acréscimo dos custos do processo produtivo

(CORAL, 2002 apud JACINTHO, 2010). Em sentido contrário Maimon (1996) apud

Danese; Perez; Medeiros Jr (2010) concluem que a maior produtividade dos recursos

torna as empresas mais competitivas, com uma redução de custos decorrentes da

eliminação dos desperdícios e pela otimização dos recursos naturais energéticos.

De qualquer forma, a promulgação de várias pressões políticas, sociais e

econômicas em relação às questões ambientais ao longo das últimas décadas têm

causado às empresas uma maior consideração e atenção quanto às suas perspectivas

estratégicas e operacionais. A competitividade das empresas tem ido além de produtos

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de qualidade e baixos custos de produção. As empresas compreendem a importância de

responder à pressão das várias partes interessadas (stakeholders) para ajudar a melhorar

a sua postura competitiva. Para responder a essas pressões em adotar práticas

ambientais as empresas desenvolvem as capacidades baseadas em seus recursos, para

ser capaz de competir com mais eficácia (SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010). Semelhante

ao movimento da qualidade dos anos 80, o movimento verde na organização, no final

do século passado e início deste século, requer que a gestão ambiental se torne uma

prática organizacional generalizada, onde todos os indivíduos estão envolvidos na

“ecologização” da empresa (SARKIS; TORRE; DIAZ, 2010).

Enquanto as empresas não enxergarem estes fatores, como diferencial

competitivo, poucas mudanças serão implementadas nos processos de produção, para

evitarem desperdícios e resíduos na utilização dos recursos de manufatura. Por outro

lado os mercados estão qualificando as empresas que adotam ações propositivas com

metas de preservação ambiental e redução de perdas. As empresas e pessoas não mudam

suas estratégias a menos que elas tenham boas razões para fazê-lo.

Mas o que vem a ser, uma perda no sistema produtivo? No sentido corrente da

palavra, trata-se de um resíduo da produção ou do consumo, sem valor de uso, que deve,

por conseguinte, ser eliminado, o que provoca um custo individual ou social (SACHS,

2007). Se lhe encontrarmos um valor de uso, por exemplo, como matéria prima numa

produção nova, ela deixa de ser perda para tornar-se recurso, um valor de troca

potencial e não mais um custo. Abre-se aqui um campo para a inovação técnica e a

reorganização dos ciclos de produção (SACHS, 2007).

Outro ponto a ser considerado no cálculo do custo é a eliminação dos

desperdícios e a manutenção, em níveis toleráveis, das poluições provocadas querem

pela produção, querem pelo consumo de determinados produtos (SACHS, 2007).

Minimização de resíduos e desperdícios não é apenas uma alternativa ambiental, é

também uma estratégia competitiva para as empresas. Tal mudança no pensamento

sobre resíduos pode se tornar uma vantagem competitiva real para as empresas,

permitindo-lhes (i) estar em conformidade com as normas governamentais, (ii) reduzir

custos de eliminação para alta escala de produção, (iii) posicionar-se como uma

empresa ambientalmente comprometida, e (iv) tornar-se mais rentável no longo prazo

(MAY; FLANNERY, 1995).

A pressão competitiva em sustentabilidade imposta pelas partes interessadas –

em maior ou menor grau, externa ou interna - de uma forma geral, estabelece às

Page 101: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

101

empresas possibilidades de propostas da gestão ambiental que abordam três estágios

evolutivos: (i) estágio reativo, em que a organização apenas reage às pressões do

arcabouço legal em matéria ambiental, principalmente por meio da instalação de

tecnologias de fim de processo, que não evitam a geração da poluição; (ii) estágio

preventivo, em que a organização evita que a poluição seja gerada; (ii) estágio

estratégico, em que a dimensão ambiental é tomada como elemento determinante do

êxito empresarial (JABBOUR; SILVA; SANTOS, 2006).

Faucheux; et al (1997) apud Corazza (2003) e González-Benito; González-

Benito (2005) identificam dois conjuntos de razões estratégicas que explicam a

integração da gestão ambiental pelas empresas: as defensivas e as proativas. Quando se

trata das estratégias defensivas, o meio ambiente é encarado como uma restrição

suplementar às atividades da organização. A integração da gestão ambiental

corresponde apenas à internalização coercitiva dos custos externos. Quando se trata das

estratégias proativas, o meio ambiente é encarado como elemento de competitividade

extra-custos. Neste caso a finalidade é de prospectar e desenvolver novas oportunidades

de negócio para a organização industrial (FAUCHEUX; et al, 1997 apud CORAZZA,

2003; GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLEZ-BENITO, 2005). No sentido das empresas

empreenderem esforços proativos no desenvolvimento de seus processos e produtos

integrando a variável ambiental Porter e Van Der Linde (1995) propuseram dois vetores

de inovação, que denominaram innovation offsets. Estes vetores podem ser de dois

tipos: inovações de produto ou inovações de processo. As inovações de produto

(product offsets) ocorreriam quando o produto tem não apenas o seu desempenho

ambiental melhorado, mas também apresente melhorias em outros critérios, como

melhor desempenho técnico; melhor qualidade; mais segurança; redução de custos (pela

substituição de materiais ou pelo uso de menos embalagens, por exemplo); melhor

preço de revenda ou maior possibilidade de reaproveitamento e redução de custos para

sua disposição final. As inovações de processo (process offsets) ocorreriam quando, ao

lado da redução da poluição, o novo processo leva à maior produtividade dos recursos;

economia de materiais (devido à redução, substituição, reutilização ou reciclagem de

insumos); melhor utilização de subprodutos; menor consumo de energia durante a

produção; redução de estoques de materiais (e dos custos associados); conversão de

resíduos em subprodutos com valor agregado; redução de custos com disposição de

resíduos e maior segurança no ambiente de trabalho.

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102

As empresas estão investindo em novas tecnologias de fabricação, que

simultaneamente reduzem a poluição e desperdícios e aumenta a produtividade dos

processos (FLORIDA, 1996). O desempenho em produtividade é tão importante quanto

o atendimento às normas ambientais, como um orientador de esforços para a produção

ambientalmente consciente (FLORIDA, 1996).

O governo e as legislações contribuem para que as empresas adotem práticas em

gestão ambiental. Por outro lado emerge o consumidor que pondera o aspecto

sustentável no momento da decisão de compra, que vai além dos fatores competitivos

de qualidade, flexibilidade, velocidade, confiabilidade e preço. O consumidor como

parte interessada em empresas ambientalmente responsáveis é considerada como uma

das principais fontes propulsoras da gestão ambiental empresarial (HUNT e AUSTER,

1990; DONAIRE, 1999; SANCHES, 2000; PRESTON, 2001; BARBIERI, 2004;

SEIFFERT, 2005 apud JABBOUR; SILVA; SANTOS, 2006).

A conveniência da produção sem preocupação com o meio ambiente não cabe

mais no contexto empresarial. Os recursos naturais tendem a se extinguir podendo gerar

malefícios futuros às empresas e sociedade. A dependência dos recursos naturais é um

fator preocupante para o futuro das empresas. Caso os problemas presentes dentro das

empresas não sejam resolvidos, com relação ao consumo e ao desperdício dos recursos

naturais, corre-se o risco de não haver substitutos para tais, podendo levar à parada de

produção ou uma possível extinção (DANESE; PEREZ; MEDEIROS, 2010).

O movimento de sustentabilidade tem ganhado força por causa da ineficiência

dos produtos e processos de produção quanto ao uso de recursos do planeta

(KLEINDORFER; SINGHAL; WASSENHOVE, 2005). Segundo Jabbour; Silva;

Santos (2006) é uma equação difícil de ser resolvida sem que se integre as estratégias de

produção e de gestão ambiental empresarial, mais especificamente na exploração da

dimensão ambiental como um novo objetivo de desempenho da estratégia de produção.

Não é difícil ver como a maioria dos produtos e processos existentes não consegue

satisfazer este critério (HART; MILSTEIN, 1999). Kleindorfer, Singhal e Van

Wassenhove (2005) definem gestão de operações sustentável como o conjunto de

habilidades e conceitos que permitem uma empresa se estruturar e gerenciar os seus

processos de negócios para obter retornos competitivos em seus ativos de capital, sem

sacrificar as necessidades legítimas das partes interessadas internas e externas

(stakeholders) e com o devido respeito que o impacto de suas operações exerce sobre as

pessoas e o meio ambiente.

Page 103: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

103

2.5 Síntese do capítulo

O Capítulo 2 abordou o estado da arte, que fundamenta toda a base do trabalho.

Inicialmente fez-se uma introdução do capítulo (Seção 2.1).

Na seção 2.2 apresentaram-se os conceitos que suportam as dimensões da

competitividade e a organização industrial como unidade básica da competitividade nos

fatores econômicos, ambientais e sociais que integram o estado competitivo. Por fim

abordou-se a competitividade da organização proporcionada nos recursos da

manufatura.

Na sequência foram estudados os conceitos que estruturam o sistema de

manufatura (Seção 2.3), explorando a integração entre seus subsistemas. A partir disso

se levantou os fundamentos e conceitos da manufatura enxuta e gestão ambiental e a

relevância das práticas ambientais e práticas enxutas no sistema de manufatura como

fatores de competitividade da organização. Também na Seção 2.3 há a tratativa da

importância da estrutura dos recursos humanos como habilitação para as práticas

proativas enxutas e ambientais dentro do sistema de manufatura.

Por último, se fez uma análise sobre desenvolvimento sustentável e

sustentabilidade ambiental, considerando-se que as operações produtivas das indústrias

estão inseridas no meio ambiente e se relacionam (Seção 2.4).

A Tabela 2.7 mostra os trabalhos pesquisados no estado da arte organizados por

fonte de publicação e por ano de publicação.

Page 104: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

104

Tabela 2.7: Levantamento bibliográfico: trabalhos pesquisados por fonte de

publicação e ano de publicação. Fonte: elaborado pelo autor.

No próximo capítulo (Capítulo 3) é proposto um modelo, que objetiva estudar,

de um lado, a competência em sustentabilidade do sistema de manufatura, relacionando-

Publicação 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Nacional Internacional

Academy of Management 1 1

Academy of Management Review 1 1

African Journal of Business

Management1 1

Anfavea 1 1 2

Associação Nacional de Pós-

Graduação e Pesquisa em

Administração

1 1

Atlas 1 1 1 1 1 5

Bookman 2 2

Business Horizons 2 2

California Management Review 1 1

Campus 1 1

CBDB 1 1

Cortez 1 1

Elsevier 3 3

Environmental Quality

Management1 1

Expert Systems With Applications 1 1

Faculdade de Engenharia

Mecânica - UNICAMP1 1 1 2 5

Garamond 1 1 2

Gestão da Produção, Operações

e Sistemas1 1

Gestão e Produção 1 1 1 3

Harvard Business Review 1 2 1 1 1 6

Integrated Manufacturing Systems 1 1 2

International Engineering

Management Conference1 1

International Journal of Lean Six

Sigma1 1

International Journal of Operation

and Production Management1 1

International Journal of Production

Economics1 1

International Journal of Production

Research3 1 4

Journal of Cleaner Production 1 2 3 6

Journal of Economic Perspectives 1 1

Journal of Operations

Management1 1 2 1 2 1 8

Lean Institute Brasil 1 1

Manufacturing & Service

Operations Management1 1

Massachusetts Institute of

Technology1 1

McGraw-Hill 1 1 2

Papirus Editora da Universidade

Estadual de Campinas1 1

Pioneira 1 1

Prentice Hall 1 1

Production and Inventory

Management Journal1 1

Production and Operations

Management2 1 1 4

RAC 1 1 2

RAE-eletrônica 1 1

Record 1 1

Revista de Administração 1 1 2

Revista de Administração de

Empresas2 2

Saraiva 1 1

SEMEAD 1 1

Simpósio de Engenharia de

Produção1 1

Sloan Management Review 1 1

Strategic Management Journal 1 1

The International Journal of

Management Science1 1

The International Journal of

Logistics Management1 1

The Third European Conference

on Mangement of Techonology1 1

Universidade de Campinas 1 1 1 3

Universidade Federal de Santa

Catarina2 1 3

Universidade Fedral do Rio de

Janeiro1 1

Universidade Nove de Julho 1 1

University of Minnesota 1 1

Universidade de São Paulo 1 1 1 1 4

Total 1 0 1 2 7 1 2 4 6 5 8 3 5 6 7 4 8 5 2 7 3 4 7 7 3 53 55

Número de trabalhos por fonte de publicação/ano

Page 105: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

105

a com práticas internas de manufatura enxuta e práticas ambientais tendo a gestão dos

recursos humanos como suporte. Por outro lado, o modelo se propõe a avaliar o valor,

na visão do cliente, que estas práticas internas ao sistema de manufatura proporcionam

ao estado competitivo em sustentabilidade da organização. Este estado competitivo é

definido nos Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade (FCCS)

constituídos por quatro dimensões: econômico (FCCSe), serviços (FCCSs), ambiental

(FCCSa) e social (FCCSso). A relação entre a competitividade em sustentabilidade

percebida pelo cliente externo e a competência em sustentabilidade adotada pelo

sistema de manufatura é proposto no método através de uma análise exploratória por

agrupamento. As empresas pesquisadas são do segmento automotivo. De um lado fez-se

a investigação dos sistemas de manufatura das empresas autopeças quanto à adoção de

práticas em manufatura enxuta, gestão ambiental e gestão dos recursos humanos. De

outro lado investigou-se a visão das montadoras de veículos automotores em relação aos

fatores críticos de competitividade em sustentabilidade. Entre as empresas autopeças e

as montadoras há uma relação fornecedor/cliente.

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106

3 PROPOSTA DE MODELO

3.1 Modelo

O modelo proposto neste trabalho foi estruturado com o propósito de orientar os

estudos que relaciona a adoção de práticas em manufatura enxuta, práticas ambientais e

ações de recursos humanos, pelo sistema de manufatura, para se obter a competitividade

em sustentabilidade da organização industrial.

O estudo se estabelece a partir das perguntas de pesquisa:

1ª - As empresas clientes enxergam e avaliam as empresas fornecedoras como

sendo mais competitivas a partir de uma perspectiva de sustentabilidade não só

econômica e serviços, mas também ambiental e social.

2ª - O sistema de manufatura das empresas fornecedoras aplicam práticas em

manufatura enxuta e gestão ambiental, suportadas por ações de recursos humanos, que

proporciona um diferencial competitivo em sustentabilidade econômica, serviços,

ambiental e social.

Para a análise exploratória deste estudo foi proposto um modelo que apresenta,

de um lado, a competitividade em sustentabilidade (FCCS) vista pelas empresas

clientes, e de outro, a competência em sustentabilidade do sistema de manufatura das

empresas fornecedoras (Figura 3.1).

Os Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade (FCCS) são

constituídos por:

Fator crítico de competitividade em sustentabilidade econômico – FCCSe

O fator de competitividade econômico é considerado como sendo fundamental

para a organização cliente. No contexto deste trabalho o fator de competitividade

econômico é representado pelo preço dos produtos e os custos de fabricação pela

organização industrial fornecedora. É o valor agregado ao produto sem desperdícios.

Page 107: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

107

A participação no atendimento à demanda das empresas clientes, com preços

competitivos dos produtos e menores custos de fabricação, proporcionará à organização

industrial fornecedora um estado de competitividade.

Fator crítico de competitividade em sustentabilidade serviço - FCCSs

Mudanças no mercado, que ocorreram nas últimas décadas incluíram outras

variáveis como requisitos qualificadores para o estado competitivo das empresas. Os

clientes passaram a pressionar as empresas por uma atuação diferenciada nos serviços

que acompanham o suprimento dos seus produtos. Os produtos fornecidos pela

organização industrial têm que estar acompanhados de qualidade assegurada, de

confiabilidade de fornecimento, velocidade de entrega e de flexibilidade para as

mudanças solicitadas pelo mercado.

Fator crítico de competitividade em sustentabilidade ambiental - FCCSa

É importante pensar o fator de competitividade em sustentabilidade ambiental,

como diferencial competitivo na visão das empresas clientes, a partir da perspectiva de

ações em melhorias ambientais pelas empresas. Estas ações envolvem a redução dos

resíduos originados nos processos de fabricação, aumentando a produtividade na

utilização dos recursos de manufatura. A baixa produtividade na utilização dos recursos,

pelo aumento da formação de resíduos, acarretam em custos adicionais, que não agrega

valor aos clientes. Aumento do desperdício de recursos pela formação de resíduos

significa penalidade em custo para o cliente.

Fator crítico de competitividade em sustentabilidade social - FCCSso

As empresas não vivem em um mundo separado da sociedade civil. Indústria e

sociedade são interdependentes, portanto ambas precisam construir uma perspectiva de

crescimento como negócio e como bem social, que envolva os funcionários e a

comunidade local. O exercício da responsabilidade social das empresas que envolvem

os funcionários são ações internas de recursos humanos, para criar um ambiente

agradável de trabalho, contribuir para o bem estar do funcionário, motivando-o para

ganhos de produtividade. As ações sociais externas aplicam-se à comunidade mais

próxima da organização industrial retornando como uma visão de empresa preocupada

com a cidadania. Neste trabalho a visão de “valor social”, que o meio exterior tem da

organização industrial, é tratada como sendo um diferencial competitivo em

sustentabilidade. As ações sociais internas à organização industrial estão direcionadas a

programas de educação e capacitação social do recurso humano.

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108

Para se adequarem ao estado competitivo as empresas fornecedoras, em seus

processos de transformações, buscam estabelecer boas práticas que melhorem o seu

desempenho operacional quanto à redução de desperdícios e redução de resíduos.

Reduzir desperdícios através da gestão da manufatura enxuta e reduzir resíduos através

da gestão ambiental, proporcionando com ambas um uso mais produtivo dos recursos de

manufatura – materiais, mão de obra, equipamentos, energia elétrica, água, etc.

No eixo das práticas em gestão ambiental (Figura 3.1) as empresas agrupadas no

cluster B produzem menos resíduos em seus processos de fabricação enquanto as

empresas do cluster A produzem mais resíduos.

A mesma abordagem se faz para o eixo de práticas em manufatura enxuta. Os

desperdícios nos processos de fabricação são menores nas empresas agrupadas no

cluster B, face às empresas do cluster A.

Por outro lado sistemas de gestão demandam recursos humanos comprometidos,

que se identifiquem com os objetivos da organização, gerenciando-os como se fossem

de seu próprio negócio. O desempenho de uma organização industrial está associado à

qualidade e competência do seu recurso humano. Se a organização industrial pretender

implantar manufatura enxuta e gestão ambiental em seus processos de transformação, o

recurso humano torna-se um fator importante para que os resultados sejam alcançados.

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109

Figura 3.1: Modelo: práticas de gestão ambiental, manufatura enxuta, recursos

humanos e fatores críticos de competitividade em sustentabilidade. Fonte: elaborado

pelo autor.

À vista disso, a aplicação do modelo direciona inicialmente à aglutinação de

empresas em clusters que conjugam práticas semelhantes em manufatura enxuta, em

gestão ambiental e recursos humanos.

A definição de quais empresas farão parte dos clusters é resultado de uma

análise de agrupamento onde cada organização industrial foi identificada como sendo

um objeto.

A análise de agrupamentos é uma análise exploratória de dados que fornece um

método empírico e objetivo para realizar a classificação e caracterização de objetos.

Cotidianamente se lida com agrupamentos de objetos em muitos aspectos, que

não são evidentes a priori, mas que podem ser úteis uma vez encontrados. A técnica

mais comumente utilizada para essa finalidade é a análise de agrupamentos, que reúne

objetos em grupos tais que os objetos no mesmo grupo são mais parecidos uns com os

outros do que com os objetos de outros grupos. O objetivo é maximizar a

homogeneidade de objetos dentro de grupos, ao mesmo tempo em que se maximiza a

heterogeneidade entre os grupos (JR. HAIR, 2005).

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110

Neste trabalho, os objetos a serem agrupados, para avaliação quanto a uma

determinada quantidade de atributos (variáveis) são empresas do segmento automotivo

(montadoras e autopeças).

Para as montadoras foi constituído um único cluster. No agrupamento das

empresas autopeças, as variáveis identificam as práticas internas adotadas pelo sistema

de manufatura em gestão da manufatura enxuta (dois clusters – A e B), gestão ambiental

(dois clusters- A e B) e recursos humanos (dois clusters – A e B).

A análise de agrupamentos neste trabalho é uma técnica exploratória, cuja

finalidade é agregar empresas (objetos) baseando-se nas características similares

identificadas por variáveis. Visa uma melhor organização dos dados efetuada com a

divisão desses dados em grupos ou classes, facilitando sua compreensão e interpretação.

A similaridade entre objetos é uma medida de correspondência ou semelhança

entre objetos a serem agrupados (JR. HAIR, 2005) de tal forma que objetos pertencentes

a um mesmo cluster sejam os mais semelhantes possíveis e os objetos pertencentes a

clusters diferentes sejam os mais dissemelhantes possíveis. As medidas de similaridade

podem ser correlacionais ou de distância. Para o trabalho a formação dos clusters foi

apoiada em medidas de distância entre cada par de variáveis, onde valores menores de

distância entre objetos (empresas) denotam maior similaridade.

A seleção das variáveis, definidas em questionário, é sustentada em

considerações teóricas e conceituais do estado da arte bem como por experiência prática

do pesquisador.

As variáveis são as perguntas que constituem os questionários aplicados aos

entrevistados das empresas clientes e das empresas fornecedoras. As variáveis e seus

conjuntos correspondentes estão identificadas na Tabela 3.1. Para cada variável foi

aplicada a escala Likert com valores entre 1 e 5. Esta escala requer que os pesquisados

(entrevistados) indiquem seu grau de concordância ou discordância com declarações aos

fatores que estão sendo medidos (COLLIS; HUSSEY, 2005). A escala de Likert atribui

valores numéricos às respostas para apontar opinião do entrevistado com relação à

pergunta (variável). As declarações de concordância devem receber valores maiores e

aquelas com as quais discordam, devem receber valores menores.

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111

Tabela 3.1: Variáveis dos questionários. Fonte: elaborado pelo autor.

Conjuntos de Variáveis

Código

Variáveis

Mensuradas

Quantidade

de

Variáveis

Empresas

Clientes

FCCS – Fatores

Críticos de

Competitividade em

Sustentabilidade

FCCSe P1 – P8 8

FCCSs P9 – P15 7

FCCSa P16 – P20 5

FCCSso P21 – P25 5

Empresas

Fornecedoras

Gestão Ambiental

Sistema de Preservação Ambiental - SPA P1 – P5 5

Projeto de Produto - PP P6 – P17 12

Processo de Manufatura - PM P18 – P31 14

Estratégia Ambiental - EA P32 – P43 12

Gestão Manufatura

Enxuta

Just In Time - JIT P1 – P29 29

Fornecedores Externos - FE P30 – P45 16

Clientes - C P46 – P52 7

Autonomação – A P53 – P62 10

Recursos Humanos

Desenvolvimento Social – DS P1 – P11 11

Treinamento Educação – TE P12 – P23 12

Recrutamento e Seleção – RS P24 – P41 18

Sistema de Recompensa - SR P42 – P43 2

As variáveis que caracterizam a gestão ambiental estão distribuídas em Sistema

de Preservação Ambiental (SPA), Estratégia Ambiental (EA), Projeto de Produto (PP) e

Processo de Manufatura (PM).

Para a gestão da manufatura enxuta as variáveis foram distribuídas em Clientes

(C), Fornecedores Externos (FE), Just In Time (JIT) e a Autonomação (A).

Os recursos humanos são constituídos de quatro conjuntos de variáveis

distribuídas em Treinamento e Educação (TE), Desenvolvimento Social (DS),

Recrutamento e Seleção (RS) e Sistema de Recompensa (SR).

Nas empresas montadoras as variáveis se distribuem entre as quatro dimensões

que compõem os Fatores Crítico de Competitividade em Sustentabilidade (FCCS), são

elas: Fator Crítico de Competitividade em Sustentabilidade econômico (FCCSe), Fator

Crítico de Competitividade em Sustentabilidade serviço (FCCSs), Fator Crítico de

Competitividade em Sustentabilidade ambiental (FCCSa) e Fator Crítico de

Competitividade em Sustentabilidade social (FCSSso).

O objetivo do agrupamento resultante é evidenciar, no conjunto das empresas

pesquisadas, grupos que exibam elevada homogeneidade internamente e elevada

heterogeneidade entre os grupos.

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112

O procedimento adotado dentro da estatística multivariada para análise de

agrupamento de dados é a análise de clusters, que tenta agrupar as empresas

pesquisadas (objetos) em subgrupos homogêneos denominados clusters.

Para formação destes clusters adotou-se a técnica de agrupamento não

hierárquica. A justificativa de adoção desta técnica é que métodos não hierárquicos

podem ser aplicados a conjuntos de dados muito maior do que em técnicas de

agrupamentos hierárquicos (JOHNSON; WICHERN, 2007). As técnicas não

hierárquicas obtiveram crescente aceitabilidade e são cada vez mais aplicadas (JR.

HAIR, 2005). Técnicas de agrupamentos não hierárquicas são projetadas para grupos de

objetos em um conjunto de k clusters. O número de cluster, k, pode ser especificado

antecipadamente ou determinado como parte do processo de constituição dos clusters.

Neste trabalho, para a constituição dos clusters das empresas autopeças especificou-se k

= 2.

Segundo Johnson e Wichern (2007) um dos procedimentos não hierárquicos

mais utilizados é o método k-means e por este motivo foi o adotado para a análise

exploratória deste trabalho. Jr. Hair (2005) confirma que procedimentos de

agrupamentos não hierárquicos frequentemente são chamados de agrupamento de k-

means.

Os dados das variáveis coletados na pesquisa às empresas (objeto) foram

alimentados no software estatístico R para o agrupamento em clusters, com k=2.

A partir da formação dos clusters em gestão ambiental (k=2), gestão da

manufatura enxuta (k=2) e recursos humanos (k=2) faz-se a análise exploratória para

caracterizar as empresas (objeto) em cada um destes clusters.

As variáveis são alocadas em gráficos radares, para a análise exploratória e

classificação das empresas que compõem cada cluster. O gráfico radar propicia a

apresentação de várias dimensões simultaneamente; é de fácil visualização comparativa;

e tem uma uniformização das unidades de medida dos diferentes indicadores. Essa

estrutura permite colocar lado a lado diferentes tipos de indicadores (PINTO, 1998 apud

MORINI; PIRES, 2005).

A partir dos clusters formados, tanto em práticas em gestão ambiental (GA)

quanto em práticas de manufatura enxuta (ME), compilou-se as empresas que compõem

o quadrante I (cluster A em GA e cluster A em ME), quadrante II (cluster B em GA e

cluster A em ME), quadrante III (cluster B em GA e cluster B em ME) e quadrante IV

(cluster A em GA e cluster B em ME).

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113

Há na literatura abordagens sobre a relação entre gestão da manufatura enxuta e

desperdícios e a relação entre gestão ambiental e resíduos.

A adoção de práticas em manufatura enxuta pelos sistemas de manufatura reduz

os desperdícios nos processos de fabricação (HART, 1995; SARKIS; RASHEED, 1995;

LUMMUS; VOKURKA; ALBER, 1998; CUA; MC KONE; SCHROEDER, 2001;

SHAH; WARD, 2003; WOMACK; JONES, 2004; WOMACK; JONES; ROOS, 2004;

LANDER; LIKER, 2007; PIL; FUJIMOTO, 2007; SINGH, et al., 2010; DÜES; TAN;

LIM, 2013; JABBOUR, 2013; WALTER; TUBINO, 2013). As práticas em manufatura

enxuta que acarretam a redução dos desperdícios referem-se à (i) implantação do Just In

Time e sistema puxado de produção (CUA;MC KONE; SCHROEDER, 2001; SHAH;

WARD, 2003; HOPP; SPEARMAN, 2004; WOMACK; JONES; ROOS, 2004; SHAH;

WARD, 2007; DÜES; TAN; LIM, 2013; WALTER; TUBINO, 2013), (ii) redução dos

estoques em processo (KING; LENOX, 2001; HOPP; SPEARMAN, 2004; WOMACK;

JONES; ROOS, 2004; DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006; JABBOUR; JABBOUR,

2013), (iii) produção em pequenos lotes (CUA;MC KONE; SCHROEDER, 2001;

SHAH; WARD, 2003; DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006), (iv) redução da

variabilidade nos processos de fabricação (HOPP; SPEARMAN, 2004; WOMACK;

JONES; ROOS, 2004; DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006), (v) autonomação com

processos livres de erros e defeitos (KING; LENOX, 2001; ROTHENBERG; PIL;

MAXWELL, 2001; DE TREVILLE; ANTONAKIS, 2006; WALTER; TUBINO,

2013), (vi) melhoria contínua (CUA;MC KONE; SCHROEDER, 2001; SHAH; WARD,

2003; TOWILL, 2007; WALTER; TUBINO, 2013), (vii) redução de setup nas

operações de manufatura (CUA;MC KONE; SCHROEDER, 2001; SHAH; WARD,

2003; SHAH; WARD, 2007; WOMACK; JONES, 2004; WALTER; TUBINO, 2013) e

(viii) redução do lead time de fabricação (HOPP; SPEARMAN, 2004; WOMACK;

JONES, 2004; SHAH; WARD, 2007; DÜES; TAN; LIM, 2013).

