Sincrunía universal l a relación palabra-imagen en la obra de X u l S o l a r

Mario Boido

X u l S o l a r incorporó l e n g u a j e s q u e él m i s m o desarrolló p a r a d e s p l e g a r m u n d o s utópicos d e comunión u n i v e r s a l . E n s u s a c u a r e l a s , l o v e r b a l y l o v i s u a l s e c o m b i n a n p r o m i n e n t e m e n t e p a r a p o t e n c i a r s e y d a r f o r m a a u n a visión d e i n c l u -

s i v i d a d y u n i d a d p e r s o n a l , s o c i a l y g l o b a l

M a r i o B o i d o e s insistant professoren e l D e p a r t a m e n t o d e Español y E s t u d i o s L a t i n o a m e r i c a n o s d e l a U n i v e r s i d a d

d e W a t e r l o o , Canadá. Recibió s u d o c t o r a d o d e l a U n i v e r s i d a d d e T o r o n t o y s u investigación

s e e n f o c a e n l a relación p a l a b r a - i m a g e n e n l a c u l t u r a v i s u a l l a t i n o a m e n c a n a .

E n e l t r a n s c u r s o d e l a s últimas décadas, e l p i n t o r a r g e n t i n o X u l S o l a r ( 1 8 8 7 - 1 9 6 3 ) s e h a c o n v e r t i d o e n u n a figura paradigmática d e l a r t e a r g e n t i n o

y l a t i n o a m e r i c a n o . L a r e n o v a d a atención d e l a críti­c a h a e s t a d o acompañada p o r n u e v a s e x p o s i c i o n e s d e s u t r a b a j o . ' E n 2 0 0 6 , l a m u e s t r a i t i n e r a n t e " X u l S o l a r : v i s i o n e s y r e v e l a c i o n e s " f u e l a p r i m e r a exposición i n d i ­v i d u a l d e X u l S o l a r e n v i a j a r a l o s E s t a d o s U n i d o s , e i n ­cluyó 1 3 0 o b r a s d e l a r t i s t a , e x h i b i d a s e n e l M u s e u m o f F i n e A r t s d e H o u s t o n . 2 U n o s m e s e s a n t e s , e l Nexv York Times l o p r e s e n t a b a : " O s c a r Agustín A l e j a n d o S c h u l z S o l a d , m e j o r c o n o c i d o c o m o X u l S o l a r , f u e e f e c t i v a ­m e n t e u n v i s i o n a r i o , u n p i n t o r y u n p o e t a , p e r o recién a h o r a , 4 0 años después d e s u m u e r t e , s e está a p r e c i a n ­d o r e a l m e n t e e l v e r d a d e r o a l c a n c e d e s u imaginación" ( R o h t e r ) . 1 L a ambición y l a a m p l i t u d d e l p r o y e c t o a r ­tístico d e X u l S o l a r s e h a c e n p a t e n t e s e n l a c a n t i d a d y h e t e r o g e n e i d a d d e l o s e l e m e n t o s e i n f l u e n c i a s q u e s u o b r a r e c o g e . E n t r e o t r a s c o s a s , X u l S o l a r i n c o r p o ­ró l e n g u a j e s q u e él m i s m o desarrolló p a r a d e s p l e g a r m u n d o s utópicos d e c o m u n i ó n u n i v e r s a l . E n s u s a c u a ­

r e l a s , l o v e r b a l y l o v i s u a l s e c o m b i n a n p r o m i n e n t e ­m e n t e p a r a p o t e n c i a r s e y d a r f o r m a a u n a visión d e i n c l u s i v i d a d y u n i d a d p e r s o n a l , s o c i a l y g l o b a l .

D e s d e m u y t e m p r a n o X u l mostró u n g r a n interés p o r l a s l e n g u a s . E n t r e s u s c r e a c i o n e s , e l neocriollo, u n i d i o m a b a s a d o e n e l portugués y e l c a s t e l l a n o i d e a d o p a r a e l u s o g e n e r a l d e América L a t i n a , y l a panlengua, diseñada p a r a u n u s o más u n i v e r s a l , m e r e c e n e s p e c i a l a tención. E s t a s l e n g u a s s e p r o p o n e n u n i r y c o m u n i c a r , y l a s m u l t i d i s c i p l i n a r i a s c o n n o t a c i o n e s e i n f l u e n c i a s q u e r e c i b e n d e l a s i n v e s t i g a c i o n e s d e l a r t i s t a e n r i q u e ­c e n s u c a p a c i d a d e x p r e s i v a . " S i d i g o ' f l o r ' , fleur, Blume, fiof, e s c r i b e J e a n - L u c N a n c y , " n o d i g o l a m i s m a f l o r , n i t a m p o c o d i g o l a f l o r e n sí m i s m a ( l a f l o r ' c o m o f l o r ' ) L . . . ] c a d a f l o r f l o r e c e sólo e n e l c l i m a d e u n l e n g u a j e i m a g i n a d o d e u n a f o r m a n e c e s a r i a m e n t e idiomática y , p o r l o t a n t o , s o n o r a y v i s u a l " ( 7 2 ) . L a música, l a a s t r o -l o g i a , l a s r e l i g i o n e s e i n c l u s o l a matemát ica - X u l S o l a r e m p l e a b a c o n f r e c u e n c i a e l s i s t e m a d u o d e c i m a l , q u e prefería, e n t r e o t r a s c o s a s , p o r s u s c o r r e s p o n d e n c i a s z o d i a c a l e s - s e c o m b i n a n e n s u s l e n g u a j e s p a r a g e n e r a r u n c l i m a específ ico e n q u e l a r e a l i d a d f l o r e c e n u e v a .

' P a r a u n a n á l i s i s m á s p r o f u n d o d e l a o b r a d e X u l S o l a r y d e l a r e l a c i ó n p a l a b r a - i m a g e n , v é a s e B o i d o , D e límites y conver­gencias: l a relación p a l a b r a / i m a g e n en l a c u l t u r a v i s u a l l a t i n o a m e ­r i c a n a d e l s i g l o X X ( d e p r ó x i m a a p a r i c i ó n ) .

