jfsc nº 56

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N.º 56 | Ano XIX - JUL 2013 Distribuição Gratuita 6 Entrevista RODRIGO MENESES 8 pág. Entrevista CARLOS BRAZ LOPES JOÃO CASTANHEIRA 9 pág. INFORMAÇÕES 10 pág. pág. Entrevista

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Page 1: JFSC nº 56

N.º 56 | Ano XIX - JUL 2013Distribuição Gratuita

6EntrevistaRODRIGO MENESES

8pág.

EntrevistaCARLOS BRAZ LOPES

JOÃO CASTANHEIRA 9pág.

INFORMAÇÕES10pág.

pág.

Entrevista

Page 2: JFSC nº 56

INFORMAÇÕES ÚTEIS

N.º 56 - Julho de 20132

EXECUTIVO

Pedro Miguel Sousa Barrocas Martinho Cegonho Presidente (PS)Pelouros: Gestão dos Serviços e dos Sistemas de Informação, Protecção Civil e Segurança Pública, Cultura, Director da Revista de Santo CondestávelAtendimento: 5ª Feira - 14h/18h (Marcação Prévia)

Virgínia Clara Vidigal EssenreiterVogal (substituto legal do Presidente) (PS)Pelouros: Habitação e Educação Atendimento: 2ª Feira - 14h/16h (Marcação Prévia)

Apolinário Barrau MendesSecretário (PS)Pelouros: Comunicação e Transportes, Intervenção Local e SaneamentoAtendimento: 6ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

António Bento da Silva AlmeidaTesoureiro (PS)Pelouros: Espaços Verdes e Ambiente, Desporto, Salubridade e Higiene Atendimento: 3ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

Isabel de Fátima Amaral Rolim de Almeida Vogal (PS)Pelouros: Acção Social, Juventude e UrbanismoAtendimento: 2ª Feira - 10h/12h(Marcação Prévia)

Órgãos da FreguesiaMESA DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

José Duarte Piteira Rica Silvestre CordeiroPresidente (PS)

Patrícia Sofia Meireles Aires Sampaio Lourenço 1ª Secretária (PS)

António Eduardo Pereira Carvalho2º Secretário (PS)

Bancada PSJaime Correia da Silva MatosIsidro Machado AraújoHélder Alexandre Lourenço Machado

Bancada PSDTiago Filipe da Silva Mendes de MoraisAdelino Wenceslau CrespoTeresa Maria Tamagnini Mendes de CarvalhoRodrigo Salema de Sande e LemosJoão Pedro Teixeira Lagoas

Bancada CDUVítor Manuel de Oliveira Santos

Bancada BELuís Filipe Pedroso Rodrigues Pires

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA

Rua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa / Tel: 213931300 / 307

JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVEL

SedeRua Azedo Gneco, 84 - 2.º - 1350-039 LisboaTel: 213931300 - Fax: 213931309E-mail: [email protected]ário: 2ª, 3ª, 5ª e 6ª f. - 9h/18h / 4ª f. - 09h/20h

GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICORua Azedo Gneco, 84 - 2.ºHorário: 6ª f. - 11h30/13h(Marcação Prévia)

LUDOBIBLIOTECARua Azedo Gneco, 84 - 3.º - 1350-039 LisboaHorário: 3ª a 6ª f. - 10h30/13h - 14h30/19h, sábado - 14h30/19h

CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIARua Azedo Gneco, 84 - 1.º Dtº - 1350-039 LisboaTel: 213900979Horário: 2ª a 6ª f. - 14h/18h

AUDITÓRIO DA JUNTARua Azedo Gneco, 84 - 1.º Esq. - 1350-039 Lisboa

DELEGAÇÃORua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4, Loja 4 - 1350-410 LisboaTel: 213649868Horário: 3ª e 5ª f. - 14h/18h

Contactos Úteis• ASSEMBLEIA DE FREGUESIARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300/307

• JUNTA DE FREGUESIA DO SANTO CONDESTÁVELSEDERua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309E-mail: [email protected]ário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

GABINETE DE ENCAMINHAMENTO JURÍDICORua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

LUDOBIBLIOTECARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

CENTRO DE CONVÍVIO LYDIA HOMEM GOUVEIARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

AUDITÓRIO DA JUNTARua Azedo Gneco, 84 - 1º Esq. - 1350-039 LisboaTlf.: 213 931 300 - Fax: 213 931 309Horário: 2ª,3ª,5ª e 6ª feira: 10h/18h - 4ª feira: 10h/20h

DELEGAÇÃORua Quinta do Loureiro, à Av. de Ceuta, Lote 4 - Loja 41350-410 LisboaTlf.: 213 649 868Horário: 3ª e 5ª feira: 14h/18h

• CONTACTOS ÚTEIS

Governo Civil de Lisboa 213 218 800

Assembleia Municipal de Lisboa 218 179 401

Câmara Municipal de Lisboa 217 988 000

P.S.P. – 24ª Esquadra 213 619 624

Regimento Sapadores de Bombeiros 213 422 222

Bombeiros Voluntários de Campo de Ourique 213 841 880

Porta-a-Porta, LX Alerta 808 203 232

Recolha de “Monstros” 213 804 020

Piscina Municipal de Campo de Ourique 213 869 541

Posto de Limpeza – Zona 5 (C.M.L.) 213 804 020

Mercado de Campo de Ourique 213 962 272

EMEL 217 803 100

Centro de Atendimento ao Munícipe 808 203 232

Santa Casa da Misericórdia 213 943 800

Protecção Civil 217 825 290

GEBALIS 213 619 370

EDP (faltas de energia, avarias) 800 506 506

EPAL (Linha de atendimento a clientes) 213 221 111

Agrupamento de Escolas Manuel da Maia 213 928 870

Escola Josefa de Óbidos 213 929 000

Centro de Saúde de Santo Condestável 213 913 220

Posto da Cruz Branca 213 869 366

Sub – Delegação de Saúde do Santo Condestável 213 913 220

Posto de Saúde da Misericórdia da Qta. Loureiro 213 600 611

Hospital São Francisco Xavier 210 431 000

Ajuda de Mãe 213 874 414

Policia Municipal 217 825 200

Táxis Jardim Teófilo Braga (Jardim da Parada) 213 903 060

Parque Estacionamento Campo de Ourique 213 915 120

Casa Fernando Pessoa 213 913 270

Page 3: JFSC nº 56

EDITORIAL

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Índice

Ficha TécnicaRevista da Junta de Freguesia do Santo Condestável

Propriedade Junta de Freguesia do Santo Condestável

DirecçãoPedro Cegonho

Ano XIX / N.º 56 - Jul 2013 / Periodicidade Trimestral

Depósito LegalN.º 61581/82

Tiragem10.000 exemplares

DistribuiçãoGratuita

ImpressãoExcelências Portugal, Lda. - Artes Gráficas

Concepção Gráfica e PaginaçãoAnfíbia Unipessoal, Lda. - Design, Comunicação e Multimédia

RedacçãoMaria João Vieira

FotografiaVítor Lima

André Moura ValentimArquivo

www.jf-santocondestavel.pt

RECENSEAMENTO ELEITORAL

Na sequência da recente reorganização adminis-

trativa do território das freguesias, houve neces-

sidade de adaptar o recenseamento eleitoral à

nova realidade administrativa.

Em virtude desses trabalhos de adaptação a Dire-

ção Geral da Administração Interna teve a preo-

cupação de não alterar os anteriores números de

inscrição no recenseamento eleitoral, tendo ape-

nas efetuado o aditamento de uma letra, antece-

dendo o anterior número de eleitor, na inscrição

na nova freguesia.

Assim, os anteriores eleitores da freguesia de San-

to Condestável passam a ter a letra “A” seguida do

anterior número de eleitor, assim como os elei-

tores da freguesia de Santa Isabel passam a ter o

número de eleitor antecedido pela letra “B”.

Garante-se, assim, que os eleitores que não mu-

daram de residência continuarão a votar no mes-

mo local em que votaram no último ato eleitoral.

