formando bachareis nos cursos de turismo

Upload: paulometchko

Post on 18-Oct-2015

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    1/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    FORMANDO BACHAR#IS NOS CURSOS DE TURISMO

    Batista / Camila SorianoTurism'loga formada pela Universidade Anhembi-Morumbi, Mestre em Educa#o

    pela Faculdade Renascena e docente no curso de Turismo do CentroUniversit*rio de Araraquara +UNIARA.Contato atrav,s do e-mail: [email protected]

    RESUMO

    No setor de servios de natureza tur.stica, a qualidade depende quase sempre daforma#o e motiva#o do capital humano especializado, que deve satisfazer ocliente, o que exige um processo de constante inova#o. A *rea de atua#o doTurismo abrange empresas com atividades de v*rias naturezas comohospedagem, transportes, agenciamento, alimenta#o, entretenimento, eventos eplanejamento. S#o atividades complexas, que exigem a atua#o de profissionais

    especializados, com conhecimento e forma#o na *rea+os bachar,is em turismo.O enfoque desta pesquisa , exatamente a educa#o desses bachar,is,considerando-se os docentes desses cursos e abordando-se aspectos relevantesda doc0ncia no curso de turismo, quais sejam os conceitos para os professores deensino-aprendizagem, planejamento e avalia#o. Neste sentido, analisa a rela#oentre a educa#o e o turismo, enfocando o car*ter do processo ensino-aprendizagem, atrav,s de informa2es prestadas por professores. Podendo assimcompreender o complexo contexto de atua#o do professor universit*rio deTurismo e o descaso das institui2es de ensino em rela#o a um desenvolvimentodocente especializado. A necessidade de um processo de desenvolvimentoprofissional + educacional + de professores nas institui2es de ensino, para o

    crescimento especializado do docente em Turismo, uma vez que as informa2esprestadas pelos professores da *rea indicam que eles possuem pouca ounenhuma forma#o educacional.Palavras-chave: ensino-aprendizagem; turismo; educa#o; especializado;desenvolvimento.

    ABSTRACT

    The objective of this study is to identify the profile of teaching of the universitiestourism professors of some colleges in S#o Paulo State, considering the opinionand depositions of professors. It describes the study area, the tourism, since itsbeginning until its apex now a days. It reflects about the definition that professor

    has in reference to the teach-learning process. It analyses the multidisciplinary ofthe course and principally of the service assistant tourism area and the act ofuniversity teaching of this course. The methodology used was the exploratoryresearch, organized according to a bibliographic survey, which enabled us to getthe performance of the tourism professor and on a loco research that permitted usto have an approach to the object of study, knowing their opinion about educationalconceptions. The information we got gave us a better understanding of the

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    2/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    complex context of action of the university tourism professor and the negligence ofa specialized professor development. With this analysis we come to the conclusionthat an adjusted process of professional development of professors is needed,close to the learning institutions for the specialized growth of tourism teachers.

    Key&Words: teach-learning; tourism; educational; specialized; development.

    EDUCA'*O E TURISMO

    3dif.cil estabelecer exatamente quando a Educa#o em Turismo realmente

    comeou, mas Matias (2002), afirma que foi na Gr#-Bretanha quando se

    desenvolveu o treinamento para agentes de viagens e funcion*rios de ag0ncias de

    turismo. Alternativamente, ge'grafos e economistas podem alegar que suas

    mat,rias sempre foram inclu.das no estudo de turismo e foi em fun#o destasmat,rias que o turismo comeou a emergir como uma *rea de valor acad0mico.

    Nos anos 70 e 80, em pa.ses desenvolvidos, os cursos de Turismo n#o

    estavam estabilizados, como n#o havia estrutura acad0mica ou institucional

    aceit*vel para tais cursos, eles se desenvolveram de maneira n#o planejada. Por

    exemplo, alguns cursos emergiram em departamentos de geografia, outros em

    recrea#o e esportes e os demais tiveram suas ra.zes em estudos de neg'cios e

    hotelaria. Isso resultou em uma *rea diversificada, com falta de consist0ncia

    curricular em termos de qualidade e coordena#o. Em alguns pa.ses, essa

    situa#o leva o setor p5blico a intervir para padronizar as diversifica2es. Este

    caso ocorreu particularmente no final dos anos 70 e em toda a d,cada de 80. Mais

    recentemente, como as mat,rias das *reas amadureceram, a auto-

    regulamenta#o de institui2es e 'rg#os profissionais tornou-se mais comum.

    Ent#o, o desenvolvimento da Educa#o em Turismo, nas 5ltimas d,cadas,

    tem passado por uma transi#o de foco e import7ncia. Nos anos 70 e 80 o

    Turismo era apenas um suplemento para cursos mais reconhecidos, como

    arquitetura e geografia, o que aumentava a abrang0ncia destes cursos.

    Como o mercado tur.stico aumentou, os cursos de turismo que visam um

    diploma, e os de especializa#o, por exemplo, transporte, marketing de lazer,

    comeam a surgir embora essas *reas ainda n#o tenham credibilidade e

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    3/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    reconhecimento como *reas mais desenvolvidas, a infra-estrutura educacional e

    intelectual para o Turismo est*sendo estabelecida rapidamente.

