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RBEn, 30 : 286-293, 1977 PROGRAMAS EDUCATIVOS EM ENFERMAGEM PERINATOGICA * Margaret Mein da Cta * * RBEn/07 COSTA, M.M. - Programas educativos de enfermagem perinatológica. Rev. Bras. Enf.; DF, 30 : 286-293, 1977. A perinatologia é essencial e básica aos demais ramos da enfermagem, visto que na sua ausênci a pouco restará para as demais especializações. A perinatolo- gia deverá preocupar educadoras de enfermagem tanto quanto àquelas enfer- meiras cujo setor de trabalho é a clínica obstétrica e o próprio berçário. O nci- mento de uma criança sadia, a sua so- brevivência e desenvolvimento normal constitui o objetivo da enfermagem peri- natológica. Os meios utilizados para este fim variam de acordo com as estruturas econômicas, administrativas, os serviços de saúde, o material e equipamento e a mão-de-obra utilizada. Devemos nos conscientizar da inter-relação existente entre os programas educativos de enfer- magem e o índice de mortalidade infan- til na região. A proporção que o primeiro fator crescer em qualidade, o segundO fator decrescerá em quantidade. Há ne - cessidade da preparação de um profis- sional especializado em enfermagem pe- rinatológica que possa atuar como mem- bro ativo da equipe de um centro de perinatologia. Sabemos que a mortalidade infantil varia através do território nacional. Du- rante esta V Reunião Brasileira de Pe. - rinatologia, inúmeros dados estatísticos, gráfiCOS e tabelas m sido apresentados para esclarecer causas etiológicas e diag- nósticos dos mais variados. Neste traba- lho desej amos abordar a qualificação da mão-de-obra como um dos fatores etio- lógicos de maior relevância. Na Região Nordeste a morbidade e mortalidade · infantil apresentam índices altíssimos, dentre os mais elevados ' do. mundo. Exemplificando, precisamos ci- tar apenas os dados vitais de uma ca-· pital no litoral nordestino para o an de 1975 : Nascidos vívos . . . . . . . . . . . . . . . . . Mortalidade infantil . . . .. . ... . . . 12.663. 1.398 Tal índice constitui um desgaste hu- mano e uma drenagem econômic a de grande vul para uma região que s e encontra subdesenvolvida do ponto de vista da saúde. A mortalidade infantil acima citad a representa 1/3 da mortali- .. Enfermeira-Educadora do Projeto HOPE .- - Natal. Trabalho apresentado a II Reunião Brasileira de Enfermagem Perinatal - Recife· 8-10-76. 286

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RBEn, 30 : 286-293, 1977

PROGRAMAS EDUCATIVOS EM ENFERMAGEM PERI NATOLóGICA *

Margaret Mein da Costa * *

RBEn/07

COSTA, M.M. - Programas educativos de enfermagem perinatológica. Rev. Bras. Enf.; DF, 30 : 286-293, 1977.

A perina tologia é essencial e básica aos demais ramos da enfermagem, visto que na sua ausência pouco restará para as demais especializações. A perinatolo­gia deverá preocupar as educadoras de enfermagem tanto quanto àquelas enfer­meiras cuj o setor de trabalho é a clínica obstétrica e o próprio berçário. O nasci­mento de uma criança sadia, a sua so­brevivência e desenvolvimento normal constitui o objetivo da enfermagem peri­natológica. Os meios utilizados para este fim variam de acordo com as estruturas econômicas, administrativas, os serviços de saúde, o material e equipamento e a mão-de-obra utilizada. Devemos nos conscientizar da inter-relação existente entre os programas educativos de enfer­magem e o índice de mortalidade infan­til na região. A proporção que o primeiro fator crescer em qualidade, o segundO fator decrescerá em quantidade. Há ne­cessidade da preparação de um profis­sional especializado em enfermagem pe­rinatológica que possa atuar como mem­bro ativo da equipe de um centro de perina tologia.

