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fevereiro 2011 #09 A Associação e a Cooperativa têm o mesmo ADN. Dr. João Silveira

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Revista 09

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A Associação e a Cooperativa têm o mesmo ADN.

Dr. João Silveira

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(...)E como é que define o perfil da Udifar? Vejo três tipologias de empresas: as que fazem, as que dizem “esta já faz” e as que dizem “nem sabia que isso era feito”. Nós estamos a tentar andar na primeira linha, nas que fazem. A nossa companhia é muito sui generis: tem um volume de faturação brutal e é praticamente desconhecida, porque não trabalha com o público de uma forma normal.

Mas fazem-no de forma indireta. Trabalhamos com o público através das farmácias, que no fundo são os nossos clientes. E quanto melhor for o serviço que prestamos, melhor é o serviço que as pessoas têm no seu quotidiano. Somos o back office das farmácias onde operamos, 1300 farmácias de Coimbra para baixo. Não é estranho como é que uma farmácia presta este serviço, tem farmacêuticos ao balcão, um atende, o outro faz, temos produtos, apenas com este universo de pessoas? Uma loja de outra área não tem esta eficiência logística, capacidade de resposta, know-how…

Essas lojas também não têm robôs lá atrás.Mas nem todas as farmácias têm robôs: são claramente a minoria. E para poderem ter a farmácia projetada para a frente, têm de aliviar o seu peso de back office. No fundo somos o lado silencioso das farmácias. Compreendo que, para o utente, quando não há processos comparativos, haja maior dificuldade em valorizar as coisas. Se as pessoas visitassem as farmácias espanholas chegavam à conclusão de que as nossas são melhores. As farmácias em Portugal sempre estiveram em contraci-clo com o país e um passo à frente na Europa. São o ponto de venda com um dos piores rácios entre a margem que é atribuída e a performance que tem. Isto é, uma muito boa performance com margens relativamente pequenas, ao contrário do que as pessoas pensam. Às vezes não entendo o que é que as pessoas querem. Se temos PME de muito sucesso, são quase um alvo a abater. Mas se têm pouco sucesso e não dão dinheiro é porque não se sabem organizar.(...)

Pedro PiresEntrevista ao Jornal i de 7 fevereiro 2011

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10Todos os partidos políticos têm nos seus programas a prescrição por DCI. O governo tem no seu programa a prescrição por DCI. Agora que finalmente iríamos ter uma legislação equilibrada sobre o assunto, contra todas as expectativas vem o Senhor Presidente da República impedir que se progrida, por razões meramente políticas, pois as fundamentaçõestécnicas não fazem qualquer sentido.

Farmácia Suissa

ficha técnicawww.udifar.ptEditorJosé Luís Nunes Martins - [email protected]

Concepção e PaginaçãoBarros Design

FotografiaBenjamim Silva Enric Vives-RubioFotolia

ColaboraçãoEma Monteiro

ImpressãoRetaguarda

Tiragem3.500 exemplares

Distribuição Gratuita para Farmácias, Instituições e Empresas do Setor

Propriedade e AdministraçãoUDIFARAv. Marechal Gomes da Costa, 19 – 1800-255 Lisboa

03 1ª página

06 campanhas

08 literatura incluída

10 uma farmácia

18 carrinhas

20 grécia

21 parlamento europeu

22 polónia

23 espaço www

24 progressos na saúde

26 news

28 escapadela

32 em primeira mão…

34 atrás do balcão

conteúdos

24

Depois de em 2010 termos assistido a avanços extraordinários na medicinae ciência que conduziram, por exemplo, à cura de um homem com Sida, procurámos as previsões para 2011 em termos de progressos na área da medicina.

Progressos na Saúde:previsões para 2011

28

Com uma localização privilegiada, a “mui nobre e sempre leal” vila de Óbidos é uma jóia que brilha desde tempos imemoráveis, renascendo e reinventando-se a cada dia, mas sempre mantendo uma altivez digna de uma rainha

ÓbidosA jóia das rainhas

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Resolvemos alargaras CampanhasEspeciais Udifarà zona nortede Portugal.

campanhas6

A recepção por parte dos colegas do Norte foi generosa

e depois de ultrapassados incontornáveis procedimentos

administrativos iniciais foi possível entregar as primeiras

banheiras Udifar a Farmácias que nunca nos tinham feito uma

encomenda.

As Campanhas Especiais Udifar são um serviço diferenciado

que permite uma vantagem financeira através da concentra-

ção num pedido quinzenal.

Logisticamente, a Udifar entrega, de uma vez só, um volu-

me de encomendas normalmente dispersas em diferentes

dias. Esse é o principal pressuposto que garante que este

alargamento em nada afeta a nossa operação com as

Farmácias que já depositam em nós a sua Confiança e

as suas encomendas!

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TODOS os meses de 1 a 5 e de 16 a 20TODOS os MSRM

29,35%+0,5%

Campanhas Especiais Udifar

(déb

ito

dir

ect

o)

Produto Nº199901

Flyer_Campanha Udifar.qxd:Layout 1 10/11/15 17:08 Page 1

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8 literatura incluída

Mercurocromo,

Meu Amor

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literatura incluída

Quando eu, jovenzinho, que jovem era, esfolava os joelhos, o

que acontecia, dia sim dia sim, o Mercurocromo, com letra

grande, sarava-me as feridas com o mesmo carinho que

a minha Mãe, mas sem me ralhar, ao contrário dela. Não fazia

perguntas: nem como, nem porquê, nem com quem, nem ameaçava

com punições caso arranjasse novos ferimentos no dia seguinte,

que arranjava, invariavelmente, como o dia após a noite e a noite

após o dia. É certo que a minha Mãe nunca cumpria as ameças,

mas o Mercurocromo pura e simplesmente não as fazia. E se eu,

obedecendo a um instinto prazenteiro primevo, arrancava as crostas

apetitosas e altas e crocantes que se iam formando, o Mercuro-

cromo voltava ao trabalho com a mesma paciência de sempre, sem

uma recriminação, sem um queixume.

O Mercurocromo, esse meu elixir da juventude, foi proscrito. Não

mais Mercúrio na Terra! - prescreveu alguém. E o meu bálsamo

prescreveu, abrangendo o anátema também os velhos termómetros,

certamente por razões ponderosas. Mas eu sinto-me invadido de um

difuso sentimento de culpa. Algures in illo tempore, deixei que o

meu anjo curador fosse posto na prateleira, aliás, fosse tirado da

prateleira, sem que eu nada fizesse, porque nem de nada soube tão

pouco, e quando soube era tarde. Um pouco como um amigo que

foi parar à prisão por causa justa, mas a quem não visitei, e por

quem não disse uma palavra de abono.

Havia também, lembro-me, o Merthiolato e o Iodisis. Citá-los

aqui, mesmo para plateia esclarecida de farmacêuticos, estou cer-

to que causará o mesmo efeito que citar o «Cowboy em África»,

série de televisão que não perdia com a primalhada, mas de que

hoje ninguém se lembra, nem mesmo a primalhada. Eu lembro: e

conforta-me a ideia de que viverei o resto da vida comigo pró-

prio, e de que poderemos sempre conversar sobre o Cowboy em

África. Quando e se o Alzheimer chegar, esse chato com quem

não aprendemos nada e que nos faz esquecer tudo o que de bom

sabemos, espero que, mesmo que me esqueça de tudo o resto,

fique memória do Mercurocromo, do Merthiolato, do Iodisis e do

Cowboy em África.