2 E l m u s e o a d q u i r i ó r e c i e n t e m e n t e t r e s o b r a s d e X u l S o l a r , i n ­c l u y e n d o Jefa, u n a r e c o n o c i d a a c u a r e l a d e ¡ 9 2 3 .

: 1 T r a d u c c i o n e s d e l o s t e x t o s e n ing lés r e a l i z a d a s p o r e l a u t o r .

i |c iónimo M o i q u e c h o L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 4 3

F i g u r a 1 . D . R . F u n d a c i ó n P a n - K l u b / M u s e o X u l S o l a r

X u l S o l a r pintó s u s p r i m e r a s pinturas verbales h a c i a fines d e l a década d e 1 9 1 0 . I n f l u i d o p o r l a o b r a d e a r ­t i s t a s c o n t e m p o r á n e o s c o m o A p o l l i n a i r e , K l e e y P a v e l M a n s u o r o v , X u l empezó a i n c o r p o r a r e n s u p r o d u c ­ción plástica b r e v e s t e x t o s , e s c r i t o s e n u n i n c i p i e n t e neocriollo. L a inserción d e u n s i s t e m a v e r b a l c r e a u n a n u e v a dimensión s i g n i f i c a t i v a e n e l t e x t o v i s u a l a p a r ­t i r d e u n a d i f e r e n c i a semiótica f u n d a m e n t a l e n t r e l o s s i s t e m a s e m p l e a d o s . S e t r a t a d e l a d i f e r e n c i a e n t r e l o q u e N e l s o n G o o d m a n d e n o m i n a u n s i s t e m a sintáctica­m e n t e a r t i c u l a d o y u n o s intáct icamente d e n s o . 4 A l p i n ­t a r p a l a b r a s e n s u s a c u a r e l a s , X u l S o l a r a b r e s u o b r a a u n a l e c t u r a d o b l e . C a d a carácter lingüístico d e b e s e r i n t e r p r e t a d o n o sólo c o n relación a l r e s t o d e l a c o m ­posición, c o m o p e r t e n e c i e n t e a l s i s t e m a d e n s o , s i n o también c o m o u n a inscripción d e l s i s t e m a a r t i c u l a d o c o n relación a l a s o t r a s i n s c r i p c i o n e s d e l s i s t e m a a r t i ­c u l a d o , y j u n t o c o n l a s c u a l e s p r o d u c e o t r o s e l e m e n ­t o s d e significación. L a yuxtaposición e s t a b l e c e u n a

' U n s i s t e m a l ingüíst ico será s i e m p r e , p o r n e c e s i d a d , d i f e r e n ­c i a d o o a r t i c u l a d o . E s t o q u i e r e d e c i r q u e e l s i s t e m a está c o m p u e s t o p o r u n a s e r i e f i n i t a d e c a r a c t e r e s d e t e r m i n a d o s e n t r e l o s c u a l e s n o e x i s t e n c a r a c t e r e s i n t e r m e d i o s . P o r e j e m p l o , e n e l a l f a b e t o r o m a n o n u n c a p o d r á h a b e r u n c a r á c t e r i n t e r m e d i o e n t r e l a " a " y l a " c " ( e s d e c i r u n c a r á c t e r q u e s e a e n p a r t e " a " y e n p a r t e " c " ) . L a p i n t u r a , p o r e l c o n t r a r i o , e s u n s i s t e m a n o d i f e r e n c i a d o o d e n s o . S e t r a t a d e u n c o n j u n t o i n f i n i t o d e c a r a c t e r e s ; e n t r e d o s i n s c r i p c i o n e s s i e m p r e s e p u e d e i n s e r t a r u n a t e r c e r a , d i f e r e n t e d e l a s d o s y válida e n sí m i s m a .

relación dialéctica e n t r e e l c o m p o n e n t e lingüístico y e l v i s u a l a p a r t i r d e l a c u a l e l o b s e r v a d o r / l e c t o r d e b e i n t e r p r e t a r l a o b r a .

E n s u s p i n t u r a s v e r b a l e s más t e m p r a n a s , X u l S o l a r t i e n d e a o r g a n i z a r l a representac ión v e r b a l e n o r a c i o ­n e s c o n u n a e s t r u c t u r a i n t e r n a c l a r a y u n s i g n i f i c a d o p r o p i o c a p a z d e f u n c i o n a r i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e s u relación c o n e l c o m p o n e n t e v i s u a l . P o r e j e m p l o , e n Probémonos ( 1 9 1 9 ) X u l e s c r i b e : " P r o b é m o n o s l a s a l a s n o s también" ; No me canso ( 1 9 1 9 ) t o m a s u título d e l a inscripción p i n t a d a , y l o m i s m o o c u r r e e n Tuamorme Aáforma ivita ( 1 9 1 9 ) . A l u t i l i z a r o r a c i o n e s c o m p l e t a s , X u l S o l a r e s t a b l e c e e n s u p i n t u r a d o s n i v e l e s d e s i g n i ­ficación c l a r a m e n t e i d e n t i f i c a b l e s : u n n i v e l lingüísti-c o - d i s c u r s i v o y u n o plástico. A n t e e s t a d u a l i d a d , u n o d e b e a j u s t a r s u m o d o d e percepc ión p a r a s e r , a l t e r n a ­t i v a m e n t e , l e c t o r y o b s e r v a d o r , i n t e r p r e t a n d o e l c o m ­p o n e n t e v i s u a l e n términos d e l d i s c u r s i v o y v i c e v e r s a . Así s e i n i c i a u n c i c l o p e r p e t u o d e re interpretación q u e p o n e a l a o b r a e n c o n s t a n t e diálogo c o n s i g o m i s m a y c o n s u s o b s e r v a d o r e s .

