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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construção Civil ISSN 0103-9830 BT/PCC/246 Jonas Silvestre Medeiros Fernando Henrique Sabbatini São Paulo – 1999 TECNOLOGIA E PROJETO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADAS DE EDIFÍCIOS

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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP

Departamento de Engenharia de Construção Civil

ISSN 0103-9830

BT/PCC/246

Jonas Silvestre MedeirosFernando Henrique Sabbatini

São Paulo – 1999

TECNOLOGIA E PROJETO DEREVESTIMENTOS CERÂMICOS

DE FACHADAS DE EDIFÍCIOS

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Escola Politécnica da Universidade de São PauloDepartamento de Engenharia de Construção CivilBoletim Técnico - Série BT/PCC

Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra MassolaVice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya AbikoSuplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior

Conselho EditorialProf. Dr. Alex AbikoProf. Dr. Francisco CardosoProf. Dr. João da Rocha Lima Jr.Prof. Dr. Orestes Marraccini GonçalvesProf. Dr. Antônio Domingues de FigueiredoProf. Dr. Cheng Liang Yee

Coordenador TécnicoProf. Dr. Alex Abiko

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento de Engenharia deConstrução Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.

Este texto faz parte da tese de doutorado, de mesmo título, que se encontra à disposição com osautores ou na biblioteca da Engenharia Civil.

FICHA CATALOGRÁFICA

Medeiros, Jonas Silvestre Tecnologia de revestimentos cerâmicos de fachadas de edifícios / J.S. Medeiros, F.H. Sabbatini. -- São Paulo : EPUSP, 1999. 28 p. -- (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departa- mento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/246)

1. Revestimentos cerâmicos 2. Argamassa adesiva 3. Construção civil - Projetos 4. Construção civil - Racionalização I. Sabbatini, Fernan- do Henrique II. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Depar- tamento de Engenharia de Construção Civil III. Título IV. Série

ISSN 0103-9830 CDU 693.6-033.6 691.53 69.001.1

69.001.7

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TECNOLOGIA E PROJETO DE REVESTIMENTOS

CERÂMICOS DE FACHADAS DE EDIFÍCIOS

RESUMO

Os revestimentos cerâmicos de fachadas são largamente empregados mas sua

tecnologia e projeto pouco desenvolvidos. Entendendo ser o projeto essencial

para evitar patologias e obter desempenho destes revestimentos, discute-se

neste trabalho as diretrizes e os parâmetros necessários para sua elaboração.

São apresentados os principais conceitos sobre o assunto, analisando-se a

tecnologia dos materiais, métodos construtivos e a normalização nacional e

estrangeira relativa ao assunto. As experiências conduzidas mostraram que o a

implantação do projeto de revestimentos permite evitar uma série de problemas

que podem conduzir a falhas nos revestimentos e facilita as ações de controle

e melhoria de qualidade da produção.

DESIGN AND INSTALLATION TECHNOLOGY OF CERAMIC

TILE BUILDING FACADES

ABSTRACT

Although ceramic tile adhered facade systems are widely used throughout the

world, installation technology and design are still not adequate developed.

Under this consideration, the present work discusses design guidelines and

essential parameters involved in the design process aiming performance and

durability satisfaction. Main factors that affect installation quality are covered,

including functional requirements, material technology, installation methods and

national and international standardisation related. Experiences conducted by

the authors showed that tile system design is a key-factor to the achievement of

suitable results. Introduction of design criteria also permits a variety of gains

including quality control, installation improvements and the prevention of

failures.

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1. INTRODUÇÃO

A indústria de construção de edifícios vem buscando discutir, nos últimos anos,

a implementação de novas tecnologias construtivas para o aumento da

eficiência e qualidade. Embora sejam diversas as iniciativas, inúmeras

carências podem ser encontradas em todas as fases do processo de produção

dos edifícios e de suas partes constituintes. Para a produção dos

revestimentos cerâmicos de fachada esta situação não é diferente.

SABBATINI; BARROS (1990) observam que a produção dos revestimentos

não ocorre baseada num projeto específico, sendo detectados problemas e

falhas apenas durante a execução dos serviços.

Por outro lado, seja com base em sua importância econômica ou em sua

participação no mercado, os revestimentos cerâmicos de fachada ocupam uma

posição de destaque na construção de edifícios brasileira. Mesmo não

dispondo de dados confiáveis a este respeito, sabe-se que os revestimentos

cerâmicos, juntamente com as pinturas, são a preferência do mercado

consumidor em praticamente todos os segmentos imobiliários e todas as

regiões do país.

O Brasil possui condições climáticas muito favoráveis ao uso de revestimentos

cerâmicos nas fachadas. Nosso clima predominantemente tropical e chuvoso

faz com que esta opção seja das mais interessantes, tanto pelo aspecto de

desempenho como pela durabilidade. No caso das cidades litorâneas, por

exemplo, esta tendência torna os revestimentos cerâmicos quase uma

unanimidade para o mercado consumidor, sendo seu uso muitas vezes

associado ao próprio padrão de qualidade da construção.

Esta preferência tem razões claras de serem entendidas. Os revestimentos

cerâmicos possuem inúmeras vantagens em relação aos demais revestimentos

tradicionais – incluindo as pinturas, pedras, tijolos aparentes, argamassas

decorativas – onde destacam-se pela maior durabilidade, valorização estética,

facilidade de limpeza, possibilidades de composição harmônica, melhoria de

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estanqueidade da vedação, conforto térmico e acústico da fachada e

valorização econômica do empreendimento.

O organismo internacional CTBUH - Council on Tall Buildings and Urban

Habitat (1995) considera que a fachada de um edifício tem uma relação

marcante com o meio ambiente urbano e envolve valores sociais importantes,

tipificando e caracterizando a sociedade, suas aspirações e até grau de

prosperidade.

Embora seja largamente empregado em nosso país e em praticamente todo o

mundo1, os revestimentos cerâmicos ainda carecem de muitas melhorias e

evolução tecnológica, notadamente no que diz respeito à tecnologia de

produção de fachadas. A grande incidência de defeitos patológicos atestam

esta necessidade.

No Brasil, as patologias mais importantes manifestam-se tipicamente na forma

de fissuras e perda de aderência (descolamentos) devido às deformações

excessivas e inadequação das camadas do revestimento.

