manual da responsabilidade social e a competitividade empresarial

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57

IIIsustEntar a rEsponsabilidadE

social: missõEs EmprEsariais

Page 5: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

58 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Page 6: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

59

III. sustentar a responsabIlIdade socIal: MIssões eMpresarIaIs

Os estudos de casos, enquadrados neste projecto tiveram como principal missão

a dinamização da Responsabilidade Social no tecido empresarial da Região Norte

e Centro do país, contribuindo assim para o aumento da sensibilização do tecido

empresarial para a temática em questão.

No âmbito deste estudo foram realizadas quatro missões empresariais, nas quais se

reuniram diversos empresários das regiões Norte e Centro. Foram efectuadas visitas

a empresas portuguesas reconhecidas como exemplos de boas práticas ao nível

da Responsabilidade Social Empresarial e em cada uma das missões participaram

aproximadamente 20 colaboradores de empresas distintas com o objectivo de

potenciar o conhecimento sobre a Responsabilidade Social através da partilha de

experiências dos vários intervenientes.

Page 7: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

60 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Para reforçar a aplicabilidade destas metodologias, apresenta-se 4 estudos de caso

de empresas que implementam acções de Responsabilidade Social.

I áGuas do noroeste

I.I apresentação

A Águas do Noroeste, S.A. (AdNw), empresa do grupo Águas de Portugal, SGPS, foi

constituída pelo Decreto-lei n.º 41/2010, de 29 de Abril, por fusão das sociedades

Águas do Ave, S.A. (AdAve), Águas do Cávado, S.A. (AdC) e Águas do Minho

e Lima, S.A. (AdML). Em sequência, foi-lhe atribuída, pelo Estado Português, em

regime exclusivo, a concessão da exploração e gestão do sistema multimunicipal

de abastecimento de água e de saneamento do Noroeste, pelo prazo de cinquenta

anos.

Este sistema substitui o sistema multimunicipal de captação, tratamento e

abastecimento de água do norte da área do Grande Porto, criado pela alínea d)

Aguas do Noroeste, S.A.

F3M – Information Systems, S.A.

ROCA, S.A.

CELBI, S.A.

Page 8: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

61estudos de caso

do n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-lei n.º 379/93, de 5 de Novembro, o sistema

multimunicipal de abastecimento de água e de saneamento do Minho-Lima, criado

pelo Decreto-lei n.º 158/2000, de 25 de Julho, e o sistema multimunicipal de

abastecimento de água e de saneamento do Vale do Ave, criado pelo Decreto-lei n.º

135/2002, de 14 de Maio.

O sistema integra como utilizadores originários os Municípios de Amarante, Amares,

Arcos de Valdevez, Barcelos, Cabeceiras de Basto, Caminha, Celorico de Basto,

Esposende, Fafe, Felgueiras, Guimarães, Lousada, Maia, Melgaço, Monção, Mondim

de Basto, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Póvoa de Lanhoso,

Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Terras do Bouro, Trofa, Valença, Viana do Castelo,

Vieira do Minho, Vila do Conde, Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Famalicão, Vila

Verde e Vizela.

Área geográfica e infra-estruturas:

abastecimento saneamento

centrooperacional captação eta RR ee condutas

adutoras etaR ee interceptores

Minho 4 3 54 12 181 7 15 42

Lima 5 5 68 37 300 12 95 215

Cávado 1 1 99 35 371 9 71 393

Ave 4 4 52 20 344 38 54 370

Tâmega/Sousa 0 0 0 0 0 29 32 394

total 14 13 273 104 1.196 95 267 1.414

Habitantes (aprox) 1.000.000 1.300.000

certificações

O Sistema de Responsabilidade Empresarial (SRE) é o Sistema de Gestão da Águas

do Noroeste, S.A. que promove e gere a definição, implementação e melhoria

contínua dos processos e a manutenção das certificações da empresa: Qualidade

(NP EN ISO 9001), Ambiente (NP EN ISO 14001), Segurança (OSHAS 18001) e

Responsabilidade Social (SA8000). No contexto da recente fusão, o Sistema de

Responsabilidade Empresarial da Águas do Noroeste, S.A. tem a sua origem num

Page 9: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

62 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

trabalho de consolidação, uniformização e adaptação dos Sistemas de Gestão

existentes e certificados das empresas extintas.

Evolução das certificações das 3 empresas extintas:

adave adc adml

data de constituição 2002 1995 2000

histórico das certificações

npeniso 9001 2008>2011 2001>2012 2008>2011

npeniso 14001 2008>2011 2005>2012 2008>2011

ohsas 18001 2008>2011 2005>2012 2008>2011

sa 8000 2008>2011 2008>2011 2008>2011

npeniso 4427 2007>2010 2008>2011

npenisoiec 17025 2004>…… ---

Assim, e na sequência deste histórico de desempenho, em Junho de 2010, já

no âmbito da empresa Águas do Noroeste, SA, foi realizada uma auditoria de

acompanhamento e extensão dos sistemas de gestão pré-existentes, onde foi

comprovada a conformidade das práticas existentes e do planeamento do Sistema

de Responsabilidade Empresarial, processo que culminou com a certificação da

Águas do Noroeste, S.A..

Page 10: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

63estudos de caso

As auditorias para além de serem também um dos principais mecanismos para a

Melhoria Contínua, permitem obter a demonstração da conformidade do SRE perante

as Partes Interessadas da empresa, contudo, para além destes mecanismos, o SRE

é também monitorizado com outras ferramentas de gestão, em reuniões trimestrais

do Grupo SRE, Revisão do Sistema, indicadores, etc.

I.II MIssão, VIsão e Valores

Missão

Conceber, construir e explorar as infra-estruturas de abastecimento de água e de

saneamento do sistema multimunicipal, num quadro de sustentabilidade económica,

social e ambiental, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos,

do meio ambiente e para o desenvolvimento socioeconómico da região.

Visão

Ser uma empresa de referência nacional no sector da água, em termos da qualidade

do serviço prestado, e um parceiro activo para o desenvolvimento sustentável da

região.

Âmbito do SRE Gestão da concepção e da construção de infra-

estruturas Captação, tratamento e adução de água para consumo

humano.Recolha, tratamento e rejeição de

águas residuais.

Page 11: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

64 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Valores

Para o cumprimento da sua visão e missão, a Águas do Noroeste, S.A. considera

como essenciais o cumprimento dos objectivos indicados a seguir:

satisfação dos clientes e das outras partes Interessadas

Satisfazendo as expectativas e necessidades, que deverá ser procurada de uma

forma contínua, objectiva e sistemática, com adequada sensibilização para a

importância do produto fornecido e dos serviços prestados e do equilíbrio do meio

hídrico.

envolvimento dos colaboradores

Assegurando condições de trabalho, formação e actualização adequadas,

incentivando e motivando de forma permanente, desenvolvendo as suas actividades

com respeito pelo ambiente e pela segurança.

aperfeiçoamento e Inovação

Dotando a região de infra-estruturas capazes de garantir a missão da empresa,

procurando um constante aperfeiçoamento e inovação em todas as fases e

processos, adoptando soluções tecnológicas que assegurem a sustentabilidade

económica e ambiental da empresa.

desenvolvimento sustentável

Apostando nas vertentes económica, social e ambiental, cumprindo toda a legislação

e requisitos aplicáveis, assim como todas as expectativas das Partes Interessadas,

fomentando um modelo de organização que permita o desenvolvimento sem

prejudicar as necessidades das gerações futuras.

compromissos sociais

Respeitando a liberdade e promovendo a valorização dos colaboradores e das

restantes partes interessadas, recusando o trabalho infantil, valorizando a liberdade

na relação de trabalho, a liberdade de associação e representação, a igualdade de

Page 12: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

65estudos de caso

oportunidades, promovendo a segurança e a higiene, prevenindo a ocorrência de

lesões, ferimentos e danos para a saúde, assegurando o recurso a uma cadeia de

fornecimento que partilhe os mesmos valores.

Melhoria contínua

Aumentando a eficiência do Sistema Responsabilidade Empresarial, através da

revisão periódica e regular da política, dos processos, dos objectivos e das metas, e

do desenvolvimento dos recursos humanos, de modo a obter níveis de desempenho

cada vez mais elevados e atingir um aperfeiçoamento contínuo e uma inovação

constante, assumindo o compromisso de prevenção da poluição, da redução

significativa dos riscos, e dos impactes ambientais e sociais inerentes à actividade

da empresa, com o envolvimento de todos os colaboradores.

transparência

Garantindo a integração e o relacionamento transparente e constante com todas

as Partes Interessadas, adoptando estratégias e acções em sintonia com elevados

padrões de ética.

comunicação

Divulgando, interna e externamente, a política da empresa, comunicando a sua

evolução e concretização, a todas as partes interessadas.

I.III boas prátIcas IdentIFIcadas

As práticas aqui apresentadas são um exemplo das actividades desenvolvidas por

cada uma das empresas extintas e é dada, sempre que possível, continuidade pela

Águas do Noroeste, S.A. numa perspectiva de promoção da sustentabilidade e

responsabilidade empresarial.

colaboradores

As práticas da AdNw direccionadas para a Parte Interessada “Colaboradores” têm como

suporte vários instrumentos – como exemplo: a) certificação em Responsabilidade

Page 13: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

66 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Social e Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (e também a norma de Gestão

de Recursos Humanos, NP4427, em que duas das empresas anteriores eram

certificadas), b) em requisitos legais, c) em resultados de questionários de Avaliação

de Satisfação de Colaboradores e de Avaliações de Desempenho e d) práticas

dirigidas para melhorar a motivação e satisfação dos Colaboradores.

A título de exemplo de algumas práticas e iniciativas desenvolvidas são apresentadas

de seguida:

• Seguro de Saúde, extensível aos membros dos respectivos agregados

familiares.

• Confraternizações - Sardinhada de São João, Magusto de São Martinho,

jantar/almoço de Natal, festa de Natal para os filhos dos colaboradores,

no qual se procedeu à distribuição de um presente de Natal a cada criança

e de um cabaz de Natal a cada Colaborador.

• A componente de animação inerente a todos os eventos de convívio foi

exclusivamente assegurada pelos colaboradores da empresa, quer através

da dinamização de actividades para os participantes, quer através da

representação de peças de teatro de natureza humorística.

• Apoio às iniciativas organizadas pelo Clube Recreativo, as quais contribuem

de forma importante para o ambiente de trabalho existente na empresa.

• O Clube Recreativo dinamiza ainda uma sala de ocupação de tempos livres,

onde os colaboradores, fora do seu horário de trabalho, podem passar

algum tempo em convívio, com actividades como karaoke, matraquilhos,

puzzles, leitura, etc.

• Espaço para actividade desportiva: uma sala para a prática de ginástica

acompanhada por uma monitora, que decorre duas vezes por semana, ao

fim do dia (processo também dinamizado pelo Clube Recreativo).

• O serviço de cantina é disponibilizado aos colaboradores visando criar-

lhes condições de comodidade, evitando a pesquisa e deslocação aos

Page 14: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

67estudos de caso

estabelecimentos de restauração localizados nas imediações, e possibilitar-

lhes o usufruto dos espaços abertos do local e a disponibilidade de algum

tempo livre adicional.

• A empresa faculta aos seus colaboradores consultas médicas no âmbito

da medicina curativa e promove campanhas de vacinação anti-gripe e,

para além dos exames periódicos realizados no âmbito da Medicina no

Trabalho, foram realizados espirometrias e audiometrias como exames

complementares.

• No sentido de promover melhores condições de saúde aos colaboradores,

o Médico do Trabalho visitou alguns postos de trabalho para verificar os

principais riscos a que estes estão expostos e auxiliar na sua avaliação.

• Consulta periódica aos colaboradores em matéria de Segurança, Higiene

e Saúde do Trabalho, sob a forma de um questionário disponibilizado via

informática.

• Avaliação de desempenho e Prémio de Desempenho.

• Cedência de Colaboradores e atribuição de licenças sem vencimento.

• Facilidades no âmbito da atribuição de estatuto Trabalhador-estudante.

• Envolvimento no projecto Novas Oportunidades (9º ano e ensino

secundário) - Colaboradores e Comunidade externa.

• Análise da evolução das Necessidades Básicas dos Colaboradores

- salários praticados Vs salário mínimo nacional (cálculo previsto no

Guidance Document for Social Accountability SA8000).

• Código de Conduta e Ética da Águas do Noroeste, S.A. que vincula todos

os Colaboradores.

• A existência de vários meios de comunicação interna que permitem que

qualquer colaborador participe activamente no Sistema de Responsabilidade

Empresarial – intranet, com “Espaço Colaborador”, suporte para sugestões,

Page 15: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

68 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

reuniões/almoços entre Colaboradores e Administração, consulta aos

Colaboradores no âmbito da Higiene, Segurança e Saúde no Trabalho,

várias acções de divulgação, sensibilização e formação, entrega de

prémios a projectos inovadores, workshops, mostra de talentos, etc..

ambiente

As práticas ambientais da AdNw têm também como suporte vários instrumentos

– como exemplo: a) a optimização dos próprios processos da empresa já que o

seu sector de actividade é “ambiental”, b) certificação em Gestão Ambiental, c)

em requisitos legais, d) resultados de comunicações de outras Partes Interessadas,

principalmente Comunidade e Organizações Não Governamentais.

• Desenvolvimento de acções de Sensibilização e Informação Ambiental na

área geográfica de intervenção.

• Redução de consumos energéticos (empresa tem algumas instalações

consumidoras intensivas de energia), tendo já obtido o Prémio GreenLight

e redução das emissões de gases com efeito de estufa associadas. Em

relação aos aspectos comportamentais foram concretizadas acções de

Page 16: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

69estudos de caso

sensibilização de cariz ambiental nomeadamente uma acção direccionada

para uma melhor utilização dos equipamentos eléctricos nas instalações

e outra acção direccionada para uma condução mais amiga do ambiente

nomeadamente (ECO – Condução).

• Redução de consumos de materiais e redução da produção de resíduos -

como exemplo, a iniciativa lançada em 2006 com o compromisso de reduzir

anualmente o consumo de papel associado ao seu processo produtivo

(com plantação das árvores correspondentes ao consumo excedente de

cada departamento), a reutilização de materiais laboratoriais, optimização

dos processos de desidratação de lamas, etc.

• Redução de perdas no processo produtivo.

