svampa- la sociedad excluyente.pdf

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Este material es para uso de los estudiantes de la Universidad Nacional de Quilmes, sus fines son exclusivamente didácticos. Prohibida su reproducción parcial o total sin permiso escrito de la editorial correspondiente. MARISTELLA SVAMPA L A SOCIEDAD EXCLUYENTE LA ARGENTINA BAJO EL SIGNO DEL NEOLIBERALISMO

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    MARISTELLA SVAMPA

    LA SOCIEDAD

    EXCLUYENTE

    LA ARGENTINA BAJO EL SIGNO DEL NEOLIBERALISMO

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    Maristella Svampa, 2005 De esta edicin: Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara S. A., 2005

    Av. Leandro N. Alem 720, (1001) Buenos Aires www.alfaguara.com.ar

    ISBN: 987-04-0232-1

    Hecho el depsito que indica la ley 11.723 Impreso, en la Argentina. Printed in Argentina Primera edicin: noviembre de 2005

    Diseo de cubierta: Claudio A. Carrizo Imagen de cubierta: Focus Stock fotogrfico

    Una editorial del Grupo Santillana que edita en: Argntina - Bolivia - Brasil - Colombia - Costa Rica - Chile - Ecuador - El Salvador - Espaa - EE.UU. - Guatemala - Honduras - Mxico - Panam - Paraguay - Per - Portugal - Puerto Rico - Repblica Dominicana - Uruguay - Venezuela

    Svampa, Maristella La sociedad excluyente: la Argentina bajo el signo del

    neoliberalismo - la ed. - Buenos Aires : Aguilar, Altea, Taurus, Alfaguara, 2005.

    352 p.; 24x15 cm.

    ISBN 987-04-0232-1

    1. Ensayo Sociopoltico Argentino. I. Ttulo CDD A864

    Todos los derechos reservados. Esta publicacin no puede ser reproducida, en todo ni en parte, ni registrada en o transmitida por un sistema de recuperacin de informacin, en ninguna forma ni por ningn medio sea mecnico, (bioqumico, electrnico, magntico, electroptico, por fotocopia, o cualquier otro sin el permiso previo por escrito de la editorial.

    A Roberto M.

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    NDICE

    INTRODUCCIN.................................................................................... 9

    PRIMERA PARTE LA GRAN MUTACIN

    CAPTULO 1. Hacia el nuevo orden neoliberal ................................. 21 CAPTULO 2. Mutaciones de la poltica y modelo de dominacin....... 51 CAPTULO 3. Mutaciones de la ciudadana ....................................... 73

    SEGUNDA PARTE LA NUEVA CONFIGURACIN SOCIAL

    INTRODUCCIN ................................................................................. 95 CAPTULO 4. Continuidades y rupturas

    de los sectores dominantes ........................................................... 99 CAPTULO 5. La fragmentacin de las clases medias .......................... 129 CAPTULO 6. La transformacin y territorializacin

    de los sectores populares................................................................ 159

    TERCERA PARTE LA ACCIN COLECTIVA: DE LA CRISIS A LAS NUEVAS FORMAS DE

    RESISTENCIA AL MODELO NEOLIBERAL

    INTRODUCCIN ................................................................................... 199 CAPTULO 7. Crisis estructural y nuevas formas de resistencia.......... 205 CAPTULO 8. Las dimensiones de la experiencia piquetera................. 235 CAPTULO 9. El retorno de la poltica a las calles (2002-2005) .......... 263

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    COMENTARIOS FINALES............................................................... 293 NOTAS....................................................................................... 05 BIBLIOGRAFA CITADA................................................................ . 327

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    CAPTULO 1

    HACIA EL NUEVO ORDEN NEOLIBERAL

    La hiperinflacin constituy as el momento resolutivo en la Interminable agona, que llegaba a su trmino, para la sociedad forjada por la revolucin peronista. [...] Este fin fue tambin un

    principio; el principio de los das que estamos viniendo. A la memoria de esta experiencia debe su fuerza el orden socio-econmico y poltico

    que hoy vemos perfilarse; es ese recuerdo aleccionador el que da a las mayoras la fuerza necesaria para soportar la ostentosa indiferencia

    de los sectores privilegiados por las penurias que siguen sufriendo los que no lo son y ofrecer su resignada aquiescencia a la progresiva

    degradacin de las instituciones cuya restauracin celebraron con tan vivas esperanzas hace diez aos.

    Tulio Halperin Donghi, La larga agona de la Argentina peronista.

    LOS MOMENTOS DE LA MUTACIN ECONMICA

    Durante dcadas, en la Argentina imper un modelo de in- tegracin de tipo nacional-popular, cuya mxima expresin fue el primer peronismo (1946-1955). Este modelo se caracterizaba por tres rasgos mayores. En primer lugar, en el plano econmi- co, presentaba una concepcin del desarrollo vinculada a la etapa de sustitucin de importaciones y la estrategia mercado- internista. En segundo lugar, implicaba el reconocimiento del rol del Estado como agente y productor de la cohesin social, principalmente por medio del gasto publico social. Esta polti- ca se tradujo as en la ampliacin de la esfera de la ciudadana, a travs del reconocimiento de los derechos sociales, expresa- dos paradigmticamente en el artculo 14 bis de la Constitu- cin nacional. Por ltimo, una tendencia a la homogeneidad social, visible en la incorporacin de una parte importante de la clase trabajadora, as como la expansin de las clases medias asalariadas.

    El desmantelamiento de este modelo societal, luego de lar- gos avalares polticos y tergiversaciones no menores, y su reem-

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    plazo por un nuevo rgimen, centrado en la primaca del merca- do, conoci diferentes momentos. En realidad, el proceso de ins- tauracin de un nuevo orden liberal estuvo lejos de ser lineal o de registrar una secuencia nica. De manera esquemtica, podra- mos afirmar que los cambios en el orden econmico arrancan durante la dcada del 70, a partir de la instalacin de regmenes militares en el cono sur de Amrica Latina; las transformacio- nes operadas en la estructura social comenzaran a tornarse visi- bles en la dcada del 80, durante los primeros aos del retorno a la democracia; por ltimo, podemos situar los cambios mayores a fines de los 80 y principios de los 90, con la gestin menemista.

    En rigor, el cambio en el rgimen de acumulacin conoci un primer intento con el "Rodrigazo", bajo el gobierno de Isabel Martnez de Pern (1974-1976). Recordemos que, pese a la breve- dad de su gestin, el ministro de Economa Celestino Rodrigo (1975), marc una inflexin de talla, pues aplic drsticas medi- das de ajuste que implicaron una devaluacin del 100% y un au- mento de las tarifas de los principales servicios pblicos que, en algunos casos, lleg al 200%. Impulsado por el ministro Jos L- pez llega, el plan de Rodrigo implicaba una reorientacin funda- mental de la economa, pues apuntaba a poner fin a la poltica econmica nacionalista y reformista, caracterstica del peronis- mo, para dar paso a una poltica de estabilizacin y ajuste, asenta- da en una alianza con los grupos econmicos. Sin embargo, esta primera tentativa por cambiar el rgimen de acumulacin encon- tr grandes escollos en las movilizaciones populares espontneas que paralizaron el pas y culminaron en una huelga general de- cretada por la CGT, lo cual determin no slo el final abrupto del plan de ajuste, sino la suerte del hombre fuerte del rgimen, L- pez Rega, quien tuvo que renunciar y abandonar el pas.

    La segunda tentativa arrancara de manera decidida con el golpe de Estado del 24 de marzo de 1976. Como en otros pases de Amrica Latina, el objetivo de la dictadura militar ar- gentina fue llevar a cabo una poltica de represin, al tiempo que aspiraba a refundar las bases materiales de la sociedad. En consecuencia, el corte que introdujo fue doble: por un lado, mediante el terrorismo de Estado, apunt al exterminio y dis- ciplinamiento de vastos sectores sociales movilizados; por otro lado, puso en marcha un programa de reestructuracin econmi-

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    co-social que habra de producir hondas repercusiones en la estructura social y productiva.

