1 forum rede de tecnologias sosciais - cuaderno textos base

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    Caderno de textosCaderno de textosCaderno de textosCaderno de textosCaderno de textos

    base para discussesbase para discussesbase para discussesbase para discussesbase para discusses

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    ndice

    Objetivos do Frum............................................................................ 4

    Um breve histrico da RTS................................................................. 5

    Articulaes em torno de uma idia..................................................................5

    O lanamento da Rede........................................................................................6

    Rede em Ao.......................................................................................................6

    Em busca de um enfoque tecnolgico para a incluso/ excluso..... 9

    Tecnologia Social: uma idia com uma intencionalidade................................ 9

    Tecnologia e contexto scio-econmico........................................................11

    Os vrios olhares sobre a questo tecnolgica..............................................11

    Porque a Tecnologia Social necessria?........................................................12

    Encaminhamentos para o debate......................................................15

    Textos para discusso nos Grupos de Trabalho................................18

    Tecnologia Social, a RTS e as Polticas Pblicas............................................19

    Tecnologia Social e Gerao de trabalho e renda..........................................24

    Dinmica e Estratgia da Rede de Tecnologia Social....................................27

    Indicaes de leitura..........................................................................31

    Anotaes.......................................................................................... 33

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    I FrumNacional da Rede de Tecnologia Social -Textos base para discusso

    Objetivos do FrumObjetivos do FrumObjetivos do FrumObjetivos do FrumObjetivos do Frum

    O objetivo do I Frum Nacional da Rede de Tecnologia Social realizar umareflexo coletiva sobre as formas de articulao, ao e disseminao da TS, discu-tindo principalmente temas como:

    Fortalecer a identidade da RTS

    Indicar propostas de estratgia para a Rede Debater formas de ampliar a difuso e a reaplicao detecnologias sociais

    Construir mecanismos de interao da RTS Compartilhar conhecimentos e experincias acerca de

    tecnologias sociais

    O resultado do I Frum dever ser a elaborao de um documento que renapropostas de aes a serem empreendidas pelos integrantes da Rede. Assim, o Frum

    deve ajudar a construir uma agenda de sustentabilidade da RTS para os prximosanos.

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    I FrumNacional da Rede de Tecnologia Social -Textos base para discusso

    Um breve histrico da RTSUm breve histrico da RTSUm breve histrico da RTSUm breve histrico da RTSUm breve histrico da RTS

    Para contextualizao das discusses, trazemos aqui um breve histrico daRede de Tecnologia Social (RTS). Mais detalhes sobre a histria dos debates e doseventos relatados abaixo podem ser encontrados no site www.rts.org.br.

    A idia de criar uma Rede de Tecnologia Social surgiu de constataes co-

    muns a muitas das instituies que trabalham com fomento tecnolgico e com oapoio a projetos sociais no Pas. Essas instituies notaram que as experincias desucesso ficavam restritas a algumas localidades e eram marcadas por aes que pos-suam poucas conexes entre si e acabavam resultando na pulverizao de recursos.Assim, a construo de articulao e integrao entre atores pblicos e privados,governamentais e no-governamentais, nacionais e internacionais surgiu comoprincipal proposta de atuao da RTS.

    A Rede de Tecnologia Social pretende contribuir para a promoo da incluso

    social, influenciando na elaborao de polticas pblicas, fomentando e articulandoos diversos agentes de desenvolvimento atravs de aes complementares e susten-tveis. Ela uma proposta de organizao coletiva que viabilize a democratizaode solues tecnolgicas para o desenvolvimento sustentvel.

    Articulaes em torno de uma idia

    O primeiro encontro que discutiu a idia de articulao em torno da TecnologiaSocial aconteceu em julho de 2004, em Braslia. A partir deste momento, at olanamento oficial da RTS, em abril de 2005, participaram das discusses institui-es governamentais, organizaes da sociedade civil, professores e pesquisadoresde universidades e institutos de pesquisa.

    O principal momento de discusso da proposta de rede foi a 1 ConfernciaInternacional e Mostra de Tecnologia Social. Realizada em So Paulo em novembro

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    A RTS UMAPROPOSTADEORGANIZAO

    COLETIVAQUEVIABILIZE

    ADEMOCRATIZAODESOLUES

    TECNOLGICASPARAAINCLUSOSOCIALEO

    DESENVOLVIMENTO

    SUSTENTVEL

    de 2004, ela possibilitou o conhecimento pblico daproposta de criao da Rede e permitiu a incorpora-o de um nmero maior de atores ao processo.Durante trs dias estiveram reunidas cerca de 400pessoas, em mesas-redondas e outras atividades, paradiscutir conceitos e apresentar propostas deoperacionalizao da Rede que viria a se formar. Naoportunidade foi lanado o livro Tecnologia Social:uma estratgia para o desenvolvimento, que reneartigos de alguns dos participantes da Rede, e reali-zada uma Mostra de Tecnologia Social, que permitiuaos visitantes conhecer experincias concretas de TS.

    O lanamento da Rede deTecnologia Social

    O lanamento da RTS aconteceu em 14 de abril de 2005, em Braslia, e contounovamente com a participao de organizaes de governo, da sociedade civil, deuniversidades e de empresas. Contudo, de forma muito mais articulada e organiza-da, fruto de alguns meses de debates e participao ampla.

    Desde o incio das discusses, houve consenso que a RTS deveria ser umarede de ao e no apenas de articulao. Por isso, o ato do lanamento formalizouo Documento Constitutivo que vinha sendo discutido nos meses anteriores. Tam-bm foi firmado o compromisso da instalao de uma Secretaria Executiva e daconstruo de um Plano de Ao no prazo de sessenta dias. As despesas relativas execuo desses compromissos foram assumidas pelas instituies mantenedoras.

    A rede em Ao

    Aps o seu lanamento, os trabalhos se concentraram na interconexo dosintegrantes atravs do desenvolvimento do Portal e no estmulo reaplicao de TS.Por isso, as principais atividades se organizaram em difuso e reaplicao, com a

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    inteno de que cada vez mais instituies e polti-cas pblicas se integrem RTS e passem a traba-lhar com a lgica de Tecnologia Social.

    Na difuso, as primeiras aes foram a distri-buio de dez mil exemplares do livro lanado na1 Conferncia, a criao do Portal da RTS e doinformativo eletrnico Notcias da Rede, que temperiodicidade quinzenal. Tambm foi aberta a pos-sibilidade de adeso Rede atravs do Portal. Ou-tra ao de divulgao foi a presena em eventosde temas relacionados ao trabalho da Rede, em di-

    versas regies brasileiras.1

    Alm disso, foram realizadas duas Oficinas Regionais da RTS em 2006, a daAmaznia Legal, em Blem-PA e a do Nordeste Semi-rido em Recife-PE, quepermitiram a divulgao do conceito de TS e da Rede nestas regies, trouxeramdiversas contribuies para a construo do Frum Nacional e fortaleceram o sen-timento de pertencimento Rede, por parte das instituies presentes.

    Para a reaplicao, a estratgia constituda foi definir foco e territrios onde seconcentraria a ao dos parceiros financiadores. A idia que a concentrao do

    financiamento em determinados espaos potencializaria o efeito da ao e dos re-cursos aplicados por cada um. Isto geraria um efeito demonstrao para outrasinstituies e para o poder pblico que poderiam adotar as TS como poltica pbli-ca, dando maior escala do que a Rede seria capaz.