• Análise das disponibilidades hídricas das fontes de captação de água.

• Promoção de estudos para delimitação de perímetros de protecção das

captações.

• Protocolos com entidades para promoção da limpeza dos meios hídricos.

• Apoio à criação do EcoParque.

• Preservação de sobreiros nas áreas de intervenção da empresa.

• Optimização dos processos de tratamento de águas residuais.

• Insonorização de infra-estruturas exploradas pela empresa.

sociedade

As práticas da AdNw que envolvem a parte interessada Sociedade, estão imbuídas

em todos os aspectos do Sistema de Responsabilidade Empresarial, já que

os produtos da empresa – água para consumo humano e rejeição de efluentes

tratados – sendo bens essenciais, implicam directamente com a comunidade,

assim como toda a actividade associada à construção das infra-estruturas. Para

além disso, quer no âmbito do alargamento do conceito de Responsabilidade

Page 17: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

70 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Social à comunidade como na promoção do conceito do uso sustentável da água,

a AdNw tem responsabilidades acrescidas. A relevância regional da empresa, quer

pela sua actividade quer pela sua dimensão, fazem com que a sua interacção com

instituições de ensino e investigação, como com Organizações Governamentais e

Não Governamentais seja também um aspecto dinamizado pela empresa no âmbito

da sua Responsabilidade Empresarial.

De seguida, apresentam-se algumas actividades relacionadas com a Parte

Interessada Sociedade:

• Abertura da empresa para acolher estagiários nas suas várias áreas de

actuação e competência.

• Diálogo com Autarquias e estabelecimentos de Ensino (Básico, Secundário

e Universitário) no desenvolvimento de projectos com mais-valia mútua.

Como um dos muitos exemplos pode referir-se o envolvimento da

empresa junto com a Comunidade no projecto Novas Oportunidades,

desenvolvimento de projectos científicos de optimização tecnológica,

acolhimento de visitas de estudo (e outras) guiadas a algumas das

instalações da empresa.

• Envolvimento das autoridades locais em processos internos, como por

exemplo simulações de cenários de emergência.

• RoadShows e promoção institucional para promoção do uso sustentável

da água.

Page 18: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

71estudos de caso

Mecenato e Voluntariado

Para além das actividades promovidas por iniciativa da própria empresa, há várias

entidades que solicitam à AdNw apoio no âmbito do mecenato. De modo a haver uma

harmonização dos critérios que subsistem à selecção dessas mesmas actividades, a

AdNw sujeita cada pedido a um processo de avaliação e ponderação.

As actividades da AdNw desenvolvidas no âmbito do voluntariado têm duas vertentes,

uma através de apoio mais formal da própria empresa e outra a nível da promoção

do voluntariado junto dos Colaboradores, sendo que esta obedece a critérios mais

livres de modo a fomentar a espontaneidade dessas mesmas actividades.

Como exemplo, apresentam-se as seguintes actividades desenvolvidas pela Águas

do Noroeste, S.A.:

• Promoção do voluntariado junto dos Colaboradores, através de acções de

sensibilização onde participaram entidades externas promotoras de alguns

projectos.

• Apoio a instituições culturais e desportivas.

• Cedência de tempo de trabalho aos Colaboradores para que possam

desenvolver actividades de voluntariado e cedência de algum material e/

ou equipamento da empresa para o desenvolvimento das mesmas.

• Participação activa junto do Banco Alimentar contra a Fome.

• Participação activa em acções de recolha de sangue e de medula óssea.

• Entrega de cadeiras de rodas no âmbito do Projecto Tampinhas.

• Apoio a entidades de Solidariedade Social, como por exemplo para

elaboração e distribuição de cabazes ou entrega de prendas e dinamização

de actividade com utentes das IPSS.

• Apoio financeiro no âmbito do projecto internacional KIVA.

• Substituição da tradicional entrega de prendas de Natal pela apresentação

Page 19: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

72 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

aos colegas de um projecto realizado no âmbito da solidariedade.

educação

A nível da promoção da educação e formação dos Colaboradores, qualquer uma das

empresas que deram origem à Águas do Noroeste, S.A. tinha práticas consistente

ao abrigo quer do cumprimento dos requisitos legais, quer do cumprimento dos

requisitos subjacentes a qualquer uma das normas pelas quais era certificada,

princípio mantido no âmbito da Águas do Noroeste, S.A.

A realização das acções de formação previstas no Plano de Formação plurianual

sempre foi um objectivo cujo acompanhamento é feito regularmente no âmbito do

Sistema de Responsabilidade Empresarial. Este planeamento tem como suporte

vários instrumentos de gestão desde os resultados da Avaliação de Desempenho

dos Colaboradores, resultados da Avaliação da Satisfação dos Colaboradores,

necessidades levantadas no âmbito de Oportunidades de Melhoria ou mesmo de

alteração de funções. Para além das acções planeadas, a empresa sempre apoiou

a participação voluntária dos Colaboradores em diversas acções de formação

e sensibilização relevantes para o seu desenvolvimento profissional e pessoal –

apresentam-se, como exemplo, de algumas das actividades apoiadas ou promovidas

pela empresa:

Page 20: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

73estudos de caso

• Os colaboradores têm a possibilidade de participar em eventos de

sensibilização (ex: congressos, colóquios, seminários, workshops) para

tomada de conhecimento de boas práticas com eventual aplicabilidade e

interesse para a empresa.

• Atribuição de estatuto de trabalhador-estudante a colaboradores que se

traduz numa dispensa de horas de trabalho.

• Promoção de programas de educação, formação, aconselhamento,

prevenção e controlo de risco de doenças graves.

• Realização de acções de formação sobre o Plano de Emergência, onde

foram destacados os procedimentos de actuação face aos diferentes

cenários de emergência.

• Celebração de um protocolo com a AIMINHO – Associação Industrial

do Minho, para execução de projectos de reconhecimento, validação

e certificação de competências ao nível dos ensinos básico (9º ano) e

secundário (12º ano) para participação dos colaboradores da empresa

bem como para pessoas provenientes das comunidades envolventes.

Mercado

A Águas do Noroeste, S.A., pelo sector de actividade onde se inclui, está sujeita

a regras de monopólio, monopólio este que é regulado pelo estado através da

ERSAR (Entidade Reguladora de Águas e Resíduos). A regulação exercida pela ERSAR

compreende: regulação Económica, regulação da Qualidade do Serviço e regulação

da Qualidade da Água.

Não tendo competidores no mercado, a sua actuação assenta na prestação do

serviço de captação, tratamento e adução de água para consumo humano e de

recolha, tratamento e rejeição de águas residuais em cumprimento com a legislação

aplicável e contratos assumidos, de modo garantir um serviço de excelência aos

seus clientes.

Na perspectiva da melhoria contínua do serviço prestado, além da empresa ter

Page 21: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

74 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

um Sistema de Gestão da Qualidade de acordo com a Norma NP EN ISO 9001

implementado e certificado, é alvo de auditorias ao seu desempenho pela ERSAR

(resultados publicados no site da ERSAR) e auditorias, pela própria holding, a Águas

de Portugal, ao grau de cumprimento dos vários contratos que detém.

Para além deste controlo em termos de prestação do serviço, existem várias

ferramentas de controlo de qualidade do produto entregue, das quais se destacam:

• Elaboração, implementação e acompanhamento de Planos de Segurança

da Água para Consumo Humanos (PSA) (desenvolvidos de acordo com

as directrizes internacionais da Organização Mundial de Saúde e da Bonn

Charter for Drinking Water), e os Planos de Controlo da Qualidade da Água

(PCQA) e de Controlo da Qualidade da Água Residual (PCQAR), que visam o

controlo das etapas do processo produtivo de modo a garantir a qualidade

do produto final de acordo com os requisitos estipulados.

• Laboratório acreditado pela norma NP EN ISO/IEC 17025, para a realização

de ensaios laboratoriais em águas, para uma série de parâmetros físico-

químicos e microbiológicos e também para a realização da amostragem.

• Análise da Avaliação da Satisfação de Clientes e um processo de gestão

de Reclamações, destacando, neste caso, as de Clientes.

• Monitorização trimestral de um conjunto de indicadores de desempenho,

dos quais se destacam os de cumprimento dos requisitos do produto.

Fornecedores

Não obstante o envolvimento de fornecedores e a garantia do cumprimento dos

requisitos e Política da Águas do Noroeste, S.A. estar subjacente a qualquer uma

das normas pelas quais a empresa é certificada, um dos maiores desafios da

certificação em Responsabilidade Social pela norma SA8000, é a sua aplicação

na cadeia de fornecimento já que pressupõe a existência de evidências efectivas

de que os mesmos princípios são efectivamente promovidos pelos fornecedores da

empresa e respectiva cadeia de subcontratação.

Page 22: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

75estudos de caso

Numa aproximação das práticas já existentes nas empresas anteriores, pode afirmar-

se que a Águas do Noroeste, S.A., vincula os seus fornecedores à sua Política, onde

se incluem requisitos Ambientais, de Segurança e de Responsabilidade Social –

como exemplo de mecanismos que a empresa usa para acompanhar o desempenho

dos seus fornecedores pode referir-se:

• Existência de um Regulamento para Fornecedores (disponível no site da

empresa) com o qual os fornecedores têm de estar vinculados através de

assinatura de uma Declaração de Aceitação desse Regulamento (excepto

no caso dos contratos onde o cumprimento destes requisitos é estipulado

em Cadernos de Encargos). Com este processo, os Fornecedores ficam

ainda comprometidos em colaborar em auditorias a que possam ser

sujeitos.

• Para além do acompanhamento técnico das actividades associadas à

prestação do serviço, para algumas actividades há acompanhamento

próximo no âmbito da Segurança, Ambiente e Responsabilidade Social para

verificação do cumprimento dos requisitos associados ao Regulamento

para Fornecedores.

• Realização de auditorias a Fornecedores.

• Processo de homologação e avaliação anual do desempenho de

fornecedores, com destaque para os que obtiveram melhor desempenho

nessa avaliação. Neste processo, para além da avaliação da prestação do

serviço em termos de execução do mesmo, o Fornecedor é também avaliado

quanto ao cumprimento dos requisitos subjacentes ao Regulamento para

Fornecedores, havendo também lugar a uma auto-avaliação do fornecedor

(por questionário) do fornecedor nesse domínio.

• Realização de sessões de sensibilização e envolvimento dos Fornecedores

com a Política e práticas da empresa.

Page 23: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

76 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

conclusão

A Águas do Noroeste, S.A., com a integração dos vários referenciais normativos

pelos quais é certificada, assume o conceito de Responsabilidade Empresarial para

enquadrar todo o seu sistema de gestão. Este conceito é mais amplo do que o

conceito de Responsabilidade Social trazido pela norma SA8000 e vai de encontro

ao conceito de Responsabilidade Social subjacente à recentemente publicada ISO

26000 que, embora não certificável, traz orientações nesta matéria.

Assim, a Águas do Noroeste, S.A. assume a Responsabilidade Empresarial, como a

responsabilidade que tem pelos impactes das suas decisões, actividades e produtos

na Sociedade, no Ambiente e nos que trabalham com a empresa, Colaboradores

e Fornecedores, através de um comportamento ético e transparente que: a) seja

consistente com o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da sociedade; b)

tenha em conta as expectativas das partes interessadas; c) esteja em conformidade

com a legislação aplicável e seja consistente com normas de conduta internacionais

e d) esteja integrada em toda a Águas do Noroeste, S.A. através da disseminação

da sua Política.

A Águas do Noroeste, S.A. tem consciência que o caminho para ser uma empresa

socialmente responsável é longo e não isento de dificuldades, pelo que a perspectiva

será sempre de melhoria contínua. Com a recente fusão de onde “nasceu” a Águas

do Noroeste, S.A. temos a oportunidade de procurar construir uma empresa nova,

sustentável, mantendo o que de melhor foi feito em cada uma das empresas que

estiveram na sua génese.

Page 24: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

77estudos de caso

II F3M – InForMatIon systeMs s.a.

II.I apresentação

A F3M – Engenharia de Sistemas e Informática, Lda., foi fundada em Julho de 1987,

por 4 recém-licenciados em Engenharia de Sistemas e Informática.

A estrutura societária sofreu diversas alterações ao longo dos anos, tendo-se

transformado, em 2007, em sociedade anónima, assumindo a designação F3M –

Information Systems, SA..

Entre 1987 e 1997, a F3M baseou a sua actividade no desenvolvimento de projectos

específicos, numa filosofia “one client – one project”.

Entre 1997 e 2001, a F3M especializou-se em nichos de mercado, sem abandonar

o desenvolvimento específico.

Entre 2002 e 2006, a F3M reforçou a sua aposta na elevada especialização nos

nichos de mercado onde opera, tendo-se estruturado em business units.

Em 2005, a F3M passa a contar com uma filial na capital portuguesa.

A partir de 2006, a F3M deixa de ser exclusivamente uma software-factory para

se assumir como uma empresa especializada em soluções TICE para os sectores

de Solidariedade Social, Ópticas, Têxtil e Empresarial, num mercado global e não

apenas nacional.

Em Dezembro de 2007, a F3M alcançou a Certificação da Qualidade, no âmbito da

concepção, do desenvolvimento e da comercialização de soluções de software e de

componentes.

A F3M é hoje uma das sete empresas portuguesas que integra o Guia Europeu sobre

a Responsabilidade Social das Empresas resultado das suas boas práticas no âmbito

da RSE e que são o culminar de uma consolidada estratégia que tem implementado

ao longo dos anos nesta área.

Recentemente, a empresa foi também reconhecida pelo IAPMEI como PME Líder,

Page 25: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

78 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

passando a integrar o grupo restrito de empresas que, pelas suas qualidades de

desempenho e perfil de risco, são consideradas por esta entidade como motor da

economia nacional em diferentes sectores de actividade.

Em Março de 2010, a F3M alcançou a Certificação do Sistema de Investigação,

Desenvolvimento e Inovação.

Em Novembro de 2010, a F3M passou a integrar a Rede PME Inovação COTEC,

assumindo assim o estatuto de PME inovadora.

II.II MIssão, VIsão e Valores

Movida por desafios colocados por clientes e parceiros de negócio, a F3M acredita

que todos os dias é possível evoluir.

A vontade de fazer mais e melhor é uma característica intrínseca a toda a equipa. A

missão e visão F3M definem o que queremos alcançar e a forma como o pretendemos

fazer.