Os problemas de descolamentos em fachada são especialmente críticos

devido aos riscos de acidentes envolvidos na queda de placas ou de partes

das camadas. Estes descolamentos ocorrem com mais intensidade nos

primeiros e últimos andares dos edifícios, nas regiões de deslocamento

estruturais mais intenso (como os balanços, por exemplo) e nas fachadas mais

solicitadas por insolação (devido aos choques térmicos).

As patologias, muitas vezes, são resultado de uma combinação de fatores.

Fissuras e descolamentos nos revestimentos, por exemplo, podem ser

resultado da propagação de fissuras ocorridas nas suas interfaces com a

estrutura, falta de reforço no substrato (emboço), falta de juntas de controle,

1 Em 1996, o Brasil era o terceiro produtor mundial de cerâmica para revestimento, atrás

somente da Itália e da Espanha. Em 1997, este panorama se alterou com o avanço de

outros países. Mesmo assim, o consumo per-capita de cerâmica em nosso país ainda é

considerado baixo.

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preenchimento inadequado das juntas de colocação, falta de argamassa de

assentamento no verso das placas e não observação dos limites de tempo em

aberto e tempo de ajuste dos materiais de assentamento.

As patologias de revestimento cerâmico de fachada são difíceis de recuperar e

requerem para isso custos elevados. Muitas vezes, quando elas manifestam-

se visualmente, já há comprometimento de sua integridade do revestimento e

estes custos podem suplantar os custos da execução original.

Acreditando nas possibilidades de evolução dos revestimentos cerâmicos de

fachada de edifícios e no seu imenso potencial de uso, o trabalho

desenvolvido tem o propósito de discutir a tecnologia de produção de modo a

contribuir decisivamente para evolução desta parte do edifício, ainda

produzida de modo artesanal.

A proposta de evolução tecnológica baseia-se, principalmente, na elaboração

de um projeto voltado à produção dos revestimentos cerâmicos, que contemple

os requisitos de desempenho necessários para evitar o surgimento de

patologias e, por conseguinte, possibilite incrementar sua durabilidade.

O objetivo central do trabalho é analisar e propor diretrizes e parâmetros

necessários à prevenção de patologias e obtenção de desempenho adequado

dos revestimentos cerâmicos de fachada através da elaboração de um projeto

para produção.

O trabalho procura esclarecer que o domínio da tecnologia de produção de

placas cerâmicas não é condição suficiente para a obtenção de resultados

satisfatórios, sendo imprescindível dispor de uma metodologia para

desenvolvimento de projetos que considere os vários aspectos envolvidos no

processo.

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2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE RCF2

Para designar revestimentos verticais de uma forma genérica, tem sido

empregando mais recentemente em inglês o termo cladding (inglês britânico)

ou siding (inglês americano).

Os revestimentos cerâmicos empregados nas fachadas de edifícios podem ser

classificados de diversas maneiras. Pode-se classificá-los, por exemplo, de

acordo com a técnica construtiva empregada na sua produção ou pela forma

como eles se comportam após aplicados.

Os revestimentos cerâmicos tradicionais trabalham completamente aderidos

sobre bases e substratos que lhe servem de suporte e, por isso, podem ser

denominados de aderidos. Este trabalho trata dos revestimentos aderidos

conceituando-os da seguinte forma:

Revestimento Cerâmico de Fachada de Edifícios (RCF) é o

conjunto monolítico de camadas (inclusive o emboço de

substrato) aderidas à base suportante da fachada do edifício

(alvenaria ou estrutura), cuja capa exterior é constituída de placas

cerâmicas, assentadas e rejuntadas com argamassa ou material

adesivo.

Quando os revestimentos podem possuir camadas com função de isolamento

térmico, acústico e de impermeabilização que não permitem aderência entre as

camadas, os revestimentos precisam ser fixados por meio de dispositivos

especiais e são chamados de não aderidos.

Além da placa cerâmica que caracteriza e destaca sua singularidade, os RCF

são constituídos de substrato, em geral constituído de camada de argamassa

2 A partir deste ponto, a sigla RCF substituíra, no singular e no plural, revestimento cerâmico

de fachada de edifícios, referindo-se aos revestimentos aderidos assentados por meio de

adesivos, argamassas adesivas ou argamassas convencionais.

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denominada de emboço (em inglês, rendering), adesivo ou argamassa adesiva

(ou colante) e rejuntamento formado pelas juntas de colocação entre as placas

preenchidas por adesivo ou argamassa adesiva. Neste trabalho, denomina-se

base o suporte do RCF constituído tradicionalmente de estrutura de concreto e

vedações em alvenaria, e de substrato o emboço de argamassa aplicado sobre

as bases e sobre o qual são aplicadas as demais camadas do RCF. As

camadas que formam os revestimentos tradicionais aderidos são constituídas

dos materiais apresentados na Tabela 2.1. Na Figura 2.1 são apresentadas

esquematicamente estas camadas.

Tabela 2.1 Camadas e materiais constituintes de RCF aderidos,

tradicionalmente empregados no Brasil

MATERIAIS CONSTITUINTES DENOMINAÇÃO DA CAMADA

Concreto armado

Alvenaria de blocos cerâmicos

Alvenaria de blocos de concreto

Alvenaria de blocos de concreto celular

Alvenaria de blocos sílico-calcários

BBAASSEE OOUU SSUUPPOORRTTEE

Argamassa de cimento e areia, podendo ou não conter

adesivos (chapisco)PPRREEPPAARRAAÇÇÃÃOO DDAA BBAASSEE

Argamassa de cimento, areia e/ou outro agregado fino,

com adição ou não de cal e aditivos químicosSSUUBBSSTTRRAATTOO

Argamassa adesiva à base de cimento, areia e/ou outros

agregados finos, inertes não reativos, com adição de um

ou mais aditivos químicos

AASSSSEENNTTAAMMEENNTTOO OOUU FFIIXXAAÇÇÃÃOO

Placa cerâmica e argamassa de rejunte à base de

cimento, areia e/ou outros agregados finos, inertes não

reativos, com adição de um ou mais aditivos químicos

CCEERRÂÂMMIICCAA

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O advento das argamassas adesivas permitiu aos revestimentos cerâmicos

serem assentados com menor desperdício de materiais e com maior

produtividade, trazendo a racionalização à execução. Esta racionalização,

como explicam SABBATINI; BARROS (1990), permite separar a obra bruta da

obra limpa, evitando a obrigatoriedade de execução em conjunto da

regularização e fixação do acabamento final. Estes autores citam ainda como

vantagens da técnica de fixação com argamassas adesivas, os seguintes

aspectos:

i. Formação de equipes de produção específicas que trabalham independentemente;

ii. Necessidade de mão-de-obra menos qualificada;

iii. Maior produtividade;

iv. Introdução de controle da camada de regularização (substrato);

v. Diminuição dos efeitos da retração do substrato (emboço) sobre a camada de

revestimento final.

