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Regina Salete Amarante Manzochi
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
A ARTE DE CUIDAR EM SAUDE BUCAL
Monografia apresentada aD curso deEspecializal):<3oem Protese Dentaria da Faculdadede Odontologia da Universidade Tuiuti do Parana,como requisito para obteny<3o do Titulo deEspecialista.
Orientadora: Profa. Ora. Beatriz Helena Sottile
Franca.
Curitiba
2005
TERMO DE APROVACAo
Regina Salete Amarante Manzochi
ODONTOLOGIA HUMANIZADA:
A ARTE DE CUIDAR EM SAUDE BUCAL
Essa monografia fai julgada e aprovada para obtenyao do titulo de Especialista em
Protese Dental no Programa de Especializayao da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, 09 de maio de 2005.
{LUl \~~~~JProf. Dr. Marcos Andre Kalab i ~ Vaz
Pr6tese Dentaria 1Universidade Tuiuti do Parafla
Orientadora: Profa. Dra. Beatriz Helena Sottile Fran,aUniversidade Tuiuti do Parana
Prof. Dr. Eduardo CarrilhoUniversidade Tuiuti do Parana
Profa. Therezinha PastreUniversidade Tuiuti do Parana
DEDICATORIA
A todas as pessoas que sentiram der, meda, tristeza e tensao em consequencia de
urn tratamento odontologico. Que a busca par urn tratamento mais humane dissipe
esses sofrimentos e possa mudar a historia da odontologia, ecoando mais beneficios
e saude a humanidade.
AGRADECIMENTOS
Ao Pai eterno que em todos as momentos se faz presente pela fe e confian<;:a que
depositamos n'Ele, obrigada pela vida, essa fante de infinitos caminhos e
possibilidades ..
Ao meu marido Carlos Eduardo com quem aprendi que somente para 0 verdadeiro
amor naG ha limites.
A Raisa, nossa linda filha que nasceu durante 0 curso, agradec;o par nos mostrar
que unidos somas muito mais fortes do que acreditavamos ser.
Aos me us pais Nilva e IVD, modelos de fidelidade, amor, honradez e for~a. Agrade'to
pelo profunda incentivo e exemplo de como ser humano.
Aos meus 50gr05, Maria e Dante, par estarem presentes nos principais momentos,
agradeyo pelo incentivo e apoio.
A ProIa. Beatriz Helena Sottile Fran,a, pelo exemplo de Ie e ternura, caracteristicas
de urn verdadeiro mestre.
A Profa. Therezinha Pastre, pelo interesse, carinho e amizade.
A ProIa. Dra. Glaucy de Moura pela revisao gramatical deste trabalho, obrigada pela
prontidao e conhecimentos ofertados.
Ao Prof. Dr. Deoclecio Antonio Scherer agrade~o pelo incentivo e revisao do
conteudo deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Orlando Motahiro Tanaka, profunda incentivador da forma~ao
profissianal alicer~ada na Arte e Ciencia.
Aos mestres, com respeito e carinho, agrade~o pelos valiosos conhecimentos
desprendidos.
Nao deveriamos brincar de Deus antes de
aprendermos a ser homens, po is quando
aprendermos a ser homens nao desejaremos
brinear de Deus. (Paul Ramsey)
SUMARIO
1-INTRODU9AO 92- REVISAO DE LlTERATURA 112.1 CONCEITOS DE SAUDE E QUALIDADE DE VIDA. . . 112.2 ESTRESSE E DOR.. . 212.3 TERAPIAS COMPLEMENTARES 272.3.1 RESPIRA<;:iio E RELAXAMENTO . 272.3.2 FLORAIS DE BACH .. . 302.3.3 BIOFEEDBACK.. . 342.3.4 HIPNOSE . 393- DISCUSSAO 424- CONCLUSAO 445- GLOSSARIO 45REFERENCIAS 46
RESUMO
o trauma milenar de dar e sofrimento relatados na hist6ria da Odontologia, crioumites que S8 estendem ate os dias de hoje. Muitos pacientes chegam ao consult6rioangustiados, ansiosos e com medo do tratamento que, para eles, teraD de enfrentar.Humanizar a Odontologia sugere cuidar do paciente como urn todo, seu bern-estarfisico, psiquico e emocional. Aceita-Io com tad a sua hist6ria de vida e experienciasanteriores, parece ser a come90 para tarnar 0 tratamento uma experiemcia agradavelque possa contribuir, no decorrer das consultas, para melhorar a salide e qualidadede vida do paciente. As emo(f6es exercem influencia direta nas reaQoes fisiol6gicas,o que sugere ser importante para 0 cirurgiao-dentista ampliar seus conhecimentos,ate entao com enfoque excessivamente dentario. Complementa-Io com terapias quereduzam ou tratem 0 sofrimento fisico e emocional do paciente, poderia resultar emum tratamento completo harmonioso e de sucesso. Entre as terapiascomplementares a serem aplicadas esta.o: hipnose, flora is de Bach, biofeedback,tecnicas de respirag80 e relaxamento apresentadas neste trabalho. Convemsalientar, que as terapias complementares em nada substituem a responsabilidadedo profissional de realizar seu trabalho com etica, conhecimento e respeito aopaciente, mas uma forma de humanizar a Odontologia.
Palavras-chave: odontologia humanizada; saude bucal; qualidade de vida; terapias
complementares
ABSTRACT
The ancient trauma of pain and suffering reported in the history of Dentistrythroughout the millennia has created myths that survive the test of time. Manypatients arrive at clinics anxious and fearful of the coming treatment; hence, tohumanize Dentistry means taking care of a patient as a whole, i.e. his physical,psychic and emotional well-being. Accepting a patient with his past history andprevious experiences seems to be a starting point in turning treatment into a pleasantexperience that can help improve a patient's health and quality of life throughout hisappointments. It seems that emotions exert a direct influence on physiologicalreactions deemed important for a surgeon-dentist to increase and complement hisknowledge with therapies that can reduce or treat his patient's physical andemotional suffering; thus resulting in a wholesome, harmonious, successfultreatment. Among these therapies are hypnosis, Bach flowers remedies,biofeedback, breathing techniques and relaxation. These additional techniques by nomeans substitute for the professional's responsibility of accomplishing his work withethics, knowledge and respect for the patient, but are a way of humanizing Dentistrynonetheless.
Key words: humanized Dentistry; oral health; quality of life; additional therapies
1-INTRODU~AO
Humanizar supoe-se constituir uma visao de mundo que enfoque 0 respeito
e 0 aperfeiyoamento do individuo e da coletividade, que defenda a exceh§ncia na
educayc3o, saude e bem-estar social· . Humanizar a odontologia sugere cuidar do
paciente como urn todo, seu bem-estar fisico, psiquico e social, tarnar 0 tratamento
uma experiencia agradilVel que contribua, no decorrer das consultas, para melhorar
a salide bucal e qualidade de vida do paciente. Sup6e-se que a tratamento
odontol6gico humanizado desenvolva uma simbiose com tratamentos
complementares, e passe a ser uma experiencia agradavel e desejada pelos
pacientes que retornam com rnais freqUencia as consultas. Com atitudes
complementares aD tratamento convencional, 0 profissional teria consultas
personalizadas de acordo com as necessidades de cada paciente,
conseqUentemente mais tempo e interesse desse paciente para orienta-Io, educa-Io,
e praticar uma odontologia mais preventiva, baseada nao em doen9a, mas em
saude,
o atendimento odontol6gico humanizado quando associ ado a tecnicas
complementares, em nada substitui a responsabilidade do profissional de realizar
uma odontologia com arte e cielncia. Complementar sugere adicionar ao tratamento
convencional tecnicas que: preparem 0 paciente para receber 0 tratamento
odontologico, como no caso de medo ou panico do cirurgiao-dentista, minimizem a
dor, como por exemplo, em casas cr6nicos em que os remedios parecem nao ser
suficientes: pacientes estressados, traumatizados e descrentes por experiencias de
tratamentos, relatadas por eles, sem sucesso .. Promover 0 bem-estar do paciente,
••Conceilo de Humanizar relirado de Scherer, D.A. Agape 0 Amor Verdade. Curitiba, 2004.
10
pade significar para 0 profissional, executar seu trabalho com maior tranqOilidade,
menor estresse, aumentar sua qualidade de tratamento durante todo 0 dia de
trabalho, bern como seu grau de satisfaC;8Io profissional. Paciente e profissional
tranqOilos e confiantes, supoe-se que resultaria em tratamentos com maior indice de
sucesso, uma vez que 0 paciente estaria mais receptiv~ e 0 profissional em
condic;6es favoraveis para aplicar seus conhecimentos. Convem reafirmar que 0
profissional assim como esta qualificado para exercer a odontologia, tambem precisa
estar apta a praticar as terapias complementares, por meio de uma forma9<30
comprometida em exercer seu trabalho com elica, born sensa, conhecimento e
respeito ao paciente.
