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  • 8/18/2019 Fundamentos Da Fe Completo

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    Programa de Formaçãoe AperfeiçoamentoTeológico Central Gospel Escola Internacional de MinistrosMódulo 1 / Curso 1 - FUNDAMENTOS DA FÉ 

    Editora Central GospelSetor de Cursos(21) 2448-1255

    [email protected]

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    PROGRAMA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO TEOLÓGICO CENTRAL GOSPEL

    1

    Copyright 2013 por Editora Central Gospel Ltda. 

    PresidenteVice-presidente

    Diretora ExecutivaGerente Financeiro

    Gerência editorial e de produçãoCoordenação acadêmica

    Desenvolvimento curricularRevisão final

    Silas MalafaiaSilas Malafaia FilhoElba AlencarTalita Malafaia SilveiraGilmar ChavesIsaías Luís Araújo JuniorRaquel A. da Silva Ferreira

     Jefferson Magno

    1ª edição / 2013 

    As citações bíblicas utilizadas neste livro foram extraídas da Versão Almeida Revista e Corrigida (ARC) 2009 daSBB, salvo indicação específica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.

    Este livro está de acordo com as mudanças propostas pelo novo Acordo Ortográfico, em vigor desde janeiro de2009.

    Editora Central Gospel Ltda.Estrada do Guerenguê, 1851 – TaquaraCEP: 22713-001Rio de Janeiro – RJTel.: (21) 2187-7000www.editoracentralgospel.com 

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Programa de Formação e Aperfeiçoamento Teológico Central GospelRio de Janeiro: 2013

    150 páginas1. Fundamentos da Fé.

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    2

    SumárioApresentação do programa ..........................................................................................................4 

    Ensino a distância ......................................................................................................................... 5

    Apresentação do curso ................................................................................................................. 6 

    Biografia Rev. Bayless Conley ...................................................................................................... 7 

    Bibliografia do curso .....................................................................................................................8 

    CURSO 1 – FUNDAMENTOS DA FÉ ...................................................................................... 10 

    Aula 1 – A Bíblia é a Palavra de Deus ......................................................................................... 11

    Aula 1 – A Trindade .................................................................................................................... 13 

    Aprofundamento de estudos ............................................................................................. 14-27

    Quão verdadeira é a Bíblia? ................................................................................................ 14

    A inspiração divina .............................................................................................................. 23

    A doutrina da Trindade ....................................................................................................... 25

    Aula 2 – A divindade de Jesus .................................................................................................... 29

    Aula 2 – A missão de Jesus ......................................................................................................... 30 

    Aprofundamento de estudos ............................................................................................. 32-50

    A divindade de Cristo .......................................................................................................... 32

    Apaziguando a ira de Deus .................................................................................................. 36Integralmente pago ............................................................................................................. 42

    A doutrina fundamental da ressurreição ............................................................................ 47

    Aula 3 – Salvação pela graça através da fé ................................................................................ 52

    Aula 3 – O céu, o inferno e a volta de Cristo ............................................................................. 53 

    Aprofundamento de estudos ............................................................................................. 55-69

    A natureza da pena ligada à lei adâmica ............................................................................. 55

    A morte espiritual ............................................................................................................... 58

    Justificação pela fé: a essência da salvação ........................................................................ 60

    Inferno ................................................................................................................................. 63

    Ascensão ao céu .................................................................................................................. 67

    Aula 4 – A pessoa e a obra do Espírito Santo ............................................................................ 71 

    Aprofundamento de estudos ............................................................................................. 75-85

    Uma pessoa ou um poder? ................................................................................................. 75

    O Espírito é Deus? ............................................................................................................... 80

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    A obra do Espírito Santo ..................................................................................................... 84

    Aula 5 – A capacitação do Espírito ............................................................................................. 87 

    Aula 5 – Cura divina .................................................................................................................... 88 

    Aprofundamento de estudos ............................................................................................. 90-99

    Capacitados pelo Espírito .................................................................................................... 90

    A transbordante unção de Deus ......................................................................................... 95

    Comentários sobre Mateus 8.1-17 ..................................................................................... 97

    Aula 6 – Ordenanças da Igreja ................................................................................................. 101 

    Aprofundamento de estudos ......................................................................................... 103-118

    Quatro elementos de um sacramento .............................................................................. 103

    Batismo ............................................................................................................................. 107

    Comentários bíblicos acerca da unção com óleo .............................................................. 110

    A Ceia do Senhor ............................................................................................................... 112

    Comentários bíblicos acerca da imposição de mãos ........................................................ 117

    EXPECTATIVAS DE RESPOSTA ........................................................................................... 119 

    Apresentação ........................................................................................................................ 120

    Aula 1 ................................................................................................................................ 121

    Aula 2 ................................................................................................................................ 125

    Aula 3 ................................................................................................................................ 131

    Aula 4 ................................................................................................................................ 137

    Aula 5 ................................................................................................................................ 141

    Aula 6 ................................................................................................................................ 145

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    Apresentação do Programa

    Caro aluno, seja bem-vindo! Estamos muito felizes por sua decisão em realizar este

    curso e, desde este momento inicial, nos colocamos à sua disposição para apoiar em

    tudo que for necessário, para que você alcance êxito.

    O Programa de Formação e Aperfeiçoamento Teológico Central Gospel tem como seu

    principal objetivo contribuir para o aprofundamento do seu conhecimento de Deus, de

    Jesus e do Espírito Santo, através de um estudo objetivo e sistemático da Sua Palavra.

    O resultado que esperamos alcançar é o seu crescimento espiritual e capacitação

    intelectual.

    MÓDULO 1 PROFESSOR AULASFundamentos da Fé  Rev. Bayless Conley 6

    Vivendo Sobrenatural & Curando através dos Dons do Espírito Santo  Dr. A.L. Gill 6Panorama do Novo Testamento  Dr. John Amstutz 10

    Louvor e Adoração  Rev. LaMar Boschman 5

    Temor do Senhor Rev. John Bevere 1

    MÓDULO 2 PROFESSOR AULAS

    O Poder da Oração  Dr. Dick Eastman  5

    O Ministério de Misericórdia  Rev. Buddy Bell  5

    Panorama do Velho Testamento  Rev.Gornold-Smith  10

    A Essência do Evangelho  Rev. Terry Law  5

    Jesus, Aquele que Cura Hoje Rev. Bayless Conley 5

    Vivendo pela Fé Rev. Bill Winston 2

    MÓDULO 3 PROFESSOR AULAS

    Introdução  Rev. Berin Gilfillan  1Treinamento para a igreja Dr. Stan DeKoven 3Grupo de Comunhão  Rev. Larry Stockstill  5

    Evangelismo de Poder  Dr. Reinhard Bonnke  5

    A Integridade do Líder  Dr. Jack Hayford  2

    Visão de Liderança Dr. David Shibley 5

    Implantando a Igreja Dr. Jim Feeney 5

    Sendo Guiado pelo Espírito Santo Rev. Bayless Conley 5

    Guardiões da Promessa Dr. Ed Cole 1

    7 Montanhas Dr. Lance Wallnau 2

    MÓDULO 4 PROFESSOR AULAS

    Mentalidade do Deserto  Drª. Joyce Meyer 7

    Desenvolvendo Líderes  Rev. Brain Houston  5Líder do Grupo de Comunhão  Pr. Billy Hornsby  1

    Reconciliação  Dr. A.R. Bernard  4

    Evangelismo Pessoal Rev. Ray Comfort 5

    Guerra Espiritual Rev. Dean Sherman 5

    Autoridade e Perdão Rev. John Bevere 2

    Vitória Espiritual Pra. Marilyn Hickey 3

    MÓDULO 5 PROFESSOR AULAS

    Conexão Cristo  Dr. T.L. Osborn 7

    Vivendo para Ofertar  Rev. Wayne Myers  5

    Ancião Bíblico  Rev. Dick Benjamim  5

    Alcançando a Nova Geração  Pr. Willie George  7

    Administrando para o Amanhã Pr. Jim Wideman 4Ministrando para os Jovens Pr. Blaine Bartel 4

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    Ensino a distância

    O curso que estamos realizando ocorre sob a modalidade a distância. Essa modalidadede ensino possui algumas características próprias.

    São pressupostos da Educação a distância:  Dedicação;

      Maturidade intelectual;

      Interação;

      Responsabilidade.

    São benefícios da Educação a distância:

      Possibilidade de estudar em qualquer hora e lugar;

      Contato com pessoas de diversos lugares;

      Aprofundamento do conteúdo apreendido;

      Celeridade de processo ensino-aprendizagem.

    A Educação a distância é o caminho da Educação contemporânea. Cada vez maisexperiências nesta área têm surgido e obtido êxito.

    É muito importante lembrar que, num curso EAD, somos autodidatas, ou seja,aprenderemos o tanto quanto nos empenharmos!

    Todavia, estudar dessa maneira não significa estar sozinho no processo. Além dos seus

    colegas de curso, você vai poder contar com o auxílio dos professores-tutores que o

    acompanharão, auxiliando e tirando dúvidas.

    Além das trocas realizadas com os professores, é importante que você se comunique

    também com seus colegas de curso. Partilhar experiências e refletir em conjunto,

    mesmo a distância, é fundamental para a construção e socialização do conhecimento.

    Por fim, desejamos que Deus abençoe ricamente a sua vida por meio dessa aula!

    Que o Espírito Santo, nosso Mestre por excelência, conceda-lhe o necessário

    entendimento espiritual da Palavra de Deus!

    Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos

    ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito (Jo 14.26).