    Las consecuencias econmicas y sociales de estos procesos fueron devastadoras. El nuevo rgimen de acumulacin supuso la puesta en marcha de un modelo asentado en la importacin de bienes y capitales y en la apertura financiera. Estas medidas implicaban la interrupcin de la industrializacin sustitutiva (visible en la erosin de la produccin interna), y propiciaban el endeudamiento de los sectores pblico y privado (reflejado en el aumento espectacular de la deuda externa, que en el pe- rodo 1976-1983 pas de 13 mil millones a 46 mil millones), asi- mismo, la lgica de acumulacin desencadenada por este pro- ceso centrado en la valorizacin financiera apunt tambin a liquidar las posibilidades de una coalicin nacional-popular, al tiempo que fue sentando las bases de un sistema de domina- cin centrado en los grandes grupos econmicos nacionales y los capitales transnacionales, que finalmente terminara de con- cretarse en 1989, a partir de la alianza poltica entre estos secto- res y el peronismo triunfante.

    El proceso de desindustrializacin iniciado por la dictadu- ra militar produjo importantes cambios en la estructura social argentina, anticipando su latinoamericanizacin, a travs de la expulsin de mano de obra del sector industrial al sector ter- ciario y cuentapropista, y la constitucin de una incipiente mano de obra marginal. Asimismo, el deterioro de los salarios reales y la baja de la produccin produjeron la contraccin de la demanda interna, lo cual fue acompaado por el fuerte in- cremento de las disparidades intersectoriales. Por ltimo, la eli- minacin de las negociaciones colectivas y la cada del salario impactaran negativamente en la distribucin del ingreso.

    Recordemos que en 1974, en la Argentina, la distribucin de la riqueza era similar a la de muchos pases desarrollados: los ingresos del 10% ms rico eran 12,7 veces mayor que el del 10% ms pobre. En realidad, la falta de difusin de indicadores so- cio-econmicos durante el rgimen militar, a lo que sigui la profundizacin del deterioro de las condiciones de vida de fran- jas importantes de los sectores medios y populares, explican que slo hacia mediados de los 80, con el retorno a la vida cons- titucional, gran parte de la sociedad tomara conciencia de la

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    dimensin de los cambios producidos. Ms an, este cuadro eco- nmico-social no tard en poner de manifiesto el aumento de las desigualdades, visible en el incremento de la llamada "po- breza estructural", as como en la aparicin de una "nueva pobreza" que afectara a los sectores medios y medios-bajos.

    Las cifras de la poca son ms que elocuentes, como lo re- fleja la distribucin del ingreso per cpita de los hogares entre 1974 y 1989. As, el 30% de los hogares de ingresos bajos pas del 12,4% del ingreso en 1974 al 7,3% en 1989; los ingresos medios, en los cuales se comprende el 60% de los hogares, pa- saron a su vez del 60,7% en 1974 al 51,1% en 1989; finalmente, los hogares con ingresos altos, el 10% del total, pasaron de con- centrar el 27% en 1974 al 41,7% en 1989 (Beccaria:2001). Asi- mismo, el total de nuevos pobres en el Conurbano Bonaerense pas del 4,2% en 1980 a 12,3% en 1987.

    Ahora bien, aunque la dictadura logr crear las bases de un nuevo orden econmico, ello no significa que no haya habido luego tentativas de reorientar el sistema hacia una economa productiva. As, durante los primeros aos del gobierno de Ral Alfonsn (1983-1989), en medio de la efervescencia demo- crtica, hubo ciertos ensayos que, aunque limitados, se pro- pusieron reorientar el desarrollo, acorde al modelo de acumu- lacin precedente. Dichas tentativas se dieron en el marco de la crisis de la deuda externa que sacudi a gran parte de los pases latinoamericanos a partir de los aos 80 (la "dcada perdida", segn la Cepal), y en un contexto de aumento de las demandas y expectativas populares. Sin embargo, pese a sus proclamas ini- ciales, que prometan desde la renovacin de las estructuras sindicales hasta una democracia sustantiva, como en tantos otros temas el nuevo gobierno constitucional no cont con el coraje poltico ni tampoco con las alianzas necesarias para ir hasta el fondo de la cuestin.

    Por un lado, las acciones del gobierno de Ral Alfonsn de- jaron entrever una debilidad creciente en relacin con los po- derosos sindicatos peronistas. En efecto, en 1987 el gobierno tuvo que retroceder en su propuesta de reforma sindical y nom- brar como ministro de Trabajo a un hombre procedente de las filas del sindicalismo. Por su parte, la CGT, conducida por el sec- tor ubaldinista, continu desarrollando una fuerte capacidad

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    de presin, ilustrada de manera elocuente por los trece paros generales realizados entre 1984 y 1988.

    Hacia fines de los 80, envuelto en una serie de conflictos eco- nmicos e institucionales, el pas se hunda cada vez ms en una grave crisis econmica, reflejada en la importante cada de la in- versin interna y extranjera, la creciente fuga de capitales y el rcord inflacionario, que en 1987 alcanzara el 175% y en 1988, el 388%. Finalmente, el gobierno de Alfonsn naufragara sin dar con la clave de la constitucin de una nueva alianza polti- co-econmica, que apuntara tanto a consolidar el recobrado marco institucional como a sanear una economa severamente deteriorada. La disociacin entre, por un lado, una democracia representativa, orientada hacia la consolidacin del marco insti- tucional y el respeto de las reglas de juego entre los partidos polticos y, por otro, una democracia sustantiva, basada en la articulacin entre solidaridad y demandas de justicia social, se tornaba cada vez ms evidente. La debacle del Plan Austral que en sus comienzos haba contado con un alto apoyo po- pular y la entrada en un perodo de alta inflacin, culmina- ran en la crisis hiperinflacionaria de 1989, impulsada en parte por los grandes grupos econmicos (el "golpe del mercado"). Estos sucesos determinaran el retiro anticipado de Alfonsn, quien haba accedido al poder en 1983, avalado por el 52% de los sufragios, en medio de grandes expectativas de renovacin poltica y econmica.

    As las cosas, la Argentina de principios de los aos 90 era una sociedad empobrecida y atravesada por nuevas desigualda- des, que ya haba experimentado una primera gran desilusin respecto de las promesas sustantivas de la democracia. El pas asista a la crisis estructural del modelo nacional-popular, sin por ello descubrir la frmula, a la vez econmica y poltica, que permitiera reencontrar las claves perdidas de la integracin so- cial. Sin embargo, aunque el incremento de la heterogeneidad y la polarizacin social anunciaban los contornos de un pas di- ferente del de antao, la gran mutacin se consumara durante el tercer momento de la secuencia, esto es, durante el largo go- bierno de Carlos Menem, entre 1989 y 1999.

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    1989: EL FINAL DE UN CICLO POLTICO Y ECONMICO

    El ao 1989 signific el final de un ciclo poltico-econ- mico, tanto en el nivel nacional como en el internacional. En el nivel internacional, en 1989 colapsaron los socialismos rea- les, proceso ilustrado de manera elocuente por la cada del Muro de Berln. El hecho terminaba abruptamente con la divi- sin ms emblemtica de la guerra fra, al tiempo que anticipa- ba, tras la rpida reunificacin de las dos Alemanias, el triunfo avasallador del ideario Capitalista. Meses ms tarde, la debacle de Rumania, una de las repblicas comunistas ms pobres del Este europeo, cerraba el ao, con el juicio y ejecucin de los Ceaucescu, cuya transmisin televisiva en directo sera segui- da por el mundo entero. El espectacular fin del mundo bipolar abri un amplio espacio poltico-ideolgico que sera ocupado por el neoliberalismo, rpidamente sacralizado en trminos de "pensamiento nico".

