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PLANO SETORIAL DE TRANSPORTES E A LEI DA MOBILIDADE URBANA: desafios e oportunidades São Paulo, 26 de setembro de 2012 André Luís Ferreira

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PLANO SETORIAL DE TRANSPORTES E A LEI DA

MOBILIDADE URBANA: desafios e oportunidades

São Paulo, 26 de setembro de 2012

André Luís Ferreira

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1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Mte

p/a

no

Ano

Fóssil Renovável

Consumo de energia no setor de transporte

82% 18%

2010

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1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Mte

p/a

no

Ano

Rodoviário Aéreo Hidroviário Ferroviário

Consumo de energia no setor de transporte

92% 5%

2%

1%

2010

0

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40

50

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70

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Mte

p/a

no

Ano

Diesel de petróleo Gasolina Etanol GNV Biodiesel

Consumo de energia no transporte rodoviário

48%

27%

19%

3% 3%

2010

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

MtC

O2

Ano

5

Emissões de CO2 do transporte rodoviário

Referência: PSTM (MTransportes e MCidades, 2012)

Motocicletas (3%)

Ônibus (18%)

Caminhões (43%)

Automóveis (37%)

(% em 2011)

Emissões de CO2 fóssil do transporte rodoviário

Fonte: MMA 2011

Transporte de Passageiros

Transporte de Cargas

0

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100

120

140

160

180

1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

MtC

O2/a

no

Ano

59%

41%

2010

Transporte de passageiros

Emissões de CO2 - Transporte rodoviário de passageiros -

0

10

20

30

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1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Mt

CO2

Ônibus rodoviários

Ônibus urbanos

Motocicletas

Comerciais leves

Automóveis

Automóveis

50%

Comerciais leves12%

Motocicletas6%

Ônibus urbanos

26%

Ônibus rodoviários

6%

2010

Transporte

individual68%

Transporte coletivo

32%

… e a tendência é a diminuição da participação do TP e não motorizado.

29,3% 23,9%

29,2% 44,2%

41,5% 31,9%

2005 2030

Não

Motorizado

- 9,6pp

Privado

+15pp

Público

-5,4pp

Divisão Modal em 2005 e 2030 (estimada)

Cidades com mais de 60 mil habitantes

(Crescimento líquido PIB de 3% ao ano)

Emissões de CO2 fóssil do transporte rodoviário de passageiros, por modo

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1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020

10

6 t

/an

o

ano

transporte de passageiros (coletivo)

transporte de passageiros (individual)

Fonte: MMA 2011

61%

39%

2009

64%

36%

2020

tecnologia

modos

Transporte urbano de passageiros

motorizado

individual

automóvel

eficiência energética

combustível

coletivo

ônibus

eficiência energética

combustível

não motorizado

transferência

modal

transferência

modal

• Maior ciclo de investimentos em infraestrutura de mobilidade urbana, desde a década de 1980: Projetos da Copa, PAC Grandes Cidades, PAC Média Cidades (cerca de R$ 60 bilhões) e investimentos dos governos de São Paulo e Rio de Janeiro

• Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima (12.187/2009): estabelece a obrigatoriedade de elaboração de planos setoriais de mitigação de gases de efeito estufa (Decreto nº 7.390, de 9 de dezembro de 2010)

• Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana (12.587/2012): estabelece diretrizes, instrumentos de gestão da mobilidade e torna obrigatório o Plano de Mobilidade para cidades com mais de 20 mil habitantes

Características do momento atual

• Aumento dos investimentos em infra-estrutura

• Implementação da Política Nac. de Mob. Urbana (Lei 12587/12)

- Art.24 Elaboração dos Planos Municipais de Mobilidade Urbana

• Estratégia de mudança de matriz energética no transporte público

PNMC: Recomendações para transporte de passageiros

Os entes federativos poderão utilizar, dentre outros instrumentos de gestão do sistema de transporte e da mobilidade urbana, os seguintes:

• Instrumentos de desestímulo ao uso transporte individual;

• Dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e modos de transporte não motorizados;

• Monitoramento e controle das emissões dos gases de efeito local e de efeito estufa dos modos de transporte motorizado, facultando a restrição de acesso a determinadas vias em razão da criticidade dos índices de emissões de poluição;

A Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Art.23)

§ 1o Em Municípios acima de 20.000 (vinte mil) habitantes e em todos os demais obrigados, na forma da lei, à elaboração do plano diretor, deverá ser elaborado o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compatível com os respectivos planos diretores ou neles inserido.