    O foco definido foi o de gerao de trabalho e renda, pois este um aspectoarticulador de outras dimenses do desenvolvimento social. Os territrios defini-dos foram aqueles reconhecidamente mais afetados pela situao de excluso social:Semi-rido e vale do So Francisco, Amaznia e Periferias de grandes centros urba-nos.

    As aes realizadas pela Rede de Tecnologia Social. No binio 2005/ 2006, aRTS apoiaram a reaplicao de Tecnologia Social capaz de gerar trabalho e renda.As instituies mantenedoras da Rede investiram inicialmente R$ 52 milhes eminiciativas nos territrios.

    O PROPSITODAREDEDETECNOLOGIASOCIAL

    CONTRIBUIRPARAA

    PROMOODODESENVOLVIMENTO

    SUSTENTVEL, PORMEIODADIFUSOEDA

    REAPLICAOEMESCALADETECNOLOGIASSOCIAIS

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    Estas aes foram resultado das discusses com as uma grande diversidade deinstituies, especialmente das organizaes articuladoras de rede, com represen-tantes das comunidades onde a tecnologia social seria reaplicada. As deliberaespara aplicao dos recursos foi feita pelo Comit Coordenador institudo no lana-mento da RTS. Este Comit tem a seguinte composio: oito mantenedores: Caixa,Finep, Fundao Banco do Brasil, Petrobrs, Ministrio da Cincia e Tecnologia,Ministrio de Desenvolvimento Social, Ministrio da Integrao Nacional, Petrobrse Sebrae; por quatro instituies articuladoras de redes sociais, ASA, ABONG, GTAe Instituto Ethos e por uma instituio representando as universidades - Frum dePr-reitores de Extenso das Universidades Pblicas Brasileiras.

    Os mantenedores so responsveis por zelar pelos fundamentos da Rede e

    garantir sua infra-estrutura (Portal, Comit Coordenador, Secretaria Executiva,Frum Nacional e regionais, Conferncia Internacional), assim como investir recur-sos na reaplicao de TS.

    O processo acima descrito representou avanos inditos, apesar de algunsproblemas e imperfeies. Hoje a Rede conta com cerca de 430 integrantes. A rea-lizao do Frum Nacional da RTS mais um passo importante neste processo deconstruo contnua da Rede.

    Nos prximos itens passaremos discusso conceitual de Tecnologia Social e

    sua articulao com os temas de Gerao de Trabalho e Renda e de Polticas Pbli-cas. Ao final discutiremos dinmicas e estratgias para utilizar todo o potencial dotrabalho em rede na construo de solues para o principal problema social brasi-leiro: a excluso.

    1 Alguns dos eventos onde a RTS esteve presente foram Expo Brasil Desenvolvimento Local,Fortaleza/CE 2005, Conferncia Nacional do Instituto Ethos, So Paulo, 2005 e 2006, lanamentoda ONG Vida Amiga, Lajeado/ RS 2006, lanamento do Laboratrio de Tecnologias Sociais da MataEscura, Salvador/ BA 2005, no Congresso Iberoamericano de Extenso Universitria, Rio de Janei-ro/ RJ, 2005, Encontro Nacional do Forproex, Porto Seguro/BA, 2006, Congresso Brasileiro deExtenso Universitria (CBEU), Florianpolis/ SC, 2006, Conferncia Nacional de Cincia eTecnologia, Brasilia/ DF 2005, Encontro Nacional de Agroecologia, Recife/PE 2006, Frum SocialMundial, Caracas, Venezuela - 2006, VI Encontro Nacional da ASA, Crato/ CE, 2006.

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    Em busca de um enfoqueEm busca de um enfoqueEm busca de um enfoqueEm busca de um enfoqueEm busca de um enfoquetecnolgico para a incluso/tecnolgico para a incluso/tecnolgico para a incluso/tecnolgico para a incluso/tecnolgico para a incluso/

    exclusoexclusoexclusoexclusoexcluso

    Tecnologia Social: uma idiacom uma intencionalidade

    Tecnologia Social (TS) definida pela RTS como produtos, tcnicas e/oumetodologias reaplicveis, desenvolvidas na interao com a comunidade e que re-presentem efetivas solues de transformao social.

    Essa definio foi acordada aps as primeiras reunies e encontros da RTS.

    No entanto, para compreender em profundidade a TS, preciso destacar os doisplanos nos quais ela se realiza.

    H um plano conceitual, em que a idia de Tecnologia Social expressa umaconcepo de interveno social que inclusiva em todos os seus momentos, e hum plano material, no qual cada Tecnologia Social desenvolvida e difundida deacordo com as possibilidades e limitaes de cada comunidade ou local.

    No plano conceitual, a Tecnologia Social prope uma forma participativa deconstruir o conhecimento, de fazer cincia e tecnologia. Prope uma alternativa de

    interveno na sociedade, que aponte para o desenvolvimento no sentido amplodesta palavra, de realizao das possibilidades do ser humano.

    No plano material, as experincias esto aplicando a idia de TS na constru-o de solues para questes sociais variadas. a experincia levada a cabo noplano material que demonstra a viabilidade e eficcia da TS como conceito e cria abase de uma nova concepo de interveno social.

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    Finalmente, na interao constante e indis-pensvel entre os planos material e conceitual quea TS se desenvolve.

    Apesar da existncia desses dois planos, a idiade TS (plano conceitual) geralmente percebida deforma intuitiva. A maior parte das pessoas no chegaao tema pelo caminho da reflexo terica, mas apartir da vivncia e/ ou sensibilizao para o temada excluso social. Chegam em busca de aes quepossam promover a incluso por meio da aplicaodo conhecimento cientfico-tecnolgico.

    No entanto, para que a idia de TS concretizesua inteno de incluso, fundamental pensar almdo uso de tecnologias para atender a demandas so-ciais especficas. necessrio um enfoque que en-tenda a questo da excluso/ incluso a partir dopapel desempenhado pela tecnologia.

    atravs desse enfoque tecnolgico que se pode perceber como a tecnologiaque conhecemos (Tecnologia Convencional) incorpora na sua construo os valo-

    res e interesses relacionados ao sistema scio-econmico em que vivemos; o que atorna, quase sempre, uma geradora de excluso.

    Mas esse enfoque mostra tambm que uma tecnologia que, desde sua concep-o incorpore valores alternativos e envolva os atores sociais interessados, poderpromover a incluso. O entendimento de que as tecnologias no so simples ferra-mentas neutras, mas construes sociais que possuem caractersticas influenciadaspelos valores e interesses presentes no ambiente em que so concebidas, um ele-mento importante da proposta da Tecnologia Social.

    Exemplos do passado mostram como tentativas de desenvolvimento e difu-so de tecnologias alternativas podem falhar em seus objetivos de transformaosocial quando no so embasadas num enfoque tecnolgico como o que se esboouacima. Nos anos 70, houve uma proliferao de defensores de tecnologias diferen-tes das convencionais, que integraram o movimento da chamada Tecnologia Apro-priada (TA). Essas tecnologias tentavam se diferenciar daquelas consideradas de

    PARAQUEAIDIADETSCONCRETIZESUA

    INTENODEINCLUSO,

    FUNDAMENTALPENSARALMDOUSODE

    TECNOLOGIASPARAFINALIDADESSOCIAIS.

