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Revista Digital de Podologia Revista Digital de Podologia Gratuita - Em português Gratuita - Em português N° 57 - Agosto 2014

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Revista Digital de PodologiaRevista Digital de PodologiaG r a t u i t a - E m p o r t u g u ê sG r a t u i t a - E m p o r t u g u ê s

N° 57 - Agosto 2014

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DiretorSr. Alberto Grillo

[email protected]

Revistapodologia.com

Mercobeauty Importadora e Exportadora de Produtos de Beleza Ltda.

Tel: #55 19 3365-1586 - Campinas - São Paulo - Brasil.

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A Editorial não assume nenhuma responsabilidade pelo conteúdo dos avisos publicitários que integram a presente edição, nãosomente pelo texto ou expressões dos mesmos, senão também pelos resultados que se obtenham no uso dos produtos ou servi-ços publicados. As idéias e/ou opiniões expressas nas colaborações firmadas não refletem necessariamente a opinião da direção,que são de exclusiva responsabilidade dos autores e que se estende a qualquer imagem (fotos, gráficos, esquemas, tabelas, radio-grafias, etc.) que de qualquer tipo ilustre as mesmas, ainda quando se indique a fonte de origem. Proíbe-se a reprodução total ouparcial do material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.

Rev ista podo log ia . c om n ° 5 7 A g o s t o 2 0 1 4

ÍNDICEPag.

6 - Tratamento com laser para onicomicosis.Marciel Fabiana De Giorgio. Argentina.

10 -Micologia.Podologo Jorge Garcia Moreno. Argentina.

Humor Gabriel Ferrari - Fechu - pag. 32.

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1 e 2 de Novembro de 2014 - São Paulo - Brasil

LOCAL: Universidade Paulista UNIP

Rua Apeninos 614 - Campus Paraíso - Paraíso - São Paulo

Temas e Palestrantes

Realização:

Informações e inscrições:

www.jornadadepodologia.com.br

Feira de Produtos simultánea à Jornada

Cristian Barroso

1) Alterações Estruturais e ósseas nas patologias

do pé

2) Tratamento terapêutico com órteses plantares

Eduardo Delgaldillo

1) Tratamento com órteses para pacientes diabéticos

Omar Sampietro

1) Tratamentos com órteses de silicone e estudo

de caso com crianças portadoras de necessida-

des especiais.

2) Onicocriptose, classificação e distintas formas

de tratamento

Bernat Vazquez

1) Patologias ungueais: abordagem do podólogo

2) Metatarsalgias: causas e tratamentos

Manuel Cerqueira

1) Proposta de parceria clínica para podólogos

(Logística avançada)

Armando Bega

1) Tecnologia em Podologia (casos clínicos)

2) Podologia Clínica, a evolução da Podologia no Brasil

3) Sistematização de Podologia: proposta de norma-

tização

Rui Damenhain

1) Sistematização de Podologia: Proposta de norma-

tização para a ANVISA

Valter Valentin Lula Jr.

1) A cura pela luz na Podologia

Wilfredo I. Urruchi

1) Benefícios e mecanismo de ação da Ozonoterapia

aplicada à saúde

Renato Butsher

1) Tecnologia em Podologia (Casos clínicos)

Kaliane C. S. Lopes

1) Uso da Microcorrente na Podologia

Luciana Bortoluzzi

1) Desenvolvimento de equipamentos para uso na

Podologia

Gyzelle Nascimento

1) Coleta de material biológico para exames

micológicos

Aline Alexandre

1) Ortoplastia para diabéticos e idosos

Argentina

Peru

Espanha

Portugal

México

Brasil

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ONICOMICOSES

As onicomicoses são infecções das unhas produzidas por três tipos de fungos: Dermatofitos, leve-duras e mofos no dermatofitos.

O diagnóstico microbiológico é fundamental para seu tratamento, já que este varia em função doagente etiológico e o tipo de lesão ungueal, além de poder, desta maneira realizar um diagnósticodiferencial de outras patologias.

APLICAÇÕES DE LASER EM ONICOMICOSES

O tratamento com laser é um novo meio para combater as micoses ungueais. O laser concentra-sesobre a unha afetada pelo fungo e os destrói sem ferir a placa ungueal nem os epitélios que arodeiam.

É um aparelho que trabalha com radiações eletromagnéticas de frequência variável alcançando umapenetração de 3,5 mm sem afetar a placa ungueal logrando alcançar a temperatura necessária sobreo leito ungueal para termo destruir os micro-organismos ali instalados.

PASSOS PARA UM PROTOCOLO E TRATAMENTO EFETIVO

1 – Realizar um cultivo da lamina ungueal.

2 – Descartar que a onicomicoses seja uma lesão secundaria a uma patologia de base (ex: Psoriases).

3 – Realizar uma limpeza e desbridado para ajudar na ação do laser.

4 – Armar um cronograma de aplicação de 10 sessões com a frequência de uma por semana.

5 – Realizar uma sessão mensal de suporte até completar os 12 meses ou o crescimento total dalamina ungueal sã.

6 – Realizar um cultivo antes da alta definitiva.

Deve-se esclarecer que um paciente que tem sido afetado por uma onicomicoses, sempre vai serum paciente de risco de recidivas, é por essa causa que sempre deve fazer-se um controle e estaratento aos sinais e sintomas que se apresentam, não esquecer-se nunca da instancia da ANAMNE-SES nas consultas podologicas posteriores.

CASOS TRATADOS COM TECNOLOGIA LASER

Esta investigação tem sido realizada em uma população reduzida que corresponde a casos que che-gam a um consultório privado aonde os casos extremos de onicomicoses totais não são comuns, masque nos casos que tem sido tratado a efetividade tem sido de 90% nos pacientes que tem respeita-do o protocolo.

Tem um item fundamental em todos os casos tratados e publicados e os tratados sem publicar, queservem de estatísticas, e é o detalhe fundamental que os pacientes não estão fazendo tratamentoantifúngico sistêmico nem local com lacas nem soluções.

O resultado é do tratamento com laser exclusivamente.

CASO ANA

Paciente de 48 anos de idade, do consultório, com uma onicomicoses medial crônica de 6 anos decurso, tendo-se realizado tratamentos dermatológicos com fluconazol 150 por 8 meses sem ter obti-do resultados. Terapia local com lacas de ciclopirox a 8% por 12 meses com igual resolução.

Tratamento com Laser para Onicomicoses

Podologa Maricel Fabiana de Giorgio. Argentina.

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Realiza-se a primeira aplicação de laser no dia 15/04/14 e se cumpre um protocolo de dez ses-sões, uma por semana, e 5 sessões de suporte cada 15 dias obtendo resultados de cultivo negativosomado á troca estática da lamina ungueal e forma do dedo.

Chega á sessão 15 no dia 03/06/14, logo de 21 semanas de tratamento.

CASO MARIA CRISTINA

Paciente de 55 anos de idade com diagnostico de cândida albicans, que chega ao consultório podo-logico pedindo o tratamento de laser terapia.

Na anamneses informa que o curso de sua patologia é de dez anos, tendo realizado outros trata-mentos tanto via oral como tópicos locais sem obter nenhum resultado.

Este paciente apresenta não só lesões nas unhas senão que no nível da epiderme tem fissuras equeratoses.

Realiza-se a primeira aplicação de laser no dia 17/12/13, respeitando um protocolo de dez ses-sões, uma por semana, 5 sessões quinzenais e uma sessão mensal até completar os doze meses detratamento, tendo sido a última aplicação no dia 03/06/14.

Nas fotos além de poder ver as trocas nas placas ungueais, também pode-se observar a troca daepidermes. Um câmbio total.

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CASO OLGA

Paciente de 68 anos com uma onicomicoses causada por um microtraumatismo a repetição de umcalçado esportivo de biqueira baixa. Procede-se á desbridamento das laminas afetadas e se gera umaonicolisisde uma de suas peças ungueais. Se lhe tem praticado 8 aplicações de laser em 8 semanase devera continuar com o protocolo de rigor ate completar as 15 sessões em 29 semanas.

Olga tem respondido á terapia a laser de uma maneira muito satisfatória no curto prazo de seu tra-tamento.

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CONCLUSÃO PROFISSIONAL

Até o momento pode-se destacar o seguinte:Os pacientes que tem seguido com rigor o tratamento, tanto os casos publicados como os de esta-

tísticas, o resultado tem sido efetivo em 90% dos casos.Os pacientes que não respeitaram o protocolo assinado não responderam a terapia laser, e assim

que o profissional tem que gerar a consciência da constância e o compromisso com o protocolo.Desta maneira pode-se vislumbrar uma luz de esperança depois do tratamento com laser para a

onicomicoses, sempre respeitando os cronogramas terapêuticos assinados a cada paciente em par-ticular.

A ciência e a tecnologia aplicada à podologia e em especial a este flagelo da onicomicoses, mais oconhecimento, capacitação e consciência profissional dão resultados com altas taxas de cura dospacientes.

Maricel De Giorgio - Tecnico Superior em Podologìa - M.S.P.: 1644e-mail: [email protected] - Facebook: Maricel De Giorgio

Jesús María. Córdoba. Argentina - www.mariceldegiorgio.com

Os tratamentos desta materia fueram realizados com aparelhos ONM Laser fabricados por FBC Image, de Argentina. www.fbcimage.com

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Neste artículo realiza-se um acertamento amicologia que compreende: características dosfungos, tipos de fungos, características que aju-dam na sua identificação, características geraisdas micoses e para finalizar o seu tratamento.

A micologia é o estudo dos fungos, um grupodiverso que inclui leveduras e organismos rela-cionados.

Ainda que tenha sido reconhecido centenas demilhares de espécies de fungos, são pouco maisde cinqüenta as espécies que hoje produzem amaior parte das infecções no homem.

