gerativismo e gramática funcional. a sintaxe universidade de vigo, 2008

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Gerativismo e Gerativismo e Gramática Funcional. Gramática Funcional. A sintaxe A sintaxe Universidade de Vigo, 2008 Universidade de Vigo, 2008

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Page 1: Gerativismo e Gramática Funcional. A sintaxe Universidade de Vigo, 2008

Gerativismo e Gerativismo e Gramática Funcional. Gramática Funcional. A sintaxeA sintaxeUniversidade de Vigo, 2008Universidade de Vigo, 2008

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Noam ChomskyNoam Chomsky

Noam Chomsky (1928)Noam Chomsky (1928)

Forma-se no âmbito da tradiçom Forma-se no âmbito da tradiçom distribucionalista norte-americanadistribucionalista norte-americana

Doutora-se brilhantemente sob a Doutora-se brilhantemente sob a direcçom de Zellig Harris em 1955, direcçom de Zellig Harris em 1955, com a tese intitulada “A estrutura com a tese intitulada “A estrutura lógica da teoria linguística”.lógica da teoria linguística”.

Incorpora-se ao MIT Incorpora-se ao MIT (Massachussets Institute of (Massachussets Institute of Technology) no mesmo ano.Technology) no mesmo ano.

Em 1957 publica um extracto da sua Em 1957 publica um extracto da sua tese, sob o título de tese, sob o título de Estruturas Estruturas SintácticasSintácticas, que vai revolucionar a , que vai revolucionar a linguística teórica. linguística teórica.

Actualmente é mui conhecido Actualmente é mui conhecido também polos seus escritos sobre também polos seus escritos sobre política e economia.política e economia.

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A gramática gerativaA gramática gerativa Translada o seu foco de interesse para o Translada o seu foco de interesse para o

campo da sintaxecampo da sintaxe Suporá umha reacçom contra o Suporá umha reacçom contra o

distribucionalismo distribucionalismo Umha teoria deve explicar os fenómenos, nom só Umha teoria deve explicar os fenómenos, nom só

descrevê-losdescrevê-los Mentalismo (e, portanto, anticondutismo): existe um Mentalismo (e, portanto, anticondutismo): existe um

mecanismo ou dispositivo mental inato que permite a mecanismo ou dispositivo mental inato que permite a aquisiçom linguística. A linguagem é criativa e aquisiçom linguística. A linguagem é criativa e independente do esquema estímulo-resposta independente do esquema estímulo-resposta pressuposto polo condutismo.pressuposto polo condutismo.

O mentalismo implica um carácter psicológico O mentalismo implica um carácter psicológico e, em última instância, biológico para a e, em última instância, biológico para a linguagem.linguagem.

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A gramática gerativaA gramática gerativa

A gramática gerativa compreende na realidade A gramática gerativa compreende na realidade um um conjunto de modelos teóricosconjunto de modelos teóricos que que tenhem em comum a sua intençom de estudar tenhem em comum a sua intençom de estudar o dispositivo mental inato responsável pola o dispositivo mental inato responsável pola produçom linguística.produçom linguística.

Cada um dos modelos propostos representa Cada um dos modelos propostos representa umha tentativa de formalizar esse umha tentativa de formalizar esse conhecimento linguístico de jeito simples, conhecimento linguístico de jeito simples, exaustivo e geral.exaustivo e geral.

Page 5: Gerativismo e Gramática Funcional. A sintaxe Universidade de Vigo, 2008

A gramática gerativaA gramática gerativa Modelos teóricos Modelos teóricos transformacionaistransformacionais::

Teoria PadromTeoria Padrom ( (Standard theoryStandard theory) e ) e Teoria Padrom Teoria Padrom AlargadaAlargada – modelos propostos originalmente por Noam – modelos propostos originalmente por Noam Chomsky que estiverom vigentes até fins dos anos setenta.Chomsky que estiverom vigentes até fins dos anos setenta.

