vii seminário internacional de aves e suínos · gustavo júlio mello monteiro de lima 09 aditivos...

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V V I I I I S S e e m m i i n n á á r r i i o o I I n n t t e e r r n n a a c c i i o o n n a a l l d d e e A A v v e e s s e e S S u u í í n n o o s s I I V V S S e e m m i i n n á á r r i i o o I I n n t t e e r r n n a a c c i i o o n n a a l l d d e e A A q q ü ü i i c c u u l l t t u u r r a a , , M M a a r r i i c c u u l l t t u u r r a a e e P P e e s s c c a a N N u u t t r r i i ç ç ã ã o o R R e e s s p p o o n n s s á á v v e e l l A A N N A A I I S S Volume 7 13, 14 e 15 de maio de 2008 Florianópolis, SC – Brasil

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VVIIII SSeemmiinnáárr iioo IInntteerrnnaacciioonnaallddee AAvveess ee SSuuíínnooss

IIVV SSeemmiinnáárr iioo IInntteerrnnaacciioonnaall ddeeAAqqüüiiccuull ttuurraa,, MMaarr iiccuull ttuurraa ee PPeessccaa

NNuuttrr iiççããoo RReessppoonnssáávveell

AANNAAIISSVVoolluummee 77

13, 14 e 15 de maio de 2008 Florianópolis, SC – Brasil

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NNuuttrr iiççããoo RReessppoonnssáávveell

Nutrição Responsável Contribuindocom o Meio Ambiente

AANNAAIISSVVoolluummee 77

13, 14 e 15 de maio de 2008Florianópolis, SC – Brasil

II

Exemplares desta publicação podem ser solicitados a:

Gessulli AgribusinessAv. Antônio Gazzola, 1001 - 8º AndarItu, SP - BrasilCep: 13.301-916Fone: (11) 2118 3133Fax: (11) 2118 3100e-mail: [email protected]://www.avesui.com.br

Embrapa Suínos e AvesBr 153, Km 110 - Caixa Postal 21Concórdia, SC - BrasilCep: 89.700-000Fone: (49) 3441 0400Fax: (49) 3441 0497e-mail:[email protected]://www.cnpsa.embrapa.br

Tiragem: 600 exemplares

Coordenação editorial: Tânia M.B. CelantEditoração eletrônica: Vivian FracassoNormalização bibliográfica: Irene Z.P. Camera

Seminário Internacional de Aves e Suínos (7.: 2008: Florianópolis, SC).Anais do VII Seminário Internacional de Aves e Suínos, Florianópolis, SC, 13

a 15 de maio de 2008. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2008.7v.; 29 cm.

Conteúdo: v.1 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Conjuntural; v.2 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Avicultura; v.3 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Suinocultura; v.4 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Aqüicultura. v.5 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Postura. v.6 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura ePesca – Processamento de Carne de Aves, Marketing da Carne e BioEnergia.v.7 – IV Seminário Internacional de Aqüicultura, Maricultura e Pesca – NutriçãoResponsável.

Seminário apresentado na Feira da Indústria Latino-Americana de Aves eSuínos.

1. Avicultura-congresso. 2. Suinocultura-congresso. I. Título.

CDD 636.50063

Embrapa 2008

Obs: As palestras foram formatadas diretamente dos originais enviados eletronicamente pelos autores.

III

ORGANIZAÇÃO

CO-PROMOÇÃO

PATROCINADOR DA FEIRA

PATROCINADORES MASTER DO SEMINÁRIO

IV

APOIO

V

PROGRAMAÇÃO

Nutrição Responsável Contribuindo com o Meio Ambien te

14 de maio de 2008

14:00 - Nutrição de suínos: Ferramenta para reduzir a poluição causada pelos dejetose aumentar a lucratividade do negócioDr. Gustavo Júlio Mello Monteiro de LimaPh. D. Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

14:45 - Aditivos para rações e a pesquisa ambiental brasileiraH.S. Rostagno e Prof. Douglas E. de FariaDepartamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa e FZEA / USP

15:30 - Legislação ambiental e produção de suínos: as experiências internacionaisDr. Julio César Pascale PalharesZootecnista, D.Sc. em Engenharia Ambiental, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves.

16:15 - Debate

Coordenadores:• Dr. Ariovaldo Zanni - Diretor Executivo do Sindirações• Sr. Eduardo Nogueira - Coordenador do projeto Nutrição Responsável / Sindirações

VII

SUMÁRIO

Nutrição de suínos: ferramenta para reduzir a poluição causada pelos dejetos eaumentar a lucratividade do negócio..........................................................................Gustavo Júlio Mello Monteiro de Lima

09

Aditivos para rações e a pesquisa ambiental brasileira.............................................A. Lora, S. Pena, L. Albino, D. Lopes e H.S. Rostagno

42

Legislação ambiental e produção de suínos: as experiências internacionais............Julio César Pascale Palhares

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NUTRIÇÃO DE SUÍNOS: FERRAMENTA PARA REDUZIR APOLUIÇÃO CAUSADA PELOS DEJETOS E AUMENTAR A

LUCRATIVIDADE DO NEGÓCIO

Gustavo Julio Mello Monteiro de LimaPesquisador da Embrapa Suínos e Aves

Cx. Postal 21, 89700-000 - Concórdia, SC

Introdução

Ameaças podem ser transformadas em grandes oportunidades. A questão dageração de resíduos a partir da produção de suínos é problema global, que adquirecaracterísticas próprias em cada região. O papel do nutricionista de suínos na questãoda poluição ambiental dos dejetos produzidos pelos animais é relevante para aresolução deste problema. São vários os aspectos em que ele pode interferir,contribuindo para a minimizar a poluição, e simultaneamente, proporcionar aumento dalucratividade e da sustentabilidade do sistema de produção. O enfoque deste trabalhonão é apenas de otimização de recursos e incremento de produtividade, mas o uso doconhecimento em nutrição em favor da conservação do ambiente e do bem estar dohomem e dos animais.

O maior desafio do ser humano é conciliar os efeitos do aumento populacionalcom as necessidades para garantir alta qualidade de vida em nosso planeta.

O Brasil apresenta má utilização de seus recursos naturais devido à ineficiênciada formação cultural e à falta de uma política efetiva que estimule o desenvolvimentosustentável. Entretanto, a preservação ambietal não é pior do que aquela verificada nospaíses mais avançados, do ponto de vista econômico e cultural. Contudo, a fragilidadede nossas instituições e a carência de projetos efetivos e de longo prazo, aumentam aspreocupações e as ameaças sobre esta importante cadeia produtiva que é asuinocultura.

Os excrementos produzidos pelos suínos, e por qualquer outra espécie animal,são conseqüência da quantidade e digestibilidade dos nutrientes fornecidos através dadieta. Portanto, os nutricionistas podem contribuir muito para a solução da questão dapoluição ambiental pelos dejetos suínos utilizando conhecimento e bom senso, osquais podem ser materializados em dietas formuladas para menor excreção denutrientes e utilizadas em sistemas de produção que operam com o conceito deprodução mínima de excrementos.

Máximas para a redução do potencial poluente dos de jetos

No Brasil não há, atualmente, restrições em relação à concentração de mineraisnas dietas e nos dejetos dos animais. Contudo, já existe a percepção de que podemser estabelecidos limites para evitar que sua aplicação no solo acarrete em poluiçãodos recursos naturais, especialmente das fontes de água. Assim é importante definir as

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exigências, fontes e disponibilidade dos nutrientes para os animais de maneira aotimizar a produção e minimizar a excreção de elementos químicos poluentes.

Os elementos mais poluentes nos dejetos de suínos são o nitrogênio e o fósforo.Ainda há discussão sobre a real poluição causada por microminerais nas condições desolo brasileiro, como é o caso do zinco (Ernani et al., 2001; Seganfredo e BarioniJunior, 2004). Entretanto, com base nas pesquisas realizadas no Brasil, especialmentena Embrapa Suínos e Aves, que tem liderado a maior parte dos esforços nesta área, ecom as informações obtidas em outros países, é possível a formulação de um conjuntode afirmações que podem contribuir para redução deste problema. As sete máximaspara a redução do potencial poluente dos dejetos são:

• O excesso de água nos dejetos de suínos é o fator que mais dificulta o seutratamento e utilização.

• A quantidade e composição dos dejetos de suínos é positivamente relacionadacom a quantidade e composição do alimento que é fornecido ao animal.

• O uso de ingredientes de baixa digestibilidade acarreta em maior excreção denutrientes e pior desempenho animal.

• Melhorar a eficiência alimentar dos animais significa reduzir o poder poluente dosdejetos.

• O uso indiscriminado de quantidades de nutrientes acima da exigência dosanimais (“margens de segurança”) onera os custos de produção e aumenta aexcreção de nutrientes.

• Para uma dada região produtora de animais, a importação de alimentos de umaoutra região significa importação de nutrientes o que agrava a poluição.

• Os dejetos animais, adequadamente processados, são excelentes fontes denutrientes para adubação das culturas, sendo fundamental que a suinoculturaseja desenvolvida juntamente com a produção agrícola, aumentando a reciclagemde nutrientes.

Manejo da água

A água é essencial para a vida e um importante nutriente para os suínos, talvezo menos lembrado. Contudo, a escassez de água em todo o mundo obriga a se termaior atenção possível para se evitar o desperdício desta riqueza natural. As duasformas mais importantes de uso de água nas granjas de suínos são o consumo deágua pelos animais e a lavagem das instalações.

Em geral os técnicos e criadores de suínos dão mais importância à qualidadedas dietas do que à qualidade da água que fornecem a seus animais. Talvez istoocorra porque a água represente pequena parcela no custo de produção de suínos, emrelação aos outros alimentos. Muitas vezes ela nem é levada em conta. Do ponto devista do animal, tanto a qualidade como a quantidade da água fornecida apresentamgrande impacto sobre o conforto e desempenho animal. Os suínos devem ter acessolivre e conveniente à água, antes mesmo do desmame. A quantidade exigida poderá

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variar com a idade e estado fisiológico do animal, tipo e quantidade de alimento,temperatura da água e do ambiente, substâncias químicas ingeridas (como, porexemplo, excesso de minerais e nutrientes, efeito de medicamentos e aromatizantes) eestado sanitário (Thacker, 2001).

O tipo de bebedouro pode afetar o desperdício de água. Gill e Barber (1990)compararam quatro tipos de bebedouros para suínos e observaram diferenças de até40% no consumo de água entre bebedouros, sendo que bebedouros tipo chupetaconvencionais apresentaram maior desperdício do que outros bebedouros.

O fornecimento de água dentro do comedouro possibilita o aumento do consumode ração e constitui-se em vantagem ao bem estar dos animais. Sabe-se que ofornecimento de ração úmida, à vontade, para suínos em crescimento e terminação,aumenta o consumo de ração, e pode aumentar o ganho de peso. Entretanto, tem sidoquestionado que esse efeito poderia promover diminuição da bonificação paga pelaqualidade da carcaça devido a suposto aumento da gordura na carcaça. Paradeterminar estes efeitos, Bellaver, et al. (1998b) testaram o fornecimento de águaatravés de bebedouros tipo chupeta colocados dentro e fora do comedouro (Tabela 1).Os ganhos de peso e consumo de ração dos animais com bebedouro dentro docomedouro ou combinação de bebedouros no comedouro e na parede da baia, foramsuperiores àqueles com bebedouro somente na parede. Não foram observadasdiferenças na conversão alimentar devidas aos tratamentos, embora houvesse efeitode sexo. Quanto a quantidade de carne na carcaça, não houve diferença entre ossistemas de alimentação estudados. Com base nos resultados e conhecimentoexistente, verifica-se que o uso de comedouros com bebedouro na câmara de consumoé dependente do sexo e genética dos animais. Naquele estudo, a genética utilizada foida Embrapa com a linhagem MS58. Linhagens com maior apetite, tenderão a maiordeposição de gordura na carcaça. Para outras linhagens, esses comedouros deveriamser testados para quantificar a margem bruta. Com relação ao volume de dejetosproduzidos pelos animais nos diferentes sistemas, o comedouro com bebedouroapenas na câmara de consumo produziu menor quantidade de efluente por kg de suínoproduzido, sendo recomendável a sua utilização para a redução do potencial poluente.

