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Características Particulares

da Manutenção de

Transformadores em OVI

Lucas Branco de Oliveira

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ATENÇÃOTodos os resultados que serão aqui

apresentados foram alcançados com o

fluido EnvirotempTM FR3TM.

Os mesmo resultados podem não ser

obtidos com outros óleos vegetais

isolantes devido a formulação única do

fluido EnvirotempTM FR3TM.

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Mecanismos de degradação do papelUmidade e a degradação da Celulose

A degradação da celulose decorre da presença de umidade na celulose e da energia (calor) a que ela está submetida;

Temperaturas elevadas aceleram o processo;

A degradação da celulose gera como subproduto mais água, elevando a umidade;

Esse volume adicional de água irá também reagir com o papel isolante, aumentando a velocidade de degradação;

Cria-se assim um ciclo vicioso para a degradação do papel isolante.

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Mecanismos da extensão de vidaSecagem do Papel Isolante

O OVI mantém o papel isolante mais seco;

Extrai muito mais água (H2O) do papel isolante;

Dessa maneira o ciclo de degradação da celulose é desacelerado.

Ponto de Saturação (20°C)

Óleo Vegetal (FR3) = 1057ppm

Óleo Mineral = 60ppm

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A água inicialmente está dissolvida no óleo;

Com o tempo e a temperatura do transformador as moléculas de água liberadas do papel reagem com o OVI;

Essa reação gera ácidos graxos de cadeia longa (não corrosivos).

PAPEL

Moléculas de

Água (H2O)

CALOR CALOR

Mecanismos da extensão de vidaSecagem do Óleo (Hidrólise)

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Com a passagem do tempo teremos o papel e o óleo mais secos;

A acidez do óleo vai se elevar, mas dentro dos parâmetros considerados normais para operação.

Mecanismos da extensão de vidaSecagem do Papel e do Óleo

Tempo a 85ºC (horas)0 500 1000 1500 2000 2500 3000

Águ

a n

o F

luid

o (

mg/k

g)

0

200

400

600

Índic

e d

e A

cid

ez

(mg K

OH

/g)

Água

no P

ape

l (%

wt)

0

1

2

3

4

5

6

7

Ester natural – conteúdo de água

Água no papel

Ester natural - Acidez

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Ensaios de Envelhecimento Acelerado1) Ensaio em tubos selados

Realizados com: Amostras representativas de materiais nas

proporções de um transformador de 225 kVA;

Cada tubo continha:

26 gramas de papel

350 ml de óleo isolante

106 cm2 de alumínio

76 cm2 de cobre

323 cm2 de aço carbono (do próprio tubo)

Ar ambiente em um volume de 17% do tubo

Condições de Ensaio: Mantidos em estufas a 170°C

Amostras mantidas por períodos de 500 a 4000

horas nas temperaturas indicadas.

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Resultados: Papel visualmente menos danificado quando impregnado em OVI.

Isola

nte

Isola

nte

Isola

nte

Isola

nte

Isola

nte

Não Iso

lante

Não Iso

lante

Não Iso

lante

Ensaios de Envelhecimento Acelerado1) Ensaio em tubos selados

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Degradação Térmica do Óleo

Classe Térmica do OMI

• 115°C

• IEC 60076-7

• IEEE C57.91

Classe Térmica do OVI

• 160°C

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NBR 15422 / ASTM D6871 / IEC 62770Óleo Vegetal Isolante - Valores Aceitação Óleo Novo

PROPRIEDADE FÍSICA ABNT NBR ASTM IEC VALOR

Rigidez Dielétrica, 2mm (kV)

2,5mm (kV)

6869 D 877

60156

>30

>35

Fator de Dissipação 25ºC (%)

90ºC (%)

12133 D 924

60247

≤0,20

≤0,05

Índice Neutralização (mg KOH/g) 14248 D 974 62021-3 ≤0,06

Teor de Água (mg/kg) 10710-B D 1533 60814 ≤200

Ponto de Combustão (ºC) 11341 D 92 ISO 2592 ≥300

Ponto Fulgor (ºC) Vaso aberto

Vaso fechado

11341 D 92

ISO 2719

≥275

≥250

Densidade Relativa 20/4ºC7148 D 1298

ISO 3675

0,96

≤1,0

Biodegradação Máxima e Fácil OECD 301B, C ou F OPPTS 835.311

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Unidade Óleo Mineral Óleo Vegetal

