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    NOTAS DE FILOSOFIA EHISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

    A. Primeira Introduço. Por !ue e"tudar Fi#o"o$iae Hi"t%ria da Edu&aço'

    (. Se)unda Introduço. Situaço Hi"t%ri&a do*undo Anti)o.

    +. O IN,CIO DA FILOSOFIA NA -RCIA.

    /. A CONTE*PLAÇÃO DA NATURE0A NOSPRI*EIROS PRSOCR1TICOS.

    2. PIT1-ORAS.

    3. PAR*4NIDES. Primeira Parte.

    5. PAR*4NIDES. Se)unda Parte.

    6. FILOSOFIA E EDUCAÇÃO E* ATENAS NO ANO357 AC.

    8. 0ENÃO 9 SÓCRATES.

    :. OS SOFISTAS.

    ;. SÓCRATES.

    +7. PLATÃO.

    Texto disponível para Download no site de

     Introdução ao Cristianismosegundo a obra de

     Santo Tomás de Aquino e Hugo de S !itor 

    "ttp#$$www%ristianismoorgbr "ttp#$$wwwterravistapt$&a'are$()*+$ "ttp#$$wwwa%%io%ombr$&a'are$()*+$ 

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    Nota" de FHE

    Primeira Introduço

    Por !ue e"tudar Fi#o"o$iae Hi"t%ria da Edu&aço'

    Vocês que estão aqui presentes serão, daqui a alguns anos, professores.Escolheram livremente dedicarem suas vidas ao Magistério e é de presumir-se que o fizeram porque tem amor ao ensino. Daqui a alguns anos ser-lhes-ão confiados alunos deseosos deaprender pelos motivos os mais diversos, ainda que nem sempre pelo amor ao sa!er, e talvez possaca!er a vocês despertarem em seus alunos esta voca"ão. De qualquer maneira, considerando as poucas vantagens materiais que o Magistério oferece atualmente, se nem sempre os alunos sededicam ao aprendizado por verdadeiro amor ao sa!er, é prov#vel que muitos, ou pelo menosalguns dos futuros professores tenham pelo menos um gérmen, uma semente do verdadeiro amor ao ensino.

    $ !astante prov#vel, por causa disso, que verifiquem, ao iniciarem suas carreiras

    como professores, que as condi"%es, o modo, o método pelo qual pais, alunos e diretores esperamque vocês ensinem não seam os ideais para se o!terem os resultados que se espera que o professor alcance. &rão, pois, querer melhorar' irão propor algumas pequenas mudan"as, destasque são permitidas a cada in(cio de ano escolar a todo professor, tais como mudar o livro te)to,mudar o sistema de avalia"ão, mudar a did#tica das aulas. Mesmo assim, é poss(vel que oresultado ainda dei)e muito a desear. *alvez então venham a perce!er que o pro!lema é mais profundo, que talvez não se trate apenas de uma questão de métodos, mas tam!ém de o!etivos.

    *odo professor pode mudar os o!etivos a perseguir no in(cio do ano letivo,dentro de certos limites. Mas ir mais além destes # não seria poss(vel, porque o professor est#vinculado, em seu tra!alho, ao tra!alho de todos os demais professores que seus alunos # tiveram,que estão tendo e que terão no futuro, dos quais, em!ora não sai!amos de antemão os seusnomes, # sa!emos apro)imadamente o que irão ensinar aos nossos alunos. +ssim, os o!etivos doensino no curso prim#rio estão vinculados aos o!etivos do ensino na niversidade e vice versa.+inda que a professora prim#ria não se aperce!a disso e ainda que a maioria dos seus alunos nãocheguem mesmo aos cursos superiores, o ensino que ela é chamada a ministrar depende daconcep"ão e dos o!etivos que estão por tr#s do ensino superior, e de muitas mais coisas que parecem estar aparentemente além da fun"ão da professora prim#ria propriamente dita. arareela!orar ou mesmo aprimorar os o!etivos do ensino prim#rio seria necess#rio, portanto,reela!orar os o!etivos do sistema educacional como um todo. oder(amos então perguntar se isto

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    não poderia ser feito. e não seria poss(vel propor uma concep"ão mais aprimorada para o sistemaeducacional vigente.

    ara responder a esta pergunta, devemos primeiramente o!servar quatro pontos,quatro aspectos que esta questão nos coloca e que ao mesmo tempo servirão ppara nos dar um primeiro, mas ainda pequeno, vislum!re do motivo pelo qual estudar /ilosofia e 0ist1ria daEduca"ão para a forma"ão dos futuros professores.

    Em primeiro lugar, antes de propor uma nova concep"ão e novos o!etivos para osistema educacional vigente, deveremos perguntar se realmente sa!emos quais são as concep"%ese os o!etivos do sistema de ensino vigente no momento. urge a( uma primeira dificuldade e umainesperada surpresa. 2a sociedade moderna praticamente ninguém e nenhum educador sa!er#responder e)atamente a esta pergunta. 2inguém sa!e ao certo qual é o o!etivo e)ato que osistema educacional vigente persegue. ode parecer estranho que se fa"a uma afirma"ão destas,ainda mais porque a 3ei de Diretrizes e 4ases da Educa"ão tem uma ustifica"ão oficial demotivos. +demais, haver# ainda muitos outros que irão supor que podem responder a esta pergunta. Mas, e)aminando mais detalhadamente estas respostas, mesmo que sea a dos autores da

    3ei de Diretrizes e 4ases, su!metidas a um e)ame mais rigoroso, iremos verificar que estas nãosão respostas realmente satisfat1rias. 5 sistema de ensino tal como e)iste hoe é em grande parte produto de for"as hist1ricas, econ6micas e sociais que nem sempre operaram de modo consciente.De alguma maneira, o sistema atual de ensino é este porque é isto que a sociedade em seuconunto e)ige. ara entendermos porque ele é assim e não diferente, e portanto, podermos pensar mais realisticamente em modific#-lo a fundo, devemos então primeiro compreender como ele sedesenvolveu até chegar a este ponto' e esta hist1ria, conforme veremos, tem apro)imadamente, nonosso caso, cinco mil anos de dura"ão.