A manufatura enxuta proporciona, aos processos de fabricação no sistema de

manufatura, baixo custo de produção, maior velocidade de produção, flexibilidade e

confiabilidade (HAYES; PISANO, 1994; WOMACK; JONES; ROOS, 2004). Desta

forma a manufatura obtém resultados competitivos em custo, qualidade, confiabilidade

(capacidade de atender os prazos dos clientes), velocidade de produção e flexibilidade

para adaptar às necessidades do cliente (YOSHINO, 2008; SINGH; et al., 2010;

JABBOUR; et al., 2013; FULLERTON; KENNEDY; WIDENER (2014);

BÜYÜKÖZKAN; KAYAKUTLU; KARAKADILAR, 2015).

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114

Resíduo é perda no sistema produtivo. São materiais sem valor de uso e que

devem ser eliminados, o que provoca um custo adicional (SACHS, 2007). As práticas

em gestão ambiental estão dentro de uma estratégia preventiva da organização

(JABBOUR; SILVA; SANTOS, 2006) e tem o foco na redução dos resíduos nos

processos de fabricação do sistema de manufatura através da eliminação ou

minimização na emissão de poluentes (MAY; FLANNERY, 1995; HART, 1995;

HART, 1997; LEFEBVRE; LEFEBVRE; TALBOT, 2000; KING; LENOX, 2001;

HAJMOHAMMAD, et al., 2012). A prevenção da poluição pela minimização de

emissões, efluentes e resíduos se obtém com práticas de melhoria contínua (HART,

1995; CORAL, 2002). Produtos reutilizados, reciclados ou remanufaturados reduzem a

formação de resíduos nos processos de fabricação (SARKIS; RASHEED, 1995;

GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLES-BENITO, 2005; HAMZAGIC; FRANCISCHINI,

2009). Empresas que aplicam práticas de manufatura enxuta reduz a emissão de

resíduos em suas atividades de produção (KING; LENOX, 2001; WOMACK; JONES;

ROOS, 2004; YANG; HONG; MODI, 2011; DÜES; TAN; LIM, 2013; PAMPANELLI;

FOUND; BERNARDES, 2013). Produção acionada apenas para atender a demanda real

de produtos (SARKIS; RASHEED, 1995).

A redução da poluição na gestão ambiental dos processos acarreta maior

produtividade dos recursos, economia dos materiais e diminuição dos estoques em

processo (PORTER; VAN DER LINDE, 1995; HART, 1995), com redução dos

resíduos na fontes produtora com melhorias que levem à prevenção de perdas (KING;

LENOX, 2001). Com a redução dos custos decorrentes da eliminação dos resíduos e

otimização dos recursos naturais a organização torna-se mais produtiva e mais

competitiva (DANESE; PEREZ; MEDEIROS JR, 2010). A gestão ambiental tem

significativa relação positiva com fatores competitivos de custo, qualidade, tempo de

entrega e flexibilidade dos sistemas de manufatura (JABBOUR; et al., 2012)

Quando se trata de boas práticas em gestão ambiental e manufatura enxuta nos

processos de fabricação do sistema de manufatura é conveniente abordar a importância

dos recursos humanos. O desempenho de uma organização está associado à qualidade

de seus recursos humanos (CORAZZA, 2003). Porter (1993) condiciona os recursos

humanos como um dos fatores que promove ou impede a vantagem competitiva de uma

organização. Os recursos humanos podem ser o maior potencial para que os resultados

de uma organização sejam alcançados ou podem se transformar na maior ameaça

(CORAZZA, 2003).

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115

Duas áreas de gestões das empresas ganham destaque como alvo de uma gestão

ambiental e uma gestão da manufatura enxuta eficazes. A primeira são as

operações/gestão da produção e a segunda é a área de recursos humanos que

influenciam nas operações da produção (JABBOUR, et al., 2012; JABBOUR, et al.,

2013).

A formação dos recursos humanos é fundamental para desenvolver o

conhecimento e aprendizado necessários para capacitar os funcionários na adoção de

melhorias ambientais (SAKIS; TORRE; DIAZ, 2010; SILVA; MIYAKE;

BATOCCHIO; AGOSTINHO, 2011) e de redução dos desperdícios nos processos de

fabricação (JABBOUR, 207). Melhoria contínua para reduzir desperdícios e resíduos

nos processos de fabricação dos sistema de manufatura se faz com a participação

comprometida dos recursos humanos (FLANNERY, 1995). Como exemplo tem-se a

autonomação nas operações de produção. Sugestões de melhorias são oferecidas pelos

operadores, através de círculo de qualidade ou kaizens, quando são identificados

problemas de qualidade (ROTHENBERG; PIL; MAXWELL, 2001). Funcionários

capacitados intervêm no processo afim de evitar falha ou para propor melhorias

relacionadas à utilização dos recursos produtivos (TOWILL, 2007), reduzir os custos do

processo e aumentar a produtividade (HUSTED, 2001).

Iniciativas de melhorias em gestão ambiental nas empresas declinam porque não

se encontram suportadas por dimensões de recursos humanos (JABBOUR; SANTOS;

NAGANO, 2009). Quanto à gestão em manufatura enxuta um conjunto de práticas em

recursos humanos suporta os sistemas enxutos. Isto inclui estabilidade da força de

trabalho, treinamento e desenvolvimento, promoção interna, pagamento por

desempenho, trabalho em equipe (JABBOUR, 2007; PIL; FUJIMOTO, 2007) e redução

das barreiras corporativas entre gestores e operadores (LIKER; MEIER, 2007).

A execução de programas de capacitação dos recursos humanos é ainda mais

importante quando se trata da mão-de-obra operacional de transformação (SARKIS;

TORRE; DIAZ, 2010; SATURNINO NETO; JABBOUR, 2010). A capacitação dos

recursos humanos pode ser estabelecida por meio do desenvolvimento de programas de

treinamento e aprendizagem. A contínua aprendizagem e o aprimoramento do

conhecimento dos funcionários são fundamentais para a utilização das capacidades

disponibilizadas pelos recursos de manufatura, como matéria prima, equipamentos,

energia elétrica, entre outros.

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116

As pessoas são o patrimônio corporativo mais significativo e que os

investimentos em seus conhecimentos e suas habilidades são necessários para construir

a competitividade da organização (SPEAR; BOWEN, 1999).

3.2 Metodologia de desenvolvimento do trabalho

A metodologia de desenvolvimento do trabalho é importante para demonstrar a

sequência lógica de desenvolvimento da pesquisa. Traçando as etapas a serem seguidas,

detectando erros e auxiliando as decisões do pesquisador (LAKATOS; MARCONI,

2001).

Na metodologia de trabalho adotada, as etapas são constituídas, em uma

primeira fase, da formulação do problema, determinação do objetivo, pesquisa

bibliográfica e proposta do modelo. Em uma segunda fase faz-se a definição do

questionário (passando pelo teste prévio), seleção das empresas, levantamento de campo

(coleta dos dados através de respostas ao questionário), análise de agrupamento das

empresas autopeças e montadoras, resultados e discussões e finalizando com as

conclusões (Figura 3.2).

Figura 3.2: Etapas de desenvolvimento do trabalho. Fonte: elaborado pelo autor.

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117

A partir da proposta de abrangência do estudo e dos aportes na revisão

bibliográfica desenvolveram-se os questionários a serem aplicados em entrevistas a

gerentes das empresas autopeças das empresas montadoras.

Para as empresas autopeças o questionário é dirigido à gerência ou diretoria

operacional/industrial devido à visão organizacional sistêmica da manufatura. Estes

gestores têm atuações na engenharia, qualidade, logística, fabricação, manutenção, etc.

O setor operacional/industrial gera a maior parte dos impactos ambientais (CORAL,

2002), também é o setor responsável, na maioria dos casos, pelos projetos de

implantação da manufatura enxuta e gestão ambiental. Além do que, os gestores desta

área, têm uma visão clara das necessidades de competências dos recursos humanos para

alcançar as metas em desempenho operacional.

Para as empresas montadoras a entrevista foi dirigida à gerência ou diretoria de

compras. A estrutura de compras das montadoras participa efetivamente da aquisição

dos materiais utilizados em seus produtos assim como tem gestão sobre os níveis de

serviços dos fornecedores. A estrutura de compras assume a responsabilidade de

integrar as áreas de qualidade, logística, finanças, etc; tornando-se interlocutora na

determinação de fatores de competitividade em termos de produtos, processos e

suprimentos, serviços e meio ambiente junto à base de empresas fornecedoras. Assim as

decisões de compras deixaram de ser isoladas e estão cada vez mais integradas com

outras áreas, que exercem um papel igualmente estratégico na qualificação competitiva

das empresas fornecedoras. Nos últimos anos, a área de compras, vem alcançando uma

posição estratégica competitiva importante, participando de novas formas de

relacionamento da montadora com as empresas fornecedoras da cadeia de suprimentos.

A missão de compras é perceber as prioridades competitivas necessárias a cada produto

ou serviço (baixos custos, entregas rápidas e no tempo certo, qualidade e flexibilidade)

(LIMA, 2004). O setor de compras das montadoras é frequentemente informado sobre o

desempenho dos fornecedores quanto à qualidade dos produtos, o fluxo de entrega dos

materiais e confiabilidade e os custos das operações. Os setores técnicos (como

qualidade, engenharia, logística, etc) interferem no processo de compras, quanto á

qualificação dos fornecedores, a partir das prioridades competitivas da montadora.

O questionário é constituído por uma série ordenada de perguntas e respondido

por escrito pelo entrevistado. Anexo ao questionário o entrevistador entregou uma nota

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118

explicando a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas

precisas (Apêndice A).

Após a redação, o questionário foi testado antes da constituição final e aplicação

aos entrevistados. A finalidade do teste prévio é avaliar as questões formuladas e

identificar possíveis falhas existentes: inconsistência ou complexidade das questões;

dificuldade de entendimento; ambiguidade ou linguagem inacessível; perguntas

supérfluas ou que causam embaraços ao entrevistado; se as questões obedecem à

determinada ordem lógica ou se são muito numerosas. A análise das informações

resultantes da aplicação do teste prévio proporciona a possibilidade de ajustes no

questionário, antes de sua consolidação final.

O teste prévio foi aplicado a um grupo de 03 respondentes composto de

profissionais especializados em sistema de manufatura como professores universitários

pesquisadores e consultores.

Outro grupo de 04 respondentes foi constituído de gerentes e/ou diretores de

operação/industrial. As entrevistas para o teste prévio foram realizadas pessoalmente

pelo entrevistador. Após a conclusão das respostas os entrevistados avaliaram a

qualidade do questionário.

A avaliação crítica dos entrevistados no teste prévio do questionários está

demostrada no Gráfico 2.1. Os aspectos de qualidade avaliados referem-se à:

a) Complexidade das questões: (1) muito complexa - (2) complexa - (3)

média complexidade - (4) baixa complexidade - (5) nenhuma complexidade.

b) Dificuldade de entendimento: (1) total dificuldade - (2) grande

dificuldade - (3) média dificuldade - (4) pequena dificuldade - (5) nenhuma dificuldade.

c) Questões ambíguas: (1) todas as questões - (2) maioria das questões - (3)

metade das questões - (4) poucas questões - (5) nenhuma questão.

d) Acessibilidade da linguagem adotada nas questões: (1) muito baixa - (2)

baixa - (3) média - (4) alta - (5) muito alta.

e) Superfluidade das questões: (1) questões muito supérfluas - (2) questões

supérfluas - (3) média superfluidade - (4) questões pouco supérfluas - (5) nenhuma

superfluidade.

f) Constrangimento ou embaraço ao responder as questões: (1) muito

constrangimento - (2) algum constrangimento - (3) médio constrangimento - (4) pouco

constrangimento - (5) nenhum constrangimento.

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119

g) Quantidade de questões para serem respondidas: (1) excessiva

quantidade de questões - (2) muitas questões - (3) quantidade média de questões - (4)

poucas questões - (5) muito poucas questões.

Para as respostas fornecidas pelo entrevistado utilizou-se a escala Likert, com

variação de 1 a 5, sendo (1) para a condição mais desfavorável e (5) para a condição

mais favorável.

Gráfico 2.1: Avaliação crítica – teste prévio do questionário. Fonte: elaborado pelo

autor.

A conclusão que se chegou, com base no resultado apontado no Gráfico 2.1, é

que a qualidade do questionário é satisfatória e apresenta um equilíbrio entre os

aspectos de qualidade avaliados. O aspecto relativo à “quantidade de questões” teve sua

pior avaliação, mas aqui cabe um comentário de alguns respondentes “a quantidade de

questões apresentada se faz necessária devido à abrangência dos pontos pesquisados”.

Lakatos e Marconi (2001) sinalizam a importância do teste prévio para verificar

se o questionário apresenta elementos importantes como (i) fidedignidade, onde

qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados, (ii) validade, para

confirmar se os dados recolhidos são necessários à pesquisa e (iii) operabilidade, para

verificar se o vocabulário empregado é acessível e claro.

Gil (2011) enfatiza que para o teste prévio ser eficaz é necessário que os

elementos selecionados sejam típicos em relação ao universo e que aceitem dedicar

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120

maior tempo, que os respondentes definitivos, para responder ao questionário. Isto

porque, depois de responderem ao questionário, os respondentes deverão ser

entrevistados a fim de se obterem informações acerca das dificuldades encontradas.

A elaboração das questões baseou-se na fundamentação do estado da arte

investigada em literaturas internacional e nacional. As questões abordadas no

questionário deste trabalho constituem-se de adaptações de questões validadas em

questionários de outros pesquisadores (JABBOUR, 2007).

Inicialmente o entrevistador entrou em contato (via e-mail) com o entrevistado

explicando a finalidade do estudo, seu objetivo, relevância e ressaltando a necessidade

de sua colaboração. Esta forma de convite proporcionou a aleatoriedade, ou seja,

respeitou-se o interesse das empresas voluntariamente participarem da pesquisa. Na

oportunidade foi assegurado ao entrevistado e à sua empresa o caráter confidencial das

informações. As respostas não são identificadas ao entrevistado e sua organização.

Para a aplicação do questionário ao conjunto de empresas a seleção baseou-se no

Anuário de Desempenho do Setor de Autopeças de 2014 do SINDIPEÇAS, que registra

cerca de 500 associados. Estas empresas apontaram em 2013 um faturamento de R$

85,6 bilhões. Os negócios com as montadoras de veículos automotores representaram

70,1% do total faturado; mercado de reposição (aftermarket), 14,8%; exportação, 8,3%;

e as vendas intrasetoriais, 6,8% (SINDIPEÇAS, 2014). As empresas autopeças

associadas ao SINDIPEÇAS estão distribuídas nos estados do Ceará, Minas Gerais,

Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A

maior participação das empresas se confirmou no estado de São Paulo devido à sua

representatividade de 80% das associadas. A Tabela 3.2 demonstra a distribuição das

empresas por estado.

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Tabela 3.2: Distribuição das empresas associadas ao Sindipeças por Estado.

Fonte: (SINDIPEÇAS, 2014).

A partir do cenário de distribuição das empresas, dois grupos se formaram

quanto ao procedimento de aplicação dos questionários:

- para as empresas localizadas na grande São Paulo, os questionários foram

respondidos na presença do entrevistador, com o objetivo de suportar os entrevistados

no entendimento das questões, mas com o devido cuidado de não influenciar os

resultados decorrentes da interação que há entre entrevistador e entrevistado.

Geralmente, as entrevistas pessoais alcançam taxas de resposta mais elevadas do que

pesquisas por telefone, fax, correio ou e-mail e podem ser usadas para questionários

mais longos e complexos (SYNODINOS, 2003).

- por impossibilidade de deslocamentos do entrevistador, para as empresas

instaladas fora da grande São Paulo o questionário foi enviado eletronicamente e

dúvidas de preenchimento foram sanadas por telefone ou e-mail, garantindo ao

respondente compreensão das questões. O procedimento de entrevistas para este

segundo grupo de empresas foi adotado, pois, infelizmente, as entrevistas pessoais são

custosas, especialmente quando os entrevistados estão geograficamente distantes.

Questionários enviados por e-mail podem ser concluídos à conveniência do entrevistado

e são geralmente percebidos como mais anônimos do que os outros métodos

(SYNODINOS, 2003).

A fundamentação pétrea em ambos os grupos foi garantir que os entrevistados

selecionados atendam aos requisitos necessários assumidos no trabalho, ou seja, para os

Quantidade

de Empresas

Representatividade

(%)

São Paulo 400 80,0%

Minas Gerais 29 5,8%

Santa Catarina 25 5,0%

Rio Grande do Sul 20 4,0%

Paraná 20 4,0%

Rio de Janeiro 3 0,6%

Pernambuco 2 0,4%

Ceará 1 0,2%

TOTAL 500 100,0%

Representatividade das EmpresasPopulação

(Estado)

Empresas Associadas ao Sidipeças

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122

questionários das empresas fornecedoras e empresas clientes os entrevistados são

respectivamente Gerentes de Manufatura (empresas autopeças) e Gerentes de Compras

(montadoras de veículos automotores).

Na construção do questionário algumas características qualitativas foram

observadas, para garantir um significado consistente das perguntas e contribuir para a

qualidade dos dados obtidos nas respostas. Estas características qualitativas são

apresentadas na Tabela 3.3.

Tabela 3.3: Características qualitativas do questionário. Fonte: elaborado pelo

autor.

Característica Consistência

da pergunta

Qualidade

dos dados

Imparcialidade nas respostas

Questões pedem informações que os entrevistados podem

acessar facilmente

Seleção de questões que são aplicadas a todas as

empresas.

Seleção da pessoa/cargo adequado para responder às

questões

Facilidade de compreensão das questões pelo entrevistado

Questões concisas e com esforço mínimo para respondê-

las

Cada questão refere-se a um único problema

Perguntas formatadas para respostas fixas entre

alternativas

Simplificar a complexidade das opiniões

Ordem das perguntas planejadas para não influenciar

opiniões

Questões pertinentes aos segmentos dos respondentes

Sigilo das informações recebidas dos entrevistados

Questionário pré-teste

Para pesquisa em manufatura a qualidade do conteúdo de um questionário tem

uma importância fundamental e Synodinos (2003) sintetiza de forma abrangente

afirmando, que “questionários bem construídos contribuem para um entendimento mais

profundo dos meandros da estratégia de manufatura.”. Synodinos (2003) cita em suas

conclusões que “de fato, alguns pesquisadores parecem subestimar a fase de coleta de

dados e simplesmente se concentram em procedimentos estatísticos elaborados. Pode-se

afirmar inequivocamente que nenhuma sofisticação em análises estatísticas pode

corrigir as deficiências fundamentais decorrentes de um questionário mal construído. A

coleta de dados através de pesquisas é onipresente em muitos campos e usado com

frequência em estudos empíricos sobre estratégia de manufatura. Uma parte

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123

fundamental deste processo de pesquisa é o desenvolvimento de um questionário de

qualidade.”

Para os sistemas de manufatura das empresas a coleta de dados no levantamento

de campo se faz através de entrevistas a gerentes e/ou diretores de operação/industrial,

com a aplicação de um questionário padronizado. O motivo da padronização é obter,

dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo “que todas elas sejam

comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir

diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas” (LODI, 1974 apud

LAKATUS; MARCONI, 2001).

A coleta dos dados no levantamento de campo compreendeu um período entre

janeiro de 2014 e fevereiro de 2015. Quanto ao tempo de coleta de dados, de acordo

com Jung (2003) apud Jacintho (2010) e Lima (2004), o estudo pode ser corte-

transversal, ou seja, a coleta de dados do experimento seja realizada em um só instante

no tempo, obtendo uma fotografia instantânea do fenômeno investigado, ou

longitudinal, onde o pesquisador coleta os dados em dois ou mais instantes, de tal forma

a acompanhar ao longo do tempo o fenômeno investigado.

Este trabalho mostra um estudo transversal. A coleta de dados foi realizada em

um corte instantâneo da inter-relação entre os fatores críticos da competitividade em

sustentabilidade (econômico, serviço, ambiental e social) e as práticas adotadas pelo

sistema de manufatura em manufatura enxuta, gestão ambiental e recursos humanos.

Entre as 500 empresas autopeças associadas ao SINDIPEÇAS, 56 aceitaram

participar da pesquisa, representando aproximadamente 11%. Na distribuição destas 56

empresas, 92% localizam-se no estado de São Paulo, 4% no estado de Minas Gerais, 2%

no estado de Santa Catarina e 2% no estado de Pernambuco.

Das 31 empresas montadoras associadas da ANFAVEA – Associação Nacional

de Fabricantes de Veículos Automotores, 7 responderam ao questionário, que representa

49,8% das vendas de veículos em 2015.

A aplicação do modelo proposto e os resultados encontrados são discutidos no

próximo Capítulo (Capítulo 4).

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124

4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS

4.1 Introdução

No capítulo anterior foi apresentado o modelo que norteia este trabalho. Foram

definidos os conceitos que identificam os fatores críticos de competitividade em

sustentabilidade nas dimensões econômico, serviço, ambiental e social medidos pelos

clientes. Internamente se definiu as competências em sustentabilidade do sistema de

manufatura, que qualifica a organização industrial como diferencial competitivo neste

mercado. As competências em sustentabilidade do sistema de manufatura foram

determinadas com a visão baseada em recursos aplicados na gestão ambiental e na

gestão em manufatura enxuta, apoiados pela qualificação do recurso humano.

Foi detalhado o procedimento lógico do estudo desde a formulação do problema

da pesquisa a ser respondida, determinação dos objetivos e definição do método,

formulação do questionário, seleção do conjunto de empresas, levantamento de campo

(coleta de dados) e tabulação dos dados.

Neste capítulo quatro é aplicado o modelo proposto e são explorados os

resultados e discussões, a partir das análises estatísticas de agrupamento em clusters

sobre os dados coletados dos questionários apresentados às empresas clientes

(montadoras) e aos sistemas de manufatura das empresas fornecedoras (autopeças). Para

as montadoras agrupou-se as empresas pesquisadas em um único cluster, que

caracteriza a visão de um cenário de competitividade econômico, de serviços, ambiental

e social.

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125

4.2 Classificação e caracterização dos clusters – empresas autopeças

As classificações e caracterizações dos clusters descritas nas próximas páginas

deste trabalho foram extraídas da análise de agrupamentos dos objetos (empresas

autopeças), a partir das variáveis definidas em questionário enviado e respondido pelas

empresas.

Os dados das variáveis coletados nas pesquisas das 56 empresas autopeças

(objeto) foram alimentados no software estatístico R, para análise dos clusters, com k =

24. A justificativa de se utilizar o R deve-se ao fato de ser um software livre para

computação estatística e construção de gráficos (R CORE TEAM, 2015).

Os agrupamentos resultantes das empresas autopeças em seus clusters estão

demonstrados nas Figuras 4.1, 4.2 e 4.3.

Figura 4.1: Agrupamento das empresas autopeças em clusters – Gestão Ambiental. Os

dois componentes explicam 79,85% da variabilidade pontos. Fonte: elaborado pelo

autor.

Os componentes principais 1 e 2 em gestão ambiental que explicam 79,85% da

variabilidade dos pontos na formação dos clusters são os atributos em projeto de

produto (PP) e projeto de manufatura (PM).

4 O modelo proposto estabelece dois clusters para Gestão Ambiental, Manufatura Enxuta e Recursos

Humanos.

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126

Figura 4.2: Agrupamento das empresas autopeças em clusters – Gestão da Manufatura

Enxuta. Os dois componentes explicam 81,2% da variabilidade pontos. Fonte:

elaborado pelo autor.

Os componentes principais 1 e 2 em manufatura enxuta que explicam 81,2% da

variabilidade dos pontos na formação dos clusters são os atributos em just in time (JIT)

e fornecedores externos (FE).

Figura 4.3: Agrupamento das empresas autopeças em clusters – Recursos Humanos. Os

dois componentes explicam 78,15% da variabilidade pontos. Fonte: elaborado pelo

autor.

Os componentes principais 1 e 2 em recursos humanos que explicam 78,15% da

variabilidade dos pontos na formação dos clusters são os atributos em desenvolvimento

social (DS) e treinamento e educação (TE).

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127

Foram escolhidos os atributos que possuíram correlação maior que 60% com os

componentes principais, com a finalidade de obter validade na explicação dos

componentes (JR. HAIR, 2005).

As Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3 ilustram as distribuições das empresas nos respectivos

clusters para as dimensões de Gestão Ambiental, Gestão da Manufatura Enxuta e

Recursos Humanos.

A primeira e a segunda colunas das tabelas representam, respectivamente, os

clusters em que as empresas autopeça foram classificadas e a identificação numérica de

cada uma das organizaçoes autopeças. As demais colunas das tabelas são as variáveis,

que foram distribuídas em:

Tabela 4.1: Sistema de Preservação Ambiental (SPA), Estratégia

Ambiental (EA), Projeto de Produto (PP) e Processo de Manufatura

(PM).

Tabela 4.2: Just In Time (JIT), Fornecedores Externos (FE), Clientes (C)

e Autonomação (A).

Tabela 4.3: Desenvolvimento Social (DS), Treinamento e Educação

(TE), Recrutamento e Seleção (RS) e Sistema de Recompensa (RS).

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128

Tabela 4.1: Classificação das empresas autopeças em clusters para as variáveis

em gestão ambiental. Fonte: elaborado pelo autor.