    NECESSRIOQUEOPONTODEPARTIDASEJA

    UMENFOQUEQUEAPRESENTEAQUESTOEXCLUSO/INCLUSOA

    PARTIRDOPAPELDESEMPENHADOPELA

    TECNOLOGIA

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    uso intensivo de capital e insumos sintticos e poupadoras de mo-de-obra, produ-zidas nos paises desenvolvidos. Mas as Tecnologias Apropriadas foram desenvolvi-das com base em uma viso neutra da tecnologia, que no percebia seu carter deconstruo social. Como se o conhecimento pudesse ser "ofertado" por uns e "de-mandado" por outros, sem o envolvimento dos atores sociais interessados na con-cepo da tecnologia. A partir da dcada de 80, esse movimento no foi capaz defazer frente expanso do pensamento neoliberal.

    Tecnologia e contexto scio-econmico

    No momento que estamos vivendo, os programas compensatrios de inclu-so social mediante o gasto pblico no esto demonstrando capacidade de estimu-lar o aumento da gerao de emprego para a populao mais pobre. Embora atransferncia de recursos para os beneficirios desses programas gere um efeitopositivo de ativao da cadeia de consumo, o crescimento necessrio da produopara satisfazer o aumento da demanda no implica no crescimento correspondenteda oferta de emprego.

    Isto se deve, em grande parte, ao desenvolvimento e utilizao de TecnologiaConvencional que fazem com que o aumento da produtividade do trabalho leve aum crescimento econmico sem necessidade de gerao de empregos. Quando seobserva este cenrio fica claro que as questes que envolvem o desenvolvimentoeconmico, gerao de renda e incluso social devem passar necessariamente pelaquesto da tecnologia.

    Os vrios olhares sobre a questotecnolgica

    O aumento das desigualdades scio-econmicas, provocado em grande partepela precarizao das condies de trabalho nas ultimas dcadas, foi acompanhadodo surgimento de grupos que lutam pela construo de um pensamento contra-hegemnico, ou seja, que buscam alternativas ao modelo neoliberal. Essas tentati-

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    vas so evidenciadas em movimentaes globais, como o Frum Social Mundial,que reuniu ao longo das ltimas edies vertentes ideolgicas que lutam por umasociedade diferente e possvel nas diversas regies do globo.

    Alguns desses grupos contra-hegemnicos enxergam na tecnologia uma alia-da para mudana da sociedade, apontando a incluso digital e a difuso das tecnologiasexistentes como caminhos para uma sociedade scio-ambientalmente justa e sus-tentvel. Outros, reconhecem na tecnologia uma inimiga que tem sido usada pelaselites para dominao do trabalhador e manuteno das desigualdades sociais.

    Essas duas posies, ao exaltar ou rechaar por completo a produo de co-nhecimento cientfico e tecnolgico, acabam ignorando um ponto crucial no enten-dimento da prpria natureza do conhecimento e, em conseqncia, da forma como

    ele se relaciona com a sociedade. Isto , o fato de existirem valores sociais e interes-ses econmicos embutidos no conhecimento cientfico e tecnolgico.

    E preciso ressaltar ainda que a simples aplicao do controle social no uso doconhecimento no suficiente para garantir que este seja utilizado para incluso.Valores e interesses, j esto presentes no ambiente em que o conhecimento gera-do, ou seja, no basta haver tica na utilizao do conhecimento.

    Porque a Tecnologia Social necessria?

    Para alguns, a tecnologia, mesmo sendo produzida em um contexto especfi-co, como por exemplo, para atender as necessidades das empresas, poderia ser uti-lizada para objetivos distintos como o de promover a incluso social. Nesta visoinstrumental e neutra da tecnologia o caminho para reduzir as desigualdades sociaispassaria apenas pela apropriao e adaptao de tecnologias j existentes. Para osque partilham dessa viso, os meios, ou seja, a produo de conhecimento e os finsde incluso social no esto conectados no processo de desenvolvimento tecnolgico.Como se a questo tecnologia e incluso no fosse afetada pelos valores embutidosnesse processo.

    justamente nesse ponto que reside o primeiro desafio no desenvolvimentoda TS: o desafio de pensar e desenvolver tecnologias que incorporem, da concep-

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    o aplicao, uma intencionalidade de incluso social e desenvolvimento susten-tvel.

    Assim, o primeiro passo para entender a TS abandonar a viso instrumentale neutra da tecnologia. No existe tecnologia neutra, ela construda incorporandovalores e interesses. Cada tecnologia definida localmente e de acordo com o con-texto pela relao particular da tecnologia com a sociedade, assim, todo projetotecnolgico eminentemente poltico.

    A Tecnologia Convencional (TC) incorpora caractersticas como:

    - segmentada: no permite controle do produtor direto

    - alienante: no utiliza potencial do produtor direto- hierarquizada: demanda a figura do proprietrio, do che-

    fe, etc- maximiza a produtividade emrelao mo-de-obra

    ocupada- possui padres orientados pelo mercado externo de alta

    renda e para grandes empresas dos pases ricos

    O segundo passo, entender que se essa tecnologia socialmente construda,

    a Tecnologia Convencional no a nica possvel de existir. Os atores sociais - eaqui entendemos como atores-chave os formuladores de polticas pblicas, comu-nidade cientfica e movimentos sociais - podem partir de novos pressupostos paraatingir objetivos distintos aos da TC. Essa a proposta da TS, o desenvolvimento edisseminao de uma tecnologia que incorpore caractersticas como:

    - adaptada a pequenos produtores e consumidores de baixopoder econmico

    - no promovedora do controle, segmentao,hierarquizao e dominao nas relaes patro-empregado

    - orientada para o mercado interno de massa- incentivadora do potencial e da criatividade do produtor

    direto e dos usurios- capaz de viabilizar economicamente os empreendimentos

    como, cooperativas populares, incubadoras e pequenas empresas

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    As caractersticas acima mostram porque a Tecnologia Convencional excludente. Mostram tambm que a Tecnologia Social resultado de um processoque se caracteriza pela introduo de valores - como construo compartilhada doconhecimento, distribuio de renda e sustentabilidade.

    A TS surge como uma crtica a TC e de uma percepo, mesmo que ainda noprecisamente formulada, da necessidade de um enfoque tecnolgico para a questoda incluso/ excluso social. importante ressaltar ainda, que as caractersticas daTC expostas acima mostram que esse tipo de tecnologia atende prioritariamente aogrande capital financeiro, no atendendo as necessidades de empreendimentos comocooperativas populares, associaes de trabalhadores e fbricas recuperadas.

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    Encaminhamentos para o debateEncaminhamentos para o debateEncaminhamentos para o debateEncaminhamentos para o debateEncaminhamentos para o debate

    Discutimos at aqui porque as aes relacionadas TS no devem partir daidia equivocada de que as tecnologias podem ser simplesmente apropriadas poratores com interesses e valores distintos daqueles para os quais elas foram geradas.Se o objetivo for produzir uma mudana efetiva no contexto social, econmico epoltico esses novos interesses e valores devem ser introduzidos nos ambientes onde

    se d o desenvolvimento da C&T e o reprojetamento da Tecnologia Convencional.So nesses ambientes, impregnados com novos valores, que a TS deve ser gerada.

    Como introduzir novos valores e interesses na produo deComo introduzir novos valores e interesses na produo deComo introduzir novos valores e interesses na produo deComo introduzir novos valores e interesses na produo deComo introduzir novos valores e interesses na produo detecnologia?tecnologia?tecnologia?tecnologia?tecnologia?

    Outro aspecto que pode induzir a equvocos ao pensar a TS, se relaciona idia de oferta e demanda de conhecimento e, portanto, de cincia e tecnologia.