    A educa-/o profissional no Brasil

    Conforme Campos (2000), a partir de 1942 o Estado se voltou 8 era dos

    servios e criou instrumentos e institui2es voltadas para a educa#o profissional,

    com a cria#o dos "Quatro Esses" (SENAI/SESI e SENAC/SESC), que oficializou

    o preparo de m#o-de-obra qualificada para a ind5stria e para o com,rcio. Os

    problemas do pa.s com a educa#o de base persistem at, hoje, sobretudo fora

    dos bols2es de riqueza situados nas regi2es Sul e Sudeste, e somam-se 8s

    muitas dificuldades na prepara#o de pessoas qualificadas para atuar no setor deservios.

    :Na metade do s,culo XX, as elites brasileiras e sua pequena classe

    m,dia tinham muitas dificuldades em ver seus filhos em trabalhos

    considerados braais e, ao mesmo tempo mantinham fortes preconceitos

    em rela#o a algumas profiss2es como as de enfermeiro e comiss*rio de

    bordo. Mais forte do que a cultura do bacharelado, que permanece at,os

    dias atuais, o preconceito com essas profiss2es tem sua raiz n#o s'na

    cultura escravocrata como tamb,m no preconceito em rela#o ao papel

    da mulher na sociedade;. (Campos 2000, p.12).

    O resultado desse comportamento preconceituoso ,uma grande dificuldade

    no preparo de pessoal qualificado e de bom n.vel para o setor de servios,

    especialmente os servios que implicam no atendimento direto ao cliente.

    A percep#o desse contexto , importante uma vez que a Educa#o em

    Turismo vai se dar justamente na perspectiva de melhorar o quadro de servios

    nesta *rea de empreendimentos.

    No sentido de se caracterizar como uma boa oferta, faz-se necess*ria uma

    forma#o profissional de qualidade. Na realidade, como o Turismo ,uma atividade

    de utiliza#o intensa de capital humano, s' o ensino e consequentemente a

    forma#o de m#o-de-obra especializada, poder#o responder aos desafios que o

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    4/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    setor enfrenta e, em particular, 8s freq

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    5/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    preocupa#o com a pesquisa e a investiga#o, estimular o desenvolvimento da

    capacidade cr.tica, avaliativa e criativa, proporcionar um maior embasamento

    cultural e human.stico, formar recursos humanos para o mercado de trabalho,

    preparar os profissionais para novas tecnologias, novos equipamentos e novos

    materiais e estimular a busca constante de produtividade.

    Em rela#o aos estudos de turismo, , importante ter consci0ncia de que os

    estudos te'ricos s#o formadores e necess*ria , sua articula#o com a pr*tica

    profissional, que assim devem se desenvolver juntas - teoria e pr*tica. Por,m,

    ainda existem muitas institui2es que hesitam na hora de incluir experi0ncias

    pr*ticas, como laborat'rios ou visitas t,cnicas, duvidando da sua efic*cia e

    tornando o ensino de seus alunos deficiente.A car0ncia de uma forma#o te'rico - pr*tica nos estudos de turismo ,um

    fator-chave para explicar o desequil.brio existente entre as necessidades do setor

    e os graduados. A forma#o te'rico - pr*tica ,mais custosa que a simplesmente

    te'rica, necessita de instala2es, material, etc. 3 preciso buscar solu2es

    alternativas na rec,m-criada Comiss#o de Especialistas em Turismo (Di*rio Oficial

    da Uni#o, 16 de junho de 2000), nas associa2es de estudantes, n.veis nacional e

    internacional, programas de coopera#o educativa, reciclagem, bolsas de estudo,

    etc.

    Deve-se buscar colabora#o entre as universidades, as escolas de turismo,

    os profissionais do setor e a administra#o, planificando um programa educacional

    que defina os objetivos que se quer alcanar e que englobe todos os aspectos da

    forma#o tur.stica.

    Todas essas medidas e outras similares far#o com que a Educa#o no setor

    de Turismo seja um desafio-chave nos pr'ximos anos. Sem d5vida esse ser* o

    primeiro passo para o alcance da excel0ncia do setor.

    O in1cio dos cursos superiores de turismo no Brasil1

    1Com base nos livros de MATIAS, M., de REJOWSKI, M. e de MACIEL, L.S.B., SHIGUNOV NETO, A.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    6/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    A abertura dos cursos de Turismo originou-se na d,cada de 70, ,poca em

    que o caminho da economia de servios comeava a ser sinalizado. O pa.s estava

    ainda "curtindo" o efeito do processo industrial com apenas 20 anos de idade e as

    possibilidades de consumo geradas pelo chamado milagre econ>mico quando o

    pa.s, sob um regime ditatorial comandado por t,cnocratas tomou grandes

    empr,stimos no exterior e praticou uma pol.tica desenvolvimentista com um

    grande salto na infra-estrutura e juros baixos que permitiram ao consumidor +pelo

    menos da chamada classe m,dia+acesso a bens antes jamais sonhados.

