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Revista Eletrônica de Fisioterapia da FCT/UNESP, v.1, n.1, 2009 ____________________________________________________________________________________________ 3 ANÁLISE COMPARATIVA DO PADRÃO ELETROMIOGRÁFICO DE MÚSCULOS DO BRAÇO DE PACIENTES PARKINSONIANOS ELECTROMYOGRAPHYC COMPARATIVE ANALYSIS OF THE PARKINSON MUSCLE ARM ADRIANA CARLA DE FRANÇA, AUGUSTO CESINANDO DE CARVALHO Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista - campus de Presidente Prudente Correspondência para: Augusto Cesinando de Carvalho, R. Roberto Simonsen, 305 CEP:19060-900 Presidente Prudente (SP), Brasil, e-mail: [email protected]

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ANÁLISE COMPARATIVA DO PADRÃO ELETROMIOGRÁFICO DE MÚSCULOS DO BRAÇO DE PACIENTES PARKINSONIANOS

ELECTROMYOGRAPHYC COMPARATIVE ANALYSIS

OF THE PARKINSON MUSCLE ARM

ADRIANA CARLA DE FRANÇA, AUGUSTO CESINANDO DE CARVALHO

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista - campus de Presidente Prudente

Correspondência para: Augusto Cesinando de Carvalho, R. Roberto Simonsen, 305 CEP:19060-900 Presidente Prudente (SP), Brasil, e-mail: [email protected]

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RESUMO Introdução: Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurodegenerativa com grande prevalência na população idosa. Objetivo: Comparar padrões eletromiográficos de músculos do antebraço durante movimentos de flexão e extensão do cotovelo de indivíduos com DP com os de indivíduos neurologicamente saudáveis. Materiais e Métodos: Selecionou-se 18 voluntários - 9 parkinsonianos e 9 sem comprometimentos neurológicos para grupo controle. Os voluntários parkinsonianos foram avaliados e qualificados pela Escala de Hoehn e Yahr (HY). O eletrogoniômetro foi fixado na articulação do cotovelo e os eletrodos posicionados nos Músculos Bíceps e Tríceps. Os participantes ficaram sentados com o braço ao lado do corpo, em posição neutra, permitindo um movimento mais natural da articulação do cotovelo. Foram orientados a efetuar, assim que visse acesa a luz do LED, um movimento de flexão-extensão do cotovelo. Foram realizados 10 ciclos formando um pacote de coleta. Aquisição e o armazenamento dos sinais em arquivos de dados foram feitos através do software Bioinspector 1.8 (Lynx). Realizou-se uma análise descritiva dos resultados obtidos. Para a realização das correlações utilizou-se uma análise não-paramétrica com os testes de Kruskal-Wallis, com nível de significância de 5%. Resultados: Ocorreu igualdade no desempenho das variáveis flexão e ADM. As variáveis, extensão, tempo de resposta e velocidade média angular, mostraram significância estatística. Também não há correlação entre a relação agonista-antagonista com a escala de HY. Conclusões: Os dados confirmam que os sinais e sintomas da DP podem acarretar prejuízo na atividade motora, atividades de vida diária dos indivíduos avaliados neste estudo. Palavras-chave: Eletromiografia; Doença de Parkinson; escalas; cotovelo

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ABSTRACT Background: Parkinson's Disease (PD) is a neurodegenerative disease with high prevalence in the elderly. Objective: Comparing patterns of electromyographic the forearm muscles during movement of elbow flexion and extension of individuals with PD and without neurological disorder. Materials and Methods: It was selected 18 volunteers - 9 Parkinsonian and 9 without neurological compromises for the control group. The Parkinsonian volunteers were evaluetad and qualified for the Hoehn e Yahr Staging Scale. The electrogoniometer was set in the joint of the elbow and the electrodes positioned in the triceps and biceps muscle. The participants were seated with arms along the body in a neutral position, allowing a more natural moviment of the elbow joint. They were instructed to perform the moviment of flexion-extension of the elbow, when they saw the light of LED. The package of collection were formed for 10 cycles. The purchase and storage of signals into data files were made through the software Bioinspector 1.8 (Lynx). There was a descriptive analysis of the results obtained. The correlation analysis was used a non-parametric tests the Kruskal-Wallis, with a significance level of 5%. Results: There were equality in the performance of variable bending and ROM. The variables, scope, time of readiness and average speed angle, showed statistical significance. There was no correlation between the agonist-antagonist relationship with the scale of HY. Conclusions: The result confirm that the signs and symptoms of PD may cause injury in motor activity, activities of daily living of individuals evaluated in these study. Key words: Electromyographyc; Parkinson Disease; scales

