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  • LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    LECTURAS DE FILOSOFA DEL LENGUAJE

  • LUIS M. VALDS VILLANUEVA(Compilador)

    LA BUSQUEDA DEL SIGNIFICADOLECTURAS DE FILOSOFA

    DEL LENGUAJE

    CUARTA EDICIN

    tecnos

  • Diseo de cubierta: j y Diseo grfico, S.L.

    1.a edicin, 19912.a edicin, 19953.a edicin, 19994.a edicin, 2005

    Reservados todos los derechos. El contenido de esta obra est protegido por la Ley, que establece penas de prisin y/o multas, adems de las correspondientes indemnizaciones por daos y perjuicios, para quienes reprodujeren, plagiaren, distribuyeren o comunicaren pblicamente, en todo o en parte, una obra literaria, artstica o cientfica, o su transformacin, interpretacin o ejecucin artstica fijada en cualquier tipo de soporte o comunicada a travs de cualquier medio, sin la preceptiva autorizacin.

    Prlogo, introducciones y seleccin Luis M. V a ld s V illa n u ev a , 2005 EDITORIAL TECNOS, S.A., 2005

    Juan Ignacio Luca de Tena, 15 - 28027 Madrid ISBN: 84-309-4345-5

    Depsito Legal: M. 37.947-2005

    Printed in Spain. Impreso en Espaa por Fernndez Ciudad

  • NDICE

    N O T A A L A C U A R T A E D I C I N ......................................................................................... P g . 9

    P R L O G O ................................................................................................................................................. 11

    I. T E O R A S D E SC R IP T IV A S D E L A R E F E R E N C IA .................................................. 25

    In t r o d u c c i n .................................................................................................................................. 27S obre sentido y referencia (1 8 9 2 ), por G ottlob F r e g e ............................................. 29D escripciones (1 9 1 9 ), por Bertrand R u s s e l l .................................................................... 50Sobre el referir (1 9 5 0 ), por Peter F. S tr a w so n .............................................................. 61R eferencia y descripciones definidas (1 9 6 6 ), por K eith D o n n e l la n ................. 85N om bres propios y descripciones (1 9 6 7 ), por John R. S e a r le ................................ 105Par a se g u ir l e y e n d o ..................................................................................................................... 115

    II. T E O R A S D E L A R E F E R E N C IA D IR E C T A ................................................................ 117

    In t r o d u c c i n .................................................................................................................................. 119Identidad y necesidad (1 9 7 1 ), por Sal K r ip k e ............................................................. 121S ignificado y referencia (1 9 7 3 ), por H ilary P u tn a m ................................................. 152Par a se g u ir l e y e n d o ..................................................................................................................... 164

    III. A C T IT U D E S P R O P O S IC IO N A L E S ................................................................................... 167

    In t r o d u c c i n .................................................................................................................................. 169C uantificadores y actitudes PROPOSICIONALES (1 9 5 6 ), por

    W illard v. O. Q uine ................................................................................................................ 171Sobre decir que (1 9 6 8 ), por D onald D a v id s o n .............................................................. 183Inocencia sem ntica y situaciones n o comprom etidas (1 9 7 5 ), por

    Jon B arw ise y John P e r r y .................................................................................................... 199Pa ra seg u ir l e y e n d o ..................................................................................................................... 2 2 0

    IV SIG N IFIC A D O Y V ER IFIC A C I N .................................................................................... 221

    In t r o d u c c i n .................................................................................................................................. 223Problemas y cambios en el criterio empirista de significado (1 9 5 0 ), por

    Cari G. H em pel ....................................................................................................................... 225D o s dogm as del empirismo (1 9 5 3 ), por W illard v. O. Q u in e ................................... 245S ignificado y traduccin (1 9 5 9 ), por W illard v. O. Q u in e ...................................... 268Para seg u ir l e y e n d o ..................................................................................................................... 292

    V SIG N IFIC A D O Y V E R D A D .................................................................................................... 295

    In t r o d u c c i n

    [7]

    297

  • 8 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    L a c oncepcin sem ntic a de la v e r d a d y los fund a m en to s d e la se m n tica (1 9 4 4 ), por A lfred T a r sk i....................................................................................... 2 9 9

    V e r da d y significado (1 9 6 7 ), por D on a ld D a v id s o n ................................................ 3 36S ignificado y v er d a d (1 9 6 9 ), por Peter F. S tr a w so n ................................................. 3 56Interpretacin ra d ic a l (1 9 7 3 ), por D on a ld D a v id s o n .......................................... 3 74T eoras d el significado veritativo-c ondicionales (1 9 9 1 ), por

    M ich ael A . E. D um m ett ................................................................................................... 3 89Pa r a se g u ir l e y e n d o ................................................................................................................. 40 8

    V I. A C T O S D E H A B L A ................................................................................................................ 411

    In t r o d u c c i n ............................................................................................................................... 41 3E m isiones realizativas (1 9 6 1 ), por John L. A u s t in .................................................. 415Q u es u n acto de h a b la ? (1 9 6 5 ), por John R. S e a r le .......................................... 431U n a taxonoma de los actos ilocucionarios (1 9 7 5 ), por John R. Searle ... 448Pa r a se g u ir l e y e n d o ................................................................................................................. 475

    V II. S IG N IFIC A D O E IN T E N C I N .......................................................................................... 477

    In t r o d u c c i n ............................................................................................................................... 47 9S ignificado (1 9 5 7 ), por H . Paul G rice ............................................................................. 481L a s intenciones y el significado del h a blante (1 9 6 9 ), por

    H. Paul G r ic e ......................................................................................................................... 491L gica y conversacin (1 9 7 5 ), por H. Paul G r ic e .................................................... 520Pa r a se g u ir l e y e n d o ................................................................................................................. 539

    VIII. M E T F O R A ................................................................................................................................ 541

    In t r o d u c c i n ............................................................................................................................... 543M etfora (1 9 5 4 ), por M ax B la c k ...................................................................................... 545L o que significan las m etforas (1 9 7 8 ), por D on ald D avid son ..................... 5 64M etfora (1 9 7 9 ), por John R. S e a r l e .............................................................................. 583Par a se g u ir l e y e n d o ................................................................................................................. 61 8

    IX . A L G U N A S PR O PU E ST A S R E C IE N T E S ..................................................................... 6 19

    In t r o d u c c i n ............................................................................................................................... 621S ituaciones y actitudes (1 9 8 1 ), por Jon B arw ise y John P e r r y ......................... 623S e m n tic a del rol conceptual (1 9 8 2 ), por G ilbert H a r m a n ............................. 6 49R esu m en d e R el e v a n c e : C o m m u n ic a t io n a n d C o g n it io n (1 9 8 7 ), por

    D an Sperber y D eirdre W ilso n ...................................................................................... 6 69Pa r a se g u ir l e y e n d o ................................................................................................................. 7 06

    O R IG E N D E L O S A R T C U L O S ....................................................................................................... 7 07

  • NOTA A LA CUARTA EDICIN

    En esta nueva edicin de La bsqueda del significado no he considerado oportuno modificar la seleccin de artculos de que constaba la precedente. He corregido algn error de traduccin del que me hizo consciente mi colega Manuel Garca-Carpintero, a quien va mi agradecimiento. En los ltimos aos ha crecido de modo notable la disponibilidad de obras generales de filosofa del lenguaje en lengua castellana que abordan, total o parcialmente, los temas de los que se ocupa este libro de lecturas. He credo conveniente por ello ofrecer al lector una seleccin de las que creo ms significativas. Tambin he actualizado las recomendaciones bibliogrficas que se ofrecen al final de cada apartado.

    Luis M. Va l d s V illanueva

    Oviedo, junio de 2005

    [9]

  • PRLOGO

    A man does not know what he is saying until he knows what he is not saying.

    G. K. C h e st e r t o n

    QU ES LA FILOSOFA DEL LENGUAJE?

    Uno de los fenmenos que ms presencia tiene en nuestra experiencia cotidiana es, sin duda, el lenguaje. Casi todas nuestras actividades estn llenas de cosas como hablar, escuchar a alguien que habla, leer, escribir, etc. La caracterstica central de todos esos eventos, lo que los hace lenguaje, es que de todos ellos se dice que tienen significado. As pues, parece que el significado lingstico es algo con lo que nos encontramos muy a menudo, algo con lo que estamos ms familiarizados que con cualquier otra cosa. Por eso resulta a primera vista chocante que sea tan difcil explicar en qu consiste. Consideremos la oracin siguiente:

    Oviedo es la capital de Espaa;

    si queremos hacernos una idea de cules son las dificultades que surgen aqu slo tenemos que preguntamos qu quiere decir que esas manchas de tinta negra tienen significado. Ciertamente estamos ante una cosa fsica lo mismo que la ciudad de Hull o la mquina de escribir que tengo sobre mi mesa. Pero cuando digo que esas manchas tienen significado qu es lo quiero decir? Sin duda mediante ellas quiero decir que Oviedo es la capital de Espaa pero qu es lo que hace que tengan el significado que tienen y no otro? Qu diferencia hay entre una ristra de marcas significativa y otra que no lo es? Cmo soy capaz de reconocerla como tal (o de producirla y que t la reconozcas) aunque no la haya encontrado antes? Parece tambin que Oviedo se refiere a una ciudad y Espaa a un pas: cmo es posible que unas meras manchas se refieran a ciudades o pases o, en general, a objetos? Adems, casi todo el mundo estara de acuerdo en que mediante la oracin anterior hacemos un enunciado falso. Cmo puede una ristra de manchas significar algo falso (o verdadero)?

    [ii]

  • 12 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    stas son algunas de las cuestiones centrales de la filosofa del lenguaje, cuestiones que, por otra parte, son tan viejas como la propia filosofa. No es sin embargo una tarea fcil delimitar el campo que abarca: todo autor de un texto de filosofa del lenguaje procura escurrir el bulto diciendo de antemano que sta es un conjunto ms o menos cohesionado de opiniones filosficas sobre el lenguaje que puede que tengan un cierto aire de familia pero que, a veces resultan ser tan dispares que no es infrecuente que se contradigan entre s '. Esta situacin no es sin embargo algo peculiar de la filosofa del lenguaje (si bien aqu se da la dificultad aadida de separar los problemas que le pertenecen de los que caen dentro del campo de la lingstica o de la ciencia cognitiva); afecta a todas las filosofas regionales y a la filosofa en general. Por qu sucede esto?