Figura 2.1 Materiais e camadas constituintes mostrando os principais

componentes do RCF. A base não faz parte do sistema mas é

fundamental para seu desempenho global.

BASEAlvenaria ou concreto

JUNTA DE COLOCAÇÃOArgamassa de rejunte

CAMADA DE FIXAÇÃOArgamassa adesiva

PLACA CERÂMICA

SUBSTRATOEmboço argamassado

PREPARAÇÃO DA BASEChapisco

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O processo de conceber e detalhar fachadas normalmente não recebe a

atenção devida, tanto por parte dos empreendedores e construtores, como por

parte dos projetistas. Muitas vezes, os projetos de arquitetura, estrutura,

alvenaria e esquadrias são desenvolvidos sem que se saiba, com precisão,

qual vai ser o produto final da fachada. É comum também definir-se apenas o

material de revestimento (placa cerâmica) dentro das alternativas disponíveis

no mercado e de acordo com a verba disponível à época da execução.

Raramente a escolha é baseada em critérios técnicos confiáveis, sendo mais

comum considerar somente aspectos estéticos e econômicos. A prática usual

tem sido selecionar o material de revestimento de fachada apenas

considerando a qualidade do material da camada mais externa e algumas de

suas características, facilidade de composição arquitetônica, custo e

disponibilidade de aquisição no mercado. CTBUH (1995) afirma que “a falta de

consideração de qualquer elemento, mesmo que aparentemente insignificante,

no que diz respeito à qualidade, ao projeto e à construção da fachada, pode

afetar seriamente a imagem do edifício e, muitas vezes, tornar-se de difícil

correção”. A Figura 2.2 mostra os principais fatores determinantes para a

obtenção da qualidade dos RCF.

Figura 2.2 Fatores e agentes que influenciam na qualidade dos RCF.

(WALTERS, 1992)

PLACAS ADESIVO

CONSTRUTOR

BASE ESUBSTRATO

REJUNTE

ESPECIFICAÇÕES

PROJETO

MÃO-DE-OBRAFERRAMENTAS

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3 MATERIAIS PARA RCF

Os revestimentos de fachada exigem maiores cuidados por se encontrarem em

condições desfavoráveis de exposição. Estas condições exigem materiais de

qualidade superior quando comparados, por exemplo, aos revestimentos

internos. O principal material que caracteriza o RCF e confere-lhe uma série

de características que o credencia para uso em fachada é a placa cerâmica.

Além da placa cerâmica, entretanto, devem ser considerados como materiais

que constituem os RCF: as argamassas para os emboços que servem como

substratos de aplicação, incluindo as armaduras neles empregadas, os

adesivos e argamassas adesivas, os materiais de rejuntamento e os materiais

destinados à execução e ao tratamento das juntas de controle.

3.1 Placas cerâmicas para RCF

O uso da cerâmica como revestimento remonta há pelo menos três mil anos

atrás, devendo ter ocorrido provavelmente no Oriente Médio (ITC, 1994). Há

mais de dois mil anos, placas cerâmicas foram empregadas nos revestimentos

das piscinas e paredes dos banhos romanos, existindo vários registros ainda

mais antigos na Grécia, Egito e China (NORTON, 1973); (SFSP, 1992). Os

países ibéricos podem ser apontados como responsáveis pela difusão do uso

dos revestimentos cerâmicos no novo mundo. Os portugueses, ainda no

século XVII, realizaram inúmeras construções usando azulejos para compor

painéis de fachadas em edifícios de uso administrativo e religioso no Brasil

(GEPB, 1990).

A cerâmica para revestimento somente iniciou evolução significativa, todavia, a

partir do final do século passado quando a produção, até então artesanal,

começou a tomar caráter mais industrial (NORTON, 1973). Na metade do

século XX intensificou-se a tendência de se distinguir os edifícios pela forma,

cor e textura de sua fachada. A partir desta época o uso dos RCF tornou-se

corrente, mostrando a mesma tendência de uso em vários países do mundo.

(PERRY; WEST, 1994)

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Em 1995 o Brasil ocupava o quarto lugar como produtor mundial de placas

cerâmicas, tendo produzido 295 milhões de metros quadrados, ficando atrás

apenas de China (900 milhões), Itália (562 milhões) e Espanha (400 milhões).

O Brasil ainda possui um grande potencial de crescimento da produção de

revestimento cerâmico, tanto para o consumo interno quanto em relação à

capacidade de exportação. Enquanto o consumo interno de placa cerâmica na

Espanha alcança os 5,8 m 2 / ano, no Brasil este número é de apenas 1,4

m2 / ano, como mostra a Figura 3.1.

Figura 3.1 Comparação dos consumos de cerâmica para revestimento em

m2 / ano / habitante. (ANFACER, 1998)

As placas cerâmicas, na maioria dos casos, acabam também contribuindo de

modo importante para a definição da estética do edifício, caracterizando sua

fachada. O material cerâmico confere ainda outras propriedades fundamentais

para as fachadas como resistência à penetração da água e facilidade de

limpeza, por exemplo.

As placas cerâmicas para revestimento caracterizam-se por sofrer um

processo de sinterização que confere suas principais propriedades e as

diferenciam dos outros materiais e componentes empregados na construção.

5,8

3,1

1,4

ESPANHA ITÁLIA BRASIL

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Este processo resulta em mudanças fundamentais na microestrutura do

material que constitui as placas, conferindo-lhe uma estrutura cristalina de

propriedades muito particulares. ( SANTOS, 1975)

Com base na nomenclatura internacional, e ajustando-se a tradução de alguns

termos, adota-se neste trabalho a seguinte definição para placa cerâmica:

Placas cerâmicas são componentes cujas duas dimensões

(largura e altura) predominam sobre uma terceira (espessura),

produzidas a partir de argilas e/ou outras matérias-primas

inorgânicas, conformadas através de extrusão (tipo A) ou

prensagem (tipo B) e sinterizadas por meio de processo

térmico, e utilizadas como componente principal da camada

mais externa de revestimentos cerâmicos de pisos e paredes.

