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INVESTIGANDO O PAPEL DO MONITORAMENTO COGNITIVO-DISCURSIVO E DA META-REFLEXÃO NA FORMAÇÃO DE TRADUTORES Célia Magalhães Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] Fabio Alves Universidade Federal de Minas Gerais [email protected] Resumo: Partindo de abordagens cognitivas e discursivas dos estudos da tradução, este artigo visa a um refinamento de proposta didática, feita em estudos anteriores (Alves, Magalhães e Pagano, 2002; Alves e Magalhães, 2004), para o desenvolvimento de competências em tradução por meio do incremento de uma interface cognitivo-discursiva. Seu objetivo é analisar retextualizações e relatos retrospectivos produzidos por tradutores novatos cuja formação inicial se fundamentou na aquisição de conhecimentos declarativos sobre a linguagem e na reflexão sobre seus próprios processos de tradução. No desenvolvimento das competências destes tradutores novatos no contexto da sala de aula, foram usados conceitos das abordagens sistêmica e cognitiva dos estudos da tradução. Posteriormente, analisaram-se seus relatos retrospectivos com o suporte da análise crítica do discurso. Os métodos usados foram a prática de leitura crítica com base nos conceitos de coesão, registro e gênero; e de escrita crítica, com base em reflexão sobre o processo cognitivo auxiliado pelo uso do software Translog. Posteriormente, procedeu- se à análise crítica do hibridismo de tipos textuais, gêneros e discursos nos relatos retrospectivos dos tradutores. Os resultados mostram que há efeitos positivos de desenvolvimento do conhecimento declarativo e da meta reflexão dos tradutores novatos, interpretados através da configuração genérica dos relatos e dos discursos neles construídos. Palavras-chave: abordagem cognitivo-discursiva, competência em tradução, leitura e escrita crítica, meta cognição, análise crítica de relatos retrospectivos.

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INVESTIGANDO O PAPEL DO MONITORAMENTOCOGNITIVO-DISCURSIVO E DA META-REFLEXÃO NA

FORMAÇÃO DE TRADUTORES

Célia MagalhãesUniversidade Federal de Minas Gerais

[email protected]

Fabio AlvesUniversidade Federal de Minas Gerais

[email protected]

Resumo: Partindo de abordagens cognitivas e discursivas dos estudos datradução, este artigo visa a um refinamento de proposta didática, feita emestudos anteriores (Alves, Magalhães e Pagano, 2002; Alves e Magalhães,2004), para o desenvolvimento de competências em tradução por meio doincremento de uma interface cognitivo-discursiva. Seu objetivo é analisarretextualizações e relatos retrospectivos produzidos por tradutores novatoscuja formação inicial se fundamentou na aquisição de conhecimentosdeclarativos sobre a linguagem e na reflexão sobre seus próprios processosde tradução. No desenvolvimento das competências destes tradutores novatosno contexto da sala de aula, foram usados conceitos das abordagens sistêmicae cognitiva dos estudos da tradução. Posteriormente, analisaram-se seusrelatos retrospectivos com o suporte da análise crítica do discurso. Os métodosusados foram a prática de leitura crítica com base nos conceitos de coesão,registro e gênero; e de escrita crítica, com base em reflexão sobre o processocognitivo auxiliado pelo uso do software Translog. Posteriormente, procedeu-se à análise crítica do hibridismo de tipos textuais, gêneros e discursos nosrelatos retrospectivos dos tradutores. Os resultados mostram que há efeitospositivos de desenvolvimento do conhecimento declarativo e da meta reflexãodos tradutores novatos, interpretados através da configuração genérica dosrelatos e dos discursos neles construídos.Palavras-chave: abordagem cognitivo-discursiva, competência em tradução,leitura e escrita crítica, meta cognição, análise crítica de relatos retrospectivos.

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Abstract: Building on cognitive and discursive approaches to translationstudies, this article aims at improving a didactic proposal made in earlierstudies (Alves, Magalhães e Pagano, 2002; Alves e Magalhães, 2004) todevelop expertise in translation by adopting a cognitive-discursive perspec-tive in translator’s training. The article’s main goal is to analyze translationsand retrospective protocols produced by novice translators whose initialtraining was based on the acquisition of declarative knowledge about lan-guage and reflections about their own translation processes. Concepts drawnfrom systemic-functional linguistics and translation process studies wereused in order to enhance the translation competence of novice translators.Afterwards, their retrospective protocols were analyzed from a critical dis-course analysis perspective. Methods used in the study comprised the de-velopment of critical reading, by means of concepts such as cohesion,register and genre, and critical writing, based on reflections on cognitiveprocesses carried out with the aid of the software Translog. Critical dis-course analysis was the basis for the investigation of hybridity of text types,genres and discourses in the retrospective protocols produced by transla-tors. The results point out that there are positive effects on the developmentof declarative knowledge and meta-cognition among novice translators, in-terpreted through the generic configuration of the retrospective protocolsand the discourses constructed therein.Keywords: cognitive-discursive approach, translation competence, criticalreading and critical writing, meta-cognition, critical analysis of retrospectiveprotocols.

Introdução

A partir dos estudos de natureza processual, pode-se argu-mentar que a formação de tradutores deve-se pautar pelas evi-dências encontradas na literatura sobre competência em tradu-ção. Nesta área, contudo, também gera polêmica a discussão sobrequais seriam os componentes-chave para o desenvolvimento dacompetência do tradutor. Por um lado, Robinson (1997), PACTE(2003) e Hurtado Albir (2005), entre outros, argumentam que acompetência do tradutor é um conhecimento eminentementeprocedimental e se desenvolve subliminarmente. Por outro lado,Kiraly (1995), Alves, Magalhães e Pagano (2000), Alves, Maga-

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lhães e Pagano (2002), e Alves e Magalhães (2004) defendem oponto de vista de que a competência do tradutor tem uma baseexplicitamente vinculada a conhecimentos declarativos específi-cos e que o desenvolvimento da competência específica em tra-dução (cf. Gonçalves, 2003; Alves e Gonçalves, no prelo) acon-tece a partir de um processo de conscientização de base metareflexiva.

Como refinamento desta proposta de competência em tradu-ção de base declarativa e simultaneamente meta reflexiva, bus-camos a noção integradora de tradução de Hurtado Albir (2005),como operação textual, evento comunicativo e processo mental.Nossa abordagem, todavia, difere daquela proposta por HurtadoAlbir (1999), a qual privilegia o enfoque por tarefas enquantoabordagem para o ensino de tradução. A abordagem de Alves,Magalhães e Pagano (2000), de base processual e discursiva,baseada principalmente em Hansen (1999) e Baker (1992), con-templa a análise textual articulada ao monitoramento do processono ensino/aprendizagem de tradução e propõe uma abordagembaseada na identificação de problemas por parte do tradutor apren-diz e no desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos de-clarativos, relativos à análise discursiva, incluindo-se os elemen-tos que dizem respeito à tradução enquanto gênero (cf. Hatim,2001), que possam vir a se tornar procedimentais à medida que opercurso do aprendiz avance no continuum que permeia nossaconcepção de competência em tradução.

Revisão da literatura

A preocupação com a integração de dados de produto e dadosprocessuais pode ser encontrada numa revisão de teóricos que atu-am na área de estudos do processo tradutório. Hansen (2002) apre-senta uma coletânea de propostas que conjugam o estudo do pro-cesso e do produto da tradução. Nessa coletânea, Hansen (2002),

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por exemplo, além de focalizar o processo, utiliza as abordagensfuncionalistas para a avaliação da qualidade das traduções produ-zidas no âmbito de seus experimentos; Andersen (2002) usa asconsiderações sobre a tradução da metáfora de Peter Newmarkno estudo do processo; Lorenzo (2002a) faz uso do modelo deanálise textual de Christiane Nord; Jensen (2002) faz uso do mo-delo de avaliação da qualidade de traduções de Juliane House, edo modelo de análise textual de Christiane Nord, além do modelode análise de gênero textual de Bhatia e de análise do discursousado por Wolfgang Lörscher para análise de protocolos verbais(TAPs); Livbjerg e Mees (2002) usam a proposta de Alves, Ma-galhães e Pagano (2000), embora se concentrem prioritariamentena estratégia de uso de dicionários; Jakobsen (2002), baseado emdados quantitativos e utilizando o conceito de ritmo cognitivo pro-posto por Schilperoord (1996), define o produto de tradutores ex-perientes como textos mais duráveis. Vale observar, entretanto,que todos os autores que participam do volume organizado porHansen (2002) focalizam o texto traduzido como produto, a partirde bases teóricas discursivas diversas, para efeito de avaliaçãoda qualidade do referido produto, e não como proposta a ser in-corporada na formação do tradutor. Nesse sentido, não prevêemo desenvolvimento da análise dos gêneros como tarefa anteriorao monitoramento do processo de retextualização, visando a umaconscientização discursiva desses gêneros.

Um trabalho com descrição de dados do processo de traduçãoimportante para a proposta de ensino que fazemos é o de Lorenzo(2002b). A autora analisa dados do processo de tradutores nova-tos no par lingüístico dinamarquês/espanhol, argumentando que ouso do software TRANSLOG©1 tem permitido uma descriçãoabrangente das fases do processo tradutório e que este uso podeser expandido para a situação de ensino de tradução. Outra pro-posta também importante é a de Olk (2002) que combina o uso deTAPs com um trabalho de desenvolvimento de consciência críti-ca da linguagem, utilizando dados do processo como reveladores

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de aspectos da construção discursiva dos tradutores participantesdos experimentos.

Por uma abordagem cognitivo-discursiva na formação detradutores

Apesar de o trabalho de Olk (2002) abrir uma nova frente paraa integração das perspectivas processuais e discursivas, sua abor-dagem ainda não trabalha a interface produto/processo e não rela-ciona as verbalizações dos tradutores com seus produtos, como ofazem Alves, Magalhães e Pagano (2002). Estes autores advogamo uso de métodos empíricos em tradução na formação de traduto-res para levá-los a uma percepção do texto baseada em conheci-mentos meta reflexivos. O foco de seu estudo é a leitura crítica deRelatos Retrospectivos (daqui em diante, RRs) como ferramentapara compreender o processamento cognitivo e auxiliar naconscientização dos tradutores novatos, visando a promover umamaior autonomia. Também fazem uso de análise discursiva dosprodutos, correlacionando-os aos RRs, com base em pressupostosda análise crítica do discurso, especialmente as questões relativasa gênero. Em continuidade a esse primeiro estudo, Alves e Maga-lhães (2004) propõem uma abordagem combinada que integra tra-ços cognitivos e discursivos na formação de tradutores, com o ob-jetivo de melhorar o desempenho de tradutores novatos, levando-os a desenvolver ritmos cognitivos mais próximos daqueles obser-vados em tradutores expertos, um nível mais alto de consciênciacrítica da linguagem e, em termos de processamento qualitativo,de maior durabilidade (Alves, 2005a), entendida como o resultadode uma configuração de desempenho específica que evidencia umpadrão de processamento e monitoramento da produção textualpassível de ser associado ao gerenciamento cognitivo eficiente e aoexercício de meta-reflexão sob uma perspectiva meta-cognitiva.Para a análise comparativa dos RRs e produtos, introduzem a aná-

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lise textual baseada em corpus, especialmente o uso das linhas deconcordância e a consulta a bancos de dados para interpretação dascolocações, ou co-ocorrências convencionais de palavras nas lín-guas do corpus paralelo em estudo. Alves (2005a), a partir dasnoções de ritmo cognitivo e durabilidade, analisadas através daseparação do processo de tradução em três fases distintas — orien-tação, redação e revisão — propõe um desenho experimental como intuito de aferir parâmetros de análise do desempenho processu-al de tradutores novatos e experientes a partir da relação de seusprocessos e suas traduções com níveis de meta reflexão e experi-ência. Para análise dos produtos, visando correlacionar dados pro-cessuais e textuais no escopo do conceito de durabilidade, o autorusa o modelo de Klaudy e Károly (2000), adaptado de Hoey (1991),focalizando padrões coesivos de repetição. Pagano, Magalhães eAlves (2005) revisam trabalhos desenvolvidos na interface cogniçãoe discurso, destacando o papel relevante do conhecimento declara-tivo relativo a aspectos da construção discursiva de um texto e desua retextualização numa outra língua na formação do tradutoraprendiz e apontando a necessidade de se desenvolver um experi-mento controlado que permita, de fato, confirmar essa hipótese.Alves (2005b), revisitando a dicotomia entre conhecimentoprocedimental e declarativo na formação de tradutores, baseia-seem princípios conexionistas (Elman et al., 1996) e na teoria darelevância (Sperber e Wilson, 1986/1995) para propor a incorpo-ração dos dados colhidos com o TRANSLOG© no ensino de tradu-ção como insumo para desenvolvimento da meta reflexão de tradu-tores novatos. O autor alinha-se à proposta apresentada pelo grupoPACTE (2003) e por Hurtado Albir (2005) sobre a relevância docomponente procedimental da competência tradutória que se con-solida a partir da pré-competência tradutória através do domínio cu-mulativo de práticas específicas. Todavia, Alves (2005b) se reportaao conceito de prática deliberada (Ericsson, 2002) para justificar suaafiliação a princípios conexionistas e destaca que o domínio dessabase procedimental é reforçado por conhecimentos declarativos, de

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natureza meta reflexiva, que possibilitam ao tradutor o controle maisconsciente das fases do processo de tradução. Nesse sentido, Alvesvincula-se novamente às propostas anteriores de Alves, Magalhãese Pagano (2000, 2002), de fomento da formação de tradutores a par-tir de processos de conscientização das características cognitivas ediscursivas intrínsecas ao fazer tradutório.

No âmbito de uma proposta de investigação vinculada ao CorpusProcessual para Análises Tradutórias (CORPRAT) e ao CorpusDiscursivo para Análises Lingüísticas e Literárias (CORDIALL),a presente proposta está baseada numa abordagem conexionistaem interface com uma abordagem discursiva para o desenvolvi-mento de um corpus processual sobre a aquisição de competênciaem tradução. Tomamos como ponto de partida a abordagem deMunday (2001), na interface da Lingüística Sistêmico-Funcionalcom a Lingüística de Corpus, proposta pelo autor como base paraos estudos descritivos da tradução, com vistas ao levantamento dehipóteses com relação às mudanças e possíveis padrões emergen-tes na tradução. Embora não alinhados com os estudos descritivosda tradução, estamos propondo usar tal interface na formação detradutores para a análise das retextualizações, associada à descri-ção dos dados do processo colhidos com o TRANSLOG© e a umaanálise crítica dos relatos retrospectivos de tradutores novatos.

Analisamos um corpus de traduções desses tradutores, no esco-po da noção de tradução como operação textual, com foco nas co-locações (estudo que pode ser implementado com o auxílio das li-nhas de concordância produzidas através da ferramentaCONCORD, do software WORDSMITH TOOLS, quando se tra-tar de um corpus de dimensão maior). Analisamos, ainda, o âmbi-to da tradução como processo mental, com base na descrição dosdados do processo colhidos através do TRANSLOG© e na análisecrítica do discurso dos relatos retrospectivos, com base nohibridismo deste gênero e com o auxílio das listas de palavras pro-duzidas através da WORDLIST, outra ferramenta doWORDSMITH TOOLS.

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Nossa concepção de registro e gênero parte da LingüísticaSistêmico-Funcional (Halliday e Hasan, 1985) e da análise deregistros e gêneros (Eggins e Martin, 1997) numa interface coma análise crítica do discurso (Fairclough, 2001; 2003). Partindodo conceito mais amplo de “contexto de cultura”, que nos ofe-rece uma rede de escolhas para o uso da (e a ação e a significa-ção com) a linguagem em “contextos de situação” específicos,os quais geralmente determinam a probabilidade de ocorrênciade determinados usos lingüísticos, tomamos registro como umconstruto teórico que representa a noção consensual de que usa-mos a língua de acordo com o “campo” (“ação social”), as “re-lações” (“estrutura de papéis dos interlocutores”) e “modo”(“organização simbólica”) da linguagem. Tais variáveis do con-texto de situação podem ser associadas às funções da lingua-gem, quais sejam, a experiencial, a interpessoal e a textual, eao estrato semântico-discursivo da linguagem (Martin, 1992;Eggins, 1994). O registro, então, daria conta do contexto de si-tuação. Já o conceito de gênero faz a ligação entre o contexto desituação e o de cultura, explicando o funcionamento das institui-ções sociais dentro deste último. Gêneros são “tipos relativa-mente estáveis” usados em diversos contextos de situações deinteração nas instituições (entrevista, relatório, romance, etc.),usando convenções pré-determinadas pelas comunidades que par-ticipam das mesmas, para atingir determinados propósitos oucausar determinados efeitos, construindo ou naturalizando ide-ologias. Geralmente podem ser mais ou menos híbridos, depen-dendo do poder da instituição que pode cristalizá-los e não per-mitir que incorporem recontextualizações de outros gêneros, ou,em outras palavras, não permitir que se construam em cadeiacom outros. Uma representação dessa concepção da linguagem,que se compõe dos estratos semântico-discursivo e léxico-gra-matical, e está associada aos contextos de situação e de culturaé apresentada na Figura I:

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Figura 1: Léxico-gramática, semântica-discursiva e contexto (adaptada de Eggins,1994)2.