Os fungos medicamente importantes integramo tema de estudos da micologia médica. Outrosfungos podem ser nocivos ou, inclusive, letais porformar alucinógenos ou toxinas como aflatoxina eoutros venenos, e alguns podem incentivar rea-ções alérgicas. Mesmo assim, essa exposiçãoficará limitada, principalmente, aos fungos queproduzem infecções clínicas no homem.

A) Características dos fungos.

Os fungos são protistas eucariotas que se dife-renciam das bactérias e dos outros protistas pro-cariotas em muitos aspectos. (Quadro 1)

Os fungos mostram diversas característicasdiferentes. Possuem paredes rígidas únicas quediferenciam consideravelmente das paredes da

célula bacteriana. As unidades básicas da parededa célula do fungo são certamente grandes polis-sacarídeos, como quitina e mannan, presentesna forma de telhas na parede. As membranasictoplamáticas dos fungos contêm esteretoles,propriedade que diferencia virtualmente dasmembranas de todos as outras bactérias, excetodas que correspondem aos micro-plasmas.Todos os fungos se reproduzem assexuadamentee a maior parte pode reproduzir também pela viasexual. De fato, a reprodução assexuada é tão efi-caz que dificilmente podem ser observadas suasformas sexuais; estas características de reprodu-ção ocorrem na maioria das vezes em fungos degrande importância médica.

Os fungos podem ser unicelulares ou pluricelu-lares. A partir de um esporo isolado de bolor, daextensão da parede da célula e do incremento doconteúdo do citoplasma, introduz a formação deuma estrutura tubular chamada hifa. As hifaspodem ramificar-se e extender-se para formaruma massa filamentosa entrelaçada, conhecidacomo micélio. A massa de algodão do bolor dopão constitui um exemplo bem conhecido domicélio.

Quando as hifas dos bolores são largas e com-plexas não são autenticamente multicelulares,senão que cada uma das hifas representa um sis-tema tubular comunicante cenocítico, isto é, com

muitos núcleos no cito-plasma incluídos emuma parede celularúnica. As hifas podemser tabicadas ou nãotabicadas, podendomove-las do seu conteú-do da célula através dostabiques incompletos.

As leveduras, em con-traste com o bolor, sãofungos unicelulares e sereproduzem por germi-nação. Algumas espé-cies de fungos sãodimorfos, isto é, quepodem existir na formade levedura ou de bolor,segundo as influênciasdo ambiente. Muitosfungos patógenos são

Micologia

Podólogo Jorge García Moreno. Argentina.

Propriedade Fungos Bacterias

Estrutura da célula Eurcariota Procariotas

Diametro da espécie

representativaMaior de 5 micrones Menor de 2 micrones

Composição da parede

celular

Contém quitina, mannan e

outros polisacáridosContém mureina

Membranas citoplasmáticas Presença de esteroisAusencia de esterois

(Menos nos micoplasmas)

Conteúdo citoplasmático

Inclue mitocondrias e

retículo endoplasmático;

fluxo citoplasmático

Ausencia de mitocondrias,

retículo endoplasmático; não

possui fluxo endoplasmático

Núcleo

Núcleo verdadeiro com

membrana celular:

cromossomos, em pares

Corpo nuclear equivalente

a um único cromossomo,

sem membrana nuclear

Modo de reproduçãoSexual ou assexuada, com

formação de esporasRuptura binaria

Algumas diferenças importantes entre fungos e bacteria

Quadro 1

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dimorfos, e se encontram na natureza na formamicelial e nos hospedes humanos, na forma delevedura.

O solo é, sem dívida nenhuma, o lugar maispropício para o crescimento dos micélios e, cer-tamente por isto, é o habitat natural de muitosfungos. Devido às paredes rígidas da sua célula,os fungos devem adquirir nutrientes de formasolúvel, por absorção ou por pinocitose.Interessa marcar que alguns fungos que crescemna natureza precisam de meios para conseguiramebas ou vermes que, quando mortos, servemcomo nutrientes para os fungos. Outros, espe-cialmente os de importância médica, podemviver uma existência parasitária exclusiva e obterseus nutrientes do hóspede. Em ambos casos, osfungos escondem uma série de enzimas extrace-lulares que ajudam na degradação das substân-cias de grande peso molecular ou moléculaspequenas que podem ser transportadas pelacélula fungica.

B) Classes de Fungos

Os fungos incluem quatro classes. Os fungos inferiores integram a classe chamada

"phycomycetes" (ficomicetos). A raiz desta pala-vra, phyco, significa alga e os ficomicetos rece-bem, às vezes, o nome de fungos algaceos, dosquais alguns são aquáticos e outros terrestres.Um exemplo muito conhecido de ficomicetoterrestre é o bolor do pão negro, membro dogênero rhizopus. Os ficomicetos terrestres sediferenciam dos fungos superiores em que pos-suem espora assexuada endógena que se for-mam nas estruturas saciformes chamadas espo-rângio, e no qual os seus micélios não são tabi-cados.

As outras classes, isto é, os fungos superiores,se caracterizam por esporas assexuadas exóge-nas, chamadas conídios, que se formam fora dashifas, e pela presença de micélios tabicados comporos que permitem a passagem de núcleos ecitoplasma de uma parte do micélio à outra.

A classe ascomycetes (ascomicetos) inclui leve-duras, e muitos dos fungos comuns. A palavraasca significa bolsa ou estrutura em forma desaco, e os ascomicetos se denominam assim porconter seu esporo sexual em uma asca.

Os ascomicetos incluem muitos fungos deimportância prática para o homem, como asleveduras do gênero saccharomycetes, que fer-mentam o pão e as bebidas alcoólicas.

A classe basidiomycetes (basidiomicetos) cons-ta de fungos superiores que produzem esporasexual sobre uma base ou basídio. Esta classeinclui as setas.

A maior parte dos fungos de importância médi-ca pertence à classe deuteromycetes (fungos

imperfeitos). Estes fungos podem classificar-setomando como base seu modo de reproduçãosexual, já que as suas etapas sexuais são desco-nhecidas. São provavelmente membros de outrasclasses, mas se incluem na chamada "caixa dealfaiate taxonômico", já que não podem ser iden-tificados apropriadamente.

C) Características que ajudam na identificação dos fungos

A espora assexuada dos fungos superioresajuda na identificação de algumas espécies.Estas esporas podem ser pequenos microconí-dios unicelulares ou grandes macronidios uni oumulticelulares. Alguns destes fungos possuemmacro-conídios e micro-conídios e outras espé-cies possuem apenas uma ou outra forma. Asformas e disposição dos conídios são caracterís-ticas de uma espécie dada de fungos.

Outras estruturas reprodutivas assexuadasúteis na identificação da importância médicaincluem blastospora, artrósporos e clamidóspo-ros. As blastosporas das leveduras de formampor gemação, e as astrosporas pela segmentaçãode um micélio. Os segmentos se desarticulampara produzir esporas cada uma das quais écapaz de dar origem a um novo micélio.

Os clamidósporos são esporas inativas de pare-des grossas formada pelo engrossamento de umsegmento de uma hifa. Como os endósporos dasbactérias, os clamidósporos têm capacidade deresistir condições adversas e germinar quando sesituem em um ambiente favorável. As astrospo-ras e outros conídios estimulam a disseminaçãoaérea dos fungos, já que se desprendem do micé-lio e é dispersado no ar.

Nas provas comuns de laboratórios, tambémsão utilizadas características não morfológicasdos fungos que ajudam na identificação. As pare-des das células dos fungos resistem aos álcalisfortes, dos quais degradam o tecido e a mucosa.Em conseqüência, os fungos podem ser observa-dos mais facilmente em muitas espécies depoisdo tratamento. A parede da célula pode ser tingi-da também com acido peryodico de Schiff (PAS)ou corantes argênticos com metenamina. Os fun-gos não são afetados pela penicilina, já que pre-cisam do muco-complexo mureina nas suas pare-des celulares, e como conseqüência, pode utili-zar penicilina ou qualquer outro tipo de antibióti-co para suprimir a proliferação bacteriana facili-tando, assim, o isolamento dos fungos nas amos-tras clínicas.

A diferença da maior parte das bactérias pató-genas, os fungos geralmente preferem o pHbaixo, e a maior parte dos mesmos cresce comgrande facilidade com a temperatura ambiente.

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D) Características gerais das micoses

Em termos gerais, os fungos podem causar trêstipos de doenças, isto é: micoses superficiais,intermediárias e profundas. Duas propriedadesdos fungos são de importância relevante na pato-genia das doenças que causam. A primeira, o tro-pismo do fungo com o tecido pode explicar oquadro clinico que produz. Como todos sabemoso tecido tissular denota a predileção de um para-sita por um tecido ou um órgão determinado dohóspede. Ainda que muitos germes patógenosmostram tropismo tissular (por exemplo, a infec-ção da gonorréia das células epiteliais da muco-sa genital e a infecção por Shigelas do epitélio dointestino), ainda não foi estabelecida a basedesta localização seletiva dos fungos.

É evidente o tropismo de muitos fungos porcertos tecidos, podendo citar como exemplo oCitoplasma capsulatum, que vive no interior dosmacrófagos do sistema reticulo endotelial; crito-coccus neoformans, que prolifera no sistema ner-voso central; paracoccidioides brasiliensis, quevive seletivamente nas mucosas e nas glândulaslinfáticas; blastomycetes dermatidis que preferea pele. (Quadro 2)

Os dermatófitos, produtores das micosessuperficiais, proliferam sobre a queratina.Mesmo assim, alguns preferem a queratina docabelo, outros a queratina das unhas e outros aqueratina da pele. Além do tropismo tissular,uma segunda propriedade dos fungos importan-te na patogenia é a capacidade de muitos delespara induzir no hóspede uma determinada sensi-bilidade. Freqüentemente a sensibilidade do hós-pede aos antígenos explica, em grande parte, osefeitos patológicos produzidos. Desde logo,temos ainda muito que aprender com respeito àpatogenia das micoses. Um bom numero dosmecanismos patogênicos das bactérias, porexemplo, a produção de toxinas ou formação decápsula, não são características da maior partedos fungos. Alguns fungos não patogênicos pro-duzem toxinas que, se são ingeridas da mesmamaneira que a enteretoxina estafilococida ou datoxina botulínica, podem ser tóxicas. Mesmoassim, não existem casos bem estabelecidos nosquais a produção de endotoxinas por parte dosfungos infecciosos contribui na forma manifestaao processo morboso, ainda que provas quesugerem certa atividade do tipo endotoxina paraalgumas espécies.

