iser rutas de la interpretación (1)

397

Upload: christopher-garcia-vega

Post on 07-Jul-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 1/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 2/395

BREVIARIOS

del

FONDO DE CULTURA ECONÓMICA

5 5

R U T A S D E L A I N T E R P R E T A C I Ó N

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 3/395

Traducc ión de

R I C A R D O R U B I O R U I Z

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 4/395

Rutas

de la

in terpre tac ión

por

  W O L F G A N G I S E R

F O N D O D E C U L T U R A E C O N Ó M I C A

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 5/395

Pr imera ed ic ió n en ing lé s , 20 00

Pr imera ed ic ión en e spañol , 2005

Iser , Wol fgang

R u t a s d e l a i n t e r p r e t a c i ó n / W o l f g a n g I s e r ;

t r a d , d e R i c a r d o R u b i o R u i z . — M é x i c o : F C E ,

2 0 0 5

392 p. ; 17

  X

 11 c m — (Colee . Br eviar ios ; 545 )

Tí tu lo or ig ina l The Range o f In terpre ta t ion

I S B N 9 6 8 - 1 6 - 7 3 2 7 - 1

1 . H e r m e n é u t i c a 2 . F i l o s o f í a I . R u b i o R u i z ,

Ricardo, tr. II. Ser III. t

L C B 2 4 3 0 . F 7 2 3 D e w e y 0 8 2 . 1 B 8 4 6 V . 5 4 5

Títu lo or ig inal :

  The Range of Interpretation

I S B N 0 - 2 3 1 - 1 1 9 0 2 - X

© 2000 , Co lumbia Univers i ty Press

Comentarios y sugerencias: [email protected] 

www.fondodeculturaeconomica.com

Tel. (55)5227-4672 Fax(55)5227-4694

Diseño de por tada: Pab lo Rul fo

D. R. © 2005,  F O N D O D E C U L T U R A E C O N Ó M I C A

Carretera Picacho-Ajusco, 227; 14200 México , D. F.

Se proh ibe la reproducc ión to ta l o parc ia l de e s ta obra

—inc lu ido e l d i seño t ipográf i co y de por tada—,

sea cua l fuere e l med io , e l e c trón ico o mecán ico ,

s in e l consent imiento por e scr i to de l ed i tor .

ISBN 968-16-7327-1

I m p r e s o e n M é x i c o •

  Printed in M exico

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 6/395

A D V E R T E N C I A

E S T A E S U N A C O P I A P R I V A D A P A R A F I N E S

E X C L U S I V A M E N T E E D U C A C I O N A L E S

Q U E D A P R O H I B I D A

L A V E N T A , D I S T R I B U C I Ó N Y C O M E R C I A L I Z A C

El objeto de la bibl ioteca es faci l i tar y fomen

otorgando prés tamos gra tu i tos de l ibros

sectores más desposeídos de la socied .

económicos, de s i tuac ión geográf ica o d i

t ienen posibi l idad para acceder a

univers i ta r ias o gubernamenta les . Enco l

este l ibro se considera vencido

ser destruido. No hacerlo,  j j ^ J

per ju ic ios que der iven d e

Si usted puede f inan

compre en cua lquier

Este proyec to no obt

directa ni indirectame

Si las leyes

absténgase de

isicas no

S públicas,

,la, una vez leldo

de l mismo y deberá

responsable de los

recomendamos que lo

'ingun t ipo de benef ic io económico n i

ís no permiten este t ipo de préstamo,

de esta bibl ioteca vir tual .

idea de mí, recibe instrucción sin disminu ir la

que quién enciende su vela con la mía, recibe luz sin

a oscuras ,

—Thomas Jefferson

Para otras publ icaciones v is i te

www.lec tu ra s inego i smo .com

Facebook: Lec tura s in Egoísmo

Twi t t e r : @Lec tS inEgo

o en su defecto escríbanos a:

l ec tu ra s inego i smo@gmai l . com

Refe renc ia :3375

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 7/395

Í N D I C E G E N E R A L

Prefacio  7 

Introducción

  21 

E l m e r c a d o d e la i n te r p re ta c ió n . . . . 21

L a i n t e r p r e t a c i ó n c o m o t r a d u c i b i l i d a d 2 9

I.

 La autoridad del canon

  4 3 

C a n o n i z a c i ó n y m i d r a s 4 3

E l c a n o n l i t e r a r i o : e l d o c t o r J o h n s o n

sobre Sh ake spe a re 70

II.  El círculo hermenéutico  93 

Fr iedr ich Danie l Erns t Sch le ie rmacher :

c i rc u la r ida d au tor re f lex iva 93

J o h a n n G u s t a v D r o y s e n : l o s c í r c u l o s

concént r icos 119

Pau l R icoeur : l a s e sp i r a l e s t r ansacc io -

nales 145

líl. La espiral recursiva

  168 

La recurs iv idad en e l d i scurso e tnográ -

fico 168

R ecu rs iv ida d s i s tèm ica 198

IV. El diferencial ambulante. Franz Rosenz-

weig:

  Th e S ta r of R ed em pt io n 224 

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 8/395

6 ÍNDICE GENER AL

Surgi r de los e lementos a par t i r de los

fon do s s ec re tos de l a na da 224

Pro l i f e rac ión de t r adu c ib i l i d ad 262

V. Configuraciones de la interpretación: un

epílogo  284

Apéndice. E l surgimiento de un discurso 

transcultural:

  S a r t o r R e s a r t u s ,

  de Tho-

mas Carlyle  309 

A ntecede n te s h i s tó r i cos 309

C arac t e r í s t i ca s gen é r i ca s 317

L a filosofía d e la r o p a 33 0

V a l i d a c i ó n m e d i a n t e e x p e r i e n c i a p e r -

sonal 340

De ta l l e s de l d i s cur so pa t e r i ano : modos

de t r ad uc ib i l i d ad 351

índice analítico  385 

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 9/395

P R E F A C I O

En es te l ib ro p re tendo ana l i za r con mayor de te -

nimiento e l ac to de la interpre tac ión, en especia l

porque exis te una opin ión muy extendida de que

ta l ac t iv idad se p resen ta en fo rma na tu ra l . S in

embargo, lo que no se presenta na tura lmente son

la s fo rmas que adopta l a in t e rpre tac ión ; a s í , su

aná l i s i s se rá e l obje t ivo pr inc ipa l de es ta obra .

Una ana tomía de l a in t e rpre tac ión e s de lo más

pe r t inen te ahora que p resenc iamos un f lo rec i -

miento de sus géneros , de modo ta l que la in te r -

pre ta c ión no se ident if ica ya con la he rm en éu t ica ,

com o sucedía en e l pas ad o. En cam bio , la he rm e-

néu t i ca e s t an só lo un géne ro sobresa l i en te que

básicamente se apl ica a textos que es tán abier tos

a l e n t e nd imie n to . N o obs t a n t e , c ua ndo se t r a t a

de interpretar algo que no es textual ni está escri-

to , como la cul tura , l a ent ropía o inc luso lo in-

c onme nsu ra b l e , l o s p roc e d imie n tos de i n t e rp re -

t a c ión va r í a n . E l p ropós i t o funda me n ta l de l o s

s iguientes capí tulo s es de stac ar es tas v ar iac iones .

E n la In t roducc ión se ab or da en fo rm a breve

e l campo de la in te rpre tac ión con e l f in de cen-

t r am o s en la s t endenc ia s y de te rm inac ion es p r in -

c ipa le s que t i enen en común los d ive rsos géne -

ros , a sabe r : cons t i tu i r ac tos de t raducc ión que

vier ten una cosa en ot ra .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 10/395

8 PREFACIO

El ca p í tu lo I, La a u to r i d a d de l ca no n , s e r e -

f i e re a l a expans ión de l a in te rpre tac ión dent ro de

la t rad ic ión rab ín ica , en l a cua l e l comenta r io so-

b r e e l c a n o n d e b í a t r a d u c i r e l t e x t o s a g r a d o e n

f o r m a que i nc i d i e s e e n l a v i da de l a c om un i da d .

La lec tura de l a Tora abre un espac io en t re e l t ex-

t o y s u e xé ge s i s , que ha c e que l a a u t o r i da d de l

t ex to osc i l e en t r e e l canon y su l ec tu ra . Ta l des -

p l a z a m i e n t o e s d e l o m á s o b v i o e n l a t r a d i c i ó n

de l canon secu la r , en que e l comenta r io p re t ende

a r r o g a r s e u n a a u t o r i d a d p r o p i a a l i n d i c a r c ó m o

debe l ee r se a l au to r canón ico . La expos i c ión de l

d o c t o r J o h n s o n s o b r e S h a k e s p e a r e s i r v e c o m o

e jemplo .

El ca pí tu lo II, E l c í rcu lo he rm en éu t ico , se de-

d i c a a l a s c e n s o y d e s a r r o l l o d e l a h e r m e n é u t i c a

m o d e r n a y a l u d e a l o q u e q u e d ó e c l i p s a d o e n l a

t r a d i c i ón de l o s c om e n t a r i o s , e s de c i r , e l f r a n -

q u e a m i e n t o d e l e s p a c i o q u e s e a b r e — m e d i a n t e

e l ac to de in te rp re ta c ió n— en t re lo qu e se va a in -

t e r p r e t a r y l a f o r m a qu e a dqu i e r e l o i n t e r p r e t a d o .

Pa ra ha ce r f r en t e a u n e spa c io a sí s e nec es i t a u n a

técnica que lo sa lve , y a es te re to respondió Fr ied-

r ich Danie l Erns t Schle iermacher (1768-1834) —el

h e r m e n e u t a m o d e r n o m á s i m p o r t a n t e — c o n l o

q u e d e s d e e n t o n c e s s e d e n o m i n ó  círculo herme-

néutico.  S i n e m b a r g o , S c h l e i e r m a c h e r t e n í a e n

mente una ap l i cac ión e spec í f i ca de l c í r cu lo : aco-

m e t i ó l a e m p r e s a d e c o m p r e n d e r a u n a u t o r m e -

jo r de lo qu e é s t e s e co m pr en d í a a s í m i sm o. P a ra

l og r a r l o , de b í a pone r e n ope r a c i ón un m ov i m i e n -

t o c i r c u l a r e n t r e l a g r a m á t i c a de l a u t o r y s u p s i -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 11/395

9 PREFACIO

oologia. Si e l centro de atención de la interpreta-

c ión gramát ica es e l s i s tema de lengua je que ac-

tual iza el autor, la interpretación psicológica des-

taca la m an era en que se em plean las h erra m ienta s

que proporc iona la gramát ica ; es to permi te a l in-

t é rp re te sabe r cómo p iensa e l au to r . Un c í rcu lo

as í neces i t a re l ac iona rse con e l mé todo de pe r -

cepción intui t iva y e l de co m pa rac ión . A p ar t i r de

una corazonada in ic ia l , e l método de percepc ión

intui t iva comprende la individual idad de un autor

a l en fr en ta r lo qu e es a je no a l intérp re te ; e l mé to-

do c ompa ra t i vo de spué s c on t ro l a l a c o ra z ona da

en la m ed ida en que el autor , a l ser rep res en tan te

de u n t ipo de te rm inado , se co m pa ra con o t ros de l

mismo t ipo . De e s t e modo surge una red que se

pre ten de sa lve la br ech a en tre el texto de un au to r

y su comprens ión .

La c i rcula r idad t iende a compl icarse cuando e l

tema que se es tudia no es un texto que un autor

haya p ro du c ido pa ra que se co m pre nd a m edian te

su p resen tac ión . Surg ió t a l cues t ión por s í so la

para Johann Gustav Droysen (1808-1884) , quien

— c omo uno de l o s g ra nde s h i s t o r i a do re s de su

s ig lo— t ra tó de comprender la h i s tor ia , que para

él se t ra taba ya no de un texto escr i to por un au-

tor, s ino de u n o que estab a po r cons truirs e a pa rt i r

de u n a m asi jo de f rag m en tos , m ed ian te e l cua l el

pasado se extiende hasta el presente. Así , la tarea

de la interpre tac ión t iene dos caras: debe const i -

tu i r e l t ema que se es tudia y proporc ionar e l en-

tendimiento de lo que se const i tuyó. Tal comple-

j idad agregad a se en fre nta con un a m ul t ipl icación

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 12/395

10 PREFACIO

de c í r cu los . És tos ope ran no só lo en t r e l os r ema-

n e n t e s d i s c e r n i b l e s d e l p a s a d o , s i n o a s i m i s m o

en t re l a cons t rucc ión in t e rp re t a t i va de l a h i s to r i a

y una hum a n i da d de s t i na da a pe r c i b i r s e e n e l e s -

pe jo de sus acc iones .

E l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o d e n u e v o s e c o n c i b e

en m o d o d i s t i n to c u an d o e l ob j e t i vo ya n o e s algo

dado, s ino a lgo ocul to que se debe sacar a l a luz

de l a comprens ión . És te es e l caso de l ps icoaná l i -

s i s . D r oys e n t r a ba j ó c on he c hos obs e r va b l e s de l

pasado con e l f in de de tec ta r sus re lac iones ec l ip-

s a da s , pe r o l a s i t ua c i ón c a m b i a de m a ne r a d r á s -

t i c a c ua ndo a l go oc u l t o s e m ue s t r a c on o t r a a pa -

r ienc ia . Lo que reve la e l pac ien te debe v incula rse

con lo que es ta revelac ión debe ocul tar . En ta l mo-

v i m i e n t o de a t r á s ha c i a a de l a n t e , e l c í r c u l o he r -

m e né u t i c o ope r a e n e s p i r a l e s  (loops)*  t r a ns a c c i o -

na l e s, deb ido a qu e lo que se t r a du ce m u tu am e n te

nunc a s e ve po r c om p l e t o , s i no c ub i e r t o de s í m -

bo los . Pues to que no ex i s t e una r e fe renc i a ex t e r -

na pa r a t a l p r oc e d i m i e n t o , e s t e p r oc e s o de e s p i -

r a l e s s ó l o p u e d e p o n e r s e a p u n t o m e d i a n t e u n

esc ru t in io co ns t an t e de lo qu e l as e sp i r a l e s t r an s -

acc iona l e s hacen t ang ib l e . As í , l a i n t e rp re t ac ión ,

g rac i a s al s i s t em a de ensa yo y e r ro r qu e e s t ru c tu -

r a l a s e s p i r a l e s t r a n s a c c i ona l e s , a dqu i e r e un c a -

r á c t e r a u t o c o r r e c t i v o . N o e x i s t e y a u n a b r e c h a

que deba s a lva r se en t r e e l t ema de in t e rp re t ac ión

* En Douglas F . Hofs tadter ,  Godei, Escher, Bach: An Eter-

nal Golden Braid,  se habla de "bucles"  (braids)  para referirse a

lo que otros autores denominan "rizos", "espirales" o "giros".

En su momento se c i tarán las fuentes correspondientes . [T . ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 13/395

11 PREFACIO

y l a comprens ión en l a que se t raduce ; en cam-

bio, se abre u n ab ismo , que de es te m od o t ran sfo r-

ma e l c í rculo hermenéut ico en espi ra les t ransac-

cionales.

El modo en que se ofrece e l tema a l ac to inter-

pre ta t ivo precondic iona es ta reconcepción. Es por

com pleto d is t into s i el te m a está presen te , s i deb e

e laborarse o s i debe sacarse de su escondi te . En

cada uno de es tos casos , la brecha entre lo que se

inte rp re ta y el regis t ro a l qu e se t ra d u ce es de u n a

dimensión d is t in ta y repercute en e l método para

re mon ta r l a . E l c í r c u lo ope ra c omo una r e t r a ns -

mi s ión c ua ndo e l t e ma e s t á p re se n t e (Sc he l i e r -

macher ) , se t rans forma en un con jun to de c í rcu-

los cuando e l t ema debe e l abora rse (Droysen) y

deviene espi ra les t ransacc iona les cuando e l t ema

debe sacarse a la luz . Cuanto más ampl ia sea la

brecha , más compl icado tenderá a conver t i r se e l

círculo.

El ca p í tu lo III, La es pi ra l rec ur s iv a , de sta ca

un desp lazamien to dec i s ivo en l a d i fe renc iac ión

genérica de la interpre tac ión. Si es verdad que la

in te rpre tac ión —más que nada una fo rma de t ra -

duc ib i l idad— depende de lo que se in te rpre ta ,

debe se r d i s t in ta cuando se ocupa de las maneras

en que la ent ropía se t raduce en cont ro l , en que

lo a lea tor io se t ra n sf o rm a en lo qu e es centra l , en

que la rec iprocidad en gran parte intangible de la

hominizac ión y e l ascenso de la cul tura se t rans-

fo rma n e n l e ngua j e c onc e p tua l , y e n l a ma ne ra

en que se t raducen las cul turas o grados cul tura -

l e s en t é rminos que pe rmi tan un in te rcambio en-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 14/395

12 PREFACIO

t re lo que es a jeno y lo que es conocido. Este ca-

p í t u lo i nqu i e re sob re e l p roc e d imie n to i n t e rp re -

ta t ivo tanto en e l discurso e tnográf ico, que se de-

dica sobre todo a la e lucidación del ascenso de la

cul tu ra , co m o en la teoría de s istem as, que se ocu-

pa de l a a u too rga n i z a c ión de s i s t e ma s c omo su

modo pr inc ipa l de ope rac ión . Lo que t i e i i en en

c omún lo s pa ra d igma s e l e g idos e s que no son

textuales ni es tán escr i tos ; por tanto, e l tema por

in te rp re ta r exige u n a re ins t rum enta c ión de técn i-

cas interpre ta t ivas .

La e sp i ra l c ibe rné t i ca fo rma e l p roced imien to

in te rpre ta t ivo de l d i scurso e tnográ f i co , que des -

a r ro l l a como in te rcambio en t re en t rada y sa l ida ,

en e l curso de l cua l se cor r ige una p red icc ión ,

una ant ic ipac ión o inc luso una proyecc ión, en la

medida en que no enca ja con lo que se pre tendía .

E n c onse c ue nc i a , ha y — a l me nos e n po t e nc i a —

una correcc ión dua l : l a acc ión hac ia ade lante re -

gresa co m o u n a espi ra l de re t roacc ión * a l te ra -

da , que a su vez acc iona una en t rada rev i sada .

Esto se apl ica a la var iedad completa del aprendi-

za je , desde l a s máquinas has ta e l compor tamien-

to h u m an o , tod o lo cua l se regula de acu erd o con

la fó rm ula bás ica de N orb er t W iener de que la es -

p i ra l recurs iv a a jus ta la co nd uc ta fu tu ra a la re -

presentac ión pasada . E l d i scurso e tnográf ico de

Cl i f fo rd Geer t z e j empl i f i ca t a l p roced imien to .

D e mue s t r a ha s t a qué pun to só lo s e pue de ha c e r

* Equivalente  a feedback.  Véase H. G. Gadamer, G. Durand,

J. L. Aranguren, E. Trías  et al., Diccionario de hermen éutica,

T ed. , Universidad de Deusto, Bilbao, 1998. [T.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 15/395

13 PREFACIO

f re n te a l a ap er tu ra de l a b r ec ha d e l a in fo rm ac ión

en t re l a ho m in iz ac ió n y el a sce nso d e l a cu l tu ra en

t é r m i n o s d e r e c u r s i v i d a d

  (recursion)

  e n t r a d a / s a -

l i d a . A l m i s m o t i e m p o , e s t e m i s m o p r o c e d i m i e n -

to t ambién es t ruc tura l a e s t ra teg ia exp l i ca t iva de

Geer tz de l aná l i s i s cu l tu ra l , "desc r ipc ión gruesa" ,

q u e s e c o n c e n t r a e n l a b r e c h a e n t r e l o q u e e s t á

man i f i e s to y l o que e s t á imp l í c i t o en l o s s i gnos

cu l tu ra le s qu e los e tn óg ra f os van a obse rvar . O pe-

r a c o m o u n m o v i m i e n t o r e c u r s i v o e n t r e l o m a n i -

f i e s to y lo impl íc i to , y deb ido a que no hay una

r e f e r e n c i a d a d a p a r a e s t a t r a n s f o r m a c i ó n m u t u a ,

t a l i n t e r t r an s fo rm ac ió n se lleva a cab o en u n a ite -

ración cont inua entre entrada y sal ida. Así , la i tera-

c ión func iona como re fe renc i a pa ra l a e sp i r a l r e -

cu r s iva , que se i n sc r ibe en una gama s i empre en

expans ión de desc r ipc ión g ruesa .

D e l a m i s m a f o r m a e n q u e e l c í r c u l o h e r m e -

néu t i co se r emode ló pa ra l a s t a r ea s va r i ab l e s que

d e b í a d e s e m p e ñ a r , o c u r r e a l g o p a r e c i d o c o n e l

b u c l e o e s p i r a l d e r e t r o a c c i ó n d e e n t r a d a / s a l i d a

cuando e l t ema d i f i e re de l in te rés de los e tnógra -

fos . Es t e cambio de pa rad igmas se obse rva en l o

q u e s e d e n o m i n a E s c u e l a d e S a n t i a g o d e T e o r í a

de los S is temas, de la cual Francisco Vare la es un

r e p r e s e n t a n t e i m p o r t a n t e . Al c o n c e b i r la f o r m a

en que operan los s i s t emas corpora les —el ne rv io-

so o e l i nmuno lóg i co , po r e j emplo— o lo s soc i a -

l e s , l a r e c u r s i v i d a d d e m u e s t r a s u c a l i d a d c o m o

h e r r a m i e n t a i n t e r p r e ta t i v a . U n s is t e m a es u n a o r -

g a n i z a c i ó n a u t o r r e g u l a d a q u e s e m a n t i e n e m e -

d i an t e e sp i r a l e s de r e t roa cc ió n . Las i n t e r acc io nes

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 16/395

14 PREFACIO

recurs ivas en t re g rados , componentes y p rocesos

de l s i s tema dan por resul tado una red de in te rco-

nect ividad mutua , que conserva específ ica su fun-

c ión a l ha c e r l o s s e l e c c iona r e n fo rma r e c íp roc a

ent re s í y a l permi t i r que se a fec ten ent re e l los .

Es te trá f ico de doble sent ido op era com o un a con-

versac ión mediante la cua l un in te rcambio de in-

fo rmac ión se d i fe renc ia de manera con t inua . Es -

t a incesan te recurs iv idad in te rna p roporc iona e l

c ie r re de l s i s tema, en espec ia l porque no hay un

medio exte rno que lo haga . De es te modo, la re -

curs ividad del s is tema es su c lausura . Además, la

r e c u r s iv ida d i nde f in ida e s t a mbié n i n s t rume n ta l

en la generación de lo que es absolutamente vi ta l

p ar a e l s i s tema: su auto m an ten im ien to . Así, el as -

pec to dua l de l buc le de re t roacc ión nos pe rmi te

conceb i r e l se rvomecan i smo median te e l cua l un

s i s t ema au tónomo se sus ten ta a s í mismo.

Es to o to rga un ca rác te r e spec ia l de recurs iv i -

dad a l a concepc ión en t rada / sa l ida de l a e sp i ra l

de re t roacción, pues no exis ten puntos f i jos en e l

s i s tema a u tó n o m o en t re los cua les teng a luga r ta l

in te rcambio con e l propós i to de adqui r i r cont ro l .

En luga r de e s to , l a recurs iv idad inde f in ida que

o rga n i z a l a c onve r sa c ión e n t r e g ra dos y c ompo-

nentes con e l f in de generar e l au tomantenimien-

to de l s i s tema debe reacc ionar ante las per turba-

c iones ambienta les , en espec ia l debido a que los

s i s temas t ienen o t ros s i s temas a sus a l rededores .

S in e mba rgo , una pe r t u rba c ión no e s una e n t r a -

da que un s i s t ema au tónomo neces i t e pa ra su au-

t o m a n t e n i m i e n t o ; m á s b i e n , d e s a t a u n a o p e r a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 17/395

15 PREFACIO

c i ón c om pe ns a t o r i a de n t r o de l s i s t e m a m i s m o , y

e s t o s u c e d e m e d i a n t e u n a r e m o d e l a c i ó n r e c u r -

s iva de l a organizac ión de es te ú l t imo.

En e se momento , e l r eg i s t ro a l que s e t r ans fo r -

man l a s e s t ruc tu ra s de l os s i s t emas de o t ro modo

impene t rab l e s s e t r a s l ada a l t ema mismo. S in em-

bargo , es necesar io sa lvar e l e spac io que se abre

e n v i r t u d d e c u a l q u i e r a c t o d e i n t e r p r e t a c i ó n , y

V a r e l a d i v i de s u r e g i s t r o e n c om pone n t e s ope r a -

c iona l e s y s imból i cos , de modo que los p r imeros

de s t a c a n una ope r a c i ón r e c u r s i va de l s i s t e m a , y

l o s s e gundos , l a c om pr e ns i ón e p i s t e m o l óg i c a de

lo qu e la recu rs ivida d p are ce revelar a l observado r .

E n e l c a p í t u l o iv , E l d i f e r e n c i a l a m b u l a n t e .

F r a n z R o s e n z w e i g :

  The Star of Redemption ,

  se

d e l i n e a u n g é n e r o d e i n t e r p r e t a c i ó n q u e s e d e s -

a r r o l l a c ua ndo l a s i nc onm e ns u r a b i l i da de s , c om o

Dios, h an d e t r a ns fo rm ar se en cogn ic ión . Una t r a -

ducción de es ta c lase no puede inc lui r a Dios den-

t r o d e m a r c o s d e r e f e r e n c i a d e n i n g ú n t i p o d e

c onve nc i m i e n t o , pue s t odo m a r c o a s í s e e nc ue n -

t r a fue ra de l o que s e va a de t e rmina r , y concep-

t ua l i z a r í a a D i os de a c ue r do c on c r e e nc i a s ya

ex i s t en t e s o con noc iones p reconceb idas . En con-

s e c ue nc i a , l o i nc onm e ns u r a b l e de be de s dob l a r s e

desde su in te r ior mismo con e l f in de que exprese

s u a pa r i e nc i a p r oba b l e . P a r a e s t a t a r e a , Ros e nz -

w e i g r e c u r r i ó a l o d i f e r e nc i a l , que e n l o f unda -

m e n t a l s e t r a t a de una ope r a c i ón de r e a l i z a c i ón ,

y de e s te m o d o es e n pa r t i c u l a r a de c u a d a c u a n do

se t r a t a de conceb i r l a r ea l idad , l a con t inu idad o

e l i n f i n i t o . E s t o s t é r m i nos t a m poc o pue de n c on -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 18/395

16 PREFACIO

ceptua l iza rse desde pos turas a jenas a s í mismas ,

como se impl icar ía s i se les confi r iese predicados

a los que pud iesen no se r idén t i cos . Pues to que

lo dife ren cial — o el cálculo infini tesim al, seg ún lo

c onc ib ió L e ibn i z — ope ra c omo un p r i nc ip io de

c o m p r e n s i ó n , n o p u e d e t o m a r s e c o m o u n a e n t i -

dad; en cambio, divide lo que se va a perc ibi r en

una s e c ue nc i a de s e gme n tos l im i t a dos , de sp l e -

gándolo de e s t e modo como una t rans ic ión en t re

sus esc is iones independientes . E l modo operac io-

nal de lo di ferencia l es as í de carácter dual : aquí

como en todo lugar e l movimiento de l incremen-

to inf in i tes ima l d i seca la inc on m en su rab i l idad de

Dios , en t é rminos de Rosenzwe ig , en una se r i e

incesante de esc is iones f ini tas , y lo presenta de

es ta forma como una t rans ic ión ent re sus d iv is io-

nes . E n sus p r op ias pa lab ras , lo in f in i t e s im a l

to m a p r e s t a d a s t oda s l a s c a ra c t e r í s t i c a s de la

m ag ni tu d finita , con la ún ica excepción de la ma g-

nitud fini ta en sí . Al iniciar y conducir un movi-

mien to , lo d i fe renc ia l func iona como una ope ra -

c ión de l imi t a do ra , que pe rmi t e a Rose nz w e ig

t r a duc i r l a e se nc i a de D ios e n una c ompre ns ión

au tor represen tadora . E l inc remento in f in i t e s ima l

c omo mov imie n to ob t i e ne su impu l so de l a v in -

cu lac ión de lo que se sepa ró , fund iendo de e se

modo sin cesar una escisión en otra . Así , la esen-

c ia de Dios e s una p resenc ia dada como una au-

tod i f e re nc i a c ión i n f i n i t a , que s e t r a ns fo rma e n

una au toespec i f i cac ión con t inua de l mundo y de

igua l ma ne ra e n l a s c on f igu ra c ione s c a mbia n t e s

de l yo humano .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 19/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 20/395

18 PREFACIO

l a s confe renc ias en la Wel lek Libra ry . Mi propó-

s i t o f u e m o s t r a r e l m e c a n i s m o d e u n d i s c u r s o

t ranscu l tu ra l que ope ra en fo rma recurs iva como

una o rgan izac ión (o pues t a en e scena ) de cu l tu -

ra s d i fe ren te s en cond ic iones mutuamente ex t ra -

ñas . El ensay o sobre Pa te r habla de los m od os de

t r a duc i b i l i da d de n t ro de l d i s c u r s o m i s m o c uya s

capas se envue lven de mane ra con t inua en t re s í ,

p a r a g e n e r a r a s í s u g e r e n c i a s s i e m p r e n u e v a s a

pa r t i r d e lo que se di jo .

Una vers ión pre l iminar de es te l ib ro s i rv ió en la

p r imave ra de 1994 como una de l a s confe renc ia s

en la Wellek Library, en la Universi ty of Califor-

n ia , I rv ine . Es toy muy agradec ido con e l Cr i t i ca l

Theory Ins t i t u t e por honra rme con su inv i t ac ión

a formar par te de es ta se r ie . Debo dar l as grac ias

e n pa r t i c u l a r a l o s p ro fe s o re s Ga b r i e l e S c hwa b ,

J . Hill is M iller y A lexand er G elley p o r su s bri l lan -

t e s in t roducc iones a l a s confe renc ia s , y t ambién

a mis muchos co legas y e s tud ian te s por sus e s t i -

m u l a n t e s c om e n t a r i o s e n l a s d i s c us i one s s ubs e -

cuentes , que me advi r t i e ron de l t raba jo que fa l ta -

ba por hacer .

El proyec to de ana l iza r l a in te rpre tac ión nac ió

en un ta l le r sobre ins t i tuc iones de in te rpre tac ión

que o rgan izamos Sanford Bud ick y yo g rac ia s a l

p a t r o c i n i o d e l a G e r m a n - I s r a e l i F o u n d a t i o n o f

R e s e a rc h a nd De ve l opm e n t y de The C e n t e r fo r

Li terary Studies , en la Hebrew Univers i ty , en Je-

m sa lén . Las reun ione s , e fec tuad as en 1988 y 1991,

produje ron dos publ icac iones : " Ins t i tu t ions of In-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 21/395

19 PREFACIO

t e rpre ta t ion , en

  New Literary History, 22,

  núm. 1 ,

invierno de 1991, y

  The Translatability of Cultures:

Figurations of the Space Between,  S t a n f o r d , S t a n -

f o r d U n i ve r s i t y P r e s s , 1996 . L os i n t e r c a m b i os

e s c o l a r e s que t uv i e r on l uga r du r a n t e e s t e t a l l e r

de m os t r a r on s e r m uy e s t i m u l a n t e s y t uv i e r on r e -

pe rcus iones durade ras en mi s i deas .

Una inv i t ac ión por pa r t e de l Ins t i t u t e o f Euro-

pean and Amer i can S tud ie s en l a Academia S in i -

ca , en Ta ipe i , Repúbl ica de China , me d io l a es -

p l énd ida opor tun idad de ensaya r l a s confe renc i a s

an te s de p ronunc ia r l a s en I rv ine . La p re sen tac ión

d e i d e a s b á s i c a m e n t e o c c i d e n t a l e s a u n p ú b l i c o

n o occ iden ta l m e ob l igó a co ns id e ra r el ho r i zo n te

y la e f icac ia de un d i sc ur so t ra n sc ul tu ra l en e l en-

cuen t ro en t r e cu l tu ra s d i f e ren t e s . Agradezco mu-

cho es ta exper ienc ia , en par t i cu la r a l doc tor Shan

Te-hs ing , qu i en no só lo o rgan izó l a v i s i t a s ino

q u e t a m b i é n h a b l ó l a r g a m e n t e c o n m i g o d e l p r o -

b l e m a de l a m a ne r a e n que de be n c onc e b i r s e l a s

re l ac iones i n t e rcu l tu ra l e s .

P o r ú l t i m o , p e r o n o m e n o s i m p o r t a n t e , v a y a

mi s ince ra g ra t i t ud a mi amigo Dav id H . Wi l son

por pul i r , con paciencia , mi inglés .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 22/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 23/395

I N T R O D U C C I Ó N

E L M E R C A D O D E L A I N T E R P R E T A C I Ó N

Duran te l a rgo t i empo l a in t e rp re t ac ión se cons i -

de ró una de e sa s ac t iv idades que no pa recen re -

qu er i r u n aná l is i s de sus pro pios pro ced im ientos .

Había la supos ic ión tác i ta de que se daba de ma-

ne ra na tu ra l , en e spec ia l po rque los se re s huma-

no s vivimos en u n a co nstan te in terp re tac ión . Todo

e l t i empo emi t imos un amas i jo de s ignos y seña-

l e s en re spues ta a un bombardeo de s ignos y se -

ña le s que rec ib imos de nues t ro en to rno . En e s t e

s e n t i d o , p o d e m o s i n c l u s o p a r a f r a s e a r a D e s c a r -

tes : " Interpre tamos, luego exis t imos" . Sin embar-

go , m i e n t r a s una d i s pos i c i ón hum a na t a n funda -

menta l hace que l a in t e rp re t ac ión pa rezca su rg i r

na tu ra lmen te , l a s fo rmas que adop ta no lo hacen

a s í. Y de b i do a qu e e s ta s fo r m a s e s t ru c t u ra n e n

g ra n m e d i da l o s a c t o s de i n t e rp re t a c i ón , e s i m -

po r t a n t e e n t e nde r l o que s uc e de du ra n t e e l p ro -

ceso mismo, pues l a s e s t ruc tu ra s reve lan lo que

la in terpre tac ión debe lograr .

Cada vez se cobra más conc ienc ia en nues t ros

d ías de l po tenc ia l e fec t ivo de la in te rpre tac ión y

de la m an e r a en que es te imp ul so hu m an o bás i co

s e e m p l e a e n d i ve r s a s t a r e a s . E l m undo m i s m o

e n que v i v i m os pa re c e p roduc t o de l a i n t e rp re -

21

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 24/395

22 INTRODUCCIÓN

t a c i ó n , c o m o s e s u g i e r e e n o b r a s c o m o

  Ways of

Worldmaking,

  d e N e l s o n G o o d m a n , o

  Interpreta-

tionswelten,  de G ü n te r Abel.^ Po r t a n to , t r a t a r é ,

con b revedad , l o que se o f r ece hoy en e l mercado

de l a i n t e rp re t ac ión .

E l p u n t o d e p a r t i d a d e l o q u e p o d r í a l l a m a r s e

u n a a n a t o m í a d e l a i n t e r p r e t a c i ó n e s d e s t a c a r l a s

t e n d e n c i a s p r e d o m i n a n t e s . L a a n a t o m í a — s i b i e n

u n t é r m i n o u n p o c o g a s t a d o — e s u n a m e j o r g u í a

p a r a e s t a e m p r e s a q u e " i n t e r p r e t a r l a i n t e r p r e t a -

c i ó n " , p u e s d e s i g n a u n e s f u e r z o p o r e s t a b l e c e r

p r o c e d i m i e n t o s t r a n s p a r e n t e s , m i e n t r a s q u e " i n -

t e r p r e t a r l a i n t e r p r e t a c i ó n " c o n l l e v a d e m a n e r a

i m p l í c i t a u n a p o s t u r a t r a s c e n d e n t a l q u e , s i n r e s -

p e t a r s u s s u p o s i c i o n e s , d e m a n e r a i n e v i t a b l e y a -

c e f u e r a d e l a i n t e r p r e t a c i ó n . U n e s t u d i o d e l o

qu e suc ede en l a i n t e rp re t a c ió n só lo pu ed e l leva r-

s e a c a b o m e d i a n t e u n d e s d o b l a m i e n t o d e l a i n -

t e r p r e t a c i ó n .

U n a e n c u e s t a e n e l m e r c a d o m u e s t r a t r e s t e n -

denc ias bás icas , una de l a s cua les se convi r t ió ya

en u n ca l le jón s in sa l ida . Inc lus o p o d r ía se r e l cas o

de que es te ca l le jón s in sa l ida sea la causa de que

d i c h a i n s p e c c i ó n r e p r e s e n t e u n p r o b l e m a . ¿ C u á -

l e s s o n l a s t e n d e n c i a s o t i p o s q u e a i i n d o m i n a n ?

Antes que nada , han ex i s t ido , y ex i s t en todav ía ,

t i p o s d e i n t e r p r e t a c i ó n q u e p r e t e n d e n u n a v a l i -

' Véas e Ne l s on Good m an ,

  Ways of Worldmaking,

  Hassocks ,

R eino Un ido, Harvester , 1978 [edic ión en español:

  Maneras de

hacer mundos,

  M adrid, Visor, 1990]; G ünte r Abel ,

  Interpreta-

tionswelten: Gegen wartsphilosophie jenseits von Essentialis-

mus und Relativismus,  Francfort del M eno, Suhrk am p, 1995.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 25/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 26/395

24 INTRODUCCIÓN

eva lua r l a i n t e rp re t ac ión con e l desa r ro l lo de una

he r m e né u t i c a t e x t ua l e s pe c í f i c a que s e e nc ue n t r a

en los l ími t e s de con ve r t i r s e en u n a po s tu ra a j e n a

a l a i n t e r p r e t a c i ó n . E s t o s e c o r r o b o r a t a m b i é n

con su fuer te dependenc ia de l a semiót ica de Pe i r -

ce para apoyar su expl icación (pp. 11-18) .

Al m i s m o t i e m p o , R o g e r s s i e n t e q u e i n t e r p r e -

t a r l a i n t e r p r e t a c i ó n l o c o l o c a e n u n a p o s i c i ó n

ex te r io r de l o que só lo puede en t ende r se desde e l

in ter ior y , por ende, t ra ta de resolver e l d i lema a l

s u j e t a r s u p o s t u r a s e m i ó t i c a a u n a s c e t is m o

drás t i co :

Pero deseo ahora sugerir que la

 hermenéutica textual

puede

 considerarse

 una disciplina

 ascética.

 Desde lue-

go, no es necesario considerar de esa m anera la her-

menéutica textual. Pero una forma de describir lo que

sucede en la interpretación de un texto es decir que el

intérprete intenta, en la medida de lo posible, que los

signos del texto lo absorban por completo, a tal gra-

do que el intérprete elimine de la conciencia los sen-

timientos puram ente privados y el

  yo

separado del

"yo pienso" [p. 135].

E s t a pos t u r a c onc e b i da s e m i ó t i c a m e n t e r e qu i e -

r e u n a a u t o e l i m i n a c i ó n d e l i n t é r p r e t e p a r a m i t i -

ga r lo que u n a po s t u r a e x te r io r s ob r e i m po nd r í a a

lo que se va a evaluar .

E s c i e r t o q u e R o g e r s n o p r e t e n d e u n m o n o p o -

l i o d e l a i n t e r p r e t a c i ó n , p e r o e s i m p o s i b l e u n a

a u t o e l i m i n a c i ó n t o t a l a l i n t e r p r e t a r l a i n t e r p r e -

t a c i ó n ; a u n d e b e a d o p t a r s e u n a p o s t u r a c o n e l

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 27/395

25 INTRODUCCIÓN

f in de exp l i ca r lo que só lo puede comprende r se

desde e l in te r ior mismo. Así , debemos abs tener -

nos de i n t e r p r e t a r l a i n t e r p r e t a c ión , y e n l uga r

de preguntar : "¿qué es la interpretación?" (p. 13) ,

p r e gun ta r e m os : " ¿ po r qué e x i s t e l a i n t e r p r e t a -

c ión?" S i po de m os ab r i r u n a respu es ta a es ta pre -

gun ta , se rv i r á como re fe renc ia pa ra r azones po-

s ib le s de e s ta incesan te ac t iv idad humana . S in

embargo , para hacer lo , p r imero debemos de ja r a l

de sc ub i e r t o l a m e c á n i c a de l o s p r oc e d im ie n to s

interpre ta t ivos .

Ot ra t endenc ia por obse rva r en e l mercado de

la in te rpre tac ión es lo que Ricoeur a lguna vez

denominó "e l conf l ic to de las in terpre tac iones" .^

Es to se man i f i e s t a como compe tenc ia , en l a que

cada t ipo t ra ta de af i rmarse a costa de otros para

demost ra r su impor tanc ia respec t iva , as í como la

p ro fund idad y ampl i tud de sus ideas y a lcances .

Lo que revela en conf l ic to , y lo que le otorga su

impor tanc ia , e s l a l imi tac ión inhe ren te de todas

las suposic iones . Cuanto mayor sea la conciencia

de es tas l imitac iones , los discursos de interpre ta-

c ión e n c on f l i c to m á s c om e nz a r á n a a p r op i a r se

entre sí .

O pera u n a suerte de canibalización e ntre el m ar-

xismo, el psicoanálisis , e l estructural ismo, el pos-

e s t r uc tu r a l i sm o , e t c . , e n su s i n t e n to s po r c om -

pensar sus d iversas def ic ienc ias . E l resu l tado es

un magma de d i scur sos in te rp re ta t ivos , que De-

^

  Véase Paul Ricoeur ,

  The Conflict of Interpretations,

  D o n

Ihde (ed.) , Evanston, Northwestern University Press , 1974.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 28/395

26 INTRODUCCIÓN

r r ida ca rac te r i zó como s igue : "Es pos ib le imag i -

na r qué c l a se de mons t ruos deben nace r de e s t a s

ope rac ione s com bina tor ias s i se con s idera qu e las

t e o r í a s i n c o r p o r a n t e o r e m a s o p u e s t o s , q u e a s u

vez incorpora ron más" . ' ^ Es ta ama lgama de d i s -

cursos in te rpre ta t ivos reve la que n inguno t i ene la

c a pa c i da d de e s t a b l e c e r un m onopo l i o de l a i n -

t e rp re t ac ión . Conforme compi t en en t re s í , e l ca -

rác t e r de sus p remisas só lo puede tomarse como

heu r í s t ico , y de es te m od o deb en eva luarse segú n

los resu l tado s que ob teng an . Esto es c ier to s in im-

por ta r s i admi ten o no la na tura leza heur í s t i ca de

sus supos ic iones . De cua lquie r modo, e l conf l ic -

to de las in te rpre tac ion es , l a ap rop iac ió n rec ípro-

ca de los d i scursos in te rpre ta t ivos y la neces idad

c om ún de a poyo de s de e l e x t e r i o r de s í m i s m os

im pid e a cu a lqu ie ra d e es tos t ipos cum pl i r con su

pre t ens ión inhe ren te de se r omnímodos .

La t e rce ra t endenc ia que vemos en e l mercado

de la in terpre tac ión se presenta con lo que se l la -

ma "d i scursos opos ic iona le s" , que van de l a mi -

nor ía a lo poscolonia l . Opos ic iona les en la medi -

da en que se e laboran para subver t i r o cues t ionar

los c r i t e r ios de l que cons ideran e l d i scurso hege-

m ón i c o , l o s de s a r ro l l a n g rupos s oc i a l e s c on l o s

p ropós i tos de añ rmar sus ob je t ivos , de gana r re -

conoc imien to pa ra sus p l anes y de lucha r por e l

Jacq u es Derr i d a , " S om e S t a t em en t s an d T ru i s m s ab ou t

Neo l og i s m s , Newi s m s , P os t i s m s , P aras i t i s m s , an d Ot h er

Small Seismisms", en

  The States of

  Theory :

  History, Art, and

Critical Discourse,

  Da vid Carro ll ( ed . ) , S tan ford , S ta nfo rd

University Press, 1994, p. 67.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 29/395

27 INTRODUCCIÓN

poder . S in embargo , enf ren tan un problema por -

que la gran mayor ía de e l los emplean los mismos

p r o c e d imie n to s q u e e l d i s c u r so h e g e mó n ic o ; d e

hecho, t i enen que hacer lo para logra r e l conven-

c imien to necesa r io pa ra los avances de l in te r é s

de l g rupo . Ped i r p re s tado de los d i scur sos que

pre tenden subver t i r se convie r te en una desven-

ta ja es t ruc tura l : a l t ra ta r de que su s obje tivos ob-

tengan va l idez , desa r ro l lan un marco de re fe ren-

cia que, en el análisis f inal, no está lejos de ser

logocén t r i co é l mismo, pues pa ra que se acep te

un p lan se neces i ta c ie r ta rac iona l idad . No obs-

tante , e l logocentr ismo es la marca dis t in t iva de l

d i s c u r s o h e g e m ó n i c o , q u e — a u n d e s m a n t e l a d o

por la deconstrucción y as í inerme ante e l ascen-

so de los d iscursos opos ic iona les— hace que es -

tos d i scur sos dependan en fo rma ind i r ec ta de lo

que intentan vencer .

Esta dependencia es un arma de doble f i lo . Por

una pa r t e , e s c i e r to que ayuda a p romover sus

planes, pero, por otra , quizá sólo compense algún

dé f ic i t de convenc imien to . Inc luso los monopo-

l ios de la interp retació n ne cesi tan algu na corrob o-

rac ión ex te rna , como lo comprueba la pre tens ión

marxis ta de of recer una in te rpre tac ión c ien t í f ica

de la real idad, en donde se convocan la c iencia y

la po l í t ica pa ra suminis t ra r e l apoyo que requie -

ren sus objet ivos respectivos.

Lo que es posible co nclu ir de la s i tuac ión actu al

de l mercado de la in te rpre tac ión es lo s igu ien te :

pa r t i r de las supo sic iones — sin im po r ta r s i se re i-

f ican o se cons ideran en forma heur í s t ica— es

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 30/395

28 INTRODUCCIÓN

c ie r tamente un enfoque , pero no es pos ib le igua-

la r lo con lo que sucede en l a in te rp re tac ión . En

vis ta de la c rec ien te in te rpene t rac ión de cu l turas

y l a s p r e o c u p a c i o n e s q u e r e c i e n t e m e n t e s u r g e n

ace rca de los e s tud ios cu l tu ra le s , l a in te rp re ta -

c ión ya no puede conceb i r se como una pa r t e de

lo que se va a co m pr en de r según un a supo s ic ión .

En cambio , debemos r ecorda r lo que s i empre ha

s ido la in te rpre tac ión: un ac to de t rad uc c ión .

Por lo gene ra l a soc iamos l a t r aducc ión con l a

t r ansc r ipc ión de un id ioma en o t ro , sea d i s t in to

al pro pio , técnico, pro fes ion al o de cu alq uier ot ra

clase. No obstante, en la actualidad no sólo se tra-

duc e n l o s i d iom a s . En un m undo c a da ve z m á s

pe que ño , m uc ha s c u l t u r a s d i s t i n t a s e n t a b l a n un

con tac to e s t r echo en t r e s í y demandan un en ten-

d imien to mutuo en t é rminos no só lo de l a cu l tu -

r a p rop ia , s ino t ambién de aque l l a s con l a s que

contac tan . Cuanto más a jenas sean es tas ú l t imas ,

más inev i t ab le se rá a lguna fo rma de t r aducc ión ,

conforme la na tura leza espec í f ica de la cu l tura a

la que se expone só lo se comprenda cuando se

proyec ta en lo que se conoce . Al d iscu t i r es tos

problemas , la in te rpre tac ión se convie r te en una

he r ramien ta só lo s i se conc ibe como un ac to de

t r a duc c ión . En pa l a b r a s de H a r o ld B loom :  ' In-

t e rp re ta c ió n a lgu na vez s ign if icó ' t r aduc c ión ' , y

en esencia aún significa eso".^

5 Harold B loom ,

  A Map of Misreading,

  N uev a York, Oxford

University Press, 1980, p. 85.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 31/395

29 INTRODUCCIÓN

L A I N T E R P R E T A C I Ó N C O M O T R A D U C I B I L ID A D

Toda interpre tac ión t ransforma a lgo en otra cosa .

Por t an to , deb em os de ja r de co nc en t r am os en l as

supos ic iones subyacentes pa ra a tender e l e spac io

que se abre cuando se t raduce a lgo a un reg is t ro

d i s t in to . W illis B a rn s to ne e sc r ibe : La t r ad uc -

c ión , en tonces , com o toda t ransc r ip c ión y lec tura

de textos , c rea un a diferencia ,^ co m o lo d em ues -

tra la división entre e l tema que se interpreta y el

regis t ro que rec ibe esa inf luencia . Se conseguirá

su in te nto en ta n to se ha ga f re n te a dich a diferen-

c ia . L lamaremos a es ta d i fe renc ia un espac io l i -

mina l , pues demarca e l l ími te en t re e l t ema y e l

reg is t ro , y es te l ími te no per tenece a n inguno de

los pr imeros , s ino que es producto de la in terpre-

tac ión misma. Con la in te rpre tac ión como causa ,

e l espacio l im inal va a e jercer u n a res is ten cia an-

te la t raducción, res is tencia , no obstante , que a l i -

m en ta e l im pu lso pa ra so bre po ne rse a el la . De es-

t e modo , l a in te rp re tac ión t ambién se conv ie r t e

en un in ten to de es t rechar e l e spac io mismo que

p r o d u jo .

El reg istro al cu al se vierte el te m a se cod ifica de

manera dual . Consis te en puntos de vis ta y supo-

siciones qu e d an el án gu lo desd e el cua l se a bo rd a

e l t ema , pe ro a l mismo t i empo de l inea los pa rá -

met ros a los cua les se va a t r aduc i r e l t ema en

aras de la comprens ión . Es ta dua l idad se dupl ica

^

  Wi l l i s Bamstone ,  The Poetics of Tran slation: History, The-

ory, Practice,  New Haven, Yale University Press , 1993, p. 18.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 32/395

30 INTRODUCCIÓN

con Otra. Conforme el registro se va a ajustar a lo

que se t raduce , de manera s imul tánea se su je ta a

esp ecificac ion es si la t ra d u cc ió n, en su significa-

do bá sico de ' t ra ns m it i r ' (p . 15), va a d ar p o r re-

su l tado u n a t rans po sic ión creat iva (p. 11).

Es te t rá f ico de doble sent ido se debe a que e l

r e g i s t r o n o r e p r e s e n t a u n a c o n c i e n c i a t r a s c e n -

denta l a par t i r de la cua l se juzgue e l t ema; de

h a c e r l o , l a t r a d u c c i ó n s e r á r e d u n d a n t e , c o n f o r -

m e e l te m a — en lug ar de qu e se vier ta— se deter-

m in ar ía sólo p o r lo qu e es. Po r tan to, la in terp reta-

c ión como t raduc ib i l idad repercute en e l regis t ro

al divers i f icar e l marco a l cual se vier te e l tema.

Por es ta razón, los regis t ros no sólo cambian s ino

que también se ponen a punto en cada ac to de in-

terpre tac ión. E sta rec iproc idad indica que la inter-

pretación ocurre dentro de si tuaciones históricas '^

de l a s que no pode mos r e t i r a r l o s . S i e mpre que

t r a n s f o r m e m o s u n a c o s a e n o t r a , e l r e g i s t r o n o

se rá más que l a cor rea con que j a l amos l a com-

prens ión hac ia noso t ros .

S i la in t e rpre tac ión e s m ás que nad a un a f o r m a

de t raducibi l idad, es c laro que depende de lo que

se t raduce . La in te rpre tac ión , por tan to , va a se r

dis t inta :

1 cuando c ie r tas c lases de texto , como los sa -

grados o l i terarios, se viertan en otros de una

c la se d i s t in t a , como una exéges i s de t ex tos

^ V éase Co rnel ius Ca s tor iad is ,  Gesellschaft als imaginäre

Institution: Entwurf einer politischen Philosophie,  trad. de Horst

Brühmann, Francfort del Meno, Suhrkamp, 1984, pp. 59 y ss .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 33/395

31 INTRODUCCIÓN

canón icos o panorámicas cogn i t ivas de t ex -

tos l i terarios;

2)  cuando l a s cu l tu r as o lo s g r ados cu l tu r a l es

s e t r a d u z c a n e n t é r m i n o s q u e p e r m i t a n u n

intercambio entre lo que es extraño y lo que

es conoc ido , o cuando se con t ro le l a en t ro -

pía , o cuando la " real idad" se vaya a conce-

b i r en t é rminos de s i s t emas in t e r ac tuan tes ;

3)

  c u a n d o la s i n c o n m e n s u r a b i l i d a d e s , c o m o

Dios, el m un do y la hu m an ida d — que no son

tex tua les n i es tán escr i tas—, se t r aduzcan a

u n lenguaje con u n propósi to de entendim ien-

to y desp ués de com pren s ión .

En cada uno de es tos t r e s t i pos —que confo r -

marán e l marco pa ra es t e aná l i s i s—, e l i n t en to

in te rp re t a t ivo r espec to de l t ema po r t r aduc i r s e

verá expuesto a l cambio. Esto impl ica que el es-

pac io l iminal t endrá que manejar se en fo rma d is -

t inta, de lo que se puede concluir que no existe

 la

i n t e rp re t ac ión . En cambio , só lo ex i s t en géneros

de in t e rp re t ac ión , d i s t in tos en t r e s í de acuerdo

con la forma en que se l leva a cabo la t raducibi l i -

dad. Este proceso var ía no sólo en relación con el

t ema , s ino t ambién con l a fo rma en que se hace

f ren te a l espac io l iminal en cada ac to in terpre ta-

t ivo . Por tan to , l a in te rpre tac ión es bás icamente

genér ica , y las carac ter í s t i cas sobresa l ien tes de l

género respect ivo se señalan en especial según la

forma en que se salva el espacio l iminal .

Es ta conciencia de las d iv i s iones genér icas es

de reciente cosecha. Durante e l t iempo en que se

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 34/395

32 INTRODUCCIÓN

es t imó que la ún ica p reocupac ión de la exéges i s

e ra comen ta r sob re t ex tos sag rados o secu la res ,

es te co m en tar io se ident i f icó con lo qu e de sde en-

tonces se ha denominado in t e rp re t ac ión . La idea

de que la in te rp reta ció n sólo es con cebib le en tér-

m i n o s d e g é n e r o s s u r g e ú n i c a m e n t e d e s p u é s d e

que la in terpretación se volvió autorref lexiva. La

autorref lexión en términos de v ig i lar la act iv idad

in te rpre ta t iva reve la que es ta ú l t ima depende no

s ó l o d e l t e m a p o r c o m p re n d e r , s i n o t a m b i é n d e

los d iversos pa rám et ro s de reg is tros s iemp re c am -

biantes .

Más aún , s i l a in te rpre tac ión debe enf ren tar e l

espacio l iminal que resul ta de la t ransposic ión de

una cosa en o t ra , l a in te rpre tac ión es sobre todo

u n ac to repr esen tat ivo m á s qu e explicat ivo, si bie n

las más de las veces la represen tac ión se confun-

de con exp l icac ión . S iempre que es to sucede , l a

equivocación es de categoría : para que una expl i -

cac ión sea vá l ida , s e debe suponer un marco de

re f e r e n c i a , m i e n t r a s q u e l a r e p re s e n t a c i ó n d e b e

pro du ci r sus p rop ios c ri te r ios . La au tog enera c ión

de c r i t e r io s en l a in t e rp re t ac ión nos pe rmi te an -

tes que nada par t ic ipar en lo que sea que se des -

t aque , más que va l ida r lo s r e su l t ados ob ten idos .

Con base en le an te r io r es tamos en pos ib i l ida-

d e s d e e l a b o ra r l a s s i g u i e n t e s d i s t i n c i o n e s p a r a

del inear nues t ros obje t ivos :

i j E n ta n to se t ra ta d e u n texto que se va a com -

prender , o cuya comprensión se va a apl icar ,

o cuyos cons t i tuyen tes ocu l tos han de sacar -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 35/395

33 INTRODUCCIÓN

se a l a luz , e l c í rcu lo hermenéut ico en todas

s u s v a r i a n t e s , d e s d e S c h l e i e r m a c h e r h a s t a

R i c o e u r , p a r e c e e l m é t o d o a d e c u a d o p a r a

aborda r e l e spac io l imina l .

2)  Si se va a t r a b aj ar co n a lgo n o textual , ab ier to

o más a l l á de l a l cance de l a pos tu ra p rop ia ,

qu i z á ya no s e a a de c ua do e l c í r c u l o he r m e -

néu t ico . Trad uc i r lo ab ie r to p ar a su c om pre n-

s ión , o l a en t ropía para su cont ro l , e s d i s t in -

to de t r aduc i r un t ex to pa ra su comprens ión ,

o d e t r a n s f o r m a r s u c o m p r e n s i ó n e n a p l i c a -

c ión , o de desc i f ra r lo que d i s f raza , sea para

ocul tar lo o revelar lo . Por ende, la espi ra l re-

curs iva se convie r te en un procedimiento ne-

cesa r io cu an d o se t r a t a de de l im i t a r lo ab i e r -

to o de con t ro l a r l a en t rop ía ; ope ra como un

i n t e r c a m b i o de e n t r a da / s a l i da o c om o r e c u r -

s i v i da d s i s t e m á t i c a que nos pe r m i t e j u s t i f i -

c a r e l a u t o m a n t e n i m i e n t o d e l o s s i s t e m a s

au tónomos , en pa r t i cu l a r s i s t emas v iv i en t e s ,

c o m o lo s d el o r g a n i s m o h u m a n o .

3)

  S e p l a n t e a un p r ob l e m a d i f e r e n t e c ua ndo ya

no hay pos i c iones de f in ib l e s s ino só lo expe -

r i enc i a s de a lgo cuya ex i s t enc i a s e da como

i nc on t r ove r t i b l e pe r o que e xc e de l o c onoc i -

b l e , c o m o D i o s , e l m u n d o o l a h u m a n i d a d .

P a r a t r a d u c i r a l g o i n c o n m e n s u r a b l e a l l e n -

gu a je o inc luso a t é r m in o s de cog nic ión — se-

gún F ranz Rosenzwe ig en  Star of Redem ption

(1921)— se neces i t a un modo d i s t in to de t ra -

duc c i ón de l os que se h a n m e n c i o na do ha s t a

aquí . S i se va a hacer f ren te a l e spac io en t re

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 36/395

34 INTRODUCCIÓN

lo inc on m en sur ab le y la cognic ión, el d i feren-

c ia l am bu lante parece e l m od o adecua do pa ra

c o m p re n d e r lo in f in i to en t é rm in o s finitos.

E s t o s m o d o s d i f e r e n t e s s e ñ a l a n e l h e c h o d e

que t odo gé ne ro de i n t e rp re t a c i ón s e c e n t r a e n

una tc i rea especí f ica respecto de la t raducibi l idad

que se va a e fec tuar . En hermenéut ica , e l c í rcu lo

se emplea para in terre lac ionar lo expl íc i to con lo

impl íc i to , lo ocul to con lo reve lado y lo la ten te

con lo man i f i e s to . Se u t i l i za sobre todo pa ra re -

cupera r aque l lo de lo que un au tor no es tá cons-

c iente cuando escr ibe , o lo que yace más a l lá de l

mate r ia l h i s tór ico que se va a observar en e l p re -

s e n t e , o l o que s a l i ó m a l pa ra e l s u j e t o hum a no

en su t ráns i to hac ia s í mismo. Llegar más a l lá de

lo que e s t á dado pa ra recupe ra r lo que se pe rd ió

—e s de c i r , un pa s a do h i s t ó r i c o , s ubc ons c i e n t e ,

del autor, o e l f in úl t imo del yo fracturado— es lo

que es t ruc tura es te t ipo de in te rpre tac ión .

Mient ras l a he rmenéut ica se eva lúa a par t i r de

esta ten de nc ia excavatoria , la c iberné t ica, a l op er ar

en espirales recursivas, es u n m ed io de co ntro lar la

en t rop ía , de e luc ida r e l au tomanten imien to ind i -

v idua l de los s i s temas au tónomos y de conf igura r

e l a c op l a m i e n t o e s t ruc t u ra l de l o s s i s t e m a s . S u

a ten c ión se d i r ige a los fe nó m en os qu e surgen de l

e n f r e n t a m i e n t o c on l a c on t i nge nc i a , de l a " pe r -

turbación"® rec ípro ca de los s is tem as y de su ag ru-

pamiento . La recurs iv idad opera ya sea mediante

®

  Véase Franci sco J . Vare la ,

  Principies of Biological Auto-

nomy,

  Nueva York, Elsevier North Hol land, 1979, cuyas ideas

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 37/395

35 INTRODUCCIÓN

u n a relació n d e entrada/s£ilida, cu an d o se va a con-

segui r e l con t ro l , o median te ru ido , a lea tor iedad

y pe r tu rb ac ión p rocesad ores , cu an do se va a con-

cebir la autoorganización de los s is temas.

Si la c ibernét ica se ocu pa de co m pre nd er lo que

su rge , e l mé todo d i f e r enc ia l e s t á d i señado pa ra

t r ad u c i r l a i n co n m en s u r ab i l i d ad en p e r cep c i ó n .

Su modo operac iona l e s un d i f e r enc ia l ambu lan -

te , pues las inconmensurab i l idades só lo se hacen

tangibles s i se exponen desde su in ter ior mismo.

N o h ay u n a p o s i c i ó n ex t e r n a q u e n o s p e r m i t a ,

po r e j emplo , comprender l a con t inu idad , que se

p lan teó como prob lema para Leibn iz , qu ien des-

ar ro l ló e l cálculo d i ferencial . E n co nse cue nc ia , e l

d i f e r e n c i a l a m b u l a n t e o p e r a c o m o u n m o d o d e

rea l izac ión den t ro de lo que se in ten ta reve lar ,

d i seca las inconmensurab i l idades en una secuen-

cia de escisiones, y de este modo permite el acce-

so a lo que no puede comprenderse desde n ingu-

na pos ic ión ex tema.

Es tas ta reas d ivers i f icadas mues t ran con c lar i -

dad que la in te rpre tac ión es genér ica , y también

que la in te rpre tac ión t iene una h i s to r ia , que ob-

t iene su carác ter sobresa l ien te median te la fo rma

en que se en f r en ta ron lo s p rob lemas que su rg ie -

ron . La c i r cu la r idad cobró su impor tanc ia cuan -

do la auto r ida d del texto es ta ba e n re t i rada; la re-

curs iv idad se desar rol ló cuando debía jus t i f icarse

el surgim iento, y lo diferencial — en su or igen, u n a

o p e r a c i ó n m a t e m á t i c a — s e r e a c t i v ó c u a n d o s e

se anal izan en e l parágrafo "Recurs iv idad s is tèmica", del ca-

pí tu lo iii: "La esp iral recursiva".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 38/395

36 INTRODUCCIÓN

avericiron todas las conceptualizaciones de incon-

mensurabi l idades que engloban a o t ras . Es ta h is -

tor ia no procede como un desa r ro l lo l inea l hac ia

un obje t ivo d is tan te . En cambio , e s no l inea l en

la med ida en que e s tos modos de in te rp re tac ión

son respuestas a la s iempre crec iente aber tura de l

mundo, que as í se di r igen a lo que parece pres io-

na r en l a s i tuac ión de l momento . Es to conv ie r t e

a l a i n t e r p r e t a c ió n e n u n p r o c e so d e d i a g r a ma -

c ión de l m u n d o ab ie r to , y e s t a d iag ram ac ió n de -

pende de l aquí y ahora , lo que s ign i f ica que se

p u e d e n t r a z a r n u e v o s ma p a s , o r e a c t i v a r a n t i -

guos, según sea necesar io . S i b ien es ta ac t iv idad

se revela como una histor ia , a l f inal no es tanto la

h is tor ia misma lo que in te resa s ino lo que puede

indicar . Por ende , la in terpre tac ión, s i b ien sobre

todo una t écn ica , p lan tea una p regun ta an t ropo-

lógica respecto de su necesidad.

Todos los pa rad igmas con que se r eve la l a in -

te rpre tac ión se e l ig ie ron porque son e jemplos en

los que l a in te rp re tac ión e s tá expre samente me-

dia t izada o porque de manera expl íc i ta se re f le ja

en e llos . La t radic ió n he rm en éu t ica es tá represe n-

tada por F r i ed r i ch Dan ie l Ems t Sch le ie rmache r ,

Johann Gus tav Droysen y Pau l R icoeur , qu ienes

—todos en fo rmas d ive r sa s— ac la ra ron e l meca -

nism o de los proced im ientos herm enéu t icos . Q uie-

n e s d e f e n d i e r o n l a c i b e r n é t i c a c o mo l a i n f r a e s -

t r u c tu r a d e l a i n t e r p r e t a c ió n —d e n u e v o , t o d o s

en fo rm as diferentes— , desde N orber t W iener has-

ta Francisco Vare la , pasando por Cl i f ford Geer tz ,

e n sa y a r o n su s d iv e r s a s i n t e r p r e t a c io n e s c o n l a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 39/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 40/395

38 INTRODUCCIÓN

m e r o , l a p r e o c u p a c i ó n p r i n c i p a l t i e n d e a c e n t r a r -

se en l a in te rpre tac ió n t ex tua l ,

  y

  segundo, los l ími-

t e s no se ap l i can t an to a l a i n t e rp re t ac ión mi sma

c u a n t o a l o s m a r c o s d e l o s p a r á m e t r o s c o n q u e

va n a con tar . E sto es eviden te en e l am pl io an ál i s i s

de l a i n t e rp re t ac ión de Eco , en e l que dec l a ra en

fo rm a expl íc i ta q ue la c lase de l ímites q u e va a exa-

m i n a r s o n l o s q u e s e v i n c u l a n d e m a n e r a í n t i m a

con un marco semió t i co que desa r ro l l ó é l mi smo ,

según l a gu í a de l o s p r inc ip ios bás i cos de Pe i r ce

(p . 12) . Comienza por de ta l l a r t r e s t ipos de in te r -

p re t ac ió n t ex tua l qu e o f r ece n l a o r i en t ac ión nece -

sa r i a pa ra e l a c to i n t e rp re t a t i vo :

  intendo auctoris,

intentio opens

  e

  intentio lectoñs

  (p. 22) . Desde lue-

go, cada uno de e l los t iene sus l ími tes

 y,

 p o r t an to ,

a l l ee r un t ex to se deben t ener en cuen ta los t res .

Eco hab l a de l a s imp l i cac iones de e s to en o t ro

contex to :

Es claro que trato de m antener un vínculo dialéctico

entre intentio opens  e intentio lectoris. El problema

es que, si quizá se sepa lo que significa la "intención

del lector", parece más difícil definir en forma abs-

tracta lo que significa la "intención del texto" [...]

Así, más que un parámetro que se em plee con el fin

de validar la interpretación, el texto es un objeto que

la interpretación construye en el curso del esfuerzo

circular de validarse con base en lo que elabora co-

mo resultado. N o m e avergüenza admitir que defien-

do el antiguo y aún válido "círculo hermenéutico".^^

11 Um ber to Eco ,

  Interpretation and Overinterpretation,

  Ste-

fan Col l in i ( ed . ) , Cambridge , Cambridge Univers i ty Press ,

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 41/395

39 INTRODUCCIÓN

A h o r a b i e n , m i e n t r a s e x i s t a n m á s " p a r á m e -

t ros" pa ra i n t e rv incu l a r se "d i a l éc t i camen te" , t i e -

n e n q u e s u r g i r m á s e s p a c i o s l i m i n a l e s p a r a r e -

m o n t a r s e m e d i a n t e l a c i r c u l a r i d a d . S i n e m b a r g o ,

s i se p r iv i l eg ió só lo un marco , l a i n t e rp re t ac ión ,

de acuerdo con Eco , cesa , pues e l t ex to se emplea

c o n u n d e t e r m i n a d o p r o p ó s i t o , q u e m a r c a e l l í -

m i te de la in te rpre tac ión . E n consecu enc ia , cuan -

to más r í g idos sean l o s marcos , más obv ios se rán

los l ími t e s . Po r ende , l a i n t e rp re t ac ión en s í no

es t á l imi t ada ; más b i en son l o s pa ráme t ros e l eg i -

d o s l o s q u e i m p o n e n r e s t r i c c i o n e s . N o o b s t a n t e ,

e s to no s ign if ica qu e lo s m ar co s o l o s p a r ám e t ro s

sean p re sc ind ib l e s , pues l a i n t e rp re t ac ión e s una

e m p r e s a q u e d e b e p r o d u c i r s u s p r o p i o s m a r c o s

co n e l fin de ev alu ar lo q ue in te n ta ac larar .

Es t a t endenc i a e s e l foco de a t enc ión en e l pe -

ne t r an t e aná l i s i s de l a i n t e rp re t ac ión de Eco , a s í

c o m o e n e l l i b r o d e P a t r i c k C o l m H o g a n

  On In-

terpretation: M eaning and Inference in Law , Psy-

choanalysis, and Literature,  que comienza po r c r i -

t i ca r a Eco deb ido a que a t r ibuye "s ign i f i cado no

a l o s t ex tos y d i cc iona r ios , s i no a l o s au to re s o

miembros de l a comunidad l i ngü í s t i ca [pues Eco]

ve e l s ign i f i cado segú n lo de f in e u n a in tu ic ión de l

l ec to r [ . . . ] que de e s t e modo desp l aza e l i n t en to

1992, p . 64 . [Edición en español:

  Interpretación y sobreinter-

pretación,

  N ue va York, Ca m bridge Un iversity Press , 199 5.]

Richard Rorty, en Eco,  Interpretation and Overinterpreta-

tion,  p . 100, expresa sus reservas acerca de la dis t inción de

Eco "entre interpretación y empleo", que podría ser en s í mis-

ma un marco según e l cua l s e des taquen los l ími tes de la

interpretación.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 42/395

40 INTRODUCCIÓN

autoria l a l individual del lec tor .^^ Sin embargo,

a l f ina l Hogan es tá más de acuerdo con Eco de lo

qu e en rea l id ad c ree , pu es lo qu e l lam a infe ren-

c ia n o es tá m uy le jan o de las co nje tu ras de las

que hab la Eco. Y s ignif icado (m uch o m en os u n a

en t ida d co m o s ignif icado verd ade ro [p. 10]) — al

ser la pr im era pre oc up ac ió n de u n a teor ía in te r -

pr eta t iva (p. 1)— n o es algo da d o, s ino algo a lo

que debe l l ega rse median te in fe renc ia s . No obs -

tan te , con ce ntr ars e en e l s ignif icado es ya u n con-

ven io , según e l cua l de nuevo deben conceb i r se

los m arc os p a r a qu e se e l ab ore n l a s in fe renc ia s

rac io na les (p . 93) resp ec to de la m a n er a en qu e

se pre tende .

En e s t e pun to se da un g i ro in te re san te en e l

a r g u m e n to de H og a n . H a y l ím i te s p a r a el c on -

venio , qu e no deb en tom ars e com o los l ím i tes de

la inte rpr e tac ión , pu es e l s ignificado inten cio na l

[ . . . ] [del] propósi to de una polí t ica legislat iva [de

las] creencias inconscientes de un vocero o [de la]

pr e te ns ión es té tica de u n au tor (p . 92) es u n in-

te n to ideo lec ta l (p . 93) , y, p o r ta n to , n o exis te

ninguna concepc ión de s igni f icado que se supon-

ga carezca de intención. Si e l s ignif icado es sólo

u n ideolec to o in ten to (p . 47) , to d as las c lases

de e se nc i a l i smo se má n t i c o , c omo l a supos i c ión

del s ignif icado socia l o del s ignif icado autónomo

que defienden tanto la f i losofía analí t ica como la

l i ngü í s t i c a e s t ruc tu ra l , son c onve n ios i nvá l i dos

P at r i ck Co l m Hogan ,  On Interpretation: M eaning and

Inference in Law , Psychoan alysis, and Literature,  Atenas, Uni-

versity of Georgia Press, 1996, p. 2.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 43/395

41 INTRODUCCIÓN

para eva luar e l ideolec to semánt ico . No obs tante

que esta convincente crí t ica se dirigió al esencia-

lismo social, fi losófico y l ingüístico, Hogan elabo-

ra un conven io pa ra in te rpre ta r l a in t enc ión de l

ideolecto: es el pr incip io de la m ín im a in terp re-

tació n (p. 14), qu e se r ige seg ún el pr in cip io or-

d en ad o r [de la] s im plicid ad (p. 15).

M i e n t r a s q u e E c o c o m b i n a m a r c o s d i s t i n t o s

con e l f in de ampliar los l ími tes de la interpre ta-

c ión, Hogan excluye los marcos amplios para im-

pedi r l a invas ión de la in te rpre tac ión . E l conve-

nio básico de Eco es qu e la inter pre tació n pro ced e

co m o u n a sem iosis del texto, m ien tra s qu e la vi-

sión de con ven io de significado (p. 32) de H og an

procede mediante infe renc ias que se guían según

el p r inc ip io de la s im pl i c idad , C on fo rm e au-

me n ta l a c a n t i da d de ma rc os que s e c ombina n ,

m ás incon fun dib les se rán los l ím i tes qu e de be rán

superarse . Si e l monta je de los marcos se conecta

en un movimiento c i rcular , los espacios l iminales

com ienzan a ser agob iantes . Po r tanto, se demu es-

t r a que l a i n t e rp re t a c ión c omo t r a duc ib i l i da d ,

que se p ropone como marco en los cap í tu los s i -

gu ien te s , e s un conven io min ima l i s t a , en v i r tud

del cual el espacio l iminal y las formas de vencer-

lo se revelan como obje t ivo fundamenta l de la in-

te rpre tac ión .

Sin embargo, cuando Hogan detal la la práct ica interpre-

tat iva en derecho, psicoanális is y l i teratura, est ipula una gran

cant idad de marcos como base para la "inferencia racional".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 44/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 45/395

1. L A A U T O R I D A D D E L C A N O N

C A N O N I Z A C I Ó N Y M I D R A S

La in te rpre tac ión , como se ha l legado a entender

en O ccide nte, su rg ió de la exégesis de la Tora, en la

t radic ión judía . Su inic io se enlaza de manera ín-

t ima con la canonizac ión de los tex tos sagrados ,

que en s í misma revela las caracter ís t icas const i -

tu t ivas de l a in t e rpre tac ión en l a medida en que

e l canon no se es tablece como un f in en s í mis-

mo. En un sent ido ampl io , l a canonizac ión es un

proceso de e lecc ión de textos que se conver t i rán

en obje to de interp re tac ió n, lo qu e a l m ism o t iem-

po los e l eva a una pos ic ión de censura re spec to

de o t ros textos cuyo es tudio e in te rpre tac ión in-

c luso pu ed en pro hibi rse , deb ido a que la cance la -

c ión de sus pre tens iones de va l idez cont r ibuye a

estab il izar la au to rid ad de los textos qu e se eligie-

ron . De la m ism a f o rm a que e l can on n o exis te p or

s í mismo, la a t r ibuc ión de autor idad requie re un

c on t r a s t e ne ga t i vo pa ra a poya r su a u t e n t i c i da d .

Dotar de autor idad a un texto puede conl levar

dos cosas :

  a)

  que e l dotarse é l mismo de e l la sea

un acto único e i r repet ible , o b)  que la autor idad

que se le a t r ibuy a se com plem ente , au m en te , am -

pl íe , especif ique , e tc . Cada una de es tas posibi l i -

dades concierne a l Ant iguo Testamento, según lo

43

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 46/395

44 LA AUTORIDAD DEL CANO N

conc ibe e l j ud a i sm o. E n consecu enc ia , hay t an to

un canon se l lado como uno ab ie r to . El se l lado se

co ns id era único , en ta n to se es tab lec ió su c ano ni -

zac ión ; e l e s t a tus de los e l ementos t ex tua le s e s

exclusivo y no se puede añadir n ingún texto a é l .

E l P e n t a t e uc o e s una m ue s t r a . S i n e m ba rgo , e l

canon ab ie r to pe rmi te añad i r o t ros t ex tos , y por

en de su can on iza ció n. E l Lib ro de las Leyes es u n

e j e m p l o , e n t a n t o pe rm i t e l a a d i c i ón de nue va s

leyes cuyo e s ta tus legal es ta n o bl iga to r io co m o e l

de las que ya existen en él .

Las consec uen cias d e los cán on es sel lado y abier-

to son obvias de inmedia to en la t rad ic ión jud ía .

M oisés fu e e l p r of e ta y da do r de leyes m ás gra nd e

de tod os los t i em po s que haya leg is lado m ed ian te

l a p r o f e c í a . N i n g ú n o t r o p r o f e t a p r o m u l g ó s u s

pro fec ía s en fo rm a de ley; en cam bio , p rom ovie -

ron r e fo rm a s o e x t r a po l a ron l e ye s a pa r t i r de l a

Ley de Moisés , y és tas son ya formas de in terpre-

tac ión . Es ta d i s t inc ión pe rm i te ver l as conse cuen-

c ia s de l canon se l l ado :

  a)

  s i por s í sola t iene ca-

rác t e r de au to r idad , tod a p ro fec ía subse cue n te va

a ca rece r de au to r idad ;  b)  en lo sucesivo, el texto

p ropo rc i ona rá s o l uc i one s pa ra t oda s l a s p r e gun -

tas posibles .

 1

  No obs tan te , e s ta au tor idad impl ica

qu e el t ex to va a co br a r nuev as d im ens ione s qu e

n o exis t ían c u an d o se se lló. D ebido a que e l can on

1  Véase Moshe Halberta l ,

  People of the Book: Cano n, M ea-

ning, and Authority,  Ca m bridge , Harvard Un ivers i ty Press ,

1997, p . 18 . Tuve oportunidad de aprovechar enormemente la

invest igación de Halbertal en uno de los ta l leres que se efec-

tuaron en Jerusalén en 1988, t i tulado "Inst i tut ions of Inter-

pretation" [Inst ituciones de la interpretación], al cual contri-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 47/395

45 LA AUTORIDAD DEL CANO N

s e l l a d o s e d e s t i n a b a a o f r e c e r u n a g u í a , l a p r e g u n -

t a d e c ó m o s e i b a n a c o m p r e n d e r s u s e l e m e n t o s

a d q u i r i ó t i n t e s d e lo m á s a p r e m i a n t e s , n e c e s i d a d

q u e d i o p a s o a l a i n t e r p r e t a c i ó n t a l c o m o l a e j e r -

c i e r on l o s s a b i o s y l o s r a b i nos . ^ S i n e mba r go , e s -

t o s ú l t i m o s n o e r a n p r o f e t a s y e n c o n s e c u e n c i a s e

l e s a pa r t ó de l a Le y de Moi sé s ; a pe sa r de l o a n t e -

r i o r , a s u m i e r o n u n a p o s i c i ó n i m p o r t a n t e e n v i r -

tud de su exéges i s de l a Tora . Es to sacó a l a luz l a

r e l a c i ó n d e d o b l e s e n t i d o e n t r e e l c a n o n y l a i n -

t e r p r e t a c i ó n , c o m o l a d e s c r i b e M o s h e H a l b e r t a l :

El sellado del texto engendra tanto la con cesió n co-

m o el retiro de autoridad [. . .] En el m om ento en que

se sella el texto, se retira la autoridad de los escrito-

res del texto y se transfiere a sus intérpretes; se n iega

a los profetas y se premia con ella a los sabios. "De

ahora en adelante deberás inclinar tu oíd o a las obras

de los eruditos." El sellado de las Escrituras indica

en efecto un recon ocim iento de la autoridad exclusi-

va de estos textos, pero al mismo tiempo la autori-

dad se redistribuye [...] Surge el nuevo modelo líder

del erudito de la Tora, adquiere un lugar prom inente

el ideal religioso del estudio de la Tora y las nuevas

instituciones, como el  beit midrash,  adquieren una

po sición de prestigio en la comunidad. ̂

buyó de manera importante con su ensayo "Canonizat ion and

the Pol i t ics of Interpretat ion" [La canonización y la pol í t ica

de la interpretación], a partir del cual elaboró su libro.

2 Vé ase Jose ph H ein em an n, "The N ature of the A ggadah",

e n  M idrash and Literature,  Geof f rey Hart m an y S an f or d B u -

dick (eds.) , New Haven, Yale University Press , 1986, p. 46.

3 M. Halbertal ,  People of the Book,  pp. 19 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 48/395

46 LA AUTORIDAD DEL CANON

E s t o e s a s í d e b i d o a q u e e l c a n o n s e l l a d o n o s e

i n v i s t e a s í m i s m o d e a u t o r i d a d ; l a a u t o r i d a d s e l e

o t o r g a , p o r l a r a z ó n q u e s e a , d e s d e f u e r a . A s í , s a -

l e a l a l u z l a d u a l i d a d i n a m o v i b l e d e l a i n t e r p r e t a -

c i ó n : e s u n a c t o t a n t o d o m i n a n t e c o m o s u p e d i t a -

d o e n r e l a c i ó n c o n l o q u e s e p r o p o n e a c l a r a r .

E s t a d u a l i d a d d e b i ó p e r c i b i r s e c o m o p r o b l e m a

m u y p r o n t o , p u e s e l " j u d a i s m o f a r i s e o " , c o m o

e s c r i b e M i c h a e l F i s h b a n e ,

trató de minimizar la brecha entre la Tora divina y

la interpretación humana en curso al proyectar los

orígenes de la exégesis autoritaria al mismo Sinai.

Pero incluso esta m itificación de una caden a de in-

térpretes legítimos no tanto oscureció la distinción

entre Revelación e Interpretación, cuanto la destacó.

Desde esta perspectiva, las tradiciones interpretati-

vas del judaismo antiguo constituyen un género se-

parado, no bíblico: un corpus  de textos posbíblico

que se extiende a lo largo de la Revelación sinaitica

c o mo revelación  de nuevos significados  mediante la

exégesis.

  Más aún, esta dignificación de la interpre-

tación en la literatura farisea destaca otra caracte-

rística del juda ismo temprano (y es una causa básica

de las primeras polémicas judías): el reconocimien-

to de que no existía una enseñanza pura de la Reve-

lación aparte de su regeneración o clarificación me-

diante una clase autoritaria de exégesis.'*

" M ichae l F i shba ne , "Inner B ib l ica l E xeg es i s : Typ es a nd

Stra tegies of Interp retation in An cient Israel", en

 M idrash and

Literature,

  G eof f rey H art m an y S an f ord B u d i ck ( ed s . ). Ne w

Haven, Yale University Press, 1986, pp. 19 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 49/395

47 LA AUTORIDAD DEL CANO N

La Gasa de l Midras que surg ió de es te t ipo de

in te rpre tac ión es un procedimiento exegé t ico que

pers igue en lo fu nd am en ta l t res ob je tivos :

1)

  Reve la r e l ca rác te r semina l de l ve rbo insp i -

rado.

2)  Vincularlo con la vida del pueblo de Israel .

3)

  Y abordar o t ros tex tos que toquen a la puer-

ta de l canon.

Lo que d i s tingue a la i n t e rp re t ac ión m idrás i c a

de las e tapas tempranas de la exégesis , en la que

aún era borrosa la d is t inc ión ent re e l canon se l la-

d o  y  su expo sic ión interp re ta t iv a , ̂ es su con cien-

cia de la difere nc ia en tre la Tora y el m un do a j eno

a l canon , d i fe renc ia , no obs tan te , que a l mismo

t iem po se sost iene

 y

 se e l im ina de bido a l he ch o d e

qu e el ca no n se va a t ra du ci r a la v ida de la co m u-

n idad . En pa labra s de Joseph He inemann:

El compromiso de los sabios por descubrir toda la

enseñanza ramificada en la Escritura encuentra su

expresión en su lema: "¡Interpreta y recibe recom-

pensa " Eran de la opinión de que la Biblia preten-

día impartir una instrucción moral y religiosa, ense-

ñ a m o s có m o vivir. ̂

Pero como nunca puede sa lvarse de forma def i -

n i t i va e l ab i smo en t re l a pa lab ra de Dios

  y

  el

mundo , l a i n t raduc ib i l idad conduce a una p ro l i -

5

  Véase M. Halbertal ,

  People of the Book,

  p. 15.

^

 J. H ein em an n, "The N ature of the Aggadah", p. 48.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 50/395

48 LA AUTORIDAD DE L CAN ON

f e r a c ión s i n l im i t e de i n t e rp re t a c ione s mid rá s i -

cas . La in te rpre tac ión subraya e l hecho de que e l

c a n o n y l a c o m u n i d a d n o c o i n c i d e n , y a u n q u e

creó es ta esc is ión en pr imer lugar , también lucha

p o r s u p e r a r l a . B e t t y R o j t m a n h a c e h i n c a p i é e n

es te p u n to a l a f i rm ar :

En particular, no es posible eliminar, en ninguna

teoría de exégesis, un parámetro variable de exége-

sis que reintegre al mensaje una problemática del

tema y de la recepción: el midras de hecho admite,

como técnica de interpretación, la proyección del

modelo bíblico en diversos planes de la realización

existencial.^

Las pos ib le s impl i cac iones de e s t a in t e rpre ta -

c ión midrás ica se obse rvan de l a fo rma más sor -

p renden te cuando un t ex to que o r ig ina lmente no

fo rm ab a p ar te del ca n o n se ca no niz a después.® El

Libro de l Ec les ias tés es un e jemplo c la ro . En e l

Ec le s i a s t é s se re t ra t a l a h i s to r i a como una se r i e

de acontec imientos desprovis tos por comple to de

s igni f icado. Los h i jos repi ten las malvadas obras

de sus padres , y ta l repe t ic ión demues t ra que no

ha y n ad a nuev o b aj o e l sol. He vis to tod o lo qu e

^ Bet ty Ro j tman,  Black Fire on W hite Fire: An Essay on Je-

wish Herm eneutics, from M idrash to Kabba lah,  trad, de Ste ven

Rendal i , Berkeley, Cal i fornia Univers i ty Press , 1998, p . 106;

véase también la p . 116: "El midras , como vimos , correspon-

de a un grad o de real ización qu e saca de lo exis tencial la mu l-

t ipl icidad de sus proyecciones".

®  M. Halbertal ,  People of the Book,  pp. 24-26, ofrece un re-

cue nto deta l lado de este proced imiento .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 51/395

49 LA AUTORIDAD DEL CANO N

se ha hecho bajo el sol ; y, observad, todo es vani-

d ad y ve jació n del esp íri tu" (Ec lesiastés, 1:14), "Lo

que fue es lo que será ; y lo que se hizo es lo que

habrá de hace rse ; y nada hay nuevo ba jo e l so l "

(Ec lesiastés, 1:9). "Todas las co sa s h e visto en m is

d ías de vanidad: hay un hombre jus to que perece

en su camino rec to , y hay un hombre impío que

prolo ng a su vida en su m ald ad . No seá is rec tos en

dem asía , n i sabios en dem asía ; ¿para qué dest rui r-

se uno mismo?" (Ec les ias tés , 7 :15-16) . El Ec le -

s i a s t é s incumple con cas i t odo lo que se a s i en ta

e n l a To ra ; c on t r a d i c e l a s c r e e nc i a s r e p re s e n t a -

das en la Bibl ia , y no obstante forma par te de las

Escr i turas .

¿ C óm o r e s ue l ve e s t a s i t ua c i ón l a i n t e rp re t a -

c ión? Exis te un famoso midras de R. Samuel ben

N ah m an i , que ca m bió e l s ign if icado de l Ec lesias-

tés de m an er a tan drá s t ica que el t ex to as um ió u n

es ta tus por comple to d i s t in to . El midras en cues-

t ión aborda dos temas cent ra les : a)  la fut i l id ad de

todas l a s expec ta t ivas humanas y

 b)

  las sugeren-

c ias hedonis tas que ofrece e l Ecles ias tés respecto

de d i c ha fu t i l i da d . Lo que r e c om i e nda e l p r e d i -

cador de forma expl íc i ta es l a indulgenc ia en los

p lace re s de l a v ida d i a r i a , como comer y bebe r ,

con e l f in de con t ra r re s t a r l a desespe ranza , que

de o t ro m odo ha r í a a c t o de p re s e nc i a . " No ha y

na da m e j o r pa ra e l hom bre que l o que de be c o -

mer y beber" (Ecles ias tés , 2 :24) . "Entonces reco-

miendo l a r i sa , pues nada hay ba jo e l so l me jo r

pa ra un hombre que comer y bebe r , y se r f e l i z "

(Eclesiastés, 8:15).

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 52/395

50 LA AUTORIDAD DEL CANO N

E l m i d r a s r e i n t e r p r e t a e l m e n s a j e h e d o n i s t a

como una metáfora ; as í , cada vez que e l Ecles ias-

tés d ice co m er y beber , qu ie r e de c i r 've y h az

buenas obras y e s tud ia l a Tora ' . De e s t e modo ,

l a reco m end ac ión de hed on i sm o com o se expresa

en e l t ex to se con vie r t e en u n a am en az a : sa bed

que Dios se rá e l juez de vues t ra indulgenc ia .^

Desde e l momento en que e l Ec le s i a s t é s se con-

vi r t ió en par te de l canon, tuvo que lee rse de ma-

nera ta l que fuese cons is tente con e l res to de las

Escr i turas . Es ta exéges is demues t ra que e l s igni -

ficado del texto n o es au to ri ta rio ; en cam bio , es la

lectura que se da al texto lo que inviste de autori-

dad al Libro del Eclesiastés.

Es ta s con tors ion es po ne n de man i f ie s to la du a -

l idad inhe ren te a l canon . Se desca r t a lo que en

real idad dice e l texto en favor de lo que se supo-

ne qu e dice e l texto, y es te pr oc ed im ien to im pl ica

que la canonización de un texto es , en e l anál is is

final , la lectura específica que se le da. Desplazar

l a au to r idad a l a l ec tu ra no e s só lo una aprop ia -

c ión del can on , s ino que se le con dic io na m ed ian -

te la inte nc ión de que los lec tores lean de ac ue rd o

co n lo qu e se h a d ec re ta do qu e el texto s ignif ique .

Po r tan to, la can on izac ión de u n texto en ocasio-

ne s pue de s e rv i r pa ra r e s t a r a u to r i da d a l s i gn i -

f icado or iginal , y permit i r a l comentar is ta e legir

e l s igni f icado que se es t imará propio de la auto-

r idad , En rea l idad , é l e j e rce au tor idad sobre e l

tex to (p, 27).

®  M. Halbertal ,  People of the Book,  p. 25.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 53/395

51 LA AUTOR IDAD DEL CANO N

S i n e m b a r g o , e x i s t e n d o s r a z o n e s b á s i c a s p a r a

l o q u e q u i z á s e c o n s i d e r e u n a " d i s t o r s i ó n a r b i t r a -

r i a " d e l t e x t o , c o m o e s e v i d e n t e e n l a e x é g e s i s m i -

d r á s i c a . E l p r i n c i p i o o p e r a t i v o g u í a e n l a l e c t u r a

d e l c a n o n e s l o q u e H a l b e r t a l d e n o m i n ó " p r i n c i -

p i o d e c a r i d ad " , t é r m i n o q u e t o m ó d e Q u i n e , s i

b i e n h a y y a u n a r e f e r e n c i a t e m p r a n a a t a l p r i n c i -

p i o e n s a n A g u s t í n , q u i e n s o s t e n í a q u e q u i e n

creyera que comprende las divinas Escrituras o al-

guna parte de ellas de forma que no fomentase el

doble amor por Dios y por nuestros vecinos no las

com prend e en ab soluto. Q uien halle en ellas una lec-

ción que sirva para practicar la caridad, aunque no

diga lo que quizá se demuestre que el autor preten-

día en ese lugar, ni se engaña, ni miente de manera

algu na. ̂ ^

El p r in c ip io d e car id ad , s egú n se en t i en d e en la

t r a d i c i ó n j u d í a , b u s c a a s e g u r a r l a s i g n i f i c a c i ó n

p ro fu n d a d e l t ex to can ón ico en lo s casos en q u e e l

s i g n i f i c a d o l i t e r a l c r e a u n a i m p r e s i ó n d e c a r e c e r

d e sen t id o en re lac ión con o tros t ex tos d e l can on ;

a l m i s m o t i e m p o , p r e t e n d e r e v e l a r l a p l é t o r a d e

Véase M. Halbertal ,

  People of the Book,

  p. 25; véase tam-

bién W illard van O rman Quine,

  Word and Object,

  Cambridge,

M ass ach use tts , MIX Press , 1960, pp. 57-61. [E di ció n en esp a-

ñol:

  Palabra y objeto,

  Barcelona, Labor, 1968.]

" San Agus t ín ,

  On Christian Doctrine,

  trad, de D. W . Ro-

bertson, Jr. , Indianápolis , Bobbs-Merril l , Liberal Arts Press ,

1958, p . 30 . Hay también una amplia polémica en la tradición

judía respecto de s i es el exégeta el que debe emplear el prin-

cipio de caridad o s i lo determinan las Escrituras mismas.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 54/395

52 LA AUTORIDAD DEL CANO N

significad os qu e ha y en el texto. P or tan to , la c ari-

da d conl leva u n e nf oq ue posi t ivo a lo qu e sea q ue

diga el texto, con el f in de develarlo para una rea-

l izac ión com ple ta , de m o do q ue se perc iba a la luz

de su per fecc ión inherente . Debido a que la Tora

surge en gra n m ed ida d e la pa lab ra d e Dios, lo que

s e a ña da a l c a non de be e n t e nde r s e de l a m e j o r

manera pos ib le : l a pa lab ra de Dios ca rece de in -

cons i s t enc ia s y con t rad icc iones , po r lo que todo

e lemento canón ico incons i s t en te habrá de e l imi -

na r s e m e d i a n t e l a m e j o r l e c t u ra pos i b l e . Es po r

ende t a rea de l a exéges i s des t aca r l a co r re spon-

denc ia en t re cada pa labra de la Bib l ia con la pe r -

fecc ión y pleni tud qu e co nn ota . Un vástago de es te

r e t i ro de c on t r a d i c c i one s a pa re n t e s e s l a m u l t i -

t ud de s í m i l e s , h i s t o r i a s y m e t á fo ra s que a bun -

dan en los comenta r ios rab ín icos y med ian te los

c u a l e s p o d e m o s d a r n o s u n a i d e a d e l p r o b l e m a

inherente de la in te rpre tac ión .

La o t ra razó n im po r t an te pa ra el desp lazamien-

to de l a au to r idad a l a l ec tu ra de l canon e s que

é s t a ha de t r a duc i r s e a l a v i da de l a c om un i da d

que es tá d i señada a es t ruc tura r . ̂  ̂De nuevo, p a re -

c e j u s t i f i c a d a e s t a p r e s un c i ó n de a u t o r i d a d e n

B. Rojtman,  Black Fire on White Fire,  pp. 4 y ss., escribe:

"El papel de la in terpretac ión es combinar unidades de s i s -

temas di ferentes , v incular lo textual con lo r i tual , caracteres

escritos co n s ignif ica cion es existenciales [ . .. ] El princip io de in-

cert idum bre — situado dentro de l ímites precisos— n os perm i-

t irá sentar las bases metodológicas del comentario. La exégesis

j u d í a con s t ru yó p ara s í u n ap ara t o h erm en éu t i co com p l e t o

que regula es tas relaciones entre premisas textuales y conclu-

s iones exis tenciales , entre formulaciones originales y traduc-

ciones semánt icas".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 55/395

53 LA AUTORIDAD DE L CANO N

tanto la exégesis del canon ha de develar la pala-

b r a i n s p i r a d a , q u e d e o t r a f o r m a p e r m a n e c e r í a

en estado la tente en la Tora. Pero una vez más se

hace ev idente e l p roblema de l canon se l lado: ha

de en tenderse , y por ende la provis ión de en ten-

d imien to t i ene que a sumi r au to r idad . S in embar -

go, es ta autor idad es tá ya a dos e l iminaciones de

dis tancia de l canon se l lado; t ras los profe tas , son

ahora los exégetas quienes rec laman val idez para

su lectura , y esto trae a cuento otro aspecto de la

dual idad de la in terpre tac ión.

Si la lectura ha de exhibir la autor idad del tex-

to , a l mismo t i empo habrá de tomar p re s tada d i -

cha autor idad con e l f in de t raducir e l canon a la

vida de la comunidad. En otras pa labras , la lec tu-

r a des taca l a au to r idad de l canon a l r eve la r su

d imens ión omnímoda , de modo que se conv ie r t a

en un pa ráme t ro de med ic ión pa ra todos los de -

más textos; de manera s imul tánea , invier te e l ca-

non en gu ía s pa ra l a v ida de l a comunidad . S in

embargo , aunque no se p r ive de su au to r idad a l

tex to canónico , de todas maneras debe desv ia r se

la autor idad con el f in de invest ir a la lectura de

autor idad . En consecuenc ia , l a au tor idad no des-

ca ns a en exclusiva en el ca n o n n i en la lectu ra; en

cambio, osc i la entre los dos , y es ta osc i lac ión es

una ind icac ión de l ine r rad icable espac io en t re e l

canon y su in te rp re tac ión . E l e spac io lo ab re l a

neces idad de en tender la Tora y de t raduc i r la en

una gu ía pa ra l a v ida de l a comunidad . De e s te

m o d o sa le a la luz el pr ob lem a c entra l de la in ter -

p re tac ión , a sabe r : que todo ac to de in te rp re ta -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 56/395

54 LA AUTORIDAD DE L CANON

ción crea un espacio l iminal entre e l tema por in-

te rpre ta r y su t raducc ión a un reg is t ro d i fe ren te .

E s te espa c io co nec t ivo en t re e l in té r p re te y e l

t e x to r e v e l a mu y t e mp r a n o e n l a h i s t o r i a l a n a -

tura leza de la in te rpre tac ión como una i te rac ión

de la t r ad uc ib i l ida d . Y e s to se deb e a l he ch o de

que los textos en sí y por s í no regulan las condi-

c ion es de su p ro p ia lec tu ra , s i b ie n to d o tex to

cobra vida sólo mediante su lec tura .

C om o la Tora y la v ida de l pu eb lo d e Israe l n o

es tán s inc ron izadas por comple to , l a l e c tu ra au -

tor izada de l canon t iene que sa lvar es ta brecha ,

lo que ha dado paso a la comple j idad de la in ter -

p re tac ión midrá s ica . Los p roced imien tos que se

d e s a r r o l l a r o n p a r a e s t a e m p r e sa n o p r e t e n d e n

tan to ac la ra r pasa jes d i f íc i le s en e l t ex to b íb l ico

cu an to asu m ir u n a po s tu ra en las cues t iones co t i-

d ianas u rgen te s , gu ia r a l pueb lo y fo r t a l ece r su

fe . Po r tan to , las cuest iones urge ntes decid en

a qué c lase de regis t ro se va a ver t i r e l canon, y

no pa rece habe r l ími te s pa ra l a va r i edad de los

r eg i s t ros . Además , e l t ex to canón ico abunda en

Geof frey Ha rtman y San ford Budick , in trodu cc ión a

  M i-

drash and Literature,  G e o f f r e y H a r t m a n y S a n f o r d B u d ic k

(eds.) , New Haven, Yale University Press , 1986, p. xi .

M. Halberta l ,  People of the Book,  p . 4 4 , c o m e n t a s o b r e

es ta s i tuac ión lo que s igue: "Pues to que la canon izac ión de-

term ina la fun ció n de los textos y afecta las expectat ivas de la

c o m u n id a d d e l e c t o r e s , t i e n e u n g r a n e f e c t o n o s ó lo e n e l

prest ig io de los textos , s ino también en su s ignif icado. Exis te

una re lac ión as imétr ica crec iente en tre la canon izac ión y la

apertura hermenéut ica . Cuanto más canonizado es té e l texto ,

ofrece posibil idades interpretativas más amplias".

J. Heinemann, "The Nature of the Aggadah", p. 49.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 57/395

55 LA AUTORIDAD DE L CANON

ambigüedades , cuyas ac la rac iones permi ten apro-

ximaciones desde dis t intos ángulos , según lo que

se su po ne qu e el p as aje en cu est ión s ignif ica pa ra

la vida de la comunidad. De aquí que los di feren-

tes registros a los que se t raduce el texto sagrado

bien p ue da n am ena za r con e ros iona r su núc leo

'or ig ina l ' y d irec to ,^^ y qu e u n a am en az a ta n

obvia apunte a la var iabi l idad de regis t ros a la

qu e se vierte el texto sag rad o.

Sin em bargo , el texto no pre de term ina p or co m -

pleto el registro, en especial en tanto se t iene que

a p r e n d e r  del  texto y no aprender el texto (p. 15).

Por tan to , recae cas i por ente ro en la d i sc rec ión

de l in té rpre te qué c lase de regis t ro dec ide usar .

As í , se da una mayor d i s t r ibuc ión de l a au to r i -

dad : n o sólo la lec tur a qu e se da a l ca no n rec lam a

autor idad pa ra s í , s ino que l a au to r idad t ambién

se tran sfie re al registro , deb ido a qu e el ca no n de-

be es tablecer una guía para la v ida comuni ta r ia .

Como e l regis t ro es muy se lec t ivo respec to de

la func ión que la Escr i tura es tá des t inada a e je r -

cer, la au to rid ad qu e se le atr ib uy e se con vierte en

mater ia de d isputa , como se ve de manera v iv ida

e n l a s c on t rove r s i a s sob re l a i n t e rp re t a c ión mi -

drás ica. A un qu e el reg istro no esté a discu sión, su

mul t i fo rmidad e s e senc ia l porque e l canon debe

M. Halbertal ,

  People of the Book,

  p. 40.

En su capítulo "Three Views on Controversy and Tradi-

tion", Halbertal,

  People of the Book,

  pp. 71 y ss., escribe: "La

idea de la apertura de un texto y del papel constitutivo del in-

térprete son las opciones más audaces que produjo, en e l as -

pecto teológico tanto como en e l hermenéut ico , una ref lexión

interna rabínica sobre la canonización de la controversia".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 58/395

56 LA AUTORIDAD DEL CANO N

que da r d i s pon i b l e pa ra t odos l o s a s pe c t o s de l a

v ida , cuya e s t ruc tu rac ión debe t ene rse en cuen ta

para todo t ipo de pred ispos ic ión humana . De es te

m odo , e l r e g i s t ro s e c ond i c i ona e n g ra n m e d i da

seg ún lo qu e el es tu dio d e la Tora es tá dis eñ ad o a

consegu i r , y l a ampl i tud de su func ión e l eva e l

aprendiza je a una obl igac ión re l ig iosa . El apren-

d iza je s ign i f ica dos cosas a l a vez : una re f lex ión

en curso sobre l a Tora y un e s fue rzo por encon-

t r a r l a e s t ruc t u ra de l a s oc i e da d e n una i nm e r -

s ión con t inua en e l t ex to sagrado . Por t an to , e l

reg i s t ro a lbe rga una insc r ipc ión dua l : t i ene una

d imens ión re l ig iosa y una mundana . Es t a ú l t ima

se ref iere a cu est ion es c om o la s iguiente : ¿qu é ha -

c e n e n r e a l i da d l o s s e r e s hum a nos c ua ndo p i e n -

s a n , c ó m o p i e n s a n y q u é g u í a s u p e n s a m i e n t o ?

¿Cuál es su vis ión del mundo y cuáles son los ob-

je tos de sus medi tac iones? Es to s ign i f ica que las

p re d i s pos i c i one s hum a na s t i e ne n que e xp l o ra r s e

co m o par te de l es tudio . La raz ón d e es ta exp lora -

c ión de nuevo t i ene dos ca ras : hacer l a Tora t ra -

duc ib le de mane ra más adecuada a l a s v idas hu-

m a n a s y h a c e r l a s v i d a s h u m a n a s t r a d u c i b l e s a

los té r m in os qu e es tablece la Tora . C om o el regis-

t ro proporc iona e l marco dent ro de l cua l e l t ex to

sagrad o pu ed e su je ta rse a l a v ida hu m an a , se m ar-

c a c on una e s c i s i ón , po rque t i e ne que m i ra r e n

dos d i recc iones opues tas a l a vez : e l t ex to sagra -

do y la comunidad . S in embargo , es ta esc i s ión es

apenas tocada por l a dec i s ión mediante la cua l se

es t ab lece e l r eg i s t ro en p r imer luga r y med ian te

e l cual se de termina la función que e l texto e legi -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 59/395

57 LA AUTORIDAD DEL CANON

do va a e je rce r en la v ida de la comunidad . Es ta

es t ru c tura se ap l ica a todas las fo rm as subsecu en-

tes de regis t ros en la h is to r ia de la in te rpr e ta c ió n,

en t an to los t é rminos a los que a lgo se t r aduce

t e nga n una o r i e n t a c i ón m a rc a da m e n t e p ra gm á t i -

ca . Adem ás de es tas cons iderac iones prag m át icas ,

las dual idades y divergencias propias de todos los

reg is t ros de in te rpre tac ión pa l idecen has ta l a in -

significancia .

D ebido a que e l reg is t ro pr op on e los t é rm ino s a

los qu e se h a de t ra du cir e l texto dad o, a br e al mis-

mo t iempo e l espac io l imina l en t re e l t ex to y los

térm inos en cuest ión. Este espacio liminal no p ue-

de tocarse sólo por encima, en especia l porque es

c re a c i ón de l a c t o m i s m o de i n t e rp re t a c i ón , que

s e nc i l l a m e n t e no pue de i gno ra r —m uc ho m e nos

deshacer— lo que causó . As í , e l e spac io l imina l

es tá s iempre presente en toda ac t iv idad in te rpre -

ta t iva , y en e l aná l i s i s f ina l pe rmi te y de hecho

obl iga a la autor idad a osc i lar ent re e l canon y la

exéges i s , pues es por igua l responsable tan to de

su d i s t r ibuc ión como de su d iv i s ión . La au to r i -

dad se divide ent re e l canon, la lec tura que se da

a l canon y e l reg is t ro que es tab lece los t é rminos

mediante los cuales e l canon se t ras lada a la v ida

humana . ¿Tenemos va r i a s au to r idades , ex i s t e un

p ré s t a m o c on t i nuo , o l a a u t o r i da d s e de s p l a z a

siempre s in tener en absoluto un lugar def ini t ivo?

