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Vozeiro Nacional de BRIGA

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  • Colecom:XERFAS, Vozeiro Nacional

    n 13 - 2 jeiraverao 2014

    [email protected] e twitter

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    ndi

    ce EditorialNotcias brevesAtividadeAnlisejornada rebeliom juvenil

    24j manifesto unitrio

    Falamos as jovens

    Entrevista

    Falam @s velh@s

    XERFAS recomenda

    4

    7

    11

    15

    23

    27

    31

    35

    41

    44

    Nova Lei de Segurana Cidad

    X anos de Rebeliom Juvenil

    A mocidade mantendo viva a Galiza.Independncia!

    AGIR

    Denunciamos a dimensom sistmica do assdio sexual

    Iaki Gil de San Vicente

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    vaia estabelecer-se e construir o seu pro-jeto de vida. E, no entanto, dzias de jo-vens, pescadores, feministas, estafad@s e precarizad@s assim o exigrom.

    A mais, o facto de vivermos num dos er-mos de natalidade mais acentuados da Eu-ropa nom agoira grandes condions mate-riais para a luita juvenil. Com a gente nova marchando, com a que fica parada pola fora, e com um pas desmantelado indus-trialmente, a taxa de natalidade dificilmente pode manter-se alheia e recuperar-se do coma induzido. Nom obstante, poucas vezes antes houvo tantos e tantas es-tudantes nas ruas exigindo um ensino nacional pblico de qualidade, ou cele-brando com estrelas vermelhas o dia da sua Ptria no passado 24 de julho, como volve haver este.

    Nom parece que um pas do qual tenhem marchado dezenas de milhares de jovens desde o incio oficial da crise em 2008 haja moos e moas com foras para defender um futuro digno pondo contra as cordas o sistema patriarco-burgus com a prepoten-te polcia espanhola como fora de choque. Nom parece que seja o lugar mais pro-pcio. Mas na realidade -o. As mulheres que reclamamos a soberania sobre os nos-sos corpos, os pescadores e @s estudantes, @s trabalhadores/as da sanidade pblica, @s roubad@s polas preferentes e subor-dinadas,, algumhas famlias despejadas..., demonstrrom-no-lo este ano.

    Tampouco parece que Galiza, com umha taxa de desemprego juvenil superior a 45% (apesar desses ndices de emi-graom!!), seja o lugar onde a juventude

    editorial

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    dade e dependncia de ordens e notcias da metrpole.

    Segundo, que sem interligaom das luitas atualmente existentes estas ape-nas vam caminho de acumular multas e frustraom, sentimento mui perigoso e que historicamente tem fomentado o surgi-mento de movimentos extremistas dirigidos por iluminados de discurso de fcil consu-mo, ou por neoesquerdas de discurso ra-dical mas que nom orientam a sua forma de ser volta das contradions de classe, nem compreendem que a Palestina de Espanha se chama Galiza, e que necessitamos um Estado prprio e soberano como o necessi-tam dzias de povos oprimidos com quem, kilmetros mediante, a esquerda espanhola sim se solidariza em termos nacionais.

    Nem o naval de Vigo e Ferrol, nem o estu-dantado, nem as mulheres em luita ou @s jovens precarizad@s, nem @s pensionistas arruinad@s, nem o setor pesqueiro ou pou-co rural que fica,... Nom seremos capazes de derrotar um dos poderes estatais mais repressores e policializados de Europa sem unificar luitas colocando no epicentro as contradions de classe, as nacionais e as de gnero.

    At porque, entretanto, este poder cha-mado Espanha sim sabe entroncar perfeitamente a repressom nacional, a social e a de gnero para impedir que umha eventual libertaom seja mais do que s parcial. O sindicalismo galego, es-pecialmente os setores mais conscientizados e combativos, tenhem o dever de intervir na

    Som contradions mui agudas. certo que existe umha Galiza emigrante, ave-lhentada, paralisada e dependente, porm, coexiste com essa mesma Galiza, gozosa dumha juventude combativa, orgulhosa e valente, que est ca-bea do Estado na sua conflituosidade (maior nmero de greves por habitan-te, por exemplo), na sua irreverncia e na sua rebeldia contra a misria im-posta por Espanha e a UE. Contra o seu capitalismo de casino e bancarrota, e o seu machismo de obedincia e submissom.

    @s que adotamos o marxismo como mto-do de interpretaom da realidade e cremos no seu estudo metdico sabemos que temos um compromisso mui grande. Um compro-misso que nem tod@s, mesmo que se pro-clamarem da esquerda nacional e revolucio-nria, parecem ter compreendido ainda. E que ns queremos ajudar a clarejar:

    Primeiro, que Galiza nom precisa en-ganchar-se como vagom de cola pro-vinciana a qualquer comboio com rota a um Madrid republicano e defensor da autonomia das suas regions. Por-que nem temos direom a 600 km de casa, nem necessitamos tingir bandeiras para promover a luita, nem somos regiom necessitada de que nos concedam mais po-der. O que precisamos tom-lo sem pedir permissom. E em base a esta absoluta in-dependncia de aom que o povo trabal-hador, quer o galego quer o castelhano ou catalm, poderm ser mais fortes e orgul-hosos nas suas respetivas luitas contra as burguesias locais, acostumadas sua docili-

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    poltica orientando as luitas, e nom manter-se na cmplice discreom que levam vrios anos mantendo. Da que, desde a primavera deste ano, nom se tenham volto a repetir perodos de demonstraom popular de fora contra as classes dominantes.

    E terceiro, que sem um movimento po-ltico com capacidade sindical, juvenil, feminista e inquestionavelmente inde-pendentista, Galiza est coxa. Est coxa do mais autntico sujeito de aom coletiva que pode avanar sem os complexos e timo-ratismos atvicos que levam lustros vazian-do a capacidade de intervenom dum mo-vimento nacional-popular exemplar na sua gnese e progresso histricos. Um movi-mento nacional que foi quem alcanou pola esquerda quotas de representa-tividade, cumplicidade e apoio social enormes, que tambm conseguiu grandes vitrias em todos os terrenos, logrou direitos e conquistas, e soubo alimentar os melhores

    debates da esquerda mundial. Nom quere-mos cortar esse fio histrico.

    Galiza quem de continuar e recuperar para si as rdeas do seu destino, com umha ban-deira e umha classe empurradas por umha juventude firme, com ideias claras, vontade e exemplo, sem excentricidades nem prepo-tncias. Somos povo e do povo. E sabemos o que necessitamos e queremos. E nunca a esquerda espanhola tem estado aqui para alimentar esse processo nuclear de uniom das luitas inequivocamente galegas, a um ritmo e com umha natu-reza incompreensvel se submetida ao centralismo espanhol.

    Mais Ptria mais socialismo, mais feminismo.

    QUE NOM TE DEIXEM PARAD@! RE-VOLTA-TE!

  • brevesem poucas palavras

    - Solidariedade com @s ativistas da lngua -

    - Militante de BRIGA participa nas JIG de Primeira Linha -

    - BRIGA vtima da intoxicaom por parte da polcia espanhola -

    - Alarmismo burgus ante a crise demogrfica -

    - Repressom e criminalizaom: receita espanhola contra a rebeldia juvenil -

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    Solidariedade com @s ativis-tas da lngua

    Em fevereiro de 2009 centenas de gale-gas e galegos sarom s ruas composte-lanas para contestar a manifestaom fas-cista convocada pola galegfoba Galicia Bilinge contra a nossa lngua. Naquela jornada de luita, em que Compostela es-tava completamente tomada polas foras policiais, houvo brutais agressons policiais, detenons, identificaons... e ainda agora est em marcha o castigo para o ativismo em defesa da lngua que com dignidade respondeu quela provocaom.