Ao contexto mais amplo, de cultura, vinculam-se os gênerosproduzidos pelas instituições sociais, a partir de suas ideologias.Ao contexto específico de uso da linguagem, de situação, vincu-lam-se as variáveis de campo, relações e modo, associadas porHalliday ao conceito de registro. Tais variáveis estão estreitamen-te relacionadas com as com as funções experiencial, interpessoal etextual da linguagem, que fazem parte do estrato semântico-discursivo (cf. Martin, 1992), e se instanciam no texto por meiodas relações lexicais, a estrutura interacional, e a referência econjunção. Tais relações lexicais e lógicas e estrutura interacionalse realizam por meio dos componentes do estrato léxico-gramati-cal da linguagem, a transitividade, o modo oracional e a estruturade Tema-Rema. Tal representação é bastante adequada para a aná-lise de registro.

Para a análise de gênero, precisamos fazer uma interface destaproposta com a proposta de Fairclough (2001, 2003). Este autor,por sua vez, em diálogo com Bakhtin e Foucault, provê um aparato

Ideologia

Gênero

Registro Campo Relações Modo Contexto

Relação Estrutura ReferênciaSemântico- Lexical Interacional e conjunção LinguagemDiscursivo

Experiencal Interpessoal Textual

Léxico- Transitividade Modo Oracional TemaGramatical

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teórico que apresenta o conceito de discurso(s) como “modos designificar a experiência a partir de uma perspectiva particular”(Fairclough, 2001: 39), conceito diferente daquele usado por Martin(1992), quando expande o estudo de coesão de Halliday e Hasan(1976), criando o estrato “semântico-discursivo”, com a noção de“discurso” representando as relações lexicais no texto e não entrefrases. Fairclough também apresenta a noção de interdiscursividadecomo “a constituição de um texto a partir de discursos e gênerosdiversos” (Fairclough, 2001: 39), que permite uma análise maisabrangente de gêneros por tentar explicar seu hibridismo atravésdos discursos a ele associados.

Neste artigo, tomamos como ponto de partida a posição defen-dida por Alves, Magalhães e Pagano (2000, 2002) e nos propomosa analisar, através de um estudo de base processual e discursivo, aaquisição da competência em tradução em dois grupos de traduto-res novatos que, por um ano, durante um semestre cada um, rece-beram treinamento com base em conhecimentos declarativos nosmoldes das propostas de Alves, Magalhães e Pagano (2000) ePagano, Magalhães e Alves (2005), publicada a posteriori. A in-corporação de subsídios da lingüística de corpus se dá, em conso-nância com trabalhos anteriores (cf., sobretudo, Pagano, Maga-lhães e Alves, 2005), em virtude do potencial comprovado dos es-tudos de corpora aplicados à tradução (Hunston, 2002; Olohan,2004), que surgem como uma contrapartida empiricamente funda-mentada e consistente para se tratar textos traduzidos de formaquantitativa e qualitativa. Configuram, nesse sentido, uma aborda-gem do produto da tradução que se apresenta com característicasmetodológicas semelhantes àquelas defendidas pelos pesquisado-res ligados à corrente processual, ou seja, uma abordagem quetrabalha de forma indutiva e descritiva objetivando a comprovaçãoempírica de hipóteses sobre o processo e o produto de traduções.

Com base em estudos de corpus de pequenas dimensões, torna-se factível e relevante o uso desse tipo de corpus especializadopara investigar o produto de traduções e contrastar os dados resul-

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tantes desta investigação a dados processuais obtidos através demétodos tais como relatos retrospectivos e representações do pro-cesso tradutório a partir do software TRANSLOG©. A análise dosprotocolos registrados pelo TRANSLOG© observa alguns aspectosdo desempenho dos tradutores tais como distribuição de pausas etempo despendido nas fases de orientação, redação e revisão, con-forme definidas por Alves (2003). São complementados, dessa for-ma, dados do processo com dados do produto e, através de suatriangulação, torna-se possível consubstanciar a análise de proces-sos cognitivos subjacentes à tarefa de tradução. Ao invés de sepropor estudos em larga escala, envolvendo um grande número deinformantes e variáveis, estimula-se a investigação correlata atra-vés de vários estudos de caso que sigam desenhos metodológicossemelhantes no processo de coleta e análise de dados. É de se es-perar que esses estudos de caso, utilizando-se a técnica detriangulação de diversos métodos de coleta de dados, possam serfeitos em diferentes pares lingüísticos, enfocando problemas par-ticulares, mas que, em última instância, estejam inter-relacionadose possam ser submetidos a análises correlacionais. Chegar-se-ia,dessa forma, a um conjunto de dados que, dada a congruência dametodologia de pesquisa, poderiam ser agrupados e utilizados paratecer generalizações sobre aspectos mais abrangentes a respeito dodesempenho de tradutores tanto novatos quanto experientes. Final-mente, sugere-se que tal metodologia de análise de dados seja ade-quada para utilização como método para a formação de tradutores.

Aplicações da abordagem cognitivo-discursiva na formaçãode tradutores: desenho e descrição de um estudo piloto

Com o intuito de testar a metodologia de análise de dados des-crita na seção anterior assim como sua aplicação a programas deformação de tradutores, um estudo piloto foi conduzido pelos pes-quisadores do Núcleo de Estudos da Tradução da Faculdade de Letras

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da Universidade Federal de Minas Gerais ao longo de dois semes-tres letivos no ano de 2004. Foram agrupados em um mesmo grupoalunos de bacharelado das habilitações em línguas alemã, espanho-la e inglesa que tinham como interesse a formação em tradução.Ao todo, 28 alunos participaram do estudo piloto divididos em duasturmas de 14 alunos, com carga horária de 60 horas/aula, tendosido ministrada uma disciplina no primeiro semestre e a outra nosegundo semestre letivo de 2004.

Inicialmente os alunos foram expostos a aspectos teóricos elingüístico-discursivos relevantes para o campo dos estudos da tra-dução que mencionamos anteriormente. Foram alocadas 30 horas/aula a essas atividades que, a partir da proposta de Alves, Maga-lhães e Pagano (2000, 2002), tinham como objetivo introduzir re-flexões sobre fatores micro e macro textuais e conscientizar osparticipantes sobre sua relevância no contexto de tarefas de tradu-ção. Posteriormente, em uma segunda fase da disciplina, com car-ga horária de 30 horas/aula e tomando por base as propostas deAlves (2003) e Alves e Magalhães (2004), os alunos refletiramsobre as características cognitivas do processo de tradução comdestaque para os padrões de segmentação que geram unidades detradução e para o gerenciamento de fases diferenciadas do proces-so de tradução, quais sejam, orientação, redação e revisão.

Esta segunda fase do estudo piloto tinha por objetivo a produçãode três traduções. Para tanto, foram selecionados textos de partidacorrelatos em alemão, espanhol e inglês, cujas traduções para oportuguês pudessem ser analisadas conjuntamente pelos alunos dastrês habilitações. Os textos foram selecionados seguindo critériosde fontes semelhantes (i.e., manuais multilingües, jornais eletrôni-cos, folhetos turísticos), tamanho (aproximadamente 300 palavras),complexidade e grau de dificuldade congruentes. Alves (2005b)apresenta uma descrição detalhada dos três textos utilizados noestudo piloto. Para fins de análise, o presente artigo enfoca apenasa tradução de um primeiro texto intitulado SONY, qual seja, umacarta de apresentação do produtor de um aparelho eletrônico ao

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cliente que o adquiriu, mencionando aspectos da garantia do produ-to e da rede de assistência técnica. O Anexo 1 apresenta os textosde partida em alemão, espanhol e inglês.

Para fins da coleta de dados, os alunos foram instruídos formal-mente sobre como lidar com o software TRANSLOG©, como ge-rar arquivos com extensão .log, salvar suas traduções como arqui-vos com extensão .txt, gerar protocolos de pausa através de arqui-vos do TRANSLOG© com extensão .rtf e, finalmente, produzirrelatos retrospectivos a partir da função replay do software. Parti-ciparam de um processo de familiarização da ferramenta de for-ma que esta não viesse a constituir obstáculo operacional à execu-ção das tarefas de tradução.

Dado o elevado número de participantes, optou-se no âmbito doestudo piloto, pela produção de uma versão escrita dos relatos re-trospectivos ao invés de se utilizar gravações dos relatos retros-pectivos, forma corrente na literatura sobre o processo de tradu-ção e na metodologia usualmente adotada pelo CORPRAT. Os par-ticipantes foram instruídos a usar a função replay do TRANSLOG©

para visualizar suas traduções imediatamente após sua conclusão ea pausar a função replay cada vez que um problema de traduçãofosse detectado. Deveriam, então, localizar o tempo real de pro-dução do segmento em pauta, marcá-lo em um arquivo com exten-são .doc e tecer comentários sobre a tradução em curso. Destaforma foi possível, para fins da análise aqui apresentada, cruzar osRRs com protocolos de pausa e com os textos de chegada produzi-dos pelos alunos. O objetivo principal do estudo piloto era averi-guar se a instrução formal recebida na primeira fase da disciplinarepercutia nos RRs através de comentários sobre a naturezacognitiva e discursiva intrínsecas ao processo de tradução e, au-mentando o nível de conscientização dos sujeitos, interferia na pro-dução das suas traduções. Com o intuito de garantir que a análisenão tivesse impacto meramente circunstancial, a coleta de dadosfoi feita em dois grupos distintos que receberam a mesma instru-ção formal, declarativa e procedimental. Almejava-se verificar se

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os efeitos observados em um primeiro grupo se repetiriam de for-ma semelhante no segundo grupo.

Para garantir o devido anonimato, os sujeitos foram numeradosde T01 a T28 sendo que aqueles agrupados entre T01 e T14 partici-param do estudo piloto ao longo do primeiro semestre, enquantoque aqueles agrupados entre T15 e T18 o fizeram no segundo se-mestre. Para fins de análise dos dados, foram selecionados aleato-riamente nove sujeitos por turma, sendo três para cada par lingüístico(alemão-português, espanhol-português e inglês-português), perfa-zendo um total de 18 sujeitos. O Anexo 2 apresenta em forma detabelas os dados dos sujeitos T03, T05 e T07 (alemão 1/2004), T20,T23 e T26 (alemão 2/2004), T04, T09 e T10 (espanhol 1/2004),T19, T24 e T28 (espanhol 2/2004), T02, T06 e T11 (inglês 1/2004)e T15, T17 e T22 (inglês 2/2004) incluindo os RRs e os textos dechegada produzidos a partir dos textos de partida em alemão, espa-nhol e inglês incluídos no Anexo 1.

Análise Discursiva dos Dados

Esta abordagem dos dados se baseia na análise crítica do dis-curso, focalizando o gênero RR e os discursos neles representa-dos. Reuniram-se as (re)textualizações nos pares lingüísticos ale-mão/português, espanhol/português e inglês/português e os referi-dos RRs em apenas um arquivo eletrônico para leitura e interpre-tação crítica, com base nas representações que se constroem nes-tes relatos. Foram, ainda, feitos arquivos separados dos RRs emformato .txt para aplicação da ferramenta WORDLIST e levanta-mento dos processos usados pelos tradutores em seus RRs, paraauxiliar na análise das representações. Os processos usados e asrelações lexicais feitas pelos tradutores em seus RRs, para alémdo uso adequado de colocações em suas retextualizações, revelama influência dos conhecimentos declarativos básicos introduzidosna primeira metade dos cursos, cuja proposta foi desenvolver es-

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ses conhecimentos como subsídio para a segunda metade do trei-namento, ocasião em que os alunos tomam contato com noções doprocesso cognitivo, o software TRANSLOG© e sua utilização parasubsidiar os relatos retrospectivos, feitos após o término do expe-rimento. Cabe ressaltar que os RRs produzidos ao longo do estudopiloto apresentam um caráter híbrido, diferente dos relatos retros-pectivos geralmente produzidos pela metodologia utilizada peloCORPRAT. Esse hibridismo deve-se sobretudo ao fato de os par-ticipantes terem sido instruídos a registrar os tempos em que ocor-reram as questões que relatam. Essas instruções levaram os parti-cipantes a tematizar a circunstância de tempo, representada porminutos e segundos separados com hífen, nas orações e/ou perío-dos. Os RRs são ainda predominantemente feitos por meio de nar-rativas, mas apresentam também nominalizações itemizadas, comose fossem títulos das etapas do processo, ou um relato distanciadodestas etapas, além de conter cópias de trechos dos arquivos .log,gerados com o uso do TRANSLOG© , com os signos semióticoscaracterísticos destes arquivos, e trechos das próprias traduções.

Análise Crítica dos RRsConforme descrito em seção anterior, o experimento contou

com 18 tradutores novatos que traduziram um excerto de um ma-nual da marca Sony, mais especificamente, uma breve carta doprodutor do aparelho ao cliente que o adquiriu, mencionando as-pectos da garantia do produto e da rede de assistência técnica; oprimeiro agradecendo a preferência e dando instruções ao segun-do para o caso de defeito no produto comprado. Cabe lembrar quenos três textos de partida (cf. Anexo 1) é feita referência a umasigla que remete a Espaço Econômico Europeu (EEE) – termo usu-al em português —, apresentado em alemão como EuropäischerWirtschaftsraum (EWR), em espanhol como Area EconómicaEuropea (AEE) e em inglês como European Economic Area (EEA).Como a tarefa de tradução pedia a tradução do manual para o mer-cado consumidor brasileiro, tornava-se desnecessária a referên-cia de que a garantia do produto era válida para o Espaço Econô-

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mico Europeu, haja vista que o produto teria assistência técnica egarantia no território brasileiro. Esta característica não foiexplicitada pelos pesquisadores durante o processo de coleta dedados e consistia em um dos pontos-chave para observação do im-pacto dos conhecimentos declarativos sobre tradução transmitidosna primeira parte dos cursos no processo de tradução dos traduto-res novatos.

No corpus aqui apresentado, os 18 tradutores se subdividiram emtrês grupos de seis, de acordo com a língua de textualização do excerto,isto é, alemão, espanhol e inglês. Apresenta-se, abaixo, uma descri-ção sucinta dos relatos dos tradutores do grupo de alemão. T03, T05e T07 fizeram parte do grupo que trabalhou no primeiro semestre doano; T20, T23 e T26 trabalharam no segundo semestre. Uma conso-lidação desses relatos é apresentada no Anexo 2:

T03Apresenta seu RR como uma seqüência de frases separadas, tematizando acircunstância de tempo, representada por minutos e segundos separados comhífen da narrativa, com nominalização itemizada ou não. Seu processo seinicia sem a fase de orientação, porém é interrompido para voltar a estafase, com a leitura global do texto, bem como para explicar a tarefa para umcolega retardatário. Revela preocupação com a grafia, léxico e gramática,tendo como unidade mínima a palavra, mas também revelando reconhecer oprincípio de idiomaticidade das línguas, a frase e o texto como unidadespossíveis. Não revela ter usado recursos externos como dicionários ou aInternet. As fases de tradução e revisão completam o processo.

T05Apresenta seu RR em narrativa ou relato corrido, tematizando a circunstân-cia de tempo na maioria de suas orações/frases, a maioria das circunstânci-as representada por minutos e segundos. Revela ter noção de gênero atravésde comentários que podem ser associados ao conhecimento do princípio deidiomaticidade e dos recursos de coesão das línguas, dando-se a liberdade defazer acréscimo ao texto em função destes recursos. Usa recursos externos,incluindo discussões com colegas durante o processo e uso da Internet. Oprocesso se dá em três fases.

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T07Apresenta seu RR como um gênero híbrido, com o relato em seqüência, cujaintrodução é feita por um grupo de nominalizações complexas, sempretematizando e separando com hífen a circunstância de tempo, representadaem minutos e segundos. Revela ter noção de gênero, através da explicaçãodas escolhas léxico-gramaticais; revela, ainda, conhecimento do princípiode idiomaticidade, quando menciona adequação das palavras. Usa recursosexternos, isto é, dicionários impressos e da Internet. Do grupo, é o único atentar uma solução para a tradução de EWR (Europäischer Wirtschaftsraum).Faz a tradução seguindo as três fases do processo, retornando, no início daretextualização à fase de orientação com a leitura global do texto.

T20Apresenta seu RR como uma seqüência de grupos de nominalizações com-plexas itemizadas, sempre tematizando a circunstância de tempo, usandocolchetes para separar minutos e segundos do relato distanciado. Revela ternoção da frase e do texto como unidades de sentido, através do foco na frasee da preocupação com a coesão e com o princípio de idiomaticidade, resga-tável através de itens lexicais tais como “estética”, e “colocação”. Parecenão fazer uso de recursos externos; entretanto, fala em “resgate mental” ediscussão com colegas. Seu processo revela a ausência da fase de orienta-ção. Na fase de revisão, revela preocupação com a aceitabilidade de umaexpressão ao mudá-la.

T23Apresenta um RR bem curto e híbrido, numa seqüência de grupos denominalizações complexas itemizadas, uma delas acrescida de uma narrativae/ou descrição do relato, sempre tematizando a circunstância de tempo, minu-tos e segundos usados entre colchetes, separados do relato distanciado. Os doisúnicos comentários com relação a decisões de tradução revelam a noção degênero, através da preocupação com uma léxico-gramática aceitável pelo lei-tor brasileiro. Faz uso de recursos externos, como dicionários e sites de pro-dutos eletrônicos, representando seu processo de tradução em três fases.

