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ISSN 1415-482X • Ano 14 • Nº 53 • Agosto-Setembro-Outubro/2010.

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[email protected]

Dourados Ano 14 - No 53 Págs. 1-64 Ago.-Set.-Out./2010

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CARO LEITORAno 14 • No 53 • Ago.-Set.-Out./2010

ISSN 1415-482X

Rua Mato Grosso, 1831, 10 Andar, Sl. 01Tel.: (67) 3423-0020 / 9238-0022

Dourados, MSCEP 79804-970

Caixa Postal 475CNPJ 06.115.732/0001-03

Revista Arandu: Informação, Arte, Ciência, Literatura /Grupo Literário Arandu - No 53 (Ago.-Set.-Out./2010).Dourados: Nicanor Coelho Editor, 2010.

TrimestralISSN 1415-482X

1. Informação - Periódicos; 2. Arte - Periódicos;3. Ciência - Periódicos; 4. Literatura - Periódicos;5. Grupo Literário Arandu

PUBLICAÇÃO DO

[

EditorNICANOR COELHO

[email protected]

Conselho Editorial ConsultivoÉLVIO LOPES, GICELMA DA FONSECA

CHACAROSQUI e LUIZ CARLOS LUCIANO

Conselho CientíficoCARLOS MAGNO MIERES AMARILHA,

LUCIANO SERAFIM, MARIA JOSÉMARTINELLI SILVA CALIXTO, MARIO

VITO COMAR, NICANOR COELHO, PAULOSÉRGIO NOLASCO DOS SANTOS e PLÍNIO

SAMPAIO CATARINO

Editor de ArteLUCIANO SERAFIM

Esta edição da Revista Arandu é dedicada a contara trajetória do educador Nelson Luiz Posseti, que

tem quase cinqüenta anos dedicados a ensinar váriasgerações de professores.

No ensino superior teve destacada atuação e ago-ra como empresário é fundador do ISFACES (Insti-tuto São Francisco de Assis de Administração, Co-municação, Educação e Saúde) e da FETAC (Facul-dade de Educação, Tecnologia, Administração e Ci-ências Contábeis de Caarapó), da Faculdade Iguaçude Capanema (PR) e das faculdades de Arapongas eCambé.

A Revista Arandu apresenta uma entrevista feitacom o professor Nelson Posseti, em que ele fala desua vida pessoal e profissional.

Nas páginas seguintes, o leitor encontrará im-portantes informações nos artigos de professores epesquisadores de várias instituições de ensino superi-or de Mato Grosso do Sul, incluindo a FETAC.

O professor da FETAC Alexander Mendes Be-zerra escreveu o artigo “A importância da Contabili-dade para as organizações do Terceiro Setor”.

Genivaldo Pinheiro de Andrade e Solange TiekoSakaguti falam sobre “Ensino à Distância via Internete suas tecnologias”, enquanto o administrador de em-presas Leandro Rennê Camilo escreveu sobre “Estra-tégia e Concorrência entre as empresas: um fator im-portante para se destacar no mercado”.

José Roberto Lopes e Thaisa Pase escreveram oartigo “Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital:Estudo de caso em empresa provedora de acesso àInternet”. José Roberto também escreveu, em conjun-to com Denise Ferreira Chimirri, o artigo “Fluxo deCaixa Projetado: estudo de caso do impacto da estru-tura do ciclo financeiro da empresa Terra Sul Peças eImplementos Agrícolas Ltda”.

Desta forma, com esta edição, a Revista Aranduquer comemorar o sucesso da FETAC, que ofereceem Caarapó os cursos de Administração de Empresase Ciências Contábeis, publicando artigos ligados es-pecificamente a estas áreas do conhecimento.

Tenham uma boa leitura!

Nicanor CoelhoEditor

CARO LEITOR

EDITADO POR

Page 5: Revista Arandu # 53

• CAPES - Classificada na Lista Qualiswww.capes.gov.br

• ISSN - International Standard Serial Number

• Latindex - www.latindex.org

• GeoDados - www.geodados.uem.br

Ano 14 • No 53 • Ago.-Set.-Out./2010 SUMÁRIO[

]INDEXAÇÃO

EntrevistaNelson Posseti: Uma vida inteira pela educação ................................................ 5

A importância da Contabilidade paraas organizações do Terceiro Setor ........................................................................... 10Alexander Mendes Bezerra

Ensino à Distância via internet e suas tecnologias ............................................... 17Genivaldo Pinheiro de AndradeSolange Tieko Sakaguti

Fluxo de Caixa Projetado: estudo de caso do impactoda estrutura do ciclo financeiro da empresaTerra Sul Peças e Implementos Agrícolas Ltda ...................................................... 25Denise Ferreira ChimirriJosé Roberto Lopes

Estratégia e Concorrência entre as empresas:um fator importante para se destacar no mercado ............................................. 38Leandro Rennê Camilo

Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital:Estudo de caso em mmpresa provedora de acesso à Internet ........................... 48José Roberto LopesThaisa Pase

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Nelson Posseti

O professor Nelson Luiz Posseti é umeducador nato. Nasceu para a música

e como um maestro conduziu milhares dejovens para um futuro melhor. Nascido nacidade paranaense de Jacarezinho em 19 deoutubro de 1943 é um professor que acimade tudo aprende com os seus alunos quedepois se transformam em amigos parauma vida inteira.

Posseti é um músico um vate. Comopoeta escreveu “Versos Brancos de Verão”entre outras obras. É membro da AULA(Academia Umuaramense de letras e Ar-tes). Graduado em Pedagogia, Mestre emEducação pela PUC-PR e Doutor e Ciênci-as Empresarias pela Universidad Del MuseoSocial Argentino Posseti depois de se apo-sentar continuou na educação.

ENTREVISTA

Uma vida inteira pela educação

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Não deixou a sala de aula onde lecionaem vários cursos de Pós-Graduação, mascomo empresário da educação é o respon-sável pela fundação do ISFACES (InstitutoSão Francisco de Assis de Administração,Comunicação, Educação e Saúde).

Posseti fundou a FETAC (Faculdade deCaarapó -MS), Faculdade Iguaçu deCapanema (PR) e prepara a criação da Fa-culdade Paraná em Cambe (PR) e FATEAna cidade de Arapongas (PR).

Nesta entrevista Nelson Posseti fala so-bre sua história de vida e sua trajetória naeducação desde a sua graduação até os diasatuais quando se dedica ao Ensino Superi-or. Posseti fala de suas aspirações comoprofissional, sua família e sobre os planos.

cursávamos o curso de pedagogia, jáhavíamos constatado que uma aula só seriavalidada, se acompanhada da suscitação departicipação junto aos alunos como formade entabular uma conversação dialética, nãoficando no simples exercício a “salivação”,muito comum na época. Imagine que amaioria dos professores “lecionavam”,passando o esqueminha no quadro de giz eexplicando, quase lendo o que estava escritono mesmo, e os alunos mais preocupadosem “copiar o esquema e as explicações doprofessor, do que propriamente interagiremcom os mesmos. Nós não, e talvez por istofazíamos a diferença; nós explicávamos sim,mas de forma diferente, sempre argüindocontinuamente as alunas, exemplificando,relatando casos, citado referências,ilustrando...

Quanto aos autores mais usados naépoca, quanto à matemática o livro base erao do prof. Algacir Munhoz Maeder e abibliografia básica na área de didática era ofamoso AFRO DO AMARAL FONTOURA,e vez ou outra o do professor LourençoFilho, basicamente mais nada, a maioria dasoutras disciplinas eram tratadas commaterial referencial apostilado, rodadas nosmimeógrafos a álcool, pois no interiorraramente se encontra estes aparelhosmultiplicadores à tinta.

Recursos didáticos usados constavam àsvezes de cartazes ilustrativos, epscópios,projetores de slides, mas raramente usadostambém, pois montar diapositivos para osprojetores era na época muito difícil nointerior, dadas as condições de carência demateriais apropriados.

REVISTA ARANDU: Como eram asrelações entre professores e alunos? Entre

“A maioria das outras disciplinaseram tratadas com material refe-rencial apostilado, rodadas nosmimeógrafos a álcool, pois no inte-rior raramente se encontra estesaparelhos multiplicadores à tinta.”

REVISTA ARANDU: Quais disciplinasministrava? Fale-nos sobre a metodologiade trabalho, a forma de avaliação, osrecursos de ensino, os autores lidos?

NELSON POSSETI: As disciplinasministradas logo quando ingressamos nomagistério, foram as que já falamosanteriormente esta entrevista. Não obstante,pertinente a questão sobre que metodologiausávamos, temos a dizer que basicamente amesma era embasada em aulas expositivas,lógico de forma participante, pois desde que

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a direção, coordenação e professores?

NELSON POSSETI: As relaçõesprincipalmente entre professores e alunoseram pontuais. Havia aqueles queensinavam, os sabedores do conhecimentoe os que deviam aprender. E esta relaçãoera muito verticalizada e pautada pelaproeminência do magister doctor. Ao alunocabia ouvir, anotar e na prova, responderquase de forma decorada àquilo que lhe era“ensinado” de forma doutoral.

A relação direção, coordenação eprofessores: Onde havia coordenação, o quehavia na escola normal era um personagemdenominada assistente técnica, geralmenteda confiança da direção a quem cabiasistematizar o processo e atender àsecretaria, já que geralmente quem seencarrega desta função era a secretária daescola normal, uma “normalista experiente”,e ninguém questionava suas orientações,afinal todos estavam no mesmo barco,eram quase que inexistentes professoreshabilitados em pedagogia e/ou concursadosna área.

As direções, pelo fato de não seremeleitas, e sim indicadas e nomeadaspoliticamente, reinavam de forma absoluta,pouco se importando com a qualidade doprocesso, o que os garantia no poder era asatisfação daqueles que os indicavam atravésdas benesses aos seus apadrinhados...

REVISTA ARANDU: Qual foi aimportância que a Escola Normal teve paraa cidade de Umuarama nos anos iniciais desua fundação e consolidação?

NELSON POSSETI: Cremos que aimportância que a Escola Normal teve para

a cidade de Umuarama, pode se caracterizarpelo fato de que em tendo muitas turmas,pois já nesta época o exame eliminatório jáhavia sido abolido, a Escola agora era paratodos, agregou muitas cabeças pensantes,dos novos professores concursados queaqui aportaram e que concorreram para aformação de quantos ótimos profissionaisque lecionando também na FAFIU,formaram outros tantos bons profissionaisda educação.

REVISTA ARANDU: Como acomunidade umuaramense os via? O queera ser professor da Escola Normal?

NELSON POSSETI: Sinceramente, naépoca em que aqui chegamos, lecionar naEscola Normal já não era aquele must, afinallogo veio a Faculdade, e aí sim, lecionar noensino superior nos deu aquele status. Aescola normal já deixara de ser elitista,passando a ser -como agora todos podiamter acesso à mesma- mais um curso de nívelcolegial, e com a implantação da Lei 5.692então, foram criados inúmeros outroscolégios que passaram a ofertá-la, mesmonos pequenos municípios. Nós, emparticular montamos na época mais de 10projetos de implantação de Cursos deMagistério em nível de 2º Grau paramunicípios circunvizinhos, tais como Iporã,Maria Helena, Mariluz, Xambrê...

REVISTA ARANDU: Como erarecrutado o corpo docente das EscolasNormais?

NELSON POSSETI: Lógico que após adistribuição das aulas àqueles professoresdetentores de padrão -os concursados-as -

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as demais aulas eram distribuídas segundoalguns critérios determinados pela SEEDParaná, mas ainda com larga dose políticaou de favorecimentos das direçõesnomeadas, mas o processo já era maisdisciplinado, não dependia apenas das“indicações”... Muitas vezes os apadrinhados,nada sabiam a respeito sequer da elaboraçãode um Plano de Ensino, como elaborarobjetivos, definir estratégias, estabelecercritérios de avaliação..., então nós tínhamosque tutorá-los para não ficarem a “vernavios”...

REVISTA ARANDU: Havia capacitaçãodo corpo docente? Como e onde erarealizada?

NELSON POSSETI: Raramente, amaioria dos chamados “treinamentos” eramrealizados nas recém sedes dos núcleos deimplantação da reforma (o jargão que erausado para caracterizar a implantação da Lei5.692). No mais as atualizações, eram obtidaspor livre iniciativa de alguns professores deárea que organizavam encontrosdidáticos(chamados na época) e traziamprofissionais gabaritados para ministrá-lose as despesas eram rateadas entre osparticipantes. Lembramos de quantos foramos encontros que promovemos na região,envolvendo Cruzeiro do Oeste, Mariluz,Maria Helena, Icaraíma, Pérola, etc...

REVISTA ARANDU: Em que o cursonormal contribuiu para formação econsolidação do sistema de ensino nomunicípio de Umuarama?

NELSON POSSETI: Bem, indubitável,foram provavelmente das plêiades de

valores docentes que saíram das turmas daEscola Normal Maria Montessori e logodepois do Colégio Estadual Pedro II que sesedimentaram os caminhos do magistériosuperior, uma vez que quantas e quantasprofessoras que até ainda a bem poucotempo lecionaram na UNIPAR, tiveram suaprimeira formação para a docência naquelesestabelecimentos de ensino. Além dosprimeiros, como nós, professor lgnácioUrbainsk, Alciso Arantes do Nascimento,Calorinda Mikoz, Cleusa Branga Franquini,Leda Rossi, pra citar alguns deles... Portanto,sem qualquer “badalação”, fomos um timede primeira para a educação no municípiode Umuarama!

REVISTA ARANDU: Em relação aoseu percurso profissional junto a UNIPAR,quais foram as experiências maissignificativas?

NELSON POSSETI: Desde queiniciamos nossas atividades docentes nainstituição primeira da UNIPAR, aFaculdade de Filosofia, Ciências e Letras deUmuarama (FAFIU) nos idos de 1972,quando a mesma foi credenciada pelo MEC,lecionamos 33 anos as mais variadasdisciplinas da área de educação em cursosofertados em todo o seu processo detransição de Faculdade, para FaculdadesIntegradas (FIAPEC) e finalmente para suaconsolidação em Universidade. Duranteestes anos fomos Chefe de Departamentona área de Educação, Diretor da Faculdadede Ciências da Saúde de Umuarama(FACISU), Coordenador do Programa deAvaliação Institucional (PROPAIUP), eDiretor do Instituto de Educação. Masvoltando a questão, a experiência mais

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significativa que vivenciamos foi aquela deter participado do processo de transição daIES até sua consolidação em Universidade,período no qual realizamos as nossas trêsespecializações, o curso de Mestrado emPedagogia Universitária e o Doutorado emCiências Empresariais.

REVISTA ARANDU: Professor, vocênos disse que após ter participado doquadro de professores efetivos do governodo Estado do Paraná durante 30 anos,oportunidade no qual foi professor, diretorde escola e chefe do Núcleo Regional deEducação, obtendo sua aposentadoria,almejava manter-se no mercado detrabalho, portanto, pensava em serempresário na área de educação, o queocorreu?

NELSON POSSETI: Tão logo nosaposentamos de nossas funções junto aSecretaria de Educação do Estado do Paraná,pudemos incrementar melhor nossas açõesjunto a UNIPAR, visto que então passamosa nos dedicar em tempo integral a mesma,lecionando e participando de seu processoadministrativo, já mencionado na questãoanterior. Mas como também ali aguardá-vamos nossa aposentadoria junto ao INSSapós mais de 30 anos de atividadesuniversitárias pensávamos em “abrir umnegócio na área de pós-graduação”, mas bemsabíamos que para tal, necessitaríamos decontar com uma IES que pudesse ser acertificadora dos cursos de Pós-GraduaçãoLato Sensu que preiteávamos a oferecer.

Vai daí nossa iniciativa em usando da

experiência acumulada protocolar junto aoMEC o processo de Credenciamento dasFaculdade Iguaçu e FETAC, hojedevidamente instaladas e em especial aFaculdade Iguaçu com cinco anos defuncionamento e seus cursos devidamenteReconhecidos pelo MEC. Quanto a nossaidéia em proporcionar estudos de Pós-Graduação às comunidades carentes edistantes do Estado do Paraná através doISFACES (Instituto Mantenedor das IES), hojeproporcionamos aproximadamente a 1000profissionais da área da educação, apossibilidade concreta de obterem a elevaçãodo nível de qualidade de seus desempenhos,obedecendo basicamente ao compromissode responsabilidade social, propósitoinalienável de uma educação voltada àformação continuada, requerimento exigívelpara os profissionais contemporâneos.

REVISTA ARANDU: Hoje com essasinstituições já consolidadas, quais são seusobjetivos para o futuro?

NELSON POSSETI: Satisfeitos atéentão com os resultados obtidos nestabreve, embora tardia caminhadaempresarial, almejamos expandi-las, hajavista que estamos envidando esforços nosentido de nos sediarmos nas Capitais doEstado do Paraná e Mato Grosso do Sul, emnível de cursos de Pós-Graduação einstalarmos mais duas instituições de EnsinoSuperior, especificamente nas cidades deCambe (Faculdade Paraná) e Arapongas(FATEA), assim sendo, o futuro que nosaguarda.