O t r o e j e m p l o d e e s t a s p i n t u r a s v e r b a l e s e s Fija la mente en prisiones eskemátikas ( f i g . 1 ) . E n e s t a o b r a , X u l S o l a r e s t u d i a l a s p o s i b i l i d a d e s d e l p l a n o a través d e f o r m a s geométr icas e l e m e n t a l e s : e l tr iángulo, e l c u a ­d r a d o y e l c írculo. E n e l c e n t r o d e l a o b r a , e n m a r c a d a s p o r p l a n o s cuadriláteros, l a s geometr ías s e c o m b i n a n p a r a f o r m a r e l p e r f i l d e u n a c a r a c o n b a r b a y b i g o t e . L a composic ión b i d i m e n s i o n a l d e líneas d i s c o n t i n u a s p o r l a superposición d e f o r m a s geométr icas c r e a u n e s p a c i o i n t r a n s i t a b l e q u e a p r i s i o n a e l o j o d e l o b s e r v a ­d o r . E n t o r n o a l a c a r a a p a r e c e e l t e x t o q u e d a título a l a o b r a e n c u a t r o f r a g m e n t o s q u e r e z a n : " F I J A L A " , " M E N T F . E N " , " P R I S I O N E S " y " E S K E M Á T I K A S " . X u l r e s a l t a

l a d i f e r e n c i a e n t r e l o s d o s s i s t e m a s e m p l e a d o s a l c o l o ­c a r l a s i n s c r i p c i o n e s s o b r e b a n d a s d e c o l o r q u e f a c i l i ­t a n s u l e c t u r a , convirtiéndolas c a s i e n rótulos q u e e l a r t i s t a fija s o b r e l a s u p e r f i c i e d e l c u a d r o .

E l c o m p o n e n t e l ingüístico d e e s t a o b r a f u n c i o n a c o m o p u n t o d e p a r t i d a y guía d e l a l e c t u r a g l o b a l d e l c u a d r o m i e n t r a s v a c o b r a n d o u n s e n t i d o más p r o f u n d o e n relación c o n e l r e s t o d e l a composic ión . Fija la mente en prisiones eskemátikas e s u n a ref lexión meta-artística s o b r e l a e s e n c i a m i s m a d e l a representac ión f o r m u l a ­d a d e s d e l a s l i m i t a c i o n e s d e l u s o e x c l u s i v o d e p l a n o s d e f o r m a s s i m p l e s . E s t a s s o n l a s p r i s i o n e s esquemáticas e n l a s q u e l a m e n t e d e b e c o n c e n t r a r s e , y c o n s t i t u y e n u n a metáfora c l a v e p a r a l a interpretación d e l a o b r a . E n l a inscripción, X u l e s t a b l e c e u n a tensión semántica a l y u x t a p o n e r u n s u s t a n t i v o a b s t r a c t o , " m e n t e " , y u n o c o n c r e t o , " p r i s i o n e s " , a l q u e l u e g o s u b v i e r t e c o n e l c a l i f i c a t i v o "eskemáticas" . E s t a tensión s e r e p i t e e n l a relación p l a n t e a d a e n l a o b r a e n t e r a e n t r e l o c o n c r e ­t o y l o a b s t r a c t o , e n t r e l o s p l a n o s d e c o l o r y l a figura

4 4 • P R I M A V E R A , 2 0 1 2

q u e s u combinac ión r e p r e s e n t a . L a s f o r m a s geométri­c a s a p r i s i o n a n l i m i t a n d o l a s p o s i b i l i d a d e s d e l a o b r a , p e r o a l m i s m o t i e m p o s e y u x t a p o n e n p a r a a b s t r a e r l a c a r a d e u n h o m b r e y a b r i r l a o b r a h a c i a l o q u e M a r i o G r a d o w c z y k vería c o m o " l a expresión d e l i n c o n s c i e n t e c o l e c t i v o l l e n o d e símbolos a r c a i c o s ( a r q u e t i p o s ) , q u e s o b r e p a s a n l o s f e n ó m e n o s i n c o n s c i e n t e s i n d i v i d u a l e s y n o s t r a s l a d a n a u n a región d o n d e t i e m p o - e s p a c i o -i n d i v i d u a l i d a d s o n t r a n s c e n d i d o s " ( 2 1 4 ) .

X u l S o l a r l i m i t a e l c a m p o d e s u exper imentac ión p a r a e s t u d i a r l o c o n m a y o r c u i d a d o . L a abstracción, p r o p u e s t a e n términos d e f o r m a s s i m p l e s , s e a p r o p i a d e l s u j e t o , l o r e p r e s e n t a e n s u e s e n c i a y r e s u l t a e n e l p e r s o n a j e c e n t r a l - e s q u e m á t i c o e n s í - , síntesis d e i d e a y f o r m a q u e s e h a c e p o s i b l e a p a r t i r d e l a s geometrías q u e s e c o m b i n a n p a r a c o n s t i t u i r l o . A p r e c i a n d o t a l v e z u n a c i e r t a ironía p o r p a r t e d e l a r t i s t a , n o s d a m o s c u e n t a d e q u e e l p e r s o n a j e está allí p a r a d e m o s t r a r n o s q u e l a s p r i s i o n e s s o n , e f e c t i v a m e n t e , esquemáticas. Así, l a figura c e n t r a l s e p r e s e n t a c o m o u n p u n t o d e l u g a metafísico q u e r e s a l t a s u p r o p i o e s q u e m a t i s m o . X u l r e c u p e r a u n a conex ión c o n e l i n c o n s c i e n t e c o l e c t i v o e n e l u s o d e f o r m a s p r i m i t i v a s , p a r a a c t u a l i z a r l a e n l a p i n t u r a y p r o y e c t a r l a e s e n c i a d e l o q u e r e p r e s e n t a , r e s a l t a n d o así e l carácter t r a s c e n d e n t e q u e b u s c a i m ­p r i m i r l e a s u a r t e .