T26Apresenta um RR longo e híbrido, numa seqüência de parágrafos iniciadospor uma nominalização que pode ser pensada como título descritivo da etapado processo, antecedidos pela circunstância de tempo, minutos e segundos,

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destacados entre colchetes. Revela noções do contexto de situação, compreocupações relativas ao público alvo, nos níveis situacional e cultural.Toma decisões com relação à estrutura interacional da carta, refletindosobre mudanças relativas às convenções do gênero discursivo e a questõesdas ideologias nas culturas (como a marca de gênero social e o sexismo doportuguês brasileiro). Menciona explicitamente o conhecimento declarativoadquirido na primeira parte do curso. Usa mais eficaz de recursos externos,o que atribui ao seu conhecimento declarativo sobre gêneros e textos. Pare-ce não ter sido dedicada uma fase ao final para revisão a qual foi feitadurante a fase de tradução.

Podem-se fazer algumas especulações adicionais sobre os RRsou interpretações deste gênero, com base nos dados acima. Porexemplo, se houvesse possibilidade de comparação com RRs fei-tos antes do uso didático do TRANSLOG©, talvez pudéssemos ob-servar que houve uma mudança discursiva em função do uso doarquivo .log deste software no gênero RR, anteriormente com pre-dominância da narrativa, e apresentando alguma descrição. Con-forme mencionamos anteriormente, o gênero ainda é predominan-temente narrativo; entretanto, apresenta certos traços novos. Ascircunstâncias de tempo que marcam a seqüência de eventos sãoatualmente representadas com a precisão que lhe permite o softwareusado na retextualização, em minutos e segundos devido à lingua-gem do mencionado arquivo. Apresenta, ainda, nominalizaçõesitemizadas, como se fossem títulos das etapas do processo, ou umrelato distanciado destas etapas.

Para além das especulações, pode-se observar que a maioria dostradutores, à exceção de um (de cuja fase de orientação não há re-gistro), tem consciência das três diferentes fases do processotradutório, ainda que nenhum deles, curiosamente, faça a escolhalexical explícita de “orientação”, fazendo escolhas como “releitura”ou “leitura prévia” que nem sempre podem ser entendidas em seusentido amplo de conhecimento das convenções de produção e con-sumo dos textos. Metade dos tradutores não usa explicitamente oitem “revisão”, substituindo-o, entretanto, por outros, como o pro-cesso “revisar”, que se associam ao referido item lexical.

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Apresenta-se, abaixo, a descrição sucinta dos RRs dos traduto-res novatos de espanhol. T04, T09 e T10 fizeram parte do grupoque trabalhou no primeiro semestre do ano; T19, T24 e T28 traba-lharam no segundo semestre. Uma consolidação desses relatos éapresentada no Anexo 2:

T04Apresenta seu RR em uma tabela com duas colunas, tempo e comentário.Na coluna de tempo, as linhas representam as circunstâncias de tempo,descritas em minutos e segundos. A coluna de comentário é um híbrido detítulos (nominalizações) e de narrativas e descrições. Tece comentários so-bre o caráter “literal” da sua tradução e, simultaneamente, reflete sobre aléxico-gramática das línguas. Embora o foco possa parecer o item lexical,reflete sobre o princípio de idiomaticidade das línguas, a coesão no texto econvenções do gênero. Revela ter usado recursos externos apenas para solu-cionar a tradução da sigla AEE. A reflexão revela, ainda, conhecimento dasetapas do processo.

T09Apresenta seu RR como uma lista de oito frases, a primeira descritiva e asdemais narrativas. Usa a circunstância de tempo tematizada, em minutos esegundos apenas na quarta frase. Revela ter noção das convenções dos gêne-ros discursivos nas duas línguas, através de comentários que podem serassociados ao conhecimento do princípio de idiomaticidade e à preocupaçãocom “translationese”. Revela não usar recursos externos, registrando pro-blemas de infra-estrutura (teclado desconfigurado) e necessidade de revisãoquando não era mais possível. Fica ambíguo na reflexão se houve a fase deorientação; estando as demais fases registradas.

T10Apresenta seu RR em uma tabela com duas colunas, de tempo e comentári-os, e quatro linhas. Nas linhas da primeira coluna, registra as circunstânci-as de tempo, em minutos e segundos. A reflexão revela preocupaçãomicrolingüística apenas, no nível do léxico e da gramática. Não revela o usode qualquer recurso externo; revela, entretanto o uso de recursos internos.Nas linhas da segunda coluna, não fica claro se há conhecimento da terceirafase do processo, podendo-se resgatar as fases de orientação e de tradução.

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T19Apresenta seu RR em uma seqüência de seis parágrafos bem definidos, comcircunstância de tempo tematizada em cinco deles, quatro delas representa-das em minutos e segundos, separados entre colchetes. Revela o predomínioda frase como unidade de sentido e, ao mesmo tempo, nas pausas longas,parece caminhar em direção ao texto como unidade, revelando, ainda, ternoção do princípio de idiomaticidade das línguas. Explicita que não fez usodo dicionário por considerar o texto fácil. Seu processo revela a ausência dafase de orientação e a reflexão posterior sobre o prejuízo dessa ausência;revela ainda uma revisão contínua gerando pausas longas (aquelas tematizadasem quatro dos parágrafos).

T24Apresenta um RR longo e híbrido, dividido em duas seções cujos títulos sãoTempos e Comentário. Na primeira seção, há dezoito subdivisões, com acircunstância de tempo representada por minutos, segundos e uma terceirasubunidade (sempre representada por zeros), destacadas do relato por hí-fens. Seis dessas subdivisões são nominalizações e parecem constituir umrelato distanciado do processo; as demais são narrativas e descrições; sendoduas delas mais longas. As reflexões nas duas seções do RR revelam, emsua maioria, decisões de tradução baseadas na palavra como unidade e rara-mente (duas vezes) no princípio de idiomaticidade e um foco de atençãoacurado. Revelam, ainda, explicitamente, pouco conhecimento declarativosobre a língua portuguesa, cuja lacuna o tradutor pensa em preencher nofuturo. Uso de recursos externos, como dicionário eletrônico é registradoapenas uma vez; os recursos internos parecem ser os mais usados. O relatoapresenta o processo de tradução em três fases.

T28Apresenta um RR longo e híbrido, em duas seções, a primeira, uma lista desete frases, sendo três delas complexas, iniciadas pela circunstância de tem-po, em minutos e segundos, destacados entre colchetes do restante da narra-tiva do processo; a segunda, destacada pelo título “Comentários”, um textocorrido composto de seis parágrafos, dois deles mais longos, em que predo-mina uma interpretação do processo. Revela ter dificuldades com os proce-dimentos do software TRANSLOG© e com a leitura do arquivo .log parasubsidiar o RR. Revela alguma familiaridade com o gênero “manual”, atra-vés da preocupação com a estrutura interacional e a coesão do texto, bem

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como com o princípio de idiomaticidade das línguas. Revela, ainda, umapreocupação com questões culturais imbricadas na referida estruturainteracional. Faz referência explícita à eficácia do conhecimento declarativoadquirido na primeira parte do curso. Não faz uso de recursos externos comodicionários e outros, mas conta com o apoio do grupo de colegas. A represen-tação da fase de orientação é feita de forma ambivalente na segunda seção.

Novamente, o hibridismo do gênero RR parece ser resultado dautilização de recursos tecnológicos, como o software TRANSLOG©

(o qual parece ter estreita relação com a conscientização emonitoração do processo de tradução pelos tradutores formação).Na maioria das reflexões, pode-se interpretar que há consciência ealguma monitoração do processo, sendo a fase de orientação a me-nos desenvolvida e/ou representada como “leitura” do texto, e afase de revisão explicitamente mencionada por três dos tradutores.Dois dos tradutores que subdividem o seu RR em duas seções en-tendem a seção de “comentários” como espaço para interpretaçãodo seu processo. As reflexões dos tradutores novatos do espanholrevelam que três deles, embora um em menor nível, não atingiramo domínio desejado do conhecimento declarativo discursivo, intro-duzido no início do curso. Pode-se especular que essa constatação,aliada à constatação de que a maioria tende a não usar recursosexternos, pode ser atribuída a semelhanças lingüísticas entre o es-panhol e o português, ambas línguas românicas, ou, mesmo, a umalacuna desta habilitação do curso de Letras com relação ao ensino/aprendizagem de noções discursivas relativas à produção e consu-mo dos textos. Entretanto, cabe enfatizar que dois dos RRs apre-sentam um hibridismo mais explícito através de suas duas subseções,uma de narrativa, outra de interpretação do processo, o que apontapara um distanciamento do relato com conseqüente reflexão.

Apresenta-se, finalmente, a terceira descrição sucinta do últi-mo grupo de RRs, aqueles dos tradutores novatos do inglês. T02,T06 e T11 fizeram parte do grupo que trabalhou no primeiro se-mestre do ano; T15, T17 e T22 trabalharam no segundo semestre.Uma consolidação desses relatos é apresentada no Anexo 2:

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T02RR representado como texto corrido, com períodos simples ou em parataxe.Não há circunstâncias de tempo explícitas, mas trata-se de narrativa dasdecisões tomadas. O tradutor explicita a falta da noção de texto como unida-de de sentido e preocupações com o contexto de situação e de cultura, pormeio da consciência da importância das colocações e da organização daestrutura das frases. Não registra uso de recursos externos, apenas de inter-nos. Não se representam as fases do processo.

T06O gênero RR apresenta a circunstância de tempo, em minutos e segundos,destacada com hífen no início de cada narrativa ou descrição. As reflexõesapontam para um conhecimento declarativo não discursivo, com palavras ecom a sintaxe das orações, revelando um uso inadequado de termos como“sentença” que podem corresponder a grupos nominais e a orações. Regis-tra um grande problema no texto que pode ser atribuído à sigla, mas geraambigüidade. Não registra uso de recursos externos, apenas de internos.Registra problemas de configuração do teclado. Não se representa a fase deorientação e as demais estão implícitas.

T11O gênero RR é uma narrativa/descrição em texto corrido, com períodossimples ou complexos, geralmente com a tematização da circunstância detempo, a qual, no entanto, constitui-se mais de itens lexicais e menos dedígitos. As reflexões revelam um conhecimento declarativo mais discursivo,podendo-se resgatar noções tais como as de colocação, contexto de situaçãoe de gênero, que estão implícitas nos comentários às pausas mais longas.Registra o uso de recursos internos bem como de externos, tais como sítiosde busca. Registra dificuldades com a configuração do teclado. Não ficademarcada no processo a fase de revisão que parece ter sido feita continua-mente.

T15O RR é híbrido, apresentando a circunstância de tempo, em minutos e se-gundos com o primeiro componente inicial de horas sempre em zero, desta-cada da narrativa ou descrição com hífen. As reflexões representam algumanoção de colocação, texto, registro e gênero. Representam, ainda, uma pre-ocupação com a pontuação que aponta para o uso desta nos gêneros nas

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diferentes línguas. Está implícito em apenas uma das reflexões o uso derecursos externos. Representam-se as fases de orientação e de tradução comrevisão contínua.

T17O RR apresenta uma introdução com reflexões mais ou menos discursivasdo texto, explicitadas como atividades da fase de orientação. Esta introdu-ção finaliza listando dois problemas de tradução encontrados, os quais sãodescritos ou narrados, com a circunstância de tempo, em horas (zero), minu-tos e segundos, destacados da descrição com uma seta que parecem remeteràs pausas mais longas e, portanto, aos problemas. Na introdução, está repre-sentada a noção de “gênero textual”. Na descrição dos problemas, estãorepresentadas preocupações com a aceitabilidade de um segmento e com asolução de tradução da sigla. Está explicitado o uso de recurso externoapenas para a busca de solução para a tradução da sigla. Explicita-se a fasede revisão como tal.

T22O RR é um híbrido do arquivo .log com trechos da tradução entremeadoscom outros signos como quadrados e colchetes, antecedidos pela circunstân-cia de tempo, em três segmentos – horas, minutos e segundos – destacadauma linha acima da retextualização e seguida do comentário listado poritens numerados com o relato de problemas e tomadas de decisão parasolucioná-los. Na reflexão, está representada a noção de “gênero textual”,“texto paralelo” que remete às noções de contexto de situação e de cultura,com o devido reconhecimento do princípio de idiomaticidade das línguas.Detalha-se, com avaliação, o uso de recursos externos, como dicionários,impressos ou eletrônicos, mono ou bilíngües; ferramentas de busca na Internete um manual próprio de um discman. Não há registro explícito da fase deorientação, havendo, em contra partida, explicitação da fase de revisão.

Na descrição acima, a influência de outras mídias no gêneroRR se confirma na representação de três dos tradutores, incluindoo sofisticado hibridismo de uma delas, com a representação daspausas em circunstâncias de tempo destacadas do texto, como títu-lo das narrativas, com excertos das traduções conforme represen-tados pelo arquivo .log do software e os relatos comentados listadosabaixo de cada excerto. Um tradutor, dentre os tradutores de in-

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glês e os demais tradutores de alemão e espanhol, revela consciên-cia plena das três fases do processo, incluindo uma reflexão sobrea primeira fase, a de orientação, de leitura num sentido abrangentede domínio das convenções de produção e consumo de textos. Amaioria demonstra certo grau de monitoração do seu processocognitivo. Destes tradutores, apenas um ainda tem um nível inade-quado de conhecimento declarativo discursivo, o que pode apontarpara uma maior exposição dos tradutores a este conhecimento nasdisciplinas cursadas e/ou participações em atividades de iniciaçãoà pesquisa e, portanto, reflexão teórica, durante seu curso de gra-duação.

Com o auxílio da WORDLIST, fizemos uma lista de todas aspalavras dos RRs dos tradutores novatos. Desta lista, seleciona-mos os tipos de processos3 (cf. Eggins, 1994) usados pelos traduto-res para representar sua experiência à medida que reviam seu pro-cesso através da função replay do software TRANSLOG©.

A seguir, apresentamos uma tabela com os tipos, número e por-centagem de processos usados pelos tradutores em seus RRs:

Tabela 1: Tipos de processos usados pelos tradutores nosRRs

Processo Número PorcentagemMaterial 310 50,74%Mental 122 19,97%Relacional 84 13,75%Comportamental 69 11,29%Existencial 10 1,64%Verbal 16 2,60%

Total 611 100%

A Tabela 1 mostra que (a)os tradutor(a)es novatos se represen-tam como Atores, Experienciadores, Portadores de Atributos ou

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Identificadores e Comportantes no processo, nesta ordem de fre-qüência. Dentre os processos Materiais se destacam “traduzir”(35), “usar” (21), “fazer” (20), “procurar” (15), “encontrar” (12),dos quais apenas os dois últimos remetem a uso de recursos exter-nos. Dentre os processos Mentais, cuja ocorrência é a segundamaior nos relatos, destacam-se “decidir” (23), “pensar” (21),“achar” (16) e “optar” (14) que mostram um equilíbrio entre pro-cessos que representam a busca a recursos internos, automáticos,e processos que demonstram cognição de caráter mais deliberado,apontando para o desenvolvimento da capacidade de escolha e de-cisão dos tradutores.

Destes resultados, é importante ressaltar que os tradutores serepresentaram em seus RRs prioritariamente como Atores, agindomais como produtores mais imediatos de seus textos e menos comopesquisadores de recursos externos. Representam-se também comoExperienciadores, com alguma tendência a participarem de proces-sos de cognição mais deliberada. As representações de processosRelacionais incidem nas descrições que fazem de seu processocognitivo, identificando e/ou atribuindo valores às entidades descri-tas. As representações dos tradutores como participantes de proces-sos Comportamentais, no limite dos Materiais e Mentais, ou seja,como Atores que são seres conscientes também podem apontar parauma reflexão deliberada sobre a tarefa de tradução.

Considerações Finais sobre a Análise Discursiva dos RRs

A análise discursiva dos RRs indica que este gênero, apesarde híbrido, em função da multimodalidade presente em sua pro-dução, ainda faz uso predominante da narrativa a qual, entretan-to, se destaca com circunstâncias precisas de tempo como Te-mas. Revela, ainda, que os tradutores estão gradualmente desen-volvendo competência para o uso de recursos externos, eexplicitando conhecimento declarativo discursivo sobre a lingua-

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gem (colocação, coesão, registro e gênero) e conscientização doprocesso cognitivo (as fases de orientação, produção e revisão)na retextualização. Revela, simultaneamente, que ainda se ori-entam por noções como a de uso de léxico e gramáticadescontextualizados e a de tradução como uso automático de re-cursos internos. Cumpre, ainda, observar que a noção inculcadade tradução “literal”, em seu sentido coloquial, se faz represen-tar com muita freqüência nos RRs dos tradutores novatos.