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RESUMOAs organizações do Terceiro Setor crescem a ganham espaço perante a economia mun-

dial a cada dia, tornando-se extremamente necessárias para a sociedade e para o Estado,dado sua contribuição para concretizar objetivos de solidariedade para suprir as lacunas daação governamental. A necessidade de informações a respeito desse trabalho realizado porestas organizações e de que forma são alocados e administrados os recursos recebidos pelacomunidade e o Estado, fizeram com que as mesmas buscassem na Contabilidade subsídi-os para as respostas quanto a sua gestão. O objetivo deste artigo é discutir quem são e comoestão organizadas estas empresas do Terceiro Setor e de que maneira a contabilidade podefornecer informações que resultem em resultados para estas organizações.

Palavras-chave: Terceiro Setor. Contabilidade. Informações.

ABSTRACTThe organizations of the Third Sector grow and get space before the world-wide economy

to each day, becoming extremely necessary for the society and the State, considering itscontribution to materialize solidarity objectives to supply the gaps of the governmentalaction. The necessity of information regarding this work carried through these organizationsand what forms are placed and managed the resources received for the community and theState, had made the organizations to search in the Accounting subsidies for the answers onits management. The main objective of this article is to argue who is and how these companiesof the Third Sector are organized and how the accounting can supply information thatmakes results for these organizations.

Keywords: Third Sector. Accounting. Information.

A IMPORTÂNCIA DACONTABILIDADE PARA

AS ORGANIZAÇÕESDO TERCEIRO SETOR

Alexander Mendes BEZERRA1

1 Graduado em Ciências Contábeis pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).Especialista em Administração Empresarial. Professor Universitário. E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

No contexto mundial atual, muito se falaem responsabilidade social, conceitos apli-cáveis a grandes empresas que procuramde certa forma demonstrar a sociedade oque fazem pela mesma através da publica-ção dos balanços sociais. Este assunto é novonas empresas que visam o lucro, dada a pre-ocupação sócio-ambiental dos países e so-ciedades num todo. Dada a grande dificul-dade do Estado em atender o setor públicoem razão de inúmeras circunstancias querde natureza política, social ou econômica, ea natureza do ser humano em promoverações voltadas à filantropia e solidariedadeatravés de idéias individuais ou com forma-ção de grupos de pessoas na forma de açõescomunitárias, é que podemos verificar aexistência de uma nova pessoa jurídica pri-vada denominada Terceiro Setor.

Ampliado o grande desenvolvimentodeste setor perante a economia mundial, esua importância para a sociedade com açõesvoltadas ao cunho social, estas organizaçõesprecisaram fornecer informações mais pre-cisas sobre os recursos conseguidos e aalocação dos mesmos, tendo a contabilida-de o dever de suprir estas necessidades atra-vés de seus relatórios contábeis.

Dado a relevância destas entidades atu-antes neste seguimento, e seu crescimentono panorama mundial e no Brasil, pareceu-nos relevante um estudo que demonstre adefinição do Terceiro Setor, assim como oseu surgimento no Brasil e o quanto ele re-presenta hoje para o nosso país, os proble-mas enfrentados por estas organizações, ede que forma a Contabilidade pode auxiliare maximizar os recursos auferidos por estasorganizações de forma na forma fiscal e tam-

bém na sua Gestão.A pesquisa consoante tem por objetivo

conhecer e dar enquadramento legal as nor-mas a que estão sujeitas as Organizações doTerceiro Setor, pesquisar sobre as Entida-des Beneficentes de assistência social, comênfase nas questões legais e fiscais, relativasà formação de seu patrimônio, e a impor-tante participação do profissional da conta-bilidade na gestão destas empresas, atravésda evidenciação dos serviços prestados fren-te às necessidades da empresas do TerceiroSetor.

1. O SURGIMENTOE CONCEITUAÇÃO

DO TERCEIRO SETOR

Dado a atual situação econômica mun-dial, pode-se verificar a existência de trêssetores, que fazem movimentar toda aeconomia e trabalham para o crescimen-to e evolução da sociedade. Pode-se colo-car a figura do Estado como o primeirosetor, onde por meio de seus órgãos eentidades, realizam suas atividades admi-nistrativo-financeiras, desempenhando asfunções, conforme Araujo (2009, p.01) “ins-tituição e dinamização de uma ordem ju-rídica; resolução dos conflitos sociais pormeio da aplicação das normas instituídas;administração e o gerenciamento dos benspúblicos para atender as necessidades dacoletividade”.

O art. 3 da Constituição Federal, queestabelece os objetivos fundamentais daRepublica Federativa do Brasil, dita que édever do Estado “erradicar a pobreza e amarginalização e reduzir as desigualdadessociais e regionais”. Desta forma, é dever doEstado promover o bem estar social sem

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preconceito de cor, sexo, raça, ou qualqueroutra distinção atendendo as necessidadesbásicas como: saúde, segurança, educação.Porém o que pode-se presenciar é que oEstado sozinho não consegue atender a to-das a necessidades e os direitos dos cida-dãos, sendo cada vez mais necessário a par-ticipação da sociedade.

No segundo setor, estão situados o se-tor privado, ou as empresas privadas, queexercem suas atividades com o propósitode auferirem lucros e distribuírem os mes-mos aos investidores como remuneração doseu capital aplicado na entidade.

Surge então uma nova ordeminstitucional, um novo foco na economia,uma nova esfera colocando-se entre o setorpublico (Estado) e o setor privado (empre-sas privadas): o Terceiro Setor. Sua existên-cia é determinada como certa, porém exis-tentes polemicas quanto a sua classificaçãoe definição, razão esta que se apresenta adi-ante alguns conceitos e definições forneci-dos por estudiosos.

De acordo com Ioschpe (2000, p.26)

“O terceiro Setor é um conceito quevem sendo utilizado no Brasil, e em ou-tros países, principalmente nos EstadosUnidos da América, para designar o con-junto composto de organizações sem finslucrativos, cujo papel principal é a parti-cipação voluntária, fora do âmbito go-vernamental, que dão suporte as prati-cas da caridade, da filantropia e domecenato, voltadas para a garantia dodireito de cidadania da sociedade.

Conforme Fonseca (2000, p.4), “As or-ganizações do Terceiro Setor, são aquelesagentes não econômicos e não estatais que

procuram atuar coletiva e formalmente,para o bem-estar de uma comunidade ousociedade (...)”.

Referem (1995) “em todo o mundo, asorganizações do Terceiro Setor Surgem eganham importância no computo das eco-nomias, seja para suprir lacunas da açãogovernamental, seja para concretizar obje-tivos de solidariedade que não encontramespaço de realização em outros lugares”.

Coelho (2000, p.59), ensina que “generi-camente a literatura agrupa nessas deno-minações todas as organizações privadas,sem fins lucrativos, e que visam a produçãode um bem coletivo”.

Já a NBC T 10.19 (2008, p.250)

“Dispõem que as entidades sem finalida-des de lucro, exercem atividadesassistenciais, de saúde, educacionais, téc-nico-científicas, esportivas, religiosas,políticas, culturais, beneficentes, sociais,fatos e interesses coexistentes, e coorde-nados em torno de um patrimônio comfinalidade comum ou comunitária”.

Os primeiros representantes de Orga-nizações não governamentais (ONGs), naAmérica Latina tem cerca de 40 a 60 anos,oriundos de pessoas descontentes com apolítica Local, convivendo com a crise nosetor público (corrupção, má gestão, cresci-mentos das desigualdades sociais, violência,fome, etc. Já no Brasil, foi mais conhecidopor ações de caridade religiosa, onde ape-nas igrejas, orfanatos, hospitais eram vistoscomo organizações importantes sem finslucrativos.

As organizações do Terceiro Setor, sãopessoas jurídicas de direito privado, podemser constituídas como, Associações ou como

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Fundações, conforme reza o art. 44 do Có-digo Civil brasileiro (Lei no. 10.406, de 10 deJaneiro de 2002), alterado pela Lei no.10.825,de 22 de Dezembro de 2003. São pessoasJurídicas de direito privado:

• As Associações;• As Sociedades;• As Fundações• As Organizações Religiosas;• OS Partidos Políticos.

Na década de 90 com a reforma do Es-tado, iniciada por Fernando Collor de Melo,e continuada por Fernando Henrique Car-doso, surgiram as Organizações Sociais(O.S.), sendo sua existência atrelada a umtítulo público, o título de O.S., fornecido peloEstado para a organização que reúne im-postas pela concedente. Efetivamente umaO.S. é uma organização do Terceiro Setor(associação ou fundação), cuja função é cum-prida com o apoio do Estado, que deu-sepela promulgação da Lei Federal n° 9.637,de 15 de Maio de 1998, que inseriu tambémum novo conceito e uma nova forma de atu-ação e de cooperação entre o Estado e aschamadas entidades sem fins lucrativos,através do contrato de gestão.Desta formaconforme ensinamentos de Rocha (2003,p.37) a figura do contrato de gestão ocupalugar de destaque na estratégia administra-tiva preocupada em alterar o perfil doEstado.Pode-se perceber portanto que essacategoria de organizações sem fins lucrati-vos apresentam uma característica conferidapela lei, que é a de manter o contrato degestão.

Também pode-se verificar as Organiza-ções da Sociedade civil de interesse publico(OSCIP), que são organizações do Terceiro

Setor que, por intermédio da lei, relacio-nam-se com o Estado através do termo deparceria, sendo estas organizações parcei-ras do Estado, disciplinadas pela Lei 9.790,de 23 de Março de 1999, a chamada lei doTerceiro Setor, instrumento disciplinadordas OSCIPs.

2. GESTAO CONTABIL PARAEMPRESAS DO TERCEIRO

SETOR

A função da contabilidade é controlaros fenômenos ocorridos no patrimônio deuma entidade, através do registro, da classi-ficação, da demonstração expositiva, da aná-lise e interpretação dos fatos neles ocorri-dos, objetivando fornecer informações eorientações necessárias à tomada de deci-sões sobre sua composição e variações, bemcomo sobre o resultado econômico decor-rente da gestão da riqueza patrimonial.(FRANCO, 1999, p. 22)

Desta forma, observa-se que a contabi-lidade é o grande instrumento que auxilia aadministração a tomada de decisões, cole-tando dados econômicos, mensurando-osmonetariamente e transformando-os emrelatórios. Também é verificado que estasinformações transformadas em relatórioscontábeis, não ficam restritas apenas aoâmbito da empresa, aos administradores egerentes, mas também a outros segmentosos usuários da contabilidade. Para(MARION, 2009, p.26) “usuário pode serconsiderado como qualquer pessoa física oujurídica que tenha interesse em conhecerdados de uma entidade”.

Quantos aos eventos da contabilidadepodemos classificar em dois tipos, os inter-nos e os externos, ou seja, os internos são

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os acionistas, gestores e colaboradores, osexternos são os clientes, instituições finan-ceiras, governos e etc. Para SÁ (1995, p.228):

Os usuários tanto podem ser internoscomo externos e, mais ainda, com inte-resses diversificados, razão pela qual asinformações geradas pela Entidade de-vem ser amplas e fidedignas e, pelo me-nos, suficientes para a avaliação da suasituação patrimonial e das mutações so-fridas pelo seu patrimônio, permitindoa realização de inferência sobre o seufuturo.

Tamanho o crescimento das organiza-ções do Terceiro Setor na economia e dadosua importância, estas organizações preci-savam cada vez mais de informaçõescontábeis, para transparência e planejamen-to dos recursos recebidos. Uma vez recebi-dos os recursos tanto pelo setor públicoquanto pelo setor privado cabe a entidaderecebedora prestar contas à sociedade dautilização destes. Os provedores queremsaber se os recursos colocados à disposiçãodos gestores foram aplicados nos projetosinstitucionais, ou seja, se a entidade foi efi-caz. Se isso não ocorrer, provavelmente taisentidades terão seus recursos restritos ouaté mesmo cortados. (OLAK E NASCI-MENTO 2006).

Evidenciar, segundo FERREIRA (1999,p.855) é: “tornar evidente; mostrar com cla-reza, comprovar; e evidente significa: quenão oferece dúvida; que se compreendeprontamente [...]”. “A evidenciação é o canalutilizado no processo de comunicação entrea entidade e os tomadores de decisões nasorganizações como instrumento de infor-mação” (ARAÚJO 2009, p.45). Como um

produto da Contabilidade a evidenciaçãoatrelado a outros meios contábeis visam aeficácia nos negócios. Nas Entidades sem finslucrativos (ESFL) a função desta não é dife-rente, objetivando fornecer informaçõesconfiáveis para a tomada de decisões.

Ampliada a importância do Terceiro Se-tor perante a sociedade e a economia, au-mentaram-se as verbas alocadas para ele,seja por instituições de financiamentocusteadas por empresas ou pessoas, sejapelo apoio dos governos por meio do ter-mo de parcerias ou contrato de gestão, oupela geração de receita atrelada à própriaatuação deste setor. Dessa forma, desen-volveu-se também a necessidade deprofissionalismo na gestão e operação dasatividades destas instituições. RIFKIN (1995,p.263), no seu livro “O Fim dos Empregos”,afirma:

O Terceiro Setor também conhecidocomo setor independente ou voluntá-rio, é o domínio no qual padrões de refe-rência dão lugar a relações comunitárias,em que doar do próprio tempo a outrostoma o lugar de relações de mercadoimpostas artificialmente, baseadas emvender-se a si mesmo ou seus serviços aoutros.

As regras contábeis aplicadas às funda-ções, associações e institutos sem fins lucra-tivos não são muito diferentes daquelas queregem o primeiro e o segundo setores (re-presentados pelo governo e pela iniciativaprivada, respectivamente). Conforme afir-ma a Revista Razão Contábil (2004): “A con-tabilidade é semelhante, mas não é absolu-tamente idêntica. As diferenças ocorrem nasnomenclaturas, não nos princípios”. Os pro-

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cedimentos de escrituração das transaçõespraticadas pelas Entidades do Terceiro Se-tor no Brasil, em alguns aspectos, diferemdos utilizados para as demais entidades ju-rídicas, conforme disciplinado pelas NormasBrasileiras de Contabilidade (NBC T 10.4 –Fundações e NBC T 10.19 – Entidades semfinalidades de lucros), elaboradas pelo Con-selho Federal de Contabilidade.

Para as companhias, há a situação cha-mada lucro — ou a remuneração do capital;no Terceiro Setor, a nomenclatura é supe-rávit ou déficit no caso de prejuízo. No casodas organizações sem fins lucrativos, opatrimônio é social, portanto é da socieda-de, diferentemente das empresas com finslucrativos, cujo patrimônio pertence a umapessoa ou sócios, que são os donos dosmeios de produção. (CFC, 2008)

O lucro líquido é, todavia, interpretadodiferentemente, nos dois tipos de organiza-ção. Numa empresa, como regra geral,quanto maior o lucro, melhor o desempe-nho. Numa organização sem fins lucrativos,o resultado líquido deve situar-se somenteem torno de um pequeno valor acima dezero. Um grande resultado líquido significaque a organização não está prestando osserviços que aqueles que contribuíram comos recursos têm o direito de esperar; umasérie de prejuízos leva à falência, justamen-te como em qualquer empresa. Embora odesempenho financeiro não seja o objetivoprincipal de uma organização sem fins lu-crativos, é um objetivo necessário, porque aorganização não pode sobreviver se suasreceitas, em média, são menores que suasdespesas. (CFC, 2008).

Segundo OLAK (1996), as demonstra-ções contábeis devem conter um conjunto

mínimo de informações que possibilite oconhecimento e análise da entidade. As in-formações que são elaboradas para a pres-tação de contas ao Governo necessariamen-te não são as mesmas informações que adiretoria ou os associados necessitam e vice-versa. A expansão e fortalecimento do Ter-ceiro Setor é responsabilidade, em primei-ro lugar, da própria sociedade, a qual deveinstituir mecanismo de transparência eresponsabilização capazes de ensejar a cons-trução de sua auto-regulação.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Com base nas informações pesqui-sadas através de uma revisão bibliográfi-ca a respeito do Terceiro Setor e tambémda Contabilidade pelos autores citados nasreferencias, o presente trabalho procuroudemonstrar o que são as Organizações doTerceiro Setor, seu compromisso com asociedade no âmbito da assistência social,sua origem e importância para a econo-mia assim como suas fontes de recursosjunto ao Estado e as empresas privadas.O trabalho procurou também demons-trar como a Contabilidade, através de suasdemonstrações pode contribuir para queestas Organizações possam demonstrarclareza, e objetividade para a alocação dosrecursos conseguidos junto a terceiros etambém os gerados através de suasatividades.Através do presente trabalhopodemos resultar a importância do Ter-ceiro Setor, seu crescimento diário, e aimportância da pesquisa, principalmenteno que diz respeito a Gestão destas orga-nizações dada pelos seus administrado-res.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SÁ, Antonio Lopes de. Dicionário de Contabilidade. 9 ª ed. São Paulo: Atlas, 1995.

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RESUMOEste artigo apresenta um estudo sobre o Ensino a Distância (EAD) via internet e suas

tecnologias. O EAD é uma modalidade, um sistema ou subsistema educativo, segundo ocritério classificatório ou concepção que dela se tenha. O EAD via internet quebra barreirasgeográficas no espaço e no tempo, compartilhando informações e conhecimentos em tem-po real, apoiando a comunicação cooperativa. Observou-se que a maior vantagem dessanova forma de ensino-aprendizagem é a quebra da barreira geográfica no espaço e notempo, possibilitando que as pessoas estudem sem regras de horário e presença. Conclu-indo que o EAD vem de encontro com a evolução tecnológica e o dimensionamento daglobalização, conectando as pessoas em diferentes espaços geográficos para um fim co-mum, adquirir conhecimentos e informações, nos diferentes graus da educação.