Este estudo tern 0 escopo de realizar uma reflexao que desvele elementos
para efetivamente acompanharmos as necessidades de nossos pacientes e
cumprirmos 0 juramento feito no solene momenta de nossas formaturas: "Prometo a
Deus que me concedeu talento a ser cultivado (... ) cumprir com honradez, lealdade e
desvelo os deveres inerentes a profissao de cirurgiao-dentista, adotando os
progressos da ciencia e da tecnologia, respeitanda os imperativos da lei e os
preceitos da moral ( ... ) prevenir doenyas, aplacar a dar, restaurar a estetica, e
contribuir para a bem-estar de meus semelhantes, concorrendo, assim para 0
engrandecimento da Odontologia." *
Nada mais do que isso e 0 nosso objetivo, mas tambem nada menos.
Por se tratar de urn tema pouco explorado, buscou-se levantar bibliografia
sobre: Odontologia humanizada e terapias complementares, a fim de ampliar as
conhecimentos sobre 0 tema .
.•.Juramento do cirurgiao-dentista.
"
2- REVISAo DE LlTERATURA
2.1 CONCEITOS DE SAUDE E QUALIDADE DE VIDA
o presidente da Uniao Francesa para a Saude Bucodental (Centro
colaborador da Organiza,ao Mundial de Saude) PATRICK HESCOT (2003, p.14),,,0,'l) exibe uma nova visao da Odontologia que esta sendo lapidada, na qual 0
profissional tern par objetivo colocar 0 aspecto pessoal do paciente no centro de seu
approach, no que e chamado de Odontologia Humanizada. A realidade alual para
Hescat, esta calcada na boa tecnica do profissional enos entraves causados par
problemas econ6micos enfrentados em todos os parses. Hoje, a Odontologia busca
solU/;6es dos problemas, mas no futuro sera preciso preveni-Ios e analisar as riseas,
que ele divide em tres tipos: risco da saude, risco do meio ambiente e risco
comportamental au pessoal. Hoje a odontologia tern so\w;6es 56 para 0 risco da
saude, 0 futuro sera somar soluc;:oes tambem para os riscos do meio ambiente e
comportamentai. Ressalta que a Odontologia e uma ciencia de saude que influi na
vida cultural das pessoas, principalmente no que se refere a estetica e cosmetica.
Complementa dizendo: "assim como os medicos trabalham para alongar a vida,
precisamos alongar a saude oral do individuo e, para isso sera preciso trabalhar com
as medicos, buscar urn enfoque de ligac;:ao da boca com a corpo, do aspecto global
do ser humane dentro de urn approach socioI6gico." 0 dentista parece ser
responsavel nao s6 pela vida dental mas tambem pela vida social do individuo. (id.
ib.).
12
~
De acordo com TOMMASO (2003, p.19), para a OMS (Organiza,ao Mundial~y
0_ e Saude), quatro requisitos definem qualidade de vida: capacidade de trabalho,
ndependencia, relacionamento familiar e social adequados e vida prazerosa.
TOMMASO (id. lb.), definiu qualidade de vida como um "bem-estar fisico,
t psiquico e social que permitam lutar por n05505 objetivos na bU5ca da felicidade".
J Ressaltou que as emo90es podem ser 0 tempera e a base dos componentes da
qualidade de vida, au 0 oposto, dependendo do equilibria emocional, maturidade e
autoconhecimento em utilizarmos as nassas emoc;oes ao nossa favor e naD contra.
Enfatizou a importancia do equilibrio emocional para se obter realizac;ao pessoa1.
Para BEZERRA (2003, p.10): "precisamos de profissionais com uma visao
I holistica da odontologia e nao apenas mercadologica."
A saude, segundo a Organizac;ao Mundia1 de Saude e urn estado de
.,. ') 1 completo bem-estar fisico, mental e social e nao meramente a ausencia de doencyas
\3u enfermidades (apud TOMMASO, 2003).
VENANCIO e/ a/. (1991, p.99) citaram a conceilo de Edward Bach sabre
saude como: "nossa herancya, nosso direito. E a completa e total uniao entre alma,
mente e corpo e nao e um ideal longinquo a ser alcancyado, mas um objetivo tao
~il e natural, que muitos de nos negligenciam.n
CAPRA (1982, p.127) escreveu que "a saude tem muitas dimens6es, todas
decorrentes da complexa interal(aO entre as aspectos fisicos, psicol6gicos e socia is
da natureza humana." Ela reflete, segundo ele, tad a a sistema social e cultural.
portanto, nao pode ser representada par um unico parametro como a duracyao media
da vida, par exemplo. Para se obter um quadro mais fidedigno, temos de "transferir
nossa aten,ao da quantidade para a qualidade", explica. CAPRA (id. p.309)
comentou que na medicina chinesa, 0 diagnostico nao classifica 0 paciente como
13
portador de uma doenya especifica, mas que registra 0 estado total da mente e do
corpo do individuo e sua relaC;:03ocom a meio ambiente natural e social. Afirma ainda,
(id. p.315) que "a saude e urn fen6meno multidimensional, que envolve aspectos
ffsicos, psicol6gicos e socials, todos interdependentes"
Os conceitos de promoC;:03o de saude e comportamento estao sendo revistos.
BIANCALANA E DUARTE (2003, p.12), do Departamento de Preven~ao e
Promo~ao de Saude da Associa~ao Paulista de Cirurgi6es-Dentistas (A PC D)
noticiaram que para uma comunidade e/au individuo deter 0 status de bem-estar
fisico, mental e social completo, e necessaria que S8 capacite na identificagao e
realizac;:ao de suas aspiragoes, satisfaga suas necessidades basicas, mude 0
ambiente em que vive e colabore com ele. Complementam (id. /b) com uma nova
visao de que: "a saude distancia-se de ser objetivo de vida, e aproxima-se do
conceito de que e urn recurso para 0 dia-a-dia", ou seja, estaremos produzindo
saude, cuidando de nos mesmos e do ambiente em que vivemos. Transpondo esse
conceito para a saude bucal citam Pekka J. Kallio, em artigo no peri6dico
Periodontology 2000, que numerou cinco estagios para compreender a mudan9a
comportamental nos individuos:
1" a pre-contempla9ao: individuos que nao pensam em mudar 0comportamento, nem tem conhecimento de algum problemade saude. Sao os individuos que buscam tratamentos emsitua<;bes de emergencia. 2° a contempla<,;:ao: individuos quetem informa9ao do problema mas nao estao preparados paramudar seu comportamento. 3° a fase da prepara<;ao ja mostrao individuo prestes a dar seus primeiros passos para mudar decomportamento. 0 4° estagio e 0 da a9aO, momenta no qual 0individuo muda definitivamente seu comportamento. 0 5°estagio, e talvez mais importante, e 0 da manuten<,;:ao, em queo individuo se integra ao novo comportamento e busca refor90para evitar a retomada do comportamento anterior. A mudanyagradativa do comportamento individual, monitorada e motivadapelo profissional, e uma excelente forma de promover saudeem sua plenitude. (apud BIANCALANA E DUARTE, 2003)
14
Para GON<;ALVES (2003) a humaniza,ao da Odontologia e 0 "ponto chave
para proporcionar aDs pacientes e profissionais urn tratamento menos traumatico."
Explica que nao devemos ver a boca do paciente apenas como local de trabalho do
Cirurgiao-Dentista, mas compreencter 0 paciente com grandeza para entendermos
melhor a Odontologia. Finaliza dizendo que a profissao deve ser urn espelho de nos
mesmas, refletindo aquila que realmente somas.
Para TULKU (2001" pAO) "nosso modo de trabalhar representa a nossa
consciencia - e a maneira pela qual manifestamos nossa ser interior", Ensina (id.
p.43) que quando nos sentirmos tensos no trabalho, devemos parar par dez a quinze
minutos, respirar lenta e calmamente, relaxar 0 corp a antes de retornar aD
atendimento. Enlatiza (id. pA4) que 0 "relaxamento traz vitalidade e alegria a cada
uma de nossas 390e5, estimulando nossa inteligfmcia e energizando todo a nosso
carpo"
BONILHA FILHO (2003) em sua col una Especialidades do Jomal da
Associagao Paulista de Cirurgioes-Dentistas, escreveu que: "e muito importante
investir em si mesmo, nao s6 fazendo cursos e atualizagoes, mas tambem na saude
fisica e mental, fundamentais para uma boa qualidade de vida e para a realizagao
profissional" Comentou que a questao a se pensar e "como fazer melhor?" e nao
exatamente "como fazer mais?", pais pequenas mudangas podem fazer muita
dileren,a numa prolissao leita de tantos detalhes. BONILHA FILHO (id.ib) explicou
que deixar de lad a procedimentos para economizar tempo a fim de atender mais,
pode ser uma solugao e um problema ao mesmo tempo, pais uma agao mal
realizada costuma atrapalhar agoes posteriores, comprometendo a qualidade do
tratamento.
