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Jornada Integrada de
Pesquisa e Pós-Graduação – JIPP 2017
16° Seminário de Iniciação Científica do CEFET/RJ (Graduação e Ensino Médio)
25 a 27 de outubro 2017
PIBIC Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação – DIPPG Departamento de Pesquisa – DEPEQ Coordenadoria de Pesquisa e Estudos Tecnológicos - COPET
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA – CEFET/RJ
Jornada Integrada de
Pesquisa e Pós-Graduação - JIPP 2017
5° Seminário de Pós-graduação do CEFET/RJ (Stricto Sensu e Lato Senu)
25 a 27 de outubro de 2017
REALIZAÇÃO
Coordenadoria de Pesquisa e Estudos Tecnológicos - COPET
i
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Ministro José Mendonça Bezerra Filho Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca Diretor-Geral Carlos Henrique Figueiredo Alves Vice-Diretor Maurício Saldanha Motta Diretoria de Ensino Gisele Maria Ribeiro Vieira Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação Pedro Manuel Calas Lopes Pacheco Departamento de Educação Superior Bernardo José Lima Gomes Departamento de Ensino Médio e Técnico José Claudio Guimarães Texeira Departamento de Pesquisa Luís Felipe Guimarães de Souza Coordenadores PPGSS Alessandro Rosa Lopes Zachi Alvaro Chrispino Diego Moreira de Araujo Carvalho Eduardo Ogasawara Maria Aparecida Martinez Roberto Carlos da Silva Borges Silvio de Barros
Presidente do CNPq Mario Neto Borges
ii
Pós-Graduação Stricto Sensu
A Pós-Graduação Stricto Sensu tem como finalidade precípua a ampliação da base do
conhecimento científico e a qualificação de pessoal, visando a atividade docente e as
atividades de Pesquisa e Desenvolvimento.
O CEFET/RJ possui oito programas de Pós-Graduação Stricto Sensu reconhecidos pela
CAPES.
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPCIC) Mestrado
Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Educação
(PPCTE) Mestrado e Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção e
Sistemas (PPPRO) Mestrado e Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPEEL) Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica e
Tecnologia de Materiais (PPEMM) Mestrado e Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Filosofia e Ensino (PPFEN) Mestrado Profissional
Programa de Pós-Graduação em Instrumentação Óptica e
Aplicada (PPGIO) Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-raciais (PPRER) Mestrado
Pós-Graduação Lato Sensu
Os Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu destinam-se à qualificação de profissionais,
nas áreas de conhecimento, afim com as atividades de ensino médio e técnico, graduação e
pós-graduação desenvolvidas pelo CEFET/RJ, dentro de uma perspectiva de educação
continuada. A Coordenadoria dos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (COLAT) tem por
objetivo executar a política de pós-graduação estabelecida pela DIPPG relativa aos Cursos de
Pós-Graduação Lato Sensu em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI).
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Sumário SIC01PG2017 1
Filosofia e ensino: a autonomia racional e a sociedade disciplinar
Marcio Daniel da Costa Nicodemos
João André Fernandes da Silva
SIC02PG2017 2
Inteligência ou sensibilidade: uma tensão historicamente construída pela filosofia
André Luís Borges de Oliveira
Eduardo Gatto
SIC03PG2017 3
Caracterização dos textos de Divulgação Científica inseridos em livros didáticos de Biologia
Pedro Henrique Ribeiro de Souza
Marcelo Borges Rocha
SIC04PG2017 4
As trilhas ecológicas: ambientes naturais para o Ensino de Ciências
José Renato de Oliveira Pin
Marcelo Borges Rocha
SIC05PG2017 5
As contribuições do teatro para o ensino das ciências no brasil
Barbara Doukay Campanini
Marcelo Borges Rocha
SIC06PG2017 6
Mapeamento do uso de trilhas para a educação ambiental no ensino em eventos e revistas da área.
Mylena Guedes Passeri
Marcelo Borges Rocha
SIC07PG2017 7
A divulgação científica para o publico infantil: analise da revista Ciência Hoje das Crianças de 2007 a 2016
Danielle Cristina Duque Estrada Borim
Marcelo Borges Rocha
ii
SIC08PG2017 8
O uso de filmes comerciais como recurso didático para o ensino de ciências
Amanda Berk
Marcelo Borges Rocha
SIC09PG2017 9
Análise da percepção ambiental de estudantes do Ensino Fundamental
Igor Leandro Alves de Carvalho
Marcelo Borges Rocha
SIC10PG2017 10
Investigando a relação de estudantes com museus e centros de ciência
Ana Helena Gonzalez
Marcelo Borges Rocha
SIC11PG2017 11
Aspectos da Biologia Celular em revistas de Divulgação Científica
Carlos Alberto Monerat
Marcelo Borges Rocha
SIC12PG2017 12
Decolonialidade e formação de identidades negras na Educação Básica:
Um estudo de caso do projeto EntreLivros
Heloise da Costa Silva
Carlos Henrique dos Santos Martins
SIC13PG2017 13
A produção de Subjetividade em Felix Guattari
ROGÉRIO DA SILVA BRUNELLI
Renato Noguera
SIC14PG2017 14
Pensando Filosofia e cinema
Carolina Romanazzi Freire
Rafael Mello
SIC15PG2017 15
O que pensam professores de ciências sobre a utilização de imagens no ensino fundamental
Natália Vinhosa Bruno
Sheila Cristina Ribeiro Rego
iii
SIC16PG2017 16
“Entre o drama da cadeia e a favela”:
A trajetória escolar de adolescentes e jovens negros/as em cumprimento de medida socioeducativa no distrito federal
Aline Pereira da Costa
Carlos Henrique dos Santos Martins
SIC17PG2017 17
O filósofo jogador nietzschiano: uma abordagem da noção de jogo no pensamento de nietzsche
Andre Meirelles da Fonseca
Eduardo Giglio Gatto
SIC18PG2017 18
Transversalidade da cultura - produção e narrativas: experiências de mulheres negras produtoras culturais
Simone Braz Batista
Elisângela de Jesus Santos
SIC19PG2017 19
O teatro negro como agente de transformação social
Lucila Clemente da Silva
Carlos Henrique dos Santos Martins
SIC20PG2017 20
Racismo e branquitude: os discursos da mídia televisiva e os atravessamentos da amabilidade artificiosa
Priscilla Teodósio Rosa
Talita de Oliveira
SIC21PG2017 21
O papel do estágio supervisionado do cap–ufrj na formação inicial do professor de ciências
Maria de Fátima dos Santos Galvão
Glauco dos Santos Ferreira da Silva
SIC22PG2017 22
O impacto do racismo na construção de identidade em jovens negros
Evelyn Dias Siqueira Malafaia
Carlos Henrique Martins
iv
SIC23PG2017 23
Pode o teatro do oprimido ser uma ferramenta em busca do letramento étnico-racial? Uma investigação cênica em uma escola de duque de CAXIAS/RJ
Carolina Angélica F. Netto
Talita de Oliveira
SIC24PG2017 24
A escola e o conceito de confissão de crimes contra a humanidade
Fábio Borges do Rosário
Talita de Oliveira
SIC25PG2017 25
Jovem, negro/a e favelado/a: antinegritude e projetos de vida em análise no Morro do Borel
Diego santos Francisco
Carlos Henrique Martins
SIC26PG2017 26
Unidade e representatividade: trajetórias de jornalistas negras no Rio de Janeiro
Andreia Coutinho
ROBERTO CARLOS DA SILVA BORGES
SIC27PG2017 27
A questão da cultura: um pensar a partir de Heidegger
Maria Aparecida de Castro Souza
Eduardo Augusto Giglio Gatto
SIC28PG2017 28
Desnudando a normalidade da identidade branca: a racializaçâo das pessoas brancas na academia
Laura Rose Brylowski
Roberto Carlos da Silva Borges
SIC29PG2017 29
Sintomas da branquidade: a ausência do branco nos estudos de raça brasileiros
Márcia Maria Santana Gonçalves
Roberto Carlos da Silva Borges
v
SIC30PG2017 30
Jongo e juventude da serrinha: educação popular através de identidades, culturas e tradições afro-brasileiras.
Evelyn melo da silva
Carlos Henrique dos Santos Martins
SIC31PG2017 31
Estética Negra e Poder
Marina Marçal
Roberto Carlos da Silva Borges
SIC32PG2017 32
Relações Étnico-Raciais e Práticas Educativas no Ensino Fundamental do Município do Rio de Janeiro: a Formação Continuada de Professores da Sala de Leitura e suas Narrativas
Samanta dos Santos Alves
Talita de Oliveira
SIC33PG2017 33
Liberdade e futebol: primeiras aproximações entre negros e o futebol no Brasil
Rodrigo Neres da Silva Mamede
Talita de Oliveira
SIC34PG2017 34
O jongo enquanto transmissão de saberes intergeracionais:
Um estudo etnográfico do grupo de jongo bindito cruz de mambucaba em Angra dos Reis, RJ
Angelo Marcio da Silva
Talita de Oliveira
SIC35PG2017 35
DO DESPEJO AO DESPIR: Carolina de Jesus e a percepção do feminino negro em uma sala de aula de Língua Portuguesa
Natalia de Moraes Romão da Silva
Maria Cristina Giorgi
SIC36PG2017 36
“Êsse crioulo vai longe”: representações discursivas de Tony Tornado na imprensa periódica brasileira dos anos 1970
Amanda Palomo Alves
Maria Cristina Giorgi
vi
SIC37PG2017 37
O caderno de orientação curricular da educação básica de Macaé e o racismo: uma análise dialógica
Sandra Cristina Brandão
Maria Cristina Giorgi
SIC38PG2017 38
As representações da Ciência e seu Ensino e suas implicações na construção do conhecimento científico no Ensino Fundamental: resultados de um estudo piloto
Dayvisson Luís Vittorazzi
Alcina Maria Testa Braz da Silva
SIC39PG2017 39
Matemática e representações sociais: análise de um estudo piloto com alunos educação básica
Tiêgo dos santos Freitas
Alcina Maria Testa Braz da Silva
SIC40PG2017 40
Reescrevendo as páginas do jornal: a repercussão das mídias negras digitais na mídia massiva no Brasil
Glaucia Almeida Reis Blanco
Maria Cristina Giorgi
SIC41PG2017 41
A ESCUTA SENSÍVEL COMO PRÁTICA PARA A TRANSFORMAÇÃO: Refletindo sobre discursos raciais de professores da educação infantil
Elayne Pinheiro Melo
Fabio Sampaio de Almeida
SIC42PG2017 42
O conflito político-institucional em trono do cabelo afro em ambientes militares
Isabela Vitória de Oliveira dos Santos
Fabio Sampaio de Almeida
SIC43PG2017 43
Silenciamento afro-hispânico em materiais de sistema apostilado de espanhol
Wallace Oliveira Modesto
Fabio Sampaio de Almeida
vii
SIC44PG2017 44
A importância da herança africana na cidade do Rio de Janeiro como Patrimônio Histórico Cultural: uma reflexão do Cais do Valongo e a Pequena “Grande” África
Jessica Silva Tinoco Gimenez
Marcele Linhares Viana
SIC45PG2017 45
Relações étnico-raciais no audiovisual publicitário: a construção de identidades nas relações dialógicas entre corpo-imagem-linguagem
Luana de Araujo
Fabio Sampaio de Almeida
SIC46PG2017 46
Da resistência à barbárie na educação de jovens e adultos: a capoeira filosófica como movimento de ensino-aprendizagem
João Paulo de Abreu e Silva Mendes
Maria Cristina Giorgi
SIC47PG2017 47
Desvelando a identidade de Dona Lucia: a construção de uma pesquisa sobre a mulher negra no Curso de Museologia da UNIRIO
Diogo Jorge de Melo
Samuel Silva Rodrigues de Oliveira
SIC48PG2017 48
“Professora, de que cor eu sou?”: Análise comparativa da construção de identidade afro entre os participantes do Programa Jovens Construtores no Brasil e nos Estados Unidos.
Cleide Maria de Mello
Mario Luiz de Souza
SIC49PG2017 49
Concursos de Beleza negra no Teatro Experimental do Negro: as mulheres em espaços de construção de identidades negras entre 1948 e 1950
Maybel Sulamita de Oliveira
Maria Cristina Giorgi
SIC50PG2017 50
Carolina Maria de Jesus: catando palavras para repensar conceitos
Heloísa Mazza Cossi
Maria Cristina Giorgi
viii
SIC51PG2017 51
Conhecendo Esperança Garcia: uma proposta de representatividade no Ensino de História
Thaís Silva Félix Dias
Maria Cristina Giorgi
SIC52PG2017 52
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES NEGRAS: uma revisão crítica da literatura
Sandra Maria Lisboa Verissimo
Maria Cristina Giorgi
SIC53PG2017 53
Questões étnico-raciais e o cinema nacional na escola: Propostas didáticas no âmbito da lei 13.006/04
Thayná Marracho Marques
Fabio Sampaio de Almeida
SIC54PG2017 54
“Ela é assim...”: o som e o silêncio da adolescente negra em sala de aula
Aline Divino de Mello
SIC55PG2017 55
Atravessamentos corporais: A dança e a representatividade negra no empoderamento de mulheres negras e de periferia.