No e s ne c e s a r i o c on t e s t a r e s t a s p r e gun t a s , pue s

e l desp lazamien to de l a au to r idad e s consecuen-

c ia de l espac io l im ina l , cuya inde te rm ina c ió n bá-

s ica hace que la au tor idad osc i le en t re e l canon.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 60/395

58 LA AUTORIDAD DEL CANO N

la l ec tu ra y e l r eg i s t ro . E n co n t ra m o s de nuevo , en

e l o r igen mismo de l a exéges i s r ab ín i ca , un p ro -

b l e m a b á s i c o d e i n t e r p r e t a c i ó n : l a n e c e s i d a d d e

f ranquea r e l e spac io l imina l .

Quizá la Casa del Midras haya s ido e l pr imer in-

ten to se r io por reso lver l a cues t ión de l espac io l i -

m ina l . Es , co m o a lguna vez co m en tó Dan ie l Boya -

r ín , un m é to d o de fu er te l ec tur a de los vac íos de l

t ex to , l l enándo los , po r dec i r lo a s í , a l i n se r t a r en

ellos en intertexto' ' .^® Este intertexto es de lo más

ne cesa r io en vis ta de qu e las ind ete rm ina cio ne s del

t e x t o c a n ó n i c o m i s m o d e b e n a b o r d a r s e d e u n a

manera que impida l a s pos ib l e s l ec tu ra s que t en -

g a n p r o p ó s i t o s s u b v e r s i v o s o h e r é t i c o s . S i n e m -

bargo , bás icamente e l l l enado de vac íos con in te r -

texto t iene la finalidad de cubrir el espacio l iminal.

E l pa rad igm a m ás im po r t an t e en l a t r ad i c ión ju -

d ía de es te in te r tex to qu e se inse r ta en t re el c an o n

y su lec tu ra es el

 mashal  *

 E n gene ra l , e l m as h al es

una na r r a c i ón pa r a bó l i c a , s i m i l a r a l a f á bu l a o a

l a pa ráb o la , qu e sug ie re pa ra l e los en t r e u n acon -

t e c i m ie n to ficcional i m a g in a d o y u n a ' s i t ua c ió n

rea l ' inm ed ia ta ; e l pa ra le lo y sus im pl ica c ion es ,

o g rad os de imp l i cac ión [ . .. ] p ro voc an ac t ivam en-

te [ . . . ] en su públ ico la solución de su s ignif icado,

o l o q u e p o d r í a m o s l l a m a r s u i n t e r p r e t a c i ó n . ^ ^

Dan i e l B oyar í n ,  Intertextuality and the Reading of M i-

drash,

  Bloomington, Indiana University Press , 1994, p. 56.

Dav i d S t em ,  Parables in M idrash: Na rrative arid Exegesis

in Rabb inic Literature,  Ca m bridge , Harv ard U niversity Press ,

1991, p. 5.

* En hebreo, "gobernar, reinar, dominar"; también, una for-

ma de percibir la realidad. [T.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 61/395

59 LA AUTOR IDAD DE L CAN ON

Así, e l m as ha l o f re ce m úl t ip l e s in t e rcon ex io nes ,

d i señadas sobre todo para l l enar e l e spac io l imi -

nal , pues "permite a los rabinos asociar textos de

dis t in tas par tes de l canon a l as ignar les re lac iones

a d i c hos t e x t o s y a c om oda r l o s e n una t r a m a " .

En es te caso , l a Bib l ia se convie r te en un tex to

au tog losado , pues los pasa je s v incu lados p rove -

nientes de diversos l ibros se der ivan uno de ot ro

en un e s fue rzo por reve la r l a p l en i tud inhe ren te

del verbo. Es sólo m ed ian te es ta lec tura in terac t i -

va de pa labras , f rases , ve rsos o porc iones de na-

rrac ión como se sa lva e l vac ío ent re la na tura leza

evidente y la oc ul ta de l verbo . El m as ha l ta m b ién

enmarca y con tex tua l i za los ve r sos b íb l i cos que

se van a in terpre tar . Con es to se in tenta l legar a l

públ ico para quien se in terpre ta , y , por tanto , las

c i rcuns tanc ias par t icu la res de las s i tuac iones hu-

m a n a s b á s i c a s d e b e n f o r m a r p a r t e d e l a n a r r a -

ción que l lena los vacíos. Así , e l mashal t iene que

ver an tes que nada

con m antener la presencia de la Tora en la ex istencia

de los judíos, al llenar la brecha entre sus palabras y

el lector, al vencer la alienación, la distancia de la

Tora, y recuperarla para los jud íos c om o un a p resen-

cia conocida, íntima. El intérprete midrásico es en

este sentido literalmente un traductor: es quien lleva

el texto de una orilla a otra de una división, quien

salva el espacio entre el texto y su comprensión.^'

D. Boyarín,

  Intertextuality,

  p. 84.

D . S t em ,

  Parables in Midrash,

  pp. 44 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 62/395

60 LA AUTORIDAD DE L CANON

Sin embargo , pa ra logra r es te ob je t ivo por me-

dio de u n a nar rac ión , el au tor ha de ten er en cuen -

ta los escol los inherentes en toda nar rac ión que ,

como nunca puede na r ra r se en su to t a l idad , e s t á

ho l l ada por inde te rminac iones a l a s que hay que

ha ce r f ren te .

S i e l masha l como in te r tex to ca rgado de múl t i -

p l es fun c ion es ha de cum pl i r su p ropó s i to , deb en

imponerse c ie r tas l imi tac iones con e l f in de con-

ve r t i r l a na r rac ión en un t ex to ce r rado . S in e s t e

cierre, el espacio l iminal, en lugar de l lenarse, ten-

de rá a i n s c r i b i r s e e n e l i n s t rum e n t o m i s m o que

de b í a c ub r i r l o . La s l i m i t a c i one s de l m a s ha l s on

t a n t o t e m á t i c a s c om o e s t ruc t u ra l e s . C om o fo rm a

de e ns e ña nz a y p re d i c a c i ón , s u s t e m a s s e ba s a n

e n opue s t o s r e l a c i ona dos de m a ne ra í n t i m a c on

l a c onduc t a hum a na , c om o obe d i e nc i a y de s obe -

d ienc ia , o rgul lo y cu lpa , e log io y consue lo , que-

re l l a y reconc i l i ac ión , r emord imien to y conse jo ,

recompensa y ca s t igo , e t c . (pp . 102-151) . Como

resoluc ión de opues tos , e l masha l re f le ja t an to e l

espa c io lim ina l en t re e l ca no n y e l reg is t ro co m o

l a e l i m i na c i ón de l i be ra da de e s t a d i f e r e nc i a . E l

he ch o m ism o de que el m ash a l i ncorp ore e l t ex to

c a nón i c o a s i t ua c i one s de l a c o t i d i a n i da d de l

pueblo de Is rae l seña la s in lugar a dudas e l con-

texto en e l que debe t raducirse la Tora , a l t iempo

que los t emas var iab les de l masha l reve lan e l re -

g i s t ro respec t ivo que se propone en e l ac to de la

in t e rp re t ac ión .

No obstante , es tas dos carac ter ís t icas en s í mis-

mas no bas t an pa ra ga ran t i za r que se consegu i rá

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 63/395

61 LA AUTORIDAD DEL CANON

l a i n t e n c i ó n o p e r a t i v a e n l a i n t e r p r e t a c i ó n . P o r

t a n t o , e l m a s ha l de be e s t r uc t u r a r s e de m odo que

s e a s e gu r e e l c um p l i m i e n t o de e s t e ob j e t i vo . E l

m ode l o r e t ó r i c o de l m a s ha l t i e ne t r e s c a r a s : e l

nimshal*  da s egu imien to a l a na r rac ión y exp l i ca

la apl icac ión de lo que re la ta la his tor ia , y e l ma-

sha l t e r m in a con u n t ex to de p ru eba , qu e si em-

pre e s un pasa j e de l a B ib l i a que debe r e spa lda r

l a i n f e r e nc i a que e l n i m s ha l h i z o e xp l í c i t a . N o

cabe duda r e spec to de l a s p r io r idades de l os e l e -

m e n t os e n e s t e m ode l o t r i pa r t i t a . L a pa r t e de l a

na r rac ión e s l a menos impor t an t e , pues só lo o f re -

ce e l contexto en e l que e l n imshal inser ta la apl i -

cac ión adecuada de lo que ind ica l a Tora , ap l ica -

c ión , s in embargo , que neces i t a l a co r roborac ión

de l t ex to de p rueba p roven ien t e de un pasa j e d i s -

t in to de l de l a Bib l ia , pues l a ap l icac ión no se

conf i rma por s í mi sma . Es t a r e l ac ión de t r e s e l e -

m e n t os e s u n a f o r m a ha r t o inge n i o s a de i n t e r p r e -

t a c i ó n , p u e s l a i n t e r c o n e x i ó n e n t r e n a r r a c i ó n ,

ap l i cac ión y t ex to de p rueba l a hace ve r como s i

l a t e x t u a l i d a d d e l a f ó r m u l a d e l m a s h a l h a b l a s e

po r s í m i s m a , l o que de e s t e m odo da l a i m pr e -

s ión de s e r una t r aducc ión ev iden te de l a Tora a

l a v ida humana ; e s to e s de l o más ex t r ao rd ina r io

pue s t o que e l m a s ha l , c om o r e g l a , c om i e nz a c on

e l nom br e de l r a b i no que na r r ó l a h i s t o r i a . A un-

que e l rab ino of rezca l a exéges i s , l a in te r re lac ión

* En hebreo, "la cosa en s í", aunque en ocasiones se tradu-

ce como "fábula", "referente" o "moraleja". La realidad se per-

c i b e m ed i an t e e l  nimshal  y el  mashal  (a legor ías y metáforas

que nos permiten acceder al nimshal).  [T.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 64/395

62 LA AUTORIDAD DEL CANO N

d e l a f ó r m u l a e n t r e l a s p a r t e s d e l m a s h a l h a c e

q u e p a r e z c a q u e c u e n t a c o n a u t o r i d a d p r o p i a .

E s t o p a r e c e s e r p e r t i n e n t e p o r d o s r a z o n e s m u y

i n t e r c o n e c t a d a s . L a p r i m e r a e s q u e l a p r e o c u p a -

c i ó n p r i n c i p a l d e l m a s h a l e s a t r a p a r a s u p ú b l i c o

p o t e n c i a l . D a v i d S t e m e s c r i b e q u e e l m a s h a l

de forma deliberada da la impresión de expresar in-

suficientemente

  su significado. Em plea la ambigüe-

dad con intención. No obstante, el mashal logra esta

apariencia —la apariencia de ambigüedad— no por

ser en verdad ambiguo sino por incorporar de ma-

nera astuta aberturas que sirvan al cuestionamiento

del significado: de esta manera m anipula co n astucia

a su público para que llene estas aberturas de modo

que llegue a la conclus ión correcta del mashal [p. 15].

E s t e o b j e t i v o s e c o n s i g u e m e d i a n t e l a s d i s c o n -

t i n u i d a d e s d e l t e x t o ,

técnicamente denominadas brechas. Una brecha es

una sec ción de inform ación que de manera delibera-

da se retiene en una narración: un eslabón perdi-

do en una serie de acontecimientos,  2)  una causa o

motivo ausentes,

  3)

  no ofrecer explicaciones satis-

factorias de un hech o en una historia, 4) una contra-

dicción en el texto que desafía la com pren sión de la

narración por parte del público, y

 5)

  una violación

inexplicada de las norm as [pp. 74 y ss.].

L a s e g u n d a r a z ó n e s q u e e s t a s b r e c h a s s e d u -

p l i c a n p o r l o s e s p a c i o s v a c í o s q u e s e p a r a n l a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 65/395

63 LA AUTORIDAD DEL CANO N

na rra c ió n, e l n im sh al y e l texto de pr ue ba , en tan -

t o e s t o s m ode l o s t e x t ua l e s t i e ne n d i s t i n t a s fun -

c iones en re lac ión con lo que les precedió y con

lo que e s t án d i señadas a in t e rp re t a r . S in embar -

go, los espacios vacíos se es t ruc turan en la medi-

da en que e l n imshal de termina la apl icac ión, y e l

t e x t o d e p r u e b a e s l a c o r r o b o r a c i ó n a u t o r i z a d a

de és ta . As í , los espac ios s i rven como aber turas

pa ra e l púb l i co , que debe comprende r e l s ign i f i -

cado ul ter ior que a lberga e l mashal .

L o q u e p a r e c e u n a e s t r a t e g i a p r e d e t e r m i n a d a

de i n t e rp re t a c i ón r a b í n i c a no e s t a n i n t e nc i ona l

como apa ren ta . En l a l i t e ra tu ra rab ín ica hay po-

c a c onc i e nc i a de l o s p roc e d i m i e n t o s e xe gé t i c o s

que s e e m p l e a n . Los r a b i nos c ons i de ra n a l m a -

sha l "de te rminado" , como demues t ra S te rn , "por

s u u t i l i da d c om o he r r a m i e n t a e xe gé t i c a , c om o

m e d i o pa ra c om pre nde r l a To ra [y ] no c om o r e -

f lexión de ninguna c lase sobre su propia ideolo-

gía" (p. 67). Además, cada texto, sean cuales sean

sus pa t rones , t i ene brechas que a su vez se vue l -

ven e fec t ivas como es t ruc turas que inv i tan a una

respuesta . Y, por úl t imo, s i e l mashal es e l in ter-

texto exegét ico que ha de superar e l espacio l imi-

nal ent re la Tora y su trad uc ció n an te la p rese nc ia

de la com un idad , no ayu da pe rm i t i r la insc r ipc ión

en ese espac io , que nu nc a se e l imina p or com ple-

to . Los sa l tos en t re l a na r rac ión y e l n imsha l , y

entre éste y el texto de prueba, son rastros del es-

pac io l imina l , que reve lan su impor t anc ia a l t a -

ch ar e l re la to desd e su apl icació n y a ésta desd e su

respa ldo . El ca rác te r de l masha l como in te r tex to

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 66/395

64 LA AUTORIDAD DEL CANON

s e d e s t a c a m á s a d e l a n t e p o r u n a c a r a c t e r í s t i c a

única . S i b ien guarda a lgún parec ido con la pa rá -

bo la , a sume su s ingu la r idad por e l hecho de que

no t i e ne n i ngún s e n t i do e n a bs o l u t o fue ra de s u

interpre tac ión especí f icamente rabínica , pues es tá

d i s e ñ a d o p a r a c o m u n i c a r " l a c o m p r e n s i ó n ' c o -

r rec ta de la Bib l ia [ .. . ] m ed ian te u n m od o de d is -

c u r s o que e xp re s a t a n t o una p rá c t i c a e xe gé t i c a

como un programa ideológico" (p . 184) .

Como vehícu lo para t ras ladar l a ve rdad b íb l ica

a l a v i da hum a na , e l m a s ha l no t i e ne e n ve rda d

autor idad , en par te debido a que e l re la to que se

narra es una f icc ión. Sin embargo, como f icc ión

t iene la ve nta ja de fus io na r u n a "prác t ica exegé ti-

c a " c on un " p rog ra m a i de o l óg i c o" , pa ra a yuda r

de es te m o d o a sa lvar l a br ec ha e n t re e l com en ta -

r io au to r iz ad o y e l e fe c to qu e ha de ten er e n la v i-

da de l pueblo . Al respec to , e l m as ha l es u n gén ero

básico de la exégesis midrás ica . Abre un área que

Ja m es Kuge l desc r ib ió a lguna vez co m o s igue :

Si hemos de designar la lectura "haláquica"* de las

Escrituras como un puente entre la Biblia y el judío

actual, con justeza se debe añadir que el puente tie-

ne otro sentido (si es el caso, más amplio) que corre

en dirección opuesta. En el midras la Biblia es [ . . . ]

un mundo en sí mismo. La exégesis midrásica es el

camino hacia tal mundo; no busca visualizar la rea-

l idad presente mediante espectáculos bíblicos, ni

* Del hebreo

  halakhah,

  "camino", parte de la ley jud ía qu e

co m ple m en ta la ley de las Escri turas y form a la parte legal del

Talmud. [T.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 67/395

65 LA AUTORIDAD DEL CANO N

hallar referentes de profecías bíblicas para los acon-

tecim ientos presentes, tam po co hallar referentes pa-

ra la vida diaria a partir de la esencia de la alegoría

bíblica. En cambio, tan sólo arrolla el presente; la

época de la Biblia es importante, mientras el presen-

te no lo es; y así invita al lector a cruzar el mundo

accesible de las Escrituras.^^

Lo que el m as h al faci l i ta es el cruc e, pe ro se de-

be añ ad ir qu e el t ráf ico t ien e dos sen tidos, pu es el

puen te pe rmi te a l l ec to r en t r a r en e l mundo de

las Escr i turas y a l mismo t iempo modela e l com-

por tamiento del lec tor en su vida presente .

El mashal como inter texto que l lena los vacíos

de l espac io l imina l s iempre es tá guiado por una

preocupac ión e spec í f i ca de acue rdo con l a cua l

h a de llevarse a cabo la trad uc ció n del can on , y su

horizonte es i l imitado, ta l como la exégesis de las

Es cri turas m ism as se extiende hacia lecturas siem-

pre nuevas . Como comenta Gerald Bruns, " las in-

t e r p r e t a c ione s m id r á s i c a s s e de t i e ne n , pe r o no

term inan " en consecuencia , cada interpre tac ión

genera más interpre tac iones . Esto se apl ica sobre

todo a la exéges is de las Escr i turas , cuyas bre -

chas , inde te rminac iones , ambigüedades e incon-

s is tenc ias dan lugar a "un d icho na t ivo rab ín ico

respec to de es ta cua l idad de l tex to : ' e s te verso

James L. Kugel , "Two Introductions to Midrash", en

  M i-

drash and Literature,

  G e of f r e y H a r t m an y S an f or d B u d i c k

(eds.), New Haven, Yale University Press, 1986, p. 90.

Gerald Bruns ,

  Hermeneutics Ancient and Modem ,

  N e w

Haven, Yale University Press, 1992, p. 111.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 68/395

66 LA AUTORIDAD DE L CANON

p id e a g r i t o s ¡ i n t e r p r é t e n m e E s t a e x ig e n c ia

p r o d u c e u n a v a s t a r e d d e t e x t u a l i d a d . L a s E s c r i -

t u r a s s e d e s e n v u e l v e n e n s u s d i v e r s o s s i g n i f i c a -

d o s , y s u t r a d u c c i ó n a l a c o n d i c i ó n h u m a n a p o n e

en c i rcu lac ió n u n revol t i jo de m eshalim.  * U n a p r o -

l i f e rac ión co n t in ua de na r ra c io ne s ex t iende lo que

y a s e n a r r ó , a s í c o m o c a d a s i t u a c i ó n n u e v a d e -

t e r m i n a r á c ó m o h a d e r e c i b i r s e e l t e x t o s a g r a d o .

De e s t e modo , e l m id ra s , como expresa Bruns ,

supone que la interpretación no significa tan sólo

dar representaciones un iform es de un texto que está

cerrado ante la heterogeneidad de las situaciones

humanas. El midras comprende que si un texto ha

de tener alguna fuerza, debe permanecer abierto a

más que al contexto de su composición.^^

É s t a e s u n a d e l a s r a z o n e s p o r l a s q u e n o h a y

reg la s de in t e rp re t ac ión de f in i t i va s en e l m id ra s ;

no se dan reglas abstractas para el discurso retórico

o profético [...] La tradición es la urdimbre y el hilo

del talento creativo, el contenido textual cuyos nu-

dos léxicos y teológico s se desenmarañan, separan o

recombinan exegéticamente. En este sentido, la tra-

dición es asimismo un contexto retexturizado.^^

L a s n a r r a c i o n e s e n g e n d r a n m á s n a r r a c i o n e s ,

c u y a e x p a n s i ó n c o n t i n u a d a o r i g e n a u n a t r a d i -

D. Boyarín,

  Intertextuality,

  p. 4 L

G. Bruns,

  Hermeneutics,

  p. 106.

M. Fishbane, "Inner Biblical Exegesis", pp. 34 y ss.

* En hebreo, "parábolas". [T.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 69/395

67 LA AUTOR IDAD DE L CANO N

c ión t ex tua l s i empre en desa r ro l lo que a su vez

ope ra c om o gu í a e n l a i n t e rp re t a c i ón m i d rá s i c a

pa ra l a i l uminac ión de l ve rbo b íb l i co y pa ra l a

a da p t a c i ón de l a s Es c r i t u r a s a s i t ua c i one s i nd i -

v i dua l e s . Es t a t e x t ua l i da d e n a pa r i e nc i a a u t o -

r e p roduc t i va a t e s t i gua un i n t e n t o i nc e s a n t e de

superar e l espacio l iminal que se causa por la in-

t e r p r e t a c i ó n m i s m a , p e r o e s n e c e s a r i o p a r a t a -

cha r l a pa lab ra insp i rada de l r eg i s t ro a l cua l se

vier ten las Escr i turas .

A unque la t r a d i c i ó n c o m o r e f l u j o c o n t i nu o de

textual idad con serva la sab iduría ac um ula da d e ge-

nerac iones , cons i s te , en e l aná l i s i s ñna l , en es ta

p ro l i f e r a c i ón e n a pa r i e nc i a i n t e rm i na b l e de na -

r rac iones . Seña la la neces idad profunda de cont i -

nu idad , más que l a con t inu idad en s í , l a neces i -

dad de suje tar las prác t icas y las creencias a a lgo

más grande que e l orden exis tente . Y es ta necesi -

dad repe rc u te en la m an e ra en que conce b im os l a

i n t e r p r e t a c i ó n , q u e n o s ó l o e s u n a h e r r a m i e n t a

para conver t i r l a pa labra d iv ina en guías de con-

ducta , s ino, a l sa lvar la brecha ent re las Escr i tu-

r a s y e l m undo , e s t á s i e m pre a pun t o de a s um i r

un e s t a tus p rop io . E l midras , como sos t i ene Da-

v id S tem,

no es tan sólo exégesis, ni una postura exegética,

sino el discurso

  de

  la exégesis. Como se conserva el

midras en la literatura rabínica, no sólo interpreta

las Escrituras, sino que ya organiza y explota la exé-

gesis —las tradiciones interpretativas más peque-

ñas, independientes, a menudo locales— con propó-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 70/395

68 LA AUTORIDAD DEL CANO N

sitos ideológicos de mayor aliento con significados

cada vez más elaborados y polivalentes por derecho

propio. El midras de este modo

 despliega

  la exégesis

escritural para su propio fin.^^

S iempre que l a l e c tu ra t enga l a ven ta j a r e spec -

to de lo que se l ee , hay una e ros ión po tenc ia l de l

t ex to canón ico . Una vez más e s l a i n t e rp re t ac ión

la que r ec l ama au to r idad t an to pa ra su l e c tu ra de

l o s v e r s o s b í b l i c o s c o m o p a r a s u s g u í a s d e c o n -

duc ta . S in embargo , e s t a au to r idad no puede p ro -

longarse de l a in te rpre tac ión en s í , s ino que debe

p e d i r s e p r e s t a d a a l t e x t o c a n ó n i c o c o n e l f i n d e

au ten t i f i c a r l o s dec re tos que s e p re t enden con l a

l e c t u r a . D e l m i s m o m o d o c o m o l a s l e c t u r a s d e l

c a n o n s e l la d o s o n u n o t o r g a m i e n t o y u n r eti -

r o d e a u t o r i d a d , l a i n t e r p r e t a c i ó n m i d r á s i c a h a -

ce que la autor idad textua l se des l ice en lo que se

va a hacer que s igni f ique e l texto . No obs tante , e l

canon s e s a lva de l a e ros ión s ea po r e l con f l i c to

la te n te de la s l ec tu ras , sea p o r l a s m úl t ip les l ec tu -

ras que se p roducen en la Casa de l Midras .

A l r e spec to , l a i n t e rp re t ac ión r eve l a e l p rob le -

m a i n h e r e n t e d e l a a u t o r i d a d . A l d a r a c c e s o a l

t e x t o a u t o r i z a d o , l a i n t e r p r e t a c i ó n d i v i d e a e s t a

au tor idad y l e p ide p res tado , s i b ien e l so lo p rés -

t amo no bas t a pa ra va l ida r l a s p re t ens iones de l a

i n t e r p r e t a c i ó n , p u e s l a v a l i d e z y l a a u t o r i d a d n o

son idén t i ca s po r comple to . La au to r idad de l t ex -

to s i rve pa ra apoyar l a va l idez que rec lama la in -

D. S t e m ,

  Parables in Midrash,

  p. 179.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 71/395

69 LA AUTO RIDAD DEL CANO N

t e rp re tac ión . As í , l a va l idez apa rece de na tu ra -

leza dual : subsis te en la autor idad del texto y a l

mismo t iempo parece enr iquecer lo que perdura .

El tex to se l lado no só lo adquie re e l e s ta tus de

exclusividad, s ino que se obt iene nueva informa-

c ió n so b r e t o d o me d ia n t e l a i n t e r p r e t a c ió n d e l

t e x t o . E n re la c ió n c on p a s a je s a is la do s d e la

Bib l ia , l a s lec turas midrás icas i luminan los s ig-

nif icados ocultos de la palabra inspirada, y en re-

lac ión con e l pueblo de I s rae l , l a in te rpre tac ión

tradu ce e l texto canó nico a guías de con du cta hu -

mana . S i b ien todos es tos es fuerzos dependen de

la au tor idad de las Escr i tu ras , l a in te rpre tac ión

pe rmi te que su r j a a lgo que , en e s t r i c to sen t ido ,

n o e s t á c o n t e n id o e n e l c a n o n p r o p i a me n te d i -

cho. E n pa lab ras del ra b in o Akiva: Todo está pre-

visto, pero está dada la l iber tad de elegir . Betty

R oj tm an a f i rm a que todo es tá de te rm inad o, y no

obstante todo está abier to ,^^ y lo que está abier-

to se resuelve mediante la in terpre tac ión.

Esto nos l leva de regreso al concepto del espa-

c io l iminal . En es ta e tapa temprana de la h is tor ia

de la in terpre tac ión, su efec to t iene dos caras : e l

e spac io l imina l hace que l a au to r idad de l t ex to

osc i le en t re e l canon esc r i tu ra l y sus formas de

tradu cció n, con lo qu e indica qu e n o pu ed e e l im i-

narse por e l ac to mismo que lo causó . Más aún ,

como espac io vac ío que separa dos s i s temas d is -

28 M. Halbertal,

  People of the Book,

  p. 19.

Bet ty Roj tman , "Sacred Language and Open Text" , en

Midrash and Literature,

  Geo f frey H artm an y Sanford Budick

(eds.) . New Haven, Yale University Press, 1986, p. 160.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 72/395

70 LA AUTORIDAD DEL CANON

t i n tos (e l t ex to y l a exéges i s ) en t re s í , ex ige un f ran -

q u e a m i e n t o , c o n l o c u a l s e r e v e l a c o m o u n a m a -

t r i z p a r a e l s u r g i m i e n t o d e u n a v i d a i m b u i d a e n

e l t e x t o y u n a E s c r i t u r a v i v i d a .

E L C A N O N L I T E R A R I O :

E L D O C T O R J O H N S O N S O B R E S H A K E S P E A R E

E l d e s p l a z a m i e n t o d e la a u t o r i d a d c o b r a u n a m a -

y o r a p a r i e n c i a e n l a s l e c t u r a s d e l c a n o n l i t e r a r i o .

El concepto del canon menciona la l ista tradicional

de textos literarios en analogía a [...] el canon escri-

tural. La analogía escritural está presente de conti-

nuo, si acaso por lo general tácita, siempre que se

expresa una revis ión canónica como "abertura del

canon".^°

El hecho mismo de que se establezca una analogía

del corpus de obras literarias con el "canon" es-

critural delata que la escritura vernácula debe pedir

en préstamo el aura po co a po co d esvaneciente pro-

pia de las Escrituras c o m o m ed io de realzar y solidi-

ficar su nuevo prestigio [p. 16]}^

John Guil loiy,  Cultural Capital: The Problem of Literary Ca-

non Formation,

  Ch icago, Ch icago University Press , 1993, p. 6 .

En términos h is tóricos , la formación del canon en Occi-

dente se or ig inó a part ir de los gramáticos de Alejandría ,

q u ie n e s d e n o m in a r o n " c a n o n " a u n a s e r i e d e t e x t o s g r i e g o s

que cons ideraban modelos "debido a la pureza de su lengua-

je". Véase Mih ly Szegedy-Masz k, "The Rise and Fall of Lite-

rary and Artistic Canons",  Neohelikon,  17, 199 0, p. 129.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 73/395

71 LA AUTORIDAD DEL CAN ON

S i n e m b a r g o , e n c o n t r a s t e c o n l a d i s c r i m i n a -

c i ó n e n t r e u n c a n o n c e r r a d o  y  uno ab ie r to en l a s

Esc r i tu ras , el ca no n l it e ra r io es bá s ica m en te ab ie r -

to , pues s e ag regan nuevos au to re s a l a l i s t a de

esc r i t o re s c l á s i cos . No obs t an te , e s t e p roceso no

se desa r ro l l a como una mera ad ic ión de au to re s ;

e n c a m b i o , u n c a n o n a b i e r t o e s t á s u j e t o a u n a

" t e r m i n a c i ó n " s i e m p r e r e n o v a d a . C o m o c o m e n t ó

al g u n a vez T. S. El io t :

Los monumentos existentes forman un orden ideal

entre ellos, que se modifica con la introducción de

las nuevas obras de arte (las que son en realidad

nueva s) en su grupo. El orden existente está com ple-

to antes de que lleguen las nuevas obras; para que se

conserve el orden tras el advenim iento de lo novedo-

so, el orden existente

  entero

  debe alterarse, si bien

ligeramente.^^

A pe sa r de lo an te r io r , p e r m an ec e la con vicc ión

de que un comen ta r io sob re l a ob ra de e s tos au -

to r es es u n a de c la r ac ión def in i tiva , s i b ie n en rea -

l i dad e s pa rc i a l , en l a med ida en que s e t r a t a de

u n a t r a d u c c i ó n d e u n t e x t o c a n o n i z a d o a u n a s i -

t u a c i ó n c o n d i c i o n a d a h i s t ó r i c a m e n t e . K a r l h e i n z

Stier le escribe:

La pretensión de todo com entarista e s abrir el cam i-

no para una com prensión m ás profunda de un texto

T. S. Eliot,

  Selected Essays,

  Lon dres , Fab er an d Faber ,

1951, p. 15. [Edición en español:

  Ensayos escogidos,

  México,

Univers idad Nacional Autónoma de México, 2000. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 74/395

72 LA AUTORIDAD DEL CANON

tal que, al ser digno de comentarse, es una concen-

tración ejemplar de significado. Sin embargo, la lec-

tura intensa condicionada por un comentario no es

una lectura por completo determinada. La concep-

ción de una lectura ideal que cada comentarista tie-

ne en mente es funcional para la institución en don-

de tie ne n lugar la lectura y el comentario.^^

El c om e n ta r io de l doc to r Johnson sob r e S ha -

kespeare quizá s i rva como e jemplo de lo que im-

p l i ca l a in te rp re tac ión de un au to r canón ico , en

especial en cu an to Jo hn so n bien p u do ser el úl t im o

de los comenta r i s t a s compromet idos con e l con-

c e p to t r a d i c iona l de l c a non c om o " m onum e n tos

[de] un orden ideal" . Esta postura destaca los pro-

ble m as inhere ntes a la for m ac ión del can on , lo que

of rece un con t r a s te t an to pa ra e l a scenso de l a

hermenéut ica como para la func ión de la c r í t ica .

Lo qu e es cier to en el cas o del ca n o n de los tex-

tos sagrados se apl ica de igual modo a l canon l i -

t e r a r io : e s dec i r , t ambién ha de hace r se a sequ i -

ble.^'̂ Po r ta n to , es el pr op ósi to del do cto r Jo h n so n

of re cer las cond ic iones necesa r ias "para u n cono-

c im ie n to pe r f e c to de l a s c a pa c ida de s de S ha ke -

spea re". ̂ ^ Las co nd icio ne s se ña lan ya u n reg istro

potenc ia l a l que deben incorporarse es tas "capa-

^̂   Karlheinz Stierle, "Studium: Perspectives on Institutiona-

lized Modes of Reading",

  New Literary History,

  22, 1991, p. 118.

Vé as e t am b i é n S z e ge d y- M as z àk , " T h e R i s e an d F a l l " ,

p . 1 5 1 .

Johnson on Shakespeare,

  vol. 7 de The Yale Ed itio n of the

Works of Samuel Johnson, Arthur Sherbo (ed. ) . New Haven,

Yale Un iversity Press , 1968, p. 47. Las fuen tes de toda s las de-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 75/395

73 LA AUTOR IDAD DE L CANO N

c idades" . As í , e l doc to r Johnson comienza por

a f i rmar : "En t re los pode res que deben l l eva r a

const i tu i rse en poeta , e l pr imero y más val ioso es

la inven ción" (p. 47). N o ob stan te , és ta no se iden-

t if ica ya con la n o rm a c om bin a to r ia de la re tór ica

ar is toté l ica , n i se considera necesar ia para ant ic i -

par e l poder romántico del genio:^^

[De] todos los grados de invención, el más alto pare-

ce el que es capaz de producir una serie de aconteci-

mientos [ . . . ] para introducir un conjunto de perso-

najes tan diversos en sus varias pasiones e intereses

que, a partir del choq ue de esta variedad, resultasen

muchos incidentes necesarios; hacer sorprendentes

estos incidentes, y aun así naturales, de modo que

deleiten la imaginación sin alterar el juicio del lec-

tor; y, por últim o, con cluir el con jun to en un a catás-

trofe agradable, producto de esos mismos medios

que en apariencia son los que casi seguro se oponen

a ella y la impedirían, es el esfuerzo supremo de la

mente humana [pp. 47 y ss.].

Da la im pre sión de que la inven ción es a lgo im-

pe ne t r a b l e que s ó l o pue de e va l ua r s e po r m e d i o

de sus man i fe s t ac iones y , po r t an to , de l e fec to

más citas de este volumen se dan en las referencias de las pá-

ginas correspondientes .

N o obstante, es interesante observar — co m o señ aló WeJter

Jackson Bate en

  The Achievement of Samuel Johnson,

  Nu eva

York, Oxford Univers i ty Press , 1961, p . 211— que Stendhal

"virtualmente tradujo una parte del análisis de las normas neo-

clásicas del dram a del  Preface to Shakespeare  y la publ icó como

un manifiesto 'romántico'. Esto habría sorprendido a Johnson".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 76/395

74 LA AUTORIDAD DEL CANON

qu e es ca pa z de causa r . U n suc eso es u n aco ntec i -

m ien to s in r e fe renc i a l i dad , y po r e llo so r p re nd en -

te ; las pa s io n es y e l in te rés se e n re d a n e n con f l ic to

y po r e nd e s e c om p l i c a n e n u n a s i t ua c i ón c on t r a -

d ic tor ia . Es to hace que l a invenc ión tenga una na-

tu ra l eza dua l : e s t an to im predec ib l e co m o na tu ra l ,

y e s t imula l a imag inac ión pe ro en a ra s de l j u i c io .

L o q u e i m p i d e q u e c h o q u e n e s t a s t e n d e n c i a s e s

la exper ienc ia que se t ransmi te a l receptor de que ,

en Shakespeare , los

  héroes  son hombres,

  de que el

a m o r y e l o d i o , l a s e s p e r a n z a s y t e m o r e s d e s u s

pe r s ona j e s p r i nc i pa l e s s on t a n c om une s c om o l o s

de l o s d e m á s s e r e s h u m a n o s ( p . 49 ). E s pos i b l e

d i s c e r n i r a qu í un e s boz o de l r e g i s t r o a l que s e

v i e r t e Shakespea re . La pe r spec t iva de l l ec to r p ro -

p o r c i o n a el c e n t r o d e a t e n c i ó n p a r a d e t e r m i n a r

l a s cu a l ida des y l a pe r fecc ión de l au to r can ón ico ,

y e s t e c e n t r o de a t e nc i ón i m p l i c a que l o s pe r s o -

n a j e s d e S h a k e s p e a r e d e b e n p e r c i b i r s e c o m o u n

espe jo de la hu m a n id ad com i ín . A su vez, l a au to r i -

dad es tá des t inada a of recer gu ías para l a au toper -

c e p c i ó n d e l o s l e c t o r e s c o n t e m p o r á n e o s , c u y a s

o p i n i o n e s d e b e n t o m a r s e e n c u e n t a p a r a q u e l a

g u í a s u r t a e f e c t o . E s t a o r i e n t a c i ó n d u a l d a p o r

r e s u l t a d o l a c o m p l e j i d a d c r e c i e n t e d e l c o m e n t a -

r i o , q u e d e b e t a n t o d e s t a c a r l a a u t o r i d a d c o m o

p r o y e c t a r l a e n t é r m i n o s c o n t e m p o r á n e o s c o m -

prens ib l e s . Des t aca r l a au to r idad s ign i f i ca da r r a -

zones pa ra l a cano n izac ión , m ien t ra s que e l abo ra r

l a a u t o r i da d e n t é r m i nos de l o s l e c t o r e s c on t e m -

poráneos s ign i f i ca adecua r l a a l a s i deas comunes .

Así, e l reg is t ro t ien e u n a o rien tac ión d oble: m ien-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 77/395

75 LA AUTORIDAD DE L CANO N

t r as se concibe la au tor idad en té rminos o r ien ta-

dos a l l ec to r , és tos no pueden es tab lecer au tor i -

dad , s ino só lo ayudar a comprender l a . Es obv io

que la comprens ión comienza por moldear lo que

se en t iende por au tor idad . En tan to los per sona-

jes de Sha ke spe are "son la pro ge nie ge nu ina de la

human idad común" (p . 62 ) , r e f l e j an l a s cua l ida -

des perennes de la naturaleza humana, lo que per -

mi te a l doc to r Johnson au ten t i f i ca r e l l og ro de

Shakespeare en té rminos de una idea d iec ioches-

ca. La convicción de que hay una base común pa-

r a la n a t u r a l eza h u m an a f u e p r ed o m i n an t e h a s t a

la apar ic ión del romant ic ismo.^^ Sin embargo, e l

núc leo de un a hum an ida d c om ún qu e se h i zo p re-

sen te a pa r t i r de Shakespeare no só lo co r roboró

una idea d ieciochesca, s ino que también s i rv ió a

un prop ósi to par ticular. Lo que se sup on e pe ren ne

e invar i ab le en l a na tu ra l eza humana pod ía pe r -

manecer como una p regun ta ab ie r t a ; en e l me jo r

de los casos , se t ra taba de un vacío que requer ía

l lenarse . Por es ta razón, e l cambio de s i tuaciones

de Shakespeare se convi r t ió en un asun to impor -

tante para e l doctor Johnson, en la medida en que

re f l e j aba a l a human idad común en e l e spe jo de

las f ace tas ca l e idoscòp icamen te cambian tes , que

a s u v ez s e co n ec t ab an co n o t r o t em a can d en t e

de la época: el en f re nt am ie nto con el pro pó si to de

consegui r l a per fecc ión humana. E l doctor John-

Véase, por ejemplo, Walter Scott ,

  Ivanhoe,

  Andrew Lang

(ed.) , Londres , Macmil lan , 1901, nota a l p ie de la p .  X L V I I .

[Edic ión en español , entre otras ,

  Ivanhoe,

  Bar ce lona , Orb is-

Fabbri, 1990.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 78/395

76 LA AUTORIDAD DE L CANON

son no dejó lugar a dudas de que és te era uno de

los ob je t ivos p r inc ipa le s de sus comenta r ios a l

a f i rmar de fo rma exp l í c i t a que hab ía que in fe r i r

u n a ins t ruc c ión a pa r t i r de es te reñe jo de la na tu-

ra leza humana: "El f in de la escr i tura es ins t ruir ;

el f in de la poesía es instruir con agrado" (p. 67) .

Para dar a Shakespeare un f in , e l doctor Johnson

conf iesa con f ra nq ue za :

M e com prom etí en n o ser prolifico de man era super-

f lua ni reservado de manera escmpulosa, y espero

que el significado que di al autor sea accesible a mu-

cho s de quienes antes tem ían leerlo con detenimien-

to, y que contribuya en algo al público, al difundir

placer inocente y racional [p. 103].

Esto implica nada menos que e l s ignif icado del

autor ya es tá ahí , por lo que e l comentar is ta sólo

nec esi ta dis eñ ar la fo rm a de pe rcep ción con e l fin

de t r ans fe r i r e l s ign i f i cado acorde con l a imag i -

nac ión de los lec tores contemporáneos .

No obs tan te , e l r eg is t ro a l que se t raduce Sha-

kespeare no es tan homogéneo como pudo conce-

bir lo e l doctor Johnson. Antes que nada, la in ter -

pre tac ión de un au tor canónico s igni f ica hacer lo

acces ib le . Al respec to , las lec turas de tex tos sa -

g rados y secu la re s t i enen una in tenc ión s imi la r .

El logro de este objet ivo requiere un acceso al ca-

no n, pa ra el cu al el cód igo cu ltur al del lecto r co n-

tem po rán eo p ro po rc ion a e l pa rá m e t ro . Así, su rge

un e spac io l imina l en t r e Shakespea re y e l r eg i s -

t r o , que p l a n t e a un p r ob l e m a e n l a m e d ida e n

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 79/395

77 LA AUTORIDAD DEL CANON

que se p ida p res t ada l a au to r idad pa ra au ten t i f i -

car la lectura o en que se el imine el espacio al fu-

s ionar la lec tura exegét ica con e l texto canónico.

E l doc tor Johnson hace ambas cosas , por lo que

su reg i s t ro e s t á marcado por l a dua l idad que ya

anal icé . Más aún, es ta dual idad t iene un para le lo

con l a t endenc ia con t ra r i a den t ro de l mismo re -

gistro orientado al lector, en tanto el lector o lec-

tora no sólo ha de enfrentarse al espejo de los per-

sona je s shakespe r i anos , s ino que t ambién ha de

ins t ru i rse en lo que e l doc tor Johnson cons idera

e l s igni f icado de Shakespeare , que é l es tablece

p ar a ha cerlo lo m ás dele i table posible . El regis t ro

adquie re ahora una comple j idad mayor deb ido a

los aspectos divers i f icados que deben tomarse en

cons iderac ión . No obs tante , es tos aspec tos no se

re lac ionan tanto con e l texto canónico cuanto con

el marco al que está destinado a trasladarse.^®

Esto es de lo más obvio en las re fe renc ias de l

doc tor Johnson a comenta r i s t a s an te r io res sobre

Sha ke spe a re , S i b i e n e ra su p ropós i t o p roduc i r

revoluciones de ap ren diz aje (p . 99), n o des eab a

a lcanzar es te obje t ivo con la c r í t i ca de comenta-

r is tas previos , en ta n to nadie ha dejad o de m ejo-

ra r a Shakespeare , n i hay nadie con quien yo no

e s t é e n de uda po r ob t e ne r a s i s t e nc i a e i n fo rma -

ción (p. 101). A p es ar de es ta s de clar acio ne s , e l

do c tor Jo hn so n n o pu ed e evita r c r i t ica r a a lguno s

de sus p re de c e so re s , c uyo e r ro r p r e d om ina n t e

M. Szegedy-Masz k, "The Rise and Fall", p. 143, af irma

s in t i tubeos : "Los cánones es tán atados es trechamente a las

comunidades".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 80/395

78 LA AUTORIDAD DE L CANO N

cons i s t ió en só lo "e sca rba r en l a supe r f i c i e " s in

"p en etra r ha s ta e l fo nd o" (p . 98). S i a lg un o de los

com enta r i s tas , a pesa r de sus es fuerzos en co m ún ,

f r a c a s a ron e n c ons e gu i r una m e j o r c om pre ns i ón

de l a ob ra c a nón i c a —l o que e l doc t o r J ohns on

rec lam a pa ra sí de m a n e ra explíci ta (p. 58)— , ¿qué

es lo que en ve rdad en t i ende é l po r "me jo ra"?

Apa r t e de e nm i e nda s t e x t ua l e s , s ó l o pue de r e f e -

r i rse a ha ce r el texto asequ ible a la s i tua c ió n con -

t e m p o r á n e a . Y c o m o la s s i tu a c i o n e s c a m b i a n ,

puede pa rece r que l a pe rcepc ión de los comenta -

r i s tas prev ios ca rezca de impor tanc ia o que deba

"rec ti fi ca rse" p ar a q ue e l au tor c an ón ico sa t i s faga

nuevas neces idades .

Es te desp lazam ien to e s de lo m ás so rp ren de n te

en vis ta de que en la t radic ión del comentar io in-

f luye de manera profunda la idea de que a l a l a r -

ga se a l canza rá una comprens ión exhaus t iva de l

au to r canón ico . E l hecho mismo de que e l cami -

n o hacia la co m pre nsió n cabal no se di r i ja en l ínea

rec ta tes t if ica la or ie ntac ión du al que prevalece en

el co m en tario : es decir , la au to rid ad de sca nsa en el

au tor canónico , no obs tan te que ta l au tor se des-

p laza de con t inuo a una pe rspec t iva d i s t in t a , y ,

por t an to , ha de remodela rse lo que los comenta -

r is tas anter iores pudieron sacar a la luz . Esta re-

mode lac ión marca e l a scenso de la c r í t i ca dent ro

de l a t r ad ic ión de l comenta r io mismo,^^ y e s t e

a va nc e s e de be e n g ra n pa r t e a l a c om p l e j i da d

c rec ien te de l r eg i s t ro a l que se t r aduce e l au to r

La relación d e John son c on la tradición es tá en Bate ,

  The

Achievement of SamuelJohnson,

  p. 21 7.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 81/395

79 LA AUTORIDAD DE L CANO N

canónico . E l reg is t ro no se de te rmina de manera

exclus iva por la comprensión del autor canónico ,

s ino que depende inc luso más de l a s ex igenc ias

prevalecientes que condicionan su d isponibi l idad.

És ta con l levará de fo rma inev i tab le una reva lua-

c ión t an to de l au to r canón ico como de lo s pa rá -

metros que r igen e l regis t ro .

Esta dual idad se hace evidente mediante la co-

nex ión que es t ab lece e l doc to r Johnson en t re lo

universal de los poetas ar is to té l icos y la obra de

Shakespeare . Un breve v is tazo a a lgunos de es tos

v íncu los pondrá en la a rena una vez más un pro-

b l e m a fu n d a m e n t a l i n h e re n t e a l c a n o n e n l o g e -

ne ra l : l a i nev i t ab le r educc ión de au to r idad de l

ca no n an te la l ec tu ra . Al t r a n sm i t i r l a g ra nd ez a

de Shake speare a los l ec to res co n tem po rán eos , e l

doc tor Johnson invoca la cua l idad ind ispensab le

para e l t raba jo de la en tonces aún ac tua l poé t ica

ar i s to té l ica de que es t a rea de l poe ta imi ta r a l a

n a t u r a l e z a . C o m o Sh a k e s p e a re s o b re s a l i ó e n t r e

todos los demás poetas en este aspecto, esta ejem-

plar idad invis t ió a su obra de autor idad.

No obstante , respecto de la naturaleza y la imi-

t ac ión , e l doc to r Johnson pa rec ía t ene r sus p ro -

p ias ideas . Sh ake spe are com o el po e ta de la na-

turaleza [ . . . ] sost iene frente a sus lectores un f iel

esp ejo de co stu m b re s y de la vida (p. 62); así , la

n a t u r a l e z a e s s o b re t o d o n a t u r a l e z a h u m a n a . E l

doc tor Johnson con t inúa con es ta e laborac ión a l

a f i rma r : La hu m an id ad en ese en ton ces no iba a

es tud ia r se en un a rmar io ; aque l que desease co -

nocer e l mundo tenía la neces idad de recoger sus

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 82/395

80 LA AUTORIDAD DEL CANON

prop ias obse rvac iones , mezc lándose como pod ía

en sus neg ocio s y aficiones (p. 88). C om o su dra -

m at u rg ia es el esp ejo de la vida (p. 65), al exhi-

b i r e n s u t o t a l i d a d l a n a t u r a l e z a m u n d a n a , q u e

pa rt ic ipa del bie n y del m al , del gozo y de la pe na ,

mezclados con una variedad infini ta de proporción

e i n n u m e ra b l e s m o d o s d e c o m b i n a c i ó n (p . 6 6),

Shakespeare desp l iega en aban ico las cos tumbres

en una d ivers idad has ta entonces imprevis ib le , en

una secuencia s iempre cambian te de v iv idas imá-

genes . Es te ca tá logo , que e l doc tor Johnson enu-

m e ra c o n d e t a l l e , e s u n a c o m b i n a c i ó n d e i d e a s

que se desarrol laron durante el s iglo xvin, s i bien

él les da su matiz individual . Debido a que sost ie-

ne que todas es tas ramif icac iones de la na tu ra le -

z a a p a re c e n e n l a o b ra d e Sh a k e s p e a re c o n u n a

p e r f e c c i ó n i n s u p e ra b l e , l a a u t o r i d a d d e Sh a k e -

spea re s i rve de manera imp l í c i t a pa ra au ten t i f i -

ca r l o s pa rámet ros de exce lenc ia que emplea un

c o m e n ta r is ta de l siglo xviii. ^®

Sin embargo , hay que pagar un prec io por es ta

p re t en s ión . E qu ipa ra r la na tu ra l ez a con la to ta -

l id a d d e la n a t u r a l e z a m u n d a n a — re p re s e n t a d a

por la v iv ida y percep t ib le var iedad de las cos -

tumbres— en t ra en conf l ic to d i rec to con una de-

c l a r a c i ó n p l a s m a d a i n m e d i a t a m e n t e a n t e s , e n e l

Prefacio , donde e l doctor Johnson invoca la an-

Aunque debe decirse , como sost iene Bate , que "Johnson

emplea el vocabulario crít ico de la crít ica europea anterior al

movimiento románt ico: usa palabras como 'razón' , 'naturale-

za' , 'propiedad' y 'agudeza' , s i bien les da un s ignif icado mu-

cho más ampl io que lo común en la época" .

  The Achievement

of Samuel Johnson,  p. 191.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 83/395

81 LA AUTORIDAD DE L CANO N

t i gua no c ió n a r i s to t é li c a : N ada ag rad a a t an tos ,

y po r t a n t o t i em po , co m o las rep rese n tac ion es f ie-

les de l a n a tu ra lez a genera l (p . 61). M ur ray Kr ie -

ge r p re s tó a t enc ió n a e s t a d i co tom ía ap a ren te :

Podemos observar en la declaración esa yuxtaposi-

ción curiosa de las supos iciones del racionalista acer-

ca de una naturaleza general con la preocupación

del empirista respecto de la reacción del público (la

noción de agradar a muchos y por mucho tiempo).

Así, aunque no se cuestiona la creencia dogmática

en la existencia objetiva de lo universal por descubrir,

hay asimismo la insistencia de que la sanción de ese

universal proviene no de deducciones  a priori  de la

naturaleza de las cosas, sino de los juicios combina-

dos de las experiencias individuales.

El doc to r Johnson pa rece tomar p re s t ado e l c a -

rác te r un ive rsa l de na tu ra leza genera l p a r a apo-

y a r l a e j e m p l a r i d a d s u p u e s t a d e la n a t u r a l e z a

mundana . Aunque qu izá no e s tuv ie se consc i en te

d e e s t a d i c o t o m í a , e l h e c h o m i s m o d e q u e o c u -

rr ió a tes t igua los procedimientos es t ra tégicos ope-

r a t i v o s d e l c o m e n t a r i o . E l c o n c e p t o t r a d i c i o n a l

de na tura leza ha de o torgar va l idez a la d ivers i f i -

c a c i ó n d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a c o m o e l o b j e t o

rea l de imi tac ión , y es ta d ive rs idad a su vez se

e q u i p a r a t á c i t a m e n t e c o n l o s p a r á m e t r o s b á s i c o s

Murray Krieger ,  Poetic Presence and Illusion: Essays in

Critical History and Theory,

  Balt imore, Johns Hopkins Univer-

sity Press, 1979, p. 56.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 84/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 85/395

83 LA AUTORIDAD DEL CANON

hace que e l comenta r io tenga dos f i los , como re -

sul ta evidente cuando e l doctor Johnson deta l la la

fo rm a en que Shak espeare im i taba a la na tura leza .

Po r u n a parte , e logia "la gra n excelencia de S ha-

kespeare , con que p lasmó sus escenas de la na tu-

rale za y de la vida" (p. 53) y, n o o bs tan te, p o r otra ,

a l c op i a r t odo de l a na t u ra l e z a , S ha ke s pe a re s e

ace rcó tan to a la v ida qu e creó "o scurida des " (pp.

52 y ss . ) . Toca ahora a l comentar is ta "expl icar lo

osc uro " (p. 51) y, al hac erlo, la au to rid ad se desp la-

za u n a vez m ás , pu es el co m en ta r i s ta h ab la ah or a

c o n a u t o r i d a d p a r a a c l a r a r l a s o s c u r i d a d e s m e -

dia nte u n a "crítica de con jetu ras " (p. 51). El d oc tor

J ohns on de c l a r a e xp l í c i t a m e n t e que no " i n t e n t a

e xc l u i r s e " c ua ndo c om pa ra l o s " s e n t i m i e n t o s o

expres iones" de Shakespeare "con los de au tores

ant iguos y modernos" (p . 58) . En e l curso de es ta

empresa , e l doc tor Johnson ha l la muchas " fa l las"

en Shakespeare que en apar ienc ia impl íc i tamente

reducen la au tor idad de l au tor canónico , a qu ien

se c r i t i ca por lo que h izo o no cuando imi taba a

l a na tu ra l eza . As í , s e ab re o t ra d i co tomía , como

de m os tró Krieger, en la qu e el do cto r Jo h ns on "re-

gaña a Shakespeare por su indiferencia moral t ras

e logiar su adhesión f ie l a nuest ro moralmente in-

d i fe ren te mundo" , y a l hace r lo " só lo enunc ia de

nuevo [ ...] ese añ ejo di lem a q ue e n vano bu sca com -

pat ibi l izar lo imi ta t ivo con lo didáct ico" (p . 77) .

Sie m pre q ue la pre ten sión didá ct ica lleva la ven-

ta j a en el co m en ta r io de l do c tor Joh nso n , e l e spa-

c io l imina l só lo e s supe rab le a l p royec ta r pa rá -

me t ros en l a obra de l au to r canón ico , l o que de

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 86/395

84 LA AUTORIDAD DE L CANO N

es te modo invie r te la func ión de l comentar io . En

lugar de der ivar parámet ros de la obra canónica ,

e l doc to r Johnson e nume ra l a s f a l l a s que ma rc ó

en la imi tac ión de la na tura leza de Shakespeare ,

de o t ro m od o encom iab les . Las ab un da n te s fa ll a s

bastan para oscurecer y desvir tuar cualquier ot ro

m ér i to (p . 71). Sh ak esp ea r e , sos t i en e e l do c to r

Johnson ,

sacrifica la virtud ante la conveniencia [...] no distri-

buye co n justeza el bien o el mal [. . .] lleva a sus per-

sonajes con indiferencia a través del camino correcto

y el equívoco, y al final los desecha sin mayor cui-

dado, y deja que sus ejemplos operen de cualquier

modo [p. 71].

Sus t ramas omi ten l a s opor tun idades pa ra ins -

t rui r o dele i tar a l lec tor ; sus bromas en las come-

dias son las más de las veces vulgares, y sus cum-

pl idos , l i cenc iosos ; s i em pre qu e ech a m a n o de

su invenc ión , en las t raged ias , la desce nd en c ia

de sus conflictos es el tumor, la maldad, el tedio y

la os cu r ida d (p . 73). N o ob s tan te , Sh ak es pe a re

rec ibe c r í t i ca s no só lo de a spec to mora l , s ino

t a m bié n po r c a e r e n la a r t e sa n í a . N o g ua rd a b a

dis t inc ion es de t iem po y lug ar [ . . . ] fu e [ . . . ] u n in-

f rac to r de l a c rono log ía [ . . . ] que confundía l a

ép oc a p as to ra l con la feu da l (p . 72). De vez en

c u a n d o se e n r e d a b a c o n u n s e n t i m i e n t o p o c o

mane jab le , que no pod ía expresa r b ien , y no lo

re h u í a (p . 73). S iem pr e qu e se le p re se n ta u n a

qu e ja ins ign i f i can te , de ja su ob ra s in t e rm ina r .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 87/395

85 LA AUTORIDAD DE L CANON

Una ins igni f icanc ia es l a opor tunidad dorada por

l a que s i empre se apa r t a rá de su ca r re ra , o que

imped i rá su a scenso" (p . 74 ) . E l doc to r Johnson

enumera de con t inuo los de fec tos de Shakespea -

re en este aspecto.

Es te pro ced im iento t i ene dos impl icac iones im-

po r t a n t e s : l a p r i m e ra e s que e l doc t o r J ohns on

presc inde de l pr inc ip io de ca r idad bás ico para la

exégesis de los textos sagrados , según e l cual to-

do lo e sc r i to debe p re sen ta r se de l a mane ra más

c la ra p o s i b l e . A u n q u e el d o c to r J o h n s o n m e n -

c iona en g ran med ida l a s "exce lenc ia s" de Sha -

ke s pe a re , no e xpone s u s f a l l a s a pa re n t e s c om o

vir tudes ocul tas , s i b ien no del todo reconocidas .

E s obvio qu e los cri terios pro pio s del do cto r Jo hn -

son respec to de la ins t rucc ión mora l , e l decoro y

l a a r t e s a n í a s i rve n c om o pa rá m e t ro s pa ra e xpo -

ner los defec tos de Shakespeare . Por t an to , t i ene

que in t roduc i r poco a poco los que cons idera de-

fec tos de Shakespeare para asegurar e l éxi to de la

ins t rucc ión mora l que t i ene en men te . Es to hace

de l a ins t rucc ión mora l un a sun to p redominan te ,

que Shakespea re , a pesa r de l a gu ía que pa rec ía

o f r e c e r pa ra t a l e m pre s a , no s a t i s f a c e po r c om -

pleto. Sust i tuir la crí t ica de las fal las por e l prin-

c ip io de ca r idad no d i sminuye necesar iamente la

a u t o r i d a d d e S h a k e s p e a r e ; m á s b i e n , p r e t e n d e

Hay más detal les sobre el principio de la caridad en Mo-

she Halbertal y Avishai Margalit ,

  Idolatry,

  trad. Naomi Gold-

blum, Cambridge, Harvard University Press , 1992, p. 88. [Edi-

c ión en español:

  Idolatría. Guerras por im ágenes: las raíces de

un conflicto milenario,

  Barcelona, Gedisa , 2003. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 88/395

86 LA AUTORIDAD DE L CANON

co m ple ta r el m od elo que requie re e l pro pó s i to d i -

dá c t i c o de l doc to r Johnson . S in e mba rgo , e l i n -

te rc am bio ent re ca r idad y c r í ti ca cau sa qu e el co-

me n ta r i o s e dup l i que , e n l a me d ida e n que l a

interpre tac ión ya no se dedica en exclusiva a una

c ompre ns ión de l a u to r c a nón i c o , pue s s e subor -

d ina a é s t e an te ex igenc ia s con temporáneas que

quizá no es taban presentes en su ámbi to . E l doc-

to r Johnson pa re c e e s t a r c onsc i e n t e de e s t a du -

pl ic idad: s i b ien desea que se co m p re n d a m ejo r

a l au to r (p . 58), con f i e sa a l m is m o t i e m po qu e

sería ab su rd o a la r de ar de im parc ia l idad (p . 80).

Esto nos l leva a la segunda implicación. Los cri-

terios inherentes a la crí t ica expresada, y que Sha-

kespeare no sa t i s face , deben infe r i rse a par t i r de

las fa llas qu e se reg is t ran, y de es te m o d o

  conser-

van un carácter vi r tual . A toda forma de cr í t ica la

mot ivan c r i t e r ios ocu l tos que no t i enen que ve r -

ba l iza rse cuando se e fec tuó e l ju ic io . La proyec-

c ión de cr i ter ios vi r tuales sob re Shak esp eare ha ce

que e l au to r canónico s i rva de manera impl í c i t a

para autent i f icar los cr i ter ios no verbal izados del

doc tor Johnson , y s i b i en en ú l t ima ins t anc ia e l

autor canónico no se ve por fuerza pr ivado de su

a u to r i da d , s e l e c onc ibe de una ma ne ra t a l que

parece apoyar los cr i ter ios de excelencia impl íc i -

tos de l doc tor Johnson. E l comentar io ha de sos-

t ene r l a au to r idad de l au to r canónico con e l f in

de u t i l i za r esa autor idad para sus propios propó-

si tos. Una vez más, es el registro el que decide el

uso que se da a l autor canónico; por ende, la obra

se rea l iza para adecuarse a é l .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 89/395

87 LA AUTORIDAD DEL CANO N

De nuevo vemos una dua l idad inhe ren te en e l

comenta r io , que pa rece apunta r en dos d i recc io -

nes dis t intas a l mismo t iempo. St ier le escr ibe:

Sea que el com entario desee regresar al texto origi-

nal y su significado o dar al texto pasado su signifi-

cación presente, el com entario es siempre un puente

entre el lector y el texto que aborda. Asimismo, el

comentarista es un intérprete que vive en dos mun-

dos, el del texto y el del lector, y que organiza el in-

tercambio entre ellos. Sea cual sea la intención con-

creta del com entario, supone u na diferencia entre el

texto y su lectura que desea abolir''^^

Sin embargo, es exactamente es ta di ferencia la

que no puede abol i rse y , por tanto, se hace gi rar

la au tor ida d en to m o a l espacio que sep ara a l tex-

to de su lec tura . Lo que sucede en ese momento

de gi ro no sólo es la t ran sfe ren cia de la au tor id ad

del au tor can ón ico a lo qu e el do ctor Joh ns on pre-

t ende que sea una comprens ión más adecuada de

Shakespea re . Conl l eva t ambién l a conse rvac ión

de l a au to r idad median te una exéges i s más v ia -

b le , y por ende convincente , de l au tor canónico .

E s t a dua l i da d t i e ne imp l i c a c ione s t r a sc e nde n t a -

les para e l asunto de la interpre tac ión en tanto se

desarrolla hacia el final del siglo xviii.

L a a u to r i da d s e c u l a r que ge ne ra n l o s a u to re s

canó nicos se der iva no de u n a acc ión t rascend en-

te , s ino de una p ropens ión co lec t iva de a sen t i -

K. Stierle, "Studium", p. 119.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 90/395

88 LA AUTORIDAD DEL CANO N

miento ante e l cambio, en especia l en tanto e l ca-

non secular es sobre todo abier to y, por ende, su-

je to a u n reac om od o y a u n a reva luac ión. E n con-

secuenc ia , l a au to r idad de un au tor canónico no

t i e ne una ga ra n t í a pe re nne , s i no que de ma ne ra

c on t i nua ha de ha c e r se v i a b l e me d ia n t e r e c o r -

da tor ios de sus mér i tos . E l t i empo y de nuevo la

au tor idad deben sos tene rse en v i r tud de l a exh i -

b ic ión de la e jem plar id ad de l m od elo po r em ular ,

que a su vez no es monol í t ico s ino mul t i facé t ico

y, por ende, asume formas diversas en e l curso de

la h i s to r i a . Así, se da un a t radu c ib i l ida d m u tu a :

el com entar io tom a pres tad a la auto r idad p ara da r

sus tanc ia a sus pre tens iones respec to de la mane-

ra e n que un a u to r c a nón i c o de be t r a duc i r s e e n

té rminos de una s i tuac ión p redominan te . A l des -

t aca r l a pe r t inenc ia de un au tor canónico , e l co-

m e n t a r i o p r o p o r c i o n a p r u e b a s d e l a a u t o r i d a d

que yace con la del autor. Por tanto, e l comentario

como géne ro de in te rpre tac ión rea l i za dos cosas

a l mismo t iempo: a l emplear la autor idad, apoya

la val idez de sus prop ios po stulado s; a l of rec er u n

m e j o r e n t e n d i m i e n t o , t a n t o e s t a b i l i z a c o m o a u -

menta la autor idad de l autor canónico . E l doc tor

Jo hn so n que r í a e s t ab lece r u n acceso m ás adecua -

do a l a s obras de Shakespea re en t é rminos t an to

de un texto inmaculado como de lo que é l supuso

que e ra e l s igni f icado de l tex to . Por es ta razón,

sus c r í t i cas hac ia Shakespeare son un in tento de

c onse gu i r una c on fo rmida d e n t r e e l a u to r c a nó -

ni co y el reg istro al cual éste se t ra d uc e, lo que da

po r re su l t ado un d esp lazam ien to de l a au to r id ad .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 91/395

89 LA AUTORIDAD DEL CANO N

Es te desp lazamien to ind ica que e l e spac io en -

t re e l canon y e l comenta r io no puede sos layarse

con fac i l idad , como so l í a hace rse cuando e l co -

menta r io reconoc ía que e l canon por s í so lo e je r -

c ía l a au tor idad . S iempre que la c r í t i ca nac ien te

l leva la venta ja , lo que quizá no haya s ido la in-

t enc ión de l doc to r Johnson , l a au to r idad de l ca -

non es tá en r iesgo, pues entonces la cr í t ica decre-

ta lo que se considera vál ido." l ' i Lo que el doctor

Jo hn so n a f i rm ó a l resp ec to se regía po r la convic-

c ión de que las ideas que cr i t icaba eran idént icas

a l texto que é l representaba . En ot ras pa labras , e l

espac io l imina l no se a f i rmó con c la r idad y , por

ende , la cues t ión de un a m ala lec tura n o h izo q ue

é l s e pe rc i b i e r a c om o c om e n t a r i s t a o c om o c o -

mentar is ta convert ido en cr í t ico . La cr í t ica , como

se ejerce en el "Prefacio", n o es del to d o u n a colo-

niza ción del espa cio liminal , pe ro la ne ces idad de

tene r que repa ra r la e j em pla r idad de l au to r canó-

nico, como se indica por la exposic ión de las su-

pue s t a s f a l l a s de S ha ke s pe a re , s e ña l a una d i f e -

r e nc i a . A pe s a r de t a le s r e pa ra c i on e s , e l doc t o r

Johnson —para quien la c r í t i ca todavía se subor-

d inaba a l comenta r io— no pa rec ía cons ide ra r l a

b recha en t re e l canon y l a l ec tu ra como un p ro -

b lema que deb ía subsana rse .

Guil lory demostró es to de forma convincente; para é l e l

canon no es más que una " l i s ta imaginar ia" de t extos que

"siempre están en confl icto con la material idad f inita del pro-

grama de es tudios"

  {Cultural Capital,

  p. 32) y que hoy en día

se conc ibe como un "capi ta l cu l tura l" codic iado por muchos

grupos de interés . Esta vis ión del canon es muy dist inta de la

que cons idera la tradición del co m entar io .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 92/395

90 LA AUTORIDAD DEL CANO N

C ua nd o la cr í t ica se em an cip ó a la larga del co-

menta r io , a p r inc ip ios de l s ig lo x ix , a sumió e l

p ropós i t o de no t r a duc i r ya a l a u to r c a nón i c o a

un en tend imien to con temporáneo , s ino , como lo

ex pre só M at th ew Arno ld, e l de ver e l ob je to co-

m o es e n r ea l i da d e n sí m i s m o P o r t an t o , el

e s fue rzo c r í ti co se p r op u so sob re tod o l im pia r

e l obje to de las a l te rac ion es qu e le im p us ie r on

tod as las apro piac ion es a que es tuvo suje to .

Pe ro fue e l a sc e nso c on t e mporá ne o de l a he r -

me né u t i c a l o que puso e n l a a r e na de fo rma e x -

pl íc i ta la brecha entre e l texto y su comprensión,

en un in ten to por a soc ia r lo que de manera ine -

l uc t a b l e pe rma ne c í a s e pa ra do . E l e spa c io l im i -

na l , ge ne ra do po r l a mi sma i n t e rp re t a c ión , no

ha b í a s i do un a sun to impor t a n t e e n l a t r a d i c ión

de l c ome n ta r i o , s i b i e n p l a n t e ó un p rob l e ma e n

la medida en que su presenc ia , que con ampl i tud

pe rmanec ía s in reconoc imien to , causó que l a au-

to r idad se co loca ra en t re e l canon y l a l ec tu ra .

Es ta autor idad f lo tante indica que es te espac io

no pu ed e e r rad icarse y que , s iem pre q ue se sos la -

ye , e s to t i ene repe rcus iones : l a au to r idad no se

b as a ya en exclusiva en el ca no n; en lug ar de esto,

vac i la ent re e l t ex to y e l comentar io , lo que por

ende la expone al desgaste .

S in embargo, hay una razón por la que es ta s i -

tuac ión precar ia no cobró impor tanc ia : e l comen-

ta r io no se a r rogó de manera de l iberada la auto-

^̂   Matthew Arnold ,  Lectures and Essays in Criticism,  vo l. 3

d e

  The Com plete Prose W orks,

  H. R. Super (ed.) , Ann Arbor,

Michigan University Press , 1962, p. 258.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 93/395

91 LA AUTOR IDAD DEL CANO N

r idad de l canon , s ino que , a l hace r a sequ ib le e l

canon , pa r t i c ipó de su au to r idad . E l comenta r io

quedó impregnado de la c reenc ia de que la pa r t i -

c ipac ión conl levaba un a au ten t i f icac ión de lo qu e

el exp osi tor de l ca no n h izo asequ ible , y la aseq ui-

b i l idad e s una cues t ión de d i s t r ibuc ión , pa ra l a

cua l l a pa r t ic ipac ión es un requis i to . No obs tan-

te , e s ta d i s t r ibuc ión a l a l a rga d io por resu l tado

la d i s ipac ión de l a au to r idad misma que e l co -

m en ta r io e s t aba des t inado a hac e r a sequ ib le .

El debate en curso respecto de l canon y su for-

m a c i ón c o r robo ra e l g r a do e n que l a pa r t i c i pa -

c ión es e l se l lo dis t in t ivo de toda re lac ión con e l

canon. En v i r tud de que e l comenta r io desde ha-

ce mucho desgas tó la noc ión de au tor idad , e l ca -

non cambió mient ras t an to su a t r ibu to bás ico por

com ple to : en lugar de se r u n a reu nió n au tor iz ad a

de textos l i terarios, ahora se considera capi ta l cul-

tura l , Por t an to , "e l p roblema de lo que se deno-

mina fo rmac ión de l canon se en t i ende me jo r co -

mo un problema en la cons t i tuc ión y d i s t r ibuc ión

de l cap i ta l cu l tura l , o , de modo más espec í f ico ,

un pro blem a de acceso a los m edios de p rodu cción

y consumo l i t e ra r ios" . Por es ta razón , " las obras

l i te rar ias deben verse más bien como e l vector de

noc iones ideológicas que no inc iden en las obras

en sí , s ino en el contexto de su presentación inst i -

tucional , o, más l lano, en la forma en que se ense-

ñ a n " . A pesa r de la r evo luc ión que ha expe rimen-

tad o el con cep to de ca no n y de que su im po rtan cia

J. Guillory,

  Cultural Capital,

  p. ix.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 94/395

92 LA AUTORIDAD DEL CANO N

ha d i sminu ido , l a pa r t i c i pa c ión — a unque ya no

en la au to r id ad , s ino en el ah o ra aseq uible cap i ta l

cu l tu ra l— aún e s l a ac t iv idad p redominan te que

vincula la op inión actua l del ca no n co n la t rad ición

antig ua del com entario . La part icipación está siem-

pre a punto de apropia rse de lo que pre tende ha-

ce r a sequ ib le , t r á t e se de au tor idad o de cap i t a l

c u l t u ra l . É s t e ob t i e ne c ons ide ra c ión no po rque

ejerza autor idad, s ino porque es a lgo que se codi-

c ia ; és ta es la di ferencia básica . De nuevo, en e l

anál is is f ina l , es ta par t ic ipación provoca un des-

gaste de lo que e l canon sea que e jerza u ofrezca .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 95/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 96/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

a m e n a z a c o n t i n u a d e u n m a l e n t en d i m i e n to . ^ P o r

t an to , cons ide ró l a i n t e rp re t ac ión como l a p rác t i -

c a r i g u r o s a d e d e s c u b r i r y a c l a r a r l a c o n d i c i o n a -

l i d a d r a m i f i c a d a d e l a m a n e r a e n q u e s e p r o d u c e

l a c o m p r e n s i ó n . A s í , l a h e r m e n é u t i c a s e ñ a l a l a

e t apa en que l a i n t e rp re t ac ión adqu ie re un ca rác -

te r au tor re f l ex ivo ; e s to da por resu l t ado una au to-

v ig i l anc i a con t inua de sus ope rac iones y a l a l a r -

g a u n a t e m a t i z a c i ó n d e l o q u e s u c e d e d u r a n t e l a

ac t i v idad de l a i n t e rp re t ac ión en s í . Es t a au tov i -

g i l anc i a e s de l o más necesa r i a , t oda vez que l a

h e r m e n é u t i c a n o p u e d e a p e l a r a c r i t e r i o s i n c u e s -

t i o n a b l e s , m u c h o m e n o s a l a a u t o r i d a d , q u e s e

a r r o g a r í a p a r a sí. E n c a m b i o , s ó lo p u e d e p o n e r s e

e n p r á c t i c a — d e a c u e r d o c o n S c h l e i e r m a c h e r —

como un a r t e , ^ mien t r a s que un aná l i s i s de

  cómo

o b t e n e r l a c o m p r e n s i ó n s e c o n s i d e r a u n s u s t i t u t o

de l a au to r idad .

C u a n d o l a h e r m e n é u t i c a e n t r ó e n e s c e n a , t a n t o

e l comen ta r io como l a c r í t i c a se r edu j e ron a sub -

g é n e r o s d e l a i n t e r p r e t a c i ó n . E s t e c a m b i o e s i m -

por t an t e en l a med ida en que n i e l comen ta r io n i

el e s ti lo am o ld ia n o de c r ít ica se co ns id era ro n nu n-

2 Han s-Georg Gadam er , en

  Truth and Method,  2®

  ed., trad,

rev i sada por Joe l Weinshe imer y Donald G. Marshal l , Nueva

York, Crossroad, 1989, pp. 84 y ss . [edic ión en español:

  Ver-

dad y método,

  S a l a m an c a , S i gú em e , 1996 ] , t rab aj ó s ob re l o

que s ignif icó "malentendido" para e l ascenso de la hermenéu-

t ica y para Sch leierm ach er e n part icular.

3 F r i ed r i ch S ch l e i erm ach e r , en

  Herm eneutik und Kritik,

Manfred Frank (ed . ) , Francfort de l Meno, Suhrkamp, 1990 ,

p. 91, ofrece un anális is detal lado de cómo es el "arte de la in-

terpretac ión" y también de por qué la in terpretac ión es un

arte: porque no es una apl icación de normas es tablecidas .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 97/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

ca un género de in terpre tac ión por par te de quie-

nes los pract icaban. Al contrar io, éstos identif ica-

ro n lo que hac ían co n la in te rpre tac ió n , m ien t ras

q u e S c h l e i e r ma c h e r c o n v i e r t e l a i n t e r p r e t a c ió n

en un tem a indep endien te qu e debe inspecc ionar -

se y su je ta r se a una eva luac ión c r í t ica . S i e l co-

menta r io obtuvo su leg i t imac ión de la au tor idad

del texto canónico que llevaba a la luz, y si la crí-

t ica apeló p ar a su val idez a u n a idea po stu lad a de

c u l t u r a , l a h e r me n é u t i c a l u c h a p o r g a n a r se su

legi t imidad a par t i r tanto de l anál is is como de la

descafeinización de los pro ced im ien tos de la in-

t e rp re tac ión con e l f in de a segura r l a compren-

s ión. Por tanto , Schle iermacher t iene poco posi t i -

vo que decir , s i acaso, acerca de los comentar ios,

p u e s é s to s s e so m e te n a u n a a u to r id a d , y p a r a

l legar a una comprens ión independien te se deben

su jeta r estas au tor id ad es al pro pio juicio (p. 217).

En consecuenc ia , un aná l i s i s de l a comprens ión

no se vincula ya con ninguna c lase de autor idad.

Al contrar io , ha de l iberarse de todas las concep-

tu a l i z a c io n e s t r a d i c io n a l e s y c o n sa g r a d a s p a r a

asegura r la t r ansparenc ia de lo que sucede en la

comprens ión . Inc luso los t ex tos sag rados t i enen

q u e s u j e t a r s e a lo s p r o c e d i m i e n t o s h e r m e n é u t i -

cos, pu es el objet ivo es trad uc ir los e n tér m in os n o

de una v ida comuna l , s ino de l a mane ra en que

d e b e n e n t e n d e r se e n r e l a c ió n c o n su i n t e n c ió n

original.

La consecuc ión de e s t e ob je t ivo r equ ie re una

ope rac ión de l impieza de l t e r r eno , como h izo l a

c r ít ica de Sch le ie rm ache r a lo que de no m ina for -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 98/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

m as de u n a herm enéu t ica especia l , qu e es tá con-

dic io nad a po r e l te m a que se va a in terp re tan E sto

es c ier to no sólo respecto de los comentar ios , s i -

no t ambién de todas l a s c l a se s de in te rp re tac ión

teológica, legal , f i lológica y demás que se or ien-

ten por temas . S in embargo , la he rmenéut ica ge -

n e r a l , l a q u e S c h l e i e r ma c h e r p r e t e n d e d e sa r r o -

llar, ab ord a sólo el ar te de la co m pr en sió n , n o la

presentac ión de lo que se comprende . La presen-

tac ión de lo qu e se co m pr en de se rá só lo u n a par -

te esp ecia l de l a r te de h a b la r y es cr ib i r (p . 96) .

La he rm en éu t ica especia l n o es m ás que u n agre-

ga do de ob serv acio ne s (p. 95) y, p o r end e, n o se

p r e o c u p a t a n to p o r l a c o mp r e n s ió n c o mo p o r l a

ap l icac ión , que surg ió de l uso que se daba a sus

ha l lazgos . En es tos casos , los procedimientos de

la in te rpre tac ió n se or ie ntan a lo qu e la apl icac ión

in ten ta consegu i r . Aunque l a comprens ión qu izá

también r ep re sen te una pa r t e de l a he rmenéu t i ca

espec ia l , no es e l cen t ro de a tenc ión de la in te r -

pre tac ión , y és ta es la razón pr inc ipa l por la que

Schle ie rmacher se ofende por todas las c lases de

he rm en éu t ica especia l . Lo qu e es segu ro que és tas

p ie rden de v i s t a cuando abordan a sun tos e spec í -

ficos es qu e la co m pr en sió n es u n a cond ic ión pre-

v ia pa ra todas e s t a s ope rac iones ; po r s í mismo,

u n t e m a n u n c a p r o p o r c i o n a u n a b a s e a d e c u a d a

para invest igar lo que conl leva la comprensión ni

la forma en que se produce . ' ^ És ta t iene una na-

Como des tacó Gadamer ,

  Truth and Method,

  pp. 187 y ss.,

para Schle iermacher hay una di ferencia entre comprender e l

t e m a  (Sachen)  de un texto y ente nd er lo que e l auto r haya

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 99/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

t u r a l e z a u n i v e r s a l , y n o o p e r a r á n i n g u n a d e l a s

múl t i p l e s ap l i cac iones que e j e rza l a he rmenéu t i ca '

e s pe c i a l s i no c ue n t a n c on l a c ons e c uc i ón de l a

c o m p r e n s i ó n . M á s a ú n , t o d a s l a s f o r m a s d e h e r -

m e n é u t i c a e s p e c i a l p a r t e n d e c i e r t a s s u p o s i c i o -

nes , que deben anal izarse a la luz de su propós i to .

Lo que conv ie r t e a l a i nves t igac ión de l a com-

p r e ns i ón e n un a c on t e c i m i e n t o r e vo l uc i ona r i o e n

los u m b ra le s del siglo xix es el re p ud io q ue Schleier-

m a c h e r p r o f e s a b a h a c i a l o s m a r c o s p r e d o m i n a n -

t e s que o f r e c í a n gu í a s pa r a l a i n t e r p r e t a c i ón ha -

cia finales del siglo xvii i , como la doctrina de los

sent idos t e t rapar t i t as de l a Bib l ia ,

  episteme

  de se-

me janzas y co r re spondenc ia s , y l os p r inc ip ios de

l a r a z ó n . L a e m p r e s a q u e a c o m e t i ó S c h l e i e r m a -

c he r a dqu i r i ó l a m a yo r pe r t i ne nc i a e n t a n t o que

t o d a s l a s a c c i o n e s m e n c i o n a d a s g a r a n t i z a b a n l a

c o m p r e n s i ó n d e l o q u e f u e s e q u e e n a p a r i e n c i a

es tuviese en disputa .

En t an to l a doc t r ina de l os s en t idos t e t r apa r t i -

t a s s en t a ra l a s bases pa ra l a i n t e rp re t ac ión de l a

Bib l ia , p rev a lecer ía el p u n to de v i s ta do gm át ico

a l p r oc ed e r a p a r t i r de l a co nv icc ión de q u e e l

E s p í r i t u S a n t o , c om o pe r s ona l i da d de f i n i da , e r a

e l autor de las Escr i turas ^ (p . 138) . S in embargo,

querido decir con la manera en que abordó e l tema. Schleier-

macher veía la comprens ión de la forma como se relacionó e l

autor con e l t em a co m o un excedente de la c ognic ión .

5 Henrik B irus abor dó en form a adecu ada la opos ic ión de

Schleiermacher ante la exéges is bíbl ica basada en la doctrina

de los sentidos tetrapartita: "Zwischen den Zeiten: Friedrich

Schleiermacher als Klassiker der neuzeit l ichen Hermeneutik",

e n  Herm eneutische Positionen: Schleiermacher-Dihhey-H ei-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 100/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

" e l p u n t o d e v i s t a d o g m á t i c o v a m á s a l l á d e s u s

p r o p i o s r e q u e r i m i e n t o s c u a n d o r e c h a z a e l d e s -

a r ro l l o i nd iv idua l i s t a [ . . . ] y a s í se de s t ruye a s í

mismo" (p . 139) . Ha de combinarse con l a "v i s ión

filo lógica" q u e to m a en c u e n ta a los d iv ers os a u-

to res del N uevo Tes tam ento , " porq ue la ind iv idua-

l idad de los esc r i to res es en sí m is m a un p ro d u c t o

de su relación co n C risto [ . . . ] (Pablo se dist ing ue en

v i r tud de su d ia léc t i ca ; Juan , de su sens ib i l idad)"

(p . 139) . En consecuenc i a , no ex i s t e un e squema

d a d o d e a c u e r d o c o n e l c u a l d e b a e n t e n d e r s e l a

Bib l i a , como p roc l amaba l a v i s i ón dogmá t i ca ; en

cambio , se t i enen que i n t e r r e l ac iona r l o s dos ex -

t r emos de l a au to r í a , en e spec i a l po rque "e l Nue -

v o T e s t a m e n t o d e b e c o n s t r u i r s e a p a r t i r d e u n

g r u p o d e c o s a s q u e a ú n n o e s t á n d e l t o d o c l a r a s

para nosot ros" (p . 122) . En ot ras pa labras , la com-

p r e n s i ó n s e c o n v i r t i ó e n u n a p r e o c u p a c i ó n v i t a l

p a r a S c h l e i e r m a c h e r , ig u a l q u e f u e u n r e q u i s i t o

ind i spensab l e pa ra cua lqu i e r c l a se de ap l i cac ión .

N o o b s t a n t e , l a c o m p r e n s i ó n n o p o d í a d e c r e t a r -

s e , s i n o q u e d e b i ó e j e r c i t a r s e m e d i a n t e l a c o n s -

t rucc ión de l s ign i f i cado de l t ex to .

¿Por qué l a comprens ión , requ i s i to de toda ap l i -

c a c i ó n , n u n c a a n t e s f u e u n a s u n t o i m p o r t a n t e ?

La r azón fue en g ran med ida l o que Foucau l t de -

n o m i n ó l a  episteme  d e s e m e j a n z a s , s i m i l i t u d e s y

c o r r e s p o n d e n c i a s q u e s u r g i e r o n d e l a c a d e n a d e l

s e r y q u e p r e d o m i n ó h a s t a b i e n e n t r a d o e l s i g l o

degger-Gadamer,

  Hen rik B iru s ( ed .) , Go t inga , V an den ho eck

und Ruprecht, 1982, pp. 19 y ss .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 101/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉU TICO127

xviii.^ El p re d o m in io m u n d ia l de esta idea signifi-

có que las sem ejanz as y las corre spo nd enc ias de-

b í a n de sc ubr i r s e y no c ompre nde r se . D e b ido a

que e s t aban predes t inadas , hab ía que saca r l a s a

la luz . Las sem ejan zas entre cosas , las co rresp on -

denc ias ent re p lanos , grados y es t ra tos se cons i -

de ra ro n a lgo dado , po r lo que no hab ía neces idad

de cons t ru i r las . Descubr i r s igni f icaba perc ib i r las

en su exis tenc ia ocul ta . Pero cuando es ta red de

re lac iones decayó , cobró impor tanc ia l a neces i -

dad de l a comprens ión . S i l a s re l ac iones ya no

e s t a ba n p re de t e rmina da s , ha b í a que e s t a b l e c e r -

las , y , a l respecto, la respuesta his tór ica de

Sch le ie rmacher a l dec l ive de una idea mundia l

f u e c o m p r e n d e r l a s c o m o u n c o n c e p t o d e l a s

interconexiones entre datos .

O tra ra zó n f u e qu e a lo largo d e la era de la Ilus-

t r a c ión a ún e x i s t í a una c re e nc i a i nc ue s t i ona da

que s i e mpre que s e o rga n i z a ba de a c ue rdo c on

l a s no rma s y c a t e go r í a s de l a r a z ón p re se n t a ba

una s i tuac ión o un ob je to como e ra en rea l idad .

Por e jem plo, los en un ciad os q ue se co ns tru ían se-

gún los pr incipios de la razón y por tanto corres-

pondían a és tos e ran verdaderos porque los se res

huma nos no pod í a n e v i t a r c ons ide ra r a x iomá t i -

cos los enu nc iado s fo rm ad os según los pr inc ip ios

de la razón. Los axiomas como vástagos de la ra-

zón no neces i tan m edi tac ión p ar a qu e se les com -

prenda ; en cambio , se en t i enden en fo rma au to-

6 Véase M ichel Fouca ult ,  The Order of Things,  Nueva York,

Vintage, 1973, pp. 66-67 y 200-214.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 102/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

m át i c a en v i r t ud d e l a pa r t i c ipa c ión en su o r igen :

e l p o d e r d e l a r a z ó n q u e c o m p a r t i m o s t o d o s l o s

se re s humanos .^ Hay a i í n po r de scubr i r se un r a s -

t r o d e c o n c e p t o m e d i e v a l e n t a l o p i n i ó n : c u a n d o

Tomás de Aquino se refer ía a l s igni f icado, emplea-

b a l a p a l a b r a

 participatio;^

  as í , l a ca l idad de com-

pa r t i r se y n o en t en de r se e s t ab a en cues t ión . C om o

vimos , a lgo s imi l a r se ap l i ca t ambién a l comen ta -

r i o , que ob tuvo su au to r idad sob re t odo g rac i a s a

su pa r t i c ipa c ió n en l a de l c a no n . S in em ba rgo , en

la coyuntura h i s tó r i ca , cuando l a razón como pr in -

c i p io e s t r u c t u r a d o r d e la v e r d a d n o s e t o m a b a y a

c o m o a l g o d e t e r m i n a d o , l a r a z ó n m i s m a d e b í a

c o m p r e n d e r s e . Y l a n e c e s i d a d d e e s t o a d q u i r i ó

u n ca rác t e r de lo m ás u rg en t e deb ido a que el m a l

en t end imien to de l d i scu r so y e l l engua j e en gene -

ra l ya no e ra l a excepc ión , s ino l a reg la . En con-

s e c u e n c i a , S c h l e i e r m a c h e r e s c r i b e : " P o d r í a m o s

f o r m u l a r la t a r e a d e l a h e r m e n é u t i c a e n t é r m i n o s

n e g a t i v o s : e v i t a r e l m a l e n t e n d i m i e n t o e n t o d o

momento" (p . 218) .

E l d i s c u r s o h a b l a d o o e s c r i t o p r o d u c e s i g n i f i -

cad o, o al m en o s eso se pr e te nd e , pe ro e l s igni f ica-

d o n o s e c o m p r e n d e y a c o n b a s e e n q u e t a n t o e l

au to r co m o el r ece p to r pa r t i c ipen en la r az ón p ro -

v e e d o r a d e l a v e r d a d . E n c a m b i o , e l s i g n i f i c a d o

7  Véase M anfred Frank, "Einleitung", en F. S chleierm ach er,

Herm eneutik und Kritik,

  p. 13.

®

  Véase santo Tomás de Aquino ,

  Summ a Theologiae,

  vol. 1,

Bibl ioteca de Autores Cris t ianos , Madrid, España, Editorial

CatóHca, 1961, pp. 508-510. [Edición en español:

  Sum a teoló-

gica,

  México, Espasa-Calpe, 1985. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 103/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 104/395

EL CÍRCULO HERM ENÉU TICO127

P o r t a n t o , l u c h a r p o r u n a m e j o r c o m p r e n s i ó n

no impl ica que e l in té rpre te reve le e l s ign i f icado

obje t ivo del d iscurso a jeno o ext raño; en cambio,

una me jo r comprens ión impl i ca saca r a l a l uz e l

empleo que e l au to r hace de los s ignos , empleo

de l que nunca e s t á de l t odo consc ien te cuando

produce sus textos . Al respecto , la fórmula básica

de Sch le ie rmach er seña la el pu nt o de pa r t ida pa ra

l a pos t e r io r he rmenéu t i ca de sospecha que s i rve

de guía pa ra e l ps icoaná l is is . S i en u n pro yec to d e

es ta na tura leza se va a ana l iza r l a ind iv idua l idad

del empleo de los s ignos , es to se debe a que nun-

ca n ingún au to r t i ene un con t ro l p l eno o un co -

noc imien to comple to de todas l a s conno tac iones

a s oc i a da s c on s u s pa l a b ra s . B a j t i n nos a dv i r t i ó

de e s t a ca rac te r í s t i ca bás i ca a l seña la r que l a s

pa lab ras de u n leng ua je a t rav iesan contex tos m uy

diversos en su historia ,^ y lo que acumulan con el

t i e m p o e n t é r m i n o s d e d e n o t a c i o n e s y c o n n o t a -

c iones nunca es tá comple to en e l ámbi to de l usua-

r io de l lenguaje . De acuerdo con es to , e l autor de

un ac to de d i scurso ora l o esc r i to nunca t i ene en

m e n t e l o s m ú l t i p l e s u s os que s u s pa l a b ra s pue -

dan tener ni ref lexiona acerca de las diversas po-

s ib i l idades de empleo cuando e labora sus orac io-

nes , Pe ro aunque t enga luga r t a l r e f l ex ión sobre

las m úl t ip les den otac ion es y con notac iones , e l uso

real será select ivo, y esta selección indica la act i -

^ V éase M ichae l Ba ch t in (Mija íl Baj tin ) ,  Die Ästhetik des

Wortes,  trad. Rainer Grübel , Francfort del Meno, Suhrkamp,

1979, pp. 169 y ss . , y 185. [Edición en español:

  Estética de la

creación verbal,

  México, S iglo XXI, 1989. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 105/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

tud de l au tor hac ia las pa lab ras en cues t ión . É s ta

es u n a de las raz on es p or las que , según Schle ier-

mache r , nunca ex i s t e una comprens ión to t a l de l

ac to de discurso que se va a abordar ; hay sólo un

es fue rzo por pe r fecc iona r lo que t a l vez ind ique

el empleo de los s ignos por par te de l autor . Con-

cluye Schleiermacher: "La verdad es que, en la in-

te rpre tac ión , l a t a rea de ac la ra r lo ambiguo nun-

ca termina" (p. 117).

¿Cuá le s son los pa ráme t ros que e s t ruc tu ran l a

p rá c t i c a r i gu ros a de l a r t e de l a i n t e rp re t a c i ón?

Sin conta r ya con n inguna de las ga ran t ías meta -

f í s icas , de los marcos dogmát icos de exéges i s , y

con el de scréd ito de los prin cipio s de la raz ón , to do

lo qu e que da e s e l l eng ua je , qu e ah o ra Sch le i e r-

macher e leva a l es ta tus de ser lo todo y un f in en

s í mismo. E l l engua je toma e l l uga r que an te s

ocu pó la au to r ida d c ua nd o ten ía que hace rse a se-

quib le e l canon mediante la in te rpre tac ión .

El lenguaje , sos t iene Schle iermacher , es tá codi-

f i cado de fo rma dua l t an to por l a g ramá t i ca co -

mo por la ps ico logía de l usuar io . En la búsqueda

del s ignif icado, es tos dos aspectos fueron e l foco

de a tenc ión de Schle ie rmacher , pues es taba com-

p rom e t i do c on l a i de a d i e c i oc he s c a t a rd í a de l a

i n t e r d e p e n d e n c i a e n t r e le n g u a j e y p e n s a m i e n t o .

No hay pensamiento s in lengua je , n i l engua je s in

pensamiento . Af i rma Schle ie rmacher : "De hecho,

una persona piensa por medio del habla [ . . . ] Pero

cuando quien p iensa cons idera necesar io a r reg la r

Véase también Frank, "Einleitung", p. 36.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 106/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

lo que pensó, surge e l a r te de l habla , es deci r , la

t r a n s f o r m a c i ó n d e l h a b l a i n t e r n a o r i g i n a l ,

  y

  se

ha ce ne cesa r ia l a in te rp re tac ión " (p. 97). A pa r t i r

de es ta in te r re lac ión , una in te rpre tac ión gramát i -

ca nos permi te de l inear los rasgos sobresa l ien tes

de l empleo de los s ignos por par te de l au tor ,  y  la

in te r pre tac ión ps ico lógica no s pe rm i te in fe r ir , de l

empleo de los s ignos, la f i rma est i l ís t ica del pen-

sa m ien to de l au to r . E n l a s p r op ia s pa lab ra s de

Sch le i e rmache r :

Una declaración puede ser de la mayor significación

para un aspecto de la interpretación o para el otro.

Tiene su significado máximo para el aspecto grama-

tical cuando es lingüísticamente creativa a un grado

excepcional y mínimamente repetit iva: los textos

clásicos. Una declaración tiene su significado máxi-

mo en el aspecto psicológico cuando cuenta con una

elevada individualización y reduce al mínimo los

lugares comunes: los textos originales [p. 102].

Estos dos aspec tos de pe nd en e n t re sí,

 y

 de "esta

re l ac ión dua l e s ev iden te que l a s dos t a reas son

por comple to iguales" (p . 99) .

La dua l idad , o su ca rác te r de t ene r dos a spec -

tos, se convierte ahora en el sel lo dist int ivo de la

i n t e r p r e t a c i ó n h e r m e n é u t i c a . L a d u a l i d a d s u r g e

de la brec ha fu nd am en ta l en t re " todo d i scurso a je-

n o

  y

  ext raño" (p . 175)

  y

  s u c om pre ns i ón , que e n

Respecto de la in terre lac ión entre es tos dos ámbi tos ,

véase Jean Grei sch ,

  Hermeneutik und M etaphysik,

  Mu n i ch ,

Fink, 1993, p. 143.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 107/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

e l aná l i s i s f ina l qu izá se es t reche , pe ro nunca se

e l imina . "Pues to que cada pe r sona , como ind iv i -

du o, es e l n o ser p ar a e l o t ro , n u n c a es po sible e li-

mina r l a no comprens ión po r comple to" (p . 195) .

Es t a "no comprens ión" r e s idua l i n sc r ibe l a dua l i -

d a d e n l a c o m p r e n s i ó n m i s m a , q u e e s t á d e s t i n a -

d a a r e d u c i r e l m a l e n t e n d i m i e n t o . A s í , l o s c o n -

cep tos se a soc i an desde e l p r i nc ip io mi smo de l a

e x p o s i c i ó n q u e S c h l e i e r m a c h e r h a c e d e l a i n t e r -

pre tac ión . Es ta dua l idad bás ica engendra más dua-

l i d a d e s o a s o c i a c i o n e s , t o d a s l a s c u a l e s p r o p o r -

c i o n a n m a r c o s d e i n t e r p r e t a c i ó n c o n e l p r o p ó s i t o

d e p e r f e c c i o n a r l a c o m p r e n s i ó n . S o n i n d i c a t i v o s

d e l e s p a c i o l i m i n a l q u e a b r e l a i n t e r p r e t a c i ó n ,

r e v e l a n l a c o n c i e n c i a d e l i n t é r p r e t e d e u n a d i f e -

r e n c i a f u n d a m e n t a l y s u s t i t u y e n t o d a s l a s o r i e n -

t a c i o n e s p r e d o m i n a n t e s , c o m o l a a u t o r i d a d . E n

luga r de la au to r ida d ha y u n  bñsur  (Der r ida ) , que

c a r e c e d e b a s e s y p o r t a n t o c a u s a t r a n s i c i o n e s

c o n t i n u a s d e n t r o d e l a s a s o c i a c i o n e s e s t a b l e c i -

d a s , y d e e s ta f o r m a g e n e r a n u e v a s . T o d as e s ta s

a s o c i a c i o n e s g i r a n e n t o r n o a l e s p a c i o l i m i n a l

fu e r a de l cua l su rg ie ro n y qu e lo ins c r ib en a e l la s ,

c o m o l o s a s p e c t o s g r a m a t i c a l y p s i c o l ó g i c o d e l

l e n g u a j e a s u v e z s e d i v i d e n e n d u a l i d a d e s n u e -

vas . E l e spac io l imina l , puede dec i r se , c ausa un

c í r cu lo concén t r i co de dua l i dades , t odas l a s cua -

les t i enen e l p ropós i to de vencer e l

 brisar

  de l que

s u r g i e r o n . E s t a t e n d e n c i a c o m p e n s a t o r i a i n d i c a

Véase Frank, "Einleitung", p. 27.

F . S ch l e i erm ach er ,

  Hermeneutics,

  p . 216 , sos t ien e, po r

tanto, que "el intérprete entonces debe establecer la misma re-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 108/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 109/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

y def ine e l seg un do c an o n co m o s igue : E l s ign i fi -

c a do de c a da pa l a b r a de un pa s a j e de be de t e r m i -

narse según e l contex to en que aparece . E l pr imer

ca no n s irve sólo p ar a exclui r c ier tas pos ibi l idad es .

S i n e m b a r g o , e s t e s e g u n d o c a n o n p a r e c e d e t e r -

m in an te , u n ' sa l to ' qu e de be jus t i f ic arse (p . 127) .

Si b ie n los do s cá no ne s cas i co nv ier ten a Schle ier-

m a c h e r e n u n w i t t g e n s t e i n i a n o  avant la lettre,  es

l a dua l i da d de l a pos i c i ón s i n t á c t i c a y l a ub i c a -

c i ón c on t e x t ua l l o que s e de s t a c a c om o c r i t e r i o

ind i spensab le pa ra de t e rmina r e l s i gn i f i cado que

e l au to r t en í a en men te . Tampoco e l canon por s í

m i s m o b a s t a r í a p a r a q u e o p e r a s e d e m a n e r a c o -

r r e c t a l a i n t e r p r e t a c i ón g r a m a t i c a l , y a unque l o s

dos cáno ne s fo rm as en el m ar co en e l qu e se h a de

co m pr en de r e l s ign i f icado , és te n u n ca yace en n in-

guna un i da d de e m p l e o de l e ngua j e da da o i de n -

t if icab l e , co m o su bra yó Sc h le i e rm ach e r : Pue s to

q ue e l s ign i f icado n o se u b ic a en las p ar te s indivi-

dua les de l d i scurso s ino en su conexión , los para -

le l i smos más ce rcanos son aque l los en los que l as

p a r t e s d e l d i s c u r s o s e c o m b i n a r o n d e l a m i s m a

m an e ra (p . 141). Así, e l s i gn i f i cado s e p ro d u c e

grac i a s a l os g rad os cam bia n te s de d i f e re nc i ac ión

produc to de l a s conex iones e s t ab l ec idas en t r e l a s

c l á u s u l a s , c o m o s e c u e n c i a d e e n u n c i a d o s , y s u

ub icac ión con tex tua l . S i l a s s imi l i t udes en t r e l a s

conex iones aumentan l a ce r t i dumbre de l o que e l

au tor t a l vez qui so dec i r , e s ta s imi l i tud a su vez

ind ica que e l s i gn i f i cado no e s una en t idad com-

prens ib le , s ino a lgo qu e só lo pu ed e de l inearse co n

a l guna a p r ox i m a c i ón . E s t a a p r ox i m a c i ón de nue -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 110/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

vo es indica t iva d e l esp acio lim inal , cuy o ca rá c te r

l o ha c e p re s e n t e e n l a m e d i da e n que c on t i núa n

cambian te s los con tomos de lo que se de te rmina

median te exc lus ión , a s í como median te su ub ica -

c ión s in t ác t i ca y con tex tua l . Es t e cambio de los

contomos se da porque las pos ic iones (s in tax is y

con tex to ) e s t án su je t a s a una ap l i cab i l idad cam-

bian te , s in reg las respec to de su ap l icac ión . As í ,

la l iminal idad no se l imi ta a tachar posic iones en-

t re s í , s ino que t ambién desd ibu ja los ra sgos so -

bresa l ien tes de la de te rminac ión s in tác t ica y con-

textual , en tan to estos rasgos se fu n d e n en tre s í s in

perder sus ident idades .

E l a spec to ps i co lóg ico de l a in t e rp re t ac ión se

conec ta con e l g ramat ica l en re lac iones ca le idos-

còp icamente cambian te s . S i l a a t enc ión en l a in -

te rpre tac ión gramat ica l se cent ra en la ac tua l iza -

c ión que hace e l autor de l s is tema de lenguaje , e l

p s i c o l óg i c o de s t a c a l a fo rm a e n que s e e m p l e a n

l a s h e r r a m i e n t a s q u e o f r e c e l a g r a m á t i c a ; e s t o

no s pe rm i te sab er có m o p iensa e l au tor . La or ien-

tac ión de la in te rpre tac ión ps ico lógica es bás ica -

mente técn ica , lo que se corrobora a l observar e l

empleo ind i s t in to de Sch le i e rmache r de des igna -

c iones t écn icas y ps i co lóg icas en su ra s t reo de l

pe ns am ien to del autor. U na vez m ás, es tam os fren-

te a una ta rea dua l : "La in te rpre tac ión gramát ica

se d iv ide en dos t a reas con t ra s t an te s . Lo mismo

sucede con l a in t e rp re t ac ión t écn ica . La p r imera

ta r ea es de scu br i r l a ind iv idu a l idad de un au tor , y

l a o t r a , r e c onoc e r de m a ne ra de f i n i t i va c óm o s e

expresa es ta ind iv idua l idad" (p . 162) . Pero ¿cuá-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 111/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

les son los medios para ident i f icar la individual i -

dad de l au to r y los mot ivos que "dec id ie ron a l

au tor a comunicarse"? (p . 147) . S i b ien la in te r -

p re t ac ión g ramá t i ca y l a ps i co lóg ica e s t án d i se -

ñadas para enca ja r , e l empleo de l l engua je puede

suminis t rar carac ter ís t icas sobresa l ientes de l mo-

do de pensa r de l au to r só lo has t a c i e r to g rado ,

pues t i enen que eva lua rse los ha l l azgos de l em-

pleo de los s ignos. Esto es c ierto incluso para los

que pod r í a n c ons i de ra r s e i nd i c a do re s p s i c o l óg i -

cos de l lenguaje de un autor , como la a l te rnancia

entre "pleonasmo" y "énfasis" (p. 142). El énfasis

señala un inters t ic io ent re los dos aspectos de la

in t e rp re t ac ión s in e s t ab lece r de l t odo l a ind iv i -

dua l idad de l au tor , aunque puede se rv i r pa ra de-

l inear lo sobresa l iente de lo que e l autor deseaba

expresa r . S i e l l engua je of rece e l pa rámet ro para

e l uso g rama t i ca l , ¿ cuá l e s e l pa ráme t ro pa ra l a

in te rpre tac ión ps ico lógica , además de la in te rde-

pendenc ia en t re ambos a spec tos?

De nuevo , Sch le i e rmache r p re sen ta dos p roce -

d imien tos in t e rconec tados como marco pa ra l l e -

var a ca bo po r com ple to el asp ecto ps icológico d e

la in terpre tac ión : la com pa rac ión y la adivinación.

[El] método adivinatorio pretende obtener una com-

prensión inmediata del autor como individuo. El

método comparativo consiste en catalogar al autor

en un tipo general. Después trata de hallar sus ras-

gos distintivos al compararlo con los demás del mis-

mo tipo. El conocimiento adivinatorio es la fortale-

za femenina del saber popular; el comparativo, la

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 112/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

masculina.'^ Cada método remite al otro. El adivina-

torio se basa en la su po sició n de que toda person a e s

no sólo un individuo único por derecho propio, sino

que tiene u na receptividad respecto d el carácter ún i-

co de las demás personas. Esta suposición a su vez

parece presum ir que toda persona contiene u n m íni-

mo de todas las demás, por lo que la adivinación se

despierta en virtud de la comparación con uno mis-

mo [. . . ] Nunca deben separarse los dos métodos. La

adivinación cobra certidumbre sólo cuando se co-

rrobora con comparaciones [ . . . ] Pero la compara-

ción no ofrece una u nidad distintiva. Lo general y lo

particular deben estar interpenetrados, y sólo la adi-

vinación permite que esto suceda [pp. 150 y ss.].'^

El método adivinator io penetra en la individua-

l idad de un autor , como se expresó en lo que es

E. D. Hirsch, en

  Validity in Interpretation,

  p. 20 5, ha bla

sobre es ta dual idad , que cons idera " las dos fuerzas más im-

portantes no sólo en la interpretación s ino en e l conocimiento

humano en general . Las impl icaciones de es ta idea se ext ien-den más al lá del anál is is de moda hoy en día sobre la opos i -

c ión entre las cul turas c ient í f ica y humanista en sus respect i -

vos 'métodos ' . Lo que es tá en juego no es a lguna fus ión ideal

de es tas culturas separadas y sus modos de pensamiento, s ino

e l derecho de la in terpretac ión (e , impl íc i tamente , de todas

l a s d i s c i p l i n as h u m an i s t a s ) d e rec l am ar com o s u ob j e t o e l

con oc im iento g enuino . Las dos fuerzas que perc ib ió Schle ier -

macher en la in terpretac ión y en e l pensamiento humano son

por lo genera l vers iones de dos procesos que de hecho se en-

cu en t ran en cad a área d e p en s am i en t o q u e rec l am e con oc i -

miento para s í".