As propriedades dos revestimentos cerâmicos trazem consigo uma série de

vantagens importantes para uso como revestimento de fachada, as principais

delas são as seguintes:

• não propaga fogo;

• elevada impermeabilidade;

• baixa higroscopicidade;

• não provoca diferença de potencial;

• não é radioativo;

• não gera eletricidade estática;

• excelente isolamento;

• custo final, em geral, compatível com benefícios, principalmente com relação à manutenção

durante a vida útil.

As placas cerâmicas podem ser classificadas de diversos modos tendo por

base sua capacidade de absorção de água. A Tabela 3.1 mostra a

classificação da ISO e também da norma brasileira NBR 13817 (ABNT,

1997a).

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Tabela 3.1 Classificação genérica das placas cerâmicas para

revestimentos em função de capacidade de absorção de água.

(ABNT, 1997a) (ISO, 1994)

GGRRUUPPOOSS DDEE AABBSSOORRÇÇÃÃOO DDEE ÁÁGGUUAAPPRROOCCEESSSSOO DDEE

CCOONNFFOORRMMAAÇÇÃÃOO Grupo I

E ≤ 3%

Grupo IIa

3% < E ≤ 6%

Grupo IIb

6% < E ≤ 10%

Grupo III

E > 10 %

Grupo AIIa1 Grupo AIIb1AA

EEXXTTRRUUDDAADDOOGrupo AI

Grupo AIIa2 Grupo AIIb2

Grupo AIII

Grupo BIaBBPPRREENNSSAADDOO AA

SSEECCOO Grupo BIbGrupo BIIa Grupo BIIb Grupo BIII

CC

OOUUTTRROOSSPPRROOCCEESSSSOOSS

Grupo CI Grupo CIIa Grupo CIIb Grupo CIII

Observações:

• Grupo BIII engloba apenas placas vidradas. Existe uma pequena produção de placas

prensadas a seco não vidradas com absorção maior do que 10% que não entram neste

grupo;

• Os Grupos AIIa e AIIb são divididos em duas partes com diferentes especificações de

produção.

A absorção total dos revestimentos cerâmicos deve ser baixa para limitar as

movimentações higroscópicas a que o revestimento de uso externo está

sujeito. A norma brasileira NBR 13.818 (ABNT, 1997b) não estabelece um

limite específico para a absorção total das placas cerâmicas destinadas às

fachadas. A norma britânica BS 5385 (BSI, 1991) na parte 2, especifica para

fachada absorção inferior a 3 % para placas extrudadas e prensadas. Esta

norma é a única entre as referenciadas que estabelece claramente um limite

de absorção de água para as placas cerâmicas destinadas às fachadas.

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3.2 Argamassas adesivas e adesivos para RCF

Os materiais adesivos têm como principal função permitir a aderência das

placas cerâmicas aos substratos ou às outras camadas que lhe servem de

bases. Estes materiais devem garantir os requisitos de segurança e

durabilidade dos RCF estabelecidos no projeto.

Hoje em dia, são as argamassas adesivas os materiais mais empregados para

a execução de RCF. A principal vantagem desta argamassa reside

basicamente no uso de camada fina no assentamento, permitindo a

racionalização da execução e redução de custos. Além de simplificar a técnica

de colocação das placas cerâmicas, dissociando os serviços de regularização

do serviço de acabamento superficial, o uso adequado da argamassa adesiva

proporciona as seguintes principais vantagens:

i. maior produtividade no assentamento;

ii. manutenção das características dos materiais;

iii. maior uniformização do serviço;

iv. facilidade de controle;

v. menor consumo de material;

vi. maior possibilidade de adequação às necessidades de projeto;

vii. grande potencial de aderência.

SABBATINI; BARROS (1990) afirmam que o custo global de serviços de RCF,

considerando o aumento da produtividade da mão-de-obra, é normalmente

inferior ao custo dos métodos de assentamento tradicionais.

A argamassa adesiva é um produto industrializado composto de uma mistura

pré-dosada pulverulenta no estado seco, fornecida em sacos. A norma

brasileira NBR 14.081 (ABNT, 1998) denomina as argamassas adesivas de

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colantes8, definindo-as como “produtos industrializados, no estado seco,

compostos de cimento Portland, agregados minerais e aditivos químicos, que,

quando misturados com a água, formam uma pasta viscosa, plástica e

aderente, empregada no assentamento de placas cerâmicas para

revestimento”.

As argamassas monocomponentes, que apenas necessitam de água para sua

utilização, são chamadas, em inglês, de dry-set mortar, enquanto que as

argamassas que apresentam-se na forma de dois componentes ou partes,

sendo uma pulverulenta e outra na forma de dispersão aquosa (aditivos), são

denominadas de latex-cement mortar (TCA, 1995). Já os adesivos de base não

cimentícia são compostos de resinas orgânicas e cargas minerais e

denominados em função do tipo de resina de:

i. pastas de resina, largamente utilizadas em outros países, são constituídas

basicamente de adesivos sintéticos, principalmente as resinas vinílicas e acrílicas; e

ii. resinas de reação, adesivos que possuem desempenho superior em relação a

praticamente todos os demais tipos de materiais de fixação, geralmente constituídas

por dois componentes, um adesivo e um catalisador.

A propriedade fundamental que diferencia as argamassas adesivas

convencionais das argamassas tradicionais é a capacidade de retenção de

água. É esta propriedade que permite que o material seja aplicado em camada

fina, sem perder, para a base ou para o ar, a quantidade de água necessária à

hidratação do cimento Portland.

8 Neste trabalho, usaremos os termos argamassa adesiva e argamassa colante como

sinônimos. Entretanto, concordamos com a norma BS 3558 Part1 que não recomenda o uso

de adjetivos originários do vocábulo cola (em inglês glue) para adesivos de emprego em

engenharia devido à sua imprecisão de significado. Adesivos usam normalmente resinas

sintéticas como ligante e são capazes de promover adesão química, como explica

MACLEAN; SCOTT (1993).