Alguns dos fatores mais comuns para o aumento do desperdício de água nasinstalações são: taxa de vazão inadequada, altura do bebedouro em desconformidadecom a altura dos suínos na baia, bebedouro mal projetado, bebedouro mal localizadona baia, ângulo inadequado do bebedouro, manutenção inadequada dos bebedouros(Thacker, 2001). Além destes, pode-se citar o mau dimensionamento e manutenção doreservatório e dos encanamentos (Abreu e Abreu, 2000).

A qualidade da dieta pode afetar o consumo de água. Uma dieta mal calculadapode aumentar o consumo de água e sua excreção. Hagsten e Perry (1976)demonstraram como o consumo de água pode aumentar em resposta ao teor de sal dadieta. Resultados similares foram observados por Friend e Wolynetz (1981) paraporcas em gestação e lactação. O excesso de proteína na dieta aumenta o consumode água e o volume de urina excretada, conforme demonstrado por Wahlstrom et al.(1970). Estes estudos demonstram que a formulação de dietas com níveis adequadose não excessivos de minerais e nitrogênio promovem menor consumo de água eprodução de dejetos.

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Devido `a diversidade dos fatores ambientais e dietéticos que influem noconsumo de água, torna-se difícil a sua estimativa com precisão. Entretanto naliteratura podem ser encontrados modelos matemáticos para o seu cálculo (Schiavon eEmmans, 2000).

Tabela 1. Efeitos de bebedouros dentro e / ou fora do comedouro em machos castrados e fêmeas(Bellaver, et al., 1998b).

Machos Fêmeas

Variáveis analisadas

Bebedouros na parede

e nocomedouro

Bebedourodentro do

comedouro

Bebedourosó na

parede

Bebedouros na parede

e nocomedouro

Bebedourodentro do

comedouro

Bebedourosó na

parede

Peso inicial, kg 22,3 22,3 22,1 22,5 22,8 22,6

Peso final, kg 113,7 115,6 110,0 109,9 114,4 101,3

GPD1, g 888 906 853 848 889 764

CMDR2, g 2524 2553 2264 2209 2326 2036

Conversão Alimentar 2,84 2,82 2,66 2,60 2,61 2,66

Efluentes/kg suínoproduzido, L

3,53 2,77 4,30 3,68 3,15 3,62

ET3, mm 18,18 18,37 17,05 14,56 15,07 14,24

PL4, mm 58,19 60,80 60,01 65,07 64,82 59,40

Carne na carcaça, % 56,41 56,76 57,35 60,37 59,96 60,07

Bonificação no abate, % 12,43 12,73 13,64 19,64 18,91 17,49

Reais/animal 5 107,13 110,01 107,23 112,64 116,17 102,71

Margem bruta 5 21,02 22,65 26,21 32,01 32,72 26,031 GPD = ganho de peso diário; 2 CMDR = consumo médio diário de ração; 3 ET = espessura de toucinho; 4PL = profundidade delombo; 5 com base nos preços de mercado de agosto de 1998.

Melhoria da eficiência alimentar e da produtividade

A melhoria da eficiência alimentar, através do melhoramento genético, dosprogramas nutricionais e das condições ambientais e sanitárias, aumenta arentabilidade do sistema produtivo e promove a redução da quantidade de dejetosproduzidos. Toda tecnologia que melhora a eficiência alimentar dos animais deve servalorizada também como um fator para a redução da quantidade e do poder poluentedos dejetos produzidos.

Levando-se em conta os dejetos produzidos pelos reprodutores do plantel, todoe qualquer procedimento, nutricional ou não, que aumente a produtividade por matriz,acarretará em menor quantidade de reprodutores para se obter um determinadovolume de produção e, consequentemente, uma menor quantidade de dejetosproduzidos.

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É importante lembrar que sistemas de produção não convencionais podemnecessitar de uma visão diferente sobre melhoria de eficiência alimentar como fatorpara controlar a descarga de minerais através dos dejetos. No sistema de produção desuínos sobre cama, por exemplo, pode-se estabelecer um programa nutricional dosanimais que contemple desempenho animal mas com enfoque simultâneo sobre amelhoria da qualidade da cama visando agregar matéria orgânica e nutrientes ao solo.Afinal, os dejetos animais são importantes fontes de nutrientes para as culturasvegetais e o manejo adequado durante a produçào, estocagem e distribuição podempropiciar máximo benefício agrícola sem prejudicar os recursos hídricos. No caso deum sistema de produção de suínos sobre cama, dependendo da viabilidade econômicae ambiental, pode-se utilizar ingredientes com teor mais alto em fibra como é o caso deforragens e resíduos do processamento de grãos. Embora a eficiência alimentar sejareduzida em um sistema como este, a reciclagem de nutrientes no sistema como umtodo é favorecida, melhorando a sustentabilidade. Além disso, não se pode esquecer oconceito de que sistemas de baixo investimento que utilizam insumos de menor custo eque promovem resultados técnicos piores podem ser mais lucrativos, economicamente,e eficazes do ponto de vista de sustentabilidade. Há de se estudar melhor estessistemas e determinar sua viabilidade.

Atendimento das exigências nutricionais dos suínos

Existem diversas publicações com informações sobre as exigências emnutrientes totais, digestíveis e disponíveis para os suínos de diferentes fases do ciclode produção. Entretanto, muitas vezes, conceitos básicos são generalizados, como, porexemplo, aqueles referentes a curva de crescimento, composição corporal do produtofinal, genótipo (linhagem), sexo e estimativas do consumo voluntário de ração, nãopermitindo a maximização do potencial de cada animal. As exigências quantitativas denutrientes não são as mesmas para todos os suínos, variando com a idade, o estágiofisiológico, a genética, o sexo, o estado sanitário, a temperatura ambiente, a densidadede criação e com outros fatores (Tabela 2). Em geral, as exigências nutricionais dossuínos são estabelecidas tendo como base os animais de uma população queapresentam melhor desempenho, ou seja, animais que normalmente apresentam maiorpotencial genético para expressar uma variável como, por exemplo, ganho de peso oudeposição de carne na carcaça. Além disso, as premissas para um sistema deprodução são normalmente extrapoladas para outros sistemas, os quais, muitas vezes,apresentam características diferentes. Estas diferenças implicam em utilizaçãodiversificada dos nutrientes da dieta o que acarreta em desperdícios.

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Tabela 2. Efeito do genótipo, sexo e concentração de lisina na dietas sobre o desempenho de suínos de44 a 104 kg de peso. Adaptado de Friesen, et al. (1994).

Alta deposição de carne Média deposição de carne

Machoscastrados

Fêmeas Machoscastrados

Fêmeas

Variáveis 0,90a 0,70a 0,90 0,70 0,90 0,70 0,90 0,70

Ganho diário de peso, kg bcd 0,98 0,93 0,91 0,87 0,91 0,82 0,86 0,75

Consumo diário de ração, kge 3,11 3,00 2,77 2,87 3,03 2,77 2,88 2,54

Conversão alimentar f 0,32 0,31 0,33 0,30 0,30 0,29 0,30 0,29

Lisina consumida, g/dia cd 27,97 21,01 24,97 20,09 27,27 19,68 25,96 17,78a Níveis de lisina; b efeito de genótipo (P<0,01); c efeito de sexo (P<0,01); d efeito do nível de lisina (P<0,01); e efeito de sexo(P<0,05); f efeito de genótipo (P<0,05).

Mesmo reconhecendo-se essas premissas, o NRC (1998) fixou apenas umarelação ideal de aminoácidos para mantença, deposição protéica e síntese de leite,mas sugere a utilização de modelos matemáticos que estimem as quantidades denutrientes necessários para suportar o nível de performance verificados em cadarebanho em particular, visando, por exemplo, taxa de deposição de carne ou decrescimento da leitegadas lactentes. Assim, as equações descrevem uma situação depotencial para cada fase de crescimento, aproximando-se mais da exigência dosanimais e reduzindo a excreção de minerais nos dejetos. Mais recentemente, asTabelas Brasileiras para Aves e Suínos – Composição de Alimentos e ExigênciasNutricionais (Rostagno et al., 2005) apresentaram exigências em aminoácidosdigestíveis diferenciada para animais de desempenho regular, médio e superior, masmantendo-se praticamente as mesmas relações entre aminoácidos digestíveisverdadeiros.

Com o uso mais intenso de modelagem matemática para estimar as variaçõesde composição dos ingredientes e o crescimento diferenciado dos suínos, haverámelhor utilização dos recursos e maior eficiência dos sistemas. Smits e Mullan (1995)apresentaram uma série de exemplos de como a modelagem da utilização dosnutrientes dietéticos pode influenciar na sua excreção. Foram analisados exemplosreais de granjas de suínos na Austrália e verificado que em muitas propriedades oexcesso de nutrientes nas dietas superava 30% ou mais. Recalculando-se as fórmulasdas dietas a partir da correção dos níveis nutricionais, observaram-se reduçõesexpressivas no custo das dietas ao mesmo tempo que a lucratividade foi aumentada.Recentemente, Lovatto et al. (2005) desenvolveram um modelo matemático parasimular as dinâmicas do nitrogênio e do fósforo nos sistemas suinícolas do Rio Grandedo Sul de média e alta tecnologias.

Embora as exigências dos animais estejam satisfatoriamente definidas, há umasérie de fatores que obrigam os nutricionistas a elevar as quantidades calculadas doconteúdo total de nutrientes nas dietas. Entre estes fatores estão:

a) a falta de conhecimento preciso da digestibilidade e disponibilidade dosnutrientes nos alimentos,

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b) a interação entre nutrientes e outros compostos químicos presentes na dieta,

c) variações na qualidade dos ingredientes,

d) alterações decorrentes do processamento dos alimentos,

e) falta de conhecimento e monitoramento das condições de produção dos clientes.

Contudo, a utilização indiscriminada de “margens de segurança” dos nutrientes,frente a variações no ambiente onde são criados os animais, acarreta em desperdíciode nutrientes, onerando os custos de produção e causando aumento na quantidade deelementos excretados. O NRC (1998) sugere que 45 a 60% do N, 50 a 80% do Ca e Pe 70 a 95% do K, Na, Mg, Cu, Zn, Mn e Fe consumidos pelos suínos são excretadosnos dejetos.

Na Tabelas 3 são apresentadas as estimativas dos níveis nutricionais de dietasde suínos em crescimento declarados por oito empresas comerciais, calculando-se apartir de uma mesma matriz nutricional, segundo suas formulações para região sudestedo Brasil (Pupa et al., 2005). A partir destas informações, as médias obtidas foramcomparadas com as exigências dos suínos para esta fase específica, tomando-secomo base as Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos – Composição de Alimentos eExigências Nutricionais (Rostagno et al., 2005), conforme é apresentado na Tabela 4.Desta forma, obteve-se uma estimativa atualizada das margens de segurançautilizadas naquelas empresas. Foram observados, em média, valores negativos para aenergia, proteína e aminoácidos o que pode ser explicado pela alta exigência nestesnutrientes recomendado naquelas Tabelas e também pelo alto culto de suplementaçãodestes nutrientes. Por outro lado, foram observados altos níveis de suplementação defósforo e sódio, que tem implicações diretas como poluente e no consumo de água.Observou-se uma alta margem de segurança média calculada para o cobre (573,18%)o que não tem uma explicação lógica, pois o nível mínimo considerado como promotorde crescimento é 150 ppm, superior á média empregada pelas empresas (64,63 ppm).