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    Apresentação do Curso

    O Curso Fundamentos da Fé  proporciona o aprendizado das principais bases do

    Cristianismo discutidas e consolidadas pela Igreja ao longo dos anos. Os temas

    abordados são de suma importância para o cristão de hoje, pois as igrejas locais estãoenfrentando uma invasão de falsas doutrinas, que distorcem os verdadeiros princípios

    bíblicos.

    Está organizado em seis aulas, as quais são compostas de videoaulas, esboços e

    aprofundamento de estudos por meio da leitura de textos e de questões para reflexão,

    acompanhadas de expectativas de resposta, para a autoavaliação da aprendizagem.

    CURSO FUNDAMENTOS DA FÉ

    Aulas Cargahorária

    1.  A Bíblia é a Palavra de Deus / A Trindade 5h

    2.  A divindade de Jesus / A missão de Jesus 6h

    3.  Salvação pela graça através de fé / O céu, o inferno e a volta de

    Cristo

    7h

    4.  A pessoa e a obra do Espírito Santo 5h

    5.  A capacitação do Espírito / Cura divina 5h

    6.  Ordenanças da Igreja 7h

    Total 35h

    Este estudo é indispensável para todo aquele que deseja ampliar seus conhecimentos

    sobre as doutrinas básicas do Cristianismo e edificar sua fé sobre o único fundamento:

    Cristo.

    Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus

    Cristo (1 Co 3.11).

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    Rev. Bayless Conley 

    Bayless Conley e sua esposa Janet sãoos pastores titulares da CottonwoodChurch em Los Alamitos (Califórnia),com mais de 5.000 membros, ondeforam feitas as gravações do currículo.

    A paixão de seus corações é anunciarum viver com Cristo para um mundoagonizante, o que eles estão fazendode forma brilhante em suacomunidade local, bem como em todo

    o mundo através de um dinâmicoprograma de televisão chamadoRespostas com Bayless Conley .

    Este curso, ministrado pelo Rev.Bayless é excelente para o cristão quequer aprofundar seus conhecimentosbíblicos, pois são ensinados, comclareza, os princípios básicos e asverdades doutrinárias fundamentaisdo Cristianismo.

    Hoje, Bayless e Janet dedicam-se aoensino da Palavra, focando suaaplicação na vida diária. Eles acreditamno incrível potencial dado por Deus acada ser humano e estão ajudando aspessoas a descobrir e desenvolver essepotencial em toda a sua plenitude.

    Site: www.cottonwood.org

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    Bibliografia

    A importância de ser cheio do Espírito Santo  – Silas Malafaia Quem é o Espírito Santo? Quais são as suas atribuições? O que caracteriza suaação? O que é ser cheio do Espírito? Por que e como ser cheio?

    Neste livro, essas e outras questões relevantes são discutidas, com o intuito deconscientizá-lo de que o Espírito Santo é Deus e possui todos os atributos divinosque o possibilitaram criar tudo e que capacitou Jesus e Seus discípulos comsabedoria e poder para realizar a obra que lhes foi confiada.

    Autoridade Espiritual – Silas Malafaia Nesta obra, o pastor Silas Malafaia destaca a importância da obediência àautoridade espiritual, porque a obediência permite ao homem conquistar grandesvitórias, participar de experiências profundas com o Senhor, receber autoridade edons divinos específicos para ser um instrumento de Deus.

    Em contrapartida, mostra as características dos insubmissos e as consequências dadesobediência à autoridade espiritual que levam à privação de vários benefícios ea severos castigos. Autoridade para curar  – Ken Blue O propósito deste livro é ajudar cristãos e congregações locais a iniciarem umministério de cura e serem bem equipados neste ofício.

    Quando a Igreja Primitiva pregava o Evangelho de Jesus Cristo, sua pregação eravalidada e ilustrada por sinais, geralmente curas e libertações. Essa combinação depregação e manifestação de poder de Deus produziu efeitos marcantes. No NovoTestamento, praticamente todos os relatos de multidões que se voltaram paraDeus apontam que esses dois elementos estavam presentes.

    Apesar das especulações dispensacionalistas, que afirmam que o dom de cura e demilagres desapareceu com os apóstolos, esse aspecto da vida e do testemunho daIgreja não é um fenômeno exclusivo do primeiro século. Descobrindo a Bíblia – Alex Varughese (ed.) A Bíblia desempenha um papel importante na fé e na educação cristã do homem.Praticamente todos os cristãos afirmam que a Bíblia é a Escritura inspirada e aPalavra de Deus, e pelo menos uma versão dela pode ser encontrada em cada larcristão.

    A maioria dos cristãos está familiarizada com as histórias de Adão e Eva, Noé,Abraão, José, Moisés, Samuel, Davi, Jesus, Pedro, Paulo e outras personalidadesbíblicas conhecidas. Mas, apesar da popularidade da Bíblia e de sua posiçãosagrada na Igreja e na sociedade, há um nível alarmante de “analfabetismobíblico” entre os cristãos hoje em dia. Uma das principais razões para essa crise é afalta de uma abordagem disciplinada na compreensão e no estudo da Bíblia.

    Um objetivo importante de Descobrindo a Bíblia é ajudar os leitores a desvendar omundo por trás dos relatos bíblicos e fornecer-lhes o conhecimento básiconecessário para captar o significado e a mensagem das Escrituras.

    Fundamentos da fé – James Montgomery Boice Esta obra aborda de modo sistemático, claro e objetivo a teologia cristã,proporcionando uma visão geral, abrangente e acessível. Sua análise sobre asquestões atuais facilita a leitura tanto para recém-convertidos, como parapastores, mestres e estudiosos da bíblia. Por sua praticidade e fundamentaçãoteológica, essa obra torna-se uma referência no assunto, sendo recomendada pordiversos estudiosos, seminários teológicos e jornais acadêmicos dos EstadosUnidos. 

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    Lições da Palavra de Deus: Autoridade Espiritual  –  Pr. Gilmar Chaves / Pr.Jefferson Magno Esta revista é a primeira do novo currículo da Editora Central Gospel para a EscolaDominical. Ele foi elaborado pensando em como tornar o processo de ensino-aprendizagem mais eficiente e dinâmico.

    Nesse novo ciclo, a revista apresenta mudanças substanciais tanto na parte textual – com uma profundidade maior nos comentários  – quanto no projeto gráfico, quese apresenta muito mais atrativo, estimulante e motivador.

    Manual de defesa da fé - Peter Kreeft / Ronald K. Tacelli Desafios ao cristianismo são feitos por ateus, por pessoas questionadoras e porfuturos cristãos. Fé e razão são conflitantes? Deus existe? A Bíblia é apenas ummito? Por que Deus permite a existência do mal? Jesus era divino? Existe vidaapós a morte? É possível ocorrerem milagres? Jesus ressuscitou dos mortos? Ocristianismo é a única religião verdadeira?

    O Manual de defesa da fé categoriza e resume os argumentos mais fortes a favordas principais doutrinas cristãs. Além disso, nele você encontrará refutaçõesinstigantes aos principais argumentos contra o Cristianismo.

    Manual prático de teologia –

     Eduardo JoinerPregadores, pastores, evangelistas, missionários, professores, seminaristas eestudiosos da Palavra de Deus dispõem agora de uma ferramenta prática, quereúne, de maneira clara, objetiva e sucinta, os grandes temas da teologia cristã.

    Sem desconhecer os demais compêndios teológicos existentes hoje em línguaportuguesa, não poderíamos deixar de afirmar que o livro do grande teólogo eprofessor norte-americano Eduardo Joiner continua, há mais de 100 anos, à frentedas obras atualmente existentes no mercado, por seu rico conteúdo, objetividadee clareza.

    Para escrevê-lo, seu autor realizou uma longa e diversificada pesquisa queenvolveu, entre outras fontes e ferramentas, os melhores livros de teologia

    sistemática existentes na sua língua nativa, o inglês. O Manual Prático de Teologiaexplica, com clareza e simplicidade, os 40 mais importantes temas da teologiacristã.

    O Novo Comentário Bíblico AT e NT  – Earl D. Radmacher / Ronald B. Allen / H.Wayne House O Novo Comentário Bíblico AT e NT com recursos adicionais foge ao padrãoconvencional, pois foi desenvolvido para os leitores de todos os níveis, tanto osleigos que querem enriquecer seus conhecimentos bíblicos e culturais, comoestudantes da Bíblia, professores de escola dominical, pastores e lídereseclesiásticos.

    Resultado de pesquisas confiáveis e consistentes de mais de 40 renomados

    estudiosos da Bíblia, este comentário contém um estudo conciso da Bíblia, comconsiderações importantes sobre cada versículo, os personagens principais dashistórias narradas, questões e temas relevantes, atuais e contextualizados. Tudoisto escrito em linguagem clara e direta. É a Palavra de Deus ao alcance de todos!  

    Manual de educação cristã  – Gilmar Vieira Chaves O Manual de Educação Cristã é utilizado como o material de apoio ao CPEC (Cursode Preparação para Educadores Cristãos), curso que visitará todas as regiões doterritório brasileiro e outros países, destacando a importância da educação cristãcomo meio de divulgação da Palavra de Deus e crescimento espiritual do Seu povoe da Sua Igreja.

    O CPEC foi idealizado para ser uma ferramenta muito útil na formação e noaperfeiçoamento de professores para o exercício criativo e inovador do magistério

    na Escola Dominical e em todas as atividades que envolvam a prática da educaçãocristã.

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     AULA 1

     A Bíblia é aPalavra de Deus

     A Trindade

    FUNDAMENTOS

    DA FÉ

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    MÓDULO 1 / CURSO 1 – FUNDAMENTOS DA FÉ

    AULA 1 – A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS / A TRINDADE

    A Bíblia é a Palavra de Deus

    Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, paracorrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e

     perfeitamente instruído para toda a boa obra (2 Tm 3.16,17).

