monica andrea campos alfabetiza
TRANSCRIPT
MONICA ANDREA CAMPOS
ALFABETIZA<;:AO, LEITURIZA AO E LETRAMENTO
Monografia apresentada ao Centro de Pas
GraduaQao Pesquisa e Extensao ao Curso de
Educar;:ao Tnfantil e Atfabetiza9ao e Pre
Escola da Univen;idade Tuiuti do
Parana.Orientadora Olga Maria Silva Mattos.
ClJRITIDA
2.000
CEPPEmrm·~
SUMARIO
RESUMO ..............•.•....•.•.•..•.•....•.••...•...•.............•. IV
1. INTRODU<;:AO.................•...•....•....•....•....•..... 012. JEAN PIAGET ...................•....•....•.........•....• 032.1. 0 estagio sens6ria-motor ..............•....•......... 04
2.2. 0 estagio pr~-operacional .............•..............042.3. 0 estagio das operac;oes concretas ..................• _06
2.4. 0 estagio operacional formal ...........•....•....... ,07
2.5. AssimilaC;ao ............................•....• 0 ••••••.• 08
2.6. Acomodac;~o ......•........•..••....•.....•........... ~08
2.7. EquilibraC;ao .........•...•....•...••...••....•....... 09
3. LEV SEMENOVICH VYGOTSKY ......•........•..........•....•• 113.1. Interac;ao Social 11
3.2. Funcionamento do Cerebra Humano ....................•. 123.3. Ideia de Media<;ao ........................•....•.....• 13
3.4. Rela~ao Pensamento/Linguagem ..................•...... 14
3.5. Tendencia Afetivo-Volutiva ...............•.....•... '. 17
3.6. Teorias das Zonas de Desenvolvimento .........•••..... 18
4.A pRATICA PEDAGOGICA TRADICIONAL ..................•....• 20
5. CONSIDERA<;:OES SOBRE A CONSTRU~AO DA ESCRITA .......•...• 225.1. NA pRATICA TRADICIONAL ..........................•.... 226. NA pRATICA CONSTRUTIVISTA/INTERACIONISTA .....•.......•. 26
7. APRESENTACAo E ANALISE DAS PESQUISAS ....•.....•........ 358. APRESENTA<;:Ao DOS QUESTIONARIOS ..........••...••.......• 369. A CONSTRU<;:Ao DOS ALUNOS .......................•........ 439.1. Escola "¥" - Socioconstrutivista ............•....... # 43
9.2. Escola "X" - Tradicional ...............•...•••.....•• 44
9.3 Escola ~w~ - Em processo de mudan~a ............•......• 45
9.4. Escola ~;' - Construtivista/lnteracionista 46
10. ANALISE ..........•.............................•....• _47
CONCLUSAO ....................•••..••...••..••••..••...... 49
REFERENCIAS BIBLIOGAAFICAS ......•...••...•....•....••..... 53
BIBLIOGRAFIAS ...................•....•....•....•....•....• 55
RESIJMO
A partir da delimi tac;ao proposta a construc;ao da
escrita nas perspectivas c:onstutivista I interacionista - a
qual visa a formac;ao e preparac;ao de urn cidada.o consciente ecritica, capacitado para selecionar informac;:oes
significativas e utiliza-las com competencia, trac;:ando urn
pararelo com a pratica tradicional onde busca a assimilac;:ao
de conteudos evidenciando 0 cognitiv~, buscando informac;:oes
no nivel do conhecimento intelectual.Cabe abordar as pontes principais dos estudos de
dois grandes te6ricos Jean Piaget onde 0 desenvolvirnento da
inteligencia, da cognic;:aoestruturais do individuo.
aos diferentes palamares
o me sma apresenta estagios os quais trabalham com 0desenvol virnento infantil; sens6rio motor sensao::;Oes e
movimentos intencionais ), pre operacional( manipula
utiliza simbolos visando 0 faz de conta ), operao::;6es
concretas regras e idedas mais elaboradas e complexas
) ,operacional formal ( aparecimento da l6gica dedutiva )
assimilao::;ao ( a criano::;a faz experiencias assimiladas com
caracteristicas reais ) , acomodao::;ao assimila ideias ja
absorvidas ) e equilibra<;ao { procura coerencia aos seus
contextos ja estimulados e desenvonvidos l.
Ja na visao de Lev Semenovich Vygotsky defende 0
desenvolvimento onde 0 sujeito e urn ser ativo e a construo::;ao
de seu pensamento esta relacionado com seu arnbiente hist6rico
e social, visando algumas fases do lado biol6gico e
pSicol6gico do homem.O mesmo trabalha com as perturbao::;6es e
funo::;6es cerebrais construidas ao longo da vida, a ideia de
que 0 homem e capaz de operar mentalmente sobre 0 mundo.
Suas fases interagem corn 0 social e 0 psicol6gico
interac;ao social, funcionarnento do cerebro humano, ideia de
media~ao, rela~ao pensamento linguagem,tendencia afetivovolutiva e zonas de desenvolvimento ).
o trabalho tern como cri terio de ilustra~aoapresenta~Oes de questionamentos de analises elaboradas pordocentes de diferentes praticas socioconstrutivista,tradicional, interacionista e construtivista ), e para urnmelhor entendirnento algumas escritas realizadas por dicentesnas diversas £ases.
01
I. INTRODVC;:AO
o incentivo it escrita e a fluente expressividade,nao desprovida de sentido, mas sim ern comunhao com a culturada sociedade neste fim de seculo XX! visando 0 objetivo maiarda lingua que e a comunicaGao, e a grande mola irnpulsionadoradessa pesquisa.
Muito discute-s€1 hoje, sobre a pratica pedagogica
nas series iniciais, no que 5e refere a alfabetiza~ao(leituriza<;ao e letramento). Assim a pesquisa dedica-se a
estudos sabre a constru<;ao escrita das crian<;as no inicio daescolaridade, com base nos pressupostos construtivista-interacionista tradicional, tracando paralelos, natentativa de ampliar as reflexoes dos educadores e parconseqUencia a seguran<;a de suas 390e5.
Par mui to tempo foram oferecidos cursos etreinamentos sobre os metodos de alfabetiza~ao com base nosestudos de diversos pensadores. Hoje, ja nao se apontammetodos. Os especialistas prosseguem com suas investiga~6es,aprofundamentos e surgem novas perspectivas que refletem napratica dos educadores.
A Ciencia nao e estatica e seu movimento constantereflete a necessidade da quebra de certos paradigmas. Para amodificac;ao das crenc;ase atitudes e preciso conhecimento ecredibilidade nas novas posturas. Dessa forma a pesquisasinaliza pontos positivos e negativos de urne outro estudo, epermite a reflexao no que concerne 0 oportunizar ou lirnitaraexpressao das ideias e sentimentos dos educandos.
A sociedade necessita de homens com fluenteexpressividade, com argumentac;5es s61idasi mas temos nosdeparado com pessoas que nao conseguem externalizar seuspensamentos, que possuem medo de falar em publico, jovens quetemem a redaC;aodo vestibular porque nao conseguern externar
suas ideias coerentemente e escrevem ortograficamente e
gramaticalmente errado no aspecto convencional da escrita.
Esses e outros exemplos sao amostras do processo educativ~.
Toma-se, assim de suma importancia refletir as perspectivas
que fundament am a pratica dos docentes envolvidos com 0
processo do letramento da crian~a pois nessa fase os
discentes que rem descobrir 0 mundo e se podados nesse
momento, mais dificil sera exigirmos qualidade de comunica~ao
deles amanha.
Aos que desta pesquisa se fizerem leitores ou
aplicadores, cabe esclarecer que ela utiliza-se de estudos
teoricos desenvolvidas par pesquisadores e pens adores nas
areas em abordagem em seu primeiro capitulo, em seguida faz
urn paralelo entre as diferentes praticas pedagogicas em foco
e apresenta pesquisas de campo que apontam resultados de uma
au de outra pratica e finaliza-se com uma conclusao da
pesquisadora.
Como abordar as signos da escrita convencional com
os educandos, 0 desenvolvimento do sistema lingtiistico da
crian~a e questoes como: caligrafia tipos de letras,
ortografia-gramatica e outras preocupa~oes que res idem nos
docentes comprometidos em oportunizar o rnelhor
desenvolvirnento cognitiv~, afetivo/social aos seus alunos,
fazem parte deste conteudo.
2. JEAN PIAGET
Viveu 86 anos (1896 ~ 1980) urn dos mais
conhecidos teoricos que teve par base a concep<;ao bio16gicada evolu<;ao da especie para assim permear a teoria doconhecimento.
Nasceu na Sui<;a de uma familia rica e culta.Doutorado em Bi010gia percorreu as caminhos das ciencias
naturais, da fi1050fia e da psicologia. Desde as sete anosinteressou-se pelas ciencias. Passou a infancia estudando asmoluscos, as conchas e as passaros. Aos dez anos publicou seuprimeiro baralho I relatando as observa<;6es sabre urn pardal.Aos anze anos tomou-se assistente de diretor do Museu de
Historia Natural. Formou-se em 8i010gia no ano de 1918.
Quando passou a dirigir as pesquisas do Instituto Jean-
Jacques Rousseau 0 interesse pela psicologia consolidou-se.
Durante 50 anos construiu uma epistemologia de base
psicogenetica que acabou se tornando matriz ou referencia da
maior parte das teorias psicopedag6gicas do nosso tempo.
Ancorado nos mecanismos de modelo bio16gico no que
se refere a dinamica do desenvol vimento e tambem por uma
concep<;ao sistemica do pensamento, dedicou seus estudos ao
desenvolvimento da inteligencia da cogni<;ao e aos diferentes
patamares estruturais que 0 individuo e capaz de alcancar wlongo da infancia e da adolescencia para melhor entender,
como ele aprende, como ele constr6i os conhecimentos.
Comecou observando que as criancas parecem seguir
seqUencias muito regulares no desenvolvimento de certas
ideias, certos entendimentos e questionando como 5e
de5envol ve 0 conhecimento do mundo da crianca emergiu sua
suposiCao mais central: "a crianca e uma participante ativa
no desenvolvimento do conhecimento, construindo seu pr6prio
entendimento" (BECKER, 1994: 18) .
