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    MMDDUULLOO 0033 AAUULLAA 1177

    UUSSOO EE RREESSOO DDAA GGUUAA

    Este material foi elaborado pela Engenheira Civil e Consultora Ambiental MARGOLAINEGIACCHINI.

    SUMRIO

    1. INTRODUO.....................................................................................32. OBJETIVOS.........................................................................................5

    3. RECURSOS HDRICOS.......................................................................6

    3.1 Ciclo urbano da gua............................................................................7

    4. CONSERVAO DA GUA..................................................................8

    5. REUSO DA GUA................................................................................10

    6. APROVEITAMENTO DA GUA DE CHUVA.........................................13

    7. LEGISLAO ENORMATIZAO.......................................................18

    8. CONCLUSO.......................................................................................21REFERNCIAS......................................................................................... 23

    CURRICULUM...........................................................................................25

    ANEXO.......................................................................................................26

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    1. INTRODUO

    A gua apresenta-se como um recurso natural vital ao ser humano e

    indispensvel para o desenvolvimento das suas principais atividades. O

    principal desafio das sociedades atuais est em universalizar o acesso gua e simultaneamente gerenciar o risco de escassez de tal recurso.

    Desta forma, a sustentabilidade dos recursos hdricos decorre da

    conservao da qualidade e quantidade de gua no planeta. Por

    conseguinte, a conservao da gua envolve prticas de economia e

    preservao, referentes aos mltiplos usos deste recurso natural. Assim

    sendo, tais prticas podem ser implantadas na bacia hidrogrfica, nos

    sistemas pblicos de abastecimento de gua e esgotamento sanitrio e

    ainda nos sistemas prediais.O desenvolvimento de prticas que objetivam a conservao da

    gua so medidas importantes para o gerenciamento dos recursos

    hdricos. Assim sendo, as aes de conservao da gua nas edificaes

    incluem o uso racional e a procura por fontes alternativas, como o reuso

    das guas servidas e o aproveitamento da gua de chuva.

    Neste contexto, reutilizar as guas servidas representa economia de

    gua potvel, de energia e tambm reduz a gerao de esgoto,

    contribuindo assim para a preservao dos mananciais de gua. Da

    mesma forma, o aproveitamento da gua de chuva se apresenta como

    alternativa de abastecimento de gua para fins no potveis e ainda

    contribui para a reduo de enchentes nas reas urbanas. Cabe ressaltar

    que, a aplicao de tais prticas envolve aspectos importantes relativos

    segurana sanitria dos usurios e ao ciclo urbano da gua na bacia

    hidrogrfica.

    O gerenciamento do uso da gua e a procura por novas alternativas

    de abastecimento como o aproveitamento da gua da chuva, a reposio

    das guas subterrneas e o reuso da gua esto inseridos no contexto do

    desenvolvimento sustentvel, o qual prope o uso dos recursos naturais de

    maneira equilibrada e sem prejuzos para as futuras geraes.

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    A aplicao de prticas de reuso da gua freqente em pases

    como: Japo, Austrlia, Canad, Reino Unido, Alemanha e Sucia. No

    Brasil tem sido objeto de diversos estudos a fim de embasar a formulao

    de legislao e normatizao especfica. necessrio considerar alm das

    questes sanitrias, ligadas a sade pblica, aspectos relacionados aolicenciamento, operao e manuteno dos sistemas de reuso,

    principalmente nas edificaes.

    Por sua vez, o aproveitamento da gua de chuva caracteriza-se por

    uma prtica milenar adotada pelas mais antigas civilizaes, a qual tem

    sido incorporada s edificaes das reas urbanas, em diversos pases.

    Embora, seja objeto de muitos estudos ainda, o Brasil j conta com norma

    tcnica especfica sobre o tema, destaca-se tambm a existncia de

    diversas legislaes tanto em esfera Estadual, quanto Municipal. Da

    mesma forma que as prticas de reuso, o aproveitamento da gua de

    chuva envolve questes sanitrias, tcnicas de implantao, operao e

    manuteno e ainda de sustentabilidade hdrica.

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    2. OBJETIVOS

    A introduo das prticas do uso e reuso da gua em edificaes

    tem por objetivos:

    a) Reduzir o consumo de gua nas edificaes;

    b) Estimular o uso racional da gua pelos habitantes;

    c) Melhorar o sistema de funcionamento e manuteno das

    instalaes hidrulicas;

    d) Reduzir a produo de esgoto na edificao;

    e) Induzir a reduo de despesas com o consumo de gua

    potvel.

    Em relao ao meio ambiente, a introduo das prticas de reuso da

    gua objetivam:

    a) Reduzir o consumo de gua no planeta;

    b) Reduzir o consumo de energia nos sistemas pblicos de

    captao, tratamento e distribuio da gua;

    c) Reduzir o consumo de produtos qumicos nos sistemas

    pblicos de captao, tratamento e distribuio da gua;

    d) Reduzir o volume de esgoto para os sistemas pblicos de

    coleta e tratamento;

    e) Amortecer os picos de vazo nos sistemas de drenagem

    urbana;

    f) Estimular a economia de recursos financeiros nos sistemaspblicos de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio e

    drenagem urbana.