A formação da cápsula não é característica damaior parte dos fungos, mas sim de uma levedu-ra patogênica, cryptococcus neoformans.

Em termos gerais, as provas com respeito aeste caso indicam que a micose se encontra con-trolada, principalmente, por mecanismos imunes

celulares, ainda que, às vezes, existem quase cer-tamente uma interação e colaboração entre aimunidade celular e a humoral. Constituem umaobservação comum na presença de um estado desensibilidade retrasada ao antígeno ou antígenosde um fungo determinado associada com a imu-nidade para reincidência da infecção, ou com umprognóstico favorável se o indivíduo sofre dealguma doença clinica. Por outro lado, os anti-corpos humorales específicos refletem, constan-temente, o grau de infecção, mas não estão rela-cionados com a proteção.

Assim, um invremento manifesto no título deanticorpos humoral durante as infecções por fun-gos, provavelmente reflete a quantidade de antí-geno fungico produzido e guarda correlação comum prognóstico desfavorável.

Outra prova convincente de que as infecções

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Método Vantagem

Montagem humida do

tecido ou de amostras que

ontenham ranho em KOH

(10 por 100)

O alcali forte degrada o

tecido e o ranho e permite

a visualização dos fungos

Montagem humida de

porções obtidas de

colonias de fungos e mon

tadas em lactofenol azul

Permite a observaçãoda

morfologia do fungo e a

presença de esporas

Frotis tingidos com acido

periodico de Schiff (PAS)

ou corantes argenticos de

metenamina

O PAS e a prata tingem as

células dos fungos para

proporcionar um bom con

traste com o fundo em

cortes de tecidos ou em

outros materiais clinicos

Agar glucosa de sabouraud

para cultivo; incubação a

temperatura ambiente por

seis semanas ou à 37

graus centigrados durante

alguns dias

O pH baixo do meio e a

incubação à temperatura

ambiente favorecem o des

envolvimento dos fungos

sobre as bacterias. Podem

gerar antibióticos para difi

cultar o crescimento

bacteriano

Coloca-se um fragmento decultivo de agar glucosa de sabouraud inoculado (de 1cm² e 2 ou 3 mm deprofundidade) sobre um portaobjetos com um tapaobjetos e se incuba em cámera húmida a tempera tura ambiente. Quando se formam esporas, se retira com cuidado el tapaobjetos e se examina a preparação depois da montagem liquida, como, por exemplo, lactofenol e azul de algodão

Permite a observação do

crescimento dos fungos

apenas alterado

Métodos comuns de laboratório

utilizados para identificar fungos

de importancia médica

Quadro 2

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por fungos são prevenidas e controladas emgrande parte por mecanismos imunes unicelula-res, procedem da experiência clinica em pessoascom um déficit imunológico. Ficou bem estabele-cido que a depressão ou defeitos na imunidadecelular, seja genética ou adquirida, predispõe asinfecções graves por fungos, enquanto que omesmo não acontece com pacientes que pos-suem defeitos na imunidade humoral.

Freqüentemente os fungos invasores nestescasos são oportunistas da flora normal, e estãono ambiente. Estas infecções oportunistas porespécies de cândida, aspergillus ou algum dosficomicetos causam um problema importante notratamento de pacientes cuja imunidade celulartem sido suprimida por drogas ou outras moda-lidades terapêuticas utilizadas para a prevençãoda reprovação de transplantes de órgãos ou paratratamento de tumores. Os pacientes com câncercorrem um risco muito especial com esta infec-ção, já que a supressão geral represada da imu-nidade celular produzida pela doença maligna,propriamente dita, esta acentuada pelo trata-mento com drogas anticâncer, todos aquelas queexercem atividade imuno supressora. Os impor-tantes dados clínicos e experimentais atribuemum papel às forças imunes diferente da imunida-de celular na prevenção e controle das infecçõespor fungos. Mesmo assim, estas forças talvezcontribuem menos que a imunidade celular nadefesa global contra os fungos. Por exemplo, emcandidíase, o neutrófilo intacto parece ser impor-tante na prevenção da disseminação generaliza-da dos microorganismos. Além disso, ficou esta-belecido que os diabéticos e os pacientes comoutros transtornos endócrinos são bastante sus-cetíveis a certos fungos oportunistas, ainda a suaimunidade celular pareça ser essencialmentenormal. É possível que este incremento na sus-cetibilidade se encontre relacionado com disfun-ção dos neutrófilos. Mesmo assim, no momentonão se dispõe de dados suficientes para explicarpor que estes pacientes estão tão dispostos aestas infecções dos fungos.

Podemos ver claramente a iniludível necessida-de de aprofundar em nossos conhecimentos comrespeito à imunidade inata e adquirida dos fun-gos. Na atualidade, o aumento de infecções fun-gícas oportunistas, junto com as dificuldadespara tratar das micoses, ressaltadas também anecessidade de conhecer melhor a patogenia e aresposta imune a infecções fungicas.

E) Tratamento das micoses

As micoses são, a principio, mais difícil de tra-tar que as infecções bacterianas, já que apenascontamos de com muitos poucos agentes anti-fúngicos eficazes. Griseofulvina é um antibiótico

produzido pelo bolor penicillun griseofulvum ealgumas outras espécies de penicillum. Trata-sede um fungistático ativo contra os dermatófitosque causam micoses superficiais do cabelo, pelee unhas.

Este antibiótico é pouco tóxico para os pacien-tes, e pode ser administrado por um período devários meses. Durante este tempo, se acumulamnos tecidos queratinizados e inibe o crescimentodos fungos. Mesmo assim, é essencial que seadministre à droga até que todo o cabelo, pele eunhas infectadas se desprendam ou voltem acrescer até o ponto em que esteja pronto paraserem cortadas e assim eliminar os fungos.

Anfoctrina B, o mais útil dos poliênicos antifún-gicos, é produzido por diversas espécies do gêne-ro bacteriano atreptomycetes. Enibe energica-mente o desenvolvimento dos fungos é o eficaztratamento das micoses generalizadas e de algu-mas das micoses subcutâneas. Os antibióticospoliênicos atuam sobre as membranas citoplas-máticas que contém esterol.

Por tanto, não são antibacterianas (exceto con-tra microplasmas), mas podem atuar comasmembranas citoplasmáticas humanas e fungi-cas, que contém esterol.

Em conseqüência, anfotericina B não é exclusi-vamente tóxica para os fungos, já que pode pro-duzir lesão renal ou a destruição de eritrócitos dohóspede. Tem também, o inconveniente da suapouca absorção pelo tubo gastrintestinal, o queobriga à injeção intravenosa. Devido ao seu peri-go tóxico, a anfotericina B deverá ser utilizadaapenas nas micoses mais graves ou que tenhamalgum tipo de ameaça de vida.

Griseofulvina e anfotericina B constituem abase da terapia antimicótica. Nistinina é outroantibiótico que pode ser utilizado topicamente.Os remédios da era pré-antibiótica ainda utiliza-dos incluem ioduros para esporotricosis e algu-mas outras micoses subcutâneas, e as aplicaçõ-es tópicas de diversas pomadas ou pós comoácido undecilêmico (5%), ácido benzóico (5%),ou ácido salicílico (3%), para algumas das mico-ses superficiais.

Na atualidade, são valorizados vários agentescontra fungos, novos e muito prometedores e,entre eles se inclui a hamicina, outro antibióticomuito polêmico que tem a vantagem sobre aanfotericina B de que pode administrar-se pelavia oral. Mesmo assim, produz os mesmos efei-tos colaterais tóxicos. Ainda que tenha sido com-provado que hamicina é eficaz contra algumasdas micoses generalizadas nos estudos experi-mentais.

Outro agente não menos prometedor é o enti-metabolio 5-fluorocitosina, que também pode

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produzir certos efeitos colaterais indesejáveis,anque são transitórios. Nos ensaios limitados, 5-Fluorocitosina, administrada sozinha ou combi-nada com outros agentes teve um resultado efi-caz em algumas das micoses generalizadas,onde a anfotericina B não respondeu. Tambémem alguns casos de cromoblastomise rebelde atratamentos durante muitos anos, a 5-Fluorocitosina respondeu de maneira muito pro-dutiva.

Saramicatina e outro agente antifungico, atual-mente sometido a valoração. Trata-se de um anti-biotico polipéptido aparentenmente eficaz emdiversas micoses generalizadas, incluindo histo-plasmoses, blastomicoses e esporotricoses.

MICOSE PROFUNDA

As micoses profundas se denominam, a princi-pio, micoses generalizadas. Inclui um grupo dedoenças cada uma das quais pode variar de gra-vidade, desde infecções menos importantes atéinfecções mortais, o que depende das atividadesrelativas do hóspede e do parasita.

Consideramos separadamente as diversasmicoses profundas e os seus respectivos agentesetiológicos.

Coccioides inmites:

a) Perspectivas médicas:O agente etiológico da coccidioidomicose, C.