15
DUARTE (2002, pAO) comentou que quando orientamos um paciente a
higienizar a cavidade bucal estamos proporcionando a ele urn autocuidado que
redunda em produv8o e consume de saude bucal. No entanto, esse cuidado nao
deve estar restrito a cavidade bucal, mas tambem deve ser orientado aD autocuidado
com todD 0 corpo. DUARTE (id.ib) enfatizou que associar a necessidade de uma
higiene corp6rea diaria a higiene bucal e uma forma de mostrar aD individuo que 0
autocuidado geral transforma-se em saude. 0 paciente, aD entender, passaria a
acreditar que existe uma serie de atituctes simples que sao beneficas, e que
reduzem a possibilidade dele tornar-S8 doente. Para tal objetivo faz-s8 necessaria 0
profissional deter 0 conhecimento cientifico, externa-Io para provocar no paciente e
na coletividade mudanc;as de comportamento (id. ib.).
FORNIOL FILHO (2004, p.20) comentou que a visao holistica (do grego
Holikos = inteira, completo) percebe 0 individuo integralmente, sem a preocupac;ao
de estuda-Io em partes. Dentra da visao holistica existem terapias que buscam tratar
deste universe indivisivel. 0 objetivo principal da terapia holistica e resgatar a
saude, considerando multifatorial a causa das doenc;as.
JONAS E LEVIN (2001, p.02) escreveram que 0 aumento de interesse pelas
terapias holisticas, tambem chamadas de complementares e alternativas, reflete nao
s6 as alterac;oes no comportamento, mas tambem alterac;oes nas necessidades e
valores da sociedade.
o neurologista DAMAslO (2004, p.168-169) afirmou que todas as emo,6es
originam sentimentos, mas nem todos os sentimentos pravem de emoc;oes. "A
emoc;ao e uma combinac;ao de um processo avaliat6rio mental, com respostas a
esse processo, em sua maioria direcionadas ao corpo propriamente dito e ao
cerebra, resultando alterac;oes mentais adicionais". Para a percepc;ao dessas
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mudanl;as, que constituem a resposta emocional, reservou 0 termo sentimento.
OAMAslO questionou a afirmativa de Descartes "penso, logo existo", a frase
sugere que pensar e ter consciemcia do pensar definem 0 ser humano. 0 ata de
pensar era concebido como uma atividade separada do carpo, a que estabelecia urn
abismo entre mente e corpo. Para a neurologista que estudou a cerebra de
pacientes afetados par danos cerebra is, os sentimentos e emo96es consistem em
urn elo essencial entre corpo e a conscie!ncia, au seja, somente uma pessoa incapaz
de sentir e que poderia ter 0 conhecimento puramente racional de alguma caisa,
mas seria incapaz de tamar decis6es com base na racionalidade. Provou que ate
mesmo para termos atitudes racionais precisamos da emoy80: (I'd. p.12) "a razao
pode nao ser tao pura quanta a maiaria de n6s pensa que e au desejaria que fosse,
e que as emayoes e os sentimentos podem nao ser de tad a uns intrusos no bastiao
da razao". Retocou a afirmativa de Descartes e escreveu: "Exista e sinto, logo
penso"
RATEY (2001, p.42) relatou que 0 meio ambiente que nos cerca, 0 que
ingerimos e inalamas, a montante e a tipa de luz e som, altera a interligay80 f[sica
das sinapses no cerebra, permitindo que cada um de nos desenvolva um cerebra
exclusivo ajustado as nossas necessidades particulares. Relatou que (id. p.254) a
palavra emoy8a deriva do latim movere - mover, par em movimento, e este ocorre
de dentro para fora, um modo de comunicar as nossos estados e necessidades
internos mais importantes. Afirmou que (id. p.255) todo 0 comportamento exterior
que resulta da emoC;8o e composto de movimento como: batimentos cardiacos rna is
rapidos, urn sorriso, uma mudanya de postura ... A emOC;ao do medo causa atividade
neuronica, quimica e hormonal, as vias motoras voluntarias iniciam movimentos
externos para lutar e lugir. RATEY (id. p.255-256) concluiu que ha muito mais
17
li9a908S do centro limbico emocional para os centros corticais racionais e logicos do
que 0 contriuio, a que pade provar par que as emol):oes sao muito rna is dominantes
na determinaC;3o do comportamento e per que as vezes reagimos au falamos antes
de pensar.
SCHREIBER (2004, p.23) afirmau que sem ema,oes naa ha vida e que a
termo "inteligencia emocional" e definido como 0 equilibria entre emoC;3o e raz30.
Pesquisadares das Universidades de Yale e New Hampshire afirmaram (id. p.24)
que a inteligemc;a emocional, rnais que qualquer Dutra e a que explica 0 sucesso na
vida; e ela tern pOUCD a ver com 0 qUQciente de inteligemcia (QI). Definiram quatro
habilidades essenciais para medir 0 "quociente emocional": 1. A capacidade de
identificar nassa estada emacianal e ados autras. 2. A habilidade de cap tar a cursa
natural das emol):oes. 3. A habilidade de pensar sobre nossas proprias emoc;oes e a
dos Qutros. 4. A habilidade de controlar nossas emoc;6es e ados outros.
SCHREIBER (id. p.30 ) comentau tambem que temas dais cerebras: um cagnitiva e
outro limbico, este ultimo alem de controlar as emoc;6es, controla a fisiologia do
carpo. Quando os dois cerebros nao se dao bern, forma urn curto-circuito emocional
como par exemplo: as desordens par stress p6s-traumatico e ataques de ansiedade
ou sindrome do panico. Para que exista equillbrio entre os cerebros cognitiv~ e
emocional reafirmou a tecnica da coerencia cardiaca descrita pela primeira vez em
1992 pelo medico Dan Winter (id. p.64-66). A pratica da coerencia cardiaca traz
muito da sabedoria milenar, de tecnicas tradicionais usadas em ioga: atenc;ao,
meditac;ao e relaxamento. Primeiro deve-se manter a atenc;ao focada na respirac;ao,
em segundo foca-se a atenc;ao ao carac;ao, como se estivesse respirando por ele, e
em terceiro toma-se consciencia da sensa9ao de calor e expansao no peito, timida
para os iniciantes, e evoca-se uma emoc;:ao que 0 corac;ao seja sensivel, como a
18
gratidao. Assim 0 caos (estado de estresse, perigo ou depressao) e desfeito e a
coeremcia cardiaca estabelecida. Quanta mais treinamento tiver no usa da tecnica,
mais fadl sera induzir a coerencia cardiaca, que significa 0 pulsa e a frequencia
cardiaca semelhante a urn estado de bem-estar, compaixao au gratidao.
Segundo OKESON (2000), os cirurgioes-dentistas parecem sentir-se
responsaveis pela saude da boca, e nao pelo bem-estar psicol6gico do paciente, par
issa naG buscam conhecimento de terapias complementares.
SILVEIRA (2005) Presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisas
Odontol6gicas afirmou que: "a Odontologia tern evoluido muito em seus aspectos
humanisticos e de visao holistica. ( ... ) e na preven9ao e no tratamento do individuo
que estao centradas cerca de 61 % das pesquisas odontol6gicas brasileiras"
Para NADER E LAPREA (2004, p.250), 0 profissional da area da saude,
precisa lanyar mao de novas terapias, mas e preciso que tenha conhecimento de
suas aplicac;oes, as vantagens e desvantagens do seu emprego. Concluiram que
para modificar este quadro faz-se necessario uma mudanc;a na conduta de trabalho
dos cirurgioes-dentistas atraves da qual a motivac;c3o para retorno deve ser bem
fundamentada e estimulada.
GARCIA, et al (2004, p.38) afirmaram que os retornos peri6dicos sao de
suma importancia tanto para a prevenyc30 quanto para a manutenyc30 do tratamento
realizado e 0 intervalo de retorno deve ser individualizado para cada paciente,
embora a obteny8o de niveis adequados de retorno seja uma meta dificil de ser
alcanyada.
BIBANCOS E LOUREIRO (2004, p.17-19) realizaram uma pesquisa em Sao
Paulo que mostrou os cirurgioes-dentistas ocupando 0 segundo lugar no que se
refere a confiabilidade das profiss6es por parte dos pacientes.
19
OKESON (2000) alirmou que estados psicologicos como conlianl'a,
seguranc;a, tranquilidade e serenidade devem ser encorajados pelo profissional.
Quando 0 paciente tern dar, safre tambern tensao emocional e, alem de tratar
clinicamente a dar, 0 profissional poderia ter atitudes que aliviassem essa tensao.
GOLEMAN (1995, p.197) citou um estudo de pacientes, que na sala de
espera de consult6rios tinham uma media de tres au mais perguntas a fazer aD
medico. Mas quando salam do consultorio, apenas uma media de uma pergunta e
meia havia side respondida pelo profissional. "Essa constatac;ao revela uma das
muitas formas como as necessidades emocionais dos pacientes ficam sem
atendimenlo pela medicina moderna", constatou GOLEMAN (id.ib.). As duvidas
alimentam incerteza, meda, catastrofizaC;8o e levarn as pacientes a naD seguirem
prescricyoes que naD entenderam plenamente.
Para CAPRA (1982) a real'ao psicologica do pacienle ao prolissional e parte
importante de qualquer terapia. Induzir a paz de espirito e conlianl'a no processo de
cura pode ser um tator muito importante, mas usual mente e feita sem habilidade
tecnica.
