manual de inspeÇÃo de obras de arte - egr · 5.3.2 técnicas avançadas de inspeção 37 ......

53
MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE EGR Porto Alegre Abril 2018

Upload: others

Post on 10-Jul-2020

10 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE – EGR

Porto Alegre

Abril 2018

Page 2: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 5

1.1 ESCOPO 5

2 TERMOS E DEFINIÇÕES 6

2.1 NOMENCLATURA DOS ELEMENTOS 9

2.1.1 Numeração em obras de arte no eixo da rodovia 9

2.1.2 Numeração em obras de arte transversais ao eixo da rodovia 9

2.1.3 Legenda 10

2.1.4 Códigos de caracterização 12

3 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 14

3.1 PARÂMETROS ESTRUTURAIS 14

3.2 PARÂMETROS FUNCIONAIS 14

3.3 PARÂMETROS DE DURABILIDADE 15

3.4 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO 16

4 REFERÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO 18

4.1 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS ESTRUTURAIS 19

4.2 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS FUNCIONAIS 21

4.3 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS DE DURABILIDADE

22

5 METODOLOGIA DE INSPEÇÃO 24

5.1 INSPEÇÃO CADASTRAL 24

5.1.1 Roteiro básico para inspeção cadastral 25

5.1.2 Ficha para inspeção cadastral 28

5.2 INSPEÇÃO ROTINEIRA 31

5.2.1 Roteiro básico para inspeção rotineira 32

Page 3: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

5.2.2 Ficha para inspeção rotineira 32

5.3 INSPEÇÃO ESPECIAL 34

5.3.1 Roteiro básico para inspeção especial 35

5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37

5.3.3 Ficha para inspeção especial 44

5.4 INSPEÇÃO EXTRAORDINÁRIA 45

5.5 ROTEIRO BÁSICO PARA INSPEÇÃO SUBAQUÁTICA 45

5.5.1 Limpeza da superfície 46

5.5.2 Periodicidade da inspeção subaquática 46

5.5.3 Equipamentos audiovisuais 46

6 PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO 47

6.1 SEGURANÇA AO TRÁFEGO 47

6.1.1 Características de áreas de sinalização temporária 48

6.2 SEGURANÇA DO TRABALHO 49

7 QUALIFICAÇÃO TÉCNICA 50

7.1 QUALIFICAÇÃO DOS INSPETORES 50

7.2 QUALIFICAÇÃO DOS AUXILIARES TÉCNICOS 50

8 REFERÊNCIAS 52

8.1 REFERÊNCIAS NORMATIVAS 52

8.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

Page 4: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

TABELAS

Tabela 1 – Códigos para tipologia da estrutura 12

Tabela 2 – Códigos para sistemas construtivos 13

Tabela 3 – Códigos para natureza da transposição 13

Tabela 4 – Códigos para materiais 13

Tabela 5 - Classificação da condição de obra de arte segundo os parâmetros estrutural, funcional

e de durabilidade 16

Tabela 6 - Modelo de ficha de classificação 17

Tabela 7 – Caracterização dos sistemas estruturais segundo a relevância no sistema estrutural

18

Tabela 8 – Nota de classificação segundo parâmetros estruturais – Parte I 19

Tabela 9 – Nota de classificação segundo parâmetros estruturais – Parte II 20

Tabela 10 – Nota de classificação segundo parâmetros funcionais 21

Tabela 11 – Nota de classificação segundo parâmetros de durabilidade – Parte I 22

Tabela 12 – Nota de classificação segundo parâmetros de durabilidade – Parte II 23

Tabela 13 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte 1 28

Tabela 14 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte II 29

Tabela 15 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte III 29

Tabela 16 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte I 32

Tabela 17 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte II 32

Tabela 18 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte III 33

Tabela 19 – Ficha de inspeção especial – Parte I 44

Tabela 20 – Ficha de inspeção especial – Parte II 45

Page 5: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

5 - 53

1 INTRODUÇÃO

Este manual tem a função de definir as diretrizes técnicas dos termos de referência de inspeção

de obras de arte, desenvolvidos pela Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR, sistematizando as

melhores práticas, consolidadas nas normas e literatura técnica sobre o assunto.

Grande parte de seu texto é transcrição literal de normas e manuais nacionais, desenvolvidos

pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e pelo Departamento Nacional de

Estradas de Rodagem – DNIT.

1.1 ESCOPO

Este manual especifica os requisitos exigíveis para inspeções em pontes, pontilhões, viadutos e

passarelas, com estrutura em concreto (armado e protendido), aço ou mista aço-concreto e para

apresentação dos resultados destas inspeções.

Page 6: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

6 - 53

2 TERMOS E DEFINIÇÕES

Os termos e definições apresentados neste capítulo foram compilados das referências

normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e o

Glossário de Termos Técnicos do DNER [9].

a) Inspeção de estruturas: conjunto de procedimentos técnicos e especializados

que compreendem a coleta de dados necessários à formulação de um

diagnóstico e prognóstico da estrutura, visando manter ou reestabelecer os

requisitos de segurança estrutural, funcionalidade e durabilidade;

b) Obras de arte: designação tradicional de estruturas, tais como pontes, viadutos,

túneis, muros de arrimo e bueiros, necessários à implantação de uma via;

obras de arte correntes: obra de arte de pequeno porte, tal como bueiro,

pontilhão e muro, que normalmente se repete ao longo da estrada, obedecendo

geralmente a projeto padronizado;

obras de arte especiais: estrutura, tal como ponte, viaduto ou túnel que, pelas

suas proporções e características peculiares, requer um projeto específico;

c) Ponte: estrutura destinada à transposição de obstáculo à continuidade do leito

normal da via, e cujo obstáculo deve ser constituído por canal aquífero, como

rio, mar, lago córrego e outros;

d) Viaduto: estrutura destinada à transposição de obstáculo à continuidade do leito

normal da via, e cujo obstáculo é constituído por rodovia, ferrovia, vale, grota

ou contorno de encosta. Esta estrutura destina-se também à substituição de

aterros.

e) Passarela: estrutura destinada exclusivamente à travessia de pedestre e/ou

ciclista, desde que devidamente projetada para tanto;

f) Pontilhão: ponte ou viaduto de vão único ou comprimento igual ou inferior a

6m;

g) Comprimento: dimensão que se encontra no eixo de orientação do fluxo da

carga móvel sobre a superestrutura;

h) Largura: dimensão perpendicular ao comprimento no plano horizontal da

superestrutura;

Page 7: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

7 - 53

i) Superestrutura: conjunto de elementos destinados a receber as cargas

permanentes e acidentais transferindo-as à mesoestrutura ou diretamente à

infraestrutura. A superestrutura contempla em si os seguintes elementos:

laje (inclusive de pontes em arco, extradorso, pênsil e estaiada) e placa de pré-

laje;

viga longarina, viga treliçada e viga-caixão;

viga transversina (exceto quando em caráter de cortina de contenção de aterro

dos encontros);

articulação (dente tipo Gerber, Freyssinet e outros);

estais;

viga em arco superior, intermediário ou inferior

j) Mesoestrutura: conjunto de elementos destinados a receber as cargas

provenientes da superestrutura e transferi-las à infraestrutura. A mesoestrutura

contempla em si os seguintes elementos:

viga-travessa;

pilar;

pilone (torre, portal, etc.);

aparelhos de apoio;

viga de travamento de pilares

k) Infraestrutura: conjunto de elementos destinados a receber as cargas

provenientes da mesoestrutura ou diretamente da superestrutura e transferi-las

ao substrato. A infraestrutura contempla em si os seguintes elementos:

viga de travamento de blocos de fundação;

viga-alavanca;

tubulão;

sapata;

estaca;

bloco sobre estacas;

bloco de transição

l) Elemento principal (P): elemento estrutural cujo dano pode ocasionar o colapso

parcial ou total da obra;

m) Elemento secundário (S): elemento cujo dano pode ocasionar ruptura localizada

em apenas parte de um vão;

Page 8: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

8 - 53

n) Elemento complementar (C): elemento cujo dano não causa nenhum

comprometimento estrutural, apenas funcional e de durabilidade na OAE.

Contempla elementos funcionais de segurança, de drenagem, e de transição de

estrutura, como:

barreira rígida, guarda-corpo e tela de proteção;

pavimento, lastro ou dormente;

junta de dilatação;

sistema estrutural para suporte de elemento de sinalização, iluminação,

utilidade e drenagem;

talude revestido ou não sob a projeção da estrutura e laterais;

rampa e passeio de acesso;

buzinote (barbacã/ dreno);

sarjeta, canaleta, escada hidráulica;

boca de lobo e boca de leão;

tubulação de condução de água;

pingadeira;

poste e luminária

o) Anomalia: descaracterização de um elemento ou sistema integrante da obra de

arte em relação à sua concepção original;

p) Diagnóstico: resultado da atividade de identificação da natureza de uma

anomalia;

q) Patologia: estudo técnico e especializado do fator (ou conjunto de fatores) que

gera determinada anomalia, bem como das alterações por esta trazida ao

elemento em análise.

Page 9: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

9 - 53

2.1 NOMENCLATURA DOS ELEMENTOS

Este item especifica os critérios gerais para a nomenclatura e numeração dos elementos das

obras de arte. Dúvidas podem ser dirimidas consultando o ANEXO G da ABNT NBR

9452:2016 [1].

2.1.1 Numeração em obras de arte no eixo da rodovia

Estão enquadradas neste item, por exemplo, pontes e passagens inferiores.

