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3Revista Plasticultura • Jan/Fev • Ciência Agrícola para o produtor rural

CONSELHO EDITORIALPresidente Antonio Bliska Júnior

Feagri/[email protected]

Keigo MinamiESALQ (USP)

Juan Carlos DiazUniversidade Geórgia - EUA

Fernando TombolatoInstituto Agronômico de Campinas

Gilberto FigueiredoCati-S.A.A.-SP

Adriana Luzia PontesSementes Feltrin e ABCSEM

Marcelo CapelletoAgrolynk

Wellington MarryU.F.R. R.J.

COLABORADORESRogério Vera

Mercado de Flores (Ceasa Campinas)Jorge Luiz Barcelos Oliveira

U.F. Sta. CatarinaAtelene Normann Kämpf

Consultora em SubstratosAugusto Aki

Consultor de MarketingVanda Bueno

Universidade Federal de Lavras

JORNALISMOJornalista responsável:

Marlene Simarelli - Mtb 13.593ArtCom Assessoria de Comunicação

[email protected]ção:

Isabella Monteiro, Marlene Simarelli eLarissa Stracci

Fotos: Nelson Chinália e João PrudenteEditoração:

be.érre [email protected]

Revisão:Maria Angela M. Silva

Criação:Patrícia Soraya Lagoeiro

COMERCIALDeltacom Comunicações LTDAR. Ubatã, 757, Campinas- SP

Cep: 13098-344 • Tel: 19 [email protected]

APOIO OPERACIONAL:Alexandre Matheus Bliska e

Ana Maria Gordon

IMPRESSÃO:Gráfica Mundo

www.graficamundo.com.br

www.revistaplasticultura.com.br

EDITORIAL

É o que a Revista Plasticultura ofere-ce aos seus leitores com novos temaspara serem degustados em nossaspáginas: armazenagem, logística,café e citros. Como sempre, fomosbuscar informações com especialistasem cada um desses assuntos, paraoferecer informações atualizadas eque ajudem o profissional do campona tomada de decisão na gestão deseu negócio.IntervaloIntervaloIntervaloIntervaloIntervaloRecente pesquisa nos EUA apontou asprincipais deficiências daquele país:1) 1) 1) 1) 1) O baixo crescimento do emprego;2)2)2)2)2) A estagnação dos salários; 3)3)3)3)3) A pi-ora do saldo comercial da indústriamanufatureira; 4)4)4)4)4) A queda dos indica-dores de inovação (como o número decientistas e engenheiros ou os gastosem pesquisa e desenvolvimento); 5)5)5)5)5) Oatraso da infraestrutura (atrasos emaeroportos, congestionamentos no trá-fego, portos despreparados para osnovos navios e deficiências da rede deinformatização); 6)6)6)6)6) Educação. Alguémaqui no Brasil precisa fazer esse tipode pesquisa? Tirando-se os dois pri-meiros itens, qualquer semelhança,será mera coincidência. Mesmo por-que, lá a pesquisa é para levantar fa-tos e tomar decisões para gerar ações.Já aqui... fica a pergunta.InevitávelInevitávelInevitávelInevitávelInevitávelO uso do silo-bolsa é inevitável no Bra-sil. Essa é a conclusão óbvia que a Re-vista Plasticultura mostra ao produtorbrasileiro nesta edição para, literalmen-te, “salvar a lavoura” depois da colhei-ta. Resolver, dentro da porteira, o que omercado, e menos ainda o governo, nãoconseguem solucionar: garantir ao pro-dutor a venda de sua safra no momen-to em que lhe for mais conveniente, como melhor preço possível.

EXPEDIENTE

Foto de capa: cedida pela IPESA

ÍNDICE

E, como pode ser visto na matériasobre logística, “armazenar” produ-tos agrícolas em filas de caminhões,à beira dos portos, sem estrutura su-ficiente para o escoamento da safranão traz benefícios para nenhum eloda cadeia.

Infelizmente, depois de anos debem-aventuranças e recordes de sal-dos positivos da balança comercialbrasileira graças ao agronegócio, oprodutor segue só, como quase sem-pre esteve. Tendo que resolver seusproblemas, os dos outros e, principal-mente, os do governo. Eterno sóciooportunista, que cobra impostos, masque não banca investimentos. O silo-bolsa vai comprovar mais essa verda-de. As estimativas são de que em trêsanos essa “nova tecnologia” armaze-nará mais de um terço das nossas sa-fras e será quase tão comum como jáé na nossa vizinha Argentina, há al-gum tempo.

E nas demais seções, continuamosdiscorrendo sobre o uso de tecnologiae a prestação de serviços. Falamossobre doenças em frutíferas e na qua-lidade da formação de mudas em am-biente protegido, tubetes e substratosna cultura da seringueira. Ainda em fru-ticultura, mostramos o uso da“espaldeira” em goiaba e, na seçãoprodutor, fomos entrevistar o único pro-dutor de flores orgânicas do Brasil.

Ou seja, a busca pela criatividadee novidades tem sido uma constantedo setor agrícola. Tanto pela iniciati-va de produtores, quanto nos traba-lhos de pesquisadores ou pelas ino-vações das empresas, mostramos queexistem soluções e alternativas paraos mais diversos problemas e situa-ções. Desejamos mais uma vez, boaleitura a todos.

Mais recheio em 2012

44444 Produtor77777 Site Recomendado77777 Curtas88888 Pragas e doenças1212121212 Substrato

14 14 14 14 14 Reportagem de Capa20 20 20 20 20 Citricultura2222222222 Fruticultura24 24 24 24 24 Cafeicultura26 26 26 26 26 Logística

2929292929 Irrigação32 32 32 32 32 Entrevista3434343434 Pelo Mundo3636363636 Meio Ambiente

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CAPAIsabella Monteiro

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Versátil, este sistema de armazenagem se adapta às diferentesrealidades do cultivo agrícola, sobretudo de grãos, quanto ao volumeda produção, clima, localização e tamanho da propriedade

SILO-BOLSA:acessível e eficientesolução de armazenagem

rático e econômico, o silo-bolsa,também conhecido como silo

bag, é uma opção de armazenagemde silagem que tem conquistado es-paço no mercado agrícola brasileiro,embora ainda pouco difundida nacio-nalmente, em comparação com paí-ses como a Argentina, que utiliza o re-curso em larga escala. “Este siste-ma de armazenagem, por ter gran-de versatilidade e facilidade de apli-cação, pode ser utilizado por qual-quer produtor independente de seuporte ou volume de produção.Também funciona como alternati-va inclusive para produtores comsilos convencionais, no caso defalta ou problemas de capacidadede armazenagem”, revela GustavoBorrat Bazzano, diretor Comercialda Pacifil.

