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DEBATES GA CINT O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Grupo de Análise da Conjuntura Internacional Nº 05 / 2011 Mudanças na Ordem Global Instituto de Relações Internacionais interesses que transcendem fronteiras nacionais. A perda de efetividade da ONU, por sua vez, levou à criação de arranjos ad hoc, como o G-20. Mas ainda não se constituiu uma estrutura de governança global que reflita a nova distribuição de poder. A Crise Econômica Para Cardoso, a atual crise eclodiu em 2007 tendo algo em comum com todas as demais: surgiu em meio a um profundo desconhecimento geral sobre o que estava acontecendo. O Ex-presidente recordou-se de eventos dos quais participou, no Brasil e no exterior, naquele ano. Em suas apresentações, renomados economistas baseavam-se em grandes quantidades de dados para reforçar o consenso segundo o qual as economias continuariam crescendo vigorosamente. Não obstante a ruptura fosse iminente, previsões pessimistas ou menções à possibilidade de uma crise eram raríssimas. O governo norte-americano usou recursos do Tesouro para salvar o sistema financeiro e setores da indústria. Mas a retomada do crescimento e da geração de empregos foi insuficiente. A crise ainda perdura. No caso europeu, a autonomia dos governos nacionais para gerir suas políticas fiscais na zona do Euro gera um problema estrutural. Além disso, restrições impedem o Banco Central Europeu de emprestar aos governos em dificuldades. Cardoso explicou que, em situações assim, quando há união federativa, cabe à União assumir e consolidar a dívida. No Brasil, o sucesso do plano real passou pela A s mudanças da ordem global foram o tema da reunião do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP (Gacint-IRI-USP) em 23 de novembro de 2011, que teve como conferencista convidado o Ex- presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja apresentação foi comentada pela Professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, Diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP. A exposição de Cardoso abordou três grandes questões: as transformações no cenário internacional; a crise econômica; e o papel do Brasil. Transformações no Cenário Internacional Cardoso abriu sua apresentação constatando o desafio intelectual de interpretar a multiplicidade de processos em curso atualmente e alertando para a evidente precariedade das previsões sobre desdobramentos futuros. As falhas dos especialistas em antecipar grandes transformações têm sido sistemáticas. O colapso da União Soviética, preponderantemente causado por questões internas, surpreendeu o resto do mundo, incluindo os especialistas norte-americanos. Não se previu, tampouco, que a China ascenderia com tamanha velocidade. A hegemonia dos EUA, imaginada após o fim da Guerra Fria, não se concretizou. E ainda não há clareza sobre quais serão os efetivos centros de poder em um mundo multipolar. Mesmo antes da crise iniciada em 2007, segundo Cardoso, a distribuição de poder no mundo já havia mudado muito. A perda de preeminência do mundo ocidental era uma realidade, mas seus líderes políticos foram incapazes de percebê-la e acumularam seguidos erros estratégicos. Entre eles, destacam-se os dos EUA que, mesmo diante da franca emergência chinesa, iniciaram guerras no Oriente Médio acreditando na possibilidade de promover mudanças de regime por meio do uso da força. As transformações do mundo, marcadas pelos avanços dos países emergentes, envolveram a dissolução da metáfora de oposição entre Norte e Sul. Delimitações geográficas perderam parte de sua importância com o avanço das comunicações e a ampliação das redes de Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

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Page 1: Nº 05 / 2011 DEBATES GACINT143.107.26.205/documentos/DebatesGacint05.pdf · Debates Gacint - O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Página 2 Guerra marcou uma

DEBATES GACINTO informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Grupo de Análise da Conjuntura Internacional

Nº 05 / 2011

Mudanças na Ordem Global

Instituto de Relações Internacionais

interesses que transcendem fronteiras nacionais. A perda de efetividade da ONU, por sua vez, levou à criação de arranjos ad hoc, como o G-20. Mas ainda não se constituiu uma estrutura de governança global que reflita a nova distribuição de poder.