Palavras-Chave: EAD; Tecnologia; Ensino/Aprendizagem.

ABSTRACTThis article presents a study on the Distance Learning (ODL) via the Internet and its

technologies. The EAD is a sport, an educational system or subsystem, according to theclassification criteria or design that it has. The distance learning via the Internet breaksgeographical barriers in space and time, sharing information and knowledge in real time,supporting cooperative communication. It was observed that the greatest advantage of thisnew form of learning is breaking the geographical barrier in space and time, enablingpeople to study without rules of time and presence. Concluding that the EAD has been

ENSINO A DISTÂNCIA VIA INTERNET

E SUAS TECNOLOGIAS

Genivaldo Pinheiro ANDRADE 1

Solange Tieko SAKAGUTI 2

1 Graduado em Ciência da Computação pelo Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRANe Pós Graduando em Sistemas da Informação pelo Centro Universitário da Grande Dourados –UNIGRAN.2 Orientadora: Graduação em Matemática pelo Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN,Graduação em Ciência da Computação pelo Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN eMestrada em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas.

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INTRODUÇÃO

A internet é a maior ligação entre redesde computadores do mundo. Ela não é ape-nas uma rede: são varias as redes que for-mam a internet, essas redes são interliga-das através de protocolos, que se utilizamde equipamentos interligados através de li-nhas de comunicação privadas, canais desatélites e diversos outros meios de teleco-municação. “A partir dos anos 90, com osurgimento de novas opções de serviços demaior eficiência e acessibilidade, entre osquais se tem os protocolos Gopher e oWWW, é que a internet teve o pico de cres-cimento” (ROCHA, 2010, p.14).

O Ensino a Distância (EAD) por meioda internet teve início no final do século XXe inicio do século XXI, quando as novastecnologias de informação e comunicaçãoinstituíram a geração de programas deaprendizagem inovadores, baseados naconstrução de comunidades de aprendiza-gem, na pesquisa e no desenvolvimento denovas práticas educacionais, a informáticaaliada à comunicação em rede passou a le-var oportunidades educacionais a todas aspartes do mundo.

Sendo a educação à distância uma mo-dalidade que amplia o acesso à formaçãoacadêmica é um assunto de interesse dasociedade em geral, é relevante e justifica odesenvolvimento deste artigo, pois o ensi-

no à distância dá oportunidade ao alunoque já esgotou as chances de participar doensino regular de formar-se nos diferentescursos de graduação e pós-graduação.

No entanto, para que o aluno tenhasucesso é necessário que domine osaplicativos disponibilizados nas plataformasinstitucio-nais, por isso o objetivo deste ar-tigo é identificar as tecnologias usadas peloEAD no ensino via internet, sendo o com-putador o elemento essencial nesse proces-so, é de fundamental importância que oaluno tenha habilidade suficiente no ma-nuseio de todas as ferramentas disponibi-lizadas nas plataformas dos cursos.

Nesse sentido este artigo apresenta umestudo sobre o EAD via internet e suastecnologias.

1. ENSINO A DISTÂNCIA - EAD

O EAD é uma modalidade, um sistemaou um subsistema educativo. segundo ocritério classificatório ou concepção que delase tenha, que da mesma forma que outraspropostas desta natureza, exigem ser fun-damentada e justificada exaltando as van-tagens do processo, assim como sistemati-zar seus princípios e normas. Nesse senti-do esclarece Alves e Nova (2003, p.31)

(...) só se pode dar racionalidade cientí-fica ao Ensino à Distância se forem co-

meeting with the technological evolution and scaling of globalization, connecting people indifferent geographic areas for a common purpose, to acquire knowledge and informationin different degrees of education.

Keywords: EAD; Technology, Teaching / Learning

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nhecidas às respostas aos seguintesquestionamentos: o que é a Educação aDistância? Por que e como é? Como sedeve fazer? Para que fazer o que se faz?Para responder tais questões é precisosaber distinguir com profundidade osseguintes conhecimentos:- Gnosiológica (conhecimento, compre-ensão e explicação da realidade da EAD);- Tecnológica (um saber fazer que per-mita transformar, tornar melhor esta re-alidade educativa, projetando, desenvol-vendo e controlando as seqüências deintervenção);- Axiológica (a partir de uma dimensãode valores ou metas da formação quecaracterizem e fundamentem o que deveser).

Diante dos questionamentos acima selevantou alguns conceitos sobre EAD entreas literaturas que abordam o tema.Chermann e Bonini (2000) evidenciam oseguinte conceito:

Educação a distância é uma forma siste-maticamente organizada de auto-estu-do onde o aluno se instrui a partir domaterial de estudo que lhe é apresenta-do, onde o acompanhamento e a super-visão do sucesso do estudante são leva-dos a cabo por um grupo de professores.Isto é possível de ser feito a distânciaatravés da aplicação de meios de comu-nicação capazes de vencer longas dis-tâncias (...)

De acordo com Niskier (2000, p.50) “umsistema de educação à distância envolve di-versos componentes, como aprendizagem,ensino, comunicação, desenho e

gerenciamento”. É uma forma de distribuirconhecimentos por meio de um ambienteorganizacional, utilizando-se de meios decomunicação e de elementos técnicos paradispor o ensino de qualidade a diversaspessoas ao mesmo tempo, com materialúnico indexado em uma plataforma de en-sino.

Moore (apud NISKIER, 2000, p.50) de-clara que:

Educação à distância é a aprendizagemplanejada que geralmente ocorre numlocal diferente do ensino e, por causadisto, requer técnicas especiais de de-senho de curso, técnicas especiais deinstrução, métodos especiais de comu-nicação através de eletrônica e outrastecnologias, bem como arranjos essen-ciais e organizacionais e administrati-vos.

Portanto, Educação a Distância é umnovo modelo de ensino que tem como obje-tivo promover a auto-aprendizagem,interagindo com recursos didáticos sistemá-ticos apresentados em plataformas informa-tivas de diferentes meios de comunicação.

1.1 EAD via Internet

A internet é uma interligação de com-putadores nos mais variados pontos do pla-neta, formando uma grande rede desubredes acessando informações e fazen-do os mais variados tipos de transferênciade dados. Os computadores ligados àinternet podem ser de uso doméstico, co-mercial ou institucional. No nosso país, vemcrescendo diuturnamente o número de in-divíduos que possuem computadores

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conectados à internet, é comum tanto emresidências como em empresas em geral ouso do computador e o acesso à internet(DANTAS, 2006).

A conexão com a internet é possível atra-vés de uma linha telefônica convencionalcom a utilização de um equipamento co-nhecido como Modem, este aparelho é res-ponsável por fazer a comunicação entre ocomputador e a linha telefônica. Outro ser-viço disponível é a ADSL (Linha de Assi-nante Assíncrona Digital) é um serviço co-nhecido como banda larga pordisponibilizar maior velocidade de tráfegodos dados. Apesar de utilizar a linha telefô-nica este serviço não deixa a linha telefôni-ca ocupada, o equipamento utilizado paraprover este serviço é o Modem ADSL. Ainternet a Cabo é um sistema fornecido naslocalidades onde existem empresas de TVa cabo, a conexão é feita por um Modemsimilar ao modem ADSL, já o sistema PLC(Power Line Communicaton – Comunica-ção pela linha de energia elétrica), este sis-tema utiliza uma freqüência de (60 hz), comeste sistema o computador é ligado aomodem diretamente a tomada elétrica.Conexão via satélite é utilizado quando nãoé possível a utilização dos outros meios, poiseste serviço tem um custo relativamente alto(ANTONIO, 2006).

Outro meio de acesso a internet muitoutilizado no comércio eletrônico é atecnologia móvel ou wi-fi, temos comoexemplo a utilização do celular para reali-zar a compra de uma música, bastando paraisto que o usuário escolha uma música eresponda sim ou não para efetivar a com-pra que será debitada nos seus créditos ouna sua conta. Aliado ao acesso sem fio te-mos outras tecnologias como os PDAS

(palmtops ou pocketpcs), notebook com wi-fi com a utilização desses equipamentos ousuário poderá ter acesso a internet atra-vés da tecnologia 3G (acesso por telefonecelular) ou wi-fi entre outras. Esses dispo-sitivos têm memória, processadores e me-mória secundária com um sistemaoperacional instalado e um navegador comtodas as funcionalidades para realizar, porexemplo, o comércio eletrônico, EAD, pes-quisas na internet, utilizando para isto atecnologia móvel (ANTONIO, 2006).

Pode-se dizer que atualmente ainternet é um recurso global que conectamilhares de usuários. Ela representa por-tas de acesso a uma série de serviços e apli-cações em diferentes setores, especialmen-te no que diz respeito aos propósitos edu-cacionais. Nesse sentido a internet é con-siderada um poderoso instrumento peda-gógico, devido à sua capacidade de apre-sentar informações de forma clara, atrati-va e prática.

De acordo com Bittencourt (1999) ainternet é um veículo que promove a pos-sibilidade do ensino à longa distância, ondeeducandos e educadores interagem em umambiente de desenvolvimento intelectual eaprendizagem. A internet disponibilizatecnologias que podem espalhar os recur-sos de ensino-aprendizagem, levando in-formação e conhecimento de forma contí-nua, em tempo real, (transmissão síncrona)ou de forma flexível, de acordo com a dis-ponibilidade de tempo (transmissãoassíncrona).

De forma inusitada das outrastecnologias usadas na educação nos últimostempos, a internet possibilita a quebra dasbarreiras geográficas no espaço e no tem-po, compartilhando informações e conhe-

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cimento em tempo real, apoiando a comu-nicação cooperativa, também em temporeal. E para navegar pela web3 é preciso terconhecimento básico de informática e sa-ber manusear com habilidade as ferramen-tas disponibilizadas. Martins (2010, p.25-28)as ferramentas que facilitam o EAD são asseguintes:

Correio Eletrônico (e-mail) ferramentade troca de correspondência entre usuá-rios através de servidores que armaze-nam as mensagens recebidas em um sis-tema análogo às caixas postais dos cor-reios.FAQ (Frequently Asked Questions) fun-ciona como um banco de perguntas erespostas que, utilizado na educação,pode gerar um espaço de interação deacesso assíncrono onde se realizam es-tudos de casos. Os alunos podem fazerperguntas e comentários aos alunos, eestas perguntas/respostas são comparti-lhadas por todos.Grupos de Interesse (Newsgroups), di-ferentemente das listas, estes são enge-nhos que armazenam as informaçõesenviadas pelos participantes, relativas aum assunto de interesse comum, dis-pondo-as numa arquitetura de inter-re-lação e encadeamento por afinidade deconteúdos.IRC (Internet Relay Chat) é um meca-nismo que permite aos usuários comu-nicar-se em tempo real. A comunicaçãopode ser coletiva — quando os usuáriosenviam e recebem mensagens de todosos usuários conectados a um servidor —ou individual — quando um usuáriocomunica-se diretamente e exclusiva-mente com outro usuário conectado ao

mesmo servidor. Esta ferramenta per-mite a comunicação síncrona entre vá-rios participantes através de um espaçocomum de encontro, produzido por umservidor, em que tudo que é escrito porcada usuário, pode ser lido imediatamen-te por todos os outros.Audioconfêrencia e videoconferênciasão interações realizadas através de cli-entes especiais agregados à WWW e quepermite aos usuários realizarem comu-nicação síncrona — em tempo real —sem a necessidade da escrita. Whiteboardé uma metáfora do quadro de anotaçõesexistentes na sala de aula presencial.Nessa ferramenta, um grupo de usuári-os pode desenhar e escrever simultanea-mente e o resultado produzido éacessado por todos. Para operá-la, é ne-cessário um programa cliente especificoou um complemento ao navegador www.WWW (World Wide Web) é concebidacomo integrador de informações, parasimplificar o acesso a diferentes plata-formas e as diferentes formas de trans-missão da informação — sons imagense texto. A ferramenta WWW baseia-senos conceitos de hipertexto — associa-ção de informações em forma de textoatravés de ligações (links) — ehipermídia — associação de nós de in-formação multimídia conectados uns aosoutros por meio de ligações (links).

Diante das ferramentas e tecnologiasevidenciadas, pode-se dizer que o grandedesafio não é introduzir o ensino por meiodo computador à distância, mas, sim pro-piciar que todos estejam capacitados parautilizar as ferramentas disponibilizadas atra-vés da internet da melhor maneira possí-

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vel, tanto professores quanto alunos, poissomente dessa forma poderão produzirjuntos conhecimentos e utilizá-los de for-ma criativa possibilitando a integração deobjetivos e conteúdos nas diferentes áreasdo saber.

É importante destacar que o ensino àdistância, tornou-se nos últimos tempos umcomércio virtual rentável, as empresas edu-cacionais têm investido nessa nova modali-dade de ensino, construindo páginas virtu-ais com infra-estrutura moderna etecnologia de ponta para que o aluno tenhafacilidade em utilizar as ferramentasdisponibilizadas. Nesse novo tipo de em-preendimento a concorrência é acirrada,fazendo com que os empreendedores pro-movam estratégias virtuais para melhoraro acesso dos alunos, criando plataformasinformativas que venham de encontro comas expectativas dos alunos virtuais.

E-business (electronic business ou negó-cio eletrônico) é o avanço da grande rede,possibilitando aos empreendedores estrei-tarem seus relacionamentos com os clien-tes por meio do compartilhamento de in-formações que venham facilitar as toma-das de decisões. O e-business é muito es-pecífico nas instituições de ensino, pois asplataformas são desenvolvidas com o in-tuito de alcançar todos os alunos, conside-rando a pouca habilidade de alguns emmanusear as tecnologias, por isso tem quedisponibilizar um pessoal de suporte emdiferentes pólos, para que dê apoio às pes-soas que têm dificuldade com astecnologias, incentivando e motivando aconexão entre o aluno e o ensinodisponibilizado na plataforma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se com este estudo que aInternet e as novas tecnologias formam umanova concepção na formação acadêmica daspessoas, atualmente, sem sair de casa o alu-no pode estudar com qualidade, informar-se e adquirir novos conhecimentos, é o En-sino à Distância trazendo o professor deforma personalizada, onde o aluno faz seuhorário e tempo de estudo, recebendo viacomputador todas as informações neces-sárias para formar novos conhecimentos,utilizando as tecnologias disponíveis viaInternet.

As vantagens dessa nova forma de en-sino-aprendizagem são grandes, mas os,principais, motivos que atrai as pessoaspara essa modalidade de ensino é o fato denão existir horário pré-fixado, cada um fazseus estudos e atividades no horário quelhe for conveniente, sem regras de presen-ça, e o rompimento das fronteiras, fazendocom que o ensino chegue até as regiõesmais remotas onde não há ensino regular.

Observou-se que com tantas facilida-des e vantagens, o Ensino à Distância tor-nou-se um negócio rentável, diante dissoas instituições educacionais de todo o paisestão investindo alto nessa modalidade deensino. Mas, para que a instituição tenhasucesso é necessário ter pessoal competen-te na execução do EAD e dos pólospresenciais, pessoal bem treinado que pos-sa auxiliar os estudantes no correto manu-seio das ferramentas e tecnologiasdisponibilizadas na plataforma via Internet.Também contar com corpo docente quali-ficado, que promova aulas virtuaismotivadoras e que consiga prender a aten-ção do aluno, tornando cada vez mais ino-

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vadores e atrativos os cursos disponibi-lizados via Internet.

Enfim, o EAD vem de encontro com aevolução tecnológica e o dimensionamentoda globalização, conectando as pessoas emdiferentes espaços geográficos para um fimcomum, disseminar e produzir conheci-

NOTAS

3 Página Web (World Wide Web) é um arquivo ou documento gravado com um arquivode texto com a extensão.htm ou .html, cujo conteúdo é composto basicamente de textoscódigos especiais chamados tags, que possibilitam a exibição desse arquivo na Web. Alémde textos, esse documento pode conter imagens, som, animações e até mesmo clipes devídeo. A página pode conter links para outras páginas armazenadas no seu micro ou emqualquer local da Web (RAMALHO 1999, p.11).

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mento e informação, nos diferentes grausda educação, contribuindo de forma deci-siva para a qualificação das pessoas quenão tem disponibilidade de tempo, e aspessoas que estão nas regiões remotasonde não há disponibilidade de ensino re-gular.

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RESUMOO fluxo de caixa projetado tem seus valores influenciados pelos prazos médios de

pagamentos, recebimentos e estocagem. Este artigo objetiva identificar o ciclo financeiro eo impacto causado no fluxo de caixa projetado decorrente de alterações no prazo médiode recebimento. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, além de estudo de casorealizado junto à empresa Terra Sul Peças e Implementos Agrícolas Ltda, atuante narevenda de peças e implementos agrícolas na cidade de Dourados-MS.

Palavras-Chaves: Fluxo de caixa; Ciclo financeiro; Análise das demonstraçõescontábeis.

ABSTRACTThe future cash flow has its values influenced for the average stated periods of payments,

acts of receiving and stockage. This task has as a main goal to identify the financial cycle andthe impact caused in the future cash flow as a result of alterations in the average statedperiod of receiving act. The used methodology was the bibliographical research, beyondthe case study that took place at Terra Sul Peças e Implementos Agrícolas Ltda, operatingin the resale of agricultural parts and implements in Dourados city.