Andreza da Silveira Jorge
Elisângela de Jesus Santos
1
SIC01PG2017
Filosofia e ensino: a autonomia racional e a sociedade disciplinar
Marcio Daniel da Costa Nicodemos PPFEN, [email protected]
João André Fernandes da Silva
Resumo
O filósofo alemão Immanuel Kant ao afirmar em sua obra Crítica da Razão Pura que “só é possível aprender a filosofar” chama a atenção para a questão de que o ensino de filosofia, além de proporcionar o acesso a conteúdos histórico-temáticos, deve proporcionar a capacidade de reflexão crítica autônoma ao estudante, ou seja, ele deixa claro que a filosofia é mais que uma disciplina escolar a ser estudada (com seus autores, obras, temas e problemas), ele deixa claro que a filosofia é, acima de tudo, uma atividade humana a ser praticada. Em outro texto bem conhecido de Kant, Resposta à questão: o que é esclarecimento?, isso fica ainda mais evidente quando ele diz que é o próprio sujeito quem deve por meio de uma decisão corajosa fazer uso de seu próprio pensamento de modo livre, ou seja, “servir-se de seu próprio entendimento sem a orientação de outrem”. É preciso ousar saber para sair de uma condição de menoridade auto-imposta e através de um esforço pessoal conquistar a liberdade da maioridade. Porém, como bem observou o filósofo francês Michel Foucault, há um problema de ambiguidade na proposta Kantiana: a conquista da autonomia é ao mesmo tempo um fato histórico e uma obrigação pessoal (o que estabelece uma dialética complicada entre o sujeito e a história), conduzindo-nos à questão sobre como compatibilizar a liberdade de pensamento do sujeito individual com a organização social e política coletiva? Essa questão fica ainda mais complicada se considerarmos a instituição escolar como uma instituição disciplinarizadora (com técnicas, instrumentos e procedimentos que visam vigiar, controlar e punir os corpos e o pensamento) ao mesmo tempo que abriga o ensino de filosofia que visa permitir a autonomia racional aos alunos. O objetivo desse trabalho é expor e explorar as possibilidades de resolução para essa situação paradoxal.
Palavras-chave: Ensino de Filosofia, Autonomia, Sociedade Disciplinar
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Epistemologia
2
SIC02PG2017
Inteligência ou sensibilidade: uma tensão historicamente construída pela filosofia
André Luís Borges de Oliveira PPFEN, [email protected]
Eduardo Gatto
Resumo
Ao longo de sua história, a filosofia já se definiu de diversas formas – ora mais precisas, beirando o conhecimento científico, ora menos preocupadas com a precisão e até em aproximação com a poesia. Entretanto, a riqueza e a complexidade dessa disciplina não são adventos do acaso; do contrário, convidam a pensar a proveniência do conhecimento filosófico como a conhecemos hoje. Para tanto, dirigimo-nos até Platão, na República, onde ele estabelece as quatro influências na alma. Lá ele discerniu hierarquicamente os procedimentos humanos desde as opiniões até o intelecto, colocando as experiências sensíveis num patamar inferior. A fim de fundamentar nossos achados, usaremos o filósofo supracitado, em diversas edições, adentraremos a língua grega com afinco, tanto em sua modalidade clássica, quanto bíblica, além do uso dos comentadores, p. ex. Erick Havelock e James Adam, e outros filósofos, e. g. Heráclito e Heidegger. A partir isso, contatamos toda uma geração de pensadores que adotou essa concepção maniqueísta e que, mais tarde, compreendeu a razão enquanto a roda mestra do homem e, consequentemente, da filosofia. Não obstante, notamos a formação de um pensamento que reconhece sua origem dicotômica e tenta refazer a ponte entre o inteligível e o sensível.
Palavras-chave: História da Filosofia, Platão, Racionalidade
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: História da Filosofia
3
SIC03PG2017
Caracterização dos textos de Divulgação Científica inseridos em livros didáticos de Biologia
Pedro Henrique Ribeiro de Souza PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
A utilização de textos de Divulgação Científica no Ensino de Ciências consiste em prática estimulada por diversos autores para contextualizar o conteúdo escolar e auxiliar na alfabetização científica e tecnológica. Voltada ao público não especializado, a Divulgação Científica articula discursos científico e didático, tornando-se um discurso próprio. Como objeto de pesquisa, os livros didáticos de Ciência e de Biologia são importantes objetos no contexto educacional, apresentando textos de Divulgação Científica, selecionados para diversificar suas fontes de informação. Este trabalho analisou 60 textos de DC, presentes em sete coleções didáticas de Biologia para o Ensino Médio. Para a análise, adotou-se como referencial teórico-metodológico a Análise do Discurso, pautando-se nas obras de Bakthin (1997), a respeito dos elementos que compõe os gêneros do discurso – conteúdo, temático, estilo verbal e construção composicional – e Zamboni (2001), a respeito dos traços de didaticidade, cientificidade e laicidade inerentes ao discurso da Divulgação Científica. Como resultados, houve um predomínio de textos com linguagem didática, fazendo uso de analogias e metáforas características da Divulgação Científica. A maioria absoluta dos textos sofreu processos de reelaboração discursiva, em especial de eliminação, e alteração no sentido das imagens. Com isto, ocorreram significativas distorções da visão de Natureza da Ciência dos textos, entendendo a Ciência como atividade dogmática, individualista e ahistórica. Compreende-se que os textos inseridos apresentam discurso híbrido, apresentando características didáticas e de Divulgação Científica, pois não há a intenção dos autores dos livros didáticos em transformá-los em textos didáticos. Conclui-se que é imprescindível a leitura destes textos pelos professores, de forma a identificar o grau de comprometimento da visão de Natureza da Ciência após a inserção no livro didático e discutir isto com os estudantes em sala de aula.
Palavras-chave: Divulgação Científica, livro didático, Natureza da Ciência
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
4
SIC04PG2017
As trilhas ecológicas: ambientes naturais para o Ensino de Ciências
José Renato de Oliveira Pin PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
Ao tomarmos a sociedade com o estilo de vida cada vez mais urbano, com hábitos intimamente ligados à produção e ao consumo de artefatos tecnológicos, encontramos no ensino escolar um processo que ainda seja capaz de estimular crianças, jovens e adultos a entrarem em contato direto com meios naturais florísticos pouco antropizados. As trilhas ecológicas presentes nesses ambientes aliam sensações individualmente produzidas, ao processo ensino-aprendizagem. Este trabalho tem por objetivo apresentar perspectivas em publicações internacionais que apontam as trilhas como espaços de vida, de interações entre os seres, e por conseguinte espaços dialógicos potenciais ao Ensino de Ciências. Para Adams (2015) utilizar espaços naturais abertos para ensinar Ciências é a chance de experimentar a ciência como um processo de descoberta, e não como um conjunto de fórmulas e fatos para memorizar. Os ambientes naturais da perspectiva de “class outdoors” (traduzidos na língua portuguesa como “salas de aula em ambientes abertos”) podem inspirar os grandes pensadores da próxima geração e, até certo modo, transformar os interesses da ciência. Broda (2007) ao discorrer sobre as potencialidades do Ensino de Ciências por meio de “class outdoors”, destaca como ambientes naturais pouco antropizados podem tornar-se uma extensão enriquecedora da sala de aula. Sem distinção entre ambientes rurais ou inseridos em contextos urbanos, esses locais materializam uma poderosa ferramenta sensorial: o ar livre. Se bem planejados e explorados, esses ambientes combinam teoria e prática promovendo conhecimento e preocupação com o meio ambiente, ganhos pessoais (cognitivo e afetivo) por meio de resolução de problemas e desafios, e focalização (centralidade) do tema ensinado. Considerando Adams (2015) e Broda (2007) corrobora-se o entendimento de que as trilhas ecológicas podem ser tomadas para a Educação Básica e Superior como espaços didático-pedagógicos relevantes, especialmente para o Ensino de Ciências.
Palavras-chave: Trilhas ecológicas, espaços naturais, Ensino de Ciências
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
5
SIC05PG2017
As contribuições do teatro para o ensino das ciências no brasil
Barbara Doukay Campanini PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
Ao longo dos anos a ciência vem sendo discutida através do teatro em muitos museus e centros de ciências. Contudo, essa arte também tem sido inserida nas escolas para abordar as questões científicas ganhando espaço na educação formal, sendo considerado “um veículo transmissor de conceitos científicos que (...)permite ampliar o espírito crítico e o exercício da cidadania” (MONTENEGRO et al, 2005, p.31 e 32). Para compor esse estudo realizou-se uma investigação que mostrasse as potencialidades do teatro científico para o ensino das Ciências Naturais. Foi realizada uma busca no período de 2012 a 2016 no banco de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES no qual se encontram disponíveis as pesquisas realizadas nas universidades públicas e privadas do Brasil. Os trabalhos encontrados foram selecionados por título, palavras chave e leitura dos resumos. Essa busca foi realizada com intuito de discutir como o teatro está sendo utilizado para o ensino de ciências e de que forma essas ações contribuem para o aprendizado dos alunos. Os trabalhos foram analisados à luz da Análise de Conteúdo por se tratar de um conjunto de técnicas de análise possibilitando verificar respostas em relação ao uso do teatro científico no Brasil (BARDIN, 1977). Foram encontrados 39 trabalhos, sendo 32 dissertações e 07 teses distribuídas entre as regiões Norte/Nordeste, Sul/Sudeste e Centro Oeste que discutiram este tema em suas pesquisas. Dessa forma foi possível observar o desenvolvimento no processo de ensino-aprendizagem em que os alunos consideraram que o uso do teatro torna a aula mais humanizada, despertando outro olhar para a ciência. Portanto, consideramos que o presente estudo contribuiu no sentido de problematizar o desafio de desenvolver o pensamento científico considerando o potencial do teatro para o ensino de ciências.
Palavras-chave: Teatro Científico, Ensino de Ciências, Divulgação Cientifica
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
6
SIC06PG2017
Mapeamento do uso de trilhas para a educação ambiental no ensino em eventos e revistas da área.
Mylena Guedes Passeri PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
Há décadas se discute sobre a gravidade da crise ambiental e civilizatória vivenciada,que ameaça constantemente a biodiversidade, o equilíbrio dos ecossistemas, o ambiente como um todo, incluindo, a qualidade de vida da população humana. Uma Educação Ambiental (EA) capaz de informar, sensibilizar e estimular ações, pode auxiliar na busca pela preservação e melhoria do ambiente. Dentre as estratégias para a promoção de uma EA, destaca-se a realização das trilhas. Inicialmente, elas serviam parao deslocamento de pessoas e materiais;ao longo da história passaram a ter outras finalidades como para caça, lazer e/ou aventura. As trilhasrepresentam oportunidades de contato e aproximação dos indivíduos com o ambiente natural, podendo atuar na sensibilização, na melhora da relação homem-naturezae na promoção de maiores esclarecimentos sobre o ambiente e as problemáticas socioambientais. Assim, são estratégias propícias à abordagem da EA em ambientes não formais de ensino. Neste trabalho, foram investigados trabalhos que abordassem o uso de trilhas para a promoção de uma EA no ensino, em especial no Ensino de Ciências, em revistas e anais de eventos da área de EA e de Ensino. Os objetivos incluíram identificar a abordagem de EA defendida, as finalidades da trilha, o público alvo de investigação no trabalho e se a trilha foi percorrida ou apenas relatada. Nos vinte e dois trabalhos analisados, observou-se a predominância de trabalhos alinhados à EA crítica, voltados para o público estudantil, com finalidade educativa e sendo exploradas nos trabalhos através de caminhada. Pretende-se, a partir da análise e discussão desse perfil, contribuir para um mapeamento das pesquisas com trilhas como instrumentos para a EA no Ensino de Ciências. Por fim, o presente estudo indica novos questionamentos sobre a prática docente, a pesquisa e a participação destes profissionais em eventos e publicações em revistas.
Palavras-chave: Trilhas Ecológicas, Educação Ambiental, Ensino
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
7
SIC07PG2017
A divulgação científica para o publico infantil: analise da revista Ciência Hoje das Crianças de 2007 a 2016
Danielle Cristina Duque Estrada Borim PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
Criada no ano de 1986, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a revista Ciências Hoje das Crianças (CHC) foi a primeira revista de divulgação científica infantil brasileira. Inicialmente surgiu como um encarte dentro da revista Ciência Hoje, anos depois, em 1990 passa a ter uma publicação independente, tendo o formato de revista. Desde sua criação, a CHC tem como um de seus objetivos “apresentar ao público infantil a ciência que é vivida por todos e que pode ser aprendida de maneira divertida” estimulando a curiosidade e possibilitando uma melhor compreensão dos fenômenos da ciência abordados em suas reportagens (SILVEIRA, 2010, p.74). Logo, a revista propõe promover uma aproximação entre cientistas, pesquisadores e o público infantil em geral, incentivando a busca pelo conhecimento científico por meio de ilustrações e experiências as quais podem ser realizadas pelas crianças. O objetivo do presente trabalho foi realizar uma análise documental dos artigos publicados na revista CHC, os quais tivessem como temática as palavras-chave lixo, reciclagem e coleta seletiva, no período de 2007 a 2016, sendo eles analisados sob a luz da Análise de Conteúdo. Foram encontrados 116 textos em que as palavras-chave aparecem entre os 110 fascículos analisados da revista. Formaram-se então categorias, tendo como alguns dos resultados: apesar de estar mais ligada a área ambiental, as palavras-chave selecionadas para esta pesquisa transitam em diversas áreas tornando-se assim um tema de cunho interdisciplinar; a revista estimula o hábito da leitura de seus leitores, trazendo uma grande variedade de sugestões de livros, além de filmes, peças de teatro e nos últimos anos, sites; 63 menções de atividades lúdicas e experimentos, utilizando-se de material recicláveis, as quais podiam ser desenvolvidas em áreas diversificadas: Artes, Ecologia/Meio Ambiente, Física, Química, Nutrição, Zoologia, Música, o que demonstra mais uma vez o caráter interdisciplinar da revista.