Aprofundando suas observa~6es, estudos, no que diz
respeito a opera~ao interna que leva 0 individuo ao
raciocinio, ao pens amen to, conc1ui que uma serie de mudan~as
VaG ocorrendo na estrutura interna de cada pessoa. Viu a
constru~ao do conhecimento como sendo mais do que categorias
menta is passivas, mas como sendo a~6es, quer mentais, quer
fisicas e chamou a a~ao de categorizar de alguma maneira
especifica de esquema. Ana1isando equilibra<;ao ou
reorganiza<;ao dessas a<;6es mentais, ou esquemas, Piaget criou
os quatro estagios de desenvolvimento:
2.1.0 estllgio sen so rio-motor (do nascimento aos 18 meses)
Durante este estagio 0 be be responde ao mundo
quase que inteiramente atraves dos esquemas sensoria
(sensa<;oes) e motor (movimentos) . Os movimentos sao
orientados pelos sentidos.
Nesse periodo nao ha planejamento, inten<;ao e
nenhurna representa<;ao interna de objetos. Funciona no
presente imediato, respondenda aos estirnulos presentes.
Nessa fase, 0 importante e estimular os sentidos!
2.2. 0 esll'igio pre-operllcional (dos 18 meses aos 6 anos)
Por vol ta dos 18 meses, 0 bebe chega ao
desenvolvimento da representa<;ao interna e ai come<;a a
formar e manipular imagens mentais, come<;a a utilizar
sirnbolos. Ja e capaz de ter imagens au palavras que
representam alguma outra coisa. Entre dois e quatro anos
iniciam-se as brincadeiras do IIfaz 4e conta" e uma caixa de
remedios pode se transformar num carrinho, uma vassoura num
cavalo. Nessa capacidade de utilizar sirnbolos, a crian<;a
supoe que todos Ve€m 0 mundo como ela ve e para deixar de
usar si mesma como tinica estrutura de referencia e,portanto, "descentrar-se" preciso desequilibrar suascertezas, fazendo, par exemplo, com que urn coleguinhadescreva 0 que ve numa mesma gravura observada por ela.
Nesse estagio surgiram os experimentos de"conserva<;ao" (exemplo: recipientes diferentes, porem comcontetidosde mesma quantidade). As crianyas
Raramente apresentam alguma forma de conservaC;aoantes dos cinco anos, a que Piaget tomou como urn sinal deainda ficarem capturadas pela aparencia de mudanc;a e nao sefixem no aspecto fundamental nao modificado. A capacidade declassificar (agrupar objetos por urnatributo (4 anos), e maistarde por dais ou mais (tamanho e forma) e significativotambem no pre-operacional.
o desenvolvimento da linguagern e relevante nesseestagio. A perspectiva cognitivista de Piaget prioriza asestruturas operat6rias do pensamento, secundarizando 0 papelda linguagem no desenvolvimento do pensamento au daconsciencia da crianc;a.De acordo com Piaget a egocentrismoinfantil e urn obstaculo a ser ultrapassado para que 0pensamento da crianc;ase tome 16gico.
Esse conceito evidencia-se, por exemplo, em suaafirmac;ao de que a linguagem e 0 raciocinio sao urn produtodas trocas interindividuais. Quando urn individuo nao podeinserir seu pensamento intimo e sua afetividade nesseesquema, quando ele renuncia 0 pensar socialmente, 0 propriofato deste isolamento retira do pensamento sua estrutura16gica.
o te6rico em questao, enfatiza que, embora alijlguagem atue de forma a impregnar toda a representa<;aodacoisas, ela e apenas a tomada de consciencia de uma operaC;aomentalmente construida na ac;ao: " Tomar consciencia de umaoperac;aoe efetivamente faze-Ia passar do plano da aC;aopara
o da linguagem e, portanto, reinventa-la na imagina~ao parapoder exprimi-la em palavras". (BEE, 1996:28).
E visivel os vinculos entre as aqulsicoes nodesenvol vimento da linguagem e no desenvol vimento cogni ti vomais amplo da criam;:a. De inicio, as crian~as podem repetirpalavras, mas nao compreendem que as palavras sao simb6licas,ou seja que se referem a objetos ou eventos. 0 brinearsimb6lieo como beber numa xieara vazia e a imitayao de sons egestos apareeem mais ou menas na me sma epoca que as primeiraspalavras da erianc;a sugerindo algum entendimento "simb6lieo"que se reflete em varios comportamentos. A medida em que acrianc;a vai reeebendo e aeomodando novas informac;oes, ela vaimodificando suas estrategias ou regras. 0 resultado e umaserie de regras para eompreender e criar linguagem.
A linguagem egocentrica desempenha uma func;aosimb6liea e importante na atividade da crianc;a nesse estagio;e urn instrumento de pens amen to para a analise de situac;5es epara a busea de soluc;5es. Portanto, nessa fase e fundamentalestimular a linguagem!
2.3.0 estagio das opera~oes COllcretas (dos 6 aos 12 anos)
A erianc;a descobre uma serie de "regras" ou"estrategias" gerais abstratas e bern poderosas para examinare interagir com a mundo.
Esquemas internas efieazes como reversibilidade,adic;aa, subtrac;ao, multiplicac;aa, divisaa e ordenac;aa serialtarnam-se presentes nesse estagio. A crianc;a tambemdesenvalve a capacidade de usar l6giea indutiva, au seja,consegue ir de sua propria experiencia a urn principia geral.Exemplo: aereseentar algo a alguma coisa a transforma ernmais.
A crian~a operacianal concreta e boa em lidar
coisas que conhece au que pade ver e manipular;
sai bern manipulando ideias au possibilidades.
Fundamental nessa fase e trabalhar com 0 "ver,
trocar, ouvir"! Partir das experi~ncias da crianca!
2.4.0 estagio operacional formal (a partir dos 12 anos)
A mudanea mais importante e que a adolescente agora
e capaz de aplicar opera~oes mentais complexas, nao apenas a
obj etos au experiencias, mas tambem a ideias e pensamentos.
Raciocina sabre 0 que nao viu ou experienciau come~a a pensar
sobre ocorrencias possiveis. Portanto, 0 aparecimento da
l6gica dedutiva no repert6rio de habilidades da crianea e a
tonica desse estagio.
Grande parte da l6gica cientifica e do tipo
dedutivo - se essa teoria esta correta observarei iS50 e
aquilo - a pessoa vai alem das suas observa~oes.
Desses estagios, cabe-nos uma reflexao fundamental:
A crianea nao pode sal tar nenhuma fase. Uma fase esta ligada
a outra.
Segundo Piaget 0 tempo levado pelo individuo para
percorrer as etapas cognitivas, nao depende da idade
cronal6gica e 5im das canstrur;oes passadas, da seqUencia
regular de atividades, das caracteristica5 de cada estagio,
do acrescimo de uma sintese superior a outras ante rio res de
desenvolvimento e dos estimulos recebidos atraves da sua
intera~aa com 0 meia que 0 estimula e 0 desafia.
De acordo com ele, a mudan~a dos esquernas
sens6rios-rnotores simples do perioda do bebe para esquemas
mentais complexos da infancia posterior e esquemas mentais
extremamente complexos, como analise dedutiva ou raciocinio
sistematico, considera tres processos basicos: assimila<;ao,acomoda<;aoe equilibrarao.
2.5. Assimilat;ao
E 0 processo de c1.bsorver algum evento ouexperiencia em algum esquema. Exemplo: quando 0 bebe olha 0
m6bile e estende 0 bra<;opara ele, significa que assimilou 0m6bile nos esquemas de olhar e alcan<;arou quando alguem veurn cachorro e 0 rotula como "cachorro", est;§,assimilandoaquele animal ern sua categoria ou esquema de cachorro. Jl.
assirnila<;aoe urnprocesso ativo.Primeiro existe seletividade na informa<;ao que
assirnilarnos. Quando aprendemos uma outra lingua cadaindividuo assirnila uma por<;ao do que esta sendo dito, deacordo corn as partes para as quais ja tinha esquemas. 0proprio fato de assimilar, rnodifica a forrna<;aoque eassirnilada porque cada evento OU experiencia assirniladaassume algumas das caracteristicas do esquema no qual foiassirnilada - se rotularmos a roupa como verde e se ela narealidade for verde arnarelado,lembraremos com mais verde queamarelo.
2.6. Acomodac;iio
E 0 processo complementar a assimila<;ao. Envolvemodificar 0 esquema em resultado das novas informa<;6esabsorvidas. Exemplo: a medida em que se assimila novaspalavras em outra liIlgua- gradualmente se modifica osconceitos e categorias mentais. 0 processo de acomoda<;aoe achave para a mudan<;aem nosso desenvolvimento.
Hip6teses sao levantadas para a modifica<;ao doesquema e quando n6s reorganizamos nossas ideias, melhoramos
nossas habilidades e mudamos nossas estrategias e porqueacomodamos essa novas informac6es.
2.7. Equilibra":Ho
A pessoa esta sempre lutando por coerencia paraficar "em equilibrio", para chegar a urnentendimento do mundoque faca sentido total. E preciso explicayao para cadaobservacao, para coerencia interna. Nesse sentido, 0
individuo assimila e acomoda os novos conhecimentos que daraol6gica a uma teoria ja existente nele e se nao ajustadosperfeitamente, a pessoa pode desvia-los, modifica-los oumudar algumas suposic;6es te6ricas basicas existentes,permitindo a acomodaCao dos novos dados.
E no momento da coerencia interna que o. equilibrioocorre e, portanto, urn novo conhecimento ou conhecimentoreconstruido se faz presente naquele ser.
As leis de equilibraC;ao ( assimilacao/acomodacao eequilibracao) alicercam 0 entendimento da construcao doconhecimento.
Os conflitos cognitivos sao essenciais para asformulac;6esde hip6teses, acomodacoes de novos conhecimentose reequilibrac;oes sucessivas. Nesse contexto, a criancaestimula-se para novas descobertas e, portanto amplia seusconhecimentos. A fonte do saber da crianc;a nao esta s6 navariedade de situac;oesconcretas que ela ternoportunidade devivenciar, mas tambem na organizaC;ao l6gica que essasinterac;6esva~ assumindo em seu pensarnento.
Como cita Piaget 0 aluno e 0 centro de seu pr6priopercurso em direc;ao ao conhecimento e 0 seu desenvolvimentocognitiv~ e emocional se da na relacao e interac;ao entre 0
sujeito e 0 objeto epistemo16gico.
As propostas pedag6gicas baseadas em Piagetpretendem aproveitar "erros" da crianc;:a para a partir dai,compreender seu modo de pensar.
o sujeito para Piaget fundamentalmenteepistemico, portanto cognitivo.