Keywords: Cash flow; Financial cycle; Analisys of financial statements.

FLUXO DE CAIXA PROJETADO:ESTUDO DE CASO DO IMPACTO

DA ESTRUTURA DO CICLOFINANCEIRO DA EMPRESA TERRA

SUL PEÇAS E IMPLEMENTOSAGRÍCOLAS LTDA

Denise Ferreira CHIMIRRI1

José Roberto LOPES2

1 Graduada em Ciências Contábeis pela Universidade Federal da Grande Dourados.2 Professor do Departamento de Economia e Administração da UFMS.

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INTRODUÇÃO

Uma administração financeira de curtoprazo eficiente é aquela que concilia paga-mentos e recebimentos de forma que sem-pre haja uma reserva no caixa para cobririmprevistos ou tirar proveito de oportuni-dades especiais (SANVINCENTE, 1987, p.143). Porém, nem sempre essa conciliaçãoé possível, pois existem incertezas quantoao efetivo recebimento de vendas. Alémdisso, pode haver fornecedores que nãonegociam prazos de recebimentos adequa-dos ao fluxo de caixa da empresa. Destaforma, é sempre necessário manter recur-sos no caixa, porém deve-se controlá-los eprevê-los com o uso do fluxo de caixa.

O fluxo de caixa projetado é uma fer-ramenta de controle onde estão represen-tadas as previsões de entradas e saídas decaixa por um período determinado. Anali-sando o fluxo de caixa projetado é possívelprever quando haverá sobras ou faltas decaixa, podendo o administrador decidirquais os melhores períodos para encaixarseus pagamentos, de acordo com a previ-são de recebimentos.

“Se as disponibilidades forem mantidasem níveis muito baixos, haverá o comprome-timento da capacidade de solvência da em-presa. Por outro lado, o excesso de disponibi-lidades prejudica a rentabilidade” (BRAGA,1989, p. 123). É indiscutível a importânciadesta previsão do fluxo de caixa para man-ter o volume ideal de disponibilidades, en-tretanto, trata-se apenas de uma ferramen-ta.

Nas tentativas de conciliação é de gran-de valia para o administrador saber quaisos tempos médios de recebimentos e paga-mentos, e quais as melhores condições de

negociação com clientes e fornecedores,para não ser surpreendido ao estruturar ofluxo de caixa projetado e perceber quesempre haverá falta de recursos, devido aosrecebimentos se darem geralmente após asdatas de pagamentos. Em situações comoestas, cabe ao administrador a análise deoutras variáveis que muito impactam nofluxo de caixa projetado, sendo a principaldelas o volume de capital de giro.

O capital de giro é composto pelos ati-vos circulantes. “Representam a parcela doinvestimento que circula, de uma forma paraoutra durante a condução normal dos negó-cios” (GITMAN, 1997, p. 618). Assim, o cai-xa transforma-se em estoques, os quaistornam-se contas a receber que, por suavez, retornam ao caixa, fechando-se o ciclode conversão de caixa. É através do ciclo deconversão de caixa, também chamado deciclo financeiro, que é definido o volume decapital de giro aplicado na empresa. Aindaé um ponto de discussão entre os autores onível ótimo de capital de giro necessário àmanutenção das atividades da empresa quegaranta sua rentabilidade, porém ajustesneste volume representam redução de cus-tos ou oportunidades para novos negócios,maximizando o lucro dos proprietários.

Este trabalho tem por objetivo identifi-car, através das demonstrações contábeis,o ciclo financeiro e a necessidade de aplica-ção em capital de giro, além de avaliar oimpacto que possíveis alterações nas con-dições de pagamentos e recebimentos po-dem causar na administração de curto pra-zo da empresa.

A metodologia utilizada foi a pesquisabibliográfica, acompanhada por um estudode caso realizado na empresa Terra Sul Pe-ças e Implementos Agrícolas Ltda. A em-

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presa estudada é de pequeno porte, porémopera em uma das principais atividades dacidade de Dourados (MS), a revenda de pe-ças para máquinas agrícolas, em uma re-gião que é uma grande produtora de grãosdo país.

1. O CICLO OPERACIONALE O CICLO FINANCEIRO

O ciclo operacional é formado pelo pe-ríodo que vai desde a compra da matéria-prima até o recebimento da venda, com-preendendo o período em que a mercado-ria permanece em estoque e o prazo dadoao cliente para pagamento. Pode ser tam-bém entendido como a soma das fasesoperacionais desenvolvidas no interior daempresa (ASSAF NETO, 1998, p. 178).

Cada fase do ciclo operacional possuideterminada duração. Desta forma, paracalculá-lo basta somar o prazo médio deestocagem da mercadoria (PME) ao prazomédio de recebimento das vendas ou pra-zo médio de cobrança (PMC) (BRAGA,1989, p. 127).

Ciclo Operacional = PME + PMC

O prazo médio de estocagem (PME)representa o tempo que a mercadoria ficano estoque até o momento em que sua ven-da é efetuada. Pode ser obtido através dasdemonstrações financeiras, mais especifi-camente do Balanço Patrimonial e da De-monstração do Resultado do Exercício. Parao cálculo são necessários os valores do es-toque médio de mercadorias e do custo dasvendas no período considerado:

PME = Saldo médio dos estoques x 360 dias Custo das vendas

O prazo médio de cobrança (PMC) é operíodo desde a venda até a entrada de re-cursos no caixa em decorrência do recebi-mento de duplicatas. Pode ser calculadocom base no valor de duplicatas a receber eno total de vendas à prazo do período:

PMC = Saldo médio duplic. a receber x 360 dias Receitas brutas de vendas à prazo

O ciclo financeiro, ou ciclo de caixa, ini-cia-se com o pagamento realizado aos for-necedores e termina com o recebimentodas duplicatas decorrentes das vendas. “É operíodo durante o qual a empresa financiasuas operações sem a participação dos forne-cedores” (BRAGA, 1989, p. 127). É obtidoatravés da subtração do prazo médio depagamento (PMP) do ciclo operacional (Fi-gura1, na página seguinte):

Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional – PMP

Por sua vez, o prazo médio de paga-mento (PMP) é encontrado pela razão deduplicatas a pagar e o total de compras aprazo e representa o período em que aempresa detém a mercadoria, porém semefetuar nenhum desembolso:

PMP = Saldo médio de duplicatas a pagar x 360Compras brutas à prazo

A figura 1 detalha todas as fases quecompõem o ciclo operacional e o ciclo fi-nanceiro, indicando um ciclo de caixa posi-tivo, ou seja, o recebimento da venda se dáapós o pagamento ao fornecedor.

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Com base no ciclo financeiro pode-secalcular o volume de capital de giro necessá-rio às atividades da empresa, determinan-do, primeiramente, o Giro de Caixa (GC):

GC = 360 dias Ciclo Financeiro

A necessidade de capital de giro (NCG)é composta pela razão entre o total de De-sembolsos Operacionais (DO) no ano e oGiro de Caixa (GC).

NCG = DO GC

Os Desembolsos Operacionais repre-sentam os pagamentos efetuados em de-terminado período, normalmente um ano,relativos à atividade operacional. “Os desem-bolsos operacionais não incluem amortizaçõesde dívidas, pagamentos de despesas financei-ras, compras de ativos fixos etc” (BRAGA,1989, p. 130).

2. O IMPACTO DO CICLOFINANCEIRO NO FLUXO DE

CAIXA PROJETADO

É sempre ideal que o Ciclo Financeiroseja o menor possível, já que sua duraçãorepresenta o período em que a empresa fi-nancia o cliente, ou seja, a empresa utilizarecursos próprios ou de terceiros para pa-gar os fornecedores e ainda manter suasdespesas fixas até receber as vendasefetuadas, incorrendo, assim, em custo deoportunidade ou despesas financeiras.“Idealmente, qualquer empresa desejaria terciclos de caixa negativos, pois isso significariaque o período médio de pagamento excederiao ciclo operacional” (GITMAN, 1997, p. 671).

É neste sentido que o conhecimento dociclo financeiro auxilia o administrador, poisconhecendo-se os prazos médios de recebi-mentos e pagamentos e verificando-se a ex-tensão do ciclo financeiro é possível à empre-sa reduzir esse período, utilizando-se de téc-nicas conforme apresentadas por Assaf Neto:

Diante da realidade de ciclos financeirospositivos, deve a empresa ainda desen-volver estratégias de maneira a minimizarsua dependência por outras fontes de re-cursos, tais como: maior giro dos esto-ques, redução da inadimplência, negoci-ar prazos de pagamento mais detalhadoscom os fornecedores, e assim por diante.(ASSAF NETO, 1998, p. 188)

Qualquer alteração no ciclo financeiroé refletida diretamente no fluxo de caixaprojetado. O autor Chiavenato denominao fluxo de caixa projetado como orçamen-to de caixa:

A primeira tarefa na elaboração do or-çamento de caixa é projetar os recebi-mentos. A previsão de vendas é um iteminicial meramente informativo e servecomo subsídio para dimensionar as re-ceitas operacionais da empresa em de-corrência das vendas esperadas dos pro-dutos/serviços produzidos. (CHIAVE-NATO, 1990, p. 55).

O modelo representado pela figura 2,propõe uma estrutura para o fluxo de caixaprojetado, detalhando as entradas e saídasde caixa em itens operacionais e não-operacionais, o que visa facilitar a determi-nação dos Desembolsos Operacionais doperíodo.

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ANO 14 ••••• No 53 ••••• AGO.-SET.-OUT./201030

Fonte: Sanvincente (1987, p. 42)

Figura 2 – Modelo de Fluxo de Caixa Projetado

Com base no modelo de Sanvincente,uma alteração no prazo médio de recebi-mento alterará todas as previsões de rece-bimento das vendas que ainda não aconte-ceram, sendo que uma redução do prazomédio de cobrança antecipará as entradas.

Assim, se o prazo era de 30 dias e previa-seque com 25 dias após as vendas iria ocorrerfalta de recursos financeiros, uma reduçãodo prazo para 25 dias ou menos acarretaráentradas de caixa antecipadas, sanando ouamenizando o problema, e diminuirá a

PERÍODO (MÊS, ANO)

DESCRIÇÃO

DIA

,

SE

MA

NA

OU

S

DIA

,

SE

MA

NA

OU

S

DIA

,

SE

MA

NA

OU

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TOTA

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I) ITENS OPERACIONAIS

A. Entradas - Venda à vista

- Recebimento de duplicatas - Desconto de duplicatas

B. Total das entradas operacionais C. Saídas

- Compras à vista - Pagamento de duplicatas - Pagamento de contratos de serviços - Pagamento de pessoal - Recolhimento de impostos - Recolhimento de encargos sociais - Outros (aluguéis, materiais diversos)

D. Total de saídas operacionais E. Fluxo líquido operacional (B - D)

II) ITENS NÃO-OPERACIONAIS F. Entradas

- Empréstimos obtidos - Venda de ativos fixos - Outros (venda de títulos etc.)

G. Total das entradas não-operacionais H. Saídas

- Amortização de empréstimos - Compra de ativos fixos - Outros (Juros etc.)

I. Total das saídas não-operacionais J. Fluxo líquido não-operacional (G - I)

III) FLUXO LÍQUIDO GERAL (E + J) IV) SALDO INICIAL V) SALDO FINAL (III + IV)

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ANO 14 ••••• No 53 ••••• AGO.-SET.-OUT./2010 31

quantidade de recursos aplicados no con-tas a receber, o que reduz a necessidade decapital de giro.

O segundo passo na preparação do flu-xo de caixa projetado é planejar os paga-mentos, sendo que um dos principais itensde desembolso é representado pelas com-pras, especialmente o pagamento de du-plicatas. Se a empresa conseguir um prazode pagamento maior, também poderá re-tardar as saídas de caixa e amenizar possí-veis faltas de recursos para um períodoprevisto. Por outro lado, se aumentar aeficiência do giro do estoque de forma quea empresa consiga reduzir o nível de esto-ques — diminuindo, assim, o prazo médiode estocagem — reduzirá também o mon-tante de duplicatas a pagar, e por conse-guinte, as saídas de caixa. (CHIAVENATO,1990, p. 56).

Há ainda um terceiro passo para elabo-rar o fluxo de caixa projetado, é o cálculodo fluxo líquido geral e do saldo final, aindaconforme a figura 2.

A necessidade de tomada de decisõesfinanceiras a curto prazo é indicadapela defasagem entre as entradas e assaídas de caixa. Ela está relacionadaàs durações do ciclo operacional e doprazo de pagamento de contas a pa-gar. Essa defasagem pode ser cobertapela obtenção de empréstimos ou pelamanutenção de uma reserva deliquidez sob a forma de títulos nego-ciáveis. A defasagem pode ser dimi-nuída com a alteração dos prazos deestoque, contas a receber e contas apagar. (ROSS, WESTERFIELD,JAFFE (2002, p. 604).

Deste modo, sendo o saldo final me-nor que o saldo mínimo desejado pela em-presa, será necessário um financiamento euma análise de seus prazos médios: PME,PMC e PMP. Se o saldo final for maior queo mínimo desejado, a empresa deve aplicaros recursos excedentes, ou pode estenderseu prazo de recebimento, e quem sabeassim, alavancar suas vendas.

Entretanto, apesar da importância emmanter-se um ciclo financeiro curto,Chiavenato ressalta alguns cuidados nastentativas de reduzir-se este período:

a) Retardar ao máximo o pagamento deduplicatas a pagar, sem prejudicar o con-ceito de crédito da empresa.b) Aproveitar ao máximo quaisquer des-contos financeiros nos pagamentos.c) Girar os estoques com a maior rapi-dez possível, mas evitar faltas de esto-que que podem interromper a linha deprodução ou perder vendas.d) Receber as duplicatas a receber nomenor tempo possível, sem perder ven-das por cobrar rigidamente. Esse objeti-vo pode ser alcançado através de des-contos financeiros adequados.

Portanto, é preciso diminuir o tempode financiamento das vendas, porém semprejudicar a imagem da empresa junto afornecedores e clientes, para não perdercredibilidade e confiança de ambos.

3. ANÁLISE DOS DADOS

A empresa Terra Sul Peças eImplementos Agrícolas Ltda é atuante nocomércio de peças e lubrificantes para má-quinas agrícolas, localizada na cidade de

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ANO 14 ••••• No 53 ••••• AGO.-SET.-OUT./201032

D E M O N S TR AÇ ÃO D O R E SU LTAD O D O E XE R C ÍCIO 01/01/2007 a 31/12/2007

R E C EITA L ÍQU ID A 1.088.166,25

C U S TO D AS M E R C AD O R IAS VE N D ID AS 898.388,96

LU C R O B R UTO 189.777,29

D E SP ES AS O PE R AC IO N AIS

ALU G U EL 7.200,00

ÁG U A 1 .357,36

LU Z 1 .916,00

C O M B U STÍVEL 7 .325,76

M ATE R IAL D E E SC R ITÓ R IO 2 .473,22

M ATE R IAL D E C O N S U M O E LIM P EZA 1 .189,47

TELEFO N E 6 .967,88

S AL ÁR IO S E E N C AR G O S S O CIAIS 8 .564,94

P R Ó -LAB O R E 48 .000,00

IM PO S TO S E TAX AS 2 .455,69

O U TR AS D ESP ES AS 1 .154,26 88.604,58

LU C R O O PER AC IO N AL 101.172,71

D E SP ES AS FIN AN C E IR AS 1 .897,63

LU C R O LÍQ U ID O AN TE S D O IR 99 .275,08

IR /C S LL 24 .058,22

LU C R O LÍQ U ID O D EP O IS D O IR 75 .216,86

Dourados-MS. As demonstrações contá-beis utilizadas serão o Balanço Patrimonialdo dia 31/12/2006 e 31/12/2007 e a Demons-

tração do Resultado do Exercício referenteao período de 01/01/2007 a 31/12/2007, apre-sentadas nas figuras 3 e 4.

Fonte: Terra Sul Peças e Implementos Agrícolas Ltda

Figura 3 – Balanço Patrimonial

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Figura 4 – Demonstração do Resultado do Exercício

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As vendas e compras apresentam vari-ações sazonais, sendo mais concentradas asvendas nos meses de Fevereiro/Março eAgosto/Setembro, ou seja, na colheita desoja e milho, respectivamente, e as com-pras nos meses de Janeiro e Julho, confor-me apresentada no orçamento de comprase vendas para o ano de 2009 na figura 5.

ORÇAMENTO DE COMPRA E VENDA P/ 2009

MÊS COMPRA VENDA

JANEIRO 300.000,00 90.000,00

FEVEREIRO 80.000,00 420.000,00

MARÇO 60.000,00 130.000,00

ABRIL 50.000,00 90.000,00

MAIO 40.000,00 50.000,00

JUNHO 50.000,00 50.000,00

JULHO 270.000,00 70.000,00

AGOSTO 80.000,00 260.000,00

SETEMBRO 60.000,00 100.000,00

OUTUBRO 50.000,00 60.000,00

NOVEMBRO 40.000,00 50.000,00

DEZEMBRO 80.000,00 40.000,00

TOTAL 1.160.000,00 1.410.000,00

Fonte: Terra Sul Peças e Implementos AgrícolasLtda

Figura 5 – Orçamento de Compras eVendas

Com base nas demonstrações contábeisé possível calcular os prazos médios, ciclooperacional, ciclo financeiro e a necessida-de de capital de giro da empresa:

PME = ((224.589,68+318.316,01)/2) x 360 = 109 dias 898.388,96

As vendas à prazo representam 80%(oitenta por cento) das receitas com ven-das.

