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FEWS NET MOZAMBIQUE Tel: 258 21 461872 0r 21 460588 [email protected] FEWS NET Washington 1717 H St NW Washington DC 20006 [email protected] A FEWS NET é uma actividade financiada pela USAID. A opinião dos autores expressa nesta publicação não reflecte necessariamente a opinião da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ou do Governo dos Estados Unidos. www.fews.net/mozambique Atualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 No sul e, as condições de seca nos últimos dois anos, preços de alimentos extremamente elevados, e o atraso do começo das chuvas nesta época, são as principais causas da prevalecente insegurança alimentar, particularmente no interior das províncias de Gaza e Inhambane e partes da província de Maputo. Contudo, o impacto da seca foi minimizado resultado das chuvas sazonais. A disponibilidade da água para o consumo humano e animal melhorou grandemente e alimentos tais como a maçaroca, feijão nyemba e amendoim estão cada vez disponíveis. Em Nampula, para os agregados em Mongicual, insegurança alimentar é deveras preocupante devido ao efeito multiplos choques. Apesar das estiagens ocorridas no mês transacto, a actual campanha agrícola está a progredir satisfactoriamente na maioria dos locais. As culturas estão a atingir a fase de floração e maturação e até existem locais onde colheitas verdes começaram. Será necessária chuva adicional até o fim de Março em locais onde o plantio começou tardiamente. Os aumentos dos preços de milho são maiores este ano em relação aos dos anos anteriores. O preço continuamente alto de milho e a incapacidade dos agregados familiares de gerar rendimento na sequência das fracas colheitas da última campanha reduziram a sua capacidade de acesso aos alimentos com qualidade suficiente nos mercados, embora estejam disponíveis. Os preços continuam muito acima da média de cinco anos e do ano passado em todo o país. Enquanto se esperam as habituais quedas de preços sazonais em Fevereiro/Março, em antecipação do inicio das colheitas, quedas efectivas e significativas poderão ocorrer mais tarde este ano. Calendário sazonal e eventos críticos Fonte: FEWS NET Figura 1. Estimativa das actuais condições de segurança alimentar, (Janeiro - Março 2009) Fonte: FEWS NET

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Page 1: Atualização da Segurança Alimentar em …...Atualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 • No sul e, as condições de seca nos últimos dois anos, preços

 

FEWS NET MOZAMBIQUE Tel: 258 21 461872 0r 21 460588 [email protected]

FEWS NET Washington 1717 H St NW Washington DC 20006 [email protected]

A FEWS NET é uma actividade financiada pela USAID. A opinião dos autores expressa nesta publicação não reflecte necessariamente a opinião da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional ou do Governo dos Estados Unidos.

www.fews.net/mozambique

 

Atualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 • No sul e, as condições de seca nos últimos dois anos, preços de 

alimentos  extremamente  elevados,  e  o  atraso  do  começo  das chuvas  nesta  época,  são  as  principais  causas  da  prevalecente insegurança  alimentar,  particularmente  no  interior  das províncias  de  Gaza  e  Inhambane  e  partes  da  província  de Maputo. Contudo, o  impacto da  seca  foi minimizado  resultado das chuvas sazonais. A disponibilidade da água para o consumo humano e animal melhorou grandemente e alimentos tais como a  maçaroca,  feijão  nyemba  e  amendoim  estão  cada  vez disponíveis.    Em  Nampula,  para  os  agregados  em Mongicual,  insegurança  alimentar é deveras preocupante devido  ao efeito multiplos choques. 

  

• Apesar  das  estiagens  ocorridas  no  mês  transacto,  a  actual campanha  agrícola  está  a  progredir  satisfactoriamente  na maioria dos locais. As culturas estão a atingir a fase de floração e maturação  e  até  existem  locais  onde  colheitas  verdes  já começaram. Será necessária chuva adicional até o fim de Março em locais onde o plantio começou tardiamente.  

