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Dossie Rio de Janeiro

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  • Dossi Rio de Janeiro 51

    paisagista Adolphe Alphand, um dos principais auxiliares do Baro George Haussmann na reforma urbana de Paris, Glaziou chegou ao Rio de Janeiro em 1858., Sua participao no paisagismo brasileiro corresponde a uma mudana paradigmtica na maneira de projetar o jardim, adaptando o modelo europeu s condies brasileiras. Desenvolveu ainda estudos cientficos da vegetao nativa, com identificao de inmeras espcies, mantendo um intercmbio com instituies europias, que guardaram muitos desses registros.

    Embora conservando elementos arquitetnicos e artsticos originais, a repartio dos jardins no Passeio Pblico foi alterada por Glaziou, adotando-se aleias curvas e sinuosas, lagos e pontes, to a gosto do paisagismo romntico. O resultado foi um jardim ao estilo ingls, imitando um bosque natural.

    Martinet. Passeio Pblico em 1850. FBN.

    No sculo XX as funes originais do Passeio Pblico foram modificadas, com o distanciamento do mar em funo dos sucessivos aterros, deixando o jardim no meio da malha urbana.

  • 52 Dossi Rio de Janeiro

    Em 2004 uma ampla restaurao coordenada pela Fundao Parques e Jardins e pelo IPHAN buscava devolver ao parque o traado de Glaziou. Foi feita tambm uma pesquisa arqueolgica, que permitiu encontrar partes importantes da histria do lugar.

    O Real Horto Jardim de Aclimatao Jardim Botnico

    Fundado em 13 de junho de 1808 pelo Prncipe Regente D. Joo, o Jardim Botnico foi criado com o objetivo de aclimatar as especiarias vindas das ndias Orientais. As primeiras plantas que chegaram vieram das ilhas Maurcio, do jardim La Plampemousse, entre as quais estava a Palma Mater. A evoluo histrica do jardim ocorreu principalmente em seu primeiro sculo de existncia.

    BERTICHEM, Pieter Godfred. Jardim Botnico. In: O Rio de Janeiro e seus arrabaldes. FBN.

    Em mapa da Lagoa Rodrigo de Freitas feito em 1809 aparece a vegetao existente na rea do Jardim Botnico antes de sua implantao. Inclui uma das atuais aleias e o jardim que se supe integrante da antiga casa colonial, como se fosse seu grande quintal. Naquela ocasio, o acesso propriedade rural era feito pelo caminho da base do Macio da Tijuca, que corresponde atual rua Pacheco Leo. A Lagoa Rodrigo de Freitas era relacionada aos fundos da fazenda, assim como ocorria em toda a malha urbana do sculo XIX: sobrados e palacetes s comearam a se abrir para a orla da Baa de Guanabara no incio do sculo XX, com a construo da Avenida Beira Mar. Na primeira rea de caminhos abertos ainda no sculo XIX foi plantada a Palma Mater.

  • Dossi Rio de Janeiro 53

    Os viajantes Johann Spix e Carl von Martius, que visitaram o Jardim Botnico em 1817, descreveram sua paisagem e os elementos que a compunham: A fbrica de plvora e a residncia do Sr. Joo Gomes Abreu (...) diretor da fbrica e do viveiro, esto circundados, de um lado,

    de colinas gramticas, cobertas de matas, do outro, pela Lagoa Rodrigo

    de Freitas (...) Atrs das casas, est situado o dito Jardim Botnico (...)

    Diversas belas alamedas de rvores-do-po do Oceano Pacfico (Artocarpus

    incisa), itus de folhagem cerra (Guarea trichiliodes) e mangueiras cortam a

    plantao, divididas em quadrados do ch chins. At agora esto plantados

    dez mil pequenos ps, a trs ps de distncia um do outro, em filas.6

    Coube a Frei Leandro do Sacramento, diretor do Jardim Botnico de 1824 a 1829, as primeiras intervenes na paisagem, com a construo do lago e da Casa dos Cedros, tendo ao centro a Mesa do Imperador, alm de aumentar o espao cultivado e ordenar a drenagem de grande rea pantanosa at o Rio dos Macacos, onde foram executadas as alamedas de traado formal, em estilo renascentista e barroco.

    Nas novas aleias, o diretor Serpa Brando decidiu plantar, em 1842, as palmeiras imperiais, marcando o grande diferencial do Jardim Botnico do Rio de Janeiro em relao aos outros jardins da poca.

    Esse traado permitiu uma nova entrada, na rua recm aberta pela Companhia de Ferro Carris, que recebeu o nome de Jardim Botnico e que se desenvolvia ao longo da Lagoa Rodrigo de Freitas, responsvel pela mudana da relao do jardim com a lagoa.

    Essas primeiras intervenes no Jardim Botnico corresponderam a um aumento considervel de rea cultivada, com importante coleo de plantas indgenas e exticas, mas tambm de espaos de lazer, apreciados por seus visitantes. Administrado desde 1860 pelo Imperial Instituto Fluminense de Agricultura organismo privado dirigido pelo Baro do Bom Retiro, ministro do Imprio que defendeu a criao da Administrao da Floresta da Tijuca e a preservao das matas nativas do litoral, alm de fornecer sementes de espcies para o replantio da Floresta da Tijuca7 o Jardim Botnico tornou-se a instituio do gnero que representou o projeto cientfico do Estado Imperial. Ali funcionavam uma escola agrcola e uma fazenda- modelo, combinando sua vocao cientfica e tecnolgica e consolidando-o como jardim pblico da cidade.

    6 Ana Rosa de Oliveira, em A Construo da Paisagem in Jardim Botnico do Rio de Janeiro: 1808-20087 No Relatrio de Manoel Gomes Archer sobre o Servio Florestal da Tijuca. Anexo W. In: Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa da 2 Sesso da 15 Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Jos Fernandes da Costa Pereira Junior. Rio de Janeiro: Tipografia Comercial, 1873, Major Archer cita a colaborao do Baro do Bom Retiro na pg.1 e 8.

    KLUMB, Revert Henrique. Jardim Botnico. Alameda das Paineiras. Fotografia. 1869-1870 circa. FBN.

  • 54 Dossi Rio de Janeiro

    Joo Barbosa Rodrigues, botnico autodidata de renome internacional e diretor do Jardim Botnico por quase 20 anos, no incio do Perodo Republicano, trouxe grandes inovaes e dinamismo para a instituio. Defendia o uso contemplativo, e procurou dotar o Jardim Botnico de desenho mais adequado sua importncia, com a incluso de fontes, estaturia, novos plantios e novas colees. Os caminhos curvos por ele introduzidos, foram inspirados nos jardins de Glaziou. O traado atual do Jardim Botnico j estava praticamente configurado em sua administrao.