Para obter informação atualizada da sua situação

no recenseamento eleitoral consulte:

a) www.recenseamento.mai.gov.pt

ou

b) enviando um SMS para o 3838 com o texto:

RE<espaço>Número de Identificação Civil do BI ou CC<espaço>data de nascimento no for-mato AAAAMMDD.

EditorialPEDRO CEGONHO 3pág.

EntrevistaCARLOS BRAZ LOPES 8pág.

EntrevistaRODRIGO MENESES 6pág.

JOÃO CASTANHEIRA 9pág.

EntrevistaFILIPA VACONDEUS 4pág.

Presidente da Junta de Freguesia do Santo CondestávelPEDRO CEGONHO

RecordarRUA ANDRÉ BRUN

INFORMAÇÕES

2410pág.

pág.

Editorial

Garante-se, assim,

que os eleitores que não mudaram

de residência continuarão a votar

no mesmo local em que votaram

no último ato eleitoral.

Page 4: JFSC nº 56

ENTREVISTA

4 N.º 56 - Julho de 2013

Filip

aVa

cond

eus

“Esta nova conceção do Jardim da Parada é muito engraçada.”

Ensinou várias gerações de portugueses a cozinhar e inspirou muitas refeições especiais. É uma das caras

mais conhecidas de Campo de Ourique, onde vive há 45

anos. Conheceu o bairro num tempo muito diferente,

mas garante que há coisas que nunca mudaram.

Entrevista

Sempre viveu em Campo de Ourique?Filipa Vacondeus: Não, só aqui moro há 45 anos. Nasci na Lapa e vivi muito tempo na Estrela. Depois, quando casei, fui viver para o Estoril, durante muito pouco tempo porque chovia dentro daquela casa e como a minha mãe tinha ficado viúva, resolvemos vir para Lisboa. Para dizer a verdade, o que nos fez decidir não foi bem o bairro, foi a casa. Gostei muito da casa.

Há 45 anos Campo de Ourique era muito diferente?F.V. - Em algumas coisas, sim. No estacionamento, por exemplo. Havia muito menos carros e durante anos eu ia de casa ao mercado de carro e tinha sempre sítio para parar. E havia muito mais lojas. Havia mercearias, drogarias, retrosa-

rias, cafés… Para mim, que sempre ti-nha vivido na Estrela, onde não havia nada e onde tínhamos de ir à Baixa quando queríamos comprar um bo-tão, isso era uma coisa fantástica! Mas em certos aspetos manteve-se igual: isto é mais ou menos como viver nas Caldas da Rainha, toda a gente se co-nhece. E sempre houve esta grande mistura de pessoas de todas as clas-ses sociais.

fotografias: Isabel Saldanha

Page 5: JFSC nº 56

ENTREVISTA

5

ela insistiu, insistiu e eu acabei por concordar se pudesse ser eu mesmo, se nada fosse fingido.

Acha que foi isso, o não haver nada de fingido, que a fez ter tanto sucesso e tão depressa?F.V. - Completamente! Eu estava ali tal como sou, a dizer as coisas que digo normalmente e se saía um dis-parate, paciência…

Gostou logo da televisão ou preci-sou de se ir habituando?F.V. - Gostei imediatamente. Estava ali rodeada de pessoas e podia falar, falar, falar. Estava como gosto.

A certa altura, tinha tanto sucesso que o Herman José fez um «bone-co» consigo. Isso aborreceu-a?F.V. - Não, nada! Achei divertidíssi-mo. Lembro-me que houve um jantar no restaurante Mónaco e ele ficou

sentado à minha frente. No fim, per-guntou-me: «Vou fazer um programa para a RTP chamado Tal Canal. A me-nina — ainda hoje me trata por me-nina! — dá-me licença que brinque consigo?». Eu disse logo que sim. Mas muita gente não percebeu e havia pessoas que vinham ter comigo e me perguntavam se eu não ficava zanga-da. O que é engraçado é que nunca houve um jornal ou uma revista que me fizesse essa pergunta, nunca me perguntaram o que é que eu achava de ter o Herman José a imitar-me. Depois disso, de dez em dez anos, ele brinca comigo e eu acho sempre mui-to divertido. Tenho as cassetes todas!