LIMA (2004, p.117) publicou na Revista Veja um estudo realizado porTomas
Furmark que utilizou a tomografia por emissao de p6sitrons (PET), e analisou 0
encefalo de pacientes com fobia. Parte dos pacientes haviam se tratado com terapia
cognitivo~comportamental, e a outra com remedios. 0 resultado mostrau que a
terapia altera a funcionamento cerebral tanto quanto a quimica, ou seja, as
experiencias de vida alteram 0 cerebra tanto quanto os remedios.
CHOPRA (2004, p. 29) escreveu que 0 loco alual dos estudos est;' muito
mais voltado para a dilerenl'a entre as doenl'as do que entre as pessoas, e que
lodos n6s nascemos com uma "individualidade bioqufmica", 0 que significa que
20
ninguem e a media. Afirmou que a saude perieita e um fen6meno biol6gico bem
especifica (id. p.30).
FARIA (1959) chamau de agente "psicagemica" a influemcia imaterial que
levou a Hipocrates afirmar, que mais valia saber a especie de doente que tinha a
doenya do que a pr6pria doenya; conceito no qual se apoiou Miguel Couto para dizer
que "nao ha doent;as; ha doentes". Concluiu que 0 somatico esta subordinado ao
psiquico.
NADER E LAPREA (2004, p.250) afirmaram que e precisa saber
profundamente a Odontologia para aplicar 0 complemento adequado, uma vez que
um conhecimento nao dispensa ooutro.
21
2.2 ESTRESSE E DOR
DIEGUEZ (2004, p.27) publicou na revista Exarne ern junho, urna pesquisa
com 25.000 executivos brasileiros expondo de forma alarmante, as efeitos
devastadores do estresse sabre a vida pessoal e 0 mundo dos negocios. Ele esta
cad a vez mais jovem; ha apenas uma decada, os executivos come<;:avam a ter as
primeiros sinais de estresse aDs 50 anos, hoje come<;:a aDs 30.
ANDREWS (2001) escreveu que rnudan<;as cada vez rnais rapidas pod ern
causar 0 que a Organizac;ao Mundial da Saude chamou de "epidemia do estresse".
Afirmou que cerca de 70% das consultas medicas no Brasil sao causadas pelo
estresse, que tern afetado tambem as filhos. 0 harmonia do estresse inibe 0 fluxo
normal do harmonia do crescimento em crianyas que convivem em familias tensas.
Complementa que em Chines 0 termo "crise" e composto de duas palavras "perigo"
e "aportunidade", pOis dentra da crise existe uma grande oportunidade de
transformagao.
A International Stress Management Association (ISMA) e a mais antiga
organizagao internacianal para 0 contrale do stress. Iniciou em 1973, nos Estados
Unidos, e a partir de 1979 adquiriu carater internacional. Ela visa tornar 0 mundo
menos estressante, incentivando a formagao de profissionais e estudantes. 0 Brasil
ja faz parte dessa organizag8o.
Para AZAMBUJA (2004) 0 tratamento do paciente parece ser facilitado pelo
equilibrio emocional. Os primeiros estudos no campo da influencia das emogoes
sabre 0 arganismo foram facalizados no estresse, talvez par causa das pesquisas de
Hans Selye, que introduziu 0 termo na medicina e fez detidas observagoes sobre 0
22
que ocorria no corpo submetido a tenseo. A partir de seus trabalhos, na decada de
30, muitos Qutros pesquisadores S8 basearam na ansiedade para suas
investigalYoese passaram a comprovar como ela interferia no rendimento dos 6rg805
e sistemas, descobrindo as caminhos seguidos dentro do carpa, Quase todos as
trabalhos iniciais no campo da psiconeuroimunologia, centraram-se nas emo\=oes de
meda, ansiedade e preocupac;ao para realizar suas descobertas.
OKESON (2000) escreveu que niveis aumentados de estresse emocional
podem estar fortemente correlacionados com as niveis aumentados de dor. Outras
condic;6es que parecem intensificar a experiE'mcia de dar sao ansiedade, meda,
depressao e desesperanc;a.
Tarzia foi entrevistada por LIMA (2003, p.23) e na ocasiao afirmou que uma
das causas da halitose e 0 estresS8, que uprovoca uma diminui(fc30 do fluxo salivar e
maior concentral,tao de mucina na saliva" Esta mucina, adere sobre 0 dorso da
lingua, al8m de celulas epiteliais descamadas e microrganismos anaer6bios
proteoliticos.
GALLINA (2003, p.17) relatou que um dos efeitos do estresse e a diminui,ao
da resistencia as infecl,toes, podendo aparecer como consequencia "feridas na
boca"
CAPRA (1982) relatou que 0 papel dos eventos estressantes nas esleras
psicol6gica e social 8 claramente recanhecido como fante de doenl,ta.
AZAMBUJA (2005) comentou que e lato freqliente, observado e retatado
pelos pr6prios pacientes, "0 aparecimento de um surto herpetico durante ou ap6s um
epis6dio de tensao emocional ou por estresse fisico, cansa<;:o ou esfor<;:o demasiado.
Eo comprovada a rela~ao entre esses eventos e a reativa~ao do herpes." Explica que
o estresse fisico ou mental altera 0 mecanismo da inflama<;:ao e da imunidade, por
23
meio do estimulo a secreyao de corticotropina pela hip6fise ocorrendo uma mudam;a
nos niveis de adrenal ina, noradrenalina e glicocortic6ides. AZAMBUJA
complementa, que esses efeitos do estresse mudam a distribuiyao das celulas de
defesa, as linfocitas, e atuam sabre a equilibria de dais tipas dessas celulas: a Th1 e
a Th2. A prime ira realiza principalmente a ataque direto as celulas estranhas ao
organismo; a segunda age preferentemente a distancia, par meio de anticorpos.
Ocorre um incremento da imunidade p~r anticorpos em detrimento da imunidade
direta contra as virus e a alterayao da func;:ao de barreira da pele rompem a
equilibria cutaneo, que mantem as virus sob controle 0 que resulta em nova crise
herpetica.
o jarnal da Canselha Federal de Odantalagia em marya/abril (2004, p.04)
publicau dadas de que a "meda, em especial a de ir aa dentista, e urn fator que
contribui para gerar estresse, e aparece em segundo lugar, atras apenas do medo
de falar em publico".
QUIROGA (2001, p.59) relatau que desfrutar a vida alem da meda e uma
virtude que a humanidade parece nao administrar bem. "0 medo e a reac;:ao de tudo
a que e vivo mediante a perigo". Preserva nossa humanidade de perigos reais e a
liberta deles, mas tambem a calaca em cantata cam perigas imaginarias, e a esses a
medo escraviza, foryando-os a preservar limites conquistados.
RODRIGUES el a/ (2005, p.75) revelaram que a maior fante de estresse
esta relacionada as quest6es profissionais, entre elas estao desde a falta de
emprego ate a sobrecarga de trabalho.
OKESON (2000) relatau que quanda urn pacienle tern dar, significa a final de
urn processa que fai alterada entre sua origem (as naciceptores) e seu destino (a
24
c6rtex), par fatores fisicos e psicol6gicos. A experiencia da dar e eventualmente 0
sofrimento podem ser a considera9ao mais importante ao S8 cuidar de pacientes.
CAPRA (1982) escreveu que a saude dos seres humanos parece ser
predominantemente determinada nao somente per intervenl,(c3o medica, mas pelo
comportamento, pela alimenta<;:c3o, pela natureza do seu meio ambiente e pela
genetica. 0 estresse foi reconhecido como fante significativa de uma vasta 9ama de
enfermidades e 0 vinculo entre estados emocionais e doen<;:a, embora conhecido
atraves dos tempos, ainda recebe pouca aten9ao. Explica que para entendermos a
dar e sermos capazes de alivia-Ia plenamente, devemos considera-Ia em seu
contexte mais ample, que inclui as atitudes e expectativas mentais do paciente, seu
sistema de crenc;;as e valores, 0 apoio emocional da familia e dos amigos e habitos
de vida.
Para BIASI (2001) teenieas de fisioterapia para promover a relaxamento da
musculatura facial podem ser utilizadas em pacientes portadores de limitac;;ao da
abertura bucal tais como: trismo, sfndrome miofascial, sindrome de fibromialgia,
cefaleia tensional, desordem temporomandibular, nevralgia trigeminal, hiperatividade
parafuncional (bruxismo), casos comuns em odontologia.