Com o observador posicionado de costas para a menor quilometragem, a numeração dos

elementos deste tipo de obra deve obedecer aos seguintes critérios básicos:

na direção longitudinal à pista, a numeração deve ser crescente a partir da

menor quilometragem para o maior valor;

na direção transversal, a numeração deve ser crescente da esquerda para a

direita.

2.1.2 Numeração em obras de arte no transversais ao eixo eixo da rodovia

Estão enquadradas neste item, por exemplo, passarelas e passagens superiores.

Com o observador posicionado na direção da obra, de maneira que consiga visualizá-la à sua

frente e que seu lado esquerdo esteja no sentido da menor quilometragem, a numeração dos

elementos deste tipo de obra deve obedecer aos seguintes critérios:

a numeração deve iniciar nos elementos mais próximos ao observador e

cresce à medida que se afasta;

a numeração deve ser crescente da esquerda para a direita.

Page 10: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

10 - 53

2.1.3 Legenda

Para o preenchimento das fichas de inspeção inicial e rotineira, todos os elementos das

estruturas devem ser registrados com sua denominação por extenso, ou seja, sem a utilização

de códigos, seguida da respectiva numeração. Por exemplo, viga longarina 03, muro de ala 02,

laje em balanço 01.

No caso dos relatórios de inspeção especial, diante da grande quantidade de informações e

visando facilitar a elaboração de desenhos e croquis, podem ser utilizados os seguintes códigos

para identificação dos elementos:

AA Aparelho de apoio

AB Abóboda

AL Muro de ala

ALE Alma externa (caixão)

ALI Alma interna (caixão)

AP Apoio

BL Balanço longitudinal

BLC Bloco de fundação

BR Barreira rígida

CO Cortina

DG Dente Gerber

DM Defensa metálica

ET Estaca

EB Emboque

ENC Encontro

GC Guarda-corpo

GR Guarda-rodas

JD Juntas de dilatação

LB Laje em balanço (transversal)

LI Laje inferior

LS Laje superior

LT Laje de transição

MT Montante

P Pilar

PA Parede

Page 11: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

11 - 53

PC Piso de concreto

PF Pavimento flexível

PR Pavimento rígido

PS Passeio

SAP Sapata

TRE Treliça

TUB Tubulão

VL Viga longarina

VLR Viga longarina de rampa (passarela)

VLT Viga longarina de travessia (passarela)

VT Viga transversina

VTR Viga-travessa

VTRAV Viga de travamento

Page 12: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

12 - 53

2.1.4 Códigos de caracterização

Para facilitar o preenchimento das fichas de inspeção, podem ser adotados os códigos

apresentados nas tabelas apresentadas neste item. Quando optado por preencher as fichas por

extenso, o fiscal deverá empregar a nomenclatura apresentada neste item.

Tabela 1 – Códigos para tipologia da estrutura

Tipologia Longitudinal Código

Bi-apoiada ou isostática 1

Contínua 2

Vão suspenso com consolo ou Gerber 3

Arco superior 4

Arco intermediário 5

Arco inferior 6

Pórtico 7

Outras 8

Tipologia Transversal (Superestrutura) Código

Pilares isolados 1

Pilares com travessa 2

Pilares contraventados 3

Pilares parede 4

Pilones 5

Outros 6

Tipologia da Mesoestrutura Código

Número de linhas de apoio

Número de pilares por linha de apoio

Seção transversal do pilar

Outros

Tipologia da Infraestrutura Código

Direta 1

Bloco sobre estacas 2

Bloco sobre tubulões 3

Tubulões 4

Estava escavada 5

Estaca pré-moldada 6

Perfil metálico 7

Estaca de madeira 8

Não identificado 9

Outros 10

Page 13: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

13 - 53

Tabela 2 – Códigos para sistemas construtivos

Sistema construtivo Código

Moldado in loco 1

Pré-moldado 2

Vigas mistas 3

Balanço sucessivo 4

Aduelas pré-moldadas 5

Empurrada 6

Estaiada 7

Pênsil 8

Não identificado 9

Outros 10

Tabela 3 – Códigos para natureza da transposição

Natureza da transposição Código

Superfície aquífera 1

Rodovia 2

Ferrovia 3

Vale 4

Grota 5

Contorno de encosta 6

Outros 7

Tabela 4 – Códigos para materiais

Material Código

Concreto armado (CA) 1

Concreto protendido (CP) 2

Aço (A) 3

Madeira (MD) 4

Pedra argamassada (PA) 5

Mista 6

Não identificado 7

Outros 8

Page 14: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

14 - 53

3 CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

As obras de arte devem ser classificadas segundo os parâmetros estrutural, funcional e de

durabilidade, de acordo com a gravidade dos problemas detectados durante a inspeção,

respeitando as Normas Técnicas aplicáveis e a boa prática da engenharia.

3.1 PARÂMETROS ESTRUTURAIS

Os parâmetros estruturais são aqueles relacionados à segurança estrutural da obra de arte, ou

seja, referentes à sua estabilidade e capacidade portante, sob o critério de seus estados de limites

último e de serviço, recomendados pelas normas técnicas nacionais aplicáveis a cada caso.

Sob o ponto de vista de prioridades de ações de recuperação, é frequente estes parâmetros serem

o objeto de maior atenção, notadamente quando a obra apresenta sintomatologia já visualmente

detectável de desempenho estruturalmente anômalo.

3.2 PARÂMETROS FUNCIONAIS

Para que uma obra de arte atenda, plenamente, aos objetivos para os quais foi desenvolvida, é

necessário possuir os requisitos geométricos adequados como, por exemplo: visibilidade,

declividade, gabaritos verticais e horizontais. Por parâmetros funcionais se entenda, portanto,

aqueles relacionados diretamente aos fins da obra.

Os parâmetros funcionais também devem levar em conta o conforto e a segurança do usuário,

considerando, por exemplo, a integridade dos guarda-corpos, existência de depressões e/ou

buracos na pista de rolamento e a sinalização.

Page 15: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

15 - 53

3.3 PARÂMETROS DE DURABILIDADE

Designam-se por parâmetros de durabilidade aquelas características diretamente associadas à

vida útil da obra, ou seja, com o tempo estimado em que a estrutura deve cumprir suas funções

em serviço.

Deste modo, estes parâmetros estão vinculados à resistência da estrutura frente a ataques de

agentes ambientais agressivos. Exemplificam-se como anomalias associadas à durabilidade,

ausência de cobrimento de armadura, corrosão, fissuração excessiva, danos ao tratamento

superficial (pintura, galvanização, etc.) e erosões nos taludes de encontros.

A relevância dos problemas de durabilidade deve ser avaliada em conjunto com a agressividade

do meio em que se situam, com o objetivo de inferir a velocidade de deterioração a eles

associados.

Page 16: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

16 - 53

3.4 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO

A classificação de uma obra de arte consiste da atribuição de uma nota de avaliação, variando

de 1 até 5, correlacionada à sua condição – que pode ser excelente, boa, regular, ruim ou crítica

– e a cada um dos parâmetros de caracterização.

A classificação deve seguir o estabelecido na Tabela 5.

Tabela 5 - Classificação da condição de obra de arte segundo os

parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade

Nota de

Classificação

Condição Caracterização

estrutural

Caracterização

funcional

Caracterização de

durabilidade

5 Excelente A estrutura apresenta-

se em condições

satisfatórias,

apresentando defeitos

irrelevantes e

isolados.

A obra de arte

apresenta segurança e

conforto aos usuários.

A obra de arte está

em prefeitas

condições, devendo

ser prevista

manutenção de rotina.

4 Boa A estrutura apresenta

danos pequenos e em

áreas isoladas, sem

comprometer a

segurança estrutural.

A obra de arte

apresenta pequenos

danos que não

chegam a causar

perda redução

significativa de

desempenho,

desconforto ou

insegurança ao

usuário.

A obra de arte

apresenta pequenas e

poucas anomalias que

comprometam sua

vida útil. Estrutura

em região de baixa

agressividade

ambiental.

3 Regular Há danos que podem

vir a gerar alguma

deficiência estrutural,

mas não há sinais de

comprometimento da

estabilidade da obra.

Recomenda-se

acompanhamento dos

problemas.

Intervenções podem

ser necessárias a

médio prazo.

A obra de arte

apresenta desconforto

ao usuário, com

defeitos que

requerem ações de

médio prazo.

A obra de arte

apresenta pequenas e

poucas anomalias,

que comprometam

sua vida útil, em

regiões de moderada

a alta agressividade

ambiental ou

apresenta moderadas

a muitas anomalias,

mas a estrutura está

em região de baixa

agressividade

ambiental.

Page 17: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

17 - 53

2 Ruim Há danos que

comprometem a

segurança da

estrutura, porém SEM

risco iminente. Sua

evolução pode levar

ao colapso estrutural.

A obra de arte

necessita de

intervenções

significativa a curto

prazo.

A obra de arte com

funcionalidade

visivelmente

comprometida, com

riscos de segurança

ao usuário,

requerendo

intervenções de curto

prazo.

A obra de arte

apresenta anomalias

moderadas a

abundantes, que

comprometam sua

vida útil, em regiões

de alta agressividade

ambiental.

