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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT Relatório Trimestral - 02 1 / 79 LABORATÓRIO DE ICTIOLOGIA DA AMAZÔNIA MERIDIONAL - Rodovia MT 208 Km 147 CaixaPostal 324 – CEP: 78580-000 – Alta Floresta, MT Fone/Fax: (66) 3521-2041 – E-mail: [email protected] RELATÓRIO PARCIAL 2º ANO Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA Coordenadora do Monitoramento e Resgate da Ictiofauna UHE Colíder CRBio 43528/01 - D ALTA FLORESTA - MT 2014

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RELATÓRIO PARCIAL 2º ANO

Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA

Coordenadora do Monitoramento e Resgate da Ictiofau na UHE Colíder CRBio 43528/01 - D

ALTA FLORESTA - MT 2014

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SUMÁRIO

1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES

PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

03

2. APRESENTAÇÃO 04

3. ATIVIDADES REALIZADAS 05

4. MATERIAIS E MÉTODOS 05

4.1. Descrição da Área de Estudo 05

4.2. Descrição dos Trechos de Coleta 06

4.3. Materiais (apetrechos utilizados) 11

4.4. Metodologia 12

5. RESULTADOS 15

5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes 15

5.2. Guildas Tróficas 25

5.3. Processo Reprodutivo 29

5.4. Parasitas

5.4. Ovos e Larvas 29

5.5. Captura por Unidade de Esforço (CPUE) 29

5.6. Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de

Especial Interesse)

30

5.6.2 Espécies Migradoras 30

5.6.3 Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones 31

6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS 31

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

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1. EQUIPE DE TRABALHO: MONITORAMENTO E RESGATE DA I CTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT

Coordenadora: Drª Solange Aparecida Arrolho da Silva Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Membros da equipe: Drª Aurea Regina Alves Ignácio Laboratório de Morfofisiologia Animal – UNEMAT, Cáceres – MT Email: á[email protected] Dr. Claumir Cesar Muniz Laboratório de Ictiologia – UNEMAT, Cáceres – MT Email: [email protected] Drª Kelli Aparecida Cristina Munhoz Moreira Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Especialista Bióloga Andréia Aparecida Franco Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Especialista Biólogo Reginaldo Carvalho dos Santos Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT, Alta Floresta – MT Email: [email protected] Auxiliar de Laboratório e Campo Devanir do Espirito Santo Fernandes Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – UNEMAT,Alta Floresta – MT Email: [email protected]

Equipe de Assessores: NOME: Alberto Akama Laboratório de peixes – UFT, Palmas - TO Email: [email protected] NOME: Willian Ohara Muesu de Zoologia da USP Email: [email protected]

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2. APRESENTAÇÃO

Este documento contém as informações básicas obtidas através da execução do Programa Básico

Ambiental 10 – Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos em dois Sub-Programas: (1) Monitoramento

da Ictiofauna; e (2) Resgate da Ictiofauna, e está sendo desenvolvido através do Convênio

UNEMAT/COPEL, firmado entre a Universidade do Estado do Mato Grosso e a Companhia Paranaense

de Energia e executado pelo Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional – LIAM.

As informações contidas neste documento poderão nortear as medidas de conservação da

ictiofauna na região, não só na área de influência direta da UHE Colíder, bem como em seu entorno

(montante e jusante). Neste documento é apresentada uma caracterização da área de estudo, uma

descrição da metodologia básica utilizada, os resultados obtidos com as amostragens e as considerações

e recomendações a respeito da ictiofauna da região com objetivos conservacionistas.

Os esforços para o entendimento da estrutura da comunidade de peixes da região foram

direcionados para o levantamento das espécies, caracterização espaço-temporal da assembléia de peixes

e caracterização das principais espécies capturadas.

As amostragens foram realizadas abrangendo área de influencia direta e indireta do reservatório.

As coletas foram realizadas em 15 trechos ao longo da calha do rio Teles Pires, bem como nos principais

tributários da área de abrangência direta e indireta do futuro reservatório.

O Sub-programa de Ictiofauna apresenta um caráter de monitoramento, visto que deve

acompanhar as alterações nos trechos a montante e a jusante, além das que ocorrerão no próprio

reservatório e, também, de manejo da ictiofauna, uma vez que estão previstos a instalação de sistema de

transposição pela barragem e resgates de peixes por ocasião do desvio do rio por ensecadeira, do

enchimento do reservatório e quando da manutenção das turbinas. Há, ainda, outras medidas de

conservação da ictiofauna e dos recursos pesqueiros, como por exemplo, a preservação de áreas de

desova, o repovoamento com espécies autóctones, etc., que só deverão ser adotadas após o amplo

conhecimento das condições ictiológicas do sistema e de avaliada a real necessidade.

O objetivo do presente relatório é apresentar os resultados decorrentes de dois anos de atividades

de monitoramento e resgate da ictiofauna da UHE Colíder, no período de novembro de 2012 a março de

2014.

3. ATIVIDADES REALIZADAS

As atividades do Sub Programa de Monitoramento e Resgate Ictiofauna da UHE Colíder foram

devidamente licenciadas pelo Órgão Ambiental responsável, que neste caso foi a SEMA – MT, Licença

especial de Pesca Científica Nº 009/2013, liberada até 31 de janeiro de 2015 sob processo nº

663762/2012. O Transporte do material está sendo realizado acompanhado da Declaração de Aceite de

Depósito do Material Biológico (Peixes) pelo Laboratório de Ictiologia da Amazônia Meridional (LIAM). A

execução do sub programa está sendo realizada de acordo com a ART (Anotação de Responsabilidade

Técnica) cedida pelo Conselho de Classe CRBio-1, ao qual a coordenação executiva do programa está

vinculada.

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No segundo anos de atividades do sub-programa, as coletas para monitoramento da Ictiofauna da

UHE Colíder foram realizadas nas seguintes datas:

01 a 10/03/2013;

31/05 a 09/06/2013;

31/08 a 09/09/2013;

01 a 13/12/2013; e

01 a 12/03/2013.

No período de 04 de outubro a 14 de novembro de 2014 foram realizadas as atividades de resgate

da ictiofauna devido a formação de ensecadeira do desvio do rio Teles Pires para construção da UHE

Colíder (Anexo 1).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Descrição da Área de Estudo

Situada entre 7°10’ e 14°45’ de latitude sul e 53°45’ e 58°10’ de longitude oeste, a bacia

hidrográfica do rio Teles Pires abrange setores territoriais dos estados do Pará e principalmente do estado

do Mato Grosso, totalizando uma área de drenagem de 141.905 km2.

A área de abrangência da Usina Hidrelétrica (UHE) de Colíder está localizada na região do médio

rio Teles Pires, na região norte do estado do Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um

ponto do rio conhecido localmente por Estreito. A potência instalada será de 300 MW, com um reservatório

de área aproximada de 143,5 km², onde a operação será a fio d'água, ou seja, não haverá variação do

nível da água do reservatório.

A bacia está situada ainda entre as bacias dos rios Juruena, a oeste, e Xingu, a leste. Em conjunto

com o rio Juruena, que também drena importante porção territorial do estado do Mato Grosso, o rio Teles

Pires forma o rio Tapajós, um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas (Mapa de

Unidades de Relevo do Brasil – IBGE, 2006).

A partir da região das cabeceiras, o rio desenvolve percurso na direção NNW, por cerca de 1.600

km, até a sua confluência com o rio Juruena, em altitude de 95 metros, onde ocorre a formação do rio

Tapajós.

A UHE COLIDER será localizada na região do médio rio Teles Pires, na região norte do estado do

Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um ponto do rio conhecido localmente por Estreito

(Figura 01).

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Figura 01 – Mapa de localização das UHEs a serem implantadas no Rio Teles Pires, de

acordo com Avaliação Ambiental Integrada do Rio Teles Pires.

4.2. Descrição dos Trechos de Coleta

Os trechos foram selecionados de forma a incluir a maior gama possível de ambientes habitados

por peixes, e visando atingir toda a área de abrangência da UHE Colíder (as coordenadas geográficas dos

trechos amostrados foram registradas com uso de aparelhos de GPS) e em consonância com os trechos

estabelecidos nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA da UHE Colíder). A conectividade dos cursos

d’água foi levada em conta, buscando aumentar a independência das amostras nos diferentes trechos de

coleta.

As coletas foram realizadas em 15 trechos (Tabela 01), sendo estes distribuídos de forma o mais

eqüidistantes possível,cobrindo toda a área de abrangência do futuro reservatório.

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Tabela 01 – Localização dos trechos de coleta de peixes na área de abrangência da UHE Colíder, municípios de Itaúba, Colíder e Nova Canaã do Norte – MT.

Trecho Local Latitude (S) Longitude (W) Ictio 001 Canal do Rio Teles Pires – Final reservatório 11° 14' 6,366" 55° 27' 6,384" Ictio 002 Canal do Rio Teles Pires - Poço 11° 8' 4,427" 55° 22' 13,837" Ictio 003 Foz do Rio Renato 11° 5' 12,300" 55° 18' 17,400" Ictio 004 Rio Renato 11° 3' 24,400" 55° 16' 22,100" Ictio 005 Rio Teles Pires – Corredeira ilhas 11° 1' 16,377" 55° 22' 7,123" Ictio 006 Córrego Cruzeiro 11° 2' 59,759" 55° 32' 28,150" Ictio 007 Córrego Cruzeiro 11° 1' 39,404" 55° 32' 45,117" Ictio 008 Foz do Córrego Cruzeiro 11° 0' 38,100" 55° 31' 38,000" Ictio 009 Rio Teles Pires – três ilhas 10° 57' 17,634" 55° 38' 58,137" Ictio 010 Foz igarapé 3º braço 10° 59' 5,500" 55° 40' 56,100" Ictio 011 Foz igarapé 2º braço 10° 59' 14,953" 55° 44' 37,919" Ictio 012 Canal do Rio Teles Pires 10° 58' 5,000" 55° 45' 8,400" Ictio 013 Rio Teles Pires - Barragem 10° 59' 12,600" 55° 46' 15,300" Ictio 014 Rio Teles Pires - jusante 10° 59' 4,497" 55° 49' 25,515" Ictio 015 Ribeirão das águas - Margem esquerda jusante 11° 1' 13,483" 55° 51' 3,608"

Foram marcados dois trechos de coleta de peixes a jusante, um na área da barragem e doze

trechos a montante da área da futura barragem (Figura 02).

Figura 02 – Mapa com 15 trechos de amostragem de peixes, do sub programa de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder.

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Trechos Ictio 001, 002 e 005 – Rio Teles Pires:

• Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.

• Apresenta sinais de antropização, devido à implantação de acampamentos de pesca e fazendas.

• Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.

• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

• Com largura acima de 350 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 8 metros.

• Muitas rochas e ilha formando pequena corredeira.

• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.

• Águas claras (Figuras 3A Cheia e 3B Seca).

Trechos Ictio 003 e 004 – Rio Renato:

• Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio (trecho 003), o qual na direção da

subida do curso d’água se torna antropizado devido a presença de desmatamento e locais de

acampamento.

• Ambiente lótico de média energia.

• Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.

• Profundidade muito variável de 0,5 a 4 metros e largura entre 5 a 15 metros.

• Solo areno-argiloso de cor amarelada.

• Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figuras

3C Cheia e 3D Seca).

Trechos Ictio 006, 007 e 008 – Córrego Cruzeiro:

• Floresta ombrófila aberta típica de áreas alagadas.

• Na foz do curso d’água existe barranco de cerca de 1 a 2 metros de altura, sendo que ao longo do

leito a área se torna baixa e a água entra na vegetação ciliar.

• Ambiente lótico de média vazão e energia.

• Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.

• Profundidade entre 1 e 4 metros.

• Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.

• Solo arenoso de cor amarelada.

• Águas claras (3E Cheia e 3F Seca).

Trecho Ictio 009 – Rio Teles Pires – três ilhas:

• Floresta ombrófila aberta em alguns trechos secundária devido ao processo de regeneração

(áreas anteriormente desmatadas) e presença de fazenda com pastagem até as margens.

• Barrancos de até 5 metros entremeados de áreas alagadas.

• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

• Com largura entre 200 a 400 metros e profundidade variável entre 4 a 12 metros.

• Ilhas e rochas formando pequenas corredeiras.

• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentada.

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• Águas claras (Figuras 3G Cheia e 3H Seca).

Trechos Ictio 010 e 011 – Igarapés:

• Floresta ombrófila aberta entremeada com áreas alagadas e presença de palmeiras.

• Algumas áreas com barranco de até 2 metros de altura, sendo que ao longo do leito a área se

torna baixa e a água entra na vegetação ciliar.

• Ambiente lótico de baixa vazão e energia.

• Devido às margens estarem inundadas não foi possível medir a largura.

• Profundidade entre 0,5 a 2 metros.

• Galhos e troncos caídos no leito do curso d’água.

• Solo arenoso de cor amarelada.

• Águas claras com presença de húmus (Figuras 3I Cheia e 3J Seca).

Trechos Ictio 012, 013 e 014 – Rio Teles Pires:

• Floresta ombrófila aberta com vegetação ciliar em contato com a água.

• Apresenta sinais de antropização, devido a implantação de acampamentos de pesca.

• Margem direita (Trecho 013) completamente transformada em decorrência da implantação da

barragem.

• Barrancos de até 4 metros entremeados de áreas alagadas.

• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

• Com largura acima de 250 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 10 metros.

• Rochas formando pequena corredeira na seca.

• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentada.

• Águas claras (Figuras 3K e M Cheia; 3L e N Seca).

Trecho Ictio 015 – Ribeirão das Águas:

• Vegetação de floresta ombrófila aberta secundária na foz do rio, ambiente antropizado devido a

presença de desmatamento e locais de acampamento.

• Ambiente lótico de alta energia.

• Troncos caídos ao longo de todo o leito do rio.

• Profundidade muito variável de 5 a 4 metros e largura entre 5 a 15 metros.

• Solo areno-argiloso de cor amarelada.

• Água barrenta, provavelmente devido ao carreamento de sedimentos em suas nascentes (Figuras

3O Cheia e 3P Seca).

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Figuras 3 A a H: Trechos de amostragem de p eixes na época de cheia e seca, UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.

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Figuras 3 I a P: Trechos de amostragem de peixes na época de cheia e seca, UHE Colíder. Fotos Arrolho, S.

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4.3. Materiais (apetrechos utilizados)

Coleta com redes de mão/peneira : Este é um método ativo de coleta de peixes, que geralmente acessa

uma fauna de pequeno porte (<100 mm), e visa a captura de exemplares alojados em áreas de vegetação

densa, folhiço submerso ou nas margem. Esta técnica de captura foi aplicada em todos os trechos, em

locais próximos a vegetação aquática e em contato com a água. Este método foi aplicado em áreas de até

1,5 m de profundidade. O tempo de coleta foi duas horas em cada período (matutino e vespertino).

Coleta com rede de arrasto: Este método foi utilizado por, no mínimo, dois coletores, e buscou acessar

uma fauna mais pelágica e/ou associada ao leito dos corpos d’águas. As redes de arrasto foram aplicadas

manualmente em locais menos profundos até 1,5 metros e com o auxílio do barco em áreas mais

profundas (margens, ilhas e canal do rio).

Coleta com rede de espera e tarrafas: Este método passivo de coleta de peixes foi empregado para a

captura de peixes de maior porte que habitam ou esporadicamente utilizam os igarapés ou as margens do

rio para alguma de suas atividades biológicas. Nos trechos foi empregada uma bateria de redes de

diferentes malhas (2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm entre nós consecutivos), a fim de capturar exemplares de vários

tamanhos e formas. Essa bateria possui entre 10 e 100 metros de extensão e entre 2 e 5 metros de altura.

As redes foram mantidas expostas, paralelamente aos corpos d’água, por até 24 horas e revisadas a cada

três horas.

Coleta com varas de pesca: No intervalo entre as verificações das redes,foram realizadas coletas com o

uso de material de pesca convencional, ou seja, com varas de fibra de carbono equipadas com carretilha

ou molinete. Este equipamento usa linhas de nylon de capacidade de tensão apropriada para o tipo de

peixe esperado. Foram arremessadas com este equipamento, iscas artificiais de diversos modelos,

tamanhos e formas e iscas naturais (Minhoca, milho, etc), no intuito de capturar os peixes de médio e

grande porte.

4.4. Metodologia

Cada corpo d’água teve um trecho demarcado de 150 metros de comprimento por toda largura do

corpo d’água (Figura 04).

Figura 4 – Esquema dos métodos utilizados para o protocolo de peixes. Rede de mão utilizada nas

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margens; rede de arrasto nos leitos dos corpos d’água; e rede de espera expostas paralelamente ao igarapé. Os três métodos foram empregados ao longo dos 150 metros do trecho.

Coleta e Observação de Ovos e Larvas

As amostras de ovos e larvas de peixes foram obtidas utilizando-se redes de plâncton do tipo

cônico-cilíndrica (malha 0,5 mm), com comprimento de 1,5 m e área de boca igual a 0,07 m². A rede

permaneceu fixada a um cabo estendido perpendicularmente ao rio, nas margens direita, esquerda

superficialmente e no meio ao fundo, com exposição de 15 minutos contra a correnteza.

