sistema de intervenções para ondas de calor na favela vila nova … · 2016. 4. 18. · sistema...
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sistema de intervenções para ondas de calor na favela vila nova jaguaréaut 225 conforto ambiental em espaços urbanos abertos
a favela
o problema: ondas de calor
a situação atual
o sistema de intervenções: espaços de amenidades
o espaço público
Mapa de demarcação do limite da favela. Base: google maps, editado pelas autoras.
Rua Roxinol
Alameda Tucano Praça Principal
Rua Três ArapongasCaptura da imagem: jul 2014 © 2015 Google
Street View - jul 2014
São Paulo
72 Rua Três Arapongas
Fachada impermeáveis, que dificultam a circulação do ar e vento nas ruas e nos espa-ços da favela, além de absorver mais calor, devido ao material, piorando a sensação térmica.
Ausência de vegetação e ex-cesso de áreas impermeáveis, diminuindo as trocas de calor sensível. Além disso, a falta de espaços nas ruas não possibili-ta a plantação de árvores ou de espaços públicos mais amenos.
Espaços vazios subutilizados que poderiam ser locais menos ári-dos para uma permanência agra-dável em momentos de ondas de calor. As ruas não têm som-bras, a não ser das próprias ca-sas, quando a via é muito estreita.
O principal espaço verde e li-vre criado no projeto de urba-nização de 2012 possui muitas falhas. Por exemplo, é uma ex-tensa área sem funções, com ausência de sombreamento de árvores e os espaços de perma-nência são todos impermeáveis.
FAVELA VILA NOVA JAGUARÉ
24 mil habitantes
170 mil m²
8 mil famílias
4,1 mil moradias
Gabarito padrão: 2 ou 3 andares
O conceito de ondas de calor não segue o mesmo padrão no mundo todo, portanto
cada local possui seus limites de temperaturas que podem ser toleradas. Em São
Paulo, as organizações de saude pública têm consciência de que se por alguns dias
seguidos a temperatura mínima se mantém alta (mesmo que as temperaturas
máximas não sejam tão extremas), a população enfrentará problemas. Os mais
comuns são: total desconforto, agravamento dos problemas de saúde já presentes,
maior risco de infarto ou acidentes vasculares. Além disso, os idosos normalmente
não percebem essas condições e falecem. Por isso, os hospitais, bombeiros e a
cidade como um todo deve permanecer em alerta, criando locais de amenidades
para que a população encontre um abrigo e consiga ficar algumas horas longe
do extremo calor, onde o corpo pode se resfriar e descansar para aguentar os
próximos dias. Pensando em um sistema de intervenções que uma cidade precisa
ter para aguentar esse fenômeno, o trabbalho visa encontrar propostas possíveis
e diversas para a comunidade Vila Nova Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo.
Eduardo Pizarro em seu mestrado na FAU USP, intitulado “In-
terstícios e Interfaces urbanos como oportunidades latentes: o
caso da Favela Paraisópolis, São Paulo”, faz um estudo de caso
aprofundado e propõe soluções para intervir na favela, de modo
a melhorar o conforto ambiental, tanto externo quanto das mo-
radias. Para tal, ele fez medições em dias diferentes e locais va-
riados, gerando os gráficos de distribuição de fluxo térmico (nos
dias mais frio e mais quente do ano, respectivamente) e tam-
bém um gráfico completo das medições. Utilizamos esses va-
lores e parâmetros para nossos estudos na Favela Vila Nova
Jaguaré por entendermos que a situação é semelhante, na mes-
ma cidade e muito recente. Assim, as propostas elaboradas se-
guem os estudos de Pizarro, assim como os de suas referências.
as ruas
os centros comunitáriosA proposta de criar espaços de amenidade para os moradores da favela em períodos de
ondas de calor extremo determina dois espaços principais para onde serão destinados
os moradores da favela nesses períodos. Um deles, o CEU já existente, que conta com
teatro, biblioteca e auditórios climatizados com ar condicionado que podem acolher essa
população em um caso extremo, onde as medidas de amenidade como ventilação, controle
da umidade e radiação solar, entre outros, não sejam o suficiente. Além disso, o CEU possui
3 piscinas que também são uma forma de “refrescar” o corpo e melhor a resiliência contra os
extremos. Além do CEU, propõe-se a criação de um novo centro comunitário de amenidade,
com a reforma de um galpão industrial abandonado e adaptação do mesmo para receber a
população nesses dias de onda de calor. Propõe-se ainda uma linha de transporte público que
liga as principais ruas da favela aos dois centros comunitários, de forma a garantir que toda a
população, incluindo deficientes físicos, idosos, crianças, portadores de doenças respiratórias,
entre outros, tenha acesso rápido e com o mínimo esforço físico aos centros de amenidade.
Criação do calçadão para os pedestres, aterramento da fiação, sombreamento da rua com
pergolados verdes e implantação de outras infra-estruturas vegetais, como a parede verde (que
ajuda no conforto térmico externo e também no interno das edificações). Foram colocados
pontos de água potável pela favela, para evitar a desidratação comum em ondas de calor. Assim,
visa-se tornar as ruas ambientes agradáveis ao estar, e não só ambientes de passagem. Se a
própria rua tem um clima mais ameno, os extremos climáticos serão menos drásticos inclusive
dentro das residências, pois o conforto externo interfere diretamente no interno às moradias.