Hector Malinarich, responsávelcomercial da Ipesa do Brasil, contaque o uso do silo-bolsa para oarmazenamento de grãos secos paraestocagem é um sistema adaptado deoutras tecnologias para armazenagemde silagem com origem nos anos 70,na Alemanha. “No fim dos anos 80 einício dos anos 90, a partir de umaevolução e adaptação nos EstadosUnidos, iniciou-se o uso para grãossecos, método que não teve sucessopor lá, mas foi adaptado às condiçõesargentinas no fim da década de 1990e passou a ser comercial a partir de2000”, lembra. Suas múltiplas aplica-ções revolucionaram o mercado, per-

mitindo o incremento da produçãoagrícola, sem aumento da estruturafixa de armazéns. “O silo-bolsa viroumuito popular e, com a evolução nascomunicações, o conhecimento che-gou ao mundo todo. Assim começoua ser usado em países vizinhos comoUruguai, Paraguai e Brasil ou afasta-

dos como Austrália, África do Sul,Ucrânia, Canadá e Rússia”, salienta.

O sistema de silo-bolsa permite oarmazenamento a baixo custo, em se-gurança, sem investimentos pesadospara o bolso do produtor, que poderá,por sua vez, aumentar sua capacida-de de armazenagem e segregar o pro-duto segundo sua qualidade, umida-de e ainda aumentar o portfólio de pro-dutos estocados: grãos secos, grãosúmidos, fertilizantes e/ou silagem.“Pode se dizer que qualquer produtoou subproduto agrícola pode ser ar-

mazenado no silo-bolsa, tanto para sercomercializado ou para ser consumi-do pelo gado no local de produção.Com relação aos grãos, podemos ci-tar: soja, milho, trigo, arroz, sorgo,aveia, colza, milheto, triticale, cevadae subprodutos, farelos, pellets, etc”,elucida Malinarich.

VARIEDADES, CARACTERÍSTI-VARIEDADES, CARACTERÍSTI-VARIEDADES, CARACTERÍSTI-VARIEDADES, CARACTERÍSTI-VARIEDADES, CARACTERÍSTI-CAS E FUNCIONAMENTOCAS E FUNCIONAMENTOCAS E FUNCIONAMENTOCAS E FUNCIONAMENTOCAS E FUNCIONAMENTODe acordo com Thiago Bernardes,professor do Departamento deZootecnia da Universidade Federalde Lavras (UFLA), o silo-bolsa pos-sui certa variedade de tamanhos(de 1,8 metros a 3,6 m de diâmetroe de 30 m, 60 m ou 90 m de com-primento), sendo a dimensão 1,8 mx 60 m a mais comum no mercadobrasileiro para se estocar silagem.Porém, observa que a capacidadede armazenamento vai dependerda cultura que está sendo ensilada.

Como exemplo, citou uma silagem daplanta inteira de milho: “uma bolsa comdimensão de 1,8 m x 60 m é capaz deestocar cerca de 80 toneladas paraesse tipo de silagem”.

A pesquisadora da UniversidadeFederal de Viçosa (UFV), Lêda RitaFaroni, explica que o silo-bolsa é umsistema de armazenamento herméticoconfeccionado a partir de materialpolietileno de alta densidade e imper-meável, de modo que não permite,além da luminosidade, a ocorrência detrocas gasosas entre os ambientes

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interno e externo. “Neste sistema, osgrãos, insetos e fungos que compõemo ecossistema consomem o oxigênioatravés do processo respiratório produ-zindo gás carbônico e água. A modifi-cação da atmosfera de armazenamento,além de causar a mortalidade de inse-tos, inibe o desenvolvimento de fungose a atividade respiratória dos grãos,reduzindo desta forma a degradaçãooxidativa deles sem a necessidade douso de produtos químicos”. O sistemade armazenamento é feito por meio deuma máquina embutidora, que com-pacta o material dentro do silo-bolsa eo fecha hermeticamente criando a at-mosfera modificada, cujas condiçõespermitem que os grãos fiquem emdormência, mantendo todas as carac-terísticas do momento da armazena-gem (cor, brilho, valores nutritivos e vi-gor sem quebra técnica), conforme es-clarece o analista de Marketing do Gru-po Nortene, Diego Gasparini Augusto.

Constituído de três camadas depolietileno, duas internas pretas e umaexterior branca, em formato de túnel, osilo-bolsa possui elasticidade e resistên-

cia e conta com aditivos especiais – osestabilizantes agrícolas – que permitemque o plástico dure por mais tempo du-rante seu uso. Os critérios para adiçãodestes aditivos levam em conta aluminosidade e o clima/temperatura.“Produtos como o silo-bolsa estão ex-postos o tempo todo às ações do tem-po e da radiação ultravioleta, que pro-movem a degradação do plástico”, ob-serva Paolo Prada, gerente regional doDepartamento de Aditivos e Pigmentospara Plásticos da Basf. Ele explica queas camadas externas do silo-bolsa con-têm dióxido de titânio, que tem comoobjetivo proporcionar maior durabilida-de do material. Ele lembra ainda queexistem sistemas de estabilizantes à luzdo tipo amina, da família das HALS, si-gla em inglês para Hindered Amine LightStabilizers, que são tecnicamente inse-ridos no polietileno.

De acordo com Augusto, a cor bran-ca externa facilita a reflexão dos raiossolares e reduz em 20% a temperatu-ra interna, já a cor preta interna excluicompletamente a possibilidade depenetração de luz no interior do silo e,

consequentemente, contato com osgrãos armazenados. “A manutençãoda coloração natural é, no caso degrãos como milho e feijão, uma vanta-gem competitiva importante na hora dacomercialização”, ressalta.