As amostras de ovos e larvas de peixes foram acondicionadas em frascos plásticos de 500 ml com

tampa rosqueada e fixadas em formol 4% tamponado com carbonato de cálcio (CaCO3). Em laboratório,

os ovos e larvas de peixes foram analisados sob microscópio estereoscópico e identificados conforme

bibliografia específica.

Fixação e conservação dos espécimes

Cada sequência de amostras (rede, tarrafa, puçá ou vara de pesca) foi devidamente etiquetada, e

o material coletado anestesiado com o uso de Eugenol, conforme Resolução N° 714 do Conselho Federal

de Medicina Veterinária e sequentemente fixados em solução de formalina a 10% no local de coleta.

Para exemplares de proporções corporais maiores, estes foram fixados através de injeções de

formol 10% ao longo de toda a musculatura e no interior da cavidade abdominal. Posteriormente, esses

exemplares foram mergulhados em recipientes contendo formol 10% permanecendo por cinco a sete dias.

Os peixes capturados, depois de fixados, foram transportados para o Laboratório de Ictiologia da

Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Alta Floresta, onde foram identificados e

anotadas as medidas de comprimento total, comprimento padrão e pesados. Foi efetuada incisão

abdominal para determinação de sexo e estádio de maturação gonadal, fotografados in situ, e retirados

tratos digestivos para determinação da dieta alimentar.

Todos os exemplares coletados foram depositados na Coleção de Peixes do Campus de Alta Floresta –

UNEMAT, estando a disposição para visitas técnicas dos órgãos ambientais e pesquisadores

interessandos.

Marcação das espécies migratórias

Cada exemplar maior de 30 cm capturado foi marcado através de TAGS de cor laranja na base da

nadadeira dorsal (para peixes de escama ou de couro). Os TAGS tem um número que corresponde às

informações obtidas naquele momento. Todo esse processo demora menos de 60 segundos, evitando

estressar o peixe.

Unidade amostral

Considera-se uma Unidade Amostral (UA) o resultado do total de exemplares coletados na(s)

sequência(s) realizada(s) com cada método (peneira, rede de arrasto ou rede de espera).

Análises Biológicas

As análises biológicas (reprodução e alimentação) foram realizadas somente com as espécies

coletadas com número amostral maior que 10 indivíduos, para permitir a fidedignidade dos cálculos.

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a. Análise Reprodutiva

Os estádios de maturação gonadal utilizados serão: I – Imaturo; II – Em maturação; III – Maturo; IV –

Esvaziado e V – Em repouso.

Os pesos das gônadas foram utilizados para estabelecer a relação com o peso dos peixes, por

estádio de maturação, determinando os Índices Gonadossomáticos e a tamanho da primeira maturação

gonadal (L50). Este procedimento permite observar a dinâmica da reprodução das diferentes espécies

dentro do mesmo período reprodutivo por tipo de ambiente onde a comunidade é estabelecida.

b. Análise Trófica

A determinação do regime alimentar foi efetuada através da aplicação do índice alimentar proposto por

Kawakami & Vazzoler (1980), segundo a fórmula:

IAi = Fi x Vi /Σ (Fi x Vi) (1)

i=1

Sendo:

IAi = índice alimentar;

I = 1,2,...n determinado item alimentar;

Fi = freqüência de ocorrência (%) de determinado item alimentar;

Vi = volume (%) de determinado item alimentar.

A análise da estrutura trófica foi efetuada utilizando os seguintes procedimentos:

Uma guilda trófica foi considerada abundante quando seu valor for maior que o valor médio, dividindo o

número de peixes ou o produto de Ni x Pi pelo número de guildas tróficas em cada local de amostragem:

Ni x Pi x 100/ ΣNi x Pi (2)

onde Ni será igual ao número de exemplares da espécie i e Pi, o peso da espécie i.

c. Análises Estatísticas

A densidade dos peixes foi calculada através da Captura por Unidade de Esforço (CPUE =

(C/E)), onde,

(3)

Sendo:

CPUEn = captura em número por unidade de esforço;

CPUEb = captura em biomassa (peso corporal) por unidade de esforço;

Nm = número total dos peixes capturados na malha m;

Bm = biomassa total capturada na malha m;

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Epm = esforço de pesca, que representa a área em m² das redes de malha m; e m = tamanho da malha

(entre nós 2, 3, 4, 5, 10 e 20 cm consecutivos).

Deste modo, foram obtidas as seguintes CPUE's:

CPUE(n,b) malha = CPUE, em número e biomassa, por malha de coleta;

CPUE(n,b) espécie = CPUE, em número e biomassa, por espécie.

A constância de ocorrência (C) das espécies foi calculada pela seguinte fórmula: C = p. 100/P,

onde p é o número de coletas contendo as espécies i e P é o número total de espécies, sendo que em

função do valor de C, distinguem as seguintes categorias: Espécies Constantes, presentes em mais de

50% das coletas; Espécies acessórias, presentes em 25 a 50% das coletas; Espécies acidentais,

presentes em menos de 25% das coletas.

A diversidade foi avaliada utilizando-se os índices de:

Shannon-Wiener para diversidade alfa (local) H = Σ pi.log pi (4)

Margalef para diversidade beta (regional) D =(S -1)/ ln(n) (5)

Sendo: pi a freqüência de cada uma das espécies e logaritmo na base 10.

d. Análise de metais pesados

Foram submetidos a análise de mercúrio piranhas (Serrasalmus rhombeus), matrinxãs (Brycon

pesu), piaus (Leporinus fridericii), chinelo (Surubim trogonocephalus), bicudas (Boulengerella curvieri),

cachorras (hydrolicus armatus). Sendo encaminhados ao Laboratório de Ictiologia do Campus de Tangará

da Serra – UNEMAT.

e. Comparabilidade dos resultados

Para análise os resultados foram comparados todas as dez coletas realizadas na área da UHE

Colíder.

5. RESULTADOS

5.1. Abundância, Riqueza e Diversidade de Peixes

Nos quinze trechos de amostragem foram registrados ao todo 26.890 exemplares de peixes,

sendo 2.049 exemplares da primeira coleta, 4.436 exemplares da segunda coleta, 2.384 exemplares da

terceira coleta, 2.553 exemplares da quarta coleta, 1.803 exemplares da quinta coleta, 6.009 na sexta

coleta, 2.067 na sétima coleta, 2.725 na oitava coleta, 1.919 na nona coleta e 945 na décima coleta na

área de abrangência da UHE Colíder, deste total 1323 peixes foram soltos para o ambiente sem passarem

pelo processo de biometria, pois estavam em condições de soltura, mas sem condições de manipulação.

Os peixes registrados pertencem a 06 ordens, 30 famílias, 92 gêneros e 186 espécies (Tabela 02).

Tabela 2 – Lista dos taxons (peixes) coletados em cada trecho de amostragem na área de abrangência da Usina Hidrelétrica Colíder, nas dez coletas (dezembro/2011 a março/2014). As colunas com numeração de 01 a 15 correspondem aos trechos de coleta da ictiofauna.

Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Ordem Characiformes

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Família Acestrorhynchidae Acestrorhynchus falcatus 2

1 5 1 1 5 2 5 18 1 1 5 9 6

Acestrorhynchus microlepis 1 1 3 6 2

2 2 3 15 1 1

1 20

Família Anostomidae Leporellus vittatus

1

Leporinus britskii 2 5

10

7 3 4 27 5

12 11

1

Leporinus brunneus 1

Leporinus desmotes

10 1

3

9

1 4 1

Leporinus fasciatus 1

3 1

7

2 1

1

Leporinus friderici 42 10 8 16

12 1 1 96 52 13 17 37 17 33

Leporinus vanzoi 2 1

2 1 7 5 2

3 5

4 2

Schizodon vittatus 1

1

2 1 2 1

Synaptolaemus cingulatus

8

2 2

8 23

Família Characidae Astyanax argyrimarginatus

5

Astyanax bimaculatus 18 2 2

13 1

18 32

4

40 25

Astyanax cf. ajuricaba 80

Astyanax elachylepis

53

3

Astyanax gracilior 152 43 22 93 52 12

345 82 23 20 36 12 25

Astyanax maculisquamis 2

Astyanax multidens 62 6 2 32 34 3 7 67 32 15 36 6 27 17 24

Astyanax paucidens 1 30 1 1

Brachychalcinus copei 2

4 19

38 6 7

1 4 1 48 8 8

Brycon falcatus 9 8 5 3 3 2

43 15

1 29 26 16

Brycon pesu 14 8 3 12 2 10 3 10 9 13 5 5 3 5 5

Bryconexodon trombetasi 1 18 12 75 21 2 9 13 88 67 3 80 16 36 30

Bryconops transitoria 6 17 43 59

10 51 16 172 27 22 7 25 19 16

Colossoma macropomum 1

1

Creagrutus cf. cracentis 1 3 3

2

12

Creagrutus ignotus 1

4

Creagrutus sp.

1 6

1

3

Cynopotamus xinguano 1

1

Hemigrammus cf. bellottii

1

Hemigrammus coeruleus 32

7

19

Hemigrammus geisleri 6 1

7

15

24 4

1 82

Hemigrammus gracillis 41 12 7 10

1 10 8

13

Hemigrammus levis 15 59 7 15

10

Hemigrammus lunatus

5 2

1

Hemigrammus micropterus 1 18

Hemigrammus ocellifer 2 24 5 1

9

1 14 6

7 1

Hyphessobrycon aff. heliacus 8 1 213 62

6

37 2 5

2

7

Hyphessobrycon agulha 4

Hyphessobrycon cf. gracilior

3

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Hyphessobrycon cf. tukunai 183 28 70 170 23 1 3 9 627 1 5 2 23 41 319

Hyphessobrycon diancistrus 15

Hyphessobrycon pulchripinnis

1

Hyphessobrycon scutulatus 29

10

2

Hyphessobrycon sp. "4 pontes" 77 6 11 28

28 111 36 20 21 10 7 1 16 179

Hyphessobrycon vilmae 1 1

Iguanodectesspilurus

1 1

3

Jupiaba abramoides 5

Jupiaba acanthogaster 31 2 6 69

27

7 75 3

Jupiaba anteroides 1 5 1

1

3 2

10 1

Jupiaba apenina 19 19 6 15 6 8 38 161 224 17 3 31 55 81 10

Jupiaba cf. atypindi 21

Jupiaba cf. pinnata

7 1

Jupiaba paranatinga 2

Jupiaba pirana 5

Jupiaba polylepis 208 7 3 2 26 10 43 18 125 51 21 6 22 59 22

Jupiaba poranga 5

3 5

1

5

18 2

Knodus dorsomaculatus 33

Knodus heteresthes 2 10 17 4

9 4

11 20 2 9 6 59 2

Knodus moenkhausii 1

Macropsobrycon xinguensis

15

5

Metynnis cf. argenteus 16 12

Metynnis maculatus

1 1

Microschemobrycon elongatus 8

21 45

1

15 12

1 9

Moenkhausia cf. aurantia 1

Moenkhausia cf. ceros " alta"

2

Moenkhausia celibela 20

Moenkhausia cf. hasemani

203 7 20 109

1

Moenkhausia collettii 74 77 139 250 20 18 2 79 175 308 52 32 45 38 81

Moenkhausia cotinho 37 34 22 36 10

12 5 2088 134 116 82 87

344

Moenkhausia dichroura 11 8 5 11

43

Moenkhausia gr. crysargyrea 1 2

1

Moenkhausia gr. grandisquamis 8 15 12 16 89 9 113 57 340 28 39 93 6 13 7

Moenkhausia gracilima 2

Moenkhausia hasemani

10

Moenkhausia oligolepis 10 49 14 37 3 12 7 16 64 28 13 29 86 6 15

Moenkhausia phaeonota 67 45 10 1 3 17 13 47 111 1

39 1

Moenkhausia sp. 5 255 40 64 84

21

37 63 8

11 15

Moenkhausia sp. lepidura longa 359 114 242 78 9 106 179 102 856 273 13 237 101 42 237

Myleus setiger 51 1 31 23 3 1 3

13 7 9 11 2 2

Phenacogaster gr. pectinatus 25 3 34 10 1

24 27 4 1

2 7 4

Serrapinnus notomelas 21 8 33 119

4

3 9 2 2

3 14 5

Serrasalmus rhombeus 5

1

14 1

2 1 1

10 2 1

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Tetragonopterus chalceus 4 4 17 1

1 2 9 14 35 1 23 9 3 6

Thayeria boehlkei 52 29

4 1 20 8 15

2 1 95

Família Chilodontidae Caenotropus schizodon 7 5 5 2 9 4 17 13 32 94 6 23 3 9 31

Família Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri 3 4 7 6 9 17 4 10 39 9 5 3 4

6

Família Curimatidae Curimata inornata

5 8 11 31

2

114

2 4 110 11 126

Cyphocharax notatus 1

3

147 2 3 1

Cyphocharax gangamon 18

10 22

2 22 18 15 3 1

Cyphocharax leucostictus 2

2

3

5 1

Cyphocharax notatus

26 43

7

12

Cyphocharax plumbeus 1

2

Cyphocharax spiluropsis

1 6 10 1

1 23 1 1 1 2

1

Steindachnerina argentea 1

Steindachnerina fasciata

8 29 2 2 2

1

1

Família Crenuchidae Characidium zebra 27 17 14 26 2 10 10 15 14 18 3 5 20 2 17

Melanocharacidium dispilomma 1

4

1 3

4

Família Cynodontidae Hydrolycus armatus 9 2 7 4 12 3 4 6 26 16 1 4 2

6

Hydrolicus tatauaia 14 23 4 12 40 21

3 14 21

4 21 19 9

Hydrolycus sp. 1

Família Erythrinidae Hoplerythrinus unitaeniatus 1 37 2 5

1

1 2

1

Hoplias aimara

6

3

5

2 3

Hoplias malabaricus 9 17 6 3 2 6 3 5 17 17 9 12 10 4 20

Família Hemiodontidae Argonectes robertsi 1 2

1

1

1

Hemiodus gracilis 1

1

Hemiodus microlepis

3 7 49

1 2 4 7 21

23 1

Hemiodus sp. 4 1

1

12

1 25 2 7

Hemiodus sterni 1

2 2 1 5 1 10 3 3 1 4

1

Hemiodus unimaculatus 6 14 5 26 1

5

21 26 7 5 9 5 19

Família Lebiasinidae Pyrrhulina cf. australis

2 17 6 3

2 2

Família Parodontidae Apareiodon sp. "2 faixa" 1

1

5

1

Família Prochilodontidae Prochilodus nigricans 3 11 6 8 2 3

1 6 1

4 78 2 47

Ordem Cyprinodontiformes Família Rivulidae Rivulus kayabi

1

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Melanorivulus modestus 1 Melanorivulus sp. 4 6 3 Família Poeciliidae Pamphorichthys araguaiensis 4

Pamphorichthys scalpridens 5 6 144 74 1 2 18 11 1 11

Ordem Gymnotiformes Família Gymnotidae Gymnotus carapo 4 9 5 1 1 7 5 1 2 8 1

Gymnotus diamantinensis 1 1 Família Hypopomidae Brachyhypopomus brevirostris 7 7 1 1 6 5 5 2 4 5 3 5

Brachyhypopomus sp. 1 Família Rhamphichthyidae Gymnorhamphichthys petiti 39 10 2 12 9 1 24 13 2 6 13 1 23 43

Família Sternopygidae Eigenmannia limbata 1 1 3 1 2 3 3 Sternopygus macrurus 2 4 2 6 1 5 10 12 7 1 2 2

Ordem Perciformes Família Cichlidae Aequidens cf. michaeli 1 Aequidens epae 3 21 36 55 5 6 5 13 6 4 1 3 2 9

Apistogramma gr. eunotus 7 2 12 2 32 14 22 2 36 4 9 93

Apistogramma gr. steindacheneri 46 5 18 3 4 21 2 68

Apistogramma sp. 1 Cichla marianae 1 1 2 1 1 1 Cichla sp. 1

Cichlasoma dimerus 3 91

Crenicichla cf. lucius 1 Crenicichla inpa 8 8 2 Crenicichla labrina 12 11 11 17 3 2 3 12 7 13 12 6 8

Crenicichla lepidota 25 15 34 7 4 2 21 9 9 13 1 8 5 Crenicichla sp. 21 Gephagus proximus 1 Satanoperca jurupari 12 4 1 2 1

Teleocichla prionogenys 1 1 Teleocichla proselytus 1 1 3 1 3 1 Família Sciaenidae Pachyurus junki 1 1 1 1 Plagioscion squamossismus 4 1 4 3 1 1 2 12 2 4 2 1

Ordem Siluriformes Família Auchenipteridae Centromochlus schultzi 18 1 1 1 8 1 1

Parauchenipterus galeatus 2 3 5 2 1 1 1 1

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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA

COLÍDER – MT

Relatório Trimestral - 02 20 / 79

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Tatia intermedia 2

1

1 2

Família Callichthyidae Aspidoras sp.