    Foi um per.odo de grande boom na constru#o civil, de um crescimento

    espantoso dos grandes centros urbanos, como S#o Paulo, Rio de Janeiro,

    Salvador, Porto Alegre, Curitiba e outros, e tamb,m do desenvolvimento deregi2es com alguma voca#o tur.stica, uma vez que o governo determinou, por

    exemplo, que as chamadas est7ncias tur.sticas eram *reas consideradas de

    segurana nacional, e que, portanto, n#o teriam elei2es municipais, sendo os

    seus prefeitos nomeados pelo governo federal. Foi tamb,m nessa d,cada que a

    EMBRATUR reestruturou-se e passou a atuar mais fortemente como empresa

    intervindo na organiza#o dos servios que comp2em o chamado trip,do turismo

    + comunidade, empreendedores e turistas + , atrav,s de diversas Delibera2es

    Normativas. Os sinais de crescimento do setor de servios foram interpretados

    como crescimento do turismo no Brasil. 3 muito claro o aumento da demanda

    pelos servios tur.sticos 8 ,poca. A classe m,dia comeava aprender a viajar

    utilizando-se da nova malha vi*ria e dos carros que conseguia comprar com os

    longos financiamentos. Os anos 70, sobretudo o final da d,cada, colocaram o pa.s

    num sonho de hegemonia latino-americana e de compara2es com outros pa.ses

    desenvolvidos porque era poss.vel utilizar o telex, porque a telefonia era agora

    mais r*pida e porque tinha-se mais escolas superiores. O aumento de escolassuperiores n#o se deu pela amplia#o da oferta de escolas p5blicas e novos

    investimentos. O governo foi encontrar na iniciativa privada a solu#o para a

    educa#o brasileira. Por melhores que fossem as inten2es nessa dire#o, o que

    se viu foi um grande crescimento quantitativo em detrimento do qualitativo.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    7/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    O surgimento do curr1culo de Turismo no Brasil 2

    A habilita#o 5nica em Turismo , relativamente recente no pa.s, a exemplo

    de outras gradua2es nas *reas de comunica2es, inform*tica e meio ambiente.

    O Curso superior de Turismo comeou a existir por meio do parecer n&35/71 do

    Minist,rio da Educa#o, feito pelo relator Conselheiro Roberto Siqueira Santos e

    aprovado em 28 de janeiro de 1971. Esse parecer deu base 8 Resolu#o sem

    n5mero de 29 de janeiro de 1971 do Conselho Federal de Educa#o, que fixou o

    curr.culo m.nimo e a dura#o do curso superior de turismo.

    O primeiro curr.culo foi elaborado pelo Prof. Domingos Hernadez Pe?a3,

    ap's um levantamento nas escolas europ,ias, e adaptado 8 realidade brasileira.Os primeiros cursos foram implantados em unidades universit*rias aut>nomas ou

    ligados aos igualmente novos cursos da *rea de Comunica2es. Chegou-se a

    discutir a possibilidade de inserir os cursos de turismo nas faculdades de

    Administra#o ou de Educa#o F.sica, mas prevaleceu a tend0ncia de manter o

    curso em unidades independentes ou ligado 8Comunica2es.

    Em 1971, o diretor da ent#o Faculdade do Morumbi, atual Universidade

    Anhembi-Morumbi, Prof. Gabriel M*rio Rodrigues, decide suprir uma demanda da

    ,poca + :as mulheres estavam voltando aos bancos universit*rios...;+ afirma

    Rodrigues, e cria o primeiro curso de turismo do pa.s, com a dura#o m.nima de

    1.600 horas, as quais foram integralizadas em dois e no m*ximo quatro anos,

    contendo as seguintes mat,rias: Sociologia, Hist'ria do Brasil, Geografia do Brasil,

    Hist'ria da Cultura, Estudos Brasileiros, Introdu#o 8 Administra#o, No2es de

    Direito, T,cnica Publicit*ria e Planejamento e Organiza#o do Turismo.

    Seguindo os passos da Faculdade do Morumbi, a Faculdade Ibero-

    Americana de Letras e Ci0ncias Humanas, atual Centro Universit*rio Ibero-Americana inaugura seu curso superior de Turismo no ano seguinte em 1972 e

    posteriormente em 1973 no 7mbito universit*rio propriamente dito, o primeiro

    2Com base nos livros de MATIAS, M., de REJOWSKI, M. e de MACIEL, L.S.B., SHIGUNOV NETO, A.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    8/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    curso de turismo aparece na Escola de Comunica2es e Artes da Universidade de

    S#o Paulo, ligado ao ent#o Departamento de Rela2es P5blicas, Propaganda e

    Publicidade. Desencadeando assim os mais as centenas de cursos de Turismo

    que o pa.s possui atualmente.

    :Em 1990, havia 27 cursos de turismo no Brasil e 5.739 estudantes do ramo,

    n5meros que hoje subiram, respectivamente, para 230 e 37.906, de acordo com o

    MEC;. (Vale, Folha de S. Paulo, 2002).

    Portanto, no decorrer dos anos surgiram outras propostas evolutivas de

    curr.culo, sendo que atualmente o curr.culo vigente entrou em vigor 1998. A carga

    hor*ria m.nima , de 3.000 horas/aula, o tempo de dura#o m.nima do curso

    passou para quatro e no m*ximo sete anos. A distribui#o da estrutura curricularficou sendo 25% de forma#o b*sica (Sociologia, Geografia, Hist'ria,

    Administra#o, Economia, Direito, Estat.stica, Metodologia Cient.fica e Psicologia);

    45% de forma#o profissional (Planejamento e Organiza#o do Turismo, Teoria

    Geral do Turismo, Marketing, Eventos, Lazer, Hospedagem, Alimentos e Bebidas,

    agenciamento, Transportes, Inform*tica, Contabilidade e L.ngua Estrangeira); 20%

    de forma#o complementar (Antropologia, L.ngua Portuguesa e Matem*tica) e

    10% de est*gio.