    Em segundo lugar, não !asta compreender por que o ensino é o que é' énecess#rio tam!ém sermos capazes de compreender o que ele poderia ter sido ou como ele poder#

    ser.Esta questão # não é mais hist1rica. 7onsiderada em pequena escala, considerada apenas emalguns aspectos, esta questão poder# ser talvez um pro!lema de did#tica, um pro!lema de psicologia do aprendizado, ou de qualquer outra disciplina técnica pedag1gica. Mas, consideradaem toda a sua amplitude, a mesma questão passar# a ser um pro!lema fundamentalmentefilos1fico. Vamos tomar um e)emplo para ilustrar. 2o ensino n1s formamos o homem' haver#tam!ém quem pense que no ensino formamos igualmente a futura sociedade. Vamos dei)ar estesegundo aspecto de lado e ficar apenas no homem. 2o ensino n1s formamos o homem. 5 o!etivodo homem é aquilo que é !om para o homem. e é assim, porém, o que é que é !om para ohomem8 ara respondermos a esta pergunta, teremos que responder primeiro o que é o homem. +questão do o!etivo do ensino, assim, depende da questão da concep"ão do homem e esta é umaquestão filos1fica. 9ualquer educador que não perce!er isto claramente, ao propor qualquer reforma do ensino, fatalmente ir# apresentar apenas reformas de métodos, nunca de o!etivos.ara propor uma reforma mais profunda, uma reforma que sea uma contri!ui"ão e um progressosu!stancial para a sociedade, o educador ter# que compreender primeiro claramente qual é aconcep"ão de homem que est# impl(cita no sistema vigente' depois, ter# que compreender claramente quais seriam outras poss(veis concep"%es de homem' dever# tam!ém sa!er discernir qual delas representa um progresso em rela"ão :s outras' somente a partir da( poder# propor umamelhoria essencial na Educa"ão.

    5ra, todas estas quest%es são quest%es filos1ficas. Vemos, portanto, que a/ilosofia est# longe de ser apenas uma diversão de esp(rito para o educador. +o contr#rio, é a

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     pr1pria !ase so!re a qual se assentam as possi!ilidades de um verdadeiro progresso para o ensino.Enquanto o educador não se torna fil1sofo, ele é simplesmente um instrumento inconsciente,quase que como um aut6mato controlado pelas leis da Educa"ão que, por sua vez, estão entregues: mercê de for"as hist1ricas as quais muitas vezes, so! o disfarce do desenvolvimento tecnol1gico, podem não ser mais do que a e)pressão de instintos primitivos da natureza, da simples luta pelaso!revivência, em vez de uma verdadeira !usca de uma plena realiza"ão do homem.

    +o chegarmos a este ponto, entra porém em cena uma terceira dificuldade.erguntamos por uma concep"ão de homem. 9ue seria isto, diremos n1s, senão perguntar coisasdo seguinte tipo; 5 que é o homem8 or que ele e)iste8 7om que finalidade ele e)iste8 5ra, se éisto mesmo, então parece que estas perguntas não têm resposta. 2enhum de n1s sa!e respondê-las. e perguntarmos aos nossos conhecidos, aos nossos vizinhos, ao motorista do t#)i, ao ornaleiro, ao pol(tico, ao professor, tam!ém não o sa!erão dizer. e a!rirmos o ornal, a revistasemanal, se ligarmos o r#dio ou a televisão, tam!ém não iremos encontrar nenhuma resposta. einsistirmos e e)igirmos de todas estas pessoas que respondam, nos darão respostas infantis,respostas que não sa!erão ustificar e das quais elas pr1prias não têm certeza. +demais, nuncaouvimos falar que tais respostas tivessem sido dadas, dirão vocês. + conclusão que parece se tirar 

    da( é que tais respostas não e)istem e que talvez nem possam e)istir.

    9ue se poder# a estas dificuldades8 2o momento, apenas que um estudo maisaprofundado é capaz de mostrar que houve na 0ist1ria grandes mestres de /ilosofia que tentaramresponder seriamente a tais perguntas e que, independentemente do pro!lema de se sa!er aqui seeles acertaram ou não, foram tam!ém capazes de ustific#-las de modo incomum. E que, talvezdevido : profundidade de suas respostas e :s e)igências particulares necess#rias para compreendê-las, a grande massa da humanidade, aquela que ustamente aca!ou organizando o atual sistema deensino, não foi capaz de a!arc#-las. 5 que significa que, se queremos e)aminar tais pro!lemas,ser# de fato in

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    Vamos e)aminar primeiro a civiliza"ão he!raica, até a p#gina sétima destas notas.Depois, a grega, até a décima segunda. /inalmente, a romana da décima terceira : vigésimaquarta.

    I

    ara compreender o surgimento da civiliza"ão he!raica, cuo in(cio dataapro)imadamente de =.>>> +7, é preciso sa!er que os primeiros relatos hist1ricos, isto é, relatosescritos que temos do homem datam de pouco antes do ano C.>>> +7, mil anos, portanto, antesdo in(cio da hist1ria que propriamente nos interessa. 5 per(odo anterior : época que se inicia coma escrita é chamado de per(odo pré hist1rico.

    or volta do ano C.>>> +7 havia três civiliza"%es no mundo que conheciam aescrita, todas elas que se desenvolveram ao longo do curso de grandes rios; os umérios, osEg(pcios e uma terceira recentemente desco!erta que floresceu ao longo do rio 0indo na regiãodo atual aquistão.

    5s sumérios estavam organizados em uma federa"ão de cidades ao longo daMesopotmia, no lugar em que hoe fica o &raque. $ um lugar fértil, prop(cio : agricultura, ondecorrem os rios *igre e Eufrates. 5s sumérios estavam organizados em cidades independentes, asquais, porém, tinham escrita, cultura e religião em comum.

    F# os eg(pcios estavam su!metidos ao poder a!soluto de um

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    e serás bendito Abençoarei os que te abençoarem-

    e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem0em ti serão benditas todas as naç1es da terra,

    Gen. ?=

    +!raão, pois, a!andonou sua terra e foi morar na terra de 7anaan, atualmente alestina ou &srael.3# Deus lhe falou novamente que haveria de dar aquela terra : sua posteridade.

    +!raão teve um filho chamado &saac, e deste um neto chamado Fac1. +m!osha!itaram a terra de 7anaan levando uma vida semi n6made como pastores. 9uando Fac1, maistarde, # tinha doze filhos, uma terr(vel fome assolou o mundo da época e o o!rigou a se transferir  para o Egito com os seus filhos, onde se esta!eleceu na região da desem!ocadura do rio 2ilochamada terra de Gezem.