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1. INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurodegenerativa do

sistema nervoso central com grande prevalência na população idosa. Ela consiste em

uma patologia crônica e progressiva, caracterizada pela degeneração de neurônios

dopaminérgicos da parte compacta da substância negra mesencefálica, envolvendo os

núcleos da base e resultando em perturbações no tônus, posturas anormais e

movimentos involuntários 1,2.

Os sinais e sintomas da DP provêm de uma perturbação da função de duas

regiões dos gânglios da base: a substância negra e o corpo estriado. Essas massas

nucleares centrais de substância cinzenta contem praticamente toda a dopamina do

cérebro humano, que é um neurotransmissor essencial no controle dos movimentos

corporais. Do ponto de vista fisiopatológico, na DP há uma redução na atividade

dopaminérgica em decorrência da degeneração dos neurônios da substância negra e

corpo estriado. A causa desta degeneração, que é progressiva, ainda é desconhecida 3,4,5.

Conseqüente à atrofia e à degeneração dos núcleos da base, o paciente

parkinsoniano apresenta distúrbios motores freqüentes, como tremor, rigidez,

bradicinesia, episódios de freezing, festinação, respostas adaptativas (atividade

reduzida, fraqueza muscular, redução do comprimento muscular, contraturas,

deformidade, reduzida capacidade aeróbica), instabilidade postural, bem como déficit

cognitivos e autonômicos 6,7.

Dificuldades no equilíbrio também são comuns em pessoas com DP.

Entretanto esse é um distúrbio que tem uma manifestação mais tardia, que proporciona

insegurança durante a posição ortostática ou durante a marcha. Estas dificuldades

podem ser acrescidas a bradicinesia - lentidão e pobreza de movimentos. A diminuição

da velocidade de movimentos, associada á alteração do controle motor pode levar à

dificuldade de realizar movimentos repetidos ou seqüenciais. Assim o parkinsoniano

fica suscetível a desequilíbrios, tornando-o dependente de auxílio 8,9,10.

A perda de movimentos associados de um braço ao andar é um dos sinais

mais precoces de rigidez. Esta geralmente aparece unilateral e proximalmente na

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extremidade superior, propagando-se até envolver todos os músculos daquela

extremidade e eventualmente o lado oposto e músculos do pescoço e tronco.

Atualmente parece existir alguma evidência de que a rigidez é devida a uma ativação

anormal dos reflexos de estiramento longos concomitante com um aumento do reflexo

central 11.

Assim, é de grande importância clínica avaliar a DP quanto ao grau de

comprometimento motor que a mesma agrega. Com a evolução da doença, ocorre o

surgimento de novas alterações, o que agrava ainda mais a qualidade de vida dos

parkinsonianos 12,13.

Uma boa avaliação fornece informações que podem orientar e aperfeiçoar a

intervenção terapêutica. Freqüentemente, os indivíduos com DP são classificados de

acordo com o estado geral de severidade da doença, sendo usado para isso a Escala

de Estágios de Incapacidade de Hoehn e Yahr (HY). Os indivíduos classificados nos

estágios I, II e III dessa escala apresentam incapacidade leve a moderada, enquanto

que aqueles que estão nos estágios IV e V apresentam incapacidade mais grave 14,15,16.

Ainda, para uma avaliação quantitativa, tem-se usado a eletromiografia

(EMG) como ferramenta para analisar a atividade elétrica dos músculos esqueléticos 6,17,18.

Dependendo da intensidade de atividade contrátil no músculo, é observada e

analisada a amplitude do sinal eletromiográfico que permite determinar se um músculo

está mais ou menos ativo. Analisando os sinais eletromiográficos de várias

combinações também pode-se determinar funções musculares sob diferentes

condições 19. O estudo da atividade muscular de indivíduos neurológicos é de grande

importância, pois a alteração da atividade muscular pode comprometer as habilidades

motoras destes indivíduos nas suas atividades de vida diária 20,21.

