ética por que e para quê

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Ética: por que e para quê? Profº Arlindo Picoli Campus Itapina

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Page 1: éTica por que e para quê

Ética: por que e para quê?

Profº Arlindo Picoli

Campus Itapina

Page 2: éTica por que e para quê

Área da filosofia dedicada a refletir sobre

as ações humanas em relação a vida em

coletividade e à vida de cada um.

Page 3: éTica por que e para quê

Ética e moral

3

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Page 5: éTica por que e para quê

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Page 6: éTica por que e para quê

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Page 7: éTica por que e para quê

Éthos

• “Ética é uma palavra de origem grega, com

duas origens possíveis.

• A primeira é a palavra grega éthos, com e

curto, que pode ser traduzida por costume, a

segunda também se escreve éthos, porém com

e longo, que significa propriedade do caráter.

• A primeira é a que serviu de base para a

tradução latina Moral, enquanto que a

segunda é a que, de alguma forma, orienta a

utilização atual que damos a palavra Ética.

• Ética é a investigação geral sobre aquilo que é

bom”. 7 (MOORE)

Page 8: éTica por que e para quê

Éthos & Êthos

“A palavra ética vem de duas palavras

gregas: éthos, que significa “o caráter

de alguém” e êthos que significa “o

conjunto de costumes instituídos por

uma sociedade para formar, regular e

controlar a conduta de seus membros”

8

(CHAUÍ)

Page 9: éTica por que e para quê

Moral

• Morális (latim) 'relativo aos costumes‘

• cada um dos sistemas variáveis de

leis e valores estudados pela ética,

caracterizados por organizarem a

vida das múltiplas comunidades

humanas, diferenciando e definindo

comportamentos proscritos,

desaconselhados, permitidos ou

ideais

9 (HOUAISS)

Page 10: éTica por que e para quê

1. O mesmo que Ética

2. Objeto da ética

• 2. Objeto da ética,

conduta dirigida ou

disciplinada por normas,

conjunto dos mores.

• Neste significado, a

palavra é usada nas

seguintes expressões:

“moral dos primitivos",

“moral contemporânea",

etc.

10

Moral: definições

(ABBAGNANO)

Page 11: éTica por que e para quê

• Ética é princípio, moral são aspectos de

condutas específicas;

• Ética é permanente, moral é temporal;

• Ética é universal, moral é cultural;

• Ética é teoria, moral é prática;

• Ética é regra, moral é conduta da regra.

11

Ética ≠ Moral

Page 12: éTica por que e para quê

• A moral é parte da vida concreta. Trata da

prática real das pessoas que se expressam

por costumes, hábitos e valores culturalmente

estabelecidos.

• Uma pessoa é moral quando age em

conformidade com os costumes e valores

consagrados. Estes podem, eventualmente,

ser questionados pela ética.

• Uma pessoa pode ser moral (segue os

costumes até por conveniência), mas não

necessariamente ética (obedece a convicções

e princípios).

12 (BOFF)

Ética ↔ Moral

Page 13: éTica por que e para quê

13

Dilema do trem 1

Page 14: éTica por que e para quê

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Dilema do trem 2

Page 15: éTica por que e para quê

Dilema 1

Consequêncialista

Consequências

UTILITARISMO

Jeremy Bentham 15

Raciocínio moral

Dilema 2

Categorial

Direitos e deveres

DEONTOLOGIA

Kant

Page 16: éTica por que e para quê

Michael Sandel

Justiça o que é fazer a coisa certa - Aula

01

Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=EC5rEhb

H-fI

Page 17: éTica por que e para quê

Vamos pensar

Com base nas definições,

vamos pensar:

• A tão famosa mentirinha,

por exemplo, pode ser

considerada falta de

ética?

• Quando um político, em

seu discurso, faz

promessas à sociedade e

não as cumpre, está

agindo contra a ética? 17

Page 18: éTica por que e para quê

Teorético

• [...]para Aristóteles a filosofia consiste em um

modo de vida "teorético". Em relação a isso, é

importante não confundir "teorético" com

"teórico". (...) o próprio Aristóteles só emprega

a palavra "teorético" e a utiliza para designar,

por um lado, o modo de conhecimento que

tem por fim o saber pelo saber e não um fim

exterior a si mesmo e, por outro, o modo de

vida que consiste em consagrar sua vida a

esse modo de conhecimento. (HADOT)

Page 19: éTica por que e para quê

Ciências em Aristóteles

• Poiéticas

– Finalidade fora do sujeito

• Práticas

– Finalidade no sujeito: ética, economia e

política.

• Teoréticas

– Finalidade no puro conhecimento:

metafísica e física.