    5s doze filhos de Fac1 se multiplicaram de tal modo na terra do Egito queaca!ram se tornando um povo dentro de outro povo' este povo foi chamado de he!reu ou udeu,sendo pois até hoe os udeus os descendentes de +!raão. + multiplica"ão do povo udeu em terraseg(pcias foi tão grande que o /ara1 ulgou que deveria su!metê-los : escravidão para evitar um poss(vel levante contgra os eg(pcios. Este estado de escravidão durou apro)imadamente até aoano ?.=>> +7, quando o udeu Moisés rece!eu unto ao Monte inai uma ordem de Deus para sedirigir ao /ara1 e e)igir dele a li!erdade para o seu povo.

    7omo o /ara1 não aceitasse as e)igências de Moisés, Deus enviou por meio deleaos eg(pcios as ?> pragas descritas no H)odo, até que, ap1s a décima, o /ara1 cedeu e dei)ou o povo udeu partir. +travessaram os udeus as #guas do Mar Vermelho que se a!riram ao toque do

     !astão de Moisés, e passando pelo leito en)uto do mar chegaram ao pé do Monte inai, ondeMoisés rece!eu a *#!ua dos ?> Mandamentos.

    Mas, além dos ?> Mandamentos Moisés esta!eleceu uma longa legisla"ão moral, udicial e cerimonial, que formou a !ase de toda a cultura he!raica posterior. Esta legisla"ão, cheiade sa!edoria e de padr%es muito mais elevados do que de todos os povos da época, est# contidanos cinco primeiros livros da 4(!lia denominados em grego entateuco e em he!raicosimplesmente de *or#, ou 3ei.

    +p1s rece!erem todas estas leis e caminharem durante I> anos pelo deserto, oshe!reus entraram finalmente na terra da alestina da qual se apoderaram militarmente e passaram anela viver. Durante cerca de duzentos anos viveram assim na terra de 7anaan em umaconfedera"ão de doze tri!os, correspondentes aos descendentes dos doze filhos de Fac1, neto de+!raão, sem rei nem governo central, unidos apenas pela descendência, e hist1ria comum e pelasleis que Moisés lhes havia esta!elecido.

    +pro)imadamente no ano J>> +7 a pedido do povo o profeta amuel ungiu o primeiro rei dos udeus, chamado aul, o qual se suicidou alguns anos mais tarde diante de uma !atalha perdida.

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    nem religiosa, nem se misturaram com os outros povos mesopotmicos. +o contr#rio, passaram ase reunir aos s#!ados para lerem a 3ei de Moisés' as casa em que estas reuni%es eram feitas passaram com o tempo a constituir as primeiras sinagogas. ma parte do povo come"ou a sededicar ao estudo da lei de Moisés para poder coment#-la nestas reuni%es' surgiram então os primeiro ra!inos e, em torno deles, alunos que come"aram a formar as primeiras academias deteologia. 2estas academias era proi!ido o uso de quaisquer livros além da *or#' todos oscoment#rios dos grandes ra!inos tinham que ser guardados de mem1ria e passados de gera"ão emgera"ão, de professor a aluno, oralmente e com fidelidade.

    urgiram tam!ém na época que precedeu o e)(lio da 4a!il6nia, durante o e)(lio eap1s o mesmo, os grandes profetas que marcaram a vida do povo udeu e dei)aram livros escritos;Elias e Eliseu, que viveram no @eino do 2orte' &sa(as e Feremias, que viveram no @eino do ul,todos estes antes do e)(lio' Ezequiel, durante o e)(lio, viveu na 4a!il6nia' e Daniel, da época posterior ao e)(lio, tam!ém viveu, em!ora udeu, como funcion#rio na c6rte do &mpério ersa.

    etenta anos ap1s a deporta"ão dos udeus para a 4a!il6nia, em B=? +7, o rei7iro dos persas conquistou o &mpério 4a!il6nico e li!ertou o povo udeu para retornar a

    Ferusalém e reconstru(rem a p#tria. *am!ém nesta época os persas conseguiram a fa"anha militar de, pela primeira vez na hist1ria, derrotarem as for"as militares do Egito na !atalha de elusa,levando e)ilados para a Mesopotmia a c6rte do /ara1 e todos os s#!ios do Egito. /oi isto o fimda civiliza"ão eg(pcia, que # tinha quase três milênios de dura"ão.

    Desta maneira, na 0ist1ria +ntiga, houve duas regi%es em que houve povosaltamente civilizados, uma ao longo do rio 2ilo e outra ao longo dos rios *igre e Eufrates. 2a primeira, os eg(pcios permaneceram estavelmente durante quase três milênios. 2a segunda,assistiu-se : sucessão dos sumérios, dos !a!il6nios, dos ass(rios, dos !a!il6nios novamente e dos persas. 5s persas, que sucederam os !a!il6nios na Mesopotmia, se tornaram a maior potênciamilitar que a hist1ria tinha visto até o momento e donos de toda a Osia, incluindo o Egito, o

    5riente Médio, a atual *urquia, a Mesopotmia e estendendo seu poderio até as regi%es da Pndia.Durante toda esta época a hist1ria do povo udeu foi uma série de vicissitudes

    entre as for"as pol(ticas dos eg(pcios e dos mesopotmios. 9uando, ap1s a conquista da 4a!il6niae do Egito pelos persas, estes puderam voltar para a alestina e reconstruir a cidade de Ferusaléme o *emplo de alomão destru(do pelos !a!il6nios, a maior parte do +ntigo *estamento # haviasido escrito e foi então que come"ou a marcar presen"a no mundo a civiliza"ão grega, a segundadas três que compuseram a nossa a aparecer na hist1ria.

    + fonte hist1rica para o conhecimento da civiliza"ão he!raica desta época é quaseque e)clusivamente a agrada Escritura. + hist1ria de +!raão, de seu filho &saac e seu neto Fac1, ede sua mudan"a para o Egito est# contada no livro de Gênesis, do cap(tulo ?= até ao fim.

    + li!erta"ão do povo udeu do Egito feita por meio de Moisés é narrada no livrodo H)odo, do in(cio até o cap(tulo =>.