A Crise Econômica

Para Cardoso, a atual crise eclodiu em 2007 tendo algo em comum com todas as demais: surgiu em meio a um profundo desconhecimento geral sobre o que estava acontecendo. O Ex-presidente recordou-se de eventos dos quais participou, no Brasil e no exterior, naquele ano. Em suas apresentações, renomados economistas baseavam-se em grandes quantidades de dados para reforçar o consenso segundo o qual as economias continuariam crescendo vigorosamente. Não obstante a ruptura fosse iminente, previsões pessimistas ou menções à possibilidade de uma crise eram raríssimas. O governo norte-americano usou recursos do Tesouro para salvar o sistema financeiro e setores da indústria. Mas a retomada do crescimento e da geração de empregos foi insuficiente. A crise ainda perdura. No caso europeu, a autonomia dos governos nacionais para gerir suas políticas fiscais na zona do Euro gera um problema estrutural. Além disso, restrições impedem o Banco Central Europeu de emprestar aos governos em dificuldades. Cardoso explicou que, em situações assim, quando há união federativa, cabe à União assumir e consolidar a dívida. No Brasil, o sucesso do plano real passou pela

As mudanças da ordem global foram o tema da reunião do Grupo de Análise da Conjuntura

Internacional da USP (Gacint-IRI-USP) em 23 de novembro de 2011, que teve como conferencista convidado o Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja apresentação foi comentada pela Professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, Diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP. A exposição de Cardoso abordou três grandes questões: as transformações no cenário internacional; a crise econômica; e o papel do Brasil.

Transformações no Cenário Internacional

Cardoso abriu sua apresentação constatando o desafio intelectual de interpretar a multiplicidade de processos em curso atualmente e alertando para a evidente precariedade das previsões sobre desdobramentos futuros. As falhas dos especialistas em antecipar grandes transformações têm sido sistemáticas. O colapso da União Soviética, preponderantemente causado por questões internas, surpreendeu o resto do mundo, incluindo os especialistas norte-americanos. Não se previu, tampouco, que a China ascenderia com tamanha velocidade. A hegemonia dos EUA, imaginada após o fim da Guerra Fria, não se concretizou. E ainda não há clareza sobre quais serão os efetivos centros de poder em um mundo multipolar. Mesmo antes da crise iniciada em 2007, segundo Cardoso, a distribuição de poder no mundo já havia mudado muito. A perda de preeminência do mundo ocidental era uma realidade, mas seus líderes políticos foram incapazes de percebê-la e acumularam seguidos erros estratégicos. Entre eles, destacam-se os dos EUA que, mesmo diante da franca emergência chinesa, iniciaram guerras no Oriente Médio acreditando na possibilidade de promover mudanças de regime por meio do uso da força. As transformações do mundo, marcadas pelos avanços dos países emergentes, envolveram a dissolução da metáfora de oposição entre Norte e Sul. Delimitações geográficas perderam parte de sua importância com o avanço das comunicações e a ampliação das redes de

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

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Guerra marcou uma aproximação maior com os EUA. Ainda na década de noventa, teve início a intensificação de relações com a China. Mas não se trata de fazer uma opção em detrimento de outra. O aumento da influência brasileira no mundo passa pela preservação dos laços no ocidente. Há incertezas sobre o período pelo qual a China manterá sua rápida expansão, assim como sobre qual será sua capacidade de induzir crescimento em outras regiões. As grandes expectativas quanto ao avanço japonês, por exemplo, frustraram-se desde que o país entrou em estagnação. Há indícios para supor que a próxima onda de inovação e crescimento virá dos EUA. O sistema universitário norte-americano é um poderoso agente de inovação. Há plena liberdade, pesquisadores de diversas nacionalidades trabalhando juntos, e integração com o setor

privado. Além disso, as novas tecnologias são rapidamente incorporadas ao mercado e absorvidas pela sociedade. Os altos investimentos em áreas promissoras, como energia, biotecnologia, e nanotecnologia, podem produzir um novo salto tecnológico. O Brasil, segundo Cardoso, deve engajar-se no esforço de inovação. A cooperação com países como os EUA, sobretudo nas áreas da educação e da ciência e tecnologia, tem um papel relevante para o desenvolvimento nacional. É preciso fomentar os intercâmbios de estudantes e pesquisadores. Pois eles são importantes para a qualificação dos profissionais brasileiros e para conectá-los aos centros internacionais de inovação.

Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

superação do mesmo tipo de desafio. O governo Federal concentrou todo o endividamento disperso de estados e municípios no Banco Central, e concedeu aos entes subnacionais empréstimos de longo prazo a juros baixos. A União Europeia, porém, carece de um arranjo federativo que permita uma solução desta natureza.

A crise agravou, segundo Cardoso, uma tendência pré-existente de perda de capacidade relativa e de prestígio do mundo ocidental. Os sistemas democrático-representativos, que são seu símbolo maior, tornaram-se objeto de severas críticas em razão da dificuldade para produzir decisões e soluções. Na Europa, há quedas sucessivas de governos. As nomeações dos primeiros-ministros da Itália e da Grécia foram “feitas” pelos mercados. Esses episódios marcaram uma reversão incrível, dada pela vitória dos mercados face ao fracasso da política. Não se trataria, entretanto, de uma dinâmica plausível. Pois a luta é política em sua essência. Governos, bancos, e investidores divergem sobre a divisão das perdas. As populações, por sua vez, tendem a reagir contra perda de empregos, aumentos de impostos, e cortes em serviços sociais. As dificuldades econômicas geram pressões sociais imediatas, que requerem eficiência do sistema político para produzir decisões. Crises prolongadas podem aumentar a atração por sistemas políticos com menos representação e maior poder concentrado no Estado. Os impasses configurados no Congresso norte-americano, mesmo em situações graves e urgentes, são exemplos de situações que afetam a credibilidade do sistema representativo. O sucesso da China, por outro lado, pode embasar a ideia de que a centralização do poder decisório seja algo positivo e desejável. A solidez das democracias também depende de suas capacidades de superar as crises. E um novo ciclo de crescimento talvez requeira o surgimento de vigorosas áreas de investimento. Alinhando-se ao pensamento Schumpeteriano, Cardoso argumentou que um grande avanço tecnológico, que altere as relações de produção e a sociedade, pode dar um renovado impulso ao crescimento econômico.

O papel do Brasil

Para Cardoso, o posicionamento brasileiro diante das questões mundiais tem sido, historicamente, coerente com o objetivo de desenvolvimento nacional. A Segunda

As nomeações dos primeiros-ministros da Itália e da Grécia foram “feitas” pelos mercados.

Esses episódios marcaram uma reversão incrível, dada

pela vitória dos mercados face ao fracasso da política

Os Estados são suscetíveis a preferir buscar o poder,

em detrimento da paz e do comércio. E faltam instituições efetivas de governança global

capazes de garantir a paz

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simbolizam sua identidade, como o respeito aos direitos humanos, a manutenção da paz, e a preservação do meio-ambiente.

Entrevistas

DG – O que o Sr. destacaria da apresentação de hoje?Tullo Vigevani: A apresentação do Presidente Fernando Henrique Cardoso revelou grande compreensão sobre o atual estágio das relações internacionais. Ele descreveu claramente o declínio do poder norte-americano no mundo, e identificou os problemas de governabilidade nos EUA e de governança na Europa. Também é muito importante a ênfase ao deslocamento do eixo do poder mundial em direção à Ásia e à necessidade do Brasil acompanhar de perto esse processo.

DG – O que o Sr. acrescentaria?Vigevani: No contexto de crise econômica e de governança, eu acrescentaria a necessidade de pensar a conciliação entre o fortalecimento dos Estados e o pleno respeito às regras democráticas, tanto nos campos domésticos quanto no internacional. Também acho necessário insistir em que o multilateralismo, além de ser vantajoso para o Brasil, favorece a governança global.