    En un libro relativamente reciente sobre la filosofa lingstica, L. J. Cohn2 afirma que la filosofa es inherentemente autocrtica. Esto es: la filosofa no slo intenta resolver disputas que, de otro modo, ni siquiera se plantearan, sino que entre sus problemas fundamentales est la investigacin de cul sea la naturaleza misma de la investigacin filosfica. La pregunta qu es un problema filosfico? es ella misma una cuestin filosfica y a pesar de que los filsofos han dedicado bastante tiempo y espacio a discutir este tipo de asuntos no parece que se hayan puesto de acuerdo (o se vayan a poner en un futuro prximo) sobre cul ha de ser el enunciado correcto de la respuesta. Pero aunque no hayan sido capaces de proporcionar una definicin detallada y completa de en qu consiste un problema filosfico, sorprendentemente, s son capaces de reconocerlo como tal (ms o menos, debe admitirse) cuando se encuentran con l. Y ciertamente los filsofos son capaces de reconocer un problema como perteneciente a la filosofa del lenguaje aunque no hayan acertado a trazar sus lmites. Pero entonces no podramos considerar esta, llammosla competencia, como un modo sui generis de trazar esos lmites, de acotar la provincia de la filosofa del lenguaje?

    H. P. Grice, P. F. Strawson y J. R. Searle3 han utilizado, en otro contexto, un argumento que puede aplicarse a este caso. Para ellos el rechazo qui- neano de la distincin analtico/sinttico4 no slo va en contra de una tra

    1 La mayor parte de los libros de texto despachan la cuestin de lo que sea la filosofa del lenguaje en unas pocas lneas triviales o vagas. Creo que esto no se debe a una falta de inters o perspicuidad, sino simplemente a que no es posible caracterizarla de una manera clara y detallada. As, por ejemplo, Rosenberg y Travis en una importante antologa (Readings in the Philosophy o f Language, Prentice-Hall, Nueva Jersey, 1961) afirman: ni nosotros ni nadie, que sepamos, sabe cmo dar tal explicacin (de lo que es la filosofa del lenguaje).

    2 Cfr. L. J. Cohn, The Dialogue o f Reason, Clarendon Press, Oxford, 1986, p. 1.3 Cfr. H. P. Grice y P. F. Strawson, In defense of a dogma (1964); recogido en Rosen

    berg y Travis (1961), op. cit. en nota 1.4 Ver W. V O. Quine, Dos dogmas del empirismo, pp. 247-270 de este volumen.

  • PRLOGO 13

    dicin filosfica bien establecida (lo cual no sera un argumento de excesivo peso), sino tambin en contra de nuestra prctica efectiva. Esto es: parece ser un hecho que los usuarios de un trmino como analtico estn de acuerdo de manera abrumadora en la aplicacin que hacen de l: lo aplican, rehsan hacerlo y tienen dudas en ms o menos los mismos casos. Adems, ese acuerdo tiene una caractersticaproyectiva: no se reduce a situaciones experimentadas previamente, sino que se extiende a casos nuevos. Ahora bien, como Grice y Strawson afirman, si un par de expresiones opuestas se usan de manera general y habitual aplicadas a los mismos casos, donde los casos no forman una lista cerrada, esto es una condicin suficiente para decir que hay gneros de casos a los que se aplica la expresin; y no se necesita ms para sealar la distincin5.

    Esto es: si los hablantes son competentes a la hora de reconocer algo es que debe de haber algo que reconocer, independientemente de cules sean las razones que los hablantes aleguen o las historias que cuenten sobre su reconocimiento. Tomemos entonces cualquier expresin (y, en particular, la expresin problema filosfico); si los que la usan de manera habitual estn de acuerdo en hacerlo y en no hacerlo respecto de una clase indefinidamente grande de casos, entonces puede decirse que bajo la expresin en cuestin caen una serie de casos con determinadas caractersticas y que las personas que participan de ese acuerdo general son competentes para reconocerlos.

    En contra de esto podra argumentarse que todo lo anterior se reduce a decir que un problema filosfico no es ms que aquello en lo que un nmero importante de filsofos estn de acuerdo en que es un problema filosfico. Pero esto no es ciertamente lo que se est afirmando. Lo que se dice aqu es que, al menos, sa es una condicin que cumplen un buen nmero de problemas (justamente los que se denominan problemas filosficos) y que otros (justamente los no considerados como tales) no cumplen. Por ello y de acuerdo con un argumento similar al anterior podramos afirmar que debe de existir algn conjunto de caractersticas subyacentes que determinan qu problemas interesan a los filsofos y que, por lo tanto, constituyen, con toda probabilidad, problemas filosficos. No hay razn alguna para que este argumento no se aplique a la filosofa del lenguaje, por lo que vamos a suponer que existen una serie de rasgos que permiten reconocer lo que es un problema perteneciente a la provincia de la filosofa del lenguaje aunque no seamos capaces de enunciarlos de modo efectivo. Al fin y al cabo tampoco lo somos en el caso de otras filosofas regionales o de la filosofa en general sin que ello parezca representar un grave problema. Obviamente, esto no quiere decir que tanto los problemas filosficos regio

    5 H. P. Grice y P. F. Strawson, op. cit. en nota 3.

  • 14 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    nales como los generales no tengan algunas caractersticas distintivas. Lo nico que se afirma es que de momento, y parece que por mucho tiempo, no vamos a estar en condiciones de proporcionar un conjunto de condiciones necesarias y suficientes que nos permita determinar que algo es un problema filosfico. Es ms, puede que toda la empresa de descubrirlos carezca en absoluto de inters.

    Lo que har a continuacin ser desplegar mi competencia para intentar decir lo que (al menos parcialmente) no es filosofa del lenguaje. Ello nos permitir, o al menos as lo espero, introducir por va negativa algunas de esas caractersticas distintivas. Dejo a los artculos que componen este libro la tarea de mostrar lo que es filosofa del lenguaje. No obstante, una muy breve presentacin antes de cada uno de los nueve grupos en que estn divididos intentar situarlos en el marco general de la disciplina. Como la seleccin que se ha hecho puede requerir que se la justifique, la ltima parte de esta introduccin estar dedicada a ello.

    LO QUE NO ES FILOSOFA DEL LENGUAJE

    En primer lugar, la filosofa del lenguaje no es lingstica. Es cierto que durante siglos las cuestiones empricas del anlisis gramatical han estado interconectadas con las reflexiones filosficas sobre el lenguaje. Pero la lingstica moderna hace poco menos que una cuestin de principio el haberse separado de la filosofa y se suele definir a s misma como el estudio cientfico (lase emprico) del lenguaje y de los lenguajes, contrapuesto a las actividades ms bien a priori de los filsofos. Pero este criterio de demarcacin es muy vago y, a poco que se lo presione, har agua por los cuatro costados. Si los lingistas se interesasen slo por cosas tales como preparar diccionarios de lenguajes particulares y describir sus caractersticas fonticas, sintcticas, etc., o a cuestiones prcticas tales como la enseanza de las lenguas, sera relativamente fcil distinguir entre los temas y mtodos de ambas disciplinas. Pero no es uno de los temas de la lingstica contempornea explicar cuestiones como la competencia de un hablante para producir y entender oraciones nuevas? No es verdad que la lingstica terica se ocupa cada vez menos de reunir datos para centrarse en rasgos universales reconocidos como tales por los hablantes competentes? Y no son stos problemas que consideraramos como tpicos de la filosofa del lenguaje?

    El problema se complica por las interconexiones que existen entre lingstica y filosofa del lenguaje. Veamos un ejemplo. Recientemente J. Katz6 ha defendido la tesis de que a lo largo de este siglo ha habido dos giros lin

    6 Cfr. J. Katz (ed.), The Philosophy o f Linguistics, Oxford University Press, 1985.

  • PRLOGO 15

    gsticos en filosofa. En el primero de ellos que abarcara hasta comienzos de los cincuenta el lenguaje se habra convertido en tema central de la investigacin filosfica al producirse la ruptura con la tradicin idealista del xix. Frege, Moore, Russell, los miembros del Crculo de Viena, Ryle y Wittgenstein en sus dos perodos, seran los campeones de tal movimiento que no tuvo en cuenta salvo contadas excepciones7 la lingstica cientfica. El segundo giro slo se produjo cuando algunos filsofos con Quine como pionero empezaron a tomarla en consideracin. As ste, en sus crticas a los conceptos de significado y analiticidad, utilizaba la metodologa del estructuralismo americano, particularmente las tesis de Bloom- field acerca de los criterios de sustitucin como piedra de toque para decidir acerca de la claridad de los conceptos lingsticos8: la imposibilidad de usar criterios de sustitucin que no ftieran circulares en el caso de la sinonimia y la analiticidad demostraba que estos conceptos no eran en absoluto respetables. Naturalmente, como el propio Katz apunta, el razonamiento de Quine es vlido slo si se supone que los criterios de sustitucin son el mtodo apropiado de delimitar conceptos en lingstica (y eso es parte de lo que la metodologa, por ejemplo, de Chomsky, pone en cuestin).

    El ejemplo aducido pone de manifiesto cmo un problema tan familiar en filosofa del lenguaje como es el del significado o el de la analiticidad puede verse fuertemente afectado poro incluso depende deposiciones metodolgicas mantenidas por la lingstica cientfica. Pero aunque la filosofa del lenguaje est emparentada con la lingstica y no sean infrecuentes los trasvases de una disciplina a otra no por ello hemos de concluir que una se reduce a la otra o es parte de ella. Como mximo puede decirse que hay problemas fronterizos, problemas respecto de los cuales tendramos dudas si se nos preguntase a dnde adscribirlos. Pero la existencia de casos dudosos no es, desde luego, un buen argumento para eliminar una distincin.

    La filosofa del lenguaje no es tampoco, como se ha afirmado a veces9, filosofa de la lingstica. Esta ltima es una rama de la filosofa de la cien-

    7 Aunque slo fuese para afirmar que la gramtica tradicional era desorientadora. Pinsese, por ejemplo, en la teora de las descripciones de Russell.

    8 De hecho, y tambin lo seala Katz, Quine toma en consideracin en Dos dogmas otras maneras no lingsticas de clarificar los conceptos de analiticidad, sinonimia y significado. l piensa correctamente que debe utilizarse todo instrumento que ofrezca la posibilidad de clarificar esas nociones, pero cree errneamente que los criterios de sustitucin son el nico utensilio que proporciona la lingstica.