Piaget ressalta que o desenvolvimento dasestruturas cognitivas ocorre naturalmente, apoiado namaturac;:ao bio16gica. A aprendizagens e concebida como aadaptac;:ao de urn organismo bio16gico e acontece atraves deequilibrac;:oes sucessivas, levando tambem em considerac;:ao amaturac;:ao. Quando ocorrem mudanc;:as e transformac;:oes de ordemqualitativa no decorrer do desenvolvimento do individuo,podemos dizer I respaldados nos pressupostos de Piaget que aaprendizagem ocorreu.
3. LEV SEMENOVICH VYGOTSKY
Viveu 37 anos (1896 - 1934). Nasceu na cidade deOrslla - Russia e foi autor de va.rias obras, mas apenas
alguns de seus livros foram traduzidos para a linguaportuguesa. Pertencendo a ~~a familia culta e abastada desdegarata Vygotsky gostava de organizar grupos de estudos com
amigos. Educado em casa ate os 15 anos, farmOU-5e em Direitona Universidade de Moscou, em 1917, 0 hist6rico ano da
Revoluc;:ao Russa. Paralelamente estudoli Psicologia, fi1050fia
e literatura e, mais tarde, cursou ainda medicina escrevendo
cerea de 200 trabalhos cientificos nas mais variadas areas,
entre as quais a chamada Teoria das Zonas de Desenvolvimento.
3.1. InterH~ao SOciHI
Em sua teoria.... Vygotsky defende a visao dodesenvolvimento, concebendo a sujeito como um ser ativo e aconstru<;ao do seu pensamento se d§ de acordo com 0 seuarnbiente hist6rico e social. Portanto,segundo 0 pensadorbielo-russo, 0 aprendizado se da sobretudo pela intera<;aosocial. A crian<;a utiliza seu instrumental bio16gico e mentalel com ele, interage com as valares do seu tempo.
Vygotsky admite a influencia da natureza sabre 0homem, afirmando que este, par sua vez age sabre a natureza esobre a sociedade, criando, atraves das mudan;;as provocadas,novas candi;;6es para sua existencia.
Esse te6rico tern como urn de seus pressupostosbasicos a ideia de que 0 ser humane constitui-se enquanto talna sua rela;;ao com 0 outro social. A cultura toma-se parte danatureza hu.rnana num processo hist6rico que, ao longo dodesenvolvimento da especie e do individuo, maIda 0funcionamento psico!6gico do homem.
3.2. Funcionamento do Cerebro Humano
Deu grande importancia ao substrato material do
desenvolvimento psicol6gicol especificamente 0 cerebrol tendo
realizado estudos sobre lesoes cerebrais, perturba<;oes da
linguagem e organizayao de funyoes psicol6gicas em condiyoes
normais e patol6gicas. Suas proposiyoes contemplam, assim, a
dupla natureza do ser hQ~ano, membro de uma especie bio16gica
que s6 se desenvolve no interior de urn grupo cultural.
As concepyoes de Vygotsky sobre 0 funcionamento do
cerebro humane fundamentam-se em sua ideia de que as fun<;6es
psico16gicas superiores sao construidas a longo da hist6ria
social do homem. Na sua rela<;ao com 0 mundo, mediada pelos
instrumentos e simbolos desenvolvidos culturalmente, 0 ser
humano cria as formas de a<;.3.o que 0 distinguem de outros
animais. Sendo assim, a compreensao do desenvolvimento
psicol6gico nao po de ser buscada em propriedades naturais do
sistema nervoso.
Quando pensamos em tarefas mais ligadas a rela<;ao
do individuo com 0 rneio s6cio cultural onde ele vive, mais
fundamental se toma a ideia da eomplexidade. Dos sistemas
funcionais que dirigem a realiza<;ao dessas tarefas. Exemplo:
para dar 0 resultado de uma simples opera<;ao matematiea, a
pessoa pode contar nos dedos, 0 que impliea uma atividade
motora; usar a maquina de caleular 0 que exige 0 usa de uma
informayao tecnica sobre 0 usa da maquina; lembrar de urn
resultado previamente memorizado exige uma opera<;ao
especifica ligada a memoria, e assim par diante. Instrumentos
e simbolos construidos socialmente definem quais das inumeras
possibilidades de funcionamento cerebral serao efetivamente
concretizadas ao longo do desenvolvimento e mobilizadas na
realiza<;ao de diferentes tarefas.
3.3. Ideia de Mcdiac;iio
Uma ideia central para a compreensao das concepcoes
de Vygotsky e a ideia de mediacao. Por urn lade a ideia rernete
a processos de representaeao mental: a pr6pria ideia de que 0
homem e capaz de operar mentalmente sobre 0 mundo sup6e,
necessariamente, a existencia de algum tipo de conteudo
mental de natureza simb61ica, isto e, que representa os
objetos, situae5es e eventos do mundo real no universe
psico16gico dD individuo.
Essa capacidade de lidar com representae6es que
substituem 0 real e que possibilita que 0 ser humano faea
relac6es mentais na ausencia dos referentes concretos.
Exemplo: fazer planas para 0 futuro, imaginar uma si tuacao
jamais vivenciada (os chamados processos psico16gicos
superiores). Par outro lado, a ideia de mediacao refere-se ao
fa to de que os sistemas simb61icos que se interpoem entre 0
sujeito e objeto de conhecimento tern origem social. E a
eultura que fornece ao individuo os sistemas simb61icos de
representaeao da realidade e, por meio deles, 0 universo de
significacoes que permite construir uma ordenacao, uma
interpretacao dos dados do mundo real.
Como Vygotsky nao viveu 0 suficiente para
confrontar observaeoes e rever conceitos, seu legado fornece
suculen Las aberturas para diseussao. Para mui tos educadores,
entreLanLo, 0 essencial do pensador bielo-russo nao reside
nos detalhes psico16gicos usados para sustentar sua tear-ia de
criacao do saber. 0 que mais os atrai hoje em dia e a ideia
da construc;ao coletiva do saber e do quanto ele eimpregnado de afeto: !fA beleza de VygoLsky esUI. em trazer
para dentro do concei to de conhecimento essa dimensao da
paixao, do prazer, da sensibilidade" (SOUZfI.,PUC). Dessa
forma, a c.cianca aprende por urn processo que nao separa 0
conhecimento do sentimento. Para Vygotsky essa apropria~ao se
da como uma interiorizarao da experiencia socia cultural dos
adultos e do meio que cerca a crianca. A cooperacao e 0 papel
do outro na aquisicao do conhecimento se tomaram de fato 0
grande chamariz de Vygotsky na pedagogia moderna. Ele propoe
que sempre e necessaria uma mediacao, a experiencia coletiva,
para que possa existir experiencia individual. Cabe aqui
refletir:
o homem e urn fazer-se continuo e oeste fazer-se faz
tambem os outros.
Cada urn de n6s e mais de urn internamente.
Nesse contexto de interac;oes, outras abordagens
significativas de Vygotsky emergem!
3.4. Rcla~ao PClIsnmcllto/Linguagem
Analisa a constru<;:ao do conhecimento ou do
pensamento na crianc;-a- estabelecendo a unidade dinarnica da
rela<;:ao pensamento/linguagem. Focalizando teoria do
conhecimento com base em sua concep.:;ao dialectica, Vygotsky
discute 0 pensamento e a linguagem a partir de suas conex5es,
encadeamentos, genese e amadurecimento, abordados em seu
movimento continuo, como urn todo coerente onde cada aspecto
condiciona 0 ou, 0 reciprocdmente. Em Vygotsky nao ha lugar
para dicotomias que isolem 0 fenomeno, fragmentando-o ou
imobilizando-o de maneira artificial. Para ele, tudo est.§. em
movimento e e causado por elementos contradi torios,
coexistindo numa mesma totalidade rica- viva- em constante
mudan<;:a.
A linguagem para 0 te6rico em questao e uma relac;ao
de ordem social interiorizada. A linguagem interna tern pais,
origem na linguagem ext-erna.
Vygotsky atribui a atividade sirnb6lica uma func;ao
organizadora especifica que invade 0 processo de usa de
instrumentos e produz formas fundamentalmente novas decomportamento, contribuindo para UIna nova organizac;aoestrutural da atividade pratica. Com a ajuda da fala, porexemplo, a crian~a comeca a controlar 0 ambiente. Isto produznovas relac;oescom 0 ambiente, alem de uma nova organizac;aodo pr6prio comportamento.
A aquisic;aodo uso de signos pelo individuo, entreos quais os da linguagem, e possivel porque 0 homem vive emsociedade. A linguagem e produto da atividade social. 0
pensador, frequentemente atribui 0 usa de signos a descobertaespontanea da crianc;a ou considerando 0 usa da fala comosubproduto de sua atividade mental.
A importancia que Vygotsky confere a linguagem naconstitui~ao das forrnas mais abstratas do pensamento e daconsciencia tera consequencia direta 0 reconhecimento de quea dimensao social da consciencia e primeira e fundamental.
]J.. ativ-idadedo sujeito e considerada, pais, nao noisolamento das rela<;5esdo sujeito com os objetos do mundofisico, mas na intera~ao primordialmente medida pelos signoslinguisticossociais.
culturalmente construidos nas interac;5es
Vygotsky e seus seguidores estudaram o
desenvolvimento das capacidades intelectuais superiores dohomem, acreditando que a linguagem atuaria como 0 principalfatar para que esse desenvolvimento ocorresse. Analisando alinguagem como urnconjunto de simbolos com caracter hist6ricosocial, enfatizaram a importancia da informac;ao e dainterac;aolinguistica para a construc;aodo conhecimento. Suasideias sobre linguagem ajudaram a esclarecer as relac;6esentre pensamento, linguagem, desenvolvimento e aprendizagem.
A partir das investiga~oes desses estudiosos, entreoutros, 0 educador tern condic;5es de perceber claramente 0
processo de apropriayao de conhecimento pelo aprendiz e,especi[icamente, 0 processo de alfabetiza<;ao.
o educador tern condic;:oes de, a partir do
conhecimento de como a crianc;:a se apropria da linguagem,
mediar a construc;:ao desse conhecimento nos momentos em que 0
aprendiz efetivamente carece de uma interven<;ao pedag6gica.
Vygotsky discute a relac;:ao linguagem e pensamento
nao priorizando 0 pensamento em detrimento de linguagem: sua
analise pa,cte da interrelac;:ao entre ambos. Am.pliando seus
esludos sobre es::;a questao e tomando a linguagem egocentrica
como maLerial de base, Vygotsky distingue as propriedades
funcionais e estruturais da liIlguagem interior em duas
grandes categorias: as pr:opL".iedades sintatico.!:i e as
propriedades semanticas. Considera identica a fala social,
mas no processo de sua LL'ansforma<;ao em fala interior passa a
ser regida por uma sinLaxe abreviada totalmente predicativa.
o predominio da predica<;ao e UHl produto do desenvolv..i.mento.
