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Abel: de la tristeza a la alegria Tatiana Oliveira de Carvalho

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Abel: de la tristeza a la alegria

Tatiana Oliveira de Carvalho

Resumen

Presentase un caso clínico de Logoterapia infantil, en el cual sediscriben las diversas etapas de la intervencion realizada, conel fin de aclarar el proceso de psicoterapia centrada en elsentido, con un niño. El paciente, con el nombre ficional deAbel, era un niño de 6 años de edad que sufria devido a unproblema de estreñimiento intestinal de fondo emocional.Diversos recursos fueron utilizados a lo largo del procesopsicoterapico para facilitar el autodistanciamento y laautotranscendencia, com la utilización de juegos, dibujos yespecialmente la biblioterapia. Uno puede constatar que elespacio clínico centrado en el sentido promueve la dilución delos sintomas psicofísicos y la expresión de lo espiritual en elniño.

ESTRUTURA DO CASO

1) Primeiros momentos: entrevista psicológica com a mãe eprimeiro encontro com a criança;

2) Discussão dos dados iniciais para formulação de avaliaçãodiagnóstica e direcionamento do processo psicoterapêutico;

3) Segundos momentos: 10 encontros seguintes com a criança,intercalados com mais alguns encontros com a mãe;

4) Discussão dos dados centrais, que surgiram ao longo dos 10encontros intermediários;

5) Momentos finais, correspondentes aos últimos encontros com acriança e devolutiva com a mãe;

6) Considerações finais, com foco na análise dos últimos encontros.

PRIMEIROS MOMENTOS

• Entrevista inicial com a mãe:➢ Anamnese (partes I e II)

▪ Parte III concluída em atendimento posterior.

➢ Escuta e suporte emocional à mãe

➢ Enquadre

➢ Orientações:▪ Não exigir que o filho fizesse cocô;

▪ Explicar ao filho que iria à psicóloga, esclarecendo o motivo;

▪ Solicitar que ele levasse à primeira sessão um álbum com fotos da família;

▪ Ler em família o livro “Quando mamãe ou papai morre.”

ABEL• IDADE: 6 Anos

• ENCAMINHAMENTO: Pediatra. Levado à psicoterapia pela mãe.

• QUEIXA PRINCIPAL: “O problema é o cocô... agravou.”▪ Choro excessivo, irritabilidade, intolerância, prisão de ventre, desesperava-

se quando tinha que defecar, passava dias sem fazê-lo. Relação com a mãese deteriorando devido ao estresse gerado.

▪ Pressão da família extensa para que a mãe resolvesse o problema. “Virou o assunto da família, o assunto da casa. (...) Eu me desespero, minha amiga.”

• Morava com a mãe, a avó materna e o irmão menor.

ABEL• Pai morrera meses antes em um grave acidente de carro. A. não

falava no assunto, não expressava facilmente seus sentimentos. Eramuito ligado ao pai, especialmente após o nascimento do irmãocaçula. Questionava a mãe: “Mamãe, agora quem é que vai me daramor? Tu só gostas do Marcelo.”

1º encontro com Abel

• Ao chegar mostrou pequeno álbum de sua "famíliacompleta". Pegou uma revistinha em quadrinhos econcentrou-se na leitura, ignorando-me. Após algunsconvites meus, aceitou ir comigo até a mesinha infantil.Mostrei-lhe livros sobre psicoterapia infantil, mas nãodeu muita atenção. Tentei que me dissesse para quêtinha ido até o consultório, perguntei como eu poderiaajudá-lo, e ele disse que não queria falar disso.Interessou-se pelo jogo Charada, aprendeu bem rápidoas regras, jogamos e me venceu a primeira partida.Depois, como queria continuar e restava pouco tempo,inventamos regras mais simples e dessa vez eu venci. Aofinal da sessão, retomei assunto do motivo de ter ido atélá e lhe disse que sua mãe havia me falado sobre suadificuldade de defecar e a perda do pai, e que eugostaria de ajudá-lo nisso. Nada falou, apenas concordoucom gestos. Permiti que levasse a revistinha emprestada.

DISCUSSÃO DOS DADOS INICIAIS:

Abel estava em sofrimento mas nãoconseguia expressar em palavras.

Seu psicofísico estava acometido desintomas que impediam a manifestaçãode sua dimensão noética.

A ausência do pai parecia ter-lhedeixado a sensação de que agora suavida carecia de sentido, pois tinhaperdido o ser amado que mediava suarelação com o mundo e tornava estemais significativo.

Agora lhe parecia difícil percebersentido no mundo sem o pai.

“Facilitar na criança que chega à consulta o processo de amadurecimento noético, levando-a à descoberta de sentidos, ao

desbloqueio do psicofísico que impede o despertar ou a expressão do espiritual.”

(Clara Sánches)

DISCUSSÃO DOS DADOS INICIAIS:

• Comportamento evitativo:➢ “Preciso ajudá-lo a enfrentar.”

• Pouca abertura para com a terapeuta:➢ “Preciso conquistar sua confiança, estabelecer bom vínculo terapêutico.”

• Interesse por jogos e leitura:➢ “Vou explorar isso para ajudá-lo a expressar seus pensamentos e

sentimentos.”

• Bom nível de inteligência e capacidade de abstração:➢ “Ótimo recurso para provocar autodistanciamento através de histórias

infantis!”