P1 P2 P3 P4 P5 SPA P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 PP P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 PV P32 P33 P35 P36 P37 P38 P39 P40 P41 P42 P43 EA

1 1 4 4 5 5 3 21 1 4 4 1 1 4 4 4 4 4 1 4 36 4 4 1 2 3 3 5 5 5 4 5 5 5 4 55 5 2 4 5 5 4 4 4 4 4 41

1 2 4 4 5 5 4 22 5 5 5 4 1 5 5 4 5 5 5 5 54 5 5 5 4 3 4 3 3 4 4 4 5 4 3 56 5 3 4 5 5 4 4 4 1 4 5 44

2 3 3 4 5 5 4 21 4 3 3 3 3 3 3 4 4 4 34 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 44

1 4 4 4 5 5 4 22 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 49 4 4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 5 5 4 56 4 4 4 5 5 5 5 5 4 4 4 49

1 5 4 4 4 4 4 20 3 3 3 4 3 4 4 4 4 5 4 5 46 3 4 2 2 3 2 3 3 3 2 3 4 4 4 42 3 4 3 4 4 3 3 4 3 4 4 39

2 6 3 2 5 1 3 14 3 4 4 4 4 4 4 5 5 5 4 5 51 4 3 4 1 1 4 4 3 4 3 5 5 5 5 51 4 2 4 2 1 2 4 4 1 4 4 32

1 7 3 4 5 4 4 20 4 4 4 4 1 4 4 4 3 4 4 2 42 4 4 3 2 2 2 2 3 2 2 3 2 3 4 38 4 2 3 5 4 5 5 4 3 4 4 43

1 8 4 4 4 5 4 21 5 5 3 1 1 2 5 4 4 5 4 4 43 5 5 3 5 2 4 3 3 3 3 3 4 4 2 49 5 3 5 5 5 4 5 4 3 3 4 46

2 9 2 4 5 5 4 20 4 4 4 4 2 18 4 4 4 4 4 4 4 4 2 4 2 4 2 4 50 5 2 4 5 2 5 4 4 4 4 4 43

1 10 3 5 5 5 4 22 4 4 1 4 1 4 4 4 4 1 4 3 38 4 4 1 3 4 2 3 2 3 2 4 5 4 2 43 4 2 2 5 4 4 4 4 2 4 3 38

1 11 2 4 4 4 4 18 4 4 4 5 5 4 3 4 4 4 3 3 47 2 4 1 3 4 2 3 3 1 3 4 4 4 5 43 4 2 5 1 5 5 4 4 4 4 3 41

1 12 3 4 4 4 3 18 3 4 4 5 5 4 4 5 4 4 4 3 49 4 4 4 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 3 45 5 3 3 5 5 4 4 4 4 3 4 44

1 13 5 5 5 5 20 5 4 4 1 1 5 5 3 5 5 5 5 48 5 5 4 5 5 4 2 3 4 5 4 5 5 5 61 5 2 3 5 5 5 5 5 5 3 5 48

2 14 3 3 5 5 4 20 1 4 4 4 1 3 3 4 3 4 1 2 34 4 3 1 2 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 48 4 2 3 2 1 5 4 3 3 3 3 33

1 15 4 4 5 4 4 21 5 4 4 4 4 4 4 5 5 5 4 5 53 5 4 4 3 5 3 5 5 5 3 5 5 4 56 5 2 5 5 5 5 5 5 4 5 5 51

1 16 4 4 5 5 4 22 5 5 5 2 2 3 2 5 5 5 4 2 45 4 4 4 4 3 4 5 5 3 3 3 3 3 4 52 5 3 4 5 5 4 4 4 4 4 4 46

1 17 3 4 5 5 4 21 3 3 2 4 4 3 3 4 4 4 4 4 42 4 4 1 4 4 3 3 3 3 1 3 3 1 3 40 4 2 2 5 5 4 4 4 4 4 4 42

1 18 5 5 5 5 4 24 4 4 5 4 3 3 3 5 5 5 3 5 49 5 4 3 3 4 4 3 3 4 3 5 5 4 4 54 4 2 2 5 4 3 4 5 4 3 5 41

1 19 3 4 5 5 4 21 4 4 4 4 5 5 5 4 4 39 5 4 1 1 4 5 4 5 5 4 5 5 5 5 58 5 2 5 5 5 4 5 5 4 4 5 49

2 20 3 1 3 1 1 9 3 4 4 3 1 4 4 4 4 4 4 5 44 4 3 1 3 2 3 3 4 2 2 2 2 2 2 35 4 2 1 1 1 1 3 2 2 2 2 21

2 21 4 4 3 3 14 3 4 1 1 1 4 4 4 4 4 3 3 36 4 4 1 3 3 3 3 3 4 3 4 4 4 2 45 4 2 3 4 3 3 5 4 3 3 4 38

1 22 4 4 5 5 4 22 4 4 4 1 1 4 4 5 5 5 5 5 47 5 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 66 5 3 4 5 5 5 5 5 5 4 5 51

2 23 5 2 2 2 2 13 2 3 3 3 4 3 4 3 4 4 3 3 39 4 2 3 1 2 2 2 2 3 2 3 4 4 4 38 3 2 3 2 4 3 4 4 3 3 4 35

1 24 3 4 5 5 4 21 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 53 5 4 4 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 58 5 2 5 5 5 4 5 5 5 5 5 51

1 25 4 2 5 5 4 20 2 4 4 3 2 4 5 4 5 4 4 4 45 4 3 2 3 3 3 4 4 3 3 3 3 3 4 45 4 4 4 5 5 5 4 4 4 4 4 47

2 26 1 4 5 3 4 17 3 2 2 3 2 1 1 2 3 2 2 3 26 4 4 1 4 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 25 4 2 2 4 4 3 3 2 4 3 2 33

1 27 4 4 5 4 4 21 4 3 3 3 3 4 3 5 4 4 4 4 44 4 4 3 5 4 3 3 3 4 4 4 5 4 4 54 5 4 4 5 4 4 4 4 4 5 4 47

2 28 1 2 3 3 2 11 1 3 4 1 4 4 4 5 5 5 5 3 44 4 4 1 1 4 1 3 3 5 5 1 5 4 5 46 5 4 4 5 5 5 5 4 4 1 4 46

1 29 4 2 4 4 2 16 4 4 4 4 1 4 5 5 5 4 5 5 50 5 4 4 3 5 3 4 4 4 3 3 4 4 4 54 4 4 5 5 5 4 5 5 3 4 5 49

2 30 3 2 4 4 4 17 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 3 4 32 4 1 1 3 4 4 4 4 1 1 1 1 4 2 35 5 5 1 5 1 4 5 2 4 4 4 40

1 31 4 4 4 5 4 21 4 3 3 3 3 4 3 4 4 4 4 5 44 4 3 4 4 4 3 4 4 4 4 5 5 5 5 58 5 3 4 5 5 5 5 5 4 3 4 48

1 32 4 4 4 3 4 19 3 3 3 4 3 4 4 4 4 5 4 4 45 5 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 4 5 5 58 5 2 4 4 5 4 4 4 4 4 4 44

2 33 3 5 5 3 1 17 4 1 1 1 1 4 4 3 4 1 4 5 33 3 1 4 1 1 10 2 1 4 1 1 3 3 3 1 1 3 23

2 34 2 4 5 4 4 19 3 3 3 2 2 4 4 4 4 4 4 3 40 4 4 2 3 2 15 2 2 4 2 4 3 4 4 4 3 4 36

1 35 3 4 5 5 4 21 4 4 4 4 1 4 4 5 5 5 5 4 49 4 4 3 4 3 3 3 3 3 2 2 3 3 3 43 4 2 4 5 5 5 5 4 4 4 4 46

2 36 2 4 5 5 1 17 4 4 4 1 1 4 4 3 2 4 3 4 38 4 4 1 3 4 3 2 2 1 2 3 2 2 3 36 5 2 3 5 5 3 5 4 4 4 4 44

1 37 3 3 5 4 3 18 4 5 4 3 4 4 4 5 5 5 4 5 52 4 5 4 3 3 3 4 4 4 4 4 4 5 4 55 5 3 4 3 4 4 4 4 3 4 4 42

2 38 2 4 5 1 1 13 1 4 1 1 1 4 1 3 4 5 5 3 33 4 4 1 4 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 32 3 2 3 5 4 5 4 4 3 4 3 40

2 39 2 4 5 2 1 14 4 4 1 1 1 1 1 4 3 5 3 2 30 4 4 1 1 3 1 2 2 2 1 2 3 3 1 30 4 2 3 3 1 3 2 2 3 3 2 28

2 40 5 1 1 1 1 9 3 3 3 2 2 3 2 4 5 5 4 3 39 4 1 1 1 1 8 5 2 4 1 1 2 5 4 2 4 1 31

1 41 4 3 4 4 3 18 4 4 4 2 4 4 4 5 4 5 4 5 49 4 4 4 5 4 4 4 3 4 4 4 3 3 4 54 5 3 5 5 4 3 4 3 4 4 4 44

1 42 3 4 5 4 4 20 4 3 4 3 4 4 3 4 4 4 3 5 45 4 3 3 4 4 4 4 4 4 3 4 4 5 4 54 4 4 4 5 5 5 5 4 4 5 5 50

1 43 3 5 5 3 4 20 4 3 5 4 4 3 2 4 4 4 4 2 43 4 4 1 2 3 3 4 4 4 3 4 4 4 2 46 5 3 3 5 5 5 5 5 5 4 4 49

2 44 3 1 4 2 1 11 1 4 3 1 1 4 4 3 4 4 3 3 35 3 4 1 2 2 2 4 4 3 4 3 4 4 3 43 3 2 4 2 5 3 4 3 4 4 4 38

2 45 3 4 5 3 2 17 1 4 2 1 1 3 4 4 3 3 4 3 33 3 4 1 3 4 2 2 2 2 1 2 2 3 2 33 4 2 3 4 3 3 3 3 2 3 3 33

2 46 1 1 3 1 1 7 1 3 3 1 1 3 3 5 5 5 1 5 36 4 1 1 1 1 8 3 1 2 1 1 2 5 4 4 4 5 32

1 47 4 1 4 4 3 16 2 4 4 3 1 4 4 5 5 5 5 2 44 5 4 4 4 3 4 5 5 5 4 5 5 5 4 62 5 2 4 5 4 4 4 4 4 5 4 45

1 48 4 4 5 5 4 22 2 4 4 1 1 5 4 5 5 5 4 4 44 4 4 4 4 4 4 3 3 4 4 4 5 5 3 55 4 3 4 5 3 3 5 5 4 4 4 44

1 49 2 5 5 4 4 20 5 5 4 4 5 4 5 5 5 5 5 5 57 5 4 5 2 4 4 3 3 3 3 3 3 4 4 50 5 2 4 5 5 5 5 5 5 4 5 50

1 50 3 4 5 5 4 21 4 4 4 4 4 4 2 5 4 5 4 5 49 5 4 1 4 4 2 4 4 2 2 3 3 3 4 45 1 2 4 5 5 5 5 5 5 5 5 47

2 51 2 1 4 3 3 13 4 4 3 3 3 4 4 4 4 5 3 4 45 4 2 3 3 2 3 4 2 4 5 4 4 4 4 48 4 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 25

1 52 4 5 5 4 4 22 4 4 3 4 4 4 4 4 5 5 4 4 49 4 4 4 4 5 3 4 3 3 3 4 4 4 4 53 5 2 4 5 5 5 5 4 4 2 4 45

2 53 1 4 5 3 1 14 4 3 4 2 4 5 4 4 3 5 4 3 45 4 3 1 3 3 1 1 1 1 2 2 1 3 1 27 4 2 3 1 5 3 4 4 4 3 4 37

2 54 1 4 5 4 3 17 4 4 4 3 4 4 4 4 3 5 4 3 46 4 4 2 4 3 2 3 2 3 3 3 3 3 3 42 4 2 4 1 1 3 4 3 4 4 3 33

1 55 4 4 4 4 3 19 1 4 1 4 1 4 4 4 3 4 1 2 33 5 4 3 4 4 4 2 2 2 2 2 2 3 3 42 5 4 3 5 4 5 5 4 4 5 4 48

2 56 1 4 5 5 4 19 4 3 4 1 4 3 4 5 5 4 3 5 45 1 4 4 4 2 15 5 3 4 5 3 5 5 3 4 4 4 45

COMPETÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE: FATORES INTERNOS DE COMPETITIVIDADE - GESTÃO AMBIENTAL

VARIÁVEIS

SPA PP PM EA

Ob

jeto

s

Clu

ster

Page 129: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

129

Tabela 4.2: Classificação das empresas autopeças em clusters para as variáveis em

gestão da manufatura enxuta. Fonte: elaborado pelo autor.

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 P24 P25 P26 P27 P28 P29 JIT P30 P31 P32 P33 P34 P35 P36 P37 P38 P39 P40 P41 P42 P43 P44 P45 FE P46 P47 P48 P49 P50 P51 P52 C P53 P54 P55 P56 P57 P58 P59 P60 P61 P62 A

1 1 5 5 3 5 5 5 3 3 3 3 4 3 3 3 3 5 3 4 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 1 106 3 3 4 3 3 3 2 2 2 4 2 2 1 4 4 4 46 4 3 4 3 3 2 19 4 4 2 2 3 5 3 4 4 5 36

1 2 3 3 2 4 4 5 4 4 2 3 2 2 5 5 1 4 3 4 1 5 1 3 3 3 4 4 4 1 5 94 5 5 5 4 3 3 4 4 3 3 3 2 2 5 4 4 59 5 5 4 4 4 5 27 4 4 3 4 5 2 4 3 4 5 38

1 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 3 4 3 4 4 3 4 3 4 3 4 1 0 0 0 0 0 0 4 1 78 4 4 4 4 4 4 4 3 4 4 3 2 2 4 4 4 58 5 4 5 5 4 4 27 4 4 4 4 5 5 5 4 3 4 42

1 4 3 3 3 3 2 2 2 2 3 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 1 3 3 3 3 4 3 4 2 86 4 4 4 4 4 4 4 2 4 3 3 1 1 5 4 4 55 4 4 4 4 4 2 22 4 3 2 2 5 5 3 4 4 5 37

1 5 3 3 4 4 5 4 4 3 4 4 5 4 4 3 3 4 3 4 4 4 4 4 3 3 4 4 3 4 1 106 4 3 3 3 3 4 3 2 2 3 1 3 2 4 5 4 49 4 4 4 3 3 2 20 5 4 2 3 5 4 2 4 3 4 36

1 6 2 2 1 4 5 1 5 5 5 5 5 5 5 2 1 3 4 4 4 4 2 4 4 3 5 5 1 5 1 102 5 4 4 5 2 5 1 3 5 5 1 1 1 5 5 5 57 5 5 3 5 5 1 24 5 5 2 3 5 1 4 1 1 5 32

1 7 3 3 4 4 4 4 3 3 5 5 4 3 4 3 3 2 3 4 2 4 1 3 2 2 3 4 3 4 1 93 3 3 4 3 3 4 3 4 4 3 1 1 1 4 4 5 50 4 4 4 4 4 5 4 29 4 4 2 2 4 3 2 4 4 5 34

2 8 2 2 3 4 3 4 4 3 4 2 3 3 4 4 2 4 3 3 1 4 5 4 4 3 3 4 2 5 1 93 5 5 5 5 4 5 4 4 5 5 2 2 4 5 5 4 69 4 5 5 4 5 3 4 30 4 5 1 2 4 4 4 5 5 5 39

1 9 3 3 3 2 3 3 3 3 3 2 3 2 3 1 1 2 2 2 1 4 2 2 2 2 3 3 2 2 1 68 5 4 3 2 3 1 2 2 3 2 1 2 5 4 4 4 47 4 3 5 3 4 3 1 23 4 4 2 3 4 5 2 4 2 4 34

1 10 3 4 4 5 5 5 4 4 3 4 3 3 5 5 2 4 4 3 1 2 5 3 2 2 2 4 3 4 4 102 5 4 3 2 2 5 3 2 4 4 1 3 2 4 2 5 51 5 5 5 5 5 4 2 31 5 4 2 2 5 4 3 3 4 5 37

1 11 3 4 4 5 5 5 3 4 5 3 2 3 4 3 2 3 4 5 4 4 3 4 4 3 4 3 4 4 1 105 5 4 4 4 2 5 3 4 4 3 2 2 4 4 4 4 58 5 3 4 4 4 1 1 22 4 3 2 2 4 4 2 4 5 4 34

1 12 4 4 3 4 4 4 3 3 3 2 3 3 4 2 2 4 3 3 3 3 4 4 3 3 3 4 3 4 1 93 4 4 3 3 4 4 3 1 1 3 1 2 4 4 4 4 49 4 4 3 3 4 3 1 22 3 3 4 3 5 5 4 4 4 5 40

2 13 3 3 4 5 5 5 3 3 5 4 5 5 5 5 3 4 4 5 4 5 2 4 3 3 5 5 3 4 4 118 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 4 2 5 5 4 74 5 5 5 5 5 5 5 35 5 5 2 2 5 5 2 5 5 5 41

1 14 3 3 3 4 3 3 2 2 3 3 3 2 3 3 1 4 2 3 1 3 1 2 3 3 3 3 3 4 1 77 4 4 4 4 4 4 2 2 3 2 2 1 1 4 4 4 49 4 4 4 4 4 3 3 26 2 4 2 2 5 5 2 4 3 5 34

2 15 5 4 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 1 5 5 5 1 5 5 5 4 5 5 4 5 5 5 133 5 5 4 1 5 5 5 5 5 5 1 2 1 5 5 4 63 5 5 5 5 5 5 1 31 5 4 3 2 5 5 3 5 5 5 42

1 16 4 4 4 5 4 3 3 3 5 4 4 4 4 4 3 4 3 5 4 4 3 5 4 4 4 4 3 5 4 114 5 5 4 4 3 1 3 2 4 2 2 2 1 4 4 4 50 5 4 5 5 5 4 2 30 4 4 2 2 5 5 2 5 4 4 37

1 17 3 3 3 3 3 3 3 3 4 3 3 4 5 3 3 4 3 4 4 4 5 3 3 3 3 4 3 4 3 99 4 4 4 4 4 4 3 3 4 3 3 1 1 4 4 4 54 5 4 4 4 4 4 4 29 4 4 3 3 5 5 2 4 4 5 39

2 18 3 3 3 5 5 4 4 5 5 3 3 3 4 4 4 4 4 3 2 4 3 3 3 3 4 5 3 4 3 106 5 5 5 4 4 4 3 4 4 3 3 2 2 5 5 5 63 5 5 5 5 4 4 5 33 4 4 2 2 5 5 3 4 3 5 37

2 19 3 3 3 2 4 2 4 3 5 5 5 3 5 4 2 4 5 5 4 5 4 4 4 3 4 5 3 4 2 109 5 5 5 4 5 5 2 1 5 4 3 3 2 5 5 4 63 5 4 4 4 3 4 4 28 4 5 3 2 5 5 4 5 5 5 43

1 20 4 4 1 4 4 4 4 3 3 4 4 3 4 4 2 4 3 4 2 4 5 3 4 4 4 4 4 4 3 104 4 4 4 3 3 3 1 3 3 4 3 1 1 4 4 4 49 4 3 3 3 4 1 4 22 5 5 4 3 4 4 2 4 4 5 40

1 21 4 5 5 5 5 5 4 5 5 2 4 3 5 4 3 4 3 4 3 4 4 4 3 3 3 4 3 2 5 113 5 4 4 2 2 3 3 1 4 2 2 1 1 4 4 3 45 5 4 2 2 3 3 2 21 4 4 2 3 5 4 4 4 3 4 37

1 22 3 4 3 4 4 4 4 4 4 3 5 4 5 1 2 4 3 4 4 5 4 4 4 3 4 4 4 5 1 107 5 5 4 5 5 5 1 1 4 4 1 1 1 4 4 4 54 4 4 4 4 4 2 1 23 5 3 2 3 5 5 2 5 5 5 40

1 23 3 3 2 3 4 4 3 4 4 4 4 4 4 4 2 4 3 5 5 4 3 4 3 3 4 4 4 4 2 104 4 4 4 4 4 4 3 3 2 3 4 2 2 4 4 4 55 3 4 4 4 4 3 2 24 1 4 2 2 5 5 2 5 4 4 34

2 24 4 4 4 5 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 3 5 5 4 3 4 5 5 5 5 5 4 4 5 5 126 5 5 5 5 4 5 3 4 4 1 2 2 1 5 5 4 60 5 5 5 5 5 3 2 30 5 5 2 2 5 5 5 5 5 5 44

2 25 5 5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 4 5 5 4 4 3 4 3 4 5 4 4 5 5 5 4 4 4 129 5 5 4 4 3 5 5 4 4 5 4 3 1 4 4 4 64 5 5 5 5 4 5 4 33 4 5 4 3 5 3 4 4 3 5 40

1 26 3 2 3 4 4 2 3 2 2 2 3 3 4 5 3 3 4 3 2 4 4 4 3 4 3 3 4 5 2 93 4 2 3 3 2 4 2 3 3 3 1 1 1 4 3 4 43 4 3 2 3 3 2 1 18 3 4 1 2 4 5 4 5 1 4 33

2 27 4 4 5 4 5 5 4 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 4 4 4 5 5 4 4 5 122 4 5 4 5 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 68 5 4 5 4 4 4 4 30 5 4 3 3 5 5 5 4 4 4 42

2 28 5 5 5 5 5 4 5 4 5 4 5 4 5 5 3 4 5 5 5 4 4 5 5 5 5 5 5 4 4 134 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 4 3 4 5 5 5 75 5 5 5 5 4 5 5 34 4 4 2 2 5 5 5 4 4 5 40

2 29 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 5 5 1 5 5 4 4 5 5 5 4 4 5 125 5 5 5 4 5 5 4 4 4 3 3 2 5 5 5 5 69 5 5 5 5 5 4 5 34 5 4 4 3 5 4 5 4 4 5 43

1 30 5 3 4 4 4 4 5 4 5 4 3 3 5 5 4 4 1 4 3 2 1 4 4 4 4 4 4 5 5 111 4 4 4 5 1 5 1 1 5 1 2 2 1 5 5 4 50 5 5 5 5 5 1 1 27 4 5 2 2 5 5 2 5 2 5 37

2 31 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 4 4 4 4 2 4 4 4 2 4 5 3 4 3 4 4 4 4 3 114 5 5 4 5 4 5 4 4 4 4 4 5 5 4 4 4 70 5 5 4 4 4 4 4 30 5 4 2 2 5 5 5 4 4 4 40

2 32 5 5 5 5 5 5 5 5 5 3 4 5 5 4 5 4 4 4 2 4 5 2 4 4 4 4 3 5 4 124 4 4 4 3 5 3 4 4 5 2 1 1 1 4 4 4 53 5 5 5 4 5 2 1 27 5 4 2 2 5 5 4 5 5 5 42

1 33 5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 3 5 1 1 4 3 4 1 4 5 4 1 89 3 4 5 1 1 5 1 1 1 5 1 1 1 5 3 4 42 5 5 5 5 4 1 1 26 2 2 4 5 3 4 4 5 29

1 34 2 3 2 4 4 4 3 3 3 2 3 2 3 4 2 2 2 3 1 4 2 3 1 62 4 3 4 4 3 1 1 2 4 3 1 1 1 3 4 4 43 4 3 4 4 5 3 3 26 5 4 3 3 3 3 2 3 4 4 34

2 35 4 4 4 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 4 5 5 5 3 4 5 3 3 3 3 4 3 3 4 123 4 4 4 5 3 3 3 4 5 3 2 2 5 4 5 5 61 5 5 5 5 5 5 5 35 5 5 2 3 5 5 4 4 4 5 42

2 36 4 4 4 4 4 4 4 4 5 4 5 5 5 5 3 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 3 130 5 5 4 3 4 5 3 2 3 3 3 1 2 4 4 4 55 5 5 5 5 5 4 3 32 3 4 2 2 5 5 2 5 5 5 38

2 37 5 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 4 4 3 5 4 4 3 4 4 4 4 4 4 2 5 120 4 4 4 3 4 4 3 4 4 4 4 4 2 5 4 2 59 5 5 5 5 5 5 5 35 5 4 3 4 5 5 4 4 5 5 44

2 38 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 5 4 5 5 4 5 3 5 4 5 1 3 3 5 3 5 3 5 5 127 5 3 3 3 3 5 3 3 2 3 3 3 5 5 5 4 58 5 5 4 4 4 3 2 27 4 4 3 5 5 5 5 4 5 40

1 39 2 3 3 5 4 4 4 2 3 2 2 3 4 4 3 4 3 3 3 3 2 3 2 3 2 4 3 4 1 88 5 5 3 3 2 5 5 3 5 4 1 1 1 4 2 4 53 4 3 3 3 3 3 1 20 3 4 2 2 4 2 3 4 4 5 33

1 40 5 5 5 5 5 5 4 4 3 3 3 3 5 5 1 5 4 4 1 5 4 5 1 90 4 4 4 2 4 4 3 4 3 2 1 3 3 4 4 4 53 5 4 5 4 3 3 5 29 4 5 2 2 4 5 5 5 5 5 42

1 41 3 2 2 4 2 3 2 2 2 2 4 2 3 2 2 3 2 4 3 3 1 4 2 2 3 4 3 5 2 78 4 4 4 4 3 4 3 3 4 3 2 1 1 5 5 4 54 4 4 3 3 4 3 2 23 4 4 2 2 5 5 2 5 4 5 38

2 42 5 4 5 5 5 5 5 5 4 3 4 3 5 4 4 5 4 4 5 5 5 4 5 5 4 5 4 5 5 131 4 4 5 4 5 5 4 4 4 5 4 2 1 4 4 4 63 5 5 5 4 4 3 3 29 5 5 2 3 5 5 5 4 4 5 43

2 43 3 4 3 4 4 5 4 4 5 3 5 3 5 4 2 4 4 4 2 4 4 2 3 4 4 4 2 5 4 108 3 3 3 3 3 4 3 2 4 3 1 2 2 4 4 5 49 5 4 5 4 5 4 2 29 4 4 3 2 5 5 5 5 4 5 42

1 44 4 4 1 5 4 5 4 4 3 3 2 2 4 3 1 4 3 4 3 4 1 3 2 1 2 3 1 4 3 87 4 3 2 2 2 3 1 2 3 2 2 2 2 4 4 5 43 3 3 2 1 2 1 2 14 5 5 2 5 5 5 2 4 3 4 40

1 45 3 3 3 4 4 4 4 4 4 3 4 3 4 3 3 2 2 3 3 4 1 3 3 3 2 3 2 4 1 89 4 4 4 3 2 4 2 2 2 4 1 1 1 4 4 4 46 4 3 3 4 4 2 2 22 4 3 2 3 5 5 2 4 3 4 35

1 46 2 3 2 4 3 4 3 3 2 2 3 2 2 2 2 4 1 5 2 4 1 5 1 62 4 4 3 2 3 3 2 2 3 3 1 1 1 5 5 4 46 2 3 2 3 2 1 1 14 4 5 4 5 5 5 2 5 5 5 45

2 47 3 3 1 5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 5 4 5 4 5 5 5 5 5 4 4 4 5 4 3 1 123 4 4 5 4 4 4 3 4 4 4 1 1 1 5 5 3 56 5 5 3 5 5 1 1 25 5 5 4 4 5 5 4 5 5 5 47

2 48 5 5 5 5 3 3 4 4 5 4 5 5 5 3 3 5 4 4 3 4 3 4 4 5 5 4 3 4 1 117 5 5 5 4 4 5 5 4 4 5 3 2 2 4 5 5 67 5 5 4 4 4 3 2 27 4 4 2 2 5 5 2 5 5 5 39

2 49 5 5 3 5 5 3 4 4 5 5 5 3 5 4 2 5 4 5 5 4 5 5 4 3 4 5 3 5 5 125 3 5 3 2 2 4 2 2 3 3 1 2 1 5 5 4 47 5 5 5 5 5 5 2 32 3 5 2 3 5 5 4 5 4 5 41

2 50 5 5 5 5 5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 4 5 5 5 3 5 5 4 5 5 4 5 3 5 4 135 5 5 4 4 5 5 4 5 5 5 5 5 4 5 5 5 76 5 5 5 5 5 5 5 35 5 5 3 3 5 5 4 5 5 5 45

1 51 4 4 3 4 4 4 3 3 4 4 3 3 4 4 3 4 3 4 3 4 4 4 4 4 3 4 5 4 4 108 4 4 4 2 3 3 4 3 3 3 1 1 2 4 4 4 49 4 3 3 3 4 4 4 25 5 4 3 2 4 5 2 4 4 5 38

2 52 5 5 5 5 5 5 4 4 4 4 4 3 5 5 3 5 4 4 3 4 3 4 3 3 4 4 3 5 4 119 4 4 4 3 4 5 4 4 4 5 5 2 4 5 5 5 67 5 5 5 5 4 5 4 33 4 5 2 2 5 5 3 5 4 5 40

2 53 4 5 5 4 5 4 4 4 4 3 3 3 5 5 4 5 4 5 4 5 5 4 3 4 4 5 4 5 5 124 5 5 4 2 3 2 3 2 2 2 1 4 2 5 5 5 52 5 4 5 4 5 4 4 31 4 4 4 4 5 5 5 4 5 5 45

2 54 5 5 3 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 5 3 4 4 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 1 2 125 5 5 5 5 5 5 4 3 4 5 4 1 1 5 5 5 67 5 5 5 5 5 1 5 31 4 4 2 2 3 5 2 4 5 5 36

2 55 3 2 2 4 4 4 3 3 5 4 3 4 4 4 2 4 4 4 2 4 2 4 2 2 3 4 2 4 2 94 5 5 4 4 3 4 3 4 4 4 5 1 1 5 5 2 59 5 5 5 5 5 5 5 35 3 5 2 2 5 5 2 5 4 5 38

1 56 2 1 1 4 4 2 4 4 2 3 2 1 1 1 1 3 3 4 1 4 1 4 1 54 4 4 3 2 3 4 3 1 4 1 2 1 1 4 4 4 45 5 5 4 4 4 1 1 24 5 4 2 2 5 5 2 5 3 5 38

Ob

jeto

s

Clu

ster

COMPETÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE: FATORES INTERNOS DE COMPETITIVIDADE - GESTÃO MANUFATURA ENXUTA

VARIÁVEIS

JIT FE C A

Page 130: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

130

Tabela 4.3: Classificação das empresas autopeças em clusters para as variáveis em

recursos humanos. Fonte: elaborado pelo autor.