DG – Está ficando mais difícil governar o mundo? Vigevani: É complicado avaliar se está ficando mais difícil. Mas há uma questão evidente, o enfraquecimento do poder norte-americano realmente coloca a necessidade de uma governança com uma participação ativa de um grande número de países. Todos os países devem ser respeitados, e é um desafio constituir uma governança da qual todos efetivamente participem.

Cardoso concluiu sua exposição alertando para a relação entre o aumento do papel dos Estados e o risco de conflitos internacionais. A globalização, que marcou o mundo desde a década de setenta, implica o predomínio dos mercados e o relativo declínio dos Estados. A produção e o comércio globalizados ligam as pessoas, as empresas, e forjam interesses comuns ao redor do globo. Trata-se de uma progressiva vinculação de interesses que tem a preservação da paz como um de seus pilares. O florescimento do comércio depende da paz. Mas a valorização dos Estados, por outro lado, pode levar à guerra. Porque as guerras são, em grande medida, produto do Estado, do egoísmo nacional. Os Estados são suscetíveis a preferir buscar o poder, em detrimento da paz e do comércio. E faltam instituições efetivas de governança global capazes de garantir a paz. Portanto, não se pode tirar o risco de guerra do horizonte. Todos desejam um futuro de prosperidade, mas o Brasil também precisa estar preparado para um mundo de conflitos, e manter a autonomia necessária para posicionar-se de acordo com os interesses nacionais.

A Agenda da Política Externa Brasileira

Em seus comentários, Maria Hermínia Tavares de Almeida discutiu os efeitos da crise econômica sobre a agenda internacional. Para a professora, a profundidade da crise e a dificuldade de superá-la trouxeram os temas econômicos para o centro da agenda. Isso implicou a perda de preeminência das questões ambientais e de direitos humanos. A identidade internacional do Brasil, no entanto, foi largamente construída com base em valores. O que teve consequências muito positivas para a preservação da paz na América do Sul. Segundo a professora, a consistência da política externa brasileira passa pela conciliação da defesa dos interesses nacionais com a promoção dos valores que

Maria Hermínia Tavares de Almeida - Diretora do Instituto de Relações Internacionais da USP

Tullo Vigevani - Professor Titular de Relações Internacio-nais da UNESP

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DG: A política externa pode ter um papel determinante para o avanço brasileiro em ciência e tecnologia? Lafer: A política externa pode contribuir para o avanço brasileiro em ciência e tecnologia, mas o papel determinante está no apoio à pesquisa e à inovação. Estas se dão em outras instâncias do governo e da sociedade. Destaco tanto o papel das universidades que associam o ensino à pesquisa de qualidade, como é o caso da USP, quanto o das agências especializadas no amparo à pesquisa, como é o caso, no Estado de São Paulo, da FAPESP. Em síntese, o grande stake-holder do avanço do conhecimento em nosso país - indispensável para a sociedade ter maior controle sobre o seu destino - é a sua comunidade científica, cabendo realçar a importância da sua interação com o setor produtivo que é o âmbito no qual a inovação e as novas tecnologias geradas pela pesquisa de qualidade ensejam as condições da competitiva inserção internacional do Brasil num mundo globalizado.

DG: Como o Brasil pode contribuir para a superação dos desafios da governança global?Lafer: O patamar da presença do Brasil no mundo aumentou nos últimos anos, o que reforça os ativos da tradição diplomática brasileira que sempre se preocupou e se ocupou em exercer um papel na configuração das regras - formais e informais - da governança global. Ressalvo que não se trata de um desafio simples, pois a presente multipolaridade, até agora, está mais próxima das incertezas e indefinições do que de uma ordem mundial com significativa visão de futuro.

Debates Gacint - O informativo digital sobre os debates no âmbito do Gacint Página 4

DG: Quais foram suas impressões sobre a discussão de hoje?Celso Lafer: Foi uma reunião extremamente interessante. O Presidente Fernando Henrique Cardoso mostrou não só a extensão do seu conhecimento, mas também o cuidado que ele tem na reflexão e na compreensão sobre o papel do Brasil no mundo, suas possibilidades e desafios, em múltiplos aspectos. Eu destacaria o debate sobre o papel dos mercados na condução da política, assim como a importância da inovação tecnológica para a reorganização das forças produtivas. As discussões sobre qual é o espaço próprio do Brasil no cenário internacional e sobre o desenvolvimento que desejamos são muito relevantes.