Sabemos que a mortalidade infantil varia através do território nacional. Du­rante esta V Reunião Brasileira de Pe.­rinatologia, inúmeros dados estatísticos, gráfiCOS e tabelas têm sido apresentados para esclarecer causas etiológicas e diag­nósticos dos mais variados. Neste traba­lho desej amos abordar a qualificação da mão-de-obra como um dos fatores etio­lógicos de maior relevância.

Na Região Nordeste a morbidade e mortalidade · infantil apresentam índices altíssimos, dentre os mais elevados 'do. mundo. Exemplificando, precisamos ci­tar apenas os dados vitais de uma ca-· pital no litoral nordestino para o anOo de 1975 :

Nascidos vívos . . . . . . . . . . . . . . . . . Mortalidade infantil . . . . . . . . . . . .

12.663. 1.398

Tal índice constitui um desgaste hu­mano e uma drenagem econômica de grande vulto para uma região que já s e encontra subdesenvolvida d o ponto de vista da saúde. A mortalidade infantil acima citada representa 1/3 da mortali-

.. Enfermeira-Educadora do Projeto HOPE .-- Natal. • Trabalho apresentado a II Reunião Brasileira de Enfermagem Perinatal - Recife·

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COSTA, M.M. - Programas educativos de enfermagem perinatológica. Rev. Bras. Enf..; DF, 30 : 286-293, 1977.

dade total durante aquele mesmo ano. As principais causas mortis são evitá­vé'is, visto que 40 % são atribuídas a en­terites diarréic·!:s, 20% a causas peri­natais, 20% a pneumonias e 20% a cau­sas outras. Entre estas últimas. bem co­mo entre as demais causas, podemos atribuir a alta precoce do recém-nascido como um dos fatores prinCipais.

Como poderemos debelar tão vergo­nhosa evidência de assistência inade­quada ao binómio mãe-filho no período perinatal ? Como pode uma região de saúde idealizar um programa de higie­ne materno-infantil se não está pronta :'1, confiar a execução do programa a profissionais qualificados? De que adian­ta aos cofres públicos dispender dinhei­ro no preparo de mão-de-obra se, um", vez qualificada, as instituições se negam a utilizá-la? De que adianta formar pessoal qualificado se os concursos para serviços de enfermagem ,são abertos pa­ra atendentes e pessoas sem qualifica­ção específica? Através de uma matemá­tica errada e cheia de preconceitos, o lápis e o papel são capazes de demons­trar que .,se pode contratar três pessoas (6 ,mãos e 6 pés) pelo salâ,rio de um auxiliar de enfermagem ou mesmo qua­tro pessoas (8 mãos e 8 pés) pelo sa­lário de um técnico de enfermagem. Já

se foi a época em que o único requisito para se trabalhar em um berçário era possuir mãos leves e delicadas, coração bondoso e colo amplo e macio. Os con sumi dores dos programas de saúde con tinuam a receber atendimento precário devido a esta falsa economia, dizimando v:das e causando desperdícios avulta­díssimos para os cofres da Nação. Pre­cisamos conscientizar todos aqueles que administram para a severidade do pro­blema, pois não só é imperativo quali­ficar a mão-de-obra através de progra, mas educativos, como também utilizar a mão-de-obra qualificada.

Convido a cada pessoa aqui presente a analisar a natalidade, morbidade e mortalidade infantil de sua cidade e de ;;eu Estado à luz dos programas de edu­ca:ção de enfermagem existentes e à luz da utilização correta da mão-de-obra qualificada. Demonstramos no quadro 1 a natalidade e mortalidade infantil do município onde residimos, cobrindo um período de oito anos. No quadro 2 de­monstramos os recursos para-médiCOS do Estado, sendo que o município onde re­sidimos constitui a primeira região de saúde. Se justapostos forem quadros desta natureza através de todo território nacional, será óbvio que existe uma in­terrelação de causa e efeito.