Teto verde e fachadas permeáveis, como uma forma de utilizar a estrutura já
existente na favela (massa construída) e apenas com a adoção de transformações
pontuais, melhorar as condições de conforto. A permeabilização das fachadas
garante a melhoria da ventilação da região da favela, que é tão dificultada
pelo tipo de construção normalmente existente nesses espaços. O tratamento
das ruas e do espaço construído da favela para diminuir os efeitos das altas
temperaturas e tornar o espaço público mais agradável ao ser humano.
O sistema de intervenções proposto prevê uma “trama azul e verde” na Favela Vila Nova Jaguaré, numa tentativa de favorecer o ciclo natural da água de forma a contribuir para a amenidade climática da região, unindo o gerenciamento adequado da água e a implantação de infra-estrutura verde urbana. Este termo apresentado no livro “Water Sensitive Urban Design – Principles and Inspiration for Sustainable Stormwater Management in the City of the Future” foi uma das soluções adotadas neste trabalho que visa garantir o conforto climático dentro de um dos tipos de ambiente urbano mais afetados pelos extremos climáticos como as ondas da calor: a favela. A criação de espaços verdes nas coberturas e nas laterais dos edifícios, plantação de árvores, coberturas verdes, inserção de ambientes lúdicos que contenham água (fontes, espelhos d’agua, etc), sistemas de aspersão e minigotejamento de água, implantação de pontos de água potável, tudo visando garantir hidratação e amenidade para dias de temperaturas elevadas e alta incidência de radiação solar.Além disso, propõe-se a maior permeabilização do ambiente da favela, melhorando a ventilação natural e equilibrado as temperaturas e a umidade relativa do espaço urbano. A permeabilização se dá com a desobstrução de antigos e criação de novos espaços livres (incluindo as ruas) além da substituição de fachadas maciças por mais permeáveis, com cobogós, que permitem um melhor fluxo de vento através da massa construída. A desobstrução de espaços públicos é feita com aterramento dos fios elétricos para liberar espaço na rua, permitindo o sombreamento (árvores e coberturas retráteis ou fixas), garantindo o bem-estar do pedestre. Por meio da diminuição da incidência solar direta nas ruas, garante-se maior conforto nos deslocamentos.
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Corte tipo - Rua Maior - ANTES
Fotomontagem 1 : teto verde em edifício de uso público, cobertura têxtil retrátil e aumento da dimensão das janelas para maior fluxo de ar.
Mapa de cheios e vazios, indicando os intertícios em potencial para intervenções, illustradas nas fotomontagens. Base: Cesad, editado pelas autoras.
Corte da escadaria principal.
Mapa da linha de transporte público criada para ligar a favela e os centros de amenidade em dias de onda de calor.
Fotomontagem 3 : sombreamento da escadaria principal com árvores, tornando o percurso mais ameno; instalação de pontos de água potável.
Fotomontagem 5 : desobstrução das vias: criação de espaços arborizados para maior troca de calor latente no ambiente externo; pergolado verde para garantir sombreamento e inservação de infraestrutura verde.
Fotomontagem 4 : caixas d’água instaladas para reuso da água da chuva; inserção de paredes verdes em fachadas cegas; pontos de água potável.
Fotomontagem 2 : fonte de água lúdica em interstícios da favela; fachadas permeáveis para melhor ventilação; pergolado verde: estrutura fixa para sombreamento da rua e inserção de infraestrutura verde.
Corte tipo - Rua Menor - DEPOISCorte tipo - Rua Menor - ANTES Corte tipo - Rua Maior - DEPOIS
Gráfico dos fluxos térmicos dentro da Favela de Paraisópolis, por E. PIZARRO. Mostram o dia mais frio e mais quente do ano, respectivamente. Conclui-se que a temperatura média da favela referê é de 3º a 4º mais alta do que a média do entorno. Logo, há necessidade especial para adaptação à extremos climáticos.
Gráfico dos dados ambientais gerais medidos na Favela de Paraisópolis, por E. PIZARRO. Acústico, temperatura do ar, temperatura superficial, umidade relativa, velocidade do ar: utilizados como referência para a elaboração desse trabalho.
Infra-estrutura do CEU Jaguaré, com biblioteca, auditório e teatro climatizados artificialmente, preparados para receber os moradores em dias quentes.
Infra-estrutura do CEU Jaguaré, com piscinas abertas ao público nos dias de calor extremo.
Corte de adaptação do galpão abandonado para conversão em Centro Comunitário de oficinas para a comunidade, com espaços lúdicos para crianças e idosos. Programa de atividades variadas. O corte mostra a ventilação cruzada no ambiente, as janelas adapatadas para facilitar o fluxo de ar, a cobertura trocada por um material reflexivo para diminuir a absorção de radiação e melhorar a temperatura interna. O espaço externo foi utilizado para criação de espaços verdes de lazer, com árvores, grama e pequenas piscinas refrescantes.
profa. denise duarte alunas: marina menossi baptista 7599112 e renata thaís antonialli 7599151