Membros do Gacint ADRIANO HENRIQUE REBELO BIAVAADRIANA SCHORAFFONSO CELSO OURO PRETOAFFONSO DE ALENCASTRO MASSOTALBERTO PFEIFERALEXANDRE BARBOSAALEXANDRE RATSUO UEHARAAMÂNCIO JORGE SILVA NUNES DE OLIVEIRAANDRÉ CARVALHO RAMOSANDRÉ MELONI NASSARANGELO DE OLIVEIRA SEGRILLOANTONIO CARLOS PEREIRAANTONIO CORRÊA DE LACERDAANTONIO RUY DE ALMEIDA SILVABORIS FAUSTOBRASÍLIO JOÃO SALLUM JUNIORCARLOS EDUARDO LINS DA SILVACELSO GRISICELSO LAFERCELSO NUNES AMORIMCHRISTIAN LOHBAUERCLAUDIO GONÇALVES COUTOCLODOALDO BUENODAMIAN PAPOLODÉCIO ODDONEDEISY VENTURADEMÉTRIO MAGNOLI

FERNANDO LUIZ ABRUCIOFLORIANO DE AZEVEDO MARQUES NETOGELSON FONSECA JUNIORGERALDO DE FIGUEIREDO FORBESGILMAR MASIEROGIORGIO ROMANO SCHUTTEGUILHERME LEITE DA SILVA DIASHELGA HOFFMANNHÉLIO NOGUEIRA DA CRUZHENRI PHILIPPE REICHSTULJACQUES MARCOVITCHJAIME SPITZKOWSKYJANINA ONUKIJOÃO PAULO CÂNDIA VEIGAJOÃO SAYADJOSÉ ALFREDO GRAÇA LIMAJOSÉ LUIZ CONRADO VIEIRAKJELD AAGAARD JAKSOBSENLEANDRO PIQUET CARNEIROLENINA POMERANZLUCIANE MIRANDA DE PAULALUIZ AFONSO SIMOENS DA SILVALUIZ EDUARDO M. DE CARVALHO E SILVAMARCO AURÉLIO GARCIAMARIA ANTONIETA DEL TEDESCO LINSMARIA HELENA TACHINARDIMARIA HERMÍNIA TAVARES DE ALMEIDA

MÁRIO CÉSAR FLORESOTAVIANO CANUTOPAULO FARAHPAULO FURQUIM DE AZEVEDOPAULO ROBERTO FELDMANPAULO SOTEROPEDRO B. DE ABREU DALLARIPETER ROBERT DEMANTPHILIPPE LAVANCHYPHILIPPE REICHSTULRAFAEL ANTONIO DUARTE VILLARICARDO UBIRACI SENNESROBERTO ADDENURROBERTO RODRIGUESROBERTO TEIXEIRA DA COSTAROGÉRIO BASTOS ARANTESROSSANA ROCHA REISRUBENS ANTÔNIO BARBOSARUY MARTINS ALTENFELDER SILVASAMUEL FELDBERGSEBASTIÃO CARLOS VELASCO E CRUZ SÉRGIO ERNESTO ALVES CONFORTOSÉRGIO FAUSTOSÉRGIO SILVA DO AMARALTULLO VIGEVANIVERA THORSTENSENYI SHIN TANG

Gacint Coordenador Geral Ricardo SennesVice-CoordenadorBruno Reis

DiretoraMaria Hermínia Tavares de Almeida

Debates Gacint Coordenador ExecutivoAndré Luiz SicilianoEditor Nadim Mitri Gannoum

IRI Contato: [email protected] André MichelinCássia CostaRenata Cabrera de MoraisVinicius Dalbelo

Celso Lafer - Ex-Ministro das Relações Exteriores e Professor Titular da Faculdade de Direito da USP