Modelo de princípios e parâmetros. Modelo de princípios e parâmetros. Compreende duas Compreende duas fases:fases: Teoria de recçom e ligamentoTeoria de recçom e ligamento – vigente dos anos oitenta até – vigente dos anos oitenta até

meados dos anos noventa.meados dos anos noventa. Programa minimalistaPrograma minimalista – desde meados da década de noventa – desde meados da década de noventa

até a actualidade.até a actualidade. Outros modelos gerativos forom propostos por outros Outros modelos gerativos forom propostos por outros

autores desde a década de setenta, a partir dos autores desde a década de setenta, a partir dos postulados de Chomsky:postulados de Chomsky: Gramática Léxico-funcionalGramática Léxico-funcional Gramática de estrutura sintagmática generalizadaGramática de estrutura sintagmática generalizada Gramática sintagmática nuclearGramática sintagmática nuclear Gramática relacionalGramática relacional

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A gramática gerativaA gramática gerativa

Princípios básicos do gerativismo:Princípios básicos do gerativismo: Existe umha Existe umha gramática universalgramática universal, responsável , responsável

pola aquisiçom da linguagem, que fai parte da pola aquisiçom da linguagem, que fai parte da herdança genética da espécie humana.herdança genética da espécie humana.

Diferença entre competência e desempenho:Diferença entre competência e desempenho: CompetênciaCompetência: conhecimento linguístico inato de que : conhecimento linguístico inato de que

disponhem os falantes. Será o objecto de interesse do disponhem os falantes. Será o objecto de interesse do linguista. (linguista. ( ~ « ~ «língua» língua» de Saussure, mas de carácter individualde Saussure, mas de carácter individual))

DesempenhoDesempenho: a execuçom da competência. ( ~ «: a execuçom da competência. ( ~ «fala»fala»))

O papel da experiência: Os estímulos linguísticos O papel da experiência: Os estímulos linguísticos contextuais interagem com a gramática universal contextuais interagem com a gramática universal para dar forma a cada língua particular.para dar forma a cada língua particular.

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A gramática gerativaA gramática gerativa Princípios básicos do gerativismo:Princípios básicos do gerativismo:

Recursividade: umha gramática gerativa deve ser capaz de gerar um número Recursividade: umha gramática gerativa deve ser capaz de gerar um número infinito de construções sintácticas a partir dum número limitado de regras e infinito de construções sintácticas a partir dum número limitado de regras e unidades.unidades.

Estrutura Superficial e estrutura profunda. É umha diferenciaçom própria dos Estrutura Superficial e estrutura profunda. É umha diferenciaçom própria dos modelos padrom. Supom que cada sentença dumha língua tem dous níveis modelos padrom. Supom que cada sentença dumha língua tem dous níveis de representaçom.de representaçom.

Estrutura profundaEstrutura profunda: representa o núcleo das relações semânticas da oraçom. O : representa o núcleo das relações semânticas da oraçom. O significado seria umha série de traços mínimos: [+animado], [+animal], [+felídeo] a significado seria umha série de traços mínimos: [+animado], [+animal], [+felídeo] a inserirem-se nos moldes da estrutura profunda.inserirem-se nos moldes da estrutura profunda.

Estrutura superficialEstrutura superficial: está mui próxima da forma fonológica da oraçom. A : está mui próxima da forma fonológica da oraçom. A passagem da estrutura profunda à superficial faria-se por meio de certas regras de passagem da estrutura profunda à superficial faria-se por meio de certas regras de transformaçom.transformaçom.

Chomsky supunha também que as estruturas profundas seriam mui similares Chomsky supunha também que as estruturas profundas seriam mui similares em todas as línguas e aproximariam-se da gramática universal. Existiriam, em todas as línguas e aproximariam-se da gramática universal. Existiriam, por sua vez, um número reduzido de regras básicas capazes de gerar todas por sua vez, um número reduzido de regras básicas capazes de gerar todas as possíveis estruturas profundas. Estas seriam universais e inatas:as possíveis estruturas profundas. Estas seriam universais e inatas:

Regras de baseRegras de base + léxico > + léxico > estrut. prof.estrut. prof. > > regras de transformaçomregras de transformaçom > > estrut. superfestrut. superf..

Forma lógicaForma lógica e e forma fonéticaforma fonética. Som os níveis de representaçom do modelo . Som os níveis de representaçom do modelo minimalista, que vinherom substituir as estruturas profunda e superficial. Nas minimalista, que vinherom substituir as estruturas profunda e superficial. Nas fases mais recentes do desenvolvimento deste modelo já nom som mais fases mais recentes do desenvolvimento deste modelo já nom som mais empregados.empregados.