 

• Os  aumentos  dos  preços  de  milho  são  maiores  este  ano  em relação aos dos anos anteriores. O preço continuamente alto de milho  e  a  incapacidade  dos  agregados  familiares  de  gerar rendimento  na  sequência  das  fracas  colheitas  da  última campanha reduziram a sua capacidade de acesso aos alimentos com  qualidade  suficiente  nos  mercados,  embora  estejam disponíveis. 

 

• Os preços continuam muito acima da média de cinco anos e do ano passado em todo o país. Enquanto se esperam as habituais quedas de preços sazonais em Fevereiro/Março, em antecipação do inicio das colheitas, quedas efectivas e significativas poderão ocorrer mais tarde este ano. 

 Calendário sazonal e eventos críticos  

  

Fonte: FEWS NET

Figura 1. Estimativa das actuais condições de segurança alimentar, (Janeiro - Março 2009)

Fonte: FEWS NET

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Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 

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Sumário da segurança alimentar  Registam‐se no sul e partes da região centro de Moçambique, bolsas  localizadas de  insegurança alimentar. A maioria dos agregados  familiares  em  situação  insegurança  alimentar  é  composta  pelos mais  pobres  e  aqueles  cujos membros  não possuem  capacidade  física  e  incapazes  de  empregar  estratégias  de  sobrevivência  sustentáveis,  tais  como  a  geração  de rendimento através da venda da lenha, carvão, culturas e animais, ou outras estratégias disponíveis. No sul, as condições de seca nos últimos dois anos, preços de alimentos extremamente elevados, e o começo tardio das chuvas nesta época são as principais causas da prevalecente insegurança alimentar, particularmente no interior das províncias de Gaza e Inhambane e partes da província de Maputo. Contudo, graças às  recentes  chuvas  significativas, o  impacto da  seca  foi minimizado na maioria das zonas: as fontes de águas foram re‐abastecidas e a vegetação se tornou novamente abundante. Os agregados familiares conseguem colher culturas silvestres ora disponíveis, tais como cacana, e estão a beneficiar das culturas sazonais. Também em  resposta ao arranque  tardio das chuvas, as autoridades agrícolas disponibilizaram  sementes de culturas de curto ciclo. Adicionalmente, em partes do sul, culturas recém colhidas, nomeadamente o milho, feijões, e amendoim, estão disponíveis.  Em Outubro de  2008,  o Grupo  de Avaliação  da Vulnerabilidade  do  Secretariado  Técnico  para  a  Segurança Alimentar  e Nutricional (GAV/SETSAN) tinha recomendado a disponibilização de assistência alimentar para aproximadamente 356.500 pessoas em situação de insegurança alimentar até a próxima principal colheita cerealífera em Abril de 2009. Esta assistência ajudaria  a  evitar  a  deterioração  da  situação  nutricional  de  crianças  e  adultos,  evitaria  o  esgotamento  dos  bens  dos agregados  familiares,  bem  como  garantir  que  os  agricultores  tivessem  força  suficiente  para  as  actividades  da  presente campanha agrícola evitado  ao mesmo  tempo o  consumo excessivo de  culturas  verdes, em detrimento das  colheitas de culturas secas. Apesar desta necessidade, as distribuições de alimentos até hoje ainda não atingiram os níveis previstos, principalmente devido à falta de recursos. O plano operacional do PMA para o período de Janeiro a Abril agora satisfará somente 55 porcento das actuais necessidades, cobrindo apenas 197.933 pessoas, contra as necessidades avaliadas pelo VAC de 355.500.  