1 Crítica Há danos que geram

grave insuficiência

estrutural. Há

elementos estruturais

em estado crítico,

com risco tangível de

colapso estrutural. A

obra de arte necessita

de intervenção

imediata, podendo ser

necessária restrição

de carga, interdição

parcial ou total ao

tráfego e escoramento

provisório, associada

a monitoramento por

instrumentalização,

ou não.

A obra de arte não

apresenta condições

funcionais de

utilização.

A obra de arte

encontra-se em

elevado grau de

deterioração,

apontando problema

já de risco estrutural

e/ou funcional.

No caso das inspeções especiais, que são mais detalhadas, cada elemento da obra é inspecionado

e suas anomalias são registradas. A classificação deve seguir os referenciais de classificação

apresentados no item 3.4.

A nota final de classificação deve ser a menor nota atribuída ao parâmetro analisado, sendo que

a classificação final deve ser apresentada, por elemento estrutural, seguindo o modelo da Tabela

6.

Tabela 6 - Modelo de ficha de classificação

Parâmetro

Elemento

Super

estrutura

Meso

estrutura

Infra

estrutura

Elementos

complementares Pista Nota

Final Estrutura Encontro

Estrutural

Funcional NA NA

Durabilidade

Page 18: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

18 - 53

4 REFERÊNCIA DE CLASSIFICAÇÃO

No caso de inspeções especiais, pode ser necessário um maior detalhamento na classificação da

condição da obra de arte, seguindo as recomendações apresentadas neste item.

As consequências de dano em cada tipo de elemento da obra de arte estão descritas a seguir:

a) Elemento principal (P): cujo dano pode ocasionar o colapso parcial ou total da

obra;

b) Elemento Secundário (S): cujo dano pode ocasionar ruptura localizada;

c) Elemento Complementar (C): cujo dano não causa nenhum comprometimento

estrutural, apenas funcional.

A Tabela 7 tem como objetivo balizar a identificação dos tipos de elementos nas estruturas

convencionais.

Tabela 7 – Caracterização dos sistemas estruturais segundo a relevância

no sistema estrutural

Elemento

Sistema estrutural

Duas

vigas Grelha Caixão Laje Galeria

Superestrutura Viga

Longarina P P - - -

Transversina S S S S S

Laje S S P P P

Mesoestrutura

Travessas P P P P -

Pilares P P P P -

Aparelho de apoio P P P P -

Encontros

Cortina S S S S -

Laje de transição S S S S S

Muros de ala S S S S S

Infraestrutura

Blocos P P P P P

Sapatas P P P P P

Estacas, tubulões P P P P P

Complementares Barreira rígida C C C C C

Guarda-corpo C C C C C

Quanto à classificação funcional, as avaliações ligadas aos gabaritos horizontal e vertical devem

levar em consideração as pistas existentes, a ocorrência de acidentes e sinais de impacto de

veículos, a sinalização existente e os critérios dos manuais e Normas de projeto geométrico,

como a classe da rodovia e o volume de tráfego.

Page 19: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

19 - 53

As tabelas Tabela 8 a Tabela 12 apresentam os quadros referenciais com classificação para os

parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade, respectivamente.

4.1 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS ESTRUTURAIS

Tabela 8 – Nota de classificação segundo parâmetros estruturais – Parte I

Condição verificada na inspeção especial segundo

parâmetros estruturais – Parte I

Nota de classificação

Elemento onde foi constatada a

anomalia

Principal Secundário Complementar

Fissuração

Fissuração superficial de retração

hidráulica ou térmica 4 4 5

Fissuras em elementos protendidos 1 2 -

Fissuras em elementos de concreto

armado com abertura dentro dos limites

previstos conforme ABNT NBR

6118:2014, 13.4

3 4 4

Fissuras em elementos de concreto

armado com abertura superior aos

limites previstos conforme ABNT NBR

6118:2014, 13.4

2 3 4

Flecha Flechas não congênita acima dos limites

conforme ABNT NBR 6118:2014 1 2 3

Anomalias

nas

armaduras

Armadura principal exposta e corroída,

com perda de seção de até 20% do total

da armadura

3 4 5

Armadura principal exposta e corroída,

com perda da seção acima de 20% da

área total de armadura ou que

comprometa a estabilidade da peça

2 3 4

Armaduras principais rompidas 1 2 3

Ruptura de parte da armadura principal

passiva ou ativa 1 2 3

Tirantes rompidos 1 - -

Armadura protendida exposta ou

corroída 2 - -

Perda ou falte de protensão em elemento

principal 2 - -

Anomalias no

concreto

Concreto segregado com áreas inferiores

a 0,1m² em zonas favoráveis de tensões 4 5 5

Concreto segregado em regiões de

tensões de compressão, mas em

pequenas áreas (entre 0,1m² e 0,5m²)

3 4 5

Concreto segregado em regiões sujeitas a

tensões de compressão, em área superior

a 0,5m²

2 3 4

Rompimento do concreto em pontos de

altas tensões de compressão 1 2 3

Page 20: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

20 - 53

Anomalias em

elementos

estruturas de aço

Oxidação em poucos pontos da estrutura, sem observação de

corrosão 3 4 5

Observação de corrosão puntiforme, sem impacto na capacidade

portante 3 3 4

Níveis significativos de corrosão, com perda de seção relevante e

comprometimento da segurança estrutural. 1 2 3

Ausência não congênita de parafusos e porcas, sinais de ruptura ou

trincas em soldas ou escoamento e deformações não previstas em

ligações ou emendas, comprometendo a segurança estrutural

1 2 3

Identificadas poucas trincas/fadiga, devido a fadiga, em estágio

inicial, nunca atingindo 50% da espessura da chapa e sem riscos

iminentes à segurança estrutural

3 3 4

Identificadas trincas/fadiga, em estágio avançado e gerando

comprometimento da segurança estrutural 1 2 3

Tabela 9 – Nota de classificação segundo parâmetros estruturais – Parte

II

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetros estruturais – Parte

II

Nota de

classificação

Apoio

(mesoestrutura)

Deslocamentos e ou desalinhamentos de peças estruturais gerando

excentricidades que podem ocasionar instabilidades ou concentração

de tensões

2

Vigas transversinas ou longarinas mal ou insuficientemente

apoiadas em pilares, sintomas localizados como trincas (grandes

fissuras) junto aos apoios na interface das vigas e pilares podem vir

a reforçar este juízo

1

Aparelho de

apoio

Aparelhos de apoio de neoprene com pequenos rasgos na camada

superficial, sem exposição das chapas de fretagem 5

Aparelhos de apoio metálicos com corrosão superficial 4

Aparelhos de apoio danificados ou comprometidos gerando alguma

vinculação sem causar grandes esforços, recalques diferenciais e

sem criação de cunhas de ruptura ou fissuras no entorno

3

Aparelhos de apoio comprometidos, gerando vínculos imprevistos

com cunhas de ruptura e recalques diferenciais com trincas ou

fissuras

2

Aparelhos de apoio danificados totalmente rompidos, dando origem

a esforços horizontais e ou travamento de rotações, indesejáveis no

esquema estrutural original

1

Juntas

Juntas de dilatação parcialmente obstruídas sem causar restrições à

movimentação dos tabuleiros 5

Juntas de dilatação obstruídas, causando restrições à movimentação

do tabuleiro 4

Juntas de dilatação obstruídas, com contribuição para o quadro

patológico com formação de fissuras em longarinas e lajes 3

Juntas de dilatação obstruídas, causando graves danos à

superestrutura (esmagamento do concreto de vigas e lajes, formação

de quadro de fissuração e esforços não previstos na meso e

infraestrutura)

2

Page 21: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

21 - 53

Encontros

Taludes de encontro com pequenos sulcos, sem causar danos às

fundações 5

Taludes de encontro com erosão, com situação estabilizada, sem

causar danos às fundações 4

Deslizamentos de taludes de encontro 2

Deslizamentos de taludes de encontro gerando possível perda de

base de apoio de fundações e ou empuxos ativos nos pilares 1

Desníveis do pavimento, na transição terrapleno x tabuleiro,

gerando acréscimo no impacto da carga acidental 3

Outros Drenos inexistentes ou corrompidos no interior dos caixões,

acarretando retenção de água no seu interior 3

4.2 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS FUNCIONAIS

Tabela 10 – Nota de classificação segundo parâmetros funcionais

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetros funcionais Nota de

classificação

Drenagem

Drenagem deficiente sem causar empoçamento ou aquaplanagem 4

Drenagem no tabuleiro deficiente com empoçamento localizados

que não provoquem o fenômeno de aquaplanagem 3

Drenagem ineficiente ou inexistente gerando pontos úmidos e

formação de lâmina de águam possibilitando derrapagem ou o

fenômeno de aquaplanagem

1

Pista

Pista de rolamento com pequenas irregularidades, sem gerar

desconforto ao usuário 5

Pista de rolamento com irregularidades, gerando desconforto ao

usuário 4

Desníveis no pavimento, na transição terrapleno x tabuleiro e juntas

de dilatação, causando solavancos 3

Junta

Pontos danificados nas juntas de dilatação sem causar desconforto

ao usuário 4

Berço danificado nas juntas de dilatação, gerando pequeno

desconforto ao usuário 3

Dispositivos de

segurança

Dispositivos de segurança com pontos danificados (segregação de

concreto, armadura exposta) 3

Dispositivos de segurança inexistentes, comprometendo a

segurança dos usuários 1

Inexistência de dispositivos de segurança para proteção de peças

estruturais sujeitas a impactos 2

Passeio e

guarda-corpo Guarda-corpo rompido ou inexistente 1

Gabaritos

Sinalização horizontal e vertical inadequadas ou inexistentes, com

risco à segurança da obra e usuários 2

Acidentes com choques de veículos ou embarcações na estrutura 2

Page 22: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

22 - 53

4.3 NOTAS DE CLASSIFICAÇÃO – PARÂMETROS DE DURABILIDADE

Tabela 11 – Nota de classificação segundo parâmetros de durabilidade

– Parte I

Condição verificada na inspeção especial segundo

parâmetros de durabilidade – Parte I

Nota de classificação

Elemento onde foi constatada a

anomalia

Principal Secundário Complementar

Fissuração

Fissuras em elementos de concreto

armado com abertura dentro dos limites

previstos conforme ABNT NBR

6118:2014, 13.4

5 5 5

Quadro de fissuração inaceitável,

conforme ABNT NBR 6118:2014, 13.4 1 2 3

Fissuração de elementos estruturais com

indícios de reação expansiva (álcali-

agregado ou sulfatos)