E l n i v e l lingüístico-discursivo e s f u n d a m e n t a l e n l a dinámica i n t e r n a d e l a o b r a y e s u n f a c t o r d o m i n a n t e e n e l p r o c e s o d e interpretación. L a i m a g e n p r e s e n t a u n r o s t r o d e p e r f i l q u e d e b e i n t e r p r e t a r s e c o n r e s p e c ­t o a l a l e y e n d a , q u e a s u v e z c o b r a s e n t i d o a p a r t i r d e l a yuxtaposición d e p l a n o s q u e p r o p o n e e l t e x t o v i s u a l . L a relación p a l a b r a - i m a g e n d e f i n e así u n a i n t e r d e p e n ­d e n c i a i n t e r p r e t a t i v a q u e p r i v i l e g i a l a expresión v e r ­b a l . L a e s t r u c t u r a d i s c u r s i v a rige e n g r a n p a r t e c ó m o l e e r e l t e x t o plástico, a l m i s m o t i e m p o q u e r e g u l a y a f i n a e l s e n t i d o d e c a d a p a l a b r a a l r e s t r i n g i r s u c a m p o semántico.

E n s u s p i n t u r a s v e r b a l e s p o s t e r i o r e s , X u l S o l a r e s ­t a b l e c e u n a interacción más b a l a n c e a d a e n t r e e l c o m ­p o n e n t e lingüístico y e l v i s u a l a l e l i m i n a r l a e s t r u c t u r a d i s c u r s i v a y a m p l i a r e l c a m p o semántico q u e c a d a p a l a ­b r a a p o r t a a l a o b r a . E l título d e Mansilla 2936 ( f i g . 2 ) señala l a dirección d e l a c a s a d e l p a d r e d e l a r t i s t a e n B u e n o s A i r e s . D e l a combinac ión d e p l a n o s e m e r g e n u e v a m e n t e l a figura d e u n r o s t r o , a h o r a a l a d o y c o n a n t e o j o s , q u e j u n t o c o n o t r o s d o s pájaros s e e l e v a p o r s o b r e u n a s e r p i e n t e q u e m a r c a e l s u e l o . E s t a v e z , a l m i s m o t i e m p o q u e e l r o s t r o , también a p a r e c e l a p l a n t a arquitectónica d e l a c a s a d e E m i l i o S c h u l z R i g a , p a d r e d e X u l . E l a r t i s t a p i n t a l a s s i g u i e n t e s i n s c r i p c i o n e s : " D A C A S A " , " B - A I R L S " , " P L A N O " , " 2 9 3 6 " , " M A N S I L L A " , " P U E R ­

T A " y " P A T I O " . R e a l i z a d a a p e n a s u n año después d e Fija la mente..., e n Mansilla 2936 s e a p r e c i a e l d e s a r r o l l o

X u l r e c u p e r a u n a conexión c o n e l i n c o n s c i e n t e c o l e c t i v o e n e l u s o d e

f o r m a s p r i m i t i v a s , p a r a a c t u a l i z a r l a e n l a

p i n t u r a y p r o y e c t a r l a e s e n c i a d e l o q u e r e ­

p r e s e n t a , r e s a l t a n d o así e l carácter t r a s c e n d e n t e q u e b u s c a i m p r i m i r ­l e a s u a r t e . E l n i v e l lingüístico-discursivo

e s f u n d a m e n t a l e n l a dinámica i n t e r n a d e

l a o b r a y e s u n f a c t o r d o m i n a n t e e n e l p r o ­

c e s o d e interpretación.

d e u n a dinámica más s o f i s t i c a d a e n t r e p a l a b r a e i m a ­g e n . X u l S o l a r h a a b a n d o n a d o e l u s o d e l a oración p a r a e m p l e a r p a l a b r a s s u e l t a s q u e actúan c o n m a y o r l i b e r t a d , l o g r a n d o u n a integración más p r o f u n d a d e l o s d o s s i s t e m a s d e representación.

D e s d e l a p o l i v a l e n c i a d e l m o t i v o c e n t r a l d e l a o b r a - l a p l a n t a arquitectónica e s también l a c a r a - e s t a a c u a ­r e l a p l a n t e a u n a estrechísima relación e n t r e e l s e r h u ­m a n o y e l l u g a r q u e h a b i t a , u n a relación q u e X u l S o l a r e s p e c i f i c a e n l a i n s t a n c i a d e l a c a s a d e M a n s i l l a 2 9 3 6 y , d e b e m o s e n t e n d e r , l a c a r a d e s u p a d r e , E m i l i o . L a r e ­lación d e c o m u n i ó n así e s t a b l e c i d a e n t r e u n a p e r s o n a y s u m u n d o s e v u e l v e r e p r e s e n t a t i v a d e l a visión artísti­c a d e X u l y d e l a unión q u e b u s c a b a e n t r e e l i n d i v i d u o y e l u n i v e r s o . E l c o m p o n e n t e v i s u a l d e e s t a o b r a t i e n e u n r o l más i m p o r t a n t e e n l a construcción d e l m u n d o q u e d e s p l i e g a l a a c u a r e l a y está m e n o s s u b o r d i n a d o a l s e n t i d o d e l c o m p o n e n t e l ingüístico q u e e n Fija la men­te. .. S i aquélla p r e s e n t a u n t e x t o c a p a z d e f u n c i o n a r i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l c o n t e x t o v i s u a l y q u e e n c i e ­r r a e n sí g r a n p a r t e d e l s e n t i d o d e l a o b r a , e n Mansilla 2936, e n c a m b i o , l o s f r a g m e n t o s v e r b a l e s n o f o r m a n u n a u n i d a d c o m p a r a b l e n i están o r d e n a d o s p a r a s u g e ­r i r u n o r d e n d e l e c t u r a . X u l S o l a r n o sólo e n f a t i z a l a i d e a d e q u e s e t r a t a d e f r a g m e n t o s a l f o r z a r a l o b s e r ­v a d o r a a s o c i a r l o s p o r sí m i s m o , s i n o q u e además l o s o r g a n i z a c o n d i f e r e n t e s f u n c i o n e s r e f e r e n c i a l e s .

