oportugués nafronteira com o galego · revista defilología románica issn: 0212-999x vol....

14
Revista de Filología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 O portugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ Le Projet «Étude des Variantes Verbales en Portugais Continental Parlé», que je dirige au Centre de Linguistique de l’Université de Lisbonne (CLUL) depuis fin 1999. s’est donné coinme objectif central cdui de l’étude. de la variation morp- bophonologique du verbe (ayee des extensions d’analyse morphosyntaxique), en portugais parlé. Cette étude est basée sur un corpus dessiné á partir des maté- naux sonores du Groupe de lilalectologie du CLUL. Un deuxiéme objectif consiste en la comparaison des résultats obtenus dans la zone nord du Portugal ayee le ga- llicien. A cette fin, nous avons recours aux données de l’Atlas Linguistiquc du Go- llicien (ALGa) et á la bibliographie disponible sur cetie langue. flans le présent texte, j’essaierai d’établir un certain nombre de comparaisons entre le portugais et le gallicien, Iimitant mes commentaires á une question trés par- ticuliére celle de la ligature phonologique entre verbe et pronom accusatif encil- tique att verbe (queremo-lo, par exemple) et entre verbe et arride défini, détermi- nant du nom objet direct du verbe (quero opao, par exemple). Dans le corpus de portugais septentrionnel, ji existe des variantes caractérisées par une consonne de Ii- gature spécifique selon qu’il s’agit du premier ou du second contexte, donnant oíl- gine á des suites non-attestées en portugais standard. Me basant sur les formes de l’ALGa et sur des données complémentaires gentiment eédées par une collégue*, je feral une ébaucbe de comparaison entre les pbénoménes observ¿s en portugais er ceux qui caractérisent le gallicien parlé dans les points d’enquéte plus proches de la frontiére ayee le nord dii Portugal, afin de délimiter des points de contact entre les deux variétés. Mots clefs: Portugais, gallicien, verbes, grammaire constrastive, le pronom en- clitique, anide défini. * Agradego reeonbecidamente a Rosirio Aivarez, da Universidade de Santiago dc Com- postela, que pós á minha disposi9~o dados pessoais. 103

Upload: others

Post on 24-Aug-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Revista de Filología Románica ISSN: 0212-999XVol. 18(2001) 10V115

Oportuguésnafronteira como galego

MariaAntóniaCOELHO DA MOTA

RÉSUMÉ

Le Projet«ÉtudedesVariantesVerbalesen PortugaisContinentalParlé»,quejedirige au CentredeLinguistiquede l’Universitéde Lisbonne(CLUL) depuisfin1999. s’estdonnécoinme objectif centralcdui de l’étude. de la variationmorp-bophonologiquedu verbe(ayeedes extensionsd’analysemorphosyntaxique),enportugaisparlé. Cette étudeest baséesur un corpus dessinéá partir des maté-nauxsonoresdu Groupede lilalectologiedu CLUL. Un deuxiémeobjectif consisteen la comparaisondesrésultatsobtenusdansla zonenord du Portugalayeele ga-llicien. A cettefin, nousavonsrecoursauxdonnéesde l’Atlas Linguistiqucdu Go-llicien (ALGa) et á labibliographiedisponiblesur cetielangue.

flans le présenttexte,j’essaieraid’établirun certainnombrede comparaisonsentrele portugaiset legallicien, Iimitant mescommentairesá unequestiontréspar-ticuliére cellede la ligaturephonologiqueentreverbeet pronomaccusatifencil-tique att verbe (queremo-lo,parexemple)et entreverbeet arridedéfini, détermi-nantdu nomobjet direct du verbe(queroopao,parexemple).Dansle corpusdeportugaisseptentrionnel,ji existedesvariantescaractériséesparuneconsonnede Ii-gaturespécifiqueselonqu’il s’agit dupremierou du secondcontexte,donnantoíl-gine ádessuitesnon-attestéesenportugaisstandard.Me basantsur les formesdel’ALGa et surdesdonnéescomplémentairesgentimenteédéesparunecollégue*,jeferal uneébaucbede comparaisonentre les pbénoménesobserv¿sen portugaiserceuxqui caractérisentle gallicienparlédansles pointsd’enquéteplus prochesdelafrontiére ayeele nord dii Portugal,afin dedélimiterdespointsdecontactentrelesdeuxvariétés.

Mots clefs: Portugais,gallicien,verbes,grammaireconstrastive,lepronomen-clitique, anidedéfini.

* Agradegoreeonbecidamentea Rosirio Aivarez, da Universidadede Santiagodc Com-

postela,que pósáminhadisposi9~odadospessoais.

