29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín...

15
5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRA | 5 TH PARQUES DE SINTRA MUSIC SEASON Salão Nobre / 21:00 29/30 março ‘19 TOLDRÀ, BERLIOZ, ROSSINI, STRAUSS Elisabete Matos soprano Cristovão Luiz piano Queremos saber a sua opinião https://https://tinyurl.com/SMUS2019

Upload: vuhanh

Post on 16-Jul-2019

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

5ª TEMPORADA DE MÚSICA DA PARQUES DE SINTRA | 5TH PARQUES DE SINTRA MUSIC SEASON

Salão Nobre / 21:00

29/30 março ‘19

TOLDRÀ, BERLIOZ, ROSSINI, STRAUSS

Elisabete Matos sopranoCristovão Luiz piano

Queremos saber a sua opiniãohttps://https://tinyurl.com/SMUS2019

Page 2: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

29/03 SEXTA-FEIRA | 21:00

30/03 SÁBADO | 21:00

Toldrà, Berlioz, Rossini, Strauss

ELISABETE MATOS || sopranoCRISTOVÃO LUIZ || piano

Eduard Toldrà (1895-1962)• Seis Canciones Castellanas

I. La zagala alegre II. Madre, unos ojuelos vi III. Mañanita de San Juan IV. Nadie puede ser dichoso V. Cantarcillo VI. Después que te conocí

Hector Berlioz (1803-1869)• Les nuits d’été

I. Le spectre de la roseII. Sur les lagunesIII. AbsenceIV. Au cimetièreV. L’île inconnue

- intervalo -

Gioacchino Rossini (1792-

1868)• La Regata Veneziana

I. Anzoleta avanti la regataII. Anzoleta co passa la regataIII. Anzoleta dopo la regata

Richard Strauss (1864-1949)• Befreit, Op. 39, n.º 4• Heimliche Aufforderung, Op. 27, n.º 3• Allerseelen, Op. 10, n.º 8• Zueignung, Op. 10, n.º 1• Cäcilie, Op. 27, n.º 2

Page 3: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

PSM

L | L

uís

Dua

rte

NOS 150 ANOS DA MORTE DE BERLIOZ

A obra de Eduard Toldrà (1895-1962) enquadra-se esteticamente

na corrente do ‘Noucentisme’ catalão, fundindo o impulso nacionalista

num modernismo de inspiração francesa. Foi por proposta do seu amigo

e editor livreiro Josep Porter que Toldrà viria a escrever as ‘Seis Canciones

sobre Textos de Poetas Clásicos Castellanos’, em 1940 (n.º 1 e n.º 3)

e em 1941 (as restantes). Elas evidenciam o que é uma marca de Toldrà:

obras sempre muito buriladas, aqui com grande atenção à linha vocal

e ao balanço rítmico subjacente do piano e fina penetração e transposição

sonora do conteúdo poético.

Os poetas vão desde figuras do ‘Siglo de Oro’, como Lope de Vega

(n.º 2 e n.º 5), Garcilaso de la Vega (n.º 4) e Francisco de Quevedo

(n.º 6), até Pablo de Jérica (n.º 1), já de inícios do século XIX. Da canção

que fecha o grupo, ‘Después que te conocí’, já se disse ser uma das mais

belas canções jamais escritas em língua castelhana.

Berlioz foi a primeira grande figura do Romantismo musical francês

e ‘Les nuits d’été’ é uma das suas criações cimeiras. Os poemas são de

Théophile Gautier (1811-72), amigo de longa data e, a um tempo, vizinho.

A composição das canções iniciou-se em Março de 1840 e seria concluída no

ano seguinte. Biograficamente, este período coincide com o fracasso do seu

casamento com Harriet Smithson (a inspiradora da ‘Sinfonia Fantástica’, que

desposara em 1833): Berlioz inicia então uma relação com a cantora Marie

Recio e algum tempo depois sai de casa para ir viver com ela.

Os poemas de Gautier que Berlioz escolhe (os títulos por que aparecem

designados são da autoria do compositor) têm temática amorosa:

inocente e ingénua (n.º 1), depois progressivamente pessimista, lúgubre

e funérea (n.º 2 a n.º 5), para terminar num país imaginário (n.º 6), único

lugar onde o amor feliz seria possível.

Berlioz orquestrou primeiramente a n.º 4 (1843) e em 1856 a n.º 2, em

ambos os casos para ocasiões muito concretas, i.e., concertos. No concerto

de 1856, Berlioz seria abordado por um editor alemão, que lhe fez a

proposta de orquestrar as restantes canções, ao que o compositor anuiu,

surgindo assim o primeiro ciclo de canções orquestrais da história da música.

Page 4: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

‘La regata veneziana’ é um tríptico de ‘canzonette’ escrito provavelmente

em 1858 e destinado a ser ouvido nas ‘soirées’ que Rossini organizava na

sua morada parisiense. Personagens são: Anzoleta (diminutivo de Angela),

a narradora, uma jovem rapariga segura de si e ‘coquette’ q.b.; e Momolo

(alcunha para Girolamo, ou Jerónimo, com ressonâncias goldonianas), um

gondoleiro de quem ela se enamorou. A circunstância é a famosa corrida

de gôndolas pelo Gran Canale, que se realiza desde o século XIII. Escusado

será dizer que Momolo sairá vencedor…

Os poemas estão escritos em dialecto véneto e são da autoria de

Francesco Maria Piave (mais conhecido como libretista de ópera). Linha

vocal e acompanhamento pianístico traduzem com particular vividez as

incidências do “evento” relatado e as emoções que percorrem a narradora

ao relatá-los: a expectativa e nervosismo (n.º 1), a emoção e entusiasmo

(n.º 2), a efusividade e hipérbole (n.º3).