PMC = ((325.833,41+434.911,25)/2) x 360 = 158 dias 80% x 1.088.166,25

O ciclo operacional é composto pelasoma do PME e do PMC, portanto, 267 dias,este é o tempo que a empresa leva desde acompra da mercadoria até o recebimentoda venda.

As compras à prazo representam 90%das compras totais e podem ser calculadasda seguinte forma, de acordo com a máxi-ma contábil:

CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Finalou

Compras = CMV – Estoque Inicial + Estoque Final

Compras = 898.388,96 – 224.589,68 + 318.316,01 =992.115,29

Compras à prazo = 90% x 992.115,29 =892.903,76

Conseqüentemente, o PMP será:

PMP = ((312.365,89+432.925,68)/2) x 360 = 151 dias 892.903,76

Desta forma, o ciclo financeirocorresponderá a 116 dias.

CF = CO – PMP = 267 – 151 = 116 dias

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Figura 6 – Fluxo de Caixa Projetado com base nos prazos médios atuais

FLUXO DE CAIXA PROJETADO

PERÍODO: ABRIL A JULHO/2009 DESCRIÇÃO ABRIL MAIO JUNHO JULHO

I) ITENS OPERACIONAIS

A. Entradas

-Venda à vista 18.000,00 10.000,00 10.000,00 14.000,00

-Recebimento de duplicatas 38.800,00 31.040,00 69.840,00 325.920,00

-Desconto de duplicatas - - - -

B. Total das entradas operacionais 56.800,00 41.040,00 79.840,00 339.920,00

C. Saídas

-Compras à vista 5.000,00 4.000,00 5.000,00 27.000,00

-Pagamento de duplicatas 36.000,00 72.000,00 270.000,00 72.000,00

-Pagamento de contratos de serviços - - - -

-Pagamento de pessoal 4.700,00 4.700,00 4.700,00 4.700,00

-Recolhimento de impostos 300,00 300,00 300,00 300,00

-Recolhimento de encargos sociais 900,00 900,00 900,00 900,00

-Outros (aluguéis, materiais diversos) 2.500,00 2.500,00 2.500,00 2.500,00

D. Total de saídas operacionais 49.400,00 84.400,00 283.400,00 107.400,00

E. Fluxo líquido operacional (B - D) 7.400,00 (43.360,00) (203.560,00) 232.520,00

II) ITENS NÃO-OPERACIONAIS

F. Entradas

-Empréstimos obtidos - 9.560,00 208.860,00 -

-Venda de ativos fixos - - - -

-Outros (venda de títulos etc.) - - - -

G. Total das entradas não-operacionais - 9.560,00 208.920,00 -

H. Saídas

-Amortização de empréstimos 3.000,00 3.000,00 5.000,00 221.420,00

-Compra de ativos fixos - - - -

-Outros (Juros etc.) 300,00 300,00 360,00 1.250,00

I. Total das saídas não-operacionais 3.300,00 3.300,00 5.360,00 222.670,00

J. Fluxo líquido não-operacional (G - I) (3.300,00) 6.260,00 203.560,00 (222.670,00)

III) FLUXO LÍQUIDO GERAL (E + J) 4.100,00 (37.100,00) - 9.850,00

IV) SALDO INICIAL 33.000,00 37.100,00 - -

V) SALDO FINAL (III + IV) 37.100,00 - - 9.850,00

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Ou seja, durante 116 dias a empresaprecisa manter capital de giro para arcarcom suas despesas operacionais, além de játer empregado parte do capital no paga-mento de fornecedores.

Por ter um ciclo financeiro tão longo, ocapital aplicado no caixa gira apenas trêsvezes ao ano:

GC = 360/116 ˜ 3,1079

Sendo, a soma dos desembolsosoperacionais o montante de R$866.433,75(Despesas Operacionais + CMV + Dupli-catas a Pagar Inicial – Duplicatas a PagarFinal), a Necessidade de Capital de Giro seráde R$279.184,21.

NCG = 866.433,75 ˜ 279.184,21 3,1079

Apoiando-se nos prazos médios prati-cados durante o ano de 2007, nas previsõesde vendas e compras e nos controles decaixa da empresa, foi elaborado o fluxo decaixa projetado para os meses de abril ajulho de 2009, demonstrado na figura 6.

Observa-se que grande parte dos paga-mentos serão efetuados nos meses de maioe junho, enquanto os recebimentos somenteocorrerão em julho. Assim, para saldar seuscompromissos a empresa precisará recor-rer a empréstimos bancários, incorrendoem despesas financeiras.

Uma forma de resolver o problema, ouao menos amenizá-lo, seria reduzir o prazoconcedido a clientes para o pagamento desuas compras em pelo menos 38 dias, bai-xando o PMC para 120 dias. Deste modo, ociclo operacional reduziria-se para 229 dias:

CO = 109 + 120 = 229 dias

O ciclo financeiro para 79 dias:

CF = 229 – 150 = 79 dias

O giro de caixa passaria a ser de 4,55vezes, aproximadamente:

GC = 360/79 ˜ 4,55 vezes

E a necessidade de capital de giro passa-ria a R$190.134,07:

NCG = 866.433,75/4,55 ˜ 190.134,07

Após essa alteração no prazo de recebi-mento, o fluxo de caixa projetado altera-ria-se para o modelo apresentado na figu-ra 7 (próxima página).

Observa-se, ainda na figura 7, que aempresa não necessitou incorrer em umnovo empréstimo, que por sua vez, acarre-taria mais despesas financeiras, pois a sim-ples alteração no prazo de recebimentoantecipou as entradas de recursos, sendosuficiente para saldar as obrigações do pe-ríodo e ainda manter uma reserva no caixa.

CONCLUSÃO

Para manter uma adequada adminis-tração dos recursos financeiros, cabe aogestor a utilização de ferramentas como ofluxo de caixa projetado. Entretanto, é ne-cessário muito mais que uma simples pre-visão. É preciso analisar as variáveis queenvolvem o planejamento, manipulando-as em favor da redução das despesas finan-ceiras ou do risco de imagem da empresadiante de uma inadimplência para com for-necedores.

Desta forma, o administrador deve ob-servar o ciclo financeiro e operacional, os

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ANO 14 ••••• No 53 ••••• AGO.-SET.-OUT./201036

FLUXO DE CAIXA PROJETADO

PERÍODO: ABRIL A JULHO/2009 DESCRIÇÃO ABRIL MAIO JUNHO JULHO

I) ITENS OPERACIONAIS

A. Entradas

-Venda à vista 18.000,00 10.000,00 10.000,00 14.000,00

-Recebimento de duplicatas 31.040,00 69.840,00 325.920,00 100.880,00

-Desconto de duplicatas - - - -

B. Total das entradas operacionais 49.040,00 79.840,00 335.920,00 114.880,00

C. Saídas

-Compras à vista 5.000,00 4.000,00 5.000,00 27.000,00

-Pagamento de duplicatas 36.000,00 72.000,00 270.000,00 72.000,00

-Pagamento de contratos de serviços - - - -

-Pagamento de pessoal 4.700,00 4.700,00 4.700,00 4.700,00

-Recolhimento de impostos 300,00 300,00 300,00 300,00

-Recolhimento de encargos sociais 900,00 900,00 900,00 900,00

-Outros (aluguéis, materiais diversos) 2.500,00 2.500,00 2.500,00 2.500,00

D. Total de saídas operacionais 49.400,00 84.400,00 283.400,00 107.400,00

E. Fluxo líquido operacional (B - D) (360,00) (4.560,00) 52.520,00 7.480,00

II) ITENS NÃO-OPERACIONAIS

F. Entradas

-Empréstimos obtidos - - - -

-Venda de ativos fixos - - - -

-Outros (venda de títulos etc.) - - - -

G. Total das entradas não-operacionais - - - -

H. Saídas

-Amortização de empréstimos 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00

-Compra de ativos fixos - - - -

-Outros (Juros etc.) 300,00 300,00 300,00 300,00

I. Total das saídas não-operacionais 3.300,00 3.300,00 3.300,00 3.300,00

J. Fluxo líquido não-operacional (G - I) (3.300,00) (3.300,00) (3.300,00) (3.300,00)

III) FLUXO LÍQUIDO GERAL (E + J) (3.660,00) (7.860,00) 49.220,00 4.180,00

IV) SALDO INICIAL 38.000,00 34.340,00 26.480,00 75.700,00

V) SALDO FINAL (III + IV) 34.340,00 26.480,00 75.700,00 79.880,00

Figura 7 – Fluxo de Caixa Projetado após alterações no prazo de recebimento

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prazos médios que compõem esses dois ci-clos, e quais alterações poderiam favorecera situação financeira da empresa. Pois, con-forme demonstrado neste estudo empírico,é possível mudar a situação financeira daempresa com a análise do ciclo financeiro ea alteração dos prazos médios.

Vale lembrar, que nem sempre altera-ções que aumentam a quantidade de re-cursos financeiros no caixa são favoráveispara a empresa. Inicialmente, manter re-cursos em caixa já pode ser prejudicial, poissão valores sobre os quais não incide ren-dimento, tendo um custo de oportunidadecaso fiquem parados. Além disso, reduzir oprazo de recebimento pode ocasionar re-

dução de vendas, prejudicando a rentabili-dade. Por outro lado, negociar longos pra-zos de pagamentos com fornecedores au-menta os custos, por ser mais difícil a nego-ciação de melhores preços, e ainda, acarre-ta risco de imagem por denotar aos mes-mos fornecedores que a empresa pode es-tar passando por problemas de liquidez.

Este trabalho, além dos objetivos origi-nais, também destina-se a orientar para queoutros estudos possam ser elaborados como intuito de esclarecer os riscos e oportuni-dades de uma melhor administração dosrecursos financeiros, a exemplo das conse-qüências das negociações de prazos de pa-gamentos, recebimentos e estocagem.

BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financei-ro. 4a ed. São Paulo: Atlas, 1998.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas,1989.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração financeira. São Paulo: McGraw-Hill,1990.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7a ed. São Paulo: Harbra,1997.

ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração financei-ra. Tradução de Antonio Zoratto Sanvicente. 2a ed. São Paulo: Atlas, 2002.

SANVINCENTE, Antonio Zoratto. Administração financeira. 3a ed. São Paulo: Atlas, 1987.

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ESTRATÉGIA ECONCORRÊNCIA ENTRE AS

EMPRESAS: UM FATORIMPORTANTE PARA SE

DESTACAR NO MERCADO

RESUMOA Estratégia Competitiva entre as empresas vem sendo um dos fatores importantes

para que elas possam se manter no mercado competidor e volátil em que vivemos. Comesta crise em que estamos enfrentando as empresas passam por desafios e oportunidadestornando neste momento ter uma idéia clara e precisa sobre estratégia dentro das mes-mas. Como o mercado de hoje encontra-se pressionando demais as empresas, temos queser cautelosos para não andar rápido demais, como Porter afirma “Nenhuma empresaquebra por ser lucrativa demais, mas ela quebra por crescer rápido demais”. Demonstran-do que não podemos confundir metas e objetivos com estratégias empresariais, mas simestar atento para aproveitar o exato momento em transformar o momento de crise emoportunidades.

Palavras-Chave: Concorrência, Estratégia, Competitividade.

ABSTRACTThe competitive strategy of companies has been one of the important factors that they

can remain in the competitive and volatile market in which we live. With this crisis that weare confronting the companies go through challenges and opportunities currently makinga clear and precise notion about strategy within them. As today’s market is pressing otherbusiness, like Porter says: “No company breakdown to be profitable too much, but itbreaks for growing too fast.” Showing that we must not confuse goals and objectives withbusiness strategies, but to be alert to seize the moment for transform this moment of crisisin opportunities.

Keywords: Competition, Strategy, Competitiveness.

Leandro Rennê CAMILO1

[email protected]

1 Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Anhanguera de Dourados-MS e Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Negócios na Faculdade Anhanguera de Dourados-MS.

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia as tendências naturais detodo comerciante é maximizar seu lucro; econsequentemente a do comprador é loca-lizar o menor preço possível. Entre essasdiversas situações em que o mercado seencontra encontramos vários tipos de mer-cados que podem ser agrupados em trêsprincipais categorias: concorrência, mono-pólio e oligopólio. Quando se processa den-tro do respeito às regras jurídicas e aos di-reitos do consumidor, a concorrência é po-sitiva porque promove a qualidade do pro-duto e às vezes influi na baixa dos preços.

No Brasil, houve uma época em que aintervenção Estatal passou a disciplinar aprodução e a comercialização de produtosconsiderados fundamentais à economia pormeio de autarquias econômicas e socieda-des de economia mista. O governo se fezpresente por meio de organismos que, pelomenos em teoria, disciplinavam o funcio-namento do mercado, como a Carteira doComércio Exterior do Banco do Brasil(Cacex) com poderes de intervenção nocomércio exterior do país, e a Superinten-dência Nacional de Abastecimento (Sunab),destinada a orientar e fiscalizar a distribui-ção dos gêneros de primeira necessidade.

Os concorrentes estão cada vez maisespertos e ativos em relação a ganhar fa-tia de mercado, usam todas as técnicas deestratégias possíveis para levar o produ-to até os consumidores, oferecendo di-versos tipos de promoção nas vendas,benefícios agregados aos produtos e vá-rios outros meios de ganhar a atenção dosclientes, consequentemente a sua partici-pação de mercado. Sendo que dentro deum mercado existem diversos setores,

onde uma empresa reconhecida como lí-der de mercado tem a maior participaçãodeste mercado.

Dentro de um mercado possuem vári-os setores. Uma empresa reconhecidacomo líder de mercado, quer dizer que umdeterminado produto dela tem a maiorparticipação desse mercado. Isso geral-mente causa uma reação nos concorren-tes, os levando a mudarem preços, lançarnovos produtos, intensificar as promoçõesfeitas e implementar sua cobertura de dis-tribuição.

1. CONCORRÊNCIA

Corresponde a uma situação de ummercado em que os produtores/vendedo-res de um determinado bem ou serviço atu-am de forma independente face aos com-pradores/consumidores, com vista a alcan-çar um objetivo para o seu negócio — lu-cros, vendas e/ou quota de mercado — uti-lizando diferentes instrumentos, tais comoos preços, a qualidade dos produtos, os ser-viços após venda.

É um estado dinâmico de um mercadoque estimula as empresas a investir e a ino-var com vista à maximização dos seus gan-hos e ao aproveitamento ótimo dos re-cursos escassos disponíveis, pois um mer-cado concorrencial é aquele cujo funcio-namento é feito de acordo com o livre jogoda oferta e da procura, sem intervençãodo Estado.

A Constituição da República Portugue-sa consagra a concorrência não falseadadentro das Incumbências prioritárias doEstado no domínio econômico, em conso-nância com a opção tomada pela econo-mia de mercado. A desde o início dos anos

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80 (83/84 – 1.ª Lei da Concorrência em Por-tugal) que se verifica um relevo crescenteda concorrência equilibrada face à conso-lidação de uma economia de mercado emPortugal.

A atual Lei da Concorrência – Lei n.º18/2003 tem como objectivo o funciona-mento eficiente dos mercados, a repartiçãoeficaz dos recursos e os interesses dos con-sumidores.

1.1 Lei da Concorrência– Lei n.º 18/2003:

Circunscrita às relações entre empresas(excluindo, em princípio, relações com osconsumidores finais): abrange todas as en-tidades que exercem uma atividade econô-mica, incluindo profissionais liberais.

Não pretende proteger os concorren-tes mas sim preservar a concorrência en-quanto situação de mercado desejável, comvista ao bem estar geral.

Só indiretamente e de forma mediata asua aplicação beneficiará os consumidores:há normas especiais próprias para a defesados direitos e salvaguarda dos interessesdos consumidores, cometidas a entidadespúblicas distintas.

Na Comunidade Europeia (CE), a Con-corrência constitui o motor do sistema eco-nômico comunitário desde 1958 e é o ele-mento dinamizador do Mercado InternoEuropeu. Está estreitamente ligada às 4 li-berdades de circulação — mercadorias, pes-soas, serviços e capitais — na base do Mer-cado Interno: a eliminação das barreiras denatureza pública prevista pelo Tratado CEpoderia ser frustrada se tais entraves pu-dessem ser substituídos por comportamen-tos concertados de empresas privadas —

por exemplo, um boicote à importação deprodutos oriundos de outros Estados-Membros.

O critério de jurisdição entre a CE e osEstado Membros afeta consequetenmenteo comércio entre Estados-Membros.

1.2 Destinatários das Normasde Concorrência da CE:

Empresas (inclusive públicas, plena-mente equiparadas às empresas privadasna sujeição às regras de concorrência CE);

Mas também os próprios Estados-Membros, no que toca à sua intervençãona atividade econômica.

A concorrência entre produtores debens ou prestadores de serviços tanto podeestimular o aperfeiçoamento tecnológico ea produtividade, quanto influir positiva-mente sobre o custo de vida da sociedade.