2 2 3

Armadura

Armaduras expostas com corrosão

incipiente 3 4 4

Armadura exposta em processo evolutivo

de corrosão 2 3 4

Armadura protendida exposta, mesmo

sem corrosão, em ambiente de baixa ou

média agressividade

3 4 -

Armadura protendida exposta e corroída 1 2 3

Obras com deficiência de cobrimento

sem armadura exposta 4 5 5

Obras com deficiência de cobrimento

com estufamento por expansão da

corrosão

3 4 4

Concreto

Concreto segregado com áreas inferiores

a 0,1m² em zonas favoráveis de tensões 4 4 5

Concreto segregado em regiões de

tensões de compressão, mas em

pequenas áreas (entre 0,1m² e 0,5m²)

3 4 5

Concreto segregado em regiões sujeitas a

tensões de compressão, em área superior

a 0,5m²

2 3 4

Lixiviação superficial do concreto 4 4 5

Manchas superficiais de fuligem

atmosférica 4 4 5

Calcinação do concreto com exposição

de armaduras 1 2 3

Carbonatação

Eflorescências, com surgimento de

manchas esbranquiçadas decorrentes de

reação de carbonatação

4 4 5

Carbonatação com profundidade

atingindo armaduras principais 3 3 4

Carbonatação com profundidade superior

à espessura do cobrimento da armadura 2 3 3

Page 23: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

23 - 53

Tabela 12 – Nota de classificação segundo parâmetros de durabilidade

– Parte II

Condição verificada na inspeção especial segundo parâmetros de durabilidade –

Parte II

Nota de

classificação

Drenagem

Buzinotes obstruídos 3

Drenagem do caixão inexistente ou insuficiente, com acúmulo de

água dentro dos mesmos 2

Presença de água internamente às bainhas da armadura protendida 1

Drenagem do tabuleiro totalmente inoperante 2

Taludes

Taludes dos encontros com erosão ou solapamento de material 3

Taludes dos encontros com erosão significativa 2

Taludes dos encontros com erosão significativa, acarretando

desconfinamento da fundação 1

Taludes protegidos com placas faltantes ou danificas 4

Percolação de águas pluviais ou subterrâneas pelos taludes dos

encontros 3

Page 24: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

24 - 53

5 METODOLOGIA DE INSPEÇÃO

São previstos quatro tipos de inspeção:

cadastral;

rotineira;

especial;

extraordinária.

5.1 INSPEÇÃO CADASTRAL

É a primeira inspeção realizada na obra e deve ser efetuada imediatamente após sua conclusão,

instalação ou integração a um sistema de monitoramento e acompanhamento viário.

Deve também ser realizada quando houver alterações na configuração da obra, como

alargamento, acréscimo de comprimento, reforço, mudança no sistema estrutural.

A inspeção cadastral deve conter:

a) As informações do Roteiro básico para inspeção cadastral;

b) Registro fotográfico;

c) Desenhos esquemáticos das plantas dos níveis característicos e seções típicas

transversal e longitudinal, com suas respectivas medidas principais;

d) A classificação da obra de arte, conforme seção 3;

e) Especificação de terapias ou solicitação detalhada de inspeção especial e/ou

monitoramento, incluindo quais estudos, ensaios e métodos deverão ser

aplicados;

f) Recomendação de restrição de tráfego ou interdição, devendo ser solicitada à

EGR em ato contínuo à inspeção;

g) Demais informações consideradas importantes para a inspeção.

O registro fotográfico de caracterização da estrutura deve ser constituído pelo menos por uma

vista geral, pelas vistas superior, lateral e inferior do tabuleiro, dos elementos da mesoestrutura

e da infraestrutura, quando aparentes, e os detalhes julgados necessários. As fotos devem

Page 25: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

25 - 53

permitir a visualização da situação, do aspecto geral e esquema estrutural. Deve conter também

o registro das anomalias detectadas, que comprometam as condições estruturais, funcionais e

de durabilidade da obra. As fotos da obra devem ser datadas e, preferencialmente,

georreferenciadas. O registro fotográfico deve ser apresentado juntamente com os dados

coletados em conformidade com o roteiro básico para inspeção cadastral deste manual.

5.1.1 Roteiro básico para inspeção cadastral

5.1.1.1 Documentos iniciais

A fase inicial da inspeção cadastral compreende o registro das informações gerais do contexto

em que está inserida a obra, bem como da coleta de documentos e informes construtivos

disponíveis a seguir relacionados:

a) Dados de projeto, como desenhos, memoriais, especificações de serviços e

materiais;

b) Registros de execução da obra, principalmente alterações ocorridas na fase

construtiva, ensaios dos materiais utilizados e proteção (proteção catódica,

pintura e outros);

c) Termo de recebimento da obra;

d) Registro de inspeções anteriores;

e) Registro de monitoramento da estrutura;

f) Registro de eventuais alargamentos, reforços, reparos, recuperações e qualquer

modificação de projeto e utilização.

5.1.1.2 Parte 1 – Cadastro

O levantamento cadastral refere-se ao registro de identificação e localização da obra, das

características funcionais e da estrutura, conforme a Ficha para inspeção cadastral. A

localização deve ser informada pelo nome da rodovia, km, município e coordenadas

geográficas. Deve ser fornecido arquivo .kmz com os dados de localização da OAE.

Particularidades e informações relevantes devem ser devidamente registradas, mesmo que não

sejam explicitamente solicitadas na ficha para inspeção.

Devem ser registrados também quaisquer outros fatores que influenciem no acesso à obra ou às

partes da mesma.

Page 26: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

26 - 53

5.1.1.3 Parte 2 – Anomalias

As informações sobre as anomalias encontradas na obra de arte devem ser registradas na ficha

de inspeção cadastral.

As anomalias comumente encontradas são listadas abaixo. No entanto, devem ser registradas

quaisquer anomalias existentes, ainda que não mencionadas neste manual.

a) Na estrutura:

defeitos construtivos (falhas na montagem, desaprumo ou desalinhamento

dos elementos, armaduras aparentes, falhas de concretagem, juntas frias,

falhas nas condições superficiais do concreto, ausência ou má instalação de

parafusos, soldas mal executadas, etc.);

danos causados por acidentes, como impacto ou incêndios;

deslocamento linear ou angular;

deformações excessivas;

desaprumo de pilares;

estado de fissuração dos elementos;

exposição de armaduras;

corrosão de armaduras;

condições superficiais do concreto;

esborcinamento (quebra) de concreto;

esmagamento do concreto;

deterioração por agentes agressivos;

falhas de acabamento dos nichos de ancoragens das armaduras protendidas,

se visíveis;

drenos de injeção não arrematados;

pontos de corrosão nos elementos de aço;

falhas no tratamento superficial (pintura, galvanização, etc.) dos elementos

de aço;

trincas e fissuras, inclusive nos elementos de aço.

Page 27: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

27 - 53

b) Nos aparelhos de apoio e entorno:

ausência de aparelho de apoio;

bloqueio;

posicionamento inadequado;

acúmulo de detritos, ocorrência de agentes agressivos;

ruptura;

fissuras;

trincas;

esmagamentos;

deformações laterais excessivas;

deslocamentos;

distorção excessiva;

peças de aço oxidadas;

descolamentos da fretagem;

assentamento irregular com concentração de esforços;

deterioração do berço de assentamento e de nivelamento superior.

c) Nas pistas e seu entorno:

fuga de material, existência de erosão e indícios de instabilidade no talude;

desgaste superficial, espessura excessiva, ondulações e cavidades no

pavimento;

deficiência e/ou ausência de sinalização horizontal, vertical ou aérea;

descontinuidade de greide;

deficiência no sistema de drenagem (entupimento, vazamento, conduto

rompido, mau posicionamento do buzinote e empoçamento).

d) Nas juntas de dilatação:

ausência do perfil de vedação;

falta de estanqueidade;

saliência ou depressão causando desconforto ao usuário ou impacto na obra;

deterioração dos lábios poliméricos;

deterioração dos berços;

acúmulo de detritos, ocorrência de agentes agressivos;

perfil elastomérico com descolamento, rasgos, ressecamento ou

esmagamento;

abertura excessiva.