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Tabela 3. Níveis nutricionais de dietas de crescimento (71 a 110 dias de idade) de oito empresascomerciais, calculando-se a partir de uma mesma matriz nutricional, segundo suasformulações para região sudeste do Brasil (adaptado de Pupa et al., 2005).

Empresas Uso

Parâmetro 1 2 3 4 5 6 7 8 Média

Energia, kcal EM/kg 3224 3194 3183 3239 3185 3156 3205 3193 3197

Calcio,% 0,590 0,730 0,810 0,760 0,770 0,860 0,650 0,760 0,741

Fosforo total,% 0,560 0,540 0,550 0,640 0,620 0,590 0,590 0,560 0,581

Fósforo disp,% 0,360 0,330 0,330 0,430 0,400 0,390 0,390 0,350 0,373

Sódio,% 0,240 0,260 0,260 0,270 0,260 0,260 0,260 0,260 0,259

Proteina bruta,% 15,220 16,370 17,060 17,610 17,680 16,750 16,010 16,620 16,665

Lisina total,% 0,990 0,920 0,970 0,990 1,040 0,960 0,960 0,930 0,970

Lisina dig,% 0,870 0,780 0,830 0,850 0,900 0,830 0,830 0,800 0,836

Fe, mg/kg 90,00 35,00 80,00 70,00 70,00 110,00 56,00 90,00 75,13

Cu, mg/kg 20,00 15,00 12,00 100,00 140,00 25,00 131,00 74,00 64,63

Mn, mg/kg 44,00 25,00 70,00 45,00 40,00 63,00 42,00 50,00 47,38

Zn, mg/kg 86,00 75,00 100,00 90,00 80,00 94,00 108,00 70,00 87,88

I, mg/kg 0,26 1,00 1,00 1,20 0,80 1,19 1,47 1,60 1,07

Se, mg/kg 0,16 0,30 0,20 0,30 0,50 0,28 0,39 0,24 0,30

Uso de alimentação em múltiplas fases e criação de suínos em sexosseparados

As exigências em nutrientes de suínos destinados ao abate mudam com a idade.Com o uso de planos alimentares em várias fases pode-se reduzir as quantidades deaminoácidos e fósforo suplementados nas dietas minimizando a excreção de nitrogênioe fósforo. O mesmo tipo de raciocínio é válido para dietas de gestação e lactação epara suínos alojados nas baias por sexo. No caso de porcas em gestação, estasapresentam menor exigência de N e P do que fêmeas em lactação e o uso de dietasdiferenciadas para gestação e lactação comparada com uma dieta única, reduz aexcreção de N e P em 20% (Everts e Dekker, 1994; Jongbloed e Lenis, 1998).

Van Der Peet-Schwering et al. (1997) estudaram o efeito do emprego de dietaspara várias fases durante o crescimento e terminação de suínos. Estes autorescomparam dietas contendo 16,5 e 13,5% de proteína bruta com uma dieta controlecalculada para apresentar 16,0%. A alimentação em múltiplas fases reduziu a excreçãode N em 14% e a emissão de amônia em 17%.

Em um estudo realizado por Latimier e Dourmad (1993), com suínos emcrescimento e terminação, houve redução de até 23% no teor de N nos dejetos e deaté 25% na emissão de N no ar, quando dietas com diferentes níveis de proteína brutaforam utilizadas no crescimento( 17,5 ou 16,0%) e terminação (15 ou 13%) e melhorrelação de aminoácidos foram comparados com animais recebendo a mesma dietadurante todo o período (17,5%).

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Tabela 4. Níveis nutricionais médios de dietas de crescimento (71 a 110 dias de idade) de oito empresascomerciais (adaptado de Pupa et al., 2005), exigências nutricionais de suínos machos emcrescimento (Tabelas Brasileiras..., 2005) e estimativa da margem de segurança (Diferençaentre o Uso e a Exigência média) para diferentes componentes da dieta.

Diferença

Uso

Exigências em nutrientespara macho segundo tipo o

genótipo Exig. Uso – Exig. Média

Parâmetro Média Regular Médio Superior Média unidades %

Energia, kcal EM/kg 3197 3230 3230 3230 3230 -33 -1,01

Calcio,% 0,741 0,631 0,631 0,631 0,631 0,110 17,47

Fosforo total,% 0,581 0,524 0,524 0,524 0,524 0,057 10,93

Fósforo disp,% 0,373 0,332 0,332 0,332 0,332 0,041 12,20

Sódio,% 0,259 0,180 0,180 0,180 0,180 0,079 43,75

Proteina bruta,% 16,665 15,800 16,820 18,250 16,957 -0,292 -1,72

Lisina total,% 0,970 0,861 1,017 1,168 1,015 -0,045 -4,46

Lisina dig,% 0,836 0,758 0,895 1,028 0,894 -0,057 -6,42

Fe, mg/kg 75,13 64,00 64,00 64,00 64,00 11,125 17,38

Cu, mg/kg 64,63 9,60 9,60 9,60 9,60 55,025 573,18

Mn, mg/kg 47,38 32,00 32,00 32,00 32,00 15,375 48,05

Zn, mg/kg 87,88 80,00 80,00 80,00 80,00 7,875 9,84

I, mg/kg 1,07 0,80 0,80 0,80 0,80 0,265 33,13

Se, mg/kg 0,30 0,29 0,29 0,29 0,29 0,006 2,16

O uso de aminoácidos sintéticos

Os aminoácidos dietéticos exigidos pelos suínos são destinados para a síntesede proteína corporal ou para a manutenção dos tecidos. A parte indigestível da proteínadietética é excretada através das fezes. Contudo, a maior proporção do N excretadoaparece na urina, resultante da desaminação do excesso de aminoácidos absorvidos.Segundo Gatel e Grosjean (1992), suínos em peso de abate podem excretar cerca de 9a 11% do N consumido nas fezes e 42 a 48% na urina. O nitrogênio das fezesencontra-se, predominantemente, na forma de proteína enquanto o nitrogênio na urinaestá principalmente na forma de uréia. Esta ultima é facilmente hidrolisada pela enzimaurease à dióxido de carbono e amônia. A urease é produzida por uma ampla variedadede microorganismos, que estão presentes nas fezes, mas não na urina (Van Der Peet-Schwering et al., 1997). A emissão de amônia na atmosfera pode causar, além dedanos graves nas vias respiratórias dos seres humanos e animais, a formação dechuva ácida.

A utilização do conceito de digestibilidade ileal dos aminoácidos apresentavantagens sobre o desempenho dos animais em comparação às formulações derações baseadas nos conceitos de digestibilidade fecal de aminoácidos, aminoácidostotais ou proteína bruta. Antigamente, o problema do uso desta técnica era a falta de

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dados e informações referentes aos ingredientes, principalmente aqueles obtidos emcondições brasileiras, já que é necessário grande esforço técnico e recursosfinanceiros para submeter os animais a cirurgias de instalação de cânulas (ou procederà anastomose íleo-retal) e realizar as análises de aminoácidos dos alimentos e digesta.Atualmente, há uma quantidade razoável de informações disponíveis na literatura. Porexemplo, Bellaver et al. (1998a) determinaram em condições brasileiras, oscoeficientes de digestibilidade ileal verdadeira de aminoácidos de vários ingredientespara suínos que são apresentados na Tabela 5 e concluíram que há uma grandevariabilidade nos coeficientes dos ingredientes estudados.

Se o alto custo das análises químicas de aminoácidos nos ingredientes constitui-se em dificuldade para o uso dos coeficientes de digestibilidade verdadeira, hoje háalternativas para solucionar com rapidez este problema. Entre elas está o uso detécnicas rápidas de análise in vitro, como a reflectância do infravermelho próximo(NIR), que vem apresentando excelentes resultados (Fontaine et al., 2002).

Uma vez conhecido os valores de digestibilidade dos aminoácidos nosingredientes, pode-se lançar mão do conceito de proteína ideal, o qual estabelece umarelação de aminoácidos nas proporções exatas em que eles são exigidos pelos suínos.Desta forma, cada aminoácido essencial e a soma de todos os aminoácidos nãoessenciais são igualmente limitantes. Wang e Fuller (1989) demonstraram que aretenção de nitrogênio foi maior quando a lisina representava 65 g/kg de proteína brutae quando os outros aminoácidos essenciais estavam presentes na relação lisina = 100,metionina + cistina = 63, treonina = 72, triptofano = 18, valina = 75, isoleucina = 60,leucina = 110 e fenilalanina + tirosina = 120. Neste mesmo estudo, quando se mantevea mesma relação entre os aminoácidos mas a relação lisina/proteína bruta foiaumentada de 50 para 70 g/kg, reduziu-se o excesso de aminoácidos não essenciaisna dieta, e a excreção de nitrogênio foi reduzida em 30%, acompanhada de melhoriano desempenho, uma vez que a retenção de nitrogênio foi aumentada, além de evitarperdas de energia com desaminação dos excesso de aminoácidos. Concordando comestes autores, Henry e Dourmad (1992) sugeriram que a porcentagem de lisina emdietas de crescimento e terminação em relação a quantidade total de proteína é cercade 5%, pois uma relação lisina/proteína baixa reflete um excesso de proteína(aminoácidos) com relação a lisina e então uma maior excreção de nitrogênio. Umasuplementação com lisina sintética, contribui para uma melhor relação de aminoácidos,mais próxima a exigência dos animais, reduzindo a excreção de N e mantendo omesmo nível de desempenho.

9

Tabela 5. Estimativas dos coeficientes de digestibilidade verdadeira dos aminoácidos essenciais (% média ± erro padrão da média) obtidos comsuínos em crescimento. (Bellaver et al. 1998a).

Ingrediente N ARG FEN HIS ISO LEU LIS MET TRE TRI VAL

F. Canola 5 96,93±0,40 91,64±1,44 96,36±0,51 96,38±0,59 9 4,83±0,82 94,49±0,85 94,11±0,72 93,79±0,87 88,46±1,36 95 ,77±0,76

F. Soja 44 13 98,65±0,14 96,20±0,43 97,67±0,31 96,34±0,2 9 96,07±0,33 97,01±0,18 95,43±0,47 95,18±0,50 93,94±0,49 95,25±0,40

F. Soja 46 10 99,29±0,10 97,63±0,29 98,69±0,15 97,84±0,2 3 97,96±0,23 98,26±0,19 97,41±0,31 97,52±0,34 97,66±0,30 97,24±0,31

F. Soja 48 24 99,03±0,11 97,70±0,23 98,66±0,14 97,45±0,1 9 97,79±0,17 98,35±0,16 97,28±0,23 97,29±0,25 97,65±0,32 96,77±0,26

F. Trigo 5 95,88±0,85 91,61±1,86 93,64±1,83 90,70±1,77 90 ,77±1,42 90,07±1,71 85,21±3,68 86,28±3,26 76,97±7,12 89, 45±2,06

Milho 39 92,65±0,84 87,75±1,21 92,75±0,58 87,08±1,06 92,2 8±0,61 80,70±1,74 90,33±0,98 83,32±1,38 79,38±2,09 85,87 ±1,10

Soja Crua 5 79,65±3,36 71,13±4,57 78,76±3,51 71,97±3,93 6 8,63±4,66 73,13±4,35 64,92±5,13 69,50±5,21 68,10±4,49 71 ,99±4,20

Soja Extrusada 3 97,54±0,30 93,70±0,70 96,45±0,44 93,75±0,93 94,07±0,67 95,65±0,56 94,64±0,97 93,93±0,78 91,17±1 ,06 92,73±1,10