    A palavra Bíblia  não aparece nasEscrituras. Este termo originou-se dapalavra grega biblos, nome dado àfolha de papiro usada para a escrita.Um pequeno rolo de papiro erachamado biblion  e bíblia  era o nome

    dado ao conjunto destes rolos. Sendoassim, a palavra Bíblia significa coleçãode pequenos livros. Com o surgimentodo papel, os rolos deixaram de serusados e a palavra biblos  passou asignificar livro.

    Ela contém sessenta e seis livrosseparados de várias formas literárias,tais como cartas, história, narrativas,

    poesia épica, canções líricas eapocalipse, mas com um só tema.

    Deus compilou este livro durante umperíodo de 1500 anos  –  desde 1400a.C. a 100 d.C. Os seus quarentaautores incluíram pastores de ovelhas,pescadores, guerreiros, sacerdotes,profetas, reis, um médico, umestudioso e um copeiro. A tão

    diversificada verdade bíblica que vemimpactando cada geração e cadacultura, nação e tribo só poderia tersido colocada em conjunto pela mãode Deus.

    A Bíblia é diferente de todos os demaislivros do mundo em razão da suainspiração divina (2 Pe 1.21; Jó 32.8).Por isso, ela é chamada a Palavra deDeus. O vocábulo inspirada significasoprada para dentro, ou seja,

    comunicada aos escritores por Deus,por meio do seu Santo Espírito (Jo14.26). Os escritores da Bíblia foraminspirados a escrever Sua Palavra,tocados profundamente, orientados naescolha e interpretação dos fatos (1 Co2.13) (CHAVES, Gilmar; MAGNO, Jefferson. Autoridade Espiritual . Revista Lições daPalavra de Deus, n.33. Rio de Janeiro: Central

    Gospel, Ano 9, p.41).

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    Esboço da aula1.  A Bíblia é inspirada por Deus (Jr 1.9).

      A Bíblia é verdadeira, porque vem de Deus (Dt 4.2,5-14).   As palavras do Antigo e do Novo Testamento foram inspiradas por Deus (2 Pe

    1.20,21). 

    2.  A Bíblia é o guia para o viver do cristão (Sl 78.5; Dt 4.40), pois:  estabelece como os homens devem viver e desfrutar a vida (1 Rs 2.3; 1 Cr 28.8; Sl

    119.32);

      é imprescindível para a formação do homem de Deus (Pv 2; 3.1-23);  representa a mais alta autoridade em todos os assuntos para a Igreja   (Sl

    119.66,98; Pv 1.7). 

    3.  A Bíblia é o livro dos pensamentos de Deus (Is 55.7-11).  Deus e Sua Palavra são um (Jo 1.1). 

      Deus e Sua Palavra são imutáveis (1 Pedro 1.24,25; Sl 33.10,11).   A Escritura Sagrada, como a Palavra de Deus escrita, é perfeita (Sl 12.6; Sl 19.7-

    10).   A Palavra de Deus oferece soluções para todos os problemas da vida (Sl 111.10;

    Pv 8.14). 

    4.  A Palavra de Deus:

      tem poder (Is 55.11; 1 Co 1.18; Hb 4.12);  proporciona crescimento espiritual (1 Pe 2.2);  forma discípulos de Jesus (Jo 8.31); 

      faz-nos livres quando nós a conhecemos (Sl 119.45);  produz fé (Rm 10.17);  muda o pensamento e transforma as vidas dos que nela creem (Rm 12.1,2).

    5.  A Palavra de Deus fornece tudo que o cristão necessita para desenvolvimento davida espiritual (Mt 4.4).  A Palavra de Deus contém promessas para vida eterna (1 Pe 1.3,4).   Deus se expressa através da Sua Palavra, trabalhando no coração e na mente

    dos cristãos (1 Ts 2.13). 

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    A Trindade Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e doFilho, e do Espírito Santo (Mt 28.19). 

    A natureza divina é uma unidade de três

    pessoas. Mas como Deus pode ser uno e trinoao mesmo tempo? A palavra Trindade não seencontra no texto bíblico, no entanto adoutrina da Trindade está revelada de formaclara na Palavra de Deus. O nosso Deus é uno,mas também trinitário, um único Deus que semanifesta em três pessoas diferentes: Pai,Filho e Espírito Santo. Eles são iguais emsubstância, porém diferentes nas funções queexercem (CHAVES, Gilmar Vieira. Manual de

    Educação Cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012,p.114,115).

    Esboço da aula6.  Os cristãos creem num único Deus (1 Co 8.6; 1Tm 1.17).

      “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6.4; Is 43.10-11; 44.8).

      Há somente um Deus verdadeiro. Todos os outros deuses e ídolos são falsos (Lv26.1; Dt 32.21).

    7.  Um Deus que se expressa em três pessoas distintas (2 Co 13.13).

      No tempo da criação, Deus disse: “Façamos...” (Gn 1.26).  Deus refere-se a si mesmo no plural (Gn 11.6,7; Is 6.8).

      A Trindade inclui: Deus, o Pai; Deus, o Filho; Deus, o Espírito Santo (Mt 28.19).

      As três pessoas divinas presentes de forma distinta (Lc 3.22).

    8.  A Bíblia refere-se a cada uma das três pessoas da Trindade como Deus (Jd 20,21).

      Deus é Deus (Êx 3.14).

      Jesus é Deus (Jo 1.1,14; 14.6-11; Is 9.6).

      O Espírito Santo é Deus (At 5.3,4).

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    APROFUNDAMENTOS DE ESTUDOSLeia, com atenção, o texto e responda às questões propostas, as quais visam aodesenvolvimento do seu aprendizado.

    Texto 1 - Quão verdadeira é a Bíblia?

    Desde o início da Igreja cristã até boa parte do século 18, a grande maioria dos cristãosde todas as denominações reconhecia que as Escrituras do Antigo e do NovoTestamento eram unicamente a Palavra de Deus.

    Nesses livros Deus fala. E porque Deus fala nas Escrituras  – como não faz em nenhumoutro lugar da mesma forma – todos os que alegavam ser cristãos reconheciam a Bíbliacomo uma autoridade divina trazendo a todos um conjunto de verdades objetivas quetranscendem a compreensão subjetiva.

    Nesses livros, os atos de salvação de Deus na história são revelados a nós para que

    possamos crer. E os eventos dessa história são divinamente interpretados para quehomens e mulheres possam entender o evangelho e responder a ele com inteligência,tanto em pensamentos como em ações. A Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Como aBíblia é a Palavra de Deus, as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento têmautoridade e não falham.

    A visão dos primeiros 16 séculosHá muitas declarações que substanciam a existência desta visão estimada dasEscrituras nos documentos da Igreja primitiva.

    Ireneu, que vivera em Lyon no início do segundo século [em Contra Heresias, II, xxvii,

    1ª edição 1885], escreveu que “deveríamos estar plenamente convencidos de que asEscrituras são de fato perfeitas, uma vez que foram ditas pela Palavra de Deus e de SeuEspírito” (Roberts e Donaldson, p. 399).

    Cirilo de Jerusalém, que viveu no quarto século, disse:

    Nem mesmo uma declaração casual pode ser feita sem as Escrituras Sagradas;nem devemos ser levados para outro lado por meras possibilidades e artifícios dodiscurso […] Porque essa salvação na qual cremos não depende de argumentosingênuos, porém da demonstração das Sagradas Escrituras. (Schaff e Wace, 1893,p. 23)

    Em carta a Jerônimo, o tradutor da Vulgata Latina, Agostinho revelou:

    Eu [...] acredito com firmeza que nenhum desses autores errou ao escreverqualquer coisa que fosse. Se porventura encontro algo nesses livros que pareçacontrário à verdade, decido que o texto é ora corrompido, ora o tradutor nãoseguiu o que realmente foi dito, ou que eu falhei ao entender [...] Os livroscanônicos são livres de falsidade. (Pais da Igreja, 1951, p. 392, 409) 

    E em seu tratado Sobre a Trindade, Agostinho advertiu:

    Não se disponham a render-se a meus escritos como às Escrituras canônicas;porém nessas, quando vós tiverdes descoberto até mesmo o que vós outrora nãocríeis, crede sem hesitação. (Schaff, 1887, p. 56)

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    A mesma posição é mantida por Lutero. Alguns consideram que a referência de Luteroà Bíblia como “o berço de Cristo” provaria que ele acreditava numa revelação na Bíblia,não numa idêntica a ela, e que ele tinha as Escrituras em menor estima do que o Cristoda qual ela falava. Para alguns, isso significaria que nem toda a Bíblia é a Palavra deDeus. Contudo, isso não é correto.

    A expressão de Lutero, o berço de Cristo, ocorre no fim do terceiro parágrafo de seuPrefácio ao Antigo Testamento. E ali, como o falecido estudioso luterano J. TheodoreMueller demonstrou, Lutero estava na verdade defendendo o valor do AntigoTestamento para os cristãos. Longe de estar condenando as Escrituras, Lutero estavana verdade preocupado em “expressar sua mais reverente estima às EscriturasSagradas, que oferecem aos homens a bênção suprema da salvação eterna em Cristo”(Cristianismo hoje, 24/10/1960, p. 11).

