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São Luis- MA 2019 ANATALIA CAROLINE SOUZA PONTAROLLO GESTÃO DE MANUTENÇÃO NA PRODUÇÃO UMA ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE DO PROCESSO PRODUTIVO.

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São Luis- MA 2019

ANATALIA CAROLINE SOUZA PONTAROLLO

GESTÃO DE MANUTENÇÃO NA PRODUÇÃO

UMA ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE DO PROCESSO PRODUTIVO.

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São Luís

2019

GESTÃO DE MANUTENÇÃO NA PRODUÇÃO

UMA ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE DO PROCESSO PRODUTIVO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de São Luís, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia de produção.

Orientador: Felipe Coimbra

ANATALIA CAROLINE SOUZA PONTAROLLO

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ANATALIA CAROLINE SOUZA PONTAROLLO

GESTÃO DE MANUTENÇÃO NA PRODUÇÃO

UMA ESTRATÉGIA DE OTIMIZAÇÃO DA QUALIDADE DO PROCESSO PRODUTIVO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de São Luís, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia de Produção.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meus pais (Antônia Dulciléia Souza Pontarollo e Eloir Francisco Pontarollo), meu marido Paulo Roberto Silva Cruz.

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PONTAROLLO, Anatalia Caroline Souza. Gestão De Manutenção Na Produção: Uma Estratégia De Otimização Da Qualidade Do Processo Produtivo. 2019.28 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de Produção-Faculdade Pitágoras, são luís, 2019.

RESUMO

A manutenção é vista como um conjunto de técnicas que visam à conservação de instalações e equipamentos por um maior tempo possível (objetivando à maior disponibilidade) e máximo desempenho, sendo também uma arma importante na segurança dos funcionários, já que grande parte dos acidentes são causados por um funcionamento ruim dos equipamentos. É uma ferramenta que otimiza a produtividade, propriedade, rendimento e eficiência geral dos projetos industriais. Por que utiliza técnicas de excelência para atender a capacidade de operação de cada sistema, fornecendo informações precisas do estado mecânico de cada equipamento produzindo o tempo médio de falha do sistema conforme o necessário para intervenções programadas sem perder capacidade operativa. A diferença mais significativa entre manutenção corretiva e preditiva para o autor se dar na capacidade de gerar dados para antecipar os desperdícios e que tenham menor impacto sobre a produção, pois o tempo e capacidade produtiva são difíceis de ser recuperados. Palavras chaves: 1- Manutenção 2- Gestão 3- Ferramentas da manutenção

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PONTAROLLO, Anatalia Caroline Souza. Gestão De Manutenção Na Produção: Uma Estratégia De Otimização Da Qualidade Do Processo Produtivo. 2019.28 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia de Produção-Faculdade Pitágoras, são luís, 2019.

ABSTRACT

Maintenance is seen as a set of techniques aimed at conserving facilities and equipment for as long as possible (aiming for greater availability) and maximum performance, and is also an important weapon in employee safety, since a large part of the accidents are caused equipment malfunction. It is a tool that optimizes the productivity, property, efficiency and general efficiency of industrial projects. Why it uses excellent techniques to meet the operating capacity of each system, providing accurate information of the mechanical state of each equipment producing the average system failure time as needed for scheduled interventions without losing operational capacity. The most significant difference between corrective and predictive maintenance for the author is the ability to generate data to anticipate waste and to have less impact on production, since the time and productive capacity are difficult to recover. Keywords: 1- Maintenance 2- Management 3- Maintenance Tools

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8

2 GESTÃO DA MANUTENÇÃO E SEU HISTÓRICO.................................................9

3.PARÂMETROS E CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DA

MANUTENÇÃO..........................................................................................................14

3.1 TPM - Total Productive Maintenance...................................................................14

3.2 MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE (RCM...............................16

4. FILOSOFIA LEAN..................................................................................................19

4.1 5 SENSO..............................................................................................................21

4.2 KAIZEN.................................................................................................................23

4.3 KANBAN...............................................................................................................22

4.4 POKA-YOKE........................................................................................................22

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................25

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26

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1.INTRODUÇÃO

Para adaptar-se à cultura de uma produção limpa e eficiente o foco na

manutenção é estratégico, pois atuar de maneira corretiva e preventiva nos

equipamentos e maquinas impulsionam uma gestão consciente dos recursos

materiais e humanos da organização.Com o custo da produção e a manutenção

cada vez mais elevada e agravada pela crise financeira do Brasil, empresas vem

tentando levar aos seus clientes serviços mais assertivos e com custos cada vez

mais baixos. Elevando a importância da manutenção e adequando-a para os mais

diversos setores da economia.

A manutenção tem sua evolução dividida em quatro etapas, levando em

consideração que a produtividade não era tão importante. Por esta razão não era

parte estratégica das empresas, resumia-se basicamente as atividades serviços de

limpeza, lubrificação e/ou manutenção corretiva. A primeira etapa da manutenção

ocorreu no período antes da segunda guerra mundial, quando a indústria era pouco

mecanizada, os equipamentos eram simples e na maioria das vezes

superdimensionados.