Richard Strauss (1864-1949) é cronologicamente o último grande cultor

do ‘Lied’, mas na verdade o essencial da sua produção (quantitativa

e qualitativamente) tem como limiar o ano de 1901, que é também o ano

dos últimos ‘Lieder’ de Gustav Mahler.

Os cinco ‘Lieder’ que hoje ouvimos datam todos eles das décadas de 80

e 90 do século XIX: o op. 10 é de 1885; o op. 27 é de 1894 (ano do seu

casamento com o soprano Pauline de Ahna, destinatária primordial

dos seus ‘Lieder’) e o op. 39 data de 1898.

Eles permitem aperceber quatro facetas da expressão liederística em

Strauss: o lirismo contido (em ‘Allerseelen’), o lirismo expansivo e cromático

(em ‘Befreit’), a untuosidade melódica de ‘Heimliche Aufforderung’

e a veemência emocional de ‘Cäcilie’ e de ‘Zueignung’.

Em termos de poetas, só Richard Dehmel (1863-1920) conservou

posteridade literária: foi um importante poeta do ‘fin de siècle’ germânico

e influenciou os Expressionistas. John Henry Mackay (1864-1933)

é também o autor do poema para ‘Morgen’, um dos ‘Lieder’ mais famosos

de Strauss. Já Hermann von Gilm (1812-64) era jurista de profissão e os

dois poemas que dele ouvimos datam dos anos 40. Por fim, Heinrich Hart

(1855-1906) foi um dos iniciadores do Naturalismo literário na Alemanha.

BERNARDO MARIANOMusicólogo

PSM

L | L

uís

Dua

rte

Page 5: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

A una donosa zagalaSu vieja madre reñiaCuando pasaba las horasAlegres, entretenidas;Y ella, su amor disculpando,Con elocuencia sencilla,Cantando al son del pandero,Así mil veces decía:

Ahora que soy niña, madre,Ahora que soy niña,Déjeme gozar ahora,Sin que así me riña.

¿Qué mal nos hace SalicioSi cuando pasa me mira,Y me tira de la sayaO en el brazo me pellizca?No piense, madre, que buscaMi deshonra; no lo diga:Mi gusto sólo, y su gusto,Queriéndome así codicia.

Ahora que soy niña, madre, etc.

Cuando casada me vea, hecha mujer de familia,Me sobrarán mil cuidados,Me faltará mi alegría.Por eso quisiera, madre,Pasar alegres los díasQue me restan de solteraEn bailes, juegos y risas.

Ahora que soy niña, madre, etc.

SEIS CANCIONES CASTELLANAS | SEIS CANÇÕES CASTELHANASEduard Toldrà (1895-1962)

I. La zagala alegre | A rapariga alegreTexto: Pablo de Jérica

A uma graciosa raparigaSua velha mãe repreendiaQuando passava as horasAlegres, entretidas;E ela, seu amor desculpando,Com eloquência singela,Cantando ao som do pandeiro,Assim mil vezes dizia:

Agora que sou moça, minha mãe,Agora que sou moça,Deixai-me gozar agora,Sem que assim me ralhe.

Que mal nos faz SalicioSe quando passa me mira,E me puxa a saiaOu no braço me belisca?Não pense, minha mãe, que buscaMinha desonra; não o diga:O meu agrado só, e seu agrado,Querendo-me assim cobiça.

Agora que sou moça, minha mãe, etc.

Quando casada me veja, feita mulher de família,Sobrar-me-ão mil cuidados,Faltar-me-á minha alegria.Por isso quero, minha mãe,Passar alegres os diasQue me restam de solteiraEm bailes, jogos e risos.

Agora que sou moça, minha mãe, etc.

II. Madre, unos ojuelos vi | Mãe, uns radiantes olhos viTexto: Lope de Vega

Madre, unos ojuelos vi.Verdes, alegres y bellos.¡Ay, que me muero por ellos,Y ellos se burlan de mí!

Las dos niñas de sus cielosHan hecho tanta mudanza,Que la calor de esperanzaSe me ha convertido en celos.Yo pienso, madre, que viMi vida y mi muerte en ellos¡Ay, que me muero por ellos,Y ellos se burlan de mí!

¡Quién pensara que el colorDe tal suerte me engañara!Pero ¿quién no lo pensara,Como no tuviera amor?Madre, en ellos me perdí,Y es fuerza buscarme en ellos.¡Ay, que me muero por ellos,Y ellos se burlan de mí!

Mãe, uns radiantes olhos vi.Verdes, alegres e belos.Ai, que morro por eles,E eles zombam de mim!

As duas meninas de seus céusCausaram tanta mudança,Que o calor de esperançaSe me converteu em zelos.Penso eu, mãe, que viMinha vida e minha morte nelesAi, que morro por eles,E eles zombam de mim!

Quem pensara que a corDe tal sorte me enganara!Mas, quem não o pensara,Como não se apaixonou?Mãe, neles me perdi,E urge que me procure neles.Ai, que morro por eles,E eles zombam de mim!