    Segundo a viso convencional, a tecnologia resulta da aplicao, nas empresas, doconhecimento cientfico gerado nas universidades e institutos de pesquisa. Haveria,portanto, uma oferta de conhecimento, produzido num local, que seria demanda-do em outro. O processo que leva a produo de novas tecnologias (inovao) seriao resultado de um processo linear que se iniciaria na formao de recursos huma-nos e na realizao de pesquisa bsica.

    Essa viso foi superada e hoje se entende que a inovao s pode ocorrer nobojo de um processo que, desde o incio, fomente a interao entre os atores nela

    interessados. A constituio de um novo artefato tecnolgico acontece em funode mltiplos critrios: cientficos, tcnicos, financeiros, mercadolgicos e culturais.No obedece a lgica nica da eficincia tcnica, uma construo social compostapor diversos valores; uma negociao social.

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    Como promover a participao de diferentes atores sociais naComo promover a participao de diferentes atores sociais naComo promover a participao de diferentes atores sociais naComo promover a participao de diferentes atores sociais naComo promover a participao de diferentes atores sociais naconstruo e no apenas na utilizao do conhecimentoconstruo e no apenas na utilizao do conhecimentoconstruo e no apenas na utilizao do conhecimentoconstruo e no apenas na utilizao do conhecimentoconstruo e no apenas na utilizao do conhecimentocientfico-tecnolgico?cientfico-tecnolgico?cientfico-tecnolgico?cientfico-tecnolgico?cientfico-tecnolgico?

    Outra questo que tem sido debatida na RTS a idia de que a reaplicaolevaria a um problema semelhante ao que dificultou o fortalecimento do movimentoda Tecnologia Apropriada. A sndrome da prateleira de solues oferecidas, masnunca utilizadas. Estas solues nunca foram utilizadas porque no surgiram dainterao dos atores - oferentes e demandantes interessados na gerao da TS.

    No estgio atual da RTS, existe uma preocupao central com a reaplicaodas tecnologias para gerar solues em escala. Contudo, este ainda um enfoque

    baseado na idia de oferta e demanda, uma lgica focada na resoluo de pro-blemas especficos que pode gerar resultados limitados. Superar esse estgio supeque os atores atualmente envolvidos com a pesquisa cientfica e tecnolgica, e dis-postos a se transformarem em oferentes de conhecimento relacionado TS, se-jam estimulados e apoiados a se relacionar com os potenciais demandantes. Poisso estes que iro utilizar a TS para viabilizar seus empreendimentos e tornar-seprotagonistas de seu processo de incluso social. Faz-se necessrio portanto, a ela-borao de polticas pblicas abrangentes que sejam capazes de integrar atores,interesses, ambientes, culturas, etc, at agora desconectados.

    Como incluir a TS na agenda de polticas pblicas e ampliar aComo incluir a TS na agenda de polticas pblicas e ampliar aComo incluir a TS na agenda de polticas pblicas e ampliar aComo incluir a TS na agenda de polticas pblicas e ampliar aComo incluir a TS na agenda de polticas pblicas e ampliar aparticipao dos atores-chave na RTS, tornando-aparticipao dos atores-chave na RTS, tornando-aparticipao dos atores-chave na RTS, tornando-aparticipao dos atores-chave na RTS, tornando-aparticipao dos atores-chave na RTS, tornando-asustentvel?sustentvel?sustentvel?sustentvel?sustentvel?

    Como tornar a poltica social do Estado, nos nveis federal,Como tornar a poltica social do Estado, nos nveis federal,Como tornar a poltica social do Estado, nos nveis federal,Como tornar a poltica social do Estado, nos nveis federal,Como tornar a poltica social do Estado, nos nveis federal,estadual e municipal permevel as contribuies daestadual e municipal permevel as contribuies daestadual e municipal permevel as contribuies daestadual e municipal permevel as contribuies daestadual e municipal permevel as contribuies da

    Tecnologia Social?Tecnologia Social?Tecnologia Social?Tecnologia Social?Tecnologia Social?

    Como interferir na poltica cientfica e tecnolgica brasileiraComo interferir na poltica cientfica e tecnolgica brasileiraComo interferir na poltica cientfica e tecnolgica brasileiraComo interferir na poltica cientfica e tecnolgica brasileiraComo interferir na poltica cientfica e tecnolgica brasileirapara que esta volte grande parte dos seus esforos para aspara que esta volte grande parte dos seus esforos para aspara que esta volte grande parte dos seus esforos para aspara que esta volte grande parte dos seus esforos para aspara que esta volte grande parte dos seus esforos para asquestes de incluso social fundamentais para o Brasil?questes de incluso social fundamentais para o Brasil?questes de incluso social fundamentais para o Brasil?questes de incluso social fundamentais para o Brasil?questes de incluso social fundamentais para o Brasil?

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    I FrumNacional da Rede de Tecnologia Social -Textos base para discusso

    As atividades deste I Frum Nacional da RTS tm a possibilidade ir alm dadiscusso sobre o desenvolvimento de tecnologias reaplicveis e refletir sobre aesque tornem aplicvel o conceito de TS como alternativa Tecnologia Convencio-nal.

    fundamental que sejam discutidos os aspectos e as caractersticas que de-vem estar presentes num novo modo de conceber tecnologia. Um modo compat-vel com o desenvolvimento scio-ambiental sustentvel, a incluso social, a geraocompartilhada de conhecimento e o atendimento das necessidades da populaodos locais onde elas so geradas.

    Tendo como referncia as questes colocadas acima, a inteno que os de-bates realizados no I Frum Nacional da RTS ajudem a construir a dinmica de

    funcionamento da Rede, as estratgias de ao e de aprofundamento da articulaode seus integrantes.

    Pretende-se, especialmente atravs dos trabalhos em grupo, organizar a con-tribuio dos integrantes da RTS para tornar sua dinmica cada vez mais participativa.Dessa forma, ser possvel definir estratgias que faam a Rede atingir seus objeti-vos a partir de um processo que seja crescentemente democrtico, formador deconscincia crtica e que admita o protagonismo e diversidade dos atores. Avanosneste sentido foram conseguidos, mas ainda preciso avanar mais.

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    Textos para discusso nosTextos para discusso nosTextos para discusso nosTextos para discusso nosTextos para discusso nosGrupos de TrabalhoGrupos de TrabalhoGrupos de TrabalhoGrupos de TrabalhoGrupos de Trabalho

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    Tecnologia Social, a RTS e asTecnologia Social, a RTS e asTecnologia Social, a RTS e asTecnologia Social, a RTS e asTecnologia Social, a RTS e asPolticas PblicasPolticas PblicasPolticas PblicasPolticas PblicasPolticas Pblicas

    O objetivo deste texto aprofundar uma idia, apontada em outra partedeste documento, relativa necessidade de estabelecer uma relao de mo duplaentre a Tecnologia Social (TS) e as polticas pblicas, de modo que a prpria TS

    possa se converter em uma poltica pblica.Mas o que so polticas pblicas? O que devemos entender quando se fala em

    TS e numa poltica pblica para a promoo de TS? Qual a relao entre polticaspblicas e TS?

    Sobre a primeira questo, podemos dizer que as polticas pblicas so resul-tado de um processo de tomada de deciso que tem o Estado, enquanto conjuntode instituies e leis, como ator central. A elaborao de polticas pblicas envolvetrs momentos principais: formulao, implementao e avaliao. Para que a pol-tica pblica seja democrtica, indispensvel que os diversos atores sociais, comoos Movimentos Sociais e as Instituies de Ensino e Pesquisa, participem desseprocesso.

