3. helmintoses de equinos

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PROFº M Sc. GUILHERME COLLARES

ENFERMIDADES DE EQUINOS I

DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS

HELMINTOSES DO INTESTINO DELGADO

HELMINTOS

Nematódeos

Parascaris equorum

Strongyloides westeri

Cestódeos

Anoplocephala magna

A. perfoliata (também parasita o ceco)

Paranoplocephala mamillana

Parascaris equorum

Parascaris equorum

Ascarídeos de dimensões grandes (até cerca de 50 cm)

Ciclo e epidemiologia semelhantes ao A. suum e Toxocara canis

PPP – mais de 2,5 meses

Ovos muito resistentes ao ambiente

EPIDEMIOLOGIA

Os animais jovens são os mais afetados, já nos primeiros meses de vida

Não há infecção intra-uterina

Os ovos possuem casca espessa e rugosa, de natureza proteica, o que permite sua aderência às paredes das baias, baldes d’água, tetas das éguas, etc.

PATOGENIA

Pulmão - durante a migração: Tosse; Febre; Corrimento nasal; Hemorragias; “Resfriado de verão”; Cura espontânea em 3 – 6 semanas.

Fígado – durante a migração: Hemorragias; Obstrução do colédoco.

Adultos no ID Obstrução – perfuração – peritonite – morte; Enterite catarral crônica; Mucosa espessa e coberta de muco; Petéquias e úlceras.

SINTOMAS

Irregularidade de apetite;

Distúrbios gastrointestinais – síndrome cólica;

Abaulamento abdominal;

Sintomas nervosos – convulsões e vertigens;

Animais fracos e debilitados – letargia e perda de peso

CONTROLE

Controle sanitário das baias, através de limpeza das camas e de todas as superfícies Produtos de limpeza

Jatos de água de alta pressão

Jatos de vapor de água

Limpeza do úbere e tetas das éguas antes do parto;

Tratar as éguas antes do parto e lavar as baias maternidade antes de cada parto;

Remover fezes diariamente;

Strongyloides westeri

CARACTERÍSTICAS

Os vermes adultos são encontrados em potros lactentes e recém-desmamados ou mesmo logo após o nascimento (mobilização de larvas inibidas)

Os animais mais afetados são os potros entre o 9º e 13º dia de vida

As infecções pesadas persistem por mais ou menos 10 semanas

PATOGENIA

Larvas

Migração pulmonar – hemorragias e distúrbio respiratórios

Adultos

Erosão epitelial e distúrbios digestivos;

Hemorragias petequiais;

Congestão intestinal;

Descamação epitelial

SINTOMAS

Diarréia com muco;

Perda de apetite;

Emagrecimento;

Cólicas periódicas

CONTROLE

Tratamentos anti-helmínticos;

Remoção das fezes e limpeza das baias;

Tratamento das éguas antes do parto reduzem infecções transmamárias;

CESTÓDEOS

PATOGENIA

Anoplocephala perfoliata

• Adultos geralmente ficam próximos da junção ileo-cecal – ulceração da mucosa – intussuscepção

• Ventosas causa intensa congestão local - estrias de sangue nas fezes

• Parasitoses maciças - obstrução intestinal e perfuração da parede intestinal

Anoplocephala magna

• Semelhante à A. perfoliata, mais comumente encontrado no jejuno, causando

enterite catarral ou hemorrágica, além de obstrução e perfuração intestinal

Paranoplocephala mamillana

• Inaparente

SINAIS CLÍNICOS

Anoplocephala perfoliata

• Geralmente as infecções são assintomáticas

• Casos de infecção maciça - enterite e cólica

• Anemia, emagrecimento, caquexia e óbito

• Perfuração da parede intestinal - peritonite séptica e fatal

Anoplocephala magna

• Semelhante a de A. perfoliata, porém é mais patogênica

• Pode também causar enterites graves

Paranoplocephala mamillana

• Inaparentes

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

DIAGNÓSTICO

Sinais clínicos

Métodos laboratoriais

Diretos

Indiretos

Necropsia

Parascaris equorum

Métodos de flutuação fecal qualitativos

Willis Molley e flutuação simples

TRATAMENTO

A partir dos 30 dias de idade:

Fembendazol – 5mg/kg VO

Piperazina – 100 – 200 mg/kg VO

Pamoato de Pirantel – 6,6 mg/kg VO

Avermectinas • Ivermectina – 0,2 mg/kg VO

• Moxidectin – 0,4 mg/kg VO

Strongyloides westeri

Técnica de flutuação de Gordon & Whitlock (McMaster)

Ovos larvados

Cultura de larvas

TRATAMENTO

Oxibendazol – 10 mg/kg PO

Ivermectina – 0,2 mg/kg PO

Cestódeos

Exame parasitológico (presença de proglotes e ovos) – Métodos de Flutuação

Anoplocephala sp.