Immite existe em grande número no solo daszonas endêmicas do sudoeste dos EstadosUnidos, Da América Central e da América do Sul.Observa-se freqüentemente uma forma de cocci-dioidomicose no Vale de São Joaquim, Califórnia,que já recebeu inclusive o nome de Febre do Vale.Os desertos do sudoeste dos Estados Unidospossuem um clima único essencial para a disse-minação de C. Immite. Em efeito, um períodoúmido e chuvoso permite a germinação e a repro-dução dos esporos e um período subseguintecálido e seco que favorece a disseminação peloar e o pó dos artrósporos infecciosos.

Nas áreas endêmicas, se obtêm até no 90% dapopulação reações cutâneas positivas aos antíge-nos do fungo, indicando que a maior parte dosindivíduos expostos regularmente a C. Immiteficam infectados. Porém, apenas 40% dos infec-tados mostram doenças, e menos de 1% desen-volvem padecimento grave.

b) Estrutura física e químicaComo fungo dimorfo típico, a estrutura de C.

Immite varia entre uma forma de hifa (micélio oude bolor) no solo, e uma forma de esférula encon-trada nos tecidos infectados. Como forma de hifacresce mais rapidamente "in vitro", os antígenos

utilizados para as provas cutâneas e outros estu-dos imunológicos foram obtidos exclusivamentedesta forma. Porém, na atualidade estão sendovalorizados antígenos da forma de esférula.Reencontram uma grande variedade de polissa-carídeos e proteínas na coccidioidina, filtrandode cultivos micélicos empregados a principio napreparação de antígenos. Esta mistura produzreação de sensibilidade positiva do tipo retarda-do em indivíduos sensibilizados, e reações defixação de complemento e de precipita tambémpositivas com soro procedente de sujeitos cominfecções extensas. Não foram ainda bem carac-terizados os componentes quimicos dos quaisdependem estas atividades.

No interior dos tecidos, a astrospora infectante(espora assexuada) germina para dar lugar àesférula, à qual aumenta de tamanho à medidaque se incrementa o número de endosporas con-tidas. A grossa parede original de cada férula seadelgaça à medida que aumenta o diâmetro de15 micras a 75 micras. Neste momento a esféru-la se rompe e libera centenas de esdoespóras,cada uma das quais pode formar uma nova esfé-rula.

c) Produtos extracelularesNão existe muita informação com respeito a

produtos extracelulares procedentes dos fungosde possível importância na patogenia da cocci-dioidomicose, não existem também provas dequanto à produção de endotoxinas ou exotoxinas.

d) CultivoC. Immite cresce no Agar glicose de Sabouraud

à temperatura ambiente. Os materiais contami-nados procedentes dos doentes, como esputo,exudado das lesões e liquido cefalorraquídeo,contém a forma de esférula do fungo. Agora,quando se expõe esta forma em tubos com meiode Sabouraud, desenvolve a forma micélica.Recomendamos muita precaução quando se tra-balha com cultivos de C. Immite, já que osastrospóros são levados facilmente pôr fortescorrentes de ar, o que ocorre grave perigo devidoa sua grande capacidade infectante. Devem utili-zar-se técnicas especiais para a manipulação demateriais portadores de esporas com o objetivode prevenir a infecção. Não devem utilizar-se pla-cas de petri para cultivo. Como todos sabemos, éfreqüente a infecção dos funcionários dos labora-tórios que muitas vezes adquirem doenças gra-ves.

As colônias formam em princípio um micélioalgodoento branco, que logo se torna pardo gri-sáceo. Nesta etapa do ciclo de crescimento oaspecto do micélio tem sido descrito como comi-do pôr traças. A esporulação começa no término

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de três dias ou duas semanas, segundo as con-dições de cultivo. A forma micélia de C. Immite éfácilmente isolada do solo contaminado. As hifassão relativamente largas, ramificadas e tabica-das. A forma de esférula tem sido cultivadarecentemente "in vitro" sobre meios especiais.

e) Modelos experimentaisRatos e cobaias podem ser infectados com C.

Immite, pôr inalação ou injeção. A cobaia temsido utilizada, nos estudos das respostas imuno-lógica durante a infecção.

f) Infecções no homemA via usual de infecção é o aspecto respiratório;

as astrosporas transmitidas pelo ar são inaladase algumas chegam aos pulmões.

Aproximadamente 60% dos indivíduos infecta-dos permanecem assintomáticos, mas mostramreação cutânea positiva a coccidiodina umas trêssemanas depois da infecção. A forma aguda emais freqüente da doença se parece com gripe.Em efeito, os sintomas iniciais consistem natosse, febre e mal estar geral. Uma ou duassemanas depois, 3 a 5% dos pacientes desenvol-vem seqüelas atribuídas a reações de hipersensi-bilidade, sendo as mais freqüentes lesões cutâ-neas (eritema nodoso ou eritema multiforme) ousintomas articulares (reumatismo do deserto).

Em menos de 1% dos indivíduos infectados seproduzem uma doença granulomatosa, progres-siva crônica, a princípio mortal, a menos que seinstitua tratamento intensivo. Os pacientes comesta forma de coccidioidomicose mostram aoque parece, algum defeito na sua resposta imuneao fungo, o que permite o crescimento sem ne-nhum tipo de interrupção dos microorganismos ea ampla disseminação do processo infeccioso. Aslesões granulomatosas se parecem aos tubércu-los da tuberculose.

A infecção pode disseminar-se a muitas partesdo corpo, incluindo ossos, vísceras, e sistemanervoso central. Porém, o tubo gastrointestinal émuito resistente a infecções.

g) Mecanismo de patogeniaO fato de que as infecções primárias pôr C.

Immite ficam a princípio assintomática ou pro-duzem doenças que cura espontaneamente,sugere que os mecanismos principais de patoge-nia deste fungo se encontrem relacionados como seu potencial para induzir hipersensibilidade. Éprovável que as manifestações alérgicas transitó-rias da pele e articulações de alguns pacientesapresentem reações de hipersensibilidade acomplexos imunes, e que a forma generalizadacrônica da doença dependa de um efeito na res-posta imune celular.

h) Mecanismos de imunidadeDepois da exposição a C. Immite desenvolve

normalmente imunidade celular, e o seu nívelmantém provavelmente relação com o grau desensibilidade tardia da pele.

É importante destacar que a freqüência de dis-seminação varia notavelmente segundo influên-cias genéticas. Enquanto que 1 de cada 400 indi-víduos brancos com coccidioidomicose desenvol-vem doenças disseminadas, a diferença é 14vezes mais alta nos negros e 100 vezes nos fili-pinos. O motivo destas diferenças é desconheci-do, mas sem dúvida de encontram relacionadascom a diferença na capacidade de desenvolvi-mento de uma resposta imunológica ao fungo.

i) Diagnóstico de laboratórioAinda que o diagnóstico da coccidioidomicose

pode ser formulado apartir da base dos desco-brimentos clínicos, o cultivo é útil nas formas dis-seminadas e crônicas da doença. O espectro ououtras mostras clinica podem examinar-se dire-tamente pôr meio de uma preparação com mon-tagem úmida e KOH, que revelará as esférulascaracteristicas. Pôr outra parte, o cultivo destematerial sobre Agar glicose de sabouraud produ-zirá colônias típicas em poucos dias a tempera-turas ambientes ou a 37 graus centígrados.

j) Reservatórios de infecçãoO solo é o único reservatório de infecção.

k) Controle da transmissão da doençaApenas em algumas circunstâncias é transmiti-

da a coccidioidomicose pôr outro meio que nãoseja a inalação de esporos transportados pelo ar.Portanto, o controle eficaz depende, principal-mente, da prevenção da disseminação do pómediante certas medidas como plantar grama,instalação de pavimento ou lubrificação ou regado solo. Demonstrou-se a eficácia deste tipo decontrole durante a Segunda Guerra Mundial. Emefeito, pode se observar, então que, certo núme-ro de indivíduos destacados em bases da ForçaAérea, nas zonas endêmicas foram atingidas pelococcidioidomicose depois da exposição ao pócontaminado. Procuraram, então, medidas paratratar de diminuir a inalação de pó conquistandoassim uma diminuição espetacular da freqüênciados casos. Vale considerar como regra geral quetodos os indivíduos submetidos à exposição mas-siva devem usar máscaras.

Histoplasma Capsulatum

a) Perspectivas médicasA histoplasmose, causada pôr H. Capsulatum,

compartilha muitas características com a cocci-dioidomicose. Em efeito, ambas doenças se

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estendem sobre um amplo espectro desde a suacura espontânea até a infecções pulmonares gra-nulomatosas crônicas, e ambas são endêmicasem certas localizações geográficas.

Porém, a distribuição da hitoplasmose é maisampla e ocorre em muitas partes do mundo,sobretudo, nos Estados Unidos, seguindo o cursodo rio Mississipi, e de outros grandes rios quede-ságuam nesta e em muitas áreas ao largo dacosta oriental.

Durante muitos anos, apenas era conhecida aforma disseminada grave da hitoplasmose. Emgrande parte, como resultado das provas seleti-vas maciças de tuberculose nos Estados Unidos,se advertiu que a freqüência da infecção pôr H.Capsulatum é alta nas zonas endêmicas. Oexame radiografico revelou que muitos indivíduosnestas regiões tinham lesões calcificadas cura-das, parecidas às da tuberculose primária, sebem que um número sumamente elevado dosmesmos não tem reação positiva à prova cutâneacom tuberculina.

Mediante a provas cutâneas, se descobriu nes-tes sujeitos, sensibilidade tardia a hitoplastina,um estrato antígeno de H. Capsulatum. Assim, asinfecções pôr H. Capsulatum, como as de C.Immite produzem doenças clínicas na minoriados indivíduos infectados, sendo difícil o padeci-mento disseminado grave.

b) Estrutura física e químicaHistoplasma cápsular é um fungo dimorfo que

ocorre em forma micélica no solo e viva, comouma levedura oval típica (de 2 a 4 micras de lar-gura) no interior dos macrófagos. As células delevedura se multiplicam pôr formação de gemasúnicas e se propagam até que o macrófago seencontra repleto de microorganismos. As poucasleveduras extracelulares que se encontram vivas,provavelmente representam microorganismosliberados pela ruptura de macrófagos infectados.

