principios filosoficos da avaliacao psicodiagnostica

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  • 8/19/2019 Principios Filosoficos Da Avaliacao Psicodiagnostica

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    Etimologia da palavra psicodiagnóstico

    • A palavra psicodiagnóstico origina-se,etimologicamente, dos vocábulos gregos psiché = alma e diagnóstikós = discernimento,

    faculdade de conhecer, de ver através de.

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    Importância do psicodiagnóstico

    • Em termos psicoterapêuticos, opsicodiagnóstico é importante pois é oprimeira percepção e conhecimento do

    problema do paciente.

    • Toda a intervenção psicológica baseia-se emtrês momentos:

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    Esquemapercepção/reflexão/interação

    Percepção

    • Perceber oproblemado paciente

    Reflexão

    • Refletirsobre oproblema

    Interação

    • Interagir apartir dapercepçãodo paciente.

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    Em termos do psicodiagnóstico

    Percepção

    Observaçãopsicodiagnóstica

    Reflexão

    Interpretação dosdadospsicodiagnósticos,a partir dareflexão teórica.

    Interação

    Devolutiva• Princípio da

    psicoterapia.

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    Esquema Conceitual, Referencial eOperativo

    • Neste sentido, para uma avaliaçãopsicodiagnóstica correta, o próprio psicólogodeverá ter, bem estabelecido, dentro de si, o

    que o psiquiatra e psicanalista Enrique Pichón-Rivière denomina Esquema Conceitual,Referencial e Operativo (ECRO)

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    ECRO

    Perceber

    • Esquemadereferências

    Refletir

    • Esquemaconceitual

    Interagir

    • Esquemaoperativo

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    • Este esquema é verdadeiro, em termosracionais e didáticos.

    • Porém, na prática, o próprio ato de perceber eobservar, já é condicionado pela visão teóricado psicólogo e isto se reflete nopsicodiagnóstico.

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    • Escuta

    • Entrevistas preliminaresPsicanálise

    • Observação do comportamento

    • Repertório de comportamentosBehaviorismo

    • Observação da conduta

    • Compreensão da condutaPsicodrama

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    • A psicanálise ortodoxa procura perceber,através da escuta, as fantasias que motivam oser humano a agir no mundo.

    • Já o behaviorismo acredita ser importante eprimordial, a questão da observação docomportamento, pois a partir deste pode-seter uma apreensão científica que poderáresultar em modificação do comportamento eda vida do cliente.

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    • Já o Psicodrama e outras e diversas outrasabordagens terapêuticas (psicanálisekleiniana, winicottiana, pichoniana, reichiana,

    psicologia analítica, sistêmica, psicoterapiacognitivo comportamental, neuropsicologia)têm como foco central a conduta, no sentidode que é importante compreender esta inclui

    a motivação (fantasias, pensamentos,sentimentos), que influem no comportamentoe no agir sobre o mundo e as pessoas.

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    Conduta

    • Fantasias, percepçõessensoriais, cognições esentimentos que motivam

    os comportamentos.

    Motivação

    • Ação verbal e corporal.

    Comportamento

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    Comportamentos

    Fatoresmotivacionaisconscientes

    Fatoresmotivacionaisinconscientes

    • Ações sobre o mundo,verbais e corporais

    • Pensamentos,sentimentos.

    • Fantasias conscientes,sensações conscientes.

    • Fantasias, pensamentos e

    sentimentos subliminares• Sensações e mecanismos

    físicos subliminares

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    • No processo psicodiagnóstico, em nossaconcepção, estaremos trabalhando semprecom o conceito de conduta.

    • Nas entrevistas verbais, observa-se tanto aconduta verbal quanto a corporal.Procedimentos abertos, como a hora lúdicadiagnóstica, jogo de rabiscos e procedimentosdesenhos estórias, serão abordados comocondutas expressivas.

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    • Assim também as ações e produções dosclientes durante a aplicação de testesprojetivos serão consideradas condutas

    expressivas, a partir de estímulos maisestruturados.

    • Os atos e resultados da aplicação de testescognitivos a clientes também serãoconsiderados como frutos de condutas destesfrente a determinados estímulos.

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    • Estas condutas devem ser percebidas pelospsicólogos que trabalham compsicodiagnóstico, para poder avaliar o

    paciente em sua totalidade.• Após a percepção da conduta do paciente, o

    psicólogo deve refletir e interpretar o queocorre com o paciente.

    • Para isto, utilizará seu esquema conceitual outeórico.