    9 A principios de la dcada de los sesenta Katz y Fodor publicaron un artculo titulado What is wrong with the philosophy of language? (Inquiry, vol. 5,1962), en el que intentaban poner remedio, decan ellos, a la paradjica situacin en la que se encontraba la filosofa del lenguaje: a pesar de que su inters se haba centrado desde finales del siglo xix en el estudio de ste, los filsofos no haban sido capaces de formular hasta entonces una teora explcita del lenguaje que investigan o un enunciado explcito de los mtodos de investigacin. La solucin consistira para ellos en convertir la filosofa del lenguaje en un estudio de los conceptos y mtodos de la lingstica emprica. Slo cuatro aos ms tarde Katz (en The Philosophy o f Language,

  • 16 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    eia, paralela a la filosofa de la matemtica o a la filosofa de la fsica, mientras que la filosofa del lenguaje es un rea substantiva de la investigacin filosfica. Pero, como en el caso anterior, existen interconexiones, solapamien- tos y zonas de confluencia entre ambas. Si es cierta la tesis de Katz, anteriormente citada, de los dos giros lingsticos, hay razones tanto prcticas como tericas para pensar que la filosofa de la ciencia lingstica tiene cierto peso sobre cuestiones de filosofa del lenguaje. El desarrollo de la lingstica cientfica, una vez que sta se convirti en objeto de inters por parte de los filsofos del lenguaje, y la proliferacin de teoras, llev aparejado casi inmediatamente el examen de los supuestos filosficos que incorporaban; el filsofo del lenguaje necesitaba tener criterios para elegir entre la oferta de teoras lingsticas rivales. El filsofo de la lgica, cuando presenta las lgicas alternativas junto con las premisas filosficas que estn en su base y los problemas que generan, no hara algo excesivamente distinto.

    Pero, adems de servir de aviso de navegantes, la filosofa de la lingstica resulta interesante para nuestros propsitos por razones estrictamente tericas. En la obra citada de J. Katz se seala un grupo de ellas pertenecientes a la ontologia. Como es sabido, uno de los problemas ms importantes de los que se ocupa la metafsica se refiere a la investigacin de qu gneros de objetos hay. Si nos centramos en la lgica o en la matemtica, la respuesta a la pregunta qu son las proposiciones? o qu son los nmeros? difiere dependiendo de si uno es nominalista (objetos fsicos), conceptualista (objetos psquicos) o realista (objetos abstractos). Pero el mismo enfoque es posible en lingstica pues, podemos preguntamos, son las oraciones objetos fsicos, psquicos o abstractos? Esto quiere decir que la filosofa de la lingstica podra dar respuesta a la pregunta ontolgica general (y, por ende, a la regional) de una manera extremadamente simple. Por ejemplo: si el realismo ha de ser verdadero debe de haber al menos un dominio de objetos abstractos. Por consiguiente, si las oraciones (o el lenguaje) resultan ser objetos abstractos, entonces puede responderse afirmativamente a la pregunta hay objetos abstractos? Ntese que la oracin anterior estaba en forma condicional; entonces, hasta que, por lo menos, no est decidido el status de los objetos de la lingstica, hasta que no est decidido si las oraciones (o el lenguaje) son objetos abstractos, la pregunta ontolgica general no podra responderse10.

    Harper Row, Nueva York) confesaba que tanto l como Fodor estaban completamente equivocados al interpretar la filosofa del lenguaje como una rama de la filosofa de la ciencia... La filosofa del lenguaje es un rea de investigacin filosfica del conocimiento conceptual, ms que una de las diversas ramas de la filosofa contempornea... Se trata de un rea que busca aprehender todo lo que puede aprehenderse sobre el conocimiento conceptual de la manera que tal conocimiento se expresa y comunica en el lenguaje.

    10 Obsrvese que el status ontolgico de las oraciones o del lenguaje tiene una importancia especial en nuestra disciplina. Una de las aspiraciones de algunos de sus practicantes de pri

  • PRLOGO 17

    Finalmente, la filosofa del lenguaje no es filosofa lingstica. La filosofa del lenguaje, como dice uno de sus ms conspicuos representantes, es el nombre de un tema. Ciertamente no existe un acuerdo universal sobre a qu denominar filosofa lingstica. Hay quien piensa que tal disciplina podra caracterizarse como la aplicacin de hechos y tcnicas aprendidos mediante el estudio del lenguaje a los problemas filosficos estndares11; otros que es lo mismo que filosofa analtica12; otros, en fin, que no se distingue de la filosofa del lenguaje13. Dada la disparidad de opiniones voy a entender por filosofa lingstica el nombre de un mtodo para habrnoslas con los problemas filosficos que, a pesar de su venerable antigedad, tiene una historia y un desarrollo muy concretos en el pensamiento contemporneo.

    La siguiente caracterizacin puede servirnos de punto de partida: Los problemas filosficos son problemas esencialmente lingsticos y su solucin (o disolucin) requiere bien una reforma del lenguaje o una elucidacin ms adecuada de su funcionamiento. Entendida de esta manera la filosofa se convierte en anlisis del lenguaje y su historia se retrotrae por lo menos hasta la bsqueda de definiciones por parte de Scrates. Desde entonces ha sido moneda corriente entre los filsofos el pensar que la investigacin y el anlisis de los conceptos no slo tienen utilidad para llegar a conocer cmo los hombres describen el mundo, sino tambin para penetrar en la realidad misma y poder sacar de ese conocimiento consecuencias prcticas. As, por ejemplo, en La Repblica de Platn la bsqueda socrtica de definiciones es parte integrante de la empresa de establecer cmo deberan vivir las personas. Qu es entonces lo que aade de nuevo a esto la filosofa lingstica? La novedad consiste en la suposicin de que los problemas filosficos pueden resolverse a travs del anlisis puesto que se derivan o bien de malas comprensiones de nuestro lenguaje o del uso de un lenguaje que no es el adecuado. Esto es: la filosofa lingstica es un mtodo de solucin de los problemas filosficos supuesta la tesis de que su origen est en alguna anomala lingstica. Este mtodo, con sus dos tradiciones principales que podemos, convencionalmente, denominar tradicin positivista y tradicin de la filosofa del lenguaje ordinario14, tuvo su poca de esplendor durante la primera mitad de este siglo y los nombres de Frege, Russell, Wittgenstein, Camap, Austin... estn unidos a l.

    mera hora era resolver (o disolver) los problemas filosficos. Pinsese, por ejemplo, en Carnap y sus predicciones acerca de la solucin de muchos problemas si utilizsemos el modo formal de hablar.

    11 Cfr. Rosenberg y Travis, op. cit. en nota 1, p. 4.12 Cfr. J. J. Acero, Filosofa y anlisis del lenguaje, Cincel, Madrid, 1985, p. 18.13 Cfr. J. Katz. Linguistic Philosophy, Allen & Unwin, Londres, 1971.14 En esto sigo a Katz, op. cit. en nota anterior, y Semantic Theory, Harper Row, Nueva

    York, 1962.

  • 18 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    Ciertamente todo esto tiene un poco de caricatura (ni siquiera en los mejores tiempos se mantuvo que todos los problemas filosficos fuesen problemas lingsticos15: pero la verdad es que filosofa lingstica y filosofa del lenguaje estn, al menos en sus orgenes contemporneos, indisolublemente unidas: los filsofos antes citados hicieron filosofa del lenguaje aplicando en muchos casos tcnicas de la filosofa lingstica: temas como el de la naturaleza de la verdad, la referencia, el significado, la metfora, los actos de habla, la necesidad lgica y toda una hueste adicional fueron tratados de esta manera. Hoy da el mtodo ha desaparecido prcticamente de la escena aunque los temas permanecen. Los artculos que componen este volumen tienen como tema la filosofa del lenguaje aunque, como el lector podr comprobar por s mismo, slo algunos de ellos utilizan los mtodos de la filosofa lingstica.

    Se ha mencionado que la prctica de la filosofa lingstica no es algo novedoso en la historia de la filosofa. Pero tampoco lo es la propia distincin aunque slo sea implcita entre filosofa del lenguaje y filosofa lingstica que tambin se remonta, al menos, hasta Platn: cuando ste en el Eutifrn se pregunta qu es la piedad, su investigacin puede considerarse como una elucidacin del significado del trmino griego para piadoso (filosofa lingstica), mientras que cuando en el Fedn se presenta la tesis de que los trminos generales adquieren su significado al estar por las Formas correspondientes, se est haciendo teora del significado (filosofa del lenguaje). No obstante, la moderna filosofa del lenguaje tiene unas caractersticas lo suficientemente peculiares como para que se le dedique una atencin especial. Ello nos permitir al mismo tiempo proporcionar alguna justificacin para la seleccin de artculos que componen este volumen.

    LA FILOSOFA DEL LENGUAJEEN EL PENSAMIENTO CONTEMPORNEO

    La mayor parte de las cuestiones que se debaten en este libro slo pueden entenderse dentro del contexto de toda una corriente de pensamiento que comienza con la obra de G. Frege y que se vio estimlala por la situacin de impasse a la que se haba visto abocada la filosofa moderna. Creo pues indispensable hacer un breve examen de esa situacin aunque antes, siguiendo la tctica de decir lo que no es la filosofa del lenguaje, intentar deshacer algn equvoco.

    Una de las cuestiones que invitan aqu a la confusin es el propio ttulo de la disciplina. Muchos filsofos no avisados tienden a pensar que

    15 Pinsese, por ejemplo, en Austin, para quien el lenguaje ordinario es slo aunque ya es bastante la primera palabra.

  • PRLOGO 19

    la gramtica lgica si se me permite hablar as de dicho ttulo es F ilo - so fa+ L e n g uaje y que cualquier combinacin de ambos temas, cualquier libro que se considere a s mismo como filosfico y que hable del lenguaje debe contarse eo ipso entre los tratados o monografas de filosofa del lenguaje. Pero no se repara que mediante este procedimiento casi todo filsofo sera filsofo del lenguaje pues es difcil de encontrar en toda la historia de la filosofa un solo autor que no haya tenido el lenguaje entre sus preocupaciones ni un solo libro de filosofa que no dedique alguna de sus pginas a algn tema relacionado con el lenguaje. A esto podra replicarse que el criterio anterior dejara de ser trivial si se exigiese que el filsofo o el tratado tuviesen el lenguaje como su preocupacin central Pero, aparte de la dificultad de determinar cuando algo es central algo parecido a la dificultad de definir exactitud de la que habla Wittgens- tein en las Investigaciones filosficas tal rplica revela una mala comprensin de lo que es filosofa del lenguaje. Equivale a decir (ms o menos): Filosofa del Lenguaje es Filosofa + Lenguaje, donde el ltimo de los sumandos ocupa un lugar central. Cmo podramos pues aproximarnos, de una manera ms adecuada, a ese tema que constituye la filosofa del lenguaje?