    Trs anos depois, e aps dous adiamen-tos, 12 processad@s chegrom neste ms de maio a umha nova vista com petions de penas de prisom que somam 46 anos e umha multa de 34.000 euros.

    Esta nom mais do que umha tentativa de criminalizar o movimento em defesa da nossa lngua, polo que estamos obrigadas a expressar a nossa solidariedade ativa contra este ataque e solicitar a completa absolviom para @s processad@s.

    Defender a lngua nom delito!

    Militante de BRIGA participa nas JIG de Primeira Linha

    A nossa companheira Luzia Leirs partici-pou como convidada nas XVIII Jornadas Independentistas Galegas organizadas por Primeira Linha e decorridas neste ms de maio em Compostela.

    A intervenom da jovem trabalhadora vi-rou volta do ttulo A juventude do pro-jeto leninista. Ao longo de algo mais de 60 minutos, Luzia colocou sobre a mesa algumhas das ideias centrais da inter-venom poltica da juventude rebelde ga-lega, projetadas ao p de rigorosos dados estatsticos, e indicadoras da natureza patritica, feminista e socialista do nosso projeto poltico.

    Agradecemos a Primeira Linha o convite e parabenizamo-nos polo sucesso desta de-cimoitava ediom das Jornadas Indepen-dentistas, em que a figura do revolucion-rio russo Lenine foi reivindicada envolta do seu mais atual e criativo legado.

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    BRIGA vtima da intoxicaom por parte da polcia espanhola

    O diretor geral da polcia espanhola citou a nossa organizaom como participante nos distrbios acontecidos entre manifestantes e unidades de choque do seu corpo em 22 de maro em Madrid, numha comparecncia em que se coulocou o passado 22M como ponto de inflexom dumha suposta violncia que deve ser atalhada, reagindo assim ante a crescente deslegitimaom social da intervenom policial.

    A menom a BRIGA entre umha srie de orga-nizaons independentistas de diversos territ-rios do Estado espanhol certifica a colocaom num ficheiro de observad@s a tod@s aque-les/as que se organizarem sob parmetros polticos cujo direito intervenom pblica claramente vulnerada pola infiltraom e a per-seguiom dum estado que s se pode qualificar de policial e repressor.

    Criminalizam-nos, pois, a pesar de nem ter participado na marcha do 22M em Madrid, mas sabemos que os factos reais som o de menos em casos de intoxicaom como estes. Porm, estamos obrigadas a denunciar e tentar pr freio mentira e violncia do poder. Eles ten-hem as suas armas. Ns temos que fazer valer as nossas.

    Alarmismo burgus ante a cri-se demogrfica

    A imprensa burguesa e diferentes repre-sentantes do poder institucional, como a conselheira de Trabalho e Bem-Estar, fam-se eco dalguns dos dados que mos-tram o avelhentamento nacional, mas sem ir alm da especulaom ou, como muito, o estudo superficial das causas (por outra parte bastante bvias) da fen-da generacional.

    BRIGA leva toda a sua histria a assi-nalar a emigraom e a constante perda de populaom juvenil, por trs da qual encontramos dramticos ndices de precariedade, desemprego, desindus-trializaom e deslocalizaom produtiva, carncia de soberania poltica, educaom pblica desmantelada, salrios e pen-sons de misria, etc.

    A diferena dos representantes da bur-guesia, que apenas realizam marketing poltico com estas questons, ns sim queremos oferecer soluons: ns sabe-mos qual a raiz do problema, e assim o demonstramos na luita pola consecuom dum h Galiza livre, socialista e nom-pa-triarcal: essa a verdadeira alternativa!

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    Repressom e criminalizaom: receita espanhola contra a rebeldia juvenil

    Neste passado ms de abril vimos como seis jovens era detid@s sem conhe-cermos quais eram as causas. S foi atravs da imprensa sistmica que che-gamos a saber que as nossas companheiras/os foram alvo dumha operaom repressiva, orquestrada desde Madrid, contra a sua suposta participaom nos dignos protestos que protagonizrom os e as trabalhadoras do mar em Compostela na defesa do setor do cerco.

    Atentado contra a autoridade, desordens pblicas, lesons e danos, som os delitos que se lhe imputam s/aos 6 jovens militantes de AGIR, Xeira e o CEL. Militncia poltica que nos fai pensar em que esta operaom policial nom casualidade, bem ao contrrio, responde via autoritarista e repressiva que o governo espanhol refora exponencialmente e que o aparelho meditico fomenta. A imprensa burguesa insistia em que as detidas nom pertencia ao setor do cerco, criando a falsa ideia de que estas/es jovens se correspondem com grupsculos radicais que assistem a qualquer mobilizaom apenas para gerar violncia.

    A realidade bem diferente. @s seis joven detid@s som conscientes de que as luitas do cerco, do naval, da sanidade, contra os despejos, polas prefe-rentes ao igual que as que defendem a escola galega e pblica, o direito ao aborto... som luitas do povo trabalhador galego e como moas/os que se sabem pertencentes a umha classe e umha naom explorada, assumem a responsabilidade, o direito e o dever de apoiar e contribuir ao seu sucesso.

  • atividadebriga na rua

    - BRIGA reivindica internacionalismo proletrio denunciando o desemprego e a emigraom juvenil -

    - Somos Escola da Revoluom Galega -

    - Publicamos o Manual d@ Jovem Militante -

    - BRIGA participa nos blocos laranjas neste 17M -

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    BRIGA reivindica internacionalismo proletrio denunciando o desemprego e a emigraom juvenil

    A juventude trabalhadora galega chegamos a este 1 de maio, Dia do Internacionalismo Proletrio, numha situaom significativamente pior do ano anterior e com umhas perspec-tivas de futuro cada vez menos otimistas. E nom, nom gostamos de praticar o vitimismo nem o catastrofismo, mas sim a leitura e anlise objetiva da realidade que nos tocou viver. a que contamos com nom poucos indicadores que diagnosticam um presente de misria e um futuro que nos conduz aceleradamente desapariom: crescimento exacerbado da emigraom juvenil, taxas de desemprego que superam 50% e umha mnima ocupaom laboral que est protagonizada pola mais absoluta precariedade.

    E por isso que neste 1 de maio, BRIGA quijo reafirmar a necessidade nom s de reivin-dicar mas tambm de exercer o internacionalismo proletrio, convencid@s como estamos de que a luita em chave socialista, independentista e anti-patriarcal a que desde a Galiza, melhor pode contribuir a rematar com esta ditadura do Capital a escala mundial.

    Nom mais desemprego e emigraom juvenis. Contra a ditadura do Capital, REVOLTA-TE!

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    Somos Escola da Revoluom Galega

    A militncia juvenil de BRIGA mais a estudantil de AGIR juntamo-nos por undcimo ano con-secutivo, desta volta na parquia viguesa de Candem, para participarmos de mais umha ediom da Escola de Formaom da juventude da esquerda independentista.

    A temtica das palestras deste ano girava por volta da nossa proposta poltica ttica e es-tratgica em base nossa identidade ideolgica marxista revolucionria, independentista, feminista e juvenil.

    Porm, tambm houvo um merecido lugar para o lazer, com a organizaom dumha ceia no C.S. Lume! e posterior concerto do Kave GZ; o convvio; o conhecimento da contorna natural do territrio, graas ao roteiro polas Mmoas e a Madroa; e outras atividades como um semi-nrio de introduom ao grappling, ministrado pola equipa do Alakrn Vermelho do Porrinho.

    Mais um ano esta jornada converteu-se na atividade referencial para todas @s participantes, pola valorosa marca que deixa sobre a nossa formaom e cultura militante de trabalho em equipa.