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A gramática gerativaA gramática gerativa

Estrutura Superficial e estrutura profunda:Estrutura Superficial e estrutura profunda: Mesma estrutura superficial, mas diferentes Mesma estrutura superficial, mas diferentes

estruturas profundas:estruturas profundas: Fijo cortar o cabelo ao seu filhoFijo cortar o cabelo ao seu filho Fijo cortar o cabelo ao cabeleireiroFijo cortar o cabelo ao cabeleireiro

Mesma estrutura profunda, mas diferentes Mesma estrutura profunda, mas diferentes estruturas superficiais:estruturas superficiais: O pequeno comeu o queijoO pequeno comeu o queijo O queijo foi comido polo pequenoO queijo foi comido polo pequeno

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A gramática gerativaA gramática gerativa

Valorizaçom:Valorizaçom: Na realidade, Jakobson já tinha procurado, no Na realidade, Jakobson já tinha procurado, no

âmbito da Fonologia, as estruturas profundas -mais âmbito da Fonologia, as estruturas profundas -mais simples e de alcance mais geral- que geram simples e de alcance mais geral- que geram mediante determinadas regras as complicações e mediante determinadas regras as complicações e ambiguidades das estruturas superficiais.ambiguidades das estruturas superficiais.

No entanto, o gerativismo supujo em seu dia umha No entanto, o gerativismo supujo em seu dia umha importante e necessária reacçom contra o estéril importante e necessária reacçom contra o estéril distribucionalismo norte-americano, limitado à distribucionalismo norte-americano, limitado à análise dos pequenos elementos da linguagem.análise dos pequenos elementos da linguagem.

Actualmente é umha escola que continua a ter Actualmente é umha escola que continua a ter vigência e ser desenvolvida (mesmo por parte do vigência e ser desenvolvida (mesmo por parte do próprio Chomsky), mas já nom conta com os apoios próprio Chomsky), mas já nom conta com os apoios e entusiasmo que provocou aquando do seu e entusiasmo que provocou aquando do seu aparecimento.aparecimento.

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A gramática gerativaA gramática gerativa

Repercussões para a tradutologia:Repercussões para a tradutologia: Certos autores e escolas tradutológicas de base Certos autores e escolas tradutológicas de base

gerativa consideram que a traduçom é realizada gerativa consideram que a traduçom é realizada através das estruturas mais simples comuns às através das estruturas mais simples comuns às duas línguas (p.ex. Nida):duas línguas (p.ex. Nida): AnáliseAnálise: reduçom do TF aos seus núcleos mais simples e : reduçom do TF aos seus núcleos mais simples e

semanticamente mais evidentessemanticamente mais evidentes TransferênciaTransferência: o significado da LF passa para a LA num : o significado da LF passa para a LA num

nível estruturalmente simplesnível estruturalmente simples ReestruturaçomReestruturaçom: geraçom dumha expressom estilística e : geraçom dumha expressom estilística e

semanticamente equivalente na língua da traduçomsemanticamente equivalente na língua da traduçom

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A Gramática A Gramática FuncionalFuncional

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

Simon Dik ocupou a cátedra Simon Dik ocupou a cátedra de linguística geral da de linguística geral da Universidade de Universidade de Amsterdam desde 1969 a Amsterdam desde 1969 a 1994.1994.

Nesse período desenvolveu Nesse período desenvolveu o modelo conhecido como o modelo conhecido como Gramática Funcional.Gramática Funcional.

É discípulo de Michael É discípulo de Michael Halliday, autor da Halliday, autor da denominada gramática denominada gramática sistémico-funcional.sistémico-funcional.

Simon C. Dik (1940 - 1995)Simon C. Dik (1940 - 1995)

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

A gramática funcional concebe a língua como A gramática funcional concebe a língua como um instrumento de comunicaçom, e admite um instrumento de comunicaçom, e admite que esta nom pode tratar-se dum objecto que esta nom pode tratar-se dum objecto autónomo, mas dumha estrutura submetida às autónomo, mas dumha estrutura submetida às circunstâncias próprias das diversas situações circunstâncias próprias das diversas situações comunicativascomunicativas

A estrutura gramatical deve relacionar-se com A estrutura gramatical deve relacionar-se com a situaçom comunicativa no seu conjunto: o a situaçom comunicativa no seu conjunto: o propósito do acto de fala, os seus participantes propósito do acto de fala, os seus participantes e o seu contexto discursivo.e o seu contexto discursivo.