    En el contexto de los pases latinoamericanos, la situacin no era menos grave. La "dcada perdida" se cerraba con un balan- ce negativo: solamente en los ltimos cuatro aos el nmero de pobres en Amrica Latina haba registrado una aumento de 25% (Cepal). A principios de 1989, la crisis econmica desem- bocara en saqueos y revueltas masivas en Venezuela, una de las repblicas otrora ms prsperas, gracias a la riqueza de sus re- cursos petroleros. As, el "Caracazo" vendra a acentuar los te- mores de las lites gobernantes en otros pases, tambin jaquea- das por la crisis de la deuda externa, la inflacin galopante y el deterioro de las condiciones de vida de vastos sectores sociales. Pocos meses despus, en mayo de 1989, sera el turno de la Ar- gentina, desbordada por la crisis hiperinflacionaria y los saque- os a supermercados, registrados en localidades del conurbano bonaerense y en la ciudad de Rosario.

    De manera ms especfica, en la Argentina, la experiencia de la hiperinflacin habra de constituir un punto de inflexin para la historia poltica nacional. En primer lugar, desde el pun- to de vista econmico, para la gran mayora de la poblacin la hiperinflacin trajo consigo una mayor cada del salario real, la contraccin de la actividad econmica, la suspensin de la cadena de pagos y el reemplazo de la moneda local por el dlar.

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    En 1989, los ndices de pobreza treparon al 47,3%, y la tasa de indigencia, al 17,5% (Lozano: 2005). Asimismo, slo en ese ao, el total de nuevos pobres alcanz el 23,3% (Minujn y Kessler: 1995).

    En segundo lugar, la crisis hiperinflacionaria desemboc en el acuerdo entre diferentes actores sociales sobre ciertos puntos bsicos, referidos, en especial, al agotamiento de la va nacional-popular, esto es, del modelo de integracin social que el peronismo haba puesto en vigencia en 1945, y que el pro- yecto alfonsinista, en parte, se haba propuesto recrear, ponien- do al descubierto las distorsiones e insuficiencias producidas en cuarenta y cinco aos de conflictos y transformaciones. En con- secuencia, la hiperinflacin termin por afianzar aquellas pos- turas que afirmaban la necesidad de una apertura del mercado y un achicamiento radical del Estado.

    En tercer lugar, en trminos experienciales, la hiperinflacin confront a los individuos con la prdida sbita de los marcos que rigen los intercambios econmicos, a travs de la desvalorizacin y desaparicinvertiginosa de la moneda nacional. Ms an, la hiperinflacin como experiencia de disolucin del vnculo so- cial dejara profundas huellas en la conciencia colectiva, visi- bles en la fuerte demanda de estabilidad que recorrera la so- ciedad argentina durante los aos 90. La demanda no tardara en transformarse en una suerte de mandato irrevocable, que eri- gira al rgimen de convertibilidad (mediante la paridad entre el dlar y el peso), implementado en 1991, en base y garanta de la nueva sociedad posinflacionaria.

    En cuarto y ltimo lugar, la experiencia traumtica de la hi- perinflacin habra de asestar un rudo golpe al imaginario inte- gracionista que, desde los orgenes de la repblica, haba ali- mentado las prcticas y las representaciones de vastos sectores sociales, incluidas las clases medias y parte de las clases popula- res. Extenuada y empobrecida, la sociedad argentina asista al final de un modelo de integracin social que, desde los comien- zos de la repblica y ms all de las crisis recurrentes, haba ase- gurado canales importantes de movilidad social ascendente.

    Ahora bien, si la crisis hiperinflacionaria apur el recam- bio presidencial y sent las bases para el consenso neoliberal en diferentes sectores sociales, no es menos cierto que 1989 estuvo

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    signado por otros sucesos, que habran de tener vastas reper- cusiones polticas en los aos por venir. Uno de ellos tena que ver con la "cuestin militar", a saber, con las presiones ejercidas por las fuerzas armadas, que reclamaban que el gobierno pu- siera fin a las causas por la violacin de los derechos humanos re- gistradas bajo la ltima dictadura. Esto, sumado a demandas ms puntuales de ciertos sectores del ejrcito que, desde 1987, haban venido alimentando rebeliones sucesivas y rumores de conspiraciones, atentaba contra la frgil institucionalidad del sis- tema democrtico argentino, y apareca como uno de los lega- dos ms problemticos del gobierno de Alfonsn, cuya cuestio- nable resolucin estara a cargo de Menem.

    Por otro lado, 1989 fue un ao que condens grandes de- rrotas en el campo de los movimientos sociales. As, en febrero, un hecho de violencia poltica sacudi a la sociedad argenti- na: una fraccin del Movimiento Todos por la Patria (MTP) inten- t copar el regimiento de La Tablada, en la provincia de Bue- nos Aires. El levantamiento tuvo como respuesta una represin sangrienta ordenada por el gobierno alfonsinista, que incluy adems fusilamientos secretos llevados a cabo por el Ejrcito. Sin embargo, ms all del afn del gobierno por condenar los hechos y congraciarse al mismo tiempo con la cpula militar, los efectos de La Tablada tuvieron una significacin mayor, pues alcanzaron un modelo de militancia que planteaba una continuidad ideolgica entre los aos 70 y los 80, al articular lo social y lo poltico. En efecto, aunque incipiente, la experiencia del MTP fue una de las tentativas ms importantes de impulsar un provecto de izquierda, con verdadera militancia poltica en los barrios. Necesario es decir que la mayora de sus militantes no estaba al tanto del aventurerismo revolucionario de Enrique Gorriarn Merlo, lder del levantamiento; otros, probablemen- te lo saban, pero naufragaron en la ambivalencia propia de un movimiento que reuna, sin duda de manera heterognea y hasta contradictoria, elementos o matrices ideolgicas de po- cas diferentes. El caso es que La Tablada aceler el proceso de quiebre ideolgico de lo que quedaba de la izquierda populista revolucionaria, lo cual se tradujo en el ocaso de un tipo de mili- tancia social y poltica. A esto se agregara posteriormente la cri- sis del MAS (Movimiento al Socialismo), partido de izquierda

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    trotskista que en los ltimos aos haba registrado una impor- tante insercin sindical. Sin embargo, su implantacin en los sindicatos no lograra resistir la ofensiva privatizadora y neoli- beral, realizada en medio de la conversin vertiginosa de am- plios sectores del peronismo histrico.

    Por si esto fuera poco, en octubre de 1989 el nuevo gobier- no de Menem firm el primero de los dos decretos que otorga- ban la amnista a la cpula militar, anteriormente condenada por crmenes de lesa humanidad, as como a los altos dirigentes de Montoneros, la organizacin armada peronista ms impor- tante y ms controvertida- de los aos 70. Dichos decretos venan a convalidar la tesis de los "dos demonios", fraguada durante los primeros aos de democracia, que reparta iguales responsabilidades por lo sucedido durante los "aos de plomo", al terrorismo de Estado y a las organizaciones guerrilleras (y tenda a incluir, de manera ms extensa, al conjunto del espa- cio militante).