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    BRIGA participa nos blocos laranjas neste 17M

    Mais um ano, BRIGA participou no chama-do bloco laranja, umha iniciativa que tinge desta cor as concentraons e marchas em defesa da lngua com o fim de aglutinar e divulgar a mensagem reintegracionista.

    Cada vez somos mais quem defendemos que a recuperaom e normalizaom do idio-ma deve ir acompanhada, urgentemente, dum processo de reintegraom no espao da lusofonia, nom s como rea de imen-so potencial de desenvolvimento cultural, senom tambm como estratgia pola que apostar para romper o processo de hibri-daom com o espanhol que est a sofrer a nossa lngua.

    A defesa do nosso idioma umha luita cons-tante que impregna o nosso agir dirio, per-ceptvel alm das datas referenciais. por isso que em BRIGA apostamos por umha defesa do galego fundamentada no trabalho de base e na promoom e prestgio dumha lngua internacional. Cada dia preciso rei-vindicarmos UMHA GALIZA S EM GALEGO!

    Publicamos o Manual d@ Jovem Militante

    A editora Xerfas edions, dependente da nossa organizaom, tirou recentemente do prelo um caderno de intervenom em agi-taom e propaganda denominado Manual d@ Jovem Militante.

    Este Manual pretende socializar entre a mi-litncia, e nem s, o labor de intervenom aprendido ao longo de 10 anos de presena da nossa organizaom nas ruas, fomentan-do a praxe coerente e um perfil rebelde en-tre a juventude galega mais consciente.

    Consta de 78 pginas que tambm se dedi-cam ao estudo prtico e terico da experin-cia militante marxista, feminista e patriti-ca, oferecendo umha anlise baseada no conhecimento da poltica quotidiana desde o inconformismo, a tica revolucionria e a vontade de comunicar e difundir o trabalho realizado. Recorre-se para isso a conceitos prprios da propaganda formal nos seus di-ferentes formatos.

    Aguardamos que a sua vigncia, mais atual do que nunca em poca de respostas po-pulares, sirva durante muitos anos e seja complementada com novos mtodos de lui-ta surgidos ao calor das mudanas impostas polo dia-a-dia.

  • Nova Lei de Segurana Cidad: Reforando a repressom contra as luitas populares

    anlise

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    A magnitude da crise capitalista no Estado espanhol est determinan-do umha progressiva agudizaom das contradions inerentes a dito modo de produom, que se materializam, entre outras, num elevado nvel de descon-tentamento popular e de descrdito nas instituions e autoridades que alimen-tam e perpetuam o sistema vigente.

    Assim que hoje em dia podemos ob-servar um nvel de mobilizaom social que, se bem nem na Galiza nem no resto do Estado veu acompanhado to-

    davia da imprescindvel radicalizaom dos protestos e do alargamento susti-do destes, sim um fivel indicador do elevado grau de crispaom popular e da todavia latente mas potencial capacida-de para protagonizar processos insurre-cionais que ponham em xeque o regime atualmente imposto.

    Razons para responder nom faltam num Estado que para alm de ser garante da opressom de naons como a Galiza e da imposiom do sistema capitalista e patriarcal nos territrios sob a sua do-

    Nova Lei de Segurana Cidad:Reforando a repressom contra as luitas populares

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    minaom, fica sumido num longo e es-candaloso historial de corruom prota-gonizado pola monarquia e os partidos polticos que jogam na lgica sistmica. Porm, tambm estes ltimos sabem procurar mecanismos de resposta para impedir que os seus interesses de clas-se se vejam ameaados pola reaom popular ante os seus contnuos ataques.

    Quando a agudizaom das contradions tem alcanado uns nveis tam extremos que mesmo os potentes mecanismos de dominaom ideolgica burguesa nom som suficientes para impedir um primeiro nvel de conscincia de sermos um sujeito oprimido que precisa luitar para defender-se, a repressom a fr-mula escolhida pola minoria dominante para perpetuar a sua hegemonia. E se-guindo esta lgica que o filo-fascista governo espanhol do PP aprovava o passado ms de novembro de 2013, o anteprojeto de reforma da Lei de Segu-rana Cidad, sendo aprovado o projeto definitivo o passado 11 de julho com algumhas modificaons a respeito da versom inicial.

    S com umha primeira vista de olhos ao texto do ante-projeto de Lei, podamos afirmar sem qualquer tipo de dvida, que a sua motivaom facilitar a inter-venom e impunidade do aparelho poli-cial espanhol contra as luitas populares, perpetuando a artificial e imposta nor-malidade democrtica. A proximidade das propostas que figuram no texto com

    a lgica repressora de regimes fascis-tas, levantou enorme polmica e from muitas as anlises crticas que mesmo a prensa burguesa recolheu nos seus jornais e teledirios. Isto tem forado ao governo espanhol a suavizar as medidas contidas no ante-projeto que mesmo organismos responsveis do aparelho de dominaom estatal como o Consejo General del Poder Judicial, considerrom anti-constitucionais. Mas nom por isso esta nova lei abandonou o seu carter e funom essencialmente autoritrio e repressor.

    Ns, como jovens revolucionrias que assumimos o enorme desafio de de-fender nas ruas da Galiza a libertaom das mulheres, da nossa classe e da nossa ptria, temos o dever de con-hecer a dimensom desta nova tentati-va de reforar a repressom contra os protestos populares e oferecer a nossa especfica anlise desde a imprescind-vel perspectiva de jovens, galeg@s e trabalhador@s.

    Alargamento e aperfeioamento do aparelho repressivo

    Umha das primeiras consequncias que ter a nova Lei, ser a desapariom das antigas faltas e a sua substituiom por delitos, j contemplada na reforma do Cdigo Penal. Alis, criam-se novas condutas sancionveis pola via admi-nistrativa no canto de polo penal com o fim de acelerar os trmites que levem

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    imposiom das sanons, o qual somado ao alargamento do perodo de caduci-dade do processo sancionador de 6 me-ses para um ano, facilita a labor repres-sora do sistema judicial espanhol.

    Por outra banda, nom devemos desden-har o alargamento do monoplio da vio-lncia exercido polo Estado ao incorpo-rar oficialmente ao pessoal e empresas de segurana privada como colaborado-ras dos corpos policiais. Vemos assim que o governo espanhol aplica a lgica privatizadora at no aparelho repressi-vo estatal, nica esfera que at o mo-mento mais se preocupou em reforar no canto de desmantelar como aconte-ce com a sanidade ou a educaom p-blica.

    Mas estas modificaons nom suponhem o prato forte dumha Lei que j comea-va afirmando que nos dous ltimos anos se tem exercido amplamente o direito a manifestar-se e que cumpre regul-lo com o fim de evitar condu-tas vandlicas. Toda umha declaraom de intenons que deixava bem clara a essncia da reforma: sufocar os pro-testos populares pola via da legalidade imposta.

    Novas infraons para quem nom fi-car calad@

    Recolhemos aqui algumhas das provas que evidenciam o forte carter repres-sor desta nova Lei de inspiraom fascis-

    ta que pretende punir comportamentos classificados como infraom leve (de 100 a 1.000 de multa), infraom grave (de 1.001 a 30.000) ou in-fraom muito grave (de 30.001 a 600.000 de sanom).

    Nom devemos deixar de considerar a confusom que gerou o prprio governo espanhol, ao apresentar um rascunho que poucos dias depois foi modificado e algumhas das infraons rebaixadas dada a enorme polmica que susci-trom os chamados pontos quentes da reforma. Insultos a polcias, ma-nifestaons diante de prdios como o Congresso de Deputados espanhol, fotografar cargas policias... eram al-gumhas das infraons classificadas como mui graves e que posteriormente from rebaixadas a graves ou leves.