103

Page 2: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCoelboda Mola O portuguésnafronteiracorn o galega

1. INTRODU9AO

O projecto «Estudodasvariantesflexionais do verbo cm portuguéscontinentalfalado»’, em cursodesdefinais de 1999 no Centrode Lin-guisticada Universidadede Lisboa(CLUL), tem comoobjectivocentraloestadoda varia~áomorfofonológicado verbo(comextensóesparaaspec-tosmorfossintácticos),emportuguésfalado.Esseestadoé baseado,no quediz respeitoás variantesnáo-padráo,numcorpusdesenhadoparao efeitoa partir do acervosonorodo Grupode Dialectologiado CLUL, recoihidocm regiñesruraisde todoo país.Um objectivocomplementardo projectoconsistecm compararospadróesflexionaisatestadosna zonasetentrionaldo portuguéscom os padróesdo galego. Paratal, recorremosao AtlasLingiiístico Galego(ALGa) e ábibliografiadisponívelsobreo galego.

O estadoda varia~áointernaconstitul um contributo indispensável~descriQáodaslínguase aodesenvolvimentodaleonatinguistica.De facto,aconsiderayáode variantes,apardeinvariantes,permitechegarmaispatodosistemada lfnguae levaraoaprofundamentodasprópriaspropostasexplica-tivas, teóricas.Ou seja,avan~arna definiyáodosprincipios reguladoresdaIinguageme determinarcommaiscertezaosparámetrosespecíficosa cadalfngua.Ora, aquasetotalidadedostrabalbosteóricosrecentessobreo portu-guéseuropeu(PB) tomacomoobjectoapenaso padráo,peloquese impóedesenvolverosestudossobreavariagáoe amudan~acm curso,nestaIíngua2.

De facto,urnalínguaacoihediferentesgramáticas,a quegeralmentesechamavariedadesinternasou dialectos,gramáticasessasassociadasa di-ferentescomunidades.Na formagáodessasgramáticas,interferemfactoresgeográficos,soclaise culturais,entreoutros,e tambémhistóricos— as va-riedadesdo Norte de Portugal,por exemploecm geral,sáoconsideradasmaisconservadorasdo queasrestantes,ao quedecertonáoé indiferenteaprópriahistória (linguistica,masnAo só) da regiáo;poroutro lado,e no querespeitaao PB da zonafronteiri~acoma Galiza,a continua9áodoscontac-tos como galegopodeexplicara manuten~áode um cerio númerode ca-

¡ Este projecto é dirigido por mim e coma com a coIabora~áo da docente-investigadoraMatilde Miguel e da mestranda Elisabere Soalheiro, que realiza a investigagáo destinada á suatese de Mestrado, a apresentar ~ Faculdade de Letras de Lisboa, no quadro deste projecto e aquem agrade¡~o todo o trabaiho de audi¡áo e de transcri~o do corpusde que me sirvo neste tex-to. Francisco Fernández Reí, da Universidade de Santiago de Compostela, e o Grupo de Dia-lectologia do CLUL sáo consultores do projecto, aos quais aproveito para agradecer a colabo-ra~3o.

2 No CLIJL, está cm curso um projecio de sintaxe dirigido por Ana Maria Mm-das, COR-DIAL-SIN, que utiliza, igualmente, os matenais sonoros do Grupo de Dialectologia.

Revisto tic Filología Ro,nánicav0í. la (20011 103-115 104

Page 3: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCoelhoda Mcta Oportuguésnafronteira cerno guiego

racterísticasque diferenciamo portuguésfaladonessazonado portuguéspadráoe quesAo identificadorasdessavariedade.

Se,na língua.hágramáticasemco-existénciae emconcorréncia(entreasquaisa gramáticado «padráo»)e se,no interior de cadagramática.hávariantesem concorréncia,impóe-seurna descri<~Aorigorosadessasgra-máticase da suavaria~áointernaa firn de se darum conteádoao conceitode «gramáticado portugués»,paraqueelanAo sereduzaa urnaabstrac9áo.Sendo emboraum país tido corno linguisticamentebastantehomogéneo,PortugalconhecegrandevariaQáoassociadaao espagoe á sociedade;no en-tanto, paraalémdo preciosocontributodosdialectólogosportuguesesparao estudoda variaqáolexicale fonética,estáquasetudoporfazeremtermosde estudoda variaQáona morfologiae na sintaxe.

