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Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Superior de Engenharia MANIPULADORES ROBÓTICOS COOPERATIVOS ANÁLISE DA DINÂMICA NÃO LINEAR E CONTROLO DE MANIPULADORES RR NA EXECUÇÃO DE TAREFAS COOPERATIVAS Carlos Manuel Clímaco Figueiredo Trabalho de Projecto para obtenção do Grau de Mestre em Automação e Comunicações em Sistemas de Energia COIMBRA 2011

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Instituto Politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia

MANIPULADORES ROBÓTICOS

COOPERATIVOS

ANÁLISE DA DINÂMICA NÃO LINEAR E CONTROLO DE MANIPULADORES RR NA

EXECUÇÃO DE TAREFAS COOPERATIVAS

Carlos Manuel Clímaco Figueiredo

Trabalho de Projecto para obtenção do Grau de Mestre em

Automação e Comunicações em Sistemas de Energia

COIMBRA

2011

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Instituto Politécnico de Coimbra

Instituto Superior de Engenharia

MANIPULADORES ROBÓTICOS

COOPERATIVOS

ANÁLISE DA DINÂMICA NÃO LINEAR E CONTROLO DE MANIPULADORES RR NA

EXECUÇÃO DE TAREFAS COOPERATIVAS

Orientador:

Nuno Miguel Fonseca Ferreira

Professor Adjunto do Departamento de

Engenharia Electrotécnica, ISEC

Carlos Manuel Clímaco Figueiredo

Trabalho de Projecto para obtenção do Grau de Mestre em

Automação e Comunicações em Sistemas de Energia

COIMBRA

2011

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i

Dedico este trabalho aos meus pais, família e namorada, pelo esforço e dedicação

que me proporcionaram durante todos estes anos de estudos.

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iii

Agradecimentos

Muitas pessoas são responsáveis pela qualidade deste trabalho. Gostaria de aproveitar

esta oportunidade para agradecer ao grupo de amigos e de trabalho da RoboCorp,

anteriormente denominada de GANG (Grupo de Análise do Golfe), que me apoiaram durante

esta jornada dando-me luz e perspectivas diferentes.

Em particular e especialmente, gostaria de agradecer aos colegas e amigos Micael

Couceiro, Miguel Luz e Gonçalo Dias pelas ideias interessantes, que muito influenciaram este

trabalho, amizade e apoio académico.

Foi um prazer trabalhar com o Professor Doutor Nuno Ferreira, pois foi ele que me

incentivou e apoiou neste trabalho. Sem a sua bondade, generosidade e orientação, este

trabalho nunca teria sido feito.

Principalmente gostaria de agradecer à minha família, pais e namorada pelo seu apoio

incansável e alegria constante.

.

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v

Resumo

Os manipuladores robóticos são sistemas constituídos por diversos elos interligados por

juntas lineares (i.e., prismáticas), rotacionais ou esféricas. Estes sistemas mecânicos exibem

fenómenos cinemáticos, estáticos e dinâmicos ao nível de complexidade quer na sua análise

quer no controlo do sistema. Essa complexidade aumenta quando se pretende realizar tarefas

cooperativas com múltiplos manipuladores.

O desenvolvimento da análise dinâmica e de novos algoritmos de controlo visa, entre

outros objectivos, optimizar o desempenho do sistema face às diversas não linearidades

através do controlo das variáveis de posição e força/binário, de acordo com as tarefas que os

manipuladores realizem. Neste sentido, controladores Proporcional-Integral-Derivativo (PID)

de ordem inteira e fraccionária serão abordados e comparados utilizando múltiplas

metodologias de optimização entre as quais o Particle Swarm Optimization (PSO). Os

fenómenos dinâmicos inerentes à própria construção mecânica, i.e., folgas, atrito,

flexibilidade e saturação dos binários nas juntas necessitam ser estudados mais

aprofundadamente para aferir da manipulabilidade cooperativa de objectos.

Para além disso, foi desenvolvido um framework, em ambiente MatLab/Simulink, para a

coordenação e cooperação de dois manipuladores robóticos na execução de tarefas

cooperativas. Para tal, incide-se o propósito do estudo nas etapas consideradas relevantes para

a cooperação entre dois braços robóticos, designadamente: cinemática, dinâmica,

manipulabilidade, trajectórias e controlo em cascata.

O uso de manipuladores RR acoplados a plataformas móveis, descritos neste trabalho

como robôs móveis RR, pretendem demonstrar a elevada capacidade para manipular e

transportar objectos. Tais pressupostos, permitiram desenvolver duas plataformas móveis com

cinemática inversa baseada na formulação Denavit-Hartenberg e controladores PID de ordem

fraccionária fundamentada pela definição de Grünwald-Letnikov. Estudaram-se assim os dois

robôs móveis RR cooperativos analisando a trajectória do manipulador e as forças aplicadas à

carga em comum, independentemente das não linearidades existentes.

Palavras chave: Robôs Móveis, Manipuladores, Cooperação, Controlo, Cinemática,

Cálculo Fraccionário, Fenómenos Dinâmicos.

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vii

Abstract

Robotic manipulators are systems created from a sequence of links connected by linear

(i.e., prismatic), rotational or spherical joints. These mechanical systems present kinematic,

static and dynamic phenomena, thus requiring a complex analysis and control. This

complexity increases when it is intended to perform cooperative tasks with multiples

manipulators.

The development of the dynamical analysis and new control algorithms allows

optimizing the system performance when facing nonlinearities by controlling the variables of

position and force / torque, according to manipulators’ task. Therefore, Proportional-Integral-

Derivative (PID) controller of integer and fractional order are discussed and compared using

multiple optimization methods which includes the well known Particle Swarm Optimization

(PSO). The dynamic phenomena inherent to the mechanical construction, i.e., backlash,

friction, flexibility, and saturation of binary joints need to be further studied to establish the

cooperative manipulability of objects.

In addition, a framework was developed in MatLab / Simulink, for coordination and

cooperation of two robotic manipulators in the execution of cooperative tasks. Hence, this

study focused the relevant steps that allow cooperation between two robotic arms, including:

kinematics, dynamics, manipulability, path planning and cascade control.

The use of RR manipulators attached in mobile platforms, denoted in this work as mobile

RR robots, plan to demonstrate the high capacity to cooperatively manipulate and transport

objects. These assumptions allowed the development of two swarm mobile platforms

containing both inverse kinematics based on Denavit-Hartenberg formulation and fractional

order PID controllers based on Grunwald-Letnikov. Both robots were studied analyzing the

manipulator’s trajectory and the forces applied to the common load, regardless of existing

nonlinearities.

Keywords: Mobile Robots, Manipulators, Cooperation, Control, Kinematics, Fractional

Calculus, Dynamic Phenomena.

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ix

Índice

Agradecimentos iii

Resumo v

Abstract vii

Índice ix

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xv

Nomenclatura xvii

1 Introdução 1

1.1 Estrutura do Relatório 2

1.2 Contexto e Motivação 4

1.3 Enquadramento Histórico 4

1.3.1 Manipuladores 6

1.3.2 Cooperação 7

1.4 Estado da Arte 8

2 Estrutura de Manipuladores 13

2.1 Elementos 13

2.1.1 Manipulador Mecânico 14

2.1.2 Garra (End-effector) 14

2.1.3 Actuadores 15

2.1.4 Sensores 15

2.2 Tipos de Juntas 16

2.2.1 Graus de Liberdade e Mobilidade 17

2.3 Espaço de trabalho 18

3 Modelação de Manipuladores Robóticos 19

3.1 Cinemática 19

3.1.1 Cinemática Directa 22

3.1.2 Cinemática Inversa 23

3.2 Manipulabilidade 25

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x

4 Dinâmica 29

4.1 Fenómenos Dinâmicos nas Juntas dos Robôs 31

4.1.1 Juntas com Atrito Não Linear - Friction 31

4.1.2 Juntas com Folgas - Backlash 33

4.1.3 Juntas com Flexibilidade – Flexibility 34

4.1.4 Juntas com Saturação nos Binários dos Actuadores - Saturation 35

5 Arquitectura de Controlo 37

5.1.1 Controlador de ordem inteira 39

5.1.2 Controlador de ordem fraccionária 40

5.2 Métodos de Optimização 41

5.2.1 Método do Gradiente Descendente 42

5.2.2 Método da Pesquisa por Padrão – Lewis and Torczon GPS 43

5.2.3 PSO – Particle Swarm Optimization 44

6 Robôs Móveis Cooperativos 47

6.1 Plataformas 48

7 Resultados Experimentais 51

7.1 Simulador 51

7.2 Plataforma Robótica 59

8 Discussão e Conclusão 65

9 Trabalho Futuro 67

Referências 69

ANEXO A 77

A.1. Simulador do robô RR 78

A.2. Simulink 81

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xi

Lista de Figuras

Figura 1.1. Modelo de cavaleiro robô adaptado de Leonardo DaVinci [Nilson, 2009]. ......................... 5

Figura 1.2. Robô industrial Unimate adaptado de Carroll [2007]. .......................................................... 6

Figura 1.3. Exemplos de cooperação entre manipuladores RR. .............................................................. 7

Figura 1.4. Robô com dois braços SDA20D da Motoman. ................................................................... 10

Figura 1.5. Justin – um corpo humanóide – Adaptado de IRM [2008]. ................................................ 10

Figura 1.6. Robôs na construção: Paredes de gesso – Adaptado de Khatib [1995]. ............................. 11

Figura 1.7. Robôs lunares SRR e SRR2K da NASA – Adaptado de Huntsberger et al. [2010]. ........... 12

Figura 2.1. Elementos que formam o robô – Adaptado do software Poser 8 e Motoman. .................... 13

Figura 2.2. Tipos de articulações: a) Prismática; b) Rotacional; c) Esférica......................................... 16

Figura 2.3. Robô planar de dois elos (RR). ........................................................................................... 17

Figura 2.4. Exemplos de espaços de trabalho de Society of Robots – Robot Arm Tutorial.

Manipulador: a) Cartesiano Gantry; b) Cilindrico; c) Esférico; d) Scara; e)

Articulado. ......................................................................................................................... 18

Figura 3.1. Robô planar de dois elos em contacto com uma superfície. ............................................... 19

Figura 3.2. Coordenadas do robô planar de dois elos. .......................................................................... 20

Figura 3.3. Transformação Denavit-Hartenberg – adaptado de Couceiro [2008]. ................................ 21

Figura 3.4. Múltiplas soluções para a cinemática inversa. .................................................................... 23

Figura 3.5. Manipulabilidade de um robô RR com l1 = 1 m e l2 = 1 m obtida pelo método de

Yoshikawa. ........................................................................................................................ 26

Figura 3.6. Descrição do algoritmo da manipulabilidade numérica. ..................................................... 27

Figura 3.7. a) Movimentos aleatórios do robô em {O, q1, q2} dentro de uma circunferência; b)

respectivo mapeamento para o espaço operacional {O, x, y}. ........................................... 27

Figura 3.8. Manipulabilidade de um robô RR com l1 = 1 m e l2 = 1 m obtida pelo método

numérico. ........................................................................................................................... 28

Figura 4.1. Dois robôs cooperantes na manipulação de um objecto – adaptado de Ferreira

[2006]. ............................................................................................................................... 30

Figura 4.2. Contacto entre a garra do robô e o objecto – adaptado de Ferreira [2006]. ........................ 30

Figura 4.3. Atritos de Coulomb e viscoso nas juntas. ........................................................................... 32

Figura 4.4. Folga no acoplamento de engrenagens. .............................................................................. 33

Figura 4.5. Manipulador com folgas nas engrenagens – adaptado de Ferreira [2006]. ......................... 33

Figura 4.6. Manipulador com flexibilidade nas juntas – adaptado de Ferreira [2006]. ......................... 35

Figura 5.1. Arquitectura do controlador de posição/força. .................................................................... 38

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xii

Figura 5.2. Parâmetros do controlador PIλD

μ. ....................................................................................... 41

Figura 5.3. Método do Gradiente Descendente. .................................................................................... 43

Figura 5.4. Método PSO. ....................................................................................................................... 44

Figura 6.1. Cooperação entre dois robôs móveis RR. ............................................................................ 47

Figura 6.2. Dois robôs manipulando um objecto em cooperação. ......................................................... 48

Figura 6.3. Ilustração em 3D SolidWorks de dois robôs móveis RR em trabalho cooperativo no

transporte de uma mesa. ..................................................................................................... 48

Figura 6.4. Estrutura de cada plataforma móvel. ................................................................................... 48

Figura 6.5. Plataforma RP5 da Pololu. .................................................................................................. 49

Figura 6.6. Cinemática da plataforma robótica. .................................................................................... 50

Figura 7.1. Trajectória realizada pelos dois robôs. ................................................................................ 53

Figura 7.2. Critério de desempenho ITSE sob a acção do controlador PID. ......................................... 54

Figura 7.3. Critério de desempenho ITSE sob a acção do controlador FO. ........................................... 54

Figura 7.4. Trajectória de referência no eixo dos xx do robô B. ............................................................ 55

Figura 7.5. Resposta do robô ideal à perturbação usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária. ....................................................................................................................... 56

Figura 7.6. Resposta do robô sujeito a friction, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária. ....................................................................................................................... 56

Figura 7.7. Resposta do robô sujeito a backlash, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária. ....................................................................................................................... 57

Figura 7.8. Resposta do robô sujeito a flexibility, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária. ....................................................................................................................... 58

Figura 7.9. Resposta do robô sujeito a saturation, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária. ....................................................................................................................... 58

Figura 7.10. Forças aplicadas no objecto pelos robôs A e B para a experiência P1. .............................. 60

Figura 7.11. Posição angular da junta q1(t) dos robôs A e B para a experiência P1. .............................. 61

Figura 7.12. Posição angular da junta q2(t) dos robôs A e B para a experiência P1. .............................. 61

Figura 7.13. Trajectórias no espaço cartesiano (x, y) do órgão terminal dos robôs A e B para a

experiência P1. ................................................................................................................... 62

Figura 7.14. Forças aplicadas no objecto pelos robôs A e B para a experiência P2. .............................. 62

Figura 7.15. Posição angular da junta q1(t) dos robôs A e B para a experiência P2. .............................. 63

Figura 7.16. Posição angular da junta q2(t) dos robôs A e B para a experiência P2. .............................. 63

Figura 7.17. Trajectórias no espaço cartesiano (x, y) do órgão terminal dos robôs A e B para a

experiência P2. ................................................................................................................... 64

Figura A-1. Ambiente do simulador do robô RR. .................................................................................. 78

Figura A-2. Parâmetros da dinâmica do robô. ....................................................................................... 79

Figura A-3. Manipulabilidade analítica do manipulador RR. ................................................................ 80

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xiii

Figura A-4. Manipulabilidade numérica do manipulador RR. .............................................................. 80

Figura A-5. Sistema completo de dois robôs e um objecto no Simulink. ............................................. 83

Figura A-6. Controladores de posição, velocidade e força para cada manipulador. ............................. 84

Figura A-7. Controladores de ordem inteira para a posição e velocidade. ............................................ 85

Figura A-8. Controlador de ordem inteira para a força. ........................................................................ 85

Figura A-9. Controlador PID. ............................................................................................................... 86

Figura A-10. Controladores de ordem fraccionária para a posição e velocidade. ................................. 86