    As principais dificuldades encontradas para a forma#o do Bacharel em

    Turismo no in.cio dos cursos foram: sele#o do corpo docente, quando da

    instala#o dos primeiros cursos, pois n#o havia no pa.s professores

    especializados; falta de conscientiza#o do pr'prio aluno do que , o curso de

    turismo, e do que ele esperava do mesmo; a inexist0ncia de bibliografia nacional

    sobre o assunto, bem como tradu2es e/ou dificuldades em importar obras

    estrangeiras; um curr.culo m.nimo human.stico e pouco profissionalizante; e a falta

    de padroniza#o dos cursos, permitindo a exist0ncia de cursos de tr0s e quatroanos.

    3Prof. Domingos Hernandez Pea, profissional do turismo, oriundo das Ilhas Can#rias.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    9/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    E hoje, ap's 32 anos, ser* que estas dificuldades j* foram sanadas? Esta

    quest#o ,pertinente ao assunto desta disserta#o que tenta mostrar a dificuldade

    de se possuir docentes qualificados no curso de turismo.

    O Corpo docente dos cursos pioneiros de Turismo: um exemplo da

    dificuldade de construir professores na 3rea do Turismo

    O Conselho Federal de Educa#o, em junho de 1968, na Indica#o 14/68,

    manifestou a preocupa#o com os profissionais que deveriam lecionar nos novos

    cursos que estavam sendo criados. Sen#o, veja-se:

    :Contudo, a experi0ncia do Conselho tem demonstrado as dificuldades,

    por vezes intranspon.veis, na rigorosa aplica#o da norma, nas

    condi2es atuais de expans#o do ensino superior brasileiro. Com efeito,

    esta expans#o se tem caracterizado n#o apenas pelo aumento da

    popula#o estudantil, pela multiplica#o de escolas, mas tamb,m pela

    extrema diversifica#o dos cursos, conseq

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    10/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    cursos de *reas afins, e que demonstrem sua capacidade por meio de

    outros tipos de cursos id>neos ou publica2es especializadas de valor

    comprovado.

    Diante desses fatos, imp2e-se a modifica#o do texto legal para ajust*-lo

    8s situa2es concretas. (...)

    Em vista dessas considera2es, o art. 3&passaria a ter seguinte reda#o:

    (...)

    Excepcionalmente, o diploma de curso superior na forma exigida por este

    artigo pode ser substitu.do por diploma de outros cursos de gradua#o,

    preferencialmente de *reas afins, e complementado p>r outros t.tulos que

    demonstrem a capacidade t,cnica do candidato na disciplina a ser

    lecionada.;

    Esta indica#o , assinada pelo seu relator, o presidente da C7mara de

    Ensino Superior do Conselho Federal de Ensino, Newton Sucupira, na Documenta

    n&87, junho de 1968. Desde ent#o, existe a possibilidade de professores

    graduados em :*reas afins;lecionarem em cursos novos, como o de Turismo.

    Acompanhar a forma#o original dos primeiros professores de Turismo pode

    esclarecer como intelectuais migram de suas *reas de gradua#o para esta nova

    *rea acad0mica. 3 poss.vel saber a forma#o universit*ria dos professores dos

    cursos de Turismo pesquisando os processos de autoriza#o e reconhecimento de

    tais cursos. Executou-se o levantamento dos primeiros professores do curso de

    Turismo da Faculdade de Turismo do Morumbi, da Faculdade Ibero-Americana e

    da ECA-USP. E foram escolhidas estas tr0s Institui2es de Ensino Superior, por

    serem as pioneiras na atividade. Apresenta-se aqui somente a forma#o

    comprovada de gradua#o dos professores, qual seja: Economia, Engenharia,

    Hist'ria, Direito, Arquitetura, Geografia, Ci0ncias Sociais, Educa#o F.sica,

    Jornalismo, Pedagogia, Rela2es P5blicas, Letras, entre outras gradua2es n#oinformadas.

    A import4ncia da Educa-/o para o Turismo

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    11/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    Para se abordar a import7ncia da Educa#o, segue aqui alguns dos

    conceitos pesquisados, sendo que ajudar*a esclarecer a rela#o entre educa#o

    e docente.

    "A educa#o ajuda o homem a conquistar os seus pr'prios instrumentos de

    liberta#o, de realiza#o do que ele projeta." (Robert Etave, p.17. In: Did*tica:

    Aprender a Ensinar).

    J* Saviani (1991), afirma que a educa#o , a solu#o do problema da

    inefici0ncia, da incompet0ncia, da falta de habilidade operacional, isto ,, a falta de

    capacita#o para o exerc.cio de determinadas fun2es sociais. E que a educa#o

    habilita os indiv.duos a exercer determinadas fun2es na sociedade no sentido de

    capacit*-los para serem membros produtivos no 7mbito da sociedade.Segundo F,tizon (2001), a educa#o , o processo por meio do qual o

    indiv.duo constr'i a pr'pria humanidade - ou se auto-constr'i enquanto Homem; e

    ,o mecanismo de que o grupo humano disp2e para promover a auto-constru#o

    da humanidade de seus membros. Em outras palavras, a constru#o da

    humanidade do indiv.duo, faz-se a partir de seu pr'prio equipamento pessoal e da

    a#o do grupo humano a que pertena.