Dessa forma, este estudo tem como objetivo comparar os padrões

eletromiográficos dos músculos do antebraço durante os movimentos de flexão e

extensão do cotovelo de indivíduos parkinsonianos, com diferentes graus de

Incapacidade segundo a Escala de HY, com indivíduos que não apresentam sinais e

sintomas neurológicos.

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2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Indivíduos

Participaram deste estudo 18 indivíduos que foram divididos igualmente em

dois grupos. Um foi constituído de voluntários parkinsonianos (6 homens e 3 mulheres,

com idade média de 65,90 ± 8,69 anos) em tratamento fisioterapêutico, sendo os

experimentos realizados na fase-off da medicação. O outro grupo foi constituído de

indivíduos sem comprometimento neurológico (3 homens e 6 mulheres, com idade

média de 68,18 ± 6,65 anos) da própria comunidade para servir como grupo controle.

Como critérios de inclusão foram considerados aptos, os indivíduos com

diagnóstico de Doença de Parkinson, de ambos os sexos, capazes de deambular,

compreender e obedecer a ordens simples. Os indivíduos que compunham o grupo

controle, possuíam idades compatíveis a idade média do grupo parkinsoniano. Em

contrapartida a presença de afasia, déficit cognitivo, incapacidade de deambular, bem

como os parkinsonianos classificados no estágio V da Escala de HY, serviram como

critério de exclusão.

Neste estudo, aprovado pelo Comitê de Ética sob o processo de número

158/2007, todos os participantes foram devidamente informados sobre os

procedimentos e objetivos deste estudo e assinaram um Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido.

2.2 Escala de Estágios de Incapacidade de Hoehn e Yahr

Os voluntários parkinsonianos foram avaliados e qualificados pela Escala de

HY. O grau de severidade foi correlacionado com o grau da atividade agonista com o

seu antagonista adquirido durante o movimento de flexão. O grau de atividade foi obtido

pela divisão do Root Mean Square (RMS) do agonista (Músculo Bíceps Braquial) pelo

RMS do antagonista (Músculo Tríceps Braquial).

2.3 Eletromiografia

Para cada aquisição do sinal eletromiográfico foram utilizados 2 pares de

eletrodos de superfície, modelo Meditrace da marca 3M, com superfícies de captação

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de AgCl com 10mm de diâmetro. A colocação dos eletrodos implicou em alguns

cuidados prévios para limpeza da pele.

O posicionamento dos mesmos (Figura 1), deu-se de acordo com as

diretrizes da Seniam (Surface ElectroMyoGraphy for the Non-Invasive Assessment of

Muscles)22 . Os eletrodos foram separados entre si por 20 mm e conectados ao coletor

de sinais por cabos de 230 cm de comprimentos. Em cada cabo está presente um

circuito pré-amplificador com ganho de 20 vezes, CMRR (Common Mode Rejection

Ratio) maior que 80 dB e impedância de 1012 Ω. A aquisição da atividade elétrica foi

realizada no membro superior mais acometido pela DP segundo relato dos

parkinsonianos e no membro superior esquerdo para os indivíduos do grupo controle.

2.4 Eletrogoniometria

Figura 1. 1) Pontos anatômicos do Músculo Bíceps Braquial para posicionar o eletrodo:

A. acrômio; B. local da coaptação do eletrodo no músculo; C. fossa cubital. 2) Pontos

anatômicos do Músculo Tríceps Braquial - Porção lateral para posicionar o eletrodo:

A.olécrano; B.coaptação do eletrodo no músculo; C.acrômio.

A

B

C

2

A

B

C

1

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O eletrogoniômetro foi fixado na articulação do cotovelo por presilhas que

podiam ser reguladas de acordo com a altura do membro superior. Este foi constituído

de duas hastes plásticas de 26 cm de comprimento cada, 0,5 cm de espessura e 4,5

cm de largura, ligadas em uma das extremidades por um potenciômetro linear de 10 KΩ

(Figura 2).

2.5 Captação dos dados

Os sinais captados foram enviados em um módulo condicionador de sinais

da marca Lynx2, modelo EMG 1000-8-4I. Neste módulo dois canais estão configurados

para receber os sinais de EMG, apresentando um filtro digital, tipo Butterworth, passa -

baixa com freqüência de corte de 500 Hz e um passa - alta com freqüência de corte de

20 Hz e ganho final de 1000 vezes. Todos os canais apresentam freqüência de

amostragem de 2000 Hz. A aquisição e o armazenamento dos sinais em arquivos de

dados foram feitos através do software Bioinspector 1.8 (Lynx).