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

O sistema lingüístico, pois, está O sistema lingüístico, pois, está intrinsecamente ligado ao sistema social, ao intrinsecamente ligado ao sistema social, ao uso: uso:

“ “ ...everything that is said or written unfolds in some ...everything that is said or written unfolds in some context of use (...) Language has evolved to satisfy human context of use (...) Language has evolved to satisfy human needs...” (Halliday, 1985)needs...” (Halliday, 1985)

A gramática funcional estuda como som A gramática funcional estuda como som empregadas as palavras, sintagmas e empregadas as palavras, sintagmas e orações, e a adequaçom desses elementos orações, e a adequaçom desses elementos segundo o contexto e situaçom comunicativa segundo o contexto e situaçom comunicativa em que se utilizaremem que se utilizarem

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

P.ex: Dik propom um modelo de P.ex: Dik propom um modelo de interacçom verbal que tem lugar em interacçom verbal que tem lugar em torno de umha expressom linguística, torno de umha expressom linguística, mas esta tem só o papel de mediadora mas esta tem só o papel de mediadora entre os falantes. Um falante deseja entre os falantes. Um falante deseja obter umha modificaçom na informaçom obter umha modificaçom na informaçom pragmática do outro, enquanto o outro pragmática do outro, enquanto o outro antecipa e reconstrói essa informaçom, antecipa e reconstrói essa informaçom, reactivando todo o modelo: reactivando todo o modelo:

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

A atençom ao contexto é um elemento comum às outras A atençom ao contexto é um elemento comum às outras focagens próprias do funcionalismo linguístico, mas há focagens próprias do funcionalismo linguístico, mas há uma diferença decorrente do conceito de funçom. Para a uma diferença decorrente do conceito de funçom. Para a gramática funcional a funçom alicerça-se no conceito de gramática funcional a funçom alicerça-se no conceito de relaçom, enquanto para as outras correntes se alicerça relaçom, enquanto para as outras correntes se alicerça no contexto.no contexto.

Esta atençom às relações linguísticas fai-lhes criticar Esta atençom às relações linguísticas fai-lhes criticar outras focagens, especialmente o gerativismo, dado que outras focagens, especialmente o gerativismo, dado que estas concediam maior importância às noções estas concediam maior importância às noções categoriais. A gramática funcional, no entanto, centra-se categoriais. A gramática funcional, no entanto, centra-se no componente funcional, ou seja,nas relações. no componente funcional, ou seja,nas relações. Isto implica que umha mesma categoria (adjectivo, frase Isto implica que umha mesma categoria (adjectivo, frase

adjectiva, cláusula, etc) poderá desenvolver diferentes funções adjectiva, cláusula, etc) poderá desenvolver diferentes funções (núcleo, predicado, modificador...etc.)(núcleo, predicado, modificador...etc.)

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

Por outro lado, as diferentes funções Por outro lado, as diferentes funções acontecem em três diferentes níveis de acontecem em três diferentes níveis de estruturaçom:estruturaçom: semânticosemântico: refere-se ao papel semântico que : refere-se ao papel semântico que

desenvolvem os referentes: Agente, Paciente, desenvolvem os referentes: Agente, Paciente, Acçom... Acçom...

sintácticosintáctico: inclui as funções sintácticas: : inclui as funções sintácticas: Complemento Indirecto, Predicado, Modificador...Complemento Indirecto, Predicado, Modificador...

pragmáticopragmático: remete para o valor informativo dos : remete para o valor informativo dos componentes do enunciado: Tema, rema...componentes do enunciado: Tema, rema...

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

Os esquemas sintácticos estarám relacionados Os esquemas sintácticos estarám relacionados com os esquemas semânticos subjacentes, com os esquemas semânticos subjacentes, ainda que nom biunivocamente. Umha mesma ainda que nom biunivocamente. Umha mesma funçom semântica pode remeter para mais funçom semântica pode remeter para mais dumha funçom sintáctica, e vice-versa:dumha funçom sintáctica, e vice-versa: Joam comprou um livro (Agente + Acçom + Termo)Joam comprou um livro (Agente + Acçom + Termo) O livro foi comprado por Joam (Termo + Acçom + O livro foi comprado por Joam (Termo + Acçom +

Agente)Agente)

Os esquemas semânticos, por sua vez, Os esquemas semânticos, por sua vez, dependem das características semânticas dependem das características semânticas (valenciais) do predicado:(valenciais) do predicado:

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A Gramática FuncionalA Gramática Funcional

O interesse da gramática funcional polo O interesse da gramática funcional polo contexto e polo uso da língua, insere-a, a contexto e polo uso da língua, insere-a, a través de Halliday e Firth, numha través de Halliday e Firth, numha tradiçom linguística britânica, de corte tradiçom linguística britânica, de corte empirista, que constitui o quadro teórico empirista, que constitui o quadro teórico que substenta actualmente a conhecida que substenta actualmente a conhecida como como linguística com corporalinguística com corpora..