14

Callichthys callichthys 2

Corydoras aff. loretoensis 81 17 102 6 6 14 6 41 18 4 274 9 11 2 117

Corydoras cf. brevirostris 7 1

7

2

8

Corydoras cf. polystictus 2

2 2

1

Corydoras sp. 4

1

Corydoras xinguensis 14

3 3 1 10

1 11

5 27 24

Hoplosternum littorale 1

1

Megalechis thorueeta

1

Familia Cetopsidae Cetopsis coecutiens

1

Família Heptapteridae Imparfinis hasemani

2

13

4

2 1

Imparfinis sp. 1 27

Imparfinis stictonotus 66 48 63 18 20 21 43 54 56 101 37 9 64 25 90

Phenacorhamdia somnians 2 1 2 1 8 7

111 3

3 1 1 1 1

Pimelodella cf. howesi 2

35

16

33 1 2

Pimelodella gracilis 10 9

35 10

52 5 1 9 8 5 15

Rhamdia quelen 4 4 1 4 4 6 3 3 3

1

4 1 1

Família Loricariidae Ancistrus sp. 1 15 9 2

3 3

7 4

5 3 5 5 3

Farlowella smithi 4

4

1

3 3

Harttia dissidens 1

Hisonotus chromodontus 2

Hisonotus luteofrenatus 5 1 30 34 27 30 1 15 15

11 12 3 5 3

Hisonotus sp. "manchado" 36

6 37 4 14

11 3 10 16 3

6 13

Hypostomus cf. plecostomus 5

1 2

12

10 9

3 1

1

Hypostomus emaginatus 3

1

Hypostomus soniae 27 1 6 1 6 4 1 12 14 3

26 1 11 15

Hypostomus sp. 1

1 2

3 6

3

3 3

4 1

Otocinclus hasemani 15

3

28 16 6 10

8 7

Peckoltia feldberg 1

Rineloricaria sp. 1 4

4 1 3

2

Família Pimelodidae Brachyplathystoma filamentosum

1

Hemisorubim platyrhynchos 1 14 10 5 12 2

6 5 2 2 2 3 3

Pimelodus blochii 2 6 1 1 1 1 1

17 1 2 1

3 4

Pseudoplatystoma punticfer 1

5

1

3 3

2

Sorubim trigonocephalus 2 2 1 13 2 2 4 6 15 9

19 19 14 3

Zungaro zungaro 1 1 2

2 6 5 6

Familia Pseudopimelodidae

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Taxons 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Pseudopimelodus pulcher 6

FamíliaTrichomycteridae Ituglanis amazonicus 3 8

5 2 54 4 2 10 2 3 3 9 8 6

Acanthopoma annectens 1 1

Parastegophilus sp.

1

Ordem Synbranchiformes Família Synbranchidae Synbranchus marmoratus 3 2 1

1

1

Os peixes registrado estão distribuídos da seguinte forma: Characiformes com 62% da riqueza (13

famílias, 43 gêneros e 115 espécies), Cyprinodontiformes com 2% da riqueza (2 famílias, 3 gêneros e 4

espécies), Gymnotiformes com 3,7% (4 famílias, 5 gêneros e 7 espécies), Perciformes com 10,26% da

riqueza (2 famílias, 10 gêneros e 19 espécies), Siluriformes com 21,5% (8 famílias, 30 gêneros e 40

espécies) e Symbranchiformes com 0,54% (1 família, 1 gênero e 1 espécie) (Figura 5).

Figura 5 – Porcentagem dos táxons de peixes coletados na área de abrangência da UHE Colíder, no período de dezembro de 2011 a março de 2014.

Com o incremento das coletas e uma maior amostragem reduziu o registro de singletons (taxon

com ocorrência de apenas um indivíduo) de 45 espécies para 22 e de doubletons (táxon com apenas dois

indivíduos em todos os trechos de coleta) que passou de 20 espécies no primeiro anos de coleta para

apenas 12 (Tabela 02).

Os dados acumulados de abundância (N), riqueza (R) e diversidade (H’) de espécies apontam

que os trechos correspondentes aos afluentes do Rio Teles Pires, após dez coletas continuam

apresentando os valores mais altos de diversidade (Rio Renato H’ = 3,76 e Córrego Cruzeiro H’ = 3,82), o

trecho 09 no Rio Teles Pires apresenta o maior valor de abundância (N = 2532) e riqueza de espécies (R=

108), mas com o menor índice de diversidade (H’ = 2,64) (Tabela 3), confirmando os resultados obtidos no

primeiro ano de monitoramento da ictiofauna da UHE Colíder.

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Tabela 03 – Dados básicos da ictiofauna na área de abrangência da UHE Colíder nas coletas de dezembro de 2011 a Março de 2014. Sendo que os números de 01 a 15 na coluna inicial correspondem aos trechos de coleta de peixes.

Dados Básicos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Riqueza 99 84 103 106 67 97 66 75 108 89 82 84 85 76 82

Abundância 2424 1046 2173 2108 623 1010 872 1331 6686 1989 986 1131 1316 843 2599

Dominancia 0,06 0,04 0,05 0,04 0,05 0,04 0,09 0,05 0,13 0,06 0,10 0,07 0,04 0,04 0,06

Shannon_H’ 3,46 3,74 3,58 3,76 3,46 3,82 3,00 3,51 2,91 3,41 3,19 3,33 3,65 3,68 3,33

Margalef - α 12,6 11,9 13,3 13,7 10,3 13,9 9,6 10,3 12,2 11,6 11,8 11,8 11,7 11,1 10,3

Equitabilidade 0,75 0,84 0,77 0,81 0,82 0,83 0,71 0,81 0,62 0,76 0,72 0,75 0,82 0,85 0,76

A partir das análises dos índices ecológicos obtidos para os quinze trechos de coleta de peixes na

área de abrangência da UHE Colíder, que a diversidade gama é alta (Shannon_H’ com variação entre

3,82 e 2,91), intensificando assim a diversidade regional (beta - α) (Margalef - α com variação entre 13,9

e 9,6), significando uma fauna de peixes bastante exclusiva para os diferentes trechos.

Após 10 coletas tem-se uma redução no grau de exclusividade da ocorrência das espécies

(Tabela 04). São espécies exclusivas para cada trecho:

Trecho 1 - Knodus dorsomaculatu e Hartia dissidens.

Trecho 2 – Moenkhausia cf. ceros “alta” e Rivulus kayabi.

Trecho 3 - Hyphessobrycon pulchripinnis e Myleus cf. argenteus

Trecho 4 – Hyphessobrycon agulha, Hyphessobrycon gracilior, Jupiaba cf. atypindi, Metinnis cf.

argenteus, Moenkhausia gracílima e Moenkhausia hasemani.

Trecho 5 – Hemigrammus cf. bellottii, Jupiaba abramoides, Melanorivulus modestus, Crenicichla cf. lucius,

Megalechis throrueeta e Pseudopimelodus pulcher.

Trecho 6 - Parastegophilus sp.

Trecho 7 – Leporinus brunneus.

Trecho 8 - Astyanax cf. ajuricaba, Astyanax masculisquamis e Cetopsis coecutiens.

Trecho 9 – Jupiaba Paranatinga, Brachyhypopomus sp. e Peckoltia feldberg.

Trecho 10 – Hyphessobrycon diancistrus e Apistogramma sp.

Trecho 11 - Leporellus vittatus, Moenkhausia cf. aurantia e Hisonotus chromodontus.

Trecho 12 – Sem espécies exclusivas

Trecho 13 - Astyanax argyrimarginatus, Steindachnerina fasciata, Aspidoras sp.

Trecho 14 - Sem espécies exclusivas

Trecho 15 - Cichla sp.

Isso pode ser explicado devido ao processo de especialização na ocupação dos espaços pelas

espécies e pela grande heterogeneidade ambiental na área amostral, confirmando resultados encontrados

para outras regiões da bacia do Rio Teles Pires por Arrolho et. al. (2006, 2007 e 2010).

Outra explicação apoia-se na boa qualidade da água disponível para a ictiofauna e na

diversificação ambiental na área de estudo o que possibilita a existência de uma acentuada riqueza de

espécies. Condição semelhante a verificada por Castilhos & Buckup (2011) que afirmam que a

heterogeneidade da ecorregião aquática Tapajós possibilita a existencia de uma ictiofauna bastante

específica, diferente do restante da bacia Amazônica.

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Tabela 04 – Lista de Espécies da Ictiofauna da área de abrangência da Usina Hidrelétrica de Colíder, dezembro de 2011 a março de 2014. Classificação com base em Reis et al. (2003). Legenda: Ocorrência : Co: Constante; Ace : Acessória; Aci : Acidenta; e Método de Coleta: pc – puçá; ra – rede de arrasto; re – rede de espera; pe – pesca.

Taxons Abundância Biomassa Método de Coleta

Constância de Ocorrência

Ordem Characiformes

Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus 62 1.596,51 Re Co

Acestrorhynchus microlepis 58 652,05 Re Co

Família Anostomidae

Leporellus vittatus 1 5,129 Pc Aci

Leporinus britskii 87 1.233,89 Re, Ra e Pc Co

Leporinus brunneus 1 12,9 Pc Aci

Leporinus desmotes 29 374,91 Re e Pc Co

Leporinus fasciatus 16 2.434,35 Re Ace

Leporinus friderici 355 5.884,50 Re, Ra, Pc e Pe Co

Leporinus vanzoi 34 332,86 Re, Ra e Pc Co

Schizodon vittatus 8 2.675,36 Re e Ra Ace

Synaptolaemus cingulatus 43 4,70 Ra e Pc Aci

Família Characidae

Astyanax argyrimarginatus 5 13,43 Ra Aci

Astyanax bimaculatus 155 280,10 Re, Ra e Pc Co

Astyanax cf. ajuricaba 80 33,56 Ra Aci

Astyanax elachylepis 56 23,89 Pc Aci

Astyanax gracilior 917 521,48 Re, Ra e Pc Co

Astyanax maculisquamis 2 8,56 Ra Aci

Astyanax multidens 370 277,88 Re, Ra e Pc Co

Astyanax paucidens 33 10,84 Pc Aci

Brachychalcinus copei 146 261,85 Ra e Pc Co

Brycon falcatus 179 21.659,00 Re, Ra, Pc e Pe Co

Brycon pesu 107 1.513,60 Re,Ra e Pc Co

Bryconexodon trombetasi 471 3.422,78 Re, Ra, Ta, Pc e

Pe Co

Bryconops transitoria 490 1.962,14 Ra e Pc Co

Colossoma macropomum 2 2.930 Re Aci

Creagrutus cf. cracentis 21 7,83 Ra e Pc Aci

Creagrutus ignotus 5 0,66 Pc Aci

Creagrutus sp. 11 4,25 Pc Aci

Cynopotamus xinguano 2 39,28 Re Aci

Hemigrammus cf. bellottii 1 0,07 Pc Aci

Hemigrammus coeruleus 58 14,91 Pc Aci

Hemigrammus geisleri 140 14,15 Ra e Pc Co

Hemigrammus gracillis 102 38,86 Ra e Pc Co

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Hemigrammus levis 106 39,49 Ra e Pc Ace

Hemigrammus lunatus 8 1,26 Ra e Pc Aci

Hemigrammus micropterus 19 2,64 Pc Aci

Hemigrammus ocellifer 70 11,90 Ra e Pc Co

Hyphessobrycon aff. heliacus 343 34,01 Ra e Pc Co

Hyphessobrycon agulha 4 0,79 Ra Aci

Hyphessobrycon cf. gracilior 3 0,36 Ra Aci

Hyphessobrycon cf. tukunai 1505 129,42 Ra e Pc Co

Hyphessobrycon diancistrus 15 4,88 Ra Aci

Hyphessobrycon pulchripinnis 1 0,26 Ra Aci

Hyphessobrycon scutulatus 41 8,59 Ra e Pc Aci

Hyphessobrycon sp. "4 pontes" 551 74,37 Ra e Pc Co

Hyphessobrycon vilmae 2 0,05 Pc Aci

Iguanodectes spilurus 5 5,52 Ra e Pc Aci

Jupiaba abramoides 5 6,41 Ra Aci

Jupiaba acanthogaster 220 93,27 Ra e Pc Co

Jupiaba anteroides 24 132,68 Re, Ra e Pc Co

Jupiaba apenina 693 745,09 Re, Ra e Pc Co

Jupiaba cf. atypindi 2 9,80 Pc Aci

Jupiaba cf. pinnata 8 5,33 Pc Aci

Jupiaba paranatinga 2 2,46 Ra Aci

Jupiaba pirana 5 7,03 Pc Aci

Jupiaba polylepis 623 657,21 Ra e Pc Co

Jupiaba poranga 39 114,67 Ra e Pc Ace

Knodus dorsomaculatus 33 5,88 Pc Aci

Knodus heteresthes 155 42,75 Ra e Pc Co

Knodus moenkhausii 1 0,24 Ra Aci

Macropsobrycon xinguensis 20 6,95 Ra Aci

Metynnis cf. argenteus 26 49,57 Ra Aci

Metynnis maculatus 2 3,35 Ra Aci

Microschemobrycon elongatus 112 7,74 Ra e Pc Co

Moenkhausia cf. aurantia 1 1,57 Pc Aci

Moenkhausia cf. ceros " alta" 2 3,58 Pc Aci

Moenkhausia celibela 20 8,87 Pc Aci

Moenkhausia cf. hasemani 240 572,00 Pc Aci

Moenkhausia collettii 1090 657,63 Ra e Pc Co

Moenkhausia cotinho 2907 328,00 Ra e Pc Co

Moenkhausia dichroura 78 16,00 Ra Aci

Moenkhausia gr. crysargyrea 4 17,13 Re Aci

Moenkhausia gr. grandisquamis 745 18,12 Re Co

Moenkhausia gracilima 2 0,70 Ra e Pc Aci

Moenkhausia hasemani 10 9,00 Pc Aci

Moenkhausia oligolepis 389 794,00 Re, Ra e Pc Co

Moenkhausia phaeonota 355 121,34 Ra e Pc Co

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Moenkhausia sp. 5 598 648,89 Ra e Pc Co

Moenkhausia sp. lepidura longa 2748 988,00 Ra e Pc Co

Myleus setiger 157 9.323,00 Re, Ra e Pc Co

Phenacogaster gr. pectinatus 142 27,77 Ra e Pc Co

Serrapinnus notomelas 123 14,71 Ra e Pc Co

Serrasalmus rhombeus 38 3.031,15 Re, Ra e Pc Co

Tetragonopterus chalceus 129 2.081,67 Re, Ra e Pc Co

Thayeria boehlkei 227 110,63 Ra e Pc Co

Família Chilodontidae

Caenotropus schizodon 260 3.255,16 Re, Ra e Pc Co

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri 126 126.683 Pe, Re, Ra e Pc Co

Família Curimatidae

Curimata inornata 324 7.908,69 Ra Co

Cyphocharax gangamon 111 328,87 Re, Ra e Pc Co

Cyphocharax leucostictus 13 40,25 Ra e Pc Ace

Cyphocharax notatus 247 3123,25 Re, Ra e Pc Co

Cyphocharax plumbeus 3 15,92 Pc Aci

Cyphocharax spiluropsis 48 132,56 Re, Ra, Ta e Pc Co

Steindachnerina argentea 1 0,697 Pc Aci

Steindachnerina fasciata 45 195 Re, Ra, Ta e Pc Ace

Família Crenuchidae

Characidium zebra 200 102,74 Ra e Pc Co

Melanocharacidium dispilomma 13 5,78 Ra e Pc Aci

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus 102 100.764,00 Pe, Re, Ra e Pc Co

Hydrolicus tatauaia 205 173.694,00 Pe, Re, Ra e Pc Co

Hydrolycus sp. 1 0,043 Pc Aci

Família Erythrinidae

Hoplerythrinus unitaeniatus 50 69,75 Ra e Pc Co

Hoplias aimara 19 56.430 Pe, Re, Ra e Pc Ace

Hoplias malabaricus 140 841,84 Re, Ra e Pc Co

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi 6 604,11 Re e Pc Aci

Hemiodus gracilis 2 12,09 Pc Aci

Hemiodus microlepis 118 2.418 Re, Ra e Pc Ace

Hemiodus sp. 53 136,28 Re, Ra e Pc Aci

Hemiodus sterni 34 114,16 Ra e pc Co

Hemiodus unimaculatus 149 2.249,18 Re, Ra, Ta e Pc Co

Família Lebiasinidae

Pyrrhulina cf. australis 32 8,632 Ra e Pc Ace

Família Parodontidae

Apareiodon sp. "2 faixa" 8 11,69 Ra e Pc Aci

Família Prochilodontidae

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Prochilodus nigricans 172 33.996 Re, Ra e Pc Co

