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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O MARKETING E A PIRATARIA NO MERCADO FONOGRÁFICO Por: William Lopes Gomes Orientador Prof. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING E A PIRATARIA NO MERCADO FONOGRÁFICO

Por: William Lopes Gomes

Orientador

Prof. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING E A PIRATARIA NO MERCADO FONOGRÁFICO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Marketing

Por: William Lopes Gomes.

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AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus

pela oportunidade de poder concluir esta

pós-graduação, que apesar das muitas

dificuldades não me deixou esmorecer.

A orientadora Fabiane, pela orientação e

paciência na elaboração desta monografia.

A minha companheira Luana Cristine que

muito contribuiu com sua paciência e carinho

nos momentos de dificuldade.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em especial aos

meus pais e a todas as pessoas que

passaram em minha vida e puderam

agregar em minha vida pessoal e

profissional.

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RESUMO

O presente trabalho aborda o tema marketing e pirataria no mercado

fonográfico, discutindo as etapas do processo de marketing, desde a análise de

mercado até a distribuição de imagem do artista. Apresenta-se o mercado

fonográfico e suas as empresas e associações. Analisamos também a pirataria e o

novo modelo de negócio, o chamado negócio virtual. Além disso, poderemos

analisar o comportamento do consumidor através de pesquisa, assim como o

mercado atual. A pesquisa será dirigida, tanto aos fins, de forma descritiva e

explicativa. A pesquisa descritiva dispõe características de determinada população

ou determinado fenômeno, pode também estabelecer correlações entre variáveis e

definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,

embora sirva de explicação. A investigação explicativa têm como principal objetivo

tomar algo inteligível, justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais os

fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinados

fenômenos. No tocante dos meios de investigação: pesquisa bibliográfica é o estudo

sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas,

jornais, pesquisa de internet, estudo de caso, pesquisa de campo, redes eletrônicas,

isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para

qualquer tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma.

PALAVRAS-CHAVE: Marketing, Mercado Fonográfico, Pirataria e Consumidor

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METODOLOGIA

A metodologia empregada para elaboração deste trabalho limitou-se às

normas impostas pela instituição de Ensino.

Dessa forma partiu-se para:

• Pesquisas bibliográficas através de artigos de autores que são grandes

conhecedores do assunto em questão.

• Como não podia deixar de ser, através da grande rede – a Internet.

• Estudo de caso sobre o assunto abordado neste trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

I MARKETING 9

1.1 ANÁLISE DE MERCADO 14

1.2 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO 16

1.3 PLANEJAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO 19

II MERCADO FONOGRÁFICO 20

2.1 AS GRAVADORAS. 21

2.1.1 As Associações 22

2.1.2 O Big Five 24

2.2 PIRATARIA 27

2.3 UM NOVO MODELO DE NEGÓCIO 30

III OS DADOS DO ATUAL MERCADO 34

3.1 ESTUDO DE CASO 35

CONCLUSÃO 39

REFERÊNCIAS 40

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INTRODUÇÃO

O mercado fonográfico passa por um momento de crise, está encolhendo.

Os números que antes ultrapassavam um bilhão, agora estão restritos a cerca de

615 milhões de reais.

Os investimentos vêm diminuindo progressivamente, já sendo apontada a

possibilidade da volta maciça da música internacional no país, que é um dos que

mais vendem catálogo nacional.

A tecnologia trouxe a possibilidade de pensar em música de uma nova

forma. Não mais é necessário ficar preso ao formato: K-7, CD ou DVD. A música

continua sendo a mesma, dessa vez livre de formatos, ou com um formato novo: o

MP3.

Uma das origens, o MP3 vem ensinando a indústria que a velocidade da

mudança tende a ser mais rápida e que os seus impulsionadores, os consumidores,

têm que ser ouvidos.

A queda nas vendas vem sendo discutida não só pelo mercado fonográfico

como também pela Polícia Federal e pelo governo. A pirataria é pivô dessa

discussão, sendo apontada como maior fator para essa queda.

O objetivo desse trabalho, de maneira geral, é analisar o processo

mercadológico que envolve a compra e venda de CD’s; e de forma mais específica,

analisar o comportamento do consumidor em relação a pirataria, assim nos

remetendo a nossa pesquisa.

A quantidade de dados e livros é bastante escassa, basicamente por dois

motivos. Primeiro, pelo fato de essa indústria não ter se profissionalizado ao longo

de sua história. Não existem cursos acadêmicos, como na publicidade, por exemplo.

Segundo, pelo fato de que só agora, com a queda nas vendas, é que os executivos

estão percebendo a necessidade de estudar o seu mercado. Em assim sendo, este

trabalho foi dividido em três capítulos.

No primeiro, faz-se uma revisão de literatura abordando o marketing

tradicional, tais como a análise de mercado, o desenvolvimento de um produto e o

Planejamento de distribuição e estratégias de promoção.

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O segundo capítulo apresenta o mercado fonográfico, as empresas que dele

participam e suas instituições. Discute ainda, a pirataria e apresenta o novo modelo

de negócio que vem se formando a partir dela.

O terceiro, revela dados do mercado fonográfico atual e a pesquisa de

campo realizada na cidade do Rio de Janeiro.

Assim, pretende-se desenvolver um trabalho que estivesse de acordo com

as normas acadêmicas e que possa contribuir de alguma maneira para o tema

estudado.

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CAPÍTULO I

MARKETING

Segundo Cobra (1994), o processo de compra e venda moderno é gerido

pelo marketing. Marketing vem do latim mercari, que significa comercializar,

transacionar. Kotler o define como:

O processo de planejar e executar a concepção, a

determinação do preço (pricing), a promoção e a distribuição de

idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais. (2002, p.30)

Para Cobra (1994), o marketing nada mais é que uma ferramenta que

transforma o ato de venda supérflua, já que o objetivo real está em conhecer e

compreender o cliente a fim de que o produto se adeque a este, se auto-vendendo.

As atividades do marketing estão, assim, presentes desde a preparação e o

lançamento do produto até o seu eventual declínio.

Na visão de Churchill Jr. e Peter (2003), faz-se necessário perceber, no

entanto, que é também função do marketing evitar ou minimizar o declínio do

produto. O marketing deve ter como base a idéia de criação de valor. Este envolve

necessidades e desejos, desencadeando o processo de troca.

As necessidades dizem respeito, então, aos bens ou serviços que os

consumidores precisam para viver. Já os desejos especificam as necessidades

adicionais, aquelas que ultrapassam o essencial para a vida.

Segundo Cobra, as necessidades são:

Fisiológicas (como sede, fome, sexo), de segurança (sentirem-

se seguras, salvas), sociais (o desejo de pertencer, de receber

atenção ou serem aceitas pelos grupos de companheiros),

estima (auto-respeito, auto-confiança, realização e

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reconhecimento), auto-realização (auto-desenvolvimento e

possibilidade de realização). (1994, p.36)

De acordo com Costa e Crescitelli (2003) , assim como a necessidade, o

desejo é um estimulador do processo mercadológico. Este é um fator psicológico

caracterizado pela vontade de possuir ou adquirir algo. Eles acreditam ainda que o

desejo está intimamente ligado ao ser humano, enquanto a necessidade pode surgir

ou existir em outros públicos (empresas, animais, cidades, etc), O desejo tem uma

maior importância mercadológica, ainda, por nem sempre ser motivado por uma

necessidade atual e sim, por exemplo, por algum benefício adicional.

A obtenção do objeto desejado é realizada, então por meio de uma troca.

Este é o conceito central do marketing, já que a troca só acontece quando as

pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos.