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A SintaxeA Sintaxe

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A SintaxeA Sintaxe

Gramática = Morfologia + Sintaxe (morfo-Gramática = Morfologia + Sintaxe (morfo-sintaxe)sintaxe)

Análise gramatical: segmentaçom de umha Análise gramatical: segmentaçom de umha sequência tantas vezes como seja preciso sequência tantas vezes como seja preciso para chegar aos elementos mínimos que a para chegar aos elementos mínimos que a constituem.constituem.

No caso da análise sintáctica, a análise No caso da análise sintáctica, a análise detém-se ao atingir a unidade palavra. A partir detém-se ao atingir a unidade palavra. A partir daí começa a análise morfológica.daí começa a análise morfológica.

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A SintaxeA Sintaxe

A análise dumha expressom pode ser A análise dumha expressom pode ser realizada com critérios e factores que realizada com critérios e factores que mudam segundo as diferentes mudam segundo as diferentes aproximações. Para o aproximações. Para o funcionalismofuncionalismo, a , a funçom sintáctica a desempenharem os funçom sintáctica a desempenharem os diversos elementos será o factor decisivo diversos elementos será o factor decisivo para a organizaçom das sequênciaspara a organizaçom das sequências

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A SintaxeA Sintaxe

Na análise funcional o texto vai sendo dividido Na análise funcional o texto vai sendo dividido progressivamente nos elementos funcionais que progressivamente nos elementos funcionais que se acham nele, tendo em conta quese acham nele, tendo em conta que

a) nom há implicaçom mútua constante entre tipo e a) nom há implicaçom mútua constante entre tipo e subtipo de unidade e o valor funcional. As unidades subtipo de unidade e o valor funcional. As unidades definirám-se polos seus traços internos, nom pola sua definirám-se polos seus traços internos, nom pola sua funçom. funçom. Nos esquemas de representaçom sintáctica de índole Nos esquemas de representaçom sintáctica de índole

funcionalista costuma representar-se as funções em letra funcionalista costuma representar-se as funções em letra maiúscula e as unidades em letra minúscula.maiúscula e as unidades em letra minúscula.

b) nom há axiomas binaristas na segmentaçomb) nom há axiomas binaristas na segmentaçom

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A SintaxeA Sintaxe

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Relações sintácticasRelações sintácticas Saussure estabelece umha primeira diferença:Saussure estabelece umha primeira diferença:

Relações associativasRelações associativas (ou (ou in absentiain absentia). Hjelmslev ). Hjelmslev redefinirá o conceito e denominará-as redefinirá o conceito e denominará-as paradigmáticasparadigmáticas. Som as relações que se . Som as relações que se estabelecem entre umha unidade lingüística estabelecem entre umha unidade lingüística pertencente a umha cadeia e todas as unidades que pertencente a umha cadeia e todas as unidades que poderiam desempenhar a sua mesma funçompoderiam desempenhar a sua mesma funçom

Relações sintagmáticasRelações sintagmáticas (ou (ou in praesentiain praesentia). Relaçom ). Relaçom que se estabelece entre os elementos copresentes que se estabelece entre os elementos copresentes pertencentes a umha mesma cadeia. Se os pertencentes a umha mesma cadeia. Se os elementos nom pertencerem à mesma cadeia seriam, elementos nom pertencerem à mesma cadeia seriam, em todo o caso, relações sintagmáticas indirectas.em todo o caso, relações sintagmáticas indirectas. Cadeia linguísticaCadeia linguística: unidade constituída por outras de nível inferior : unidade constituída por outras de nível inferior

e com um valor global unitário, global, na unidade superior em que e com um valor global unitário, global, na unidade superior em que se integra.se integra.