Hoje em dia há o Betadyne que substitui tudo isso (menos o Cow-

boy em África, eventualmente) com vantagem, tenho de reconhecer.

Se dúvidas tinha, perdi-as quando, depois de queimar uma mão

com gás natural em chamas, segundo grau, a enfermeira me lim-

pou as mazelas com Betadyne, sem sofrimento de maior, posto que

em parte embalsamado pelos dotes físicos e a voz da menina. E

suspeito que um outro escriba que a estas horas está a esmurrar

os joelhos falará daqui a vinte anos do Betadyne como eu falo

do Mercurocromo. Eu próprio podia falar do Betadyne como falo

do Mercurocromo.

Mas não era, não é, a mesma coisa.

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Nós, pequenos como somos, se nãoestivermos juntos, aos mais diferentes níveis de intervenção, estamos perdidos.

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Uma pergunta simples: Como chegou a Farmácia?Foi uma opção completamente livre. Não há dúvida que, ao optar por Far-mácia, tive uma influência familiar bastante positiva – o meu pai era farmacêutico, tinha Farmácia, o meu avô era farmacêutico... isso deve ter-me condicionado, ou melhor, in-fluenciou-me para algo de que não estou nada arrependido.

Que ideia tem do curso atualmente?A Farmácia é uma das profissões mais interessantes e relevantes do ponto de vista social, exatamente pela importância que temos jun-to da população, quer para o seu bem-estar quer para a sua saúde, prevenção, recuperação, etc.. Julgo que a atividade de Farmácia, pelo papel que tem na relação com a po-pulação, é riquíssima. Relativamente à preparação que o curso nos dá, e hoje mais do que nunca, nenhum curso prepara as pessoas para sa-berem fazer tudo na sua área de atividade; o mérito que o curso tem que ter, melhor ou pior, é o de lan-çar as bases que permitam abrir as mentes, dar uma formação de base científica e humana, uma base que permita fazer face aos diferentes obstáculos que há a ultrapassar. De-pois, cada um tem a obrigação de se ir formando, ajustando e adaptando os seus conhecimentos às diferen-tes solicitações. Hoje, o balanço que faço dos meus Colegas licenciados, incluindo os mais jovens, é que vêm adquirindo uma preparação muito razoável, o que permite olhar o futuro com con-

fiança. Têm sucesso na farmácia, nos hospitais, na indústria: temos farmacêuticos em grande destaque e com responsabilidade nas várias áreas desde a direção geral de uma companhia à área técnica, registos, qualidade, ensaios clínicos, marke-ting, informação médica, enfim, uma panóplia de farmacêuticos muito bem preparados, naturalmente com formações complementares, que têm respondido muito bem aos de-safios. Se olharmos para os últimos 20 - 30 anos, e olharmos para o país, verificamos que em Portugal,

se algo evoluiu de uma forma bas-tante positiva e que até pede me-ças a qualquer país desenvolvido, é a Farmácia e, claro, isso deve-se aos farmacêuticos.

Quão importante foi a união da classe?Nós, pequenos como somos, se não estivermos juntos, aos mais diferen-tes níveis de intervenção, estamos perdidos. Veja-se o que acontece à nossa volta, na atividade de pe-quenas empresas, quer comerciais, quer industriais em que de uma

forma isolada e individualista, uns já acabaram e outros têm os dias contados, enquanto nós temos tido um mérito extraordinário, e aí tenho muito orgulho em ser farmacêutico, em ser membro da Associação, e também sócio da cooperativa Udi-far, pois tal significa que consegui-mos, pequeninos, com inteligência, com equidade, com visão, com capa-cidade de organização, mas unidos, conseguimos chegar onde chegá-mos... e ainda temos um grande ca-minho a percorrer.

Que recorda da sua passagem pela Ordem?Talvez o orgulho e o privilégio de ter sido eleito pelos farmacêuticos para ser seu Bastonário. A Ordem tem funções muito importantes que são

em Portugal, se algo evoluiu de uma forma bastante positiva e que até pede meças a qualquer país desenvolvido, é a Farmácia e isso deve-se aos farmacêuticos.

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uma conquista política e profissio-nal dos farmacêuticos. Pese embora hoje o poder político se esforçar por banalizar as Ordens. Antes, eram quatro e agora temos mais de dez... Para nós, como para os Advogados, para os Engenheiros, ou para os Mé-dicos, uma Ordem representa assu-mir poderes delegados pelo Estado para a autodisciplina e o autocon-trolo de uma profissão, ou seja, o reconhecimento social e político do mérito, não apenas científico, mas também do comportamento ético e deontológico que leva a que haja uma transferência do poder do Es-tado para a própria profissão, por-que se lhe reconhece idoneidade, competência ética para que discipli-ne, estabeleça regras de funciona-mento e para que também assuma o controlo da profissão. A minha carteira profissional, passada pela Ordem, garante que os meus pares dão aos meus doentes a garantia que eu estou habilitado, do ponto de vista científico, profissional e éti-co, para responder às suas solicita-ções na minha área profissional. Algo que também me deu muito gosto foi, enquanto era Bastonário e assumi a presidência do Conselho das Ordens – Profissões Liberais na altura – o que me permitiu lidar de perto com os outros Bastonários. E uma coisa que claramente me distin-guiu, é que eu, quando tinha que as-sumir determinado tipo de posições, e tinha que representar a profissão, olhava para trás e tinha lá a profis-são... é claro que muitos dos outros olhavam para trás e não tinham lá ninguém. Os farmacêuticos são ex-traordinários também nesse aspeto.

Sabemos que gosta de caça. Uma atividade que exige uma paciência enorme. Permita-nos um desafio: convidá-lo para uma caçada: O que é que gos-tava de caçar para a profissão neste momento? Todos somos caçadores na vida. E há diferentes tipos de caçadores. A caça tem várias componentes,

uma delas é o atirar, ser focado, atirar e fazê-lo no momento: ati-rar bem e certo. Na caça procuro, e tenho conseguido encontrar, momentos onde há espaço, onde há natureza, onde nos libertamos. Encontramo-nos com os amigos, formamos um grupo onde se sen-te uma verdadeira amizade até por que o caráter das pessoas vem ao

de cima, quase como se a caça per-mitisse uma espécie de radiografia das pessoas. São momentos muito agradáveis, desde que saímos até voltar a casa... diria mesmo que são terapêuticos, tal a harmonia entre a natureza e o grupo. Na profissão, o troféu que procuro incessantemente quer em termos individuais da minha Farmácia, quer como responsável político e associativo, é o reforçar cada vez mais a integração da Farmácia no sistema de saúde, a fim de que os doentes e a população em geral usufruam ao máximo das nossas capacidades. É de um valor inco-mensurável o serviço que a Farmá-cia presta, a proximidade de que é capaz, a confiança e a competên-cia, postas diariamente à prova, que permitem melhorar ainda mais a integração com os restantes ní-veis de prestação de cuidados de saúde. Claro que isto é algo que não se alcança de uma vez, vai-se alcançando.

Mas e... “caça grossa”: DCI, Receita Electrónica, se tivesse que decidir que três ou quatro peças obter nos próximos tempos, com a sua paciência… que escolheria?A história da prescrição por DCI tem sido polémica, mas uma po-lémica tonta que tem a ver com a ignorância à volta da matéria. Eu, como farmacêutico, considero que a questão da DCI não é con-troversa, é uma questão de ciên-cia e de rigor, toda a discussão à volta disto é aberrante. A DCI naturalmente, eu diria que

Na profissão, o troféu que procuro incessantemente é o reforçar cada vez mais a integração da Farmácia no sistema de saúde.