Quadro 1 - Natalidade e Mortalidade Infantil :

Mortalidade Infz.ntil

Causas

Ano Nascidos vivos Enterite Total Perinatal Diarréica Pneumonia

1969 9 . 332 166 . 5 25 . 5 89 . 4 14 . 2 1970 9 . 838 162 . 3 28 . 1 87 . 4 16 . 9

1971 9 . 994 180 . 0 26 . 9 106 . 4 17 . 2

1972 10 . 033 153 . 1 30 . 6 56 . 2 14 . 8

1973 10 . 327 140 . 9 26 . 8 64 . 2 19 . 9 1974 1 1 . 285 102 . 7 19 . 2 49 . 8 16 . 4 1975 12 . 663 1 10 . 4 18 . 16 42 . 8 14 . 45

1976 ( 1/2 ano) 6 . 621 101 . 87 15 . 56 58 . 5 9 . 97

Primeira Região de Saúde

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Quadro 2 - Recursos Para-Médicos

Região Enfermeiro Auxiliar de Enfermagem

Atendente Parteira

1 2 3 4 5 6

TOTAL

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1

33

352 12

3

367

546 114

2 3

73 56

794

90 13

2

13 3

121

Pessoal Para-Médico trabalhando nas Unidades de Saúde dos Municípios por região - 1974.

De outro lado, se analisarmos a in­

fluência da educação e do serviço qua­

lificado de enfermagem nas taxas da mortalidade infantil no Quadro 1, pode­

remos observar um declinio a partir do ingresso das auxiliares de enfermagem (preparadas pelo Curso de AuxUiares

daquela capital) no mercado de traba­lho local. O curso superior de enferma­gem foi instalado em 1974, portanto

ainda não há enfermeiros diplomados

por aquela instituição. Mesmo assim

nota-se que o declínio é vagaroso e bas­tante pequeno, não só devido à quan­

tidade insuficiente de mão-de-obra qua­lificada. como pela ausência de outros fatores que compõem um eficiente ser­viço de perinatologia.

Em 1972 o navio-hospital S. S. HOPE ancorou no porto de Natal, onde per­maneceu durante dez meses atendendo convite das autoridades locais. Mediante convênios com a Secretaria de Saúde e a Universidade Federal, 03 profissionais daquele navio colaboraram na prestação de serviços à maternidade e infância da

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região. como também colaboraram para­lelamente com programas de educação e treinamento do pessoal de enfermagem.

O navio partiu, porém, mediante solici­

tação dos poderes competentes e reno­vação de convênios, o Projeto HOPE continua a colaborar com os programas de Saúde Materno-Infantil daquela ci­dade. Médicos obstetras, médicos pedia­trEs, enfermeiras educadoras, enfermei­

ras de Saúde Pública, nutricionistas e outros trabalham com contrapartes bra­sileiras nos diversos postos de saúde, maternidades, berçários e hospital in­fantil assim como também nos progra­mas educativos para qualificação da mão-de-obra. No quadro 1 poderemos verificar evidências desta colaboração.

Ainda ex1ste muito que fazer; um verdadeiro gigante se nos avulta, exi­gindo para vencê-lo uma coordenação autêntica entre todas as entidades inte­ressadas em realmente resolver tão as­solador problema.

Se os dados vitais supra citados con­

tinuam constatando a necessidade de

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uma intervenção de alto gabarito para

prevenir contra as elevadas taxas de

morbidade e mortalidade infantn espe­

cialmente entre os recém-natos de alto

risco, taxas estas que oneram sobrema­neira os cofres públicos e dizlmam vidas

no nosso rincão nordestino, as educado­

ras de enfermagem devem dar priorida­

de à disciplina de perinatologia.