Ordem Cyprinodontiformes

Família Rivulidae

Rivulus kayabi 1 0,17 Pc Aci

Melanorivulus modestus 1 0,13 Pc Aci

Melanorivulus sp. 13 2,68 Ra e Pc Aci

Família Poeciliidae

Pamphorichthys araguaiensis 4 0,42 Pc Aci

Pamphorichthys scalpridens 269 31,28 Ra e Pc Ace

Ordem Gymnotiformes

Família Gymnotidae

Gymnotus carapo 44 71,37 Ra e Pc Co

Gymnotus diamantinensis 2 3,24 Pc Aci

Família Hypopomidae

Brachyhypopomus brevirostris 51 119,7 Ra e Pc Co

Brachyhypopomus sp. 1 9,13 Pc Aci

Família Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petiti 198 157,26 Ra e Pc Co

Família Sternopygidae

Eigenmannia limbata 14 53,67 Ra e Pc Ace

Sternopygus macrurus 54 30,64 Ra e Pc Co

Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Aequidens cf. michaeli 1 2,91 Pc Aci

Aequidens epae 169 910,19 Re, Ra e Pc Co

Apistogramma gr. eunotus 235 119,08 Ra e Pc Co Apistogramma gr. steindacheneri 167 88,7 Ra e Pc Co

Apistogramma sp. 1 0,03 Ra Aci

Cichla marianae 7 1.889,40 Re e Ra Aci

Cichla sp. 1 1,83 Pc Aci

Cichlasoma dimerus 94 26,17 Ra Aci

Crenicichla cf. lucius 1 4,62 Pc Aci

Crenicichla inpa 18 18,58 Ra e Pc Aci

Crenicichla labrina 117 324,5 Re, Ra e Pc Co

Crenicichla lepidota 153 487,38 Re, Ra e Pc Co

Crenicichla sp. 21 1,35 Pc Aci

Gephagus proximus 1 45,4 Re Aci

Satanoperca jurupari 20 100,53 Ra Ace

Teleocichla prionogenys 2 3,99 Ra e pc Aci

Teleocichla proselytus 10 21,96 Pe, Ra e Pc Ace

Família Sciaenidae

Pachyurus junki 4 1.407,18 Re Aci

Plagioscion squamossismus 37 41.535 Pe, Re, Ra e Pc Co

Ordem Siluriformes

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Família Auchenipteridae

Centromochlus schultzi 31 52,9 Ra e Pc Ace

Parauchenipterus galeatus 16 108,19 Ra e Pc Ace

Tatia intermedia 6 2,47 Ra e Pc Aci

Família Callichthyidae

Aspidoras sp. 14 4,95 Ra Aci

Callichthys callichthys 2 5,82 Pc Aci

Corydoras aff. loretoensis 338 146,76 Ra e Pc Co

Corydoras cf. brevirostris 25 18,72 Ra e Pc Ace

Corydoras cf. polystictus 7 5,29 Ra e Pc Aci

Corydoras sp. 5 0,11 Ra e Pc Aci

Corydoras xinguensis 99 157,12 Ra e Pc Co

Hoplosternum littorale 2 30,18 Re Aci

Megalechis thorueeta 1 4,56 Pc Aci

Familia Cetopsidae

Cetopsis coecutiens 1 0,31 Pc Aci

Família Heptapteridae

Imparfinis hasemani 22 10,24 Pc Aci

Imparfinis sp. 28 56,94 Pc Aci

Imparfinis stictonotus 615 863,62 Ra e Pc Co

Phenacorhamdia somnians 42 13,04 Ra e Pc Co

Pimelodella cf. howesi 89 91,24 Re, Ra e Pc Co

Pimelodella gracilis 159 125,36 Ra e Pc Co

Rhamdia quelen 39 116,06 Re, Ra e Pc Co

Família Loricariidae

Ancistrus sp. 1 64 159,07 Re, Ra e Pc Co

Farlowella smithi 15 29,22 Ra e Pc Aci

Harttia dissidens 1 0,73 Pc Aci

Hisonotus chromodontus 2 0,17 Pc Aci

Hisonotus luteofrenatus 192 68,13 Ra e Pc Co

Hisonotus sp. "manchado" 159 38,61 Ra e Pc Co

Hypostomus cf. plecostomus 44 81,99 Re, Ra e Pc Co

Hypostomus emaginatus 4 99,64 Re e Ra Aci

Hypostomus soniae 128 542,48 Re, Ra e Pc Co

Hypostomus sp. 27 6,61 Ra e Pc Aci

Otocinclus hasemani 93 48,81 Ra e Pc Co

Peckoltia feldberg 1 2,86 Pc Aci

Rineloricaria sp. 1 14 13,69 Pc Aci

Família Pimelodidae Brachyplathystoma filamentosum 1 22.000,00 Pe Aci

Hemisorubim platyrhynchos 67 49.007,62 Pe e Re Co

Pimelodus blochii 41 383,94 Pe, Re, Ra e Pc Co

Pseudoplatystoma punticfer 15 24.458,88 Pe, Re e Ra Ace

Sorubim trigonocephalus 111 40.964,41 Re Co

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Zungaro zungaro 23 59.700,00 Pe e Re Ace

Familia Pseudopimelodidae

Pseudopimelodus pulcher 6 38,77 Ra e Pc Aci

FamíliaTrichomycteridae

Ituglanis amazonicus 119 53,6 Ra e Pc Co

Acanthopoma annectens 2 0,09 Pc Aci

Parastegophilus sp. 1 0,58 Pc Aci

Ordem Synbranchiformes

Família Synbranchidae

Synbranchus marmoratus 8 28,72 Ra e Pc Aci

Das 187 espécies registradas para a área de influência da UHE Colíder 47% espécies são

classificadas como acidentais, 42% constantes e apenas 11% como acessórias. A representatividade em

número de indivíuos (total 25.567) e biomassa (829.376,68 Kg) apresenta a seguinte proporção: 91,5% da

abundância (23.438 indivíduos) e 78,4% da biomassa (650.068,79 Kg) são das espécies constantes, 5,3%

da abundância (1.297 indivíduos) e 3,7% (30.400,23 Kg) são de espécies acidentais, e apenas 3,2% da

abundãncia (832 indivíduos) e 17,9% da biomassa (148.907,66 Kg) são de espécies acidentais.

Comparado ao ano anterior que apresentou 71% das espécies acidentais, esta redução pode estar

associada a um maior número de amostragem, completando 10 coletas ou 150 trechos de amostragem de

peixes, o que dá um incremento tanto na abundância como nas informações sobre distribuição dos peixes

na área de influência da UHE Colíder.

5.2. Captura por Unidade de Esforço (CPUE)

Foram 58 espécies capturadas com rede de espera, com abundância representativa de 10,73%

(2744 exemplares) e 77% da biomassa (639.406,07 gramas), que apresentaram comprimento padrão

entre 5 a 78 cm e peso variando entre 5,6 gramas a 5,150 kilos.

A biomassa total dos peixes capturados nas dez campanhas no monitoramento da Ictiofauna da

UHE Colíder foi de 829.376,68 gramas. A maioria das espécies foi capturada com puçás e redes de

arrasto, sendo estas de pequeno e médio porte, com alta representatividade 88% do total de indivíduos

coletado, e baixa representatividade da biomassa 10,7% da biomassa total da comunidade. A pesca

convencional (vara e molinete) representou 3,8% da biomassa (Tabela 5).

Tabela 5 – Métodos de captura, representatividade dos táxons, exemplares capturados e biomassa dos peixes na área de influência da UHE Colíder, no período de dezembro/2011 a março/2014.

Método de Captura Número de Taxons

Número de exemplares

Representatividade do número de exemplares (%) Biomassa (%)

Rede de espera 58 2.744 10,73 77 Puça - peneirão 150 14.528 56,82 9,82 Rede de arrasto 128 8.063 31,53 0,90 Pesca 10 213 0,83 12,16 Tarrafa 5 19 0,09 0,12

Os resultados obtidos da análise da Captura por Unidade de esforço (CPUE) apenas com redes de

espera (Tabela 6), apontam um aumento da biomassa dos indivíduos nos trechos correspondentes ao

canal do Rio Teles Pires, principalmente a jusante da UHE Colíder após o fechamento da ensecadeira em

Setembro/2013.

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Tabela 6 – Valores da CPUE, das redes de espera, em número de exemplares capturados e biomassa (g), por m2 por dia, por período sazonal na área de influência da UHE Colíder, no período de dezembro/2011 a março/2014.

CPUE – Trecho T 1 T 2 T 3 T 4 T 5 T 6 T 7 T 8 T 9 T 10 T 11 T 12 T13 T 14 T 15

CPUE (n/m2/dia) 0,066 0,076 0,059 0,232 0,17 0,062 0,035 0,016 0,402 0,22 0,133 0,092 0,241 0,093 0,37

CPUE (g/m2/dia)

27,06 35,53 20,57 42,68 60,66 41,37 94,4 24,04 78,63 52,10 19.56 21,35 50,55 25,19 26,68

33 espécies foram coletadas com rede de espera, sendo 20 amostradas a jusante (67.893 gramas –

64,2% da biomassa) e 29 a montante (36.684 gramas - 35,8% da biomassa).

Este fato reforça as observações realizadas desde a abertura do canal de desvio para as formação

do vertedouro e construção da UHE Colíder, de que os peixes estão se concentrando na área a jusante da

futura barragem. Segundo Agostinho et. al., (2007) a presença da barragem, juntamente com

procedimentos ligados a construção, dificulta ou impedem a movimentação de peixes para montante,

ocorrendo o adensamento de cardumes a jusante. Situação também registrada por Agostinho et al. (2009)

para as fases de construção e operação do Reservatório de Peixes Angical em Tocantins.

5.3. Guildas Tróficas

Os hábitos alimentares das 47 espécies (5.540 exemplares e biomassa total de 810.949,09

gramas) analisadas apontam para uma distribuição equitativa das guildas tróficas na comunidade (Tabela

04), com composição de 28% de onívoros, 11% de detritívoros, 10% de insetívoros, 9% de piscívoros, 7%

de iliófagos, 6% de carnívoros e 7% de espécies que compõem as demais guildas (Figura 06). Estes

resultados podem estar refletindo a disponibilidade de recursos em todos os habitats e um

compartilhamento dos mesmos pela diferentes espécies das comunidades aquáticas.

Tabela 04 – Lista de Espécies da Ictiofauna da área de abrangência da Usina Hidrelétrica de Colíder, no período de dezembro de 2011 e março de 20124 Classificação com base em Reis et al. (2003). Legenda: Guilda : NAIA – Número Amostral Insuficiente para Análise; e Ambiente : ar - águas rasas; co – corredeiras; cn - canais; ea - encontro de águas; le - lêntico; lo - lótico;pd - pedras;pc – poço; rz - raízes de plantas; ig – igarapé; re – remansos.

Taxons Abundância Biomassa Nome Comum Guilda Hábitos Ambiente

Ordem Characiformes Família Acestrorhynchidae Acestrorhynchus falcatus 62 1.596,51 Peixe-

Cachorro Piscívoro MT, MR Lo

Acestrorhynchus microlepis 58 652,05 Cachorrinha Piscívoro MT, MR Lo

Família Anostomidae Leporinus britskii 87 1.233,89 Piau Onívoro MT,MR Cn, Lo Leporinus desmotes 29 374,91 Piau Onívoro MT, MR Cn, Lo Leporinus fasciatus 16 2.434,35 Piau Iliófago MT, MR Cn, Lo

Leporinus friderici 355 5.884,50 Piau-Três-Pintas Iliófago MT, MR Cn, Lo

Leporinus vanzoi 34 332,86 Piau Frugívoro MT, MR Cn, Lo

Schizodon vittatus 8 2.675,36 Piau

cabeça gorda

Onívoro MT, MR Cn, Lo

Família Characidae

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Brycon falcatus 179 21.659,00 Matrinxã Onívoro MT Ar, Lo Brycon pesu 107 1.513,60 Matrinxã Onívoro MT Ar, Lo, Cn Bryconexodon trombetasi 471 3.422,78 Lambari Onívoro MT Ar, Lo, Cn

Moenkhausia oligolepis 389 794 Lambari Olho-de-

Fogo Carnívoro MT Cn, Ea, Lo

Myleus setiger 157 9.323,00 Pacu Onívoro/Insetívoro MT Cn, Ea, Lo

Serrasalmus rhombeus 38 3.031,15 Piranha-

preta Onívoro MT Ar, Ea, Lo

Família Chilodontidae

Caenotropus schizodon 260 3.255,16 Durinho, cabeça-

dura Iliófago MT cn, le

Família Ctenoluciidae Boulengerella cuvieri 126 126.683 Bicuda Piscívoro MT, MR Cn, Lo

Família Curimatidae Curimata inornata 324 7.908,69 Curimba Detritívoro S Lg, Le, Rz Cyphocharax gangamon 111 328,87 Curimba Detritívoro S Lg, Le, Rz Cyphocharax notatus 247 3123,25 Curimba Detritívoro S Lg, Le, Rz Cyphocharax spiluropsis 48 132,56 Curimba Detritívoro S Lg, Le, Rz Steindachnerina fasciata 45 195 Curimba Insetívoro - Lg Família Cynodontidae Hydrolycus armatus 102 100.764,00 Cachorra Piscívoro MT, MR Cn, Lo Hydrolicus tatauaia 205 173.694,00 Cachorra Piscívoro MT, MR Cn, Lo

Família Erythrinidae Hoplerythrinus unitaeniatus 50 69,75 Traíra Piscívoro S cn, re Hoplias aimara 19 56.430 Trairão Piscívoro S cn, re Hoplias malabaricus 140 841,84 Jeju Piscívoro S cn, re, le

Família Hemiodontidae Hemiodus microlepis 118 2.418 Sardinha Iliófago MR ea, cn, lê Hemiodus sterni 34 114,16 Sardinha Iliófago MR ea, cn, lê Hemiodus unimaculatus 149 2.249,18 Sardinha Iliófago MR ea, cn, lê

Família Prochilodontidae Prochilodus nigricans 172 33.996 Curimbatá Iliófago MR cn, lo, lg Ordem Perciformes Família Cichlidae

Aequidens epae 169 910,19 Cará Onívoro MT Todos ambientes

Apistogramma gr. eunotus 235 119,08 Cará Onívoro - Ar, rz

Apistogramma gr. steindacheneri

167 88,7 Cará Detritívoro MT Todos

ambientes

Cichla marianae 7 1.889,40 Tucunaré Piscívoro MT Todos ambientes

Crenicichla lepidota 153 487,38 Joaninha Piscívoro MT Margens e renansos

Família Sciaenidae Pachyurus junki 4 1.407,18 Curvina-

branca Piscívoro S cn, lo, re

Plagioscion squamossismus 37 41.535 Curvina amarela Piscívoro S cn, lo, re

Ordem Siluriformes Família Heptapteridae Pimelodella gracilis 159 125,36 Bagre Detritívoro S pd, ar, pc

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Rhamdia quelen 39 116,06 Bagre Onívoro S pd, ar, rz,

pc

Família Loricariidae

Hypostomus cf. plecostomus 44 81,99 Cascudo Detritívoro S pd, ar, rz, pc

Hypostomus soniae 128 542,48 Cascudo Detritívoro S pd, ar, rz, pc

Família Pimelodidae Brachyplathystoma filamentosum

1 22.000,00 Piraíba Píscivoro MT co

Hemisorubim platyrhynchos 67 49.007,62 Jurupoca Carnívoro MT Todos ambientes

Pimelodus blochii 41 383,94 Bagre Piscívoro MT e MR

pd, pc e co

Pseudoplatystoma punticfer 15 24.458,88 Cachara Piscívoro MT co Sorubim trigonocephalus 111 40.964,41 Chinelo Piscívoro MT co

Zungaro zungaro 23 59.700,00 Jaú Piscívoro MT Todos Ambientes

Os resultados das 10 coletas realizadas apontam que possa existir, nos diferentes habitats do

rio, um compartilhamento dos recursos disponíveis e que existe no período de seca (agosto e outubro)

uma dependência muito grande de itens autóctones na dieta das comunidades aquáticas (peixes e suas

partes, carangueijos, insetos aquáticos e macrófitas). Com o início do período de chuvas (janeiro), e o

alagamento das margens o ambiente alagado favorece a ingestão de itens de origem alóctone (sementes,

folhas, partes vegetais, insetos aéreos, etc).

Figura 06 – Representação das guildas em porcentagem das espécies, abundância e biomassa

de peixes coletados na área de influência da UHE Colíder, no período de dezembro/2011 a março/2014.

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Os resultados apontam que a complexidade estrutural dos habitats pode dar suporte direto ou

indireto as teias tróficas do ambiente aquático (Petr, 2000; Roth et al., 2007; Helmus & Saas, 2008; Carey

et al, 2010; e Silverio, 2011), favorecendo uma maior variedade de micro-hábitats, permitindo a existência

de uma assembléia mais diversa (Weaver et al., 1997; Smokorowsku & Pratt, 2007), respaldando os

resultados encontrados até o presente momento nas campanhas de monitoramento da ictiofauna da UHE

Colíder

A determinação da relação peso-comprimento foi calculada para 24 espécies, com número

amostral superior a 10 exemplares, para tanto foram também utilizados os exemplares coletados de junho

a dezembro/2012.