    O próprio Lutero disse em seu Prefácio ao Antigo Testamento:

    Rogo e de forma verdadeira exorto que cada Cristão piedoso não seja ofendido pelasimplicidade da linguagem e das histórias que encontrará aqui no Antigo Testamento.Permita que ele não duvide que, por mais simples que possam parecer, são as própriaspalavras, obras, julgamentos e atos da grande majestade, poder e sabedoria de Deus.(Plass, 1959, p. 71) 

    Em Aquelas doutrinas de homens que devem ser rejeitadas, Lutero afirmou:

    As escrituras, embora tenham sido também escritas por homens, não são de homens nemvêm de homens, mas de Deus. (Plass, 1959, p. 63)

    Em Conversa de mesa, Lutero assinalou que:

    Precisamos diferenciar muito bem a Palavra de Deus da palavra de homens. A palavra dohomem é um pequeno som, que ecoa pelo ar, e logo se esvai, entretanto a Palavra deDeus é maior que os céus e a terra, sim, maior que a morte e o inferno, pois faz parte dopoder de Deus, e perdura para sempre. (Kerr, 1943, p. 10) 

    Em alguns momentos, Calvino é ainda mais direto. Comentando sobre 2 Timóteo 3.16,o reformista de Genebra afirmou:

    Esse é o princípio que distingue nossa religião de todas as outras, pois sabemos que Deusfalou conosco e estamos totalmente convencidos de que os profetas não falaram de simesmos, todavia por intermédio do Espírito Santo, pronunciavam apenas aquilo quehaviam sido comissionados para declarar. Todos aqueles que desejam beneficiar-se das

    Escrituras precisam primeiro aceitá-las como princípio estabelecido, a Lei e osensinamentos dos profetas não são transmitidos ao bel-prazer de homens, ou elaboradosa partir de doutrinas terrenas, foram escritos por homens, contudo inspiradas peloEspírito Santo.

    Devemos às Escrituras a mesma reverência que devemos a Deus, uma vez que Ele é suaúnica fonte e não há nada de origem humana misturado a elas. (Calvino, 1964, p. 330)

    Em seus comentários de Salmos, Calvino falou da Bíblia como aquela regra certa einfalível  (Sl 5.11). Em Um catecismo romano, John Wesley disse algo parecido:

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    A Escritura é, por isso, regra suficiente em si mesma, e foi por homens divinamenteinspirados ao mesmo tempo entregue ao mundo. (Wesley, 1872, p. 90).

    Se houver erros na Bíblia, pode ser que haja milhares. Se houver falsidade nesse Livro, nãoveio do Deus da verdade. (Wesley, 1872, p.82) 

    Nos séculos 16 e 17, a glória de Cristo resplandecia em todos os cristãos, em diversoslugares, apesar das diferenças do entendimento sobre teologia ou em questões sobrea Igreja. Naquela época, os cristãos eram fiéis às verdades bíblicas. As SagradasEscrituras eram autoridade suprema e inerrante em todos os aspectos para osseguidores de Cristo. A Palavra podia ser negligenciada e até contestada, havendodiscordância sobre o que o Livro realmente ensinava, no entanto, mesmo assim, aBíblia era aceita como a Palavra de Deus. E essa era a única regra de fé e práticainfalível dos cristãos.

    BOICE, James Montogomery. Fundamentos da fé cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel,2011, p.62-64. 

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    VocabulárioPais da IgrejaChamamos de Pais da Igreja alguns homens que viveram no período entre a segundametade do primeiro século e o século oito, como por exemplo: Clemente de Roma,Inácio de Antioquia, Pápias, Policarpo, Atanásio e Agostinho. Esses homens

    representaram, ensinaram, defenderam e firmaram os conceitos da fé cristã, opondo-se às doutrinas heréticas que surgiram no seu tempo, e apascentaram a igreja da suaépoca, tornando-se ícones na história do cristianismo.

    De certa forma, podemos afirmar que, com os apóstolos, a Igreja deu seus primeirospassos e, com os Pais da Igreja, ela se desenvolveu. Com eles, a Igreja tornou-se umainstituição  organizada, o Cânon bíblico foi estabelecido, assim como as doutrinasfundamentais da fé cristã e as primeiras formas de liturgia.

    Biografia

    IrineuBispo de Lyon (França) foi considerado um dos Pais da Igreja e um grande defensor daortodoxia bíblica ou Cristianismo Apostólico na Igreja Primitiva, pois combateufortemente os falsos ensinos de grupos heréticos que se encontravam na igreja cristãda época.

    Nasceu em 130 d.C., na cidade de Esmirna (Ásia Menor). Ali, tornou-se discípulo dePolicarpo, bispo da cidade, sendo influenciado por sua pregação. Após mudar-se paraGália (atual sul da França), residiu na cidade de Lyon, da qual tornou-se bispo.

    Com sua obra chamada  Adversus Haereses (Contra as Heresias), combateu ognosticismo, que teve seu início ainda no período apostólico. Morreu martirizado emLyon, por volta do ano 200 d.C. 

    CiriloNasceu na cidade de Jerusalém, por volta do ano 315. Em 345, foi ordenado sacerdotee, em 348, tornou-se o bispo da cidade, sucedendo Máximo III.

    Já no início de seu ministério, empenhou-se na catequese, ensino das doutrinas daigreja para aqueles que anseiam o batismo. Sua obra Catequeses é um registro escrito

    de suas pregações, anotadas por copistas anônimos, voltadas para a formação dosnovos convertidos.

    Cirilo sofreu a oposição e a dura perseguição de Acácio, arcebispo de Cesareia, emfunção de suas diferentes posturas e posicionamentos teológicos, por isso foi exiladotrês vezes. Em 381, participou do Primeiro Concílio Ecumênico de Constantinopla, noqual sua jurisdição sobre Jerusalém foi retomada. Sua morte se deu por volta do ano387.

    Jerônimo

    Natural de Veneza e oriundo de uma família rica cristã, Jerônimo (331-420), naadolescência, foi enviado para Roma, onde estudou gramática, retórica e filosofia.

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    Jerônimo é considerado o mais erudito dos Pais da Igreja, demonstrava uma grandehabilidade com as línguas grega, latina e hebraica.

    Numa de suas viagens de estudos, visitou a Antioquia e ali permaneceu adotando umavida monástica. Durante esse período, aprendeu hebraico, a fim de estudar as

    Escrituras em seu original. Em 382, tornou-se secretário de Dâmaso, bispo de Roma,que lhe deu ordem para revisar o texto bíblico da tradução latina de acordo com ooriginal hebraico.

    A Bíblia em latim foi o segundo maior acontecimento na história da tradução bíblica.Estudiosos acreditam que uma versão em latim já existia em 180 d.C. No quarto séculod.C., o bispo Jerônimo deu início à tarefa de traduzir a Bíblia para o latim, usandoversões latinas existentes e a Septuaginta. Em 385 d.C., ele se mudou para Belém,onde passou os 14 anos seguintes traduzindo a Bíblia hebraica para o latim. Durante osexto e o sétimo séculos, os pais da Igreja deram prioridade à obra de Jerônimo dentre

    outras versões latinas existentes.

    Embora a palavra vulgata (que significa comum) fosse um termo anteriormenteaplicado às versões latinas iniciais, a tradução de Jerônimo acabou ficando conhecidacomo a Vulgata. Gradualmente, a Vulgata latina se tornou a Bíblia oficial da Europaocidental durante a Idade Média (Varughese, Alex. Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: CentralGospel, 2012, p.371). 

    AgostinhoFilósofo, teólogo, bispo e doutor da Igreja, Agostinho nasceu no ano de 354, na cidade

    de Tagasta (Norte da África). Sua mãe, Mônica, era cristã e dedicou-se à formação econversão de Agostinho à fé cristã. Ao converter-se ao catolicismo, tornou-se um bispoe combateu as heresias do seu tempo.

    Considerado o maior teólogo do cristianismo ocidental, converteu-se após lerRomanos 13.13,14. Apesar de ter sido criado por uma mãe religiosa, o jovemAgostinho buscou uma vida de prazeres mundanos e males. Ele nos conta o queaconteceu certo dia, quando, profundamente angustiado com o poder do mal sobresua vida, estava sentado no jardim de seu amigo e ex-aluno Alípio.

    Ouvi uma voz como de menino ou menina [...] vinda de uma casa vizinha, cantando e repetindo: “Pegue

    e leia; pegue e leia”. [...] Então, contendo minha enxurrada de lágrimas, levantei -me, interpretandoaquilo de nenhuma outra maneira a não ser uma ordem do céu para que eu abrisse o livro e lesse o primeiro capítulo que visse [...]. Então, rapidamente, retornei ao lugar onde [...] colocara o livro dosapóstolos [...]. Tomei-o, abri-o e, em silêncio, li o parágrafo que meus olhos viram primeiro: Não emglutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas einveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências(Rm 13.13b,14). Eu não prosseguiria com a leitura, nem precisaria disso. Instantaneamente, quando a frase terminou, uma luz de segurança, por assim dizer, infundiu em meu coração, e toda a sombra dedúvida desapareceu.

    Esse texto de Romanos 13.13-14 levou Agostinho à conversão aos 33 anos de idade 

    (Varughese, Alex. Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p.371).

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    Em Cartago, aprendeu a retórica. Ali, se converteu ao cristianismo e foi batizado em387. Foi ordenado sacerdote em 391 e, cinco anos depois, consagrado bispo deHipona. Até sua morte, em 430, Agostinho dedicou sua vida à administração episcopal,aos estudos e escrita de livros, sermões e cartas.

    As obras mais famosas de Agostinho são: Confissões, uma autobiografia, e De CivitateDei , conhecida como A Cidade de Deus, na qual desenvolveu a crença da Igreja como acidade espiritual de Deus distinta da cidade material do homem.

    Martinho Lutero  (1483-1546) e João Calvino  (1509-1564) foram personagensimportantes da Reforma Protestante. Ambos defenderam o retorno à interpretaçãohistórico-literária da Bíblia.