    +s leis dadas por Moisés ao povo udeu, e sua estada de I> anos no deserto énarrada no restande do livro do H)odo, no 3ev(tico, 2

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    5s primeiros dois ou três séculos em que os udeus viveram na terra de 7anaansem terem reis como governantes são narrados no livro dos Fu(zes.

    + hist1ria do profeta amuel e de como ele consagrou aul como primeiro rei de&srael, untamente com o relato de seu reinado encontra-se no primeiro livro de amuel.

    + narrativa do reinado de Davi que sucedeu a aul e conquistou a cidade deFerusalém encontra-se no egundo 3ivro de amuel.

    5 reinado de alomão e a constru"ão do templo de Ferusalém encontra-se nosonze primeiros cap(tulos do rimeiro 3ivro dos @eis.

    + divisão do povo udeu no @eino do 2orte de &srael e no @eino de Fu# ao sul atéa conquista do @eino do 2orte pelos ass(rios e do ul pelos !a!il6nios encontra-se no restante do primeiro livro dos reis e todos o egundo 3ivro dos @eis.

    5s setenta anos de e)(lio na 4a!il6nia por parte do @eino de Fud# não estãocontados em nenhum livro da 4(!lia' h# referências a este per(odo nos almos e nos livros dosrofetas.

    + volta do e)(lio, a reconstru"ão de Ferusalém e de seu templo são narrados nos3ivros de 3ivros de Esdras e 2eemias.

    +s vidas dos profetas Elias e Eliseu encontram-se narradas dentro do rimeiro eegundo 3ivro dos @eis' estes não dei)aram escritos. &sa(as encontra-se tam!ém no segundo livrodos @eis, mas ademais ele dei)ou-nos escritos um livro seu pr1prio. 9uanto a Feremias, Ezequiel eDaniel, a fonte para o seu estudo são os seus pr1prios livros.

    II

    + origem dos gregos é antiga, não tão antiga como a dos udeus, mas !em anterior aos acontecimentos que aca!amos de narrar. Entretanto, é apenas por esta época, cerca de Q>>-B>> +7, que eles passaram a ter importncia no cen#rio dos acontecimentos mundiais. +té então,as verdadeiras for"as pol(ticas do mundo eram os eg(pcios e os povos mesopotmicos.

    5 povo udeu politicamente era muito pouco importante' sua verdadeira grandezaestava nas idéias e nas leis contidas nos livros do +ntigo *estamento, desconhecidas pelos povosda época, que iriam posteriormente revolucionar o mundo.

    + origem dos gregos vem da &lha de 7reta. or volta do ano ?.B>> +7, quando os udeus eram escravos no Egito, desenvolveu-se nesta ilha uma civiliza"ão de marinheiros queconstru(am em 7reta cidades famosas na antiguidade por não terem muralhas. + ilha de 7reta eramuito comprida e ao mesmo tempo muito estreita. eus muros era a pr1pria frota de seus navios.+ civiliza"ão que nela se desenvolveu rece!eu o nome de Min1ica.

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     2a época em que Moisés rece!eu as t#!uas da 3ei no Monte inai, cerca de ?.=>>+c, uma terr(vel e)plosão de um vulcão na &lha de antorini o!rigou o povo cretense a fugir parao norte, fi)ando-se no sul da Grécia, num territ1rio chamado eloponeso. 2ele fundaram a cidadede Micenas e passaram a ser conhecidos pelos historiadores como povo micênico.

    or volta do ano ?.>>> +7, pouco antes da época do rei Davi e alomão, outro povo vindo do norte da Europa, chamado de +queus, invadiu a Grécia e o!rigou o povo micênicoa fugir novamente, espalhando-se pelo litoral da +nat1lia, atual *urquia, para a /en(cia, atual3(!ano, para a ic(lia, ilha ao sul da &t#lia, e para a Etr> +7 um mem!ro da fam(lia real de Esparta, chamado3icurgo, que havia # ocupado o trono interinamente, ap1s ter viaado por todo o mundo daépoca, voltou a Esparta e fez uma reforma pol(tica na cidade na qual instituiu pela primeira vez aeduca"ão por parte do governo :s crian"as, ovens e adultos. Era, porém, uma educa"ão puramente militar, que viria a ser a caracter(stica da cidade na &dade +ntiga.

    9uanto : cidade de +tenas, nada tinha de especial em rela"ão :s demais cidades daGrécia até apro)imadamente o ano Q>> +7, quando 1lon, pol(tico ateniense, implantou umareforma agr#ria e instaurou o regime de governo democr#tico mais arraigado que se tem not(cia nahist1ria antiga. /oi ustamente nesta época que surgiram os primeiros fil1sofos.

    5 primeiro fil1sofo de que se tem not(cia foi *ales de Mileto, amigo pessoal de1lon. Ele vivia na cidade de Mileto, cidade grega, em!ora não ficasse no territ1rio da atualGrécia, mas no litoral oeste da *urquia, a chamada Grécia +nt1lia na +ntiguidade, um dos lugares para onde haviam fugido os povos micênicos quando da invasão dos +queus. +o que parece, os primeiros conhecimentos de *ales de Mileto foram adquiridos de uma viagem de estudos que fez unto aos s#!ios do Egito. 2esta época, floresceram em Mileto e em suas pro)imidades outrosfil1sofos famosos, como por e)emplo +na)imandro de Mileto.

    r1)imo do fim da vida de *ales e +na)imandro, um ovem nascido na &lha deamos, situada entre o litoral da Grécia +nat1lia e a Grécia propriamente dita, chamado it#goras,chegou : cidade de Mileto para estudar com estes s#!ios. it#goras, ao que parece, pois, foidisc(pulo de *ales e +na)imandro. Depois de ter estudado com eles, assim como seus mestres,dirigiu-se ao Egito onde ficou cerca de duas décadas estudando com os s#!ios daquela terra.9uando os persas derrotaram os eg(pcios e os levaram para o e)(lio na Mesopotmia, e com isto aciviliza"ão eg(pcia chegou ao seu fim, parece que it#goras, l# estudante, tinha sido levado unto. 2a Mesopotmia, onde nesta época as maiores civiliza"%es do mundo antigo aca!aram sereunindo, continuou estudando por mais uma década. Voltou então para o seu povo no sul da&t#lia, lugar para onde tam!ém os povos micênicos haviam fugido quatro séculos antes, e fundou pela primeira vez uma e depois v#rias outras escolas de filosofia em que os alunos ingressavam para se dedicarem aos estudos pelo restante de suas vidas.