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    • A proposta será trabalhar a partir de umavisão holística, integrativa, que percebe opaciente como um todo, sem ter um princípio

    causal único.• A proposta de um princípio causal único é

    derivada de uma visão cartesiana, na qual um

    princípio causa todos os outros fatores.

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    Visão cartesiana

    Res cogitans(razão) governa

    Res estensa

    (corpo) obedece

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    Psicanálise

    Fantasiainconsciente

    determina

    Falas ecomportamento

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    Behaviorismo

    Comportamentocondicionado

    rege

    Todos outroscomportamentos.

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    Visão spinoziana, holística sistêmica ecomplexa

    • Há outras visões, porém, que encaram o serhumano como um todo, no qual as condutas sãomultideterminadas - não respondem a uma causa

    única, mas a variados fatores que se entrelaçam.• Esta visão, nascida na filosofia spinoziana, e

    trabalhada pelas visões holística, sistêmica e

    complexa, vê a conduta humana como resultantede vários fatores que se influenciammutuamente.

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    • Neste sentido, há uma perspectiva nova napsicoterapia, chamada psicoterapiaintegrativa, na qual se procura estudar as

    várias funções psíquicas nesta visão demultideterminação.

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    Abordagem integrativa

    Comportamentos, condutas,papéis, relações familiares.

    Corpo

    Pensamentos e sentimentos

    Consciência(percepção)

    Fantasiasinconscientes

    arquetípicas e sexuais

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    Outra forma de compreender aAbordagem Integrativa

    •Social

    •Interobjetivo.•Teoria sistêmica

    •Psicologia sócio-histórica

    •Cultural

    •Intersubjetiivo•Psicologia Junguiana,

    •Comportamental

    •Objetivo•Behaviorismo.

    •Intencional, Subjetivo.

    •Psicanálise,Humanismo,Existencialismo.

    Eu Isto

    IstosNós

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    • Esta maneira mais abrangente de perceber erefletir, também favorece na facilidade deinteração, intervenção e comunicação com o

    paciente, podendo o psicólogo lançar mão devariadas estratégias visando a percepção totaldo paciente.

  • 8/19/2019 Principios Filosoficos Da Avaliacao Psicodiagnostica

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    • Exemplo: uso de entrevistas de anamnese,procedimentos abertos, hora lúdicadiagnóstica, testes projetivos, testes

    cognitivos, testes psicomotores.

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    • Há também o princípio da economia dos meiosno psicodiagnóstico. O ideal que a avaliação sejao mais breve possível.

    • Isto porque quanto mais rápido tivermos odiagnóstico, mais rápido poderemos ter umadireção terapêutica.

    • No caso de adultos, ela poderá prescindir do usode testes, em alguns casos. Isto porque o adulto,

    quando procura ajuda em psicoterapia,normalmente fala abertamente dos seussofrimentos.

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    • A avaliação do adulto, de certa forma é maisfácil, pois temos critérios objetivos, frente aoadulto, de avaliarmos a patologia ou desvios

    de conduta pois, culturalmente, mesmo que opaciente não saiba sua patologia, sua família,que por muitas vezes é quem o encaminha,

    sabe no que o paciente está divergindo danormalidade.

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    • Então, no adulto, muitas vezes a escuta daqueixa, o exame psíquico e a coleta de históriade vida (anamnese), são suficientes para o

    diagnóstico.• O erro que muitas profissionais que

    diagnosticam o adulto cometem são dois:

    Realizar um diagnóstico informal, semrealização do exame psíquico.

    • Não realizar anamnese.

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    •  Na criança, os testes são importantes pelofato da pobre conscientização e verbalizaçãoda criança sobre seu problema, o que faz

    necessitar de estímulo a condutas (testes)que, de outras modos, façam o pacienteexpressar suas fantasias em relação ao

    problema.

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    • Outro agravante é o fato da criança ser um ser derápido desenvolvimento, o que faz o pai, oufamiliares, não ter noção se o problema do filho édevido a um atraso ou desvio circunstancial, ouse é devido a um problema psicológico doinfante.

    • Por esta dificuldade de obter um quadro

    diagnóstico, a grande maioria dos psicólogosinfantis tenta aproveitar o máximo de informaçãosobre o infante.

  • 8/19/2019 Principios Filosoficos Da Avaliacao Psicodiagnostica

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    • Neste sentido, a grande maioria dospsicólogos infantis coleta a história de vida dacriança com os pais, pois esta é uma

    importante fonte de informação da criança.

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    • Isto também faz a diferença em termos dotempo de avaliação psicodiagnóstica do adultoe da criança.

    • Enquanto normalmente uma avaliaçãopsicodiagnóstica de um adulto dura de uma atrês sessões, no caso da criança, ela dura de

    seis a oito sessões.