Page 28: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

28 - 53

5.1.2 Ficha para inspeção cadastral

Tabela 13 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte 1

Ficha de inspeção cadastral 1 Inspeção cadastral (ano): Código da obra de arte:

2 Jurisdição (Órgão, Concessão ou outro): Data da inspeção:

Parte I – Cadastro A – Identificação e localização

3 Via e município: Sentido:

4 Obra: Localização (km e coordenadas geograficas):

5 Ano da construção: Projetista:

6 Trem-tipo: Construtor:

B – Características da estrutura

Comprimento e largura

7 Comprimento total:

Largura total:

8 Largura útil:

Tipologia estrutural

9 Sistema construtivo:

10 Natureza da transposição: Material:

11 Seção tipo:

12 Longitudinal (super.): Mesoestrutura:

13 Transversal (super.): Infraestrutura:

Características particulares

14 Número de vãos: Comprimento do vão típico:

15 Número de apoios: Comprimento do maior vão:

16 Número de pilares por apoio: Altura dos pilares:

17 Aparelhos de apoio (quant. e tipo): Juntas de dilatação (quant. e tipo):

18 Encontros:

19 Outras peculiaridades (ex: dentes Gerber, condições de acesso à seção celular):

C – Características funcionais

Características plani-altimétricas

20 (ex: informar se a região é plana, ondulada ou montanhosa, traçado em tangente ou curvo,

escosidade, rampa)

Características da pista

21 Número de faixas: Largura da faixa:

22 Acostamento: Largura do acostamento:

23 Refúgios: Largura do refúgio:

24 Passeio: Largura do passeio:

25 Barreira rígida: Guarda-corpo:

26 Pavimento (asfáltico, concreto): Drenos:

27 Pingadeiras:

Gabaritos

28 Gabarito vertical do viaduto: Gabarito navegável da ponte:

29 Seção da galeria:

Tráfego

30 Frequência de passagem de carga especial:

Page 29: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

29 - 53

Tabela 14 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte II

Ficha de inspeção cadastral

Parte II – Registro de anomalias

A – Elementos estruturais

31 Superestrutura:

32 Mesoestrutura:

33 Infraestrutura

34 Aparelhos de apoio:

35 Juntas de dilatação:

36 Encontros:

37 Outros elementos:

B – Elementos da pista ou funcionais

38 Pavimento:

39 Acostamento e refúgio:

40 Drenagem:

41 Impermeabilização:

42 Guarda-corpos:

43 Barreira de concreto/ Defensa metálica:

C – Outros elementos

44 Taludes:

45 Iluminação

46 Sinalização:

47 Gabarito:

48 Proteção de pilares:

D – Informações complementares e recomendações de terapia

49

Tabela 15 – Modelo de ficha de inspeção cadastral – Parte III

Ficha de inspeção cadastral

Parte III – Classificação da obra de arte

50 Estrutural: Funcional: Durabilidade:

51 Justificativas:

Croquis

52 Plantas:

53 Corte longitudinal:

Page 30: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

30 - 53

54 Corte transversal:

55 Detalhes adicionais:

Levantamento fotográfico (mínimo 8 fotografias)

56

Identificação:

58

Identificação:

59

Identificação:

60

Identificação:

61

Identificação:

62

Identificação:

Page 31: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

31 - 53

63

Identificação:

64

Identificação:

5.2 INSPEÇÃO ROTINEIRA

Inspeção de acompanhamento periódico, visual, com ou sem a utilização de equipamentos e/ou

recursos especiais para análise ou acesso, realizado em prazo não superior a um ano. Na

inspeção rotineira deve ser verificada a evolução de anomalias já observados em inspeções

anteriores, bem como novas ocorrências, reparos e/ou recuperações efetuadas no período.

A inspeção rotineira deve conter:

a) Introdução contendo informações básicas, como rodovia e trecho inspecionado

no caso de um lote de obras de arte;

b) A classificação da obra de arte, conforme seção 3;

c) Comentário quanto a eventuais alterações do estado geral da obra de arte

detectadas em relação à inspeção anterior;

d) Ficha de inspeção rotineira contendo registro de anomalias de acordo com as

tabelas Tabela 16, Tabela 17 e Tabela 18;

e) Registro fotográfico, conforme item 5.1;

f) Especificação de terapias ou solicitação detalhada de inspeção especial e/ou

monitoramento, incluindo quais estudos, ensaios e métodos deverão ser

aplicados;

g) Recomendação de restrição de tráfego ou interdição, devendo ser solicitada à

EGR em ato contínuo à inspeção;

h) Demais informações consideradas importantes para a inspeção.

Page 32: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

32 - 53

5.2.1 Roteiro básico para inspeção rotineira

As inspeções rotineiras devem cadastrar as anomalias existentes, sugerindo terapias e

classificando a obra de arte segundo os parâmetros estrutural, funcional e de durabilidade.

A inspeção rotineira deve atender à mesma metodologia da inspeção cadastral, suprimindo-se

a parte do item 5.1.1.2.

5.2.2 Ficha para inspeção rotineira

Tabela 16 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte I

Ficha de inspeção rotineira 1 Inspeção rotineira (ano): Código da obra de arte:

2 Jurisdição (Órgão, Concessão ou outro): Data da inspeção:

Parte I – Cadastro A – Identificação e localização

3 Via e município: Sentido:

4 Obra: Localização (km e coordenadas geograficas):

B – Histórico das inspeções

5 Inicial: Última rotineira:

6 Especial:

C – Descrição das intervenções executadas ou em andamento

7 Reparos: Material:

8 Alargamentos:

9 Reforços:

Tabela 17 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte II

Ficha de inspeção rotineira

Parte II – Registro de manifestações patológicas

A – Elementos estruturais

10 Superestrutura:

11 Mesoestrutura:

12 Infraestrutura

13 Aparelhos de apoio:

14 Juntas de dilatação:

15 Encontros:

16 Outros elementos:

B – Elementos da pista ou funcionais

17 Pavimento:

18 Acostamento e refúgio:

19 Drenagem:

20 Impermeabilização:

21 Guarda-corpos:

22 Barreira de concreto/ Defensa metálica:

Page 33: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

33 - 53

C – Outros elementos

23 Taludes:

24 Iluminação

25 Sinalização:

26 Gabarito:

27 Proteção de pilares:

D – Informações complementares

28

E – Recomendações de terapia

29

Tabela 18 – Modelo de ficha de inspeção rotineira – Parte III

Ficha de inspeção rotineira

Parte III – Classificação da obra de arte

30 Estrutural: Funcional: Durabilidade:

31 Justificativas:

Levantamento fotográfico (mínimo 8 fotografias)

32

Identificação:

33

Identificação:

34

Identificação:

35

Identificação:

Page 34: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

34 - 53

36

Identificação:

37

Identificação:

38

Identificação:

39

Identificação:

5.3 INSPEÇÃO ESPECIAL

A inspeção especial deve ter uma periodicidade de cinco anos, podendo ser postergada para até

oito anos, desde que se enquadre concomitantemente nos seguintes casos:

a) Obras com classificação de longo prazo (notas de classificação 4 e 5);

b) Obras com total acesso a seus elementos constituintes na inspeção rotineira.

A inspeção especial deve ser pormenorizada e contemplar mapeamento gráfico e quantitativo

das anomalias de todos os elementos aparentes e/ou acessíveis da obra de arte, com o intuito de

formular o diagnóstico e prognóstico da estrutura. Pode ser necessária a utilização de

equipamentos especiais para acesso a todos os componentes da estrutura, lateralmente e sob a

obra e, se for o caso, internamente, no caso de estruturas celulares.

Para elementos submersos, a inspeção subaquática deve ser realizada conforme o item 5.5.

Page 35: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

35 - 53

A inspeção especial deve ser feita antecipadamente quando:

c) A inspeção anterior (cadastral ou rotineira) indicar uma classificação de

intervenção em curto prazo (notas de classificação 1 ou 2) nos seus parâmetros

de desempenho estrutural e de durabilidade;

d) Estejam previstas adequações de grande porte, como alargamentos,

prolongamentos, reforços ou elevação de classe portante.

O procedimento para a inspeção especial deve seguir o roteiro apresentado no item 5.3.1.

5.3.1 Roteiro básico para inspeção especial

A fase inicial da inspeção especial consiste da coleta das informações gerais do contexto em

que está inserida a obra, bem como da coleta de documentos e informes construtivos

disponíveis, assim como a catalogação dos relatórios das inspeções já realizadas na obra de arte.

5.3.1.1 Relatório I – Patologia

a) Localização:

rodovia;

nome da obra;

quilômetros;

coordenadas.

b) Descrição da obra:

descritivo da obra;

pranchas, em formato A1, com cadastro geométrico da obra;

fotos com vista superior, inferior e lateral;

histórico da obra;

classe portante da obra;

relação com códigos dos desenhos e memoriais de obra de referência e

gerados;

informações do cadastro geométrico, detalhando diferenças do projeto

original, de disponível;

condições ambientais e micro ambientais;

características do tráfego sobre e sob a obra de arte.

Page 36: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

36 - 53

c) Inspeção:

data de inspeção;

tipo(s) de equipamento(s) utilizado(s) no acesso aos elementos estruturais,

identificando-os;

descrição das anomalias detectadas no elemento estrutural (longarinas,

transversinas, lajes, pilares ou outro) com a devida caracterização;

legendas e convenções adotadas;

mapeamento de anomalias, por elemento estrutural;

inspeção subaquática dos elementos submersos, de acordo com o Anexo F;

documentação fotográfica com identificação do elemento e anomalia;

localização em croquis das fotos.

d) Ensaios:

Sempre que forem realizados ensaios, devem ser registradas as informações a

seguir:

localização em croquis;

resultados com interpretação;

metodologia, caso necessário;

Normas Técnicas de referência.