2. 0 PORTUGUÉSNA ZONA FRONTEIRI(A COM O GALEGO

Parafacilitar areferénciaao portuguésfaladonafaixanorte dePortugal,ao longo dafronteiracoma Galiza,utilizaremosdoravantea siglaPEI.

Dentro de PM3, procuramos«a gramática»que tipifica essaregiáo,conscientesde que,no seuinterior, há variantescomdistribuigáogeográfi-ca irregulare de que a localidadede CastroLaboreiroconstitui um casoparticular,dadascertascaracterísticasnAo partilhadascom o restodaslo-calidadesda mesmazona(paradar apenasumexemplo,é denotaro siste-ma acentualdas formas verbais, idéntico ao do galego: compravamos1kópref3ámu~]vs cornpravarnos[kóprál3umus],nasrestanteslocalidades—ambasas formaseventualmentecom vogal alta na primeirasílaba).Éevidenteque(i) ascaracterísticasfonológicas,morfofonológicase morfos-sintácticasquepesquisamose quepodemserassociadasá zonafronteiriqacoabitamcomcaracterísticascomunsaoportuguésem gera]—e ao padráo,sequisermos;que (u) partedascaracterísticasnáo-padráoseestendema ou-trasregióes.Daquidecorre,porum lado,que(iii) agramáticade PB 1 inte-groumuitosdos tra9osdavariedadepadráoquesáo,por isso, igualmente

As ¡0 localidades estudadas e que constituem o PEI s~o as seguinles: Vila Praia de Ancora,Moledo, Hade, Castro Laboreiro, Brufe, 5. Joáo do Campo, Pitées das Júnias, St. André, Travaricae Sonim, todas próximas da fronteira e constituindo pontos de inqudrito para o ALEPO,ALIR eALLE. As localidades do ALGa que tomámos como refeitacia, pm-ajá, nesta primeira tentativa deLevar a cabo orn pequeno estudo comparativo, tém como limite norte os pontos Pl 8, Pl 9, P20,OjO, 016, 018 e 017;como limite este, os pontos 017, 018, 021 e 024. Por ser interessantepara a análise, referimos, esporadicamente, pontos do galego asturiano.

105 Rerista dc Filología Ro,nbnicaVol. l5(200L~ 103-LIS

Page 4: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria Antónla Cocihoda Mora O portugués nafronleira como galego

caracterizadoresdessagramática;por ontro lado, que (iv), dentrodasca-racterísticasnáo-padráoque o PEI integra,parteéexclusivae parteépar-tilbadaeomurnazonageográficamaisvasta.Assim,asvariantesatestadasna gramáticade PEl sAo o resultadoda manutengáode característicasdeurnagramáticaantiga—urnasmaisespecíficas,outrasmenos,da zonacmanálise—e da absoryáode característicasde expressáomuito maisvasta,em portugués.Quandofalarnosde «gramáticado PEI » estamos,assim,areferir-nosa urnagramáticaquecoexistecomoutrasgramáticas,no espa~ogeográficoportugués,e que,comelas,formaun contínuumgeográfico.

Em PEl, há muita matériaparacontrastarcomo Gatego.Porrazóesdelimitagaodestecomentário,centrar-me-einumaquestáoparticular—a Li-gagáoentreverboe pronomeenclíticoe entreverboe artigo—,masexein-plificaria, apenascom dois casos,outros tipos dc semelhan~ase de dife-ren§as.Assim, há atestaQóes,cm PEI, de variantesde flexáo verbalconservadoras(tendocm contao FE cm geral)próximasmi idénticasa va-riantesdo galego:vóscompradesé umavariantequeocorreapar de mitras—O) vóscornp-ais,variantepartilbadapeloPB setentriona]conservadorepelopadráono senregistomuito formal, tambématestadacm galego;(u)VOCeS cornprarn,vanantepartilhadapeloPE padráo,peloFE setentuionalnAo-conservadore pelasvariedadesmeridionaisdo PB, inexistentecm ga-lego.Poroutro lado,ocorremcm PM variantesfonéticasdosmorfemasdeP6(32’ pessoado plural) que,paraalémde nAo estarematestadasnasoutrasvariedadesdo PB, ocolTernapenasesporadicamentena Galiza,ou nAo oco-rrern,de acordocomas inforrnayñesquepudeobter:osredosentraní -[tus]cá dentro(S. JoAo do Campo:3),para lutarern -[rl] corno lobo (Hade:11),etc.Relembroqueos finaisde P6,cm portugués,téin urnaestruturafono-lógica em/vogalN/que,cm formafonética,correspondea ditongosnasais:

e [ej] e nuncaa [vogal0~~1n/uJ;asvariantesatestadascm PB] encon-tram,assim,explica9áodentrodo sistemado FE, mesmoagudascujarea-Iizayáo fonéticaé -[uJ ou -[u, questáoquenAo tratareiaqui.