TRATAMENTO

Albendazol – 25 mg/kg

Pamoato de pirantel – 13 mg/kg PO

Praziquantel – 1,5 mg/kg PO

HELMINTOSES DO INTESTINO GROSSO

HELMINTOS

Nematódeos: Grandes estrôngilus • Strongylus vulgaris • Strongylus edentatus • Strongylus equinus • Triodontophorus spp.

Pequenos estrôngilus ou Ciatostomíneos • Cyathostomum spp • Trichonemas spp • Cylicocyclus spp • Cylicocephalus spp • Gyalocephalus spp

Oxyuris equi

EPIDEMIOLOGIA

As L3 são muito resistentes ao frio e a dessecação, podendo sobreviver por muitos meses nas pastagens, mesmo em invernos rigorosos e em baixas condições de umidade;

Qualquer pastagem pode permanecer contaminada por até 1 ano.

PATOGENIA DOS ESTRÔNGILUS

Vermes adultos de Strongylus spp: úlceras e lesões hemorrágicas (devido os hábitos alimentares: ingerem tampões de mucosa intestinal) perda de sangue e líquidos tissulares, definhamento/anemia

Pequenos estrongilídeos: alimentam-se das camadas superficiais da mucosa. Quando ocorrem em grandes quantidades podem causar enterite catarral e cólicas São atualmente o mais importante grupo de parasitas de equinos Infectam animais de todas as idades, causando doença clínica e subclínica

Larvas S. vulgaris (maior importância para os eqüinos)

• Potros normalmente toleram infecções larvais maciças adquiridas em pequenas doses por longo

período de tempo • Infecções maciças potros podem apresentar febre, inapetência e apatia, síndrome cólica • Larvas na artéria mesentérica cranial e seus ramos formação de trombos, inflamação e

espessamento da parede arterial (redução do fluxo sanguíneo, compressão de terminações nervosas, prejuízo da motilidade intestinal quadros de cólica)

• Podem surgir aneurismas, principalmente em animais que sofreram infecções repetidas • Necropsia: arterite e trombose de vasos intestinais, além de infarto e necrose de segmentos

intestinais

PATOGENIA DOS OXIURIS

Adultos: não há manifestações sintomatológicas.

Larvas L4 alimentam-se da mucosa: ulcerações e processos inflamatórios.

Irritação perineal devido à ação das fêmeas e da substância gelatinosa durante a ovoposição, ocorrendo prurido intenso ao redor do ânus, alopecia e inflamação na região dorsal da cauda e períneo. Os eqüinos ficam estressados e deixam de se alimentar adequadamente.

Grupos de ovos são espalhados no ambiente quando o animal se coça.

Ao que parece, a imunidade não é suficiente para evitar a reinfecção.

DIAGNÓSTICO DO OXIURIS

Sintomatologia clínica (prurido anal) associada ao achado de massas de ovos amarelo-acinzentados no períneo

Vermes (fêmeas) são observados nas fezes (eliminadas passivamente ou durante a ovoposição)

Ovos são raramente encontrados no exame parasitológico das fezes colhidas do reto

Ovos são mais facilmente encontrados em materiais colhidos do períneo e de fezes colhidas do solo

Colocação de fita gomada ao redor do ânus. Espera-se cerca de 10 minutos, retira a fita e observa ao microscópio ou lupa, procurando os ovos (técnica da fita gomada)

DIAGNÓSTICO DAS HELMINTOSES GASTROINTESTINAIS DOS EQUINOS

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

Os pequenos e grandes estrôngilus, bem como o Parascaris equorum, são diagnosticados através de exames de flutuação:

Qualitativo (Flutuação simples ou Willis Molley) –

Parascaris equorum – devido à gravidade dos sinais clínicos, deve ser avaliado qualitativamente, ou seja, presença de um único ovo necessita dosificação;

Quantitativo (Gordon & Whitlock - OPG) – para pequenos e grandes estrôngilus

• Sempre acompanhado de cultura de larvas para diferenciação de

pequenos e grandes estrôngilus (indiferenciáveis através dos ovos), pois os grandes tem maior potencial patogênico