    Passemos agora nossa segunda pergunta (o que devemos entender quandose fala em TS e numa poltica pblica para a promoo de TS?). A tecnologia, enten-dida como um bem pblico cuja promoo resulta de polticas pblicas, financiadascom recursos pblicos, deve ter como funo suprir as necessidades da populao.

    Deve voltar-se para atender dimenso humana do desenvolvimento e aos interes-ses coletivos, garantindo, de maneira sustentvel, uma melhor qualidade de vida,tanto presente como futura.

    Sabemos que nem todas as tecnologias que resultam da formulao eimplementao da poltica pblica de C&T atendem a esses requisitos. Na verdade,elas so uma exceo, que denominamos TS. Uma tecnologia que, em essncia,prioriza as dimenses humana e social.

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    Em oposio, chamamos neste texto de Tecnologia Convencional (TC) aquelaque tem resultado da poltica de C&T convencional. Isto , a poltica que vem sen-do formulada pelos atores que possuem mais poder de conformao da agendadecisria (e que no se beneficiam economicamente dos resultados de suaimplementao), tende a contribuir para a excluso social. Apesar de financiadacom recursos pblicos, essa poltica est orientada por um modelo normativo einstitucional baseado na idia de que a C&T, para chegar sociedade, deve "passarpela empresa". Isto , que deve ser adequada e apropriada por um tipo de organiza-o da produo e do trabalho que possui na empresa privada sua materializao. uma poltica de C&T, portanto, que privilegia um tipo de tecnologia (a TC) que produzida num contexto marcado pela desigualdade, explorao e alienao dostrabalhadores e usurios, hierarquizao e controle das relaes de trabalho, etc. ,

    portanto, uma poltica que aprofunda e perpetua essas relaes sociais, tpicas docontexto no qual produzida.

    Tratemos, agora, de nossa terceira questo (Qual a relao entre polticas p-blicas e TS?). Quando tratamos de polticas pblicas associadas questo datecnologia social, nossa terceira questo, estamos falando basicamente de dois tiposde poltica: as polticas pblicas de incluso social e as polticas pblicas de cincia etecnologia.

    No que se refere s polticas pblicas de incluso social, o que se observa que a questo cientfica e tecnolgica raramente includa no processo de sua ela-borao. Essa atitude, de no compreenso de que as polticas sociais podem sercontempladas por um enfoque da cincia e da tecnologia, est associada a duaspercepes.

    Em primeiro lugar, os atores envolvidos com a elaborao das polticas soci-ais muitas vezes no consideram cincia e tecnologia como elementos importantesno sentido de promover a incluso social. Em segundo lugar, os atores que de fato

    contemplam cincia e tecnologia como importantes para a incluso socialfreqentemente compartilham das vises da neutralidade da cincia e dodeterminismo tecnolgico. Para esses atores, qualquer que seja o problema social aser enfrentado, a tecnologia empregada em sua resoluo deve ser a convencional.

    A utilizao de tecnologias alternativas, que valorizam formas de conheci-mento que no apenas o cientfico (como o conhecimento tradicional) e que con-

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    templam as especificidades locais, coloca-se como uma estratgia de desenvolvi-mento sustentvel e de incluso social extremamente interessante. Contudo, ainda pouco explorada.

    Com base nessa reflexo, parece ser uma estratgia inadequada apoiar naTecnologia Convencional, produzida e utilizada pela empresa privada, a expectativade mudanas sociais significativas. No basta, assim, utilizar a tecnologia existentepara fins distintos, procurando dar a ela um direcionamento "social", uma vez que aTecnologia Convencional , por suas prprias caractersticas, excludente. Assim, preciso adotar, nas polticas de incluso social, um enfoque tecnolgico que partada tecnologia para a compreenso dos problemas sociais e para a proposio desolues para eles.

    Nesse sentido, as polticas pblicas de cincia e tecnologia aparecem comoimportantes polticas-meio para as polticas-fim de incluso social. No entanto, aspolticas de cincia e tecnologia adotadas no Brasil tm se voltado timidamente paraos problemas sociais existentes no Pas.

    Dois fatores fundamentais contribuem para esse quadro. O primeiro a visode grande parte da sociedade e dos atores governamentais de que a cincia neutrae de que a tecnologia segue um caminho predeterminado pelos fatores tcnicos eindependente das escolhas sociais. O segundo fator a imitao de modelos de

    polticas dos pases desenvolvidos, que se mostram inadequados ao contexto brasi-leiro, uma vez que essas duas realidades so muito distintas.

    As polticas pblicas de cincia e tecnologia tm como objetivo principal in-centivar o desenvolvimento brasileiro a partir do estmulo gerao de tecnologianacional. Porm, os caminhos adotados so encontrados nas experincias de outrospases, que, todavia, possuem uma realidade bastante distinta.

    Esse comportamento imitativo no recente. Ele decorre, sobretudo, da con-

    dio perifrica qual o Brasil est submetido. Alm disso, as reformas neoliberaispelas quais o Pas passou ao longo da dcada de 1990 acentuaram ainda mais essecomportamento.

    Exemplos dessa postura imitativa podem ser associados, ainda que de formatalvez demasiado sinttica, ao foco na inovao e na competitividade (baseado naconcepo determinista-tecnolgica de que o "avano" da tecnologia - a TC, obvi-amente - ir solucionar todos os problemas da sociedade); aos arranjos institucionais

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    adotados para estimular o surgimento dessas inovaes (como os parques e plostecnolgicos); e ao foco na alta tecnologia, que decorre da percepo de que atrajetria da tecnologia linear, inexorvel e universal e de que sua incorporao aotecido produtivo nacional, alm de trivial, a nica forma de alcanar o desenvolvi-mento. Essa atitude, que preside a formulao da Poltica de C&T e que buscavincular o desenvolvimento cientfico e tecnolgico nacional quele dos pases decapitalismo avanado, implica a difuso da idia - e sua aceitao generalizada - deque no h outro caminho a ser trilhado que no o da TC.

    essencial a superao da percepo de neutralidade da cincia e dedeterminismo tecnolgico e da idia de que possvel replicar com xito as experi-ncias e modelos dos pases desenvolvidos. Com a superao dessa viso, podemos

    formular polticas pblicas mais adequadas realidade brasileira e s mudanas so-ciais pretendidas e que estejam orientadas pela concepo de Tecnologia Social.

    Para que isso ocorra, fundamental a promoo de uma ampla discussosobre a adoo do enfoque tecnolgico para a incluso social. Essas discussesdevem envolver trs grupos de atores: o governo; os movimentos sociais; e a comu-nidade de pesquisa (universidades e institutos pblicos de pesquisa).

    Mas como seriam, ento, as polticas pblicas de incluso social orientadaspelo conceito e estratgia da Tecnologia Social? Para construir uma sociedade dife-

    rente, com uma tecnologia diferente, no seria necessria a adoo de polticas tam-bm diferentes? A resposta para essas perguntas parece ser afirmativa.

    O processo de elaborao das polticas pblicas, tanto de incluso social quantode cincia e tecnologia, deve incluir os interesses, os valores e os objetivos de cadaum dos atores envolvidos no processo.

    Nesse sentido, a idia de montar uma rede de atores a iniciativa mais impor-tante no campo da TS, porque ela rene e organiza as iniciativas que permaneciam

    dispersas, isoladas e sobrepostas. Essa rede deve facilitar a troca de informaes epermitir a estruturao de suportes que podem ser decisivos ao esforo de consoli-dao do movimento da TS.