Palavras-chave: Divulgação Cientifica, Mídia Impressa, Educação Ambiental
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
8
SIC08PG2017
O uso de filmes comerciais como recurso didático para o ensino de ciências
Amanda Berk PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
O avanço da tecnologia vem transformando a sociedade em muitos aspectos. No âmbito educacional a busca pela motivação dos discentes e pela atenção dos mesmos em sala de aula se tornou um desafio. No intuito de melhorar essa relação determinadas alternativas estão sendo estudadas, dentre elas o uso de filmes comerciais em sala de aula. Nesse trabalho foi feito um levantamento em nove periódicos da área de ensino de ciências a fim de identificar quais filmes estão sendo utilizados ou sugeridos por docentes e pesquisadores da área de ensino. Dentro de um recorte temporal de 2005 a 2015 obtivemos a produção de 35 artigos que abordassem o uso de recursos audiovisuais para o ensino de ciências, dos quais 11 citavam o uso de filmes comerciais. Alguns desses artigos citavam mais de um filme para ser utilizado como recurso didático totalizando 31 obras cinematográficas nesse estudo. Analisando os filmes identificados podemos perceber que o ano de produção varia bastante desde 1968 com a produção mais antiga até 2013 com o filme mais recente, com destaque para o ano de 2009 com quatro filmes citados. Em termos de gênero o mais recorrente é o de ficção científica contando com 14 filmes do total. A origem dos filmes é majoritariamente dos Estados Unidos ressaltando a ausência da utilização de filmes brasileiros no ensino de ciências. Em termos de recorrência apenas os filmes Avatar e Jurassic Park foram citados em dois artigos diferentes demonstrando uma descentralização do uso de mesmas obras. Os artigos relatam a versatilidade dos filmes trabalhados e a capacidade de trabalhar temas e conteúdos diversos em diferentes disciplinas. Os autores apontam experiências positivas com respostas estimulantes por parte dos alunos. Percebe-se assim, o potencial dos filmes no contexto escolar visando o envolvimento maior dos discentes, contudo considera-se que o tema é pouco investigado na literatura, portanto recomendamos mais estudos abordando essa temática.
Palavras-chave: Recursos audiovisuais, Filmes, Ensino de ciências
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
9
SIC09PG2017
Análise da percepção ambiental de estudantes do Ensino Fundamental
Igor Leandro Alves de Carvalho PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
A percepção ambiental nada mais é que a tomada de consciência pelo homem ou o ato do mesmo perceber o ambiente que está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo. Por muitas vezes, o conceito de meio ambiente na educação é reduzido a temáticas ecológicas, deixando toda a complexidade, particularidade e importância do conceito de lado, configurando um possível erro na formação ambiental dos estudantes. No ambiente escolar, os educandos podem estabelecer ações transformadoras, pois está no processo de formação do sujeito, prática da cidadania. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar a percepção ambiental de estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental. A pesquisa foi realizada com 3 turmas do 6º ano do Ensino Fundamental, totalizando 87 alunos. A coleta de dados foi realizada através de aplicação de questionários. Os dados coletados foram analisados por meio da análise de conteúdo. Segundo Severino (2011), O questionário como conjunto de questões, sistematicamente articuladas, destina a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados com intuito de conhecer a opinião dos mesmos. Lakatos (2008) coloca como ferramenta relevante na coleta de dados o questionário, como conjunto de perguntas estruturadas que devem ser respondidas por escrito sem a interferência do pesquisador. Observou-se com os resultados que a percepção ambiental dos estudantes é diversificada. A visão de pertencimento ao ambiente é incorporada por muitos poucos educandos, e a grande maioria estabelece uma visão fragmentada e particularizada, o que impede uma compreensão plena do tema.Iniciantes do 2º segmento do Ensino Fundamental reconhecem a importância de preservação e cuidado com o meio ambiente e demonstraram inclinação a uma relação sustentável entre homem/natureza. Esse posicionamento, nos parece, facilitador para trabalhar atividades que propõem novas concepções e atitudes que superem a visão atual desses estudantes.
Palavras-chave: Percepção Ambiental, Meio Ambiente, Ensino de Ciências
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC10PG2017
Investigando a relação de estudantes com museus e centros de ciência
Ana Helena Gonzalez PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
A divulgação científica (DC) possui um papel primordial na democratização do acesso ao conhecimento científico.Por sua importância na educação científica,vem sendo desenvolvida em diversos espaços educativos, sendo os espaços não formais de ensino (ENF) relevantes nesse sentido. Dentre os ENF que se dedicam quase integralmente a DC, evidenciam-se os museus e centros de ciência. A presente pesquisa buscou investigar as relações que estudantes estabelecem com museus e centros de ciência. O conjunto de dadosfoi composto por 25 entrevistas individuais realizadas com estudantes em visita escolar a uma exposição científica. Os dados foram analisados através da metodologia da análise de conteúdo. A faixa etária dos estudantes variou de 10 a 17 anos de idade. Sobre a presença dos estudantes nesses espaços, os resultados revelaram que os estudantes estabelecem as seguintes relações com o espaço museal: ligado a escola, constituído pelo fato da escola ser muitas vezes o principal meio de acessar esses espaços; influenciado pela cultura familiar; e como atividade recreativa, podendo ser considerada um passeio emomento de lazer.Verificou-se que a escola possui um importante papel de aproximar os estudantes dessas instituições, assim como a influência do meio familiar como determinante para a formação do hábito e da cultura de ir a museus. Entretanto, os resultados apontam que museus voltados à ciência e centros de ciência não são os mais frequentados por esse público, tendo destaque, nesse sentido, os museus de história e artes. Assim, as expectativas que os estudantes afirmaram ter com um centro de ciências possuem algumas características que não se destinam a esses espaços, como a expectativa de ver coisas antigas ou assistir palestras. Por outro lado, foi verificada a tendência de associação dos centros de ciências com a possibilidade de aprendizado e de realização de experimentos, se aproximando dos propósitos e objetivos almejados por essas instituições.
Palavras-chave: divulgação científica, museu, centro de ciências
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC11PG2017
Aspectos da Biologia Celular em revistas de Divulgação Científica
Carlos Alberto Monerat PPCTE, [email protected]
Marcelo Borges Rocha
Resumo
O conhecimento de temas relacionados à Biologia bem como aqueles relacionados à Biologia Celular tem mostrado grande relevância em diferentes segmentos da sociedade, suscitando discussões éticas, econômicas e sociais. Neste contexto, a Divulgação Científica pode atuar como uma estratégia de aproximação entre estes conhecimentos e o público em geral, pois, segundo Valério e Bazzo (2006) esta deve ser compreendida como um instrumento a serviço da educação e das ciências. Como parte intrínseca da DC, as mídias impressas se propõem, de forma contextualizada e atual, utilizando uma linguagem simples, a aproximar estes conteúdos das pessoas, tornando compreensíveis muitos dos seus aspectos para diferentes perfis de público. Por esta razão, este trabalho busca mostrar como a Biologia Celular é retratada nas revistas de Divulgação Científica de grande circulação nacional. Como metodologia, esta investigação baseou-se em uma Pesquisa Descritiva, tendo seus dados analisados à luz da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2009), onde em um primeiro momento foi realizado um levantamento das revistas de maior circulação e que poderiam abordar temas relacionados à Biologia Celular em suas matérias, sendo por isto escolhidas as revistas Ciência Hoje, Galileu, Scientific American Brasil e Superinteressante. O período de análise foi de janeiro de 2011 a dezembro de 2015. Como resultado constatou-se que as revistas apresentaram uma quantidade considerável de reportagens, com um total de 601 textos. 46,1% das matérias apresenta destaque, sendo mostradas em reportagens de capa ou ocupando mais de uma página. Quase todos os textos apresentam interdisciplinaridade em suas abordagens. Esses resultados refletem a importância dada, pelos periódicos, à BC, se desdobrando em um material, que objetiva auxiliar o desenvolvimento de uma cultura científica, além das suas possíveis utilizações junto a professores de ciências e biologia, podendo ser alternativas úteis dentro de sala de aula.
Palavras-chave: Biologia Celular, Divulgação Cientifica, Ensino de Ciências
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC12PG2017
Decolonialidade e formação de identidades negras na Educação Básica:
Um estudo de caso do projeto EntreLivros
Heloise da Costa Silva PPRER, [email protected]
Carlos Henrique dos Santos Martins
Resumo
A pesquisa em curso pretende investigar como os processos de formação de identidade(s) negra(s) (MUNANGA, 2008) se dão com crianças negras de áreas periféricas, a partir de uma perspectiva decolonial (CASTRO-GOMEZ & GROSFOGUEL, 2007). Para isto, está sendo realizado um estudo de caso do Projeto EntreLivros, em uma escola da Rede Pública do Município do Rio de Janeiro. Este projeto tem base nos conceitos de Letramento Racial (FERREIRA, 2015) e na Afrocentricidade (ASANTE,1991; NOGUERA,2012) e parte da proposta pedagógica de positivação da imagem do negro, massacrada pelos mais diversos meios na sociedade, como as mídias e também pela escola. Surgido em setembro de 2014, tinha como objetivo principal a promoção da prática de leitura em escolas da Rede Municipal, com ocupação das Salas de Leitura. Foi desenvolvido em duas escolas do Complexo da Penha, ambas de séries iniciais do Ensino Fundamental. A partir de uma atividade realizada em novembro daquele ano, pelo Dia da Consciência Negra, trabalhou-se literatura afro-brasileira e questões ligadas à identidade negra, o que gerou grande surpresa ao se perceber que, embora as escolas atendam a um público majoritariamente negro, esta era uma questão vista de forma muito negativa pelos alunos. Assim, visando reverter este quadro, durante os anos seguintes, o foco passou a ser mais voltado para as discussões raciais. Após as atividades no ano de 2016, pode-se perceber diversas mudanças no cotidiano escolar com relação à temática racial. Assim, a partir da observação dessas mudanças - ainda que tímidas - no comportamento de todo o corpo da escola e de alguns indícios de uma nova maneira dos alunos pensarem a sua identidade, surgiu a presente pesquisa.
Palavras-chave: decolonialidade, identidade negra, educação básica
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Tópicos Específicos de Educação
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SIC13PG2017
A produção de Subjetividade em Felix Guattari
ROGÉRIO DA SILVA BRUNELLI PPFEN, [email protected]
Renato Noguera
Resumo
Vivemos um momento histórico onde a vida passa a ser permeada pelas máquinas e tecnologias como nunca havia acontecido antes. Com as grandes mudanças tecnológicas, principalmente após o século XX, foram introduzidas novas noções de espaço e de tempo, de entendimento do mundo à nossa volta e de novas formas de nos relacionarmos com o outro e com nós mesmos. Por conta disso, nos questionamos se a própria noção de sujeito também não sofreu mudanças, pois percebemos que as máquinas passaram a incidir a tal ponto em todas as formas de produção, pensamentos, enunciados, imagens, afetos etc., que nos questionamos se a subjetividade não está contaminada pela dependência das máquinas. Com isso, não se trata de pensar a subjetividade como uma dicotomia sujeito/objeto, mas uma subjetividade que é fabricada, modulada, consumida no campo social. Portanto, para Félix Guattari a “subjetividade não é passível de totalização ou de centralização no indivíduo”, nem mesmo pode ser considerada uma posse, mas uma produção incessante que acontece a partir dos encontros que vivemos com o “outro”. E aqui o outro pode ser compreendido como o outro social, além de outro como a natureza, os acontecimentos, as invenções etc. Quer dizer, aquilo que produz efeitos nos corpos e nas maneiras de viver. Esses efeitos difundem-se por meio de múltiplos componentes de subjetividade que circulam no campo social. O filósofo propõe uma subjetividade de “natureza industrial”, ao invés da ideia de sujeito defendida na tradição da filosofia e nas ciências humanas. Guattari defende, também, que a subjetividade é totalmente submetida à máquina. Portanto, ela acaba se tornando o objeto mais importante do atual domínio capitalista. Quer dizer, no sistema capitalístico, a produção se dá de forma industrial e em escala internacional. Ela se torna a matéria-prima da evolução das forças produtivas em suas formas mais desenvolvidas.
Palavras-chave: Guattari subjetividade capitalismo, ,
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Epistemologia
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SIC14PG2017
Pensando Filosofia e cinema
Carolina Romanazzi Freire PPFEN, [email protected]
Rafael Mello
Resumo
O trabalho a seguir pretende apresentar a entrada do cinema na escola como algo que supere a instrumentalização pedagógica dessa arte. Aqui, nos interessa investigar principalmente de que modo a produção cinematográfica pode colaborar de forma direta com a emancipação do sujeito, bem como de que forma o ensino da Filosofia pode se inserir nesse processo de maneira que se incentivem os educandos a produção de conhecimento filosófico. A discussão apresentada irá dialogar com Alain Bergala, Adriana Fresquet no que concerne a educação. Com Ranciére no que diz respeito à emancipação intelectual dos sujeitos e com Alejandro Cerletti e Danilo Marcondes no âmbito de entender o ensino da Filosofia como um problema filosófico.
Palavras-chave: Problema Filosófico, Ensino da Filosofia, Filosofia
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC15PG2017
O que pensam professores de ciências sobre a utilização de imagens no ensino fundamental
Natália Vinhosa Bruno PPCTE, [email protected]
Sheila Cristina Ribeiro Rego
Resumo
O presente estudo surgiu com o objetivo de testar o instrumento de entrevista que será utilizado na dissertação da autora, onde se buscou analisar como professores de ciências do ensino fundamental II usam imagens em suas aulas e o que pensam a respeito desta forma de linguagem. Através das entrevistas realizadas com cinco professores, buscamos compreender quais os materiais didáticos mais utilizados e os critérios para sua escolha, em que momentos e quais são os tipos de imagens mais usados para ensinar ciências. Com os resultados obtidos foi possível verificar que as imagens, tanto fixas como móveis, estão sendo muito utilizadas nas salas de aula, através dos livros didáticos, mas principalmente por meio das novas tecnologias, como projetores e computadores. Para os professores as imagens são uma ferramenta de extrema importância e necessidade para o ensino de ciências, tendo em vista que permitem facilitar a visualização dos conteúdos e conceitos que são trabalhos durante as aulas. Devemos destacar que, geralmente, os professores influenciam os alunos a produzirem este tipo de material, sendo as principais formas através de desenhos e cartazes. Um dado que chamou atenção foi o relato da pouca utilização do quadro negro/branco, o que demonstra que os professores estão cada vez mais optando pela utilização de novas tecnologias, o que permite imagens cada vez mais reais para os alunos, assim como imagens em movimento, que se aproximam muito da realidade. Com base nos resultados, considerou-se a metodologia adotada adequada à pesquisa. A mesma passa por melhorias e adaptações para atender de melhor forma aos questionamentos que são objetos de estudo do trabalho de dissertação em andamento.