2.1. A liga~áoentrefinal verbale palavraseguinte,cmPEL

Emborafosseinteressantefazerurnaanálisequeintegrasseasligaqóesentreverbo terminadoemconsoantefonológicaepalavraseguinte(prono-me cm énclisce outrasclassesde palavuasseguindoo verbo, nomeada-menteo artigodefinido)e entrepronomee verbo(pronomecm próciiseaoverbo)e pronomecm próc]iseao verboepalavraanterior,de queexistem

R ~‘vistade Filología RonsinicaV01. ¡8 (2001) 103-1 15 106

Page 5: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCoelhoda Mota O portuguésnafronteiracomo galego

dadosrecoihidos,limitarei estaapresentagánao primeiro caso,de modoapoderaprofundarum poncomaisos comentários.

No corpus de PEEexistenivariantescomurnaclaraespecializayáodaconsoantede ataqueda sílabacorrespondendoao pronomeeménclisee daconsoantecorrespondendoá liga~Ao entrefinal verbale vogal inicial da pa-lavra,nAo pronominal,quesegueo verbo.Ou seja,a consoanteestácondi-cionadapeíaclasseda palavraseguinteeo própriofinal verbalsofre trun-cagóes,ou nAo, consoanteessasclasses~

Assim,e comparandoas sequénciasverbo-enclíticoacusativoe verbo-artigodefinido,ternosos seguintescasos,unsmais geraise outrosmaislo-calizadosmasque,no seuconjunto,consideroseremtipificadoresdagra-máticade PEI, melbordizendodasvariantesnáo-padronizadasqueintegramessagramática:

1. verbocomfinal em¡NI (variantesfonéticasemditongo ou emvogalna-sal/oral)+ enclítico:final verba]semaltera~óes5,enclíticocom a formafonética[lu]

querern-lo [ker~jlu] 6 (variantepadrAo:querem-no)prenda-u-lo[pr&férulu] (variantepadrAo:prenderam-no)

1.1. verbo com final em nasal (variantescm ditongo ou cm vogalnasal/oral)+ artigo: final verbal semaltera~óes,artigocomaformafo-nética[nu]

a luaÉem o [t~jnu] quartocrescente (variantepadráo:tem o quarto)eles rezurno [Rezúnil]ter9o (variantepadráo:rezamo ter9o)

2. verbocomfinal em¡si + enclítico:final verbal semalteragóes,enclíticocom a forma fonética[u] ou [jul ~

\‘olto a referir que essas variantes co-ocorreni com variantes corrnms ao padráo ou a outrasvariedades.

As variantes das formas fonéticas dos fitiaís verbais s~e independentes do contexto á sua di-reita. Assirn, quando me refiro a alteraqóes, deve leí-se peída de segmentos de morfema (-¡si de-bnusfl ou de morfemas (-¡rl de infinitivo).

o As formas cm itálico e sublinhado reproduzem variantes oíais; obviamente, nAo sAo ad-míss¡veís pela ortografia oficial do portugués. Diferencio o pronome clítico do artigo, usando hí-fen no primeiro caso, seguindo as normas ortográficas gerais.

De Botar que esta liga9áo se encontra ern falantes pouco escolarizados, cm todo o país. No

erftanto, a sua frequéwcia trw LE faz-me incluí-la como variante desta zona.

107 &evista dc Filología Roma‘veaVol. 18 (200)) 103-lIS

Page 6: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCocihoda Moto O portuguésnafronteiracomo galego

nóslavamos-a [kvdmuzu] emágua (variantepadráo:lavamo-la)temos-jas[témuzje3]nós (variantepadráo:temo-las)

2.1. verbocom final cm /s/ + artigo: /s/> 0, artigocom a forma fonética

temoa [témuir] ervilha (variantepadráo:temosa)aguecemo a [‘í~kcsrnuW]água (variantepadráo:aquecemosa)

3. verbocomfinal cm /r/ + enclítico:final verbalsenaalteragóes

a) enclíticocomaforma fonéticaUui

tocaachamuscar-los [S~muSkárjuf] (variantepadráo:chamuscá-los)

b) enclíticocom a forma fonética[lul

o meihoré guelmar-la[kejmárlrl (variantepadrAo:queimá-la)

3.1. verbocomfinal em/r/ + artigo: /r/> 0, artigocom a forma fonética[lul

andávamosa mata o [m~tá1uJpinto-cego(variantepadrAo: mataro) ~

Em síntese:

A supressáo da consoante ¡rl de infinitivo pode acontecer, para além do contexto incluido cm21, quando os respectivas fo,mas verbais sáo seguidas (1) do artigo definido Bu sua variantepadráo: «nós remo a ervilha torta» ou (ji)de palavras dc outras classcs que náo a dos artigos. in-clusivamente quando come~adas por consoante: «nAo clamo nenhum», «nós chamamoIadróes»,mantendo-se sempre a acentua~áo canónica nas formas verbais. Embora a sua supressAo ultrapasseo contexto em 2.1, continua a ser relevante para a análise que essa trunca~Ao nRo ocorra compro-nome enclítico, o que conduz a orn contraste linguisticaniente relevante.

Esta variante é muito menos frequerite do que a anteíioí.~ Numa pronúncia pouco cuidada ou quando o débito ¿rápido, falantes do padráo podeni su-

prirnir a consoante de infmitivo, seguida da forma padráo do artigo: «vou busca o páo», por exem-pio, mas nunca usam a forma [In) do artigo.

RevistaSe Filología RománicaV

01. 18(2001>103-115 108

Page 7: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCae/hoda Mcta O portuguésnafronteiracarn a galega

QUADRO 1

Pronomeenclítico Artigo definido

Final verbal Manuten~áo dofinal verbal Forma doenclítico Manutensáo dofinal verbal Forma do artigo

em ¡N¡ + ¡lul + [nul

cm ¡sí + tul, Ud — [tu]

em/rl + [ju],([lu]) — [tu]

Analisandoestesdados,constata-seque quandoo pronomeestáernéncliseao verbo,a formaverbalsemantémsempreinalterada,o quecons-titui umacaracterísticaclaramentediferenciadoraem rela~Iio ao PB erngeral; quandoo artigo segueo verboe tem comoseuhospedeirofonológi-co esseverbo,apenaso final de PÓ se mantérninalterado.A liga~áoentreverboe artigo é, igualmente,tipificadorade PM ~ Por outrolado, é evi-denteque, como disseatrás,há urna diferenciaAototal dassequénciasverbo-enclíticoe verbo-artigo,o que relevade fenómenosde marca9áomorfológicae morfosgintácticae nAo apenasde fenómenosfonéticos.Defacto,e emboraenclíticoe artigopossamteramesmaformafonética(o quenosconduziriaa umaoutraquestáo,a da identidadeou nAo dasformasfo-nológicasde ambasas formas),o final verbalé suficienteparadistinguirassequénciasentresi. No únicocasoemqueo final verbal semantémidénti-co, a formadapalavraem éncliseé diferente:[lu] e [nu].

A manuten~áode /N/ no final verbal,contrariamentea/s/ e /r/, mere-cenatambémcomentário,querenuncioa fazeragora,por questóesdeeco-nomiade espa9o.No entanto,cabeum pequenocomentário:dadoqueumfinal cm INI, verbalon de outraclassede palavras,seguidode ontrapala-vra come~adacm vogal, implica ressilabificagáoe ataquenasalda sílabacorrespondenteá ligatáo(«chegaramiraquí»,«tambémno fazems’,«semnosaber»,por exemplo),poder-se-áconcluir que(1) aconsoantede ligaQAo ede ataquea essasílaba[nil] correspondeaum fenómenofonético de es-praiamentoda nasalidadedo final da primeirapalavra~palavraseguinte.Talvezpor teremurnadependénciaapenasfonológica e nAo sintácticaá pa-lavraanteriorseexpliquequeestaspalavrasestáosujeitasa um fenómenofonéticomais gerale, logo, nAo-marcado.Estaconstata@orefor9ao ca-

NRo quer isto dizer que algunias tiestas variantes nRo se estendarn, geograticamente, paramais a sul: de qualquer modo, nRo ocorrem cm FEpadráo e meridional,

109 Revista de Filología RománicaVot, 18(2001)103-LIS

Page 8: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

María Antónia Coelhoda Mata O portuguésnafranteira como galega

ráctermarcadoda forma[lul do enclíticoa um final verbalem¡Ni, seuhos-pedeirofonológicoe sintáctico.

2.2. A Iigaqáoentrefinal verbal-enclítico/-artigo,cm PM e cm GAl 12

Combase,essencialmente,nasformascartografadasno ALGa e cm da-doscomplementaresgentilmentecedidospor urnacolega3 tentareiumes-boQode compara~áoentreo descritono pontoanterior,relativoa PE1, e osdadosdo GAL. Estacompara9áoserá,forQosamente,lacunar,dadoter-sena-ciado há muito pouco tempo estavertentecoluparativado projecto cmcursono CLUL.