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    Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:

    Quais estratgias a RTS pode utilizar para estimular a adooQuais estratgias a RTS pode utilizar para estimular a adooQuais estratgias a RTS pode utilizar para estimular a adooQuais estratgias a RTS pode utilizar para estimular a adooQuais estratgias a RTS pode utilizar para estimular a adoo

    de TS como poltica pblica?de TS como poltica pblica?de TS como poltica pblica?de TS como poltica pblica?de TS como poltica pblica?

    Que caractersticas deve ter uma TS para que possa serQue caractersticas deve ter uma TS para que possa serQue caractersticas deve ter uma TS para que possa serQue caractersticas deve ter uma TS para que possa serQue caractersticas deve ter uma TS para que possa sertransformada em objeto de poltica pblica?transformada em objeto de poltica pblica?transformada em objeto de poltica pblica?transformada em objeto de poltica pblica?transformada em objeto de poltica pblica?

    Como inserir o tema da TS na agenda poltica para que ela seComo inserir o tema da TS na agenda poltica para que ela seComo inserir o tema da TS na agenda poltica para que ela seComo inserir o tema da TS na agenda poltica para que ela seComo inserir o tema da TS na agenda poltica para que ela setorne uma poltica pblica?torne uma poltica pblica?torne uma poltica pblica?torne uma poltica pblica?torne uma poltica pblica?

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    Tecnologia Social e Gerao deTecnologia Social e Gerao deTecnologia Social e Gerao deTecnologia Social e Gerao deTecnologia Social e Gerao detrabalho e rendatrabalho e rendatrabalho e rendatrabalho e rendatrabalho e renda

    O objetivo deste texto dar suporte s discusses sobre o papel que aTecnologia Social (TS) pode desempenhar na gerao de trabalho e renda. Ele partedos conceitos desenvolvidos em outras partes deste documento e argumenta que o

    papel diferenciado que a TS pode desempenhar um processo de gerao de traba-lho e renda emancipatrio, por isso sustentvel.

    To importante quanto a gerao de trabalho e renda a articulao da pro-posta da TS com um modelo de desenvolvimento inclusivo, que leve em considera-o as diversas dimenses do desenvolvimento (econmica, social, ambiental etc.)na direo de uma sociedade sustentvel.

    Na maioria das vezes, as aes e as polticas pblicas de incluso social noconseguem ser emancipatrias. Isto , geram incluso por meio da transferncia derecursos para os mais pobres, mas no garantem a manuteno do seu nvel derenda na ausncia da poltica. Isso porque no se consegue gerar atividades produ-tivas que incluam de forma permanente a faixa da populao beneficiada por essasaes e polticas. No se gera trabalho, apenas renda, por isso no se propicia adesejada emancipao. Caso no se promova a TS, no se gerar trabalho sustent-vel, apenas renda. E, por isso, alm de no se propiciar a desejada emancipao, seestar comprometendo a prpria manuteno das polticas e promovendo aesmeramente compensatrias.

    A TS tem um papel diferenciado nesse desafio por ter como fundamentos:

    - Uma nova forma de conceber solues tecnolgicas, baseada naproduo de conhecimento coma participao dos trabalhadores;- Novas formas de organizao do trabalho e da produo combase no potencial e na criatividade dos trabalhadores (produtor eusurio direto) e nas especificidades locais.

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    Esses fundamentos possibilitam aos trabalhadores a gerao de sua prpriaoportunidade de trabalho e a sustentabilidade do processo na gerao da renda e dotrabalho.

    Merece destaque o processo participativo promovido pela TS. Para gerar tra-balho e renda de forma sustentvel, os trabalhadores precisam participar do proces-so de concepo da TS e devem ter suas demandas e/ ou seus problemas contem-plados nas solues tecnolgicas concebidas. Se a tecnologia for desenvolvida den-tro das universidades e institutos pblicos de pesquisa, sem a participao dos mai-ores interessados - os trabalhadores -, essa tecnologia tender a reproduzir a exclu-so que as polticas de gerao de trabalho e renda visam a combater.

    De forma crescente, a Tecnologia Convencional (TC) impede o acesso dostrabalhadores economia formal. O emprego formal, definido como contrataocom registro em Carteira de Trabalho e com garantia de direitos, tem crescido ataxas pequenas. O aumento da produtividade (medida pela relao entre o produtoe a quantidade de mo-de-obra empregada) resultante da introduo da TC leva aum aumento da produo que economiza trabalho humano.

    A TC, tal como comentado em outra parte deste documento, no adequadapara a incluso social. Seu carter excludente uma caracterstica relacionada ao

    contexto econmico-social e aos valores e interesses predominantes no ambienteem que produzida. A produo de tecnologia no possui um sentido nico ou,como muitos insistem em fazer crer, determinado pela forma como se desenvolve oconhecimento cientfico. Ela sempre um fenmeno relacional resultante de umgrande nmero de elementos de natureza muito variada. A tecnologia o resultadodas relaes que possuem entre si os atores que a desenvolvem e com o entorno emque ela produzida e utilizada.

    Tecnologias so relaes sociais que se materializam em mquinas, equipa-

    mentos, processos, formas organizacionais; em artefatos socialmente construdosque influenciam a vida cotidiana e condicionam nossas prticas e atitudes coletivas.Da porque a TS no pode deixar de ser percebida como uma proposta que apontapara mudanas de prticas e atitudes.

    As polticas tradicionais de gerao de trabalho e renda que tm como base aTecnologia Convencional encontraro um obstculo para atingir seu objetivo de

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    promover a incluso social. Esse obstculo, muitas vezes ignorado, a prpria TC,cujos parmetros de concepo e uso que confere atividade de produo de bense servios so os ganhos de escala, a economia de trabalho humano, a apropriaoprivada do excedente etc.

    A TC no permite ao trabalhador usar sua criatividade e seu conhecimento,alm de inibir a capacidade que ele tem de produzir autonomamente. A TC trazmecanismos de controle, tende a inibir o processo criativo do trabalhador e por sialienante, segmentada. Por isso, pode-se dizer que a TC contm caractersticas con-trrias emancipao do trabalhador e adoo de um estilo de desenvolvimentosocial e ambientalmente sustentvel.

    As polticas e as aes de gerao de trabalho e renda baseadas na TS pro-

    pem que o trabalho gere ocupao e sentido social para o trabalhador, que a rendaproporcione a viabilidade econmica do trabalho gerado e que a incluso socialgaranta a sustentabilidade da sociedade.

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    Dinmica e Estratgia da Rede deDinmica e Estratgia da Rede deDinmica e Estratgia da Rede deDinmica e Estratgia da Rede deDinmica e Estratgia da Rede deTecnologia SocialTecnologia SocialTecnologia SocialTecnologia SocialTecnologia Social

    Este texto pretende introduzir a discusso sobre a dinmica e a estratgia quea Rede de Tecnologia Social deve empreender para atingir seus objetivos. A troca deexperincias e a contribuio dos integrantes da Rede deve tornar sua dinmica

    cada vez mais participativa e propor estratgias que a faam atingir seus objetivospor meio de um processo que seja crescentemente democrtico, formador de cons-cincia crtica, a partir do protagonismo e diversidade dos atores.

    A criao da Rede e a participao de organizaes de governo, da sociedadecivil, de universidades e de empresas representa um grande avano na constituiode polticas e aes mais democrticas e inclusivas. Contudo, ainda preciso avan-ar e criar novos mecanismos para aprofundar a troca entre as instituies partici-pantes da RTS.