4.2.1 Caracterização dos clusters

A caracterização das 56 empresas autopeças pesquisadas foi trabalhada visando

a análise e resultados das variáveis, que identificam as competências em

sustentabilidade para os fatores internos de competitividade do sistema de manufatura

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 DS P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 P23 TE P24 P25 P26 P27 P28 P29 P30 P31 P32 P33 P34 P35 P36 P37 P38 P39 P40 P41 RS P42 P43 SR

1 1 5 5 1 5 4 3 5 5 3 5 5 46 3 5 1 1 2 4 4 4 4 4 4 4 40 5 5 2 3 4 4 4 4 4 5 5 5 4 5 5 5 4 3 76 4 4 8

1 2 3 5 2 5 4 4 3 4 2 4 3 39 5 4 2 2 4 3 3 4 3 5 5 5 45 4 5 4 4 5 5 5 5 4 5 5 4 4 5 5 5 4 5 83 2 2 4

2 3 4 2 4 4 4 3 2 2 4 4 4 37 3 4 1 1 4 1 1 1 2 3 3 4 28 4 4 4 4 4 3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 5 5 3 70 3 4 7

1 4 3 5 4 5 5 5 4 4 4 4 3 46 3 4 2 2 2 4 4 4 4 4 4 4 41 3 3 3 3 4 4 4 3 3 4 4 4 3 4 4 4 3 2 62 3 5 8

2 5 3 5 3 4 3 4 2 3 4 3 3 37 5 3 1 1 3 3 3 2 3 2 3 3 32 3 4 2 2 5 5 4 4 2 5 4 4 2 5 4 4 2 3 64 3 3 6

2 6 3 5 1 5 5 4 5 5 1 5 5 44 4 4 1 1 4 3 3 2 3 5 3 3 36 1 1 1 1 5 4 4 3 3 4 5 4 4 4 5 5 4 1 59 2 4 6

1 7 2 5 3 5 4 3 5 4 4 4 4 43 4 4 1 1 3 3 4 4 4 5 4 4 41 3 4 3 3 3 4 4 5 4 4 5 5 5 5 5 5 5 3 75 3 5 8

1 8 5 5 5 4 4 3 5 5 5 5 5 51 4 5 3 3 2 5 5 3 4 5 4 5 48 4 4 3 4 5 4 4 5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 3 80 4 5 9

1 9 3 5 3 5 4 4 3 4 3 5 5 44 4 4 2 3 3 4 4 4 3 2 4 4 41 4 4 3 4 4 2 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 67 4 3 7

2 10 4 5 4 5 5 3 4 4 5 3 5 47 5 3 1 1 2 3 4 4 2 4 3 4 36 3 3 3 2 4 3 4 3 2 4 4 4 2 4 4 5 2 4 60 2 4 6

1 11 5 5 5 5 4 3 5 4 5 4 4 49 4 4 2 3 4 3 5 5 5 5 4 5 49 4 3 3 3 4 4 5 4 4 5 5 4 4 4 5 4 4 3 72 4 2 6

2 12 4 5 3 5 4 4 4 3 4 2 2 40 4 3 1 1 3 2 3 2 3 5 4 5 36 2 3 2 2 4 2 4 4 3 2 4 4 4 4 4 3 3 3 57 3 4 7

1 13 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 54 5 5 2 2 3 4 5 5 5 5 5 5 51 4 3 3 3 5 2 5 3 3 4 5 4 4 4 5 4 4 4 69 4 5 9

2 14 3 5 1 5 4 2 3 4 3 4 3 37 4 4 1 2 4 3 3 2 3 3 3 4 36 2 3 2 2 4 4 3 3 3 4 4 4 4 4 5 4 4 1 60 3 2 5

1 15 3 5 2 4 4 4 3 5 5 5 3 43 5 3 2 2 5 3 3 5 4 5 5 5 47 5 4 3 4 5 4 3 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 3 79 4 5 9

1 16 4 5 2 5 2 3 5 4 5 5 5 45 4 3 4 3 4 5 5 4 3 5 4 4 48 3 3 3 3 4 3 4 3 3 3 4 4 4 3 5 4 4 2 62 3 3 6

1 17 3 5 3 5 3 3 3 4 3 3 4 39 4 4 3 3 3 3 4 4 3 4 4 4 43 4 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 5 4 4 4 5 4 3 70 4 4 8

1 18 4 5 2 4 3 3 3 4 3 5 5 41 4 3 2 3 3 4 4 5 4 4 4 5 45 5 5 3 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 2 82 3 3 6

1 19 4 5 3 5 4 3 5 5 5 4 5 48 4 3 1 1 5 4 4 3 5 5 5 5 45 5 4 1 1 4 5 5 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 3 76 4 3 7

2 20 3 5 3 4 3 2 2 4 2 2 2 32 4 3 1 1 2 2 2 2 2 4 2 4 29 4 4 3 2 4 4 4 3 3 4 4 4 3 4 4 4 4 1 63 2 2 4

1 21 3 5 3 5 4 4 4 3 4 4 4 43 4 5 1 2 4 5 4 3 5 5 3 4 45 2 4 2 2 4 4 4 2 2 3 4 4 4 4 4 4 4 3 60 3 4 7

1 22 5 5 1 5 4 4 3 4 1 5 5 42 4 4 2 2 4 4 4 3 4 3 5 5 44 4 4 3 4 5 5 5 3 3 5 5 4 4 5 5 4 4 3 75 4 3 7

1 23 3 5 3 5 4 3 5 5 3 3 2 41 4 3 1 2 3 4 4 2 4 5 4 5 41 3 4 3 4 5 4 4 4 4 4 5 5 4 5 5 5 4 3 75 4 4 8

1 24 4 5 3 5 4 3 4 4 4 5 5 46 5 4 5 4 4 4 4 3 5 5 5 5 53 4 5 5 5 5 4 4 5 5 5 4 5 5 5 5 5 5 3 84 4 4 8

1 25 4 5 4 4 4 4 4 4 5 5 5 48 5 4 2 2 4 5 5 5 4 4 4 4 48 3 4 3 3 5 4 4 4 3 5 5 4 4 5 5 5 5 3 74 3 4 7

2 26 4 5 3 4 4 2 3 2 4 4 4 39 4 2 1 2 3 1 4 4 3 4 3 3 34 1 1 1 1 4 4 4 2 2 3 4 2 2 4 4 3 2 2 46 1 2 3

1 27 4 5 3 5 4 4 4 4 4 4 4 45 4 4 3 4 4 4 5 4 4 4 4 4 48 4 4 4 4 5 4 4 5 4 4 5 5 5 4 5 5 5 4 80 4 4 8

1 28 4 5 5 5 5 4 5 4 5 4 4 50 4 5 2 2 5 3 5 5 5 5 4 5 50 4 4 3 4 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 4 2 72 4 4 8

1 29 3 5 3 5 5 4 5 5 4 4 4 47 4 4 4 4 4 5 4 5 4 4 4 5 51 5 4 4 4 5 3 4 3 3 4 4 5 4 5 5 4 3 4 73 5 4 9

2 30 3 5 1 5 3 3 1 2 5 5 2 35 4 4 1 1 4 1 3 3 3 4 4 4 36 4 4 1 1 4 4 4 4 2 4 4 5 4 4 4 5 4 3 65 1 1 2

1 31 4 5 4 5 4 4 4 4 3 4 4 45 5 4 4 3 4 4 4 3 3 3 4 4 45 4 4 3 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 73 4 4 8

1 32 4 5 4 5 3 5 4 4 2 5 4 45 5 4 3 3 3 5 5 5 5 4 4 4 50 5 4 2 4 5 4 4 3 3 5 5 5 5 5 5 5 5 74 0

2 33 3 4 2 1 3 1 5 4 4 5 4 36 4 3 3 3 4 3 2 3 3 4 3 4 39 5 4 3 3 4 2 4 3 2 4 4 4 4 4 4 4 4 62 3 3 6

2 34 4 5 2 4 3 3 3 4 4 4 3 39 4 4 3 2 3 3 4 2 3 1 3 3 35 3 3 3 3 4 3 4 3 3 4 4 4 3 4 4 3 3 2 60 3 2 5

1 35 4 5 1 5 4 5 3 3 3 4 5 42 5 3 2 2 4 3 5 5 3 3 4 5 44 4 4 3 3 4 3 4 3 3 4 4 4 3 4 4 4 3 3 64 4 5 9

1 36 4 5 3 5 4 5 5 4 5 4 4 48 4 4 1 1 4 3 5 4 4 4 4 5 43 3 3 3 2 4 4 4 3 2 4 4 4 3 4 5 4 3 4 63 4 4 8

1 37 4 5 3 5 4 3 5 5 4 4 4 46 5 5 3 3 4 4 4 3 4 4 4 4 47 4 4 4 4 5 3 5 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 3 79 3 4 7

1 38 3 5 1 4 5 4 5 5 4 5 5 46 4 3 1 1 2 2 2 4 2 5 3 5 34 3 3 3 3 5 2 5 3 1 5 5 4 3 5 5 5 3 1 64 4 5 9

2 39 4 5 2 4 3 2 4 3 2 2 4 35 3 2 1 1 1 2 4 4 3 5 2 4 32 3 4 2 2 4 4 4 3 1 5 5 4 2 5 5 4 2 3 62 2 3 5

2 40 4 1 1 4 2 2 1 1 4 2 2 24 5 3 1 1 3 2 2 3 2 1 3 5 31 4 4 2 2 5 5 5 4 3 5 5 4 3 5 5 4 4 3 72 4 4 8

1 41 4 5 4 5 4 4 5 4 3 4 4 46 4 4 1 2 3 2 3 3 2 5 4 5 38 3 3 3 3 5 4 5 4 3 5 5 4 4 4 5 4 4 3 71 4 4 8

1 42 4 5 2 5 4 3 2 2 3 3 5 38 5 4 1 4 5 4 4 5 5 2 5 5 49 5 4 4 3 5 5 5 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 84 4 4 8

1 43 5 5 3 5 4 4 4 4 4 3 5 46 4 4 2 2 3 5 5 4 4 5 5 5 48 3 4 4 3 4 2 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 66 4 4 8

2 44 3 5 4 5 3 3 4 4 3 3 5 42 4 3 1 2 2 2 2 2 3 2 3 4 30 3 3 3 3 4 4 2 1 1 4 4 4 1 4 4 4 2 3 54 3 4 7

2 45 3 5 2 4 3 2 3 3 4 2 3 34 4 3 1 1 2 2 3 3 2 4 3 4 32 3 3 2 2 4 2 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 3 2 59 3 3 6

2 46 3 1 1 5 3 2 5 5 5 5 4 39 5 1 1 1 1 1 1 1 2 5 5 5 29 5 5 2 2 4 4 4 2 2 4 4 4 4 4 5 5 4 1 65 5 5 10

1 47 3 5 3 5 4 4 5 4 5 3 4 45 3 5 3 2 4 4 4 3 4 5 5 5 47 4 4 4 4 5 5 4 4 3 5 4 4 4 5 4 4 4 3 74 4 5 9

1 48 4 5 4 5 4 4 4 4 3 4 5 46 4 4 3 4 3 4 4 4 4 4 4 5 47 5 4 4 4 4 3 4 4 3 4 4 4 3 5 5 4 4 4 72 4 3 7

1 49 4 5 3 5 5 3 4 5 3 5 5 47 4 5 2 2 3 3 4 4 4 5 4 5 45 4 4 4 3 5 5 5 3 3 5 5 5 5 5 5 4 4 3 77 2 3 5

1 50 4 5 5 5 4 5 4 5 5 4 3 49 4 5 2 3 3 5 5 4 5 5 4 5 50 4 4 3 4 5 3 4 4 3 4 4 5 4 4 5 5 4 3 72 4 4 8

2 51 3 1 1 3 3 3 2 2 3 2 2 25 3 3 2 2 3 3 4 3 3 4 3 4 37 2 2 2 2 4 2 4 3 2 4 4 4 3 5 5 4 4 3 59 3 2 5

1 52 5 5 5 5 5 4 4 5 4 5 5 52 5 5 2 4 4 4 4 4 4 5 5 5 51 4 4 4 3 5 4 4 4 4 4 4 5 4 4 5 5 4 5 76 4 4 8

1 53 4 5 3 5 5 3 5 5 4 5 5 49 4 3 1 2 3 1 5 5 5 5 4 4 42 4 5 2 1 5 3 5 4 3 5 5 5 4 5 5 5 4 5 75 4 5 9

1 54 4 5 1 5 4 1 4 4 4 5 5 42 5 4 1 2 2 2 4 3 4 5 3 5 40 3 3 1 2 5 5 3 4 2 5 5 5 2 5 5 5 3 2 65 3 5 8

1 55 4 5 3 5 4 3 4 4 3 5 5 45 4 4 2 2 5 5 5 5 5 5 5 4 51 4 4 3 3 5 5 4 2 2 4 4 4 4 4 5 5 5 2 69 3 4 7

2 56 2 2 2 1 1 3 2 2 2 2 2 21 5 4 1 3 5 1 1 1 3 2 5 4 35 5 4 4 4 2 5 4 2 4 5 5 2 2 5 5 5 5 2 70 2 2 4

Clu

ster

Ob

jeto

COMPETÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE: FATORES INTERNOS DE COMPETITIVIDADE - RECURSOS HUMANOS

VARIÁVEIS

DS TE RS SR

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131

das autopeças no âmbito da gestão ambiental, gestão da manufatura enxuta e recursos

humanos.

Neste trabalho utilizou-se a escala Likert, com graus variando de 1 a 5, para cada

uma das variáveis que compõem a arquitetura formada pela gestão ambiental, gestão da

manufatura enxuta e recursos humanos dos sistemas de manufatura das empresas

autopeças. Para cada conjunto de variáveis agrupada nos clusters analisou-se as

frequências (valores das modas) das respostas dadas pelas empresas respondentes

(autopeças). A moda obtida para cada variável dentro das competências em

sustentabilidade foram postados em um gráfico radar. Quando o conjunto das respostas,

para uma determinada variável, não apresentou a moda adotou-se o valor 0 (zero) como

referência de análise no gráfico radar.

4.2.1.1 Gestão Ambiental cluster 1

A caracterização da competência em gestão ambiental das empresas que

constituem o cluster 1 baseou-se no gráfico ilustrado na Figura 4.4.

Figura 4.4: Gestão Ambiental – Cluster 1. Fonte: elaborado pelo autor.

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132

O início da caracterização das empresas autopeças que compõem o cluster 1 em

gestão ambiental se faz pela Estratégia Ambiental (EA). O planejamento estratégico

ambiental destas empresas é formal; com metas anuais de eficácia na utilização de

recursos de manufatura; estabelecidas e suportadas pela alta direção e gestores

(liderança). As informações são compartilhadas entre os profissionais das várias áreas

da empresas, assegurando uma compreensão quanto aos compromissos com as questões

ambientais. Outra característica é que mais de 75% das metas estabelecidas pela

estratégia ambiental das empresas são cumpridas pelo sistema de manufatura.

Estrategicamente as empresas do cluster 1 consideram muito importantes a

prevenção na emissão de poluentes para o desempenho competitivo de seus negócios.

Esta evidência é percebida no percentual de investimento com este objetivo (de 11% a

25% do total dos investimentos). Este investimento se aplica principalmente em novas

tecnologias de fabricação ou em melhorias da tecnologia existente; assim como no

aperfeiçoamento dos sistemas de gestão dos processos de produção e qualificação

técnica da mão de obra. Os benefícios dos investimentos em gestão ambiental, conforme

este grupo de empresas, é percebido na redução dos custos de materiais e/ou produção;

no aumento de produtividade dos processos de fabricação e no aumento do

conhecimento sobre formas eficazes de gestão das operações. O foco da gestão

ambiental no sistema de manufatura destas empresas é estabelecer vantagens

competitivas a partir da geração de produtos ambientalmente adequados. Proporciona-se

desta forma oportunidades em acessar novos mercados e ampliar a demanda com a

geração de novos negócios.

No estabelecimento do Sistema de Preservação Ambiental (SPA), as empresas

de autopeças que formam o cluster 1 em gestão ambiental apresentam o seu sistema de

manufatura certificado ISO 14000 e encontra-se em conformidade com a legislação

ambiental atual em sua totalidade. Também é relevante registrar que, coerentemente,

este mesmo agrupamento de empresas se empenha proativamente em projetos de

melhorias em seus processos, através de grupos de resolução de problemas, como

kaizen, com elevado comprometimento de seus operadores na redução de resíduos

sólidos, líquidos (solventes e produtos químicos em geral) e gases poluentes, assim

como no melhor proveito de energia elétrica e água empregada. Esta pró-atividade

antecipa-se à legislação ambiental. Os projetos de melhorias ambientais dispõem de

orçamento financeiro para suas execuções.

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133

Uma importante característica deste cluster é que a gestão ambiental tem suas

ações predominantemente voltadas aos Processos de Manufatura (PM), com práticas

implementadas e dirigidas à utilização mais eficiente de insumos e matérias primas

(redução no uso de matérias primas virgens e consequentemente substituição por

materiais reciclados para a fabricação dos produtos).

Há uma indefinição entre as empresas deste cluster quanto à adoção de ações de

melhorias em práticas ambientais estendida à sua base de suprimentos, com a aplicação

de critérios ambientais na seleção e habilitação dos fornecedores.

Todos os funcionários do sistema de manufatura, como uma das partes

interessadas em gestão ambiental (stakeholder) estão informados sobre a legislação

ambiental atual.

Frequentemente o sistema de manufatura promove práticas de melhorias em seus

processos de fabricação por intermédio de kaizens ou círculos de controle de qualidade.

As práticas que resultam em melhorias ambientais, assim como os efeitos ambientais

negativos provocados por falhas nos processos produtivos são informados aos

funcionários através de gestão a vista no sistema de manufatura, mantendo-os

atualizados dos resultados.

O Projeto de Produto (PP) promove práticas objetivas para escolha de materiais

que sejam recicladas e prejudiquem menos o meio ambiente. Adota ações específicas

para redução na quantidade de insumos (água, energia elétrica, produtos auxiliares, etc)

e de materiais diretos para a fabricação dos produtos, com a padronização acima de 75%

dos componentes e/ou matérias primas. A engenharia desenvolve produtos que reduz os

resíduos produzidos nos processos de fabricação.

Quanto à remanufatura e reutilização dos produtos, a engenharia de produtos não

tem desenvolvimentos específicos voltados para esta prática. Por outro lado observam-

se, pelos resultados da pesquisa, que as empresas autopeças deste cluster estão

buscando tecnologias para viabilizar a remanufatura e reutilização de seus produtos pós-

consumo, como formas de redução na utilização de matérias primas virgens e insumos

em seus processos de manufatura. Além do aspecto da remanufatura e reutilização dos

produtos há a reciclagem das sobras dos materiais dos processos, compondo parte da

matéria prima e, com isso, empregando menos matéria prima virgem.

O sistema de manufatura frequentemente faz o inventário das emissões de gases,

efluentes líquidos e resíduos ao longo dos seus processos de fabricação. Este aspecto

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134

revela a constante preocupação das empresas deste cluster em avaliar o “estoque” de

poluentes provenientes de seus processos de produção.

O foco principal da estratégia ambiental deste conjunto de empresas é alcançar

vantagens competitivas percebidas pelos clientes, acessando novos negócios ou

ampliando o mercado.

Por outro lado as reduções do lead time e dos resíduos originados nos processos

de fabricação são práticas correntes na engenharia de produtos e processo, como

princípio de melhoria contínua. Estas práticas sustentam a redução do tempo de fluxo de

materiais, simplificando ou removendo atividades desnecessárias nas operações de

produção, como forma de prevenção da poluição.

4.2.1.2 Gestão da manufatura enxuta cluster 1

A caracterização da competência em gestão da manufatura enxuta das empresas

que constituem o cluster 1 baseou-se nos gráficos ilustrados nas Figura 4.5.

Figura 4.5: Gestão da Manufatura Enxuta – Cluster 1. Fonte: elaborado pelo

autor.

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135

A caracterização das empresas do cluster 1 pelo eixo interno Just In Time (JIT) e

Autonomação (A) constata que a produção puxada nos processos de fabricação do

sistema de manufatura não é uma prática totalmente adotada. A implantação do just in

time nos processos é parcial, apesar dos incentivos e apoios das lideranças das

empresas.

Implementação em fase avançada para a classificação dos produtos por famílias

e o layout dos recursos de manufatura destas famílias é agrupado para promover

(facilitar) a produção em fluxo contínuo dos materiais. Outra característica observada

neste cluster é que nem todos os processos de fabricação (fornecedores e clientes

internos) localizam-se próximos. O que contribuiria para facilitar a transferência de

materiais entre os processos. Avançando-se para a possibilidade de redução dos

estoques intermediários internos (WIP – work in process). As ordens de produção não

seguem os critérios do sistema puxado. Ao mesmo tempo identificou-se a ausência de

indicadores dos níveis de estoque e tempo de atravessamento dos materiais pelos

processos, parâmetros importantes para a opção do sistema puxado de produção.

A experiência prática indica que a implantação do just in time nos processos de

fabricação se faz gradativa e continuamente, através de melhorias contínuas. Em

discordância a esta constatação tácita o que se identifica nas empresas deste cluster é a

baixa contribuição dos kaizens, para redução dos estoques dos produtos acabados e em

processamento (WIP – work in process); para implantação do sistema puxado de

produção (evidenciado no menor score da pesquisa – entre 1% e 20% dos produtos, o

fluxo de materiais ao longo do processo de fabricação é administrado pelo princípio

JIT); e para a redução dos lotes de fabricação. Exceções se fazem para a redução do

lead time de fabricação, para melhorias em tempo de setup e qualidade dos produtos. Os

setups das máquinas no sistema de manufatura são realizados pelos operadores de

produção. Os operadores são treinados e adotam técnicas para a redução do tempo de

preparação das máquinas, alcançando aproximadamente 50% de redução neste tempo.

No chão de fábrica das empresas há uma gestão a vista parcialmente implantada

para publicação dos registros das manutenções. Também é parcial a implantação de

manutenção preventiva dos recursos de fabricação e dos indicadores de eficiência global

dos equipamentos. Uma pequena parte dos operadores participa da manutenção

autônoma de seus equipamentos e maquinarias, através das execuções de limpeza,

lubrificação e pequenos reparos.

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136

Nas empresas deste cluster o controle da conformidade das características de

qualidade se manifesta em relação à autonomação, que permite aos operadores a

responsabilidade pela qualidade de sua produção. Uma característica destas empresas é

que a autonomação aplica-se à grande maioria dos operadores. Mais de 75% dos

operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles produzidos e se forem

encontradas anomalias nos processos de fabricação estes operadores têm autonomia

para interromper a produção até que os problemas sejam resolvidos. A autonomação

contribuiu para um aumento em torno de 20% a conformidade da qualidade do produto

na primeira vez que foi produzido nas operações dos processos e na redução de

aproximadamente 20% das sucatas e custos de retrabalho. Outra característica a

salientar é que a produtividade5 aumentou em torno de 20%. O tempo de

atravessamento dos materiais no processo de fabricação diminuiu em até 40%.

Por outro lado a minoria (menos de 25%) das máquinas e/ou equipamentos nos

processos de fabricação é provida de dispositivos “à prova de erro” ou poka yoke. A

responsabilidade da qualidade na fonte, por quem produz, e a disponibilidade de

dispositivos à prova de erro, instalados nas máquinas de produção são complementares

e inseparáveis.

Outro fator determinante para a conformidade da qualidade dos produtos no

processo e a autonomia dos operadores é que a grande maioria das operações é

executada de acordo com a documentação de procedimento padrão.

O sistema de manufatura das empresas deste cluster 1 atende a programação de

produção conforme planejado apesar de não adotarem o tempo takt para estabelecer o

ritmo de produção dos produtos ou famílias de produtos.

Quanto às práticas adotadas com Fornecedores (F) e Clientes (C), os sistemas de

manufatura das empresas deste cluster apresentam avanços nos procedimentos de

feedback aos fornecedores quanto à qualidade dos produtos fornecidos e seu

desempenho de entrega. Estabelece-se um relacionamento de longo prazo, com

frequência de contato através de visitações dos fornecedores e estabelecendo uma

comunicação em nível corporativo. Os fornecedores das empresas deste cluster não

estão localizados fisicamente próximos ao sistema de manufatura da autopeça.

O sistema de manufatura das empresas deste cluster não adota sistema puxado

de matérias primas ou componentes com seus fornecedores, que tão pouco gerencia os

5 Relação de divisão da quantidade de produtos expedidos aos clientes pelo consumo de matéria prima.

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estoques de seus produtos. Por outro lado o sistema de manufatura adota a qualidade

assegurada e a confiabilidade de entrega das matérias primas ou componentes como

critério qualificador de seus fornecedores. Outro critério qualificador de fornecedores

amplamente adotado pelo sistema de manufatura das empresas autopeças pesquisadas

que compõem este cluster é o preço de compra das matérias primas. Simultaneamente

aos critérios de qualificação as empresas têm alguma implementação de ações ativas

para reduzir a quantidade de fornecedores em sua base de suprimentos.

Os fornecedores tem pequeno envolvimento no processo de desenvolvimento de

novos produtos.

Quanto aos clientes do sistema de manufatura das empresas os mesmos

executam procedimentos de feedback relativos à qualidade dos produtos e o

desempenho de entrega. O sistema de manufatura está frequentemente em contato

próximo com os clientes, para entender as reais necessidades em relação aos produtos e

serviços fornecidos. Esta proximidade canaliza um fluxo de informações, entre sistema

de manufatura e clientes, sobre demandas atuais e demandas futuras dos produtos

presentemente em operação assim como produtos que poderão originar de novos

negócios, que podem significar aumento de capacidade produtiva (escala de produção) e

investimentos.

Os sistemas de manufatura não gerenciam os níveis de estoque de seus produtos

nos clientes. Uma característica observada no grupo de empresas autopeças deste cluster

é que há uma fragmentação dos clientes quanto à implementação do sistema puxado no

just in time dos produtos. Esta fragmentação vai desde a ausência de implementação até

a implementação completa pelos clientes. Não há um cenário definido ou com alguma

tendência.

4.2.1.3 Recursos Humanos cluster 1

A caracterização da competência em recursos humanos das empresas que

constituem o cluster 1 baseou-se nos gráficos ilustrados nas Figura 4.6.

Page 138: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

138

Figura 4.6: Recursos Humanos – Cluster 1. Fonte: elaborado pelo autor.

O Desenvolvimento Social (DS) das empresas deste cluster tem assegurado a

todos os funcionários benefícios sociais internos de alimentação, saúde, educação,

cultura, capacitação e desenvolvimento profissional. Garante a participação destes

funcionários nos lucros ou resultados da organização. Apoiam, e em grande parte

incentivam, seus funcionários a participarem de programas sociais.

A maioria dos funcionários do sistema de manufatura, que ocupa cargo de

liderança é promovida internamente. As empresas deste cluster praticam políticas

internas de promoção dos funcionários. Outra particularidade é o fato destes lideres

terem iniciado sua carreira profissional nas diversas operações dos processos de

manufatura.

A gestão do sistema de manufatura está envolvida em projetos de melhoria

contínua; favorecendo todo suporte para o desenvolvimento de projetos de melhoria

pela equipe de funcionários. Rotineiramente são constituídas equipes formais para

projetos preventivos de melhoria contínua, resolvendo problemas nos processos de

fabricação. O sistema de manufatura estabelece objetivos ambientais e de produtividade

para os processos de fabricação. Os funcionários são incentivados, a partir de um plano

Page 139: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

139

de sugestões oficial, a propor novas ideias de melhoria para eliminação de desperdícios

e resíduos. No âmbito do Sistema de Recompensas (SR) as empresas adotam uma

política clara de recompensa e premiação dos funcionários por melhorias à

produtividade6 nos processos de fabricação. Quando se evidencia a melhoria os

funcionários são reconhecidos publicamente pelos gestores com premiações e

homenagens7.

O Treinamento e Educação (TE) em gestão ambiental e práticas de manufatura

enxuta presentes nas empresas deste cluster são estrategicamente vistos como um

importante investimento para a competitividade do sistema de manufatura. Desta forma

o funcionário enxerga este investimento como um valor agregado ao seu currículo

profissional. As empresas oferecem frequentemente aos seus funcionários treinamento

em ferramentas e práticas de manufatura enxuta como mapeamento do fluxo de valor,

5S e gestão visual, TPM, trabalho padrão, sistema puxado, kanban, setup, entre outros.

Os operadores da manufatura recebem treinamento formal e supervisionado para

a realização de múltiplas tarefas (job rotation) internamente ao seu processo ou em

qualquer outro processo de fabricação do sistema de manufatura. Contribui-se assim

para a multifuncionalidade da mão-de-obra e consequentemente à flexibilidade da

capacidade operacional. No mesmo sentido da capacitação dos operadores as empresas

promovem, com muita frequência, workshops e kaizens. A finalidade é de implantar

projetos de melhorias ambientais para reciclagem e reutilização de materiais e

minimização na geração de resíduos poluentes. Da mesma forma estes projetos têm

objetivos na redução ou eliminação de desperdícios através de práticas em manufatura

enxuta, como mapeamento de fluxo de valor, gestão à vista, trabalho padrão, redução de

setup, adoção de sistema puxado de produção, etc.

Raramente os funcionários recebem treinamento em metodologias e técnicas de

eco-design avaliação do ciclo de vida dos produtos – “do nascimento ao túmulo”, LCA

(Life Cycle Assessment).

Os recursos humanos das empresas deste cluster têm já no Recrutamento e

Seleção (RS) de funcionários uma abordagem voltada para as questões ambientais e de

manufatura enxuta. O recrutamento interno ou externo explicita a preferência por

candidatos comprometidos com o meio ambiente e a redução dos desperdícios nos

6 Produção do produto certo, na quantidade necessária e no prazo estipulado, com redução de desperdícios

e resíduos. 7 Para 75% das empresas deste cluster, os funcionários recebem aumento em seus salários com base no

desempenho individual.