    Martinho Lutero Nascido na Alemanha, restaurou a ideia do sacerdócio de todos os cristãos, defendeu

    fortemente a doutrina da justificação pela fé na pessoa de Cristo e da autoridade daPalavra. Em 31 de outubro de 1517, afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelode Wittenberg, falando contra a venda de indulgências, que propunha a remissão depecados através das obras.

    João Calvino Foi o fundador da Igreja Protestante na França. Em 1533, tornou público o seuafastamento do Catolicismo Romano através de um discurso escrito, consideradoherético pelos religiosos da época. Sua obra mais famosa a "Instituição da ReligiãoCristã", concluída em 1535, lhe rendeu grande prestígio.

    John WesleyWesley era o 15º filho dos 19 filhos de Samuel e Susannah Wesley. Nasceu no ano de1703 e foi educado pela sua mãe. Em 1709, escapou de um incêndio em sua casa,passando a ser conhecido como o tição tirado do fogo.  Aos 17 anos, recebeu umabolsa para estudar na Universidade de Oxford.

    Em 1728, Wesley foi ordenado ao ministério, ajudando seu pai numa paróquia pertode Epworth por dois anos. Ainda em Oxford, tornou-se líder do Clube Santo, nome peloqual era conhecido o grupo de jovens estudantes que se reuniam para estudar a Bíblia,

    orar e realizar obras de ação social nas prisões e entre os pobres. Os membros dogrupo foram apelidados de metodistas pelos demais estudantes, devido àcaracterística metódica de suas atividades e reuniões.

    Em 24 de maio de 1738, John Wesley escreveu as seguintes palavras em seu diário: 

     À noite, fui, muito a contragosto, a uma sociedade em Aldersgate Street, onde estavam lendo o Prefáciode Lutero à Epístola aos Romanos. Aproximadamente às quinze para as nove, enquanto ele descrevia amudança que Deus opera no coração por meio da fé em Cristo, senti meu coração estranhamenteaquecido. Senti que confiava em Cristo — somente em Cristo — para a salvação, e uma segurança me foidada de que Ele tirara todos os meus pecados, os meus próprios pecados, e de que Ele me salvara da lei

    do pecado e da morte. 

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    Estudiosos wesleyanos relacionam o início do avivamento evangélico no século 18 aessa experiência de John Wesley (Varughese, Alex. Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: CentralGospel, 2012, p.371).

    Após entrar em contato com a Igreja Morávia (originada do movimento pietista e

    fundada pelo Conde Nicolas Von Zinzendorf, juntamente com refugiados morávios, em1727), cujos membros possuíam uma ampla visão missionária e exerceram grandeinfluência em sua conversão, Wesley inicia seu ministério de pregador ao ar livre. JohnWesley tinha 37 anos de idade quando começou a viajar e pregar, opondo-seveementemente às práticas e políticas imorais da sociedade inglesa.

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO1.  Onde os atos da salvação de Deus na história são revelados?

    2.  Explique como se justifica a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus.

    3.  Qual a finalidade do registro das Escrituras Sagradas?

    4.  Qual é o significado da expressão de Martinho Lutero “o berço de Cristo”? 

    5.  Explique o comentário de Calvino sobre 2 Timóteo 3.16.

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    6.  Qual foi o posicionamento dos pais da Igreja em relação às Escrituras Sagradas?

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    Texto 2 - A inspiração divina

    A inspiração divina desempenhou um papel ativo no recebimento e registro darevelação pelos escritores bíblicos da antiguidade. Muito embora não possamosexplicar adequadamente o método e o processo de inspiração, as Escrituras testificamque Deus teve participação ativa em seu processo de escrita (2 Tm 3.16,17; 2 Pe

    1.20,21).

    Alguns cristãos entendem a inspiração como se o texto bíblico tivesse sido ditado porDeus aos escritores da Bíblia (teoria da inspiração ditada). Teólogos evangélicoswesleyanos reconhecem o envolvimento ativo do Espírito Santo no processo de escritadas Escrituras (teoria da inspiração dinâmica).

    O Espírito Santo preparou os escritores bíblicos para receber e comunicar a revelação.Os escritores bíblicos receberam entendimento especial em relação às atividades deDeus na História, as quais eles interpretaram aos olhos de suas tradições de fé e

    comunicaram-nas por meio da escrita.

    A teoria dinâmica se concentra no real envolvimento do Espírito de Deus na vida e naobra desses escritores. Uma vez que o Espírito Santo é o Agente ativo na comunicaçãoda revelação por meio das Escrituras, precisamos submeter-nos à autoridade e àdireção do Espírito para o entendimento correto da Palavra de Deus.

    VARUGHESE, Alex. Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 26

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO7.  Qual a importância da doutrina da inspiração divina das Escrituras Sagradas para a

    Igreja?

    8.  Explique a diferença entre a teoria da inspiração ditada e a teoria da inspiraçãodinâmica.

    9.  Como o Espírito Santo agiu sobre os escritores bíblicos para levá-los a escrever oslivros da Bíblia?

    10. Qual a única maneira de alcançar o entendimento correto da Palavra de Deus?

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    Texto 3 – A doutrina da TrindadeDeus nos revelou um pouco de Sua complexidade na doutrina da Trindade. O quesabemos sobre ela só sabemos por causa da revelação de Deus na Bíblia, e mesmoassim não a conhecemos muito bem. Na verdade, tendemos tanto a cometer errosquando lidamos com esse assunto que precisamos ser extremamente cuidadosos, para

    não irmos além ou interpretarmos de forma errada o que encontramos na Escritura.

    O primeiro ponto a ser destacado é que os cristãos creem, tanto quanto os judeus, quesó há um Deus. Os cristãos também creem na Trindade, e foram de modo errôneoacusados de crer em três deuses, o que seria uma forma de politeísmo.

    É verdade que os cristãos veem uma pluralidade na manifestação de Deus. No entanto,isso não é politeísmo. Cristãos, assim como judeus, são monoteístas, isto é, creem emum só Deus.

    Sendo assim, recitamos, como o judeu:

    Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teuDeus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavrasque hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarásassentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Tambémas atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverásnos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Deuteronômio 6.4-9

    Nessa passagem, em linguagem mais clara, está o ensinamento de que Deus é um, eque isso deve ser conhecido por Seu povo, falado por ele e ensinado a seus filhos. 

    A mesma verdade consta no Novo Testamento, que é unicamente cristão. Lemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus, senão um só (1 Co 8.4). Somoslembrados do fato de que há um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e portodos, e em todos ( Ef 4.6). Tiago declarou: Tu crês que há um só Deus? Fazes bem (Tg2.19).

    Tem se argumentado que, já que os versículos 4 a 9 de Deuteronômio 6 começam comOuve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR, a Trindade estaria excluída.Contudo, nesse texto, a palavra para único é echad , que significa não um em

    isolamento, porém um em unidade.

    De fato, esse termo nunca é usado na Bíblia hebraica referindo-se a uma entidadesingular. Ele é empregado para aludir a um cacho de uvas, por exemplo, ou paramostrar que o povo de Israel respondeu como um só povo.

    Após Deus ter criado uma esposa para Adão, este disse:

    Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2.23,24

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    De novo, a palavra traduzida como uma é echad. Não se sugere que o homem e amulher se transformariam em uma única pessoa, mas uma só carne; estariam unidoscomo um só. De modo semelhante, Deus é um Deus, entretanto se manifesta em trêspessoas.

    Uma de nossas dificuldades é que não temos uma palavra adequada em nossa línguapara expressar a natureza das diferentes existências dentro da Trindade. O melhortermo de que dispomos é  pessoa, derivado da palavra latina  persona, que significa amáscara que um ator usava quando representava um personagem num drama grego.

    Todavia, quando falamos em máscara, já nos desviamos do sentido que pretendemos,pois não devemos pensar nas três pessoas concernentes a Deus como uma forma pelaqual Ele de vez em quando representa a si mesmo para os seres humanos. Esse erroem particular é conhecido como modalismo ou sabelianismo, originário do nome dohomem que popularizou a ideia na história da Igreja em meados do terceiro século.

    A palavra mais usada na língua grega era homoousios, que literalmente significa umser. No entanto, de novo, isso induz ao erro se começamos a pensar que há três seresdistintos com naturezas diferentes dentro da Trindade.

    Calvino não gostava de nenhuma dessas palavras. Ele preferia o vocábulo subsistência.Contudo, mesmo sendo provavelmente bem escolhido, o termo não transmite muitosignificado à maioria dos leitores do nosso século.

    Na verdade, a palavra  pessoa está adequada, enquanto entendemos o que queremos

    mostrar com ela. No discurso coloquial, a palavra denota um ser humano, portantoalguém que é um indivíduo único. Temos esse conceito em mente quando falamos dedespersonalizar alguém.

    Todavia, esse não é o significado da palavra como é usada em teologia. O ser existeindependente do corpo carnal. Podemos, por exemplo, perder um braço ou uma pernaem um acidente, contudo ainda seremos a mesma pessoa com todas as marcas dapersonalidade.

    Além disso, pelo menos de acordo com o ensinamento cristão, mesmo quando

    morremos e nosso corpo entra em decomposição ainda somos pessoas, pois o espírito,no qual está a vida, é eterno. Então, estamos falando de um senso de existência que seexpressa em conhecimento, sentimento e vontade.Assim, há três pessoas ou subsistências em Deus, cada uma com conhecimento,sentimento e vontade. Entretanto, mesmo considerando esse entendimento, saímosda percepção adequada, pois, no caso de Deus, conhecimento, sentimento e vontadede cada pessoa que compõe a Trindade — Pai, Filho e Espírito Santo — são idênticos.

    BOICE, James Montgomery. Fundamentos da fé cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel,2011, p. 96-98.

