FLORES NOTURNASFLORES NOTURNASFLORES NOTURNASFLORES NOTURNAS

POESIASPOESIASPOESIASPOESIAS

MARQUINHOS LEALMARQUINHOS LEALMARQUINHOS LEALMARQUINHOS LEAL

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Copyright©by Marquinhos Leal 2009

Concepção de capa: Edwy Costa

Projeto Gráfico: Yago Alves

1.Poesia Brasileira

Todos os direitos reservados ao autor

Protegidos pela Lei Nº 9610/98

EDA Escritório de Direitos Autorais

Biblioteca Nacional – RJ

Contatos

Site: http://www.marquinhosleal.recantodasletras.com.br Email e Orkut: amipoyesis@gmail.com (94) 8157- 4979

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Agradecimentos

A Deus,

a família,

aos amigos,

e

a todos que mesmo sem saber contribuíram para o andamento desta obra.

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Dedicatória

A todos os poetas, filósofos e amantes das artes e do conhecimento.

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Apresentação

No mundo atual com tanta correria, temos a impressão de que tudo tem que ser rápido, prático e eficiente. Parece que não há espaço para a poesia. Não se estimula a transformação de palavras em emoção. O resultado está ai, poesia é coisa de meninas, todo poeta é louco, e outras babaquices do gênero.

Felizmente, sempre pinta alguém para carregar a bandeira poética. Ainda bem! Agora vejo poesias que querem saltar, correr, e agora correm pelos campos em páginas editadas. Poesias cheias de vigor, poesias de um lutador, sonhador que soube combinar a dor com o êxtase.

Marcos , Poeta que age enquanto muitos estão parados e enquanto o mundo dorme, ficas acordado para cuidar da chama do candeeiro que ilumina os caminhos da história, para que a memória não fique no escuro, assim é possível esculpir o presente e figurar o futuro. Marcos nosso poeta em formação, já é flor, mesmo em botão querendo agarrar as cores.

Que a sua poesia tenha longa vida. Boa leitura!

Amibel Poetisa

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Sumário

Às vezes brigo com Deus......................................10 Erótika ..................................................................12 Existencial ............................................................13 Ontem ...................................................................15 Fanatismo .............................................................16 Lua .......................................................................17 Flores ....................................................................18 Sentinus ................................................................20 Jesus salva, o álcool alivia ...................................21 Rubiácea ...............................................................23 I don´t want to go to heaven..................................27 Devaneios .............................................................28 Poeta .....................................................................30 Manhãs .................................................................32 Depois da chuva....................................................33 Fuga ......................................................................31 O ser e o nada.......................................................32 Por que tem que ser assim.....................................34 E já são tantas Marias-sem-vergonhas..................35 Reencarnação .......................................................37 Flores ...................................................................39 Esse nó na garganta .............................................40 Amigos .................................................................42 E eu não sou romântico.........................................45 Trovador ..............................................................47 Amibel ..................................................................48 Quero um Viagra...................................................49 Rotina....................................................................50

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A volta do surfista prateado..................................51 Delírius ................................................................53 Eu mim mesmo.....................................................55 Klímax..................................................................56 Alienação .............................................................58 Morte ...................................................................59

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ÀS VEZES BRIGO COM DEUS Dos 20 aos 30 Ainda se é meio criança Dos 30 aos 40 As coisas vão ficando mais claras Dos 40 aos 50 A maturidade chega Sobre o jovem que você foi Dos 50 aos 60 Obtêm-se o controle Sobre o homem Que você é Aí, é claro, são horas de abandonar a escola A prisão diária de seres humanos Em locais diminutos a cada entardecer O trânsito agitado de minhas idéias me atordoam, Deus ! Vida e morte Amor e ódio Alegria e tristeza Solidão Estranhos que a maré une e desune Como a chuva que se converte em neve

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Depois em gelo E finalmente De novo em água E mistura-se com o barro das ruas Qual é o papel exato de cada um? Crer ou não crer? Meu coração bate muito depressa E minhas intenções anteriores Sem que se perceba de onde vêm Vão caindo uma a uma Num poço sem fim Aniquiladas por uma coisa chamada Necessidade! Seria esse o sentido da vida? A frustração de hoje gera a energia de amanhã; O golpe de ontem; a experiência do presente. Odiamos despedidas Apesar de nossas vidas Está repleto delas!

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ERÓTIKA

“O teu umbigo é taça redonda, a que não falta bebida; o 333333teu ventre é monte de trigo, cercado de lírios.”