Considerando que a radiaçãoultravioleta, ao atingir a Terra, não che-ga a todos os lugares com a mesmaintensidade, estas formulações de es-tabilização à luz são calibradas em fun-ção de onde a bolsa deve ser usada,por meio de testes para simular a dura-ção do silo-bolsa no campo, adaptan-do às formulações específicas para olocal e tipo de uso. “O silo-bolsa é mui-to usado na Argentina, mas como estásendo cada vez mais usado no Brasil,claramente vai implicar estudos sobresua durabilidade em condições maisdrásticas de solo e clima”, acreditaPrada. Estudos que também são impor-tantes para os que exportam silos-bol-sa, a fim de definir quais tipos deestabilizantes utilizar de acordo com ascaracterísticas do país importador. Adurabilidade depende do tipo de plás-tico, da composição da camada exter-

Silo Bolsa, em ColôniaValdense - UY

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colheitadeira”. Ele elenca ainda outrosvantajosos fatores, tais como: baixoinvestimento inicial e rápido retorno;redução nos custos de manuseio etransporte; diminuição nas perdas enos desperdícios dos grãos; possibili-dade de manter os grãos armazena-dos à espera do momento mais favo-rável para venda; não há necessida-de de investimento em obras civis;inexistência do uso de agrotóxicospara conservação dos grãos e ainexistência de expurgo, impactandotambém na redução de custos.

Gustavo Bazzano ressalta que omaior diferencial é o valor de investi-mento, “pois se pode instalar o silo-bolsa em uma pequena propriedadelevando em conta a capacidade pro-dutiva, e com baixo custo e durabili-dade de armazenagem, o que nãoocorre em silos convencionais, quetêm capacidade de armazenagemsuperior e na entressafra ficam vazi-os, gerando apenas despesas”.

na e da concentração de estabilizantesà luz aplicada a ele, mas a média dedurabilidade com inserção destes pro-dutos é de dois anos, afirma Prada.Cabe ressaltar, porém, que o plásticodo silo-bolsa não é reutilizável.

VANTAGENS E DESVANTAGENSVANTAGENS E DESVANTAGENSVANTAGENS E DESVANTAGENSVANTAGENS E DESVANTAGENSVANTAGENS E DESVANTAGENSEm comparação com os silos tradici-onais, o sistema de silo-bolsa propor-ciona grande redução nos custos dearmazenagem. Augusto destaca queos altos fretes no pico da colheita sãoevitados, aproveitando-se aentressafra, período em que este émais barato. “Com a possibilidade dese armazenar as bolsas na própria la-voura, o produtor reduzirá tambémseus gastos com transporte interno,bem como o prejuízo causado pelascolheitadeiras paradas por falta degraneleiros de descarga, fato usualquando os grãos são transportadospara longe de onde são colhidos. Oensacamento é feito direto da

“Produtos como osilo-bolsa estão

expostos o tempotodo às ações do

tempo e da radiaçãoultravioleta, que

promovem adegradação doplástico (...) “Amanutenção da

coloração natural é,no caso de grãos

como milho e feijão,uma vantagem

competitivaimportante na hora

da comercialização””

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Entretanto, o produtor rural tambémdeve estar atento para algumas des-vantagens ao adotar o sistema dearmazenamento em silo-bolsa, comoo investimento inicial em equipamen-tos. “A aquisição de uma embutidoratem sido a principal barreira, principal-mente porque os produtores brasilei-ros não possuem poder de compra,como em outros países e, na maioriadas vezes, estão descapitalizados.Contudo, a terceirização dos serviçospode ser uma saída para este entra-ve”, orienta Bernardes. Segundo ele,a lentidão no desabastecimento dosilo, durante a etapa de utilização dasilagem, é outro fator a ser observa-do. “Isso tem sido uma barreira por-que grandes rebanhos necessitam derapidez durante a mistura da dieta eseu fornecimento aos animais. Máqui-nas com a função de desensilar e mis-turar os ingredientes (Total Mix) têmsido utilizadas quando há silos-trin-cheira na propriedade, entretanto,esse equipamento fica impossibilitadode desabastecer o silo-bolsa. Dessemodo, na maioria das fazendas, a re-tirada da silagem tem que ser feitamanualmente, o que pode dificultar alogística de alimentação dos reba-nhos”, alerta o professor da UFLA.

Em relação aos custos, os preçosdos silos-bolsas dependem de suasmedidas (comprimento, largura e es-pessura), do local de entrega e dovolume; mas o valor médio para suaaquisição gira em torno de R$ 1.300,00a R$ 1.500,00 a bolsa. SegundoDemian E. Baum, diretor financeiro daIpesa do Brasil, “incluindo a maquina-ria necessária para a operação, o usu-ário da tecnologia vai pagar menos deR$ 1,00 por saca, valor que recuperaacrescentado no diferencial de preçoentre o momento de colheita e venda,ou na economia de fretes. A experiên-cia de nossos clientes é que, além deser um sistema prático, gera econo-mias muito expressivas no resultadofinal”, garante.

Bazzano ressalta que quando o ser-viço de embolsamento for terceirizado,após a extração do grão da bolsa, osbenefícios financeiros serão imediatos.Já nas propriedades de maior porte,

onde ocorre a aquisição de equipamen-tos de embolsamento e extração, “de-pendendo do porte e do volume, todoo investimento poderá ser pago emapenas uma única safra”, assegura.

CRITÉRIOS DE COMPRA E MANEJOCRITÉRIOS DE COMPRA E MANEJOCRITÉRIOS DE COMPRA E MANEJOCRITÉRIOS DE COMPRA E MANEJOCRITÉRIOS DE COMPRA E MANEJOO funcionamento adequado do silo-bolsa e o aumento de sua vida útil re-querem do produtor manejo adequa-do e alguns cuidados que devem sertomados antes mesmo de sua instala-ção, como a limpeza prévia do terre-no onde será instalada a bolsa, quedeverá ser plano, livre de matos e bemdrenado. “O local também deve terfácil acesso para a vistoria. Caso sejanecessário, pode ser construída umapequena cerca em volta dos silos paraevitar o acesso de animais”, indicaAugusto. O bom planejamento antesda safra, pessoal bem treinado e equi-pamentos em boas condições de uso,também são alguns importantes fato-res apontados por Bazzano.