Missão

Fornecer soluções TICE, especializadas e de qualidade, contribuindo para a melhoria

das organizações clientes.

Visão

Ser a organização de referência, nos mercados em que actua.

Valores

• Orientação para os resultados e para os clientes.

• Planeamento e gestão por objectivos.

• Competência.

• Espírito de equipa.

• Criatividade e inovação.

• Dedicação.

• Integridade e ética.

Page 26: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

79estudos de caso

II.III boas prátIcas IdentIFIcadas

colaboradores

campanhas internas de prevenção / rastreio (problemas de visão)

A F3M, em parceria com alguns dos seus clientes da área de ópticas, realiza rastreios

regulares à saúde visual dos seus colaboradores. Por norma esta iniciativa tem lugar

uma vez por ano.

“campanha” de incentivo aos não fumadores

A F3M promove, desde 2004, uma política de incentivo aos não fumadores dentro

do local de trabalho. Com esta iniciativa pretende-se assegurar aos colaboradores

um ambiente sem fumo passivo; aumentar a qualidade de saúde; elevar a motivação

dos colaboradores; incentivar os fumadores a abandonar o vício; promover, em geral,

uma maior capacidade de produção e criar uma imagem saudável da Empresa.

Os colaboradores F3M passaram, desde então, a não fumar no interior das instalações,

nem no interior das viaturas da Empresa. A Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto, que

aprova normas para a protecção dos cidadãos da exposição involuntária ao fumo

do tabaco e medidas de redução da procura relacionadas com a dependência

e a cessação do seu consumo, veio apenas formalizar, para a F3M, uma prática

perfeitamente instituída e aceite pelos seus colaboradores.

Os fumadores continuam a exercer o seu direito, mas no exterior do edifício da

empresa (estando sujeitos às diferentes condições climatéricas), desde que esse

hábito não quebre a produtividade e as actividades em curso.

Page 27: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

80 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

subvenção anual

A F3M apoia através de uma subvenção anual de 250€ para cada colaborador

que tenha filhos a frequentar o ensino básico. Este benefício aplica-se a todos os

colaboradores com Contrato Sem Termo com a empresa, desde que esse contrato

vigore há mais de 12 meses, no mês de Setembro em que terá direito a esse

benefício pela primeira vez.

concessão de descontos

A F3M institucionalizou descontos na aquisição de hardware e em serviços de

instalação/reparação através da F3M Solutions/Bit.

apoio à Formação

A F3M cria a possibilidade de a cada momento ter um colaborador a realizar um

curso de pós-graduação com custos pagos total ou parcialmente pela empresa.

Este benefício aplica-se a todos os colaboradores com Contrato Sem Termo com a

empresa, desde que esse contrato vigore há mais de 48 meses.

realização de sorteio

Anualmente, a F3M realiza, entre todos os colaboradores, um sorteio de um fim-de-

semana prolongado (2-3 noites) em território português. Neste sorteio entram todos

os colaboradores da empresa com Contrato de Trabalho Sem Termo desde que esse

contrato vigore há mais de 36 meses.

protocolo com HolMes place

A F3M estabeleceu um protocolo com uma instituição desportiva da cidade o - Homes

Place - que garante aos seus colaboradores uma redução na taxa de inscrição e na

mensalidade.

protocolo com barclays

Abertura de contas-ordenado e acesso a crédito habitação, automóvel e outros, com

condições especiais.

Page 28: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

81estudos de caso

seguro automóvel

Acesso a um seguro automóvel com as características: Responsabilidade Civil,

Danos Próprios, Assistência em Viagem, Ocupantes, Protecção Jurídica e Quebra de

Vidros. Todas as propostas serão analisadas à luz deste protocolo, e estes valores

estendem-se a viaturas do agregado familiar.

ppr – plano poupança reforma

Os PPR são uma solução de poupança para complemento de reforma, que permite

aos Subscritores poupar com entrega de montantes a partir de 25€ mensais.

seguro de saúde Multicare

Acesso à rede de Saúde Multicare que abrange Consultas, Exames, Tratamentos e

Unidades Hospitalares, com descontos na ordem dos 90% dentro da rede Multicare

e de 60% fora da rede, num máximo anual de 30.000€ gastos.

biblioteca Interna

Com o intuito de promover hábitos de leitura junto dos seus colaboradores a F3M

criou, nas suas instalações, um espaço destinado à “Construção” de uma Biblioteca

Interna. Cada colaborador contribui para o bom desenvolvimento desta iniciativa,

disponibilizando um ou mais exemplares de componente mais técnica ou de outras

temáticas, da sua biblioteca pessoal.

Aposta em acções direccionadas para os filhos dos Colaboradores, com celebração

de datas alvo: Dia da Criança, Dia Mundial da Leitura, etc.

Promoção e realização de campanhas de sensibilização, prevenção e rastreio

Page 29: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

82 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

(exemplo: antitabágica, visual, cardiovascular, nutricionismo,..).

ambiente

energia

• Desligar o computador quando não estiver a usá-lo. Muitas pessoas

acham que o processo de ligar e desligar o computador consome mais

energia do que deixar o computador ligado. Isso não é verdade. Assim, os

colaboradores F3M, sempre que se ausentarem mais de meia hora, devem

desligar o computador. Um bom exemplo é a hora do almoço.

• Desligar o monitor quando se prevê que se vai deixá-lo inactivo por mais

de 15 minutos.

• Configurar o computador para economizar energia. É norma na F3M

efectuar pequenas configurações nas máquinas dos colaboradores com

o objectivo de reduzir o consumo de electricidade, nomeadamente regular

o brilho do ecrã, configurar para 5 minutos o tempo para o computador

entrar em modo de espera ou em hibernação.

Page 30: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

83estudos de caso

• Dizer não ao lixo electrónico. Existe, entre os colaboradores F3M, uma

filosofia de actuação que desincentiva o envio desnecessário de spams

e correntes que congestionem as caixas de correio e poluem o mundo on-

line, provocando uma utilização mais intensa dos computadores e, como

consequência, um maior consumo de energia eléctrica.

• Consertar em vez de trocar. No caso de o computador avariar, é prática

corrente na F3M, proceder à sua reparação.

• Pesquisar e conhecer os equipamentos que consomem menos energia.

Evoluções tecnológicas têm permitido a fabricação de computadores cada

vez mais eficientes energeticamente. Os responsáveis F3M pela aquisição

de computadores têm particular atenção às características dos mesmos

no sentido de que, no momento da compra, optem pelo mais económico.

• Doar o computador velho. Quando se toma a decisão de adquirir um novo

computador deve-se sempre assegurar que o computador velho não vai

parar a um simples caixote do lixo. Existe, na F3M, uma prática que consiste

em doar o computador a alguém a quem pode ser útil, por exemplo a uma

Instituição de Solidariedade Social. Caso não esteja em condições de ser

utilizado a empresa entrega-o a entidades que fazem a recolha deste tipo

de materiais e que reaproveitam os seus componentes.

• Adquirir sempre lâmpadas de baixo consumo. Na F3M existe a preocupação

de evitar utilizar mais do que uma lâmpada: duas lâmpadas de 50w

produzem menos luz e consomem mais 25% de electricidade do que u

ma de 100w.

• Manter o ar condicionado ligado apenas quando estiver no local. Os

aparelhos de climatização não devem ser utilizados quando as portas/

janelas estiverem abertas. Todos os elementos da F3M têm o cuidado

de se certificar que as portas/janelas estão fechadas antes de ligar o ar

condicionado e a última pessoa a ausentar-se do departamento tem a

preocupação de desligar o equipamento.

Page 31: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

84 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

água

• O autoclismo. Devem-se evitar descargas supérfluas, uma vez que cada

descarga consome cerca de 10l de água. A F3M adoptou, nas suas

instalações, um modelo de autoclismo de dupla descarga, com o qual

é possível efectuar descargas diferenciadas diminuindo, deste modo, o

volume de água utilizado.

• Os lavatórios. Na F3M existe a preocupação de:

• Instalar economizadores nas torneiras, pois estes podem reduzir o

fluxo do caudal da água, limitando-o até apenas 6l/minuto, ou menos.

• Caso seja necessário trocar as torneiras, é levado em conta o fluxo

das novas torneira procurando adquirir torneiras com um fluxo de água

entre 6 e 8l/minuto.

• Sensibilizar os colaboradores no sentido de:

• Fechar as torneiras sempre que não seja necessário deixar correr

água. As torneiras abertas podem gastar até 12l/minuto.

• Ficar atento às fugas de água! Uma torneira a perder uma gota/

segundo representa um consumo até 1.000l/mês.

papel

Como complemento à prática de reciclagem e pensando sempre no objectivo de

reduzir o consumo de papel, os colaboradores F3M levam a cabo uma série de

outros comportamentos, a seguir descritos:

• As versões provisórias dos documentos são impressas respeitando

algumas normas de entre as quais destacamos a definição de escala de

cor reduzida e a selecção da opção impressão nas duas páginas da folha

(duplex).

• Na F3M existem locais onde se guardam todas as folhas impressas apenas

Page 32: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

85estudos de caso

num dos lados, para posterior utilização como rascunho ou impressão de

documentos internos.

• Utiliza-se, preferencialmente, o suporte informático como forma de enviar

e analisar documentos.

• Incentivo à comunicação via e-mail, skype e sms, quer entre colaboradores,

quer entre F3M e Clientes/Fornecedores.

• São retirados os agrafos, os clips ou elásticos ao papel enviado para a

reciclagem.

• Inclusão de funcionalidades no Software F3M que evitem a impressão.

• Inclusão de arquivos digitais no software F3M.

• Aposta clara na desmaterialização de processos: portal em substituição

de papel, reuniões com portáteis e ecrãs de grande dimensão para evitar

impressões.

• Combate feroz ao papel/impressão (não emitimos recibos, não emitimos

manuais, etc.).

plástico & Metal

Na F3M tem-se promovido uma atitude cada vez mais pró-reciclagem e a reciclagem

de plástico e do metal é um bom exemplo. Foram colocados em pontos estratégicos

contentores amarelos onde cada colaborador coloca os materiais de plástico e metal

que podem ser reciclados.

Vidro

A preocupação da redução dos resíduos e da redução da quantidade de matérias-

primas para a fabricação de embalagens de vidro levou a F3M a colocar, num local

comum das suas instalações um vidrão com o objectivo de fomentar a recolha.

Page 33: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

86 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

tinteiros & toners

Consciente de que a maior parte dos resíduos de escritório podem ser reaproveitados,

transformando-se em novos produtos ou matérias-primas sem perderem propriedades,

a F3M tem desenvolvido uma série de iniciativas, no sentido de reaproveitar e de

reduzir os resíduos. No caso particular dos Tinteiros e Toners utilizados, estes são

entregues a uma entidade competente de reciclagem deste material.

cd´s & dVd´s

Na F3M existe a preocupação de todos os colaboradores colocarem os CD‘s que

já não podem ser reutilizados no contentor Amarelo, aquele que é usado para os

plásticos e para o metal.

pilhas

A F3M, como empresa empenhada em promover a adopção de boas práticas

ambientais, incentiva a recolha de pilhas e demais materiais tendo colocado em

locais estratégicos das suas instalações um contentor de recolha destes materiais.

A F3M tem apostado em medidas estratégicas que promovem a redução da produção

deste tipo de resíduos, entre as quais salientamos:

• Utilização de pilhas recarregáveis, em vez das alcalinas. Apesar de implicar

um maior investimento inicial acaba por, a médio prazo sair mais barato,

porque estas pilhas duram muito mais, e ao fim de poucos carregamentos

o carregador fica pago.

• Utilização, sempre que possível, da electricidade, em vez das pilhas.

• Recolhas de todas as Pilhas usadas e colocação das mesmas em pilhões.

Frota de Veículos

A F3M, proprietária de uma frota de viaturas considerável, alerta os seus colaboradores

para alguns procedimentos essenciais para uma boa gestão da mesma, promovendo

uma redução dos custos e, também, uma redução do impacto nocivo da sua

Page 34: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

87estudos de caso

utilização para o ambiente. Entre essas práticas salientamos as seguintes:

A F3M fomenta uma atitude de rentabilização das viagens d e automóvel. Por exemplo,

nas viagens frequentes que se realizam entre as duas delegações da empresa (Sede

em Braga e Delegação de Lisboa) existe a preocupação de garantir que o veículo

seja utilizado por mais de uma pessoa. No caso de ser necessária a deslocação

de apenas uma pessoa a viagem é realizada utilizando o transporte público. Desta

forma, a empresa, ao mesmo tempo que reduz os custos de deslocação, contribui

para a redução da poluição atmosférica provocada pela emissão de gases nocivos

para o meio ambiente (ex. monóxido de carbono).

A F3M procura incutir junto dos seus colaboradores a necessidade de criar uma

rotina d e verificação da pressão dos pneus, uma vez que com esta atitude pode-se

impedir o seu desgaste prematuro devido a uma maior flexibilidade ou aquecimento

exagerado. Para além desta mais-valia, se mantivermos a pressão correcta dos

pneus também se economiza no combustível.

A F3M aconselha todos os seus colaboradores a circula r a um a velocidade moderada,

uma vez que reduz o consumo de combustível e aumenta os níveis de segurança.

A F3M recomenda a todos os seus colaboradores que cumpram a distância de

segurança em relação ao veículo da frente, de forma a evitarem travagens bruscas e

assim economizarem combustível e travões.

A F3M adverte todos os seus colaboradores de que para o ambiente é melhor atestar

o depósito nas horas mais frescas do dia (de manhã cedo e ao final da tarde). Sem

calor excessivo, a quantidade de vapores de gasolina e gasóleo libertados durante

a operação é menor.

sociedade

colheitas de sangue

Em parceria com o Instituto Nacional de Sangue, a F3M organiza pelo menos uma

recolha anual, com dois objectivos. Por um lado, sensibilizar os colaboradores para

a necessidade de contribuírem para a manutenção de um banco de sangue, que

Page 35: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

88 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

permita dar resposta às crescentes dificuldades que os centros hospitalares e de

cuidados médicos enfrentam e, por outro lado, proceder a uma recolha propriamente

dita que vá além da mera sensibilização.

• Procuramos lançar ideias que tenham impacto na vida das pessoas e que

não sejam epi-fenómenos.