Ao longo destes mais de 30 anos de televisão também publicou muitos livros. Ainda tem mais livros para publicar?F.V. - Tenho! Vai sair agora mais um, chama-se «Os Petiscos da Filipa». [•]

Quer dizer que, muito rapidamen-te, passou a gostar do bairro?F.V. - Sim, sem dúvida.

E o que é que Campo de Ourique tem de mau?F.V. - A certa altura teve uma coisa péssima que foram os toxicodepen-dentes e, agora, o que é mau em Campo de Ourique é esta quantidade de romenas que andam atrás de nós nas ruas… Também acho que perdeu qualidade nas lojas. Hoje, em vez de lojas tem bancos. Acho que nos faz uma falta uma loja boa com coisas para a casa. Precisamos de comprar qualquer coisa e não há onde.

E o que é que está melhor?F.V. - É engraçada esta nova conceção do Jardim da Parada. O quiosque — onde ainda não fui mas onde irei em breve, porque eu gosto de hambúr-gueres! — trouxe muita vida ao jar-dim. E a feira de artesanato também é muito engraçada, vou lá sempre ver o que há e fazer compras. Acho mesmo que devia haver mais dinamização do jardim.

Não há ninguém em Portugal que não a conheça. Como é que foi parar à televisão?F.V. - Por acaso! Nessa altura, por cau-sa do meu marido, que tinha fundado o jornal O País, eu tinha vinte ou trin-ta pessoas a jantar cá em casa. Não houve ninguém, da direita à esquer-da, que não tenha vindo a esses jan-tares. Até o Eanes! E eu não fazia ideia de quem vinha, porque o jornal é que convidava. Avisavam-me do número e eu tinha de tratar do resto, numa altura em que tínhamos muito pouco dinheiro… Numa dessas sextas-fei-ras, uma das convidadas foi a Maria Elisa Domingues, que era diretora de programas da RTP. E, no fim do jantar, disse-me: «Tenho que a levar para a televisão, quero que faça um progra-ma de culinária». Eu disse-lhe que não, que não era artista. O que é que eu ia fazer para a televisão. Lembro--me que até lhe disse: «Nem nas fes-tas do colégio fiz de coelhinho!». Mas

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ENTREVISTA

6 N.º 56 - Julho de 2013

meses nos Anjos e na Margem Sul, e só depois cheguei a Campo de Ourique e daqui não saio mais!

O que é que o faz gostar tanto do bairro?R.M. - Sentir a proximidade entre as pessoas. Isso não se sente em muitos sítios. Aqui há comunicação e carinho entre as pessoas. E gosto de imen-sas outras coisas, como o mercado, por exemplo, onde vou fazer as compras sempre nas mesmas bancas.

Mora em Campo de Ourique há muito tempo?Rodrigo Meneses - Não, cheguei há oito anos. Eu sou transmontano, nas-ci em Bragança e passei a infância e a juventude em Vila real. Depois, mudei--me para o Porto mas como era publi-citário, por razões profissionais mudei--me para Lisboa. Primeiro, morei uns

“Daqui não saio mais.”

Chegou a Campo de Ourique já adulto mas

é um dos maiores fãs do bairro. O programa

Master Chef tornou-o famoso e, agora, está ao lado de alguns dos chefs

mais famosos do mundo, como Jamie Olivier e

Anthony Bourdain no canal 24Kitchen, onde faz

Gosto a Portugal.

Rodr

igo

Men

eses

Entrevista

Page 7: JFSC nº 56

ESPAÇO FERNANDO PESSOA

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Mas, nessa altura, sabia cozinhar?R.M. - Uhm… Tinha uma vaga ideia de como estrelar um ovo.