    Referindo-se importncia da criao de um Museu Botnico, Barbosa Rodrigues elaborou um projeto integral para a instituio, que inclua os seguintes servios: herbrio, biblioteca, escola botnica, campo de experincia e viveiros, refrigeratrios, jardins, laboratrios e observatrios e arboreto. Com essa proposta, estavam definidas as atividades atuais.

    Ao longo de seus dois sculos de existncia, recebeu os nomes de Real Horto, Real Jardim Botnico, Jardim Botnico do Rio de Janeiro e, recentemente, Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro. Tombado pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), pela sua importncia histrica, cultural e cientfica, foi tambm reconhecido internacionalmente como um Museu Vivo na rea da Botnica e definido pela Unesco como uma das Reservas da Biosfera.

    A Abertura dos Portos e a Pesquisa Cientfica sobre a Fauna e a Flora: Principais Expedies, Viajantes e Naturalistas que visitaram a Cidade.

    View from the Summit of the Cacavada [sic] Mountains, near Rio, aquarela de Augustus

    Earle, c. 1822. National Library of Australia. Esto representados Gvea, Corcovado e Po

    de Acar e fortificaes de Lages e Santa Cruz

    A presena de viajantes, artistas e naturalistas no Rio de Janeiro tem como data mais expressiva a vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808. Alm de algumas medidas urbanizadoras efetivas, a cidade foi objeto de produo textual e iconogrfica, decorrente de um dos fenmenos mais caractersticos da histria moderna e contempornea ocidental: as viagens, no mais aquelas de conquista empreendidas a partir do Renascimento, mas em seu sentido moderno de apossar-se do mundo, pelo inventrio da natureza.

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    A entrada de artistas, cientistas e estudiosos europeus na cidade do Rio de Janeiro reforava a poltica Joanina de civilizar os trpicos e reinventar o espao urbano e sua gente. Entre os principais estrangeiros que aportaram no Rio de Janeiro, deixando farta iconografia sobre esse perodo temos: o ingls Henry Chamberlain,o Baro de Langsdorf, acompanhado do pintor Johann Moritz Rugendas, o Prncipe Maximiliano I da Baviera, acompanhado de Freyreiss e Sellow, Charles Othon Frderic Jean Bastide Conde de Clarac e Auguste de Saint-Hilaire.

    Os interesses naturalistas tinham carter oficial, como provam, por exemplo, as misses cientficas que acompanharam a arquiduquesa Leopoldina ao Rio de Janeiro, na ocasio de seu casamento com o Prncipe D. Pedro, em 1817. Na companhia de D. Leopoldina viajaram ao Rio de Janeiro pintores, zologos e botnicos com a misso de coletar informaes geogrficas, estatsticas, etnolgicas e de histria natural. Entre os membros das misses cientficas de 1817 estavam Thomas Ender, Johann Baptist Von Spix e Karl Friedrich Phillip Von Martius, Pohl, Raddi, Natterer e Mikan, que, de modo sistemtico, lanaram o olhar estrangeiro sobre o grande laboratrio que representava o Brasil de D. Joo.

    A chegada da Misso Artstica Francesa completou o esforo de reinveno do Rio de Janeiro. Em 1816 desembarcou na cidade Joaquim Lebreton, acompanhado dos artistas Jean-Baptiste Debret, Nicolas - Antoine Taunay, Grandjean de Montigny e Simon Pradier.

    Maria Graham, por sua vez, foi uma viajante que nas primeiras dcadas do sculo XIX desvendou o Rio de Janeiro e encantou-se com a floresta tropical que encobria o Macio da Tijuca e com a beleza natural da cidade:

    Nada do que at hoje vi comparvel em beleza a esta Baa. Npoles, o esturio do Forth, o Porto de Bombaim e Tricomali, cada um dos quais eu julgara perfeito em sua beleza, todos devem ceder lugar a esta Baa, que excede a cada qual em suas peculiaridades. Soberbas montanhas, penedos em colunas superpostas, vegetao luxuriante, ilhas claras e floridas, praias verdes e tudo isso, combinado ao casario branco; cada morro coroado por sua igreja ou fortaleza, navios ancorados ou a se moverem e numerosos botes a velejarem num clima delicioso, conjugam-se para tornar o Rio de Janeiro o mais encantador cenrio que a imaginao pode conceber.(1821) 8

    8 O Rio de Janeiro em Prosa e Verso, Manoel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, pag. 19 e 20

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    III. B.4 A CIdAde e A florestA

    Ide Floresta da Tijuca.

    S l naquelas encostas e planaltos, cobertos de copados bosques resguardados do machado devastador, pela solicitude dos poderes pblicos, a bem da manuteno de parte dos mananciais que abastecem de gua esta cidade; s naqueles sombrios recantos, que encontrareis, com indizvel surpresa, a combinao harmnica, positivamente eurtmica de duas grandes e poderosas foras a natureza brasileira, com todo o seu prestgio e inexcedvel poesia e a inteligncia humana, no desenvolvimento do mais elevado pensamento artstico e na procura insacivel do belo, do ideal...

    (Alfredo dEscragnolle Taunay, Visconde de Taunay. Viagens de Outrora. 1885.)

    O mar, a cidade, a montanha. GEORG HEINRICH VON LWENSTERN. Lapa, Passeio

    Pblico e Ajuda, circa 1827-1829.

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    Frederico Guilherme Briggs. Cascata Grande da Tijuca. 1836.

    A Reconstruo da Paisagem Natural: Proteo Ambiental no Sculo XIX

    Posto que me faltem estudos regulares de administrao pblica e de Cincias Naturais, a observao e a experincia me esto dizendo que ao desenvolvimento das florestas cabe um dos mais importantes papis na futura prosperidade do Imprio. Por este meio no s se pode modificar favoravel-mente o clima de muitas regies, temperando os excessivos calores e a secura do vero, e moderando at certo ponto a fora das chuvas e a violncia dos ventos, mas tambm o modo mais simples e eficaz de tornar salubres e habitveis regies que antes no o eram (...) (Major Manoel Gomes Archer. Relatrio dirigido ao Ministrio dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas, de 24 de janeiro de 1873)

    Por volta de 1840, estavam quase inteiramente desmatados os vales dos principais rios e bacias do Macio da Tijuca e os relatrios oficiais destacam a progressiva degradao dos mananciais, to importantes para uma cidade em rpido crescimento. A cada crise de abastecimento de gua praticamente anuais a partir de 1840 ficava mais evidente a necessidade de medidas de proteo dos mananciais. As nascentes da Serra da Tijuca eram as mais crticas, pois a cidade vinha se expandindo na sua direo.