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Relações sintácticasRelações sintácticas

Há, primariamente, dous tipos de Há, primariamente, dous tipos de relações sintagmáticas:relações sintagmáticas:

Relações todo-parte (ou parte-todo)Relações todo-parte (ou parte-todo) Relações parte-parte Relações parte-parte

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Relações sintácticasRelações sintácticas

Relações todo-parte (e parte-todo): tenhem lugar Relações todo-parte (e parte-todo): tenhem lugar quando umha unidade está formada por outras quando umha unidade está formada por outras unidades de nível inferior (ou seja, quando nom é unidades de nível inferior (ou seja, quando nom é umha unidade mínima).umha unidade mínima). Relações constitutivasRelações constitutivas ( (todo-partetodo-parte) e ) e relações integrativasrelações integrativas

((parte-todoparte-todo): som de tipo geral e estám presentes sempre que ): som de tipo geral e estám presentes sempre que nom se trata de unidades mínimas.nom se trata de unidades mínimas. Há elementos a manterem relações integrativas que som Há elementos a manterem relações integrativas que som

constantes e outros variáveis (prescindíveis). constantes e outros variáveis (prescindíveis). P.ex: //O cam// COME// o ossoP.ex: //O cam// COME// o osso (o 2º é constante)(o 2º é constante)

Relações funcionaisRelações funcionais: o valor organizativo, de carácter formal : o valor organizativo, de carácter formal (nom substancial), que adquire um elemento ao integrar-se (nom substancial), que adquire um elemento ao integrar-se numha unidade superior e que expressa um valor semântico numha unidade superior e que expressa um valor semântico determinado. Dam-se naquelas unidades cuja flexibilidade determinado. Dam-se naquelas unidades cuja flexibilidade estrutural permite várias formas de integraçom (ou seja, nas estrutural permite várias formas de integraçom (ou seja, nas unidades sintácticas).unidades sintácticas).

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Relações sintácticasRelações sintácticas Relações parte-parte: Dam-se entre unidades do mesmo nível de Relações parte-parte: Dam-se entre unidades do mesmo nível de

estrutura hierárquica a fazerem parte dumha outra unidade superior.estrutura hierárquica a fazerem parte dumha outra unidade superior.

Relações sequenciaisRelações sequenciais: tenhem lugar entre todos aqueles constituintes : tenhem lugar entre todos aqueles constituintes que, pola sua própria natureza sonora -ou gráfica- tenhem de ordenar-se que, pola sua própria natureza sonora -ou gráfica- tenhem de ordenar-se sucessivamente. Só fai sentido falar em relações sequenciais entre sucessivamente. Só fai sentido falar em relações sequenciais entre constituintes directos dumha mesma unidade.constituintes directos dumha mesma unidade.

Relações conectivasRelações conectivas: o valor concreto de cada elemento depende da : o valor concreto de cada elemento depende da necessidade que este apresenta da presença de outros elementos do necessidade que este apresenta da presença de outros elementos do seu mesmo nível (dentro dum mesmo sintagma). Há três tipos, definidos seu mesmo nível (dentro dum mesmo sintagma). Há três tipos, definidos pola Glosemática:pola Glosemática:

InterdependênciaInterdependência (ou (ou interordinaçominterordinaçom): relaçom entre duas (ou mais) ): relaçom entre duas (ou mais) unidades em que a presença de cada umha delas é necessária para a unidades em que a presença de cada umha delas é necessária para a presença da(s) outra(s).presença da(s) outra(s).

DeterminaçomDeterminaçom (ou (ou subordinaçomsubordinaçom): relaçom entre duas ou mais unidades em ): relaçom entre duas ou mais unidades em que a presença dumha delas é necessária para a presença das outras, mas que a presença dumha delas é necessária para a presença das outras, mas nom ao contrário.nom ao contrário.

ConstelaçomConstelaçom (ou (ou coordenaçomcoordenaçom): relaçom entre duas ou mais unidades em ): relaçom entre duas ou mais unidades em que a presença de cada umha delas nom é necessária para a presença das que a presença de cada umha delas nom é necessária para a presença das demais.demais.