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO11. Explique por que a doutrina da Trindade não pode ser considerada uma doutrina

    politeísta.

    12. Leia Gn 2.23,24 e Dt 6.4-9. O que estes textos têm em comum? Comocompreendemos a Trindade a partir deles?

    13. Calvino utilizava o termo subsistência para expressar a natureza trinitária de Deus.Verifique o significado dessa palavra em um dicionário e explique como tal sentidonos ajuda a entender a Trindade.

    14. Há três pessoas ou subsistências em Deus, cada uma com conhecimento,sentimento e vontade.  Essa declaração é uma boa definição para a doutrina daTrindade? Justifique. 

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     AULA 2

     A divindade de Jesus

     A missão de Jesus

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    MÓDULO 1 / CURSO 1 - FUNDAMENTOS DA FÉ

    AULA 2 – A DIVINDADE DE JESUS / A MISSÃO DE JESUS

    A Divindade de Jesus 

    De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-

    se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e,

    achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e

    morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome

    que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que

    estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é

    o Senhor, para glória de Deus Pai  (Fp 2.5,11). 

    Cristologia, como o nome indica, é oestudo da vida de Cristo, com vistas adefinir a Sua pessoa e a Sua obra. Comrelação à Sua pessoa, procura entendera Sua divindade no que diz respeito aopapel que desempenhou desde aeternidade e o período do AntigoTestamento até a encarnação. Tentaainda explicar a união das naturezasdivina e humana naquele que era

    reconhecido pelos que com Eleconviveram como Filho de Deus e Filhodo homem (CHAVES, Gilmar Vieira. Manualde Educação Cristã. Rio de Janeiro: Central

    Gospel, 2012, p.121).

    Esboço da aula 1.  A divindade de Jesus (Cl 1.17).

      A pré-existência de Jesus: Ele já existia como o Filho de Deus antes de ternascido de Maria (Pv 30.4; Mq 5.2; Mt 2.6).

      Nasceu de uma virgem e é o Filho Eterno de Deus (Mt 1.18-25; Lc 1.31-35).Opróprio Deus se fez carne (Jo 1.1,2,14).

      Jesus chamou a si mesmo pelo nome com o qual Deus se identificava no AntigoTestamento: “Eu Sou” (Jo 8.57,58; Êx 3.13,14).

      A divindade de Jesus é a verdade central do Cristianismo (Jo 8.23,24).

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    A Missão de JesusEu vim para que tenham vida e a tenham com abundância (Jo 10.10b).

    A Cristologia também estuda a obra de Jesus, porque a nossa salvação ou perdiçãodepende de crermos ou não no Cristo crucificado (Jo 8.24; 1 Co 2.2). É fundamental,

    para quem se dedica ao ensino cristão, entender a importância da encarnação, mortee ressurreição de Cristo.

    Nestes tempos de antropocentrismo,mais do que nunca a doutrina de Cristoprecisa ser evidenciada, pois a teologiaque não for cristocêntrica não poderádeclarar a plenitude dos ensinosbíblicos (CHAVES, Gilmar Vieira. Manual deEducação Cristã. Rio de Janeiro: Central

    Gospel, 2012, p.121). 

    Afinal, como humanos, nós somostotalmente incapazes de nosredimirmos. Jesus veio ao mundoresgatar a humanidade; porque,separada de Deus, encontrava-se numasituação de decadência em razão dopecado. Esta é a essência doCristianismo: Deus alcança a

    humanidade por seu infinito amor eredime aos que creem por meio dosacrifício do seu único Filho.

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    Esboço da aula2.  Deus criou o homem a Sua própria imagem e semelhança (Gn 1.26,27).

      Ele os fez puros e santos, dando-lhes liberdade de escolha (Gn 2.15-17,25).

    3.  O pecado separou o homem de Deus (Is 59.2).

      Adão e Eva morreram espiritualmente ao se rebelarem contra a Palavra deDeus (Gn 3).

      O pecado de Adão e Eva atingiu o mundo todo. A humanidade está separadade Deus, vivendo num estado de decadência (Rm 5.12).

      Cada pessoa é culpada pelo seu pecado e está sujeita ao julgamento divino(Rm 3.19,23).

    4.  O Plano de Salvação: Jesus veio ao mundo para dar Sua vida como sacrifício pelahumanidade, para conduzi-la de volta ao Pai (1 Co 15.21,22).

      Em Cristo há perdão de pecados e salvação da morte espiritual (Mt 26.28; At

    10.43; Ef 1.7-14).  Deus colocou os pecados dos homens sobre Jesus, caracterizando a morte de

    Cristo como morte substitutiva (2 Co 5.17-21).

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    APROFUNDAMENTOS DE ESTUDOS 

    Leia, com atenção, o texto e responda às questões propostas, as quais visam aodesenvolvimento do seu aprendizado.

    Texto 1 – A Divindade de Cristo 

    Cristo era humano, mas também divino, e as Escrituras dão testemunho inequívoco deSua divindade.

    No Antigo Testamento, as profecias messiânicas apontam para um Ser divino, comolemos em Isaías 9.6:

    Um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e oseu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

    Nenhum ser humano poderia ser chamado assim.

    No Novo Testamento, temos este testemunho nos Evangelhos: No princípio, era oVerbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (Jo 1.1). Nas Epístolas,encontramos várias declarações da divindade de Cristo, como esta, do apóstolo Paulo:Cristo, que é o Deus que governa todos, seja louvado para sempre! Amém! (Rm 9.5,NTLH). No Livro de Apocalipse, Cristo declara a respeito de si mesmo: Eu sou o Alfa e oÔmega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro (22.13; cf. 1.8). 

    Além do testemunho das Escrituras, estes fatos, entre outros, evidenciam a Suadivindade:

    Ele recebia adoração Os judeus sabiam que só Deus podia ser adorado, conforme o prescrito nos DezMandamentos (Êx 20.3-5). O próprio Jesus, no episódio da tentação no deserto,declarou: Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás (Lc 4.8). No entanto, Eleaceitava adoração (Jo 5.23; 9.38). Nem mesmo os anjos aceitavam adoração (Ap19.10), e Jesus não o faria se não fosse divino.

    Ele era chamado SenhorEmbora às vezes o termo senhor, com relação a Jesus, tenha sido empregado pelo

    povo apenas como forma respeitosa de tratamento, o Novo Testamento não deixadúvidas de que Ele também era o Senhor divino, recebendo o mesmo título com o qualse designava o Iavé do Antigo Testamento. J. Rodman Williams observa:

    Há o fato ainda mais impressionante de que pelo título de Senhor — como em o Senhor Jesus Cristo — há um reconhecimento implícito de que ele é idêntico a Deus, pois sob otítulo há a transferência para Cristo de tudo o que se diz no AT a respeito do próprio Deuscomo o Senhor. Cristo é conhecido no NT como o Senhor contínuo e, portanto, Deus.(Williams, 2011, p. 275) 

    Diante do Sinédrio, Jesus afirmou ser o Filho de Deus 

    O próprio Cristo declarou a Sua divindade ao afirmar que era o Filho de Deus. Depoisque Jesus foi preso, levaram-no ao Sinédrio, e o sumo sacerdote exigiu dele umadeclaração: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. A

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    resposta de Jesus foi: Tu o disseste [expressão que é uma afirmativa] ; digo-vos, porém,que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindosobre as nuvens do céu (Mt 26.63,64; cf. Jo 10.36).

    Ele perdoava pecados 

    O povo judeu tinha a convicção de que só Deus podia perdoar pecados (Sl 103.3), eJesus surpreendeu a todos quando, diante de um paralítico, declarou: Filho, perdoadosestão os teus pecados (Mc 2.5). A reação das pessoas à Sua volta foi imediata: Por quediz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?   (v. 7). Emresposta, Jesus lhes deu a prova de que precisavam:

    Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tuacasa.

     

    Marcos 2.10,11

    O Novo Testamento não deixa dúvidas de que a Sua obra redentora é que nos garante

    o perdão dos pecados (Cl 1.13,14; Ef 2.1; Hb 10.12).

    CHAVES, Gilmar Vieira. Manual de educação cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel,2012, p. 125-127.

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    BiografiaJ. Rodman WilliamsDr. J. Rodman Williams (1918-2008), pastor presbiteriano, teólogo e educador, foiconsiderado o pai teológico do movimento de renovação carismática, do qual seoriginou a Teologia da Renovação.

    Foi ordenado pela Igreja Presbiteriana Unida (EUA) e, após dedicar-se ao ministériopastoral por alguns anos, passou a lecionar na Faculdade de Beloit (Beloit College) e noSeminário Teológico de Austin ( Austin Theological Seminary ). Através de pesquisasteológicas e de sua busca em oração, em 1965, Dr. Williams vivenciou uma experiênciapentecostal e recebeu o batismo no Espírito Santo. A partir dessa experiência, tornou-se um personagem ativo e influente no crescimento do movimento carismático nadécada de 1960, chegando a assumir a presidência da Comunhão CarismáticaPresbiteriana Internacional (International Presbyterian Charismatic Communion). Em1972, fundou e presidiu a Escola de Teologia Melodyland (Anaheim, Califórnia) e, em

    1980, passou a fazer parte do corpo docente da Universidade Regent.

    Uma de suas obras mais importantes foi Teologia da Renovação (1988-1992), umateologia sistemática completa de três volumes, a primeira publicada dentro de umaperspectiva carismática. 

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO 15. Leia e compare: Jo 3.13-18; Jo 5.17-24,30; Jo 8.48-59. Explique a divindade e a

    humanidade de Cristo com base nos textos destacados.