Soja Tost.40min./120 OC

10 92,93±1,12 89,10±0,97 92,60±0,62 88,16±1,24 87,35±1,2 2 91,02±0,65 84,70±1,37 88,69±1,10 84,62±1,68 87,59±1,44

Sorgo 0,87 %Tanino

3 83,69±1,48 86,15±3,14 89,34±1,58 78,55±2,22 86,09±1,69 78,97±1,63 83,70±2,33 79,95±2,87 58,60±14,4 76,96±1,56

Trigo 16 94,78±0,63 90,30±1,13 94,97±0,55 91,41±0,97 92,1 8±0,80 85,68±1,63 90,60±1,00 86,56±1,52 80,26±2,05 89,29 ±1,22

Triguilho 5 86,69±2,44 80,82±1,10 87,61±0,78 81,73±1,61 8 1,75±1,58 71,17±2,62 75,77±2,35 70,03±0,39 62,88±3,57 78 ,38±2,25

Triticale 10 95,40±0,51 89,93±1,15 94,11±0,58 88,03±1,04 91,19±0,76 85,91±1,09 90,30±1,76 86,64±1,94 76,00±3,60 8 6,49±0,96

F. Resid. DeMilho

3 88,98±1,96 89,45±1,68 89,25±3,17 79,90±2,03 87,46±2,04 82,68±0,78 90,79±2,79 78,31±2,83 41,81±10,6 81,56±2,74

VII S

eminário Internacional de A

ves e Suínos – A

veSui 2008

Nutrição R

esponsável Contribuindo com

o Meio A

mbiente

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lorianópolis, SC

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Na Tabela 6 são apresentadas informações de um experimento onde se estudouo balanço de nitrogênio de animais submetidos a duas dietas nas fases de crescimentoe terminação variando-se o conteúdo em proteína bruta mas apresentando níveissimilares dos aminoácidos mais limitantes (Gatel e Grosjean, 1992). Os resultadosforam surpreendentes, evidenciando-se que apenas com o uso de formulação voltadapara redução do conteúdo de proteína bruta e a adição de lisina, houve uma reduçãode cerca de 7,5% no consumo de N e uma redução na excreção de nitrogênio urináriode suínos em crescimento e terminação da ordem de 16,4 e 19,1%, respectivamente.Com relação à excreção de N total, houve uma redução de 14,9 e 19,3% nocrescimento e terminação, respectivamente, e o desempenho dos animais foi similar.

Em outro estudo (Latimier e Dourmad, 1993), foram avaliados diferentesprogramas alimentares para suínos em crescimento e terminação, observando-se queuma redução de 21% no teor de proteína bruta das dietas suplementadas comaminoácidos sintéticos promoveu reduções de 22 e 24%, respectivamente, no N dosdejetos e na emissão estimada de N no ar.

Segundo Pfeiffer e Henkel (1991), o consumo diário de altos níveis de proteínabruta acarreta no aumento de ingestão de água pelos animais, elevando o volume deurina, já que essa é a forma predominante de excreção. O consumo de altos níveis deproteína bruta também aumenta significativamente a taxa de passagem do quimo pelaparte final do íleo, a concentração de N, acarretando no aumento do volume de dejetose na concentração de N dos dejetos. Na Tabela 7 pode-se observar que a redução de26,33% da proteína bruta da dieta resultou na redução de 35,26 no volume de urina e58,57% no teor de N na urina. O maior consumo de água pelos animais alimentadoscom dietas com altos níveis de proteína pode ser justificado de três maneiras: (a)devido à sua participação no metabolismo da uréia, aumentando, pelo aumento datemperatura corporal em função da maior taxa metabólica; (b) devido ao aumento daexcreção renal de uréia; e (c) devido à propriedade osmótica dos aminoácidos nointestino delgado, a qual requer mais água.

Tabela 6. Balanço de nitrogênio de animais submetidos a dietas nas fases de crescimento e terminaçãocom conteúdos diferentes em proteína bruta (Gatel e Grosjean, 1992).

Crescimento Terminação

Alta Proteína Baixa Proteína Alta Proteína Baixa Pro teína

Dieta/Ingredientes(%)

Cevada 20,00 20,00 20,00 20,00

Trigo 60,30 64,80 66,10 70,20

Farelo de soja 16,01 11,35 10,21 5,77

L-lisina 0,09 0,25 0,08 0,23

Minerais e vitaminas 3,60 3,60 3,60 3,60

Total 100 100 100 100

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Continuação...

Crescimento Terminação

Alta Proteína Baixa Proteína Alta Proteína Baixa Pro teína

Composição em nutrientes ( %)

Proteína bruta 16,9 15,6 14,6 13,5

Lisina 0,825 0,824 0,663 0,660

Metionina+cistina 0,593 0,548 0,538 0,496

Treonina 0,501 0,511 0,495 0,428

Triptofano 0,221 0,197 0,192 0,170

ED, Mcal/kg 3,17 3,16 3,17 3,16

Variáveis

Peso vivo, kg 44,2 44,1 84,1 85,4

Consumo de N, g/dia 38,3 35,4 50,0 46,1

N fecal, g/dia 4,9 4,4 5,4 4,3

N urinário, g/dia 14,6 12,2 24,1 19,5

N excretado, g/dia 19,5 16,6 29,5 23,8

A redução do conteúdo protéico das dietas promove diminuição da quantidadede dejetos produzidos e isto tem implicação imediata no custo de produção. Com o usode dietas com menor teor protéico, necessita-se de menor capacidade dearmazenagem dos dejetos. Além disso, a emissão de gases é reduzida, principalmenteno caso da amônia, que é responsável por grande parte da origem do problema deodor indesejável produzido nas criações.

Tabela 7. Balanço de água e N, em suínos de 20 a 30 kg (Pfeiffer e Henkel, 1991).

Variáveis Baixa Proteína (12,54%) Alta Proteína (23, 79%)

Consumo proteína bruta (g/dia) 319 433 **

N consumido (g/dia) 49,7 76,7 ***

Consumo de água (g/dia) 4.318 5.427 *

Excreção de água

Urina (g/dia) 1.873 2.893 *

Fezes (g/dia) 1.186 1.189 NS

Excreção de N

Urina (g/dia) 13,3 32,1 ***

Fezes (g/dia) 12,9 16 NS

* (P<0,5), ** (P<0,01), *** (P<0,001), NS (P>0,10)

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Na Tabela 8 são apresentados os resultados de um experimento realizado porDourmad et al. (1993) onde a composição corporal dos suínos não foi afetada pelaredução da proteína bruta das dietas quando suplementadas com aminoácidossintéticos. Os autores concluíram que através da melhoria no perfil dos aminoácidos dadieta houve uma redução de 35% na excreção de N sem, contudo, prejudicar osresultados de conversão alimentar, ganho de peso e composição da carcaça. Damesma forma, não houve diferença no conteúdo de gordura nas carcaças, pois asdietas foram formuladas para conter o mesmo nível de energia líquida.

Tabela 8. Efeito da redução da proteína da dieta no desempenho e excreção de nitrogênio de suínosdos 10 aos 102kg (Dourmad et al., 1993).

Proteína Bruta na Dieta (%)

Parâmetros 17,8 15,5 13,6

Ganho médio diário (g) 846 867 852

Conversão alimentar

MJ NE/kg

MJ ME/kg

27,5

38,2 a

27,4

37,4 b

27,6

37,2 b *

Porcentagem de carne 51,3 52,3 51,6

Excreção de N (kg/suíno) 3,90 a 3,10 b 2,50 c ***

* (P<0,5), *** (P<0,001).

Nones et al. (2002) realizaram um experimento onde se avaliou o emprego dediferentes tipos de formulação da dieta à base de milho e farelo de soja comsuplementação de aminoácidos sobre o desempenho dos animais, composição dacarcaça. Foram testados os seguintes tratamentos:

1. Dietas formuladas com base nas exigências em aminoácidos totais e proteínabruta do NRC (1988) para as fases de crescimento e terminação;

2. Dietas em que os teores de lisina total excederam em 15% os níveis utilizados notratamento 1 para as fases de crescimento e terminação;

3. 3) Dietas com o mesmo nível de proteína bruta do tratamento 2, mas baseado noconceito de proteína ideal proposta por Baker (1997), considerando-se 0,66% delisina digestível no crescimento e 0,55% na terminação;

4. Dietas com o mesmo nível de proteína do tratamento 2, semelhante ao tratamento3, porém com 15% mais lisina digestível tanto para a fase de crescimento comoterminação.

As dietas formuladas com maior conteúdo em aminoácidos (2 e 4) apresentaramos melhores ganhos diário de peso, conversão alimentar e pesos de carcaça devido auma melhor relação entre os aminoácidos, os quais mais se aproximaram dasexigências dos animais para a máxima deposição de proteína, não havendo excessode energia líquida para a deposição de gordura, conforme pode ser observado naTabela 9.

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Em outro experimento, Nones et al. (2002) utilizaram as mesmas dietas doexperimento anterior para avaliar a excreção de N. As dietas com alto teor de proteínabruta (2, 3 e 4) promoveram maior excreção de fezes tanto em base de matéria naturalcomo na base de matéria seca. Entretanto, o emprego de dietas com 15% mais lisina(2 e 4) promoveram maior retenção de N, principalmente quando se aumentou o teorde lisina em base digestível (dieta 4, Tabela 10).

Utilização de antibióticos como promotores de cresc imento

O trato gastrointestinal dos animais é habitado por microrganismos queinteragem entre si e com o hospedeiro, auxiliando ou prejudicando o processo dedigestão. No intestino dos animais microrganismos prejudiciais podem produzir toxinase amônia que afetam as células do epitélio intestinal, prejudicando a absorção dosnutrientes e aumentando a excreção destes nas fezes. Além disso, os animais podemse tornar susceptíveis a infecções secundárias, que podem se agravar causandoenterites. Essas podem reduzir o desempenho zootécnico e promover a ocorrência dediarréia, que pode ser entendida como perda de minerais e matéria orgânica,agravando o potencial poluente dos dejetos produzidos por esses animais.

20

Tabela 9. Efeito da formulação de dietas sobre o ganho de peso diário (GPD), ganho de peso diário ajustado para consumo de ração (GPDA),consumo de ração diário (CRD) e conversão alimentar (CA) nas fases de crescimento (1-35), terminação (35-77) e no período total (1-77) esobre as variáveis de qualidade de carcaça (Nones et al., 2002).

Efeito (Valores de P)

Variáveis Dieta 1 Dieta 2 Dieta 3 Dieta 4 Dieta

Baixa P.B. XAlta P.B.

(1 x 2;3;4)

Exigência X115 Exigência

(1;3 x 2;4)

NRC (88) X aadigestíveis

(1;2 x 3;4)

NRC115% X aadigestíveis 115%

(2x4)

GPD135 (g/dia) 0,793 0,852 0,802 0,873 0,012 0,03 0,001 0,43 0,43

GPD3577 (g/dia) 0,813 0,907 0,868 0,903 0,051 0,01 0,02 0,34 0,92

GPD177 (g/dia) 0,804 0,882 0,838 0,890 0,005 0,003 0,0009 0,26 0,77

GPDA135 (g/dia) 0,797 0,844 0,803 0,873 0,0001 0,002 0,0001 0,12 0,08

GPDA3577 (g/dia) 0,849 0,892 0,854 0,892 0,15

GPDA177 (g/dia) 0,824 0,871 0,832 0,884 0,001 0,007 0,0001 0,38 0,45

CRD 135 (kg/dia) 1,798 1,824 1,802 1,807 0,96

CRD 3577 (kg/dia) 2,363 2,477 2,476 2,468 0,20

CRD 177 (kg/dia) 2,106 2,180 2,170 2,168 0,42

CA 135 2,268 2,152 2,253 2,069 0,0001 0,003 0,0001 0,12 0,07

CA 3577 2,929 2,754 2,871 2,738 0,06 0,04 0,01 0,53 0,85

CA 177 2,625 2,476 2,597 2,437 0,0008 0,004 0,0001 0,36 0,46

Peso da carcaça (kg) 64,88 68,41 66,52 69,93 0,012 0,009 0,003 0,16 0,34

Espessura de Toucinho (mm) 16,92 16,33 16,49 17,45 0,70

Prof. lombo (mm) 46,14 48,16 47,31 48,43 0,80

% de carne 55,80 56,59 56,11 55,89 0,64

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Tabela 10. Efeito da formulação de dietas sobre a composição e volume de dejetos de suínos em crescimento (Nones et al., 2002).