5.3.1.2 Relatório II – Terapia e projeto de reparos

Este relatório deve conter, no mínimo, o seguinte:

a) Diagnóstico: análise de cada anomalia, identificando sua provável origem

(como falhas de execução, desgastes decorrentes do uso), procedendo a uma

análise crítica da estrutura de forma a obter-se um diagnóstico final;

b) Caso a análise estrutural seja realizada, deve ser apresentado o respectivo

resumo. O memorial de cálculo detalhado deve ser apresentado a parte;

c) Terapia ou metodologia de recuperação de todas as anomalias, bem como

indicação da necessidade de reforma e/ou reforço;

d) Classificação da obra;

e) Ficha-resumo;

Page 37: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

37 - 53

f) Conclusões e recomendações, com a indicação da necessidade de eventuais

relatórios complementares.

5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção

A inspeção especial poderá demandar técnicas avançadas de inspeções, geralmente empregadas

para:

a) Avaliar defeitos detectados durante a inspeção visual;

b) Inspecionar componentes e elementos que não podem ser facilmente

inspecionados usando a inspeção visual ou outras técnicas mais simples;

c) Inspecionar componentes e elementos que apresentaram problemas no passado

ou entraram em colapso em pontes de projetos similares;

d) Amostragem, em determinada percentagem de elementos críticos;

e) Uma completa avaliação de membros sujeitos à ruptura frágil;

f) Realizar inspeções rápidas em um grande número de estrados;

g) Monitorar o comportamento de uma estrutura, em serviço.

Estas técnicas avançadas se traduzem em ensaios, estudos e métodos especiais, cujos resultados

devem ser apesentados em relatórios técnicos complementares, desenvolvidos por especialistas

e acompanhados das justificativas técnicas para tais serviços. Estas técnicas avançadas

contemplam:

a) Análises estruturais com memória de cálculo;

b) Estudos hidráulico-hidrológicos;

c) Estudos geotécnicos;

d) Ensaios geofísicos;

e) Ensaios tecnológicos;

f) Instrumentações específicas para monitoramento de estrutura;

g) Provas de carga estática ou dinâmicas;

h) Outros estudos de interesse;

i) Conclusões e recomendações.

Page 38: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

38 - 53

5.3.2.1 Concreto – Métodos não destrutivos

a) Velocidade de propagação de onda ultra-sônica: o método deve ser aplicado

seguindo os requisitos especificados na ABNT NBR 8802:2013, com o objetivo

de avaliar a uniformidade da resistência e do módulo dinâmico de deformação

longitudinal da estrutura de concreto, identificar defeitos e deterioração no

interior do maciço de concreto e estimar a resistência do concreto, a partir da

correlação com a velocidade de propagação da onda;

b) Métodos eletroquímicos: podem ser empregados para estimar a ocorrência de

corrosão nas armaduras. O método mais usual é a medida de potencial de

corrosão, com a utilização de eletrodo de cobre/sulfato de cobre (ECSC);

c) Radar de penetração no solo (GPR): o método pode ser empregado para detectar

a posição das armaduras na estrutura ou mapear descontinuidades;

d) Ensaio com macaco plano (“Flat Jack Testing”): determina a resistência de um

ponto específico; é pontualmente destrutivo e lento.

e) Eco-impacto: com a análise das ondas de tensão geradas por um impacto

elástico, permite-se detectar não homogeneidades, estimar profundidades de

fissuras, bem como detectar espessuras de peças estruturais e de pavimentos de

concreto;

f) Termografia infravermelha: baseada no princípio fundamental de que

anomalias abaixo da superfície dos materiais afetam o fluxo de calor através

dos mesmos. Permite detectar, com precisão, grandes defeitos e delaminações

no interior de estruturas de concreto. [12]

g) Testes Ultra-Som com Laser: estes testes fornecem informações sobre falhas no

concreto e sobre a posição das barras da armadura que não podem ser obtidas

através de testes de ultra-som sem laser; as medições das ondas acústicas

geradas por laser permitem avaliar a qualidade do concreto em diferentes

profundidades, a partir da superfície. As respostas das barras das armaduras são

mais consistentes e confiáveis quando se utiliza o ultra-som associado ao laser.

h) Testes de Avaliação de Fadiga das Armaduras: permite avaliar os efeitos da

fadiga nas barras da armadura dos elementos de concreto; o equipamento é

Page 39: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

39 - 53

conhecido como MFD, de “magnetic field disturbance system”, e pode ser

usado em concreto armado convencional ou protendido.

i) Detecção de Cloretos: uma investigação com neutrons pode ser usada para

detectar cloretos em materiais de construção; os materiais são bombardeados

com neutrons emitidos por uma pequena fonte portátil e a medição dos raios

gama refletidos fornece um espectro mostrando diferentes elementos, um dos

quais é o cloreto.Pacometria: aplicado para aferir o cobrimento, posição e bitola

das armaduras.

j) Esclerometria: fornece informações sobre a dureza superficial do concreto,

devendo ser executado seguindo as recomendações da ABNT NBR 7584:2012.

É útil para a averiguação da uniformidade da dureza superficial do concreto e

obtenção de estimativa para a resistência à compressão do concreto, a partir da

comparação com um referencial calibrado.

k) Ensaio de carbonatação: empregado para determinar a espessura média da

frente de carbonatação. A presença de dióxido de carbono é associada à

corrosão das armaduras e identificado a partir da aspersão de um identificador

de pH, usualmente uma solução de fenolftaleína, quando se considera

carbonatada a região com pH inferior a 8,3. Deve-se aplicar este ensaio com

cuidado e associado a outros métodos, já que em regiões com pH próximo a

11,5 a armadura pode estar despassivada ou com corrosão já estabelecida. [11]

5.3.2.2 Concreto – outros métodos

a) Permeabilidade do concreto: a determinação do coeficiente de permeabilidade

do concreto endurecido, através de percolação de água sob pressão, deverá ser

realizada seguindo as recomendações da ABNT NBR 10786:2013 – Concreto

endurecido — Determinação do coeficiente de permeabilidade à água.

b) Resistência do Concreto: as reais condições do concreto, no que se refere à

qualidade e resistência podem ser determinadas extraindo um testemunho do

elemento estrutural e realizando, em laboratório, alguns ou todos os ensaios

seguintes: resistência à compressão, resistência ao cisalhamento, quantidade de

cimento, quantidade de vazios, módulo de elasticidade estático e módulo de

elasticidade dinâmico.

Page 40: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

40 - 53

c) Endoscópios: endoscópios são tubos de inspeção que podem ser inseridos em

orifícios perfurados em um elemento de concreto da ponte; a luz necessária pode

ser fornecida por fibras óticas de uma fonte externa. Algumas das aplicações

deste método incluem a inspeção do interior de uma seção-caixão sem acesso e

a inspeção de bainhas de cabos protendidos.

d) Análise petrográfica: além de classificar os agregados, identifica a ocorrência

de microestruturas provenientes da reação álcali-agregado, tais como bordas de

reação ao longo de agregados, gel nos poros, presença de microfissuras

causadas pela expansão do gel gerado pela reação. [13] SANCHES, L.F.M.

Contribuição ao estudo dos métodos de ensaio na avaliação das reações álcali-

agregados em concreto. São Paulo, 2008. 170 p. Dissertação de mestrado –

Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

e) Resistência das Armadura: as propriedades reais do aço das armaduras poderão

ser determinadas com a extração de amostras; é necessária muita prudência e

real necessidade de verificar estas propriedades, visto que a retirada de amostras

pode impor risco à segurança da estrutura.

5.3.2.3 Aço – métodos não destrutivos

a) Emissões Acústicas: podem ser usadas para identificar fissuras em evolução;

quando as fissuras crescem, elas emitem sons que se propagam a partir da

fissura, permitindo que sensores colocados na superfície do elemento captem

estes sons. A ponte deverá estar carregada, para produzir tensões e fissuração

nos elementos, quando este tipo de teste é utilizado.

b) Líquido Penetrante: os testes são usados para definir a grandeza e a extensão

das descontinuidades nas superfícies dos elementos de aço. Para sua utilização,

a área a ser testada deverá estar limpa e no metal nu; o líquido é aplicado,

penetra na superfície, tem o excesso removido e permite identificar as

descontinuidades superficiais. A restrição ao método reside no fato dele não

revelar nem a profundidade das fissuras e nem defeitos não superficiais.

c) Partículas Magnéticas: Utilizado na detecção de descontinuidades superficiais

e subsuperficiais em peças de materiais ferromagnéticos.

d) Radiografias: são usados para detectar e localizar descontinuidades, tais como

fissuras, trincas e vazios, superficiais ou profundos, bem como determinar a

Page 41: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

41 - 53

espessura do elemento estrutural. Raios-X ou raios-gama, passando através do

elemento, são absorvidos diferentemente pelas diversas descontinuidades;

quando se expõe um filme aos raios, os defeitos são identificados por sombras.

e) Tomografia Computadorizada: utiliza raios-X e raios-gama para detectar e

localizar descontinuidades de qualquer tipo, em elementos de aço e em

elementos de concreto.

f) Ultra-Som: tem grande aplicação em testes não-destrutivos dos elementos

estruturais de aço: detectam defeitos em peças chatas e finas e em pinos; pode

ser usado para medir a espessura de elementos, fornecendo informações

detalhadas sobre perda de seção transversal e para inspeção de soldas, onde

detecta porosidades, vazios, inclusões, corrosões, fissuras e outras

descontinuidades.

g) Correntes Parasitas (“Eddy Current”): um campo magnético é gerado,

induzindo correntes elétricas na peça a ser ensaiada. Quando existe uma

descontinuidade no material onde estão as correntes parasitas, a circulação é

afetada, desbalanceando o sistema e possibilitando sua detecção e

dimensionamento. A técnica é aplicada a todos os materiais condutores de

eletricidade para detecção e dimensionamento de descontinuidades superficiais

e sub superficiais.

h) Dispersão do Fluxo Magnético: método de ensaio para detecção de

imperfeições internas ou externas em superfícies metálicas.

i) Vibrômetro Laser: permite medições de vibração sem contato físico entre o

instrumento de medição e a estrutura.