Figura A-11. Selecção do envolvimento de forças no sistema. ............................................................. 86

Figura A-12. Parâmetros do controlador de ordem fraccionária para Simulink. ................................... 87

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xv

Lista de Tabelas

Tabela 2.1. Principais tipos de actuadores – adaptada de Dentler [2008]. ............................................ 15

Tabela 3.1. Modelo D-H do manipulador RR. ...................................................................................... 21

Tabela 7.1. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método de

pesquisa por padrão. ......................................................................................................... 51

Tabela 7.2. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método

gradiente descendente. ...................................................................................................... 51

Tabela 7.3. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método PSO. ......... 52

Tabela 7.4. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método de

pesquisa por padrão. ......................................................................................................... 52

Tabela 7.5. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método

gradiente descendente. ...................................................................................................... 52

Tabela 7.6. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método

PSO. .................................................................................................................................. 52

Tabela 7.7. Ângulos iniciais para ambos os manipuladores robóticos. ................................................. 53

Tabela 7.8. Parâmetros utilizados para o modelo friction. .................................................................... 56

Tabela 7.9. Parâmetros utilizados para o modelo backlash................................................................... 57

Tabela 7.10. Parâmetros utilizados para o modelo flexibility. ............................................................... 57

Tabela 7.11. Parâmetros utilizados para o modelo saturation. ............................................................. 58

Tabela 7.12. Características do tempo de resposta dos controladores nas diversas experiências. ........ 59

Tabela 7.13. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método

PSO para o robô móvel RR. .............................................................................................. 60

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xvii

Nomenclatura

Abreviaturas

3D “três dimensões”

D-H “Denavit-Hartenberg”

det “determinante”

DOF “Degrees-of-Freedom”

FO “Fractional Order”

GPS “Generalized Pattern Search”

IAE “Integral of Absolute Error”

IFR “International Federation of Robotics”

IRM “Institute of Robotics and Mechatronics”

ITAE “Integral Time Absolute Error”

ITSE “Integral Time Squared Error”

NASA “National Aeronautics and Space Administration”

PD “Proportional–Derivative Controller”

PDμ “Proportional–Derivative Fractional Controller”

PI “Proportional–Integral Controller”

PID “Proportional–Integral–Derivative Controller”

PIλD

μ “Proportional–Integral–Derivative Fractional Controller”

PSO “Particle Swarm Optimization”

rad “radianos”

RCC “Robotic Construction Crew”

RR “Rotacional Rotacional”

RIA “Robotics Institute of America”

seg “segundos”

Letras e símbolos

{x, y} coordenadas cartesianas

a distância ente rastros

Bai atrito viscoso na junta i

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xviii

Bim factor de amortecimento do motor na junta i

C(q, ) binários/forças coriolis/centrípetos

E1 sistemas de eixos global

E2 sistemas de eixos da plataforma robótica

Fj força exercida no órgão terminal de cada robô j

fc frequência do controlador

G(q) binários/forças gravíticas

H(q) matriz das inércias

hi folga na engrenagem i

J jacobiano

Jig inércia do robô na junta i

Jim inércia do motor na junta i

JT jacobiano transposto

Kai atrito de Coulomb na junta i

Kd ganho derivativo

Ki ganho integral

Kim rigidez do motor na junta i

Kp ganho proporcional

KP ganho de posição

l0 dimensão do objecto

lb distância entre manipuladores

li dimensão do elo i

mi massa do elo na junta i

Op origem do sistema de eixos da plataforma robótica

Ov overshoot

P junta prismática

qi coordenada de posição da junta i

i velocidade relativa entre as superfícies de contacto

velocidade das inércias das juntas depois da colisão

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xix

velocidade do motor depois da colisão

r raio da roda

R junta Rotacional

S junta esférica

t tempo

Td constante de tempo derivativa

Ti constante de tempo integral

Tmax binário máximo do actuador

Tmin binário mínimo do actuador

Tp tempo de pico

Tr tempo de subida

Ts tempo de estabelecimento

vr velocidade de translacção

we velocidade angular da roda esquerda

wd velocidade angular da roda direita

wr velocidade de rotação da plataforma robótica

Caracteres gregos

índice de manipulabilidade do robô

θ0 inclinação do objecto

τ binário dos actuadores

Γ função gamma

δxd perturbação na trajectória

ε coeficiente de restituição ou elasticidade do impacto

φ ângulo de rotação da plataforma robótica no eixo z

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1

1 Introdução

Os sistemas robóticos são ferramentas eficazes necessárias para a modernização

industrial com intuito de aumentar a competitividade internacional. Os aumentos na

produtividade, na flexibilidade e a garantia da elevada qualidade estão relacionados com o

nível de inteligência e autonomia exigida dos sistemas robóticos [Pires, 2004].

Após o aumento substancial das vendas de robôs industriais em 2010, a International

Federation of Robotics – Statistical Department (IFR) mostra que um novo aumento será

retomado no período entre 2011 e 2013 com cerca de 10% ao ano, em média, atingindo um

nível de mais de 100.000 unidades.

Actualmente, a indústria já delineia a aplicação de sistemas inteligentes em vários

processos de produção. O desenvolvimento da robótica inteligente é muito positivo, com uma

penetração constante para os mundos doméstico e industrial a preços acessíveis num

horizonte próximo. Os actuais sistemas autónomos inteligentes são flexíveis, robustos assim

como componentes chave da indústria do futuro, principalmente nas áreas da engenharia,

biologia ou medicina. Esta última, por exemplo, tem utilizado os robôs cirurgiões (e.g., da

Vinci) como auxílio em algumas operações delicadas, assim como aplicações robóticas para

os membros superiores, isto é, os braços. Afinal os robôs na indústrial imitam de certa forma

os movimentos dos nossos braços. Uma das vertentes inerentes aos sistemas robóticos em que

a investigação se destaca é certamente a cooperação entre robôs (e.g., manipuladores

robóticos) [Ferreira, 2006], [Takahashi et al., 2008].

As características dos robôs determinam significativamente o preço dos manipuladores.

Um exemplo disso é o orçamento de 40 mil euros dado pelo fabricante de robôs industriais

Kuka para dois robôs KR16-2F com um raio de actuação de 1.6 metros, com 6 eixos e com

uma capacidade de carga de 16 Kg. No entanto, o mesmo valor é orçamentado para um robô

KR30L16-2 que possui as mesmas características à excepção da capacidade de carga que é

superior assim como o raio de alcance que aumenta para 3.1 metros. Sendo o objectivo do

trabalho alimentar dois centros de torneamento, uma das vantagens de contemplar os dois

robôs é a possibilidade de manter um posto de trabalho em funcionamento mesmo que um

deles não funcione, não avultando prejuízos de maior no custo de produção.

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2

Os sistemas físicos (e.g., manipuladores robóticos) estão sujeitos a um conjunto de não

linearidades que se alteram ao longo do seu tempo de vida. O acoplamento indirecto

caracteriza-se pelo actuador estar afastado da junta que este controla, i.e., não está acoplado

directamente à junta. Geralmente, esse acoplamento ocorre quando se pretende diminuir a

carga que a junta necessita movimentar. Porém, para que funcione, tem que existir alguma

transmissão de potência entre o actuador e a junta, sofrendo assim efeitos indesejados no

desempenho do manipulador, devido às não linearidades, tais como: folgas, atrito,

flexibilidade e saturação dos binários nas juntas [Ferreira, 2006].

O desenvolvimento de algoritmos de controlo de posição e de força adequados,

permitem lidar com a dinâmica de cooperação, para dois ou mais manipuladores, tendo estes

em comum o espaço de trabalho e a interacção com um objecto. Este cenário reflecte-se num

nível de complexidade superior ao verificado na situação em que se tem apenas um único

manipulador, por existir uma influência mútua de interacção entre os manipuladores.

Neste trabalho é feito o estudo do modelo dinâmico de dois manipuladores de dois graus

de liberdade (RR) a cooperarem no transporte de um determinado objecto. A validação dos

algoritmos de controlo, assim como todo o processo de optimização é efectuada numa

aplicação de simulação em ambiente MatLab/Simulink e em plataformas robóticas reais.

Neste simulador desenvolvido pode-se estudar a cinemática directa e inversa utilizando a

notação de Denavit-Hartenberg1, a manipulabilidade de um manipulador com dois graus de

liberdade do tipo RR assim como simular a capacidade de dois braços suportarem um

determinado objecto, i.e., na sua região de trabalho.

Além dos conceitos de manipulabilidade, são feitas comparações de estratégias de

controlo de posição/força utilizando controladores de ordem inteira e de ordem fraccionária,

bem como, diferentes métodos de optimização de parâmetros, entre eles o Particle Swarm

Optimization (PSO), com diferentes critérios de desempenho como o integral do erro

quadrático multiplicado pelo tempo (ITSE).

1.1 Estrutura do Relatório

A elaboração deste relatório contempla uma breve introdução que contextualiza o escopo

e aplicabilidade deste trabalho. Além disso, apresenta o enquadramento histórico referente à

1 A notação de Denavit-Hartenberg (D-H) é uma ferramenta utilizada para sistematizar a descrição cinemática de sistemas

mecânicos articulados com n graus de liberdade [Denavit et al., 1955].

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3

cooperação entre robôs, sendo ainda abordado o estado da arte que descreve os principais

estudos que foram realizados no âmbito desta temática (Capítulo 1).

O capítulo 2 apresenta os elementos básicos e essenciais que integram a estrutura de

manipuladores, bem como os diferentes tipos de juntas e o espaço de trabalho de um

manipulador.

No capítulo 3 é abordada a modelação de um manipulador com dois graus de liberdade,

enunciando a composição destes e explicando o modo como estes são comandados no espaço

cartesiano (i.e., área de trabalho definida pelo robô). São estabelecidas equações da

cinemática directa e inversa de posição, de velocidade e de aceleração, sendo ainda abordadas

estas duas análises para o robô RR enunciando os seus objectivos e alguns dos problemas

inerentes à sua utilização.

Com base nas equações cinemáticas do sistema, é realizado o estudo da manipulabilidade

do robô RR, que consiste na possibilidade de se evitarem as singularidades cinemáticas, onde

é necessário estabelecer medidas da capacidade que o robô possui de manipular objectos em

direcções especificadas. Para além disso, são estabelecidas no capítulo 4, as equações da

dinâmica que descrevem explicitamente o relacionamento entre a força e o movimento. Após

o estudo da cinemática e dinâmica de um robô é inserido no sistema um segundo manipulador

robótico e em contacto com os dois robôs um objecto, de forma a estudar a cooperação entre

robôs na interacção com objectos. São estudados os diferentes tipos de fenómenos dinâmicos

nas juntas, representando a realidade dos sistemas robóticos.

No capítulo 5 é apresentada a arquitectura de controlo de posição e força dos robôs e é

feita uma comparação dos diferentes controladores de posição/força, utilizando algoritmos de

controlo de ordem inteira e fraccionária bem como, diferentes métodos de optimização para a

obtenção dos parâmetros dos diferentes algoritmos utilizados, tais como o Gradiente

Descendente, o Pesquisa por Padrão e o Particle Swarm Optimization (PSO), utilizando o

critério de desempenho do integral do erro quadrático multiplicado pelo tempo (ITSE).

No capítulo 6 é apresentado um sistema cooperativo constituído por dois robôs móveis,

cada um com um manipulador RR. Estes robôs comunicam entre si implicitamente com

sensores para observar directamente as acções do seu semelhante.

No capítulo 7 são apresentados os resultados decorrentes do simulador e das plataformas

robóticas desenvolvidas, sendo que, o capítulo 8 apresenta as principais conclusões do

trabalho efectuado.

Por último, no capítulo 9, são apresentados os possíveis contributos decorrentes deste

trabalho, assim como, as perspectivas de desenvolvimento futuro.

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4

Para além dos capítulos referidos o relatório é composto pelo Anexo-A contendo o

simulador desenvolvido neste trabalho em MatLab, tal como o sistema implementado no

Simulink.

1.2 Contexto e Motivação

À semelhança do ser humano, a realização de determinadas tarefas só é possível com a

habilidade dos membros superiores. No entanto, existem tarefas que exigem a cooperação

entre múltiplos sujeitos (e.g., transportar cargas de dimensões ou peso elevado). Nos sistemas

robóticos, algumas tarefas não podem ser realizadas de modo satisfatório por um único

manipulador e requerem um grupo maior de manipuladores para serem executadas com

sucesso, reduzindo assim o esforço de cada manipulador [Takahashi et al., 2008].

Sendo os sistemas robóticos constituídos por estruturas mecânicas, esses encontram-se

sujeitos a fenómenos cinemáticos e dinâmicos de natureza complexa, o que torna difícil o seu

estudo e o controlo usando técnicas clássicas, levando a que a utilização destes tipos de

sistemas esteja limitada a situações de desempenho relativamente baixo.

Neste contexto, o estudo de fenómenos em manipuladores robóticos surge como uma

conveniência, sendo que, é isto que motiva o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de

sistemas que visam auxiliar o homem a superar os seus limites [Ferreira et al., 2006].

Face ao exposto, as conclusões dos trabalhos referidos posteriormente servirão de suporte

metodológico para melhor desenvolver este projecto.

1.3 Enquadramento Histórico

A palavra robô foi mencionada, pela primeira vez por Karel Capek numa peça de teatro

exibida em 1921 em Londres. Com efeito, o termo “Robot”, deriva da palavra checa – Robota

–, que significa servo ou escravo. Este termo foi generalizado na indústria por via da evolução

introduzida pela automação [Novais, 2002].

Numa evolução do mito, passando pelo sonho de Capek, até à ficção dos tempos

correntes, o conceito de robô ou servo do homem tem feito parte da mentalidade do ser

humano. Um exemplo contemporâneo dessa realidade foi dado por Isaac Asimov, que chegou

a definir as Leis da Robótica por volta de 1950 [Carroll, 2008; Reza, 2007]: 1ª Lei: “Um robô

não pode maltratar um ser humano, ou pela sua passividade deixar que um ser humano seja

maltratado”; 2ª Lei: “Um robô deve obedecer às ordens dadas por um ser humano, excepto se

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5

entrarem em conflito com a 1ª Lei”; 3ª Lei: “Um robô deve proteger a sua própria existência

desde que essa protecção não entre em conflito com a 1ª ou 2ª Lei”. Asimov acrescentou

ainda uma quarta Lei - a Lei Zero: “Um robô não pode causar mal à humanidade nem

permitir que ela própria o faça.” Essas leis propostas são vistas hoje, através de uma

perspectiva puramente relacionada à ficção, uma vez que na época em que foram escritas, não

se poderia prever o avanço vertiginoso nesta área. Com a evolução tecnológica, os robôs

tornaram-se cada vez mais sofisticados e integrados na vida humana. Em consequência, as leis

de Asimov são encaradas como demasiado simplistas [Weng et al., 2009].

Os robô-éticos pretendem desenvolver meios que permitam estabelecer a punição de um

determinado robô, estabelecer quem os orienta e até mesmo criar uma “linguagem máquina

legítima”, com o objectivo de auxiliar a polícia da nova geração de dispositivos automáticos

inteligentes [Narciso, 2009].

Destaca-se que os primeiros protótipos de robôs surgiram na civilização grega, quando

ainda não existiam necessidades práticas nem económicas que justificassem a existência deste

tipo de mecanismos [Pires, 2004].