No norte, a situação da segurança alimentar é crítica em Mogincual, um distrito costeiro no sul de Nampula. Os agregados familiares neste distrito  são vulneráveis quando as  chuvas  forem  fracas, e aos  ciclones, uma  vez que o distrito  se  situa dentro  do  extremo  norte do  cinturão de  ciclones. A principal  cultura  alimentar  básica  é  a mandioca, que  também  é  a principal cultura agrícola para todos os tipos de agregados familiares. Algumas quantidades de arroz e milho são igualmente cultivadas,  onde  os  solos  o  permitem. A mandioca  é  normalmente  consociada  com  leguminosas,  principalmente  feijão nyemba e feijão bôer. O rendimento para os agregados familiares mais ricos é gerado através da venda da castanha de caju, amendoim  e mandioca.  Existem muitos  cajueiros  na  zona  e  nas  zonas  do  interior  na  província,  detidos  e  geridos  em pequena escala ao nível familiar, com a maioria das famílias a possuir pelo menos algumas arvores. Os agregados familiares muito pobres e pobres geram a maior parte do seu dinheiro através da venda da sua mão‐de‐obra.  Cerca de metade deste rendimento  é  derivado  do  trabalho  agrícola.  Como  em  outros  distritos  da  parte  costeira  sul  de  Nampula,  embora  os agregados  familiares  sofram  de  pobreza  crónica  e  subdesenvolvimento,  num  ano  normal,  a maioria  nos  distritos  tem alimentos suficientes durante todo o ano, e a maioria dos agregados  familiares consegue satisfazer as suas necessidades básicas mínimas. Normalmente,  as  compras de  alimentos  tomam  a maioria do  rendimento dos muito pobres,  cerca da metade deste rendimento em alimentos básicos  (principalmente mandioca seca com um pouco de  farinha de milho). Os pobres  também gastam quase o mesmo em alimentos básicos, mas  isto porque eles compram o produto mais caro – a farinha de milho.   Actualmente, uma  combinação dos efeitos do  (i) ciclone  Jokwe que atingiu o Distrito de Mogincual na  zona  costeira da Província  de Nampula no  dia  8  de Março  de  2008,  tendo  afectado drasticamente o  sudeste  de Nampula  onde  causou grandes danos em infra‐estruturas e culturas, e causado pelo menos nove mortes; (ii) solos pobres; (iii) o vírus da doença de podridão  radicular da mandioca que  reduz a  colheita desta  cultura;  (iv)  fraca  segunda época de 2007/08, e  (v) altos preços de alimentos, está a tornar a segurança alimentar para mais da metade da população em Mogincual preocupante. Uma equipa composta por representantes do SETSAN aos níveis Nacional e Provincial, e o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades  (INGC  Nampula)  visitou  o  distrito  de Mogincual,  entre  outros.  A  equipa  de  avaliação  recomendou  uma assistência alimentar  imediata para cerca de 35 mil pessoas em Mogincual, até Abril de 2009, altura em que ocorrerá a primeira colheita. As principais razões são as seguintes:     