Efeito (Valores de P)

Variáveis Dieta 1 Dieta 2 Dieta 3 Dieta 4 Dieta

Baixa P.B. XAlta P.B.

(1 x 2;3;4)

Exigência X115 Exigência

(1;3 x 2;4)

NRC (88) X aadigestíveis

(1;2 x 3;4)

NRC115% X aadigestíveis 115%

(2x4)

Nitrogênio consumido (g/dia) 32,2 33,7 33,5 34,8

Total de fezes excretadas,matéria natural (g/dia)

851 931 1097 1028 0,02 0,01 0,91 0,004 0,19

Total de fezes excretadas,matéria seca (g/dia)

158 160 195 203 0,001 0,007 0,54 0,007 0,001

Nitrogênio excretado nasfezes, matéria natural (g/dia)

3,04 2,90 3,18 2,36 0,001 0,13 0,001 0,12 0,007

Nitrogênio excretado nasfezes, matéria seca (g/dia)

4,81 4,63 6,17 4,80 0,006 0,26 0,02 0,02 0,68

Relação de nitrogênioexcretado fezes/ingerido (%)

14,93 13,75 18,41 13,78 0,005 0,70 0,004 0,06 0,98

Nitrogênio excretado na urina(g/dia)

10,61 11,53 11,05 10,76 0,23

Relação de Nitrogênioexcretado /ingerido (%)

47,8 48,0 51,3 44,7 0,003 0,89 0,006 0,94 0,03

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A aplicação de dejetos contaminados, sem tratamento, como fertilizante é umadas rotas mais importantes pelas quais antibióticos veterinários entram no meioambiente. Recentemente, Wang et al. (2006) estudaram a cinética no solo doantibiótico sulfadimetoxina, originária de dejetos tratados ou não. No caso dos dejetosnão tratados, verificou-se que os microrganismos do solo que degradam asulfadimetoxina foram sensíveis ao aumento de concentração do antibiótico,especialmente quando a umidade do solo se elevou. Por outro lado, o armazenamentodos dejetos por um determinado tempo apresentou-se como medida eficaz para reduzira contaminação do solo pelo antibiótico. Anteriormente, outros autores já haviamobservado os efeitos benéficos da armazenagem e do tempo de retenção dos dejetossobre o desaparecimento de antibióticos (De Liguoro et al., 2003).

Antibióticos podem ser utilizados em doses subterapêuticas nas rações paraprevenir ou reduzir a incidência de microorganismos no trato gastrointestinal,melhorando a taxa de crescimento e a eficiência alimentar (HAYS, et al. 1986). Destaforma, o uso de antibióticos como promotores de crescimento é um fator que reduz opotencial poluente dos dejetos animais.

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (sd)a não utilização de antimicrobianos nas rações de suínos, aves e bovinos na França,Alemanha e Reino Unido acarreta na excreção anual de 78.000 toneladas de N e15.000 toneladas de P, os quais são lançados ao ambiente. Os animais que recebemantimicrobianos na ração consomem menos água e produzem menores quantidade dedejetos e gases, como o metano e amônia, os quais são reduzidos em cerca de 15 e33%, respectivamente.

Na Tabela 11 são apresentadas estimativas de melhora no desempenho desuínos que recebem antibióticos como promotores de crescimento, mostrando umamelhora no ganho de peso e na conversão alimentar (Willians, 1991, citado porLawrence 1998). Outros autores observaram que o uso conjunto de antimicrobianospodem ampliar o efeito sobre a eficiência alimentar possibilitando o aumento do efeitodo uso de antibióticos sobre a redução da quantidade de dejetos produzidos (Schultz etal., 1997; Lima et al., 1999) e caracterizando ação aditiva e/ou sinérgica do uso dediferentes antibióticos.

Tabela 11. Resultados médios de desempenho de suínos que receberam antibióticos como promotoresde crescimento (Williams, 1991, citado por Lawrence, 1998).

Vantagem alcançada (%)

Fase Ganho de peso diário Conversão alimentar

Leitão 16,4 6,9

Crescimento 10,6 4,5

Terminação 4,2 2,2

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Enzimas

As enzimas digestivas promovem a hidrólise dos componentes dos alimentostornando os nutrientes mais disponíveis para a absorção. Contudo, em muitascircunstâncias as enzimas são produzidas pelos suínos em quantidades insuficientesou mesmo nem são produzidas, dificultando a digestão dos alimentos. Assim, autilização de enzimas exógenas nas rações pode ser uma ferramenta eficiente parareduzir o poder poluente dos dejetos produzidos pelos animais dentro do enfoque defator melhorador da eficiência de utilização dos alimentos pelos animais. Com alimitação do uso de antibióticos como promotores de crescimento, as enzimas vemganhando maior interesse e importância.

Fitase

As quantidades de fósforo vegetal presentes na maioria das dietas seriam, emgeral, suficientes para atender as funções essenciais dos suínos, não fosse sua baixadisponibilidade, variando de 15 a 50% dependendo do alimento. Isso ocorre devido aofósforo estar presente na forma de fitato, o qual é praticamente indigestível, sendoeliminado nas fezes. Dessa forma, há necessidade de se suplementar fósforo atravésde fontes mais assimiláveis para atender as exigências para máximo desempenho.Obviamente, se os suínos são alimentados com quantidades de fósforo acima dorequerido, o excesso de P é eliminado através dos dejetos, agravando-se o problemade contaminação ambiental.

Na presença da enzima fitase, o ácido fítico pode ser hidrolisado em inositol eortofosfato, os quais são absorvidos pelos animais. A flora microbiana intestinal assimcomo, provavelmente, células do epitélio intestinal secretam a enzima fitase.Entretanto, a importância para o aumento da digestibilidade do fósforo dietético vegetaldessas fontes de fitase é pequena (Williams e Taylor, 1985). Mede-se a atividade dasfitases (FTU) pela quantidade de micromoles de P inorgânico liberado pelo fitato desódio, em um minuto, na temperatura de 37 oC e em pH de 5,5 ( 1 FTU = 1 µmol Pinorgânico).

Alimentos como o trigo, cevada e centeio apresentam fitase como um de seusconstituintes, garantindo maior digestibilidade do fósforo. Existem pesquisas quedemonstram que a fitase do trigo tem ação sobre os outras fontes de fósforo vegetal dadieta, aumentando a digestibilidade do fósforo dietético como um todo. Dessa forma,uma ração à base de milho e farelo de soja, considerando-se esses dois ingredientesapenas, apresentou cerca de 29% de digestibilidade do fósforo, enquanto que ainclusão de 40% de trigo à dieta promoveu a elevação da digestibilidade do fósforovegetal para 49%. Contudo, quando se efetuou o aquecimento da dieta com trigo,através da peletização, houve a desativação da fitase, eliminando o seu efeito benéfico(Jongbloed e Lenis,1992).

Atualmente, há disponibilidade de várias fitases microbianas comerciais para usoem rações animais, sendo que o seu emprego vem crescendo, não só pela imposiçãolegal à redução de excreção de fósforo, como na Comunidade Européia, mas por

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reduzir o custo das dietas. No Brasil, esta redução é ao redor de R$1,00/tonelada deração produzida, a preços de fevereiro de 2006.

Um grande número de pesquisas geradas em diferentes países e em diferentescondições experimentais tem mostrado que a adição de fitase microbiana às dietascausa aumento na digestibilidade do fósforo e, consequentemente, redução na suaexcreção. Por exemplo, em uma pesquisa realizada por Campbell et al. (1995), onde seestudou o emprego de níveis crescentes de fósforo disponível (0,15, 0,25, 0,35 e0,45%) com e sem a adição de 100 g de fitase por tonelada em dietas de suínos dos 19aos 40 dias após o desmame, verificou-se que os suínos que tiveram acesso às dietascom fitase apresentaram melhor desempenho mesmo quando o nível de fósforodisponível foi de 0,25% (Tabela 12). Estes resultados sugerem que a fitase melhora odesempenho animal, independente do nível de fósforo disponível da dieta, e que podeser explicado pelo aumento da disponibilidade de outros minerais como o zinco(Adeola, 1995; Adeola et al., 1995). A suplementação de fitase pode resultar tambémem aumento da digestibilidade do Ca, Mg, Cu e Fe (Jongbloed et al., 1995), resultandono aumento da utilização destes minerais e na redução de sua excreção. A fitasemicrobiana também tem um pequeno efeito na digestibilidade ileal da proteína bruta ede alguns aminoácidos, os quais podem aumentar em cerca de 2 %. A fitase usada naquantidade de 466 FTU/kg de dieta proporcionou uma redução nas excreções de N, Pe Ca em dietas de suínos (Ludke et al., 2000). O efeito da fitase sobre a melhoria dadigestibilidade da matéria seca, proteína e energia foi estudado por Ludke et al. (1999)e Fialho et al. (2000).

Tabela 12. Efeito de níveis dietéticos de fósforo disponível e suplementação de fitase sobre odesempenho de suínos dos 19 aos 40 dias após o desmame (Campbell et al., 1995).

Fitase,g/ton P disponível,%

Ganho diário depeso,g

Consumo diário deração,g

Conversãoalimentar

0 0,15 403 640 1,58

0,25 481 720 1,48

0,35 530 800 1,51

0,45 540 820 1,55

100 0,15 472 740 1,56

0,25 540 770 1,42

0,35 629 850 1,40

0,45 595 820 1,38

Nível de significância

Fitase 0,0004 0,18 0,09

Fósforo disponível 0,001 0,13 0,31

Fitase x Fósforo disponível 0,94 0,79 0,74

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Enzimas que degradam polissacarídeos não amídicos

Em cereais como centeio, cevada, aveia e trigo o conteúdo de polissacarídeosnão amídicos sobre o total de matéria seca varia entre 10 a 20% (Schulze e Partridge,1997). Eles são componentes de parede celular não digestíveis que interferem nadigestibilidade dos nutrientes dos grãos e de toda a dieta. A digestibilidade éprejudicada pela capacidade dos polissacarídeos não amídicos de ligarem-se amoléculas de água aumentando a viscosidade do conteúdo intestinal, tornando osnutrientes da dieta menos acessíveis e disponíveis as enzimas endógenas (Cousins,1999).

Enzimas como a β-Glucanase e endoxilanase atuam sobre β-glucanos epentosanas solúveis (xilose + arabinose), as quais são observadas em diversos cereaise possuem a capacidade de formar géis, em contato com a água, dando origem asoluções viscosas que retardam a absorção de nutrientes. Estes polissacarídeos nãoamídicos formam ligações complexas com a fração albúmen da proteína e aumentam ovolume da dieta em função de sua capacidade de reter água no trato gastrointestinalprovocando uma depressão no consumo de alimentos. A β-Glucanase é uma enzimaque atua sobre o polisacarídio β-glucano presente no cereal, liberando maiorquantidade de açucares disponiveis. Uma unidade de β-Glucanase (BGU) é definidacomo a quantidade de enzima que em solução de 0,5% de β-glucano a 40 oC e pH de3,5, libera 0,278 µmol de açucares redutores por minuto, medido como glicose. Aendoxilanase é uma enzima que atua sobre as pentosanas presentes nos cereais,degradando-as em açucares de maior disponibilidade aos animais. Uma unidade deendoxilanase (EXU) é definida como a quantidade de enzima que uma solução dexilano a 1%, a 40 oC e pH de 3,5, libera 1 µmol de açúcar redutor medido como xilose.