Page 42: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

42 - 53

5.3.2.4 Aço – outros métodos

a) Teste de Dureza Brinell: mede a resistência do aço à penetração; uma bola de

aço endurecido é pressionada, por equipamento adequado, contra a amostra de

aço. A carga aplicada e a endentação provocada servem para calcular a dureza

do aço; para aços que não tenham sido endurecidos por resfriamento, sua dureza

está diretamente relacionada com sua resistência à tração, na ruptura.

b) Teste de Impacto Charpy: é um teste de impacto que determina a quantidade de

energia necessária para provocar a fratura de uma amostra; esta, com uma

depressão em forma de “V”, é submetida a um golpe de martelo, que cai de uma

determinada altura. Como a força do golpe do martelo está concentrada na

depressão, a tensão resultante provoca a fratura da amostra e não sua

deformação. A energia necessária para a fratura é determinada com base na

massa do martelo e na altura de sua queda; este teste pode ser realizado em

diferentes temperaturas para determinar se o aço é suscetível de ruptura frágil.

c) Análise Química: a composição química do aço é uma importante indicação da

possibilidade de fissuração da solda, seja por fissuras a frio ou por fissuras a

quente; a composição química é determinada a partir de amostras retiradas dos

elementos estruturais. As fissuras a frio, ou retardadas, podem ser previstas com

antecipação, usando a equação do carbono equivalente, que é baseada na

composição química do aço. As fissuras a quente ocorrem quando a solda

começa a solidificar-se; esse tipo de fissuras pode ser eliminado com a adição

de produtos químicos ao eletrodo da solda.

d) Teste de Resistência à Tração: a resistência do aço à tração pode ser facilmente

determinada submetendo a amostra a tensões cada vez maiores, até que ela se

rompa ou até que ela comece a alongar-se excessivamente, com estreitamento

de seção.

Page 43: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

43 - 53

5.3.2.5 Fundações

a) Provas de carga: podem ser executadas provas de carga estáticas ou dinâmicas,

com medição dos parâmetros necessários – deformações, tensões,

deslocamentos, acelerações, etc.

b) Tomografia Elétrica: método geofísico empregado para gerar o imageamento

das camadas de solo;

c) Sísmica Paralela: método geofísico empregado para determinar a profundidade

de estacas;

d) Sondagens: pode ser necessárias sondagens manual, com retroescavadeira, a

percussão (SPT) ou rotativa.

5.3.2.6 Estudos Hidrológicos e da Calha do Rio

a) Níveis máximo e mínimo das águas.

b) Seção de vazão do projeto.

c) Regime fluvial, com indicação de períodos de enchente e seca e dos meses mais

convenientes para execução das fundações.

d) Necessidade de proteção das encostas ou das margens, nas proximidades da

obra-de-arte especial.

e) Direção e velocidades da correnteza.

f) Existência e tipo de erosão ou assoreamento do fundo e das margens do rio.

g) Arraste de material sólido.

h) Necessidade de gabarito de navegação.

Page 44: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

44 - 53

5.3.3 Ficha para inspeção especial

Tabela 19 – Ficha de inspeção especial – Parte I

Ficha de inspeção especial 1 Inspeção especial (ano): Código da obra de arte:

2 Jurisdição (Órgão, Concessão ou outro):

3 Data da inspeção: Início: Término:

Parte I – Síntese do relatório de patologia A – Localização

4 Via e município: Sentido:

5 Obra: Localização (km e coordenadas geograficas):

B – Descrição da obra

6 Quantidade de vãos: Comprimento total:

7 Pilares: Vigas:

8 Largura total: Juntas de dilatação:

9 Tipologia transversal da superestrutura: Tipologia longitudinal da superestrutura:

10 Classe:

11 Observações:

C – Ensaios realizados

12

D – Classificação da obra de arte

13 Estrutural:

14 Funcional:

15 Durabilidade:

E – Vistoria

16 Data da vistoria:

17 Recursos de aproximação empregados:

F – Descrição de anomalias

Superestrutura

18 Laje superior:

19 Vigas longarinas:

20 Vigas transversinas

Mesoestrutura

21 Vigas travessas:

22 Aparelhos de apoio:

23 Pilares:

Infraestrutura

24 Blocos:

25 Fundações:

Encontro

26 Estruturas de encontro:

Elementos complementares

27 Pavimento, sinalização e gabaritos:

28 Passeios e guarda-corpo:

29 Barreiras rígidas/ defensas metálicas:

30 Juntas:

31 Drenagem:

Page 45: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

45 - 53

Tabela 20 – Ficha de inspeção especial – Parte II

Ficha de inspeção especial

Parte II – Síntese do relatório de terapia

A – Parecer técnico

32 Informar as conclusões da inspeção:

B – Resumo da análise estrutural (caso especial)

33

C – Proposição de restauração e/ou reforço

34 A considerar:

Informar as medidas necessárias para a restauração ou reforço.

5.4 INSPEÇÃO EXTRAORDINÁRIA

A inspeção extraordinária é gerada por uma das demandas não programadas a seguir, associadas

ou não:

a) Necessidade de avaliar com mais critério um elemento ou parte da obra de arte,

podendo ou não ser gerada por inspeção anterior;

b) Ocorrência de impacto de veículo, trem ou embarcação;

c) Ocorrência de eventos da natureza, como inundações, vendaval, sismo ou

outros.

A inspeção extraordinária deve seguir a mesma metodologia definida para a inspeção especial.

Para elementos submersos, a inspeção subaquática deve ser realizada conforme o item 5.5.

5.5 ROTEIRO BÁSICO PARA INSPEÇÃO SUBAQUÁTICA

A inspeção subaquática tem como objetivo detectar e identificar as anomalias eventualmente

existentes nos elementos submersos.

As inspeções subaquáticas devem ser consideradas como parte integrante das inspeções

especiais, quando realizadas em intervalos e regulares, ou extraordinárias, quando realizadas

em situações excepcionais decorrentes de alterações ambientais e acidentais.

Page 46: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

46 - 53

As anomalias detectadas na inspeção devem ser registradas por recursos de mídia, além de toda

a documentação exigida para inspeções especiais.

Na execução da inspeção subaquática devem ser atendidas todas as recomendações das normas

reguladoras de segurança pertinentes ao assunto.

5.5.1 Limpeza da superfície

Após a definição do plano de trabalho, os elementos devem ser limpos, se necessário, com o

auxílio de espátulas ou jatos de água visando a remoção de incrustações.

Como toda a limpeza submersa é difícil e demorada, deve-se limitá-la à área do elemento

estrutural a ser inspecionado.

5.5.2 Periodicidade da inspeção subaquática

Considerando que as inspeções subaquáticas são parte integrante da inspeção especial ou

extraordinária, resulta que estas irão condicionar a sua periodicidade.

No caso de estrutura com mais de dez apoios submersos, pode-se, à critério da EGR, fazer uma

inspeção por amostragem, de acordo com as anomalias detectadas, de forma que, findo o prazo

de dez anos, todos os apoios submersos sejam inspecionados.

5.5.3 Equipamentos audiovisuais

Nas inspeções subaquáticas, é de grande importância que existia comunicação vocal direcional

e visual que possibilite:

a) A descrição feita pelo mergulhador em tempo real da anomalia que está sendo

observada, permitindo que o pessoal de apoio faça anotações e gravação;

b) Ao mergulhador solicitar esclarecimentos ao pessoal de apoio;

c) Ao pessoal de apoio, acompanhando desenhos e esquemas, verificar a validade

das observações e o acerto na localização da anomalia;

d) Ao pessoal de apoio solicitar informações mais detalhadas.

Page 47: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

47 - 53

6 PROCEDIMENTOS DE INSPEÇÃO

Cabe à empresa de inspeção contratada definir o planejamento de inspeção de cada obra de arte,

seguindo o cronograma previamente definido pela EGR e tendo recebido, necessariamente, a

ordem de serviço para aquela vistoria.

Também é responsabilidade da contratada providenciar os meios de acesso adequados aos

inspetores, sendo que estes deverão atender todas as exigências vigentes em normas e

regulamentos que disciplinam os procedimentos em relação ao meio ambiente e à segurança do

trabalho. É absolutamente vetada qualquer operação de vistoria que esteja em discordância com

o exposto acima.

6.1 SEGURANÇA AO TRÁFEGO

Deve ser implantada, pela contratada, sinalização que garanta a segurança dos usuários da

rodovia e da equipe de inspeção durante todos os trabalhos. A sinalização deve respeitar

integralmente o Código de Trânsito Brasileiro [6] e o Manual de Instruções Para Sinalização

Rodoviária do DAER [7], sem prejuízo a exigências adicionais de outras regulamentações ou

da EGR.