Cor ≤ 1,0 ≤ 1,0

Aparência Claro e limpo Claro e limpo

Densidade a 20°C (g/cm3) 0,88 0,92

Rigidez Dielétrica (kV) >70 >70

Teor de Umidade (mg/kg) < 20 < 300

Índice de Neutralização (mg KOH/g) < 0,01 < 0,02

Tensão interfacial Dinas/cm2 45 25

Fator de Dissipação 90°C 0,002 0,003

Viscosidade 40°C (mm2/sec.) 9 35

Ponto de fluidez (°C) -30 -21

Ponto de fulgor (°C) 148 330

Ponto de combustão (°C) 170 360

Biodegradabilidade (28 dias) não sim

Permissividade 20°C 2,2 3,2

Tendência a formação de gás uL/min 5 -79

Coeficiente de expansão (°C) 0,00075 0,00074

Valores típicos para os Fluidos Isolantes

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Guia de Manutenção NBR 16518Tabela 3 – Equipamento novos, APÓS contato e ANTES da

energização

PROPRIEDADE FÍSICA ABNT NBR <69kV ≥69kV

≤230kV

>230kV

Rigidez Dielétrica, 2mm (kV) IEC 60156 >60 >70 >80

Fator de Dissipação a 25ºC (%) 12133 ≤0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5

Cor 14483 ≤1,0 ≤1,0 ≤1,0

Índice Neutralização (mg KOH/g) 14248 ≤0,06 ≤0,06 ≤0,06

Teor de Água (mg/kg) 10710-B ≤200 ≤150 ≤100

Ponto de Combustão (ºC) 11341 ≥300 ≥300 ≥300

Viscosidade Cinemática 40ºC (cSt) 10441 ≤50 ≤50 ≤50

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PROPRIEDADE FÍSICA ABNT NBR ASTM <69kV ≥69kV

≤230kV

>230kV

Rigidez Dielétrica, 2mm (kV)IEC 60156

D1816

<40

<40

<50

<47

<60

<50

Fator Dissipação, 25ºC (%) 12133 D924 ≥3,0 ≥3,0 ≥3,0

Teor de Água (mg/kg)10710B(20ºC)

D1533

≥140

≥400

≥110

≥200

≥85

≥150

Aumento de viscosidade a

partir do valor inicial na

energização, 40ºC (em %)

10441 D445 ≥10 ≥10 ≥10

Índice Neutralização (mg

KOH/g)14248 D974 ≥0,3 ≥0,3 ≥0,3

Ponto de Fulgor (ºC) 11341 D92 ≤275 ≤275 ≤275

Cor 14483 D1500 ≥1,5 ≥1,5 ≥1,5

Diretrizes para provocar investigação do transformador em serviço

Guia de Manutenção NBR 16518

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Análise Cromatográfica - DGAGases Gerados no Stress Térmico e Elétrico são os mesmos no Óleo Vegetal e Óleo Mineral

IEEE C57.155 – 2014

Em processo de tradução para

ABNT/NBR – Projeto 003:010.002-032

Comportamento de emissão de gases em OVI é conhecido.

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Análise Cromatográfica - DGARecomendado Triângulo de Duval

Apenas Pequenas alterações para OVI*

1

6

OMI OVI*

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Conteúdo e Óleo Mineral no Óleo Vegetal* (wt%)

Ponto

Com

bustã

o (

ºC)

0 2 4 6 8 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100100

150

200

250

300

350

400

Ponto de Combustão (ASTM D92)

Ponto de Fulgor (ASTM D92)

Mistura de Óleo IsolanteVariação do Ponto de Combustão versus Conteúdo de Óleo Mineral

• Óleo vegetal e óleo mineral são miscíveis em qualquer proporção.

• Ponto de combustão da mistura > 300ºC para residual de até 7%

• Ponto de fulgor é a melhor maneira de verificar residual de OMI no OVI*

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Projeto MecânicoSistemas de Selagem

• Efeitos da oxidação no óleo mineral• Aumento da acidez (corrosivos – cadeia curta)• Formação de borra• Redução da Rigidez Dielétrica / Falha elétrica

• Efeitos da oxidação no óleo vegetal• Aumento da acidez

• Não corrosivos – ácidos graxos de cadeia longa• Linoleico = Omega 6 / Linolenico = Omega 3

• Auxiliam na transesterificação do papel

• Se exposto ao oxigênio de forma contínua e por longo tempo (+ 8 anos)• Aumento da viscosidade• Pode levar a aumento da temperatura (top oil)• Oxidação facilmente identificada através de análise físico-química

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Headspace com Ar (maioria dos casos) ou Nitrogênio (N2)

• Padrão para transformadores de distribuição

• Oxigênio do headspaceserá consumido e reação de oxidação irá se extinguir.

Headspace com Ar

• Oxigênio do headspaceserá consumido e reação de oxidação irá se extinguir.