Esta preocupação com o caráter “literal” da tradução pode sertalvez melhor explicada se acompanharmos, a título de exemplo, oRR e a tradução feita por T07 (cf. Anexo 2) no que diz respeito aoproblema sobre a tradução das siglas EWR/AEE/EEA, apontadoanteriormente. Se observarmos a tradução proposta por T07, verifi-camos que o tradutor novato preferiu omitir a referência a EWR(Europäischer Wirtschaftsraum) e optar num primeiro momento pelamenção a “dirija-se ao revendedor onde ele [o produto fabricadopela Sony] foi adquirido”. Contudo, ao dar seqüência ao texto acres-centando “ou, na Europa, a um de nossos serviços de assistênciatécnica autorizada”, T07 não leva em consideração a instrução ex-plícita que acompanhava a tarefa de tradução, qual seja, traduzir omanual de instrução tendo em vista sua comercialização no mercadobrasileiro. Preocupava-lhe, sobretudo, a tradução de EWR. O RRde T07 parece corroborar esta interpretação haja vista que o tradu-tor novato comenta que “não sabíamos como traduzir EWR, se cen-tro comercial europeu ou simplesmente Europa. Decidimos utilizarEuropa”. Pelo RR de T07, constata-se que a tentativa de soluçãoadotada foi resultado de sua incapacidade de compreender o signifi-cado da sigla EWR como correlata a EEE em português. Entende-mos que T07 revela, portanto, uma das características prototípicasdo processo cognitivo de tradutores novatos, qual seja, pautar-se pelaobservância estrita de traduções de itens lexicais.

Esta preocupação com a tradução “obrigatória” de entradaslexicais revela-se interessante quando comparamos as seis tradu-ções feitas a partir do alemão (com a sigla EWR), com as outras

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doze traduções — seis a partir do espanhol (com a sigla AEE) eoutras seis a partir do inglês (com a sigla EEA).

Observa-se que os seis tradutores novatos trabalhando a partirdo alemão tinham na composição do termo EuropäischerWirtschaftsraum referência a Raum (“espaço”, na primeira acepçãolistada pelo dicionário bilíngüe alemão/português publicado pelaEditora Langenscheidts). Contudo, apenas um deles, T03, chegoua fazer referência ao Espaço Econômico Europeu nos RRs apósum processo de busca de apoio externo com duração de aproxima-damente seis minutos. T03, porém, fornece poucas informações aesse respeito e somente relata que “de 11’05’’ a 17’00’’ – consultaa site de busca de informações sobre a expressão EWR”. Os de-mais tradutores, além da supressão da sigla já apontada para T07,optaram por fazer referências datadas ao Mercado Comum Euro-peu (MCE) ou à Comunidade Econômica Européia (CEE), formasde organização anteriores à existência da atual União Européia.

Por outro lado, os textos de partida em espanhol e inglês trazi-am referências explícitas a “área” através das siglas AEE (AreaEconómica Europea) e EEA (European Economic Area) correlatasao termo “espaço” corrente no uso da sigla EEE (Espaço Econô-mico Europeu) em português. Talvez por este motivo, 11 dos 12tradutores neste grupo mantiveram a referência a “área” em suastraduções. Apenas um dos tradutores preferiu fazer menção aoMercado Comum Europeu, de forma semelhante ao comportamentodos tradutores do par lingüístico alemão-português. Nenhum deles,contudo, conseguiu desvencilhar-se da noção de “tradução obriga-tória” de cada item lexical.

Esta tendência de observação estrita à tradução de entradaslexicais, talvez pautada por uma noção arraigada de tradução“literal” em seu sentido coloquial, pode ser melhor ilustrada aoacompanharmos o processo de T17, traduzindo do inglês para oportuguês. Em seu RR sobre a tradução da sigla EEA, T17 co-menta que

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Neste momento, não tinha certeza sobre como traduzir Euro-pean Economic Area (EEA). Não sabia se havia uma traduçãoconsagrada pelo uso para o português. Pensei em MercadoEconômico Europeu, mas na dúvida, preferi deixar ÁreaEconômica Européia. Procurei em alguns sítios de busca du-rante a revisão, e como não achei nenhuma referência ao termo,terminei a fase de revisão optando pelo uso de Área EconômicaEuropéia. Contudo, após a tradução, este fato me incomodou,e fazendo nova busca na internet, descobri uma referência aoEspaço Econômico Europeu, e após checar a informação nosítio http://www.europarl.eu.int/factsheets, constatei ser estaa tradução para European Economic Área. Como não haviamais como mexer na tradução, pelo menos não no programaTranslog, alterei a minha tradução no programa Word. (T17)

Percebe-se que T17 tentou solucionar um problema de traduçãoque lhe parecia importante, mas não conseguiu se desvencilhar deuma noção arraigada de que deveria traduzir todas as entradaslexicais do texto de partida, mesmo diante da incumbência explíci-ta de traduzir o texto para divulgação no mercado consumidor bra-sileiro. Por isso, sua preocupação em conseguir uma alternativaem português para EEA (Europena Economic Area). Posterior-mente, quando as traduções foram comentadas e explicitado o pro-blema relativo à contextualização da sigla na tradução dos textosde partida para o português brasileiro, T17 manifestou uma reaçãointeressante, transcrita aqui de forma livre uma vez que, por tersido feita a posteriori, não consta do RR do tradutor.

puxa, depois de ter discutido tanto sobre convenções de gêneroque podem variar de acordo com as ações das instituições decada contexto contextual, ainda caio na armadilha da traduçãopalavra por palavra e deixo no meu texto algo que não fazsentido, apenas porque foi mais forte a noção de que o queestá escrito é sagrado, nada pode ser retirado ou acrescentado.(verbalização espontânea de T17)

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Acreditamos, à luz dessas reflexões corroboradas pelos dados queapresentamos no Anexo 2, poder apontar entre os tradutores nova-tos uma observância estrita e reiterada da necessidade de traduçãode cada item lexical contido nos textos de partida, sem que hajauma reflexão sobre a necessidade da tradução desses itens lexicais.A análise dos RRs aponta, entre esses tradutores, para um incre-mento nos níveis de conscientização cognitiva e discursiva. Contu-do, tal conscientização ainda não é forte o suficiente para fazerprevalecer os conhecimentos declarativos recém adquiridos sobretradução. Esta observação corrobora nossa suposição que a intro-dução de conhecimentos declarativos traz consigo a possibilidadede conscientização por parte dos tradutores novatos sobre aspectosprocessuais e discursivos vinculados aos seus desempenhostradutórios e pode trazer-lhes benefícios na aquisição e desenvolvi-mento da competência em tradução. Reitera, porém, em conso-nância com as abordagens conexionistas, a necessidade que estaconscientização aconteça de forma gradual e cumulativa de formaa permitir a modificação de padrões cognitivos e discursivos pré-existentes e a manutenção de novos padrões decorrentes dessasmodificações.

A partir desses resultados, o que podemos propor, para um es-tudo futuro, é um experimento, de caráter longitudinal e avaliadopor medições repetidas, em duas turmas distintas de formação detradutores. Numa delas, o programa de formação seria compostode três módulos: o primeiro, de ensino/aprendizagem de conheci-mento declarativo discursivo, através de leitura crítica de gênerosvariados; o segundo de produção escrita através do TRANSLOG©,com relato retrospectivo do processo cognitivo vinculado a essaprodução, e o terceiro o de análise crítica desses relatos enquantoações sociais (gêneros) e representações (discursos). A outra tur-ma seria utilizada como controle, portanto, sem os módulos pro-postos para a primeira. A título de exemplificação, poderia rece-ber treinamento com base em Robinson (1997) ou Hurtado Albir(1999), ambos dando destaque ao caráter procedimental do treina-

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mento de tradutores em sua fase inicial. A expectativa seria vali-dar a proposta cognitivo-discursiva na formação de tradutores comofundamental para o desenvolvimento da competência em tradução.Enfim, as reflexões resultantes do estudo piloto aqui apresentadoparecem se revelar promissoras e motivaram o início de um traba-lho conjunto entre pesquisadores da UFMG e UFOP para testar odesenho aqui discutido em um estudo longitudinal.

Notas

1. Trata-se de software desenvolvido por Arnt Lykke Jakobsen, pesquisador daCopenhagen Business School, para fins de registro e mapeamento do processotradutório em tempo real. Os leitores não familiarizados com o software poderãoobter mais informações em Alves (2003) e Jakobsen (2002).

2. A Figura 1 foi adaptada de Eggins (1994), com modificação de apenas um dostermos do estrato semântico-discursivo. A Estrutura Conversacional, vinculada àsRelações, variável do Registro, é denominada de Estrutura Interacional, para melhorabranger os gêneros da linguagem escrita. Os autores agradecem ao técnico VitorBrandão pela reprodução da figura.

3. Os autores agradecem aos pesquisadores Roberto Carlos de Assis e VivianeSeabra Pinheiro pela listagem e classificação dos tipos de processos dos RRs.

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102 Célia Magalhães e Fábio Alves

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104 Célia Magalhães e Fábio Alves

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PAGANO, Adriana, MAGALHÃES, Célia e ALVES, Fabio (orgs.), Competênciaem tradução: cognição e discurso. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

Investigando o papel do monitoramento... 105

ROBINSON, Douglas. Becoming a translator: an accelerated course. London eNew York: Routledge, 1997.

SCHILPEROORD, J. It’s about time. Temporal aspects of cognitive processes intext production. Amsterdã/Atlanta: Rodopi, 1996.

SPERBER, Dan e Wilson, Deirdre. Relevance: communication and cognition.Oxford: Blackwell, 1986/1995 (2ª edição).

106 Célia Magalhães e Fábio Alves

Investigando o papel do monitoramento... 107

Anexo 1

Textos de PartidaFonte: Sony Manual de instruções

Sehr geehrte Kundin, sehr geeherter Kunde,wir freuen uns, dass Sie sich für ein Produkt von Sony entrchiedenhaben und wünschen Ihnen viel Spass damit. Sollte ihr Sony-Produktinnerhalb der Garantiezeit einen Defekt aufweisen, wenden Siesich bitte an Ihren Fachhändler, bei dem Sie dieses Gerät gekaufthaben oder an eine unserer Autorisierten Kundendiensstellen imEuropäischen Wirtschaftsraum (EWR), deren Adresse Sie aus demTelefonbuch sowie aus unseren Produktkatalogen ersehen können.Um Unannehmlichkeiten zu vermeiden, sollten Sie dieBedienungsanleitung sorgfältig durchlesen, bevor Sie sich an IhrenHändler oder an eine unserer autorisierten Kundendienststellenwenden.

Apreciado Cliente,Le agradecemos su deferencia al adquirir este producto Sony yesperamos que esté satisfecho de su compra. En el caso de queeste aparato Sony precisara algun servicio durante el periodo degarantia, pongase en contacto con el distribudor que se lo vendio ocon un miembro de nuestra red de servicios autorizados en el AreaEconómica Europea (AEE). Podrá encontrar el número de teléfonoen la guia telefónica y en los catálogos de nuestros productos. A finde evitarle toda molestia innecesaria, le sugerimos que lea atenta-mente el manual de instrucciones antes de recurrir al Distribudoro a nuestra Red de Servicios Técnicos Oficiales.

Dear Customer,We thank you for having bought this Sony product and hope you will

108 Célia Magalhães e Fábio Alves

be happy with it. In the event that your Sony product needs guaranteeservice, please contact the dealer from whom it was purchased ora member of our authorized service network in the EuropeanEconomic Area (EEA), which are available in the telephonedirectory and our product catalogues. In order to avoid anyunnecessary inconvenience on your part, we suggest reading theinstruction manual carefully before contacting the dealer or ourauthorized service network.

Investigando o papel do monitoramento... 109

Anexo 2Tradutores novatos no par lingüístico alemão-portuguêsColeta de dados no primeiro semestre de 2004

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

13’’

–in

icie

i a tr

aduç

ão,

sem

leitu

ra p

révi

a de

todo

o te

xto.

20’’

–ac

hei p

or b

em in

terr

ompe

r a

trad

ução

par

a le

r o

text

o e

apag

aro

que

já h

avia

trad

uzid

o.02

’29’

’ –re

inic

iei a

trad

ução

, ap

ós le

itura

do

text

o.02

’36’

’ –pa

usa

para

pon

dera

r sob

re c

omo

trad

uzir

“W

ir fr

euen

uns

(...

)”.

03’3

9’’ –

reto

mei

a tr

aduç

ão.

04’0

9’’ –

paus

a pa

ra p

onde

rar s

obre

com

o tr

aduz

ir “

Wir

wün

sche

n Ih

nen

viel

Spa

ss d

amit”

.05

’ 51

’’ –

reto

mei

a tr

aduç

ão.

07’1

0’’ –

reto

rno

para

cor

reçã

o: s

ubst

ituiç

ão d

e “u

m d

efei

to”

por

“qua

lqu

er d

efei

to”,

por

con

side

rar

esta

últi

ma

expr

essã

o m

ais

abra

ngen

te.

08’2

9’’ -

paus

a pa

ra p

onde

rar

sobr

e o

núm

ero

gram

atic

al a

dequ

ado

aode

stin

atár

io, p

or o

casi

ão d

a tr

aduç

ão d

e um

pro

nom

e pe

ssoa

l.08

’44’

’ –ap

ós d

ecid

ir q

ue o

sin

gula

r se

ria

mai

s ad

equa

do,

reto

rno

para

corr

eção

: su

bstit

uiçã

o de

“Pr

ezad

os C

lient

es”

por

“Pre

zado

Clie

nte”

e d

e “l

hes”

por

“lh

e”.

10’

–pa

usa

para

pon

dera

r so

bre

graf

ia (m

aiús

cula

ou

min

úscu

la) d

e“a

utor

izad

os”.

10’1

0’’ –

reto

mei

a tr

aduç

ão,

após

me

deci

dir

por

letr

a m

aiús

cula

.D

e 11

’05’

’ a

17’0

0’’ –

cons

ulta

a s

ite d

e bu

sca

de in

form

açõe

s so

bre

aex

pres

são

“EW

R”.

19’5

0’’ -

paus

a pa

ra p

onde

rar s

obre

com

o tr

aduz

ir “

Una

nneh

mlic

hkei

t”,

com

con

sulta

a d

icio

nári

o.22

’40’

’ –re

tom

ei a

trad

ução

.22

’48’

’ –pa

usa

para

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dera

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com

o tr

aduz

ir “

Bed

ienu

ngs(

...)

”,co

m c

onsu

lta a

dic

ioná

rio.

24’3

5’’ –

reto

mei

a tr

aduç

ão.

25’5

0’’ –

inte

rrup

ção

da tr

aduç

ão p

ara

expl

icar

ativ

idad

e a

cole

ga r

etar

datá

rio.

29’3

6’’ –

reto

mad

a da

trad

ução

.30

’10’

’ –co

nclu

são

da tr

aduç

ão e

iníc

io d

a re

visã

o, c

om d

iscu

ssão

.

Prez

ado

clie

nte,

agra

dece

mos

a p

refe

rênc

ia p

or u

mpr

odut

o So

ny e

lhe

dese

jam

os u

mbo

m p

rove

ito.

Cas

o se

u pr

odut

oSo

ny a

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ente

qua

lque

r de

feito

dent

ro d

o pr

azo

de g

aran

tia, pr

o-cu

re o

loca

l ond

e vo

cê o

adq

uiri

uou

um

de

noss

os S

ervi

ços

Aut

o-ri

zado

s de

Ate

ndim

ento

ao

Clie

n-te

no

Esp

aço

Eco

nôm

ico

Eur

o-pe

u (E

EE

), c

ujos

end

ereç

os v

ocê

pode

enc

ontr

ar n

a lis

ta te

lefô

nica

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m n

osso

s ca

tálo

gos

de p

ro-

duto

s. A

fim

de

evita

r co

ntra

tem

-po

s, l

eia

cuid

ados

amen

te o

ma-

nual

de

inst

ruçõ

es,

ante

s de

pro

-cu

rar

o lo

cal d

e aq

uisi

ção

do p

ro-

duto

ou

um d

os n

osso

s Se

rviç

osde

Ate

ndim

ento

ao

Clie

nte.

T03

110 Célia Magalhães e Fábio AlvesT

05D

emor

amos

2:2

5 m

inut

os le

ndo

e co

mpr

eend

endo

o te

xto.

Por

volta

dos

6:4

5 m

inut

os n

os d

epar

amos

com

um

a di

ficu

ldad

e em

rela

ção

à tr

aduç

ão d

a pa

lavr

a Fa

chhä

ndle

r. N

ão sab

íam

os se

escr

ever

íam

oslo

ja o

u re

vend

edor

a. P

or v

olta

dos

7:2

2, o

ptam

os p

ela

segu

nda

esco

lha.

Com

7:5

0 m

in,

enco

ntra

mos

um

out

ro p

robl

ema:

a p

alav

raK

unde

ndie

nsts

telle

n. N

o in

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pen

sam

os s

er s

emel

hant

e a

um ó

rgão

de

recl

amaç

ão, c

omo

o no

sso

PRO

CO

N. D

ecid

imos

pro

sseg

uir co

m a

trad

u-çã

o e

tent

ar r

esol

ver

depo

is.

Aos

10:

25 m

in.,

res

olve

mos

acr

esce

ntar

um

a pa

lavr

a qu

e co

nsid

eram

osim

port

ante

par

a a

coes

ão d

o te

xto

em p

ortu

guês

. E

sta

pala

vra

(pos

síve

is)

não

cons

ta n

o or

igin

al a

lem

ão.