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140

processos de fabricação. No mesmo sentido enfatizam a aptidão e a capacidade destes

candidatos trabalharem de forma cooperativa em equipe. Ao longo de todas as etapas do

processo de contratação do funcionário (interno ou externo) considera-se de

fundamental importância os conhecimentos dos candidatos em gestão ambiental e

manufatura enxuta, avaliando-se os seus conhecimentos técnicos e experiências

anteriores. Esta condição é observada em todos os níveis funcionais, do operador à

liderança.

Como forma de explicitar o dever de todos os funcionários da organização,

algumas funções têm a inclusão de conhecimentos em práticas ambientais e manufatura

enxuta na descrição de cargos.

4.2.1.4 Gestão Ambiental cluster 2

A caracterização da competência em gestão ambiental das empresas que

compõem o cluster 2 baseou-se nos gráficos ilustrados nas Figura 4.7.

Figura 4.7: Gestão Ambiental – Cluster 2. Fonte: elaborado pelo autor.

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141

As empresas autopeças que formam o cluster 2 em gestão ambiental apresentam

o seu sistema de manufatura certificado ISO 14000 e encontra-se em conformidade com

a legislação ambiental atual em sua totalidade. Para a maioria das empresas deste cluster

50% dos funcionários do sistema de manufatura, como partes interessados, estão

informados sobre as legislações ambientais vigentes. Sem muita distinção em relação às

organizações do cluster 1, o agrupamento de empresas do cluster 2 se empenha

proativamente em projetos de melhorias em seus processos de fabricação, através de

grupos de resolução de problemas, como kaizen, dispondo de orçamento financeiro para

realização dos projetos. Os benefícios dos investimentos em gestão ambiental, conforme

este grupo de empresas é percebido na redução dos custos de materiais e/ou produção e

em melhores relações com as partes interessadas, tais como comunidades locais, os

reguladores e grupos ambientalistas.

Complementarmente a estes projetos de melhorias identifica-se como prática de

gestão ambiental a implementação de gestão à vista onde se certifica que os

funcionários são informados de forma clara e adequados tanto sobre os efeitos

ambientais negativos provocados por falhas nos processos como por efeitos ambientais

positivos causados por ações de melhorias.

Não há uma orientação clara das empresas deste agrupamento em relação ao

direcionamento de práticas de engenharia de produtos no discernimento de materiais

(matéria prima, componentes, etc), que sejam recicláveis ou que prejudiquem menos o

meio ambiente quando descartados após o uso. A dispersão abrange empresas que

consideram estas práticas de engenharia implementadas assim como há empresas que

não consideram estas práticas.

Outra distinção identificada neste cluster 2 é o desalinhamento das empresas

para o desenvolvimento de produtos que reduza o consumo de recursos como energia,

água, produtos auxiliares, componentes, etc. Da mesma forma há desalinhamento

quanto ao desenvolvimento de produtos que possam ser remanufaturados através de

reparo, retrabalho ou reforma de componentes e equipamentos destes produtos. A

reutilização de produtos pelos processos de fabricação é uma prática não considerada

pela engenharia de produto.

Por outro lado observa-se, que características habituais às empresas deste cluster

estão voltadas à engenharia de processo, com a implementação de práticas objetivas

para redução do tempo de fluxo de materiais nos processos. Simplificando ou

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142

removendo atividades desnecessárias nas operações de produção. Reduzindo os resíduos

sólidos de transformação (sucatas, produtos auxiliares, matéria prima, produtos semi-

elaborados). Reduzindo o consumo de energia elétrica e reduzindo e quantidade de

poluentes emitidos.

Assim como no grupo do cluster 1, as empresas do cluster 2 têm as suas ações

em gestão ambiental predominantemente voltada aos processos de transformação. Com

práticas objetivando a utilização mais eficiente de insumos e matérias primas. A

diferença entre os dois clusters é que o cluster 2 não tem suas práticas na redução do

uso de matérias primas virgens através da substituição por materiais reciclados.

As ações de melhorias em práticas ambientais estendem-se à base de

suprimentos das empresas deste cluster 2, com a aplicação de critérios ambientais na

seleção e habilitação dos seus fornecedores.

Não há neste cluster um direcionamento quanto ao inventário nas emissões de

gases, efluentes líquidos e resíduos sólidos ao longo dos processos de fabricação. As

empresas assumem diferentes aspectos, desde as que raramente executam inventário das

emissões até as empresas que inventariam com alta frequência.

As empresas deste cluster não têm claramente estabelecido e definido a

utilização de projetos de melhorias ambientais em seus processos, através de grupos de

resolução de problemas, como círculo de controle de qualidade e kaizen. Os operadores

têm pouco ou nenhum comprometimento na redução de resíduos sólidos, líquidos e

gases poluentes, assim como no melhor proveito de energia elétrica e água empregada.

A terça parte das empresas deste cluster não adotam projetos de melhoria contínua

oficializando grupos de resolução de problemas.

Há uma indefinição das empresas deste cluster quanto ao conseguimento de

vantagens competitivas a partir da geração de produtos ambientalmente adequados; e

desta forma estabelecer novas oportunidades em acessar mercados e ampliar a demanda

com a geração de novos negócios. Para a maioria das empresas a gestão ambiental é

compreendida como uma restrição suplementar às atividades de manufatura (custo)

atendendo apenas à regulamentação vigente.

O planejamento estratégico ambiental destas empresas é informal; não muito

bem definido. Contraditoriamente, dentro do seu planejamento estratégico, as empresas

do cluster 2 consideram importantes as prevenções na emissão de poluentes, destinando

até 10% de seus investimentos para a prevenção de emissão destes poluentes. Este

investimento se aplica principalmente em novas tecnologias de fabricação ou em

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143

melhorias das tecnologias existentes, assim como no aperfeiçoamento dos sistemas de

gestão dos processos de produção e qualificação técnica da mão de obra. O

estabelecimento de metas anuais de eficácia na utilização de recursos de manufatura é

suportadas pela alta direção e gestores (liderança); com informações compartilhadas

entre os profissionais das várias áreas da empresa, para assegurar uma compreensão de

toda a organização quanto aos compromissos com as questões ambientais. Das metas

estipuladas pela liderança 25% são atingidas para a redução dos resíduos e o consumo

dos recursos em geral, aumentando a eficácia dos processos no sistema de manufatura.

4.2.1.5 Gestão da manufatura enxuta cluster 2

A caracterização da competência em gestão da manufatura enxuta das empresas

que constituem o cluster 2 baseou-se nos gráficos ilustrados nas Figura 4.8.

Figura 4.8: Gestão da Manufatura Enxuta – Cluster 2. Fonte: elaborado pelo

autor.

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144

As empresas do cluster 2 têm completamente implementado a prática de gestão

pelo sistema de produção puxada em seus processos de chão de fábrica. O controle da

produção é feito por quadros kanban ou qualquer outro modelo de gestão visual à vista

para a puxada dos materiais ao longo do fluxo de fabricação. Desta forma a implantação

do just in time nos processos de produção é total. As lideranças dos vários

departamentos da organização trabalham incentivando e apoiando a produção JIT. A

maioria das empresas deste cluster tem entre 50% e 100% de seus produtos e part

numbers administrados pelo princípio do JIT.

Também está completamente estabelecida a classificação dos produtos por

famílias, com base na semelhança dos roteiros de fabricação. O layout dos recursos de

manufatura destas famílias é agrupado para promover a produção em fluxo contínuo dos

materiais. Outra característica observada neste cluster 2 é que os recursos fornecedores

e clientes internos localizam-se próximos uns dos outros; com taxas rápidas de

transferência de materiais entre os processos e baixos estoques intermediários internos

(WIP – work in process). No chão de fábrica destas empresas há gestão à vista com

indicadores dos níveis de estoque de materiais (WIP) e tempo de atravessamento destes

materiais pelos processos. Observa-se que há uma coerência quando da adoção do

sistema just in time de produção. Além do que, para estabelecer o ritmo de produção dos

produtos ou famílias de produtos, o sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt

time para mais de 75% dos seus produtos nos processos de fabricação. Desta forma o

sistema de manufatura atende a programação diária de produção conforme planejado.

O estudo mostrou evidências coerentes entre as empresas deste cluster. Os

sistemas de manufaturas destas empresas adotam os círculos de qualidade/grupos de

trabalhos/kaizens para melhorias e resolução de problemas de fabricação com o

envolvimento e plena contribuição dos operadores. As melhorias têm objetivos na

redução de setup, na diminuição dos níveis dos estoques ao longo dos processos de

fabricação (redução do WIP e lead time), na implantação de sistema puxado de

produção, no aumento da qualidade dos produtos, na redução dos lotes de fabricação.

Cooperando para a redução ou eliminação de desperdícios como superprodução, esperas

desnecessárias, transportes desnecessários, processamentos desnecessários, defeitos,

excesso de estoque e excesso de movimentação.

Os setups das máquinas no sistema de manufatura são realizados pelos

operadores de produção. Os operadores são treinados e adotam técnicas para a redução

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145

do tempo de preparação das máquinas, alcançando aproximadamente 50% em redução

deste tempo.

No chão de fábrica há uma gestão à vista completamente implantada para

publicação dos registros das manutenções preventivas executadas e programadas, dos

indicadores de eficiência global dos equipamentos e dos indicadores de qualidade dos

produtos nos processos, para compartilhamento ativo com os empregados. Os

operadores participam da manutenção dos equipamentos e maquinarias executando

frequentemente a limpeza, lubrificação e pequenos reparos. A implantação destas

práticas garante maior confiabilidade aos recursos de manufatura contribuindo para uma

maior velocidade de fluxo dos materiais ao longo dos processos de fabricação.

A qualidade dos produtos é acompanhada pelos operadores em cada operação do

processo de fabricação. Em cada uma destas operações de transformação o produto é

produzido de maneira correta da primeira vez. Isto significa que os operadores, suporte

da garantia da qualidade, engenheiros e gerência procuram continuamente a

conformidade das características de qualidade dos produtos nos processos de fabricação.

Nas empresas deste cluster 2 o controle da conformidade das características de

qualidade se manifesta em relação à autonomação, que permite aos operadores a

responsabilidade pela qualidade de sua produção e autonomia nos processos. Neste

agrupamento de empresas a autonomação aplica-se à grande maioria dos operadores

(entre 75% e 100% dos operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por

eles produzidos) e se forem encontradas anomalias nos processos de fabricação estes

operadores têm autonomia para interromper a produção até que os problemas sejam

resolvidos. A autonomação contribui para um aumento acima de 20% a conformidade

da qualidade do produto na primeira vez que foi produzido nas operações dos processos

e na redução de aproximadamente 20% das sucatas e custos de retrabalho. Outra

característica a salientar é que a produtividade (relação da quantidade de produtos

expedidos aos clientes pelo consumo de matéria prima) aumentou em torno de 20% e o

tempo de atravessamento dos materiais no processo de fabricação (lead time) diminuiu

em até 40%.

Para a caracterização da manufatura enxuta neste cluster, outros dois fatores são

determinantes para a autonomação e conformidade da qualidade dos produtos no

processo; o primeiro é que todos os operadores executam suas operações de acordo com

a documentação de procedimento padrão e o segundo é que quase a totalidade das

máquinas e/ou equipamentos (entre 75% e 100%) é provida de dispositivo “à prova de

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146

erro” ou poka yoke. Desta forma estes dois fatores adicionais promovem maiores

garantia e confiabilidade na conformidade das características de qualidade ao longo de

cada operação em todo o processo de manufatura.

Outros dois conjuntos de variáveis caracterizam as empresas deste cluster

quanto a adoção de práticas em manufatura enxuta. São as variáveis que descrevem o

cluster a partir de práticas adotadas pelo sistema de manufatura com seus fornecedores e

clientes.

Quanto aos fornecedores o que se verificou no estudo é que há um avanço do

sistema de manufatura em adotar ações para reduzir o número de empresas fornecedoras

de sua base de fornecimento, estabelecendo um relacionamento de longo prazo. Por

outro lado, não há convergência, ou seja, há uma dispersão (indefinição) entre as

empresas deste cluster para habilitar os principais fornecedores a gerenciarem o

inventário de seus produtos no sistema de manufatura.

O sistema de manufatura apresenta completa implementação na execução de

procedimentos de feedback aos fornecedores quanto à qualidade dos produtos

fornecidos e seu desempenho de entrega. Para tanto desenvolveu e habilitou os

principais fornecedores com localização próxima e desta forma estabeleceu uma

comunicação no nível corporativo para questões importantes e facilitou a visitação

frequente entre fornecedores e sistema de manufatura.

Nas empresas deste cluster há um programa formal de certificação de

fornecedores em que a qualidade assegurada da matéria prima ou componentes, a

confiabilidade de entrega e o preço de compra são fatores determinantes para a

qualificação da base de fornecedores.

Entre 25% e 50% dos sistemas de manufatura das empresas deste cluster 2

adotam o sistema puxado com os seus fornecedores para o suprimento de matérias

primas e/ou componentes, com frequência de abastecimento aproximado de 20 vezes

por mês.

O envolvimento direto dos fornecedores no processo de desenvolvimento de

novos produtos das empresas autopeças deste cluster está em implementação avançada,

sendo que em algumas destas empresas este envolvimento encontra-se completamente

estruturado. Esta base de fornecedores tem comprometimento contratual com as

empresas autopeças em relação à redução dos custos dos produtos fornecidos (matéria

prima, insumos, componentes, etc.).

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147

Na outra extremidade estão os clientes, que fornecem às empresas autopeças

feedback sobre a qualidade dos produtos e o desempenho de entrega. Por outro lado os

sistemas de manufatura das autopeças estão frequentemente em contato com os clientes,

para entender suas reais necessidades em relação aos produtos e serviços fornecidos. Os

clientes reiteradamente compartilham informações, com os departamentos de vendas e

marketing do sistema de manufatura das autopeças oferecendo demandas atuais e

futuras de produtos em operação assim como a ampliação da escala de demanda em

produtos originados de novos negócios. Um aumento de demanda ofertado pelos

clientes pode impactar em investimentos e consequentemente ampliação da capacidade

produtiva do sistema de manufatura.

Pode-se considerar que o grupo das empresas autopeças deste cluster 2 tem

implementação completa do sistema just in time para os produtos fornecidos aos

clientes (sistema puxado de produção). Algumas autopeças em fase avançada de

implementação e outras com o sistema just in time completamente implementado com

seus clientes.

Neste cluster há uma tendência, entre os sistemas de manufatura das empresas

autopeças, quanto à gestão dos níveis de estoque de seus produtos nas plantas dos

clientes. A maioria das empresas está com esta prática completamente implantada e

outras tantas em fase avançada de implantação.

4.2.1.6 Recursos Humanos cluster 2

A caracterização da competência em recursos humanos das empresas que

constituem o cluster 2 baseou-se nos gráficos ilustrados nas Figura 4.9.

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Figura 4.9: Recursos Humanos – Cluster 2. Fonte: elaborado pelo autor.

O desenvolvimento social das empresas agrupadas no cluster 2 tem assegurado

aos seus funcionários um meio termo em relação aos investimentos em benefícios

sociais internos de alimentação, saúde, educação, cultura, capacitação e

desenvolvimento profissional. Contraposto à parcialidade de investimento nestes

benefícios as empresas garantem a inclusão de todos os funcionários nos lucros ou

resultados dos negócios.

Quanto à participação dos funcionários em programas de trabalho voluntário a

maioria das empresas não se envolve ou desconhece tais iniciativas.

No estabelecimento do desenvolvimento social dos funcionários o sistema de

manufatura das empresas rotineiramente constitui equipes formais de aprendizagem,

para o desenvolvimento contínuo de projetos de melhorias, resolvendo problemas nos

processos de fabricação e com o envolvimento direto (suporte) da gestão da manufatura.

Por outro lado as empresas não estabelecem objetivos ambientais e de produtividades,

que desafie seus funcionários. Nem tão pouco oferecem incentivos a estes funcionários

para que proponham novas ideias de melhorias na gestão ambiental e de produtividade

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149

dos processos de fabricação. Há uma discordância estabelecida no modo de agir

gerencial.

Outras indefinições ou divergências foram encontradas no resultado da pesquisa,

que se refere ao desenvolvimento social dos funcionários das empresas deste cluster.

São elas:

- há um desacordo de opinião entre as empresas quanto ao reconhecimento aos

funcionários que contribuem com melhorias na redução de desperdícios e aumento da

produtividade nos processos de fabricação

- há um desacordo de opinião entre as empresas quanto ao incentivo aos

funcionários para pensar em novas ideias de melhorias.

Apesar das empresas apresentarem uma política interna de promoção de cargos e

salários, os funcionários do sistema de manufatura, que ocupam cargos de supervisão e

gerência não necessariamente foram promovidos internamente. Neste aspecto da

promoção interna, o grupo de empresas do cluster está com opiniões bastante divididas,

fragmentadas.

Os operadores da manufatura recebem treinamento formal e supervisionado para

a realização de múltiplas tarefas (job rotation) internamente ao seu processo ou em

qualquer outro processo de fabricação do sistema de manufatura.

Os funcionários nunca recebem treinamento em metodologias e técnicas de eco-

design avaliação do ciclo de vida dos produtos – “do nascimento ao túmulo”, LCA (Life

Cycle Assessment).

O treinamento e educação em gestão ambiental nas empresas deste cluster não

são estrategicamente vistos como um importante investimento para a competitividade

do sistema de manufatura. A evidência se constata com a rara realização de workshops e

kaizens com a finalidade de se implantar projetos de melhorias contínuas, que reforçam

e apoiam o desenvolvimento e a manutenção de um sistema com ganhos ambientais

(minimização na geração de resíduos poluentes nos processos de produção,

reciclagem/reutilização de materiais e disposição de resíduos de produção). De modo

igual, os treinamentos, kaizens e workshops são raramente aplicados em práticas de

manufatura enxuta, para a redução ou eliminação de desperdícios durante a fabricação

dos produtos. Um fato a se salientar é que raramente ou em uma baixa frequência os

operadores participam destes projetos de melhorias.

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Nas empresas agrupadas neste cluster 2 não se identificou uma política clara de

recompensa e premiação dos funcionários por melhorias à produtividade8 nos processos

de fabricação, apesar de 82% das empresas propiciarem aumentos de rendimentos aos

funcionários com base no desempenho individual.

Os funcionários não vêm como um importante investimento para a sua carreira

profissional os conhecimentos adquiridos com as práticas em gestão ambiental e

manufatura enxuta.

Há uma neutralidade dos recursos humanos das empresas deste cluster em

relação ao recrutamento e seleção de funcionários com uma abordagem voltada para as

questões ambientais e de manufatura enxuta. O recrutamento interno ou externo é

neutro ou desconsidera como requisito os candidatos que sejam comprometidos com o

meio ambiente e a redução dos desperdícios nos processos de fabricação. As empresas

enfatizam a aptidão e a capacidade destes candidatos trabalharem de forma cooperativa

e em equipe. As empresas discordam que ao longo do processo de contratação de um

funcionário é considerada a motivação do candidato por melhorias em gestão ambiental

e por melhorias em manufatura enxuta. Por parte dos funcionários também não há

concordância quanto a determinação de trabalhar nas empresas pelo fato de terem um

bom desempenho ambiental.

Para cargos funcionais de liderança (chão de fábrica e engenharia) as empresas

consideram muito importantes, que na contratação, os candidatos tenham

conhecimentos técnicos específicos em práticas ambientais e de manufatura enxuta.

Para os cargos operacionais as empresas são indiferentes quanto à necessidade dos

candidatos possuírem estes conhecimentos técnicos.

Como forma de explicitar o dever de todos os funcionários da empresa, algumas

funções têm a inclusão de conhecimentos em práticas ambientais e manufatura enxuta

na descrição de cargos.

8 Neste contexto entende-se como produtividade a visão do cliente, ou seja, a produção do produto certo,

na quantidade necessária e no prazo estipulado, com redução de desperdícios e resíduos.

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151

4.3 Síntese dos agrupamentos – empresas autopeças

No item 4.2 classificou-se e caracterizou-se os vários objetos (empresas

autopeças pesquisadas) dentro dos clusters, a partir das variáveis definidas em

questionário enviado e respondido pelas empresas. As Tabelas 4.4, 4.5 e 4.6 consistem

na reunião resumida das características das empresas autopeças, que compõem cada um

dos clusters em Gestão Ambiental, Manufatura Enxuta e Recursos Humanos,

respectivamente.

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152

Tabela 4.4: Características por cluster das empresas autopeças em Gestão Ambiental.

Fonte: elaborado pelo autor.

GESTÃO AMBIENTAL

CLUSTER 1 CLUSTER 2

Estratégia Ambiental (EA)

Formal, estabelecida e suportada pela alta direção. As

diretrizes são repassadas para todos os funcionários da

organização.

Informal, pouco definido. A terça parte das empresas não

realiza um planejamento estratégico ambiental.

Metas anuais de eficácia na utilização de recursos de

manufatura (atingimento > 75%).

Metas anuais de eficácia na utilização de recursos de

manufatura (atingimento de 25%).

A estratégia é compartilhada entre os profissionais. A estratégia é compartilhada entre os profissionais.

A gestão ambiental é muito importante para a

competitividade do sistema de negócio. O foco é explorar

vantagens competitivas.

Indefinição quanto à competitividade do sistema de

negócio devida à gestão ambiental. Compreendida como

uma restrição suplementar às atividades de manufatura.

Atende apenas a regulamentação vigente.

Investimento de prevenção aplicado em novas tecnologias de

fabricação, melhorias nas tecnologias existentes, sistema de

gestão dos processos de fabricação e qualificação técnica da

mão-de-obra.

Investimento de prevenção aplicado em novas tecnologias

de fabricação ou em melhorias da tecnologia existente,

aperfeiçoamento dos sistemas de gestão dos processos de

produção e qualificação técnica da mão-de-obra.

Os benefícios dos investimentos são percebidos na redução

dos custos de materiais e/ou produção, aumento da

produtividade dos processos e aumento do conhecimento

sobre formas eficazes de gestão das operações.

Os benefícios dos investimentos são percebidos na

redução dos custos de materiais e/ou produção e em

melhores relações com stakeholders (comunidades locais,

agências reguladoras, etc.)

Estabelecer vantagem competitiva percebida pelo cliente,

para ampliar a demanda com geração de novos negócios.

Indefinição quanto à conquista de vantagem competitiva

para ampliar a demanda com geração de novos negócios.

Sistema de Preservação Ambiental (SPA)

Sistema de manufatura certificado ISO 14000. Em

conformidade com a legislação ambiental em sua totalidade.

Sistema de manufatura certificado ISO 14000. Em

conformidade com a legislação ambiental em sua

totalidade.

Pro-atividade em projetos de melhorias ambientais (kaizens),

com elevado comprometimento dos operadores na redução de

resíduos sólidos, líquidos, gases poluentes, energia elétrica,

água, etc.

Não têm claramente estabelecido e definido a utilização de

projetos de melhorias ambientais em seus processos,

através kaizens, com nenhum ou pouco comprometimento

de seus operadores na redução de resíduos sólidos,

líquidos, gases poluentes, energia elétrica, água, etc.

Todos os funcionários (stakeholders) estão informados sobre

a legislação ambiental vigente.

Para maioria das empresas 50% os funcionários

(stakeholders) não estão informados sobre a legislação

ambiental vigente.

Gestão à vista com informações claras sobre os efeitos

ambientais negativos provocados por falhas nos processos e

positivos como efeito de ações de melhorias nos processos.

Informações aos funcionários sobre efeitos ambientais não

é uma prática considerada.

Projetos antecipam-se à legislação e dispõem de orçamento

financeiro para execução.

Projetos antecipam-se à legislação e dispõem de

orçamento financeiro para execução.

Projeto de Produto (PP)

A engenharia promove práticas objetivas para escolha de

materiais que sejam reciclados e prejudiquem menos o meio

ambiente.

Não há uma orientação para práticas objetivas da

engenharia na escolha de materiais que sejam reciclados e

prejudiquem menos o meio ambiente.

Adota ações específicas para redução na quantidade de

insumos e de materiais diretos para a fabricação dos produtos

(insumos e materiais diretos para fabricação dos produtos).

Desalinhamento das empresas para desenvolvimento de

produto que reduza o consumo de recursos (insumos e

matérias diretos para fabricação dos produtos).

Desenvolvimento de produtos para redução de resíduos

produzidos nos processos de fabricação.

Desenvolvimento de produtos para redução de resíduos

produzidos nos processos de fabricação.

Padronização acima de 75% dos componentes e/ou matérias

primas para os produtos.

Padronização abaixo de 50% dos componentes e/ou

matérias primas para os produtos.

Práticas implementadas no desenvolvimento de produtos para

remanufatura

Não há práticas implementadas para o desenvolvimento de

produtos para remanufatura.

Ausência de desenvolvimentos específicos para prática de

reutilização dos produtos, mas busca novas tecnologias para

viabilizar a remanufatura e reutilização dos produtos.

Desalinhamento das empresas no desenvolvimento de

produtos que possam ser reutilizados.

Processo de Manufatura (PM)

Gestão ambiental com ações predominantemente voltadas aos

processos de produção.

Gestão ambiental com ações predominantemente voltadas

aos processos de produção.

Utilização mais eficiente de insumos e matérias primas, com

substituição de matéria prima virgem por reciclada.

Utilização mais eficiente de insumos e matéria prima, mas

sem a substituição de matéria prima virgem por reciclada.

Melhorias em práticas ambientais estendem-se à base de

suprimentos.

Indefinição quanto à aplicação de práticas em melhorias

ambientais à base de suprimentos.

Aplicação de critérios ambientais na seleção e habilitação de

fornecedores.

Indefinição quanto à aplicação de critérios ambientais na

seleção e habilitação de fornecedores.

Frequentemente faz o inventário das emissões de gases,

efluentes líquidos e resíduos ao longo dos processos de

fabricação.

Não há direcionamento para inventariar as emissões de

gases, efluentes líquidos e resíduos ao longo do processo

de fabricação.

Prática corrente nos processos de fabricação, para redução do

lead time e dos resíduos originados, removendo atividades

desnecessárias nas operações.

Práticas objetivas para redução do tempo de fluxo de

materiais, removendo atividades desnecessárias nas

operações e reduzindo a emissão de resíduos.

Envolvimento dos operadores em grupos de resolução de

problemas (kaizens) com elevado comprometimento na

redução de resíduos sólidos, energia elétrica, produtos

químicos, gases poluentes, resíduos perigosos e reutilização

de materiais.

Pouco envolvimento e comprometimento dos operadores

em grupos de resolução de problemas (kaizens). A terça

parte das empresas desconsideram práticas de melhoria

contínua.

Page 153: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

153

Tabela 4.5: Características por cluster das empresas autopeças em Gestão da

Manufatura Enxuta. Fonte: elaborado pelo autor. GESTÃO DA MANUFATURA

ENXUTA CLUSTER 1 CLUSTER 2

Just In Time (JIT)

A produção puxada nos processos de manufatura do chão

de fábrica não é uma prática totalmente adotada.

Implantação próxima de 25%.

Completamente implementado o sistema de produção puxada

nos processos de manufatura do chão de fábrica, com controle

por kanban. Implantação próxima de 100%.

Ausência de indicadores dos níveis de estoque e tempo de

atravessamento dos materiais pelo processo.

Há gestão a vista com indicadores dos níveis de estoque de

materiais em processo e tempo de atravessamento.

Produtos classificados por famílias em fase avançada de

implantação e o layout dos recursos de manufatura destas

famílias são agrupados.

Completamente estabelecido a classificação dos produtos por

famílias, com o layout dos recursos de manufatura agrupados.

Parte dos processos clientes e fornecedores internos estão

instalados fisicamente próximos.

Os processos clientes e fornecedores internos localizam-se

próximos fisicamente.

Baixa contribuição dos kaizens para redução dos estoques

(produtos acabados e em processamento), implantação do

sistema puxado e redução dos lotes de fabricação.

Exceções para redução do lead time, redução de setup e

qualidade dos produtos.

Adoção de kaizens para resolução de problemas (melhorias),

com envolvimento e plena contribuição dos operadores nas

reduções dos setups, estoque em processo, lead time e lotes de

fabricação, como também na implantação do sistema puxado e

melhoria da qualidade.

Setups das máquinas realizados pelos operadores de

produção. Redução de 50% no tempo de setup.

Setups das máquinas realizados pelos operadores de produção.

Redução de 50% no tempo de setup.

Implantação parcial de manutenção preventiva e

indicadores de eficiência global dos equipamentos.

Pequena parte dos operadores executa manutenção

autônoma.

Adoção completa de manutenção preventiva, manutenção

autônoma pelos operadores, indicadores de eficiência global

dos equipamentos e gestão a vista para os registros de

manutenção.

Não adota o takt time para estabelecer o ritmo de

produção.