    Los indultos, que complementaban aquellas ya firmados por Alfonsn, concitaron una oposicin generalizada, no slo de los organismos de derechos humanos, sino tambin de vas- tos sectores de la sociedad. Hubo una gran movilizacin que, como en los primeros tiempos de la democracia, logr concen- trar centenares de miles de personas; las encuestas de la poca indicaban un amplio repudio de la sociedad, que rozaba el 75% (Cerruti y Ciancaglini:1992, p. 238), pero, sin embargo, nada pudo torcer la particular poltica de "pacificacin" asumida por el nuevo presidente peronista. En consecuencia, este conjunto de hechos diferentes pondra de manifiesto una inflexin en los sistemas de accin colectiva, lo cual sera corroborado luego tanto por la desmovilizacin y fragmentacin de las organiza- ciones de derechos humanos, como por la crisis de un tipo de mi- litancia poltica en los barrios populares. La poca que se abra revelara una concepcin diferente respecto de la relacin en- tre lo social y lo poltico, en el marco de un nuevo modelo, mar- cado por el desdibujamiento de los antagonismos polticos y el aumento de la polarizacin social.

    En suma, luego de 1989, la sociedad argentina cambi os- tensiblemente. Tras la imagen de un pas devastado, la crisis del vnculo social experimentada durante la hiperinflacin dej

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    la puerta abierta, demasiado abierta, para la realizacin de las transformaciones radicales llevadas a cabo durante la larga d- cada menemista.

    EL NUEVO ORDEN NEOLIBERAL

    A nadie escapa que la institucionalizacin creciente del sis- tema partidario en la Argentina desde 1983 contrasta con el lar- go proceso de inestabilidad institucional y polarizacin poltica que caracteriz a la Argentina a partir de 1955. Ahora bien, di- cha institucionalizacin debe interpretarse en el marco de las especificidades del caso argentino, tradicionalmenle caracteri- zado por un sistema poltico dbil, y, como en otros pases la- tinoamericanos, por una fuerte articulacin entre el sistema poltico, los actores sociales y el Estado. Asimismo, esta situa- cin expresaba una suerte de anomala: cuanto ms fuertes eran los grupos sociales, menor pareca ser su expresin org- nica a travs de los partidos polticos. Esto se deba, por un lado, a que los sectores conservadores argentinos nunca pudieron consolidar un partido de derecha fuerte y, por ende, recurran, para canalizar sus intereses sectoriales, a la intervencin de los militares; por otro lado, los sectores populares lograron su re- presentacin por medio de partidos-movimientos (el yrigo- yenismo, pero, sobre todo, el peronismo), en los cuales el rol y la autonoma del partido poltico propiamente dicho apareca como particularmente dbil con relacin al conductor carism- tico y, en el caso del peronismo, hacia las corporaciones sindi- cales. Para muchos, por ende, para ingresar en un verdadero modelo de representacin poltica de intereses sociales era ne- cesario diferenciar estos niveles, a fin de posibilitar una verda- dera articulacin entre lo social y lo poltico.

    Cierto es que la progresiva institucionalizacin del sistema poltico partidario no se dio sin inconvenientes, entre los cuales hay que destacar tanto las rebeliones militares producidas du- rante el perodo de Alfonsn y el primer ao del gobierno de Menem, como la constante presin de los grupos econmicos, dramticamente ilustrada por el primer brote hiperinflaciona- rio de 1989, considerado por algunos como un verdadero "gol-

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    pe de mercado". Sin embargo, lo propio del perodo que se abre en 1983 y, sobre todo, a partir de 1987, es el acercamiento cada vez mayor entre los sectores econmicamente dominantes y los partidos polticos mayoritarios. En realidad, desde el punto de vista de los sectores dominantes, la apertura democrtica trajo consigo un cambio importante de perspectiva poltica, a partir del abandono de las posiciones golpistas y la aceptacin de las nuevas reglas de juego. Este proceso, que tena como trasfondo la conviccin de que la corporacin militar haba dejado de ser el canal ms apropiado de sus intereses econmicos (Acu- a:1995), tambin daba cuenta de la existencia de una suerte de mandato "democrtico" que recorra el subcontinente, avala- do por Estados Unidos y los organismos internacionales. Ello nos permite comprender por qu, de ah en ms, la accin de los sectores dominantes se orientar a la colonizacin de los dos grandes partidos polticos existentes, a travs de la infiltra- cin del discurso econmico liberal, como eje de la solucin de los problemas argentinos. Este discurso tomara un nuevo alcan- ce, luego del fracaso ostensible del Plan Austral, en 1987, mo- mento en el cual los sectores dominantes comenzaron a desa- rrollar una campaa sistemtica en favor de la necesidad de realizar profundas reformas estructurales (Beltrn:1999, p. 75).

    Recordemos que en 1983, la poltica liberal, uno de los puntos centrales del programa econmico-social de la dicta- dura militar, era fundamentalmente sostenida por los grandes grupos econmicos y los partidos de inspiracin liberal, estre- chamente vinculados con aqulla. Sin embargo, hacia fines de los 80, este discurso pas a formar parte de la plataforma pol- tico-econmica del entonces candidato a la presidencia por el partido radical, Eduardo Angeloz, revelando con ello los re- sultados exitosos de una estrategia de acercamiento y seduc- cin de los sectores dominantes hacia los partidos mayorita- rios. Finalmente, la puesta en marcha de un nuevo programa liberal, mediante la alianza entre importantes grupos socio- econmicos y el gobierno democrtico, se tornara posible con la asuncin del nuevo presidente justicialista de la Argen- tina, Carlos Menem.

    Sin embargo, a fines de los 80 no fueron pocos los observa- dores polticos que retomaron la categora "populismo" para

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    caracterizar las propuestas de los candidatos presidenciales en pases tales como la Argentina, Brasil, Per, Venezuela y Mxico. En realidad, el escenario poltico-electoral latinoamericano, que daba cuenta tanto de las limitaciones como de la crisis estructu- ral del modelo nacional-popular, estaba atravesado por deman- das ambivalentes y hasta contradictorias. Por un lado, frente a las crecientes dificultades econmicas y la crisis de los mecanis- mos tradicionales de cohesin social, as como a la destruccin de las solidaridades sociales, el llamado populista emerga, una vez ms, como una tentativa de "restitucin" del progreso a las mayoras, por va de una poltica nacional-popular. Por otro lado, esta demanda de revinculacin iba acompaada tambin por una no menos fuerte exigencia de eficacia y ejecutividad, necesarias para enfrentar la crisis e imponerse por sobre los in- tereses de los diferentes sectores en pugna.

    Sobre este teln de fondo se abre la experiencia de Me- nem, que refleja cabalmente esas demandas contradictorias. As, aunque su campaa electoral se fund en el llamado po- pulista, Menem termin construyendo una nueva alianza po- ltico-econmica que le permiti dar cauce a la demanda de ejecutividad, mediante una estrategia liberal, orientada a la deslegitimacin y desmantelamiento completo del modelo na- cional-popular, sin que por ello las promesas electorales o la su- puesta vocacin popular del partido justicialista se convirtieran en un verdadero obstculo.

    La entrada en un nuevo orden liberal puso fin a la recu-, rrente distancia existente entre sistema de poder y sistema pol- tico, que tantos analistas sealaron de las fuentes de la inestabilidad y polarizacin poltica en la Argentina. La larga etapa de los "empates sociales", que haba caracterizado al pas a partir de 1956, signada cada vez ms por la acentuacin de la crisis del modelo nacional-popular e ilustrada por las feroces pujas entre diversas concepciones de la economa, la sociedad y la poltica, pareca haber llegado a su fin. Se abra una nueva poca, marcada a la vez por la polarizacin y la fragmentacin social, as como por la hegemona de los grupos econmicos en alianza con el partido mayoritario.

    Claro est que una transformacin tan radical del proyecto econmico exigi un cambio fundamental en las alianzas pol-

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    ticas del Partido justicialista, que dej de apoyarse masivamente sobre el actor corporativo sindical, como lo haba hecho tradi- cionalmente, para vincularse estrechamente con los sectores dominantes representados por los grandes grupos econmicos. Fue esta nueva alianza, en la que se integraron tambin los re- presentantes polticos del neoliberalismo vernculo, la que hizo posible la aplicacin de la reforma del Estado, a partir del abandono de una poltica de concertacin social y de la asun- cin de una gestin decisionista.