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     2a época, pois, em que quase todo o Velho *estamento estava escrito e # tinhamvivido a maioria dos maiores profetas de &srael, a filosofia grega estava ainda em sua segundagera"ão.

    /oi então que os persas, que eram donos praticamente do mundo inteiro, quiseraminvadir e conquistar tam!ém a Grécia. or volta do ano IJ> +7 ela tentou por três vezes, com ume)ército fant#stico de mais de um milhão de homens, su!ugar os gregos. or inacredit#vel que possa parecer, este e)ército e sua armada naval foram derrotados nas três tentativas pelos gregosgra"as a uma grande frota naval que os atenienses haviam constru(do com o principal prop1sito dese defenderem.

    +p1s terminar a guerra, : diferen"a do que costumava acontecer com outros povos, um simples homem, chamado 0er1doto, viaou pelo mundo inteiro :s suas custasentrevistando pessoas e conhecendo locais, apenas para escrever um livro contendo para a posteridade a hist1ria das guerras dos gregos contra os persas. eu livro, intitulado + 0ist1ria de0or1doto, em estilo fluente e cativante, era lido em pra"a p

    tempo tam!ém se ouviam as novelas pelo r#dio.

    +ca!adas as guerras contra os persas, +tenas não desmontou a sua frota. Em vezdisso, utilizou-a para montar um imenso império comercial entre a cidade de +tenas e uma série decidades chamadas col6nias, fundadas pelos gregos pelo mar mediterrneo maios ou menos noslocais ou nas pro)imidades de onde tinham se instalado séculos antes os povos micênicos. +tenasassim tinha col6nias comerciais na Grécia +nat1lia *urquiaN, na /en(cia 3(!anoN, nas &lhas domar Egeu, na cidade de iracusa na ic(lia, na cidade de 2#poles na &t#lia, originalmente chamada 2eapolis, nome que em grego significa 2ova 7idade, e no sul da /ran"a, territ1rio na +ntiguidadeconhecido como G#lia, a cidade de Marselha, tam!ém de funda"ão grega.

     2esta época governou a cidade de +tenas durante longos anos o grego éricles./oi a época de maior prosperidade entre os gregos, tam!ém conhecida como época de éricles.Esta prosperidade não foi apenas material. /oi nesta época que apareceram os grandes arquitetosgregos, os grandes escultores, como /(dias, os grandes autores de pe"as teatrais, cl#ssicas atéhoe, como $squilo e +rist1fanes. *odas as cidades gregas tinham teatros p

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    come"ou uma guerra que se estendeu durante cerca de C> anos entre Esparta e +tenas e ficouconhecida com o nome de guerra do eloponeso.

    or inacredit#vel que possa parecer, os atenienses que haviam conseguido derrotar três vezes ao &mpério ersa, praticamente uma cidade contra o resto do mundo, perderam aGuerra do eloponeso diante da cidade de Esparta, !asicamente pela su!missão das decis%es daguerra : vota"ão democr#tica que tinha se tornado lei na cidade. *al como na guerra anterior, queteve em 0er1doto seu historiador, a guerra do eloponeso foi narrada em livro pelo general*uc(dides, que em sua infncia havia passado longas horas ouvindo em pra"a p

    da alta pol(tica de +tenas.

     2o ano de CJJ +7 1crates foi condenado : morte e latão, seu principaldisc(pulo, a partir da( a!andonou +tenas e a vida p

    /oi aluno da +cademia durante duas décadas o filho de um médico da corte do@ei /elipe da Maced6nia, o ovem +rist1teles. 9uando da morte de latão, +rist1teles a!andonou

    a +cademia e fundou uma segunda escola de filosofia em +tenas, chamada Escola eripatética, por causa das aulas que eram dadas em p1rticos. *anto a escola acadêmica como a peripatéticanão iriam morrer com os seus fundadores' quando da morte de latão e +rist1teles, os alunosescolheram um sucessor dentre eles para estes mestres e desta maneira am!as as escolas duraramséculos. + +cademia de latão, em particular, durou quase um milênio.

    Mas, diz(amos, +rist1teles era filho de um médico da corte do rei da Maced6nia.9uem eram os maced6nios8 Era um grupo de povos que viviam ao norte da Grécia em uma regiãomontanhosa. 5 rei /elipe havia lutado quase por uma vida inteira para unific#-los so! o seucomando. ara o seu filho +le)andre, porém, tinha am!i"%es ainda maiores. &nformado pelo seumédico 2ic6maco da sa!edoria de +rist1teles, seu filho, mandou-o vir de +tenas para ser educador de +le)andre. +p1s a morte de /elipe e terminada a educa"ão rece!ida por +rist1teles,+le)andre conquistou toda a Grécia, inclusive +tenas e Esparta, e preparou-se para conquistar omundo.

    *omou +le)andre depois da Grécia todos os portos da costa mediterrnea daérsia, um ap1s outro. *omou depois o Egito. ua inten"ão era poder depois atacar a parte principal da érsia localizada na Mesopotmia sem que ela pudesse atacar por mar os gregos pelaretaguarda.

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    + !atalha final foi em Dardanelos, na qual a érsia foi vencida. +le)andre, oGrande, agora era senhor do mundo conhecido na época, desde a Grécia até a fronteira com aPndia.

    ouqu(ssimo tempo depois, porém, +le)andre morreu v(tima de uma simplesfe!re. 5 pr(ncipe herdeiro, ainda !e!ê, foi morto assim como toda a fam(lia de +le)andre pelosgenerais que come"aram a disputar o trono. 2enhum deles, porém, conseguiu ficar com o impériotodo que +le)andre havia conquistado. tolomeu ficou com o Egito, eleuco com o 5riente,+nt(gono com a (ria e a *urquia, 7asandro com a Maced6nia. Mais tarde +nt(gono foi derrotadomilitarmente e os seleucidas ficaram tam!ém com a (ria.

    5 resultado final foi a divisão do mundo inteiro em monarquias de reis greco-maced6nios.

    5 resultado, porém, que mais nos interessa deste processo pol(tico foi o resultadocultural.