III. Mañanita de San Juan | Manhãzinha de São JoãoTexto: Anónimo

Mañanita de San Juan,mañanita de primor, cuando damas y galanesvan a oir misa mayor,allá va la mi señora,entre todas la mejor;viste saya sobre saya,mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas,bordada en el cabezón;en la su boca muy lindalleva un poco de dulzor;

Manhãzinha de São João,manhãzinha de primor, quando damas e galãsvão ouvir a missa maior,ali vai a minha senhora,entre todas a melhor;veste saia sobre saia,mantilha de girassóis, camisa com ouro e pérolas,bordada no colarinho;em sua boca mui lindaleva um pouco de dulçor;

Page 6: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

IV. Nadie puede ser dichoso | Ninguém pode ser ditosoTexto: Garcilaso de la Vega

Nadie puede ser dichoso,Señora, ni desdichado,Sino que os haya mirado.

Porque la gloria de verosEn ese punto se quitaQue se piensa mereceros.

Así que, sin conoceros,Nadie puede ser dichoso,Señora, ni desdichado,Sino que os haya mirado.

Ninguém pode ser ditoso,Senhora, nem desgraçado,Que não os tenha admirado.

Porque a glória de vê-losDesaparece logoque se pensa merecê-los.

Assim que, sem conhecê-los,Ninguém pode ser ditoso,Senhora, nem desgraçado,Que não os tenha admirado.

en la su cara tan blancaun poquito de arrebol y en los sus ojuelos garzoslleva un poco de alcohol;así entraba por la iglesiarelumbrando como el sol. Las damas mueren de envidiay los galanes de amor; el que cantaba en el coroen el credo se perdió;el abad que dice misaha trocado la lición, monacillos que Le ayudan no aciertan responder, nonpor decir amén, amén,decian amor, amor.

em sua cara tão brancaum pouquinho de rubor e seus belos olhos garçoscom negro vão contornados ;assim entrava na igrejareluzindo como o sol. As damas morrem de ciúmee os galãs de amor; o que cantava no corono credo se perdeu;o abade que dizia a missaenganou-se na lição, os sacristãos que o ajudam não acertam em responder, em vez de dizer ámen, ámen,diziam amor, amor.

V. Cantarcillo | CânticoTexto: Lope de Vega

Pues andáis en las palmas,ángeles santos,que se duerme mi niño,tened los ramos.

Porquanto andais pelas palmeiras,santos anjos, dorme o meu menino, sossegai os ramos.

Palmas de Belénque mueven airadoslos furiosos vientosque suenan tanto:no le hagáis ruido,corred más paso,que se duerme mi niño,tened los ramos.

El niño divino,que está cansadode llorar en la tierrapor su descanso,sosegar quiere un pocodel tierno llanto.Que se duerme mi niño,tened los ramos.

Rigurosos yelosle están cercando;ya veis que no tengocon qué guardarlo.Ángeles divinosque váis volando,que se duerme mi niño,tened los ramos.

Palmeiras de Belémque movem iradosos furiosos ventosque tanto soam:não façais ruído,correi mais brandos,dorme o meu menino, sossegai os ramos.

O menino divino,que está cansadode chorar na terrapor seu descanso,repousar quer um poucode seu terno pranto.dorme o meu menino, sossegai os ramos.

Rigorosos geloso vão cercando;já vedes que não tragocom que protegê-lo.Anjos divinosque ides voando,dorme o meu menino, sossegai os ramos.

VI. Después que te conocí | Desde que te conheci Texto: Francisco Gómez de Quevedo

Después que te conocí, Todas las cosas me sobran: El Sol para tener día, Abril para tener rosas.

Por mi bien pueden tomar Otro oficio las Auroras, Que yo conozco una luz Que sabe amanecer sombras.

Desde que te conheci,Todas as coisas me sobram:O sol para ter dia,Abril para ter rosas.

Por mim, bem podem tomarOutro ofício as Auroras,Que eu conheço uma luzQue sabe alumiar sombras.

Page 7: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

Bien puede buscar la noche Quien sus Estrellas conozca, Que para mi Astrología Ya son oscuras y pocas.

Gaste el Oriente sus minas Con quien avaro las rompa, Que yo enriquezco la vista Con más oro a menos costa.

Bien puede la Margarita Guardar sus perlas en conchas, Que Búzano de una Risa Las pesco yo en una boca.

Contra el Tiempo y la Fortuna Ya tengo una inhibitoria: Ni ella me puede hacer triste, Ni él puede mudarme un hora.

El oficio le ha vacado A la Muerte tu persona: A sí misma se padece, Sola en ti viven sus obras.

Ya no importunan mis ruegos A los cielos por la gloria, Que mi bienaventuranza Tiene jornada más corta.

La sacrosanta Mentira Que tantas Almas adoran, Busque en Portugal vasallos, En Chipre busque Coronas.

Predicaré de manera Tu belleza por Europa, Que no haya Herejes de Gracias, Y que adoren en ti sola.

Bem pode buscar a noiteQuem suas Estrelas conheça,Que para minha AstrologiaJá são obscuras e poucas.

Gaste o Oriente suas minasCom quem avaro as rompa,Que eu enriqueço a vistaCom mais ouro a menor custa.

Bem pode a Margarita Guardar suas pérolas em conchas,Que Búzio de um RisoOs pesco eu numa boca.

Contra o Tempo e a FortunaJá tenho uma inibitória:Nem ela me pode fazer triste,Nem ele pode tirar-me uma hora.