    Slo tras un perodo signado por la puesta en escena de las nuevas alianzas econmicas (en una primera etapa el Ministerio de Economa fue asignado a un funcionario del grupo econmi- co Bunge & Born) y por un conjunto de planes sucesivos de esta- bilizacin econmica, se consolid en el pas la liberalizacin de la economa a partir del Plan de Convertibilidad y la reforma del Estado. Hubo rumores de desplazamientos y renuncias, y re- sonantes escndalos de corrupcin involucraron a personajes de la familia presidencial, pero en 1991 el rgimen logr estabi- lizarse, con la asuncin de Domingo Cavallo en la cartera econ- mica y la puesta en marcha del Plan de Convertibilidad.

    En efecto, el Plan de Convertibilidad, que acompa las re- formas estructurales, produjo una verdadera transformacin de las reglas de juego econmicas, entre ellas, la paridad entre el dlar y el peso, la restriccin de la emisin monetaria, la re- duccin de las barreras aduaneras, la liberalizacin del comercio exterior y el aumento de la presin fiscal. Tambin fueron su- primidos los principales mecanismos de control del Estado sobre la economa, en favor de las reglas del mercado, al tiempo que se liberaliz la inversin extranjera en la Argentina.

    As, se logr salir de la espiral hiperinflacionaria aplicando una severa poltica de ajuste y de estabilizacin, complementa- da por una poltica de apertura del mercado nacional a las im- portaciones y las inversiones extranjeras. Esta estrategia de shock logr detener la hiperinflacin, lo cual contribuy a recuperar parte de la credibilidad ante los mercados internacionales, al tiempo que facilit, en los primeros aos del Plan de Converti- bilidad, la recuperacin econmica y la reduccin de la pobre- za. Entre 1991 y 1994 la pobreza descendi del 47,3% registra- do en 1989, en pleno pico hiperinflacionario, al 19,7%, pero

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    no volvi a los niveles de la dcada del 80 (Lozano:2005). Por otro lado, el incremento de la actividad econmica alcanzara el 10,6% en 1991, para ir descendiendo progresivamente a 9,6% en 1992, 5,7% en 1993 y 5,8% en 1994 (Aronskind:2001, p. 57). Asimismo, la adopcin de la convertibilidad supuso el abando- no de una poltica monetaria autnoma, lo cual acentu la de- pendencia estructural del pas frente al mercado internacional y sus sobresaltos coyunturales y no permiti tampoco desarrollar un nivel de competitividad suficiente (Salama:2003).

    El nuevo orden impuso un modelo de "modernizacin ex- cluyente", como tempranamente lo denominaron Barbeito y Lo Vuolo (1992), impulsando la dualizacin de la economa y la sociedad. As, durante la dcada del 90, mientras que la Pobla- cin Econmicamente Activa (PEA) creci un 28%, el desem- pleo creci 156,3% y el subempleo, 115,4%. La pauta general fue el incremento de la productividad, con escasa generacin de empleo y deterioro creciente de las condiciones laborales. Asimismo, el nuevo modelo modific la insercin de la econo- ma en el mercado mundial, ya que la apertura a las importa- ciones condujo a una "reprimarizacin de la economa": en este contexto las pequeas y medianas empresas tuvieron gran- des dificultades para afrontar la competencia externa, con lo cual las exportaciones se concentraron ah donde sus precios se expresaban directamente en dlares (petrleo, gas, produc- cin agrcola) y donde el valor agregado era dbil o casi nulo (Salama:2003, p.9).

    En los primeros aos, el cambio de modelo econmico gener una situacin novedosa, visible en la coexistencia de crecimiento econmico y aumento de la desocupacin. Sin embargo, las limitaciones propias del modelo de moderniza- cin excluyente se haran notorias a partir de 1995, momento en el cual el crecimiento se estanca, debido a una combinacin de elementos externos (el "efecto Tequila") e internos (lmites en la expansin del consumo interno). As, en 1995 la propor- cin de hogares pobres aument en un 27% (Lozano:2005), revirtiendo la tendencia decreciente inmediatamente poste- rior a la hiperinflacin de 1989. El inicio de la recesin ira acompaado por un aumento espectacular de la desocupa- cin, que era del 6% en 1990, pero alcanz un primer pico en

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    1996, de 18,8%. A partir de 1996, el pas logr mejorar sus ndi- ces econmicos, pero dos aos ms tarde, en 1998, entr en un perodo de recesin profunda, que se continuara durante el breve gobierno de la Alianza, y llevara al estallido del modelo, hacia fines de 2001. En octubre de 2001, la desocupacin pas a 18,3% y tuvo un segundo pico de 21,5% en mayo de 2002, des- pus del colapso del modelo de convertibilidad. Mientras tan- to, la pobreza salt en 2002 al 54,3%, para descender en el se- gundo semestre de 2004 al 40%, muy por encima del umbral registrado a lo largo de los 90.

    LA "REESTRUCTURACIN" DEL ESTADO

    El proceso de reestructuracin del Estado fue crucial. Se- gn el manual de Jones y Thompson, "Un modelo para la nueva gerencia nuevo modelo de gestin se caracteriza por las "5 R: Reestructuracin, Reingeniera, Reinvencin, Realineacin, Re- conceptualizacin". La primera "R" es fundamental, pues cons- tituye el primer paso de la secuencia. Reestructurar significa "eliminar de la organizacin todo aquello que no contribuye o aporta valor al servicio o producto suministrado al pblico, cliente o consumidor. As, un problema de la reestructuracin es la determinacin de 'qu se elimina y qu se retiene' en fun- cin de los objetivos e intereses polticos de los gobiernos" (ci- tado en Zuleta:2003).

    El programa de ajuste, basado en la reestructuracin glo- bal del Estado, puso en vigor una fuerte reduccin del gasto pblico, la descentralizacin administrativa y el traslado de competencias (salud y educacin) a los niveles provincial y mu- nicipal, as como una serie de reformas orientadas a la desregu- lacin y privatizacin que impactaron fuertemente en la cali- dad y alcance de los servicios, hasta ese momento en poder del Estado nacional. En consecuencia, las reformas conllevaron una severa reformulacin del rol del Estado en la relacin con la economa y la sociedad, lo cual trajo como correlato la con- solidacin de una nueva matriz social caracterizada por una fuerte dinmica de polarizacin y por la multiplicacin de las desigualdades. Por otro lado, la desregulacin de los mercados,

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    acompaada de la introduccin de nuevas formas de organi- zacin del trabajo, produjo la entrada en una era caracterizada por la flexibilizacin y la precariedad laboral y una alta tasa de desempleo.

    As, a lo largo de los 90, la dinmica de consolidacin de una nueva matriz estatal se fue apoyando sobre tres dimensio- nes mayores: el patrimonialismo, el asistencialismo y el reforza- miento del sistema represivo institucional. El primer rasgo alu- de a las caractersticas que asumi el proceso de vaciamiento de las capacidades institucionales del Estado, como producto de la drstica reconfiguracin de las relaciones entre lo pblico y lo privado. De manera ms precisa, el patrimonialismo se vincula con la total prdida de la autonoma relativa del Estado, a travs del carcter que adoptaron las privatizaciones. Recor- demos que la dinmica privatizadora envolvera vastas reas del Estado. Agreguemos a esto que a principios de los 80, el Estado estaba presente de manera parcial o total en aproximadamente mil firmas, aunque solamente 14 de ellas (entre las cuales esta- ban YPF, Segba, Gas del Estado y Aerolneas Argentinas) repre- sentaban entre dos tercios y tres cuartos del total de la actividad econmica de las empresas pblicas (Margheritis:2000, p. 50). Cierto es que muchas de esas empresas tenan una pobre per- formance econmica, graves problemas de endeudamiento y prestaban servicios cada vez ms deficitarios, alejndose as del propsito social que haba guiado su creacin. No menos cierto es que entre estas distorsiones figuraba el hecho de ha- berse convertido en un espacio de prebendas para el sector privado, proveedor de servicios (la llamada "patria contratis- ta"), como de afirmacin, muchas veces clientelar, de los po- derosos sindicatos.