SIQUEIRA E TEIXEIRA (2001, p.04) relataram que "a dar e eorriqueiramente
ensinada como um sintoma, assim busca-se a doenc;;a que a provoca", mas ela pode
ser a propria doenc;;a. Comentam (id. ib.) que 0 predominio da Odontologia ainda
continua 0 combate a dor. 0 trauma milenar da dor de dente criou mitos que se
estendem ate os nossos dias, pois a isquemia e 0 congelamento usados
antigamente como analgesia, nao eram possfveis de serem aplicados para extra<;ao
de dentes. "A dor e 0 sofrimento sempre fcram 0 terror dos pacientes frente ao
tratamento dentario" e a "angustia, ansiedade e medo gerados por tratamentos
25
odonto16gicos sao tipicos constituintes afetivos-comporiamentais que acompanham
a dar aguda au a expectativa de dar repentina" Afirmam que a "preocupac;ao com a
tranqUilizary30 do paciente, aliada com 0 contrale da dar durante as atendimentos,
reduz a resposta neurovegetativa caracteristica dos estados de estresse, grande
responsavel par algumas das complica<;:oes sistemicas muito comuns nos
consult6rios dentarios, como e 0 casa da lipotimia." Para Siqueira e Teixeira (id.
p.D5) ha urn novo papel do cirurgiao-dentista, que e 0 contra Ie e prevenc;ao da dar
cronica. Afirmam (id. p.Og) que existem componentes afetivos e comportamentais, a
ambiente familiar, de trabalho e social, inumeras variaveis que fazem 0 paciente
!Jnico,de "tal forma que podemos ter a mesma doen~a, ou dar, em individuos
diferentes, com resposta diferentes a tratamentos identicos" 0 profissional deve
estar preparado para compreende-Ios em suas queixas e angustias. Comentou,
ainda, que a resposta a dar nem sempre e decorrente da extensao da lesao, mas do
susto que a mesma causou ao doente. "Tratamos de doentes e nao apenas de um
dente au uma articula<;:ao", concluiu.
OKESON (2000, p.280) relatou que algumas disfungoes
temparomandibulares, estao etiologicamente relacionadas a certos estados
emocionais. "Niveis aumentados de ten sao emocional pod em afetar a fungao
muscular, aumentando a atividade no repouso (contragao protetora), bruxismo
crescente, ou ambos, ativando 0 sistema nervoso simpatico, que pode ser ele
proprio uma fonte de dor muscular." Afirma que (id. p.281) "infelizmente, 0 dentista
nao e treinado nesta area medica e entao pode se sentir facilmente inapto ou
indeciso" e que em muitos casos, os pacientes estao passando par "niveis altos de
tensao emocional nas suas rotinas diarias e quando isso e suspeitado podem ser
empregados tipos simples de terapia de tensao emocional, tais como a
26
concientizaC;8o do paciente", ou seja, educa-Io quanto a relayao entre ten sao
emocional, hiperatividade muscular e 0 problema. OKESON comenteu que (id.
p.282-283) terapias de relaxamento e controle pessoal como hipnose e biofeedback
tambem foram citadas. No proprio consultorio pod em ser praticadas tecnicas de
relaxamento que parecem aliviar a tensao emocional e contribuir para um melher
estado e atitude positiva do paciente em relayao aD tratamento. 0 paciente quando e
treinado para relaxar os musculos sintomaticos, voluntariamente estimula 0 fluxo de
sangue para estes tecidos, e substancias resultantes do processo metab6lico que
estimulam nociceptores (receptores da dar) sao eliminadas, 0 que resulta em
diminui9ao da dOL Explicou OKESON que "a terapia de relaxamento e considerada
tanto urn tratamento definitivo para a reduc;ao de tensao emocional, como uma
terapia de suporte para redw;ao de sintomas musculares."
27
2.3 TERAPIAS COMPLEMENTARES
2.3.1 Respirayao e Relaxamento
ANDREWS (2001) lembrou que 0 estresse nao e gerado pelo mundo
externa, mas uma condiyc3o do pr6prio interior da pessoa. E uma energia que se
carrega positivamente ou negativamente, baseado em suas pr6prias respostas em
relac;:c3oa vida. "Pade enfraquece-Io au adoece-Io, au pade fortalece-Io e motiva-Io
para atingir seus mais elevados idea is", Quando S8 aprende a harmonizar pressao e
pausa, atividade e relaxamento, a energia do estresse pade trabalhar a seu favor. A
autora sugere praticas de relaxamento, meditayao e exercicios de respira<;c3o.
Comenta que quando a respirayc30 fica irregular, a mente parece tambem fiear
instavel, e quando a respirac;:c3oesta calma a mente parece tambem fiear calma.
AZAMBUJA (2005) descreveu que a respirac;:ao e 0 primeiro ato do ser
humane ao nascer, 0 qual se repete incessantemente e automaticamente ate 0 final
da vida. 0 ate de respirar se comp6e de inspira,ao (entrada do ar) e de expira,ao
(saida). Desenvolve-se gradualmente ate os 18 a 20 anos de idade, passando a
decrescer dar para a frente. A partir dos 50 anos, comec;:am a instalar-se os sinais de
senilidade respiratoria, que tendem a surgir dez anos antes nas mulheres. Para
manter os tecidos em bom estado, apesar da idade, e imprescindivel aprender a
manter urn cicio respirat6rio regular. Exercicios respirat6rios, que abaixem 0
diafragma (musculo envolvido na respira,ao) apenas 1cm, aumentam em 250 a 300
centimetros cubicos a capacidade pulmonar. AZAMBUJA relatou que a respirac;:ao
deveria ocorrer com a musculatura descontraida e ser determinada pel a quantidade
de oxigenio e gas carbonico no sangue, com uma frequencia de 12 a 18 respirac;:6es
por minuto. Para Isso sao necessarios movimentos de todo 0 torax, abrangendo as
2S
partes inferior, a media e a superior. No inicio da inspira981o, 0 abdome S8 expande
para abaixar 0 diafragma e permitir a entrada do maximo volume de ar na base dos
pulm6es. No meio da inspira9ao, a parte media do t6rax S8 alarga para encher a
parte media dos pulm5es. No final da inspirag,ao, a parte superior do t6rax 58 eleva
levemente, para que 0 ar chegue ate 0 apice dos pulm6es. Para AZAMBUJA, essa e
a respirayao completa, que deveria ser a seqOencia normal na vida das pessoas.
Nota-se, porem, que ha movimentos respirat6rios diversos, influenciados pele estado
de espirito da pessoa a cada instante. Quando 0 individuo esta tranqi.lil0, a
respiraC;<3o se faz lenta e ritmadamente movimentando livremente 0 abdomen.
Quando esta tenso, afirmou AZAMBUJA, a respirayEio se torna superficial, curta,
ofegante, feita principalmente pelo t6rax. Ha diferenya fundamental na capacidade
de oxigenayEio de cada uma delas. A respirayEio abdominal, profunda, oxigen a
suficientemente 0 sangue; a respirayEio toracica oxigena insuficientemente. Cad a
tipo de respirayEio esta ligado a um estado psicoemocional da pessoa. A respirayEio
profunda ocorre no estado de calma e tranqOilidade, quando a musculatura esta
descontraida. A respirayEio toracica se da em estado de tensElo, quando a
musculatura esta contra ida, inclusive 0 diafragma, responsavel pelos movimentos da
musculatura abdominal. AZAMBUJA comentou que ocorre, ai, urn circuito
bidirecional, como tudo no arganismo: 0 estado emocional condiciona a respirayElo,
assim como esta rnodifica aquele. Como a maiaria das pessoas aprendeu a viver em
estado de ansiedade e tensElo, observa-se que a respirayEio e defeituosa em quase
todos os individuos, que praticam inconscientemente a respirayao toracica. Esta vai
alimentar mais ansiedade e tensao e, com isso, seu sangue e deficientemente
oxigenado e seus tecidos se ressentem dessa lalta de oxigenio. A respira,ao
consciente tem outro efeito importante para 0 arganismo. Quando se respira
20
profundamente, aumenta-se a produ~ao de endorfinas, que sao harmonics
mediadores da estimulay8lo da imunidade, do estado de bern-estar e da diminuic;:ao
da dar. Assim, a pratica da respirac;:ao abdominal corta 0 cicio da ansiedade e reduz
o estreSS8. Alem disSD, 0 controle voluntario da respirac;ao liga 0 individuo no que
esta S8 passando em seu corpo no momento presente, au seja, no aqui e agora.
IS50 Ihe amplia a consciemcia, da-Ihe plena atenc;:ao e modula 0 sistema imunitario
pela produ9ao de urn estado bioquimieo que faeilita 0 fluxo natural da vitalidade do
organismo, afirmou AZAMBUJA.
OKESON (2000, p.282) relatou que uma teeniea que tern side bern
pesquisada e 0 relaxamento progressivD, modificac;6es do metoda de Jacobson,
desenvolvido em 1968, em que 0 paciente enrijece as rnusculos e entao as relaxa
ate que 0 estado de relaxamento possa ser sentido e mantido. "Resultados podem
ser obtidos estando 0 paeiente relaxado, preferentemente deitado, em urn ambiente
confortavel, com as olhos fechados. Os procedimentos de relaxamento sao
explicados lentamente em voz tranqOila e calma. Uma fita cassete dos
procedimentos pode ser desenvolvida para ajudar na tEknica. 0 paciente escuta a
fita na sessao de treinamento no consult6rio, depois de entender a que sera
realizado, leva a fita para casa com instru~6es para escutar pelo menos uma vez ao
dia, e retomar a tecnica de relaxar os musculos. Melhores resultados tern sido
alcanyados durante meses de treinamento e nao s6 uma semana." Existe tambem,
outra forma de relaxamento progressiv~ que usa uma aproximayao reversa, ao inves
de pedir para a paciente contrair 0 musculo e depois relaxar, os musculos sao
estirados passivamente e entao relaxados. (id. p.283).