Palavras-chave: Imagens, Ensino de ciências, Professores
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC16PG2017
“Entre o drama da cadeia e a favela”:
A trajetória escolar de adolescentes e jovens negros/as em cumprimento de medida socioeducativa no distrito federal
Aline Pereira da Costa PPRER, [email protected]
Carlos Henrique dos Santos Martins Resumo
O Brasil possui atualmente um dos mais altos índices de homicídios entre a população jovem do mundo e, em todas as unidades da federação, os jovens negros são as principais vítimas.O Atlas da Violência (2017), apontou que de cada 100 pessoas mortas no Brasil, 71 são negras e e que as chances de jovens pretos e pardos morrerem por homicídios são 147% maiores do que de jovens de outros grupos étnicos. O estudo indica ainda que o nível de escolaridade é um fator determinante para se identificar os grupos mais suscetíveis às mortes por homicídio, pois um jovem de 21 anos (idade de pico das mortes por homicídios) e com menos de sete anos de estudo tem 16,9 vezes mais chances de ter uma morte violenta do aquele que chega ao ensino superior. Contudo, a baixa escolaridade é uma constante para os envolvidos nas situações de violência (tanto vítimas quanto perpetradores), pois de acordo com o pesquisador Paulo Rangel (2015) em 2011 existiam no Brasil 19,8 mil (um ano depois esse número havia aumentado 40 % passando para 27 mil) adolescentes internados em unidades de execução de medida socioeducativa cujo perfil era de jovens em sua maioria negra, sem escolaridade e sem acesso a outras políticas públicas. Segundo o autor, 93,7 são do sexto masculino, 75% tem entre 16 e 18 anos, 60% são afrodescendentes e 52% cursaram entre o 5º e o 7º ano do ensino fundamental, ou seja, o perfil do preso no Brasil é em regra são de negros, pobres, analfabetos, alfabetizados funcionais e de pessoas com o ensino médio incompleto. Portanto, a presente pesquisa visa analisar, através de entrevistas semi-estruturadas e revisão bibliográfica, a trajetórias de vida de jovens negros que estejam cumprindo medida socioeducativas de internação do Distrito Federal. Pretendendo refletir sobre o impacto do racismo nas suas trajetórias de exclusão sócio-racial , incluindo o seu (não)acesso à política educacional, e a relação desses aspectos com cometimento de atos infracionais.
Palavras-chave: Jovens Negros 1 Medidas Socioeducativas 2 Exclusão Sócio-Racial 3, ,
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Política Pública e População
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SIC17PG2017
O filósofo jogador nietzschiano: uma abordagem da noção de jogo no pensamento de nietzsche
Andre Meirelles da Fonseca PPFEN, [email protected]
Eduardo Giglio Gatto
Resumo
Essa apresentação é parte da pesquisa que vem sendo desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Filosofia e Ensino do CEFET, campus Maracanã, cujo tema é a noção de jogo no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900). Mais precisamente, o trabalho que ora apresentamos constitui o capítulo um da dissertação de mestrado do programa supracitado. O ponto de partida da pesquisa é o pressuposto de que a ideia de jogo é um dos pontos cardinais da filosofia nietzschiana. Ela está presente em toda a obra de Nietzsche, desde os escritos da juventude até os do período tardio de sua maturidade. O capítulo está constituído por três partes. Primeiramente aduzimos a relação entre jogo e filosofia em geral, e, especificamente a relação com o pensamento de Nietzsche . Em seguida é apreciado o vínculo entre Nietzsche e Heráclito de Éfeso, filósofo grego do período pré-socrático, no que tange aos temas do jogo e devir na filosofia trágica do filósofo alemão. Por último, buscamos sustentar a principal hipótese do capítulo, a saber, que no pensamento do filósofo alemão constituiu-se o modelo do filósofo jogador que joga o jogo trágico da vida. Ao lado desse modelo de filósofo lúdico indagamos a possibilidade de visualizarmos nesse pensamento uma nova erótica que busca superar a erótica socrático-platônica. Portanto, o capítulo busca trazer à baila a importância do jogo tanto para o pensamento nietzschiano quanto para o conjunto da tradição filosófica ocidental, que contribuiu sobremaneira para a configuração da cultura do ocidente. Em tempos de grandes incertezas e de enormes desafios entendemos ser de bom alvitre a reflexão sobre o jogo e o lúdico em nossa cultura.
Palavras-chave: JOGO, LÚDICO, TRÁGICO
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Ensino-Aprendizagem
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SIC18PG2017
Transversalidade da cultura - produção e narrativas: experiências de mulheres negras produtoras culturais
Simone Braz Batista PPRER, [email protected]
Elisângela de Jesus Santos
Resumo
A transição do século XIX para o XX representou para o país algumas mudanças, desde o sistema político, antes Império para então República; econômico, de rural para urbano/industrial; e cultural, grande presença imigratória que influenciou em nossa paisagem simbólica. Um dos territórios que sente essas mudanças é a cidade do Rio de Janeiro, que após perder o título de capital do Brasil, passou por muito tempo em busca de seu lugar ao sol, e de lá para cá o lugar assumido por ela, capital dos grandes eventos, viu na cultura uma seara de referência e protagonismo para sustentar tal posto. A cidade agrega atualmente um grande volume de eventos que materializam diversas práticas culturais, sendo que parte delas trazem como referência as culturas africanas e afro-brasileiras. Essa agenda só se torna possível por um conjunto de profissionais que são responsáveis pela organização da cultura. Estes fazem parte de uma cadeia produtiva, formada por um sistema cultural complexo que segundo Rubim (2007), é formado por diversos setores, sendo um deles a “organização, legislação, gestão e produção da cultura”. A partir do produtor cultural, caminhamos nossa reflexão sobre as mulheres negras que atuam na produção cultural para relatar suas histórias e experiências, marcadas pela resistência e re-existência, liderança e empreendedorismo. Carregando em suas trajetórias criatividade e produção, formas para manter as suas histórias, culturas e identidades.Para direcionar tal análise nos apropriaremos dos estudos sobre o negro no pós-abolição, em especial para as mulheres negras (Guimarães, 2002); reflexões sobre o movimento organizado de mulheres negras e feminismos negros no Brasil (Moreira, 2007; Werneck, 2010; Carneiro, 2003); conceito de inteserccionalidade a partir dos operadores de raça e gênero (Crenshaw,1994); e por fim articulação de conceitos sobre a economia das trocas simbólicas pelo viés da cultura e criatividade (Fonseca).
Palavras-chave: Mulheres Negras, Produtoras Culturais, Economia criativa
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Economia dos Recursos Humanos
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SIC19PG2017
O teatro negro como agente de transformação social
Lucila Clemente da Silva PPRER, [email protected]
Carlos Henrique dos Santos Martins
Resumo
O conceito de Teatro Negro foi desenvolvido principalmente a partir da criação do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado em 1945 por Abdias do Nascimento. Um grupo teatral que se preocupava em trazer à cena, personagens negras não estereotipadas, realizando diversas montagens com textos dramáticos clássicos e autorais, rompendo com o fato de que os atores e atrizes negros e negras, apesar da competência, não eram convidados a integrar elencos de espetáculos, em outros grupos, caso não houvesse explícito nos textos dramáticos que a personagem a ser representada era negra. O movimento cultural do TEN não se limitava à esfera artística: seus integrantes nem todos eram artistas: muitos eram operários, empregadas domésticas, mas que viam no coletivo, uma possibilidade de pertencimento dentro de uma sociedade racista e segregadora. O TEN representou, inclusive, um espaço de formação para novos atores, atrizes e artistas que de outra forma não teriam espaço nos grupos de teatro naquele período. Além disso, inaugura na cena teatral brasileira um novo caminho para tantos outros grupos e coletivos de teatro negro que, inspirados em sua trajetória, desenvolveram suas pesquisas no mesmo campo. Logo, a proposta desta pesquisa é investigar a relação que existe entre a participação de jovens em grupos de teatro negro e o reconhecimento, nos mesmos, de suas identidades negras. Entendendo, com isso, de que forma o teatro pode contribuir para o rompimento da questão ideológica do racismo, que ainda pode ser obervada em nossa sociedade. A problemática surge a partir de uma experiência pessoal, com o grupo de teatro negro Caixa-Preta de Porto Alegre/RS, do qual fui integrante por quatro anos. Um período de muitas redescobertas e, principalmente, de conhecer-me como sendo uma mulher negra, assimilando as subjetividades que contemplam tal entendimento.
Palavras-chave: Juventude Negra, Identidade Negra, Teatro Negro
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Teatro
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SIC20PG2017
Racismo e branquitude: os discursos da mídia televisiva e os atravessamentos da amabilidade artificiosa
Priscilla Teodósio Rosa PPRER, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
A proposta inicial da pesquisa é problematizar a hipervalorização da branquitude e suas implicações na vida em sociedade, principalmente no que toca à condição de subalternização do povo negro. Faremos uma análise das questões raciais, na contramão dos estudos que tendem a manter seu foco na investigação do racismo através de uma perspectiva que tenha como ponto de conflito a negritude. Nosso corpus será um veículo da mídia televisiva, o quadro RJ-MÓVEL, transmitido pelo diário telejornalístico local RJ-TV, da Rede Globo de Televisão. Ancorados numa perspectiva de jornalismo colaborativo e/ou comunitário, no quadro são abordadas situações em que uma jornalista, juntamente com sua equipe, tenta mediar e solucionar problemas relativos à falta de infraestrutura em bairros da região metropolitana do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Analisaremos a construção do roteiro do quadro e sua inserção em meio à população negra e pobre, maioria das(os) residentes nestes locais e sobre as quais o programa se debruça, destinando suas investidas de caráter assistencialista. Como complemento de análise deste objeto, onde se observam outros modos de operar práticas de racismo e estabelecer lógicas de condutas civilizatórias, faremos uma leitura crítica também a respeito da postura da apresentadora, seus movimentos e dinâmicas de interação com a população local. Para tanto, serão levantados tópicos que suscitem outros modos de perceber os discursos e atividades do quadro, possibilitando um diálogo com as categorias de Fanon(1952) tratadas na obra "Pele Negra, Máscaras Brancas" - como, por exemplo, amabilidade artificiosa, primitivização do negro e a caricata espetacularização da negritude e da pobreza. Assim, interessa-nos refletir sobre estratégias que reexaminem o enaltecimento da branquitude, rompendo com o discurso midiático hegemônico que performa assistencialismo, produz e reproduz - entre outros modos de estereotipação - práticas racistas.
Palavras-chave: Racismo, Mídia, Branquitude
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
21
SIC21PG2017
O papel do estágio supervisionado do cap–ufrj na formação inicial do professor de ciências
Maria de Fátima dos Santos Galvão PPCTE, [email protected]
Glauco dos Santos Ferreira da Silva
Resumo
A formação prática do professor está entre as questões mais importante de educadores e pesquisadores. O estágio supervisionado é forma curricular de promover essa formação prática. No entanto, de acordo com a literatura e o relato dos docentes, o estágio não é realizado de maneira apropriada de forma que é compreendido pelos licenciandos apenas como uma burocracia a mais. Assim, este estudo pretende investigar como o estágio supervisionado, realizado em um ambiente entre universidade e escola que tem maiores possibilidades de colaborem, contribui para a formação inicial docente, analisando em que medida a escola atua no processo de tornar-se professor. O campo da pesquisa é o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo como sujeitos uma professora de prática de ensino, seu grupo de licenciandos do curso de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os professores regentes (supervisores de estágio) e a pesquisadora. A pesquisa, em desenvolvimento, é qualitativa com perspectiva socio-histórico-cultural tendo como principal referencial teórico-metodológico a Teoria da Atividade. A coleta de material para análise baseia-se em informações obtidas em entrevistas com os sujeitos da pesquisa e na observação participante das reuniões de orientação, realizadas entre os professores regentes e os licenciandos. Além disso, a análise documental do projeto de estágio da instituição pesquisada e dos trabalhos que serão produzidos pelo grupo de licenciandos ao final do ano letivo de 2017 também serão considerados como instrumentos de pesquisa. A nossa análise inicial aponta para características sugestivas de ambientes colaborativos de formação, como por exemplo, o planejamento do trabalho final da disciplina Prática de Ensino a partir de temas discutidos nas reuniões de orientação e a participação da professora da disciplina em algumas dessas reuniões.
Palavras-chave: Formação de professores, Estágio Supervisionado, Ensino de Ciências
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Ensino-Aprendizagem
22
SIC22PG2017
O impacto do racismo na construção de identidade em jovens negros
Evelyn Dias Siqueira Malafaia PPRER, [email protected]
Carlos Henrique Martins
Resumo
Este artigo tem como objetivo trazer contribuições para o campo do estudo do racismo, focado nas consequências psíquicas do mesmo em jovens negros, afinal trata-se de um tema relevante devido a sua pouca abordagem acadêmica. Visa ainda, entender como esta prática racista influencia a construção da identidade do negro. E o quanto os efeitos perversos do racismo podem adoecer fisicamente e subjetivamente uma parcela considerável da população. Para tanto, lanço mão da metodologia de revisão bibliográfica. Faço um percurso sócio histórico a partir da colonização, escravização e pós abolição, e o quanto o negro foi inferiorizado nesses processos. Finalizo questionando a influência dessa dinâmica na construção da identidade do negro.