Vygotsky dssinala ainda que, com a sintaxe e 0 sam
reduzidos dO minimo, 0 significado passa para 0 primeiro
plano. A fala interior opera principalmente com a semantica.
o que se destaca, entao na fala interior, e 0 predominio do
sentido de uma palavra sabre 0 significado. Para Vygotsky 0
sentido de ~~a palavra e urn todo complexo, fluido e dinamico
para onde converge a soma de todos as eventos psicol6gicos
que a palavra desperta enquanto 0 significado e apenas uma
das zonas do sentido, a mais estavel e preciso a
dicionarizavel.
o contexto e que da sentido a palavra: assim- em
contextos diferentes 0 sentido se altera e 0 significado
permanece estavel ao longo de todas as alterayoes de sentldo.
Alem disso, da mesma forma que a sentido de ~~a palavra esta
relacionado a toda a palavra e nao aos sons isolados, 0
sentido de uma frase esta relacionado com toda a frase, e nao
com as palavras isoladas.
De acordo com Vygotsky, a regra da fala interior e
o predominio do sentido sobre 0 significado, da frase sabre a
palavra, do contexto sobre a frase, pois, ••... enquanto, na
fala exterior, 0 pensamento e expresso por palavras, na fala
interior as palavras morrem a medida que geram 0 pensamento.
A fala interior e, em grande parte, um pensamento que
expressa significados puros. E algo dinamico, instavel e
inconstante, que flutua entre a palavra e 0 pensamento, os
dois componentes mais ou menos estaveis, mais ou menos
solidamente delineados do pensamento verbal" (VYGOTSKY,
1987:1281_
3.5. Tendencia Afefivo-Volutiva
Outro aspecto de fundamental importancia na analise
de Vygotsky e a tendencia afetivo-volitiva que, no ato de
comunica<;ao, permite a compreensao do pensamento do outr~.
Para Vygotsky, na medida em que 0 ato de comunica<;ao 56 po de
ocorrer de forma indireta - ou seja, 0 pensamento passa pelo
significado e depois pelas palavras - nossa fala contem
sempre um pensamento oculto, um sUbtexto. Todo
pensamento,encerra desejos, necessidades, interesses e
emo<;6es e a compreensao do pensamento do ou&o depende,
exatamente da intera<;ao do ouvinte com essa base afetivo-
volitiva. Nao basta ouvir para compreender, posta que a
compreensao depende da intera<;ao que os indi viduos conseguem
estabelecer entre 0 verbal e 0 extra-verbal, entre a palavra
e 0 afetivo-emocional que flui em toda comunica<;ao. Para
Vygotsky, as palavras tem urn papel central evolu<;ao hist6rica
da consciencia dos individuos e, por isto, sua preocupa<;ao
fundamental e resgatar 0 espa<;o do sentido na constitui<;ao
social do sujeito.
Vygotsky mostra que ha urn potencial de sentido em
cada pessoa, que necessita ser desvendado. Assim, a crian<;a
precisa iniciar-se no contexto verbal e semimtico possivel
para revelar-se como sujeito. Ao pretender restaurar 0 espa<;o
do sentido, ele enfatiza 0 papel que este sujeito assume na
sociedade, na medida em que cria, constr6i, transforma
sentidos nas intera~6es dial6gicas que estabelece.
3.6.Teoria das Zonas de Desenvolvimento
Conforme citado, urn dos pontos mais concorridos e
estudados da obra de Vygotsky e a Teoria das Zonas de
Desenvolvimento, que seguem assim especificadas:
1) Zona de Desenvolvimento Potencial - aquilo que 0 sujeito
po de fazer, independentemente da sua etnia da sua regiao ou
da sua cultura. E 0 previsivel, 0 esperavel da especie
humana;
2) Zona de Desenvol vimento Real - aquilo que a crianc;a
manifesta em sua vida cotidiana. Por exemplo, 0 modo como
aprende a andar. Trata-se daquilo que ela de fato realiza
dentro do elenco das coisas previsiveis;
3) Zona de Desenvol\Timento Proximal - aquilo que a crianc;a
hoje faz com a ajuda de urn adulto ou de outra crianc;a, mas
que amanh§. podera estar fazendo sozinha. Por exemplo: subir
uma escada caminhando, apoiando-se na mao de alguem, numa
epoca em que teria de engatinhar, se quisesse faze-Io por
conta pr6pria. E a zona cooperativa do conhecimento.
Para Vygotsky e verdade que 0 aprendizado comec;a
mui to antes da entrada da crianc;a na escola, mas e verdade
tambem que 0 aprendizado escolar produz algo novo no
desenvol vimento infantil. Quando 0 indi viduo possui
determinado conhecimento, ele se sente segura e aut6nomo -
conhecimento real. E papel dos colaboradores e mediadores,
pessoas portadoras de cultura (intensificados na func;ao
social da escola) interagir ou seja propiciar que 0 individuo
amplie este conhecimento, passando assim a ter um novo
conhecimento, chegando ao nivel de conhecimento potencial,
que quando atingido, passara a ser conhecimento real.
o aprendizado, quando originado adequadamente, naos6 deriva em conhecimento mental, como tambem desencadeiavarios processos, 0 que nao ocorreria espontaneamente. Para 0
pesquisador 0 born aprendizado e somente aquele que se adiantaao desenvolvimento.
4. A PRA.TfCA PEDAGOGfCA TRADICIONAL
Esta pratica esta calcada sabre a transmissao e
assimila~ao de conteudos. A escola visa a melhoria dasociedade evidenciando 0 cognitiv~, buscando transmitirinforma~oes em nivel de conhecimento intelectual. Nessecontexto, 0 aluna e passiv~ e 0 professor e difusor de urn
conhecimento pre-produzido e supostamente defini ti va.
Estudando a rela<;ao do sujeito com 0 conhecimentosurgem diferentes teorias da aprendizagem que nao saopertinentes de urn te6rico apenas. 0 Behaviorismo ou
Ernpirismo,par exemplo, explica que 0 conhecimento se da defora para dentro. 0 sujeito e aquele que quer conhecer e 0
objeto epistemo16gico sera. conhecido e passivel de serconhecido. 0 enfoque externo e a tonica e portanto tornam-seessenciais os estimulos, a influencia e trabalho do meio.
Neste contexto, tern origem os exercicios deprontidao, a op~ao por urnmelhor metodo de alfabetiza~ao noperiodo inicial da escola e com processos variados: 0 global- do geral para 0 especifico, ou seja, da palavra para asilaba e dela para a Ietra; 0 fonetico, que parte do som,exernplo:Abelhinha: 0 analitico-sintetico que parte da letrae dela para as familias silabicas, palavras e textos. Maistarde surge 0 ecIetico que reune t6picos importantes de cadametoda, as exercicios de treinos ortogrAficos/gramaticais dearme e efetue, enfim atividades que visam garantir a boaexpressividade grafica e oral, assim como a bornraciocinio.
Norrnalmente 0 alfabetizador considera sua tarefacumprida quando termina 0 conteudo. Geralmente, isso ocorrequando se chega ao fim da cartilha- a qual, independentementede sua metodologia, a partir de uma linguagem irreal (If vov6
viu uva", "0 bebe baba", etc.) e de urncontrolado (" baba", " bola", "belo",representa urn processo pedag6gico. o educador estaalfabetizado quando decifra rnecanicamente a correspondenciaem grafemas e fonemas.
A enfase a leitura e as c6pias sao fundamentaispara que 0 aluno venha a escrever bern.
o Inativismo ou Apriorismo enfatiza que 0conhecimento se da de dentro para fora. Depende do sujeito,da sua capacidade de concentra~ao e a abstra~ao. Dai surgemem mai~r propor~ao os encaminhamentos para especialistasvisando, trabalhar a dispersao e outras sinalizac;6esintrinsecas que podem estar bloqueando 0 educando.
22
5. CONSIDERAC;:OES SOBRE A CONSTRUC;:AO ESCRITA DAS CIUANC;:AS,
TRAC;:ANDO PARALELO ENTRE A PRATICA TRADICIONAL Ii:
CONSTRUTIVISTA! INTERACIONISTA
No processo da constru9ao da linguagem vamosaprendendo 0 que nos e significativo. Em nossa sociedade, a
aquisi~ao da escrita e necessaria porque se constitui em algade usa mal na vida dos homens.
A crian9a, desde 0 nascimento, depara-se com uma
serie de representa90es simb61icas e entre elas, com aescrita. Partanto, 0 "saber escrever" e urn conhecimento a seradquirido. A escrita e produ<;ao hUmana e para que seja
aprendida, as diferentes perspectivas pedag6gicas se apontam
revelando seus estudos e primando sempre par urn melhorresultado para a aquisi9ao da linguagern.
5.1. NA PRATICA TRADICIONAL
Nesta pratica surgem as metodos de ensino para a
leitura e escrita e com eles aparecem varios processos dealfabetiza<;ao.
o metodo sintetico parte das letras e silabas paraposteriormente formar palavras e frases. 0 analitico defendea visao global, para depois detalhar as partes.
Dessa abordagem, surgiu 0 pressuposto de que apercep<;ao da crian<;a ~ versatil, ecletica. Assim apareceu 0
metoda misto que juntou os dais anteriores aquiespecificados, aproveitando e combinando 0 melhor de cada urndeles.
Os processos
apresentaram-se foram:
que em paralelo aos metodos
fonetico, alfabetico, silabico,
palavrac;ao, sentenciac;ao e contos. Nesse contexto podemos
citar:
•Abelhinha - basicamente fonetieo, onde 0 som de
cada letra relaciona-se ao nome de urn persona gem ou elemento
de uma hist6ria contada em capituloSi
oCaminho Suave - partindo da palavra chave para a
silabac;ao
desenho/letra;
centrando a aprendizagem na visualizac;ao
'"Casinha Feliz - utilizando fonac;ao condicionada e
repetida para memorizac;ao das unidades sonoras atraves de uma
hist6ria em capituloSi
Montessori - tawbem com base fonetica apresentando
as vogais e suas combinac;6es de maneira individualizadai
..Erasmo Piloto partindo de palavras-chaves
decompostas em silabas para estudo das familias sil.3.bicas e
assim compondo novas palavras e formando sentenc;asi
..Globalizado - partindo de cartazes de experiencias
para formar pequenas hist6rias e com 0 reconhecimento de
algumas palavras, procedendo a analise fonetica das silabasi
~Ludico - por meio de jogos e brincadeiras vai
destacando palavras-chaves e seguindo passos determinados;
o Natural - atraves do vocabulario do pr6prio aluno
vai evidenciando palavras e procedendo a sua decomposic;ao em
unidades sonoras e a formac;ao de novas palavras e frases.