Vale destacar ainda que o produtorrural dever estar atento à idoneidadeda empresa que comercializa o mate-rial, bem como à qualidade do silo-bol-sa, conforme orienta Hector Malinarich.“É preciso contatar empresas sérias, detradição, com serviço de acompanha-mento do processo, que orientem e ti-rem as dúvidas que possam aparecercom o uso do produto. Simplesmente

só olhar para o preço do silo sem con-siderar outros fatores pode ser um ris-co muito grande. Dentro de um silo-bolsa cheio de soja, por exemplo, oprodutor tem mais de R$ 120 mil, por-tanto, pagar mais um pouco e garantirum ótimo assessoramento pode ser omelhor investimento”.

MERCADO PRODUTORMERCADO PRODUTORMERCADO PRODUTORMERCADO PRODUTORMERCADO PRODUTORE CONSUMIDORE CONSUMIDORE CONSUMIDORE CONSUMIDORE CONSUMIDOREmbora bastante conhecida na áreaagrícola, a utilização desse tipo de so-lução de armazenagem ainda é poucodifundida no país. “Os produtores ain-da têm certo receio de adotar o novosistema, imaginando uma armazena-gem não eficaz ou prejuízos na safra, oque é uma tremenda ilusão”, adverteAugusto. Segundo Malinarich o poten-cial de uso no Brasil ainda não chegoua 10%, já que a aceitação é muito variá-vel de acordo as regiões do país, devi-do às diferentes características dos pro-dutores, econômica e culturalmente.“Regiões mais afastadas com menorinfraestrutura e produtores mais capita-lizados têm maior adoção do que áreasmais tradicionais e com maior capaci-dade de estocagem ou com produto-res endividados”, ilustra. Para Bazzano,embora seja um produto relativamentenovo para o Brasil, em torno de oitoanos, sua aceitação tem sido excelen-te, motivada pelo sucesso do sistema

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Silo Bolsa

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em outros países. Tudo somado, segun-do ele, “a uma deficiência muito grandede armazenagem e de logística brasi-leiras, sem solução até então”.

Malinarich analisa que fabricantes

comercializam o produto com marcaoriginal ou com marca própria. Há fá-bricas também nos Estados Unidos,Canadá, Uruguai, Bélgica, Holanda eoutros países fundamentalmente loca-lizados na Europa. De acordo com ele,os principais países que adotam o silo-bolsa são: Argentina (350.000 unidadesvendidas), Estados Unidos (100.000unidades vendidas, sendo apenas 15%destinados para grãos), Canadá, Bra-sil, Uruguai, Paraguai, países do LesteEuropeu, Austrália e África do Sul. “NoBrasil, a área mais desenvolvida é oOeste Baiano e o Centro-Oeste, masestá crescendo também em outras re-giões, tais como Maranhão, Piauí eTocantins”, revela Malinarich. Bazzano,da Pacifil Brasil, afirma que a empresaé o único fabricante no país dedicadoexclusivamente à produção de silos-bolsa – produtividade de 60 mil unida-des por ano; além do Nordeste e Cen-tro-Oeste, nas regiões Sul e Sudeste,este sistema de armazenagem tambémtem sido utilizado.

nacionais estão iniciando um proces-so de produção local de qualidade,mas hoje o principal fornecedor é aArgentina, com filiais dessas empresasou através de importadoras que

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FRUTICULTURA

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Larissa Stracci

busca por nova forma de culti-var goiabas fez com que o fruti-

cultor da cidade de Jundiaí (SP), An-tônio Roberto Losqui, desenvolvesseum sistema para produção da fruta emespaldeira, assim como faz com asvideiras de seu sítio. A técnica criadapor Losqui, em 2007, em seu sítio Chá-cara São Vicente - Vale das Frutas, foiaplicada nas goiabeiras devido à ne-cessidade da mecanização do proces-so de produção. “Nós mudamos omanejo para produzir a goiaba emespaldeira e poder mecanizar melhor,

até porque nossa experiência é so-mente com videiras e visitando produ-tores da região, percebi que do modotradicional seria muito difícil trabalharcom a mecanização”, explica Losqui.

Tanto as videiras como as goiabei-ras produzidas em espaldeira sãoamparadas por arames esticados esuspensos por mourões, materiais ne-cessários para a condução das frutas.Segundo Losqui, a condução da goi-abeira começa desde quando a plan-ta é pequena. Para garantir que osgalhos sejam conduzidos na direção

Goiaba produzida em espaldeirapermite mecanização da produção

correta, o produtor utilizauma amarração feita compalha de milho verde, aqual dura o tempo sufici-ente para que as plantasse acostumem na posição,antes que a palha seque ecaia. “Então você faz acondução e adensa ospés, possibilitando melhortrabalho com a mecaniza-ção”, comenta Losqui. Osistema de irrigação é con-duzido através do arame,por cima dos galhos.

Assim como no cultivoconvencional, a poda dafruteira, a irrigação e oensacamento dos frutossão necessários. Além dis-so, o produtor elimina aspragas e facilita a entrada

de luz na planta. Segundo Losqui, a me-canização é uma grande aliada nosprocessos de plantio, pulverização,adubação, colheita e limpeza do terre-no, já que tudo é feito com um trator.

A utilização de máquinas resulta emmelhor rendimento na produção e mai-or qualidade das frutas, além de econo-mia na mão de obra. “Alguns produto-res de goiaba pulverizam a plantaçãocom mangueiras, então, por exemplo,no cultivo tradicional, onde usaríamosum dia inteiro com quatro pessoas tra-balhando, duas pulverizando e duas pu-xando a mangueira, com a mecaniza-ção, podemos utilizar a turbina e ter ren-dimento maior e pulverização mais uni-forme, além de economizar com mão deobra”, explica o produtor.

De acordo com o fruticultor, utilizara mecanização no plantio convencio-nal de goiabeiras é inviável. “É muito

Cultivo de goiabas em espaldeira possibilita a utilização demáquinas no processo de produção e garante maior economiacom custos de mão-de-obra

Ao lado, frutasembaladas no pomarpara reduzir uso deagroquimicos. Acima,frutas selecionas eembaladasindividualmentevalorizam o produto

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difícil você entrar com um trator nagoiabeira tradicional porque a produ-ção geralmente é de quatro, cinco ouseis pernadas. Na produção emespaldeira, nós usamos só duaspernadas, uma de cada lado, e comesse direcionamento é possívelentrar com trator para roçar”, ex-plica o fruticultor. O espaçamentoadotado no pomar de Losqui é deseis metros entre plantas por trêsmetros entre linhas.

