resumo portugal na 2ª metade do século xix
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História e Geografia de Portugal Ano letivo 2015/2016
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Resumo
PORTUGAL NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
A modernização das atividades produtivas
A modernização da agricultura
Apesar de a maioria da população portuguesa viver da agricultura, esta atividade era pouco produtiva
até ao século XIX. A área cultivada era reduzida e as técnicas e instrumentos agrícolas muito
antiquados.
Para permitir o desenvolvimento da agricultura, os governos liberais tomaram várias medidas, tendo-se
destacado o ministro Mouzinho da Silveira:
o Reduziram-se os impostos sobre os camponeses.
o Aumentaram-se as áreas cultivadas com o aproveitamento dos baldios e o fim dos morgadios.
o Cultivou-se uma maior variedade de produtos agrícolas.
o Adotaram-se novas técnicas de cultivo e máquinas agrícolas.
o Modernizaram-se os transportes e as vias de comunicação.
o Surgiram novos proprietários das terras com o objetivo do lucro (burgueses).
A cultura do arroz, da batata e do milho grosso permitiram melhorar a alimentação das pessoas mais
pobres.
A modernização da indústria
A aplicação da máquina a vapor na indústria possibilitou o aumento da produção e a redução da mão
de obra, do preço e do tempo de fabrico.
No final do século XIX, havia duas regiões que se destacavam: a zona do Porto / Braga / Guimarães e a
de Lisboa / Barreiro / Setúbal, ambas no litoral.
A necessidade de carvão, ferro e cobre para a indústria fez com que se desenvolvesse a exploração
mineira.
A modernização dos transportes e das comunicações
Com o objetivo de melhorar as vias de comunicação e os meios de transporte, os governos liberais
fizeram enormes investimentos na construção de caminhos de ferro, estradas, pontes, túneis, portos
artificiais e faróis.
O principal responsável pela modernização dos transportes e das comunicações foi Fontes Pereira de
Melo.
A introdução da máquina a vapor nos transportes foi uma das principais inovações deste período,
tendo o comboio operado uma das maiores revoluções a nível económico e social.
Os progressos verificados nos transportes e comunicações contribuíram para o desenvolvimento da
agricultura, indústria e comércio, facilitando de forma significativa a circulação de pessoas e de
mercadorias (viagens mais rápidas e mais baratas).
História e Geografia de Portugal Ano letivo 2015/2016
Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Para realizar todos estes investimentos de modernização, Portugal recorreu a avultados empréstimos
no estrangeiro, o que veio a tornar-se num grave problema quando ocorreu a crise financeira de 1890-
1892: a dívida portuguesa era muito elevada, o que provocou uma grande agitação social e uma
profunda crise económica e financeira.
O aumento da população e o êxodo rural
Verificou-se, ao longo do século XIX, um grande crescimento da população, devido à diminuição da
mortalidade.
Esta redução da taxa de mortalidade está relacionada com a melhoria na alimentação, os progressos na
medicina e na higiene, tanto pessoal como pública.
Com o aumento da população, muitas pessoas abandonaram as suas aldeias e foram viver para as
cidades (êxodo rural), principalmente Lisboa e Porto, enquanto outras partiram para o estrangeiro,
sobretudo para o Brasil e Estados Unidos (emigração) à procura de melhores condições de vida.
A sociedade e a vida quotidiana
Com o estabelecimento definitivo do liberalismo, a burguesia tornou-se no grupo social com maior
importância económica e maior poder político.
Por outro lado, o clero e a nobreza passaram a ter menor importância na sociedade do século XIX,
tendo perdido as suas terras, os seus privilégios e passaram a pagar impostos.
Porém, a maior parte da população pertencia às classes populares e vivia em muito más condições.
A principal atividade dos habitantes do campo continuava a ser a agricultura.
As cidades de Lisboa e Porto cresceram e modernizaram-se. Passaram a dispor de um conjunto de
serviços que facilitava a vida das pessoas: recolha do lixo, esgotos, água canalizada, iluminação pública,
bombeiros, policiamento e transportes públicos.
Surgiu um novo grupo social – o operariado ou proletariado – cujas condições de vida e de trabalho
eram muito duras, o que levou à criação das primeiras associações de operários e às primeiras formas
de luta (greves)
A arte
A grande novidade foi o aparecimento da “Arquitetura do Ferro”, em que este metal passou a ser
utilizado como material de construção principal. Algumas das mais importantes construções deste tipo
de arquitetura são: a Ponte de D. Maria II e a Ponte de D. Luís, no Porto, e o Elevador de Santa Justa,
em Lisboa.
Neste período, a arquitetura inspirou-se no passado (revivalismo), imitando estilos como o Românico,
o Gótico, o Manuelino e o Barroco. Alguns exemplos desta arquitetura são o Palácio Nacional da Pena,
em Sintra, e a fachada da Estação do Rossio, em Lisboa.
Foi um tempo muito rico em escritores (Eça de Queirós, Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, Júlio
Dinis, Alexandre Herculano), escultores (Soares dos Reis, Teixeira Lopes), pintores (Columbano, Silva
Porto, Malhoa) e músicos (Viana da Mota e Guilhermina Suggia).