Nesse contexte todo, surgem as cartilhas para
assegurar 0 procedimento didatico. Ha urn rea lee no ensino dos
mecanismos da escrita e da leitura, como:
B+]:I._=BA,B+E=BE ou ainda, exercicios de complete: ]:I._
(desenho da uva) e da Vivil A vov6 viu 0 (desenho do ovo).
Torna-se clara a presenc;a do 8ehaviorismo:
sujeito - objeto epistemol6gico, conhecimento defora para dentro. Nesse entendimento, 0 conhecimento elinearI nao he§. contextualiza.:;ao e e desvinculado darealidade. 0 aluno nao e levado a compreender a fun.:;aodaescrita na comunica.:;aode ideias.
Nessa perspectiva, e fundamental tambem que osalunos estejam "preparados" para escreverem e a1 surgem osexercicios de prontidao com treinos rnotores como, 0 cobrirpontilhados, copiar par inumeras vezes uma palavra ou fraseno caderno de caligrafia. Aparecem entao os questionamentos:qual a melhor idade ou momenta para alfabetizar? Pode-seperceber que 0 pensamento que esta por tras dessas a~oes e 0
Inatismo: sujeito - objeto epistemol6gico, conhecimento dedentro para fora, au seja, e importante que 0 sujeito estejacom uma etapa cumprida para prosseguir na seguinte e,novamente 0 Behaviorismo entra em pratica no momento em queas exercicios aplicados objetivam sanar tais dificuldades.
Na postura tradicional, 0 professor e 0 "mestre" efigura central da escola. Ele e quem possui 0 conhecimento eque tern como responsabilidade transmiti-Io aos educandos.Assim, 0 professor e 0 transmissor, 0 aluno e 0 receptor e 0conhecimento e urnconjunto de verdades absolutas.
E preciso refletir muit03 dos posicionumentos dessapratica, pois podem assemelhar-se "educa~ao bancaria"citada por Paulo Freire em seu livro: Pedagogia do Oprimido.Ele refere-se as posturas narrativas e dissertadoras, onde,educadores despejam conteudos nos educandos, atraves de seusdiscursos. Nessa visao, os educadores tudo sabem e oseducandos tudo tern a aprender ... dessa forma, "depositamconhecimentos", fazendo comunicados, mas nao comunicando-se eos alunos como meros ouvintes, demonstram 0 que absorveramatraves de memoriza~6es mecanicas.
As rela~oes educador-educandos, homem-mundo, saodistantes e ate mesmo,iso!adas. As palavras ganham enfoque de
sonoridade,como por exemplo, 0 recitar mecanico da tabuada enao possuem forGa de reflexao sobre 0 assunto abordado, 0 quegera repeti~ao e nao transforma~ao. 0 saber e doa~ao. Nessesentido, ha uma mistifica<;ao da realidade, onde fatias deconhecimento sao narradas, transmitidas e "cobradas".
o processo e estatico e nega 0 conhecimento comoprocesso de pensar autentico e verdadeiro, nao se provocaquestionamentos e desafios, pois hi!.urn realce a conota<;aodiqestiva dos conteudos, e conteudos "fechados". E dadoenfase a sociedade em que se inserem, a que sejam homens berncomportados e nao enaltece 0 homern como ser hist6rico,privilegiando permanencia e nao a mudan<;a. Peloautoritarismo que a precede, ela oprime, tende a refar<;ar0sentimento de incapacidade e frustra<;ao naqueles que naodemonstram ter aprendido da forma esperada.
Nesse enfoque, pode-se perceber que os metodas dealfabetiza~ao entenderam a linguagem escrita apenas como urnconjunto de estruturas ap6crifas a serem dominados. Valorizamexcessivamente a tecnica e a mecanizac;ao, recaindo a enfaseno ensino dos fonemas e grafemas, desconsiderando a atividadereal de ler e escrever. 1sso significa que a lingua s6 etrabalhada enquanto c6digo (conteudo fechado) .
A aquisi<;aoda leitura e da escrita e urnprocessobernmais complexo do que 0 simples exercicio de reconhecer ejuntar letras, silabas, palavras e frases. E necessariaentender a alfabetizac;ao como 0 processo pelo qual se vaidominar a linguagem escrita.
6. NA PRATICA CONSTRUTIVISTA/INTERACIONISTA
Os pressupostos te6ricos que sustentam o
construtivismo e interacionismo nao trazem a tonica metodos
ou "receitas", mas refletem a fun~ao social da escola e esta
calcada na prepara<;:ao de urn cidadao consciente e critica, comcapacidade para selecionar informa<;:6essignificativas egerencia-las com competencia.
NaQ e dada enfase somente ao sujeito ou apenas aoobjeto epistemologicol mas siro a interacao: Sujeito - Objeto
epistemo16gico. Parte-se da concepcao espontanea para aconcep<;ao social, num processo onde 0 aluno e 0 construtor deconhecimento, 0 professor e 0 catalisador dos conhecimentos
que 0 discente constr6i e 0 conhecimento e urn conjunto de
verdades relativas de acordo com as epocas.
Piaget e Vygotsky estao voltados a questao de como
o sujeito aprende, tanto urn como 0 outro tern como
referencia e pressupostos fundamentais que 0 sujeito e 0
centro de seu pr6prio percurso em direyao ao conhecimento. A
aprendizagem, na perspectiva te6rica desses pensadores, e 0
resultado do esforyo de atribuir e encontrar significados
para 0 mundo, 0 que implica na construyao e revisao de
hip6teses sobre 0 objeto do conhecimento.
Nas vis6es construtivista/interacionista nao h§ de
modo algum, esvaziamento de conteudo. 0 conhecimento e a
materia-prima da Educayao. A grande mudanc;a esta na postura
do educador, no como se tomar urn facilitador da construyao de
urn novo conhecimento de seu educando.
A crianc;a atraves de suas relac;6es interpessoais,
vai gradativamente construindo conhecimentos sobre 0 mundo em
que vive. A sua ayao pratica sobre 0 mundo Ihe permite,
at raves de situacoes compartilhadas com outras p
tomar-se construtora do
As relac6es dial6gicas entre as pr6prias criancas e
delas corn 0 professor traduzem urn partilhar que promove a
cooperaeao, 0 trabalho coletivo e a construeao de novos
conhecimentos Atraves de uma aeao mediadora, 0 professor
orienta 0 processo pedag6gico no sentido de favorecer a
interaeao entre as criancas e, atraves da interacao,
desenvolver suas capacidades de investigaeao e
experimentacao, alem da curiosidade, 0 que permite as
criancas realizar novas descabertas.
Atraves destas considerac;:oes, especificar-se-a a
construc;:ao da escrita iniciando por alguns dospronunciamentos de Vygotsky: "Ensinar a escrita nos a110S pre-
escolares impoe necessariamente que a escrita seja relevante
a vida ( ... ) que as letras se tomem elementos da vida das
crianc;:as, da mesma maneira como, por exemplo, a fala. Da
mesma forma que as criam;as aprendem a falar, elas pod em
muito bern aprender a ler e a escrever" VYGOTSKY, 1984: 16) .
Todos os educadores, objetivam que as crianeas
tenham rica e fluente expressividade, seja ela oral, grafica
ou corporal. De onde se originam as dificuldades apresentadas
nas redac;:oes do vestibular? Por que tantas pessoas temem
enfrentar urn publico atraves da 1inguagem? Sim. Existe todo
urn contexto hist6rico par tras destas situ2c;:oes. E hara, mais
do que hora, de parar para refletir como se esta
oportunizando a expressividade dos educandos.
No periodo em que a alfabetizac;:ao tern inicio, fase
esta em que a personalidade esta se estruturando e 0
conhecimento recebido marcara por toda uma vida, surge a
preocupac;:ao a respeito do processo mais eficiente: seria 0
fonetico? 0 silabico? 0 Global? Processos estes, embasados
por uma teoria Behaviorista (de condicionamento), limitando a
expressividade.
E se a crian<;a quisesse escrever: Gosto de comeruvas rosadas? Poderia ela expressar suas ideias sem aprenderate entao todo 0 c6digo alfabetico? Quando ela constr6ifrases somente com a letra vivenciada, esta trabalhando comuma linguagem real? Comsua experiencia de vida? E no momentoque trabalha com familias siLiI.bicas, sera que ela nao ficapensando quantas "pedacinhos" ainda faltam?
Nao existem receitas prantas, mas assim como seaprende a andar e a falar - tudo a seu tempo e em diferentesfases pira cada individuo - e assim, exatamente assim, queacontece com a escrita. Nao e 0 caso de acelerar au retardarurnprocesso - e vivencia-lo. 0 c6digo escrito esta presente anossa volta desde quando nascem05, com nosso nome na porta doquando da maternidade, corn a escrita nas prateleiras dossupermercados, nas placas das ruaSi por que, entao, apreocupacao de quando ela entrara na sala de aula? Ou aindade como ela entrara?
E precise que 5e conte a hist6ria da escri ta;preciso que se saiba quantas sao as letras do nosso c6digoalfabetice e que corn elas pode-se escrever 0 que quiser i epreciso facilitar e nao dificultar.
Com base nos pressupostos te6ricos da praticaconstrutivista/interacionista, a lingua escrita deve seradquirida na perspectiva da significa~ao. E importanteressaltar que e nesse processo dinamico de interaCao, emsituac6es de usa real da escrita, que a crianca vai percebera funCao social dessa forma de linguagem. Para tanto, epreciso que 0 trabalho escolar de 5istematiza9ao da lingua 5ede em si tuac6es de uso real da lei tura e da escr i ta. "... aescrita deve ter significado para as criancas, umanecessidade intrinseca deve ser despertada nelas, e a escritadever ser incorporada a uma tarefa necessaria e relevantepara a vida. S6 entao, poderemos estar certos de que ela 5edesenvolvera nao como habito de mao e dedas, mas como umaforma nova e complexa de linguagem" (VYGOTSKY,1924:21).
Com os avan~os ocorridos nos estudas sabre aaquisi~ao da linguagem, os especialistas em linguisticarefletem tambem que 0 terma alfabetizar significa aprender 0
alfabeto e que ° processo usado atualmente e leituriza~ao eletramento que significa usar leitura e escrita no dia a dia.