    Nuestra disciplina se ocupa de un conjunto de problemas que, tradicionalmente, han sido objeto de estudio si bien no de un modo sistemtico de diversas ramas de la filosofa: la teora del conocimiento, la metafsica, la psicologa filosfica... han sido solamente algunas de ellas. Pero si queremos proporcionar un enfoque integrador de toda esta hueste de cuestiones aparentemente tan dispares, una de las posibilidades que se nos ofrece consiste en considerarlas como estrechamente ligadas a la lgica y defender su carcter preliminar y bsico dentro del conjunto de la filosofa: despus de todo, el nacimiento de la filosofa del lenguaje moderna est ligado al de la lgica simblical6. G. Frege, el padre fundador de la lgica moderna, no fue slo el autor de la Conceptografa, sino que escribi tambin obras fundamentales sobre las nociones de funcin, concepto, objeto, sentido, referencia..., que son parte integrante del acervo de cuestiones del que trata la filosofa del lenguaje. Su propsito original era el de introducir rigor absoluto en los mtodos de prueba de la matemtica y para ello consider necesario construir un lenguaje simblico en el que pudieran llevarse a cabo las demostraciones con total garanta de que no se deslizasen errores debido al uso incontrolado de la intuicin. Ahora bien, para realizar esto comprendi que era necesario efectuar previamente un examen de la estructura formal

    16 En este punto conviene recordar tambin que Aristteles, el fundador de la lgica clsica, no es slo el autor de los Primeros y Segundos Analticos, sino tambin de las Categoras, del tratado De Interpretatione y los Tpicos, obras todas ellas que tienen justificados ttulos para ser consideradas como de filosofa del lenguaje.

  • 20 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    de los enunciados que componen las demostraciones lo que, a su vez, le llev a analizar el significado de los enunciados en trminos del de sus componentes, esto es: se dio cuenta de la obligatoriedad de realizar un anlisis de la estructura interna de stos. Pero este trabajo se sala con mucho de los lmites de la lgica formal, al exigir el uso de un combinado de tcnicas matemticas y argumentaciones tpicamente filosficas. Adems la obra de Frege afect de manera substancial a la ubicacin de la filosofa del lenguaje dentro del conjunto de las disciplinas filosficas inaugurando una lnea de pensamiento que llega hasta nuestros das y sin cuya toma en consideracin es imposible entender las investigaciones de las que son muestra los artculos que componen este libro.

    En un libro publicado en la dcada de los setenta Michael Dummett17 defiende la tesis de que Frege sin especiales proclamas por su parte llev a cabo una revolucin en filosofa similar a la que dos siglos antes haba efectuado Descartes. Desde Descartes hasta finales del siglo xix puede decirse que toda la filosofa est dominada por problemas epistemolgicos: su preocupacin central es la teora del conocimiento y sus preguntas bsicas son del tipo siguiente: cules son las capacidades de la mente en sus esfuerzos por lograr conocimiento del mundo exterior? Hasta qu punto son capaces las facultades de la mente de penetrar en la estructura de la realidad? Hasta qu punto son adecuadas las ideas de la mente para representar y descifrar la naturaleza del mundo? Cules son los lmites y las capacidades de la mente para alcanzar la verdad?18. Se trata de una direccin de pensamiento que abarca desde Descartes al idealismo cuyo tema central es la oposicin entre sujeto y objeto, entre la mente que conoce y el mundo exterior19. Frege fue el primero en darse cuenta de que este modelo era inadecuado y que haba que dejar de pensar en el problema epistemolgico como parte central de la filosofa. As, el cmo adquirimos nuestras ideas, o su propia naturaleza algo que preocupaba enormemente a los empiristas , es para l un asunto completamente irrelevante. No es, ciertamente, que nuestras experiencias no sean relevantes: no cabe duda de que no captaramos los pensamientos que captamos si nuestras experiencias fueran distintas o estuviramos constituidos de otra manera. Pero Frege tuvo el acierto de sealar que eso no puede constituir el anlisis de nuestros conceptos, es ms: depende de l. La posesin de un concepto es algo que se manifiesta mediante el uso del lenguaje, de modo que el anlisis de los conceptos no es algo

    17 Cfr. Michael Dummett, Frege. Philosophy o f Language, Duckworth, Londres, 1973, especialmente el captulo 19. Vase, tambin del mismo autor, The Interpretation o f Freges Philosophy, Duckworth, Londres, 1981.

    18 Cfr. Milton K. Munitz, Contemporary Analytic Philosophy, MacMillan, Nueva York, 1981, p. 4.

    19 Cfr. Munitz, op. cit. en nota anterior, p. 5.

  • PRLOGO 21

    distinto del anlisis del funcionamiento del lenguaje. Las preguntas acerca de si es posible que nuestra mente conozca un mundo exterior o de cmo es posible esto se vuelven completamente superfluas dado que presuponen que ya tenemos ese conocimiento. El problema no es, por consiguiente, determinar si es posible lograr conocimiento, sino mostrar las condiciones y procedimientos para lograrlo: cmo pasamos de la ignorancia o la duda a la creencia fundada. Frege pens que todas estas cuestiones dependan de una correcta teora del significado y, consecuentemente, mantuvo que la primera y principal tarea de la filosofa era la bsqueda de una teora del significado adecuada: la parte primera y bsica de la filosofa pasaba a ser la filosofa del lenguaje20.

    A partir de este cambio de perspectiva se ha desarrollado la moderna filosofa del lenguaje. Los artculos que componen este volumen son un segmento del dilogo filosfico general21 que, teniendo como origen los logros de Frege, presenta, como asunto de hecho, unos nombres y temas recurrentes y, creo que puede decirse, bastante bien definidos. No se trata pues de la amalgama filosofa+lenguaje, sino de una disciplina con perfiles propios22. No es por tanto un olvido, ni un prejuicio de escuela que no aparezca texto alguno de Heidegger, Derrida o Habermas23 por citar slo algunas ausencias que pueden resultar chocantes para algunos , sino fruto del desarrollo de nuestra disciplina y del lugar que ocupa dentro del conjunto del saber filosfico. No se quiere decir con esto que tenga que prohibirse el rotular como filosofa del lenguaje todo aquello que no case con la concepcin

    20 Pensemos en la definicin de las conectivas de la lgica proposicional mediante el procedimiento de tablas de verdad. Si dudamos acerca de si el anlisis clsico es o no el adecuado, nuestra duda no ha de interpretarse como siendo acerca de si hemos proporcionado la tabla de verdad correcta: lo es acerca de cul es el modelo general de anlisis adecuado; es una duda acerca de en qu consiste conocer el significado de una conectiva proposicional. Es en este sentido en el que la filosofa del lenguaje es parte primera y bsica de la filosofa.

    21 Cfr. L. J. Cohn, op. cit. en nota 2.22 Aqu podemos acudir a los libros de texto de filosofa del lenguaje, a las revistas espe

    cializadas, a los simposio, etc., donde se codifican de manera bastante definida los temas de nuestra disciplina, el dilogo que se mantiene y sus participantes. Obviamente no se pretende que esto sirva como criterio de demarcacin pero s, al menos, como sntoma. Es adems frecuente (y no extrao, dado lo anteriormente expuesto) que exista un fluido dilogo entre los que practican la filosofa del lenguaje tal como la entendemos aqu y los lingistas. Quine y Putnam, por citar slo un ejemplo, han hecho frente a algunas posiciones de Chomsky y ste ha hecho lo mismo con la filosofa del lenguaje de Quine, Grice o Searle. Nada similar ha ocurrido con otros estudiosos de filosofa + lenguaje (cuando han existido intercambios han sido espordicos y perifricos). Este es uno ms de los apoyos que tendra la no arbitrariedad de esta propuesta de demarcacin.

    23 Habermas es uno de los pocos filsofos no pertenecientes a la tradicin que estamos considerando que ha utilizado extensivamente nociones tpicas de nuestra disciplina (por ejemplo, la de acto de habla). No obstante se ha limitado sin mucho acierto, pienso a utilizarlos sin entrar en dilogo alguno con los filsofos del lenguaje.

  • 22 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    que estamos considerando. Slo me atrevo a sugerir que deberan buscarse denominaciones distintas para asuntos distintos.

    En una obra como sta pensada para servir como libro de lecturas durante un curso de filosofa del lenguaje es necesario tomar decisiones sobre qu artculos incluir y excluir. Esas decisiones son a veces tericas, pero muchas veces vienen dictadas por constricciones econmicas, editoriales, de derechos de edicin, etc. En nuestro caso ha sido particularmente doloroso el tener que prescindir de algn representante de la lingstica que, como se ha afirmado, ha estado particularmente presente en el desarrollo de nuestra disciplina. Espero que esta ausencia pueda suplirse sin demasiados problemas.

    Una serie de personas e instituciones han cooperado para que este libro viese la luz. Juan Jos Acero, Pepe Fillol, Alfonso Garca Surez, Aurelio Prez Fustegueras, Daniel Quesada y Enrique Ujaldn tradujeron algunos de los artculos y/o me aconsejaron sobre su inclusin y distribucin que, por lo que respecta a sus defectos, es responsabilidad que slo a m me compete. Manuel Garrido apoy el proyecto de modo entusiasta desde el principio. La Universidad de Murcia lo acogi generosamente lo mismo que Editorial Tecnos. Mis alumnos de filosofa del lenguaje de las Universidades de Valencia y Murcia, que me han soportado pacientemente durante estos ltimos quince aos, me hicieron ver la necesidad de disponer de un libro (ms o menos) como ste. Aunque para ellos llegue ya demasiado tarde espero que a sus futuros compaeros les sea de alguna utilidad.