Adota o takt time para fabricação dos produtos nos processos.

Autonomação (A)

A maioria dos operadores é responsável pela qualidade de

sua produção (mais de 75% dos operadores).

A maioria dos operadores é responsável pela qualidade de sua

produção (mais de 75% dos operadores).

Os operadores têm autonomia para parar a produção se

forem encontradas não conformidades (produtos ou

processos).

Os operadores têm autonomia para parar a produção se forem

encontradas não conformidades (produtos ou processos).

Aumento em torno de 20% na conformidade da qualidade

dos produtos.

Aumento em torno de 20% na conformidade da qualidade dos

produtos.

Redução aproximada de 20% das sucatas e retrabalhos. Redução aproximada de 20% das sucatas e retrabalhos.

Aumento da produtividade (relação entre quantidade de

produtos expedidos aos clientes e o consumo de matéria

prima) em aproximadamente 20%.

Aumento da produtividade (relação entre quantidade de

produtos expedidos aos clientes e o consumo de matéria

prima) em aproximadamente 20%.

Redução aproximada de 20% no tempo de atravessamento

dos materiais no processo de fabricação.

Redução aproximada de 20% no tempo de atravessamento dos

materiais no processo de fabricação.

Baixo nível de instalação de dispositivos a prova de erro

ou poka yoke (menos de 25% das máquinas ou

equipamentos).

Alto nível de instalação de dispositivos a prova de erro ou

poka yoke (entre 75% e 100% das máquinas ou

equipamentos).

Operações executadas de acordo com a documentação de

procedimento padrão.

Operações executadas de acordo com a documentação de

procedimento padrão.

Fornecedores Externos (FE)

Avanço no feedback aos fornecedores quanto à qualidade

das matérias primas fornecidas e o desempenho de

entrega.

Completa implementação de feedback aos fornecedores

quanto à qualidade das matérias primas fornecidas e o

desempenho de entrega.

Estabelece relacionamento de longo prazo (implementação

avançada), com frequência de contato através de visitações

aos fornecedores.

Completo estabelecimento de relacionamento de longo prazo,

com frequência de contato através de visitações aos

fornecedores.

O sistema de manufatura das autopeças não adota o

sistema puxado de matérias primas e componentes com os

fornecedores.

Adota sistema puxado com 25% a 50% dos fornecedores de

sua base de suprimentos, com frequência de abastecimento de

aproximadamente 20 vezes por mês.

Poucos fornecedores com localização próxima ao sistema

de manufatura.

Localização dos fornecedores fisicamente próximos ao

sistema de manufatura.

Os fornecedores não gerenciam o inventário de matéria

prima no sistema de manufatura.

Indefinição quanto à gestão de matéria prima pelos

fornecedores no sistema de manufatura.

Adota o preço de compra, a qualidade assegurada e a

confiabilidade de entrega como critérios qualificadores.

Adota o preço de compra, a qualidade assegurada e a

confiabilidade de entrega como critérios qualificadores.

Alguma implementação de ações para reduzir a quantidade

de fornecedores da base.

Implementação em fase avançada na adoção de ações para

reduzir a quantidade de fornecedores da base.

Clientes (C)

Adota feedback quanto à qualidade dos produtos

fornecidos e o desempenho de entrega.

Adota feedback quanto à qualidade dos produtos fornecidos e

o desempenho de entrega.

Contato frequente com os clientes estreitando as

informações relativas à demanda atual e futura dos

produtos, assim como aumento de demanda com novos

negócios.

Contato frequente com os clientes estreitando as informações

relativas à demanda atual e futura dos produtos, assim como

aumento de demanda com novos negócios.

Não gerenciam os níveis de estoques dos produtos nos

clientes.

Gerenciam os níveis de estoques dos produtos nos clientes.

Não há um cenário definido ou com alguma tendência

quanto a implantação do sistema puxado de produtos.

Completa implementação do sistema puxado de produtos.

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154

Tabela 4.6: Características por cluster das empresas autopeças em Recursos Humanos.

Fonte: elaborado pelo autor.

RECURSOS HUMANOS

CLUSTER 1 CLUSTER 2

Desenvolvimento Social (DS)

Alto investimento das empresas para assegurar aos funcionários benefícios sociais (alimentação, saúde,

educação, capacitação e desenvolvimento

profissional, etc.).

Médio investimento das empresas para assegurar aos funcionários benefícios sociais (alimentação,

saúde, educação, capacitação e desenvolvimento

profissional, etc.).

Participação de todos os funcionários nos lucros e resultados.

Participação de todos os funcionários nos lucros e resultados.

Apoia os funcionários a participarem de programas

sociais.

Desconhece ou não se envolve à participação de

funcionários em programas sociais.

A maioria dos líderes é promovida internamente, com

início de sua carreira nas operações dos processos.

Discordância entre as empresas para promoção

interna. Opiniões fragmentadas.

A liderança favorece todo suporte para o

desenvolvimento de melhorias pela equipe de funcionários.

A liderança favorece todo suporte para o

desenvolvimento de melhorias pela equipe de funcionários.

Rotineiramente são constituídas equipes de

funcionários para projetos preventivos de melhorias, estabelecendo objetivos ambientais e de

produtividade, com ideias para eliminação de

desperdícios e resíduos nos processos de fabricação.

Esporadicamente são constituídas equipes de

funcionários para projetos preventivos de melhorias, estabelecendo objetivos ambientais e de

produtividade, com ideias para eliminação de

desperdícios e resíduos nos processos de fabricação.

Há uma política clara de recompensa e premiação

pelas melhorias atingidas e os funcionários são

reconhecidos publicamente pelos gestores.

Indefinição quanto à adoção de recompensa e

premiação por melhorias atingidas e

reconhecimento pelos gestores.

Treinamento e Educação (TE)

Treinamentos em gestão ambiental e manufatura

enxuta são vistos como investimento estratégico para

a competitividade da empresa e o funcionário enxerga como valor agregado à sua carreira profissional.

Treinamento em gestão ambiental não é visto como

investimento estratégico para a competitividade da

empresa. Treinamento em manufatura enxuta é estrategicamente importante. O funcionário não

enxerga como valor agregado à sua carreira.

Treinamento formal e supervisionado para operadores

em múltiplas tarefas (multifuncionalidade da mão-de-obra).

Treinamento formal e supervisionado para

operadores em múltiplas tarefas (multifuncionalidade da mão-de-obra).

Muito frequente os workshops e kaizens para

reciclagem e reutilização de materiais, minimização na geração de resíduos poluentes e redução ou

eliminação de desperdícios na manufatura.

Rara realização de workshops e kaizens em gestão

ambiental e manufatura enxuta, com baixa participação dos operadores, para reciclagem e

reutilização de materiais, minimização na geração

de resíduos poluentes e redução ou eliminação de desperdícios na manufatura.

Muito frequentes treinamentos em práticas e

ferramentas da manufatura enxuta: MFV, 5S e gestão visual, TPM, trabalho padrão, sistema puxado e

kanban, setup.

Raramente há treinamentos em práticas e

ferramentas da manufatura enxuta: MFV, 5S e gestão visual, TPM, trabalho padrão, sistema

puxado e kanban, setup.

Raramente recebem treinamento em avaliação do

ciclo de vida dos produtos LCA (Life Cycle Assessment).

Nunca recebem treinamento em avaliação do ciclo

de vida dos produtos LCA (Life Cycle Assessment).

Recrutamento e Seleção (RS)

O recrutamento e seleção internos ou externos

explicitam preferência por candidatos comprometidos com o meio ambiente e redução de desperdícios.

Neutralidade dos recursos humanos em recrutar e

selecionar funcionários comprometidos com o meio ambiente e redução de desperdícios.

Ênfase na aptidão e capacidade do candidato trabalhar

de forma cooperativa e em equipe.

Ênfase na aptidão e capacidade do candidato

trabalhar de forma cooperativa e em equipe.

Candidatos: fundamental importância dos conhecimentos em gestão ambiental e manufatura

enxuta, para todos os níveis (liderança e operacional).

Candidatos: importância dos conhecimentos em gestão ambiental e manufatura enxuta para a

liderança e indiferença para cargos operacionais.

Sistema de Recompensa (SR)

Há uma política clara de recompensa e premiação dos

funcionários por produtividade (produção do produto certo, na quantidade necessária e no prazo estipulado,

com redução de desperdícios e resíduos).

Não há uma política clara entre as empresas de

recompensa e premiação dos funcionários por produtividade.

Para 75% das empresas, os funcionários recebem aumento em seus salários com base no desempenho

individual em produtividade.

Para 85% das empresas, os funcionários recebem aumento em seus salários com base no desempenho

individual em produtividade.

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155

4.4 Caracterização da visão de competitividade das empresas montadoras

O método proposto no trabalho relaciona as práticas de manufatura enxuta e

práticas ambientais, nos processos de fabricação do sistema de manufatura, com o

estado competitivo em sustentabilidade da organização industrial na visão dos clientes

(montadoras de veículos automotores), porque no segmento automotivo as montadoras

exercem governança sobre as demais empresas fornecedoras de qualquer nível (tier 1,

tier 2, etc).

Este estado competitivo é definido nos Fatores Críticos de Competitividade em

Sustentabilidade (FCCS) constituídos por quatro dimensões: econômico (FCCSe),

serviço (FCCSs), ambiental (FCCSa) e social (FCCSso).

Neste trabalho, para os FCCS utilizou-se a competitividade em sustentabilidade

para o segmento automotivo, envolvendo a organização industrial autopeças, seus

clientes e fornecedores diretos. Desta forma o trabalho explora se o cliente imediato das

autopeças enxerga como valor competitivo, através dos FCCS, o que está sendo

oferecido pelos sistemas de manufatura destas empresas.

Um questionário com as variáveis que integram cada FCCS foi enviado e

respondido pela estrutura de compras das montadoras. O conjunto de empresas

montadoras, para a aplicação do questionário baseou-se no anuário da indústria

automobilística brasileira de 2015 da ANFAVEA – Associação Nacional de Fabricantes

de Veículos Automotores, com 31 associadas, que reúnem 64 unidades industriais (auto

veículos, máquinas agrícolas e rodoviárias, motores, componentes, outros produtos). As

fábricas estão sediadas em 10 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São

Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará e Amazonas (ANFAVEA,

2015).

Para cada variável analisou-se a frequência (moda) das respostas dadas pelas

empresas respondentes (montadoras) dentro da escala Likert estabelecida (1 a 5). A

moda obtida, para cada variável, dentro dos fatores críticos de competitividade em

sustentabilidade foram postados em gráficos radares, conforme ilustrados nas Figura

4.10.

Page 156: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

156

Figura 4.10: Fatores Críticos de Competitividade em Sustentabilidade. Fonte:

elaborado pelo autor.

A análise exploratória das variáveis nos fatores críticos de competitividade em

sustentabilidade econômica demonstrou que o preço de compra é um critério

qualificador das montadoras na seleção e manutenção dos fornecedores de sua base.

Para tanto têm como prática implementada o acompanhamento das metas de redução

dos custos de fabricação de seus fornecedores através (i) do estabelecimento de política

de relacionamento de longo prazo (não adotam como prática a redução da quantidade de

empresas de sua base de fornecedores), (ii) a qualificação dos seus fornecedores quanto

à capacidade de produção instalada (ponto importante para atender a uma economia de

escala dos produtos fornecidos e desta forma reduzir os custos dos produtos), (iii)

adoção de um sistema formal de avaliação e certificação de seus fornecedores, com o

objetivo de garantir o suprimento de produtos com preços adequados à sua estrutura de

custos, (iv) compromisso dos fornecedores em reduzir os custos de fabricação dos

produtos fornecidos, desde que não afete a sua viabilidade econômica. Desta forma as

empresas montadoras atuam no desenvolvimento de projetos em manufatura enxuta

junto aos seus fornecedores e consideram esta prática importante na redução dos custos

como fator diferencial de competitividade econômica.

Através de indicadores de confiabilidade as empresas montadoras acompanham

e informam frequentemente aos fornecedores os seus desempenhos em relação à

qualidade e entrega das matérias primas e componentes. O acompanhamento destes

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157

indicadores se justifica pelo fato das montadoras adotarem a qualidade assegurada dos

produtos, a confiabilidade e a velocidade de entrega como critérios qualificadores para a

manutenção, seleção e certificação dos seus fornecedores. Estes critérios qualificadores

são os fatores crítico de competitividade em sustentabilidade serviços e são avaliados

através de um sistema formal de auditoria. Os resultados são acessáveis pelos

fornecedores, para a gestão autônoma de seus indicadores.

As empresas montadoras adotam como estratégia própria de negócio as questões

ambientais, com metas estabelecidas e alcançadas dentro do seu planejamento

estratégico. No âmbito do fator crítico de competitividade em sustentabilidade

ambiental a maioria das empresas montadoras adota neutralidade, como diferencial

competitivo qualificador para os fornecedores que estabelecem metas anuais para

minimizar os resíduos, o consumo em geral na produção e operação e a emissão de

poluentes. Raramente analisam indicadores de investimentos dos fornecedores para a

implementação de processos não poluentes como auditorias ambientais, programas de

educação ambiental e outros investimentos com o objetivo de incrementar e buscar a

melhoria contínua da qualidade ambiental nos processos e operações.

As empresas montadoras raramente adotam como política de desenvolvimento e

qualificação de fornecedores os que investem na melhoria da qualidade de vida da

comunidade onde atuam, como ações sociais externas em educação, cultura, esporte,

saúde e saneamento, etc. As montadoras tão pouco avaliam os indicadores internos

sociais de seus fornecedores como fator qualificador de fornecimento (tais como

previdência privada, saúde, educação, capacitação e desenvolvimento profissional de

seus funcionários). Nem mesmo os programas de participação dos funcionários nos

lucros e resultados dos fornecedores são avaliados como diferenciais competitivos pelas

empresas montadoras. Na visão das montadoras há apenas recomendações para que os

fornecedores adotem padrões éticos e de responsabilidades social e ambiental.

4.5 Resultados da aplicação ao modelo

O estado competitivo das empresas de autopeças definido neste trabalho é

medido pelas montadoras através dos Fatores Críticos de Competitividade em

Sustentabilidade (FCCS). O resultado da análise exploratória apresentou uma

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158

preponderância dos fatores críticos de competitividade em sustentabilidade nas

dimensões econômica e serviços. O que significa o atendimento à demanda das

montadoras com (i) o menor preço de compra; (ii) redução dos custos de fabricação

pelos fornecedores; (iii) qualidade assegurada dos produtos fornecidos; (iv)

confiabilidade de entrega; (v) capacidade de fazer mudanças rápidas de volume e/ou

produto (flexibilidade de resposta) e (vi) velocidade de entrega mais rápida. Os fatores

relacionados ao meio ambiente (FCCSa) e a projetos sociais (FCCSso) foram

identificados como menos influentes na qualificação competitiva das empresas

autopeças.

Por outro lado a classificação e caracterização das 56 empresas autopeças,

agrupadas nos clusters de gestão ambiental e manufatura enxuta, revelou que 37,5% das

empresas que compõem o quadrante III conjugam práticas em gestão ambiental e

manufatura enxuta, com menos desperdícios e menos resíduos em seus processos de

fabricação, conferindo um estado de competitividade em sustentabilidade diferenciado

em relação às outras empresas autopeças (Figura 4.11). Estas empresas autopeças

atendem aos fatores críticos de competitividade em sustentabilidade econômico e

serviços das organizações montadoras. Estas empresas autopeças estão agrupadas

simultaneamente no cluster 1 de gestão ambiental e no cluster 2 de manufatura enxuta.

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159

Figura 4.11: Resultados da aplicação do modelo: competência em sustentabilidade em

gestão ambiental e manufatura enxuta e a competitividade em sustentabilidade através

dos FCCS. Fonte: elaborado pelo autor.

As empresas do quadrante III têm uma estratégia ambiental estabelecida e

conhecida pelos funcionários. A alta direção enxerga a gestão ambiental como um fator

de competitividade para a organização, investindo em tecnologias de fabricação, sistema

de gestão e qualificação técnica. O sistema de preservação ambiental está em

conformidade com a legislação ambiental e os projetos de melhoria contínua (kaizens)

antecipam-se à legislação, com disposição orçamentária. Os operadores têm um elevado

comprometimento na redução de resíduos assim como dos recursos de fabricação. No

processo de manufatura a gestão ambiental tem ações predominantemente voltadas às

atividades de fabricação (inventário das emissões de gases, efluentes líquidos, resíduos

sólidos, etc.), com redução do lead time, removendo atividades desnecessárias às

operações.

Em manufatura enxuta estas empresas autopeças têm o sistema de produção

puxada nos processos de manufatura completamente implantados, com controle por

kanban. Os processos internos clientes e fornecedores localizam-se próximos

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160

fisicamente. O layout destes processos é definido a partir da classificação dos produtos

por família e estabelece-se o takt time para a fabricação. Há gestão a vista com

indicadores de controle dos níveis de estoque de materiais em processo e tempo de

atravessamento (lead time). Os operadores estão envolvidos em kaizens de processo

com plena contribuição na resolução de problemas como setup, estoque em processo,

lead time, lotes de fabricação, qualidade na fonte e sistema puxado. Os operadores são

responsáveis pela qualidade de sua produção e têm autonomia sobre o processo diante

de uma não conformidade do produto fabricado. A maioria dos recursos de fabricação é

dotada de dispositivos a prova de erros (poka yoke). As empresas autopeças do

quadrante III estabelece relacionamento comercial de longo prazo com os seus

fornecedores e os suportam com feedbacks quanto à qualidade das matérias primas

fornecidos e o desempenho de entrega. Os fornecedores em boa parte estão localizados

proximamente às empresas autopeças, que adotam sistema puxado de abastecimento,

com frequência de entrega diária. Na outra extremidade estão os clientes, que também

empregam sistema puxado de produtos com as empresas autopeças. Os clientes estão

em contato frequente informando os índices de qualidade dos produtos e o desempenho

de entrega logístico.

A totalidade das empresas autopeças reservadas nos quadrantes III e IV

proporcionam treinamentos formais em gestão ambiental e manufatura enxuta e

consideram tais treinamentos como investimento estratégico para a competitividade da

organização industrial. Os funcionários são recompensados e premiados por seus

desempenhos individuais de produtividade, com participação nos lucros e resultados.

Há uma política clara de recompensa e premiação pelas melhorias atingidas. A

capacitação da mão-de-obra operacional, para a redução de desperdícios e resíduos nos

processos de transformação, inicia-se no recrutamento e seleção de candidatos com

conhecimentos em gestão ambiental e manufatura enxuta.

O resultado da aplicação do modelo apresenta que mais da metade das empresas

autopeças 58,9% (quadrantes II e III – Figura 11) investiram em gestão ambiental nos

seus sistemas de manufatura, mas que as empresas montadoras não priorizam como

fator crítico de competitividade em sustentabilidade. As montadoras adotam a gestão

ambiental em seus sistemas de negócio, mas ao mesmo tempo não utilizam os fatores

ambientais como críticos em competitividade junto aos seus fornecedores, como

redução de resíduos, remanufatura, reciclagem, eficiência na utilização de recursos e

ações em melhorias ambientais.

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161

As ações em gestão ambiental nas empresas autopeças do quadrante II (21,4%)

contribuem para a competitividade nos fatores críticos econômico e serviço, dado à

menor produção de resíduos em seus processos fabricação. O estado competitivo destas

empresas poderia ser maior se adotassem ações para reduzir os desperdícios.

O estado competitivo econômico e serviço de 8,9% das empresas autopeças

(quadrante IV) se dá por práticas em manufatura enxuta, para diminuir os desperdícios

nos processos. Práticas em gestão ambiental, para redução de resíduos, poderiam ser

adotadas para melhorar o estado competitivo destas empresas.

As empresas autopeças dos quadrantes II, III e IV (67,8%) consideram-se mais

competitiva em qualidade do produto em conformidade, confiabilidade na entrega de

seus produtos, flexibilidade e velocidade de entrega. Estas mesmas empresas avaliam

que a competitividade em custo é igual à média de seus concorrentes. As empresas

destes três quadrantes avaliam que há uma forte pressão exercida pelos stakeholders

representados pelos clientes, governos, acionistas e funcionários para a implementação

de práticas ambientais em seus sistemas de manufatura. Também há uma forte pressão

dos clientes, da alta direção e dos acionistas para efetivação de práticas em manufatura

enxuta.

Empresas que integram o quadrante I do modelo proposto (32,1%) produzem

muito resíduo e desperdícios em seus processos de manufatura prejudicando sua

capacidade competitiva frente aos fatores críticos de competitividade em

sustentabilidade das montadoras.

De forma sumarizada pode-se projetar a competitividade em sustentabilidade das

empresas autopeças e montadoras estudadas pelo modelo proposto conforme ilustrado

na Figura 4.12.

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Figura 4.12: Sumarização: competitividade em sustentabilidade pelo modelo

proposto. Fonte: elaborado pelo autor.

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163

5 CONCLUSÕES

5.1 Conclusões

A unidade básica para se compreender a competitividade é a organização

industrial e dentro desta organização o seu sistema de manufatura, que por sua vez é

composto por processos de transformação. As empresas são um grupo de competidores,

que produzem produtos e/ou serviços, que competem diretamente entre si dentro de uma

cadeia de suprimentos. A competitividade é traduzida na organização industrial através

da efetividade do fluxo de valores, que consegue criar para seus clientes, ao longo dos

processos de transformação. Estes valores, na perspectiva dos clientes, são em princípio

resultados alcançados pelo sistema de manufatura da organização industrial. Os valores

são percebidos pelos clientes quando os sistemas de manufatura das empresas

fornecedoras reduzem seus desperdícios e resíduos. Estes são reduzidos através da (i)

diminuição dos tempos de fluxos dos materiais nos processos de fabricação, (ii) redução

dos estoques no processo, (iii) qualidade assegurada dos produtos e serviços, (iv)

melhor atendimento dos prazos de entrega (confiabilidade, flexibilidade e velocidade) e

(v) redução dos custos nos processos de transformação. Mais recentemente outros dois

componentes se integraram para determinar o estado competitivo das empresas: os

fatores ambiental e social. Desta forma, neste trabalho, pressupõe-se que a determinação

de escolha de uma organização como fornecedora vai além das suas competências

competitivas econômicas (custo) e de serviço (qualidade, confiabilidade, flexibilidade e

velocidade). As empresas também precisam ser competitivas em uma visão de valor aos

clientes com ações ambientais e sociais.

Para estar competitiva no mercado as empresas têm que estabelecer

internamente o seu estado de competência em sustentabilidade. Os desempenhos de

suas competências internas em sustentabilidade, em cada processo e operação da

organização, contribuem para a percepção dos clientes de seu estado competitivo em

sustentabilidade.

O questionamento é: como está a relação entre os fatores críticos de

competitividade em sustentabilidade enxergados pelo lado das montadoras e o estado de

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164

competência em sustentabilidade adotado pelas empresas autopeças? Para a análise

exploratória deste cenário as perguntas de pesquisa estabelecidas neste trabalho são que

as empresas clientes enxergam e avaliam as empresas fornecedoras como sendo mais

competitivas a partir de uma perspectiva de sustentabilidade não só econômica e

serviços, mas também ambiental e social, o sistema de manufatura das empresas

fornecedoras aplicam práticas em manufatura enxuta e gestão ambiental, suportadas por

ações de recursos humanos, que proporciona um diferencial competitivo em

sustentabilidade econômica, serviços, ambiental e social.

Para tanto apresentou-se neste trabalho uma proposta de modelo para análise da

competitividade em sustentabilidade de empresas aplicado ao segmento automotivo. O

resultado da análise exploratória na aplicação do modelo apresentou uma

preponderância dos fatores críticos de competitividade em sustentabilidade nas

dimensões econômica e serviços (FCCSe e FCCSs). O que significa o atendimento à

demanda das montadoras com (i) o menor preço de compra; (ii) redução dos custos de

fabricação pelos fornecedores; (iii) qualidade assegurada dos produtos fornecidos; (iv)

confiabilidade de entrega; (v) capacidade de fazer mudanças rápidas de volume e/ou

produto (flexibilidade de resposta) e (vi) velocidade de entrega mais rápida. Os fatores

relacionados ao meio ambiente (FCCSa) e a projetos sociais (FCCSso) foram

identificados como menos influentes na qualificação competitiva das empresas

autopeças, fornecedoras das montadoras.

Não obstante a classificação e caracterização das empresas autopeças, agrupadas

nos clusters de gestão ambiental e manufatura enxuta, revelou que 37,5% das empresas

conjugam práticas em gestão ambiental e manufaturas enxuta, com menos desperdícios

e menos resíduos em seus processos de fabricação, conferindo um estado de

competitividade em sustentabilidade diferenciado em relação a outras empresas

autopeças. Estas empresas suportam os fatores críticos de competitividade em

sustentabilidade econômico e serviços das empresas montadoras.

O mercado das montadoras automotoras não diferenciam seus fornecedores

como mais competitivos quando o fator crítico de competitividade em sustentabilidade é

ambiental e social. As montadoras não pressionam seus fornecedores a adotarem

práticas de gestão ambiental para melhorar seu desempenho ambiental. As empresas

autopeças que adotam práticas em gestão ambiental em seus sistemas de manufatura

atendem às pressões de outras partes interessadas externas que não são as empresas

montadoras clientes. As práticas em gestão ambiental nestas empresas autopeças não

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165

são vistas como um diferencial competitivo pelas montadoras (H1), mas estas empresas

adotam pro-ativamente práticas em redução de resíduos ambientais como diferencial

competitivo melhorando seus desempenhos em outros critérios como melhor qualidade,

redução de custos, confiabilidade, flexibilidade e velocidade.

Um terço aproximadamente das empresas autopeças convergem para uma

redução de desperdícios e resíduos que lhes proporcionam estar mais competitivas na

visão das empresas montadoras. Nestas empresas autopeças percebe-se um efeito de

equilíbrio entre práticas em gestão da manufatura enxuta e gestão ambiental com ações

de recursos humanos que as levam a este estado competitivo diferenciado.

5.2 Limitações do estudo

Os resultados deste trabalho devem ser ponderados pelas limitações inerentes à

sua obtenção, são elas:

Os processos de manufatura das empresas autopeças pesquisadas

classificam-se como discretos com produção em grandes lotes e

utilização da capacidade instalada de aproximadamente 70%.

Características que poderiam produzir resultados diferentes caso fossem

alteradas.

Os resultados poderiam ser distintos caso o conjunto de empresas

pesquisadas fosse coletada de uma base diferente.

Os estudos foram realizados em empresas manufatureiras de pequeno,

médio e grande portes, características que poderiam produzir resultados

diferentes caso fossem alteradas.

A análise de agrupamento não é uma técnica de inferência estatística na

qual os parâmetros de uma amostra são avaliados como possivelmente

representativos de uma população. É usada como uma técnica

exploratória ou descritiva.

As variáveis dos questionários não foram validadas em auditoria com

base em normas SAE J4000 ou ISO 14000. Não foi buscado na pesquisa

às empresas a avaliação da consistência real das práticas em manufatura

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166

enxuta, gestão ambiental e recursos humanos aplicadas nas operações de

manufatura.

Na formação dos clusters foram consideradas as empresas (objetos)

outliers.

No gráfico radar não foram consideradas as variáveis onde não se

encontrou o valor da moda.

O modelo proposto é definido para k=2 em gestão ambiental, gestão da

manufatura enxuta e recursos humanos.

5.3 Propostas de trabalhos futuros

Os resultados deste trabalho abrem a perspectiva de novas pesquisas e estudos

futuros, sendo sugeridos:

- automatizar a classificação de novas empresas dentro dos quadrantes.

Elaborando um perfil da organização quanto às práticas adotadas em manufatura enxuta,

gestão ambiental e recursos humanos. Gerando ações para a migração de um quadrante

para outro.

- estudo associando o emprego específico de cada prática ou ferramenta da

manufatura enxuta e gestão ambiental com as prioridades competitivas em

sustentabilidade adotadas, o que permitiria analisar quais ferramentas afetam

diretamente cada uma das prioridades competitivas;

- aplicação de estudos semelhantes a este em outros segmentos industriais. Desta

forma, podem ser realizadas análises exploratórias comparativas entre os vários

segmentos;

- desenvolvimento de um modelo envolvendo pensamento enxuto, gestão

ambiental e recursos humanos para o setor de serviços.

- estudo específico sobre a influência dos recursos humanos no sucesso de

implantação da manufatura enxuta e gestão ambiental nos sistemas de manufatura.

- estudo de mercado para as empresas, que neste trabalho foram agrupadas em

clusters cujos desperdícios e resíduos em seus processos de fabricação são maiores. Em

qual mercado estas empresas competem. Qual o perfil competitivo deste mercado.