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    3. RECURSOS HDRICOS

    Os recursos hdricos apresentam-se na natureza de diferentes

    formas como os rios, oceanos, geleiras, icebergs, as guas subterrneas e

    as guas pluviais.

    O planeta Terra formado por cerca de 97,5 % de gua salgada e

    apenas 2,5 % de gua doce, sendo que desta somente 0,3% encontra-se

    disponvel como guas superficiais, o restante encontra-se em geleiras ou

    subsolos muito profundos, cujo acesso humano se torna complexo,

    conforme indicado na Figura 01.

    Agua Doce

    Nas calotas polarese lenois profundos;

    99,7%

    Nos rios e lenoissubterrneos pouco

    profundos; 0,3%

    gua Salgada97,5%

    gua Doce 2,5%

    FIGURA 01- DISTRIBUIO DA GUA NO PLANETAFONTE: ANA (2009)

    Por sua vez, o Brasil encontra-se em situao considerada

    privilegiada em relao aos recursos hdricos, pois, detm cerca de 12% de

    toda gua doce do planeta. Entretanto, quanto distribuio da gua no

    pas, observa-se grande irregularidade, uma vez que, 80%da gua doce

    encontra-se na regio norte, a qual habitada por cerca de 5% da

    populao. Restando, portanto, 20% para as demais regies, habitadas por

    cerca de 95% da populao.

    Desta forma, a distribuio irregular dos recursos hdricos apresenta-

    se com um fator de grande importncia para o desenvolvimento do Pas,

    haja vista a escassez de gua que assola o semi-rido nordestino. Em

    relao s demais regies do pas, ressalta-se, a intensa degradao dos

    mananciais que aliada a extensa concentrao populacional, compromete

    o abastecimento de gua potvel, principalmente nas reas urbanas.

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    Vale ressaltar que, a quantidade de gua existente no planeta

    limitada, acredita-se ser praticamente a mesma de h trs bilhes de anos,

    isto porque o ciclo da gua se sucede infinitamente. Paralelamente

    observa-se um incremento no consumo de gua, principalmente em funo

    do aumento da populao mundial associado ao desenvolvimento urbano.

    3.1 Ciclo Urbano da gua

    O ciclo natural da gua envolve fatores climticos, geogrficos e

    biolgicos. As guas evaporam dos oceanos e da superfcie do planeta

    para atmosfera, onde se condensam at precipitar sobre a Terra. Para

    ento, atravs da infiltrao no solo recarregar as guas subterrneas e

    assim retornar aos oceanos.

    Por conseguinte, em um meio urbanizado a gua caracteriza-se

    atravs dos seus mltiplos usos, dentre os quais esto os usos domsticos,

    a irrigao, o uso industrial, a produo de energia, atividades relacionadas

    pesca e aqicultura, a diluio de esgotos, a navegao, a recreao,

    entre outros.

    Nota-se que a interferncia das aes humanas, atravs dos usos

    mltiplos da gua, constitui um sub - ciclo denominado ciclo urbano da

    gua, o qual tem incio atravs da extrao de gua dos rios e aqferos

    para o abastecimento da populao. Esta gua ento utilizada para

    transporte de resduos atravs da rede de esgotamento sanitrio e,

    conduzida s estaes de tratamento de esgoto para posteriormente ser

    disposta, em forma de efluente, nos rios, lagos e oceanos. Completando o

    ciclo, ocorre o recolhimento das guas pluviais urbanas pelo sistema de

    drenagem e o respectivo escoamento em corpos dgua receptores.

    Dentre os principais impactos referentes ao ciclo urbano da gua,

    destacam-se, a degradao da qualidade da gua do manancial devido ao

    lanamento de efluentes de esgoto sanitrio e da gua da drenagem pluvial

    e a captao de gua para abastecimento, entre outros.

    Neste contexto ressalta-se o paradigma da conservao da gua,

    estabelecido no sentido de promover o controle de tais processos na

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    origem, objetivando a melhoria da relao entre o consumo de gua e a

    produo de guas residuais nas reas urbanas.

    4. CONSERVAO DA GUA

    O conceito de conservao da gua segundo a Agncia de Proteo

    Ambiental dos Estados Unidos, Environmental Protection Agency EPA,

    representa qualquer reduo benfica nas perdas de gua, desperdcio ou

    uso (EPA, 1998).

    Contudo, de modo geral a atuao, dos programas de conservao

    da gua, se restringe basicamente a trs nveis: a conservao da gua na

    Bacia Hidrogrfica, a conservao nos Sistemas Pblicos de

    Abastecimento de gua e Esgotamento Sanitrio e a conservao nos

    Sistemas Prediais.

    As aes de conservao da gua nos Sistemas de Abastecimento

    de gua objetivam minimizar as perdas em tais sistemas. Conceitualmente,

    estas perdas podem ser referentes as representadas pela parcela no

    consumida de gua, ou seja as fsicas, e as perdas no fsicas, aquelas

    que correspondem gua consumida e no registrada. Conforme Borges(2003) podem ser de carter operacional ou por vazamentos, e ocorrem no

    trecho compreendido entre a captao de gua bruta e o cavalete da

    economia.