Como é que se chega ao nível a que está hoje?R.M. - Estudando, experimentando…

Deixou a publicidade?R.M. - Deixei. Hoje, sou um foodie a tempo inteiro. Tenho o meu blogue, o foodie.pt, o programa de televisão, faço consultoria de comida, estou a fazer um livro. [•]

É por isso que está sempre a falar de Campo de Ourique quando está na televisão?R.M. - Claro! Quero que cada vez mais gente conheça o nosso bairro. Ainda há pouco tempo de aconteceu uma coisa engraçadíssima: fui jantar ao Stop — que é um dos restaurantes de que mais gosto — e já ia a sair quan-do entrou um grupo de espanhóis. Um deles, muito tímido, ficou a olhar para mim e disse: «Rodrigo?». O 24Ki-tchen também está em Espanha e ele tinha visto o programa que eu fiz com o João, do Stop, e agora que tinha vin-do passar uns dias a Lisboa, estava a li, para jantar. Apresentei-o ao João e ele nem queria acreditar. De repente, estava ali, tinha-me conhecido e co-nhecido o dono do restaurante. A te-levisão tem isso, milhares de pessoas veem e, se gostam do que veem, vem ver por elas próprias.

E de que é que não gosta em Cam-po de Ourique?R.M. - Bom, muita gente se queixa do estacionamento mas, para dizer a ver-dade, como ando sempre de mota não tenho esse problema. Tenho pena que não haja mais coisas abertas depois das 10 da noite e que, à hora do almo-ço, não haja mais locais com comida mais leve. Esta calma que o bairro ofe-rece é uma oportunidade de negócio. Imagine uma pessoa que trabalha nas Amoreiras, no meio da confusão de Lisboa. Basta-lhe andar cinco minutos a pé para estar no coração de Campo de Ourique e o ambiente é logo outro, parece que saiu da cidade… Num lugar assim, apetece uma refeição mais leve.

Sempre se interessou por cozinha?R.M. - Não. Lembro-me perfeitamen-te quando tudo começou. Foi aqui, em Campo de Ourique, um dia em que fui jantar a casa de um amigo e comi atum braseado com crème fraîche e pontas de espargos grelha-das com tomate cherry. Uma coisa muito simples mas absolutamente deliciosa. Naquela noite percebi o que havia de sublime na comida e foi o ponto de partida para me tor-nar um foodie.

Rodr

igo

Men

eses

Page 8: JFSC nº 56

ENTREVISTA

8 N.º 56 - Julho de 2013

Quando é que chegou a Campo de Ourique?Carlos Braz Lopes - Há cerca de quinze anos, numa altura em que o bairro estava a rejuvenescer em termos de comércio. Havia muitas lojas novas e de grande qualidade a abrir nessa altura e apesar da população residente ser maioritariamente idosa, vinha muita gente de fora. Primeiro, abri a Cozinhoma-nia e depois, há doze anos, O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo. Uns anos depois, algumas dessas lojas foram para ou-tros sítios e acho que isso fez o bairro entrar em declínio.

E porque é que decidiu ficar?C.B.L. - Porque, para mim, não há razão para mudar. As pesso-as continuam a vir cá de propósito por causa do bolo de cho-colate e, agora, acho que está a começar uma nova dinâmica no bairro, com a abertura da Padaria Portuguesa, do quiosque do Jardim da Parada e com a chegada de uma nova popula-ção. Também acho que a obra do mercado vai trazer mais gen-te para o bairro.

Quer dizer que gosta de Campo de Ouri-que?C.B.L. - Gosto, claro! É um bairro simpático, as pessoas são simpáticas, tem boas pastela-rias, a Casa Fernando Pessoa gera algum mo-vimento — percebo isso porque muita gente me pergunta onde fica e, ao contrário do que as pessoas gostam de dizer, tem estaciona-mento: o parque subterrâneo tem sempre lu-gares livres.

E há alguma coisa de que não goste?C.B.L. - O cocó dos cães nos passeios. E as ren-das das lojas. Ainda estão muito caras, acho que os senhorios ainda não perceberam que os preços que pedem são excessivamente al-tos para a clientela que o bairro oferece. [•]

Entrevista

Carlos Braz Lopes

Chegou a Campo de Ourique

no boom do comércio no bairro

e nunca mais saiu de cá.