O ofício o vagouÀ Morte tua pessoa:A si mesma se padece,Só em ti vivem suas obras.

Já não importam meus rogosAos céus pela glória,Que minha bem-aventurançaTem jornada mais curta.

A sacrossanta MentiraQue tantas Almas adoram,Busque em Portugal vassalos,No Chipre busque Coroas.

Predicarei de maneira,Tua beleza pela Europa,A que não haja Hereges de Graças,E que adorem a ti apenas.

Tradução: Maria Reis e José António Oliveira (Kennistranslations)

LES NUITS D’ÉTÉ | AS NOITES DE VERÃO Hector Berlioz (1803-1869)Textos: Théophile Gautier

I. Villanelle | Vilancete

Quand viendra la saison nouvelle,Quand auront disparu les froids,Tous les deux nous irons, ma belle,Pour cueillir le muguet aux bois.Sous nos pieds égrenant les perles,Que l’on voit au matin trembler,Nous irons écouter les merles siffler.

Le printemps est venu, ma belle,C’est le mois des amants béni;Et l’oiseau, satinant son aile,Dit des vers au rebord du nid.Oh! viens donc, sur ce banc de moussePour parler de nos beaux amours,Et dis-moi de ta voix si douce: “Toujours!”

Loin, bien loin, égarant nos courses,Faisant fuir le lapin caché,Et le daim au miroir des sourcesAdmirant son grand bois penché,Puis chez nous, tout heureux, tout aises,En panier enlaçant nos doigts,Revenons, rapportant des fraisesDes bois.

Quando a nova estação chegar,Quando o frio tiver desaparecido,Iremos os dois, minha querida,Colher nos bosques o lírio-do-vale.Sob nossos pés debulhando as pérolasQue vemos estremecer pela manhã,Iremos escutar os melros assobiar.

Chegou a primavera, minha querida,É o mês dos amantes abençoado;E o pássaro, acetinando sua asa,Recita versos na orla do ninho.Oh! Vem, então, sobre este banco de musgoFalar de nossos belos amores,E diz-me na tua voz tão doce:«Sempre!»

Longe, bem longe, perdidos os nossos caminhos,Façamos escapar o coelho escondido,E o gamo no espelho das nascentesAdmirando suas grandes hastes pendentes,Depois, a casa, tão felizes, tão contentes,Enlaçando nossos dedos como cestos,Regressemos, trazendo morangosDos bosques.

II. Le spectre de la rose | O espectro da rosa

Soulève ta paupière closeQu’effleure un songe virginal.Je suis le spectre d’une roseQue tu portais hier au bal.Tu me pris encor emperléeDes pleurs d’argent de l’arrosoir,Et parmi la fête étoiléeTu me promenas tout le soir.

Levanta tua pálpebra fechadaQue aflora um sonho virginal.Eu sou o espectro de uma rosaQue ontem trazias no baile.Colheste-me ainda coberta de pérolasDas lágrimas de prata do aguador,E pela festa estreladaPasseaste-me toda a noite.

Page 8: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

Ô toi, qui de ma mort fut cause,Sans que tu puisses le chasser,Toutes les nuits mon spectre roseA ton chevet viendra danser.Mais ne crains rien, je ne réclameNi messe ni De Profundis, Ce léger parfum est mon âmeEt j’arrive du Paradis.

Mon destin fut digne d’envie,Et pour avoir un sort si beauPlus d’un aurait donné sa vie.Car sur ton sein j’ai mon tombeau,Et sur l’albâtre où je reposeUn poète avec un baiserÉcrivit : “Ci-gît une roseQue tous les rois vont jalouser”.

Ó tu, que da minha morte foste causa,Sem que a pudesses espantar,Todas as noites o meu espectro rosaÀ tua cabeceira virá dançar.Mas não receies, eu não reclamoNem missa, nem De Profundis,Este suave perfume é a minha almaE eu venho do Paraíso.

O meu destino foi digno de inveja,E para ter um destino tão beloMais do que um teria dado a vida,Pois sobre teu peito tenho meu túmulo,E sobre o alabastro onde repousoCom um beijo, o poetaEscreveu: «Aqui jaz uma rosaQue todos os reis irão invejar».

III. Sur les lagunes | Nas lagunas

Ma belle amie est morte,Je pleurerai toujours;Sous la tombe elle emporteMon âme et mes amours.Dans le ciel, sans m’attendreElle s’en retourna;L’ange qui l’emmenaNe voulut pas me prendre.Que mon sort est amer!Ah ! sans amour s’en aller sur la mer!

La blanche créatureEst couchée au cercueil.Comme dans la natureTout me paraît en deuil!La colombe oubliéePleure et songe à l’absent;Mon âme pleure et sentQu’elle est dépareillée.Que mon sort est amer!Ah ! sans amour s’en aller sur la mer!

A minha querida amiga morreu,Para sempre chorarei;Para seu túmulo ela levaMinha alma e meus amores.Ao céu, sem por mim esperar,Ela regressa;O anjo que a acompanhouNão quis a mim levar.Como é amargo meu destino!Ah! Sem amor para partir ao mar!

A criatura brancaDeitada no seu caixão.Como na naturezaTudo me parece em luto!A pomba esquecidaChora e sonha com a ausente;Minha alma chora e senteEstar assim incompleta.Como é amargo meu destino!Ah! Sem amor partir para o mar!