    Gran parte de la estrategia de legitimacin desarrollada por el nuevo gobierno y sus aliados apunt entonces a desa- creditar el rol monoplico del Estado, augurando que la liber- tad de mercado asegurara la eficiencia y la modernizacin, sin necesidad de que se implementaran los controles propios que requera un modelo semiestatista, estancado y corrupto. Sin embargo, la forma que adopt el proceso de privatizaciones es- tuvo lejos de corresponderse con las altisonantes declaraciones que postulaban la asociacin natural entre democracia, merca-

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    do y globalizacin. Antes bien, el proceso de privatizaciones im- plic la destruccin de las capacidades estatales, as como la constitucin de mercados monoplicos, paradjicamente favo- recidos por la propia proteccin estatal, que terminaron de asegurar, por medio de condiciones ventajosas de explotacin, la obtencin de una "rentabilidad diferencial" (Notcheff:1998; Basualdo:2000). Una de las claves del perodo, a saber, la rpida conformacin de un nuevo entramado econmico, suerte de "comunidad de negocios" (Basualdo:2002) entre grupos eco- nmicos nacionales y empresas trasnacionales, asociados en la adquisicin de empresas estatales privatizadas, fue posible gra- cias a la corrupcin y cooptacin de la clase poltica local co- mo lo reflejan los grandes escndalos denunciados a lo largo de una dcada, as como por la fuerte imbricacin preexisten- te entre el equipo econmico rector, con los grupos privados. Por ltimo, no hay que olvidar que durante el proceso de pri- vatizaciones, el Estado gener nuevas normas jurdicas, que favorecieron la implantacin de capitales extranjeros, al tiem- po que garantizaban la aceptacin de la normativa creada en los espacios transnacionales, como el Centro Internacional pa- ra el Arreglo de Diferendos Relativos a Inversiones (CIADI), de- pendiente del Banco Mundial.

    En segundo lugar, en la medida en que las polticas en cur- so implicaron una redistribucin importante del poder social (generando un contingente amplio y heterogneo de "nuevos perdedores"), el Estado se vio obligado a reforzar las estrate- gias de contencin de la pobreza, por la va de la distribucin -cada vez ms masiva de planes sociales y de asistencia ali- mentaria a las poblaciones afectadas y movilizadas. Ciertamen- te, recordemos que desde fines de los 80 la accin estatal se encamin a reformular la relacin con las poblaciones ms des- favorecidas por medio de una accin poltica ms localizada y barrial, orientada a la gestin de las "necesidades bsicas insa- tisfechas". De esta manera, el pasaje de la fbrica al barrio fue consolidndose a partir de la articulacin entre polticas socia- les focalizadas y organizaciones comunitarias: los primeros en- sayos de asistencia alimentaria (impulsada por el gobierno radical y los diferentes gobiernos provinciales, en manos del justicialismo, a fines de los 80), fueron seguidos por una poltica

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    de ayuda social que incluira la salud y la infancia. Estos proce- sos reorganizaron la poltica en funcin del mediador barrial, encargado de la organizacin y distribucin de recursos ali- mentarios, cuya expresin paradigmtica seran las "manzane- ras", en la provincia de Buenos Aires. Finalmente, durante la segunda mitad de los 90, en ausencia de estrategias de creacin masiva de ocupacin formal, los gobiernos argentinos se aboca- ran a implementar de manera ms sistemtica una serie de programas de emergencia ocupacional que contemplaban la entrega de subsidios monetarios a cambio de una contrapres- tacin laboral en proyectos de inters pblico o social, desti- nados a contener, al menos parcialmente, a aquellos que que- daban excluidos del mercado de trabajo y se movilizaban a travs de las incipientes organizaciones de desocupados. Los su- cesivos programas nacionales, como l Plan Trabajar (I, II y III del Estado nacional) y los planes provinciales, como el Barrios Bonaerenses, as como ms cercanamente los actuales Planes Je- fas y jefes de Hogar, han sido instrumentos caractersticos de estas estrategias asistenciales.

    En tercer y ltimo lugar, el Estado se encamin hacia el re- forzamiento del estado represivo institucional, apuntando al control de las poblaciones pobres, y a la represin y criminaliza- cin del conflicto social. As, frente a la perdida de integracin de las sociedades y el creciente aumento de las desigualdades, el Estado aument considerablemente su poder de polica, lo cual trajo como consecuencia un progresivo deslizamiento hacia un "Estado de Seguridad". Ese rasgo, que actualmente configura las democracias latinoamericanas, no debera ser desvinculado de la emergencia de nuevas fronteras poltico jurdicas, en rela- cin, entre otras cosas, al tratamiento de la conflictividad social que apunta a la criminalizacin de diversas categoras sociales, desde jvenes pobres y minoras extranjeras, hasta organizacio- nes poltico-sociales movilizadas.

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    EL IMPACTO DEL PROCESO DE PRIVATIZACIONES

    En rigor, el proceso de reestructuracin del Estado me- diante las privatizaciones tuvo dos etapas. La primera se ex- tendi desde la asuncin de Menem hasta principios de 1991 y abarc la transferencia a manos privadas "de la empresa telef- nica (entel) y los transportes areos (Aerolneas Argentinas), ambos convertidos en casos ejemplares. Tambin en esta pri- mera fase se dio inicio a otras privatizaciones, concluidas ms adelante, que incluyeron la red vial, canales de televisin, ra- dios, reas petroleras, polos petroqumicos y lneas de ferro- carriles. Esta primera ola de privatizaciones fue acompaada por fuertes conflictos laborales, entre los que se destacaron las movilizaciones de los trabajadores telefnicos y las de la comu- nidad de San Nicols, ligada a la empresa Somisa. Por su parte, la segunda etapa, segn consigna Margheritis (2000, pp. 54-55), abarc "la privatizacin del servicio elctrico, gasfero, de agua y cloacales, as como tambin el resto de los ferrocarriles, las reas petroleras remanentes, las firmas siderrgicas, alrededor de 500 edificios pblicos, la red de subterrneos de la ciudad de Buenos Aires, algunos hoteles, fbricas militares, la junta nacio- nal y los elevadores portuarios de granos, el mercado de hacien- da y el hipdromo. En 1994 concluy la reforma del sistema na- cional de seguridad social y la transferencia de transporte martimo, la caja nacional de seguro y la corporacin agrco- la nacional. Dada sus especificidades y su ubicacin temporal, la venta de YPF puede ser considerada un caso intermedio, pues rene caractersticas de ambas etapas del proceso privatiza- dor". Esta segunda fase estuvo menos marcada por los conflic- tos sindicales que la primera, entre otras cosas debido a que el Estado prometi la distribucin de acciones a los trabajadores, garantizando en ciertos casos una participacin de los sin- dicatos en el proceso de privatizacin (Torre:1998, p. 76). Asi- mismo, necesario es decir que a partir de 1991, las expectativas econmicas ya eran otras, pues el plan de estabilizacin imple- mentado por Cavallo haba logrado detener la inflacin y no eran pocos los argentinos que haban interiorizado un discur- so crtico y hasta vergonzante respecto del rol del Estado, adhiriendo al consenso neoliberal.