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é uma conquista que já existe por natureza. É só aplicar o conheci-mento. Se não houvesse alguma hipocrisia no nosso meio isso já era uma realidade e nem discus-são havia.A ciência farmacêutica, que su-porta a profissão, é uma ciência concreta, exata, quando o pro-duto tem 500mg, tem 500mg. E quando se liberta em x tempo no sangue, é x tempo. Há variações, cada indivíduo, cada entidade biológica é diferente, mas o me-dicamento em si é igual, e igual

é igual. O medicamento propria-mente dito, o que chamamos har-dware do medicamento mede-se, ou é ou não é. Veja agora o que aconteceu com o veto do Senhor Presidente da Re-pública à legislação aprovada pelo

Governo sobre esta matéria.Todos os partidos políticos têm nos seus programas a prescrição por DCI. O governo tem no seu programa a prescrição por DCI. Agora que finalmente iríamos ter uma legislação equilibrada sobre o

assunto, contra todas as expecta-tivas vem o Senhor Presidente da República impedir que se progrida, por razões meramente políticas, pois as fundamentações técnicas não fazem qualquer sentido.

Haverá algum argumento vá-lido para um médico “trancar” um laboratório?Não. O médico tranca a receita por simpatia ou por uma qualquer outra razão emocional. O argumento da confiança, por vezes usado, é pro-fundamente subjetivo.

Todos os partidos políticos têm nos seus programas a prescrição por DCI. O governo tem no seu programa a prescrição por DCI. Agora (…) vem o Senhor Presidente da República impedir que se progrida, por razõesmeramente políticas, pois as fundamentaçõestécnicas não fazem qualquer sentido.

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Mais alguma coisa que gostasse de caçar?Uma maior intervenção da farmá-cia ao nível da prevenção e arti-culação ágil com outros níveis de prestação de cuidados de saúde.Estamos em condições de con-tribuir para o diagnóstico preco-ce de doenças com grande peso económico e social e com grande impacto na qualidade de vida das pessoas.Quanto mais cedo se chegar ao diagnóstico, mais cedo se inicia a

terapêutica com clara vantagem para os doentes.Mais um “troféu” seria uma arti-culação eficaz com os centros de saúde, com os hospitais, etc. A farmácia é a porta de entrada e a de saída no sistema de saúde. De entrada, porque mais de um terço das pessoas, quase 50%, quando têm um problema de saúde, o pri-meiro sítio onde vão é à Farmácia e nós, ou resolvemos ou encami-nhamos. Por outro lado, somos o último profissional de saúde, e é importante que assim continue, com que as pessoas têm contacto antes de assumirem a responsabi-lidade pela sua terapêutica. Somos a entrada e a saída, ora isto, se por um lado nos traz oportunidades profissionais interessantíssimas, por outro lado, responde a neces-

sidades fundamentais da popula-ção.Outro troféu importante no ambu-latório é a inovação tecnológica. A inovação no medicamento é algo importante, temos tido conquis-tas ao nível da esperança de vida, na prevenção de determinadas doenças, na cura de outras e na melhoria da qualidade de vida de doentes em muitas situações pa-tológicas. Nós, Farmácias, por interesse da população, e por razões de aces-

so a essa tecnologia em condi-ções racionais e até económicas, temos que estar na vanguarda. Temos que inovar sobre a própria inovação. Mas qualquer aprovação de um novo medicamento com inovação terapêutica vai para a distribuição nos hospitais e não vem para as Farmácias. Será por serem normalmente produtos ca-ros? Não. Para o hospital também são caros, não são mais baratos no hospital do que na Farmácia. Tudo depende de como é que as coisas se vão organizar mas, para a popu-lação poder aceder de uma forma mais económica, mais humanizada, numa lógica de proximidade inteli-gente, e com uma utilização mais adequada dos medicamentos, aceder à sua Farmácia de bairro ou junto do seu emprego, é preferível

Cada vez que a Assembleia da República ouo Governo, este ou qualquer outro, reúnempara legislar as pessoas assustam-se. O que é que irá sair desta vez?

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a ter de se deslocar ao hospital para ir buscar esse medicamento. Isso não faz sentido nenhum do ponto de vista do sistema. Ou seja, um troféu, se lhe quer chamar troféu, e que talvez seja o mais importante e está dentro daquela questão que eu designei de melhor integração da Farmácia é: em relação aos novos medica-mentos, aos medicamentos bio-lógicos, às novas terapêuticas em doenças como o cancro, a sida, nas neurodegenerativas, os doentes poderem aceder aos medicamen-tos através das suas Farmácias. Obviamente em articulação com o médico especialista e através de protocolos. Estamos perfeita-mente em condições de o fazer, de trazer para a farmácia esses medi-camentos novos que não exigem ambiente hospitalar para a sua administração. Isso será muito im-portante para o sistema de saúde, fundamental para os doentes, e para nós Farmácias também.

E se tivesse apenas um tiro, para onde dispararia? Um decreto-lei e um só...O problema do decreto é que nós, neste País, temos muitas falsas ilusões a respeito de leis... temos uma constituição que é do terceiro mundo, centenas de artigos, leis para tudo – até para o mais sim-ples... depois decreta-se e nada acontece porque há um sem nú-mero de outras leis que impedem o seu funcionamento.Cada vez que a Assembleia da Re-pública ou o Governo, este ou qual-quer outro, reúnem para legislar as

pessoas assustam-se. O que é que irá sair desta vez?Se apenas tivesse direito a um de-creto lei, redigia-o com duas alíneas:- A primeira determinava a proibição de legislar pelo menos pelo período de um ano.- A segunda decretava a limpeza e simplificação da legislação em vigor.

Penso que esta iniciativa legislativa se aplicava como uma luva à atual legislação sobre o medicamento.

Em relação à cooperativa à Udifar, que posição tem? A Ordem, a Associação e as Coo-perativas emanam do mesmo ADN. As cooperativas farmacêuticas, no

nosso País e na Europa em geral, foram um dos pilares de suporte do desenvolvimento da Farmácia. Aqui em Portugal, temos uma cooperati-va, que se fundiu e hoje é parte da Udifar – a União dos Farmacêuticos, com 75 anos; depois foram outras, mais recentes, como o caso da Co-difar e as do norte e centro que surgiram nos anos 70, e que foram organizações que emanaram dos farmacêuticos, do tal ADN, mostra-ram uma capacidade de organização e iniciativa extraordinárias, o que permitiu dar um suporte económico às Farmácias que sem as cooperati-vas teria sido difícil de alcançar.