Na pratica construtivista/interacionista 0 processode leituriza~ao e letramento faz parte, nao ha 0
questionamento da melhor hora para se iniciar 0 processo, umavez que e a crian~a quem constr6i a linguagem. Nao aborda-seletras au palavras isoladas. Na vivencia com as diferentesformas de linguagem: gestos, fala, desenho, jogo, escrita, 0
aluno vai aprestando seu nivel conceptual linguistico e adocente vai provocando novos desafios e interacoes para novasavancos. ]l. silaba par exemplo, nao e apresentada e quando acrian~a a descohre e que torna-se alfabetica.
It necessaria que 0 educador conheGa os niveisconceptuais linguisticos para que nao utilize-se do estaerrado quando a crianca ainda est§.construindo a escrita.
]l.pesa fase das garatujas e quando a crian<;a japercebe que utiliza-se de letras para escrever, podeapresentar as seguintes niveis:
coPre-silabico - a crian<;aimagina, por exemplo, quepara escrever Bor deve colocar muitas letras; afinal ele e untanimal grande! Quando se encontra no eixo quantitativo:coloca mui tas letras e pode repeti-las. Exemplo: ROBOLJl.SIZG(na maioria das vezes, aparecem letras do seu nome). No eixoqualitativo: ja pensa que deve colocar uma letra diferente daoutra Exemplo: BAIRZCDYEL.colntermediario 1 - (ja apresenta qualidade do valor sonoroconvencional - V.S.C.). Nessa fase, recusa-se a escrever auescreve a primeira letra c~rreta e acrescenta varias outrassem sentido - Crian<;a em conflito. Exemplo: CZEALI paraCABELO
.SiLa.bico - para cada peda<;:o falado (para cada silaba) coloca
uma letra. Sem V.S.C. - BRV (para CP·.BELO). Com V.S.C. - ABEL
ou CBO cu ainda CEO (para CABELO). Providencia da docente:
fazer com que adquira V. S. C., atraves de jogo da mem6ria,
bingo, forca, cruzadinha e outros, enfim, aplicar atividades
de desafios
...Intermediario 2 ou Silabico Jl..lfabetico - a, crian<;:a come<;:a a
trabalhar com a quantidade ou a qualidade, poreID ainda sem
certezas. Exemplo: CABL ou CJl..BLO(para cabelo) - esta a urn
passo da base alfabetica escrita. Novamente, 0 professor deve
provocar as descobertas. Exemp!o: cruzadas. 'Po_ docente
escrevera a palavra apenas se a crianc;a perguntar se esta
certo 0 que ela apresentou
nAlfabetico: a crian<;:a faz a rela9ao som-letra, constr6i
V. S. C. Exemplo: G•.BELO.
o professor nao pode prever quando isto vai
ocorrer.
Para que 0 aluno avance seu nivel conceptual
linguistico, e importante urn ambiente bern estimulado, com 0
abecedario concreto (letras e objetos), abecedario figurativ~
(letras e figuras), abecedario de paIavras, com listagem de
grupos semanticos ~palavras escritas acompanhadas de desenhos
ou objetos), com textos escritos e ilustrados e outros. 0
trabalho com grupos heterogeneos favorece tambem as mudanc;as
de niveis na crianc;a.
No momento do processo da aquisit;ao da linguagem
escrital a crianc;a pode ainda identificar a escrita como mera
representac;ao de sirobolos verbais. A compreensao da linguagem
escrita efetuado, primeiramente, atraves da linguagem
falada. Exemplo: 0 professor solici ta que escreva a palavra
len<;ol e a crian<;a podera escrever LENSs6u.
A crianca transfere para a palavra escri ta
elementos da oralidade, ela escreve como fala, mas ainda nao
percebe que e uma linguagem especifica que embora possa
representar a fala nao e uma simples transcri~ao da linguagemoral. Exemplo: para escrever "0 anel de brilhante e da minhamae", assim expressa:
OANEUDEBRILIANTEEDAMINAI.
Nesse caso a docente deve fazer com que os alunospintem as espac;os entre uma palavra e outra de urn texto ourecortem uma frase de revista recortando tambem as palavrasdesta ora~ao e remontando atraves da colagem, destacando cornlapis colorido novamente os espa~os entre uma palavra e outrapara que percebam como nos colocarnos na escrita.
Em Lingua Portuguesa nao e para tudo que existemrepas, a internaliza~ao deve ser trabalhada atraves da imagemmental. Muitos de n6s, adultos, deparamo-nos muita5 vezes comquestionamentos assim: aniversario e com "s" au "55"?Ficamos, pois, com a imagem mental do cedo e do errado.
A partir do momento em que a crian~a torna-sealfabetica, a ortografia e a gramatica devem ser trabalhadase tanto 0 professor como 0 aluno devem usar lapis grafitepara que 0 educando observe a palavra escrita pelo educador,reconstrua a sua palavra e depois da reescrita, apague a doprofessor - ficando desta forma 0 texto sempre correto.Exemplo: CACHORRO (professor) I CMORO (aluno) I CACHORRO
(palavra do aluno reconstruida e a do professor apagada)
p.~ comunicac;ao nao e feita por letras ou palavrasisoladas. A linguagem textual. Quando se trabalhaortografia e grama.tica de forma contextualizada esta. sevisando maior riqueza desta expressividade.
o homem e urn todo, nao urn ser fragrnentadoi nao ecoerente en tao fragrnentar, na Escola, conteudos. A grarnaticae a ortografia, no caso, devem ser aplicadas e transferidas apratica. 0 aluno pode rnemorizar as regras da crase, porem nahora de emprega-las encontra dificuldade. Dependendo doestilo da prova escolar, ele pode sair-se bern, mas como ficamas provas do seu dia a dia?
o papel do professor como sendo 0 de propiciar
situa~6es para que 0 educando construa seu sistema de
significaC;ao, 0 qual e representado depois de organizado na
cabec;a do individuo, no papel ou verbalmente, e possivel
en tender porque as crianc;as e os jovens copiam errado ou
escrevem errado ap6s tantas c6pias, ditados ou treinos. A
ortografia e adquirida em nivel de pensamento (imagem mental)
e nao ern ni vel motor.
Existem dificuldades ortograficas que dizem
respeito a. etimologia da lingua e estas nao possuern "regras".
Cabe, pois, ao professor, incentivar a leitura e a auto-
correc;ao, trabalhando, quando possivel, as regras da escrita
(como, por exemplo: m antes de p e b); porem, nao se
prendendo sornente a elas, mas favorecendo a consciencia de
que as palavras sao escritas independentemente de como sao
faladas, criando urn repert6rio de palavras mais utilizadas,
dando espaC;o e vez a formac;ao da imagem mental.
A concordancia e coerencia da linguagem textual,
verbal ou escrita sao vitais nesta interac;ao do individuo com
o ambiente que 0 cerea.
A gramatica e a ortografia devem estar articuladas
ao texto e nao de forma estanque. Ao tentar organizar urn
texto, por exemplo, a crianc;a mui tas vezes distribui a
pontuac;ao de modo a quebrar a ideia das orac;oes, embora saiba
forma-las bern quando inseridas no texto. Por isso, para
construir a linguagem textual, e reeomendavel que a erianc;a
trabalhe oracoes extraidas de urn todo, e nao isoladamente. Eimportante que a crianc;a saiba analisar e classifiear
palavras e orac;oes para a seguranc;a da sua expressividade, e
transfira este conteudo para sua pratiea de expressao.
Com base nestas argumentac;5es, eabe exemplificar: E
se 0 texto apresentasse mais personagens, como ele ficaria?
Rescreva-o no plural / Rescreva 0 texto eolocando antonimos
nas palavras destaeadas. Comente ap6s como fieou a mensagern
deste texto / Voces fazem parte de urn juri, usem adjetivos
para externar a opiniao do apresentado / Destaquem as ora~oes
que aparecem no texto.
Para que
aspecto essencial
escrita possa ser entendida, outro
a legibilidade da letra. Nessa
perspectiva ela nao e trabalhada com treinos e sim com
significados, corn valoriza~ao das atividades psicomotoras.
]l. leitura e a escrita sao elementos facilitadores
da expressividade. Neste contexto, e importante 0 incentive
para a moti va~ao de quem Ie ou escreve e as tematicas e
sugestoes nao podem estar distantes da realidade do
cotidiano. Deve ser vistas como "elo" de comunicac;:ao com 0
mundo. 0 valor da escrita, seu significado e as formas de
expressao correspondentes a finalidade do texto: formal,
descontraido, intimo, etc., devem ser trabalhadas pelo
professor em todas as oportunidades que se apresentem.
o texto contem todos os elementos e rela~6es que
constituem a Iinguagem e nele estao presentes todos os
elementos do processo de interlocucao: autor (aquele que
diz), interlocutor (para quem se diz), objetivo (0 que se
diz). No trabalho com a texto podernos refletir com as alunos
sobre todos estes elementos que consti tuem linguagem
escrita, e tambem leva-los a dizer coisas para alguem- usando
a escri ta.
Neste sentido, a Escola nao deve trabalhar apenas
corn narrac;:oes, dissertac;:6es, descric;:6es e ou cart as mas, sim
com a multiplicidade de textos. Sao eles: textos praticos
(cheque, propaganda, bula de remedio, .. ) I textos
informativos {jornal, revista, biografia, texto hist6rico ... ),
textos literarios, (narra~ao, poema, fabula, novela .),
textos extra-verbais (escultura, quadro, mu.sica, sinal de
transi to ... ) .
Outra abordagem significativa e que todo texto
possui conteudo, estrutura e discurso. Muitas vezes, 0
discurso passa desapercebido, enquanto deveria ser 0
privilegiado, pois e nele que a educando colacara sua mane irade expressar-se com maior enfase!
E possivel, par exernplo, lerrnos e interpretarmos urntexto assim:
"EM ARAQUER PAl S 0 LlLlBOVlX CONHECEU MARRENEN E
COM BRlNTHE FlCOU DEGRONlSTJlu. (Andreoli, 1994: 45) .
Quem e 0 principal persona gem do texto?
Quem LILIBOVIX conheceu?
Como ficou LILIBOVIX?
Estaria este texto bern interpretado? Seria esta umaleitura prazerosa e obrigat6ria? A linguagern do texto e reale faz parte do dia a dia da crian<;a?