Leonardo DaVinci, através da sua investigação acerca da anatomia humana, abriu o

caminho para o complexo mundo dos robôs. Como resultado do seu estudo, surgiram diversas

maquetas com articulações, de modo a conseguirem mexer as mãos, os olhos, as pernas

realizando simples acções como escrever ou tocar alguns instrumentos musicais [Nilson,

2009].

Figura 1.1. Modelo de cavaleiro robô adaptado de Leonardo DaVinci [Nilson, 2009].

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Leonardo DaVinci criou o seu robô para provar a si mesmo que o corpo de um ser

humano podia ser imitado. Construiu assim o seu robô em 1495 (Figura 1.1), designado por

cavalo mecânico, em que esse podia sentar-se e mover os seus braços e pernas, sendo deste

modo considerado o primeiro plano para um robô humanóide [Nilson, 2009].

O Robotics Institute of America (RIA) define robô como sendo “um manipulador

reprogramável e multifuncional projectado para mover materiais, partes, ferramentas ou

dispositivos especializados através de movimentos variáveis programados para desempenhar

uma variedade de tarefas” [Reza, 2007].

Posto isto, considera-se que um robô é uma máquina autónoma capaz de realizar várias

tarefas nas mais diversas áreas de investigação científica (e.g., engenharia), permitindo ainda

resolver com sucesso os problemas que estão associados à vida humana.

1.3.1 Manipuladores

O desenvolvimento mais robusto dos robôs baseou-se no esforço de automatizar os

processos industriais, num empenho que começou no século XVII, na indústria têxtil, com o

aparecimento dos primeiros teares mecânicos. O contínuo progresso industrial levou ao

equipamento das fábricas com máquinas capazes de realizar e reproduzir autonomamente

determinadas tarefas. A criação de robôs “inteligentes” não foi possível até à invenção do

computador, isto em 1940, e dos seus sucessivos progressos, tendo surgido o primeiro robô

industrial, o Unimate no final dos anos 50 (Figura 1.2), desenvolvido por George Devol e

Joseph Engelberger, no início dos anos 60 [Carroll, 2007].

Figura 1.2. Robô industrial Unimate adaptado de Carroll [2007].

As primeiras patentes das máquinas transportadoras pertenceram a Devol, através de

robôs primitivos que moviam objectos de um local para outro. É por este motivo que

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Engleberger foi chamado o “pai da robótica”, associando-se ao mesmo investigador a

construção do primeiro robô comercial [Petrina, 2008].

1.3.2 Cooperação

O conceito de trabalho cooperativo pode ser entendido, num sentido mais amplo, como a

realização de uma acção coordenada de vários participantes (i.e., colaboradores) envolvidos

numa determinada tarefa. O trabalho cooperativo é realizado por um sistema cooperativo

constituído por colaboradores e respectivo objecto de trabalho [Ellis et al., 1991].

O trabalho conjunto refere-se à soma dos trabalhos individuais de todos os participantes,

pelo que nenhum dos trabalhos individuais de cada um deles é independente no tempo e no

espaço. Neste contexto, cooperação significa que cada participante é capaz de executar o seu

próprio trabalho, tendo em conta as funções dos outros participantes no decorrer do processo

de cooperação. Para cada função diferente de um dos participantes, corresponde uma função

diferente do outro participante(s) e/ou objecto(s). Tal constatação pressupõe que cada um dos

participantes recebe e possui informações sobre o estado dos outros participantes ou dos

objectos [Zivanovic et al., 2006].

Na robótica, um sistema de cooperação pode ser definido como um sistema de

manipulação (Figura 1.3). A robótica cooperativa representa uma área de pesquisa que tem

merecido a atenção dos investigadores nos últimos anos. Deste modo, o uso de múltiplos

manipuladores para a execução de tarefas aumenta a confiabilidade da aplicação ao mesmo

tempo que reduz o custo e complexidade dos manipuladores e o tempo de execução das

tarefas [Ali et al., 2002].

Figura 1.3. Exemplos de cooperação entre manipuladores RR.

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O principal objectivo de um sistema cooperativo nesta área da robótica consiste em

manipular um objecto com o propósito de alterar a sua posição espacial, realizar o

acompanhamento de uma dada trajectória desse objecto numa dada orientação ao longo da

trajectória ou efectuar trabalho num objecto fixo ou móvel [Ali et al., 2002].

A cooperação entre robôs pode ser caracterizada por acções que acontecem de forma

coordenada para realizar uma tarefa ou atingir um objectivo comum. Os robôs cooperam entre

si para executar uma tarefa bem definida, geralmente quando um só robô não é capaz de fazê-

lo. Um exemplo da necessidade de cooperação entre robôs aparece na indústria, quando se

pretende soldar, transportar ou manobrar uma peça de geometria complexa. Pode não parecer

difícil para um ser humano realizar a tarefa, mas se a peça tiver uma geometria complexa, for

de grandes dimensões ou de peso considerável, recorre-se ao auxílio de um “posicionador” ou

à robotização do processo [Zivanovic et al., 2006].

1.4 Estado da Arte

Com a tecnologia actual, a utilização de contadores de alta frequência possibilita a

contagem e registo de impulsos gerados por encoders (geradores de impulsos). Desta forma,

associados a um processador, possibilitam à estrutura mecânica, constituída tipicamente por

actuadores, sensores e articulações, actuar num espaço de trabalho 3D. Para além destas

propriedades, o robô representa um sistema mecatrónico verdadeiramente complexo, com

diversos acoplamentos dinâmicos entre as articulações, onde cada grau de liberdade se exerce

graças à incorporação de motores, podendo inclusive ter de se considerar restrições (e.g.,

existência de obstáculos no seu espaço de trabalho) sendo por isso indispensável optimizar,

em tempo e em energia, a trajectória ideal.

Num sistema complexo utilizando sistemas robóticos, o conhecimento sobre o ambiente

circundante determina a estrutura e as metodologias utilizadas para controlar e coordenar o

sistema conduzindo a um aumento na inteligência dos componentes individuais do sistema

[Novais, 2002]. O total ou parcial conhecimento do ambiente do robô, como é encontrado na

indústria, conduz a uma célula de trabalho de robótica inteligente. Devido a este imenso

conhecimento, todo o planeamento das actividades podem ser executadas offline, e somente a

execução da tarefa precisa de ser feita online [Ali et al., 2002].

Se duas cabeças podem supostamente pensar melhor do que uma, então quatro braços são

provavelmente mais úteis do que apenas dois. Tal como Laurel e Hardy demonstram, a

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coordenação entre robôs pode ser um problema, especialmente se a tarefa implicar transportar

equipamento pesado sobre terreno desconhecido [Sachdev, 2002].

Deste modo, através da interligação de robôs, é possível optimizar a coordenação das

suas acções e, através da partilha de sensores e do poder computacional conhecido na

sociedade contemporânea, provavelmente obter melhores resultados do que apenas utilizando

um único robô.

Os robôs concebidos imitando a parte superior do corpo dos seres humanos representam

uma boa solução para as duas habilidades essenciais na área da robótica no domínio

antrópico: a manipulação hábil e do agarrar [Santis et al., 2007]. Para além disso, os robôs

industriais são também usados em ambientes bem estruturados, no qual a posição e a forma

das peças a serem manipuladas podem ser determinadas. Para a utilização em domínios não

estruturados, os sistemas robóticos-multi-braço altamente redundantes precisam de

arquitecturas de controlo tanto activas como reactivas, a fim de interagir com segurança no

ambiente onde se encontram. Assim, um dos grandes desafios consiste em evitar as colisões

entre os manipuladores. Um algoritmo robusto reactivo, designado por “skeleton algorithm”

é, neste contexto, utilizado para a geração em tempo real de anti-colisões [Santis et al., 2007].

Face à exigência da indústria actual, a Motoman criou um robô que simula os

movimentos humanos. O modelo SDA20D de alta velocidade, ilustrado na Figura 1.4, é

dotado de dois braços de sete eixos cada, e oferece a flexibilidade dos movimentos humanos,

com movimentos de rotação através do eixo central. O robô suporta cargas de 20 kg,

apresentando uma resolução de 0,1 mm, podendo ser aplicado em linhas de montagens,

transferência de mercadorias, atendimento a máquinas e manuseamento de peças, entre outras

funções. Controlado pelo controlador de robôs Motoman DX10 para ambientes Windows®

CE, tem incorporado um ecrã táctil a cores com botões e indicadores de estado, dispositivo de

paragem de emergência e interfaces EtherNet/IP, DeviceNet, Profibus-DP, entre outros

dispositivos.

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Figura 1.4. Robô com dois braços SDA20D2 da Motoman.

O robô é capaz de manter uma peça num dos braços enquanto o outro utiliza uma

ferramenta (e.g., apertar parafuso). Consegue de igual forma passar uma peça de uma mão

para a outra sem a necessidade de largar a peça para um local pré-definido.

O Instituto de Robótica e Mecatrónica do Centro Aeroespacial Alemão (IRM) tem

notoriedade e reconhecimento na concepção de robôs [IRM, 2008]. Por exemplo, o Justin

(Figura 1.5) é um robô humanóide equipado com dois manipuladores que foram

desenvolvidos para áreas de aplicação diferentes dos clássicos da robótica industrial.

Figura 1.5. Justin – um corpo humanóide – Adaptado de IRM [2008].

No Justin, a força do braço e sensores de posição, nas juntas, são semelhantes ao sentido

cinestésico do ser humano, ou seja, a forma como usamos os nossos músculos e tendões para

saber onde os nossos membros estão sem olhar para os objectos que manipulamos. A

2 http://www.motoman.com/products/robots/models/sda20d.php

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capacidade do braço robótico realizar tal tarefa torna-se suficientemente segura para trabalhar

com seres humanos na indústria.

Quando um ser humano executa tarefas como escrever num quadro ou transportar um

objecto pesado, esse move o seu corpo continuamente de modo a executar cada uma das

tarefas de forma eficiente. O movimento coordenado de manipuladores móveis, i.e.,

manipuladores robóticos montados sobre plataformas móveis, assim como o planeamento de

trajectórias, é essencial para executar tarefas desejadas. Nos últimos anos, estes sistemas

surgiram como um aspecto muito significativo na área de robótica autónoma. Assim, o

trabalho de Kyung et al., [1997] propõe um método de planeamento de movimentos para

manipuladores móveis para executar uma sequência de tarefas.

O aumento do modelo do objecto e a dinâmica da relação força/binário foram estendidos

para sistemas multi-braço envolvendo redundância [Oustaloup, 1995]. O autor usou estes

modelos com estratégias de coordenação dinâmica colectiva para operações de cooperação

entre vários sistemas veículos/braços em tarefas de construção, como ilustrado na Figura 1.6.

Figura 1.6. Robôs na construção: Paredes de gesso – Adaptado de Khatib [1995].

Investigadores da NASA demonstraram que robôs interligados podem trabalhar em

conjunto para mover objectos de grandes dimensões [Stroupe et al., 2005]. As capacidades

dos robôs se movimentarem e transportarem grandes objectos podem ser utilizadas na

exploração espacial, militares, e na indústria transformadora (Figura 1.7).

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Figura 1.7. Robôs lunares SRR e SRR2K da NASA – Adaptado de Huntsberger et al. [2010].

O trabalho de Ashley et al. [2005] apresenta os primeiros resultados do Robotic

Construction Crew (RCC), num cenário de construção incluindo a componente de cooperação

apreensão, transporte e posicionamento de precisão. Constata-se que a inteligência do sistema

é uniformemente distribuída entre um par de robôs. Informações sobre o terreno, a sua carga

útil, as posições e velocidades são partilhadas, estando constantemente conscientes do estado

um do outro.

Neste sentido, este trabalho visa o estudo de robôs móveis simplistas (i.e., swarm)

dotados de manipuladores RR. Para tal, será analisada a trajectória dos manipuladores

cooperativos e as forças aplicadas à carga comum, independentemente das não linearidades

existentes, estudando também a influência das mesmas na dinâmica do sistema.

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2 Estrutura de Manipuladores

2.1 Elementos

A constituição física da maior parte dos robôs industriais são similares à anatomia das

extremidades superiores do corpo humano, pelo que, em certas ocasiões, para fazer referência

aos distintos elementos que compõem o robô, usam-se termos como cintura, ombro, braço3,

punho, pulso, entre outros (Figura 2.1).

Figura 2.1. Elementos que formam o robô – Adaptado do software Poser 84 e Motoman.

O robot IA20 da Motoman apresenta uma construção revolucionária com sete juntas de

rotação, permitindo um maior número de movimentos. O que torna este processo possível é o

design inovador que se assemelha ao braço humano, permitindo um vasto leque de aplicações

industriais. Em virtude da sua capacidade em se movimentar no espaço, o IA20 pode replicar

ou reproduzir os movimentos do braço humano e realizar tarefas que somente um humano

poderia efectuar.

Este método permite a sua instalação entre outras máquinas, directamente no chão, no

tecto, numa parede ou numa superfície inclinada.

3 Anatomicamente, a definição de braço corresponde apenas à porção compreendida entre o ombro e o cúbito,

embora o termo seja popularmente usado para denominar o membro superior como um todo [Zorzi et al., 2010].

4 Poser 8 refere-se a uma solução para a criação de arte e animação com personagens 3D.

a) Pulso

b) Antebraço

c) Braço

d) Ombro

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2.1.1 Manipulador Mecânico

No corpo humano, as articulações podem ser caracterizadas como pontos de junção de

um ou mais ossos, sendo que, a sua configuração determina o grau e a direcção do possível

movimento. Na articulação do ombro, uma junta articulada esférica permite um grau de

mobilidade, possibilitando a rotação interna e externa do braço e os movimentos para a frente,

para trás e para os lados. Em contrapartida, as articulações do tipo dobradiça dos cotovelos,

dos dedos da mão e do pé, permitem realizar movimentos de flexão e extensão. As

articulações dos nós dos dedos possibilitam que os dedos se movam apenas numa direcção.

Supostamente, estes não podem ser torcidos sem causar dor ou ferimentos, pelo que as

articulações anteriormente referidas actuam como uma dobradiça comum [Lima, 2003].

O braço mecânico é constituído igualmente por articulações (joints) e elos (links). Os

elos são tipicamente blocos alongados rígidos, e estão ligados entre si através das articulações.

Os elos podem variar a sua posição relativa e estão normalmente associados em série. Existe

um vasto número de combinações de elos e articulações de acordo com as aplicações [Spong,

2005].

O membro superior humano é composto por três grupos de mecanismos que permitem o

seu movimento rotacional e translacional: o ombro, o cotovelo e o pulso. A sua associação

possibilita uma gama de movimentos combinados, e concede ao membro superior humano a

maior mobilidade articular de todo o corpo humano [Nunes, 2009].

Nesta vertente, o membro superior é a base para projectos de braços humanóides, tanto

mais que, de acordo com o movimento das ciências da cinesiologia e biomecânica, o braço

humano, juntamente com a omoplata, constituem o membro superior humano [Dube, 2009].

Os manipuladores mecânicos englobam diversos elos, tipicamente rígidos, interligados

por juntas lineares (P) (i.e., prismáticas)], rotacionais (R) ou esféricas (S). O número, o tipo de

juntas e a estrutura mecânica adoptada para cada manipulador dão origem a características e

desempenhos distintos. As características de um manipulador robótico são influenciadas pelo

tipo de estrutura do braço.