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No Brasil, as argamassas adesivas foram recentemente normalizadas e

classificadas em quatro tipos pela norma brasileira NBR 14081 (ABNT, 1998)

A diferenciação básica considera o tempo em aberto e a capacidade de

aderência. Por esta classificação as argamassas tipo III e III-E possuem maior

resistência de aderência que as demais. A tipo III-E é a que apresenta maior

tempo em aberto. A Tabela 3.2 apresenta a classificação utilizada na

normalização brasileira. Segundo esta norma ficou estabelecido a seguinte

designação:

• TIPO I – argamassa para uso INTERIOR

• TIPO II – argamassa para uso EXTERIOR

• TIPO III – argamassa de ALTA RESISTÊNCIA

• TIPO III-E – argamassa ESPECIAL

Tabela 3.2 Exigências mecânicas das argamassas adesivas

industrializadas segundo a norma brasileira NBR 14081

(ABNT, 1998).

TIPOPropriedade Método de Ensaio Und.

I II III III-E

TTEEMMPPOO EEMM AABBEERRTTOO NBR 14.083 min > 15 > 20 > 20 > 30

NBR 14.084cura normal

MPa > 0,5 > 0,5 > 1,0 > 1,0

NBR 14.084cura submersa em água

MPa > 0,5 > 0,5 > 1,0 > 1,0RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAA DDEEAADDEERRÊÊNNCCIIAA AAOOSS

2288 DDIIAASSNBR 14.084cura em estufa

MPa - > 0,5 > 1,0 > 1,0

DDEESSLLIIZZAAMMEENNTTOO NBR 14.085 mm ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5 ≤ 0,5

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A maioria das argamassas adesivas são constituídas basicamente de cimento

Portland, areia silicosa de granulometria controlada e aditivos orgânicos que

modificam ou ajustam suas propriedades. (ITC, 1987)

Nas argamassas adesivas devem existir aditivos orgânicos que adeqüem suas

propriedades. Nas argamassas à base de emulsão são empregadas mist uras

de agentes orgânicos, aditivos e cargas minerais, prontas para uso em

emulsão aquosa, isto é , não é mais necessário adicionar água à mistura. Os

aditivos usados nas argamassas adesivas e adesivos destinados ao

assentamento de placas cerâmicas podem modificar diversas propriedades

importantes destes materiais.

Os principais aditivos utilizados nas argamassas adesivas são as resinas

sintéticas orgânicas. Entre estas, destacam-se as resinas celulósicas e os

polímeros vinílicos, acrílicos e estirenos-butadienos. As resinas celulósicas

são usadas como retentores de água e plastificantes, enquanto as resinas

vinílicas e acrílicas modificadas são empregadas principalmente para melhorar

a aderência e aumentar a capacidade de absorver d eformações.

As argamassas adesivas convencionais ou comuns possuem normalmente

apenas um tipo de aditivo que modifica suas propriedades. São empregadas

éteres de celulose modificados cuja principal função é aumentar a capacidade

de retenção de água, permitindo a adequação do tempo em aberto. Entre

estes agentes destacam-se os hidróxietil celulose (HEC) e metil-hidróxietil

celulose (MHEC) como dois dos mais empregados nas argamassas adesivas.

Nas argamassas adesivas modificadas com polímeros (monocomponente) são

empregados também polímeros à base de resinas vinílicas na forma de pós

redispersíveis em água. Elas modificam a capacidade de retenção de água,

além de melhorar a aderência e a flexibilidade das argamassas adesivas. A

extensão de aderência também é melhorada devido à redução na tensão

superficial da água (ROY, 1992)

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9

Os pós redispersíveis formam uma dispersão cuja distribuição de tamanhos de

partículas é a mesma do produto da fase aquosa. A principal vantagem dos

pós redispersíveis reside na facilidade de uso na prática, tanto com relação à

mistura, como em relação ao manuseio, estocagem e transporte (SCHULZE,

1992). As resinas sintéticas mais utilizadas na forma de pó redispersíveis

desenvolvidas especificamente para uso em argamassas adesivas

monocomponentes são os acetatos de polivinila (PVAC) e os homopolímeros e

copolímeros a base de acetato de vinila e etileno chamados de acetato de

vinila etileno (EVA). (SCHULZE, 1992), (GOLDBERG, 1998)

Os ganhos de resistência à compressão dos EVA, segundo SCHULZE (1992),

são obtidos devido à utilização de agentes plastificantes nos polímeros,

provocando redução no fator água-cimento e teor de ar incorporado. Este autor

afirma ainda que os ganhos de resistência observados nos látices ocorrem

através do mesmo mecanismo. A intensidade dos efeitos obtidos com os PVAC

e EVA são dependentes das dosagens utiliz adas. Entretanto, dosagem muito

elevadas não implicam necessariamente em melhoria proporcional de

desempenho. Os efeitos dos pós redispersíveis na capacidade de deformação

e aderência são significativos normalmente até dosagens da ordem de 3 a 4 %

em relação à massa total de cimento da mistura seca (WACKER, 1998).

Para ROY (1992) e GOLDBERG (1998) são os látices orgânicos os principais

aditivos destinados às argamassas adesivas e rejuntes de RCF. Entre estes

agentes destacam-se as dispersões de acetato de vinila, as dispersões

acrílicas e os látices de estireno-butadieno. Segundo GOLDBERG (1998) os

polímeros acrílicos e estirenos-butadienos são os que apresentam maior

potencial de uso em RCF pois podem ser formulados para permitir que as

argamassas apresentem alta aderência e flexibilidade. Esta opinião é

confirmada por uma série de estudos e pesquisas que têm mostrado que as

argamassas adesivas modificadas por látices acrílicos e estirenos-butadienos

são as que apresentam em geral melhor desempenho para a fixação de placas

cerâmicas em fachadas. (RIUNNO, MURELLI, 1992), (ROTHBERG, 1992);

(MEDEIROS, SABBATINI; AKIAMA, 1998)

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17

4 EXECUÇÃO DE RCF

O trabalho em fachada tem uma série de condições que precisam ser

atendidas para favorecer a qualidade e a produtividade da execução em obra.

As condições nas fachadas são mais críticas principalmente por que os

serviços são desenvolvidos quase sempre a céu aberto e em condições de

segurança desfavoráveis para manuseio dos materiais. Estes serviços são

realizados normalmente em plataformas de trabalho, montadas

provisoriamente na região da fachada do edifícios. Estas plataformas podem

ser montadas através de duas formas distintas, através de andaimes fixos ou

móveis ou suspensos. Os andaimes fixos de torre são chamados de

fachadeiros e os móveis ou suspensos chamados de balancins.