O conceito de troca definido por Costa e Crescitelli:

A troca é, na atualidade, vista como o processo de compra e

venda de um produto/serviço, em que ocorre a oferta pelo

produtor, ou distribuidor e a demanda pelo público-alvo

interessado, seja ele intermediário ou final. Os componentes

principais da troca são (1) o público: que tem a necessidade ou

desejo a satisfazer, a capacidade (poder aquisitivo) de compra

e a disposição para efetuá-la; (2) o produto: adequado às

exigências desse público; (3) a moeda: que representa o valor

da transação. (2003, p.23)

É necessário entender, que nem sempre as trocas têm um valor mercantil. O

lucro é, por vezes, o objetivo principal do mercado. Existem, no entanto, as

entidades sem fins lucrativos que também se utilizam do marketing para realizar

trocas, satisfazer desejos e necessidades.

Encontram-se assim, no marketing, algumas subdivisões a fim de melhor

atender cada objetivo organizacional. Os principais tipos de marketing segundo

Churchill Jr e Peter (2003) são:

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Quadro1: Tipos de marketing:

Tipo Descrição Exemplo

Produto Marketing destinado a criar trocas

para produtos tangíveis

Estratégias para vender os computadores

Infoway

Serviço Marketing destinado a criar trocas

para produtos intangíveis

Estratégias para Hertz para alugar carros

para viajantes

Pessoa Marketing destinado a criar ações

favoráveis em relação a pessoas.

Estratégias para obter votos para Fernando

Henrique Cardoso

Lugar Marketing destinado a atrair

pessoas para lugares

Estratégia para levar pessoas a passar férias

na Bahia

Causa

Marketing destinado a criar apoio

para idéias e questões ou a levar

as pessoas a mudar

comportamentos socialmente

indesejáveis

Estratégias para cobrir o uso de drogas lícitas

ou para aumentar o número de doações de

sangue

Organização

Marketing destinado a atrair

doadores, membros, participantes

ou voluntários.

Estratégias para aumentar o número de

associados do fã-clube do Roberto Carlos

Fonte: CHURCHILL JR.; PETER, (2003. p.5)

Ainda na idéia deles as ferramentas estratégicas utilizadas pela empresa a

fim de criar valor para os clientes e assim alcançar os objetivos da organização são

conhecidos como composto ou mix de marketing.

Sabe-se que o mix de marketing é formado pelas empresas que visam a

influenciar a venda, distribuição e promoção de seus produtos. Essas funções são

divididas entre os 4 P’s do marketing: produto, preço, praça e promoção.

Produto: Um produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às

necessidades e desejos de seus consumidores alvo. Um produto é tudo aquilo

capaz de satisfazer a um desejo.

Conforme Kotler (2005), todas as considerações sobre preços, vias de

distribuição, propaganda, etc. decorrem do estudo do produto e da identificação e

localização daqueles a quem se pretende vender: O MERCADO.

O empresário, ao fazer o planejamento do que vai comercializar, leva em

consideração aspectos qualitativos e também analisa considerações quantitativas,

visando sempre a melhoria do conceito do cliente em relação ao seu produto.

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O consumidor, ao tomar sua decisão de compra, o faz levando em conta

aspectos tangíveis (aspectos que podem ser o tamanho, a cor, o modelo, o estilo, a

embalagem, rotulagem, etc.) e intangíveis (aspectos que podem ser a marca, as

garantias, a imagem, o status que decorre do seu consumo, os serviços agregados,

etc.).

Ainda de acordo com o Kotler (2005), para que se possa ter os

conhecimentos ideais do produto devem ser consideradas três características

básicas:

A qualidade do produto: O conhecimento da qualidade do produto é um fator

de grande relevância, face à concorrência, muito acirrada hoje em dia em qualquer

segmento de mercado. É importante também avaliar os pontos falhos de qualidade e

garantia dos produtos concorrentes, para tomar a iniciativa da comparação. A

garantia também deve ser destacada, visto que são meios pelos quais assegura-se

o consumidor (proteção contra defeitos de fabricação do produto, além dos serviços

agregados ao produto).

A apresentação do produto: A apresentação de um produto é o conduto

diferenciador entre dois ou mais produtos concorrentes. Destaca-se alguns itens na

apresentação que são de vital importância: As cores, por suas conotações estéticas,

mas também devido a fatores emocionais; contam ainda estilo e a moda, que são

elementos importantes no estudo do mercado; a embalagem precisa ser

esteticamente agradável e ter apelo visual. Deve causar impacto, identificando o

produto pelo nome e uso, suas características físicas, seu desempenho no uso, sua

adequação às necessidades de armazenagem e transporte e o seu custo, dentre

outros.

A marca do produto: A marca é o nome, termo, símbolo, grupo de palavras e

letras, desenho ou combinação dos elementos citados, usados para identificar bens

ou serviços de um vendedor ou de um grupo de vendedores. Uma marca conhecida

e bem aceita é uma garantia de influência positiva na tomada de decisão de compra

do consumidor.

Ainda na opinião de Kotler (2005), o preço é o valor que o consumidor está

disposto a pagar no ato da compra de um bem. Pode-se destacar quatro aspectos

essenciais, que norteiam o critério de determinação de preço, são estes:

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O custo: O custo engloba todas as despesas que nele são agregados e

também não se deve esquecer de todos os investimentos em instalações, mobiliário,

máquinas, implementos, dentre outros.

A concorrência: Pode-se afirmar que, de certo modo, qualquer método de

determinação de preços deve contemplar a sua comparação com os preços da

concorrência e o seu impacto nos resultados planejados, em face de eventuais

ajustes da concorrência. Algumas empresas são forçadas a adotar como critério

seguir o preço corrente no mercado, diante da impossibilidade de competir; outras,

entretanto, mesmo podendo ofertar preços menores, observam a conveniência de

ampliar suas margens e alinhar-se aos preços superiores praticados pela

concorrência e aceitos pelos consumidores.

O consumidor: É necessário que sejam realizadas pesquisas de mercado de

modo a lançar o produto com o preço adequado a demanda, visto que, se uma

empresa lança um produto no mercado com determinado preço, e o consumidor

não está disposto a pagá-lo, tem-se uma situação delicada para a empresa.

O elo do valor: O valor justo de um produto pode ser estabelecido pelo

interesse que desperta no cliente. Quando postos frente a frente às necessidades e

desejos de um consumidor com a capacidade de sua satisfação dada por um

determinado produto, o interesse que ali se cria estabelece um elo que pode ser

valorizado. Portanto, é correto afirmar que (observada a disponibilidade de meios

para pagamento) não existe preço caro ou barato para qualquer produto; existe

maior ou menor interesse, diante de sua capacidade de satisfazer as necessidades

e desejos, que podem ser medidos pelo elo de valor.

Kotler (2005) diz que, a praça (ponto de venda) ou distribuição pode ser

entendida como a combinação de agentes através dos quais o produto flui, desde o

vendedor inicial (geralmente o fabricante) até o consumidor final dos produtos, a

área geográfica que se quer atingir, a promoção que determina canais podem

oferecer para os produtos, a concorrência e a tradição.

Quanto à colocação dos produtos no ponto de venda, deve-se ater a alguns

critérios básicos: devem ser colocados nas áreas de maior tráfego, de forma a serem

vistos pelo maior número possível de pessoas; facilitar o acesso visual e físico do

produto, dentre outros.

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Existem vários modelos de canais de distribuição, indo desde os mais

clássicos e usuais até modelos avançados, específicos e singulares, desenvolvidos

segundo a estratégia particular de cada empresa.

Ainda segundo Kotler (2005), a propaganda ou promoção tem por missão

integrar o esforço promocional, operando no sentido de atingir o subconsciente do

consumidor com a penetração do apelo, influenciando sua decisão de compra.

Um fator preponderante é a seleção adequada dos veículos de divulgação

do esforço promocional. Árdua e delicada é a decisão entre jornais, revistas, rádios,

canais de televisão, cinemas, mala-direta e/ou outdoor que serão utilizadas na

promoção do produto.