Para que a interpreta~ao inserida na cornpreensao deurn texto realmente aconte<;a, e preciso que se trabalhe 0conteudo, ou seja- qual e a mensagem deste textoi analisar asua estrutura, ou seja, que elementos comp5em este texto: 0personaqem principal estil no masculino ou feminino? E urntexto que esta no presente ou futuro? Em que ambiente fisicoele acontece? etc ... e privilegiar seu discurso - que efeitoseste texto causou a voce, lei tor? Seria esta a inten<;ao doautor? Refletindo esta coloca<;ao, que ideia ela traz? Trouxea mesma ideia a todos? Esta hist6ria poderia ter acontecidomesrno ou nao? Quais i'l:3 raz5es? E nesta extrapo!acao dasideias do autor que as emo<;5es e sentimentos do aluno vern atona! Interpretar 0 mundo e as vivencias e assirn se colocar eo revelar das decisoes e capacidade de compreensao do hornern.E na producao do texto oral, qestuu!, plastico ou escrito quecada pessoa dernonstra espontaneidade e cria sua proprialinguagern.
7. APRESENTA(:AO E ANALISE DAS PESQUISAS REALIZADAS COM
DOCENTES E D1SCENTES DE DIFERENTES ESCOLAS.
Tendo como objetivo maior a fidelidade destapesquisa de campo sabre as diferentes praticas pedag6gicas
das escolas respeitando a solicita<;ao das pessoas
entrevistadas, as apresenta<;6es que seguirao naQ constaraodos nomes das insti tuic;6es escolares, bern como de nomes e
sobrenomes daqueles que se dispuseram a este atendimento.
Outrossim, justifieo que para situar componentes deuma mesma escola, cada uma sera aqui retratada par uma letrado abecedario.
8. APRESENTAC;:AODOS QUESTTON,\RIOS APLICADOS EM DOCENTES
ESCOLA ny":
Pessoa entrevistada:
1) Qual e 0 cargo que exerce?
Professora da Educa~ao Infantil
2) Em que serie au series atua?Jardim III
3) Em que perspectiva esta embasada a praticapedag6gica de sua escola?
S6cio-construtivista
4) Ci te alguns aspectos post ti vas da praticapedag6gica de sua escola.
- Oportuniza atualiza<;ao constante das docentes
- 0 sistema de avalia<;ao veri fica 0 que a crianc;:anaQ atingiu para propiciar a continuidade do trabalho.
- A crian<;a aprende pensando par ela mesma, com
base em todas interferencias a sua volta e nao pensando comoo professor deseja
5) No que concerne a alfabetizac;ao, de sua opiniaosobre 0 desenvolvirnento das alunos:
a) na pratica tradicional (por metodos) :- Transmite conhecimento e crian~a assimila
- Crian~a nao experiencia e sim decora, memoriza
- os alunos estudam para uma prova, para mostrarque aprenderam e depois esquecem. p.. alfabetizac;ao e maislenta e limi tacta
b) na pratica construtivista ou interacionista:
- Crianc;a vivencia 0 conhecimento
- 0 conhecimento faz parte da realidade da crianc;a
- 0 aluno aprencte 0 essencial para a vida aprendeporque precisa porque lhe e util e tem significado.
ESCOLA "X"
Primeira pessoa entrevistada:
1) Qual e 0 cargo que exerce?
Coordenadora Pedag6gica
2) Em que serie ou series atua?
Educac;ao Infantil
3) Em que perspectiva esta embasada a praticapedag6gica de sua escola?
Ternos urna linha mais tradicional, considerandoalgumas abordagens das posturas construtivistainteracionista.
4) Cite alguns aspectos positivos da praticapedag6gica de sua escola.
- Nao antecipamos 0 desenvolvimento cognitivo dacrianc;a
- Nao desconsideramos 0 desenvolvimento de suashabilidades motoras, a sua maturidade para aprendizagem
- Existe equilibrio entre 0 aprender e 0 brincar5) No que concerne a alfabetiza<;ao,de sua opiniao
sobre 0 desenvolvimento dos alunos:a) na pratica tradicional por metodos) :- Nao seguimos propriamente urnmetodo, partimos de
uma vivencia da crian<;a para trabalhar a letra pretendidaatraves de uma palavra que Ihe e do interesse
- 0 ponto forte da pratica tradicional e que nao seacelera processos, sendo assim, trabalhamos com algumasletras no Jardim III e a 1a. Serie comp1ementa aalfabetiza<;ao.
- Na pratica tradicional existe a garantia de umamotricidade fina berntraba1hada para a maioria dos alunos. Aescola respeita as fases de desenvolvimento da crian<;a eassim programa os objetivos que visa cumprir, nao esperandoque tudo aconte<;a.
a) na pratica construtivista ou interacionista:Estas teorias nao garantem uma crian<;a bern
trabalhada nos aspectos ortograficos e gramaticais, respeitamem demasia a linguagem da crian<;a 0 tra<;ado das letras naoapresenta qualidade.
It preciso, pois, considerarmos as fases dacrian<;a conforme estudos de Piaget. t de fundamentalimportancia darmos sentido conteudos que se pretendeabordar, nao isolando-os do dia a dia dos alunos.
ESCOLA \\W"
Pessoa entrevistada:
1) Qual e 0 cargo que exerce?Professora
2) Em que serie ou series atua?Jardim III3) Em que perspectiva esta embasada a pratica
pedag6gica de sua escola?A tendencia e s6cio-historica. Esta caminhando para
isto. A escola par muitos anos teve uma postura tradicional epossui grande numero de alunos e professores.
A mudaw;a implica em reciclagens constantes comtodo corpo docente e de cuidados para a nao perda daclientela.
4) Cite alguns aspectos pos i tivos da praticapedag6gica de sua escola.
- Trabalhamos dentro de urn contexto e nao comconteudos isolados
Existe liberdade de a<;.3o,aproveitamos a bagagem das crian<;as
Ulna vez que
- Ha muita troca de experiencias entre: professor xaluno, aluno x aluno, professor x professor
- Priorizamos as vivencias das crian<;as
5) No que concerne a alfabetiza<;ao, de sua opiniaosobre 0 desenvolvimento dos alunos:
a) na pratica tradicional (por metodos) :
- A aprendizagem e automatizada
- Ha distancia do aluno com rela<;ao ao conteudo queesta sendo trabalhado.
Existem pontos a1 tos tarnbem nesta pratica. De urnmodo geral, sao eles:
- Sistematiza<;ao do conteudo, respeitando as faixasetarias - os professores nao se "perdem".
Clarifica<;Eiobimestre/serie a serie
dos objetivos bimestre a
b) na pratica construtivista ou interacionista:
- Permite intera<;ao entre as pessoas do sistema edelas com a sociedade
- 0 conhecimento construido e para a vida
Contudo, estas praticas nao dao certo se asfundamenta<;oes te6ricas naa estiverem bern embasadas. Enecessario muito investimento nos docentes para que eles na~se percam. Muitas pessoas, por exemplo, relacionam a teoriaconstrutivista com Emilia Ferreiro e par isto optam pelainteracionista. E preciso saber mais, estudar mais aspressupostos que embasam cada uma delas.
ESCOLA "K"
Pessoa entrevistada:
1) Qual e 0 cargo que exerce?
Coordenadora Pedag6gica da Educa<;ao Infantil
2) Ern que serie ou series atua?
Maternal ao Jardim III
3) Ern que perspectiva esta ernbasada a praticapedag6gica de sua escola?
Construtivista/lnteracionista
4) Cite alguns aspectos positiv~s da praticapedag6gica de sua escola.
- A pratica provoca 0 querer reciclar-se no corpodocente
- A equipe pedag6gica se une nos mesmos prop6sitos
- ]l.steorias dao maior suporte a pratica
A aprendizagem acontece nas mais diferentessituac;5es como: aula de culinaria, de horta de informatica,de educac;ao fisica e outros momentos
- As exposic;5es, que permitem aos alunes 0 expor doseu saber e corn isto sentem-se autoconfiantes
- 0 hist6rico de cada crianc;a tern peso no processo
- 0 trabalho de valeres que a crianc;a desenvolve
5) No que concerne a alfabetizac;ao, de sua opiniaosabre 0 desenvolvimento dos alunes:
a) na pratica tradicional (per metodos) :
Esta pratica deixaespontaneidade
desejar questao
- A pratica reprime: - crianc;a nao estuda cornalegria
- crianc;as ficam corn medo de errar
- Os alunos tornam-se repetidores de conhecimentose nao produtores
b) na pratica contrutivista ou interacionista:
- Quem nao possui conhecimento profundo, preferivelser tradicional => algumas pessoas confundem e vira bagun~a
- Com todo conteudo que as recheiam essas praticasoportunizam:
- Espa~o para 0 desenvolvimento da criatividade
- A argumenta~ao s6Iida, pois 0 aluno defende suasconstru~oes quando esta convicto e nessa intera~ao urn crescecom 0 outr~
-Entusiasmo para aprender
Urn processo natural e nao mecanico
Interesse constante pelo saber com base narealidade que vivenciam
o aprender com 0 erro.
9. A CONSTRUI;:AO ESCRlTA DOS ALUNOS DE MESMAS SERIES EM
DlFERENTES ESCOLAS:
9.L. Escola "Y" - Socioconstrutivista
9.2. Escola "X" - Tradiciollal
0;1 DO
9.3. Escola IIW" - Em processo de mlldan';3
9.4. [scola uK" - Construtivistal Interacionista
IO.ANALlSE
Os pressupostos te6ricos das praticasconstrutivista/interacionista permeiam forternente as escolas
Y e K. A escola X e tradicional e a W em processo de mudan~a.Aspectos essenciais forarn sinalizados pelas
docentes e, observando a expressividade escrita dos alunos,
pode-se constatar suas coloca~6es.
Nas escolas Y K as educandos realizam seusregistros com base em seus pensamentos e sentimentos. Nao hatemores e assim como eles construiram e organizaram a falaque ainda est§. em processo de desenvolvimento eenriquecimento, constr6em a escri ta. Observa-se claramenteque a escrita nao e apenas uma simples tecnica de transcri~aoda oralidade, mas siro a escrita como linguagem e como objeto
socialrnente construido, que tern, portanto, usos e fun<;Oes
sociais. Os textos dernonstram que ha consciencia de que
escrevem para alguem com algurna inten~ao e e not6ria a
exposi<;ao das ideias que queriarn veicular.
Na escola x, os registros 5&0 legiveis, quase sern
erros ortograficos, porem rnais lirnitados no que refere-se ao
que a crian9a pensa e ao que ja. sabe escrever. Percebe-se urn
trabalho mais padronizado, em que a criam;:a expressa 0 que
Ihe foi solicitado, nada alem. Os quatro tipos de letras
estao sendo abordados desde 0 inicio e as familias silabicas
sao apresentadas para as crianc;as, nao descobertas por elas.