Apesar de terem em torno de ummetro de altura, as goiabeiras deLosqui se enchem de frutos. Comeficiente poda pós-colheita e comraleio das frutas, é possível colhera fruta praticamente o ano todo.De acordo com Losqui, qualquervariedade de goiabeira pode serproduzida em espaldeira, porém

deve-se atentar para o detalhe de quecada pé fique com apenas dois galhosprincipais. Segundo Losqui, esse mo-delo de cultivo ainda traz a vantagemde não necessitar subir em escadas,pois a produção baixa permite que o

HUMOR VERDE

APRESENTAMOS MAIS UMA PEÇA DA CAMPANHA DA REDE DE VAREJOHORTIFRUTI, GENTILMENTE CEDIDA PARA A REVISTA PLASTICULTURA.

fruticultor não precise se apoiar parafazer a poda e o baldeamento, entreoutros serviços de manutenção, evitan-do acidentes de trabalho. “É tudo nochão que se faz”, comenta.

A quantidade de frutos nos pés, se-gundo o fruticultor, é praticamen-te a mesma quantidade do cultivotradicional, visto que ele prefereoptar pela qualidade das frutas,não sobrecarregando as goiabei-ras. Quando perguntado sobre oinvestimento para a o cultivo degoiabas em espaldeira, Losquiafirma que é basicamente o mes-mo do cultivo tradicional, só au-mentando os gastos com aramese mourões. Porém, considerandoa economia na mão de obra,pode-se dizer que as diferençassão mínimas.

Sequência de plantio e crescimento do pomar

Cestas de colheita

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ENTREVISTAIsabella Monteiro

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Ceará: exportando excelênciaem cores e sabores

aulistano de extenso currículo, orenomado economista e admi-

nistrador de empresas, Roberto Smith,assumiu a presidência da Agência deDesenvolvimento do Estado do Ceará(Adece) em outubro de 2011, e trazpara sua gestão vasta experiênciaadquirida na área econômica e no se-tor público. Professor aposentado doDepartamento de Teoria Econômicada Universidade Federal do Ceará(UFC), já exerceu os cargos de presi-dente do Banco do Nordeste do Bra-sil S.A. (2003-2011); presidente da

Associação Latino-Americana de Ins-tituições Financeiras para o Desenvol-vimento – Alide (2008-2011); membroda Junta de Administração da Agên-cia Especial de Financiamento Indus-trial – Finame/BNDES (desde 2003);vice-presidente do Conselho de Admi-nistração do Banco do Nordeste doBrasil S.A. (2003- 2011); e membro doConselho Deliberativo da Superinten-dência do Desenvolvimento do Nor-deste – Sudene (até junho de 2011).Também foi membro do Conselho Fe-deral de Economia e do Conselho Re-

gional de Economia do Ceará. Autorde programas econômicos, Smith de-senvolveu atividades de consultoriapara várias instituições públicas e pri-vadas e coleciona ainda vários prêmi-os e condecorações. Confira abaixo aentrevista concedida por ele à Revis-ta Plasticultura sobre a produção defrutas e flores do Ceará, que conquis-tou, nos últimos anos, grandes fatiasde mercado, projetando ainda mais aagricultura brasileira no cenário inter-nacional, por meio da exportação deprodutos agrícolas de alta qualidade.

Quais são as principais culturas agrí-Quais são as principais culturas agrí-Quais são as principais culturas agrí-Quais são as principais culturas agrí-Quais são as principais culturas agrí-colas produzidas no estado do Ceará?colas produzidas no estado do Ceará?colas produzidas no estado do Ceará?colas produzidas no estado do Ceará?colas produzidas no estado do Ceará?A agricultura cearense é dividida em cul-turas: sequeiro e irrigada. A agriculturade sequeiro continua sendo importante,pois cerca de 90% do território cearenseestá no semiárido. Além disso, culturasde grande relevância econômica são pro-duzidas com baixa tecnologia, aprovei-tando a estação das águas (inverno),principalmente o milho, o feijão, a man-dioca e a castanha de caju. Mas o gran-de destaque é a agricultura irrigada dealta tecnologia, que, com apenas 4,5%da área plantada do Estado, respondepor 32,5% da produção, destacando-seas frutas, hortaliças e flores.

Qual é a posição do Ceará em rela-Qual é a posição do Ceará em rela-Qual é a posição do Ceará em rela-Qual é a posição do Ceará em rela-Qual é a posição do Ceará em rela-ção a outros Estados brasileiros, quan-ção a outros Estados brasileiros, quan-ção a outros Estados brasileiros, quan-ção a outros Estados brasileiros, quan-ção a outros Estados brasileiros, quan-to à produção e à exportação destasto à produção e à exportação destasto à produção e à exportação destasto à produção e à exportação destasto à produção e à exportação destasvariedades?variedades?variedades?variedades?variedades?Com relação às exportações brasileiras,o Ceará é o maior produtor e exporta-dor de castanha de caju, de líquido dacastanha de caju (LCC), cera decarnaúba e lagosta. É o terceiro expor-tador de frutas do Brasil, sendo o maiorEstado exportador de melão e melanciae o terceiro quanto à banana. No quese refere à exportação de produtos defloricultura, ocupa o segundo lugar, sen-do o maior exportador de rosas. Estacondição com relação às frutas e floresfoi conquistada em apenas 12 anos,

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33Revista Plasticultura • Jan/Fev • Ciência Agrícola para o produtor rural

floricultura do Ceará são a Holanda e osEstados Unidos. Os destinos das frutassão principalmente a Holanda, ReinoUnido (Inglaterra), Espanha e Alemanha.