• As acções que fazemos na nossa sede são muitas vezes abertas à

população circundante da nossa sede, nomeadamente na área da saúde

(Minimização do impacto da “chegada” de mais de 100 pessoas a uma

freguesia semi-urbana).

• Não nos podemos virar para o público externo apenas no Natal e daí

termos acções todo o ano (as acções pontuais de Natal são importantes,

mas não chegam).

• Desde 2002, recolhas de Sangue em parceira com o IPS - Instituto

Português do Sangue, com convite para a população local e clientes.

• Consultas de Optometria e Contactologia abertas à população local.

• Consultas Anti-stress abertas à população local.

• Na continuidade de uma política de portas abertas à comunidade, a F3M

recebe nas suas instalações várias visitas de alunos com o objectivo de

promover uma maior proximidade entre o mundo académico e o mundo

empresarial.

Page 36: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

89estudos de caso

Mecenato

Recolha de donativos para instituições de solidariedade social

Dádiva anual em € com envolvimento da F3M (parte1), Administração (parte2) e

colaboradores (parte3).

A F3M assume a recolha de brinquedos e material didáctico para crianças

necessitadas como algo que é feito em contínuo.

A F3M assumirá a recolha de roupa, tanto para crianças como para adultos. Estas

actividades não são o “despejar do lixo de casa” mas sim algo que feito em contínuo,

desperte cada um dos colaboradores para a necessidade de ajudar quem pontual ou

conjunturalmente está em dificuldades.

A F3M analisa anualmente a possibilidade de realização de uma Festa de Natal

numa instituição carenciada da nossa região.

Voluntariado

A F3M é uma empresa que ao longo dos seus anos de actividade promove acções

de solidariedade junto das instituições locais, participando também em acções

solidariedade a nível nacional e internacional.

projecto tampinhas

O projecto tampinhas foi lançado em 2003 e teve origem na iniciativa, desenvolvida

pela Enf.ª Guadalupe Jacinto, e que consistia em contactar empresas de reciclagem

e valorização de resíduos no intuito de lançar esta ideia simples:

Page 37: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

90 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

• Recolher tampas de plástico.

• Vender para reciclagem.

• Oferecer Material ortopédico a quem mais dele necessita.

O sucesso desta iniciativa, inicialmente dirigida aos concelhos de Almada e Seixal

foi de tal ordem que os mentores decidiram estendê-la a todo o território nacional.

Esta iniciativa não deixou indiferente os responsáveis da F3M, nem tão pouco os

seus colaboradores dando-se, desde logo, início à sua recolha e posterior entrega a

diversas entidades envolvidas nesta iniciativa.

• Ao falarmos, por exemplo, de apoio aos Sem Abrigo tem que haver um

compromisso de continuidade e não meia dúzia de acções dispersas –

fazemo-lo todas as semanas, ao domingo à noite.

• Recolha em contínuo de bens para pessoas necessitadas com espaço

próprio e forma de gestão/encaminhamento.

• Acções de Voluntariado em dias úteis em IPSS com Valências de 3ª Idade.

• Independentemente das acções no seio da empresa, disponibilização de

1 dia útil por ano para acções na área social ou ambiental que qualquer

colaborador pretenda fazer.

educação

uM sopro eM áFrIca – apadrinhamento da aldeia chimpaca

A F3M apoia e incentiva todos os colaboradores no apoio financeiro a crianças

necessitadas. Desde 2003 esse apoio tem sido canalizado para crianças da aldeia

de Chimpaca em Moçambique. Actualmente a F3M apoia (apadrinha) 5 crianças,

permitindo o seu acesso a condições essenciais para o seu estudo.

A decisão de promover esta ajuda num país estrangeiro teve dois motivos base:

trata-se de um país de expressão Portuguesa que há muitos anos optou pela via

da paz e à ligação que a aldeia de Chimpaca tem com a ONGD SOPRO. A aldeia de

Page 38: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

91estudos de caso

Chimpaca está localizada junto de uma escola LaSalista, João XXIII, na cidade da

Beira, região de Sofala, que mantém uma ligação estreita com outra escola LaSalista

em Barcelos. Esta escola barcelense tem há vários anos uma estreita relação com

a SOPRO, permitindo um acompanhamento efectivo da situação em Chimpaca e do

estudo das crianças.

A F3M ao associar-se a este projecto partilha, com os impulsionadores, o objectivo

de “assegurar o desenvolvimento sustentável de uma comunidade moçambicana

empobrecida, fomentando a valorização da sua identidade cultural e encorajando

a criação de uma rede de relações, laços e trocas estreitas com a comunidade

portuguesa nos domínios cultural, social e económico”.

O apadrinhamento é uma forma de praticar actos solidários com uma maior ligação

entre quem ajuda e quem é ajudado. Esta forma de ajudar cativou, ainda mais, a

participação dos colaboradores da F3M. O padrinho não só contribui para os estudos

do afilhado, como depois recebe um “feedback” que pode ser uma carta ou um

desenho de agradecimento e o relatório do aproveitamento escolar da criança.

Visitas organizadas às Instalações F3M

Desde 2006, o programa de visitas de estudo à F3M tem dado a professores e alunos,

não só a oportunidade de contactar com uma entidade do mercado empresarial, mas

também, conhecer o modus operandi de uma Software House e a sua importância

na evolução e na melhoria de qualidade de vida dos indivíduos.

Nas visitas efectuadas a empresa mostra não só a sua operação diária e a sua

estratégia de médio e longo prazo, como tenta sensibilizar os jovens para as questões

da inserção no mercado profissional versus cidadania responsável. A F3M sente que

é seu objectivo passar aos jovens uma mensagem que os leve a empenhar-se cada

vez mais nos seus estudos e na sua formação, quer seja de nível académico, técnico-

profissional ou secundária.

colaboração com diversas escolas em conferências, seminários, palestras

Ao longo dos anos a F3M tem tido uma participação activa em iniciativas do mundo

Page 39: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

92 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

escolar, nomeadamente em termos de Institutos Politécnicos, Universidades e

Escolas profissionais. Nos últimos anos, a participação da empresa tem dado uma

ênfase especial à problemática dos soft skills dos jovens, como forma essencial

destes se tornarem mais competitivos quando entrarem no mercado de trabalho.

A empresa cumpre assim uma dupla missão: por um lado, divulga a sua estrutura

e estratégia e, por outro lado, faz chegar aos jovens uma mensagem baseada

numa cultura de rigor e de não facilitismo. A F3M defende acerrimamente, junto de

docentes e discentes, que as preocupações de saber não se devem esgotar nos hard

skills tecnológicos mas também em temas como o empreendedorismo, a liderança,

a expressão verbal e escrita, o domínio de idiomas estrangeiros, a cultura geral, etc.

“acordo” com uM em termos de estágios

Ao longo dos anos a F3M tem sido um player activo em termos de admissão de jovens

para estágios académicos curriculares, nomeadamente da Universidade do Minho.

Assim, com uma taxa de absorção muito difícil de igualar, a F3M apostou até hoje

em quase uma centena de jovens, mantendo-se ainda, muitos deles, na estrutura

actual da empresa, tendo sido alavancas do crescimento que se tem registado.

Forte aposta da empresa na promoção da leitura junto dos filhos dos Colaboradores:

oferta de livros, mini feira do livro, colóquios com escritores de livros infantis,

colóquios (para pais) sobre como levar os filhos à leitura.

Aulas e debate sobre a língua portuguesa (fundamental).

Fóruns abertos de debate sobre diversas temáticas completamente fora da área

TICE – Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica (1 debate por mês).

Page 40: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

93estudos de caso

II.IV conclusão

A F3M está consciente da necessidade de trabalhar em sintonia a componente

económica, ecológica e social como forma de continuar a potenciar o seu

desenvolvimento e o desenvolvimento da sociedade.

Esta sintonia exige, no entanto, uma actuação sobre o próprio comportamento dos

indivíduos. Neste sentido, a organização tem vindo a incutir junto dos colaboradores

a necessidade de respeitar e cumprir os seguintes princípios:

• Princípio de precaução (prevenir qualquer risco indo para além das leis).

• Princípio de responsabilidade (adoptar uma responsabilidade humana e

ambiental para o conjunto das actividades e decisões).

• Princípio de transparência (informar, contribuir com objectividade dos

factos, aumentar a visibilidade da informação).

• Princípio de inovação social e tecnológica (participar nos desenvolvimentos

humanos e tecnológicos).

• Princípio de contribuição para os desafios locais, nacionais e globais (ter

um impacto local, nacional e global relativo à pesquisa do desenvolvimento

duradoura).

A F3M está convencida de que com estes princípios orientadores a afirmação dos

seus valores e a realização da sua missão estará, francamente, facilitada.

“O que fazemos é passível de ser feito por qualquer média empresa e mesmo por

pequenas empresas (já tínhamos política - não formal de RSO - quando éramos uma

Pequena empresa).”

Eng.º Pedro Fraga

Page 41: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

94 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

III celbI – celulose beIra IndustrIal, s.a.

III.I apresentação

A Celbi produz uma pasta de fibra curta, reconhecida no mercado como sendo de

elevada qualidade, o que aliada a um excelente serviço ao cliente, faz da empresa,

no panorama europeu, um produtor de referência.

Instalada em Portugal em 1965, a Celulose Billerud SARL surgiu como uma iniciativa

da empresa sueca, Billerud AB, associada a um dos maiores grupos industriais

portugueses naquela época, a Companhia União Fabril (CUF).

Os primeiros accionistas da Celbi foram a Billerud, com 71% do total do capital

social, a CUF que participou com 23%, e um grupo de produtores florestais, que

subscreveram 6%.

A empresa viria a localizar-se junto à costa, na Leirosa, uma pequena aldeia

piscatória, 15 km a sul da Figueira da Foz e 180 km a norte de Lisboa.

O local escolhido reunia um conjunto de vantagens que viriam a elegê-lo como ideal

para a instalação desta unidade industrial:

• Proximidade de áreas florestais com disponibilidade de matéria-prima.

• Abundância de água, indispensável para o processo produtivo.

• Proximidade do Oceano Atlântico.

• Proximidade de um porto comercial.

• Disponibilidade de mão-de-obra qualificada.

A empresa arrancou em 1967, com a produção de pasta solúvel, destinada à

fabricação de fibras têxteis, com 80 000 toneladas como capacidade máxima. A

decisão de produzir pasta solúvel viria a ser revista nos primeiros anos de produção,

por se concluir que este tipo de pasta defrontava sérios problemas de mercado. A

unidade fabril viria a ser ajustada para produzir pasta papeleira com uma capacidade

que, naquela data, atingia as 120 000 toneladas anuais.

Page 42: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

95estudos de caso

Em 1970, a empresa alterou a sua designação social, passando a designar-se por

Celulose Beira Industrial (Celbi), SARL. Em 1975, as nacionalizações transferiram as

acções da CUF e dos pequenos accionistas para o Estado Português, que assumiria

a sua titularidade através do IPE – Investimentos e Participações Empresariais, SA.

Entretanto, na Suécia, diversas operações de concentração da indústria florestal

fizeram com que o capital da Celbi passasse a ser detido pelo grupo sueco STORA,

integrado na área de negócios liderada pela STORA CELL AB.

Em 1995, o Governo Português viria a alienar integralmente a sua participação na

empresa, vendendo a sua parte à STORA CELL AB que, assim, passou a deter 100%

do seu capital, com o valor actual de 77,5 milhões de euros. A Celbi passou, então,

a designar-se por Stora Celbi Celulose Beira Industrial, SA.

No final de 1998, após o processo de fusão do grupo sueco STORA com o grupo

finlandês ENSO, de onde resultou o Grupo StoraEnso, a Celbi retomou a sua

denominação anterior: Celulose Beira Industrial (Celbi), SA. Em Julho de 2006, o

grupo Altri anuncia ter celebrado um contrato promessa conducente à aquisição de

100% dos direitos de voto da Celbi, negócio que foi concluído em Agosto de 2006.

Desde o ano 2000, a Celbi tem sido considerada a melhor empresa do sector

de pasta e papel em Portugal pela revista de negócios Exame, tendo conseguido

este prémio 8 vezes nos últimos 10 anos. Para além disso, em 1996 e 2001 foi

considerada a melhor empresa do ano quer pela Revista “Exame” quer pelo jornal

Page 43: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

96 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

“Diário de Notícias”.

A Celbi tem actualmente uma capacidade produtiva instalada de mais de 550.000

toneladas de pasta de papel, assumindo-se assim como o activo mais importante

do grupo. O aumento de capacidade de produção foi resultante de um projecto de

investimento, que decorreu entre 2007 e 2010, que consistiu na remodelação da

sua linha de produção de pasta e na montagem de novas instalações na área de

recuperação de químicos e produção de energia respondendo assim às solicitações

do mercado externo, especialmente o europeu.

Em simultâneo, a EDP – Produção Bioeléctrica, S.A. construiu uma central

termoeléctrica a biomassa nas instalações fabris da Celbi. Esta nova unidade

produz energia eléctrica, a injectar na rede nacional, a partir de recursos renováveis,

nomeadamente biomassa florestal proveniente de operações de exploração florestal,

como é o caso da limpeza das matas.

O investimento visou a obtenção de uma fábrica ecologicamente equilibrada, com

um desempenho ambiental e processual compatível com as “melhores técnicas

disponíveis” definidas pela União Europeia, e em observância total da legislação

nacional e comunitária, colocando assim a Celbi entre as empresas mais sustentáveis

a nível mundial. Exportando mais de 95% da sua produção, a Celbi posiciona a Altri

entre os 10 maiores produtores mundiais de pasta de eucalipto, e entre os principais

exportadores nacionais, sendo responsável por cerca de 1,5% das exportações do

país.

III.II MIssão, VIsão e Valores

Missão

Fornecer pastas de eucalipto, que produzimos de forma económica e ambientalmente

sustentável, satisfazendo os requisitos e expectativas dos nossos clientes.

Visão

Ser o melhor produtor europeu de pastas de fibra curta.

Page 44: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

97estudos de caso

• Satisfazer o mais possível os nossos clientes, conquistando a sua

fidelidade.

• Ter uma imagem de Excelência no mercado e na comunidade envolvente.

• Manter os nossos produtos e processos como referências nos sectores de

papel e pasta.

• Atrair e motivar os profissionais mais competentes.

• Criar nos nossos trabalhadores um espírito de identificação e orgulho para

com a empresa.

• Criar valor para os nossos accionistas.