    Por sua vez, as prticas conservacionistas nos Sistemas de

    Esgotamento Sanitrio, envolvem a concepo do saneamento ecolgico.

    Segundo Gonalves (2006), o Eco-saneamento fundamenta-se na

    separao das diferentes formas de guas residurias nas suas origens e,

    atravs da reciclagem de gua e de nutrientes, promove a reduo no

    consumo de gua e energia em atividades de saneamento. Para Mancuso;

    Santos (2003) o reuso pode ser definido como o aproveitamento de guas

    anteriormente utilizadas, para atender demandas de outras atividades ou

    de seu uso original.

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    Quanto s aes de conservao da gua nos sistemas prediais,

    referem-se s prticas de gerenciamento do uso da gua nas edificaes.

    Tais prticas incluem o uso racional, atravs de: aparelhos

    economizadores de gua, das prticas de manuteno predial e da adoo

    de sistemas de medio setorizada para habitao coletiva. Aindacontempla o uso de fontes alternativas de abastecimento de gua para fins

    no potveis como: a gua cinza e a gua de chuva.

    Gonalves (2006) apresenta um modelo de gerenciamento com

    linhas diferenciadas para o suprimento de gua potvel e no potvel.

    Destacam-se as linhas de produo de guas residurias domsticas para

    fins no potveis:

    a) guas Negras: trata-se das guas residurias procedentes das

    bacias sanitrias, as quais apresentam em seu contedo fezes,

    urina e papel higinico;

    b) guas Amarelas: refere-se s guas residurias oriundas dos

    dispositivos processos separadores de urina e fezes, como os

    mictrios e as bacias sanitrias separadoras;

    c) guas Cinza: so as guas servidas, oriundas de pontos de

    consumo como os lavatrios, chuveiros, banheiras, pias de cozinha,

    mquinas de lavar roupas e tanques.

    Cumpre salientar que, nos sistemas prediais, prioritariamente

    aplicam-se as aes de uso racional para posteriormente, ento, adotarem-

    se as fontes alternativas de abastecimento.

    Ressalta-se que as fontes alternativas de gua, classificam-se como

    fontes opcionais gua potvel. Em se tratando de reciclagem das guas

    servidas e uso da gua de chuva, podem ser aplicadas para finalidades

    no nobres, como: descarga sanitria, descarga de mictrios, limpeza de

    ptios e veculos, irrigao de jardins, desde que devidamente tratadas.

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    5. REUSO DA GUA

    Segundo Borges (2003) Historicamente registram-se prticas de

    reuso referentes s antigas civilizaes, sobretudo na Grcia, onde os

    efluentes eram usados para irrigao nas agriculturas. No entanto,

    somente a partir do sculo XX surgiram as primeiras regulamentaes

    sobre o tema.

    A prtica do reuso se processa de forma direta, quando o efluente,

    aps tratamento utilizado no ponto de aplicao. Tambm pode ocorrer

    de forma indireta quando o efluente aplicado aps a passagem por um

    curso dgua. O reuso ainda pode ser planejado, quando atende s

    exigncias ambientais e sanitrias, sendo esta a forma mais adequada da

    sua aplicao. A Tabela 01 apresenta as principais formas de reuso e suas

    caractersticas.

    Por sua vez, nas reas urbanas o reuso est mais freqentemente

    associado reciclagem da gua nas edificaes, sejam elas residenciais

    ou industriais. Neste contexto, destaca-se a gua cinza, oriunda

    principalmente de chuveiros, lavatrios e mquinas de lavar, cujo emprego

    se aplica para fins no potveis. Entretanto, mesmo para usos no potveis

    a qualidade sanitria precisa ser garantida por meio de tratamento

    adequado.

    Uma pesquisa desenvolvida por Rose et al, (1991) revelou que

    organismos patognicos so liberados na gua do banho e da lavagem de

    roupas. Tambm, microrganismos patognicos podem estar presentes na

    gua da lavagem de alimentos crs como carnes e vegetais (Allos and

    Taylor,1998).

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    TABELA 01 : FORMAS DE RESO E SUAS CARACTERSTICAS.

    Formas de

    reuso

    Caractersticas

    Direto Uso planejado de esgotos tratados para certa finalidade

    como uso industrial, irrigao e gua potvel.

    Indireto Quando a gua, j utilizada, uma ou mais vezes para o

    uso domstico ou industrial, descartada nas guas

    superficiais ou subterrneas e utilizada novamente, mas

    de forma diluda.

    Planejado Quando este resultado de uma ao planejada e

    consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a

    ser usado.

    No

    planejado

    Caracterizado pela maneira no intencional e no

    controlada de sua utilizao.

    Potvel Com a finalidade de abastecimento da populao.

    No potvel Objetiva atender a demanda que tolera guas de

    qualidade inferior (Fins industriais, recreacionais,

    irrigao, descarga em vasos sanitrios, entre outros).

    Potvel

    direto

    O esgoto recuperado atravs de tratamento avanado e

    injetado diretamente no sistema de gua potvel.