Sur moi la nuit immenseS’étend comme un linceul.Je chante ma romanceQue le ciel entend seul.Ah ! comme elle était belle,Et comme je l’aimais!Je n’aimerai jamaisUne femme autant qu’elle.Que mon sort est amer!Ah ! sans amour s’en aller sur la mer!

Sobre mim a noite imensaEstendendo-se como uma mortalha.Canto o romanceQue apenas o céu escuta.Ah! Como ela era bela,E como eu a amava!Nunca irei amarOutra mulher como a amei.Como é amargo meu destino!Ah! Sem amor partir para o mar!

IV. Absence | Ausência

Reviens, reviens, ma bien-aimée!Comme une fleur loin du soleilLa fleur de ma vie est ferméeLoin de ton sourire vermeil.

Entre nos cœurs quelle distance!Tant d’espace entre nos baisers!Ô sort amer! Ô dure absence!Ô grands désirs inapaisés!

Reviens, reviens, ma bien-aimée!Comme une fleur loin du soleilLa fleur de ma vie est ferméeLoin de ton sourire vermeil.

D’ici là-bas, que de campagnes,Que de villes et de hameaux,Que de vallons et de montagnes,A lasser le pied des chevaux!

Reviens, reviens, ma bien-aimée!Comme une fleur loin du soleilLa fleur de ma vie est ferméeLoin de ton sourire vermeil.

Volta, volta, minha bem-amada!Como uma flor longe do solA flor da minha vida está fechadaLonge de teu sorriso vermelho.

Entre nossos corações, tal distância!Tanto espaço entre nossos beijos!Ó destino amargo! Ó dura ausência!Ó grandes desejos insaciados!

Volta, volta, minha bem-amada!Como uma flor longe do solA flor da minha vida está fechadaLonge de teu sorriso vermelho.

Daqui até lá, tantas terras,Tantas cidades e lugarejos,Tantos vales e montanhas,Fatigando os cascos dos cavalos!

Volta, volta, minha bem-amada!Como uma flor longe do solA flor da minha vida está fechadaLonge de teu sorriso vermelho.

Page 9: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

V. Au cimetière | No cemitério

Connaissez-vous la blanche tombeOù flotte avec un son plaintifL’ombre d’un if?Sur l’if, une pâle colombe,Triste et seule, au soleil couchant,Chante son chant:

Un air maladivement tendre,A la fois charmant et fatalQui vous fait malEt qu’on voudrait toujours entendre;Un air, comme en soupire aux cieuxL’ange amoureux.

On dirait que l’âme éveilléePleure sous terre à l’unissonDe la chanson,Et du malheur d’être oubliéeSe plaint dans un roucoulementBien doucement.

Sur les ailes de la musiqueOn sent lentement revenirUn souvenir.Une ombre, une forme angéliquePasse dans un rayon tremblantEn voile blanc.

Les belles de nuit, demi-closesJettent leur parfum faible et douxAutour de vous,Et le fantôme aux molles posesMurmure en vous tendant les bras:“Tu reviendras!”

Oh jamais plus, près de la tombeJe n’irai, quand descend le soirAu manteau noir,Écouter la pâle colombeChanter sur la pointe de l’ifSon chant plaintif!

Conheceis o túmulo brancoSobre o qual, com um som lamentoso,Flutua a sombra de um teixo?Sobre o teixo, uma pálida pomba,Triste e só, ao sol poente,Canta o seu canto:

Uma ária doentiamente terna,Ao mesmo tempo encantadora e fatalQue vos faz malE que se desejaria escutar para sempre;Uma ária, como suspira nos céusO anjo apaixonado.

Dir-se-ia que a alma despertadaChora sob a terra em uníssonoCom a canção,E do infortúnio de ser esquecidaSe lastima num arrulhoTão docemente.

Sobre as asas da música,Sente-se lentamente regressarUma lembrança.Uma sombra, uma forma angélicaPassa num raio trémuloCom seu véu branco.

As boas-noites, semifechadas,Lançam, à vossa volta, seu perfumeLeve e doce,E o fantasma de pose débilMurmura, estendendo-vos os braços:«Voltarás!»

Oh, nunca mais, perto do túmuloIrei, quando a noite caiCom seu manto negro,Escutar a pálida pombaCantar no cimo do teixoSeu canto lamentoso!

VI. L’île inconnue | A ilha desconhecida

Dites, la jeune belle,Où voulez-vous aller?La voile enfle son aile,La brise va souffler.

L’aviron est d’ivoire,Le pavillon de moire,Le gouvernail d’or fin.J’ai pour lest une orange,Pour voile une aile d’ange,Pour mousse un séraphin.

Dites, la jeune belle,Où voulez-vous aller?La voile enfle son aile,La brise va souffler.

Est-ce dans la Baltique?Dans la mer Pacifique?Dans l’île de Java?Ou bien est-ce en Norvège,Cueillir la fleur de neige,Ou la fleur d’Angsoka?

Dites, la jeune belle,Où voulez-vous aller?

Menez-moi, dit la belle,A la rive fidèleOù l’on aime toujours!Cette rive, ma chère,On ne la connaît guèreAu pays des amours.

Où voulez-vous aller?La brise va souffler.

Dizei, bela jovem,Onde gostaríeis de ir?A vela enche sua asa,A brisa irá soprar.