Valores

• Orientação para os resultados e para a Qualidade Total.

• Focalização nas necessidades e expectativas dos clientes.

• Empenho na defesa do meio ambiente.

• Sentido de responsabilidade social.

• Espírito de abertura face aos desafios e à mudança.

• Versatilidade e polivalência profissional.

• Ambição para melhorar, inovar e estar na vanguarda.

• Descentralização e responsabilização.

• Informalidade no relacionamento pessoal.

politica de sustentabilidade

A Celbi considera ser sua responsabilidade gerir e desenvolver a sua actividade

de uma forma sustentável. Neste sentido, a Celbi compromete-se a orientar a sua

actuação pelos seguintes princípios de carácter económico, ambiental e social:

Page 45: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

98 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

• Criar valor, viabilizando economicamente a Organização, de forma a

possibilitar a satisfação das expectativas dos accionistas e demais partes

interessadas.

• Planear e orientar os seus esforços no sentido de satisfazer os requisitos e

as expectativas dos seus clientes.

• Desenvolver, produzir e comercializar produtos com qualidade, minimizando

o respectivo impacte ambiental, estabelecendo mecanismos de prevenção

e segurança e adoptando prioritariamente medidas internas consistentes

com as melhores técnicas disponíveis economicamente viáveis.

• Adquirir madeira que seja explorada de uma forma legal, privilegiando o

uso de madeira certificada de acordo com os requisitos de gestão florestal

aplicáveis do FSC e/ou do PEFC.

• Cumprir com os requisitos das Normas ISO 9001, ISO 14001, EMAS e

OHSAS 18001 e da cadeia de Responsabilidade do FSC e do PEFC.

• Melhorar continuamente o desempenho e a eficácia dos Sistemas de

Gestão da Qualidade, Ambiente e Saúde e Segurança, estabelecendo

objectivos e metas periodicamente revistos.

• Cumprir a legislação aplicável, fixando objectivos que permitam, sempre

que possível, melhorar o seu desempenho face aos requisitos legais.

• Adoptar critérios de minimização de riscos e impactes ambientais e

sociais, na escolha de processos, tecnologias, matérias-primas e meios

de transporte.

• Promover a redução do consumo de energia, de água e de outros recursos

naturais, dando prioridade à utilização de fontes renováveis de energia,

bem como à redução e valorização de resíduos.

• Adoptar processos que reduzam as quantidades de resíduos, promovendo

a sua valorização interna ou externa.

Page 46: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

99estudos de caso

• Prevenir a ocorrência de acidentes e manter um estado de prontidão

operacional para fazer face a emergências.

• Prevenir as doenças profissionais e acompanhar a saúde dos trabalhadores,

em cumprimento da legislação sobre medicina no trabalho e tendo em

conta as especificidades da Empresa.

• Estimular a participação dos trabalhadores na melhoria contínua

do desempenho da Organização e na consecução dos objectivos

estabelecidos, promovendo a sua sensibilização e formação técnica.

• Manter processos de apoio ao desenvolvimento dos seus colaboradores,

potenciando as suas competências individuais, estimulando o trabalho

em equipa e premiando a orientação para resultados e o cumprimento de

missões e objectivos.

• Exigir dos fornecedores o cumprimento de procedimentos, regras e

princípios consentâneos com os padrões adoptados internamente,

estimulando mecanismos de colaboração.

• Adoptar uma atitude de activa colaboração com todas as partes

interessadas.

III.III boas prátIcas IdentIFIcadas

colaboradores

A gestão de recursos humanos na Celbi tem-se orientado com a finalidade de dotar a

organização de uma estrutura adequada e eficiente para vencer os desafios futuros.

Para o conseguir procura:

• Criar uma cultura de desempenho capaz de mobilizar os seus colaboradores

para comportamentos excelentes e orientá-los para a prossecução de

objectivos desafiantes.

• Desenvolver as competências dos seus colaboradores.

Page 47: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

100 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

• Atrair e reter os melhores profissionais para assegurar a excelência da sua

prestação e consolidar a imagem de qualidade da empresa.

A empresa concede alguns benefícios, para além dos obrigatórios por lei, que

abrangem os colaboradores com vínculo permanente (90% do total):

• Seguro de saúde que abrange o agregado familiar.

• Seguro de vida.

• Fundo de pensões (regime de benefício definido de uma pensão de reforma

anual correspondente a 11,5% do último salário anual pensionável).

Concede igualmente aos colaboradores em situação de baixa por doença um

complemento do subsídio de baixa até 90 dias após o dia da baixa para que o seu

rendimento líquido se mantenha durante este período. Do mesmo modo, durante

o período de incapacidade temporária do trabalhador por motivo de acidente de

trabalho ou doença profissional a empresa assegura o pagamento da sua retribuição

líquida.

Anualmente é concedido um bónus em função dos resultados da empresa, dos

objectivos definidos e do desempenho individual dos colaboradores. Este Bónus

é aplicável aos colaboradores com vínculo permanente à empresa e resulta do

Sistema de Gestão de Desempenho.

Como forma de aferir o grau de satisfação, motivação e envolvimento dos

colaboradores na empresa, a Celbi aderiu desde o início ao observatório nacional

de Recursos humanos (Observatório elaborado sob a égide da APQ – Associação

Portuguesa para a Qualidade), decidindo realizar inquéritos a todos os colaboradores

com intervalos de 2 a 3 anos.

O último Inquérito foi realizado em finais de 2007, tendo os seus resultados sido

divulgados durante o ano de 2008, destacando-se a publicação de um número

especial da revista interna Fibra Nova.

Page 48: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

101estudos de caso

A Fibra Nova é a revista interna da empresa dirigida a todos os colaboradores, ex-

colaboradores e diversas partes interessadas. É uma revista trimestral com uma

tiragem de 1.100 exemplares.

O sistema de gestão de desempenho da Celbi é um instrumento de Gestão de

Recursos Humanos, onde, no início de cada ano, as chefias e os seus colaboradores

têm a oportunidade de analisar o desempenho do ano anterior e perspectivar a

actividade do respectivo ano, definindo, se necessário planos de melhoria. Aqui

estão incluídas as necessidades de desenvolvimento dos colaboradores que irão ser

acolhidas no Plano Anual de Formação.

O plano anual de formação procura dar resposta a todas as necessidades de

formação identificadas e estabelece anualmente um objectivo de 5 dias de formação

por trabalhador.

O sistema de gestão da saúde e segurança no trabalho assenta nos seguintes

pilares:

• Certificação em conformidade com a OHSAS 18001;

• Existência de um Posto Médico, com um Médico do Trabalho do quadro

da empresa e um serviço de enfermagem a funcionar adequadamente e

equipado com moderno equipamento de diagnóstico e tratamento.

• Instalações próprias de segurança, com disponibilidade de materiais

e equipamentos para protecção individual e colectiva e para o

acompanhamento da execução de trabalhos.

Page 49: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

102 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

• Disponibilidade de meios técnicos e humanos de actuação em emergências,

designadamente em caso de acidentes individuais, incêndios e outras

incidências de carácter industrial.

A participação formal dos trabalhadores nas actividades de Gestão da Saúde

e Segurança é garantida por 2 representantes na Comissão de ambiente,

segurança, higiene e saúde no trabalho, que assume o papel de órgão consultivo

da Administração. Estes representantes são eleitos por sufrágio universal e por

consequência representam a totalidade dos trabalhadores da Celbi.

A colónia de férias, que a empresa organiza anualmente, destina-se aos filhos dos

trabalhadores com idades compreendidas entre os 7 e os 12 anos. Tem normalmente

uma duração de duas semanas e ocorre no Campo Aventura, localizado em Óbidos.

Esta iniciativa, alem de proporcionar umas férias diferentes às crianças, contribui para

o reforço da satisfação dos trabalhadores e para o seu envolvimento na empresa.

A Celbi organiza regularmente uma festa de natal para os filhos dos seus

trabalhadores, para a qual convida as crianças do Lar Juvenil Costa Ramos, da

Figueira da Foz, e os utentes da Cercifoz. É seguramente um dia com muito animação

e diferente de todos os outros, para todos os participantes com a sempre muito

esperada distribuição das prendas de Natal.

De dois em dois anos a empresa realiza uma homenagem aos seus trabalhadores

que perfazem 15, 25 e 35 anos de actividade. Esta prática, institucionalizada há

já alguns anos pelo Conselho de Administração, pretende ser um gesto simbólico

de reconhecimento e gratidão aos trabalhadores que, ao longo dos anos, têm

contribuído para o desenvolvimento da empresa.

ambiente

Para produzir pasta de papel é necessário madeira, água, energia e produtos

químicos. O objectivo da Celbi é fazê-lo da maneira mais limpa possível e utilizando

os recursos de forma eficiente, conforme preconizado na sua Visão e na sua Política

de Sustentabilidade.

Page 50: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

103estudos de caso

Para a ajudar a perseguir este objectivo, a Celbi orienta a sua actividade por um

Sistema de Gestão Ambiental, certificado em conformidade com a Norma ISO 14001

desde 1999 e registado no EMAS desde 2001.

O Sistema de Gestão Ambiental permite à Organização prevenir, limitar e reduzir

continuamente o impacte ambiental, assim como assegurar o cumprimento da

legislação ambiental aplicável e de outros requisitos que a mesma subscreva. Isto

é conseguido através do estabelecimento de objectivos e metas e da avaliação

periódica dos impactes ambientais associados às actividades.

Para além de estabelecer requisitos para as actividades da Organização, o Sistema

de Gestão Ambiental permite, de uma forma construtiva, influenciar fornecedores

de produtos e de serviços a terem em conta os impactes ambientais da sua própria

actividade.

A Celbi tem também o seu Processo de Cadeia de Responsabilidade certificado

por dois dos mais reconhecidos Sistemas de Certificação de Produtos Florestais,

nomeadamente pelo Forest Stewardship Council (FSC) e pelo Programme for the

Endorsement of Forest Certification (PEFC).

Estas certificações garantem ao cliente que a madeira utilizada para produzir a pasta

que adquire ou é certificada por um dos esquemas referidos ou, se não o é, não

provém de fontes inaceitáveis.

Melhoria contínua

Como forma de melhorar continuamente o desempenho do Sistema de Gestão da

Celbi, são realizadas auditorias internas e auto--avaliações à Organização seguindo

o Modelo EFQM. Estas práticas permitem examinar o desempenho da Empresa

em todas as suas áreas de actuação, funcionando assim como uma ferramenta

importante na adequação da estratégia aos desvios que vão surgindo.

A Celbi, consciente da sua responsabilidade de dar a conhecer a todas as suas

partes interessadas a sua actividade, publica desde 2006 o seu Relatório de

sustentabilidade.

Page 51: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

104 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

O Relatório de Sustentabilidade é elaborado seguindo as orientações do Global

Reporting Initiative (GRI, versão 3.0) e é verificado por uma entidade externa.

Nestes relatórios, a Celbi vai descrevendo o seu desempenho ao longo dos anos e

apresentando os seus objectivos e programas de melhoria para os anos seguintes.

Destes destacam-se:

objectivo

Reduzir o consumo de gás natural para um valor médio anual máximo de 70 Nm3

ptp.

Início: Abril 2009

Prazo: Final de 2010

objectivo

Reduzir o consumo específico de água, a partir de 2º semestre de 2009, para um

valor médio máximo de 25 m3 ptp.

Início: Abril 2009

Prazo: Final de 2010

objectivo

Reduzir em 10% as emissões directas (âmbito 1) de CO2 fóssil da Celbi, considerando

o ano de 2007 como o ano de referência.

Início: Janeiro 2009

Prazo: Final de 2012

objectivo

Implementação de um Sistema de Gestão da Energia em conformidade com a Norma

NP EN 16001.

Início: Fevereiro 2010

Prazo: Final de 2011

Page 52: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

105estudos de caso

a celbi e as alterações climáticas

As alterações climáticas são um problema global essencialmente provocado pela

utilização de combustíveis fósseis. O uso destes combustíveis leva à emissão de

Gases com Efeito de Estufa (GEE), que se vão acumulando na atmosfera, potenciando

o efeito de estufa. Para a indústria papeleira, o GEE mais significativo é o dióxido

de carbono (CO2), apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos no sentido de

diminuir o consumo de combustíveis fósseis, substituindo-os o mais possível por

biocombustíveis.

A Celbi partilha as preocupações da comunidade internacional relativamente a este

tema e tem desenvolvido várias acções no sentido de reduzir o seu consumo de

combustíveis fósseis e consequentemente as suas emissões de CO2.

No âmbito do Projecto de Expansão e Modernização da Celbi (Projecto C09), foi

instalada uma nova caldeira de recuperação de 90 bar de pressão de vapor e com

uma eficiência energética bastante elevada. A caldeira de recuperação em operação

normal consome biocombustível (licor negro) e, apenas em situação de arranque,

gás natural (a anterior caldeira de recuperação utilizava fuelóleo como combustível

alternativo). Prevê-se um excedente de produção de energia eléctrica de cerca de 12

MW, que será injectada na rede nacional.

Foi também instalado um novo forno da cal que utiliza gás natural como combustível

(a instalação antiga utilizava fuelóleo). Considerando o ano de 2007 como o ano

de referência, estabeleceu-se em 2008 o objectivo de reduzir, até 2012, em 10%

as emissões directas (âmbito 1) de CO2 fóssil da Empresa. Foi aberto um Programa

Específico de Melhoria para tratar este tema. O valor específico de emissão de CO2

fóssil em 2009 foi de 204 kg ptp, inferior ao valor de 2008 (265 kg ptp). Até à

conclusão do Projecto C09, não há condições para uma aproximação sustentada ao

objectivo desejado para 2012 (138 kg ptp).

sociedade e Mecenato

A Celbi reconhece a sua responsabilidade de envolvimento com a Comunidade

e, nesse âmbito, desenvolve e apoia um conjunto de iniciativas e actividades,

Page 53: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

106 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

das mais diversas instituições, que são essenciais no seu compromisso em criar

relacionamentos duradouros e relevantes com a comunidade local. Através de

donativos e apoio logístico, a empresa procura identificar projectos e actividades

com mérito e com impacto significativo na sociedade e na qualidade de vida das

populações.

Mais recentemente destacam-se as seguintes iniciativas:

• Funcionamento do Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios

(CRAM-Q), da Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (SPVS).