    Finalmente, no projeto definitivo apro-vado o passado 11 de julho, recolhem-se um total de 47 infraons a diferena das 58 que figuravam no rascunho ini-cial, e as mui graves e graves aparecem classificadas em grau mximo, mdio e mnimo. Alis, percebemos que compa-rativamente, as novas infraons tipifica-das, estm formuladas com um carter muito menos concreto e mais global, de tal forma que algumhas das que figura-vam no ante-projeto desaparecem mas podem ficar igualmente recolhidas sob umha etiqueta mais generalista.

    Eis algumhas das que mais nos afetam:

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    COMPORTAMENTOS INFRAOMReunions/manifestaons nom comunicadas ou proibidas em recintos institucionais MUITO GRAVE

    Utilizacin de artigos pirotcnicos sem autorizacin MUITO GRAVERealizaom de espectculos ou festividades proibidas MUITO GRAVEAlteraons em manifestaons no Congreso dos Deputados e outros prdios institucionais GRAVE

    Cortar o trnsito ou provocar incendios na va pblica GRAVENom entregar a identificaom quando agentes policiais o requerem GRAVE

    Resistncia ou desobedincia a agentes da autoridade GRAVEReuniom ou manifestaom nom comunicada em prdios pblicos ou institucionais GRAVE

    Negativa a dissolver umha manifestaom aps orden-lo as foras repressivas GRAVE

    Perturbar o desenvolvimento dumha manifestaom quan-do nom constitui delito GRAVE

    Uso pblico de uniformes, insignias e condecoraons ofi-ciais ou rplicas dos mesmos GRAVE

    Uso e distribuiom de imagens de atuaons policiais que atentem segurana dos agentes GRAVE

    Nom colaborar com as Foras e Corpos de Segurana do Estado na averiguaom de delitos GRAVE

    Consumo de bebidas alcolicas na via pblica GRAVEDescolgar umha faixa num prdio institucional GRAVECortar o trnsito durante umha manifestaom GRAVEObstaculizar a via pblica com pneus ou outros objetos GRAVEInsultar, vexar ou ameaar membros das Foras e Corpos de Segurana do Estado LEVE

    Projeom de dispositivos luminosos sobre ou perto da polcia LEVE

    Ocupaom dum espao pblico sem permissom LEVEPraticar jogos ou desportos em espaos nom habilitados LEVEDeslozimento de bens imveis LEVE

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    Mais autoridade e impunidade po-licial:

    Para alm deste grande abano de com-portamentos considerados infraons segundo a mal chamada Lei de Segu-rana Cidad, cumpre lembrarmos a enorme quantidade de situaons em que o ante-projeto inicial pretendia reconhecer a capacidade das foras de ocupaom para atuar, sendo assim que teriam capacidade para dissol-ver violentamente manifestaons sem contar com outro critrio que nom fosse o prprio, para realizar registos corporais ou cacheos sempre que o considerassem ou para fazer registos de domiclio sem contar com manda-mento judicial. Isto sim foi reformula-do e mudado quando menos estilisti-camente, de tal modo que o projeto

    aprovado recentemente propm que a polcia dissolver as manifestaons quando nom existam medidas me-nos intensas e igualmente eficazes. Porm, quem sofremos a dirio a vio-lncia do Estado, sabemos que essas medidas menos intensas nom exis-tem para quem sabe do poder dos gol-pes para afogar as vozes de rebeldia. Tampouco se poderm fazer registos de domiclio sem contar com a corres-pondente ordem judicial, mas tambm sabemos da constante vulneraom da legislaom por parte dos seus prprios autores.

    Um outro cmbio que importante que conheamos, supm-no a anu-laom de qualquer responsabilidade das pessoas organizadoras ou pro-motoras dumha mobilizaom polas in-

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    fraons que cometam participantes na mesma.

    Porm, mlia os recentes cmbios que o PP incorporou para nom criar mais crispaom popular, a polcia sim teria capacidade para retirar veculos em mobilizaons protagonizadas por es-tes (como o caso das populares tra-toradas galegas), para realizar contro-les na via pblica, para fazer registos corporais ou cacheos nom indiscrimi-nados, para identificar arbitrariamen-te a qualquer pessoa, especialmente se esta estiver encarapuada ou com o rosto parcialmente oculto, poderm restringir o trnsito e acesso a zonas donde se prevem distrbios, empre-gar cmaras de vdeo-vigilncia tanto de estabelecimentos pblicos como privados para controlar e espiar... em definitiva, disporm de absoluta im-punidade para exercer o seu controlo e autoridade sobre a maioria social, e como podemos ver, especialmente so-bre os movimentos populares.

    Medidas repressivas excepcionais dirigem-se contra a juventude re-belde

    Talvez umha das medidas que mais nos chame atenom desta Lei a que fai referncia aos sujeitos respon-sveis das infraons, concretamente nos delitos atribudos a jovens meno-res de idade. assim que em casos nos que as pessoas acusadas ten-

    han menos de 18 anos, a nai, pai ou guardador/a, deve assumir a chamada responsabilidade solidria respon-dendo polos danos atribudos menor.

    Esta medida, inspirada na poltica re-pressiva dirigida contra a combativi-dade juvenil em Euskal Herria, supm mais umha tentativa de reforar o po-der adulto exercido sobre a juventude para sufocar a natural rebeldia que nos carateriza. Assim, obrigando s nais ou pais de jovens acusados de co-meter umha infraom a pagar eleva-das sanons econmicas para a maio-ria delas/es inassumveis, o governo espanhol est conseguindo alargar ao mbito familiar a repressom que ope-ra sobre a juventude.

    Se a combatividade juvenil supun-ha um problema para o Estado, fam agora que tambm o suponha para as mais e pais d@s jovens, que dada a sua incapacidade para pagar desorbi-tadas multas, operarm como sujeito repressor que vele desde o leito ma-terno polo comportamento submisso e passivo dos filhos e filhas.

    A repressom nom nos deixar parad@s

    Como vimos ao longo deste artigo, a Lei de Segurana Cidad apenas est concebida para garantir a segurana da classe dominante, a inalteraom dos seus privilgios e a perpetuaom

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    do domnio que exercem sobre a clas-se trabalhadora. O governo espanhol, fiel representante dos interesses da burguesia legisla em consequncia e responde tendo claro quem o seu inimigo de classe.

    Assim de claro o devemos ter ns hora de organizar a nossa resposta, reconhecendo-nos como sujeito opri-mido, identificando o nosso inimigo, desobedecendo as suas imposions e declarando-nos insubmissas sua au-toridade e violncia.

    Em BRIGA sabemos que a repressom sempre foi umha companheira de via-gem para quem pretendemos agir com umha coerente aom terico-prtica, mas rechaando qualquer discurso ou postura vitimista, entendemos que o nosso dever continuar erguendo a bandeira da combatividade juvenil e contribuindo a que o medo que muitas vezes nos querem impor, mude defini-tivamente de bando.

    QUE A REPRESSOM NOM TE PARE. REVOLTA-TE!

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    BRIGA, a organizaom juvenil da es-querda independentista, acolhe este 24 de julho, vspera do Dia da Ptria, com especial entusiasmo e orgulho, por alcanarmos j a dcima ediom da Jornada de Rebeliom Juvenil, o even-to anual central da nossa organizaom desde a sua constituiom h quase j 10 anos.

    Durante as sucessivas edions desta Jornada, BRIGA tem trabalhado arreio para contribuir a consolidar o 24 de jul-ho como a data de e para a juventude rebelde do nosso pas, umha data em que, margem de iniciativas patriticas

    adultas, as e os mais jovens tivssemos o nosso prprio espao de rebeldia, de reivindicaom, e tambm de troula e di-versom.