Suporte e garantia...Sim, suporte e garantia. Digamos que a cooperativa farmacêutica acabou por condicionar o próprio mercado. Antigamente estávamos nas mãos de meia dúzia de forne-cedores privados, mas as coope-rativas, sendo das Farmácias, dos farmacêuticos, estabeleceram que o grande objetivo não era o seu in-teresse individual, mas o dos seus sócios. Ora, isso permitiu trazer condições muito vantajosas, o que arrastou também os outros opera-dores, que não cooperativas, a ter que acompanhar para sobreviver no mercado. As cooperativas foram fundamentais e determinantes no desenvolvimento profissional da farmácia e da sua situação econó-mico-financeira.Para além disto, contribuíram tam-bém para agregar e unir os far-macêuticos. As cooperativas são agregadoras, são nossas, dos farma-cêuticos, e isso é muito importante,

Antigamente estávamos nas mãos de meia dúzia de fornecedores privados, mas as cooperativas, que sendo das Farmácias, dos farmacêuticos, estabeleceram que o grande objetivo não era o seu interesse individual mas o dos seus sócios

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porque nos permite força e diálo-gos em várias frentes com a in-dústria, com a Banca e com outros parceiros. É um ativo com capaci-dade e know-how, uma qualidade de serviço instalada, de suporte à Farmácia que está lá e que é nos-so. Por outro lado, é um ativo im-portante mesmo do ponto de vista económico: têm mercado, têm uma marca e essa marca é farmacêuti-ca. E ainda têm uma componente estratégica importante.É nossa obrigação preservar e de-senvolver este ativo, criar formas para que a sua gestão seja mais ágil e efetiva, temos que modernizar e racionalizar, atuar de forma bem mais profissional e competente do que até agora, pois, apesar de tudo, apesar de todo este espírito, o mun-do não está fácil e cada tostão vale um tostão. Nós, nas cooperativas, temos que ter eficiência máxima. Agora há um aspeto que tem a ver com a dimensão, e para o País que temos e porque sempre fui militante do entendimento entre cooperativas, não sei até onde é que pode ir esse entendimento, se pode ir até fusões, agora se calhar não faz sentido termos... Repare, a Udifar é o bom exemplo de se ter conseguido que duas cooperativas que se guerrearam durante dé-cadas se juntassem num projeto comum único; no centro também se fez a mesma coisa com a Plu-ral, também se conseguiu, e esse é outro exemplo. Mantemos duas cooperativas no norte que têm vindo a desenvolver a sua ativi-dade e penso que estarão bem... Agora, quatro cooperativas para

a dimensão do nosso mercado é muito e temos que olhar mui-to bem para as possibilidades de entendimento, numa perspetiva e modelos que se poderão e deverão estudar… mas cada vez mais em-presariais, do meu ponto de vista.

Tem alguma ideia sobre a nova Direção da Udifar?A nova Direção da Udifar, penso, pelo que conheço e pelo que te-nho visto que têm feito, veio trazer sangue novo. Mais dinâmica, trazem mais energia para agarrar as coisas

com maior entusiasmo e mais deter-minação. Por outro lado trazem com-petência – é um grupo que tem visão, já discuti com eles, já os ouvi a falar sobre as perspectivas de desenvol-vimento da cooperativa e penso que todas as determinantes necessárias estão lá. Há que executá-las. Mas como esta juventude tem capacida-de de execução, tenho toda a expec-tativa que vão conseguir cumpri-las.Porque, vamos cá ver, voltando à Or-dem, à Associação e às Cooperativas, a Ordem é uma instituição eminen-temente profissional, a Associação tem uma componente profissional e empresarial como suporte, mas ain-da funciona e vive num ambiente as-sociativo, tradicional, com o que de tradicional tem de melhor. Nas Coo-perativas já não é assim, apesar de terem origem no movimento asso-ciativo tradicional, não será através dele que vão vingar no futuro. Têm que o ter em atenção, mas têm que olhar para si mesmo como empresas, e nós sócios também.

Que apostem fundamentalmente em?Bom serviço logístico, boas con-dições, eficiência... estamos num mercado cada vez mais concorren-cial e difícil. As atuais condições na saúde, a necessidade da contenção dos gastos, em particular nos me-dicamentos, leva a que a Distribui-ção, que está entre a Indústria e as Farmácias, viva um maior aperto a montante e a jusante, é aquela que está ali na linha do equilíbrio, ou desequilíbrio, e tem que ser gerida com muita atenção, com muita inte-ligência, com muito trabalho...

As cooperativas são agregadoras, são nossas, dos farmacêuticos, e isso é muito importante. Porque nos permite força e diálogos em várias frentes com a indústria, com a Banca e com outros parceiros.#

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Da nova decoraçãodas carrinhas, qual a frase que mais gosta? Se quer que lhe diga, e do que te-nho visto, gosto da mudança. A Udifar tinha ali um atleta, o que para o público em geral não dizia rigorosamente nada… Agora, se a Udifar existe para servir as Farmá-cias e para nos dar suporte, e para ajudar as Farmácias a desenvolve-rem a sua atividade e negócio, as carrinhas ao circularem pelo País e

por tudo o que é rua, devem pro-mover a Farmácia, porque aí esta-rão a promover o seu cliente, sócio e detentor, e é uma forma inteli-gente da Udifar se promover junto da Farmácia. Eu penso que esta viragem do ponto de vista da política

de comunicação é bem mais ade-quada e consequente. Das frases, simpatizo com a “Saúde ao virar da Esquina” e a “Ninguém o trata me-lhor”, por que são mais imediatas e julgo que dizem mais às pessoas sobre o que são as Farmácias.

Alguma mensagem que queira deixar aos colegas?O paradigma da saúde está a mu-dar. O contexto não é fácil, ob-viamente que existem ameaças, mas com estas surgem sempre oportunidades e, tenho para mim com grande convicção, que nós estamos num posicionamento ex-cecional para as aproveitar, pelo tudo o que já conseguimos e pela credibilidade que temos junto da população. Q

…se a Udifar existe para servir as Farmácias e para nos dar suporte, as carrinhas ao circularem pelo País e por tudo o que é rua, devem promover a Farmácia. #

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O Governo grego divulgou no passado mês de dezembro um documento em que manifesta a redução do preço

máximo dos medicamentos genéricos para 60% do preço da versão de marca. Este documento é parte integrante de um plano de poupança no setor do medicamen-to, acordado com a União Europeia, com o Fundo Monetário Internacional e com o Ban-co Central Europeu, cujo objetivo final é uma poupança na ordem dos 900 milhões de eu-ros por ano.Desenhado para promover o consumo de me-dicamentos genéricos, este projeto e mais concretamente o documento agora divulga-do, é claro na intenção do Governo grego em reduzir a margem de lucro das Farmácias na ordem dos 15% a 20%.A partir de 2012 o lucro das Farmácias nos preços a retalho deverá ser uma taxa fixa ou uma taxa fixa combinada com uma pequena margem de lucro e estas, para as empresas de distribuição grossista de produtos farma-cêuticos serão cortadas para “pelo menos um terço”, já a partir de janeiro de 2011..

Liberalização do Setor Farmacêutico na Grécia para breve? O ministro da saúde grego, Andreas Loverdos, reuniu com representantes do setor Farma-cêutico na Grécia procurando consenso que conduza à liberalização do setor, ao que os Farmacêuticos se opõem.O Governo grego está a colocar especial ênfase neste projeto dada a pressão exer-cida pela União Europeia, pelo Fundo Mo-netário Internacional e pelo Banco Central Europeu, sendo uma das questões fulcrais a propriedade da licença da Farmácia que co-mummente é passada de pais para filhos, se estes se qualificam como Farmacêuticos, e que o Governo entende ser propriedade do Estado, entendendo que a mesma deve ser atribuída ao Farmacêutico desempregado que se encontre em primeiro lugar na lista de espera.Apesar das divergências, o que é certo é que o ministro da saúde grego terá de ter algum cuidado redobrado na implementação destas medidas, se tivermos em consideração as dí-vidas do Estado grego às Farmácias. Q

Grécia revê medidas sobre preços de medicamentos

e privilegia genéricos

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ParlamentoEuropeu

Odocumento agora concluído é em muito semelhante à proposta feita pela Comissão Europeia, há dois anos atrás, que preten-

dia não só prevenir a entrada de medicamentos contrafeitos na cadeia legal de fornecimento de medicamentos, como também a proteção dos fár-macos, havendo propostas como a obrigatoriedade na utilização de meios de proteção e inviolabilidade do fármaco, a introdução de números de série ou a selagem da embalagem.Estas imposições objetivas e claramente definidas regulariam as importações de substâncias ativas de um espaço exterior para a União Europeia e fariam com que as importações cessassem caso não se cumprissem níveis suficientes de proteção.