    Uma caracter.stica do Ensino do Turismo no Brasil ,o aumento quantitativo

    dos Cursos de Turismo e o surgimento de cursos relacionados com a *rea,

    suprindo a crescente necessidade de especializa#o e segmenta#o. Mas tal

    caracter.stica acaba apresentando alguns problemas como: falta de professores,

    falta da pr*tica e falta de literatura espec.fica. Neste trabalho est*sendo abordado

    a quest#o do docente, sua maneira de conceber o processo ensino-aprendizagem.

    :O principal problema , a falta de professores, especialmente titulados

    (mestres e doutores) e a falta de uma vis#o estrat,gica coerente com o dinamismo

    e sofistica#o dos setores de viagem e turismo.;(Trigo, 2000, p. 246)A falta de professores reflete-se na qualidade dos cursos oferecidos pelo

    pa.s. Muitos dos atuais estudantes est#o tendo aulas com profissionais formados

    nos mais diversos campos, menos em turismo. A quest#o , que um curso de

    turismo que n#o tenha professores formados em turismo ou docentes com

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    12/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    experi0ncia razo*vel em alguma empresa s,ria do mercado tur.stico, corre o risco

    de formar mal os alunos e resvalar para a superficialidade. Pode ser ainda pior se

    os professores forem defasados j*em sua pr'pria *rea de conhecimento.

    Por meio de observa#o, pude perceber que os professores n#o conhecem a

    vastid#o e as sutilezas do setor de viagens e turismo e muitas vezes n#o s#o bem

    preparados em suas pr'prias *reas de forma#o espec.fica. N#o , imposs.vel

    encontrar nas salas de aula, por parte dos professores, bibliografias antigas,

    apostilas desatualizadas e discursos ao mesmo tempo autorit*rios e antiquados.

    H*ainda o bacharel de turismo que d*aulas com bibliografia da d,cada de 80 ou

    ainda mais antiga, e se apega 8primeira fase do desenvolvimento do turismo no

    Brasil. Esse quadro ,comum em v*rias institui2es de ensino superior de turismo.Os alunos que se candidatam a esses cursos n#o sabem que sair#o com um

    diploma legalmente reconhecido, mas desprovido de valor para o mercado, porque

    seu curso n#o ofereceu um conte5do que o possibilite a trabalhar na *rea de uma

    forma eficiente e competente.

    :Portanto, o futuro profissional deve saber que ter* um longo caminho

    para se aprofundar em disciplinas como contabilidade, planejamento,

    sociologia, ag0ncias de viagens, alimentos e bebidas, psicologia,

    administra#o, etc. Os cursos s#o novos, o mercado profissional

    brasileiro voltou a crescer tamb,m recentemente (meados da d,cada de

    90), a forma#o profissional , variada e complexa e h* poucos

    profissionais capacitados para ensinar.;(Trigo, 2000, p.247).

    A falta de professores para a *rea de turismo n#o se restringe ao Brasil. 3

    comum existirem nos pa.ses do Cone Sul (Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile),

    acad0micos e profissionais que n#o possuem uma forma#o espec.fica em

    turismo. Isso , ainda comum porque, como j* foi visto no Brasil, os cursos

    superiores de turismo surgiram na Am,rica do Sul no in.cio da d,cada de 1970. A

    maior parte desses pa.ses viveu crises pol.ticas e econ>micas profundas ao longo

    da d,cada de 1980 e apenas na d,cada de 1990 puderam pensar em novos

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    13/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    investimentos e op2es de desenvolvimento em v*rias *reas, inclusive em

    turismo.

    H* tamb,m a falta de atualiza#o do docente, muitas vezes pela falta de

    dedica#o da escola para com o professor. Este, ent#o, se sente incapaz de se

    atualizar sozinho. Se a escola n#o tem condi2es, ou vis#o, para melhorar seu

    corpo docente, o pr'prio professor deve qualificar-se, tentar mudar a postura de

    seu local de trabalho, conseguir titula#o acad0mica, ler muito, publicar, participar

    de semin*rios e congressos +, poss.vel realizar todas estas atividade sem um

    m.nimo de apoio das institui2es?

    De todo modo, com afirma:

    :A competi#o chegou na vida acad0mica e isso , 'timo. V*rias

    Institui2es P5blicas e Privadas possu.am uma subcasta decadente de

    docentes que por quest2es pol.ticas ou dom,sticas se incrustava no

    poder, formal ou informal, e passava a repetir f'rmulas gastas nas aulas

    sendo motivo de riso para os alunos: fichas amareladas, apostilas

    remendadas, conte5dos estranhos e arrog7ncia eram o instrumental

    desses profissionais.;(Trigo, 2000, p.251).

    A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 9394 de 20 de dezembro de 1996 que

    estabelece as Diretrizes e Bases da Educa#o Nacional e os novos m,todos de

    avalia#o, +por exemplo o Exame Nacional de Cursos, que :cobram;atualiza#o

    de conte5dos+do Minist,rio da Educa#o, obrigam os professores acomodados e

    as coordena2es omissas a reformularem suas posturas para sobreviver nos

    pr'ximos anos.