    Potvel

    indireto

    O esgoto depois de tratado lanado nas guas

    superficiais ou subterrneas para diluio e purificao

    natural, objetivando uma posterior captao e tratamento.

    FONTE: Adaptado de MANCUSO; SANTOS (2003).

    Portanto, em face s elevadas concentraes de microrganismosencontrados na gua cinza, apresenta-se na Tabela 02, alguns dos

    principais riscos sade associadas presena de tais microrganismos.

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    TABELA 02 : FORMAS DE RESO E OS RISCOS SADE.

    Formas de

    ReusoRiscos Sade

    Agrcola

    Contaminao de culturas com organismos patognicos,

    contaminao direta de trabalhadores.

    RecreacionalContaminao de peixes e lagoas; doenas de veiculao

    hdrica; ingesto de contaminantes qumicos.

    Urbano No

    Potvel

    Conexo cruzada entre sistemas de gua potvel e de

    reuso; contato com gua recuperada utilizada para fins

    no potveis.

    FONTE: Adaptado de BORGES (2003).

    A definio do tipo de tratamento para a gua cinza deve considerar

    principalmente a grande variao de vazo em perodos curtos de tempo e

    a elevada biodegradabilidade. Os processos utilizados para tratar gua

    cinza so semelhantes aos utilizados em estaes de tratamento de esgoto

    sanitrio. Entretanto, cabe ressaltar que as exigncias quanto qualidade

    do efluente so muito superiores, sobretudo quando se trata de reuso em

    edificaes. Para produzir gua de reuso inodora e com baixa turbidez,

    uma estao de tratamento deve ser composta pelo menos, dos nveis

    primrio e secundrio de tratamento. Por outro lado, para se assegurar

    baixas densidades de coliformes totais e termotolerantes, o tratamento

    deve prever desinfeco e, portanto, fundamental o tratamento a nvel

    tercirio.

    A Universidade Federal do Esprito Santo UFES desenvolveu

    projeto de pesquisa contemplando os processos aerbios e anaerbios em

    srie, conforme fluxograma da Estao de Tratamento de gua Cinza

    ETAC, referente a um empreendimento hoteleiro, apresentado na Figura02.

    FIGURA 02 ETAC DESENVOLVIDA PELA UFESFONTE: GONALVES (2006)

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    Conforme Gonalves (2006), a ETAC composta de reator

    anaerbio compartimentado RAC, associado a um filtro biolgico aerado

    submerso FBAS. O polimento feito atravs de um filtro tercirio de tela

    FT e a desinfeco com pastilha de cloro. O autor relata ainda o trabalho

    desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina UFSC, emuma residncia unifamiliar, cujo sistema de tratamento composto de:

    caixa receptora de gua cinza, filtro de brita aerbio intermitente, uma caixa

    de passagem para desinfeco com cloro, um reservatrio de gua cinza e

    um tanque de mistura de gua cinza tratada e gua de chuva. A Figura 03

    mostra o fluxograma do sistema de tratamento.

    FIGURA 03 SISTEMA DE REUSO DESENVOLVIDO PELA UFSCFONTE: GONALVES (2006).

    As prticas de reuso da gua no Brasil relacionam-se de forma maisefetiva aos setores industriais e comerciais, haja vista as dificuldades

    estruturais de fiscalizao anteriormente citadas e ao incremento no custo

    final da edificao. Os setores acadmicos, de diferentes reas do

    conhecimento, tm se dedicado freqentemente s pesquisas sobre o

    reuso da gua nas edificaes, a fim de desenvolver tecnologias

    apropriadas para a implantao destes sistemas.

    6. APROVEITAMENTO DA GUA DE CHUVA

    A gua da chuva uma das formas de ocorrncia de gua na

    natureza e faz parte do processo de trocas do ciclo hidrolgico. As chuvas

    so fundamentais para a recarga dos rios, dos aqferos, para o

    desenvolvimento das espcies vegetais e tambm para carregar partculas

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    de poeira e poluio existentes na atmosfera. A qualidade das guas

    pluviais pode variar em relao ao grau de poluio do ambiente. Os

    requisitos de qualidade e segurana sanitria das guas pluviais esto

    diretamente relacionados com o fim a que se destinam.

    O aproveitamento da gua de chuva caracteriza-se por ser um

    processo milenar, adotado por civilizaes como Astecas, Maias e Incas.

    Tomaz (2003) relata que um dos registros mais antigos do aproveitamento

    da gua de chuva data de 850 a.C., referindo-se as inscries na Pedra

    Moabita, no Oriente Mdio, onde o rei Mesha sugere a construo de

    reservatrios de gua de chuva em cada residncia. O autor faz referncia

    ainda ao palcio de knossos na Ilha de Creta, onde h aproximadamente

    2000 a.C., a gua da chuva era aproveitada na descarga das bacias

    sanitrias.

    Assim sendo, o aproveitamento da gua da chuva refere-se a um

    sistema relativamente simples, que consiste na captao, filtragem,

    armazenamento e distribuio da gua que cai no telhado da edificao.