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167

- aplicação de conceitos de manufatura enxuta em processos de triagem de

materiais para reciclagem (cooperativas de catadores), para melhoria de desempenho

operacional e resultados econômicos.

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Referências Bibliográficas Complementares

CARRILLO, Jenny C. L. - Estudo de Aspectos Ambientais em Produção Enxuta.

Dissertação de Mestrado. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2012.

CUA, Kristy Ong - A Theory of Integrated Manufacturing Practices: Relating

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Ph.D. Thesis. University of Minnesota, 2000.

FRESNER, Johannes - Cleaner Production as a Means for Effective Environmental

Management. Journal of Cleaner Production, v.6, p.171–179, 1998.

GONZALEZ-BENITO, Javier - The Effect of Manufacturing Proactivity on

Environmental Management: an Exploratory Analysis. International Journal of

Production Research, v.46, 2008.

SHARMA, Sanjay; VREDENBURG, Harrie - Proactive Corporate Environmental

Strategy and the Development of Competitively Valuable Organizational

Capabilities. Strategic Management Journal, v.19, p.729–753, 1998.

iBase - Instituto Brasileiro de Analises Sociais e Econômicas. Balanço Social.

Disponível em http://www.balancosocial.org.br Acessado em setembro de 2013.

LUSTOSA, Maria Cecília Junqueira - Meio Ambiente, Inovação e Competitividade

na Indústria Brasileira: a Cadeia Produtiva do Petróleo. Tese de Doutorado. Rio de

Janeiro: Universidade Fedral do Rio de Janeiro, 2002.

MCDUFFIE, John Paul – Beyond Mass Production: Flexible Production Systems

and Manufacturing Performance in the World Auto Industry. Ph.D. Dissertation.

Massachusetts Institute of Technology, 1991.

ROTHENBERG, Sandra - Is Lean Green? The Relationship Between

Manufacturing Processes and Environmental Performance Whiting Different

Regulatory Contexts. Ph.D. Dissertation. Massachusetts Institute of Technology, 1999.

HAMZAGIC, Miroslava ECO-Kanban Sistematização no Reaproveitamento de

Resíduos Industriais. Tese de Doutorado. São Paulo: Escola Politécnica, USP, 2010.

Page 179: Proposta de Modelo para Análise da …...3Ps - People, Profit, Planet 3Rs – Reduzir, Remanufaturar e Reutilizar/Reciclar 5S – Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke Sumário

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ANEXO: Questionários

No anexo estão inseridos:

- o e-mail convidando as empresas a participarem da pesquisa;

- o questionário utilizado para pesquisa às empresas autopeças;

- o questionário utilizado para pesquisa às empresas montadoras.

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E-MAIL CONVITE

Prezado Sr.

Este meu contato se faz por indicação do Sr William Mufarej – Gerente Executivo do

SINDIPEÇAS.

Estamos realizando uma pesquisa de doutorado sobre uma “Proposta de Modelo para

Análise da Competitividade em Sustentabilidade Ambiental em Empresas do Segmento

Automotivo”, realizada na Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP.

De forma reflexiva, quais as relações que a dimensão ambiental e a manufatura enxuta

podem manter como estratégia interna do sistema de manufatura, e que contribuem para

a competitividade externa da organização. Contribui-se, assim, para evolução do campo

de conhecimento sobre a referida integração, uma vez que este trabalho mostra como a

adoção de práticas em manufatura enxuta e práticas ambientais, nos processos de

fabricação dos sistemas de manufatura, influenciam na competitividade externa em

sustentabilidade das empresas nas dimensões econômica, serviço, ambiental e social.

Para a quantificação desta pesquisa adotou-se o método survey, com a coleta de dados

feita por meio da aplicação de questionário.

O atual estágio da minha tese consiste na aplicação de um questionário a Gerentes de

Manufatura/Industrial de empresas do segmento industrial automotivo. Pela metodologia de pesquisa adotada o questionário é aplicado individualmente, na

presença do pesquisador. Queremos ressaltar que se trata de uma pesquisa acadêmica, cujos resultados serão de

uso restrito e confidencial. Assegura-se à empresa e ao profissional respondente a

privacidade das informações fornecidas nas respostas do questionário. Diante do exposto acima solicito a oportunidade de ir à EMPRESA, para aplicar este

questionário, tendo os senhores como respondentes.

Desde já agradeço a atenção.

Prof. Dr. Oswaldo Luiz Agostinho

Faculdade de Engenharia Mecânica UNICAMP

Luís Henrique Rodrigues

Doutorando em Engenharia Mecânica - UNICAMP

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QUESTIONÁRIO EMPRESAS CLIENTES (MEIO EXTERIOR)

I) INFORMAÇÕES CONTEXTUAIS

I.1 - Quando sua empresa (montadora) compra componentes e/ou matérias primas para os seus

produtos, quais as quatro principais características competitivas, que o departamento de

compras valoriza, para definir qual será a indústria fornecedora? Preencher na coluna da direita

as ponderações de importância, distribuindo-as em um total de 100%.

Características Ponderação

(%)

1

2

3

4

I.2 - Por favor, classifique a importância dos seguintes objetivos ou metas para sua empresa

(montadora), com relação aos fornecedores, ao longo dos próximos cinco anos.

Classificar como posição 1 o objetivo mais importante, posição 2, para o segundo objetivo mais

importante e assim por diante. Você pode classificar vários objetivos com posição de igual

importância.

Objetivos ou Metas Classificação

(posição)

Custo unitário baixo

Qualidade consistente

Entrega confiável

Capacidade de fazer mudanças rápidas de volume e/ou produto

Velocidade de entrega mais rápida

Meio ambiente e segurança

Desenvolvimento de novos produtos e inovação

I.3 - Favor avaliar a pressão que sua empresa exerce sobre os fornecedores para implementação

das práticas relacionadas na tabela abaixo. Assinale com um “X” o número que indica sua

opinião, para cada uma das práticas.

Para indicar sua opinião utilizar a escala a seguir:

(1) - nenhuma.

(2) - fracas.

(3) - médias

(4) - fortes.

(5) - muito fortes.

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Práticas Escala

(1) (2) (3) (4) (5)

Redução de desperdícios.

JIT (just in time).

Utilização de embalagens retornáveis.

Aumento da frequência de entregas de suprimentos.

Agendamento para coleta de produtos (sistema milk run).

II) COMPETITIVIDADE EM SUSTENTABILIDADE: FATORES

CRÍTICOS DE COMPETITIVIDADE EM SUSTENTABILIDADE

II.1 – ECONÔMICO - FCCSe

P1) A sua empresa (montadora) desenvolve programas conjuntos de P&D em manufatura

enxuta (lean manufacturing) com seus fornecedores?

(1) - a empresa não leva em consideração P&D em manufatura enxuta em conjunto com seus

fornecedores.

(2) - a empresa considera P&D em manufatura enxuta em conjunto com seus fornecedores, mas

não é importante.

(3) - pouco importante.

(4) - importante.

(5) - de extrema importância.

P2) Favor indicar o grau de importância, para sua empresa, a qualificação de seus fornecedores

quanto à capacidade de produção instalada para atender economia de escala nos produtos.

(1) - a empresa não leva em consideração a capacidade de produção de seus fornecedores.

(2) - a empresa considera a capacidade de produção de seus fornecedores, mas não é importante.

(3) - pouco importante.

(4) - importante.

(5) - de extrema importância.

P3) A empresa adota como política o estabelecimento de um relacionamento de longo prazo

com seus fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P4) A empresa tem como prática adotar um sistema formal de avaliação e certificação de

fornecedores, com o objetivo de garantir o suprimento de produtos com preço adequado ao

cliente e viabilidade econômica ao fornecedor.

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento de montadoras.

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183

P5) Os fornecedores têm um comprometimento contratual com a sua empresa (montadora) em

relação à redução de custos dos insumos (matéria prima, componentes, etc.).

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P6) A empresa tem como prática adotar ações objetivas para reduzir o número de fornecedores

em cada categoria de produtos (matéria prima, componentes, etc.).

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento de montadoras.

P7) Na empresa montadora o preço de compra de produtos (matéria prima, componentes, etc.)

é um critério qualificador para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P8) A empresa montadora tem como prática acompanhar metas e ações dos fornecedores para

redução dos custos de fabricação?

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento de montadoras.

II.2 – SERVIÇO - FCCSs

P9) A empresa tem como procedimento informar os seus fornecedores quanto à qualidade dos

insumos fornecidos, através de indicadores de qualidade facilmente acessáveis pelos

fornecedores.

(1) - nunca.

(2) - raramente.

(3) - frequência moderada.

(4) - frequentemente.

(5) - muito frequentemente.

P10) A empresa tem como procedimento informar os seus fornecedores quanto ao desempenho

na entrega dos insumos fornecidos, através de indicadores de confiabilidade (exemplos: OTD –

on time delivery, OTIF – on time in full, etc.) facilmente acessáveis pelos fornecedores.

(1) - nunca.

(2) - raramente.

(3) - frequência moderada.

(4) - frequentemente.

(5) - muito frequentemente.

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P11) A empresa adota como política o envolvimento direto dos fornecedores no processo de

desenvolvimento de novos produtos.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P12) A empresa tem como prática adotar um sistema formal de avaliação e certificação de

fornecedores, com o objetivo de garantir o suprimento de produtos com qualidade,

confiabilidade e velocidade de entrega.

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento de montadoras.

P13) A empresa tem como prática habilitar seus principais fornecedores para gerenciarem o

inventário de seus produtos (matéria prima, componentes, etc.) na planta da montadora.

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento de montadoras.

P14) Na empresa montadora a qualidade assegurada da matéria prima e/ou componentes é um

critério qualificador adotado para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P15) Na empresa montadora a confiabilidade e velocidade de entrega dos produtos (matéria

prima, componentes, etc.) é um critério qualificador adotado para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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II.3 – AMBIENTAL - FCCSa

P16) Internamente a empresa (montadora) adota como estratégia de negócio as questões

ambientais?

(1) - não há indicação de preocupação sobre o assunto.

(2) - há apenas a preocupação de atender as exigências legais.

(3) - há preocupação com a sustentabilidade.

(4) - há preocupação com a sustentabilidade e faz parte do planejamento estratégico da empresa.

(5) - há preocupação com a sustentabilidade e faz parte do planejamento estratégico da empresa

e as metas são alcançadas.

P17) A sua empresa, enquanto cliente leva em consideração a opção por fornecedores que têm

consciência quanto a questões ambientais e que se engajam na luta para melhoria nas condições

do meio ambiente?

(1) - nunca consideram as questões ambientais na opção por fornecedores.

(2) - raramente considera as questões ambientais neste sentido.

(3) - moderadamente.

(4) - parcialmente.

(5) - totalmente, sempre consideram como opção fornecedores que têm consciência quanto a

questões ambientais.

P18) A sua empresa, enquanto cliente pressiona seus fornecedores a implementar práticas

ambientalmente orientadas? Assinale com um “X” a alternativa que indica sua opinião.

(1) - nenhuma pressão.

(2) - fracas pressões.

(3) - médias pressões.

(4) - fortes pressões.

(5) - exerce pressão muito forte.

P19) A empresa montadora adota com diferencial qualificador o fornecedor que estabelece

metas anuais para minimizar resíduos, o consumo em geral na produção/operação e aumentar a

eficácia na utilização de recursos naturais.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P20) Para qualificar os fornecedores a empresa montadora analisa indicadores de investimentos

para monitoramento da qualidade dos resíduos/efluentes, gastos com a introdução de métodos

não-poluentes, auditorias ambientais, programas de educação ambiental para os(as)

funcionários(as) e outros gastos com o objetivo de incrementar e buscar o melhoramento

contínuo da qualidade ambiental na produção/operação do fornecedor.

(1) - nunca analisa.

(2) - raramente analisa.

(3) - analisa com frequência moderada.

(4) - analisa frequentemente.

(5) - analisa com muita frequência.

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II.4 – SOCIAL - FCCSso

P21) A empresa, como cliente, adota como política de desenvolvimento e qualificação de

fornecedores, os que investem na melhoria da qualidade de vida da comunidade onde atuam.

Assinale com um “X” a alternativa que indica sua opinião.

(1) - nunca consideram os investimentos dos fornecedores para a melhoria na qualidade de vida

da comunidade onde atuam.

(2) - raramente considera os investimentos neste sentido.

(3) - moderadamente.

(4) - parcialmente.

(5) - totalmente, sempre consideram os investimentos dos fornecedores para a melhoria na

qualidade de vida da comunidade onde atuam.

P22) A sua empresa, enquanto cliente adota como critério qualificador os fornecedores que

investem em ações sociais externas como educação, cultura, esporte, saúde e saneamento, etc.?

(1) - nunca consideram as questões sociais na opção por fornecedores.

(2) - raramente considera as questões sociais neste sentido.

(3) - moderadamente.

(4) - parcialmente.

(5) - totalmente, sempre consideram como opção fornecedores que investem em ações sociais

externas.

P23) Para qualificar um fornecedor a empresa montadora avalia indicadores sociais internos

oferecidos aos funcionários do fornecedor como alimentação, previdência privada, saúde e

segurança, educação, capacitação e desenvolvimento profissional?

(1) - nunca consideram os indicadores sociais internos do fornecedor.

(2) - raramente considera os indicadores internos sociais do fornecedor.

(3) - moderadamente.

(4) - parcialmente.

(5) - totalmente, sempre consideram como opção fornecedores que investem em ações sociais

internas.

P24) Para qualificar um fornecedor a empresa montadora avalia o programa de participação nos

lucros e resultados do fornecedor.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P25) Na seleção dos fornecedores, os mesmos padrões éticos e de responsabilidade social e

ambiental adotados pela empresa montadora:

(1) - não são considerados.

(2) - são indiferentes.

(3) - são sugeridos.

(4) - são recomendados.

(5) - são exigidos.

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QUESTIONÁRIO EMPRESAS FORNECEDORAS (SISTEMA DE MANUFATURA)

Gestão Ambiental, Gestão em Manufatura Enxuta e Recursos Humanos.

I. INFORMAÇÕES CONTEXTUAIS

I.1. Orientação dos processos quanto à padronização dos produtos

O(s) processo(s) de produção do sistema de manufatura de sua empresa é(são) mais bem

caracterizado(s) da seguinte forma. Favor preencher qual a porcentagem de volume de produto

produzido em cada categoria. A soma total dos volumes de produtos produzidos é 100%.

Categoria de produção

Volume de

produto

produzido (%)

Uma única peça (C5)

Pequenos lotes (C4)

Grandes lotes (C3)

Repetitivos/linha de fluxo (C2)

Contínuo (C1)

Personalização do produto = 5 × C5 + 4 × C4 + 3 × C3 + 2 × C2 + 1 × C1

I.2. Utilização da capacidade

Durante os últimos 12 meses, qual foi o percentual médio de utilização da capacidade de

produção da planta? (_____%)

I.3. Fatores críticos de competitividade

Para os fatores críticos de competitividade a seguir, assinalar com um “X” o número que indica,

em sua opinião, o grau de competitividade de sua empresa em relação aos concorrentes, em seu

setor/segmento, em uma base regional/pais:

Para indicar sua opinião utilizar a escala a seguir:

(1) - pobre ou na extremidade mais fraca dos concorrentes.

(2) - abaixo da média dos concorrentes.

(3) - igual à média dos concorrentes.

(4) - um pouco melhor que a média dos concorrentes.

(5) - muito melhor que a média dos concorrentes.

Fatores críticos de competitividade Escala

(1) (2) (3) (4) (5)

Qualidade: Qualidade do produto em conformidade.

Custos: Custo unitário de fabricação.

Confiabilidade no prazo de entrega: Entrega no prazo.

Flexibilidade: Alterar o volume e/ou produto na produção.

Velocidade de entrega: Velocidade de entrega dos produtos aos clientes.

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Avaliar as pressões exercidas no sistema de manufatura, pelas partes interessadas, para a

implementação de práticas ambientalmente orientadas. Assinale com um “X” o número que

indica sua opinião.

Para indicar sua opinião utilizar a escala a seguir:

(1) - nenhuma.

(2) - fracas.

(3) - médias

(4) - fortes.

(5) - muito fortes.

Partes interessadas (stakeholders) Escala

(1) (2) (3) (4) (5)

Clientes, como parte interessada.

Governo, como parte interessada.

Acionistas, como parte interessada.

Funcionários, como parte interessada.

ONGs/Sociedade, como partes interessadas.

Normas ambientais reguladoras, como parte interessada.

Classifique a importância dos seguintes objetivos ou metas para a fabricação, em seu sistema de

manufatura, ao longo dos próximos cinco anos.

Classificar como posição 1 o objetivo mais importante, posição 2, para o segundo objetivo mais

importante e assim por diante. Você pode classificar vários objetivos com posição de igual

importância.

Objetivo Classificação

(posição)

Custo unitário baixo

Qualidade consistente

Entrega confiável

Capacidade de fazer mudanças rápidas de volume e/ou produto

Velocidade de entrega mais rápida

Meio ambiente e segurança

Desenvolvimento de novos produtos e inovação

Avaliar as pressões exercidas pelas partes interessadas, no sistema de manufatura, para a

implementação de práticas em manufatura enxuta. Assinale com um “X” o número que

indica sua opinião.

Para indicar sua opinião utilizar a escala a seguir:

(1) - nenhuma.

(2) - fracas.

(3) - médias.

(4) - fortes.

(5) - muito fortes.

Partes interessadas (stakeholders) Escala

(1) (2) (3) (4) (5)

Clientes, como parte interessada.

Alta Direção, como parte interessada.

Acionistas, como parte interessada.

Funcionários, como parte interessada.

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Avaliar a sua visão quanto à vantagem competitiva alcançada pela sua indústria, em relação aos

concorrentes diretos, quando da implantação de práticas em manufatura enxuta e ambientais.

Assinale com um “X” a sua opinião.

Práticas em manufatura enxuta e ambientais

Vantagem competitiva

Não

Há Fraca Média Forte

Muito

Forte

Os recursos e práticas aplicados pela sua indústria

à manufatura enxuta e ambiental são raros.

(1) (2) (3) (4) (5)

Os recursos e práticas aplicados pela sua indústria

à manufatura enxuta e ambiental são

insubstituíveis.

(1) (2) (3) (4) (5)

Os recursos e práticas aplicados pela sua indústria

à manufatura enxuta e ambiental são de difícil

imitação.

(1) (2) (3) (4) (5)

Os recursos e práticas aplicados pela sua indústria

à manufatura enxuta e ambiental são valiosos na

visão do cliente.

(1) (2) (3) (4) (5)

II. COMPETÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE: FATORES INTERNOS DE

COMPETITIVIDADE

II.1. GESTÃO AMBIENTAL

II.1.1. SISTEMA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL (SPA)

Circule a alternativa que indica sua opinião:

P1) O sistema de manufatura promove workshops (kaizen/círculo de controle de qualidade) para

práticas de melhoria contínua proativa em gestão ambiental?

(1) - nunca.

(2) - raramente.

(3) - frequência moderada.

(4) - frequentemente.

(5) - muito frequentemente.

P2) Qual o estágio de implantação do sistema de qualidade ISO 14000 no sistema de

manufatura da sua empresa?

(1) - implantação não considerada.

(2) - sistema da qualidade em processo de preparação para certificação.

(3) - sistema da qualidade implantado aguardando certificação.

(4) - sistema da qualidade certificado.

(5) - sistema da qualidade certificado e liderança no segmento industrial.

P3) O sistema de manufatura de sua empresa está em conformidade com a legislação ambiental

atual?

(1) – não está em conformidade.

(2) – está 20% conforme.

(3) – está 50% conforme.

(4) – está 80% conforme.

(5) – está em conformidade total.

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P4) Os funcionários do sistema de manufatura da empresa, como parte interessada, estão

completamente informados sobre a nova legislação ambiental?

(1) – não estão informados.

(2) – estão 20% informados.

(3) – estão 50% informados.

(4) – estão 80% informados.

(5) - estão totalmente informados.

P5) Como prática de gestão ambiental, no sistema de manufatura há uma gestão a vista onde se

certifica de que seus funcionários são informados de forma clara e adequados sobre os efeitos

ambientais negativos provocados por falhas nos processos ou por efeitos ambientais positivos

provocados por ações de melhorias nos processos?

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação desta prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática atualmente implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento industrial.

II.1.2. PROJETO DE PRODUTO (PP)

Circule a alternativa que indica a sua opinião.

P6) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para a escolha de materiais (matéria prima, componentes, etc.) que sejam

reciclados ou que prejudiquem menos o meio ambiente?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

P7) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para a redução na quantidade de materiais utilizados na fabricação dos

produtos?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

P8) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para o desenvolvimento de produtos para reduzir o consumo de recursos

como, energia, água, produtos auxiliares, componentes, etc.

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

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P9) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para o desenvolvimento de produtos para viabilizar a remanufatura?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

P10) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para o desenvolvimento de produtos para viabilizar a reutilização dos

produtos?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

P11) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para o desenvolvimento de produtos com redução do lead time de fabricação?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

P12) Na engenharia de produtos de seu sistema de manufatura há práticas objetivas de

direcionamento para o desenvolvimento de produtos que reduza os resíduos (sucatas de

matéria prima e produtos) produzidos nos processos de fabricação?

(1) - práticas não consideradas.

(2) - planejamento para implementação destas práticas.

(3) - práticas sendo implementadas.

(4) - práticas atualmente implementadas.

(5) - praticas atualmente implementadas e liderança no segmento industrial.

Circule a alternativa que indica a sua opinião.

P13) Na engenharia de processo do sistema de manufatura há um direcionamento para o

desenvolvimento de processos com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica, para a

fabricação e montagem dos produtos.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P14) Na engenharia de processo do sistema de manufatura há um direcionamento para o

desenvolvimento de processos cujo objetivo seja a redução da emissão de poluentes e resíduos

sólidos, com adequado armazenamento/deposição destes resíduos.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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192

P15) Na engenharia de processo do sistema de manufatura há um direcionamento para se

reduzir o tempo de fluxo de materiais nos processos, simplificando ou removendo atividades

desnecessárias nas operações de produção, para prevenção da poluição.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P16) A engenharia de processo do sistema de manufatura desenvolve embalagens reutilizáveis

para o fluxo de materiais nos processos de fabricação e na distribuição dos produtos?

(1) - nunca desenvolve.

(2) - desenvolve com resistência.

(3) - desenvolve reativamente, quando solicitado pelo cliente.

(4) - desenvolve frequentemente de forma proativa.

(5) - desenvolve muito frequentemente, de forma proativa, com máxima otimização.

P17) Qual o percentual de padronização para componentes ou matérias primas utilizado em

diferentes famílias de produtos nos processos de manufatura de sua empresa?

(1) - 0%.

(2) - de 1 a 25% dos componentes ou matérias primas.

(3) - de 26 a 50% dos componentes ou matérias primas.

(4) - de 51 a 75% dos componentes ou matérias primas.

(5) - de 76 a 100% dos componentes ou matérias primas.

II.1.3. PROCESSO DE MANUFATURA (PM)

Circule a alternativa que indica a sua opinião.

P18) A gestão ambiental é predominantemente ligada aos processos de produção do sistema de

manufatura.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P19) Os objetivos das atividades de gestão ambiental nos processos da manufatura são ligados

às práticas de utilização mais eficiente de insumos/matérias-primas?

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação da prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento industrial.

P20) Os objetivos das atividades de gestão ambiental nos processos da manufatura são ligados

às práticas de redução no uso de matérias-primas virgens, isto é, aumento na utilização de

material reciclado para a fabricação dos produtos?

(1) - prática não considerada.

(2) - planejamento para implementação da prática.

(3) - prática sendo implementada.

(4) - prática implementada.

(5) - pratica atualmente implementada e liderança no segmento industrial.

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193

P21) Com qual frequência o sistema de manufatura realiza análises de ciclo de vida

internamente de seus produtos, inventariando as emissões de gases, efluentes líquidos e resíduos

ao longo dos processos de fabricação.

(1) - nunca.

(2) - raramente.

(3) - frequência moderada.

(4) - frequentemente.

(5) - muito frequentemente.

P22) O sistema de manufatura aplica critérios ambientais na seleção e habilitação de

fornecedores?

(1) - nunca aplica.

(2) - raramente aplica.

(3) - aplica com frequência moderada.

(4) - aplica frequentemente.

(5) - aplica com muita frequência.

No sistema de manufatura tem estabelecidos Círculos de Qualidade, Grupos de Trabalho Kaizen

ou outra atividade de resolução de problemas, com o envolvimento dos operadores?

( ) Sim

( ) Não

Se sim, até que ponto estes grupos de resolução de problema se comprometem para soluções de

melhorias dos itens relacionados no quadro a seguir. Por favor, circule o número apropriado que

indique sua opinião.

Comprometimento

Item nenhum pouco médio alto pleno

P23) Redução de resíduos sólidos. (1) (2) (3) (4) (5)

P24) Redução no uso de energia elétrica. (1) (2) (3) (4) (5)

P25) Redução no uso de água. (1) (2) (3) (4) (5)

P26) Redução no uso de produtos químicos. (1) (2) (3) (4) (5)

P27) Redução na emissão de gases poluentes. (1) (2) (3) (4) (5)

P28) Redução no uso de solventes. (1) (2) (3) (4) (5)

P29) Redução na fonte de resíduos perigosos. (1) (2) (3) (4) (5)

P30) Redução no manuseamento de materiais

perigosos. (1) (2) (3) (4) (5)

P31) Reutilização de materiais. (1) (2) (3) (4) (5)

II.1.4. ESTRATÉGIA AMBIENTAL (EA)

P32) Indicar em que grau a prevenção da poluição é importante para o desempenho competitivo

da empresa.

(1) - a empresa não adota sistemas de prevenção da poluição.

(2) - não é importante.

(3) - pouco importante.

(4) - importante.

(5) - muito importante.

P33) Qual o percentual dos investimentos da empresa é destinado à prevenção da poluição nos

processos do sistema de manufatura?

(1) - 0%.

(2) - de 1% a 10%.

(3) - de 11% a 25%.

(4) - de 26% a 50%.

(5) - de 51% a 100%.

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194

P34) Qual a distribuição (alocação) dos investimentos indicados na questão 2? Assinalar com

um “X”. Você pode indicar mais de um item de investimento.

( ) melhoria (atualização) das tecnologias dos processos de fabricação.

( ) novas tecnologias de fabricação.

( ) melhorias nos projetos dos produtos.

( ) reciclagem.

( ) melhorias nos sistemas de gestão dos processos de produção.

( ) tecnologia de tratamento de final de linha.

( ) qualificação técnica dos operadores.

( ) outros:___________________________

P35) O foco da gestão ambiental, no sistema de manufatura da empresa, é explorar vantagens

competitivas, como geração de produtos ambientalmente adequados e acesso a novos mercados.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P36) A empresa tem um processo de planejamento estratégico que resulta em uma missão

escrita, metas e estratégias para a implementação de melhorias ambientais de longo prazo?

(1) - Não, a organização não realiza um planejamento estratégico ambiental.

(2) - Sim, a organização tem um planejamento ambiental informal, que não é muito bem

definido.

(3) - Sim, a organização tem um planejamento ambiental definido pela média administração,

repassadas de forma confusa para os níveis operacionais do organograma e com pouco

envolvimento da alta direção.

(4) - Sim, o planejamento estratégico ambiental é formal, definido pela alta direção da

organização, mas as diretrizes são repassadas de forma confusa para todos os níveis do

organograma.

(5) - Sim, o planejamento estratégico ambiental é formal, definido pela alta direção da

organização e as diretrizes são repassadas de forma clara e compreensível para todos os níveis

do organograma.

P37) Quanto ao estabelecimento de metas anuais para reduzir os resíduos, o consumo em geral

na produção/operação e aumentar a eficácia na utilização de recursos naturais, o sistema de

manufatura:

(1) - não possui metas estabelecidas.

(2) - cumpre de 0 a 25% das metas estabelecidas.

(3) - cumpre de 26 a 50% das metas estabelecidas.

(4) - cumpre de 51 a 75% das metas estabelecidas.

(5) - cumpre de 76 a 100% das metas estabelecidas.

P38) Na esfera do planejamento estratégico, a empresa está estabelecida na gestão ambiental?

(1) - Não, no planejamento estratégico da empresa a gestão ambiental não é considerada.

(2) - Não, mas atende parcialmente os requisitos da regulamentação vigente.

(3) - Sim, mas o meio ambiente é encarado como uma restrição suplementar às atividades da

empresa. Atende apenas as conformidades com relação à regulamentação vigente.

(4) - Sim, a gestão ambiental é encarada como elemento de competitividade extra-custo, com a

finalidade de prospecção e desenvolvimento de novas oportunidades de negócios.

(5) - Sim, a gestão ambiental antecipa-se à legislação ambiental, mantendo ações proativas para

evitar acidentes e riscos ambientais, obtendo vantagem competitiva no mercado localizado na

variável ecológica.