Pectinases, Amilases e Proteases são outras enzimas que agindo sobre pectina,amidos e proteínas, presentes nos ingredientes das dietas animais liberam,respectivament, os sacarídios, aminoácidos e peptidios para melhor absorção animal econsequentemente redução da excreção de nutrientes e umidade nas excretas.

O farelo de soja é a principal fonte de aminoácidos das dietas de suínos e aves.Entretanto, este alimento, como a grande maioria das leguminosas, tem também cercade 6% de oligossacarídeos como constituintes, os quais reduzem a digestibilidade. Ouso da α-galactosidase pode amenizar este problema, sendo uma das enzimas quedemonstrou uma grande ação sobre a redução da excreção de nitrogênio nas excretasde frangos de corte (Lima et al., 2005).

A utilização de quelatos metal-aminoácidos

Os microminerais da dieta podem se constituir em agentes poluidores seexcretados nas fezes em grandes quantidades. Os microminerais geralmentesuplementados nas dietas são o ferro, cobre manganês, zinco, selênio e iodo. O cobreé um micromineral essencial aos suínos e atua como promotor de crescimento quandoutilizado em níveis de 150 a 250 ppm. O zinco, também essencial, quando adicionadoem níveis de 2400 a 3200 ppm, na forma de óxido, em dietas de leitões desmamados,também atua como promotor de crescimento, aumentando o ganho de peso, o

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consumo de ração e reduzindo a incidência da diarréia pós desmame. Devido ao baixocusto, estes minerais tem sido largamente utilizados em dietas de suínos, muitas vezessem critérios com embasamento científico. A utilização de altos níveis de Cu nas dietaspode ser motivo de preocupação pois altas quantidades serão excretadas nas fezesdiminuindo a ação bacteriana em lagoas de decantação aumentando o odor dosdejetos (COFFEY, 1992).

Quando um ligante ou agente quelatante se liga a um metal é formado umcomplexo denominado quelato, que dependendo das características químicas damolécula resultante pode favorecer ou reduzir a absorção do metal. Um quelato metal-aminoácido é definido então como o produto formado pela reação de um mol de um íonmetálico de um sal solúvel com um a três moles de aminoácidos formando ligaçõescoordenadas covalentes (Ashmead, 1992). Esses quelatos metal-aminoácidosaumentam a absorção dos minerais e podem se constituir em uma alternativa para aredução dos níveis de microminerais adicionados na dieta e possivelmente nos dejetostambém.

Em um estudo visando comparar a suplementação de ferro através do sulfato deferro (FeSO47H2O) com o Fe na forma de quelato, em dietas para leitões após odesmame, Hackenhaar (1996) observou-se que o nível de 10 ppm Fe na formaquelatada foi equivalente a 100 ppm de Fe na forma de sulfato quanto aos resultadosde desempenho dos animais. Embora não se avaliou o efeito dessas fontes sobre acomposição dos excrementos, esse estudo despertou interesse de outrospesquisadores no potencial de utilização dessa tecnologia para o controle da poluiçãoambiental por dejetos animais.

O cobre e o zinco na forma orgânica (quelatos), ligados a aminoácidos ou apequenos peptídeos são mais estáveis não reagindo com outros componentes dadieta, podendo ser rápidamente absorvidos e resultando em melhor desempenho(Ashmead, 1992, Hackenhaar, 1995).

Lima et al. (1999 a, b) estudaram o efeito de diferentes fontes e níveis de cobree zinco sobre o desempenho dos animais e a excreção destes minerais nas fezes desuínos em crescimento e terminação. Os tratamentos estudados foram os seguintes:T1 - dieta à base de milho e farelo de soja, suplementada com vitaminas e minerais,com 4 e 3 ppm de cobre e 60 e 50 ppm de zinco, nas fases de crescimento eterminação, respectivamente, provenientes de sulfato de cobre e óxido de zinco; T2 -semelhante à T1, porém com 20 ppm de cobre e 150 ppm de zinco, nas fases decrescimento e terminação, provenientes de sulfato de cobre e óxido de zinco; T3 -semelhante à T1, porém com 4 e 3 ppm de cobre e 150 ppm de zinco, nas fases decrescimento e terminação, respectivamente, provenientes de cobre quelatado e óxidode zinco; T4 - semelhante à T1, porém com 20 ppm de cobre e 30 ppm de zinco, nasfases de crescimento e terminação, provenientes de sulfato de cobre e zinco quelatado;T5 - semelhante à T1, porém com 4 e 3 ppm de cobre e 30 ppm de zinco, nas fases decrescimento e terminação, respectivamente, provenientes de cobre e zinco quelatados.De acordo com os dados apresentados nas Tabelas 13 e 14, estes autores concluíramque as fontes quelatadas de cobre e zinco, em níveis menores àqueles normalmenteutilizados quando se suplementa com fontes tradicionais (sulfato e óxido), promoveramredução na excreção de 33 e 8%, respectivamente para o cobre e o zinco, sem

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prejuízo para o desempenho dos animais.

Tabela 13. Efeito do nível e fonte de Cu e Zn sobre o ganho diário de peso (GDP), consumo diário deração (CDR), conversão alimentar (CA), nas fases de crescimento (1-35 dias), terminação(35-77 dias) e período total de experimento (1-77 dias), e características de carcaça desuínos (Lima et al., 1999b).

T1 T2 T3 T4 T5 Efeito

GDP 1-35 dias, kg/dia 0,920 0,911 0,876 0,918 0,885 NS ( P= 0,84 )

GDP 35-77 dias, kg/dia 1,043 1,036 1,032 1,073 1,062 NS ( P= 0,92 )

GDP 1-77 dias, kg/dia 0,987 0,979 0,961 1,003 0,981 NS ( P= 0,89 )

CDR 1-35 dias, kg/dia 2,016 2,034 1,977 1,986 1,939 NS ( P= 0,80 )

CDR 35-77 dias, kg/dia 3,078 3,115 3,101 3,031 3,099 NS ( P= 0,96 )

CDR 1-77 dias, kg/dia 2,595 2,624 2,590 2,556 2,572 NS ( P= 0,95 )

CA 1-35 dias 2,20 2,24 2,26 2,18 2,20 NS ( P= 0,77 )

CA 35-77 dias 2,96 3,02 3,00 2,84 2,94 NS ( P= 0,70 )

CA 1-77 dias 2,64 2,68 2,70 2,56 2,63 NS ( P= 0,67 )

Peso da carcaça, kg 77,13 76,53 75,43 78,45 76,64 NS ( P= 0,75 )

Espessura toucinho, mm 21,10 19,05 19,40 17,30 17,25 NS ( P= 0,18 )

Profundidade lombo, mm 53,90 54,90 52,65 58,05 52,40 NS ( P= 0,14 )

Porcentagem carne magra 54,17 55,32 54,91 56,86 55,46 NS ( P= 0,11 )

NS = não significativo.

Utilização de restrição alimentar

O emprego da técnica de restrição alimentar em suínos em terminação reduz ovolume de fezes produzido, bem como a excreção diária de fósforo, nitrogênio e outrosminerais, porque há redução no consumo de ração e aumento na eficiência alimentar.

Marcato (1997) observou que suínos em terminação submetidos restriçãoalimentar de 15,57% apresentaram aumento médio de 7,84 dias para alcançar o pesode abate, mas mesmo assim houve uma redução na quantidade de fezes excretadasde 26,48% em base seca, e uma redução na excreção de 20,16% de N, 9,11% de P,10,8% de Ca, 5,17% de Mg, 2,88% de Na, 10,42% de K e 32,71% de Zn. Esse fato édecorrente, principalmente devido a redução no consumo uma vez que a relaçãomineral excretado : mineral consumido não foi significativa para maioria das variáveistestadas (Tabela 15). Quando o autor estudou a relação entre a quantidade de fezesexcretadas e o consumo de ração, esta foi similar (P=0,41) independente do nível derestrição imposto aos animais. Isso indica que a digestibilidade não foi afetada peloconsumo. As relações das quantidades de fósforo e nitrogênio excretadas:consumidasnão foram diferentes entre os tratamentos indicando que o grau de aproveitamentopelos animais não variaram em função da quantidade oferecida.

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Marcato e Lima (2005) submeteram suínos em terminação a uma restrição de1,6 e 8,54%, e conforme pode ser observada na Tabela 16, os animais que sofreramrestrição de ração reduziram a quantidade de fezes excretadas em base seca. Obteve-se também uma redução significativa na excreção de fósforo e nitrogênio quando serestringiu a quantidade de alimento fornecido.

Considerações finais

Uma parte representativa dos nutrientes dietéticos acabam sendo excretadospelos suínos. Cabe ao nutricionista lançar mão de diversas técnicas para minimizar odesperdício de insumos, aumentando a rentabilidade dos sistemas de produção emelhorando o ambiente.

A questão dos dejetos suínos não se constitui apenas em problema do setorprodutivo de suínos apenas. Ela tem inter-relação com todas as atividades que de certaforma afetam a qualidade do meio ambiente, as quais, somados os seus efeitos, dãocomo resultado a qualidade da natureza que temos ao nosso redor. Desta forma,emissões de resíduos industriais, alterações no ecossistema e mesmo a produção deoutras espécies animais acarretam problemas similares e interligados uns com osoutros, constituindo-se em alguns exemplos da complexidade desse problema. Essaquestão deve ser tratada amplamente pela sociedade, sem apegos particulares, masde maneira técnica e precisa, visando a qualidade de vida das populações, oatendimento dos anseios do consumidor e o desenvolvimento sustentável de nossaAgricultura.

Tabela 14. Efeito do nível e fonte de suplementação de cobre e zinco sobre a excreção de fezes e balanço de matéria mineral de fezes de suínos emterminação (Lima et al., 1999a).

T1 T2 T3 T4 T5 Efeito

Fezes excretadas, g/dia 990 981 1058 1149 1188 NS (P=0,80)

Consumo de ração, kg/dia 2,68 3,16 2,66 3,51 3,55

Matéria mineral, base matéria seca

Consumida, g/dia 171,33 201,90 172,37 222,01 224,93BaixoXAdequado (P=0,09)

ZnOXZnQuel (P=0,007)

Excretada, g/dia 55,77 51,21 55,91 64,63 68,58 NS (P=0,28)

Relação excretado: consumido, % 32,55 25,36 32,43 29,11 30,48 NS (P=0,46)

Cobre, base matéria seca

Consumido, g/dia 0,040 0,074 0,043 0,089 0,069

BaixoXAdequado (P=0,0001)

AdequadoXCu e Zn quel (P=0,10)

CuSO4XCuQuel (P=0,0001)

ZnOXZnQuel (P=0,0001)

Excretado, g/dia 0,020 0,036 0,017 0,042 0,017

BaixoXAdequado (P=0,0009)

AdequadoXCu e Zn quel(P=0,004)

CuSO4XCuQuel (P=0,0001)

Relação excretado: consumido, % 49,64 48,65 39,53 47,19 24,64

AdequadoXCu e Zn quel (P=0,01)

CuSO4XCuQuel (P=0,001)

ZnOXZnQuel (P=0,04)

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Continuação...