    Segundo Fendrich ( 2009) a tecnologia para o uso da gua da chuva

    nas edificaes a soma das seguintes tcnicas:

    a) coletar a gua que precipita no telhado;

    b) eliminar a gua do incio da chuva (descarte inicial);

    c) unidades de sedimentao, filtragem, tratamento e melhoria da

    qualidade da gua;

    d) armazenar a gua da chuva em reservatrios;

    e) abastecer aos locais de uso;

    f) drenar o excesso da gua da chuva, em caso de chuvas

    intensas;

    g) completar a falta de gua em caso de estiagem prolongada.

    Em se tratando de sistemas de aproveitamento da gua de chuva, a

    manuteno e higienizao dos equipamentos componentes de tal sistema

    so fundamentais para a preservao da qualidade da gua.

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    No obstante, ressalta-se que a superfcie de coleta da gua de

    chuva pode influenciar na qualidade da mesma, seja pelo material da

    superfcie ou devido substncias presentes em tais superfcies, como:

    fezes de aves e roedores, artrpodes e outros animais mortos em

    decomposio, poeira, folhas e galhos de rvores, revestimento do telhado,fibras de amianto, resduos de tintas, entre outros que ocasionam tanto a

    contaminao por compostos qumicos quanto por agentes patognicos

    (REBELLO, 2004).

    A Tabela 03, a seguir mostra alguns critrios nacionais e

    internacionais sobre qualidade da gua para fins no potveis.

    TABELA 03 CRITRIOS PARA USO NO POTVEL DA GUA

    ParmetrosNBR 15527/07

    BrasilEPA Austrlia Canad

    Coliformes

    Totais

    (nmp/100ml)

    Ausncia Ausncia - -

    Coliformes

    Termotolerantes

    (nmp/100ml)

    Ausncia Ausncia < 150 < 200

    Turbidez

    (ntu)

    < 2,0 p/ usos menos restritivos

    < 5,0 2 - 50

    Cor

    (Hz)< 15 uH - - -

    pH 6,0 a 8,0 p/ tubulao de aocarbono ou galvanizado

    6-9 6,5-8,5 6,5 8,5

    FONTE: Adaptado de: ABNT (2007);EPA (2004); AUSTRALIA (2000); CANADA (1992)

    Outro fator de relevada significncia diz respeito ao

    dimensionamento dos reservatrios de gua de chuva. A NBR 15527/07

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    sugere em seu Anexo A, alguns mtodos para o dimensionamento do

    reservatrio, entretanto, fica a critrio do projetista a escolha do mtodo

    que melhor se aplica a cada situao. Vale ressaltar a importncia de uma

    anlise holstica dos fatores que envolvem o aproveitamento da gua de

    chuva no dimensionamento do reservatrio. Devem ser considerados osaspectos hidrolgicos locais, o atendimento ao consumo, os aspectos

    sanitrios e tambm a sustentabilidade hdrica da bacia hidrogrfica.

    Armazenar grandes volumes de gua de chuva nas edificaes, por longos

    perodos de tempo, pode comprometer a segurana sanitria da gua

    armazenada e, ainda interferir no processo do ciclo do uso da gua na

    bacia hidrogrfica.

    Destacam-se algumas recomendaes de suma importncia na

    implantao de sistemas de aproveitamento da gua de chuva nasedificaes:

    a) a desinfeco da gua de chuva armazenada antecipadamente ao

    uso;

    b) a higienizao freqente do reservatrio de gua de chuva;

    c) a anlise da concepo do mtodo de dimensionamento, a fim de

    subsidiar a escolha mais adequada a cada situao,

    preferencialmente aqueles que contemplem a abordagem holstica

    do aproveitamento da gua de chuva contextualizada na

    sustentabilidade hdrica;

    d) a construo de sistemas independentes para gua de chuva e gua

    potvel a fim de evitar o risco de contaminao.

    Em estudo comparativo, desenvolvido por Giacchini et al (2009)

    entre alguns dos mtodos de dimensionamento propostos na NBR 15527,

    o mtodo de FENDRICH (2002) e o mtodo da Lei 10785/03 do municpio

    de Curitiba, observou-se a existncia de divergncia entre os resultados

    obtidos para o volume do reservatrio dimensionado atravs dos mtodos

    citados. Tal divergncia foi justificada em funo da diferena da natureza

    conceptiva de cada um dos respectivos mtodos. Os autores concluram

    que a incluso da anlise de critrios sanitrios, pode ser valiosa para o

    estudo do dimensionamento de reservatrios de sistemas de

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    aproveitamento da gua da chuva. A Tabela 04 apresenta as principais

    caractersticas de cada mtodo de dimensionamento supracitado.

    TABELA 1 CARACTERSTICAS DOS MTODOS DE DIMENSIONAMENTO.

    Mtodo CaractersticasLei

    10785/03

    Curitiba

    Fcil aplicao, no observncia de aspectos relativos precipitao

    pluviomtrica e as interferncias na bacia hidrogrfica.

    Fendrich

    (2002)Fcil aplicao, viso holstica da bacia hidrogrfica.

    Azevedo

    Neto

    Fcil aplicao, possibilidade de subjetividade na identificao dos

    meses de pouca chuva, no observncia de aspectos relativos s

    possveis interferncias na bacia hidrogrfica.