INTERPRETAÇÃO DO OPG EQUINO

Alguns autores são da opinião que quando 25% do grupo de equinos tenha um OPG ≥ 200, os animais desta exploração devem ser desparasitados (UHLINGER, 1990);

No entanto, a frequência elevada de desparasitação contribui em grande medida para o aparecimento de resistências aos AH e qualquer equídeo ou grupo de equídeos em situação de pastoreio começa a eliminar ovos em pouco tempo, atingindo rápida e facilmente o limiar de 200 OPG (LLOYD & SOULSBY, 1998; LLOYD et al, 2000)

Hoje, admite-se que os equinos sejam desparasitados quando o OPG ≥ 300

CONTROLE DA VERMINOSE EQUINA

PROGRAMAS DE CONTROLE

A maioria das recomendações indicam aplicações em intervalos de 3 a 4 meses. Esses métodos de tratamento muitas vezes podem apresentar-se inadequados, não sendo eficientes, causando resistência do parasitas aos medicamentos, e aumentando o custo com antiparasitários.

Uma forma mais racional e que apresentaria melhor custo-benefício em longo prazo, seria o uso do exame parasitológico, através de coleta de fezes, para predizer a real necessidade de aplicação dos fármacos, tendo como outros benefícios a possibilidade de informar que espécie de parasitas prevalece no plantel e qual o antiparasitário mais indicado para ser usado.

Fonte: (KAPLAN, 2009)

PROGRAMAS DE CONTROLE

Para desenvolver tal programa é preciso combinar o seguinte:

(1) princípios epidemiológicos de controle de nematóides;

(2) determinar que as drogas são eficazes em cada fazenda,

(3) usar a correta droga para o parasita correto, no tempo correto do ano;

(4) determinar quais cavalos exigem tratamento mais freqüente, realizando OPG, e

(5) avaliar o sucesso global do programa de controle por monitorização da OPG de todos os cavalos na propriedade em intervalos regulares.

Fonte: (KAPLAN, 2009)

PROGRAMA PARA POTROS

Classes químicas, princípio ativo e doses de anti-helmínticos contra Parascaris equorum.

Classe Química Princípio Ativo Dose

Benzimidazóis Fenbendazol 10 mg/kg

Oxibendazol 10 mg/kg

Pirimidinas Pamoato de Pirantel 6.6 mg/kg

Tartarato de Pirantel 2.64 mg/kg/dia

Lactonas Macrocíclicas Ivermectina 200 μg/kg

Moxidectina 400 μg/kg

Compostos Heterocíclicos Piperazina 88 mg/kg

Reinemeyer Parasites & Vectors 2009 2(Suppl 2):S8 doi:10.1186/1756-3305-2-S2-S8

RECOMENDAÇÕES GERAIS DE CONTROLE

Eliminação do esterco

Não depositar feno ou grãos no chão das cocheiras, onde pode haver contaminação parasitária

Oferecer água de boa qualidade e à vontade, evitando locais com água parada

Evitar a superlotação, utilizando técnicas de rotação de potreiros, visando a diminuição da quantidade de larvas e ovos

Controle de moscas

Animais em cocheiras, estas devem ser limpas diariamente e também o próprio animal, visando descontaminação para Parascaris equorum e Oxyuris equi

Subdosagem de farmacos

Utilização repetida do mesmo princípio ativo durante vários anos

Utilização de produtos para outras espécies

CONTROLE DOS ESTRONGILÍDEOS

Todos os programas de controle devem buscar estratégias: Utilização de anti-helmínticos de alta eficácia e redução do

número de tratamentos anuais; • Controle mensal através de OPG e cultura de larvas;

Redução de larvas nas pastagens;

• Descanso de potreiros;

• Pastejo alternado com bovinos e ovinos:

• Pastejo alternado com bovinos apresenta o inconveniente de os carrapatos do gênero Amblyomma e possivelmente o Rhipicephalus “Boophilus” microplus transmitirem Theileria equi aos equinos

ASSOCIAÇÕES ANTI-HELMÍNTICAS USUAIS

Associações usuais

Albendazol – oral

Albendazol + Triclorfon – Oral

Fembendazol – Oral

Fembendazol + Triclorfon – Oral

Fembendazol + Metrifonato – Oral

Mebendazol – Oral

Mebendazol + Closantel – Oral

Mebendazol + Triclorfon – Oral

Oxfendazol + Triclorfon – Oral

Oxibendazol – Oral

Oxibendazol + Triclorfon – Oral

Abamectina – IM/SC

Abamectina + Praziquantel – Oral

Ivermectina - Oral

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