O crescimento dos peixes, avaliado pelas variações de peso e comprimento aponta que as

espécies Acestrorhynchus falcatus (58), Boulengerella cuvieri (133), Bryconexodon trombetasi (214),

Brycon falcatus (161), Brycon pesu (108), Crenicichla lepidota (150), Curimata inornata (118), Hemiodus

unimaculatus (156), Hoplias aimará (19), Hoplias malabaricus (139), Hydrolycus tatauaia (212), Hydrolycus

armatus (87), Hemisorubim platyrhynchos (66), Leporinus friderici (355), Pimelodus blochi (42),

Pimelodella gracilis (163), Plagioscion squamosissimus (37), Prochilodus nigricans (172),

Pseudoplatystoma punctifer (15), Rhandia quelen (38), Serrasalmus rhombeus (96), Sorubim

triganocephalus (111) e Zungaro zungaro (23) a apresentaram crescimento alométrico negativo, onde o

valor de b>3. Os valores de b para as espécies variaram entre 0,2195 para Hemisorubim platyrhynchos e

0,7153 para Hoplias aimara, onde os peixes apresentam maior ganho de comprimento do que de peso

(Anexo - Figuras 19 a 28).

Figura 07 – Relação peso-comprimento de Acestrorhynchus falcatus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 08 – Relação peso-comprimento de Brycon falcatus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 10 – Relação peso-comprimento de Brycon pesu, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 11 – Relação peso-comprimento de Boulengerella cuvieri, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 12 – Relação peso-comprimento de Crenicichla lepidota, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 13 – Relação peso-comprimento de Curimata inornata, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 14 – Relação peso-comprimento de Hemiodus unimaculatus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 15 – Relação peso-comprimento de Hoplias aimara, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 16 – Relação peso-comprimento de Hoplias malabaricus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 17 – Relação peso-comprimento de Hydrolycus tatauaia, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 18 – Relação peso-comprimento de Hydrolycus armatus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 19 – Relação peso-comprimento de Leporinus friderici, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 20 – Relação peso-comprimento de Pimelodus blochii, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 21 – Relação peso-comprimento de Hemisorubim platyrhynchos, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 22 – Relação peso-comprimento de Plagioscion squamossismus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 23 – Relação peso-comprimento de Prochilodus nigricans, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 24 – Relação peso-comprimento de Pseudoplastystoma punctifer, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 25 – Relação peso-comprimento de Rhamdia quelen, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 26 – Relação peso-comprimento de Serrasalmus rhombeus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

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Figura 27 – Relação peso-comprimento de Sorubim trigonocephalus, para a área de abrangência da UHE Colíder.

Figura 28 – Relação peso-comprimento de Zungaro zungaro , para a área de abrangência da UHE Colíder. 5.4. Parasitas

Até o momento foi registrado um baixo nível de infestação por parasitas nas espécies

analisadas. Sendo registrado para a coleta de março de 2014 a presença de três tipos de parasitas de

peixes. Um exemplar de Aequidens epae (Trecho 1) com estágios adultos de Lernea sp. (visível

macroscopicamente). Níveis de infestação de 12% de parasitos pertencentes ao grupo Nematoda em

cavidade intestinal de Prochilodus nigricans e 8% em Hoplias malabaricus. Nos trechos referentes ao

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canal do rio teles Pires foi encontrado Branchiura do gênero Argulus parasitando a nadadeira peitoral e a

cavidade branquial de Brycon falcatus.

5.5. Processo Reprodutivo

Durante o período de monitoramento da ictiofauna na área de abrnagência da UHE Colíder

verificou-se que a maioria das espécies de peixes reproduzem-se durante o período chuvoso,

apresentando uma proporcionalidade entre machos e fêmas. Observações realizadas por Smerman

(2007) para afluentes do rio Teles Pires indicam que o período da piracema pode variar entre outubro a

março, o que deve favorecer a coleta de indivíduos em estádio avançado de maturação gonadal, bem

como elevada taxa de indivíduos nas fases iniciais.

Tabela 06 – Estratégias reprodutivas de 43 espécies registradas na área de influência da UHE Colíder, no período de dezembro/2011 a março/2014. Legenda: MR1 – hábito migratório reprodutivo de curta distância; MRs – hábito migratório reprodutivo de longa distãncia; S – hábitos sedentários (Classificação com base em Agostinho et al. 2007); L50 – Tamanho da primeira maturação gonadal.

Taxons Estratégia Reprodutiva Tipo de Desova L50

Ordem Characiformes

Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus falcatus MR1 Total 16 Acestrorhynchus microlepis MR1 Total 15 Família Anostomidae

Leporinus britskii MR2 Total 17 Leporinus friderici MR2 Total 14 Leporinus vanzoi MR2 Total 15 Schizodon vittatus MR2 Total 14,5 Família Characidae

Brycon falcatus MR2 Total 18 Brycon pesu MR2 Total 13 Bryconexodon trombetasi MR1 Parcelada 9 Moenkhausia oligolepis MR2 Parcelada 8 Myleus setiger MR2 Total 22 Serrasalmus rhombeus MR1 Parcelada 17 Família Chilodontidae

Caenotropus schizodon MR1 Parcelada 11 Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri MR1 Total 19 Família Curimatidae

Curimata inornata S Total 8 Cyphocharax gangamon S Total 9 Cyphocharax notatus S Total 10 Cyphocharax spiluropsis S Total 9 Steindachnerina fasciata S Total 8 Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus MR1 Total 18 Hydrolicus tatauaia MR1 Total 17 Família Erythrinidae

Hoplerythrinus unitaeniatus S Parcelada 9 Hoplias aimara S Parcelada 22

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Taxons Estratégia Reprodutiva Tipo de Desova L50

Hoplias malabaricus S Parcelada 15 Família Hemiodontidae

Hemiodus microlepis MR1 Parcelada 11 Hemiodus sterni MR1 Parcelada 8 Hemiodus unimaculatus MR1 Parcelada 12 Família Prochilodontidae

Prochilodus nigricans MR2 Total 13 Ordem Perciformes

Família Cichlidae

Aequidens epae S Parcelada 7 Cichla marianae MR1 Total 20 Crenicichla lepidota S Parcelada 12 Família Sciaenidae

Pachyurus junki S Parcelada 16 Plagioscion squamossismus S Parcelada 21 Ordem Siluriformes

Família Heptapteridae

Pimelodella gracilis S Parcelada 14 Rhamdia quelen S Parcelada 10,5 Família Loricariidae

Hypostomus cf. plecostomus S Total 12,3 Hypostomus soniae S Total 10,6 Família Pimelodidae

Brachyplathystoma filamentosum MR2 Total

sem dados

Hemisorubim platyrhynchos MR2 Total 17 Pimelodus blochii MR1 Total 15 Pseudoplatystoma punticfer MR2 Total 26 Sorubim trigonocephalus MR2 Total 18 Zungaro zungaro MR2 Total 47

Entre as espécies que compartilham deste estilo reprodutivo há as sedentárias ou curto-

migradoras (MR1 e S) e as que realizam grandes migrações reprodutivas (MR2). Os integrantes das

guildas MR1 e S apresentam como vantagem sua maior variabilidade genética (Lassala e Renesto, 2007),

com isso podem explorar maior número de nichos possíveis, ocupando ambientes mais heterogêneos.

Esta estratégia maximiza a taxa de aumento intrínseco da população o que provavelmente é uma

vantagem quando a densidade populacional é reduzida por algum distúrbio ou predação (Winemiller et al.,

2008), sendo ótimas colonizadoras de reservatórios. Os integrantes da guilda MR2 possuem a vantagem

de poder migrar para áreas mais adequadas a desova e favoráveis ao desenvolvimento de ovos e larvas

podendo melhorar a sobrevivência das formas jovens (Winemiller et al., 2008) e liberarem grande

quantidade de gametas, pois seu grande porte lhes permite alojar milhares de gametas, além de conferir

elevada capacidade natatória (Godinho et al., 2009), entretanto, os integrantes desta guilda apresentam

grande desvantagem em reservatórios, pois necessitam de diferentes hábitats para completarem seu ciclo

de vida e, neste caso têm suas rotas migratórias interrompidas, impossibilitando o acesso às suas

diferentes áreas de vida.

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Quanto ao período reprodutivo as espécies com desova total reproduzem na época das chuvas

(Outurbo a março), período com disponibilidade de alimento as larvas em decorrência do alagamento das

margens e abrigo contra predação, já para as espécies de desova parcelada a reprodução está associada

a oferta de alimento.

5.6. Ovos e Larvas

Verifica-se nos resultados das dez coletas de ictioplâncton a densidade de larvas aumentou,

acompanhando o período chuvoso. As maiores densidades de larvas foram observadas no rio Matrinxã

6,93 larvas/10m3 e a menor densidade foi no canal do rio teles Pires 0,06 larvas/10m3 na coleta de

superfície. Os resultados obtidos nas amostragens referentes as coletas de ictioplancton são bastante

variados e podem estar refletindo as condições ambientais referentes ao período hidrológico,

corroborando com os resultados das análises reprodutivas.

92% das larvas e ovos registrados foram coletadas nas margens dos trechos amostrais e 85%

na superfície. Segundo Nascimento & Nakatami (2006) em geral os ovos e larvas de Characiformes são

carreados lateralmente nos rios, até atingir lagos e outros ambientes favoráveis na planície aluvial, onde

se desenvolvem, sendo este um padrão observado em muitas especies diferentes de peixes de água

doce.

A maioria das larvas e ovos foi coletada nas margens, locais mais rasos e de difícil acesso a

adultos predadores. Segundo Garcia et al. (2004) fatores como predação e variação nas condições

ambientais locais podem estar envolvidos com o processo de reprodução das espécies.

Com relação ao desenvolvimento ontogênico foram observadas as seguintes proporções: 49%

em estágio larval vitelínico, 38% das larvas em pré-flexão, 7% em flexão e 6% em pós-flexão. A coleta de

ovos foi mais acentuada no início do período chuvoso, diminuindo com a intensidade das chuvas e maior

densidade de larvas.

Confirmando os resultados das coletas com puçá e redes de arrasto, a ordem Characiformes foi

a mais abundante (73% das larvas encontradas), seguido de siluriformes com 6%, as demais formas

larvais não apresentaram condições ser identificadas quanto aos grupos taxonômicos.

5.7. Táxons de Interesse para a Conservação (Espéci es Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)

Apesar de muitas espécies serem registradas apenas para um trecho, em uma única coleta estas

não podem ser consideradas endêmicas ou raras devido, pois espera-se que possam ser coletadas em

outras campanhas. Não foram registradas espécies que se encontram nas listas oficiais de peixes

ameaçados.

5.7.1 Espécies Migradoras

Até o presente momento foram marcados 214 espécies de peixes, como descritos nos relatórios

trimestrais, destes total apenas um indivíduos foi recapturado. No dia 07 de janeiro/2013 um pescador de

Itaúba, que não quis se identificar, ligou para registrar que havia recapturado um exemplar de Jaú com o

Tag COPEL 1027 próximo a entrada do Rio Renato (com quase cinco quilos e 70 cm – palavras do

pescador). Este exemplar foi marcado no dia 06 de dezembro de 2012 no trecho 9, tendo na época 3.800

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gramas e 57 cm. Desta forma teve um deslocamento de aproximadamente 50km rio acima. Esta é a

primeira informação obtida de um peixe recapturado, devendo ser averiguada melhor durante a coleta de

março de 2014.

Como registrado durante as dez coletas, ao final (março) dos períodos chuvosos foram

visualizados grandes cardumes de matrinxãs (Brycon pesu), curimba (Prochilodus nigricans) descendo os

corpos d’água (Renato e Matrinxã) em direção ao canal principal do Rio Teles Pires, este movimento pode

estar ligado a época de finalização da reprodução. Brycon pesu, Boulengerella cuvieri, Hydrolycus

armatus, Leporinus fridericii entre outras, foram espécies migratórias coletadas em grandes cardumes

durante as campanha de campo de comprovado caráter migratório. Espécies de caráter migratório por

reprodução, alimentação e/ou refúgio provavelmente poderão ser melhor estudadas por meio do

monitoramento constante da ictiofauna da área de abrangência da UHE Colíder.

Durante as coletas foram realizadas conversas com moradores das margens dos rios e

pescadores para explicar o processo de marcação dos peixes, a importância e pedir a ajuda destes no

acompanhamento dos peixes marcados, mas verificou-se uma resistência quanto a fornecer informações

sobre as espécies.

Ressalta-se que existe a necessidade de uma reunião com a colônia de pescadores para

conversar e explicar o processo de monitoramento da migração dos peixes. Estão sendo planejadas pela

equipe do Programa de Monitoramento e Resgate da ictiofauna visitas aos meios de comunicação da

região para explicar o processo e a importância do acompanhamento da marcação dos peixes.

5.7.2 Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones

Até o momento foi registrada uma espécie considerada alóctone Colossoma macropomum

(tambaqui), nos trechos a montante da futura barragem, esta espécie é altamente adaptada a ambiente

lêntico e alvo de criação de pisciculturas em toda a região norte do Estado de Mato Grosso. Originária da

bacia Amazônica, mas sua ocorrência e distribuição são apenas para o baixo Rio Teles Pires abaixo da

corredeira Sete Quedas. Pode ser um possível competidor por recursos com espécies do mesmo nicho

(pacus, matrinxãs e piaus) ocupando os espaços de outras espécies.

Durante o resgate da ensecadeira do desvio foi registrada a presença de um exemplar de espécie

considerada hibrida, Recomenda-se realizar um mapeamento dos pesque-pagues, criadouros de alevinos

e represas de engorda de peixes nas propriedades da região próxima ao futuro reservatório para haver um

controle efetivo sobre essas atividades, evitando a contaminação biológica ou potencial continuidade no

caso da existência, pois se sabe que órgãos ligados à pesca de Mato Grosso estimulam projetos de

aqüicultura em todo o estado.

Segundo Porto-Foresti et al. (2008) o estudo dos peixes híbridos ainda está no começo e, por isso,

os pesquisadores ainda não sabem se essas espécies são férteis ou não. No caso de os híbridos serem

férteis os riscos podem ser de que os indivíduos podem se reproduzir, predando ou disputando alimento

com outras espécies.

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5.8 Níveis de mercúrio na ictiofauna

Os resultados obtidos nas análises de mercúrio nos peixes apontam que a concentração do metal

pesado não ultrapassa os valores de 0,09mg/kg para a espécie Serrasalmus rhombeus (piranha) com

habito alimentar piscívoro (Tabela 07).

As amostras analisadas apresentam níveis de mercúrio abaixo dos limites estabelecidos pela

Portaria nº 685 de 27 de Agosto de 1998 que determina os limites máximos de tolerância dos

contaminantes inorgânicos nas diversas classes de alimentos, dentre elas: peixes predadores e demais

espécies de peixes.

Tabela 07 – Resultados analíticos de Hg-T em peixes da UHE Colíder no período de Dezembro/2011 a março/2014. Legenda: DUPL- Duplicata; ppb – Parte por Bilhão; D.P. – Desvio Padrão.

CODIGO LR Descrição DUPL. Massa(g) V.FIN. VF/MASSA LEIT.