• Instalação em todo o perímetro da creche da Cáritas Coimbra, na Praia da

Leirosa, na Figueira da Foz, de uma vedação tipo escolar, para melhoria

das condições de segurança.

• Oferta de uma viatura de marca Toyota Hilux à Associação Humanitária dos

Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz.

• Apoio na aquisição de uma viatura de socorro da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Soure.

• “Conta Solidária”, para apoio a pessoas carenciada da Junta de Freguesia

de S.Julião.

• Actividades de âmbito social prestada pela Casa do Povo da Marinha das

Ondas.

• Obras do Salão da Paróquia da Freguesia da Marinha das Ondas.

• Obras de reabilitação do “Teatro Trindade” em Buarcos.

• Edição do livro comemorativo dos 50 anos do Centro Recreativo e Cultural

Carvalhense, de Lavos.

• XXII Festival Folclórico e Etnográfico da Praia da Leirosa.

• VI Torneio Internacional de Xadrez, organizado pela Assembleia Figueirense.

Page 54: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

107estudos de caso

A Celbi desenvolve ainda outras acções de proximidade com as comunidades

vizinhas. Assim, e em virtude da contínua renovação do seu parque informático, a

empresa entregou, graciosamente, equipamento e material informático a instituições

sem fins lucrativos, que dele necessitam, para que o acesso às novas tecnologias

da informação, dos mais diversos estratos sociais, seja uma realidade. A empresa

cedeu nos últimos 5 anos perto de 100 computadores.

A empresa apoia igualmente todas as iniciativas, organizadas pelo Clube Celbi, que

visem proporcionar aos seus trabalhadores a satisfação e o seu bem-estar. Com

40 anos de história, o Clube Celbi é uma associação de referência no concelho da

Figueira da Foz e a sua missão consiste em proporcionar aos seus associados e

família, actividades e iniciativas (culturais, desportivas, lazer, etc) que sejam do seu

agrado, contribuindo assim para a promoção da envolvente social da empresa.

educação

Já há mais de duas décadas que a Celbi leva a efeito o Programa de Ocupação de

Tempos Livres. Dirigido aos filhos dos trabalhadores e aos melhores alunos das

escolas da nossa zona geográfica, este programa visa promover a ocupação dos

tempos livres de Verão dos jovens e proporcionar um contacto experimental com

algumas actividades profissionais.

O grande objectivo deste programa é que os jovens levem da empresa, uma

experiência gratificante e enriquecedora do ponto de vista pessoal.

Normalmente são envolvidos nesta actividade cerca de 40 jovens por ano.

A Celbi empreende diversos projectos de cooperação com as instituições de ensino e

formação profissional, que na maior parte das vezes se materializa na realização de

estágios. O objectivo desta prática é possibilitar aos jovens de cursos profissionais,

nível intermédio (ex. CET) ou de nível superior, formação em contexto real de trabalho

que vise complementar, e aperfeiçoar as suas competências socioprofissionais.

Desta forma a Celbi promove aos jovens a sua inserção na vida activa.

Page 55: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

108 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

São igualmente possibilitadas aos alunos das diferentes escolas e níveis de

qualificação inúmeras visitas às diferentes áreas da empresa. (cerca de 400 visitas,

num ano).

Outras iniciativas das escolas do concelho que foram apoiadas pela empresa:

• Projecto “Eco-Escolas” do Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da

Figueira da Foz.

• Final Nacional das Olimpíadas Portuguesas de Matemática, organizada

pela Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dr. João de Barros, da Figueira da Foz.

• Jornadas Culturais 2009 das Escolas Secundárias Dr. Joaquim de Carvalho

e Dr. Bernardino Machado, da Figueira da Foz.

• Aquisição de material educativo, na área das ciências, para o Jardim-de-

infância da Praia da Leirosa.

• Emissão dos cartões de aluno da Escola Secundária Dr. Bernardino

Machado, da Figueira da Foz.

• Projecto “Livros Andantes” da Escola Básica 2º e 3º Ciclos Dr. Pedrosa

Veríssimo, do Paião.

• “19º Prémio Literário Cristina Torres”, atribuído pela Escola Secundária

Page 56: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

109estudos de caso

com 3º Ciclo de Cristina Torres, da Figueira da Foz.

• Aquisição de material educativo para o Agrupamento de Escolas da Guia,

em Pombal.

• Bolsa de Estudo, atribuída anualmente pelo Rotary Club da Figueira da Foz,

a alunos carenciados e de mérito.

Mercado

o produto

A Celbi produz pasta de papel de fibra curta de elevada qualidade a partir de

Eucalyptus globulus. As propriedades da fibra desta espécie conferem à pasta

produzida pela Celbi características que a tornam especialmente adequada para a

produção de determinados tipos de papel e cartão.

A marca Celbi PP é reconhecida no mercado pela sua elevada qualidade, em

especial no tocante ao baixo nível de sujidade, brancura e consistência das suas

propriedades e características físicas, químicas e papeleiras.

Em comparação com outras pastas concorrentes, produzidas a partir de outras

espécies de eucalipto, a pasta da Celbi distingue-se pelas suas especificidades de

resistência, boa opacidade e elevada porosidade.

Estas características recomendam a sua utilização para a produção de papéis finos

para impressão, papéis para laminados decorativos e papéis ou cartões destinados

a servirem de suporte a impressões de elevada qualidade.

Page 57: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

110 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

o Mercado

Cerca de 96% da produção da Celbi destina-se a mercados da União Europeia,

nomeadamente Áustria, Suécia, Espanha, Alemanha, Reino Unido, França e Itália.

Portugal tem absorvido uma quota anual que se aproxima dos 3% do volume de

vendas.

A Celbi tem vindo a desenvolver programas de cooperação técnica com os seus

principais clientes, esforço que tem contribuído para o aperfeiçoamento do seu

produto. A Empresa considera esta atitude indispensável para a consolidação e para

o reforço da sua competitividade.

a distribuição

A política de transporte do Grupo Altri tem privilegiado a aposta nos modos

de transporte mais eficientes e com impactos visíveis ao nível da redução das

externalidades1. A visão de longo prazo da Celbi aponta para que o transporte marítimo

de curta distância represente, cerca de 75% do volume transaccionado, enquanto o

transporte ferroviário deverá atingir 15% das expedições. Com esta política, o grupo

pretende reduzir até 2015 cerca de 15% das externalidades provocadas pela sua

cadeia de transporte.

1 Trata-se do custo provocado pelo impacte do transporte sobre o ambiente, acidentes e congestionamento. Os custos destes efeitos não são normalmente integrados no preço de mercado e, por essa via, são raramente con-siderados no processo de tomada de decisão. A EU estima os seguintes custos marginais externos (por tonelada - quilómetro): Rodovia - €0,035; Transporte Marítimo – €0,009; Ferrovia – €0,015; Transporte fluvial - €0,01).http://ec.europa.eu/transport/

Page 58: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

111estudos de caso

O transporte marítimo de curta distância continua a ser o principal modo de

transporte utilizado pela Celbi valendo em 2009 cerca de 70% do transporte primário

e 87% das toneladas/km transportadas a partir desta fábrica. Esta focalização no

transporte marítimo tem um efeito multiplicador interessante, já que arrasta as

restantes fábricas do grupo para este modo. Esta concentração de cargas no Porto

da Figueira da Foz tem potenciado o desenvolvimento deste Porto que, no ano de

2009, registou o seu máximo histórico em termos de toneladas movimentadas, em

larga medida à custa do dinamismo do grupo Altri.

A Altri movimentou neste Porto cerca de 350 000 toneladas (30% do total) o que

permitiu, por outro lado, dois factos absolutamente singulares no panorama dos

Portos Portugueses: crescimento num contexto de crise e garantir o equilíbrio entre

os movimentos de entrada e saída.

A aposta no transporte ferroviário, materializada em Maio de 2009 com o lançamento

do corredor da Catalunha, começou já a dar frutos: este modo de transporte

representou cerca de 1,7% do transporte primário da Celbi pelo que, pela primeira

vez na história desta Empresa, o transporte ferroviário passou a ter um peso superior

a 1%. Com os diversos modos de transporte, a Celbi reduziu em 2009 cerca de 3,6%

as externalidades provocadas pela sua cadeia de transporte de produto.

Fornecedores

Todos os fornecedores de madeira, produtos químicos e serviços, são sujeitos a

um processo de qualificação e avaliação. Deste processo fazem parte requisitos

de desempenho de qualidade, ambiente e segurança. A bolsa de fornecedores

qualificados tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos.

A Celbi tem investido muito na formação de trabalhadores de empresas externas, em

2009 foram organizados 28 cursos de formação para empresas externas que tiveram

1 463 participantes num total de 3 519 horas de formação. Esta formação incidiu

maioritariamente sobre aspectos de Segurança e Protecção Ambiental (62,5%).

Page 59: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

112 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

III.IV conclusão

A sustentabilidade é um tema estratégico na Celbi e está integrada ao seu negócio.

Na sua missão e visão, a Empresa assume o compromisso de criar valor respeitado

e reconhecido por todas as suas partes interessadas e de actuar de modo a

que a sua actividade, para além de produzir valor económico, também promova

desenvolvimento humano, social e ambiental.

Page 60: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

113estudos de caso

IV roca, s.a.

IV.I apresentação

Grupo roca

A Roca iniciou a sua actividade em 1917 como Compañía Roca Radiadores S.A. Esta

empresa dedicava-se exclusivamente à fabricação de radiadores de ferro fundido

para aquecimento doméstico na sua fábrica de Gavà (Barcelona), mas a rápida

ascensão dos novos produtos no mercado e uma grande ambição de expansão,

levaram a ampliar as áreas de negócio com a intenção de diversificar as suas

actividades empresariais.

Como consequência, em 1925 fabricaram-se as primeiras caldeiras de fundição e

em 1929 iniciou-se a produção de banheiras de ferro fundido. Foi em 1936 que a

Roca entrou para o sector da porcelana sanitária e em 1954 começou a fabricar

também torneiras. Uma segunda fábrica de porcelana foi inaugurada en Alcalá de

Henares (Madrid) em 1962. Foi em 1963 com a construção de uma fábrica de

equipamentos de ar condicionado em Sabadell (Barcelona) que a Roca se converteu

numa das primeiras empresas espanholas a entrar no mercado emergente do ar

condicionado. Mais tarde, em 1968, foi posta em marcha a terceira fábrica de

porcelana em Alcalá de Guadaira (Sevilla) e em 1974 foi inaugurada a fábrica de

banheiras de aço esmaltado.

A incursão da empresa no sector da cerâmica ocorreu na década de oitenta. A

fábrica de Cerâmicas del Foix, que passou a ser uma subsidiária, foi o início da área

de negócios actual da cerâmica. Já em 1988 foi adquirida uma fábrica de material

sanitário em Portugal. Durante as décadas de 80 e 90, de acordo com a determinação

de expansão, abrem-se filiais e são consolidados acordos com empresas líderes em

seus mercados, enquanto se materializam aquisições e operações corporativas.

Em 2002, a Roca iniciou um processo de reestruturação corporativa do Grupo com a

intenção de organizar as diferentes áreas de negócio em empresas independentes.

Para levar a cabo este projecto, constituiu-se a Roca Corporación Empresarial, S.A,

a nova sociedade matriz. Este processo de reestruturação culmina em 2005 com a

Page 61: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

114 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

venda da empresa de aquecimento e ar condicionado, com o objectivo de focar-se

apenas no sector do espaço de banho, cuja liderança a nível mundial foi alcançada

nos primeiros meses de 2006.

A Roca é uma empresa integralmente espanhola cujo capital pertence na totalidade

ao grupo familiar que originalmente fundou a empresa.

Roca em portugal

Foi em 1972 que a política de expansão da Roca resultou na criação da Roca Portugal,

Lda, através da importação de produtos de aquecimento e a comercialização de

banheiras de ferro fundido. Era o início da história da Roca em Portugal.

Em 1986, inicia a venda de artigos sanitários, com a aquisição da fábrica da

Madalena em Leiria, a empresa aumenta todo o seu potencial comercial. Esta

aquisição da unidade de Leiria permite um maior e melhor desenvolvimento fabril,

produzindo cerca de 200.000 peças/ano, sinónimo de uma aposta clara nos lucros

a longo prazo. Prova disso mesmo é o facto de, no ano seguinte a capacidade de

produção ter aumentado para 1.000.000 de peças.

Em 1995 inaugura-se a fábrica de banheiras em chapa de aço esmaltado em Águeda

e em 1996 constrói-se a nova unidade Leiria 2 com capacidade para produzir

233.000 peças/ano, número esse que viria a aumentar em apenas dois anos para

1.800.000 peças.

As soluções Roca são criadas a pensar nos consumidores e no seu conforto, mas

sem nunca esquecer a qualidade que é, de facto, a grande aposta e imagem de

marca da nossa empresa. Para que todos estes objectivos sejam atingidos, a

Roca dá prioridade às novas tecnologias e inovação e nesse sentido inaugurou

em Cantanhede em 1999 uma unidade de fabrico de torneiras que veio a ser

considerada uma das unidades europeias com o equipamento tecnológico mais

moderno e avançado.

Em 2001 com a abertura do Centro de Formação e Showroom para apoio e Formação

a profissionais do sector, a Roca cumpre com o seu compromisso social de oferecer

Page 62: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

115estudos de caso

algo mais que bons produtos: facultar o conforto e o bem-estar no seu sentido mais

amplo.

Firme no seu compromisso com o desenho e qualidade, a Roca continuou a manter

a sua liderança num mercado em constante evolução, nos domínios da estética

e da funcionalidade. Todos os novos modelos foram exaustivamente testados e

submetidos às mais criteriosas provas de qualidade e durabilidade. Neste sentido,

em 2007 introduziu no mercado português a marca Laufen, marca que oferece

produtos de gama de luxo para os clientes mais exigentes.

A Roca é, incontestavelmente, a líder em produtos para o espaço de banho e o

seu firme compromisso com a excelência e prioridade em antecipar o futuro, dá a

oportunidade a jovens arquitectos e designers de projectar soluções inovadoras para

o mundo do banho.

Em Portugal, a empresa apresentou um concurso que serviu de motivação aos novos

talentos nas áreas do design e arquitectura com o Roca Concurso Nacional de Design.

Em 2011 mais um grande marco na história da Roca em Portugal, com a abertura do

Roca Lisboa Gallery, o novo espaço da cidade de Lisboa, onde se poderá ver, ouvir e

falar de cultura e também de espaços de banho.