    + primeira conseqência cultural deste processo foi que a l(ngua grega se tornou al(ngua universal de todo o 5riente. Em todas as cidades importantes come"aram a surgir escolasde grego. /oram a!ertos teatros onde se apresentavam pe"as gregas,gin#sios de esporte seespalharam por estas cidades e adquiriu-se o gosto pelas o!ras de arte no estilo grego. 5s poetas,os fil1sofos e os historiadores gregos passaram a ser lidos em todo o 5riente e na l(ngua original.+ cultura grega, muito superior e mais ela!orada do que tudo quanto e)istia no mundo da épocacome"ou a se impor emtodo lugar. 2o Egito foi constru(da em +le)andria a maior !i!lioteca domundo antigo, com acesso a!erto ao p ra!inos udeus paravirem até +le)andria, capital do Egito, traduzir o Velho *estamento do he!raico para o grego.Esta tradu"ão, inicialmente feita a pedido e para a leitura do rei tolomeu, aca!ou se tornandomais comum entre os udeus do que o pr1prio original he!raico. /oi a primeira tradu"ão da 4(!liade que a hist1ria tem not(cia, chamada, por causa de seus autores, de Versão dos etenta oueptuaginta.

    5s udeus tiveram que sofrer muito so! o reinado dos governantes gregomaced6nios que dominavam a alestina. +o contr#rio dos reis da dinastia dos tolomeus do Egito,que com tanta reverência mandaram vir ao seu pa(s os s#!ios udeus para traduzirem as 3eis deMoisés e os Escritos dos rofetas, os reis so! cua urisdi"ão ficava a alestina viam com desprezoos costumes e as leis he!raicas. +s persegui"%es que o povo udeu teve que sofrer nesta época sãonarradas nos dois livros dos Maca!eus, que não sem razão se iniciam contando resumidamente avida de +le)andre, o Grande, de como o mundo inteiro veio a cair so! o dom(nio dos gregos e dogoverno dos generais de +le)andre.

    /oi nesta época que come"ou a entrar em cena no palco dos acontecimentosmundiais a terceira das civiliza"%es que compuseram a nossa atual, a civiliza"ão romana.

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    III

    + hist1ria de @oma se inicia por volta do ano AB> +7 com a lenda de @6mulo e@emo.

    0avia nesta época uma cidade, na região do 3#cio, na &t#lia central, chamada +l!aa 3onga. Esta cidade era governada por dois irmãos, um dos quais viria a ser o av6 de @6mulo e@emo. m destes irmãos, querendo governar sozinho, e)pulsou o outro e matou toda a suafam(lia e)ceto uma de suas filhas, chamada @eia ilvia. Mais tarde @eia ilvia deu : luz duascrian"as gêmeas. 5 tio, agora governante

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    +N Dois c6nsules,4N 5 enado,7N + +ssem!léia opular.

    Vamos e)plicar rapidamente como funcionavam estas três institui"%es, pois isto émuito importante para a compreensão do que se segue.

    5s dois c6nsules eram eleitos pela +ssem!léia opular para um per(odo de apenasum ano.

     2a +ssem!léia opular votavam todos os cidadãos, mas não por ca!e"a, e sim por cent

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    Este sistema de governo provou ser o mais perfeito da antiguidade e, enquantonão se corrompeu, fez fama, tendo sido até mesmo nomeado das agradas Escrituras.

    De fato, logo ap1s a conquista de +le)andre do mundo oriental, @oma foiconquistando progressivamente toda a parte ocidental das terras !anhadas pelo mar Mediterrneo.9uando os udeus se viram oprimidos pelos reis greco maced6nios que dominavam a (ria e o5riente Médio, ouvindo falar da fama dos romanos, mandaram em!ai)adores a @oma fazer um pacto que garantisse a auda militar dos romanos contra o rei +nt(oco que os dominava. 2o oitavocap(tulo do rimeiro 3ivro dos Maca!eus assim é narrado o fato, que ilustra com as palavras daépoca a fama que os romanos difundiam no mundo de então;

    ,.ntrementes-%"egou aos ouvidos de 7udas 2a%abeu

    a /ama dos romanos-de %omo são /ortes e poderosos-

    %omo /avore%em em tudo

    aqueles que propendem para eles- /a'endo aliança de ami'ade

    %om todos os que re%orrem a eles-e assim %res%endo em poder

    Contaram5l"e as guerrase as valorosas proe'asque tin"am reali'ado-

    e o que /i'eram na .span"a-e %omo sub4ugaram todo este país%om a sua prud8n%ia e %onst9n%ia-

    apesar de estar este país

    muito distante do deles:s outros reinos e il"asque alguma ve' se l"es opuseram-

    destroçaram5nos e redu'iram5nos ; servidão0%om os seus amigos- por

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    e o governo de todos os seus domíniosa um s> "omem-

    e a ele todos obede%em-sem "aver entre eles inve4a e rivalidade

     .ntão 7udas 2a%abeu es%ol"eu .up>lemo- /il"o de 7oão-e 7asão- /il"o de .leasar-

    e mandou5os a ?oma para estreitarami'ade e aliança %om eles-

    e para sa%udir o 4ugovisto %omo a dominação dos gregos

    mantin"a Israel na servidão@oram- de /ato- a ?oma-viagem longuíssima- e-

    tendo entrado no Senado- /alaram nestes termos#

    ,7udas- tamb18

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    ara evitar isto, e num e)emplo de rara honestidade para os dias de hoe,inicialmente o pr1prio enado fez aprovar uma lei proi!indo os senadores de se dedicarem aatividades de alto lucro. Durante algum tempo esta medida evitou que a corrup"ão chegasse:quele 1rgão.

    + medida não p6de evitar, porém, que a corrup"ão chegasse a outros lugares. Elanão evitou, por e)emplo, o aparecimento de uma classe de novos ricos, que poderiam ter sido ossenadores, que se dedicassem : e)plora"ão de latif> +7 os irmãos *i!ério Graco e 7aio Graco,tri!unos da ple!e, e)igiram uma reforma agr#ria imediata. +m!os foram assassinados e, em vez dareforma agr#ria, o que veio foi uma sangrenta guerra civil no mundo romano.

     2esta época ficou evidente que a @ep

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    Durante a guerra civil, estes generais come"aram a se dar conta de que a luta entreos poucos detentores da riqueza e o partido democr#tico, isto é, a massa dos cidadãos romanosempo!recidos, poderia em !reve se tornar um pro!lema secund#rio quando o primeiro general queconquistasse a confian"a geral do e)ército resolvesse tomar o poder.