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    El impacto social del desguace del Estado sobre el empleo fue devastador. En cifras absolutas, si se consideran slo las siete empresas ms importantes del sector (telfonos, correos, trans- porte areo, gas, agua, energa y transporte ferroviario), hacia 1985 haba 243.354 empleados del sector pblico. En 1998, se haban reducido a 75.770 (Duarte:2002, p. 71). Por lo general, los despidos masivos se combinaron con planes de retiro ms o menos compulsivos, implementados en un lapso muy bre- ve, durante el perodo previo a la privatizacin, cuando las em- presas eran declaradas "sujetas a privatizacin". De esa manera, se habilitaban planes draconianos de racionalizacin, en manos de todopoderosos interventores que respondan directamente al Poder Ejecutivo. As, entre 1991 y 1992, la reduccin del em- pleo perjudic nada menos que a 100.000 trabajadores del sec- tor pblico (Duarte:2002, p. 75).

    Es importante subrayar que este proceso afect directa e indirectamente a comunidades enteras, como lo refleja de ma- nera paradigmtica la privatizacin de las empresas productivas del Estado. Ejemplo de ello es el caso de YPF (Yacimientos Petro- lferos Fiscales), que desde su creacin en 1922 hasta su privati- zacin y reestructuracin setenta aos ms tarde, fue el motor de desarrollo de varias economas regionales. Ms an, YPF, la empresa productiva estatal ms grande del pas, construy un "modelo de civilizacin territorial" pues la modalidad de ocu- pacin del territorio no se circunscribi a la sola explotacin de los recursos naturales, sino que incluy en todos los casos una extensa red de servicios sociales, recreativos y residenciales para el personal permanente (Rofman.1999, p. 199). En este sentido, YPF era un verdadero Estado dentro del Estado, pues el mundo laboral de la zona explotada, y de manera ms extensa, el conjunto de la vida social estaban estructurados directa o in- directamente en torno de YPF.

    En 1990, la empresa, que contaba con 51.000 empleados, luego de un acelerado proceso de reestructuracin que inclua retiros voluntarios y despidos, pas a tener 5600. Ello repercu- ti sobre la actividad econmica y el empleo: por ejemplo, para el caso de Mosconi y Tartagal (provincia de Salta), el retiro de YPF en 1993 implic una cada del 73% de la actividad petrolera, que a su vez se tradujo en una retraccin del 75% en el empleo

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    (Svampa y Pereyra:2003). Por otro lado, la reestructuracin im- plic el cuasidesmantelamiento de la actividad econmica de amplios sectores de la comunidad, cuyos servicios estaban orientados tanto a la empresa como al personal de YPF. Esto re- vela la ausencia de una estrategia de reconversin productiva en los dos niveles, esto es, respecto de la zona, integralmente dependiente de la accin territorial de YPF, y respecto de los propios trabajadores, cuya estabilidad laboral y oportunida- des de vida aparecan indisociablemente ligadas en muchos casos, desde haca varias generaciones a la empresa estatal. As, en mayo de 2001, mientras que la tasa de desocupacin en los aglomerados urbanos de Neuqun-Plottier era de 15,2%, en Cutral-Co y Plaza Huincul, eje de la economa petrolera del norte patagnico, alcanzaba el 32,5%. A su vez, mientras que en Salta capital la desocupacin era del 17,1%, en Mosconi-Tar- tagal alcanzaba el 42,8% (Svampa y Pereyra:2003).

    Aunque sin las dimensiones de su par petrolera, la empresa Somisa (Sociedad Mixta Siderurgia Argentina), radicada en el eje San Nicols-Ramallo, conoci un proceso similar. Como consigna Pealba (2000), entre 1991 y 1992, el 50% de un total de 12.000 trabajadores quedaron sin empleo. Al igual que en el caso de YPF, la reestructuracin se realiz combinando retiros voluntarios y despidos. El impacto sobre la tasa de desocupa- cin abierta en la regin (16%, de los cuales el 80% eran despe- didos de Somisa), as como sobre la de subocupacin (13%) son ms que elocuentes. Asimismo, las consecuencias de este pro- ceso se hicieron visibles en el aumento de la proporcin de em- pleo precario y en negro. Aqu tambin la ausencia de una pla- nificacin y una estrategia de reconversin econmica hizo que parte de las indemnizaciones desembocara en emprendimien- tos comerciales individuales (kioscos, remiseras) o fuera desti- nada al consumo y adquisicin de bienes (compra de automvi- les, casas). Poco tiempo despus, gran parte de los comercios bajaron las cortinas, parte de los bienes fueron vendidos, y la desocupacin comenz a trepar a tasas muy superiores respec- to del resto del pas.

    Por otro lado, el proceso de ajuste y reestructuracin des- bord la esfera del Estado, para alcanzar la totalidad del mer- cado de trabajo, por medio de un conjunto de reformas laborales

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    que implicaron la "reformulacin de las fronteras internas del trabajo asalariado" (Palomino:2005). Dichas reformas trajeron aparejado el desmantelamiento del marco regulatorio anterior, fundado en los derechos del trabajador y el poder de negocia- cin de los sindicatos.

    As, la implementacin de un modelo de acumulacin flexible produjo una estructuracin diferente del mercado de tra- bajo, reflejada en la multiplicacin de las formas de contratacin (empleo autnomo, tercerizacin, subcontratacin, trabajos tem- porarios). Ello se hizo efectivo en 1991, gracias a la sancin de la ley 24.013 o "Nueva Ley de Empleo", que conllev un cambio en el modo en que el Estado intervena en la relacin capital-tra- bajo. La ley reconoca la emergencia laboral al tiempo que planteaba una doble estrategia: por un lado, la flexibilizacin del contrato de trabajo formal y la creacin de nuevas moda- lidades de contratacin", destinadas a facilitar la entrada y sali- da del mercado de trabajo; por el otro, el desarrollo de polticas sociales compensatorias. Esta ley redujo asimismo los aportes pa- tronales a la seguridad social, modific las normas sobre acci- dentes y enfermedades laborales y cre un seguro de desem- pleo que cubra slo ciertos sectores del mercado formal. Las reformas incluyeron tambin un decreto que incentivaba la descentralizacin de la negociacin colectiva y otro que im- plemento el aumento por productividad. De esta manera, en la dcada del 90, el llamado "costo laboral" baj un 62%, segn las estadsticas oficiales del Ministerio de Trabajo. Por otro la- do, se observ tambin un notorio aumento del empleo no re- gistrado, que pas del 26,5% en 1990, al 35% en 1999 (Becca- ria:2002), y del subempleo, que en 2001 alcanzaba el 16,3% (Indec). Pese a las crticas programticas, esta poltica laboral encontr continuidad durante el breve gobierno de la Alianza, con la promulgacin de la polmica ley de flexibilizacin labo- ral, que vino as a confirmar el cambio de las reglas de juego en las relaciones entre el capital y el trabajo.

    En fin, la precarizacin laboral fue acompaada por nuevas formas de contratacin, las cuales se difundieron de manera vertiginosa por medio de los contratos de "prestacin de servi- cios" (tanto en el mbito privado como en el pblico), y la deri- vacin a terceros o externalizacin (extendida sobre todo en el

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    LA SOCIEDAD EXCLUYANTE

    sector industrial y las nuevas reas de comercializacin). Una de las consecuencias de este fenmeno fue la emergencia de un "derecho del trabajo de segundo tipo" (Palomino:2005), que afect la capacidad de representacin y de reclutamiento del movimiento sindical. Ms an, estas transformaciones, opera- das en un contexto de ajuste del gasto pblico y de desindus- trializacin, aceleraron notablemente el proceso de quiebre del poder sindical, reorientando sus fines y limitando su peso especfico dentro de la sociedad, y acentuaron el proceso de te- rritorializacin de las clases populares, visible en el empobreci- miento y la tendencia a la segregacin socio-espacial.