H. G. Gadamer,

  Truth and Method,

  p. 187, aclaró las im-

pl icaciones de su declaración y lo que conl leva que se dé una

inversión entre el intérprete y el autor.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 113/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

a jeno pa ra e l i n t é rp re t e , med ian te una sue r t e de

c o r a z o n a d a , y el m é t o d o c o m p a r a t i v o c o n t r o l a

la corazonada en la medida en que e l autor , a l re -

p re sen ta r a un c i e r to t i po , se compara con o t ros

del mismo t ipo.

Quizá suene ex t raño que Sch le i e rm ach e r deno-

m inase "métodos" a es tas dos ope rac ione s in terre-

l ac ionadas . S in embargo , l a t e rmino log ía misma

reve la que son re toños de la f i lo logía moderna ,

qu e las m ás de las veces nec esi tó de sup osic io nes

in fo rm ad as con el p ropó s i to de en m en da r m anu s -

cr i tos dañados a l in terpolar lo que e l texto defec-

t u o s o p u d o c o n t e n e r o r i g i n a l m e n t e . E l m é t o d o

c om pa ra t i vo s e v i nc u l ó de m a ne ra e s t r e c ha c on

es ta c l a se de ad iv inac ión , en t an to l a compara -

c ión, e l cote jo y e l ex am en cu ida do so f u e ro n ac ti -

v idades bás icas para apoyar l as conje turas que se

e laboraban en e l curso de la res taurac ión de tex-

tos imperfec tos o incomple tos . As í , e s ta in te rco-

nexión fue una cua l idad ind ispensable en e l e je r -

c i c io de l a ed ic ión duran te p r inc ip ios de l s ig lo

xix; de aquí e l empleo que dio Schle iermacher a l

té rmino "método" .

No obstante , la adivinación también se guía , co-

m o escribe M an fre d Fran k, po r la idea de S chleier-

macher de que e l s i s tema de l l engua je no cont ie -

ne e n s i un " i n t e rp re t a ndo" p re f i gu ra do pa ra s u

empieo rea l , que sen tase las bases para e l recep-

tor respe c to de la m an er a en que se va a en ten de r

el discurso ajeno o extraño.^^ Más aún, e l espacio

M. Frank, "Einleitung", pp. 49 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 114/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

l imina l , como expuse , seña la una d i fe renc ia dec i -

s i v a q u e n o p u e d e s u p e r a r s e m e d i a n t e n i n g u n a

fo rma de decod i f i cac ión de l d i scurso a j eno o ex -

t raño , por lo que l a ad iv inac ión se conv ie r t e en

u n a ne ce sida d indisp en sab le , i®

El en t re lazamiento de la ad iv inac ión y la com-

pa rac ión ope ra como marco de re fe renc ia pa ra l a

interp re tac ión ps icológica , que ha d e l legar a com -

p re nd er e l us o to ta l de l l eng ua je po r par te de l au-

tor y ver i f icar sus cara c ter ís t icas sob resa l ientes a l

comparar las con o t ras mues t ras de f i rmas es t i l í s -

t icas en el texto . E sto s ignif ica n a d a m en o s qu e e l

ac to de com prens ión debe prod uc i r a l m ism o t iem-

po su prop io m arco . Es te m arc o ti ene u na vez m ás

u n a na tura lez a dua l , a l a lbe rgar as í l a insc r ipc ió n

del espacio l iminal que pide su l lenado. De acuer-

do c on e s t o , e l m a rc o no c on t i e ne n i nguna no r -

ma para es t rechar e l e spac io l imina l . En cambio ,

és te permanece presente en e l marco como la ad i -

v i na c i ón y l a c om pa ra c i ón de c on t i nuo s e fu s i o -

n a n e n t r e s í e n u n p r o c e s o d e e n g r a n a j e m u t u o

que , co n fo rm e e l in té rp re te lo e jerce , e leva la her-

menéut ica a l a ca tegor ía de a r te . El propós i to de

es te a r te es cons t ru i r l a comprens ión , que , según

la s p rop ia s pa lab ra s de Sch le i e rmache r , s i empre

"const ruye a lgo f in i to y def inido a par t i r de a lgo

infinito e indefinido" (p. 100).

L a s a s o c i a c i o n e s q u e a n a l i z a m o s h a s t a a h o r a

Han s I n e i ch en , en  Philosophische Herm eneutik,  Fribur-

go, Karl Alber, 1991, p. 127, llega inclu so a afirma r qu e S chleier-

macher cons ideró a la ad iv inac ión e l or igen para d i señar h i -

pótes is de exéges is .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 115/395

EL CÍRCULO HERM ENÉU TICO127

—l os m odos g ra m a t i c a l / p s i c o l óg i c o y l o s m é t o -

dos a d i v i na t o r i o / c om pa ra t i vo— no s e c onc i be n

como oposic iones binar ias ; a l contrar io , es tán ahí

para in terpenetrarse , con e l f in de "sa l tar" ( té rmi-

no de S c h l e i e rm a c he r ) e l e s pa c i o que s e pa ra a l

in térpre te de lo que se va a in terpre tar . Igual que

los dos cánones de l a de te rminac ión s in t ác t i ca y

la contextual es tán dest inados a c i rcular e l s igni-

ficado del autor, los m éto do s ad ivina torio y co m pa -

ra t ivo e s t án d i señados pa ra l l ega r a comprende r

la individual idad del autor . Todas es tas operac io-

nes se l levan a cabo con un movimiento c i rcular .

La c i rcu la r idad en t re gramát ica y ps ico logía nos

pe rm i t e de t e rm i na r l a m a n i f e s t a c i ón de l a i nd i -

v idua l idad de un au to r ; l a c i rcu la r idad en t re los

mé todos ad iv ina to r io y compara t ivo nos pe rmi te

entender es ta ind iv idua l idad mani fes tada . As í , e l

m o v i m i e n t o c i r c u l a r t i e n e u n a n a t u r a l e z a d u a l ,

en tan to opera no só lo en t re gramát ica y ps ico lo-

g í a , a d i v i na c i ón y c om pa ra c i ón , s i no a s i m i s m o

e n t r e m odos y m é t odos . Es t a m u t ua i n s c r i pc i ón

de c i rcular idad da or igen a una red que es t ruc tura

e l c í r c u l o he rm e né u t i c o . S c h l e i e rm a c he r s o s t i e -

ne : " E l c onoc i m i e n t o c om pl e t o s i e m pre i m p l i c a

un c í rcu lo apa ren te , que cada pa r t e puede en ten-

de r sólo fu e ra del tod o al qu e perte ne ce, y vicever-

sa. Todo co no cim iento qu e sea científico de be cons-

truirse así" (p. 113).

La ope rac ión del círculo en tre las pa rte s y el tod o

es e l m ar co inc luyente de la herm en éu t ica , que es-

t r u c t u r a t o d o s l o s m o v i m i e n t o s c i r c u l a r e s q u e

op eran e nt re m od os y m étodos. El c í rculo pa r te /to-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 116/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

do r ige toda la ac t ividad interpre ta t iva en la me-

did a en qu e com o el to do se en t ien de a p ar t i r de

las par tes , as í las par tes pueden entenderse sólo a

pa r t i r de l todo . Es te p r inc ip io t i ene una conse -

cuen c ia ta l pa ra l a he rm en éu t i ca y t an ind i scu ti -

b le que n i s iqu ie ra e s pos ib le comenza r a in t e r -

p re ta r s in usa r lo (p. 196). Este inte nto o pera t ivo

im pid e qu e el c írculo se con vierta en u n círcu lo vi-

c ioso . E l conoc imiento par t icula r s iempre da una

perspec t iva de l genera l , de l mismo modo que no

hay conoc imiento genera l s in los par t icula res de

los qu e surge . A su vez , el co no cim iento pa r t icu lar

pe rma ne c e r í a i na se qu ib l e s i no do t a a l ge ne ra l

con su s ignif icado o s i no t iene un contras te con-

tra el cual devenga discernible la especificidad.

Así , e l c í rculo revela dos cosas a l mismo t iem-

po : a)  a lgo genera l se hac e de te rm inab le co nt ra e l

te lón de fondo de un sur t ido cambiante de par t i -

culares ;  b)  los pa r t i cu la re s cob ran im po r tanc ia a l

pro ven i r de lo genera l , d i s t inc ión que nu nc a pue-

de e l iminarse . Al or ientar lo genera l a lo par t icu-

la r —o, con te rminología de Schle ie rmacher , l as

partes al todo—, y viceversa, se establece una pla-

t a fo rma desde l a cua l se obse rvan l a s re l ac iones

q u e e s t r u c t u r a n l a i n t e r p e n e t r a c i ó n d e m o d o s y

métodos . E l c í rculo hace que las par tes y e l todo

cont ra s t en de manera cambian te en t re s í , l o que

convier te a la gramát ica /psicología , as í como a la

ad iv inac ión /com parac ión , en pu n to s de v is ta m u-

tua me n te r e f l e j a n t e s . E s t a s ope ra c ione s c i r c u l a -

res se impulsan por e l ins t in to de hacer f rente a l

e spac io l imina l , cuya p resenc ia se hace t ang ib le

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 117/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉUT ICO127

en las múl t ip les divis iones mediante las cuales se

insc r ibe en el reg is t ro qu e d i señó Sc hle ie rm ach er

con e l f in de t raducir e l d iscurso a jeno a la com-

p re ns i ón . En l uga r de s ob re i m pone r un r e g i s t ro

a l texto , como era en la t radic ión del comentar io ,

el espacio l iminal divide el registro en una dual i-

da d g ra dua da de pos i c i one s m u t ua m e n t e c on t ro -

ladas cuya conca tenac ión c i rcu la r es tá des t inada

a l lenar la diferencia entre e l las .

El c í rculo de la in terconexión par tes / todo, gra-

m át ica /ps icología y adivina ción/co m para ción es e l

sello dist int ivo de la he rm en éu tica . D estaca qu e ya

no exis te una autor idad dada que val ide lo que la

in t e rp re t ac ión se p ro po ne conse gu i r M ás aún , no

hay au to r idad que hab i t e en e l t ex to mismo; por

tan to , se ha de l l egar a l a comprens ión desde e l

texto por medio de múl t ip les operac iones c i rcula-

res que ofre zc an u n a f o rm a de correg ir y vigilar la

comprensión. Es e l c í rculo que opera tanto dentro

de los modos y métodos como ent re e l los , p rodu-

c i e ndo un m ov i m i e n t o de va i vé n e n t r e pa r t e s y

todo, lo que plani f ica la t rayector ia en cada texto

individual a lo la rgo del cual es tamos aptos para

aclarar " lo que es ambiguo" con el f in de l legar a

una comprens ión de un d i scurso a j eno o ex t raño

(p. 117). Este procedimiento circular nos advierte

que n inguna pa labra , enunc iado , modo n i método

tiene en sí nin gú n significado definido. E n cam bio,

e l s ign i f icado que se va a de te rminar y compren-

de r surge de relac ione s y se si túa e n ellas, y su ajus-

t e se p ro du ce me d ian te un a insc r ipc ión m u tu a de

c í rcu los en las dua l idades múl t ip les de l reg is t ro .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 118/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

Esto significa que la comprensión se l leva a ca-

b o m e d i a n t e u n m o v i m i e n t o c i r c u l a r c o n t i n u o ,

que a l f ina l revela por qué la hermenéut ica pr ivi -

l e g ió a l c í r c u lo c omo su i n s t rume n to ope ra t i vo

pa ra e l ac to de l a in t e rpre tac ión . E l c í rcu lo co-

m i e n z a u n a a s o c i a c i ó n s i e m p r e e n a m p l i a c i ó n

ent re las par tes y e l todo, en espec ia l porque e l

todo no e s t á dado an te s que l a s pa r t e s , s ino que

ha de visual izarse a t ravés de el las. La noción del

todo es s iempre re la t iva , y e l c í rculo la ext iende

en v i r tud de m úl t ip les in te rconex iones co n carac-

ter ís t icas s iempre nuevas de las par tes , y es ta ex-

pans ión a su vez a r ro ja nueva luz en la compren-

sión de las pa rtes part icipan tes. Es esta am pliación

de l m ov im iento c i rcula r lo qu e pe rm i te u n a apro -

x imac ión con t ro lada a l a comprens ión .

Sin embargo, e l movimiento osc i la tor io no e l i -

mina e l espac io l imina l , pues s iempre queda una

resistencia f inal a la inversión de los modos y mé-

tod os ent re s í, igua l que s iem pre hay u n a d i fe ren-

c ia ent re par tes y todo. Es ta res i s tenc ia f ina l no

sólo causa la di ferenciación del regis t ro , s ino que

también induce l a au to r re f l ex ión en l a in t e rpre -

t ac ión , lo que s ign i f i ca que debe t ema t i za r sus

prop ios p roced imien tos , los cua le s ahora s i rven

co m o m arc o de referencia . De es te mo do, e l cí rcu-

lo he rme né u t i c o c onv i e r t e l a i n t e rp re t a c ión , c o -

mo fo rma a u to r r e gu l a da de t r a duc ib i l i da d — se -

gún la concibió Schle iermacher—, en un sust i tuto

de l a a u to r i da d . E s pos ib l e i nc luso a f i rma r que

una conc ienc ia de l espac io l imina l ent re e l t ema

y su in te rp re tac ión na c ió sólo en el m o m en to h is -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 119/395

EL CÍRCULO HER ME NÉUT ICO127

t ó r i co en que e l t ex to por in t e rp re t a r pe rd ió su

au tor ida d. Al respe cto , la va cu ida d d e ese esp acio

p u e d e c o n s i d e r a r s e u n r e s i d u o d e l a a u t o r i d a d

desvanec ida que an te s de te rminó l a r e l ac ión en -

t re e l t ex to y su lec tor . Cuando ya no hay nada

que compar t i r , se hace v i s ib le l a brecha en t re e l

t e x t o y s u c om pre ns i ón , b r e c ha que ha c e ne c e -

s a r i o u n f r a n q u e a m i e n t o m e d i a n t e u n r e g i s t r o

e l a bo ra do c uya s ope ra c i one s de be n v i g i l a r s e de

cont inuo .

El c í rcu lo he rm en éu t ico seña la el he ch o de que

la au tor idad desvanec ida de jó t ras de s í un espa-

c io vacío que s in lugar a dudas separa a l texto de

s u i n t e r p r e t a c i ó n , y n o o b s t a n t e p e r m a n e c e u n

pu nt o c iego inc luso en la c i rcu la r idad m ism a que

S c h l e i e rm a c he r p ropus o c om o m e d i o de e n f r e n -

ta r este espac io vacío. No especificó lo qu e en rea-

l idad sucede en e l movimiento c i rcu la r en t re l as

d i fe ren te s dua l idades . ¿Es tán los modos dua le s ,

los m éto do s du ales y la du al id ad en t re pa r tes / tod o

t a n s ó l o i n t e r c one c t a dos , r e l a c i ona dos , i m pue s -

t o s m u t ua m e n t e , o s e c on t ro l a n unos a o t ro s ,

pa ra t r a s l apa rse , p l ega rse , r ea l inea rse o in t e rco-

nec ta rse? Es tas preguntas seña lan e l punto c iego

e n e l c onc e p t o de c i r c u l a r i da d de S c h l e i e rm a -

cher . El c í rculo destaca e l in tento opera t ivo, pero

no l a s e s t ra t eg ia s de su func ionamien to . As í , e l

m o v i m i e n t o c i r c u l a r p e r m a n e c e a b s t r a c t o , p u e s

n o h a y n i n g u n a p o s t u r a t r a s c e n d e n t a l q u e n o s

pe rm i t a de t e rm i na r l a s ope ra c i one s de e s t e i n s -

t rumento de d i recc ión .

Es t e pun t o c i e go e s i m por t a n t e po r t r e s r a z o -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 120/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

ne s d i f e r e n t e s , a unque i n t e r c one c t a da s . A l r e m -

p laza r l a au to r idad por e l c í rcu lo he rmenéu t i co ,

l a i n t e rp re t a c i ón ya no e s t á c on t ro l a da po r n i n -

guna t e rce ra d imens ión inc luyen te que ag rupe a l

texto con su exégesis , y de es te m o d o de be ad qu i-

r i r un ca rác te r au tor re f lex ivo . Más aún , e l punto

c i e go i nd i c a una i n t r a duc i b i l i da d r e s i dua l p ro -

duc to de la in te rpre tac ión misma, lo que impl ica

qu e la in t rad uc ib i l idad es tá de s t inad a a va r ia r se -

gún lo que se in terpre te . Por úl t imo, e l punto c ie-

go p roporc iona un incen t ivo pa ra l a au tov ig i l an -

c i a c on t i nua , pue s l a i n t e rp re t a c i ón de be t a n t o

produc i r como cambia r sus p rop ios marcos . Es t a

neces idad se debe en gran medida a que la in te r -

p re t a c i ón no e s s ó l o una t r a duc c i ón de l o que

e s t á d a d o , s i n o t a m b i é n u n a t r a d u c c i ó n d e u n o

mismo en lo que se t ra ta de comprender .

Hay una cues t ión f ina l que Schle ie rmacher nos

permite ver . El regis t ro de los modos duales , mé-

todo s du a les y la du a l ida d par te s / todo es u n a reu-

n i ón de pun t o s de v i s t a e nc a m i na da há b i l m e n t e

a e jercer pres ión en e l "discurso a jeno o ext raño"

con e l p ropós i to de l l ega r a l a comprens ión . La

fu nc ió n qu e e jerce e l regis t ro es de nuev o de na tu-

ra leza dua l : po r u n lado , es u n a fo rm a e s t ruc tu ra -

d a de pe rce pc ión qu e p en etr a e l texto; p o r e l o t ro ,

o f rece pa ráme t ros pa ra t r aduc i r e l t ex to en com-

p re ns i ón . C om o m e d i o pa ra e f e c t ua r e s t a ope ra -

ción, e l reg istro n o es idé nt ico al texto ni a la co m -

pre ns ió n . En ca m bio , a l invadi r e l t ex to m ed ian te

sus puntos de v i s ta , reacomoda a l t ex to de mane-

r a t a l que s u r j a l a c om pre ns i ón . En e l m e j o r de

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 121/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

los casos , e l regis t ro opera como mediador , en e l

que su pe rcepc ión gu iada t r aduce e l t ex to a t é r -

m i n o s d e r e f e r e n c i a q u e p e r m i t a n q u e s u r j a l a

comprens ión . Lo que sea que sur ja grac ias a una

intervención de a lgo en ot ra cosa nunca se de ter-

mina de manera def ini t iva , en tanto excede la re-

fe renc ia l idad; po r t an to , la co m pre ns ión se consi -

gue sólo de m an e ra ap ro x im ada .

J O H A N N G U S T A V D R O Y S E N :

L O S C Í R C U L O S C O N C É N T R I C O S

La pre tens ió n bás ica de la he rm en éu t ica es ll egar

a l a comprens ión ; s in embargo , l a na tu ra l eza de

es ta comprens ión y los procedimientos que r igen

su p roducc ión va r í an en re l ac ión con lo que se

c o m p r e n d e . S c h l e i e r m a c h e r s e p r o p u s o l l e g a r a

l a comprens ión de lo que denominó e l "d i scurso

ajeno o ext raño" de un autor , cuyo obje t ivo f ina l

ser ía entender a l "autor mejor de lo que é l se en-

tend ía a s í m ismo " . Es te enf oq ue t i ene u n a or ien-

t ac ión bás i camente t ex tua l , y e s to e s c i e r to s in

im po rta r s i la expres ión es ha bla da o escr i ta . Pe ro

¿qué sucede cua nd o lo que se va a co m pre nd er no

e s un t e x t o que p rodu j o un a u t o r pa ra l a c om -

prensión de su receptor? Esta pregunta se le p lan-

teó a Jo h an n G ustav Droysen (1808-1884) un os 40

años después de Sch le i e rmache r , cuando t ra t aba

de l l ega r a una comprens ión de l a h i s to r i a , que

para é l ya no e ra un tex to esc r i to por un au tor ,

s ino sólo "restos desteñidos y destel los apagados"

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 122/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

de u n pa sa do . Los da tos de esta c lase "no son co-

sas pasadas , pues és tas desaparec ieron, s ino cosas

que aún e s t án p re sen te s aqu í y ahora , sean reco-

pi lac iones de lo qu e se hizo o rem an en tes de c osas

que ex is t ie ron y de acontec imientos que sucedie -

ron" (p . 11 ) . Es t e pasado f ragmentado se ex t i en -

de ha s t a e l p r e s e n t e y e s c om pre ns i b l e no c om o

un pasado , s ino só lo como " re s tos" , " fuen te s" y

"monumentos" (p . 18 ) . Sea cua l sea e l ca rác te r

especí f ico de es te "mater ia l h is tór ico" , c ier tamen-

te no es u n texto , e inc lu so c u an do se t ra te de tex-

tos , las más de las veces no son más que ras t ros .

El m ate r ia l h is tór ico en s í — disperso ha sta e l pre-

sen te— cons is te en d i fe ren tes ca tegor ías . Los re -

manen te s pueden se r só lo hechos o ra s t ros a i s l a -

do s cuyo or ige n se pe rd ió y, p o r ende , en e l m ej o r

de los ca sos , son f ragmentos con t ingen te s de un

pasado . En con t ra s t e , l a s fuen te s reñe jan "acon-

Johann Gustav Droysen ,

  Outline of the Principles of His-

tory (Grun driss der Historik),  t rad . E . B en jam in An drew s ,

Nueva York, Howard Fert ig , 1967, p . 11 . Dentro del texto se

dan las referencias , entre paréntesis , de todas las demás citas .

Droysen m ism o preparó es te resu m en de lo que se ha dado en

l lamar

 Historik,

  que fue un sem ina rio sobre la "Enciclopedia

y metodolog ía de la h i s tor ia" , que e laboró , como é l s eñala ,

"de vez en cuando, a part ir de 1857". Las pet ic iones de sus

estudiantes , señala en el "Prefacio del autor", "me motivaron

a redactar la es tructura en e l mismo orden para dar a mis

oyentes una base para mi ampl i f i cac ión ora l" . Y como es ta

"estructura" en apariencia resp ond ía en gran m edid a a n um e-

rosas "pet ic iones , a lgunas de e l las del extranjero", decidió

"ofrecerlo al público" (p. ix). Se tradujo al inglés por primera

vez en 1893 y se re imprimió en 1967 . [Edic ión en español :

Histórica. Lecciones sobre la Enciclopedia y metodología de la

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 123/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 124/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

t o s c on t i nge n t e s de un pa sa do , s i no , a s imi smo ,

e n g ra n me d ida , a un pa sa do que ya fue me d ia -

do en el curso de su existencia.

E s t a s i t ua c ión p l a n t e a un de sa f í o muy d i s t i n -

t o p a r a l a c o m p r e n s i ó n d e a q u e l q u e e n f r e n t ó

Schle ie rm acher . Un texto qu e se va a co m pr en de r

t iene a l menos c ie r ta coherenc ia , mient ras que e l

ma te r i a l h i s t ó r i c o e s na da má s que un r e vo l t i j o

de da tos incon exos. Siem pre , o casi s iem pre , te -

ne mos a n t e noso t ros só lo i nd i c a c ione s a i s l a da s

de los hechos como fueron en su or igen; sólo opi-

n iones ind iv idua le s de lo que ex i s t ió u ocur r ió .

Todo m ate r ia l h i s tó r ico t iene hu eco s (p . 25). S i

i nc luso l o s he c hos mi smos t i e ne n hue c os , é s t o s

van a mul t ip l i ca rse deb ido a l a inconex ión de l

ma te r i a l h i s tó r i co a t ravés de l cua l e l pasado se

e x ti en d e h a s t a el p r e s e n t e . L o s h u e c o s d e e s ta

c lase se deben a una fa l ta de documentac ión , as í

c omo a l a s f a l l a s y d i s t o r s i one s que oc u r r i e ron

durante su t ransfe renc ia en e l per iodo. Es ta mez-

cla de hech os co n hu eco s, textos dispers os y codi-

ficaciones críp ticas se p re se n ta en sí co m o el tem a,

que requ ie re un mé todo e laborado de in te rpre ta -

c ión pa ra que se comprenda . Por t an to , sos t i ene

D roysen, el p u n to de pa r t id a en la invest igación

es el interrogatorio histórico. La invención nos da

J. G. Droysen,

  Historik,

  p. 51, abor da es ta cu est ión m ás

tarde, cuando af irma: "Y con e l descubrimiento de los huecos

i n con m en s u rab l e s en n u es t ro con oc i m i en t o h i s t ór i co , q u e l a

invest igación aún no ha l lenado y quizá nunca lo haga, la in-

ves t igac ión d iv i sa ampl iac iones aún mayores hac ia las áreas

con las que t iene que ver, y ant ic ipa que algún día los l lena-

rá con vida".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 125/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

l a poses ión de l o s ma te r i a l e s pa ra e l t r aba jo h i s -

tór ico . E s el a r te de l m in er o , e l de ha l la r y sa ca r a

la luz ' l a obra ba jo t ie r ra ' " (p . 18) . Pero , ¿cómo se

a h o n d a e n l a s p r o f u n d i d a d e s d e e s t e m a t e r i a l y

c u á l e s l a i n v e n c i ó n q u e g u í a e l i n t e r r o g a t o r i o ?

E s c r i b e D r o y s e n : " E l i n t e r r o g a t o r i o h i s t ó r i c o d a

po r r e su l t ado nu es t r a de t e rm inac ión de cuá l e s son

l o s R e s t o s , M o n u m e n t o s y F u e n t e s q u e f o r m a n

par te de la ' respuesta ' " (p . 21) . Esto s igni f ica nada

m e n o s q u e l o s r e s t o s d e l p a s a d o s o n i n d i c a d o r e s

d e u n a r e s p u e s t a a u n p r o b l e m a , p o r l o q u e n o s

pe rmi t i r án r econs t ru i r l a s i t uac ión a l a que " r e s -

pondie ron" . És ta es l a "pregunta y respues ta lóg i -

ca s" de Co l l i ngwood

  avant la lettre. ^̂

 L o s h e c h o s

h i s t ó r i c o s t i e n e n q u e l e e r s e c o m o r e s p u e s t a s a

p r e g u n t a s q u e s e p l a n t e a r o n e n u n m o m e n t o p a r -

t i c u l a r , y e l " i n t e r r o g a t o r i o " d e e s t a s r e s p u e s t a s

an t iguas requ ie re e l "a r t e de l minero" que de f ien-

de Droysen .

Una r azón bás i ca pa ra e s t a heu r í s t i c a , que l l e -

v a a l h i s t o r i a d o r a l a s o s c u r a s p r o f u n d i d a d e s d e l

pasado, es la idea de que ni los inicios ni los f ina-

les de l a h i s to r i a son comprens ib les .

La crítica no busca los inicios, ni la interpretación

los requiere. En el mundo moral nada carece de an-

tecedentes medios. No obstante, la investigación his-

tórica no se propone explicar, en el sentido de derivar

Véase R. G. Col l ingwood,

  An Autobiography,

  Ox ford, Ox-

ford Univers i ty Press , Clarendon, 1939. [Edición en español:

Autobiografía de...,  M éx i co , F o n d o d e Cu l tu ra E c on óm i ca ,

1953.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 126/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

com o meros e fecto s y avances, a partir de la interpre-

tación, ni derivar fen óm en os a partir de leyes [p. 26].

Para la m irada finita, el principio y el final están ve-

lados, pero la investigación puede detectar la direc-

ción de la corriente. Condenada al estrecho límite del

aquí y ahora, no obstante divisa tenuemente el lugar

de donde proviene y aquel a donde va [pp. 48 y ss.].

Tanto e l p r inc ip io como un supues to f ina l de l a

h i s tor ia son , en e l mejor de los casos , espac ios en

b l a n c o , e n e s p e c i a l e n t a n t o n o p u e d e n i n t e r r o -

ga r s e , pu e s no s on u n a r e s p ue s t a a n a d a e n el

cu r so de l a d i r ecc ió n de l a co r r i en t e . M ás aú n ,

expl ica r un pr inc ip io impl ica r ía i r más a l l á de é l ,

d e b i d o a s u d u a l i d a d i n h e r e n t e : p o r u n a p a r t e ,

conl leva e l l anzamiento de a lgo , que ahora se des -

envue lve ; por o t r a , p re supone , como causa de t a l

l anzamien to , a lgo que e s t á des t i nado a e s t a r fue -

ra de l pr inc ip io , igua l que un supues to f in ú l t imo

[telos]  de l a h i s to r i a e s t á fue ra de l acon tece r r ea l

d e l p r o c e s o h i s t ó r i c o . S i e m p r e q u e s e p o s t u l a n

pr incipios y f ina les , la h is tor ia se convier te en un

t e s t i m on i o de noc i one s p r e c on c e b i d a s , que se s u -

pone van a r eve l a r se a t r avés de l a h i s to r i a pe ro

qu e no pu ed en s e r i dén t i ca s a e lla . A dem ás , c om -

p r e nde r l o s he c hos t e nd r í a m e no r i m por t a nc i a s i

l a h i s tor ía se cons iderase un proceso de desenvol -

ver 2Jgo qu e exis tía an tes de el la m is m a o u n a m ar -

cha hac i a un ob je t i vo que por de f in i c ión e s tuv ie -

se fu er a de sí m ism o. E n lug ar de ir m á s a l lá de l a

h i s to r i a , Droysen p ropuso a l canza r l a s co t a s más

b a j a s de l m a te r i a l h i s tó r i co . E l a r t e de l m ine ro

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 127/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTIC O 12 7

i m p l í c i t a m e n t e se y u x t a p o n e a u n t r a s c e n d e n t a -

l i smo hege l i ano . De acue rdo con e s t a a r r eme t ida

an t ihege l i ana de

  Principles of History,

  de Droysen

— au nq ue n o insens ib le an te e l logro de Hege l—

el i n t e r roga to r io de l ma te r i a l h i s tó r i co só lo pue -

de ap l ica rse desde e l in te r ior de l a h i s tor ia . És ta

es l a ra zó n po r l a qu e Droy sen tuvo qu e re cu r r i r a

l a he r m e né u t i c a pa r a e xp l o r a r l o s r e s t o s de l pa -

s a do , e n t a n t o lo s p r o c e d i m i e n t o s he r m e n é u t i c o s

ope r a n f ue r a de l m a t e r i a l m i s m o que ha de c om -

p r e n d e r s e . S c h l e i e r m a c h e r r e m p l a z ó l a a u t o -

r i d a d c o n s u p r o p i a p e r s p e c t i v a h e r m e n é u t i c a ,

m i e n t r a s D r o y s e n r e m p l a z ó t o d o s l o s p u n t o s d e

v i s t a t r a s c e nde n t a l e s de l m a t e r i a l h i s t ó r i c o c on

u n p r o c e d i m i e n t o h e r m e n é u t i c o c a d a v e z m á s

c o m p l e j o . E s t o f u e n e c e s a r i o p r e c i s a m e n t e p o r -

q u e y a n o h a b í a n i n g u n a r e f e r e n c i a p r e d o m i n a n -

t e que gu ia se l a i n t e rp re t ac ión y porque l a ope ra -

c ión de es te método debía v ig i l a r se y cont ro la rse

con una au to r re f l ex ión con t inua en a ra s de l ogra r

su in ten to opera t ivo .

Es t a comple j idad aumentada e s de l o más e sen-

c i a l po r que l a h i s t o r i a no t i e ne una e x i s t e nc i a

iden t i f i cab l e , dada , s ino que debe cons t i t u i r s e^^

al saca r a la luz las relac ion es oc ul ta s de los res-

t o s , l a s f ue n t e s y l o s m on um e n t o s , a t r a vé s

Véase Droysen,

  Historik,

  p. 257.

Se habla del lugar de Droysen en la revelación de la his-

toria durante e l s ig lo x ix en Ineichen,  Philosophische Herm e-

neutik,  pp. 118, 137 y ss., y 145 y 151.

25 Vé ase ta m bié n Peter Leyh, "Vorwort des Hera usgebers",

en Droysen,

  Historik,

  p. xii; y en Dro ysen ,

  Outline of the Prin-

ciples of History,  p. 95.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 128/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

de los cuales un pasado se proyecta hacia e l pre-

sente , La tarea de la interpre tac ión de es te modo

t i ene dos ca ras : debe cons t i tu i r su t ema y debe

sumin i s t r a r l a c ompre ns ión de l o que s e c ons t i -

tuyó. Lo que ta l vez no e ra obvio en la concep-

c ión de Schle ie rmacher surge ahora por ente ro a l

campo abie r to : l a dua l idad inherente de la in te r -

pre tac ión. En e l caso de Schle iermacher , e l texto

qu e se va a en ten de r e ra u n o de te rm inad o, s i b ien

los m od os y m étod os a los qu e recu rr ió par a com -

pr en d er el s ignificado del au to r con st i tuían el tem a

m ism o de que se oc up ab a . E n e l caso de D roysen,

e l t e ma — la h i s t o r i a — no pue de de t e rmina r se

a n t e s que l a i n t e rp re t a c ión , a unque é s t a s e p ro -

ponga entender lo que sa l ió a la luz . Droysen pa-

r e c e e s t a r c onsc i e n t e de e s t a d i f e r e nc i a c ua ndo

escribe:

Es cierto que, por regla, estos documentos oficiales,

como aquellas narraciones, no ponen ante nosotros

una idea ya formada del caso, una panorámica his-

tórica preliminar de lo que acaba de suceder. Son

remanentes de lo que sucedió; son porciones de la

transacción y del curso que siguió, que aún yace di-

rectamente ante nuestros ojos. Y si se me permite

una expresión tan considerable a una aplicación, es

co m o una "transacción" — en el am plio laberinto del

presente, que está condicionada y que condiciona de

mil formas— por la que aquel los acontec imientos

llegaron a atravesar y que después, de manera suce-

siva, asim ilam os c om o H istoria. De este m odo, los ve-

m os d e una m anera m uy distinta de aquella en la que

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 129/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTIC O 12 7

ocurrieron y de aquella que tuvieron en los deseos y

obras de quienes participaron en ellos. Así, no es una

paradoja preguntar cómo la Historia

  (Geschichte)

proviene de transacciones  (Geschäften)  y qué es lo

que se ganó o perdió, por decirlo así, con esta trans-

ferencia en otro medio^^ [pp. 113 y ss.].

É s t a e s u n a d e c l a r a c i ó n i m p o r t a n t e e n v a r i o s

a s p e c t o s . A n t e s q u e n a d a , l a i n t e r p r e t a c i ó n d e

t r ansacc iones h i s tó r i ca s "c rea" l a h i s t o r i a a l ve r -

t e r l o s acon t ec imien tos pasados a un "med io" d i -

f e r en t e . S in embargo , l a h i s t o r i a t ampoco e s una

i n v e n c i ó n p u r a d e l a i n t e r p r e t a c i ó n , a u n q u e p r o -

venga de l a t r aducc ión de l o s r e s tos que aún e s -

t án "an t e nues t ros o jos" a un r eg i s t ro que ya no

p e r t e n e c e a l a s s i t u a c i o n e s d e n t r o d e l a s c u a l e s

tuv ie ron lugar aque l l as t ransacc iones obse rvab les .

Por t an to , l a h i s to r i a es una comprens ión con tem-

p o r á n e a d e t r a n s a c c i o n e s p a s a d a s q u e n o t u v i e -

r o n a l a c o m p r e n s i ó n c o m o i n g r e d i e n t e c u a n d o

sucedieron, y es to la convier te en un concepto que

t i e n e e l p r o p ó s i t o d e c o m p r e n d e r l o s f r a g m e n t o s

de l pasado que l l egaron has ta e l p resen te .

¿Qué reve la es to de l a in te rpre tac ión? Sobre to -

d o , q u e e s t á m a r c a d a p o r u n a d u a l i d a d i n e v i t a -

b le . E l t em a po r in te rp re ta r s i em pre es tá m old ead o

por l a aprox imac ión a l a que se recur re , e inc luso

Véase también Klaus E . Mül ler y Jörn Rüsen , "Ein le i -

tung", en

 Historische Sinnbildung: P roblemstellungen, Zeitkon-

zepte, W ahm ehm ungshorizonte, Darstellungsstrategien,

  Rowohlts

Enzyklopädie, Klaus E. Müller y Jörn Rüsen (eds.) , Reinbeck,

Rowohlt, 1997, p. 11.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 130/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

l a ap rox imac ión no e s t an só lo una sobre impos i -

c ión , s ino un reg i s t ro a l cua l se t r aduce e l t ema

sesgado. Es te moldeado ind ica un ac to de en ten-

d i m i e n t o , m i e n t r a s que l a t r a duc c i ón e s t á de s t i -

nada a fac i l i t a r una as imi lac ión de lo que se en-

t e nd i ó . Es t a ope ra c i ón dua l e s i nd i s pe ns a b l e e n

la med ida en que no hay un marco de re fe renc ia

dado pa ra eva lua r e l t ema an te s de l a in t e rp re t a -

c ión . S in embargo , l a e laborac ión de l t ema seña-

la un a d i fe ren c ia en t re lo que se va a in te rp re ta r y

e l reg is t ro a l cua l se vier te . Lo que pa re ce p ar ad ó -

j i co —a sabe r : que e l r eg i s t ro moldea a l mismo

t i empo e l t ema y aun a s í se cons ide ra a lgo inde -

pendiente de é l— se debe a l e spac io l imina l que

abre l a i n t e rp re t ac ión misma .

Esta dual idad básica es e l sel lo dist int ivo de to-

da in terpre tac ión, q ue se va a com pl icar m ás cuan -

do e l t e m a po r i n t e rp re t a r de ba c ons t i t u i r s e po r

l a i n t e r p r e t a c i ó n m i s m a . D r o y s e n e s t a b a c o n s -

c ien te de que en es te caso a lgo podr ía perderse y

a lgo podría añadirse , en especia l porque es te con-

cep to de h i s to r i a debe a su vez e s t a r cod i f i cado

dua lmente . Por una par te , e s tá e l "a r te de l mine-

ro" pa ra de s c ub r i r l o s c on t e n i dos de l o s r e m a -

nentes de l pasado , y , por l a o t ra , t a l reve lac ión

es tá v inculada de manera ín t ima con e l p resente ,

que proporc iona e l ángulo para la eva luac ión . La

h i s t o r i a , po r t a n t o , no e s una j e r a rqu i z a c i ón de

h e c h o s e n u n o r d e n p r o g r e s i v o c u a n t o u n a r e -

f racc ión de sucesos pasados en e l e spe jo de l p re -

sen te . Es t e reñe jo no e s l a causa de los hechos

pasados en s í n i de n inguno de l presente , y s i t a l

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 131/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTICO 12 7

i n t e r d e p e n d e n c i a m u t u a s e d e n o m i n a h i s t o r i a ,

és ta es u n a fo rm a de m ed iac ión que se cons t i tuye

con el pro pó si to de co m pren der. Así, la histo ria n o

ha de iden t i f i ca r se con hechos con t ingen te s que

es t án dados , n i e s una invenc ión pura . En cam-

bio , resu l ta un concepto que permi te una media -

c ión dual : ent re los hechos dados , y ent re pasado

y p re sen te . E l concep to de h i s to r i a como media -

c ión en t re pasado y presente de forma inevi tab le

con l l eva un movimien to c i rcu la r , po rque pasado

y p re sen te no e s t án inmersos en una t e rce ra d i -

mens ión inc luyente que regule su in te racc ión .

Al respecto , Droysen a do ptó la c i rcula r idad her-

menéu t i ca pa ra su empresa . E l c í rcu lo encamina

los hechos h i s tór icos hac ia un todo de l cua l son

rem an en tes , m ien t ras qu e el tod o a su vez sup on e

una t ang ib i l idad med ian te l a cua l l os hechos re -

velan a lgo de é l. E n las pr op ias p a la br as d e D roy-

sen: "El ind ividu o se entie nd e en lo total , y lo total ,

de lo ind iv idua l [ . . . ] E l proceso de comprens ión

es t an ve rdade ramente s in t é t i co como ana l í t i co ,

t a n v e r d a d e r a m e n t e i n d u c t i v o c o m o d e d u c t i v o "

(p. 14) . S in embargo, es ta c i rcular idad ent re par-

tes y todo — com o la desa r ro l ló Sch le ie rmac her—

si rve só lo como base para es t ruc tura r o t ro c í rcu-

lo — m ás im po r tan te pa ra Droysen— ent re p asa do

y presen te , y co m o cuya consec uen c ia se desa r ro-

l lan c í rculos concéntr icos . Esta dupl icac ión de la

c i r c u l a r i da d s e ña l a l a c r e c i e n t e c om pl e j i da d de

la interpretación, c au sad a p or el he ch o de que t iene

que cons t i tu i r su propio tema. Es te procedimien-

to adq uie re un ca rác te r de lo m ás obvio m ed ian te

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 132/395

EL CÍRCULO HERM ENÉU TICO127

e l mé todo de in t e rp re t ac ión que d i señó Droysen

y que cons ide raba nec esar io pa ra la m ediac ión en-

t r e pa s a do y p re s e n t e . S u m é t odo r e s u l t ó un r e -

gistro diversif icado en el cual se vierte e l material

his tór ico con e l propósi to de concebir la h is tor ia .

Droysen desarrol la cuat ro puntos de vis ta meto-

dológicos, que califica de "la doctrina del método",

a saber : " in te rpre tac ión pragmát ica" , " in te rpre ta -

c ión de cond ic iones" , " in terpre tac ió n ps icológica"

e " interpre tac ión de ideas" .

La interpretación "pragmática" ocupa el cuerpo de

los hec ho s que se critican de acuerdo co n el nexo cau-

sal que une de forma natural los acontecimientos

originales cuando suceden, para reconstruir este cur-

so de los acontecimientos como fue en realidad al-

guna vez. Por "cuerpo de hechos que se critican" se

entiende los restos y opiniones del curso de aconte-

cimientos alguna vez real que se han verificado y

ordenado en el ejercicio de la crítica [p. 27].

La i n t e rp re t a c i ón p ra gm á t i c a e s t á de s t i na da a

in fe r i r a pa r t i r de l ma te r i a l h i s tó r i co y t r a t a r de

ave rigua r lo qu e debió ser el pr ob lem a q ue se va a

ras t rea r en e l m ate r ia l. Es necesa r ia u n a gran can-

t idad de hechos con e l f in de hace r in fe renc ia s

conf iab le s, y se p ro ces an p or m ed io de com pa ra -

ciones y analogías, "v.

 gr.,

 un a c om pa ra c i ón e n t r e

la cant idad conocida y la 'x ' en cuest ión" (p . 27) .

Éste es u n eco débi l de l m éto do de Sch le ierm ach er

d e c o m p a r a c i ó n / a d i v i n a c i ó n . S i n e m b a r g o , l a s

i n f e r e nc i a s s u rge n de una c i r c u l a r i da d —y s on

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 133/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

cont ro ladas por e l la— ent re las comparac iones y

la

  x

que se va a de te rminar . Por tan to , e l enfo-

qu e pra gm át ico t iene qu e l lena r los hu ec os en

los hechos incompletos a l es tablecer conexiones ,

y de es te modo sentar las bases para const i tui r la

historia .

La interpretación de condiciones procede con base

en la certeza de que debemos pensar en las con-

diciones que posibilitaron una y otra vez el hecho

original, como parte del hecho mismo, y por ende

como ciertas para entrar, si bien de forma fragmen-

taria, en todas las opiniones y remanentes del hecho

[pp. 27 y ss.].

E l t i empo y e l e spac io o f recen los pa rámet ros

de acuerdo con los cuales se elaboran los hechos, y

e s t e c ond i c iona mie n to e s p roduc to de d ive r sos

agentes humanos que a su vez ac tuaron movidos

por lo que p rovoca ron . La conf iab i l idad de una

in te rpre tac ión de es te t ipo au m en ta en fu nc ión de

la cant idad y var iedad de condic ionamientos que

se ras t reen .^^ Así , los hechos h is tór icos t ienen

que explorarse por medio de dos c í rculos interre-

lac ionados: uno entre t iempo y espacio, y e l ot ro

ent re acc iones hu m an as su je tas a lo que provoca-

ron . Pues to que e s tos dos c í rcu los se insc r iben

uno de n t ro de o t ro , t e ne mos una c onc e n t r a c ión

más , indica t iva de las abundantes d i fe renc ias en-

tre las característ icas de los hechos históricos que

Véase Droysen,

  Historik,

  p. 186.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 134/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

han de in terre lac ionarse . De es te modo, las "con-

d ic iones" of recen una e laborac ión de la h i s tor ia .

La "interpretación psicológica" busca en el hecho

dado los actos voluntarios que lo produjeron. Esta

interpretación puede tomar conciencia del sujeto

que ejerció su voluntad y de la energía de su volun-

tad en tanto esto influyó en el curso de los aconteci-

mientos que se investigan, y de su fuerza intelectual

en tanto ésta determ inó su voluntad [pp. 28 y ss.].

A pe sa r de que la vo lun tad se co ns id e ró , a lo

largo del s ig lo xix , a lgo comple to y un f in en s í

m i s m a , Droys e n l a c onc i b i ó m e nos e n t é rm i nos

de una s u s t a nc i a que de a l go po r e xp l o ra r m e -

d ian te su man i fe s t ac ión en e l cu rso de los acon-

t ec imien tos . Pe ro ¿por qué l a vo lun tad se con-

v ie r te en obje to de inves t igac ión? Es to se debe a

la idea de que la na tura lez a de los se res h u m a n o s

es impene t rab le y , po r ende , ce r rada pa ra e l co -

noc imien to y l a cogn ic ión . S i l os se re s humanos

son incomprens ib le s , una e spec i f i cac ión con tex-

tua l de sus d ive rsa s man i fe s t ac iones e s l a ún ica

m a ne ra de a p re nde r a l go de l o que Droys e n l l a -

mó e l "c í rculo propio" impermeable (p . 29) por e l

que se d i s t inguen los se re s humanos . Desde e s t a

pe r s pe c t i va , l o s he c hos h i s t ó r i c o s a dqu i e r e n un

a s pe c t o dua l : e s t á n c ond i c i ona dos po r l a vo l un -

t a d hum a na , y s on t a m b i é n ve n t a na s que pe rm i -

ten ver e l "c í rculo propio" más ín t imo del ser hu-

mano. Ahora no son ya los huecos de los hechos

incomple tos los que hay que re l lenar con la c i rcu-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 135/395

EL CÍRCULO HE RM EN ÉUT ICO 12 7

l a r idad somet ida por l a in t e rpre tac ión p ragmát i -

ca , s ino ot ra x , qu e es tá p er m ea d a p o r la dob le

l a t e r a l i da d de l o s he c hos h i s t ó r i c os c omo p ro -

duc tos y t ambién como ac la rac iones de l a vo l i -

c ión humana . Al re spec to , los hechos h i s tó r i cos

mi smos pa re c e n t e ne r una e s t ruc tu ra c i r c u l a r .

Así, e l en fo qu e psicológico no s p er m ite reflexio-

na r sobre los agen tes humanos que se reve lan

mediante la h i s tor ia que produje ron.

Por úl t imo,

La "interpretación de ideas" llena el vacío que deja

la interpretación psicológica. El individuo construye

un mundo para sí en la medida en que forma parte

de las fuerzas morales. Y m ientras construya de ma-

nera más diligente y eficaz, en el lugar que ocupa y

en el breve espa cio de su vida, m ás im pulsa es as aso-

ciaciones en las que vivió y que vivieron en él; y más

habrá servido por su parte a las fuerzas morales que

le sobreviven. Sin ellas, los hombres no son hom-

bres, sino que se desarrollan, crecen y se elevan sólo

en la obra unida de los hombres, de los pueblos, de

los tiempos, sólo en la historia progresiva cuyo des-

arrollo y crecimiento es su revelación [p. 30].

Las ideas ab ar ca n e l m u n d o m or a l en e l qu e

par t ic ipan los se res humanos , y surgen de la ma-

nera en la que és tos resue lven los conf l ic tos en

sus v idas a l in t e rac tua r con sus seme jan te s . Por

tanto, las ideas no es tán dadas , s ino que se gene-

ra n m erced a la ob ra un ida de los ho m bres , quie-

nes revelan el m u n d o m ora l al exceder de co ntin uo

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 136/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

las l im i tac ion es del aq uí y ah or a , co m o especif icó

Droysen en su seminario ampliado.^® De este mo-

do , u n a in te rp re tac ió n de ideas pe rm i te que la

his tor ia se conc iba como una reve lac ión incesan-

te de la fo rm ac ió n del carácter .

E s t a s c ua t ro a p rox ima c ione s pa ra p roc e sa r e l

ma t e r i a l h i s t ó r i c o s e i n t e r r e l a c iona n de ma ne ra

e s t r e c ha , pue s de fo rma suc e s iva c a da mé todo

llena el vacío que dejó abierto el anterior. Esta in-

t e rdependenc ia e s necesa r i a , porque cada uno de

los m étod os in te rp re ta t ivos of r ece só lo u n a in te r-

pre tac ión parc ia l de lo que aún es discernible del

p as ad o y, po r end e , t i en en que con ec ta r se en t re

s í, en ta n to qu e de stac ar cu alq ui era de e l los co-

mo esenc ia lmente de te rminante de va l idez por s í

mismo es e l or igen de muchos e r rores teór icos y

prá ct icos (p. 27) . La co nc aten ació n de es tos cua-

t ro t ipos de in te rpre tac ión , que Droysen ca l i f ica

de fo rm as a r ti ficiales ,^^ d a p o r re su l ta d o u n a

red mediante la cual los t ipos contras tan entre s í .

S iempre que un t ipo se convie r t e en e l foco de

atención, es para que se le perc iba contra e l te lón

de fondo de o t ro , que a su vez puede conver t i r se

en e l foco de nuevo. Así , la interacción entre los

cua t ro t ipos se regula con lo que a par t i r de en-

tonc e s e n f e nome no log í a s e de nomina e l i n t e r -

ca m b io en tre tem a y horizonte .^^ U na vez m ás,

28  Véase D roysen ,  Historik,  p. 212.

M . , p . 164.

30 Véa se Alfred Sch ütz,  Das Problem derRelevanz,  trad. A. vo n

Baeyer, Francfort del Meno, Suhrkamp, 1971, pp. 30 y ss . , y

36 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 137/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTICO 12 7

t a l de sp lazamien to rec íp roco de se r e l foco de

a tenc ión y e l t e lón de fon do t i ene u n a na tura lez a

c i r c u l a r , e n e s pe c i a l po rque un i n t e r roga t o r i o

e xha us t i vo de l m a t e r i a l h i s t ó r i c o r e qu i e r e una

mul t ip l icac ión de todos los in te rcambios c i rcu la -

r e s i m a g i na b l e s . S i t a m b i é n s e t om a e n c ue n t a

que los cua t ro t i pos en s í mi smos se conc iben

como c i rculares , e l c i rcui to los pl iega uno dentro

de ot ro , y de es te m o d o af in a e l pro ce so d e const i -

tuir la historia .

Cada t ipo de in terpre tac ión hace su propia con-

t r ibuc ión espec í fica a es te proce so: la in te rp re ta -

c ión p ragmát i ca gene ra l a cohe renc ia de los he -

chos , l a in te rpre tac ión de las condic iones seña la

d i fe renc ias en t re e l los , l a in te rpre tac ión ps ico ló-

g ica los e l abora y l a i n t e rp re t ac ión de l a s ideas

los hace in terac tuar . S i la c i rcular idad, opera t iva

en las cuat ro " formas ar t i f ic ia les" , invis te de s ig-

nif icación a los hechos dados, la red de estas "for-

mas" in t e rdepend ien te s gene ra h i s to r i a . De e s t e

m odo , la h i s to r i a r e su l t a un f en óm en o em ergen te

produc to de los mecanismos de la red , que no es

nada más que un regis t ro a l que se vier te e l mate-

ria l histórico. Este registro mult i forme puede leer-

se de dos maneras dis t in tas : a j su divers i f icac ión

indica qu e la inte rpr eta ció n se dir ige a a lgo qu e no

está en la na tura leza de a lgo dado, s ino que debe

desarrol larse fuera de lo que hay, y

 ¿>j

 su crec ien-

t e c om pl e j i da d de s t a c a que l a i n t e rp re t a c i ón e s

también un modo de produc i r a lgo . Es to convie r -

t e a l a i n t e rp re t a c i ón m i s m a e n una ope ra c i ón

con dos vert ientes. Ya no está confinada a la exé-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 138/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

gesis , s i b ien cada uno de los cuat ro t ipos es so-

bre todo exegét ico en su esencia . La exégesis sólo

se re lac ion a co n lo qu e es tá dad o , m ien t ra s que la

red gene ra a lgo que no t i ene un ca rác te r basado

en he ch os rea les . Q uizá la in te rp re tac ión s iem pre

ha s ido as í , con esa dis t inc ión que le da su doble

la te ra l idad de exéges i s y generac ión , en espec ia l

en tan to todo movimiento exegé t ico pone en c i r -

cu lac ión a lgo que no se re l ac iona con lo que se

p r e g u n t a . S i n e m b a r g o , m i e n t r a s l a i n t e r p r e t a -

c ión más busque desente r ra r lo que es tá ba jo t i e -

r ra , med ian te lo que Droysen l l amó e l " a r t e de l

minero" , más predominio adqui r i rá e l a spec to ge-

ne ra t ivo de l a in t e rp re t ac ión , a l cua l e l a spec to

exegé t i co pe rmanece subord inado .

¿Por qué la h is tor ia surge de la in terpre tac ión?

No t iene presenc ia por s í misma y por ende no es

una en t idad a sequ ib le , s ino que só lo ob t i ene su

p re s e nc i a c om o una r e ve l a c i ón c on t i nua , que e l

registro interp retat iv o con vierte en el foc o de aten -

c ión como una au tod i fe renc iac ión de l a h i s to r i a .

Droysen escr ibe :

Es una con tinuidad, en la que todo lo que precede se

trasplanta a lo posterior, llenándolo y extendiéndolo

como "una contribución a sí mismo", mientras éste

se presenta como un resultado, logro y engrandeci-

miento de aquél. No es una continuidad de un círcu-

lo que regrese a sí m ism o, de un periodo que se repi-

ta, sino la de una sucesión incesante, y esto de tal

manera que, en todo lo nuevo, otra cosa nueva tiene

su germen y la seguridad de que prosperará [. . .] En

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 139/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTICO 12 7

esta sucesión sin descanso, en esta continuidad que

se avanza a sí misma, la noción general del tiempo

gana su discreto contenido, que designamos con la

expresión "Historia" [pp. 98 y ss.].

Si b i en l a h i s to r i a e s una d i fe renc iac ión que

surge s iempre de s í misma, es tá no obs tan te a ta -

da de mane ra ín t ima a los se re s humanos , qu ie -

nes echan a anda r l a " con t r ibuc ión" con t inua de

la historia a s í misma. Gracias a esta conexión, la

h i s tor ia pued e en tenderse , pe ro no abarca rse . Sea

lo que sea que los se res hu m a n o s sean ca pac es de

hacer comprens ib le , l a h i s tor ia no obs tan te pare -

c e e xc e de r l a c om pre ns i ón hum a na , po rque s u r -

ge m ás al lá de su causa . ¿Es la histo ria m á s que u n

c onc e p t o m e n t a l p roduc t o de l a i n t e rp re t a c i ón?

C o m o f e n ó m e n o e m e r g e n t e p a r e c e a l g o q u e e n

real idad existe . De no ser así , e l surgimiento mis-

m o tend r ía que concebi rse en té rm ino s de la com -

p re ns i ón hum a na , y e s t o e s e xa c t a m e n t e l o que

p ropone Droys e n . Es t e m ov i m i e n t o ha c e de l a

h is tor ia , una vez más , a l menos en forma meta fó-

rica, un texto^i que ha de interpretarse , en conse-

cuenc ia de lo cua l se convie r te en un obje to de

exégesis. Así, Droysen sostiene:

La Historia es la humanidad que adquiere concien-

cia respecto de sí misma. Las épocas de la Historia

no son los periodos vitales de este "yo" de la Huma-

nidad —empíricamente no sabemos si esta raza del

"yo" envejece o renueva su juventud, sólo que no

Véase Gadamer ,

  Truth and Method,

  pp. 217 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 140/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

continúa siendo lo que fue o es—, sino etapas en el

autoconocim iento del ego, su conocim iento del mun-

do y de Dios [p. 48].

Y Droysen conc luye su in te rpre tac ión de l su r -

g imiento a l dec la ra r en forma un tanto grandi lo-

cuente :

La Historia es el conocimiento de la Humanidad de

sí misma, de su certeza acerca de sí misma. No es

"la luz y la verdad", sino la búsqueda consecuente,

un sermón al respecto, una consagración para eso.

Es co m o Juan Bautista, "no es esa Luz, sino que fue

env iado para ser testigo de esa Luz" [p. 49].

Con es ta ap l i cac ión , l a c i rcu la r idad inhe ren te

d e l p r o c e d i m i e n t o h e r m e n é u t i c o d e D r o y s e n s e

convie r te en un c í rculo comple to . La concepc ión

de l a h i s t o r i a c omo fe nóme no e me rge n t e no s e

emprende de modo gra tu i to . E l concep to menta l ,

po r t a n to , c omie nz a a func iona r só lo c ua ndo se

apl ica a un propós i to para e l cua l se e laboró . S i

l a h i s to r i a su rge como una reve lac ión con t inua ,

se convie r te en un esp e jo p ar a los se res h u m an os ,

qu e se ref le jan p o r m ed io de lo qu e cau sar on : as í ,

la di ferenciación incesante de la his tor ia se t rans-

m u t a e n u n a p r o l i f e r a c i ó n d e a u t o c o m p r e n s i ó n

de l a huma n ida d . L a c ompre ns ión de l a h i s t o r i a

es ta r í a incomple ta s i no se emplease pa ra l a au-

tocomprens ión humana , que a su vez e s t an só lo

l a p ro longa c ión de un p roc e so c omo l a h i s t o r i a

mi sma que l o s huma nos c on t i núa n ge ne ra ndo .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 141/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTICO 12 7

E s t a i n t e r c o n e x i ó n p l a n t e a u n p r o b l e m a g e -

n e r a l r e s p e c t o d e l p r o c e d i m i e n t o h e r m e n é u t i c o

de l a i n t e r p r e t a c i ón . E l l og r o de l a c om pr e ns i ón

como e l ob j e t i vo cen t r a l de l a he rmenéu t i ca con-

l l e va una i n s c r i pc i ón dua l e n l a m e d i da e n que

s i e m p r e e s u n a c o m p r e n s i ó n  de  a lgo  para  a lgo.

E s t o j u s t i f i c a e l he c ho de que , c ua ndo s e c ons i -

gue l a comprens ión , t i ene que ap l i ca r se , como lo

demos t ró Droysen . La exéges i s de l a h i s to r i a co -

m o tex to só lo se jus t i f i ca en t é rm in o s de l a m an e-

ra en que se va a apl icar , y la apl icación a su vez

de pe nde t a n t o de l o que s e c om pr e nd i ó c om o de

lo que puede s igni f i ca r d icha comprens ión . De es -

t e m odo , l a a s oc i a c i ón de c om pr e ns i ón y a p l i c a -

c ión resul ta ser e l se l lo dis t in t ivo de una interpre-

t a c i ón c on o r i e n t a c i ón he r m e né u t i c a . H a y va r i a s

r a z one s pa r a e s t a a s oc i a c i ón . L a p r i m e r a e s que

la ap l icac ión br inda un c ie r re a l p roceso de in te r -

pre tac ió n , en t an to d es taca e l p ro pó s i to de la co m -

pre ns ió n. Al respec to , la apl icac ión re sul ta lo prag-

m á t i c o d e l a i n t e r p r e t a c i ó n , e n t a n t o s ó l o u n a

c onc l u s i ón p r a gm á t i c a pue de pone r f i n a l c a r á c -

te r in f in i to inherente a l a in te rpre tac ión . Droysen

es t ab l ece e s to de m a n e ra m u y exp l í c i ta : La 'ex-

pos i c i ón a na l í t i c a ' t om a e l r e s u l t a do t o t a l de l a

inves t igac ión , reúne todos sus rayos , como en un

espe jo cóncavo, y los devue lve hac ia a lgún punto

f in i to de l in te rés presente , i luminándolo para ' de -

j ar lo c l ar o ' (p . 5 5 ) . E n s u s e m i n a r i o a m p l ia d o .

P ara e s t e m od o d e p res en t ac i ón , véas e t am b i én E b er -

hard Lämmert , "Dreimal Wal lens te in: Di f ferenzen der S inn-

gebung zwischen Historiographie und Roman", en  Historische

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 142/395

EL CÍRCULO HER M ENÉU TICO127

t r a ba j a s ob re e s t a de c l a r a c i ón a l ha c e r h i nc a p i é

en e l p ropós i to de su empresa in t e rp re t a t iva co -

mo uno "propedèutico pol í t ico".^^

H ay o t ra razó n por la que la co m pre ns ió n deb e

cu lmina r en una ap l i cac ión de o r i en tac ión p rag-

m át ica , a saber : la im pe rm ea bi l ida d de los fu nd a-

mentos de los que proviene la h is tor ia y a los que

se dir ige: "El f in más elevado, cuyas condiciones,

s in es tar condic ionadas , es tán todas en movimien-

to , y las abarca todas , las expl ica todas , es deci r ,

e l f in supremo [ . . . ] es no ser descubier to por una

invest igación empírica"^"^ (p. 47). Así , nos debe-

m os con f ina r a lo que som os capaces de en te nd e r

y t r a t a r de ap l i ca r lo a lo que "e s t amos condena -

dos": "el es tre ch o lím ite del aquí y el a ho ra " (p. 49).

Es ta idea seña la una pregunta u l te r ior , que ana l i -

z a r é m á s a de l a n t e e n m i a rgum e n t a c i ón : ¿ l a i n -

te rpre tac ión se d i spara por lo que se n iega en la

pene t rac ión? De se r a s í , s e r í a una ind icac ión de

q u e n o e s t a m o s p r e p a r a d o s p a r a r e c o n c i l i a r n o s

con lo que se haya se l lado a par t i r de l conoc i -

miento y la experiencia .

Es per t inente una inspecc ión genera l de la for -

ma de c i rcular idad de Droysen en vis ta de que la

Sinnbildung: Problem stellungen, Zeitkonzepte, W ahm ehm ungs-

horizonte, Darstellungsstrategien,

  Ro w ohlts Enzyklopädie, Klaus

E. Müller y Jörn R üse n (eds.) , Reinbek, R ow oh h, 1997, p. 585.

" J. G. Droysen,

  Historik,

  pp. 278 y 280 .

^̂   Véase también Hans Robert Jauß,  Literaturgeschichte als

Provokation,  ed ic ión de Suh rkam p 418 , Francfort de l M eno,

Suhrkamp, 1970, pp. 219 y ss . [Edición en español:

  La litera-

tura como provocación.

  Los Án geles , California, Un iversity of

California in Los Angeles , Latin American Center, 1976.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 143/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTICO 12 7

h e r m e n é u t i c a m o d e r n a — e n s u o r i g e n , m á s u n

proced imien to t écn ico de in te rpre tac ión— se ha

convert ido en una fi losofía , de la cual Heidegger

y Gadamer son los pr inc ipa les representantes . E l

mé todo de i n t e rp re t a c ión de D royse n s e d i s t i n -

gue por una mul t ipl icación de c í rculos . El c í rculo

inc luyente de Schle ie rmacher ent re par tes y todo

entró en funciones y se extendió a uno que vincu-

la pa sad o y presente , cuya m ediac ió n req uie re d i-

versos t ipos de in te rpre tac ión , y és tos a su vez

t ienen una es t ructura c i rcular . Los c í rculos es tán

de s t i na dos a r e mon ta r hue c os , que son de una

natura leza di ferente en la medida en que se da e l

hueco entre pasado y presente , igual que aquel los

en e l mater ia l his tór ico disponible . Sin embargo,

e l hueco ent re e l mate r ia l h i s tór ico y e l regis t ro

se ab re con las for m as ar t if ic ia les m ism as a las

que , con el pro pó s i to de pro cesam iento , se t radu-

ce e l mater ia l his tór ico. Más aún, como cada uno

de los cuatro t ipos también deja un vacío por l le-

nar en e l s iguiente , aparece o t ra c lase de vac ío ,

cuya resoluc ión da por resul tado una red que in-

viste a cada t ipo de u n a fu nc ión adicional . Po r tan-

to, e l registro n o es tan sólo u n c o n ju n to de con di-

c iones a l que se vier te e l mater ia l his tór ico, s ino

una e spec ie de maquina r i a d inámica que re f l e j a

la mul t ipl ic idad de vacíos de diversa ca l i f icación

que tienen que sup erarse con e l pro pó si to de com -

pre nde r una h i s t o r i a e me rge n t e . Po r ú l t imo , l a

cons t i tuc ión de la h i s tor ia mediante la compren-

sión requiere un a aplicación d e dicha com prensión ,

lo que de es te modo genera o t ra c i rcula r idad en-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 144/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

t re la d i ferenciac ión reveladora de la h is tor ia y e l

c r e c i e n t e c onoc i m i e n t o de l a hum a n i da d r e s pe c -

to de sí m ism a.

Los m úl t ip les c í rculos se in terre lac iona n d e m a-

nera es t recha , debido a los diversos t ipos de hue-

cos con que t i enen que t r a t a r . E l me jo r modo de

descr ib i r e s ta in te r re lac ión es como c í rcu los con-

céntr icos ,^^ que hace opera t iva la c i rcular idad en

su con jun to . Es t a concen t rac ión pe rmi te un con-

t rol rec íproco, que es de lo más necesar io en tan-

t o no e x i s t e un m a rc o de r e f e r e nc i a i nc l uye n t e

pa ra e l f r a nq ue am ien to de l e spac io en t re l as con-

dic iones de la h is tor ia y los procedimientos reve-

l a dos pa ra s u i n t e rp re t a c i ón . A l m i s m o t i e m po ,

los c í rcu los concént r icos mues t ran que e l e spac io

que se ab re en todo ac to de in t e rp re t ac ión nu nc a

Éste no e s u n térm ino de Dro ysen, si bie n caracteriza la es-

tructura general de su metodología interpretativa. Vale la pe-

na observar que Droysen t i ene un v ínculo d i s t in t ivo con e l

término "círculo", que emplea para conceptual izar la función

de la historia: "Y es cierto que el he ch o de qu e los grand es m o-

vimientos de la Historia se completen en un pequeño círculo de

formaciones habituales , e l más grande en un c írculo aún más

peq ueño , ha ce pos ible de ma nera val iosa apl icar la His toria en

una forma didáct ica"  {Outline,  p . 54) . Esto es verdad también

cuando ident i f i ca c ier tas "formaciones habi tua les" , como e l

Estado: "El Esta do federal , la confe de ra ción d e Estado s, el s is-

t em a d e E s t ad os , e l s i s t em a m u n d i a l d e E s t ad os , é s t o s s on

círculos de onda aún más grandes de este movimiento" (p. 43) .

Incluso en e l asp ecto m eto do lóg ico privilegia la idea del c írcu-

lo: "Nuestra propia ciencia tendrá que buscar por s í misma el

círculo de concepciones que pertenecen a él; el la sola, es decir,

de manera empírica. Se permit irá es te intento porque su mé-

todo es e l método de la comprens ión" (p . 91) . Se observa un

am p l i o h or i zon t e s em án t i co en s u em p l eo d e e s t e t érm i n o

favorecido, a l que tam bién recurre con frecu encia en  Historik.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 145/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

puede l l ena rse de l t odo , l o que s in embargo se

t r a duc e e n un a j u s t e po t e nc i a l m e n t e i n f i n i t o de

p r o c e d i m i e n t o s i n t e r p r e t a t i v o s . E n ú l t i m a i n s -

t anc ia , l a concen t rac ión de c í rcu los e s una re s -

pues ta conceptua l a l a incomprens ib i l idad de los

comienzos y f inales de la historia , y representa de

e s t e m odo un c onc e p t o c om pl e m e n t a r i o pa ra t o -

da pos tu ra t r a scenden ta l que j e ra rqu ice e l ma te -

r ia l h i s tór ico con un orden premedi tado .

Y queda no obstante la pregunta : ¿es la c i rcula-

r idad t an só lo un modo ope ra t ivo pa ra e l obse r -

vador en e l ac to de in t e rp re t ac ión , o e s una e s -

t ruc tura inherente de lo que se va a comprender?

Droysen no proporc iona una respues ta def in i t iva ,

s i b i e n e n c i e r t a s pa r t e s de s u a rgum e n t a c i ón

pa re c e i nc l i na r s e a s upone r una c i r c u l a r i da d e n

e l t ema mismo que se in te rpre ta :

Nuestra reproducción metodológica de los hechos

debe permitir, mediante su calidad correcta, una no-

ción que haga efectivo su carácter en tanto subya-

cente al curso de los acontecimientos, y el curso de

los acontecimientos debe justif icar esa noción. Di-

cha noción es para nosotros una verdad a la que co-

rresponde u na existencia, y esa existen cia es un a ver-

dad que corresponde a una n oc ión [p. 32].

Es ta mutua l idad que " subyace a l cu rso de los

aco ntecim ientos" psirece res pa lda r los círculos con -

cén t r i cos que e s t ruc tu ran e l i n t en to ope rac iona l

de interpretación por parte de Droysen. De ser así ,

e l marco metodológico hal lar ía sus bases más f i r -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 146/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

m e s e n la n a t u r a l e z a d e l t e m a e n s í y e l i m i n a r í a d e

e s t e m o d o e l e s p a c i o l i m i n a l q u e l a i n t e r p r e t a c i ó n

m i s m a n u n c a p u e d e s u p e r a r , p o r q u e e l l a l o c a u s ó .

É s t e e s e l p u n t o e n e l q u e l a h e r m e n é u t i c a m o -

d e r n a s e t r a n s f o r m a d e u n m é t o d o d e i n t e r p r e t a -

c i ó n a u n a f i lo s o f í a . E n c o n t r a s t e c o n l a c o n c e p c i ó n

d e c i m o n ó n i c a d e l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o , G a d a -

m e r e s c r i b e :

De acuerdo con esta teoría, el movimiento circular

va hacia ad elante y hacia atrás en el texto, y se detie-

ne cuando el texto se entiende a la perfección [ . . . ]

En contraste con este enfoque, Heidegger describe

el círculo de una manera tal que la comprensión del

texto permanece siempre determinada por el movi-

miento ant ic ipatorio de una comprensión prevista

[. . . ] Así, el círculo no tiene una naturaleza formal.

No es subjetivo ni objetivo, sino que describe la com-

prensión como la interacción entre e l movimiento

de la tradición y el mo vim ien to del intérprete. La an-

ticipación del significado que rige nuestra compren-

sión de un texto no es un acto de subjetividad, sino

que procede de lo común que nos une a la tradición

[. ..] Así, el círculo de la com prensión no e s un círculo

"metodológico", sin o que describe un elem ento de la

estructura ontològica de la comprensión. El círculo,

fundamental para toda comprensión, tiene una im-

plicación hermenéutica más, que denomino la "con-

cepción prevista" de la totalidad.^^

H. G. Gadamer,  Truth and Method,  pp. 293 y ss . Hay una

evaluac ión cr í t i ca de l concepto de Gadamer de l c í rcu lo her-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 147/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

Sin impor ta r l a forma en que nos inc l inemos a

eva luar t a l concepc ión de l c í rcu lo hermenéut ico ,

cuando se hace cambia r a é s t e de una e s t ruc tu ra

formal que fac i l i t a l a comprens ión a una onto lò-

g ica que subyace a l a comprens ión , pa rece haber

vac iado e l espa cio l iminal . Y a l hac er lo , la h erm e-

né u t i c a e s t á c a s i a pun t o de de s a r ro l l a r s e ha s t a

conver t i r se en una f i losof ía , tomando en cuenta

que l l ena de mane ra de f in i t i va lo que sepa ra l a

comprens ión de lo que se va a comprende r . Más

a ún , l a a p l i c a c i ón de l a c om pre ns i ón c om o una

"concepc ión prev is ta de la to ta l idad" reve la que

dicha ap l icac ión s iempre apoya a l a comprens ión

—obj e t i vo bá s i c o de l a he rm e né u t i c a — c on un

signif icado dis tin to , en con sec ue nc ia de lo cua l la

ap l icac ión se convie r te en una semánt ica espec í -

f ica de la comprensión.

P A U L R I C C E U R : L A S E S P I R A L E S T R A N S A C C I O N A L E S

Si la c i rcu lar idad en la in terp re tac ión de pe nd e del

tema por in terpre tar , e l c í rculo hermenéut ico es tá

menéut ico en Karlhe inz St ier le , "Für e ine Erwei terung des

hermeneut i schen Zirke l s" , en Karlhe inz St ier le ,

  Ästhetische

Rationalität: Kun tswerk u nd W erkbegriff,

  Munich, Fink, 1996,

pp . 65-77 , donde St ier le sos t i ene de manera convincente la

importanc ia metodològ ica de l c í rcu lo hermenéut ico , que una

fi losofía de la hermenéutica t iende a soslayar. Hirsch incluso

afirma que Gadamer, con su "nueva hermenéutica [ . . . ] ofrece

remplazar la t radic ión de Schle iermacher , Humboldt , Droy-

sen, Boeckh, Steinthal , Dilthey", en

  Validity in Interpretation,

p. 247.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 148/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

de s t i na do a c onc e b i r s e de o t ro modo c ua ndo l a

preocupac ión ya no es a lgo dado, s ino a lgo ocul -

to que se va a t raduc i r a la comprens ión . És te es

e l ca so de l ps i coaná l i s i s . Droysen hab ía de fen-

di d o ya e l a r te de l m ine ro , p u es só lo a l escar-

b a r e n l a s o s c u r a s p r o f u n d i d a d e s d e l m a t e r i a l

his tór ico es posible recuperar su s ignif icación an-

t igua . S in embargo, como e l mate r ia l de l pasado

que aún es tá d i sponible en e l presente no es una

d i s to rs ión de l ibe rada de lo que ind ica , l a in t e r -

p re tac ión só lo puede conf ia r en hechos obse rva -

bles para de tec ta r sus in te r re lac iones ec l ipsadas .

És te ya no es e l caso cuando ha de sacarse a la

luz a lgo ocu l to , que só lo se mues t ra ba jo o t ra

apar ienc ia .

Pa ul Ricoeur escr ibe : En es t r ic to sen t ido , n o

hay 'hechos ' en e l ps icoaná l i s i s , pues e l ana l i s ta

n o ob serva : interpreta .^^ Pe ro si n o h ay hech os ,

surge la pregunta respec to de lo que en rea l idad

se va a in te rp re ta r m ed ian te una in te rp re tac ión ,

más comparable con la h i s tor ia que con la ps ico-

log ía , cuya in te rve nc ió n , ad em ás , en u n á re a

donde no se puede observar ni medir , se res is te

a u n a com ple ta t raducc ió n a l l eng ua je obse rva -

cio na l (p. 357).

Paul Ricoeur,  Freud and Philosophy: An Essay in Interpre-

tation,  trad. D en is Sava ge, N ew H aven, Yale Un iversity Press ,

1970, p. 365. Las fuentes de todas las demás citas de este vo-

lumen se dan dentro del texto , entre paréntes is . No es mi in-

t en c i ón o f recer u n i n f orm e cr í t i co d e l a i n t erp re t ac i ón d e

Ricoeur acerca de Freud, s ino observar la estructura profunda

de la propia interpretación de Ricoeur, que se guía por lo que

él l lamó una filosofía de la reflexión.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 149/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

La in t e rvenc ión como e l s e l l o d i s t i n t i vo de l a

i n t e r p r e t a c i ó n p s i c o a n a l í t i c a d e s t a c a u n a c a r a c -

t e r í s t i ca p rominen te de l o que ha s ido s i empre l a

in te rpre tac ión , a saber : l a e laborac ión de un tema

da do . Cua n t o m á s e s qu i vo y m e nos c ohe r e n t e r e -

su l te e l t ema, más obvia se rá l a esenc ia in te rven-

c ion i s t a de l a i n t e rp re t ac ión . S in embargo , l a i n -

te rvenc ión ind ica que hay a lgo por inves t igar . E l

t e m a que s e va a i nva d i r c on l a i n t e r p r e t a c i ón

ps ic oa na l í t i ca no es ya u n a u to r p o r en tend er , y l a

h i s tor ia ya no se va a cons t i tu i r con e l p ropós i to

de ap l ica r lo que se comprendió , s i b ien l a in te r -

pre tac ión ps icoana l í t i ca cont iene c ie r tos aspec tos

de a m ba s c os a s . E s s ob r e t odo e l s u j e t o hum a no

lo que cons t i tuye ahora e l cen t ro de a tenc ión , sea

un pac i en t e por cu ra r o s ea un su j e to des t inado a

ad qu i r i r con c ien c ia de s í co n el fin de de sar ro l l a r -

se como ta l . Descubr i r a lgo ocul to es e l ob je t ivo

pr inc ipa l de e s t a i n t e rp re t ac ión in t e rvenc ion i s t a .

H as t a aqu í he con s ide rad o el c í rcu lo he rm ené u-

t i co só lo en t é rminos de sus múl t i p l e s ap l i cac io -

ne s y l a s d i ve r s a s f o r m a s que a s um e e n r e l a c i ón

con lo que s e p re t ende logra r . Ahora , e l aná l i s i s

de Fre ud p o r p ar te de Ricceur lleva a nu ev as áre as

a l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o ; p o r t a n t o , m e c e n t r a r é

e n s u i de a de l a e s t r uc t u r a de i n t e r p r e t a c i ón de

F r e u d y n o e n l a p r o p i a p r á c t i c a i n t e r p r e t a t i v a

de Freud . Es te enfoque t i ene una l eg i t imac ión do-

b l e . En p r imer l uga r , en l a ve r s ión o r ig ina l f r an -

cesa , e l t í t u lo de Ricceur pa ra su empresa e s  De

l'interpretation: Essai sur Freud,  que i nd i c a que

i n t e n t a t e m a t i z a r l o s m e c a n i s m os de l o s p r oc e d i -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 150/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉU TICO127

m i e n t o s i n t e rp re t a t i vos que s e p r a c t i c a n e n e l

ps i coaná l i s i s . Es t a ana tomía de l a in t e rp re t ac ión

es más que só lo au tov ig i l an te ; t r a t a de a l canza r

las co tas más ba jas de una in te rpre tac ión de cor-

t e he rm e né u t i c o . S i n e m ba rgo , e s t a e m pre s a no

es un intento de " interpretar la interpretación",^®

pues e s to supondr í a una pos ic ión ven ta josa t r a s -

cendenta l que a su vez ser ía un vástago de un s is-

t ema de c reenc ia s o en s í mi smo e l r e su l t ado de

una i n t e rp re t a c i ón . Es c ud r i ña r l a i n t e rp re t a c i ón

re qu i e r e una i n t e rp re t a c i ón r e a l c uya s ope ra c i o -

nes se sujeten a la invest igación.

En segundo lugar , Ricoeur por tanto no se l imi-

ta a una lec tura de Freud; en cambio , o f rece una

eva luac ión de la prác t ica in te rpre ta t iva de Freud

y, a l hac e r lo , " re ub ica" " la r ec on s t i tu c ió n a rq u i -

tec tónica de la ob ra [en u n ] d i scurso nu evo

 [v. gr.]

el de l filósofo".De es ta f o r m a d es ta ca di fe re n -

c i a s y s imi l i t udes en t re una he rmenéu t i ca ps i co -

ana l í ti ca y u n a reñexiva que , cu an do se ac om od an

para que contras ten ent re s í , a l iv ian la mul t i la te-

ra l idad de su preocupac ión común, a saber : l a in -

38 Véase Will iam Elford Rogers,  Interpreting Interpretation:

Textual Herm eneutics as an Ascetic Discipline,  Un iversity Park,

Pennsylvania State University Press , 1994, donde el autor hace

jus tamente eso , lo cua l s ign i f i ca que t i ene que retroceder en

un s is tema que ofrece una pos ic ión ventajosa para interpretar

la interpretación. Por tanto, declara desde e l m ism o principio

que es "el paso decis ivo de este l ibro [ . . . ] interpretar la inter-

p re t ac i ón a l p en s ar en l o s

  signos

  y , en par t icular, a l pe ns ar

mediante la semiótica de Charles Sanders Peirce" (p. 9) .

Paul Ricoeur,

  The Conflict of Interpretation,

  D on I h d e

(ed.) , Evanston, I l l inois , Northwestern University Press , 1974,

p. 160.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 151/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

f r a e s t ruc t u ra de l s u j e t o hu m a n o , de o tr a m a n e ra

oculta .

¿Por qué e s t á ocu l t a e s t a in f raes t ruc tu ra? Una

respu es ta pre l im inar se ría : po rqu e es t an to " inf ra -

l ingüística como supralingüística '"^® (p. 399) por

natura leza , lo que s ignif ica que se desplaza ent re

no l legar al nivel del len gu aje y tras ce nd erlo . Suce -

de e s to porque lo inconsc ien te e s t á se l l ado pa ra

e l l engua je y lo consc ien te es tá más a l lá de l ca -

rác t e r deno ta t ivo de l l engua je , en l a med ida en

que e l su j e to que re f l ex iona sobre s í mi smo ex-

p re sa su c rec ien te conc ienc ia só lo de mane ra f i -

gura t iva mediante los t ropos de la re tór ica .

Sin embargo, la retórica, con su s metáforas, su s m e-

tonimias, sus sinécdoques, sus eufemismos, sus alu-

siones, sus antífrasis, sus litotes, se ocupa no de los

fenómenos del lenguaje, sino de los procedimientos

de la subjetividad que se manifiestan en el discurso"

[p. 400].

La in te rpre tac ión , enf ren tada en es te n ive l con

l a dua l i da d de l a i n f r a e s t ruc t u ra de l s u j e t o , no

•o

  Ricoeur tomó es ta t erminolog ía de Émi le Benvenis te , a

qu ien cita para dejar claro lo que im plica n e sto s térm inos: "El

analista opera con lo que el sujeto le narra, visualiza al sujeto

en los discursos que és te expresa, lo examina en su conducta

de locución y de ' invención de historias' , y mediante estos dis-

cursos se forma poco a poco para él otro discurso que debe ha-

cer explícito: el de lo complejo enterrado en lo subconsciente.

Por tanto, el analista tomará el discurso como un sust ituto de

otro ' lenguaje' que t iene sus propias normas, s ímbolos , s inta-

xis , y que se remite de regreso a las es tructuras subyacentes

del psiquismo". En

  Freud and Philosophy,

  p. 396 .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 152/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

p u e d e t o c a r s ó l o p o r e n c i m a l a d i v i s i ó n e n t r e l o

consc i en t e y l o i nconsc i en t e de l su j e to , s i no que

t i ene que in te rven i r en es ta re lac ión in tang ib le a l

t r a d u c i r l a a t é r m i n o s d e c o m p r e n s i ó n . C o n f o r m e

lo hace , l a d iv i s ión debe insc r ib i r se en los p roce-

d i m i e n t o s i n t e r p r e t a t i v o s , e n c o n s e c u e n c i a d e l o

c u a l " i n t e r p r e t a r e s c o m p r e n d e r u n s i g n i f i c a d o

do ble" (p . 8) . El s igni f ica do dob le su rg e de la d is i -

m u l a c i ó n , e n t a n t o q u e s i e m p r e h a y u n o c u l t a -

m ien to en la reve lac ión : lo incon sc ien te se m ue s t r a

b a j o l a ap ar ie nc ia d e sus de r ivado s , y lo con sc ien-

t e , e n s u s a u t o e n g a ñ o s i n e v i t a b l e s . T o d o l o q u e

e s t é p r e s e n t e e s t a r á m a r c a d o p o r u n a a u s e n c i a :

en los der ivad os, lo inc on sc ie nte e s tá au sen te , y en

l o s e n g a ñ o s , l o e s t á l a a u t o r r e ñ e x i ó n d e l a c o n -

c i enc i a . La t a r ea de l a i n t e rp re t ac ión e s de e s t e

modo de na tu ra l eza dua l : en p r imer l uga r , e s una

lec tura de un s igni f icado doble . "Con es to designo

u n e f e c t o d e t e r m i n a d o d e l s i g n i f i c a d o , d e a c u e r -

do con e l cua l una expre s ión , de d imens iones va -

r i a b l e s , a l s i g n i f i c a r u n a c o s a a l m i s m o t i e m p o

s ign i f i ca

  otra

  cosa s i n de j a r de s i gn i f i ca r l a p r i -

mera.""^ Así , se hace que lo ausente y lo presente

s e s e ñ a l e n e n t r e s í d e m a n e r a c o n t i n u a . E n s e -

g u n d o l u g a r , d i c h a l e c t u r a e s t á d i s e ñ a d a " p a r a

' t raduci r ' lo inconsc iente a lo consc iente" (p . 408) ,

lo que tanto e l ps icoanál i s i s como la f i losof ía de

l a r e ñ e x i ó n c o n s i d e r a n u n a m e d i a c i ó n n e c e s a r i a

p a r a e n c a u z a r a l s u j e t o h u m a n o p o r e l c a m i n o

hac ia su ego . La es t ra teg ia in te rpre ta t iva de l s ig -

^̂  P. Ricoeur,

  The Conflict of Interpretations,

  p. 63.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 153/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

n i f i cado dob le r econoce l a d iv i s ión inhe ren te de

la in f ra es t ru c tu ra del su j e to y t r a t a de ac l a ra r po r

q u é l a r e v e l a c i ó n e s t a m b i é n u n o c u l t a m i e n t o .

La in te rpre tac ión es l a respues ta de la luc idez a l

ar d id (p. 159).

De es te modo , l a in te rpre tac ión se convier te en

u n m ovim ien to de l [ s ign i ficado] m an i f ies to a l la -

t en te (p. 91 ). A un qu e de s t in ad o a p l eg a r lo qu e

se sepa ró en e l i n t e rcambio en t re e l ocu l t a r y e l

r eve la r , e s t e mov imien to de a t rá s hac ia ade lan te

es a l in ic io c i rcular . El s ignif icado doble nos per-

m i t e t r a d u c i r l a d i s p o s i c i ó n b á s i c a d e l s u j e t o a l

l engua je , a l apodera rnos de l a d iv i s ión con e l

p ropós i to de sa lvar l a b recha en t re lo inconsc ien-

te y lo con sc ien te . E s te reg is t ro a su vez t ra ns m u-

ta la in f r ae s t r uc tu ra en a lgo pa rec ido a u n tex to

(p . 401 ) que , como en una asamblea de rep resen -

tan tes de lo que es tá ocu l to , requ iere un desc i f ra -

mien to .

S u r g e a h o r a l a p r e g u n t a d e h a s t a q u é g r a d o

e s t a o r i e n t a c i ó n p r e d o m i n a n t e d e l m é t o d o d e i n -

t e rp re t ac ión de R icoeu r puede ponerse en p rác t i -

ca pa ra saca r a l a l uz lo has t a en tonces ocu l to .

Una vez más , R icceu r pa r t e de l a s concepc iones

bás i cas r e spec to de l ego que compar t en e l p s i co -

anál is is y la f i losofía de la reflexión. Las emplea

p a r a d e m o s t r a r l a m a n e r a e n q u e e l r e g i s t r o i n -

t e rp r e t a t i v o d e s i g n i f i c a d o d o b l e s a c a a l s u j e t o

humano de su e scond i t e .

La verdad primera — soy, pienso— se con serva tan

abstracta y vacía como inamovible; ha de "mediar-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 154/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

se" con las ideas, acciones, obras, instituciones y

monumentos que la objetivan. Es en estos objetos,

en el sentido más amplio de la palabra, que el ego

debe perderse y hallarse a sí mism o [p. 43].

D e a q u í q u e " e l p l a n t e a m i e n t o d e l y o n o e s t é

dado , que sea una t a r ea , que no sea

  gegeben,

  s ino

aufgegeben

(p. 45).

Y el mism o término  yo —Selhst— declara que esa

autoidentidad continúa siendo llevada por esta auto-

diferencia, por esta otredad siempre recurrente que

reside en la vida. Es la vida la que se convierte en el

otro, en la cual, y mediante la cual, el yo se realiza

sin cesar [p. 472].

Es te p roceso cu lmina po r ú l t imo en l a b i en co -

noc ida f rase de Freud: "Donde es tuvo e l e l lo es ta -

rá e l ego" (p , 492) . La adqui s ic ión de conc ienc ia

o f r e c e l a g u í a a m p l i a p a r a l a e m p r e s a d e l s u j e t o

d e r e a l i z a r s e a s í m i s m o . S i n e m b a r g o , d e b i d o a

q u e l a c o n c i e n c i a n o e s t á d a d a e n l o i n m e d i a t o ,

d e b e a d q u i r i r s e , a n t e l o c u a l s u r g e l a p r e g u n t a :

¿ c ó m o p u e d e c o n c e b i r s e l a c o n c i e n c i a a s í m i s -

ma , en e spec i a l s i no con t ro l a su p rop io o r igen?

Lo ha ce a l sa l i r fu e ra de s í m is m a h ac ia lo qu e n o

e s , p a r a e x p e r i m e n t a r " q u e u n a c o n c i e n c i a d a d a

' t i ene ' un inconsc ien te ; pe ro es ta re lac ión se hace

e v i d e n t e s ó l o e n l a e n a j e n a c i ó n d e l a c o n c i e n c i a

que t i ene ese inconsc ien te" (p . 438) . S i " l a ena je -

nac ión de l a conc ienc ia es su camino" (p . 439) en

e l c u a l d e b e p e r d e r s e a n t e l o s " o b j e t o s d e l m u n -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 155/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTIC O 12 7

do" pa ra adqui r i r conc ienc ia de s í misma , l a con-

c ienc ia ha de in tegra r a s í misma la o t redad . Es te

e s c e n a r i o s e ñ a l a e l p u n t o d e c o n v e r g e n c i a e n t r e

e l ps icoanál i s i s y la f i losof ía de la reñexión, que

Ricceur de s t aca cuando a f i rma que " l a t a r ea ún i -

ca de a d q u i r i r co n cie n cia [ . . . ] de f ine la finalidad

del anál is is" (p. 492) . Esta f inal idad t iene su pa-

r a l e l i smo en e l mov imien to c i r cu l a r de l a d i a l éc -

t i c a de Hege l , med ian t e e l cua l l a conc i enc i a se

desa r ro l l a hac ia l a au toconc ienc ia ; é s ta ha de ad-

q u i r i r s e p o r e l r e c o n o c im ie n to y finalmente l a

acep t ac ión de l o s de sp l azamien tos y de r ro t a s que

su f r i ó en su t r ayec to h ac i a s í m i sm a .

Primero es la enajenación, sólo al final la reafirma-

ción; lo esencial ocurre entre ambas, a saber: el mo-

vimiento com pleto a través de la constelación de figu-

ras: am o y esclavo, el exilio e stoico del p ensam iento,

la indiferencia escéptica, la conciencia infeliz, el ser-

vicio de la mente dedicada, la observación de la na-

turaleza, el espíritu como luz, etcétera [p. 463].

E n la co m pre ns ión ps icoana l í t ica , e l su je to t ien-

de a de fo rmarse cuando se l e conge l a en una fo r -

ma de f in ida , y de e s t e modo se l e a t r ae hac i a s í

mi smo . Cuando e s to sucede , e l su j e to se i den t i f i -

ca con a lgo que no puede se r , pues só lo puede

iden t i f i ca rse cons igo m ism o, a saber : con su

  arché

(o r igen p r imar io ) y su

  telos.

  E l

  arché

  e s t an to un

p r i n c i p i o c o m o u n a i n d i c a c i ó n d e l o q u e s e d e s -

p lazó en e l in ten to de rea l i za r e l

  telos

  de l su je to .

E l  telos  e s a s u v e z t a n t o u n a p r e t e n s i ó n i n c o n s -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 156/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

c í en t e i nc rus t ada en e l

 arche

  c o m o u n a i n d u c c i ó n

a con t inua r e l e s fue rzo . S i b i en e l arche  y el  telos

se in te r re lac ionan de manera es t recha , e s tán ocu l -

t o s a l a m i ra d a t an to de l su j e to co m o de l t e r ape u-

t a . Más aún , hay una pausa en l o que se en f r en t a ,

que Ricoeur —al o f rece r un aná l i s i s de lo que su-

c e d e e n l a i n t e r p r e t a c i ó n p s i c o a n a l í t i c a — t r a t a

de venc e r m ed ian t e lo qu e l l am ó u n en t r e t e j ido de

"a rqueolog ía y t e l eo log ía" (p . 460) . Es ta dua l idad

f o r m a l a s u p o s i c i ó n b á s i c a d e l r e g i s t r o i n t e r p r e -

t a t i vo d i señado pa ra t r aduc i r a un l engua j e obse r -

vac iona l l a m a n e r a en q ue el su j e to h a de co nve r -

t i r se en su prop io yo .

Vale l a p en a ob serv ar qu e los do s foc os de a ten -

c i ó n m i s m o s q u e p l a n t e a R i c o e u r e s t á n m a r c a -

dos po r una dua l i dad : e l

  arche

  e s t an to u n o r igen

c o m o u n r e c e p t o r d e l d e s p l a z a m i e n t o , y e l  telos

e s t a n t o u n a l u c h a i n c o n s c i e n t e c o m o u n r e g r e s o

a los o r ígenes ; deb ido a es ta dua l idad , los dos po-

los de l su je to se envue lven en t re s í , y es te envol -

v i m i e n t o r e p e r c u t e e n l o s p r o c e d i m i e n t o s i n t e r -

p r e t a t i v o s . I g u a l q u e h a y u n

  arché

  ocu l to en e l

telos,  y v iceversa , l a a soc iac ión de l a a rqueolog ía

y l a t e l eo log ía ava nz a n o a lo l a rgo de un a t rayec-

to r i a l i nea l , s i no en una c i r cu l a r , en un mov i -

mien to de a t r á s hac i a ade l an t e , con e l f i n de sa -

car e l

  telos

  ocul to en e l

 arche,

  y el

 arché

  ocu l to en

el

  telos.

  E s t a a s o c i a c i ó n d i s t i n g u e el p r o y e c t o d e

R i c o e u r t a n t o d e l p s i c o a n á l i s i s f r e u d i a n o c o m o

de l a f enomeno log í a hege l i ana .

Sost iene Ricoeur :

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 157/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTIC O 12 7

Me parece que e l concepto de arqueología del sujeto

aún es muy abstracto en tanto que no se ha estable-

c ido en una re lac ión de opos ic ión dia léct ica a l con-

cepto complementar io de l a t e l eo log ía [ . . . ] Lo que

deseo demostrar, pues, es que el freudianismo es una

arqueolog ía expl íc i ta y temat izada , y se re lac iona ,

mediante la natura leza dia léct ica de sus conceptos ,

con una te l eo log ía impl í c i ta y no t emat i zada [pp .

459-461].'^^

En el caso de Hegel , afirma Ricoeur, sucede lo

opues to . Así , Ricoeur marca e l punto de par t ida

de su propia es t ra tegia de interpre tac ión:

Mientras que Hegel vincula una teleología de la men-

te o el espíritu explícita con una arqueología de vida

y deseo impl íc i ta , Freud vincula una arqueología te-

mat i zada de l o inconsc i ente con una te l eo log ía no

temat i zada de l proceso de adqui s i c ión de conc i en-

cia . No confundo a Hegel con Freud, pero espero en-

contrar en Freud una imagen inver t ida de Hege l ,

para di scernir , con ayuda de es te esquema, c iertas

caracterís t icas dialéct icas que, s i bien es obvio que

son operativas en la práctica analít ica, no han halla-

do en una teor ía una e laborac ión s i s t emát i ca com-

pleta [pp. 416 y ss.].

Ulla Hasels te in expuso con lucidez la dimensión arqueo-

lógica de la her m ené ut ica de Freud en Entziffemdr Herm eneu-

tik: Zum B egriff der Lektüre in der psychoanalytischen Theorie

des Unbewußten,  Th eor ie un d G esch ichte de l L i teratur un d

der Schönen Künste, 84, Munich, Fink, 1991, pp. 22-55.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 158/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

A unque e l f r eu d ia n i sm o es, de acu e rdo con Ri -

cceur, "una revelación de lo arcaico, una manifes-

t ac ión de lo s i empre an te r io r" (p . 440) , " e l con-

cepto de una a rqueología [ . . . ] no es uno de los

conceptos de Freud" (p . 419) , s ino que lo in t rodu-

ce la f i losofía de la reflexión como un medio para

excavar en la te leología ocul ta de l suje to . Ricœur

con t inúa con l a p regun ta : " ¿pe ro de qué su je to?

¿Cuál debe ser e l sujeto de la reflexión si va a ser

de l a misma fo rma e l su j e to de l ps i coaná l i s i s? "

(p . 420) . F reud buscaba lo s i empre an te r io r , de -

j ando s in t ema t i za r l a t e l eo log ía , y l a f enomeno-

logía daba "pr ior idad a lo in tencional respecto de

lo re f lec t ivo" (p . 380) , de jando s in temat iza r l a

" inconsciencia" de la in tencional idad, que se pue-

de iden t i f i ca r en " lo impl í c i to , hecho con in t en -

c ión" de todo ac to in tencional (p . 378) . Ahora es

obv i o l o que R i c œur que r í a de c i r o r i g i na l m e n t e

cuando a f i rmaba que su empresa e ra envo lve r e l

ps ico an ál is is f r e u d ia n o en e l d i sc u rs o filosófico,

lo que re i t e ra an te s de de ta l l a r e l r eg i s t ro in t e r -

p re t a t i vo que p ropone : " No de be o l v i da r s e que

nuest ra empresa es es t r ic tamente f i losóf ica , y de

ninguna manera se une a l ps icoana l i s ta como ta l "

(p. 419).

¿Cuá l e s e l r eg i s t ro de que hab la R icœur pa ra

una in te rpre tac ión de l su je to y cómo lo conc ibe?

Una arqueología aún es abstracta en tanto no se in-

tegra por m ed io de una "oposición com plementaria"

con la teleología,  con una síntesis progresiva de figu-

ras o categorías, do nde el significado de cada una se

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 159/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

aclare con el significado de otras figuras o categorías

[...] Es en este nivel que salta a la vista la posibilidad

de interrelacionar dos hermenéuticas opuestas; la

regresión y la progresión de ahora en adelante se en-

tienden como dos direcciones posibles de interpreta-

ción, opuestas pero complementarias. Este nivel de

pensamiento es lo bastante importante para dar su

nombre al tercer libro [una de las divisiones de D e

l'interpretation,

  de Ricoeur]: "Dialectic" [...] El argu-

mento que se presenta en este nivel es de hecho cen-

tral, pero es sólo una transición; la fiinción de una

dialéctica entre regresión y progresión, entre arqueo-

logía y teleología, es señalar el cam ino desde una re-

flexión que comprenda su arqueología hasta una com-

prensión simbólica que entienda la unidad indivisible

de su arqueología y su teleología en el origen mismo

del discurso [pp. 342 y 22].

H a y e n e s t a d e c l a r a c i ó n d o s n i v e l e s d i s t i n t o s , s i

b i e n r e l a c i o n a d o s d e m a n e r a e s t r e c h a , q u e d e b e n

s e p a r a r s e c o n el p r o p ó s i t o d e a n a l i z a r e l m o d o d e

i n t e r p r e t a c i ó n d e R i c c e u r . E s t á e l s u j e t o q u e e s e l

f o c o d e a t e n c i ó n , y l a t é c n i c a d e a c u e r d o c o n l a

c u a l s e c o m p r e n d e e l c a m i n o d e l s u j e t o h a c i a s í

m i s m o . E l s u j e t o " n u n c a e s e l s u j e t o q u e s e s u p o -

n e : p e r o s i e l s u j e t o v a a a l c a n z a r s u s e r v e r d a d e r o ,

n o b a s t a p a r a e l l o d e s c u b r i r l o i n a d e c u a d o d e s u

c o n c i e n c i a , n i s i q u i e r a d e s c u b r i r e l p o d e r d e d e s e o

q u e s e p l a n t e a e n l a e x i s t e n c i a " ( p . 4 5 9 ) . E n c a m -

b i o , h a d e a d q u i r i r c o n c i e n c i a d e l o q u e e s t á o c u l -

t o a l a m i r a d a , a s a b e r : d e s u

  arche

  y s u

  telos.

  E s t a

s i t u a c i ó n c r e a u n p r o b l e m a p a r a l a i n t e r p r e t a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 160/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

c ión en l a med ida en que e l  telos  t i ene que pa r t i r

de co m po ne nte s ocu l tos . Lo qu e se va a in te rpr e ta r

no e s t á dado de mane ra ev iden t e n i se va a cons -

t i t u i r ; e s t á a l l í , aunque ec l i p sado , y po r ende no

neces i t a cons t i t uc ión a lguna .

S in embargo , s i s e l og ra descubr i r l o que yace

o c u l t o , s ó l o s e m a r c a r á e l p u n t o d e p a r t i d a p a r a

l a i n t e rp re t ac ión . Es to qu i zá j u s t i f i que l a ex t r aña

t e r m i n o l o g í a q u e R i c œ u r e m p l e a e n e s t a c o y u n -

t u r a , c u a n d o l l a m a a s u

  modus operandi

  "dialéct i -

c o " , " d e c o m p l e t i t u d " , " r e g r e s i ó n y p r o g r e s i ó n " ,

q u e , s i b i e n s o n m o v i m i e n t o s o p u e s t o s , n o o b s -

t an t e se cons ide ran "complemen ta r io s" . Más aún ,

hay " t r ans i c iones" con t inuas en t r e l o que avanza

en "d i r ecc iones" d i f e r en t e s , y aun a s í " l a a rqueo-

log í a y l a t e l eo log í a " pa recen e l imina r pe ro con-

se rva r como e l emen to pa rc i a l l o que se opone en

una "un idad ind iv i s ib le" . Ricœur no abunda en l as

c o n n o t a c i o n e s d e e s t o s t é r m i n o s , p e r o d e m u e s -

t r a , m e d i a n t e s u i n t e r p r e t a c i ó n m i s m a , c ó m o h a n

de conceb i r se .

C o m i e n z a p o r d e l i n e a r l o q u e p o d r í a l l a m a r s e

u n a a n a t o m í a d e l d e s e o . A l p r i n c i p i o d e s u l i b r o

r e p r o d u c e l a v e r s i ó n f r e u d i a n a d e l d e s e o : " C o n -

f o r m e u n h o m b r e d e s e a , y o a v a n z o d e i n c ó g n i t o :

larvatus prodeo

(p . 7 ) . Al concent ra r se en e l de -

seo desd e el p u n to d e v i s ta ve n t a joso de su p r op io

d i scu r so , R icœur e sc r ibe : "E l de seo se r eve l a co -

m o d e s e o  humano  s ó l o c u a n d o e s u n d e s e o p a r a

e l deseo de o t ra conciencia [ . . . ] El deseo de l yo se

l i be ra de l de seo de l o s ob j e tos a l busca r se a s í

m i s m o e n e l o t r o " ( p . 4 6 6 ) . A l r e s p e c t o , R i c œ u r

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 161/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

p iensa que só lo saca l o que ya e s t á imp l í c i t o en

Freud , a sabe r : " e l de seo e s una s i t uac ión i n t e r -

sub j e t i va desde e l mi smo comienzo" (p . 477) . La

e v a l u a c i ó n c o m p l e t a d e R i c c e u r h a c i a F r e u d s e

guía por la idea de hacer expl íc i to lo impl íc i to , lo

que lo l leva a "colocar la es t ruc tura de la concien-

c i a hege l i ana en e l c en t ro mi smo de l de seo f r eu -

diano" '*3 (p 431), Si , desde el pr incipio, e l deseo

es s i empre una s i t uac ión i n t e r sub j e t i va , de senca -

d e n a u n a n h e l o d e i d e n t i f i c a c i ó n c o n l o q u e s e

desea . De aquí que l a " iden t i f i cac ión no sea a lgo

que se añade desde f t ie ra , s ino que es más b ien la

d i a l é c t i c a m i s m a d e l d e s e o " ( p . 4 8 1 ) . E n c o n s e -

c u e n c i a , s i e m p r e h a y u n

  telos

  ocul to en e l deseo,

q u e e n g r a n m e d i d a e s n o t e m á t i c o y s ó l o p u e d e

deduc i r se a pa r t i r de aque l lo con lo que e l su je to

t ra ta de iden t i f i ca rse . Más aún , e l deseo neces i t a

un r econoc imien to po r pa r t e de l o que e spe ra t e -

n e r o s e r ; s i e m p r e q u e s e n i e g u e e s t e r e c o n o c i -

m ien to , se da rá un a ena jenac ión , lo qu e con ver t i rá

e l impulso progres ivo de l deseo en una regres ión .

Así , la regres ión surge de un

  telos

  que no se cum-

p l ió , a pa r t i r de l o cua l se i n f i e r e que no hab r í a

r eg re s ión de no ex i s t i r una t e l eo log í a ocu l t a que

es t ruc tu ra se a l de seo . Es t a s i t uac ión pe rmi t e dos

c o n c l u s i o n e s :

  a)

  e l de seo con l l eva l a neces idad

d e l s u j e t o h u m a n o d e s o b r e p a s a r s e a s í m i s m o , y

b)

  el

 arche

  y el

  telos

  ocu l to s de l su j e to pueden ex -

Esto se apl ica en igual medida a las topologías cambian-

tes del aparato f ís ico que desarrolló Freud, que Ricceur perci-

be como una secuencia a través de la cual la topología subse-

cuente aclara lo que la anterior en apariencia implicaba.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 162/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

t r apo l a r se só lo de l de seo humano . De e s t e modo ,

e l deseo a lbe rga una insc r ipc ión doble : des igna e l

e s t a tus de l se r humano como a lgo que debe exce -

de r se , y seña l a e l hecho de que e l su j e to humano

dese a con ve r t i r se en su p r op io o t ro , l o qu e p rep a -

r a a l se r humano en t r e l o que e s en sus i n i c ios y

lo que desea se r en su camino a conver t i r se en su

p rop io yo .

E l de seo de se r e l p rop io o t ro se man i f i e s t a de

d o s m a n e r a s d i s t i n t a s : o p e r a y a s e a c o m o u n a

idea l i zac ión en r e l ac ión con l o que e l su j e to que

d e s e a q u i e r e s e r , o c o m o u n a s u b l i m a c i ó n s i e m -

pre que se n iegue d icha idea l i zac ión . Conver t i r se

en e l o t ro idea l izado revela un poco de l

  telos

  ocu l -

t o q u e e s t á i n c r u s t a d o e n e l  arche  de l su je to y a l

m i s m o t i e m p o p e r m i t e e n t r e v e r a l

 arche

  q u e c o n -

t ie n e el p r o g r a m a d e u n

  telos.