    Luis M. Va l d s V illa nueva

  • PRLOGO 23

    SELECCIN DE OBRAS GENERALES DE FILOSOFA DEL LENGUAJE DISPONIBLES EN CASTELLANO

    A c e r o , J. J. (1985): Filosofa y anlisis del lenguaje, Cincel, Madrid. (1993): Filosofa y lenguaje, Octaedro, Barcelona. (ed.) (1998): Filosofa del lenguaje I: Semntica, Trotta/Consejo Superior de Investiga

    ciones Cientficas, Madrid (Enciclopedia iberoamericana de filosofa, voi. 16).A cero, J. J.; B u st o s , E ., y Q u e sa d a , D. (1989): Introduccin a la filosofa del lenguaje, Cte

    dra, Madrid.A l s t o n , W. P. ( 1985): Filosofa del lenguaje, traduccin de Violeta Demonte, Alianza, Madrid.B la sco , J. L.; G rimaltos, T., y S n c h ez , D. (1999): Signo y pensamiento, Ariel, Barcelona.B la sco , J. L., y V e r a , F. (1987): Filosofa del lenguaje, Ediciones de la Generalitat Valen

    ciana, Valencia.B u s t o s , E. (1997): Introduccin histrica a la filosofa del lenguaje, Universidad Nacional

    de Educacin a Distancia, Madrid. (2004): Filosofa del lenguaje, Universidad Nacional de Educacin a Distancia, Madrid.C o n e sa , F ., y N u bio la A g u ilar , J. (199 8 ): Filosofa del lenguaje, Herder, Barcelona.C orredo r , C. (1999): Filosofa del lenguaje. Una aproximacin a las teoras del significa

    do del siglo xx, Antonio Machado, Madrid.D a s c a l , M. (ed.) (1999): Filosofa del lenguaje II: Pragmtica, Trotta/Consejo Superior de

    Investigaciones Cientficas, Madrid (Enciclopedia iberoamericana defilosofa, voi. 18).D o m n g u e z R ey , A. (2004): Filosofa del lenguaje, Liceus, Madrid.Frpolli, M. J., y Romero , E. (1998): Una aproximacin a la filosofa del lenguaje, Snte

    sis, Madrid.G arca C arpintero , M. (1996): Las palabras, las ideas y las cosas: una presentacin de la

    filosofa del lenguaje, Ariel, Barcelona.G a r c a S u r e z , A. (1997): Modos de significar: una introduccin temtica a la filosofa del

    lenguaje, Tecnos, Madrid.H a c k in g , I. (1979): Porqu el lenguaje importa a lafilosofa?, Editorial Sudamericana, Bue

    nos Aires.H ierro S. Pe sc a d o r , J. (1997): Principios de filosofa del lenguaje,Alianza, Madrid.K u t sc h e r a , F. v. (1979): Filosofa del lenguaje, traduccin de Adelino lvarez, Gredos, Madrid.L e v in s o n , S . (1989): Pragmtica, Teide, Barcelona.N ubiola A guilar, J. ( 1994): La revolucin pragmatista de la filosofa analtica: una introduccin

    a la filosofa analtica del lenguaje, Eunsa, Pamplona.P r e z O t e r o , M., y G a r c a C a r p in t e r o , M. (2000): Filosofa del lenguaje, Publicaciones y

    Ediciones de la Universidad de Barcelona, Barcelona.Rodrguez C o n su eg r a , F. (2002): Estudios de filosofa del lenguaje, Comares, Granada.S im p s o n , T. M. (1964): Formas lgicas, realidad y significado, Eudeba, Buenos Aires.W a i s m a n n , F. (1970): Los principios de la filosofa lingstica, traduccin de Jos Antonio

    Robles, Universidad Nacional Autnoma de Mxico/Instituto de Investigaciones Filosficas, Mxico.

  • TEORAS DESCRIPTIVAS DE LA REFERENCIA

  • INTRODUCCIN

    Los trminos singulares, categora lgica a la que pertenecen, entre otros, nombres propios y descripciones, han atrado tradicionalmente el inters de los filsofos intrigados por desentraar su mecanismo de relacin con el mundo. El dilema era (y es, si se me permite simplificar las cosas) ste: la relacin de estos trminos con el mundo es directa o indirecta? Gottlob Frege, el fundador de la moderna filosofa del lenguaje, mantuvo en Sobre sentido y referencia como resultado del anlisis de ciertos problemas sobre la informa- tividad de los enunciados de identidad que esa relacin, tanto en el caso de los nombres propios como en el de las descripciones, era indirecta, se produca por medio del sentido. La clebre teora de las descripciones de Ber- trand Russell se enfrenta aunque slo en cierta medida a las posiciones de Frege. Russell defendi que los nombres propios, si son nombres propios genuinos (esto es: nombres de particulares como esto, usados decticamente para hacer referencia a contenidos de conciencia del hablante y, al menos durante algn tiempo, el pronombre personal de primera persona yo usado para referirse a uno mismo), se relacionan con el mundo de modo directo. Pero tanto las descripciones definidas (p. ej., el autor del Quijote) como los nombres propios ordinarios (p. ej., Cervantes) no tienen referencia directa, es ms: estos ltimos slo son realmente modos de abreviar descripciones o, si se quiere, su referencia se logra de manera indirecta, va las descripciones que abrevian. Peter Strawson salt al estrellato filosfico cuando en 1950 public Sobre el referir un duro ataque a las, hasta entonces, indiscutibles tesis de Russell siguiendo las lneas trazadas por Frege; a Strawson le pareca intolerable, de un modo particular, la mitologa del nombre propio genuino de Russell, y defendi la tesis de que los nombres propios ordinarios son nombres propios genuinos y tienen referencia indirecta. Hay, sin embargo, un punto en el que Strawson se opone tanto a Frege como a Russell y que anticipa ciertos desarrollos posteriores p. ej., algunas afirmaciones de la teora de los actos de habla. Frege y Russell mantenan que eran los trminos los que tenan referencia, mientras que Strawson defender la posicin de que son los hablantes los que realizan el acto de la referencia por medio del uso de ciertos trminos. El artculo de Keith Donnellan Referencia y descripciones definidas somete a crtica tanto el armazn russelliano como el strawsoniano. En l Donnellan defiende que hay dos usos de las descripciones definidas, el uso

    [27]

  • 28 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    atributivo en el que se concentrara la argumentacin de Russell y el uso referencial en el que se concentra la de Strawson. Pero tanto Russell como Strawson se equivocan de acuerdo con Donnellan; el primero, por ignorar los usos referenciales, y el segundo, por no tener en cuenta los usos atributivos. Por ltimo, John Searle, en Nombres propios y descripciones, presenta algo que quiere ser un compromiso entre las teoras descriptivas y no descriptivas de la referencia. Frege, afirma l, estaba en lo cierto al mantener que los nombres propios tienen sentido, que su referencia es indirecta, pero ese sentido no es un conjunto de descripciones que singularizan el objeto al que se refiere el nombre, sino un racimo de stas constitutivamente vago e indeterminado: sta es justamente la diferencia entre describir y nombrar.

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA*

    G ottlob F rege

    La igualdad1 incita a la reflexin por medio de preguntas enlazadas con ella que no son en absoluto fciles de responder. Es la igualdad una relacin?, es una relacin entre objetos?, o entre nombres o signos de objetos? Esto ltimo es lo que supuse en mi Conceptografiaa. Las razones que parecen hablar a favor de ello son las siguientes: a = a y a = b son, obviamente, proposiciones de distinto valor cognoscitivo: a = a vale a priori y, de acuerdo con Kant, ha de llamarse analtica, mientras que proposiciones de la forma a = b contienen muy a menudo ampliaciones muy valiosas de nuestro conocimiento y no pueden siempre establecerse a priori. El descubrimiento de que cada maana no sale un nuevo Sol, sino que siempre es el mismo, ha sido ciertamente uno de los descubrimientos de la astronoma ms rico en consecuencias. An hoy da la identificacin de un pequeo planeta o de un cometa no es siempre algo rutinario. Ahora bien, si quisiramos ver en la igualdad una relacin entre aquello a lo que se refieren los nombres a y b, parecera entonces que a = b no podra diferir ea = a, en el caso de que a = b sea verdad. Con ello se habra expresado una relacin de una cosa consigo misma y, ciertamente, una relacin en la que cada cosa est consigo misma, pero que ninguna cosa mantiene con otra distinta. Lo que se quiere decir con a = b parece ser esto: los signos o nombres a y b se refieren a lo mismo y, en consecuencia, estaramos hablando justamente de esos signos; se aseverara una relacin entre ellos. Pero esa relacin se mantendra entre los nombres o signos slo en la medida en que nombran o designan algo. Sera una relacin facilitada por la conexin de

    * Versin castellana de Luis M. Valds Villanueva.1 Uso esta palabra en el sentido de identidad y entiendo a = b en el sentido de a es lo

    mismo que b o a y b coinciden.a Begriffsschrift, eine der arithmetisches nachgehildete Formelnsprache des reinen Den

    kens, Halle, 1879. Versin castellana: Conceptografia, un lenguaje de frmulas, semejante al de la aritmtica, para el pensamiento puro, UNAM, Mxico, 1972.

    [29]

  • 30 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    cada uno de los dos signos con la misma cosa designada. Pero esto es arbitrario. No se puede prohibir a nadie tomar como signo de algo cualquier acontecimiento u objeto arbitrariamente producido. De este modo, una proposicin a = b ya no sera algo concerniente a la cosa misma, sino a nuestro modo de designacin; con ella no expresaramos ningn conocimiento genuino. Pero esto es precisamente lo que queremos en muchos casos. Si el signo a se distingue del signo b slo como objeto (aqu, por medio de su forma), no como signo, es decir: no por la manera como designa algo, entonces el valor cognoscitivo de a = a sera esencialmente igual al de a = b, en el caso de que a = b sea verdadera. Slo puede haber una distincin si a la diferencia de signos corresponde una diferencia en el modo de presentacin de lo designado. Sean a ,b y c las rectas que unen los vrtices de un tringulo con los puntos medios de los lados opuestos. El punto de interseccin de a y b es entonces el mismo que el punto de interseccin de b y c. Tenemos pues distintas designaciones para el mismo punto, y estos nombres (punto de interseccin de a y b y punto de interseccin de b y c) indican al mismo tiempo el modo de presentacin, y es por ello por lo que la proposicin contiene un conocimiento efectivo.

    As pues, resulta natural pensar que con un signo (nombre, unin de palabras, signos escritos) est unido adems de lo designado, lo que se podra llamar la referencia del signo, lo que me gustara llamar el sentido del signo, donde est contenido el modo de presentacin. De acuerdo con esto, en nuestro ejemplo la referencia de las expresiones el punto de interseccin de a y b y el punto de interseccin de b y c es la misma, pero no sus sentidos. La referencia de el lucero de la maana y el lucero de la tarde es la misma, pero no el sentido.

    Se desprende del contexto que he entendido aqu por signo y nombre cualquier designacin por la que est un nombre propio, cuya referencia es, por consiguiente, un objeto determinado (tomada esta palabra en la ms amplia extensin), pero no un concepto ni una relacin, sobre los que se tratar ms de cerca en otro artculob. La designacin de un nico objeto puede tambin consistir en varias palabras u otros signos cualesquiera. Para abreviar, se llamar nombre propio a cada una de tales designaciones.

    El sentido de un nombre propio es captado por cualquiera que conoce de manera suficiente el lenguaje o la totalidad de las designaciones a las que pertenece2; pero con esto la referencia, en el caso de que la tenga, slo se

    b Se refiere el autor aqu a Sobre concepto y objeto. Vase G. Frege, Ensayos de semntica y filosofa de la lgica, Tecnos, Madrid, 1998, pp. 123-139.