    E hoje, no dcimo ano consecutivo em que organizamos este evento, parabe-nizamo-nos nom s por ver que o 24 de julho avana na sua consagraom como data referencial da juventude que rechaa Espanha, o Patriarcado e o Capital, mas tambm porque desde o passado ano, as organizaons juvenis da esquerda independentista e naciona-lista galega conseguimos que toda essa juventude marchasse numha nica ma-

    Manifesto pola Dcima jornada de rebeliom juvenil

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    nifestaom nacional e por trs dumha faixa com umha unnime mensagem.

    Umha mensagem que este ano nom pode ser mais clara. Umha mensagem em positivo para a juventude galega, e de advertncia para o nosso inimigo: as e os jovens mantemos viva a Galiza luitando desde parmetros indiscuti-velmente feministas e anti-capitalistas pola independncia do nosso pas.

    Em BRIGA temos claro que se a Galiza segue sendo Galiza pola vontade que pomos os projetos de emancipaom na-cional, e que de desaparecermos as e os jovens que acreditamos numha Ga-liza independente, socialista e nom pa-triarcal, o futuro da nossa naom, das mulheres e da nossa classe nom ser outro que o dumha provncia mais de Espanha, onde o sistema patriarco-burgus aprofundaria sem qualquer oposiom popular na nossa exploraom, alienaom e submetimento.

    Nom h mais que olhar a evoluom dos ataques do nosso inimigo nos ltimos anos. Imposiom artificialmente nor-malizada dumha lngua alheia ao nosso povo, destruiom sistemtica do nosso territrio e recursos naturais, desman-telamento planificado dos nossos seto-res produtivos, empobrecimento e con-seqente desapariom progressiva da populaom do meio rural, assimilaom cultural, ocultamento e manipulaom da nossa histria prpria pola historiografia espanhola e um longo et cetera.

    Estes nom som ataques casuais, per-seguem a nossa desapariom como realidade nacional diferenciada, como naom com recursos e riqueza prpria e com indiscutvel capacidade para exer-cermos o nosso direito de auto-determi-naom, a nossa independncia nacional.

    Espanha um projeto imperialista ao servio desta ditadura do Patriarcado e o Capital. um projeto nacional criado e mantido para servir aos interesses da burguesia patriarcal, para perpetuar um marco de acumulaom de Capital o mais amplo e seguro possvel que garanta a fcil exploraom da maioria social. Es-panha inimiga da Galiza, das mulhe-res e da classe trabalhadora, e como tal, nom podemos menos que trabalhar por destru-la. Como tal, nom podemos menos que rechaar qualquer alternati-va oposta monarquia espanhola, que nom seja umha REPBLICA GALEGA, SOCIALISTA E NOM PATRIARCAL.

    Ns, como jovens trabalhadoras gale-gas, sabemos bem do que estamos a falar. A emigraom, o desemprego cr-nico, a exploraom feroz em trabalhos eventuais, a instabilidade e dependn-cia econmica da famlia, fam parte da nossa realidade quotidiana e do nosso entorno mais prximo.

    Como mulheres jovens galegas, tam-bm sabemos mui bem do que estamos a falar. Quando o nosso salrio meio inferior ao dos homens; quando supor-tamos a palmadinha do chefe no nosso

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    traseiro; quando se espera que ao che-gar de trabalhar devamos ser ns quem fagamos a ceia ao companheiro, mari-do, ou familiares; quando o governo es-panhol cede a soberania sobre o nosso corpo a setores ultra-catlicos; quando sofremos assdio sexual polas ruas; ou quando nos imponhem encorsetados modelos de sexualidade.

    Nom falamos portanto dumha realidade opressiva longe no tempo e no espao mas dumha realidade de submetimento e exploraom cada vez mais aguda na Galiza de hoje e que exige umha urgen-te resposta, umha resposta que depen-de e precisa de ns, jovens rebeldes; que precisa e passa necessariamente pola contundente e alargada rebeliom juvenil.

    por isto que em BRIGA, a escassos meses de cumprir o nosso dcimo ano de vida e de luita juvenil ininterrompi-da, estamos convencidas da vigncia do nosso projeto poltico, da indiscutvel necessidade dumha organizaom que traslade a intervenom independentista, socialista e feminista, juventude gale-ga de extraom popular.

    Umha organizaom que depois de quase dez anos continua trabalhando por so-mar mais jovens a exercer o nosso leg-timo direito rebeliom contra Espanha, o Patriarcado e o Capital.

    VIVA A JORNADA DE REBELIOM JUVENIL!

    VIVA A GALIZA INDEPENDENTE, SOCIA-

    LISTA E FEMINISTA!

  • A mocidade mantendo viva a Galiza

    Independncia

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    No 24 de julho de 2013, as moas e moos da esquerda nacionalista e inde-pendentista galega saamos s ruas na vspera do Dia da Ptria para manifes-tar umha clara e unnime vontade: a de sermos artfices do nosso prprio futu-ro, luitar e conquistar a independncia para o nosso pas.

    E a pesar do silenciamento da prensa sistmica, nom fomos dzias mas cen-tos @s jovens que participamos dumha nutrida manifestaom de rebeldia e or-gulho juvenil, umha manifestaom de entusiasmo e alegria daquelas e aqueles que ansiamos umha Galiza soberana e com futuro.

    Hoje, s um ano depois daquela me-morvel data para o movimento juvenil

    galego, podemos afirmar sem qualquer medo a equivocar-nos que ainda con-tamos mais razons para sair s ruas e reivindicar mais alto e com mais vozes, que Espanha, o Patriarcado e o Capital som os piores inimigos da juventude ga-lega.

    E que desde 24 de julho de 2013 so-mos 27.000 jovens menos na Galiza; 27.000 jovens que fugrom ao verem negado o acesso a um trabalho digno na sua terra. Em menos de 5 anos, per-demos 120.000 galeg@s de entre 15 e 30 anos, acelerando-se tragicamente a grave crise demogrfica que sofre o nosso pas.

    O desemprego juvenil aumentou 35%, e os nossos salrios e condions labo-

    manifesto juvenil unitrio24 julho

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    rais empiorrom ao ritmo em que a UE, por meio da Troika, continuou impondo a aplicaom de medidas destinadas a fomentar mobilidade e flexibilidade, isto , emigraom e precariedade laboral para a juventude trabalhadora.

    Nom encontramos como independizar-nos economicamente e abandonar a adolescncia alargada da qual nos cul-pam, mas em cuja falta de autonomia juvenil querem que vivamos. Apenas 1 em cada 5 menores de 30 anos vivem emancipad@s, e baixando

    No ltimo ano, aprovou-se umha lei que anula o direito das mulheres a decidir-mos sobre os nossos corpos, que clan-destiniza o aborto e impom legalmente a maternidade.

    8 mulheres from assassinadas polo te-rrorismo machista.

    A nossa lngua perdeu 25.000 falantes.

    Aprovou-se a elitista, espanholista e machista LOMQE, um dos mais duros ataques contra o ensino galego e p-blico dos ltimos anos que afunda na perseguiom da nossa lngua nas aulas.

    Conhecemos tambm a sentena que deixava impunes aos responsveis da maior catstrofe ambiental que sofreu a Galiza, deixando claro o mais abso-luto desprezo do capitalismo espanhol por umha naom na que apenas vem

    recursos materiais e humanos que ex-plorar a baixo custo para o seu benef-cio. Desprezo polo nosso povo que ficou claramente constatado quando a defici-tria segurana e estado das infraestru-turas de comunicaom se saldou com a morte de dzias de pessoas em Angris numha clara negligncia ferroviria pola qual os responsveis polticos ainda nom respondrom.