2.6. Processamento dos sinais

Para a aquisição e armazenamento em arquivos de dados dos sinais

digitalizados foi utilizado o software Aqdados, da Lynx versão 4.0. Também alguns

desses dados foram processados por meio de um algoritmo desenvolvido em

Figura 2. Eletrogoniômetro acoplado na articulação do cotovelo (figura a direita);

A. haste plástica; B. potenciômetro; C. presilhas.

B

C

A

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linguagem Matlab. Após a normalização dos dados obteve-se um traçado médio do

sinal eletromiográfico (Figura 3).

2.7 Sincronização da coleta EMG e Goniometria.

A sincronização na base de tempo entre os sinais eletromiográficos e a

execução do movimento pelo eletrogoniômetro foi realizada utilizando-se um dispositivo

composto por um circuito que quando acionado emitiu um sinal de 1V em um canal de

instrumentação do condicionador de sinais. A sincronização permitiu avaliar a

angulação do movimento, resposta da atividade EMG em cada ângulo, bem como o

tempo de resposta para execução do movimento.

2.8. Protocolo de coleta dos dados

Os participantes da pesquisa ficaram sentados com o braço ao lado do corpo,

em posição neutra, permitindo um movimento mais natural da articulação do cotovelo

(Figura 4).

Eles foram orientados a efetuar, assim que percebessem acesa a luz do

LED, um movimento de flexão-extensão do cotovelo, partindo da extensão máxima

(posição de repouso) até a flexão total e voltando a posição de repouso – concluindo

assim um ciclo. Foram realizados 10 ciclos formando um pacote de coleta. Esses

procedimentos foram individualizados e equivaleram para todos os participantes.

Figura 3. Exemplo de um traçado médio do sinal eletromiográfico utilizando a

rotina no Matlab

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2.9. Análise estatística

Na EMG, inicialmente, foi realizada uma análise descritiva dos resultados

obtidos, através do cálculo de média, desvio padrão e coeficiente de variação, com o

objetivo de verificar os perfis dos grupos em estudos. Também verificou-se a existência

de diferenças significativas entre os grupos. Para a realização das correlações ele

utilizou uma análise não-paramétrica com os testes de Kruskal-Wallis, com nível de

significância de 5%.

Figura 4. A. Ilustração da execução do movimento de flexo-extensão de cotovelo

(um ciclo); B. Posicionamento do participante durante a coleta.

B A

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3. RESULTADOS

A avaliação dos parkinsonianos segundo a Escala de HY e quanto à relação

agonista-antagonista demonstrou a heterogeneidade do grupo estudado (Tabela 1),

cuja análise estatística revelou uma correlação muita baixa (r: 0,03051).

Tabela 1. Comparação da relação agonista-antagonista com a Escala de Hoehn e Yahr

dos parkinsonianos.

Durante a flexão do cotovelo os valores médios de RMS dos indivíduos

parkinsonianos foram 72,48 ± 99,39 µV para os flexores e 25,17 ± 11,68 µV para os

extensores. Nos indivíduos controles, os flexores obtiveram valores médios de 53,68 ±

28,41 µV para os flexores e 12,19 ± 4,95 µV para os extensores no mesmo movimento

(Tabela 2). A comparação dos agonistas não revelou diferenças (p ≤ 0.5660) ao passo

que os extensores dos parkinsonianos apresentaram uma maior intensidade (p ≤

0.0243).

Tabela 2. Tabulação dos valores obtidos de RMS durante os movimentos de flexão de

cotovelo.

Controle Parkinson

RMS-Agonista RMS-Antagonista RMS-Agonista RMS-Antagonista

Indivíduo 1 91.41 14.75 27.17 13.88 Indivíduo 2 11.12 6.47 43.54 31.06 Indivíduo 3 34.95 18.33 22.31 14.42 Indivíduo 4 57.75 8.17 25.24 15.53 Indivíduo 5 67.78 17.00 26.77 24.30

Relação Agonista-Antagonista HY

Indivíduo 1 1,957 1 Indivíduo 2 1,401 2 Indivíduo 3 1,547 3 Indivíduo 4 1,625 1,5 Indivíduo 5 1,101 1 Indivíduo 6 7,123 1 Indivíduo 7 1,337 0 Indivíduo 8 5,479 2 Indivíduo 9 1,560 1