Hoje, leva o nome do bairro

a todo o mundo e o seu famoso

bolo de chocolate está à venda

em cidades tão diferentes

como Washington, Sidney,

São Paulo e Madrid,

entre muitas outras.

E, por causa disso, traz gente

de todo o mundo para o bairro.

“ Há uma nova dinâmica no bairro.”

Page 9: JFSC nº 56

ENTREVISTA

9

Quando é que descobriu Campo de Ourique?João Castanheira - Desde sempre. Sempre vivi aqui. Andei nos Salesianos e depois na Machado de Castro. Comecei a namorar aos quinze anos com a minha atual mulher e quando casámos ficámos a morar aqui. É o meu bairro.

Isso quer dizer que gosta do bairro?J.C. - Adoro Campo de Ourique! Gosto da maneira familiar como as pessoas se relacionam, de saber como os outros estão, não por coscuvilhice, mas porque se interessam verdadeiramente uns pelos outros. Gosto desta confraterniza-ção entre todos. Deve ser por isso que passo a maior parte do tempo à porta… Sim, é por isso! Gosto de estar ali a ver as pessoas passarem e de ir falando com elas. Acho que não há muitos sítios assim em Lisboa, onde nos conheçamos uns aos outros, onde se encontra o presidente da Junta de Freguesia ao virar de uma esquina e se lhe pode perguntar quando é que as obras do parque infantil vão estar prontas, porque a minha filha mais nova quer ir andar de baloiço…

Foi por isso que entrou no negócio da Aloma e se tornou gerente da pastelaria?J.C. - Não, no início não foi por isso. Era mais um negócio. A minha vida sem-pre foram os negócios. Já tive várias coisas, como ginásios, oficinas, lojas de chaves e de conserto de sapatos e, ao mesmo tempo, era vendedor na área farmacêutica. Nunca fico quieto, estou sempre a fazer coisas, a ter ideias. Um dia, lembro-me muito bem de estar a trabalhar no Algarve e de alguém, numa conversa, me dizer que estava à venda uma quota da Aloma. Fiquei logo in-teressado. Podia ser um bom negócio! E foi assim que há três anos e meio me tornei sócio e gerente. Só depois é que se tornou uma paixão igual à que tenho pelo bairro.

Ter ganho, dois anos seguidos, o prémio de melhor pastel de nata de Portugal melhorou os seus negócios?J.C. - É bom para mim, claro, mas também é bom para todos. É bom para Cam-po de Ourique e é bom para as outras pastelarias e para as outras lojas. Há mais gente que vem a Campo de Ourique por causa dos pastéis de nata e que acaba por entrar noutras lojas e faz compras… ou chega aqui e já não há pastéis e vai a outras pastelarias do bairro porque veio até aqui cheio de vontade de comer um pastel de nata e não se quer ir embora sem comer um… Vários lojistas me têm vindo dizer que, sobretudo ao fim de semana, têm tido mais clientes de fora do bairro e isso dá-me imensa alegria, porque os clientes, morem em Campo de Ourique ou não, não são meus, são do bairro. Aqui trabalhamos em equipa e é com esse mesmo espírito de equipa que temos de nos relacionar uns com os outros. Por isso, é bom para mim vir gente de fora e do bairro à procura dos pastéis de nata, é bom sair nos jornais, dar entrevistas ao New York Times e ficarem a saber, em Nova Iorque, que temos uns pastéis de nata fantás-ticos e muito premiados, mas também é muito bom para Campo de Ourique. E isso é que conta! [•]

“Gosto do ambiente familiar do bairro.”

Entrou no negócio da Aloma porque

era mais um negócio, mas

depois percebeu que, afinal, era uma

paixão. Igual à que tem pelo bairro

onde sempre viveu.

Hoje, orgulha-se que os seus pastéis

de nata tragam cada vez mais

pessoas a Campo de Ourique.

Entrevista

João Castanheira

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Cocós há muitos seu palerma!

Ai ponha, ponha, ponha, aqui o seu lixinho... bem separado, isso é o ideal.

Separe o lixo para reciclar.

Ó Evaristo faz menos lixo!