    Aps o seu lanamento, os trabalhos se concentraram no desenvolvimento doPortal da RTS, com vista a promover a interconexo dos integrantes da Rede e noestmulo reaplicao de TS. Por isso, as principais atividades se dividiram em difu-so e reaplicao, para que cada vez mais instituies e polticas pblicas passassema trabalhar com a lgica de Tecnologia Social e se integrassem RTS.

    Na difuso, as primeiras aes foram a distribuio de dez mil exemplares dolivro lanado na 1 Conferncia, a criao do Portal da RTS e do informativo eletr-

    nico de Notcias da Rede, que tem periodicidade quinzenal. Tambm foi aberta apossibilidade de adeso Rede atravs do Portal. Outra ao de divulgao foi apresena em eventos de temas relacionados ao trabalho da Rede, em diversas regi-es brasileiras.

    Alm disso, foram realizadas duas Oficinas Regionais da RTS em 2006, a daAmaznia Legal, em Belm-PA e a do Semi-rido em Recife-PE, que permitiram adivulgao do conceito de TS e da Rede nestas regies e trouxeram diversas contri-

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    buies para a construo do Frum Nacional e fortaleceram o sentimento depertencimento Rede, por parte das instituies presentes.

    Para a reaplicao a estratgia constituda foi definir foco e territrios onde se

    concentraria a ao dos parceiros financiadores. A idia por trs que a concentra-o do financiamento em determinados espaos potencializaria o efeito da ao edos recursos aplicados por cada um. Isto geraria um efeito demonstrao para ou-tras instituies e para o poder pblico que poderia adotar as TS como polticapblica, gerando maior escala do que a Rede seria capaz.

    O foco definido foi o de gerao de trabalho e renda, pois este um aspectoarticulador de outras dimenses do desenvolvimento social. Os territrios definidosforam aqueles reconhecidamente mais afetados pela situao de excluso social: Semi-

    rido e vale do So Francisco, Amaznia e Periferias de grandes centros urbanos.No binio 2005/ 2006, a RTS apoiou a reaplicao de tecnologias sociais capa-

    zes de gerar trabalho e renda. As instituies mantenedoras da Rede investiraminicialmente R$ 52 milhes em iniciativas nos territrios.

    A Rede surgiu da parceria de algumas instituies e foi ganhando adeso deoutras, contudo os seus mecanismos de participao coletiva ainda esto, podemosdizer, com uma baixa taxa de interconexo entre os integrantes da rede.

    A proposta da Tecnologia Social articular as pessoas que pensam tecnologiade uma outra maneira. O conceito transita da idia para o real, no desenvolvimentode TS e reaplicao de TS e do real para a idia quando se forma a RTS e busca-sea difuso do conceito. A idia pode se materializar em pessoas nos rgos de gover-no, nos movimentos sociais e universidades. Ou pode se transformar em Politicaspblicas.

    A sustentabilidade da idia est diretamente ligada sua compreenso no n-vel ideal e sua implementao no nvel real. A sustentabilidade da RTS tambm estdiretamente ligada a ampliao do conceito de TS e de sua aceitao ampla pelasociedade. preciso que, crescentemente, quem pensa em incluso passe a pensarem tecnologia e quem pensa em tecnologia passe a pensar em incluso.

    As tecnologias so desenvolvidas e controladas pelo homem. Sendo assim,carrega os valores deste. preciso conectar quem est pensando em incluso socialcom quem est pensando em tecnologia e dinamizar esta relao.

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    Mas preciso tambm estar atento para escapar da relao fcil de oferta deconhecimento e demanda por solues. O conhecimento, a cincia e a tecnologia,devem ser construdos em conjunto. Sob pena de se manterem as relaes hierr-quicas do conhecimento especializado sobre o conhecimento tradicional, da con-cepo e execuo, da teoria e da prtica2.

    tarefa da Rede mobilizar os atores e colocar as duas frentes de atores emcontato. Alm disso, a Rede deve trabalhar na conscientizao da sociedade sobre oconceito de TS.

    Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:Perguntas orientadoras do debate:

    ----- Dinmica da RTSDinmica da RTSDinmica da RTSDinmica da RTSDinmica da RTS

    Quais aes poderiam ser desenvolvidas para aumentar aQuais aes poderiam ser desenvolvidas para aumentar aQuais aes poderiam ser desenvolvidas para aumentar aQuais aes poderiam ser desenvolvidas para aumentar aQuais aes poderiam ser desenvolvidas para aumentar aconectividade da Rede? Quais aes podero alimentar aconectividade da Rede? Quais aes podero alimentar aconectividade da Rede? Quais aes podero alimentar aconectividade da Rede? Quais aes podero alimentar aconectividade da Rede? Quais aes podero alimentar adinmica descentralizada de ligao entre estes atores?dinmica descentralizada de ligao entre estes atores?dinmica descentralizada de ligao entre estes atores?dinmica descentralizada de ligao entre estes atores?dinmica descentralizada de ligao entre estes atores?

    Quais instrumentos e mecanismos de interao a RTS deveQuais instrumentos e mecanismos de interao a RTS deveQuais instrumentos e mecanismos de interao a RTS deveQuais instrumentos e mecanismos de interao a RTS deveQuais instrumentos e mecanismos de interao a RTS deve

    desenvolver e disponibilizar para a consolidao da dinmicadesenvolver e disponibilizar para a consolidao da dinmicadesenvolver e disponibilizar para a consolidao da dinmicadesenvolver e disponibilizar para a consolidao da dinmicadesenvolver e disponibilizar para a consolidao da dinmicade Rede?de Rede?de Rede?de Rede?de Rede?

    Um Banco de Dados de Tecnologias Sociais seria suficienteUm Banco de Dados de Tecnologias Sociais seria suficienteUm Banco de Dados de Tecnologias Sociais seria suficienteUm Banco de Dados de Tecnologias Sociais seria suficienteUm Banco de Dados de Tecnologias Sociais seria suficientepara promover a conectividade? Que funcionalidades deveriapara promover a conectividade? Que funcionalidades deveriapara promover a conectividade? Que funcionalidades deveriapara promover a conectividade? Que funcionalidades deveriapara promover a conectividade? Que funcionalidades deveriater este Banco?ter este Banco?ter este Banco?ter este Banco?ter este Banco?

    Quais tarefas so necessrias para animar e manter viva aQuais tarefas so necessrias para animar e manter viva aQuais tarefas so necessrias para animar e manter viva aQuais tarefas so necessrias para animar e manter viva aQuais tarefas so necessrias para animar e manter viva aparticipao dos membros da Rede?participao dos membros da Rede?participao dos membros da Rede?participao dos membros da Rede?participao dos membros da Rede?

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    - Estratgia da RTS- Estratgia da RTS- Estratgia da RTS- Estratgia da RTS- Estratgia da RTS

    Analisando a estratgia adotada pela Rede at agora, o queAnalisando a estratgia adotada pela Rede at agora, o queAnalisando a estratgia adotada pela Rede at agora, o queAnalisando a estratgia adotada pela Rede at agora, o queAnalisando a estratgia adotada pela Rede at agora, o que

    pode ser melhorado e ajustado?pode ser melhorado e ajustado?pode ser melhorado e ajustado?pode ser melhorado e ajustado?pode ser melhorado e ajustado?