Especial atenção deverá ser dada a estruturas onde há fluxo elevado de pedestres, levando em

conta os riscos a estes usuários quando do planejamento de emprego de equipamentos para as

inspeções. A circulação não deve ser interrompida sem que sejam providenciadas alternativas

de deslocamento e garantida a segurança durante o percurso.

A sinalização de obras deverá:

advertir os condutores da existência de obras ou situações de emergência;

regulamentar a velocidade e outras condições para uma circulação segura;

orientar e ordenar o fluxo de veículos junto a obras;

apresentar boa legibilidade, clareza e padronização;

dispor de equipamentos conforme as características de cada situação, quando

a execução da obra for de curta duração ou casos emergenciais, recomenda-

se dispositivos portáteis. Quando a obra for de longa duração, deverão ser

utilizados dispositivos fixos, de maior porte e de maior durabilidade, e a

preocupação com a conservação e reposição deverá ter maior atenção;

Page 48: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

48 - 53

as placas de sinalização deverão ser sempre refletivas e suas dimensões e

legenda compatíveis com a velocidade regulamentada;

para evitar diversas interpretações, a sinalização existente, no trecho em

obras, deverá ser retirada ou coberta, quando então passa a vigorar a

sinalização de obras. Após concluída a obra, toda a sinalização emergencial

deverá ser removida, restabelecendo a sinalização do trecho.

Os dispositivos de sinalização podem ser classificados como sinalização vertical, horizontal e

dispositivos de canalização e segurança. Todos dispositivos empregados devem estar de acordo

com as normas estabelecidas pelo CONTRAN e previstos em projeto previamente aprovado

pela fiscalização do contrato.

6.1.1 Características de áreas de sinalização temporária

A sinalização de intervenções, quando afetem o tráfego dos veículos, deverá ser constituída de:

a) Área de pré-sinalização: destinada a advertir a existência de obras adiante que

modifiquem a circulação dos veículos. Nesta área serão implantados sinais de

regulamentação, advertência indicando aos motoristas qual deverá ser seu

comportamento ao trafegarem junto ao canteiro de obras.

b) Área de sinalização de posição: representado pelo trecho onde estão

regulamentadas as condições de trafegabilidade. Neste local deverão ser

implantadas placas de regulamentação e dispositivos de canalização e/ ou de

controle de tráfego.

c) Área de sinalização de fim de obras: estabelecida a situação normal de

circulação, deverá ser informado o final da obra e a rodovia receber a

regulamentação de velocidade máxima permitida desse trecho em diante,

conforme as características da estrada, caso a velocidade tenha sido reduzida

através de sinalização anterior.

Page 49: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

49 - 53

6.2 SEGURANÇA DO TRABALHO

Todos os profissionais devem trabalhar devidamente munidos dos equipamentos de proteção

individual necessários e de acordo com as Normas de Segurança do Trabalho, sendo também

necessário confeccionar e manter atualizada a Ficha de Controle e Registro de entrega de EPIs.

Deve-se cumprir e fazer cumprir a legislação vigente em Segurança e Saúde no Trabalho, em

TODAS as operações a serem desenvolvidas.

Todos os profissionais que interagirem com eletricidade ou executarem serviços em espaços

confinados, trabalho em altura deverão ser qualificados, capacitados e autorizados conforme

prevê respectivamente a NR-18, NR-10, NR-33 e a NR-35, entre outras que rejam os referidos

trabalhos. Os trabalhadores que não possuírem os treinamentos específicos exigidos para a

execução de atividades NÃO terão autorização para o trabalho. Além disso, os procedimentos

constantes nas normas citadas devem ser executados na íntegra, visando preservar a integridade

física e a saúde dos trabalhadores.

A Fiscalização das questões de SST será efetuada pelo responsável da obra/serviço e pelo

SESMT da EGR que verificarão, em inspeções periódicas e sem prévio aviso, o cumprimento

das determinações relativas à Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

Page 50: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

50 - 53

7 QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

As inspeções Cadastral e Rotineira devem ser feitas por Inspetores, auxiliados, se for o caso,

por Auxiliares Técnicos.

As inspeções Extraordinária e Especial devem ser feitas por Inspetores, sob coordenação de um

Inspetor Sênior e auxiliados, se for o caso, por Consultores e Auxiliares Técnicos.

7.1 QUALIFICAÇÃO DOS INSPETORES

O Inspetor será, necessariamente, um Engenheiro diplomado, registrado do CREA-RS.

Dependendo das responsabilidades que lhe serão atribuídas, deverão ser comprovados:

a) Inspetor – para inspecionar uma única obra de comprimento igual ou inferior a

duzentos metros e que não inclui nenhuma estrutura não convencional:

mínimo de cinco anos de experiência em projetos de pontes;

mínimo de cinco anos de experiência em inspeção de pontes;

perfeito conhecimento dos termos do contrato, especialmente deste ANEXO,

e dos textos das REFERÊNCIAS NORMATIVAS, item 8.1.

b) Inspetor Sênior – para inspecionar uma estrutura especial ou supervisionar a

inspeção de um conjunto de obras:

mínimo de cinco anos de experiência em projetos, execução e restauração de

pontes;

mínimo de dez anos de experiência em inspeção de pontes;

perfeito conhecimento dos termos do contrato, especialmente deste ANEXO,

e dos textos das REFERÊNCIAS NORMATIVAS, item 8.1.

7.2 QUALIFICAÇÃO DOS AUXILIARES TÉCNICOS

Os auxiliares técnicos devem atender aos seguintes pré-requisitos:

ter ensino médio completo;

possuir boas condições físicas;

demonstrar habilidade para desenhar, à mão livre, esquemas de obras, apoios,

etc., com as respectivas dimensões;

Page 51: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

51 - 53

demonstrar habilidade para ler os desenhos do projeto estrutural, quando

disponível, verificando se a obra foi construída conforme os desenhos;

demonstrar habilidade para tirar fotografias;

demonstrar conhecimento de instrumentos de medidas, tais como réguas,

trenas, paquímetros, réguas comparadoras, calibres e termômetros;

possuir motivação para o trabalho, procurando aumentar sua experiência e

capacidade de observação de defeitos;

demonstrar perfeito conhecimento deste ANEXO.

Page 52: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

52 - 53

8 REFERÊNCIAS

8.1 REFERÊNCIAS NORMATIVAS

[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9452:2016.

Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2016.

[2] _______________. ABNT NBR 8802:2013. Concreto endurecido — Determinação da

velocidade de propagação de onda ultrassônica. Rio de Janeiro, 2013

[3] _______________. ABNT NBR 7584:2012. Concreto endurecido — Avaliação da

dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão — Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2012

[4] _______________. ABNT NBR 10786:2013 – Concreto endurecido — Determinação

do coeficiente de permeabilidade à água. Rio de Janeiro, 2013.

[5] BRASIL. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de

Transportes. Manual de inspeções de pontes rodoviárias. Rio de Janeiro, 2004. 253p.

Disponível em < http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/publicacoes > Acesso em:

30 mai. 2017.

[6] Código de Trânsito Brasileiro – CTB – LEI N° 9503, de 23 de novembro de 1997.

[7] DAER. Instruções para sinalização rodoviária. Porto Alegre, 2013.

8.2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[8] LENCIONI, Julia Wippich. Proposta de Manual Para Inspeção de Pontes e Viadutos em

Concreto Armado – Discussão Sobre a Influência dos Fatores Ambientais na Degradação de

Obras-de-Arte Especiais. 2005. 187f. Tese de Mestrado em Engenharia de Infra-Estrutura

Aeroportuária – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos.

[9] BRASIL. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de

Transportes. Glossário de Termos Técnicos Rodoviários. Rio de Janeiro, 1997. 296p.

Disponível em < http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/publicacoes > Acesso em:

25 mai. 2017.

Page 53: MANUAL DE INSPEÇÃO DE OBRAS DE ARTE - EGR · 5.3.2 Técnicas avançadas de inspeção 37 ... normativas e bibliográficas deste manual, especialmente a ABNT NBR 9452:2016 [1] e

53 - 53

[10] AMERICAN ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY AND TRANSPORTATION

OFFICIALs. AASHTO Bridge Element Inspection Guide Manual, 1st edition. Washington,

DC, 2010.

[11] ARAÚJO, Adriana de; PANOSSIAN, Zehbour. Inspeção rotineira de estruturas de

concreto armado expostas a atmosferas agressivas. REVISTA TÉCHNE. 2011. Disponível em:

<http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/177/artigo285907-1.aspx>. Acesso em: 09 jun.

2017.

[12] CASTRO, Alessandra L. et al. Métodos de ensaios não destrutivos para estruturas de

concreto. REVISTA TÉCHNE. 2009. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/151/artigo286643-2.aspx>. Acesso em: 09 jun. 2017.

[13] SANCHES, L.F.M. Contribuição ao estudo dos métodos de ensaio na avaliação das

reações álcali-agregados em concreto. São Paulo, 2008. 170 p. Dissertação de mestrado –

Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

[14] NATIONAL HIGHWAY INSTITUTE. Bridge Inspector’s Reference Manual (BIRM).

Arlington, 2012.

[15] BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Diretoria de

Desenvolvimento Tecnológico. Divisão de Capacitação Tecnológica. Manual de projeto de

obras-de-arte especiais - Rio de Janeiro, 1996. 225p. (IPR. Publ., 698).