O presente estudo vem suprir a necessidade das organizações de uma

melhor orientação sobre a aplicabilidade, vantagens e desvantagens do sistema de

produção, bem como um aumento da capacidade produtiva de serviços e produtos

devido à aplicação desse sistema e como ele poderá trazer vantagens competitivas.

É de grande importância se estabelecer um programa de manutenção, uma

vez que máquinas e equipamentos com defeitos e/ou parados, os prejuízos serão

inevitáveis, provocando diminuição ou interrupção da produção, atrasos nas

entregas, perdas financeiras, aumento dos custos, produtos com possibilidades de

apresentar defeitos de fabricação, insatisfação dos clientes e perda de mercado.

Existem falhas nos procedimentos adotados na gestão da manutenção nas

mais variadas áreas do setor econômico principalmente nos setores mais novos,

bem como se percebe nas diversas fases apresentadas no modelo histórico, onde

cada uma delas é aplicada de diferentes formas. A gestão da manutenção tem como

objetivo implantar ferramentas de controle de manutenção corretiva, preventiva e

preditiva, oferecendo aos clientes um equipamento confiável, que não deixem mão

de obra ociosa em sua produtividade.

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Diante dos aspectos apontados, surge o seguinte problema de pesquisa para

esse estudo: Como uma Gestão de Manutenção pode ser aplicada para diminuição

do tempo de manutenção aumentando assim a produtividade?

Teve como objetivo geral delinear as etapas da Gestão da Manutenção no

âmbito industrial, com o propósito de tornar o setor parte estratégica da gestão da

empresa, configurando-se como um diferencial competitivo. Teve como objetivos

específicos: compreender o processo de manutenção já que tal contribui diretamente

para atingimento de metas das organizações, analisar os parâmetros e

características de desempenho da manutenção e verificar as melhorias que a

ferramenta Lean Manufacturing (manufatura enxuta) pode trazer para o processo de

manutenção operacional.

O tipo de pesquisa realizado neste trabalho, foi uma Revisão de Literatura. O

período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos 10 anos,

entre 2008-2019. As palavras-chave utilizadas na busca foram: Manutenção, Gestão

da manutenção, Filosofia Lean. Para realização do trabalho, foi usado a consulta de

livros, dissertações e por artigos científicos. Como critérios de inclusão, foram

adotados artigos publicados nos bancos de dados selecionados, que abordassem

acerca do tema, ser artigo original, ser publicado em português e estar disponível

gratuitamente, na íntegra. Não foram incluídas publicações que não se adequaram

ao tema proposto, que não possuíam referência cientifica, ou textos incompletos e

estudos que não estão na língua portuguesa.

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2. GESTÃO DA MANUNTENÇÃO E SEU HISTÓRICO

Ao longo da história, foram resolvidas as falhas nas indústrias, com o

surgimento das primeiras máquinas eram os próprios usuários que realizavam as

reparações. As intervenções foram realizadas após as falhas ocorrerem, ou quando

elas estavam prestas a ocorrer.

Manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as organizações

tentam evitar as falhas ao cuidar de suas instalações (SLACK; CHAMBERS;

JOHNSTON, 2002)

A atividade de manutenção é, provavelmente, tão antiga quanto o homem. Existem registros datados de mais de 3.000 anos sobre a movimentação de cargas pesadas sobre rodas, que incluíam a aplicação de lubrificantes. Também as caravelas que conduziam os descobridores do Novo Mundo levavam os seus próprios carpinteiros. (NAGAO, 1999, p,84)

Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, os encarregados da

manutenção buscavam resolver e prevenir as falhas que ocorreram no equipamento

para não haver maiores impactos na produtividade. (GARRIDO, 2004).

Segundo Alves (2004), as indústrias eram pouco mecanizadas e as paradas

de produção pouco importavam. As técnicas de manutenção empregadas eram

precárias e simples, limitando-se a limpezas, às rotinas de 22 lubrificações e à

inspeção visual. As competências técnicas e gerenciais dos profissionais eram

mínimas.

Todo o equipamento, máquina ou ferramenta necessita de uma

manutenibilidade. Xenos (1998) aborda que a manutenção, além de indispensável,

pode ser considerada como a base de toda atividade industrial. Conforme

Nepomuceno (1989), toda e qualquer fábrica ou instalação industrial, ou ainda

qualquer atividade que pretende fabricar alguma coisa, precisa de vários meios que

permitam a produção.

Para Filho (2000), a manutenção é uma função empresarial da qual se espera

o controle constante das instalações, assim como o conjunto de trabalho de reparo e

revisões necessárias para garantir o funcionamento regular e o bom estado de

conservação das instalações produtivas, serviços e instrumentação dos

estabelecimentos.