SEGUNDOS MOMENTOS:

• 2º e 3º encontros: desenhos, leituras e jogos (A incrível fábrica de cocô, xixi e pum) - humor

• 4º encontro: estava mais alegre, mas ainda evitava falar dos assuntos desagradáveis.

• 5º encontro: novas leituras (O que tem dentro da sua fralda); o “para quê” da psicoterapia.

• 6º encontro: chegou muito choroso, mas conseguiu falar a respeito, saiu alegre. Combinamos de lerPollyanna na sessão seguinte.

• 7º encontro: possibilidade de “jogo docontentamento”: Ficar alegre com o fato deque sua "fábrica" funciona bem, produzindococô.

• 8º e 9º encontros: Pediu para continuarleitura do livro Pollyanna. Ficou muito atentoquando na história surgiu outro personagemque também era órfão. Buscou contato físicocom a psicóloga, como se quisesse serabraçado.

• 10º encontro: Fotos do pai.

• 11º encontro: Contou que jogou o “jogo docontentamento” em casa e na escola.

• 12º sessão: Disse estar bem. Contou que nãotinha mais problemas com cocô.

SEGUNDOS MOMENTOS:

• Humor mobilizando a capacidade especificamente humanade autodistanciamento (Frankl, 2011).

• Biblioterapia: Há possibilidade de o leitor se aproximar do testemunho vivencial dospersonagens de tal forma que isso o estimule para a descoberta do sentido da suaprópria situação de vida (Garcia-Pintos, 1996).

RECURSOS NOOLÓGICOS EM AÇÃO: Autodistanciamento

Autocompreensão Autorregulação Autoprojeção

Ver-se criticamente e assumir nova atitude.

Opor-se à necessidade de evitar o mal-estar.

Ver-se diferente no futuro.

DISCUSSÃO DOS DADOS CENTRAIS:

(Martínez, 2013; Martínez et al., 2015)

MOMENTOS FINAIS (13º a 18º encontros):

• Abel se mostrou tranquilo, comunicativo, criativo.

• Interagia bem com a psicóloga e com outras pessoas.

• Apresentou crescente interesse em se envolver em atividades diversas, dentro e fora do consultório, especialmente atividades de construção.

• Entre 14° e 15° encontro: intervalo de 3 semanas de ausência. Regrediu com choro excessivo, voltando a melhorar logo que voltou à psicoterapia.

• 18° encontro: DESPEDIDA.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Importância do vínculo terapêutico.

• O caminho metodológico trilhado com Abel retratou a equação

de Frankl (1991) Ψ = x + y:

• x representa a unicidade e a singularidade da personalidade do paciente;

• Y representa a personalidade não menos única e singular do terapeuta.

• Criatividade demonstrada por Abel enquanto manifestação de sua

pessoa espiritual, refletindo a mobilização da autotranscedência.

“O espaço clínico a partir da Logoterapia se orienta principalmente a facilitar esse processo de autoconsciência reflexiva que permite a expressão do espiritual na criança,

diluindo as expressões sintomáticas do organismo psicofísico.”

“Apesar de que a criança padece alguns dos determinismos encarnados em seus pais, familiares, cuidadores, professores

e a cultura mesma, a criança tem a capacidade de se autodistanciar e possibilitar o frutífero gérmen da

autotranscendência.”

Clara Martínez Sánches

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

• Azevedo, D.C. (2002). Análise situacional ou psicodiagnóstico infantil: uma abordagem humanista-existencial. Em: Angerami-Camon, W.A. (org). Psicoterapia Fenomenológico-Existencial. São Paulo:Pioneira Thomson Learning.

• Frankl, V.E. (1973). Psicoterapia e sentido da vida. São Paulo: Quadrante.

• Frankl, V.E. (1991). A psicoterapia na prática. São Paulo: Papirus.

• Frankl, V.E. (2011). A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da Logoterapia. São Paulo: Paulus.

• Frankl, V.E. (2016). Teoria e Terapia das Neuroses. Revisão técnica de Heloisa Reis Marino. São Paulo: ÉRealizações.

• García-Pintos, C. (1996). A Logoterapia em contos: o livro como recurso terapêutico. São Paulo: Paulus.

• Kroeff, P. (2012). Logoterapia e superação de evento traumático em uma criança. Logos & Existência: Revistada Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial, 1 (2), 173-178.

• Martínez Ortiz, E. (2013). Manual de psicoterapia com enfoque logoterapéutico. Bogotá: Manual Moderno.

• Martínez Ortiz, E.; Rodríguez, J.; Castillo, J.P.D. del; & Pacciolla, A.(2015). Vivir a la manera existencial: aportes para uma Logoterapia clínica. Bogotá, Colombia: Sociedad paraEl Avance de La Psicoterapia Centrada en El Sentido.

• Sánches, C.M. (2009). Aportes a la psicoterapia com niños: orientando hacia el sentido de la vida. In S.S. Valiente. (Ed.), Logoterapia em acción: aplicaciones práticas (pp. 291-332). Buenos Aires: San Pablo.

• Oaklander, V. (1980). Descobrindo Crianças: A abordagem gestáltica com crianças e adolescentes. SãoPaulo: Summus.

REFERÊNCIAS

Obrigada!

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