A promoção utiliza-se de um vasto ferramental, que vai de brindes,

amostras, concursos, passando por ofertas, embalagens de múltipla utilidade. Indo

até as demonstrações nos pontos de vendas, participação em feiras e exposições.

Hoje um dos grandes diferenciais das empresas é a informação, a forma

como esta informação é utilizada e determinante nos resultado das vendas, por isso

atualmente as empresas estão utilizando um sistema chamado Sistema de Suporte

à Decisão em Marketing (Decision Support System – DSS), um sistema de

informações interativo, flexível e computadorizado que permite aos gerentes obter e

processar informações, à medida que eles tomam decisões.

1.1 ANÁLISE DE MERCADO

Rein, Kotler e Stoller (1999) defendem a análise de mercado como uma

atividade que envolve três tarefas isoladas: tendências das variáveis ambientais,

segmentação do mercado e seleção do mercado.

O passo inicial dessa análise consiste em examinar as tendências

ambientais. A análise ambiental é a prática de rastrear as mudanças demográficas,

econômicas, tecnológicas, político-legais e sócio-culturais que possam afetar uma

organização e seus mercados.

Os aspectos demográficos dizem respeito à população: quantidade, renda,

distribuição etária, composição racial, distribuição geográfica. Todos os fatores

relativos à economia são examinados no ambiente econômico. Esses dados ligados

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aos fatores tecnológicos são responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer

indústria.

Segundo Rein, Kotler e Stoller (1999, p.60), as questões político / legais

envolvem “as leis, regulamentações e pressões políticas que afetam as decisões dos

profissionais de marketing”. Os fatores sócio-culturais, que caracterizam as pessoas

de uma sociedade, são seus valores, crenças e comportamentos.

O passo seguinte deve ser a segmentação do mercado. A segmentação de

acordo com Churchill Jr. e Peter (2003, p.204), é “o processo de dividir um mercado

em grupos de compradores potenciais com necessidades, desejos, percepções de

valores ou comportamentos de compra semelhantes”.

Rein, Kotler e Stoller afirmam, ainda, que duas lições devem ser aprendidas

quando o assunto é segmentação de mercado. A primeira refere-se à precisão de

escolha do mercado-alvo.

Uma abordagem do tipo vendas em massa – tentar agradar

todos que escutam música [...] – deve ser evitada. Quanto mais

precisamente o candidato aspirante conseguir definir seu

mercado-alvo, mais fácil será planejar a transformação

necessária para fabricar sua imagem apropriada e o seu plano

de lançamento. (1999, p.60)

A segunda lição fica por conta de dois extremos que devem ser evitados: um

mercado-alvo muito amplo (que exige um investimento muito grande para a fixação

de uma imagem distinta) e um mercado muito restrito (pode não haver público

suficiente para cobrir o investimento).

A seleção e o estudo do mercado que se deseja acessar é o último e talvez

mais importante passo dessa etapa. Importante porque a organização deve evitar

mercados que já estejam congestionados, quando é difícil conquistar uma fatia

desse mercado, além do alto custo de entrada. E importante porque a empresa deve

sentir-se à vontade com o público desse mercado. Segundo os Rein, Kotler e

Stoller(1999, p.62), “um aspirante que quer obter alta visibilidade em um mercado

deve se sentir bem preparado para trabalhar nele.”

Percebe-se assim que a análise e, em especial, a seleção do mercado

formam a base necessária à fase seguinte do processo do marketing: o

desenvolvimento do produto.

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1.2 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

Ainda na teoria de Rein, Kotler e Stoller (1999), o processo de

desenvolvimento do produto que se inicia com a análise do mercado, depende,

ainda, na sua fase pré-desenvolvimentista, de três forças: audiência, patrocinadores

e meios de comunicação.

É a audiência que freqüentemente domina o processo de marketing. Os

patrocinadores, no caso da música, são geralmente as gravadoras que dão apoio

financeiro, assessoria para melhoria do desempenho e apresentam os candidatos ao

setor. E, finalmente, os meios de comunicação que desempenham um papel

importante em descobrir e divulgar novos talentos.

Rein, Kotler e Stoller concluem então que:

Pessoas que não têm uma audiência não irão longe como

celebridades, não importa o poder de seus patrocinadores ou o

apoio da mídia.

Pessoas sem patrocinadores estarão em desvantagem nas

primeiras fases de suas carreiras e precisarão de um impacto

muito grande de sua audiência para vencer esse obstáculo.

Pessoas que não têm o apoio da mídia precisam ter uma

audiência extremamente leal, que procurará informações a

respeito do aspirante e encontrará seus produtos sem a ajuda

da mídia.

Pessoas que têm um impacto junto à audiência, apoio de

patrocinadores e da mídia irão mais longe. Um plano de

marketing deve prover e considerar todas as três forças. (1999,

p.66-67)

Observadas as forças que movimentam o mercado é necessário escolher,

ainda, o nível de visibilidade que se deseja atingir: local, regional, nacional ou

internacional.

A pirâmide da visibilidade tem em sua base os invisíveis, a grande maioria

da população. Quanto maior a base, menor é o número de pessoas que alcança a

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visibilidade. É também da base que saem os aspirantes a celebridades locais:

modelos mais significativos para as pessoas em suas comunidades do que aqueles

que são bem conhecidos em um nível nacional, por serem mais reais e tangíveis

para aqueles que os cercam.

Os autores ainda entendem que o relacionamento estabelecido entre as

celebridades locais e seu público contribui muito na sua ascensão. Se bem

estabelecido, ajuda numa ferramenta muito utilizada na fase introdutória : o boca-a-

boca. Essa estratégia pode elevar a audiência do aspirante, refletindo por exemplo

num maior número de pedidos de sua música no rádio, de convites para entrevistas

nas TV´s locais e assim sucessivamente, transformando-o futuramente numa

celebridade regional.

Regionais são as celebridades que ultrapassam os limites de sua cidade.

Esse é o tipo de visibilidade bastante encontrada nas regiões que compartilham das

mesmas transmissões de rádio e TV. É muito comum que celebridades regionais

transformem-se imediatamente em celebridades nacionais, que podem ser: setoriais,

extra-setoriais e acidentais.

Segundo Rein, Kotler e Stoller (1999), são setoriais as conhecidas

nacionalmente por um único setor. As extra-setoriais, que são conhecidas fora dos

seus setores primários. E os acidentes que não buscaram a visibilidade mas passam

a ser conhecidos em todo país.

Por fim, existem as celebridades internacionais, muito comuns nos dias

atuais em que as informações são transmitidas e absorvidas instantaneamente

através da TV, internet, etc.

Percebe-se que, ser reconhecido nacional ou internacionalmente é o que

almejam quase todos os aspirantes a celebridade. Atingir grandes fatias de mercado,

no entanto, exige um grande trabalho de desenvolvimento, principalmente no Brasil,

em que as regiões têm características tão diferenciadas.

Assim, na indústria da visibilidade, o processo de desenvolvimento do

produto é conhecido como processo de transformação e envolve quatro etapas:

geração / regeneração do conceito, teste, refinamento e realização. Segundo Rein,

Kotler, Stoller (1999), o processo ocorre da seguinte forma, vide quadro a seguir:

Quadro 2: O processo de Transformação

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Fase Descrição

Geração do

Conceito

Nesse estágio os aspirantes e suas equipes de transformação (gerentes, agentes,

amigos, cônjuges) devem pensar e gerar possíveis conceitos que agregarão à

audiência que intencionam ter por alvo. A idéia é distinguir o artista dos demais. O

ponto de partida para a geração do conceito é a pessoa, com suas características

individuais, inteligência, humor, talento e personalidade.