IV.II MIssão, VIsão e Valores

Missão

Legar à geração seguinte de Colaboradores, Clientes, Fornecedores, Accionistas

e à Comunidade, uma empresa que seja maior, mais forte e com rentabilidade

sustentável.

Visão

Ser a marca que define como será o espaço de banho do futuro.

Page 63: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

116 Responsabilidade social e a competitividade empResaRialValores

estamos comprometidos – Estamos comprometidos com o Grupo e todos os seus

intervenientes (Colaboradores, Clientes, Fornecedores e Accionistas).

preocupamo-nos com as pessoas – Satisfazer as necessidades das pessoas

e considerar o seu bem-estar, é o princípio básico que deve conduzir as nossas

acções, para assegurar a continuidade da companhia.

agimos com profissionalismo – Actuamos com o máximo rigor e uma clara Orientação

de Qualidade em tudo o que fazemos e desenvolvemos. Implica por um lado cumprir

as normas e por outro, uma preocupação em superar-se.

temos espírito empreendedor – Possuímos dinamismo para actuar proactivamente,

fomentando a Inovação e Gerindo a Mudança, para conseguir Resultados.

IV.III boas prátIcas IdentIFIcadas

colaboradores

A Roca aposta numa gestão de recursos humanos equilibrada e que coloca as

pessoas em primeiro lugar, promovendo uma política de igualdade de oportunidades.

Neste enquadramento existe igualdade salarial e de progressão de carreira

independentemente do género ou da etnia.

Com o intuito de assegurar um ambiente propício a um desempenho de excelência

no trabalho, a responsabilidade social é uma prioridade para a Roca. Verifica-se

com o cumprimento dos requisitos legais em Segurança e Saúde no trabalho (SST)

e complementarmente com o assegurar dos níveis de qualidade de vida e de bem-

estar dos seus Colaboradores.

O Serviço SST, que está enquadrado no Departamento de Recursos Humanos, tem

por missão:

• Garantir a prestação de Medicina, Higiene e Segurança do Trabalho,

assegurar a gestão e coordenação global do sistema de defesa,

Page 64: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

117estudos de caso

essencialmente preventivo de saúde.

• Fornecer formação e informação à comunidade laboral.

• Definir as medidas de melhoria das condições de prestação de trabalho

nos diferentes locais.

• Prestar cuidados diários de saúde e apoio aos Colaboradores.

A Roca S.A. adoptou a modalidade de Serviços Internos de Segurança e Saúde do

Trabalho, tendo constituído o Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho (SST).

O Serviço SST engloba as seguintes áreas:

enfermagem: tendo como principal objectivo fornecer apoio à Medicina (Curativa e

do Trabalho) e aos Colaboradores internos da empresa, a Enfermagem realiza os

seguintes serviços:

• Elaboração de exames complementares.

• Primeiros-socorros.

• Tratamento e Acompanhamento.

• Programas de prevenção e sensibilização.

• Colheitas de sangue.

• Organização de rastreios.

medicina curativa: é uma área que tem um duplo objectivo. Em primeiro lugar visa

o apoio médico aos Colaboradores da empresa, nomeadamente, no que respeita a

situações de doença natural através de consultas médicas realizadas na comodidade

da empresa, com todos os benefícios do Sistema Nacional de Saúde. Em segundo

Page 65: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

118 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

lugar, visa a diminuição do absentismo pois através deste serviço prestado nas

instalações da empresa o colaborador não terá que se deslocar a Centros de Saúde

ou ao Hospital.

medicina do trabalho: esta área, para além de dar cumprimento a uma obrigação

legal de assegurar a promoção da saúde na empresa, visa também apoiar os

Colaboradores no que respeita ao encaminhamento e acompanhamento em

eventuais situações de doença profissional.

A empresa possui um Gabinete Médico e um Gabinete de Enfermagem onde são

prestados os serviços médicos.

Têm vindo a ser desenvolvidas diversas Campanhas Internas “Viva Melhor” tais

como: Protecção Solar, Medição Colesterol e Rastreio Visual.

Têm também sido realizados diversos Protocolos com Ginásios, Clínicas Dentárias,

Entidades Bancárias e Seguradoras visando obter condições mais favoráveis tanto

para os Colaboradores como para os seus familiares directos.

higiene e segurança no trabalho: Esta área visa promover e assegurar as correctas

condições de segurança, higiene no trabalho, bem como, assegurar um ambiente de

trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores.

Devido à natureza do trabalho, existem dificuldades ao nível da movimentação manual

de cargas, levando a um esforço acrescido por parte dos Colaboradores. Tendo em

conta estas dificuldades, a Roca tem vindo a desenvolver e a implementar diversos

sistemas técnicos que permitem a diminuição do esforço físico dos Colaboradores,

como podemos verificar nos seguintes exemplos:

Page 66: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

119estudos de caso

Manipuladores

Máquinas de desmoldar

Máquinas de carregamento de peças

A mais-valia do serviço SST e da pró actividade de todos departamentos da empresa

é bem visível na análise gráfica dos acidentes de trabalho nos últimos anos, em que

temos assistido a uma diminuição gradual e constante nos índices de sinistralidade.

A este nível a Roca tem implementado um procedimento que envolve todos os

Colaboradores, que inicia com o preenchimento obrigatório da participação interna

de incidente/acidente de trabalho e o seu envio ao Serviço SST. Posteriormente os

técnicos SST executam uma análise profunda às causas e consequências do sinistro

Page 67: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

120 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

e propõem medidas correctivas /preventivas a implementar. De seguida, é enviado

um relatório com as conclusões para as partes envolvidas. Este é um trabalho de

equipa em que todos são importantes, para a prevenir os riscos e evitar acidentes

de trabalho.

A Roca, SA tem vindo a dar especial relevo à área da gestão da emergência. Por

isso, tem desenvolvido esforços na implementação de vários sistemas ligados a

esta área:

• Sistemas de extinção e detecção automática (água e gás).

Associada a esta preocupação está sem dúvida a elaboração de documentos que

regulam a actuação dos Colaboradores em situação de emergência

Uma das apostas mais fortes é a informação/formação de todas as partes

interessadas internamente.

Existem diversas equipas formadas:

• Brigadas de Incêndio

Page 68: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

121estudos de caso

• Equipa de Primeira Intervenção e Evacuação

• Equipa de Apoio Técnico

• Equipa de Primeiros Socorros

A Roca realiza este tipo de projectos formativos com a finalidade de ter equipas

devidamente preparadas para agir em situação de emergência. Visto tratar-se

de um assunto tão sério, como a segurança dos nossos colaboradores, este tipo

de projectos são realizados periodicamente visando a actualização contínua das

competências daqueles que terão que agir prontamente caso surja alguma situação

de emergência.

A formação de Brigadas de Incêndio tem sido efectuada com estreita colaboração

com os Bombeiros Voluntários de Leiria.

Ainda a este nível, desde há alguns anos que a Roca tem vindo a desenvolver

exercícios de simulacro fazendo deste modo com que todos os Colaboradores

estejam mais preparados para uma eventual situação real.

ambiente

Há alguns anos que a Roca procura soluções que ajudem a preservar e melhorar

o meio ambiente, adoptando uma preocupação constante com a racionalização

e economia de recursos naturais no desenvolvimento de novos produtos e

implementando melhorias no processo de fabrico.

Implementação do sistema de Gestão ambiental

A adopção de um Sistema de Gestão de Qualidade e Ambiente (SGQA) aplicado a

Page 69: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

122 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

todas as áreas de negócio da empresa segue as disposições das normas NP EN ISO

9001:2008 e NP EN ISO 14001:2004. A Roca pretende com este sistema organizar

e sistematizar diferentes actividades da empresa de forma a disponibilizar produtos

que permitam a satisfação dos clientes e respeitem o meio ambiente de forma a

possibilitar o crescimento sustentável. A correcta gestão de recursos naturais,

energéticos e resíduos produzidos, bem como a adopção das melhores práticas de

prevenção da poluição e gestão ambiental são as nossas principais preocupações.

O compromisso com sustentabilidade permite obter produtos surpreendentes e

inovadores que alteram os esquemas tradicionais, demonstrando que é sempre

possível alcançar uma maior eficácia e um melhor aproveitamento dos recursos.

Assim sendo, a nossa responsabilidade para o desenvolvimento sustentável é

expressa no desenvolvimento de soluções que permitam a poupança de água e

energia. Foi também criado o projecto Eco-Roca que assenta em dois objectivos

fundamentais: reduzir em 25% as emissões de CO2 por tonelada produzida até

2014, relativamente às do exercício de 2006 e gerir, através do programa Zero-

Waste, um processo industrial sem resíduos materiais.

produtos roca sustentáveis

A Roca inclui em todas as suas torneiras um cartucho cerâmico exclusivo com

tecnologia SofTurn®, obtendo os níveis de precisão mais elevados na selecção do

caudal e da temperatura pretendida, o que permite economizar água e energia. 50%

Water & Energy saving CLICK é uma tecnologia exclusiva desenvolvida pela Roca com

o objectivo de economizar água e energia nas suas torneiras. O exclusivo sistema

CLICK de segurança ajuda a limitar directamente o caudal da água, de modo que o

utilizador tenha que forçar o manípulo no sentido ascendente, se for necessário um

maior caudal.

A Roca dispõe de sanitas Water saving que estão preparadas para funcionar com

reservatórios de dupla descarga, garantindo igual eficácia de funcionamento. Os

seus reservatórios dispõem de sistemas de descarga dupla de 3/6 e 3/4,5 litros,

relativamente aos 12 litros dos reservatórios convencionais. Os reservatórios de

descarga de 3/4,5 litros estão disponíveis no mercado desde 2009.

Page 70: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

123estudos de caso

Em 2009, a Roca introduziu no mercado o sistema W+W, uma solução que permite

conjugar o seu design exclusivo e inovador com a preocupação com o meio

ambiente. Esta solução permite aplicar a nova e sustentável tecnologia, permitindo

a reutilização da água, diminuindo o consumo da mesma em cerca de 50% e a

redução das emissões de CO2 através de um sistema revolucionário que permite

controlar o caudal e a temperatura da água. Um produto inovador, que combina a

fusão de três elementos numa só peça.

O sistema W+W reutiliza a água usada no lavatório de modo a encher o reservatório

da sanita e dispõe de um sistema automático de limpeza que evita os maus odores

e as bactérias da água, garantindo uma excelente qualidade.

Inovar em produtos sustentáveis teve como resultado muitos milhões de litros de

água economizados em todo o mundo. Estes resultados fazem a Roca continuar em

busca de novas formas de economizar água e assim preservar o meio ambiente.

Melhorias tecnológicas no processo de fabrico

Para integrar a visão global e ambiental da Roca nos processos de produção , estes

têm sofrido modificações no sentido de incorporar actividades que se traduzem

principalmente na racionalização no uso de energia e na reintrodução de resíduos

no processo.

Exemplos:

• Incorporação da lama proveniente da ETARI (Estação de Tratamento de Aguas

Residuais e Industrias) e das quebras em cozido (caco) no processo produtivo

como uma matéria-prima.

Page 71: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

124 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Aumento da vida útil dos moldes de gesso, diminuindo o consumo de recursos e a

produção de resíduos.

• Recuperação do vidro desperdiçado nos carrosséis (X-Tract)

• Substituição de matérias-primas perigosas por outras menos perigosas, como o

sulfato de cobalto e o óxido de zinco.

Nestes últimos anos têm sido realizadas as seguintes acções no sentido de

optimização no consumo de energia:

• Introdução de variadores de frequência em vários equipamentos,

nomeadamente nos agitadores dos poços de pasta e ventiladores dos

queimadores.

• Racionalização de circuitos eléctricos de iluminação.

• Introdução de dispositivos de redução de consumos de energia eléctrica

(LEC).

Recuperação do ar quente proveniente dos gases de combustão dos fornos para

aquecimento das olarias de L1 (Sistema Progetti).

sociedade

A Roca tem bem presente as vantagens que podem advir através do estabelecimento

de parcerias com universidades, escolas profissionais e centros de emprego,

nomeadamente no que respeita ao acolhimento de estagiários.

A Roca pode assim manter o contacto com profissionais em início de carreira e

Page 72: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

125estudos de caso

aproveitar todo o potencial, iniciativa e energia que os caracteriza. Por sua vez, estes

podem encontrar na empresa todo um saber baseado na experiência do dia-a-dia,

bem como, a oportunidade de colocarem em prática os seus conhecimentos teóricos

desenvolvendo assim o seu potencial enquanto futuros profissionais.

2009 2010 total

Estágios Curriculares em parceria com Universidades 2 5 7

Cursos Profissionais 5 19 24

Estágios Profissionais (IEFP) 3 4 7

total 10 28 38

Promovendo uma relação dinâmica com a Sociedade, a Roca tem também

participado em iniciativas de promoção de empregabilidade, tais como o Fórum

Emprego – Região de Leiria.

É de domínio comum que a prosperidade económica, a estabilidade dos mercados,

a saúde e o bem-estar das comunidades circunscritas às empresas, guardam para

com estas, uma relação de dependência socioeconómica. Este laço, presente nas

relações empresariais enquanto agentes de transformação social, torna-se ainda

mais estreito quando as empresas adoptam posicionamentos de comprometimento

com o desenvolvimento da comunidade, principalmente nas regiões agravadas

pelas injustiças e exclusão social.