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Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 

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Não existem reservas de alimentos ao nível dos agregados familiares dado o impacto do Ciclone Jokwe, uma fraca segunda época, e fraca precipitação registada até agora nesta época. 

  As culturas desta época se encontram em diferentes fases de desenvolvimento como resultado de várias tentativas 

de plantio.  

Sendo uma zona costeira, existe pesca de pequena escala. Contudo, a captura do peixe é somente para o consumo familiar. Muito pouco peixe é conservado e vendido devido à falta de  infra‐estrutura de conservação e poder de compra limitado respectivamente. 

  Os  agregados  familiares  não  possuem  rendimento monetário  para  a  compra  de  alimentos  uma  vez  que  a  sua 

principal fonte (culturas) fracassou e o rendimento proveniente da castanha de caju é fraco uma vez que a maioria dos cajueiros foi danificada pelo Ciclone Jokwe, e parte das árvores existentes são velhos e não bem tratadas. De momento,  os  pobres  não  podem  expandir  a  venda  da  sua mão‐de‐obra  durante  o  período  de  escassez,  que decorre normalmente de Dezembro a Março. Parte do rendimento que os agregados familiares geraram foi usada para a reconstrução pós Ciclone Jokwe. 

  O  número  de  refeições  diárias  foi  reduzido.  A  composição  das  refeições  é  muito  fraca,  as  refeições  são 

principalmente  compostas  por  folhas  da mandioca.  Actualmente  para  compensar  os  défices  de  alimentos,  os agregados  familiares mais  pobres  consomem  alimentos  silvestres  e mandioca  amarga  que  é  altamente  tóxica. Normalmente, para compensar para os alimentos ou rendimento perdidos, estes agregados familiares têm poucas alternativas excepto aumentarem a venda da sua mão‐de‐obra. 

  Os alimentos estão disponíveis nos mercados embora a preços muito altos. Um kg de um alimento básico (farinha 

da mandioca seca) custa 12 Meticais, enquanto um pedaço de mandioca seca custa 1.5‐3 Meticais cada. Os preços muito altos de alimentos estão a exacerbar a falta do acesso aos alimentos. 

  Aparentemente,  o  aspecto  físico  das  crianças  não  é  saudável,  e  foi  reportado  que membros  adultos  não  têm 

energia suficiente para trabalhar na machamba.  Uma rápida avaliação da segurança alimentar,  liderada pelo GAV/SETSAN com apoio de parceiros, está programada para finais de Fevereiro/princípios de Março. Espera‐se que a avaliação dure 10 dias e relatório final poderá ser publicado em finais de Março de 2009. Os objectivos específicos da avaliação são:  • Avaliar e descrever a actual situação nos distritos com condições de insegurança alimentar; • Determinar os locais e número das pessoas afectadas; • Determinar e recomendar o tipo e nível das necessidades: e • Descrever possíveis cenários de segurança alimentar no futuro.   A metodologia incluirá visitas de campo onde as equipas reunir‐se‐ão  com as autoridades distritais, funcionários de gestão de calamidades, e  representantes da agricultura,  saúde, educação, e doutros  sectores,  incluindo ONGs. Serão  realizadas entrevista  com  os  líderes  comunitários,  tradicionais  e  religiosos,  professores,  e  outros;  as  visitas  incluirão mercados  e entrevistas  com  comerciantes  e  consumidores;  pelo  menos  três  comunidades  seleccionadas  serão  visitadas  em  cada distrito, onde os membros das equipas    terão oportunidade de efectuar observações de  raiz; e dados secundários serão revistos e analizados.   Zonas sul e centro enfrentando falta de água  Partes das zonas sul e centro de Moçambique têm estado a receber chuvas muito abaixo do normal ou mesmo a enfrentar estiagens ocasionais desde o princípio do ano. Isto é mais crítico no sul de Gaza e norte da província de Maputo, onde as 

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Actualização da Segurança Alimentar em MOÇAMBIQUE Fevereiro 2009 

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chuvas cumulativas de 1 de Janeiro a 20 de Fevereiro de 2009 se situaram a apenas entre 19 a 25 porcento do normal, e partes da província de Sofala onde as chuvas cumulativas variam entre 27 a 35 porcento do normal.  

Figura 2 Anomalias das estimativas da precipitação via satélite

1-10 Jan 2009 11-20 Jan 2009 21-31 Jan 2009 1-10 Fev 2009 11-20 Feb 2009 Legenda

     