L o s f r a g m e n t o s " B - A I R E S " , " M A N S I L L A " y " 2 9 3 6 " u b i c a n l a representación e n u n c o n t e x t o u r b a n o d e ­t e r m i n a d o , r e m i t e n a l a c i u d a d d e B u e n o s A i r e s e i n ­d i c a n u n a dirección específica: c a l l e M a n s i l l a n ú m e r o 2 9 3 6 . S i t u a d o s e s p a c i a l m e n t e , l o s f r a g m e n t o s " P L A N O " y " D A C A S A " a p o r t a n información más específ ica s o b r e

L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 4 5

F i g u r a 2 . D . R . Fundación P a n - K l u b / M u s c o X u l S o l a r

l o q u e l a o b r a r e p r e s e n t a , e l " p l a n o d e c a s a " . L a f a m i ­l i a r i d a d d e l a expresión " D A C A S A " s e r e l a c i o n a c o n l a dirección M a n s i l l a 2 9 3 6 e i n v i t a a c o n s i d e r a r e l e m e n ­t o s autobiográficos a l i n t e r p r e t a r l a o b r a . L a p a l a b r a plano n o s r e m i t e a l a c a s a d e M a n s i l l a 2 9 3 6 , p e r o t a m ­bién s e r e l a c i o n a d i r e c t a m e n t e c o n l o s d o s f r a g m e n t o s r e s t a n t e s , " P A T I O " y " P U E R T A " d e n o t a n p a r t e s específi­c a s d e l p l a n o d e c a s a y s u posición c o n r e s p e c t o a l r e s ­t o d e l a composic ión p e r m i t e i d e n t i f i c a r c o n c e r t e z a l a p l a n t a arquitectónica c o m o t a l , e l " P L A N O " " D A C A S A " , y r e c o n o c e r q u e l a representación d e l a c a r a a l a d a e s a l m i s m o t i e m p o l a representación d e l p l a n o d e l a c a s a d e M a n s i l l a 2 9 3 6 .

C o n l a f ragmentación d e l c o m p o n e n t e v e r b a l , X u l S o l a r e s t a b l e c e u n a i n t e r d e p e n d e n c i a n o sólo e n t r e e l e l e m e n t o pictórico y e l lingüístico, s i n o también e n ­t r e l o s d i f e r e n t e s n i v e l e s r e f e r e n c i a l e s c r e a d o s e n e s t e último. E l c o m p o n e n t e v e r b a l d e l a o b r a m a t i z a y e l a ­b o r a a s p e c t o s d e l c o m p o n e n t e v i s u a l p a r a e n c o n t r a r e n él n u e v o s h o r i z o n t e s d e significación. P o r s u p a r t e , e l c o m p o n e n t e v i s u a l m a t i z a y e l a b o r a l a s r e l a c i o n e s e n t r e l o s f r a g m e n t o s d e l c o m p o n e n t e v e r b a l a b r i e n d o e n e l l a s n u e v a s p o s i b i l i d a d e s e x p r e s i v a s . A l e l i m i n a r l a d i s c u r s i v i d a d , X u l l i m i t a e l carácter d e t e r m i n a n t e d e l c o m p o n e n t e lingüístico y b a l a n c e a l a interacción e n -

5 L a c r í t i ca t i e n d e a d i v i d i r l a s graf ías e n c a t e g o r í a s d e a c u e r d o c o n e l s i s t e m a d e e s c r i t u r a e m p l e a d o . G r a d o w c z y k , p o r e j e m p l o , l a s a g r u p a e n s e i s c a t e g o r í a s p r i n c i p a l e s : a ) g e o m é t r i c a s , b ) b l o q u e d e l e t r a s , c) g u a r d a s , d ) c u r s i v a s , e) v e g e t a l e s y f ) a n t r o p o m ó r f i c a s y z o o -m ó r f i c a s ( 2 1 5 - 1 6 ) .

t r e p a l a b r a e i m a g e n . L a i d e a d e c o m u n i ó n e n t r e u n a p e r s o n a y s u " c a s a " ( e n u n s e n t i d o a m p l i o ) , r e p r e s e n ­t a d a e n l a i n s t a n c i a p a r t i c u l a r d e l a c a s a d e s u p a d r e , s e f o r m a sólo a p a r t i r d e e s t a integración. L o s f r a g m e n t o s v e r b a l e s r e f i e r e n e l p l a n o d e l a c a s a d e M a n s i l l a 2 9 3 6 e n B u e n o s A i r e s y l a p i n t u r a a p o r t a l a c a r a , p e r o sólo o s c i l a n d o e n t r e e s t o s d o s s e n t i d o s s e l l e g a a l p r o f u n d o s e n t i d o d e c o m u n i ó n q u e p r o p o n e X u l S o l a r .

S o b r e finales d e l a década d e 1 9 5 0 , X u l volvió a t r a b a j a r c o n e l e m e n t o s v e r b a l e s e n s u p i n t u r a p a r a d e ­d i c a r s e a s u p r o y e c t o más a m b i c i o s o , l a s grafías, q u e también d e n o m i n a b a formas-pensamiento, grafías plasti-útiles o pensiformas. L a s p a l a b r a s p i n t a d a s e n e s t a s o b r a s a p o r t a n l a i n t e n s i d a d c r e a d o r a d e u n l e n g u a j e q u e s e n u t r e d e l a s i n v e s t i g a c i o n e s d e l a r t i s t a . L a s grafías c o n ­figuran e s t a i n t e n s i d a d , potenc iándola e n u n a s i n c r o ­nización d e p a l a b r a e i m a g e n . E n e l l a s X u l b u s c a d a r l e p r e s e n c i a , p o r m e d i o d e u n a codif icación plástica, a p r o p u e s t a s o m e n s a j e s útiles e s c r i t o s e n s u p r o p i o i d i o ­m a . C o n e s t e fin, e l a r t i s t a c o m b i n a p i n t u r a s v e r b a l e s y p o e m a s v i s u a l e s p a r a c r e a r u n t i p o d e i m a g e n q u e i n t e g r a t e x t o y f o r m a . 5