Teste de

Conceito

Grupos de foco são altamente úteis para testar um conceito: as pessoas

(geralmente selecionadas para acompanhar as características do mercado-alvo de

uma celebridade) são convidadas a discutir e reagir a determinados produtos e

imagens, após o qual um conceito pode ser refinado ou destacado. Um aspirante

pode testar uma nova aparência comparecendo a jogos de futebol, eventos de

caridade, festas freqüentadas por líderes de opinião.

Refinamento

do Conceito

As roupas, expressões faciais, o andar, os gestos são alguns sinais e símbolos

utilizados pelos aspirantes para comunicar o seu tipo e caráter. O nome é outro

sinal. Ele deve transmitir muito sobre a pessoa além de ser fácil de pronunciar e de

lembrar. A identificação visual é muito forte para um artista. Cirurgias plásticas,

maquiagem, e estilo de roupa são algumas das ferramentas utilizadas pelos

aspirantes para marcar sua figura. Em seu melhor uso, a roupa se torna uma marca

registrada. O mesmo acontece com os movimentos. Eles são responsáveis pela

percepção de naturalidade, controle e estilo pessoal. A percepção da conduta do

aspirante, é, talvez, o mais importante nesse processo. A definição de conduta

culturalmente aceitável muda com o tempo. Entretanto, existem limites para a

aceitação pública, e não obedecer a esses tabus culturais pode ser desastroso para

o aspirante.

Realização

do Conceito

Desenhar o projeto – selecionando os sinais certos, nome, aparência, conduta e

outros fatores – é somente uma parte da criação de uma celebridade. Para

completar a busca pela alta visibilidade e dar vida ao projeto, o aspirante tem de

realizar (tornar real) a transformação dentro de si mesmo. O quão crível o ser

transformado é para as audiências é freqüentemente determinado pela totalidade

com a qual a pessoa acredita na sua própria transformação.

Fonte: Baseado em Rein,; Kotler e Stoller,. (1999. p. 157-182) (Elaborado pelo

autor).

Percebe-se que a geração de um conceito e utilização deste podem ser úteis

para muitos anos e se desgastarem com o tempo. Acontece algo semelhante ao

ciclo de vida do produto com desenvolvimento, crescimento, maturidade e declínio.

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1.3 PLANEJAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO E ESTRATÉGIA DE

PROMOÇÃO

As duas últimas etapas do marketing acabam por se fundirem ao marketing

do produto. Rein, Kotler e Stoller (1999, p.197) afirmam que “no marketing

tradicional, um canal de distribuição refere-se a qualquer maneira específica pela

qual um produto ou serviço pode ser distribuído num mercado”. Ainda de acordo

com Rein, Kotler e Stoller (1999), no setor de entretenimento, no caso específico

desta monografia, o fonográfico, a distribuição de imagens é realizada por intermédio

de quatro formatos especiais: apresentações formais, gerenciamento das

apresentações, menções e produtos.

As apresentações formais são as realizadas face-a-face com o público. Elas

são planejadas como os shows e as apresentações transmitidas ao vivo pela TV. Já

as gerenciadas, mantém um certo nível de atenção pública aumentando, assim o

preço do cachê de uma celebridade. Incluem esforços de exposição dessas

celebridades, servindo como impulsionadores para o aumento das apresentações

formais e pagas. São comuns entrevistas para a imprensa, apresentações em

comunidades carentes, anúncios, fotografias, etc.

As menções nada mais são que a imagem da celebridade que é transmitida

por repórteres, colunistas, e a mídia em geral.

Os produtos têm sido uma outra estratégia de distribuição de imagem do

artista no mercado. Na música, além do CD, vê se atualmente cantores e cantoras

em miniatura (bonecos) ou assinando o design de calçados, brinquedos, jogos, entre

outros.

Segundo Rein, Kotler e Stoller (1999), outra “figura” de grande importância

para o artista é o assessor de imprensa e o produtor. O primeiro cuida de tudo que

diz respeito a imprensa e o segundo é responsável por toda a organização de

eventos, shows, reuniões, etc, realizadas pelo artista.

Tais estratégias aplicam-se às celebridades e artistas e atingem os

consumidores indistintamente, contribuindo também para a promoção do mercado

dos “piratas”. Esta contradição precisa ser considerada pelas gravadoras na

formulação de suas estratégias, a fim de confrontar o mercado dos piratas.

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CAPÍTULO II

MERCADO FONOGRÁFICO

De acordo com a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos)

(2003), o mercado fonográfico brasileiro completou, em 2002, seu primeiro

centenário. Inúmeras transformações aconteceram, entre elas, o surgimento do LP,

do cassete; depois, o do CD, do DVD e da Internet.

A história fonográfica no Brasil teve início em 1902. O país foi o primeiro a

gravar um disco fora do circuito americano-europeu. De autoria de Donga, “Pelo

Telefone”, o primeiro samba carnavalesco do Brasil, foi gravado em 1917 por

Bahiano, para a Casa Edison do Rio de Janeiro. O ano de 1922 marcou a chegada

do rádio às terras brasileiras, e cinco anos mais tarde a gravadora Odeon introduziu

nos seus estúdios um sistema elétrico de gravação de discos.

Ainda de acordo com a ABPD (2003), a década de 30 fica conhecida, então,

como a “Era do Rádio” e o período entre 1930 e 1945 como a “Época de Ouro”,

época em que o microfone começou a ser usado e o disco de 78 rotações se

desenvolveu com sucesso extraordinário. Os programas de auditório, tão

popularizados entre 1946 e 1957, foram responsáveis pelo surgimento de novos

ídolos da música. O formato ganhou continuidade com a chegada da TV ao país em

1950, transformando esses artistas em grandes vendedores de discos.

As décadas de 60 e 70 marcaram o surgimento da Bossa Nova, da Jovem

Guarda e do Tropicalismo. A indústria fonográfica experimentou sua primeira

explosão de vendas. Os discos (LP), grande vedete do mercado até a década de 80,

tiveram aumento de 385%, acompanhados de seus toca-discos com alta de 813%.

Segundo ABPD (2003), em 1983 o CD foi lançado mundialmente, lado a

lado com o surgimento e afirmação do rock brasileiro. A década de 90 trouxe a

música sertaneja e deu vazão a ritmos mais populares como a axé music, o forró e o

funk.

A indústria teve que se adequar à crise nas vendas, à crise econômica

mundial, à pirataria e ao advento do MP3 e às trocas de músicas pela internet.

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Os negócios estão se movimentando em várias direções. Por esse motivo é

necessário entender quem são os atores que compõem esse cenário.

2.1 AS GRAVADORAS

Na visão de Ýudice (1998 apud VICENTE (2001), a indústria fonográfica é

composta por empresas que produzem e distribuem músicas. Configura-se de dois

modelos de negócio: major e indie.

Para Vicente (2001), a expressão major é utilizada para identificar todas as

gravadoras transnacionais, grandes conglomerados internacionais que atuam em

múltiplos setores e diversificam seus negócios, investindo em cultura e

entretenimento.

Conforme a Associação Brasileira de Música Independente (ABMI) (2006),

as indies ou independentes são as gravadoras nacionais:

Os selos e gravadoras independentes são as empresas que se

propõem a Identificar e promover atividades de interesse

comum em benefício da produção musical independente

brasileira, bem como representar os anseios e demandas da

produção cultural no país e no exterior, divulgar as realizações

da música independente e capacitar os profissionais para o

mercado fonográfico.

Na concepção de Vicente (2001), faz-se necessário então, refletir que no

Brasil, muito mais que as empresas nacionais, que não têm vínculo com

conglomerados internacionais, as gravadoras independentes se relacionam com a

“cena alternativa”. As indies brasileiras produzem artistas que fazem música para

nichos de mercado como o rap nacional, música eletrônica, a música brasileira de

raiz e a nova música popular brasileira, entre outros.