     2o século seguinte, por volta do ano B> +7, come"ou a ficar claro que haviasurgido um homem que reunia as condi"%es necess#rias para dar o golpe. 7hamava-se F

    devotamento quase incondicional do seu e)ército.

    ma hist1ria da uventude de Ftalentos como valor de sua pessoa. +crescentou, porém, que depois de haver honestamentereadquirido sua vida, pagando por ela, voltaria : ca"a de seus raptores e não descansaria enquantonão assistisse : e)ecu"ão deles. 5s piratas acharam engra"ad(ssima a piada do ovem estudante de

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    ret1rica, e enquanto aguardavam a chegada do tesouro deram a 7ésar permissão para andar livremente pela ilha.

    7ésar, porém, não perdia a arrogncia. 5!servava os piratas em e)erc(cios comsuas armas e criticava-lhes a incompetência. a!ia que sua vida estava por um fio e divertia-senaturalmente pondo : prova seus raptores e levando-os ao limite da paciência. 7omo estudante deret1rica, muitas vezes compunha te)tos em verso e prosa' pedia que não o pertur!assem quandoele estivesse escrevendo e conseguiu realmente impor este deseo aos piratas. Depois então punha-se a entreter os piratas com a leitura de seus escritos. 7omo estes dessem mostras de tédio, passava a repreendê-los dizendo que não passavam de uns !#r!aros, incapazes por causa de seu !ai)o of(cio de apreciar o estilo grego. Diante disso, continuava 7ésar, ele, que tinha pensadoseriamente em não mais vir a e)ecutar seus companheiros até que agrad#veis, vendo porém comonão sa!iam dar valor a estas coisas, tam!ém não mereciam atulhar a face da terra, e afinal decontas tinha que concluir estar de acordo com o fim pr1)imo que os aguardava. 5s piratascontinuavam achando divertid(ssima toda esta !as1fia.

    7omo os escravos de 7ésar conseguiram o dinheiro foi uma coisa o!scura. 5s

    7ésares não eram considerados ricos em roma, mas, por outro lado, era evidente que o ovemtinha talento pol(tico' se viesse a atingir altos postos, certamente morreria como todos cheio dedinheiro. + Osia estava cheia de emprestadores de dinheiro e de agiotas' talvez consideraram ser avida de 7ésar um !om neg1cio e emprestaram a alta importncia do resgate.

    osto em li!erdade, 7ésar foi para Mileto. 2unca havia ocupado qualquer posi"ãooficial, mas era cidadão romano de fam(lia de senadores. 3# chegando, verificou que Mileto nãotinha for"as armadas pr1prias, e a guarni"ão romana mais pr1)ima estava longe. 2o porto haviaapenas umpunhado de navios mercantes' 7ésar requisitou-os com os seus dotes orat1rios comovolunt#rios para ca"ar os piratas, e não faltou quem se apresentasse.

    3# foi ele, com seus navios, diretamente : ilha dos piratas, onde os encontrou,com a incorrig(vel incompetência que tantas vezes lhes havia censurado, ainda na enseadacele!rando sua fa"anha e contando o dinheiro. 7aiu so!re eles de surpresa, colocou-os a ferro e oslevou para a cidade de érgamo, a cidade mais pr1)ima em que havia uma fortaleza romana.

    7hegando a érgamo, nova surpresa' o comandante não estava, ausente em umacampanha militar, ao que parece para ca"ar os mesmos piratas que F talentos.

    Em vista da ausência da autoridade militar, F

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    Mortos os piratas, que fez F talentos de volta e pagou:queles que lhe tinham emprestado o dinheiro. Do restante dos !ens que tinham os piratas nãoficou com nada, distri!uiu tudo entre os volunt#rios que o tinham audado a captur#-los. 2estahist1ria toda, um ovem havia feito guerra e condenado criminosos sem autoridade legal alguma'era uma surpreendente e inacredit#vel usurpa"ão de poder' mais surpreendente ainda, porém, foique ninguém reclamou e o!teve os elogios de todos.

    + narrativa deste epis1dio mostra !em as qualidades que fizeram do futuro generalF

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    com medidas frequentemente ostensivamente humilhantes para a institui"ão senatorial. 5 resultadoque aca!ou colhendo foi que, poucos anos depois, ao entrar no recinto do senado, uma multidãode senadores, entre os quais se achava o seu filho adotivo 4rutus, o apunhalou impiedosamente.

    Depois de v#rios acontecimentos, o poder aca!ou passando para 5t#vio, tam!émfilho adotivo e herdeiro de F+ partir do império de 7ésar +ugusto, poucos anos antes do nascimento de Fesus,

    iniciou-se na hist1ria um per(odo de alguns séculos conhecido como a paz romana. Devido :sa!edoria com que era governado o império, e devido tam!ém ao dom(nio quase que total de todoo mundo conhecido, pela primeira vez na hist1ria cessaram as guerras quase que completamente.

    7om o fim da pirataria no mar Mediterrneo, facilitaram-se as comunica"%es entretodas as principais partes do império interligadas que estavam pelo Mediterrneo. 5s romanos aoconquistarem cada nova na"ão sempre respeitavam não s1 as leis pr1prias como inclusive osgovernantes que as regiam. Eles apenas acrescentavam :s leis locais outras leis romanas e aosgovernantes locais outro governador nomeado por @oma que era respons#vel pelo e)ército naregião, pela arrecada"ão dos impostos e pela e)ecu"ão de algumas leis especiais, como os ulgamentos em que era dada a senten"a de morte, que somente poderia ser sentenciada pelo

    representante de @oma. Este sistema foi geralmente tão !enéfico para am!as as partes que houvediversos casos de reis que, ao morrerem, dei)avam em testamento seu reino não aos seusherdeiros, mas aos romanos.

    Em rela"ão :s l(nguas faladas no &mpério @omano, devido : conquista anterior de+le)andre do mundo do 5riente, da Grécia para o leste falava-se universalmente o grego.

    Devido :s conquistas romanas na região ocidental do mediterrneo, da &t#lia parao oeste e no norte ocidental da Ofrica falava-se principalmente o latim.