2.1.2 Garra (End-effector)

Este dispositivo é a extremidade do antebraço, i.e., acoplado ao último elo do

manipulador, tendo como funções adicionais (e.g., agarrar ou prender um objecto, ou ainda

um dispositivo com funções adicionais mais específicas). O órgão terminal ou end-effector

pode assumir funções de garra (gripper) ou uma ferramenta (tool) [Monkman et al., 2007].

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Devido à complexidade da mão humana, a sua biomecânica não foi considerada, pelo que a

mão é representada como um elemento de massa rígido na extremidade do antebraço, não

tendo em conta o complexo articular e muscular associado ao pulso.

2.1.3 Actuadores

Os componentes que utilizam uma fonte de energia para fazer mover as articulações

englobam três tipos essenciais. A Tabela 2.1 mostra a comparação de três tipos de actuadores

[Dentler, 2008].

Tabela 2.1. Principais tipos de actuadores – adaptada de Dentler [2008].

Tipo de Actuador Vantagens Desvantagens

Pneumático

- Baixo custo

- Fácil manutenção

-Simples de trabalhar

- Ruído do compressor

- Sistema ineficiente

- Dificuldade em regular a velocidade

Hidráulico

- Admite carga elevada

- Simples de trabalhar

- Sistema lento

- Sistema ineficiente

- Requer muita manutenção

Passo

- Controlo simples

- Carga constante

- Posição precisa

- Não pode variar a carga

- Pode perder passos

- Problemas de ressonância

Servomotor

- Alto desempenho

- Motor pequeno

- Altas velocidades

- Sistema de custo elevado

- Desempenho limitado por controladores

- Velocidade limitada pela electrónica

Constata-se assim, que em cada articulação, existe normalmente um actuador, ao

contrário do corpo humano, em que são conhecidos dois músculos por cada articulação para

se moverem em direcções opostas.

2.1.4 Sensores

A utilização de sensores facilita a interacção do robô com o ambiente que o rodeia de

uma forma mais flexível, isto não se verifica nas operações pré-programadas, onde um robô é

proposto a realizar tarefas repetitivas, através de um conjunto de funções programadas.

Apesar do último caso ser o mais predominante nos robôs industriais, o uso da tecnologia dos

sensores introduz nas máquinas um aumento do nível de inteligência permitindo uma maior

interação com o meio ambiente [Spong, 2005].

Um robô que possa sentir e ver como o ser humano, será mais simples de programar para

realizar tarefas complexas e requer, ao mesmo tempo, mecanismos de controlo menos rígidos

e atentos que os das máquinas pré-programadas. Um sistema sensorial é também mais

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facilmente adaptável a uma maior variedade de tarefas, atingindo desta forma um maior grau

de universalidade e que no limite se repercutirá em custos de produção e de manutenção

menores. As funções dos sensores em robôs podem dividir-se em duas categorias

fundamentais: 1) de estado interno e 2) de estado externo. Os sensores de estado interno

operacionalizam essencialmente da detecção de variáveis, como por exemplo a localização

das articulações do(s) braço(s). Os externos, por seu lado, efectuam a detecção de variáveis

como distância, proximidade e tacto. Os sensores externos podem ser categorizados ou não

através do contacto. Como o nome indica, os primeiros reagem com o contacto físico como o

toque, o momento das forças, o deslizar, enquanto os últimos baseiam-se nas variações

acústicas e nas radiações electromagnéticas.

2.2 Tipos de Juntas

As juntas, também definidas neste trabalho como articulações, podem ser representadas

através de três categorias [Spong, 2005] (Figura 2.2):

a) Prismática (P): no qual o movimento relativo dos elos é linear, i.e., é composta

por dois elos alinhados um dentro do outro, onde um elo interno desliza pelo

externo, dando origem ao movimento linear.

b) Rotacionais (R): onde o movimento relativo dos elos é rotacional, i.e., esta

conexão permite movimentos de rotação entre dois elos. Os dois elos são unidos

por uma articulação comum, com uma parte podendo mover-se num movimento

harmonioso em relação à outra parte.

c) Esférica (S): que representa a combinação de três articulações rotacionais com o

mesmo ponto de rotação.

a) b) c)

Figura 2.2. Tipos de articulações: a) Prismática; b) Rotacional; c) Esférica.

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17

2.2.1 Graus de Liberdade e Mobilidade

As translações e rotações independentes sobre o controlo e coordenação do movimento

determinam os graus de liberdade do corpo humano (degrees-of-freedom – DOF) [Bernstein,

1967]. Assim, o número de graus de liberdade pode ser representado no espaço cartesiano.

Nesta óptica, um corpo rígido livre no espaço cartesiano pode apresentar três rotações em

torno dos eixos XYZ e mais três translações ao longo destes mesmos eixos XYZ, num total de

seis DOF. No entanto, não sendo o braço humano um corpo rígido, esse pode ser modelado

com mais do que seis DOF.

Apesar disso, os movimentos de qualquer robô podem ser descritos em termos de graus

de liberdade. Por sua vez, estes são determinados pela posição dos elementos móveis do robô,

que se podem indicar como graus de mobilidade. Com efeito, estes últimos definem-se como

o número de elementos motores que equipam uma máquina.

Do ponto de vista matemático, os graus de liberdade equivalem ao número de variáveis

necessárias para definir a posição no espaço de um sistema de corpos rígidos (e.g., robô) e

normalmente utilizam-se para resumir num único valor numérico a liberdade de movimento

da máquina. Quanto mais elevada for a possibilidade de movimento da máquina, mais graus

de liberdade a mesma terá [Siciliano et al., 2009].

No caso do braço robotizado com articulações (como os robôs industriais que já foram

referidos), os graus de liberdade dependem, em contrapartida, do número e das características

das articulações accionadas pelos motores. Neste contexto, a Figura 2.3 mostra um braço com

duas articulações motorizadas (q1 e q2) com dois graus de mobilidade (proporcionados pelos

dois elementos motores, ou seja, pelas articulações), através das quais é possível colocar a sua

garra em qualquer ponto do plano (desde que este esteja ao seu alcance, dado o comprimento

dos segmentos do braço) e sob determinada orientação.

Figura 2.3. Robô planar de dois elos (RR).

q2

q1

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No caso do braço também dispor de uma articulação na base, que permite rotações, os

graus de mobilidade e de liberdade aumentam. Assim, os graus de liberdade “medem” as

possibilidades de movimento de um robô.

2.3 Espaço de trabalho

O espaço de trabalho de um manipulador representa o conjunto de todos os pontos

possíveis de serem atingidos pelo órgão terminal [Ottaviano et al., 2008]. Este é forçado pela

geometria do manipulador, bem como constrangimentos mecânicos nas articulações. Por

exemplo, uma articulação de revolução pode ser limitada a menos de 3600 de capacidade de

movimento (Figura 2.4).

a) b) c)

d) e)

Figura 2.4. Exemplos de espaços de trabalho de Society of Robots – Robot Arm Tutorial5.

Manipulador: a) Cartesiano Gantry; b) Cilindrico; c) Esférico; d) Scara; e) Articulado.

O espaço de trabalho é dividido frequentemente num espaço de trabalho alcançável e

num espaço de trabalho ágil. Para além disso, o espaço de trabalho alcançável é o conjunto de

todos os pontos alcançáveis pelo manipulador, enquanto o espaço de trabalho ágil é composto

pelos pontos que o manipulador pode obter com uma orientação arbitrária do órgão terminal.

5 http://www.societyofrobots.com/robot_arm_tutorial.shtml

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3 Modelação de Manipuladores Robóticos

A disposição mecânica num manipulador robótico é um sistema composto por elos

rígidos interligados por intermédio de articulações activas e passivas. As articulações activas

são os pontos de entrada de energia controlada no sistema, sendo movidas por actuadores.

Estas permitem o comando da estrutura, fazendo-a seguir uma trajectória no espaço

operacional (cartesiano), com uma velocidade e aceleração desejadas e interagir com o meio

ambiente, exercendo as forças de contacto pretendidas.

As transformações de coordenadas entre o espaço das articulações e o espaço operacional

são fundamentais no controlo de manipuladores. Na maioria das situações, os robôs são

controlados no espaço das articulações, enquanto o planeamento e a definição das trajectórias

são, normalmente, executadas no espaço operacional.

3.1 Cinemática

A cinemática é a ciência do movimento que aplica o mesmo sem considerar as forças que

o causam. Assim, com a utilização da análise cinemática é possível avaliar deslocamentos,

velocidades e acelerações dos componentes de um mecanismo. Estas avaliações são

importantes no contexto deste trabalho para o desenvolvimento da análise dinâmica [Hamill et

al., 2008].

Portanto, de acordo com Spong [Spong, 2005], o primeiro obstáculo encontrado é o de

descrever a posição da ferramenta e dos locais A e B (e muito provavelmente toda a superfície

S) em relação a um sistema de coordenadas comum (Figura 3.1).

Figura 3.1. Robô planar de dois elos em contacto com uma superfície.

q2

q1

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O manipulador pode detectar a sua própria posição utilizando os sensores internos

(codificadores de posição situados nas juntas) que medem directamente os ângulos das juntas

q1 e q2. Neste contexto, é necessário expressar as posições A e B em função desses ângulos

das juntas. Isto conduz ao problema de cinemática avançada, que é determinar a posição e a

orientação do órgão terminal ou da ferramenta em função das variáveis das juntas. É comum

estabelecer um sistema de coordenadas fixo, intitulado “mundo” à qual todos os objectos,

inclusive o manipulador, são referenciados. Neste caso, pode estabelecer-se a base de

coordenadas o0x0y0 na base do robô RR, segundo as indicações da Figura 3.2.

Figura 3.2. Coordenadas do robô planar de dois elos.

Para realizar a animação do manipulador em MatLab, a notação de Denavit-Hartenberg

(D-H) [Denavit et al., 1955] é essencial para representar as coordenadas de cada elo, tendo a

cinemática dos elos de revolução e translação. Usando a notação D-H, são necessários quatro

parâmetros ai, αi, di e θi para descrever como um determinado elo se relaciona com o elo

antecedente. A Figura 3.3 representa uma relação entre dois elos com parâmetros D-H.

l2

l1

y0 y1

x2

x1

x0

q1

q2

y2

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21

Figura 3.3. Transformação Denavit-Hartenberg – adaptado de Couceiro [2008].

A próxima equação apresenta a transformação homogénea Ai. Esta será a matriz D-H

representada pelo produto de quatro transformações básicas [Couceiro et al., 2008].

(3.1)

O resultado final é uma matriz de transformação obtida com uma série de multiplicações

de matrizes D-H tendo em conta os parâmetros de um determinado elo relativamente ao

inicial.

A cinemática directa do modelo do robô encontra-se representada na Figura 3.1 na

página 39. Esta notação ilustra um método sistemático que permite descrever a posição e a

orientação relativa entre dois elos consecutivos baseada na transformação homogénea.

Analisando o modelo de D-H, obtém-se a Tabela 3.1.

Tabela 3.1. Modelo D-H do manipulador RR.

Z X

d [m] θ [graus] α [graus] a [m]

1 0 q1 0 l1

2 0 q2 0 l2

Com base na equação (3.1) e na Tabela 3.1, retiram-se as seguintes matrizes de

transformação:

[

] [

] (3.2)

sendo ci = cos(qi) e si = sin(qi), i={1,2}.

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Com as matrizes de transformação, aplica-se aos objectos correspondentes, de forma a

realizar rotações e/ou translações. A equação (3.3) demonstra o cálculo da matriz para o

efeito.

(3.3)

Substituindo as respectivas matrizes na expressão (3.3), apresenta-se a expressão (3.4).

[

] (3.4)

A análise cinemática pode ser directa ou inversa. Na cinemática directa são conhecidas as

coordenadas das articulações activas e que permitem determinar as coordenadas do órgão

terminal. Na cinemática inversa, conhece-se a posição do órgão terminal que possibilita o

cálculo das coordenadas das articulações activas.

A cinemática inversa demonstra que podem existir inúmeras soluções para uma

determinada posição do órgão terminal, criando a necessidade de estabelecerem-se critérios

para a definição de um resultado final não disperso.

3.1.1 Cinemática Directa

Neste trabalho, as coordenadas (x, y) do órgão terminal são representadas da seguinte

forma:

[ ] [

] [

] (3.5)

em que cij = cos(qi+qj), sij = sin(qi+qj), i,j={1,2}, l1 e l2 descrevem os comprimentos dos

dois elos, respectivamente. Calculando a derivada da expressão (3.5) em ordem ao tempo,

obtém-se a relação entre a velocidade das articulações e a velocidade cartesiana do

manipulador.

[ ] [

] (3.6)

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[

] (3.7)

em que a expressão (3.7) é denominada Jacobiano da relação (3.5). Ao derivar a

expressão (3.6), obtém-se as equações da aceleração:

[ ] [

] [

] [

] [

] (3.8)

As expressões (3.6) e (3.8) constituem a cinemática diferencial directa de primeira e de

segunda ordem do robô RR [Ferreira, 2006].

3.1.2 Cinemática Inversa

Determinando q1 e q2, é possível apresentar as coordenadas x e y do órgão terminal. Para

comandar o robô até à posição A, é necessário o inverso; i.e., q1 e q2, através das coordenadas

x e de y da posição A, sendo este um dos problemas da cinemática inversa. Por outras

palavras, obtém-se x e y na equação (3.5) da cinemática directa e pretende-se aplicar a mesma

nos ângulos das articulações. Desde que as equações da cinemática directa sejam não lineares,

uma solução pode não ser fácil de determinar, tendo em conta que existem várias soluções

para resolver o problema.

Para o robô RR, pode não existir solução se as coordenadas (x, y) estiverem fora do

alcance do manipulador. Por seu lado, se as coordenadas (x, y) estiverem dentro do espaço de

trabalho do manipulador podem ser adoptadas duas soluções como indicadas na Figura 3.4,

designadas de configuração de cotovelo para cima e cotovelo para baixo, ou pode existir

exactamente uma solução se o manipulador estiver completamente estendido para alcançar o

ponto.

Figura 3.4. Múltiplas soluções para a cinemática inversa.

A

Cotovelo

para baixo

Cotovelo

para cima

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Ao inverter a equação (3.5), obtém-se a equação (3.9):

[

]

[

(

) (

)

(

)

]

(3.9)

Pela equação (3.9), conclui-se que existem duas soluções, dependendo do quadrante que

se adopta para q2. Como cos(π − q2) = −cos(q2), se o ângulo na articulação q2 ε [-π, 0], então

obtém-se a solução do tipo "cotovelo para cima", enquanto que se o ângulo q2 ε [0, π], resulta

uma solução do tipo "cotovelo para baixo". A escolha da solução adequada prende-se

normalmente com o menor consumo de tempo/energia necessário para realizar determinada

tarefa. Por exemplo, se o manipulador tiver um ângulo q2 situado no primeiro quadrante na

presente iteração, é conveniente que esse se mantenha no mesmo quadrante na próxima

iteração se essa for uma das soluções do sistema de equações (3.9).

As velocidades dos ângulos das articulações a partir das velocidades cartesianas são

obtidas calculando o Jacobiano inverso J-1

da equação (3.6).