Contributo do ParlamentoA venda de medicamentos na Internet constitui atualmente uma das maiores preocupações no que

concerne à proteção dos doentes. O Parlamento Europeu quis agora dar o alerta introduzindo o tema no atual documento, já que o grande objetivo da di-retiva é proteger os doentes individuais e a saúde pública.A Eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Ma-tias, foi das vozes que mais se destacou, liderando a discussão no Parlamento, ao referir que este é um passo importante para a proteção dos doentes, uma vez que a Internet é a grande porta de entrada de medicamentos falsos na Europa.Outra novidade introduzida diz respeito ao controlo dos medicamentos, pretendendo-se que este con-trolo seja feito não apenas quando entram, mas também quando os medicamentos saem da União Europeia, combatendo-se, assim, a exportação de medicamentos contrafeitos para países mais pobres.O documento prevê sanções para quem não cumprir com as regras estabelecidas, sendo obrigatória a

criação de um sistema de controlo que operará des-de o fabricante até ao paciente. Do mesmo modo, um sistema de alertas deverá ser criado de forma a poder avisar um doente assim que se confirme a en-trada de falsos medicamentos em qualquer um dos pontos da cadeia de fornecimento.

Implementação urgenteDepois de um longo caminho percorrido para se chegar a este documento, requer-se agora a sua ur-gente implementação, frisou a eurodeputada, pois a ausência de enquadramento legal promove não só a contrafação, mas também os contrafatores que estão organizados em redes altamente rentáveis.Agora que se alcançou o entendimento global dentro do Parlamento e dos governos dos estados membros quanto às medidas a adotar há que as pôr em prática o quanto antes, sob pena de se prolongar a ameaça à saúde pública. Q

aprova medidas de combateà contrafação de medicamento

Depois de várias discussões ao longo dos últimos anos, 27 estados membros da União Europeia chegaram a um documento final que contém as várias medidas de proteção e combate à contrafação de medicamentos. Este documento será levado a votação e será certamente aprovado em sessão de plenário do Parlamento Europeu, já neste mês de fevereiro.

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De acordo com o IMS Health estamos a assistir na Polónia a uma for-ma inovadora (pelo menos neste setor) de manter o negócio – as Farmácias estão a formar cadeias. Isto significa melhores preços,

descontos, ofertas promocionais e apoio na comercialização.De ano para ano, o número de Farmácias a ligar-se a outras tem aumentado consideravelmente na Polónia, tendo passado de 9% em 2005 para 21% no terceiro trimestre de 2010. Fazem parte de grandes cadeias (mais de 20 Farmácias) cerca de 1600 Farmácias e 1300 pertencem a pequenas--médias cadeias (5 a 20 Farmácias). No terceiro trimestre de 2010 a Polónia registava a existência de cerca de 190 cadeias de Farmácias.

Polónia implementa reformas no setor do medicamento À semelhança de outros países da União Europeia, também a Polónia se viu obrigada a implementar medidas na área da Saúde, nomeadamente no que diz respeito ao setor do medicamento.

O maior impacto verificou-se ao nível dos preços dos medicamentos, tendo o governo polaco fixado os preços máximos a praticar. Apesar das reduzidas margens de lucro dos fornecedores e Farmacêuticos, a implementação des-ta medida terá um impacto positivo nas Indústrias Farmacêuticas a operar naquele país.Mas não é só, a nova legislação vem fixar também o valor máximo de 5% de reembolso, contra os atuais 8,91%, uma redução muito acentuada. Está ainda prevista a aplicação de um valor fixo de reembolso de acordo com o grupo terapêutico a que pertence um determinado fármaco, para além de ir ser alterado o método que estabelece quais os medicamentos alvo de reembolso.Tendo sido o único país da União Europeia a evitar a recessão em 2009, crescendo inclusivamente 1,7%, a BMI espera que o mercado Farmacêutico polaco continue a crescer, apesar da nova legislação, prevendo um cresci-mento económico até aos 3,9% em 2011, tendo presente a consolidação e o crescimento económico verificado nos últimos anos. Q

Farmácias formam cadeias para se manterem ativas

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Lessequat veliquam sequat

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Movieclips - http://movieclips.com/ Precisa de encontrar uma cena de um qualquer filme? Movieclips é o site certo. Com mais de 12 mil cenas de filme, trata-se de uma das coleções das mais completas disponíveis na internet. Pode pesquisar--se por título do filme, nome do personagem, o ator ou palavra-chave. Procurando, por exemplo, por “fight”, aparece-nos uma interessante bi-blioteca de momentos Rocky, duelos de espada e até uma batalha de almofadas, enquanto “first kiss” traz todos os famosos beijos do grande ecrán desde os de Romeu e Julietas, Scarlett O’Hara, Grease, etc. Mas Movieclips é mais que um simples directório de cinema, pois possibilita algo fantástico. Com uma ferramenta de edição, os utilizadores podem criar as suas próprias sequências de vídeo com relativa facilidade.

Kongregate - www.kongregate.comNós não recomendamos visitas ao Kongregate em horário laboral. Trata-se de uma enorme coleção de jogos online que pode muito bem ser a ruína de um qualquer dia de trabalho. A credibilidade já atingiu um tal ponto em que já são os produtores de jogos a fazerem pressão para que o Kongregate não os esqueça! Até por que há prémios monetários para os melhores jogos.

Nós preferimos os Puzzle... Perfect Balance, Civiballs, Red Remover, etc.

Wordle - www.wordle.netWordle é um “brinquedo” para gerar nuvens de palavras do texto que o utilizador fornecer. As nuvens dão mais destaque às palavras que apare-cem com maior frequência no texto-fonte. Podem ajustar-se as nuvens com diferentes fontes, layouts, e esquemas de cores. As imagens que criamos com o Wordle podem ser guardadas, impressas ou partilhadas com os nossos amigos. Faça uma experiência: pegue num texto que te-nha escrito, ou um de que goste, submeta-o ao Wordle e vai conseguir vê-lo/analisá-lo de forma completamente nova e surpreendente.

DesignMom - www.designmom.comA designer de interiores Gabrielle Blair tem uma vida agitada. Com seis filhos - sim, seis – qualquer pessoa poderá achar que o seu estilo de design não se estenderia muito para além de… fraldas. Em vez disso, os artigos de Blair no seu site, Design Mom, onde o design se encontra com a maternidade, revelam que, de alguma forma, se pode ter tudo: uma família grande, um olhar atento e um talento criativo! Depois de conhecer as suas obras... resta-nos apenas tentar não lhe invejar o talento!

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Progressos na Saúde: previsões para 2011

Depois de em 2010 termos assistido a avanços extraordinários na medicinae ciência que conduziram, por exemplo, à cura de um homem com Sida,

procurámos as previsões para 2011 em termos de progressos na área da medicina,tendo encontrado o site hypescience.com. que contabiliza sete ideias

com desenvolvimento previsto ao longo deste ano.