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De Acordo com Olmedo (1993),a manutenção pode ser definida como o

conjunto de atividades e recursos aplicados aos sistemas ou equipamentos, visando

garantir a consecução de sua função dentro de parâmetros de disponibilidade, de

qualidade, de prazos, de custos e de vida úteis adequados.

Já a associação brasileira de normas técnicas, em uma versão revisada,

designada como NBR-5462, define manutenção como a combinação de todas as

ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter e

recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida

(ABNT, 1994).

Garrido (2004) diz que a manutenção é vista como um conjunto de técnicas

que visam à conservação de instalações e equipamentos por um maior tempo

possível (objetivando à maior disponibilidade) e máximo desempenho, sendo

também uma arma importante na segurança dos funcionários, já que grande parte

dos acidentes são causados por um funcionamento ruim dos equipamentos.

Para Mishawaka (1993), os objetivos próprios de uma gerência de

manutenção moderna são: maximizar a produção com menor custo e a mais alta

qualidade sem infringir normas de segurança e causar danos ao meio ambiente.

Para Tubino (1997) sua essência consiste em: adicionar valor aos bens ou

serviços durante o processo de transformação. Segundo esse conceito, todas as

atividades produtivas que não adicionarem valor aos bens devem ser consideradas

como perdas e eliminadas, ponto em que a manutenção se encaixa perfeitamente.

O planejamento estratégico é uma das ferramentas mais importantes e mais

utilizadas no gerenciamento das organizações. Kaplan & Norton introduziram

conceitos importantes como o de Mapas Estratégicos (2004) e BSC (2001) para,

respectivamente, divulgar e gerenciar o planejamento estratégico. Também, através

de experimentos práticos, mostraram como o alinhamento estratégico é essencial

para o sucesso da condução das estratégias de uma organização.

Para o planejamento estratégico da manutenção em máquinas de acesso,

fizeram-se necessárias algumas ferramentas de controle, como a Matriz de

Criticidade e o ciclo PDCA através do histórico de manutenção dos equipamentos.

Momento em que foram avaliados diversos aspectos que poderiam aumentar a

prioridade da manutenção e colocar as ocorrências em um gráfico de Pareto para

que haja a definição de metas.

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A criticidade é o atributo que expressa a importância que um equipamento

tem no processo produtivo, seja em relação à produção, segurança, qualidade, meio

ambiente, ou outro aspecto específico. Quanto maior for o impacto de uma

determinada falha ocorrida em um equipamento, maior será a criticidade desse

equipamento. Para Siqueira (2005) a criticidade está diretamente relacionada às

consequências que as falhas geram para o processo. Falhas críticas são aquelas

que produzem condições perigosas ou inseguras de operação, podendo causar

danos materiais, econômicos ou ambientais.

Segundo Siqueira (2005) o nome deste tipo de manutenção é preditiva, que

nasceu em um ambiente extremamente exigente tanto em relação a segurança

quanto ao meio ambiente. Este tipo de manutenção segue uma relação de fatos que

marca a terceira geração, a saber: O surgimento e a incorporação da manutenção

preditiva pelas empresas e a utilização de softwares potentes para alimentar os

dados da empresa fornecendo dados para a melhor gestão da manutenção.

Ainda segundo Siqueira (2005) outro fato importante é que neste período a

confiabilidade começa a ser utilizado pela engenharia e manutenção. A Manutenção

Centralizada em Confiabilidade (MCM) também conhecida pela sigla inglesa (RCM)

Manutenção Centralizada em Confiabilidade, buscava incorporar maior

confiabilidade nos projetos sendo caracterizada como uma meta pelas empresas;

porém a falta de comunicação entre os setores de engenharia, manutenção e

operação, impedia a melhoria na busca.

De acordo com Siqueira (2005) na quarta etapa continuam alguns conceitos

buscados na terceira, como a disponibilidade nos equipamentos que talvez seja

mais importante, a busca da gestão da manutenção e a confiabilidade. Onde agora

tem como desafio a minimização de falhas prematuras ou falhas de mortalidade

infantil, através da pratica da análise de falhas. Tendendo a diminuição da

manutenção preventiva devido à paralisação do equipamento para sua execução,

dando cada vez mais lugar a manutenção preditiva, fenômeno que também ocorre

na corretiva não programada. Onde finalmente começa a acontecer uma grande

mudança na pratica da manutenção que é a terceirização ou aprimoramento da

contratação, que buscam contratos de longo prazo.

A evolução histórica da manutenção se dar proporcionalmente a revolução

industrial em meados do séc. XVIII, na Inglaterra, quando surge o termo manutenção

industrial com intuito de corrigir as dificuldades encontradas pelos operadores das

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maquinas no surgimento da indústria. Neste cenário de desenvolvimento,

globalização, novas tecnologias e crescimento da concorrência, as empresas

passaram a ter necessidade de atuar com maior rapidez para responder aos novos

cenários.