Zinco, base matéria seca

Consumido, g/dia 0,218 0,382 0,318 0,175 0,152

BaixoXAdequado(P=0,0001)

AdequadoXCu e Zn quel(P=0,0001)

CuSO4XCuQuel (P=0,02)

ZnOXZnQuel (P=0,0001)

Excretado, g/dia 0,126 0,209 0,250 0,093 0,105

BaixoXAdequado(P=0,0001)

AdequadoXCu e Zn quel(P=0,0005)

CuSO4XCuQuel (P=0,06)

ZnOXZnQuel (P=0,0001)

Relação excretado:consumido, % 57,80 54,71 78,62 53,14 69,08 CuSO4XCuQuel (P=0,001)

NS = não significativo

Contrastes: baixoXadequado = T1XT2; adequadoX Cu e Zn quelatados = T2X(T3+T4+T5); CuSO4XCuQuel = (T2+T4)X(T3+T5); ZnOXZnQuel = (T2+T3)X(T4+T5).

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Tabela 15. Efeito da restrição alimentar sobre o consumo de ração e nutrientes, quantidade de fezes eelementos excretados e relação dessas variáveis.

Parâmetros Tratamentos

(Valores expressos em base de matéria seca) À vontad e 15,57% EPM P=F

Consumo de ração, g/d 2912 2487 147 0,027

Fezes excretada, g/d 384 282 27 0,008

Relação excretado:consumido (%) 13,19 11,35 0,88 0,05

Fósforo

Consumido, g/d 11,70 11,55 0,63 0,87

Excretado, g/d 6,82 5,42 0,40 0,01

Relação excretado: consumido, % 58,29 46,93 3,35 0,008

Nitrogênio

Consumido, g/d 69,21 68,19 3,75 0,85

Fezes excretada, g/d 15,67 10,94 1,27 0,02

Relação excretado:consumido, % 22,64 16,04 1,72 0,008

Sódio

Consumido, g/d 2,67 1,97 0,13 0,0004

Excretado, g/d 0,66 0,50 0,06 0,05

Relação excretado:consumido, % 24,72 25,38 3,16 0,97

Cobre

Consumido, mg/kg/d 55,80 141,40 5,97 0,0001

Excretado, mg/kg/d 73,97 101,47 1,49 0,05

Relação excretado:consumido, % 132,56 71,76 15,48 0,01

Manganês

Consumido, mg/kg/d 51,78 73,85 3,51 0,0001

Excretado, mg/kg/d 50,16 50,94 3,30 0,87

Relação excretado: Consumido, % 96,87 68,98 4,87 0,0002

Zinco

Consumido, mg/kg/d 364,96 192,32 15,70 0,0005

Excretado, mg/kg/d 249,59 146,86 15,40 0,0005

Relação excretado: Consumido, % 68,39 76,36 5,63 0,37

EPM = Erro padrão da média.

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Tabela 16. Efeito da restrição alimentar sobre os valores médios, na matéria seca, de consumo deração, fezes excretadas, relação excretado: consumido dessas variáveis, fosfóro, nitrogênio,sódio, cobre e zinco.

Restrição

Parâmetros à vontade 1,6% 8,54% EPM P=F P=t

Consumo de ração, g/d 1441 a 1418 a 1318 b 27 0,003 0,01

Fezes excretada, g/d 200 a 181 b 182 b 9 0,13 0,17

Relação excretado: consumido (%) 13,88 12,76 13,78 0,60 0,41

Fósforo

Consumido, g/d 8,18 a 8,05 a 7,48 b 0,15 0,003 0,01

Excretado, g/d 5,74 a 5,18 b 5,14 b 0,25 0,09 0,11

Relação excretado: consumido, % 70,17 64,35 68,72 2,90 0,36

Nitrogênio

Consumido, g/d 39,26 a 38,63 a 35,91 b 0,74 0,003 0,01

Fezes excretada , g/d 5,72 a 5,20 ab 5,01 b 0,31 0,13 0,11

Excretado na urina, g/d 15,58 15,26 14,35 0,60 0,33

Total de nitrogênio excretado, g/d 21,30 a 20,46 ab 19,35 b 0,72 0,09 0,06

Relação excretado: consumido, % 54,25 52,96 53,91 1,36 0,80

Cobre

Consumido, mg/kg/d 12,19 a 11,99 a 11,15 b 0,02 0,003 0,01

Excretado, mg/kg/d 12,01 10,39 10,97 0,09 0,43

Relação excretado: consumido, % 98,52 86,66 98,38 7,64 0,44

Zinco

Consumido, mg/kg/d 206,23 a 202,93 a 188,63 b 3,88 0,003 0,01

Excretado, mg/kg/d 194,96 179,94 180,70 7,78 0,32

Relação excretado: consumido, % 94,53 88,67 95,80 3,34 0,31a,b,c Médias na mesma linha com diferentes letras diferem, duas a duas, pelo teste t ao nível de significância indicado, desde que ovalor de P obtido no teste F foi menor que 0,15.

EPM = Erro padrão da média.

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ADITIVOS PARA RAÇÕES E A PESQUISA AMBIENTAL BRASILE IRA

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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E PRODUÇÃO DE SUÍNOS:AS EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS

Julio Cesar Pascale PalharesEmbrapa Suínos e Aves

Aprendendo com quem já aprendeu

É possível produzir suínos de forma ambientalmente correta?

A resposta a esta pergunta é SIM! Mas este SIM deve ser consenso entre todosos atores da cadeia produtiva. Caso haja alguma dúvida por parte de algum ator, estadeve ser esclarecida. Os países que atingiram uma relação saudável entre produçãode suínos e ambiente, conseguiram isso a partir de esforços, comprometimentos eestabelecimento de objetivos comuns entre todos.

Como produzir suínos de forma ambientalmente correta?

Certamente, isso não é difícil. Esta afirmação se baseia nos instrumento que osoutros países utilizaram. O que torna esse ambientalmente correto complexo e difícil deser atingido são os interesses diferentes e difusos presentes na cadeia produtiva. Osinteresses sempre existirão, afinal o ambientalmente correto envolve seres humanos einteresses públicos e privados. Portanto, a estratégia não deve ser fazer com que todostenham os mesmos interesses, mas sim, que os vários interesses sejam consideradosna estratégia. A partir deste ponto, pode-se dizer que a produção tenderá a umasituação ambiental mais equilibrada.

Entre os vários instrumentos utilizados por países tradicionais na produção desuínos como Holanda, Dinamarca, França, Alemanha, Canadá e Estados Unidos daAmérica existe um que sempre está presente: a legislação ambiental e suas regulaçõese diretrizes.

Comparando-se a legislação européia e norte americana com a brasileira,concluí-se que a nossa ainda é muito simples. Portanto, se o Brasil quiser atingir aposição de maior produtor de proteína animal do mundo, não só com custo competitivo,mas também com qualidade ambiental, aprimoramentos da legislação nacional terãoque ser realizados. Não defende-se a simples cópia das leis internacionais, isso seriadesastroso. Defende-se a consideração dos conceitos presentes nestas leis, que jáforam validados e se provaram viáveis economicamente e aceitos socialmente.

A partir destes conceitos e considerando as características econômicas,culturais, sociais e ambientais do Brasil, aprimoramentos serão promovidos nalegislação e nas leis de licenciamento da atividade.

O aprimoramento não é um processo simples e rápido pois deve serparticipativo. Se todos os atores da cadeia produtiva não se identificarem com asregulações e diretrizes, dificilmente, essas serão implementadas à campo. Oaprimoramento também não é um processo único, ele deve ser dinâmico, pois tudo queconsta na lei deve estar baseado no conhecimento e como este evolui, a lei deveinternalizar essa evolução. A não revisão da lei a fim de que esta seja atualizada

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tecnicamente, conduzirá a conflitos entre os atores da cadeia produtiva e ao nãocumprimento das exigências legais.

Os países membros da OECD impuseram grandes restrições nas suaslegislações relacionadas ao manejo dos dejetos animais e emissão de gases por essesresíduos, acredita-se que uma conseqüência disso seja a migração dessas produçõespara os países latinos e do Leste asiático (OECD, 2004). FAO (2006), constata que aprodução animal está movendo-se das áreas que apresentam elevadas restriçõesambientais para áreas com menor exigência a fim de evitar o controle ambiental.

Paralelo a escala de produção, a produções animais geograficamente tem-seconcentrado em áreas onde os custos de produção são baixos, a infra-estrutura eacesso aos mercados estão desenvolvidos e as legislações ambientais são menosrestritivas. Naylor et al. (2005), alertam que o desafio ambiental para as produçõesanimais está nos países em desenvolvimento, devido as legislações pouco restritivas eos órgãos ambientais desestruturados, além de não existirem fundos de financiamentodirecionados a mitigação dos problemas ambientais.

As perspectivas e cenários delineados por agências internacionais evidenciamque a regulação legal da produção animal é extremamente necessária em nosso país afim de que esse se torne um grande produtor dessa proteína para o mundo, masconservando seus recursos naturais em quantidade e qualidade, pois sem adisponibilidade desses, a produção facilmente migrará. Estas mesmas agênciasatestam que o desenvolvimento e a cobrança da legislação ambiental se dão quantomais intensificadas se torna a produção animal (Palhares, 2008).

Em publicação do Banco Mundial, cita-se que legislar sobre a produção animal éalgo complexo e deve-se considerar a interação entre o público é o privado. Essacomplexidade é dada pelas diversas interações entre: a pecuária e as legislaçõesambientais, os mercados, as práticas de manejo animal vigentes, mudançasestruturais, desenvolvimento tecnológico e preferências sociais. A OECD, tambémdestaca esta complexidade, concluindo que um arcabouço legal eficiente e eficaz pararegular a produção agropecuária somente será construído tendo-se disponibilidade deinformações para se traçar as estratégias e instrumentos econômicos para sustentar asestratégias traçadas.

A diversidade dos sistemas produtivos animais e suas interações fazem com queas análises entre produção animal e meio ambiente sejam complexas e muitas vezescontraditórias. Portanto, um programa ambiental para este setor deve ser caracterizadopor uma abordagem integrada no qual legislação e tecnologias são combinadas em umpainel com objetivos múltiplos (FAO, 2006). Devido a fatos como estes, as instituições,sejam em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, não têm dado a devidaimportância para este setor a fim de regular as questões ambientais da produçãoanimal. Esta cresce assustadoramente em alguns lugares e convive com a pobreza emoutros. Embora considerada parte da agricultura, a produção animal apresentoucrescimentos semelhantes ao setor industrial em alguns países, sem a devidaconsideração dos limites ambientais. Paralelo a isto, as políticas públicas para o setornão acompanham o rápido desenvolvimento tecnológico e crescimento das produções.Assim, as leis e programas ambientais são implementados após consideráveis danos

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ambientais. O foco continua sendo a proteção e a recuperação o que insere elevadoscustos. O correto seria o foco na prevenção e mitigação dos riscos ambientais.

As legislações ambientais que licenciam as produções animais devem (OECD,2003):

• estipular objetivos realísticos- considerando o equilíbrio ambiental, econômico esocial, identificando áreas críticas de conflito entre a realidade sócio-econômica eas condições ambientais e identificando políticas para minimizar estes conflitosatravés do delineamento de acordos;

• desenvolver indicadores e implementar ações a fim de monitorar a eficácia eeficiência das leis e políticas, detectando os efeitos desejáveis e indesejáveis;

• corrigir as leis e políticas que não estejam promovendo a conservação ambiental;

• disponibilizar suporte financeiro, objetivando acelerar a adoção de soluçõesganha-ganha.