    E assistimos a um progressivo aumen-to da repressom contra os movimentos sociais e a militncia independentista, que continua a sofrer a contnua perse-guiom e intoxicaom do aparelho re-pressivo espanhol, assim como a apli-caom de medidas de exceom e formas de tortura ilegal como a dispersom pe-nitenciria contra @s pres@s poltic@s galeg@s.

    Em sntese, em apenas um ano, vimos diante dos nossos olhos como as agres-sons do Capital, Espanha e o Patriarca-do se multiplicrom, e se dirigrom cer-teiramente contra @s jovens, contra as mulheres e contra o nosso povo.

    Forando-nos a emigrar, condenando-nos ao desemprego ou a precariedade laboral, proibindo-nos decidir sobre os nossos corpos, impedindo-nos o acesso a um ensino galego, pblico e de qua-lidade, degradando e minorizando a nossa lngua, fazendo do nosso pas um imenso territrio onde enriquecer em-presas elicas, hidrulicas, da minaria

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    ou petroleiras que nom serm punidas pola brutal destruiom ecolgica da que som responsveis, e como nom, perse-guindo e castigando exemplarmente a quem ousamos erguer a voz.

    Por todo isto, ns jovens galegas e ga-legos de 2014, afrontamos este 24 de julho, vspera do Dia da Ptria, carre-gadas de argumentos para sair rua a manifestar que nom estamos dispostas a que continuem a destruir o nosso fu-turo, a nossa naom, as nossas vidas.

    por isso que a mocidade da esquerda nacionalista e independentista galega enviamos umha mensagem urgente ao

    conjunto da juventude do nosso pas, chamando a juntarmos vozes e foras, a auto-organizar-nos para avanar no processo de auto-determinaom do nosso povo face umha necessria rep-blica galega.

    Com rebeldia e entusiasmo, criaremos um verdadeiro refacho de poder juvenil que rachar com as cadeias do Patriar-cado, do Capital, e deste crcere de po-vos que Espanha.

    VIVA GALIZA CEIVE.

    INDEPENDNCIA.

  • falamosas jovens

    denunciamos a dimensom sistmica do assdio sexual

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    O feminismo conseguiu que as mulhe-res tenhamos voz e, ainda que luitamos constantemente contra o sistema para conseguirmos ser ouvidas, por vezes o primeiro exerccio que temos que fazer aprendermos que essa voz pode ser utilizada, que nom devemos ficar cala-das.

    Aps um processo de aprendizagem fo-cado na obedincia e no assentimento acrtico, que se v ainda mais refora-do de sermos mulheres, dizer nom e/ou forar a que esse nom seja aceite, im-plica contestar a um rol no qual nos en-

    caixrom com tanta pressom que nom sempre tarefa fcil.

    por isso que as jovens organizadas em BRIGA demos incio a umha campanha com a finalidade de dar a conhecer as dimensons do assdio sexual com que as jovens galegas somos agredidas dia-riamente, com a vontade de oferecer umha ferramenta didtica que ajude a combater esta lacra.

    Assim, queremos denunciar a existn-cia dumha cultura da violaom que nom s tolera a violncia sexual, senom que a promove com o fim de que funcione como mais umha ferramenta de conso-lidaom dos roles de gnero.

    A justificaom da violncia sexual est tam arraigada na nossa sociedade que embora dedicssemos linhas e linhas a denunciar a sua existncia, apenas es-taramos trazendo tona umha das ca-pas mais superficiais do problema, pois existe todo um sistema de valores bem engrenado que apresenta a dominaom violenta sobre as mulheres como prati-camente um direito masculino. Por umha parte, o sistema promove a submissom da mulher, a cousificaom do seu corpo at convert-lo num mero objeto sexual

    denunciamos a dimensom sistmica do assdio sexual

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    passivo, despoja-nos de referentes, ul-traja a nossa autoconscincia... Todo isto responde a um programa ideolgi-co que nom s tem como finalidade a anulaom das mulheres como sujeitos sociais ativos, senom que, alis, esta ideologia sexista umha maneira mui consciente em que o ego masculino reforado oferecendo-lhe provas da sua superioridade inata (e da correspon-dente inferioridade das mulheres). Sem pretender cair em generalizaons que infantilizem as mulheres e criminalizem os homens, isto provoca que um nom nom tenha valor, que se interprete como que se fai a dura e que portanto seja legtimo segui-la assediando, pois, afinal de contas, sempre somos ns as causantes da provocaom (veja-se esta na nossa atitude, as nossas rou-pas, as substncias que ingerimos, a maquilhagem que levamos, etc.).

    A normalidade com que socialmente se aceitam as agressons sexuais, como restar-lhe importncia por consider-las atitudes inatas dos homens, culpabi-lizar as vtimas colocando-as como as causantes da agressom, o tratamento que recebem estes delitos por parte das autoridades policiais e jurdicas, assim como o medo ao estigma social que ten-hem as vtimas (e as suas famlias) de-monstram a existncia de ferramentas de reproduom ideolgica focadas na misoginia e na assimetria dos sexos que sustentam a dominaom patriarcal.

    importante sabermos qual a funom que a violncia patriarcal e concre-tamente a violncia sexual cumprem na conformaom, mantimento e evo-luom do sistema patriarco-burgus. Objetivizar-nos, reduzir determinadas problemticas a umha guerra dos se-

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    xos, desumaniza-nos e portanto ha-bilita umha possvel agressom, umha agressom que se conhece e portanto se teme, difundindo assim o medo como mecanismo de controlo social (nom necessrio usar sempre a violncia, quando o medo a ela causa o mesmo efeito). O medo a ser agredidas, pois, funciona como um meio eficaz polo qual toda a populaom feminina colocada numha posiom de submissom a toda a populaom masculina, ainda que evi-dentemente haja muitos homens que nom som agressores (sexuais) e mui-tas mulheres que nom serm vtimas das agressons mais violentas. Porm, o medo sustenta em parte o sistema, e envia mensagens constantemente s mulheres de quais som os castigos que podemos receber de nom assumir-nos o nosso papel.

    O assdio produzido no mbito laboral um claro exemplo de como a violncia sexual utilizada como umha ferramen-ta da qual se serve o homem para man-ter umha relaom de dominaom/su-bordinaom que converte a mulher num objeto do qual se pode dispor a conve-nincia. Da que sejam precisamente os empregos tradicionalmente masculinos nos quais mais assdio sofrem as mul-heres, sendo a mensagem mui clara: mulher, este nom o teu stio.

    Os espaos em que as jovens galegas som assediadas sexualmente com mais freqncia som os ldicos, especial-

    mente noturnos. Comentrios avaliando a nossa aparncia fsica, insinuaons sexuais, tocamentos nom consentidos... som numerosos os comportamentos que as jovens suportamos ao longo da noite que nos fam sentir intimidadas e mesmo humilhadas, acrescentado-se a impotncia de serem considerados su-cessos tam normais que a sua denn-cia menosprezada, polo que junto a agressom, ainda sofremos a condena social de sermos umhas histricas.

    Porm, assumiremos com orgulho tal condena at que deixe de s-lo. A ta-refa titnica, mas como organizaom comprometida com a luita pola eman-cipaom nacional e social de gnero da Galiza, poremos todo o nosso esforo por contribuir na conformaom de fe-rramentas com as quais podermo-nos defender ante estes contnuos ataques, sendo a primeira delas a necessria conscientizaom que permita identificar cada agressom e retirar definitivamente a venda com que pretendem cobrir os nossos olhos e esconder as mltiplas di-mensons da violncia patriarcal.