Com

11:

35 m

in.,

trad

uzim

os a

pal

avra

Hän

dler

com

o lo

ja e

per

cebe

mos

que

logo

aci

ma

trad

uzim

os F

achh

ändl

er c

omo

reve

nded

ora.

Dis

cutim

osat

é os

12:

15 m

in. e

dec

idim

os m

udar

a tr

aduç

ão p

ara

reve

nded

ora,

com

otín

ham

os f

eito

ant

erio

rmen

te.

Com

12:

30 m

in.,

vol

tam

os n

o te

xto

para

res

olve

r a

trad

ução

de

Kun

dend

iens

tste

llen.

Res

olve

mos

mel

hora

r o

text

o an

tes

de r

esol

ver

este

prob

lem

a.Po

r vo

lta d

os 1

8:00

min

., r

etom

amos

o p

robl

ema.

Apó

s um

a bu

sca

empá

gina

s da

NE

T e

dic

ioná

rios

ele

trôn

icos

, che

gam

os à

con

clus

ão d

e qu

e se

trat

ava

de u

m ó

rgão

de

apoi

o ao

clie

nte.

(20:

35 m

in.)

.D

os 2

1:00

aos

24:

40 m

in.

disc

utim

os e

pes

quis

amos

na

NE

T c

omo

trad

uzir

íam

os E

urop

äisc

he W

irts

chaf

tsra

um (E

WR

).

Prez

ado

clie

nte,

nós no

s al

egra

mos

mui

to p

or v

ocê

ter

esco

lhid

o um

pro

duto

SO

NY

e de

seja

mos

mui

to s

uces

so a

out

iliz

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. C

aso

seu

prod

uto

SON

Y a

pres

ente

alg

um d

efei

tode

ntro

do

praz

o de

gar

antia

, dir

i-ja

-se

ao r

even

dedo

r on

de v

ocê

oad

quir

iu o

u pr

ocur

e o

noss

o de

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rtam

ento

de

apoi

o ao

clie

nte

nom

erca

do c

omum

eur

opeu

(MC

E),

cujo

end

ereç

o vo

cê p

ode

obte

r no

catá

logo

tele

fôni

co b

em c

omo

nono

sso

catá

logo

de

prod

utos

. Par

aev

itar

poss

ívei

s ab

orre

cim

ento

s,le

ia c

uida

dosa

men

te o

man

ual d

ein

stru

ções

ant

es d

e se

dir

igir

àre

vend

edor

a ou

ao

.

2’ 3

5" –

leitu

ra e

pri

mei

ras

infe

rênc

ias,

con

sulta

s ao

dic

ioná

rio

incl

u-si

ve.

3’04

" –

deci

dim

os m

ante

r o

sing

ular

no

voca

tivo,

aco

mpa

nhan

do o

orig

inal

.4’

48"

–de

mor

amos

um

pou

co p

ara

cont

inua

r, p

orqu

e co

nsul

tam

os o

dici

onár

io im

pres

so e

pro

cura

mos

out

ro n

a in

tern

et.

Prob

le-

mas

com

a e

scol

ha d

e pa

lavr

as m

ais

adeq

uada

s.

T07

Prez

ado(

a) c

lient

e,es

tam

os s

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feito

s po

r te

rem

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o-lh

ido

um p

rodu

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ony

e lh

e de

se-

jam

os b

om p

rove

ito.

Se s

eu p

ro-

duto

apr

esen

tar

algu

m d

efei

to d

u-ra

nte

o pr

azo

de g

aran

tia, d

irija

-se

Investigando o papel do monitoramento... 111

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

6’49

" –

após

rec

orre

rmos

nov

amen

te a

o di

cion

ário

e à

inte

rnet

, ret

o-m

amos

a tr

aduç

ão.

7’32

" –

deci

dim

os u

sar

o co

ndic

iona

l no

luga

r do

ger

úndi

o.11

’50"

–ou

tra

paus

a pa

ra c

onsu

lta a

o di

cion

ário

e rel

eitu

ra d

o or

igin

ale

enfi

m r

etom

amos

o p

roce

sso.

18’2

3" –

não

sabí

amos

com

o tr

aduz

ir E

WR

, se

cent

ro c

omer

cial

eur

o-pe

u ou

sim

ples

men

te E

urop

a. D

ecid

imos

util

izar

Eur

opa.

19’5

8" –

refl

etim

os s

obre

com

o tr

aduz

ir a

fra

se s

egui

nte.

21’2

7" –

trad

uzim

os a

s pa

lavr

as q

ue a

pres

enta

vam

men

or d

ific

ulda

depa

ra d

epoi

s m

onta

rmos

a f

rase

.21

’33"

–su

bstit

uím

os “

cons

ulta

r” p

or “

cons

ulte

”, m

ante

ndo

o im

pe-

rativ

o, c

onfo

rme

o or

igin

al.

23’0

0" –

fina

lizam

os e

com

eçam

os a

rev

isão

.24

’30"

-te

rmin

amos

ao r

even

dedo

r on

de e

le foi

adq

ui-

rido

ou,

na

Eur

opa,

a u

m d

e no

s-so

s se

rviç

os d

e as

sist

ênci

a té

cnic

aau

tori

zada

, cuj

os e

nder

eços

pod

e-rã

o se

r en

cont

rado

s na

list

a te

lefô

-ni

ca o

u no

s no

ssos

cat

álog

os d

epr

odut

os. P

ara

evita

r des

conf

orto

s,co

nsul

te o

man

ual

de i

nstr

uçoe

san

tes d

e se

dir

igir

aos

reve

nded

ores

ou à

ass

itênc

ia té

cnic

a au

tori

zada

.

T07

con

t.

112 Célia Magalhães e Fábio AlvesSu

jeit

oR

elat

o R

etro

spec

tivo

(R

R)

Tex

to d

e C

hega

da (

TC

)

T20

Tradutores novatos no par lingüístico alemão-portuguêsColeta de dados no segundo semestre de 2004

[ :1

5.96

]Pa

rada

par

a re

leitu

ra d

a fr

ase

ante

rior

par

a es

trut

urar

a p

ró-

xim

a.[

:10.

17]

Rel

eitu

ra d

a se

nten

ça a

nter

ior

e fo

rmul

ação

da

segu

inte

.[

:20.

27]

Dúv

idas

na

estr

utur

ação

ver

bal q

ue s

e se

guia

par

a co

nstr

ução

da fr

ase.

[ :

01.1

4.88

] D

úvid

a qu

e ge

rou

conv

ersa

com

col

ega

de s

ala

(Alin

e)so

bre

com

o tr

aduz

ir o

term

o E

WR

nas

res

pect

ivas

líng

uas

detr

abal

ho,

a de

la n

o ca

so e

ra o

Esp

anho

l.[

:11.

83]

Dúv

idas

sob

re c

omo

seri

a m

elho

r ap

rese

ntar

a fr

ase

segu

inte

para

que

apr

esen

tass

e co

esão

.[

:10.

07]

Dúv

idas

na

colo

caçã

o do

adj

unto

adv

erbi

al d

e m

odo

para

efei

to d

e es

tétic

a.[

:22.

33]

Dúv

ida

quan

to a

trad

ução

do

term

o se

guin

te,

resg

ate

men

tal

sobr

e su

a co

loca

ção

nos

noss

os m

anua

is.

[ :3

6.88

]R

elei

tura

[ :1

4.27

]M

udan

ça d

e um

ter

mo

que

me

pare

ceu

estr

anho

dur

ante

are

leitu

ra.

Car

íssi

mas

e c

arís

sim

os c

lient

es,

nós

nos

aleg

ram

os,

por

você

s te

rem

se d

ecid

ido

por

um p

rodu

to S

ony

ede

seja

mos

a v

ocês

mui

ta s

atis

façã

oco

m i

sso.

Cas

o se

u pr

odut

o So

nyap

rese

nte

algu

m d

efei

to d

entr

o do

praz

o de

gar

antia

, dir

ija-s

e po

r fa

vor

ao s

eu té

cnic

o, ju

nto

com

o a

pare

lho

que

tenh

a co

mpr

ado

ou a

um

dos

noss

os p

osto

s de

ser

viço

s au

tori

za-

dos

nas

depe

ndên

cias

eur

opéi

as(E

WR

), c

ujo

ende

reço

voc

ê po

derá

enco

ntra

r no

catá

logo

tele

fôni

co c

omo

tam

bém

nos

nos

sos

catá

logo

s de

pro

-du

tos.

Par

a ev

itar

tran

stor

nos,

voc

êde

ve le

r cu

idad

osam

ente

, do

com

eço

ao f

im,

o m

anua

l de

man

ejo,

ant

esde

se

diri

jir a

o se

u té

cnic

o ou

a u

mdo

s no

ssos

pos

tos

de s

ervi

ços

auto

-ri

zado

s.

T23

[5:2

3]C

omeç

o da

tra

duçã

o ,

após

lei

tura

do

text

o e

proc

ura

pelo

ste

rmos

des

conh

ecid

os t

anto

no

dici

onár

io L

ange

nsch

eidt

sT

asch

enw

örte

rbuc

h qu

anto

em

site

s d

e pr

odut

os

elet

rôni

cos

na In

tern

et (B

rast

emp,

Son

y,A

rno,

etc)

.[7

:27]

Paus

a de

qua

rent

a se

gund

os p

ara

deci

dir

com

o tr

aduz

ir “

Spaâ

habe

n” s

em u

sar

dive

rtir

-se.

Prez

ado

Con

sum

idor

,nós

est

amos

fe-

lizes

por

voc

ê te

r es

colh

ido

um p

ro-

duto

da

Sony

e d

esej

amos

que

voc

êfi

que

satis

feito

ao

usá-

lo. N

o ca

so d

ose

u pr

odut

o So

ny a

pres

enta

r um

de-

feito

den

tro

do p

razo

de

gara

ntia

, di

-

Investigando o papel do monitoramento... 113

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T26

[00.

03:0

7]In

ício

da

digi

taçã

o da

trad

ução

. Ao

faze

r a

leitu

ra d

uran

te o

s 3

min

utos

, pr

ocur

ei e

nten

der

a m

ensa

gem

que

o t

exto

que

ria

pass

ar a

o le

itor.

Com

o eu

sabi

a o

gêne

ro d

a tr

aduç

ão e

havi

a fe

ito u

m e

stud

o m

ais

deta

lhad

o do

gên

ero

de m

anua

is d

ein

stru

ção

dura

nte

as a

ulas

da

Cél

ia,

min

has

pesq

uisa

s pe

lain

tern

et n

este

âm

bito

for

am m

ais

rápi

das

e m

ais

obje

tivas

,um

a ve

z qu

e já

sab

ia o

nde

enco

ntra

r as

inf

orm

açõe

s de

que

prec

isav

a.[0

0.03

:39]

Paus

a de

23

segu

ndos

par

a pr

ocur

ar c

omo

os m

anua

is d

ein

stru

ções

faz

em o

uso

do

voca

tivo.

Alg

o qu

e ac

hei d

ifer

ente

no te

xto

de p

artid

a fo

i o u

so d

o vo

cativ

o no

s gê

nero

s m

ascu

li-no

e fe

min

ino.

No

Bra

sil n

ós g

ener

aliz

amos

e p

assa

mos

par

a o

mas

culin

o, co

mo

é o

caso

por

exe

mpl

o do

s co

nsum

idor

es.O

Prez

ado

cons

umid

or,N

ossa

em

pre-

sa a

legr

a-se

por

voc

ê te

r ad

quir

ido

um p

rodu

to S

ony

e de

seja

mos

que

você

o a

prov

eite

da

mel

hor

form

a.Se

o s

eu p

rodu

to S

ony

apre

sent

aral

gum

def

eito

den

tro

do p

razo

de

gara

ntia

, dir

ija-s

e ao

est

abel

ecim

en-

to c

omer

cial

no

qual

foi e

fetu

ada

aco

mpr

a ou

à n

ossa

ass

istê

ncia

téc-

nica

aut

oriz

ada

na C

omun

idad

e

rija

-se

ao e

stab

elec

imen

to c

omer

ci-

al on

de e

le f

oi a

dqui

rido

ou

a um

de n

osso

s Po

stos

Aut

oriz

ados

de

Ate

ndim

ento

ao

Con

sum

idor

na

Áre

a da

Com

unid

ade

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a (C

EE

), c

ujos

end

ereç

ospo

dem

ser e

ncon

trad

os ta

nto

na li

sta

tele

fôni

ca q

uant

o no

s ca

tálo

gos

dos

noss

os p

rodu

tos.

A f

im d

e ev

itar

cont

rate

mpo

s, le

ia c

uida

dosa

men

teas

ins

truç

ões

de u

so a

ntes

de

sedi

rigi

r ao

seu

rev

ende

dor

ou a

um

de n

osso

s Po

stos

de

Ate

ndim

ento

ao C

onsu

mid

or.

[10:

27]

Para

da p

ara

deci

dir

se é

mel

hor

usar

loj

a ,

dist

ribu

idor

ou

esta

bele

cim

ento

com

erci

al.

Afi

nal

trad

uzi

com

o :

diri

ja-s

e ao

esta

bele

cim

ento

com

erci

al.

[15:

08]

Fim

da

trad

ução

e c

omeç

o da

rev

isão

.[1

7:47

]Fim

da

revi

são

T23

con

t.

114 Célia Magalhães e Fábio AlvesB

rasi

l ain

da é

um

paí

s m

uito

mac

hist

a e

nós

não

nos

preo

cupa

-m

os m

uito

com

est

a qu

estã

o.A

o ob

serv

ar o

s m

anua

is d

e in

s-tr

uçõe

s na

inte

rnet

not

ei q

ue to

dos

eles

não

fiz

eram

a d

ifer

en-

ciaç

ão e

o v

ocat

ivo

utili

zado

par

a an

tece

der

o no

me

é m

ais

reco

rren

te n

a fo

rma

: “pr

ezad

o”[0

0.03

:51]

Paus

a de

20

segu

ndos

par

a es

trut

urar

a fr

ase

e pe

nsar

a re

spei

toda

sub

jetiv

idad

e da

em

pres

a, q

uand

o el

a di

z qu

e “w

ir f

reue

nun

s”, a

legr

a-se

pel

a co

mpr

a fe

ita p

elo

cons

umid

or. E

ste

pont

ofo

i re

alm

ente

um

pro

blem

a pa

ra a

min

ha t

radu

ção,

um

a ve

zqu

e os

man

uais

de

inst

ruçã

o aq

ui n

o B

rasi

l rar

amen

te tr

azem

uma

carg

a de

sub

jetiv

idad

e tã

o gr

ande

qua

nto

este

. N

ão é

mui

to r

ecor

rent

e qu

e a

empr

esa

dial

ogue

des

ta f

orm

a co

m o

cons

umid

or, a

não

ser

as

empr

esas

am

eric

anas

e ja

pone

sas,

que

inve

stem

mui

to n

o m

arke

ting

empr

esar

ial,

mas

as

empr

esas

bras

ileir

as a

pres

enta

m s

eus

man

uais

com

for

mal

idad

e e

com

uma

cert

a di

stân

cia

do c

onsu

mid

or.

Com

o es

ta t

endê

ncia

do

mar

ketin

g ve

m c

resc

endo

no

mer

cado

mun

dial

, e c

omo

eu, n

aqu

alid

ade

de c

onsu

mid

ora

gost

o de

ste

tipo

de “

aten

ção”

, mes

-m

o qu

e fa

lsa,

res

olvi

dei

xa-l

a.[0

0.03

:57]

Paus

a de

5 s

egun

dos

para

rev

isar

a f

rase

[00.

11:1

5]Pa

usa

de 2

min

utos

par

a le

r a

fras

e se

guin

te e

pro

cura

r na

inte

rnet

com

o eu

dir

ia “

Aut

oris

iert

en K

unde

ndie

nsst

elle

n” e

mpo

rtug

uês.

Nes

te m

omen

to c

onsu

ltei a

lgum

as p

ágin

as n

a in

tern

ete

elas

tra

ziam

a s

egui

nte

insc

riçã

o qu

e ju

lgue

i re

laci

onad

a à

pala

vra

em a

lem

ão :

“ass

istê

ncia

técn

ica

auto

riza

da”.

[00.

11:4

6]Pa

usa

de 2

9 se

gund

os p

ara

artic

ular

o s

igni

fica

do d

a pa

lavr

a à

fras

e[0

0.13

:56]

Ain

da e

stav

a du

vido

sa p

ela

esco

lha

da tr

aduç

ão e

par

ei d

uran

te30

seg

undo

s pa

ra p

esqu

isar

mai

s so

bre

[00.

18:5

8]Pa

usa

de 4

min

utos

par

a pe

squi

sar

sobr

e a

EW

R e

enc

ontr

ei :

Com

unid

ade

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a[0

0.19

:27]

Paus

a de

20

segu

ndos

par

a re

visã

o

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a (C

EE

), c

ujo

ende

reço

pod

e se

r enc

ontr

ado

tant

ono

cat

álog

o te

lefô

nico

qua

nto

no c

a-tá

logo

de

prod

utos

. P

ara

evit

arco

nstr

angi

men

tos,

lei

a cu

idad

osa-

men

te a

s in

stru

ções

ant

es d

e di

ri-

gir-

se a

o se

u ve

nded

or o

u a

algu

-m

a de

nos

sas

assi

stên

cias

técn

icas

auto

riza

das.