  Así , l a consecuc ión

d e l a c o n c i e n c i a s e l o g r a m e d i a n t e u n a " i n t e r a c -

c i ó n " c o n t i n u a e n t r e

  telos

  y

 arche.

  L a o p e r a c i ó n

de dos ve r t i en tes de l a a rqueolog ía y l a t e l eo log ía

saca l o s componen te s ocu l to s de l su j e to a l a l uz ,

en t an to n i e l

  telos

  ni el

 arche

  s e p r e s e n t a n c o m o

l o q u e s o n , y c a d a u n o s ó l o e s d e t e r m i n a b l e m e -

d i a n t e l a i n t e r p r e t a c i ó n . L a n a t u r a l e z a d e l a i n -

t e r a c c i ó n e n t r e l o s c o m p o n e n t e s g r a d u a l m e n t e

c o m p r e n s i b l e s s e d e j a c o m o u n a p r e g u n t a a b i e r -

t a ; s i b i e n , p o r s u p u e s t o , c i e r t o g r a d o d e c i r c u -

l a r i d a d e s t r u c t u r a s u e n g r a n a j e . S i n e m b a r g o ,

e s t a c i r cu l a r i dad como in t e racc ión en t r e l a s á r ea s

o c u l t a s d e l s u j e t o h u m a n o r e q u i e r e u n a m a y o r

ca l i f i c ac ión pa ra hace r t ang ib l e l a t r aducc ión r e -

c í p r o c a d e  arché  y  telos,  e n e s p e c i a l p o r q u e d e b e

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 163/395

EL CÍRCULO HER M ENÉ UTIC O 12 7

f r a nque a r s e l a pa us a e n t r e a m bos . L a t r a duc c i ón

r e c í p r o c a s e d e s a r r o l l a c o m o u n a t r a n s p o s i c i ó n

desde a lgo t r anspa ren te en e l deseo has t a l o que

pe r m a ne c e oc u l t o , y , de i gua l m a ne r a , de s de l o

que se reveló de nuevo has ta lo ocul to .

P e r o e s t a i n t e r a c c i ón m u t ua ne c e s i t a c om pr e n -

de r se , en e spec i a l po rque su ope rac ión e s p rodu-

c i r l a c u r a m e d i a n t e e l d i s c u r s o , c on l a c onve r -

s ión de l su j e to en su p rop io yo . Por e s t a r azón ,

sos t i ene Ricceur , t enemos que in te rpre ta r los s ím-

b o l o s q u e p r o d u c e n e l p a c i e n t e y e l s u j e t o h u -

mano, respec t ivamente , cuando se l es l l eva hac ia

sí mismos. ^ ^ A firm a R icoeur: S a b e m o s ah o r a q u e

la c lave para la solución yace en la dia léc t ica en-

t re a rqueología y t e leo logía . Queda por descubr i r

l a ' t ex tu ra mezc lada '  concreta  en la que vemos la

a rqu eolog ía y l a t e leo logía . E s ta t ex tu ra m ezc lad a

co nc re ta es e l símbolo (p. 494). El s ím bo lo es pro -

du c t o t a n t o de l pa c i e n t e c o m o de l s u j e t o h u m a n o

en su t r ayec to hac i a s í mi smos . Los s ímbolos f i -

guran como t ex tos que e l i n t é rp re t e s e en t r ega a

l ee r , pe ro son t ex tos con d i f e renc i a s d i s t i n t i vas

respec to de los t ex tos que esc r ibe un au tor , como

a q u e l l o s c o n q u e t r a b a j ó S c h l e i e r m a c h e r , o r e s -

pe c t o de l m a t e r i a l h i s t ó r i c o c on hue c os a pa r t i r

Ricoeur destaca la importancia del s ímbolo para la clase

de interpretación que propone: "El término

  símbolo

  tolera to-

das las expr esiones de dob le s ignif icado y es el pu nto central de

la interpretación",  Freud,  p. 96. En otras palabras, la arqueo-

logía y la te leología tanto giran en torno a un momento inhe-

rente de intraducibi l idad como están impulsadas por é l , y es -

te momento es const i tut ivo de doble s ignif icado.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 164/395

EL CÍRCULO HERMENÉUTICO127

de l cua l t raba jó Droysen . El s ímbolo , de acuerdo

con Ricceur, sintetiza

dos funciones pensadas para oponerse entre sí, pero

que los sím bolos coordinan e n una unidad concreta.

De este modo, la ambigüedad del s imbolismo no es

un a falta de univocidad, sin o m ás bien la p osibilidad

de llevar y engendrar interpretaciones opu estas, cada

una de las cuales es consistente en sí misma [p. 496].^^^

El s ímbolo mi ra en dos d i recc iones a l a vez y

abarca la regres ión y la progres ión, con lo que re-

v e l a u n p a s a d o e n t e r r a d o y u n f u t u r o p r e t e n d i -

do . Pr od uc e u n a im bric ac ión de pas ad o y futuro.'^^

A pe sa r de que e s t a s dos d i recc ione s p ue da n da r

l uga r a i n t e rp re t a c i one s i n t r í n s e c a m e n t e c ons i s -

t en te s aunque opues ta s , po rque l a e s fe ra a rca i ca

y la te leológica no so n inde pe nd ien tes , "e l rec ue r-

do abre e l camino a l a an t i c ipac ión ; e l a rca í smo

En un ensayo anterior , Ricoeur sugiere que en esa s i tua-

c ión se debe abandonar la pos ic ión , o , mejor d icho , e l ex i l io

del espe ctad or rem oto y des interesado, co n e l fin de apropiar-

s e en cad a cas o d e u n s i m b o l i s m o i n d i v i d u a l . S e d es cu b re

entonces lo que puede l lamarse e l c írculo de la hermenéut ica ,

que e l s imple af ic ionado a los mitos s iempre pierde de vis ta .

E n  The Conflict of Interpretations,  p. 29 8.

En un l ibro pos ter ior ,  Interpretation Theory: Discourse

and the Surplus Meaning,  Fort Worth, Texas Christ ian Univer-

s i ty Press , 1976 , Ricoeur ext iende su concepto de s ímbolo ,

"que une dos dimensiones , incluso podría decirse dos univer-

sos , de discurso, uno l ingüís t ico y otro de orden no l ingüís t i -

co" (pp. 53 y ss.). Agrupa al "bios" y al "logos", y "atestigua la

raigambre primordial del Discurso en la Vida" (p . 59) . [Edi-

c i ón en e s p añ o l :

  Teoría de la interpretación: discurso y exce-

dente de sentido,

  M éxico, S iglo XX I, 1995. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 165/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTICO 12 7

ab re e l ca m in o a la pro fec ía" (p . 497) . La d i recc ión

dua l de l s ímbolo lo convie r t e en una pe rson i f i ca -

c ión de s igni f icado doble que , debido a su indivi -

s ib i l idad, permi te que lo arca ico se lea a t ravés de

lo te leológico, y viceversa.

E n v i s t a d e e s t a i n t e r d e p e n d e n c i a , l a s u b l i m a -

c ión dev i ene un s ímbo lo impor t an t e t an to pa ra e l

psicoanálisis como para la f i losofía de la reflexión.

"En l a med ida en que en é l co inc iden l a r eve l a -

c ión y e l incógni to , podr íamos dec i r que l a sub l i -

mación es la función s imból ica en s í" '^^ (p . 497) .

Deb ido a que l a sub l imac ión t i ene un cód igo do -

b le , e s un proceso para cons t i tu i r lo sub l ime , y lo

sub l ime e s una fue rza a r ro l l ado ra a l a que e l se r

h u m a n o r e s p o n d e r e v e l a n d o e l d e s e o d e i d e n t i f i -

c a r s e c o n e l l a , l o q u e d e e s t e m o d o m u e s t r a s u

c u a l i d a d m á s e l e v a d a . S i n e m b a r g o , l a s u b l i m a -

c ión es de igua l modo una subespec ie de l a supre -

s ión y l a repres ión y , por ende , una ind icac ión de

desp l azamien to . Una vez más , e l modo ope rac io -

na l de es te s ímbolo se desa r ro l l a como reve lac ión

m e d i a n t e e l i n c ó g n i t o , p u e s m u e s t r a e l

  telos

  del

deseo en los a t r ibutos de l idea l con que se ident i -

Ricœur considera unilateral la "teoría de sublimación" de

Freud y, por ende, un "fracaso", pues sólo "la relación entre

subl imación e ident i f icación nos permite relacionar e l enigma

irresuel to de la subl imación con e l origen de la conciencia en

la dialéct ica del deseo",

  Freud,

  p . 490. "Freud just i f ica muy

bien la unidad funcional de los sueños y la creación artíst ica,

pero se le escapa la di ferencia cual i tat iva, la di ferencia de la

' intención' que hace que los inst intos sean dialéct icos; ésta es

la razón por la que la cue s t ión de la subl im ació n perm ane ce

sin respuesta" (p. 521) . Véase también Haselstein,  Entziffen de

Hermeneutik,  p. 52 .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 166/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

f i ca e l su j e to , y de l mi smo modo mues t r a de sp l a -

z a m i e n t o s e n l a s d i s t o r s i o n e s m a n i f i e s t a s . " A s í ,

d e b e r í a m o s d e c i r q u e l o s s í m b o l o s l l e v a n d o s

vec tores . Po r u n a pa r te , los s ím bolo s rep i t en nue s-

t r a i n fanc i a en t odos l o s sen t i dos , c rono lóg i cos y

n o c r o n o l ó g i c o s , d e d i c h a i n f a n c i a . P o r l a o t r a ,

exp loran nues t ra v ida adu l t a" (p . 496) .

Debido a que e l s ímbolo f igura como la personi -

f i c a c i ó n d e l i n t e r c a m b i o e n t r e r e v e l a r y o c u l t a r ,

seña l a e l p u n to de in t e r secc ión e n t r e arché  y  telos.

Sin embargo , e l s ímbo lo co l apsa r í a s i a l guna vez

se e l imina se el e spac io en t r e lo s dos co m po ne n te s

ps íqu i cos . En consecuenc i a , l a opos i c ión i nhe ren -

t e de l s ímbo lo r eve l a un mov imien to c i r cu l a r me-

diante e l cucd se hace tangible la in terconexión de

arché

  y

  telos.

  Ricceur cal i f icó de "dialéct ico" el en-

t r e l a za m ien to d e a rqu eo lo g í a y t e leo log ía . C ie r ta -

men te no se t r a t a de un mov imien to d i a l éc t i co en

e l s e n t i d o c o m ú n d e l t é r m i n o ; e l i n t e r c a m b i o n o

se r eve l a en func ión de una e s t ruc tu ra t e s i s - an t í -

t e s i s - s í n t e s i s . E n c a m b i o , e l m é t o d o m i s m o p r o -

pues to p rocede a l a l imen ta r en t r e s í l a s d i r ecc io -

nes opos i c iona l e s i nhe ren t e s en e l s ímbo lo , pues

só lo t a l r ec ip roc idad pos ib i l i t a de scubr i r l a e sen -

c ia t e l eo lóg ica ocu l t a en e l

  arché

  y e l p a s a d o e n -

t e r r a d o e n l a t r a n s p a r e n c i a e m e r g e n t e d e l  telos.

E s t a c l a s e d e i n t e r c a m b i o n o e s d e n a t u r a l e z a

d ia léc t i ca , y s i Ricoeur em ple a es te t é r m in o , pa re -

c e r í a s e ñ a l a r q u e e l e n t r e l a z a m i e n t o e n t r e a r -

queo log í a y t e l eo log í a no puede concep tua l i za r se

y a d e m a n e r a a d e c u a d a e n t é r m i n o s d e l c í r c u l o

h e r m e n é u t i c o .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 167/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

Si aún ex i s t en ras t ros de c i rcu la r idad d i sce rn i -

b l e s en l o s med ios que p ropone Ricceu r pa ra i n -

t e rpre ta r a l su je to h um an o, e l cono c ido m ovim ien-

to de a t rás hac ia ade lan te opera a h or a en esp i ra les

t ransacc iona les . Es to se debe a que lo que se va a

ver te r en u n o t ro n u n c a es tá p o r com ple to a l a v is-

t a , s ino t ras l a máscara de los s ímbolos , y l a s d i -

r ecc iones opos i c iona l e s i nhe ren t e s en e l s ímbo lo

n o e s t á n n e g a d a s d i a l é c t i c a m e n t e , s i n o p l e g a d a s

en t re s í, l o qu e de es te m o d o po n e en e l ce n t r o de

l a a t e n c i ó n l o q u e s e d e s p r e n d i ó d e l s u j e t o y s e

desplazó en su t rayecto hac ia la conciencia de l yo .

La i n t e rp re t ac ión de s ímbo los p rocede en e sp i r a -

l e s t r a n s a c c i o n a l e s , p u e s l a e s p i r a l c o m o m o d o

o p e r a c i o n a l s e h a c e n e c e s a r i a c u a n d o l o s p u n t o s

d e p a r t i d a d e l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o y a n o e s t á n

dados , en e l sen t i do en que l o e s t án en un t ex to

esc r i t o o hab l ado , o en l o s hechos h i s tó r i cos . La

t r a n s m u t a c i ó n d e l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o e n e s p i -

r a l e s t r ansacc iona l e s se debe a que ha de en f r en -

ta r se no só lo l a d i fe renc ia en t re  arché  y telos,  s ino

t ambién su ocu l t amien to mi smo . Más aún , l a ope -

r ac ión en e sp i r a l e s t á d i señada pa ra r ecupe ra r l o

que se pe rd ió ; a l hace r que l o r ep r imido r eg re se ,

d e s p e j a b l o q u e o s , l o q u e a s í d e j a a l d e s c u b i e r t o

aque l lo po r l o que e l su j e to l uchó cuando se pe r -

d ió an t e la o t re da d d e l a v ida . Lo que h a de en t re -

verse de l

  arché

  ocu l to ha de a l imen ta r se hac i a un

telos  c o n j e t u r a d o , d e s d e e l c u a l s e r e c i b i r á u n a

re t roa l imen tac ión . Po r t an to , l a cu ra med ian t e e l

d i scu r so l l eva t i empo , pues l a s e sp i r a l e s t r ansac -

c iona les t i enen que t raduc i r lo que d ice e l pac ien-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 168/395

EL CÍRCULO H ERM ENÉU TICO127

t e a l r ecue rdo de l pac i en t e . Debe vence r se l a r e -

s i s t en c i a de l a m e m o r ia a re v e la r su s fijaciones

con e l f in de ac t iva r l a au tor reñex ión de l pac ien-

te,"̂ ® c o m o u n a fo rm a de re a n u d a r e l t ray ec to ha -

c i a e l yo de l pac i en t e . A lgo pa rec ido sucede con

la f i losofía de la ref lexión, que interpreta a l sujeto

h u m a n o c o m o l a h i s t o r i a d e l a a d q u i s i c i ó n d e

c o n c i e n c i a d e s í m i s m o : " P a r a e l h o m b r e , a d q u i -

r i r conc ienc ia es a le ja r se de sus a rca í smos con l a

ser ie de f iguras que lo ins t i tuyen y lo const i tuyen

c o m o h o m b r e " ( p . 5 4 4 ) . L o s a r c a í s m o s t i e n e n

u n a n a t u r a l e z a d u a l : p u e d e n e x t r a p o l a r s e a p a r t i r

de aq uel lo c on lo q u e e l su je t o se ident i f ica , y t am -

b i é n d e l a s e n a j e n a c i o n e s m a n i f i e s t a s q u e h a p a -

dec ido e l su j e to . La i den t i f i c ac ión r eve l a e l

  telos

ocu l to , y l o s s ímbo los d i s to r s ionados , l o s de sp l a -

z a m i e n t o s e n e l

  arché

  o c u l t o . A m b o s c a s o s r e v e -

lan l a o t redad prop ia de l su je to , cuya conc ienc ia ,

a l i nduc i r a l a au to r r e f l ex ión , r e t roa l imen ta a su

prop ia o t redad hac ia l a conc ienc ia de l su je to . Me-

d i a n t e e s t a r e c i p r o c i d a d s e d e s a r r o l l a u n a h i s t o -

r i a , d u r a n t e c u y o c u r s o e l s u j e t o r e c o b r a l o q u e

p e r d i ó e n s u t r a y e c t o h a c i a l a r e a l i z a c i ó n d e s u

p rop io yo .

A m o d o d e r e s u m e n p o d r í a m o s d e c i r q u e l a a r -

qu eolo g ía y l a t e leo log ía , co m o reg i s t ros a los qu e

s e t r a d u c e al s u j e t o h u m a n o , p e r m i t e n t a n t o e xc a-

J ü r g e n H a b e r m a s ,

  Erkenn tnis und Interesse,

  Francfort

del Meno, Suhrkamp, 1968, pp. 280, 286, 296, 302, 306, 314,

316 y 325 , des taca la importanc ia de la autorref lex ión en e l

ps icoanál is is y del inea e l proceso mediante e l cual se adquie-

re . [Edición en español:

  Cono cimiento e interés,

  Madrid, Tau-

rus, 1982.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 169/395

EL CÍRCULO HE RM ENÉ UTIC O 12 7

va r e n l o que l a s m a n i f e s t a c i one s d i s t o r s i ona da s

in ten tan ocul ta r como enfocar con c la r idad lo que

l as i dea l izac iones p re t en de n expresa r. La m ecán i -

ca de e s t e r eg i s t ro s e da en e sp i r a l e s t r ansacc io -

na l e s , cuyas ope rac iones i n t royec t an en t r e s í l o s

componen te s i n t ang ib l e s de l su j e to —es dec i r , l o

inco nsc ien te y lo con sc ien te— , lo qu e de es te m o-

do s aca a l a l uz l a i n t e rconex ión ocu l t a en t r e  ar-

che

  y

  telos.

  C o m o n o h a y u n a r e f e r e n c i a e x t e r n a

para es te procedimiento , l a esp i ra l só lo se a jus ta

median te un e sc ru t in io con t inuo de lo que l a s e s -

p i ra les t ransacc iona les hacen tangib le . As í , l a in -

t e r p r e t a c i ón a dqu i e r e un c a r á c t e r a u t oc o r r e c t i vo

deb ido al p a t r ó n de ensayo y e r r o r que e s t ru c tu ra

a l a s e s p i r a l e s t r a n s a c c i o n a l e s . E s t e m e c a n i s m o

in t egrado de au tocor recc ión e s de l o más necesa -

r i o pa r a l a i n t e r p r e t a c i ón c ua ndo no ha y r e f e r e n -

c ias def in i t ivas para sus procedimientos . No exi s -

t e una r e fe renc i a f i na l pa ra l a cu ra med ian te e l

d i s cur so , i gua l que no ex i s t e n inguna pa ra adqu i -

r i r co nc ien cia , pu es , a f i rm a Ricoeur, no cre o qu e

s e a p o s i b l e u n c o n o c i m i e n t o a b s o l u t o . S i n e m -

ba rgo , l a s e sp i r a l e s t r ansacc iona l e s au tocor rec t i -

v as p e r m i t e n c o m p r e n d e r al s u j e to h u m a n o c o m o

un p roceso en po tenc i a i n f in i to ad se ipsum.

P. Ricceur,  The Conflict of Interpretations,  p. 332 .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 170/395

I I I . L A E S P I R A L R E C U R S I V A

L A R E C U R S I V I D A D E N E L D I S C U R S O E T N O G R Á F I C O

La m etodología de la t radic ión he rm ené ut ica m ues-

t ra l a mane ra en que cambian los p roced imien tos

in te rpre ta t ivos se gún lo ha ce e l t e m a qu e se in te r -

p re t a . E l t ema se a jus t a a l g rado de l r eg i s t ro in -

te rpre ta t ivo a l que se t raduce , y a l mismo t iempo

re qu i e r e un c a m b i o e n l a m e c á n i c a que s e va a

emplear , como se ve en la modi f icac ión cont inua

median te l a cua l se conc ibe de nuevo e l c í rcu lo

h e r m e n é u t i c o . A d e m á s , e s t a r e c o n c e p c i ó n e s t á

c ond i c i ona da po r l a m a ne ra e n que e l t e m a s e

ofrece a l ac to in te rpre ta t ivo . Es de l todo d i s t in to

s i e l tema es tá presente , s i ha de const i tu i rse o s i

de be s a c a r s e de s u oc u l t a m i e n t o . En c a da c a s o ,

la brecha en t re lo que se va a in te rpre ta r y e l re -

g i s t ro a l qu e se t ra du ce es de u n a d im en s ión d i fe -

ren te , lo que repercute en los métodos d i señados

para l l enar la . El c í rcu lo opera como una re t rans-

m i s i ó n c u a n d o e l t e m a e s t á d a d o ( S c h l e i e r m a -

c he r ) ; c a m b i a a c í r c u l o s c onc é n t r i c o s c ua ndo e l

tema ha de const i tu i rse (Droysen) , y se convier te

en esp i ra les t ransac c iona les c ua nd o el t em a ha de

sacarse a la luz (Ricoeur) . Cuanto más amplia sea

l a b recha , más t ende rá a compl i ca r se e l c í rcu lo .

Más aún , e l t ema y e l reg is t ro es tán agrupados

168

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 171/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 169

e n v i r t u d d e u n m o v i m i e n t o c i r c u l a r . S i b i e n l a

cua l i dad d i s t i n t a de l t ema r equ i e re un cambio de

t é c n i c a , n o d e t e r m i n a p o r c o m p l e t o e l p r o c e d i -

mien to in te rpre ta t ivo , y e l r eg i s t ro , a pesa r de l a

e l aborac ión pa rc i a l que hace de l t ema , no se so -

b re im po ne a lo que se va a i n t e rp r e t a r A m bos p a r -

t i c ipan de una r e l ac ión c i r cu l a r med ian t e l a cua l

uno cond ic iona a l o t ro en un mov imien to r epe t i -

t i v o q u e p r o d u c e u n a a c l a r a c i ó n d e l t e m a y u n

a j u s t e d e l a s e s t r a t e g i a s i n t e r p r e t a t i v a s . A s í , p a -

rece ex i s t i r un sen t imien to ocu l to repe t i t ivo en e l

p roce so m i sm o de la i n t e rp re t ac ió n , y de e st e m o-

do e s l a r ecu r s iv idad e l pun to foca l de l pa rad ig -

ma que voy a i n specc iona r . Lo l l amaré , en v i s t a

de su m od o ope rac iona l bá s i co ,

  espiral cibernética.

Si e s ve rd ad q ue la i n t e rp r e t ac ión — sobre t od o

u n a f o r m a d e t r a d u c i b i l i d a d — d e p e n d e d e l o q u e

se t raduce , va a se r d i s t in ta cuando t i ene que ve r

con : a)  l a mane ra en que l a en t rop í a se t r aduce a l

con t ro l ,

  b)

  l a m an e r a en qu e lo fo r tu i t o se t r ad uc e

a lo cen tral ,

 c)

  la m an er a en qu e la rec ipro c idad en

g r a n m e d i d a i n t a n g i b l e d e l a h o m i n i z a c i ó n y e l

a scenso de l a cu l t u ra se t r aduce a l l engua j e con-

c e p t u a l y  d)  l a m a n e r a e n q u e l a s c u l t u r a s o l o s

g rados cu l t u ra l e s se t r aducen a t é rminos que pe r -

m i tan u n in te rcam bio en t re lo a jen o y lo conoc ido .

A n t e s d e a n a l i z a r l a s o p e r a c i o n e s d i v e r s i f i c a -

das de l a e sp i r a l r ecu r s iva , pa rece pe r t i nen t e r e -

cordar l a s ca rac te r í s t i cas bás icas de l a c ibémet ica

q u e s o n a p l i c a b l e s a e s t a e m p r e s a . N o r b e r t W i e -

n er acu ñ ó e l té rm in o "c ibernét ica" en 1947 y lo de-

rivó del griego "xvpeqvfjxrií; o

 steersman

  [ h o m b r e

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 172/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 170

q u e d i r i g e ] " ; e n o t r a s p a l a b r a s , e l h o m b r e q u e

c o n t r o l a . 1  W i e n e r c o m b i n ó e s t a d e s i g n a c i ó n c o n

lo que Cla rk Maxwel l l l amó e l "gobernador" , ins -

t r u m e n t o d e r e tr o a c c i ó n d e u n a m á q u i n a o m o t o r

q u e s e e m p l e a p a r a p r o p o r c i o n a r c o n t r o l a u t o -

m át ic o de l a rap idez , p re s ión o t em pe ra tu ra . "Con-

t ro la r la en t ro p ía m ed ian te la re t roacc ión " es co m o

Wiene r fo rmula su p r inc ip io bás i co .^ Con exac t i -

t u d , ¿ q u é e s l a r e t r o a c c i ó n y c ó m o e s t a b l e c e u n

c o n t r o l ? U n a r e s p u e s t a t e m p r a n a d e W i e n e r e s l a

s igu ien te :

Baste decir aquí que cuand o desea m os que un movi-

miento siga un patrón dado, la diferencia entre este

patrón y el movimiento que en realidad se efectúa se

emplea como una nueva entrada para que la parte

regulada se mueva de una manera tal que acerque el

m ovim iento al que estab lece el patrón.^

Más t a rde , Wiene r t r aba jó sob re e s t a de f in i c ión

bás ica a l dec la ra r :

La retroacción  [es] la propiedad de ser capaz de ajus-

tar la conducta futura al desempeño pasado. La re-

troacción pu ede ser tan simple co m o la de un reflejo

^

  Norbert Wiener,

  Cybernetics, or Con trol and Com mu nica-

tion in the Animal and the Machine,

  Cambridge, Massachusetts ,

MIT Pr ess , 1961 , p. 11. [E d ic ió n en es pa ño l:

  Cibern ética, o el

control y com unicación en animales y má quinas,

  B arce l on a ,

Tusquets , 1985.]

2 Norb ert W iener ,

  The Hum an Use of Hum an Beings,

  Gar-

den City, Nueva York, Doubleday, 1954, p. 26.

^  N. Wiener,  Cybernetics,  pp . 6 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 173/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 171

común, o tal vez ser una retroacción de un orden

más elevado, en el que la experiencia pasada se em-

plee no sólo para regular movimientos específ icos,

sino también políticas completas de comportamien-

to. El sistema nervioso y la máquina automática se

parecen en lo fundamental en que son instrumentos

que tom an dec isiones con base en las decisiones que

tomaron en el pasado.'^

El m od o de acuer do c on el cual opera la retroac-

c ión es de recurs ividad , q ue es el pr in cip io bás ico

de tod a clase de servom ecan ism os q ue W iener con-

s ideraba la f i rma predominante de nuest ra época:

La épo ca pr ese nte es en verdad la era d e los servo-

m eca nism os , co m o el s iglo xix fu e la de la m áq ui-

na de vapor o el siglo xviii fue la de la relojería .^

La espi ra l recurs iva se desarro l la como un in-

t e rcambio en t re en t rada y sa l ida , en e l curso de

las cuales se corr ige u n a pred icción, ant ic ip ació n

o incluso proyec ción en la m ed ida en que fa l ló en

e nc a j a r c on l o que s e p re t e nd í a . E n c onse c ue n -

c ia , ex is te —al menos en potenc ia— una correc-

c ión dual : la acción regresa co m o u n a re t roac ción

en espi ra l a l te rada que a su vez acc iona una en-

t rada modi f icada . Es to se apl ica a toda la var ie -

dad de l aprendiza je , desde las máquinas has ta e l

com po r tam ien to h um an o , que se regu la de acue r-

do con la fórmula básica de Wiener de que la es-

p i ra l r ecu rs iva a ju s ta l a co n du c ta fu tu ra a l de -

N. Wiener,  The Human Use,  p. 33.

^  N. Wiener,  Cybernetics,  p. 43.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 174/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 172

s e m p e ñ o p a s a d o " . L a c o n d u c t a e f e c t i v a d e b e r e -

c i b i r i n f o r m a c i ó n d e a l g u n a c l a s e d e p r o c e s o d e

r e t r o a c c i ó n , p a r a s a b e r s i h a c u m p l i d o c o n l o s r e -

q u e r i m i e n t o s o n o . W i e n e r d e t a l l a l a r a z ó n d e t a l

e s p i r a l r e c u r s i v a c o m o s i g u e :

Ciertas clases de máquinas y algunos organismos vi-

vientes —en particular los más complejos— modifi-

can, como vimos, sus patrones de comportamiento

con base en la experiencia pasada para conseguir fi-

nes antientrópicos específicos. En estas formas más

complejas de organismos comunicativos, el ambien-

te, considerando la experiencia pasada del indivi-

duo, m odifica el patrón de com portam iento para con-

vertirlo en uno que en un sentido u otro se ajustará

de manera más eficaz al ambiente futuro. En otras

palabras, el organ ismo no es co m o la mónad a de re-

lojería de Leibniz que tiene su armonía prestableci-

da con el universo, sino que en realidad busca un

nuevo equilibrio c on el universo y sus contingen cias

futuras. Su presente difiere de su pasado, y su futuro

difiere de su presente. En el organismo viviente, co-

m o en el universo m ismo, la repetición exacta es por

completo imposible.^

E s t a d e s c r i p c i ó n d e u n a e s p i r a l r e c u r s i v a h a b l a

d e l d i s c u r s o e t n o g r á f i c o c u a n d o s e t r a t a d e i n t e r -

p r e t a r l a r e c i p r o c i d a d e n t r e la e v o l u c i ó n d e l

  Homo

sapiens

  y e l a s c e n s o d e l a c u l t u r a . S i b i e n W i e n e r

n o s e d e d i c a a l o s p r o b l e m a s d e l a e t n o g r a f í a , n o

^

  N. Wiener,

  The Human Use,

  p. 48.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 175/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 173

obs tan te e s t á convenc ido de que e l p r inc ip io de

la e sp i ra l r ecurs iva t i ene una ap l i cab i l idad cas i

i l imitada, por lo que, para él , "verif icar una posi-

c ión p red icha en con t ra s t e con una obse rvada"^

incluso refuerza la e laboración de dicha pol í t ica ,

pues

todo compromiso continuo debe regularse respecto

de su desempeño mediante sus resultados. Estos re-

sultados constituyen, desde el punto de vista de la

información, algo que es estrictamente análogo a lo

que se denominó "retroacción" en una máquina de

control. La teoría del comportamiento económico y

político que ahora está de moda en Estados Unidos,

y que ha recibido una sanc ión cuasioficial, cons iste

en lo fundamental en una opinión muy definida res-

pecto de la naturaleza de una retroacción que se

considera suficiente para todos los fenómenos socia-

les y que se nos impone [p. 118].

Controlar la entropía y l legar a dominar las con-

t inge nc ias no se co m pa ra co n lo qu e tuvo qu e en-

fre nt ar la herm en éu t ica de cor te textual , n i s iquie-

ra en e l caso de que e l texto se tomase como una

metá fo ra , como en e l ps i coaná l i s i s . En t re l a en -

t rop ía como medida de desorden y e l i n t en to de

cont ro la r la hay una brecha en expans ión , que d i -

f í c i lmen te puede ve rse como un pa ra l e l i smo con

7 Norbert W iener,

  Invention: The Care and Feeding of Ideas,

Ca m bridge, M assa ch use tts , MIT Press , 1994, p. 117. [E dic ión

en español:

 Inven tar: sobre la gestación y el cultivo de las ideas,

Barcelona, Tusquets , 1995.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 176/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 174

los diversos huecos que se l lenan con las di feren-

tes vers iones de l c í rculo hermenéut ico . Más aún,

la ent ropía y la cont ingenc ia esquivan a l conoc i -

mie n to , po r l o que ha c e r l e s f r e n t e r e qu i e re una

esp i ra l con t inua desde lo conoc ido hac ia lo des -

conocido con el f in de  a)  volver a lo que es cono-

c ido ,  b)  consegui r un cont ro l a l d iv id i r l a ent ro-

pía en orden y cont ingencia® y  c)  exp lora r l a s

c ond i c ione s pa ra e s t a b l e c e r un e qu i l i b r i o e n t r e

los am bie nte s pas ad o y fu tu ro . La espi ra l recurs i -

va o rgan iza e s t a t rans fe renc ia a l p rocesa r l a in -

fo rmac ión que rec ibe , a l r econoce r lo que l a en-

t r a da no pudo l og ra r y a l o r i e n t a r l a c o r r e c c ión

con que se va a acc ionar la ent rada subsecuente .

Se in tens i f i ca con e l hecho de que cada en t rada

es una intervención en la entropía , cont ingencia o

s i s temas ya ordenados , como demost ra ré más ta r -

de . Es tas m erm as se recu pera n com o u n a com ple-

j idad au m en tada de inform ación, lo que increm en-

ta la rapidez de la autocorrecc ión y que a su vez

lleva a u n a jus te co nt in uo de las en t rad as f u tu ras .

La c ibe rné t i ca d i s t ingue en t re e sp i ra l e s de re -

t roacc ión pos i t ivas y nega t ivas . Con una e sp i ra l

de re t roacción negat iva , la discrepancia en la in-

formación ent re ent rada y sa l ida es mínima, y de

es te modo s i rve pa ra e s t ab i l i za r e l s i s t ema que

inic ió la recurs ividad. Una espira l de re t roacción

pos i t iva t i ene repe rcus iones de l a rgo a l cance en

e l s i s tema en cues t ión . Puede cambiar los obje t i -

vos o r ig ina le s y t ende rá a desequ i l ib ra r e l s i s t e -

®  Véas e Norb er t B o l z ,  Die W elt ais Cha os und ais Simula-

tion,  Munich, Fink, 1992, pp. 11 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 177/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 175

m a a l bom ba r de a r l o c on f a c t o r e s i nc on t r o l a b l e s ,

l o q u e h a r á i m p o s i b l e p r o c e s a r d e m a n e r a a d e -

c u a d a l a i n f o r m a c i ó n r e c i b i d a p a r a a j u s t a r l a s

en t r a da s fu tu ra s . E s t a s dos c l a se s de r ecur s iv ida d

son e j emplos ex t r emos de l a mane ra en que ope -

ran l a s e sp i r a l e s de r e t roacc ión . La d i r ecc ión en

que v i r a l a r ecur s iv idad depende rá en g ran med i -

da de lo que se pre tenda logra r Por e jemplo , s i l a

e sp ir a l r ecur s iva va a r ep re se n ta r en u n m ap a u n a

c u l t u r a a j e n a p a r a h a c e r a s e q u i b l e s s u s e l e m e n -

t o s a j e n o s , u n a g r a n c a n t i d a d d e l a i n f o r m a c i ó n

que gene ra l a r ecur s iv idad queda rá fue ra de l ma-

pa . S i n e m ba r go , s i l o que s e p r e t e nde e s c om -

pr en de r l a o t r eda d , la ope rac ión s e im pu l sa rá con

una esp i ra l de re t roacc ión pos i t iva .

D e m om e n t o , l a e s t r uc t u r a ope r a t i va de l a r e -

cur s iv idad que acabamos de desc r ib i r bas t a como

re fe re nc i a de los pa ra d i gm as q ue ah o ra voy a i ns-

peccionar . La espiral recurs iva r ige el pr imer ejem-

plo , a saber : e l t ipo de in te rpre tac ión que ap l ican

los e tnógra fos cuando t r a t an de exp l i ca r l a i n t e r -

conexión en t re l a evoluc ión de l

  Homo sapiens

  y el

ascenso de l a cu l tura . Para es ta empresa , e l c í rcu-

lo he rmenéu t i co , con todas sus e l aboradas va r i a -

c iones, ya n o opera . N o hay un tex to p or co m pre n-

d e r , n i n g u n a c o m p r e n s i ó n p o r a p l i c a r y n i n g ú n

t e x t o o c u l t o p o r d e s c i f r a r . E n c a m b i o , t e n e m o s

como pun to de pa r t i da a lgo que e s t á más a l l á de

lo qu e l a he rm en éu t ica es cap az de enf ren ta r , au n-

que l a he r m e né u t i c a a f i r m e o t r a c o s a . E s e pun t o

d e p a r t i d a e s e l e n f r e n t a m i e n t o h u m a n o c o n l a

e n t r o p í a . E s t o r e q u i e r e d o s c o s a s :  a)  e s t a b l e c e r

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 178/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 176

u n c o n t r o l s o b r e l a e n t r o p í a y

  b)

  e s t a b l e c e r u n

e q u i l i b r i o e n t r e l o s s e r e s h u m a n o s y l a s c o n t i n -

genc i a s de su en to rno .

E s t o s a s u n t o s s o n d e p r i m e r a i m p o r t a n c i a p a -

ra Cl i f fo rd Geer tz , según se ve en su se r i e de en-

s a y o s  Interpretation of

 Cultures.'^

  E l t í tu lo de uno

d e l o s e n s a y o s m á s d e s t a c a d o s , " T h e I m p a c t o f

t h e C o n c e p t o f C u l t u r e o n t h e C o n c e p t o f M a n "

[El e fec to de l concep to de cu l tu ra en e l concep to

de l hombre ] , s eña l a ya una r e l ac ión r ecu r s iva . Lo

que l l amamos "cu l t u ra " y "hombre" son dos s i s t e -

m a s m u t u a m e n t e i n t e r d e p e n d i e n t e s q u e p a r e c e n

a l im en ta r se en t r e sí, lo qu e no s pe rm i t e co m pre n-

der l a in te rconexión en t re l a evo luc ión de l

  Homo

sapiens  y la cu l t u ra h u m a n a com o u n háb i t a t cons-

t ru ido en forma a r t i f i c i a l .

Con e l f i n de cen t r a rnos en e s t a i n t e r conex ión

d e b e n d e s p e j a r s e a l g u n o s p r e j u i c i o s . G e e r t z e s -

cr ibe:

E l a s c e n s o d e u n c o n c e p t o c i e n t í f i c o d e c u l t u r a e q u i -

v a l i ó a l d e r r o c a m i e n t o — o a l m e n o s s e r e l a c i o n ó

c o n é l — d e l a v i s i ó n d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a q u e

p r e d o m i n a b a e n l a I l u s t r a c i ó n — ^ v i s i ó n q u e , s e a f i r -

m e l o q u e s e a f i r m e e n f a v o r o e n c o n t r a , e r a t a n t o

c l a r a c o m o s e n c i l l a — y s u r e m p l a z o p o r u n a v i s i ó n

n o s ó l o m á s c o m p l i c a d a , s i n o e n o r m e m e n t e m e n o s

®  Cl i f ford Geertz ,  The Interpretation of Cuh ures: Selected

Essays,

  N ue va York, Ba sic, 1973. Las fue nte s de tod as las de-

más citas de este volumen se dan dentro del texto, entre parén-

t e s i s . [ E d i c i ón en e s p añ o l :

  La interpretación de las culturas,

Barcelona, Gedisa , 1996. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 179/395

LA ESPIRAL REC UR SIVA 177

clara. El intento por aclararla, por reconstruir una

idea de lo que es el hombre, ha estado desde enton-

ces detrás del pensamiento científico sobre la cultu-

ra [p. 34].

S i e l i n t e r é s e n l a c u l t u r a s u r g e d i r e c t a m e n t e

d e l a b a n d o n o d e l o q u e l a I l u s t r a c i ó n c o n s i d e r a -

b a q u e e r a l a n a t u r a l e z a h u m a n a , l a e x p l i c a c i ó n

de l a cu l t u ra se conv ie r t e en un p rob l ema . Qu izá

é s t a s e a u n a d e l a s r a z o n e s d e q u e l a t e m a t i z a -

c ión de l a cu l t u ra sea de r ec i en t e cuño y de que

s e a s o c i e d e m a n e r a e s t r e c h a a u n a c o n c e p c i ó n

d i s t i n t a de l a mane ra en que evo luc ionó e l

  Homo

sapiens.

E n la i n t e rp re t ac ión d e G ee r tz subyace u n cam -

bio de ob je t ivo dec i s ivo . Cuanto menos nos inc l i -

ne m os a de f in i r la na tu ra l eza h u m a n a en t é rm ino s

d e c i e r t a s c u a l i d a d e s b á s i c a s — m u c h o m e n o s e n

t é r m i n o s d e u n a s u p u e s t a c o n s t a n c i a , i n d e p e n -

d i e n t e d e l t i e m p o , l u g a r y c i r c u n s t a n c i a — , m á s

var iadas se rán l as modi f i cac iones a l a s que se su-

j e t e l a e q u i v o c a d a m e n t e s u p u e s t a c o n s t a n c i a d e

la na tura leza humana. Esta revis ión l leva a Geer tz

a conc lu i r : l a an t ropo log í a mode rna

tiene la firme convicción de que de hecho no existen

los hombres que no se vieron afectados por las cos-

tumbres de lugares particulares, nunca existieron y,

lo más importante, no pueden existir en la naturale-

za misma del asunto [...] Esta circunstancia dificul-

ta de manera extraordinaria trazar una línea entre

lo que es natural, universal y constante en el hom bre

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 180/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 178

y lo que es convencional, local y variable. De hecho,

sugiere que el trazado de dicha línea es una falsifica-

ción de la situación humana, o al menos la tergiver-

sa de manera grave [pp. 35 y ss.].

Cuanto menor sea e l c réd i to que demos a los

concep tos d iec iochescos de humanidad , según se

m an ife s ta ro n en la filosofía y la l i te ra tu ra , m ay or

será la a tención hacia la cul tura . Los seres huma-

nos e s t á n t a n e n re da dos e n su e n to rno , t a n fo r -

ma dos y c ond i c iona dos po r l o que p ro longa n de

s í mi smos , y t a n de sa f i a dos po r e l m i smo há b i -

t a t que cons t ruye ron pa ra sobrev iv i r y mantene r -

se, que de manera inevitable el interés en la cul tu-

ra surge en proporc ión a l dec l ive de una opin ión

u n i f o r m e d e l a n a t u r a l e z a h u m a n a . E s t o m a r c a

e l punto de par t ida de una espi ra l de re t roacc ión

en tre los seres h u m a n o s y su cul tu ra , en tan to los

h om br es son, l isa y l l anam ente , lo qu e su cu l tura

h ac e de e llos (p . 36) , u n a cu l tu ra qu e e l los pro -

du j e ron pa ra s í m i smos y a pa r t i r de s í m i smos .

Sin embargo, n i s iquie ra una concepc ión d iná-

mica es tá l ibre de escol los ante los cua les deba

e s t a r a l e r t a una i n t e rp re t a c ión e tnográ f i c a de l

i n t e rc a mbio e n t r e l o s s e re s huma nos y su há b i -

t a t . En t an to p reva lezca l a noc ión de l se r huma-

n o co m o u n anim al es t ra t i f icado (p. 38) e l inter-

cam bio se es tanca en c iertos grados; con form e se

ana l iza a l hombre , se re t i ra capa t ras capa , cada

una de las cua les es tá comple ta y es i r reduc t ib le

en s í misma, y revela ot ra capa debajo de las an-

ter io res , de c lase m u y dif ere nte (p . 37) . Si ca d a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 181/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 179

capa marca una h ipos ta t i zac ión de l se r humano ,

cuyo equipo se presume que se or ien ta hac ia gra -

dos e s t ra t i f i cados de cu l tu ra , su rge en tonces l a

pregunta : ¿por qué exis te la cul tura? O ¿de dónde

viene? Geer tz expone la supues ta es t ra t i f i cac ión

de l a c om pos i c i ón hum a na c om o una i de a f a l s a

grave , a l a rgumentar que se basa en la idea igual -

m en te insosten ible de lo cu l tura l un iversa l (p. 41),

Ahora , deb ido a que l a humanidad —en luga r de

es ta r encadenada a una supues ta cons tanc ia de la

na tura leza humana— "es tan d iversa en su esen-

c ia como lo es en su expres ión" (p . 37) , n inguna

gene ra l i zac ión se ap l i ca t an to a l a na tu ra l eza

humana como a l a me todo log ía med ian te l a cua l

se va a en ten de r la in ter ac ció n de los seres hu m a-

nos con su en torno . De aquí que lo l l amado cu l -

tu ra l un ive rsa l no sea una sus t anc ia que confor -

me las bases de la na tura leza humana o que es té

de t rás de la cons t i tuc ión de la cu l tura ; es va r ia -

ble , y, p o r ende , u n a re sp ue sta no un iversa l de los

s e r e s h u m a n o s a s u e n t o r n o , i®  Lo que se ha l la -

m a d o "cu l tural univ ersa l" (p. 40), a lo qu e el "ani-

mal es t ra t i f i cado" parece es ta r a tado en una re la -

c ión pres tablec ida , no es s ino un producto de los

se res humanos que a su vez p lan tea un desaf ío a

sus produc tores .

Si no hay nada cul tura l universa l para expl icar

l a c o m p o s i c i ó n h u m a n a , l a c u l t u r a d e b e e n t e n -

derse , de acu erd o con Geer tz , com o "m ecan ismo s

extragenét icos , a jena a l control corpora l" (p . 44) .

C. Geertz, p. 99, considera que las "capacidades de res-

puesta" humanas es tán "programadas genét icamente".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 182/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 180

E s t a e x t e r i o r i z a c i ó n c o n c u e r d a c o n l o q u e A n d r é

L e r o i - G o u r h a n , e n s u o b r a m a g i s t r a l

  Gesture and

Speech,

  c o n s i d e r ó e l s e l l o d i s t i n t i v o d e l a h o m i n i -

z a c i ó n : "E l c o n j u n t o d e n u e s t r a e v o l u c i ó n s e o r i e n -

t ó h a c i a l a c o l o c a c i ó n f u e r a d e n o s o t r o s m i s m o s

d e l o q u e e n e l r e s t o d e l o s a n i m a l e s s e c o n s i g u e

dentro  po r med io de l a adap tac ión de l a e spec ie" .^^

E s n e c e s a r i o c o n v e r t i r l o d e " d e n t r o " e n e x t e r i o r ,

e s c r i b e L e r o i - G o u r h a n , p o r q u e a l o l a r g o d e

nuestra evolución, desde los reptiles, el ser humano

aparece como el heredero de criaturas que escapa-

ron a la especialización anatómica. Ni la dentadura,

ni las manos humanas, ni los pies, ni, con todos sus

logros, el cerebro, han alcanzado la perfección de la

dentadura del mamut, de la pezuña y las patas del

caballo, o del cerebro de ciertas aves, con el resulta-

do de que los seres humanos han conservado la ca-

pacidad de ejercer toda acción posible, de comer

prácticamente cualquier cosa, de correr y de escalar,

y de usar esa increíblemente arcaica parte de su es-

queleto, es decir, sus manos, para ejecutar operacio-

nes bajo la dirección de un cerebro superespeciali-

zad o en el área de generalizar [p. 118].

E l e s c a p e d e l a e s p e c i a l i z a c i ó n o r g á n i c a i m p l i -

c a d o s c o s a s :

  a)

  n o h a y u n h á b i t a t a l q u e s e d i r i -

' 1

  André Leroi-Gourhan,

  Gesture and Speech,

  trad. Anna Bos-

tock Berger, Cambridge, Massachusetts,  MIT  Press, 1993, p. 235.

Las fuentes de todas las demás c i tas de es te vo lumen se dan

dentro del texto, entre paréntesis . [Ed ición en espa ñol:

  El gesto

y la palabra,

  Caracas, Un iversidad Central de V ene zue la, s. f . ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 183/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 181

j an los se re s humanos  y b)  la fa l ta de especial iza-

c ión o rgán ica hace de l se r humano , como se in -

f iere de Geertz , "un animal incomple to , inacaba-

do" (p. 46), de st inad o a con stru ir su pro pio há bita t

pa ra sobrev iv i r . Es t a in t e r re l ac ión se e s t ruc tu ra

mediante la espi ra l recurs iva . Norber t Wiener , a l

iden t i f icar es ta in terco nex ión, escr ibe :

El hombre, como todos los demás organismos, vive

en un universo con tingente, pero la ventaja del hom -

bre resp ecto del resto de la natura leza es qu e él tiene

el equipo fisiológico y, por ende, intelectual para

adaptarse a cambios radicales en su ambiente [ . . . ]

Indicamos ya que el comportamiento efectivo debe

recibir información de alguna clase de proceso de

retroacción, que le indique si logró su objetivo o si se

quedó corto. Las retroacciones más sencillas tienen

que ver con los grandes éxitos o las fallas de desem-

peño [.. .] Sin embargo, hay muchas otras formas de

retroacción de carácter m ás

 sutil. ^^

Sean cua les sean las fo rm as qu e adq uie ra la re-

t roacc ión en cada caso ind iv idua l , opera un pr in-

c ipio básico en todas e l las , a saber , escr ibe Wie-

ner , e l de que " la re t roacc ión es un método para

co nt ro la r u n s i s tem a a l re inse r ta r le los resu l tado s

de su desempeño pasado" (p . 61) .

S i l a cu l tura con s i s te en u n co nj un to de "meca-

n i smos de con t ro l a j enos a l cue rpo" pa ra gu ia r

  y

c o n t r o l a r e l c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o , a s í c o m o

N. Wiener,

  The Human Use,

  p. 58.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 184/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 182

para controlar un entorno ent ròpico, la cul tura no

es a lgo que se añade a l "an imal inacabado" , s ino

m ás b ien u n ingredien te cent ra l de la a u top rod uc -

c i ó n h u m a n a e n l a b ú s q u e d a i n c e s a n t e d e c o m -

ple ta r a l p ropio an imal inacabado. Es ta in te r re la -

c ión es e l punto de par t ida para la in te rpre tac ión

e tnog rá f ica qu e Geer tz desc r ibe com o s igue :

En resumen, neces i tamos buscar re lac iones s is te-

máticas entre d iversos fenómenos, no ident idades

sustantivas entre identidades similares. Y para ha-

cerlo con alguna eficacia, necesitamos sustituir la

concepción "estratigráfica" de las relaciones entre los

diversos aspectos de la existencia humana con una

concepción sintética; es decir, una en la que los fac-

tores biológicos, psicológicos, sociológicos y cultu-

rales se traten como variables dentro de s istemas

unitarios de análisis [p. 44].

Y a ñ a d e que e s te p ro c e d i m i e n t o m e t odo l óg i c o

no es de m an er a a lgun a nuevo, s ino que se ap l ica

p o r igual a "var ios avance s rec ie ntes [ . . . ] en ot ra s

c ienc ias" , como " la c iberné t ica" (p . 45) . La bús-

q u e d a d e r e l a c i o n e s s i s t e m á t i c a s e n t r e f e n ó m e -

nos d ive rsos requ ie re una e sp i ra l de re t roacc ión

que pe rm i t i r á que f a c t o re s va r i a b l e s s e i n t e g re n

en un s is tema uni tar io de anál is is , puesto que los

fenómenos d iversos por descubr i r no t i enen esen-

c ia propia . És tos cambian en re lac ión con e l an i -

ma l inacabado que se e s t ab i l i za y por ú l t imo se

c re a a s í m i s m o m e d i a n t e l a c u l t u r a . P o r t a n t o ,

Geertz sost iene lo s iguiente:

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 185/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 183

Entre el patrón cultural, el cuerp o y la men te se creó

un sistema de retroacción positiva en el que cada

cosa define el progreso de la otra, un sistema en el

que la interacción entre el empleo creciente de he-

rramientas, la anatomía cambiante de la mano y la

representación e n expa nsión del pulgar en la corteza

[cerebral] es sólo uno de los ejemplos más gráficos.

Al someterse al gobierno de programas mediados

simbólicamente para producir artefactos, organizar

una vida social o expresar emociones, el hombre de-

terminó, acaso sin darse cuenta, las etapas culmi-

nantes de su propio destino biológico. De manera

muy literal, si bien inadvertida, se creó a sí mismo

[...] Sin el hombre no hay cultura, es cierto; pero de

igual modo y de manera más significativa, sin cultu-

ra no ex iste el hom bre [pp. 48 y ss.].

D e e s t e m o d o , l a e s p i r a l r e c u r s i v a t i e n e l u g a r

en var ios n ive les , y cada uno de e l los a su vez ope-

ra p or med io d e e sp ira le s d e re troacc ión . Es to su -

c e d e t a m b i é n c o n e l m i s m o c e r e b r o , c u y o s i s t e m a

n e r v i o s o o p e r a e n u n c i r c u i t o d e c i r c u n v o l u c i o -

nes, "v. gr.,  e s p i r a l e s c e r r a d a s , l a s o b r e i m p o s i c i ó n

d e e sp ira le s d e n ive le s más a l to s en la s d e n ive le s

más bajos , e tcétera' '^^ (p . 72) . Lo que sucede den-

Para corroborar es ta dec larac ión , Geertz menciona e l

apoyo de a lgunos neurof i s ió logos a l c i tar parte de sus ha-

l lazgos: "El mecanismo del s i s tema nervioso central es de ín-

dole jerárquica, en e l que las funciones de un nivel superior

no t ienen que ver de manera directa con las unidades es truc-

turales úl t imas , como las neuronas o unidades motoras , s ino

que operan mediante la act ivación de patrones más bajos que

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 186/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 184

t ro del cerebro ocurre entre éste y e l resto del cuer-

p o , l a s m a n i f e s t a c i o n e s c o r p o r a l e s y e l h a b l a , y

en la interacción total entre la "plast ic idad" (p. 49)

d e l a n i m a l i n a c a b a d o y e l h á b i t a t a r t i f i c i a l m e n t e

c r e a d o . P o r s u p u e s t o , n o h a y p r u e b a s d e q u e l a

e sp i r a l r ecu r s iva sea una e s t ruc tu ra i n t eg rada que

a b a r q u e d e s d e e l f u n c i o n a m i e n t o d e l c e r e b r o

h a s t a l o s p a t r o n e s d e l a p l a s t i c i d a d h u m a n a m e -

d i an t e l o s "mecan i smos de con t ro l a j enos a l cue r -

p o " q u e , c o m o p r o d u c t o h u m a n o , c o n t r o l a n t a n -

t o e l c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o c o m o e l e n t o r n o

e n t r ò p i c o ( p . 4 4 ) . L o q u e a p a r e c e c o m o p r o p i e -

dad i nhe ren t e de l o s f enómenos en cues t i ón e s , a

f i na l de cuen t a s , nada más que una e s t r a t eg i a de

i n t e r p r e t a c i ó n . E s t a e s t r a t e g i a p a r e c e m á s v i a b l e

s i empre que se desd ibu j a l a l í nea d iv i so r i a en t r e

el te m a y el reg ist ro de inter pr eta ció n, p o r lo q u e el

m é t o d o d e c o m p r e n s i ó n s e c o n s i d e r a e l p a t r ó n

inheren te de l t ema en s í .

¿Po r qu é la es t ra teg ia in terp re ta t iva d e la espi ra l

r e c u r s i v a e s t a n i n d i s p e n s a b l e c u a n d o p r e t e n d e -

m o s expl i ca r e l a sc en so de l

  Homo sapiens?

  Geer tz

r e s p o n d e c o m o s i g u e :

cuentan con su propia unidad es tructural re lat ivamente autó-

n om a. S u ced e l o m i s m o con l a en t rad a s en s or i a l , q u e n o s e

proyecta hacia abajo hasta la trayectoria f inal de las neuronas

motoras , s ino que opera a l a fectar , d i s tors ionar y de a lguna

m an era m od i f i car l o s p a t ron es p reex i s t en t e s , f orm ad os d e

antemano, de la coordinac ión centra l , que a su vez t ransmi-

t en s u s d i s t ors i on es h ac i a l o s p a t ron es i n f er i ores d e op era -

c ión , y as í suces ivamente [ . . . ] La es tructura de entrada no

produce la es tructura de sa l ida , s ino tan só lo modi f i ca las

act iv idades nerviosas intrínsecas que t ienen una organización

estructural propia" (pp. 70 y ss.) .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 187/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 185

Vivimos, como afirmó con pulcritud un escritor, en

una "brecha de información". Entre lo que nos indi-

ca nuestro cuerpo y lo que tenemos que saber para

operar hay un vacío que debemos llenar nosotros, y

lo llenamos con información (o desinformación) que

no s ofrece nuestra cultura. La frontera entre lo que se

controla de forma innata y lo que se controla de for-

ma cultural en el comportamiento humano es una

frontera mal d efinida y vacilante [p. 50].

Por e jemplo, e l ac to de respi rar es tá controlado

ge né t i c a m e n t e y no ne c e s i t a una gu í a c u l t u r a l ,

mien t ra s que nues t ra s

ideas, nuestros valores, nuestros actos, inclu so n ues-

tras emociones, son, como nuestro sistema nervioso

mismo, productos culturales: productos manufactu-

rados, de hecho, a partir de nuestras tendencias, ca-

pacidades y disposiciones con que nacim os, pero no

obstante manufacturados [p. 50].

Sin em barg o , lo que es inc luso m ás im po r tan te

que seña la r e s t a s d i s t inc iones e s l a "b recha de

informac ión" en s í , que no só lo desa ta l a esp i ra l

recurs iva s ino que también reve la por qué la re -

curs iv idad es l a operac ión que se acomoda mejor

p a r a a b o r d a r l a . L a b r e c h a d e i n f o r m a c i ó n t i e n e

una re fe renc ia dua l : s e ap l i ca t an to a los se re s

hu m an os c om o a su am bien te . H ay un vac ío en el

p rop i o a n i m a l i na c a ba do , que s e de s t a c a po r s u

plas t ic idad y que necesi ta un pat rón en aras de la

autoconservación; y exis te e l vac ío de un univer-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 188/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 186

SO  en t ròpico a l que es tán expues tos los humanos .

E l in i c io de l a cu l tu ra se p re sen ta como un e s -

fue rzo por d iv id i r l a en t rop ía en o rden y con t in -

genc ia , y es te ac to prop or c io na info rm ac ión en la

medida en que l a in fo rmac ión e s "una med ida de

org an izac ión " , l o qu e de e s t e m o d o pe rm i te l a

d i f e r e nc i a c i ón . La d i f e r e nc i a c i ón e s e l p r i m e r

pa s o ha c i a e l e s t a b l e c i m i e n t o de l o s " m e c a n i s -

mos de cont ro l a jenos a l cuerpo" que , s i b ien en

un pr inc ip io se ex t rapola ron a par t i r de los se res

h u m a n o s , c o m i e n z a n d e f o r m a r e c u r s i v a a d a r

u n p a t r ó n p a r a l a p l a s t i c i d a d h u m a n a , c u y o r e -

su l t ado rec ibe de nuevo a l imen tac ión pa ra reco-

noce r e l en to rno . S i hab i t a r en l a b recha de in -

fo rmac ión o r ig ina lmen te s ign i f i ca que e l an ima l

inacabado es tá expues to a l a en t ropía , e l l l enado

de l a b r e c ha s e l og ra m e d i a n t e l a c u l t u r a hum a -

na , qu e aú n ref le ja la ref ere nc ia du al de l vacío . La

en t rop ía se t r ans fo rma en o rden , y e l o rden a su

ve z da fo rm a a l a p l a s t i c i da d hum a na , m e d i a n t e

l a c u a l t o d o s l o s s e r e s h u m a n o s s e t r a n s f o r m a n

en "ar tefac tos cul tura les" (p . 51) .

Es debido a es te vac ío que tenemos cu l tura , lo

que , por supuesto , impl ica que és ta no se or igina

fue ra de l a p i e l humana . S i a lguna vez se supr i -

m i e s e l a b r e c h a d e i n f o r m a c i ó n , l a a u t o p r o d u c -

c ión humana mediante la cul tura l legar ía a su f in .

Su presenc ia cont inua se ca l ibra mediante sus re -

pe rc us i one s e n l a c u l t u r a , que de m a ne ra c ons -

t an te e s t á expues ta a l cambio . En consecuenc ia ,

N. Wiener,

  The Hum an Use, p. 21.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 189/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 187

nunca podemos iden t i f i ca r ca rac t e r í s t i ca s e spec í -

f icas de la cul tura con la cul tura en s í , pues todas

s u s c a r a c t e r í s t i c a s p a r e c e n d e s t i n a d a s a t r a t a r

con su p rop ia o t r edad .

A f ina l de cuentas , l a brecha de informac ión es

u n d e s a f í o p a r a l a i n t e r p r e t a c i ó n m i s m a . S e l e

deb e ha ce r f re n te co n e l co nc ep to de l a esp i ra l re -

curs iva , cuyo poder expl ica t ivo pos ib i l i t a l a com-

p r e n s i ó n d e l p r o c e s o d e h o m i n i z a c i ó n a s í c o m o

del in te r cam bio en t re el a scen so de l Hom o sapiens

y la cu l tur a hu m a n a ; es to a su vez co nd ic io na a l a

h u m a n i d a d s e g ú n l o q u e o f r e c i ó c o m o a l i m e n t a -

c ión . C uan to m en os t angib le sea e l t em a po r in te r -

pre tar , más versá t i l habrán de ser los procedimien-

tos i n t e rp re t a t i vos . E l aumento de l a ve r sa t i l i dad

dis t ingue l a esp i ra l recurs iva en l a medida en que

l a a l i m e n t a c i ón ha c i a a de l a n t e y l a a l i m e n t a c i ón

hac ia a t rás se desar ro l len m ed ian te u n a cor recc ión

r e c í p r oc a , c uya c on t i nua c i ón que da de t e r m i na da

po r e l g r ad o a l qu e e l t e m a se ha ya co nt ro lad o .

E l a j u s t e i n t e g r a do e n t r e e n t r a da y s a l i da m e -

diante f racaso y éxi to que guía la recurs ividad t ie -

ne r epe rcus iones en e l r eg i s t ro de i n t e rp re t ac ión

al que se va a t raduci r e l tema. Se observa es to en

l a e v a l u a c i ó n d e d o s i m p o r t a n t e s c o m p o n e n t e s

con s t i tu t ivos de la cu l tura : la fab r ica ció n de h erra -

mien ta s y l a p roducc ión de s ímbolos .

L e r o i - G o u r h a n , q u i e n c o n s i d e r a el c o n c e p t o

de he r r a m i e n t a s una ' s e c r e c i ón ' de l c ue r po y c e -

r e b r o d e l a n t r o p o i d e ( p. 9 1 ), i n t e n t a c o m p r e n -

d e r e s t a s e c r e c ió n m e d i a n t e lo q u e d e n o m i n a

estética funcional.

  Po r sup ue s to , l a sec rec ión es

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 190/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 188

l a desc r ipc ión metonimica de un espac io en b lan-

co que no puede l l ena rse con una a f i rmac ión de

cómo es t a l s ec rec ión , en e spec ia l po rque l a he -

r r a m i e n t a pa re c e un de s c e nd i e n t e de l a i n t e r a c -

c i ón e n t r e c e r e b ro  y  m a n o , o p e r a c i ó n q u e a c t ú a

de mane ra recurs iva .

La he r ramien ta no e s un implemento que ex i s -

t a po r s í m i s m o , s i no que t i e ne una m i s i ón que

c um pl i r . P o r e s t a r a z ón , de be t e ne r fo rm a , que ,

s i n e m ba rgo , e s t á s ubo rd i na da a s u u s o . La fo r -

m a de l a he r r a m i e n t a a s e gu ra l a a p l i c a c i ón a de -

cuada , lo que de es te modo in tegra la he r ramien-

ta a l p ropós i to para e l que se d i señó . "Func ión

  y

fo rm a , a m ba s a l a de r i va e n e l t i e m po , i n t e r a c -

t úa n c ons t a n t e m e n t e " (p . 300 ) . De nue vo t i e ne

q u e r e d u c i r s e u n a b r e c h a e n t r e f u n c i ó n

 y

  f o r m a

con e l fin de per fe cc ion ar el fu nc io na m ien to de la

he r ramien ta . Le ro i -Gourhan e sc r ibe :

La m ayoría de lo s seres vivos y objetos se equilibran

en una compleja interacción entre: a)  la evolución

de toda función hacia formas satisfactorias,

  b)

  un

com pro m iso entre varias func iones segú n el cual las

formas se mantienen con mayor o menor grado de

aproximación ye) las superestructuras heredadas

del pasado biológico o étnico, que se reflejan en ele-

mentos "decorativos" [p. 301].

Si la bre ch a en t re fo rm a

 y

 fu nc ión pe rm i te c ie r-

ta l ibe r tad de in te rpre tac ión , e l e lemento f igura -

t ivo co m o el "diálogo en tre el cre ad or

 y

 el ma teria l

empleado" (p . 306) seña la un e s fue rzo ad ic iona l

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 191/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 189

para consegui r l a idone idad en e l proceso de fa -

br icación de las herramientas . La f iguración, s i

bien parece la f i rma del grupo étnico en la herra-

mien ta , r epresen ta no obs tan te l a re l ac ión en t re

e l c reador y su pr od uc to , que indica u n a luch a

por domina r l a i n t e r a c c ión e n t r e func ión y fo r -

m a. Este t r iple as pe cto de la estét ica de los pro -

duc tos de l a indus t r i a humana se va a ha l l a r en

todas las á reas de la tecnología , pero en propor-

c iones d iversas que acentúan la na tura leza ambi-

valente de la fun cio na lidad (p. 308). N o ob stan te,

s iem pre se observan las cond ic iones m ínim as pa ra

u na f un c ion a l idad adecu ada . Debe exis ti r: a ) u n a

fun c ión mecá nica ideal ,

 b)

  una forma que asegure

un a aprox imac ión func ion a l y c)  un est i lo que su-

ponga concepc iones é tn icas . Le ro i -Gourhan l l a -

m ó ciclo a la m ezc la de estos tre s asp ectos, califi-

cándola sólo en la medida en que cada uno de sus

aspectos es do m ina nte o sub ord inad o: El e lem en-

to pr ed o m in an te del c ic lo de pe nd e de la ca tegoría

a la que per tenece e l produc to , pero por lo gene-

ra l los t re s e l em en tos e s t á n p r ese n te s (p . 309) .

E l pa t rón subya c e n t e que e s t ruc tu ra l a i n t e r -

p re tac ión de la m an uf ac tu ra de he r ram ien ta s t ie -

ne dos impl icaciones:  a)  El ciclo interconecta los

t res aspec tos , lo que de es te modo forma un c i r -

cui to . Es to hace que la func ión, la forma y la f i -

gurac ión se a l imenten de manera con t inua en t re

sí con el pro pó si to de perfe ccio na r la ido ne idad de

l a h e r r a m i e n t a . L a a l i m e n t a c i ó n o p e r a s i e m p r e

en fo rm a recursiva y pe rm i te que la he r ra m ien ta

evoluc ione hac ia su necesar ia perfecc ión . E l c i r -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 192/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 190

cuito deja al descubierto el aspecto triple de la ela-

borac ión de herra m ientas com o u n proceso pu es to

e n ma rc ha po r l o s c ompone n t e s i n t e r c one c t a dos

que , a l a l imenta rse en t re s í , e s t án des t inados a

re f inarse , de modo que e l proceso produce la in-

d iv idua l i da d de sus c ompone n t e s ,  b)  El regis t ro

a l que se t raduce —con e l p ropós i to de l a com-

p r e n s i ó n — l a m a n u f a c t u r a d e l a s h e r r a m i e n t a s

co m o u n a secrec ión de m an o y cerebro es u n a or-

ganización muy flexible . La secreción es un espa-

c io en b lanco que no puede l lenarse con n inguna

af i rmación d i rec ta . En cambio , ha de a tendérse le

de m a n er a ta l qu e el m ar co q ue va a l levar a cab o

l a t r a duc c ión de be ope ra r de ma ne ra r e c u r s iva .

La func ión, forma y f igurac ión como componen-

te s cons t i tu t ivos de l reg i s t ro son en s í mismas

abstracciones vacías y , por ende, en su operación

real es tán expuestas de cont inuo a la individual i -

zac ión rec íp roca como se mani fe s tó median te l a

espec i f i c idad de l a he r ramien ta ún ica . Es obv io

que no hay un f ina l para la indiv idua l izac ión de

los componentes que pa r t i c ipan en l a manufac tu -

ra de las herramientas , y es mediante es ta especi-

ficación sin fin del circ uito en tre fu nc ió n , fo rm a y

figuración q ue la sec rec ión inta ng ible se t r ad u ce

a t ér m in o s de p erce pció n. ̂ ^

Se ob serva algo sim ilar en el con cep to cultu ra

Es pert inente observar que Leroi-Gourhan, quien descri -

be e l proceso de hominizac ión como una "desv iac ión" y una

"bifurcación", apl ica no obstante un patrón recurs ivo de in-

terpretac ión cuando deta l la e jemplos espec í f i cos de la mane-

ra en que los homínidos se enfrentaron con su entorno . Es te

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 193/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 191

q u e e l a b o r ó G e e r t z , p a r a q u i e n l a c u l t u r a , c o m o

el háb i t a t a r t i f i c i a l cons t ru ido en un vac ío , e s un

sistema de símbolos (p. 89) . Los símbolos son —de

a c u e r d o c o n u n c o n s e n s o p r e v a l e c i e n t e e n t r e l o s

e tnógra fos— ex te r io r i zac iones de l a imag inac ión

con el p ro pó s i t o de o rg an i za r el am bie n t e na tu r a l

d e l o s s e r e s h u m a n o s , d e i n t e g r a r e l e s p a c i o   y  el

t i e m p o a la ó r b i t a h u m a n a  y  de igua l modo e l in -

d i v i d u o a l g r u p o , c o n t r o l a n d o d e e s t a m a n e r a l o

qu e lo s h u m a n o s son capa ces de e s tab l ece r. E s t a s

tare as d ivers i f icadas ca l i fican a los s ím bo los co m o

r e p r e s e n t a t i v o s , a p a r t i r d e l o s c u a l e s p o d e m o s

c o n c l u i r q u e l a c u l t u r a e n s í e s u n a r e p r e s e n t a -

ción, en especial porque el hábi ta t ar t i f ic ia l se pro-

d u c e d e m a n e r a c o n t i n u a s i n c o m p l e t a r s e n u n c a .

L o s s í m b o l o s c o m o p r o g r a m a s c u l t u r a l e s " e x -

t r í n secos" (p . 92 ) " son t an impor t an t e s [ . . . ] só lo

d e b i d o a q u e e l c o m p o r t a m i e n t o h u m a n o s e d e -

t e r m i n a e n f o r m a t a n v a g a p o r f u e n t e s i n t r í n -

s e c a s d e i n f o r m a c i ó n " . E l s í m b o l o , d e a c u e r d o

c o n G e e r t z , e s t á m a r c a d o p o r u n a d u a l i d a d : " E s

u n m o d e l o

  de

  l a ' r e a l i dad '

 

y

  " u n m o d e l o

  para

  la

' r ea hd ad ' ".

A diferencia de los gene s y otras fuen tes de informa-

ción no simbólicas, que sólo son modelos para,  no

modelos de,  los patrones de cultura tienen un aspec-

to intrínseco doble: dan significado, es decir, una

patrón pued e apl icarse a la tecno logía h um an a en general . In-

c luso se s i ente la inc l inac ión a cons iderar la desv iac ión y la

b i f u rcac i ón com o res u l t ad os d e en t rad as q u e l o s h om í n i d os

efectuaron en su entorno entròpico.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 194/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 192

form a conceptua l objetiva, a la realidad social y p si-

cológica tanto al moldearse a sí mismos a ella como

al moldearla a sí mismos [p. 93].

Es ta dua l idad pos ib i l i t a l a comprens ión de l i n -

t e n t o o p e r a c i o n a l d e l s í m b o l o , q u e e s u n a a b s -

t r a c c i ón de a l go c on e l p r opós i t o de m o l de a r a l -

go . Es t a dua l idad s e obse rva , po r e j emplo , en e l

t ó t em, que a lbe rga una insc r ipc ión dua l en l a me-

d ida en que e s una abs t r acc ión a pa r t i r de l r e ino

a n i m a l c on e l p r opós i t o de c r e a r l a i de n t i da d de

un grupo soc ia l .

E l a s pe c t o dua l de l s í m bo l o r e f l e j a e l a b i s m o

qu e separa a los se res h u m an o s de l am bien te a l qu e

es t án expues tos , y e s a l mi smo t i empo un in t en to

de c on t r o l a r e s t e a b i s m o . P o r e nde , ha de e f e c -

t ua r s e una a bs t r a c c i ón a pa r t i r de l l l a m a do m un-

do rea l , s i b ien n o tan to co n e l fin de rep res en tar lo

c ua n t o de ha c e r l o s e r v i r c om o pa t r ón pa r a o r ga -

n i z a r r e a l i da de s de s a f i a n t e s . S i l o s s í m bo l os s e

c ons i de r a n de a l guna m a ne r a r e p r e s e n t a t i vos , s u

du a l i d ad es en e l m ej o r de los caso s ind ica t iva de l

ab ism o, que es an o d in o y t iene que llenarse o ab ar-

ca rse con la es t ruc tura dua l , lo que hace de l s ím-

bo lo una fo rma de acc ión . S in embargo , e l impul -

so r ep re sen ta t i vo de l s ímbolo no s e conv ie r t e en

una r e p r e s e n t a c i ón r e a l s i e l s í m bo l o no ope r a s e

e n e s p i r a l e s de r e t r oa c c i ón . Com o un m ode l o  de,

e s u n a a b s t r a c c i ó n e s q u e m a t i z a d a d e a l g o d a d o ;

c o m o u n m o d e l o  para,  e s u n a p l a n t i l l a p a r a de -

l i m i t a r a l g o n u e v o . S i e m p r e q u e s e a l i m e n t a e l

e sq ue m a (en u n in t en to po r po ne r o rd en en e l des-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 195/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 193

orden) y f r acasa en concorda r con l o que se p re -

t end ía , se da una esp i ra l de re t roacc ión que puede

re su l t a r ya sea en u n a m od i f i cac ión de l a abs t r ac -

c ión i n i c i a l o en una búsqueda de o t r a s á r ea s de

d o n d e s e o b t e n g a n m o d e l o s p a r a e l p r o p ó s i t o e n

cues t ión . Geer tz es muy expl íc i to ace rca de l a na -

tu ra leza de es ta in te r re lac ión ; ca rac te r i za los des-

p l a z a m i e n t o s e n t r e m o d e l o s  de  y m o d e l o s  para

c o m o " i n t e r i n v e r s i ó n "

  (intertransposability),

  q u e

pa ra é l e s " l a ca rac t e r í s t i c a d i s t i n t i va de nues t r a

menta l idad" (p . 94) .

La " in te r invers ión" desc r ibe e l t ipo de recurs i -

v idad opera t iva en l a es t ruc tura dua l de l s ímbolo .

És ta es ind ica t iva de que " la es t ruc tura se  relacio-

na

  con l a i nce r t i dumbre , pe ro no con l a f a l t a de

e ll a, y t e n e r e s t r u c t u r a e s t e n e r i n c e r t i d u m b r e " .

L a d u a l i d a d d e l s í m b o l o d e e s t e m o d o c o n v i e r t e

l a i n c e r t i d u m b r e e n u n m a p a d e l a c u l t u r a . S e a

cua l sea e l g rado de e laborac ión que resu l t e t ener

l a e s t r u c t u r a d u a l , " i n c r e m e n t a r l a e s t r u c t u r a e s

a s i m i s m o i n c r e m e n t a r l a i n c e r t i d u m b r e " , ^ ^ l o

qu e s ign i f ica qu e l a cu l tu ra n o es u n t r iu n fo so bre

é s t a , s i n o m á s b i e n u n a e s p e c i f i c a c i ó n c o n t i n u a

p o r m e d i o d e e s t a m i s m a i n c e r t i d u m b r e . L a e s -

t r u c t u r a d u a l d e l s í m b o l o a b a r c a e l a b i s m o q u e

s e p a r a a l o r d e n d e l a c o n t i n g e n c i a , y l e p e r m i t e

ex tend erse m ás a l l á de los con f ines de lo qu e has-

t a e n t o n c e s s e h a d o m i n a d o , a d e m á s d e o f r e c e r

una gu í a pa ra l o que hay que en f r en t a r : e l en to r -

n o e n t r ò p i c o , l a a p r e n s i ó n a n t e l a e x p e r i e n c i a

Véase W. R. Gamer,  Uncertainty and Structure as Psycho-

logical Concepts,

  N ue va York, W iley, 1962, p. 339 .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 196/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 194

humana y e l desa f ío que e j e rcen los l og ros cu l tu -

r a l e s a l o s que e s t á n e xpue s t o s l o s s e r e s hum a -

nos . E l ab i smo re su l t a una fuen te ene rg i zan te de

cam bios , y e l ca m bio a su vez e s l a i nc e r t i du m br e

que a l i m e n t a l a e s t r uc t u r a dua l de l o s s í m bo l os ,

lo que de es te modo d ivers i f i ca un es tab lec imien-

to de pa t rones en cons tan te c rec imiento .^^

I n t e r p r e t a r l a c u l t u r a c o m o a c c i ó n s i m b ó l i c a

i m p u l s a d a p o r l a i n v e r s i ó n m u t u a e n t r e u n m o -

de lo de y u n m ode l o para  requie re un reg i s t ro muy

versá t i l a l cua l se t raduzca t a l concepc ión de cu l -

t u r a . E l r e g i s t r o q u e d e s a r r o l l ó L e r o i - G o u r h a n

p a r a t r a d u c i r l a m a n u f a c t u r a d e h e r r a m i e n t a s a l

l e ng ua j e c o r p o r a l m os t r a ba ya u n a e s t r uc t u r a fle-

x ib l e a l v incu la r t r e s a spec tos d i s t i n tos , cuya in -

t e r a c c i ón r e c í p r oc a pos i b i l i t a i de n t i f i c a r l a i nd i -

v i dua l i z a c i ón c om o l a c a r a c t e r í s t i c a de c i s i va de

l a m a nu f a c t u r a de he r r a m i e n t a s . V e r t e r e l a s c e n -

so y desa r ro l lo i n t ang ib l e s de l a cu l tu ra a un r e -

g i s t ro i n t e rp re t a t i vo p l an t ea l a p regun ta r e spec to

de s i pod r í a n pos t u l a r s e a l gunos f a c t o r e s , a s pe c -

t o s o i n c l u s o c o n c e p t o s p a r a t a l i n t e r p r e t a c i ó n .

En potenc ia , es te movimiento recurs ivo entre los seres

humanos y su cultura nunca l legará a su f in. Esto se aplica de

i gu a l m od o a l a acc i ón s i m b ó l i ca d e acu erd o con l a cu a l s e

diagrama la cultura, y en tanto los seres humanos se moldean

según lo que diagramaron, la espiral recurs iva nunca l lega a

una homeos tas i s f ina l . Al contrar io , aunque quizás ex i s tan

es t ad os i n t erm ed i os d e h om eos t as i s , s e d es eq u i l i b rarán p or

los nuevos re tos a los que los seres humanos t i enen que res -

ponder. Esto se debe a que la cultura, ta l como la conocemos ,

es un conjunto de respuestas humanas , cuya variabi l idad sur-

ge de lo que Geertz l lamó las "capacidades de respuesta [ . . . ]

genét icamente programadas" (p . 99) .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 197/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 195

Sin embargo , f ac to re s , a spec tos y concep tos son

térm ino s de referenc ia que , a l apl icarse , su je tar ía n

l a c u l t u r a —c onc e b i da c om o una a c c i ón s i m bó-

l i ca que ope ra en fo rma recurs iva— a un marco

ajeno . Así, lo qu e tene m os es m en os u n a cognic ión

de cu l tura que una lec tura de e l la , como propuso

Geertz . Leer s ignos "es c las i f icar la es t ruc tura de

la s ignificación" (p. 9), d o n d e esta úl t im a co nsiste

en "es t ruc turas de infe renc ia e imp l icac ión am on -

t o n a d a s m e d i a n t e l a s c u a l e s u n e t n ó g r a f o t r a t a

todo e l t iempo de e legi r su camino" (p . 7) . Y aun

as í , Gee r t z in t en ta o f rece r "un t ra t ado de t eo r í a

cul tura l" (p . v i i i ) , que necesi ta c ier ta coherencia

qu e se va a log rar con lo qu e design a "descripc ión

gruesa" , que a grandes rasgos se def ine como s i -

gue: "El anál is is cul tura l es (o deber ía ser) supo-

ner los s ign i f icados , eva luar l as supos ic iones y

saca r conc lus iones exp l i ca t ivas de l a s me jo re s

suposic iones , no descubri r e l Cont inente de l Sig-

n i f i cado y t r aza r un mapa de su pa i sa j e incorpó-

reo" (p . 20). E ste ac to de su po ne r y eva luar supo -

s ic iones no puede so l ic i ta r ve r i f icac ión a n ingún

m arc o de re fe renc ia dado , s ino que ti ene que pro-

duc i r un o pa ra s í m i sm o m ed ian te la d esc r ipc ión

gruesa .

¿Cómo hacer es to? Al pr inc ip io , a l acogerse a

una referencia negat iva contra la cual se va a dis-

t ingui r l a desc r ipc ión gruesa : es dec i r , una "des-

cr ipc ión f ina" , que sobre todo es una re i f icac ión

de c onc e p t o s a bs t r a c t o s que s e s ob re i m pone n a

la cul tura . Por ende , en lugar de abst racc iones ra-

dicales, " la del icadeza de [ . . . ] las dist inciones" es

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 198/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 196

la preocupación general de la observación (p. 25),

en e spec ia l porque l a in t e rpre tac ión e tnográ f i ca

de be co ns ide rar los s is tema s de s ím bo los [es de-

cir, cu l tu ras ] de o t ro s pu eblo s or ie ntad os a los

ac to res (p . 14). La lec tu ra de es tos s i s tem as de

s ímbolos es un a su n to no t an to de co m pre nd er lo

que qu i z á r e p re se n t e n c ua n to de r e ve l a r l o que

impl ican . Exis te una brecha ent re lo mani f ies to y

lo impl í c i to . Por t an to , l a desc r ipc ión g ruesa se

e s fue rz a e n de sc ubr i r l a s imp l i c a c ione s que pa -

rece t ene r e l s igno mani f i e s to , mien t ra s que l a

descr ipción f ina equivale a un l i s tado taxonómico

de f e nóme nos susc e p t i b l e s de pe rc ib i r s e y t oma

lo obvio como un hecho evidente .

Geer t z o f rece un e j emplo muy reve lador de l a

manera en que la descr ipc ión f ina es tá des t inada

a ope ra r a l r e fe r i r se a un cua r t e to de Bee thoven

como una mues t ra , que todos admi ten , más que

espec ia l , pa ra e s tos p ropós i tos , muy i lus t ra t iva

de cul tura . Cont inúa:

Nadie lo identificaría [al cuarteto], creo, con su par-

titura, con las habilidades y conocimientos necesa-

rios para ejecutarlo, con el entendimiento que de él

poseen sus intérpretes u oyentes, tampoco, por men-

cionar en passoni  a los redu ccionistas y reificadores,

co n una e jecuc ión particular de él o co n alguna enti-

dad misteriosa que trascienda la existencia material

[ . . . ] Ese cuarteto de Beethoven es una estructura

tonal que se desarrolla en el t iempo, una secuencia

coherente de sonido modulado —en una palabra,

música—, y ningún conocimiento o creencia de al-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 199/395

LA ESPIRA L REC URSIVA 197

guna persona respecto de nada, ni siquiera de la ma-

nera de tocarlo, es una proposición que la mayoría

de la gente, tras reflexionarlo, esté dispuesta a acep-

tar [pp. 11-12].

Cualesquie ra que sean los componentes que se

van a observar, t ienen q ue es ta r interr e lac ion ad os

para permi t i rnos de ese modo perc ib i r lo que de-

jan entrever: la música . El ac to de sacar a la luz

lo que parecen indicar los s ignos observables se

lleva a cab o po r m ed io de u n a inter inv ers ión rec í-

proca .

Median te l a in t e r inve rs ión se p rocura que los

signos como significantes se lean entre sí . La lec-

t u ra de s i gnos e s me nos un a sun to de c ompre n -

der lo que representan que de poner en e l cent ro

de a tención lo que imp l ican. Siem pre hay un a bre-

cha entre lo manifiesto y lo implíci to. La descrip-

c ión gruesa es , por tanto, antes que nada, una re-

ve lac ión de las impl icac iones de lo mani f ies to ,

que de e s t e modo se o rques ta de l a manera más

rica . C ua nd o se p ro cu ra que los s ignos se lean en-

t re sí, co m ien za n a revelar sus im pl icaciones , qu e

recuperan lo que a l pr inc ip io parec ían haber ma-

n i fe s t ado . As í , ah í comienza un movimien to re -

curs ivo en t re lo mani f i e s to y lo impl í c i to , fue ra

del cual evoluciona una red semiótica que de con-

t inuo se autoperfecc iona como un regis t ro a l que

se t raduce la cul tura como acción s imból ica . De-

bido a que no exis te una re fe renc ia para es ta in-

vers ión mutua de lo mani f ies to y lo impl íc i to , l a

in te r inve rs ión que ope ra de manera recurs iva se

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 200/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 198

rea l iza en una i t e rac ión cont inua en t re en t rada y

s a l i da . La i t e r a c i ón e s s i e m pre l a m i s m a ope ra -

c ión , cuya repe t ic ión s in em ba rgo a l im enta en t ra -

das y sa l idas cambiantes en t re s í , lo que de es te

m od o a jus t a la r ed semió t i ca me d ian te la i n t e rac -

c ión con t inua . Al re spec to , l a i t e rac ión func iona

como la referencia de la espi ra l recurs iva , que se

inse r t a en un hor i zon te s i empre en expans ión de

desc ripción f ina. Sin em barg o, es asim ism o un a in-

dicación de que "e l anál is is cul tura l es in t r ínseca-

m en te incom ple to . Y, pe or a iin , a m ay or p ro fu n -

d idad , menos comple to es" (p . 29) . No obs tan te ,

es to hace que la in ter invers ión opere en espi ra les

n o m e n o s a d e c u a d a s c o m o m é t o d o p a r a t r a d u c i r

cu l tura , pues la cu l tura , que genera sus organiza-

c iones as í como los desp lazamientos dent ro de su

r e d , h a l l a s u i n t e r p r e t a c i ó n a d e c u a d a m e d i a n t e

la interinversión i terat iva del s igno.

R E C U R S I V I D A D S I S T È M I C A

La esp i ra l recurs iva como es t ra teg ia operac iona l

es de igua l impor tanc ia para de l inear l as ca rac te -

r í s t i cas sobresa l ien tes de la cu l tura . La in te rpre -

t ac ión de é s t a no p re t ende ya con t ro la r l a en t ro -

p í a , s i no que s e p ropone r e ve l a r c óm o func i ona

l a c u l t u r a , y e s t o r e qu i e r e un c a m b i o de he r r a -m i e n t a s e n l o s p r o c e d i m i e n t o s i n t e r p r e t a t i v o s .

De l mismo modo en que e l c í rcu lo he rmenéu t i co

se t r a ns fo rm ó deb ido a l as t a rea s cam bian te s que

debió desempeñar , a lgo s imi la r sucede con la es -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 201/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 199

p i ra l de re t roacc ión de en t rada / sa l ida cuando e l

su je to que se va a comprende r d i f i e re de aque l

del que se ocupan los e tnógrafos .

Es te ca m bio de pa rad igm a se observa en lo que

se de no m ina Escu ela de San t iago de Teoría de Sis-

t e m a s , uno de c uyos p r i nc i pa l e s r e p re s e n t a n t e s

es Francisco J . Varela . Si bien la estructura de las

espi ra les de re t roacción que é l propone no se pre-

sen ta como una es t ra teg ia para in te rpre ta r cu l tu-

ra , s ino qu e s irve p ar a a c la rar los pr in c ipio s de la

b io logía , no obs tan te se d i r ige a l as genera l iza -

c iones , como sugie re e l mismo Vare la . Su h in-

capié en la recu rs ivida d e s tá l igad o de m a n e ra es-

trecha a lo que para él es básico, es decir , que

el acto de la distinción está en la base de toda des-

cripción. La operación más fundamental es la de dis-

tinguir entre "lo" que se estudia y sus antecedentes.

Una distinción surge del observador-comunidad que

decide el sentido en que se efectúa dicha distinción.

Así , tenemos fronteras f ís icas, grupos funcionales,

categorizaciones conceptuales, etcétera, en un mu-

seo infinitamente variado de posibles distinciones.^^

Deb ido a que es tas d is t inc iones señ a lan f ro nte -

ras , se convier ten en un obje to de observación en

la medida en que se debe aver iguar lo que conl le-

va r í a c ruz a r d i c ha s f ron t e r a s . La s d i s t i nc i one s

Francisco J . Vare la ,

  Principies of Biological Autonom y,

Nueva York, Elsevier North Hol land, 1979, p . 107. Las fuen-

tes de todas las dem ás c i tas de es te vo lum en se da n dentro del

texto, entre paréntesis.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 202/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 200

no s pe rm i ten co nceb i r co m o un idad es lo que e l las

s e pa ra ron , y t i e nde n a c on t r a s t a r s e e n t r e s í de

m a n e r a r e c í p r o c a . V a r e l a d e n o m i n a s i s t e m a s a

e s t a s un i da de s , c uya s e s t ruc t u ra i n t e rna y r e l a -

c i one s e x t e rna s s e p r e s e n t a n c om o ob j e t i vos de

explorac ión. Es to es de lo m ás c onve niente en tan-

to "el m u n d o n o se no s pr es en ta dividido co n n i ti -

dez en s is temas, subsis tem as, am bientes , e tcé tera .

Se t ra ta de d iv i s iones que tenemos que hacer con

dive rsos propósitos"^^ (p. 83). U no d e los pr op ós i-

tos centra les de Varela es aver igua r cóm o m an ej ar

e s t a s d i s t i nc i one s , y l a e s t r a t e g i a de i n t e rp re t a -

ción que adopta es " la f i losofía básica que anima

a la c ibernét ica y a la teoría de sis temas" (p. 7) .

Los s i s temas v ivos , como e l inmunológico o e l

nerv ioso , son los pr inc ipa les pa rad igm as de Vare-

l a , a l o s que de s c r i be c om o a u t ónom os y a u t o -

poié t icos . Pero a l mismo t iempo de ja muy en c la -

ro que " la autonomía de los s is temas vivos es un

c a s o , y no un s i nón i m o , de a u t onom í a e n ge ne -

ra l" (p . 57) ; es to se apl ica de l mismo modo a los

s i s temas soc ia les (p . 58) .^o Podr íamos ex tender

es ta ana logía a l dec i r que los s i s temas v ivos que

se d i s t ingu en e n t re s í fu nc ion an jun tos pa ra cons-

t i t u i r e l o rgan i smo humano , de l a misma mane ra

Hay t am b i én u n a e s p ec i f i cac i ón d e l a s d i s t i n c i on es en

Humberto R. Maturana y Francisco J. Varela,

  The

 Tree

  of Know-

ledge: The Biological Roots of Hu man Und erstanding,

  trad.

Robert Paolucc i , ed . rev . , Bos ton , Shambhala , 1992 , p . 40 .

[Edic ión en español :  El árbol del conocimiento. Las bases bio-

lógicas del entendimiento hum ano,  Ed itorial U niver s i taria ,

Santiago de Chile, 1984.]

Para más detal les véase

  ibid.,

  p. 193.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 203/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 201

en que interactúan los diversos s is temas socia les ,

lo qu e as í pe rm ite el surg im iento d e s is tem as m ás

elabo rado s, co m o la sociedad o la cul tura.^ ' En to-

do s es tos casos se cru za n las f r o n ter as y se sobre-

po ne n las di ferencias , y la recu rs ivida d deviene la

e s t r a t e g i a p r i nc ipa l pa ra c o m pr e n de r l a s , pue s

nada , en nues t ra cul tura , que se acepte por con-

senso como un procedimiento efect ivo, se ha des-

c ub i e r t o j a má s que no s e a r e duc t i b l e a una fun -

ción rec urs iva (p. 58).

Es en part icular i lus t ra t ivo en e l contexto pre-

sente que e l t ema por in te rpre ta r sean los s i s te -

mas v ivos , que son ca tegór icamente d is t in tos de

a que l l o s e n l o s que ha b í a mos t r a ba j a do ha s t a

aquí . Las di ferencias es tán ya presentes en la es-

t ruc tu ra in te rna de los s i s t emas au tónomos , que

Vare la de no m ina m áqu inas au topo ié t i cas y cu-

ya definición básic a es la sigu iente:

Un sistema autopoiético está organizado (definido

como unidad) como una red de procesos de produc-

ción (transformación y destrucción) de componen-

tes que produce los componentes que:

  1

mediante

sus interacciones y transformaciones regeneran y

efectúan continuamente la red de procesos (relacio-

nes) que las produjeron y 2)  la constituyen (la má-

quina) como una unidad concreta en el espacio en

donde existen al determinar el área específica de su

realiza ción en tanto es dich a red [p. 13].

Para fenómenos culturales , véase H. R. Maturana y F. J.

Varela,  The T ree of Knowledge,  pp. 194-201.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 204/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 202

Los s is temas vivos son autopoié t icos en la me-

did a en qu e no t ienen u n a esencia de la cual ec ha r

m a n o o a la cual rec ur r i r p ar a operar . U na esencia

se e nc on t r a r í a fue ra de ma ne ra i ne v i t a b l e , y de

es te modo se r í a e s t ruc tu ra lmente d i s t in t a de los

me c a n i smos i n t e rnos de l s i s t e ma v ivo . E n c a m-

bio, los s is tem as de es ta c lase son org an izacio nes

más o menos comple jas , dent ro de las cua les t i e -

nen luga r en todos los n ive le s l a t r ansmis ión de

in fo rma c ión , l a r e c e pc ión de i n fo rma c ión y a s i -

mismo la in te r rupc ión de es tos in te rcambios . Es-

t a c o n c a t e n a c i ó n d e i n t e r a c c i o n e s c o m u n i c a t i -

vas , qu e Varela co m pa ra con u n a conversac ión

( p p . 2 6 7 - 2 6 9 ) , s e e f e c t ú a d e m a n e r a r e c u r s i v a

mediante la acc ión y re t roacc ión cont inuas ent re

los niveles del s istema. En consecuencia, e l s is te-

ma no cons i s t e t an só lo en un con jun to de com-

pone n t e s , s i no que ope ra c omo un p roc e so que

p roduc e sus p rop ios c ompone n t e s , que , me d i a n -

te su in te rpene t rac ión rec íproca , da or igen a una

red diná m ica . Una red de espirales de re t roacció n

^̂   Varela especi f ica la conversación como s igue: "De hecho,

u n a conversación  ha s ido un a im ag en bás ica a lo largo de es ta

presentac ión de un paradigma de las in teracc iones entre s i s -

t em as au t ón om os . E s u n p arad i gm a as í com o u n cas o p ar t i -

cu lar de un s i s tema autónomo, y es tas dos caras van de la

mano. Su func ión como caso e jemplar de in teracc ión autóno-

ma proviene de que una conversac ión es una exper ienc ia  di-

recta,

  la exper ienc ia humana

  par excellence:

  vivimos y respira-

m o s co n el diá log o y el lengu aje. Y a partir de esta exp erien cia

directa sabemos que no es pos ible hal lar un punto de referen-

cia f irme para el contenido de un diálogo"  (Principies,  p. 268).

"Una conversación [ . . . ] representa un protot ipo directo de la

manera en que interactúan las unidades autónomas" (p . 270) .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 205/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 203

i n t e r conec tada mutuamente se gene ra l i za a toda

fo rm a de recurs iv idad indef in ida de proce sos de-

fínitorios tal qu e ellas g en er an el ca rá cte r u n ita rio

del s is tem a (p. 56). E sto ha ce del s is tem a u n a or-

g a n i z a c ió n a u to r r e g u l a d a , q u e a l m i smo t i e mp o

revela e l asp ecto d ua l de la espiral de retroa cció n:

a)  Las interacc ione s recursivas en tre niveles, com -

ponentes y procesos de l s i s tema dan por resu l ta -

do u n a red de in te rcon ec t iv idad m u tu a (p . 86)

que man t i ene l a e spec i f i cac ión de su func ión a l

hacer que se se lecc ionen y se afec ten entre s í de

mane ra r ec íp roca . Es te t r á f i co de dob le sen t ido

t i e n e l u g a r c o mo u n a c o n v e r sa c ió n me d ia n t e l a

cua l se d i fe renc ia e l in te rcambio de informac ión

en fo rm a con t inua ,

  b)

  Esta incesante recurs ividad

in te rna proporc iona e l c ie r re de l s i s tema , en es -

pecia l en tanto no exis te una agencia extema que

pu ed a hac er lo , y de es te m o d o la recurs iv idad

del sist em a es su cierre (p. 235). M ás aú n , la re-

curs iv idad indef in ida es tam bié n ins t r um en ta l a l

generar lo que es absolutamente vi ta l para e l s is -

tema vivo: su autosustentabi l idad. De es te modo,

e l a spec to dua l de la esp i ra l de re t roacc ión nos

permi te concebi r e l se rvomecanismo mediante e l

cua l se au tosus ten ta un s i s tema au tónomo.

Es ta in te rp re tac ión de l a e s t ruc tu ra bás ica de

un s is tema vivo requiere una diferenciac ión en la

med ida en que debe d i s t ingu i r se de l mode lo de

cib ern étic a d e Wiener.^^ P or tan to , Varela escrib e:

La máquina autopoié t ica no t iene entradas ni sa-

Hay también una cr í t i ca s imi lar de l mode lo de entra-

da/sal ida y de l cambio de paradigma en la teor ía general de

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 206/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 204

l idas" (p . 68) . Tiene plena conciencia de que "es te

punto de v i s ta es a jeno a l a idea wiener iana de la

r e t r o a c c i ó n

  simpliciter

(p . 56) . A p es ar de l h ec h o

de que r econoce e l avance que log ró W iene r con

su " idea de la re t roacción" (p . 166) , que remplaza

las " re lac iones de causa-e fec to" (p . 167) , no obs -

t a n t e s o s t i e n e q u e t a l t i p o d e c i b e r n é t i c a s e e n -

c u e n t r a a i í n c o m p r o m e t i d a " c o n p u n t o s d e r e f e -

rencia fijos, o la finitud en la recursividad" (p. 167).

E n c o n s e c u e n c i a , " a l t r a t a r c o n s i s t e m a s n a t u r a -

l e s , s e deso rdena l a i dea comple t a de en t r ada / s a -

l ida . ¿Q uiénes y có m o va m os a se lecc ionar u n con-

jun to f i jo de espac ios de en t rada y sa l ida? Es más

p r e c i s o h a b l a r d e p e r t u r b a c i o n e s / c o m p e n s a c i o -

nes ambienta les" (pp. 167 y ss . ) . Es to convier te la

concepc ión de en t r ada / s a l ida p rop ia de l a e sp i r a l

d e r e t r o a c c i ó n e n u n c a s o e s p e c i a l d e r e c u r s i v i -

dad , en t an to no ex i s t en "pun tos de r e fe renc ia f i -

jos" en los s i s temas au topoié t icos en t re los cua les

s e e f e c t ú e e s t e i n t e r c a m b i o c o n e l p r o p ó s i t o d e

adqui r i r con t ro l . En cambio , l a recurs iv idad inde-

f in ida , que organiza la conversac ión ent re n iveles

y c o m p o n e n t e s c o n e l f i n d e g e n e r a r l a a u t o s u s -

t e n t a b i l i d a d d e l s i s t e m a , d e b e r e a c c i o n a r a n t e l a

" p e r t u r b a c i ó n a m b i e n t a l " , e n e s p e c i a l d e b i d o a

que lo s s i s t emas t i enen o t ros s i s t emas a su a l r e -

d e d o r . S i n e m b a r g o , e s t a p e r t u r b a c i ó n n o e s u n a

en t rada que un s i s t ema v ivo neces i t e pa ra su au -

s i s temas en Nik las Luhmann,

  Soziale Systeme: Grund riß einer

allgemeinen Theorie,  Fran cfor t de l M eno, Suh rkam p, 1984 ,

pp. 275-282. [Edic ión en español :

  Sociedad y sistema. La am-

bición de la teoría,

  México, Paidós , 1990. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 207/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 205

t o sus t en t ab i l i dad . Más b i en desencadena una ope -

r a c i ó n c o m p e n s a t o r i a d e n t r o d e l s i s t e m a m i s m o .

Es to se lleva a cab o a l r em od e la r en fo rm a r ecu r -

s i v a l a o r g a n i z a c i ó n d e l s i s t e m a , p u e s l a p e r t u r -

bac ión es " ru ido" en e l sen t ido de que su a lea to-

r i e d a d n o t i e n e n a d a q u e v e r c o n l a a r q u i t e c t u r a

de l s i s t ema . No obs t an t e , e l ru ido debe p rocesa r -

se , y e s to se r ea l i za med ian t e l a r ecu r s iv idad i n -

t e rna de l s i s t ema . Henr i At l an denominó a l o que

s u c e d e e n t a l e s c a s o s " a u t o o r g a n i z a c i ó n a p a r t i r

d e l  r u i d o " v i s t o d e o t r o m o d o , e n l a m e t á f o r a

más v iv ida de He inz von Foe r s t e r , " l o s s i s t emas

a u t o o r g a n i z a t i v o s n o s ó l o s e a l i m e n t a n c o n o r -

den : t ambién ha l l a rán ru ido en su menú" .^^

A su vez , e l p ro ce sa m ie n to de es te ru id o ex te r -

n o p u e d e c a u s a r u n r u i d o i n t e r n o t a m b i é n , p o r -

que no hay t rayec tor ias f i j a s por l a s que v ia je l a

recurs iv idad indef in ida dent ro de l s i s tema. Al con-

t r a r i o , l a s e sp i r a l e s de r e t roacc ión i n t e rna no s i -

g u e n n i n g ú n p a t r ó n p r e e s t r u c t u r a d o ; e n c a m b i o ,

como expre só Gregory Ba t e son , " e l ru ido [ e s ] l a

ú n i c a f u e n t e p o s i b l e d e p a t r o n e s

  nuevos .

Así,

l a r e c u r s i v i d a d s e p r e s e n t a c o m o u n a o p e r a c i ó n

d e d o s p i s o s : p r o d u c e r u i d o i n t e r n o y a l m i s m o

Véase Will iam R. Paulson, r/ze

  Noise of Culture: Literary

Texts in a World of Information,

  Itaca, Corn ell Un iversity Press,

1988, pp. 69-75.

Heinz von Foers ter , "On Se l f -Organiz ing Sys tems and

Their Environments", en

  Self-Organizing Systems,

  M. C. Y ov its

y S. Cameron (eds.) , Nueva York, Pergamon, 1960, p. 43.

Gregory Ba teson,  Steps to an Ecology of Mind,  Nueva York,

Ballantine, 1973, p. 410. [Edición en español:

  Pasos hacia una

ecología de la mente,

  Buenos Aires-México, Lohle , 1976. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 208/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 206

t i em po és te la cond uce , p ue s el p ro ce sam iento de l

ru i do c r e a o rde n , c uya c ons e c uc i ón r e qu i e r e e s -

p i r a l e s de r e t roa c c i ón pa ra c onqu i s t a r l a s i n t e r -

conexiones ent re niveles con e l f in de contrarres-

t a r l as pe r tu rb ac ion es exp e r ime n tadas . Po r t an to ,

Vare la ca l i f ica la recurs ividad s is tèmica como in-

de f i n i da , pue s e s i m pre de c i b l e l a a u t oo rga n i z a -

c ión de l s i s t ema como proceso de compensac ión

de l as p e r tu rb ac ion es .

H ay a lgunas conc lus iones que se desp rend en de

esta coyuntura de l a rgumento. La recurs ividad co-

m o la agencia op era t iva in ter na de los s is tem as vi-

vos resu l ta una es t ra teg ia in te rpre ta t iva capaz de

just i f icar la autop oiesis del s is tema . E n con secu en-

c ia , la au topo ies is y la recu rs ividad son co nc ep tos

in t e rcambiab le s pa ra desc r ib i r e l func ionamien to

del s is tema, lo que convier te a la recurs ividad en

un pat rón expl ica t ivo de la na tura leza de la gene-

rac ió n . Lo que pr od uc e la recurs iv idad es l a iden-

t i da d y l a a u t o s us t e n t a b i l i da d de l s i s t e m a : " S u

c om por t a m i e n t o s e r á t a l que t oda s l a s pe r t u rba -

c iones y cam bios se su bo rd in a rá n a la sus t en tab i -

l idad de la ident idad del s is tema" (p . 58) . Ésta no

es u n objet ivo, en tan to el s is tem a vivo n o t ien e u n

prop ós i to fue ra de s í m i sm o que no sea a u to m an -

t ene rse med ian te con t inuas recurs iv idades in t e r -

na s . P o r t a n t o , l a a u t o s us t e n t a b i l i da d s u rge s i n

cesar , y las espi ra les de re t roacción como agentes

de l surg imiento no generan un produc to def in ido .

Es to seña la una d i fe renc ia en t re e l mode lo de

entrada/sa l ida de la espi ra l recurs iva y e l que de-

fiende Vare la . El p r im er o t iene un pro pó si to , p a ra

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 209/395

LA ESPIRAL RECUR SIVA 207

cuya rea l izac ión la t rayec tor ia es bás icamente l i -

nea l , en e spec ia l po rque e l p ropós i to gene ra l de

l a re l ac ión en t rada / sa l ida e s ob tene r e l con t ro l .

S in embargo , l os p rocesos imprev i s ib l e s que se

desar ro l lan mediante la recurs iv idad in te rna den-

t ro de un s i s tema au tor re fe renc ia l l a hacen no l i -

nea l . La au toorgan izac ión no e s un ob je t ivo por

cumpl i r , s ino una operac ión en curso que asegu-

ra la autosustentabi l idad del s is tema a l equi l ibrar

de con t inuo su amenazada homeos ta s i s . Por t an -

to , l a l inea l idad s ign i f ica r ía que la homeos tas i s ,

una vez conseguida , se es tancar ía , lo que de es te

m odo i nm ov i l i z a r í a l a c a pa c i da d c om pe ns a t o r i a

de l s i s t ema . E l s i s t ema en e se ca so t endr í a que

sustentarse a part i r de una f iaente externa, con la

c ua l i n t e r a c t ua r í a de a c ue rdo c on e l m ode l o de

ent rada /sa l ida . El cont ras te en t re l a consecuc ión

de l con t ro l y el surg im iento de la au tosu s ten ta b i -

l idad des taca la d i fe renc ia en t re l a operac ión l i -

neal de la re t ro acc ión en t rada /sa l ida y la no l ineal

de l a r e c u r s i v i da d s i s t è m i c a c om o i n t e r c a m b i o

in te rno de in fo rmac ión .

Debemos ahora cons ide ra r que los s i s t emas no

exis ten en a is lamiento, s ino que t ienen ot ros s is -

temas en su en torno .