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195

P39) No sistema de manufatura da empresa há o suporte da liderança e dos gestores de níveis

superiores (inclusive CEO), para assegurar uma compreensão de toda a organização quanto aos

compromissos com as questões ambientais.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P40) As lideranças do sistema de manufatura estabelecem objetivos e metas, políticas e

procedimentos, e definem os indicadores de desempenho ambiental a serem alcançados pelas

equipes de melhorias ambientais.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P41) As equipes de melhorias ambientais dispõem de orçamento financeiro para realização dos

projetos.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P42) Os projetos de melhorias ambientais têm análise de viabilidade econômica e de retorno do

investimento.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P43) As informações e os conhecimentos gerados, quando se incorpora a gestão ambiental no

sistema de manufatura (engenharia, produção, qualidade, logística, manutenção, etc.), são

compartilhados entre os profissionais das várias áreas da organização.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P44) Assinale com um “X”, para indicar o grau em que as práticas ambientais da empresa

levaram a qualquer um dos seguintes benefícios competitivos internos. Você pode indicar mais

de um item.

( ) Redução de custos de materiais e/ou produção.

( ) Redução dos custos de conformidade regulamentar.

( ) Aumento de produtividade dos processos de fabricação.

( ) Aumento do conhecimento sobre formas eficazes de gestão de operações.

( ) Melhores relações com as partes interessadas, tais como as comunidades locais, os

reguladores, e grupos ambientalistas.

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196

II.2. GESTÃO MANUFATURA ENXUTA

II.2.1. JUST IN TIME (JIT)

As questões desta seção concentram-se em práticas just in time adotadas pelo sistema de

manufatura da empresa.

Classifique o grau de execução (implementação) de cada uma das práticas em seu sistema de

manufatura. Assinale com um “X” o número que indica sua opinião sobre o grau de

implementação de cada uma destas práticas.

Para classificação utilizar a pontuação a seguir:

(1) - nenhuma implementação.

(2) - pequena implementação.

(3) - alguma implementação.

(4) - implementação avançada.

(5) - implementação completa.

Práticas em manufatura Implementação

(1) (2) (3) (4) (5)

P1) A produção é "puxada" pela expedição de produtos acabados.

P2) Os processos no chão de fábrica utilizam um sistema de produção

“puxada”.

P3) Para o controle da produção usa-se kanban, quadros, contenedores de

sinais, etc.

P4) Os produtos são classificados em famílias, com base no roteiro de

processamento semelhantes.

P5) Os recursos (equipamentos, maquinarias, bancadas, etc) são

agrupados para produzir as famílias de produtos em um fluxo contínuo

de materiais.

P6) As famílias de produtos determinam o layout da fábrica.

P7) O layout dos recursos no chão de fábrica facilita estoques baixos e

taxa de transferência rápida de materiais (fluxo).

P8) Os processos fornecedores e clientes, no chão de fábrica, estão

localizados próximos uns dos outros, para que o manuseio de material e

armazenamento sejam minimizados.

P9) Executa-se manutenção preventiva (planejada) regularmente nas

maquinarias de produção.

P10) Os operadores nos processos produtivos executam diariamente a

limpeza, lubrificação e pequenos reparos em suas maquinarias.

P11) Os registros de todas as atividades relacionadas com a manutenção

das maquinarias e equipamentos são organizadas e de fácil acesso.

P12) No chão de fábrica há uma estrutura de gestão a vista para as

publicações dos registros de manutenção das maquinarias e

equipamentos, para o compartilhamento ativo com os empregados.

P13) Nos processos de fabricação do sistema de manufatura há gestão à

vista de indicadores de qualidade dos produtos.

P14) No sistema de manufatura há gestão à vista de indicadores de

eficiência global de equipamento.

P15) No chão de fábrica há gestão à vista com indicadores dos níveis de

estoque e tempo de atravessamento dos materiais pelos processos.

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197

Circule a alternativa que indica a sua opinião.

P16) As principais lideranças (direção, gerência, supervisão, chefia) dos vários departamentos

da organização trabalham para incentivar a produção JIT (just in time).

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P17) Os funcionários do sistema de manufatura aplicam técnicas de mapeamento do fluxo de

valor para identificar e reduzir/eliminar desperdícios como superprodução, esperas

desnecessárias, transportes desnecessários, processamentos desnecessários, defeitos, excesso de

estoque e excesso de movimentação?

(1) - nunca aplicam.

(2) - raramente aplicam.

(3) - aplicam com frequência moderada.

(4) - aplicam frequentemente.

(5) - aplicam com muita frequência.

P18) A equipe de operadores no sistema de manufatura está treinada e adota técnicas para

redução do tempo de setup nas operações.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P19) Há uma equipe na empresa trabalhando continuamente para reduzir o tempo de setup nas

operações de fabricação?

(1) - Não há uma equipe trabalhando na redução do tempo de setup.

(2) - Sim, e o tempo de setup nas operações alcançou redução abaixo de 25%.

(3) - Sim, e o tempo de setup nas operações alcançou redução entre 25% e 50%.

(4) - Sim, e o tempo de setup nas operações alcançou redução entre 50% e 75%.

(5) - Sim, e o tempo de setup nas operações alcançou redução acima de 75%.

P20) O sistema de manufatura atende o cronograma de programação da produção e completa a

programação diária de produção conforme planejado.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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198

P21) O sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt time para estabelecer o ritmo de

produção dos produtos ou famílias de produtos nos vários processos de fabricação?

(1) - O sistema de manufatura não adota o tempo takt ou takt time, para estabelecer o ritmo de

produção de seus processos de fabricação.

(2) - Sim, o sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt time, para estabelecer o ritmo de

produção entre 1 e 25% de seus processos de fabricação.

(3) - Sim, o sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt time, para estabelecer o ritmo de

produção entre 26 e 50% de seus processos de fabricação.

(4) - Sim, o sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt time, para estabelecer o ritmo de

produção entre 51 e 75% de seus processos de fabricação.

(5) - Sim, o sistema de manufatura adota o tempo takt ou takt time, para estabelecer o ritmo de

produção entre 76 e 100% de seus processos de fabricação.

No sistema de manufatura há estabelecidos Círculos de Qualidade, Grupos de Trabalho Kaizen

ou outra atividade de resolução de problemas, com o envolvimento dos operadores?

( ) Sim

( ) Não

Se sim, até que ponto estes grupos de resolução de problema contribuem para soluções de

melhorias dos itens relacionados no quadro a seguir. Por favor, circule o número apropriado.

Item nenhuma

contribuição

pouca

contribuição

média

contribuição

alta

contribuição

plena

contribuição

P22) Redução

de setup

(1) (2) (3) (4) (5)

P23) Redução

de estoques no

processo

(1) (2) (3) (4) (5)

P24)

Implantação de

sistema puxado

(1) (2) (3) (4) (5)

P25) Redução

do lead time do

processo

(1) (2) (3) (4) (5)

P26) Aumento

da qualidade

dos produtos

(1) (2) (3) (4) (5)

P27) Redução

dos lotes de

fabricação

(1) (2) (3) (4) (5)

P28) Os setups das máquinas e equipamentos no sistema de manufatura são realizados pelos

operadores de produção.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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199

P29) O sistema de manufatura aplica JIT (just in time) entre processos internos fornecedores e

clientes?

( ) Sim

( ) Não

Se sim, qual é o percentual de part number cujo fluxo ao longo do processo de fabricação é

administrado pelo princípio JIT.

(1) - 0%.

(2) - de 1% a 25%.

(3) - de 26% a 50%.

(4) - de 51% a 75%.

(5) - de 76% a 100%.

II.2.2. FORNECEDORES EXTERNOS (FE)

Por favor, indique com um “X” o grau de implementação de cada uma das práticas em seu

sistema de manufatura. Para classificação utilizar a pontuação a seguir:

(1) - nenhuma implementação.

(2) - pequena implementação.

(3) - alguma implementação.

(4) - implementação avançada.

(5) - implementação completa.

Práticas em manufatura Implementação

(1) (2) (3) (4) (5)

P30) Procedimento de feedback aos fornecedores quanto à qualidade dos

produtos fornecidos e seu desempenho de entrega.

P31) Estabelecimento de um relacionamento de longo prazo com os

fornecedores.

P32) Aumento da frequência e proximidade do contato com os

fornecedores.

P33) Compromisso de visitação dos fornecedores em nosso sistema de

manufatura e nossa visitação às plantas de nossos fornecedores.

P34) Envolvimento direto dos fornecedores no processo de

desenvolvimento de novos produtos.

P35) Formalização de um programa de certificação de fornecedores.

P36) Comprometimento contratual dos fornecedores em relação à

redução de custos de seus produtos (matéria prima, componentes, etc).

P37) Desenvolvimento e habilitação dos principais fornecedores com

localização próxima ao sistema de manufatura.

P38) Estabelecimento de comunicação no nível corporativo, para

questões importantes, com os principais fornecedores.

P39) Adoção de ações ativas para reduzir o número de fornecedores em

cada categoria de produtos (matéria prima, componentes, etc).

P40) Habilitar os principais fornecedores a gerenciarem o inventário de

seus produtos em nosso sistema de manufatura.

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200

P41) O sistema de manufatura da empresa adota o sistema puxado com os seus fornecedores,

para o abastecimento de matérias primas e/ou componentes, com baixo tempo de ciclo de

entrega? Favor assinalar com um “X” a alternativa que indica a sua opinião.

(1) - Não, o sistema de manufatura da empresa não adota o sistema puxado com seus

fornecedores.

(2) - Sim, com frequência de abastecimento menor que 20 vezes por mês.

(3) - Sim, com frequência de abastecimento entre 20 e 30 vezes por mês.

(4) - Sim, com frequência de abastecimento entre 30 e 40 vezes por mês.

(5) - Sim, com frequência de abastecimento maior que 40 vezes por mês.

P42) O sistema de manufatura da empresa adota o sistema puxado, com a utilização de kanban,

com os seus fornecedores, para o abastecimento de matérias primas e/ou componentes? Favor

assinalar com um “X” a alternativa que se aproxima da realidade atual de seu sistema de

manufatura.

(1) - Não, o sistema de manufatura da empresa não adota o sistema puxado, com a utilização de

kanban, com seus fornecedores.

(2) - Sim, entre 1 a 24% dos fornecedores da base.

(3) - Sim, entre 25 a 49% dos fornecedores da base.

(4) - Sim, entre 50 a 75% dos fornecedores da base.

(5) - Sim, entre 76 a 100% dos fornecedores da base.

P43) No sistema de manufatura da empresa a qualidade assegurada da matéria prima e/ou

componentes é um critério qualificador adotado para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P44) No sistema de manufatura da empresa a confiabilidade de entrega é um critério

qualificador adotado para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P45) No sistema de manufatura da empresa o preço de compra de produtos (matéria prima,

componentes, etc) é um critério qualificador para a seleção de fornecedores.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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201

II.2.3. CLIENTES (C)

Classifique o grau de implementação no sistema de manufatura da sua empresa, junto aos

clientes, de cada uma das práticas indicadas na tabela. Para classificação utilizar a pontuação a

seguir:

(1) - nenhuma implementação.

(2) - pequena implementação.

(3) - alguma implementação.

(4) - implementação avançada.

(5) - implementação completa.

Assinale com um “X” o número que melhor expressa sua opinião sobre o grau de

implementação de cada uma das práticas.

Práticas em manufatura Implementação

(1) (2) (3) (4) (5)

P46) Os clientes fornecem feedback sobre a qualidade dos produtos e

desempenho de entrega do sistema de manufatura.

P47) O sistema de manufatura está frequentemente em contato próximo

com os clientes, para entender suas reais necessidades em relação aos

produtos e serviços fornecidos.

P48) Os clientes frequentemente visitam o sistema de manufatura e

processos de fabricação.

P49) Os clientes estão ativamente e diretamente envolvidos na oferta de

produtos de demanda atual e de futuros negócios.

P50) Os clientes frequentemente compartilham informações sobre a

demanda atual e futura, com o departamento de vendas e marketing do

sistema de manufatura.

P51) Os clientes trabalham no sistema JIT (just in time) com o sistema de

manufatura.

P52) O sistema de manufatura gerencia os níveis de estoque dos seus

produtos nos clientes.

II.2.4. AUTONOMAÇÃO (A)

Favor assinalar com um “X” a alternativa que indica a mudança ocorrida nos processos de

fabricação do sistema de manufatura nos últimos 3 anos:

P53) A conformidade da qualidade do produto na primeira vez que foi produzido nas operações

dos processos.

(1) - diminuiu mais de 20%.

(2) - diminuiu entre 1 e 20%.

(3) - permaneceu a mesma.

(4) - aumentou entre 1 e 20%.

(5) - aumentou acima de 20%.

P54) As sucatas e custos de retrabalho.

(1) - aumentaram mais de 20%.

(2) - aumentou entre 1 e 20%.

(3) - permaneceu o mesmo.

(4) - diminuiu entre 1 e 20%.

(5) - diminuiu acima de 20%.

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202

P55) A produtividade, definida como sendo a divisão entre a quantidade de produtos expedidos

aos clientes e a quantidade de matéria prima consumida.

(1) - diminuiu.

(2) - aumentou de 1 a 20%.

(3) - aumentou de 21 a 40%.

(4) - aumentou de 41 a 80%.

(5) - aumentou mais do que 80%.

P56) O Lead Time de manufatura (tempo de atravessamento dos materiais no processo de

fabricação: da matéria prima ao produto acabado).

(1) - nenhuma redução.

(2) - diminuiu de 1 a 20%.

(3) - diminuiu de 21 a 40%.

(4) - diminuiu de 41 a 60%.

(5) - diminuiu acima de 60%.

P57) Os operadores nos processos de fabricação são responsáveis pela qualidade dos produtos

por eles produzidos? Em seu entendimento qual a alternativa que mais condiz com o estado

atual do sistema de manufatura.

(1) - os operadores não são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles produzidos.

(2) - de 0 a 25% dos operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles

produzidos.

(3) - de 26 a 50% dos operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles

produzidos.

(4) - de 51 a 75% dos operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles

produzidos.

(5) - de 76 a 100% dos operadores são responsáveis pela qualidade dos produtos por eles

produzidos.

P58) Se forem encontradas anormalidades, nos processos de fabricação, os operadores têm

autonomia para interromper a produção até que os problemas sejam corrigidos? Qual a

proporção de operadores com esta autonomia?

Assinalar com um “X” a alternativa que mais condiz com o estado atual do sistema de

manufatura da empresa.

(1) - os operadores não possuem autonomia.

(2) - de 0 a 25% dos operadores possuem autonomia.

(3) - de 26 a 50% dos operadores possuem autonomia.

(4) - de 51 a 75% dos operadores possuem autonomia.

(5) - de 76 a 100% dos operadores possuem autonomia.

P59) As máquinas e/ou equipamentos nos processos de fabricação são providos de dispositivos “à

prova de erro” ou “poka yoke”? Qual é a proporção de máquinas e/ou equipamentos com estes

dispositivos instalados?

Assinalar com um “X” a alternativa que mais condiz com o estado atual do sistema de manufatura da

empresa.

(1) - nenhuma máquina e/ou equipamento possui dispositivo “à prova de erro” instalado.

(2) - de 0 a 25% das máquinas e/ou equipamentos possuem dispositivos “à prova de erros”

instalados.

(3) - de 26 a 50% das máquinas e/ou equipamentos possuem dispositivos “à prova de erros”

instalados.

(4) - de 51 a 75% das máquinas e/ou equipamentos possuem dispositivos “à prova de erros”

instalados.

(5) - de 76 a 100% das máquinas e/ou equipamentos possuem dispositivos “à prova de erros”

instalados.

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203

P60) Os operadores são responsáveis pela identificação de problemas de qualidade nas

operações de produção e têm autonomia para parar o processo até que o problema seja

eliminado.

Assinalar com um “X” a alternativa que mais condiz com o estado atual do sistema de

manufatura.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P61) As equipes de melhorias do sistema de manufatura faz uso de técnicas estatísticas para

reduzir a variação nos processos de fabricação.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P62) Os operadores executam as operações dos processos de acordo com a documentação de

procedimento padrão de operação.

(1) – não há procedimento padrão de operação disponível para os operadores.

(2) - de 0 a 25% dos operadores executam suas operações de acordo com procedimento padrão

de operação.

(3) - de 26 a 50% dos operadores executam suas operações de acordo com procedimento padrão

de operação.

(4) - de 51 a 75% dos operadores executam suas operações de acordo com procedimento padrão

de operação.

(5) - todos os operadores executam suas operações de acordo com procedimento padrão de

operação.

II.3. RECURSOS HUMANOS

II.3.1. DESENVOLVIMENTO SOCIAL (DS)

P1) A empresa assegura a todos os funcionários benefícios sociais internos como alimentação,

previdência privada, saúde privada, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento

profissional, creche ou auxílio creche?

Avalie o nível de investimento da empresa para assegurar estes benefícios aos funcionários.

Assinalar com um “X” a alternativa que melhor expressa a sua opinião.

(1) - nenhum.

(2) - baixo.

(3) - médio.

(4) - alto.

(5) - muito alto.

P2) A participação nos lucros ou resultados da empresa contempla:

(1) - os funcionários não têm participação nos lucros ou resultados.

(2) - a Direção.

(3) - a Direção e Gerência.

(4) - a Direção, Gerência e Supervisão.

(5) - todos os funcionários.

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204

P3) Quanto à participação dos funcionários em programas de trabalho voluntário, a empresa:

(1) - desconhece.

(2) - não se envolve.

(3) - apoia.

(4) - organiza e incentiva.

(5) - organiza, incentiva e se compromete.

P4) A gestão do sistema de manufatura está pessoalmente envolvida em projetos de melhoria

contínua fornecendo todo suporte para o desenvolvimento de projetos de melhorias pela equipe?

(1) - não há a formação de equipe para projetos de melhorias.

(2) - os funcionários realizam, de forma individual, as melhorias participando a gestão da

manufatura.

(3) - esporadicamente são constituídas equipes de melhoria, para solução de problemas pontuais

nos processos de fabricação, sem o envolvimento da gestão da manufatura.

(4) - esporadicamente são constituídas equipes de melhoria, para solução de problemas pontuais

nos processos de fabricação, com o envolvimento direto da gestão da manufatura.

(5) - rotineiramente são constituídas equipes formais para projetos preventivos de melhoria

contínua, resolvendo problemas nos processos de fabricação, com o envolvimento direto da

gestão da manufatura.

P5) Em sua opinião os funcionários do sistema de manufatura são incentivados a propor novas

ideias para a melhoria da gestão ambiental e produtividade dos processos de fabricação? Avalie

o desempenho da empresa neste quesito.

(1) - muito fraco.

(2) - fraco.

(3) - regular.

(4) - bom.

(5) - excelente.

P6) Em sua opinião o sistema de manufatura da empresa estabelece objetivos ambientais e de

produtividade que cada funcionário deve atingir? Avalie o desempenho da empresa neste

quesito.

(1) - muito fraco.

(2) - fraco.

(3) - regular.

(4) - bom.

(5) - excelente.

Indique o nível de concordância com relação às afirmações contidas na tabela. Assinale com um

“X” o número que melhor expressa sua opinião.

Para classificação do nível de concordância utilizar a pontuação a seguir:

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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205

Afirmações Nível de concordância

(1) (2) (3) (4) (5)

P7) Os funcionários que contribuem com melhorias para eliminação de

desperdícios e resíduos são reconhecidos publicamente pelos gestores do

sistema de manufatura (bônus financeiro, prêmios, homenagens, etc.).

P8) Os funcionários frequentemente são incentivados a pensar em novas

ideias de melhorias para eliminação de desperdícios e resíduos nos

processos de fabricação do sistema de manufatura, como parte de suas

atividades rotineiras.

P9) A empresa tem uma política interna de promoção dos funcionários

(plano de carreira).

P10) A maioria dos supervisores do sistema de manufatura foi

promovido vindo de cargo de operador de produção.

P11) A maioria dos funcionários, do sistema de manufatura, que ocupa

cargo de gestão foi promovida internamente.

II.3.2. TREINAMENTO E EDUCAÇÃO (TE)

P12) Por favor, assinale com um “X” a alternativa que melhor expressa sua opinião quanto ao

treinamento para habilitação multifuncional dos operadores do sistema de manufatura.

(1) - os operadores da manufatura não são treinados em suas tarefas/trabalho.

(2) - os operadores da manufatura recebem treinamento informal e sem supervisão para

executarem sua tarefa/trabalho dentro de seu processo de fabricação.

(3) - os operadores da manufatura recebem treinamento formal e supervisionado para

executarem apenas uma tarefa/trabalho dentro de seu processo de fabricação.

(4) - os operadores da manufatura recebem treinamento formal e supervisionado para realização

de múltiplas tarefas (job rotation) somente dentro de seu processo de fabricação.

(5) - os operadores da manufatura recebem treinamento formal e supervisionado para realização

de múltiplas tarefas (job rotation) e estão habilitados a exercer suas funções na ausência de

outro operador de qualquer processo de fabricação.

Indicar a frequência de treinamento proporcionado aos funcionários do sistema de manufatura,

para as habilitações contidas na tabela. Assinale com um “X” a frequência que melhor expressa

sua opinião. Deve ser assinalada somente uma alternativa para cada habilitação.

Para classificação utilizar a pontuação a seguir:

(1) - nunca.

(2) - raramente.

(3) - frequência moderada.

(4) - frequentemente.

(5) - muito frequentemente.

Habilitação Frequência

(1) (2) (3) (4) (5)

P13) Prevenção avançada de sistemas de segurança no trabalho.

P14) Metodologias e técnicas de eco-design.

P15) “Avaliação do Ciclo de Vida” dos produtos – do “nascimento ao

túmulo”, LCA (Life Cycle Assessment).

P16) Reciclagem/reutilização de materiais e disposição de resíduos de

produção.

P17) Workshop e kaizen/círculo da qualidade, a fim de implantar projetos

de melhorias contínuas, que reforça e apoia o desenvolvimento e a

manutenção de um sistema de gestão ambiental.

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P18) Workshop e kaizen/círculo da qualidade, a fim de implantar projetos

de melhorias contínuas, que reforça e apoia a redução ou eliminação de

desperdícios nos processos de fabricação.

P19) Ferramentas e práticas de manufatura enxuta (mapeamento do fluxo

de valor - VSM, 5S e gestão visual, balanceamento de produção, TPM,

trabalho padrão, sistema puxado, kanban, setup, etc.).

P20) Participação dos operadores em equipes de projetos de melhorias

(kaizen), para reduções de desperdícios e minimização na geração de

resíduos poluentes nos processos de produção.

P21) No sistema de manufatura há um plano de sugestão oficial em uso, onde o funcionário

pode oferecer sua sugestão por escrito, para melhorar as operações de fabricação.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P22) O treinamento em práticas e gestão ambiental é visto como um importante investimento

para o sistema de manufatura.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P23) O treinamento em práticas de manufatura enxuta é visto como um importante investimento

para o sistema de manufatura.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

II.3.3. RECRUTAMENTO E SELEÇÃO (RS)

Indique o nível de concordância com relação aos critérios de recrutamento e seleção

considerados pelo sistema de manufatura de sua empresa.

Assinale com um “X” o número que melhor expressa sua opinião.

Para classificação do nível de concordância utilizar a pontuação a seguir:

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

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207

Critério de recrutamento e seleção Nível de concordância

(1) (2) (3) (4) (5)

P24) O recrutamento, interno ou externo, explicita a preferência do

sistema de manufatura por candidatos comprometidos com o meio

ambiente e manufatura enxuta.

P25) Durante o processo de contratação de um funcionário é considerada

a motivação do candidato para melhorias em gestão ambiental e

manufatura enxuta.

P26) Os funcionários preferem trabalhar nesta empresa porque ela possui

um bom desempenho ambiental.

P27) A motivação ambiental de um candidato a uma vaga na empresa é

verificada durante todas as etapas da seleção (preenchimento de

currículo, entrevista, etc.).

P28) A seleção e contratação de novos funcionários para o sistema de

manufatura enfatizam a aptidão e a capacidade de trabalhar de forma

cooperativa e em equipe.

Como você descreveria a importância dos seguintes critérios de contratação para cada um dos

cargos funcionais listados abaixo.

Assinale com um “X” o grau de pontuação apropriado.

(1) - nenhuma importância.

(2) - pouca importância.

(3) - indiferente.

(4) - muita importância.

(5) - fundamental importância.

Para Funcionários de Produção: Importância

(1) (2) (3) (4) (5)

P29) Experiência anterior em um trabalho semelhante.

P30) Nível educacional.

P31) Conhecimentos técnicos específicos em manufatura

enxuta.

P32) Conhecimentos técnicos específicos em práticas

ambientais.

Para Supervisores: Importância

(1) (2) (3) (4) (5)

P33) Experiência anterior em um trabalho semelhante.

P34) Nível educacional.

P35) Conhecimentos técnicos específicos em manufatura

enxuta.

P36) Conhecimentos técnicos específicos em práticas

ambientais.

Para Engenheiros de Processo e Produto: Importância

(1) (2) (3) (4) (5)

P37) Experiência anterior em um trabalho semelhante.

P38) Nível educacional.

P39) Conhecimentos técnicos específicos em manufatura

enxuta.

P40) Conhecimentos técnicos específicos em práticas

ambientais.

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P41) No conjunto de descrição de cargos do sistema de manufatura há a inclusão dos

conhecimentos em praticas ambientais e manufatura enxuta, tornando-se estas questões dever de

todos na empresa?

(1) - em nenhuma descrição de cargo há a inclusão dos conhecimentos em práticas ambientais e

manufatura enxuta.

(2) - pequena implementação na inclusão dos conhecimentos em práticas ambientais OU

manufatura enxuta, na descrição de cargos.

(3) - alguns cargos têm a inclusão dos conhecimentos em práticas ambientais E manufatura

enxuta na descrição de cargos.

(4) - implementação avançada para inclusão dos conhecimentos em práticas ambientais e

manufatura enxuta na descrição de cargos.

(5) - implementação completa, incluindo, na descrição de cargos, conhecimentos em práticas

ambientais e manufatura enxuta.

II.3.4. SISTEMA DE RECOMPENSA (SR)

P42) Assinale com um “X” a alternativa que expressa sua opinião.

A empresa tem um programa contínuo de treinamento em práticas e gestão ambiental e

manufatura enxuta e este diferencial é visto pelo funcionário como um importante investimento

em sua carreira profissional.

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

P43) Assinale com um “X” a alternativa que expressa sua opinião.

Na empresa há uma política clara de recompensa e premiação dos funcionários por

desempenhos ligados à produtividade do sistema de manufatura (neste contexto entende-se

como produtividade a visão do cliente, ou seja, a produção do produto certo, na quantidade

necessária e no prazo estipulado, com redução de desperdícios e resíduos).

(1) - discordo totalmente.

(2) - discordo.

(3) - neutro.

(4) - concordo.

(5) - concordo totalmente.

No sistema de manufatura de sua empresa quais os planos de remuneração se aplicam às

categorias funcionais relacionadas na tabela. Por favor, assinalar com um “X”. Pode-se assinalar

mais de um plano de remuneração para cada categoria funcional.

Plano de Remuneração

Categoria Funcional

Trabalhador

da Produção Supervisor

Pagamento por hora, com base na classe de trabalho.

Pagamento por hora com base em habilidades aprendidas.

Salário.

Bonus com base em desempenho corporativo / planta.

Bonus com base no desempenho do grupo de trabalho.

Bonus com base no desempenho individual.

Bonus com base na antiguidade.

Aumento de salário com base no desempenho individual.

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209

DADOS GERAIS DA EMPRESA

EMPRESA:___________________________________________

ATUALMENTE, QUAL É O NÚMERO TOTAL DE FUNCIONÁRIOS NESTA PLANTA

DA EMPRESA?

( ) menos que 100 funcionários.

( ) entre 100 e 249 funcionários.

( ) entre 250 e 499 funcionários.

( ) entre 500 e 1.000 funcionários.

( ) acima de 1.000 funcionários.

ATUALMENTE QUAL O NÚMERO TOTAL DE FUNCIONÁRIOS EM NÍVEL

GERENCIAL? (NÍVEL GERENCIAL: EXEMPLO: DIRETOR, GERENTE, SUPERVISOR,

CHEFE DE SETOR, ETC.):___________________

ATUALMENTE QUAL É O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS NAS OPERAÇÕES DE

PRODUÇÃO? (MÃO-DE-OBRA DIRETA):_________________________

QUAL O FATURAMENTO ANUAL DA EMPRESA: R$__________________

IDADE DA PLANTA:__________________________________

SEGMENTO DE ATIVIDADE:

( ) Mecânico

( ) Metalúrgico

( ) Automotivo

( ) Outro:_________________________________

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