A l a b a n d o n a r l a organización d i s c u r s i v a X u l S o l a r c reó d i f e r e n t e s n i v e l e s d e r e f e r e n c i a v e r b a l e n r i q u e c i e n ­d o l a relación e n t r e p a l a b r a e i m a g e n . S i n e m b a r g o , l a f o r m a e s e n c i a l d e e s t a relación permanecía : e l l e c t o r / o b s e r v a d o r debía o s c i l a r e n t r e e l c o m p o n e n t e v e r b a l y e l v i s u a l p a r a l l e g a r a u n a interpretación g e n e r a l d e l a o b r a . E s t a i d a y v u e l t a q u e d e m a n d a e l p r o c e s o i n t e r p r e ­t a t i v o s u r g e , c o m o h e m e n c i o n a d o , d e l a d u a l i d a d d e u n s i g n o q u e p e r t e n e c e s imultáneamente a u n s i s t e m a a r t i c u l a d o y a u n o d e n s o . E l p u n t o d e c o n t a c t o e n t r e l o s d o s s i s t e m a s e s también e l p u n t o d e separación, y a q u e o b l i g a a i n t e r p r e t a r a l t e r n a t i v a m e n t e l o p i n t a d o y l o e s c r i t o . E s t a " f r o n t e r a i n v i s i b l e " , p a r a d e c i r l o c o n A n t o n i o M o n e g a l ( 3 0 ) , q u e f u e r z a l a oscilación e n t r e u n a f o r m a d e r e p r e s e n t a r y o t r a e s , p a r a N a n c y , " l a h e n ­d i d u r a , p e r f e c t a , d e f i n i t i v a y d e l i c i o s a , e n q u e l a v e r d a d d e s n u d a s i e m p r e s e r e c o n o c e " ( 7 6 ) . E n l a s grafías, X u l S o l a r d e t i e n e l a oscilación, conteniéndola e n l a c o d i ­ficación plástica d e l l e n g u a j e v e r b a l . S u s p e n d i d a e n l a e l u s i v a f r o n t e r a e n t r e p a l a b r a e i m a g e n , l a grafía l e d a p r e s e n c i a v i s u a l a u n a i d e a v e r b a l y h a c e f l u i r u n a v e r ­d a d " d e s n u d a " , t r a s c e n d e n t a l y utópica.

L a p r i m e r a grafía d e X u l d a t a d e 1 9 3 5 y h a y a l ­g u n a s más r e a l i z a d a s h a c i a finales d e l a década, c u y o s s i g n i f i c a d o s s e d e s c o n o c e n . E n 1 9 5 8 , e l a r t i s t a r e tomó e l f o r m a t o y s e dedicó a e s t u d i a r l o y d e s a r r o l l a r l o h a s t a s u s últimos días. C o n l a s grafías X u l S o l a r i n v e s t i g a e s t e p u n t o e n q u e p a l a b r a e i m a g e n s e u n e n y s e p a r a n y , e n p o s d e u n a u n i d a d aún más p r o f u n d a , b u s c a s u p e r a r l o e n u n a plástica a b s t r a c t a q u e a l m i s m o t i e m p o e s e s ­c r i t u r a . X u l r e e m p l a z a e l s i s t e m a d e e s c r i t u r a t r a d i c i o ­n a l p o r o t r o s q u e él m i s m o diseña y q u e p o s e e n u n a

4 6 • P R I M A V E R A , 2 0 1 2

X u l r e e m p l a z a e l s i s t e m a d e e s c r i t u r a t r a d i ­

c i o n a l p o r o t r o s q u e él m i s m o diseña y q u e

p o s e e n u n a dimensión estética m u ­c h o más i m p o r t a n t e , c a r g a d a d e u n p o t e n c i a l semántico i m p e n s a ­b l e e n u n a l f a b e t o t r a d i c i o n a l . P a r a

l a s grafías geométricas, p o r e j e m p l o , X u l d e ­

terminó u n c o n j u n t o d e f o r m a s geométricas

básicas q u e c o r r e s p o n d e n a c a d a u n a d e

l a s c o n s o n a n t e s d e l a l f a b e t o .

dimensión estética m u c h o más i m p o r t a n t e , c a r g a d a d e u n p o t e n c i a l semántico i m p e n s a b l e e n u n a l f a b e t o t r a d i c i o n a l . P a r a l a s grafías geométricas , p o r e j e m p l o , X u l de terminó u n c o n j u n t o d e f o r m a s geométricas bá­s i c a s q u e c o r r e s p o n d e n a c a d a u n a d e l a s c o n s o n a n t e s d e l a l f a b e t o - u n s i s t e m a p a r a e x p r e s a r s u l e n g u a j e e n términos d e l a s q u e f u e r a n p r i s i o n e s esquemáticas. L a s p a l a b r a s p i n t a d a s e n l a s u p e r f i c i e d e u n c u a d r o " c r e a n u n s e n t i d o , s u s e n t i d o o r d i n a r i o - ' p i p a ' o ' y o s o y e l p i n t o r ' - p e r o l o h a c e n a u s e n t a n d o e s t e s e n t i d o e n s u i m a g e n " ( N a n c y , 7 1 ) . E n l a s grafías, X u l S o l a r d e s a r r o ­l l a y e n r i q u e c e l a i m a g e n d e l a s p a l a b r a s e n l a c o d i f i ­cación v i s u a l d e s u s l e n g u a s . L a s f u n c i o n e s d e n o t a t i v a s y e j e m p l i f i c a t i v a s d e l o s s ímbolos q u e d a n p o t e n c i a d a s n o sólo y a p o r e l l e n g u a j e q u e r e f i e r e n , s i n o también p o r l a s c u a l i d a d e s a d s c r i t a s a l a s f o r m a s geométricas básicas, e s d e c i r , p o r l a s imágenes d o n d e a u s e n t a n s u s e n t i d o .