    Assim, segundo dados da Associa#o Brasileira de Bachar,is em Turismo

    (2003), com o Parecer CNE/CES 146/2002, pela Lei de Diretrizes e Bases da

    Educa#o Nacional 4.024/61, em seu art. 9&, posteriormente tamb,m a Lei de

    Reforma Universit*ria 5.540/68, no art. 26, incumbi a fixa#o dos curr.culos

    m.nimos dos cursos de gradua#o Turismo e Hotelaria, v*lidos para todo o Pa.s,

    apresenta a seguinte estrutura para as diretrizes curriculares: o perfil do egresso,

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    14/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    compet0ncias e habilidades, t'picos de estudo, dura#o do curso, est*gios e

    atividades complementares (articula#o te'rico-pr*tica), reconhecimento de

    habilidades e compet0ncias extra-escolares, estrutura geral do curso e disciplinas

    de teoria de turismo.

    Forma-/o profissional do professor universit3rio de turismo

    A forma#o profissional tem como prop'sito a capacita#o para o exerc.cio

    da profiss#o. 3 uma forma#o de base, na qual se procura desenvolver

    compet0ncias concretas para o desempenho de fun2es adequadas ao perfil

    profissional da ocupa#o. Tradicionalmente, no Brasil, essa forma#o ocorre,

    principalmente, em universidades e institui2es de ensino superior que t0m comoobjetivos a aquisi#o de t,cnicas, habilidades e compet0ncias gen,ricas dentro de

    *reas espec.ficas, assim como o desenvolvimento de atitudes adequadas 8

    inser#o no campo profissional. Recentemente, os profissionais de todas as *reas

    comearam a admitir que precisam atualizar-se e aperfeioar os seus

    conhecimentos e t,cnicas, ao longo da vida.

    No caso espec.fico da forma#o de professores o conceito de educa#o

    evoluiu e vem sendo substitu.do pelo de desenvolvimento profissional do docente.

    Neste contexto, pensar em desenvolvimento profissional dos professores significa

    considerar as seguintes dimens2es propostas pela OMT + Organiza#o Mundial

    do Turismo (2001):

    - Desenvolvimento pedag'gico: melhora no ensino ou em habilidades de

    instru#o ou gest#o da classe.

    - Conhecimento e compreens#o de si mesmo: dirigido a conseguir do professor

    uma imagem de si mesmo equilibrada e atualizada.

    - Desenvolvimento cognitivo: aquisi#o de conhecimentos e melhora das

    estrat,gias de processamento de informa#o por parte dos professores.

    - Desenvolvimento te'rico: baseado na reflex#o do professor sobre sua pr*tica

    docente.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    15/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    - Desenvolvimento profissional: por meio da pesquisa.

    - Desenvolvimento da carreira: mediante a ado#o de novos comportamentos

    profissionais.

    Verifica-se, portanto, que o desenvolvimento profissional dos professores

    est*assentado sobre um car*ter multidimensional. Ensinar ,desafiar adequada e

    gradualmente os limites dos alunos e facilitar a transposi#o desses limites. O

    modelo de ensino que aprisiona alunos em uma sala de aula, de frente para o

    quadro-negro, com o professor recitando textos j* provou ser de pouca efic*cia.

    No lugar do professor-informador e do aluno-ouvinte surgem o professor-facilitador

    e o aluno-pesquisador. Ao professor cabe criar situa2es em que os alunos se

    disponham a utilizar a informa#o ou pesquisar o assunto tratado.A metodologia mais proveitosa , a que leva 8 participa#o e desperta o

    aluno para o aprendizado, criando a demanda para o ensino at, que o aprendiz

    atinja a maturidade necess*ria para gerenciar seu pr'prio conhecimento.

    M#TODO DE PESQUISA

    A problem*tica desta pesquisa ,formada pelas seguintes perguntas:

    Qual a expectativa do professor sobre seu papel? O que ,, para os

    professores, ensinar? Como definem aprendizagem? Como planejam o processo

    ensino-aprendizagem? Como avaliam a aprendizagem?

    Para responder as perguntas acima, investigou-se uma amostra por

    conveni0ncia, de professores de duas faculdades de Turismo privadas do Estado

    de S#o Paulo, sendo uma na capital e outra no interior do estado. O crit,rio para a

    sele#o foi a facilidade de acesso para a pesquisadora, as institui2es. Fez-se

    contato direto com as coordenadoras de cada institui#o, pessoalmente

    explicando os objetivos da pesquisa e combinando os procedimentos para a

    realiza#o da mesma. O question*rio foi distribu.do, orientado e recolhido pela

    autora, sempre pessoalmente nos intervalos das aulas na sala dos professores,

    devido a facilidade de contato com os envolvidos.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    16/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    O instrumento utilizado foi um question*rio, constru.do com perguntas

    fechadas e abertas. As perguntas foram direcionadas para levantar dados para o

    estabelecimento do perfil dos professores e para saber a opini#o dos docentes

    quanto 8s expectativas sobre o papel do professor universit*rio de turismo, as

    dificuldades que encontram para exercer sua atividade em rela#o as expectativas

    do entorno, como definem e planejam o ensino-aprendizagem e como avaliam

    seus alunos.

    No momento da distribui#o do question*rio, foi esclarecido o objetivo da

    pesquisa, orientado o preenchimento e solicitada a colabora#o dos professores.

    Como a distribui#o e a coleta foi direta entre entrevistadora e entrevistados,

    teve-se um grande retorno de question*rios. Foram distribu.dos 20 question*rios e13 retornaram.