           Fonte: USGS/FEWS NET

Contudo, de acordo com a última avaliação do Ministério da Agricultura (MINAG), combinada com a informação de campo, o  impacto nas culturas foi mínimo. As excepções  incluem o norte da Província de Maputo, onde as estiagens nos últimos vinte dias colocaram esta campanha agrícola em risco. Em algumas zonas do Distrito de Magude, por exemplo, as culturas estão a murchar.   Na Província de Sofala, algumas culturas que se encontravam numa situação difícil alguns dias atrás   e necessitando urgentemente de água estão neste momento a beneficiar das chuvas substanciais em curso nas zonas centro e sul. Na Província de Manica, que faz fronteira com o Zimbabwe, o cenário é muito promissor. As culturas estão a atingir a fase de floração e maturação, e existem locais onde a colheita já começou (especialmente em zonas baixas). As culturas na Província de Manica, uma província muito produtiva em Moçambique, se encontram, na generalidade, em boas condições. Apesar  do  cenário  preocupante  apresentado  pela  análise  via  satélite,  observações  terrestres  indicam  que  a  presente campanha agrícola está a progredir  satisfactoriamente, mas  chuvas adicionais até  finais de Março  serão necessárias em locais onde o plantio começou tardiamente.  Atualização da campanha agrícola   O Ministério  da Agricultura  (MINAG),  através  do  seu Departamento  de Aviso Prévio e Agricultura da Direcção dos Serviços Agrários (DNSA) levou a cabo uma avaliação intermédia da campanha agrícola de 25 de Janeiro a 8 de Fevereiro de 2009. O objectivo da avaliação era de avaliar a presente campanha agrícola. A avaliação  teve  lugar em 43 distritos seleccionados de  todas  as  províncias.  Os  distritos  seleccionados  são  aqueles  que enfrentam  problemas  de  pragas  de  culturas,  doença,  condições  agro‐climatéricas adversas e aqueles onde o Plano de Aceleração da Produção Agrícola (PAPA) do governo se encontra em curso.    De acordo com os reusltados preliminares da avaliação, espera‐se que a produção  cerealífera  nacional  cresça  na  ordem  de  17  porcento  em relação  ao  ano  anterior,  enquanto  que  a  produção  de  leguminosas (feijões  e  amendoim)  em  cerca  de  7  porcento,  e  espera‐se  que  a produção da mandioca seja superior a da última campanha em cerca de 7 porcento.  As  comparações  com  médias  recentes  não  se  encontram disponíveis.    Este  aumento  na  produção  global  é  atribuído  não  somente  às  melhores  condições  agro‐climatéricas comparativamente à campanha anterior, mas também ao PAPA.   Até  agora,  a  presente  campanha  agrícola  é  promissora,  tomando  em  conta  as  boas  condições  agro‐climatéricas  e disponibilização pontual de insumos, especialmente sementes, através de feiras de insumos e através do PAPA. Contudo, é 