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    A figura fundamental na deciso do governo de recuperar os altos vales da Serra da Tijuca foi Lus Pedreira do Couto Ferraz (1818-1886), Visconde e depois Baro do Bom Retiro. Fazendeiro do Macio, foi o idealizador e grande incentivador do pioneiro programa de reflorestamento. No apenas as florestas remanescentes foram preservadas, como foram tomadas iniciativas no sentido de replantar a mata em muitos locais onde havia sido devastada.

    Em 1844, com a seca, o governo de D. Pedro II foi obrigado a tomar

    medidas para solucionar o problema: desapropriar os cafezais e res-

    tabelecer a Floresta da Tijuca. Iniciou-se o plantio de rvores em en-

    costas e nascentes em terras abandonadas ou em colaborao com

    proprietrios mais conscienciosos e ampliou-se a vigilncia policial

    sobre o corte de rvores.

    A decadncia da cultura cafeeira decorrente da praga que se espalhou pelas fazendas, a partir de 1860 motivou um inovador projeto de reflorestamento do Macio da Tijuca.

    A portaria n. 577 de 11 de dezembro de 1861 criou a administrao das florestas da Tijuca e das Paineiras, com o principal objetivo de implementar o replantio. Para iniciar os trabalhos nomeou-se imediatamente o administrador Manoel Gomes Archer, um prtico em silvicultura, que logo na primeira dcada plantou cerca de 60.000 rvores nobres da flora brasileira. O Mapa H04 refere-se a esse processo.

    A origem das mudas importante para a histria ambiental da cidade do Rio de Janeiro. Inicialmente, a vizinha Floresta das Paineiras, admi-nistrada por Toms Nogueira da Gama, foi a fonte principal das mudas empregadas por Archer, que tambm mandou traz-las de sua fazenda Independncia, em Guaratiba. Algumas vinham de criadouros, mas outras foram retiradas das florestas locais relativamente intocadas e semelhantes da Tijuca. Uma terceira fonte de mudas foi o Jardim Botnico do Rio de Janeiro, que desde suas origens dedicava-se acli-matao de espcies vegetais exticas. Assim, o ritmo de trabalho, o ndice de sobrevivncia das mudas plantadas e a utilizao de muitas espcies de rvores, predominantemente nativas, foram aspectos que fizeram do replantio da Floresta da Tijuca uma experincia singular e pioneira no campo do remanejamento florestal.

    O Major Archer acreditava na vocao florestal do Brasil e seu projeto previa a constituio de uma rede de florestas nacionais articulada com estabelecimentos de ensino e pesquisa, voltados para a explorao racional das florestas que cobriam o pas.

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    A Transformao da Floresta em Jardim Pblico e Romntico

    Meu desejo era mostrar ao pblico o que um parque nacional; a Floresta da Tijuca seria o exemplo em miniatura do que se poderia fazer em todo o pas, aproveitando as belezas naturais e defendendo-as da civilizao que entra com o machado devastador, derrubando as matas e aproveitando o hmus da terra para pouco depois abandon-la.9

    Na segunda metade do sculo XIX, novos personagens passaram a frequentar a Floresta da Tijuca: eram mancebos trajados com severa elegncia, que facilmente se apaixonariam por uma linda moa, montada em cavalo, como os personagens de romances como Sonhos dOuro, de Jos de Alencar, escrito na Gvea Pequena, no vero de 1872.

    No Segundo Reinado, a cidade modernizava-se. Com a perda da fertilidade natural e a ocorrncia de pragas na rea pioneira de plantio, a lavoura do caf j havia seguido em busca de terras virgens, na direo do vale do rio Paraba do Sul. Os altos da Tijuca encarnavam

    9 Castro Maya, Raymindo Ottoni de. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Edies Bloch, 1967, p. 11.

    Planta de Restaurao da Floresta da Tijuca elaborado por Raymundo de Castro Maya ca 1949. In: CASTRO MAYA, Raymundo Ottoni. A Floresta da Tijuca. Rio de Janeiro: Edies Bloch, 1967.

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    agora outros valores: clima ameno, ambiente saudvel e qualidade de vida. A elite imperial adquiriu chcaras e stios desmembrados das antigas fazendas de caf para ali passar o vero.

    Na ocasio tinha incio a administrao de Gasto Lus Henrique dEscragnolle, sucedendo a gesto do Major Archer. Descendente de franceses de estirpe nobre, fiel servidor e amigo do Imperador D. Pedro II, Gasto dEscragnolle empenhou-se no embelezamento da floresta, contando com a colaborao de Glaziou. To notvel foi sua contribuio que o antigo horto transformou-se em encantador passeio pblico. Amante da natureza, conservava a beleza da selva exuberante, mantendo-lhe intacto o carter silvestre. Usou como elementos decorativos a pedra rolia, rvores e arbustos plantados como ao acaso, sem lanar mo do cimento e da cantaria nos pousos que ia preparando para os que desejassem descansar sombra dos arvoredos. A Floresta da Tijuca transformava-se, ento, em jardim pblico, bem ao estilo romntico.

    Na dcada de 1940 a administrao da Floresta da Tijuca fica a cargo de Raimundo Ottoni de Castro Maya. Industrial bem sucedido, ligado floresta desde a juventude, quando seu pai adquiriu o Stio do Aude em 1913, Castro Maya dispunha-se a coordenar os trabalhos de reforma e urbanizao do parque florestal, transformando-o em parque pblico. Em trs anos reformou prdios, conservou estradas e caminhos, alm de diversas benfeitorias para os visitantes.

    Vale destacar o esforo empreendido em sua gesto no tratamento paisagstico e decorativo do parque, contando, para isso, com a colaborao de Roberto Burle Marx no Aude da Solido. Outra marca de sua administrao foi a reconstruo da Capela Mayrink, conforme projeto de Vladimir Alves de Sousa, com painis de Cndido Portinari. O sucesso da administrao Castro Maya era evidente e em 1946 a floresta chegava a receber cerca de 5 mil visitantes por dia, nos finais de semana.

    Em 6 de julho de 1961, o governo federal criou, atravs do Decreto n. 50.923, o Parque Nacional do Rio de Janeiro, realizando-se o projeto de Raymundo Ottoni Castro Maya de transformar a Floresta da Tijuca em parque nacional, que s tem seu nome modificado em 1967, pelo Decreto 60.183, que redefiniu seus limites. Na dcada de 1960 foram criados onze parques nacionais. Quando foi tombado pelo Instituto do Patrimnio Histrico Artstico e Nacional IPHAN, em 1966, ainda denominava-se Parque Nacional do Rio de Janeiro.

    Em 1981, foi publicado o Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca, cujo ponto fundamental refere-se ao zoneamento,

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    considerando que o parque urbano sofre enormes presses da megalpole que o cerca.