Ao se planejar os currículos dos vá­

rios cursos de enfermagem, devemos re­

conhecer que os programas educativos

para qualificação de pessoal para os ser­

viços de perinatologia devem ser dife­

renciados em conteúdo e duração, de

acordo com os objetivos de cada nível

de execução e categoria de pessoal. No

quadro 3 esboçamos os objetivos, local

de execução, equipamento necessário,

técnicas utilizadas, categoria de pessoal,

educação e treinamento necessário dos

diversos membros da equipe de enfer­

magem.

Além dos cursos básicos e especializa­

dos, deverá haver oferecimento periódiCO

de cursos de extensão universitária, cur­

sos de atualização e reciclagem, progra­

mas de treinamento em serviço, etc.,

com o intuito de manter a enfermagem

perinatológica sempre atualizada.

As evidências apontam para a neces­

sidade de formarmos enfermeiras espe­

cialistas em perinatologia através de

cursos de curta duração. O objetivo do curso é expandir e extender as funções da enfermeira para capacitá-la a atuar como membro de uma equipe especiali­zada que utiliza técnicas específicas vi­sando garantir a sobrevivência dos re­cém-nascidos de alto risco e dos recém­nascidos normais que necessitarem de cuidados especiais.

O programa educativo para formação

dE' Enfermeira Perinatologista qualifica­

la-á para participar da equipe perina­tológlca na assistência ao binômio mãe-

filho nos serviços secundários e terciá­

rios além dos primários. Sua atuação

prinCipal será j unto do paciente, porém

estará também capaCitada para colabo.

rar nos programas de educação e trei­

namento da mão-de-obra de neonatolo­

gia e para participar da pesquisa apli­

cada. Uma sugestão de programa é colo­

cada no quadro 4 a fim de situar a

leitora quanto à relação do conteúdo

deste curso em relação a outros já exis­

tentes na área materno-infantil .

O curso de enfermagem perinatológica

acima exposto deverá ser ministrado em

um mínimo de quatro meses, em escolas

de enfermagem de âmbito universitário,

por uma equipe multidisciplinar. Uma

base científica servirá como núcleo das disciplinas. O progresso da tecnologia

exigirá r.àaior flexib1l1dade no ensino da

técnica necessitando no entretanto uma

constante revisão para mantê-las sem­pre atualizadas . A experiênCia clínica

deverá ser realizada em ambiente onde

o cuidado do paciente é ministrado por

uma equipe mult1disciplinar de profis­

sionais com o apoio de pessoal aux1l1ar.

Após satisfeitas todas as exigências do

curso, a enfermeira receberá um certi­

ficado que deverá ser renovado periodi­

camente mediante comprovação de sua

partiCipação em programas de educaçãO'

contínua em perinatologia ou em assun­

tos correlatos.

Este programa de espeCialização de­

verá adicionar conhecimentos e habili­tações àqueles já contidos no curso bá­sico de enfermagem. O conteúdo do pro­grama deverá ser dividido equitativa­mente entre teoria e prática, com está­gio. Tais estágios serão realizados em concentração maior nas unidades de cui­dado intensivo neonatal.

Uma mortalidade infantil que apre­

senta taxas elevadas como aquelas que se nos deparam diariamente, poderá ser

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grandemente diminuída pela utilização de um Centro Regional de Perinatologia oRde a Enfermeira Perinatologista de­senvolverá papel ativo na equipe. Em outros países, centros deste tipo têm re­duzido a mortalidade infantil nas regiões que servem. A sUa missão principal é tripla: elevar a qualidade de cuidados perinatais por meio de serviços especia­lizados, ·· promover a educação dos con­sumidores (mãe-filho) e dos profissio­nais mUltidisciplinares, e realizar pes­quisa perinatológica.