30
2.3.2 Florais de Bach
PARONI E PARON I (2003, p.17) em seu livro Aprenda a Ser Feliz com as
Florais de Bach, escreveram que Edward Bach nasceu em 24 de setembro de 1886,
em Moseley, uma vila perto de Birmingham, em Gales. Desde crianrya dernonstrava
muita sensibilidade e preocuparyao com 0 sofrimento humano. Tinha rnuito respeito
pela natureza e acreditava que ela teria meios de curar as pessoas, aguardando
apenas para serem descobertos. Formou-se medico em Londres, em 1912.
Insatisfeito com os resultados paliativos que encontrava nas cirurgias, resolveu
procurar urn novo metodo de cura. Em julho de 1917, Dr. Bach teve uma hemorragia
digestiva severa, sendo operado de emergemcia e soube que viveria apenas rna is
tres meses. Decidiu dedicar todo 0 seu tempo para estudar urn novo metodo de
cura, e viveu por mais 19 anos. Comentam (id. p.19) que ao participar de urn jantar
comemorativo, observou que a humanidade e dividida em tipos diferentes de
comportamento, e que pessoas de mesmo tipo nao teriam obrigatoriamente a
mesma doenrya, mas reagiriam da mesma forma a qualquer tipo de doenrya que
tivessem. Descobria, assim, a base de sua teoria que seria comprovada
futuramente. Em marryo de 1930, 0 Edward Bach retornou para Gales acornpanhado
da radiologista Nora Weeks, que permaneceu ao seu lade ate 0 fim de sua vida.
Neste mesmo ano escreveu 0 livro Cura-te a ti mesmo, no qual descreve sobre seu
novo sistema de cura, explica como as doengas surgem e como vence-Ias.
WEEKS (1998) escreveu que Edward Bach descobriu as essencias florais
de 1928 a 1935 no Pais de Gales e na Inglaterra. Tinha como principia: "tratar 0
doente e nao a doenga". Para ele a doenrya do corpo nao se deve fundamentalmente
a causas fisicas, mas a certos disturbios de humor ou estados mentais, que
31
interferem na felicidade do individua, e esses humores S8 continuados, levam a urn
disturbio das func;:oes organicas e tecidos do carpa, 0 que f8sulta em doenrya.
Acreditava que a mente tern controle das condiry6es mentais e fisicas, e qualquer
disturbio como preocupary8o e medc, nao resultaria apenas em perda de paz e
tranquilidade, mas tambem seria transmitido para as nervos, levando a
desorganizacyao do funcionamento adequado dos 6r9a05. WEEKS escreveu que
para Bach, a palavra-chave e a felicictacte, ele acreditava que a felicidade eleva e
abre 0 caminho para a boa saude do mesma modo que a infelicidade "pavimenta a
estrada para a doenrya." Dr. Bach foi urn medico que desenvolveu uma medicina
natural para tratar a saude das emoc;oes, sentia-se insatisfeito com a medicina
ortodoxa focalizada em curar sintomas, acreditava que a tratamento eficaz deveria
atingir as causas das doenc;as.
MONARI (1997) em seu livro Participanda da Vida com as Flarais de Bach,
estabeleceu comparac;ao destes com a mitologia, desmistificando e ampliando as
possibilidades de uso nas mais variadas especialidades medicas. Em seu livre 0
Despertar da Alma com as Flarais de Bach (2001, p.121), explieau, atraves da
mitologia, que um dos primeiros arquetipos de cura foi do centauro Chiren, filho de
Saturno. Uma figura meio humana meio animal, que apesar de ser imortal tinha uma
ferida incuravel que Ihe causava grande sofrimento. Ensinou os outros a se curarem
buseando eura para 0 seu pr6pria sofrimento (id., p.122). Ele troeou sua imortalidade
com Prometeu e tornou-se guardiao das "Portas do Universe de Cura", que s6
podem ser abertas quando realizamos 0 ~autoconhecimento". Outro grande
arquetipo foi de Premeteu que roubou a Censciencia, e trouxe-a aos homens. Mas
teve que pagar um pre90, fieando acorrentado par Zeus. Uma aguia vinha todos as
dias comer um pouco do seu figado, ponto doloroso para 0 nosso corpo e ego,
J2
simboliza 0 final do sofrimento, sua transfarmac;ao em entendimento e sabedoria.
Esculapio era deus da medicina para os gregos, filho de Apol0 e da mulher Coronis.
Aprendeu com Chiron a curar 0 corpo e seu pai Apolo deu-Ihe os ensinamentos. Ele
uniu as duas forc;as solar e da terra para transmitir seus ensinamentos aos homens.
Nos templos de Esculapio havia um local para guardar as serpentes, simbolo da
nossa energia de vida, que tinham essas duas forc;as unidas, essen cia is para a cura,
ou seja, a transformac;ao do sofrimento em sabedoria. As serpentes se enrolam no
bastao da cura segurado por Esculapio, 0 qual concede ao medico 0 poder sobre a
vida, 0 poder de curar. Na entrada do templo tinham as inscric;6es: "Puro deve ser
aquele que entra no Templo perfumado. E pureza significa ter pensamentos sadios"
(id. p.123). Os Florais de Bach seguem 0 mesmo principio, transformam as
disposic;6es mentais negativas em positivas, proporcionando pureza para os nos 50S
pensamentos. Em Epidauro, grande centro de cura dos gregos, primeiro se curava a
mente. S6 havia cura quando havia Metan6ia, ou a transformac;ao dos sentirnentos.
Acreditavam que a causa das doenc;as era principalmente mental e a terapeutica era
provocar uma mudanc;a psiquica e fisica, visando 0 homem como urn todo. Curar
significava conhecer-se a si mesmo, 0 despertar para sua real identidade. "A
humanidade esta resgatando seus principios humanisticos da era original, buscando
o resgate da nossa Idade de Ouro", afirmou MONARI (id. p.124).
HOWARD (1998) em publicac;ao do Bach Centre descreveu as 38
essencias descobertas par Edward Bach, e mais uma emergencial: 0 Rescue
Remedy, que segundo ele, cobriam todos os estados mentais negativos que
acompanham as enfermidades.
No site do Instituto Bach, MONARI (2005) comentou que Bach dividiu os
Florais em 7 grupos, representando os conflitos fundamentais que impedem de
sermos verdadeiramente nos mesmos: medo, incerteza, falta de interesse nas
circunstancias presentes, solidao, hipersensibilidade a influencias e ideias,
desespero ou desanimo e excesso de preocupat;:c3o pelo bem-estar dos demais.
Bach definiu tambem os estagios de cura das doent;:as que sao: sentimentos de Paz,
Esperan9a, Alegria, Fe, Certeza, Sabedoria e Amor. Os Florais de Bach nao sao
utilizados para tratar doent;:as fisicas, mas sim para 0 estado emocional tais como
preocupa90es, apreensao, irritabilidade ... , parque estes estados mentais, para Dr
Bach, nao apenas atrapalham a recuperay,ao da saude mas tambem retardam a
convalescencia e podem causar doeny,as e desarmonias.
GUEDES E MONARI (2003) escreveram que 0 Rescue Remedy, tem como
uma de suas indicay,6es toma-Io antes de eventos estressantes como 0 de ir ao
dentista com a finalidade de diminuir 0 medo e 0 nervosismo.
GERBER (1988, p.413) comentou que "a medicina vibracional e uma
abordagem que se baseia no conceito einsteiniano de que a materia e energia" e os
seres humanos sao farmados par uma serie de campos de energia em equilibrio
dinamico. Entre as modalidades terapeuticas energeticas encontram-se os Florais de
Bach (id. p.198).
34
2.3.3 Biofeedback
OKESON (2000, p.283) comentou que um modo de alcan9ar 0 relaxamento
e 0 biofeedback, tecnica que ajuda 0 paciente a regular as fun~6es corporais que
normalmente sao controladas inconscientemente. Tern sido uti I a tecnica para ajudar
pacientes a alterar funs:oes como pressao sangOinea, fluxo de sangue, atividade de
cnda cerebral e relaxamento muscular. Entre os musculos da face, 0 masseter egeralmente selecionado.