Los sistemas autopoiéticos pueden interactuar entre

sí en condiciones que dan por resultado una unión

estructural (conductual). En esta unión, la conducta

autopoiética de un organismo A se convierte en una

fuente de deform ación de un organism o B, y el com-

portamiento compensatorio del organismo B actúa

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 210/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 208

a SU vez corno una fu ente de de for m ac ión del or-

ganismo A, cuyo comportamiento compensatorio

actúa de nuevo co m o una fuente de deformación de

B, y así recursivamente hasta que la unión se inte-

rrumpe. De esta manera se desarrolla una cadena de

interacciones entrelazadas. En cada interacción la

conducta de cada organismo es constitutivamente

independiente en su generación de la conducta del

otro, porque sólo la estructura del organismo que se

está comportando la determina en forma interna;

pero es en virtud de que el otro organism o, mientras

dure la cadena, es una fuente de deformaciones com-

pensables que se describe como significativo en el

contexto del comportamiento unido. Éstas son inter-

acciones

 comunicativas^'^

 [pp. 48 y ss.].

El e fec to de la u n i ón es t ru c tu ra l e s do ble y pu e-

de ca l if icarse co m o in t r ín sec o y ext r ínseco e n re la-

c ión con los s i s tem as qu e es tán v inculad os en t re s í.

S i l a p e r t u r b a c i ó n q u e e x p e r i m e n t a u n s i s t e m a

d a p o r r e s u l t a d o u n a r e m o d e l a c i ó n i n t e r n a d e s u

e s t r u c t u r a , é s t a t a m b i é n c a u s a r á u n a p e r t u r b a -

c i ó n p a r a e l i n i c i a d o r d e l r u i d o , ¿ Q u é s i g n i f i c a

e s t o p a r a l a a u t o o r g a n i z a c i ó n d e l s i s t e m a y p o r

qué es capaz de hacer f ren te a t a l es p res iones s in

f r a c t u r a r s e c u a n d o p a d e c e u n t r a s t o r n o d e s d e e l

ex t e r io r? La r e spues t a e s t á en l a "p l a s t i c idad e s -

t r u c t u r a l " d e l s i s t e m a ( p . 3 3 ) . E s t a p l a s t i c i d a d

Véase también Maturana y Varela , quienes resumen esta

relación al declarar: "La unión estructural s iempre es mutua;

tanto e l organismo como e l entorno se someten a t rans forma-

ciones",

  The Tree of Knowledge,

  p. 102.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 211/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 209

permi te espec i f icac iones de los pa t rones de com-

por t amien to de l s i s t ema , porque cuando se une a

o t ros s i s temas , l a pe r turbac ión rec íproca no cam-

bia su estructura por completo, s ino que causa una

m odificación del co m po rtam iento con el fin de ase-

gura r l a au tosus ten tab i l idad . Es ta p las t ic idad in-

herente hace que los cambios de l comportamiento

del s is tema sean viables, y esto a su vez es indis-

pensable para que e l ru ido ambienta l se convie r -

ta en ord en ñinc iona l . De no exist ir ta l p last ic idad,

los s is temas vivos perecer ían, pues ser ían incapa-

ces de reaccionar . Y la reacción s ignif ica conser-

va r s u a u t oo rga n i z a c i ón m e d i a n t e s u c a pa c i da d

de co m pe ns ar las de for m ac ion es qu e sufren.^®

S i n e m ba rgo , l a un i ón e s t ruc t u ra l que c ons t i -

tuye la versa t i l idad del comportamiento del s is te-

m a no e s una m a n i ob ra pu ra m e n t e de fe ns i va ; e s

a l m i s m o t i e m p o u n m o d e l a m i e n t o c o n t i n u o d e

la p l a s t i c idad de l s i s t ema , lo que de e s t e modo

i n c r e m e n t a l a c o m p l e j i d a d d e l c o m p o r t a m i e n t o

de l s i s t ema . Es to hace que l a un ión e s t ruc tu ra l

sea más que un acc iden te pa ra los s i s t emas en

cues t ión ; pone en marcha " l a pos ib le d ive rs idad

de h i s to r i a s recurs ivas" que , como " t rayec to r i a s

que t om a l a a u t oo rga n i z a c i ón" , s on " a s t ronóm i -

cas" (p . 235) . No hay un término para la especi f i -

c a c i ó n d e l o s p a t r o n e s d e c o m p o r t a m i e n t o d e l

s is tem a, y és tos a su vez se de sarr ol lan de m a n e ra

recurs iva al in te rac tua r con sus pa t ron es prev ios ,

que se a l imentan ent re s í . Este proceso de especi -

Hay un anális is más completo de la "plast icidad estructu-

ral" en M aturan a y Varela,

  The Tree of Knowledge,

  pp . 166 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 212/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 210

ficación de c o m p o r t a m i e n t o t i e ne qu e vo l ve r a

f o r m a s a n t e r i o r e s d e e n f r e n t a r l a s p e r t u r b a c i o -

n e s c o n e l f i n d e e l a b o r a r r e c u r s i v a m e n t e u n a

resp ue s t a a l nu evo r e to . E n t an to el s i s t em a ca re -

ce de e senc i a , debe ap rovecha r e s tos pa t rones de

compor t amien to p rev ios y p rocesa r po t enc i a lmen-

t e t odo e l e s fue rzo que desp legó pa ra a segura r l a

a u t o s us t e n t a b i l i da d , l o que de e s t e m odo da o r i -

gen a su h i s tor ia recu rs iva in te rn a . E s recu rs iva

e n u n s e n t i d o d u a l : n o t i e n e u n p r o p ó s i t o f u e r a

de s í mi sma y , po r ende , debe r e tomar l o que ya

de s a r r o l l ó a n t e s c om o gu í a pa r a m a n t e ne r l a a u -

toorgan izac ión ; a l hace r lo , conv ie r t e su p l a s t i c i -

dad e s t ruc tu ra l en una c rec i en t e comple j idad de l

compor t amien to e spec i f i cado . As í , l a h i s to r i a r e -

curs iva permi te que e l s i s t ema reac t ive su propio

p a s a d o c o m o u n a h i s t o r ia e n t r e l a z a d a d e t r a n s -

fo rm ac ion es e s t ruc tu ra l e s (p. 33 ).

H a s t a a qu í , l a un i ón e s t r uc t u r a l c om o c onc e p -

to expl ica t ivo se apl ica a de l inear e l e fec to in t r ín-

s e c o que e xpe r i m e n t a n l o s s i s t e m a s m e d i a n t e s u

i n t e r v i n c u l a c i ó n , q u e V a r e l a r e s u m e a l a f i r m a r :

L a un i ón s e da c om o r e s u l t a do de l a s m od i f i c a -

c i one s m u t ua s a que s e s om e t e n l a s un i da de s i n -

t e rac tuan te s en e l cu r so de sus i n t e racc iones s in

perder ident idad . S in embargo , ex i s te o t ro aspec-

t o y s i n d u d a d e i g u a l i m p o r t a n c i a d e l a u n i ó n

es t r uc tur a l , p o rq u e en genera l [ . . . ] l a u n ió n lleva

t a m b i é n a l a g e n e r a c i ó n d e u n a n u e v a u n i d a d

que pue de e x i s t i r e n un  área diferente  en que los

c o m p o n e n t e s q u e s o n u n i d a d e s u n i d a s c o n s e r v a n

s u i de n t i da d ( p . 50 ). P o r t a n t o , l o s s i s t e m a s de

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 213/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 211

u n o r d e n m á s e l e v a d o s u r g e n d e u n e n t r e l a z a -

miento de los s i s t emas . S i

un sistema se realiza mediante la unión de unidades

autopoiéticas, se define en virtud de las relaciones

de producción de los com pon entes que generan esas

relaciones y se constituye como unidad en algún

espacio [...] en tal caso se llama sistema autopoiéti-

co de

 orden

 más

 elevado

 [p. 51].

La soc i edad y l a cu l tu ra son s i s t em as com pu es -

t o s , y V a r e la de s t a c a qu e t i e n e n u n a un i da d de

ap ar ie nc ia v iva (p . 58); y co nt in úa : Q uie ro de ja r

c l a r o que l a i de a de a u t onom í a y s u s c ons e c ue n -

c i a s

  no

  s e r e s t r i nge n a l o s s i s t e m a s b i o l óg i c os ,

na tu ra l e s , s i no que aba rcan los s i s t emas soc i a l e s

y h u m a n o s

  también

(p . 59 ) . Es t a dec l a rac ión

surge de l a sup os i c ión de qu e la co m pre ns ió n de

la vida se convier te en un espejo de nues t ras e lec-

c iones ep i s temológicas , que l l evan a l as acc iones

h u m an as (p . 46 ).

E l a c o p l a m i e n t o e s t r u c t u r a l d e l a s u n i d a d e s

a u t o p o i é t i c a s p r o c e d e e n f o r m a r e c u r s i v a e n l a

medida en que e l en t r e l azamien to de l os s i s t emas

t i ene que hace r f r en t e a l e spac io l imina l , que s e

h a d e c o n e c t a r m e d i a n t e u n a i n t e r a c c i ó n c o n t i -

n u a e n t r e u n i d a d e s q u e e s t á n s e p a r a d a s . E s t a s

e s p i r a l e s d e r e t r o a c c i ó n r e s u l t a n u n m e c a n i s m o

q u e h a c e q u e s u r j a n s i s t e m a s a u t o p o i é t i c o s d e

o rd en m á s e levado (p . 53) . Igu al q ue la recu rs ivi -

d a d i n t e r n a a s e g u r a l a a u t o s u s t e n t a b i l i d a d d e l

s i s t e m a , l a r e c u r s i v i d a d e x t e r n a e n t r e s i s t e m a s

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 214/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 212

d i f e r e n t e s ge ne ra un i da de s m á s c om pl e j a s . S ó l o

tenemos que pensa r en l a soc iedad como un s i s -

t e m a de o rde n m á s e l e va do que s u rge de un e n -

t re lazamiento de s i s temas pol í t i cos , económicos ,

cu l tu ra l e s , comunica t ivos , l ega le s , c i en t í f i cos y

re l ig iosos pa ra reconoce r que una g ran can t idad

de e l los son ya un idades compues ta s por s í mi s -

mos .^^ Al respec to , l a cu l tura puede se rv i r como

i lus t rac ión inc luso más vivida . La a l ta cul tura , la

p o p u la r y la de b a jo nivel, as í co m o las ar tes y los

m e d i os , e n t a b l a n una c onve r s a c i ón c on t i nua e n -

t re s í , que las más de las veces permi te un in te r -

cambio de componen te s en t re e sa s un idades .

En lo bás i co , hay dos fo rmas de conceb i r e s t a

conve rsac ión . Según e l obse rvador que desc r iba

la cu l tu ra , l a s d ive rsa s un idades , j un ta s , pueden

a s um i r d i f e r e n t e s func i one s , po r e j e m p l o , c ua n -

do se toman como s i s t emas a lopo ié t i cos , l o que

s i gn i f i c a que s ó l o de s e m pe ña n una func i ón de n -

t ro de l s i s t e m a c om pue s t o a l r e p re s e n t a r un a s -

pec to necesa r io pa ra su func ionamien to . S in em-

bargo , l a conversac ión se descr ibe también como

una c i rcu lac ión mediante la cua l se pr iv i leg ia e l

aspec to opera t ivo , lo que hace de la cu l tura a lgo

que su rge de co n t inu o y a l m ism o t iem po des t aca

la c i rcu lac ión como una encamac ión de l a r ecur -

sividad.^®

Los rasgo s sobresa l ientes de la recu rs ividad qu e

V é a s e L u h m a n n ,

  Soziale Systeme,

  p . 345 , para qu ien la

sociedad es e l s i s tema más complejo e incluyente .

La es tructura de es ta c irculación se desarrol la en "espi-

rales extrañas", lo que s ignif ica que exis te no sólo un movi-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 215/395

LA ESPIRAL REC URSIVA 213

gu í a n e s t e pa ra d i gm a de i n t e rp re t a c i ón s e m ue -

ven ahora hac ia un t e r reno más c l a ro ; demues t ra

se r una es t ra teg ia con una gran capac idad expl i -

c a t i va , pue s e j e r c e func i one s m ú l t i p l e s , a unque

i n t e r r e l a c i ona da s . An t e s que na da , nos pe rm i t e

concebi r l a forma en que se hace f ren te a los es -

pa c i o s l i m i na l e s t a n t o de n t ro c om o fue ra de l o s

s i s temas . Al engranar n ive les in te rs i s témicos , l a

recurs iv idad des taca la manera en que e l s i s tema

par t ic ipa en la reso luc ión de in te r fe renc ias en su

hom e os t a s i s . De e s t e m odo t r a ns fo rm a l o s e s pa -

c ios l imina le s en un c i rcu i to de in t e rconex iones

y, al hac erlo, ofr ec e u n cierre al sistem a, pre se ntá n-

d o l o c o m o u n a u n i d a d a u t o p o i é t i c a a u t ó n o m a .

Igua l que las esp i ra les de re t roa cc ió n es t ru c tu ran

la organizac ión in te rna de l s i s tema mediante una

in te racc ión permanente en t re n ive les , componen-

t e s y p rocesos , a s imismo sa lvan e l e spac io l imi -

na l en t re los s i s t emas , cuyos acop lamien tos dan

or igen a los s i s tema s co m pu es tos .

P o r t a n t o , l a r e c u r s i v i da d a pa re c e c om o una

fue rz a ge ne ra t i va . P roduc e e l s u rg i m i e n t o de l a

au tosu stenta bi l idad del s is tem a y de sis tem as com -

miento hacia atrás y hacia adelante, s ino también uno de "je-

rarquías enredadas", deb ido a un "salto" en esta co nv ersa ción

entre diferentes niveles . Hay una descripción de las "espirales

extrañas" y la manera en que causan "jerarquías entredadas"

en Douglas R. Hofstadter,

  Godei, Escher, Bach: An Eternal Gol-

den Braid,

  Nueva York, Vintage, 1989, pp. 709 y ss. [Edición en

español:

  Godei, Escher, Bach: un etemo y grácil bucle,

  Barcelo-

na-México, Tusquets , 1998. ] Maturana y Varela caracterizan

e l s i s t ema nerv ioso como "un laber into de in terconexiones"

en el que participa "una interacción de los elementos sensor y

motor que están distantes",

  The Tree of Knowledge,

  pp. 152 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 216/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 214

pues tos de un orden más e levado. Al conver t i r se

en un concepto expl ica t ivo del surgimiento, reve-

l a c om o m i t o l óg i c o e l a n t i guo c onc e p t o de una

ma t r i z gene ra t iva fue ra de l a cua l se supone que

surge el proceso creat ivo. Al mismo t iempo, cal i f i -

ca ta l surg im iento de en t idad d iná m ica con ca rac-

t e r í s t i c a s c a l e i dos c òp i c a m e n t e c a m b i a n t e s , m uy

dist inta de un producto con l ímites precisos.^^

A dem ás, las espi ra les recurs ivas , de m an er a tan-

to in t ras i s témica como ext ras i s témica , operan co-

m o un a espec i ficac ión y d i fe renc iac ión con t inuas ,

lo que au m en ta la com ple j idad del s is tem a y le per-

m i t e c o m p e n s a r l a s p e r t u r b a c i o n e s q u e e x p e r i -

m e n t a a l r e m ode l a r s e i n t e rna m e n t e e n r e s pue s t a

a l ru id o . E n conse cue nc ia , l a recurs iv idad resue l -

ve l a au to r reproducc ión de l s i s t ema , en e l cu rso

de la cua l se generan inc luso las in te rconexiones

descri tas , y así revela la estructura del s is tema co-

mo no l inea l . Es t a renovac ión se p re sen ta como

u n a "co nectividad re cípr oc a" (p. 91) en tre niveles y

c om pone n t e s que func i ona n c om o ope ra do re s de

la au toorganizac ión de l s i s tema. Los s i s temas no

l inea le s se man t i enen med ian te in t e racc iones re -

c u r s i va s , c uya s c onc a t e na c i one s pe rm i t e n e s pe -

c i f icac iones potenc ia lmente i l imi tadas de sus pa-

t rones in te rnos .

Lo que hace que la recurs iv idad sea una es t ra -

teg ia in te rpre ta t iva tan impor tan te es que los me-

canismos in te rnos de los s i s temas descr i tos has ta

^̂   F. J. Varela, en

 P rincipies,

  pp. 102 y ss ., ofre ce un a vis ió n

muy i lus trat iva respecto de la mús ica como fenómeno emer-

gente.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 217/395

LA ESPIRAL RECUR SIVA 215

ahora no son tan tangibles como pueden parecer .

La re fe renc ia a n ive les , componentes y procesos

que a l imentan l a red d inámica de l s i s t ema es , a

f inal de cuentas , una suposic ión compleja , y es to

es cierto en part icular para los sistemas vivos, co-

mo e l s i s t ema inmunológ ico y e l ne rv ioso , que

son los p r inc ipa le s pa rad igmas de Vare la . S i se

obt iene la impres ión de que los aspec tos es t ruc-

tura les mencionados es tán dados en rea l idad , es -

to se debe sobre todo a l carácter persuasivo de la

espi ra l de re t roacc ión c om o es tra tegia in te rpre ta -

t iva . Hablar de niveles , componentes , procesos y

redes es en el mejor de los casos, de acuerdo con

u n tér m in o de Do uglas H ofstad ter , cha tarra , lo

que s igni f ica que ta les des ignac iones t ienen e l

propósi to de interpre tac ión s in ninguna cer t idum-

bre de que exis tan en

  realidad^^

  (p. 287). Sin em-

barg o, o frec en u n a gu ía , y e l po de r expl ica tivo de

la recurs iv idad parece conver t i r los en rea l idades

tangibles . Por es ta razón se puede af i rmar que las

espirales recursivas hacen accesible lo que de otro

modo se oculta a la vista; dan una idea de los me-

canismos internos de los s is temas que no es tán a

la vista.

Es per t inente representa r la rea l idad en té rmi-

nos de s i s t emas que ope ran en fo rma recurs iva ,

en l a medida en que no hay una rea l idad dada

que no sea la que se hace aparecer mediante los

Véas e Hof s t ad t er ,  Godei, Escher, Bach,  pp. 287 y ss. , y

también e l capítulo 11, "Brains and Thoughts", pp. 337-368,

en el que detal la los diferentes t ipos de "chatarra" necesarios

para describir los niveles cerebrales y sus formas de operar.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 218/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 216

s i s temas . S i l a rea l idad , como un orden es t ruc tu-

rado, exis t iese , los s is temas, como modo de cons-

t ru i r la , se r ían red un da nte s . P or tan to , Varela sos-

t iene : Todo es to se red uc e , en ve rda d, a da rn o s

c ue n t a de que s i b i e n e l mundo  sí  se ve sól ido y

hab i tua l , cu an do lo exam inam os no hay u n pu n to

de re fer en cia fijo co n el qu e sea posib le identificar-

lo; en nin g ú n luga r es su stan cial y sólido (p. 275).

En e l mejor de los casos , e l mundo sólo se revela

c omo un f e nóme no e me rge n t e , a l que s e l l e ga a

com pren der m edian te s is temas que ope ran en fo r-

ma recursiva.^^ Es por esto que debemos reflexio-

nar sobre la recurs iv idad de es tas cons t rucc iones

exp licativas, y de allí q u e lo q u e él l lam a observa-

dor-com unidad adqu ie re la m áxim a im po r tanc ia .

V are la esc r ibe qu e é l de sea d em o st r a r qu e e l

e s tud io de l a a u tonomía y de l a s de sc r i pc ione s

del s is tema en genera l no se dis t ingue de un es tu-

dio de las propiedades de quien describe, y [ . . . ] e l

s i s tem a y el obse rvad or apa rec en co m o un a pa re -

ja in se p ara bl e (p . 63) . P or en de , e l reg is t ro , po-

de m os decir , fo rm a pa r te in tegra l de l t em a qu e se

abre mediante la observac ión, lo que es de l todo

na tu ra l e n l a me d ida e n que l o s i n s t rume n tos

opera t ivos de l s i s tema, la cons t rucc ión de l s i s te -

ma mismo y la representac ión de la rea l idad me-

d i a n t e e l a c o p l a m i e n t o e s t r u c t u r a l d e s i s t e m a s

son t odo s vá s t a gos de l obse rv a dor -c o m un ida d

(p . 276) . Po r tan to , quien des cr ibe es tá d en t ro

de l t ema que se in te rpre ta ; en o t ra s pa labras , e l

H. R. Maturana y F. J. Varela declaran: "Lo que se cono-

ce se produce", en  The T ree of Knowledge,  p. 25 5.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 219/395

LA ESPIRAL RECUR SIVA 217

r e g i s t r o m i s m o e s u n c o m p o n e n t e d e l o q u e d e

o t ra manera ex i s t e como s i s t emas v iv ien tes o s i s -

t e m a s s o c i a l e s a u t ó n o m o s . E l h e c h o m i s m o d e

que e l r eg i s t ro pene t r e en e l t ema des t aca l o que

Hofs t ad t e r seña ló a l denomina r a t oda l a de sc r ip -

c ión i n t e rna una fo rma de "cha t a r r a " , cuya p l au -

s i b i l i d a d y j u s t i f i c a c i ó n o b t i e n e m e d i a n t e la r e -

c u r s i v i d a d , l o q u e p e r m i t e q u e e l o b s e r v a d o r d é

razón de l a operab i l idad de l s i s t ema . Al respec to ,

e l obse rvador fo rma pa r t e de l o obse rvado .

S in embargo , l o que imp ide que e l r eg i s t ro co -

lapse en el te m a es la du al id ad qu e se insc r ibe en él,

y q u e V a r e l a d e s i g n a c o m o " c o m p l e m e n t a r i e d a d

descr ip t iva" (p . 70) y expl ica como s igue: "Lo que

sos t endré ahora e s que una exp l i cac ión ope rac io -

na l de l a fenomenolog ía v iv ien te neces i t a una for -

m a c o m p l e m e n t a r i a d e e x p l i c a c i ó n p a r a q u e s e a

c o m p l e t a , u n a f o r m a d e e x p l i c a c i ó n a l a q u e m e

h e r e f e r i d o c o m o  simbólica (p . 71) . En conse-

cuenc ia , e l r eg i s t ro p r op ue s to t iene u n a es t r uc tur a

de dos p i sos , que cons i s t e en un marco ope rac io -

na l y uno s imbó l i co a l o s cua l e s se va a t r aduc i r

el t e m a . E l o b s e r v a d o r - c o m u n i d a d q u e d e s c r i b e

o p e r a c i o n a l m e n t e e l s i s t e m a p e r t e n e c e a é s t e e n

l a m e d i d a e n q u e c o n s t r u y e s u e s t r u c t u r a d i n á -

mica , l a cua l , s i n embargo , no e s una i nvenc ión

pura porque lo que ca l i f i ca a los s i s t emas v ivos y

soc ia les t i ene un sus t ra to . Es te sus t ra to se conc i -

b e s ó l o d e a c u e r d o c o n l a s e s t r u c t u r a s p r o p u e s -

tas , como des taca Vare la de nuevo a l f ina l de su

l ib ro cu an d o a f i rm a qu e es t e m od e lo e s só lo "un a

imagen" , qu e nos a jo ida rá a " traza r, co m o pro ceso

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 220/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 218

ope ra t i vo y de mane ra fo rma l , e sa r e l ac ión pecu -

l i a r en t re un idades y su cognic ión" (p . 277) , Pe ro

¿ p o r q u é u n a i n t e r p r e t a c i ó n o p e r a c i o n a l d e b e

a c o p l a r s e a u n a s i m b ó l i c a ? P o r q u e " u n a e x p l i c a -

c ión operac ional [ . . . ] no d ice s i es

  cognitivamente

posible o satisfactoria ^^

  (p. 74) , Y la cognición es

i n d i s p e n s a b l e e n t a n t o n u e s t r a f a l t a d e c o n o c i -

m i e n t o r e s p e c t o d e " t o d a s l a s p o s i c i o n e s y m o -

men tos de t odas l a s pa r t í cu l a s de l un ive r so" haga

im po s ib l e "ca l cu l a r sus t r aye c to r i a s f u tu ra s" (74 ),

As í , l a i n t e rp re t ac ión s imbó l i ca t i ene un ca rác t e r

d u a l ; e s p r o d u c t o d e l a g u n a s d e l c o n o c i m i e n t o y

a l m i s m o t i e m p o e s u n a a d q u i s i c i ó n d e l o q u e l a

d e s c r i p c i ó n o p e r a c i o n a l a j u s t a a u n m a r c o e x t e r -

no a l s i s t ema .

S in espec i f i ca r más e l in ten to cogni t ivo , lo que

r e v e l a e s t a d u a l i d a d d e l a e x p l i c a c i ó n o p e r a c i o -

na l y s im bó l ica es qu e el e sp ac io l im ina l q ue ex is -

t e t a n t o d e n t r o c o m o e n t r e l o s s i s t e m a s v i v o s y

soc ia les se insc r ibe en e l reg i s t ro m is m o a l qu e es

a sequ ib l e e l t ema . S i b i en e l e spac io l imina l l o s

d iv ide en una e s t ruc tu ra de dos p i sos , l o s d i s t i n -

t o s c o m p o n e n t e s d e l r e g i s t r o e s t á n h e c h o s p a r a

Varela c i ta a Maturana para i lustrar lo que impl ican es -

tos dos t ipos de descripción. La s i tuación es la s iguiente: un

piloto aterriza mientras su familia lo espera. Cuando el pi loto

baja del avión, su esposa y sus amigos lo abrazan con alegría

y le dicen: —Qué buen aterrizaje , es tábamos preocupados por

la niebla tan espesa. Y el p i loto co ntesta sorprendido: — ¿Vue-

lo? ¿Aterrizaje? ¿De qué hablan? No volé ni aterricé, sólo ma-

n i p u l é a l gu n os m ecan i s m os i n t ern os d e l av i ón p ara ob t en er

una secuencia part icu lar de l ec turas en un conjunto de ins -

t r u m e n t o s

  {Principies,

  p . 250) . La de scr ip c ión de l p i lo to fue

operacional , y la famil ia dio una descripción s imból ica .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 221/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 219

i n t e r r e l a c iona r se , pue s l a i n t e rp re t a c ión ope ra -

c iona l se gu ía has ta c i e r to pun to por cons ide ra -

c iones s imból i cas y l a p r imera a l mismo t i empo

repe rcu te en l a s segundas . Por t an to , e l e spac io

l imina l de l reg i s t ro desencadena un movimien to

recurs ivo que, no obstante , se desplaza a lo largo

de una t rayector ia de entrada/sa l ida , toda vez que

hay un p ropós i to que se debe consegu i ros Es ta

ope ra c ión de r e t roa c c ión de n t ro de l r e g i s t ro e s

opor tuna pa ra e s t e t i po de i n t e rp re t a c ión , que

conc ibe a l mundo como un con jun to de s i s t emas

au tón om os cuya autopoiesis interna y acoplam ien-

to e x t e rno s e c ons ide ra n ma pa s que ha c e n que

surjan los terr i tor ios .

De es te modo, lo que es tablece la dual idad del

registro es u n a epistem ología de la part icip ación

(p. 276), en ta n to el ob serv ad or-c om un idad es tá a

la vez d en tr o y fu e ra de los sistem as, y cuy as ope-

racio nes se co nstru ye n co n el pr op ós i to de la cog-

n ic ión . Es to hace de l reg i s t ro una ope rac ión re -

curs iva , que supone —en cont ras te con los t ipos

de pa ra d igma s i n t e rp re t a t i vos que he mos a na l i -

Varela desarrolla esta dualidad cuando afirma: "La pre-

f eren c i a p or l a s exp l i cac i on es op erac i on a l e s p arece b as ars e

en e l entendido de que las causas es tán 'ahí ' , y ref leja una

s i tuac ión independiente de quien descr ibe . Es to es , s egún e l

mismo argumento que se emplea aquí , insos ten ib le [ . . . ] Una

descripción operacional es ni más ni menos que una forma de

convenir en e l s eno de una comunidad inves t igadora , y de

ninguna manera posee un es tatus intrínsecamente superior a

u n a exp l i cac i ón s i m b ó l i ca [ . . . ] Me p arece q u e h ay gran d es

ventajas en mantener a la mano es ta dual idad de expl icac io -

nes"  {Principies,  p. 77) . Y un a de las raz on es básic as para esta

dualidad es evitar "el

 mon ismo metodológico .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 222/395

LA ESPIR AL R ECU RSIVA 220

z a d o h a s t a a h o r a — u n a c u a l i d a d d i n á m i c a a d e -

c u a d a p a r a c o n c e p t u a l i z a r e l m u n d o c o m o u n

conjunto de s i s temas au topoié t icos . Es te reg is t ro

es t á m u ch o m ás cond ic ionad o por e l t em a que en

nues t ros pa rad igmas an te r io re s , pues e s t an to un

c om pone n t e de l t e m a c om o una i n s t a nc i a e x t e r -

na a él.

Esto nos l leva a un aspecto más de la "comple-

m en tar ie da d descr ipt iva" ent re la observación ope-

rac io na l y la s im ból ica : és ta se con c ibe c om o u n a

obse rvac ión de l a p r imera , l o que de ja a l descu-

b ie r to l a s impl i cac iones ep i s t emológ icas de e s t a

cua l idad "complementa r ia" . Una descr ipc ión ope-

rac iona l d i s t ingue a l sepa ra r n ive le s , componen-

tes y re de s en tre s í , s in ser ca p az de ver las d ist in-

c iones m ism as. La observación s imbó l ica se cen tra

en es te p u n to c iego , lo qu e pe rm i te a l ob serv ado r

perc ib i r lo que no se ve en la desc r ipc ión opera -

c i ona l . En c ons e c ue nc i a , l a obs e rva c i ón de una

o b s e r v a c i ó n a d q u i e r e p e r t i n e n c i a p a r a d e s t a c a r

la dis t inc ión,^^ cuyo papel como especi f icac ión y

di fe renc iac ión de recurs iv idad s i s tèmica es tá por

c om pre nde r s e .

Es im po rtan te tener en me nte que la descr ipc ión

s imból ica de l reg is t ro de dos p i sos no es —como

podr í a pa re c e r— una pos i c i ón f i j a . En c a m b i o ,

t ambién se desa r ro l l a una e sp i ra l de re t roacc ión

en t re la desc r ipc ión s imb ól ica y su am bien te , que

V é a s e N i k l a s L u h m a n n ,

  Die W issenschaft der Gesellschaft,

Franc for t de l Meno , Suhrkamp, 1990 , pp . 79 y s s . [Ed ic ión en

e s p a ñ o l :

  La ciencia de la sociedad,

  M éxico , Un ivers idad Ibero-

americana- iTESo-Antropos , 1996. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 223/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 221

al im en ta e l pro pó si to de la cognic ión ha cia la des-

c r ipc ión , igua l que la desc r ipc ión puede a l imen-

t a r ca rac te r í s t i ca s ope rac iona le s de vue l t a hac ia

e l contex to . Es to convie r te a l a cognic ión en un

m a rc o de r e f e r e nc i a va r i a b l e , l o que pe rm i t e a l

obs e rva do r - c om un i da d de s p l a z a r e l a c op l a m i e n -

to y la in te rp en e t ra c ión de s i s tem as hac ia cons te -

l ac iones ca l e idoscòp icamente cambian te s .

Pa ra i l us t ra r cómo func iona e s to , podemos to -

m ar com o e jem plo la cu l tura . Com o s i s tem a com -

pues to , l a cu l tura t i ene como componentes a s i s -

t emas au tónomos de o rden in fe r io r . Median te e l

acop lamien to e s t ruc tu ra l e s tos s i s t emas adop tan

fun c io ne s a lopoié t icas y rep res en tan as í l as nece-

sa r ias para e l s i s tema compues to . El observador-

comunidad es capaz de ident i f ica r es tos s i s temas

de orden infe r ior que , mediante su acoplamiento ,

hac en que la cu l tura su r ja co m o un s i s tema de or -

den superior . Esta descr ipc ión es , en e l mejor de

los ca sos , ope rac iona l , a l conf ina r a l a obse rva -

c ión a l a d i s t inc ión de ca rac te r í s t i cas formales y

no tocar cues t iones como por qué y cómo se va a

c onc e b i r e l r e s u l t a do de l a c op l a m i e n t o . C ua ndo

s e a bo rda n e s t a s p r e gun t a s oc u r r e un de s p l a z a -

m i e n t o ha c i a l a de s c r i pc i ón s i m bó l i c a m e d i a n t e

e l cual el s is tem a co m pu esto se t ras la da a un m ar-

co de refer en cia cogni t ivo.

Esta t ransposic ión es necesar ia por var ias razo-

nes . Antes que nada , e l s i s tema compues to —tras

s u r g i r d e l a c o p l a m i e n t o e s t r u c t u r a l — r e q u i e r e

u n a c o n c e p t u a l i z a c i ó n d e e m e r g e n c i a , q u e u n a

desc r ipc ión ope rac iona l e s incapaz de fo rmula r ;

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 224/395

LA ESPIRAL RECURSIVA 222

por ende , se neces i ta un es fuerzo cogni t ivo . Es te

es fue rzo no e s independ ien te de l en to rno de l ob-

s e r v a d o r - c o m u n i d a d . L a c o g n i c i ó n d e l s i s t e m a

c o m p u e s t o e s t á c o n d i c i o n a d a p o r l o q u e p a r e c e

impor tan te para e l en torno , y a l a vez la concep-

tua l izac ión de e s te fen óm en o em erge n te se re t ro -

a l im en ta ha cia e l en torn o. Así, la cogn ic ión, co m o

sello dis t in t ivo d e la de scr ip c ión s im ból ica , se po -

ne en m arc ha m ed ian te u na e sp i ra l de en t rada /sa -

l ida , qu e a ju s ta la m a n er a e n qu e se va a co nce bi r

e l surg im iento resp ec to de los req ue r im ien tos de l

en to rno y a l a cua l se re t roa l imen ta e l r e su l t ado

de es te surg imiento .

La in te r re lac ión bás ica t i ene una consecuenc ia

más. Es e l in tento cogni t ivo lo que decide cuál de

l o s s i s t e m a s de o rde n i n f e r i o r va a de s e m pe ña r

papeles a lopoié t icos^^ o a personif icar la carac te-

r í s t i ca sobresa l ien te de l s i s tema compues to . Pue-

de ha be r m uy b i e n un obs e rva do r - c om un i da d pa -

ra qu ien l a cu l tu ra popu la r sea e l ep í tome de l a

c u l t u r a y pa ra qu i e n l a a l t a c u l t u r a s e a un f r a -

caso , que de e s t e modo ope ra en un pape l a lo -

po ié t i co , y v i ceve rsa . S in e l abora r más en t a l e s

i n t e r c a m b i a b i l i d a d e s m ú l t i p l e s , p o d e m o s d e c i r

que el obse rv ador -co m unidad cau sa e s tos desp la -

zamien tos de pe rspec t iva , po r med io de los cua -

Varela detal la esta relación como sigue: "[Un] observador

d e s c r i b e u n c o m p o n e n t e a u t o p o i é t i c o d e u n s i s t e m a c o m -

p u es t o en t an t o d es em p eñ a u n  papel alopoiético  en la realiza-

ción del s i s tema mayor a la que contribuye mediante la auto-

poies is . En otras palabras , la unidad autopoiét ica funciona en

e l contexto de l s i s t ema compues to de una manera que e l ob-

servador describir ía como alopoiét ica"

  {Principies,

  p. 52).

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 225/395

LA ESPIRAL RECU RSIVA 223

les se a l imentan entre s í las descr ipciones opera-

c ional y s imból ica de m an era ta n pe rm an en te co-

mo la descr ipción s imból ica se a l imenta hacia su

en t o r n o . E n t é r m i n o s o p e r ac i o n a l e s , l a cu l t u r a

aparece como una c i r cu lac ión en t r e su con jun to

de s i s t emas de o rden in f e r io r ; en t é rminos s im-

bó l i cos , apa rece como un segundo p lano y un

pr imer p lano de sus un idades acop ladas con ca -

rácter in tercambiable , fuera del cual surge e l pa-

n o r am a d e l a cu l t u r a ca l e i d o s cò p i cam en t e cam -

b ia n te . ̂ ^

W. R. Paulson, en

  The Noise of Culture,

  pp. 101-185, ofre-

ce un penetrante anál is is de la form a en que puede con cebirse

la relación texto-lector a lo largo de l ínea s s im ilares y, en par-

t icular, en que la l i teratura opera co m o s iste m a dentro del s is-

tema compuesto de la cultura .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 226/395

IV. EL DIFERENC IAL AM BULA NTE

Franz Rosenzweig

The Star of Redemption

" S U R G I R D E L O S E L E M E N T O S A P A R T IR

D E L O S F O N D O S S E C R E T O S D E L A N A D A " ^

La in terpre tac ión , como v imos ya , es un ac to de

trad uc ir algo verbal o no verbal a u n registro de n a-

turaleza l ingüís t ica . Esto es vál ido no sólo en la

t ran sp os ició n de un texto en o t ro t ipo de texto , s i-

no también en la t r aducción de un pasado a l p re-

sen te o de una v ida ocu l ta a l a t r ansparencia . Es

vál ido as imismo para e l contro l de la ent ropía , e l

p roc esam ien to de un a herencia , todos los encuen -

tros de cu l tura s y el despliegue de dist intos gra do s

cu l tu r a l es . Los d ive r sos modos que hemos abor -

dado has ta aqu í demues t ran que la in te rpre tac ión

• Franz Ro senzw eig,  The Star of Redem ption,  trad, de W illiam

W. Hal lo , Notre Dame, Notre Dame Univers i ty Pres s , 1985 ,

p . 125 . [Se emplea en es te vo lumen la ed ic ión en españo l de

La estrella de la redención,  t r a d u c c ió n y e d i c ió n d e M ig u e l

García-Baró, Salamanca, Sigúeme, 1997, a partir del original

a l e m á n .

  Der Men sch u nd sein W erk. Gesam melte Schriften.

Part IL Der Stem der Erlösung,

  Kluw er Acad em ic Publ i shers,

1976 , pues só lo as í s e respetan los t érminos , en su mayor ía

propios , qu e acuña Rosenz weig . La página correspondiente de

la cita que se anota dentro del texto proviene de esta edición,

a menos que se indique otra cosa; en este caso, p. 151. (T).]

224

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 227/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 225

c om o t r a duc c i ón no e s un a s un t o de e s c r i b i r un

id iom a en té rm ino s de o t ro , pue s la t ransp os ic ión

de un t ema en un reg i s t ro no s ign i f i ca que é s t e

opere como un equiva len te de l p r imero . En cam-

bio , e l reg is t ro func iona como un medio de aper-

t u r a , a l b r i nda r a c c e s o , c om pre ns i ón , c on t ro l y

t a m b i é n r e gu l a c i ón de l a obs e rva c i ón de l t e m a .

Al mismo t i empo , l a na tu ra l eza de l ma te r i a l po r

in te rpre ta r repercute no só lo en e l reg is t ro , s ino

t a m b i é n e n e l e s pa c i o l i m i na l , que pue de f r a n -

quearse de di ferentes formas, desde la red del c í r -

c u l o he rm e né u t i c o ha s t a l o s c í r c u l o s c onc é n t r i -

cos, las espirales t ransaccionales y la recursividad

sis tèmica .

Se p lan tea un problema d is t in to cuando lo que

s e va a c om pre nde r m e d i a n t e un a c t o de i n t e r -

p re t a c i ón e s a l go que s e e xpe r i m e n t ó c om o i n -

conmensurab le . Es t a s i tuac ión se o r ig ina cuando

e l ob j e t o de l a c om pre ns i ón s on he c hos e n a pa -

r iencia incontrover t ib les —como la exis tencia de l

mundo , de l a humanidad y , sobre todo (pa ra los

creyentes), de Dios— . Pa ra esta em pr es a n o se dis-

pone de convenc iones un ive rsa l e s , mucho menos

de m a rc os de r e f e r e nc i a om n i s c i e n t e s , que s e a n

capaces de normar o s iqu ie ra cont ro la r t a l t rans-

pos ic ión en t é rminos de conoc imien to . Deb ido a

que l a i n t e rp re t a c i ón e s una e m pre s a c ogn i t i va ,

la t ranspos ic ión de a lgo inconmensurable en cog-

n ic ión demanda un modo ope rac iona l d i s t in to de

los que hem os ana l i zado ha s t a aho ra .

Todo ac to de in terpre tac ión abre un espacio l i -

m ina l en tre e l te m a y el registro al qu e se va a t ras-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 228/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 226

l ada r . Es t e e spac io no só lo e s r e su l t ado de l a i n -

t e r p r e t a c i ó n , s i n o q u e a s i m i s m o e s t r u c t u r a l o s

modos de ope rac ión i n t e rp re t a t i va . En e l c a so de

la espiral recursiva, cuando se t ra ta e l control de la

e n t r o p í a , e l e s p a c i o l i m i n a l d e s e n c a d e n a u n a r e -

acc ión ent re la ent rada y la sa l ida mediante la cual

é s t a e f e c t ú a r e a j u s t e s e n a q u é l l a . C o m o r e g l a , l o

q u e s e a l i m e n t a n o c a s a d e m a n e r a e x a c t a c o n

l o q u e s e p r e t e n d e ; a l g o c o n o c i d o a f e c t a a a l g o

ex t r añ o qu e a su vez de j a su im p ro n ta en lo con o-

c i d o , p a r a d a r p a s o a u n a e s p i r a l d e r e t r o a c c i ó n

negat iva . E sta recurs iv ida d se lleva a ca bo m ed ian -

t e u n m o v i m i e n t o d e j u e g o d e i d a y v u e l t a e n t r e

lo conoc ido y l o ex t r año . E l mov imien to de j uego

e s t á s e ñ a l a d o p o r u n a d u a l i d a d , q u e s e m a n i f i e s -

t a en u n a i n t e racc ión e n cu r so en t r e lo qu e po dr í a

d e n o m i n a r s e

  juego Ubre e instrumental.

  E l j u eg o

i n s t r u m e n t a l s e p r o p o n e c o n s e g u i r s u o b j e t i v o e n

t é r m i n o s d e l o c o n o c i d o , m i e n t r a s q u e e l j u e g o

l ib re i nva l i da l o conoc ido has t a c i e r t o g rado , co -

r r i g i é n d o l o y d e s t a c a n d o l o q u e a ú n p a r e c e e s t a r

fu e r a de con t ro l . La i n sc r ip c ión r e c íp ro ca de l j ue -

go l ib re y e l ins t rumenta l exp lora l a t rayec tor ia a

lo la rgo de la cual avanza la espi ra l recurs iva . Así ,

l a r e c u r s i v i d a d , c o m o m o d o d e a d q u i r i r c o n t r o l ,

n o s p e r m i t e i n c o r p o r a r a l g o e x t r a ñ o , a l g o i n c o m -

p r e n s i b l e , a l á m b i t o d e l o c o n o c i d o . S i n e m b a r -

go , l a recurs iv idad impide que lo conoc ido se so-

b reponga a l o ex t r año . En cambio , l o conoc ido se

s o m e t e a l a c o r r e c c i ó n y a l c a m b i o c u a n d o s e l e

a l i m e n t a c o n a l g o q u e e n s u o r i g e n e s t a b a m á s

al lá de su a lcance .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 229/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 227

La e sp i r a l r ecu r s iva , como e s t ruc tu ra de t r adu-

c ibi l idad, revela que no es posible e l iminar e l es-

pac io l imin a l en t re lo ex t raño y lo con oc ido , en t re

e n t r a d a y s a l i d a , e n t r e e l a c o p l a m i e n t o e s t r u c t u -

ra l de los s i s temas y ent re los n ive les de s i s temas

a u t ó n o m o s . E n c o n s e c u e n c i a , e l e s p a c i o l i m i n a l

de j a a l de scub ie r to una i n t r aduc ib i l i dad r e s idua l ,

q u e d a o r i g e n a l a c r e c i e n t e c o m p l e j i d a d d e l o s

p r o c e d i m i e n t o s o p e r a t i v o s e n l a i n t e r p r e t a c i ó n .

E l ac to de enf ren ta r e l e spac io l imina l , por en-

d e , e s t á d e s t i n a d o a a l c a n z a r n u e v o s g r a d o s d e

c o m p l e j i d a d c u a n d o s e t r a d u c e a l g o i n c o n m e n -

surab le , como Dios , a t é rminos de cognic ión . Una

t r aducc ión de e s t a c l a se no some te a Dios a mar -

cos de re fe renc ia de cua lqu ie r c l ase de convenc i -

m i e n t o , y e s t o v a l e t a m b i é n p a r a t o d a f o r m a d e

teología y f i losofía . En estas discipl inas será vana

t a l e m p r e s a , e n t a n t o s e e n c u e n t r a n f u e r a d e l o

qu e e s t án d i se ña da s a de t e rm ina r , y de e s t e m o d o

c o n c e p t u a l i z a n a D i o s d e a c u e r d o c o n c r e e n c i a s

y a e x i s t e n t e s o c o n n o c i o n e s p r e c o n c e b i d a s . P o r

t a n t o , l o i n c o n m e n s u r a b l e d e b e r e v e l a r s e d e s d e

den t ro de s í m i sm o pa ra t r an sm i t i r su pos ib le apa -

r i enc ia .

És t a e s j u s to l a t a r ea que emprend ió F ranz Ro-

s e n z w e i g e n

  The Star of Redemption

  (1921 ) , qu e

tomaré como mi pa rad igma f ina l de in te rpre tac ión

e n t a n t o t r a d u c i b i l i d a d . S i e m p r e q u e n o s t o p a -

m o s c o n u n c a m b i o i m p o r t a n t e e n l a s v a r i a b l e s

d e l a i n t e r p r e t a c i ó n , e s t a m o s c o n s c i e n t e s d e u n

p r o b l e m a q u e p l a n t e a n u e v a s p r e g u n t a s q u e n o

p u e d e n y a r e s p o n d e r s e c o n s o l u c i o n e s a n t i g u a s .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 230/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 228

La au to r idad dec rec i en t e de l c anon d io o r igen a l

c í r c u l o h e r m e n é u t i c o . L a n e c e s i d a d d e c o n t r o l a r

l a en t rop i a , de t r a t a r con l a ape r tu ra y de conce -

b i r l a a u t o o r g a n i z a c i ó n d e s i s t e m a s a u t ó n o m o s

seña ló e l i n i c io de l a e sp i r a l r ecu r s iva como e s -

t r a t eg i a i n t e rp re t a t i va . ¿Cuá l pudo se r e l p rob l e -

m a q u e p a r e c i ó r e q u e r i r u n a t r a d u c c i ó n d e a l g o

i n c o n m e n s u r a b l e , c o m o D i o s , e l m u n d o y l a h u -

m a n i d a d , a t é r m i n o s d e c o n o c i m i e n t o ?

R o s e n z w e i g d e s c r i b e s u e m p r e s a c o m o s i g u e :

"Me esfu erzo en t ras lad ar los p ro b le m as t eo lóg icos

a l a e x i s t e n c i a h u m a n a y é s t a a u n a d i m e n s i ó n

teo lóg ica" .2 Es ta búsqueda ex i s t enc ia l tuvo e l im-

pulso de la propia exper iencia de Rosenzweig .  The

Star of Redemption^  en pa r te se conc ib ió y redac-

tó en l a s t r inc he ras de l a p r im er a G ue r ra M un dia l ,

c o m o l o f u e o t r a o b r a p o r i g u a l r e v o l u c i o n a r i a ,

2 Franz Ro senz w eig , "Das neu e D enken: Einige nachträgl i-

che B em erkun gen zu m 'Stem der Erlösung' (1925)", en

 Kleinere

Schriften,

  Berlin, Sc ho ck en , 1937, p. 389; véa se tam bié n Gers-

hom Scholem, "Franz Rosenzweig und se in Buch 'Der Stern

der Erlösung'", en Franz Rosenzweig ,

  Der Stem der Erlösung,

Bibl iothek Suhrkamp, Francfort del Meno, Suhrkamp, 1988,

pp. 529 y   S S .

3 Karl Löw ith , en "M. H eide gge r und F . R ose nz w eig: E in

Nachtrag zu

  Sein und

  Zeit ,

 Säm tliche Schriften,

  Stutgart, Metz-

ler , 1984, sost iene: "Si Heidegger tuvo un contemporáneo, no

só lo cronológ ico , s ino en e l verdadero sent ido de la pa labra ,

fue es te judío alemán, cuya obra principal apareció se is años

antes de  Being and Time [El ser y el tiempo].  La con exión con-

temporánea de es ta 'nueva forma de pensamiento ' entre Hei -

degger y Rosenzweig por lo general no se reconoció en su épo-

ca , s i b ien Rosenzweig es taba consc iente de e l la" (8 , p . 72) .

Scholem, en "Franz Rosenzweig", p . 529, cons idera e l ensayo

de Rosenzweig "Das neue Denken" una de las dec larac iones

filosóficas m á s im po rta nt es de este autor.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 231/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 229

Tractatus,

  de Wi t tgens t e in . E l t r auma que r e su l t ó

de l a ca t á s t ro fe h i s t ó r i ca de l a gue r r a —que mar -

c ó e l p u n t o m á s b a j o d e l a c i v i l i z a c i ó n o c c i d e n -

t a l— y e l amanece r de una i nconceb ib l e e r a nue -

va"̂ fu e lo qu e hiz o q u e R os en zw eig se a l e j ar a de

u n p a s a d o i n t e l e c t u a l a r r a i g a d o e n e l i d e a l i s m o

a lemán y se e s fo rza ra en t r aduc i r l o que e s t á da -

do po r una ev idenc i a i nmed ia t a —a sabe r , D ios—

a c o n o c i m i e n t o . E s t a t a r e a s i g n i f i c a n a d a m e n o s

que comprende r en fo rma cogn i t i va l a s expe r i en -

c ias de va lor p roba tor io .

T o d o l o q u e s e m a n i f i e s t a d e m a n e r a e v i d e n t e

está más a l lá de la duda , s i b ien las más de las ve-

ces resu l t a d i f í c i l t r aduc i r e s tas exper ienc ias a l a

cogn ic ión . Du p l i ca r u n a expe r i enc i a de va lo r p ro -

ba to r io a l i n t en t a r conoce r l o que e s , qu i zá vaya

e n c o n t r a d e l p r i n c i p i o d e e c o n o m í a d e n u e s t r a

h u m a n a c o n s t i t u c i ó n . L o q u e s e e x p e r i m e n t a e n

l a i n m e d i a t e z s e a c e p t a c o m o v e r d a d e r o , p o r l o

q u e n o h a y n e c e s i d a d d e t r a n s f o r m a r e n c o n o c i -

m i e n t o t a l e s e x p e r i e n c i a s . S i n e m b a r g o , q u e d a n

a l g u n a s e x p e r i e n c i a s d e v a l o r p r o b a t o r i o e n l a

v i d a h u m a n a — e l a m o r , p o r e j e m p l o — q u e p a r e -

c e n e l u d i r l a c o g n i c i ó n a u n q u e a n s i e m o s s a b e r

qué son , como se cor robora en espec ia l en l a l i t e -

r a t u r a , o b s e s i o n a d a c o n p r o m u l g a c i o n e s c o n t i -

nu as de t a le s expe r i enc i a s de va lo r p ro ba to r io . E s

en la na tura leza de es tas exper iencias —en las que

Stéphane Mosès ,

  Der Eng el der Geschichte: Franz Rosenz-

weig—W alter Benjamin—G ershom Scholem,

  Francfort del Meno,

Suhrkamp, 1994, p. 18. [Edición en español:  El ángel de la his-

toria: Rosenzw eig, Benjam in, S cholem,  M adrid, Cátedra, 1997 .]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 232/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 230

es tam os tan envue ltos s iem pre que ocurren— don-

de se nos di f icul ta l ibrarnos de e l las . Todo inten-

to de comprender las s ign i f ica un r iesgo de d i so l -

ver su espontane idad na tura l . No obs tan te , qu izá

s e a nue s t r a pa r t i c i pa c i ón m i s m a l o que nos i m -

pulse a conoce r lo que ac ab am os de exper imenta r .

Para Rosenzweig, la existencia de Dios, del mun-

d o y d e l a h u m a n i d a d s o n r e a l i d a d e s e m p í r i c a s

qu e se evidencian po r s í m ism as, y no o bsta nte de-

ja c la ro desde e l p r inc ip io que pre tende nada me-

nos que ob t e ne r c onoc i m i e n t o de l o que de o t r a

manera só lo es tá d i sponib le como exper ienc ia de

va lor pro ba tor io . Llegar a cono cer lo qu e es tá da-

do e n a u t oe v ide nc i a e s u n p rob l e m a fun da m e n t a l

de la épo ca m od ern a . Por e jem plo, H elm uth Pless-

ner dec la ra : "Somos , pe ro no nos tenemos" .^ No

nos cabe la menor duda de que ex is t imos , s i b ien

no t e ne m os c onoc i m i e n t o de l o que i m p l i c a t a l

indubi tab le exper ienc ia . Pero ¿qué nos impulsa a

conocer lo que es tá dado en au toevidenc ia , y qué

represen ta nues t ra re s i s t enc ia a acep ta r que hay

e xpe r i e nc i a s de l a s que t e ne m os c onc i e nc i a s i n

saber lo que son?

Rosenzwe ig aborda e s t a p regun ta en l a p r ime-

ra oración de su l ibro, lo que se refiere a un nivel

m á s p r o f u n d o d e l p r o b l e m a a l q u e r e s p o n d e r e -

mos con e l desarrol lo de ot ra var iable de la in ter-

p re t ac ión , d i s t in t a de l a s que hemos v i s to has t a

5 H elm uth P les sner, "Die anthro polog i sche D im en s ion der

Geschichtl ichkeit", en Hans Peter Dreitzel (ed.) .  Sozialer W an-

del: Zivilisation und Fortschritt als Ka tegorien der soziologis-

chen Theorie.

  Neuwied, Luchterhand, 1972, p. 160.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 233/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 231

aq uí . El en u n cia d o es e l s iguiente : Por la m ue r-

te , por e l miedo a la muer te empieza e l conoc i -

m ien to del Todo (p. 43). Todas las pa na ce as con

que se in tenta a l iv ia r es te temor han demost rado

su ineficacia , en especial las que provienen de la

fi losofía , e l dominio mismo de la cognición. Sin

embargo, Rosenzweig sost iene que no es tanto e l

t emor a l a muer te lo que c reó e l p rob lema , s ino

la f i losofía misma, pues ha sido incapaz de cum-

pl i r su pr o m es a de [sa l tar] sob re la tu m b a qu e a

ca da pa so se ab re ba jo los pies (p. 43). Y co m o el

baluarte del conocimiento y la cognic ión se viene

aba jo , el cons igu iente pro ble m a sólo pu ed e abor-

darse , de acuerdo con Rosenzweig, a l sust i tui r la

fi losofía con una empresa dedicada a t raducir las

experiencias de valor probatorio de Dios , e l mun-

do y la humanidad a l conoc imiento . Respec to de

es to , e l punto de par t ida de Rosenzweig es cas i

un cambio to ta l de lo que Descar tes cons ideraba

la ra í z de l conoc imien to : no e s l a capac idad de

dudar lo que proporc iona cer teza , s ino más b ien

lo qu e es tá m ás a l lá de to d a d ud a. A pe sa r de que

e s to ú l t imo e squ ive nue s t r a c ompre ns ión , de be

ser el objetivo de la cognición.

Para una ta rea as í , debe concebi rse una var ia -

b le de l a in t e rpre tac ión que , en pa labras de Ro-

senzweig , p ro cu re qu e la t rayec tor ia de l sab er

pro ced a a u n a cogn ic ión aú n m ás p ro fu n d a [ ...]

como una re -c reac ión en e l pensamien to de l Se r

no c read o (p. 280). E s ta em pr es a in te rpr e ta t iv a

impl ica pr imero y sobre todo una conc ienc ia for -

talecida del espacio l iminal, que la fi losofía no só-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 234/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 232

lo ha s ido incapaz de enf ren ta r , s ino que senc i l l a -

m e n t e h a i g n o r a d o . P o r t a n t o , R o s e n z w e i g s e e m -

ba rca en una ope rac ión de l imp ieza de t e r r eno a l

decons t ru i r l a f i l o so f í a po r comple to . Es pe r t i -

n e n t e o b s e r v a r q u e s i e m p r e q u e s e d a u n r e o r d e -

n a m i e n t o d r á s t i c o d e l o s p r o c e d i m i e n t o s i n t e r -

p r e t a t i v o s p a r e c e i n d i s p e n s a b l e d e s m a n t e l a r l o s

en foques an t e r io re s con e l f i n de des t aca r l a im-

por tanc ia de lo que se va a favorecer en ade lan te .

E s t o f u e c o n c l a r i d a d l o q u e s u c e d i ó c u a n d o e n -

t r ó e n e s c e n a l a h e r m e n é u t i c a : S c h l e i e r m a c h e r

d e s c a r t ó l a t r a d i c i ó n d e l c o m e n t a r i o y D r o y s e n

rechazó toda f i losof ía de la h is tor ia que fuese an-

te r io r . Algo s imi la r ocur r ió con l a esp i ra l recurs i -

v a , c u a n d o G e e r t z r e m p l a z ó l a d e s c r i p c i ó n f i n a

con l a g ruesa , y l a t eor ía genera l de s i s t emas sus-

t i t u y ó a l p a t r ó n d e e n t r a d a / s a l i d a c o n l a r e c u r s i -

v i d a d s i s t è m i c a . L a c o m p e n s a c i ó n d e l p u n t o d e

p a r t i d a p r o p i o a p a r t i r d e u n c o n t r a s t e c o n c e b i d o

n e g a t i v a m e n t e i n d i c a q u e l a i n t e r p r e t a c i ó n , c o -

m o p r o c e d i m i e n t o t é c n i c o , s e g u í a m e d i a n t e u n

i n t e n t o o p e r a t i v o q u e o b t i e n e s u n o t o r i e d a d e n

func ión de l o que desca r t a .

L a d e c o n s t r u c c i ó n  avant la lettre  de Rosenzwe ig

s e e n c a m i n a b a a l c o n c e p t o g e n e r a l q u e p r o c u r a -

ba la f i losofía , a saber: que todo lo que existe está

co nte nid o en lo qu e se d en o m in a e l Todo. E sta c on-

cepc ión p redominan te de t odo l o que ex i s t e t i ene

d e f i c i e n c i a s b á s i c a s . S i e l c o n c e p t o d e l T o d o h a

d e c o n t r a r r e s t a r e l t e m o r a l a m u e r t e , t o c a s ó l o

muy por enc ima e l e spac io l imina l que se abre en-

t re nosot ros y nuest ro f ina l . Por tanto , e l Todo es-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 235/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 233

t á de s t inad o a e l im inar este espac io , e xac tam ente

igua l que l a au to r idad cambian te en l a in t e rp re -

tación el im inó la difere nc ia en tre e l texto c an ón ico

y su lec tu ra . E n cu alqu ier caso, el esp acio l imina l

su f re u n a invas ión . M ás aú n , la proyecc ión d e u n

Todo no e s más que una abs t racc ión de todo lo

que ex i s t e , po r lo que cua lqu ie r cosa ind iv idua l

queda ya sea ignorada o re l egada a l a i ns ign i f i -

cancia . La f i losofía , sost iene Rosenzweig, engaña

a l se r humano " t renzando en to rno a lo t e r rena l

e l humo azul de l pensamiento de l Todo" (p . 44) ,

só lo para reve la r a l Todo como un concepto que

en s í mi smo no e s nada porque no puede sus t an -

cia rse , lo q ue de este m o d o ha ce q u e la filosofía

t e rm i ne po r c onve r t i r s e e n una " m e n t i r a p i a do -

sa" (p . 45), en tan to n o cum ple lo qu e pr om ete .

Si la f i losofía proclama ser capaz de contrarres-

t a r e l t emor a l a muer t e y domina r l a con t ingen-

c ia de l mundo a l p royec ta r su noc ión ho l í s t i ca

de l Todo más a l lá de donde no hay nada , l a pro-

yecc ión misma conl leva una pos tura ex te r ior que

pe rm i t e s u p roye c c i ón . De b i do a que nunc a e s

posible establecer este sobrevuelo, e l co nc ep to qu e

engloba a los demás no se sost iene y, por ende, se

de sm o ro n a. Lo qu e u n a " total ida d fracturada" n o

to m a en cu en ta es Dios , el m un do , l a hu m an ida d ,

que es inconmensurable , o múl t ip le , o par t icu la r .

Marcan las consecuenc ias de la impos ib i l idad ló-

gica en que es tá ent rampada la f i losof ía median-

t e su po s tu ra t r a scen den ta l ub ica da f ue ra de todo

lo que existe; y esta t rampa convierte a la f i loso-

f ía m ism a en na da , en especia l deb ido a qu e la fi-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 236/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 234

l o so f í a sos t i ene que no hay nada más apa r t e de l

Todo.

El mismo impulso que hizo que la f i losofía so-

bre im pu s ie r a e l con cep to genera l del Todo a tod o

lo qu e exis te op er a po r igual en las ca te go rías qu e

la f i losof ía prolonga cont inuamente a par t i r de s í

m ism a, con lo que da fe de su in ten to m áx im o de

p r o p o r c i o n a r c o n c e p t u a l i z a c i o n e s t o t a l i z a d o r a s

pa ra lo que o rgan iza . Por t an to , cuando se ap l i -

can ca tegor ías a Dios , e l mundo y la humanidad ,

resu l tan incapaces para a ba rca r la apar ien c ia pro-

bab le de Dios, el m u n d o y l a hu m an ida d , en t an -

to aven ta j an l a s l imi t ac iones que se l e s imponen

median te l a ca t egor i zac ión . En luga r de c l a s i f i -

carse en lo que se postula según su cognic ión, es-

tos mismos conceptos f iguran como d imens iones

inc luyen te s y exceden l a s c l a s i f i cac iones que se

les apl ica . La ca tegorizac ión de Dios , e l mundo y

los se re s humanos en t é rminos de me ta f í s i ca , l ó -

gica o é t ica , en úl t ima ins tancia re t i rar ía su mul-

t ip l ic idad a l e levar un componente a l a razón de

ser respect iva de cada uno.

Rosenzweig se opone no só lo a un es t i lo espe-

cífico de fi losofía —es decir, el idealismo alemán,

t ra d i c i ó n e n la q u e a b r e v ó — s i n o a lo s p r in c i-

pios básicos de la f i losofía misma. Considera una

superst ic ión f i losófica creer que la razón se enca-

mina a l ser , y viceversa . Esta suposic ión es en su

opinión el defecto congènito de la f i losofía que la

a tormenta desde entonces . "La f i losof ía comenzó

6 V éase S ch ole m , "Franz Ro senzw eig", p. 527.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 237/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 235

en las nu pc ias del pe ns ar c on el ser. Y es justa m en -

te a e ll a, y ju s t am en te aq u í , a qu ien re h u sa m o s

seguir . Buscamos lo perpetuo, que no precisa del

pe ns ar p ar a em pe za r a ser (p. 60). Al cu est io na r

la íntim a correlació n e ntre raz ó n y ser, Rosen zw eig

desmante la e s t e en t re l azamien to con base en l a

lóg ica , y a l mismo t i empo des taca l a fo rma en

que el fracaso de la f i losofía suministra la prueba

cogni t iva para su propia empresa . Argumenta co-

mo sigue:

La identidad del pensar y el ser supone, pues, un a ín-

tima no identidad. El pensamiento, que en verdad se

halla enteram ente referido al ser, es al m ism o tiem po

en sí una multiplicidad porque está simultáneamen-

te también referido a sí mismo. Así, el pensamiento,

él mismo unidad de su propia pluralidad interna,

funda además —no en tanto que él es unidad, sino

en la medida en que es pluralidad— la unidad del ser.

Con ello, la unidad del pensar, que concierne inme-

diatamente sólo al pensar, y no al ser, cae fuera del

co sm os ser = pensar. Así, pues, este co sm os, en el que

se hallan entreveradas dos pluralidades, tiene ahora

su unidad en teram ente allende sí m ism o [pp. 13, 53].

Y c omo e l c osmos — que i nc luye l a p re sun t a

ident idad de razonamiento y ser— no es ya la ra-

zón de se r de l pensamiento moderno, la exis ten-

c ia de Dios co m o el m ás a l lá del co sm o s es la

in fe renc ia lóg ica que Rosenzwe ig e s capaz de

e s t a b l e c e r a l de smon ta r e l p r i nc ip io de pe nsa -

miento básico de la filosofía.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 238/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 236

C o n e s t e a r g u m e n t o , R o s e n z w e i g n o a d o p t a

una pos tura escépt ica n i t eo lógica en su a fán por

remediar las deficiencias de la f i losofía . Si se hu-

b iese conver t ido en un escépt ico , habr ía seguido

siendo un f i lósofo de a lguna creencia t radic ional .

S i hub ie se ab razado e l camino t eo lóg ico , se ha -

b r í a co m pro m et ido con u n a doc t r ina rel ig iosa es-

pec í f ica . Debido a que n inguna opc ión e ra vá l ida

para é l , tuvo que recurr i r a una so luc ión propia ,

qu e se rep rese nta e n su in ten to de t ras la da r a Dios

y lo que depende de él a la cognición.

Tras arrojar "su guante a todo e l i lus t re gremio

de los fi lósofos, desde Jonia hasta Jena"^ (p. 52),

R os e nz we i g s e e m ba rc a e n s u e m pre s a , que na -

vega con e l l ema : "Nues t ro v i a j e de exp lo rac ión

avanza de las Nadas de l saber a l Algo de l saber"

(p . 60 ) . E l empare jamien to de l a Nada y e l Algo

es t ru c tu r a e l a rg um en to de su t a re a en te ra y o f re -

ce l a s he r ram ien ta s con cep tua le s pa r a t r adu c i r lo

inconmensurab le a l conoc imien to . E l pa r de con-

cep tos e s t á b i en e l eg ido : n inguno e s un t é rmino

am big uo y, po r ende , n in gu no con l leva co nn o ta -

c iones múl t ip les t ras de s í , que tan a menudo des-

lucen la c la r idad de l l engua je conceptua l .® Para

7

  Véase también Mosès ,

  Engel der Geschichte,

  p. 28 .

®  En la vers ión a lemana or ig ina l , e s te emparejamiento es

Nichts  (Nada) y Etwas  (Algo) . Pero como  Nichts  es un término

am b i gu o , Ros en zwe i g op era s ob re l o q u e s i gn i f i ca

  Nichts:

"Wohlgemerkt , wir sprechen n icht d ie f rühere Phi losophie ,

d ie nur das Al l a l s ihren Gegens tand anerkannte , von e inem

Nicht Überhaupt . Wir kennen ke in e ines und a l lgemeines Ni -

chts , wei l wir uns der Voraussetzung des e inen und al lgemei-

n en

 7U1

  entschlagen haben. Wir kennen nur das e inzelne (des-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 239/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 237

descubr i r e l p robab l e s i gn i f i cado de e s tos t é rmi -

no s es nec esa r io co ns u l t a r e l d icc ion ar io , en t an to

aún no se es tab lecen de l todo en l a t e rminolog ía .

I n c l u s o p o d r í a s e n t i r s e u n o t e n t a d o a d e c i r q u e

l as p a l a b r a s d e l i b e r a d a m e n t e n o e s t á n d e s t i n a d a s

a f t ingi r como conceptos , toda vez que operan co-

m o t r a n s p o r t a d o r a s , a l i n d i c a r l a t r a n s f e r e n c i a

de a lgo i n t ang ib l e a l a pe rcepc ión . E l a rgumen to

en t e ro de Rosenzwe ig g i r a en t omo a e s tos t é rmi -

nos , s i e s pos ib le denominar los t é rminos de l todo .

Por es ta razón aprovecha cas i todos los s ign i f i ca -

dos que ind ica e l d icc ionar io pa ra es tas pa labras .

L a s e n t r a d a s d e " N o u g h t " e n  The Am erican Heri-

tage Dictionary

  s o n l a s s i g u i e n t e s :

  a)

  n a d a [ n o -

wegen aber n icht e twa bes t immte , sondern nur bes t immung-

serzeugende) Nichts des e inzelnen Problems".

  [Stem der Erlö-

sung,

  p . 27] . [No hablamos , b ien entendido , de una nada en

general , como la vieja f i losofía, que sólo reconocía como obje-

to suyo a l Todo . No conocemos una nada única y universa l ,

porque nos hemos desembarazado de l presupues to de l Todo

único y universal . Sólo conocemos la nada s ingular y a is lada

(no por e l lo determinada, s ino sólo productora de determina-

ción) del problema ais lado y s ingular.  {La estrella de la reden-

ción,  p. 65).]

Por es ta razón , Rosenzweig en ocas iones emplea una for-

ma plural de

 Nichts

  que no exis te en alemán cuando habla de

las "Nichtsen des Wissens" ["Nadas del saber"] (p. 60). Al res-

pecto , la vers ión en inglés de

  Nichts, Nou ght,

  evita to da s las

c o n n o t a c i o n e s t e r m i n o l ó g i c a s q u e s u p o n e e l c o n c e p t o a l e -

mán. Inc luso

  Aught,

  término en inglés para e l a lemán

  Etwas,

prec i sa más la cua l idad que Rosenzweig deseaba transmit ir

co n Etwas.  [El ca so del españ ol representa m ás s im il itude s co n

e l or ig ina l a lemán, toda vez que la doble negac ión de

  nada

por lo general no impl ica una af irmación, s ino una reaf irma-

c ión de la negac ión

  (v. gr.,

  "no hay nada"). Quizá el término

algo

  p res en t e m en os am b i gü ed ad q u e e l a l em án

  Etwas.

  (T.)]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 240/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 238

t h ing ] ,  b)  e l s ímbolo o [ the symbol o ] , c)  cero [ze-

ro] ,

  d)

  en abso lu to [no t in the l eas t ] ,

  e)

  n a d a m á s

[no more ] .*

Así, la n ad a n o es la cu al ida d d e la n a d a e n el sen-

t i do de una Nada abso lu t a . Y como Dios , e l mun-

d o y la h u m a n i d a d s o n si n d u d a a l g u n a e v i d e n te s

po r sí m i sm os , l a N ad a pa r a Rosenzw e ig — si b i en

ind ica a l p r inc ip io " l as Nadas de l saber" (p . 60)—

t iene que se r más comple ja . Al recor re r l a l i s t a de

e n t r a d a s e n e l d i c c i o n a r i o s e v e l a f o r m a e n q u e

s e i n s t r u m e n t a l a v a r i e d a d s e m á n t i c a d e N a d a :

a)

  c o m o

  nada,

  des igna l a ausenc ia de a lgo ;

 b),

  co-

m o

  símbolo,

  i n d i c a v a c í o s y e s p a c i o s e n b l a n c o ,

l o q u e s u g i e r e q u e h a y a l g o a n t e s o d e s p u é s d e

el los;  c)  c o m o  cero,  no t i ene s i gn i f i cado y seña l a

e l i n i c io de u n a se r i e de nú m ero s ;

  d)

  c o m o

  en ab-

soluto,

  s e ñ a l a e x c l u s i o n e s , y

 e)

  c o m o

  nada más,

des t aca a lgo que desapa rec ió .

De es te modo, l a Nada de l saber , aunque des ig-

n e e l n o s a b e r d e l o i n c o n m e n s u r a b l e , a p a r e c e

d e s d e e l i n i c i o m i s m o d e l a r g u m e n t o d e R o s e n z -

w e ig c o m o la o p o r t u n i d a d p a r a u n a d e m a r c a c i ó n

m ú l t i p l e m á s q u e c o m o u n l í m i t e m á x i m o m á s

a l l á de l cua l no hay nada . Las l íneas de demarca-

c ión e s t án des t i nadas a va r i a r de acue rdo con l o s

ma t i ce s de l s i gn i f i cado que a sume e sa Nada en e l

t r a n s c u r s o d e s u s d i s t i n t a s a c e p c i o n e s . E s t a c u a -

l i dad de cambio i nd i ca que l a Nada no ha de con-

fund i r se con un concep to , o que n i s i qu i e ra ha de

* En español , las entradas de

  nada

  q u e o f rece

  El pequeño

Larousse ilustrado

  so n las s iguientes:

 a)

  n inguna cosa ,

  b)

  m u y

poca cosa, cj en absoluto ,

  d)

  el no ser.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 241/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 239

e s p e r a r s e q u e o p e r e c o m o t a l ; e n c a m b i o , d e s d e

u n pu n to de v i st a m e ta fó r i co , e s u n ca m a leó n que

asume e l t ono de sus ap l i cac iones cond ic iona l e s ,

y é s t a s s o n b á s i c a m e n t e m o d o s d e t r a n s p o s i c i ó n .

O c u r r e a l g o p a r e c i d o c o n l a p a l a b r a q u e R o -

senzwe ig a soc i a con Nada , que se e sboza ya des -

de e l p r i nc ip io en una dec l a rac ión bás i ca que i n -

d i ca su embes t i da i n t e rp re t a t i va : "La nada no e s

nada: es a lgo" (p . 45) .

  Algo

  t a m b i é n s u p o n e m u -

chos s i gn i f i cados . Sus en t r adas en e l d i cc iona r io

s o n l a s s i g u i e n t e s :

  a)

  c u a l q u i e r c o s a [ a n y t h i n g

whatever ] ,

  b)

  e n abs olu to [a t a ll] , c j de a lgu na m a-

ne ra [ i n any r e spec t ] ,  d)  a lguna cosa [ any th ing ] ,

e)  aún no [no t ye t ] ,  f ) s í m b o l o o [ s y m b o l o ] y  g)

cero [zero] .*

Si la Nada no es nada , s ino e l esbozo de un Al-

go , de s t aca una conno tac ión que t i enen en común

las dos pa labras , a saber : cero . S i e l cero marca e l

p u n t o d e i n te r s e c ci ó n , p o d r í a m o s d e c i r q u e N a d a

ind i ca un desp l azamien to hac i a e l c e ro , mien t r a s

que Algo i nd i ca un avance a pa r t i r de ce ro . As í ,

s u i n t e r r e l a c i ó n d a p o r r e s u l t a d o u n a e s c a l a m ó -

v i l , que convie r t e a l a Nada en una operac ión que

revela a lgo, u n algo, n o ob stan te , qu e a ú n es tá ocul-

t o en t an to p redomine l a Nada , s i b i en e s t á con-

t e n i d o e n e l l a i g u a l q u e t o d a n e g a c i ó n a l b e r g a

una a f i rmac ión po t enc i a l que mot iva l a negac ión .

Por ende , l a Nada ha de t raduc i r se a un Algo , lo

* En español , las entradas de

  algo

  d e

  El pequeño Larousse

ilustrado

  son las s igu ien tes :

  a)

  con cep t o gen era l d e cos a en

contrapos ic ión a nada ,

  b)

  cosa de cons iderac ión ,

  c)

  cant idad

indeterminada,

  d)

  parte o porción,

  e)

  un poco .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 242/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 240

que s ign i f i ca nada menos que l a Nada t i ene una

na tura leza fac i l i t adora . En es ta coyuntura de l a r -

gume n to e n t r a e n e sc e na un c ód igo dua l de l a

Nada , que se perc ibe mejor cuando se le cons ide-

ra dent ro de l contexto de l cua l surgió . Como vi -

mos, de acuerdo con Rosenzweig, la f i losofía es

l a Nada de l sabe r , como se desprende de l hecho

de que e l Todo que proyecta la f i losofía como

concepto global hace que todo se disuelva en abs-

tracciones. Al respecto, la Nada designa cero, por-

que e l T odo c omo pos tu l a do i na ba rc a b l e no e s

nada. Sin embargo, es ta Nada t iene un doble f i lo

en la medida en que su designación del Todo co-

mo nada da por resul tado una cance lac ión de es -

te concepto f i losóf ico omniabarcante y de es te

modo l ibe ra l a va r i edad en te ra de lo que e s in -

conmensurable (Dios) , múl t ip le (mundo) y par t i -

cu la r (h um an id ad ) , qu e a su vez son l a s N ada s

del sa b er en lo q u e re sp ec ta a la f ilosofía .^ E st a

Nada es tá dest inada a desencadenar un Algo y, de

es te modo , a impul sa r un avance desde l a Nada

de l saber de la f i losof ía has ta una comprens ión

fa c i l i t a d o ra de c ua lqu i e r c osa , t r a d uc i é n do se

así a su Algo.

E s t e e mpa re j a mie n to e s funda me n ta l e n e l a r -

gumento de Rosenzweig , en e l sent ido en que ac-

t iva u n d i fe renc ia l am bu lan te en t re los dos té rm i-

no s que resu lta ser el sello distintivo del p ar ad ig m a

9 R ose nzw eig sost iene : "Así que tam po co del hom bre sabe-

m os n ad a . Y e s t a n ad a e s s o l am en t e u n p r i n c i p i o , e i n c l u s o

s o l am en t e e l p r i n c i p i o d e u n p r i n c i p i o"

  {La estrella de la re-

dención,  p. 104).

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 243/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 241

interpre ta t ivo que propone. Por ende, Rosenzweig

de f i ende e l pensamien to en t é rminos de re l ac io -

nes y no de pos ic iones , pos tu lados , ca tegor ías o

s iquie ra conceptos . Los té rminos que emplea pa-

ra es ta ta rea son adecuados en la medida en que

no t ienen la carga de ningún s ignif icado t radic io-

na l t ras de s í . Como té rminos son más b ien opa-

c os y de n inguna ma ne ra de f i n idos e n e s t r i c t o

sent ido, lo qu e s in em ba rg o les pe rm ite desp legar

m ás y m ás m atices y l lam ar la aten ción a los avan-

ces de las re lac iones entre e l los . Por tanto. Nada

y A lgo pue de n c onc e b i r s e p r ime ro y sob re t odo

com o té rm inos ope rado res , y com o ta le s dem ues-

t ran que son adecuados para la tarea de convert i r

a l saber la inconmensurabi l idad de Dios y lo que

resultó de el la , es decir , e l mundo y los seres hu-

manos .

Mi propósi to aquí es t razar la t rayector ia de la

i n t e rp re t a c ión que e s t ruc tu ra e l i n t e n to de Ro-

senzwe ig de t raduc i r lo inconmensurab le a cog-

nic ión. Paso por a l to la dimensión re l igiosa de su

a r g u m e n t o , q u e r e p r e s e n t a u n a e x p o s i c i ó n f u n -

da me n ta l de l j uda i smo . E n c a mbio , me l imi to a

ana l i za r los c imien tos de su a rgumentac ión . Co-

mo hice con los paradigmas in te rpre ta t ivos revi -

s a dos ha s t a a qu í , me c e n t r a ré e n l a e s t ruc tu ra

mediante la cua l se t ras lada un tema a un regis -

t ro y en e l grado a l que és te interviene en aquél ,

con sus consiguientes ramif icaciones . Si bien los

modos de in te rpre tac ión es tán s iempre condic io-

nados por e l t ema que pre tenden abordar , def in i -

t ivamente son d i s t in tos de lo que e s t án des t ina -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 244/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 242

dos a de s c ub r i r . E s t o s uc e de e n pa r t i c u l a r e n e l

c a s o d e R o s e n z w e i g , e n t a n t o a b o r d a u n a c u e s -

t i ó n r e l i g i o s a e n t é r m i n o s n o t a n t o d e c r e e n c i a

r e l i g i o s a c om o de un e n t r e l a z a m i e n t o i n t r i nc a do

e n t r e c r e e nc i a y c ono c i m i e n t o :

Hacemos que la fe sea enteramente contenido del

saber, pero de un saber que pone él mismo en su

fundamento un concepto capital de la fe. Que así lo

hace es a lgo que, por cierto, sólo se hará visible en el

curso de su acción, ya que, justamente, ese concepto

capital de la fe no puede ser reconocido como tal

más que cuando el saber llegue a exponer la fe, y no

antes [p. 146].

Es ta d i s t i nc ión pos ib i l i t a s epa ra r e l modo ope -

rac iona l de Rosenzweig , por una par te , de su com-

p r o m i s o c o n el j u d a i s m o , p o r la o t r a . A u n q u e

e s t o e s t á b i e n d e l i m i t a d o e n  La estrella de la re-

dención,

  l a e s t r a t e g i a de s u p r e s e n t a c i ó n n o s e

d e r i v a d e u n s i s t e m a d e c r e e n c i a s , s i n o — c o m o

a f i r m a e l p r o p i o R o s e n z w e i g — d e l a s m a t e m á t i -

cas en e l l ib ro pr imero , de l a gramát ica en e l se -

gundo y de l r i tua l en e l t e rce ro (pp , 350 y s s . ) , y

toda e sa e s t r a t eg i a s e desp l i ega e s t ruc tu ra lmen te

en v i r t ud de un d i f e renc i a l ambulan te .

Com o N a da y A l go s on l o s pa r á m e t r o s bá s i c os

de e s t a e m pr e s a , e l p r i m e r p r oye c t o e s e xa m i na r

l a mane ra en que func ionan y l o que los hace en -

ca j a r . Es e l mi smo Rosenzwe ig qu ien desc r ibe e l

m o d o o p e r a t i v o e n t r e e s o s t é r m i n o s c o m o d i f e -

r e nc i a l a m bu l a n t e :

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 245/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 243

El diferencial aúna en sí las propiedades de la nada

y las del algo. Es una nada que remite a un algo: a su

algo; y, a la vez, es un algo todavía dormido en el se-

no de la nada. Es en uno la magnitud vertiéndose en

lo que carece de magnitud y, por otra parte, posee

prestadas, a título de  infinitamente pequeño,  todas

las propiedades de la magnitud finita, a excepción

de... esta m isma . Y así extrae su fuerza fundadora de

realidad, por un lado, de la violenta negación co n la

que rompe el seno de la nada, y, por otra, e igual-

mente, de la serena afirmación de cuanto limita con

la nada a la que él permanece adherido a título de

infinitesimal. De este modo, abre dos vías de la na-

da al algo: la vía de la afirmación de lo que no es

nada y la vía de la neg ació n de la nada. A causa de

estos dos caminos es la matemática la guía. Ella en-

seña a reconocer en la nada el origen del algo. Edi-

ficamos, por tanto, aunque el maestro [Cohén] quizá

no lo admitiera, basá ndonos en la hazaña científica

de su lógica del origen: el nuevo concepto de nada

[p. 61].

A h o r a , a n t e s d e a n a l i z a r e l m o d o o p e r a c i o n a l

d e l d i f e r e n c i a l y l a m a n e r a e n q u e R o s e n z w e i g

c o n c i b i ó s u s m e c a n i s m o s , c o n s i d e r e m o s u n a v e z

m á s l a s e n t r a d a s d e l d i c c i o n a r i o , e n e s p e c i a l p o r -

q u e R o s e n z w e i g a p r o v e c h ó d e n u e v o t o d a s l a s

f u n c i o n e s q u e e j e r c e e l d i f e r e n c i a l . E s t o e s d e l o

m á s p e r t i n e n t e e n t a n t o R o s e n z w e i g e x p l í c i t a -

m e n t e t o m ó e l d i f e r e n c i a l c o m o e s t r a t e g i a d e i n -

t e r p r e t a c i ó n d e l a s m a n o s d e s u m a e s t r o , H e r -

m a n n C o h é n , s i b i e n l a f o r m a e n q u e l o e m p l e ó

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 246/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 244

no fue exac tamente l a misma que l a de Cohen ,

La p ala b ra di ferencia l se def in e en e l dicc io na-

r io como:

  a)

  re la t ivo a la di ferencia ,

  b)

  que cons-

t i tuye o marca una d i fe renc ia , c)  que depende de

una d i fe renc ia o d i s t inc ión , o l a emplea pa ra lo

m i s m o ,  d)  pe r t e ne c i e n t e a l a d i f e r e nc i a c ión ,  e)

incremento inf in i tés imo de una var iable , Al mar-

car y a la vez emplear una d i fe renc ia , e l d i fe ren-

c i a l ope ra me d ia n t e un ma rc a do e i n t e r r e l a c ión

cont inuos de la Nada como un no-más y de l Algo

como un aún-no. Saca a la luz la a f i rmación que

a lbe rga cada negac ión como su mot ivac ión pa ra

el ac to neg acion al , lo qu e ha ce q ue la neg ación se

des l ice hac ia su Algo, que , en pa labras de Ro-

senzw eig , es tá d or m id o en e l sen o de la na da .

En s í y por s í , e l di ferencia l no es una ent idad ni

u n a can t idad , s ino m ás b ien u n a -nad a (p , 21),

igua l qu e e l no -m ás y e l aú n-n o so n en s í y

por s í -nadas . E l d i fe renc ia l só lo p lan i f i ca una

trayector ia a lo largo de la cual la Nada se forma

para reve la r la no-Nada que es tá contenida en s í

misma, presentada como a lgo aún por veni r .

Para comprender e l in tento operac iona l de l d i -

ferencial , de be m os ver la ob ra de Co hen, en la q ue

inves t igó e l mé todo de l inc remento in f in i t é s imo

al revis arlo a la luz d e su hi sto ria . ̂ ^ El d ife re nc ial

Rosenzweig escr ib ió extensamente sobre la obra de Co-

hen; véase Franz Rosenzweig , "Zum Werk Hermann Cohens",

en Reinhold Mayer y Annamarie Mayer (eds . ) .  Der M ensh und

sein Werk,  Gesammelte Schrif ten 3 , Dordrecht , Mart inus Nij -

hoff , 1984, pp. 165-240.

H e r m a n n C o h e n ,  Das Prinzip der Infinitesimal-M ethode

und seine Geschichte: Ein Kapitel zur Grundlegung der Erkennt-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 247/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 245

es sob re t odo una ope rac ión de toma de conc ien -

c i a , v i v e n c i a l , e n p a r t i c u l a r a d e c u a d a c u a n d o s e

t r a t a d e c o n c e b i r l a r e a l i d a d , c o n t i n u i d a d o i n -

c luso lo i n f in i to . Es to s conce p tos n o pu ed en con-

c e p t u a l i z a r s e a p a r t i r d e p o s i c i o n e s f u e r a d e s í

mi smas , t oda vez que un ac to a s í imp l i ca r í a con -

f e r i r l e s p r e d i c a d o s r e s p e c t o d e l o s c u a l e s n o s e -

r ían idén t icos . Por t an to , l a rea l idad qu izá no sea

más que l a t oma de conc ienc i a de su ex i s t enc i a ,

que , s in em ba rg o , de be ob je t iva r s e , co m o sos -

t i ene Cohen

  (Prinzip,

  p . 98 ) , pa ra comprende r se .

P o r t a n t o , e l d i f e r e n c i a l d e m u e s t r a s e r e l m o d o

o p e r a c i o n a l p a r a d e s p l e g a r l a r e a l i d a d c o m o t o -

ma de conc ienc i a , como rea l i z ac ión , como v iven -

c ia . Su ced e lo m is m o co n la co n t in u i d ad y lo in fi -

n i t o . E n l u g a r d e d e t e r m i n a r l o q u e e s o p u e d e

se r l a con t inu idad , e l d i fe renc ia l rea l i za l a con t i -

nu idad en la medida en que d iv ide lo que es con-

t i n u o a l t a c h a r e n t r e s í l a s f o r m a s s i e m p r e c a m -

bian tes , l a s cua les en su espec i f i c idad respec t iva

se conv ie r t en en con t r a s t e s pa ra l a s igu ien te fo r -

m a , con e l fin de desp le gar a s í l a co n t in u id ad m e-

d ian te una s ecuenc ia de pe r f i l e s g raduada ind iv i -

d u a l m e n t e . P o r t a n t o , e l i n c r e m e n t o i n f i n i t é s i m o

es an t e t od o u n p r inc ip io de m ov im ien to (Prin-

zip,

  pp . 78 y s s.) qu e sepa ra la co n t in u i d ad e n u n a

secuenc ia de s egmen tos l imi t ados , de sp legándo la

de e s t e modo como una t r ans i c ión en t r e sus d iv i -

s i o n e s i n d e p e n d i e n t e s . E l m o d o o p e r a c i o n a l d e l

d i f e r e n c i a l t i e n e a s í u n c a r á c t e r d u a l : s e g m e n t a

niskritik,

  1883; re im pre s ión en Francfor t de l M eno, Suhr-

kamp, 1968.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 248/395

EL DIFERENCIAL AMBULANTE 246

l a con t inu idad y , en t an to pasa en t r e l o s segmen-

tos , de sp l i ega l a con t inu idad como una v ivenc i a ,

l o q u e d a p r e s e n c i a a u n

  continuum.

  Algo s im i -

l a r sucede con l o i n f i n i t o , como demos t ró Cohen

(Prinzip,  p . 128) . A quí , c o m o en to d o lugar , e l m o -

v i m i e n t o d e l i n c r e m e n t o i n f i n i t é s i m o d i s e c a l o

in f in i t o en una se r i e s i empre nac i en t e de e sc i s io -

nes f in i tas (p . 128) , presentándolo como la t ransi -

c i ó n e n t r e s u s d i v i s i o n e s , o — s e g ú n R o s e n z w e i g

p lan teó l a idea de su "maes t ro"— como lo in f in i -

t é s i m o p i d e p r e s t a d a s " t o d a s l a s p r o p i e d a d e s d e

la magni tud f in i ta , a excepción de . . . es ta misma".

Deb ido a que e l c á l cu lo i n f in i t e s ima l ope ra como

"e l p r inc ip io v ivenc ia l " (p . 257) , no puede conce-

b i r s e c o m o u n a e n t i d a d ; e n c a m b i o , c o m o m o v i -

m i e n t o d e d i s e c a c i ó n , e l i n c r e m e n t o i n f i n i t é s i m o

s u s t i t u y e t o d o s l o s c o n c e p t o s

  a priori

  p a r a c o m -

pr en de r la r ea l i dad , co n t in u id ad y l o i n f i n i to con-

fo rm e v ia ja de n t r o de lo qu e pro lon ga h ac ia l a rea -

l i z ac ión . Al i n i c i a r y d i r i g i r un mov imien to , e l

d i f e r e n c i a l f u n c i o n a c o m o u n o r g a n i s m o d e r e al i-

zac ió n , o , en pa lab ra s de C ohe n , "el d i fe ren c ia l se

d i s t i n g u e d e t o d a c l a s e d e a b s t r a c c i o n e s e n q u e

seña la l a ins tanc ia competen te in ic ia l y f ina l fun-

d a m e n t a l e s p a r a t o d a s e s a s o p e r a c i o n e s , q u e s e

unen en e l ob j e t i vo de gene ra r cogn ic ión de t odo

lo que sea rea l"  (Prinzip,  p. 207).^^

Al revisar la co nc ep ció n cam bian te del m éto do inf ini tesi -

mal , e l propio Cohen la empleó para revelar la relación entre

pensamiento y percepc ión como un proceso de v ivenc ia , para

el cual e l principio de cont inuidad —básico para las diversas

concepc iones de l cá lcu lo in f in i tes imal— s irve como or ienta-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 249/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 247

M ientras qu e Coh en pre tend ió "objet ivar" la cog-

nic ión por medio del "cá lculo inf ini tes imal" , Ro-

senzwe ig emplea e l d i fe renc ia l como modo ope -

ra t ivo pa ra t r a svasa r a Dios en cogn ic ión . Es t e

enfoque in te rpre ta t ivo le impide caer en la t ram-

pa de la f i losofía , en tanto no t iene que postular

n i nguna c onc e p t ua l i z a c i ón de D i os ; e n c a m b i o ,

se va le de l d i fe renc ia l ambulante como medio de

c om pre nde r a D i os c om o s u p rop i a r e a l i z a c i ón .

Comienza por a f i rmar : "De Dios no sabemos na -

da . Pero es te no saber es no saber de Dios . Como

tal , es e l principio de nuestro saber de él . El prin-

cipio, no el final" (p. 63). Por ende. Dios no puede

de f in i r se como una " inde f in ib i l idad" , pues e s t a

a f i rmac ión impl i ca r í a , como seña la Rosenzwe ig ,

qu e el a t e í sm o y e l m is t i c i smo "pued en t end e rse

la mano" (p. 63). Sucede algo semejante en la teo-

logía nega t iva , que esenc ia l iza e l no-saber en la

medida en que ident i f ica a Dios con la Nada de l

saber , lo que da por resul tado la consecuencia fa-

ta l de convert i r un Algo, en el sent ido de "en ab-

soluto" , en una Nada.

Por tan to , debe adopta rse o t ra l ínea de razona-

m i e n t o pa ra de t e rm i na r l a e s e nc i a de D i os . La

Nada de l sabe r ha de tomarse en su conno tac ión

de c e ro , que s e r e l a c i ona c on l a m i s m a c onno -

tac ión de ce ro de Algo; as í , l a dua l idad de l ce ro

sur ge a la vista , a sab er: el ce ro es a lgo toda vía n o

definido pe ro qu e perm ite la def inibi l idad. E n tér-

m inos m atem át icos , e l ce ro es el n ú m er o qu e per -

ción principal . Al respecto , R ose nz w eig s igue a Cohen, s i b ien

no des taca lo mismo.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 250/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2248

mite conta r , y conta r es e l desp l iegue d i fe renc ia l

de lo que son los números . El ac to de conta r su-

po ne el d i fe renc ia l — com o de m an e r a t an am pl i a

demos t ró Cohen—, y a s í conv ie r t e a l número en

su rea l izac ión , que impl ica no de tener en n ingún

momento e l proceso de conteo.^^

D ebido a qu e Dios no pu ed e se r na da , es tá des-

t inado a ser una no-Nada, de la cual un Algo, su

Algo, es u n "p un to de p ar tid a" (p. 68). Así, Ro senz -

weig l lega a una conclusión lógica dis t in ta de las

propias de l a te í smo, mis t ic i smo, t eo logía nega t i -

va y fi losofía, al desacoplar su Nada del saber, por

u n a pa r t e , de lo " i nc on m e n s u ra b l e " y, po r o t r a ,

con e l f in de impedir que su ignorancia se confie-

ra a Dios co m o su a t r ib u to bás ico . E n con secu en-

c ia , la Nada del saber no se in t roduce en la apt i -

tud cent ra l de Dios . Como re fe renc ia máxima, l a

Nada de l sabe r conve r t i r í a a Dios en nada , r e t i -

rán do lo progre s ivam ente de la existencia po r com -

ple to , s i b ien los se res humanos exper imentan su

exis tenc ia misma como una ce r teza . Por t an to , l a

exper ienc ia con va lor proba tor io recor ta l a Nada

V é a s e C o h e n ,

  Das Prinzip,

  pp. 87 y ss . M osè s , en

  Engel

der Geschichte,

  pp. 72 y ss . , cita pa sajes de un a carta qu e Ro-

senzweig escribió a Hans Ehrenberg el 10-11 de mayo de 1918,

cuando ya trabajaba en

  La estrella de la redención.

  E n la carta

comenta sobre la d i s t inc ión entre los números i rrac ionales y

los racionales . Para los racionales , el inf inito señala un l ímite

ina lcanzable debido a su progres ión l inea l , mientras que los

i rrac i on a l e s crean u n con j u n t o e s p ac i a l , n o l i n ea l y om n i -

abarcante. Rosenzweig extiende esta idea: "El inf inito, en tan-

to número in f in i tés imo, es la energ ía ocu l ta de los números

racionales , qu e despl iega la real idad en tangibi l idad. M edian-

te los números i rrac ionales e l in f in i to sa le a la luz [ . . . ] y no

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 251/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 249

de l sabe r y a l mismo t i empo ex ige que se com-

prenda lo evidente . Esta separación es la pr imera

di fe renc iac ión de acuerdo con la cua l se ent revé

a Dios en términos di ferencia les .

E l d i fe ren c ia l , co m o obse rv ó Ro senzw e ig , se

p ie rde en lo inconmensurab le ; s in embargo , a l

hace r lo , invade lo inconmensurab le in t roduc ién-

dolo a l tem a de inte rpr e tac ión . Perderse es u n a

expres ión de l i cada pa ra des igna r l a pene t rac ión

de lo que el registro debe hacer disponible, y tam-

bién reve la que la operac ión d i fe renc ia l t ra ta de

abr i r lo inconmensurab le pa ra l a cogn ic ión des -

de dent ro de s í mismo. E l pr imer paso para es ta

em p re sa es la d i s t inc ión en t re S í y No , qu e

ap are ce n co m o palabra s-ra íces (p . 170) p ar a el

despliegue diferencial de Dios (p. 68).

El No es tan primitivo como el Sí [. . .] El [No] primi-

tivo no presupone sino la nada. Es No de la nada.

Irrumpe inmediatamente de la nada como, justa-

mente, su negación. No lo precede ningún Sí, aun-

que lo precede una afirmación. Pues sólo presupone

la nada. Pero la nada por él presupuesta no es una

nada que hubiera podido bastarse a s í misma [ . . . ]

sino una nada de la que había de manar el Sí.

[ . . . ]

obs tante permanece s i empre ajeno" . Lo que parece una es -

p ecu l ac i ón t en t a t i va en e s t a coyu n t u ra d e l p en s am i en t o d e

Ros en zwe i g s e con c i b e m ás t ard e com o u n a op erac i ón e s p e -

cial del d i ferencial que, como un punto geométrico, despl iega

la real ización del inf ini to por medio de una convers ión, y de

es te mo do n os permite concebir e l d i f erenc ia l co m o un movi -

miento no l ineal .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 252/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2250

En el principio está el Sí. Y como al Sí no le es

lícito recaer sobre la nada, ha de recaer sobre la No-

nada. Y ya que esta No-nada n o está dada co n inde-

pendencia —pues nada se da fuera de la nada—, la

afirmación de la No -nada circuye, com o límite inter-

no, la infinitud de cuanto no es nada. Se afirma un

infinito, la esencia infinita de Dios [pp. 28, 26 y ss.;

68, 66 y ss.].

La e senc i a i n f i n i t a se r eve l a como un S í , que

surge de l No de l a Nada , y es to hace que e l No y

e l S í sean con t emporáneos , en e spec i a l po rque l a

esenc ia de Dios no puede se r una n i o t ra . S in em-

b a r g o , e l e n c a j a m i e n t o d e l N o y e l S í e s t a b l e c e n

u n a d i s t i n c i ó n , y e s t o p r o l i f e r a h a s t a d i f e r e n c i a -

c iones inf in i tas , en e l sent ido en e l que a lguna vez

d e t a l l ó G r e g o r y B a t e s o n , q u i e n d e c l a r ó e n o t r o

c o n t e x t o q u e " e s l a d i f e r e n c i a l a q u e m a r c a u n a

d i f e r e n c i a " . C o m o a u t o d i f e r e n c i a c i ó n , l a e s e n -

c ia de Dios se t raduce a "su inf in i ta fac t ic idad, su

physis

(p . 66) , que se mani f ies ta en la emisión de

un sur t ido de mi í l t ip les pos ib i l idades .

El d i ferencia l opera t ivo ent re e l No y e l S í man-

t i ene a Dios l e jo s de cua lqu i e r p royecc ión huma-

n a p a r t i c u l a r y n o s p e r m i t e r e v e l a r s u i n f i n i t u d

como rea l i zac ión . És ta se vue lve t ang ib le median-

te e l m a n e jo ope ra t ivo de l d i ferencia l , qu e "se p ier -

d e e n l o i n c o n m e n s u r a b l e " y a l m i s m o t i e m p o

"posee p re s t adas , a t í t u lo de  infinitamente peque-

ño,

  todas l a s p rop iedades de l a magni tud f in i t a , a

i"* G reg or y B a te so n ,  Steps to an Ecology of Mind,  N u e v a

York, Ballantine, 1972, p. 315.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 253/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 51

exc epc ión de. . . esta m ism a" (p. 61). Toda posibi l i -

dad que surge de la "fact ic idad infini ta" de la

 phy-

sis

  de Dios parece determinada y f in i ta , y no obs-

tan te la infini tud es ope rat iva en la po ten cia lm en te

incesan te d i fe renc iac ión . As í , e l d i fe renc ia l nos

pe rm i te perc ib i r l a m an er a en qu e el "No or ig ina-

r io" de Dios " su rge de nuevo ahora ya no como

No, s ino como Sí" , pues "antes de su surgir de sí .

Dios no puede tener propiedad a lguna" (p . 156) .

Con e l f in de comprende r e s t e su rg imien to , e l

l engua je e s de cap i t a l impor t anc ia pa ra Rosenz -

weig , en tan to p en sa m ien to y leng ua je se en t re la -

zan de manera ín t ima . Por t an to , de ja muy c la ro

que l a c ogn i c i ón de l o i nc onm e ns u ra b l e s ó l o s e

cons igue "conforme a l se r hablado comple tamen-

te rea l de l l engua je [que es ] e l f ragmento cent ra l

de toda nuestra obra" (p. 220).^^

Sobre el lenguaje, Rosenzweig escribe: "[El] lenguaje [ . . . ]

es tá enra izado , con sus pa labras or ig inar ias , en los funda-

mentos subterráneos de l s er , pero ya grac ias a las pa labras

raíces brota a la luz de la vida sobre la tierra, y en esta luz flo-

rece en mult ipl ic idad variopinta [ . . . ] pero se di ferencia de la

restante v ida precisamente en que no se mueve l ibre y capri-

choso por la superficie, s ino echa raíces hacia los oscuros ftm-

damentos bajo la vida" (p. 190).

Resp ecto de la con cep ción de lenguaje por parte de R osenz-

weig, véase Klaus Reichert,  It is Time': The Buber-Rosenzweig

Bible Translat ion in Context", en Sanford Budick y Wolfgang

Iser (eds.) .

  The Translatability of Cultures: Figurations of the

Space Between,

  Stan ford , S ta nfo rd Un ivers i ty Press , 1996 ,

pp. 169-185. Reichert ubica el lenguaje de Buber y Rosenzweig

en e l ambiente cultural de los años veinte y concluye por ca-

racterizar su traducción de la Biblia como sigue: "La paradoja

permanece [ . . . ] inventar un lenguaje que en el acto de la crea-

ción se revelase , a l mismo t iempo que fuese exhaust ivamente

hebreo y la en ca m ac ión de un a lem án que nunc a ex is t ió , pero

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 254/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2252

Dios nunca hub ie se pod ido conve r t i r se en una

re a l i da d e m p í r i c a pa ra l o s s e r e s hum a nos s i no

hubiese a f i rmado su no-Nada , es dec i r , su no se r

nada . Por t an to , l a a f i rmac ión de no se r nada e s

l a p r imera d i fe renc iac ión de acue rdo con l a cua l

se en t revé la inc on m en su rab i l ida d de Dios en té r -

minos d i fe renc ia les . S in embargo , l a no-Nada re -

quiere un ac to para sa l i r a la luz . Este ac to ha de

concebi rse como l ibe r tad de Dios , porque la a f i r -

m ac ió n de su no se r na da lo h izo ab an do na r su es-

con di te . Aun as í, qu ed a la pr eg un ta de po r qué lo

hizo. El ac to de sa l i r de su ocu l tam ien to sólo pue -

de ca l i f i ca rse de " inf in i ta a rb i t ra r iedad" (p . 70) .

"Pues en l a acc ión c readora de l Creador no hay

ca pric ho . No lo ha y en e lla, pe ro s í en la au toc on -

figuración de D ios, qu e p re ce de a su ac ció n c rea-

dora" (pp. 158-159) . En términos de una in terpre-

tació n diferencieJ, e l ca pric ho es e l aco nte cim ien to

originar io , que se res is te a la t raducibi l idad pero

pone en acc ión a l d i ferencia l . S i la d i ferenciac ión

or ig ina l es inasequib le , no obs tan te convie r te su

in t raduc ib i l idad en un v ia j e incesan te que p ro du -

ce t raducc iones múl t ip les .

E l a ba ndono po r pa r t e de D i os de s u oc u l t a -

mien to med ian te e l e j e rc i c io de su l i be r t ad con-

v ie r t e l a negac ión de su ocu l t amien to en una re -

que po dría l legar a exist ir. U n dise ño u tóp ico verosím il: ser ju-

dí o y ale m án , yo y otro, sin apro piac ión" ("It is Time", p. 185).

Véas e t am b i én L ówi t h , " M. He i d egger u n d F . Ros en zwe i g" ,

pp. 76 y ss . , donde el autor ref lexiona sobre la importancia del

l e n g u a j e , q u e R o s e n z w e i g c o m p a r t e c o n H e i d e g g e r ; a m b o s

emplearon en sus pr inc ipa les obras un "pensamiento grama-

tical".

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 255/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 253

velac ión de su esencia en v i r tud de la cual su Na-

d a a u t o n e g a d o r a p o n e e n c i r c u l a c i ó n u n A l g o d e

c o n f i g u r a c i o n e s i n f i n i t a s . " L o q u e a p a r t i r d e l a

nada

  de Dios hab í a su rg ido , en du ra l ucha , como

a u t o n e g a c i ó n d e e s t a n a d a , d e s p u é s d e i n t r o d u -

c i r se en e l

  algo

  v ivo de Dios sa l ió de és te no ya

c o m o a u t o n e g a c i ó n , s i n o c o m o a f i r m a c i ó n d e l

mundo" (p . 202) . Así , e l Algo de Dios se presenta

c o m o s u r g i m i e n t o , a r t i c u l a d o p o r u n a i n c e s a n t e

y p r o l í f e r a s e c u e n c i a d e p e r f i l e s d e s u e s e n c i a

s i empre nuevos med ian t e l o s cua l e s e l d ios ocu l -

to , a l abandonar su escondi te , revela la "vi ta l idad"

de su physis  (p . 202) . E s ta ú l t im a se m an i f i es ta en

l a c r e a c i ó n . E n c o n s e c u e n c i a , l a c r e a c i ó n n o e s

u n m a n d a t o i n a s e q u i b l e , s i n o l a t r a n s m u t a c i ó n

de l ocu l t amien to de Dios en su " fac t i c idad in f in i -

ta ", a l h a c e r q u e su N a d a a u t o n e g a d o r a e n g e n d r e

su Algo como pos ib i l idades i l imi tadas .