Segundo Viana (2002), durante o pós-guerra iniciou-se a manutenção,

conservação e materiais com objetivo de dar efetividade aos processos, as

empresas japonesas passaram a importar tais métodos para seu território e

desenvolveram métodos para gerenciar e recuperar a indústria após a guerra

restabelecendo novos padrões de qualidade e competitividade industrial. Tornando o

padrão japonês disseminado em todo o mundo, no decorrer do tempo, agregando

métodos como manutenção pós-quebra, manutenção para melhoria, prevenção da

manutenção.

Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, os encarregados da

manutenção buscavam resolver e prevenir as falhas que ocorreram no equipamento

para não haver maiores impactos na produtividade. (GARRIDO, 2004).

As indústrias eram pouco mecanizadas e as paradas de produção pouco

importavam. As técnicas de manutenção empregadas eram precárias e simples,

limitando-se a limpezas, às rotinas de 22 lubrificações e à inspeção visual. As

competências técnicas e gerenciais dos profissionais eram mínimas (ALVES et al.,

2004).

Todo o equipamento, máquina ou ferramenta necessita de uma

manutenibilidade. Xenos (1998) aborda que a manutenção, além de indispensável,

pode ser considerada como a base de toda atividade industrial. Conforme

Nepomuceno (1989), toda e qualquer fábrica ou instalação industrial, ou ainda

qualquer atividade que pretende fabricar alguma coisa, precisa de vários meios que

permitam a produção.

A manutenção é uma função empresarial da qual se espera o controle

constante das instalações, assim como o conjunto de trabalho de reparo e revisões

necessárias para garantir o funcionamento regular e o bom estado de conservação

das instalações produtivas, serviços e instrumentação dos estabelecimentos (FILHO

et al., 2000).

Segundo Cabrita e Silva (2002), a renovação e inovação e treinamento dos

envolvidos na manutenção passou a possui uma posição estratégica na gestão

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operacional por conta da aplicação de métodos científicos para resolução de

problemas.

Como resultados das inúmeras inovações tecnológicas, existem vários

modelos de Gestão da Manutenção Industrial, os tipos de manutenção dependem da

maneira como é feita a intervenção no sistema, tais como encontrados na Norma NP

EN 13306:2010 e possui especificações sobre os diversos tipos de Manutenção

como: preventiva; programada; sistemática; Condicionada; preditiva; corretiva;

remota; diferida; urgência; funcionamento e local; já as estratégias de manutenção

voltadas para eficiência total são: RCM- Manutenção Centrada da Fiabilidade; TMP

– Manutenção Produtiva Total; CBM – Manutenção Assistida por Computador e

PBS- Rendimento Baseado nas Especificações. (DUARTE, 2014).

O processo de manutenção sofreu assim grandes mudanças e tornou-se mais

complexo, deixando de ser uma função de menor valor agregado e passando a ser

um fator determinante para competitividade e geração de valor no processo de

produção, em nossos dias está associada a redução do uso de energia,

sustentabilidade, conservação de insumos, possibilidade de reutilizar e renovar

equipamentos e processos voltado para eficiência, otimização, formação e

valorização constante dos recursos materiais e coeficiente humano.

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3. PARÂMETROS E CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DA MANUTENÇÃO

A partir do desenvolvimento da manutenção preditiva se consolidaram as

práticas de gestão de manutenção, evoluindo a capacidade operacional dos

equipamentos e diminuindo os entraves na produção com políticas de melhoria

constante e ampliação dos métodos de manutenção para áreas mais abrangentes

da organização.

Para Kardec & Nascif (2009) a gestão da manutenção evoluiu para a

engenharia da manutenção que significa utilizar técnicas modernas e implementar

benchmarks como as utilizadas nas empresas ao redor do mundo e como resultado

observamos maior confiança, menos ociosidade, preservação, manutenção,

eliminação de falhas e melhora na gestão de pessoas e no suporte técnico com

planos elaborados para antecipar falhas no sistema, zerando indicadores negativos

aumentando a competitividade.

A gestão da manutenção é responsável pela alimentação de dados e

informações para permitir aperfeiçoamento do sistema produtivo evoluindo para

engenharia da manutenção que gera consolidação do trabalho operacional como

função primordial nas organizações. Apresentaremos duas filosofias/ferramentas de

gestão da manutenção: o TPM (Total Productive Maintenance) ou Manutenção

Produtiva Total e o RCM (Reliability- Centered Maintenance) ou Manutenção

Centrada em Confiabilidade.

3.1 TPM - TOTAL PRODUCTIVE MAINTENANCE

A TPM (Total Productive Maintenance) é uma filosofia amplamente utilizada

no Japão, e surgiu no início dos anos 60. Para Willmott E Mccarth (2001) o TPM

(Total Productive Maintenance) trata-se de novas formas de pensar a manutenção

com o objetivo de garantir e manter o funcionamento dos equipamentos, ou seja,

eliminar perdas e falhas dentro do processo de produção, ampliando e garantindo os

ativos produtivos com qualidade e eficiência. TPM (Total Productive Maintenance) é

um método gestão que desenvolve capacitação constante de trabalhadores voltada

para melhoria e otimização continua dos processos aumentando a capacidade sem

despesas adicionais (RIBEIRO, 2007).