A forma de bolor micélica, encontrada no solo,produz microconídeos característicos, que sãograndes estruturas (8 a 15 micras) de diâmetro,redondas ou em forma de pêra com paredesgrossas e muitas projeções na superfície, aindaque estes micronídeos se classificam, ás vezes,como clamidosporas tuberculadas, é, sem dúvi-da, mais exato denominá-las espóras espinhosasou verrugosas. Foram preparados antígenos dasformas de bolor e em levedura de H. Capsulatum,e geralmente, se utiliza uma série dos mesmospara provas sorológicas.

c) Produtos extracelulares Ainda que H. capsular elabora muitos produtos

extracelulares, até aonde sabemos, nenhumdeles se encontra diretamente relacionado com apatogenia da histoplasmose.

d) CultivoHistoplasma capsular pode ser cultivado para

produzir formas de leveduras ou micélias. EmAgar sangue a 37 graus centígrados se desenvol-vem formas de leveduras. A simples vista, ascolônias são pequenas, lisas e úmidas e de corbranca ou cremosa. Sobre Agar glicose deSabourad a temperatura ambiente, predomina asformas micélicas; as colônias são brancas e algo-doentas, trocando para a cor pardo ou escuro,com a idade.

e) Modelos experimentaisMuitos animais de laboratórios são suscetíveis

a histoplasmose e ainda que um único esporo ouapenas 10 células de levedura podem afetar aum rato, é necessário uma dose de 10 à sextapotência, ou mais para produzir uma infecçãomortal.

f) Infecções no homemComo são transportados pelo ar, os esporos de

H. Capsular infectam ao aparelho respiratório. Ainfecção pode passar inadvertida, ou ocorrercomo doença aguda primária, cavitaria crônica,ou disseminada grave. Nos casos sintomáticos,pode observar-se febre, tosse ou dor torácica oumanifestações mais graves como disnea ou pleu-resia com derrame.

A histoplasmose pulmonar localizada se pareceà tuberculose na sua histopatologia. No pacienteocasional que desenvolve histoplasmose dissemi-nada grave, a infecção pode propagar-se virtual-mente em qualquer parte do sistema reticuloen-dotelial podendo observar-se a princípio lesõesno baço, fígado, pulmões, gânglios linfáticos eoutros órgãos.

No paciente com doença disseminada deve ins-tituir-se tratamento com anfotericina B.

g) Mecanismos de patogeniaA tendência de H. Capsular a propagar-se no

interior de macrófagos nos imunes explica, emgrande medida, as propriedades patogênicasdeste tipo de fungo. Porém, é pouco o que sesabe respeito aos modos pôr virtude dos quaisestes microorganismos produzem doenças. Nohomem, o H. Capsular foi um término sem dúvi-da pouco apropriado escolhido para este fungofaz já muitos anos, quando certos artefatos tin-gidos foram tomados pôr capsulas.

h) Diagnósticos de laboratórioHistoplasma Capsular pode ser cultivado apar-

tir de mostras clínicas como esputo. As biópsiasdos gânglios linfáticos ou de outros órgãos infec-tados contém grande número de fungos no inte-rior dos macrófagos. Ainda que estes microorga-nismos podem ver-se em cortes de tecidos tingi-

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dos com hematoxilinas e eosina, as técnicasespeciais de coloração, como a prata com mete-namina ou o PAS (ácido periódico de Schiff) mel-horam a sua visualização.

i) Reservatórios de infecçãoO solo é o principal reservatório de H. Capsular,

sobretudo, o enriquecimento pelas necessidadesdas aves ou dos morcegos. Assim, as áreas emtorno dos galinheiros, debaixo das varas paradescansar as aves, e as covas habitadas pelosmorcegos contem, a princípio, grande número deesporos do fungo.

Os pássaros não são afetados devido a sua ele-vada temperatura corporal que inibe os microor-ganismos. Porém, os morcegos são suscetíveis ahistoplasmose, podendo recuperar-se H.Capsular do guano deste animal. No interior dascovas, onde se mistura o guano com o solo, cres-ce bem H. Capsular. Aconteceram certos núme-ros de casos de histoplasmose entre explorado-res de covas e grutas como conseqüência dainalação de grande número de conidiosporosinfecciosos. Pôr esta razão, a histoplasmose foichamada doença dos espeleólogos.

j) Controle de transmissão da doençaO controle da histoplasmose depende da elimi-

nação dos focos contaminados do solo, e melhorainda, de evitar a sua formação. A prevenção dacontaminação do solo é, sem dúvida, o métodopreferido já que é virtualmente impossível de eli-minar H. Capsular do solo uma vez que ele esti-ver se estabelecido neste local. Como todos sabe-mos, o solo pode não estar contaminado emcerto grau mediante o uso de formaldeído ou deoutros agentes químicos. Conseguimos um con-trole importante e eficaz da disseminação dosesporos de H. Capsular com a aplicação de umpó de argila ou de azeite de vários centímetros deespessura sobre a área contaminada.

Blastomices Dermatitides

a) Perspectivas médicasA blastomicose norte-americana se observa

com mais freqüência no Canadá e nos EstadosUnidos, especialmente no Norte do Vale do RioMississipi e no Vale do rio Ohio. O fungo causa-dor da B. Dérmica, é também conhecido pelonome de Ajellomyces dermatides.

Esta forma de blastomicose está sendo identi-ficada com freqüência crescente em muitas par-tes da África.

b) Estrutura física e químicaBlastomicose Dérmica é um fungo dimorfo que

cresce nos tecidos ou em cultivos a 37 graus cen-tígrados como uma célula de levedura de parede

grossa em germinação, e em cultivos a tempera-tura ambiente como forma micélica. Ao longodas hifas se encontram conídios laterais redon-dos (3 a 5 micras) e são, provavelmente a formainfecciosa. As formas de levedura são esféricas,de 7 a 20 micras de diâmetro, com uma paredede 1 micra de espessura. Estas formas produ-zem apenas uma gema pôr vez, o que ajuda adiferenciar este microorganismo de espéciessimilares a ele.

c) Produtos extracelularesUtilizamos um filtro de cultivo que contém pro-

dutos extracelulares, chamados blastomicina,análogo a coccidioidina e histoplasmina, comopreparação antigênica para provas cutâneas ereações sorológicas.

d) CultivoO Blastomyces dermatide pode ser cultivado

sobre um Agar sangue a 37 graus centígradospara produzir colônias da forma de levedura comaspecto rugoso. Sobre o Agar glicose deSabouraud a temperatura ambiente se produzcolônias da forma de bolores.

e) Modelos experimentaisForam utilizados cobaias e ratos para o estudo

da B. Dérmica. A injeção intraperitonial do micro-organismo no rato produz abscessos epiploicos.

f) Infecções no homem A blastomicose norte-americana adota duas

formas principais. Em uma delas, as lesõesficam apenas limitadas a parte da pele e algu-mas partes do corpo, e podem persistir durantemuitos anos em um indivíduo são. Outra formada doença é uma infecção difusa causada peladisseminação de B. Dérmica a partir de um focoprimário usualmente no pulmão.

A blastomicose pulmonar começa como umainfecção respiratória subaguda cuja gravidadeaumenta de forma gradual durante um períodode semanas a meses, para terminar muito pare-cida à tuberculose ou a um carcinoma. O fungopode disseminar-se pela via sangüínea e afetar amuitas partes do corpo. A blastomicose cutâneacomeça como uma lesão papulosa da pele oucomo um nódulo subcutâneo que pode virar umaúlcera com o tempo. As lesões cutâneas tendema propagar-se periféricamente.

g) Mecanismos de patogeniaSão ainda muito poucas, as informações com

respeito aos mecanismos de patogenia da blas-tomicose norte-americana. Interessa destacarque a forma cutânea ocorre normalmente depoisde uma infecção primária das vias respiratóriasque costuma passar desapercebida.

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As lesões cutâneas contem poucos microorga-nismos, porém, um enorme número de linfócitose células plasmáticas sugerindo que figura comocomponente desta doença uma resposta imuno-lógica crônica.

h) Diagnóstico de laboratório Um frotis como montagem direta no KOH

(10%) pode revelar a forma em levedura caracte-rística no pus ou no esputo. Os cultivos e os estu-dos sorológicos são também úteis para o diag-nóstico.

i) Reservatórios de infecçãoAinda que existam dúvidas quanto aos reserva-

tórios de B. Dérmica, acreditamos que se trata,fundamentalmente de um fungo do solo.

j) Controle da transmissão da doençaA blastomicose norte-americana não se trans-

mite diretamente e como não foram encontradosreservatórios, não dispomos de meios eficazespara o controle da transmissão.

Cryptococcus neoformans

a) Perspectivas médicasA criptocose pode ser uma infecção leve ou,

inclusive, sem nenhum tipo de evolução nos pul-mões, ou apenas um processo disseminado queproduz, a principio, meningite subaguda ou crô-nica. Em pessoas não tratadas a meningite éinvariavelmente mortal depois de um períodoque varia de alguns meses até 20 anos. Até aalgum tempo se conhecia esta doença pelo nomede fungo torula histolytica.

b) Estrutura física e químicaCryptococos neoformans ocorre na forma de

levedura de parede grossa em gemação de 4 a 20micras de diâmetro, com uma cápsula polissaca-rídea. A parede da célula é delgada, comparadacom as outras leveduras de tamanho parecido etende a paralisa dando origem a formas emmeia-lua.