Palavras-chave: Racismo, identidade, juventude negra
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Grande Área: Outros Área: Psicologia Sub-área: Psicologia Social
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SIC23PG2017
Pode o teatro do oprimido ser uma ferramenta em busca do letramento étnico-racial? Uma investigação cênica em uma escola de
duque de CAXIAS/RJ
Carolina Angélica F. Netto PPRER, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
Partindo do Teatro do Oprimido (TO), metodologia teatral criada por Augusto Boal, e de um movimento de mulheres difundido por Bárbara Santos - Rede Internacional Mada(g)dalena de Teatro das Oprimidas, o projeto de pesquisa “O Teatro do Oprimido como ferramenta de percepção e transformação da realidade de meninas negras” consiste em um processo de investigação cênica utilizando os jogos e técnicas teatrais do TO com meninas do 5º ano de escolaridade do ensino fundamental no município de Duque de Caxias. O objetivo é levar questões relacionadas a opressões vividas por esse grupo representativo à comunidade escolar para discussão e reflexão através da linguagem do Teatro. Segundo Augusto Boal, “o teatro é instrumento libertador de ações e visões. […] todo teatro é necessariamente político, porque políticas são todas as atividades do homem, e o teatro é uma delas.” (BOAL, 1980, p.1). O presente trabalho traz relatos de minha percepção como pesquisadora na entrada em campo, tendo como desafios: o recorte de gênero e a dificuldade encontrada no recorte de raça; a proposta metodológica de uma pesquisa-ação-ativista; e a trajetória teatral que se desenha nesta pesquisa em andamento a partir de suas sujeitas e o que elas querem dizer. Alinha-se a isso a ideia de que não há fazer despretensioso, não há neutralidade na proposta desta pesquisa: há um objetivo evidente de educar as futuras gerações para relações étnico-raciais sadias. Unindo a metodologia de Boal ao conceito de letramento de Magda Soares, onde leitura e escrita são práticas compreendidas em sua função social, investigamos o uso do TO como mais uma ferramenta de linguagem para letrar-se nas questões étnico-raciais, partindo do cotidiano e das vozes de quem se letra: os alunos - assim como defendiam Paulo Freire (“Quem, melhor que os oprimidos…?”) e Abdias do Nascimento com o Teatro Experimental do Negro, entregando todos os meios de produção teatral nas mãos dos oprimidos, os negros.
Palavras-chave: Letramento, Teatro do Oprimido, Educação
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
24
SIC24PG2017
A escola e o conceito de confissão de crimes contra a humanidade
Fábio Borges do Rosário PPFEN, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
Exploro neste trabalho as condições da Escola, especialmente do ensino de Filosofia, como local de investigação e confissão do racismo como uma aporia, como impedimento do estabelecimento pleno da democracia e, neste sentido, resgato a memória da Escravidão, da Shoah e do Apartheid como eventos hostilizantes da raça, da singularidade e cujas profissões são um ato performativo que anuncia que a superação de seus efeitos e o compromisso com a não repetição apontam caminhos que possibilitem a democracia por-vir. Argumento que somente na democracia por-vir a promessa de superação dos efeitos do racismo acontecerá. Nesta trajetória, identifico como interlocutor Jacques Derrida. Encontro neste filósofo pistas para a compreensão da temática e da emergência da luta contra o racismo. Explicito na obra derridiana como o autor investigou e compreendeu a Escravidão, a Shoah e o Apartheid como crimes contra a humanidade e apontou o racismo como uma ameaça à democracia liberal.
Palavras-chave: Ensino de Filosofia, Desconstrução, Racismo
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Ensino-Aprendizagem
25
SIC25PG2017
Jovem, negro/a e favelado/a: antinegritude e projetos de vida em análise no Morro do Borel
Diego santos Francisco PPRER, [email protected]
Carlos Henrique Martins
Resumo
Este trabalho tem por objetivo elencar os subsídios para a construção de um recorte para análise, a partir da construção do sujeito da pesquisa. Estabelecendo como parâmetros basilares para a análise a formação da favela carioca no imaginário social; o/a jovem negro residente nestes espaços e seus processos de construção de um projeto de vida, o objetivo desta pesquisa é avaliar os impactos do racismo anti-negro na interação desses jovens na sociedade carioca a fim de se estabelecerem para além dos limites das favelas onde residem.
Palavras-chave: Antinegritude, Juventude Negra, Favela
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Sociologia Sub-área: Sociologia Urbana
26
SIC26PG2017
Unidade e representatividade: trajetórias de jornalistas negras no Rio de Janeiro
Andreia Coutinho PPRER, [email protected]
ROBERTO CARLOS DA SILVA BORGES
Resumo
Refletir sobre racismo, exclusão e discriminação de corpos negros nos remete à inúmeras discussões cada vez mais relevantes e necessárias às agendas e aos contextos sociais pelos quais transitamos. Este trabalho se propõe à investigação de trajetórias de jornalistas negras atuantes em mídias do Rio de Janeiro. O que nos faz pensar não apenas no papel midiático, mas também em quem são os atores sociais que atuam como pontes de transmissão de informação e conhecimento para a sociedade. O objetivo principal é analisar narrativas de histórias de vida e, sobretudo, do fenômeno do racismo – como um fator que pode ou não restringir o acesso e os espaços ocupados por essas mulheres negras ao longo do desenvolvimento de suas carreiras. Nesse sentido, trabalharemos, então, conceitos teóricos de raça, racismo, interseccionalidade, gênero e branquidade no campo da comunicação social, no mercado de trabalho e no estudo específico dessas profissionais. Destacamos a interseccionalidade como instrumento analítico para se compreender os elementos explícitos e implícitos na problemática em questão. Nosso foco de pesquisa é mapear os cruzamentos (e interligações) das vulnerabilidades desse grupo, na compreensão de como as trajetórias, entre suas similaridades e diferenças, trazem dados significativos obtidos no campo. Para trilhar esse caminho, utilizamos a metodologia de análise de narrativas orais a partir da perspectiva do estudo de caso – um método qualitativo de análise onde qualquer unidade social é tomada como representativa da totalidade, ou seja, o problema da representatividade pode, então, ser cumprido pela unidade.
Palavras-chave: mulheres negras, jornalismo, intersecconalidade
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Grande Área: Outros Área: Comunicação Sub-área: Comunicação Visual
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SIC27PG2017
A questão da cultura: um pensar a partir de Heidegger
Maria Aparecida de Castro Souza PPFEN, [email protected]
Eduardo Augusto Giglio Gatto
Resumo
Este artigo faz parte da pesquisa de dissertação de mestrado em andamento no PPFEN-CEFET/RJ, na qual o cerne é a alfabetização poética de crianças em fase de apropriação da língua portuguesa em seu suporte escrito. A alfabetização é crucial em nossa sociedade ocidental contemporânea, por isso imensa atenção recebe o índice alarmante de fracasso na conquista deste processo, de modo a ser comum o dito de que, desprovidos do alfabeto, permanecemos alijados do fazer cultural em plenitude. Sendo assim, este trabalho intenciona colocar em questão a cultura buscando uma ultrapassagem desde o que a palavra apresenta por seu léxico cotidianamente tomado, em direção ao que diz respeito ao homem como ente e o que lhe sustenta como tal. Desta forma buscamos caminhar a partir do que propõe Heidegger ao apresentar-nos o ‘habitar poético’ da ‘Terra em correspondência com o Mundo’. É neste habitar que o acontecimento poético do real, em correspondência com o homem, não é obscurecido pela marca dominante da atualidade, chamada pelo autor de ‘essência da técnica moderna’. Assim, o que é ao homem doado permanece no dom do recolhimento e da colheita concedidos pela linguagem. Portanto, pensar a alfabetização neste caminho é negar que ela seja um instrumento para a objetividade do fazer cultural que considera o homem como sujeito de todas as coisas, e ao mesmo tempo também negar o homem como objeto em um processo que apenas procura atender a um modo de operação cultural que dispõe tudo sob a égide do consumo.
Palavras-chave: Cultura, Alfabetização Poética, Essência da Técnica Moderna
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Sub-área: Epistemologia
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SIC28PG2017
Desnudando a normalidade da identidade branca: a racializaçâo das pessoas brancas na academia
Laura Rose Brylowski PPRER, [email protected]
Roberto Carlos da Silva Borges
Resumo
Este trabalho em andamento pretende investigar as maneiras com que pesquisadoras(es) brancas(os), aos estudarem branquidade, podem contribuir para o debate racial. Entendemos que o poder hegemônico da branquidade faz com que a pessoa branca não reconheça seu pertencimento racial, já que na sociedade esse grupo é tido como “modelo de normalidade” e “ideal de humanidade”. Assim, pretendemos refletir sobre quais circunstâncias podem levar uma pessoa branca a perceber sua raça e seu lugar de privilégio estrutural nas relações raciais—o que identificamos como um processo de ‘racialização’—chegando, inclusive, a estudar a branquidade. No entanto, o nosso objetivo com esta pesquisa vai além de como as pessoas brancas, nas suas individualidades, aproximam-se dos assuntos relativos ao racismo e à branquidade. Buscaremos entender se os fatores políticos, econômicos e sociais contribuem para a racialização da pessoa branca. Temos, como hipótese inicial, a ideia de que o ingresso de estudantes negras e negros nas universidades públicas, depois da implementação das cotas raciais, tenha acarretado um impacto nesse sentido. Para realizar a pesquisa, escolhemos cinco pesquisadores que tratam da branquidade como tema principal no seu mestrado ou doutorado, e que se autodeclarem branca(o). Analisaremos suas dissertações/teses e realizaremos entrevistas semiestruturadas, provocando questões que ilustrem seu processo de racialização, as causas que os moveram a estudar a branquidade e seu engajamento político. Usamos como aporte teórico principal os autores: Stuart Hall [1995] e Kabengele Munanga [2012] para ponderar os conceitos de raça e racismo e as pesquisadoras Maria Aparecida Silva Bento [2014] e Liv Sovik [2009] para entender as ações da branquidade no Brasil. Por fim, a pesquisa pretende trazer novas reflexões sobre o campo dos estudos da branquidade, o processo de racialização da pessoa branca, e o(s) impacto(s) do aumento de pessoas negras em posições de poder na sociedade.
Palavras-chave: branquidade, estudos da branquidade, processo de racialização
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Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas Área: Sociologia Sub-área: Fundamentos da Sociologia
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SIC29PG2017
Sintomas da branquidade: a ausência do branco nos estudos de raça brasileiros
Márcia Maria Santana Gonçalves PPRER, [email protected]
Roberto Carlos da Silva Borges
Resumo
Embora o termo “relações raciais” explicite algo em torno das interações entre as chamadas raças humanas, algum modesto exame verificará que estudos sobre a questão estão, na ampla maioria das vezes, relacionadas ao negro na sociedade. Até certo tempo, “os negros e seus problemas” pareciam estar isolados em si, estanques em sua própria negrura, o centro enfim ao redor do que orbitam quase todas as temáticas relacionadas à raça. Considera-se que estudos raciais cujas abordagens se iniciam e se encerram na pessoa negra podem ser sintomas de um fenômeno: a branquidade. Neste artigo nos interessa, portanto, uma releitura das relações de raça em que a centralidade desta temática estará pautada na pessoa branca e no que esta condição se converte em privilégios no meio social. Para tanto, analisaremos de que maneira, e em que medida, a pessoa branca é “desaparecida” de alguns estudos dos mais eminentes estudiosos da questão racial no Brasil. Com este intuito, analisaremos, brevemente, passagens pontuais de obras com esta temática de dois dos mais aclamados cientistas sociais brasileiros, Florestan Fernandes e Luiz de Aguiar da Costa Pinto. Por outro lado, verificaremos de que forma a propalada condição de nação mestiça do Brasil impacta ou não no exercício da branquidade.
Palavras-chave: branquidade, racismo, raça
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Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas Área: Comunicação Sub-área: Comunicação Visual
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SIC30PG2017
Jongo e juventude da serrinha: educação popular através de identidades, culturas e tradições afro-brasileiras.
Evelyn melo da silva PPRER, [email protected]
Carlos Henrique dos Santos Martins
Resumo
O presente trabalho tem como finalidade principal demonstrar “como o jongo se insere no processo formativo da educação popular e cultural da juventude do Morro da Serrinha”. Essa proposta encontra, como ponto de partida, as pesquisas abordadas no trabalho de conclusão de curso, que discorreu sobre “a construção da identidade cultural e de resistência dos moradores da Serrinha, a partir do Grêmio Recreativo Império Serrano”. Sendo o jongo tradicionalmente um ritmo/dança dos “mais velhos”, as práticas na Serrinha inovaram esse cenário, levando o jongo aos “mais novos” - a juventude negra -, para o jongo não se acabar. O jongo é um ritmo Africano, vindo de Angola pelos negros Bantos, que foram brutalmente escravizados pelos portugueses e trazidos para o Brasil. Nesse sentido, a educação popular afro-brasileira cumpre um papel de expressiva relevância social. Uma vez que, se realiza no cotidiano da comunidade, propiciando desenvolvimento regional, social e até mesmo econômico, através de práticas familiares, culturais e educativa, mesmo que não passando pelo processo de escolarização, ou seja, realizando-se de maneira informal ou não-formal . Esta pesquisa terá como processos metodológicos a revisão bibliográfica sobre as categorias centrais, pesquisas documentais, relatos locais, experiências etnográficas, observação participante e entrevistas semi-estruturadas.
Palavras-chave: Jongo, Juventude Negra, Educação Popular Afro-Brasileira
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Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas Área: Serviço Social Sub-área: Sociologia Urbana
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SIC31PG2017
Estética Negra e Poder
Marina Marçal PPRER, [email protected]
Roberto Carlos da Silva Borges
Resumo
Esse trabalho se refere à minha pesquisa acadêmica como mestranda do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER). A palavra lawyer, em inglês, não apresenta indicativo de gênero e significa, de forma resumida, pessoa que pratica a lei. No Brasil, ao traduzirmos essa palavra de forma literal e descontextualizada, involuntariamente, pensamos em uma figura masculina de pele branca e é quase sempre assim que acontece quando imaginamos um profissional que atua em um espaço de poder. A partir da minha experiência como mulher negra e advogada e da narrativa de outras mulheres negras que conheci atuando no Poder Judiciário, faço uma reflexão sobre quando o conjunto corpo-cabelo pode ser tomado como expressão de identidade negra em espaços hegemonicamente brancos como os Tribunais do Rio de Janeiro. Diante da construção do imaginário brasileiro sobre as características físicas étnico-raciais das pessoas que circulam nos tribunais, busco compreender como esses elementos podem ser vistos pelo outro como específicos de uma representação de estética negra e quais as consequências da presença negra feminina e protagonista ali. Para tanto, a discussão tem aporte teórico na tese de doutorado de Nilma Lino Gomes sobre corpo e cabelo, a partir da análise da professora em salões étnicos; na obra de Frank Wilderson em “Biko and The Problematic of Presence” - Biko e a Problemática da Presença, em livre tradução para o português – e na autobiografia da ativista Assata Shakur para refletir sobre como corpo e cabelo podem ser lidos como sinônimo de resistência à ideologia de embranquecimento.