Lu kene ten lu base nel nergie, sin nergie, lu kene no e kan ( 1 9 6 1 ) ( f i g . 3 ) , c u y o título l a crítica t r a d u c e a l c a s t e l l a n o c o m o " E l c o n o c i m i e n t o t i e n e l a b a s e e n l a energía, s i n energía , e l c o n o c i m i e n t o n o e s p o s i b l e " ( G r a d o w c z y k , 2 1 7 y López A n a y a , 2 9 ) , e s u n e j e m p l o d e e s t a e s c r i t u r a geométrica. E l c u a d r o s i g u e e l o r d e n d e l e c t u r a t r a d i c i o n a l d e l a e s c r i t u r a o c c i d e n t a l , d e i z ­q u i e r d a a d e r e c h a y d e a r r i b a h a c i a a b a j o , y c a d a f o r ­m a r e p r e s e n t a u n a sílaba d e l título: l a l ínea s u p e r i o r r e z a " L U K E N E T E N L U B A S E N E L N E R G I E " y l a i n f e r i o r c o m p l e t a " S I N N E R G I E L U K E N E N O E K A N " . Además d e l a l e y e n d a q u e t i t u l a l a o b r a , X u l i n c l u y e s u f i r m a , e l año d e producción e n notac ión d e c i m a l , 1 9 6 1 , y e n e l s i e m p r e f a v o r e c i d o s i s t e m a d u o d e c i m a l , 1 1 7 5 . L a indicación d e q u e l a o b r a f u e p i n t a d a e n s u c a s a d e l

D e l t a s e s u p e r p o n e b r e v e m e n t e c o n e l a u t o r r e f e r e n -c i a l s o l . E l t e x t o q u e l e d a título a l a o b r a está p i n t a d o e n e l c u a d r o . S u s sílabas, r e p r e s e n t a d a s p o r u n a c o m ­binación d e f o r m a s , s e e n c u e n t r a n r e p l e t a s d e p o s i ­b i l i d a d e s semánticas g e n e r a d a s a p a r t i r d e l a técnica d e l p i n c e l , e l c o l o r y l a t o n a l i d a d , s u tamaño r e l a t i v o y posición r e s p e c t o a l r e s t o d e l a composic ión , e t c . E s i m p o r t a n t e señalar q u e s i b i e n e n e l p r e s e n t e e j e m p l o , a l i g u a l q u e e n l a mayoría d e l a s grafías geométr icas , e l o r d e n d e l a l e c t u r a e s d e r e l a t i v a s i m p l i c i d a d , e n o t r o s c a s o s , c o m o p u e d e o b s e r v a r s e e n Gran Rey Santo Jesús Cristo ( f i g . 4 ) , también p i n t a d a e n 1 9 6 1 , l a e s t r u c t u r a e s m u c h o más c o m p l e j a . L a d u a l i d a d d e l s i g n o lingüís­t i c o e n l a composic ión plástica, q u e s imul táneamente s e p a r a y u n e p a l a b r a e i m a g e n , q u e d a c o n t e n i d a e n l a dimensión plástica q u e X u l l e d a a s u e s c r i t u r a .

L a s p a l a b r a s p i n t a d a s e n l a s grafías s e c o n v i e r t e n e n sí e n imágenes d e n t r o d e l a i m a g e n , " q u e i n s i s t e n e n s u s e n t i d o a u s e n t e , d a n d o o r i g e n a l o i n a u d i t o y l o i n i n t e ­l i g i b l e " ( N a n c y , 7 2 ) . E n l a s grafías geométr icas e n c o n ­t r a m o s l o s e l e m e n t o s l i n e a l e s básicos d e u n a plástica a b s t r a c t a , q u e a l m i s m o t i e m p o s o n e s c r i t u r a , u n a sín­t e s i s d e p a l a b r a e i m a g e n . S a b e m o s , d e s d e e l r i g o r d e l a teoría, q u e r e s u l t a i m p o s i b l e e l i m i n a r l a d i s t a n c i a e n t r e p a l a b r a e i m a g e n , i m p o s i b l e b o r r a r l a d i f e r e n ­c i a e n t r e u n s i s t e m a a r t i c u l a d o y u n o d e n s o , p e r o e s

j u s t a m e n t e s o b r e e s t a i m p o s i b i l i d a d q u e s e a p o y a l a utopía d e X u l S o l a r . C o n l a s grafías, e l a r t i s t a d e t i e n e l a oscilación e n t r e l o v e r b a l y l o v i s u a l e n e l m o m e n t o i m p o s i b l e d o n d e p a l a b r a e i m a g e n c o i n c i d e n p o t e n ­c iándose i n f i n i t a m e n t e . E s e l m o m e n t o aporét ico e n q u e , m a r a v i l l a d a s , p a l a b r a e i m a g e n s e e n c u e n t r a n c a r a a c a r a y reconoc iéndose c o m i e n z a n a d a r c u e n t a d e a q u e l l o q u e p e r m a n e c e , y p e r m a n e c e r á s i e m p r e , más allá d e l a s p o s i b i l i d a d e s d e c a d a u n a .