As cápsulas de cryptococos são, a princípio,muito grandes e podem medir de 10 a 20 micrasde largura. Os polissacarídeos capsulares foramclassificados em três tipos antigénicos: A, B e C.recentemente foi comprovado que algumascepas de C. Neoformans passam pôr uma fasesexual que as identifica como blasidiomycetes.

c) Produtos ExtracelularesCryptococos neoformans é facilmente cultivado

sobre o Agar glicose de Sabouraud a uma tem-peratura ambiente. Se desenvolve também a 37graus centígrados, o qual ajuda a diferenciar asformas patogênicas de algumas cepas não pato-

gênicas. Formam-se colônias mucoides de corcremosa a princípio que mais tarde muda etorna-se uma cor mais escura.

d) Modelos experimentaisCoelhos e ratos são suscetíveis às infecções pôr

cryptococos.

e) Infecções no homemComo outras muitas micoses, a criptococose

mostra vários quadros clínicos. O modo mais fre-qüente de infecção é a inalação; porém, as infec-ções primárias podem ser muito leves. Pelo estu-do radiológico podemos comprovar que as le-sões são grandes e solitárias, ou difusas e dessi-minadas.

Às vezes, trabalhadores ou obreiros expostos aum grande número de fungos desenvolvem neu-monite grave, mas com mais freqüência, a doen-ça pulmonar é descoberta casualmente devido aque os sintomas são muito leves. Interessa tam-bém que as lesões pulmonares produzidas pôrcryptococos neoformans não calcificam depoisde curar, em conseqüência, é possível que muitoscasos de criptococose pulmonar primaria nãosejam diagnosticadas.

Do pulmão, ou talvez de outras portas de entra-da, os fungos podem propagar-se quase semprepela via hematogena e invadir virtualmente qual-quer órgão. As formas viscerais simulam, a prin-cípio, tuberculose ou câncer. Em aproximada-mente 10%, ou menos, dos pacientes, são afeta-dos os ossos e as articulações (forma óssea). Aslesões cutâneas e mucosas são também freqüen-tes e podem variar desde úlceras superficiais anódulos ou granulomas, ou lesões parecidas aocarcinoma.

A meningite pôr cryptococos, a forma maisperigosa da doença disseminada, se parece àmeningite tuberculosa ou a outras formas crôni-cas de infecção da meningite. O começo é quasesempre insidioso, com cefalgias intermitentes.Podem ser observados também vertigens ououtros sintomas do sistema nervoso central,segundo a localização e extensão das lesões. Naautópsia podem ser descobertas lesões granulo-matosas das meninges ou massas fungosasmucoides.

Em pessoas não tratadas, a doença usualmen-te progride, e vai piorando de maneira crescenteo sistema nervoso central, para terminar com amorte ao final de poucos meses. Como alternati-va, o curso da doença pode prolongar-se duranteanos, caracterizado pôr regressões e agravamen-tos da lesão. Porém, sem tratamento, o prognós-tico é invariavelmente mortal.

f) Mecanismos de patogeniaNão é ainda muito conhecida a patogenia das

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infecções causadas pelo Cryptococos neofor-mans. Mas devemos Ter em conta que o polissa-carídeo antígeno da cápsula é um importantefator de virulência, antifagocítico e produzido emgrandes quantidades que pode induzir a umestado de paralisia imunológica que pode propi-ciar o progresso do processo infeccioso.

Cryptococos neoformans tem, ao que parece,maior interesse pelo sistema nervoso central, sebem que desconhece a base desta preferência. Ocrescimento interrompido do fungo conduz a umacúmulo de massas de material mucoide comaspecto gelatinoso. No sistema nervoso central,especialmente, estes acúmulos podem produzirlesões consecutivas ao efeitos de presão damesma forma que e feito pelos tumores.

g) Mecanismos de inmunidadeEsta difícil o estudo dos mecanismos inmunes

em onicocriptoses pela falta de preparações ade-quadas de antígenos. Anque se tem suspeitas deque se originam com frequência infecçõespulmo-nares primarias que se pasam inadvertidas, semdoença segunte (o mesmo que em outras muitasmicoses) não possuímos probas deste tema, jáque não existe uma proba cutânea certeira deantígeno.

As probas sorológicas não são muito dignas deconfiança , já que existe considerável reação cru-zadas entre os antígenos de C Neoformans e osde outros fungos. Constitui característica notávelde onicocriptoses a debilidade das respostasinflamatórias ao microorganismo. Por exemplo, asecreção das lesões cutâneas que padeceminchaço a primeira vista não e pus, senão queesta composta quase inteiramente por uma por-ção de células fungosas. Em forma análoga, aslesões tissulares contém poucas células inflama-tórias más, sim um grande número de fungos.

Paracoccidioides brasilensis

A blastomicose sul-americana, causada pelo P.Brasilense, pode ser observada em diversas par-tes da América do Sul, mas com mais freqüênciano Brasil. Trata-se de uma doença granulomato-sa crônica, que é diferente que a última quevimos na qual o fungo ataca as mucosas, prefe-rentemente na boca. Podem ocorrer tambémlesões no tubo gastrointestinal, pele, pulmões egânglios linfáticos.

Paracoccidioides Brasilense se parece a B.Dérmica, mas é diferente pelas suas múltiplasgemas, tendo em conta que Blastomyces possuiuma gema única. Acredita-se que o fungo chegana boca através de diversos vegetais que se intro-duzem no modo de palitos entre os dentes, oupôr mastigar os mesmos. ¤

MICOSES INTERMEDIÁRIAS

Por comodidade, utilizamos o grupo das mico-ses para incluir aqueles processos não produzi-dos pelos dermatáfitos ou pelos fungos normal-mente patogênicos das micoses profundas. Aslinhas divisórias entre micoses intermediárias eprofundas são, á princípio, difíceis de diferenciar.Na realidade, os fungos que causam a micoseintermediária podem produzir invasões generali-zadas no caso do debilitamento das defesas dohóspede. Porém, na maioria dos casos, os fungosdas micoses intermediárias produzem infecçõesnos tecidos subcutâneos ou mucocutâneos, fre-qüentemente com a participação linfática, massem disseminação generalizada. Excluímos nestegrupo ou categoria: esporotricose, maduromico-se e cromomicose que afetam principalmente otecido subcutâneo, e as infecções causadas peloschamados fungos oportunistas.

Virtualmente, qualquer espécie de fungo podeproduzir infecção oportunista se existe no hóspe-de um grau suficiente de inmunossupressão.Porém, cândida álbicans é o agressor mais fre-qüente já que pode infectar inclusive na presen-ça de um desequilíbrio mínimo das respostas dohóspede. Portanto, consideramos de formamuito especial a candidíase como exemplo típicodas micoses oportunistas. Procede destacar quemuitos outros fungos normalmente não patogê-nicos, como diversas espécies de aspergillustambém atuam como oportunistas.

Sporothrix (Sporotrichum)Schenckii (Esporotricosis)

a) Perspectivas médicas: Encontra-se Sporotrhix Schenckii no solo ou

sobre a vegetação com uma distribuição muitoampla que afeta a maior parte do mundo. É pro-vável que as infecções por este fungo sejam fre-qüentes, mas em comum com muitas infecçõesfungosas, a doença clínica é pouco freqüente.Não se efetua prova cutânea sistemática embusca de sensibilidade tardia.

Porém, em um estudo experimental de váriospovos, se obtiveram reações positivas das provascutâneas com antígenos de sporothrix de 10%dos pacientes de hospital submetidos a prova,20% de jardineiros e 60% de horticultores dedi-cados durante muito tempo nesta atividade.Estes resultados sugerem que a exposição contí-nua aos microorganismos produz, finalmente,infecções subclínicas e desenvolve uma tardiasensibilidade.

Como os fungos causantes se encontramamplamente distribuídos, e como a doença é

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quase sempre crônica mas não mortal, é prová-vel que a esporotricose persista quase com amesma freqüência que no passado.

b) Estrutura física e química: Sporothrix schenckii é um fungo dimorfo que

ocorre nos tecidos ou nos cultivos a 37 grauscentígrados, como leveduras em germinação,alargadas, na forma de plátanos ou cigarro de 2x 6 micros. A forma de mofo possui hifas delga-das, de 1 a 2 micras de diâmetro, com grupos depequenas espóras conídiais parecidas a flores,cada una com 3 a 6 micras, sustentada por este-rígma, que parece um cabelo, é tão fino que ape-nas pode ser visto com um microscópio de luz.

O aspecto de cabelo dos esterígmas deramlugar ao nome do gênero sporotrichum (trichum= cabelo), ainda que as células contenham antí-genos que podem ser ativos nas provas de fixa-ção do complemento, aglutinação e precipitação,estes antígenos não tem sido bem caracteriza-dos.

c) Produtos extracelulares:São utilizados extratos de filtrados de cultivos

como preparados antigênicos para as provas desensibilidade cutânea tardia a S. Schenkii. Poroutra parte, não conhecemos produtos extracelu-lares que contribuem á patogenia.

d) Cultivo: A temperatura ambiente sobre agar de sabou-

raud, S. Schenkii cresce de forma micélica comocolônias de mofo arrugadas e parduscas queaparecem em cinco dias. Sobre agar sangue a 37graus centígrados, se produzem colônias cremo-sas típicas de leveduras.

e) Modelos experimentais: Os roedores podem ser infectados por injeção

intraperitoneal.

f) Infecções no homem: As infecções por S. Schenkii no homem depen-

dem a princípio de espinhos, farpas ou outrosobjetos que penetram no tecido subcutâneo. Osmicroorganismos se encontram na matéria orgâ-nica morta ou descomposta e em muitas plantasvivas. A esporotricose não fica limitada aohomem, senão que acontece, seguidamente, emdeterminados animais domésticos e pode sertransmitida diretamente dos mesmos ao homem.