    Estabeleceu-se uma classifica#o das opini2es em temas, quais sejam: O

    professor pelo professor; Dificuldades encontradas pelos professores; Conceito de

    ensinar e aprendizagem na vis#o do professor; Planejamento do processo ensino-

    aprendizagem e Avalia#o da aprendizagem, a precis#o da codifica#o das

    respostas abertas, deu-se da incid0ncia de respostas similares obtidas no

    levantamento dos dados, agrupando-se em tabelas as ocorr0ncias de

    determinadas respostas.

    AN5LISE DOS RESULTADOS

    A proposta curricular dos Cursos de Turismo aborda um campo vasto de

    disciplinas, desde b*sicas, como Sociologia, Economia, at, as de forma#o

    espec.fica, como Marketing Tur.stico, Agenciamento, Transportes, etc., o que

    causa a procura de docentes especialistas, nas *reas espec.ficas. Por ser uma

    *rea recente de estudos, o turismo conta com poucos especialistas,principalmente mestres e doutores, o que acaba permitindo uma migra#o de

    outros campos de estudos. Assim, por exemplo, por falta de um especialista em

    Direito do Turismo, um professor de Direito acaba assumindo essa disciplina. Fato

    que tem seu lado positivo, pois agrega conhecimentos 8*rea, mas pode provocar

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    17/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    inadequa#o do conte5do desenvolvido em fun#o do desconhecimento da

    vastid#o e dos detalhes, assim como do dinamismo e sofistica#o dos setores de

    viagens e hospedagem.

    Portanto dos professores pesquisados, nenhum deles possui doutorado e

    que na sua maioria s#o professores bacharelados em geografia e biologia que

    predominam no ensinamento das disciplinas espec.ficas do curso de Turismo.

    Deve-se levar tamb,m em considera#o que a maioria dos profissionais de

    *reas de estudos afins ou das disciplinas espec.ficas de turismo, que comp2e os

    quadros docentes das escolas de turismo, n#o teve forma#o docente espec.fica,

    e alguns nunca deram aula antes de entrarem no curso, fazendo da experi0ncia

    docente na *rea um verdadeiro risco.Para complicar a situa#o, a maioria dos professores ministra aulas em mais

    de dois cursos e em mais de duas institui2es de ensino.

    O professor , o intermedi*rio entre a institui#o de ensino e o mercado de

    trabalho, sendo respons*vel pelo desempenho profissional de seus alunos no

    cotidiano profissional.

    A grande maioria dos professores acredita que ele , um ser que

    primeiramente transmite experi0ncias aos seus alunos.

    Os professores afirmam que al,m da preocupa#o em melhor atender as

    necessidades da institui#o de ensino e pelos alunos, h* tamb,m outras

    dificuldades pelos quais os professores enfrentam, como falta de recursos

    did*ticos, apoio a aperfeioamento profissional entre outros.

    Outro fator que foi pesquisado juntamente aos professores, foi a quest#o do

    que , ensinar para eles e como definem aprendizagem. Os dois conceitos

    acabaram se misturando, ou melhor, confundidos, pois os professores deram

    respostas similares e muitos colocaram :idem;, junto 8 aprendizagem, depois deresponderem sobre ensino. Foi realmente muito n.tida a falta de prepara#o

    pedag'gica b*sica destes docentes. As respostas foram vagas e gen,ricas.

    Faz-se tamb,m a seguinte quest#o: Como planejam o processo ensino-

    aprendizagem? E os professores novamente ficaram :perdidos;, afinal obteve-se

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    18/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    respostas que n#o s#o dignas de um professor universit*rio. A maioria dos

    professores afirmaram que reutilizam o planejamento de anos passados, sem

    menor altera#o, n#o se importando com as atualiza2es e novidades do

    mercado, o que , curioso, pois anteriormente eles afirmaram que precisam se

    atualizar.

    Quem planeja o ensino deve partir de uma an*lise dos objetivos, dos

    conte5dos, dos procedimentos e de todas as possibilidades humanas e materiais

    que o ambiente escolar pode oferecer em termos de meios a empregar no

    processo ensino-aprendizagem.

    Por 5ltimo, foi questionado como os professores avaliam a aprendizagem e

    todos, atrav,s da argumenta#o de normas da institui#o, alegaram que aplicamprovas dissertativas. Apenas uma pequena porcentagem desta avalia#o ,

    vinculada 8 outros m,todos, como atividades pr*ticas, trabalhos extra classe e

    comportamento do aluno por meio de simula2es pr*ticas.

    Com rela#o 8metodologia utilizada pelo professor, observa-se que esta tem

    se caracterizado pela predomin7ncia de atividades transmissoras de

    conhecimentos, com pouco ou nenhum espao para discuss#o e a an*lise cr.tica

    dos conte5dos. O aluno sob essa situa#o tem se mostrado mais passivo do que

    ativo e, por decorr0ncia, seu pensamento criativo tem sido mais bloqueado que

    estimulado. A avalia#o da aprendizagem, por outro lado, tem sido resumida ao

    ritual das provas peri'dicas, atrav,s das quais , verificada a quantidade de

    conte5dos assimilada pelo aluno.

    Assim, o planejamento do ensino tem se apresentado como desvinculado

    da realidade social, caracterizando-se como uma a#o mec7nica e burocr*tica do

    professor, pouco contribuindo para elevar a qualidade da a#o pedag'gica

    desenvolvida no 7mbito escolar.A avalia#o efetiva deveria se dar durante o processo, nas rela2es

    din7micas de sala de aula que orientam as tomadas de decis2es freq

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    19/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    Para que isso ocorresse faz-se necess*rio que o professor esteja

    permanentemente atento 8s altera2es de comportamento dos alunos. Que haja

    um clima favor*vel 8participa#o de todos em sala de aula. Que os alunos n#o se

    sintam reprimidos e possam manifestar suas d5vidas, inquieta2es e

    incompreens2es quanto ao que est*sendo aprendido.