    Finalmente, em 1991, o Programa Homem e Biosfera, da Unesco, declarou o Parque, Reserva da Biosfera, consolidando assim todo o empreendimento ambiental praticado desde o sculo XIX.

    III.B.5. A CIdAde e o mAr

    Os primeiros Espaos Litorneos da Cidade

    Com o Passeio Pblico, no final do sculo XVIII, inaugurou-se uma relao da cidade com o mar. Seu mirante foi o primeiro de uma srie, demonstrando o novo interesse da populao pela orla da baa, com o banho de mar liberado para a nobreza que o frequentava. Ao longo do sculo XIX, vrios locais da Baa de Guanabara passaram a ser usados como balnerio, sendo o mais frequentado deles, a praia do Caju. As praias ocenicas eram imensos areais,acompanhados por restingas que se estendiam at os morros. Com a inaugurao do tnel Alaor Prata para permitir que os bondes chegassem a Copacabana, em 1892, inicia-se a ocupao na orla, com os trilhos alcanando o Leme e Ipanema, transformando esses bairros, em aprazveis balnerios.

    Entre 1903 e 1906, o prefeito Pereira Passos empreendeu uma grande reforma urbana, nos moldes do que havia sido feito por Haussmann em Paris. Em nome da modernidade, do saneamento e do embelezamento, com decisivo apoio do governo federal, realizam-se vrios projetos,

    Mapa da Cidade do Rio de Janeiro, 1907, em destaque as obras do Governo de Pereira

    Passos. Arquivo Nacional

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    como a nova rea porturia, com um grande aterro decorrente do arrasamento do morro do Senado. e a abertura de ruas, com destaque para a Avenida Central que a exemplo de Paris, arrasou dezenas de quarteires da cidade colonial e a Avenida Beira-Mar, que se estendia do centro at Botafogo, com canteiros centrais, criados como rea de lazer.

    Praia de Copacabana em ca. 1920. Augusto Malta. IMS

    A Avenida Beira-Mar melhorou o acesso orla ocenica, com a construo de novo tnel ligando Botafogo a Copacabana (Tnel Novo) e sua extenso at a Praia Vermelha, o que levou a uma rpida urbanizao dos bairros balnerios, incluindo este ltimo onde se realizou a Exposio Internacional de 1908, comemorativa dos 100 anos da abertura dos portos brasileiros s naes amigas.

    O banho de mar e a exposio ao sol tornou-se um costume e foi Copacabana o balnerio que mais se desenvolveu. A Avenida Atlntica foi construda ainda na administrao de Pereira Passos, com calamento em mosaicos de pedra portuguesa reproduzindo o desenho das ondas do mar que consagrou o Rio de Janeiro. O Hotel Copacabana Palace, um dos primeiros edifcios altos do Rio, construdo para receber os hspedes da Exposio Internacional de 1922, deu-lhe reconhecimento internacional.

    Ipanema e Leblon ganhavam servios de infraestrutura, que viabilizavam sua ocupao. A partir do Leblon, estendeu-se a Avenida Niemeyer ao longo da encosta do Morro Dois Irmos, que ao mesmo

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    tempo valorizava a belssima paisagem e facilitava o acesso s praias distantes que mais tarde formariam o bairro de So Conrado. Nos anos seguintes, vrios aterros se sucederam, conforme indica o mapa H05.

    O Movimento Moderno e suas Consequncias nos Espaos Pblicos Cariocas

    A dcada de 1920 reconhecida como um dos perodos de maior efervescncia intelectual do sculo XX. Rediscutiu-se e reavaliou-se tudo: poltica, economia, filosofia, cultura, artes. O Rio de Janeiro, como capital da Repblica, concentrava a maior parte dos acontecimentos. Ao contrrio da reforma urbana do incio do sculo que se pautou por modelos importados, o iderio modernista trilhou caminhos prprios, mais autnticos. A Semana de Arte Moderna de 1922, ocorrida em So Paulo, mas com repercusses imediatas no Rio, representou um rompimento esttico nas vrias formas de representao das artes plsticas e da msica.

    No campo das artes e da arquitetura, a influncia de Le Corbusier aps sua passagem pelo Rio em 1929, vindo de Buenos Aires, fez-se sentir em pouco tempo entre os profissionais de vanguarda da poca. Fato significativo de sua adeso nova arquitetura foi o convite para orientar o projeto que a equipe coordenada por Lcio Costa, composta por Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Machado, Carlos Leo e Ernani Vasconcelos, elaborava para o Ministrio de Educao e Sade.

    Ressaca na praia de Copacabana em 1924. Augusto Malta. AGCRJ

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    No projeto do prdio considerado marco do movimento modernista, onde foram aplicados pela primeira vez no mundo os cinco princpios bsicos da doutrina corbusiana o pilotis, a estrutura independente, a planta livre, a fachada independente e o terrao-jardim destacaram-se principalmente o arquiteto Oscar Niemeyer e o artista plstico Roberto Burle Marx, responsvel por seu paisagismo. Em recente exposio comemorativa do centenrio de nascimento de Burle Marx nos sales do Pao Imperial, Lauro Cavalcanti, seu curador, manifestou-se, sobre mostras anteriores dedicadas a Lcio Costa e a Oscar Niemeyer: Os trs homenageados deram um sotaque particular e original ao movimento

    trazido por Le Corbusier para o Brasil. Lcio Costa imprimiu uma

    dimenso histrica que deu profundidade dialtica entre as novas formas

    e a tradio construtiva local, fornecendo alternativas pura oposio

    europia entre renovao e revoluo, que fazia da amnsia o nico meio

    para os novos caminhos. Niemeyer introduziu a graa formal a partir da

    explorao radical da tecnologia do concreto armado. Burle Marx criou

    a um s tempo, o paisagismo tropical e uma linguagem internacional e

    moderna dos jardins.

    A partir desse projeto, Burle Marx tornou-se um permanente colaborador dos arquitetos modernistas, garantindo a integrao dos espaos interno e externo em suas obras, sempre utilizando a riqueza da flora brasileira. Entre seus inmeros projetos para a cidade, destacam-se o Parque do Flamengo e a Orla de Copacabana, considerados os mais paradigmticos de sua extensa obra.

    O Parque do Flamengo atendeu demanda das vias expressas de ligao norte-sul da cidade, associando-as principal rea de recreao e lazer do Rio. Tendo como referncia o projeto do urbanista Affonso Eduardo Reidy, o parque situa-se numa rea nobre, das mais impactantes do ponto de vista de sua paisagem natural e cultural da cidade, constituindo-se em importante transio entre a Baa de Guanabara e a malha urbana. Estende-se desde o aeroporto Santos Dumont at o Morro da Viva, incorporando-se rea verde da enseada de Botafogo, com aproximadamente 120 ha.