A FAO cita que vários instrumentos podem ser utilizados para resolução emediação dos conflitos ambientais na produção animal. Os instrumentos que aparecemcom maior freqüência são os Financeiros (76%) e os Regulatórios (56%). OsFinanceiros que podem ser entendidos como linhas de crédito, subsídios, etc., são umtipo de instrumento exigido constantemente pelos atores da cadeia produtiva. Osinstrumentos Regulatórios são os mais contestados pelos atores da cadeia suinícola,pois determinam padrões técnicos e de emissão de poluentes, também sãofundamentais para a produção animal, pois inserem uma mecanismo de controle sobreo uso dos recursos naturais pelas atividades.

Legislações ambientais relacionadas a suinocultura

Como o país possui um histórico recente em legislações relacionadas àsuinocultura e considerando que outros países possuem um histórico maior, ondeinstrumentos legais foram testados e validados, listam-se abaixo os países com maiorexperiência nesse tipo de legislação e os principais tópicos de suas leis. Os tópicos emitálico têm semelhança com o que há nas legislações brasileiras.

Ásia-australasia

Malásia - legislação criada em 1984

• áreas específicas para produção de suínos, onde o controle da poluição éobrigatório;

• suinocultores que não dispõem de área para disposição dos dejetos e/ou recursospara financiar o tratamento, são incentivados a enviar os dejetos para unidadescentrais de tratamento.

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Nova Zelândia - legislação criada em 1990

• elaboração de guias de Boas Práticas para Produção animal.

Taiwan

• suinocultores obrigados a tratar os resíduos a partir de determinações legais.

Europa

Bélgica - legislação criada em 1991

• estipulados níveis máximos de aplicação de nitrogênio e fósforo no solo de acordocom a cultura produzida;

• permissão para aplicação dos dejetos no solo somente em algumas épocas doano;

• criado um banco de resíduos para os produtores com falta de área paraaplicação.

Dinamarca - legislação criada em 1987

• exige-se capacidade de armazenagem para 12 meses;

• 40-50% das áreas agrícolas devem ser cultivadas com culturas de inverno;

• deve-se ter uma documentação completa do uso de resíduos como adubo.

França - legislação criada em 1992

• tem autorização ambiental ou licenciamento ambiental;

• estabelece distâncias entre as instalações de suínos e de resíduos em relação afontes, poços, estradas e residências;

• é obrigatório o uso de hidrômetros nas instalações;

• os sistemas devem estar cercados;

• não pode haver mistura entre águas de drenagem efluentes;

• tempo de armazenagem deve ser de 4 meses;

• toda forma de aplicação de resíduos no solo deve estar documentada;

• a fertilização é feita tendo como referência o nitrogênio e o balanço de nutrientes;

• descarga de efluentes em corpos d’água é permitida de acordo com padrõesestipulados.

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Alemanha

• legislação variável de acordo com o Estado;

• foi estabelecida uma unidade de resíduo (= 80 kg de N);

• em áreas que ultrapassavam os limites de fertilização, a suinocultura foirestringida;

• manejo nutricional para redução da excreção de N.

Reino Unido - legislações criadas em 1988, 1989 e 1990

• criação de um código de boas práticas agrícolas para conservação dos recursoshídricos;

• estabelece distâncias mínimas para aplicação; em áreas de risco, o limite máximode aplicação de efluente é de 50 m3/ha/ano;

• referencial para aplicação no solo é o N;

• tempo de armazenagem deve ser de 4 meses;

• estabelece áreas sensíveis e áreas de precaução ao nitrato.

Holanda - legislações criadas em 1984 e 1987

• uso como fertilizante é feito com base na quantidade N ou de P (sendo o fósforo oreferencial para áreas sensíveis);

• produtor recebe uma quota anual de aplicação de resíduo no solo e se forcolocado excesso de N ou P por hectare, deve ser paga uma taxa;

• a aplicação no solo só é permitida com incorporação do resíduo;

• proibido aplicar dejeto em determinadas épocas do ano;

• toda forma de aplicação de resíduos no solo deve estar documentada;

• incentiva o manejo nutricional ambientalmente correto;

• estipula metas para redução da emissão de amônia;

• criado um banco de resíduos;

• estabelece incentivos financeiros para a secagem e o transporte dos dejetos paraoutras áreas;

• estipula prêmios e/ou diminuição de taxas para as melhores propriedades.

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América do Norte

Estados Unidos

• existem diversas leis federais que regulam o manejo de resíduos animais e cadaEstado tem sua própria legislação;

• a descarga de efluentes animais em corpos d’água superficiais é regulada por umlei federal (Clean Water Act) e cada Estado pode estipular seus padrões delançamento desde que não sejam menos restritivos que o federal;

• produtor deve provar, a partir de um projeto, que sua criação não poluirá a água;

• os resíduos podem ser aplicados no solo tendo como referência os conceitosagronômicos e a apresentação de um plano de manejo de nutrientes;

• as instalações de armazenamento e tratamento devem ser revestidas ou dealvenaria;

• alguns estados estipularam “zonas de produção animal”;

• é obrigatório uma nova licença se houver expansão da produção ou construçãode novas instalações;

• trânsito de animais nas áreas de mata ciliar deve ser controlado ou proibido,dependendo do propósito desta. A travessia de cursos d’água pelos animais ou ouso destes como bebedouro devem ser restritos e controlados a fim de minimizaro impacto nestas matas (critérios do Serviço de Conservação dos RecursosNaturais).

Canadá (com ênfase na província de Manitoba)

• existem várias legislações que incidem sobre o manejo ambiental da produção,regulando a emissão de odores e gases, o manejo dos dejetos e carcaças, o usodos dejetos como adubo, o uso do solo, a outorga para o uso da água, os planosde bacias hidrográficas e as zonas sensíveis a qualidade da água;

• os resíduos podem ser aplicados no solo tendo como referência os conceitosagronômicos e a apresentação de um plano de manejo de nutrientes;

• os profissionais que assinam os planos de manejo de nutrientes devem terparticipado de um curso de capacitação relacionado a essa metodologia e seremfiliados a associações específicas;

• os profissionais/empresas que realizam a aplicação dos dejetos no solo devempossuir uma capacitação, certificação e licença para essa prática;

• dejetos na forma sólida podem ser armazenados a campo desde que uma sériede medidas sejam tomadas (proteção de nascentes, rios, poços, etc.), devendoser removidos da área anualmente e essa colocada em descanso;

• ao transportar dejetos na forma líquida, qualquer derramamento acima de 50 Ldeve ser reportado ao órgão competente;

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• instalações de animais, estruturas de armazenagem de dejetos, composteiras,etc. devem ser locadas a 100 m de nascentes, rios e poços, sendo que a áreadeve ser vegetada;

• quando é solicitada uma licença ambiental, três possibilidades podem ocorrer:licença aprovada, licença aprovada para um tamanho específico de plantel elicença não-aprovada;

• cada municipalidade á obrigada a determinar as áreas passíveis de seremutilizadas para produção animal

• Em decorrência dos conflitos ambientais vigentes na província de Manitobadevido a elevada concentração suinícola, o governo canadense solicitou que umaComissão Técnica elaborasse um relatório indicando ações para minimizar osconflitos (MCEC, 2007). Uma das conclusões da Comissão, após analisar as leisde licenciamento para suinocultura ao redor do mundo, foi que essas legislaçõestêm em comum as seguintes diretrizes:

• são determinadas as épocas do ano para aplicação dos dejetos no solo e éproibido o uso em algumas estações;

• obrigatoriedade de licença para as instalações destinadas ao armazenamento etratamento dos dejetos e para o manejo destes;

• regulamentações para a capacidade de armazenamento de dejetos;

• plano de manejo de nutrientes, devendo conter análises dos dejetos e dos solos,e aplicação dos dejetos baseada na quantidade de nitrogênio ou fósforo que podeser absorvida pela cultura vegetal;

• as práticas para a disposição dos dejetos são estipuladas (injeção ouincorporação), sendo a aplicação superficial proibida;

• avaliação das áreas sensíveis e zonas vulneráveis da propriedade;

• necessidade de outorga para o uso da água;

• plano de monitoramento da qualidade da água;

• proibição de descartar os dejetos em corpos d’água;

• presença de matas ciliares para proteção dos corpos d’água;

• considerar as decisões e o plano de manejo elaborado pelo Comitê da BaciaHidrográfica;

• controle da emissão de gases e odores;

• uso de “cercas vivas” para diminuir o impacto dos odores;

• uso de tecnologias nutricionais para diminuir a excreção de nutrientes;

• controle da disposição das carcaças;

• produtor tem que ter uma capacitação ambiental para obter a licença;

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• realizar audiências públicas e disponibilizar todas as informações doempreendimento para sociedade;

• permissão municipal para grandes propriedades;

• considerar os programas relacionados a sanidade animal e ao uso de antibióticos.

As diretrizes em itálico são aquelas exigidas pelas leis de licenciamento noBrasil. Nota-se que muitas das diretrizes, comuns em vários países, não são exigidaspela legislação brasileira. Certamente, negociações deverão ocorrer entre a cadeiaprodutiva, a sociedade e os órgãos ambientais para que a legislação nacional sejaaprimorada. Não deve-se ter como possibilidade a manutenção das leis delicenciamento da atividade na forma que hoje elas se apresentam, bem como defenderuma regulamentação mais frouxa.

Considerando as diretrizes citadas e que não estão presentes nas legislaçõesnacionais, duas delas deveriam ter prioridade para serem internalizadas pelas nossasleis. A que trata do plano de manejo de nutrientes e distribuição dos dejetos no solo. Aexigência deste plano reduziria, significativamente, um dos maiores problemasambientais da suinocultura nacional que a caracteriza como uma fonte de poluiçãodifusa. O plano possibilitaria o uso correto dos dejetos como adubo, diminuindo osriscos de eutrofização das águas superficiais, contaminação das águas subterrâneaspor nitrato, redução da contaminação dos solos e emissão de gases para atmosfera,principalmente a amônia.

A outra diretriz é a que estabelece o controle da emissão de gases e odores.Num momento em que o mundo discute as conseqüências das mudanças climáticaspara o planeta, sendo o Brasil um país que terá grande impacto em sua produçãoagropecuária se os cenários se comprovarem, a suinocultura nacional não pode sercaracterizada como uma emissora constante de gás carbônico, metano e amônia.Juntamente a esses gases, o odor emitido pelo manejo incorreto dos dejetos já émotivo de conflitos entre a produção e as comunidades do entorno. Esses conflitostendem a ser agravados, pois as cidades estão ficando mais próximas das zonasprodutivas. Pesquisas já relacionam a exposição a esses odores a problemas desaúde.

Os avanços tecnológicos relacionados a criação e ao manejo dos dejetos desuínos; o intenso processo de concentração da produção e aumento da escalaprodutiva; a escassez de recursos naturais, notadamente a água, em algumas regiõesprodutoras; a representativa fonte de poluição pontual e difusa que a suinoculturainsere com potenciais comprometimentos quantitativos e qualitativos das águas, solo ear; a preocupação do setor agroindustrial e cooperativo em produzir produtosambientalmente corretos, desde a geração da matéria prima até o cumprimento daresponsabilidade social da empresa; a maior conscientização da sociedade para asquestões ambientais e conseqüente cobrança à esfera pública para que esta formulepolíticas de desenvolvimento com benefícios ambientais; as exigências dos mercadosconsumidores internos e externos relacionadas a segurança dos alimentos,rastreabilidade, certificações, denominações de origem, etc.; as legislações ambientais,cada vez mais presentes no dia a dia da produção, servindo como um referencial para

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tomada de decisões pelo produtor, agroindustrias, cooperativas, distribuidores econsumidores.

Todas estes tópicos fazem parte do cotidiano da produção suinícola nacional,portanto políticas, regulamentações, diretrizes, programas devem ser pensados,elaborados, implementados e monitorados a fim destes tópicos serem cada vez maisinternalizados e satisfeitos pelos atores da cadeia produtiva.

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