• Renovação parcial do ar manterá taxa de O2

baixa (válvula de alívio bidirecional)

Hermeticamente Selado

• Sistema com radiadores expansíveis / tanque corrugado

• Solução disponível até certa potência de transformador

Projeto MecânicoSistemas de Selagem Aprovados para OVI

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Projeto MecânicoSistemas de Selagem Aprovados para OVI

Padrão para transformadores de potência

• Estilo "Atmoseal“

• Bolsa ou diafragma • Barreira para entrada de O2

• Recomendado tipo “multi-layer” com baixa permeabilidade a gases

• Não necessita sensor de ruptura

• Com ou sem secador de ar

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Projeto MecânicoSistema de Selagem NÃO RECOMENDADO

Conservador com Respiro Livre • “Respirando” ar atmosférico

• Secador de ar restringe somente entrada de umidade

• Contínua renovação do Ar em contato com óleo (~21% O2)

• Reação de Oxidação e Umidade• Problema tanto para óleo vegetal

como óleo mineral

• Faixa de aplicação limitada

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Os resultados do tratamento

Na tabela temos as curvas do teor

de umidade e porcentagem de

saturação de umidade no óleo

vegetal durante o processo de

tratamento.

30min 60min 90min 120min 150min

Temperatura (°C) 60.5 65.3 70.2 75.1 81

Rigidez dielétrica (kV) - ASTM D1816 52 51 56 54 63

Índice de neutralização (mg KOH/g) - ASTM D974 0,02 0,019 0,019 0,021 0,016

Fator de dissipação @90°C 60Hz (%) - ASTM D924 2,83 2,25 2,27 2,17 2,29

Conteúdo inibidor de oxidação (%) - ASTM D4768 100% 100% 102% 102% 100%

Tempo de indução de oxidação (minutos) - DSC Method 31,9 31,7 31,2 31,3 31

Na tabela abaixo pode-se ver que outras características do óleo vegetal durante o

tratamento não foram alteradas

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Estudo do processo de RegeneraçãoNeste processo foi utilizada a mesma tecnologia usada para o OMI. Como não há

volume suficiente disponível para o processamento em máquina, foi simulado o

processo de regeneração em escala laboratorial.

Na tabela abaixo podemos observar os parâmetros das amostras antes do processo de

regeneração.

Amostra apresentado

para o R-botNovo fluido 12,5% Fluido Oxidado

87,5% Fluido Novo

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Após a preparação da amostra oxidada (3600 ml), a mesma foi dividida

em quatro alíquotas passadas através do processo de percolação em

escala de laboratório que reproduz a relação (óleo/bauxita) do

equipamento real.

Foram realizadas as seguintes etapas:

PASSO 1: Alíquotas 1-3:

Percoladas sequencialmente amostras na mesma carga de bauxita.

PASSO 2: ALÍQUOTA 4:

Após a sequência de percolação (mesma carga de bauxita), repetindo-se a

percolação da amostra duas vezes.

A percolação foi repetida 4 vezes em 4 alíquotas de OVI, mantando-se a

mesma bauxita, para verificar a capacidade de saturação

As amostras 1 a 3, permitiram verificar o efeito de saturação na bauxita

ativada e a eficácia de um passo.

Estudo do processo de Regeneração

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Resultados após regeneração (percolação)

Mistura Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4

Aspecto Visual Particulas em

suspensão Límpido Límpido Límpido Límpido

Índice de Neutralização [mg

KOH/g] 0,22 0,05 0,05 0,06 0,001

Fator de Dissipação a 25°C [%] 2,71 0,6 0,75 0,8 0,7

Viscosidade [cSt] 42,37 41,2 42,2 41,3 41,2

Os resultados obtidos após o teste (tabela simplificada):

Avaliação dos resultados:

Cor:

A cor não é alterada pela regeneração (fixação de cor)

Viscosidade :

Processo, a nível molecular, alterada apenas por diluição. Uso limitado quando a

mudança é maior do que 15%.

Índice de neutralização:

Os ácidos graxos são absorvidos eficazmente.

Fator de dissipação:

Parâmetro de controle do processo, pode ser tratada de forma eficaz na regeneração.

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ConclusãoO que podemos afirmar:

Resultados:

As normas técnicas já possuem informações sobre os parâmetros a serem

controlados em OVI e quais os seus limites para inicio de uma investigação;

Os métodos de acompanhamento preditivo dos transformadores são os mesmo

utilizados com o OMI, sendo apenas a interpretação dos resultados um pouco

diferente em OVI;

Empresas de serviços e manutenção em transformadores já possuem

informações para diagnosticar possíveis situações de risco na operação de

transformadores em OVI;

Os métodos e procedimentos aplicáveis em transformadores com OMI são

muito próximos aos que devem ser aplicados em OVI.

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Lucas Branco de Oliveira

[email protected]

https://www.envirotempfluids.com.br/

OBRIGADO