Palavras-chave: Cabelo, Identidade, Adovagadas Negras
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Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas Área: Direito Sub-área: Antropologia das Populações Afro-Brasileiras
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SIC32PG2017
Relações Étnico-Raciais e Práticas Educativas no Ensino Fundamental do Município do Rio de Janeiro: a Formação Continuada de Professores
da Sala de Leitura e suas Narrativas
Samanta dos Santos Alves PPRER, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
Refletir sobre os temas “formação de professores”, “diversidade étnico-racial” e “prática pedagógica” tem sido uma ação recorrente em minha trajetória profissional. Pensar em quais aspectos a formação continuada dos professores pode dar subsídio para o professor reflexivo, interferindo frente as suas práticas pedagógicas, diante da abordagem étnico-racial, é de suma relevância no cenário educacional brasileiro. Deste modo, faz-se necessária uma análise acerca da importância da preparação dos professores para lidar com a questão, uma vez que a ausência dessa preparação contribui para a reprodução do racismo no espaço escolar. A formulação da Lei 10.639/2003 apresenta uma perspectiva concreta, de construção de uma sociedade mais justa e democrática, que valorize e viabilize uma educação menos eurocêntrica, e mais inclusiva, em todos os níveis. No entanto, a escola ainda não conseguiu efetivamente promover e sustentar práticas e estratégias de enfrentamento que dessem conta da superação do racismo e da discussão sobre a diversidade étnico-racial e os processos que envolvem a formação continuada de professores. Desta forma, é de meu interesse analisar a formação continuada de professores das Salas de Leitura - espaço com vasto material com a temática étnico-racial - oferecida na rede pública do município do Rio de Janeiro, a fim de mapear o lugar ocupado pela discussão sobre a educação para as relações étnico-raciais no seu interior. A diversidade étnico-racial, a identidade e cultura negras são consideradas como questões pedagógicas que todos devemos discutir? Ou ainda são vistas como “um problema dos negros”? Nessa conjuntura, torna-se oportuno indagar em que medida as formações continuadas em educação para as relações étnico-raciais estão proporcionando aos professores das Salas de Leitura, a oportunidade de refletir sobre as diferenças étnico-raciais no contexto escolar, desmistificando a visão de que a nossa sociedade é homogênea e com igualdade democrática.
Palavras-chave: Formação continuada, Relações étnico-raciais, Narrativas docentes
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC33PG2017
Liberdade e futebol: primeiras aproximações entre negros e o futebol no Brasil
Rodrigo Neres da Silva Mamede PPRER, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
Este artigo apresenta os passos iniciais do que virá a ser a pesquisa para a dissertação de mestrado que realizarei sobre as narrativas construídas sobre os técnicos negros de futebol no Brasil pela mídia especializada no esporte. Nesta primeira amostra, pretendo fazer a relação entre a conjuntura brasileira no último século do período escravista e do pós abolição com a chegada do futebol em nosso país. Pretendo mostrar, mesmo que de forma inicial, que o ambiente brasileiro no século XIX, que culminou na abolição da escravatura assinada pela Princesa Isabel em 13 de Maio de 1888, na consequente entrada dos negros outrora escravizados na sociedade brasileira e na intensificação dos esforços em manter o status quo que sustentava a hierarquia social estabelecida durante os anos após a chegada dos Portugueses no Brasil, tem estreita relação com as medidas de exclusão dos negros do futebol brasileiro, apesar das crenças difundidas, principalmente, por Gilberto Freyre (1936), de que os negros – assim como os pardos e mestiços – tinham vantagens em relação aos brancos nos jogos e torneios, o que caracterizaria a ascensão de negros, pardos e mestiços e um prato cheio para a afirmação do mito da democracia racial.
Palavras-chave: Escravidão, Abolição, Futebol
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC34PG2017
O jongo enquanto transmissão de saberes intergeracionais:
Um estudo etnográfico do grupo de jongo bindito cruz de mambucaba em Angra dos Reis, RJ
Angelo Marcio da Silva PPRER, [email protected]
Talita de Oliveira
Resumo
O jongo é uma forma de expressão afro-cultural brasileira que envolve dança, percussão de tambores, canto e lembranças. Remete também às tradições e reverências aos antepassados, envolto em elementos simbólicos da cultura do povo negro, herdado dos africanos da língua bantu tirados de sua terra natal e escravizados na região sudeste do Brasil, sendo transmitido e mantido pelos mais velhos através da oralidade e da tradição familiar de geração para geração. Nesse contexto, o tema desta pesquisa está relacionado a buscar compreender, através de um estudo etnográfico, os saberes do jongo transmitidos nas relações intergeracionais do grupo de jongo Bindito Cruz de Mambucaba, localizado no município de Angra dos Reis, região da Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro. Elegemos como problema de pesquisa: como as relações intergeracionais do jongo Bindito Cruz contribuem na transmissão e manutenção desta prática afro-cultural na comunidade de Mambucaba? Como objetivo principal de estudo, buscamos identificar no jongo Bindito Cruz elementos das relações intergeracionais na transmissão dos saberes enquanto um patrimônio cultural imaterial familiar, através de sua narrativa, trajetória e contexto dos jongueiros e jongueiras. O desenho metodológico de nossa pesquisa está dividido em dois momentos: uma pesquisa bibliográfica documental para contextualização do Jongo e do território onde está localizado o Bindito Cruz; e, na segunda etapa, um estudo etnográfico, de abordagem qualitativa, a fim de conhecer o grupo de jongo. Além disso, nos pautamos nos pressupostos da história oral para análise das falas e demais registros. Por fim, nas considerações finais, buscaremos estabelecer uma análise dialógica entre os dados empíricos e os dados bibliográficos que nos permita levantar hipóteses da importância das relações intergeracionais no jongo Bindito Cruz enquanto patrimônio familiar e cultural brasileiro.
Palavras-chave: Jongo, Intergeracionalidade, Etnografia
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC35PG2017
DO DESPEJO AO DESPIR: Carolina de Jesus e a percepção do feminino negro em uma sala de aula de Língua Portuguesa.
Natalia de Moraes Romão da Silva PPRER, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
Nesta apresentação temos como objetivo retratar um primeiro momento de nossa pesquisa em andamento. Nela pretendemos discutir a construção de identidades femininas negras positivas através dos discursos de um grupo de meninas negras que estão cursando o Ensino Fundamental II em uma escola privada em Campo Grande, RJ, por meio da realização de oficinas que terão como base a obra “O quarto de despejo” da escritora Carolina Maria de Jesus. Nossos objetivos específicos são:fomentar a discussão sobre a positivação das identidades negras femininas e promover práticas do ensino de Língua Portuguesa que contribuam com abordagens identitárias positivas do feminismo e da negritude. Entendendo o poder de intervenção da linguagem (Rocha, 2014, 2016), buscamos também analisar a construção discursiva de identidades femininas negras por meio das falas das alunas, com base nas propostas de Bakhtin (2016, 2017) e Maingueneau (2013).
Palavras-chave: feminino negro, sala de aula de Língua Portuguesa., linguagem intervenção
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC36PG2017
“Êsse crioulo vai longe”: representações discursivas de Tony Tornado na imprensa periódica brasileira dos anos 1970
Amanda Palomo Alves PPRER, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
O projeto de pesquisa “Êsse crioulo vai longe: representações discursivas de Tony Tornado na imprensa periódica brasileira dos anos 1970” tem como objetivo investigar algumas representações do cantor e compositor brasileiro, Tony Tornado, presentes nos discursos produzidos pela imprensa periódica de nosso país, no início da década de 1970. Para tanto, tomaremos como fontes singulares de pesquisa os discursos produzidos pelas revistas semanais “Amiga” (Rio de Janeiro, editora Bloch); “Fatos e Fotos” (Rio de Janeiro, editora Bloch); “Manchete” (Rio de Janeiro, editora Bloch); “Intervalo” (São Paulo, editora Abril); “Aconteceu” (São Paulo, Rio Gráfica e Editora) e “Veja” (São Paulo, editora Abril). Elegemos, também, o Jornal “O Globo”. Conjecturamos que esse material oferece visibilidade para a questão das relações raciais em nosso país haja vista a repercussão e os acontecimentos decorrentes do V Festival Internacional da Canção, realizado na cidade do Rio de Janeiro em 1970, que geraram muita polêmica em torno do cantor e compositor brasileiro, Tony Tornado. Assim, durante a realização de nossa pesquisa, buscaremos refletir sobre as seguintes questões: quais ideais e representações sobre Tony Tornado são perpetuados por parte da imprensa periódica brasileira do início dos anos 1970? Seria mesmo o Brasil, o país da democracia racial? Ou as distinções raciais estavam muito bem demarcadas naquele período? Cumpre destacarmos, por fim, que utilizaremos a análise do discurso como um importante referencial teórico e metodológico.
Palavras-chave: imprensa periódica dos anos 70, análise do discurso, representações discursivas cantores negros
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC37PG2017
O caderno de orientação curricular da educação básica de Macaé e o racismo: uma análise dialógica
Sandra Cristina Brandão PPRER, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
A conjuntura social, política e econômica que se apresenta na contemporaneidade, as relações étnico-raciais que se estabelecem e as desigualdades entre branco(a)s e não brancos(a)s nos diversos setores do Brasil, nos apontam a necessidade, de estudos e pesquisas com perspectivas teórico metodológicas que favoreçam o desenvolvimento de estratégias direcionadas ao atendimento das necessidades emergentes, principalmente no âmbito educacional. Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo principal compreender se/como as práticas pedagógicas das equipes gestoras da educação básica da cidade de Macaé, norteadas pelos documentos legais, dos órgãos reguladores da educação municipal (Secretaria Municipal e Conselho de Educação) dialogam e atuam para contribuir no trabalho com as relações étnico-raciais. Como dialogam com o racismo existente na sociedade. O estudo pretende fazer uma análise dialógica das marcas discursivas existentes nos documentos, com vista a educação antirracista e emancipatória, como também promover o debate sobre a importância dos gestores no ensino da temática, possibilitando que o trabalho docente aconteça de forma interdisciplinar, buscando entender como estas práticas são articuladas com a realidade e contexto dos alunos. Pensamos que o resgate e respeito à diversidade cultural do nosso País, valorização do Continente Africano e sua influência na construção da sociedade Brasileira, podem propiciar a ressignificação da visão historicamente construída sobre a cultura afrodescendente, colaborando assim para o processo de transformação do cenário de desigualdades e segregação vivenciados por estes povos, observado, ainda nos dias de hoje, em nossa sociedade. O referencial teórico tem como orientação conceitos sobre, filosofia da linguagem e práticas dialógicas de M. Bakhtin (2014), exclusão, inferiorização e racialização de K. Munanga (2013), educação antirracista e emancipatória e Eliane Cavalleiro (2001), Rosa Maria B. Fischer (2003), dentre outros.
Palavras-chave: Educação antirracista, dialogismos, Macaé
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC38PG2017
As representações da Ciência e seu Ensino e suas implicações na construção do conhecimento científico no Ensino Fundamental:
resultados de um estudo piloto
Dayvisson Luís Vittorazzi PPCTE, [email protected]
Alcina Maria Testa Braz da Silva
Resumo
Transformações no âmbito social e diferentes elaborações teóricas relacionadas à psicologia da aprendizagem sempre influenciaram o ensino de Ciências. Por esses créditos, pesquisas tendem a considerar as estruturas do conhecimento do aluno, do professor e da própria Ciência, a fim de sinalizarem caminhos para uma formação científica que permita ao indivíduo sua efetiva participação em assuntos relacionados à Ciência e à Tecnologia. Nesse contexto, estudos de representações sociais têm caráter relevante visto que permitem tratar da produção de conhecimentos, por meio de interações sociais, destinados a explicar o mundo que nos cerca. A presente pesquisa apresenta os resultados preliminares de um estudo piloto que objetiva conhecer as representações sociais da Ciência e seu Ensino compartilhadas por professores de Ciências que atuam no Ensino Fundamental em um município do ES e discutir suas possíveis relações com a construção do conhecimento científico. Os procedimentos de coleta e análise partiram de princípios plurimetodológicos aplicados à pesquisas de representações sociais: a aplicação de um questionário a três professores com questões abertas e itens para evocação livre de palavras foi utilizada para a coleta dos dados; e o uso das técnicas de Análise de Conteúdo, com suporte do Atlas.ti, e do tratamento das evocações permitiram a inferência de resultados. Por meio da leitura incipiente dos termos evocados (a partir do cruzamento da ordem e frequência) e dos textos produzidos foi possível sinalizar a existência de representação estruturada em elementos conceituais, procedimentais e atitudinais do Ensino de Ciências. A Ciência é representada como meio de produção de conhecimentos verdadeiros e seu caráter positivo é bastante acentuado. A identificação dessas representações pretende contribuir nas reflexões sobre como esses professores concebem e praticam o Ensino de Ciências e sinalizar suas implicações no processo de elaboração do conhecimento científico.
Palavras-chave: Ensino de Ciências, Ensino Fundamental, Representações Sociais
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Tópicos Específicos de Educação
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SIC39PG2017
Matemática e representações sociais: análise de um estudo piloto com alunos educação básica
Tiêgo dos santos Freitas PPCTE, [email protected]
Alcina Maria Testa Braz da Silva
Resumo
A utilização da Teoria das Representações Sociais tem sido frequente em diversas áreas de conhecimento, principalmente no campo da Saúde e da Educação. No campo educacional diversas investigações têm sido realizadas com a utilização da referida teoria, visando identificar e analisar diversas representações apresentadas por diferentes coletivos sociais (professores, alunos, gestores, demais membros da comunidade escolar, pais de alunos, etc). No presente trabalho objetivamos apresentar os dados de um estudo piloto desenvolvido com alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio, pesquisa exploratória, em duas escolas públicas paraibanas. Esse estudo é uma parte inicial de nossa pesquisa de doutorado junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Educação (PPCTE) do CEFET – RJ. Na qual possuímos como objetivo principal analisar as representações sociais construídas acerca da matemática e seu ensino para subsidiar a ação docente na identificação das dificuldades de aprendizagem em matemática. Teoricamente e metodologicamente far-se-á uso da Teoria das Representações Sociais, desenvolvida por Serge Moscovici (1961), em conjunto com a Teoria do Núcleo Central (Abric,1976). O levantamento de dados será realizado em dois grupos sociais: alunos da Educação Básica e por professores de Matemática, com dados verbais e não-verbais, distribuídos em três momentos: 1. questionários pilotos aplicados a alunos e professores (etapa explorada nesse trabalho); 2. questionários do estudo em definitivo, elaborados e aplicados após a análise dos dados do estudo piloto; 3. entrevistas semiestruturadas com professores e alunos das três séries pesquisadas, após os momentos um e dois. A análise dos dados se dará de forma quali-quantitativa e será feito uso do programa Evocation 2005 (Ensemble de programmes permettant l´analyse des evocations) para a elaboração dos quadros de quatro casas e do software IRAMUTEQ para elaboração da árvore de similitude.