Alguma vez, ainda que rara, se produz a trans-missão por contato direto com um sujeito infec-tado, ou a partir do meio ambiente através defolículos pilosos da pele normal. Porém, o meiomais freqüente de infecção é a inoculação sub-cutânea acidental de microorganismos proceden-

tes da vegetação ou de matérias orgânicas mor-tas.

Ainda que podem observar-se diversas formasda doença, a mais freqüente é a esporotricosecutânea primária, a qual se caracteriza pela apa-rição uma ou duas semanas depois da infecçãode uma lesão parecida ao cancro da sífilis aonível do ponto de inoculação (lesão cancriforme).Ao final de uma ou duas semanas, começa a apa-recer lesões similares ao largo do vaso linfáticode drenagem que culmina na formação de umacadeia característica de úlceras.

Em algumas ocasiões, a infecção fica limitadaá pele e não afeta os vasos linfáticos, talvez devi-do a diferenças entre as cepas do fungo, ou amodificação das respostas do hóspede.

A esporotricose é uma doença crônica quepode permanecer localizada nos tecidos subcu-tâneos linfáticos muitos meses ou inclusive atémesmo alguns anos, durante os quais o pacientenão se sente bem. A medida que as lesões senecrosam, começam a brotar pus para o exterior.A esporotricose disseminada é rara. Porém,quando ocorre se observam lesões em diversostecidos, incluindo o sistema nervoso central,ossos, articulações ou pulmão. Por outra parte,podem estas lesões parecer-se as úlceras daforma primária cutânea, com produção de pus,ou bem ser granulomatosas.

g) Mecanismos de patogenicidade: São desconhecidos os meios pelos quais S.

Schenckii produz a doença.

h) Mecanismo de imunidade: Supõe-se que a imunidade celular possui

importância primária na resistência á esporotri-cose, se bem tal coisa ainda não foi demonstra-da. Estudos experimentais de pequenas amos-tras de povos humanos foram revelados que des-envolve sensibilidade cutânea tardia de formaparalela á quantidade ou duração de exposiçãoao fungo. Os indivíduos normais possuem aoprincípio anticorpos específicos demonstráveissem antecedentes alguns de esporotricose.Porém, são freqüentes reações cruzadas entre osantígenos de S. Schenckii e outros fungos.

i) Diagnóstico de laboratório: O diagnóstico esta baseado no quadro clínico e

nos resultados dos cultivos de pus procedentedas lesões. A forma de levedura de S. Schenckiié difícil de ver e não se identifica em esfregaçocom montagem a base de koh. São úteis paraexames direto as técnicas especiais de tingimen-to como a Pas ou a microscopia de anticorpo flo-rescente.

j) Reservatórios de infecção:

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Os reservatórios de Sporothrix Schenckii seencontram amplamente distribuídas na naturezae incluem materiais orgânicos mortos e plantasvivas.

k) Controle da transmissão da doença: Não tem sido estabelecido métodos de contro-

le, ou se bem o uso de roupas ou luvas proteto-ras pode ajudar a prevenir a inoculação porespinhos ou farpas.

l) Tratamento: Anfotericina B brinda resultados satisfatórios

no paciente ocasional com esporotricose disse-minada. As lesões cutâneas localizadas respon-dem bem a administração oral de ioduro depotássio.

Maduromicoses (Pé de Madura; Micetoma)

A maduromicose ou micetoma é uma doençagranulomatosa crônica do tecido subcutâneo queafeta seguidamente aos ossos. Pode ser causadopor infecção com qualquer número de microor-ganismos diferentes, incluindo espécies dosgêneros bacterianos nocardia e streptomyces, epor umas 10 a 15 espécies de fungos. No pacien-te ocasional de micetoma nos Estados Unidos, ofungo do solo allescheria boydii é um agente etio-lógico freqüente; porém, não é nada raro o mice-toma causado por outros microorganismos emregiões tropicais e subtropicais. Por exemplo,são tratados anualmente no Sudão milhões depessoas com micetoma, causado por uma gran-de variedade de agentes.

Como implica o nome de pé de madura, o pé éa localização usual do processo infeccioso, aindaque as mãos também são infectadas.

A doença é crônica e, com freqüência, produzdeformações quando são afetados os ossos. Odiagnóstico pode ser formulado tomando comobase a observação clínica e pela identificação demicroorganismos em esfregaço com montagem(Koh) de pus procedente das lesões. Nas infecçõ-es allerscheria boydii, destaca de imediato a pre-sença de grânulos brancos ou amarelos no pus.Estes grânulos, representam fragmentos de colô-nias que podem adotar outras cores como pardoou preto quando os agentes infectantes sãooutros microorganismos.

As preparações com Koh revelam seguidasmassas de hifas largas (5 a 10 micras) e tume-factas para as bordas da massa. O cultivo podeser útil para identificar o microorganismo.

O tratamento da maduromicrose é, freqüente-mente, pouco satisfatório podendo ser necessá-rio a amputação. É essencial a drenagem do pusdas lesões, mas inclusive com a drenagem ade-

quada fracassa com freqüência a terapia antibió-tica. Quando as lesões são causadas por bacté-rias do grupo actinomiceto, podemos conseguirbons resultados com penicilina ou os sulfamidi-cos segundo os microorganismos infectantes.

Cromoblastomicose (cromomicose)

Ainda que muito similar a maduromicose emalguns aspectos, a cromoblastomicose é muitomais benigna. Em efeito, ocorre a infecção napele ou tecido subcutâneo e não afeta os ossos;por tanto, é deformante. Quase sempre, se obser-vam ulcerações crônicas pruriginosas em formade couve-flor nas pernas dos trabalhadores cujapele se encontra expostas ao solo contaminado.Esta doença de alcance mundial, mas muitomais freqüente em lugares de clima cálido, écausada por certas espécies de diferentes gêne-ros de fungos, especialmente cladosporium ephialophora (Fonsecaea).

Esta última espécie se identifica facilmente nopus como células do tipo levedura pigmentadaou pretas que ocorrem nas manchas formadaspor fricção. A diferença da maior parte das leva-duras, a Phiaiophora se multiplica por fricção,mais que por germinação. O pigmento escuro étambém evidente nas colônias micélicas que seformam com lentidão por intermédio de sabou-raud á temperatura ambiente. O iodo de potássioé, sem duvida, a terapia mais eficaz para a cro-moblastomicose.

Cândida álbicans (candidiase, candidose)

Cândida álbicans, membro da flora normal dasmucosas do homem e de outros muitos animais,é a espécie de cândida que produz com mais fre-qüência infecções.

Porém, também infectam ao homem outrasespécies como C. Tropicalis e C. Krusei. CândidaÁlbicans foi conhecida por um tempo com onome de Monilia Álbicans.

a) Perspectivas médicas: As infecções por C. Álbicans ocorrem freqüen-

temente. Nos Estados Unidos são conhecidaspelo nome de Candidiase, enquanto que na lite-ratura inglesa são designadas com o términomais lógico de Candidose. As infecções porCândida integram um amplo espectro de estadosclínicos, que flutuam desde infecções agudas dasmucosas que curam espontaneamente até doen-ças crônicas ou mortais. Na atualidade, dependedo microorganismo oportunista C. Álbicans, aquarta parte das mortes causadas por fungosnos Estados Unidos.

Por outra parte, o número de casos candidiase

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e o índice de mortalidade provavelmente aumen-tará, já que se espera que um bom número decircunstâncias predisponentes incrementem asua freqüência. Alem do mais, não é muito con-hecida a natureza da interação entre hóspede eC. Álbicans. Assim, pois, até obter maiores con-hecimentos ao respeito não é provável que sechegue ao controle da Candidiase.

b) Estrutura física e química: Cândida Álbicans ocorre principalmente como

uma levedura em germinação esférica ou oval de4 a 5 micras de diâmetro. Ainda que é um fungodimorfo com capacidade para formar micéliosverdadeiros, quase sempre formam tambémpseudomicélios. Como todos sabemos, o psedo-micélio é uma estrutura filamentosa parecida aum micélio mas que resulta do alargamento dascélulas em germinação, mais que do crescimen-to de um autêntico micélio. Estas variedades fila-mentosas se conhecem como formas micélicas ea levedura em germinação recebe o nome deforma Y.

Em certas condições de crescimento se foramgrupos de blastosporas ao longo dos micélios, ese observam também clamidosporas redondasda parede grossa nos extremos das hifas ou entreas células das mesmas.

As clamidosporas representam uma espóraresistente inativa, e em conseqüência se formamem cultivos velhos, ou em meios relativamentepobres como o agar com farinha de milho, á umatemperatura de 21 graus centígrados. As pare-des da célula de C. Álbicans contém constituintesfungosos típicos e, além do mais, possuem com-ponentes não identificados que são tóxicos parao rato.

c) Produtos extracelulares: Até aonde sabemos, Cândida não produz nen-

hum produto extracelular de importância napatogenia da doença. São utilizados filtrados decultivo como preparados antigênicos para as pro-vas de sensibilidade cutânea de tipo tardio e paraos ensaios imunológicos in vitro.

d) Cultivo: O crescimento é rápido sobre meios de

Sabouraud, agar sangue, soja-tripticasa e outrosmuitos meios ricos. São formadas colônias delevedura cremosas depois de uma noite de incu-bação a 21 graus centígrados (temperaturaambiente) ou a 37 graus centígrados. Porém, atemperatura ideal de crescimento é de 30 grauscentígrados aproximadamente. Depois de algunsdias de crescimento em agar de Sabouraud, ascolônias contém sobretudo formas e na superfí-cie, mas também desenvolvem no agar formas

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e) Modelos experimentais: Os roedores de laboratório como cobaias, coel-

hos e ratos podem ser infectados com C. Álbcanse são utilizados quase sempre em estudos expe-rimentais. Como o homem, o rato e outros roe-dores são resistentes a infecção por Cândida,sendo necessária a injeção de um grande nume-ro de células de leveduras para estabelecer umainfecção. Com muita freqüência, as células de

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levedura são inoculadas por via intravenosa ouintraperitonial e em ambos casos, se produzemabscessos difusos em muitos tecidos, especial-mente os rins seguido da morte no término deuma semana com a maior parte das doses utili-zadas. Outro modelo implica a injeção de célulasde leveduras no músculo do rato para produziruma lesão que se cura de maneira espontâneaentre quatro e seis semanas.