[

] [

] (3.10)

[

] (3.11)

Ao derivar a expressão (3.10), obtém-se as equações da aceleração:

[

] [

] [ ] [

] [

] (3.12)

O Jacobiano não tem uma inversa, no entanto, quando q2 = 0 ou q2 = π, o manipulador

está numa configuração singular. As determinações de tais configurações singulares são

importantes por diversas razões. Em configurações singulares existem movimentos

infinitesimais que são inalcançáveis, isto é, o órgão terminal do manipulador não pode mover-

se em determinados sentidos, ou seja, no sentido positivo de x2 quando q2 = 0 [Ferreira, 2006].

As configurações singulares são relacionadas igualmente à não unicidade das soluções da

cinemática inversa. Por exemplo, para uma posição dada do órgão terminal, existem duas

soluções possíveis da cinemática inversa em que o manipulador não pode ir de uma

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configuração para a outra sem passar por uma singularidade. Para muitas aplicações é

importante planear movimentos do manipulador de tal forma que as configurações singulares

sejam evitadas.

3.2 Manipulabilidade

Um aspecto importante nos robôs consiste na possibilidade de se evitarem singularidades

cinemáticas. Para contornar as singularidades, é necessário estabelecer um indicador da

distância face às mesmas. O indicador da manipulabilidade representa a capacidade que o

robô possui para manipular objectos em direcções especificadas. Para obter o indicador da

manipulabilidade, são efectuados pequenos movimentos circulares segundo o espaço das

juntas que ao serem mapeados para o espaço operacional se transformam em pequenas ou

grandes elipsóides, sendo que quanto mais próximo de uma singularidade, menor a

capacidade de manipulação do robô. Estes elipsóides no espaço operacional também

fornecem uma medida da distância a configurações singulares [Umetani et al., 2001].

A manipulabilidade pode ser definida como a habilidade que um manipulador possui de

movimentar arbitrariamente a sua ferramenta no espaço de trabalho. Podem ser extraídas do

elipsóide medidas adequadas, as quais definem de forma precisa a manipulabilidade.

Contudo, a manipulabilidade de um robô não é constante, uma vez que varia em função da

sua configuração. Por exemplo, quando o braço está completamente estendido, não pode

alcançar pontos além do limite do seu espaço de trabalho, logo a sua manipulabilidade cai

drasticamente nas proximidades deste limite. Esta medida da manipulabilidade de um robô foi

definida por Yoshikawa [Yoshikawa, 1985; Ferreira, 2006] como:

| [ ]| (3.13)

onde J é o Jacobiano da cinemática robótica. Com esta fórmula, para o robô RR, a

manipulabilidade é dada por:

| | (3.14)

em que li e qi (i = 1, 2) representam o comprimento do elo e a posição da coordenada da

articulação com a referência i.

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Analisando a expressão, verifica-se que a melhor postura do robô ocorre para

.

Além disso, para um comprimento máximo constante, i.e., para l1+l2 = constante, a medida da

manipulabilidade atinge o seu máximo quando l1=l2 (i.e., para quaisquer valores de q1 e q2).

A Figura 3.5 ilustra a manipulabilidade para um robô RR no seu espaço de trabalho. O

cálculo da manipulabilidade é obtido pelo método analítico adoptado por Yoshikawa.

Figura 3.5. Manipulabilidade de um robô RR com l1 = 1 m e l2 = 1 m obtida pelo método de

Yoshikawa.

A utilização de um método numérico para medir a manipulabilidade do manipulador

robótico, consiste em testar os movimentos do robô dentro de vários pontos m no espaço de

trabalho, ou seja, consideram-se pequenos deslocamentos aleatórios do robô dentro de uma

determinada circunferência de raio e resolução n no espaço das juntas [Ferreira, 2006].

Utilizando a cinemática directa é possível transformar o mapeamento dos n pontos para o

espaço operacional, tal como apresenta a Figura 3.7.

O algoritmo utilizado para a manipulabilidade numérica foi o seguinte:

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Figura 3.6. Descrição do algoritmo da manipulabilidade numérica.

A manipulabilidade é calculada determinando a área da elipse obtida. Utilizando o

algoritmo numérico, adoptando n = 100 pontos com uma grelha de m = 36 pontos e dimensão

ρ = 5 graus, para um robô RR com {l1 = l2 = 1 m}, obtiveram-se as Figura 3.7 e Figura 3.8.

a) b)

Figura 3.7. a) Movimentos aleatórios do robô em {O, q1, q2} dentro de uma circunferência; b)

respectivo mapeamento para o espaço operacional {O, x, y}.

1 𝑗

2 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑞 8 ° 𝑎𝑡é 𝑞 8 ° 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒 36 °

𝑚

3 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 𝑞 8 ° 𝑎𝑡é 𝑞 8 ° 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒 36 °

𝑚

4 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜3 𝑖 𝑎𝑡é 𝑖 𝑛 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑜 𝑑𝑒

5 𝑞𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑎𝑙𝑒𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 [ ; 36 °]

6 𝐴𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑎𝑙𝑒𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 [ ; 𝜌]

7 𝑞 𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑞 𝐴𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑐𝑜𝑠 𝑞𝑟𝑎𝑛𝑑

8 𝑞 𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑞 𝐴𝑟𝑎𝑛𝑑 𝑠𝑖𝑛 𝑞𝑟𝑎𝑛𝑑

9 𝑥𝑟𝑎𝑛𝑑𝑗

,𝑦𝑟𝑎𝑛𝑑𝑗

𝑐𝑖𝑛𝑒𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎_𝑑𝑖𝑟𝑒𝑐𝑡𝑎 𝑞 𝑟𝑎𝑛𝑑,𝑞 𝑟𝑎𝑛𝑑, 𝑙 , 𝑙

10 𝜎𝑗 𝑙 𝑙 |𝑠𝑖𝑛 𝑞 𝑟𝑎𝑛𝑑 |

11 𝑗 𝑗

12 𝑓𝑖𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜3

13 𝑓𝑖𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜

14 𝑓𝑖𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜

0 - -

0

q1 [graus]

q2 [

gra

us]

x [m]

y [m

]

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Figura 3.8. Manipulabilidade de um robô RR com l1 = 1 m e l2 = 1 m obtida pelo método numérico.

A Figura 3.8 mostra que o método numérico obtém um resultado semelhante quando

comparado com o método analítico (cf. Figura 3.5, página 46). As desigualdades dependem

no número de pontos e resolução utilizados no método numérico, que, por sua vez, se

aumentarmos esse número, o tempo de processamento é muito superior.

A vantagem da utilização do método numérico baseia-se na incomplexidade do cálculo

da manipulabilidade, independentemente do número de graus de liberdade do manipulador.

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4 Dinâmica

O aumento da eficiência de sistemas robóticos pode ser demonstrado através da

coordenação e cooperação entre robôs e no desenvolvimento de novas estratégias de controlo.

Como os seres humanos, a realização de determinadas tarefas só é possível utilizando os seus

braços, sendo que, a eficiência pode aumentar significativamente se utilizar ambos os braços

(e.g., carregando um peso e/ou objecto grande). Na robótica, estes fenómenos não são muito

diferentes. Por exemplo, se forem utilizados dois manipuladores robóticos, pode-se aumentar

a eficiência do sistema, reduzindo o esforço na realização dessas tarefas.

A interacção dos robôs com objectos de grandes dimensões no espaço de trabalho pode

ser uma tarefa de manipulação bastante complexa se o objecto for suportado apenas por um

lado, tornam-se difícil de manusear. Esta dificuldade pode ser superada se o objecto for

transportado e manipulado pelas duas extremidades, distribuindo a carga entre os robôs,

reduzindo o esforço de cada um deles.

No entanto, a existência de uma cadeia dinâmica fechada, correspondente à carga e

diversos elos, representam um verdadeiro desafio para o controlo e cordenação do movimento

de robôs, bem como o controlo das forças internas que ocorrem em cada um dos robôs.

Considerando que as equações da cinemática descrevem o movimento do robô sem

considerar as forças e binários, as equações dinâmicas mostram explicitamente o

relacionamento entre a força e o movimento. Logo, a implementação destas equações são

importantes para a simulação e animação do movimento, para além de serem necessárias para

projectar algoritmos de controlo que possam ser aplicados em plataformas robóticas reais.

Quando dois robôs agarram um objecto (Figura 4.1), e efectuam um movimento de um

local para outro é necessário que exista um movimento. Assim, é importante especificar não

apenas o movimento de cada robô, mas também a força de movimentação correspondente.

É necessário estudar também o contacto da garra do robô com a carga, em que esse

contacto pode ser modelado através de um sistema linear, com uma massa M, um

amortecimento B e uma rigidez K (Figura 4.2). Considera-se também o comprimento da carga

l0 e orientação 0.

Por outro lado, contemplam-se dois manipuladores, cada um com duas juntas de rotação,

elos de comprimentos l1 e l2 e os “ombros” são separados pela distância lb. A dinâmica inversa

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de um robô com n elos interagindo com o ambiente é modelada por um conjunto de equações

diferenciais não lineares da forma:

, (4.1)

onde é um vector n x 1 de binários dos actuadores, é o vector n x 1 de

coordenadasdas juntas, H(q) é a matriz n x n das inércias, , é o vector n x 1 dos

binários/forças coriolis/centrípetos e é o vector n x 1 dos binários / forças gravitacionais.

A matriz é a transposição da matriz Jacobiana e a força exercida na garra do robô.

Deste modo, pretende-se determinar a força/binário dos actuadores conhecendo os

valores da posição q, velocidade e aceleração nos eixos. Os dois algoritmos mais

utilizados para obter as equações são os de Newton-Euler e de Lagrange, sendo este último o

mais simples e implementado neste trabalho.

Figura 4.1. Dois robôs cooperantes na manipulação de um objecto – adaptado de Ferreira

[2006].

Figura 4.2. Contacto entre a garra do robô e o objecto – adaptado de Ferreira [2006].

0

{x2, y2}

Robô A l22

l12

y(m)

x(m)

l11

l12

{x1, y1}

Robô B l0 (m)

lb (m)

objecto

B2 M0

F1

Robô A

Robô B

F2

K1

B1

K2

{x’1, y’1}

{x’2, y’2}

l0

1

2

0 Contacto com a

Garra do robô

Objecto faz contacto

com as garras

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A dinâmica directa corresponde à dupla integração da equação (4.1), sendo necessária a

utilização de um método numérico de integração. Neste sentido, é de referir o algoritmo de

Runge-Kutta de quarta ordem adoptado neste trabalho, pelo bom equilíbrio entre o esforço

computacional requerido e a precisão elevada que geralmente permite [Pina, 2010]. Neste

caso, o objectivo é determinar os valores da posição, velocidade e aceleração, com base na

força/binário nos eixos.

4.1 Fenómenos Dinâmicos nas Juntas dos Robôs

Um dos problemas comuns no controlo de sistemas robóticos é a execução de tarefas

com precisão no seguimento de referência e em tempos relativamente reduzidos. Neste

sentido, fenómenos dinâmicos antes desprezados nas juntas, como por exemplo folgas,

flexibilidade, atrito não linear e saturação nos binários dos actuadores, têm influência

significativa na dinâmica do movimento do robô manipulador [Figueiredo et al., 2011a]. Na

construção mecânica do manipulador estão associados estes fenómenos dinâmicos, sendo que,

a não consideração destes efeitos na dinâmica dos robôs pode acarretar a deterioração do

desempenho do manipulador e a instabilidade do mesmo [Ferreira, 2006]. Deste modo, são

descritos resumidamente estes fenómenos não lineares.

4.1.1 Juntas com Atrito Não Linear - Friction6

Atritos não lineares existentes no interior das juntas dos robôs provocam efeitos tais

como zona morta em binário e comportamentos do tipo stick-slip (deslizamento-paragem),

dificultando o desempenho. O fenómeno do atrito ocorre entre duas superfícies que estão em

contacto e possuem movimento relativo.

A modelação dos atritos é um processo difícil de aferir em virtude deste estar dependente

de muitos factores, sobretudo dos materiais em contacto, da temperatura e da humidade do

ambiente de trabalho. De modo a evitar uma grande complexidade na análise destes efeitos,

têm-se adoptado modelos simples para os atritos.

6 Os termos apresentados inclusive em subtítulos, figuras e tabelas contemplam a legenda em inglês, em virtude da

metodologia adoptada neste estudo.

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32

Nesta linha de pensamento, diversos trabalhos têm surgido com diferentes técnicas de

compensação baseadas em modelos com o objectivo de reduzir os seus efeitos através de uma

representação mais precisa do seu comportamento dinâmico [Armstrong-Hélouvry et al.,

2003; Kermani et al., 2005]. Através das técnicas baseadas em modelos é possível prever e

compensar os efeitos do atrito, analisar estabilidade, prever ciclos limite, ajustar os ganhos

dos controladores.

A força de atrito em função da velocidade, para um movimento com velocidade

constante, é chamada a curva da Stribeck. O efeito de Stribeck tem como característica o

decaimento da força para baixas velocidades. Os modelos clássicos de atrito utilizam

diferentes componentes para representação de cada uma das parcelas do atrito [Olsson et al.,

1998; Geffen et al., 2009].

O atrito de Coulomb e o atrito viscoso parece ser o mais relevante de entre todos os tipos

de atritos que se observa. Neste caso, a força de atrito entre duas superfícies em contacto é

considerada como sendo um sinal em degrau positivo no primeiro quadrante e o seu simétrico

no terceiro quadrante. Neste modelo, a força de atrito é uma função da velocidade relativa

entre as duas superfícies.

Assim, o binário de atrito pode ser modelado da seguinte forma (Figura 4.3):

Figura 4.3. Atritos de Coulomb e viscoso nas juntas.

{

(4.2)

onde os parâmetros, Bai, Kai , , são o coeficiente de atrito viscoso, o parâmetro de Coulomb

e a velocidade relativa entre as superfícies em contacto. O atrito de Coulomb representa a

TAtrito

Kai

– Kai

Bai

��𝑖

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33

componente do atrito proporcional à força normal, sendo que, o atrito viscoso representa a

força de atrito causada pela viscosidade dos lubrificantes.

4.1.2 Juntas com Folgas - Backlash

O fenómeno das juntas com folga consiste na presença de intervalos, nos quais a

transmissão de energia entre dois componentes consecutivos é interrompida. Esse intervalo é

a menor distância entre o não contacto dos dentes do acoplamento das engrenagens (Figura

4.4).

Figura 4.4. Folga no acoplamento de engrenagens.

Num manipulador é comum existirem actuadores constituídos por engrenagens

compostas por rodas dentadas e/ou roldanas sujeitas as folgas (Figura 4.5) [Ferreira, 2006].

Figura 4.5. Manipulador com folgas nas engrenagens – adaptado de Ferreira [2006].

Folga

y

q1

q1m

J1m

J1g

q2m J2m

x

r1

q2

J2g

r2

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34

Sabendo que o feedback de posição é realizado com sensores que são colocados no eixo

dos motores, tal traduz-se em incerteza na posição dos elementos móveis e, portanto, é

possível ocorrerem erros na posição do órgão terminal (end-effector).

Na eventualidade de contacto entre dentes da engrenagem, obtém-se a seguinte equação:

(4.3)

onde os parâmetros Jm, Bm, e qm, representam a inércia após a engrenagem, a inércia do

motor, o atrito viscoso do motor e a posição do motor.