    Quais as facilidades e os desafios para a reaplicao de TSQuais as facilidades e os desafios para a reaplicao de TSQuais as facilidades e os desafios para a reaplicao de TSQuais as facilidades e os desafios para a reaplicao de TSQuais as facilidades e os desafios para a reaplicao de TS(fazer acontecer)? Qual o objetivo da reaplicao de TS?(fazer acontecer)? Qual o objetivo da reaplicao de TS?(fazer acontecer)? Qual o objetivo da reaplicao de TS?(fazer acontecer)? Qual o objetivo da reaplicao de TS?(fazer acontecer)? Qual o objetivo da reaplicao de TS?

    Que estratgia a RTS deve ter para garantir seusQue estratgia a RTS deve ter para garantir seusQue estratgia a RTS deve ter para garantir seusQue estratgia a RTS deve ter para garantir seusQue estratgia a RTS deve ter para garantir seusfuncionamento e fortalecimento no decorrer do tempo?funcionamento e fortalecimento no decorrer do tempo?funcionamento e fortalecimento no decorrer do tempo?funcionamento e fortalecimento no decorrer do tempo?funcionamento e fortalecimento no decorrer do tempo?

    Qual papel pode ser desempenhado pelos integrantes daQual papel pode ser desempenhado pelos integrantes daQual papel pode ser desempenhado pelos integrantes daQual papel pode ser desempenhado pelos integrantes daQual papel pode ser desempenhado pelos integrantes daRTS?RTS?RTS?RTS?RTS?

    Tambm papel da Rede mobilizar os atores. Como a RedeTambm papel da Rede mobilizar os atores. Como a RedeTambm papel da Rede mobilizar os atores. Como a RedeTambm papel da Rede mobilizar os atores. Como a RedeTambm papel da Rede mobilizar os atores. Como a Redepode trabalhar para aumentar o esclarecimento da sociedadepode trabalhar para aumentar o esclarecimento da sociedadepode trabalhar para aumentar o esclarecimento da sociedadepode trabalhar para aumentar o esclarecimento da sociedadepode trabalhar para aumentar o esclarecimento da sociedadesobre o conceito de TS e a mobilizao dos atores em tornosobre o conceito de TS e a mobilizao dos atores em tornosobre o conceito de TS e a mobilizao dos atores em tornosobre o conceito de TS e a mobilizao dos atores em tornosobre o conceito de TS e a mobilizao dos atores em torno

    do tema?do tema?do tema?do tema?do tema?

    A RTS se prope como uma rede de ao. Quais aesA RTS se prope como uma rede de ao. Quais aesA RTS se prope como uma rede de ao. Quais aesA RTS se prope como uma rede de ao. Quais aesA RTS se prope como uma rede de ao. Quais aespoderiam ser empreendidas pela RTS? Que mecanismospoderiam ser empreendidas pela RTS? Que mecanismospoderiam ser empreendidas pela RTS? Que mecanismospoderiam ser empreendidas pela RTS? Que mecanismospoderiam ser empreendidas pela RTS? Que mecanismospoderiam ser utilizados para implementar estas aes?poderiam ser utilizados para implementar estas aes?poderiam ser utilizados para implementar estas aes?poderiam ser utilizados para implementar estas aes?poderiam ser utilizados para implementar estas aes?

    Qual poderia ser a estratgia da RTS para dar maior escalaQual poderia ser a estratgia da RTS para dar maior escalaQual poderia ser a estratgia da RTS para dar maior escalaQual poderia ser a estratgia da RTS para dar maior escalaQual poderia ser a estratgia da RTS para dar maior escalaaos projetos pontuais de TS?aos projetos pontuais de TS?aos projetos pontuais de TS?aos projetos pontuais de TS?aos projetos pontuais de TS?

    2 Quantos exemplos conhecemos de projetos bem intencionados que falharam devido a faltade participao do pblico no diagnstico e na construo da soluo? Depois do inicio ou mesmoao trmino da execuo descobre-se que o que as pessoas queriam era outra coisa?

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    Indicaes de leituraIndicaes de leituraIndicaes de leituraIndicaes de leituraIndicaes de leitura

    DAGNINO, Renato & GOMES, Erasmo Jos. O Processo Decisrio na Universi-dade Pblica: uma viso de Anlise de Poltica. In: Avaliao: Revista de AvaliaoInstitucional da Educao Superior (RAIES), Campinas, v. 7, n. 4, dez. 1996. pp.43-71.

    DAGNINO, Renato. Um debate sobre a tecnocincia: neutralidade da cincia edeterminismo tecnolgico. Disponvel em: http:/ /www.ige.unicamp.br (departamen-tos/dpct/ docentes/RenatoDagnino/ pginapessoal/ aulas/enfoque5.zip), 2005.

    DAGNINO, Renato. A tecnologia social e seus desafios. Fundao Banco do Bra-sil. In: Tecnologia Social: uma estratgia para o desenvolvimento. Fundao Bancodo Brasil: Rio de Janeiro, 2004.

    DAGNINO, Renato et alli. Sobre o marco analtico-conceitual da tecnologia social.

    In: Tecnologia Social: uma estratgia para o desenvolvimento. Fundao Banco doBrasil: Rio de Janeiro, 2004.

    DIAS, R. Tecnologia social: atores sociais e medidas de PCT. Texto GAPI paradiscusso, 2006.

    FEENBERG, A. Critical Theory of Technology. Oxford: Oxford University Press,1991.

    FEENBERG, A. O que a Filosofia da Tecnologia? Conferncia pronunciada paraestudantes universitrios em Komaba, Japo, em junho de 2003.

    LACEY, H. Is Science Value-free?: Values and Scientific Understanding. Londres:Routledge, 1999.

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    I FrumNacional da Rede de Tecnologia Social -Textos base para discusso

    LASSANCE Jr., Antonio; PEDREIRA, Juara Santiago. Tecnologias Sociais e Po-lticas Pblicas. Fundao Banco do Brasil. In: Tecnologia Social: uma estratgiapara o desenvolvimento. Fundao Banco do Brasil: Rio de Janeiro, 2004.

    NOVAES, H. T. Para alm da apropriao dos meios de produo? O processo deadequao scio-tcnica em fbricas recuperadas. Dissertao de Mestrado. Campi-nas: DPCT/ IG/ UNICAMP, 2005.

    WINNER, L. La Ballena y el Reactor una Bsqueda de los Limites en la Era de laAlta Tecnologa. Barcelona: Gedisa, 1987.

    Histrico da Rede de Tecnologia Social, disponvel em www.rts.org.br

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    I Frum Nacional da Rede de Tecnologia Social

    Salvador(BA), dezembro de 2006

    Caderno de textos base para discusses do I Frum Nacional da Rede deTecnologia Social *

    Este texto foi produzido por solicitao da Secretaria Executiva da RTScom a inteno de contribuir para o debate dos temas tratados neste I Frum.

    O contedo no reflete necessariamente a opinio das instituies queintegram a Rede.

    Produo deTexto:Grupo de Anlise de Polticas Pblicas (GAPI) doDepartamento de Poltica Cientfica e Tecnolgica (DPCT) da Universidade

    Estadual de Campinas (Unicamp): Renato Dagnino, Carolina Bagattolli, HenriqueTahan Novaes, Lais Fraga, Mrcia Maria Tait Lima, Milena Pavan Serafim, Rafael

    Dias, Rodrigo Fonseca e Rogrio Bezerra da Silva.

    Edio:Mrcia Tait

    Editorao:Rodrigo Botelho

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