T26

con

t.

Investigando o papel do monitoramento... 115

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T26

con

t.[0

0.20

:29]

Paus

a de

1 m

inut

o pa

ra l

er a

fra

se s

egui

nte

e pr

ocur

ar n

odi

cion

ário

o s

igni

fica

do d

e al

gum

as p

alav

ras,

com

o po

r exe

m-

plo

: “er

sehe

n”[0

0.22

:46]

Paus

a de

1 m

inut

o pa

ra l

er a

fra

se s

egui

nte

e pr

ocur

ar o

sign

ific

ado

de

algu

mas

pa

lavr

as

no

dici

onár

io:

“U

nnan

nehm

lichk

eite

n” e

“ve

rmei

den”

[00.

25:1

2]Pa

usa

de 2

min

utos

par

a le

r o

rest

ante

da

fras

e e

olha

r no

dici

onár

io o

sig

nifi

cado

de

: “B

edie

nung

sanl

eitu

ng”

e“s

orgf

ältig

”[0

0.26

:09]

Paus

a de

25

segu

ndos

par

a ol

har

no d

icio

nári

o o

sign

ific

ado

de “

Hän

dler

”[0

0.27

:02]

Nes

te m

omen

to e

u fi

naliz

ei a

trad

ução

e c

omec

ei a

rev

isar

ote

xto

trad

uzid

o.[0

0.43

:57]

Aqu

i eu

fina

lizei

a ta

refa

de

trad

ução

116 Célia Magalhães e Fábio Alves

Tradutores novatos no par lingüístico espanhol-portuguêsColeta de dados no primeiro semestre de 2004

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T04

00:0

0 à

00:5

0 -L

eitu

ra d

o te

xto

02:2

2 à

02:4

3 -F

ique

i pen

sand

o se

teri

a um

a fo

rma

mel

hor de

esc

reve

r a

fras

e em

Por

tugu

ês. P

ense

i em

esc

reve

r par

a qu

e o

clie

nte

entr

asse

em

con

tato

com

o d

istr

ibui

dor

onde

ele

hav

iaco

mpr

ado

o ap

arel

ho.

Dep

ois

mud

ei d

e id

éia.

Ia

fica

rdi

fere

nte

do o

rigi

nal.

03:4

6 à

03:5

2 -N

ão ti

nha

cert

eza

se a

sig

la e

m E

span

hol e

ra a

mes

ma

emPo

rtug

uês.

Col

oque

i en

tre

parê

ntes

es p

ara

lem

brar

de

pesq

uisa

r de

pois

.03

:55

à 04

:24

-Fiq

uei n

a dú

vida

se

colo

cava

o p

rono

me

Voc

ê ou

não

.04

:39

à 04

:52

-Não

me

lem

brav

a da

trad

ução

da

pala

vra

“Gui

a”. F

ique

ite

ntan

do le

mbr

ar. D

ecid

i dei

xar

“Gui

a” m

esm

o e

depo

isco

nsul

tar

na in

tern

et.

06:1

3 à

06:1

4 -F

ique

i pen

sand

o co

mo

seri

a em

Por

tugu

ês o

tem

o ap

re-

sent

ado

no te

xto.

Opt

ei p

or R

ede

de A

ssis

tênc

ia T

écni

ca.

06:1

8 à

06:3

6 -F

ique

i pen

sand

o se

a e

scol

ha a

cim

a er

a ap

ropr

iada

. Dec

i-di

man

tê-l

a.06

:43

-Po

r cau

sa d

a de

cisã

o ac

ima,

vol

tei n

a 2ª

linh

a do

par

ágra

-fo

par

a co

rrig

ir o

nom

e da

do a

nter

iorm

ente

à r

ede

deas

sist

ênci

a.06

:52

-T

érm

ino

da tr

aduç

ão.

Iníc

io d

a re

visã

o do

text

o.07

:49

-C

om o

res

ulta

do d

a pe

squi

sa d

o G

oogl

e, v

erif

ique

i que

asi

gla

em E

span

hol e

Por

tugu

ês e

ra a

mes

ma.

Incl

uí a

sig

lano

text

o.09

:26

-A

pós

leitu

ra d

o te

xto,

cor

reçã

o da

con

cord

ânci

a do

ver

-bo

.15

:16

-A

ltera

ção

de g

uia

tele

fôni

co p

ara

lista

tele

fôni

ca. T

empo

ante

rior

a e

sta

mud

ança

tent

ando

lem

brar

com

o er

a “g

uia”

em P

ortu

guês

.A

té o

fin

al -

Res

tant

e do

tem

po le

ndo

o te

xto.

Car

o C

lient

e,A

grad

ecem

os s

ua e

scol

ha a

o ad

-qu

irir

est

e pr

odut

o So

ny e

esp

e-ra

mos

que

est

eja

sati

sfei

to c

omsu

a co

mpr

a. N

o ca

so d

este

apa

-re

lho

Sony

nec

essi

tar

de a

lgum

serv

iço

dura

nte

o pe

ríod

o de

ga-

rant

ia,

entr

e em

con

tato

com

odi

stri

buid

or q

ue o

ven

deu

ou c

omum

mem

bro

de n

ossa

red

e de

as-

sist

ênci

a té

cnic

a au

tori

zada

na

Áre

a E

conô

mic

a E

urop

éia

(AE

E).

Voc

ê po

derá

enc

ontr

ar o

núm

ero

do t

elef

one

na l

ista

tel

efôn

ica

eno

s ca

tálo

gos

de n

osso

s pr

odu-

tos.

A f

im d

e ev

itar

tod

o in

cô-

mod

o de

snec

essá

rio,

sug

erim

osqu

e le

ia a

tent

amen

te o

man

ual d

ein

stru

ções

ant

es d

e re

corr

er a

oD

istr

ibui

dor

ou à

nos

sa R

ede

deA

ssis

tênc

ia T

écni

ca O

fici

al.

Investigando o papel do monitoramento... 117

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T09

T10

1 -

O te

clad

o es

ta d

esco

difi

cado

, por

isso

o te

xto

esta

sem

ace

nto

orto

grá-

fico.

2 -

Dem

orei

par

a co

meç

ar a

trad

uzir

, po

rque

fiq

uei c

om d

uvid

a so

bre

afo

rma

de tr

atam

ento

do

clie

nte.

Res

olvi

col

ocar

“es

timad

o”, m

as s

emm

uita

con

vicç

ão.

3 -

Não

tiv

e du

vida

sob

re o

sen

tido

da p

rim

eira

fra

se,

mas

fiq

uei

sem

sabe

r co

mo

trad

uzi-

la d

e fo

rma

a nã

o de

ixá-

la c

om c

ara

de tr

aduç

ão.

4 -

Por

volta

do

min

uto

04.4

0, s

ubst

itui

“red

e de

ser

viço

s” p

ara

“loj

asau

tori

zada

s”,

porq

ue n

o B

rasi

l est

e te

rmo

é m

ais

adeq

uado

.5

-D

epoi

s qu

e ac

abei

de

redi

gir o

text

o, fi

z um

a le

itura

inte

gral

e c

onse

r-te

i err

os d

e di

gita

ção

e al

tere

i as

pala

vras

fina

is “

rede

de

serv

iços

” qu

ees

tava

m e

m d

esac

ordo

com

“lo

jas

auto

riza

das”

, es

crita

s ac

ima.

6 -

Não

sou

be c

omo

trad

uzir

Áre

a E

conô

mic

a E

urop

éia

- A

EE

, e,

por

isso

, fi

z um

a tr

aduç

ão li

tera

l.7

-D

epoi

s fi

z no

va le

itura

do

text

o e

alte

rei a

pri

mei

ra fr

ase,

por

que

sent

iqu

e no

Bra

sil n

ingu

ém e

labo

ra u

ma

fras

e da

man

eira

com

o eu

hav

iatr

aduz

ido

inic

ialm

ente

.8

–T

ive

vont

ade

de fa

zer a

ltera

ções

na

trad

ução

, mas

infe

lizm

ente

não

foi

poss

ível

.

Sr. C

lient

e,A

Son

y ag

rade

ce s

ua p

refe

rênc

ia e

espe

ra q

ue e

stej

a sa

tisfe

ito c

om s

uaco

mpr

a. C

aso

seu

apar

elho

Son

y pr

e-ci

se d

e al

gum

con

sert

o du

rant

e o

pe-

ríod

o de

gar

antia

, en

tre

em c

onta

toco

m o

dis

trib

uido

r que

efe

tuou

a v

en-

da o

u co

m a

lgum

a d

e no

ssas

loj

asau

tori

zada

s na

Áre

a E

conô

mic

a E

u-ro

péia

AE

E.

O n

umer

o do

tele

fone

pode

ser

enc

ontr

ado

na li

sta

tele

fô-

nica

ou

nos

catá

logo

s de

nos

sos

pro-

duto

s. P

ara

evita

r qu

alqu

er p

robl

e-m

a de

snec

essá

rio,

sug

erim

os q

uele

ia a

tenc

iosa

men

te o

man

ual d

e in

s-tr

uçõe

s an

tes

de p

rocu

rar

o D

istr

i-bu

idor

ou

noss

a R

ede

de L

ojas

Au-

tori

zada

s.

00:

00 a

00:

55 -

Li

o te

xto

e pe

nsei

em

alg

umas

tra

duçõ

es p

ara

cert

aspa

lavr

as01

:15

a 0

1:20

- F

ique

i co

m u

ma

dúvi

da e

m p

ortu

guês

com

resp

eito

a c

ompl

emen

to n

omin

al.0

2:00

a 0

2:39

- Pe

nsei

na

poss

ibili

dade

de

mud

ar a

est

rutu

ra v

erba

l.

Agr

adec

emos

a p

refe

rênc

ia e

m a

dqui

rir

este

pro

duto

Son

y e

espe

ram

os q

uees

teja

sat

isfe

ito c

om a

com

pra.

Em

caso

des

se a

pare

lho

Sony

pre

cisa

r de

algu

ma

assi

stên

cia

dura

nte

o pe

ríod

ode

gar

antia

, en

tre

em c

onta

to c

om o

dist

ribu

idor

ou

com

um

mem

bro

deno

ssa

rede

de

assi

stên

cia

auto

riza

da

118 Célia Magalhães e Fábio AlvesSu

jeit

oR

elat

o R

etro

spec

tivo

(R

R)

Tex

to d

e C

hega

da (

TC

)

na Á

rea

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a(A

EE

). O

núm

ero

tele

fôni

co p

ode-

rá s

er e

ncon

trad

o na

list

a te

lefô

nica

ou n

os c

atál

ogos

de

noss

os p

rodu

-to

s. A

fim

de

evita

r tr

anst

orno

s de

s-ne

cess

ário

s, su

geri

mos

que

leia

ate

n-ta

men

te o

man

ual d

e in

stru

ções

an-

tes

de r

ecor

rer

ao D

istr

ibui

dor

ou à

noss

a R

ede

de A

ssis

tênc

ia T

écni

caO

ficia

l.

T10

con

t.

Investigando o papel do monitoramento... 119

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T19

T24

Tradutores novatos no par lingüístico espanhol-portuguêsColeta de dados no segundo semestre de 2004

Ao

inic

iar,

não

fiz

um

a le

itura

de

todo

o te

xto

apen

as li

as

duas

pri

mei

ras

fras

es p

refe

rir

ir le

ndo

a m

edita

que

trad

uzia

. Mas

isso

ger

ou u

m p

eque

nopr

oble

ma,

poi

s a

med

ita q

ue ia

lend

o e

trad

uzin

do a

utom

atic

amen

te ti

nha

que

faze

r pa

usas

mai

s lo

ngas

par

a re

ler

a fr

ase

ante

rior

par

a qu

e es

tives

seco

eren

te c

om a

seg

uint

e.A

os [0

4:42

] tro

quei

a p

alav

ra m

embr

o pô

r as

soci

-ad

o pô

r ac

redi

tar

esta

mai

s de

aco

rdo

com

o p

ortu

guês

, em

bora

a p

alav

raas

soci

ado

tenh

a da

do u

m s

entid

o um

pou

co d

ifer

ente

ach

o qu

e de

veri

a T

erop

tado

r u

ma

outr

a pa

lavr

a qu

e de

sse

o se

ntid

o de

aut

oriz

ado.

Aos

[06:

08]

fiz

est

a pa

usa

para

mel

hor

anal

isar

o s

entid

o da

fra

se s

e es

tava

coer

ente

com

o q

ue já

hav

ia s

ido

prod

uzid

o. Q

uant

os a

s ou

tras

pau

sas

dem

enor

tem

po d

etec

tado

s no

text

o sã

o ta

mbé

m p

ausa

s de

rel

eitu

ra n

a bu

sca

de u

m m

elho

r se

ntid

o. C

omo

o te

xto

era

apar

ente

men

te fá

cil n

ão r

ecor

ri a

uso

de d

icio

nári

o.A

os [

07:3

8] o

utra

pau

sa p

elo

mes

mo

mot

ivo

preo

cupa

-çã

o co

m o

sen

tido

do t

exto

.Aos

+/-

[10

:28]

res

olvi

tro

car

a ex

pres

são

“Est

imad

o C

lient

e” p

ôr P

reza

do C

lient

e pô

r ac

redi

tar

que

esta

mai

s em

acor

do c

om o

que

usa

em

por

tugu

ês

Prez

ado

Clie

nte,

Agr

adec

emos

sua

pref

erên

cia

ao a

dqui

rir

este

pro

duto

Sony

e e

sper

amos

que

est

eja

satis

fei-

to c

om a

sua

com

pra.

Cas

o e

ste

apa-

relh

o So

ny n

eces

site

de

algu

m ser

vi-

ço d

uran

te o

per

íodo

de

gara

ntia

, en-

tre e

m c

onta

to c

om o

dis

tribu

idor

ond

eco

mpr

ou o

apa

relh

o, o

u co

m a

lgum

asso

ciad

o de

nos

sa r

ede

de s

ervi

ços

auto

riza

dos

dent

ro d

a Á

rea

Eco

nô-

mic

a E

urop

éia

(AE

E).

Enc

ontr

ará

onú

mer

o de

tele

fone

na

lista

tele

fôni

caou

no

s ca

tálo

gos

dos

noss

ospr

odut

os.A

fim

de

evita

r ab

orre

ci-

men

to, s

uger

imos

que

leia

ate

ntam

en-

te o

man

ual d

e in

stru

ção

ante

s de

re-

corr

er a

o di

stri

buid

or o

u a

noss

a R

ede

de S

ervi

ço T

écni

co O

fici

al.

01.0

1.00

–te

mpo

gas

to p

ara

leitu

ra to

tal d

o te

xto.

01.0

3.00

–in

icie

i a tr

aduç

ão03

.07.

00 –

perc

ebi

o us

o eq

uivo

cado

do

verb

o pô

r, p

rese

nte

no t

exto

orig

inal

do

espa

nhol

, na

trad

ução

par

a o

port

uguê

s.03

.32.

00 –

perc

ebi o

uso

equ

ivoc

ado

do p

rono

me

pess

oal d

e te

rcei

ra p

es-

soa

do p

ortu

guês

.06

.17.

00 –

tive

dúvi

da q

uant

o ao

uso

do

pron

ome

em p

ortu

guês

.07

.22.

00 –

deci

di m

ante

r m

aiús

cula

s as

letr

as d

as p

alav

ras

com

o ap

arec

iano

text

o de

par

tida.

Est

imad

o C

lient

e,ag

rade

cem

os a

sua

pref

erên

cia

ao a

d-qu

irir

est

e pr

odut

o So

ny e

esp

era-

mos

que

est

eja

satis

feito

com

sua

com

pra.

No

caso

de

que

este

apa

re-

lho

Sony

pre

cise

de

algu

m s

ervi

ço

120 Célia Magalhães e Fábio Alvesdu

rant

e o

perí

odo

de g

aran

tia, e

ntre

em c

onta

to c

om o

dis

trib

uido

r qu

eve

ndeu

-lhe

o p

rodu

to o

u co

m u

mm

embr

o de

nos

sa r

ede

de s

ervi

ços

auto

riza

dos

na Á

rea

Eco

nôm

ica

Eu-

ropé

ia (

AE

E).

Pod

erá

enco

ntra

r o

núm

ero

do te

lefo

ne n

a lis

ta te

lefô

ni-

ca e

nos

cat

álog

os d

os n

osso

s pr

o-du

tos.

A f

im d

e ev

itar

todo

tra

ns-

torn

o de

snec

essá

rio,

sug

erim

os-l

hequ

e le

ia a

tent

amen

te o

man

ual d

e in

s-tr

uçõe

s an

tes

de r

ecor

rer

ao d

istr

i-bu

idor

ou

a no

ssa

Red

de

Serv

iços

Téc

nico

s O

fici

ais.

07.3

7.00

–fi

naliz

ei a

trad

ução

.07

.38.

00 –

inic

iei a

rev

isão

.07

.42.

00 –

corr

igi d

o y

por

e, q

uand

o de

tect

ei o

err

o.07

.44.