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    • Geralmente, a avaliação diagnóstica de um adultosegue esta ordem:

    • Escuta da queixa.

    • Exame psíquico• Coleta da história de vida.

    • Testes projetivos (casos em que o diagnóstico nãoé possível apenas pelo exame psíquico)

    • Testes cognitivos (quando há suspeita dedeficiência mental)

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    • Já a bateria diagnóstica para crianças envolve:

    • Escuta da queixa (com os pais)

    • Exame psíquico simplificado e anamnese (comos pais)

    • Coleta de história de vida (com os pais)

    Aplicação de procedimentos abertos (hora de jogo diagnóstica, procedimento desenhoestórias, jogo do rabisco).

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    • Aplicação de testes projetivos.

    • Aplicação de testes cognitivos (Quando acriança possui dificuldade escolar e suspeita

    de deficiência mental).

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    • A bateria de testes, para a criança, começapelos procedimentos com estímulos menosestruturados e de grande possibilidade lúdica.

    • Isto para que possa haver a criação de vínculoentre a criança e o diagnosticador.

    • Após a aplicação dos procedimentos abertos,é melhor trabalhar com os testes projetivos,que tem natureza lúdica, mas já possuemestímulos mais restritivos.

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    • Por último, trabalhar com testes restritivos, oscognitivos.

    • Mesmo assim, aplicar os de fator G

    inicialmente, posteriormente, aqueles nosquais se medem múltiplos aspectos dainteligência.

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    • É importante informar, para o adulto e para acriança, porque você está aplicando certaconduta diagnóstica.

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    Transferência no processo diagnóstico.

    • A transferência pode se manifestar noprocesso diagnóstico, então o psicólogo deveestar preparado para o seu manejo.

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    Devolutiva da informação.

    • Atualmente, a tendência mais moderna buscafazer devolutivas parciais antes da devolutivafinal, no caso de crianças (psicodiagnóstico

    interventivo).

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    Breve histórico do psicodiagnóstico

    • 1800  –  1913: época do desenvolvimento doexame psíquico (Psiquiatria)

    • 1907: primeiro teste cognitivo (teste de Binet-

    Simon).

    • 1921: primeiros testes projetivos (Rorsarch).

    • 1907-1970: predomínio da escolapsicométrica.

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    • 1970-1990: predomínio do psicodiagnósticoprojetivo.

    • 1990-época atual: surgimento do

    psicodiagnóstico interventivo.

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    Escuta da queixa, exame psíquico,coleta da história de vida

    • Desenvolvido pela psiquiatria, para finsdiagnósticos.

    • A escuta da queixa, e o exame psíquico

    referem-se à possibilidade de oferecerdiagnóstico para o paciente.

    • Já a coleta de história de vida visa

    compreender a causa (etiologia) da doença.

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    Psicometria

    • Tende a medir objetivamente as condutas dostestados.

    • Em relação aos testes cognitivos, esta medida

    objetiva é bastante interessante.

    • Já em relação aos testes projetivos, tende aempobrecer a interpretação destes.

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    Psicodiagnóstico interventivo

    • Nascido na Argentina, com Ocampo e Arzeno,busca oferecer possibilidades do pacienteprojetar as angústias através de condutas que

    depois serão interpretadas. Utiliza a hora de jogo diagnóstica e testes projetivos, comoinstrumentos preferenciais. A devolutiva é

    dada na última consulta.

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    Psicodiagnóstico interventivo

    • Nascido no Brasil, em 1990, tem duasvertentes:

    • Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico

    existencial: os testes não são absolutos, comono caso da psicometria. É explicado aopaciente o porquê da conduta, e devolve-se,ao paciente, ou aos seus pais, informação

    durante o processo, podendo fazerintervenções terapêuticas durante o processo.

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    • Psicodiagnóstico interventivo psicanalítico:considera que os próprios métodos projetivossão terapêuticos, e pode dar devoluções

    parciais durante o processo.

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    Referências bibliográficas

    • ANCONA-LOPEZ, M. (Org.) Psicodiagnóstico:Processo de intervenção. São Paulo: Cortez, 2002.

    • ANCONA-LOPEZ, M. Contexto geral do

    diagnóstico psicológico. In TRINCA, W. (Org.)Diagnóstico psicológico: a prática clínica. SãoPaulo: EPU, 1984.

    • SAFRA, G. Procedimentos clínicos utilizados no

    Psicodiagnóstico. In TRINCA, W. (Org.)Diagnóstico psicológico: a prática clínica. SãoPaulo: EPU, 1984.