Como o foco da produção é a expor-Como o foco da produção é a expor-Como o foco da produção é a expor-Como o foco da produção é a expor-Como o foco da produção é a expor-tação, de que modo ocorre o abaste-tação, de que modo ocorre o abaste-tação, de que modo ocorre o abaste-tação, de que modo ocorre o abaste-tação, de que modo ocorre o abaste-cimento do mercado interno? Todascimento do mercado interno? Todascimento do mercado interno? Todascimento do mercado interno? Todascimento do mercado interno? Todasas demandas são supridas? Quais sãoas demandas são supridas? Quais sãoas demandas são supridas? Quais sãoas demandas são supridas? Quais sãoas demandas são supridas? Quais sãoas principais regiões/Estados de es-as principais regiões/Estados de es-as principais regiões/Estados de es-as principais regiões/Estados de es-as principais regiões/Estados de es-coamento da produção nacional?coamento da produção nacional?coamento da produção nacional?coamento da produção nacional?coamento da produção nacional?O foco principal dos grandes produto-res de frutas é o mercado externo, masparte da produção tem que serdirecionada para o mercado interno,pois não existe quem exporte 100%. Poroutro lado, não existe mercado brasilei-ro inteiramente autossuficiente, pois to-dos os Estados exportam e importam deoutros Estados. No caso do Ceará, porexemplo, cerca de 50% do seu merca-do (principalmente Fortaleza) é abaste-cido de frutas de outras regiões e tam-bém abastece outras regiões. Os prin-cipais mercados brasileiros são Rio deJaneiro e São Paulo, para onde vai par-te dos melões do Ceará.

Qual é a média anual da produçãoQual é a média anual da produçãoQual é a média anual da produçãoQual é a média anual da produçãoQual é a média anual da produçãocearense de melões, flores e plantascearense de melões, flores e plantascearense de melões, flores e plantascearense de melões, flores e plantascearense de melões, flores e plantasornamentais? Quanto é destinado aoornamentais? Quanto é destinado aoornamentais? Quanto é destinado aoornamentais? Quanto é destinado aoornamentais? Quanto é destinado aoconsumo interno e quanto é exportado?consumo interno e quanto é exportado?consumo interno e quanto é exportado?consumo interno e quanto é exportado?consumo interno e quanto é exportado?No caso do melão, por exemplo, quase70% da produção atinge qualidade paraexportação, cerca de 20% vai para osmercados do Sul e do Sudeste e cercade 10% é consumido na região. Alémdisso, há os produtores que continuama ter o seu foco no mercado interno, nãoexportando. Segundo dados do Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), o Ceará é o maior produtor e ex-portador de melões do Brasil, plantan-do em 2011, 5.628 hectares com umaprodução total de 143,5 mil toneladas,dos quais exportou 95,7 milhões de to-neladas em 2011 (67%). No caso dosprodutos da floricultura, o principal mer-cado dos produtos cearenses é o mer-cado interno local e Sudeste.

Quanto, em termos financeiros, aQuanto, em termos financeiros, aQuanto, em termos financeiros, aQuanto, em termos financeiros, aQuanto, em termos financeiros, acomercialização nacional e internaci-comercialização nacional e internaci-comercialização nacional e internaci-comercialização nacional e internaci-comercialização nacional e internaci-onal movimenta anualmente?onal movimenta anualmente?onal movimenta anualmente?onal movimenta anualmente?onal movimenta anualmente?O setor de frutas no Estado tem uma áreaem torno de 43 mil hectares, Valor Brutoda Produção (VBP) de R$600 milhões,sendo responsável por 23,8 mil empre-gos diretos. O melão, de modo especi-al, tem um VBP em torno de R$ 170 mi-

lhões ao ano. As exportaçõescorresponderam a US$ 76,4 milhõesFree on Board (FOB). A floriculturacearense, atividade relativamente novano Estado, tem cerca de 30 produtores,com 325 hectares, gerando R$ 132 mi-lhões de VBP e três mil empregos dire-tos. O Ceará é o primeiro do Brasil emexportação de rosas e flores tropicais.Além disso, é o segundo maior exporta-dor de flores de corte e bulbos. As ex-portações dos produtos da floricultura,desde janeiro até outubro de 2011, so-maram US$4,6 milhões com aumento de60,7%, quando comparado ao mesmoperíodo de 2010, quando o Ceará ex-portou US$2,8 milhões. Em todo o anode 2010, o agronegócio da floriculturaatingiu US$ 3,3 milhões exportados.

Qual é o panorama do uso de plásticoQual é o panorama do uso de plásticoQual é o panorama do uso de plásticoQual é o panorama do uso de plásticoQual é o panorama do uso de plásticona produção agrícola cearense?na produção agrícola cearense?na produção agrícola cearense?na produção agrícola cearense?na produção agrícola cearense?O uso de cultivo protegido ainda é poucodisseminado nas culturas de hortaliças eflores. No melão, apenas na produção demudas. Em levantamento realizado hádois anos, havia cerca de 100 hectaresde cultivo protegido implantados, sendocerca de 50 hectares de flores e 50 hec-tares de hortaliças. A meta do Ceará é im-plantar 1 mil hectares no Estado.

Há políticas públicas de incentivo aoHá políticas públicas de incentivo aoHá políticas públicas de incentivo aoHá políticas públicas de incentivo aoHá políticas públicas de incentivo aocult ivo protegido e à adoção decult ivo protegido e à adoção decult ivo protegido e à adoção decult ivo protegido e à adoção decult ivo protegido e à adoção detecnologia nas produções agrícolas?tecnologia nas produções agrícolas?tecnologia nas produções agrícolas?tecnologia nas produções agrícolas?tecnologia nas produções agrícolas?Qual é a receptividade dos produto-Qual é a receptividade dos produto-Qual é a receptividade dos produto-Qual é a receptividade dos produto-Qual é a receptividade dos produto-res rurais quanto a esta questão?res rurais quanto a esta questão?res rurais quanto a esta questão?res rurais quanto a esta questão?res rurais quanto a esta questão?Sim, há política de incentivo aos peque-nos e médios produtores organizados emcooperativas ou associações, no caso dehortaliças, realizada por meio da Secre-tária do Desenvolvimento Agrário do Es-tado (SDA). No caso dos agronegócios,a Adece organizou vários eventos espe-cíficos de cultivo protegido, inclusive umavisita técnica de produtores e empresá-rios do Ceará à região de Almeria, naEspanha, e ao Marrocos. Alguns empre-sários europeus estão interessados emproduzir hortaliças no Ceará para expor-tar para a Europa. O Ceará já recebeuuma missão de empresários francesesinteressados no assunto, que estão emprocesso de atração de investimentos doGoverno do Estado. A Adece tambémestá em processo de atração de empre-sas que trabalham com cultivo protegi-do como a Koppert – Biological Systems,e já atraiu para o Estado a Syngenta e afabricante de estufas Zanatta.

quando o Ceará não passava do 12.o

exportador nacional de frutas e aindanão exportava flores.