CHAVES (2005) relatou que 0 biofeedback, e uma tecnica em que se
aprende 0 contra Ie voluntario de fun90es fisiol6gicas das quais as pessoas
normalmente naD tern consciemcia, com a finalidade de recuperar, manter ou
melhorar sua saude e/au seus desempenhos. Isto e feite atraves do usa de
determinados aparelhos que medem com precisao e instantaneamente como S8
encontra a funC;:<3o fisiologica em estudo, informando ao sujeito, de modo visual ou
sonoro, quais os valores medidos. Com esta informac.;:ao e orientado pelo
biofeedbackterapeuta, 0 sujeito tem possibilidade de alterar tais valores, para mais
au para menos, segundo a sua vontade e conforme 0 que for mais desejavel. Com
um treinamento repetido, supervision ado pelo biofeedbackterapeuta, 0 sujeito
consegue condicionar aquele processo fisiol6gico a funcionar de modo estavel e
desejado. A frequemcia e de 1 a 3 sessoes semanais de 30 a 50 minutos cad a uma
com media entre 20-40 sessoes, pode ser praticada por profissionais de diferentes
areas como medico, psic6logo, cirurgiao-dentista, enfermeira, etc. e da area
educacional. Para CHAVES, "a exigencia fundamental e uma adequada formac.;:ao
em anatomia e psicofisiologia humanan• Na atualidade tem side aplicado com
sucesso nas seguintes condil.(oes e disturbios: no reduc;ao do estresse, no controle
35
de secreg6es, como do sueD gastrieD em ulceras do est6mago, na reduc;:ao do fluxo
sangOineo em tumores, no aumento do fluxo sangOineo na doenc;:a de Raynaud (em
que hi! prejuizo a circulagao nas extremidades), na estirnulac;ao do sistema
imunitario em casas de (alta de reatividade, QU na diminuic;:ao da mesma fum;ao em
casos de alergia, em ansiedade, dares de cabega de causa emocional, pressao alta,
insonia, tiques musculares, doenc;as psiquiatricas, relaxamento para 0 parto,
tratamento do tabagismo, do alcoolismo, do vieio de comer, da gagueira e da
hiperatividade infanti!. CHAVES comentou que as modalidades classicas do
biofeedback sao a eletrodermica (GSR. EDR OU EDA), a termica (TEMP), a
eletromiografica (EMG) e a eletroencefalografica (EEG) ou neurofeedback. 0
eletrodermofeedback(GRS, EDR ou EDA) se faz atraves da passagem de uma
microcorrente eletrica (insensivel) pela superficie da pele, rnedindo-se a resistencia
a esta passagem. Explicou que "quando as glimdulas sudoriparas estao ativas, a
resiste!ncia a passagem da corrente diminui, caso contnflrio, a resistemcia aumenta e
esta resistencia eletrica traduz a atividade/inatividade das glimdulas sudoriparas que
sao urn reflexo da atividade do sistema nervoso simpatico". Neste metodo a pessoa
busca modificar reayoes fisicas que norrnalmente nao estao sob 0 dominio da
vontade utilizando tecnicas diversas de redUy80 do estresse e aparelhos indicadores
do resultado. A consciencia e colocada em recesso e, com 0 biofeedback fica
demonstrado que a mente inconsciente e "capaz de modificar funcyoes corpora is tao
sutis como as ondas cerebrais, a freqOencia cardiaca, a velocidade do fluxo de
sangue em determinada area e a temperatura da pele, entre outros" afirmou
CHAVES. Pratica-se uma tecnica antiestresse, seja respiracyao diafragmatica,
relaxamento muscular progressiv~, auto-hipnose, ou medita,ao, recursos para
relaxar 0 corpo e a mente, obtem-se, entao, a indicaC;:<3odo resultado pelo aparelho
36
utilizada. 0 usa das aparelhas tem par finalidade treinar a pessaa a abter a efeita
visualizado para poder atingir a mesma modifica9ao sem necessitar de aparelho. uO
metoda do biofeedback tern 0 merito de, par melo cientifico de comprovacyc3o e
repeticyao da experiencia, eliminar as duvidas sabre S8 a mente pode comandar 0
que ocorre no corpo" conclui CHAVES. Com os resultados que se observam,
conclui-se que a mente inconsciente tern muito rna is a9<30 sabre 0 organismo do que
S8 poderia imaginar". 0 biofeedback e a evidencia do poder que reside no
inconsciente e que e ativado ao S8 entrar em estado de relaxamento. 0
termofeedback (TEMP) consiste em 5e alterar a temperatura nos dedos das maos au
dos pes, variac;ao esta em intima correlayao com as condic;oes de vasodilatac;ao que
e acompanhada de aumento na temperatura e vaseconstrityao que implica queda na
temperatura. CHAVES comentou que aqui ficames sabendo das condic;;oes
emocionais e fisicas do sujeito, expressas pela ativac;:ao/desativatyao do sistema
nervoso autonomo (simpatico/parassimpatico). Assim, 0 contra Ie vasomotor pode ser
treinada e candicianada (em ambos as sentidas), a que ir" permitir, par exempla, a
alivio da enxaqueca. 0 feedback eletramiogratico (EMG) consiste em "medir a
atividade eletrica dos musculos a qual expressa a grau de contratyao/relaxamento
dos mesmos. Desta maneira e passive I treinar 0 individuo a fertalecer a musculatura
quando for indicado au entao a praduzir urn relaxarnente fisico quando for a case."
37
Moderna aparelho autOnomo computadorizadopara treinamento de biofeedback de eletromiografia
CHAVES explicou que 0 neurofeedback au feedback eletroencefalografico consiste
em "medir as ondas eletricas do cerebra, tal como acontece no eletroencefalograma
classico. Pade-S8 entao, "treinar 0 individuo a produzir au diminuir a prodUyc30
(amplitude e/au frequemcia) de qualquer uma das faixas de ondas cerebrais, em
qualquer urn dos hemisferios cerebrais au em ambos, conforme 0 estado fisica e
subjetivo que S8 almeja alcanyar". Alem das quatro modalidades citadas ha 0
feedback cardiaco (ECG) onde S8 mede e S8 controla a freqi..it§ncia cardiaca e a
pressao arterial, e 0 feedback respiratorio, onde se controla 0 tipo de respira9ao
(toraxica/diafragmatica) e a freqOencia respiratoria. Para praticar
Biofeedbackterapia implica a freqOencia em cursos de especializa9ao e forma9ao
tecnica e cientifica para a aquisivao dos conhecimentos e 0 desenvolvimento da
destreza necessarios.
LAUSSAC E LAUSSAC (1992) relataram que pessoas comuns utilizam
apenas 2% do seu potencial mental, os genios utilizam cerca de 4% e os
para norma is entre 4% e 6%. Apresenta uma definivao para a funcionamento do
3S
biofeedback: "quando 0 cerebra recebe um estimulo externo durante urn certo
periodo de tempo e numa certa freqOencia, ele tende a repetir automaticamente
essa frequemcia, mesmo se 0 estlmulo externo cessa"
39
2.3.4 Hipnose
ERICKSON, et al. (2003) relata ram que 0 hipnotismo e tao antigo quanto 0
tempo. Sociedades primitivas usavam a hipnose at raves do som dos tambores e
danyas ritualisticas das tribos, os sacerdotes gregos e egipcios usaram a hipnose 2
mil anos atras no tratamento de varias doenyas e a imposic;ao das maos para a
obten,ao de curas no tempo de Cristo, segundo relatos da Biblia.
BAUER (2002, p.25) relatou que a hist6ria cientilica da hip nose iniciou com
Franz Anton Mesmer em 1765, com a publica9ao de seus trabalhos sabre
magnetismo animal. Discipulo de Mesmer, 0 marques de Puysegur (1751-1825)
descobre 0 sonambulismo artificial, ao fazer hipnose, tocava harpa como forma de
produzir "magnetismo" Pe. Cust6dio de Faria (1755-1819) conhecido como abade
Faria que gra<;:asao romance 0 Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, teve
contato com as ideias de Mesmer. James Braid (1795-1860) medico ingles, tentou
trocar 0 nome de hipnose do gregG hipnos que significa sona, para monodeismo que
significa concentrayao sabre uma ideia, mas 0 termo hipnose embora tecnicamente
incorreto persistiu. Jaimes Esdaile foi um medico ingles que se utilizou das tecnicas
de Mesmer para fazer grandes cirurgias sem anestesia na india. A escola de Nancy
(de Liebeault, de Bernheim e de Coue) na Fran,a, considerou 0 estado de transe
como normal e nao patol6gico. A escola de Salpetriere onde Freud foi estudar
hipnose, considerava 0 estado de transe como um estado patol6gico. Jean Martin
Charcot (1825-1893) neurologista lamoso considerou 0 transe como um estado
patol6gico e 0 dividiu em tres niveis: catalepsia, letargia e sonambulismo. Ambroise-
Auguste Liebault (1823-1904) assemelhou 0 transe ao sono, s6 que 0 primeiro
resultava de sugestaes diretas. Hippolyte Bernheim (1840-1919) "desenvolveu a
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ideia do transe como urn estado de reforyada sugestibilidade causada por
sugesloes" 0 medico russo Ivan Pavlov (1849-1936) definiu 0 Iranse como urn
"sona incomplete causado por sugestoes hipn6ticas" que provDcariam excitac;ao em
algumas partes do cerebra e inibi9ao em outras; criou a induyao reflexol6gica. Pierre
Janel (1849-1947) inlroduziu 0 lermo subconscienle para diferencia-Io do
consciente. Freud, neste periodo, estudava a correlayao da hipnose com a
patologia, e a vontade crescente de descobrir caminhos do inconsciente fizeram-no
abandonar a hipnose e partir para a livre associay2lo. Em Congresso psicanalitico
em 1918, frizou a importancia de aliar "0 auro da psicanalise com 0 bronze da
hipnose". Ap6s a Segunda Grande Guerra, a hipnose foi ulilizada para tratar traumas
do p6s-guerra. Ernest Simmel (1918) psicanalista alemao desenvolveu a
hipoanalise. Clark Leonard Hull (1884-1952) professor de psicologia em Yale,
"interessou-se pelos aspectos ex peri menta is da hipnose, descritos em seu livro
Hipnosis and Suggestibility". afirmou que os fen6menos hipnoticos sao uma resposta
adquirida como as habitos. Kris (1959) estudou a regressao a servic;o do ego. Andre
Muller Weitzenhoffer(1921) caracterizou 0 transe como uma experiencia naturalista.