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Segundo Ribeiro (2007, p. 30), TPM ou Total Productive Maintenance,

significa em suas gênesis: “total, todos os atores são envolvidos para evitar

acidentes, reduzir defeitos, com produção continua e mínimo desperdício, garantindo

confiabilidade e alta produtividade da malha industrial”. Ao alcançar esses pilares da

TPM (Total Productive Maintenance) a manutenção atinge ganhos na produção e

amplia a participação de todos no processo de produção minimizando trabalho e

falhas e acidentes no sistema como um todo.

Os tempos de paradas para a manutenção são planejados com o processo

produtivo e em conjunto encontra-se o tempo ideal para se parar a produção e

proceder-se à manutenção dos equipamentos. Desta forma pretende-se transformar

ou reduzir ao mínimo possível os tempos de manutenção corretivos que geram

impactos significativos para a produção.

Para Moraes (2004) existem princípios importantes do TPM que devem

usados de maneira global: constatar a importância da manutenção como função

agregadora de valor e rendimento para a empresa;

a) Incorporação e aperfeiçoamento dos princípios e métodos das

manutenções existentes e utilizadas na empresa, restabelecendo a

excelência do maquinário utilizado;

b) Estimular e promover um ambiente voltado ao aprimoramento

constante dos operadores e desenvolvendo habilidades

comportamentais da livre iniciativa ou manutenção espontânea com a

promoção do pertencimento e capacitação dos colaboradores diretos

da manutenção, principais responsáveis pela implementação das

mudanças organizacionais.

Para que a TPM seja implantada, primeiramente é necessário garantir a

qualificação dos colaboradores nas áreas de afins, envolver todos para trabalharem

em equipe e incentivar o diálogo entre os mesmos. Os trabalhadores são os

melhores conhecedores dos equipamentos, podem descrever e transmitir todas as

anomalias, muito antes de acontecerem, mas para isso é necessário entender e

conhecer os equipamentos. Tem de se melhorar o sistema de manutenção

planejada existente e aumentar a eficácia global dos equipamentos.

Para Shirose (2000), a aplicação da filosofia TPM tende-se a evitar gastos

desnecessários, normais num ambiente constante de mudança económica, produzir

bens sem reduzir a qualidade dos mesmos, reduzir custos e produzir mais

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quantidade em menos tempo. Os produtos entregues aos clientes precisam chegar

até os mesmos sem apresentar defeitos.

O metodo TPM (Total Productive Maintenance) é amplamente utilizado no

Japão, onde utiliza-se a gestão just in time que se fundamenta em dirimir estoques e

custos desnecessários, para isso Moraes (2004) destaca oito indicadores que

revelam se a implantação desse sistema está otimizando a manutenção da

organização, entre estes temos:

a) Produtividade – avanço da produção efetividade das atividades

operacionais;

b) Qualidade – alta performance dos maquinários, eficácia da tecnologia

implementada com resultado de excelência nos produtos e serviços

prestados pela organização,

c) Custos – controlados da estrutura fabril, das atividades, concorrência e

dos investimentos empregados;

d) Serviços – otimização de tempos e movimentos, menor tempo de

resposta a solicitação do cliente;

e) Segurança – métodos seguros, diminuir riscos de acidentes e um

ambiente voltado para a qualidade com instalações e infraestrutura

apropriada a cada atividade desenvolvida pelos colaboradores;

f) Moral – aptidão técnica dos operadores com qualificação e

reconhecimento constante dos esforços e competências adquiridas no

processo de manutenção incentivando uma rede de colaboração.

Deste modo esses princípios que regem a filosofia TPM (Total Productive

Maintenance) podem proporcionar os parâmetros de analise para alcançar o objetivo

de erro zero. Além de eliminar perdas, gerar manutenção autônoma, planejada e

uma cultura organizacional voltada a educação e treinamento.

É um sistema que busca a melhoria contínua do processo, voltado a

identificar e eliminar desperdícios de modo que venha reduzir o estoque para

visualização das possíveis perdas.

De acordo com (Slack; Chambers; Jhonston, 2009) a produção enxuta ou

just-in-time pode ser tanto uma filosofia como um método que surgiu para o

planejamento e controle das operações. Também se entende por operações enxutas

eliminar todos os desperdícios, que venha executar uma operação que é mais

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rápida, mais confiável, produz produtos e serviços de maior qualidade e, acima de

tudo opera com custo baixo.

É uma abordagem que gerencia operações, se define em fazer as coisas

simples, e fazê-las cada vez melhor a partir da identificação e eliminação de

desperdícios, de maneira que ofereça resultados satisfatórios às organizações. Para

alinhar o processo de estruturação precisa ter uma ligação para tratar de relação

tanto com clientes e fornecedores, quanto internamente em relação às práticas de

gestão. A aplicação das práticas enxutas nas empresas pode gerar lucro

significativos; podem aprimorar, inclusive, o trabalho dos colaboradores que são os

responsáveis por garantir o sucesso desse sistema dentro da organização

(CORRÊA, 2006).