F i g u r a 8 . D . R . F u n d a c i ó n P a n - K l u b / M u s c o X u l S o l a r

L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 4 7

F i g u r a 4 . D . R . F u n d a c i ó n P a n - K l u b / M u s e o X u l S o l a r

E l g e s t o últ imo d e comunión utópica y t r a s c e n ­d e n c i a e s , paradój ica p e r o i n e v i t a b l e m e n t e , también e l más i n a c c e s i b l e . C o n l a excepción d e u n a d e c o d i ­ficación p a r c i a l d e l a s grafías geométricas, d e p e n d e ­m o s e n t e r a m e n t e d e l a s t r a n s c r i p c i o n e s q u e e l a r t i s t a a v e c e s incluyó e n l a o b r a p a r a p o d e r l e e r l a s grafías. D o n d e X u l S o l a r n o p r o p o r c i o n a transcripción, e l t e x ­t o d e l a grafía e s i n e s c r u t a b l e . L a visión artística d e l a s grafías d e X u l S o l a r f l o r e c e , p a r a r e t o m a r l a metáfora d e N a n c y , e n u n c l i m a p r o p i c i a d o p o r l a s l e n g u a s q u e él creó y p o r l o s l e n g u a j e s plásticos q u e desarrolló a p a r t i r d e l a codificación v i s u a l d e éstas. L a i n a c c e s i b i ­l i d a d final d e l a s grafías e s p r o d u c t o d e n u e s t r a i n c a ­p a c i d a d p a r a p e n e t r a r e n e s e c l i m a , p a r a a d e n t r a r n o s l o s u f i c i e n t e e n e s e l u g a r q u e n o e x i s t e y e n f r e n t a r l a v e r d a d p u r a q u e r e v e l a .

M a r i C a r m e n Ramírez, c u r a d o r a d e l a colección d e a r t e l a t i n o a m e r i c a n o d e l M u s e o d e H o u s t o n , señala q u e , a l n o h a b e r s e d e d i c a d o a u n a f o r m a p a r t i c u l a r ,

l a o b r a d e X u l S o l a r n o s e i n c o r p o r a c o n f a c i l i d a d a l a m b i e n t e artístico d e ningún país ( e n R o h t e r ) . L a h e ­t e r o g e n e i d a d d e l o s e l e m e n t o s e i n f l u e n c i a s q u e X u l S o l a r e m p l e a e n e l d e s a r r o l l o d e s u p r o y e c t o artístico h a c o n t r i b u i d o c o n s e g u r i d a d a l tardío r e c o n o c i m i e n ­t o crítico d e s u o b r a . D e s d e s u práctica, l a t r a n s d i c i p l i -n a r i e d a d e m e r g e c o m o c o n s t a n t e c r e a t i v a . A través d e l a combinac ión d e p a l a b r a s e imágenes, r e f i n a d a a l o l a r g o d e s u c a r r e r a , X u l S o l a r i n t e g r a l a f u e r z a c r e a ­d o r a d e s u i d i o m a c o n e x p r e s i o n e s d e a r q u e t i p o s p r o ­v e n i e n t e s d e l i n c o n s c i e n t e c o l e c t i v o q u e e x p r e s a p o r m e d i o d e l a p i n t u r a . Así reúne u n a a m p l i a g a m a d e e l e m e n t o s q u e filtra e n s u l e n g u a p a r a l u e g o i n t e g r a r ­l o s e n l a representación plástica. S u s l e n g u a j e s , c o n t o ­d a s l a s c o n n o t a c i o n e s q u e r e c o g e n e n s u codificación v i s u a l , s e f u n d e n e n l a i m a g e n y a b r e n u n e s p a c i o e n l a i n v i s i b l e f r o n t e r a e n t r e l o v e r b a l y l o v i s u a l , u n e s p a c i o q u e a l m i s m o t i e m p o q u e e s p a l a b r a - i m a g e n , n o e s n i n ­g u n a d e e l l a s . E n e s t a s incronía, l a imaginación d e X u l S o l a r r e v e l a l a última visión d e s u s m u n d o s utópicos.

R E F E R E N C I A S

B o i d o , M a r i o . De límites y convergencias: la relación palabra/imagen en la cultura visual latinoamericana del siglo XX. I b e r o a m e r i -c a n a / V e r v u e r t , M a d r i d / F r a n c f o r t , 2 0 1 2 ( d e próxima a p a ­rición).

B o r g e s , J o r g e L u i s . Borges habla de Xul Solar. Grabación d e 1 9 7 5 . U n i v e r s i d a d N a c i o n a l d e Q u i l i n e s , 1 9 9 9 .

G o o d m a n , N e l s o n . Languages of Art. H a c k e t t P u b l i s h i n g C o m -p a n y l n c , I n d i a n a p o l i s , 1 9 7 6 .

G r a d o w c z y k , M a r i o H . Xul Solar. Alba/Fundación B u n g e y B o r n , B u e n o s A i r e s , 1 9 9 4 .

L i n d s t r o m , N a o m i . " X u l S o l a r y l a recreación v a n g u a r d i s t a d e l d i s c u r s o s a g r a d o " . La Palabra y el Hombre, 6 5 ( e n e - m a r ) , 1 1 5 -1 2 6 , U n i v e r s i d a d V e r a c r u z a n a , X a l a p a , 1 9 8 8 .

López A n a y a , J o r g e . Xul Sohir: una utopía espiritualista. F u n d a ­ción P a n K l u b / M u s e o X u l S o l a r , B u e n o s A i r e s , 2 0 0 2 .

M o n e g a l , A n t o n i o . En hs límites de la diferencia: poesía e imagen en las vanguardias hispánicas. T e c n o s , M a d r i d , 1 9 9 8 .

N a n c y , J e a n - L u c . The Ground of the Image. F o r d h a m U n i v e r s i t y P r e s s , N u e v a Y o r k , 2 0 0 5 .

R o h t e r , L a r r y . " K l e e - e s q u e S p i r i t o f A r g e n t i n e V i s i o n a r y S h i n e s A n e w " . The New York Times. 2 5 d e j u l i o d e 2 0 0 5 . < h t t p : / / w w w . n y t i m e s . c o m > ( c o n s u l t a d o e l 1 d e s e p t i e m b r e d e 2 0 0 6 )

Xul Sobar: visiones y revelaciones. Fundación E d u a r d o F . C o n s t a n t i -n i / P i n a c o t e c a d o E s t a d o d e S a o P a u l o , B u e n o s A i r e s , 2 0 0 5 .

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