    Trata-se de uma das mais bem sucedidas realizaes de Burle Marx, com uma concepo totalmente inovadora para a poca, que no previa qualquer tipo de fechamento ou interrupo do continuum visual e funcional do parque, aberto utilizao da populao em todos os seus ambientes e a qualquer hora do dia.

    O Parque do Flamengo incorporou o Museu de Arte Moderna obra prima da arquitetura carioca, projetada por Affonso Eduardo Reidy e o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, projeto premiado da arquitetura moderna no Rio de Janeiro. Outras edificaes tambm

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    esto includas na rea do parque, com um paisagismo especial, que enaltece e valoriza sua arquitetura.

    Em prosseguimento contribuio de Burle Marx para a formao da paisagem da orla ocenica, em 1971 foram executados os jardins que ele projetou para o calado de Copacabana, aps o alargamento da faixa de areia e da calada. Trata-se de trabalho de um grande artista plstico trazido para o espao pblico do bairro, em que massas de vegetao, intercaladas com o mobilirio urbano, complementam o projeto.

    Os dois projetos de Burle Marx, o Parque do Flamengo e o agenciamento urbano-paisagstico das caladas de Copacabana, foram inovadores em sua poca, tornando-se modelos de interveno. O Rio de Janeiro firmou mais uma vez o pioneirismo em projetos modernistas, adotados como referncia na escala internacional, o que lhe assegura valor universal.

    Jardins de Burle Marx no Pilotis do MES. Foto Ruy Salaverry

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    III.B.6. A CIdAde que PAreCe nAturezA e A nAturezA que PAreCe CIdAde 10

    A cidade do Rio de Janeiro esteve ao longo de sua formao e desenvolvimento em ntima interao com a natureza, desenhando os contornos de uma paisagem cultural urbana exemplar. Paralelamente, os modos de construir e de viver na cidade consolidaram, ao longo dos ltimos sculos, unio indissocivel entre natureza e espao urbano.

    10 O ttulo baseado na frase O Rio de Janeiro uma natureza que se tornou cidade e uma cidade que d a impresso de natureza, publicado em 1941 no livro Brasil, Pas do Futuro, de Stefan Zweig, Editor Ridendo Castigat Mores, Verso para eBook, eBooks-Brasil.com, Fonte digital www.jahr.org

    Praia de Copacabana, marcel Gautherot, c.1975, IMS

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    Os contornos da paisagem orientaram a delimitao de um stio exemplar e paradigmtico, onde a interrelao entre a cidade edificada e a natureza foi retratada por meio dos aspectos histrico, funcional, social e urbanstico de seus elementos estruturadores.

    A orla da Baa de Guanabara, inalterada at o sculo XIX, a mais importante imagem associada a essa paisagem, sendo intensamente divulgada, desenhada por tripulantes, cronistas, viajantes, naturalistas e pintores. Acompanhando o desenvolvimento dessa paisagem, percebemos a acomodao da cidade ao longo do tempo. Ainda no sculo XVIII, h o aterramento de mangues e lagos, como o caso do Passeio Pblico, importante mirante que expressou exemplarmente as relaes e funes sociais poca entre a cidade e os jardins.

    Ocupando lugar de destaque desde sua criao no incio do sculo XIX, o Jardim Botnico, por sua vez, consolidou-se como ponto de visitao e de realizao de pesquisas. Desde ento, promove o desenvolvimento cientfico ambiental e desempenha importante papel de divulgao das espcies da Mata Atlntica, conscientizando a populao quanto aos usos da floresta urbana.

    No cerne da cidade, destaca-se o conjunto das encostas verdes que integram a floresta. A cidade produtiva est aqui retratada inicialmente por meio da relao das fazendas de cana e de caf. A cidade e a floresta refletem o perodo do reflorestamento provendo recursos naturais e oferecendo aos moradores e turistas um espao significativo de lazer e contemplao.

    Os passeios e caminhadas no se limitam s reas verdes, estendendo-se orla, demonstrando a expressiva relao entre a cidade e o mar. O processo de aterramento da baa acontece a partir dos primeiros anos do sculo XX, com a transferncia do porto. As obras de modernizao da rea central alteraram o contorno da baa do Caju at Copacabana, com a ampliao do cais, da Avenida Beira-Mar e posteriormente do Parque do Flamengo.

    A urbanizao da orla insere-se de modo singular no movimento mundial mais amplo caracterstico das reformas urbanas do sculo XX de apologia ao iderio da mente s em corpo so (mens sana in corpore sano). Em uma cidade tropical, banhada pelo mar e cercada por uma vegetao exuberante, o interesse esportivo impulsionado por fortes apelos ligados ao uso dos espaos pblicos.

    A histria e o desenvolvimento da relao contgua entre o mar e o Parque do Flamengo marcaram o espao como lugar especial da

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    paisagem no cotidiano de moradores e turistas. O sol, o ar livre e a oxigenao, o uso de reas amplas para a realizao das prticas esportivas foram valorizados pelo embelezamento da orla e de sua acessibilidade.

    Desde as primeiras dcadas do sculo XX, a praia de Copacabana um balnerio importante. Com a difuso do banho de mar, iniciou-se a apropriao da praia como local de lazer, imprimindo cidade um novo padro de morar beira-mar como estilo de vida moderno. Depois da Segunda Guerra Mundial, a intensificao do consumo de massas fez da praia um lugar frequentado por diversos grupos sociais. No incio da dcada de 1970, surge um novo espao conquistado com o avano sobre o mar: o calado de Copacabana, que transforma o uso da orla. Ampliou-se a circulao de pedestres e novas pistas para automveis e bicicletas foram criadas. Tanto a paisagem fsica como a social alteraram-se. Prticas desportivas e cuidados com a sade impulsionaram caminhadas, corridas de pedestres e bicicletas, produzindo heterogeneidade de usos do espao. Mais recentemente, na dcada de 1990, foram montadas arenas esportivas, ocupadas dia e noite por atletas de vrias modalidades, com destaque para o futebol e o vlei de praia.

    Associado paisagem cultural carioca, surge um discurso musical de exaltao s praias, que se espalha pela cidade como um todo. Destacam-se gneros musicais e festivos vinculados a morros e praias, como o samba e a bossa nova, demonstrando o carter simblico importante das imagens associadas ao Stio.

    Por fim, constata-se que as territorialidades culturais (Mapa H06) apresentadas refletem a relao dinmica entre seus habitantes e a natureza, que influenciou o desenho da cidade do Rio de Janeiro e de sua paisagem.