1.3 Monopólio

De um modo geral o monopólio signi-fica ausência de concorrência e consequen-temente a existência de um único fornece-dor, sendo assim o fornecedor de produtospode impor qualquer preço a suas merca-dorias ficando, entretanto, sujeito ao nívelde vendas dele decorrente.

Na maioria das vezes o mercado com-pra tanto menos quanto maior for o preço,o monopolista fixa o preço que lhe dá mai-or lucro tendo em vista a relação entre cus-to e produção. Reduzindo a produção, omonopolista pode aumentar o preço já queé o único fornecedor. Se a entrada de umnovo concorrente for difícil, mas não im-possível, o monopolista, por ser o “dono”do mercado, pode optar por fixar um pre-

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ço suficientemente baixo para desestimulara entrada de qualquer concorrente, essassão umas das razões em que os monopóli-os não são bem vistos pela maioria dos con-sumidores.

1.4 Oligopólios

Refere-se às características do mono-pólio e da concorrência. Nos oligopóliosexistem poucos fornecedores e cada umdetém uma parcela grande do mercado, deforma que qualquer mudança em sua polí-tica de vendas afeta a participação de seusconcorrentes e os induz a reagir. Por exem-plo, se um fornecedor reduzir o preço abai-xo do nível geral do mercado, ele atrai osclientes dos concorrentes.

Se os poucos concorrentes baixaremseus preços na mesma proporção, de modoque nenhum deles fique em vantagem emrelação aos demais, provavelmente o nívelgeral de lucro se reduzirá. Na maioria dasvezes, numa oligarquia às vezes acontecedos fornecedores fazerem “acordos de ca-valheiros” (cartel) e fixarem os mesmos pre-ços como se fosse um monopólio.

2. FATOR DE ESTRATÉGIA DEMERCADO: ANÁLISE DE

CONCORRÊNCIA

Tendo visto que um dos fatores princi-pais que estabelecem a posição de mercadodas empresas tem sido a análise de concor-rentes.

Analisando os efeitos da intensidade darivalidade entre os concorrentes dentro dasempresas, Porter (1986) vem destacar que,eventualmente, um ou mais concorrentespodem se sentir forçados a buscar oportu-

nidades melhores para melhorar sua posi-ção dentro do mercado.

Tavares (2000) vem contextualizar omonitoramento dos movimentos das em-presas sendo uma das ferramentas princi-pais para proporcionar vantagens compe-titivas dentro da indústria na qual as em-presas estejam inseridas.

Mañas (2001) ressalta as diversas dimen-sões que uma estratégia de mercado podeassumir e vem afirmar que, dentre elas, aintegração, a diversificação, a inovação, aarticulação de parcerias e a internacio-nalização se destacam como fatoresdeterminantes de uma maior adaptabilida-de diante das adversidades não antecipa-das oriundas dos movimentos de mercadodos concorrentes.

Para Vasconcelos e Cyrilo (2006), a es-colha da estratégia correta permitirá que asfirmas possam se adaptar às dinâmicas ine-rentes às estruturas industriais nas quaiselas estejam inseridas.

Carvalho e Laurindo (2006) afirmam queas empresas devem estar alerta para acom-panhar os movimentos de seus concorren-tes, bem como levar em consideração osdiversos indícios que apontem para tendên-cias e perspectivas evolutivas da indústriana qual atuem.

Ao não saber exatamente o que está porvir no futuro, às empresas precisa conside-rar diversos fatores ambientais inerentesaos seus concorrentes, tais como, o com-portamento histórico, as incertezas estru-turais derivadas de inovações tecnológicase operacionais para auxiliar o entendimen-to de seu ambiente econômico e possibili-tar a elaboração se cenários alternativos quenorteiem suas estratégias de mercado.

As forças e fraquezas dos concorrentes

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são apontadas por Aaker (2001) como sen-do decorrentes da presença ou ausência decompetências e que todas as empresas quedesejam analisar apropriadamente seusconcorrentes precisarão identificar todas ascompetências existentes na indústria naqual elas atuam.

Para Thomsom Jr. & Formby (1998),quando uma empresa se encontra numambiente competitivo, menor tenderá sera lentidão na qual será guiado seu processointerno de decisões estratégicas de merca-do, bem como maior será o incentivo paraa adoção de um comportamento que bus-que a maximização de lucros.

A sustentabilidade da vantagem com-petitiva acima da média geral exige a utili-zação de uma estratégia genérica superior,portanto, a administração, o planejamen-to, a pesquisa e a adaptação será umreferencial de sucesso.

Em Mintzberg (1987) pode-se encontrardiferentes conceituações para estratégia: (1)um curso de ação conscientemente defini-do para a organização; (2) um padrão per-cebido em um conjunto de ações fruto dedecisões empresariais e gerenciais; (3) umabusca de uma posição competitiva no mer-cado; e (4) uma visão ou perspectiva quesurge através do líder principal da organi-zação.

A busca por taxonomias de estratégiasgenéricas é uma característica de boa parteda literatura sobre administração estraté-gica. A taxonomia proposta por Miles &Snow (1978) têm tido ampla aceitação pelospesquisadores na área de administraçãoestratégica, especialmente entre os estudi-osos da área em pequenas empresas(Rugman & Verbeke, 1987). Miles e Snow(1978) propõem a existência de quatro ti-

pos de estratégias genéricas: defensiva,prospectora, analítica e reativa.

As duas categorias mais contrastantessão: 1. estratégia prospectora, caracteriza-da por uma elevada busca de mercados einovação de produtos e processos; e 2. Es-tratégia defensiva, caracterizada por estrei-tos domínios de produtos/mercados, e umaênfase muito grande em eficiência. A ter-ceira categoria — analítica, pode ser vistacomo um híbrido de estratégias prospectorae defensiva, possuindo uma área de negó-cios central mais estável, e um componentede negócios mais dinâmico tratado de umaforma prospectora. Finalmente, há empre-sas que parecem não apresentar nenhumarelação coerente entre estratégia e estrutu-ra, e têm uma ‘não-estratégia’ de reaçõesimpulsivas a eventos do ambiente.

O quadro 1 (página 38) sintetiza as ca-racterísticas de cada categoria estratégica.

Observa-se no quadro 1 as diversas for-mas de estratégia em que uma empresapode adotar para se seguir. Cada uma comum foco diferente para se concentrar e bus-car o uma forma diferente de aplicar umaestratégia que seja competitiva e inteligen-te ao mercado, sendo que todas visam man-ter a lucratividade da mesma.

Uma pesquisa realizada no Brasil relataque cerca de 80% das empresas nacionais jádesenvolveram ou pelo menos estão emfase de definição de suas diretrizes no lon-go prazo, isso vem demonstrar que os em-presários brasileiros estão cada vez maispensando estrategicamente, ligando o pre-sente de sua empresa como também nofuturo da mesma.

Relata também que embora a visão delongo prazo que as empresas empregamhoje, revela que muitas delas apresentam

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CATEGORIA ESTRATÉGICA

DESCRIÇÃO

Estratégia Defensiva

Uma empresa seguindo esta estratégia procura localizar e manter uma linha de produtos/serviços relativamente estável. Seu foco concentra-se em uma gama de produtos/serviços mais limitada do que seus concorrentes e tenta proteger seu domínio através da oferta de produtos com melhor qualidade, serviços superiores, e/ou menores preços. Não procura estar entre os líderes da indústria, restringindo-se àquilo que sabe fazer tão bem ou melhor que qualquer um.

Estratégia Prospectora

Uma empresa que adota esta estratégia está continuamente ampliando sua linha de produtos/serviços. Enfatiza a importância de oferecer novos produtos/serviços em uma área de mercado relativamente mais ampla. Valoriza ser uma das primeiras a oferecer novos produtos, mesmo que todos os esforços não se mostrem altamente lucrativos

Estratégia Analítica

Uma empresa que segue esta estratégia tenta manter uma linha limitada de produtos/serviços relativamente estável e ao mesmo tempo tenta adicionar um ou mais novos produtos/serviços que foram bem sucedidos em outras empresas do setor. Em muitos aspectos é uma posição intermediária entre as estratégias defensiva e prospectora.

Estratégia Reativa

A firma que adota uma estratégia reativa exibe um comportamento mais inconsistente do que os outros tipos. É uma espécie de não-estratégia. Não arrisca em novos produtos/serviços a não ser quando ameaçada por competidores. A abordagem típica é "esperar para ver" e responder somente quando forçada por pressões competitivas para evitar a perda de clientes importantes e/ou manter lucratividade

Quadro 1: Categorias Estratégicas de Miles e Snow

Fonte: CARVALHO, Marly Monteiro de, (1990).

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dificuldades em transformar a gestão es-tratégica em uma forma contínua onde atomada de decisão esteja ligada a estratégiada empresa. As tendências de substituiçãodas metodologias que fundamentam omodelo de gestão estratégica, e o uso des-sas metodologias dependem principalmen-te de sua integração ao modelo de gestãoem que a empresa adota na efetiva aplica-ção no processo de tomada de decisões eda comunicação da estratégia para todosos níveis.

3. A ESTRATÉGIA DEDIFERENCIAÇÃO DE PRODUTO

Uma determinada empresa pode alcan-çar uma grande vantagem competitiva nomercado em que atua mediante a diferen-ciação de seu produto ao qual vai indicarque a empresa apresenta em algo que évalioso para os compradores.

Segundo Kon (1994), relata que existemconsumidores que possuem uma preferên-cia irracional em relação aos produtosofertados por diversos fabricantes, devidoà sua capacidade limitada de comparar qua-lidades e isso vem fazendo com que osempresários venham a oferecer diversostipos e qualidades de produtos diferentes.

A diferenciação permite que a empresaobtenha uma lucratividade acima da médiada indústria, por posicioná-la bem em rela-ção às cinco forças competitivas. Ela forta-lece a empresa perante os rivais da indús-tria, devido à lealdade dos consumidores.Esta mesma lealdade representa uma bar-reira à entrada, devido aos elevados gastosnecessários para miná-la.

A elevada margem de lucro proporcio-nada pela diferenciação torna a empresa

menos frágil em relação ao poder dos for-necedores. Com relação aos consumido-res, estes ao reconhecerem o produto daempresa como diferenciado, veem reduzi-do o seu poder de negociação junto à em-presa diferenciadora. Os produtos substi-tutos não representam uma forte ameaça,devido à lealdade dos compradores(PORTER, 1986).

A diferenciação de produto correspondeà introdução em sua linha de produtos deuma nova mercadoria que é uma substitu-ta próxima de alguma outra previamenteproduzida pela firma e que, portanto, serávendida em um dos mercados por ela su-pridos (GUIMARÃES, 1983).

De acordo com Levitt (1986) e Grant(1992), todo produto é diferenciável, mes-mo commodities, mediante serviços ane-xados ao produto. O primeiro autor indicaque “um cliente atribui valor a um produtoem proporção à capacidade percebida de aju-dar a resolver seus problemas ou atender suasnecessidades”.

Porter (1989) diz que a diferenciaçãovem de cada desempenho em que empresade várias atividades de maneira singular eque esta singularidade é explicada pelosseguintes fatores:

• Desempenho e características dos pro-dutos oferecidos;

• Serviços fornecidos (crédito, entrega,conserto);

• Intensidade de uma atividade adota-da (ex: índice de gastos com publicidade);

• Conteúdo de uma atividade (ex: tipode serviços pré e pós-venda fornecidos);

• Tecnologia utilizada em uma ativida-de;

• Qualidade dos insumos adquiridospara uma atividade;

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• Procedimentos referentes às ações emuma atividade (ex: frequência das visitas devendedores ao cliente).

• Especialização e nível de experiênciado pessoal empregado em uma atividade,e treinamento efetivado;

• Oportunidade. A singularidade podeser resultante do momento em que umaempresa inicia a execução de uma atividade;

• Localização, que pode conduzir à sin-gularidade;

• Inter-relações. A singularidade de umaatividade pode se originar de seucompartilhamento com outras empresas;

• Aprendizagem e vazamento. A apren-dizagem da melhor maneira de sua execu-ção pode resultar na singularidade de umaatividade. O vazamento de aprendizagempara concorrentes diminui sua contribui-

ção para a diferenciação.• Integração. Permite que a empresa

tenha maior controle sobre o desempenhode atividades e ainda de coordená-las comoutras. A integração pode também fazercom que um maior número de atividadesconstitua fontes de diferenciação.

4. A SELEÇÃO DE MERCADOS

JOFFRE (1987) sugere dois critérios paraa seleção dos mercados: o número de mer-cados a serem atendidos e o grau de simila-ridade entre os mesmos. Em função do pri-meiro critério, pode-se ter uma concentra-ção ou diversidade de mercado, de acordocom situações relacionadas ao produto, aomercado e ao marketing como podemosver na tabela abaixo.

Fatores relacionados à escolha da concentraçãoou dissimilação dos mercados externos

Font

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87)

ALGUNS FATORES FAVORECENDO A CONCENTRAÇÃO

ALGUNS FATORES FAVORECENDO A DISSIMILAÇÃO

Fatores Produto *produto requerendo uma adaptação aos diferentes mercados; * compras repetitivas; * produto no meio de seu ciclo de vida. Fatores Mercado * número limitado de mercados comparáveis; *mercados/segmentos com volume elevado; * mercados estáveis; * fidelidade de compra elevada; * fraco risco de reação da concorrência em cada mercado geográfico. Fatores de marketing *necessidade de adquirir um conhecimento aprofundado do mercado e/ou dos intermediários ; * Investimentos importantes para atingir a massa critica de cada país (em atividades promocionais, serviço após-venda); * insuficiência de recursos para se ocupar de novos problemas de gestão.

Fatores Produto * produto podendo ser vendido em muitos países sem adaptação ; * compras não repetitivas; * produto no começo ou no fim de seu ciclo de vida. Fatores Mercado * muitos mercados similares; * pequenos mercados/ segmentos estreitos; * mercados instáveis; * fraca fidelidade de compra; * risco importante de reação da concorrência em cada mercado geográfico. Fatores de marketing * poucos conhecimentos a obter do mercado e/ou dos intermediários; * poucos investimentos são necessários para atingir a massa critica de cada país; * recursos adequados para gerir novos problemas.

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Fatores importantes que influência di-retamente na decisão do executivo na es-colha de mercados é a percepção de dife-renças culturais entre aqueles e o merca-do doméstico, sendo que uma culturapode ser definida como “padrões modais ecaracterísticas de comportamento, bem comocrenças, normas, premissas e valoressubjacentes e regulares, transmitidos de umageração a outra”.

Tendo em vista que o comportamentodo empresário é moldado por estas cren-ças e valores que foram absorvidos no seuconvívio social durante a sua vida, é naturalque os mesmos impregnem o seu processode elaboração de decisões, influenciandonas suas motivações e atitudes e orientan-do o processo de identificação de oportu-nidades e restrições (LEITE et alli, 1988).

Como parâmetros para medir a afini-dade cultural de pessoas de diferentes cul-turas, geralmente são mencionados o idio-ma e os costumes (LEITE et al,1988;BRADLEY, 1991).

5. BALANCED SCORECARD

O Balanced Scorecard é uma ferramen-ta que veio para auxiliar os empresários aaumentar as suas chances de competir nomercado competitivo em que vivemos, eusufruindo deste sistema cria-se uma visãosistêmica do mercado econômico passan-do assim a ter uma visão maior nogerenciamento da suas estratégias.

Para Kaplan & Norton (1997, p.42):

O Balanced Scorecard é basicamente ummecanismo para a implementação da es-tratégia, não para sua formulação [...]qualquer que seja a abordagem utilizada

[...] para a formulação de sua estratégia,o Balanced Scorecard oferecerá um me-canismo valioso para a tradução dessaestratégia em objetivos, medidas e me-tas específicas.

Segundo Kaplan & Norton (1997, p.48):

O Scorecard deve contar a história daestratégia, começando pelos objetivos fi-nanceiros de longo prazo e relacionan-do-os depois à sequência de ações queprecisam ser tomadas em relação aosprocessos financeiros, dos clientes, dosprocessos internos e, por fim, dos funci-onários e sistemas, a fim de que, em lon-go prazo, seja produzido o desempenhoeconômico desejado.

Dentre as diversas empresas que temum mapa estratégico, onde 24% comuni-cam a estratégia de uma forma sistemática,41% comunicam a estratégia, mas não deforma sistemática e 8% não se preocupamem desenvolver sequer um plano de co-municação garantindo assim que a estraté-gia possa ser uma forma de chegar a co-nhecimento dos colaboradores.

Diante das diversas situações encon-tradas nas empresas brasileiras existe umagrande preocupação em comunicar as es-tratégias de forma em que possa abrangeras equipes. As falhas na hora de se comu-nicar indicam certa desconexão com o fatode que a execução da estratégia é uma dasprincipais preocupações que vem nosmostrar que se as pessoas não conhecema estratégia jamais serão capazes deconcretizá-las.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados corrobo-ram o argumento teórico clássico de que odesempenho empresarial superior resultada conjunção multidimensional de estraté-gias competitivas. No caso brasileiro, evi-denciou-se a predominância da utilizaçãode estratégias relacionadas às funções demarketing e de operações, secundadas pe-las de recursos humanos e de finanças.