O que pode ser dito sobre a produçãoO que pode ser dito sobre a produçãoO que pode ser dito sobre a produçãoO que pode ser dito sobre a produçãoO que pode ser dito sobre a produçãode melão, de flores tropicais e plantasde melão, de flores tropicais e plantasde melão, de flores tropicais e plantasde melão, de flores tropicais e plantasde melão, de flores tropicais e plantasornamentais, consideradas o carro-ornamentais, consideradas o carro-ornamentais, consideradas o carro-ornamentais, consideradas o carro-ornamentais, consideradas o carro-chefe da produção agrícola do Ceará,chefe da produção agrícola do Ceará,chefe da produção agrícola do Ceará,chefe da produção agrícola do Ceará,chefe da produção agrícola do Ceará,quanto aos benefícios do clima local,quanto aos benefícios do clima local,quanto aos benefícios do clima local,quanto aos benefícios do clima local,quanto aos benefícios do clima local,emprego de tecnologia e emprego de tecnologia e emprego de tecnologia e emprego de tecnologia e emprego de tecnologia e expertiseexpertiseexpertiseexpertiseexpertise?????Toda a produção de frutas e flores paraexportação é de alta tecnologia. A produ-ção de melão e melancia sem sementes,mesmo sendo em campo aberto, utilizatratos culturais mais modernos do mun-do, tanto na produção, como na pós-co-lheita, com manejo dentro do sistema deProdução Integrada (PI), coordenado pelaEmpresa Brasileira de PesquisaAgropecuária (Embrapa) e outros siste-mas internacionais de certificação exigi-dos pelos países importadores. É prati-camente obrigatória a utilização de ma-nejo de alta tecnologia como a coberturade solo, o uso de TNT (Tecido Não Teci-do), que recobre a plantação durante cer-ca de 1/3 do tempo de produção, o Ma-nejo Integrado de Pragas (MIP) e a utili-zação de plasticultura na produção demudas. A produção de melão está sendotestada em plasticultura. No caso dos pro-dutos da floricultura, também existemplantios de campo e em cultivo protegidopara os produtos mais sofisticados.

Quais fatores favorecem a exportaçãoQuais fatores favorecem a exportaçãoQuais fatores favorecem a exportaçãoQuais fatores favorecem a exportaçãoQuais fatores favorecem a exportaçãodestes produtos: in f raestrutura,destes produtos: in f raestrutura,destes produtos: in f raestrutura,destes produtos: in f raestrutura,destes produtos: in f raestrutura,logística, localização estratégica, etc.?logística, localização estratégica, etc.?logística, localização estratégica, etc.?logística, localização estratégica, etc.?logística, localização estratégica, etc.?Além das condições naturais do clima,com pouca chuva, baixa umidade emuito sol, a infraestrutura de estradas eportos é fundamental para as exporta-ções. Os portos do Ceará (Mucuripe ePecém) são os últimos portos de para-da de navios antes de seguir para odestino, sendo a menor distância paraa costa leste dos Estados Unidos e aEuropa. Por causa da localização estra-tégica com relação à Europa, EstadosUnidos e África, o Porto do Pecém é hojeo maior porto exportador de frutas e pes-cados do Brasil. Na verdade, há muitosanos, o Ceará vem aplicando grandesinvestimentos na infraestrutura de ener-gia, água e portos, ações que estão fa-zendo a diferença.

Quais são os principais destinos deQuais são os principais destinos deQuais são os principais destinos deQuais são os principais destinos deQuais são os principais destinos deexportação de cada cultura?exportação de cada cultura?exportação de cada cultura?exportação de cada cultura?exportação de cada cultura?Os principais destinos dos produtos da

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36 Revista Plasticultura • Jan/Fev • www.revistaplasticultura.com.br

MEIO AMBIENTEIsabella Monteiro

om o crescimento demográfico eo consumo desenfreado de bens

e serviços, os ambientes naturais têmsido cada vez mais degradados e, pormuitas vezes, extintos devido às ativi-dades humanas. No que se refere à ati-vidade agrícola, o produtor rural muitasvezes não assume o papel correto den-tro do desenvolvimento sustentável, porfalta de informação ou conscientizaçãosobre seus benefícios mútuos.

Laerte Scanavaca Jr., pesquisadorda Embrapa, cita que existem doismitos sobre o desmatamento: um queafirma que é resultante do crescimen-to demográfico rural; o segundo, queé necessário para gerar renda e em-pregos. Entretanto, em “estudos reali-zados em 1.121 municípios sob o do-mínio da Mata Atlântica, principalmen-te nas regiões Sul e Sudeste, nota-se

o oposto. No ordenamento dos muni-cípios, os que mais desmataram apre-sentaram menor desenvolvimento,geraram menos empregos e tiveramas menores produtividades agrícolas”.

Além da produção dos alimentos quechegam à mesa do consumidor, o pro-dutor ainda contribui com a conserva-ção do meio ambiente, essencial parasua profissão. Neste contexto, políticasde Pagamento por Serviços Ambientais(PSA) são extremamente importantesdo ponto de vista ambiental esocioeconômico, na medida em queremuneram o produtor por seus servi-ços prestados ao meio ambiente, osquais, por sua vez, agregam inúmerasvantagens à produção. Esses serviçossão caracterizados pela capacidade desustentar a vida humana, como: prote-ção do solo; fornecimento de água;

purificação do ar; controle de pragas edoenças; banco de germoplasma, etc.

Países como Costa Rica, México,Nicarágua, Honduras, Equador, Perue El Salvador adotam políticas de PSA.No Brasil, segundo Scanavaca, “estainiciativa ainda é incipiente, sendo oICMS Ecológico (Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e prestação deServiços), para os Estados onde háunidades de conservação públicas ouprivadas, o principal instrumento atéo momento”. Alguns projetos de PSAno país são os subsídios dados aosseringueiros do Acre (R$ 0,60/kg bor-racha); aos ribeirinhos extrativistas emGurupá, no Pará, e do Parque Nacio-nal do Jaú, no Amazonas, e na BaciaHidrográfica do Vale do Ribeira, emSão Paulo (ICMS Ecológico para a pre-servação das florestas).