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25progressos na saúde

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1. Vacina contra a Sida

Assim, segundo o site, podemos esperar

conhecer os resultados de uma vacina que

combaterá a Sida: estudos levados a cabo por

cientistas tailandeses ao longo de 2009 reve-

laram uma vacina que pode reduzir o risco de

contrair VIH em cerca de 30%.

É certo que em 2010 uma equipa de médicos

alemães anunciou a cura de um homem com

o vírus da Sida através de um transplante de

medula óssea que visava a cura de leucemia

mieloide, contudo esta forma de ação não

seria tão viável, pela dificuldade em encontrar

dador compatível e pelo risco associado a uma

intervenção deste género, pelo que a vacina

se revela promissora.

2. Dispositivo que congelao coração

Segundo o mesmo site, o tratamento de do-

enças cardíacas será efetuado através do

congelamento do coração: foi aprovado re-

centemente um dispositivo de sistema cate-

ter que congela secções do tecido do coração,

podendo ser utilizado para bloquear os sinais

irregulares que criam a fibrilação atrial, o que

cura a doença em 70% dos doentes.

Muito embora a taxa de sucesso seja seme-

lhante à técnica antiga que queimava o tecido

do coração com a energia de radiofrequência,

a verdade é que a nova técnica é mais fácil e

dará possibilidades a mais pessoas de receber

a terapia.

3. Genética ajuda à escolhade medicamentos

O terceiro lugar foi reservado para avanços na

genética para a escolha dos medicamentos

mais apropriados para cada doente: estudos

já divulgados permitem concluir que a análi-

se dos genes de cada doente permite saber

qual será a sua reação a determinados me-

dicamentos e terapias, pelo que uma análise

genética permitirá orientar cada doente para

o medicamento mais adequado.

4. Investigação do cancrocom auxílio da Genética

Os últimos avanços tecnológicos e o desen-

volvimento da genética favorecerão o estudo

comparativo entre pessoas saudáveis e doen-

tes com cancro, permitindo, dessa forma, co-

nhecer os genes que tornam as células can-

cerosas ou agir como cancerosas.

5. Alteração de critériospara cirurgia laparoscópica

O hypescience prevê que a alteração de cri-

térios para cirurgia laparscópica vai permitir

o recurso a esta intervenção por milhões de

pessoas nos EUA que pretendem perder peso:

o FDA (entidade que regula o medicamento

nos EUA) aprovou que a cirurgia fosse pos-

sibilitada a pessoas com IMC (Índice Massa

Corporal) de 35 ou superior e já não apenas

a partir dos 40.

6. Medidas de combateà obesidade nos EUA

Os EUA têm uma nova legislação que aumen-

tou a taxa de reembolso federal para a meren-

da escolar e 6 cêntimos de dólar por refeição,

tendo o Departamento de Agricultura dos

EUA que criar padrões de nutrição dos alimen-

tos vendidos através de máquinas automáti-

cas nas escolas. O ojectivo é que a próxima

geração tenha uma alimentação mais saudá-

vel, ensinando as crianças com 5 e 6 anos que

os alimentos saudáveis são saborosos.

7. Menus de restaurantescom indicação de calorias

Dos EUA surge mais uma medida de comba-

te à obesidade, onde já é considerada uma

epidemia: uma lei exige que os restaurantes

indiquem nos menus as calorias contidas nos

seus pratos. E o mesmo se aplica a máquinas

de venda automáticas.

Ainda que o benefício desta lei seja indetermi-

nado, não há nada a perder.

São estas as previsões do site hyperscien-

ce para progressos na saúde em 2011.

Resta-nos aguardar a confirmação ao longo

deste ano.

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Farmacêuticossão os melhores

na promoçãoda adesão

à medicação

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Um estudo recente le-vado a cabo nos EUA veio revelar que os

Farmacêuticos são os que exercem maior influência jun-to dos doentes na promoção da adesão à medicação.O trabalho, baseado na análise de artigos médicos realizados ao longo de mais de 40 anos de estudos, mostra que os en-fermeiros ocupam o segundo lugar ao exercer esta influ-ência quando aconselham os pacientes a continuarem a sua medicação no momento da alta hospitalar.Os canais de comunicação não-pessoais, como o telefo-ne, o e-mail, o fax demons-traram ter um impacto relati-vamente baixo na promoção da adesão ao tratamento. Já o uso de comunicação eletróni-ca como os vídeos e tecnolo-gia interativa revelam alguns resultados promissores. No entanto, aquele que re-velou ter o maior impacto foi, sem dúvida, o contacto inter-pessoal direto, numa Farmá-cia, entre Farmacêuticos e doentes, logo seguidos pelos enfermeiros no momento da alta hospitalar.Garantir que os doentes mantêm a sua medicação e a utilizam conforme a pres-crição médica é muito impor-tante, já que permite poupar milhões de euros ao evitar milhares de consultas e in-ternamentos. Q

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Estendendo-se sobre um outeiro adjacente à lagoa que adotou o mesmo nome, a “mui nobre e sempre leal” vila de Óbidos é uma jóia que brilha desde a noite dos tempos.Diz-se que o mar já esteve a seus pés e que foram os Celtas que a formaram. Os Romanos deram-lhe o nome de Eburobrittium, tendo servido também de morada aos visigodos e aos mouros devido à sua localização privilegiada.D. Afonso Henriques conquista-a a custo em 1148, mas será seu filho, D. Sancho I a dar-lhe o primeiro foral em 1195. Doada em 1210 por D. Afonso II à sua esposa D. Urraca, ficará a partir de então conhecida por “Casa das Rainhas”, fazendo continuadamente parte do dote de várias rainhas até 1834.A Rainha D. Leonor, esposa de D João II, recolheu-se aqui em 1491 para chorar a morte do herdeiro ao trono, o Infante D. Afonso,São tantas as histórias para contar como os recantos a descobrir nesta autêntica jóia milenar.

ÓbidosA jóia das rainhas

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A sua origem é de difícil da-tação sendo certamente muito antiga, já que foram

encontrados na zona registos de ocupação pré-histórica.Dá-se como certo que foram os Celtas que por volta do ano 300 AC fundaram a primeira povoação castreja. No século I os Romanos tomam Óbidos, batizando-a de Eburobrittium transformando-a ra-pidamente numa importante civitas de cariz aberto e que fazia a liga-ção entre Olisipo (Lisboa) e Collipo (Leiria), sobrevivendo sem grandes sobressaltos até à segunda metade do século V.Com os conturbados tempos do de-clínio do Império Romano, a povoa-ção concentra-se mais na parte alta

que conta com as melhores defesas para a população e assim será du-rante quase os 300 anos de ocupa-ção visigótica.Com as invasões mouriscas a vila é tomada no século VIII, atribuindo-se a este período o início da fortifica-ção da povoação, como se constata pela observação de determinados trechos da muralha.Na demanda da Reconquista cristã da península, as forças de D. Afonso Henriques, após as conquistas de Santarém e de Lisboa em 1147, en-contram resistência ao conquistar a povoação e seu castelo, o que final-mente veio a acontecer em 1148. Segundo a tradição terá sido Gon-çalo Mendes da Maia “O Lidador” quem terá quebrado a resistência