O remo é de marfim,O pavilhão de chamalote,O leme de ouro fino.Tenho por lastro uma laranja,Por vela, ama asa de anjo,Por grumete, um serafim.

Dizei, bela jovem,Onde gostaríeis de ir?A vela enche sua asa,A brisa irá soprar.

Ao Báltico?Ao Oceano Pacífico?Á ilha de Java?Ou antes à Noruega,Colher a flor de neve,Ou a flor de Angsoka?

Dizei, bela jovem,Onde gostaríeis de ir?

Levai-me, diz a jovem,Até à costa fielOnde se ama todos os dias!Essa costa, minha querida,É pouco conhecidaNa terra dos amores.

Onde gostaríeis de ir?A brisa irá soprar.

Tradução: Maria Reis e José António Oliveira (Kennistranslations)

Page 10: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

Là su la machina xe la bandiera,varda, la vedistu, vala a ciapar.Co quela tornime in qua sta sera,o pur a sconderte ti pol andar.In pope, Momolo, no te incantar.Va, voga d’anema la gondoleta,né el primo premio te pol mancar.Va là, recordite la to Anzoletache da sto pergolo te sta a vardar.In pope, Momolo, no te incantar.In pope, Momolo, cori a svolar.

Repara, na máquina, a bandeira,Olha, vê-a, vai-la buscar.Torna com ela, se não o fizeres,Vai-te esconder, ou põe-te a andar.No barco, Momolo, não te distraias.Rema a gôndola com alma e vigorO primeiro lugar não te escapará.Vai, recorda a tua AnzoletaQue desta varanda te mira.No barco, Momolo, não te distraias.No barco, Momolo, voa!

LA REGATA VENEZIANA | REGATA VENEZIANAGioacchino Rossini (1792-1868)Textos: Francesco Maria Piave

I. Anzoleta avanti la regata | Anzoleta antes da regata

II. Anzoleta co passa la regata | Anzoleta durante a regata

I xe qua, i xe qua, vardeli, vardeli,povereti i ghe da drento,ah contrario tira el vento,i gha l’acqua in so favor.

El mio Momolo dov’elo?ah lo vedo, el xe secondo.Ah! che smania! me confondo,a tremar me sento el cuor.

Su, coragio, voga, voga,prima d’esser al paletose ti voghi, ghe scometo,tutti indrio ti lassarà.

Caro, caro, par che el svola,el li magna tuti quantimeza barca l’è andà avanti,ah capisso, el m’a vardà.

Ei-los, ei-los, vêde, vêde,Como remam com alento,Contra eles sopra o vento,Mas a favor está a maré.

E o meu Momolo onde está?Ah, vejo-o, está em segundo.Ah, os nervos me confundem,Sinto o coração a tremer.

Com coragem, rema, rema,Antes de chegares à metaSe remares, eu aposto,Os outros para trás deixarás.

Caro, caro, como voa,A todos deixa para trásMeia barca de vantagem,Entendo, viu-me de relance.

III. Anzoleta dopo la regata | Anzoleta depois da regata

Ciapa un baso, un altro ancora,caro Momolo, de cuor;qua destrachite che xe orade sugarte sto sudor.

Ah t’o visto co passandosu mi l’ocio ti a butàe go dito respirando:un bel premio el ciaparà,

sì, un bel premio in sta bandiera,che xe rossa de color;gha parlà Venezia intiera,la t’a dito vincitor.

Ciapa un baso, benedeto,a vogar nissun te pol,de casada, de traghetoti xe el megio barcarol.

Toma um beijo, e outro ainda,Caro Momolodo do meu coração;Repousa agora, chegou a horaDe limpar este suor.

Ah, eu bem vi, quando passaste,O teu olhar em mim recaiuE disse pra mim, suspirando:Um bom prémio ganhará,

Sim, o prémio, esta bandeira,De cor forte, vermelha;Dela fala Veneza inteira,Que te declara vencedor.

Toma um beijo, meu amor,Ninguém rema melhor que tu,De entre todos que existemTu és o melhor gondoleiro.

Tradução: Ana Yokochi (Kennistranslations)

Du wirst nicht weinen. Leise, leisewirst du lächeln: und wie zur Reisegeb’ ich dir Blick und Kuß zurück.Unsre lieben vier Wände! Du hast sie bereitet,ich habe sie dir zur Welt geweiteto Glück!

Dann wirst du heiß meine Hände fassenund wirst mir deine Seele lassen,läßt unsern Kindern mich zurück.Du schenktest mir dein ganzes Leben,ich will es ihnen wiedergebeno Glück!

Não chores. Sorri apenasgentilmente: e como antes de uma viagemDevolvo-te um olhar e um beijo.Do nosso amor, as quatro paredes que preparaste,Abri-as, amplas, para o MundoQue felicidade!

Então pegarás nas minhas mãosE dar-me-ás a tua alma,Para trás me deixaste, pelas nossas crianças.Ofereceste-me a tua vida inteira,E eu quero oferecê-la a eles agoraQue felicidade!

BEFREIT | LIBERTARichard Strauss (1864-1949)Texto: Richard Dehmel

Page 11: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

Es wird sehr bald sein, wir wissen’s beide,wir haben einander befreit vom Leide;so geb’ ich dich der Welt zurück.Dann wirst du mir nur noch im Traum erscheinenund mich segnen und mit mir weineno Glück!