00 –

troq

uei “

da”

por

“com

”, p

orqu

e du

rant

e a

leitu

ra m

e pa

rece

um

elho

r.08

.10.

00 –

acen

tuaç

ão d

a pa

lavr

a ár

ea, p

or h

aver

per

cebi

do o

err

o.08

.11.

00 –

cont

inua

ção

da le

itura

.09

.15.

00 –

perc

ebi o

pos

síve

l err

o do

em

preg

o da

pal

avra

def

erên

cia,

poi

sem

esp

anho

l se

u si

gnif

icad

o po

dia

ser

outr

o. A

ssim

, bu

sque

ium

dic

ioná

rio

elet

rôni

co d

e es

panh

ol e

con

stat

ei o

err

o. E

mse

guid

a, p

ense

i em

um

a pa

lavr

a co

rres

pond

ente

no

port

uguê

s e

fiz

a op

ção

por

pref

erên

cia.

15.3

9.00

–tr

oca

da p

alav

ra d

efer

ênci

a po

r pr

efer

ênci

a.15

.42.

00 –

cont

inue

i rev

isan

do o

text

o.19

.16.

00 –

deci

di tr

ocar

a p

alav

ra in

côm

odo

por

tran

stor

no,

pois

ent

endi

ao l

er o

tex

to q

ue a

pal

avra

inc

ômod

o ca

usa

uma

impr

essã

one

gativ

a..

Tra

nsto

rno

pode

ria

dar

ao c

lient

e a

idéi

a de

que

aem

pres

a es

tá p

ensa

ndo

som

ente

na

satis

façã

o do

clie

nte.

19.1

7.00

–re

leitu

ra g

eral

.20

.38.

00 –

fim

da

revi

são

e da

trad

ução

.

T24

con

t.

Com

entá

rio:

Per

cebi

o e

rro

de d

igita

ção

na p

alav

ra R

ed q

uand

o co

mec

eia

faze

r as

out

ras

ativ

idad

es. C

omo

já h

avia

sal

vo o

text

o, n

ão foi

pos

síve

la

corr

eção

. M

eus

mai

ores

pro

blem

as o

corr

eram

ao

tent

ar e

ncon

trar

as

corr

espo

nden

tes

de a

lgum

as p

alav

ras

em p

ortu

guês

, po

is u

ltim

amen

tepe

nso,

esc

revo

e le

io e

m e

span

hol.

Est

ou e

sque

cend

o um

pou

co o

por

tugu

-ês

. Se

i qu

e te

nho

que

corr

igir

ess

e pr

oble

ma

e a

part

ir d

o pr

óxim

ose

mes

tre

com

eçar

ei a

faze

r di

scip

linas

rel

acio

nada

s ao

por

tugu

ês.

T28

[01.

04]

Pare

i par

a su

bstit

uir

o te

rmo

em c

aso

por

caso

.[0

2.36

]Fiq

uei e

m d

úvid

a co

m rel

ação

a s

igla

AE

E, p

ois

crei

o qu

e se

trat

ada

Com

unid

ade

Eur

opéi

a po

rém

, op

tei

por

faze

r so

men

te u

ma

trad

ução

do

term

o.

Prez

ado

Clie

nte,

Agr

adec

emos

pel

apr

efer

ênci

a ao

adq

uiri

r es

te p

rodu

toSo

ny e

esp

eram

os q

ue e

stej

a sa

tis-

feito

com

sua

com

pra.

Cas

o es

te a

pa-

Investigando o papel do monitoramento... 121

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T28

con

t.[0

3.20

]T

ive

dúvi

das

se o

term

o gu

ia p

oder

ia s

e re

feri

r a

algu

m m

ater

ial

com

o en

cart

es q

ue v

êm d

entr

o do

s pr

odut

os e

letr

ônic

os e

m g

eral

para

o c

aso

de n

eces

sida

de e

m c

onta

ctar

o s

ervi

ço d

e m

anut

ençã

oou

gar

antia

.[0

4.08

]Pa

rei p

ara

pens

ar e

m u

m b

om te

rmo

no p

ortu

guês

que

se

refe

ris-

se a

mol

esta

r, c

ausa

r tr

anst

orno

. Ach

ei q

ue in

com

odo

seri

a um

abo

a de

fini

ção.

[05.

38]

Com

ecei

o p

erío

do d

e re

visã

o do

text

o.[0

6.12

]C

orri

gi e

rro

de a

cent

uaçã

o da

pal

avra

tele

fôni

co e

, em

seg

uida

,pa

rei

nova

men

te p

ara

proc

urar

out

ros

erro

s or

togr

áfic

os q

uede

ixei

par

a tr

ás.

[06.

58]

Ter

min

ei d

e le

r o

text

o to

do e

fiz

mai

s um

a re

leitu

ra a

ntes

de

ence

rrar

.C

omen

tári

o:E

m g

eral

, ac

hei

o te

xto

mui

to f

ácil.

Um

asp

ecto

que

me

ajud

ou n

a ta

refa

de

trad

uzir

foi

a a

ula

da p

rofe

ssor

a C

élia

sob

re tr

aduç

ãode

Man

uais

de

Inst

ruçã

o po

is ti

ve u

ma

orie

ntaç

ão a

seg

uir c

om re

laçã

o ao

ste

mpo

s ve

rbai

s e

as f

orm

as d

e tr

atam

ento

par

a o

cons

umid

or.

Hou

veta

mbé

m o

term

o gu

ias

de te

lefo

ne q

ue m

e fe

z pa

rar

para

pen

sar

um p

ouco

sobr

e um

fal

so c

ogna

to e

ntre

por

tugu

ês e

esp

anho

l. N

este

cas

o, r

esol

vitr

aduz

ir s

egui

ndo

pelo

con

text

o da

fras

e e

rela

cion

ando

os

term

os c

om o

sm

anua

is e

m p

ortu

guês

. Só

dep

ois

de ter

min

ada

a tr

aduç

ão é

que

me

dei

cont

a de

que

é m

uito

est

ranh

o um

man

ual d

e in

stru

ção

pedi

r ao

con

sum

i-do

r qu

e pr

ocur

e o

tele

fone

par

a co

ntat

o co

m o

ser

viço

aut

oriz

ado

noca

tálo

go g

eral

. Pa

rece

um

pou

co d

e de

scas

o pa

ra c

om o

con

sum

idor

. Se

pude

sse

volta

r na

trad

ução

, mud

aria

o te

rmo

para

alg

o qu

e se

apr

oxim

asse

mai

s da

rea

lidad

e do

trad

utor

ou

pesq

uisa

ria

sinô

nim

os p

ara

o te

rmo.

relh

o ne

cess

ite a

lgum

serv

iço

dura

nte

o pe

ríod

o de

gar

antia

, ent

re e

m c

on-

tato

com

o d

istr

ibui

dor

que

efet

uou

a ve

nda

ou c

om u

m m

embr

o de

noss

a re

de d

e se

rviç

os a

utor

izad

osna

Áre

a E

conô

mic

a E

urop

éia

(A

EE

). V

ocê

pode

rá e

ncon

trar

o te

-le

fone

pel

o ca

tálo

go te

lefô

nico

e n

osca

tálo

gos

dos

noss

os p

rodu

tos.

Afi

m d

e ev

itar

incô

mod

os d

esne

ces-

sári

os,

suge

rim

os q

ue l

eia

aten

ta-

men

te o

man

ual d

e in

stru

ções

ant

esde

reco

rrer

ao

Dis

trib

uido

r ou

à no

s-sa

Red

e O

fici

al d

e Se

rviç

os A

utor

i-za

dos.

122 Célia Magalhães e Fábio AlvesSu

jeit

oR

elat

o R

etro

spec

tivo

(R

R)

Tex

to d

e C

hega

da (

TC

)

Tradutores novatos no par lingüístico inglês-portuguêsColeta de dados no primeiro semestre de 2004

Fiq

uei e

m d

úvid

a se

era

o o

u os

agr

adec

emos

;Po

r te

r co

mpr

ado

ou a

dqui

rido

opt

ei m

e po

r co

mpr

arPa

ssou

des

perc

ebid

o o

“and

”Se

jam

fel

izes

fic

a es

tran

ho p

ara

ser

part

e de

um

text

o té

cnic

o as

sim

opt

eim

e po

r “s

e si

ntam

sat

isfe

itos”

Dem

orei

a m

e de

cidi

r o

que

deve

ria

escr

ever

dia

nte

de “

em c

aso

dede

feito

”D

epoi

s de

AE

E v

olte

i a

ler

o te

xto

nova

men

te p

ara

faze

r um

a m

elho

rco

ncor

dânc

ia c

om o

todo

.A

pós

“lis

ta d

e te

lefo

nes”

fiq

uei

ten-

tand

o de

scob

rir

o qu

e co

mbi

nava

com

cat

alog

o.Fiq

uei p

ensa

ndo

algu

m te

mpo

se

deve

ria

usar

inco

nven

iênc

ia o

u in

com

o-do

, op

tei p

ela

ultim

a op

ção

a qu

al s

oa m

elho

r ao

nos

sos

ouvi

dos.

Foi

int

eres

sant

e qu

ando

vol

tei

atrá

s pa

ra v

er s

e cu

idad

osam

ente

est

ava

bem

pos

icio

nado

na

fras

e m

as a

cabe

i de

ixan

do e

sse

advé

rbio

no

luga

rer

rado

.Fui

tão

inco

nsci

ente

par

a le

r o

text

o qu

e es

quec

i de

ler

o tit

ulo,

assi

m ti

vequ

e re

form

ular

toda

s as

con

cord

ânci

as v

erba

is p

ara

o si

ngul

ar.

Ach

o qu

e qu

erid

o co

nsum

idor

é m

eio

ruim

, pr

efer

i us

ar c

aro

que

soa

mel

hor

e pa

rece

ser

mai

s us

ado

para

tal t

ipo

de s

ituaç

ão.

Car

o co

nsum

idor

,N

ós o

agr

adec

emos

por

ter co

mpr

a-do

est

e pr

odut

o So

ny a

nd e

sper

a-m

os q

ue v

ocê

se s

inta

sat

isfe

ito c

omel

e. C

aso

esse

pro

duto

nec

essi

te d

aga

rant

ia, p

or fa

vor e

ntre

em

con

tato

com

seu

ven

dedo

r ou

com

a red

e de

serv

iço

auto

riza

do n

a Á

rea

Eco

nô-

mic

a E

urop

éia

(AE

E),

que

se

en-

cont

ra d

ispo

níve

l na

lista

de

tele

fo-

nes

no C

atal

ogo

do p

rodu

to.

Para

evita

r qu

alqu

er i

ncom

odo,

nós

su-

geri

mos

que

lei

a o

man

ual

de i

ns-

truç

ões

cuid

ados

amen

te a

ntes

de

entr

ar e

m c

onta

to c

om s

eu v

ende

-do

r ou

com

nos

sa r

ede

de s

ervi

ços

auto

riza

dos.

T02 T06

01:3

6 –

Já c

om m

enos

de

dois

min

utos

, fic

ou c

lara

a lu

ta q

ue s

eria

dig

itar

ness

e te

clad

o.04

:26

– N

esse

mom

ento

, fi

quei

na

dúvi

da d

e co

mo

trad

uzir

Eur

opea

nE

cono

mic

Áre

a: C

omun

idad

e E

urop

éia

ou M

erca

do C

omum

Eu-

rope

u. O

ptei

por

Mer

cado

, ain

da m

ais

por se

ref

erir

a u

m a

ssun

toec

onôm

ico.

04:5

1 –

A p

artir

des

se m

omen

to, d

epar

ei-m

e co

m o

úni

co g

rand

e pr

oble

-m

a do

text

o.08

:30

– O

fina

l do

text

o fo

i fác

il. N

a ve

rdad

e, d

o oi

tavo

min

uto

até

o fi

mda

tra

duçã

o, m

inha

dúv

ida

perm

anec

ia s

endo

com

o tr

aduz

ir a

sent

ença

“w

hich

are

ava

ilabl

e in

the

tele

phon

e di

rect

ory

and

our

Prez

ado

clie

nte,

agr

adec

emos

a c

om-

pra

dess

e pr

odut

o So

ny e

esp

era-

mos

que

fiq

ue s

atis

feito

com

ele

.N

o ca

so d

e se

u pr

odut

o So

ny p

reci

-sa

r de

ser

viço

s da

gar

antia

, po

r fa

-vo

r en

tre

em c

onta

to c

om o

est

abe-

leci

men

to o

nde

o pr

odut

o fo

i adq

ui-

rido

ou

com

um

mem

bro

de n

ossa

rede

aut

oriz

ada

na á

rea

do M

erca

do

Investigando o papel do monitoramento... 123

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

prod

uct ca

talo

gues

.” C

hegu

ei a

con

side

rar

um e

rro

no tex

to:

afa

lta d

e um

a pr

epos

ição

IN e

ntre

AN

D e

OU

R.

13:1

2 –

Ape

sar

de te

r m

e de

cidi

do p

or “

lista

de

tele

fone

s e

nos

catá

logo

sde

nos

sos

prod

utos

”, n

ão fi

quei

sat

isfe

ito c

om a

sen

tenç

a. A

chei

-a

mui

to lo

nga

e um

tant

o dú

bia.

O r

esto

do

text

o é

fáci

l. F

ique

ipe

nsan

do,

insa

tisfe

ito,

por

mai

s de

sei

s m

inut

os.

No

enta

nto,

não

enco

ntre

i alte

rnat

iva

que

me

pare

cess

e m

elho

r.

Com

um E

urop

eu,

que

pode

ser

en-

cont

rada

na

lista

de

tele

fone

s e

nos

catá

logo

s de

nos

sos

prod

utos

. Pa

raev

itar q

uais

quer

inco

nven

ient

es d

es-

nece

ssár

ios,

sug

erim

os u

ma

leitu

racu

idad

osa

do m

anua

l de

inst

ruçõ

esan

tes

de c

onta

tar

o es

tabe

leci

men

toou

nos

sa r

ede

auto

riza

da.

T06

con

t.

Até

o te

mpo

de

1min

uto

e 9

segu

ndos

, pre

pare

i-m

e pa

ra in

icia

r a tr

aduç

ãole

ndo

o pa

rágr

afo

inte

iro.

Ent

re 2

min

utos

e 4

5 se

gund

os e

2 m

inut

os e

54

segu

ndos

tive

um

pou

code

trab

alho

par

a en

cont

rar

uma

expr

essã

o qu

e m

elho

r co

rres

pond

esse

ao

“be

happ

y” d

o te

xto

em in

glês

, af

inal

jam

ais

tive

cont

ato

com

qua

lque

rm

anua

l de

ins

truç

ões

em q

ue o

fab

rica

nte

espe

ra q

ue o

clie

nte

“fiq

uefe

liz”

com

o p

rodu

to.

Ent

re 2

min

utos

e 5

8 se

gund

os e

3 m

inut

os e

7 s

egun

dos

fiz

uma

paus

ana

tra

duçã

o pa

ra ler

a p

róxi

ma

sent

ença

por

int

eiro

ant

es d

e co

meç

ar a

trad

uzi-

la.

Paus

as s

emel

hant

es a

ess

a ac

onte

cem

com

fre

qüên

cia

mai

sad

iant

e no

iníc

io d

e ou

tras

sen

tenç

as.

Ent

re 4

min

utos

e 5

seg

undo

s e

4 m

inut

os e

11

segu

ndos

tent

ei e

ncon

trar

uma

pala

vra

que

mel

hor

tran

smiti

sse

o se

ntid

o de

dea

ler.

A p

rinc

ípio

pens

ei e

m u

sar

a pa

lavr

a ve

nded

or.

Ent

reta

nto,

pen

sei

que

no B

rasi

l a

pala

vra

vend

edor

nos

a id

éia

de u

ma

pess

oa q

ue v

ende

um

pro

duto

, e

não

um e

stab

elec

imen

to.

Com

o câ

mer

as d

igita

is s

ão,

na m

aior

ia d

asve

zes,

com

prad

as e

m lo

jas,

dec

idi u

sar a

pala

vra

esta

bele

cim

ento

em

vez

de v

ende

dor.

Ent

re 5

min

utos

e 5

seg

undo

s a

9 m

inut

os e

31

segu

ndos

tent

ei e

ncon

trar

T11

124 Célia Magalhães e Fábio Alvesum

a tr

aduç

ão p

ara

Eur

opea

n E

cono

mic

Áre

a (E

EA

). N

esse

mom

ento

, fui

ao s

ite d

e bu

sca

Alta

Vis

ta e

dig

itei o

nom

e Á

rea

Eco

nôni

ca E

urop

éia.

Nos

res

ulta

dos

da p

esqu

isa,

o te

rmo

apar

eceu

trad

uzid

o, m

as a

sig

la n

ão.

Ent

ão d

ecid

i tra

duzi

r ap

enas

o n

ome

e de

ixar

a s

igla

com

o es

tava

.E

ntre

10

min

utos

e 4

9 se

gund

os a

11

min

utos

e 3

7 se

gund

os p

rocu

rava

a m

elho

r tra

duçã

o pa

ra te

leph

one

dire

ctor

y. L

embr

ei-m

e qu

e no

s m

anua

isde

inst

ruçõ

es b

rasi

leir

os, ge

ralm

ente

ao

fina

l do

cade

rno

há u

ma

lista

de

ofic

inas

aut

oriz

adas

com

os

resp

ectiv

os te

lefo

nes.