    Prtico

    Ingls

    Fcil aplicao, no observncia aos aspectos relativos

    sustentabilidade da bacia hidrogrfica.

    Prtico

    Alemo

    Fcil aplicao, no observncia de aspectos relativos s possveis

    interferncias na bacia hidrogrfica.

    FONTE: Adaptado de GIACCHINI AT AL (2009).

    Por sua vez, Rocha (2009) apresenta, na Figura 4, um esquema de

    sistema de aproveitamento da gua de chuva do Projeto Casa Eficiente

    desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina.

    FIGURA 4. ESQUEMA DE SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DA GUA DE CHUVA.FONTE: ROCHA (2009).

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    7. LEGISLAO E NORMATIZAO

    Com respeito ao reuso da gua, o Brasil ainda no dispe de

    normatizao tcnica especfica para os sistemas de reuso da gua. Em

    geral so adotados padres referenciais internacionais ou orientaes

    tcnicas produzidas por instituies privadas. Este um fator que tem

    dificultado a aplicao desta prtica no pas, pois a falta de legislao e

    normatizao especfica dificulta o trabalho dos profissionais. Ainda pode

    colocar em risco a sade da populao devido falta de orientao tcnica

    para a implantao dos sistemas de reuso das guas servidas e a

    respectiva fiscalizao de tais sistemas.

    Quanto aos sistemas de aproveitamento da gua de chuva, as

    diretrizes de projeto e dimensionamento esto prescritas na Norma

    Brasileira NBR, nmero 15527 - gua da Chuva Aproveitamento de

    coberturas em reas urbanas para fins no potveis, publicada em vinte e

    quatro de outubro de 2007 pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ABNT. Tal norma apresenta os requisitos para o aproveitamento da gua

    de chuva de coberturas em reas urbanas para fins no potveis. Portanto,

    a sua aplicao procede para usos no potveis em que a gua de chuva

    pode ser utilizada aps tratamento adequado. Quanto concepo do

    projeto do sistema de coleta da gua de chuva, este deve atender asnormas tcnicas, ABNT NBR 5626 e NBR 10844. Ainda deve constar o

    alcance do projeto, a populao ser atendida, a determinao da demanda,

    bem como os estudos das sries histricas e sintticas das precipitaes

    da regio (ABNT, 2007).

    Por sua vez, com respeito legislao, destaca-se a Lei 10785/03

    do Municpio de Curitiba 03 que instituiu o PURAE Programa de

    Conservao e Uso Racional da gua nas Edificaes. O programa prev

    a adoo de medidas que visam induzir a conservao da gua, atravs douso racional e de fontes alternativas de abastecimento de gua, nas novas

    edificaes. Tal programa foi criado com o intuito de sensibilizar os

    usurios sobre a importncia da conservao dos recursos hdricos

    (CURITIBA, 2003).

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    Entretanto, a regulamentao da referida Lei ocorreu atravs da

    aprovao do Decreto N 293, em 22 de maro de 2006 , o qual manteve a

    obrigatoriedade, para todas as novas edificaes, da captao,

    armazenamento e utilizao das guas pluviais oriundas da cobertura da

    edificao. Porm, com relao ao reuso das guas servidas se restringius edificaes comerciais e industriais com rea superior a cinco mil

    metros quadrados, fato este devido falta de normatizao dos processos

    e dificuldade de fiscalizao, supracitados.

    Cabe ressaltar que o PURAE, somente foi efetivamente implantado

    atravs da aprovao do Decreto N 212 de 29 de maro de 2007, o qual

    estabeleceu o novo Regulamento de Edificaes do Municpio de Curitiba e

    relacionou as exigncias para cada tipo de uso das edificaes (BEZERRA,

    2009).Observa-se ainda que, tal legislao, determina equaes

    diferenciadas, para o clculo do volume do reservatrio em edificaes

    residenciais, industriais e comerciais. Neste caso, alerta-se para a

    importncia da avaliao de fatores referentes s interferncias futuras, do

    armazenamento e uso da gua da chuva nas edificaes, no ciclo da gua

    na bacia hidrogrfica, inerentes a aplicao da lei que torna obrigatrio tal

    armazenamento e uso em todas as novas edificaes.

    No obstante, cumpre salientar a importncia de estudos

    aprofundados para a implantao de legislao referente a temas que

    envolvem questes tcnicas to especficas como o caso do reuso da

    gua e aproveitamento da gua de chuva. Assim sendo, apresenta-se a

    seguir algumas recomendaes referentes ao estabelecimento de

    legislao para sistemas de aproveitamento da gua de chuva pelos

    municpios:

    a) observao aos preceitos estabelecidos nas legislaes

    federais e estaduais, evitando o confronto com outras

    legislaes existentes;

    b) discusso do tema com os setores acadmicos e

    representativos dos profissionais da rea, para o devido

    embasamento tcnico e cientfico;

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    c) adequao e inter-relao com os planos diretores de

    drenagem urbana , gerenciamento de recursos hdricos e

    saneamento ambiental;

    d) Capacitao, orientao e estruturao dos rgos

    fiscalizadores responsveis;e) discusso com a sociedade para incentivar a participao

    desta na implantao e fiscalizao dos sistemas

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    8. CONCLUSO

    Os critrios de conservao da gua se apresentam como um

    caminho para a almejada sustentabilidade dos recursos hdricos. Neste

    contexto, o uso racional da gua nas edificaes e as fontes alternativas,aparecem como mecanismos de preservao e conservao deste recurso

    natural.