    MODERNIZACIN EXCLUYENTE Y ASIMETRAS REGIONALES

    El doble proceso de modernizacin y exclusin que afect al sistema econmico nacional se reprodujo en cada una de las regiones que lo integran (Rofman:1999, p. 228). En este senti- do, la poltica de apertura econmica signific el desmantela- miento de la red de regulaciones que garantizaban un lugar a las economas regionales en la economa nacional. Como afir- man Vaca y Cao (2004, p. 76), esta poltica traduca una manera diferente de concebir el espacio geogrfico nacional, que des- plazaba la idea de un modelo global de territorio subsidiado desde el Estado nacional, a la de "territorio eficiente". En con- secuencia, la viabilidad o inviabilidad de las economas regiona- les pas a medirse en funcin de la tasa de rentabilidad. Dicha poltica mantuvo las asimetras regionales preexistentes, al tiempo que conllev la crisis y desaparicin de actores sociales vinculados al anterior modelo (economas regionales ligadas a empresas estatales, pymes, minifundios) y en muchos casos condujo a la reprimarizacin de la economa, a travs de la ex- pansin de enclaves de exportacin.

    As, una mirada nacional del impacto que tuvieron el ajus- te y la puesta en marcha del modelo neoliberal requiere sin du- da dar cuenta de sus dimensiones regionales. Para ello, podemos tomar el informe del PNUD (2002), el cual establece tres gran- des zonas econmicamente diferenciadas: en primer lugar, un rea central, de gran desarrollo econmico, que se caracteriza

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    por la existencia de "economas urbanas de servicio" (ciudad de Buenos Aires), as como por la existencia de "estructuras econmicas de gran tamao y diversificacin" (provincias de Buenos Aires, Crdoba y Santa Fe). Aqu, el proceso de moder- nizacin excluyente desemboc en una dinmica de desindus- trializacin, que fue acompaada por la concentracin creciente de la actividad econmica en manos de grupos privados y em- presas multinacionales. Ciertamente, el proceso de reforma es- tructural impuls una dinmica de fragmentacin y expulsin que termin arrastrando a sectores fuertemente asalariados e integrados al mercado formal, adems de otras franjas de traba- jadores vinculados al trabajo informal.

    En segundo lugar, el informe alude a un rea mixta, confor- mada por las provincias patagnicas (a excepcin de Ro Ne- gro), caracterizadas como "estructuras productivas basadas en el uso intensivo de recursos no renovables". Lo notorio aqu es la presencia de grandes empresas multinacionales, beneficiadas por el proceso de privatizacin, vinculadas a la explotacin de hidrocarburos. Estas provincias, que presentan una baja densi- dad poblacional y un ingreso per cpita mayor que el de otras provincias, sufrieron sin embargo los efectos del pasaje de un modelo de "civilizacin territorial" (como el que encarnaba YPF), a un esquema de explotacin ms asociado a una economa de enclave, ligada a las exportaciones, cuyos beneficios difcilmen- te llegan a derramarse sobre el conjunto de los actores sociales de la zona (Rofman:1999).

    En tercer lugar, se encuentran las provincias del rea perif- rica, que se mantienen rezagadas en trminos de crecimiento econmico, ms all del desarrollo de ciertas reas marginales, ligadas a la expansin de la frontera agrcola (produccin de soja transgnica) y minera (Ro Negro, Catamarca), que en los ltimos aos ha movilizado inversiones millonarias. Estas pro- vincias se caracterizan por un deterioro econmico mayor que el de otras reas del pas, luego del decreto de desregulacin de 1991, aun si uno de sus rasgos mayores es el peso (e incre- mento) del empleo pblico, como visible herramienta de con- trol poltico. Entre las provincias perifricas intermedias, el in- forme incluye a Ro Negro, Entre Ros, Tucumn, Salta y La Pampa, donde se detecta la convivencia de ncleos de explota-

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    LA SOCIEDAD EXCLUYENTE

    cin econmica tradicional con desarrollos ms modernos (agroindustria). En este mismo grupo, pero con ndices ms elevados de desarrollo humano, se incluyen Mendoza y San Luis. Por ltimo, en el grupo de las provincias perifricas reza- gadas, caracterizadas por fuertes rigideces en su aparato pro- ductivo, estn Misiones, San Juan y Jujuy, mientras que La Rio- ja, Santiago del Estero, Corrientes y Formosa, presentan un marcado retraso productivo y empresarial. En cuanto a Cata- marca, pese a que en los ltimos aos presenta un desarrollo minero importante, el modelo de explotacin econmica sigue la lnea tpica de una economa de enclave.

    En cuanto a las fuertes asimetras regionales existentes, el informe citado seala que "las dos jurisdicciones de mayor en- vergadura (provincia de Buenos Aires y ciudad de Buenos Aires) dan cuenta del 59% del total de producto bruto geogrfico. Les siguen, en dimensin econmica, las provincias de Crdoba y Santa Fe alrededor de un 8% del total, cada una y Mendo- za, con una participacin de casi 4%. Estas cinco jurisdicciones, donde resida aproximadamente el 67% de la poblacin del pas, generaba cerca del 85% del producto total. El resto de las provincias (19), aportaba el 15% del producto bruto interno y cada una de ellas tena una dimensin econmica inferior al 10% de la provincia de Buenos Aires" (PNUD:2002, p. 32).

    Por otro lado, tengamos en cuenta que el proceso de mo- dernizacin excluyente implic la introduccin de un nuevo modelo agrario, que trajo aparejados grandes cambios en los sistemas de organizacin y explotacin tradicionales. Cierto es que el nuevo modelo trajo consigo aumentos importantes de la produccin y la productividad. Pero, asimismo, esta poltica afect severamente a pequeos y medianos propietarios, favo- reciendo la concentracin de la produccin en unidades de mayor tamao (Teubal y Rodrguez:2001, pp. 75-76). En reali- dad, es posible distinguir tres procesos que, en gran medida, re- flejan en sus diferentes aspectos las dimensiones inherentes al modelo neoliberal aplicado al sector agrario argentino. As, en primer lugar durante los primeros aos de la dcada del 90, el dis- curso oficial se centr en dos ejes: la modernizacin, mediante la incorporacin de nuevas tecnologas, y la competitividad, mediante la produccin en gran escala. El modelo estimulaba

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    al pequeo productor a endeudarse, o bien a ceder (vender o al- quilar) la tierra a los grandes productores. Una de las conse- cuencias de ello fue la desaparicin de numerosas pequeas y medianas unidades de produccin, lo cual supuso la modifica- cin de la estructura agraria tradicional, anteriormente basada en la convivencia entre las grandes unidades de produccin y la produccin minifundista (GER:2004). Al mismo tiempo, la crisis en el campo se expres tambin en la expansin de la plu- riactividad, pues los titulares y trabajadores de las explotacio- nes comenzaron a desarrollar actividades fuera de stas (Mur- mis:1998, p. 230).

    En segundo lugar, el proceso de apertura econmica posi- bilit la introduccin de nuevas tecnologas (semilla transg- nica, asociada a la siembra directa), que modificaron bruscamen- te el modelo local de organizacin de la produccin, orientada al mercado externo. Estas innovaciones implicaron un gran de- sarrollo del sector agroalimentario, que increment notablemen- te la produccin de soja transgnica, colocando a la Argentina entre los primeros exportadores mundiales. El salto en la pro- duccin (la "sojizacin" del modelo agrario argentino) se dio a fines de los 90. Actualmente, casi ms del 50% de la superficie sembrada de la Argentina se cultiva utilizando las nuevas tecno- logas (Bisang:2003, p. 431). Sin embargo, el impacto social de la introduccin de estas nuevas tecnologas no puede ser mini- mizado. Un informe elaborado por Mora y Araujo (citado en Trigo et al.:2002) consigna que el nmero de explotaciones se redujo un 32%, de 176.000 a 116.000, con un incremento en la superficie media, que pas de 243 a 357 hectreas. Asimismo, las tcnicas de siembra