Pode-se verificar que a crian9a tern maior centrole para
expressar-se, demonstra apenas 0 que tern seguran9a e nao ousa
fazer novas tentativas (os presentes de Natal relacionam-se
as letras aprendidas, talvez nern tudo ali contido fossern os
reais desejos delas) .
Na escola W 0 processo desencadeia-se com maior
clareza de cornunica<;ao escrita ao final do Jardim III. F.
expressividade das crian<;as nao e tao lirnitada em rela<;ao ao
uso do c6digo lingUistico, porem pode-se constatar que nao
extrapolam as ideias na linguagem textual, expressando 0
pens amen to atraves de uma ideia central. 0 processo e mais
lento, como observa-se na constru<;ao escrita dos alunos do
Jardim II. As argurnenta<;oes e as descobertas ora sao
oportunizadas e ora nao.
CONCLUSAO
Estarnos hoj e, porque nao dizer I nos a1 fabetizando
na linguagem da informatica. 0 mundo e urn constante evoluir ee preciso que a Escola repense com urgencia sua praticaeducativa, tendo sempre em vista sua fun-;ao social: prepararo cidadao de uma sociedade em constante e rapida
trans formac;ao.
Indiscutivelmente, estamos na era da cornunicac;::ao ebasta acessarrnos a Internet para obtermos informac;oes dooutro lade do mundo. Portanto, 0 grande papel da escola atualnao e 0 de apenas dar inforrnac;ao, mas principa!mente 0 detrabalhar as operac;oes mentais, 0 de "ensinar a pensar".
Vista isto e analisando 0 terna em pauta, conclui-secom base nos estudos e pesquisas aqui considerados, que aconstruc;:ao da escrita nas series iniciais rnerece reflexoes
par parte dos educadores. E sabido que 0 processo
desencadeia-se atraves de uma ou outra pratica, porem a
grande questao est.§. no como, no por que, no para que. No
como, cabe-nos a consciencia de que 0 trabalho pe4agogico
precisa ser realizado no equilibria na harmonia do
desenvolvimento de cada ser humano, nao estanque a sua
realidade e nao automatizado e sem significado. No por que,
basta refletirmos que s6 aprendemos aquilo que nos e de
interesse, de necessidade e no para que vern a verdadeira
razao da existencia do hornem, da sociedade e par vez, da
Escala - precisamos de pessoas mais criativas, humanas,
sabias, criticas e justas, para transformarmos 0 hoje e 0
amanha em dias cada vez melhores.
As dimensoes te6ricas construtivistal
interacionista apontam-nos um caminho rnais dinamico e mais
coerente para pensarmos e atuarmos no mundo em que vivemos.
Com base em seu-s pressupostos, nao por "modismolt, pais nada e
imutavel e num futuro bem proximo outras terminologias
poder-ao surgir para explicar reflexoes sabre 0 conhecimento;
necessario que considerernos estes estudos que se
apresentarn, para que as nossas cren<;as e portanto nossos
pensamentos e posturas de edueadores se comprornetam com 0
melhor para 0 desenvolvimento de nossos educandos.
Com isto nao signifiea que tenhamos que abrir mao
de -todos os caminhos percorridos atraves de UIna pratica
tradicional, mas sim modificar 0 que se faz necessario. Nao
podemos nos permitir a uma pratica -mecanicis-tas, fragmentada,
mais lenta e li-mitada. Mas, tarnbem DaO -podemos -p-rior-izar
apenas 0 intelecto e desconsiderar a -ma-t-u-ra;;:aodos disce-ntes.
No caso da alfabetiza<;ao, tornar presente todo 0
c6digo linguistico nao significa acelerar a constru<;ao da
leitura e escrita da crian<;a, m-as sim oportuniz-ar que ela
construa seus conhecimentos, pais ninguem alfabetiza ninguem,
a crian<;a se alfabetiza e 0 professor rrao pode "programar"
quando isto ocorrera, qual a idade e epoca melhor. Nao po de
deixar de trazer para a sala de aula 0 que permeia a vida
diaria da crian<;a porque julga que ainda !laO e hora. 0
docente e urn mediador e catalisador dos conhecimentos que as
crian<;as constroem.
No que refere-se a comunica<;ao, a linguagem grafica
precisa ser interpretada pelo outro e por -isso a legibilidade
da escrita precisa existir. Neste enfoque, ospsicom.otric-istas -resga-tam. a -importancia da coordena<;ao dos
rnovimentos e assim da caligrafia. Desta forma, os grafo-
motores deve!['. ter sigr!ificadc para a crian<;a e nao serem
trabalhados de modo isolado. Faze-r um auto-retrato e decorar
a moldura do quadro tra<;ando dete-rm-i-nada l-inha (UUUUUUU) ao
seu redor e -urn exemplo de exe-rcicio !t'.o-ti-vador para 0 aluno .
.n.s terefas dos cadernos de caligrafia dete-rm-i-na!n -um tamanho
de letra que -pede -nao se-r 0 da crianc;a; os lingliistas a-peon-tam
novos rumos, como 0 de -t-ra~ar -um -pon-t11hado entre linhas
pautadas, somente no inicio e como referencial para a letraalta e baixa (exemplo: letra 1 minuscule. e cursiva e letra eminuscula e cursiva), permitindo assim que a crian~·a prossigaos movimentos com 0 tamanho de letra que tiver.
Atraves destes argumentos, pode-se percebe~ que aleitura do que nos rodeia e funda-mental para que possa-mescompreender que os objetos e fatos estao relacia-nados nabusee de explicita~6es e equilibra~6es. Nada e independen-te epar acaso.
Outro fator bern discutido no processo deleituriz-a<;ao e letrarnento e 0 tipo de letra adequada para serabordada com crianc;a neste inicio de processo. Serefletirrnos que corn meros simbolos, por exemplo: abeced-ariosomente em caixa alta, a rela<;ao fonema/graiisma sera "maisr-apida de ser construid-a e isto dara maior autoconfian~a eautonomia para 0 discente, sentiremo-nos seguros para assimproceder. 0 aluno visualiza outras letras e no momento em quequestionar, merecera as explica<;oes, porem dando enfase paraa escrita, utilizando-se de um tipo de signo apenas para cadaIetra e no caso, a caixa alta que e mais presente no meio querodeia a criant;a e os tra~ados sao menos rebuscados, apassagem para a curs iva ap6s tamar-se alfabetico, sera maisrapida e significativa, pais padera campara-Ia dentro de urncontexto que ja Ihe e de conhecimento e dominio.
E import ante que os professores das series iniciaisutilizem-se das duas le-tras ao perceberem que as cria-ncastoma-ram-se alfabeticas, registrando sempre pala-v~as igualembai-xo de paia-vra igual e favorecendo assim as rela<;oesent-re letra caixa alta e cursiva.
Com base nas fundamenta<;oes expressas desde 0inicio desta monografia, cabe a Escola refietir suafinalidade e sua realidade. Nos atropelos do dia a dia,muitas vezes eia acaba evidenciando 0 cognitivo, buscandotransmitir informa~oes em nivel de conhecimento intelectual,
e5quecendo-5e de inteira-los ao emocional e social. 0 aluno
hoje nao pode ser visto como elemento passivo, e nem 0
professor como simples divisor de conhecimentos pre-
produzidos e supostamente definitivos. Nenhum ser ou ciencia
e algo pronto e acabado. 0 educador deve ser 0 catalisador do
processo que re5gatara as concept;oes espontane-as de seus
educandos par-a inteira-las as suas e as contidas nos
documentos de referencias (livros x demais registros) e meio
social. E atraves desta rela~ao que 5e amplia a constru~ao do
saber, levando professor e aluno ta~bem a condi~ao de
produtores de conhecimento. Assim, a partir da
reinterpreta~ao dos postulados b-asicos e atuando como agentes
de sua pr6pria hist6ria poderao interagir na transforma~ao do
estado social.
De nada adiantam as -melhores -maquinas, as melhores
propagandas, 0 melhor espat;o fisico e 0 melhoT curricula, se
as pessoas que atuam na educa~ao nao se propuserem a
relacionar-se com as situa~oes reais, nao se pTopuserem a leT
o mundo que ai est.§.. Movirnentar as ce-rtezas e sentir-se em
desequillbrio corn rela<;ao as nossas cren~as e peTmi tir-se
aprender mais, e sem dU~lida alguma, dar urn passo ao novo
saber.
E papel da verdadeira Escola e de todos que nela
estao envolvidos, a reflexao e analise constante da
caminhada. Oeste forma estaremos oportunizando 0 crescer da
pessoa e, conseqUentemente, da sociedade.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizac;ao
Paulo: Scipione, 1995.Lingtlistica. Sao
c6cco, Maria Fernandes, HAILER, Marco A.."1tonio. Didatica da
Alfabetizayao. Sao Paulo: FTD, 1996.
FERREIRO, Emilia. Alfabetizac;ao em Processo. Sao Paulo:Cortez, 1996.
FERREIRO, Emilia. COm Tod-as as Letras. Sao Paulo: Cortez,
1993.
FR.lI...NCHI, Eg!e Pontes. Pedagogia da A! fabeti zac;ao. Sao Paulo:
Cortez, 1991.
GJl.LLIANO, ]l•• G. 0 Metoda Cient'ifico: Tearia e Pratica. Sao
Paulo: HaL'bra, 1986.
SEVERINO, A~tonio J. Metodologia do Trabalho Cientifico. Sao
Paulo: Cortez, 1997.
SILVA, ]I.+demar da. Alfabetizacao: a escrita espontanea. Sao
Paulo: ConLexto, 1994.
SMOLKA, Ana Luiza Bustamante. A crianya na fase inicial da
escriLa - A alfabetIza<;ao como p.r:"ocesso discursivo. Sao
Paulo: Cortez, 1996.
TAILLE, Yves de La, OLIVEIR~, Martha Kohl, DP~TOS, Heloysa.
Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogeneticas emdiscussao. Sao Paulo: SWIUUUS, 1992.
VYGOTSKY, L. S. ]I.. forma<;8.o Social da Nente. Sao Paulo:
Martins Fontes, 1984.
BlBLlOGRAFJAS
BECKER, Jussara M. P. ANDREOLI, Rosangela Cavichiolo.Repensando a Pratica Educativa. Curi tiba Opet Graf,
1994.Carlos.
GROSSI, Esther Pillar. Didatica da Alfabetizac;ao. Vol. r, II
e III. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1990.