§ 3o O Plano de Mobilidade Urbana deverá ser integrado ao plano diretor municipal, existente ou em elaboração, no prazo máximo de 3 (três) anos da vigência desta Lei.

§ 4o Os Municípios que não tenham elaborado o Plano de Mobilidade Urbana na data de promulgação desta Lei terão o prazo máximo de 3 (três) anos de sua vigência para elaborá-lo. Findo o prazo, ficam impedidos de receber recursos orçamentários federais destinados à mobilidade urbana até que atendam à exigência desta Lei.

A Lei de Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (art.24)

1. Estabelecer os requisitos mínimos para os Planos de Mobilidade Urbana

2. Associar o acesso às fontes de financiamento ao atendimento de requisitos mínimos nos planos municipais de mobilidade urbana

3. Promover articulação das fontes de financiamento de infraestrutura, veículos de transporte coletivo e fonte energética

4. Capacitar os municípios para a elaboração de Planos de Mobilidade Urbana

Desafios para o Brasil Desafios para o Brasil na elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana 6. Plano de Mobilidade Urbana: desafios técnicos

1. Foco na divisão modal: estabelecer metas de participação do transporte público e não motorizado na matriz de deslocamentos

2. Estabelecimento de metas ambientais: redução no consumo de energia, emissão de poluentes locais (melhoria da qualidade do ar) e gases de efeito estufa: oportunidade de articular as Políticas Nacionais de Mobilidade Urbana e Mudança Climática e demais politicas ambientais

3. Desenho de Rede Integrada de Mobilidade Urbana: composta por modos coletivos e meios não motorizados de transporte, identificação e priorização da infraestrutura necessária e definição dos modos de transporte coletivo adequados à demanda dos eixos de transporte. Promover a integração física e tarifária dos serviços

4. Retirada dos ônibus do congestionamento provocado pelo excesso de automóveis transitando nas vias públicas (medidas de curto prazo: corredores e faixas exclusivas)

Desafios para o Brasil Desafios para o Brasil na elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana 5. Plano de Mobilidade Urbana: elementos estruturadores

Corredores de ônibus e Redução de Emissões

18

5. Gestão da Demanda de viagens: utilização de um conjunto de instrumentos regulatórios, econômicos e tecnológicos para aumentar a oferta de transporte coletivo de qualidade e desestimular o uso do trasporte individual motorizado

6. Estruturação da Gestão da Mobilidade: envolver as esferas de governo que têm redes de transportes que se relacionam (por meio da Lei de Consórcios Públicos), promover programa de capacitação técnica, regulação de transporte coletivo.

7. Controle social sobre a implantação da política de mobilidade, por meio da disponibilização de informações e estruturação de canais efetivos de participação da sociedade

8. Modelo de financiamento: identificar as fontes de financiamento e custeio do sistema de mobilidade urbana, aplicando-se os instrumentos existentes (Lei de Concessões, instrumentos do Estatuto da Cidade e Leis de PPPs)

Desafios para o Brasil Desafios para o Brasil na elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana 5. Plano de Mobilidade Urbana: elementos estruturadores

9. Metodologia de avaliação da política de mobilidade: possibilitar comparações e registro de avanços, ser auto aplicável pelos municípios e compreensível pela população. Indicadores sobre a implantação do Plano e seus resultados

10. Estabelecimento de prazos exequíveis para a implantação dos projetos e formas de controlar e mensurar os avanços

11.Incorporação de metas de segurança, por meio da redução de vítimas, especialmente das mais vulneráveis, como idosos e crianças

12. Articulação com o planejamento urbano: incorporação dos princípios de Transit Oriented Development (TOD), Public Transport Planning (PTP) e People Oriented Development (POD) no planejamento das cidades

13. Institucionalização do Plano, para que ele seja referência para atuação de sucessivas gestões municipais

Desafios para o Brasil Desafios para o Brasil na elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana 5. Plano de Mobilidade Urbana: elementos estruturadores

Fluxograma do financiamento da infraestrutura de mobilidade no Brasil

• O discurso unânime entre os governantes, de prioridade para o transporte público, na maioria dos casos não é materializado em projetos. Investimentos em obras viárias são renomeados como investimentos em mobilidade urbana. Na pratica, as cidades tem sido planejadas para receber e proporcionar as melhores condições possíveis para a circulação de veículos particulares

Desafios para o Brasil Desafios para o Brasil na elaboração dos Planos de Mobilidade Urbana O desafio não é somente técnico.

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