Ent

ão d

ecid

i tra

duzi

rta

l ex

pres

são

com

o lis

tage

m d

e te

lefo

nes.

Mai

s ad

iant

e, n

ão s

atis

feito

com

a n

ão t

radu

ção

da s

igla

, re

corr

i ao

site

de

busc

a G

oogl

e, n

o qu

alen

cont

rei a

sig

la tr

aduz

ida

com

o A

EE

.

Prez

ado

clie

nte.

Nós

o a

grad

ecem

ospo

r te

r ad

quir

ido

este

pro

duto

Son

ye

espe

ram

os q

ue v

ocê

fiqu

e sa

tisfe

i-to

com

ele

. Na

even

tual

idad

e de

seu

prod

uto

Sony

pre

cisa

r de

ser

viço

sde

ntro

da

gara

ntia

, fav

or c

onta

ctar

oes

tabe

leci

men

to n

o qu

al v

ocê

o ad

-qu

iriu

ou

um d

os r

epre

sent

ante

s da

noss

a re

de d

e se

rviç

o au

tori

zado

na

Áre

a E

conô

mic

a da

Eur

opa

(AE

E),

que

estã

o di

spon

ívei

s na

list

agem

de

tele

fone

s e

em n

os n

osso

s ca

tálo

gos

de p

rodu

tos.

A fi

m d

e se

evi

tar q

ual-

quer

inco

nven

ient

e de

snec

essá

rio

por

sua

part

e, s

uger

imos

a le

itura

cui

da-

dosa

do

man

ual de

ins

truç

ões

ante

sde

con

tact

ar o

est

abel

ecim

ento

no

qual

você

adq

uiri

u o

prod

uto

ou a

rede

se

serv

iço

auto

riza

do.

T11

con

t.

Investigando o papel do monitoramento... 125

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T15

Tradutores novatos no par lingüístico inglês-portuguêsColeta de dados no segundo semestre de 2004

00.0

0.01

–pr

imei

ro li

o te

xto

e no

tei se

trat

ar d

e um

fra

gmen

to d

e te

xto

cons

tant

e em

man

uais

de

usuá

rios

de

algu

m p

rodu

to d

a m

arca

Sony

, ond

e o

fabr

ican

te rec

omen

da a

o us

uári

o al

guns

pro

cedi

-m

ento

s ca

so e

le p

reci

se e

ntra

r em

con

tato

com

a a

ssis

tênc

iaté

cnic

a do

fabr

ican

te.

00.0

0.08

–ap

enas

fiq

uei

na d

úvid

a se

col

ocav

a ví

rgul

a ou

doi

s po

ntos

,re

solv

i seg

uir

o te

xto,

mes

mo

acha

ndo

que

não

é m

uito

ace

itoap

ós e

ssa

saud

ação

.00

.00.

19 –

hesi

tei e

m u

sar

o pr

onom

e “l

he”

ou u

sar

uma

form

a de

trat

a-m

ento

men

os f

orm

al.

00.0

1.25

–nã

o de

cidi

a se

usa

va “

vend

edor

ou

reve

nded

or”,

ent

ão o

ptei

pelo

term

o m

ais

usad

o em

man

uais

.00

.01.

47 –

mai

s um

a ve

z ac

hei o

term

o “m

embr

o” m

enos

est

ranh

o a

esse

tipo

de te

xto.

00.0

2.32

–op

tei p

elo

term

o di

retó

rio

em lu

gar

de “

catá

logo

” po

is a

ssim

eu n

ão r

epet

iria

a p

alav

ra q

ue v

iria

em

seg

uida

.00

.03.

21 –

não

acha

va n

enhu

ma

expr

essã

o ad

equa

da p

ara

“on

your

par

t”,

no fi

m s

ó po

deri

a se

r es

sa m

esm

o, p

ara

mim

soa

ant

ipát

ico

nose

ntid

o de

que

o p

rodu

tor s

e ex

ime

de q

ualq

uer r

espo

nsab

ilida

-de

, ou

sej

a, o

pro

blem

a é

seu.

00.0

3.45

–he

site

i no

ter

mo

liter

al o

u m

ais

com

um u

sado

em

man

uais

,ac

ho “

aten

tam

ente

” m

ais

amig

ável

que

“cu

idad

osam

ente

”,po

isa

gent

e co

stum

a lê

alg

o “a

tent

amen

te”.

Prez

ado

clie

nte:

Agr

adec

emos

por

voc

ê te

r ad

quir

i-do

est

e pr

odut

o So

ny e

esp

eram

osqu

e vo

cê e

stej

a fe

liz c

om e

le.

No

caso

de

seu

apar

elho

Son

y pr

ecis

arde

ser

viço

de

gara

ntia

, fa

vor

entr

arem

con

tact

o co

m o

rev

ende

dor

deon

de v

coê

o ad

quir

iu o

u co

m u

mm

embr

o da

nos

sa r

ede

de s

ervi

çoau

tori

zado

na

Áre

a E

conô

mic

a E

u-ro

péia

(E

EA

), o

s qu

ais

estã

o di

spo-

níve

is n

a lis

ta te

lefô

nica

e e

m n

osso

catá

logo

de

prod

utos

. No

sent

ido

deev

itar q

ualq

uer a

titud

e de

snec

essá

ria

de s

ua p

arte

, su

geri

mos

que

voc

êle

ia a

tent

amen

te o

man

ual

ante

s de

cont

acta

r o re

vend

edor

ou

noss

a re

dede

ser

viço

aut

oriz

ado.

Não

ach

ei o

text

o di

fíci

l de

se tr

aduz

ir.

Alé

m d

e se

r pe

quen

o,o

voca

bulá

rio

é de

fác

il co

mpr

eens

ão,

e o

gêne

ro te

xtua

l é d

efá

cil

aces

so.

A s

oma

dess

es t

rês

fato

res,

tal

vez,

exp

lique

opo

rquê

ded

ique

i tã

o po

uco

tem

po à

fas

e de

ori

enta

ção.

Os

pouc

os p

robl

emas

que

enc

ontr

ei e

stão

des

crito

s a

segu

ir:

00.0

3.27

–N

este

mom

ento

, fi

quei

em

dúv

ida

sobr

e co

mo

trad

uzir

o s

eg-

men

to –

con

tact

the

dea

ler

from

wha

t it

was

pur

chas

ed..

.,

T17

Car

o co

nsum

idor

,N

ós a

grad

ecem

os a

voc

ê po

r te

rco

mpr

ado

este

pro

duto

Son

y e

es-

pera

mos

que

voc

ê fi

que

satis

feito

com

ele

. N

o ca

so d

e se

u pr

odut

oSo

ny p

reci

sar

de u

m s

ervi

ço d

e as

-

126 Célia Magalhães e Fábio Alvespr

inci

palm

ente

pel

o us

o da

pal

avra

dea

ler.

Em

por

tugu

ês d

irí-

amos

, con

venc

iona

lmen

te, c

onta

ctar

a lo

ja, n

ão o

lojis

ta. T

am-

bém

, pod

eria

ser

ace

itáve

l o lo

jista

, se

o se

gmen

to fo

sse

trad

u-zi

do c

omo,

por

exe

mpl

o, c

onta

ctar

o l

ojis

ta q

ue n

egoc

iou

opr

odut

o...

Não

ach

ando

ess

a um

a bo

a op

ção,

dec

idi p

or d

eixa

ro

segm

ento

com

a s

egui

nte

trad

ução

: co

ntac

tar

a lo

ja n

a qu

alo

prod

uto

foi

adqu

irid

o...

00.0

5.11

–N

este

mom

ento

, não

tinh

a ce

rtez

a so

bre

com

o tr

aduz

ir E

urop

ean

Eco

nom

ic A

rea

(EE

A).

Não

sab

ia se

havi

a um

a tr

aduç

ão c

onsa

-gr

ada

pelo

uso

par

a o

port

uguê

s. P

ense

i em

Mer

cado

Eco

nôm

i-co

Eur

opeu

, m

as n

a dú

vida

, pr

efer

i de

ixar

Áre

a E

conô

mic

aE

urop

éia.

Pro

cure

i em

alg

uns

sítio

s de

bus

ca d

uran

te a

rev

i-sã

o, e

com

o nã

o ac

hei n

enhu

ma

refe

rênc

ia a

o te

rmo,

term

inei

afa

se d

e re

visã

o op

tand

o pe

lo u

so d

e Á

rea

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a.C

ontu

do, ap

ós a

trad

ução

, es

te fat

o m

e in

com

odou

, e

faze

ndo

nova

bus

ca n

a in

tern

et,

desc

obri

um

a re

ferê

ncia

ao

Esp

aço

Eco

nôm

ico

Eur

opeu

, e a

pós

chec

ar a

info

rmaç

ão n

o sí

tio h

ttp:/

/ww

w.e

urop

arl.

eu.i

nt/f

acts

heet

s, c

onst

atei

ser

est

a a

trad

ução

para

Eur

opea

n E

cono

mic

Áre

a. C

omo

não

havi

a m

ais

com

om

exer

na

trad

ução

, pe

lo m

enos

não

no

prog

ram

a T

rans

log,

alte

rei a

min

ha tr

aduç

ão n

o pr

ogra

ma

Wor

d.

Prez

ado

Clie

nte,

Agr

adec

emos

pel

a aq

uisi

ção

dest

epr

odut

o So

ny e

esp

eram

os q

ue e

le o

satis

faça

. C

aso

o se

u pr

odut

o So

nyne

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ite d

o se

rviç

o de

gar

antia

, fa-

vor

cont

acta

r o

reve

nded

or o

u um

ade

nos

sas

ofic

inas

de

assi

stên

cia

téc-

nica

aut

oriz

adas

na

Áre

a E

conô

mic

aE

urop

éia,

dis

poní

veis

na

lista

tel

e-fô

nica

e e

m n

osso

s ca

tálo

gos

de p

ro-

T17

con

t.si

stên

cia,

fav

or c

onta

ctar

a l

oja

naqu

al o

pro

duto

foi a

dqui

rido

ou

uma

das

rede

s de

ass

istê

ncia

técn

ica

au-

tori

zada

den

tro

da Á

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Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a (A

EE

), a

s qu

ais

pode

mse

r lo

caliz

adas

no

catá

logo

tele

fôni

-co

, as

sim

com

o no

s ca

tálo

gos

deno

ssos

pro

duto

s. A

fim

de

evita

rqu

alqu

er in

conv

eniê

ncia

des

nece

s-sá

ria

para

voc

ê, n

ós s

uger

imos

que

leia

o m

anua

l de

inst

ruçã

o cu

idad

o-sa

men

te a

ntes

de

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acta

r o

lojis

taou

um

a de

nos

sas

rede

s de

ser

vi-

ços

auto

riza

da.

[00.

01.4

5] O

ptei

aqu

i por

nom

inal

izar

o v

erbo

‘ad

quir

ir’,

con

vert

endo

-oem

‘aqu

isiç

ão’.

Ess

a de

cisã

o ba

seou

-se

em c

rité

rios

mai

s ou

men

os s

ubje

-tiv

os (j

ulgu

ei q

ue a

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a no

min

aliz

ada

fica

ria

mai

s “n

atur

al”

no te

xto)

eem

con

sulta

a te

xto

para

lelo

.[0

0.02

.46]

Aqu

i, o

pro

blem

a de

trad

ução

enc

ontr

a-se

na

pala

vra

‘dea

ler’

.T

inha

dúv

idas

se

deve

ria

trad

uzi-

la p

or ‘

reve

nded

or’,

‘co

mer

cian

te’,

ou

por

‘loj

a on

de e

le (

o pr

odut

o) f

oi a

dqui

rido

’. A

dec

isão

de

trad

uzir

apa

lavr

a po

r ‘r

even

dedo

r’ b

aseo

u-se

em

con

sulta

a d

icio

nári

o bi

língü

e e

ate

xto

para

lelo

.[0

0.04

.12]

Os

prob

lem

as d

e tr

aduç

ão n

esse

mom

ento

fora

m ‘a

mem

ber

ofou

r au

thor

ized

ser

vice

net

wor

k’ e

‘th

e E

urop

ean

Eco

nom

ic A

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(EE

A)’

.O

ptei

por

trad

uzir

o p

rim

eiro

por

‘um

a de

nos

sas

ofic

inas

de

assi

stên

cia

T22

Investigando o papel do monitoramento... 127

duto

s. P

ara

evita

r qu

e vo

cê t

enha

tran

stor

nos

desn

eces

sári

os,

suge

ri-

mos

a l

eitu

ra c

uida

dosa

do

man

ual

de in

stru

ções

ant

es d

e en

trar

em

con

-ta

to c

om o

rev

ende

dor

ou c

om a

as-

sist

ênci

a té

cnic

a au

tori

zada

.

técn

ica

auto

riza

das’

apó

s co

nsul

ta a

text

o pa

rale

lo, e

o s

egun

do p

or ‘Á

rea

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a’, a

pós

cons

ulta

a fe

rram

enta

s de

bus

ca n

a In

tern

et, j

áes

tava

em

dúv

ida

se a

ter

min

olog

ia c

omum

ente

util

izad

a er

a m

esm

o a

trad

ução

lite

ral ‘

Áre

a E

conô

mic

a E

urop

éia’

ou

se e

la ti

nha

algo

a v

er c

omo

‘Mer

cado

Com

um E

urop

eu’,

ou

algo

sem

elha

nte.

[00.

07.5

3] In

icia

lmen

te, p

ense

i em

trad

uzir

‘any

unn

eces

sary

inco

nven

ienc

e’po

r ‘i

ncon

veni

ênci

as d

esne

cess

ária

s’;

poré

m,

após

con

sulta

r di

cion

ário

bilín

güe

e an

alis

ar o

con

text

o, v

i que

a p

alav

ra ‘i

ncon

veni

ence

’, n

este

cas

o,ca

rreg

a o

sent

ido

de ‘t

rans

torn

o’, ‘

prob

lem

a’, ‘

incô

mod

o’, a

o in

vés

do d

e‘i

ncon

veni

ênci

a’ p

ropr

iam

ente

dita

.[0

0.10

.41]

Aqu

i, já

na

fase

de

revi

são,

opt

ei p

or m

udar

a tr

aduç

ão ‘

Para

evita

r tr

anst

orno

s de

snec

essá

rios

de

sua

part

e’ p

or ‘

Para

evi

tar

que

você

tenh

a tr

anst

orno

s de

snec

essá

rios

’, p

or ju

lgar

inad

equa

da a

pri

mei

ra o

pção

que,

e a

meu

ver

, não

soa

nat

ural

em

por

tugu

ês e

pod

e ge

rar am

bigü

idad

e,da

ndo

a im

pres

são

de q

ue o

clie

nte

seri

a o

caus

ador

de

tran

stor

nos

ao in

vés

da id

éia

de q

ue tr

anst

orno

s po

dem

ser

cau

sado

s pa

ra o

clie

nte

(ess

a úl

tima

send

o o

sent

ido

que

o te

xto

real

men

te tr

ansm

ite,

crei

o eu

).N

esta

tare

fa d

e tr

aduç

ão,

a m

aior

ia d

os p

robl

emas

est

ava

rela

cion

ada

aous

o de

ter

min

olog

ia e

spec

ífic

a do

gên

ero

text

ual

man

ual

de i

nstr

uçõe

s,ta

is c

omo

‘rev

ende

dor’

e ‘

assi

stên

cia

técn

ica

auto

riza

da’,

alé

m d

o te

rmo

polít

ico-

econ

ômic

o ‘Á

rea

Eco

nôm

ica

Eur

opéi

a’. O

utro

s se

refe

rem

a q

ues-

tões

de

estil

o ou

de

esco

lhas

sub

jetiv

as d

e ce

rta

form

a (n

o ca

so d

a op

ção

pela

for

ma

nom

inal

izad

a ‘a

quis

ição

’) e

a e

stra

tégi

as to

mad

as p

ara

evita

ram

bigü

idad

e (n

a al

tera

ção

de ‘

Para

evi

tar

tran

stor

nos

desn

eces

sári

os d

esu

a pa

rte’

por

‘Par

a ev

itar q

ue v

ocê

tenh

a tr

anst

orno

s de

snec

essá

rios

’). A

sfo

ntes

de

cons

ulta

util

izad

as f

oram

, pr

edom

inan

tem

ente

, di

cion

ário

s im

-pr

esso

s e

onlin

e m

ono

e bi

língü

es,

send

o os

últi

mos

os

mai

s út

eis

nare

solu

ção

dos

prob

lem

as d

a ta

refa

, al

ém d

e te

xto

para

lelo

(m

anua

l de

inst

ruçõ

es d

e um

dis

cman

da

mar

ca S

ony)

e f

erra

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tas

elet

rôni

cas

debu

sca.

Pau

sas co

nsid

eráv

eis se

der

am d

iant

e de

cad

a pr

oble

ma

de tr

aduç

ão,

vari

ando

ent

re 1

5 e

80 s

egun

dos.

Suje

ito

Rel

ato

Ret

rosp

ecti

vo (

RR

)T

exto

de

Che

gada

(T

C)

T22

con

t.