(ppb) DIL. ppb LIQ SD%X

Media (ppb) D.P.

dorm-3 AMOSTRA CERTIFICADA A 0,2111 12 56,85 7,356 1,00 416,43

valor certificado - 0,382 mg/Kg B 0,2795 12 42,93 8,243 1,00 352,60 12 384,51 45,13

29934 Serrasalmus rhombeus A 0,3014 12 39,81 17,380 1,00 690,76

Serrasalmus rhombeus B 0,3571 12 33,60 16,040 1,00 537,99 18 614,38 108,03

29935 Boulengerela cuvieri musculo A 0,3566 12 33,65 6,267 1,00 209,87

Boulengerela cuvieri musculo B 0,3319 12 36,16 5,920 1,00 212,94 1 211,41 2,17

29936 Hydrolicus armatus musculo A 0,3702 12 32,41 16,080 1,00 520,25

Hydrolicus armatus musculo B 0,3237 12 37,07 14,560 1,00 538,63 2 529,44 13,00

29937 Leporinus fridericii musculo A 0,3220 12 37,27 3,178 1,00 117,30

Leporinus fridericii musculo B 0,4613 12 26,01 4,146 1,00 107,06 6 112,18 7,24

29938 Prochilodus nigricans musculo A 0,3282 12 36,56 5,290 1,00 192,31

Prochilodus nigricans musculo B 0,3427 12 35,02 5,693 1,00 198,28 2 195,30 4,22

29939 Serrasalmus rhombeus - musculo A 0,3161 12 37,96 11,002 1,00 416,51

Serrasalmus rhombeus - musculo B 0,3346 12 35,86 11,630 1,00 416,01 0 416,26 0,36

29940 Boulengerela cuvieri musculo A 0,4031 12 29,77 20,230 1,00 601,33

Boulengerela cuvieri musculo B 0,3946 12 30,41 20,310 1,00 616,72 2 609,02 10,88

29941 Hydrolicus armatus musculo A 0,3150 12 38,10 1,682 1,00 62,92

Hydrolicus armatus musculo B 0,3358 12 35,74 1,856 1,00 65,24 3 64,08 1,64

29948 Cichla marianae musculo A 0,3306 12 36,30 6,809 1,00 246,05

Cichla marianae musculo B 0,3078 12 38,99 5,562 1,00 215,66 9 230,85 21,49

29949 Prochilodus nigricans musculo A 0,3227 12 37,19 5,427 1,00 200,68

Prochilodus nigricans musculo B 0,3381 12 35,49 5,216 1,00 184,05 6 192,37 11,76

29950 Serrasalmus rhombeus - musculo A 0,3444 12 34,84 11,450 1,00 397,90

Serrasalmus rhombeus - musculo B 0,3422 12 35,07 11,030 1,00 385,73 2 391,81 8,61

29951 Bourengerella cuvieri musculo A 0,3569 12 33,62 3,760 1,00 125,40

Bourengerella cuvieri musculo B 0,3202 12 37,48 3,750 1,00 139,40 7 132,40 9,90

29952 Hydrolycus armatus A 0,3422 12 35,07 7,974 1,00 278,56

Hydrolycus armatus B 0,3425 12 35,04 9,449 1,00 330,00 12 304,28 36,37

29953 Sorubim trigonocephalus musculo. A 0,4040 12 29,70 6,367 1,00 188,22

Sorubim trigonocephalus musculo B 0,5133 12 23,38 6,709 1,00 156,13 13 172,18 22,69

29954 Brycon pesu musculo A 0,4465 12 26,88 6,694 1,00 179,09

Brycon pesu musculo B 0,3770 12 31,83 6,594 1,00 208,92 11 194,01 21,09

29955 Serrasalmus rhombeus - musculo A 0,3477 12 34,51 16,820 1,00 579,45

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5.9. Sítos de Desova

O conhecimento da biologia reprodutiva de peixes é de fundamental importância no

estabelecimento de medidas preventivas e compensatórias para a conservação da ictiofauna. Desta forma

somente após coletas periódicas em no mínimo dois ciclos sazonais é que se podem ser realizadas

análises apuradas sobre sítios de desova e áreas de reprodução e crecimento.

Levando em consideração a presença de indivíduos adultos no estágio pleno de maturação

gonadal (estádio 3) e o número de exemplares de espécies de peixes migratórios capturados durante as

Serrasalmus rhombeus - musculo B 0,3736 12 32,12 16,840 1,00 539,93 5 559,69 27,95

29956 Bourengerella cuvieri musculo A 0,3767 12 31,86 6,740 1,00 213,74

Bourengerella cuvieri musculo B 0,3658 12 32,80 6,378 1,00 208,23 2 210,99 3,89

29957 Hydrolycus armatus musculo A 0,3006 12 39,92 6,409 1,00 254,64

Hydrolycus armatus musculo B 0,2777 12 43,21 6,668 1,00 286,83 8 270,73 22,76

29942 Sorubim trigonocephalus musculo A 0,3184 12 37,69 1,820 1,00 67,45

Sorubim trigonocephalus musculo B 0,3389 12 35,41 1,724 1,00 59,97 8 63,71 5,29

29943 Plagioscion squamosisimus A 0,3861 12 31,08 15,120 1,00 468,99

Amostra B B 0,3754 12 31,97 15,550 1,00 496,10 4 482,54 19,17

29946 Boulengerella cuvieri musculo A 0,4217 12 28,46 9,728 1,00 275,96

Amostra b B 0,3470 12 34,58 8,971 1,00 309,19 8 292,57 23,50

29947 Coleta amostra a Serrasalmus rhombeus

musculo A 0,3190 12 37,62 3,062 1,00 114,04

Amostra b B 0,3365 12 35,66 2,880 1,00 101,62 8 107,83 8,78

29948 Coleta amostra Hydrolicus armatus

musculo A 0,3319 12 36,16 6,042 1,00 217,35

amostra b B 0,3308 12 36,28 5,534 1,00 199,65 6 208,50 12,52

29945 amostra b A 0,3735 12 32,13 5,017 1,00 160,21

Plangioscion squamosissiomus B 0,3337 12 35,96 5,080 1,00 181,59 9 170,90 15,11

29968 amostra A musculo A 0,3234 12 37,11 0,533 1,00 18,65

Sorubim trigonocephalus musculo

Amostra b B 0,2719 12 44,13 0,534 1,00 22,23 12 20,44 2,53

29932 Boulengerella cuvieri musculo A 0,3308 12 36,28 2,069 1,00 73,95

Amostra b B 0,4934 12 24,32 2,579 1,00 61,99 12 67,97 8,46

29931 piranha musculo A 0,3054 12 39,29 3,665 1,00 142,82

Serrasalmus rhombeus - musculo B 0,3501 12 34,28 3,904 1,00 132,77 5 137,79 7,10

29960 Hydrolycus armatus A 0,3906 12 30,72 2,312 1,00 70,10

Amostra b B 0,4099 12 29,28 3,011 1,00 87,26 15 78,68 12,14

29926 bicuda musculo amostra a A 0,4118 12 29,14 5,155 1,00 149,33

Boulengerella cuvieri musculo - amostra

b B 0,4379 12 27,40 4,972 1,00 135,42 7 142,38 9,84

29961 amostra a A 0,4171 12 28,77 8,553 1,00 245,20

Amostra b - musculo Hydrolycus

armatus B 0,4215 12 28,47 7,761 1,00 220,09 8 232,64 17,75

29963 piranha musculo A 0,5198 12 23,09 3,360 1,00 76,87

Serrasalmus rhombeus - musculo -

amostra b B 0,4922 12 24,38 4,082 1,00 98,78 18 87,82 15,49

29975 piranha musculo A 0,4679 12 25,65 4,795 1,00 122,20

Serrasalmus rhombeus - musculo -

amostra b B 0,4801 12 24,99 4,967 1,00 123,39 1 122,79 0,84

29971 amostra a musculo A 0,3110 12 38,59 4,199 1,00 160,85

Amostra b - musculo Hydrolycus

armatus B 0,3239 12 37,05 4,751 1,00 174,89 6 167,87 9,93

29958 bicuda musculo amostra a A 0,5004 12 23,98 0,801 1,00 18,48

Boulengerella cuvieri musculo - amostra

b B 0,4036 12 29,73 0,755 1,00 21,55 11 20,01 2,17

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MONITORAMENTO E RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDRELÉTRICA

COLÍDER – MT

Relatório Trimestral - 02 49 / 79

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dez coletas, tem-se a proposição inicla de que o Rio Matrinxã e Renato são áreas importantes para a

desova das espécies de grandes bagres e em menor escala os Trechos 7 e 8 (Cruzeiro) a montante da

futura barragem da UHE Colíder.

Para espécies como as matrinxãs (Gênero Brycon) e os piaus (Gênero Leporinus) as áreas de

corredeiras são os ambientes onde foram coletadas os indivíduos em época de reprodução, podendo

caracterizar áreas de desova. Para os meses de maior pluviosidade foram coletados ovos e larvas em

maior número na foz dos rios tributários como Renato, Cruzeiro e Matrinxã o que vem caracterizar áreas

de crescimento.

6. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS

Após uma revisão das identificações das espécies de peixes, os resultados de dez coletas

realizadas para o Sub-programa de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder evidenciam que o

número de espécies capturadas até o momento atende aos objetivos do sub-programa.

Constatou-se que tanto a diversidade como a abundância aumentam em ambientes com

disponibilidade de micro-habtats, devendo-se levar em consideração que as áreas de alagamento no

período das cheias e os pequenos igarapés na época da seca podem servir de refúgio para as pequenas

espécies, que são a base para a cadeia alimentar, confimando os resultados obtidos no primeiro anos de

monitoramento da ictiofauna.

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Figura 29 – Dendograma de similaridade (Índice de Sorensen) em quinze trechos de coleta de peixes na área de influência da Usina Hidrelétrica Colíder. Agrupamento pela Análise de Cluster Aglomerativa Hierárquica (CAH).

Os resultados apontam que tanto a diversidade, como a estrutura e composição da ictiofauna,

devem ser entendidas como consequências de mudanças no meio ambiente, principalmente no que diz

respeito à disponibilidade de recursos. Para Castilhos & Buckup (2011) a heterogeneidade da ecorregião

aquática Tapajós possibilita a existencia de uma ictiofauna bastante específica, diferente do restante da

bacia Amazônica. Confirmando o que é proposto por Anjos et al. (2008) se refere a esta condição, em

vários ambientes, ser especialmente verdadeiro se considerarmos as dimensões da Amazônia Meridional

e suas redes hidrográficas na região norte do estado de Mato Grosso.

Figura 30 – Curva acumulada de espécies de peixes da área de abrangência da UHE Colíder, MT.

Verificou-se que as comunidades ícticas da área da UHE Colíder podem ser caracterizadas por

um grande número de espécies, com baixo número de indivíduos por coleta. Esta relação espécie-

abundância é um indicativo de condições ambientais naturais existentes na Amazônia, característica de

ambientes submetido a pouco impacto amtrópico, situação que irá mudar radicalmente com o processo de

supressão vegetal e enchimento do reservatório.

Desta forma, considera-se que os resultados obtidos nestes dois anos de atividades são

expressivos e permitiram o alcance dos objetivos planejados para esta fase do Programa de

Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Anexos

RELATÓRIO RESGATE DA ICTIOFAUNA DA ENSECADEIRA DE D ESVIO DO RIO TELES PIRES: UHE COLÍDER

Drª SOLANGE APARECIDA ARROLHO DA SILVA

Coordenadora do Sub-Programa de Monitoramento e Res gate da Ictiofauna UHE Colíder CRBio 43528/01 - D

SUMÁRIO

1. EQUIPE DE TRABALHO 3

2. INTRODUÇÃO 4

3. MATERIAIS E MÉTODOS 5

3.1. Descrição da Área de Resgate 5

3.2. Metodologia 8

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 15

4.1. Parâmetros Físicos e Químicos da água na ensecadeira 15

4.2. Abundância e Riqueza de Peixes 17

4.3.Táxons de Interesse para a Conservação (Espécies Endêmicas, Raras,

Ameaçadas e de Especial Interesse) 22

4.3.1. Espécies Migradoras 22

4.3.2. Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones 23

5. AVALIAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS 23

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23

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1. EQUIPE DE TRABALHO: RESGATE DA ICTIOFAUNA NO RIO TELES PIRES, NA FORMAÇÃO DA ENSECADEIRA DE DESVIO DA USINA HIDRELÉTRICA COLÍDER – MT.

NOME FORMAÇÃO FUNÇÃO

Solange A. Arrolho da Silva Bióloga, Doutora e Aqüicultura e Recursos Hídricos

Coordenadora do Resgate, responsável pela qualidade

da água

Reginaldo Carvalho dos Santos Biólogo, Especialista em Recuperação de Área Degradadas

Responsável pela triagem, biometria e identificação dos

peixes

Vanuza A. Martins de Oliveira Bióloga Auxilio na triagem, biometria

e identificação dos peixes Alex Sandro Lemes da Silva Acadêmico Agronomia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Antonio Carlos Alves de Miranda Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Bruna Natalia Veloso dos Santos Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água

Bruna da Silva Lima Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água Carmino Emidio Júnior Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Deise Ribeiro de Oliveira Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água Diego Ferreira da Silva Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Edirlei Arroteia do Nascimento Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Fernanda Géia de Lima Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água Fernando Viera Borges Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Francis Junior Araújo Soares Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Ivanete Carvalho Batista Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água Leandro Jose da Silva Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Mauricio José Utzig Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Marlon Adriano Arenhardt Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Michael Jhonny da Silva Borges Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Rosália do Nascimento da Silva Acadêmico Biologia - UNEMAT Estagiário – qualidade da

água

Pablo de Aquino Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Paulo Rafael Fernandes Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

Raí Nilo Cavalcante Silva Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Thaís Cristina de Oliveira Teles Acadêmica Biologia - UNEMAT Estagiário – coleta de peixes

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COLÍDER – MT

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Thales Diego dos Santos Acadêmico Eng. Florestal - UNEMAT

Estagiário – coleta de peixes

Devanir Espirito Santo Fernandes Segundo Grau Auxiliar de campo

Douglas Azilieiro Segundo Grau Auxiliar de campo

Francisco Nere da Silva Primeiro Grau Auxiliar de campo

2. INTRODUÇÃO

O fato de o Brasil possuir rios de planalto que são predominantes devido à natureza de seus relevos,

por conseguinte, acarretam em seus leitos ruptura de declives, vales encaixados, dentre outras características

que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia hidrelétrica (Bastos & Almeida, 2010).

Qualquer intervenção efetuada em sistemas hidrológicos fluviais seja para aumentar ou diminuir a

vazão, formar reservatórios, modificar canais, ou construir pontes ou moldes, altera o equilíbrio dinâmico natural

dos rios. Tomando-se o como exemplo o aprofundamento do leito de um rio para construção de uma usina

hidrelétrica, é possível que isto irá afetar o seu comportamento, tanto a jusante como a montante (Bastos &

Freitas, 2010).

O impacto ambiental é uma alteração sofrida pelo meio natural ou alguns de seus elementos, sendo

resultantes de uma ação do próprio meio ou realizados pelas atividades antrópicas. De acordo com a Resolução

do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA nº 001 de 23 de Janeiro de 1986, Art. 1 considera-se

impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,

causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

Indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e

econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos

ambientais.

Partindo do pressuposto, a finalidade de se buscar formas de avaliar e amenizar as consequências de

algumas ações quando da execução de projetos ou ações que causam impactos ambientais. A construção das

grandes represas destaca-se entre os geradores de impactos ambientais. Nas fases de enchimento do

reservatório e durante a operação deste para fins hidrelétricos, é frequente a redução ou mesmo a interrupção

abrupta do fluxo da água em alguns trechos. Isto tem levado a grande mortandade de peixes, particularmente de

formas jovens e/ou sedentárias, que ficam retidas em depressões das margens e no leito do rio (Agostinho et.

al., 1992).

Para aqueles impactos de natureza aguda e gradativa (crônicos), medidas mitigatórias devem ser

tomadas na dimensão e momento apropriados para que sejam efetivas. Na escassez de informações sobre a

estrutura e funcionamento das comunidades e de tempo e recursos necessários para a sua obtenção, residem

as maiores dificuldades da avaliação do impacto e da tomada de medidas de mitigação eficazes (Agostinho et.

al., 1992).

Durante o processo de implantação de um empreendimento hidrelétrico, espécies da fauna que

anteriormente utilizavam o local de intervenção como área de vida necessitam ser retiradas do local, ou

afugentadas, uma vez que áreas de vida, reprodução e/ou alimentação podem sofrer interferências. Entretanto

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retratam a intervenção em um contexto ecológico geral, diagnosticando os prós e contras do empreendimento,

assim como as compensações ambientais e não especificamente de Programas mitigadores de impactos, como

é o caso. Assim ressalva-se a importância da realização de trabalhos de afugentamento e resgate de peixes

como ferramenta de averiguação da efetividade destes e de conservação (MMA, 2008).

Os procedimentos para o resgate da ictiofauna descritos neste documento basearam-se

especificamente nos Artigos 20° e 21° da Instrução Normativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Renováveis - IBAMA n° 146, que apresentam os itens que devem compor um Programa de Resgate

de Ictiofauna, pois não existem no estado de Mato Grosso leis específicas sobre este tema.

O objetivo da atividade foi realizar ações para resgate e reintrodução da fauna íctica, durante as ações

de desvio do leito do rio Teles Pires para construção da Usina Hidrelétrica de Colíder, visando garantir a

sobrevivência e manutenção das espécies que ocorrem na área.

As atividades do Subprograma de Resgate Ictiofauna da UHE Colíder foram devidamente licenciadas

pelo Órgão Ambiental responsável, que neste caso foi a SEMA, de acordo com a Licença Especial de Pesca

Nº009/2013 de 22/01/2013, com validade até 31/01/2015.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da Área de Resgate

A área resgate da ictiofauna da UHE COLIDER está localizada na região do médio rio Teles Pires

na região norte do estado do Mato Grosso, aproximadamente 1,5 km à jusante de um ponto do rio conhecido

localmente por Estreito (Figura 1).

O trecho do resgate de peixes referente a formação da ensecadeira é correspondente ao trecho

13 da área de monitoramento da ictiofauna da UHE Colíder, tendo como coordenadas central Latitude S 10°

59' 12,600" e Longitude W 55° 46' 15,300". Antes da formação da ensecadeira, no início de outubro/2013, a

área possuía como características (Figuras 2 e 3):

• Floresta secundária aberta com vegetação ciliar em contato com a água na sua margem direita.

• Margens completamente transformadas em decorrência da implantação da barragem.

• Barrancos de até 4 metros na margem esquerda, entremeados de áreas alagadas na margem

direita.

• Ambiente lótico de elevada vazão e alta energia.

• Com largura acima de 450 metros e profundidade extremamente variável entre 2 a 10 metros.