Um estudo piloto neste sentido poderia ser levado a efeito em nosso meio se inte­resse houvesse p or parte das entidades publicas e privadas. Necessitaria apenas de liderança · e a união de recursos em

prol de um bem comum de grande efeito para a sociedade. Existein em nossa ci­dade duas · unidades integradas de saú­de que possuem casa de parto anexa, e uma Maternidade Escola. · Um eficiente entrosamento entre aqueles serviços e a colaboração técnico-financeira de enti­dades privadas j á existentes na comu­nidade, poderia resultar em um Centro Regional de Perinatologia. Um serviço desta qualidade exigiria material. equi-

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pamento e mão-de-obra. Para transporte rápido e seguro dos recém-natos de hos­pitais locais para o centro, far-se-ia ne­cessário veiculos munidos de incubadores própriOS e de perinatologistas. Inicial­mente seria um investimento dispendio­sa, porém possível de ser concret:zado através da união de esforços. Um Centro R?gional de Perinatologia seria o campo ideal para os estágiOS de curso de Enfer­magem Perinatológica. Simbiose ideal.

RESUMO

Cada membro da equipe de enferma­gem exerce função necessária e impor­tante no cuidado perinatológico. O pla­nejamento do cuidado é feito pela equl­pc, a qual determina a distribuição dos deveres e responsabilidades de acordo com a categoria e o preparo de cada membro para realização de obj etivos pré-estabelecidos. A fim de debelar de forma concentrada e acelerada o alto índice de morbidade e mortalidade in­fantil nesta região sugerimos a intro­dução da Enfermeira Perinatalogista na equipe, e a criação de Centros Regionais de Perinatologia.

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COSTA, M.M. - Programas educativos de enfermagem perinatológica. Rev. Bras. Enl.; DF, 30 : 286-293, 1977.

Quadro 4. Sugestão de currículo para o curso de Enfermagem Perinatológica (de acordo com Schneider, Ziegel e Patter­son ) .

1 . Anatomia, fisiologia e bioquímica da saúde e da doença em perinatologia - 4 hs. p/semana.

2 . Exame fisico e anaminése - 3 hs. p/semana.

3 . Avaliação das necessidades de cuida­dos de saúde perinatal de famílias que não apresentam complicações pré-natais - 2 hs. p/semana.

4 . Método e técnicas de comunicação - 3 hs. p/semana.

5 . Métodos, técnicas e habilidade dos cuidados de enfermagem perinatoló­gica - 2 hs. p/semana.

6 . Teoria de crise e técnicas de inter­venção - 2 hs. p/semana.

7 . Conceitos de ensino - aprendizagem - 2 hs. p/semana.

8 . Planejamento e atuação da equipe de enfermagem j unto a mãe - feto e/ou ao neonato de alto risco. 4 hs. p/semana.

9 . Experiência clinica e desenvolvimen­to da habilidade técnica - 14 hs. p/semana.

Total - 36 hs. semanais. 576 hs. = 16 semanas.

BIBLIOGRAFIA

1 . Estrutura Básica de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria . de Estado da Saúde Pública, Assessoria Setorlal de Planejamento, Natal, Março, 1975.

2 . EVANS, Marlan, "adapLation of the In­fant at Birth and Intervention Techniques for Distressed Neona­tes", Journal of Nurse Middwifery, XX:4: 18-28, Winter 1975.

3 . KORONES, Sheldon B., High-Risk New­bom Infants, the C. V. Mosby Co., Bt. Louis, 1972, chapter 13, pág. 223-233.

4. PERNOLL, M. I. "Oregon's advanced approaches to perinatal emergen­cies' , Contemporany OB/GYN, 6 : 2 : 69-72, August 1975.

5 . SCHNEIDER, J . e t aI, "Education o f the Perln::>.tal Nurse CUndcian N'urstng Cl1nics of Nort·h America, Philadel­phia, W. B. Sanders, 10 :2 : 285-291, June 1975.

6 . Secretaria de Estado da Saúde Pública, "Fatos Vitais do Município da Ca­pital" Assessoria Setorlal de Plane­jamento, Natal, 1975.

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