A utilização de equipamentos e ferramentas para melhorar a qualidade e a

produtividade no assentamento de placas cerâmicas de RCF reveste-se de

importância quando nos preocupamos com a racionalização da execução. A

ferramenta mais importante para a execução dos RCF é a desempenadeira. O

tipo de desempenadeira, forma e profundidades dos dentes devem ser

observados atentamente. Esta escolha deve ser conduzida, principalmente, em

função do tipo de placa cerâmica a ser utilizada e do relevo que ela apresenta

no verso. Este relevo do tardoz é determinante para a definição da espessura

da camada de argamassa adesiva e garantia de uma distribuição uniforme do

material de fixação.

As argamassas devem ser preferencialmente preparadas com misturadores

elétricos. Podem ser empregados, basicamente, dois tipos de misturadores:

hastes helicoidais acionadas por furadeira elétrica e misturador de base fixa e

haste planetária. Ambos os equipamentos apresentam eficiência adequada

para a mistura de argamassas adesivas, permitindo, além da homogeneização

adequada, a incorporação de vazios na forma de microbolhas provocadas

pelos aditivos incorporadores de ar.

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18

As bases que servirão de suporte aos RCF devem secar pelos menos seis

semanas antes que os serviços da fachada sejam iniciados. As bases porosas

devem ser protegidas da chuva para evitar movimentos de retração na

secagem significativos durante e após a execução do RCF. A retração na

secagem potencial da base é função principalmente dos tipos de material

empregados. Materiais como blocos de concreto e o próprio concreto usado da

estrutura tem sua retração variável em função de uma série de fatores como

tipos de agregados empregados e fator água-cimento das dosagens.

Para receber o emboço que servirá de substrato para aplicação com adesivo

das placas cerâmicas a base do revestimento deve ser preparada

adequadamente para garantir a aderência e integridade do conjunto.

A técnica de preparação do suporte tradicionalmente empregada para receber

emboço de base de RCF consiste basicamente na limpeza e chapiscamento.

Para o chapiscamento utiliza-se uma argamassa de cimento e areia preparada

em obra ou industrializada que pode ou não conter aditivos.

Para iniciar a aplicação das placas toda a preparação de base e execução do

emboço deve estar concluída conforme especificado pelo projeto. Deve-se

aplicar este material inicialmente sobre o substrato com o lado liso da

desempenadeira, pressionando a lâmina da ferramenta contra a superfície. Em

seguida deve-se passar o lado denteado da desempenadeira para obtenção

dos cordões de altura constante. Uma prática bastante importante consiste em

acrescentar uma quantidade de material sobre a lâmina, também quando for

passar o lado denteado. Isto facilita a obtenção homogênea dos cordões na

altura desejada.

A técnica de melhor resultado para a aplicação de placas cerâmicas com

argamassa adesiva é conhecida como técnica de colagem dupla (em inglês,

notched trowel and buttering method). Este método é inclusive recomendado

pelos códigos ingleses e franceses de execução de RCF. O método de

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19

colagem dupla é obrigatório para as placas cerâmicas extrudadas e dotadas

de garras no verso. (BSI, 1991); (CSTB, 1988)

Depois de espalhar o adesivo sobre a base ou substrato, a aplicação da placa

não deve exceder o tempo em aberto determinado previamente em obra na

situação mais desfavorável de insolação e vento, sobre a superfície mais

absorvente da fachada em execução. A norma britânica afirma que em geral

este tempo em aberto de obra não deva ultrapassar 20 min (BSI, 1991).

Na aplicação das placas devem ser mantidos o alinhamento, nivelamento e

planicidade. O uso de material de assentamento em excesso pode tornar mais

difícil o ajuste da posição final da placa.

Antes da aplicação da argamassa, o colocador deve verificar as condições das

juntas de colocação, devendo estas estarem limpas e secas para o início do

rejuntamento. A aplicação deve ser conduzida de modo que uma área possa

ser trabalhada sem que o endurecimento do material se inicie. O material de

rejunte aplicado em excesso que fica sobre as placas deve ser removido com a

própria desempenadeira ou espátula.

A realização da limpeza antes do momento adequado pode danificar o rejunte

e retirar parte do material ainda plástico. A limpeza inicial deve ser feita

normalmente com auxílio de uma esponja úmida (não saturada), limpa

freqüentemente em água e escorrida em seguida ou através de um pano

úmido – não molhado. Durante a limpeza final do rejunte deve-se proceder

também à limpeza das juntas de controle do RCF. Deve tomar cuidado para

que a argamassa de rejuntamento não penetre na cavidade da junta, pois isto

dificulta a colocação do material de fundo de junto e tratamento posterior com

selante. (BSI, 1991)

A aplicação do selante deve ser feita com uma pistola de extrusão, cortando o

bico aplicador de acordo com a largura da junta, inclinado de 30 a 45 ºC. O

selante deverá ser aplicado acionando-se contínua e regularmente o gatilho da

pistola para a obtenção de um cordão uniforme no interior da junta.

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20

5 PROJETO DE RCF

Desenvolver o projeto para produção (PPP) de RCF é necessário por razões

técnicas e econômicas. Além de definir os meios para que o planejamento e a

programação da produção sejam eficientes, o projeto deve permitir exercer o

controle de qualidade do processo dos materiais e da execução, pois oferece

os principais subsídios para isto. Este processo deve considerar um conjunto

de parâmetros que permitam atingir os objetivos do empreendimento. Para

analisar seu comportamento, portanto, é necessário considerar não apenas o

desempenho de cada camada isoladamente, mas o desempenho do sistema

como um todo, desde a base suporte, até o material cerâmico de revestimento

externo (placa cerâmica).

É necessário que se tenha sempre em mente o comportamento global do

revestimento sem perder de vista seus requisitos funcionais fundamentais e as

interferências potenciais de cada decisão, por mais particular que ele seja.

Para isto o revestimento cerâmico de fachada deve então ser considerado

como um sistema constituído de camadas de diferentes materiais que

apresentam propriedades distintas entre si.