E l d i f e r enc i a l puede f ac i l i t a r un t r a svase de l a

esencia de Dios en su

 physis,

  c o m o s e m a n i f i e s t a

en l a d ive rs idad impredec ib le de l a c reac ión , y de

es t e modo pe rmi t e conceb i r l a f a se i n i c i a l de su

rea l i zac ión . E l mane jo ope ra t i vo bás i co de l d i f e -

renc ia l e s "perderse en lo inconmensurab le" , y a l

h a c e r r u t a s i n t e r n a s , c o n v e r t i r l o i n c o n m e n s u r a -

b l e en l a i dea comprens ib l e de una Nada au tone -

gadora de Dios . Al hacer lo , a l mismo t i empo "po-

see p re s t adas , a t í t u lo de

  infinitamente pequeño,

todas l a s p rop iedades de l a magni tud f in i t a" , con

l o q u e s e g m e n t a l a e s e n c i a i n c o n m e n s u r a b l e d e

Dios en inc rem ento s in f in it é s im os de fo r m as s i em-

pre cambian t e s , suscep t ib l e s de comprende r se , s i

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 256/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2254

bien n inguna de e l l a s es represen ta t iva de l a c rea -

c i ó n y c a d a u n a d e e l l a s c o n s e r v a s u e n i g m á t i c a

s ingu la r idad . Po r t an to , t oda pos ib i l i dad que des -

p l i egue l a fac t i c idad in f in i t a de l a

 physis

  de Dios

es d et e rm in ad a y f inita y, n o ob sta nte , lo inf in i to es

o p e r a t i v o e n l a d i f e r e n c i a c i ó n e n p o t e n c i a i l i m i -

t ada de lo que se hace mani f i es to .

Así , e l d i fe renc ia l t r a s lada l a esenc ia de Dios a

u n a e s c a l a m ó v i l , l o q u e n o s p e r m i t e d e t e r m i n a r

l a m a n e r a e n q u e s u a u t o n e g a c i ó n d e n o s e r n a d a

— s u n o - N a d a — s e d e s p l a z a h a c i a s u s e r " e n a b -

soluto": su Algo. Sólo esta secuencia sin f in permi-

te qu e Dios se t ra du zc a a perce pció n, q ue s ignif ica ,

c o m o s e ñ a l a R o s e n z w e i g , " [ e s c a l a r ] c o n c u i d a d o

a lo la rg o de l cab le de h ie r ro d e la co nc ien cia cog-

nosc i t iva" (p . 130) . Debido a que e l d i ferencia l só-

l o e s u n m o d o d e t r a d u c c i ó n , n o d e b e c o n f u n d i r -

s e c o n u n a a p t i t u d o n t o l ò g i c a d e l a e s e n c i a d e

Dios ; en cambio , como agen t e ope rador e s t á de s -

t inado a pe rmi t i r l a p resenc ia de l a esenc ia . Pa ra

c o n s e g u i r e s t a s u s c e p t i b i l i d a d d e c o n c e p c i ó n , e l

Algo que "pa r t e " de l a no -Nada ha de p re sen t a r se

e n t é r m i n o s d e r e p r e s e n t a c i ó n . S ó l o c u a n d o e l

A l g o s e r e p r e s e n t a n o e s t á d e t e r m i n a d o p o r n a d a

f u e r a d e s í m i s m o ; m á s b i e n , o b t i e n e s u p r e s e n -

c i a c o m o l a r e a l i z a c i ó n d e s í m i s m o . P o r e s t a

r a z ó n , e l d i f e r e n c i a l a m b u l a n t e n o e s m á s q u e u n

desp l azador que pone en marcha e s t a r ea l i zac ión ;

c o m o i n c r e m e n t o i n f i n i t é s i m o n o e s u n a e n t i d a d ,

s i n o só l o f u n c i o n a c o m o el o p e r a d o r q u e d e s p li e-

ga y l leva a l Algo a la re p re se n tac ió n .

Al respecto , Rosenzw eig se co rresp on de co n H er-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 257/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 255

mann Cohen , qu i en cahf i có a l d i f e renc i a l —a pe -

s a r d e q u e s e d e n o m i n e i n c r e m e n t o i n f i n i t é s i -

m o — n o c o m o u n i d a d , s i n o c o m o u n p r i n c i p io

de m ov im iento que , a l d i seca r de co nt in uo lo qu e

desp li ega , p ro ced e co m o u n m ovim ien to de l im i -

tan te .

 ̂ ^

E l d i f e r e n c i a l c o m o m o d o i n t e r p r e t a t i v o n o s

pe rmi t e t r a s l ada r l a e senc i a de Dios a una r ep re -

s e n t a c i ón r e a l i z a do r a , pe r o ha s t a e l m om e n t o no

i nd i c a e l m odo de ope r a c i ón de a c ue r do c on e l

cua l s e desa r ro l l a l a r ea l i zac ión . A l aborda r e s t e

p r o b l e m a , R o s e n z w e i g p r e s e n t a u n a c o n c e p c i ó n

de l d i f e renc i a l que , como a f i rma an t e s , qu i zá no

cu en te co n l a ap ro b ac ió n de l m aes t ro . E l d i f e -

r e nc i a l a ho r a s e de t a l l a m á s , c om o pun t o de i n -

v e r s i ó n

  (Umkehr,

  en e l o r ig ina l a l emán) en t r e e l

dios esc on did o y e l revelado. E s e l pu nto g eom é-

t r i co donde s e encon t raban los dos s egmentos : e l

Sí or iginar io y e l No or iginar io de la nada divina;

y la invers ión só lo se de ja apr eh en de r co m o inver-

s ión de l as d i recc iones , l a s cua les , p rec i samente ,

en u n ca so co nv erg en y en e l o t ro d ive rgen (pp .

202 - 203 ) . E s t a a p t i t ud a d i c i ona l de l d i f e r e nc i a l

c o m o p u n t o g e o m é t r i c o f u n c i o n a t o d a v í a c o m o

u n p r i nc i p io de m ov i m i e n t o que , s in e m ba r go ,

a s u m e s u e s pe c i f i c i da d a l s e p a r a r lo s do s s eg -

m en tos [ .. .] de l a n ad a d iv ina y a l m i sm o t i em po

a l imen ta r los en t r e s í . La dua l idad de d i f e renc i a r

y en t re lazar es l a causa de que e l punto geomét r i -

co se vea co m o [ .. .] e l p u n to  x, y  e n un s i s t e m a

H. Cohen,  Das Prinzip,  pp. 78 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 258/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2256

de coordenadas" (p . 203) . En o t r a s pa l ab ra s , e s t á

d e t e r m i n a d o m e d i a n t e s u s e p a r a c i ó n d e l o s d o s

s e g m e n t o s , p e r o i n d e t e r m i n a d o e n l o q u e c o n -

c i e r n e a l r e s u l t a d o d e s u e n t r e l a z a m i e n t o . A q u í

es d o n d e sa le a l a luz l a e spe c i f i cac ión de R osen z-

w e i g . C o m o " p r i n c i p i o d e m o v i m i e n t o " ( C o h e n ) ,

e l d i fe renc ia l no procede en una d i recc ión l inea l ;

s u e s p e c i f i c a c i ó n c o m o p u n t o g e o m é t r i c o l e p r o -

p o r c i o n a u n m o v i m i e n t o c o m p e n s a t o r i o a l e n t r e -

l aza r l o que se sepa ró . Po r cons igu i en t e , e l p r i n -

c i p i o d e m o v i m i e n t o o p e r a c o m o u n p r i n c i p i o d e

i n v e r s i ó n . E l N o s e c o n v i e r t e m e d i a n t e s u n e g a -

c ión en l a no -Nada de Dios , y e l S í se conv ie r t e

m e d i a n t e s u a f i r m a c i ó n e n e l h e c h o d e q u e D i o s

a b a n d o n e s u o c u l t a m i e n t o .

¿ Q u é e s l o q u e e s t e p u n t o g e o m é t r i c o n o s p e r -

m i t e p e r c i b i r e n t é r m i n o s d e c o g n i c i ó n ? E l N o y

e l S í no se rán l o s mi smos s i empre que se dé una

invers ión. Rosenzweig sost iene: "Pero no hay nom-

bre pa ra t a l invers ión . Es , por as í dec i r , nada más

que e l pun to geomé t r i co desde e l que t i ene l uga r

e l emerger en cues t ión" (p . 202) . "Emerger" es l a

pa l ab ra dec i s iva , pues i nd i ca que a lgo se p roduce

s i e m p r e q u e s e a c o p l a n d i f e r e n t e s s i s t e m a s e n t r e

sí , como es e l caso del Sí y e l No. Así , e l di feren-

c ia l que desp l i ega l a esenc ia de Dios p rocede co-

m o s u r e a l i z a c i ó n , p e r o a l m i s m o t i e m p o e s t r u c -

t u r a e s t a ú l t i m a c o m o u n

  Umkehr

  c o n t i n u o d e

d ichos s i s t emas que los t acha en t re s í . Es ta inver -

s ión e s necesa r i a , po rque s i empre que e l d i f e r en -

c i a l de sp l i egue l a e senc i a de Dios , a lbe rga rá l a

in sc r ipc ión de l a magn i tud i n f in i t a , cuyas l imi t a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 259/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 257

c iones i nhe ren t e s r equ i e ren i nve r s iones de l a s d i -

recc iones .

En t an to p r inc ip io de mov imien to , e l i nc remen-

t o i n f i n i t é s i m o f u n c i o n a c o m o u n a o p e r a c i ó n d e -

l imi t adora , que pe rmi t e que Rosenzwe ig t r aduzca

l a e s e n c i a d e D i o s a u n a r e a l i z a c i ó n a u t o r r e p r e -

s e n t a d o r a . E n t a n t o p u n t o g e o m é t r i c o , s e ñ a l a e l

in te r s t i c io en t re los segmentos , que los convie r t e

en su l ado inverso y a cada uno en e l o t ro , y de

e s t e m o d o p e r m i t e q u e R o s e n z w e i g e x p l i c i t e l a

r e a l i z a c i ó n c o m o u n a e m e r g e n c i a i l i m i t a d a . L o

que des t aca e l d i f e r enc i a l como p r inc ip io de mo-

v i m i e n t o q u e p r o c e d e c o m o p r i n c i p i o d e i n v e r -

s ión e s u n a d i f e ren c i ac ión de l d i f e r enc i a l m i sm o .

La r azón p r inc ipa l de e s to e s que l o i nconmensu-

r a b l e n o s e c a l i f i c a e n t é r m i n o s d e p r e d i c a d o s ,

que habr ían de confe r i r se desde e l ex te r ion^^ De

es t e modo , e l d i f e r enc i a l r e su l t a e l an t i concep to

d e l p r e d i c a d o c u a n d o s e v a a l l e g a r a l o i n c o n -

m e n s u r a b l e d e n t r o d e l a c o m p r e n s i ó n .

E l emerge r r equ i e re e spec i f i cac ión , s i l a r ea l i -

zac ión de la

 physis

  de D ios se va a h ac er tang ible .

P o r t a n t o , e l d i f e r e n c i a l d e b e d i f e r e n c i a r s e d e

n u e v o p a r a p e r m i t i r l a t r a d u c c i ó n d e l a f a c t i c i -

d a d i n f i n i t a d e D i o s e n t é r m i n o s c o g n i t i v o s . E l

n e c e s a r i o d e s p l a z a m i e n t o d e l d i f e r e n c i a l s e d a

c u a n d o e l m u n d o — i g u a l d e " i n c o n m e n s u r a b l e "

qu e Dios y l a h u m an id ad (p. 467)— h a de ha ce r s e

comprens ib l e en t é rminos de su r ea l i zac ión d i f e -

r e n c i a l . L o q u e R o s e n z w e i g d e n o m i n a e l s e r d e l

Por tanto, Rosenzweig af irma: "Antes de su surgir de s í .

Dios no puede tener propiedad alguna" (p. 156) .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 260/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2258

mundo es " su Por Doquie r y su S iempre" (p . 83) ,

y n o s o t r o s c o m o s e r e s h u m a n o s e s t a m o s e n e l

m u n d o d e l m i s m o m o d o q u e e l m u n d o e s t á e n

noso t ros . Lo que impide que e l "Por Doquie r y e l

S i empre" e s t én ence r r ados en " l a p r i s i ón noc tu r -

na de la Nada" es " la p lé tora de las caras" . "Pero

e l s u r g i m i e n t o d e e s t a p l e n i t u d d e s d e l a n a d a e s

d i s t i n to , o t r a vez , de l su rg imien to , a l que ya he -

mos a s i s t i do , de l l ogos de l mundo" , que sa l i ó de

Dios co m o fac t i c idad de su

 physis.

  E n c o n s e c u e n -

c i a , l o s m u r o s d e e s t a p r i s i ó n s o n p e n e t r a d o s d e

c o n t i n u o p o r q u e

cada novedad es una nueva negación de la Nada, al-

go que nunca había sido, un principio de suyo, algo

inaudito, algo "nuevo bajo el sol".* Es infinita la fuer-

za de negac ión de la Nada, pero es finito cada e fecto

singular de esta fuerza; es infinita la plenitud, pero

finita la cara. Sin fundamento ni dirección suben de

la noche los fenómenos particulares; no llevan escri-

to en la frente de dónde vienen ni a dónde van: son.

Siendo, son singulares, cada uno un uno contra to-

dos los demás; cada cual separado de todos los otros,

especial,

  un

 no-otro

 [pp.

  45, 85-86].

¿Qué e s l o que hace que e l "Por Doqu ie r y e l

S i e m p r e " s e d e s p l ie g u e n y s u r j a n c o n t i n u a m e n t e

con una nueva d i s t i n t i v idad de e s t a mane ra , y no

de ot ra? Es el logos lo qu e d em u es t ra "un lado n ue -

vo de la e f icac ia de l S í pr imi t ivo" (p . 84) en tanto

* Eclesiastés, 1, 9.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 261/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 2 259

SU apl icac ión a l m u n d o con vie r te l as p ro pi ed ad es

de l Por D oq u ie r y e l S i e m pre en e spec i f i c idad .

Así, la ap l icac ión del logos da o r ige n a la p len i tu d

d e l m u n d o q u e i r r u m p e e n s u r e s u l t a d o in d iv i-

dua l , como un p l eno mi l ag ro , con l a avasa l l adora

f u e r z a de l o i m pr e v i s t o e i m pr e v i s i b l e ( p . 89 ).

E s ta op era ció n a su vez t ra d uc e e l logos a u n a per-

c e p c i ó n v i v i d a , p a r a p e r m i t i r n o s c o m p r e n d e r s u

carác te r or ig inar io , que es ind ica t ivo de l a

  physis

de D i os s e gún s e m a n i f e s t ó e n l a c r e a c i ón . M á s

aún , l a f ac t i c idad in f in i t a de Dios s e t r aduce por

c ons i gu i e n t e a l a a u t oe s pe c i f i c a c i ón de l m undo ,

qu e p o r t a n t o c a r a c t e r i z a el P o r D oq u i e r y el

S iem pre en su im prede c ib le ind iv idua l idad em er-

gente .

E s t a a u t oe s pe c i f i c a c i ón d i f e r e nc i a l de l m undo

es un paso ade lan te hac ia l a pos ib i l idad de hacer

pe rcep t ib l e e l ca rác t e r de o t ro modo abs t r ac to de

la esenc ia de Dios como rea l i zac ión . Es ta percep-

c ión a su vez e s i nd i spensab le en l a med ida en

que l a comprens ión de Dios en t é rminos cogn i t i -

vos p roh ibe toda ad jud icac ión de p red i cados a é l .

E n c ons e c ue nc i a , Ros e nz w e i g i nc l u s o s e a b s t i e -

ne de igualar a Dios con la verdad (pp. 453, 458) ,

l o que , como pred icado , supone una v i s ión omni -

aba rcan te ob l igada a e s t a r más a l l á de e s t a a t r i -

buc i ón . L a e s e nc i a de D i os s ó l o e s c onc e b i b l e

c om o s e c ue nc ia g r a du a d a de f o r m a s s i e m p r e nue -

vas de su rea l i zac ión , l l evada a t ravés de l mundo

a t é r m i n o s d e u n a a u t o d i f e r e n c i a c i ó n a p r e h e n -

s i b l e . P o r t a n t o , Ros e nz w e i g e s c r i be a c e r c a de l

m u n d o :

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 262/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2260

La esencia de Dios [...] se ha desleído en su acto del

todo carente de esencia, del todo real, del todo cer-

cano: en su amor. Y este su am ar p lenam ente revela-

do, plenamente patente, recorre ahora los espacios

red im idos de la rigidez de la esencia y llena todas las

lejanías [p. 458].

U n a v e z m á s , l a f u n c i ó n d e l d i f e r e n c i a l v a r í a

c u a n d o e n t r a e n e s c e n a e l s e r h u m a n o . R o s e n z -

w e ig sos t iene : "Así qu e t a m p oc o de l h o m b re sabe -

mos nada . Y e s t a nada e s so l amen te un p r inc ip io ,

e i nc luso so l amen te e l p r i nc ip io de un p r inc ip io .

T a m b i é n e n é l a p u n t a n y d e s p i e r t a n l a s p a l a b r a s

or ig inar ias : e l S í que crea , e l No que engendra , e l

Y que conf igu ra" (p . 104) . La ex i s t enc i a de l se r

h u m a n o

  vis-à-vis

  Dios y e l m u n do , de ac ue rd o co n

R o s e n z w e i g , e s e f í m e r a , l o q u e i l u s t r a c o n u n a

ci ta de Goethe: "¿Qué dis t ingue a los d ioses de los

h o m b r e s ? Q u e a n t e a q u é l l o s c o r r e n m u c h a s o l a s ;

a nosotros, en cambio, la ola nos levanta , la ola nos

t raga , y nos hundimos" (p . 104) . Es to convie r t e a

lo e f ímero en e l se l l o d i s t i n t i vo de l se r humano ,

qu ien , s in em ba rg o , co m o e l Y en t re e l S í y e l N o,

lo conecta con aquel lo de lo cual é l se d is t ingue , y

e s t a pos i c ión i n t e rmed ia en t r e No y S í l o l l eva a

i n c e s a n t e s c o n f i g u r a c i o n e s d e s í m i s m o . S u c a -

r á c t e r e f í m e r o m a r c a l a e x i s t e n c i a h u m a n a d e u n

modo de to ta l a i s l amien to , y l a e senc ia de los se -

r e s h u m an o s só lo se pu ed e desp l ega r al ne ga r e s t e

c a r á c t e r e f í m e r o — d e l m i s m o m o d o q u e D i o s n e -

gó su esenc ia de se r ocu l to— , y es ta N ad a au to ne -

g a d o r a se m a n i f ie s t a c o m o u n a v o l u n t a d m e d i a n -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 263/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 261

t e l a cua l los se res humanos e je rcen su l ibe r tad .

S in embargo , es ta ú l t ima es l imi tada : " [A] la l i -

ber tad humana [ . . . ] [en] oposic ión a lo que le su-

cede a la l ibe rtad divina, el p o d er le está ya n eg ad o

en su or igen, pero su querer es tan incondic iona-

do y sin l ímites como el poder de Dios" (p. 107).

¿Qué d i recc ión toma e s t a vo lun tad i l imi t ada e

incondicional que surgió de la no-Nada de la esen-

c i a humana? Su ademán p r inc ipa l e s desa f i a r su

prop ia pa r t i cu la r idad ; a l r e spec to , e s t á marcada

po r una dua l i da d e n l a m e d i da e n que e s i na s e -

qu ib le y se d i r ige a una o t redad , pe ro a l mismo

t iempo s igue a tada inext r icab lemente a su ind iv i -

dua l idad a i s lada , que nunca puede de ja r a t rás .

E l d i fe renc ia l t i ene que p re sen ta r a l a e senc ia

h u m a n a co m o su rea l izac ión y, po r ende , co m ien-

za a v i a j a r como un movimien to de l imi t ador en -

t re "un no-más" y "un aún-no" , des tacando as í su

dest ino aparente , que es la pre tensión de todo ser

humano: l legar a ser "sí-mismo" (p. 108). Sin em-

bargo , e l s í -mismo nunca se consol ida como una

fo rma iden t i f i cab le , mucho menos máx ima , ú l t i -

ma . En cambio , a t rav iesa por incesantes conf igu-

ra c io ne s de s í m ism o . N in gu n a de " ta les figuras

se vuelve pos esión suya . Él con serva ta m bi én sólo

de nombre lo p rop io suyo , e l ca rác te r , l a í ndo le

pecul iar En su paso por ta les f iguras , en verdad

no l e queda de todo e l lo nada que sea reconoc i -

ble" (p. 121). Así, la "mismificación [. . .] de su sí-

mismo" (p . 120) , como la denomina Rosenzweig ,

prol i fera hacia u n a recon figurac ión con t inua . Toda

mani fes tac ión ind iv idua l de es ta secuenc ia reve-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 264/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2262

l a do r a de la m i s m i d a d no e s m á s que u n a t r a n -

s ic ión que l l eva a o t ra forma de l s í -mismo que e l

ho m br e va a a dop t a r . D e b i do a qu e t od a f o r m a

i n d i v i d u a l d e e s t a s c o n f i g u r a c i o n e s p e r m a n e c e

t r a ns i t o r i a , l a no - N a da de l a e s e nc i a de l s e r hu -

m a no s e l l e va a c on f i gu r a c i one s s i e m pr e nue va s .

E s t a r u t a a l a qu e s e h a l a n z a d o e l h om b r e l o

conv ie r t e , desde un pun to de v i s t a g rama t i ca l , en

la có pu la q ue co n ec ta a l N o co n e l S í; a l ha ce r-

los fundi r se en t re s í , e l s í -mismo se des taca como

u n a d i s p e r s i ó n c o n t i n u a h a c i a u n d i f e r e n c i a l d e

s í mi smo. Es t e d i f e renc i a l hace t ang ib l e e l s en t i -

do de que e l s e r hum a no f ue c r e a do a i m a ge n de

Dios (p. 199).

P R O L I F E R A C I Ó N D E T R A D U C I B I L ID A D

L a s o p e r a c i o n e s d e l d i f e r e n c i a l q u e h e m o s m o s -

t r a do ha s t a a ho r a nos pe r m i t e n pe r c i b i r l a f o r m a

e n q u e s e t r a d u c e n l a s i n c o n m e n s u r a b i l i d a d e s a

t é rminos cogn i t i vos .

 1.3. physis

  de Dios se hace pa-

t e n t e m e d i a n t e e l d i f e r e nc i a l c om o pun t o ge om é -

t r i c o , que c onv i e r t e e l N o o r i g i na r i o e n una ne -

ga c i ón de l a no - N a da , y a l S í o r i g i na r i o e n una

a f i r m a c i ó n d e l a b a n d o n o d e l o c u l t a m i e n t o . A s í ,

e l d i f e renc i a l r eve l a l a dua l idad inhe ren te de l a s

pa l a b r a s r a í c e s c om o un s u r g i m i e n t o de l a

  physis

de Dios en f ac t i c idad in f in i t a , l o que s e a r t i cu l a

c om o r e a l i z a c i ón e n t é r m i nos de r e p r e s e n t a c i ón .

Al pr inc ip io , e l d i fe renc ia l se conc ibe como e l es -

boz o de un A l go e n una N a da , a b r i e ndo de e s t e

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 265/395

EL DIFERENCIAL AM BULANT E 2 263

modo una interacción entre lo que a l mismo t iem-

po separa . Como agente opera t ivo es tá des t inado

a d i fe renc ia r se cuando se da un desp lazamien to

del dife ren cial qu e revela la esen cia de Dios a aqu e-

l las de l mundo y la humanidad, en espec ia l debi -

do a que e l di feren cia l de pe nd e de lo qu e sep ara y

conec ta . S i l a esenc ia de Dios se d i fe renc ia res -

pec to de su fac t ic idad inf in i ta , es ta autodi fe ren-

c iac ión se t raduce en una autoespecif icación con-

t inua de l a d i s t in t iv idad de l mundo que , en su

indiv idualida d d e este y n o de o tro m od o, desplie-

ga una dist int ividad fini ta en variaciones siempre

nuev as. Es te pro ces o es inces ante. Po r end e, la rea-

l izac ión d i fe renc ia l de la esenc ia de l mundo nos

pe rm i t e c on c e b i r lo i n f in i to c om o un e n ge nd ra r

impredec ib le de e spec i f i cac iones de s í mismo.

Una vez más, e l di ferencia l exis te para operar de

modo diferente en la revelación de la esencia hu-

m an a , cuya rea l izac ión se ve co m o un a secuenc ia

s in f in de conf igurac iones t rans i to r i a s , n inguna

de las cua les se iden tif ica ja m ás co n el yo, p o rq u e

las fo rm as cam bian tes llevan hac ia den t ro , cada

vez m á s h o n d o en el silencio de lo íntim o (p. 122).

La d i fe renc iac ión graduada de l d i fe renc ia l no es

en s í misma más que un modo ope rac iona l que ,

s i n e mba rgo , pa re c e e l ún i c o modo d i spon ib l e

cuando se t ra ta de t raduc i r lo inconmensurable a

la cognición. Al variar desde la fact icidad infini ta

de Dios a t ravés de la dist intividad del m u n d o has-

ta las con figuracione s t ran si tor ia s del yo h u m an o ,

e l di ferencia l , en esencia separador , se convier te

en una se r ie de perf i les d i sc re tos . S in embargo.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 266/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2264

es tos per f i l es se sobreponen de cont inuo en t re s í ,

en espec ia l porque n inguno de e l los es idént ico a

lo que s egmentan . La yux tapos i c ión y l a s egmen-

t a c i ón s on s i m u l t á ne a s , l o que ha c e que e l d i f e -

r e n c ia l o p e r e c o m o u n m o v i m i e n t o c o n t i n u a m e n -

t e de l imi t ador . E l i n c re m en to in f in i t é s im o e s, p o r

t a n t o , n o u n a c a n t i d a d s i n o u n a g e n t e d e m o v i -

m i e n t o , m ov i m i e n t o que s i n e m ba r go ob t i e ne s u

i m p u l s o d e l a c o n e x i ó n d e l o q u e s e p a r ó , f u n -

d i e ndo de e s t e m odo s i n c e s a r una e s c i s i ón e n

o t ra . La e senc i a de Dios s e p re sen ta a s í como l a

rea l i zac ión de s í mi sma ; e s t a au to r rea l i zac ión s e

t r aduce a l a au toespec i f i cac ión con t inua de l mun-

d o y d e l a m i s m a m a n e r a a l a s c o n f i g u r a c i o n e s

c a m b i a n t e s d e l y o h u m a n o .

N o obs t a n t e , e s t a i n t e r r e l a c i ón p l a n t e a nue vos

p r o b l e m a s p a r a u n d e s p l i e g u e d i f e r e n c i a l d e l a

esen cia de Dios. H as ta aq uí . Dios, e l m u n d o y la hu -

m a n i d a d a p a r e c e n s ó l o c o m o e l e m e n t o s d e u n

p r oc e s o . N o s ó l o e l H om br e , s i no t a m b i é n D i os

y e l Mundo son , cada cua l , un s í -mi smo so l i t a r io

que , e n r i g i de c i do e n s í , n a da s a be de un f ue r a

(p . 126). A p r i m e ra v i s t a d a l a im p re s ió n d e qu e

Rosenzwe ig s e con t rad i ce a l a l uz de l a rgumento

que p re sen tó en e l p r imer l i b ro de La estrella de la

redención.  Después de todo , l a physis  de Dios co-

m o fac t i c ida d in f in i ta s e m an i fe s tó a sí m i sm a en

l a c r e a c i ón , de l a c ua l e l m undo y l a hum a n i da d

p r opo r c i ona n l a e xpe r i e nc i a m á s t a ng i b l e . Q ue da

a ú n u n a t e n d e n c i a p r e d o m i n a n t e a t o m a r lo s t re s

e l e m e n t o s c o m o t r e s T odos , p e r o e s t o r e s u l t a

i n a c e p t a b l e , e n t a n t o t re s T o d o s s o n i m p e n s a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 267/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 265

bles . T iene , pues , que se r p reguntada l a p regunta

por las re laciones" (p. 126) . Al hacerlo

hay que ensamblar estos elementos subterráneamen-

te destrozados; hay que conectarlos clara y fluyente-

mente, sacándolos de su recíproco excluirse; hay, en

fin, que, en vez de hundirse en la noche de lo Positi-

vo, en la que cada Algo desea tomar las formas de gi-

gante del Todo,

 ascender

 otra vez [p. 129].

¿Có m o h a de con ceb i r se e s t a a scen s ión , que in -

c luye l o s e l emen tos que se t o rna ron t ang ib l e s en

e l a c t o d e c r e a c i ó n ? C o m o h e m o s v i s t o , l a c r e a -

c ión surg ió de l a no-Nada de l a esenc ia de Dios ,

que , en t an to  physis  de Dios , es fa c t ic i d ad inf in i -

t a , pe ro como ta l ex i s t e ahora . S i se cons idera l a

c r e a c i ó n a l g o a i s l a d o , s e t r a t a d e u n a c o n t e c i -

mien to de l pasado , lo que s ign i f i ca r í a : "Ahí ame-

n a z a b a D i o s c o n p e r d e r s e t r a s l a i n f i n i d a d d e l a

C r e a c i ó n . P a r e c í a v o l v e r s e n a d a m á s q u e  origen

de l a Creac ión y , por t an to , vo lver a se r Dios es -

c o n d i d o , q u e e r a j u s t a m e n t e l o q u e c o n l a C r e a -

c ión hab ía de jado de se r" (p . 206) . Inc luso puede

c o m p r o b a r s e e s t o c o n u n a " a n a l o g í a m u n d a n a " ,

pues la muer te es " la c lave de bóveda de la Crea-

c ión" que " impr ime sobre t odo l o c r eado e l se l l o

i m b o r r a b l e d e l a s c r i a t u r a s , l a p a l a b r a  sido (pp.

201-202) . S i pe rmanec ie ra de es ta fo rma , l a c rea -

c i ó n s e c o n v e r t i r í a e n u n p r e d i c a d o c o n f e r i d o a

Dios e l Creador , qu ien se desvanec ió t ras su obra

y, p o r end e , n o es tá ya p r es en te co m o rea l i zac ión

emergen t e de s í m i smo . En e l me jo r de l o s ca sos .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 268/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2266

t en dr ía q ue ca l i fi ca rse de

  deus absconditus,

  lo q u e

d e n u e v o a p u n t a h a c i a u n a s u p u e s t a p o s t u r a e x -

t e r i o r a D i o s c o n e l p r o p ó s i t o d e d e f i n i r l o . P a r a

e n t e n d e r l a c r e a c i ó n e n t é r m i n o s c o g n i t i v o s c o -

m o u n a e t a p a t a n g i b l e e n e l p r o c e s o d e r e a l i z a -

c ión de l a esenc ia de Dios , l a c reac ión misma ha

de conceb i r se en t é rminos d i f e renc i a l e s . Po r t an -

to , Rosenzweig sos t i ene :

La muerte creada de la criatura es el presagio de la

revelación de la vida sobrecreatural. La muerte, que

para cada cosa creada es la recta compleción de su

entera condición de cosa, desplaza insensiblemente

la Creación al pasado y la vuelve así callada predic-

ción constante del milagro de su renovación [p. 200].

Y Rosenzwe ig de t a l l a e s t e mi l ag ro de nuevo en

t é rminos d i f e renc i a l e s : "La p red i cc ión , l a expec -

tac ión de l m i lagro , s i em pre es e l m o m en to pro p ia -

m en te cons ti tu t ivo , m ien t ras qu e el p ro p io m i lagro

s ó l o e s e l m o m e n t o d e l a r e a l i z a c i ó n " ( p p . 1 3 8 -

139). D icho de o t r o m od o, e l "m i lagro de su ren o-

vac ión" seña l a e l e spac io en t r e "un ya -no" y "un

a ú n - n o " , q u e d e s p l i e g a l a c r e a c i ó n c o m o p r o f e -

c í a , conv i r t i éndo la a s í en una p re senc i a con t inua

de Dios , en t an to Dios e l Creador se rea l i za como

Dios e l Revelador (pp. 210-211) .

En su carácter presente, que carece de razón y fun-

dam ento, toca ahora la Revelación fondo permanen-

te: un fondo que se halla más allá de su carácter de

presente, o sea, que está en lo pasado, pero que es

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 269/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 267

ella misma quien lo hace visible a partir, únicamen-

te, de la presencia de la vivencia [. . .] La Creación

que en la Revelación se hace visible es Creación de

la Revelación [pp. 228-229].

Al es tar en e l pasado, e l carác ter de presente de

la reve lac ión obt iene su rea l idad tangib le .

L a c r e a c i ó n m i s m a a h o r a h a d e r e v e l a r s e e n

v i r t u d d e u n p u n t o g e o m é t r i c o , q u e , c o m o i n d i -

qué , ope r a po r m e d i o de l a i nve r s i ón : l a m ue r t e

de l a s c r i a tu ra s s e i nv i e r t e en una p red i cc ión de

lo que ha de venir ,  y  su ca rác t e r de pasado , en un

fondo para la revelac ión. Rosenzweig avanza gran-

de s d i s t a nc i a s pa r a de t a l l a r e l s u r g i m i e n t o de l a

r e ve l a c i ón a pa r t i r de l a c r e a c i ón , que p r oc e de

m e d i a n t e t r a duc c i one s s i e m pr e nue va s de l a p r e -

senc ia de Dios a l a exper ienc ia humana , en espe-

c ia l m ed ian te e l am or . Es a l a m o r a qu ien co r res -

po nd en todas la s ex igenc ia s qu e he m os fo r m ula do

a l c onc e p t o de l Re ve l a do r : a l a m or de l a m a n t e ,

no a l de l a a m a da . S ó l o e l a m or de l a m a n t e e s

e s t a en t r ega de s í r enovada a cada ins t an t e ; só lo

é l se d o n a a s í m is m o en e l a m o r (p . 207) . E s ta

dec l a rac ión e s s in l uga r a dudas un  theologoume-

non.

  S i n e m ba r go , Ros e nz w e i g no l a p l a n t e a c o -

mo convicc ión re l ig iosa , s ino que l a ex t rapola de l

N o i n i c i a l de D i os p r ove n i e n t e de s u no - N a da ,

q u e e n t é r m i n o s h u m a n o s s ó l o e s c o m p r e n s i b l e

co m o es ta en t r eg a de s í r en ov ad a a ca da ins t an -

te m ed ia nt e l a cu a l e l cap r icho de Dios — en s í

m i s m o un a c t o i nc onm e ns u r a b l e de l i be r t a d d i v i -

na — s e t r a duc e a l a ó r b i t a hum a na . E s t a t r a duc -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 270/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2268

c ión a SU vez r e p e r cu te en e l ám b i to h u m a n o . Al

se r am ad a , se de sp ie r ta e l a lm a y

Dios adquiere sólo aquí, en el testimonio del alma

creyente, la realidad gustable y visible, más acá de

su ocultamiento, que antes, más allá de su oculta-

miento, había un día poseído, de otra manera, en el

paganismo. Al confesar el alma ante el rostro de D ios

y confesar, así, el ser de D ios y dar de él testim on io,

es como Dios, el Dios revelado, adquiere ser [p. 228].

Si la revelac ión, en e l p r i m er caso, surg ió de u n a

i n v e r s i ó n d e l c a r á c t e r d e p a s a d o d e l a c r e a c i ó n

e n u n a d i f e r e n c i a c i ó n s i e m p r e r e n o v a d a d e l a

i n d i v i d u a l i d a d d e l m u n d o y d e l m i s m o m o d o e n

una c on f i gu r a c i ón s i e m pr e c a m b i a n t e de l s í - m i s -

m o , a ho r a ob t i e ne s u r e a l i da d e m p í r i c a m e d i a n t e

e l r e c onoc i m i e n t o de l a e n t r e ga de D i os de s í ,

que , a su vez, p e r m i t ió qu e el a lm a sur g ie ra de

su ce r ra zó n en e l s í -m ism o (pp . 253-254) . •

As í , l a r eve l ac ión a sume una ap t i t ud t r i pa r t i t a :

es la neg ación del oc ul ta m ien to de Dios , que , c o m o

e n t r e ga de s í , s ó l o pue de t r a t a r s e de un a c t o de

amor con e l cua l Dios obt iene rea l idad para e l a l -

m a h u m a n a . L a r e v e l a c i ó n s e d e s c u b r e u n a v e z

m ás en v i r t u d de l d i f e renc i a l , qu e op e ra en t é rm i -

nos de pun tos geomét r i cos que conv ie r t en lo que

s e p a r a r o n a s u l a d o i n v e r s o : e l o c u l t a m i e n t o d e

Dios en en t r ega de s í , e l s í -mi smo humano en e l

d e s p e r t a r d e l a l m a , y e l c o n f i n a m i e n t o a u t o i m -

pues to de Dios med ian te l a adopc ión de su  physis

(p . 224) en una r ea l idad empí r i ca pa ra e l a lma .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 271/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 269

Si l a c reac ión ocur r ió en e l pasado y l a reve la -

c ión es l a mani fes tac ión de l a p resenc ia de Dios ,

l a r edenc ión se rá e l fu tu ro de Dios . Igua l que l a

revelación surgió de la creación al invert i r la muer-

t e e n r e n o v a c i ó n , l a r e d e n c i ó n e m e r g e r á d e l a

revelac ión.

[Dios es] Redentor en un sentido mucho más grave

que como es Creador y Revelador, porque no es me-

ramente el que redime, sino también el que es redi-

mido. En la redención del mundo por el hombre y

del hombre en el mundo. D ios se redime a sí m ismo .

El hombre y el mundo desaparecen en la redención;

Dios, en cam bio, en ella se cumple. Es sólo en la Re-

dención donde D ios deviene [.. .] el Todo-Uno [p. 289].

La redenc ión convie r t e a l a reve lac ión en su in -

verso , en la m ed id a en que l a reve lac ión m ani f i es -

t a l a p re sen c ia de Dios en t é rm in o s de exp er ienc ia

d e v a l o r p r o b a t o r i o , m i e n t r a s q u e l a r e d e n c i ó n

con f igu ra l a r ea l i dad de Dios co m o p l en i t ud .

Y aquí l a po lémica de Rosenzweig hac ia l a f i lo -

sof ía comple ta e l c í rcu lo . E l Todo como p len i tud

surge a l f ina l y nunca pudo es ta r p resen te en me-

d i o d e l a d i v e r s i d a d d e l m u n d o . A l c o n t r a r i o , l a

d ivers i f i cac ión de lo que ex i s t e , que e l Todo pos-

tu la d o filosóficamente se s u p o n ía d eb ía ab ar ca r ,

hubo de se r r ed imida de su s i ngu l a r idad a l hace r -

l a desaparecer en l a p len i tud .

Rosenzwe ig conc ib ió l a secuenc i a c r eac ión - re -

v e l a c i ó n - r e d e n c i ó n c o m o  Bahn,  s e ñ a l a n d o t a n t o

s u s d i f e r e n c i a s c o m o s u s i n t e r r e l a c i o n e s . L a t r a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 272/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2270

d u c c i ó n a l i n g l é s d e l t é r m i n o a l e m á n

  Bahn

  es

" c o u r s e " ( c u r s o ) , p e r o e s t a p a l a b r a d e j a d e l a d o

c o n n o t a c i o n e s i m p o r t a n t e s , p e r t i n e n t e s e n l a a r -

t i c u l a c i ó n d i f e r e n c i a l q u e R o s e n z w e i g e l a b o r a

respecto de Dios . (En español , la equivalencia más

adecuada en e s t e con t ex to se r í a " ru t a " . )

  Bahn

  n o

s ign i f i ca "cu r so" en e l sen t i do de

  cursus.

  C o m o

ta l , ind ica r ía a lgo que comple ta un c ic lo comple -

to , l o que imp l i ca r í a un

  telos

  ( f in ú l t im o ) oc u l to .

E n c a m b i o , d e s t a c a u n d e s c u b r i m i e n t o q u e n o

apunta en una di recc ión especí f ica . S i b ien la c rea-

c ión, la revelac ión y la red en ció n o torg an a Dios u n

ca rác t e r sob re sa l i en t e que se desp l aza . Dios mi s -

m o n o s i g u e u n c u r s o ;  Bahn  e s m á s b i e n u n a a r -

t i c u l a c i ó n d i f e r e n c i a l d e l o q u e p u e d e c o n l l e v a r

l o i n c o n m e n s u r a b l e — q u e s ó l o h a d e p e r c i b i r s e

en t é rminos de su r ea l i zac ión—.

Dios es p len i tud ; s in em barg o , e l po s tu lad o p u ro

de e s to e s i na sequ ib l e , po r l o que só lo un descu -

b r i m i e n t o d i f e r e n c i a l o f r e c e a c c e s o a é l . L a s e -

c u e n c i a d e c r e a c i ó n , r e v e l a c i ó n y r e d e n c i ó n t r a -

duce l a p l en i t ud como su r ea l i zac ión en t é rminos

h u m a n o s . P o r t a n t o , l a r e d e n c i ó n , c o m o u n a c t o

m ed ian t e e l cua l Dios se r e d im e a s í m i sm o , e s u n

r e t o r n o a s u p r i n c i p i o , m e d i a n t e e l c u a l e l d i f e -

r e n c i a l t a m b i é n a r t i c u l a l a r e d e n c i ó n c o m o u n

p u n to geom ét r ico . S i e l con cep to de Bahn  va a pro -

longa r l a p l en i t ud hac i a una secuenc i a de e t apas ,

lo que de manera inev i t ab le t ras lada a Dios a t é r -

m i n o s d e t e m p o r a l i d a d , e n t o n c e s c a d a u n a d e e s -

t a s e t apas debe marca r se a s í m i sma por l a i nve r -

s i ó n

  (Umkehr);

  d e o t r o m o d o . D i o s a s u m i r í a l a s

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 273/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 271

c a r a c t e r í s t i c a s d e u n e s p í r i t u h e g e l i a n o e n d e s -

a r ro l lo . Por t an to , e l d i fe renc ia l como punto geo-

m é t r i c o d i s e c a c a d a u n a d e e s t a s e t a p a s e n u n

m o v i m i e n t o c o m p e n s a t o r i o . S i e n u n p r i n c i p i o

Bahn

  sug ie re un curso , como en ing lés lo hace (y

e n c a s t e l l a n o t a m b i é n ) , t i e n d e a s o b r e s a l i r u n a

a p t i t u d h e g e l i a n a d e D i o s , m i e n t r a s q u e

  Bahn

  se

presen ta en todo su ca rác te r ex t raño como un des-

c u b r i m i e n t o q u e p r o c e d e e n c a m b i o s t o t a l e s , e s

d e c i r , e n s e n t i d o i n v e r s o . E s t o s c a m b i o s t o t a l e s

d e s t a c a n q u e l a p l e n i t u d n o s e c o n c i b e c o m o u n

a v a n c e t e m p o r a l , s i n o q u e h a d e i n s c r i b i r s e e n

u n a s e c u e n c i a t a l m e d i a n t e u n a i n v e r s i ó n i n h e -

rente que es opera t iva en cada e tapa . Así , e l d i fe-

r e n c ia l c o m o p r i n c i p i o d e m o v i m i e n t o e j e rc e u n a

func ión dob le : de scubre l a e senc i a de Dios como

s u r e a l i z a c i ó n y a l m i s m o t i e m p o d e s c u b r e c a d a

una de e s t a s e t apas como una au to inve r s ión , con

lo qu e e l imina su t em po ra l i d ad ap a re n t e y da a la

p l en i t ud su p re senc i a empí r i ca .

S i e l Todo parece hacerse presente a l f ina l , es ta

a p t i t u d e n a p a r i e n c i a t e m p o r a l d e s u e x i s t e n c i a

a tes t igua que Dios no podr ía iden t i f i ca rse con su

r e a l i z a c i ó n , l a c u a l , c o m o d e s c u b r i m i e n t o d i f e -

r e n c i a l , e s s ó l o u n m o d o d e t r a d u c c i ó n y n o u n

pred icado . La p len i tud es tá s i empre presen te , y a l

f echa r su apa r i c ión marca l a d i f e r enc i a f i na l en -

t re lo inconmensurab le y su suscep t ib i l idad de se r

c o n c e b i d o e n t é r m i n o s h u m a n o s . D i c h o d e o t r o

m o d o , s e ñ a l a l a i n t r a d u c i b i l i d a d r e s i d u a l d e l e s -

f u e r z o d e R o s e n z w e i g p o r t r a d u c i r a D i o s a t é r -

minos cogni t ivos .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 274/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2272

Aquí , como en todas par tes , la int raducibi l idad

impulsa e l in tento de superar la , aunque es to só lo

sea pos ib le en fo rma s imból i ca , según se des -

p re nde de l a ma ne ra e n que Rose nz w e ig a bo rda

la Estre l la de David. Los dos t r iángulos de la es-

t re l la hacen que se cruce la t rayector ia explorada

has ta ahora :

Tales tres nuevos puntos, referentes a la parte de la

trayectoria que so n la Creación, la Revelación y la Re-

dención —siendo los tres puntos primeros los que

corresponden a los e lementos Dios, Mundo y Hom-

bre—, tienen que d isponerse de tal m od o que el trián-

gulo que formen no venga a hallarse dentro del pri-

mer triángulo [ . . . ] [La] unión de un punto con los

otros do s tiene que volver a recorrer la línea del trián-

gulo primitivo, de manera que los dos triángulos se

corten mutuamente.

[ . . . ]

La estructura en forma de estrella que así surge

constituye a su vez, retrospectivamente, en figuras a

los e lementos geométricos de que está compuesta

[p. 309].

La Estre l la de David deviene as í una represen-

tac ión de múl t ip les func iones .

So bre todo , la es t re lla es e l dia gr am a s im bó l ico

de l regis t ro que va a permi t i r e l acceso a Dios y

t raduc i r lo a cognic ión . Se conc ibe en forma s im-

ból ica en la medida en que no hay n inguna dec i -

s ión p ragmát ica que gu íe l a in t e rpre tac ión de l a

esencia de Dios; en cambio, t iene que hacerse pre-

sente como real ización. Por tanto, las dos es t ruc-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 275/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 273

t u r a s que s i rve n pa ra e s t a e mpre sa de be n e s t a r

acop ladas , en e spec ia l porque una sepa ra lo in -

c onme nsu ra b l e e n sus e l e me n tos , l o s c ua l e s l a

o t ra debe re lac ionan Sin embargo, ambas operan

al disecar un potencia l para que sean capaces de

represen ta r lo como rea l i zac ión . Lo que de e s t e

modo queda a l descubie r to ha de replegarse lue-

go en s í mismo de vuel ta , s in deshacer la función

que e j e rc ió e l d i fe renc ia l ambulan te . Es to hace

de las f iguras , seg ún a f i rm a R ose nzw eig , u n a

conf igurac ión , y é s t a no puede p resen ta rse ya

en térm ino s de e lementos geom étricos , s ino qu e

está de st in ad a a con vert i rse en f iguras de sm ate-

m at izad as (p. 310).

No obstante , la configuración sólo se interpre ta

en form a s imból ica pa ra as um ir tangibi lidad. Ade-

m ás, la cua l idad s imb ól ica del regis t ro m arc a u n a

pos tura f ina l que se opone a la t raducc ión de la

esencia de Dios a cognición. Así , e l espacio l imi-

nal en tre Dios y la cogn ic ión de é l — gen erad a po r

el acto de interpretación— se inscribe en el regis-

t ro a l t ransformarlo en un s ímbolo que, a f inal de

cuen tas , i nd ica su insupe rab le sepa rac ión de lo

que parece hacer presente .

En tanto configuración, la Estrel la de David en-

c a rna e l r e g i s t ro i n t e rp re t a t i vo c omo me d io de

accede r a l a e senc ia de Dios y a l mismo t i empo

t ras lada esa esenc ia a té rminos humanos . Abarca

los m úl t iples niveles de t rad uc ibi l ida d, cu yas p ro-

l i feraciones indican que no exis te ningún f in con-

cebib le para la t ransmutac ión de la mate r ia ba jo

control . Por tanto, Rosenzweig declara :

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 276/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2274

El antemundo contenía só lo los e lementos mudos

con los que se construía la ruta de la Estrella. La ru-

ta misma era una realidad, pero que no podía ser

vista con los ojos en ningún instante, pues la Estre-

lla que recorre la ruta no permanece quieta la dura-

ció n de ningú n instante. El ojo sólo pued e ver lo que

dura más de un instante: sólo el instante que se de-

tiene eternizado permite al ojo que vea en él la figu-

ra. La figura es, pues, lo más que elemental, lo más

que real, lo inm ediata m ente visible [pp. 351-352 ].

Así , queda manif ies ta la dual idad de la Est re l la

como represen tac ión de l reg i s t ro in te rpre ta t ivo .

La f igura impl ica la neces idad de hacer f rente a

la incer t idumbre y , por ende , todo regis t ro in te r -

pretat ivo está dest inado a tener estructura, f igura.

Lo pe r t inen te aqu í e s l a d inámica in tens i f i cada ,

que hace que t an to los e l ementos como e l curso

a pa re z c a n c omo a u toe spe c i f i c a c ione s que p ro l i -

fera n, sob re las cuales el ojo n u n ca p ue de descan-

sar . S in embargo, lo que le es tá dado perc ib i r a l

o jo es la es t r uc tur a de es ta t rayec tor ia , m ed ian te

la cual e l di ferencia l ambulante hace que los seg-

mentos que separó se invie r tan ent re s í . De es te

modo , e l d i f e r e nc i a l , c omo e s t ruc tu ra ope ra t i va

que despl iega tanto los e lementos como el curso,

a s í como su in te rconex ión , in t e rpre ta l a e senc ia

como su rea l izac ión percept ib le a l o jo humano.

La sustancia s imból ica de la Est re l la opera co-

mo una carac te r í s t ica que impregna todo a lo la r -

go de l pa rad igma in te rpre ta t ivo de Rosenzwe ig ,

a l especif icar y ram if ica r la t ra du cc ió n de Dios en

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 277/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 2 275

una mul t i fo rmidad en expans ión con t inua de cog-

n i c i ó n h u m a n a . C o m o y a s e m e n c i o n ó , c a d a u n o

de los t res l ibros de

  La estrella de la redención

  pr i -

v i l eg i a un modo e spec i a l de t r aducc ión . Las ma-

t e m á t i c a s o f r e c e n e l n i v e l p a r a t r a s l a d a r l o s e l e -

mentos ; l a g ramát ica , e l curso ; y l a l i tu rg ia , pa ra

t r a s l a d a r l a p r e s e n c i a d e l a p l e n i t u d a t é r m i n o s

cogni tivos. Los e lem entos se desp l i egan co m o u n a

i n d i v i d u a c i ó n s i e m p r e c r e c i e n t e ; e l c u r s o , c o m o

u n a t raducibi l idad perp etua ; y la p leni tud, co m o di-

fe renc iac ión s in l ími tes . En cada uno de es tos n i -

veles se a j u sta la t ra d u cc ió n resp ect iva, lo qu e h ac e

q u e l o s m o d o s m i s m o s p r o l i f e r e n e n e s p e c i f i c a -

c i o n e s r a m i f i c a d a s d e l o q u e n o s p e r m i t e n c o m -

p r e n d e r . E s t a t r a d u c i b i l i d a d m ú l t i p l e t i e n e q u e

ve r con una d i f e renc i ac ión con t inua de l r eg i s t ro ,

l o q u e h a r í a q u e u n o s e s i n t i e s e i n c l i n a d o a h a -

b la r de va r ios reg i s t ros , cuya mul t ip l i c idad ha de

p r o l o n g a r h a c i a l o c o n c e b i b l e l o q u e l a t r a d u c -

c ión prev ia no nos pe rmi t ió ve r .

E s t a t r a d u c i b i l i d a d p e r p e t u a e s r e v e l a d o r a e n

dos a spec tos . E l p r im ero e s qu e u n r eg i s t ro i n t e r -

p r e t a t i v o v a a i n c r e m e n t a r s u d i v e r s i d a d e s t r u c -

tu ra l en p ro po rc ió n a la com ple j i dad de l t em a que

se in te rpre ta . S i se d i seña pa ra abr i r un acceso a

a l g o i n c o n m e n s u r a b l e , e s t o ú l t i m o c a u s a r á u n a

compl i cac ión ma t i zada de l o s t é rminos a l o s cua -

les se va a t raduc i r . De es te modo, un d i fe renc ia l

am b u l an t e se vue lve ope ra t i vo den t ro de l r eg i s tro

mismo , a l t r aduc i r l a r ea l i zac ión de l a e senc i a a

u n a a u t o e s p e c i f i c a c i ó n c o n t i n u a d e s e g m e n t o s

p r o d u c i d o s p a r a l a c o g n i c i ó n . E l s e g u n d o a s p e e -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 278/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2276

to es que , mediante es te proceso , l a cognic ión ya

n o s e c o n c i b e e n t é r m i n o s d e c o n c e p t u a l i z a c i o -

n e s u n i f i c a d o r a s q u e s e y u x t a p o n e n a l o q u e s e

l l eva a l a cogn ic ión . Por t an to , l a s supos i c iones ,

c a t e go r í a s o pos t u l a dos , no d i ga m os i de a s om n i -

a b a r c a n t e s c o m o e l T o d o , q u e d a n e x p u e s t o s d e

m a ne r a i m p l í c i t a , c om o p r i nc i p i o s m on i s t a s , po r

lo qu e son , a saber : in tenc iones or ien tadas pra gm á-

t i c a m e n t e , c ond i c i ona da s e n s í m i s m a s e n f o r m a

si tuacional e his tór ica . La cognic ión ha de deveni r

mul t i fo rme s i s e va a en f ren t a r con éx i to a un t e -

m a que no pue de inc lu ir s e de n t r o de aque l lo cuy a

c o m p r e n s i ó n s e h a p l a n t e a d o . L a t r a d u c c i ó n d e

Dios a cogn ic ión e s t á des t i nada a s í a t r ans fo rmar

l a c o g n i c i ó n e n u n c o n j u n t o c o n t i n u a m e n t e c r e -

c i en t e de pun tos de v i s t a , cada uno de los cua l e s

d e b e d a r p a s o a o t r o d e b i d o a s u s l i m i t a c i o n e s

inhe ren te s .

En l í l t ima ins t anc i a , e l d i s cur so mi smo de Ro-

senzw e ig e s tá consc i en t e de e s to . A un qu e se com -

p r o m e t e a d e m o s t r a r q u e e l d i f e r e n c i a l c o m o

pr i nc i p i o de m ov i m i e n t o nos pe r m i t e c onc e b i r l o

i n c o n m e n s u r a b l e c o m o s u r e a l i z a c i ó n , n o o b s -

t an t e da la im pr es ió n de qu e e s t á ob l igad o de m a-

n e r a i n e v i t a b l e a o f r e c e r p r u e b a s f e h a c i e n t e s d e

lo que el d i f e r e nc i a l a m bu l a n t e t r a n s p a r e n t a . P o r

e s t a r a z ó n . La estrella de la redención  es t á impreg-

na da de e j e m p l os h i s t ó r i c o s , p r ove n i e n t e s e n s u

mayor ía de l as pr inc ipa les re l ig iones , mi to logía y

fi losofía ideal is ta del mundo entero, con el f in de

de s t a c a r l o que s uc e de c ua ndo e l de s c ub r i m i e n t o

di ferencia l de la esencia de Dios no se or igina del

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 279/395

EL DIFERENCIAL AM BULANT E 2 277

N o d e SU n o - N a d a y e l S í d e l a b a n d o n o d e s u

o c u l t a m i e n t o .

B r a h m a , e l n i r v a n a o e l T a o , c o m o l o s e l e m e n -

t o s i n d i s p e n s a b l e s d e l a s r e l i g i o n e s o r i e n t a l e s , " se

q u e d a ro n [ ... ] en los pó r t ic o s de l S í y e l N o" (p . 98) .

El "ve lo de Maya [ . . . ] só lo [de jó] en v igenc ia en to -

d a s l a s c o s a s e l  sí-mismo  y l u e g o [ d i s o l v i ó ] é s t e

e n l a u n i d a d t o t a l d e l B r a h m a n " ( p . 9 9 ) . E n

la doctrina de Buda [...] todo este mundo engendra-

do por el conocim iento y el deseo, a una co n sus dio-

ses y con su esencia [.. .] [consu m e] la abolición en la

nada. ¿En la nada? Ni siquiera eso, porque se evita

hasta el resto de positividad que comporta la pala-

bra nada. No, pues, abolición en la nada, sino en un

reino que queda allende el conocimiento y el no-co-

nocimiento. Otra vez, pues, se ha alcanzado aquí

prácticamente la frontera de la Nada y, en to do caso,

se trata de un punto que está muy lejos a la espalda

de la infinita universalidad del conocimiento, nega-

dora de la nada y, por lo mismo, infinitamente afir-

madora de sí misma [p. 99].

Lao-tsé va más atrás del mundo de Confucio, dema-

siado visible, demasiado lleno de tráfagos y nego-

cios, dem asiado gobernado; y, sin negarle su esencia

de realidad, busca dónde se hallan la raíz y la fuente

de todo ese tum ulto abrumador. De la fuente del No-

hacer mana toda la plenitud del Acto [pp. 100-101].

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 280/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 2278

E s tos c onc e p tos fun da m e n ta l e s de la s g ra nd e s

re l ig iones o r i en ta le s t i enen un ra sgo en común,

que es aquel que todas el las designan un reino que

es tá más a l lá de Dios , quien de es te modo se ve

reducido respecto de lo que re i f ican es tos const i -

t uye n t e s p r i nc ipa l e s . E l mundo — y todo l o que

exis te— se hizo para disolverse en la nada o sur-

g ió de un vac ío inconcebible . Además de los re i -

nos que pos tu la cada una de es tas re l ig iones co-

mo la razón de se r que exis te a l lende Dios , l a

cognic ión de e s tos fu n da m en to s e s exp resam ente

imposib le , en espec ia l porque la cognic ión es ya

se a una de l a s c a ra c t e r í s t i c a s munda na s po r d i -

so lve r se o un ge s to va no pa ra c ompre nde r e s t e

esquivo vacío. Todo esto a su vez atest igu a la gr an

impor t a nc i a que Rose nz w e ig o to rga a l a c ogn i -

c ión c omo un e s fue rz o que pe rmi t e a l o s s e re s

h u m a n o s c o n c e b i r l o i n c o n m e n s u r a b l e , p u e s l o

que es tá más a l lá de lo concebible puede ya sea

dis iparse en la ins igni f icanc ia o l levar a una h i -

pos ta t izac ión de la Nada de l saber in ic ia l en un

atr ib ut o d e Dios , con lo qu e se le de spla zaría fu e-

r a d e l a ó r b i t a d e l a s p r e o c u p a c i o n e s h u m a n a s

por comple to .

Además, lo que las re l igiones or ienta les no son

capaces de espec i f ica r es la manera en que e l s í -

mismo y e l mundo se reducen has ta la d i so luc ión

o la nada , o cómo es que e l vac ío se t raduce en

acc ión. Dicho de o t ro modo, e l in te rés pr inc ipa l

de Rosenzweig (v. gr.,  c ó m o h a c e r c o m p r e n s i b l e

l a t r a duc c ión de D ios a l mundo y a l a huma n i -

da d , y , una ve z má s , a l de sc ubr imie n to d i f e r e n -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 281/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 279

c i a l de l a c r e a c i ó n - r e v e l a c i ó n - r e de n c i ó n ) ^̂ e s t á

entre paréntes i s o , en e l mejor de los casos , per -

ma ne c e o c u l t o .

Co n ba s e e n e s t o s mi s mo s pr i nc i p i o s de s a f í a a

los filósofos griegos.

[El] propio P latón y Aristóteles no enseña n que haya

dentro del mundo relación de emanación, ni, en ge-

neral, ninguna relac ión activa entre la idea y el fenó-

meno, el concepto y la cosa, el género y el individuo

(o de cualquier otro modo en que se aprehenda la

contraposición), sino que en ellos aparecen los nota-

bilísimos p ensam ientos de que las cosas

  imitan

  a la

idea,  miran  hacia ella,  sienten nostalgia  de ella, evo-

lucionan

  hacia ella —que no es causa agente, sino

fin-  [p. 94].

Los abundantes e jemplos negat ivos en e l d iscur-

s o de Ro s e nz we i g s i r v e n pa r a r e v e l a r e l r e v e r s o

de su propia empresa interpretat iva . En las d iver-

sas rel igion es y ra m as de la f ilosofía qu e analiza, se

da una re i f icac ión espec í f ica , que se e leva a pr in-

c ip io omniabarcante . Por e jemplo , en la re l ig ión

g r i e g a , l o s d i o s e s no s o n má s que una h i po s t a t i -

Rosenzweig describe es ta relación como s igue: "En real i -

dad, Creación, Revelación y Red enc ión n o son categorías . Las

categorías jamás const i tuyen una serie: a lo sumo, pueden po-

ner las bases sobre las que cabe que se forme en la real idad

una serie . En cambio, la Creación, la Revelación y la Reden-

c i ón s on e l l a s m i s m as , com o s er i e Creac i ón - Reve l ac i ón - Re-

dención , una rea l idad , y hacemos una conces ión a l modo de

pensar idealista cuando, en vez de poner entre el las unos guio-

nes , ponemos unas comas" (p . 235) .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 282/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2280

zac ión de los se res humanos , cuyas cua l idades se

refleja n en el O limpo . El Is lam es u n p oc o dist into:

" E l C re a do r de Ma hom a e s [ . . . ] r i c o s i n m undo

alguno ' [ . . . ] Su poder da muest ras de ser como e l

po de r de u n d ésp ota o r ien ta l, y e llo no c rea nd o lo

necesario [ . , . ] s ino en la l ibertad de su acción ca-

pr ichosa" (pp . 160-161) , lo que es una h ipos ta t i -

zac ión, de acuerdo con Rosenzweig, de una de las

c a ra c t e r í s t i c a s d i v i na s r e s pons a b l e de pone r e n

m ar ch a e l desp lazam ien to d i fe renc ia l en t re el N o

y el Sí.

S i n a honda r m á s e n de t a l l e s , l a s h i pos t a t i z a -

c iones —sin impor t a r que se den en re l ig iones ,

teologías o f i losofías— sust i tuyen a Dios como ra-

zón de ser y desplazan sus pr inc ipios respect ivos ,

cons t i tu t ivos universa lmente , más a l lá de la com-

prens ión . En consecuenc ia , l a h ipos ta t izac ión se -

ña la e l lugar en donde cesa la in te rpre tac ión . Al

m i s m o t i e m po , pa re c e i m pos i b l e j u s t i f i c a r e s t a s

m ú l t i p l e s h i pos t a t i z a c i one s , s i b i e n pa re c e n s o -

b re todo re i f i cac iones de l a s u rgenc ia s , de seos ,

expe r i enc ia s , i deas y a spec tos o pun tos de v i s t a

hum a nos e l e va dos a l r a ngo de una e xp l i c a c i ón

t o t a l i z a do ra . S i n e m ba rgo , e s t o de j a s i n a c l a r a r

la razón de la generac ión de es tas h ipos ta t izac io-

nes au top rod uc ida s y, po r ende , que da l a p regun -

t a : ¿ po r qué l o s s e r e s hum a nos c r e a m os una i n -

comprens ib i l idad a l a cua l nos subord inamos?

Es ta p regun ta de co r t e an t ropo lóg ico ya no e s

preo cup ació n de Rosenzweig; en cam bio, los e jem-

plos negat ivos, entre los cuales a l f inal se encuen-

tr a n el cris t ia nism o y las artes , le s i rven co m o an a-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 283/395

EL DIFERENCIAL AM BULAN TE 2 281

log ias para su propia ta rea . La razón de menc io-

na r los t i ene dos ve r t i en te s : l a p r imera e s que , a

pesar de su diversidad, todos el los l levan la marca

de la re i f icac ión de pr inc ip ios , ideas , o r ien tac io-

ne s o pos t u l a dos , y a s í s e p r e s e n t a n c om o c on -

ceptos opues tos a l d i fe renc ia l ambulante . La re i -

f icac ión desp laza a lo inconmensurable más a l lá

de la com pren sión, m ien tras q ue el d i ferencia l nos

permi te reve la r lo como su rea l izac ión . Las re i f i -

cac iones llevan a l d i ferencia l am bu lan te a un pu n-

to muerto , y a l hacer lo señalan e l punto en e l que

s e de t i e ne l a r e ve l a c i ón de l o i nc onm e ns u ra b l e .

La segunda es que este contraste decisivo convier-

t e todas l a s r e i f i cac iones e spec i f i cadas en con-

t ras tes nega t ivos con e l f in de que e l d i fe renc ia l

oc upe e l c e n t ro de a t e nc i ón c om o p r i nc i p i o de

m ovim ien to , que , a l op e ra r com o un m ovim ien to

no l inea l de invers iones , t raduce lo inconmensu-

rable a términos de cognición. Al negociar e l abis-

m o que se ab re ent re lo inc on m en sur ab le y la cog-

n ic ión , e l d i fe renc ia l ambulante no se inc luye en

nin gu na terc era dim ensión . Al carec er de es te ran-

go referen cial , la serie de reif icacione s de qu e está

im pre gn ad a la expos ic ión de Rosenzw eig de pr in-

c ipio a f in opera como una "ruta de referencia" '^

de s t i na da a i l um i na r l o que e s c a pa z de l og ra r

una in te rpre tac ión d i fe renc ia l cuando se t ra ta de

"Rutas de referencia" es un concepto que presentó Nel-

s o n G o o d m a n ,  Of Mind and Other Matters,  Cambridge , Har-

vard University Press, 1984, pp. 36, 55-71, 136 y ss. , para indi-

car la función de criterios referenciales y el intercambio entre

sus funciones . [Edición en español:  De la men te y otras mate-

ñas,

  Madrid, Visor, 1995.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 284/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE2282

comprende r lo inconmensurab le . Por e s t a razón ,

l a s r e i f i c a c i one s a c om pa ña n l a t r a duc c i ón i nc e -

sante que e fec túa e l d i fe renc ia l , en espec ia l por-

que seña lan , en cada caso ind iv idua l , po r qué y

c ó m o s e r e t r a s ó e l m o v i m i e n t o d e l i n c r e m e n t o

inf in i tés imo. Las d iversas c lases de re i f icac iones

e n l a s c ua l e s que da n a p r i s i ona da s l a e s e nc i a de

Dios, l a de l m u n d o y l a de l a h u m a n id a d , sa l t an

en ton ce s a la v is ta , en tan to tod as e l las son pred i-

cado s que se o to rg an a lo inco nm ens ura b le a pa r -

t i r de pos tura s a je na s a é l. Por t an to , Rosen zw eig

o p t a p o r u n m o d o d i f e r e n c i a l d e i n t e r p r e t a c i ó n

—y lo desa r ro l l a—, pues e l d i fe renc ia l nunca e s

a jeno a lo que d i fe renc ia , nunca es una pos tura a

pa r t i r de l a cua l se e l aboren p red icados y nunca

es una ca tegoría que se yuxtaponga a lo que se va

a comprende r .

Conforme e l d i fe renc ia l se desp laza en t re "un

ya-no" y "un aún-no" , no per tenece a n inguno de

sus cons t i tuyentes y , por t an to , e s capaz de con-

ver t i r los en operadores para reve la r lo inconmen-

surab le s in concep tua l i za r lo . Al hace r que lo in -

conmensurab le se des l i ce hac ia una comprens ión

i n c i p i e n t e , l o r e p r e s e n t a c o m o u n a c o n c a t e n a -

c ión de ac tos s iem pre c rec ien te , con lo qu e t rad u-

c e l o i nc onm e ns u ra b l e a una a u t oe s pe c i f i c a c i ón

de la cognic ión . Para favorecer es te proceso , l a s

d ive rsa s re i f i cac iones no só lo ac l a ran l a mane ra

en la que e l d i ferencia l convier te a Dios en cono-

c i m i e n t o , s i no que a l m i s m o t i e m po s e de c ons -

t r u y e n c o m o c o n c e p t u a l i z a c i o n e s q u e s e y u x t a -

pus ie ron a lo que se des t inaban hace r acces ib l e .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 285/395

EL DIFERENCIAL AM BULANTE 2 283

Es t a dua l i da d pe rm i t e que e l d i s c u r s o m i s m o

de Rosenzweig t ransi te a t ravés de las re i f icac io-

nes seña ladas , d iv id iéndolas en re fe renc ias nega-

t ivas , a s í como en ob je t ivos de decons t rucc ión .

Es t e e s fue rz o s e gu í a m e d i a n t e l a ne c e s i da d de

most ra r lo que las h ipos ta t izac iones ve lan , ocul -

t an o no bas t an cuando se t r a t a de t r a s l ada r sus

pr inc ip ios bás i cos a l a comprens ión . S in embar -

go, la ra zó n princ ipal qu e esgrim e el disc urso m is-

m o d e R o s e n z w e i g c o m o d i f e r e n c i a l a m b u l a n t e

es que la t raducibi l idad no t iene e l carác ter de un

obje to qu e se ha de com prend er . En cam bio , só lo

se hac e tangible m ed iante su m ult i form idad , qu e se

l leva a cabo a l cambiar los niveles de t ras lac ión,

a l ent re lazar los y en vi r tud del carác ter inconclu-

so de todos los esfuerzos de la t raducción, lo que

des taca l a d i fe renc ia máx ima en t re lo inconmen-

s u ra b l e y s u c ogn i c i ón . Es t a d i f e r e nc i a m á x i m a

conserva lo inconmensurable y , no obs tan te , pe r -

mi t e que adqu ie ra cognosc ib i l idad med ian te una

t raduc ib i l idad pro l i f i ca produc ida por un d i scur-

so que en sí m ism o op era co m o d i fe renc ia l .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 286/395

: CONFIGURACIONES

E LA INTERPRETACIÓN:

UN EPÍLOGO

P A R A R E S U M I R ,

  de s t a c a ré l o s pun tos p r i nc ipa l e s

que se abordaron en es te anál is is de la interpre ta-

c ión . La in te rpre tac ión es un ac to de t raducc ión,

cuya e jecuc ión depende de l t ema que se va a in-

t e rp re ta r a s í como de l con tex to den t ro de l cua l

t iene lugar es ta ac t ividad. En consecuencia , exis-

ten sólo var iables de interpre tac ión, que se conci-

ben co m o ite rac iones de t raduc ib i l idad , que no

 la

i n t e rp re t a c ión . L os p r i nc ipa l e s de sp l a z a mie n tos

en las var iables de in te rpre tac ión se l imi tan por

el contexto:

a)  La au tor ida d e ra la p reocup ac ión fun da m en -

ta l cuando los tex tos sagrados tenían que t ras la -

da rse a l a v ida de l a comunidad o cuando se re -

cur r í a a los au to res canónicos como gu ías t an to

para la producc ión como para la recepc ión de l i -

te ra tura .

b)  E l c í rcu lo he rmenéut i co como es t ra t eg ia de

i n t e r p r e t a c i ó n e n t r ó e n e s c e n a c u a n d o n o p u d o

sostenerse ya la sola autor idad del canon de cara

a sus múlt iples lecturas, que las más de las veces

su j e t a ba n l a a u to r i da d de l t e x to a ma n ipu l a c io -

nes condic ionadas por la s i tuac ión , a consecuen-

cia de lo cual el canon se convirt ió en materia de

284

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 287/395

UN EPÍLOGO 285

d i spu t a s e i nc luso pe rd ió muc ho de su o r i e n t a -

c ión munda na .

c)

  L a e sp i r a l r e c u r s iva a dqu i r i ó impor t a nc i a

cu an do h u b o de con trolarse la entro pía , o la rea li -

dad hubo de concebi rse en té rminos de s i s temas

autónomos, o los s i s temas compues tos surgie ron

de un acoplamiento es t ructura l de s is temas, o los

encuent ros ent re cul turas o grados de cul tura h i -

c ieron necesar ia la negociación entre lo conocido

y lo aje no , en especial d eb ido a q ue lo qu e al prin-

c ipio se encuentra más a l lá del a lcance responde-

rá a una intervención desde un punto exterior a él .

d)  E l d i fe renc ia l ambulan te —si b ien tuvo de

suyo una h i s to r i a e spec ia l— se convi r t ió en un

modo de in te rpre tac ión dec is ivo cuando las con-

ceptua l izac iones hol í s t icas , como las propuso la

fi losofía e incluso la teología, demostraron su in-

c a pa c ida d pa ra c onve r t i r l a s i nc onme nsu ra b i l i -

dades en cognic iones .

En cada uno de es tos casos , un contexto gene-

ra l causó un desplazamiento de los procedimien-

tos de interp retación . Sin emb argo , no sólo el cam -

b io de c on t e x to r e qu i r i ó nue va s he r r a mie n t a s

para los procedimientos in te rpre ta t ivos , s ino que

la cau sa pr inc ipal f u e e l tem a en cue st ión.

No debe olvidarse que en aras del anál isis hice

h incap ié en l a s d i s t inc iones en t re he rmenéut i ca ,

c ibernét ica y rea l izaciones di ferencia les como t i -

pos de interpretación. No obstante, las diferencias

ent re sus modos operac iona les no son de manera

a lguna tan r íg idas , y de hecho e l c í rculo herme-

néut ico , l a espi ra l recurs iva y e l d i fe renc ia l am-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 288/395

286 U N EPÍLOGO

bu lante en rea l idad se fu nd en en t re s í s iemp re que

se l l eva a cabo l a in t e rp re t ac ión . Pe ro l a mayor

pa r t e de l t i e m po p re dom i na uno de e s t o s p roc e -

d im ientos . H ay un e lem en to de las esp i ra les en el

c í rcu lo he rmenéu t i co , que aba rca e l movimien to

de vaivén ent re e l texto y su co m pr en sió n, apl ica-

c ión o des c i f ram ien to . Un d i fe renc ia l op e ra t am -

bién dentro de l c í rculo , a l revelar e l potencia l de

u n texto rea l izándolo co m o un a secuen cia de perfi -

les gra du ad os . Adem ás , hay un m ovim iento c i rcu-

lar en las espirales recursivas, que se revela en la

acc ión y la re t roacc ión , as í como hay una opera -

c i ó n d i f e r e n c i a l e n e l r e m o d e l a m i e n t o c o n t i n u o

de en t ra d a y sa l ida , en e l qu e se ce ntr a la d i fere n-

cia entre un "ya-no" y un "aún-no". Por úl t imo, e l

d i f e r e n c i a l a m b u l a n t e c o n t i e n e u n e l e m e n t o d e

recurs iv idad , pues los pe r f i l e s g raduados en los

que se desp l i ega en aban ico e l po tenc ia l po r in -

t e rp re t a r e s t á n he c hos pa ra r e p l e ga r s e de nue vo

en e l po tenc ia l , l o que nos pe rmi te comprende r -

lo . El predominio o la subord inac ión re la t ivos de

e s t a s a c t i v i da de s i n t e rp re t a t i va s de pe nde rá de l

propós i to que se pers iga s iempre que tenga lugar

la in te rpre tac ión .

¿ P o r qué e s t a n i m por t a n t e pa ra l a i n t e rp re t a -

c ión l a in t e racc ión en t re c i rcu la r idad , r ecurs iv i -

dad y d i fe renc ia l? Como se demost ró , toda in te r -

p re t a c i ón e s un a c t o de t r a duc c i ón que a b re un

espac io en t re el t em a po r in te rp re ta r y aque l lo en

lo que se t ra n sf o rm a el tem a. El espacio es en c ier-

t a m e d i da i nde pe nd i e n t e de l o que s e t r a duc e y

de aque l lo a lo qu e se t rad uc e. P or esta razó n lo de-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 289/395

UN EPÍLOGO 287

n o m i n o

  espacio liminal,

  pues t acha e l t ema en e l

r eg i s t ro y, po r t an to , no pe r t e ne ce a n ing un o . E n

o t r o c o n t e x t o . E c o e m p l e ó e l t é r m i n o

  espacio,

 ^

c o n c e b i d o c o m o u n i n t e r v a l o e n e l t i e m p o e n e l

que t i ene l uga r una g ran can t idad de se l ecc iones

(p . 222) . Aunque Eco pensaba en una re lac ión de

o t r o t i p o , s u o b s e r v a c i ó n s i r v e t a m b i é n p a r a l a

in t e rp re t ac ión . Es t a s se l ecc iones dec iden no só lo

la fo rma en que se e jecu ta e l t r a s lado de todo ac -

to i n t e rp re t a t i vo , s i no t ambién l a mane ra en que

s e a b o r d a o e n f o c a p a r a s u c o m p r e n s i ó n e l t e m a

que se va a t r a s l ada r . En v i s t a de l a s abundan te s

se l ecc iones que t i enen que l l eva r se a cabo , l o s

m o d o s d e h a c e r f r e n t e a l e s p a c i o l i m i n a l s o n d e

s u m a i m p o r t a n c i a .

E l c í r cu lo o rgan i za r eco r r i dos de p rueba en t r e

las ca rac te r í s t i cas p r iv i l eg iadas con e l f in de l l e -

gar a la co m pr en sió n o de apl icar lo qu e se h a com -

prend ido . La r ecu r s iv idad r e t roacc iona e l dé f i c i t

inicia l hacia la sal ida, con lo que se inicia e l a jus-

t e d e s u p o s i c i o n e s u l t e r i o r e s n e c e s a r i a s p a r a a d -

qu i r i r con t ro l . E l d i fe renc ia l , t r a s d i seca r e l t ema

e n u n a s e c u e n c i a d e e s c i s i o n e s s i e m p r e n u e v a s ,

con t inuamente l a s hace rep legarse en t re s í , l o que

nos pe rmi te concebi r lo que a l p r inc ip io e lud ía a

la cognic ión. El c í rculo , la recurs iv idad y e l d i fe-

renc ia l desp lazan e l t ema hac ia o t ra cosa , o rgan i -

z a n e s t e d e s p l a z a m i e n t o c o m o u n m o d o d e t r a n s -

f e ren c i a y e j e r cen c i e r t o g ra do de con t ro l cu an d o

' Um b er t o E co ,  I Lim iti dell'Interpretazione ,  M i lán , B o m -

piani , 1990, p . 227. [Edición en español:

  Los límites de la in-

terpretación,

  M éxico, Lum en, 1992.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 290/395

288 U N EPÍLOGO

se yu xtap on en té rm ino s cogni tivos en el t em a du-

ran te e l p roceso de in te rpre tac ión .

Al m i s m o t ie m p o , e s t a s m o d a l i d a d e s a p u n t a n

hac ia lo que se res i s te a l a t raducc ión . Debido a

que e l espacio l iminal se crea mediante e l ac to de

in te rp re t ac ión , no puede e l imina rse en su to t a l i -

dad . S in embargo , l a in t raduc ib i l idad res idua l se

t ransforma en e l impulso que guía a l c í rcu lo her -

menéu t i co , l a e sp i ra l r ecurs iva y e l d i fe renc ia l

a m b u l a n t e .

La capac idad de e s tos t r e s ope radores bás i cos

p a ra h ac er f r en te a l espa cio lim inal se der iva de la

dual idad inscr i ta en cada uno de e l los . El c í rculo

m ed ia en t re lo da do y su com pre ns ió n , l a recurs i -

v idad e fec túa u n cam bio desde u n a pos ic ión hac ia

la en t ro pía y la a p e r tu ra i l imi tad a , y e l d i fere nc ia l

permi te un potenc ia l s in t rabas para consegui r l a

con ceb ib i lidad . Ca da un o de es tos op era do res l le -

va a cab o su ta re a m ed ian te es tas re fe ren c ias dua-

les , en la medida en que e l tema y los té rminos a

los que se t ras lada t i enen que s i tua rse dent ro de

t odo a c t o de i n t e rp re t a c i ón . De e s t e m odo , l a s

c o m b i n a c i o n e s p o t e n c i a l m e n t e m ú l t i p l e s d e l o s

modos ope rac iona le s e s t ruc tu ran e l e spac io l imi -

na l ab ie r to por toda in te rpre tac ión .

Aunque e s t e e spac io se e s t ruc tu ra med ian te lo

que de l imi t a , pa rece t ene r una d inámica p rop ia .

¿Cómo pod em os da r razó n de es ta d inámica? Des-

pués de todo, e l espacio l iminal está vacío, y a pe-

sar de eso a lgo parece surgi r de é l . El c í rculo , la

esp i ra l y e l d i fe renc ia l —cada uno con su propio

m od o pa r t i c u l a r de ope ra c ión— t r a t a n de e n f r e n -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 291/395

UN EPÍLOGO 289

ta r e l espacio ent re tema y regis t ro es tablec iendo

conex iones y re lac iones a ún m ás re f inad as , d iver-

s i f i c a da s y c om pl e j a s . Es t o p roduc e un e f e c t o

dual : mientras que e l c í rculo , la espi ra l y e l d i fe-

rencisJ están d est in ad os a e jercer co ntro l en el pri-

mer caso , lo cons iguen has ta un grado en e l que

se combinan med ian te una in t e racc ión mutua . E l

jueg o es la zona de in te rac c ión de los m od os m e-

d ian te e l cua l se f ranquea e l e spac io l imina l . Al

re spec to , l o s modos ope rac iona le s mismos o to r -

gan a l e spac io vac ío una c ie r ta cua l idad d inámi-

ca que proviene de su in te racc ión . Es te juego no

t i ene reg la s , s i b i en se gu ía con l a s abundan te s

e lecc iones que toma e l in térpre te , a lo que a ludía

Ec o c ua ndo de s c r i b í a e l e s pa c i o c om o un i n t e r -

valo . Estas se lecc iones son las responsables de lo

que se combinó en t re s í e inc luso de lo que pre -

domina dentro de la interacción de círculo, espiral

y d i fe renc ia l . S in embargo , se toman de mane ra

subconsc ien te , igua l que las " s ín tes i s pas ivas" ,

que , de acuerdo con Husser l , son operac iones ne-

c e s a r i a s p a r a e s t a b l e c e r u n a " b u e n a c o n t i n u a -

ción".^ A dem ás, si to m am o s en cu en ta qu e el círcu-

lo, la espiral e incluso el diferencial no sólo están

di fe renc iados en sí m ism os s ino que tam bié n asu-

men una divers i f icac ión crec iente en re lac ión con

la ta rea que van a desempeñar , en tonces la in te r -

^  Véas e E d m u n d Hu s s er l ,

  Ana lyzen zur Passiven Synthesis,

Gesammelte Werke, 11, Margot Fleischer (ed.) . La Haya, Mar-

t inus Nijhoff , 1966; y Aron Gurwitsch,

  The Field of Conscious-

ness,

  Pittsburgh, Duquesne University Press, 1964, pp. 150 y ss.

[Edición en español:

 El camp o de la conciencia. Un análisis fe-

nomenològico,

  M adrid, Alianza , 19 79 .]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 292/395

290 UN EPÍLOGO

acc ión en t re e l los , gu iada por se l ecc iones sub-

c onsc i e n t e s que subya c e n a sus c ombina c ione s ,

convierte el espacio l iminal en un vórt ice. Cuando

se combinan, los modos operac iona les luchan en-

t re s í para probar cuál de e l los será más capaz de

remontar el espacio l iminal; a l hacerlo, su inscrip-

c ión rec íp roca convie r t e a l c í rcu lo en un movi -

m ien to espira l, a la espi ra l en u n a au toco rrecc ión

d i f e re nc i a l , y a l d i f e r e nc i a l e n una r e c ombina -

ción circu lar de lo qu e se sep aró . Esta explicación

no ago ta de manera a lguna los movimien tos po-

t e nc i a lme n te impre de c ib l e s de t a l i n t e r a c c ión ,

pe ro al m en os indica la fo rm a en qu e pu ed e en re-

dars e u n a variedad d e proceso s en un solo vórtice .

El espacio l iminal se carga , pues , con un dina-

mi smo que s e e s fue rz a po r de sc a rga r se e n a lgo .

Los modos operac iona les es tán des t inados a e je r -

ce r con t ro l y a l hace r lo en tab lan un juego en t re

s í ; las se lecciones que se toman para guiar e l jue-

go t i e ne n una na tu ra l e z a subc onsc i e n t e y , po r

ende , no con t ro lan de l todo lo que desa tan , lo

que las hace potenc ia lmente su je tas de modi f ica -

c ión. Así , e l espacio l iminal mismo no es exacta-

me n te a u topo i é t i c o , s i no que a sume una c ua l i -

dad ta l a l sacar su d inamismo a par t i r de lo que

se le insertó desde el exterior

Cua ndo l o s modos c omie nz a n a supe ra r e l e s -

pac io l imina l a l acc ionar ent re s í , su in te racc ión

puede se r de condensac ión rec íproca , de inscr ip-

c ión m u tu a o de p re d om in io y subo rd ina c ión a l-

t e rnos . Es te juego , e s t e acc iona r e s , de acue rdo

con Víc tor Turner, lo ca te gó r icam en te inca tego-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 293/395

UN EPÍLOGO 291

r i zab le" , en e spec ia l en t an to e s "e senc ia lmen te

in t e r s t i c i a l , e s t á en una pos ic ión in t e rmed ia en -

t re tod os los no do s taxo nó m icos es tándar" .^ Fran -

que a r m e d i a n t e e l a c c i ona r c on l l e va , po r t a n t o ,

presc indi r inc luso de los grados l imi tados de re -

fe renc ia que posee cada modo ope rac iona l . Ade -

más , l a s se l ecc iones que e s t ruc tu ran e l acc iona r

t ienen lugar deba jo de l umbra l de conc ienc ia de l

in t é rp re t e , l o que desa ta "una sue r t e de e sp i ra l

ex t raña" en t re l a i n t e racc ión de los modos y l a

t om a s ubc ons c i e n t e de de c i s i one s . Una e s p i r a l

ext raña es , según Douglas Hofs tadter , "una in ter-

acc ión en tre niveles en la cu al el nivel su pe rio r a l-

canza el nivel inferior e influye en él , mientras a l

m ism o tiem po é l m ism o es de te rm ina do po r e l n i-

vel inferior" , '^ con lo que se crean "jerarquías en-

redadas" (pp. 684 y ss. , en especial p. 709).

En consecuencia , da la impresión de que e l es-

pa c i o l i m i na l , m e d i a n t e s u s fo rm a s c a l e i dos c ò -

p i c a m e n t e c a m b i a n t e s de e s p i r a l e s e x t r a ña s , s e

o rgan izase a s í mi smo. Además de su p rop io d i -

namismo inherente , e l espacio l iminal obt iene tan-

to informac ión como energ ía de la apar ienc ia de l

tema y de lo que e l reg is t ro es tá des t inado a lo -

g ra r . S in embargo , l a i n fo rmac ión ( t ema) y l a s

guías ( reg is t ro) es tán su je tas a un procesamiento

c ua ndo s e i n t e r r e l a c i ona n e n e l e s pa c i o l i m i na l

^  V ictor Turner ,

  The Anthropology of Performa nce,

  Nu eva

York, PAJ, 1988, p. 17.

Douglas R. Hofs tadter ,

  Godei, Escher, Bach: An Eternal

Golden Braid,

  Nueva York, Vintage, 1989, p. 709. [Edición en

español :  Godei, Escher, Bach: una etema y grácil espiral,  Bar-

celona-México, Tusquets , 1998. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 294/395

292 U N EPÍLOGO

que a l p r inc ip io l a s sepa ró en t re s í . Deb ido a l a

i n t e r a c c i ón e n t r e l o s m odos ope ra c i ona l e s , s u s

esp i ra les ex t rañas y las se lecc iones subconsc ien-

tes de l in té rpre te , e s te procesamiento se desar ro-

l la de acuerdo no só lo con la apar ienc ia de l t ema

y lo que desea e l r eg i s t ro , s ino t ambién con una

fue rza que se reúne en e l e spac io l imina l en s í ,

im pu lsad a po r lo qu e la in te rac c ión en t re c í rcu lo ,

esp i ra l y d i fe renc ia l pu so en m ar ch a .

E sta fu er za es indef inib le y se pr es ta a u n a des-

c r ipc ión só lo en l a med ida en que l a t r ansmuta -

c ión de informac ión y guías convie r te a l e spac io

l imina l en un s i s t ema no l inea l . La " fue rza" de -

s ignar ía as í e l carác ter no l inea l de l procesamien-

to que se da en e l e spac io l imina l . As í , é s te fun-

c i o n a c o m o u n c a t a l i z a d o r i n d i s p e n s a b l e p a r a

t r a s l a da r un t e m a a un r e g i s t ro . C om o c a t a l i z a -

dor , l leva a cabo lo que se dis t inguió ca tegórica-

men te , dando de e s t e modo un enfoque a l t ema y

d i f e r e nc i a ndo e l r e g i s t ro . A l m i s m o t i e m po , l a s

o rgan izac iones no l inea le s se d i s t inguen porque

t a m b i é n ge ne ra n c i e r t a i nc on t ro l a b i l i da d , c om o

se mues t ra en los impredec ib le s movimien tos en

e l acc ionar de los modos . S in embargo , l a incon-

t ro l ab i l idad no s ign i f i ca que l a s cosas s i empre

es t én p ropensas a sa l i r se de con t ro l ; en cambio ,

a l f ina l resu l ta e l combus t ib le au togenerado para

l a d inámica que conv ie r t e e l e spac io l imina l en

u n s i s t e m a a u t o o r g a n i z a d o m e d i a n t e e l c u a l l a

comple ja e s t ruc tu ra de l e spac io l imina l e s capaz

de organizarse a s í misma. S i los s i s temas l inea-

l e s t i enen a lgún f in ú l t imo , cuya rea l i zac ión se

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 295/395

UN EPÍLOGO 293

p r e t e n d e l o g r a r m e d i a n t e l o s m e c a n i s m o s d e l o s

s is temas en cuest ión, los s i s temas no l inea les , me-

d i a n t e l a s e s p i r a l e s e x t r a ñ a s e n t r e s u s f a c t o r e s ,

n ive les  y  todo con lo que se l e s a l imente desde e l

exter ior , son u n a especie de fe n ó m en o rec iente . De

este m od o, la n o l inea l idad se con vier te en la fu en -

t e de abas t ec imien to con t inuo de l su rg imien to .

L a f u e r z a q u e s e r e ú n e e n e l e s p a c i o l i m i n a l

t i ene una cua l i dad poé t i ca , en t an to p roduce a lgo

ha s t a en ton ces i nex i s ten t e . La con cep c ión d e e s t a

cua l i dad r ecue rda l a f i l o so f í a poé t i ca de Giam-

ba t t i s t a Vico

  y

  su s

  Principios de una ciencia nue-

va

  q u e p r e t e n d í a n e x p l o r a r e l m u n d o d e n u e v o .

S e g ú n V i c o , l a h i s t o r i a e s u n p r o c e s o d e p r i n c i -

p ios s i empre nuevos , en t an to pa rece t an to l i nea l

como c íc l i ca ,

  y

  t a l m o v i m i e n t o c o m p e n s a t o r i o s e

en t r e t e j e con lo qu e él d en o m in a e l  ricorso.  Si es-

t e ú l t i m o f o r m a l a i n f r a e s t r u c t u r a d e e s t e n u e v o

m a p a d e l m u n d o , ¿ c ó m o f u n c i o n a ? G i u s e p p e M a -

z o t t a o f r e c i ó h a c e p o c o u n a b r i l l a n t e e x p o s i c i ó n

d e s u o b r a , q u e d e m a n e r a s u c i n t a i d e n t i f i c a l a

cua l idad poé t i ca que genera e l vór t i ce de l e spac io

l iminal .

Por el entretejido de círculo y línea, que produce la

espiral, el

 ricorso,

 así, es la configuración simultánea

de clausura y apertura de un círculo que se repite

con una diferencia, siempre está fuera de lugar y es

excéntrico respecto de los demás círculos de la serie

[.. .] Junto con el ricorso,  el cursus  sugiere un estilo

espiral de escritura de Vico y un o de pensam iento, el

arte poético de relacionar hechos o palabras rem otas

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 296/395

294 UN EPÍLOGO

entre sí [...] Es un lenguaje que salta sobre conexio-

nes convencionales, que se desliza, como un cursor,

hacia adelante y hacia atrás, que busca en aparien-

cia aleatoria pero rigurosa órbitas elípticas en una

serie, y crea un lugar espec ial para un d iscurso e n el

que aparezca ante nuestros ojos una nueva configu-

ración omniabarcante del pasado, presente y fiituro.^

De es te modo, e l

  ricorso

  e s u n a con c lus ió n qu e

n o s p e r m i t e p e r c i b i r e l e n g e n d r a m i e n t o d e c u a l i -

d a d e s p o é t i c a s q u e d a n o r i g e n a f e n ó m e n o s e m e r -

gen tes en e l ac to de l a in te rpre tac ión .

An te s de de t a l l a r e s tos f en óm en os , e s n eces a r i a

u n a a d v e r t e n c i a r e s p e c t o d e l a e l i m i n a c i ó n d e l

e spac io l imina l a ca rgo de a lgunas c l a se s í ^e i n -

t e rp re t ac ión , S i empre que l a s supos i c iones de un

r e g i s t r o s e y u x t a p o n e n e n e l t e m a , e l e s p a c i o l i -

mina l e s co lon i zado po r l o s concep tos en l o s que

va a i nñu i r . Es t a co lon i zac ión conv ie r t e l a i n t e r -

p re t ac ión en un ac to que de t e rmina e l s i gn i f i cado

p r e t e n d i d o d e l t e m a . C u a n d o e s t o s u c e d e , l a i n -

t e rp re t ac ión ce sa . La co lon i zac ión de l e spac io l i -

mina l , por t an to , sac r i f i ca l a t raduc ib i l idad y con

e l l a l a opor tun idad de aba rca r más de l o que e ra

p o s i b l e a n t e s d e l a y u x t a p o s i c i ó n . S i e m p r e q u e

p r e d o m i n e n l a s s u p o s i c i o n e s , l a i n t e r p r e t a c i ó n

r e s u l t a r á u n p r e d i c a d o d e l t e m a e n c u e s t i ó n . E n

cont ras te , l a in te racc ión de los modos y sus esp i -

r a l e s ex t r añ as , con l a s se l ecc iones sub co nsc i en t e s

5 Giuseppe Mazotta ,

  The New Map of the World: The Poetic

Philosophy of Giam battista Vico,

  Princeton, Princeton Univer-

sity Press, 1999, p. 228.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 297/395

UN EPÍLOGO 295

mediante las cua les se procesan la in formac ión y

las gu ías , hace de l espac io l imina l una organiza-

c ión no l ineal , revelando as í la in terpre tac ión co-

mo p roducc ión . En tend ida de e s t a mane ra , l a i n -

t e r p r e t a c i ó n p r o d u c e f e n ó m e n o s e m e r g e n t e s o

cons t i tuye una fuente de surg imientos .

S iempre que t i ene lugar l a in te rpre tac ión , a lgo

surge, y este a lgo no es idént ico al tema ni a l re-

gis t ro a l cual e l tema se va a t ras ladar . Antes de

examinar lo que surge en los parad igmas bosque-

j a dos , de be p re s t a r s e a t e nc i ón a una c ond i c i ón

f ina l r e sponsab le de toda c l a se de su rg imien tos

en e l ac to de in te rpre tac ión . El reg is t ro que va a

in f lu i r en e s t e ac to e s t á marcado por una dua l i -

dad bás ica :  a)  e s t á des t inado a p roporc iona r me-

d ios de acceso a lo que se in t e rp re t a , pe ro

  b) es

t am bié n e l m ar co a l que se t rad uc e e l t em a . Es tas

dos func iones de l reg is t ro son in te rdependientes ,

y e s to e s vá l ido — al m en os h as t a c i e r to pu n to —

aunque e l reg is t ro se yuxtaponga más o menos a l

tem a. En es te caso , e l m ar co de todo s mo do s fun-

c iona como medio de acceso .

Sin embargo, como regla , hay una esca la móvi l

en t re los ex t remos , que se seña la , por una par te ,

a l subordinar e l tema al registro, y, por la otra , a l

d i fe renc ia r a l reg is t ro cuando e l t ema es té des t i -

nado a percibirse en toda su complej idad. Sea cual

fuese l a pos i c ión en e sa e sca la móvi l , s i empre

e x i s t e un a c op l a m i e n t o e s t ruc t u ra l e n t r e t e m a y

regis t ro . Mediante es te acoplamiento es t ruc tura l ,

el reg is t ro — al pe rm i t i r e l acceso— no p ue de m ás

que abr i r caminos in te rnos hac ia e l t ema , de por

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 298/395

296 UN EPÍLOGO

 regido po r su pro pó si to

 y,

 po r ende , m edia nte su

misma in te rvenc ión , ocas iona per turbac iones . És-

tas son una consecuenc ia inevi tab le de todo aco-

p l a m i e n t o e s t ruc t u ra l ,

  y

  se mani f ies tan en lo que

los teór icos de los s is tem as autoorga nizado s , co m o

H einz von Foe rs te r y Henr i Atlan, de no m ina n  rui-

do,

  que s ign i f ica que surg ió a lgo incont ro lab le .^

En re l ac ión con e l pa rad igma que ana l i zamos ,

e l ru ido puede ca l i f icarse , en un regis t ro concebi-

d o h e r m e n é u t i c a m e n t e , c o m o m a l e n t e n d i d o ; e n

un o c onc e b i do c ibe rné t ic a m e n t e , c om o i nc on t ro -

l a b i l i da d de l o s s i s t e m a s a c op l a dos —o i nc l u s o

c o m o u n m al fiincionamiento de ellos— , y en u n o

c o n c e b i d o d i f e r e n c i a l m e n t e , c o m o i n a s e q u i b i l i -

d a d d e l o i n c o n m e n s u r a b l e . D e b e p r o c e s a r s e l a

mul t i formidad del ruido que ec l ipsa e l in tento de l

regis t ro , y e l resul tado de es to tendrá que ser d is-

t in to tanto de l tema como del regis t ro , pues e l re-

g i s t ro func i ona s ó l o c om o una he r r a m i e n t a ope -

rac iona l y e l t ema no es idént ico a l ángulo desde

el cu al se le ab or da . Así, ten em os u n a rea cc ión en

c a d e n a : e l a c o p l a m i e n t o e s t r u c t u r a l d e t e m a y

regis t í i -o causa per turbac iones que producen ru i -

do , c uyo p roc e s a m i e n t o ha c e que s u r j a a l go que

es dist into de lo que se acopló.

L legamos ahora a un pun to en e l que podemos

aprec ia r de l todo e l e spac io l imina l como un vór-

t i ce que e s ca t a l í t i co en l a med ida en que t r ans -

forma, por medio de esp i ra les ex t rañas , l a mul t i -

^ Para aho nd ar en es te part icular, véa se W il l iam R. P aul-

son ,  The Noise of Culture: Literary Texts in a World of Informa-

tion,  i taca, Cornell University Press , 1988, pp. 66-100.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 299/395

U N EPÍLOGO 297

pl ic idad de los m o do s op erac ion a les y l a se lecc ión

s ubc ons c i e n t e de s u e m p l e o e n f e nóm e nos e m e r -

gentes .

R e g r e s e m o s a l o s p a r a d i g m a s p a r a i d e n t i f i c a r

lo que en rea l idad surg ió en los casos ana l izados .

E n e l gé ne r o de l a i n t e r p r e t a c i ón que r e p r e s e n t a

e l c o m e n t a r i o , e s u n a  guía  p a r a l a c o m u n i d a d .

E n e l gé ne r o de l a i n t e r p r e t a c i ón que r e p r e s e n t a

l a h e r m e n é u t i c a , e s

  comprensión

  y

 aplicación

  d e

lo que s e comprend ió , e l su rg imien to de l a  histo-

ria  a pa r t i r de hech os pr iva do s de e fec tiv idad o de

la  cura  de l pac ien te . En e l género de l a in te rpre -

tac ión que representa l a c iberné t ica , e s e l  control

o la  composición  d e s i s t e m a s d e o r d e n s e c u n d a -

r io o terc iar io . Y en e l género de la in terpre tac ión

que representa e l d i fe renc ia l , e s l a

  realización

  d e

l o i nc onm e ns u r a b l e .

L o s f e n ó m e n o s e m e r g e n t e s d e e s t a c l a s e t a m -

bién repercuten en e l reg i s t ro . S in perder de v i s ta

la dual idad del regis t ro , los efec tos cola tera les de l

acceso , qu e se m an i f ies tan com o ru ido , inc iden en

u n a d i f e r e n c i a c i ó n d e l m a r c o . S e o b s e r v a e s t o

en todo s los pa rad igm as ana l izados . H ay u n a com -

p l e j i d a d e n a u m e n t o d e l c í r c u l o h e r m e n é u t i c o ,

cuya causa e s e l t ema , que e s t á de t e rminado , de -

be cons t i tu i r se o sacarse de su escondi te . En con-

secuenc ia , e l c í rcu lo , que en e l caso de Schle ie r -

m a c h e r o p e r a c o m o u n a e s t r u c t u r a d e j u e g o d e

idas y ven idas , s e t r ans fo rma en c í r cu los concén-

t r i cos en e l e s fue rzo de Droysen por cons t ru i r l a

his tor ia , y en espi ra les t ran sac cio na les e n un regis -

t ro ps i coana l í t i co . Lo mismo sucede con e l pa ra -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 300/395

298 UN EPÍLOGO

dig m a c ibernét ico. La descr ipc ión g rue sa en el ca-

so de Geer t z e s t á marcada por una o rgan izac ión

com pen sator ia y en expansión de con je tura s y eva-

luac iones de con je tu ras . Es ta rép l i ca dua l se e s -

f u e r z a p o r l o g r a r u n r e f i n a m i e n t o c o n t i n u o d e l

r e g i s t ro me d ia n t e l a a u toc o r re c c ión . L a a u toc o -

r recc ión t ambién conse rva su ca rác te r bás ico en

l a i n t e r p r e t a c i ó n d e l a u t o m a n t e n i m i e n t o d e l o s

s i s t e ma s a u tónomos , e n l o s c ua l e s l a r e c u r s iv i -

d a d s e c o n c i b e c o m o l a i n f r a e s t r u c t u r a d e u n a

autopoies i s en curso . E n el pa rad igm a de R osenz-

we ig , e l d i fe renc ia l cambia a va r i an te s s i empre

nuevas, por lo que en el anál isis f inal e l discurso

mismo re su l t a se r d i fe renc ia l . De e s t e modo , no

só lo los fenómenos emergen tes son p roduc to de l

aco plam iento en t re tem a y regis tro , s ino qu e tam -

b i é n e l a c op l a mie n to c a usa una a u toe spe c i f i c a -

c ión co n t in ua m en te em ergen te de l reg is tro .

U na r a z ón funda me n ta l pa ra l a d i f e r e nc i a c ión

de l reg i s t ro e s l a in t raduc ib i l idad re s idua l que

—como v imos— no es una ca rac te r í s t i ca de l t e -

ma que se in te rpre ta , s ino que es produc to de la

i n t e r p r e t a c i ó n m i s m a . S i n e m b a r g o , e s t a i n t r a -

duc ib i l idad au toproduc ida func iona como un im-

pu l so pa ra una ope ra c ión c on t i nua de a ju s t e de

los m od o s en los qu e e jerce inf luen cia e l regis t ro .

T a mbié n pue de c a usa r un c a mbio e n l o s modos

a p l i c a dos c ua ndo no ba s t e un r e f i na mie n to c re -

c iente . Es to es de lo m ás so rp ren de nte en el para -

digma psicoanal í t ico, en e l que la espira l t ransac-

c iona l surge de l c í rculo como un nuevo modo de

ope ración . Por es ta razón p od em os cal if icar de au-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 301/395

U N EPÍLOGO 299

topoié t ica a l a in t raduc ib i l idad res idua l au topro-

duc i da , pue s e s l a fue n t e :

  a)

  de l a c om pl e j i da d

c reden te de l r eg i s t ro ,

  b)

  de l cambio del regis t ro ,

y c)  de l su rg imien to de reg i s t ros o rgan izados de

manera d i s t in ta .

As í , l a i n t e rp re t ac ión t i ene un ca rác te r sobre

todo rep re sen ta t ivo . Hace que a lgo suceda , y lo

que su rge de e s t a rep re sen tac ión son fenómenos

e m e rge n t e s . La na t u ra l e z a r e p re s e n t a t i va de l a

interpre tac ión se desvela por e l hecho de que ge-

ne ra su p rop ia fue rza ; e s dec i r , l a i n t raduc ib i l i -

dad res idua l impos ib le de e l iminar gu ía la repre -

sentac ión .

Este én fas is en e l asp ecto técn ico de la in terpre-

tac ión a r ro ja una pregunta f ina l : ¿por qué , como

se res humanos , nos comprometemos s in ce sa r en

t raduc i r a lgo en o t ra cosa? Las t écn icas que he -

m os vis to ha sta aq uí sólo no s dicen lo qu e suc ede

en l a in t e rp re t ac ión , pe ro s in sabe r nada de su

mul t ip l i c idad n i l a i ncesan te ac t iv idad en cu rso

de l a in t e rp re t ac ión misma . Es ta p regun ta apun-

t a hac ia impl i cac iones múl t ip l e s de t rá s de e s t a

act ividad.

Una de l a s r azones más obv ia s de que ex i s t an

va r i ab le s en l a in t e rp re t ac ión e s que l a s más de

las veces exis ten problemas y obje t ivos pragmát i -

cos que só lo se resue lven de manera pragmát ica .

No obstante , s i la in terpre tac ión sólo se dedicase

a l a consecuc ión de f ines p ragmá t i cos —tan im-

po r t an te s com o pu ed an se r— , cua lqu ie r cosa que

re s u l t a s e t e rm i na r í a c on e s t a a c t i v i da d , c ua ndo

de he c ho nu nc a t e rm i na .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 302/395

300 U N EPÍLOGO

L a i n t e r p r e t a c i ó n , c o m o v i m o s , s i e m p r e h a c e

que a lgo su r j a , po r lo que podr í a dec i r se con ra -

zón que e l surgimiento es su se l lo dis t in t ivo. Su-

cede lo mismo con la solución que resul ta de todo

a c t o i n t e rp re t a t i vo p ra gm á t i c o . S i n e m ba rgo , e l

in ten to pragmát ico es un obje t ivo , y no la mat r iz

de l s u rg i m i e n t o . Es t e s u rg i m i e n t o t i e ne dos a s -

pec tos como se l lo d i s t in t ivo de la in te rpre tac ión:

a)

  s e ña l a l a r a m i f i c a c i ón s i e m pre e n e xpa ns i ón

de los es fuerzos po r prod uc i r cosas

 y b)\o

  qu e sea

que re su l t e e s una exp lo rac ión de l a r ea l idad en

l a que v i v i m os . De b i do a que no pode m os a ba r -

ca r es ta rea l idad , l a p lan i f icamos en una p lura l i -

dad de mundos , pa ra los cua les l a in te rpre tac ión ,

como surg imiento , es una ac t iv idad cent ra l . Es ta

empresa parece una neces idad an t ropológica , y es

quizá lo más ce rcano que tengamos a la respues-

ta de la pregunta f ina l que p lan teamos a l p r inc i -

p io . Antes de abordar la , e s pe r t inente una cons i -

de rac ión más .