• Rochas formando pequena corredeira.

• Solo areno-argiloso de cor amarela-acinzentado.

• Águas claras.

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Figura 1 – Mapa com 15 trechos de amostragem de peixes na UHE Colíder.

Figura 2 – Vegetação em contato com a água no Rio Teles Pires, UHE Colíder

Figura 3 – Detalhe da margem esquerda do Rio Teles Pires, UHE Colíder.

A abertura do desvio do rio Teles Pires junto ao eixo do barramento para dar continuidade na

construção da barragem do empreendimento, ocorreu em 4 de outubro de 2013 no cordão de jusante (Figura 4).

O desvio do rio ocorreu pela margem direita após a construção de quatro canais de desvio, sendo toda esta

etapa construída a seco (Figura 5).

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Figura 4 – Abertura do cordão a jusante do desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder

Figura 5 – Canais de desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder..

Após a abertura do desvio do rio Teles Pires foram lançadas duas ensecadeiras transversais, a

montante e a jusante do eixo da barragem (Figura 6). Uma vez concluídas as ensecadeiras de montante e de

jusante foram instalados os equipamentos de bombeamento para a remoção da água no interior da área

ensecada (Figura 7). O bombeamento foi realizado com seis bombas externas tipo “motor estacionário” e duas

bombas flutuantes tipo “Nauger”.

Figura 6 – Lançamento do cordão de enrrocamento da ensecadeira de jusante do desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder

Figura 7 – Bombeamento da água do interior da ensecadeira, UHE Colíder.

Com a finalização dos cordões de enrrocamento formou-se um lago com 400 metros de largura por 420

metros de comprimento e profundidade variável entre 0,5 a 9 metros (Figura 8), nesta área foram então

concentrados todos os esforços para o resgate da ictiofauna.

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Figura 8 – Vista da margem direita do Rio Teles Pires a jusante da ensecadeira na UHE Colíder.

3.2. Metodologia

3.2.1 Materiais (apetrechos utilizados) para a capt ura dos peixes durante o resgate

Coleta com puçá : Este é um método ativo de coleta de peixes que geralmente acessa uma fauna de pequeno

porte (<100mm) e visou o resgate de exemplares alojados nas margens e poças rasas. Esta técnica de captura

foi aplicada em áreas de até 1,5m de profundidade (Figura 9).

Figura 9 – Utilização de puçás para resgate da ictiofauna na ensecadeira de desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder.

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Coleta com redes arrasto manual: Este método foi utilizado por, no mínimo, dois coletores e buscou acessar a

uma fauna mais pelágica e/ou associada ao leito do corpo d’água. As redes foram aplicadas manualmente em

locais menos profundos até 1,5 metros (Figura 10).

Figura 10 – Utilização de rede de arrasto manual para resgate da ictiofauna na ensecadeira de desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder. A direita rede de malha 2mm e a esquerda rede de malha 10mm.

Coleta com redes de arrasto embarcada: Este método foi utilizado no mínimo por seis coletores e buscou

acessar a uma fauna mais pelágica e/ou associada às áreas mais profundas da ensecadeira. As redes foram

soltas e tracionadas com o auxílio de barcos com motor 25 Hp e duas canoas com remo (Figura 11).

Figura 11 – Utilização de redes de arrasto embarcada para resgate da ictiofauna na ensecadeira do desvio do Rio Teles Pires, UHE Colíder.

3.2.1. Atividades Pré-resgate As atividades de resgate foram realizadas na etapa de desvio do rio, conforme período previsto no

cronograma apresentado no Convênio 007/2011 UNEMAT x COPEL. Para a eficiência e maior segurança

durante o resgate foram realizadas atividades que antecederam a etapa de resgate propriamente dita. Sendo

elas:

3.2.1.1. Visita da Coordenação do resgate ao Cantei ro de Obras No mês de agosto de 2013 a Coordenadora Técnica Drª Solange Arrolho (UNEMAT), acompanhada

do Biólogo - Analista Ambiental Irapuan Coelho de Souza (Companhia Paranaense de Energia – COPEL -

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Diretoria de Meio Ambiente) visitaram o canteiro de obras para planejarem as ações conjuntas de resgate da

ictiofauna. Nesta oportunidade foram verificadas as condições de acesso das embarcações e veículos a

ensecadeira, bem como os possíveis locais de soltura dos peixes. Resultando num esquema proposto pelo

Analista Ambiental e aprovado pela Coordenadora do Resgate (Figura 12) que foi encaminhado ao setor de

engenharia para as providências.

Figura 12 – Mapa do planejamento para resgate de peixes UHE Colíder, adaptado por Souza, Irapuan em agosto/2013.

3.2.1.2. Capacitação pessoal para a equipe que atua rá no resgate

O treinamento da equipe que atuou no resgate envolveu a exposição dos conceitos e justificativas da

atividade, as informações sobre o manuseio dos equipamentos utilizados, as orientações para o manuseio dos

peixes resgatados, as condições para realização das atividades e o treinamento específico para cada uma das

equipes envolvidas, a saber: profissionais e auxiliares que fizeram as capturas e soltura dos peixes; profissionais

e auxiliares que atuaram na base de apoio para biometria e identificação dos peixes; e profissionais e auxiliares

que atuaram na aferição dos parâmetros de qualidade da água.

As reuniões para explicação destes procedimentos e para discussão das estratégias de atividade do

resgate ocuparam quatro dias e envolveu tanto os profissionais que atuaram no resgate, como a equipe de

apoio. A equipe de resgate teve conhecimento sobre os detalhes da obra de engenharia, para que suas ações

fossem bem sucedidas. Foram vinte horas do curso de capacitação, com definição do fluxograma e escala de

trabalho das atividades de resgate (Tabela 1), os parâmetros limnológicos quali-quantitativos que foram

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coletados para analise, as especificações técnicas da ensecadeira, das caixas de transporte e dos demais

equipamentos que foram utilizados para o resgate.

Tabela 1 – Escala de atividades da equipe de resgate de peixes da UHE Colíder. LAB – Atividades de laboratório.

NOME 14 a 21/10 21 a 28/10 28/10 a 04/11 04 a 14/11 LAB Solange A. Arrolho da Silva X X X X Reginaldo Carvalho dos Santos X X X X Vanuza A. Martins de Oliveira X X X X Alex Sandro Lemes da Silva X X Antonio Carlos Alves de Miranda X X Bruna Natalia Veloso dos Santos X X Bruna da Silva Lima X X Carmino Emidio Júnior X X X Deise Ribeiro de Oliveira X X Diego Ferreira da Silva X X X Edirlei Arroteia do Nascimento X X X X Fernanda Géia de Lima X X X Fernando Viera Borges X X X X Francis Junior Araújo Soares X X Ivanete Carvalho Batista X X X X Leandro Jose da Silva X X X Mauricio José Utzig X X X Marlon Adriano Arenhardt X X Michael Jhonny da Silva Borges X X X Rosália do Nascimento da Silva X X Pablo de Aquino X X X Paulo Rafael Fernandes X X Raí Nilo Cavalcante Silva X X Thaís Cristina de Oliveira Teles X X Thales Diego dos Santos X X X Devanir Espirito Santo Fernandes X X X X X Douglas Azilieiro X X X 09/11 Francisco Nere da Silva X X X

3.2.2. Coleta para o Resgate das espécies

Esta etapa da metodologia visou executar a coleta para o resgate das espécies de peixes retidas no

canal do rio após o desvio, envolvendo a área do canal principal do rio, as poças e outros habitats onde houver

organismos presos. Assim, as áreas descobertas foram vasculhadas para evitar a mortandade das espécies de

peixes, especialmente as de pequeno e médio porte. De acordo com a Instrução Normativa do IBAMA nº

146/2007 nas atividades de resgate e salvamento da ictiofauna não se deve admitir mortandade de peixes em

nenhuma situação.

As capturas foram realizadas com os seguintes apetrechos de pesca: duas redes de arrasto

embarcadas (malha 50 mm entre nós, 50 metros de comprimento e 9 metros de altura, malha 30 mm entre nós,

50 metros de comprimento e 6 metros de altura), 3 redes de arrasto manual (duas malha 20 mm entre nós, 20

metros de comprimento e 1,5 metros de altura, uma rede com malha 2 mm entre nós, 5 metros de comprimento

e 1,3 metros de altura) e três puçás (malha 2 mm). Os peixes capturados foram colocados em baldes, bacias (50

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litros) e caixas d’água (250 litros) sendo conduzidos até a base de apoio (localizada à margem do rio) onde

foram transferidos para uma caixa d’água de 500 litros com oxigenação constante com bombas elétricas ligadas

a bateria do veículo (Figuras 13 e 14).

Figura 13 – Balde 60 litros de transporte de peixes até a caixa d’água com oxigenador.

Figura 14 – Caixa 500 litros para transporte de peixes com oxigenador para posterior soltura.

Esta captura foi contínua até o bombeamento completo da água contida na ensecadeira. Durante o

esgotamento nas áreas expostas ou muito rasas foi necessária a retirada manual e/ou com o auxílio de puçás

dos peixes de algumas espécies que habitualmente procuram abrigo entre os vãos das pedras. Enquanto houve

atividade de resgate a área ensecada recebeu aeração mecânica.

Desde a formação da ensecadeira até o final da atividade de resgate foram realizadas medições dos

parâmetros de qualidade da água (oxigênio dissolvido % e Mg/l, temperatura – C° e potencial hidrogeniônico –

pH) e quantidade (foi medida a profundidade da ensecadeira em nove pontos com uma corda graduada e peso)

foi realizada a cada 4 horas. Este procedimento foi indispensável para evitar a mortandade dos peixes

resgatados. Além disso, as áreas ensecadas receberam aeração mecânica enquanto ocorreram as ações de

resgate com mangueiras de retorno visando aumentar a oxigenação da água.

O detalhamento das quantidades de peixes por volume d’água, do nível de oxigênio dissolvido mínimo

tolerável para cada espécie e do período de permanência dos espécimes resgatados nos recipientes

intermediários foi variável e dependeu das espécies capturadas e da abundância das mesmas. Ainda assim,

ressalta-se que a permanência prevista dos espécimes nesses recipientes intermediários de transporte (baldes,

bacias e caixa d’água de 250 litros) foi de curta duração, uma vez que cada indivíduo foi transportado para

aferição do seu peso e comprimento e logo foi colocado na caixa com oxigenador para ser solto no rio no local

previamente escolhido para a soltura.

3.2.3. Quantificação e biometria das espécies resga tadas

Os indivíduos capturados foram quantificados e registrados quanto ao seu peso (g) e comprimento

padrão (cm) (Figura 15), sendo identificados ao menor nível taxonômico possível. A partir da terça parte final do

resgate da ensecadeira (quando faltava menos que 1,5 metros de profundidade de água nas poças formadas) a

biometria de todos os espécimes foi inviabilizada em função da alta densidade dos organismos resgatados.

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Foram então retiradas subamostras de maneira a registrar a média de peso e comprimento padrão de todas as

espécies resgatadas.

Figura 15 – Biometria de Hydrolicus armatus durante o resgate de peixes da ensecadeira de desvio da UHE Colíder.

Cada exemplar capturado de espécies com comprovado caráter migratório foi marcado através de

TAGS de cor laranja na base da nadadeira dorsal (para peixes de escama ou de couro). Os TAGS tem um

número que corresponde às informações obtidas naquele momento (Exemplo: COPEL 0001). Todo esse

processo demorou aproximadamente 48 segundos evitando estressar o peixe.

Todos os dados foram anotados em fichas próprias com informações contendo data, local de captura,

material utilizado, identificação da espécie, biometria (comprimento padrão, peso) e observações gerais.

As espécies que não tinham registros nos relatórios de monitoramento que antecederam a etapa do

resgate foram guardadas como testemunho para identificação taxonômica. Os organismos testemunhos foram

primeiramente anestesiados com o uso de Eugenol, conforme Resolução N° 714 do Conselho Federal de

Medicina Veterinária e sequentemente fixados em solução de formalina a 10% e acondicionados em bambonas

para serem depois conservados em álcool 70%, juntamente com os exemplares que estavam mortos ou sem

condições sanitárias de serem liberados para o rio. Todo material foi incorporado a Coleção de Peixes da

Amazônia Meridional - Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

A identificação dos exemplares foi realizada com base na literatura apropriada (Buckup et al. 2007;

Britski & Garavello, 1993; Camargo, et al. 2005; Carvalho & Bertaco, 2006; Eigenmann, 1917; Ferreira, 2007;

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Garavello, 1979, 2000; Géry, 1977; Kullander, 1995; Langeani, 1996; Mattox et al., 2006; Menezes, 1969; Reis et

al. 2003; Sarmento-Soares, et. al., 2013; Scharcansky & Lucena, 2007; Teixeira et. al., 2014; Toledo-Piza et al.,

1999; Vari, 1992, 1995; Vari & Harold, 2001; Vari et al., 1995; Zawadzki, et. al., 2013).

3.2.4. Soltura dos indivíduos

A escolha das áreas de soltura considerou os acessos para os veículos de transporte de peixes, as

condições da água, possíveis locais de refúgio contra predadores e ainda quando existe a possibilidade de

captura dos exemplares por atividade de pesca (caso verificado pela equipe de resgate devido a intensa

atividade de pesca), para os exemplares de peixes soltos tanto a montante como a jusante da ensecadeira no rio

Teles Pires. Além disso, para a distância da soltura deve-se observar a área de segurança em relação ao repuxo

dos canais de desvio do rio.

Levando em consideração os resultados obtidos durante as campanhas de monitoramento da

ictiofauna da UHE Colíder e as visitas de reconhecimento para planejamento do resgate, os peixes foram soltos

a jusante da área de resgate (Figura 12, acesso a jusante 3a). Dessa maneira a escolha de soltura na área a

jusante tornou-se a opção mais adequada para as espécies resgatadas, em função das maiores possibilidades

de sobrevivência das mesmas.

Dentro das caixas de água com oxigenação os peixes passaram por avaliações descritas acima

(Quantificação das espécies resgatadas) e a partir daí foram transportados nestas caixas para serem soltos no

rio (Figuras 16 e 17). A distância do local de resgate para o local de soltura foi de aproximadamente 200 metros,

evitando assim o estresse dos animais. O processo de soltura foi efetuado com o auxílio de puçás de alumínio

onde os peixes eram retirados da caixa e liberados imediatamente no rio, sendo verificado se estes iriam se

adaptar às condições da água no local.

Após a soltura os peixes que boiaram ou apresentavam poucas condições de sobrevivência foram

incorporados a Coleção de Peixes da Amazônia Meridional – UNEMAT.

Figura 16 – Retirada da caixa de transporte dos peixes resgatados da ensecadeira da UHE Colíder

Figura 17 – Processo de soltura com puçá dos peixes resgatados da ensecadeira da UHE Colíder

3.2.5. Plano de emergência

Conforme citado anteriormente, parâmetros físicos e químicos foram monitorados a cada 4 horas.

Dentre esses parâmetros a concentração do oxigênio dissolvido orientou a adoção de medidas emergenciais

como a instalação de maior número de mangueiras de retorno, que garantiram a oxigenação até o término das

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atividades de resgate (soltura). Ainda assim, nos momentos críticos quando foi observada uma queda nos

valores de oxigênio dissolvido foi solicitado um aumento do retorno da água para auxiliar na oxigenação e a

diminuição do bombeamento da água na ensecadeira.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Parâmetros Físicos e Químicos da água da ensec adeira

Durante o resgate de peixes com o bombeamento, a entrada de material particulado e a redução do

volume de água na ensecadeira ocasionaram uma diminuição acentuada dos teores de oxigênio (Figura 18) o

que necessitou de aumentar o volume de água pelas mangueiras de retorno. Estas modificações na qualidade e

quantidade de água influenciam diretamente nos processos biológicos dos peixes necessitando de maiores

esforços por parte da equipe no resgate de peixes presos nas poças de água.

Verificou-se uma drástica redução nos teores de oxigênio associado ao período do dia, sendo que no

início da manhã ocorreram os menores valores (3,14 Mg/l), na parte mais rasa da ensecadeira, também

associado a entrada de água da chuva com material alóctone e diminuição do pH (Figura 19). A temperatura

apresentou uma oscilação entre 26,1 a 35,6°C o que pode ter influenciado numa menor disponibilidade de

oxigênio para os peixes.

Figura 18 – Relação entre Oxigênio Dissolvido (Mg/l) e profundidade da coluna d’água na ensecadeira de desvio da UHE Colíder, durante o resgate da ictiofauna.

Segundo Mérona et al., (2010) uma diminuição do teor de oxigênio dissolvido pode ser consequência

da entrada de material alóctone, fazendo com que houvesse um maior consumo de oxigênio pelo processo de

decomposição da matéria orgânica das margens, bem como uma maior necessidade de oxigenação pelos

peixes para manutenção dos processos vitais.

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Figura 19 – Relação entre Parâmetros Físicos e Químicos e Profundidade da coluna d’água na ensecadeira de desvio da UHE Colíder, durante o resgate da ictiofauna.