    Nom pararemos at derrubarmos os mitos que o sistema soubo difundir tam bem e que desvirtuam a verdadeira na-tureza da violncia sexual; detetaremos as agressons que sofremos diariamente como tais e assim as contestaremos. O feminismo deu-nos voz e imos berrar bem forte: nengunha agressom sem resposta!

  • entre

    vista

    organizaomestudantilda esquerdaindependetistagalega

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    XERFAS entrevista a AGIR, a organi-zaom estudantil da esquerda inde-pendentista galega aps a sua VIII As-sembleia Nacional decorrida o passado sbado 12 de julho em Vigo.

    1.- Acabades de realizar a vossa VIII Assembleia Nacional sob a le-genda Hoje mais que nunca tem-po de agir, como avalia a organi-zaom esta nova cita assembleria?

    Tendo em conta que o ltimo perodo inter-assemblerio veu marcado por umha situaom de relativa fraqueza or-ganizativa por mltiplas causas tanto de carter interno como conjuntural, o ltimo ano acadmico tem representa-do umha importante renovaom gera-cional e re-organizaom que culmina com esta VIII Assembleia Nacional.

    Assim pois esta supujo mais um passo na consolidaom interna e no reforo da organizaom estudantil da esquerda independentista para afrontar com fol-gos os reptos dos prximos dous anos. Nom podemos menos que fazer umha valorizaom positiva dumha Assembleia que ratifica a vigncia e necessidade do nosso projeto estando convencidas que depois de 14 anos de luita nom inte-rrompida, AGIR ainda ter muita vida.

    2.- Que linhas de trabalho ou eixos prioritrios marcarm o vossa in-tervenom poltica no prximo ano acadmico?

    A nossa intervenom vir marcada pola resposta aos contnuos ataques contra o ensino pblico galego, que se materiali-zam de forma concreta na iminente im-plantaom da LOMQE, na reduom das bolsas universitrias paralela suba das taxas de matriculaom, na reduom de ajudas para os comedores escolares... etc. Neste sentido a VIII Assembleia Nacional de AGIR aprovou a necessi-dade de continuar a reforar a unidade de aom com o resto de organizaons estudantis da esquerda patritica para fazer frente de forma contundente s tentativas de destruom do nosso povo tambm atravs o ensino.

    3.- Este ano acadmico pudemos ver que destes comeo a umha nova campanha nacional sob a le-genda H que combat-los, como

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    se desenvolveu esta e que objetivos persegue?

    Esta campanha lanada no incio do ano acadmico respondia necessidade de re-ativar ao estudantado da esquerda independentista enviando umha mensa-gem claramente diferenciadora doutras expressons do estudantado organiza-do, que chamasse luita ativa e sem ambiguidades contra os responsveis do desmantelamento do nosso ensino. Esta campanha permitiu alargar a nossa presena nos centros e espalhar a nos-sa proposta que defende, como sempre fijo, um ensino pblico, galego, nom patriarcal, cientfico, democrtico e de qualidade.

    4.- From duas as greves de ensi-no nas que AGIR participou ativa-mente, a ltima delas convocada polas organizaons estudantis da esquerda soberanista e indepen-dentista. Como valorades o nvel de mobilizaom do estudantado galego?

    O certo que o ltimo ano poltico foi umha grande surpresa polo compara-tivamente alto nvel de mobilizaom do estudantado contra a LOMQE, sem dvida, o mais elevado desde as his-tricas manifestaons contra a LOU. Alis, AGIR avalia mui positivamente o fato de termos recuperado a Galiza como epicentro das reivindicaons do estudantado galego e que fossem as organizaons estudantis da esquerda soberanista as que tomssemos a ini-ciativa conseguindo convocar umha greve estudantil nacional que tivo um enorme seguimento. Todo isto com um silenciamento absoluto na imprensa burguesa e margem de organizaons espanholas.

    5.- Foi forte a polmica desatada aps a greve estudantil de feve-reiro que se desenvolveu com um certo aumento do grau de comba-tividade juvenil nomeadamente em Vigo e Compostela. Achades que realmente est a aumentar entre o estudantado a pre-disposiom para pr em prtica mtodos de con-fronto direto nas ruas ou conside-

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    rades ditos episdios como factos isolados?

    Durante este ano acadmico, nas dis-tintas mobilizaons e jornadas de greve que transcorrrom na Galiza, sim que se notou um aumento progressivo da combatividade entre o estudantado, e foi na greve de 20 de fevereiro onde este aumento se percebeu de forma

    mais clara. Vimos como amplos seto-res do estudantado reclamavam um avano da radicalidade na luita contra a LOMQE, um avano nos mtodos que dessem resposta imposiom desta lei. Desde AGIR nom consideramos estes factos como isolados, senom que res-pondem degradaom das condions de vida de grande parte da populaom que v como lei trs lei e decreto trs

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    decreto lhe estm negando um futuro digno, obrigando-nos a viver na misria ou marchar do nosso Pais.

    6.- Em Vigo e em Compostela from muitas/os as jovens que recebe-rom citaons judiciais e policiais acusadas de participar na greve estudantil de 20 de fevereiro, que leitura fazedes desta escalada re-

    pressiva? Deu AGIR algum tipo de resposta a esta repressom?

    Esta escalada repressiva responde ao aumento da combatividade e da cons-cienciaom entre amplos setores da ju-ventude em geral, e do estudantado em particular, devido s condions objeti-vas de vida s quais somos sometid@s. Implementa umha estratgia desmobi-lizadora entre o estudantado em base ao medo repressom, com a qual in-tentam calar-nos e ter-nos submis@s. Foi por isto que desde AGIR quigemos dar o nosso respaldo s estudantes que sofrem de forma direta esta repres-som, lanando a nossa campanha so-lidria Nom repressom contra o es-tudantado galego com a qual dvamos assessoramento jurdico e informaom a quem a solicitasse, demonstrando as-sim que mediante a auto-organizaom do estudantado temos a possibilidade de ser fortes e poder dar resposta de forma contudente.

    7.- AGIR tem mostrado o seu com-promisso internacionalista boico-tando ao cmplice da tortura con-tra a insurgncia basca, Baltasar Garzn, em dous atos na USC e organizando junto a BRIGA umha palestra com duas jovens bascas processadas pola sua militncia na esquerda abertzale assim como com um companheiro do Partido Comunista do Mxico. Desenvol-vedes algum tipo de trabalho ou

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    colaboraom com organizaons es-tudantis da esquerda independen-tista doutras naons do Estado?

    AGIR desde o seu nascimento tivo como um dos seus piares fundamentais o internacionalismo, e por isto que mantemos umhas relaons fluidas com as nossas organizaons irms de ou-tras naons do Estado. Estas relaons em certas ocasions materializam-se em pequenas campanhas ou manifes-tos conjuntos com os quais tentamos lanar umha mensagem unnime des-de o estudantado das naons oprimi-das em relaom a um assunto con-creto, como pode ser, por exemplo, o manifesto assinado o passado ms de maro contra a convocatria oportunis-ta e desmobilizadora do Sindicato de Estudiantes junto com as organizaons estudantis independentistas de Euskal Herria e dos Pasos Catalans.

    8.- J por ltimo, o 24 de julho es-tades entre as organizaons con-vocantes da manifestaom unitria da juventude da esquerda indepen-

    dentista e nacionalista galega, que esperades desta convocatria?

    Por segundo ano consecutivo convoca-se umha manifestaom unitria o 24 de julho e parabenizamo-nos por ter con-seguido entre todas as organizaons dar umha resposta conjunta em cha-ve independentista que consiga alar-gar entre a juventude a necessidade da soberania para o nosso povo como a nica forma de derrubar a Espanha, ao Capital e ao Patriarcado. Esperamos que esta convocatria supere os n-meros do ano passado e se consolide como o caminho da unidade de aom necessria entre as foras, tanto juve-nis como estudantis da esquerda pa-tritica nesta situaom de emergncia nacional na que se encontra a Galiza.