    2 Por lo que respecta a un nombre propio genuino como Aristteles, las opiniones sobre su sentido pueden ser, desde luego, discrepantes. Se podra suponer, por ejemplo, que es lo siguiente: el discpulo de Platn y el maestro de Alejandro Magno. Quien hace esto asignar a la oracin Aristteles naci en Estagira un sentido distinto que aqul que supone que el sentido del nombre es: el maestro de Alejandro Magno que naci en Estagira. Ahora bien,

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 31

    ilumina parcialmente. Para un conocimiento completo de la referencia se requerira que, para cada sentido dado, pudisemos decir al instante si est asociado o no con ella. A eso no llegamos nunca.

    La conexin regular entre el signo, su sentido, y su referencia, es de tal gnero, que al signo le corresponde un sentido determinado y a ste, a su vez, una referencia determinada, mientras que a una referencia (a un objeto) no le pertenece slo un signo. El mismo sentido tiene distintas expresiones en distintos lenguajes, por no hablar del mismo lenguaje. Ciertamente, hay excepciones a este comportamiento regular. Desde luego, en una totalidad completa de signos a cada expresin debera corresponderle un sentido determinado; pero las lenguas naturales no cumplen muchas veces esta exigencia, y debemos contentamos si la misma palabra tiene siempre el mismo sentido en el mismo contexto. Puede quizs admitirse que una expresin gramaticalmente bien formada, que est por un nombre propio, tiene siempre un sentido. Ahora bien, con esto no se ha dicho que al sentido le corresponda tambin una referencia. Las palabras el cuerpo celeste ms distante de la Tierra tienen un sentido; pero es muy dudoso que tengan tambin una referencia. La expresin la serie menos convergente, tiene un sentido; pero se puede demostrar que no tiene referencia, pues para cada serie convergente se puede encontrar otra menos convergente, pero que, con todo, es convergente. Por consiguiente, el que se haya captado un sentido no asegura el que se tenga una referencia.

    Cuando las palabras se usan de modo habitual, aquello de lo que se quiere hablar es su referencia. Pero puede tambin suceder que se quiera hablar de las palabras mismas o de su sentido. Tal cosa sucede, por ejemplo, cuando se citan las palabras de otro en estilo directo. En este caso, las palabras del propio hablante se refieren en primer lugar a las palabras de la otra persona y slo stas tienen la referencia habitual. Tenemos entonces signos de signos. Cuando se ponen por escrito, las palabras se encierran, en este caso, entre comillas. Por consiguiente, una palabra que va entre comillas no debe tomarse como si tuviera su referencia habitual.

    Si se quiere hablar del sentido de una expresin A, puede hacerse usando sencillamente el giro el sentido de la expresin A. En el estilo indirecto se habla, por ejemplo, del sentido de lo que ha dicho otra persona. Resulta claro tambin que en esta manera de hablar las palabras no tienen su referencia habitual, sino que se refieren a lo que habitualmente es su sentido. Para expresarlo con brevedad diremos: en estilo indirecto las palabras se usan indirectamente o tienen su referencia indirecta. Por consiguiente, distinguimos entre

    mientras la referencia sea la misma pueden admitirse esas variaciones de sentido, aunque deben evitarse en la estructura terica de una ciencia demostrativa y no se debera permitir que ocurriesen en un lenguaje perfecto.

  • 32 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    la referencia habitual de una palabra y su referencia indirecta y entre su sentido habitual y su sentido indirecto. La referencia indirecta de una palabra es, de acuerdo con esto, su sentido habitual. Tales excepciones tienen siempre que tenerse presentes si se quiere captar correctamente, en los casos particulares, los modos de conexin entre signo, sentido y referencia.

    Ha de distinguirse la referencia y el sentido de un signo de la representacin asociada con l. Si la referencia de un signo es un objeto sensorialmente perceptible, entonces mi representacin de l es una imagen3 originada a partir de recuerdos de impresiones sensoriales que he tenido y de actividades, tanto internas como externas, que he ejercitado. Esta imagen est a menudo impregnada de sentimientos; la claridad de sus partes individuales es diversa y oscilante. No siempre, ni siquiera en el mismo hombre, est ligada la misma representacin con el mismo sentido. La representacin es subjetiva: la representacin de uno no es la del otro. De aqu que se den mltiples diferencias en las representaciones asociadas con el mismo sentido. Un pintor, un jinete, un zologo asociarn probablemente representaciones muy distintas con el nombre Bucfalo. Por ello la representacin se diferencia esencialmente del sentido de un signo, que puede ser propiedad comn de muchos y no es, por tanto, una parte o un modo de una mente individual; as pues, no podr negarse que la humanidad tiene ciertamente un tesoro comn de pensamientos que transmite de una generacin a otra4.

    Mientras que, de acuerdo con lo anterior, no hay escrpulo alguno en hablar lisa y llanamente del sentido, en el caso de la representacin tenemos que aadir, estrictamente hablando, a quin pertenece y en qu tiempo. Se podra quizs decir: del mismo modo que con la misma palabra uno conecta esta representacin y otro aqulla, tambin uno puede asociar con ella este sentido y otro aqul. Pero entonces la diferencia consiste slo en el modo de esa asociacin. Esto no impide que ambos capten el mismo sentido; pero no pueden tener la misma representacin. Si do idem faciunt, non est idem. Si dos se representan lo mismo, cada uno tiene, a pesar de todo, su propia representacin. Ciertamente, es posible a veces establecer diferencias entre las representaciones, e incluso entre las sensaciones, de distintos hombres; pero no es posible una autntica comparacin, porque no podemos tener esas representaciones juntas en la misma conciencia.

    3 Podemos poner tambin junto a las representaciones las intuiciones en las que las impresiones sensoriales y las actividades mismas ocupan el lugar de las huellas que han dejado en la mente. La distincin es irrelevante para nuestros propsitos, mxime cuando junto a las sensaciones y actividades los recuerdos de stas ayudan a completar la imagen intuitiva. Pero un objeto puede entenderse tambin por intuicin, en tanto que sea sensorialmente perceptible o espacial.

    4 Es, por tanto, muy poco conveniente designar con la palabra representacin cosas tan fundamentalmente distintas.

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 33

    La referencia de un nombre propio es el objeto mismo que designamos por medio de l; la representacin que tenemos en este caso es completamente subjetiva; entre ambos est el sentido, que ciertamente ya no es subjetivo como la representacin, pero que tampoco es el objeto mismo. El siguiente smil es quizs apropiado para esclarecer estas relaciones. Alguien observa la Luna a travs de un telescopio. Comparo la Luna misma con la referencia; es el objeto de observacin, que viene dado por la imagen real que se proyecta en la lente del objetivo del interior del telescopio y por la imagen que se produce en la retina del observador. A la primera imagen la comparo con el sentido; a la segunda, con la representacin o intuicin. La imagen del telescopio es, ciertamente, unilateral, depende del lugar de observacin; pero es, con todo, objetiva en la medida en que puede servir a muchos observadores. En cualquier caso, podra disponerse de tal manera que muchos la usaran al mismo tiempo. Pero, por lo que respecta a las imgenes de la retina, cada uno tendra la suya propia. Apenas si se alcanzara incluso una congruencia geomtrica debido a las distintas conformaciones de los ojos, y quedara excluida una coincidencia real. Este smil podra quizs desarrollarse adicionalmente si se supusiera que la imagen que se produce en la retina de A podra hacerse visible a B; o tambin que el mismo A podra ver la imagen de su propia retina en un espejo. Con esto quizs pudiramos mostrar cmo una representacin puede ser tomada de hecho como objeto, pero como tal no es para el observador lo que es directamente para el que se la representa. Pero seguir discutiendo esto nos apartara demasiado de nuestro camino.

    Podemos reconocer ahora tres niveles de diferenciacin entre las palabras, expresiones y oraciones completas. O bien la diferencia atae a lo sumo a las representaciones, o al sentido pero no a la referencia, o, finalmente, tambin a la referencia. Con respecto al primer nivel, ha de sealarse que, debido a la inseguridad de la conexin entre representaciones y palabras, para uno puede existir una diferencia que el otro no encuentra. La diferencia entre la traduccin y el escrito original no debera sobrepasar este primer nivel. A las posibles diferencias que pueden encontrarse aqu pertenecen las coloraciones y las iluminaciones que la poesa y la elocuencia buscan dar al sentido. Estas coloraciones e iluminaciones no son objetivas, sino que cada oyente o lector debe dejarse transportar por las sugerencias del poeta o del orador. Sin una afinidad de las representaciones humanas el arte no sera ciertamente posible; pero en qu medida se corresponden stas con las intenciones del poeta es algo que jams se puede averiguar completamente.

    En lo que sigue no se hablar ya ms de las representaciones e intuiciones; slo se las ha mencionado aqu para que no se confunda la representacin que una palabra despierta en un oyente con su sentido o su referencia.

    Para hacer posible que nos expresemos de una manera breve y exacta, establezcamos la terminologa siguiente:

  • 34 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    Un nombre propio (palabra, signo, combinacin de signos, expresin) expresa su sentido, se refiere a, o designa, su referencia. Con un signo expresamos su sentido y designamos su referencia.

    Del lado del escepticismo y del idealismo se habr objetado ya desde hace tiempo: Hablas aqu sin ms de la Luna como un objeto; pero cmo sabes que el nombre la Luna tiene una referencia, cmo sabes que, en general, hay algo que tiene una referencia? Respondo que cuando decimos la Luna no es nuestra intencin hablar de nuestra representacin de la Luna, y que tampoco nos contentamos con el sentido, sino que presuponemos una referencia. Sera confundir completamente el sentido el que se quisiera suponer que en la oracin La Luna es menor que la Tierra, se est hablando de una representacin de la Luna. Si el hablante quisiera decir esto, usara el giro mi representacin de la Luna. Ahora bien, podemos desde luego errar en esta presuposicin, y tales errores han ocurrido de hecho. Pero la cuestin de si quizs erramos siempre en esto, puede quedar aqu sin respuesta; es, en principio, suficiente, para justificar el que se hable de la referencia de un signo, el sealar nuestra intencin al hablar o al pensar, si bien con la reserva: caso de que exista tal referencia.