Quando ocorre um impacto entre as inércias, pelo princípio da conservação do momento

resulta:

(4.4)

(4.5)

onde a constante de Newton (ε) define a elasticidade do impacto que está comprendido

entre 0 e 1, tal que ε = 0 corresponde a impacto não elástico, provocando deformação

permanente dos corpos, ε = 1 a impacto elástico, não existindo perda de energia na colisão. As

variáveis e

são as velocidades das inércias das juntas e do motor depois da colisão

[Ferreira, 2006].

Uma folga é difícil de determinar porque não pode ser descrita por uma relação linear.

Quando os dentes não estão em contacto, a força de transmissão é nula. Por sua vez, os dentes

estão em contacto, a força é geralmente proporcional à diferença de posição angular entre as

engrenagens [Hovland et al., 2002].

4.1.3 Juntas com Flexibilidade – Flexibility

Este fenómeno pode reduzir a precisão do robô, quando este estiver a pressionar a

ferramenta contra uma peça a ser trabalhada, sendo modelado por uma mola que interliga o

eixo do motor com o eixo da junta do robô (Figura 4.6).

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35

Figura 4.6. Manipulador com flexibilidade nas juntas – adaptado de Ferreira [2006].

O modelo do manipulador de juntas flexíveis pode ser descrito pelas equações seguintes:

(4.6)

, (4.7)

em que os parâmetros Jm, Bm, Km são respectivamente, a inércia, o atrito viscoso e a

elasticidade do motor e da transmissão [Ferreira, 2006].

4.1.4 Juntas com Saturação nos Binários dos Actuadores - Saturation

A saturação em sistemas de controlo de robôs está presente quando os actuadores são

accionados por sinais de controlo suficientemente grandes. Se este fenómeno não for

considerado no projecto do controlador, pode levar à falta de estabilidade, pois

frequentemente os controladores requerem esforços (i.e., binário dos actuadores).

Os actuadores dos robôs industriais têm limitações físicas, pelo que, também é

importante limitar os binários exercidos nos actuadores aos seus valores admitidos, tal como

demonstra a equação (4.8):

{

(4.8)

onde Tmax, Tmin, representa o binário máximo e o binário mínimo, respectivamente, do

actuador.

y

q1

q2

J2g

r2

J1g

q1m

B1m

q2m B2m x

r1 K2m

K1m

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37

5 Arquitectura de Controlo

Relativamente à estratégia de controlo, este trabalho contempla um controlo em cascata

para cada robô RR. Neste tipo de controlo, para se conseguir o controlo de posição,

velocidade e força, obtém-se inicialmente um controlador de posição e velocidade que fornece

uma força virtual ao controlador de força, facultando os binários necessários aos actuadores

do manipulador [Couceiro, 2010].

A operação fundamental do controlador é a função de controlo em cada articulação, i.e.,

processo pelo qual se procura que os elos/articulações fiquem posicionados ou obtenham o

movimento pretendido numa determinada tarefa. Assim, pode existir um controlo em malha

fechada designado por controlo realimentado, para que não ocorra a possibilidade das acções

de um actuador não corresponder ao previamente estabelecido.

Neste sentido, dois robôs carregando um objecto comum, podem ser uma alternativa

viável no caso em que um único robô não seja capaz de manipular a carga per se. No entanto,

com dois robôs cooperativos, as forças de interacção resultantes têm de ser adequadas e, além

do retorno de posição, é fundamental um controlo de força [Hogan, 1985; Siciliano et al.,

1999].

Existem dois métodos básicos para o controlo de força, nomeadamente a posição/força

ou híbrido e os regimes de impedância. O primeiro método, proposto por Raibert e Craig

[Raibert et al., 1981], separa a tarefa em dois subespaços ortogonais correspondentes à força e

à posição de variáveis controladas. Uma vez estabelecida a decomposição dos subespaços, são

projectados dois controladores independentes.

O segundo método foi inicialmente proposto por Siciliano [Siciliano et al., 1999;

Siciliano et al., 2009]. Nesta sequência, através de uma escolha adequada da resistência

mecânica do braço, as forças de interacção podem ser controladas para obter uma resposta

adequada.

Num sistema (e.g., actuador) ao designarmos u(t) como a entrada do controlador, e à

diferença entre a saída e a entrada erro e(t), obtém-se as seguintes funções de controlo:

On-off: {

(5.1)

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38

+

+ +

Força

xd

Fd

x

Posição

Velocidade

F

Cp CF

Controlo

Posição

Cinemática

Po

siçã

o/F

orç

a P

lan

eam

ento

de

Tra

ject

óri

as

Controlo

Força

Objecto Cinemática

Robôs

A arquitectura do controlador (Figura 5.1) é baseada na impedância e regimes de

conformidade. Assim, foi estabelecida uma cascata de algoritmos de força e posição como

loops de feedback interno e externo, onde xd e Fd representam as coordenadas desejadas da

posição da carga e as forças de contacto [Ferreira et al., 2006].

Figura 5.1. Arquitectura do controlador de posição/força.

O objectivo de um algoritmo de controlo é assegurar que uma sequência de movimentos

planeados seja executada correctamente face aos erros imprevisíveis resultantes das

limitações da precisão computacional e de efeitos mecânicos indesejados, tais como, o atrito

ou as folgas, e também compensar outras perturbações exercidas.

Este trabalho estuda o controlo de posição/força de dois manipuladores RR em

cooperação, utilizando algoritmos PID de ordem inteira e fraccionária (FO) [Figueiredo et al.,

2010; Ferreira et al., 2003; Ferreira, 2006; Oustaloup, 1995; Machado, 1997].

A medida quantitativa do desempenho de um sistema é necessária para a operação de

sistemas de controlo adaptativo modernos, para optimização paramétrica de sistemas de

controlo e para o projecto óptimo de sistemas [Carmo et al., 2006]. Pode utilizar-se critérios

de desempenho, tais como o integral do erro absoluto (IAE) ou o integral do erro absoluto

multiplicado pelo tempo (ITAE), porém, no caso vertente, o critério do integral do erro

quadrático multiplicado pelo tempo (ITSE) apresenta melhores resultados e, como tal, foi

adoptado no estudo. Tal critério permite estudar a influência do tempo de simulação no valor

do erro produzido pelo sistema (equação (5.2)).

(5.2)

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√ (5.3)

em que e(t), {x, y} e {xd, yd} são respectivamente o erro absoluto de posição, a posição

real e a posição desejada.

Nas secções que se seguem são apresentados os controladores PID de ordem inteira e

fraccionária (FO).

5.1.1 Controlador de ordem inteira

O controlo proporcional ajusta o sinal de saída em proporção directa ao

sinal de entrada (i.e. o sinal de erro). O parâmetro ajustável para ser especificado representa o

ganho do controlador, Kp.

Proporcional (P): (5.4)

O controlo Proporcional-derivativo (PD) considera tanto a amplitude do erro do sistema

como a derivada desse erro. Este faculta a adição de um sistema de amortecimento e,

portanto, tem uma influência estabilizadora sobre a resposta do sistema.

(P) + diferencial (PD):

(5.5)

O PID combina as vantagens do controlador PI e PD. A acção integral está relacionada

com a precisão do sistema e é responsável pela eliminação do erro em regime permanente. O

efeito da instabilidade do controlador PI é contrabalançado pela acção derivativa que tende a

aumentar a estabilidade relativa do sistema, ao mesmo tempo que faz com que o sistema tenha

uma resposta rápida devido ao seu efeito antecipatório.

A acção do PID é dada por:

(PD) + integral (PID): ∫

(5.6)

cuja transformada de Laplace é dada por:

(

) (5.7)

onde os parâmetros K, Ti e Td representam, respectivamente, o ganho proporcional, o

tempo integral e o tempo derivativo.

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Assim, os controladores convencionais, tais como PID e outros métodos avançados de

controlo, são úteis para controlar processos lineares. Contudo, na prática, a maioria dos

processos apresentam algumas não linearidades. O controlo não linear é um dos maiores

desafios na teoria moderna de controlo. Os processos não lineares são complexos de controlar,

tendo em conta que existe um número incalculável de variações do comportamento não linear.

5.1.2 Controlador de ordem fraccionária

Os algoritmos fraccionários constituem um instrumento útil para descrever diversos

fenómenos físicos, tais como, o calor, o fluxo, electricidade, magnetismo, mecânica ou

dinâmica de fluidos. Actualmente, a teoria de controlo fraccionário aplica-se em quase todas

as áreas da ciência e da engenharia, designadamente para optimizar a capacidade de melhorar

a modelação e controlo de muitos sistemas dinâmicos [Figueiredo et al., 2011a; Couceiro et

al., 2009a].

Consideram-se controladores fraccionários (FO), ambos de controlo da posição e da

força, adoptando a definição Grünwald-Letnikov, ilustrada na expressão (5.8).

[ ]

[

] (5.8)

onde é a função gama e h é o incremento de tempo. Neste caso, para a implementação

dos algoritmos do tipo C(s) = K s, 1 < < 1, foram adoptadas aproximações de tempo

discreto, utilizando fracções Pade de 4ª ordem.

(

) (5.9)

sendo KP o ganho de posição.

O controlador PID fraccionário é também conhecido como controlador PIλD

μ. Se λ e μ

são igual a 1, este controlador é um caso particular do controlador PIλD

μ. O resultado é o

mesmo que um PID tradicional (doravante denominado PID inteiro, por oposição ao PID

fraccionário). Caso contrário, se λ = 0 (Ti = 0), obtém-se um controlador PDμ.

É expectável neste trabalho que o controlador PIλD

μ optimize o desempenho dos sistemas

de controlo devido à introdução de mais parâmetros de controlo. Na verdade, em teoria,

PIλD

μ, por si só representa um filtro linear de dimensões infinitas devido à ordem fraccionária

no diferenciador ou integrador [Monje et al., 2004; Liang et al., 2004] (Figura 5.2).

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41

Figura 5.2. Parâmetros do controlador PIλD

μ.

Os algoritmos FO são como uma ferramenta útil para o controlo e gestão de sistemas e

processos industriais complexos, sistemas de entretenimento e aplicações específicas, tais

como, controlo de plataformas de voo, helicópteros, aviões ou robôs biologicamente

inspirados [Coelho et al., 2007; Couceiro et al., 2009b; Ferreira et al., 2002; Couceiro et al.,

2009a] [Couceiro, 2010].

A toolbox ninteger v2.3 para o MatLab7 implementa controladores não-inteiros, tanto no

domínio da frequência como do tempo discreto. Estão disponíveis controladores do tipo PID

não-inteiros em que a interface gráfica permite escolher os parâmetros de forma interactiva e

verificar o seu desempenho. A toolbox também inclui um bloco para o Simulink utilizado

neste trabalho (Anexo A - Figura A-12).

A livraria FOPID8 desenvolvida para Arduino permite da mesma forma introduzir

parâmetros na função do controlador não inteiro (equação 5.10):

u(t) = fopid(erro proporcional, erro derivativo, erro integral, Kp, Kd, Ki, μ, λ) (5.10)

5.2 Métodos de Optimização

Os valores dos parâmetros PID dependem das características do processo e podem ser

sintonizados de acordo com o rendimento satisfatório de controlo. Se os controladores PID

estiverem devidamente sintonizados proporcionam um controlo adequado para a maioria das

aplicações.

7 http://web.ist.utl.pt/duarte.valerio/ninteger/ninteger.htm 8 http://www2.isec.pt/~micael/contributions/FOPID/FOPID.zip

PD PID

PI P

0 0

1

1

λ

μ

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Ao ajustar as constantes no algoritmo de controlo do PID ou de PIλD

μ, o controlador

pode fornecer uma acção de controlo concebida para processos com requisitos específicos. A

resposta do controlador é descrita em termos da sua capacidade de resposta a um erro, o grau

em que ultrapassa o ponto de referência e o grau de oscilação do sistema. É de salientar que a

utilização do algoritmo de controlo do tipo PID não garante um controlo optimizado do

sistema ou estabilidade do sistema.

A implementação deste projecto pode beneficiar da utilização de algoritmos eficientes,

utilizando um número máximo de 100 iterações, [Snyman, 2005; Couceiro et al., 2009b] os

quais também serão abordados neste trabalho.

5.2.1 Método do Gradiente Descendente

Para encontrar um mínimo local de uma função utilizando o método do Gradiente

Descendente [Couceiro et al., 2009b], são aplicadas medidas proporcionais ao negativo do

gradiente (ou do valor aproximado do gradiente) da função no ponto actual.

Este método que se baseia na função de valores reais F(x), é definida e diferenciável

numa região em volta dum ponto a. Deste modo, F(x) diminui mais depressa quando parte do

ponto a na direcção do gradiente negativo de F em a. Daqui resulta que:

(5.11)

para γ>0, sendo um número suficientemente pequeno, então F(a) ≥ F(b). Com esta

observação, começa-se com um x0, para um mínimo local da F, considerando a sequência x0,

x1, x2,…, xn:

, (5.12)

Assim obtém-se:

(5.13)

A sequência (xn) converge para o mínimo local desejado. Destaca-se que é permitida a

alteração do valor do tamanho do incremento γ a cada iteração.

Este processo é ilustrado na Figura 5.3. Aqui assume-se que F é definido no plano e que

o seu gráfico é representado por uma forma de elipse. As curvas representam as regiões em

que o valor de F é constante. As setas em cada ponto mostram a direcção do gradiente

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negativo nesse ponto. Note-se que o gradiente negativo num ponto é ortogonal à linha de

contorno, passando por esse ponto. O Gradiente Descendente remete-nos o ponto central das

elipses correspondente ao ponto onde o valor da função F é mínimo.

Figura 5.3. Método do Gradiente Descendente.

5.2.2 Método da Pesquisa por Padrão – Lewis and Torczon GPS

Os algoritmos de Pesquisa por Padrão Generalizado (GPS - Generalized Pattern Search)

[Audet et al, 2003] são métodos derivativos para a minimização de funções suaves, com

restrições de desigualdades lineares.

Exemplos de algoritmos GPS são os algoritmos de pesquisa de coordenadas, englobando

um padrão do tipo Hooke e Jeeves, e de busca multi-direccional de Dennis e Torczon [Dennis

et al, 1991]. Todos têm em comum a construção de uma malha que é posteriormente

explorada, de acordo com algumas regras. Deste modo, se não houver diminuição no custo da

função em torno dos pontos obtidos na iteração da malha actual, então a malha é refinada e o

processo é repetido.

Em 1997, Torczon foi o primeiro investigador a demonstrar que todos os algoritmos

actuais de Pesquisa de Padrão são implementações específicas de um esquema de pesquisa

por padrão abstracto e estabelece, que para problemas sem restrições com funções de custo

suaves, o gradiente da função de custo desaparece na acumulação de pontos de sequências

construídas, através deste esquema.

Por seu lado, Lewis e Torczon, apresentam a sua teorização para abordar os problemas de

fronteiras e problemas com restrições de desigualdades lineares. Em ambos os casos, a

x0

x3

x1 x2

x4

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convergência para um ponto viável x* satisfazendo (F (x*), x - x*) ≥ 0 para todos os x viáveis,

comprova-se sob a condição de que F(x) é continuamente diferenciável [Lewis et al., 2000].

Como foi referido anteriormente, os algoritmos de GPS são maioritariamente usados para

funções suaves, mas podem apresentar uma boa resposta em problemas não suaves.