Figura 3 Anomalia do começo sazonal

Fonte: USGS

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crucial monitorar o progresso da campanha agrícola durante o período que resta, dado que as chuvas devem prolongar‐se de modo a permitirem maturação efectiva das culturas como resultado do atraso da época chuvosa.  Sul  (Maputo, Gaza,  e  Inhambane):  As  chuvas  começaram  tarde,  especialmente  na  Província  de  Inhambane. O  plantio começou em Novembro/Dezembro e 90 porcento da área planificada foi plantada. A distribuição das chuvas foi regular em Maputo e Gaza e irreguar em Inhambane (zona costeira), com chuvas excessivas nos finais de Dezembro. Chuvas normais a abaixo  do  normal  foram  registadas  em  Janeiro  e  agora  em  Fevereiro.  As  culturas  cultivadas  incluem  milho,  feijões, amendoim, arroz, e mandioca. No geral, as culturas estão em boas condições e nas fases vegetativa e floração e maturação. As pragas incluem. Lagarata invasora e gafanhoto elegante mas sem impacto significativo. As perspectivas globais são boas caso as chuvas continuem até o fim da época.  Centro  (Manica, Sofala, Zambezia e Tete): As chuvas começaram  tarde, e o plantio começou em Novembro/Dezembro. Cerca de 90 porcento da área planificada foi plantada. As chuvas foram  irregulares, especialmente durante os últimos 20 dias de Fevereiro. As culturas  incluem milho, mapira, mexoeira, arroz,  feijões, amendoim, gergelim, soja e mandioca. No geral, as culturas se encontram em boas condições e nas fases vegetativas a floração e maturação. As pragas,  incluindo a lagarta  invasora,  estão  a  afectar  as  culturas de milho,  especialmente nos distritos de Dondo, Beira, Buzi, Nhamatanda, Marromeu e Maringue na Província de Sofala, embora o  impacto não seja significativo. Na Província de Manica, a  lagarta invasora  foi observada em Tambara, Manica, Sussundenga, Gondola, Chimoio, e Barue, mas medidas de controlo  foram prontamente tomadas e as infestações  deixaram de constituir uma ameaça. As perspecticas globais são boas até agora se as chuvas continuarem até o final da época.  Norte (Nampula, Cabo Delgado e Niassa): Bom começo das chuvas com o plantio a iniciar em Dezembro. Cerca de 90 a 95 porcento da área planificada  foi plantada. As  chuvas  se  situaram  abaixo do normal, especialmente na  zona  costeira de Nampula e Cabo Delgado. As culturas cultivadas incluem o milho, mapira, mexoeira, arroz, feijões, amendoim, gergelim e a mandioca. No geral, as culturas se econtram em boas condições e em fases vegetativa a floração e maturação. As pestes de culturas que incluem entre outros o gafanhoto elegante, besouro de folha e caracóis.  Bacias hidrográficas oscilantes  Durante o corrente ano, as bacias hidrográficas em Moçambique  têm  tido  um  comportamento oscilatório  com  tendência  a  estabilizarem‐se.  De 26  de  Fevereiro  o  Rio  Buzi  e  seus  afluentes  têm estado acima dos níveis de alerta devido às fortes precipitações que têm se registado na zona centro desde  o  dia  24  de  Fevereiro.  Inundações localizadas  têm  ocorridas  em  zonas  baixas  de Goonda,  Grudja,  Estaquinha  e  Vila  de  Buzi.    Os sistemas  de  aviso  prévio  foram  activados  e  a situaçao está  sob  controlo das  autoridades  locais através  dos  comités  de  gestão  do  risco  de calamidades. De acordo com a última  informação da Direcção Nacional de Águas  (DNA),  a  situação tende  a  voltar  ao  normal.  As  bacias  dos  rios Zambezi,  Limpopo  e  Pungue  tiveram  dois  picos moderados. Na Bacia do Zambeze, o primeiro pico ocorreu  nos  princípios  de  Dezembro  quando  a altura do rio foi para além do nível de alerta na estação hidrométrica de Caia e na estação hidrométrica de Marromeu. O Segundo pico ocorreu nos princípios de Fevereiro mas não durou como o primeiro pico. Ambos os picos foram para além do nível de alerta mas  foram muito breves  (menos de um dia de duração). Picos mais prolongados ocorreram numa outra estação  hidrométrica  de  Púngue  em Mafambisse. O  primeiro  ocorreu  nos  finais  de Dezembro  e  durou  quase  um mês seguido por um pico curto em meados de Fevereiro. Na Bacia do Rio Limpopo, a altura do rio subiu acima do nível de alerta nos princípios de Fevereiro e assim permaneceu durante 15 dias. Em todos os casos, as autoridades hídricas  jogaram um 

Figura 3. Níveis hidrométricos na estação de Combomune (Rio Limpopo)