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Modelos de análise Modelos de análise sintácticasintáctica

Constitutivos: o seu fim é a descriçom da Constitutivos: o seu fim é a descriçom da estrutura constitutiva das unidades sintácticasestrutura constitutiva das unidades sintácticas

Dependenciais: partem do estudo das relações Dependenciais: partem do estudo das relações entre as partes para estabelecer a estrutura entre as partes para estabelecer a estrutura das unidadesdas unidades

Mistos: participam de algumha das Mistos: participam de algumha das características dos outros douscaracterísticas dos outros dous

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Unidades sintácticasUnidades sintácticas Definem-se pola sua organizaçom interna e pola sua Definem-se pola sua organizaçom interna e pola sua

capacidade para formarem enunciadoscapacidade para formarem enunciados Critérios:Critérios:

a) Unidades endocêntricas e exocêntricasa) Unidades endocêntricas e exocêntricas Unidades endocêntricasUnidades endocêntricas: um dos seus elementos pode : um dos seus elementos pode

desenvolver o papel da unidade de que fai parte. Denomina-se desenvolver o papel da unidade de que fai parte. Denomina-se Núcleo. O outro chama-se modificador.Núcleo. O outro chama-se modificador.

Unidades exocêntricasUnidades exocêntricas: nengum dos seus elementos pode : nengum dos seus elementos pode desenvolver o papel da unidade de que fai parte.desenvolver o papel da unidade de que fai parte.

b) Unidades simples e complexas:b) Unidades simples e complexas: Unidades simplesUnidades simples: Estám formadas por unidades de níveis : Estám formadas por unidades de níveis

inferioresinferiores Unidades complexasUnidades complexas: Estám formadas por umha ou mais : Estám formadas por umha ou mais

unidades de nível igual ou superiorunidades de nível igual ou superior C) Unidades dependentes e independentes:C) Unidades dependentes e independentes:

Unidades independentesUnidades independentes: podem formar enunciados por si : podem formar enunciados por si mesmasmesmas

Unidades dependentesUnidades dependentes: som incapazes de formar enunciados: som incapazes de formar enunciados

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Unidades sintácticasUnidades sintácticas

Unidade Unidade palavrapalavra: Unidade mínima da : Unidade mínima da análise sintáctica.análise sintáctica. Problemas para a sua definiçomProblemas para a sua definiçom

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Unidades sintácticasUnidades sintácticas

Unidade Unidade frasefrase: : Carece dum elemento obrigatórioCarece dum elemento obrigatório Com conexom de subordinaçom (carácter Com conexom de subordinaçom (carácter

endocêntrico):endocêntrico): Frase substantivaFrase substantiva: o núcleo é um substantivo : o núcleo é um substantivo Frase adjectivaFrase adjectiva: o núcleo é um adjectivo: o núcleo é um adjectivo Frase adverbialFrase adverbial: o núcleo é um advérbio: o núcleo é um advérbio

Com conexom de interordinaçom (carácter Com conexom de interordinaçom (carácter exocêntrico):exocêntrico): Frase nominalFrase nominal: Um dos elementos desenvolve a funçom : Um dos elementos desenvolve a funçom

de determinante e o outro age como um nominal.de determinante e o outro age como um nominal. Frase preposicionalFrase preposicional: sintagma constituído por umha : sintagma constituído por umha

preposiçom e um outro elemento, que desenvolvem as preposiçom e um outro elemento, que desenvolvem as funções de director e termo.funções de director e termo.

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Unidades sintácticasUnidades sintácticas

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Unidades sintácticasUnidades sintácticas

Unidade Unidade cláusulacláusula: Unidade caracterizada por : Unidade caracterizada por possuir um elemento a desenvolver a funçom possuir um elemento a desenvolver a funçom de Predicado. Nos casos mais claros será um de Predicado. Nos casos mais claros será um verbo em forma pessoal.verbo em forma pessoal. Compreende as chamadas “orações simples” da Compreende as chamadas “orações simples” da

gramática tradicional e as compostas por gramática tradicional e as compostas por subordinaçom que apresentam um esquema de subordinaçom que apresentam um esquema de elementos funcionais agrupados em torno a um elementos funcionais agrupados em torno a um predicado (Trata-se só de recursividade).predicado (Trata-se só de recursividade).

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Unidade Unidade oraçomoraçom: : Carece dum elemento Carece dum elemento obrigatório. Possui umha estrutura bipolar, com obrigatório. Possui umha estrutura bipolar, com umha relaçom de interordinaçom entre os seus umha relaçom de interordinaçom entre os seus membrosmembros