5.2.3 PSO – Particle Swarm Optimization

A optimização por enxame de partículas, mais conhecida como PSO (Particle Swarm

Optimization), foi desenvolvida por Kennedy e Eberhart [1995]. Esta técnica de optimização,

baseada numa população de pesquisa, é inspirada pelo comportamento social das aves. Uma

analogia pode ser estabelecida entre uma partícula e um elemento de um enxame. Estas

partículas “voam” através do espaço de pesquisa seguindo as partículas actuais óptimas. A

cada iteração do algoritmo, um movimento de uma partícula é caracterizado por dois vectores

representando a sua posição actual x e velocidade v (Figura 5.4).

A velocidade de uma partícula é alterada de acordo com o conhecimento cognitivo b (a

melhor solução encontrada até agora pela partícula) e os conhecimentos sociais g (a melhor

solução encontrada pelo enxame). O peso de cada conhecimento adquirido, na velocidade de

actualização, é diferente de acordo com os valores aleatórios i, i = {1, 2}. Esses valores são

um factor aleatório que seguem uma função probabilística uniforme i ~ U [0,i max].

Figura 5.4. Método PSO.

Assim, I e t são a inércia e o tempo de iteração, respectivamente.

O PSO é uma técnica muito útil entre muitos outros algoritmos baseados em populações,

uma vez que tem apenas alguns parâmetros para se ajustar. Apesar de recente, tem sido

bastante estudada especialmente por ser robusta e sólida do ponto de vista científico, bem

Initialize Swarm

repeat

for all particles do

Calculate fitness f

end

for all particles do

vt+1 = I vt + 1(b-x) + 2(g-x)

xt+1 = xt + vt+1

end

until stopping criteria

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como fácil de implementar, possuindo ainda um custo computacional baixo. Esta técnica tem

sido utilizada com sucesso em muitas aplicações, nomeadamente na robótica [Tang et al.,

2005; Pires et al., 2006; Couceiro et al., 2009b], em sistemas eléctricos [Alrashidi et al.,

2006] e em engenharia do desporto [Couceiro et al., 2011].

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47

6 Robôs Móveis Cooperativos

A chave no desenvolvimento de sistemas robóticos móveis é o seu potencial para reduzir

a necessidade da presença humana em aplicações perigosas. Assim, através da cooperação

entre robôs é possível optimizar a coordenação das suas acções e, através da partilha de

informações dos sensores e do poder computacional conhecido na sociedade contemporânea,

provavelmente obterá melhores resultados do que apenas usando um único robô e complexo.

A cooperação entre robôs é definido pelas acções que ocorrem de forma coordenada para

realizar uma tarefa ou atingir um objectivo comum. Os robôs cooperam para executar uma

tarefa bem definida (e.g., o transporte de um objecto), geralmente apenas quando um robô não

é capaz de fazê-lo (e.g., binário limitado).

Pretende-se nesta secção apresentar um sistema cooperativo de dois robôs móveis RR que

comunicam entre si implicitamente com sensores para observar directamente as acções do seu

parceiro (Figura 6.1 e Figura 6.2).

Figura 6.1. Cooperação entre dois robôs móveis RR.

O princípio básico do sistema sensorial e arquitectura do controlador apresentado nesta

secção é baseado na 3ª Lei de Newton que ostenta a troca de forças entre corpos. Esta lei diz:

“Para cada acção há uma reacção igual e oposta”. Por outras palavras e aplicando ao trabalho

proposto, a cada iteração, existe uma acção de um manipulador e uma reacção do outro que

acaba por manter o objecto num estado de equilíbrio [Figueiredo et al., 2011b].

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48

Figura 6.2. Dois robôs manipulando um objecto em cooperação.

6.1 Plataformas

Ambas as plataformas desenvolvidas são ilustradas na Figura 6.3. Cada plataforma é

equipada com um manipulador RR.

Figura 6.3. Ilustração em 3D SolidWorks de dois robôs móveis RR em trabalho cooperativo no

transporte de uma mesa.

A Figura 6.4 mostra a estrutura da plataforma dividida em três secções. O controlo e a

interface entre as três secções são executados pelo Arduino Uno.

Figura 6.4. Estrutura de cada plataforma móvel.

{x2, y2}

l22 (m)

l12 (m)

θ0

{x1, y1}

l0 (m)

objecto

l12 (m)

l11(m)

lb (m)

Robô B Robô A

Driver

Motor Motor

Locomoção

Força Sensores

Infra-Vermelho Corrente

Servo-motores

Manipulação

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A plataforma base utilizada neste trabalho é a ilustrada na Figura 6.5. Trata-se de uma

plataforma didáctica designada por RP5, do fabricante Pololu, constituída por uma estrutura

de plástico com dois motores DC onde actuam rodas, lagartas ou rastros, alinhadas segundo o

eixo transversal da plataforma (perpendicular ao eixo do movimento).

Figura 6.5. Plataforma RP5 da Pololu.

O controlo de posição dos manipuladores é efectuado por servo-motores standard da

Hitec (HS-311) equipados com encoders de posição que medem directamente os ângulos das

articulações. Dado que o objectivo deste estudo é controlar a posição do objecto, é necessário

expressar os ângulos das articulações em termos da posição do órgão terminal, levando à

implementação da cinemática inversa no Arduino Uno.

Uma vez que o Arduino Uno não tem corrente suficiente para alimentar os motores de

corrente contínua do sistema de locomoção, foi utilizado um driver de potência da Toshiba,

para cada robô, concretamente o modelo TB6612FNG. Em vez dos motores possuírem

encoders, existe um sensor de proximidade GP2Y0A21YK da Sharp com o qual é possível

saber a distância que um robô está em relação ao outro, resultando assim na sincronização do

movimento entre os dois robôs.

Os Force Sensing Resistores 402 da Interlink Electronics representam os sensores de

força que permitem estabelecer o par de forças acção/reacção aplicada no objecto por ambos

os robôs. Estes sensores estão localizados no órgão terminal de cada manipulador,

estabelecendo contacto com o objecto, retornando um sinal que é amplificado, dando assim

uma maior resolução das forças resultantes. Para melhor compreender a distribuição de

binário dos servo-motores, cada um está equipado com dois sensores de corrente ACS712 da

Allegro MicroSystems.

Para descrever o movimento da plataforma, são definidos dois sistemas de eixos: o

sistema de eixos de referência E1 (xg, yg, zg) e outro em movimento E2 (xp, yp, yp) fixo à

plataforma, com origem no centro de massa da plataforma Op (Figura 6.6). O movimento do

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50

veículo é composto pela velocidade de translação vr = [vx vy]T e pela velocidade de rotação ωr

= dφ/dt, onde vx e vy representam a projecção da velocidade vr para os eixos de E2, e φ é a

ângulo de rotação da plataforma [Kalantari et al., 2009; Zhou et al., 2010].

Figura 6.6. Cinemática da plataforma robótica.

Portanto, a cinemática deste modelo de plataforma robótica pode ser descrita pelas

equações:

(6.1)

(6.2)

(6.3)

onde a corresponde à distância entre os rastros, r é o raio da roda, we e wd são as

velocidades angulares das rodas esquerda e direita.

Transformando E2 para E1, o modelo cinemático é definido no sistema de eixos global,

sendo modelado pelo sistema:

[ ] [

] [ ] (6.4)

Deste modo, a representação do movimento e das restrições, não incluindo as forças

dinâmicas que actuam sobre a plataforma, foram implementadas no Arduino Uno.

zp

r

Op

yp

a

xp

vr

wr

xg yg

Og

zg

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51

7 Resultados Experimentais

Esta secção apresenta resultados obtidos utilizando o simulador implementado, assim

como das plataformas robóticas construídas.

7.1 Simulador

Os valores numéricos adoptados para os robôs e o objecto, na dinâmica referida no

capítulo 4, são m1 = 5.0 kg, m2 = 5.0 kg, r1 = 1.0 m, r2 = 0.8 m, J1m = J2m = 1.0 kgm2, J1g = J2g

= 4.0 kgm2 lb = l0 = 1.0 m e 0 = 0 graus, B1 = B2 = 10.0 Ns.m

-1 e K1 = K2 = 10

4 Nm

-1.

Face ao exposto, no capítulo 5.2.3, os parâmetros do PSO adoptados foram imax=1.6,

I=2, com uma população de 60 partículas.

Para tal, foram realizadas três experiências em que os ganhos (Kp, Ki, Kd) e {λ, μ} são

modificados para cada robô de acordo com três diferentes métodos de optimização.

As tabelas (Tabela 7.1 a Tabela 7.7) mostram os ganhos para as três experiências E1

(Pesquisa por Padrão), E2 (Gradiente Descendente) e E3 (PSO), para os dois tipos de

controladores discutidos.

Tabela 7.1. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método de pesquisa

por padrão.

E1 Kp Ki Kd

q1 615x103 128x10

3 2.80x10

3

q2 340x103 740x10

3 5.50x10

3

E1 Kp Ki Kd

FX 1x10-3

0 1x10-3

FY 1x10-3

0 1x10-3

Tabela 7.2. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método gradiente

descendente.

E2 Kp Ki Kd

q1 650x103 100x10

3 2.50x10

3

q2 350x103 740x10

3 5.50x10

3

E2 Kp Ki Kd

FX 1x10-3

0 1x10-3

FY 1x10-3

0 1x10-3

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52

Tabela 7.3. Parâmetros do Controlador PID de ordem inteira sintonizado com o método PSO.

E3 Kp Ki Kd

q1 616x103 120x10

3 3.00x10

3

q2 345x103 751x10

3 5.55x10

3

E3 Kp Ki Kd

FX 1x10-3

0 1x10-3

FY 1x10-3

0 1x10-3

Tabela 7.4. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método de

pesquisa por padrão.

E1 Kp Ki Kd λ μ

q1 650x103 80x10

3 2.50x10

3

0.4 0.8 q2 400x10

3 500x10

3 4.50x10

3

E1 Kp Ki Kd λ μ

FX 1x10-3

0 1x10-3

0.4 0.8

FY 1x10-3

0 1x10-3

Tabela 7.5. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método

gradiente descendente.

E2 Kp Ki Kd λ μ

q1 550x103 80x10

3 2.50x10

3

0.2 0.7 q2 300x10

3 500x10

3 4.50x10

3

E2 Kp Ki Kd λ μ

FX 1x10-3

0 1x10-3

0.2 0.7

FY 1x10-3

0 1x10-3

Tabela 7.6. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método PSO.

E3 Kp Ki Kd λ μ

q1 600x103 80x10

3 2.50x10

3

0.3 0.9 q2 350x10

3 500x10

3 4.50x10

3

E3 Kp Ki Kd λ μ

FX 1x10-3

0 1x10-3

0.3 0.9

FY 1x10-3

0 1x10-3

Em todas as experiências a frequência de amostragem é de fc = 10 kHz para o

funcionamento de um ponto A do objecto e uma força de contacto de cada garra de {Fxj,

Fyj}{0.5, 5} Nm para o jth

(j = 1, 2) robô.

Tendo como objectivo validar o desempenho do sistema, foi estabelecida uma trajectória

para ser posteriormente realizada por dois robôs manipuladores durante o manuseamento de

um objecto.

As bases (omoplatas) dos robôs manipuladores A e B estão localizados nos pontos (0.5,

0) e (-0.5, 0), respectivamente. A posição inicial da trajectória circular para cada manipulador

situa-se nos pontos (0.5, 1) e (-0.5, 1), para o manipulador A e B. Cada manipulador tem duas

posições de rotação comuns, definidas pelos ângulos q1 e q2, que corresponde (utilizando a

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53

cinemática directa) a uma posição x e y do espaço de trabalho. Para inicializar a trajectória, foi

necessário determinar o ângulo inicial que corresponde às posições conhecidas x e y, usando a

cinemática inversa. Neste cenário, os ângulos para as posições iniciais são:

Tabela 7.7. Ângulos iniciais para ambos os manipuladores robóticos.

q1 (rad) q2 (rad)

Robô A -1.047 2.093

Robô B 1.047 -2.093

Na Figura 7.1, pode observar-se a resposta do sistema, ilustrando a trajectória de cada

manipulador. Ambos os manipuladores têm que se mover sincronizadamente face ao objecto

e, ao mesmo tempo, mantê-lo alinhado horizontalmente, ou seja, 0 = 0 rad.

Figura 7.1. Trajectória realizada pelos dois robôs.

As experiências que se apresentam de seguida (Figura 7.2 e Figura 7.3) mostram o ITSE

e servem de comparação entre métodos de optimização, tipos de controladores e os diferentes

fenómenos dinâmicos enunciados anteriormente, pretendendo a minimização do valor ITSE.

x (m)

y (m

)

Robô A

Robô B

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54

Figura 7.2. Critério de desempenho ITSE sob a acção do controlador PID.

Figura 7.3. Critério de desempenho ITSE sob a acção do controlador FO.

O ITSE, sob a acção dos controladores em estudo, agrava-se quando são adoptadas juntas

com não linearidades, independentemente do método de optimização em estudo.

Analisando a particularidade de cada método, destaca-se o PSO devido ao valor ITSE ser

inferior qualquer que seja a experiência em causa.

Outra conclusão que se pode retirar é a melhoria que existe, em algumas situações, na

utilização de controladores do tipo fraccionário comparativamente aos do tipo inteiro, visto

estes apresentarem um valor médio do ITSE inferior. No entanto, o PSO é o único que

apresenta um valor inferior quando comparamos os dois tipos de controlador para a mesma

experiência.

Para verificar o desempenho do sistema e avaliar os métodos de controlo, foi simulada

uma trajectória de referência como mostrada na Figura 7.1 (página 73) e, aos 11 segundos, foi

0

1

2

3

4

5

6

ITSE

PSO

Pattern Search

Gradient Descent

Avg (média)

0

1

2

3

4

5

6

ITSE

PSO

Pattern Search

Gradient Descent

Avg (média)

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55

aplicada uma pequena perturbação com amplitude de xd= 0.05 metros, durante 1.5 segundos

(Figura 7.4).

Figura 7.4. Trajectória de referência no eixo dos xx do robô B.

O algoritmo de cada manipulador foi ajustado utilizando o método PSO, de forma a obter

o melhor desempenho independentemente da não linearidade.

Ao considerar os desafios encontrados no controlo de um sistema não linear, é difícil

avaliar o melhor tipo de controlador que apresenta um bom desempenho. Deste modo,

enquanto um controlador pode funcionar com uma acção de controlo rápida e agressiva, outro

pode ser mais adequado para uma resposta lenta e suave.

O manipulador ideal é frequentemente apresentado na literatura, i.e., sem fenómenos

dinâmicos [Dubowsky et al., 1987; Stepanenko et al., 1986]. Os resultados seguintes

apresentados mostram o desempenho do sistema para um robô ideal comparando o

comportamento de algoritmos de ordem inteira e fraccionária da posição e força. Os

parâmetros resultantes para os algoritmos de ordem inteira e fraccionária são mostrados na

Tabela 7.3 e Tabela 7.6 na página 72.

Para analisar de forma mais explícita a resposta dinâmica da perturbação foi subtraída a

resposta dinâmica sem perturbação. A Figura 7.5 ilustra a resposta a degrau do sistema ideal

para os dois tipos de controladores enunciados.

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

1,1

10 11 12 13 14 15 16 17

x(t)

tempo (seg)

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56

a)

b)

Figura 7.5. Resposta do robô ideal à perturbação usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária.