Comecemospor um quadrocomparativoda énclisedo pronomeacusa-tivo, queseráseguidode algunscomentários:

QUADRO 2

Prono,neenclítico

PEl CAL

Final Nlanutenváo do Forma do Final Manuten~áo do Forma doverbal final verbal enclítico verbal final verbal enclítico

em/Nl + [la) em/al + [o)

— [no]

em/sl + [jal,[al em/s/ — [lo]

em/r/ + ¡jul, (fla)) em/r/ — lío]

Verifica-seque,na P6,e emboraos fenómenosmaiscorrentesno gale-go (inclusivepadrAo)sejama supressáoda nasalvelardo final verbal e arealiza~Ao[no]do enclítico—collér[onoj, comoem 4 das 12 localidadesnafronteiraassinaladasno ALGa—,cm 7 dessaslocalidadesa sequénciaver-ho-enditomantérna consoantefinal do morfemade pessoae o pronomerealiza-se[o] -—-co11ér[o~o]. Estaúltimavarianteaproxima-semais dasdePEI no quediz respeitoá manutenyAodo final verbal,masnemestanemaanteriorse assemelhamás assinaladasem PEI, do pontode vista daforma

Para pór cm paralelo as duns zonas dos dois Lados da raía, adopto GAl para mc rcfeíir aogalego fajado nos pontos referidos na nota 3.

Agrade~o reconhecidamente a Rosário Alvarez, da Univcrsidade de Santiago de Compos-tela, que pós á minha disposi~áo dados pessoaís.

Revista de Filología Romónicav0í. 18(2001) 103-1 15 110

Page 9: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria Antónia CoelhadaMata O portuguésnafionteiracomo galego

do enclítico. Curiosamente,é no galego asturiano,geograficamentetAodistantede PM, que surgeurna variantepróximadele: collér[orjlo]. Aocorrénciaúnicade collér[oijlo], no ALGa e nazonade GAl, emborasedistanciede PM pelaformado enclítico,mantémigualmentea consoantefinal do verbo,dondepodermosafirmar quecm67%doscasosanalisadosnAo U trunca9Aoda formaverbal,comoemPEI. No galegodasAstúriasvamos,denovo, encontrarsemelhan9acomFE]: coiléro[nlo].

QuantoáP4eao infinitivo corn pronornecménclise,verifica-seque,noGAl, há umaúnicaformaparacadacaso,comas característicascomunsdatruncayAoda consoantefinal do verboe daforma [lo] do pronomeenclítico:vím[olo] e canra[lo], respectivamente.Conformeos dadosdo ALGa, emAs-túriase Leónexistea variantede P4 virn[oilo] quemantéma consoantefinaldo verbo, comoaconteceem FBi, emboraa formado enclíticosejadiversa.

Destabrevecompara9Ao,ressaltaqueasvariantesde GAl relativasa fi-naisverbaisem¡sí e ¡rl e enclíticosAo idénticasásdo PE padrAo‘~ e que,nasrelativasit P6,emborao ataquedasílabacorrespondenteaoclítico eménclisesejaumaconsoantenasal,como eni PBpadráo,só emcasosperiféricos(co-llérIo~no]) é queo final verbalseconservaintacto.Tal nAo é decertoinde-pendentedo facto de, enaFE, ¡vogalN/ seresolveremditongosnasaisede,emgalego,o factode semantera consoantenasalprovocarumasequénciadeduasconsoantesnasais(velare alveolar),provavelmenteproblemática.

A formado ALGa cant[au a] rianxeira é amaisfrequentena raia; emsegundolugar,vem cant[ana] rianxeira (algunspontosde Pontevedrae tréspontosde Ourense),comconsoantealveolar.Em ambosos casos,a artigotemaforma[o].