A elaboração do PPP de RCF requer a consideração de muitas variáveis e

parte importante delas ainda de conhecimento tecnológico restrito. Entretanto,

com base no que já se conhece sobre o comportamento dos revestimentos de

fachada, sua interação com a base e sobre os materiais que o constituem, é

possível organizar uma série informações de modo a considerá-las na

elaboração de um projeto com o objetivo de obter redução patologias e obter

desempenho. O PPP se desdobra em eventos cronologicamente ordenados,

podendo haver retroalimentação entre os diferentes estágio de sua evolução.

Agrupando as diversas etapas do processo, foi possível identificar três fases

distintas de desenvolvimento, organizado-as em uma estratégia de elaboração

de projeto essencialmente linear. As fases e etapas para desenvolvimento do

processo de projeto de RCF proposta são apresentadas de modo genérico no

fluxograma da Figura 5.1:

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21

Figura 5.1 Fluxograma geral das principais etapas do processo de

projeto de RCF.

DEFINIÇÃO DAPREPARAÇÃO DA BASE

E DO SUBSTRATO

DEFINIÇÃO DAS JUNTAS DECONTROLE REFORÇOS DO

SUBSTRATO

SELEÇÃO DOSMATERIAIS DE

ASSENTAMENTO

DEFINIÇÃO DOMÉTODO

CONSTRUTIVO

DEFINIÇÃO DOSCRITÉRIOS DE

CONTROLE

PROGRAMAÇÃODOS SERVIÇOS

Fase

de

espe

cifica

ção

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álise

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DEFINIÇÃO DAMÃO-DE-OBRA

CONTROLE DOPROJETO EMEXECUÇÃOFa

se d

epr

oduç

ão

DEFINIÇÃO DOSDETALHES

CONSTRUTIVOSRe

defin

ições

de

proj

eto

ESTUDO DATIPOLOGIA DA

PLACA CERÂMICA

AVALIAÇÃO DASCONDIÇÕES DEEXPOSIÇÃO DA

FACHADA

ANÁLISE DAARQUITETURA DA

FACHADA

DEFINIÇÃO DASCAMADAS DO RCF

ANÁLISE DADEFORMABILIDADE

DA ESTRUTURA

ANÁLISE DASCARACTERÍSTICASDAS ALVENARIAS

EXTERNAS

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22

Na Fase de Análise e Definições Iniciais considera-se principalmente e

exeqüibilidade do projeto, analisando-se as soluções possíveis para o

problema. O resultado desta fase é um conjunto de definições e alternativas

potenciais de solução e o estabelecimento de uma concepção geral para o

projeto. São consideradas nesta análise as definições do projeto de

arquitetura, as condições de exposição da fachada, bem como a avaliação da

deformabilidade e outras características das bases dos RCF.

Na Fase de Especificação e Detalhamento procura-se descrever a

caracterizar a solução do projeto com base na tecnologia disponível e

normalização pertinente. Após a definição genérica das camadas, as

atividades a serem desenvolvidas consideram as especificações necessárias,

desde a preparação da base até os critérios de controle de produção,

passando pela definição de juntas e reforços, seleção de materiais de

assentamento, métodos e detalhes construtivos.

Na Fase de Produção deve ocorrer a implantação do PPP na obra e a

verificação prática das soluções projetadas, primeira em escala piloto depois

em regime de trabalho. São definidos também os parâmetros a serem

considerados para a programação dos serviços e definição da mão-de-obra,

incluindo-se até as ações de apoio do projetista à produção do RCF.

A maioria dos países desenvolvidos publicaram normas e códigos de prática

que tratam sobre o projeto de RCF, entretanto, a maior parte destas normas

trata basicamente de propriedades e ensaios de materiais como adesivos e

selantes, não apresentando critérios e parâmetros de projetos. Na Tabela 5.1

são apresentados alguns dos principais códigos e normas sobre RCF

apontando restrições impostas e o conteúdo apresentado.

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23

Tabela 5.1 Principais códigos e normas para projeto de RCF de alguns

países. Adaptado e complementado a partir de PERRY; WEST

(1994) e SQUINZI (1993).

PPAAÍÍSS TTÍÍTTUULLOO DDOO CCÓÓ DDIIGGOO EESSCCOOPPOO EE CCOONNTTEEÚÚDDOO

Alemanha DIN 18.515 Part 1: Cladding forexternal walls, tiles fixed withmortar: principals of design andapplication. 1983.

Restringe o uso de placas assentadas com adesivospara dimensões máximas de 0,12 m2. Apresentarequisitos relacionados a dimensões e espaçamentosde juntas.

AS 3958.1 Part 1: Ceramic tiles -Guide to the installation ofceramic tiles. 1991.

Define materiais e sistemas de revestimento cerâmico.Descreve preparação de substratos e métodos deexecução.

Austrália

AS 3958.2 Part 2: Ceramic tiles– Guide to the selection of aceramic tiling system. 1992.

Estabelece procedimento para o projeto derevestimentos cerâmicos. Lista parâmetros que devemser considerados e apresentada uma estrutura parasua consideração. Não oferece método de análise.

Espanha NTE 15 - 1973 Define materiais e estabelece procedimento para aexecução de revestimentos cerâmicos.

EstadosUnidos

ANSI A.108 – American NationalStandard Specification forinstallation of ceramic tile. 1992.

Especifica requisitos para o assentamento derevestimentos cerâmicos. São apresentados detalhespara uma série de métodos executivos. Sem referênciapara o assentamento de placas de grandes dimensões.

França CPT - External wall tiling with theuse of cementitious adhesives.1988.

Prescreve tamanhos máximos e peso de placascerâmicas que podem ser usadas em vários locais e otipo de adesivo e método de assentamentorecomendado.

BS 5385 Part 2: Wall and floortiling – Code of Practice for thedesign and installation ofexternal ceramic wall tiling andmosaics. 1991

Apresenta parâmetros de desempenho e requisitos deprojeto para revestimentos cerâmicos externos.Restringe para fachadas o uso de placas de absorçãomenor que 3 % e espessura mínima de 8 mm . Paraplacas com dimensão superior a 200 mm recomenda eemprego de grapa metálico (metal cramps) . Para placaterracotta com garras e assentada com grapas permitedimensões máximo do lado de até 600 mm.

Reino Unido

BS 8000 Part 11: Code ofpractice for wall and floor tiling.Section 11.1: Ceramic tile,terrazzo tiles and mosaics.1989.