muçulmana. A operação desenvol-veu-se em dois focos simultâneos, primeiro com manobras de diversão por parte de D. Afonso Henriques e outro na Porta da Traição, por onde terá entrado Gonçalo Mendes da Maia. Mas Óbidos só será conquis-tada definitivamente em 1195 por D. Sancho I, que lhe promove obras no castelo (conforme inscrição epi-gráfica na Torre do Facho) e lhe dá a primeira Carta de Foral.Pertencendo à coroa, D. Afonso II irá doá-la à sua esposa D. Urraca, passando, a partir daí, a pertencer à Casa das Rainhas até à sua extinção em 1834.Mas se alguém marcou a história de Óbidos foi provavelmente a rai-nha D. Leonor, casada com D. João II,

ao recolher-se na vila para pesar o luto da morte do seu único filho e pretendente ao trono D. Afonso. É a esta senhora que se deve o con-siderável enriquecimento do patri-mónio artístico, principalmente com a campanha de obras na igreja de Santa Maria, a fundação da Miseri-córdia de Óbidos ou a construção do Hospital Termal nas Caldas da Rai-nha que distava uma légua da Vila.A vila irá manter-se viva até ao sé-culo XVIII, altura em que a vizinha população das Caldas da Rainha co-meça a ganhar fama com as visitas e estadias de D. João V, que ali se deslocava para tratamentos com as milagrosas águas. Óbidos começa a perder a sua população em prol da nova urbe emergente.

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A letargia apodera-se então do velho burgo amuralhado durante várias décadas, até que, no início dos anos 30 do século XX, o Se-cretariado Nacional da Propagan-da de António Ferro a “descobre” quase intacta transformando-a numa bandeira turística do nacio-nalismo português. Esta dinâmica criada com o turismo veio dar um novo brilho a esta jóia cheia de histórias.Com uma localização privilegiada, Óbidos pertence ao distrito de Lei-ria e faz parte da Região de Turis-mo do Oeste, distando cerca de 90 Km de Lisboa e 240 Km do Porto, contando com excelentes acessos rodoviários, nomeadamente a A8, com saída direta para vila.Ao chegarmos temos vários par-ques de estacionamente fora do perímetro amuralhado, já que o trânsito automóvel é condicionado no casco histórico.Entrando pela Porta da Vila, que se apresenta como o principal acesso ao burgo, deparamo-nos com um oratório com cenas bíbli-cas revestido a azulejos do século XVIII, sendo dedicado à padroeira de Óbidos, Nossa Senhora da Pie-dade. Seguindo pela Rua Direi-ta vamos encontrando cantos e recantos, lojas e varandas, onde cada traço antigo nos encanta e comove. Passamos por portas que nos convidam a entrar e provar um copinho de chocolate cheio de gin-ja, o ex-libris desta bela povoação. Depois de passar pela galeria de arte contemporânea Nova Ogiva chegamos à Praça de Santa Maria, a sala de visitas da vila. Aqui vale

a pena visitar o Museu Municipal situado num esplêndido Solar; o Pelourinho, erigido em 1513 e que ostenta as armas de D. Manuel I

e da rainha D. Leonor (o camaro-eiro é em memória do seu filho D. Afonso); o Chafariz da Praça que era o mais importante do burgo,

sendo alimentado pelo aqueduto; o Telheiro, edifício medieval recons-truido no século XVI que serviu de mercado, local de contratação

de trabalhadores e de balcão de honra às cerimónias ocorridas na Praça; por fim e sendo o elemento mais importante da praça, a Igreja

de Santa Maria que é igualmente a matriz de Óbidos, formada por três naves onde ainda se vislumbram elementos visigóticos. Foi mesqui-ta durante a ocupação mourisca, mas após a reconquista de D. Afon-so Henriques retoma o seu cariz cristão. Com a rainha D. Leonor ganhou a traça atual, contando no seu interior com pinturas de Josefa d’Óbidos, o túmulo renascentista de D. João de Noronha e decoração de azulejos do século XVII.Mais à frente já se vislumbra a brancura da Igreja de Santiago que actualmente serve de auditó-rio municipal e é ladeada por duas imponentes torres: a Albarrã, man-dada construír por D. Sancho I, ten-do servido de Paços do Concelho, prisão e para guardar o tesouro e arquivo municipal; a outra, conheci-da por Porta do Vale ou da Nossa Senhora da Graça, foi mandada edi-ficar em memória de uma donzela que morreu por amor, por o pai a impedir de casar com um obiden-se de casta inferior. Conta com um Oratório setecentista com altar em pedra lavrada.Chegámos ao Castelo. Ao entrar na Cerca do Castelo deparamo-nos com várias edificações construidas recen-temente com traça medieval e que servem de apoio a várias actividades turisticas que fazem de Óbidos uma vila viva durante todo o ano. O Cas-telo com a sua carateristica traça de torreões semi-circulares intervalados com torreões quadrangulares é o re-sultado de séculos de ampliações e restaurações sobre a base de origem romana. Em 1950 foi adaptado na primeira pousada histórica.

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Continuando à descoberta, toma mos um novo rumo para obter um outro ponto de vista sobre a Vila. Assim, ao caminharmos pelo velho caminho de ronda das muralhas, iremos percorrer os 1500 metros de perímetro que compõem a Cer-ca da Vila. Aqui podemos apreciar a melancolia ritmada dos velhos

telhados da urbe, entrecortada pe-los espaços dos pequenos largos e ruelas. Para fora, a vista capta as ruínas do velho aqueduto de 3 km de extensão mandado construir por D. Catarina de Áustria no século XVI. Um pouco mais à frente temos o Cruzeiro da Memória, restaurado no século XVI

mas edificado anteriormente para comemorar a vitória de D. Afonso Henriques sobre os mouros.No lado oposto temos todo o vale da lagoa de Óbidos. Junto ao sopé do monte que alberga a Vila, en-contra-se o Santuário do Senhor da Pedra, igreja barroca sagrada em 1747 e mandada construir por D. João V. O seu altar-mor conserva uma venerada cruz paleo-cristã.

Para além dos murosSão muitas as actividades que Óbi-dos oferece durante todo o ano, mas algumas já ganharam fama e impor-tância turistica como são o caso do Festival Internacional de Chocolate (na segunda quinzena de março), o Mercado Medieval em julho ou Óbi-dos Vila Natal em dezembro.Além das festas temáticas, Óbidos oferece um contato direto e previle-giado com a natureza. As praias com extensos areais; a lagoa com várias

actividades lúdicas e desportivas; os passeios pedestres como o dos Patos Reais (junto à lagoa) ou do Ninho da Cegonha (que estabelece a ligação pedonal entre a Vila de Óbidos e a cidade romana de Ebu-robrittium, ou os campos de Golfe nos vários Resorts turisticos das redondezas.Não é barato pernoitar numa das várias unidades hoteleiras, por isso é difícil escolher. Mais fácil é esco-lher gastronomicamente. Por se encontrar junto ao mar e à lagoa, alguns dos pratos típicos são basea-dos em peixe ou mariscos como por exemplo a caldeirada de peixe da Lagoa de Óbidos, enguias fritas ou de ensopado. A doçaria deixa igual-mente a sua marca gastronómica como são o caso de trouxas de ovos e lampreias das Gaeiras, alcaides, pegadas e pasteis de Moura.Por mera curiosidade histórica, cul-tural ou turística vale sempre visi-tar a milenar Óbidos. Q