O grande acréscimo de material alóctone também contribui para menores concentrações de Oxigênio

Dissolvido, pois para a decomposição microbiana da matéria orgânica, grande parte do oxigênio é consumida,

liberando CO2. Com isso, ocorre a formação de ácido carbônico e íons de hidrogênio auxiliam na diminuição do

pH (Esteves, 1998).

4.2. Abundância e Riqueza de Peixes

Durante o resgate de peixes da ensecadeira de desvio do Rio Teles Pires foi possível registrar 17.187

exemplares de peixes, sendo devolvidos com vida para o rio 15.381 exemplares (89%) (Tabela 02).

Vale ressaltar que durante o período final de resgate principalmente nos seis dias finais (9 a 14 de

novembro/2013) por conta da má qualidade da água em algumas áreas e poças da ensecadeira, devido a

entrada de materiais sólidos carreados pela chuva, foram necessários resgates extremamente rápidos. Sendo

assim, muitos indivíduos foram devolvidos para o rio sem serem computados, alterando assim o número exato

de exemplares das diferentes espécies. Desta forma o maior número de indivíduos retidos para análise e

posterior identificação foram àqueles pertencentes a espécies de pequeno porte e com extrema abundância de

indivíduos na natureza, o que aumentou a porcentagem de exemplares que foram tombados na Coleção de

Peixes da Amazônia Meridional e o calculo do índice de mortalidade.

Os peixes registrados pertencem a 04 ordens, 27 famílias, 83 gêneros e 125 espécies (Tabela 02).

Estão distribuídos da seguinte forma: Characiformes (12 famílias, 36 gêneros e 64 espécies), Gymnotiformes (4

famílias, 8 gêneros e 12 espécies), Perciformes (2 famílias, 8 gêneros e 8 espécies) e Siluriformes (9 famílias, 31

gêneros e 41 espécies).

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Tabela 2 – Lista dos taxons (peixes) coletados no resgate da icitofauna na ensecadeira de desvio da Usina

Hidrelétrica Colíder, no período de 24 de outubro a 14 de novembro/2013). Os taxons acompanhados de *

referen-se aqueles não registrados durante as campanhas de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder.

TAXONS Abundância Biomassa Indivíduos Soltos

ORDEM CHARACIFORMES

Família Acestrorhynchidae

Acestrorhynchus microlepis 4 39,7007 4

Família Anostomidae

Anostomus cf. trimaculatus 47 323,1244 42

Leporinus britski 9 135,2134 8

Leporinus brunneus 25 836,0615 23

Leporinus cylindriforme * 26 316,301 20

Leporinus desmotes 13 163,1217 11

Leporinus fasciatus 11 5905,00 10

Leporinus friderici 37 4764,9463 35

Leporinus vanzoi 196 851,2388 180

Sartor cf. elongatus* 10 54,3374 5

Synaptolaemus latofasciatus* 3 5,214 -

Família Characidae

Astyanax gracilior 2596 929,8288 2391

Astyanax multidens 31 21,9278 12

Brycon falcatus 3 390,00 2

Brycon pesu 10 305,6986 7

Bryconexodon trombetasi 30 100,7861 29

Bryconops transitoria 1 1,7337 -

Creagrutus sp. 42 11,7417 -

Cynopotamus juruenae* 5 133,2714 5

Hemigrammus geisleri 1044 157,6876 973

Hyphessobrycon sp."4 pontes" 1 0,1101 -

Jupiaba acanthogaster 15 14,7828 -

Jupiaba apenina 4 7,0518 -

Jupiaba iasy* 636 577,6827 402

Jupiaba polylepis 81 69,0062 66

Knodus dorsomaculatus 1 4,00 -

Knodus heteresthes 266 60,6422 -

Microschemobrycon elongatus 1 0,2929 -

Moenkhausia chrysargyrea 6 34,00 -

Moenkhausia collettii 3 1,7424 -

Moenkhausia gr chrysargyrea 3 12,00 -

Moenkhausia gr. grandisquamis 3951 43034,5854 3900

Moenkhausia gr. lepidura 15 48,00 10

Moenkhausia sp. "lepidura longa" 334 736,8204 330

Moenkhausia sp. 5 1888 1793,2258 1800

Myleus schomburgkii 4 861,00 4

Myleus setiger 8 1985,2198 8

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Phenacogaster gr. pectinatus 210 235,424 200

Roeboides myersii* 4 256,00 3

Serrapinnus sp. 1 18 4,6281 -

Serrasalmus rhombeus 12 3418,9912 12

Tetragonopterus chalceus 32 303,0755 32

Família Cynodontidae

Hydrolycus armatus 55 15666,00 54

Hydrolycus tatauaia 176 59395,00 170

Família Crenuchidae

Characidium zebra 176 182,3521 176

Melanocharacidium dispilomma 8 5,9412 -

Melanocharacidium sp. 5 3,6198 -

Familia Chilondontidae

Caenotropus schizodon 295 4535,2993 290

Família Ctenoluciidae

Boulengerella cuvieri 21 8199,00 21

Família Curimatidae

Curimata inornata 546 11264,8352 546

Cyphocharax notatus 1010 7752,8191 1000

Cyphocharax spiluropsis 13 16,5698 -

Potamorhina pristigaster* 2 140,00 -

Família Erythrinidae

Hoplias aimara 5 7050,00 5

Hoplias malabaricus 2 370,00 2

Família Hemiodontidae

Argonectes robertsi 10 4835,00 10

Hemiodus microlepis 72 585,5812 70

Hemiodus sp. 23 2,9902 -

Hemiodus sterni 26 137,0377 26

Hemiodus unimaculatus 80 853,4314 54

Familia Paradontidae

Apareiodon sp. "2 barras"* 6 10,0220 -

Parodon pongoensis 2 13 -

Família Prochilodontidae

Prochilodus lineatus 53 20215,3445 51

Prochilodus nigricans 39 13843,0000 32

ORDEM SILURIFORMES

Família Auchenipteridae

Tatia sp. 1 4 -

Parauchenipterus gr. galeatus* 15 23,8669 10

Centromochlus schultzi* 8 19,9586 -

Família Callichthyidae

Corydoras aff. loretoensis 20 14,6377 18

Família Cetopsidae

Cetopsis sandrae* 12 67,7539 9

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Família Doradidae

Leptodoras ayakawai* 3 14,9187 -

Oxydoras niger* 5 65,6911 -

Família Heptapteridae

Imparfinis hasemani 3 4,0512 -

Imparfinis stictonotus 4 1,3326 -

Myoglanis cf. koepckei* 28 309,2491 -

Phenacorhamidia somnians* 1 1,4119 -

Pimelodella cf. howesi* 237 798,2418 205

Pimelodella gracillis 25 201,00 15

Rhamdia quelen 126 1130,0745 120

Família Trichomycteridae

Acanthopoma annectens 18 8,4644 -

Família Pimelodidae

Pimelodus albofaciatus 6 52,00 4

Pimelodus blochii 28 464,2407 27

Pimelodus ornatus 21 7,268 21

Pseudoplatystoma sp. "híbrido"* 1 319 -

Pseudoplatystoma punticfer 10 4417,00 10

Hemisorubim platyrhynchos 18 7078,00 17

Sorubim trigonocephalus 46 7245,00 38

Zungaro zungaro 21 13636,59 21

Família Pseudopimelodidade

Pseudopimelodus cf. pulcher 4 3054,87 4

Família Loricariidae

Ancistrus sp. " machadinho" 5 39,7706 -

Ancistrus sp.1 " manchas c/ barbelas"* 81 226,0135 4

Baryancistrus sp. * 75 1371,0565 5

Farlowella gr. mariaelenae* 2 1,8329 -

Hisonatus luteofrenatus 1 0,1184 -

Hypostomus emarginatus 151 1659,8937 149

Hypostomus cf. plecostomus 117 1510,00 110

Hypostomus soniae 7 99,9457 6

Hypostomus sp. 8 920,6183 -

Otocinclus hasemani 1 0,9333 -

Panaque nigrolineatus* 5 1243,4649 1

Peckoltia cf. feldeberg* 43 144,535 3

Peckoltia feldbergae 122 815,9868 120

Pseudoancistrus sp. 61 339,8418 58

Rineloricaria sp. 1 0,892 -

Scobinancistrus cf. auriatus* 3 544,9796 -

Spatuloricaria sp. 5 6,5577 -

ORDEM PERCIFORMES

Família Cichlidae

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Aequidens tetramerus 1 21,6326 -

Cichla sp. 1 4 7805,00 3

Crenicichla labrina 17 63,8046 17

Satanoperca jurupari 91 105,3354 90

Teleocichla proselytus 45 64,8001 40

Família Sciaenidae

Plagioscion squamosissimus 39 9280,5081 32

Pachyurus junki 43 2847,0402 41

ORDEM GYMNOTIFORMES

Família Apteronotidae

Megadontognathus cf. kaitukaensis* 115 808,0257 102

Sternarchorhynchus axelrodi* 3 553,00 -

Sternarchorhynchus cf. kokraimoro* 6 56,422 -

Sternarchorhynchus cf. sterwarti* 76 363,0478 62

Sternarchogiton cf. labiatus* 96 203,095 91

Família Hypopomidae

Brachyhypopomus brevirostris 1 2,8202 -

Família Rhamphichthyidae

Gymnorhamphichthys petite 116 327,3722 102

Apteronotus albifrons* 3 80,00 -

Archolaemus luciae* 84 1529,3170 76

Família Sternopygidae

Eigenmannia macrops 668 2488,5119 617

Eigenmannia sp. 56 503,3055 -

Sternopygus macrurus 113 3440,3513 102

Dentre as espécies de peixes coletadas na área de abrangência da UHE Colíder, tem-se a seguinte

proporção (Figura 20): 51% das espécies são representantes dos Characiformes; 33% das espécies

representam os Siluriformes; 10% representam os Gymnotiformes e 6% os Perciformes. Estes resultados

corroboram com aqueles encontrados durante as oito campanhas de monitoramento da ictiofauna da UHE

Colíder.

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Figura 20 – Representação das ordens de peixes coletadas durante o resgate da ictiofauna na ensecadeira de desvio da UHE Colíder, no período de 24 de outubro a 14 de novembro de 2013.

Vinte e nove táxons não haviam sido registrados durante as campanhas de monitoramento da

ictiofauna. Este registro só foi possível devido ao esgotamento da área da ensecadeira, visto que estas espécies

são típicas de ambientes de pedrais e ficam escondidos entre as fendas das pedras. Das 125 espécies

registradas 86 espécies foram resgatadas e devolvidas para o rio Teles Pires, as 39 espécies incorporadas a

coleção referem-se aos táxons de pequeno porte com necessidades de identificação precisa para a região.

Relativo a abundância de indivíduos da quatro ordens, tem-se Characiformes e Siluriformes

representam 91% da ictiofauna registrada, seguida de Perciformes com 7% e Gymnotiformes com 2%. Para a

biomassa mantém-se a proporcionalidade onde Characiformes e Siluriformes representam 87% da ictiofauna

registrada, seguida de Gymnotiformes com 10% e Perciformes com 3% (Figura 21).

Figura 21 – Representação da abundância e biomassa das ordens de peixes coletadas durante o resgate da ictiofauna na ensecadeira de desvio da UHE Colíder, no período de 24 de outubro a 14 de novembro de 2013.

4.4. Táxons de Interesse para a Conservação (Espéci es Endêmicas, Raras, Ameaçadas e de Especial Interesse)

Não foram encontrados exemplares que pudessem ser considerados endêmicos, raros ou ameaçados

para a região considerada.

4.4.1. Espécies Migratórias

Durante o resgate de peixes da ensecadeira foram marcados 56 exemplares de peixes, Sendo 12 de

Zungaro zungaro, 8 de Pseudoplatystoma punctifer, 4 de Hemisorubim platyrhynchos, 21 exemplares de

Prochilodus nigricans, 1 Hydrolicus tatauaia e 8 de Hydrolicus armatus. Alguns exemplares não puderam ser

marcados, pois estavam estressados por estarem “enlocados” em uma poça já com característica de lama, só

sendo possível sua retirada com uso da força manual sendo logo devolvidos para o rio após uma reabilitação.

4.4.2. Espécies Exóticas, Invasoras e Alóctones

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Foi coletado um exemplar com características de hibrido com o gênero Pseudoplatystoma,

provavelmente um cruzamento com pintado da bacia do Prata que deve ter escapado de piscicultura da região.

Este único exemplar foi fixado e está tombado na Coleção de Peixes para futuros estudos.

Durante as campanhas de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Colíder moradores das margens do Rio

Teles Pires e também alguns pescadores relatam a existência de grande quantidade de peixes que escaparam

das pisciculturas da região e estão soltos no rio. São registros de espécies nativas de outras bacias regiões

como o pirarucu e o tambaqui, como de híbridos de espécies comercialmente importantes (cachatiá, cachapira,

tambacu, tambatinga, entre outros).

Confirmando as informações obtidas durante as campanhas de monitoramento de que estes peixes

híbridos escaparam das pisciculturas, Senhorini et al. (2009) afirma que em determinadas regiões do estado de

São Paulo o principal disseminador dos híbridos são os pesqueiros (pesque-pagues), que quando enfrentam

grandes enchentes têm seus tanques transbordados, carreando estas espécies para os cursos naturais de água.

Segundo Porto-Foresti et al. (2008) o estudo dos peixes híbridos ainda está no começo e, por isso, os

pesquisadores ainda não sabem se essas espécies são férteis ou não. No caso de os híbridos serem férteis os

riscos podem ser de que os indivíduos podem se reproduzir, predando ou disputando alimento com outras

espécies.

A presença de híbridos em ambientes naturais aquáticos pode representar uma grande ameaça para a

conservação de espécies nativas por diversos motivos: a competição por espaço e recursos tende a se tornar

mais intensa; a ocorrência de híbridos predadores pode reduzir populações de nativas; pode ocorrer restrição de

locais de desova; e o genoma modificado destas espécies poderá causar a chamada contaminação gênica dos

estoques naturais, sendo que estes podem apresentar fertilidade e a capacidade de retrocruzar com espécies

parentais (Almeida-Toledo et al., 1996; Allendorf et al., 2001; Porto-Foresti et al., 2008; Senhorini et al., 2009).

Desta forma é extremamente necessária a fiscalização por parte dos órgãos ambientais das áreas de

pisciculturas e pesque-pagues existentes na área de abrangência da UHE Colíder.

5. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Considerando as características e diversidade da ictiofauna verificada no rio através das oito

campanhas de campo, os peixes de grande porte eventualmente confinados na área ensecada apesar de serem

mais fáceis de capturar foram os mais vulneráveis ao presente impacto potencial, em razão da pequena

disponibilidade de espaço físico das poças que foram formadas no irregular leito fluvial ensecado, desta forma

necessitando seu resgate e soltura em menor tempo.

Outro aspecto que merece ser registrado é o fato de que os indivíduos confinados na área ensecada

podiam ser capturados com facilidade, cabendo nesse aspecto o efetivo controle de acessos a fim de evitar a

captura por parte de pescadores, que foram avistados as margens do rio a jusante da área da ensecadeira.

O impacto potencial de aprisionamento foi mitigado pelo resgate de ictiofauna no trecho ensecado.

Todavia, mesmo considerando o acompanhamento dos serviços e o resgate, ocorreram perdas de alguns

indivíduos que não sobreviveram às modificações bruscas da qualidade e quantidade de água, bem como à

ação do resgate e ao tempo de confinamento entre as áreas ensecadas, sendo principalmente espécies de

pequeno porte com hábitos marcantes de fundo.

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A metodologia adotada foi adequada ao contexto da obra e teve como princípio preservar o bem-estar

dos peixes, visando prevenir acidentes como grande quantidade de animais mortos, contribuindo também para o

conhecimento científico das comunidades ictiofaunísticas da região e, portanto, minimizando os impactos

decorrentes da implantação do empreendimento. O maior número de peixes resgatados sem lesões ressalta a

importância e eficácia desta etapa do programa para minimizar impactos sobre a ictiofauna.

Destaca-se, a importância do resgate e monitoramento de peixes durante todas as fases de obras de

um empreendimento, uma vez que, empreendimentos que necessitem de intervenções na ictiofauna estão

susceptíveis a ocasionar impactos sobre a fauna local. Ainda, enfatiza-se a dificuldade em localizar trabalhos

que tratem do assunto como medida de conservação e mitigação de impactos para análises comparativas.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7. REGISTRO FOTOGRÁFICO DE CAMPO - ESPÉCIES

Anostomus cf. trimaculatus Argonectes robertsi

Baryancistrus sp. Brycon pesu

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Brycon falcatus Curimata inornata

Gymnorhamphichthys petite Hemysorubim platyrhynchos

Pseudoplatystoma punctifer Hypostomus emargynatus

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Leporinus cylindriformes Leporinus fasciatus

Myleus setiger Pachyurus junki

Panaque nigrolineatus Peckoltia feldbergae

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Satanoperca jurupari Sternarchorhynchus cf. sterwarti