    III.c. forma e Data Dos Documentos maIs recentes soBre o Bem

    1. PORTARIA IPHAN N 127 DE 30 DE ABRIL DE 2009 estabelece a chancela da Paisagem Cultural Brasileira, considerando:

    o disposto no Decreto-Lei n 25, de 30 de novembro de 1937, que organiza a proteo do patrimnio histrico e artstico nacional, no Decreto-Lei no 3.866, de 29 de novembro de 1941, que dispe sobre o tombamento de bens no Servio do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional, na Lei no 3.924, de 26 de julho de 1961, que dispe sobre os monumentos arqueolgicos e pr-histricos, e no Decreto n 3.551, de 04 de agosto de 2000, que institui o registro de bens culturais de natureza imaterial, e o Estatuto da Cidade;

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    que o Brasil autor de documentos e signatrio de cartas internacionais que reconhecem a paisagem cultural e seus elementos como patrimnio cultural e preconizam sua proteo;

    que a conceituao da Paisagem Cultural Brasileira fundamenta-se na Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988, segundo a qual o patrimnio cultural formado por bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referncia identidade, ao, memria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem as formas de expresso, os modos de criar, fazer e viver, as criaes cientficas, artsticas e tecnolgicas, as obras, objetos, documentos, edificaes e demais espaos destinados s manifestaes artstico-culturais, os conjuntos urbanos e stios de valor histrico, paisagstico, artstico, arqueolgico, paleontolgico, ecolgico e cientfico; que os fenmenos contemporneos de expanso urbana, globalizao e massificao das paisagens urbanas e rurais colocam em risco contextos de vida e tradies locais em todo o planeta;

    a necessidade de aes e iniciativas administrativas e institucionais de preservao de contextos culturais complexos, que abranjam pores do territrio nacional e destaquem-se pela interao peculiar do homem com o meio natural;

    que o reconhecimento das paisagens culturais mundialmente praticado com a finalidade de preservao do patrimnio e que sua adoo insere o Brasil entre as naes que protegem institucionalmente o conjunto de fatores que compem as paisagens;

    que a chancela da Paisagem Cultural Brasileira estimula e valoriza a motivao da ao humana que cria e que expressa o patrimnio cultural e a a relao harmnica com a natureza, estimulando a dimenso afetiva com o territrio e tendo como premissa a qualidade de vida da populao; que os instrumentos legais vigentes que tratam do patrimnio cultural e natural, tomados individualmente, no contemplam integralmente o conjunto de fatores implcitos nas paisagens culturais.

    Atravs de um processo administrativo aberto pelo IPHAN, o Comit Executivo da Candidatura da Cidade do Rio de Janeiro a Patrimnio Mundial, que composto por membros das 3 esferas governamentais,

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    da iniciativa privada e da sociedade civil organizada, solicitou em maio de 2009 o exame do IPHAN para a chancela da Paisagem do Rio de Janeiro, como Paisagem Cultural Brasileira. O reconhecimento nacional ser um dos pilares para a pactuao entre os entes envolvidos sobre a gesto compartilhada do Stio e para a consolidao da paisagem cultural do Rio como Patrimnio Mundial.

    2. Portaria IPHAN n 2, de 15 de janeiro de 2009 Cria o Comit Tcnico para o estabelecimento de diretrizes e conceitos para a elaborao do dossi tcnico de candidatura da Cidade do Rio de Janeiro a Patrimnio Mundial. Nessa portaria, o Comit Tcnico ganha as seguintes competncias:

    I - estabelecer os conceitos e as diretrizes tcnicas que nortearo a elaborao do dossi da candidatura;

    II - acompanhar os trabalhos dos especialistas das diversas disciplinas, que colaboraro na elaborao do dossi tcnico da candidatura;

    III - fixar as diretrizes para a gesto compartilhada da rea definida para candidatura

    IV - efetuar a anlise dos parmetros urbansticos e de proteo em relao rea definida para candidatura;

    V - propor a reviso dos parmetros urbansticos e de proteo em relao rea definida para candidatura que se fizerem necessrios; e

    VI - contribuir com a elaborao do plano de gesto em relao rea definida para candidatura em conjunto com os especialistas contratados para o desenvolvimento desse trabalho.

    O Comit Tcnico que trabalha em prol da candidatura desde janeiro de 2009 foi constitudo, por:

    I - 1 (um) representante do Departamento do Patrimnio Material e de Fiscalizao do IPHAN e respectivo suplente;

    II - 1 (um) representante da Superintendncia Regional do IPHAN no Rio de Janeiro e respectivo suplente;

    III - 1 (um) representante do Instituto Chico Mendes e respectivo suplente;

    IV - 1 (um) representante do Governo do Estado do Rio de Janeiro e respectivo suplente;

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    V - 1 (um) representante da Prefeitura do Rio de Janeiro e respectivo suplente;

    VI Um representante do Instituto de Pesquisa do Jardim Botnico do Rio de Janeiro

    3. Termo de Cooperao Tcnica firmado em 04 de maio de 2009 entre o Ministrio da Cultura do Brasil, o Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, o Grupo ABC / Associao de Empresas Amigas da Unesco e a Fundao Roberto Marinho. Constitui objeto deste Instrumento a mtua cooperao entre os partcipes visando criao de um Comit Institucional, que ir apoiar a candidatura da cidade do Rio de Janeiro a Patrimnio Mundial e a execuo de aes necessrias para a elaborao do Plano de Gesto do Stio.

    4. Plano de Manejo do Parque Nacional da Tijuca estabelecido em 1981 e revisado em 2008, em atendimento s diretrizes do Sistema Nacional de Unidades de Conservao do Governo Brasileiro.

    5. Plano Diretor do Jardim Botnico da Cidade do Rio de Janeiro em 2002 o Instituto Brasileiro de Administrao Municipal (IBAM) assessorou o Jardim Botnico na elaborao do Plano Diretor, que em 2009 foi atualizado. Essa adequao consistiu na identificao das condies atuais de uso e ocupao do territrio a partir das aes desenvolvidas ao longo dos ltimos seis anos, enfatizando as relaes do Jardim Botnico com a cidade e a sua organizao interna para a proteo dos seus valores cientficos, naturais, paisagsticos, arqueolgicos e histrico-culturais.

    6. Projeto de Lei de Reviso do Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro:

    Emendas do Poder Executivo Municipal prope-se a inserir o conceito e destacar a importncia de paisagem entre os princpios e na implementao da poltica urbana no Municpio.