    16. Que fatos evidenciam a divindade de Jesus?

    17. Analise os textos bíblicos que fundamentam a resposta dada acima. 

    TEXTOS FATOS

    Mt 8.2; 15.25

    Mt 3.3; Mt 7.21-23

    Mt 16.16,17

    Mt 1.21; Lc 7.48-50; Jo 8.24; Hb 9.13-15

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    Texto 2 – Apaziguando a ira de Deus

    Dividir os ofícios do Senhor Jesus Cristo nas categorias de Profeta, Sacerdote e Rei é,aparentemente, uma forma vantajosa de dar conta de Seu ministério em um capítulointeligível. A desvantagem é que isso não mostra de maneira adequada como os váriosofícios se relacionam uns com os outros nem indica qual deles é o mais importante.

    De acordo com a Bíblia, o propósito de Jesus era morrer em nosso lugar (Mc 10.45), oque nos leva a uma discussão mais profunda sobre o significado de Seu sacrifício.Quando a questão em análise é a morte de Cristo, torna-se ainda mais difícil, para aspessoas da sociedade atual, aceitar o que foi feito por Ele na cruz como aspecto centralde Seu ministério.

    Os conceitos bíblicos centrais para a compreensão desse tema são  propiciação  eredenção, mas cada um deles é, além de difícil, ofensivo para muitos. A propiciação serelaciona ao sacrifício, por meio do qual a ira de Deus contra o pecado é aplacada. A

    redenção, por sua vez, refere-se à libertação de um escravo.

    É fácil acreditar que Deus nos salva pagando um preço por nossa redenção? Isso nãonos remete às ideias medievais que retratavam Cristo como preço do resgate pagopelo Pai ao diabo? É certo afirmar que o conceito de  propiciação está fora de moda?Podemos realmente acreditar que a ira influencia, de algum modo, a questão dasalvação? Se a resposta for sim, como pode ser que a morte de um homem, por maissignificativa que seja, possa desviar o furor divino de nós?

    Essas são perguntas que precisamos ter em mente quando começamos a analisar a

    questão da morte de Cristo. É também relevante perguntar: “o que exatamente Suamorte conquistou? E como conquistou?”

    Para responder essas perguntas examinaremos, neste texto, a ideia da propiciação e,no próximo, a da redenção.

    Propiciação: o próprio Deus aplacando Sua ira A propiciação é um conceito pouco entendido, que tem a ver com sacrifícios, visto quese refere ao que Jesus conquistou junto a Deus com Sua morte. A redenção, por suavez, está ligada ao que Cristo conquistou em relação a nós.

    Ao redimir-nos, o Cordeiro nos  libertou da escravidão do pecado. Por outro lado, ofoco da propiciação é Deus, de modo que podemos dizer: “Por meio de Sua morte,Jesus aplacou a ira do Pai contra o pecado e, assim, tornou possível ao Senhor serpropício ao Seu povo”.

    Isso requer, porém, uma explicação. Em primeiro lugar, precisamos observar que oconceito da propiciação pressupõe o conceito da ira divina. Se o pecado não provoca aira de Deus, não há necessidade de propiciá-lo, o que faz com que o significado damorte de Cristo deva, portanto, ser expresso em outras categorias.

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    Esse ponto chamaria a atenção de muitos pregadores modernos que argumentariamser precisamente por essa razão que o termo não deve ser usado ou, se for, devereceber outro significado.

    Alguém poderia dizer: “Conseguimos entender, como a ideia da propiciação seria

    adequada ao paganismo, visto que, de acordo com essa linha de pensamento,considerava-se que Deus era caprichoso, ofendia-se com facilidade e, portanto, ficavacom raiva frequentemente. Mas esse não é o retrato bíblico do Senhor. De acordo coma revelação cristã, Ele não está com raiva. Em vez disso, é amoroso e cheio de graça.Não é o Pai que está separado de nós por causa do nosso pecado, mas, na verdade,somos nós que estamos separados dele. Assim, não é Ele que deve ser propiciado, masnós mesmos”.

    Os que fazem esse tipo de argumentação seguem uma das duas linhas de pensamento:ou rejeitam completamente a ideia de propiciação, considerando sua presença na

    Bíblia como um resquício pagão de uma maneira imperfeita de pensar sobre Deus, ouentão interpretam o significado da palavra grega para propiciação não como apropiciação de Cristo da ira divina, mas sim como um encobrimento ou expiação denossa culpa pelo Seu sacrifício. Em outras palavras, eles consideram a obra voltadadiretamente ao homem em vez de em direção a Deus.

    A influência do falecido C. H. Dodd, de Cambridge, Inglaterra, acadêmico especialistanesse conceito, fez com que a palavra  propiciação fosse traduzida como expiação nostextos relevantes da versão Revised Standard Version da Bíblia (Rm 3.25; Hb 2.17; 1 Jo2.2; 4.10).

    Devemos apreciar a obra daqueles que fizeram distinção entre o conceito depropiciação pagão e o cristão, visto que, biblicamente, o Senhor não é caprichoso nemse ira facilmente, não sendo, portanto, um Deus a quem devemos propiciar, a fim demantermo-nos sob Sua boa graça. Essa visão é totalmente oposta à posição cristã, jáque, de acordo com ela, o Pai é visto como um Deus de graça e amor.

    Entretanto, por mais solidários que possamos ser com as preocupações dessesacadêmicos, não podemos ignorar a amplitude da abrangência dessa questão.

    Primeiro, não podemos nos atrever a esquecer do que a Bíblia afirma sobre a justa iradivina contra o pecado, de acordo com a qual este será punido ou em Cristo ou napessoa do pecador. Podemos sentir, devido a nossos preconceitos culturaisparticulares, que a ira e o amor do Senhor são incompatíveis. Porém, a Bíblia ensinaque Deus é justiça e amor ao mesmo tempo.

    Além disso, Sua ira não é apenas um pequeno e insignificante elemento que, dealguma forma, está junto ao Seu muito mais significativo e incrível amor. Na verdade, aira divina é o maior elemento que pode ser observado nas Escrituras, desde o

     julgamento de Deus contra o pecado no jardim do Éden até os cataclísmicos julgamentos finais registrados em Apocalipse.

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    Segundo, embora a palavra propiciação seja usada em escritos bíblicos, ela não tem amesma conotação que assume nos escritos pagãos. Em rituais pagãos, o sacrifício era omeio pelo qual as pessoas acalmavam uma divindade ofendida. No cristianismo, nuncasão as pessoas que tomam a iniciativa ou fazem o sacrifício, mas o próprio Deus que,graças ao Seu grande amor pelos pecadores, providenciou o caminho pelo qual Sua ira

    contra o pecado pudesse ser desviada. Além disso, Ele mesmo é o caminho – em Jesus.Essa é a verdadeira explicação do fato do Senhor nunca ser o objeto explícito dapropiciação nos escritos bíblicos. Ele não é mencionado como o objeto dela porque é,também, Seu sujeito, função muito mais importante. Em outras palavras, o próprioDeus aplaca Sua ira contra o pecado para que Seu amor possa receber e salvar ospecadores.

    A ideia da propiciação é mais claramente observada no sistema sacrificial do AntigoTestamento, já que, por meio do mesmo, Deus ensinou o caminho pelo qual ospecadores poderiam aproximar-se dele.

    O pecado implica a morte, como foi assinalado anteriormente. Contudo, os sacrifíciosensinam que há uma maneira de escapar dela e de aproximar-se de Deus. Outro podemorrer no lugar do pecador. Isso pode parecer assustador, até mesmo imoral, comoalguns tem injustamente afirmado, mas é isso que o sistema sacrificial ensina.

    Desse modo, o indivíduo israelita era instruído a realizar sacrifícios toda vez que seaproximava de Deus. A família deveria matar e consumir um animal em observânciaanual à Páscoa, e a nação deveria ser representada anualmente pelo sumo sacerdoteno Dia da Expiação, quando o sangue da oferta seria aspergido sobre o propiciatório daarca da aliança dentro do Santo dos Santos do templo judaico. Ao final desse processo,Jesus surgiu como a oferta que tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).

    A progressão é essa: um sacrifício por uma pessoa, por uma família, por uma nação,pelo mundo. O caminho para a presença de Deus está, agora, aberto a qualquer umque queira vir ao Senhor, fato simbolizado, na morte de Cristo, pelo rasgar do véu queseparava o Santo dos Santos do resto do templo.

    BOICE, James Montgomery. Fundamentos da fé cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel,2011, p. 270-272. 

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    BiografiaC. H. DoddNascido em 07 de abril de 1884, no País de Gales (Reino Unido), Charles Harold Doddfoi um teólogo protestante e um estudioso do Novo Testamento. Dodd estudou naUniversidade de Oxford e, depois de formado, foi para Berlim (Alemanha), onde

    recebeu a influência de Adolf Harnack, teólogo alemão e historiador do Cristianismo.

    Ele ficou conhecido pela sua teoria chamada escatologia realizada, que trouxe umanova perspectiva sobre as referências que Jesus fez acerca do Reino de Deus,atribuindo-lhes um significado presente, em vez de uma conotação escatológicafutura.

    Foi ordenado ministro Congregacional, em 1912. Terminou sua carreira comoprofessor de teologia na Universidade de Oxford (1915), Manchester (1930) eCambridge (1935). A partir de 1950, dirigiu o grupo de tradutores da Nova Bíblia em

    Inglês (The New English Bible).

    Faleceu em 21 de setembro de 1973.

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO 18. Por que a questão da propiciação é um problema para a sociedade atual? 

    19. Com suas palavras, explique o conceito de propiciação. 

    20. No texto, encontramos a seguinte afirmação:  A Bíblia ensina que Deus é justiça eamor ao mesmo tempo. Como podemos explicar isso?