Revela-se que as empresas desperta-ram para a importância de todos os funcio-nários conhecerem suas estratégias. Antes,acreditava-se que elas deveriam ser trata-das somente no alto escalão. No entanto,verifica-se que esse processo ainda é falho

e que as organizações têm dificuldade decomunicar os bons resultados e as diretri-zes de crescimento.

Escolhendo assim uma adequada mo-dalidade de crescimento, interno ou exter-no, dependendo de situações especificas,pode ampliar a competitividade de umaempresa e, contudo é aconselhável para queaja um crescimento econômico com estra-tégia dentro das mesmas uma diversifica-ção de atividades a aquisição de unidadesprodutivas, para que exista uma entradarápida ou para não expandir a capacidadede produção da indústria. A aquisição podepossibilitar ainda, a obtenção de competên-cias que faltem à firma ou o alcance de eco-nomias de escopo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MAÑAS, Antonio Vico. Estratégia nos negócios: Conceitos, alternativas e casos. In:CAVALCANTI, Marly (Org.). Gestão estratégica de negócios. São Paulo: Pioneira, 2001

PORTER, Michael. Estratégia competitiva. 16ªed. São Paulo: Campus, 1986.

TAVARES, Mauro Calixta. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000.

CARVALHO, Marly Monteiro de; LAURINDO, Fernando José Barbin. Estratégia Competi-tiva. 2ª ed. São Paulo: Atlas; 2006.

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THOMPSOM Jr, Arthur A; FORMBY, John P. Microeconomia da firma. 6ª ed. São Paulo:Prentice-Hall, 1998.

VASCONCELOS, Flávio Carvalho de; CYRILO, Álvaro B. Vantagem competitiva: Os mode-los atuais e a convergência entre estratégia e a teoria organizacional. In Gestão Empresarial(Carlos Osmar Bertero – Org.). São Paulo: Atlas; 2006.

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FLUXO DE CAIXA PARAORÇAMENTO DE CAPITAL:

ESTUDO DE CASO EMEMPRESA PROVEDORA DE

ACESSO À INTERNETJosé Roberto LOPES1

Thaisa PASE2

RESUMOEste estudo de caso procurou abranger diversos aspectos relevantes no processo

decisório da empresa analisada, do ponto de vista financeiro. A importância das informa-ções gerenciais, especialmente referentes aos Fluxos de Caixa para Orçamento de Capital,foram os assuntos deste estudo que teve como objetivo principal verificar, por meio deanálises comparativas entre duas técnicas de orçamento, Taxa Interna de Retorno (TIR) eValor Presente Líquido (VPL), a viabilidade de investimento na instalação de uma novatorre repetidora de sinal wireless por uma empresa já estabelecida e exploradora doServiço de Comunicação Multimídia (SCM). Como objetivo secundário, a pesquisa bus-cou apresentar de que forma a empresa conduz seu processo decisório e de que maneirapoderia ser aprimorado. Os resultados obtidos por meio do cálculo da TIR, VPL e paybackmostraram-se favoráveis ao investimento, sendo primordial para a empresa a aceitaçãodo projeto, sob pena de comprometer seriamente as atividades já desenvolvidas, visto quea capacidade operacional atual encontra-se esgotada, o que não permitiria aumento dereceita sem um novo investimento. Desse modo, o fluxo de caixa projetado apresentousaldo maior, em longo prazo, devido às receitas estimadas pela nova repetidora.

Palavras-Chaves: Fluxo de caixa; investimento; wireless; TIR; VPL.

ABSTRACTThis case study sought to cover various aspects in the decision making process of the

company examined, from a financial perspective. The importance of informationmanagement, especially regarding the Cash Flows for Capital Budget, were the subjects ofthis study that had as main objective to verify, through comparative analysis of two techniquesof budget, Internal Rate of Return (IRR) and Net Present Value (NPV), the feasibility of

1 Professor do Departamento de Economia e Administração da UFMS.2 Graduada e especializada em Administração de Empresas pela UFGD.

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INTRODUÇÃO

Alvin Tofler, em 1900, apud ROBBINS(2000:07) defendeu o pensamento de que ahistória da humanidade poderia ser dividi-da em três grandes ondas. A primeira seriaa da Agricultura, que durou até o fim doséculo XIX; a segunda seria a da Industria-lização, já que a maioria dos países se trans-formava em sociedade industrial; a terceiragrande onda teria surgido em 1970 e per-dura até hoje e, é conhecida como a ondado Conhecimento. Segundo BOFF,PROCIANOY e HOPPEN (2006), a infor-mação é hoje um dos principais recursosdos trabalhadores do conhecimento na re-solução de problemas.

Para que os objetivos de obtenção delucro e riqueza possam ser atingidos, o ad-ministrador financeiro deve conhecer pro-fundamente as necessidades da empresa,sua visão, missão, objetivos, oportunida-des e ameaças. Deve conhecer também asnecessidades do mercado onde deseja atu-ar e, obviamente, deve dominar as ferra-mentas financeiras disponíveis.

Investir em longo prazo requer umasérie de projeções, feedback periódico dos

números projetados e avaliação de desem-penho. É competência dos gestores finan-ceiros a correta projeção de investimento,analisando os relatórios gerenciais de ma-neira a zelar pelo patrimônio dos acionis-tas, focando na maximização de riqueza.

No presente estudo foram selecionadasduas importantes técnicas de orçamento decapital, TIR e VPL, que serviram como cri-tério de aceitação/rejeição do projeto ana-lisado. Além disso, o cálculo do período depayback pode proporcionar à diretoria daempresa uma estimativa de recuperação decapital, o que permitiu maior segurança nadecisão de investir.

Para a realização deste estudo de caso,primeiramente foi realizada pesquisa bibli-ográfica por meio de livros e artigos. Emseguida foi realizado o levantamento dosdados contidos em relatórios da adminis-tração da empresa, como o fluxo de caixa,no período de doze meses. Posteriormenteforam elaboradas tabelas e demonstrati-vos de receitas e despesas do período emquestão. De posse de tais relatórios foi re-alizada a análise de investimentos e a críticasobre os resultados.

investment in the installation of a new tower repeater wireless signal by a company alreadyestablished and operator of Multimedia Communication Service (SCM). As a secondaryobjective, the research aims to present how the company conducts its decision making andhow that could be improved. The results obtained by calculating the IRR, NPV and paybackwould welcome investment, being the acceptance of the project vital for the company, ora forfeit will have to be paid due to seriously compromising the activities already undertaken,as the current operational capacity is exhausted , which would increase in revenue withouta new investment. Thus, the projected cash flow showed greater balance in long-term dueto the estimated revenue by the new repeater.

Keywords: cash flow; investment; wireless; IRR; NPV.

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1. REFERENCIAIS TEÓRICOS

É de responsabilidade do gestor finan-ceiro a elaboração de planos, análises decrédito, investimento e demonstraçõescontábeis e gerenciais:

“Os administradores financeiros devemgerir ativamente os assuntos financei-ros de qualquer tipo de empresa – fi-nanceiras e não financeiras, privadas epúblicas, grandes e pequenas, com ousem fins lucrativos. Eles desempenhamas mais diversas tarefas financeiras, taiscomo planejamento, concessão de cré-dito a clientes, avaliação de projetos deinvestimento e captação de fundos parafinanciar as operações da empresa.”(GITMAN, 2007:04)

Para o desempenho eficiente e eficaz desuas funções, o gestor financeiro necessitade conhecimentos e habilidades, além desensibilidade suficiente para que entenda omercado e possa operar nele, posto que suamais importante função é a de análise e pla-nejamento financeiro orientado para toma-da de decisão de investimentos e financia-mentos. O gestor financeiro deve, portan-to, ser detentor de uma gama de conheci-mentos técnicos, além de experiência pro-fissional.

Conforme CHIAVENATO (1990:16): “Opapel da Administração Financeira é pro-porcionar à empresa os recursos financei-ros necessários às suas operações, aplican-do as sobras e captando as faltas.”

São ferramentas de gestão financeira osdiversos tipos de relatórios contábeis egerenciais: Demonstração de Resultado doExercício – DRE, Demonstração de Origens

e Aplicações de Recursos – DOAR, BalançoPatrimonial, Demonstração do Fluxo deCaixa – DFC, entre outros.

Apesar de existir uma grande discussãoque induz à reflexão sobre a confiabilidadeque os relatórios contábeis e gerenciais, iso-ladamente, possam garantir à tomada dedecisão, o foco deste estudo é o fluxo decaixa para orçamento e, portanto,aprofunda-se nas técnicas de análise de in-vestimentos, aceitando a linha de pensa-mento que defende a ideia de que o fluxode caixa é o relatório mais realista em ter-mos de análise e projeção e que este deveser priorizado no processo decisório, con-forme apontam JUNIOR, RIGO eCHEROBIM (2005:152): “... a regra de ouroé que o fluxo de caixa, e não qualquer outramedida, contábil ou econômica, constitui-se na informação mais relevante para oprocesso de análise de investimento.”

Na mesma linha de pensamento, SILVA(2005:11) aponta o fluxo de caixa como oprincipal instrumento de gestão financeirapelo fato de representar a disponibilidadeimediata e não o resultado econômicocontábil e, por este motivo possibilitar oplanejamento, controle e análise para to-mada de decisão financeira.

Uma terceira corrente defende a opi-nião de que tanto relatórios contábeisquanto relatórios gerenciais são insufici-entes como apoios no processo decisório,quando se despreza a análise em conjun-to. Para BRUNI (2005:02), a contabilidadefinanceira opera de acordo com três vi-sões: a do patrimônio, que registra os bens,direitos e obrigações; a do resultado, queapresenta a evolução da riqueza e dopatrimônio; e a visão do caixa, que obser-va os recursos mais importantes para a

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liquidez e solvência do negócio.Ante ao exposto, o pensamento de que

a utilização de apenas um tipo de informa-ção, seja contábil ou gerencial, éinsatisfatória para um excelente processodecisório, pode ser mais convincente, vistoque seria o mesmo que analisar uma possi-bilidade de investimento considerando ape-nas uma das visões contábeis, sendo idealconsiderar a empresa como um todo, po-rém, avançadas técnicas orçamentáriascomo TIR e VPL mostraram-se suficiente-mente seguras.

O VPL é a técnica que visa obter a taxade desconto, ou seja, o retorno mínimopara que o valor de mercado da empresase mantenha. Já a TIR busca o retorno anu-al recebido pela empresa caso as projeçõesde entradas de caixa sejam confirmadas.

Sendo assim, apresentaremos apenasuma das visões, a do caixa, pois é o relató-rio que a diretoria da empresa utiliza comobase nas tomadas de decisão e visto que “oadministrador financeiro mantém a solvên-cia da empresa planejando os fluxos de cai-xa necessários para que ela cumpra suasobrigações e adquira ativos necessários paraalcançar seus objetivos”. (GITMAN 2007:10)

O sucesso de uma empresa depende deum conjunto gerador de resultados. Alémdos fatores humanos e financeiros já cita-dos, os fatores operacionais e externos têmgrande importância no processo decisóriode uma organização, principalmente às de-cisões sobre capacidade. No caso em ques-tão, as decisões sobre capacidade sãocruciais para a qualidade dos serviços pres-tados:

“As decisões sobre capacidade merecemmuita atenção pelo seu caráter essenci-

almente estratégico, que se reflete noenvolvimento de grandes somas de di-nheiro, na imobilização forçada de re-cursos, nas dificuldades posteriores demudança e no grande impacto sobre oscustos de operação.” (MOREIRA,2002:153)

Outro aspecto importante no presenteestudo é a decisão sobre o local de instala-ção e previsão de demanda. Cada negóciotem suas peculiaridades, sendo necessárioum estudo em cada caso a fim de identifi-car os fatores que determinam a localiza-ção de cada organização. No caso das ativi-dades de serviços, “orientar-se-ão mais parafatores como proximidade do mercado (cli-entes), tráfego (facilidade de acesso) e loca-lização dos competidores.” (MOREIRA,2002:176)

No que diz respeito à previsão de de-manda, existem diversos métodos de clas-sificação. O método mais apropriado parao momento é, segundo Moreira (2002:318),o método qualitativo, onde são considera-das, basicamente, as opiniões de pessoasexperientes no assunto, como gerentes,vendedores ou clientes que, devido ao co-nhecimento do mercado, podem opinarsem a necessidade de métodos quantitati-vos. Como sustentação na presente análisede investimento, foram selecionadas as téc-nicas de Valor Presente Líquido - VPL, querepresenta “quanto um fluxo de caixa futu-ro vale hoje” (MAHER, 2001:764); e a TaxaInterna de Retorno - TIR, técnica que igua-la o valor presente das saídas de caixa como valor presente das entradas. (MAHER,2001:781). Segundo GITMAN (2007:344), aTIR pode ser considerada como a mais uti-lizada técnica sofisticada de orçamento de

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capital, o que justifica a escolha destes doismétodos para assegurar uma tomada dedecisão com menor risco de erro.

2. DESCRIÇÃO E ANÁLISEDOS DADOS

A empresa estudada, que por questõesmercadológicas recebeu o nome fictício deBeta Ltda., é de pequeno porte e está sediadana cidade de Dourados, Estado de MatoGrosso do Sul, há oito anos. Iniciou suasatividades como empresa prestadora deserviços no ramo de internet discada, adsl,hospedagem e confecção de sites. Atual-mente a empresa continua fornecendo osserviços de autenticação de adsl, hospeda-gem de sites e domínios em território naci-onal e conta ainda com o serviço de internetwireless, mas este é oferecido apenas para omercado local.

A Empresa está inserida em um merca-do em expansão, considerando que a cida-de de Dourados amplia a cada ano as vagasem universidades, o que atrai um tipo decliente usual, os estudantes. Além disso,percebe-se que desde a fundação da em-presa, vem ocorrendo a popularização docomputador, o que faz com que pessoas dediversas atividades busquem o serviço deacesso à internet, alterando o perfil de con-sumidor do serviço, que era praticamenteexclusivo dos bairros centrais, passando aatingir a periferia da cidade. Outras vias deacesso à internet como cabo e adsl não aten-dem os bairros mais distantes do centro dacidade, possibilitando a expansão dainternet wireless e exigindo investimentosnessas localidades.

A empresa analisada explora atecnologia e, para que o serviço se mante-

nha com qualidade e atenda às necessida-des do mercado, a empresa necessita deinvestimentos constantes, sob pena de per-der fatias de mercado. Desta forma, deci-diu-se por realizar aportes de capital a fimde custear os gastos inerentes à instalaçãode novas torres, já que o faturamento men-sal da empresa não permite tais investimen-tos e, sem estes, seria impossível acompa-nhar o crescimento do mercado.

A fim de atender a demanda identificadaem uma determinada região da cidade, aempresa cogita instalar uma nova unidaderepetidora de sinal em, no máximo, 60 dias.O critério de definição do local de instala-ção foi o mesmo utilizado nas demais tor-res já montadas, de maneira qualitativa,pautado na análise de concorrência e emanálises de imagens de satélite, que apon-taram os melhores pontos segundo altitu-de e inclinação de terreno, possibilitandomaior limpeza de sinal. Com o ponto deinstalação já definido, a empresa necessitaagora de um estudo de viabilidade que con-firme a decisão de investimento. Com baseno fluxo de caixa operacional da empresa,apresentado na Tabela 1 (página 48), foipossível elaborar o fluxo de caixa orçamen-tário para a instalação de uma nova torrerepetidora de sinal wireless.

Para melhor entendimento, na Tabela 1os recebimentos de mensalidades e servi-ços de manutenção são representados pe-las Receitas Operacionais. A Receita Finan-ceira foi gerada pelos juros recebidos deaplicações.

Gastos com combustível, publicidade,folha da equipe técnica e comissões foramagrupados como Despesas com Vendas. Jáo item Despesas Administrativas englobaos gastos com energia elétrica do escritó-

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En t ra d a s R$Re c e ita s O p e ra c io n a is 256.104,95Re c e ita s F in a n c e ira s 7,72Re c e ita s N ã o -O p e ra c io n a is 500,00T O T A L 256.612,67Sa íd a s R$D e s p e s a s c / Ve n d a s 16.714,95D e s p e s a s A d min is t ra t iv a s 133.159,20D e s p e s a s F in a n c e ira s 9.493,66Cu s to s d o s P ro d u to s Ve n d id o s 56.120,99Imp o s to s 35.675,42T O T A L 251.164,22SA LD O FIN A L 5.448,45Fo n te : S ilv a (2005:75), a d a p tad o p e la a u to ra

T a b e la 1 - F lu xo d e Ca ixa O p e ra c io n a l Emp re s a Be ta Ltd a .Pe río d o : 12 M e s e s

rio, assim como o IPTU dos terrenos ondese encontram instaladas as repetidoras, as-sinatura de jornal, material de expediente,telefone, compra de equipamentos, foto-cópias, folha do pessoal administrativo, es-critório de contabilidade, correios, gráfica epró-labore do sócio gerente.

A empresa apresentou despesas finan-ceiras com cobrança bancária, juros, IOF,pagamento de empréstimos. Os impostoscomo ISS, PIS, Cofins, Contribuição Sociale IRPJ também estão agrupados na Tabela1, assim como os gastos com energia elétri-ca das repetidoras e dos servidores de aces-so, link, custo do serviço de autenticação eatualização de software, representados peloitem Custo dos Produtos Vendidos.