Cânticos 7: 2

A visão de ti sentada Com as pernas cruzadas Sob uma minúscula

Saia jeans

Atiça desejos Contidos Instintos Selvagens Em mim

Quando o sexo Entre tuas pernas Endurece o meu

Minha pupila dilata A mente embaraça O coração dispara

Respiração ofegante E nesse instante Entre tu e eu

Me sinto eterno, infinito

Ser possante Zeus

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EXISTENCIAL Em sua eterna Densa E constante Solidão A liberdade de sua Imaginação Tinha um efeito Embriagador Se pudesse Escolher Entre viver e sonhar Escolheria os sonhos Abrasaria assim O calor dos dias O vazio da vida A companhia Inseparável Da dor Mas a vida real Sempre chega Portanto Lute Grite Rebele-se

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Se inflame Xingue Se preciso for Pois se você Não desejar Tudo que quer Com paixão Dificilmente Alguém lhe dará Algo Só pelos seus Olhos úmidos!

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ONTEM

“Quando eu era criança todos me perguntavam o que eu iria ser quando crescesse;

Hoje já não me perguntam mais, mas se perguntassem, com certeza eu diria: quero ser

criança!”

Fernando Sabino

Ontem choveu E Deus sabe o quanto adoro a chuva Muito mais quando ela vem à noite O vento O friozinho São carinhos Não são açoites O tilintar dos pingos As gotinhas caindo... Minha mãe terra Fica toda feliz É a promessa de vida ressurgindo! O céu ficou todo escuro nessa hora As nuvens foram sumindo A lua desapareceu Mas logo logo veio ressurgindo Linda maravilhosa Luzindo luzindo Que espetáculo Deus nos deu!

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FANATISMO

-Venha a nossa igreja e aceite Jesus

-Não estou preparado ainda

-Não?!!!

-Não! - Nunca matei...nunca roubei...

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LUA

Lua lua lua

Por que me carregas pras noites

Pros bares pra rua

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FLORES NOTURNAS Eu sinto flores noturnas Que me ferem a pele No crepúsculo da lua Numa imagem turva Da dor do dia-a-dia E me fazem sonhar Que não tem Se quer perfume... Posso sentir a brisa fria Cheiro de mato Hálito de regatos Semisombras Me escondo Enfim Tenho poucos amigos... Me escondo da luz Do som Do mundo Notívago Vampiro Fecho os olhos Sinto a escuridão O silêncio... Não penso...

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... Sou Feliz Assim.

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SENTINUS

Eu também quero um amor maior

Uma razão para viver

Um bom livro pra ler

Uma droga para enlouquecer

Eu tenho

Eu quero

Eu preciso

viver

Transar

Te ter

Amar

Respirar

Você.

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JESUS SALVA, O ÁLCOOL ALIVIA

“Daí bebida forte aos que perecem e vinho, aos amargurados de espírito; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza, e de suas fadigas não se lembrem mais.”

Provérbios 31: 06

Bebo mesmo Todos os dias Assim vou matando A sede aos poucos E não caio na tentação De feito um louco Beber tudo d’uma vez Bebo mesmo De preferência skol Se não tiver pode ser Brahma A boa ou nova skin Até mesmo um bom vinho Se estiver bem geladinho Será bem vindo sim Um whisky De vez em quando é bom Pra esquentar a garganta Principalmente pra quem canta E precisa entrar no clima

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Mas eu bebo mesmo É porque gosto Adoro farras noites e violão É nessas horas que meu coração e mente em brasas Assim como se tivessem asas Levam-me pra junto de Deus A alma de um torto poeta Precisa às vezes de festa Já que de dor o mundo está cheio Por isso música Bebida e amor Fazem parte de um cantor de verdade Que engravidado de sonhos Anseia por paz vida e liberdade

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RUBIÁCEA Minha quinta à tarde é triste São tristes minhas quintas à tarde Você não vem E quando você não vem Tudo é sem graça O tempo parece que não passa Fico a te esperar Na esperança de que você em breve chegue Corro e olho em volta Passeio a vista pelos corredores Vejo o portão Olho as salas Nada Droga tinha me esquecido Hoje é quinta e você não virá Só me resta então imaginar Te vejo com as crianças Agora és mãe Aquele pede esse chora O marido abusa A mãe liga A pia entupida A panela queimou A empregada faltou