    EMENDA MODIFICATIVA N 1

    O Inciso I do Art. 2 passa a vigorar com a seguinte redao:

    I. valorizao e proteo do meio ambiente, da paisagem e do patrimnio natural e cultural no processo de desenvolvimento da Cidade;

    EMENDA ADITIVA N 2

    O Art. 2 passa a vigorar incluindo os 1, 2, 3 e 4, com a seguinte redao:

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    1. Entende-se por paisagem, a interao entre o ambiente natural e a cultura, expressa na configurao espacial resultante da relao entre elementos naturais, sociais e culturais, e nas marcas das aes, manifestaes e formas de expresso humanas;

    2. A paisagem da Cidade do Rio de Janeiro representa o mais valioso ativo econmico da cidade, responsvel pela sua consagrao como um cone mundial e por sua insero na economia turstica do pas, gerando emprego e renda;

    3. Integram o patrimnio paisagstico da Cidade do Rio de Janeiro tanto as paisagens com atributos excepcionais, como as paisagens decorrentes das manifestaes e expresses populares;

    4. O acesso visual paisagem da Cidade do Rio de Janeiro direito inalienvel desta e das futuras geraes.

    Essas emendas foram enviadas Cmara de Vereadores para aprovao.

    7. Decreto Municipal n. 30.542, de 18 de maro de 2009 cria o Comit de Qualificao Ambiental da Orla Martima cujo objetivo :

    I - Melhorar a qualidade ambiental e urbanstica da orla martima da Cidade;

    II - Determinar os indicadores de qualidade ambiental da orla martima;

    III - Supervisionar o monitoramento dos parmetros de qualidade da orla;

    IV- Organizar e controlar as atividades econmicas, desportivas, tursticas e de lazer realizadas ou localizadas na orla.

    8. Decreto Municipal n 26.578, de 1 de junho de 2006 declara o conjunto dos Morros do Po de Acar e Urca como Monumento Natural, com rea de 91,5 ha, considerando:

    o tombamento federal dos Morros do Po de Acar e da Urca, em 1973, pelo SPHAN, atravs do processo n. 869-T/73, com inscries n. 52, 53, 54 e 58 no Livro Arqueolgico, Etnolgico e Paisagstico em 08/08/73;

    a Lei n. 9.985, de 18/07/00 e Decreto n. 4.340, de 22/08/02, que institui e regulamenta, respectivamente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC;

    o Decreto n. 1.446, de 02/03/78, que aprova o PEU n. 001, de Preservao Paisagstica dos Morros do Po de Acar, da

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    Urca e da Babilnia;

    o Decreto n. 322, de 03/03/76 (art.163), que estabelece que as reas acima da curva de nvel de 60m dos Morros do Po de Acar e da Urca esto includas na ZE-1, conforme legislao urbanstica;

    o conjunto dos Morros do Po de Acar e da Urca, reconhecido como reas de visitao nacional e internacional, com importncia singular na histria da Cidade do Rio de Janeiro;

    que essas reas apresentam caractersticas e atributos naturais, geomorfolgicos e ecolgicos prprios, destacando-se inmeras espcies endmicas, raras e ameaadas de extino.

    9. Relatrio: Parque do Flamengo Levantamento de Espcies Arbreas

    Realizado em 2008 pela arquiteta Paisagista Denise Pinheiro da Costa Monteiro, com o apoio do escritrio Burle Marx e Cia Ltda, contratado pelo Rotary Club do Rio de Janeiro, com o objetivo de levantar informaes para a recuperao da vegetao do Parque. O original do relatrio encontra-se com o Rotary Club Flamengo.

    10. Decreto Municipal no 30936 de 4 de agosto de 2009 - determina o tombamento provisrio de 84 obras paisagsticas de autoria de Roberto Burle Marx na Cidade do Rio de Janeiro, sendo 29 localizadas no Stio Proposto ou em sua Zona de Amortecimento.

    11. Termo Aditivo ao Acordo de Cooperao de 28 de agosto 2007- para a gesto compartilhada do Parque Nacional da Tijuca, celebrado entre o Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade ICMBIO, o Estado do Rio de Janeiro, o Municpio do Rio de Janeiro, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana COMLURB, e a Empresa Municipal de Vigilncia S/A. com a intervenincia do Ministrio do Meio Ambiente MMA

    III.D. Documentos HIstrIcos De comProVao Do VaLor unIVersaL

    1. Portaria n.o 577 de 11 de dezembro de 1861, criando a administrao das

    florestas da Tijuca e das Paineiras.

    Sua Majestade o Imperador h por bem aprovar as seguintes Instrues provisrias para o plantio e conservao das florestas da Tijuca e das Paineiras.

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    Art. 1o. Nos terrenos nacionais sitos na Tijuca e Paineiras, estabeler-se-h uma plantao regular de arvoredo do paiz.

    Art 2o. Esta plantao se far especialmente nos claros das florestas existentes nos ditos lugares pelo sistema de mudas, devendo-se estabelecer, nos pontos que forem para isso escolhidos, sementeiras ou viveiros de novas plantas.

    Art.3o. A plantao se far em linhas retas paralelas entre si, sendo as de uma direo perpendiculares s das outras. O trabalho comear das margens das nascentes para um e outro lado, com a distncia de 25 palmos entre umas e outras rvores.

    Art.4o. As mudas que se empregarem no tero menos de trs anos, sem mais de 15 de idade e podero ser coligidas nas matas das Paineiras, devendo a plantao ter lugar na estao prpria.

    Art.5o Para dirigir este Servio haver um Administrador na Floresta da Tijuca e outro na das Paineiras, com o vencimento mensal de 90$000.

    Art. 6o. Alm destes empregados haver um feitor em cada floresta, encarregado especialmente da plantao e escolha das mudas, com o vencimento dirio de 2$000, e tantos serventes quantos forem julgados necessrios, conforme o desenvolvimento do servio com o vencimento tambm dirio de 1$500.

    Art. 7o. O Inspetor Geral das Obras Pblicas poder empregar neste servio, como serventes, alguns dos escravos da nao que se acham sua disposio com a gratificao de 100 ris dirios, alm do sustento e roupa.

    Art.8o. Aos Administradores, feitores e serventes das florestas, incumbe impedir a danificao das arvores, devendo prender e remeter autoridade policial mais vizinha para ser processada a pessoa que for encontrada em flagrante delicto.

    Art.9o. Empregaro todo o zelo na conservao das estradas que atravessam ou atravessarem as florestas; no admitindo dentro das ltimas indivduo algum que no esteja competentemente autorizado com a necessria portaria de licena, quer seja ou no para caar, e

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    inspecionando-as de modo que no sirvam de asilo a mal-feitores.

    Art.10o. Os Administradores sero de nomeao do Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas; os outros empregados sero nomeados pelo Inspetor Geral de Obras Pblicas do Municpio da Corte, e por eles despedidos conforme as exigncias do servio.

    (...)

    Art.16o. expressamente proibido o corte de madeiras de qualquer qualidade, ficando por isso responsveis os Administradores, guardas das matas e mais empregados. (...) Palcio do Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1861. Manoel Felizardo de Souza e Mello.