Reduza a quantidade de lixo e acondicione-o bem.

Se fui eu que atirei lixo para o chão, que me cortem a cabeça!

Não deite lixono chãoà volta do vidrão.

Utilize as papeleiras em vezde atirar para o chão.

Vá lá, não custa nada.Por mais funcionários que a Câmara de Lisboa ponha ao seu serviço; por mais camiões de recolha que ponha nas ruas; por mais equipamentos que ponha em todo o lado… O que falta para pôr Lisboa mais limpa não são os grandes meios, são os pequenos gestos.

Apanhe os dejetos do seu cão.

Não há volta a dar.Se quer Lisboa limpa,ponha o lixo no lugar.

Deixar lixo ou dejetosde animais na via pública é uma contraordenação com uma coima até:

727 €

Page 21: JFSC nº 56

NOTÍCIAS

21

Mercado de Campo de OuriqueNovo ex-libris de Lisboa

DOMINGOS SÁVIO FOI A AVEIRO

O mercado de Campo de Ourique sofreu obras para o tornar mais confortável o sector hortofrutícola e criar uma nova área de gastronomia gourmet. Nos meses de verão continuarão os melhoramentos deste espaço, que por certo será um novo ex-libris de Lisboa, dinamizando o nosso bairro e o comércio tradicional.

As jovens esperanças do futebol da nossa freguesia que jogam nas equipas do Desportivo Domingos Sávio participaram no Torneio Internacional de Futebol Infantil Aveiro Cup 2013, com o apoio da Junta de Freguesia do Santo Condestável.

Page 22: JFSC nº 56

DESTAQUE

N.º 56 - Julho de 201322

13 DE JULHO DE 2013

CONCERTODE VERÃO

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DESTAQUE

23

Uma noite

de verão mágica

com música, dança

e duas vozes

surpreendentes.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

AAF_cartaz_A3_ConcertoDeVerao2013.pdf 1 04/07/13 18:04

Page 24: JFSC nº 56

CONTA-ME HISTÓRIAS

André Brun deixou-nos uma extensa obra de crítica social que ainda hoje fazem rir mui-tas gerações de portugueses.

Nasceu em Lisboa, no dia 9 de maio de 1881 e morreu, tam-bém na capital, a 22 de dezem-bro de 1926. Seguiu a carreira militar alcançando a patente de major por distinção após a Pri-meira Guerra Mundial. Foi ainda agraciado com a Medalha da Cruz de Guerra. Foi um dos só-cios fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores, em 22 de Maio de 1925.

A sua obra literária reparte-se entre o teatro e a crónica, centra-lizando-se nos aspectos come-zinhos da vida da pequena bur-

aconteceu com a obra «A Malu-quinha de Arroios», adaptada ao cinema por Alice Ogando para o filme homónimo realizado por Henrique Campos em 1970. Ou-tras adaptações desta obra para a televisão foram efectuadas em 1977 e 1997.

Tem colaboração em diversas publicações periódicas, nome-adamente nas revistas Atlân-tida(1915-1920), Contempo-rânea(1915-1920), O domingo ilustrado : noticias & actuali-dades graficas, teatros, sports & aventuras, consultorios & utilidades (1925-1927), Miau! (1916), Portugal na guerra : re-vista quinzenal illustrada (1917) e A Sátira: revista humorística de caricaturas (1911). [•]

guesia lisboeta, demonstrando reconhecido sentido de humor. Foi autor de um grande número de peças teatrais, especialmente comédias e números de tea-tro de revista. Uma das suas obras mais conhecidas, “A Vizinha do Lado”, foi adaptada ao cinema por An-tónio Lopes Ribeiro que também realizou esta pelí-cula de 1945, contando com a participação da famo-sa dupla de atores António Silva e Ribeirinho, e que hoje faz parte dos clássicos da comédia portuguesa que continuam a divertir quem o vê e revê. O mesmo

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Data da fotografia: 1913 | Autor: Benoliel, Joshua.1873-1932, fotógrafo | Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Lisboa

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André BrunConceituado Escritor e Homurista

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