Sabemos ambos, está para breveUm ao outro libertámo-nos da dor;Assim te devolvo ao Mundo.E surgir-me-ás apenas em sonhos,Abençoando-me e comigo chorando Que felicidade!

Tradução: Ana Yokochi (Kennistranslations)

Auf, hebe die funkelnde Schaleempor zum Mund,Und trinke beim Freudenmahledein Herz gesund.

Und wenn du sie hebst, so winkemir heimlich zu,Dann lächle ich, und dann trinkeich still wie du...

Und still gleich mir betrachteum uns das HeerDer trunknen Schwätzer—verachtesie nicht zu sehr.

Nein, hebe die blinkende Schale,gefüllt mit Wein,Und laß beim lärmenden Mahlesie glücklich sein.

Doch hast du das Mahl genossen,den Durst gestillt,Dann verlasse der lauten Genossenfestfreudiges Bild,

Und wandle hinaus in den Gartenzum Rosenstrauch,—Dort will ich dich dann erwartennach altem Brauch,

Eleva a taça cintilanteÀ tua boca,E bebe na alegre refeiçãoPara curar o coração.

E ao levares a taça aos lábios,Pisca-me o olho em segredo,E eu sorrirei e bebereiTão quieta como tu...

E em sossego olhareiEm volta prá multidãoObservando os foliões alegresSem demasiado os julgar.

Eleva a taça brilhante,Cheia de vinho,E deixa os ruidosos convivasSentirem-se felizes.

Mas terminada a refeição,Aplacada a tua sede,Afasta-te do agitado grupo Abandona o quadro festivo,

E dirige-te para o jardim,Para o pé da roseira, —Onde lá perto te esperoComo de costume,

HEIMLICHE AUFFORDERUNG | CONVITE SECRETORichard Strauss (1864-1949)Texto: John Henry Mackay

Und will an die Brust dir sinkeneh’ du’s gehofft,Und deine Küsse trinken,wie ehmals oft,

Und flechten in deine Haareder Rose Pracht—O komm, du wunderbare,ersehnte Nacht!

E no meu peito mergulhaComo antes ansiavasBeberei então os teus beijos,Como também antes, muitos,

Teço nos teus cabelosO esplendor das rosas—Oh vem, maravilhosa noite,Desejada, vem, agora!

Tradução: Ana Yokochi (Kennistranslations)

Stell’auf den Tisch die duftenden Reseden,Die letzten roten Astern trag’herbei,Und lass uns wieder von der Liebe reden,Wie einst im Mai.

Gib mir die Hand, dass ich sie heimlich drücke,Und wenn man’s sieht, mir ist es einerlei;Gib mir nur einen deiner süssen Blicke,Wie einst im Mai.

Es blüht und duftet heut’auf jedem Grabe,Ein Tag im Jahr ist ja den Toten frei,Komm’an mein Herz, dass ich dich wieder habe,Wie einst im Mai.

Coloca na mesa fragrantes resedas,Junta-lhes os últimos ásteres vermelhos,E falemos novamente de amor,Como outrora, em maio.

Dá-me a mão, pra que em segredo ta aperte,E se alguém vir, não me importa;Lança-me um dos teus doces olhares,Como outrora, em maio.

Hoje florescem, perfumadas, todas as sepulturas,Um dia por ano, os mortos libertos,Vem junto ao meu coração, para que de novo te tenha,Como outrora, em maio.

ALLERSEELEN | DIA DE TODOS OS SANTOSRichard Strauss (1864-1949)Texto: Hermann von Gilm

Page 12: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

Ja, du weisst es, teure SecleDass ich fern von dir mich quäleLiebe macht die Herzen krank,Habe Dank.

Einst hielt ich, der Freiheit Zecher,Hoch den AmethystenbecherUnd du segnetest den Trank,Habe Dank.

Und beschworst darin die Bösen,Bis ich, was ich nie gewesen,Heilig, heilig ans Herz dir sank,Habe Dank.

Sim, tu sabes, alma querida,Que estar longe de ti me atormentaO amor enferma o coração,Tem gratidão.

Outrora, alto seguravaO cálice ametista da liberdadeE tu abençoavas a bebida,Tem gratidão.

E dentro exorcizaste os demónios,Até que eu, como jamais houvera estado,Abençoada, no teu coração mergulhei,Tem gratidão.

Tradução: Ana Yokochi (Kennistranslations)

ZUEIGNUNG | DEDICAÇÃORichard Strauss (1864-1949)Texto: Hermann von Gilm

Wenn Du es wüßtest,Was träumen heißtVon brennenden Küssen,Vom Wandern und RuhenMit der Geliebten,Aug’ in Auge,Und kosend und plaudernd –Wenn Du es wüßtest,Du neigtest Dein Herz!

Wenn Du es wüßtest,Was bangen heißtIn einsamen Nächten,Umschauert vom Sturm,Da Niemand tröstet

Se tu soubesses,O que é sonharCom ardentes beijosCom passeios e sossegosJunto da alma amada,Olhos nos olhos,Beijos e conversas –Se tu soubessesO teu coração me darias!

Se tu soubesses,O que é temerNas noites solitáriasEm tormentas envoltaSem ninguém que com

CÄCILIE | CECÍLIARichard Strauss (1864-1949)Texto: Heinrich Hart

Milden MundesDie kampfmüde Seele –Wenn Du es wüßtest,Du kämest zu mir.