Palavras-chave: Representações Sociais., Estudo Piloto., Educação Matemática.
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Tópicos Específicos de Educação
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SIC40PG2017
Reescrevendo as páginas do jornal: a repercussão das mídias negras digitais na mídia massiva no Brasil
Glaucia Almeida Reis Blanco PPRER, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
Nas últimas décadas, o debate da questão racial no Brasil foi além da militância do movimento negro e avançou no âmbito acadêmico e midiático. A adoção de políticas de ações afirmativas e o surgimento de novos coletivos de juventude no campo do ativismo negro impactaram a valorização da identidade negra no Brasil e a luta antirracista. Paralelamente, verificou-se também o aparecimento de canais online independentes, ativistas da questão racial: as mídias negras digitais. Esses veículos estão dando um novo corpo ao papel que a imprensa negra vem desempenhando desde o século XIX no Brasil, rompendo com a perpetuação de estereótipos sobre o negro e com o silenciamento e apagamento das pautas negras utilizado como recurso discursivo no jornalismo da mídia massiva. Esses canais marcam a transição de uma esfera pública monopolizada pelos grandes grupos midiáticos para o surgimento de uma “nova esfera conversacional pós-massiva” (LEMOS, 2009), marcada pelo aparecimento de novas mídias horizontais e mais dialógicas. Sendo o meio digital ainda um lugar de exclusão no Brasil, a pesquisa discute o papel que as mídias negras cumprem na democratização do direito à comunicação, na construção de uma agenda discursiva anti-racista na sociedade e na construção de pautas contra-hegemônicas na mídia massiva. Partimos da hipótese central de que há o surgimento de janelas para veiculação de pautas e vozes silenciadas no jornalismo da mídia massiva em consequência de um contra-agendamento de discursos produzidos nas mídias negras na internet. A partir de uma perspectiva discursiva a pesquisa investiga como esses discursos de resistência advindos das mídias negras na internet conseguem influenciar ou deslocar a agenda discursiva dos meios tradicionais, ainda que sob pressão, e de que maneira isso vem ocorrendo no contexto midiático brasileiro.
Palavras-chave: mídias negras digitais, contra-agendamento, análise do discurso;
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC41PG2017
A ESCUTA SENSÍVEL COMO PRÁTICA PARA A TRANSFORMAÇÃO: Refletindo sobre discursos raciais de professores da educação infantil
Elayne Pinheiro Melo Lato Sensu, [email protected]
Fabio Sampaio de Almeida
Resumo
Neste trabalho propomos realizar uma pesquisa-ação com o intuito de levantar concepções acerca das questões raciais existentes nos discursos dos professores de um espaço de desenvolvimento Infantil. Partindo de uma metodologia de conversas com roteiro guiado, gravadas e posteriormente transcritas, realizaremos algumas análises dos discursos e possíveis reflexões acerca das concepções existentes, identificando ausências e permanências, mudanças e transformações nos discursos. São objetivos: a) realizar levantamento de concepções acerca das questões raciais; b) analisar os discursos surgidos; c) construir algumas possíveis reflexões sobre a temática das relações étnico-raciais; d) elencar algumas categorias de análise e colocá-las em diálogo; e) construir encontros com as temáticas surgidas nos discursos; f) refazer a conversa com roteiro guiado para identificar possíveis mudanças nos discursos; g) construir compreensões acerca do meu local de trabalho e colegas de trabalho; h) contribuir para a desconstrução dos discursos racistas. Os conceitos de marcas linguísticas e enunciado (Bakhtin, 1997; Fiorin, 2002; Maingueneau, 2001) e linguagem-intervenção (Rocha, 2005), além dos estudos sobre identidades (Castells, 1999; Munanga, 1987, 2012), espaço escolar e identidades negras (Cavalleiro, 2003; Gomes, 1996, 2003) e negritude (Munanga, 1987, 2012) auxiliam na compreensão das relações entre discursos e práticas/ações, visto que a realidade é construída pelas interações discursivas. E, a partir dessas interações, é que compreendemos a relevância deste trabalho: o entendimento de que uma escuta atenta contribui positivamente para a desconstrução e transformação de discursos racistas.
Palavras-chave: Discursos racistas, Educação infantil, Práticas discursivas e identidades
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC42PG2017
O conflito político-institucional em trono do cabelo afro em ambientes militares
Isabela Vitória de Oliveira dos Santos Lato Sensu, [email protected]
Fabio Sampaio de Almeida
Resumo
Este trabalho tem como objetivo discutir o conflito político-institucional em torno do uso de cabelo afro e as normas do Sistema Colégio Militar do Brasil (SCMB). Para isso, serão analisados os comentários realizados em uma postagem de Facebook que publiciza três relatos anônimos de alunas que experienciaram, direta ou indiretamente, o racismo capilar. Submetidos à Análise do Discurso, esses comentários nos permitirão: a) perceber como os posicionamentos políticos dos internautas estão ou não relacionados a questões étnico-raciais; b) identificar e desconstruir discursos racistas que porventura existam nas interações; e c) entender como os preceitos do militarismo afetam as identidades de indivíduos que possuem cabelos afrotexturizados. Embasam esta discussão, assim, estudos relativos a identidade capilar negra (Gomes, 2002; Santos, 2012), identidades (Castells, 1999; Munanga, 1987, 2012), espaço escolar e identidades negras (Cavalleiro, 2003; Gomes, 1996, 2003), e marcas linguísticas e de enunciado (Bakhtin, 1997; Fiorin, 2002; Maingueneau, 2001). Espera-se que os resultados da pesquisa em tela promovam reflexões, debates e propostas para o diálogo entre a estética do cabelo negro e as prescrições inerentes à realidade do militarismo brasileiro.
Palavras-chave: Cabelo afro e identidade, Discursos racistas, Militarismo
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Lingüística Aplicada
43
SIC43PG2017
Silenciamento afro-hispânico em materiais de sistema apostilado de espanhol
Wallace Oliveira Modesto Lato Sensu, [email protected]
Fabio Sampaio de Almeida
Resumo
O ambiente escolar, como sabemos, é um dos primeiros espaços de interação social e, por isso, um dos principais ambientes de formação da identidade social e individual do ser, podendo auxiliar na promoção de uma constituição identitária libertadora ou opressora. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho monográfico visa refletir acerca da importância da africanidade nos materiais didáticos utilizados no sistema particular de ensino e destinados à práxis dos professores de língua espanhola. Procura, também, observar como o olhar intercultural e a representatividade de forma imagética ou discursiva do alunado negro se acham desenvolvidos, inicialmente, nas apostilas do Sistema PEC de Ensino. Para tanto, utilizar-se-ão como base teórica os estudos de Walsh (2009), referentes ao interculturalismo crítico, à descolonização de mentes e aos fundamentos dos currículos; as considerações de Munanga (2005), ao pensar a escola como viés de perpetuação do racismo e de estereótipos vinculados à negritude; e as ponderações de Silva (2005), no tocante à presença do negro nos materiais didático-pedagógicos. A construção monocultural e estereotipada pode, deve e precisa ser desconstruída na sala de aula, pois há, neste âmbito, infinitas possibilidades de ampliar os conhecimentos dos discentes e despertar-lhes o auto-reconhecimento (Walker, 2012), imprescindível para que possam reagir eticamente aos ataques introjetados pela cultura dominante e seus representantes em sua forma de ser, comportar-se e pensar.
Palavras-chave: Africanicade, Material didático de espanhol, Interculturalismo crítico
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC44PG2017
A importância da herança africana na cidade do Rio de Janeiro como Patrimônio Histórico Cultural: uma reflexão do Cais do Valongo e a
Pequena “Grande” África
Jessica Silva Tinoco Gimenez Lato Sensu, [email protected]
Marcele Linhares Viana
Resumo
Este trabalho busca explorar a importância na construção do espaço urbano como uma referência da identidade cultural, histórica e social dos afrodescendentes, mais especificamente na cidade do Rio de Janeiro, zona portuária. Abordando aspectos como a relevância do patrimônio material e imaterial encontrados na Pequena África e que constituem uma herança africana. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) foi um órgão institucional criado, em 1930, para cuidar da preservação e conservação do patrimônio cultural brasileiro e será a base de pesquisa para a elaboração do trabalho. Tendo como base de estudo a nomeação e reconhecimento da região do Cais do Valongo, pelo IPHAN, como Patrimônio da Humanidade e aceita pela UNESCO, órgão das Nações Unidas (ONU). A relevância do tema para os estudos de Relações Étnico Raciais e Educação leva ao conhecimento sobre a história do período escravista no Brasil, que reflete sobre os acontecimentos posteriores, ou seja, o pós-colonialismo e a constituição do Brasil como República. Essa retomada histórica é relevante para a compreensão de nossa atual conjuntura, tanto nacional quanto internacional de construção da identidade cultural e da herança africana assim como as lutas contra o racismo e a procura de um espaço na sociedade por parte dos negros constituindo a memória e a representatividade coletiva brasileira. Será utilizado o método qualitativo para realizar uma revisão da literatura, desde uma perspectiva multidisciplinar, incluindo a História Social, Relações Internacionais, Turismo, Antropologia Social e Cultural. Além disso, será realizada uma análise comparativa entre autores e instituições relevantes, a exemplo de Roberta Sampaio, Roberto Moura, Frantz Fanon, Amauri Pereira, IPHAN, ONU, dentre outros, visando a discutir a importância da herança africana na cidade do Rio de Janeiro e a o seu reconhecimento internacional como espaço de representatividade e resgate da memória.
Palavras-chave: Patrimônio, Pequena África, Afrodescendentes
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Antropologia das Populações Afro-Brasileiras
45
SIC45PG2017
Relações étnico-raciais no audiovisual publicitário: a construção de identidades nas relações dialógicas entre corpo-imagem-linguagem
Luana de Araujo PPRER, [email protected]
Fabio Sampaio de Almeida
Resumo
Neste trabalho proponho apresentar o levantamento de identidades negras construídas pela publicidade televisiva exibidas na TV aberta, no ano de 2016; bem como discutir elementos através dos quais a narrativa audiovisual tem sido utilizada de forma a elencar, (des)construir, reforçar e problematizar tais identidades. Ao investigar imagético-discursivamente este inventário, analiso a lógica de representações na trama publicitária estabelecida pela relação em torno do produto comercializado, a escolha do(a) ator/atriz e o papel por ele(a) desempenhado. De que forma “imagens do corpo” têm sido negociadas em tal gênero midiático? Estariam sendo (re)produzidos lugares raciais, sociais e de gênero? Quais os desdobramentos simbólicos de tais escolhas? A partir das perspectivas dos estudos do Discurso (BAKHTIN, 2012); das construções de identidades (HALL, 2014), de categorias e proposições raciais (MBEMBE, 2014; FANON, 2008); debruço-me a refletir sobre efeitos e tensões produzidos discursivamente entre corpo-imagem-linguagem e as relações indissociáveis que nela se impõe.
Palavras-chave: Publicidade audiovisual, Identidades negras, Discurso da imagem
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Grande Área: Ciências Humanas Área: Ciências Sociais Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC46PG2017
Da resistência à barbárie na educação de jovens e adultos: a capoeira filosófica como movimento de ensino-aprendizagem
João Paulo de Abreu e Silva Mendes PPFEN, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
O ensino de filosofia nas escolas públicas do Rio de Janeiro fomenta e reflete pouco sobre a cultura afro-brasileira, dando primazia a conteúdos primordialmente europeus. Este trabalho está inserido na área de ensino de filosofia e busca refletir sobre uma forma de discurso orientado para jovens e adultos. Sendo assim, investigamos maneiras de dialogar com a filosofia em sala de aula com os contextos e vivências dos educandos da Educação para Jovens e Adultos (EJA). Para atingir o objetivo da pesquisa buscamos dois filósofos; Michel Foucault (1926-1984) e Theodor Adorno (1903-1969), cujos conceitos de resistência e barbárie, respectivamente, serão apropriados no trabalho através da cultura afro-brasileira, especificamente a capoeira angola, cujo expoente, Mestre Pastinha, contém pouco valor e conhecimento nos livros didáticos e nas aulas de filosofia. Contestamos esse fato e trazemos a presença de Mestre Pastinha e da capoeira angola nas aulas de filosofia, apontando o compromisso filosófico no diálogo com os educandos da EJA, os quais possuem histórias e experiências similares aos contextos de formação da capoeira, de exploração e opressão experienciados no Brasil. A parte prática desta pesquisa foi a produção de um roteiro para professores de filosofia, disposto em oficinas, concretizando o trabalho em mostrar a filosofia de maneira clara e distinta para os educandos por meio da capoeira angola. Ao mostrar a capoeira como um movimento afro-brasileiro de resistência à dominação branca, é possível colocar em evidência a volta às salas de aula de jovens e adultos como um ato também de resistência contra características que Adorno denominou de barbárie. Miséria, exploração, opressão são traços do conceito de barbárie, que ao ser negada, considera o conceito de resistência como um meio de defesa das autenticidades e identidades de determinada cultura.