Relativamenteit F4, cantómososnúmerosé a variantemaisfrequenteemGAl; as restantesvariantestém umaexpressAomulto reduzida:cantómo-losnúmeros,variantepadráo,só ocorreem duaslocalidades;cantam[oo]s nú-meras, comsupressáoda consoantefinal do morfemade pessoaecoindeco-rrentehiato como artigo, sóoconenunaponto daredede GAl (030).Apesar

‘~ Cumpie notaí que a realiza~Ao [jal do enclítico, era PEI, pode ser explicada peía semívo-caliza9tlo da consoante líquida, por íazóes silábicas: visto que ¡sí e Ir/se mantén no verbo, obter-se-ja P4 ¡niuslul e INF ,larlu/, ¡ería! ou ¡irlul, oque levanta alguns problemas de estnhtura silábicaque, por economia de p~o, nao desenvolverei. No entanto, há resquicios de formas com esta es-trutura silábica, como disse antes. A hipótese da inser9Ao de glide entre ¡sí e /r/ e enclítico nRo pa-rece tAo explicativa como a anterior, dado existirem casos de P4 com o enclítico rul («[sikúmuzu]no monte», por exemplo), que, enibora menos frequentes, mostram estar a fricativa disponívelpara funcionar como ataque da sflaba do enclítico. Assim, poderá concluir-se que nas variantescom rija], o prononie tem a forma ¡luí e a líquida semivocaliza e que, nas variantes con za]. opronorne 1cm a torna ¡nl, padronizada. Tal nRo será estranho se pensarmos que. en LEí, co-ocor-rem variantes específicas á zona da fronteiía, á zona setentrional cmgeral e ao PB padráo.

111 Revisto de Filnlo5ía Roendnico

Vol. 18(200l>103-115

Page 10: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria Antónia Coelhocia Mala O pariugnésnafranseira«orn o galega

QUADRO 3

da suamarginalidade,opeipor comentá-lase mesmopor integraraprimeiradelasno Quadro3, a fim dechamara aten9áoparao factode, emboracompequeníssimaexpressitoena CAl, ela constituir um ponto de senaelhan~acomFBI. Seudoaforma do galegopadrito e havendomultas atesta§óesdavariantecorrespondenteem PEl, é curiosoquesejapoucofrequentenestazonae que,pelocontrário,a formanito padronizada(cantóniososnúmeros),idénticait do PB padrito,sejaa maisfrequente.Cabeaqui notarquenito foifeita, ainda,urna contagemrigorosa de formaspadronizadasem PEI demodoa poderafirmarqualamaisfrequente:a padronizada(«metemosas va-casno curral»)ou a típica dazonasetentrional(«aquecernola água»).No en-tanto,o certoé queestaúltima estáatestadanageneralidadedaslocalidadesde PEI, enguantoque a correspondentegalegaapenasocorrenos pontosP31 e 027 do ALGae da zonaenaestudo.Quantoit variantecantam[oo]s nú-meros,nito a considereino Quadroacimapor terurnaúnicaocorréíiciae por-que,emborao mesmotipo de realizaQitoestelaatestadoem FE1. entendoque,nestavariedade,a supressitoda fricativa nito tem relayáodirectacom a pa-lavraseguinteseruna artigo. De facto,e comojá refcri ¡u nota8, essasu-pressitotem lugarem contextosmuitodiferenciados:«dizemoferida»,«aper-tamo na mito», «nósvencemoa nossa»,«nóschamamoah assirna vargadavideira»,etc.,peloqueme parecedescabidoapontá-lacomournavariantetí-picada sequénciaP4-artigo,estecorn dependénciafonológicaao verbo.

Conao infinitivo, dá-seumarepartiqAomaisequilibrada,em CAl, entreduas variantes:cocer o pan (todosos pontosde Ourensee um ponto dePontevedra)e coce-fopan, forma padrito (todosospontosde Pontevedra,algunspontosde Ourense).

Revista de Filología RomónicaVol. 18(2001) 103-lIS 112

Page 11: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCaelhodaMata Opat-tuguésnafranteira carn ogalega

Assim,eestabelecendoalgunsparalelosentreasvariedadesPM e GAl,ocorremos seguintescomentários:(i) com a P6,estandoa consoantenasaldisponívelparao ataqueda sflabacujo núcleoé o artigo, e sendoo artigoumavogal,obtém-seumasílaba[ea]ou [na].Em FEl, comovimos, a formaverbalmantém-seintacta,comoemGAl, ea nasalidadedo último segmentodo modernade pessoaestende-seao artigo; (u) com a P4,emGAl ternoscomovariantemaisfrequenteaquelaquemantéma formaverbal semtuso-cagáo(contrariamenteaoFBI, comofoi já referido),sendoquea consoantefricativa servede ataqueit sílabaquetenao artigolo! comonúcleo.A outravarianteatestadaé perfeitamenteidénticait dePEl (GAl: cantómo-losnú-meros,PEl «temola ervilha»);(iii) comoinfinitivo, há umaforma idénticade ambosos ladosda fronteira:trunca9áodo morfemadeinfinitivo e artigo[lo] (GAL) e [¡u](PB]) e umavarianteexclusivado GAl (masidénticait doPE padrito)commanutenyitodo morfemademodo e artigo[o].