    21. Diferencie o significado do termo propiciação na cultura cristã da sua conotação nopaganismo. 

    22. Todo israelita deveria realizar um sacrifício ao aproximar-se de Deus. Houve umsacrifício que substituiu todos, durante a observância anual da Páscoa. Quesacrifício foi esse e quem foi a oferta?

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    23. Como se deu a progressão do sistema sacrificial?

    24. Segundo o texto de abertura  A Missão de Jesus, responda: nesses tempos deantropocentrismo, o ser humano terá alguma possibilidade de redimir a si mesmo?Escreva o que você entendeu a respeito da essência do Cristianismo.

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    Texto 3 – Integralmente pago

    As palavras redenção e Redentor  estão entre as mais preciosas do vocabulário cristão,embora não sejam as mais usadas quando falamos do ministério de Cristo, visto que émais comum referirmo-nos a Ele como Salvador e, muitas vezes, como Senhor. Masessas palavras falam-nos diretamente sobre o que Jesus Cristo fez para a nossa

    salvação e qual foi o custo para que Ele o fizesse.

    No início deste século, B. B. Warfield fez um discurso para os alunos novos no qualchamava a atenção para o fato de o título Redentor   transmitir uma revelaçãoprofunda. Ele escreveu assim: 

    A palavra Redentor  não apenas expressa que recebemos a salvação de Jesus, mas tambémreflete nossa apreciação pelo preço que lhe custou alcançá-la para nós. Denomina,especificamente, o Cristo da cruz. Sempre que a pronunciamos, visualizamos a cruz diantede nossos olhos, e nosso coração é inundado com a preciosa lembrança de que nãoapenas Cristo nos deu a salvação, mas de que Ele pagou um alto preço por ela (Warfield,

    1970, p. 325). 

    Resgatar: alforriar O estudo lexical de resgatar  não nos dá um significado teológico amplo. De qualquerforma, voltamo-nos agora para as três doutrinas cruciais inerentes a ele.

    A primeira doutrina diz respeito ao estado original do homem que não tinha pecado.Nesse estado, o primeiro homem e a primeira mulher eram livres, com uma liberdadeprópria dos seres criados. Eles estavam em comunhão com Deus.

    Redenção significa que devemos ser comprados e levados de volta ao estado no qualestávamos antes disso. Aqui, é claro, o cristianismo contraria a opinião dominante dohomem em nossos dias: a de que ele está galgando gradualmente seu caminho, apartir de um começo menos perfeito ou até mesmo impessoal. A popularidade dessavisão contemporânea reside na ausência de culpa pelo pecado cometido, que nos levaa crer que a humanidade é para ser louvada sendo, na verdade, salvadora de simesma.

    Por outro lado, a visão bíblica acerca do significado da palavra redenção, assim comode outros termos, é que, de fato, decaímos de um estado melhor e, então, somosculpados, daí nossa necessidade de um Salvador. Na verdade, nossa culpa é tão grandee tão imensa nossa queda que nenhum outro, a não ser Deus, pode salvar-nos.

    A segunda maior doutrina relacionada à ideia bíblica de redenção é a Queda, como jáfoi sugerido. Existe um paralelo entre as formas pelas quais uma pessoa poderiatornar-se escrava antigamente e como, na Bíblia, alguém pode ser consideradoescravo do pecado.

    [...]

    Na Antiguidade, era possível nascer escravo. Da mesma forma, está escrito que todos,

    desde Adão, nasceram no pecado. Davi escreveu: Eis que em iniquidade fui formado, eem pecado me concebeu minha mãe (Sl 51.5).

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    Davi não quis dizer que a mãe dele estava vivendo em pecado quando o concebeu ouque havia algo errado em relação ao ato da concepção em si. Ele quis dizer que nuncahouve um momento em sua existência em que estivesse livre do pecado, visto queherdou essa natureza pecaminosa de seus pais, assim como eles a herdaram dos pais

    deles.

    Além disso, um indivíduo poderia tornar-se escravo ao ser conquistado, e a Bíblia serefere às pessoas dominadas pelo pecado. Davi escreveu sobre  pecados intencionais eorou para que estes não tivessem domínio sobre ele (Sl 19.13).

    A última possibilidade, de tornar-se escravo por causa de dívidas, é sugerida porRomanos 6.23a, texto no qual está escrito que o salário do pecado é a morte. Aexpressão não significa que o pecado é recompensado, a não ser de forma irônica, massim que este é uma dívida que apenas a morte do pecador pode pagar. Os conceitos

    de um estado original perfeito e uma subsequente queda são importantes para a ideiaexpressa pela palavra redenção, mas ainda não representam a ideia principal.

    O cerne da questão está na terceira doutrina chave relacionada à redenção. Emboratenhamos caído em desesperadora escravidão por causa do pecado, e sejamoscontrolados por ele, como um tirano cruel, Cristo comprou nossa libertação porintermédio de Seu sangue. Ele pagou o preço para que pudéssemos ser livres.

    BOICE, James Montgomery. Fundamentos da fé cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel,2011, p.278, 282-283.

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    BiografiaBenjamin Breckinridge WarfieldPertencente a uma família rica, Benjamin Warfield nasceu em 05 de novembro de1851, em Kentucky. Por pouco tempo serviu como pastor adjunto da Primeira IgrejaPresbiteriana de Baltimore (EUA), quando tornou-se instrutor do Seminário Teológico

    Ocidental (Western Theological Seminary ), agora chamado de Seminário Teológico dePittsburgh (Pittsburgh Theological Seminary ). Em 1879, foi ordenado sacerdote e, em1887, nomeado para o Seminário Teológico de Princeton, onde serviu por 34 anos.

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    QUESTÕES PARA REFLEXÃO DO TEXTO 25. Explique o conceito de redenção. 

    26. Qual a importância do significado das palavras redenção  e Redentor   para acompreensão do ministério de Cristo? 

    27. Por que, conforme o texto adverte, o cristianismo contraria a opinião dominantedo homem em nossos dias? 

    28. O que Davi quis dizer quando escreveu: Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe (Sl 51.5)?

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    29. Quais doutrinas estão relacionadas à ideia bíblica de redenção? Comente cada umadelas.

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    Texto 4 – A doutrina fundamental da ressurreição

    O que é mais importante para a teologia cristã: a morte de Jesus Cristo ou Suaressurreição? Não há resposta para essa pergunta. Embora a principal missão de Jesustenha sido morrer pelos pecados da humanidade, não podemos desconsiderar aimportância histórica da ressurreição como evidência para as afirmações que Ele fizera

    a respeito de Sua identidade como Messias e Filho de Deus. Foi apenas por causa daressurreição que o evangelho da cruz pôde ser entendido e, então, preservado etransmitido ao longo dos séculos, até que chegasse a nós.

    A importância da ressurreição é percebida desde os primeiros momentos da era cristã.De certa forma, os discípulos sempre creram em Jesus como o Cristo. Um exemplodessa imatura, mas genuína, fé foi o testemunho de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho doDeus vivo (Mt 16.16b). Entretanto, a fé dos seguidores de Jesus foi profundamenteabalada pela crucificação, ao ponto de fazer com que eles, imediatamente depois damorte do Cordeiro, abandonassem tudo e retornassem para o lugar de onde tinham

    vindo.

    O mesmo Pedro que, no Evangelho de Mateus, havia afirmado com total segurançaque Jesus era o Cristo acabou negando-o três vezes na noite em que Ele foi preso,ainda antes da crucificação. Embora tivessem acreditado na pregação de Jesus, Seusdiscípulos não foram fortes o suficiente para continuarem crendo em Sua identidadecomo Messias depois de testemunharem a prisão e a morte dele. Todavia, três diasdepois da ressurreição, eles tiveram a fé fortalecida, e saíram para anunciar oevangelho do Salvador que havia vencido a morte.

    A morte e a ressurreição de Jesus foram o cerne da mensagem de Seus seguidores. Ele já tinha revelado aos discípulos o que aconteceria na noite da ressurreição, a fim deprepará-los por meio da Palavra:

    Então, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assimestá escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e, ao terceiro dia, ressuscitasse dosmortos; e, em seu nome, se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, emtodas as nações, começando por Jerusalém. E dessas coisas sois vós testemunhas. Lucas24.45-48

    Mais tarde, Paulo descreveu a natureza simples da pregação apostólica, dizendo quehavia transmitido aos coríntios apenas o que ele próprio havia recebido:

    Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia,segundo as Escrituras, e que foi visto por Cefas e depois pelos doze. Depois, foi visto, umavez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns jádormem também. Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos e, porderradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo. 1 Coríntios 15.3-8

    Em Atos 2.27, Pedro afirmou que Davi fizera, no versículo 10 do Salmo 16, menção àressurreição de Cristo: Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás queo teu Santo veja corrupção. 

    Outros pregadores do Novo Testamento fizeram a mesma coisa. De acordo commuitos estudiosos contemporâneos das primeiras pregações, a morte e a ressurreição

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    de Cristo sempre estiveram no centro da mensagem anunciada pelos apóstolos (Dodd,The Apostolic Preaching and its Developments, p.x).

    A ressurreição provou que Jesus Cristo é quem Ele alegou ser e que cumpriu o quealegou ter vindo a terra para realizar. O evangelista Reuben A. Torrey disse: “A

    ressurreição de Jesus Cristo é o Gibraltar das evidências cristãs, o Waterloo dainfidelidade”. Ela é a base histórica sobre a qual todas as demais doutrinas cristãsestão edificadas e diante da qual todas as dúvidas devem fracassar.

    Se é mesmo possível mostrar que Jesus de Nazaré ressuscitou dentre os mortos, comoalegam as Escrituras, então a fé cristã se baseia sobre um fundamento sóli