No Brasil, ainda são encontradas organizações como a Som Livre e a Abril

Music que não se encaixam em nenhuma das categorias citadas. Ambas são de

capital nacional, mas seus moldes se assemelham ao das majors, tanto pelo

tamanho de mercado alcançado, como pela condução do trabalho artístico.

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Num quadro comparativo, Vicente (2001) afirma que as majors, graças ao

seu desenvolvimento tecnológico e ao seu controle sobre os meios de distribuição,

atuam quase que totalmente de forma terceirizada. Incluindo-se aí, as atividades de

produção, prospecção e formação de artista, enquanto as independentes realizam,

elas mesmas, todo o trabalho de uma gravadora, desde a procura de um novo

talento à gravação e distribuição dos seus artistas.

Notam-se diferenças também no que se refere às estratégias de atuação,

como dito acima. Segundo Vicente (2001), enquanto as majors se utilizam de uma

estratégia de divulgação global e maciça de poucos artistas (blockbusters), com

seus trabalhos integrados em diferentes formatos e mídias (sinergia), as indies

exploram mercados locais e segmentos específicos, com produção e divulgação em

condições imitadas de um amplo número de artistas.

Por fim, os grandes conglomerados internacionais se utilizam de inovação

tecnológica, relançando seus catálogos em formatos modernos como o DVD,

alavancando, assim, suas vendas. As empresas nacionais dependem, por sua vez,

exclusivamente da venda de seus artistas já que não possuem catálogos

expressivos.

Há ainda, diferenças entre indies e majors no que diz respeito às instituições

representativas. As majors são defendidas pela ABPD, enquanto as indies, pela

ABMI (Associação Brasileira de Música Independente).

2.1.1 As Associações

A ABPD, a mais antiga das associações, nasceu em 1958 no intuito de

representar as gravadoras. De acordo com a ABPD (2006), seu objetivo é “conciliar

os interesses destas organizações com os de autores, intérpretes, músicos,

produtores e editores musicais”. É também de responsabilidade da ABPD (2006):

[...] pesquisas de mercado, dados estatísticos e de vendagens

do setor fonográfico no Brasil e pela emissão dos certificados

que autorizam as gravadoras a premiar intérpretes com "discos

especiais" (Discos de Ouro, Platina e Diamante), em

decorrência de grandes volumes vendidos.

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Segundo Gueiros Jr.:

Nem todos fazem parte dela, alguns por opção própria, por

discordarem do modo cartelizante e centralizador com que a

entidade conduz os negócios da música no Brasil, e outros

simplesmente por serem pequenos demais e não obterem

sequer acesso. (2000, p.389)

A ABPD representa mais de 90% do mercado, já que tem como associados

as cinco grandes majors: Universal (21,8%), Sony (16,3%), Warner (14,8%), BMG

(14,7%), EMI (12,1%), além da Som Livre (14,6%). Em 2003 foi realizada uma fusão

entre a Sony e a BMG, porém não estão disponíveis ainda a participação de

mercado das companhias após a fusão.

É de sua responsabilidade também a emissão dos certificados que

comprovam a venda de discos. São esses certificados que autorizam as gravadoras

a premiar seus artistas com discos de Ouro, Platina e Diamante. Até o início de

2004, eram necessários 100 mil cópias vendidas para o disco de Ouro, 250 mil para

Disco de Platina e vendas acima de 1 milhão de cópias para Diamante. Esses

valores foram, no entanto, divididos ao meio, um claro sinal da crise que abala a

indústria fonográfica.

A Associação Brasileira dos Produtores de Discos tem como grande meta,

atualmente, o combate a pirataria. Em 1995 os associados criaram a Associação

Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos, a APDIF (2006), que tem como

objetivo:

O combate à reprodução não autorizada de gravações

musicais, associadas ou não à veiculação de imagem,

preservando os direitos dos autores, compositores, intérpretes,

artistas e produtores fonográficos. Sua atividade principal é a

investigação e o acompanhamento de diligências policiais no

combate à distribuição, ao comércio ilegal de música no

mercado nacional.

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Paralela às grandes companhias do mercado funciona a ABMI (Associação

Brasileira de Música Independente), oficialmente fundada em janeiro de 2002 que

representa cerca de 80 empresas.

De acordo com a ABMI (2006) ela têm por objetivos: a) Identificar e

promover atividades de interesse comum em benefício da produção musical

independente; b) Divulgar as realizações da produção independente; c) Organizar e

manter a comunicação entre os sócios para assuntos de interesse comum dentro

dos objetivos da associação; d) Promover o encontro anual dos sócios com mostra

de produtos, artistas e premiações; e) Promover o aperfeiçoamento técnico e

operacional inerente às atividades de produção independente musical brasileira no

país e no exterior.

Ainda segundo a ABMI (2006), os associados da música independente têm

preocupações um pouco diferentes. A associação luta por condições de igualdade

na solicitação de autorização para gravações de músicas já lançadas. Isso, além da

preocupação com a arrecadação de Royalties, por isso a criação de um software

que diminua a burocracia e por fim a preocupação com a certificação dos discos

firmando um contrato com a Trevisan Auditores Independentes para os discos de

platina, ouro e prata (30 mil cópias).

2.1.2 O Big Five

O Big Five (cinco grandes) como é conhecido o grupo das cinco majors, é

composto pela gravadora Universal, Warner, Sony, EMI e BMG.

Ýudice (1998 apud VICENTE 2001; p. 61 ) observa que:

As grandes gravadoras já não podem mais ser compreendidos

como simples produtoras e distribuidoras de música, mas sim

como conglomerados globais de entretenimento integrado que

incluem a televisão, o cinema, as redes de lojas de discos,

produtoras de espetáculos e, mais recentemente, a Internet e

os sistemas de difusão por cabo e por satélite

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Das cinco majors, apenas a EMI não faz parte de conglomerados de múltipla

atuação. A sua fragilidade é, portanto, evidente. Nos últimos cinco anos, a empresa

passou por dois processos de fusão fracassados. O primeiro numa tentativa da

AOLTime Warner Inc e em segundo com a BMG. Atualmente foi feita uma fusão com

sucesso entre a Sony e a BMG.

As majors e seus conglomerados de acordo com Vicente (2001):

• Universal Music (Canadá), nascida da união da Polygram com a

MCA: Controlada pelo grupo Vivendi-Universal desde 2000; nascido de uma fusão

entre a francesa Vivendi em parceria com a subsidiária de cinema e TV Canal Plus e

a canadense Seagram, responsável pela distribuição de bebidas como a vodka

Absolut, antiga acionista majoritária da Universal Music, Universal Studios e

emissoras e produtoras de TV.

• Warner Music (USA): Controlada pelo maior conglomerado de

comunicação do mundo, a AOL Time Warner; fusão anunciada nas primeiras

semanas de 2000, num negócio de 184 bilhões de dólares entre a Time-Warner

controladora não só da Warner Music, mas também da Warner Chapell (editora

musical), da Warner Books (editora) e de revistas como a People, além de empresas

cinematográficas como a Warner Bros, canais e produtoras como a Warner

Television, Hanna-Barcera Cartoon, CNN, HBO, etc e a AOL (América on-line),

maior provedor da internet do mundo.

• Sony Music (Japão) antiga CBS (norte-americana): Pertencente ao

grupo Sony Music Corporation que se subdivide em Sony Eletronics Corporation,

formado por fábricas de equipamentos eletrônicos como TV’s, Vídeo Games,

Walkmans, etc e a Sony Corporation que controla a Columbia Pictures e emissoras

de TV como o canal a cabo Sony.

• BMG (Alemanha) antiga RCA (norte-americana): BMG (Bertelsman

Music Group). Controlada pelo grupo Bertelsman AG que tem forte atuação na área

de publicações, editando revistas, jornais e livros, além de controlar canais de TV's

europeus.