A produção enxuta também tem como proposito atender as necessidades do

cliente onde são realizadas várias atividades para chegar ao produto final,

produzindo somente o necessário, na quantidade necessária e no momento

necessário, com o objetivo de aumentar lucros e reduzir custos, para chegar a esses

objetivos, como já foi mencionado antes, precisa-se reduzir estoque para identificar

e eliminar os desperdícios, ou seja, atividades que não agregam valor no

processo(TUBINO, 2015).

Assim, segundo Corrêa e Corrêa (2006, p.598), a produção enxuta é:

Conjunto de técnicas de administração da produção, sendo considerado como uma completa filosofia que inclui aspectos de administração de materiais, gestão de qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos(CORRÊA ,2006, P.598).

O sistema enxuto é uma estratégia de negócio onde viabiliza a implantação

das ferramentas de qualidade, identificando suas perdas assim visando a eliminação

gradativa dos desperdícios, para melhoria contínua de processos, gerando a

satisfação do cliente, entregando o pedido exato com redução de custos,

aumentando a qualidade, confiabilidade, flexibilidade e com velocidade na entrega.

É alcançada através de elementos que necessita do compromisso de todos os

funcionários e trabalho em equipe (TUBINO,2015)

Segundo Maximiano (2005) “agregar valor significa realizar operações de

transformação de materiais e componentes estritamente relacionados com a

elaboração de um produto, diminuindo os desperdícios diminui os custos de

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produção sem comprometer o valor final do produto para o cliente, [...] desperdício é

o contrário de agregação de valor, uma ideia fundamental nos sistemas enxutos de

produção”.

A filosofia enxuta também visa a melhoria dos trabalhadores e administração

dos materiais nas organizações, por meio da eliminação dos desperdícios, incluindo

todos os funcionários em todos os processos, adequando-se ao aprimoramento

contínuo.

O sistema de produção enxuta utiliza menos recursos de entrada para

conseguir as mesmas saídas, de forma similar ao sistema de produção em massa,

mas oferecendo a vantagem da escolha para o cliente final, incorporando o conceito

de melhoria radical (também conhecido pelo termo japonês kaikaku ) para viabilizar

a implantação de seus princípios em curto prazo, Conwip (Constant work in

process), Takt time e mapeamento de fluxo de valor( MFV).(GUERRINI; BELHOT;

AZZOLINI JÚNIOR, 2014, p. 214)

Já o modelo de produção em massa tem um modelo muito rigoroso, a forma

de gerenciar é muito focada na exploração de economia de escala, onde os

colaboradores obedecem às regras de forma inquestionável, realizando tarefas

repetitivas diariamente.

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4. FILOSOFIA LEAN

Com o objetivo de diminuir os custos da produção a filosofia Lean

Manufacturing ou Manufatura Enxuta surgiu no Japão, após a segunda Guerra

Mundial.

De acordo com Pinto (2009) A filosofia ou conceito de Manufatura Enxuta se

expandiu pelo mundo depois da experiência desenvolvida Toyota Motors Company

que viu uma oportunidade para consolidar-se no mercado, através da livre

concorrência com alto padrão de qualidade e menores custos. Assim, na década de

50 foi desenvolvido um sistema Toyota Production System (TPS) que visava

eliminação sistêmica do desperdício voltado para surpreender o cliente com uma

experiência única.

Para Ohno (1997) eliminar gastos desnecessários e reduzir custos é a ideia

primaria para produzir o indispensável e na quantidade correta. A Produção Enxuta

tem como principal finalidade aumentar a produtividade, atingindo a maior qualidade

de seus produtos e serviços com intuito de reduzir os desperdícios dentro de suas

organizações e processos. As falhas no processo de manutenção podem ser vistas

como reflexo dos processos produtivos deficientes, mas com alterações presentes

apenas na atividade de manutenção que devem ser corrigidos, a seguir iremos

destacar desperdícios na área da manutenção relevantes.

4.1 5 SENSO

É uma ferramenta muito utilizada pelas organizações, visa estabelecer

ambientes de trabalho sempre limpos e organizados contribuir para eficiência e

eficácia dos processos produtivos proporcionando qualidade de vida e segurança no

trabalho, dessa maneira atingindo a redução dos desperdícios ocasiona uma

mudança no ambiente e também nas atitudes os colaboradores ficam mais

produtivos e satisfeitos compreende-se todas as áreas da empresa. O 5s é de

origem japonesa onde descreve 5 palavras com a letra s (OHNO, 1997).

a) Seire – senso da utilização: estabelece a eliminação do desnecessário,

separando o útil do inútil. Nesta fase o trabalho começa a ser colocado

em ordem para que só utilizar o que for realmente necessário

eliminando tudo que não traz valor para o processo. Buscar pela

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empresa elementos fora do lugar assim como materiais, informativos,

documentos entre outros.