Palavras-chave: Resistência e Barbárie;, Capoeira Angola, Ensino de Filosofia e EJA
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC47PG2017
Desvelando a identidade de Dona Lucia: a construção de uma pesquisa sobre a mulher negra no Curso de Museologia da UNIRIO
Diogo Jorge de Melo Lato Sensu, [email protected]
Samuel Silva Rodrigues de Oliveira
Resumo
A proposta da pesquisa se constitui a partir do livro de Sônia Giacomini (2006), “A alma da festa”, que analisa um clube de negros de classe média, fundado na década de 1950 no Rio de Janeiro, chamado Renascença Clube. Neste livro destaca-se a personagem de uma informante ,“Dona Lucia”, nome fictício da filha de dois fundadores do clube. Dona Lucia é figura central de um processo de pesquisa que encontra-se em desenvolvimento como Trabalho de Conclusão de Curso da Especialização em Relações Étnico-Raciais e Educação da CEFET. Em nota, o livro de Giacomini apresenta dados que “Dona Lúcia” é formada em Direito e Museologia e filha de um famoso músico. O fato dela ser formada em Museologia foi o que chamou nossa atenção para pesquisa, pois o curso de Museologia se caracterizou historicamente por aspectos elitistas e a presença de mulheres negras foi extremamente raro e que existiram apenas dois cursos ativos no Rio de Janeiro até então. O primeiro de origem no Museu Histórico Nacional denominado primordialmente de Curso de Museus (1932) e se transformou em Curso de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) o segundo, na Universidade Estácio de Sá. Logo, a identificação de Dona Lucia exigiu uma serie de cruzamentos de dados e pesquisas em arquivos e internet sobre Museologia, tal como a identificação dos seus pais e o momento em que cursou Museologia. Esta pesquisa nos levou a identificar que Dona Lucia é Lygia Santos, uma museóloga formada no Curso de Museologia da UNIRIO da década de 1980, filha do sambista Donga com a cantora Zaíra de Oliveira. A identificação de Lygia santos, nos possibilitará desenvolver uma pesquisa sobre a mulher negra no curso de Museologia, identificando projetos individuais e sociais que nos auxiliam a contextualizar e discutir aspectos raciais e de gênero.
Palavras-chave: Gênero, Raça, Museologia
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Grande Área: Ciências Humanas Área: História Sub-área: História do Brasil
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SIC48PG2017
“Professora, de que cor eu sou?”: Análise comparativa da construção de identidade afro entre os participantes do Programa Jovens
Construtores no Brasil e nos Estados Unidos.
Cleide Maria de Mello PPRER, [email protected]
Mario Luiz de Souza
Resumo
O programa Jovens Construtores, da organização não-governamental americana Youthbuild International, tem como objetivo atender jovens de comunidades, entre 14 e 24 anos de idade, que não estudam nem trabalham, capacitando-os em práticas básicas de construção civil, além de articular seu retorno à escola e buscar oportunidades no mercado de trabalho. Esta pesquisa surgiu durante os encontros de qualificação no morro do Borel, Rio de Janeiro, quando se percebeu que, no momento de preencher o item “etnia” na ficha de perfil socioeconômico, muitos indagavam: “Professora, de que cor eu sou?”. O propósito aqui é analisar as semelhanças e diferenças na construção da identidade entre os participantes afro-brasileiros e afro-americanos, através da metodologia descritiva. A ideia é investigar como esses jovens se autodeclaram étnico-racialmente, se gostam de sua cor, quem são suas referências nas diversas áreas do conhecimento, o que sabem sobre a história da escravidão e que líderes lutaram (e lutam) pelos direitos civis dos afrodescendentes em seus países, entre outros fatores constitutivos da identidade afrodiaspórica. Após entrevista com jovens afro-brasileiros do Borel e afro-americanos de Boston, a análise das respostas pela abordagem qualitativa deverá traçar um panorama comparativo da construção das identidades desses jovens lá e cá. Com o suporte teórico de Munanga e Degler, entre outros, buscaremos entender como a diáspora africana e o longo período de escravidão vem moldando as identidades individuais e coletivas da população negra até os dias de hoje e como as especificidades da ideologia racista nos dois países influenciaram a autoimagem dos negros e suas inter-relações, sua representação sócio-político-cultural-religiosa e sua inserção no mercado de trabalho no pós-abolição. Nesse retrospecto histórico buscaremos subsídios para contribuir com a re-construção da identidade desses Jovens Construtores e tentar dirimir sua dúvida: “Professora, de que cor eu sou?”.
Palavras-chave: Construção de Identidade, Identidade afro brasileira, Identidade Afro americana
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Grande Área: Outros Área: Estudos Sociais Sub-área: Tópicos Específicos de Educação
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SIC49PG2017
Concursos de Beleza negra no Teatro Experimental do Negro: as mulheres em espaços de construção de identidades negras entre 1948
e 1950
Maybel Sulamita de Oliveira Lato Sensu, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
Título Provisório: Concursos de Beleza negra no Teatro Experimental do Negro: As mulheres em espaços de construção de identidades negras entre 1948 e 1950.
Criado em 1944 por Abdias Nascimento, o Teatro Experimental do Negro (TEN) foi um grupo conhecido por suas diversas ações que mesclaram cultura, política, luta antirracista e afirmação da identidade negra no Brasil. A importância do grupo e suas ações vem ganhando grande destaque nos estudos relacionados ao movimento negro brasileiro, principalmente ligados a figura central de Abdias Nascimento e os atores revelados pelo grupo, mas para além das grandes atrizes que integraram o grupo teatral, quais eram os outros espaços em que as mulheres negras estavam presente no grupo teatral? Um dos possíveis espaços onde encontramos a presença das mulheres no grupo são os concursos de beleza realizados entre 1948 e 1950, os organizadores do “Rainha das Mulatas” e do “Boneca de Pixe” tinham como objetivo valorizar a beleza da mulher negra se opondo a padrões unicamente “brancos”. Dentro desse contexto a presente monografia pretende analisar e compreender os concursos de beleza negra realizados pelo TEN, a fim de perceber quais eram as relações entre a afirmação da identidade negra e as características e atributos físicos esperados das mulheres negras participantes dos concursos.
Palavras-chave: Concursos de Beleza negra, Teatro Experimental do Negro, identidades negras
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: História Sub-área: História do Brasil
50
SIC50PG2017
Carolina Maria de Jesus: catando palavras para repensar conceitos
Heloísa Mazza Cossi Lato Sensu, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
Estudar literatura durante as aulas de Língua Portuguesa é condição indispensável para o desenvolvimento da habilidade de leitura e do pensamento crítico dos alunos. No entanto, inserir no currículo do ensino fundamental o livro Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, é mais do que a necessidade de desenvolver habilidades: é uma escolha política. Trazer para a escola uma autora cuja escrita transgride a norma é questionar que tipo de conhecimento pode ou não estar dentro do conteúdo programático. O objetivo é, portanto, repensar paradigmas sociais e étnico-raciais a partir de questões linguísticas, discutindo o preconceito linguístico. Além disso, pretende-se aprofundar o conceito de pedagogia da encruzilhada, trazendo para a sala de aula um olhar diferente do habitual, trazendo um olhar capaz de ver para além dos binarismos.
Palavras-chave: Quarto de despejo, Ensino de Literatura, preconceito racial e linguístico
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Grande Área: Lingüística, Letras e Artes Área: Lingüística Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC51PG2017
Conhecendo Esperança Garcia: uma proposta de representatividade no Ensino de História
Thaís Silva Félix Dias Lato Sensu, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
Título: Conhecendo Esperança Garcia: uma proposta de representatividade no Ensino de História
A pesquisa em questão tem por proposta analisar formas de se trabalhar com a história da escrava Esperança Garcia, uma escrava letrada, escrava, que no século XVIII, ao ser levada para outra fazenda, escreveu uma carta (encontrada no Arquivo Histórico do Piauí e divulgada) ao Presidente da Província de São José do Piauí, denunciando seus maus tratos e solicitando que fosse devolvida para sua antiga fazenda. A relevância em tal escolha se solidifica, pois Garcia Esperança é um retrato relações sociais para com os escravos que havia no Brasil Colonial. O objetivo da proposta é construir com os alunos abordagens acerca da representatividade de gênero (‘heroínas do Brasil’) e da representatividade do negro ao longo da História do Brasil pensando a nossa história e também como nossa sociedade lida diante desses dois pilares atualmente.
Palavras-chaves:
Palavras-chave: Representatividade, relações étnico-raciais, ensino de história
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Grande Área: Ciências Sociais Aplicadas Área: História Sub-área: História do Brasil
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SIC52PG2017
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES NEGRAS: uma revisão crítica da literatura
Sandra Maria Lisboa Verissimo Lato Sensu, [email protected]
Maria Cristina Giorgi
Resumo
O câncer de mama, possivelmente, e a neoplasia mais temida pelas mulheres, uma vez que a sua ocorrência causa grande impacto psicológico, funcional e social, atuando negativamente nas questões relacionadas à auto-imagem e a percepção da sexualidade. É considerado de grande importância na assistência à saúde da mulher, devido à elevada prevalência, morbidade e mortalidade (ABREU; KOFMAM. 2002). Nesta monografia, com o título provisório Câncer de mama em mulheres negras: invisibilidade na saúde, cuja demanda se deu desde minha prática como assistente social do Instituto Nacional do Câncer, na unidade especializada em câncer de mama, tenho o objetivo de investigar fatores que interferem no acesso das mulheres negras ao diagnóstico e tratamento do câncer de mama. Minha hipótese é a de que muitas mulheres desenvolvem a doença devido dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamento. Para isso, pretendo conhecer como é a coleta do quesito raça/cor no momento da matrícula na unidade HCIII – auto declaração ou percepção do funcionário no momento da matrícula, traçar o perfil socioeconômico destas mulheres e identificar se existem formas de racismo institucional nos atendimentos às mulheres negras.
Palavras-chave: prevalência, morbidade e mortalidade, Câncer de mama, questões étnico-raciais
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Grande Área: Ciências da Saúde Área: Saúde Coletiva Sub-área: Saúde Publica
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SIC53PG2017
Questões étnico-raciais e o cinema nacional na escola: Propostas didáticas no âmbito da lei 13.006/04
Thayná Marracho Marques Lato Sensu, [email protected]
Fabio Sampaio de Almeida
Resumo
Pretendemos neste estudo investigar a aplicabilidade da lei 13.006/2014, parte do § 8º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996), que determina a exibição obrigatória de filmes de produção nacional em escolas, a partir da análise de filmes que apresentem temáticas relacionadas às relações étnico-raciais. A lei 13.006/2014 estipula a exibição obrigatória de filmes nacionais, por no mínimo duas horas mensais, e deverá constar como parte do currículo complementar. Entendendo o cinema como instrumento do fazer didático-pedagógico, a partir da pedagogia do cinema (DUARTE, 2009), buscaremos desenvolver com essa pesquisa um produto didático que se constitua de fichas de leitura que atendam os critérios da lei referenciada para utilização dos filmes em sala de aula. Para critério de análise, selecionamos filmes de produção nacional, a partir do ano de 2010. O público a ser atendido constitui-se de estudantes do segundo e terceiro ano do ensino médio. Com a exibição e análise dos filmes selecionados, objetivamos apresentar aos estudantes obras de produção nacional que tratem da temática étnico-racial, que possuam atores e/ou cineastas negros e que promovam discussões sobre o racismo no Brasil, de modo a difundir uma educação crítica (FREIRE, 2010), de princípio antirracista e decolonial (CANDAU; OLIVEIRA, 2010). Para isso, buscaremos realizar uma pesquisa que aborde aspectos da importância do cinema no campo educação, sob o recorte das relações étnico-raciais com suas urgências e potencialidades.
Palavras-chave: Relações étnico-raciais, Cinema nacional, Proposta didática
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC54PG2017
“Ela é assim...”: o som e o silêncio da adolescente negra em sala de aula
Aline Divino de Mello Lato Sensu, [email protected]
Resumo
O estudo da temática do som e do silêncio da adolescente negra em sala de aula tem como objetivo um trabalho de desconstrução de estereótipos atribuídos a essas jovens. O contexto da pesquisa são as aulas de língua portuguesa do nono ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Pública Estadual do interior do Rio de Janeiro. O trabalho se fundamenta em uma perspectiva de raça pensada pelo viés das relações entre identidade e alteridade (Hall, 2011; Fanon, 2008). O foco inicial de análise recai sobre a observação do som, geralmente associado no ambiente escolar, a enunciados como “ela não quer nada”, e do silêncio, onde se costuma ler “ela tem algum problema”, visando à prática de ações motivadoras de estabelecimento de afeto e desenvolvimento da autoestima dessas alunas (Cavalleiro, 2015). Pretende-se, além de promover o protagonismo de gênero e raça (Gomes, 1996), refletir sobre as transformações ocorridas em sala de aula através de estímulos que promovam a “ética do amor” (hooks, 2006) para com elas, meninas negras, como para toda a classe escolar do nono ano analisado. Desse modo, a pesquisa se orienta por uma metodologia de viés autoetnográfico e de intervenção, de modo a fomentar as observações registradas e futuros debates sobre a questão da representação feminina no espaço escolar das aulas de Língua Portuguesa.
Palavras-chave: Raça e gênero, Estereótipos, Afeto
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Educação Sub-área: Lingüística Aplicada
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SIC55PG2017
Atravessamentos corporais:
A dança e a representatividade negra no empoderamento de mulheres negras e de periferia.
Andreza da Silveira Jorge PPRER, [email protected]
Elisângela de Jesus Santos
Resumo
A pesquisa surge a partir da observação e da convivência com mulheres participantes de um projeto de intervenção social comunitária que utiliza a dança e os temas relacionados ao feminismo através de um olhar afrocentrado. A partir dessas observações e vivências corporais surgem possibilidades para o questionamento da importância da representatividade negra no Empoderamento negro feminino bem como na produção e construção da identidade negra a partir do ensino das danças afrobrasileiras inspiradas na força e na representação da mulher negra através de uma orixá do panteão africano yorubá chamada Oyá, partindo das histórias registrada das memórias por meio das narrativas orais sobre a vida de Oya e todas suas conexões com temas pertinentes nas discussões do feminismo.
Palavras-chave: mulher negra, empoderamento, dança
Classificação do Trabalho na Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPq
Grande Área: Ciências Humanas Área: Artes Sub-área: Dança