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Faltou minha regra Eu tô atrasada A água foi embora Eu tô ferrada Eu mato essa empregada Vão se a puta que pariu Mas hoje não é quinta Hoje você vem Meu coração ansioso Tic-tac nervoso fico a te esperar Mas ainda é cedo Deve estar no banho A essa altura a água já voltou A roupa a um canto largada No corpo só a toalha Vou te imaginar A porta se abre se fecha Diante do espelho Um olhar pensativo Perdido distante Já não é o mesmo de antes Também não vou chorar Pensa no marido O que está fazendo a essa hora Um jeito nos cabelos Se ajeita para o espelho Uma pose Uma careta

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Um sorriso Uma gargalhada É eu dou pro gasto Pendura a toalha A torneira O chuveiro A água A janela A luz multicores O corpo dourado A água O sabonete A espuma A deslizar pelo corpo Olha a hora É hora da escola Hoje você vem E quando você vem Meu Deus quando você vem É maravilhoso É a mesma coisa e não é a mesma coisa É diferente quando você vem Tudo se alegra Meu peito acelera O teu sorriso me acalma Teu olhar me fascina Minh’alma viaja Parece que já te conhece a tanto tempo

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A porta se abre Entramos todos sorrindo A sala se ilumina Dividimos tarefas e vamos à luta A meninada nos espera Que bom que hoje não é quinta-feira Você veio Vou te ver a tarde inteira Bom te ver Prazer te conhecer Que orgulho ser teu amigo

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I DON´T WANT TO GO TO

HEAVEN

Os que me falam de Deus

Me mostram um ditador

Inquestionável

Os que me falam de Deus

Querem duas coisas

Meu dinheiro que não é muito

E minha liberdade

Que é inegociável!

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DEVANEIOS As lágrimas agora que se fazem chuva Pois já não existe amor Palavra que me enlouquece Toda vez que a falo Em minha face Em meu coração Em meus olhos E até em meu caminhar Só se expressa um desejo Desejo inexplicável de gritar Voar atravessar um oceano inteiro E me deparar apenas com matas e bichos Seria melhor assim? Viver num inferno cercado por animais Que se dizem racionais E eu os conheço muito bem Que rasgam que ferem E estraçalham tudo que vêem Malditos sejam até que tudo se acabe Vou enlouquecer sei disso Mas vou viver o último dia Como se fosse só um começo Sou filho da luz pra ela vou voltar

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Sou encarnação que veio cumprir O que não havia entendido Ferir ser ferido Passar pela vida de muitos E deixar meu rastro Sou criança Sou homem Espírito fiel Dividido no mundo Vivendo de sonhos De pão e de fel

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POETA Um monstro ensandecido De mil bocas Olhos e sentidos Amados por uns Por outros odiados E esquecidos Das bocas saem palavras Palavrões e idéias Livros e histórias De infernos e glórias De lutas de suor e de sangue Tantas bocas tantas palavras A serem ditas mal-ditas Não ditas Faladas pensadas Esquecidas Palavras que saem Como bolhas de sabão Alegres coloridas Dando sentido à vida Preenchendo vazios Numa imensa explosão Bicho esquisito Olhos pra tudo que é lado Olhos pra ver Compreender

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Intuir descrever Desvelar Viver assim entre alegrias e dores Entre rios de cores Entre palavras A tinta e o papel

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MANHÃS Ver sem se preocupar Sentir sem compreender Simplesmente crer Observar Amar O ar puro da manhã O vento fresco A brisa fria Tocar no rosto O friozinho que se sente Arrepia a pele E tira suspiros da gente Como no primeiro dia da nossa chegada A essa terra A nossa casa A esse mundo Há nas manhãs Sempre algo de novo Deve ser um pedido de socorro Da alma Da simplicidade Do coração

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DEPOIS DA CHUVA Depois da chuva É só sair na chapada Procurando pequi Sentir o cheiro de terra De mato de relva Tão simples assim Reclamas se faz sol Se chover vai ser o fim Mas que povo embrulhado Estamos sempre emburrados Antes não era assim Tomar banho de riacho De chuva ou cachoeira Andar sem eira nem beira Há quanto tempo Esquecemos de viver?