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Indivíduo 6 35.84 8.80 333.34 46.79 Indivíduo 7 68.86 16.86 42.89 32.05 Indivíduo 8 25.48 5.52 77.47 14.13 Indivíduo 9 89.92 13.77 53.60 34.34

Média 53.68 12.19 72.48 25.17

Desvio Padrão 28.41 4.95 99.39 11.68

Os valores médios da amplitude angular da flexão de cotovelo, bem como os

da velocidade angular (Tabela 3) de indivíduos parkinsonianos apresentaram uma

média de 99,55 ± 6,40 graus e 39,01 ± 13,41 graus por segundo, respectivamente. Em

contrapartida, os valores dos indivíduos do grupo controle mostraram-se maiores,

sendo 103,24 ± 11,94 graus para flexão e 79,42 ± 31,53 graus por segundo para a

velocidade angular. A análise estatística revelou uma diferença significante entre os

valores da velocidade angular dos indivíduos parkinsonianos daqueles do grupo

controle (p ≤ 0.0031).

Tabela 3. Tabulação dos valores médios de amplitude de movimento (ADM) e

velocidade média angular (VMA), dados em graus e graus por segundo,

respectivamente, durante o movimento de flexão de cotovelo.

Outro dado observado foi o intervalo de tempo (Tabela 4) que corresponde a

autorização do movimento de flexão do cotovelo pelo LED a iniciação da atividade

Controle Parkinson

ADM VMA ADM VMA

Indivíduo 1 109.14 134.75 106.86 35.23 Indivíduo 2 90.95 47.89 100.28 53.59 Indivíduo 3 93.56 110.92 96.14 27.77 Indivíduo 4 96.07 76.67 93.33 23.37 Indivíduo 5 95.12 49.36 91.50 31.68 Indivíduo 6 121.50 92.78 102.45 66.57 Indivíduo 7 117.62 94.97 108.25 34.9 Indivíduo 8 112.67 65.06 92.52 36.51 Indivíduo 9 92.49 42.42 104.62 41.52

Média 103.24 79.42 99.55 39.01

Desvio Padrão 11.94 31.53 6.40 13.41

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eletromiográfica. Indivíduos parkinsonianos obtiveram um tempo médio de resposta de

33,03 ± 16,78 milisegundos, enquanto que os indivíduos do grupo controle levaram

15,78 ± 5,17 milisegundos (p ≤ 0.0041).

Tabela 4. Tabulação dos valores médios do tempo de resposta (TR) em milisegundos

durante o movimento de flexão de cotovelo.

TR-Controle TR-Parkinson Indivíduo 1 10.3 32.45 Indivíduo 2 21 17.85 Indivíduo 3 7.5 33.1 Indivíduo 4 12.2 73.5 Indivíduo 5 20.2 37.15 Indivíduo 6 15.05 21.4 Indivíduo 7 21.1 18.8 Indivíduo 8 14 35.05 Indivíduo 9 20.7 28

Média 15.78 33.03

Desvio Padrão 5.17 16.78

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4. DISCUSSÃO

Os resultados deste trabalho puderam demonstrar os sintomas e sinais

motores alterados de parkinsonianos quando comparados com indivíduos normais por

meio da Escala de HY, eletromiografia e eletrogoniometria. Embora algumas alterações

não expressaram significância estatística, o trabalho demonstrou que a utilização

destes métodos de avaliação permite acompanhar a evolução dos indivíduos

parkinsonianos e possibilita ao fisioterapeuta fundamentar e desenvolver uma terapia

eficaz.

Neste estudo, observamos que indivíduos com distintos valores na Escala de

HY obtiveram diferentes amplitudes e relação agonista-antagonista dos sinais

eletromiográficos. Aparentemente não existe um padrão que correlaciona a

classificação do indivíduo na Escala de HY quanto a um respectivo valor da relação

agonista-antagonista. Devemos considerar que a Escala de HY não mensura as

atividades desempenhadas pelos membros superiores o que a torna pouco sensível

quando comparada a EMG. A falta de uniformidade da atividade eletromiográfica pode

estar relacionada com as diferenças tônica, capacidade contrátil, tempo de lesão, bem

com a gravidade do quadro clínico.