    Por,m, vale ressaltar que o processo de avalia#o em sua forma final,

    classificat'ria, n#o encerra o processo ensino-aprendizagem. Sua principal fun#o

    deve ser a de permitir a an*lise cr.tica da realidade educacional, seus avanos, a

    descoberta de problemas novos, de novas necessidades ou de outras dimens2es

    poss.veis de serem atingidas. O ato de avaliar ,uma fonte de conhecimentos e de

    novos objetivos a serem alcanados no sentido permanente do processoeducativo.

    Assim, as sugest2es seriam que os professores de Turismo sofressem

    algumas reciclagens, inclusive did*ticas, e que melhor de adaptassem ao perfil

    esperado para este cargo. Claro que os gastos gerados para este

    aperfeioamento deveriam ser de responsabilidade da institui#o, uma vez que o

    professor intencionado a melhorar, precisar*tamb,m de apoio da institui#o que

    ganhar*com melhores professores qualificados para seus cursos.

    :A problem*tica surge nos cursos que formam bachar,is,

    especificamente nos Cursos de Turismo, devido a car0ncia de disciplinas

    destinadas a forma#o pedag'gica. Nesse sentido, nossos estudos est#o

    direcionados em uma proposta para que os profissionais formados nos

    cursos de Turismo sejam fundamentados dentro desses saberes, visto

    que a forma#o de professores para a *rea de Turismo ainda encontra-se

    deficit*ria em termos de saberes docentes.;

    Fica citado aqui, SHIGUNOV NETO (2002, p.58-59), que resume bem o alto

    n.vel deficiente de saber dos professores de turismo e sua grande preocupa#o

    com o futuro deste curso em desenvolvimento.

    BIBLIOGRAFIA

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    20/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    ASSOCIAACO BRASILEIRA DE DIRIGENTES DE ESCOLAS DE TURISMO E DE

    HOTELARIA. . Acesso em: 18 jul. 2002.

    ASSOCIAACO BRASILEIRA DOS BACHAR3IS EM TURISMO.

    . Acesso em: 18 jul. 2002 e 22 abr. 2003.

    CAMPOS, Jos,Ruy Veloso. A evolu-/o da educa-/o profissional em hotelaria

    no Brasil, 2000. Disserta#o (Mestrado em Turismo) + Universidade de S#o

    Paulo, S#o Paulo.

    I CONGRESSO BRASILEIRO DE DOCENCIA E PESQUISA EM TURISMO.Perspectivas na forma-/o do pesquisador de Turismo. Anais. Campo

    Largo/PR, 2002.

    GAETA, Maria Cec.lia. Diagn6stico da atua-/o docente dos professores

    universit3rios em turismo/hotelaria, 2001.Disserta#o (Mestrado em Educa#o)

    +Pontif.cia Universidade Cat'lica, S#o Paulo.

    INSTITUTO BRASILEIRO DE TURISMO. . Acesso

    em: 06 ago. 2002.

    F3TIZON, Beatriz A. M. A profiss/o docente e a 8tica profissional.Semana da

    Educa#o. FEUSP, 2001.

    MACIEL, L.S.B. SHIGUNOV NETO, A. Curr1culo e Forma-/o Profissional nosCursos de Turismo.Campinas, Papirus, 2002.

    MATIAS, Marlene. Turismo: forma-/o e profissionaliza-/o.S#o Paulo: Manole,

    2002.

  • 7/14/2019 Formando Bachareis Nos Cursos de Turismo

    21/21

    REVISTA ELETRNICA DE TURISMO (RETUR) - ISSN 1677-3063Faculdade Cenecista Presidente Kennedy - Coordena#o do Curso de Administra#o

    Volume 03 - n&01 - maio/2004 - www.presidentekennedy.br/retur/

    MENEGOLLA, Maximiliano. SANT'ANNA, Ilza Martins. Did3tica: Aprender a

    ensinar. 6. ed. S#o Paulo: Loyola, 2000.

    ORGANIZAACO MUNDIAL DO TURISMO. Educando os educadores em

    Turismo.S#o Paulo, Roca, 2001.

    REJOWSKI, Miriam. Turismo e Pesquisa Cient1fica. 5.ed. Campinas, Papirus,

    2001.

    SAVIANI, Dermeval. Educa-/

    o e Quest:

    es da Atualidade.S#o Paulo: Cortez,1991.

    SHIGUNOV NETO, Alexandre. I CONGRESSO BRASILEIRO DE DOCENCIA E

    PESQUISA EM TURISMO. Perspectivas na forma-/o do pesquisador de

    Turismo.Anais. Campo Largo/PR, 2002.

    TRIGO, L. G. G. A import7ncia da educa#o para o turismo. In: LAGE, B.H.G.

    MILONE, P.C. (org.). Turismo: Teoria e Pr3tica. 1.ed. 200; 2F tiragem. S#o

    Paulo: Atlas, 2000.

    VALE, Maristela. Mercado editorial de turismo vive boom. Folha de S. Paulo, S#o

    Paulo, 29 abr. 2002, p.9, c. Turismo.