    9.- Pola nossa banda mais nada, se queredes engadir algo mais somos todo ouvidos.

    Muito obrigad@s pola entrevista e pa-rabns polo X aniversrio da vossa Jor-nada de Rebeliom Juvenil.

  • Iak

    i Gil d

    e Sa

    n Vic

    ente

    falam@s velh@s

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    Marx e Engels falrom umha vez de que o movimento revolucionrio que-ria e devia conquistar o cu por assal-to. A humanidade oprimida tentara-o muitas vezes antes de que os dous amigos escrevessem essas palavras, tentou-no tambm enquanto estiv-rom vivos, e continuou-no a tentar da sua morte at agora. Umha das lions das FARC-EP precisamente esta, que se inscreve de cheio nessa heroica e

    longa luita contra todas as opresons, exploraons e dominaons.

    Quando dizemos que luita contra to-das as formas de injustia referimo-nos segunda liom que nos achega o meio sculo de existncia das FARC-EP: nom se trata dumha resistncia parcial ainda que vlida, cingida recuperaom de direitos democrtico-radicais esmagados pola burguesia.

    QUNTUPLA LIOM DE MEIO SCULO DE LUITA DAS FARC-EP

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    Isto certo, mas muito mais do que isto: umha praxe global, total, que enfrenta todas as manifestaons do imperialismo na sua criminal for-ma presente. Assim, vemos que nos territrios libertados prefigura-se a base dumha futura sociedade socia-lista, antipatriarcal, fusionada com a natureza, que tende unificaom do trabalho inteletual e manual, que pug-na contra a opresom tnica e nacional, que elabora umha outra cultura ba-seada na produom e administraom coletiva dos valores de uso, etctera.

    A prefiguraom do futuro no presen-te na medida do possvel umha das tarefas sem as quais nunca tomare-mos o cu por assalto. Eis a terceira liom das FARC-EP: alm de nos te-rritrios libertados, tambm h que procur-lo nas grandes conurbaons populares aoutadas pola pobreza, a delinqncia, a represom e o medo, e aqui onde as FARC-EP mostram um valor titnico ao relacionar-se com as luitas populares auto-organizadas, ao propor alternativas concretas e gerais, ao assumir lacinantes custos humanos -rendemos honra aos milhares de pes-soas da UP assassinadas pola repres-som- como preo para conquistar a liberdade nas luitas particulares e na emancipaom geral.

    Tais sacrifcios eticamente impecveis nom from politicamente baldios. A conquista do cu por assalto, e a sua

    prefiguraom no presente, agora mes-mo, um processo prolongado em que a acumulaom de foras se vai realizando freqentemente de jeito imperceptvel, mas que emerge luz como a primavera aps um eterno e infernal inverno. Eis a quarta liom das FARC-EP: a consciente pacin-cia revolucionria, lotada de ativismo criativo, que sabe que ressurgirm as condions favorveis, como acontece agora aps muitos anos de aparente estagnamento.

    Tenhem fracassado muitos intentos de tomar o cu por assalto, derrotas que tenhem desmoralizado, debilitado e dividido bastantes vezes a humani-dade explorada. Mas nesses amargos momentos, sempre continurom a lui-tar gloriosos grupos irredutveis que from decisivos para as recuperaons ulteriores, como a atual. Umha das suas virtudes tem sido e a da des-confiana total s promessas do pres-sor dentro dumha metdica e exaus-tiva capacidade de estudo das foras em conflito e das suas tendncias. Eis a quinta liom das FARC-EP como se est a mostrar nas conversas em Cuba.

    Honra s FARC-EP!!! Honra, honra, honra!!!

    IAKI GIL DE SAN VICENTE

    EUSKAL HERRIA 21-V-2014

  • XERFASrecomendaLivro

    Web

    Msica

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    XERFASrecomendalivro

    A MaeAutor: Mximo GorkiEditorial Caminho

    Coleom Uma Terra sem amos

    Trazemos esta recomendaom de livro a esta ediom do XERFAS porque umha obra que recolhe como nengumha ou-tra a questom da conscincia revolu-cionria, a necessidade de ver-nos a ns mesm@s -povo trabalhador-, como sujeito poltico que pode fazer mudar o rumo da histria.

    Gorki escreve esta obra entre os anos 1906 e 1907, aps a revoluom russa de 1905 na que tem lugar o nascimen-to dos sovietes, ou conselhos obreiros.

    Considera-se umha obra inscrita den-tro da literatura proletria que cultivou Gorki ao tratar as condions de vida do povo trabalhador russo naquela altura, do qual ele tambm formava parte e, portanto, conhecia de primeira mao.

    A obra relata o processo de construom da conscincia do ser explorad@ que se quer libertar das cadeias que @ afogam e passar aom revolucionria. Vrios som os fatores determinantes na for-maom da conscincia da protagonista, Pelgia Nilovna, mae de Pvel Vlasov:

    - Recolher o exemplo de entrega mili-tante e vontade do seu filho Pvel. O seu filho, nom quer ser mais um obreiro embrutecido que aguarda ao fim-de-se-mana para embebedar-se de lcool nos bares do bairro e, ao contrrio, decide tomar o caminho da verdade dedican-do-lhe horas e horas ao estudo da sua realidade.

    - A sua prpria experincia pessoal. As brutais malheiras que lhe propinava o seu marido quando este ainda vivia nom lhe permitiam ver o mundo com clari-dom, vivia numha tristura permanente onde a nica fora que a mantinha em p era o seu filho Pvel.

    - A autntica felicidade encontra-a com a prtica da luita revolucionria. Quan-do detenhem o Pvel, Pelgia quer aju-dar aos/s seus/suas camaradas em todo o que puder: introduz propaganda

  • XERFAS, vozeiro nacional de BRIGA | N 13 | verao 2014

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    proletria na fbrica, participa na ma-nifestaom do 1 de maio onde deten-hem um bom nmero de militantes do partido, visita ao seu filho no crcere e leva para fora as consignas que este lhe transmite, etc.

    Em sntese, umha obra imprescindvel para a juventude da Galiza rebelde, muito ajeitada para estes tempos onde o individualismo e a degradaom moral som a marca predominante no atual sis-tema que nos oprime.

    Boa leitura!

    webwww.agir-galiza.org

    AGIR, a entidade estudantil da esquer-da independentista, inaugurou com o comeo de curso novo espao na rede. Com umha aparncia e estilo renovado, AGIR pom disposiom do estudantado galego a sua nova ferramenta comuni-cativa, onde se disponibilizam em for-

    mato de fcil leitura as ltimas edions do vozeiro nacional AGITA! assim como os artigos de anlise e comunica-dos emitidos polo estudantado combati-vo da Galiza.

    BRIGA, parabeniza AGIR polo seu novo web, que no marco da sua nova cam-panha nacional H que combat-los est a levar as reivindicaons do estu-dantado do povo trabalhador galego por toda a Galiza.

    Msica

    Betagarri:

    Em 1994 editava o seu primeiro disco esta banda de ska de Gasteiz, EH. Vin-te anos depois continua mais viva que nunca e sem deixar de fazer boa msica por todo o planeta, editando agora um novo trabalho 20 Urte Zuzenean , um CD e DVD gravado em direto. E este ano teremos o prazer de ouvi-los na X Jor-nada de Rebeliom Juvenil de BRIGA, na que j estivrom outros anos deixando mui boas vibraons.