Fonte: Direcção Nacional de Água (DNA)/ARA Sul

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papel  importante  em  forma  de  aviso  prévio.  As  autoridades  governamentais  incluindo  as  autoridades  de  gestão  de calamidades, a comunidade humanitária, e a população em geral foram informadas pontualmente sobre as ondas de cheias e aconselhados a  tomar medidas de precaução. Na Bacia do Limpopo, por exemplo, os agricultores  foram  informados a tempo de retirarem o seu equipamento agrícola para locais seguros. As terras agrícolas inundadas localizadas em planícies foram perdidas (estimadas em cerca de 2.300 hectares). Na bacia do Zambeze, graças aos eventos de cheias anteriores na bacia, a maioria das pessoas das zonas de risco já abandonou a área estando neste momento em locais seguros.  Os preços continuam a subir em alguns mercados chave  Seguindo a tendência desde o ano passado, os preços do milho continuam a subir em alguns mercados de referência. Em Nampula (norte) e Chokwe (sul), os preços de Dezembro de 2008 a Janeiro de 2009 subiram na ordem de 2 porcento e 6 porcento, respectivamente. Embora os preços estejam normais a esta altura do ano, o impacto é mais severo este ano uma vez que os preços já se encontram a níveis anormalmente altos.  Contudo, em alguns mercados, os preços de milho de  Janeiro baixaram,  tal  como em Manica  (centro), onde os preços baixaram na ordem de 12 porcento. No geral, os actuais preços continuam muito acima da média de cinco anos e os do ano passado. Em Chokwe e Maputo, dois mercados de referência no sul, os preços de milho em Janeiro situaram‐se a 100 e 35 porcento acima da média de cinco anos e 27 e 61 porcento acima dos preços do ano passado, respectivamente. Em Manica e Nampula, os preços de milho em Janeiro se situaram a 189 e 85 porcento acima da mdia e 145 e 41 porcento acima do mesmo período do ano passado, respectivamente (figura 4). Conforme foi mencionado nos relatórios anteriores da FEWS NET, o principal factor por detrás dos altos preços de alimentos é declínio na reservas alimentares dos agregados familiares, que  tem  sido mais  significativo  este  ano  comparativamente  aos últimos  anos. Outros  factores podem  incluir  a  falta de reservas cerealíferas governamentais, demanda crescente de milho pelas empresas moageiras de pequena e média escala, e o alto custo de combustíveis desde o começo do presente ano de comercialização. Para o caso particular de Manica, uma cidade que faz fronteira com o Zimbabwe, deve‐se tomar em conta a alta demanda de produtos agrícolas não somente por parte da população  local mas  também por parte de centenas de Zimbabweanos que diariamente atravessam a  fronteira para Moçambique.  Figura 4.  Preços nominais de milho no mercado retalhista nos mercados de referência, em Meticais por kg

 

Fonte de dados: SIMA

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Enquanto  se  esperam  quedas  normalmente  sazonais  dos  preços  em  Fevereiro/Março,  em  antecipação  do  começo  das colheitas,  este  ano quedas  efectivas  e  significativas ocorrerão provavelmente um mês mais  tarde devido  ao  atraso das colheitas.  Num  ano  de  colheita  fraca,  a maioria  dos  agregados  familiares  depende  dos mercados  para  a  compra  dos alimentos, mas os actuais preços extremamente altos limitam as quantidades que os agregados familiares pobres e médios podem comprar. Os elevados preços de milho   reduzirão a sua capacidade de acesso à qualidade suficiente de alimentos para o consumo familiar.  O último boletim do Sistema de  Informação sobre Mercados Agrícolas (SIMA), publicado no dia 18 de Fevereiro de 2009, indica que o milho e feijões da presente campanha já estão a fluir aos mertcados. O milho recentemente colhido foi visto em Chokwe, Mocuba, e Milange.    Feijões  recentemente  colhidos  foram  vistos na Cidade de Tete, Macanga e Namuno.  Contudo, as novas mercadorias continuam a chegar somente em pequenas quantidades.   

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ANNEXO: Boletim Mensal sobre Preços em Moçambique Fevereiro 2009 

 Preços mensais são fornecidos pelos monitores da FEWS NET, agências locais do governo, sistemas de informação de mercados, agências das NU, ONGs, e outras redes e parceiros de sectores privados. 

Milho, arroz e feijões são os alimentos mais importantes. O milho é o alimento básico para os pobres, com o arroz a desempenhar o papel mais importante como substituto. Os feijões são importantes para todos os grupos sociais. Cada um dos mercados aqui representado actua como indicador para uma região maior. Tete é representativo para a província com o mesmo nome, Nampula é o mercado mais importante no norte e é representativo para a região, e tem ligações com o interior das províncias de Zambézia e Nampula e da zona costeira de Nampula. Beira, Gorongosa e Manica são indicadores para o centro do país. O mercado da Beira tem ligações com o mercado de Gorongosa, que por sua vez tem ligações com os mercados do sul do país. Os mercados de Chókwe e Maputo no sul estão ligados aos mercados de Chimoio, Manica e Gorongosa na zona centro. Chókwe é o mercado de referência para a zona sul, exceptuando a capital Maputo. 

 

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