Detalha requisitos para a mão-de-obra de execução derevestimentos cerâmicos. Apresenta vários métodos deassentamento com adesivos e prescreve limites paraseu uso. Sem referência para o assentamento deplacas de grandes dimensões

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24

6 CONCLUSÕES

Este trabalho procurou contribuir para o desenvolvimento da tecnologia de

produção de RCF. Os resultados obtidos foram baseados na análise da

literatura disponível e nos vários anos de experiência dos pesquisadores do

Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Gestão na Construção Civil sobre o

assunto. O autor acrescentou ainda a experiência de elaborar vários projetos

pilotos, onde foi possível vivenciar na prática os conceitos discutidos na tese.

As reflexões sobre o estado-da-arte da tecnologia e as experiências de

elaboração de projeto permitem concluir que as soluções para a produção dos

revestimentos precisam ser necessariamente sistêmicas e baseadas em

parâmetros técnicos.

Acredita-se que o trabalho tenha permitido mostrar que o domínio da produção

de placas cerâmica não é condição suficiente para garantir o sucesso dos

revestimentos em uso, ficando claro a necessidade de considerar o projeto

como elemento-chave na obtenção de resultados satisfatórios. Entende-se

ainda que a evolução dos RCF continuará ocorrendo à medida que sejam

desenvolvidas pesquisas tecnológicas que procurem estabelecer critérios mais

confiáveis para as definições de projeto e produção. Entretanto, precisa-se

lembrar que ainda há necessidades básicas para serem atendidas como o

treinamento da mão-de-obra e o desenvolvimento do mercado nacional de

ferramentas e equipamentos específicos para RCF.

Finalmente ressalta-se que, mesmo diante das dificuldades impostas, existe

uma crescente receptividade por parte do meio técnico em valorizar os projetos

e a tecnologia de RCF. O autor acredita que a implantação dos critérios e

diretrizes estabelecidos neste trabalho possa incrementar não somente o

desempenho da fachada, mas também o sucesso técnico-econômico do

empreendimento como um todo.

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25

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BOLETINS TÉCNICOS PUBLICADOS

BT/PCC/227 As Juntas de Movimentação na Alvenaria Estrutural. ROLANDO RAMIREZ VILATÓ,LUIZ SÉRGIO FRANCO. 11 p.

BT/PCC/228 Painéis em Cimento Reforçado com Fibras de Vidro (GRC). VANESSA GOMES DASILVA, VANDERLEY MOACYR JOHN. 20 p.

BT/PCC/229 Derivação de Fundos para Investimento em Empreendimentos de Infra-Estrutura no Brasil:A Viabilidade da Securitização nas Concessões Rodoviárias e de Geração Independente deEnergia Hidrelétrica. CLÁUDIO TAVARES DE ALENCAR, JOÃO DA ROCHA LIMAJUNIOR. 25 p.

BT/PCC/230 Influência da Dosagem na Carbonatação dos Concretos. FABÍOLA LYRA NUNES, PAULOROBERTO DO LAGO HELENE. 26 p.

BT/PCC/231 Resistência ao Cisalhamento do Concreto Fresco por Compressão Triaxial. LEVY VONSOHSTEN REZENDE, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 30 p.

BT/PCC/232 Mecanismos de Transporte de Agentes Agressivos no Concreto. CARLOS EDUARDOXAVIER REGATTIERI, PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 20 p.

BT/PCC/233 Influência do Tipo de Cal Hidratada na Reologia de Pastas. FABIOLA RAGO, MARIAALBA CINCOTTO. 24 p.

BT/PCC/234 A Inserção do Campus da Cidade Universitária “ Armando de Salles Oliveira” na MalhaUrbana da Cidade de São Paulo. VERA ADELINA AMARANTE MACHADO MARQUES,WITOLD ZMITROWICZ. 34 p.

BT/PCC/235 Aspectos de Desempenho da Argamassa dosada em Central. ANTONIO A. A. MARTINSNETO, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 25p.

BT/PCC/236 Contratação de Performance: Modelo Norte-Americano nos Anos 90 na Automação Predial.ENIO AKIRA KATO, RACINE TADEU ARAUJO PRADO. 22p.

BT/PCC/237 Dosagem de Argamassas através de Curvas Granulométricas. ARNALDO MANOELPEREIRA CARNEIRO, MARIA ALBA CINCOTTO. 37p.

BT/PCC/238 Estudo da Difusão do Oxigênio no Concreto. PAULO FANCINETE JÚNIOR, ENIO J. P.FIGUEIREDO. 23p.

BT/PCC/239 Fissuração por Retração em Concretos Reforçados com Fibras de Polipropileno (CRFP).JUSSARA TANESI, ANTONIO DOMINGUES FIGUEIREDO. 24p.

BT/PCC/240 Análise em Project Finance. A escolha da moeda de referência. JOÃO R. LIMA JR 42P.

BT/PCC/241 Tempo em Aberto da Argamassa Colante: Influência dos Aditivos HEC e PVAc. YÊDAVIEIRA PÓVOAS, VANDERLEY MOACYR JOHN. 13p.

BT/PCC/242 Metodologia para Coleta e Análise de Informações sobre Consumo e Perdas de Materiais eComponentes nos Canteiros de Obras de Edifícios. JOSÉ CARLOS PALIARI, UBIRACIESPINELLI LEMES DE SOUZA. 20p.

BT/PCC/243 Rendimentos Obtidos na Locação e Sublocação de Cortiços – Estudo de casos na áreacentral da cidade de São Paulo. LUIZ TOKUZI KOHARA, ANDREA PICCINI. 14p.

BT/PCC/244 Avaliação do Uso de Válvulas de Admissão de Ar em Substituição ao Sistema de VentilaçãoConvencional em Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários. HELCIO MASINI, ORESTESMARRACCINI GONÇALVES. 12p.

BT/PCC/245 Programações por Recursos: O Desenvolvimento de um Método de Nivelamento e Alocaçãocom Números Nebulosos para o Setor da Construção Civil. SÉRGIO ALFREDO ROSA DASILVA, JOÃO DA ROCHA LIMA JR. 26p.

BT/PCC/246 Tecnologia e Projeto de Revestimentos Cerâmicos de Fachadas de Edifícios. JONASSILVESTRE MEDEIROS, FERNANDO HENRIQUE SABBATINI. 28p.

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Escola Politécnica da USP - Deptº de Engenharia de Construção CivilEdifício de Engenharia Civil - Av. Prof. Almeida Prado, Travessa 2

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