Wenn Du es wüßtest,Was leben heißt,Umhaucht von der GottheitWeltschaffendem Atem,Zu schweben empor,Lichtgetragen,Zu seligen Höh’en,Wenn Du es wüßtest,Du lebtest mit mir.

Palavras docesSossegue esta alma cansadaSe tu soubesses,Até mim decerto virias.

Se tu soubesses,O que é viver,Pelo espírito divino, Criador do mundo, rodeada,Para cima, pairando,Pela luz transportada,Às alturas divinas,Se tu soubesses,Junto de mim viverias.

Tradução: Ana Yokochi (Kennistranslations)

Page 13: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

ELISABETE MATOS || soprano

Nasceu em Caldas das Taipas, Portugal. Em 2018, comemorou 25 anos de carreira.Desde a sua estreia internacional em Hamburgo, pisou os mais importantes teatros do mundo como Metropolitan de Nova York, Scala de Milão, Staatsoper de Viena, Deutsche Opera de Berlim, São Carlos de Nápoles, La Fenice de Veneza, Capitole de Toulouse, Teatro Real de Madrid, Liceu de Barcelona, T. Nacional do Japão, N.C.P. da China, Ópera Los Angeles, Washington Ópera, S. Carlos de Lisboa, Opéra Du Rhin, Reggio de Turin, Ópera de Roma, Ópera de Nice entre tantos outros.O seu repertório de ópera inclui os papeis de soprano spinto e dramatica, como Elsa e Ortrud (Lohengrin), Irene (Rienzi), Sieglinde e Brünhilde (Die Walküre), Senta (Der Fliegende Holländer), Elizabeth (Tannhäuser), Isolde (Tristan und Isolde), Ifigénie (Ifigénie en Tauride), Santuzza (Cavalleria rusticana), Floria Tosca (Tosca), Turandot (Turandot), Gioconda (La Gioconda), Dolly (Sly), Kátia (Katia Kabanova), Chiméne (Le Cid), Cassandra (Les Troyens), Madame Lidoine (Les dialogues des carmélites), Elle (La voix humaine), Dolores (La Dolores), Margarita (Margarita la Tornera), Salud (La vida breve), Marigaila (Divinas palabras), Manon (Manon Lescaut), Abigaille (Nabucco), Lady Machbeth (Machbeth), Amélia (Simon Boccanegra), Alice (Falstaff), Violetta (Traviata), entre outros. É também convidada das principais salas de concerto, apresentando um repertório que vai de Bach à música contemporânea, incluindo lieder e repertório sinfónico.Em 2000, foi agraciada com o Grammy pela participação na gravação para a DECCA da Ópera La Dolores junto a Plácido Domingo. Foi distinguida com o grau de Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique, com a medalha de Ouro ao Mérito Artístico da Cidade de Guimarães, com o prémio Lyons della lírica Italiana, com o prémio Bordalo da Imprensa e foi nomeada Grã-Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique. Foi também condecorada com a Medalha ao Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura. Recentemente, recebeu o Galardão Maria Isabel Barreno “Mulheres criadoras de Cultura”, outorgado pela Secretaria de Estado da Cultura e pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade.

PSM

L | L

uís

Dua

rte

Page 14: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

CRISTOVÃO LUIZ || piano

Natural de Lisboa, estudou Violino com Klàra Erdei e, mais tarde, Piano com António Ferreira e António Toscano. Diplomou-se em Piano na ESMAE – Porto com Sofia Lourenço e Luísa Tender, trabalhando paralelamente sob a orientação de Markus Groh na Hochschule für Musik und Theater – Hannover. Participou em masterclasses de Piano com Helena Sá e Costa, Sequeira Costa, Tania Achot, Fernando Puchol e Markus Tomas. Obteve o Prémio Helena Sá e Costa em 2005, atuando a solo com a Orquestra Sinfonietta ESMAE sob a direção de Cesário Costa. Desde Julho de 2017, é maestro-titular do Coro do Círculo Portuense de Ópera. Acompanhou classes de Cordas e Canto na ESMAE e na Escola das Artes/UCP, vários concursos e audições nacionais e internacionais, bem como masterclasses de Canto orientadas por António Salgado, Susan Waters, Elisabete Matos e Dora Rodrigues, de Clarinete com membros do Quarteto Vintage, e de Violino com Jack Liebeck.Músico-convidado da Orquestra Sinfónica do Porto e do Coro Casa da Música, trabalhou sob a batuta dos maestros Christian Karlssen, Michael Zilm, Lothar Zagrosek, Pedro Neves, Marion Sarmiento, Paul Hillier, Olari Elts, Takuo Yuasa, Douglas Boyd e Baldur Brönimann. Apresentou-se em concertos e festivais como solista, em duo e outras formações de câmara em diversos projetos, destacando-se as colaborações com Thiérry Barbé, David Heyes, Ana Maria Pinto, António Saiote, Iva Barbosa, o Quarteto Vintage, Klara Rundel, José Eduardo Gomes, Ana Ferraz, Julien Beaudiment, Michel Bellavance, em Portugal, na Alemanha e em Itália.

Page 15: 29/30 março ‘19 - parquesdesintra.pt · entre todas la mejor; viste saya sobre saya, mantellín de tornasol, camisa con oro y perlas, bordada en el cabezón; en la su boca muy

OrganizaçãoOrganization

Media Partner

MAIO MAY

OUTUBRO – NOVEMBROOCTOBER – NOVEMBER

BREVEMENTECOMING SOON