Tratamos de produzir lesões na pele e mucosados animais mas quase sempre foi impossível deinfectar os tegumentos intactos de sujeitos nor-mais por inoculação de C, Álbicans. Agora, aoproduzir uma escoriação na mucosa antes dainoculação se produz rapidamente uma infecçãoque desaparece em pouco tempo. De forma aná-loga, se lesionamos e maceramos a pele, podeiniciar-se infecção, que dura apenas o tempo queo tecido permanece macerado. Tem sido possívelcolonizar, e em ocasiões infectar por administra-ção de C, Álbicans, a animais isentos de germesque carecem de flora bacteriana normal maisnão a animais normais.

f) Infecções no homem: Apresenta-se esquemas complexos para classi-

ficar as diferentes formas de candidiase humana.Talvez o esquema mais simples seja considerarestas infecções como um espectro com algunspoucos protótipos importantes. Com muito, asinfecções mais freqüentes por cândida são aslesões agudas das mucosas consecutivas a ano-malias relativamente mínimas nas resposta dohóspede. A mucosa bucal do lactante recém nas-cido constitui um bom exemplo desta forma. Asmucosas do lactante se contaminam durante apassagem pelo canal do parto, ou por contatocom diversas pessoas depois de nascer. Porém,nos bebes prematuros com problemas imunoló-gicos podem sobreviver infecções graves. Outrosexemplos de candidiase das mucosas inclueminfecções graves em indivíduos de certas idades,em sujeitos com diabete ou outras anomaliasendócronicas e, sobretudo, em pacientes que sãoadministrados com antibióticos de amplo espec-tro ou terapêutica a base de esteróides. Por outraparte, são freqüentes neste tipo de doentesmanifestações vulvovaginais e gastrointestinais.São produzidos, na maioria das vezes, infecçõescutâneas como conseqüência direta de forçasmecânicas que causam abrasão, ou por excessocontinuado de umidade, ou por ambas causas.Por exemplo, se observam boqueiras ou perlecheem pacientes com pregas profundas em tornodas comissuras da boca; nestes sujeitos a salivaproporciona um meio úmido muito propício parao desenvolvimento do fungo. Assim mesmo, seproduz intertrigo nas pregas úmidas da pelecomo, por exemplo, nádegas e região ingnal depessoas obesas, e debaixo das mamas pêndulas:

este padecimento piora durante tempo cálidoquando o excesso de suor mantém úmidas asáreas afetadas.

Pode localizar-se também o intertrigo entre osdedos de trabalhadores cujas mãos devem per-manecer submergidas na água durante o dia ecuja pele encontra-se macerada.

A paroníquia e outras afecções ao redor dasunhas não acostumam a ser causadas por cândi-da, a menos que exista maceração ou algumaanormalidade predisposta do leito ungueal.

Certas formas raras de candidiase dependemde imunodeficiências graves. O granuloma porcândida, afortunadamente raro, se manifesta porlesões córneas, granulomatosas deformantes dapele. Mais freqüente, porém mais rara, é a can-didiase mucocutânea crônica, na qual os fungosse encontram tão isolados nas capas superficiaisda pele e mucosas sem produzir nunca uma inva-são. As características mais destacadas quequase sempre desaparecem pelo tratamentoenérgico para recidivar pouco depois de parar aterapêutica e a sua associação com imunodefi-ciencias combinadas graves. Podemos compro-var que a candidiase mucocutânea crônica des-envolve invariavelmente em pacientes com imu-nodeficiencias combinadas graves que sobrevi-vem tempo suficiente para ser estudados, e seobservam com freqüência entre sujeitos comuma grande variedade de imunodeficienciascelulares. Não obstante a candidiase não produznenhum problema em indivíduos com deficiên-cias primárias de anticorpos humorais.

A candidiase disseminada é, quase sempre, umacontecimento terminal em pacientes com trans-tornos considerados, como doenças malignas.Durante a disseminação, a levedura pode afetarvirtualmente qualquer órgão, especialmente osrins. O uso do equipamento por parte de droga-dos tem produzido às vezes endocardite persis-tente ou mortal por cândida. Assim mesmo, ouso de cateteres e curtos-circuitos intravenosospara terapia médica tem produzido a entrada decândida e o estabelecimento de infecções quepodem curar-se espontaneamente quando seretira o dispositivo agressor.

Para tratar a candidiase disseminada, se utilizaanfotericina b, e as barras e as pomadas de nis-tatina são úteis para o tratamento tópico daslesões bucais ou cutâneas, respectivamente.

g) Mecanismos de patogenicidade: Apesar de que a candidiase é a doença causa-

da com mais freqüência pelos fungos oportunis-tas, não sabemos quase nada com respeito aosmecanismos patogênicos da mesma. Mostramosque as paredes da células C. Álbicans contémmateriais tóxicos já que as preparações da ditaparede produzem rapidamente a morte dos ratos

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injetados. Porém, não existem provas de que oco-rra este tipo de intoxicação durante o curso dainfecção no homem.

h) Mecanismos de imunidade: Existe um acordo unânime no sentido de que a

imunidade celular possui importância primáriana resistência a cândida, tendo permitido chegara esta conclusão geral uma série de provas maisou menos convincentes. Agora talvez seja maseloqüente o fato de que a candidiase é freqüenteem sujeitos com imunodeficiencias celulares,mas não nos que padecem defeitos imuneshumorais. Outras provas ao respeito procedemde estudos em animais e mostram que existemaior susceptibilidade á candidiase em animaissubmetidos a imunossupressão por irradiação,timectomia neonatal ou outros tratamentos.

Ainda que é indubitável a intervenção da imu-nidade celular na resistência a cândida, não se ádemonstrado ainda que possui importância pri-mordial. Uma maioria de pacientes com candi-diase mostra sinais de imunodeficiencias celula-res e muitos sujeitos com imunodeficienciascelulares gravess, não se infectam pela presençada cândida. Demonstramos que uma grandevariedade de fatores humorais não específicosinibem ou distroem a cândida. O soro humanocontém um fator que aglutina as leveduras;transferrina e outras substâncias fixadoras deferro inibem a cândida por competição pelo ferrodisponível.

O sistema microbicida haloide-H202-Peroxidasa dos neutrófilos e certos líquidos cor-porais podem matar a C. Álbicans, sendo esta abase da atividade candidatica dos neutrófiloshumanos. Por via experimental, é possível obtercerto grau de resistência mediante imunizaçãode animais com cândida morta e, além do mais,transferir passivamente resistência a receptoresnormais com soros providos de títulos elevadosde anticorpo humoral.

Estudamos um número limitado de pacientescom candidiase mucocutânea crônica com obje-tivo de determinar a deficiência da qual dependea sua grande susceptibilidade a cândida e osresultados sugerem que podem influenciar umagrande variedade de efeitos.

Cândida não é um parasita intracelular.Durante infecções induzidas experimentalmenteem animais, a resposta celular é, principalmente,granulocítica e os macrófagos desempenham, aoque parece, uma parte mínima sendo além domais incapazes de destruir a cândida, em pro-porção significativa; é possível que certas linfoci-nas sejam antifungosas ao vivo, como são tam-bém In vitro. Desde já, são ainda escassos nos-sos conhecimentos em quanto que a humanida-

de a cândida, mas quanto menos contamos hojecom meios para desembaraçar o mistério relati-vo aos mecanismos do hóspede implicado.

i) Diagnóstico de laboratório: Cândida é facilmente vista nas secreções ou

pus tingido. Nos cortes de tecidos, os métodosespeciais de tingir como Pas ou metenaminaargêntica facilitam a visibilidade dos fungos. Oprincipal problema do diagnóstico de laboratórioconsiste em determinar se C. Álbicans é o agen-te etiológico, já que se encontra quase sempre naflora normal, e o pequeno número existente podeaumentar com rapidez, por exemplo, em amos-tras de esputo, antes de que dita amostra chegueao laboratório. Por tanto, é necessário o cultivoimediato, devendo contar com grande número demicroorganismos de Cândida em amostras fres-cas se o doente padece de candidiase.

Aconteceu certo grau de controvérsia com res-peito á capacidade invasora das formas M E Y deC. Álbicans. Muitos investigadores e clínicosacreditam que apenas a forma M é invasora; portanto, em cortes de tecidos onde é abundante aforma Y, mas não existe a forma M, acreditamosque existe uma colonização mas não uma inva-são. O contrario, a presença da forma M se con-sidera como prova de infecção.

Um meio sem duvida útil para diferenciar C.Álbicans, de leveduras similares é a prova dotubo germinal. Os microorganismos em forma delevedura inoculados em soro humano não diluídoproduzirão tubos germinais em quatro horas e,às vezes, apenas em uma hora. Outras leveduras,inclusive outras espécies de cândida, carecem decapacidade para produzir ditos tubos. As fer-mentações de açúcar ajudam, também, a dife-renciar as espécies.

j) Reservatórios de infecções: O homem é o principal reservatório de cândida,

que é parte da flora normal de bom número demucosas humanas.

k) Controle de transmissão da doença: A candidiase será controlada apenas quando

podermos conseguir um melhor conhecimentodas interações hóspede-parasitas. Na atualidade,o controle depende da correção ou eliminaçãodos fatores predispostos. ¤

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BIBLIOGRAFÍACatchings B. M. Effects of pH and Temperature

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J.L., Cryptococcal Infection, 1972. Fa.ss, R. J.,1971.

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