Segundo Vicente (2001), a Universal, antiga Polygram, teve suas operações

iniciadas no Brasil em 1960 sob a marca Philips adquirida pela então CBD (Cia

Brasileira de Discos) que existia desde 1945. Em 1998 a Polygram, assim chamada

desde 1983, tornou-se Universal Music também aqui no Brasil, graças à união com a

MCA.

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Detentora do maior elenco do país é, também, responsável pelo maior

número de lançamentos de CD’s ao ano já que tem cerca de 13 selos, entre os mais

conhecidos: Motwon, Polydor, Universal e Mercury.

A empresa aposta numa alta diversificação de estilos, indo do axé music à

música clássica, tendo como pontos fortes a MPB/bossa nova, o pop/rock nacional e

internacional, o samba/pagode , compondo dessa forma o maior investimento em

propaganda, marketing e promoção.

De acordo com Vicente (2001), a WEA (Warner/Eletric/Atantic) é a

determinação da subsidiária brasileira da Warner Music Group – braço fonográfico

do grupo AOL Time Warner Inc - que disputa com a Universal a condição de maior

empresa fonográfica do mundo.

Segundo Vicente, no Brasil a empresa é dividida entre:

WEA (sediada no Rio), que cuida dos artistas internacionais e

de parte dos artistas nacionais da gravadora, e Continental, de

São Paulo que trabalha com os artistas nacionais de maior

apelo popular, principalmente os de pagode e da música

sertaneja. (2001; p.307)

A Continental foi fundada em 1929 no Brasil para representar a Colúmbia,

lançando seus produtos internacionais e produzindo artistas nacionais, por meio do

selo da Colúmbia do Brasil. A parceria durou até 1943 quando findou o contrato de

representação e a Colúmbia passou a ser representada pela Odeon. A Continental,

por sua vez, criou selo com seu próprio nome, chegou a possuir um vasto parque

industrial e foi a maior gravadora brasileira de todos os tempos. Em 1993 foi

adquirida pela Warner Music.

Os estilos musicais que mais se destacam na companhia são o sertanejo, o

pop/rock nacional e internacional, o romântico, samba-pagode e as trilhas sonoras.

A Sony, empresa com a maior diversidade de estilos musicais é a segunda

maior investidora em propaganda, marketing e promoção, além de ter sido uma das

primeiras gravadoras a disponibilizar a compra de CD’s em seu site.

Vicente(2001) ainda diz que, quando foi fundada em 1953 por meio da

Columbia do Brasil, se consolidou em 1963 com o sucesso de Roberto Carlos e da

Jovem Guarda. Nos anos 90 a empresa formou uma joint-venture (fusão de

interesses entre uma empresa com um grupo econômico) com a Copacabana que

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foi responsável na década de 80 pelo boom da música sertaneja, além de lançar o

selo Chãos que tem por finalidade lançar novos artistas, principalmente os do rock

alternativo.

A Sony tem como característica importante o fato de ser fabricante de

equipamentos eletrônicos. Sendo assim, seus CD’s são fabricados sem terceirização

assim como sua distribuição.

Ainda de acordo com Vicente (2001), a BMG iniciou suas atividades no país

por meio da Ariola, em 1979, que foi comprada em 1981, pela Polygram. Só em

1987, com a compra da RCA. A BMG voltou a operar no país, administrando seus

artistas por intermédio dos selos Arista, RCA e Ariola.

Investindo maciçamente em dance, jazz, MPB/bossa nova, pop/rock

nacional e internacional, romântico, samba/pagode, a BMG controla mais de 200

selos em 53 países. No Brasil os mais conhecidos são o Plug, Arista e RCA.

Há aproximadamente três anos houve uma fusão de grande sucesso. entre

essas duas gigantes do mercado, Sony e BMG

A EMI é a única major que não faz parte de um grande conglomerado. No

Brasil, sua história se iniciou com a compra da Odeon em 1913, lançando não só

artistas internacionais como nacionais. A EMI tem duas grandes empresas sob seu

controle. A EMI Music Publishing, considerada maior editora musical do mundo, e a

Virgin, considerada mundialmente o maior selo independente.

2.2 A PIRATARIA

De acordo com Vicente (2001), a implantação do Real em 1994 criou no

contexto brasileiro dois quadros antagônicos. O país subiu três posições no ranking

mundial do business da música em 1997, mas em contrapartida já ocupa desde

1999 o terceiro lugar no ranking mundial da pirataria, perdendo apenas para Rússia

e China.

A década de 90 marcou o aumento das vendas do repertório nacional, a

explosão da venda de músicas no formato Compact Disc (CD), assim como a

proliferação da pirataria.

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As gravadoras parecem ter esquecido todo o resto preocupando-se apenas

com a pirataria, apontando-a como grande responsável pela queda nas vendas e

perda de faturamento.

Segundo a ABPD (2005), o Brasil ocupa atualmente o 15º lugar no ranking

mundial de mercado de produtos pirateados em geral – atrás, por exemplo, da China

e do Vietnã. Os números são impressionantes: a pirataria rouba, por ano, dos cofres

públicos R$ 29,8 bilhões, de tributos não arrecadados; e deixam de ser criados 1,5

milhão de empregos, anualmente. De acordo com a Associação Brasileira de

Produtores de Discos (ABPD), em 10 anos, a falsificação fonográfica pulou de 3%

para 53%, ou seja, 73 milhões de discos piratas. São 61% do mercado de CDs de

softwares e 70% no caso de hardwares.

O problema é complexo, mas o país tem avançado no combate a este crime

desde a criação da CPI, em 2003, que tornou evidente uma forte ligação com o

crime organizado, e que resultou na adoção de medidas legais traduzidas em mais

apreensões, desbaratamento de quadrilhas e melhor estruturação da fiscalização.

Destaca-se também, entre os avanços, a criação do CNCP – Conselho Nacional de

Combate à Pirataria, subordinado ao Ministério da Justiça e formado por

representantes de vários Ministérios, Senado Federal, Câmara dos Deputados e por

seis representantes do setor privado, dentre os quais a ABPD.

Segundo a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos) (2006),

as vendas do setor fonográfico apresentaram quedas de 12,9% em valor e 20% em

unidades no último ano, em comparação a 2004. Foram movimentados R$ 615,2

milhões com a venda de 52,9 milhões de unidades de CDs e DVDs no Brasil.

O resultado negativo foi uma tendência global em 2005. O Balanço das

vendas mundiais da IFPI apresentou queda de 3% nas vendas totais de música.

Apesar dos números negativos, o Brasil melhorou sua posição no ranking mundial

de vendas passando a ocupar a 10a colocação.

Segundo Gueiros Jr., a expressão pirataria, tão conhecida na atualidade,

surgiu nos anos 60 sendo, a partir de então, compreendida como:

A utilização, venda, distribuição ou uso desautorizado de uma

obra musical. Esta violação pode ocorrer de diversas formas,

sendo a reprodução de fonogramas sem autorização dos

respectivos titulares a mais comum delas.

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A cópia de gravações musicais em CD´s ou fitas cassetes, bem

como a transferência e disponibilização de arquivos de

musicais através da internet requerem, necessariamente, a

autorização dos titulares do direito de utilização do fonograma.

(2000; p.607)

É o que se conhece como pirataria real e virtual. A real está presente na

gravação ilegal de fitas, CD’s, DVD’s, enquanto a virtual se manifesta na troca de

fonogramas na internet.

O advogado Gueiros Jr. afirma que:

O pirata passa completamente ao largo de todo o processo de

produção e criação, sequer toma conhecimento dos

investimentos feitos pelo negócio legítimo e simplesmente

copia ou imita os produtos genuínos, auferindo lucros

astronômicos antes ou até conseguir ser detido pelas

autoridades. O Pirata é sempre atraído pelo sucesso. (2000;

p.400)

Ainda de acordo com Gueiros Jr. (2000), no mercado fonográfico a pirataria

acontece de três formas: bootleg, contrafação e compilação.