b) Seiton – senso de organização: para começar é preciso colocar cada

item em seu devido lugar. O senso de organização a empresa organiza

tudo o que é necessário em determinados locais no processo

produtivo, utilizar a forma mais adequada de maneira que todos os

objetos sejam facilmente encontrados.

c) Seiso – senso de limpeza: objetivo é manter o local de trabalho

sempre limpo, dessa maneira diminui o tempo gasto com limpeza, ou

mesmo objetos estranhos que não são mais uteis na empresa,

conscientizar cada colaborador

d) Seiketsu - Senso de saúde e higiene: deve-se manter o ambiente

sempre arejado e agradável, utilizando padrões saudáveis mantendo-

se o local sempre em ordem e limpeza, o senso de saúde caracteriza-

se através das práticas saudáveis que se deve ser adotada para se ter

habilidade de padroniza-las garantindo a saúde.

e) Shitsuke – senso de disciplina ou autodisciplina: é definida através do

compromisso e responsabilidade para o cumprimento das etapas

anteriores. Portanto toda operação deve fazer o que é necessario fazer

sem haja a necessidade da fiscalização da gerência para que o

processo esteja em andamento, dessa maneira manifestando todo

interesse em manter os padrões.

Portanto para que essa ferramenta tenha resultados e seus princípios sejam

absorvidos é preciso que todos os colaboradores adotem as práticas no seu

cotidiano seguido de uma liderança, além de ser praticadas pela liderança é

necessário que motivem os colaboradores a exercer as práticas do 5s mostrando

visivelmente os resultados positivo através do uso da ferramenta e também como

essa metodologia pode trazer benefícios para melhorar ambiente de trabalho.

4.2 KAIZEN

Proveniente da língua japonesa, Kai significa modificar, enquanto zen quer

dizer bom, portanto, Kaizen pode ser definido como mudança para melhorar

(SIQUEIRA, 2009).

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Esta ferramenta aborda a melhoria contínua dentro dos processos, seja ele

individual ou não, que agrega valores com menos desperdício (ARAÚJO E RENTES,

2006).

A qualidade ou melhoramento dos processos vem através do Kaizen, que

trabalha com pequenas mudanças a cada dia. Muniz et al. (2012) afirmam que este

método serve para resolver problemas detectados após o Mapeamento de Fluxo de

Valor e é realizado por equipes constituídas por pessoas de diferentes funções na

empresa e em diferentes processos. “O Kaizen enfatiza o desenvolvimento de uma

cultura voltada para o processo e direcionada para aprimorar a forma com que a

empresa trabalha”. (ORTIZ, 32p, 2009).

Para que o Kaizen seja realizado, é necessário seguir algumas orientações:

escolher um processo específico, estudá-lo e documentá-lo, encontrar oportunidade

de melhorias dentro do mesmo, desenvolver um processo melhor, implanta-lo,

avaliar resultados, formalizar e por fim, repetir o processo continuamente.

(DAYCHOUM, 2007).

Para eliminar o desperdício de uma organização a torna mais produtiva,

garantindo melhores resultados financeira e reduzindo custos. É importante ressaltar

que é insuficiente para mudar a forma de pensar dos colaboradores e seus hábitos

laborais. Neste aspecto, a filosofia Kaizen se propõe a estimular, ensinando e

orientando, os funcionários para que sejam melhores em tudo o que diz respeito ao

seu trabalho (ORTIZ, 2009).

É necessário que incentive os colaboradores e vendam a ideia no intuito de

convencê-los de que é uma ferramenta de extrema importância de melhoria para

seus processos para que se obtenham resultados significativos e padronizados.

4.3 KANBAN

A palavra kanban vem do japonês que significa registro ou cartão visual. É um

termo utilizado para planejamento e controle do processo através de cartões ou

sinalização, esses cartões têm como finalidade de indicar o procedimento da tarefa,

por exemplo, se está em andamento, se está para ser executada ou finalizada, essa

ferramenta possibilita o controle detalhado de todo o processo. Esses cartões

estabelece o trabalho que seguem um fluxo continuo de estagio, na forma que estas

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tarefas vão sendo executados os cartões ou sinais vão trocando de estágios, assim

surgindo novas atividades um novo cartão é criado.

De acordo com Shingo (1996, p. 201) ‘‘ além de ser um método de controle,

projetado para maximizar o potencial do sistema produção, o sistema kanban

também é um sistema com suas próprias funções independentes’’.