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Hoje a farmácia constitui, indubitavel-mente, uma das principais portas de entrada do cidadão no sistema de saú-

de Português.Várias são as vicissitudes de que carece o sis-tema, pois que, desde logo, a assimetria de in-formação entre prestadores e utentes permite gerar um fenómeno que em economia se de-nomina a procura induzida pela oferta, ou seja grande parte do consumo efetuado é induzido pelo simples facto de existirem prestadores que precisam de oferecer cuidados para gera-rem a sua prosperidade.Por esta razão é fácil percecionar que um dos aspetos que habitualmente se reconhece como insuficiente, na visita dos doentes à farmácia, é a ausência de informação acerca da enfermida-de de que padece.Aliás, várias pesquisas feitas nos últimos anos apontam para uma substancial proporção de doentes que se consideram mal informados quando saem de uma consulta médica, ou mes-mo quando têm alta hospitalar.Esta tendência, de não manter o doente ao corrente do seu próprio estado de saúde e de encobrir mesmo a verdade com o argumento

de que a comunicação de notícias ameaçado-ras provocaria angústia nos doentes, ao invés de lhes manter a esperança, resistiu estoica-mente até à primeira metade do século XX, por altura da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948. Também, posteriormente, com a Convenção Europeia para a salvaguarda dos direitos do Homem e das Liberdades Fun-damentais, embora não se tratasse especifica-mente o tema, foi criado um primeiro repto ao nível dos direitos dos doentes.Mais tarde. com a génese e desenvolvimento de movimentos para a defesa dos consumido-res, configura-se internacionalmente o direito à qualidade da assistência, acesso à informação e prestação humanizada de cuidados de saúde, sendo o documento denominado “Patient Bill of Rights”, publicado pela Associação Ameri-cana dos Hospitais, o primeiro documento que menciona o reconhecimento ao consentimento informado na prática médica, através do qual o clínico se vê obrigado a incorporar o doente no processo de tomada de decisão e a reconhecer a sua vontade na decisão que venha a ser im-plementada para o tratar.Em Portugal, a Lei de Bases da Saúde, que está

em primeira mão

A transmissãode informaçãoao Utente/Doente

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por A. Hipólito de Aguiar - Farmacêutico; Docente Universitário

em primeira mão…

em consonância com as diretivas comunitárias, prevê inclusive que “Os utentes têm direito a ... ser informados sobre a sua situação, as alter-nativas possíveis de tratamento e a evolução provável do seu estado”. Também em 1996, aquando da publicação, pelo Ministério da Saú-de da carta dos Direitos e Deveres dos Doentes, se faz menção a estes aspectos, nomeadamen-te no artigo 1º, que refere:

1) O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana.(É um direito humano fundamental, que adquire particular importância em situação de doença.Deve ser respeitado por todos os profissionais de saúde envolvidos no processo de prestação de cuidados, no que se refere aos aspectos téc-nicos, quer aos actos de acolhimento, orienta-ção e encaminhamento dos doentes.)

Um fator a considerar na partilha de informação é o de que os doentes e profissionais de saúde têm perceções diferentes sobre a informação, que resultam da diferença de significados que ambos lhes atribuem.Enquanto os profissionais de saúde definem a informação em termos da

própria doença, os seus estadios, e escolhas, pressupostamente racionais e cientificamen-te evidenciadas, de tratamentos, os doentes atribuem à informação atitudes mais empíricas e imediatistas relativos à sua possibilidade de sobrevivência, capacidade de sofrimento e de recuperação. Não nos esqueçamos que a informação, por definição, reduz a incerteza e a ignorância, as quais causam, inversamente ansiedade e inse-gurança. Esta é a razão pela qual os doentes recorrem frequentemente a outras fontes de informação, entre os quais se incluem além de outros, médicos, que não o que a acompa-nha/ou, enfermeiros e também farmacêuticos, aquando da sua visita à farmácia.Gerir esta si-tuação não é por vezes simples uma vez que o farmacêutico não pode, nem deve, substituir-se ao médico no sentido de prestar informação de caráter clínico mas é muitas vezes solicitado para opinar sobre uma determinada “maleita” apresentada pelo utente.Nestas circunstâncias, e pese embora o far-macêutico não possa deixar de se envolver na perceção de sinais e sintomas que possam ajudar a descortinar com maior eficácia de

que sofre o enfermo, para que o possa trans-mitir ao médico, deve agir com precaução na informação que fornece ao doente de manei-ra a que nunca se comprometa a relação de confiança deste com o seu clínico.A avaliação de parâmetros de meios complementares de diagnóstico, as vulgares análises para os quais tantas vezes o farmacêutico e seus co-laboradores são solicitados, a leitura “in situ” da glicémia, colesterol e triglicéridos ou de um teste de gravidez, não devem constituir pre-texto para extrair conclusões sobre o estado de saúde do utente, ou a declaração de um es-tado patológico que não é do conhecimento do mesmo.Caberá sim ao farmacêutico, uma vez deteta-dos parâmetros de evidente anormalidade, dar a conhecer ao médico a situação, recomendan-do igualmente ao doente, independentemente de conseguir falar na ocasião com o clínico, uma consulta médica.Saibamos contribuir para a melhoria da informa-ção em saúde, respeitando simultaneamente o circuito de informação que está estabelecido entre os vários parceiros do setor da saúde em geral, e do medicamento em particular. Q

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34 atrás do balcão

Dra InocêncioD iz o ditado que não falha. Mas que, até no ditado, tarda...

O problema, segundo parece, está em que uma justiça que não seja célere não é, por isso mesmo, justa, ou seja: falha.

Pouco me importa se é por causa do Direito processual ou se dos recursos que se interpõem às sempre-semi-sentenças... Enfim, é tempo demais. A sensação que paira no ar deste nosso país é de que não somos capazes de executar um dos pilares onde assenta a nossa dignidade. Não haverá uma espécie de FMI da Justiça?Talvez o adágio popular se refira à Justiça divina... Mas aí o tempo é rela-tivizado face à eternidade, sendo que o desconcertante não se minimiza facilmente enquanto vamos vivendo e convivendo nesta sala de espera do além com tanto atraso.Se atrasa, a Justiça, faz pouco do inocente, se há culpado e a Justiça não (se) despacha, condena a sociedade a uma espera que, por desesperante, devia ser exclusiva ao castigo aplicado ao prevaricador...Atrás do balcão lidamos com o atraso como indício de uma de duas possi-bilidades, ou a jovem está em estado de ansiedade ou então há gravidez... o que na maior parte dos casos não é grave, até por que a sentença “só” virá à luz mais de meio ano depois... Curiosamente, nunca tarda mais de um ano!Claro que a nossa sociedade já encontrou uma forma de compensar este desequilíbrio: o país, por via dos meios de comunicação social, faz um jul-gamento sumário e definitivo sobre qualquer matéria assim que os factos (ou o que é apresentado como tal) surge. Este julgamento é de uma rapidez absolutamente desconcertante e só muito raramente se abre a recursos ou sequer a novos dados. É, segu-ramente, ainda mais injusto que o processo que segue a sua via pelas instituições judiciais... Mas afinal, porque a massa é forte, quando não é possível fazer-se com que aquilo que é justo seja forte, faz-se com que o que é forte seja justo.A justiça não deve permanecer sentada diante da sua balança a ver os pratos oscilar… Q

Se a Justiçatarda,então falha.

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Herdeiro do Codifarito,

vai passar a estar presente

nas nossas comunicações

diárias distribuídas em

conjunto com o jornal i

e com o Expresso.

O propósito é criar uma espécie

de Pensamento do dia

com que possamos

distribuir um pouco de

inspiração por todas

as Farmácias!

Um sorrisoé meio carinho

andado.

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udifarito

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