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POR QUE TEM QUE SER ASSIM? Não consigo cumprir normas Não consigo cumprir horário Não aceito ser doutrinado Não aceito ser acorrentado Já nos bastam os grilhões Dessa vida sem sentido De que nos valem os louros De vivermos oprimidos Ah mas vou lutar Até a última gota de sangue Por que de suor é que não vai ser Não serei burro de carga Para os outros “enriquecer” Sou estranho e esquisito Indisciplinado e torto Um tipo raro e não quisto Melhor ser assim e ser livre A ser como esses patifes Ah mas um dia encontrarei A verdade a que busco E enfim me livrarei Deste planeta doido e caduco

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E JÁ SÃO TANTAS MARIAS- SEM-VERGONHAS Maria sem vergonha De andar descalça na chuva De tirar goiaba no pé Andar a cavalo escanchada De brincar com a molecada E não esquecer quem é Maria sem vergonha Do seu corpo e pensamento Um misto de beleza Força e encanto Em casa no trabalho Em qualquer canto Maria que enfrenta os tormentos Maria adiantada pro seu tempo Maria sem vergonha De sentir prazer chorar e sorrir De criar os filhos Lutar pelo que é seu E não apenas consentir Vendo o teu exemplo Dá até vontade de seguir Maria sem vergonha De sonhar

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De sangrar Batalhar Amar Dizer o que quer Maria que se pinta e ama Louca varrida na cama Linda, meiga e forte Maria sem vergonha Sem vergonha De ser mulher.

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REENCARNAÇÃO Quanto tempo procurando Um lugar um ser um quê Pra me encontrar ser feliz E não apenas sofrer Quanto tempo procurando um lugar Eu e você Um cantinho de paz Ser feliz nada mais E ter você Existe um lugar Só não sei onde ele está Pode ser aqui Pode ser aí Junto com você Este lugar Pode ser onde estou Pode ser agora Pode ser depois Será que já passou? Às vezes Me encontro perdido Em pensamentos Procurando entender Será quem eu fui Quem será que eu sou E o que virá depois

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Tento ser feliz com o que tenho E até que é bom Mas mesmo assim Alguma coisa em mim Quer sempre algo mais.

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FLORES

Raiva - urtigas Revolta - cravos

Rebeldia - espada-de-são-jorge Raios – espinhos

Relâmpagos – cactos Relampejam - mandacarus

Revelam – crisântemos Redizem – violetas Refazem – flor-de-lis Rebuscam - onze - horas Relances – margaridas Revoadas – lírios

Reviravoltas – flor-do-campo Renasço-bromelhas Resurjo-flor-da-india Refeito-musgos

Revitalizado – vitória – régia Rejuvenescido – lótus Ressuscitado – rosas Régia – perfumes Razão - cores

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ESSE NÓ NA GARGANTA

“No Piauí de cada 100 crianças que nascem. 78 morrem antes de completar 08 anos de idade...” Ferreira Gullar

Queria saber escrever Queria poder escrever Mas mesmo que eu Não possa e não saiba Escrevo mesmo assim Queria saber falar Queria poder escrever Mas mesmo sem poder falar Mesmo não sabendo escrever Falo e escrevo O que muitas vezes Nem sei dizer Entendeu? Você entendeu sim Queria poder falar mais Mas falar mais É coisa séria Posso não ser entendido Posso não ser bem querido Melhor deixar assim no abstrato Solto nas entrelinhas

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Leve Free Subentendido

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AMIGOS Os cavaleiros do apocalipse Queríamos acabar Destruir Mudar Reconstruir tudo Acreditávamos em sonhos e paixões Afinal éramos jovens Tínhamos a força A inteligência e “todo tempo do mundo” Tínhamos a música Idéias e planos Podíamos tudo Afinal éramos tão jovens E os jovens podem tudo O tempo foi passando A vida tomou rumos diferentes Derrubaram o muro de Berlim Bloquearam o dinheiro da gente Acabou-se a guerra fria As bandas que ouvíamos todo dia Nossos heróis morreram de overdose ...e de AIDS Mas ainda podemos amar e transar todo dia

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Éramos filhos Hoje temos filhos As ruas por onde passo Já não me conhecem mais Jacuba é parque das águas Namoro agora é só ficar Será que já faz tanto tempo assim “Será...” Tudo muda O tempo A tudo consome Tudo desgasta Tudo destrói O tempo E agora Para onde vou Mas mesmo assim Alguma coisa aqui dentro Quietinha Escondida Silenciosa Insiste em me dizer A todo instante Não acabou Éramos tão jovens Éramos mais que isso

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Tínhamos uma turma Tínhamos idéias Tínhamos um tempo Tínhamos um sonho Quer saber Acho que nunca desisti de vez Fazer a diferença pôrra Mesmo que isso seja foda!