Igua l que la t radu c ib i l idad , la in te r pre tac ión es

bá sicam en te un a ope rac ión de dos niveles qu e per-

m ite op era r a tod o tem a dado . Lo que sea que hay a

pe rmanece r í a por s i empre l a t en te s i no lo h i c i é -

ra m o s fu nc ion a l , y es te hace r lo fu nc ion a l se lleva

a cabo me dia nte la es t ru c tu ra de la in te rpre tac ión

de do s niveles. T rad uc ir a lgo en otr a co sa es, pue s,

una a c t i v i da d que nos pe rm i t e t r a n s fo rm a r c ua l -

quie r cosa dada en su func iona l idad . Los fenóme-

no s em erge ntes son el resu l tado de esta ope rac ión

y de m ue s t r a n que l a i n t e rp re t a c i ón e s a n t e s que

na da u n ac to que pre tend e que las cosas fun cion en .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 303/395

UN EPÍLOGO 301

Al respec to , e s in te resan te observar que e l fun-

c i o n a m i e n t o d e l c ó d i g o g e n é t i c o s e d e s c r i b e e n

té rminos s imi la res . "E l

 ADN

  por lo genera l se p re -

senta en dos hi leras , es decir , dos hi leras solas em-

pare jadas" .^ Es tas dos h i le ras t i enen que empare-

ja rse , de l a m ism a fo rm a qu e e l t e m a  y  el reg is tro .

L a s i m i l i t u d d e l o s t é r m i n o s d e s c r i p t i v o s c o n t i -

n ú a c u a n d o s e d e t a l l a e l f u n c i o n a m i e n t o d e l c ó -

d igo gené t ico : "E l p r oc eso m ed ia n te e l cua l e l

 ADN

se copia en el ARN  mensa je ro den t ro de l núc leo s e

l l a m a

  transcripción

(p. 517).® De "transcripción"

p a s a m o s a h o r a a t r a d u c c i ó n :

Puesto que el ADN contiene toda la inform ación para

elaborar proteínas, agentes activos de la célula, el

 ADN

puede considerarse un

 programa

  escrito en un len-

guaje de mayor nivel, que después se traduce (o in-

terpreta) al "lenguaje m ecánico" de la célula (proteí-

nas) [p. 547].

7 D. R. H ofstad ter,

  Godei, Escher, Bach,

  p. 514.

®  D. R. Ho fs tadter co m en ta sobre e l ARN m ensa jero co m o

sigue: "Las hileras del ARN men sajero [ .. .] con st i tuyen un a c la-

se de Ser vicio d e Trán sito Rá pid o del ADN; co n es to n o qu iero

dec ir que el ARN m en sa jer o f ís ic a m en te l leve al ADN a alg ún

lado, s ino más bien que s irve para l levar la información, o e l

m ensa je , a lm ac en ad o en e l ADN en su cám ara n uclear , fuera

de los r ibosom as e n e l c i toplasma. ¿Có mo lo hace? La idea e s

senci l la: una clase especial de enzima dentro del núcleo copia

con f idel idad largas extensiones de la secuencia de bases del

ADN en u na nu eva hi lera, un a h i lera d e ARN m en sa jer o. E ste

ARN m ensa jero par te desp ué s desd e e l nú c leo y dea m bu la

h ac i a e l c i t op l as m a , d on d e s e t op a c on m u c h os r i b os om as

que com ienz an a hacer que su creac ión de enz im as trabaje en

él" (p. 517).

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 304/395

302 U N EPÍLOGO

E s t a r e l a c i ón de dos n i ve l e s no s ó l o e s f unda -

m e n t a l p a r a el f u nc i on a m i e n t o de l c ód i go ge né ti -

c o , s i no que t a m b i é n e s ne c e s a r i a u n a b u e n a c a n -

t idad de t raducc ión para que és te se dé . Por t an to ,

H o f s t a d t e r e m p l e a t é r m i n o s c o m o

  transcripción,

traducción  e  intérprete  —si b i en cas i s i empre en

c u r s i v a s — p a r a e x p l i c a r c ó m o h a d e c o n c e b i r s e

la operac ión de l código gené t ico . En los d iá logos

imaginar ios a l in ic io de cada capí tu lo de l l ib ro de

H ofs tad ter , Aq ui les dice a la To r tug a: La bio logía

molecula r es tá l l ena de pecul ia res esp i ra les re tor -

c idas que no en t i endo de l t odo , como l a fo rma en

que las pro te ínas s in desdobla r , que es tán codi f i -

cadas en e l ADN se g i r an d e nu evo y m an ip u lan e l

ADN, de l cu a l sa l i e ro n (p . 231 ) . E n a p a r i e n c ia

ex is te u n a t r ad uc ib i l i da d m úl t i p l e en el ha rdw a-

r e h u m a n o , el c ua l po de m os c a l i b r a r po r lo que

pr o d uc e en e l so f tware . E l l eng ua je de l a t r a d u-

c i b i l i da d pa r e c e p r e s t a r s e a e s t o s p r oc e s os . S i n

em b ar g o , n o sug iero q u e el ADN sea u n a an alo gí a

de lo que sucede en l a in te rpre tac ión . S i l a t radu-

c i b i l i d a d p e r m i t e q u e l a s c o s a s f u n c i o n e n , t a n

só lo va l e l a pena obse rva r que e l func ionamien to

de l ADN se de scr ib e en t é rm in o s q ue e je m pl i f i c an

l a i n t e r p r e t a c i ó n . D e l o a n t e r i o r p o d e m o s c o n -

c lu i r que l a na tu ra l eza de l a i n t e rp re t ac ión e s ha -

ce r func iona l l o que e s t á dado , y e s t a op in ión s e

a poya e n l a m e t á f o r a c on que e xp l i qué l a ope r a -

c ión de l código gené t ico .

E s t a c a r a c t e r í s t i c a f unda m e n t a l de l a i n t e r p r e -

t a c i ón nos l l e va de nue vo a l a p r e gun t a de po r

qué nunc a de j a m os de i n t e r p r e t a r . E s t a p r e gun t a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 305/395

UN EPÍLOGO 303

es de lo m ás per t inen te po rq ue e n los dos ú l t im os

siglos f lorecieron con lozanía diversas formas e

inc luso géneros de in te rpre tac ión . Debemos pre -

gun tamos por qué suced ió e s to y por qué hay un

in te rés c rec iente en la es tmctura y los logros de

la interpre tac ión.

Los seres humanos, a l menos desde e l s iglo xx,

nos en fre nta m os cada vez m ás a lo qu e nos es in-

asequible . Se plantean dos problemas de la mayor

impor t a nc i a : e l p r ime ro e s que l o s funda me n tos

de los cuales surgimos los seres humanos son in-

comprens ib les y , por ende , parecen negados para

noso t ros .^ E l segundo es que los se re s humanos

también nos hemos vue l to inasequibles para nos-

o t ros mi smos ; somos , pe ro no s a be mos qué e s

ser . i® En vis ta de es tos dos grandes espacios en

blanco —si es pos ib le l l amar espac ios en b lanco

a e s t a s inasequ ib i l idades—, t enemos que l l eva r

v idas consc ien te s , que , s in embargo , e s t án im-

' D i e t er Hen r i ch an ah zó d e m an era m u y ad ecu ad a e s t a

cues t ión en "Se lbs tbewuss t se in: Kri t i s che E in le i tung in e ine

Theorie", en Herm eneutik und Dialektik,  Festschrift Gadamer,

Tubinga, Mohr/Siebeck, 1970, pp. 257-284. Henrich ahondó a

partir de esta exp lorac ión iniciad en las siguie nte s obras:  Selbst-

verhältnisse,  Stuttgart , Re clam , 1982, pp. 82-130;  Fluchtlinien:

Philosophische Essays,  Fran cfort del M eno, Suh rkam p, 1982,

pp. 99-178; y su ensayo más reciente, "Subjektivität als Prin-

zip", Deu tsche Zeitschrift für Philosophie,  46, 1998, pp. 31-4 4.

Véase Helm uth Plessner, "Die antropologische Dim ensio n

der Geschichthchkeit" , en Hans Peter Drei tzel (ed. ) .  Sozialer

W andel: Zivilisation und Fortschritt als Kategorien der soziolo-

gischen Theorie,  Neuwied, Luchterhand, 1972, p. 160; en espe-

cial el penetrante estudio de Gabriele Schwab,  Subjects W ithout

Selves: Transitional Texts in M odem Fiction,  Cambridge, Har-

vard University Press, 1994.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 306/395

304 UN EPÍLOGO

p r e g n a d a s p o r l a c o n c i e n c i a d e q u e l o s f u n d a -

mentos son ina lcanzables . La incesante ac t iv idad

de l a in t e rp re t ac ión como l a p roducc ión de fenó-

m e n o s e m e r g e n t e s p u e d e c o n s i d e r a r s e u n a r e s -

puesta a estas inasequibi l idades básicas. Por tanto,

p o d r í a m o s d e c i r q u e l o s s e r e s h u m a n o s b u s c a -

m o s l l e g a r a c o m p r e n d e r , a u t o c o m p r e n d e r n o s y

d i fe renc ia r l a d i fe renc ia com o m edio de a l can za r

lo ina l canzab le . Lo que de e s t e modo su rge son

só lo mapas en los que se p l a sman t e r r i t o r ios . E l

t razado de m ap as no e s exac tam ente un a com pen-

sac ión para lo que nos es inasequib le a los se res

hum a nos , pue s e s t a a c t i v i da d no p re t e nde ga na r

t e r reno n i ob tene r p re senc ia . En e l me jo r de los

casos , saca su fue rza de aque l lo que e s s i empre

inasequible , s in la in tención de poseer lo después .

E s t o h a c e d e l t r a z a d o d e m a p a s u n a a c t i v i d a d

represen ta t iva a l i nve r t i r l a r e l ac ión mapa / t e r r i -

t o r i o . E n v e z d e d e n o t a r u n t e r r i t o r i o , e l m a p a

p e r m i t e q u e s u r j a n l o s c o n t o r n o s d e u n t e r r i t o -

r i o , que c o i nc i d i r á n c on e l m a pa po rque no ha y

exis tencia fuera de es ta des ignación. Por tanto , e l

mapa de ja en t reve r l a s cond ic iones ba jo l a s cua -

les pu ed e c on ce birse lo "aú n n o exis tente" . Al res-

" Hago es te comentario sobre la relación mapgi / terri torio

en relación con la teoría de juegos en

  The Fictive and the Ima-

ginary: Charting Literary Anthropology,

  Bal t imore , John s Hop -

kins Univers i ty Press , 1993, pp. 247-250, en donde extendí lo

que Gregory Bateson , en

  Steps to an Ecology of Mind,

  Nu eva

York, Bal lant ine, 1972, p . 180 [edic ión en español:

  Pasos ha-

cia una ecología de la men te,

  B u e n o s Ai res - Méx i co , L oh l e ,

1976] , desarro l ló a l re tomar la pareja mapa/ terr i tor io de A.

Korzybski .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 307/395

UN EPÍLOGO 305

pecto , cabe af i rmar que las inasequibi l idades f ian-

damen ta les son e l impu l so de "hacer e l mundo" .

Es to se en laza con u n com en ta r io de G oo dm an de

qu e no hay na da " im pe r turba ble b a jo la superf ic ie"

en n u es t r a s m an e r a s d e " h ace r e l   m u n d o " . P Q J -

t an to , l a in t e rp re t ac ión des t aca que lo s se r es hu -

m an o s v i v i m o s s eg ú n l o q u e p r o d u c i m o s , l o q u e

a p u n t a a u n a i m p o r t a n t e f a c e t a d e l a c o n d i c i ó n

h u m an a : l o s s e r e s h u m an o s en ap a r i en c i a s o m o s

una represen tac ión incesan te de noso t ros mismos .

Sin embargo , a f ina l de cuen tas , l a in te rpre ta-

c i ó n c o m o a c t i v i d a d q u e h a c e q u e s u r j a n f e n ó -

m e n o s a ú n n o c o n v e n c e . E s t a f a l t a d e c o n t u n -

d en c i a p u ed e ab o r d a r s e d e s d e d i s t i n t o s án g u l o s .

Parece r esponsab le de que l a ac t iv idad in t e rp re -

t a t i v a d e t r aza r m ap as n o t en g a t é r m i n o . A s u

vez , e s t a e l abo rac ión es necesa r i a , pues es t amos

s iempre inmersos en la v ida y a pesar de eso con-

t i n u am en t e b u s cam o s s a l i r d e n u es t r o en r ed o , l o

q u e j u s t i f i c a l a c a l i d ad i l u s o r i a d e n u es t r o s m a-

pas . Este afán por sal i r quizá sea una de las razo-

n es p o r l a s cu a l e s l a i n t e r p r e t ac i ó n — s i b i en e s

sobre todo un a  techné— t ienda a se r t r an s fo rm ad a

en una f i losofía. Así, tenemos una f i losofía con ba-

ses he rm en éu t i ca s en la cua l l a co m pre ns ió n , o l a

ap l i cac ión de e l l a , s e des t ina a aumen ta r nues t r a

au tocomprens ión . ' ^ Se observa a lgo s imi lar en la

Nel s on Good m an ,

  Ways of Worldmaking,

  H assock s , Har-

vester, 1978, pp. 6 y 96. [Ed ición en espa ñol:

  Maneras de hacer

mundos,

  M adrid, Visor, 19 90 .]

Véas e Han s - Georg Gad am er ,  Truth and Method,  ed.,

t rad , rev i sada por Joe l Weinshe imer y Donald G. Marshal l ,

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 308/395

306 UN EPÍLOGO

t eo r í a de s i s t emas gene ra l e s que se r ep re sen t a en

The

 Tree

 of Know ledge,  qu e in te n t a "a r ti cu la r" :

i

 y)

  la necesidad de una vision no representacionista

del conocimiento basada en la capacidad de elabo-

rar una sensibilidad propia de un sistema viviente

autò nom o, y 2j la necesidad de cerrar el círculo en-

tre lo que es válido como mecanismo para animales

y máquinas y lo que concierne a nuestra experien-

cia, in cluso el hacer ciencia. ̂ ^

P e r m i t i r u n c i e r r e p a r e c e e l d e n o m i n a d o r c o -

m ú n d e u n a f il o s o fí a d e o r i e n t a c i ó n t a n t o h e r m e -

néut i ca como c ien t í f i ca que , a l f ina l , t ambién son

r e s p u e s t a s p a r a e s t a f a l t a d e c o n t u n d e n c i a i n h e -

r en t e en l a i n t e rp re t ac ión . Es t e i n t en to e s ve ros í -

mi l en l a med ida en que l a f a l t a de con tundenc i a

ex ige un con t ex to más i nc luyen t e den t ro de l cua l

s e r e s u e l v a n l o s p r o b l e m a s r e s i d u a l e s . S i n e m -

b a r g o , u n a r e s o l u c i ó n d e e s t a c l a s e i m p l i c a q u e

Nueva York , Crossroad , 1989 [ed ic ión en español :

  Verdad y

método.

  Sa lam an ca , Espa ña , S ig úem e, 1996] ; Jean Grei sch ,

Hermeneutik und Metaphysik: Eine Problemgeschichte,

  Munich,

Fink, 1993, pp. 155-223; Hartmut Raguse,

  Der Raum des Textes:

Elemen te einer transdiszipinären theologischen Herm eneutik,

Stuttgart , Kohlhammer, Í994; Gerald L. Bruns,  Hermeneutics

Ancient and Modem,

  N ew Have n, Yale Un iversity Press , 1992,

pp. 213-266; y Gianni Vatt imo,

  Oltre l'interpretazione: Il signi-

ficato dell'ermeneutica per la filosofia,

  Roma, Laterza, 1994.

i *  H um ber to R. Maturana y Fran cisco J. Varela ,

 The Tree of

Know ledge: T he Biological Roots of Hu man Und erstanding,

  trad,

d e Rob er t P ao l u cc i , ed i c i ón rev i s ad a , B os t on , S h am b h a l a ,

1992, p . 254. [Edición en español:  El árbol del conocimiento.

Las bases biológicas del entendimiento hum ano.  Editorial Uni-

versitaria, Santiago de Chile, 1984.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 309/395

UN EPÍLOGO 307

l a s t écn icas in te rpre ta t ivas se e levan a pos ic iones

ven ta josas t r a scenden ta l e s , l o que hace de l a c i r -

cu l a r idad y l a r ecur s iv idad concep tos que eng lo -

ba n o t r o s c onc e p t o s . E s t a s ú l t i m a s de j a n de s e r

i n s t r u m e n t o s p a r a l a e l a b o r a c i ó n d e m a p a s y s e

co nv ie r ten en l a in f r a e s t ru c tu ra de l as filosofías

en cues t ión. Y aun as í , a pesar de l in tento de c ie-

r re , l a po tenc ia l aper tura s in f in de l a in te rpre ta -

c i ó n c o m i e n z a a c r e c e r d e m a n e r a a m e n a z a n t e ,

como s i no hubiese un f in def in i t ivo para l a au to-

c om pr e ns i ón , y e l  conocimiento del conocimien-

to nos obliga

  [ . . . ] a adop ta r una ac t i t ud de v ig i -

l a nc i a pe r m a ne n t e r e s pe c t o de l a t e n t a c i ón de l a

c e r t e z a ( p . 245 ) p o r q u e c o n t a m os s ó l o c on e l

m u n d o qu e p r od uc i m os c on lo s de m á s (p . 248).

E l r econoc imien to de l ca rác t e r i ncesan te de l a

a pe r t u r a de t oda i n t e r p r e t a c i ón nos pue de pe r m i -

t i r d a r u n g i ro a n u es t ra p re gu nta , y a l de saf ia r de

modo de l ibe rado cua lqu ie r t en t ac ión de ce r ra r l a ,

p o d e m o s o b t e n e r u n a p o s i c i ó n q u e n o s h a r á c a -

paces de conceb i r has t a qué g rado l a s i nasequ ib i -

l i d a d e s h u m a n a s s e t r a d u c e n a u n a p r o d u c t i v a

e l aborac ión de mapas de t e r r i t o r ios s i empre nue -

vos . Lo que de e s t e modo su rge de l a i n t e rp re t a -

c ión es una idea de l a mul t ip l i c idad impredec ib le

de l a s r e spues t a s que los s e re s humanos damos a

los e spac ios en b l anco que nos cons t i t uyen . Des -

de es te punto de v i s ta , l a in te rpre tac ión ind ica lo

que t a l vez s ign i f ique l l eva r una v ida consc i en t e

i m p r e g n a d a d e l a c o n c i e n c i a d e l a i n c o m p r e n s i -

b i l i dad de donde su rge . Es t a pos tu ra t i ende a im-

pe d i r que t e r m i ne m os po r c a e r e n o t r a na r r a t i va

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 310/395

308 UN EPÍLOGO

ma e s t r a de l a c ond i c ión huma na , pue s l a i n t e r -

pre tac ión s in f inal se desvela en configuraciones

fug aces , en e l cu rso de las cua les cada u n a se m o-

difica o se canc ela e n virtu d de la qu e le sigue. Es-

ta secuen c ia des taca a la con f igurac ión com o u n a

ac t iv idad de explorac ión , que igua l conjunta que

desmonta terri torios, con lo que invalida cualquier

noc ión que p re tenda represen ta r a l a v ida huma-

na . La v ida no puede de tenerse en una h ipos ta t i -

zac ión de n inguno de sus a spec tos , pues e s fun-

da m en ta lm en te i r rep resen tab le y, po r ende , só lo

pue de c onc e b i r s e e n t é rminos de l a s c on f igu ra -

c iones e f ím eras de la in te rpre tac ión .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 311/395

APÉNDICE

El surgimiento de un discurso

transcultural Sartor Resartus,

de Thom as Carlyle

E l e s b o z o d e u n d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l q u e p r e -

sen tó Thomas Car ly le en  Sartor Resartus  es u n pa-

r a d i g m a , p e r o d e n i n g u n a m a n e r a u n p r o y e c t o d e

la con den sac ió n de d i fe ren tes cu l tu ras . S in em ba r -

g o , s í o f r e c e u n a g u í a p a r a c o m p r e n d e r l a f o r m a

de cons ide ra r t a l condensac ión . Es pa rad igmá t i co

e n l a m e d i d a e n q u e , c o m o d i s c u r s o t r a n s c u l t u -

r a l , no puede e s t ab l ece r se como pos tu ra t r a scen -

d e n t a l e n l a q u e s e a g r u p e n l a s r e l a c i o n e s e n t r e

las d ive rsas cu l tu ras . En lugar de se r una t e rce ra

d i m e n s i ó n o m n i a b a r c a n t e , e l d i s c u r s o e n c u e s -

t i ó n s ó l o f u n c i o n a c o m o u n a r e d v i n c u l a t o r i a y

a d o p t a r á u n a f o r m a c u y a s c a r a c t e r í s t i c a s g e n é r i -

c a s n o p u e d e n e q u i p a r a r s e c o n n i n g u n a p r o p i a

de los géneros ya exis tentes .

A N T E C E D E N T E S H I S T Ó R I C O S

¿Por qué l a t raduc ib i l idad de l a s cu l tu ras se con-

v i r t i ó en un p rob l ema? S i empre que l a i n t e r cone -

x i ó n d e t r a d i c i o n e s — s e a e n t é r m i n o s d e r e c e p -

c i ó n o d e r e c o n s i d e r a c i ó n d e u n a h e r e n c i a — s e

309

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 312/395

310 APÉNDICE

v i o c o m o a l g o y a d e t e r m i n a d o , l a r e l a c i ó n e n t r e

c u l t u r a s n o r e p r e s e n t ó u n p r o b l e m a . L a t r a d i c i ó n

s e r e i n t e r p r e t ó o f u e o b j e t o d e a p r o p i a c i ó n d e

a c u e r d o c o n l o s c r i t e r i o s o n e c e s i d a d e s p r e v a l e -

c ien tes . Suced ió lo an te r io r has ta e l s ig lo xvni , y

se comprueba , po r e j emplo , con l a f amosa c r í t i c a

d e N i e t z s c h e a S h a k e s p e a r e , r e s p e c t o d e q u e e n

l a s o b r a s r o m a n a s S h a k e s p e a r e d e s c r i b í a a s u s

p r o t a g o n i s t a s n o c o m o r o m a n o s , s i n o c o m o h é -

roes r enacen t i s t a s .

S in embargo , l a "Que re l l e de s Anc iens e t de s

M o d e r n e s " ( r i v a l i d a d e n t r e a n t i g u o s y m o d e r n o s )

e s l a so rp renden te excepc ión a e s t a r e l ac ión , po r

l o d e m á s a c e p t a d a c o m ú n m e n t e . F u e l a p e r c e p -

c i ó n d e u n a d i f e r e n c i a f u n d a m e n t a l e n t r e l o

  anti-

qui  y lo  moderni  lo q u e p r o d u j o u n a c o n c i e n c i a

de d i s t anc ia en t re l a s cu l tu ras de l a Ant igüedad y

las de l a época moderna . ' La ba ta l l a se desa tó por

l a p regun ta de cómo log ra r l a pe r f ecc ión , p re t en -

s i ó n q u e c o m p a r t í a n t a n t o l o s m o d e r n o s c o m o

los an t i guos . Pa ra e s tos ú l t imos , l a pe r f ecc ión se

consegu ía a l im i t a r a l a na tu ra l eza , mien t r a s que

pa ra l o s p r imeros l o s mode los an t i guos ya no ha -

b í a n d e i m i t a r s e , s i n o s u p e r a r s e . E s t e c a m b i o s e

d e b i ó e n g r a n m e d i d a a q u e l o s m o d e r n o s s e e n -

f r e n t a b a n a u n m u n d o c o n a p e r t u r a s i l i m i t a d a s ,

' Para anal izar es to con mayor detal le , véase Hans Robert

Jau ß , " Äs t h e t i s ch e Norm en u n d ges ch i ch t l i ch e Ref l ex i on i n

der  Querelle des Anciens et des Modernes ,  en Charles Perrault,

Parallèle des Anciens et des Modernes en ce qui regarde les Arts

et les Sciences,

  H an s Rob ert Jauß (ed. ), Theorie un d G eschich-

te der L i teratur und der Schönen Künste 2 , Munich , E idos ,

1964, pp. 8-79.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 313/395

APÉNDICE 311

en con t r a s t e con l o s an t i guos , qu i enes man ten í an

l a i d e a d e u n c o s m o s c e r r a d o . E n c o n s e c u e n c i a ,

e l p rog re so se conv i r t i ó en l a gu í a de l o s mode r -

nos , qu i en es a s í t r a s to ca r on p o r com ple to el m un -

do qu e r ec ib i e ro n en he ren c i a a l con ceb i r l o co m o

u n a v a n c e i r r e v e r s i b l e h a c i a e l f u t u r o . E l m o v i -

mien to c íc l i co de l d ía y l a noche , y e l de l a s es -

t a c i o n e s , i n d i c a t i v o d e u n c o s m o s o r d e n a d o , s e

sus t i tuyó por un ascenso l inea l . Por t an to , l a pe r -

f ecc ión ya no e ra a lgo da do q ue r eq ue r í a con t em -

p l a c i ó n , c o m o s e e j e m p l i f i c a e n l a s

  theoria

  g r i e -

gas; en cam bio , aho ra se t ra tab a de a lgo qu e deb ía

a l c a n z a r s e , y c o m o t a r e a q u e d e b í a l l e v a r s e a

cabo no podía se r ya un ac to de imi tac ión .

E n s u

  Parallèle des Anciens et des M odernes

(1688-97),

  Char les Per rau l t en l i s tó l a s d i fe renc ias

en t re ambas cu l tu ras .^ No obs tan te , e s ta l i s t a p re -

t e n d í a d e m o s t r a r l a s u p e r i o r i d a d d e l o s m o d e r -

n o s , q u i e n e s h a b í a n s u p e r a d o l o s l o g r o s d e l o s

ant iguos. Con e l f in de jus t i f icar es to , e l paso de l

t i e m p o d e v i n o u n m a r c o d e r e f e r e n c i a t a n t o p a r a

c o t e j a r c o m o p a r a e v a l u a r l a s d i f e r e n c i a s , e n e l

cu r so de l cua l comenzó a r eve l a r se una h i s to r i a :

a l de scubr i r l a d i f e r enc i a como l a l í nea d iv i so r i a

en t re l a s cu l tu ras , su rg ió l a h i s to r i a como d i scur -

so t r anscu l tu ra l . Los mode rnos de j a ron de se r l o s

enanos que i ban en l o s hombros de g igan t e s , co -

m o a f i r m a b a J o h n d e S a l i s b u r y ; e r a n d i f e r e n t e s .

2

  Véase e n espec ial C harles Perrault ,

  Parallèle des Anciens et

des M odernes en ce qui regarde les Arts et les Sciences,

  H a n s

Robert Jauß (ed . ) . Theor ie und Geschichte der L i teratur un

der Schönen Künste 2 , Munich, Eidos , 1964, pp. 103-164.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 314/395

312 APÉNDICE

Y c o m o n o p o d í a p r e s c i n d i r s e d e l a c u l t u r a a n t i -

g u a — e n e s p e c i a l p o r q u e d e b í a o f r e c e r u n p u n t o

d e c o m p a r a c i ó n p a r a l o s l o g r o s d e l o s m o d e r -

n o s — , l a h i s t o r i a , c o m o u n a f o r m a d e i n t e r r e l a -

c i ó n t r a n s c u l t u r a l , a l b e r g a l a i n s c r i p c i ó n d e u n

código dua l . Por una pa r te , l a d i fe renc ia en t re l a s

d o s c u l t u r a s h a d e s u p e r a r s e m e d i a n t e u n a s e -

cuencia en desarrol lo , y , por o t ra , es ta misma di fe-

renc ia ha de conservarse con e l f in de ca l ib ra r l a

s u p e r i o r i d a d a l c a n z a d a . E s t a d u a l i d a d h a b í a d e

p e r m a n e c e r c o m o e s t r u c t u r a i n c o n t r o v e r t i b l e

de tod o d i scu rso t ran scu l tu ra l a pa r t i r de en tonc es .

S in em bargo , la  Querelle s iguió s iendo u n a "Gue-

r ra d e L ibros" . Las p r eg un tas resp ec to de có m o a l-

ca nz a r la pe r f ecc ión o l a pe r f ec t i b i l idad , de có m o

imi t a r a l a na tu ra l eza o l o s mode los he redados , o

d e c ó m o l a n a t u r a l e z a , c o m o n o r m a d i r e c t r i z ,

h ab ía de sus t i tu i r se p o r el gus to^ y de có m o ha de

conceb i r se é s t e —sin r e l ac ión ya con l a na tu ra l e -

z a — , e s t a s p r e g u n t a s , d e c í a m o s , r e s u l t a r o n l a

p r e o c u p a c i ó n p r e d o m i n a n t e d e la

  Querelle,

  la cual

de e s t e modo se l imi tó a a sun tos de a r t e , s i b i en

e n e l s e n t i d o m á s a m p l i o d e l t é r m i n o . A d e m á s ,

l o s m o d e r n o s p r o b a r o n s e r m á s b i e n e n é r g i c o s

en es te p roceso de d i fe renc iac ión , a l da r a s í a su

d i scu r so de l a h i s t o r i a una d i r ecc ión t e l eo lóg i ca .

Pe ro ¿qué sucede cuando dec rece e s t e op t imi s -

m o ? S e l l e g ó a e s t e p u n t o m á s o m e n o s 5 0 a ñ o s

d e s p u é s d e P e r r a u l t , c u a n d o R o u s s e a u r e s p o n d i ó

a l a c o m p e t e n c i a p o r e l p r e m i o d e l a A c a d é m i e

^

  Véase H. R. Jauß, "Ästhetische Normen", p. 47.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 315/395

APÉNDICE 313

de Di jon, en 1750, que las ar tes y las c iencias de

he c ho no ha b í a n m e j o r a do l a m or a l , s i no que l a

ha b í a n c o r r om p i do . T a n de va s t a do r a de c l a r a c i ón

marcó e l in ic io de lo que desde en tonces se cono-

c e c om o c r í t i c a c u l t u r a l , que s e de s a t ó po r una

c r i s i s en l a cu l tu ra que nunca pasó por l a men te

d e q u i e n e s h a b í a n d e f e n d i d o l a s u p e r i o r i d a d d e

s u p r op i a c u l t u r a r e s pe c t o de a que l l a de l o s a n -

t iguos .

E s ta c r i s is pro vo có u n c i sm a en la cu l tura , y es-

t e p r oc e s o c om e nz ó a p r o f und i z a r s e y a c e l e r a r s e

c on e l na c i m i e n t o de l a Re vo l uc i ón i ndus t r i a l .

A pa r e c i e r on d i f e r e nc i a s f unda m e n t a l e s e n c u l t u -

ras ind iv idua les , en espec ia l como esc i s iones ge-

nera l i zadas qu e d iv id ie ron la cu l tura en u n pa sa do

inacces ib le y un presente desesperanzadon Un pa-

s a do a i s l a do de l p r e s e n t e s e de vue l ve ha c i a un

pre tér i to i r redim ible , y de es te m o d o invier te la re-

l ac ión misma que s e des t acaba en e l d i s cur so de

la h i s tor ia en evoluc ión como se había desar ro l l a -

do desde l a  Querelle.  A de m á s , l a Re vo l uc i ón i n -

dus t r i a l d i v i d i ó a l a na c i ón m i s m a e n dos : una

que par t i c ipaba de l a r iqueza c rec ien te y o t ra que

d e b í a p a d e c e r l o s s u f r i m i e n t o s . L a c r i s i s , c o m o

c r e e nc i a e n de s c e ns o e n un c on j un t o de va l o r e s

— c r e e n c i a i n d i s p e n s a b l e p a r a l a e s t a b i l i d a d d e

una c u l t u r a — , r e p r e s e n t ó una s e pa r a c i ón de n t r o

de l a nac ión , lo que a l a l a rga se reso lv ió en una

nac ión con dos cu l tu ra s .

T ho m as Car ly le fu e u n o de los p r im ero s que no

sólo presagió es ta s i tuac ión , s ino que expresó sus

temores con e l án imo de remedia r lo que l a c r i s i s

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 316/395

314 APÉNDICE

dejó al descubierto.^^ Las escis iones que se abrie-

r on e n l o que s e ha b í a he c ho c r e e r que e r a una

c u l t u r a h o m o g é n e a n o p o d í a n c e r r a r s e y a c o n e l

d i s c u r s o de l a h i s t o r i a , pue s s u op t i m i s m o i nhe -

r e n t e r e s p e c t o d e l a p e r f e c c i ó n m e d i a n t e e l p r o -

g re so e s t aba hecha po lvo . En consecuenc ia , l a r e -

ne goc i a c i ón e n t r e pa s a do y p r e s e n t e s e c onv i r t i ó

en un p rob lema pa ra Ca r ly l e , e l cua l t r a tó de r e -

so lve r a l t r a du c i r el p as ad o a l p re sen te y t a m b ién

a l inver t i r l a s cu l turas d i fe ren tes de l a propia .

E l p r o g r e s o a h o r a s e a p a c i g u ó y d e d i c ó t a n

s ó l o una m i r a da m uy s upe r f i c i a l a l a d i f e r e nc i a ,

m i e n t r a s q u e l a t r a d u c c i ó n m a n t u v o l a c o n c i e n -

c i a de l a d i f e r e nc i a de m a ne r a s i m u l t á ne a a l i n -

t e r r e l a c i o n a r l o q u e h i s t ó r i c a m e n t e e s t a b a d i v i -

d ido , por una pa r t e , y a l s e r l a d iv i s ión en t r e e l

pasado y e l p re sen te cu l tu ra l e s p rop ios o en t r e l a

c u l t u r a p r op i a y l a s a j e na s pa r a e nc on t r a r s e t r a s

u n e n f r e n t a m i e n t o d e c u l t u r a s g l o b a l m e n t e c r e -

c iente , por ot ra .

S i e l pasado cu l tura l p ropio , como se e jempl i f i -

ca en

  Past and Present

  (1843), de Carlyle, está to-

t a lmen te a l i enado de l p re sen te ,^ l a t r aduc ib i l i dad

im pl ica el es fu erz o de rev i ta li za r t a l pa sa d o am p u-

Ésta puede ser una de las razones por las cuales Carlyle

haya comenzado a a traer la a tenc ión de nuevo . G. B . Tenny-

son comenzó una conferenc ia ante la Carly le Soc ie ty con las

s iguientes palabras: "Me reconforta un poco anunciar que en

el mercado académico, Carlyle está de nuevo a la alza",  Carly-

le and the M odem W orld,  The Carly le Soc ie ty , Occas ional

Papers, 4, Edimburgo, Carlyle Society, 1971, p. 3.

5 Vé as e I an Cam p b e l l ,  Thom as Carlyle,  L o n d r e s , H a m i s h

Hamilton, 1974, pp. 109-110.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 317/395

APÉNDICE 315

tado^ a l convert i r lo en un espejo en e l que se re-

f le je e l presente . Debido a que ni e l pasado ni e l

p re sen te por s í mi smos son capaces de p roduc i r

e s t e re f l e jo m u tu o , ha de co ns t ru i r se a lgún t ipo

d e d i s c u r s o q u e p e r m i t a d i c h a i n t e r p e n e t r a c i ó n

m u t u a . E s t a r e c i p r o c i d a d i m p l i c a q u e n u n c a e s

pos ib le e l iminar l a d i fe renc ia en t re pasado y pre -

sen te , o en t re cu l tu ra s , pues e l pasado no puede

conver t i r se en presente de nuevo n i t ampoco n in-

gu na cu l tu ra pued e aba rca r en fo r m a to t a l a o t ra .

En consecuenc ia , s iempre que se e l imina la d i fe -

r e nc i a , e l e nc ue n t ro e n t r e c u l t u r a s s e c onv i e r t e

en una asimilación select iva, que se guía según lo

que s e a pe r t i ne n t e pa ra l a c u l t u r a e n c ue s t i ón .

En ta les casos , no se da n inguna in te racc ión en-

t re cu l turas , y la inco rpo rac ión de ca ra c te r í s t i cas

a jenas , en e l mejor de los casos , se jus t i f i ca de

m a ne ra p ra gm á t i c a .

Por tan to , surge la pregunta respec to de la mo-

t ivación de la t raducibi l idad de las cul turas. Si la

exper ienc ia de las c r i s i s , que se mani f ies tan en

fo rma de c r í t i ca s a l a cu l tu ra p rop ia , va a com-

pensar l as de f ic ienc ias que se observen , e l recu-

r r i r a o t ra s cu l tu ra s e s un med io de t e rap ia pa ra

^

  G. Robert Stange, en "Refractions of

  Past and Present ,

  en

Carlyle, Past and Present: A Collection of New Essays,

  Londres,

Vision, 1976, p. 97, ofrece un breve esbozo de la forma en que

Car l y l e con ceb í a l a re l ac i ón en t re p as ad o y p res en t e . Joh n

D. Rosenberg , en

  Carlyle and the Burden of History,

  Oxford,

Oxford University Press, Clarendon, 1985, p. 121, señala la "ma-

nera tortuosa" que r ige la conexión entre pasado y presente ,

lo que a todas luces revela las caracterís t icas hermenéut icas

en c ierne que de forma inconsciente empleaba Carlyle .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 318/395

316 APÉNDICE

una c onc i e nc i a c r e c i e n t e de pa to log í a c u l t u ra l .

És ta se con t ra r re s t a no só lo a l absorbe r ca rac te -

r í s t i ca s y ac t i tudes de d i fe ren te s cu l tu ra s , s ino

m ás que na d a al in fu n d i r u n a autorre f lexión en la

cul tura in te rvenida , of rec iendo as í l a pos ib i l idad

de una autovig i lanc ia . La t raduc ib i l idad es tá mo-

t i va da po r l a ne c e s ida d de e n f r e n t a r una c r i s i s

que ya no puede solucionarse con la sola as imila-

c ión o apropiac ión de o t ras cul turas .

E n t a l c oyun tu ra h i s t ó r i c a , c omie nz a a su rg i r

un discurso t ranscul tura l . Un discurso de es ta c la-

se no ha de co nfu nd i r se con un a tradu cc ión , pue s

la t raduc ib i l idad ha de conceb i r se como un con-

ju n to de con dic iones cap az de pr od uc i r un re f le jo

m u tu o de cul turas . Es , p o r ende , u n a carac te r í s ti -

ca pe r t inen te de t a l d i scurso que e s t ab lezca una

re d de r e l a c ione s i n t e r r e l a c iona da s . É s t a s , a su

ve z , pe rmi t i r á n un e fe c to mu tuo de c u l t u ra s e n -

tre sí.

Es ta t radu c ib i l idad n o es tá mo t ivada p or la asi-

m ilac ión n i la apro piación , ni s iquiera po r la com -

p r e n s i ó n o l a c o m u n i c a c i ó n , e n t a n t o c a d a u n a

de es tas razones es tan só lo una exigenc ia prag-

m á t i c a y, p or ende , ind ica a lgún pro pó s i to u l t e -

rior. En cada caso de los anteriores, se privi legia

una in te r re l ac ión e spec í f i ca den t ro de l a red , y

es to reduce la d i fe renc iac ión misma que abr ió la

red del discu rso transc ultur al . Estos ejem plos ates-

t iguan una neces idad p redominan te , que l a s con-

vie r te en su je tos de eva luac ión. La red misma es

un emparr i l l ado de es t ruc turas móvi les , que fun-

c iona n c omo una z ona de i n t e r a c c ión e n t r e c u l -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 319/395

APÉNDICE 317

t u r a s d i f e r e n t e s . E s u n c l a r o d o n d e l a s d i f e r e n -

c i as cu l t u ra l e s se yu x t a po ne n y r e sue lven .

C A R A C T E R Í S T I C A S G E N É R I C A S

Sartor Resartus  (183 6) , de C ar ly le , es u n o de los

pr imeros in ten tos de cons t ru i r e s te d i scurso t rans-

cul tura l . La cul tura f i losóf ica de or ientac ión con-

c e p t u a l p r o p i a d e l i d e a l i s m o a l e m á n s e i n v i e r t e

e n l a c u l t u r a d e o r i e n t a c i ó n e m p í r i c a b r i t á n i c a .

E l d i scu r so que se d i seña med ian t e e s t a empresa

d e b e p e r m a n e c e r s u b o r d i n a d o a l a i n v e r s i ó n d e

c u l t u r a s , y e s t a s u b o r d i n a c i ó n e s t á d e s t i n a d a a

r e p e r c u t i r e n l a f o r m a d e l d i s c u r s o , e n e s p e c i a l

p o r q u e l a f o r m a e j e r c e c o n t r o l y p r o d u c e d e t e r -

m i n a c i ó n . E n c o n s e c u e n c i a , e s t e d i s c u r s o h a d e

q u e d a r i m p r e g n a d o d e u n a a u t o r r e ñ e x i ó n , q u e s e

m a n i f i e s t a e n l a s u b v e r s i ó n m i s m a d e s u f o r m a .

L a s c o n s e c u e n c i a s d e e s t e r e c o r t e s e d e s t a c a n

g r a c i a s a l a s c a r a c t e r í s t i c a s g e n é r i c a s d e  Sartor

Resartus.

  Si bi en a b o rd a u n sis te m a filosófico, n o

se l e cons ide ra un t r a t ado . En cambio , t enemos a

un "ed i to r ing lés" que rec ibe de Alemania va r ios

p a q u e t e s d e n o t a s y f r a g m e n t o s a p a r t i r d e l o s

cua l e s se da una l i ge ra i dea de una ob ra en a l t o

g r a d o e s p e c u l a t i v a .  Die Kleider, ihr Werden und

Wirken,'^

 q u e e s c r i b i ó D i o g e n e s T e u f e l s d r ò c k h .

^  Thomas Carlyle,

  Sartor Resartus: The Life and O pinions of

Herr Teufelsdròckh,  vol. 1 de la Centenary Ed ition of the W orks,

Londres, Chapman and Hall , 1897, p. 5. A menos que se indi-

que otra cosa, las páginas entre paréntesis en el texto se ref ie-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 320/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 321/395

APÉNDICE 319

sen ta en

  Sartor Resartus

  e l p a r ad ig m a de l a con-

d e n s a c i ó n d e t r a s c e n d e n t a l i s m o y e m p i r i c i s m o .

Al hacer lo , t ra ta de que e l sen t ido a lemán sea ad-

mis ib le pa ra los l ec tores b r i t án icos , sen t ido que a

su vez es tá des t inado a reve la r a lgo en los l ec to-

res b r i t án icos , de lo cua l has ta en tonces és tos no

ten ían conc ienc ia .

E l e s p a c i o v a c í o c o m o c a r a c t e r í s t i c a g e n é r i c a

d e

  Sartor Resartus

  s e e l a b o r a m á s e n u n r e l a t o

au tob iog rá f i co de l c rec imien to e sp i r i t ua l de Teu-

fe l sdròckh ,^ a qu ien se ded ica uno de los t res l i -

b ros . Pe ro

  Sartor Resartus

  t a m p o c o e s u n a au t o -

b i o g r a f í a . L o s h e c h o s b á s i c o s d e l d e s a r r o l l o d e

Teufe l sdròckh se agrupan en tomo a l a c r i s i s que

puso en pel igro su vida, que a la larga resolvió al

e laborar su f i losof ía de la ropa . Hay un comercio

ín t imo en t re l o s hechos co t id i anos y l a s p rendas

s iempre cambian tes que la f i losof ía de Teufe l -

s d r ò c k h r e p r e s e n t a . C u a n t o m á s e s c o n d a l a v i d a

s u c o m p r e n s i ó n , m á s c o n c r e t a s e r á l a f o r m a q u e

adquiera la f i losofía de la ropa. Así , e l ant iguo au-

tob iógra fo que se inspecc iona a s í mismo se con-

v i e r t e c a d a v e z m á s e n u n s a s t r e , q u i e n d i s e ñ a

n u e v o v e s t u a r i o o r e a c o n d i c i o n a p r e n d a s h e r e d a -

das de l pasado con e l f in de se r capaz de cap tu-

^

  A George Levine le parece difíci l identificar las caracterís-

t icas genéricas de  Sartor Resartus:  "Prefiero, po r tan to, co n el

f in de evitar la confusión que la palabra 'novela' [ . . . ] inevita-

blemente genera, considerar

  Sartor

  una ficción perteneciente

a la comple ja c lase de ' confes ión-anatomía-romanza'" ,

  Sar-

tor Resartus

  an d the B ala nc e of Fic t ion (1968)", en Ha rold

B l oom ( e d . ) ,

  Thomas Carlyle,

  Nueva York , Che l sea House ,

1986, pp. 56 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 322/395

320 APÉNDICE

r a r s e a s í m i smo . S in embargo , l a ropa no e s ca -

paz de cubr i r l a b recha en t re una v ida v iv ida y e l

in t en to de comprende r l o que e s l a v ida ; en cam-

b i o , c a d a p r e n d a s e c o n v i e r t e e n e l i m p u l s o d e

u n a p r o d u c c i ó n i n c e s a n t e d e r o p a , c u y o a j u s t e y

r e a j u s t e e s t á d e s t i n a d o a a c o r t a r l a d i s t a n c i a e n -

t re "ser y tenerse" .

D e e s t e m o d o .

  Sartor Resartus

  n o e s u n a a u t o -

b iogra f ía n i una expos ic ión de un s i s tema f i losó-

f i c o , s i b i e n a m b a s c o s a s f o r m a n p a r t e f u n d a -

m e n t a l d e l a o b r a . L a v i d a n a r r a d a r e q u i e r e u n a

filosofía para hacer frente a sus crisis , y la fi loso-

f ía que aborda esas c r i s i s es más que tan só lo un

r e m e d i o ; m a n t i e n e l o s c a m b i o s e n e s a m i s m a v i -

da en s í , no obs tan te , s in cap tura r la en su to ta l i -

dad . E l espac io in te rmedio resu l ta un ca ta l i zador ,

l o q u e s e v e c o n c l a r i d a d p o r q u e T e u f e l s d r ò c k h

somete su vida a una f i losofía que a su vez se so-

me te de nuevo a e sa v ida , a l c ambia r l a . Po r e s t a

r a z ó n ,  Sartor Resartus  s e r eve la co m o u n a p ro l i-

f e rac ión s in f in de me tá fo ra s , que hacen que t an -

to la vida como la f i losofía de la ropa se dispersen

e n u n r e v o l t i j o d e d e s i g n a c i o n e s m á s b i e n d e s -

igua les . En ta l d i spers ión , se mani f ies ta e l e fec to

ca t a l i zador de l e spac io in t e rmed io , y conv ie r t e a

Sartor Resartus

  e n u n a o b r a d e e s c r i t u r a a u t o -

t r a n s f o r m a d o r a q u e e n e s t e m i c r o n i v e l r e p r e s e n -

t a ya e l pa rad igma de l a fo rma en que e s t á des t i -

n a d o a f u n c i o n a r u n d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l .

H a y d o s c o n s e c u e n c i a s q u e s e d e r i v a n d e e s t a

i n t e r p e n e t r a c i ó n . L a p r i m e r a d e e l l a s e s q u e , c o -

m o l a d e n s i d a d y a c u m u l a c i ó n d e m e t á f o r a s s e

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 323/395

APÉNDICE 321

a g re ga n ha s t a fo rm a r una m a s a c r í t i c a , l a m e t á -

fo ra indica qu e nu n ca es posible verb al izar po r fin

lo que se pre tende , y es to en consecuenc ia acen-

túa la d i ferencia ent re la metáfora misma y lo que

es tá d i señada a representa r . No obs tan te , e s es ta

m i s m a d i f e r e nc i a l o que de s a t a l a p ro l i f e r a c i ón

exube ran te de me tá fo ra s que no só lo reve la e s t a

di ferencia en una mul t ip l ic idad de aspectos , s ino

que a l m i s m o t i e m po i nd i c a que l a r e p re s e n t a -

c ión s iempre debe separarse de lo que representa .

La s e gunda c ons e c ue nc i a e s que l a p ro fu s i ón

de m e t á fo ra s de c ons t ruye l a noc i ón a c e p t a da de

representac ión , en espec ia l porque la representa -

c ión conl leva d a r pre sen cia a lo qu e es dis t in to en

té rminos de lo que parece conoc ido . Al respec to ,

la excesiva prol i ferac ión de metáforas de l imi ta e l

espacio in te rm ed io c om o un a "ca ja negra"'® a l ha-

cer explo ta r su misma inexpl icabi l idad en un re -

v o l t i j o a u t o t r a n s f o r m a d o r d e a s p e c t o s , p o r m e -

dio de l cua l una v ida se t raduce a un mot ivo de

filosofía y la fi losofía emergente a una estructura

de vida.

E l pa rad igma que se rep re sen ta aqu í en fo rma

bás ica es de l m ism o m o do vá l ido p ar a e l d i scu rso

•o Empleo e l t érmino

  caja negra

  según lo def in ió Gregory

Bateson en  Steps to an Ecology ofMind,  N uev a York, Ballanti-

ne, 1972: "Una 'caja negra' es un acuerdo convencional entre

científ icos para dejar de explicar las cosas en un cierto punto

[ . . . ] Así , la 'caja negra' es una et iqueta para lo que se supone

que deb e hacer un grupo de cosa s [ . . . ] Pero no se trata de un a

expl icac ión de  cómo  opera el gru po [ . . . ] N o hay un a expl ica-

c ión de un pr inc ip io expl icat ivo . Es como una caja negra"

(pp. 39 y ss.).

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 324/395

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 325/395

APÉNDICE 323

ed i to r readapta l a expos ic ión s i s t emát ica de l t r a s -

c e n d e n t a l i s m o a l e m á n d e m a n e r a t a l q u e p u e d a

t ran sm i t i r se a un púb l ico br i tán ico . Al p r inc ip io se

a l a b a a T e u f e l s d r ó c k h p o r a ñ a d i r u n n u e v o n o m -

bre "a los pr imeros lugares de la f i losofía , en nues-

t ro tem plo de ho n o r a lem án " (p . 5), lo qu e es ca us a

de que e l ed i t o r comen te : "Möch te e s [ e s t e no t a -

b le t ra tado] auch im Br i t t i schen Boden gede ihen "

(p . 6 ) (Me gus ta r í a t rasp lan ta r e s te no tab le t ra ta -

do a l a t i e r r a b r i t án i ca ) . S in embargo , e l f amoso

t r a t a d o s e p u b l i c ó e n l a r e v i s t a  Weissnichtwo  a

cargo de "St i l l schweigen und Co." (p . 5) , y parece

"un mar de pensamien to en s í m i smo" (p . 6 ) .

A p es a r de l a i n t e nc ión de l ed i t o r de t r a s l ad a r

e s t e " n o t a b l e t r a t a d o " a s u e l o b r i t á n i c o , n o o b s -

t a n t e d a c u e n t a d e a l g u n o s h e c h o s r e s p e c t o d e

esta ext raña f i losof ía que da a Teufe lsdróckh una

apar ienc ia de Don Qui jo te red iv ivo . As í , p redomi-

n a u n a p e r s p e c t i v a b r i t á n i c a . S i n e m b a r g o , d e s -

pués de poco t iempo, este f i lósofo en apariencia r i -

d í cu lo , cuyas ocu r renc i a s pub l i có S t i l l s chwe igen

und Co . , r e su l t a se r "E in eche t r Spass - und Ga l -

gen-voge l" (p . 11) (Un verdadero bromis ta de hu-

m o r n e g r o ) . E s t o i m p l i c a a l m e n o s q u e e l e d i t o r

i n g l é s n o t e n g a u n a n e c e s i d a d i n m e d i a t a d e b u r -

l a r se de l a f i losof ia t rascendenta l a l emana , toda

vez qu e el p ro p io T eufe l sdróckh ma ni f i es ta u n sen-

t i do de supe r io r idad a l i ron i za r ace rca de s í m i s -

mo. E l absurdo Don Qui jo te se convie r t e en fo rma

i n e s p e r a d a e n u n T r i s t r a m S h a n d y ; e s t o t a m b i é n

se co r robora en su ob ra , que p re sen t a una "com-

b inac ión l abe r ín t i ca [donde ] cada pa r t e se t r a s l a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 326/395

324 APÉNDICE

pa , mel la y de hecho opera a t ravés de la o t ra"

(pp . 26 -27 ) . De l m i s m o m odo que S t e rne h i z o

que Tr i s t ram Shandy decons tmyese la h i s tor ia de

su pro pia vida co n el fin de l ibe ra r a la vida de los

conf inamien tos mismos que l a fo rma l e impon ía ,

C a r l y l e ha c e que Te u fe l s d ròc kh pa r t i c i pe de t o -

da s l a s fo rm a s e x i s t e n t e s de e s c r i t u r a pa ra p ro -

ducir la fantást ica mult ipl ic idad de su f i losofía de

la ropa .

De e s t e m odo , Te u fe l s d ròc kh s e p r e s e n t a e n

una l ec tu ra dua l , ^^ q^g nunca co inc ide de l t odo

n i con Don Qui jo t e n i con Tr i s t ram Shandy . En

donde sea que una l ec tu ra pa rezca cobra r p redo-

minio , l a o t ra , a l acecho en segundo p lano , poco

a poco se va a f i rmando. S in embargo , es ta misma

dec la rac ión , que podr í a a l e j a r l os equ ívocos , de

nu ev o se t am ba lea , y e l p re d om in io d e l a figura

de s p l a z a da c om i e nz a una ve z m á s a s u rg i r a m e -

naza nte . Es te t am ba leo en t re incom pat ib les t rans-

id

 Lore Metzger t iend e a conf inar e l " incóm odo equi librio"

de Teufelsdròckh "entre las dos mitades de su naturaleza" al

an tag on ism o de F austo y Mef is tófe les , que lo hace al ternar en-

tre la "inspiración divina del hombre divinamente producido

como efecto y su eterna negación en e l d iablo y la escoria del

cuerpo",

  Sartor Resartus:

  A Victo rian Faust",

  Com parative Li-

terature,

  13, 1961, p. 317. N o obstan te lo anterior, esta au tora

t am b i én s eñ a l a d i f eren c i a s e s en c i a l e s m ed i an t e l a s cu a l e s

Carlyle se aleja de Goethe (véase en especial las pp. 325-336) .

Charles F. Harrold,

  Carlyle and Germ an Thought: 1819-1834,

Yale Studies in English, 82, New Haven, Yale University Press ,

1934, pp. 5-6, cons idera a Teufelsdròck h descen diente directo

de los personajes humorís t i cos de Jean Paul . Véase también

Dennis Douglas , "Carly le and the Jacobin Undercurrent in

German Transcendenta l i sm",

  Bulletin of the New York Public

Library,  80, 1976, p. 108.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 327/395

APÉNDICE 325

f o r m a a T e u f e l s d r ó c k h e n u n o p e r a d o r d e i n t e -

r r u p t o r e s , n e c e s a r i o c u a n d o l a s c u l t u r a s t i e n e n

q u e c o n d e n s a r s e c o n e l p r o p ó s i t o d e s u t r a n s m i -

s ión y r ecep c ión m u tu as . Lo qu e a l p r i n c ip io apa -

r ece como un e spac io vac ío que se man i f i e s t a en

e l i n t e r c a m b i o c o n s t a n t e e n t r e n a r r a c i ó n y a r g u -

m e n t a c i ó n , y d e s p u é s c o m o u n e s p a c i o e n t r e u n a

vida vivida y una f i losofía que captura dicha vida,

r e a p a r e c e a h o r a c o m o u n t a m b a l e o c o n s t a n t e e n -

t r e l a s l e c t u r a s m u t u a m e n t e e x c l u y e n t e s d e l p r o -

t agon i s t a , t odo l o cua l pone en marcha l a s ope ra -

c iones t r anscu l tu ra l e s .

E s t e j u e g o d e i n c l i n a c i o n e s o t o r g a u n s e n t i d o

d e c o m e d i a q u e i m p r e g n a a

  Sartor Resartus

  d e

u n a t e n d e n c i a c o m p e n s a t o r i a . T e u f e l s d r ó c k h e s

t a n t o u n o b j e t i v o d e c o m e d i a c u a n t o s e ñ a l a l o

qu e tiene qu e qu ed ar exp uesto . Al respec to , la ca ja

negra en t r e cu l t u ra s adop ta una fo rma d i s t i n t a de

l a s que hemos bosque j ado has t a aqu í en e l sen t i -

do de qu e ha ce que la am biva lenc ia de l a co m ed ia

se vue lva hac i a s í m i sma . Teufe l sd róckh no só lo

e s u n h u m o r i s t a , s i n o t a m b i é n a l g u i e n q u e s a l e

re sue l t amen te hac i a l a i ron í a . Es t a i ron í a e s i nd i -

c a t i v a d e s u p a s o p o r l a i n g e n u i d a d , l a i g n o r a n -

c i a , l a s u p e r f i c i a l i d a d y e l e n g a ñ o q u e p r e d o m i -

n a n e n e l m u n d o q u e é l d e s e a t r a n s f o r m a r c o n l a

f i l o so f í a que p ropone . S in embargo , como humo-

r i s t a sabe que l a s i tuac ión en l a que se encuent ra

i n m e r s o e s t á m a r c a d a p o r u n a d u a l i d a d i n e v i t a -

b l e qu e ha ce que sus ab s t r ac c io ne s se vea n abs u r -

das , s i b ien son e l remedio para los males soc ia les

d e l m i s m o m u n d o q u e h a h e c h o d e é l u n h a z m e -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 328/395

326 APÉNDICE

re í r . No obstante , la i ronía y e l humor miden del

mi smo modo l a d i s t a nc i a e n t r e una c u l t u ra c on

orientación conceptual y ot ra con or ientación em-

pír ica , con lo que se destaca la superior idad i r re-

m ediab le de Teufe lsdróckh y la cegu era inh eren te

de l mundo , cuyas abs t racc iones e s t aban des t ina -

dos a curar.

En lo que conc ie rne a l ed i to r , hace r bur l a de l

t r a sc e nde n t a l i smo a l e má n a f i rma de ma ne ra im-

p l í c i t a una a c t i t ud b r i t á n i c a que pe rmi t e que e l

t r a s c e n d e n t a l i s m o s e c a n a l i c e h a c i a u n e m p i r i -

c ismo . E n e l espejo de un a ac t i tud co n bas e en las

ex perie nc ias, la filosofía d e la ro p a se refleja co m o

u n a re to rc id a locu ra y, p o r tan to, e l ed i tor apela a

la Ex periencia co m o el gr an do cto r espir i tua l

(p . 145) . S in embargo, remodela r las abs t racc io-

nes del t rascen den ta l i sm o en té rm ino s de la expe-

r iencia no es una tarea senci l la . '^ Aunque a l edi-

tor n o se le oc ur ra n in gu na labor m ás nob le qu e

t r a sp l a n t a r e l pe nsa mie n to e x t r a n j e ro a l e s t é r i l

suelo nacional , t iene que detener

la Diligencia y débil facultad de pensamiento de un

editor inglés, procuran do desarrollar la Creación im -

presa a partir de un Caos escrito e impreso en ale-

Del mismo modo se ref leja es to en la crí t ica de Carlyle ,

que privi legia ya sea al componente ideal is ta o a l empiric is ta

de esta relación transcultural . Tom Lloyd, en "Towards Natu-

ra l Supernatura l i sm: Carly le and Dual Vis ion" ,  Philological

Quarterly,  65, 1986, pp. 47 9-49 4, da un a op inio n equ i l ibrada

de es ta s i tuación. Véase también e l ensayo de Lloyd "Madame

Roland and Schi l ler 's Aesthetics:  Carlyle's 'The Fr en ch R evo-

lut ion'",  Prose Studies,  3, 1986, pp. 39-5 3. Dib ble ind ica po r

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 329/395

APÉNDICE 327

mán, en el que, conforme pasa veloz de aquí para

allá, reuniendo, sujetando, perforando el Por Qué

hacia el lejano Por Lo Cual, su completa Facultad y

Yo van a ser devorados [p. 63].

El pe l i g ro de se r devorado en e s t a empresa r e -

qu i e re a lguna c l a se de p ro t ecc ión y , a l r e spec to ,

e l sen t i do de l humor —muy a r r a igado en l a ac t i -

t u d b r i t á n i c a y p u e s t o e n e s c e n a p o r e l e d i t o r —

ac la ra s i n sombra de duda l a e spe ranza de l a su -

pervivencia .

S i n e m b a r g o , e s t a m i s m a e s p e r a n z a d e n u e v o

l l eva l a comed ia a e se ambiva l en t e ga l ima t í a s de

a b s t r a c c i o n e s . E s t a l o c u r a e n a p a r i e n c i a c a ó t i c a

no es tá des t inada a c r i t i ca r o t ra cu l tu ra , s ino que

s i r v e p a r a p r o t e g e r l a s a c t i t u d e s h a b i t u a l e s p r o -

p i a s , po r l o que d i cha c r í t i c a d i ce a lgo no só lo

acerca de lo ex t raño de l a o t ra cu l tu ra , s ino t am-

bién ace rca de l a na tur a le za d e la d i spo s ic ión pro-

pia . Al respecto , lo ext raño se convier te en un au-

to r r e f l e jo de qu i enes se en cu en t r a n con l a cu l t u ra

a j ena .

Por ú l t imo , l a vena cómica a t odo l o l a rgo de

Sartor Resartus  es e n s í m i s m a a m b i g u a , T e u -

fe l sdròckh no só lo es un humor i s t a , s ino que gran

q u é l o s d os com p on en t es d e l p en s am i en t o d e Car l y l e e s t án

tan íntimamente interrelacionados: "El confl icto entre el rea-

l i smo ' ing lés ' y e l idea l i smo 'a lemán' [ . . . ] comienza en ser io

co n la primera

  Crítica

  de Kant, y aquí es don de se ve en seg ui-

da el di lema retórico del cual surgió

  Sartor Resartus ,

  "Strate-

gies of the Mental War", p. 90.

Harold Bloom coloca a Carlyle "en la tradición de Rabe-

lais , Voltaire y Swift , en tanto se determine su género (o falta

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 330/395

328 APÉNDICE

pa r te de sus dec la rac ion es es tá p lag ada de i ron ía ,

y las más de las veces lo que dice no es en ser io .

El edi tor inglés es tá muy consciente de l es t i lo de

escr i tura de l f i lósofo a lemán, a l resumir lo en es ta

c o n c i s a y c o n t u n d e n t e o b s e r v a c i ó n : " N a d a m á s

que ins inuaciones indirec tas , f iguradas y oscuras :

la So m bra h abi tua l , osc ilando in te rm i ten te , p rofé -

tico-satírica; ninguna Visión lógica clara" (p. 148).

S i e s t e t r a scenden ta l i smo re to rc ido e s t á impreg-

n a d o de ve tas de sá t i ra qu e e l au tor m ism o ent re -

mezc la en sus p rop ios t ex tos , un t r a t amien to sa -

t í r ico o i rónico de los esfuerzos de Teufe lsdròckh

como e l que acomete e l ed i tor ing lés es tá en e l

l ími te de carecer de sent ido.

¿Por qué bur l a r se de un humor i s t a? Bueno , e l

ed i to r , qu ien congen ia con e l t r a scenden ta l i smo

a lemán , an t i c ipa una a r ra igada ave rs ión b r i t án i -

ca hac ia es tas abs t racc iones , en apar ienc ia in tan-

g ib les . S in embargo , r id icu l iza r es tas ac robac ias

inte lec tuales impl ica que se t ienen las soluciones

adecuadas que Teufe l sd ròckh busca a t i en ta s , en

va no . P e ro de b i do a que e l hum or i s t a no e s t a n

i n g e n u o c o m o l o h a c e n a p a r e c e r s u s a p a r e n t e -

mente absurdos es fuerzos , e l sen t ido de comedia ,

como lo e jerce e l edi tor , t iene una natura leza do-

b le . Por una pa r t e , s i rve como cana l de comuni -

cación a t ravés de l cual se t ransmite e l idea l ismo

de género) , pero es menos un sat ír ico que e l v idente de una

fantasmagoría grotesca", introducción a Harold Bloom (ed. ) ,

Thomas Carlyle,

 N ue va York, Chelsea H ou se, 1986, p. 13. Tenny-

son sost iene: "Como siempre, el método de Carlyle es , median-

te la exageración y la caricatura, l lamar la atención hacia la

verdad",

  Carlyle and the M odem W orld,

  p. 22.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 331/395

APÉNDICE 329

alem án a l em pir ic ism o bri tánico. Por ot ra , sin em-

bargo, hace que colapse la supues ta super ior idad

de la sát ira y la i ronía en vista de que el humoris-

ta no se presenta con la neces idad de desenmas-

cara rse n i de que se le haga poner de nuevo los

pies en la t ie rra . Frust rar una reacción casi na tu-

ra l de una cu l tu ra cuando se enf ren ta a o t ra e s

una es t ra tegia probada por par te de Car ly le para

abr i r l as puer tas y permi t i r l a ent rada de la o t ra

cul tura . Éste es e l opuesto exacto de las re lac io-

ne s t r a nsc u l t u ra l e s c omune s , c uya s ope ra c ione s

se gu ían an te s que nada por l a p royecc ión de l

m ar co d e refe ren cia pr op io en la cu l tura a je na . Al

p ro cu ra r qu e el sent ido de com edia se vuelva con-

t ra s í mismo, Car ly le suspende la urgenc ia na tu-

ra l de rea l izar proyecciones opera t ivas en las re-

lac iones t ranscul tura les .

Es ta t endenc ia se re spa lda con lo que poco a

poco sucede con e l ed i tor . És te cons ideraba que

su compromiso e ra

guiar a nuestros a m igos británicos por el nuevo País

del oro y mostrarles las minas; en absoluto para es-

carbar y explotar sus riquezas, que de hecho perma-

necerán sin extinguirse. Una vez ahí, escarbe m os to-

dos en nuestro propio provecho y enriquezcamos.. .

[p. 166].

No obs tan te , e s t a in t enc ión de gu ia r a l l ec to r

br i t án ico p rovoca que e l ed i to r mismo c ruce l a

fr o n te ra con el País del oro , y al ha ce rlo se con-

v ie r t e en un mi l i t an te , con lo que t e rmina por

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 332/395

330 APÉNDICE

cae r en u n e s ti lo m e ta fó r i co de e sc r i t u ra " r espec -

t o d e l m o d o d e e x p r e s i ó n c o n q u e T e u f e l s d r ó c k h

por desg rac i a de a lguna mane ra nos i n fec tó" . Po r

tan to , no es un

secreto para el editor que m uc ho s lectores británi-

cos se desconcierten tanto, y, más que instruirse,

padezcan con la presente obra [. . . ] Sí, desde hace

tiempo muchos lectores británicos preguntan, como

ahora, con algo similar a refunfuños: ¿a dónde nos

lleva esto, o qué propósito tiene? [p. 215].

Si b ie n el ed i tor es tá en ap ar ie nc ia im b ui d o de la

mane ra de e sc r ib i r de Teufe l sd róckh , y p i e rde a s í

"gran par te de su prop ia pureza ing lesa" (p . 234) ,

p l a n t e a n o o b s t a n t e l a p r e g u n t a r e s p e c t o d e l p r o -

p ó s i t o d e l d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l q u e p r e t e n d e

de j a r a l de snudo .

L A F I L O S O F Í A D E L A R O P A

Al respec to va le l a pena seña la r que

  Sartor Resar-

tus

  e s s o b r e t o d o u n p a r a d i g m a d e t r a d u c i b i l i d a d

m á s q u e u n a v e r d a d e r a t r a d u c c i ó n d e u n a c u l t u -

r a a o t r a . Su cua l i dad pa rad igmá t i ca t i ene l a ven -

t a j a de exh ib i r l o s mecan i smos de l a s i nve r s iones

m u t u a s d e c u l t u r a s e n l a s q u e d e m o m e n t o n o s e

g u í a n , m u c h o m e n o s s e d e t e r m i n a n , p o r u n p r o -

p ó s i t o p r a g m á t i c o q u e s u b o r d i n a s e l a t r a d u c i b i -

l i dad a un f i n pa r t i cu l a r , como se e j empl i f i ca en

la obra pos te r io r de Car ly le ,  Past and Present.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 333/395

APÉNDICE 331

La fi losofía de la ropa, corno la presenta Teufel-

s d r ò c k h , h a d e c o n c e b i r s e c o r n o u n a a n a t o m i a d e

l a r ep re sen t ac ión . Deb ido a que l a r ep re sen t ac ión

s u p o n e u n a s u e r t e d e h e c h o s , e s p o s i b l e d i s t i n -

g u i r d i f e r e n t e s m o d o s d e r e p r e s e n t a c i ó n . L a

  imi-

tación

  es por c ie r to l a más socor r ida , aunque a lgo

t e n g a q u e s u c e d e r a l o q u e y a e s t á d e t e r m i n a d o

c u a n d o s e r e p r e s e n t a . O c u r r e a l g o s i m i l a r s i l a

r e p r e s e n t a c i ó n s e c o n c i b e e n t é r m i n o s d e

  descrip-

ción.  L o q u e y a e s t á d e t e r m i n a d o t e n d r á q u e r e -

e l a b o r a r s e . P e r o e n a m b o s c a s o s , l a r e p r e s e n t a -

c i ó n s e c o n s i d e r a m á s b i e n u n a m o d a l i d a d , c u y o

a l c a n c e d e m o d e l a c i ó n e s t á l i m i t a d o p o r u n a s e -

r i e de cua l i dades que pa rece t ene r l o ya de t e rmi -

nado an tes de que se l e represen te .

Al re sp ec to , la filosofía de la r o p a no p u e d e

co nf ina rse a la im i ta c ió n ni a la de sc r ipc ión . ̂ ^ E n

c a m b i o , e s u n a a n a t o m í a d e l p r o c e s o m i s m o d e

la t raducibi l idad, que , las más de las veces , se to-

c a m u y p o r e n c i m a c u a n d o l a p r e o c u p a c i ó n p r e -

dominan te de l a r ep re sen t ac ión e s l a imi t ac ión o

l a d e s c r i p c i ó n . L a t r a d u c i b i l i d a d e n s í m i s m a e s

a lgo in tang ib le ; no t i ene l a na tura leza de un ob je -

to p rede t e rminado y , po r ende , só lo e s abordab l e

m e d i a n t e m e t á f o r a s , c o m o s e c o m p r u e b a e n la fi-

losof ía de l a ropa . Ves t i r a lgo no es por t an to un

Es del m is m o m o d o dif íci l segu ir el rastro de la f ilosofía

d e l a rop a h as t a S wed en b org , com o t en t a t i vam en t e s u g i ere

James C. Malin, "Carlyle's Philosophy of Clothes and Sweden-

borg's",

  Scandinavian Studies,

  33, 1961, pp. 155-168. Do uglas

está en lo correcto al declarar que en este aspecto la "orienta-

ción básica" de Carlyle "es kantiana", en "Carlyle and the Ja-

cobin Undercurrent", p. 107.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 334/395

332 APÉNDICE

m od o de imi t ac ión n i de desc r ipc ión . A unqu e pa -

rezca que lo que se va a ves t i r de a lguna manera

ya ex i s t e , e s t a p reex i s t enc ia nunca se de te rmina

ind ep en die nte m en te de su ac to de vestir . Po r es ta

razón , Ca r ly l e e s muy exp l í c i to a l a f i rmar que

Teufe l sdróckh no es un "nuevo adami ta" (p . 45) ;

en cambio , dec la ra : "S in ropa , s in cosa n i ca rga

a lgunas , ¿qué t ené i s , qué cuadrúpedo ambulan te

so is? La na tu ra le za es a lgo bu en o, pe r o no lo m e-

jor : és ta f u e la ve rd ad era vic tor ia de l Arte so bre la

Natura leza" (p . 46) .

S i l a ropa no se cons ide ra a lguna fo rma de re -

p re sen tac ión en e l sen t ido admi t ido de l t é rmino ,

como no hay una so la fo rma de de r iva r , a pa r t i r

de a lgo preexis ten te , los modos pos ib les de con-

cebi rlo , pa re cer ía n ecesa r io reco ns ide ra r la repre -

sentac ión cas i por comple to . Desde e l mismo in i -

c io , Carlyle se ref iere a " la ropa como propiedad,

no a c c i de n t e , c om o a l go m uy na t u ra l y e s pon t á -

neo , co m o las ho jas de los á rbo les o el p lu m aje de

las aves" (p . 2) . S in duda, es ta declarac ión l ibera

a Te u fe l s d róc kh de c ua l qu i e r s o s pe c ha de a da -

m ism o, s i b ie n a ú n t iene d oble filo , pu es los seres

humanos no l l egamos a e s t e mundo con un "p lu -

maje" , como las aves . En cambio , como conf iesa

Teufe l sdróckh:

Mientras, yo me cubro —¡gracias a Dios — con los

vellones inertes de los borregos, aprovecho la corte-

za de las legumbres, las entrañas de los gusanos, las

pieles de los bueyes o las focas, el fieltro de bestias

de abundante pelaje, y paseo por el extranjero una

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 335/395

APÉNDICE 333

apariencia andrajosa, tapizada de retazos y trapos

arrancados del anfiteatro de la Naturaleza, donde se

habrían podrido, para pudrirme a mí con más lenti-

tud [p. 44].

Así, e l ca rác ter en ap arie nc ia na tu ra l de cu brirse

con ropa e s no obs tan te un p roduc to de l a adap-

t ac ión humana y , po r ende , en de f in i t i va no e s

a lgo que se dé de modo natura l . Lo que es na tura l

en e l re ino animal no se apl ica a los seres huma-

nos , s i b ien no ex is t imos en forma independiente

de la ves t imenta que usamos. Es obvio que exis te

t an to un a iden t idad co m o un a d i fe renc ia en t re la

rop a y los seres hu m an os , ¿Po r qu é ha ce r h incap ié

en la diferencia , s i esto significa un colapso hacia

una un idad insepa rab le?

La rep rese nta c ió n, c om o la pr es en ta la filosofía

de la ro pa de Teufe lsdròckh , t iene u n a t raye ctor ia

doble:

Pues de hecho, co m o insiste W alter Shandy, hay mu-

cho, casi todo, en los nom bres. El nom bre es la pren-

da más antigua que se envuelve en el Yo que visita la

tierra, a partir del cual desde entonces se nos escin-

de más tenazmente (pues hay nombres que han du-

rado casi 30 siglos) que la propia piel. Y ahora, de la

nada, ¿qué influencias místicas no envía hacia nues-

tro interior, incluso a nuestro centro, en especial en

aquellas primeras épocas, cuando nuestra alma en-

tera era aún infan til, suave, y la sem illa inv isible cre-

cería hasta ser un frondoso árbol? [p. 69].

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 336/395

334 APÉNDICE

Las p rendas , s i b i en son una me tá fo ra pa ra a l -

go que ya ex is te , a l m ism o t iem po m ar ca n la pau-

ta de lo que van a representar . Ésta es la plast ic i-

da d de l a na t u ra l e z a hum a na , que , c om o t a l , no

s ó l o pe rm a ne c e i n t a ng i b l e s i no que pa re c e o f r e -

ce rse a l m olde ado de fo rm as ca le idoscòpicam ente

cambiantes . Al respec to , cada prenda es un "p lu-

m a j e " , a u n q u e l a p l a s t i c i d a d m i s m a p e r m i t a e l

c a m b i o de e s t e p l um a j e s i e m pre que s e a ne c e s a -

r io . Por supues to , e s ta pauta que se marca a lber -

ga en sí r iesgos, ya sea el de aprisionar a l ser hu-

mano en una de l a s p rendas en l a s que é l mismo

se in t ro d u jo o ya sea e l de re i f ica r en f o rm a de l i-

be rada l a ropa a l a que ya p ro fe sa ca r iño , como

se ve en su "Cuerpo vanidoso" (p. 229).

La f i losofía de la ropa es una suerte de síntesis

de l moldeado y remoldeado de l a p l a s t i c idad hu-

m a n a . A l p r i n c i p i o s e c o n c i b i ó c o m o m e t á f o r a ,

porque l a p l a s t i c idad humana no e s acces ib l e en

sí misma. Aun as í , la metáfora se convier te en un

m o l d e a d o y d e e s t e m o d o f u n c i o n a m e t o n i m i c a -

m ente ; de o t ra form a, los se res hu m an o s se r íamo s

inasequ ib le s a l a com pren s ión . U na me tá fo ra qu e

ope ra de m a ne ra m e t on i m i c a a l be rga l a i n s c r i p -

ción de que lo que sea que exista está const i tuido.

Así , la f i losofía de la ropa deja de ser representa-

c ión en el sent ido aceptado, en tan to un m ero cam -

bio de a lgo ya de te rminado a una percept ib i l idad

ya no es e l pr ob lem a. M ás bien, el ac to de ve st irse

t r a duc e a l s e r hum a no p l á s t i c o a un m o l de de f i -

n i t i vo con e l f in de comprende r lo que de o t ra

manera pe rmanece en l a oscur idad . Por t an to , l a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 337/395

APÉNDICE 335

m e t on i m i a ha c e h i nc a p i é e n l a p r e nda c om o un

sus t i tu to in t e rcambiab le cuando se gas t a , en e s -

pecia l para sacar de l cuerpo aspectos de la p las t i -

c idad humana has t a en tonces impensab le s .

El uso m etonim ico de las m etá fora s perm i te qu e

la f i losof ía de la ropa mantenga la di ferencia en-

t re lo moldeado y lo que moldea y , por ende , per-

m ite tam bié n la var iabi lidad d e molde s de los cua-

les surge la c ivil ización h u m a n a . Al m ism o t iem po,

todas l a s fo rmas de c iv i l i zac ión e s t án expues ta s

a l cambio , en tan to todos los moldes que confor-

man a l a s soc iedades son suscep t ib l e s de mol -

dearse de nuevo.

Dond e exista la sensibilidad, dond e el Espíritu repre-

sente al Espíritu, es propiamente ropa, un traje de

Vestir, que se pone para la temporada y que se ha

de desechar. Así, en este sujeto preñado de

  R O P A ,

  bien

entendido, se incluye todo lo que los hombres han

pensado, soñado, hecho y sido: el Universo Externo

entero y lo que lo sostiene es   R O P A ; y la esencia de to-

da ciencia yace en la

  F I L O S O F Í A D E L A R O P A

  [p. 58].

De es te modo, l a prenda resu l ta un s ímbolo es -

pec ia l que se presenta como representa t ivo de a l -

go intangible y a l m ism o t iemp o m oldea esa m ism a

intan gib i l idad , p a ra la cual es sólo un su st i tu to. ̂ ^

Para ahond ar en la relación ínt im a entre s ím bo lo y s i len-

cio véase C am ille R. La Bo ssiere, "Of Silence , D oubt, a nd Ima-

g inat ion: Carly le ' s Conversat ion wi th Monta igne" ,

  English

Studies in Canada,

  10, 1984, pp. 63-6 4 y 72. Este ens ay o pare-

ce una de las raras ocasiones en la crítica de Carlyle que llama

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 338/395

336 APÉNDICE

E n las pro pias pa lab ras de Teufe lsdróckh: En u n

S ímbo lo ha y oc u l t a mie n to pe ro t a mbié n r e ve l a -

ción: aquí , p o r tanto , con la actu ació n co n ju n ta del

Silencio y el H abla , surg e u n a significación d oble

(p . 175) . En tanto e l s ímbolo ocul ta , indica me-

d ian te su v i s ib i l idad qu e la cosa Im ag in ad a , la

cosa de a lgu na fo rm a con cebid a co m o Vis ib le , no

e s má s que una P re nda , Ropa de l Inv i s i b l e má s

e levado, ce les t ia l , ' in imaginable , amorfo , oscuro

en su exceso de re sp lan d o r ' (p . 52). Y en ta n to el

s ímbolo reve la , i nd ica que su inexpresab i l idad

a mor fa pue de t r a duc i r s e a a spe c tos mú l t i p l e s a l

i m p o n e r l e m o l d e s s i e m p r e c a m b i a n t e s . D e e s t a

dual idad inevi table surge la f i losofía de la ropa,

in tento de comprender lo inasequible a l t raduc i r -

lo a un revo l t i jo de s ímbolos pe rcep t ib le s cuyas

l imi t a c ione s mi sma s e s t á n e xpue s t a s a l c a mbio .

Los cambios son de l todo necesar ios porque n in-

guna c lase par t icula r de prenda se igua la jamás a

la inaccesibi l idad que intenta capturar . Por ende,

toda p renda e s t á su je t a a una inspecc ión c r í t i ca

con e l f in de aver iguar e l mot ivo opera t ivo u l te -

r io r en e l m o ld e de lo invis ible e inex pre sab le .

La raz ón de es ta dual idad del s ímbo lo com o sus-

la atención hacia la c ircularidad del procedimiento interpre-

tativo de Carlyle: "El pe ns am ien to de  Sartor Resartus  y su com -

plejo ni ic leo de imágenes l leva al lector por una odisea c ircu-

lar, en cu yo diagram a se traza e l avan ce de la imag ina ción de

Carlyle" (p. 67) . Sin embargo, existe aún una diferencia entre

circularidad y espiral idad. Véase una evaluación más profun-

da de la forma en que Carly le emplea los s ímbolos para dar

voz a lo inexpresable en Findlay, "Paul de Man, Thomas Car-

lyle", pp. 176-177 y 179.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 339/395

APÉNDICE 337

t i tu to y m old e es qu e e l "secre to de l Ser de l H om -

bre aún es como el secreto de la Esfinge" (p. 42).

No obs tan te , e s t e ocu l t amien to no e s a lgo pene -

t rable , n i s iquiera abordable , pues e l carác ter in-

com prens ib le del se r h u m a n o e s re su l t ado de u n a

i gno ra nc ia fund a m e n t a l de la h um a n i d a d :

¿Estuvo el Hombre con su Experiencia presente en

la Creación, entonces, para ver cómo sucedía todo?

¿Alguno de los científicos más profundos en lo indi-

vidual ha logrado profundizar hasta las bases del

Universo y apreciado todo allí? ¿Tomó el Creador a

alguno de ellos bajo su férula, leyó alguno Su plan

para el Todo incomprensible y, por qué no decirlo,

está marcado Esto allí y nada más? ¡Ay, de ninguna

m anera en absoluto Estos individuos científicos no

han estado en otro lugar que en el que nosotro s tam -

bién estamos, han visto algunas yardas más profun-

do de lo que vemos hacia lo Profundo que es infini-

to, sin fond o y sin orilla [p. 204].

Esta impenetrabi l idad se t raduce a la f i losof ía

de l a ropa , pues los se re s humanos t enemos que

vivir, interactuar, establecer organizaciones, socie-

da de s y re l ig iones , las cua les ad qu ier en su e s tabi -

l idad en vi r tud de un s is tema di ferenciado de ves-

t imenta . Por tanto , la ropa en s í " t iene más de un

significado común, t iene dos significados" (p. 52).

Por un a par te , ocul ta lo in fu nd ad o a nue st ros ojos,

lo qu e da po r resul tado u n a reif icación de las pren-

das; po r ot ra , au m en ta la conciencia de que , c om o

sust i tu to , es un m olde de lo inco m pren sible , guia-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 340/395

338 APÉNDICE

d o O  inc luso causado por exigenc ias pragmát icas .

De es te m od o, lo in fu nd ad o se inscr ibe com o dua -

l idad en la ropa.

Ésta pudo ser una de las razones de que e l edi-

to r , cuando se topa por p r imera vez con Teufe l -

sdró ckh , lo to m e po r un a su erte de filósofo, quien ,

s i va a p ub l i ca r a lg un a cosa , se r í a un a re fu ta -

c ión de Hegel (p . 10). El ed i tor an t ic ip ó co rrec-

tamente que una f i losof ía de la ident idad se r ía

a be r r a n t e pa ra a lgu i e n que de fe nd i e se una f i l o -

sofía de la diferencia. ' ^ En lugar de identificar al

E sp í r i t u c on sus m a n i f e s t a c io ne s , l a f i l o so f í a

de l a ropa des taca l a d i fe renc ia en t re e s t e a lgo

i m p e n e t r a b l e d e c a r á c t e r i n f u n d a d o y l a s u b s i -

gu i e n t e ne c e s ida d de c ons t i t u i r l a v ida huma na

con un cons tan te ac to de ves t i r l a y después rea -

justar la ropa.

T ra t a r de t r a z a r l o que pe rma ne c e oc u l t o a l a

vista convierte a la filosofía de la ropa en un inten-

to s is tem át ico de enf re nt ar lo abier to . Este inten to

imp l i c a que e l mo lde me ton imic o nunc a e s una

proyecc ión que cubra lo infundado. Más b ien , se

desarrol la como una espira l recurs iva que a l imen-

ta la pr en d a co n el fin de vestir lo ab ierto , y este al-

go abierto a su vez se convierte en una espiral de

re t roa c c ión ne ga t i va a l e xpone r l a s p re nda s a l

cambio cuando ya no quedan b ien . As í , l a e sp i -

ra l recurs iva a ju s ta la ro pa f u tu ra de acu erd o con

" Hay una opin ión d i s t in ta de los supues tos para le l i smos

entre Carlyle y Hegel , en especial entre

  Sartor Resartus

  y

  The

Phenomenology of M ind,  en Dibble, "Strategies of the Mental

War", pp. 97-102.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 341/395

APÉNDICE 339

e l desempeño pasado de las prendas . Es ta esp i ra l

impide que la fi losofía de la ropa reifique las pren-

das y a l mismo t i empo ac t iva lo in fundado como

fo rm a de rea jus t e .

E s t a t r a d u c i b i l i d a d m u t u a p u e d e c o n c e b i r s e

como el sel lo dist int ivo de la cul tura , en especial

porque e s t a ú l t ima , desde e l adven imien to de l a

época moderna , no se basa ya en un mi to e t io ló-

g ico . S i un a lgo in fundado e impene t rab le sus t i -

tuye a l mi to e t io lóg ico como l a fuen te p r inc ipa l

de la cul tura , la necesar ia es tabi l idad sólo puede

proveni r de una red de t raduc ib i l idades , como se

ejemplifica con la fi losofía de la ropa. La vida de

la cul tura se real iza en estas espirales recursivas,

y comienza a ago ta r se s i empre que l a e sp i ra l se

in t e r rumpa a l e l eva r uno de los log ros de su in -

t e r c a m b i o a u n a f o r m a d e r e p r e s e n t a c i ó n o m n i -

a ba rc a n t e . La r e p re s e n t a c i ón va e n c on t r a de l a

t r a d u c i b i l i d a d , c u y a s t r a n s f o r m a c i o n e s e n c u r s o

se l l evan a un punto muer to a l igua la r l a cu l tura

con una de sus ca rac te r í s t i ca s no to r i a s . S in em-

bargo, la espi ra l recurs iva es capaz de procesar lo

in fundado , y como no hay n ingún luga r más a l l á

de es ta esp i ra l pa ra de te rminar lo que sucede en

sus operaciones, la f i losofía de la ropa se presen-

t a c om o un pa ra d i gm a pa ra a c l a r a r de l t odo e l

p roye c t o de l a c u l t u r a . Es t e pa ra d i gm a t i e ne un

código dua l : hace tangib le lo que en forma ana l í -

t i ca pe rmanece incomprens ib le ,  y c om o m od o de

t raducibi l idad da acceso a lo que es tá a l lende los

té rminos de l empi r ic i smo.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 342/395

340 APÉNDICE

V A L I D A C I Ó N M E D I A N T E E X P E R I E N C I A P E R S O N A L

H a c e r u n a a l e g o r í a d e l t r a s c e n d e n t a l i s m o a l e -

mán —al menos como lo en tend ió Ca r ly l e— pe r -

mi te l a t raspos ic ión de a lgo a jeno en un modo de

pe rcepc ión conoc ido pa ra l a cu l tu ra que se rec i -

be . El ed i tor hace h incapié en es to desde e l p r in-

cipio: "¿Cómo podría la f i losofía de la ropa, y el

autor de ta l f i losofía , t rasladarse, en medida algu-

na , a l s eno e id ios inc ra s i a de nues t ra nac ión in -

glesa?" (p. 6).

A b o r d a e l a s u n t o b á s i c a m e n t e c o n l a t r a d u c -

c ión de los re to rc imien tos de l t r a scenden ta l i smo

en términos de la propia vida del f i lósofo, con el

f i n de de m os t r a r que no s ó l o e l a bo ra e s t o s a pa -

ren te s s insent idos de m od o gra tu i to , s ino que sur -

gen de la exper ienc ia persona l . Es to permi te que

la s e specu lac iones t r a scenden ta l e s se va l iden en

vir tud de lo que pasó a su autor :

Pero incluso la Convicción, nunca tan excelente, ca-

rece de valor hasta que se convierte en Conducta.

Tampoco la Convicción es posible siquiera entonces;

en la medida en que toda Especulación es por natu-

raleza infinita, amorfa, vórtice entre vórtices, sólo

mediante una percibida certeza indubitable de la

Experiencia se halla algún centro en torno al cual

girar, y se forja para conformar un sistema [p. 156].

No obs tan te , e s t e acop lamien to o f rece un re fe -

ren te d i s t in to de l t rascendenta l i smo; no se cons i -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 343/395

APÉNDICE 341

dera ya un s i s t ema ho l í s t i co , s ino que se conc ibe

c o m o u n e f e c t o c a p a z d e d a r u n g i r o c o m p l e t o a

toda l a p rop ia v ida . La pos ib i l idad de exper imen-

ta r lo que pa rece especu la t ivo y l a de pe rc ib i r lo

i n v i s i b l e s o n m a r c o s d e r e f e r e n c i a d i f e r e n t e s d e

l a s que pueden cons ide ra r se p remisa s bás i ca s de l

t r a s c e n d e n t a l i s m o a l e m á n . E s t e h i n c a p i é e n l a

exper ienc ia de ja de l todo c la ro que e l t r a scenden-

t a l i smo a l emán , cuando se t r a svasa a l empi r i c i s -

m o b r i t á n i c o , d e b e e j e c u t a r s e e n t é r m i n o s c o n o -

c idos pa ra e l l e c to r b r i t án i co . Aun a s í , a l m i smo

t i empo Car ly l e r e f l ex iona sob re e s t a f ami l i a r i dad

c u a n d o c e n s u r a l o q u e d e n o m i n a " u n a b a l a n z a

de h i e r ro muer t a pa ra sopesa r en e l l a l o s do lo re s

y los p lace res" (p . 176) , a r ra igada de manera p ro-

f u n d a e n l a a c t i t u d b r i t á n i c a . P o r m á s q u e p r e -

v a l e z c a u n a a c t i t u d d e o r i e n t a c i ó n e m p í r i c a c o n

el f in de que sea concebible , s i no aceptable , es te

c o n s t a n t e c o m e r c i o d e a b s t r a c c i o n e s p a r a u n p ú -

b l i co br i t án ico , Car ly le no obs tan te combate es ta

a c t i t u d , p o r q u e t i e n d e a c o a g u l a r s e e n u n a c o s -

t u m b r e , y c o m o " h a c e m o s t o d o p o r c o s t u m b r e ,

inc luso c ree r" , con t inúa c i t ando l a obra de su hé -

roe: "No, pues, ¿qué es la f i losofía en todas partes

s i n o u n a b a t a l l a c o n t i n u a c o n t r a l a c o s t u m b r e ,

u n i n t e n t o s i e m p r e r e n o v a d o d e

  trascender

  la es-

f e r a d e l a c o s t u m b r e c i e g a , y c o n v e r t i r s e a s í e n

Trascenden ta l ? " (p . 206) . Es t e t r a scenden ta l i smo

e s t á e n r e a l i d a d d e s t i n a d o a v i g i l a r l o q u e e s t a -

m o s h a c i e n d o l o s s e r e s h u m a n o s , y , s i b i e n c o n

u n a o r i e n t a c i ó n h a c i a l a e x p e r i e n c i a , d e b e m o s

no obs t an t e se r capaces de d i s t anc i amos de aque -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 344/395

342 APÉNDICE

I lo en lo que par t ic ipamos, con e l f in de ser capa-

ces de p rocesa r l a expe r i enc i a mi sma .

L a v i d a d e T e u f e l s d r ò c k h i l u s t r a e s t a p r e t e n -

s i ó n p r e d o m i n a n t e , p o r q u e l o q u e s u c e d e a u n i n -

d iv iduo l l eva mucho más conv icc ión que l a mera

exposición de un sistema f i losófico. El mismo Teu-

fe l sdròckh , aunque es e l cons t ruc tor de l a f i loso-

f í a d e l a r o p a , n o o b s t a n t e g u a r d a s u s r e s e r v a s

a c e r c a d e l a s a b s t r a c c i o n e s q u e d e m a n e r a a l g u -

na se re lac ionen con e l domin io de l a v ida . S i se r

t rasc en de nta l im pl ica v ig il a rse u n o m ism o, el t r a s -

c e n d e n t a l i s m o a l e m á n s e c o n v i e r t e e n t o n c e s e n

u n i n s t r u m e n t o p a r a p r o c e s a r l a s e x p e r i e n c i a s ,

como se e jempl i f i ca con l a v ida de Teufe l sdròckh .

Una v ida a s í se conv ie r t e en l a encamac ión de l a

m a n e r a e n q u e p u e d e n t r a d u c i r s e l a s d i v e r s a s

cu l tu ras en t re s í .

E l h e c h o d e d e s t a c a r e s t e p r o c e s o e n t é r m i n o s

d e u n a v i d a i n d i v i d u a l e s u n d e s c e n d i e n t e d e l

r o m a n t i c i s m o , q u e e l e v a b a e l y o a l a c a l i d a d d e

raz ón de se r de todo . Lo qu e de sa ta es ta nece s idad

d e t r a d u c i r c u l t u r a s e n t r e s í e s d e n u e v o e l m o -

m e n t o d e c r i s i s q u e e x p e r i m e n t a T e u f e l s d r ò c k h

cuando se desp l aza de l a e t apa de l  No

 duradero ,

p a s a n d o p o r e l

  Cen tro de indiferencia ,

  a l  Sí

 du-

radero (curs ivas de l autor) . Al pr inc ipio , "e l uni -

v e r s o " e r a p a r a é l " c o m o u n e n o r m e a c e r t i j o d e

la Esf inge" , de l cua l sab ía " t an poco [ . . . ] no obs-

t an t e hay que desc i f r a r l o o se r devorados po r é l " .

Y c o n t i n ú a : " E n r a y o s c a r m e s í d e i n e x p r e s a b l e

g r a n d e z a , s i b i e n a s i m i s m o e n l a n e g r u r a d e l a

o s c u r i d a d , l a V i d a , p a r a m i P e n s a m i e n t o d e m a -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 345/395

APÉNDICE 343

s iado pr imi t ivo , se desa r ro l l aba . Yac ía en mí una

e x t r a ñ a c o n t r a d i c c i ó n , y d e m o m e n t o n o c o n o c í a

su so luc ión" (p . 102) . Es ta s i tuac ión hunde a Teu-

f e l s d r ó c k h e n u n a c r i s i s , y , m u c h o a n t e s d e q u e

Plessner y Lacan desc r ib iesen l a pos ic ión descen-

t r a d a d e l s e r h u m a n o , ' ® h i z o e l c o n t u n d e n t e c o -

m e n t a r i o   " S O M O S . . .  no sabemos qué" (p . 43) . Es ta

sepa rac ión en t r e se r y no sabe r qué se e s cons t i -

tuye e l fundamento de l a c r i s i s de Teufe l sdróckh ,

que se desa r ro l l a ha s t a se r una dua l i dad ca s i i n -

c o n t r o l a b l e : " E s d e b i d o a q u e e x i s t e u n I n f i n i t o

en é l , e l cua l con toda su as tuc ia no puede en te -

r rar ba jo lo F ini to" (pp. 151-152) .

Es t a c r ec i en t e conc i enc i a de que é l e s t ambién

e l o t ro de s í mismo desa ta l a neces idad de reso l -

ve r l a dua l idad a l t r aduc i r l a s pos ic iones descen-

t r a d a s e n t r e s í. De es te in te n to su rg e la filosofía

de l a ropa , cuya esenc ia p r inc ipa l no es una espe-

culación f i losófica , s ino un intento de abordar "sus

Wirken,

  o Inf luencias" (p . 40) . Esta a tención en e l

efec to que la f i losof ía de la ropa es tá dest inada a

e j e rce r su rge de l a expe r i enc i a de Teufe l sd róckh

de que su prop ia v ida l e pa rece impene t rab le , se -

gú n se m an i f i es ta en su c ri s i s y, en co nse cu en c ia ,

n o h a d e s e r e x p l i c a d a n i c o m p r e n d i d a , s i n o d o -

m i n a d a . E s t a d o m i n a c i ó n t i e n e u n a r e f e r e n c i a

Véase Helmuth Plessner, "Die anthropologische Dimen-

sion der Geschichtlichkeit", en Hans Peter Dreitzel (ed.).  Sozia-

ler Wandel: Zivilisation und Fortschritt in der soziologischen

Theorie,  Neuwied, Luchterhand, 1972, p. 160; y Jacques La-

can, Écñts,  París, Éd ition s du Seuil, 1966, pp. 93 -94 y 97. [Edi-

ción en español:

 Escritos,

  M éxico, Siglo XXI, 1 984.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 346/395

344 APÉNDICE

d u a l : p o r u n a p a r t e , l a p r e n d a m o l d e a l o q u e c u -

bre , y , por o t ra , l a p renda e je rce un e fec to en l a s

c o n d i c i o n e s s o c i a l e s e n q u e s e m u e s t r a . E n u n a

"soc iedad [ . . . ] t an buena como ex t in ta" , en l a que

"la IGLESIA [se ha] quedado sin discurso, por obe-

s ida d y apo ple j ía , el  E S T A D O  reduc ido a una Of ic ina

de Pol i c ía , en apuros pa ra cobra r" (pp . 184-185) ,

la filosofía de la ro p a , de a c u e rd o co n el edi tor , de-

b e e s t i m u l a r " e n n o s o t r o s u n a a u t o a c t i v i d a d , q u e

es e l me jor e fec to de cua lqu ie r l ib ro" (p . 21) , Ex-

hor ta r a l a au toac t iv idad s ign i f i ca cambia r l a ropa

gas tada , y es te des hac erse su bs ecu en te de l a soc ie -

d a d e s a l m i s m o t i e m p o u n r e v e s t i m i e n t o d e s u s

ma le s , po rque l a s p rendas moldean l o que de o t r a

m a n e r a es i m p e n e t r a b l e y, p o r e n d e , i n t e r c a m -

b i a b le p o r u n m o l d e m á s a d e c u a d o .

La v ida de Te ufe l sd ròck h es ú t i l co m o e l em ble -

m a v i v i e n t e d e e s t e r e j u v e n e c i m i e n t o p e r p e t u o .

E l Centro de Indiferencia  es la ca ja ne gr a de su pro -

pia v ida , un abismo que se abre ent re su es tar v ivo

y su no saber qué s igni f ica v iv i r . Este

  Centro

  ina l -

ca nz ab le qu e lo d iv ide de s í m is m o de sa f ía l a cog-

n i c ión y a s í se t r aduce en ac t i v idad , a l imen tando

el  No  e n u n  Sí  e n c i e r n e , c u y a r e t r o a c c i ó n h a c e

q u e e l  No  s e d e s v a n e z c a ; e s t a e v a p o r a c i ó n a s u

v e z a l i m e n t a l a f u e r z a d e c o n v i c c i ó n h a c i a e l

  Sí.

L a v i d a d e T e u f e l s d r ò c k h o f r e c e u n a i l u s t r a c i ó n

vivida de qu e inc luso u n a vida individual es tá m ar -

c a d a p o r u n a c a j a n e g r a q u e p u e d e p r o y e c t a r s e

c o m o u n e s p a c i o v a c í o , u n e s p a c i o i n t e r m e d i o o

u n  Centro de Indiferencia  c u y a i m p e n e t r a b i l i d a d

da o r igen a e sp i r a le s r ecu r s ivas de ca rá c t e r h u m a-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 347/395

APÉNDICE 345

no . Así, la v ida h u m a n a ref le ja la es t ru c tu ra m ism a

de l a cua l su rge l a cu l t u ra . No obs t an t e , Ca r ly l e

no de ja n inguna duda de que e l yo e levado que se

h e r e d ó d e l r o m a n t i c i s m o t i e n e q u e t r a n s f o r m a r -

se en un hé roe que a t e s t i güe que só lo un i nd iv i -

d u o s o b r e s a l i e n t e e s c a p a z d e s o p o r t a r l a c r i s i s

t r aduc i éndo la a un domin io de l a v ida .

La ex p er ien ci a de la cris is d a o rig en a la filosofía

d e l a r o p a p a r a p r o c e s a r l a v i d a h u m a n a , c u y a s

bases es tán ocul tas a la penet rac ión cogni t iva . Tan

inaseq u ib l e a l a co m pr en s ió n e s t á l a v ida co m o lo

está la cul tura , que a l f ina l se mani f ies ta como un

domin io de l a v ida . En p roporc ión a l a c r ec i en t e

c o n c i e n c i a d e q u e l o s s u p u e s t o s f u n d a m e n t o s d e

la v ida y la cu l tu ra e s tá n ex pu esto s a la e ro sión , es

ne ces ar ia u n a rep ara c ió n, y es to n o s igni f ica ya in-

t e r c a m b i a r u n c o n j u n t o d e f u n d a m e n t o s p o r o t ro .

Más b ien , l a v ida y l a cu l tu ra t i enen que remode-

larse : en e l caso de Teufe lsdróckh, con la e labora-

ción de la filosofía de la ropa; en el de Carlyle, al di-

señ a r el d i scu r so t r ansc u l tu ra l de

  Sartor Resartus.

E n t a n t o p r e d o m i n e l a c o n v i c c i ó n d e q u e u n a

c u l t u r a d e s c a n s a e n b a s e s s ó l i d a s , n o s u r g i r á l a

neces idad de un d i scu r so t r anscu l tu ra l , pues pa ra

una au toeva luac ión a s í de l a cu l t u ra un d i scu r so

t r ans cu l tu ra l só lo s ign i fi ca u n a i n t ru s ión fo rá ne a .

S in em barg o , el he cho m i sm o de qu e s i em pre e s t é

e n c u r s o u n a a s i m i l a c i ó n , i n c o r p o r a c i ó n o a p r o -

p i a c i ó n m u t u a d e c u l t u r a s i l u s t r a l a s e x i g e n c i a s

que deben sa t i sfacerse . No obstante , es te comerc io

m u tu o e s en el m e jo r de l o s ca sos u n a r ep a ra c ió n

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 348/395

346 APÉNDICE

de l o que se e ros ionó o se pe rd ió , y no con t r i bu -

y e d e m a n e r a s u s t a n t i v a a u n a r e v i t a l i z a c i ó n d e

lo que se desechó .

Un d i scu r so t r anscu l tu ra l e s d i s t i n to de l a a s i -

m i l a c i ó n , i n c o r p o r a c i ó n o a p r o p i a c i ó n , t o d a v e z

q u e o r g a n i z a u n i n t e r c a m b i o e n t r e c u l t u r a s e n e l

cua l l a s cu l t u ra s en cues t i ón no pe rm an ece n co m o

an te s . Una cu l t u ra ex t r aña no só lo se i nv i e r t e en

una conocida, s ino, como en la f i losofía de la ropa,

s e e f e c t ú a u n m o l d e a d o y r e m o l d e a d o m e d i a n t e

e l d i scurso . Antes que nada , l a cu l tu ra ex t raña se

m o d e l a e n c o n d i c i o n e s q u e e s t a b l e c e l a c u l t u r a

recep to ra y dev i ene a s í de sconoc ida . Es t e de sco -

no c im ien to se deb e a lo s t é rm ino s que se im po ne n

en l a o t r edad pa ra su r ecepc ión , como e l t r a scen -

d e n t a l i s m o a l e m á n e s t á d e s t i n a d o a r e s u c i t a r l a

c u l t u r a m o r i b u n d a d e l

  laissez-faire.

  Éste es e l ser-

v ic io que se ha de proporc ionar de ca ra a l a c r i s i s

qu e su rg ió en u n a soc i edad ag r í co la su m erg ida en

u n a p r o d u c c i ó n i n d u s t r i a l . E n e s t a t o m a d e l p o -

d e r d e l t r a s c e n d e n t a l i s m o a l e m á n s e r e a s i g n a n

s u s a b s t r a c c i o n e s m i s m a s . Ya n o c o n f i g u r a n y d e-

l i m i t a n l a s m a n i f e s t a c i o n e s d e l E s p í r i t u e n s u

t r áns i t o hac i a l a consecuc ión de conc i enc i a de s í

m i s m o , s i n o q u e s e t r a n s f o r m a n e n h e r r a m i e n t a s

p a r a p r o c e s a r u n a c u l t u r a e n v u e l t a e n c r i s i s q u e

y a n o e s c a p a z d e e n f r e n t a r l a s i t u a c i ó n p o r s u s

p r o p i o s m e d i o s . P o r t a n t o , e l t r a s c e n d e n t a l i s m o

no se as imi la n i es obje to de apropiac ión, s ino que

se "v i s t e " de mane ra que su r emoldeado s i rve pa -

r a l a a u t o r r e g e n e r a c i ó n d e u n a c u l t u r a d e o r i e n -

t ac ión empí r i ca .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 349/395

APÉNDICE 347

E s n e c e s a r i a a l g u n a c l a s e d e e l a b o r a c i ó n p a r a

aco m od ar el t r a scend en ta l i sm o a u n p ropó s i t o ta l,

con e l fin de ha ce r v iab le su t ran sm is ib i l ida d . P or

tan to , e l ed i to r se bur la de l a s re to rc idas abs t rac -

c iones de es te "caos escr i to" . S in embargo, e l sen-

t i d o d e c o m e d i a q u e i m p r e g n a a  Sartor Resartus

d e m a n e r a e x t r a ñ a p i e r d e s u e f e c t o s i e m p r e q u e

alcanza su obje t ivo , inval idando las reacc iones ha-

b i t u a l e s a n t e l a s a b s u r d a s m e d i t a c i o n e s d e l a f i -

l o s o f í a a l e m a n a . L a c o m e d i a f r u s t r a d a d e v i e n e

una t r ayec to r i a a l o l a rgo de l a cua l l a s abs t r ac -

c i o n e s , d e o t r o m o d o i n a d m i s i b l e s , s o n c a p a c e s

de t ransi ta r .