Os parâmetros utilizados nas experiências realizadas para o modelo friction são

apresentados na Tabela 7.8.

Tabela 7.8. Parâmetros utilizados para o modelo friction.

i Bai (Nmrad-1

s) Kai (Nmrad-1

)

1 10.0 0.5

2 10.0 0.5

A Figura 7.6 mostra a resposta temporal da variável x, para o robô RR com atrito nas

juntas dos manipuladores, sob a acção dos controladores PIλD

μ, PID de ordem inteira e com

uma perturbação de xd = 0.05 m na trajectória estabelecida.

a)

b)

Figura 7.6. Resposta do robô sujeito a friction, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária.

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15

Ideal

Desejado

x(t)

tempo (seg) tempo (seg)

x(t)

friction

Desejado

x(t)

tempo (seg) tempo (seg)

x(t)

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57

Os parâmetros utilizados nas experiências realizadas para o modelo das folgas foram os

ilustrados na Tabela 7.9.

Tabela 7.9. Parâmetros utilizados para o modelo backlash.

i h(rad)

1 0,8 1,8x10-4

2 0,8 1,8x10-4

A Figura 7.7 apresenta a resposta temporal da variável x, para o robô RR com folgas nas

juntas das engrenagens dos manipuladores, sob a acção dos controladores PIλD

μ, PID de

ordem inteira e com uma perturbação de xd = 0.05 m, na trajectória estabelecida.

a)

b)

Figura 7.7. Resposta do robô sujeito a backlash, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária.

Os parâmetros utilizados nas experiências realizadas para o modelo flexibility são

apresentados na Tabela 7.10.

Tabela 7.10. Parâmetros utilizados para o modelo flexibility.

i Bm (Nmrad-1

s) Km (Nmrad-1

)

1 1,0x102 2,0x10

7

2 1,0x102 2,0x10

7

A Figura 7.8 mostra a resposta temporal da variável x, para o robô RR com flexibilidade

nas juntas dos manipuladores, sob a acção dos controladores PIλD

μ, PID de ordem inteira e

com uma perturbação de xd = 0.05 m na trajectória estabelecida.

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15

backlash

Desejado

x(t)

tempo (seg) tempo (seg)

x(t)

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58

a)

b)

Figura 7.8. Resposta do robô sujeito a flexibility, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária.

Os parâmetros utilizados nas experiências realizadas para o modelo saturation podem ser

observados na Tabela 7.11.

Tabela 7.11. Parâmetros utilizados para o modelo saturation.

i Tmax (Nm) Tmin (Nm)

1 100.0 -100.0

2 100.0 -100.0

A Figura 7.9 apresenta a resposta temporal da variável x, para o robô RR com saturação

nos actuadores das juntas dos manipuladores, sob a acção dos controladores PIλD

μ, PID de

ordem inteira e com uma perturbação de xd = 0.05 m na trajectória estabelecida.

a)

b)

Figura 7.9. Resposta do robô sujeito a saturation, usando o PID de ordem a) inteira; b)

fraccionária.

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

10 11 12 13 14 15

flexibility

Desejado

x(t)

tempo (seg) tempo (seg)

x(t)

saturation

Desejado

x(t)

tempo (seg) tempo (seg)

x(t)

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59

Tendo como objectivo realizar uma avaliação do controlador, é necessário comparar as

características do tempo de resposta do controlador inteiro e ordem fraccionária, onde foram

calculados os seguintes critérios: tempo de subida TR (segundos), tempo de pico TP

(segundos), tempo de estabelecimento TS (segundos) e overshoot OV (%) (Tabela 7.12).

Tabela 7.12. Características do tempo de resposta dos controladores nas diversas experiências.

OV (%)

TR

(seg.)

TP

(seg.) TS(seg.)

Ideal PID 3,378 0,055 0,110 0,600

PIλD

μ 1,523 0,055 0,100 0,360

Friction PID 4,433 0,055 0,110 0,610

PIλD

μ 1,556 0,055 0,100 0,370

Backlash PID 6,121 0,055 0,080 0,810

PIλD

μ 8,682 0,045 0,060 0,690

Flexibility PID 4,379 0,055 0,110 0,710

PIλD

μ 2,313 0,045 0,100 0,630

Saturation PID 3,656 0,055 0,120 0,740

PIλD

μ 2,250 0,045 0,100 0,590

As respostas ao degrau revelam uma grande diminuição do overshoot e do tempo de

subida com o PIλD

μ quando comparado com o PID de ordem inteira, demonstrando uma boa

resposta transitória e um erro nulo em regime estacionário.

No caso da experiência com backlash, utilizando o controlador de ordem fraccionária, o

overshoot aumenta, mas, em contrapartida, os tempos de subida, de pico e de estabelecimento

diminuem.

O PIλD

μ mostra um melhor desempenho do sistema relativamente ao controlador PID

inteiro.

7.2 Plataforma Robótica

Esta secção apresenta os resultados de duas experiências obtidas das plataformas. Os

primeiros dados (P1) são obtidos com ambos os manipuladores a manterem um objecto de 11g

com °, com uma força constante de 30g cada. Além disso, as plataformas móveis

executam uma trajectória rectilínea de 4 metros numa superfície plana. Na segunda

experiência (P2), será provocada uma perturbação aplicando uma força de 32.5g em ambos os

robôs, durante 20 segundos.

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60

As variáveis que serão analisadas são as forças aplicadas ao objecto, a posição de cada

junta e a posição cartesiana do órgão terminal (Figura 7.10 a Figura 7.13).

À semelhança do que já foi enunciado relativamente aos controladores, os resultados

demonstram que o algoritmo de ordem fraccionária é superior, revelando um bom

desempenho e uma elevada robustez para os parâmetros descritos na Tabela 7.13.

Tabela 7.13. Parâmetros do Controlador PID de ordem fraccionária sintonizado com o método PSO

para o robô móvel RR.

Kp Ki Kd λ μ

q1 0.20 1.0x10-3

0.25 0.3 0.9

q2 0.20 1.0x10-3

0.25

Kp Ki Kd λ μ

FX 1.0x10-3

0 1.0x10-3

0.3 0.9

FY 1.0x10-3

0 1.0x10-3

Os valores numéricos adoptados na simulação obtidos com base na aplicação real (i.e.,

plataformas e um objecto específico apresentados no capítulo 6) foram m1 = 0.02 kg,

m2 = 0.02 kg, r1 = 0,141 m, r2 = 0.110 m, J1m = J2m = 3.0 kgm2, J1g = J2g = 3.0 kgm

2,

lb = l0 = 0.15 m, 0 = 0 graus, B1 = B2 = 0.10 Ns.m1

e K1 = K2 = 1 Nm1

.

Figura 7.10. Forças aplicadas no objecto pelos robôs A e B para a experiência P1.

tempo (seg)

forç

a (g

ram

as)

Robô A

Robô B

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61

Figura 7.11. Posição angular da junta q1(t) dos robôs A e B para a experiência P1.

Como é possível verificar na Figura 7.10, ambos os robôs mantêm uma força aplicada

aproximada de 30g. Mais especificamente, o robô A apresenta uma força aplicada de 29,78 ±

1.79g, enquanto o robô B apresenta uma força aplicada de 30,55 ± 1.82g.

Figura 7.12. Posição angular da junta q2(t) dos robôs A e B para a experiência P1.

A posição angular das articulações, q1 e q2, permanecem próximas da configuração

inicialmente programada com alguns pequenos desvios, para ajustar a força aplicada no

objecto.

tempo (seg)

q1 (

gra

us)

tempo (seg)

q2 (

gra

us)

Robô A

Robô B

Robô A

Robô B

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62

Figura 7.13. Trajectórias no espaço cartesiano (x, y) do órgão terminal dos robôs A e B para a

experiência P1.

A Figura 7.13 mostra a posição cartesiana do órgão terminal de ambos os robôs. Como é

possível verificar, quando o órgão terminal de um manipulador fica próximo do eixo y (x = 0),

o outro manipulador afasta-se do eixo y, a fim de superar a força aplicada no objecto.

A experiência P2 tem como objectivo analisar a resposta dinâmica da perturbação, sendo

esta a diferença entre a resposta com e sem perturbação, adquirida previamente em P1.

Figura 7.14. Forças aplicadas no objecto pelos robôs A e B para a experiência P2.

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Robot A

Robot B

x (mm)

y (m

m)

Robô A Robô B

tempo (seg)

forç

a (g

ram

as)

Robô A

Robô B

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63

Após 10 segundos é provocada a perturbação aos dois robôs verificando-se a reacção de

ambos. A Figura 7.14 mostra que ambos os robôs mantêm uma força aplicada aproximada de

mais 2.5g durante a perturbação.

Figura 7.15. Posição angular da junta q1(t) dos robôs A e B para a experiência P2.

Figura 7.16. Posição angular da junta q2(t) dos robôs A e B para a experiência P2.

-5

0

5

10

15

20

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Robot A

Robot B

-5

0

5

10

15

20

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Robot A

Robot B

tempo (seg)

tempo (seg)

q1 (

gra

us)

q

2 (

gra

us)

Robô A

Robô B

Robô A

Robô B

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64

Figura 7.17. Trajectórias no espaço cartesiano (x, y) do órgão terminal dos robôs A e B para a

experiência P2.

A Figura 7.17 mostra que, apesar da existência da perturbação, ambos os manipuladores

tentam superar a força aplicada no objecto. Idealmente, como foi abordado nas simulações, a

resposta do sistema seria independente da dinâmica, no entanto, como o sistema é físico, i.e.,

real, esse está sujeito a efeitos estocásticos, apresentando assim algum ruído nos dados.

160

180

200

220

240

-125 -75 -25 25 75 125

Robot A Robot B

y (m

m)

x (mm)

Robô A Robô B

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65

8 Discussão e Conclusão

Este trabalho abordou a modelação, controlo e simulação de manipuladores robóticos

cooperativos tendo em atenção a existência de fenómenos dinâmicos nas juntas bem como a

construção de duas plataformas móveis equipadas com um manipulador RR.

A modelação de um manipulador RR é simples de se conseguir, após possuir as equações

cinemáticas. No entanto, o mesmo não acontece quando se adiciona mais um manipulador e

um objecto em comum tornando o grau de complexidade elevado devido à dinâmica conjunta

do sistema. Em manipuladores cooperativos é necessário o controlo da posição e força

aplicada no objecto comum, tornando a tarefa eficiente.

No contexto deste projecto, a simulação surge como uma ferramenta essencial para

estudar e prever evoluções de sistemas complexos. Torna-se importante usar esta ferramenta

de forma a validar algoritmos de controlo fornecendo desta forma garantias de sucesso em

plataformas reais. Os resultados obtidos utilizando o ambiente de simulação desenvolvido em

Simulink demonstram que os sistemas dinâmicos com controladores de ordem fraccionária

apresentaram melhor desempenho quando comparados com os controladores clássicos. Essa

superioridade verifica-se sobretudo no overshoot, no tempo de subida e na capacidade que o

controlador PIλD

μ tem em manter um desempenho aproximadamente similar mesmo após a

introdução de fenómenos dinâmicos nas juntas.

Neste contexto, considerou-se a adopção de controladores de ordem fraccionária em dois

manipuladores móveis RR com microcontroladores de 8-bit, em alternativa aos sistemas

clássicos de controlo do tipo PID, com o objectivo de transportar cooperativamente um

objecto. As plataformas móveis foram construídas com dimensões e características similares

para que a cooperação se torne mais eficiente.

Nos resultados experimentais obtidos utilizando as plataformas móveis reais analisaram-

se as forças aplicadas no objecto, bem como as posições angulares das articulações e da

posição cartesiana do órgão terminal demonstrando a influência e a estabilidade de cada

manipulador na tarefa cooperativa.

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67

9 Trabalho Futuro

Apesar dos resultados, um trabalho futuro a desenvolver será o estudo de concepção de

novos algoritmos de controlo, nomeadamente algoritmos adaptativos, fuzzy, genéticos e com

sistemas de aprendizagem idênticos aos seres humanos.

Outra perspectiva de trabalho futuro será desenvolver novas funcionalidades no

simulador incluindo mais restrições. Como nem sempre é possível transportar um objecto

paralelamente ao solo ou que ambas as plataformas se encontrem ao mesmo nível e com a

mesma inclinação, seria interessante testar os comportamentos dos manipuladores. Assim

sendo, uma das possíveis evoluções para este trabalho será permitir parametrizar a pose do

objecto e das plataformas num determinado cenário.

Para além disto, destacam-se ainda outros aspectos que não foram abordados neste

trabalho, mas que são uma perspectiva de evolução, tais como:

Elaborar a animação das trajectórias dos manipuladores móveis com os modelos

3D criados;

Alterar as características do objecto, tais como a sua dimensão, peso e rigidez e

ver os limites da capacidade dos manipuladores;

Conseguir determinar quantos robôs minimalistas seriam necessários para

efectuar determinada tarefa e em quanto é que isso poderia afectar o desempenho

do sistema;

Criar medidas de avaliação tais como a métrica speedup usada na robótica [Balch

et al., 1994] para avaliar a relação entre a melhoria do sistema e o número de

robôs de forma a poder limitar o mesmo;

Explorar o uso da comunicação implícita e como essa pode ser benéfica (i.e.,

evitar sobrecarga da rede) em aplicações com dezenas ou centenas de robôs;

Desenvolver um estudo ou aplicação em ambiente industrial de forma a validar os

pressupostos inerentes às vantagens de múltiplos robôs face a um único robô;

Utilizar diferentes robôs com distintos tipos de locomoção e verificar se o

desempenho dos controladores se mantém;

Incluir sistemas de simulação com detecção de colisões.

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Abordando o problema de uma forma diferente, pode-se aplicar o processo de engenharia

inversa, caracterizando determinado manipulador quanto às suas não linearidades de forma a

classificar o mesmo face a determinado sistema de controlo.

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ANEXO A

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A.1. Simulador do robô RR

Este simulador da Figura A-1 permite obter as posições angulares das juntas do robô,

assim como a posição cartesiana o órgão terminal do mesmo. Portanto, estão implementadas a

cinemática directa e inversa. Permite ainda calcular a manipulabilidade utilizando os dois

métodos enunciados no capítulo 3.2 (página 45), ou seja, o método analítico e o numérico. A

opção simulação possibilita simular uma trajectória pré definida.

Figura A-1. Ambiente do simulador do robô RR.

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A opção Dinâmica (Figura A-2) tem os parâmetros das inércias e massas dos elos do

manipulador.

Figura A-2. Parâmetros da dinâmica do robô.

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Figura A-3. Manipulabilidade analítica do manipulador RR.

Figura A-4. Manipulabilidade numérica do manipulador RR.

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A.2. Simulink

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Figura A-5. Sistema completo de dois robôs e um objecto no Simulink.

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Figura A-6. Controladores de posição, velocidade e força para cada manipulador.

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Figura A-7. Controladores de ordem inteira para a posição e velocidade.

Figura A-8. Controlador de ordem inteira para a força.

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Figura A-9. Controlador PID.

Figura A-10. Controladores de ordem fraccionária para a posição e velocidade.

Figura A-11. Selecção do envolvimento de forças no sistema.

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Figura A-12. Parâmetros do controlador de ordem fraccionária para Simulink.