    O desenvolvimento de leis que estimulem tais prticas

    fundamental para a obteno do sucesso pretendido, entretanto

    necessria a observao aos aspectos tcnicos, sanitrios e ambientais,

    entre outros que envolvem o tema, sob o risco da formulao de

    legislaes inadequadas ou inexeqveis.

    Outro fator de suma importncia diz respeito fiscalizao, necessrio que paralelamente ao desenvolvimento de legislaes, sejam

    estabelecidos critrios e mecanismos de controle dos sistemas de uso e

    reuso da gua de forma a evitar riscos sade pblica e danos ao meio

    ambiente.

    Com relao implantao de sistemas de reuso da gua e uso da

    gua de chuva, cabe aos profissionais das reas de atuao especficas a

    responsabilidade quanto ao desenvolvimento de sistemas seguros do

    ponto de vista sanitrio e de abastecimento e que contemplem a

    preservao ambiental e a viabilidade econmica.

    Quanto aos sistemas de reuso das guas servidas, estes ainda so

    considerados de implantao complexa, a nvel de, edificaes

    residenciais, tanto em funo dos aspectos tcnicos quanto aos fatores

    econmicos, em virtude do custo de implantao e manuteno das

    estaes de tratamento.

    Por sua vez, o aproveitamento da gua de chuva caracteriza-se pela

    facilidade da composio do sistema, devido simplificao do tratamento,

    fato este que implica na reduo dos custos de implantao e manuteno.

    A associao de sistemas, de reuso das guas servidas e

    aproveitamento da gua de chuva apresenta-se interessante do ponto de

    vista da conservao da gua. O abastecimento de bacias sanitrias

    atravs das guas recicladas aponta para uma economia significativa de

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    gua potvel e ainda contribui para reduo do volume de esgoto gerado

    na edificao. Por outro lado, a aplicao da gua de chuva para usos

    externos da edificao, ou seja, a irrigao, limpeza de caladas, ptios e

    veculos, alm da economia de gua potvel propicia o retorno das guas

    pluviais para a bacia hidrogrfica, via sistema de drenagem urbana,reduzindo, assim, as interferncias em tal bacia.

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    REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 15527: guada Chuva Aproveitamento de coberturas em reas urbanas para fins nopotveis Requisitos. Rio de Janeiro, 2007.

    ALLOS, B. and TAYLOR, D. Campylobacter Infections. In: BacterialInfections of Humans. A. Evans (Editor). New york. 1998.

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    ENVIRONMENTAL PROTECTIONS AGENCY. Guidelines for reuse.Technology Transfer Manual, EPA/625/R-04/108 September 2004,Washington D C.

    FENDRICH, R. Aplicabilidade do armazenamento, utilizao einfiltrao das guas pluviais na drenagem urbana. Curitiba, 2002. 504f.Tese de Doutorado em Geologia Ambiental da Universidade Federal doParan, 2002.

    FENDRICH, R. Manual de Utilizao das guas Pluviais (100 ManeirasPrticas). Curitiba, Chain Editora. 2 Ed ampliada.190p. 2009.

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    GIACCHINI, M. ANDRADE FILHO, A.G. SANTOS, D.C. Estudo quali-quantitativo do aproveitamento da gua de chuva e seus efeitos na baciahidrogrfica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIASANITRIA E AMBIENTAL, 25. 2009, Recife, Brasil Anais... Recife: ABES,2009.

    GONALVES. R. F. Uso Racional da gua em Edificaes in PROSAB -Rede Cooperativa de Pesquisas. Rio de Janeiro: ABES, 2006.

    MANCUSO, P. C.S.; SANTOS, H. F. Reso de gua. Editora Manole. SoPaulo. 2003.

    REBELLO, G. A. O. Conservao da gua em edificaes: estudo dascaractersticas de qualidade da gua pluvial aproveitada eminstalaes prediais residenciais. 2004. 96 p. Dissertao de Mestradoem Tecnologia Ambiental do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas, SoPaulo, 2004.

    ROCHA, V. L. Validao do algoritmo do programa netuno paraavaliao do potencial de economia de gua potvel edimensionamento de reservatrios de sistemas de aproveitamento degua pluvial em edificaes. 166p. Dissertao de Mestrado emEngenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina, Forianpolis.2009.

    ROSE, J. B. G. SUN and GERBA, C.P. Microbial Quality andPersistence of Enteric Pathogens in Graywater from Various HouholdSources. Water Res. 25:37-42, 1991.

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    CURRICULUM

    Margolaine Giacchini

    Engenheira Civil e Consultora Ambiental

    Professora do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais CESCAGE

    Formao Profissional:

    Engenharia Civil Universidade Estadual de Ponta Grossa;

    Licenciatura em Cincias - Habilitao Matemtica Universidade Estadual

    de Ponta Grossa.