    Hasta ahora se ha considerado solamente el sentido y la referencia de aquellas expresiones, palabras, signos, que se han llamado nombres propios. Vamos a preguntamos ahora por el sentido y la referencia de una oracin asertrica completa. Tal oracin contiene un pensamiento5. Ahora bien, ha de considerarse ese pensamiento como su sentido o como su referencia? Supongamos que tal oracin tiene una referencia. Si reemplazamos en ella una palabra por otra con la misma referencia, pero con diferente sentido, tal reemplazo no puede tener influencia alguna sobre la referencia de la oracin. Podemos ver, sin embargo, que en tal caso el pensamiento cambia; pues el pensamiento de, por ejemplo, la oracin El lucero de la maana es un cuerpo iluminado por el Sol difiere del de la oracin El lucero de la tarde es un cuerpo iluminado por el Sol. Alguien que no supiese que el lucero de la tarde es el lucero de la maana podra tener un pensamiento por verdadero y el otro por falso. Por consiguiente, el pensamiento no puede ser la referencia de la oracin; por el contrario, hemos de concebirlo como el sentido. Pero qu sucede con la referencia? Tenemos derecho, en suma, a preguntar por ella? Tiene quizs la oracin como un todo slo un sentido, pero no una referencia? En todo caso, puede esperarse que se den tales oraciones, del mismo modo que hay partes de oraciones que tienen ciertamente un sentido, pero que no tienen referencia. Las oraciones que contienen nombres propios sin referencia sern de este gnero. La oracin Ulises fue

    5 Entiendo por pensamiento no al acto subjetivo de pensar, sino su contenido objetivo, que es capaz de ser propiedad comn de muchos.

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 35

    desembarcado en taca profundamente dormido tiene obviamente un sentido. Pero, puesto que es dudoso que el nombre Ulises que aparece en ella tenga una referencia, es tambin dudoso que la oracin entera la tenga. Pero, con todo, es seguro que cualquiera que, seriamente, tenga a la oracin por verdadera o por falsa, le adjudicar tambin una referencia al nombre Ulises y no slo un sentido; puesto que a la referencia de este nombre es a lo que se atribuye o deja de atribuir el predicado. El que no admita una referencia no podr atribuirle o dejar de atribuirle un predicado. Pero el avance hacia la referencia del nombre sera entonces superfluo; uno podra contentarse con el sentido, si no quisiera ir ms all del pensamiento. Si slo se tratara del sentido de la oracin, del pensamiento, no sera necesario preocuparse por la referencia de una parte de la oracin; pues por lo que respecta al sentido de la oracin, slo entra en consideracin el sentido de esa parte, no la referencia. El pensamiento sigue siendo el mismo, tenga o no el nombre Ulises una referencia. El que nos preocupemos por la referencia de una parte de la oracin es un signo de que tambin reconocemos y exigimos en general una referencia para la oracin misma. El pensamiento pierde valor para nosotros tan pronto como reconocemos que falta la referencia de una de sus partes. Por tanto, tenemos en verdad derecho a no contentamos con el sentido de una oracin y a preguntar tambin por su referencia. Pero por qu queremos que todo nombre propio tenga no slo un sentido sino tambin una referencia? Por qu no nos basta el pensamiento? Porque, y en la medida en que, nos importa su valor de verdad. ste no es siempre el caso. Al escuchar, por ejemplo, una epopeya, nos cautivan, adems de la armona del lenguaje, el sentido de las oraciones y las representaciones y los sentimientos despertados por ellas. Con la pregunta por la verdad abandonaramos el goce artstico y adoptaramos un enfoque cientfico. Por tanto, nos es indiferente si, por ejemplo, el nombre Ulises tiene una referencia, en la medida en que tomemos el poema como una obra de arte6. Es entonces la aspiracin hacia la verdad la que nos impulsa sobre todo a avanzar del sentido a la referencia.

    Hemos visto que a una oracin hay que buscarle siempre una referencia, cuando se est interesado en la referencia de sus partes componentes; y esto sucede cuando y slo cuando se da el caso de que nos preguntamos por el valor de verdad.

    As pues, esto nos impulsa a aceptar que el valor de verdad de una oracin es su referencia. Entiendo por valor de verdad de una oracin la circunstancia de que es verdadera o falsa. No hay otros valores de verdad. Para abreviar, llamo a uno lo verdadero, al otro lo falso. Toda oracin asertri-

    6 Sera deseable tener una expresin especial para signos que tienen slo sentido. Si, pongamos por caso, los llamsemos imgenes, las palabras de los actores en el escenario seran imgenes, e incluso el actor mismo sera una imagen.

  • 36 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    ca, en la que importe la referencia de sus palabras, ha de concebirse por lo tanto como un nombre propio, y su referencia, en el caso de que la tenga, es lo verdadero o lo falso. Estos dos objetos sern reconocidos, aunque slo sea de modo implcito, por todo aquel que juzgue, que tenga algo por verdadero, por tanto tambin por el escptico. La designacin de los valores de verdad como objetos podra parecer aqu una ocurrencia arbitraria y quizs un mero juego de palabras, del que no debera extraerse ninguna consecuencia profunda. Lo que llamo objeto slo se puede discutir propiamente en conexin con concepto y relacin. Reservar esto para otro artculo0. Pero, por lo menos, que quede claro a partir de ahora que en todo juicio7 por muy evidente que sea se ha producido ya el paso del nivel de los pensamientos al nivel de las referencias (de lo objetivo).

    Uno podra sentir la tentacin de contemplar la relacin del pensamiento con lo verdadero no como la del sentido con la referencia, sino como la del sujeto con el predicado. Podra efectivamente decirse: El pensamiento de que cinco es un nmero primo es verdadero. Pero si se mira esto ms cuidadosamente, se da uno cuenta de que con ello no se ha dicho realmente ms que con la pura y simple oracin 5 es un nmero primo. El que se asevere verdad es algo que reside en ambos casos en la forma de la oracin aser- trica, y cuando sta no tiene su fuerza habitual, por ejemplo: en boca de un actor en el escenario, la oracin El pensamiento de que 5 es un nmero primo es verdadero contiene tambin slo un pensamiento, y ciertamente el mismo pensamiento que la pura y simple: 5 es un nmero primo. Se sigue de esto que la relacin del pensamiento con lo verdadero no debe compararse con la del sujeto con el predicado. Sujeto y predicado son ciertamente (entendidos en sentido lgico) partes del pensamiento; para el conocimiento estn al mismo nivel. Mediante la composicin de sujeto y predicado slo se alcanza siempre un pensamiento, nunca se pasa de un sentido a su referencia, de un pensamiento a su valor de verdad. Uno se mueve en el mismo nivel, pero no se avanza de un nivel al siguiente. Un valor de verdad no puede ser parte de un pensamiento, del mismo modo que no puede serlo el Sol, porque no es ningn sentido, sino un objeto.

    Si nuestra conjetura de que la referencia de una oracin es su valor de verdad es correcta, entonces ste debe permanecer inalterado cuando una parte de la oracin se reemplaza por una expresin con la misma referencia pero distinto sentido. Y, de hecho, esto es lo que sucede. Leibniz aclara esto de modo directo: Eadem sunt, quae sibi mutuo substitupossunt, salva veritate. Pues qu otra cosa podra encontrarse que no fuese el valor de verdad, que pertenezca de manera general a toda oracin en la que interese

    c Se refiere Frege aqu nuevamente al artculo Sobre concepto y objeto, vase nota b.7 Un juicio no es para m la mera captacin de un pensamiento, sino la aceptacin de su

    verdad.

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 37

    la referencia de las partes componentes y que permanezca inalterada al hacer una substitucin del gnero mencionado?

    Ahora bien, si el valor de verdad de una oracin es su referencia, entonces, todas las oraciones verdaderas por una parte, y todas las falsas por otra, tienen la misma referencia. Vemos a partir de esto que en la referencia de la oracin todo lo especfico se borra. Nunca, por consiguiente, podemos interesamos slo por la referencia de una oracin; pero tampoco el mero pensamiento proporciona conocimiento alguno, sino slo el pensamiento junto con su referencia, esto es: con su valor de verdad. Los juicios pueden concebirse como avances de un pensamiento hacia su valor de verdad. Desde luego, esto no debe tomarse como una definicin. El juzgar es algo completamente peculiar e incomparable. Se podra decir tambin que juzgar es distinguir partes dentro del valor de verdad. Esta distincin sucede remontndose al pensamiento. A cada sentido, que pertenece a un valor de verdad, le correspondera un gnero peculiar de descomposicin. He usado aqu la palabra parte de una manera especial. De hecho, he transferido la relacin entre el todo y las partes en la oracin a su referencia, puesto que he llamado a la referencia de una palabra parte de la referencia de la oracin, cuando la palabra misma es parte de la oracin; esta manera de hablar es, desde luego, discutible, porque, por lo que respecta a la referencia, el resto no queda determinado por el todo y una parte, y porque la palabra parte se usa ya de modo distinto para los cuerpos. Hara falta crear para esto una expresin apropiada.

    Se debe ahora seguir comprobando la conjetura de que el valor de verdad de una oracin es su referencia. Hemos encontrado que el valor de verdad de una oracin permanece inalterado cuando reemplazamos en ella una expresin por otra con igual referencia: pero todava no hemos considerado el caso en el que la expresin a reemplazar es ella misma una oracin. Ahora bien, si nuestro punto de vista es correcto, el valor de verdad de una oracin que contiene a otra como parte, tiene que permanecer sin cambio alguno si substituimos la oracin que es una parte por otra cuyo valor de verdad es el mismo. Deben esperarse excepciones cuando toda la oracin o una parte estn en estilo directo o indirecto; pues, como hemos visto, en estos casos la referencia de las palabras no es la habitual. Una oracin se refiere en estilo directo a otra oracin y en estilo indirecto a un pensamiento.

    Esto nos lleva entonces a la consideracin de las oraciones subordinadas. stas aparecen como parte de una oracin compuesta que, desde el punto de vista lgico, se presenta tambin como una oracin, es decir: como oracin principal. Pero aqu tenemos que hacer frente a la cuestin de si vale tambin para las oraciones subordinadas el que su referencia es un valor de verdad. Del estilo indirecto sabemos ya lo contrario. Los gramticos contemplan las oraciones subordinadas como representantes de partes de oraciones y las dividen en oraciones nominales (Nennstze), aposiciones (Beistze) y oraciones adverbiales (Adverbsatze). A partir de aqu podra surgir

  • 38 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    la conjetura de que la referencia de una oracin subordinada no es un valor de verdad, sino que es la misma que la de un nombre, un adjetivo o un adverbio, para decirlo brevemente: la misma que la de una parte de la oracin que no tiene como sentido un pensamiento, sino slo una parte del mismo. Ahora bien, slo una investigacin ms a fondo puede arrojar luz sobre esto. Al hacerla, no nos mantendremos estrictamente en las categoras gramaticales, sino que agruparemos lo que es lgicamente similar. Busquemos en primer lugar los casos en los que el sentido de la oracin subordinada no es, como ya hemos conjeturado, un pensamiento independiente.