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E EU NÃO SOU ROMÂNTICO? Uma criança E uma mulher Sorrindo É lindo Aliás As duas são lindas Pensando bem As duas são eternas crianças E são lindas A mulher nos dá colo Quando somos crianças Nos dá dengo Quando somos homens A mulher nos dá tudo Nos dá a vida Amor carinho e abrigo Somos homens Bebês Amantes E amigos Somos tão dependentes Frágeis Bobos E carentes

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O que seria de nós se não fossem as distintas? A mulher é o sol Primavera Calor Loucura Desejo Amor O verão com suas luzes Alegrias e cores Pensando melhor todas São flores O problema são os espinhos!

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TROVADOR O poeta é um fingidor Uma Duas Três caras talvez Assim foi Pessoa Bom mentir eu minto muito Fingir a mais da conta Será que é isso Bem... Talvez seja isso Talvez eu seja poeta também

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AMIBEL

Todos tinham pais heróis E mães brilhantes Mas eles só tinham A dura realidade E no mundo real Os amigos tornam-se Ilusões Cabeça órfã de fantasias Os olhos repletos do reflexo Das estrelas de outros céus Os sapatos cheios da poeira De outras estradas Cidades fascinantes Pessoas distantes Desconhecidas/conhecidas Mil histórias na memória E aquela sensação De andar em círculos Sem ir à parte alguma Só que eles conheciam o universo!

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QUERO UM VIAGRA

Um Viagra!

Um Viagra!

Um Pramil!

Pra levantar a cabeça

A moral

A esperança

De um povo sofrido

Cansado

E lesado

Que se chama Brasil!

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ROTINA A semana chegou E com ela todo o seu encargo É só trabalho trabalho E baixos salários Uma eterna rotina É mais uma folga Que termina São horas de ir A farra acabou Acabou o feriado O final de semana É hora de arregaçar As mangas e partir pra luta Pro sol pra labuta Afinal a vida do pobre Sempre foi essa Entra governo E sai governo E nada muda Continue sempre a remar Pois se você parar Será muito pior!

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A VOLTA DO SURFISTA PRATEADO

O surfista prateado voltou E com ele aqueles olhos vermelhos A visão turva A alma negra Do sereno das noites Das lutas e açoites Das madrugadas frias Dos sonhos e fantasias Ele quer viver Vem Vem ver quem chegou! Trago-te rosas e flores Luzes e cores Esperanças Um sorriso aberto e amigo Sofrimento e dor?! Hoje não. Esquece-os Deixa-os apenas comigo. Deixa-os pra lá!!! Hoje não...

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Sou diamante, luz, cor e energia Hoje não... Hoje já não me podem tocar!

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DELÍRIUS

Eu ouço estrelas tenho medo da solidão como tocar o céu se os meus pés estão presos ao chão Eu entro em êxtase não tenho como explicar A caminho do céu eu me perdi a bíblia é o melhor livro que eu já li humano e de fábulas Aos incultos o cristianismo é o ósculo sagrado toda religião é uma forma de atraso e o que é que eu tenho a ver com isso? Existe um Deus que eu não sei explicar No silêncio do quarto Não em igrejas Nem religião Buscai e achareis pedi e vos será dado batei e as portas se abrirão Conhece-te a ti mesmo

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Não em igrejas não em filosofias nem religião È no silêncio do quarto em teu coração

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EU MIM MESMO

Tentei eliminar defeitos

Quase fui preso por falsidade ideológica

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KLIMAX

Eu quero de novo sentir Libido e desejo Beijos molhados Corpos suados

Amor Paixão Tesão Pecado

Me deixar fluir

Amor adolescente Louco

Inconseqüente

Em pé e na rua Sob a luz da lua Eu quero sentir

De novo...e...de...novo Eu quero sentir...

O sangue pulsando A cabeça girando

Girando Girando Girando

Carrossel de energia Romance e magia

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Eu quero de novo E de novo e de novo

Todo Prazer Sentir

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ALIENAÇÃO

- Semana que vem vou me aposentar, – trabalhei

nesta empresa durante 40 anos!

- Meus pêsames! Não sabia que você havia morrido

há tanto tempo!

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MORTE

A vida é tão pouca

A vida é tão parca

Quero experimentar um pouco de tudo

Antes que eu parta.