    2. Relatrio da Repartio dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras

    Pblicas apresentado Assemblia Geral Legislativa na segunda sesso

    da 11 Legislatura pelo respectivo Ministro e Secretrio de Estado Manoel

    Felizardo de Souza e Mello. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de Laemmert, 1862.

    3. Relatrio apresentado ao Ilustrssimo Excelentssimo Senhor Manoel

    Felizardo de Souza e Mello, Conselheiro de Estado, Ministro e Secretrio

    de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblica aos 31

    de maro de 1862, pelo Diretor da Agricultura, Comrcio e Indstria Jos

    Agostinho Moreira Guimares. Rio de Janeiro: Tipografia Paula Brito

    4. Relatrio acerca do mal dos cafezeiros In: Relatrio apresentado ao Ilustrssimo Excelentssimo Senhor Manoel Felizardo de Souza e Mello,

    Conselheiro de Estado, Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da

    Agricultura, Comrcio e Obras Pblica aos 31 de maro de 1862, pelo Diretor

    da Agricultura, Comrcio e Indstria Jos Agostinho Moreira Guimares. Rio de Janeiro: Tipografia Paula Brito, 1862.

    5. Contrato com o Instituto Fluminense dagricultura para administrar o Jardim Botnico da Lagoa e relatrio do Sr. Presidente do mesmo Instituto In: Relatrio apresentado ao Ilustrssimo Excelentssimo Senhor Manoel Felizardo de Souza e Mello, Conselheiro de Estado, Ministro e

    Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblica

    aos 31 de maro de 1862, pelo Diretor da Agricultura, Comrcio e Indstria

    Jos Agostinho Moreira Guimares. Rio de Janeiro: Tipografia Paula Brito, 1862.

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    6. Relatrio que devia ser presente Assemblia Geral Legislativa da 3a Sesso da 11a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Pedro de Alcntara Bellegarde. Rio de Janeiro: Tipografia Perseverana, 1863.

    7. Relatrio apresentado ao Ilustrssimo e Excelentssimo Senhor General Pedro de Alcntara Bellegarde do Conselho de S. M. o Imperador Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas pelo Diretor da Diretoria da Agricultura, Comrcio e Indstria Jos Agostinho Moreira Guimares. Rio de Janeiro: Tipografia Perseverana, 1863.

    8. Officio do Conselheiro Francisco Freire Allemo sobre o mal dos cafezeiros. In: Relatrio apresentado ao Ilustrssimo e Excelentssimo Senhor General Pedro de Alcntara Bellegarde do Conselho de S. M. o Imperador Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras. Pblicas pelo Diretor da Diretoria da Agricultura, Comrcio e Indstria Jos Agostinho Moreira Guimares. Rio de Janeiro: Tipografia Perseverana, 1863.

    9. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislatura na 2a sesso da 12a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Domiciano Leite Ribeiro. Rio de Janeiro: Tipografia Paula Brito, 1864.

    10. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 3a sesso da 12a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios dAgricultura, Comrcio e Obras Pblicas Jesuno Marcondes de Oliveira e S. Rio de Janeiro: Tipografia Universal Laemmert, 1865.

    11. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 4a sesso da 12a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Dr. Antonio Francisco de Paula Souza. Rio de Janeiro: Tipografia Perseverana, 1856.

    12. Relatrio apresentado a Assemblia Geral Legislativa na 1a sesso da 13a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Manoel Pinto de Souza Dantas. Rio de Janeiro: Tipografia Perseverana, 1867.

    13. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 2a Sesso da 13a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Manoel Pinto de Souza Dantas. Rio de Janeiro: Tipografia do Dirio do Rio de Janeiro, 1868.

    14. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 1a Sesso da 14a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Joaquim Anto Fernandes Leo. Rio de Janeiro: Tipografia do Dirio do Rio de Janeiro, 1869.

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    15. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 2a sesso da 14a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura,

    Comrcio e Obras Pblicas Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de E. & H. Laemmert, 1870.

    16. Relatrio apresentado a Assemblia Geral Legislativa na 3a sesso da 14a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio dos Negcios da Agricultura, Comrcio

    e Obras Pblicas Theodoro Machado Freire Pereira da Silva. Rio de Janeiro: Tipografia Universal da E.& H. Laemmert, 1871.

    17. Imperial Instituto Fluminense de Agricultura Apenso C. In: Relatrio apresentado a Assemblia Geral Legislativa na 3a sesso da 14a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio dos Negcios da Agricultura, Comrcio

    e Obras Pblicas Theodoro Machado Freire Pereira da Silva. Rio de Janeiro: Tipografia Universal da E.& H. Laemmert, 1871.

    18. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa na 4a sesso da 14a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura,

    Comrcio e Obras Pblicas Baro de Itana. Rio de Janeiro: Tipografia Universal de E.&H. Laemmert, 1872.

    19. Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa da 2a Sesso da 15a

    Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura,

    Comrcio e Obras Pblicas Jos Fernandes da Costa Pereira Junior. Rio de Janeiro: Tipografia Comercial, 1873.

    20. Relatrio de Manoel Gomes Archer sobre o Servio Florestal da Tijuca. Anexo W. In: Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa da 2a Sesso da 15a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos

    Negcios da Agricultura, Comrcio e Obras Pblicas Jos Fernandes da Costa

    Pereira Junior. Rio de Janeiro: Tipografia Comercial, 1873.

    21. Relatrio do Jardim Botnico e da Fazenda Normal da data do ltimo at o fim de abril de 1873 apresentado Sr. Ex. o Sr. Conselheiro de Estado Visconde do Bom Retiro, Presidente do Instituto Fluminense de Agricultura pelo Dr. Glasl Diretor de ambos os estabelecimentos. In: Relatrio apresentado Assemblia Geral Legislativa da 2a Sesso da 15a Legislatura pelo Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios da Agricultura,

    Comrcio e Obras Pblicas Jos Fernandes da Costa Pereira Junior. Rio de Janeiro: Tipografia Comercial, 1873.

    22. Relatrio apresentado ao Vice-Presidente da Repblica dos Estados

    Unidos do Brasil pelo Ministro de Estado dos Negcios da Indstria, Viao

    e Obras Pblicas Engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza no ano de

    1893. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893.

    23. Relao de plantas originais (200 exemplares em papel vegetal) do Projeto de Paisagismo para o Parque do Flamengo, oriundas do

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    Escritrio de Burle Marx, digitalizadas pela Fundao Parques e Jardins da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e nas pastas de ns 12, 307,502 e 196201 do Acervo Tcnico;

    24. Relao de plantas originais em papel vegetal do Projeto de Paisagismo para a Praia de Copacabana arquivadas no escritrio Burle Marx & Companhia.