É um sistema basicamente representado por um quadro onde se contém as

informações das atividades a ser executado, basicamente esse método funciona

como alerta para a produção, controlando o processo. Uma característica importante

do kanban é executar de acordo com sistema puxada. Através dessa ferramenta se

tem o controle de matérias por meio dos cartões utilizados para informações de

acordo com o procedimento a ser realizado no processo. Existem diferentes tipos de

kanban:

a) O kanban de transporte ou movimento: o kanban de transporte libera a

movimentação do material pela fábrica, levando ate o local de

processamento, esse cartão tem as seguintes informações como,

número e descrição da peça, tamanho do lote de movimentação e local

que foi retirado e destinado para onde ele deve ser enviado. (SLACK,

CHAMBERS e JOHNSTON, 2009).

b) O kanban de produção: o kanban de produção é sinal para o processo

começar a produzir os itens para serem destinados ao estoque, as

informações que precisam ser prescrita nesse cartão é, numero da

peça, descrição dela, materiais utilizados para a produção do elemento,

além da destinação para onde os componentes devem ser levados

depois do acabamento final. (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON,

2009).

c) O kanban de fornecedores: o kanban de fornecedores basicamente é

utilizado para fornecedores externos, são utilizados para informar ao

fornecedor que é preciso enviar o material para uma determina etapa

da produção. (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009).

4.4 POKA-YOKE

Um sistema que promove a melhoria no processo, desenvolvido em

dispositivos a prova de erros para que garantam a produção totalmente sem defeitos

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atingindo 100% dos produtos aceitáveis, impedido que ocorra erros nos processos.

Assim foi mencionado que ‘‘o poka-yoke possibilita a inspeção 100% a partir do

controle físico ou mecânico’’.(SHINGO, 1996, p. 55).um sistema que foi

desenvolvido para inspecionar por meio de ações simples entretanto para a

prevenção de risco de falhas humanas dessa maneira corrigindo os possíveis erros

nos processos antes que se transformem em defeitos e sejam percebido pelos

clientes, evitando o andamento irregular das tarefas. (SHINGO, 1996)

De acordo com Shingo(1996, p.56)‘‘o dispositivo poka-yoke em si não é um

sistema de inspeção, mas um método de detectar defeitos ou erros que pode ser

usado para satisfazer uma determinada função de inspeção’’. A poka-yoke tem

como dever de paralisar maquinas e processos quando se encontra anormalidade,

essas anormalidades são identificadas através de métodos que são capazes de

corrigir possíveis erros. (SHINGO, 1996)

Segundo Shingo existem duas maneiras na qual a ferramenta poka-yoke

pode ser usada para corrigir erros:

a) Método de controle – quando se tem ativação do poka-yoke, dessa

forma parando a linha de processamento, para que possa solucionar os

problemas. Este é dispositivo corretivo mais poderoso, no entanto o

processo é parado, para encontrar o elemento chave causadora de

defeito tenha seja sido corrigida (SHINGO,1996).

b) Método de advertência – Quando se ativa o paka-yoke, um alarme

emiti sons ou uma luz sinaliza para a linha de processamento com o

objetivo de alertar o colaborador. Esse método aceita o processo dá

continuidade no que está gerando defeito, na condição de os

trabalhadores não perceberem o alerta (SHINGO, 1996).

c) Os tipos do poka-yoke que tem função de detectar são:

d) . O método de contato: identifica os defeitos através da existência ou

não de contato entre o dispositivo e alguma característica ligada á

forma ou dimensão do produto (SHINGO, 1996).

e) O método de conjunto: determina se um dado número de atividades

prevista é realmente executado (SHENGO, 1996).

f) O método das etapas: determina se as etapas prescritas do processo,

estão sendo seguidas (SHENGO,1996).

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A ferramenta poka-yoke tem como objetivo, de facilitar o colaborador a

lembrar de executar a sequência lógica exigida pelo processo, utilizando dispositivos

mecânicos ou eletrônicos, bem como a conscientização. A utilização do poka-yoke é

realizada através de práticas para atingir a inspeção, com o propósito de eliminar os

erros involuntários durante a execução de tarefas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante a análise teórica dos aspectos levantados sobre a metodologia do

sistema lean apresentados ao longo deste trabalho, conseguiu-se demonstrar as

novas tendências relacionadas a manufatura enxuta, bem como os caminhos que as

organizações estão tomando, visando gerar uma estratégia ideal.

Os sistemas tradicionais utilizam ferramentas que, no curso das últimas

décadas, tem demonstrado sua eficácia. No entanto, somente os meios tradicionais

muitas vezes não são suficientes para se atingir a excelência em termos de gestão.

Conclui-se que este trabalho é de suma importância para pesquisadores e

estudantes do tema abordado por instigar a novos paradigmas e também por

contribuir para que as empresas possam cada vez mais investir em equipamentos

de alta qualidade e um rígido controle de qualidade.

Considera-se, portanto, que foram alcançados todos os objetivos traçados

para este trabalho e, apesar não existir um único caminho ou metodologia corretos e

ideais para o gerenciamento estratégico do setor de manutenção, há práticas,

conceitos e técnicas diversos que, se aplicados corretamente e coerentemente,

poderão garantir excelentes resultados para a organização.

Com certeza haverá melhorias a ser feitas no futuro para que seja feita uma

boa gestão.

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