Marusiak23 observou semelhança na EMG dos músculos agonistas (Músculo

Bíceps Braquial) e antagonistas (Músculo Tríceps Braquial) de indivíduos

parkinsonianos quando comparado a de indivíduos saudáveis. Contudo a presença de

uma maior coativação da freqüência mediana do músculo antagonista dos indivíduos

parkinsonianos foi evidente. Diferentemente, nossos resultados revelaram que os

músculos agonistas mantiveram-se em maior ativação que os músculos antagonistas

tanto nos indivíduos parkinsonianos quanto para os do grupo controle. Marusiak23 não

demonstrou se seus indivíduos estavam submetidos a terapia física, o que pode alterar

o comando motor. Também, a diferença do modelo experimental, pode ser outra

explicação para tal diferença no resultado. Os parkinsonianos deste trabalho estavam

submetidos a fisioterapia em grupo, entretanto o tempo de tratamento não foi analisado

e comparado com os resultados.

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Em contrapartida, Barry24 e Orizio25 encontraram baixos valores de RMS em

indivíduos com problemas neuromusculares quando comparados com os normais. Eles

interpretaram esses achados com a rápida contração muscular das fibras atrofiadas e a

reposição dessas com firmes conexões teciduais. Parkinsonianos tendem a diminuir

seu desempenho nas atividades de vida diária e, conseqüentemente tendem a agravar

o sistema músculo esquelético desencadeando quadros álgicos, deformidades e atrofia

muscular. A fisioterapia é capaz de retardar e ou amenizar estes sinais e sintomas.

Hoffman e Strick26 mostraram quantitativamente que diferentes padrões de

ativação muscular, frente a alguma sobrecarga, podem estar associados com os

diferentes perfis da performace individual. Entretanto ao comparar a contração

isométrica de parkinsonianos com a de indivíduos saudáveis, Wierzbicka27 percebeu

que esses primeiros tinham níveis normais de força e não estavam tão abaixo do grupo

normal.

Corcos28,29 observou a existência de alta coativação antagonista em

parkinsonianos. Ao mensurar a força máxima dos músculos flexor e extensor do

cotovelo, percebeu que esses indivíduos na fase-off da medicação tinham sua força

reduzida mais na extensão que na flexão. Também ao observar a velocidade do tempo

de reação, notou uma lentidão para gerar a contração. Assim, essa demora a executar

o movimento, bem como a distribuição assimétrica da força desses músculos, foram

correlacionados com as mudanças no estado clínico do paciente.

Em nosso trabalho notou-se uma considerável demora no inicio da contração

muscular flexora dos parkinsonianos. Estes levaram 17,25 milisegundos a mais que os

indivíduos do grupo controle para iniciar a execução do movimento. Essa lentidão,

conhecida como bradicinesia, é uma característica marcante do parkinsoniano, na qual

este não consegue ativar seu músculo ao máximo da força que ele pode desenvolver e

conseqüentemente há a diminuição da velocidade para executar o movimento. A

lentidão do movimento em parkinsonianos pode ser devido a hipoatividade nas

conexões tálamo corticais 30.

Gentilucci e Negrotti 31 mostraram que a reação para a execução do

movimento esta dentro dos limites normais. Contudo, parece existir uma grande

quantidade de opções que podem servir como caminho para a elaboração do

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movimento. A escolha por qual caminho efetuar o comando da tarefa gera o atraso na

execução do movimento. Esse fato foi atribuído a recuperação dos programas motores

e a sequenciação da ativação muscular que se faz necessário para a elaboração dessa

tarefa, uma vez que esta comprometida. Não diferentemente, os parkinsonianos desse

estudo, além de demorar para executar o ciclo de movimento, também o executaram de

forma lenta. Sua velocidade angular média foi bem diminuída, 40,41 graus por segundo

a menos, quando comparada com a do grupo controle.

Em suma, sobre as variáveis podemos concluir que, entre os parkinsonianos

e os indivíduos do grupo controle, ocorreu igualdade no desempenho em duas

variáveis, flexão e ADM. Em contrapartida, as outras três variáveis, extensão, tempo de

resposta e velocidade média angular, mostraram significância estatística. Além disso,

quando analisamos a correlação entre agonista-antagonista com a Escala de HY

podemos notar que, como o seu valor é muito baixo, não há correlação entre as

variáveis.

Os dados confirmam que os sinais e sintomas da DP podem acarretar

prejuízo na atividade motora, atividades de vida diária dos indivíduos avaliados neste

estudo.

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