    Ps Graduao:

    Mestrado em Engenharia de Recursos Hdricos e Ambiental Universidade

    Federal do Paran.Especializao em Gesto Ambiental Universidade Estadual de Ponta

    Grossa;

    Contato: [email protected]

    Cursos e Palestras Ministrados:

    - Palestra Conservao da gua no Meio Urbano; Aproveitamento da gua

    de Chuva, Uso e Reuso da gua.

    -Curso Engenharia e Gesto Ambiental em Postos de Combustveis -

    Mdulo Recursos Hdricos.

    -Curso Aproveitamento da gua da Chuva NBR 15527/07.

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    ANEXOS

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    PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

    LEI N 10.785

    De 18 de setembro de 20031. Cria no Municpio de

    Curitiba o Programa de

    Conservao e Uso

    Racional da gua nas

    Edificaes PURAE

    A CMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO

    DO PARAN, aprovou e eu, Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

    Art. 1. O Programa de Conservao e Uso Racional da gua

    nas Edificaes PURAE,tem como objetivo instituir medidas que

    induzam conservao , uso racional e utilizao de fontes alternativas

    para captao de gua nas novas edificaes, bem como a

    conscientizao dos usurios sobre a importncia da conservao da

    gua.

    Art. 2. Para os efeitos desta lei e sua adequada aplicao, so

    adotadas as seguintes definies:

    I - Conservao e Uso Racional da gua - conjunto de aes

    que propiciam a economia de gua e o combate ao desperdcio

    quantitativo nas edificaes;

    II - Desperdcio Quantitativo de gua - volume de gua potvel

    desperdiado pelo uso abusivo;

    III - Utilizao de Fontes Alternativas - conjunto de aes que

    possibilitam o uso de outras fontes para captao de gua que no o

    Sistema Pblico de Abastecimento.

    IV - guas Servidas - guas utilizadas no tanque ou mquina de

    lavar e no chuveiro ou banheira.

    Art. 3. As disposies desta lei sero observadas na

    elaborao e aprovao dos projetos de construo de novas

    edificaes destinadas aos usos a que se refere a Lei n 9.800/2000,

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    inclusive quando se tratar de habitaes de interesse social, definidas

    pela Lei 9802/2000.

    Art. 4. Os sistemas hidrulico-sanitrios das novas edificaes

    sero projetados visando o conforto e segurana dos usurios, bem

    como a sustentabilidade dos recursos hdricos.Art. 5. Nas aes de Conservao, Uso Racional e de

    Conservao da gua nas Edificaes, sero utilizados aparelhos e

    dispositivos economizadores de gua, tais como:

    a) bacias sanitrias de volume reduzido de descarga;

    b) chuveiros e lavatrios de volumes fixos de descarga;

    c) torneiras dotadas de arejadores.

    Pargrafo nico. Nas edificaes em condomnio, alm dos

    dispositivos previstos nas alneas "a", "b" e "c" deste artigo, serotambm instalados hidrmetros para medio individualizada do

    volume de gua gasto por unidade.

    Art. 6. As aes de Utilizao de Fontes Alternativas

    compreendem:

    I - a captao, armazenamento e utilizao de gua proveniente

    das chuvas e,

    II - a captao e armazenamento e utilizao de guas servidas.

    Art. 7. A gua das chuvas ser captada na cobertura das

    edificaes e encaminhada a uma cisterna ou tanque, para ser utilizada

    em atividades que no requeiram o uso de gua tratada, proveniente

    da Rede Pblica de Abastecimento, tais como:

    a) rega de jardins e hortas,

    b) lavagem de roupa;

    c) lavagem de veculos;

    d) lavagem de vidros, caladas e pisos.

    Art. 8. As guas Servidas sero direcionadas, atravs de

    encanamento prprio, a reservatrio destinado a abastecer as

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    descargas dos vasos sanitrios e, apenas aps tal utilizao, ser

    descarregada na rede pblica de esgotos.

    Art. 9. O combate ao Desperdcio Quantitativo de gua,

    compreende aes voltadas conscientizao da populao atravs

    de campanhas educativas, abordagem do tema nas aulas ministradas

    nas escolas integrantes da Rede Pblica Municipal e palestras, entre

    outras, versando sobre o uso abusivo da gua, mtodos de

    conservao e uso racional da mesma.

    Art. 10. O no cumprimento das disposies da presente lei

    implica na negativa de concesso do alvar de construo, para as

    novas edificaes.

    Art. 11. O Poder Executivo regulamentar a presente lei,estabelecendo os requisitos necessrios elaborao e aprovao dos

    projetos de construo, instalao e dimensionamento dos aparelhos e

    dispositivos destinados conservao e uso racional da gua a que a

    mesma se refere.

    Art. 12. Esta lei entra em vigor em 180 (cento e oitenta dias)

    contados da sua publicao.

    PALCIO 29 DE MARO, em 18 de setembro de 2003.

    CASSIO TANIGUCHI

    PREFEITO MUNICIPAL