Como actividade transformadora do meio que a envolve, a empresa busca incentivar

o lazer, o desporto e a cultura através da concessão de patrocínios:

Page 73: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

126 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

participação e apoios a eventos desportivos

Participação em torneios interempresas da EST

Atlético Clube Sismaria (andebol)

• Comparticipação na jornada europeia

Atlético Clube de Vermoil

• Apoio concedido para a realização 17º tripla légua

participação e apoios a eventos sociais, culturais e artísticos

• Federação associações juvenis - dia sem carros em Leiria

• Patrocínio do dia Europeu sem carros

• Orfeão de Leiria

• Patrocínio do Festival de música, que teve a sua 28ª edição em 2010

• Papelaria Arquivo

• Patrocínio do concurso literário 2010 (escolas 1 e 2 Ciclo)

• Semana do Cinema Espanhol

• Patrocínio do Ciclo de cinema Espanhol 2009 e 2010 (evento

organizado pela Embaixada de Espanha)

participação e apoios na área da arquitectura, construção e

sustentabilidade

• tirone nunes (arquitecta livia tirone)

• Patrocínio da página “Casa certificada” do site

• Patrocínio do livro ”Construção Sustentável, Soluções para uma

prosperidade renovável”

Page 74: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

127estudos de caso

• Patrocínio de eventos sobre sustentabilidade 2010

• aecops

• Patrocínio VIII Jornadas Construção

• faculdade de arquitectura da universidade lusíada do porto

• Jornadas de território, arquitectura e design (Fundação Minerva)

• faculdade de ciências e tecnologia da universidade de coimbra

• Patrocínio de evento “A Arquitectura do Quotidiano”

• apresentação nacional da fundação “We are Water”

Mecenato

A Roca, enquanto actuante na sociedade, tem efectuado diversas contribuições para

a aquisição de novas viaturas para os Bombeiros Voluntários de Leiria.

Tem ainda fornecido gratuitamente louças de casa de banho a lares, centros de dia,

escolas locais e associações desportivas.

Voluntariado

Tendo em atenção o grande potencial de voluntários existente entre os Colaboradores

da empresa, e em como a participação destes em projectos de responsabilidade

social pode fazer diferença no êxito local destes, a Roca fez a divulgação interna e

angariação de voluntários para o projecto Limpar Portugal. Diversos Colaboradores

aderiram a esta iniciativa.

educação/Formação

No que respeita à educação e/ou formação, as iniciativas desenvolvidas pela Roca vão

muito além do mero respeito pelos requisitos legais existentes. Independentemente

do nível hierárquico e da função desempenhada, todos os Colaboradores têm acesso

aos projectos de formação interna, sendo que, esta visa o seu desenvolvimento a

nível pessoal e profissional conferindo-lhes as competências necessárias ao exercício

Page 75: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

128 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

das suas funções, mas, também no seu desenvolvimento como pessoas.

Projectos internos de formação como Produzir com Qualidade e Segurança e

Campanha Vasco da Gama, surgem como práticas que possibilitam uma melhoria

contínua do nível de informação que os Colaboradores têm sobre a empresa.

O projecto Produzir com Qualidade e Segurança tem como meta, transmitir aos seus

participantes uma visão global da organização da empresa, ao nível do processo

produtivo e dos vários departamentos que apoiam a produção, tais como, Recursos

Humanos, Métodos e Tempos e Qualidade. O Colaborador, fica assim, com uma

noção muito mais concreta de como o seu trabalho contribui para o produto final e

de como todas as áreas e departamentos da empresa estão interligados e funcionam

numa relação de fornecedor/cliente e vice-versa.

O projecto Campanha Vasco da Gama é um programa de motivação organizacional

que alcança todos os Colaboradores da Roca através de informação e formação.

Todos os elementos da equipa fazem parte da Campanha e esta faz parte do seu

dia-a-dia, fomentando uma cultura de “Fazer Bem à 1ª” visando a melhoria contínua

para atingir a excelência.

Ela está presente na melhoria das condições de trabalho, na eficiência dos processos,

na comunicação frequente e clara entre as pessoas, na maior preocupação da chefia

em escutar e reconhecer o Colaborador, no clima de cooperação entre as pessoas e

na dedicação diária de cada Colaborador.

A Campanha Vasco da Gama permite fazer um alinhamento em termos de estratégia,

direcção e informação a todos os Colaboradores da empresa. É ainda uma poderosa

ferramenta de recolha de opiniões e ideias dos Colaboradores, já que as sessões

Page 76: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

129estudos de caso

da Campanha são na realidade espaços abertos de exposição e debate de ideias.

Para além das sessões realizadas mensalmente, a Campanha Vasco da Gama

conta já com diversos eventos outdoor, realizados uma vez por ano, onde todos

os Colaboradores da empresa podem desfrutar em simultâneo da formação e do

convívio organizados e proporcionados pela empresa.

A Roca tem dado apoio à iniciativa Novas Oportunidades, criada pelo Governo e

que visa formar a população activa adulta conferindo-lhe a dupla certificação: a

certificação escolar (Básico e Secundário) e a certificação profissional (três níveis

da União Europeia).

Através de uma parceria com o IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional)

de Leiria a Roca tornou possível a realização do projecto RVCC dentro das instalações

da empresa dando assim mais comodidade e apoio directo ao desenvolvimento do

projecto.

A empresa pretende assim fomentar o aumento da escolaridade dos seus

Colaboradores, mas, acima de tudo, contribuir para o seu desenvolvimento

enquanto cidadãos despertando o seu interesse pelo estudo, leitura, participação

na sociedade, etc.

Até ao momento foram realizadas 3 turmas (9.º e 12.º Ano) e mais de 50

Colaboradores finalizaram os seus processos com êxito.

Page 77: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

130 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

A frase “as crianças são o futuro” poderia descrever, até certo ponto, a iniciativa

realizada pela empresa junto de escolas e universidades.

Visando o desenvolvimento de uma cultura de respeito pelo meio ambiente e pela

preservação dos recursos naturais, a Roca tem realizado palestras, em escolas e

universidades, sobre a necessidade de poupança de água.

Mercado

Preocupando-se fortemente com a qualidade dos serviços prestados por aqueles que,

de alguma forma representam a marca, a Roca promove e realiza anualmente, no

seu Centro de Formação, diversos projectos formativos direccionados a instaladores

e vendedores de produtos sanitários (externos à empresa).

Nestes projectos, para além de uma forte componente técnica que visa fornecer ao

mercado profissionais mais qualificados, a Roca preocupa-se ainda em transmitir a

cultura da empresa aos representantes da marca, nomeadamente, no que respeita

à importância dada à preservação dos recursos naturais.

Os cursos ministrados no Centro de Formação da Roca são gratuitos e para além de

formação técnica, é facultada aos participantes diversa documentação que lhes será

útil no seu dia-a-dia.

Page 78: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

131estudos de caso

participantes em formação

2008 2009 2010 total

Distribuidores 136 259 193 588

Instaladores 51 82 114 247

187 341 307 835

Fornecedores

No campo dos fornecedores a Roca procede à sua qualificação e, sempre que possível,

são seleccionados aqueles que, à semelhança da Roca, possuem certificação ISO

9001:2000 e ISO 14000 ou, não as possuindo, têm práticas respeitadoras em

termos ambientais, normativos e sociais.

Ainda neste âmbito, é ministrada formação ao Serviço Técnico da Roca. Trata-se

de formação dada aos nossos fornecedores de serviços pós-venda, para que estes

possam desempenhar, da melhor forma, a sua missão de prestar apoio técnico à

marca Roca.

participantes em formação

2008 2009 2010 total

Serviço Técnico 53 80 107 240

A Roca manifesta também a sua responsabilidade social para com os Colaboradores

das empresas externas que prestam serviços no seu complexo industrial. Para tal

implementou o Passaporte de Segurança que lhes é entregue aquando do inicio da

prestação de serviços.

Page 79: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

132 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

O principal objectivo deste documento é fornecer um conjunto de informações e

procedimentos a adoptar durante a permanência na empresa. Esta informação

abrange a área das boas práticas de Higiene e Segurança, e complementarmente os

procedimentos a ter em conta numa eventual situação de emergência.

IV.IV conclusão

A Roca está consciente de que atingir o status de empresa socialmente responsável

não significa apenas respeitar e cumprir devidamente as obrigações legais, mas

também de desenvolver acções efectivas em prol da sociedade.

A responsabilidade social envolve práticas que transcendem o mero zelo pelo capital

humano, o respeito pelo meio ambiente e pela comunidade enquanto consumidora.

Requer atitude efectiva de envolvimento da empresa com as questões sociais,

visando alcançar melhorias. Este é um desafio que a Roca tem permanentemente

em consideração com o espírito de melhoria contínua e inovação.

IV

Page 80: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

137

Vbibliografia

Page 81: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

138 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Page 82: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

139estudos de caso

V. bIblIoGraFIa

Comissão das Comunidades Europeias – Livro Verde – Promover um quadro europeu

para a Responsabilidade Social das empresas, Bruxelas, 2001.

Comissão das Comunidades Europeias – Comunicação relativa à Responsabilidade

Social das Empresas: Um contributo das empresas para o desenvolvimento

sustentável, Bruxelas, 2002.

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social – Responsabilidade Social

das Empresas: a contribuição das Universidades, São Paulo, Instituto Ethos/

Peirópolis, 2002, 2003 e 2004.

UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento

Sustentável. Temática educacional para a Responsabilidade Social empresarial e

Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, UniEthos, 2004.

Sair da Casca/Multivária “A Percepção da Responsabilidade Social em Portugal”,

2004.

Guidance on Social Responsibility, ISO/WD4.1 26000, 2007

Norma Portuguesa NP 4469-1:2008 - Sistema de Gestão da Responsabilidade

Social: Parte 1: requisitos e linhas de orientação para a sua utilização, 2008

Norma Internacional SA 8000 (2008). Responsabilidade Social 8000. Social

Accountability International.

Documentação cedidas pelas empresas

Page 83: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

140 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Sites consultados:

APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial – www.apee.pt

VER – Valores, Ética e Responsabilidade – www.ver.pt

Grace – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial e a RSE Portugal

- www.grace.pt

Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social - www.ethos.org.br

UniEthos – Educação para a Responsabilidade Social e o Desenvolvimento

Sustentável - www.uniethos.org.br

BSR - Business for Social Responsibility - www.bsr.org

GRI – Global Reporting Initiative - www.globalreporting.org

ISO – International Organization of Standardization - www.iso.org

Responsabilidade Social - www.abnt.org.br

SAI – Social Accountability International – www.sa-intl.org

F3M- Information Systems, S.A. – www.f3m.pt

Águas do Noroeste, SA - www.adnoroeste.pt

CELBI – Celulose Beira Industrial, S.A. - www.celbi.pt

ROCA, S.A. - www.roca-sa.com

VI

Page 84: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

141

VIglossário

Page 85: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

142 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Page 86: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

143estudos de caso

VI. GlossárIo

colaboradores: Trabalhadores com relação jurídica ou económica de subordinação e

outros desempenhando funções ligadas às actividades da organização, como sejam

trabalhadores por conta própria, estagiários, trabalhadores voluntários ou com

outras formas de vinculação.

gestão de topo: Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização

ao mais alto nível.

desenvolvimento sustentável: O desenvolvimento que procura satisfazer as

necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras

satisfazerem as suas próprias necessidades.

envolvimento das partes interessadas: Relação de colaboração mútua entre uma

organização e as suas partes interessadas para alcançar resultados mutuamente

satisfatórios.

Fornecedor ou Subcontratado: Entidade que fornece à organização bens ou serviços

para as actividades da organização.

impacte: Qualquer modificação no meio ambiente, contexto económico ou contexto

social, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das relações,

actividades e produtos de uma organização.

organização: Entidade de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, que

tenha a sua própria estrutura funcional, administrativa e autonomia decisória.

partes interessadas: Pessoas, grupos ou organizações que afectam ou são afectados

pelas actividades e produtos de uma organização. Para além dos accionistas,

as partes interessadas são de tipo interno (por exemplo, os trabalhadores) e de

Page 87: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

144 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

tipo externo (por exemplo clientes, fornecedores e subcontratados, comunidade

local, entidades reguladoras e associações patronais, sindicais e profissionais e

organizações representantes do ambiente e gerações futuras).

política da Responsabilidade social: Declaração de intenções e orientações de uma

organização relacionadas com a responsabilidade social, formalmente expressas

pela gestão de topo.

Responsabilidade social: Responsabilidade de uma organização pelos impactes das

suas decisões, actividades e produtos na sociedade e no ambiente, através de um

comportamento ético e transparente que: i) seja consistente com o desenvolvimento

sustentável e o bem-estar da sociedade; (ii) tenha em conta as expectativas das

partes interessadas; (iii) esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja

consistente com normas de conduta internacionais e (iv) esteja integrado em toda

a organização.

sistema de gestão de Responsabilidade social: Conjunto de elementos inter-

relacionados e inter-actuantes para estabelecer e concretizar a política e objectivos

da responsabilidade social.

stakeholders: Termo inglês amplamente utilizado para designar todas as partes

interessadas, ou seja, qualquer indivíduo ou grupo que possa afectar o negócio, por

meio das suas opiniões e acções ou ser por ele afectado: publico interno e público

externo.

sustentabilidade: Capacidade de uma organização gerir a sua actividade e criar valor

de longo prazo ao mesmo tempo que cria benefícios sociais e ambientais para as

suas partes interessadas.

VII

Page 88: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

145

VIIEmprEsas participantEs nas

missõEs EmprEsariais dE rEsponsabilidadE social

Page 89: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

146 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Page 90: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

147estudos de caso

VII. eMpresas partIcIpantes nas MIssões eMpresarIaIs de responsabIlIdade socIal

Missão empresarial: águas do noroeste, s.a. | F3M – Information systems,

s.a.

A Eléctrica, Lda.

Artur Rego – Artefactos de Madeira, Lda.

BrunoTir Transportes, Lda.

Cores d’Eleição, Lda.

HIDROFER, Lda.

J. Canão Lda.

Negro Esquisso Agência Web, Lda.

Nova Extral – Indústria Alumínios, S.A.

SOLUCIONA – Sistemas Integrados de Gestão, Lda.

Thermopista – Componentes Electrónicos Unipessoal, Lda.

Missão empresarial: roca, s.a. | celbI – celulose beira Industrial, s.a.

Abel Ribeiro da Silva SGPS, S.A.

Águas do Noroeste, S.A.

Capitalges, Lda.

Page 91: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

148 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial

Consultora Manuela Maria Fonseca Domingues

Cunha Bastos, Lda.

Ecovisão – Tecnologias do Maio Ambiente, Lda.

Globiconfer, Lda.

Green Pai Energy Audit, Lda.

Hilário Maciel & Alves, E.P.E., Lda.

IPCA – Instituto Politécnico Cavado Ave

Itron – Sistemas de Mediação, Lda.

Lookware – Comunicação Imagem, Lda.

Safelab – Consultoria Técnica, Lda.

SERFINOR, Lda.

Page 92: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

149estudos de caso

Page 93: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

150

Page 94: Manual da Responsabilidade Social e a Competitividade Empresarial

151

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152 Responsabilidade social e a competitividade empResaRial