• Bootleg é o “disco pirata gravado ao vivo em shows e apresentações musicais

públicas e vendido sem autorização dos titulares dos direitos autorais”.

• Contrafação (counterfeits) é o CD ilegal em si, já que se trata da “reprodução

e distribuição não autorizada de músicas e do material gráfico de álbuns

lançados por selos oficiais”.

• Compilação (compilations) são as coletâneas de músicas gravadas sem

autorização e devido pagamento dos direitos aos compositores.

Gueiros Jr. (2000) diz que o meio mais moderno de pirataria é, na verdade,

um avanço da contrafação: a distribuição digital pela internet. O método é o mesmo:

gravação não autorizada. O que mudou, no entanto, é o modelo de distribuição: o

conhecido internacionalmente MP3.

O MP3 (Mpeg1 – Layer 3) segundo Gueiros Jr., é um :

Método de compressão de sons e imagens, atualmente

utilizado para transmissão de informações audiovisuais à

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distância e download, que Reduz até 12 vezes o tamanho de

um arquivo musical original, Especialmente na internet. (2000;

p. 533)

A pirataria pode ser explicada por intermédio de alguns fatores sócio-

econômico-culturais como: o baixo preço dos produtos ilegais; a facilidade de acesso

na compra; a falta de consciência sobre a ilegalidade destes produtos. A sofisticação

dos esquemas de comercialização e distribuição clandestinos, além do alto preço

praticado pelas gravadoras.

Gueiros Jr. retrata a realidade futura de forma enfática e dramática.

Segundo o autor:

A realidade é uma ó: se a pirataria não for coibida em breve, o

mercado musical brasileiro sofrerá um baque severo, pois as

grandes gravadoras, principalmente elas- reduzirão

significativamente as operações, algumas até encerrarão, já

que somente visam lucrar, e com a concorrência farta dos

piratas a meta se inviabilizará. (2000; p.401)

Em verdade já se observa esse cenário. A Warner Music, que já ocupou sete

andares em sua sede, hoje está restrita a quatro. Grandes artistas da axé music, até

poucos anos, o ritmo mais lucrativo, estão hoje sem gravadora. Assim como a Abril

Music que encerrou suas operações com menos de 5 anos de atividade. No entanto

o MP3 trouxe a tona novos formatos de negócio como a venda de música pela

internet e o CD on-demand.

2.3 UM NOVO MODELO DE NEGÓCIO

A idéia de comércio on-line de fonogramas teve origem com o site MP3.com

que disponibilizava músicas para download (ato de transferir o arquivo de um

computador remoto para o seu próprio computador) gratuito com o objetivo de

vender CD’s por encomenda (on-demand). O artista ou banda era remunerado com

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50% do preço do CD, os outros 50% ficavam por conta das despesas do site, envio

dos CD’s pelo correio e respectivos lucros.

De acordo com Correa e Teixeira Jr. (2003), o negócio iniciado em meados

de 1999, já incluía cerca de 140 bandas por dia em seu catálogo, duplicando seu

estoque musical a cada dois meses. “A força de trabalho da empresa quintuplicou

desde o começo [...] Suas páginas na Web receberam mais de 2 milhões de acessos

(‘page views’) por mês...” o que o Mp3.com não tinha, no entanto, o iTunes tem de

sobra: grandes artistas.

Criado em abril de 2003, o iTunes, desenvolvido pela Apple, é o modelo

mais avançado de venda de música pela internet. Através dele qualquer pessoa que

tenha um cartão de crédito pode comprar um arquivo musical pela rede por 99

centavos de dólar.

Desde seu lançamento o iTunes já vendeu mais de 13 milhões de músicas,

com expectativa de venda de 100 milhões de arquivos musicais no seu primeiro ano

de vida. O catálogo do site é formado por mais de 200.000 títulos que vão das indies

ao “BIG FIVE”.

Segundo Agra (2003), para que o iTunes conseguisse a adesão das majors,

Steve Jobs, fundador da Apple, criou um modelo de arquivo que substitui o Mp3,

dando a ele sua característica básica, o tamanho reduzido. O formato consegue, no

entanto, limitar a quantidade de cópias para cada arquivo. Inicialmente disponível

apenas para usuários do modelo Machintosh da Apple, o iTunes hoje já pode ser

acessado pelos usuários do Windows.

No Brasil, o modelo de venda de fonograma na internet tem como pioneiro o

iMúsica, uma empresa de distribuição e gerenciamento de mídia digital que oferece

soluções e conteúdo para 18 empresas além de vender músicas em seu próprio site.

Quando foi fundada a empresa apenas vendia os fonogramas em seu site. O

catálogo era abastecido pelas indies que já vislumbravam um negócio se formando.

Com a entrada de duas majors no negócio – BMG e Emi Music – o iMúsica passou

também a prestar serviços. Hoje ela é responsável pelo gerenciamento do conteúdo

de venda de fonogramas para sites como Saraiva.com.br, Superig.com.br,

Velox.com.br, Somlivre.com, entre outros.

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Ainda de acordo com Agra (2003), além de disponibilizar o conteúdo o

iMúsica personaliza seu ambiente de acordo com cada site. Alexandre Agra acredita

que o consumidor tem o direito de escolher em que ambiente deseja comprar suas

músicas. Por esse motivo, a empresa não restringiu o sistema ao seu site que em

2003 estava próximo de alcançar a marca de 500.000 usuários cadastrados. O

crescimento do site é de 20% ao mês com uma média de 700.000 visitas

únicas/mês.

O iMúsica possibilita também a gravação de CD’s personalizados (on-

demand). Além de comprar as músicas e carregá-las diretamente no seu

computador o consumidor pode escolhê-las e fazer o pedido de seu CD que terá

capa de sua preferência e será entregue pelo correio.

Suziganm afirma que (2003), o Cd on-demand , ou CD por encomenda é

uma novidade que torna-se cada vez mais popular. É possível, por exemplo,

escolher suas músicas preferidas e gravar o seu CD num shopping em apenas uma

hora. O feito é possível por intermédio de quiosques desenvolvidos pela Ouver

Entertainment e pela CIETEC (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas).

O modelo da Ouver, batizado, CD 1 hora, foi testado recentemente numa

loja de CD’s que está localizada num grande shopping de São Paulo e hoje é

testada numa igreja evangélica, com grande sucesso.

A máquina armazena basicamente fonogramas do tipo catálogo. A idéia é

diminuir os estoques das lojas, dar um maior leque de opções para o consumidor,

além de dar-lhes a possibilidade de escolha individual de cada fonograma. O CD tem

custo de R$ 19,90, podendo ser gravadas até 14 faixas.

De acordo com Agra (2003), a idéia futura é incluir a música de trabalho de

cada artista no catálogo do equipamento para estimular mais ainda a venda. O

investimento na venda de música catálogo está no fato de esse tipo de música não

interessar ao segmento pirata, que vende apenas o que toca na rádio e aparece na

televisão.

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Toda essa modernização só foi possível depois do advento do MP3, que

permite o armazenamento de centenas de música num só disco rígido, ou num

pequeno tocador de músicas.

Assim é o Rio, um tocador de música portátil com qualidade de CD de áudio

e tamanho inferior a um maço de cigarros. “O aparelhinho, fabricado pela Diamond,

serve para quem quer andar por aí ouvindo músicas sem ter de carregar o toca CD.

Usa pilha, e as músicas devem ser carregadas a partir do micro”.

A Diamond respondeu um processo movido pela RIAA que questionava o

uso do direito autoral. Na verdade a RIAA temia que pelo baixo custo do aparelho

(US$200), a pirataria fosse incentivada. O Rio e todos os outros aparelhos similares

não tiveram seu lançamento impedido, já que a justiça entendeu que eles são

tocadores de música como o aparelho que executa fitas cassetes ou CD’s. O

pagamento do direito autoral só pode ser cobrado, portanto, no caso do download e

do CD on-demand.