PSA: um olhar holísticosobre o meio ambiente

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Iniciativas dePagamento porServiços ambientaisgarantem benefíciosmútuos para o meioambiente e oprodutor rural

Reserva de DesenvolvimentoSustentável UACARI

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37Revista Plasticultura • Jan/Fev • Ciência Agrícola para o produtor rural

CRITÉRIOS PARA A REMUNERAÇÃOCRITÉRIOS PARA A REMUNERAÇÃOCRITÉRIOS PARA A REMUNERAÇÃOCRITÉRIOS PARA A REMUNERAÇÃOCRITÉRIOS PARA A REMUNERAÇÃOMas como pagar o produtor por estesbenefícios que transcendem sua pro-priedade e beneficia a todos? Os estu-dos de valoração tentam traduzir, emtermos econômicos, os valores associ-ados à sustentação da vida, dos bense serviços proporcionados pelosecossistemas naturais. “Desta forma, avaloração reflete a importância relativaque atribuímos aos componentes doambiente e não os valores intrínsecosda natureza”. Ainda segundoScanavaca, existem várias metodologiasde valoração ambiental, mas é a situa-ção, bioma ou serviço que indicará qualo melhor método a ser adotado. “Umamaneira mais justa de quantificar osbenefícios de uma floresta ou ecossistemanatural seria uma matriz de valoraçãosocioeconômica dos bens e serviços queatendem direta e indiretamente àsnecessidades humanas”. De acor-do com ele, na escolha dos crité-rios para o PSA deve-se: definirde forma clara qual o serviço queestá sendo prestado e seu valoreconômico potencial; instalar umsistema de monitoramento capazde verificar a eficiência social,econômica e ambiental desteserviço; estipular um preço justoque compense para o proprietá-rio converter sua propriedadepara o PSA e ao mesmo tempocompense para os beneficiáriospagarem pelos serviços.

CONTRA O EFEITO ESTUFACONTRA O EFEITO ESTUFACONTRA O EFEITO ESTUFACONTRA O EFEITO ESTUFACONTRA O EFEITO ESTUFAProgramas de PSA tratam, em suamaioria, dos recursos hídricos, confor-me ilustramos na Ed. 18 da Revi.Plasticultura. Entretanto, há programasque abordam outros recursos naturais.A Iniciativa Verde, uma organizaçãonão governamental (ONG) que traba-lha essencialmente no chamado mer-cado voluntário do carbono – o quenão é regulado por normas internaci-onais como o Protocolo de Kyoto –desenvolve o programa Carbono Se-guro, no qual produtores rurais sãoconvidados a averbar fragmentos flo-restais excedentes à Área de Preser-vação Permanente (APP) e à ReservaLegal (RL) mínima como alternativa à

degradação para a atividadeagroflorestal usual local. “Cada propri-etário rural participante se remunerapelo carbono estocado nesse frag-mento por 30 anos, através de desem-bolsos anuais contra atestação damanutenção da área oficialmenteaverbada. O financiador desta inicia-tiva é a Caixa Seguros”, explicaRoberto Resende, agrônomo da Inici-ativa Verde.

Inserido no mecanismo de Reduçãode Emissão pelo Desmatamento eDegradação (REDD), o programa con-ta ainda com o apoio do Instituto Oikosde Agroecologia. E “embora ainda sejaum projeto-piloto, com apenas doisprodutores participantes, sua impor-tância é de testar e validar propostasde PSA, subsidiando novas políticas”,salienta Resende.

CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ECONSERVAÇÃO AMBIENTAL ECONSERVAÇÃO AMBIENTAL ECONSERVAÇÃO AMBIENTAL ECONSERVAÇÃO AMBIENTAL EQUALIDADE DE VIDAQUALIDADE DE VIDAQUALIDADE DE VIDAQUALIDADE DE VIDAQUALIDADE DE VIDAUma iniciativa da Fundação Amazo-nas Sustentável (FAS), ONG criada em2007 pelo Governo do Est. do Amazo-nas, em parceria com o BancoBradesco, o Programa Bolsa Floresta(PBF) é considerado o maior progra-ma de PSA do mundo e atende emtorno de 33 mil pessoas em uma áreade mais de 10 milhões de hectares.Pioneiro, o PBF foi o primeiro projetodo Brasil certificado internacionalmen-te por recompensar e melhorar a qua-lidade de vida das populações tradi-cionais – no caso, das comunidadesresidentes nas Unidades de Conser-vação Estaduais (UCs) do Amazonas

– pela manutenção dos serviçosambientais prestados pelas florestastropicais, reduzindo o desmatamentoe valorizando a floresta em pé.

Segundo a ONG, o PBF está alinhadoaos Objetivos do Milênio, definidos paracombater os desafios ambientais e soci-ais do planeta, o qual possui quatro mo-dalidades de atuação: renda, um inves-timento de R$210 mil/ano por UC, queincentiva a inserção das populações lo-cais nas cadeias produtivas florestaissustentáveis (óleo, castanha, madeira demanejo, pesca e turismo de base comu-nitária); social, um investimento de R$ 186mil/ano por UC, para a melhoria da edu-cação, saúde, comunicação e transpor-te; associação, investimento de R$33 mil/ano por UC, destinado ao fortalecimentodas associações dos moradores das UCspara a organização e o controle social

do PBF; e familiar, recompensamensal de R$50,00 para as mãesde famílias moradoras das UCsque assumirem o compromissocom o desmatamento zero e o de-senvolvimento sustentável. “Os re-cursos da FAS são oriundos dedoações, mas além destas estãoprevistos também recursos obti-dos da gestão de serviços e pro-dutos ambientais provenientesdas Unidades de Conservação doEstado do Amazonas”, informa aassessoria.

Para Virgílio Viana, superinten-dente geral da FAS, a florestapode valer mais em pé do que

derrubada. “O manejo florestal é simplese produz uma receita expressiva. Comoa produção sustentável de madeira ocu-pa cerca de dois a três meses de traba-lho por ano, é possível se dedicar à pes-ca, turismo, produtos florestais não ma-deireiros (borracha, castanha, entre ou-tros), etc. E ainda temos a chance devalorizar o carbono, dentre outros servi-ços ambientais providos pelas florestas”.

Serviço:Iniciativa Verde – http://iniciativaverde.org.brFundação Amazonas Sustentá-vel – www.fas-amazonas.org/pt

Núcleo de Conservação e SustentabilidadeSamuel Benchimol - RDS do Juma

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