L a s o p e r a c i o n e s d e e s t e d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l

se rea l izan en espi ra les ; a l ec l ipsar las carac ter í s-

t i c a s convenc iona l e s de l a s cu l t u ra s en cues t i ón ,

a l imen tan l a c r i s i s de una soc i edad desechada a l

t r a s c e n d e n t a l i s m o , y m e d i a n t e l a r e t r o a c c i ó n e n -

l azan l a au toac t i v idad con e l empi r i c i smo . Es t a s

e s p i r a l e s o p e r a n d e m a n e r a c o n c é n t r i c a , c o n v i r -

t i endo as í l a ca ja negra en t re cu l tu ras en un d ina-

m i s m o , a l e x p o n e r a c a d a u n a a s u o t r e d a d , l o

c u a l d a p o r r e s u l t a d o e l d o m i n i o d e d i c h o d i n a -

m i s m o . Al r e s p e c t o , el d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l e s

un med io de l a au to r r egene rac ión de cu l t u ra s mu-

t u a m e n t e s u s t e n t a d a y o f r e c e u n a o p o r t u n i d a d d e

e x t e n d e r s u p e r i o d o d e v i d a . C o m o i m p u l s o r d e l

cam bio , el d i scu r so a te s t i gua que n in gu na cu l t u ra

se basa en s í misma , lo que se cor robora en espe-

c ia l por e l despl iegue de mi to logías que se invoca

c u a n d o d e b e n s u s t a n c i a r s e l o s s u p u e s t o s f u n d a -

m e n t o s d e u n a c u l t u r a .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 350/395

348 APÉNDICE

E l e n t r a m a d o d e c u l t u r a s q u e s e p r o d u c e m e -

d i a n t e u n d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l r e p r e s e n t a u n a

cu l tura en té rm ino s de la o t ra . El t rasc end enta l i s -

m o a l e m á n s e o r g a n i z a e n t é r m i n o s d e l e m p i r i -

c i smo br i tán ico , y v iceversa . Es ta representac ión

i m p i de que una c u l t u r a dom i ne a l a o t r a , y e s t a

o r g a n i z a c i ó n m u t u a i m p l i c a a l m i s m o t i e m p o

una suspens ión de los marcos de re fe renc ia con-

cern ien tes a l as cu l turas condensadas . S i los c r i -

t e r i o s e m p í r i c o s gu í a n l a a s unc i ón a l pode r de l

t r a scenden ta l i smo a l emán , se ap l i ca un con jun to

a j e n o d e r e f e r e n c i a s q u e t a n t o r e d u c e c o m o e n -

gran dec e las carac ter ís t icas de l t rasce nd enta l ism o.

S uc e de a l go s i m i l a r c on e l e m p i r i c i s m o c ua ndo

e s e l t r a s c e nde n t a l i s m o e l que o f r e c e s u s c r i t e -

r i o s . Es t a r e c i p roc i da d r e pe rc u t e e n e l d i s c u r s o

t ranscu l tu ra l .

Con la suspen s ión de las re fe ren c ias t rad ic iona-

les, h a n de establec erse n uev as, lo cu al reviste u n a

gran d i f i cu l t ad en v i s t a de que l a r ep re sen tac ión

m u tu a de cul turas las expone a l cam bio. El cam bio

pa rece necesa r io , en t an to se desmorona l a an t i -

gua or ien tac ión de la cu l tura respec t iva y no s i r -

ve más como gu ía pa ra en f ren ta r l a c r i s i s . La f i -

losof ía de la ropa da una impres ión muy c la ra de

esta s i tuación. Teufe lsdróckh escr ibe :

La vista alcanza el sen o de la vacía P rofundidad, y es-

tás solo con el Universo, en silente comunión con él,

como una Presencia misteriosa con otra. ¿Quién soy,

qué es este Yo? ¿Acaso una Voz, un M ovim iento, un a

Apariencia; alguna Idea enca m ad a, visualizada en la

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 351/395

APÉNDICE 349

Mente Eterna?  Cogito, ergo sum.  ¡Ay, pobre Cognos-

cedor, esto no s lleva por una ruta m uy breve [p. 41].

Cuando se inva l idan los marcos he redados , e l

d i s c u r s o t r a n s c u l t u r a l t i e ne que e s t a b l e c e r s u

prop ia d i rec t r i z , y e s t e e s fue rzo e s pa rad igmá t i -

co de l d i scurso t ranscul tura l en genera l . No pue-

d e i n t e r c a m b i a r s e u n m a r c o d e r e f e r e n c i a p o r

ot ro; en cambio, deben es tablecerse múl t ip les re-

ferencias con el f in de ofrecer la orientación sufi-

c i e n t e t a n t o pa ra r e m e d i a r l a c r i s i s c om o pa ra

cont ro la r e l cambio . Por t an to , t i enen que explo-

r a r s e ru t a s de r e f e r e nc i a y c one c t a r s e c on c a de -

nas de modos de re fe renc ia ca l e idoscòp icamente

ca m bi an tes . ̂ ^

La fi losofía de la ropa de Teufelsdròckh inicial-

m e n t e e s t á de s t i na da a de s i gna r e l t r a s c e nde n -

t a l i smo a l emán . S in embargo , e s t a misma deno-

m i n a c i ó n s e e m p l e a p a r a e j e m p l i f i c a r c ó m o h a

de m oldearse la p las tic idad h um an a . El cam bio de

re fe renc ia s co n t inú a c ua nd o e s t a e jemp l if icac ión

en pa rt icula r sirve co m o expresión de la m an er a en

que ha de aborda rse una c r i s i s . La des ignac ión ,

e jempl i f icac ión y expres ión no es tán a tadas ya a

u n m a r c o d e r e f e r e n c i a p r e d e t e r m i n a d o d e n t r o

del cual e jerzan su fun ció n. M ás bien es tán hec has

pa ra sus t i t u i r se en t re s í , y e l i n t e rcambio sub-

  Respecto de la noción y la función de rutas o cadenas de

re f eren c i a , véas e Ne l s on Good m an ,

  Of M ind and Other M at-

ters,

  Cambridge, Harvard Univers i ty Press , 1984, pp. 54-71.

[ E d i c i ón en e s p añ o l :  De la mente y otras materias,  Madrid,

Visor, 1995.]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 352/395

350 APÉNDICE

s igu ien te de sus modos re fe renc ia le s p roduce l a

direc t r iz m ism a de acu erd o con la cual e l discurso

t ranscul tura l desarro l la sus operac iones . En con-

secuenc ia , una cul tura des igna a lgo en o t ra para

ejem plificar lo qu e no pu ed e ver la cu l tura en cues-

t ión, y de es te modo puede convert i rse en una ex-

pres ión de cóm o es la cu l tura y po r qué — en vis ta

de eso que es— es probable que desaparezca . La

de s igna c ión de una c r i s i s pue de e n tonc e s t a m-

bién co nver t i r se en u n a e jem pl i ficac ión de l reme -

dio , que a su vez puede dar expres ión a la o t ra

cu l tu ra invocada . Y a l hace r lo , des igna a lgo en

esa cu l tu ra an te lo cua l l a cu l tu ra misma pa rece

estar ciega.

U n d i s c u r so t r a nsc u l t u ra l de e s t e modo t i e ne

qu e pr od uc i r su pro pia re fe renc ia l idad , qu e es in-

dispensable , en tanto ta l discurso sólo opera den-

t ro de la referencia , no más a l lá . El único control

p o r ejercerse so bre el estab lecim iento d e su p ro pia

re fe ren c ia l idad es el re f le jo m u tu o de las cu l turas

en cues t ión , y e s to hace de l d i scurso t ranscu l tu -

ra l u n esce na rio en e l qu e se rep re se n tan diversas

c u l t u ra s e n c ond i c ione s mu tua me n te a j e na s . U n

discurso que l ibere su control referencia l de cual-

quie r marco de re fe renc ia prede te rminado, con e l

f in de generar su propio control mediante e l cons-

tante cambio de modos de re fe renc ia , supone ca-

racterísticas estéticas. Sin embsirgo, lo que le impi-

de convert irse en u n a ob ra de ar te es su na tura le za

anfiból ica , según se manif ies ta en su dual idad in-

he ren te . Re presen ta u n re fl e jo m u tu o de cu l tu ra s

y desap a rece cu an do h a fo r j a do ya l a t r an s fo rm a-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 353/395

APÉNDICE 351

c i ó n d e l a s c u l t u r a s p a r t i c i p a n t e s . E s t o d e s t a c a

s u c u a l i d a d c o m o c a t a l i z a d o r , l o q u e s e s u b r a y a

al final de

  Sartor Resartus:

  " E l p r o f e s o r T e u f e l-

sd róckh , que se sepa , ya no e s t á p re sen t e en fo r -

ma v i s ib l e en  Weissnichtwo,  s i n o d e n u e v o t o d a

su apar ienc ia es tá pe rd ida en e l e spac io" . E l ún i -

co ra s t r o q ue de jó es su ú l t im a f ra se : "Es geh t an "

(Está comenzando) (p . 236) .2o

D E T A L L E S D E L D I S C U R S O P A T E R I A N O :

M O D O S D E T R A D U C I B I L I D A D

En la ac tua l idad, los textos de Wal ter Pa ter no se

c o n s i d e r a n y a " e l d e s c u b r i m i e n t o d e u n e v a n g e -

lio , d e u n a n u e v a f o r m a d e v i d a " , c o m o lo h iz o

Logan Pea r sa l l Smi th . Voces como l a s de Yea t s ,

q u e s o s t e n í a n p a r a s í y s u s a m i s t a d e s q u e " b u s -

c a m o s c o n s c i e n t e m e n t e e n P a t e r n u e s t r a f i l o s o -

fía",  h a n ca ído en e l s i lenc io .  Marius the Epicu-

rean,  q u e G e o r g e M o o r e d e c l a r a b a q u e e r a " e l

l ibro a l que debo e l ú l t imo templo en mi a lma" ,^^

Moore hace hincapié en el compromiso de Carlyle respec-

to de la acción: "La acción no sólo despeja la duda rel igiosa,

crea la fe y la felicidad y, en form a de labor, crea ord en y creen-

cias e n un a soc ied ad dinám ica", "Carlyle's 'Conversion'", p. 674.

Logan Pearsall Smith,

  Reperusals and Recollections,

  Lon-

dres, Constable, 1936, p. 67.

Ci t ad o en E d m u n d Wi l s on ,

  Axel's Castle: A Study in the

Imag inative Literature of 1870-1930,

  Lon dres , Co l l ins , 1961,

p. 34. [Edición en español:

  El castillo de Axel. Estudios sobre

literatura imaginativa,

  Ba rcelon a, Versal , 198 9.]

George Moore ,  Confessions of a Young M an,  Londres ,

Heinemann, 1952, p. 139.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 354/395

352 APÉNDICE

no o f rece ya e l despe r t a r e sp i r i t ua l que é l c re í a

h a b e r e x p e r i m e n t a d o . Y e s m á s q u e d u d o s o q u e

aún pueda rec lamar va l idez la declarac ión del c lé-

rigo anglicano J . A. Hutton en 1906:

Existe una época, y en nuestros días entre la gente

educa da ha llegado a ser casi una ép oca necesaria,

en la que los textos de Pater son capaces de definir

nuestros problemas ante nosotros mismos, y , de

alguna manera, de enfrentarlos, como ningún otro

escritor que yo conozca puede hacerlo con igual dis-

cernimiento.^'^

D u r a n t e u n a s c u a n t a s d é c a d a s d e s p u é s d e s u

fa l lec imiento . Pa te r d i s f ru tó de una recepc ión un

tan to enc on t rad a en re lac ión con la gu ía que of re -

c ió para vivi r en un mundo en e l que " todos es ta-

m os sen tenc iados a m uer t e , pe ro con u n a e spec ie

de indul to  i n d e f i n i d o " , ^ ^  así co m o pa ra vigilar el yo

qu e tuvo que "arder s iem pre con su flama prec io sa

e in tensa" (p . 236) . La c rec ien te d i s tanc ia empe-

queñec ió sus logros , como de te rminó Ches te r ton ,

quien aún sostenía con c ier ta sol idar idad que "Pa-

t e r b i en pudo de fende r un re sumen sus t anc ia l de

l o s e s t e t a s " . F u e e x a c t a m e n t e d i c h o " r e s u m e n "

lo que T . S . E l io t t an to impugnó como degradó :

J. A. Hutton,

  Pilgrims in the Religion of Faith,

  Edimbur-

go, Oliphant, Anderson, and Ferrier, 1906, pp. 66 y ss.

Walter Pater,  The Renaissance: Studies in Art and Poetry,

Londres, Macmillan, 1919, p. 238. [Edición en español:

 El Re-

nacimiento. Estudios de arte y poesía,

  Barcelona, Iberia, 1954.]

G. K. Ch esterton,  The Victorian Age in Literature,  Londres,

Oxford University Press, 1966, p. 28.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 355/395

APÉNDICE 353

El ejercicio correcto del "arte en bien del arte" fue la

devoción de Flaubert o Henry James; Pater no está

con ellos, sino más bien con Carlyle y Ruskin y Ar-

nold, si existe alguna distancia debajo de ellos. M a-

rius es significativa sobre todo co m o recordatorio de

que la religión de Carlyle o la de Ruskin o la de Ar-

nold o la de Tennyson o la de Browning, no basta.

Representa, y Pater representa de manera más defi-

nitiva que Coleridge, de quien escribió las palabras,

"ese inagotable descontento, languidez y nostalgia

[.. .] cuyas cuerdas resuenan en toda nuestra litera-

tura moderna".

Los textos de Pater no se ven ya como un evan-

gelio, y lo q u e solía ser u n a filosofía q u e al u m b ra se

e l camino se desvanec ió en la fa t iga de los anhe-

l o s i n a s e q u i b l e s . E s t a r e c e p c i ó n c a l e i d o s c ò p i c a -

men te cambian te s eña la que Pa te r e ra v i s to sob re

t o d o c o m o r e p r e s e n t a n t e y a s e a d e l e s t e t i c i s m o

que defendía o de la re l ig ión secu la r que no con-

s iguió a lcanzar .

E s t a f o r m a d e c o n s i d e r a r a P a t e r l o r e l e g ó d e

mane ra inev i t ab le a l pa sado y lo conv i r t i ó , en e l

m ej o r de los casos , en e l v ivo e je m pl o de las pre o-

c u p a c i o n e s q u e c a r e c í a n y a d e i m p o r t a n c i a . S i n

em barg o , m ien t ra s t an to , e s t as m i sm as eva luac io -

nes devinieron el las mismas his tóricas , en especial

en tan to se ce n t ra ro n en fo rm a tan exc lusiva en lo

que Pater defendía . El hecho de pr iv i legiar la idea

  T. S. Eliot,

  Selected Essays,

  Lo ndre s , Fab er and Faber ,

1951, p. 443. [Edición en español:

 Ensayos escogidos,

  México,

Univers idad Nacional Autónoma de México, 2000. ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 356/395

354 APÉNDICE

de l a r ep re sen tac ión e s s in tomá t i co de que l a r e -

c e p c i ó n d e u n p a s a d o e s t á d o m i n a d a p o r u n d e -

seo de c las if ica r, pe ro ta l p r ed o m in io s ep ara tod os

los de ta l les que desa f ía l a in tegrac ión en los mol -

des o rg an iza do res . En con secue nc ia , e s tos de ta l les

e s t á n d e s t i n a d o s a s u r g i r d e n u e v o c u a n d o c a m -

bie e l hor izon te de expec ta t ivas . Quizá ya no nos

in t e re se lo que r ep re sen taba Pa te r , s ino más b i en

l o q u e t a l v e z a n t i c i p ó , ¿ D e s p e j ó a l g u n a s d u d a s

de a lgo qu e no s pr eo cu p ab a , y, s i e s as í, h as ta qu é

g r a d o a b o r d ó p r o b l e m a s q u e s o n a c t u a l e s a h o r a ?

Hac ia e l f i na l de su ca r re ra . Pa t e r r e f l ex ionó

t a n t o e n l o s m o d o s c o m o e n l a s c a r a c t e r í s t i c a s

g e n é r i c a s d e l o s d i v e r s o s t i p o s d e d i s c u r s o q u e

pr ac t icó o a los cua les se op us o . E n

  Plato and Pla-

tonism  (P la tón y el p l a ton i sm o) l eemo s :

Poem a, tratado, ensayo: se ve ya que estos tres m éto-

dos de escritura no son meros accidentes literarios,

dependientes de la elección personal de tal o cual

escritor en particular, s ino necesidades de una form a

literaria, que se determina directamente mediante el

tema, en tanto corresponden a tres formas en esencia

distintas en las que la mente humana se relaciona

con la verdad. Si el verso premonitorio, estimulante

pero enigmático, es el veh ículo adecua do de intuicio-

nes entusiastas; si el tratado, con su ambiciosa varie-

dad de prem isas y con clusión , es la salida natural de

la autosuficiencia escolástica; y si la forma del ensa-

yo [es] el estilo literario necesario para una mente

para la cual la verdad mism a n o es sino un a posibili-

dad, asequible no com o con clusión general, sino m ás

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 357/395

APÉNDICE 355

bien como el efecto esquivo de una experiencia per-

sonal particular, para un a m en te que, al observar fiel-

mente aquellas luces fortuitas que encuentra en su

camino, ¿deben las necesidades contentarse con la

suspensión del juicio, al final de la jornada intelec-

tual, de la pregunta final mism a:

  Que sais-je?^^

Esta reñexión destaca una conciencia de la ma-

ner a en que la m od al idad m ism a del d iscurs o pre-

determina la forma en que se captura e l tema. S i

la re lac ión de la mente humana con la verdad de-

pende de la forma del d iscurso e legido, entonces

Pater p lanteó un problema que cobró impor tancia

en nuestro propio f in de siglo, a saber: lo que su-

cede en rea l idad duran te l a in te rpre tac ión . Pa te r

ofreció, casi en esencia , una anatomía de la inter-

pre tac ión , e , inc luso más impor tan te , p lasmó sus

ideas en sus propios textos , separándolas de es te

modo en una variedad de discursos operat ivos dis-

t intos. Tras con vert i r a la pr op ia in terp reta ció n en

un obje to de escrut in io y t ras ree laborar la mecá-

n i ca de l d i scu r so , Pa t e r adqu ie re una p re senc i a

s in precedente 100 años después de su muer te .

¿ P o r q u é a d q u i r i ó l a i n t e r p r e t a c i ó n t a n t a i m -

por tancia y hasta qué grado los d iversos t ipos de

d i scu r so pa t e r i ano enca rnan l a s e s t ruc tu ra s fun -

d a m e n t a l e s d e l a i n t e r p r e t a c i ó n q u e s ó l o h a s t a

ahora adver t imos? Toda in te rpre tac ión , no debe-

mos olvidarlo, t raduce algo a un regist ro dist into.

Walter Pater ,

  Plato and Platonism: A Series of Lectures,

Londres, Macmillan, 1920, pp. 175 y ss . [Edición en español:

Platón y el platonismo,

  Bu en os Aires, Em ecé , 1946 . ]

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 358/395

356 APÉNDICE

O, co m o lo exp resó Pa te r : "¡Bueno E n tod os los

id iomas par t i c ipa l a t raducc ión desde e l in te r ior

hacia e l

  e x t e r i o r " . ^ ^

  Si es to es c ier to , deb em os de-

ja r de d i r ig i r nues t ra a tenc ión a l as supos ic iones

sub yac entes y hac er lo ha cia e l espacio qu e se ab re

cuando se t raduce a lgo a ot ra cosa . Debido a que

todo ac to de in te rpre tac ión c rea es te espac io , su

in ten to se l l evará a cabo en la manera en que se

remonte es te espac io . S i l a in te rpre tac ión es so-

b r e t odo una f o r m a de t r a duc c i ón , e s c l a r o que

depende de lo que se t raduce, y Pater tenía plena

conciencia de es to cuando declaró que " los méto-

dos de escr i tura se [ . . . ] de te rminan d i rec tamente

m e d ia n te el tema".^®

La manera en que Pa te r prac t icaba la in te rpre -

t a c i ón c om o m odo de t r a duc i b i l i da d s e m ue s t r a

en sus dis t in tos "métodos de escr i tura" , que a su

vez se descar tan ent re s í de acuerdo con la forma

en que se hace f r en t e a e se e spac io in t e rmedio .

Lo que lo convier te en un e jemplo de las preocu-

paciones ac tuales es su rechazo de los axiomas y

de f in i c iones como pun tos de pa r t i da de l a i n t e r -

p r e t a c i ón ; p r e f i e r e m á s b i e n m e d i r l a d i s t a nc i a

que genera toda invers ión de a lgo en ot ra cosa , e

incorpora r d i cha d i s t anc i a a su p rop io d i scur so .

Walter Pater,

 Appreciations, with an Essay on Style,

  Lon-

dres, M acm illan, 1920, p. 34. E n su libro

 Plato and Platonism,

Pater ya expresaba su critica en contra de una clase de inter-

pretac ión que pretendía ser un monopol io cuando dec lara:

"El tratado como el instrumento de la filosofía dogmática co-

mienza con un axioma o una def inic ión", y es tá dest inado a

terminar en "un sistema de proposiciones", p. 188.

W. Pater,

  Plato and Platonism,

  p. 175.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 359/395

A P É N D I C E 3 5 7

Es de lo más so rprenden te obse rva r e s to en una

de sus ú l t ima s obras ,

  Plato and Platonism,

  que Pa-

te r cons ideraba e l mejor de todos sus tex tos .^^ La

expos ic ión bas tante s i s temát ica de la f i losof ía de

Pla tón y sus an teceden tes se p resen ta en una fo r -

m a que ex t r añ am en t e s e de s v ía de cua l qu i e r "m é-

todo de escr i tura" f i losóf ico, como el t ra tado, so-

b r e el cua l Pa te r r e f lex iona en su p res en tac ió n de

la f i losof ía de Platón. Consideraba que el arsenal

f i losófico de escri tura no era el ideal para esta em-

presa, en especial porque en "la his tor ia de la f i lo-

s o f í a no hay com i enzos abs o l u t o s " , y l o que s ea

qu e se to m e p o r d icho co m ien zo ya sea qu e se des-

l ice ha c ia a t r á s com o "prev i s iones" o r esu l t e n ad a

m ás que un concep t o abs t r ac t o que s e i den t i f i que

con un s upues t o

  o r i g e n . ^ ^

  g j

  Q\

  or igen es inasequi -

ble , todo s nu est ro s con cep tos qu e eng lob an a ot ros ,

com o "o r gan i s m o y am b i en t e , o qu i zá p r o t op l a s -

ma , o evo luc ión , o e l

 Zeitgeist

  y s u s ac t i v i d ade s ,

pu ed en , a su vez, l legar a pa rec er ta n fa l to s de v ida

y tan in to lerables" (p . 154) . S in n ingún marco de

r e f e r e n c i a p r e d o m i n a n t e a l a m a n o , s i n a x i o m a s

n i de f in i c iones con l a s cua les comenzar , l a i n t e r -

p re t ac ión que Pa te r e fec túa r espec to de P la tón se

en f r en t a a l a d i s t anc i a en t r e e l aho r a y e l en t on -

ces , ent re un f i losofar f ragmentar io , mi tológico, y

l a concep t ua l i z ac i ón s i s t em á t i ca , y a s i m i s m o en -

t r e l os t ex tos de P la tón y e l o t ro r eg i s t ro a l cua l

P a t e r i n t e n t a t r a d u c i r l o s . A d e m á s , p a r a P a t e r e l

  Véase A. C. Benson,

  Walter Pater,

  Engl i sh Men of Letters ,

59 , Londres , Macmil lan, 1906, p. 162.

W. Pater,

  Plato and Platonism,

  p. 5.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 360/395

358 APÉNDICE

espacio abier to por la in terp re tac ión e nt re el tem a

y e l regis t ro a l qu e se t ra du ce n o pu ed e ya to car se

só lo por enc ima con a lguna noc ión o supos ic ión

abs t r ac t a , cuyo rec l amo de r ea l idad Pa te r nunca

apoyó. En consecuencia, e l espacio intermedio de-

mos t ró su ca rác t e r i namovib le , en e spec i a l por -

q u e t o d a s l a s t r a d u c c i o n e s p r o d u c e n u n a i n t r a -

ducibi l idad res idual que sólo se reduce en e l ac to

de la in terpre tación.

Consciente de que e l espacio que abre la in ter-

p r e t a c i ón m i s m a nunc a s e e l i m i na . P a t e r l o i n -

co rpo ró a su pro pio d i scurso .

Platón se explica, como decimos, o se interpreta, en

parte mediante sus predecesores y sus contemporá-

neos; pero en parte también por sus seguidores, por

la luz que sus posteriores af ines de pensamiento

irradiaron sobre el sentido consciente o inconscien-

te de su enseñanza [p. 193].

Así , P la tón es v i s to desde una var iedad móvi l

de pu n to s de vis ta , n i ng un o d e los cuales se equi-

para a su f i losofía , en tanto cada uno de el los es

dis t in to d e aqu el lo a lo qu e es tán d es t ina do s a di -

r igi rse . Es ta movi l idad de ángulos cambiantes es

indicat iva de que no exis te ninguna vis ta panorá-

m ica par a in te r pre ta r a P la tón , a quien no se con-

c ibe como re su l t ado de una evo luc ión hege l i ana

ni co m o cent ro de divulgaciones his tór icas im pre-

v i s ib les . En cambio , Pa te r inc luye en su propio

discurso las múl t ip les d i fe renc ias que d i s t inguen

a P la tón tan to de aque l los an te quien es reacc ionó

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 361/395

APÉNDICE 359

c o m o d e l p r o c e s a m i e n t o d e l a s i d e a s p l a t ó n i c a s

e n l a h i s t o r i a . L a s s u p o s i c i o n e s o m n i a b a r c a n t e s

se sus t i tuyen con l a ind icac ió n d e las d i f e ren c ias ,

q u e e s t á n e n v u e l t a s e n l a i n t e r p r e t a c i ó n m i s m a .

L as d i ve r sa s d i f e r enc i a s de s t acadas son man i f e s -

t a c i o n e s i n d i v i d u a l e s d e e s t e e n v o l v i m i e n t o , c o -

m o c o n s e c u e n c i a d e l o c u a l l a i n t e r p r e t a c i ó n d e

P l a t ón po r pa r t e de P a t e r s e de sa r r o l l a como un

d i s c u r s o d e m u c h o s n i v e l e s . U n d i s c u r s o a s í n o

s e e s t r u c t u r a m e d i a n t e u n p r i n c i p i o g u í a , s i n o

i n t e r f u s i o n a — p a r a e m p l e a r u n a d e l a s p a l a -

b r a s f a v o r i t a s d e P a t e r — s u s h e b r a s e n a p a r i e n -

c i a i n d e p e n d i e n t e s . E s t a i n t e r f u s i ó n a s u v e z n o

e s t á d e n i n g u n a m a n e r a d e t e r m i n a d a ; d e j a a b i e r -

t a l a i n t e r p e n e t r a c i ó n s u g e r i d a d e l o s d i v e r s o s

niveles.

D e s d e e l m i s m o p r i n c i p i o d e

  Plato and Plato-

nism,  P a t e r empl ea e s t e p r oced i mi en t o , que con-

forma la guía de su expos ic ión de la f i losof ía de

Pla tón:

Difícilm ente e s exagerado decir que en Platón, a pe-

sar de su maravilloso gusto de frescura literaria, no

hay nada por com pleto nuevo: o, mejor, com o en mu-

chos otros productos muy originales del genio hu-

mano, lo que es en apariencia nuevo es también an-

tiguo, un palimpsesto, un tapiz cuyos hilos ya han

sido útiles antes [...] Nada es nuevo, salvo el princi-

pio vital de cohesión; la nueva perspectiva, la com-

plexión resultante, la expresividad cuyos pensam ien-

tos conocidos logran mediante una yuxtaposición

novedosa. En otras palabras, la forma  es nueva. Pero

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 362/395

360 APÉNDICE

entonces, en la creación de literatura filosófica [. . .]

la

 forma,

  en el sen tido toral del térm ino, lo es todo, y

el solo tema es nada [p. 8].

El pal impses to des taca la es t ructura en niveles

en térm ino s de di ferencia e in terpenet ración . Tam-

bién c rea un doblez en ambos sent idos que seña-

la el diccionario: "doblar , sobreponer" y "el espa-

c io o hueco en la unión de dos par tes dobladas" .

Así , e l doblez alberga una inscripción dual : seña-

la a l mismo t i empo una sobrepos ic ión y un espa-

c io vac ío . Pa te r puso en operac ión es ta dua l idad

inherente en su in te rpre tac ión de P la tón median-

te u n d ob lad o co nt inu o de los niveles . Es te dob la-

m ien to no se l im i ta a u n a yux tapos ic ión de h eb ras

hi s tór icas , como se indicó a l pr inc ip io . En cam-

bio , Pa te r desar ro l la var iac iones s iempre nuevas

de la forma en que es te discurso de múl t iples ni -

ve l e s condensa r e fe renc ia s obv iamente d i spa res .

La fi losofía presocràtica está envuelta en la doc-

tr in a de Platón en la m ed ida en qu e Platón reaccio-

nó ante las doct r inas del movimiento, e l descanso

y los nú m eros . Lo que sus p redecesores pe nsa ron

es t á p resen te como un n ive l en e l p rop io pensa -

mien to de P la tón y a s í cond ic iona l a manera en

qu e las ana l izó . E l de saf ío y l a resp ue s ta co nfo r -

m a n l a f ó r m u l a de P a t e r pa r a c a p t u r a r e s t a r e -

lac ión , que t i ene en cuenta no só lo l a d i fe renc ia

ent re P la tón y los presocrá t icos , s ino también e l

espac io que se abre con la t ranspos ic ión de P la -

t ón a l o s p r op i o s t é r m i nos de c om pr e ns i ón de

Pate r . S i P la tón depende de lo que responde , en-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 363/395

APÉNDICE 361

ton ce s las diversas "influen cias" a las cua les es tab a

s u j e t o " l o h i c i e ron , i r r e m e d i a b l e m e n t e ( ¿ d i r í a -

mos?) , dua l i s ta" (p . 46) . De es te modo, l a dua l i -

dad se convie r te en e l se l lo d i s t in t ivo de P la tón

pa ra Pa te r , qu ien —al in t en ta r en tende r lo que

puede con l l eva r e s t a dua l idad— exp lo ra sus ma-

n i f e s t a c i one s , c a l e i dos c òp i c a m e n t e c a m b i a n t e s .

El Ser eterno, de Parménides, único e indivisible, se

difundió, dividió, resolvió, refractó , diferenció, en las

Ideas eternas [...] Fue como un recrudecimiento del

politeísmo en ese m undo abstracto; un re tom o de los

abundantes dioses de Homero, velado ahora como

nociones abstrac tas. Amor, Miedo, Confianza, etcéte-

ra [que] clasificaría la teoría platónica tan sólo como

una form a de lo que llama "animismo" [pp.

 168

 y ss.].

Lo que sol ía ser la noción abst rac ta de l Ser se

t raduce a una va r i edad de ideas d i fe ren te s que a

su vez se disuelven en un animismo que resurge ,

t raduc iendo de es te modo la d i fe renc ia onto lògi -

ca a t é rminos de percepc ión y exper ienc ia .

Sucede a lgo parec ido con los " universa les ' so-

crát icos, las no cion es de Just ic ia y s im ilares [que]

se convi r t i e ron , en pr imer lugar , en cosas por s í

mismas, en cosas rea les ; y en segundo, en perso-

na s , pa ra c onoc e r s e c om o de be ha c e r s e c on l a s

personas" (p . 166) . Este des l izamiento gradual de

los nobles un iversa les hac ia formas corpóreas no

supr ime la d i fe renc ia onto lògica , s ino que la in -

vier te mediante una imbricación de lo invis ible y

lo visible en la tangibi l idad. En cada uno de estos

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 364/395

362 APÉNDICE

casos , la dual idad se conserva , aunque e l espacio

vacío entre las abst racciones y las rea l idades , as í

como entre conceptos y personif icaciones , se e la-

bo ra n de m an er as d is t in tas . Es un a invers ión gra-

dua l en e l p r imer caso y una t ransmogr i f i cac ión

en e l segundo.

Esta misma dual idad, que marca la f i losf ía de

Pla tón como se presagia en Sócra tes , t iene su ho-

mólogo en la dupl ic idad de los sof is tas . Si Sócra-

tes , con to d a la s ing ular ida d de su pro pó si to , h a

sido [ . . . ] por const i tuc ión natura l un poder doble ,

u n a p a r ad o ja pe rso n i f i ca da (p. 87), l os so f i s t a s

son en p ar te la ca us a y todav ía m ás e l e fe c to

de l am b ie n te soc ia l (p . 107) en l a b ú sq u ed a de

sus objet ivos tan ambivalentes. Ser el efecto de la

causa propia hace que la dua l idad sea concént r i -

ca , y a ta l mani fes tac ión . P la tón , e l dua l i s ta , se

oponía . S in embargo, para Pa te r , es ta dupl ic idad

s i rve como un cont ras te para reduc i r l as sombras

de la du al id ad q ue é l cre ía que con st i tu ían e l pen -

samiento de P la tón . La dua l idad cont ra la dupl i -

c ida d de s t a c a l a t e nde nc i a ope ra t i va c ompe nsa -

toria en el carácter dual de Platón, que no se va a

l imi ta r a una separac ión , a una d iv is ión , a una

in te r re l ac ión g radua l , a un sombreado de opues -

tos ent re s í , n i a una condensac ión de lo que es

mutua me n te e xc luye n t e . M á s b i e n , c a da una de

e s t a s ma n i f e s t a c ione s a t e s t i gua que l a dua l i da d

pl ató n ica desafíe la con ceptual ización . N o es posi-

b l e r a s t r e a r n i n g u n a n o c i ó n p r e d o m i n a n t e p a r a

lo s e nvo lv imie n tos m ú l t i p l e s de m ov im ie n tos

a n t e r i o re s y c on t e mporá ne os de l a e spe c u l a c ión

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 365/395

APÉNDICE 363

griega" (p . 11) en e l d iscurso pla tónico, que es tá

sa lp i cado de e spac ios "vac íos" que seña lan l a

un ión de l a s pa r t e s dob ladas . E l dob lez e s una

indicac ión para Pa te r de que e l mismo Pla tón no

tocó sólo p or en cim a el espacio que lo sep ara ba de

s us p re de c e s o re s y c on t e m porá ne os c ua ndo —a l

re l a c i ona r s e c on e l l o s — fo rm u l a ba s u doc t r i na .

P l a t ón —s e gún s o s t i e ne P a t e r— i nc o rpo ró e s t e

e spac io a su p rop io d i scurso , y só lo a l des t aca r

ese procedimiento se logra "e l p ropós i to adecua-

do del estudio histórico, es decir , en real idad crí-

tico", de Platón (p. 11).

Se s ien te la t en tac ión de a f i rmar que Pa te r to -

mó la pauta para su propio d i scurso de lo que é l

cre ía que era la es t ruc tura de la doct r ina pla tóni-

ca. Al e n c a ra r el es pe jo de la h ist o ria a la filosofía

p la tón ica , su in t e rp re t ac ión pa rece dup l i ca r l a s

s upue s t a s p r e oc upa c i one s de l m i s m o P l a t ón . En

es ta fo rma P la tón se conv ie r t e t an to en un an te -

c e d e n t e c o m o e n u n c o n t e m p o r á n e o d e l o q u e

l legó después de é l , de l mismo modo en que é l

envolv ió a los presocrá t icos , a Sócra tes y a los

sof is tas. Las refere nc ias his tó r icas p res en tes e n e l

d i scurso de Pa te r de nuevo a lbergan una insc r ip-

c i ón dua l a l de s t a c a r y s a l va r s i m u l t á ne a m e n t e

las d i fe renc ias en t re P la tón y los hechos h i s tór i -

cos subsecuen te s . La inc lus ión de P la tón en lo

que en forma h is tór ica es tá más a l lá de é l y de l

mismo modo inc lu i r l a h i s tor ia subsecuente en la

doc t r ina p l a tón ica conv ie r t e e l e spac io in t e rme-

d i o e n una o s c i l a c i ón c on t i nua de l o a pa re n t e -

men te incompa t ib l e .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 366/395

364 APÉNDICE

E s t a o s c i l a c i ó n p r o d u c e c a r a c t e r í s t i c a s c a m -

b ian te s . En ocas iones a sume un pa t rón de conf i -

g u r a c i ó n y b a s e p a r a c o n t r a r r e s t a r l o s a s p e c t o s

de P la tón res pe cto d e aque l los de la h is tor ia , y vi-

ceversa . A veces as u m e u n a re lac ión en t re t em a y

ho rizo nte a l re ñe jar a Pla tón en e l esp ejo de la h is-

tor ia , en cuyo caso P la tón se convie r te en e l t e -

ma . O seña la e l g rado a l que las ideas p la tónicas

se h a n dis tors io na do , en cuyo cas o la h is tor ia será

el t em a . Es te cam bio en t re t em a y ho r i zon te pe r -

mite e l surgimiento del reverso,^^ ya sea median-

te una face ta de la doc t r ina de P la tón o mediante

u n inc ide nte h i s tór ico re lac ion ado . Y es te reverso

pu ed e se r u n a reve lac ión de a lgo que pe rm an ec ía

ocu l to o u n a t r ans fo rm ac ión de lo conoc ido cuan-

do queda ensombrec ido por lo que con an te r io r i -

dad ya había s ido ec l ipsado . Un buen e jemplo de

l a m a ne ra e n que s e i n t e ns i f i c a n l o s f e nóm e nos

es la yu xtap osic ión , p o r pa r te d e Pater , de las sen -

s ib i l i dades p l a tón ica y dan te sca an te l a l uz y e l

color:

Un asunto de forma y color muy vividos y presenta-

bles, como si hiciese visible lo invisible, esto también

complacía la fantasía en extremo visual de Platón;

como se puede observar, en muchas partes del Phae-

do,  el Phaedrus,  el  Jimaeus  y de m anera más notoria

  Al fred Schütz , en

  Das Problem der Relevanz,

  trad, de A.

von Baeyer , Francfort de l Meno, Suhrkamp, 1971 , pp . 30 y

ss . , 104 y SS-, y 145 y ss . , acuñó y elaboró los términos

  tema

y

  horizonte

  c o m o pareja que regula e l ca m b io de l cen tro de

atención.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 367/395

APÉNDICE 365

en el déc imo libro de La república,  donde narra la vi-

sión de Er, lo que vio del otro mundo durante una

suerte de muerte temporal. Se describen brevemen-

te ahí el Infierno, el Purgatorio, el Paraíso; éste en

especial con una sensibilidad un tanto dantesca ante

la luz de colores, luz física o espiritual, es difícil de-

cir cuál, tan perfecto es el sentido interior que se

mezcla con su homólogo visible, que recuerda viva-

m ente la

 Divina comedia,

  de la cual las páginas fina-

les de La república  sugieren un temprano esbozo.

Es ta cen t r a l i zac ión mutua de l a a t enc ión t r ans -

figura  La república,  i gua l qu e b a ñ a a l a  Divina

comedia

  c o n u n a l u m i n o s i d a d a p o l o n i a n a . S i e l

t e m a y e l h o r i z o n t e c o n f o r m a n u n p a t r ó n m u y

es t ab l e , a pe sa r de l a o sc i l ac ión que se da en t r e

e l los , l a condensac ión y l a sobrepos ic ión —ya sea

de h e b ra s p a g a n a s y c r i s t i a n a s o de l a filosofía

p la tó n ica y l a s qu e le s igu ie ron— con s t i tuyen u n a

osc i lac ión me no s con t ro lad a de l e spac io en t re P la -

tón y l a h i s to r i a . S in em ba rgo , el r ed uc ido con t ro l

d e l o q u e s e v a a e n c a m a r m e d i a n t e la c o n d e n s a -

c ión y la sob repo sic ión d e inc iden tes que son m u n -

dos apar te saca a l a luz ras t ros de lo inexpresab le

y a l m i s m o t i e m p o d a v o z a d i c h a i n e x p r e s a b i l i -

dad . Los ras t ros de es ta c lase t i enen una cua l idad

es té t i ca de f in ida , en espec ia l porque es tán con te -

n i d o s e n e l r e c e p t o r E l m i s m o P l a t ó n p a r e c e h a -

be r apo yad o es ta op in ión , pu es pa r a él (de acu erd o

con Pa t e r ) , e l a r t i s t a i dea l i nc remen ta " su pode r

W. Pater,

  Plato and Platonism,

  p. 69.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 368/395

366 APÉNDICE

m ed ia n te l a r e se rva , qu e e s exp resa r m á s de l o

qu e p are ce dec i r en rea l ida d (p . 281) . Y la im pl i -

cac ión de e s t a r e se rva Pa t e r l a en cu en t ra pe r so -

n i f i c ad a en e l a r t e de P in da ro , qu e reve la cu án to

pe rmi t e que una in t e l i genc i a b i en ins t ru ida s ea e l

r e c u r s o e n l a f o r m a d e r e l a c i o n a r e l p e n s a m i e n -

to (p. 283 ).

E n l a que e s v i r t ua l m e n t e l a ú l t i m a pá g i na de

su s e r i e de confe renc i a s , s a l en por comple to a l a

l uz l a s i m p l i c a c i one s que s ubya c e n e n l a p r op i a

i n t e r p r e t a c i ó n d e P a t e r d e  Plato and Platonism.

L o s m ú l t i p l e s d o b l e c e s q u e m a r c a n s u d i s c u r s o

es t án cod i f i cados dua lmen te . Por una pa r t e , a t e s -

t i g u a n q u e c a d a i n t e r p r e t a c i ó n a b r e u n e s p a c i o

ent re e l tema y e l regis t ro a l cual se t raduce e l te -

m a . P o r o t r a . P a t e r dob l a e s t e e s pa c i o de nue vo

hac ia su p rop io d i s cur so , que a s í adqu ie re múl t i -

p l e s dob leces y des t aca l os e spac ios vac íos en t r e

l a s pa r t e s dob ladas de l a s que su rg ió l a doc t r ina

de P l a tón , y t am bi én en t r e l os p ro p io s nue vo s do-

b leces que Pa te r e fec túa con P la tón en l a h i s tor ia

s ubs e c ue n t e . Ca da dob l e z e xp r e s a m á s de l o que

d ice , en t an to l a un ión de l a s pa r t e s dob ladas i n -

v i ta a r e l a c i on a r pe ns a m i e n t o s p a r a e l e s pa c i o

hu ec o que ha de l lena r se . Por t an to , la i n t e rp re t a -

c i ón de j a de s e r una e xp l i c a c i ón c ogn i t i va pa r a

s e r u n a c o m p r e n s i b i l i d a d g u i a d a . E s t o e x p l i c a

que Pater se opusiese a los s ixiomas y definiciones ,

a pa r t i r de l o s c ua l e s e l t r a t a do , c om o f o r m a de

in te rpre tac ión f i losóf ica , es tá des t inado a empe-

z a r . E n l u g a r d e s o b r e i m p o n e r s u p o s i c i o n e s s o -

b re e l t ema que s e va a i n t e rp re t a r —colon izando

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 369/395

APÉNDICE 367

as í e l e spac io que ab re t oda in t e rp re t ac ión como

ac to de t r aducc ión—, Pa t e r r emontó e s t e e spac io

a l insc r ib i r lo en t é rminos de dobleces múl t ip les a

su p rop io d i s cur so .

E s t e p r o c e d i m i e n t o p e r m i t e q u e e l r e c e p t o r

pa r t i c i pe e n l a e l a bo r a c i ón de l o que s e t r a duc e

en toda in te rpre tac ión . E l doblez , d i r í amos , es un

c o n c e p t o c o m p l e m e n t a r i o p a r a t o d o s l o s m a r c o s

de r e f e r e nc i a om n i a ba r c a n t e s , de o t r o m odo c on

t a n t a f r e c ue nc i a ope r a t i vos e n l a i n t e r p r e t a c i ón .

I nd i c a a de m á s que t oda t e r c e r a d i m e ns i ón e n l a

i n t e r p r e t a c i ó n s ó l o p r e d e t e r m i n a l o q u e d e v e r -

d ad h a de ex plo rars e en el p r i m e r caso. Y, p o r úl -

t imo, saca a la luz la in t raducibi l idad res idual que

p r oduc e e l a c t o m i s m o de l a i n t e r p r e t a c i ón . S i n

e m ba r go , e s t a i n t r a duc i b i l i da d r e s i dua l a l i m e n t a

el impulso de vencer lo que se res is te a la t raspo-

s i c ión hac i a un r eg i s t ro d i s t i n to , como se r eve l a

median te l a s d ive r sa s fo rmas que a sumen los do-

b leces en e l d i scurso pa te r iano . Es pos ib le ca lcu-

lar e l grado a l cual Pater es taba consciente de es ta

in t e r r e l ac ión a pa r t i r de su de f in i c ión de su pos -

t u r a c o m o i n t é r p r e t e c u a n do de c l a r a que s u p ro -

p i a pos t u r a a n t e e s t e t e m a [ e s t á ] e n a l gún l uga r

en t re l a re a l i s t a y l a co n ce p tu a l i s t a (p . 151). E l

se l lo d i s t in t ivo de l d i scurso de Pa te r es e l hecho

d e q u e e l i n e r r a d i c a b l e e s p a c i o q u e c a u s a t o d a

in t e rp re t ac ión s e dob la de nuevo hac i a e l d i s cur -

s o m i s m o .

E n  Plato and Platonism,  Pa te r t am b ién r ef lex io -

na sobre la forma de escr i tura en la que é l se sen-

t í a m ás có m od o: el ensay o . Lo co ns ide ra la fo r -

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 370/395

368 APÉNDICE

m a l i t e r a r i a n e c e s a r i a p a r a u n a m e n t e p a r a l a

cua l l a ve rdad mi sma no e s s i no una pos ib i l i dad"

(p . 175), pu es e l ens ayo "en ve rda d ha ce po co m á s

que despe j a r e l t e r r eno , po r dec i r l o a s í , o l a a t -

m ó s f e r a , o l a p a s t i l l a m e n t a l , p a r a q u e s e p u e d a

t ene r una buena opor tun idad de sabe r , o ve r , qu i -

zá" (p . 188) . Lo que puede con l l eva r se ana l i za

m e j o r e n e l l i b r o c o n e l q u e P a t e r o b t u v o s u f a -

m a :

  The Renaissance.

  C o m o c o l e c c i ó n d e e n s a -

yos , adqu ie re su cohe renc i a con l a e s t ruc tu ra que

cada uno de l o s ensayos i nd iv idua l e s cambia a su

m a n e r a p a r t i c u l a r . S i

  Plato and Platonism

  reve la

l a do c t r i na de P l a tón en t é rm ino s de envo lv imien -

tos múl t i p l e s ,  The Renaissance  des taca e l in te rva-

lo , que , como pausa , seña l a una t r ans i c ión . E l i n -

te rva lo no es idént ico a lo que se fue antes n i a lo

q u e v i e n e d e s p u é s . S i b i e n s e p a r a u n p a s a d o d e

u n f u t u r o , n o h a c e q u e e l p a s a d o s e d e s v a n e z c a

n i q u e e l f u t u r o s e c o n v i e r t a e n p r e s e n t e . L a a r -

t i cu lac ión de l in te rva lo s ign i f i ca da r voz a lo que

bás i camen te e s s i l en t e y da r fo rma a l o que bás i -

camente ca rece de e l l a . Es ta a r t i cu lac ión es e l lo -

gro de Pater en su flexiblemente conectada serie de

ensayos en l o s que desc r ibe un cambio h i s tó r i co .

Y a d e s d e e l p r i n c i p i o . P a t e r r e c h a z a t o d a s l a s

d e f i n i c i o n e s a b s t r a c t a s c o m o p u n t o s d e p a r t i d a

pa ra e s t a t a r ea , po rque no ex i s t e n inguna " fó rmu-

la u n i v e r s a l " e n c a m b i o , s o st i e n e q u e e s t a ex-

p l o r a c i ó n r e q u i e r e e n s u m a y o r p a r t e " p u n t o s d e

p a r t i d a d i s t i n t o s " y t i e n e q u e p r o c e d e r " a t r a v é s

W. Pater,  The Renaissance,  p. VII.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 371/395

APÉNDICE 369

de ca m in os sin con exión (p. xiii) , p a ra lo cual, ob-

se rvamos , e l ensayo ha demos t rado se r l a fo rma

ade cua da . E l ensayo — com o u n a vez lo descr ib ió

Hugo Fr iedr ich , a l re fe r i rse en forma expl íc i ta a

P a t e r -

as el  medio para  u n  modo de escribir que busca ser

no un resultado, sin o un pro ceso [. . . ] Describe, rela-

ta, articula

  y

  así atestigua su capacidad de dirigirse

hacia la verdad de forma más adecuada  y  men os

imp ositiva que cualquier otro análisis discursivo sea

capaz de lograr. ̂ ^

El denominador comi in de es tos ensayos sobre

el R en ac im iento es u n sent ido de ant ino m ianis -

mo ^^ qu e no req uiere n in gu n a decisión, pe ro ejer-

ce una a t racc ión pecul ia r . Pa te r sos t iene en su

pr imer ensayo:

Las teorías, que procuran la conexión entre modos

de pensamiento y sentimientos, periodos de gusto,

formas de arte y poesía, con la estrechez de mente

de los hombres que constantemente t ienden a opo-

nerse entre sí , significan un gran estímulo para el

intelecto, y casi siem pre vale la pena com prenderlas

[p. 3].

Para cap tura r t a l s i tuac ión en l a e sc r i tu ra se

requie re una forma abie r ta , que permi ta a l recep-

Hugo Friedrich,  Montaigne,  Ber na, Frank e, 1949, p. 430;

véase también la p. 443.

W. Pater,  The Renaissance,  p. 24.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 372/395

370 APÉNDICE

t o r p o t e n c i a l o f r e c e r e l c i e r r e n e c e s a r i o p a r a l a

c om pr e ns i ón . E l e n s a yo c um pl e c on e s t a s c ond i -

c iones , en espec ia l porque , a l suspender e l ju ic io ,

d e m a n d a l a c o o p e r a c i ó n d e l r e c e p t o r p a r a o b t e -

ne r a l guna i de a de l o que s uc e de c ua ndo s e e n -

c ue n t r a n l o s opue s t o s .

E l c re pú scu lo inc i e r to (p . 6 ) de l l l a m ad o re -

na c i m i e n t o de l s ig lo xn ge ne r a u n c u r i o s o in t e -

rés en el

 Doppelgänger

(p . 9 ) , como se comprue -

b a en e l re la to d e A m is y Am ile , y se m an if ie s ta de

nu ev o en l a m ezc la de s enc i ll ez y r e f in am ien to

(p. 18) en e l re la to de Aucass in y Nicole t te , en e l

cu al la n o ta de de saf ío , de la op os ic ió n de u n s is -

te m a f r en te a ot ro , es en oca s ion es ásp era (p . 27) .

En e l s ig lo xv se encuent ra P ico de l la Mirandola ,

q u i e n h a c e m a l a b a r e s c o n lo s s i g n i f ic a d o s d o -

bles de las pa lab ras cu an d o t ra ta de expl icar la re-

lac ión ent re Pla tón y Moisés (p . 45) . Lo que

Dante menosprecia como algo por igual indigno de

valor del cielo y el infierno, concede Botticelli, es ese

mundo de medianías en el que los hombres no

toman partido durante los grandes conflictos ni se

deciden por causas grandiosas y perpetran grandes

rechazos [p. 55],

y Pa te r co nt in úa co n esa m ism a pau ta : Bot ti ce ll i

pinta el relato de la diosa del placer en otros capítu-

los además de aquel de su nacimiento del mar, pero

nunca sin alguna som bra fatal en la débil carne y las

efímeras flores. Pinta Madonnas, pero se reducen

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 373/395

APÉNDICE 371

por la presión del hijo divino, y piden en m atices in-

confundibles una humanidad más cálida, más baja

[p. 60].

Podr ía cont inuar e l desp l iegue de es te abanico

de mul t ip lic idades de tend enc ias y cho que s opues-

t o s , de de s p l a z a m i e n t o s m u t uos , de fu s i one s de

los extrem os en to m o a los qu e giran casi tod os los

e ns a yos de e s t e vo l um e n s i n a j u s t a r ne c e s a r i a -

mente lo que sea que la e ra de la t rans ic ión pue-

da aún reve la r . S in embargo , lo que ind ican los

c om e n t a r i o s de B o t t i c e l l i e s un c a m b i o no t a b l e

de l a pe r s pe c t i va de s de l a s m u l t i va r i a da s m a n i -

fes tac iones de ese "an t inom ianism o" p resente po r

doqu ie r hac ia e l "mundo de l a med ian ía" , como

lo denomina Pa te r , que e s t á en t re los opues tos .

Es te ca rác te r i n t e rmed io en ocas iones puede se -

ña la r un pun to de in t e r secc ión ; en o t ra s , un in -

te rva lo , y ob t iene su sus tanc ia só lo mediante un

encuent ro de los opues tos .

Ahora es pos ib le ident i f ica r l a s ca rac te r í s t i cas

con st i tut ivas del ensay o en ta nt o prá ct ic a discursi-

va po r m ed io de la cual Pater t ra ta de cap tu ra r e sta

era de t ransic ión. Las par tes que componen e l en-

sayo cons tan de t endenc ia s compensa to r i a s , que

p roduc e n un e s pa c i o e n b l a nc o s i e m pre que c o -

l is ionan. Este espacio en blan co es tan im po rtan te

e n e l e n s a yo c om o l a s t e nde nc i a s opue s t a s m e -

dian te las cuales se pro du ce . No obstan te , "opues-

to" no s ignif ica que exis ta un carác ter b inar io bá-

s ico, pues e l ensayo es una forma de discurso en

la cual "muchas personas , por deci r lo as í , necesa-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 374/395

372 APÉNDICE

r i a m e n t e p a r t i c i p a n ; t a n t a s p e r s o n a s c o m o s e a

pos i b l e c on t r a s t a n o s e f unde n e n e l c onoc i m i e n -

to de a lgún t ema comple jo . ^® En consecuenc ia ,

l o s e s p a c i o s e n b l a n c o a u m e n t a r á n e n p r o p o r -

c i ón a l a s t e nde nc i a s c on f l i c t i va s que e l e n s a yo

es té des t inado a conc i l l an

In t e rp re t a r u n a e ra de t r ans i c ión — com o se p re -

t e nde e n  The Renaissance— imp l i ca t r a d u c i r a lgo

in t ang ib l e a t é rminos de conoc imien to . E l ensayo

pa t e r i a no e s una f o r m a que s e a j u s t a b i e n a e s t a

inve r s ión , t oda vez que incorpora en s í mi smo no

só lo e l e l emento in t ang ib l e de l a t r ans i c ión , s ino

as im i sm o el e spa c io qu e ab re l a i n t e rp r e t ac ión de

una e r a de t r a n s i c i ón e n t é r m i nos de s u e s pa c i o

e n b l a n c o c o n s t i t u t i v o . É s t e t i e n e m u c h a s s o m -

b r a s : c o r r e s p o n d e a l t e m a q u e s e d e s c r i b e ; c o n -

se rva e l espac io inamovib le en t re e l t ema y e l re -

g i s t ro a l cua l se t raduce ; y , en cuanto es e l punto

e n d o n d e i n t e r s e c a l o q u e p a r e c e m u t u a m e n t e

e x c l u y e n t e , i n v i ta y p e r m i t e c o m b i n a c i o n e s i m -

previs tas .

S e i l u s t r a l o a n t e r i o r c on t oda c l a r i da d e n un

p as a j e de l en say o de P a te r The Po e t ry of M iche-

l ang e lo (La p o es í a de M igue l Ánge l ) , en e l q u e

captura e l a lcance de Miguel Ángel en la sacr is t ía

de San Lorenzo :

Los sepulcros en la sacristía de

 San Lorenzo

 son mo-

num entos con m em orativos [. . . ] de Juliano y Loren-

zo el Joven, notorios sobre todo por sus mu ertes un

W. Pater,  Plato and Platonism,  pp . 183 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 375/395

APÉNDICE 373

tanto tempranas. Por ende, es tan sólo la naturaleza

humana la que impulsa aquí el sentimiento. Los tí-

tulos que se asignan por tradición a las cuatro figu-

ras simbólicas,  Noche  y Día, El crepúsculo  y El am a-

necer,  están lejos de definirlos, pues estas figuras se

acercan m uc ho m ás a la m ente y espíritu de su autor

y son más una expres ión de sus pensamientos que

conceptos meramente simbólicos. Concentran y ex-

presan, menos por concepciones definidas que por

sus matices, los motivos de una pieza musical, todas

esas vagas fantasías, recelos, presentimientos, que

se desplazan y mezclan y se definen y se disuelven

de nuevo siempre que los pensamientos se ajusten

con sinceridad a las condiciones y entornos del espí-

ritu incorpóreo. Supongo que nadie asiste a la sa-

cristía de San Lorenzo en busca de consuelo; quizá

por honestidad, por solemnidad, por la dignidad de

la impresión que causen, pero no por consuelo. Es

un lugar que no consuela ni provoca pensamientos

terribles, sino de especulación vaga y melancólica.^^

A q u í e s t á n p r e s e n t e s t o d o s l o s c o n s t i t u y e n t e s

b á s i c o s d e l e n s a y o p a t e r i a n o : l a s p o l a r i d a d e s , e l

e s p a c i o i n t e r m e d i o q u e d e j a n e n t r e v e r , l a s i n t e n -

s i f i c a d a s f u s i o n e s m u t u a s q u e p a r e c e n d e s e n c a -

d e n a r . L o s m a t i c e s y l o s i m p u l s o s , l o s r e c e l o s

y l o s p r e s e n t i m i e n t o s s e d e s p l a z a n , m e z c l a n , d i-

s u e l v e n y a l final s e e v a p o r a n e n e s p e c u l a c i o n e s

m e l a n c ó l i c a s , p o r l o q u e , a p e s a r d e l a s m ú l t i p l e s

i n t e r p e n e t r a c i o n e s d e l o s o p u e s t o s , n o s u r g e n i n -

^̂  W. Pater,  The Renaissance,  pp. 94 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 376/395

374 APÉNDICE

g u n a r e s o l u c i ó n . A s í , e l e s p a c i o i n t e r m e d i o s e d e s -

t a c a , y e n l u g a r d e d e s v a n e c e r s e e n u n a c o m b i n a -

c i ó n d e f i n i d a d e l o s o p u e s t o s , p e r m i t e q u e t o d a s

l a s s u p e r p o s i c i o n e s y c o n d e n s a c i o n e s se s a l g a n

d e c o n t r o l , y c a e n d e m a n e r a v e r t i g i n o s a i n c l u s o

l o s " p e n s a m i e n t o s t e r r i b l e s " e n l a v a g u e d a d .

S e o b s e r v a u n p r o c e d i m i e n t o p a r e c i d o e n e l

e n s a y o d e P a t e r " L e o n a r d o d a V i n c i " . A p a r t e d e l

p a r c h e p ú r p u r a d e l a M o n a Lisa,"^® P a t e r d e s c r i b e

m i n u c i o s a m e n t e lo q u e s u c e d e c u a n d o se v i e r t e

l a " b e l l e z a f e m e n i n a " a l l i e n z o :

Las hijas de Herodíades, c on su s fantásticos ve stidos

de pies a cabeza anudados y trenzados de manera

tan extraña para dejar libre el fino óvalo de sus ros-

tros, no forman parte de la familia cristiana, ni de la

de Rafael. Son las clarividentes, en virtud de quie-

nes, co m o instrum entos delicados, se cobra concien-

cia de las fuerzas más sutiles de la naturaleza y los

cam ino s de su accionar, de todo lo que hay en ella de

magnético, de todas aquellas condiciones casi eté-

reas en las que los ob jetos ma teriales se elevan a esa

suti leza de operaciones que los hace espirituales ,

donde sólo caben la terminación nerviosa más fina y

el toque más gentil. Es como si en algunos ejemplos

significativos en realidad presen ciáse m os la labor de

esas fuerzas sobre la carne humana. Estas personas,

nerviosas, electrizantes, imprecisas siempre con un

O

  Intenté anal izar la vis ión de Pater respecto de la Mona

Lisa en mi l ibro

  Walter Pater: The Aesthetic M omen t,

  trad, de

David H. Wilson, Cambridge, Cambridge Universi ty Press ,

1987, pp. 43-46.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 377/395

APÉNDICE 375

inexplicable rasgo de levedad, parecen estar sujetas

a condiciones de excepción, parecen percibir pode-

res en acció n en el aire com ún y corriente que pasan

inadvertidos para los demás; parecen convertirse, por

así decirlo, en su receptáculo, para transmitírnoslos

después en una cadena de secretas influencias.'^^

Lo que rep re se n ta aq u í l a be l leza fem en ina

n o es la esen cia de la de scrip ción , s in o lo qu e va a

exp er im entar e l espe c tado r de la p in tura . S in em -

bargo, esta experiencia es apenas procesable, pues

l a s a b u n d a n t e s i m p r e s i o n e s c o m p e n s a t o r i a s p a -

recen co l i s iona r  y  t rans formarse en t re s í , por lo

qu e todo s los pu nto s de referenc ia que ap en as sur-

gen cont inúan su desvanecimiento. Nos vemos en-

f ren tados a un to rbe l l ino de ene rg ía c iné t i ca ; l a

percepción se dispersa  y  se enriquece por igual sin

hallar la guía sugerida. Esto convierte a la descrip-

c ión de Pa te r en una fo rma su t i l de t raducc ión ,

pues pre tende t ransmi t i r en té rminos cognosc i t i -

vos la m an e ra en qu e L eo na rd o vier te la belleza

f e m e n i n a e n u n m e d i o a r t ís t ic o

  y

  a s imi smo l a

manera en que ese t ransvasar a su vez se t raduce

a términos de la experiencia del espectador

Es ta l abor e s t á impregnada de una conc ienc ia

que no e l imina e l e spac io en t re e l t ema  y  su re-

su l t a do , s i no que de be i nc o rpo ra r se a l l e ngua j e

mismo que efectúa la t raducción. Así , la descr ip-

c ión de Pa te r e s t á marcada por desconex iones o

inc luso espac ios vac íos que no só lo impulsan a l

W. Pater,  The Renaissance,  pp . 115 y ss.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 378/395

376 APÉNDICE

e s pe c t a do r a l a a c c i ón , s i no que t a m b i é n m a n i -

fiestan el espacio que se abre en todo acto de in-

t e rp re t ac ión .

Es te espac io obt iene tan to su inform ac ió n c om o

su ene rg ía de l a s po la r idad es q ue lo m ar ca ro n a l

pr inc ip io . No obs tan te , l a in formac ión parece se -

lecc ionarse e inc luso proce sarse de acu erd o no con

lo qu e rep rese ntan dichas polar idade s , s ino con u n

im pu lso inexpl icable que bro ta en e l e spac io m is-

mo. Es to jus t i f i ca e l e l emento de incon t ro lab i l i -

da d qu e se observa en las in terpe netra c ion es ca le i-

d o s c ò p i c a m e n t e c a m b i a n t e s , p r o c e s o q u e P a t e r

in ten ta comprender s in l l evar lo nunca a un punto

muer to . Y a Pa te r l e as i s te l a razón a l abs tenerse

de hace r lo , pues de o t ra mane ra e l e spac io se r í a

c o l on i z a do po r l a s s upos i c i one s a que de be da r

l uga r . E l m a n t e n i m i e n t o de l e s pa c i o que c r e a n

la s po la r idades conv ie r t e a l ensayo mismo en un

proceso en e l que se suspende e l ju ic io , en e l que

las gu ía s no p rop orc ion an u n a o r i en tac ión de f in i-

da y en el qu e la interacc ión en c urs o de lo diferen-

t e pe rm i t e c on t i nua s e xp l o ra c i one s nue va s . P o r

tan to , P ate r sos tiene: "Es e l e r ror de gra n pa r te de

la c r í ti ca po pu la r ha c ia la poes ía , mú s ica y p in tu-

r a [ . . . ] c om o t r a duc c i one s a d i s t i n t o s l e ngua j e s

[ . . . ] c om o a r t e que no a bo rda un s e n t i do pu ro ,

m u ch o m en os e l in te lec to puro , sino la ' razón ima-

g ina t iva ' " , y t i ene " su p rop io encan to , pecu l i a r ,

intraducibie y sensual" (p. 130). El ensayo deja al

de s c ub i e r t o un poc o de e s a i n t r a duc i b i l i da d , e n

espec ia l debido a que perv ive un in ten to cognos-

c i t ivo de t rasvasar e l "encanto sensual" de l a r te a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 379/395

APÉNDICE 377

formas de comprens ión . Por ende , e l espac io en-

t re la obra de ar te y su comprensión que crea to-

da i n t e rp re t a c ión c on t i e ne una i n t r a duc ib i l i da d

residual que , no ob stante , es u n im pu lso par a ven-

cer la , s in se r nunca capaz de e l lo . Es te espac io

—que no puede ca l i f i ca rse en t é rminos de l t ema

que se interpreta ni del registro al cual el tema se

t raduce— resu l t a de na tu ra leza au topo ié t i ca . E l

e spac io e s au topo ié t i co porque p roduce sus p ro-

p i a s f o r m a s c a m b i a n t e s d e o r g a n i z a c i ó n , c o m o

se comprueba en la c i ta del ensayo sobre Miguel

Ángel. D ebido a es ta autoo rga niz ació n, e l espac io

está en condiciones de explotar en i teraciones im-

previs ibles de las caracter ís t icas que lo entrevie-

ron y cuya po s tu ra co nt ra r ia respec t iva abso rbió .

A pa r t i r de la fo rm a en que Pa te r se c on ce nt r a

e n t a l e s e spa c ios a u too rga n i z a dos e n l a s ob ra s

de a r te en cons iderac ión se inf ie re e l grado en

que Pa te r incorporó e l espac io autopoié t ico a su

propio modo de escr ibi r . Para é l , es tas obras son

mode los que i n t e n t a e mula r . G io rg ione p rodu jo

exquisi tas pausas temporales, en las cuales, dete-

n ida s así, pa rece m os pre sen c ia r toda la comple t i-

tu d de la ex isten cia (p. 150). ^^ E n ot ra pi n tu ra de

^̂   En la introducción a su ensayo "The School of Giorgio-

ne", Pater destaca que la "calidad pictórica" de la pintura no

res ide en la "sola adquis ic ión técnica del esbozo o del mat iz ,

su elaboración y dirección hacia la intel igencia", ni en "lo que

podría denominarse interés l i terario , d ir ig ido as imismo hacia

la intel igencia pura", s ino en "aquel lo [ . . . ] que se encuentra

en medio" (pp. 131 y ss . ) . Ésta es una cal i f icación más de lo

que implican las "exquisitas pausas temporales". No son sólo

brechas , s ino que poseen una naturaleza autopoiét ica , a l pro-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 380/395

378 APÉNDICE

la escu ela de G iorgion e, es ta s exq uis i tas p au sa s

t e m po ra l e s s e c on v i e r t e n e n u n e spa c io i lu so -

r io , conforme la mirada pasa de n ive l a n ive l , a

t ravés de l ex tenso va l l e en donde Jacobo abraza

a R aq ue l en tre la grey (p. 153). E sto s esp acio s o

in te rva los generan una comple t i tud en la v i s ión ,

y son autopoié t icos en la m edid a en qu e pro du cen

a lgo qu e b ie n p u ed e i r m á s a l lá de la in te nc ió n

de l co m po s i to r (p . 133). Al m is m o t i em po , l a s

o p e r a c i o n e s a u t o o r g a n i z a d a s d e l e s p a c i o a u t o -

poié t ico guían la mirada de l espec tador y de es ta

forma lo hacen part íc ipe de la labor en lo que sea

que sugiera ese proceso incontrolable . El espacio

autopoié t ico no es tá vac ío porque se a l imenta de

las pos turas que lo conquis ta ron, s i b ien n inguna

de e l las e jerce ningún control en la forma en que

se r e o rga n i z a n l a s c a ra c t e r í s t i c a s s e l e c c iona da s

me d ia n t e c ombina c ione s c a mbia n t e s .

Es in te resante observar has ta qué grado la con-

ciencia aguda de Pater del espacio abier to por to-

do a c to de i n t e rp re t a c ión t a mbié n impre gna sus

d u c i r en s u s p rop i os t érm i n os m ás b i en i m p en et rab l e s u n a

fus ión de lo que es tá separado. De la misma manera, la "cal i -

dad pictórica" de la pintura no puede capturarse en términos

form ales o cognosci t ivos , s in o que surge co m o algo que se ins-

tala en medio y que, por ende, sólo se manif ies ta en una dis -

p ers i ón con t i n u a d e d es cr i p c i on es p ercep t i vas y con cep t u a -

les , como Pater puso en práct ica de modo tan logrado en sus

ensayos. Lo que hace que la "ccJidad pictórica" esquive la com-

prens ión cognosci t iva es su naturaleza es tét ica , que en e l me-

jor de los casos se def ine como una cal idad de carácter inter-

medio. Esta naturaleza es tét ica es igualmente preponderante

en las "exquis i tas pausas temporales", como se comprueba en

la autoorganización que generan los intervalos autopoiét icos .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 381/395

A P É N D I C E 3 7 9

textos de f icción, de los cuales  Gaston de Latour

es un e j emplo i l u s t r a t i vo . E l i n t e r é s p r inc ipa l en

es ta nove la , que nunca se comple tó , e s idén t i co a

l a p r e o c u p a c i ó n f u n d a m e n t a l d e P a t e r , s e g ú n c o -

men ta Cha r l e s L . Shadwe l l en su p re fac io a l ex -

t r ac to que se ed i t ó con su supe rv i s ión . Hab la so -

b re "o t r a e r a de t r ans i c ión , cuando se r a sgaba e l

v i e j o l i e n z o d e c r e e n c i a s y c u a n d o s e d a b a u n a

nueva so luc ión a l p rob l ema de l de s t i no de l hom-

bre y sus re lac iones con lo inv i s ib le" . S in embar -

go , e s t a so luc ión e ra p reca r i a pa ra a lgu i en como

Gaston, quien era "capaz de un gozo entusias ta en

los p l ace re s de l o s sen t i dos y de l i n t e l ec to , pe ro

es taba des t inado a ha l l a r su sa t i s facc ión comple ta

en lo que t rasc iende a ambos t ipos de p laceres" . ' ' ^

Al co nc en t rars e en lo " invis ib le" y a l m ism o t iem po

trascender " los p laceres de los sent idos y de l in te-

l ec to" , G as to n se co loca en m ed io de lo qu e ab an -

d o n a y de lo que se es fu erz a en a lcanzar . La novela

e s t á , p o r e n d e , s a l p i c a d a d e o p u e s t o s y d u a l i d a -

des , que van desde e l hogar de Gas ton , que es un

c a s t i l l o , l a m a n s i ó n s o l a r i e g a d e D e u x - m a n o i r s ,

p o r " l a s a g u j a s g e m e l a s d e   C h a r t r e s " , ' ^ ^  ^ cuya

so m br a G as ton se conv ie r te en un e sc r iban o , don-

de se perca ta de " la exper iencia humana [ . . . ] en su

ex t raña mezc la de be l l eza y maldad" (p . 38) , por

los "dos p re t end i en t e s r i va l e s que l o acosan , con

Charles L. Shadwel l , prefac io de Walter Pater ,

  Gaston de

Latour,

  Cha r les L. Sh ad w el l (ed . ) , Lo ndr es , M acm il lan , 1920,

p . VI .

W. Pater ,

  Gaston de Latour,

  Ch ar le s L . Sh ad w e l l ( ed . ) ,

Londres , Macmil lan , 1920, p . 19 .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 382/395

380 APÉNDICE

dos idea les" (p . 71) , que s ien te en su encuent ro

con Ronsard , has ta e l a sombroso f ina l que expe-

r i m e n t a de f r e n t e a l " f a m os o a x i om a de ' i nd i f e -

renc ia '  de Bruno, "de ' la coincidencia de los con-

tra rio s '" (p. 143). Sea cua l sea la dec isión qu e t o m e

en la v ida , Gas ton se encuent ra de manera inevi -

t ab le sumerg ido en un e spac io en t re dua l idades .

E s to lo conv ie r te en u n vehícu lo p ar a m ed i r ese

espac io , que Pa te r , en sus t ex tos de na tu ra l eza

cr í t i ca , incorpora a su d i scurso . Se s ien te la t en-

tac ión de suponer que Pa te r cambia a l a f i cc ión

p a r a e x p l o r a r d i s t i n t a s f o r m a s d e s u p e r a r e s t e

obs táculo . El d i lem a en que se ha l la Gas ton quizá

apunte en esa d i recc ión: "Dos mundos , dos idea-

l e s an tagón icos , se p re sen taban an te é l . ¿Podr í a

pen sa rse en u na t e rce ra cond ic ión , pa ra rem edia r

es ta d i scord ia , o só lo lo moles taba quizá , de vez

en cuando, en su in ten to por consegui r un a jus te

impos ib le?" (pp . 38 y ss . ) . Obviamente no ex is te

u n a t e r c e r a d i m e n s i ó n q u e p u e d a e l i m i n a r e s t a

s i tuac ión in te rmedia , que para Gas ton es impos i -

ble soportar . Pero ¿c óm o sopo rtar lo inso portable?

H ay m om en tos e n la v ida de Gas ton en que pa -

rece capaz de t rascender l as dua l idades en t re l as

que se s iente tan i r revocablem ente a t ra pad o. Cuan-

do asc iende a l a to r re de Jean de Bauce , se abre

an te él u n vas to p an or am a :

En cada peldañ o ascendido , co m o el vuelo de las aves,

la esen cia de la cam piña p asaba ante él, hasta que se

incorporó por fin en medio de la luz y aire libres de

la almena sobre el campanario, y dejó caer una piz-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 383/395

APÉNDICE 381

ca de perplejidad, de pensamiento o acto inasimila-

ble. Vio los senderos distantes y creyó escuchar la bri-

sa que pasaba de repente sobre ellos bajo el cielo nu-

blado, a su m ane ra invisible y caprichosa a través de

esos vastos espacios de atmósfera. A esa altura se veían

los bajos círculos de las colinas azuladas, que suge-

rían esa campiña del suroeste plena de melocotones

en flor y vino que en ocasiones desviaban sus pensa-

mientos hacia el mar, y allende él hacia "ese nuevo

m undo de las Indias", el cual lo con tenía de explicar

cierta suavidad en el aire desde ese lugar, incluso

con el clima m ás vehemente. Entre esas som bras va-

gabu ndas y golpes de luz debe estar Deux-m anoirs,

las habitaciones desiertas, los jardines , las tum bas .

A m edia distancia, incluso entonces un a procesión

fune raria se abría cam ino hum ildem ente hacia uno

de los camposantos de la aldea. Casi creía escuchar

las pa labras entre toda esa quietud [pp. 41 y ss.].

Es como si Gastón se viese levantado de los es-

t rechos conf ines de su v ida en Cha r t re s . Cuan to

más a l to asc iende , más l ib re se s ien te , has ta que

al final cae " la pizc a d e per ple j ida d", y lo i rre co n-

c i l i ab le de su ambiente con su espera desaparece

c on fo rm e obs e rva e l pa i s a j e s i e m pre e n e xpa n -

s ión . Aqu í hay a lgo que pa rece aba rca r a todos

los opuestos . Ni s iquiera las azulosas col inas so-

b re e l ho r i zon te de t i enen su v i s ión , s ino que de

h e c h o , y d e m a n e r a p a r a d ó j i c a , p a r e c e n a b r i r l a

aú n m ás . El m u n d o qu e se ex t iende an te é l seña la

hacia ot ro mundo, d is tante e invis ible , pero ima-

ginable .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 384/395

382 APÉNDICE

P a t e r de s c r i be c on una t é c n i c a de yux t a pos i -

c ión la fo rm a in t ensa en que Gas ton exp e r im en ta

este pa isa je . El ho r izo nte es e l ec ua do r de G aston,

que a l m i s m o t i e m po e nc i e r r a l a c a m p i ña f í s i c a

en e l pr imer plano y señala a un más a l lá v is iona-

rio. Así, lo que está l imitado se extiende a lo i l imi-

tado , con las Ind ias , D eux -m aniors y la pro ces ió n

fune ra r i a que s e m e z c l a n e n una s o l a e xpe r i e n -

c i a . Sobre todo e s to se encuen t ra l a p romesa de

que las divis iones y los opuestos son abarcables y

reconc i l i ab les . Es una pregunta que cas i de inme-

dia to se p lan tea Gas ton: "¿Sobreviv i r ía s iempre ,

en medio de la ind i fe renc ia de los demás , en me-

dio de los ju ic ios de l mundo, en medio de dudas

mil?" (p. 42).

E l pa i s a j e ope ra c om o una e p i f a n í a de dua l i -

dad venc ida , que a sume un ca rác te r sag rado que

presag ia e l adven imien to de a lgo ex t rao rd ina r io .

Es to conlleva q ue e l pa i sa je t ran sf igu rad o se con-

v ie r ta en una seña l de o t ra cosa , d i s t in ta de s í

mismo. La re so luc ión de l a s dua l idades que e l i -

mina e l espacio ent re lo que es di ferente t iende a

pro du cir esa " tercera condición p or venir" qu e G as-

ton con t inúa anhe lando . S in embargo , l a i n t e rpe -

ne t rac ión de lo l e j ano con lo ce rcano , l o v i s ib l e

con lo inv is ib le , lo perc ib ido y lo imaginable es

muy volá t i l y se v iene aba jo de nuevo cuando no

se conv ie r t e en una seña l i zac ión hac ia a lgo más

al lá de sí m ism o. Pa ter ha ce de es ta esp er ad a "co-

i nc i de nc i a de l o s c on t r a r i o s " un m om e n t o fuga z

qu e se rep i te en la v is ión d e Pa ter de o t ro pa isa je :

el val le de Loira (pp. 78 y ss .) . Las separaciones.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 385/395

APÉNDICE 383

div is iones , d i s tanc ias y yuxtapos ic iones e l imina-

das de esos momentos cobran in te rés por su d i s -

con t inu idad , en l a que se rea f i rma l a s i tuac ión

in te rmedia . En consecuenc ia , l a v i s ión de Gas tón

le l lega co m o un a "rep rese ntac ión tea t ra l" (p . 79) ,

que ind ica que lo que abarque dua l idades no t i e -

ne una rea l idad p rop ia , s ino que en e l me jo r de

los casos só lo puede representa rse . S i e l e spac io

en t re dua l idades y yux tapos ic iones se reve la co -

mo un impul so pa ra l a r ep re sen tac ión , en tonces

se mani f ies ta su impulso au topoié t ico . Al t emat i -

za r l a i n t e rpene t rac ión de l a s dua l idades en dos

escenas vis ionar ias . Pa ter i lus t ra la autoorganiza-

c ión s iempre en expans ión de l espac io au topoié -

t ico qu e sólo la im ag ina ció n es ca pa z de expresar .

Pa te r pa rece e s fo rza rse por nada menos que una

idea de cómo conceb i r e s t e e spac io y l a s ope ra -

c iones múl t ip l e s que desencadena . S in embargo ,

e s t a e m pre s a s ó l o pue de e j e c u t a r s e e n t é rm i nos

de ficción, pues el discurso de la crí t ica abre el es-

p a c i o m i s m o q u e n u n c a s e p u e d e e l i m i n a r , m u -

cho menos mos t ra r en toda su comple j idad .

Lo que aú n e s a so m bro so pa ra no so t ros hoy en

día es no só lo que hace más de 100 años Pa te r

r e f l e x i ona ra s ob re l a s d i ve r s a s m oda l i da de s de l

d i scurso en re l ac ión con lo que e ran capaces de

comprender , s ino también los t ipos desar ro l lados

de d i scursos que an t ic ipaban u na preoc upa c ión de

f ina les de l s ig lo xx con la ana tomía de la in te r -

p re t ac ión . Pa te r puso en e l cen t ro de l deba te e l

e s pa c i o a u t opo i é t i c o c om o l a m a t r i z ge ne ra do ra

de la ob ra de a r te e h izo de él u n a ca rac te r í s t i c a

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 386/395

384 APÉNDICE

cons t i tu t iva de l ensayo para t raduc i r l a s po tenc ia -

l i dades emergen te s de una obra de a r t e en t é rmi -

nos de su ca rác t e r conceb ib l e . En

  The Renaissan-

ce,

  e l ensayo g i r a en tomo a un e spac io en b l anco

evocat ivo; en

  Plato and Platonism,

  es te esp ac io se

c o l o c a c o m o u n o d e t a n t o s d o b l e c e s . C a d a t i p o

de d i scurso a lberga l a insc r ipc ión de l espac io in-

t e r m e d i o . Al r e s pe c t o , P a t e r se c o r r e s po nd e m uy

bien con l a s p reocupac iones ac tua l e s r e spec to de

l a i n t e rp re t ac ión . Los t i pos de i n t e rp re t ac ión t an -

t o e n r e s u r g i m i e n t o c om o r e c ie n t e s se oc up a n de l

m a n e j o d e l e s p a c i o q u e s e a b r e c u a n d o s e t r a s -

vasa a lgo a o t ra cosa . E l c í rcu lo hermenéut ico , l a

e sp i r a l c ibe rn é t i ca y el d i f e ren c i a l am b u la n te su r -

g i e r o n c o m o e s t r u c t u r a s s o b r e s a l i e n t e s a l b l o -

quea r d i cho e spac io .

E l p r oc e d i m i e n t o de P a t e r s e r e l a c i ona de m a -

nera es t recha con los demás . E l c í rcu lo , l a esp i ra l

y e l d i f e r e nc i a l , i nde pe nd i e n t e m e n t e de que ope -

r e n e n f o r m a s e p a r a d a o c o m b i n a d a , n o d e t e r m i -

na n e l e s pa c i o a u t opo i é t i c o , s i no que ope r a n c o -

m o e s t r a t e g i a s pa r a l a a u t oo r ga n i z a c i ón , de o t r a

m a n e r a in g o b e m a b l e , d el m i s m o m o d o q u e el es-

pac io en b l anco evoca t ivo en e l ensayo pa t e r i ano

y l o s m ú l t i p l e s dob l e c e s e n s u c on f e r e nc i a s ob r e

P l a t ón c u m pl e n c on l os m i s m os p r op ós i t o s . P a t e r

n o s ó l o c o n c i b i ó e l e s p a c i o a u t o p o i é t i c o c o m o

b á s i c o p a r a t o d a i n t e r p r e t a c i ó n , s i n o q u e e n r i -

quec ió e l r epe r to r io d i spon ib l e pa ra en f ren t a r t a l

e s pa c i o m e d i a n t e l a e voc a c i ón e l a bo r a da de l e s -

pac io en b l anco y l os dob leces múl t i p l e s de l d i s -

curso cognosc i t ivo .

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 387/395

ÍNDICE ANALÍTICO

Abel, Günter: 22

acoplamiento estructural: 34,

211 ,219 ,221 ,223 , 227 ,285 ,

295-296

Agustín, san: 51

Akiva, rabino: 69

Algo , e l (Rosenzweig) : 239 ,

241-244, 247-248, 253-254,

2 6 2 , 2 6 5

amor: 74, 229, 267, 361

Ant iguo Tes tamento: 43; L i -

bro del Eclesiastés: 48-50;

Libro de las L eyes: 44; Pen-

tateuco: 44

antiguos: 310-311, 313

Aquino, Tomás de: 100

Aristóteles: 279

Arnold, Matthew: 90n, 353

Atlan, Henri: 205, 296

autoridad: 8, 35, 45, 50, 52-

53, 55, 57, 70, 74-75, 77-

80, 83, 85-86, 88-89, 91-

92, 95, 100, 103, 115, 228,

233 , 284; e l problema de

la: 68; secular: 82, 87; sus-

titución de la, por el círcu-

lo hermenéut ico: 117-118,

125; V5. el

  bñsur:

  105; y el

canon cerrado: 46 , 52-55 ,

57-58

Bahn  (Rosenzweig) : 269-271

Bajtin, Mijaíl: 102

Bamstone, WilUs: 29

Bate, W alter Jackson: 73n, 78n,

80n

Bateson, Gregory: 205, 250,

304n , 32In

Beethoven , Ludwig van: 196

Benson, A. C.: 357n

Benvenis te , Émile: 149n

Biblia: 47, 49-52, 59, 61, 64-

67, 70-71, 93, 101, 251n; y

la doctrina de los sentidos

tetrapartitas: 97-98

Bloo m , Harold: 28, 319n, 327n-

328n

Bossiere, Camille R. La: 335n

BotticeUi, Sandro: 370-371

Boyarin, Daniel: 58-59n, 66n

Brahma: 277

brecha: 9-11, 46, 54, 67, 89,

101, 173, 320; de informa-

ción: 13, 185-187; en la des-

cripción gruesa: 196; en el

texto: 62-63, 65; entre for-

m a y f u n c i ón en p rod u c-

ción: 188-189; entre lo in-

consciente y lo consciente:

151, 167; entre lo manifies-

to y lo implícito: 196-197;

entre revelación e interpre-

tación: 46, 168; entre el tex-

to y su comprens ión: 64 ,

90, 117; entre texto y su re-

ceptor: 59, 93, 117

Bruns, Gerald L.: 65-66, 306n

Buber, Martin: 25 In

385

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 388/395

386

ÍNDICE ANALÍTICO

bucle ,  véase  espiral

Buda: 277

Budick , Sanford: 46n , 54n ,

65n, 251n

cadena del ser: 98

Campbel l , lan: 314n

canon: 8 , 48 , 50-52, 57-58,

60, 100, 103, 113,228,284;

cerrado y ab ierto: 44-47 ,

53 , 68 , 71 , 88; formación

del: 72, 91; l i terario: 70,

72, 76, 79, 89, 91-92; prime-

ro y segundo: 106-107; se-

cular: 88

canonización: 43-44, 50, 74

capital cultural: 91-92

Carlyle, Thomas: 17, 313, 324,

329, 340-341, 353; Pasíaníi

Present:  314, 330;  Sartor

Resartus:

  309, 317-320, 322-

324, 327, 332, 345

Castoriadis, Cornelius: 3On

chatarra: 215-216

Chesterton, G. K.: 352

cibernét ica: 17, 34-36, 169,

182, 200, 203-204, 285, 297

c írcu lo hermenéut ico: 8 , 10 ,

13, 17, 33,38, 113, 116-118,

129, 144-145, 147, 164-

165, 168, 174-175, 198, 225,

228, 284-286, 288, 384

c í rcu l os con cén t r i cos : 105 -

106, 129, 142-143, 168, 225,

297

código genét ico: 301-302

Coh en , Herm an n : 243 - 248 ,

254-256

Coll ingwood, R. G.: 123

comedia: 84 , 322 , 325 , 327-

329, 347

comentario: 8, 32, 72, 74, 76-

78, 80-84, 86-95, 100, 115,

2 3 2 , 2 9 7

comprensión (Schleiermacher):

93-99, 102-106, 116-119; de

la historia (Droysen): 126,

129, 138-140, 143; V5. par-

t icipación: 99-100

Confucio: 277

c o n t i n g e n c i a ,  véase  orden y

cont ingenc ia

conversación: 202-203, 212

crít ica: 83-84, 88-90, 95; ar-

n o l d i an a: 93 - 94 ; a s cen s o

déla: 88; cultural: 313, 315;

del texto canón ico: 72; fun-

ción de la: 72; V5. princi-

pio de caridad: 85-86

cultura: 7, 11-13, 18, 28, 31,

95, 175-178, 181-183, 186-

187, 193, 195-196, 198-

199,211-212, 221-224, 285,

309, 313, 315-317, 327,

329-330, 339-340, 345-346,

348, 350; ant igua contra

moderna: 310-313; ascen-

so de la: 169, 172; como

mecanismo de control: 179;

como s is tema de s ímbolos:

191-194

Dante Alighieri: 370

deconstrucción: 27, 232, 282-

283, 321, 324

Derrida, Jacques: 25, 105

Descartes , René: 21, 231

descripción fina: 195-196, 198

descr ipc ión gruesa: 13 , 195-

197, 298;  vs.  d e s c r i p c i ó n

fina: 232

deseo: 157-161, 163

Dibble, Jerry A.: 322n, 327n-

328n, 338n

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 389/395

387 ÍNDICE ANALÍTICO

diferenciación: 105, 107, 116,

136-137, 142, 186, 203,220,

252, 254, 257, 259, 268,

2 7 5 , 2 9 7 - 2 9 8 , 3 1 6

diferencial: 16, 243-245, 248-

251 , 253 , 255-257 , 259-

264 , 268 , 270-271 , 278-

280 , 282 , 287 , 289-290 ,

292 , 297-298; ambulante:

15 , 17 , 34-35 ,37 , 242 ,247 ,

254 , 273-276 , 281 , 283 ,

285-286, 288, 384

Dios: 15-16, 31, 33, 47, 52,

82 , 138 ,225 ,227 , 229 - 231 ,

233-236 , 238 , 240 , 247-

274, 276, 278, 280, 282

d i s cu rs o m i n or i t ar i o - p os co -

lonial: 26

doctr ina de l método (Droy-

sen): 130

Douglas , Dennis: 324n, 33 In

Droysen, Johann Gustav: 9-11,

36, 119, 121-123, 125-126,

128-130, 132, 134, 136-140,

143, 146, 162, 168, 232, 297

Eco, Umberto: 37-41, 287, 289

ego: 138, 150-152

elaboración de polít icas: 173

Eliot, T. S.: 71, 352-353n

empir ic i smo: 319 , 326 , 339 ,

347; británico: 329, 34 1, 348

entropía: 7, 11, 31, 33-34, 169-

170, 173-175, 186, 198, 224,

226, 228, 285, 288

espacio l iminal: 17, 29 , 31-

33, 37, 39, 41, 54, 57-60,

63, 65, 67, 76, 82-83, 89,

105-106, 108, 112, 114,

116, 128, 144-145, 211,

213,218-219, 225-227, 231-

233, 287-296

espiral c ibernét ica: 12, 169,

384

espiral extraña: 291-294, 296

espiral recursiva: 12-13, 17,

33-34, 169, 171-174, 181,

183-185, 187, 198, 206,

214 , 226-228 , 232 , 285-

286, 288, 338-339, 344

espirales transaccionales: 10-

11, 145, 165, 167-168, 225,

297-298

estet ic ismo: 353

Estrel la de David: 272-274

estructuralismo: 25

estudios culturales: 28

etnografía: 172

exégesis: 30-32, 48, 52-53, 65,

70, 85, 87, 101, 103, 118;

de la his toria: 135-137,

139; de la Tora: 8 , 43 ,45-

46, 50, 63; midrásica: 47,

51, 64, 68; rabínica: 58,

61, 67

exper ienc ia con va lor proba-

torio: 229, 231, 269

explicación: 23, 32, 280, 366;

op erac i on a l

  vs.

  s imból ica:

217-221, 223; V5. represen-

tación: 32

f ab r i cac i ón d e h erram i en t as

y h o m i n i za c i ón : 187 - 190 ,

194

fenomenología: 134, 154, 156,

217

filosofía analítica: 40

Findlay, L. M.: 322n, 336n

Fishbane, Michael: 46, 66n

Foerster, Heinz von: 205, 296

Foucault , Michel: 98

Frank, Manfred: 94n, lOOn,

103n, 105n, 111

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 390/395

388

ÍNDICE ANALÍTICO

Freud, S igmund: 147-148 ,

152, 155-156, 159

Friedrich, Hugo: 369

fuentes (Droysen) : 120-121 ,

1 2 3 , 1 2 5

Gad am er , Han s - Georg : 94n ,

96n, llOn, 137n, 141, 144n-

145n, 305n

Gamer, W. R.: 193n

Geertz, Clifford: 12-13, 36,

176-177, 179, 181-182, 184,

191, 193, 195-196, 232, 298

Good m an , Ne l s on : 22 , 37n ,

305, 349n

Greisch, Jean: 104n, 306n

Guil lory, John: 70n, 91n

Gurwitsch, Aron: 289n

Habermas , Jürgen: 166nHalberta l , Moshe: , 45 , 47n-

48n, 50n-51n, 54n-55n, 85n

Harold, Charies F.: 324n

Hartman, Geoffrey: 46n, 54n,

65n, 318n

Haselstein, Ulla: 155n, 163n

Hegel, G. W. F.: 125, 153,

155-159, 338

Heidegger, Martin: 141, 144,

2 2 8 n , 2 5 2 n

Heinemann, Joseph: 45n, 47,

54n

Henrich, Dieter: 303n

hermenéut ica: 7 -8 , 17 , 24 ,

34, 36, 72, 90, 93-95, 100,

104, 112-113, 116, 119, 125,

148, 157, 168, 173, 175,

232, 285, 297, 305; de sos-

pecha: 102; especial V5. ge-

neral: 96-97, 114; moderna:

1 4 1 , 1 4 4

Hirsch, E. D.: 106n, llO n, 145n

his toria: 9-10, 88, 119-133,

136-140, 146, 210, 232,

293 , 297 , 314 , 359 , 364-

365; comienzos y f inales

de la: 124, 143; como dis-

curso t ranscul tura l : 309 ,

311-312 ,316-317 , 320-322 ,

330, 345-350

Hofstadter, Douglas R.: 213n,

2 1 5 - 2 1 6 , 2 9 1 , 3 0 2

Hogan, Patr ick Colm: 39-41

homeostas is : 207, 213

hominizac ión: 11 , 13 , 169 ,

180, 187

Husser i , Edmund: 289

Hutton, J. A.: 352

idea l i smo, a lemán: 229 , 234 ,

317, 328-329

ideología crít ica: 23

Ilustración: 99, 176-177

imitación: 79, 81, 84 , 310-

312, 331-332

inconmensurabi l idad: 15-16 ,

35-36, 252, 262, 285

inconmensurable: 7 , 15 , 31 ,

33-34 , 225 , 227-228 , 233 ,

236, 238, 240-241, 248-251,

253 , 257 , 263 , 267 , 270-

271 ,273 , 275-276 , 278 ,281-

283, 296-297

inconsciente: 149-156, 167

Ineichen, Hans: 112n

instrucción: 47, 76, 82, 85

interinvers ión: 13, 193, 197-

198

i n t erp re t ac i ón , an a t om í a d e

la: 7, 22, 148, 355, 383; ar-

queología y te leología (Ri-

coeur): 154-158, 160-161,

164, 166; como surgimien-

to: 137, 304; como tradu-

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 391/395

389 ÍNDICE ANALÍTICO

cibi l idad: 28-30, 41, 116,

118, 169, 224, 227, 284,

286, 356, 358, 367; confl ic-

to de la: 25; de la brecha

de inform ación: 188; de con-

d ic iones (Droysen) : 130-

131, 135, 141; de ideas

(Droysen): 130, 133-134,

141 ; d e l o i n con m en s u ra -

ble: 225; etnográfica: 172,

175, 178, 182, 196; géne-

ros de: 7 , 11 , 15 ,31-32,34-

37, 88, 93-95; historia de

la: 35, 93; mercado de la:

22, 27; midrás ica: 22-27,

47-50, 54-55, 59, 65, 68;

operacional V5. s imbólica:

15; pragmática (Droysen):

130, 135, 141; ps icoanal í -

tica: 146-147, 154; psicoló-

gica (Droysen): 104, 108-

109, 112-113, 130, 132-133,

135, 141; rabínica: 63-64;

textual: 38

intertexto: 58, 63, 65

intraducibilidad: 47, 118, 227,

252, 271-272, 288,298-299,

358, 367, 376-377

invención: 73-74, 84, 122

Islam: 280

iteración: 13, 54, 198, 284, 377

Jauß, Hans Robert: 140n, 310n-

312n

Johnson , Samuel : 8 , 70 , 72-

73, 75-89

judaismo: 43-44, 64, 241-242;

fariseo: 46

juego: 226, 289-290, 292

Krieger, Murray: 81, 83

Kugel , James L.: 64-65n

Lacan, Jacques: 343

Lämmert, Eberhard: 139n

Lao-tsé: 277

lector: 40, 59, 65, 74, 76-77,

82, 84, 87, 117, 329, 341

lectura, de cultura: 195; de

textos canónicos : 52-55 ,

57-58, 65, 68, 70, 76, 233;

principio de caridad: 51

Leibniz , Got t fr ied Wi lhe lm:

16, 35, 172

lenguaje: 9, 31, 33, 102-103,

105-109, 111, 149, 154, 169,

194, 251, 301-302, 376

Leroi-Gourhan, André: 180,

187-189, 194

Levine, George: 319n

Leyh, Peter: 125n

lingüíst ica estructual: 40

Lloyd, Tom: 326n

Löwith, Karl: 228n, 252n

Luhmann, Niklas: 204n, 212n,

220n

Mah om a: 280

Malin, James C.: 33 In

máquinas: 12, 170-172, 306

Margalit , Avishai: 85nmarxismo: 23, 25, 27

marxista: 23, 27

mashal: 58-65

Maturana, H um berto R.: 20 In,

208n - 209n , 213n , 216n ,

218n, 306n

Maxwell, Clark: 170

Mazotta , Giuseppe: 293

método comparativo: 109-113

Metzger, Lore: 324n

midras ,  véase  interpretación,

anatomía de la , midrás ica

modernos: 310-311

Moisés: 44-45, 370

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 392/395

390

ÍNDICE ANALÍTICO

m o n u m e n t o s ( D r o y s e n ) : 7 1 -

72, 120-121, 123, 125

Moore, Carlis le: 318n

Moore, George: 351

Mosès , Stéphane: 229n, 248n

muerte , temor a la: 231-233

Müller, Klaus E.: 140n

Nad a , l a ( Ros en zwe i g ) : 224 ,

236-238, 240-244, 247-248,

250, 253-254, 256, 258, 260-

262, 265, 277-278

Ncihmani, R. Samuel ben: 49

Nietzsche, Friedrich: 310

nimshal: 61, 63

nirvana: 277

Nuevo Tes tamento: 98

observador-comunidad: 199 ,

216 - 217 ,219 , 221 - 222

ord en y con t i n gen c i a : 173 -

1 7 4 , 1 8 6

Pater, Walter: 18, 352, 355-

356 , 358 , 360-364 , 370-

371 , 373-378 , 383;  Appre-

ciations, with an Essay on

Style:

  356n ;

  Gaston de La-

tour:

  379 - 382 ;

  M arius the

Epicurean:  351 , 353;  Plato

and Platonism:  354 , 357 ,

359, 366-368, 384;

  The Re-

naissance:

  368 -369 , 372 ,

384

Paulson , Wi l l iam R. : 205n ,

223n , 296n

Peirce, Charles: 24, 38

Perrault, Charles: 311-312

Pico de l la Mirandola , Gio-

vanni: 370

plas t i c idad es tructura l : 208-

210

plast icidad humana: 184-186,

334-335, 349

Platón: 279, 357-359, 361-365,

368, 370, 384

Plessner, Helmuth: 230, 303n,

343

poética aristotél ica: 79, 82

posestructural ismo: 25

profetas: 44

psicoanálisis: 10, 25, 102-103,

146, 148, 150-151, 153-154,

156, 163, 173

querel la de los ant iguos y de

los modernos: 310, 312-313

Qu ine, W illard van O rman: 51

rabinos: 59, 61, 63

Raguse, Hartmut: 306n

recurs ividad: 13-15, 18, 33-

35, 169, 171, 174-175, 185,

187, 193, 203-207,211-217,

220, 225-226, 232, 286-287,

298, 307

redención: 270, 272, 279

referencia, ruta de: 37, 281

Reichert , Klaus: 25In

relación mapa-territorio: 219,

304

representación: 12, 17, 32, 262,

299, 321-322, 331-333, 339,

348, 354

restos (Droysen): 10, 120, 123,

125, 127

retroacción: 12-14, 173, 178,

181-183, 192-193, 199,

202-204 , 206 , 211 , 213 ,

215 , 219 - 220 , 226 , 286 -

287 , 344 , 347; def in ic ión

de: 170-172; entre cultura,

cuerpo y mente: 183; pos i -

t iva y negat iva: 174-175,

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 393/395

391 ÍNDICE ANALÍTICO

338; s in puntos de referen-

cia fijos: 204

revelación: 10, 33, 46-47, 128,

133, 150-151, 156, 163,

263 , 266-270 , 272 , 279 ,

281, 336, 364

Revolución industrial: 313

Ricceur, Paul: 25, 33, 36, 145-

1 4 8 , 1 5 1 , 1 5 3 - 1 5 9 , 1 6 1 , 1 6 4 ,

168

ricorso:  293-294

Rogers , Wi l l iam El ford: 23-

2 4 , 1 4 8 n

Rojtman, Betty: 48, 52n

romantic ismo: 75, 342, 345

Rorty, Richard: 39n

Rosenberg, John D.: 315n

Rosenzweig , Franz: 15-16 ,

33 , 37 , 227-230 , 232-244 ,

246-249, 251, 254-257, 259-

261 , 264 , 266-267 , 269-

274, 276, 278-283, 298

Rousseau, Jean-Jacques: 312

ruido: 35, 205-206, 208, 214,

296-297

Rüsen, Jörn: 140n

Salisbury, John de: 311

Schleiermacher, Friedrich: 8,

11, 33, 36, 93-98, 100-107,

109, 111-117, 119, 122, 125,

129-130, 141, 161, 168,232,

297

Scholem, G ershom: 228n, 23 4n

Schütz, Alfred: 134n, 364n

Schwab, Gabriele: 18, 303n

Scott, sir Walter: 75n

Shadwell, Charles L.: 379

Shakespeare, Wil l iam: 8 , 70 ,

72, 74-77, 79-80, 82-89,

310

Sherbo, Arthur: 72n

signos: 13, 21, 102, 106, 109,

197-198

símbolo: 10, 161, 164-165, 187,

191, 196, 220-221,238,272-

274 , 336 ; com o m od e l o  de

y mod elo para:  192-194

sistema(s): 12, 15, 31, 35,

174, 182, 208, 213, 216,

293 , 296-297; a lopoié t i co:

212; autónomo: 14, 33-34,

2 0 0 - 2 0 1 , 2 0 3 - 2 0 8 , 2 1 1 - 2 1 2 ,

214 , 217 , 221 , 227-228 ,

285 , 298 , 307; autopoié t i -

co: 200-202, 204, 206-207,

211 -212, 220; cultural: 212;

de creencias: 148, 242; de

lenguaje: 9, 118; de símbo-

los: 191, 196; inmunológi-

co: 13, 200, 215; interpre-

tat ivo: 23; nervioso: 13,

171, 183, 185, 200, 215;

sociah 200, 211, 217; vivo:

33, 200-203, 205-206, 209,

215, 217-218, 306

Smith, Logan Pearsall: 351

Stange, Robert C.: 315n

Stem, David: 58n-59n, 62-63,

67-68n

Steme, Laurence: 324

St ierle , Karlheinz: 71-72n,

8 7 , 1 4 5 n

subl imación: 163

sublime: 163

sujeto humano: 34, 147, 149-

155, 159-161, 163-167

surgimiento: 35, 137-138, 214,

221-222 , 251 , 253 , 257 ,

267 , 293-295 , 297 , 299-

300, 304, 364

Swedenborg , Emanuel : 33In

Szegedy-Masz k, Mih ly: 70n,

72n, 77n

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 394/395

392

ÍND ICE ANALÍTICO

Tao: 277

tema y horizonte: 364-365

Tennyson, G. B.: 314n, 228n,

353

teología negat iva: 247-248

teoría de los s i s temas: 12,

232 , 306; Escue la de San-

tiago de: 13, 199-200

teoría: 311

texto: 8-9, 29-30, 35, 41, 43,

50-51, 53-57, 59, 68 , 70 ,

77, 82, 85, 93, 95, 104,

111, 115, 117-120, 165,

173 , 224 , 233 , 284; com-

prens ión de un: 71, 121,

126, 286; s ignif icado de

un: 38-39, 87, 98

T od o , e l ( Ros en zwe i g ) : 231 -

234 , 240 , 265 ,269 , 271 ,276

Tora: 8, 43, 45-47, 49-50, 52-

54, 56, 59-61, 63;

  véase

también  exéges is

tótem: 192

tradición judía: 8,43 -44 , 51, 58

traducción: 7 , 15 , 30-31, 33,

35, 54-57, 59-60, 63, 66 ,

71, 88, 90, 118-119, 121,

127-128, 161, 169, 190,

194, 224-225, 228, 241,

254, 257, 263, 267, 271,

273-276 , 278 , 282 , 288 ,

299-302 , 314 , 316 , 330 ,

358 , 372 , 375-376; actos

de: 28, 284, 286, 367

traducibilidad: 11, 18, 28-29,

31 ,34 ,41 ,54 , 88 , 116 , 118 ,

169, 227, 252, 273, 275,

283-284 , 294 , 300 , 302 ,

314, 316-317, 330-331, 339,

356; de culturas: 309, 315

trazado de mapas : 36 , 193 ,

195 ,215 - 216 , 304 - 305

Tumer, Victor: 290

vacío(s): 65, 75, 117, 124,

133, 141, 185-186, 188,

190-191, 278, 289, 303,

318-319 , 325 , 360 , 362-

363 , 366 , 375-376 , 378 ,

384;  véase también  brecha

Varela, Francisco, J.: 13, 15,

34n, 36, 199-203, 206-211,

213-219n , 306n

Vatt imo, Gianni: 306n

Vico, Giambatista: 293

Wiener, Norbert: 12, 36, 169-

172, 181, 203-204

Wilson , Edmund: 35In

Wittgenstein , Ludwig: 229

Yeats, W. B.: 351

yo: 16, 24, 34, 137, 152, 154,

160-161, 165-166, 263-264,

3 4 2 , 3 4 5 , 3 5 2

Rutas de la interpretación  se term inó de imp rimir y encua der-

n ar en en ero d e 2005 en I m p res ora y E n cu ad ern ad ora P ro -

greso, S. A. de C. V. (IEPSA), Calz. San Lorenzo, 244; 09830

México, D. F . En su composic ión, parada en e l Departamento

de Integración Digital del

 FCE

 p or  Guillermo Carmona Vargas,

se uti l izaron t ipos New Aster de 10:12, 9:12 y 8:9 puntos. La

edición , qu e consta d e 2 000 ejem plares , es tuvo al cuid ad o d e

Julio Gallardo Sánchez.

8/18/2019 Iser Rutas de La Interpretación (1)

http://slidepdf.com/reader/full/iser-rutas-de-la-interpretacion-1 395/395

N O T A F I N A L

Le recordamos que este libro ha

sido prestado gratuitamente para

uso exclusivamente educacional

bajo condición de ser destruido una

vez leído. Si es así, destruyalo en

form a inmediata.

Súmese como voluntario o donante

y promueva este proyectQ ^en su

comunidad para que otraS Personas

que no tienen acces|ll«iTOÍbliotecas

se vean benef ic iada ^ al igual que

usted.

O

P ara otra s pub licaciones visite:

ara otra s |

w.lecturasinegoismo.com

;ebook: Lectura sin Egoísm o