    A la clase de oraciones nominales abstractas que empiezan por que pertenece tambin el estilo indirecto; en l hemos visto que las palabras tienen su referencia indirecta, que coincide con lo que es su sentido habitual. Por tanto, la subordinada tiene como referencia en este caso un pensamiento, no un valor de verdad; como sentido, no un pensamiento, sino el sentido de las palabras el pensamiento de que..., que es slo una parte del pensamiento de la oracin compuesta completa. Esto ocurre despus de decir, or, opinar, estar convencido, concluir y palabras similares8. La situacin es distinta, y ciertamente bastante complicada, despus de palabras como conocer, saber, imaginar, que se considerarn ms adelante.

    Que en nuestros casos la referencia de la oracin subordinada es, de hecho, el pensamiento, se ve tambin en que es indiferente para la verdad del todo que el pensamiento sea verdadero o falso. Comprense, por ejemplo, las dos oraciones: Copmico crea que las rbitas de los planetas eran crculos y Copmico crea que la apariencia del movimiento del Sol se produce por el movimiento real de la Tierra. Se puede reemplazar aqu, sin peijuicio de la verdad, una oracin subordinada por la otra. La oracin principal junto con la subordinada slo tiene como sentido un nico pensamiento, y la verdad del todo no incluye ni la verdad ni la no verdad de la oracin subordinada. En estos casos, no se permite reemplazar en la oracin subordinada una expresin por otra que tenga la misma referencia habitual, sino slo por una que tenga la misma referencia indirecta, es decir: el mismo sentido habitual. Si alguien quisiera concluir: la referencia de una oracin no es su valor de verdad, pues entonces se la podra reemplazar en todas partes por otra con el mismo valor de verdad, habra probado demasiadas cosas; del mismo modo, uno podra aseverar que la referencia de la expresin lucero de la maana no es Venus, puesto que no puede decirse en todo lugar Venus en vez de lucero de la maana. Slo se tiene derecho a concluir que la referencia de una oracin no es siempre su valor de verdad y que lucero de la maana no siempre se refiere al planeta Venus: no lo hace cuando esta

    8 En A minti al decir que haba visto a B la oracin subordinada se refiere a un pensamiento, del que se dice, en primer lugar, que A lo ha aseverado como verdadero y, en segundo lugar, que A estaba convencido de su falsedad.

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 39

    expresin tiene su referencia indirecta. Tal caso excepcional ocurre en la oracin subordinada que se acaba de considerar, cuya referencia es un pensamiento.

    Cuando se dice parece que... se quiere decir me parece que..., o soy de la opinin de que.... Tenemos, por tanto, otra vez el mismo caso. La situacin es similar respecto de expresiones como alegrarse, lamentar, aprobar, censurar, desear, temer. Cuando, hacia el final de la batalla de Belle-Allianced, Wellington se alegr de que viniesen los prusianos, la razn de su alegra era una conviccin. Si se hubiera equivocado, en tanto durase su ilusin, no por ello se habra alegrado menos, y antes de alcanzar la conviccin de que venan los prusianos no poda alegrarse de ello, a pesar de que, de hecho, ya se estaban acercando.

    Al igual que una conviccin o una creencia es la razn de un sentimiento, tambin puede ser razn de otra conviccin, como sucede en el caso de la inferencia. En la oracin: Coln infiri de la redondez de la Tierra que, viajando hacia el Oeste, podra alcanzar las Indias, tenemos como referencia de las partes dos pensamientos, que la Tierra es redonda y que Coln podra alcanzar las Indias viajando hacia el Oeste. Lo que importa aqu de nuevo es que Coln estaba convencido de una y otra cosa y que una conviccin era la razn de la otra. El que la Tierra sea realmente redonda y el que Coln pudiese realmente alcanzar las Indias viajando hacia el Oeste, como l pensaba, es indiferente para la verdad de nuestra oracin; pero no es indiferente el que reemplacemos la Tierra por el planeta que va acompaado de una Luna, cuyo dimetro es mayor que la cuarta parte del suyo propio. Tenemos tambin aqu la referencia indirecta de las palabras.

    Las oraciones adverbiales finales con para que son tambin de este tipo; pues obviamente la finalidad es un pensamiento; de ah que: referencia indirecta de las palabras, subjuntivo.

    La oracin subordinada con que despus de ordenar, pedir, prohibir, aparecera en estilo directo como imperativo. Tal oracin subordinada no tiene referencia alguna, sino slo un sentido. Una orden, una peticin no son, ciertamente, pensamientos, aunque estn al mismo nivel que los pensamientos. Por ello, en las oraciones subordinadas que dependen de ordenar, pedir, etc., las palabras tienen su referencia indirecta. La referencia de tal oracin no es, por lo tanto, un valor de verdad, sino una orden, una peticin y as sucesivamente.

    Sucede algo similar en el caso de preguntas subordinadas, en giros como dudar de que o no saber que. Es fcil ver que tambin aqu han de tomarse las palabras en su referencia indirecta. Las oraciones interrogativas indirectas con quin, qu, dnde, cundo, cmo, por medio

    d ste es el modo alemn de designar la batalla de Waterloo.

  • 40 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    de qu, etc., a veces parecen acercarse mucho a las oraciones adverbiales, en las que las palabras tienen su referencia habitual. Lingsticamente hablando, estos casos se diferencian por el modo del verbo. En el caso del subjuntivo, tenemos preguntas subordinadas y referencia indirecta de las palabras, de modo que un nombre propio no puede reemplazarse generalmente por otro nombre del mismo objeto.

    En los casos considerados hasta ahora, las palabras de la oracin subordinada tenan su referencia indirecta y por eso es explicable que la referencia de la oracin subordinada misma fuese indirecta, es decir: no un valor de verdad, sino un pensamiento, una orden, una peticin, una pregunta. La oracin subordinada podra concebirse como un nombre; de hecho podra decirse: como un nombre propio de ese pensamiento, de esa orden, etc., pues como tal aparece en el contexto de la oracin compuesta.

    Pasamos ahora a otras oraciones subordinadas, en las que las palabras tienen ciertamente su referencia habitual, sin que aparezca sin embargo un pensamiento como sentido y un valor de verdad como referencia. Quedar claro con ejemplos cmo es posible esto.

    El que descubri la forma elptica de las rbitas de los planetas muri en la miseria.

    Si la oracin subordinada tuviese aqu como sentido un pensamiento, tendra que ser posible entonces expresarlo tambin en una oracin principal. Pero esto no funciona, porque el sujeto gramatical el que no tiene ningn sentido independiente, y slo facilita las relaciones con la oracin que va a continuacin: muri en la miseria. Es por ello por lo que tampoco el sentido de la oracin subordinada es un pensamiento completo y su referencia no es un valor de verdad, sino Kpler. Podra objetarse que, no obstante, el sentido del todo encierra como parte un pensamiento, a saber: que hubo alguien que descubri por vez primera la forma elptica de las rbitas de los planetas; pues cualquiera que tuviese por verdadero el todo no podra negar esta parte. De esto ltimo no cabe duda; pero slo porque, de lo contrario, la oracin subordinada el que descubri la forma elptica de las rbitas de los planetas, no tendra referencia alguna. Cuando alguien asevera algo, hay siempre una presuposicin obvia de que los nombres propios usados, simples o compuestos, tienen una referencia. Por tanto, cuando se asevera Kpler muri en la miseria, se presupone con ello que el nombre Kpler designa algo; pero no se sigue de esto que est contenido, en el sentido de la oracin Kpler muri en la miseria, que el nombre Kpler designa algo. Si ste fuera el caso, no podra la negacin rezar del modo siguiente:

    Kpler no muri en la miseria,

    sino

  • SOBRE SENTIDO Y REFERENCIA 41

    Kpler no muri en la miseria, o el nombre Kpler carece de referencia.

    Que el nombre Kpler designa algo es tanto presuposicin de la asercin

    Kpler muri en la miseria

    como de su contraria. Ahora bien, los lenguajes tienen el defecto de que es posible que contengan expresiones que por su forma gramatical parecen destinadas para designar un objeto, pero que en casos especiales no lo logran porque esto depende de la verdad de alguna otra oracin. As pues, depende de la verdad de la oracin

    Hubo alguien que descubri la forma elptica de las rbitas de los planetas

    el que la oracin subordinada

    el que descubri la forma elptica de las rbitas de los planetas

    designe realmente un objeto o slo suscite apariencia de ello y, de hecho, carezca de referencia. Y es as como puede parecer que nuestra oracin subordinada contiene como parte de su sentido el pensamiento de que hubo alguien que descubri la forma elptica de las rbitas de los planetas. Si esto fuera correcto, la negacin rezara as:

    El que descubri por vez primera la forma elptica de las rbitas de los planetas, no muri en la miseria, o no hubo nadie que descubriese la forma elptica de las rbitas de los planetas.

    Esto surge de una imperfeccin del lenguaje, de la que tampoco est completamente libre por lo dems el lenguaje simblico del anlisis; tambin aqu pueden aparecer combinaciones de signos que producen la apariencia de que se refieren a algo pero que, por lo menos hasta ahora, carecen de referencia, como, por ejemplo, las series divergentes infinitas. Esto puede evitarse por medio de una estipulacin especial al efecto de que, por ejemplo, las series divergentes infinitas deban referirse al nmero 0. De un lenguaje lgicamente perfecto (conceptografa) ha de reclamarse que cada expresin que se ha formado como nombre propio de modo gramaticalmente correcto, a partir de signos ya introducidos, designe tambin de hecho un objeto, y que no se introduzca ningn nuevo signo como nombre propio, sin que tenga asegurada una referencia. En los textos de lgica se advierte sobre la ambigedad de las expresiones como fuente de errores lgicos. Como mnimo, tengo por igualmen

  • 42 LA BSQUEDA DEL SIGNIFICADO

    te oportuna la advertencia respecto de los nombres propios aparentes que no tienen referencia alguna. La historia de la matemtica podra contar los errores que tienen aqu su origen. El uso demaggico facilitado por esta situacin es tambin muy comn, ms comn quizs que los errores inducidos por la ambigedad de las palabras. La voluntad del pueblo puede servir como un ejemplo de esto; pues resulta fcil establecer que no hay ninguna referencia reconocida generalmente de esta expresin. Por tanto, no es