Gill e Brenman (1959) realizaram a regressao a urn estado primitiv~ de transferencia
com 0 hipnotizador. Fromm, Oberlander e Grunewald (1970) ocuparam-se com 0
ego compulsivo e regressao adaptativa. Ernest Hillgard "modificou os conceitos de
dissociac;ao de Janet, em que 0 transe e um desligamento temporario". Milton H.
Erickson (1901-1980) escreveu: "deve-se reconhecer que uma descriC;30, nao
importa quae precisa ou completa seja. nao ira substituir a experiencia real de viver
a hipnose". Acreditava que nenhuma induC;ao classica deveria ser utilizada, mas sim
uma indu,ao especial e (mica para cada paciente, e que ele proprio se lornasse 0
seu indutor dentro de uma tecnica bastante naturalista. BAUER (id.ib.) resume as
'II
etapas pelas quais passou a hipnose nas seguintes afirmativas: "podemos resumir,
de acordo com 0 passar dos tempos, que se considerava a hip nose uma tecnica, e
que a hipnotizador curava. Mais tarde, que era necessario a interac;ao de ambos,
hipnotizador e hipnotizado. Depois, foi visto que a cura vem de dentro daquele que
se deseja curar. A induc;ao e uma arte, uma habilidade que pode ser desenvolvida
por todos, pois, naturalmente pode ser aprimorada de dentro para fora.
FARIA (1959) escreveu sobre as indica,oes da hipnose, entre elas: asma,
enxaqueca, herpes, ht:lbitos de roer unhas, chupeta e bruxismo, medo e ansiedade
entre outros. Descreveu a procedimento de Kraines para acalmar a tensao nervosa e
emocional, a fim de se realizar "pequenos procedimentos odontol6gicos"
MARTINS (2004) escreveu que na hipnose, observa-se que existem
pessoas hipnotiz;3veis e outras que nao se permitem entrar em transe, per mais que
o hipnotizador se esforce. Isto se da porque as pessoas nao gostam de se sentir
controladas. Geralmente, elas preferem sentir que nao estao sendo forc;adas a nada
ou que tern varias op<;6es a escolher.
ERICKSON, et. a/ (2003, p.44) afirmaram que relaxando 0 paciente, 0
cirurgiao-dentista aumenta a limiar de dar ate tomar-se mais dificil para ele
reconhecer como dor estimulos comuns que eram considerados dolorosas. Em
pacientes que tern rejei<;aa a anestesia local, e passivel abter aceitac;ao do
procedirnento com uma tecnica cuidadosa. Quando 0 paciente atinge uma hipnose
profunda, pode desenvolver sua autoanestesia, nao necessitando de nenhuma
anestesia qui mica.
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3- DISCUSS.AO
JONAS E LEVIN afirmaram que 0 aumento no interesse par tecnicas
complementares e alternativas, reflete as mudan<;as que vern ocorrendo na
sociedade, e que adicionar tecnicas complementares ao tratamento convencional
parece contribuir para a bem-estar do paciente que retorna com mais freqUencia as
consultas.
OKESON escreveu que infelizmente ele nao e treinado nesta area e nao
busca conhecimentos, par achar que sua atua<;ao profissionallimita-se a boca.
AZAMBUJA, OKESON, ERICKSON, FARIA, CHAVES e ANDREWS
concordam que as tecnicas de respirag<3o e relaxamento aliviam a tensao emocional,
relaxam a musculatura corporal e contribuem para urn melhor estado e atitude
posit iva do paciente em rela<;Elo ao tratamento. Parece ser importante pratica-Ias
antes de iniciar qualquer pracedimento odontol6gico.
CHAVES e OKESON afirmaram que a biofeedbackterapia e indolor e
segura, 0 paciente tem contrale de sua evoluC;;ao, pode ocorrer uma modificac;;ao dos
habitos e comportamentos, concorrendo para uma reorganizac;;ao na vida do
paciente, auxilia no relaxamento do musculo masseter e da musculatura geral
quando esse for 0 objetivo. Pode ser praticado pelo cirurgiao-dentista desde que
tenha reavivado seus conhecimentos de fisiologia e anatomia, e treinamento no
manuseio dos aparelhos de biofeedback.
BAUER afirmou que a hipnose pode conduzir a um relaxamento leve, medio
e profundo no paciente, ser associada com a respirac;;ao diafragmatica, e ERICKSON
et al. comentaram ser importante 0 fato de poder anestesiar a regiao a ser tratada,
associada ou nao a anestesia qufmica.
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MONARI, WEEKS e PARONI E PARONI concordam que os Florais de Bach,
atuam aliviando estados emocionais negativos tais como 0 medo e nervosismo, tao
comuns no dia-a-dia dos consult6rios, promovendo 0 bem-estar geral do paciente,
tranqOilidade do profissional e sucesso do tratamento.
TOMMASO enfatiza a importancia do controle emocional para que 0
cirurgiao-dentista realize seus atendimentos de forma tranqOila e equilibrada.
TULKU alerta para a prazer de trabalhar como forma de realiza9ao pessoal e
profissional e a importancia de manter-se relaxado livre das tensoes do trabalho
utilizando tecnicas de relaxamento.
DAMAsIO, RATEY E SCHEREIBER afirmaram a importancia de
entendermos mais sabre as estados emocionais, e alertam para a grande influencia
das emoyoes na vida e inclusive na felicidade das pessoas.
Para que procedimentos complementares sejam realizados com
conhecimento, etica e respeito ao paciente, todos os autores sao un2mimes em
afirmar que faz-se necessaria a formayao seria e comprometida do profissional na
terapia escolhida, a cuidado com sua propria saude bucal e equilibrio emocional,
para bern cumprir seu trabalho dignamente, com arte e sabedoria.
OKESON e CAPRA comentaram que entre as vantagens de se
complementar 0 atendimento convencional estao: contribuir para atenuar 0 medo,
panico, ansiedade, terror e tantos outros sentimentos que afastam os pacientes dos
consult6rios. Aceita-Ios com toda sua hist6ria de vida e respeitar seu sofrimentos
sem julga-Ios, parece ser 0 inicio para mudar a historia de sofrimento da
odontologia.
HESCOT afirmou que praticar a Odontologia Humanizada, e praticar a
Odontologia do Futuro.
4- CONCLUSAO
A dor e 0 sofrimento relatados na hist6ria da Odontologia criaram mitos que
S8 estendem ate os dias atuais. Segundo a OMS as mudanc;as cad a vez mais
rapidas que 0 mundo t8m passado, podem causar, 0 que denominou de "epidemia
do estresse~, reflexo das alterac;oes sociais que estao ocorrendo.
o estresse, a ansiedade, 0 medo e a tensElo, aumentam as niveis de dar, que
em alguns cases sugere ser a pr6pria doenc;a.
o cirurgiao-dentista poderia estar preparado, tambem, para controlar e
prevenir a dar cronica, atuar no contrale das emoc;:oes, proporcionando bem-8star
atraves de tecnicas complementares que relaxem, e contribuam para melhorar a
saude bucal e qualidade de vida do paciente.
o trabalho do cirurgiao-dentista parece ser um reflexo do que realmente ele e,
sugere ser importante investir em si mesmo, cultivar a riqueza interior e reavivar a
alegria de trabalhar.
Varias terapias complementares podem ser praticadas a fim de resultar
nesse conceito de saude tais como: a biofeedbackterapia, a hipnose, os Florais de
Bach, relaxamento e respiraC;ao diafragmatica, que nao sao invasivas nem
apresentam efeitos colaterais.
Assim como 0 cirurgiao-dentista esta capacitado para exercer a odontologia,
ele tambem precisa estar apto a praticar as terapias complementares com etica,
respeito e conhecimento.
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5- GLossA RIO
Approach - aproximac;ao.
Arquetipos - slmbolos universals que estao em nosso inconsciente, que podem sercaptados quando estamos abertos a nossa voz interior, au em medita<;:oes, sonhos,orac;6es, etc. Exemplos mais comuns de arquetipos sao a modele da Mae Universal,do Pai Universal, 0 Mestre interior, etc.
Metanoia - transforma<;:8o interior, dos sentimentos.
Biofeedback - tecnica que se aprende 0 contra Ie voluntario das func;6es fisiol6gicas,tais como pulsac;ao, contrac;ao muscular involuntaria; utilizando-se de aparelhos paratal procedimento. A finalidade e de manter, recuperar ou melhorar a saude doindivlduo.
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