A empresa Beta Ltda. mantém o de-partamento administrativo no mesmo lo-cal onde estão instalados os computadoresservidores. Portanto, os custos essenciais àoperação da empresa, como link e energiaelétrica, que sustentam tanto o serviço de

autenticação de adsl como o acesso wireless,foram corretamente alocados utilizando ométodo de custeio por absorção para iden-tificar os custos indiretos oriundos de cadasetor.

Com o projeto em questão, a empresaprevê um investimento inicial da ordem deR$ 10.000,00 incluindo os custos de instala-ção. A depreciação total se dará em cincoanos, quando a empresa prevê a necessi-dade de um novo desembolso equivalentea 30% do valor do investimento inicial, re-ferente à atualização de tecnologia.

No primeiro ano, espera-se que a novarepetidora atenda a 64 usuários pagantes.Estima-se que a nova repetidora inicie asatividades com o fornecimento de sinal a08 usuários e que mantenha o mesmo nú-mero de novos usuários durante todo o ano.A taxa de cancelamento de contratos a serconsiderada é de 30% e, a taxa deinadimplência estimada é de 40%. Destaforma, a Tabela 2 ilustra o movimento de

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receitas esperado pela empresa no primei-ro ano de atividade da nova repetidora.

O faturamento (F) advindo da nova tor-re obtém-se pela seguinte equação: F = ? (i+ m), onde (i) é a taxa de instalação e (m) éo valor da mensalidade. Como pode ser ob-servado na Tabela 2, os recebimentos demensalidades ocorrem 30 dias após o in-gresso de um novo cliente na base de assi-nantes. Desta forma, no primeiro mês deatividade, a empresa obterá faturamentoapenas com as taxas de instalação.

A partir do segundo mês, deve ser con-siderado o percentual de inadimplência es-timado e, a partir do terceiro mês, opercentual de cancelamentos.

Para o segundo ano estima-se que arepetidora inicie as atividades com a basede clientes conquistada no primeiro ano eatinja um crescimento de 20% ao longo doano, o que representa o percentual de 1,66%ao mês, já descontada a taxa estimada decancelamentos, 30%. Sendo assim, pode-se

Mês Contratos Nº Cancel. Nº Pagantes % Inadimp. Inadimp. (R$) Receitas (R$)1 8 0 0 0 0,00 400,002 8 2,4 8 3,2 192,00 688,003 8 2,4 13,6 5,44 326,40 889,604 8 2,4 19,2 7,68 460,80 1091,205 8 2,4 24,8 9,92 595,20 1292,806 8 2,4 30,4 12,16 729,60 1494,407 8 2,4 36 14,4 864,00 1696,008 8 2,4 41,6 16,64 998,40 1897,609 8 2,4 47,2 18,88 1.132,80 2099,20

10 8 2,4 52,8 21,12 1.267,20 2300,8011 8 2,4 58,4 23,36 1.401,60 2502,4012 8 2,4 64 25,6 1.536,00 2704,00

Total 19056,00Fonte: Elaborado pela autora

Tabela 2 - Estimativa de Receitas no Ano 1

visualizar o quadro de receitas previstas parao segundo ano, na Tabela 3 (página 50).

De acordo com a estimativa, a empresainiciará o segundo ano de atividade da novarepetidora com 64 clientes, podendo aten-der até 75 clientes. Desta forma a empresaapresentará faturamento de aproximada-mente 58% a mais em relação ao ano ante-rior, visto que desde o primeiro mês conta-rá com a base de clientes conquistada noprimeiro ano.

Para o ano subsequente, estima-se ocrescimento de 12% do total de usuáriosatendidos no primeiro ano, ou seja, 1% aomês, já consideras as taxas de cancelamen-tos, 30%. A Tabela 4 (página 50) ilustra aestimativa de receitas para o terceiro ano.

Conforme Tabela 4, o terceiro ano apre-senta crescimento muito discreto. Nesseperíodo o projeto atinge seus limites máxi-mos, tanto no que diz respeito à capacida-de da repetidora quanto à demanda peloserviço naquela região.

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Mês Contratos Nº Pagantes % Crescimento Inadimpl. (RReceitas (R$)1 0 75 1 1800,00 2700,002 0,64 75,64 1 1815,36 2723,043 0,64 76,28 1 1830,72 2746,084 0,64 76,92 1 1846,08 2769,125 0,64 77,56 1 1861,44 2792,166 0,64 78,2 1 1876,80 2815,207 0,64 78,84 1 1892,16 2838,248 0,64 79,48 1 1907,52 2861,289 0,64 80,12 1 1922,88 2884,32

10 0,64 80,76 1 1938,24 2907,3611 0,64 81,4 1 1953,60 2930,4012 0,64 82,04 1 1968,96 2953,44

Total 33920,64Fonte: Elaborado pela autora

Tabela 4 - Estimativa de Receitas no Ano 3

Mês Contratos Nº Pagantes % Crescimento Inadimpl. (R$) Receitas (R$)1 0 64 1,66 1536 2304,002 1,0624 65,0624 1,66 1561,4976 2342,253 1,0624 66,1248 1,66 1586,9952 2380,494 1,0624 67,1872 1,66 1612,4928 2418,745 1,0624 68,2496 1,66 1637,9904 2456,996 1,0624 69,312 1,66 1663,488 2495,237 1,0624 70,3744 1,66 1688,9856 2533,488 1,0624 71,4368 1,66 1714,4832 2571,729 1,0624 72,4992 1,66 1739,9808 2609,97

10 1,0624 73,5616 1,66 1765,4784 2648,2211 1,0624 74,624 1,66 1790,976 2686,4612 1,0624 75,6864 1,66 1816,4736 2724,71

Total 30172,26Fonte: Elaborado pela autora

Tabela 3 - Estimativa de Receitas no Ano 2

No quarto ano, visualizado na Tabela 5(página 51), estima-se que possa ocorrerdiminuição da base de clientes da repetidora,visto que novas tecnologias poderão ocu-par parte do mercado.

Como pode ser visualizado na Tabela5, o ano quatro poderá ser iniciado com 82clientes. Considerando o percentual decancelamentos de aproximadamente 36%,a repetidora poderá encerrar o ano com

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62 clientes.Convém salientar que esta seria uma

visão de pessimista a realista para o tercei-ro ano. Como o projeto visa um bairro dis-tante do centro da cidade, esta suposiçãopode não se confirmar e, nesse caso, os re-sultados finais obtidos no estudo poderãoapresentar ligeira melhora.

No ano cinco, espera-se que arepetidora mantenha a mesma base de cli-entes, encerrando o ano com o faturamentode R$ 27.129,60, já descontado o percentual

de inadimplência.Considerando que a capacidade do link

atual encontra-se esgotada, caso aceite oprojeto, a empresa deverá efetuar a devidaadequação, assumindo um custo adicionalde aproximadamente 30% do custo total dolink. Outro aspecto a ser considerado refe-re-se à necessidade de contratação de doisfuncionários para integrarem a equipe téc-nica, o que resultaria em um acréscimo de35% no total da folha de pagamento, alémdas despesas operacionais.

Mês Nº Cancel. Nº Pagantes % Cancel. Inadimpl. (RReceitas (R$)1 0 82 3 1968,00 2952,002 1,92 82 3 1968,00 2952,003 1,92 80,08 3 1921,92 2882,884 1,92 78,16 3 1875,84 2813,765 1,92 76,24 3 1829,76 2744,646 1,92 74,32 3 1783,68 2675,527 1,92 72,4 3 1737,60 2606,408 1,92 70,48 3 1691,52 2537,289 1,92 68,56 3 1645,44 2468,16

10 1,92 66,64 3 1599,36 2399,0411 1,92 64,72 3 1553,28 2329,9212 1,92 62,8 3 1507,20 2260,80

Total 31622,40Fonte: Elaborado pela autora

Tabela 5 - Es timativa de Receitas no Ano 4

As receitas e despesas esperadas com ofuncionamento da nova repetidora podemser visualizadas na Tabela 6 (página 52).

Em uma primeira observação percebe-mos que as receitas obtidas com o investi-mento superam as despesas, o que podeindicar que o projeto seja viável. Os valores

referentes às despesas operacionais inclu-em os custos proporcionais de link paraoferecimento do serviço, energia elétrica,aluguel e IPTU do terreno, despesas admi-nistrativas e financeiras com emissão e re-cebimento de mensalidades, combustível,salário da equipe técnica, custos de substi-

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tuição de equipamentos e impostos.

Logo abaixo, na Tabela 7, pode ser visualizado o cálculo da depreciação, que se dará àtaxa de 20% ao ano.

ReceitasDespesas Operacionais(excluindo depreciação)

Ano 1 19.056,00 12.946,62Ano 2 30.172,26 14.649,44Ano 3 33.920,64 14.101,00Ano 4 31.622,40 14.100,99Ano 5 27.129,60 17.100,99Fonte: Modelo apresentado por Gitman (2008:317)

Tabela 6 - Receitas e Custos Operacionais do Projeto

Ano Custo (R$) Taxa de Depreciação Depreciação (R$)1 10.000,00 20 2.000,002 10.000,00 20 2.000,003 10.000,00 20 2.000,004 10.000,00 20 2.000,005 10.000,00 20 2.000,00

Total 100 10.000,00Fonte: Gitman (2007:317), adaptado pela autora

Tabela 7 - Cálculo da Depreciação

Ano 1 Ano2 Ano 3 Ano 4 Ano 5Receita 19.056,00 30.172,26 33.920,64 31.622,40 27.129,60(-) Despesas (incluindo Depreciação) 14.946,62 16.649,44 16.101,00 16.100,99 19.100,99Lucro Líquido antes do IR 4.109,38 13.522,82 17.819,64 15.521,41 8.028,61(-) IR 457,34 724,13 814,10 758,94 651,11Lucro Líquido depois do IR 3.652,04 12.798,69 17.005,54 14.762,47 7.377,50(+) Depreciação 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00Entradas Operacionais de caixa 5.652,04 14.798,69 19.005,54 16.762,47 9.377,50Fonte: MAHER (2001:773), adaptado pela autora

Tabela 8 - Determinação das Entradas Operacionais de Caixa em R$

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Com a obtenção das receitas e despesasoperacionais do projeto, assim como os va-lores de depreciação, foi possível determi-nar as entradas operacionais de caixa, apre-sentadas na Tabela 8 (página 52), e elaborara síntese dos fluxos de caixa, que pode servisualizada na figura 1.

9%

Ano Entradas Operacionais de Caixa0 -10.000,001 5.652,042 14.798,693 19.005,544 16.762,475 9.377,50

VPL 40.398,39Fonte: GITMAN (2008: 344)

Tabela 9 - Cálculo do Valor Presente LíquidoCusto de capital da empresa

Atualmente a empresa conta comum custo de oportunidade de aproxi-madamente 9%. Pelo cálculo inseridona Tabela 9, verificamos que o VPLapresentou-se maior que R$ 1,00 o que

Como pode ser observado, a empresaapresenta fluxo de caixa positivo com oprojeto em questão. Observando a sériede fluxos de caixa (Figura 1), calculamosque o período de payback do projeto ocor-rerá em aproximadamente 16 meses.

significa que o retorno obtido com oprojeto será maior do que o seu custode capital, ou seja, maior do que omercado pagaria pelo mesmo valor in-vestido.

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A fim de garantir maior segurança nadecisão sobre o investimento e complemen-tar o cálculo do VPL, as tabelas 10 e 11mostram o cálculo da TIR e o fluxo de caixaoperacional projetado para os próximos

cinco anos. Ao final deste período, será ne-cessário que a empresa reavalie o investi-mento. Caso o serviço oferecido possua ain-da demanda, deverá renovar o contrato dealuguel e rever necessidades operacionais.

A n o En trad as Op eracio n ais d e Caixa

0 -10.000,001 5.652,042 14.978,693 19.005,544 16.762,475 9.377,50

TIR 103%Fo n te: GITM A N (2008:346)

Tab e la 10 - Cálcu lo d a Taxa In te rn a d e Reto rn o

Conforme a Tabela 10, a TIR de 103%se apresentou maior do que o custo de ca-pital, 9%, situação ideal para a aceitação deum projeto.

Baseado nos resultados obtidos, afirma-se que não existe conflito entre as duas téc-nicas no presente caso, pois tanto o resulta-do do VPL como o da TIR permitem a acei-

tação do projeto. Do ponto de vista práti-co, a TIR mostra-se mais atrativa por tra-balhar com taxas de retorno, assim comoocorre nas taxas de juros e rentabilidade.No entanto, o VPL considera reinvesti-mentos ao custo de capital da empresa, ouseja, pode permitir uma visão mais caute-losa e realista acerca de um projeto.

En trad as A n o 1 A n o 2 A n o 3 A n o 4 A n o 5Rece ita s O p e rac io n a is 275.160,95 286.277,21 290.025,59 287.727,35 283.234,55Rece ita s Fin an ce ira s 0,00 0 0 0 0Rece ita s N ão -Op erac io n a is 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00T OT A L 2 7 5 .1 6 0 ,9 5 2 8 6 .2 7 7 ,2 1 2 9 0 .0 2 5 ,5 9 2 8 7 .7 2 7 ,3 5 2 8 3 .2 3 4 ,5 5Sa íd a s A n o 1 A n o 2 A n o 3 A n o 4 A n o 5D es p es as c / Ven d as 30.679,13 30.679,13 30.679,13 30.679,13 30.679,13D es p es as A d min is tra t iv a s 139.251,31 134.029,55 134.367,75 134.705,95 138.044,15D es p es as Fin an ceira s 9.588,16 9.616,66 9.645,16 9.673,66 9.702,16Cu s to s d o s Pro d u to s Ven d id o s 69.266,86 66.137,86 66.137,86 66.137,86 66.137,86Imp o s to s 32.826,70 34.152,87 34.600,05 34.325,87 33.789,88T OT A L 2 8 1 .6 1 2 ,1 6 2 7 4 .6 1 6 ,0 7 2 7 5 .4 2 9 ,9 5 2 7 5 .5 2 2 ,4 7 2 7 8 .3 5 3 ,1 8SA LD O FINA L -6 .4 5 1 ,2 1 1 1 .6 6 1 ,1 4 1 4 .5 9 5 ,6 4 1 2 .2 0 4 ,8 8 4 .8 8 1 ,3 7Fo n te : S ilv a (2005:75), ad ap tad o p e la au to ra

T ab e la 11 - F lu xo d e Ca ixa O p e rac io n al Emp res a Be ta Ltd a .Pe río d o : 60 M es es

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Como pode ser visualizado, o fluxo decaixa da empresa Beta mostra-se negativono primeiro ano, revelando a necessidadede adequação por parte da empresa, sejapor meio da diminuição de despesas,reformulação da estratégia de negociaçãodas contas a receber ou até mesmo obten-ção de empréstimos.

Analisando o desempenho da empresaem sua totalidade, observa-se que a aceita-ção do projeto influenciaria de maneirapositiva nos fluxos de caixa projetados tan-to em curto como em longo prazo, devidoao aumento de receita operacional e tam-bém ao saldo positivo do projeto contri-buir para a redução do saldo negativo quepossivelmente a empresa apresentaria e,mais ainda, possibilitar a obtenção de saldopositivo ao final do período.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a análise realizada, iden-tificamos o referido projeto como uma óti-ma oportunidade de investimento para aempresa e que vem de encontro com osobjetivos da organização de maximizar ariqueza de seus proprietários e prestar ser-viços de excelência.

Tanto o cálculo do VPL como o cálculoda TIR mostraram-se favoráveis ao inves-timento, assim como o período de payback,que pode ser considerado curto se compa-rado à média de outros tipos de negócioscom o mesmo investimento exigido.

Existem, porém, aspectos preocupantesrevelados no presente estudo e que devemser avaliados. No que diz respeito ao fluxoprojetado para os cinco anos subsequentesao investimento, visualizamos que o saldo

final negativo no primeiro ano indica que aempresa necessita de um estudo detalhadoa fim de identificar possíveis falhas de gestãoou processo decisório, de maneira que pos-sa sanar as falhas encontradas e fazer adap-tações nas projeções, caso haja necessidade.

O fluxo de caixa positivo do investimen-to proposto, confrontado com o fluxo decaixa projetado para a empresa nos próxi-mos cinco anos, garante maior segurançana aceitação do projeto e, mais do que isso,indica que é imprescindível para a empresaaceitá-lo, já que sem as atividades da novarepetidora os resultados ficariam compro-metidos, já que as repetidoras que se en-contram em operação não conseguirão ele-var o faturamento tanto e quanto o neces-sário, visto que a demanda em tais locaisestá estabilizada.

Além disso, supondo que a empresa nãoaceite o projeto e mantenha receitas e des-pesas como no fluxo de caixa de referênciaapresentado no início do estudo (Tabela1),ao final de 60 meses apresentaria o saldode R$ 27.242,25. Isso sem contar comupgrade de equipamentos.

Aceitando o projeto, o saldo final seriade R$ 36.841,82, ou seja, resultado aproxi-madamente 35% maior, o que poderia sermais um elemento favorável justificando adecisão.

A forma como a empresa conduz seuprocesso decisório, baseado em técnicasavançadas de orçamento de capital, em con-junto com minuciosos estudos técnicos queo negócio exige, demonstra seu compro-metimento com clientes, colaboradores ecom o próprio negócio, o que faz dela umaempresa competitiva e de destaque no mer-cado onde atua.

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BIBLIOGRAFIA

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