Page 20: éTica por que e para quê

Tipos de caráter

Page 21: éTica por que e para quê

Ética: ação racional

Desejo Prazer Paixão

Ação

Prudência

X

Ética

Virtude

Page 22: éTica por que e para quê
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Esfera da ação e das

emoções

Virtude

(meio termo ou termo justo)

Vício

por excesso

Vício

por deficiência

Medo

Coragem Temeridade Covardia

Desejo de Prazer (Comida,

bebida, sexo)

Temperança Libertinagem ou

autoindulgência

Insensibilidade

Dinheiro e Riquezas Generosidade Esbanjamento ou

exorbitância

Avareza

Dinheiro e Riquezas Magnificência

ou liberalidade

Vulgaridade

(mau gosto)

Mesquinhez

ou baixeza

Honra e desonra Magnanimidade

(grandeza de alma)

Vaidade

ou vanglória

Modéstia

Honra e Desonra Ambição justa

ou prudente

Ambição desmedida Falta de ambição

Cólera (Ira) Paciência Irritabilidade Indiferença

(apatia)

Autoconsideração Veracidade Orgulho

(jactância)

Depreciação

(auto-ironia)

Conversação Espirituosidade Zombaria

(bufonaria)

Grosseria

(rudeza)

Conduta Social Amizade

Subserviência

(servilidade)

Rabugice

Vergonha Pudor Despudor

(desavergonhamento)

Impudência

Indignação Indignação justa Despeito

Rancor

(malquerença,

malevolência)

Page 24: éTica por que e para quê
Page 25: éTica por que e para quê

Eudaimonista e

teleológica

“A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre

e a mais aprazível coisa do mundo, e esses

atributos não devem estar separados como na

inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais

nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde;

porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos

estes atributos estão presentes nas mais

excelentes atividades, e entre essas a melhor,

nós a identificamos como felicidade.”

ARISTOTELES. A Política. São Paulo: Cia das Letras, 2010

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Page 27: éTica por que e para quê

Faculdades da alma

• vegetativa:

– Atividades biológicas.

– Seres vivos, plantas e

animais, e inclusive no

homem

– instintos, impulsos,

crescimento, nutrição e

reprodução;

• sensitiva ou desiderativa:

– Sensações

– Percepção

– Locomotora-apetitiva;

• intelectiva ou pensante:

– Racional

Page 28: éTica por que e para quê

O bem, atividade da alma

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Page 30: éTica por que e para quê

“[...] é claro que a virtude é acompanhada de

prazer ou de dor. Ora, se alguém se ressente da

dor ao realizar boas ações, quer dizer que não é

um homem de bem. Por consequência, a virtude

não saberia acompanhar-se de dor, ela

acompanha-se de prazer. Por isso, longe de ser

um entrave, o prazer é um estímulo para a ação.

E, de maneira geral, não se pode conceber a

virtude sem o prazer que ela faz nascer"

(ARISTÓTELES).

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Vamos pensar

Um multa de trânsito pode

fazer o motorista ter hábitos

bons?

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Kant: ética deontológica

Razão Teórica: conhecimento

Razão Prática: ação, vontade

Liberdade

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Ação

moralmente

boa

IMPERATIVO

CATEGÓRICO DEVER

BOA VONTADE

Dever

pelo

dever

Racional

Desinteressada

Imparcial

1. “Age unicamente de tal forma

que tua ação possa se

converter em lei universal”

2. “Age de modo que sua regra

de conduta possa ser

convertida em lei universal

da natureza.

3. "Age de acordo com

princípios que façam com

que trate a humanidade

como um fim e nunca como

um meio".

LEI MORAL

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Page 38: éTica por que e para quê

Sapere aude!*

Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade,

da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a

incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a

direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado

dessa menoridade se a causa dela não se encontra na

falta de entendimento, mas na falta de decisão e

coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de

outrem.

(KANT)

*Ouse saber!

Page 39: éTica por que e para quê

REFERÊNCIAS

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 4.ed. São Paulo:

Martins Fontes, 2000.

BOFF, Leonardo. Ética e Moral a busca dos Fundamentos, Editora

Vozes, 2009.

CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 2012.

DICIONÁRIO eletrônico Houaiss da língua portuguesa 3.0. Antônio

Houaiss. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

GALLO, Silvio. Filosofia: experiência do pensamento. São Paulo:

Scipione, 2013.

MOORE, G.E. Princípios éticos. São Paulo: Abril Cultural, 1975.

SANDEL, Michael. Justiça: O que é fazer a coisa certa. 6 ed. Rio de

Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.