No Quadroseguinte,procurosintetizara comparagitoentreFEl, naquiloque tenade exclusivo(ou quase,visto aáreade ocorrénciade ceflasva-riantespoderestender-separamaisao sul) e GAl, relativamenteao prono-meenclíticoe ao artigo. Simultaneamente,esteQuadropermitevisualizarassemelhanQase diferenQasentreformaverbal-pronornee formaverbal-ar-tigo, dentrode cadavariedade,sendoclaro, por exemplo,queformaspro-nominaiscomconsoantelíquida inicial correspondenasempre,emGAl, equasesempreemPEl, excep’~ito feita it Fá, a finais verbaistruncados;estefenómenofaz parteda gramáticado padritodo galegoe do PB, só que, nogalego,essefenómenoapenasocorrecomenclíticose, no PEl, só comar-tigos. Jánito é verdadeiroo inverso:quandoa formaverbalémantidanasuamtegralidade,no GAl há umagranderegularidadena selecQitode [o],sejapronomeou artigo,enquantoqueemPEI nito ¿ essecritério quepre-valece:nuncaocorrea forma [u], tomandomajorrelevánciaa distingito declassede palavras,de fungóese de dependénciasintácticaao verbo: [InIpara enclítico, [nu] para artigo. A excep9itoque P6 constitui, por outrolado, correspondeexactamentea umacaracterísticade FF1, só num casopartilhadapeloGAl —a damanutenQitoda formaverbalcompletaquandoseguidade pronomeenclítico,comojá referi repetidamente.

Conclui-sequeasvariantesverdadeirainentecaracterizadorasde FEI,no sentidoem que nito sito partilhadaspor outrasvariedadesdo PB, pelomenospadritoe meridionais,nito tém equivalentessistemáticoscomGAl.

Se tomarmos,no entanto,em considera~itoasvariantesque, emFEI,sito comunsaopadrito, temosmaispontosde contactocomo GAl: dito deoutra forma, há muitos pontosde contactoentreGAl e o chamadoPE

113 Revista de Filología Rornúni,aVol. 18(2001)1(13-115

Page 12: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

QUADRO 4

O portuguésnafranteira coni o gafego

Artigo definido

PEl 1 (iAl (ALGa)

Final Manuten~áodo Forma Final Manuten~áodo Formaverbal final verbal do artigo verbal final verbal do artigo

cm/N/ -+ rul em/g/

«atrás, ficam os prcsuntos»*

cm/st + L”] -, em/sl

«metemos as vacas»~

[la]

+_____ [o]

cantan a rianxeira

+ [o]

cantámos os

—— números[lo)

«chamarnula névoa» cantámo-los números

em/r/ + [u] em/r/ + 101

«para ¡impar a uva»* . cocer o pan

h vi II]«ceifa lo trigo» 1101

coce-lo paul*

padrito,quetalvez sejaa variedadeque,emportugués,reúneos trayosco-munsatodasasvariedades:

QUADRO 5

* variantes padronizadas.

Revista de Filología Ron,an,coVol. 18(2001>103-115

Maria Antónia Cocihada Mata

114

Page 13: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ

Maria AntóniaCaelhoda Mata O portuguésnafranteiracomo galego

QUADRO 6

Pronome enclítico

PH GAl (ALGa)Finalverbal

Manuteniáo do Forma dofinal verbal enclítico

Finalverbal

Manuten~áo do Forma dofinal verbal enclítico

em INI -1- [nu] cm ltj/ — rnol

collérono«dobravam-nas assims>*

+ [tu]

«uns baíam-las no adobo»

+ [o]

— [lu]

collerono

[lolcm /s/

«nos aqui queimamo~lo»*

cm /5/

o lobo, vímolo

+ LutUn] —

«nos secamos-a no monte»«temos-ias nós»

em/rl

«queres deixá-la andarx>*

<té de lamber-ia»«émelhorqueimarla»

cm +

czrntalos

[lo]

* variantes padronizadas.

Muito ficapordizer,nestatentativade analisarFBI eGAl de unapon-to de vistacomparativo.A continuayitodo trabaihotrará,espero.maiscer-tezase respostasamuitasquestñesemaberto.

115 Revista de Filología RonsúnicaVol. 18(2001)103-115

Page 14: Oportugués nafronteira com o galego · Revista deFilología Románica ISSN: 0212-999X Vol. 18(2001) 10V115 Oportugués nafronteira com o galego Maria Antónia COELHO DA MOTA RÉSUMÉ