Agra (2003) ainda diz que, tanto sites como o iMúsica e o iTunes e máquinas

como a CD 1Hora pagam os devidos direitos autorais para os compositores, assim

como o direito de uso para as gravadoras.

Fica, portanto, claro, que a pirataria é uma das grandes inimigas do mercado

fonográfico. Não parece uma luta fácil, principalmente porque as gravadoras têm se

preocupado em combate-la, quando deveriam estar pensando no porquê de

tamanho sucesso e alcance. O Napster, por exemplo, provou que o processo do

setor é lento, haja vista que uma nova tecnologia estava disponível e não era

utilizada por este.

Um novo modelo de negócio surgiu e cabe as empresas da indústria

fonográfica, de agora em diante, saber explorá-lo para não só recuperar os clientes

perdidos, como conquistar novos.

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CAPÍTULO III

OS DADOS ATUAIS DO MERCADO E PESQUISA

Uma indústria é formada pelas empresas fabricantes e seus possíveis

consumidores. Identificado os responsáveis pelo processo produtivo, é chegada a

hora de conhecer os impulsionadores do mercada: o público consumidor.

De acordo com a ABPD (2006), o mercado brasileiro de música movimentou

em 2005 R$ 615,2 milhões, valores reportados pelas maiores companhias

fonográficas operantes no país à Associação Brasileira dos Produtores de Discos -

ABPD, o que representa uma queda de 12,9% em comparação ao ano anterior. Já

em unidades vendidas, a queda foi da ordem de 20% em relação a 2004, com um

total de 52,9 milhões de unidades vendidas em 2005. As estatísticas acima

compreendem os números de vendas de CDs, DVDs e VHSs musicais.

Apesar dos números negativos o Brasil voltou a figurar no ranking dos

10 países com melhor faturamento do setor fonográfico em 2005, divulgado pela

IFPI. Segundo Paulo Rosa, Diretor Geral da ABPD, o retorno do Brasil ao ranking

dos 10 maiores vendedores de música no mundo, apesar da queda nas vendas, se

deveu muito mais aos efeitos de variação cambial / valorização da moeda local (R$)

frente ao U$, do que propriamente ao desempenho do mercado em comparação aos

demais países (tabela com ranking abaixo).

Ainda de acordo com a ABPD (2006), no segmento de CDs musicais a

performance do mercado fonográfico brasileiro em 2005, comparada a 2004,

apresentou queda de 12,5% em valores faturados e de 21,7% em unidades líquidas

vendidas (vendas brutas menos devoluções).

Quanto aos DVDs musicais, que representaram em 2005 25,2% do total das

vendas da indústria (em valores), o segmento apresentou pela primeira vez queda

nas vendas da ordem de 14,1% em valores e de 9,6% em unidades.

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3.1 ESTUDO DE CASO

A pesquisa foi realizada no Rio de Janeiro com 70 questionários , com

pessoas de todos os níveis sócio-econômicos, com diversos níveis de grau de

instrução.

Sobre a renda dessas famílias apurou-se que 29,2% têm renda entre 4 e 10

salários, 24,7% entre 10 e 20, e 7,9% acima de 20 salários mínimos, revelou ainda

que 15,7% dos entrevistados têm renda familiar inferior a 1 salário mínimo, 12,4%

entre 1 e 2 e 10,1% entre 2 e 4 salários mínimos.

Gráfico 1: Renda Familiar

Renda Familiar (Salário mínimo)

29,2

24,77,915,7

12,410,1

Entre 4 e 10 Entre 10 e 20 Acima de 20

Até 1 salário Entre 1 e 2 Entre 2 e 4

Quando perguntados se conseguem identificar campanhas de promoção de

artistas, as respostas foram as seguintes: 52,2% identificamos temas de novela,

20,5% identificam nos programas de televisão, 11,3% pelo rádio, 7,5% em cartazes

em lojas e 8,5% outros tipos de promoção.

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Gráfico 2: Identificação de Campanhas de Promoção de Artistas

Você identifica Campanhas de Promoção de Artistas?

52,2

20,5

11,3

7,5 8,5

Temas de Novela Programas de Televisão Rádio

Cartazes em Lojas Outros

Quando perguntamos sobre o consumo de CD´s piratas, pudemos identificar

que 63,2% dos entrevistados são compradores de CD´s piratas e que 36,8%não

compram , não compram, nem comprariam.

Gráfico 3 : Compraria CD´s piratas

Ao perguntarmos o porque do consumo dos CD´s piratas, observamos que

45,3% disseram que compram devido ao preço bem mais acessível, 12,7% nos

disseram que comprariam pois tanto o pirata quanto original tem qualidade

semelhante, 5,2% compram devido a facilidade de acesso ao pirata, 9,6% não

Você compraria CD pirata?

63,2

36,8

Sim Não

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compram por ideologia, 12,2 % não comprariam, porque é ilícito, 15% não

comprariam por outros motivos.

Gráfico 4 : Porque você compraria CD pirata?

Você compraria CD pirata? Porque?

45,3

12,75,2

9,6

12,2

15

Sim, Preço mais acessível Sim, Qualidade semelhante

Sim, Facilidade Acesso Não, Ideologia

Não, Contra a Pirataria Não, Outros

Ao perguntarmos se os entrevistados faziam download de música pela

internet, pudemos perceber que 40% disseram que não fazem nenhum tipo de

download, os outros 60% disseram se utilizar deste artifício, sendo 14% uma vez por

semana, 37% uma vez no mês, 7% três vezes na semana e 2% nos disseram fazer

diariamente.

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Gráfico 5: Você faz download pela Internet?

Você faz download pela Internet? Com que frequência?

40

14

37

7 2

Não Sim, 1X semana Sim, 1X mês

Sim, 3X samana Sim, diariamente

Percebe-se assim, que a pirataria não passa apenas pela questão

econômica. Se assim fosse, os entrevistados de baixa renda tenderiam a comprar

mais CD´s pirata e não é o que acontece. A questão está também relacionada ao

valor percebido do produto em detrimento do seu valor.

A pirataria, seja ela real (a venda de CD´s pirata) ou virtual (a troca de

arquivos MP3), mostra que o consumidor está dizendo algo que o setor não estava

preparado para ouvir, sentir e pôr em prática.

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CONCLUSÃO

O crescimento da pirataria desencadeou um processo de reestruturação da

indústria fonográfica. Novas estratégias, formatos, e modelos estão se formando.

Os preceitos do marketing tradicional vêm sendo melhor utilizados pelo setor

que sempre foi guiado pelo feeling de seus integrantes.

As grandes gravadoras (majors), estáticas a mais de 20 anos, estão

repensando suas estruturas, inclusive com fusões. As pequenas empresas do setor

(indies) experimentam um período de crescimento, mesmo em meio a crise. Elas,

mais novas no mercado, parecem saber enxergar a mudança.

A história da música e do mercado fonográfico passa, agora, por um

momento decisivo. Majors e indies buscam a melhor forma de se comunicar não só

com seu público, como com seus artistas, músicos, suas instituições e com o

governo. A pirataria mostrou-lhe que os consumidores são as peças mais

importantes desse processo, e não as gravadoras como se pensava antigamente. É

hora de repensar os modelos e abrir os horizontes para o retorno financeiro de

maneira mais consciente moderna.

Não parece uma luta fácil, principalmente porque as gravadoras têm se

preocupado em combate-la, quando deveriam estar pensando no porquê de

tamanho sucesso e alcance

Os consumidores se opuseram aos altos preços dos produtos neste

mercado. As suas opiniões, agora mais ouvidas, ensinam muito sobre seus desejos

e necessidades, pontuando diretamente os pilares do marketing.

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