     2a pr1pria cidade de @oma, onde tudo se centralizava, falava-se correntementetanto o latim como o grego. 0ouve inclusive o costume das crian"as ricas em @oma seremeducadas desde a primeira idade por escravas gregas que lhes ensinavam a l(ngua grega antes queos seus pais lhes ensinassem a l(ngua latina. 9uando, por volta do ano Q> depois de cristo ãoaulo escreveu uma carta aos romanos, escreveu esta carta em grego e não em latim. 5Evangelho de ão Marcos, escrito tam!ém na cidade de @oma para ser lido pelos cristãosromanos, foi tam!ém escrito no original em grego, e não em latim, em!ora com muitas e)press%ese modos de dizer t(picas da l(ngua latina e não da grega. Vê-se, desta forma, como as duas principais l(nguas do mundo desta época eram o latim e o grego, e o (ntimo contato que tinhamestas l(nguas na capital romana' é precisamente destas duas que mais tarde viria a formar-se anossa l(ngua portuguesa, cua maioria das palavras vem do latim, do grego ou de am!as. or 

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    e)emplo, as palavras livro, navio, pão, ovem, mesa, céu, noite e tantas outras vêm diretamente dolatim. +s palavras igrea, telegrama, !i!lioteca, pol(tica, democracia, hierarquia, ano, Deus,hidr#ulica, trigonometria, ética, pneu, f(sica, geometria, pedagogia, quil6metro e tantas outras são palavras gregas. F# na palavra televisão, as duas primeiras s(la!as vêm do grego, as duas

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    Nota" de FHE

    I

    O IN,CIO DA FILOSOFIA

    NA -RCIA

    +. 1crates é o fil1sofo que marca uma das grandes linhas divis1rias na hist1ria da /ilosofiaGrega. m dos motivos para tanto, dentre outros, é que somente dos fil1sofos que viveramdepois de 1crates chegaram até n1s o!ras completas. +pesar de conhecermos numerososfil1sofos antes de 1crates, não restam deles senão not(cias ou fragmentos de suas o!ras ques1 nos chegaram porque foram citados ou copiados em o!ras de fil1sofos posteriores. or este motivo todos os primeiros fil1sofos gregos são chamados genericamente pelo nome defil1sofos pré-socr#ticos.

    /. 7omo 1crates faleceu por volta do ano I>> +7, e o primeiro fil1sofo grego conhecido *alesde Mileto, o qual viveu por volta do ano Q>> +7, estes duzentos anos são conhecidostam!ém como o per(odo da filosofia pré-socr#tica.

    2. Mas mesmo entre os pré-socr#ticos h# ainda outras linhas divis1rias. ma das mais n(tidas é amarcada por um dos mais importante pré-socr#ticos, armênides de Eléia. Estas notas sereferem ao car#ter da filosofia pré-socr#tica apenas antes do aparecimento da o!ra dearmênides, em!ora +na)#goras, a!ai)o citado, lhe sea contemporneo.

    3. 5 primeiro fil1sofo grego, conforme diz(amos, foi *ales de Mileto. *anto ele como os demais primeiros fil1sofos gregos são apresentados pelos livros te)to modernos de /ilosofia como pessoas dedicadas ao pro!lema de determinar qual é o princ(pio material de que éconstitu(da a natureza. 2o caso de *ales, citam-se as seguintes palavras de +rist1teles comose referindo ao que seria a sua doutrina fundamental;

    ,Tales di' que o prin%ípio < a água-

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     pelo que ele sustentava que a pr>pria terraestá /undada sobre a água

     ara a/irmar isso ele se apoiavano /ato de que via

    que o alimento de todas as %oisas< =mido e in%lusive

    que o que < quente nas%e e vive no =mido:ra- aquilo de que tudo se engendra

    < o prin%ípio de tudo or isso Tales aderiu a tais %on4e%turas-

    e ainda mais porque as sementesde todas as %oisas

     possuem uma nature'a =midae a água nas %oisas =midas

    < o prin%ípio de sua nature'a,

    5.  7ontemporneo de *ales foi +na)imandro. Ele escreveu uma o!ra intitulada ,Sobre a &ature'a,, da qual, como os restantes pré-socr#ticos, apenas so!raram fragmentos citadosem outros livros de fil1sofos posteriores. egundo ele, o princ(pio da natureza não era a#gua, nem o ar, nem nenhum outro elemento particular, mas o infinito, algo em que todas ascoisas têm origem e em que todas as coisas se dissolvem quando termina o cicloesta!elecido para elas por uma lei necess#ria. Este princ(pio infinito seria por si mesmoindestrut(vel.

    +na)imandro dizia tam!ém que a *erra é um cilindro que se encontra equili!rado no meiodo mundo sem que nada o sustente porque, encontrando-se a igual distncia entre todas as partes, não poderia ser movido por nenhuma delas.

    6. 5 primeiro a ter introduzido a /ilosofia na cidade de +tenas foi +na)#goras, por volta de IB>+7, depois, portanto, das guerras médicas e no auge do poder ateniense. *am!ém eleescreveu um livro intitulado ,Sobre a &ature'a,, que se perdeu. 2este livro ele afirmavaque não havia um princ(pio

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    e esta mente < a %ausa da bele'ae da ordem do Bniverso,

    8. 7onsidera-se freqentemente nos livros te)tos modernos que a diferen"a entre os primeiros

    fil1sofos gregos e outros te)tos aparentemente semelhantes de outras partes do mundo daépoca consistiria principalmente em que enquanto os demais, ao discorrerem so!re anatureza nada mais faziam do que reportar um mito ou uma lenda, os fil1sofos gregos, aocontr#rio, mesmo quando apresentavam uma teoria aparentemente ingênua, esta não era porém mais um mito para eles, mas uma tentativa de e)plicar ou pelo menos de !uscar umaverdade que pudesse ser compreendida e ustificada racionalmente. Esta atitude não e)istiriaentre os demais povos da época. *al interpreta"ão, porém, não é inteiramente satisfat1ria, eé f#cil de apreender-se nela uma transferência um pouco simplista do ideal contemporneoda pesquisa cient(fica para os fil1sofos pré-socr#ticos. De fato, para entender o que deuorigem ao movimento filos1fico é preciso fazer um esfor"o proposital para nos reportarmosa um mundo e a um pensamento muito diferente do que aquele ao que estamos ha!ituadosnos dias de hoe.

    :. + interpreta"ão da filosofia pré-socr#tica que comentamos no item anterior tam!ém é resultadode uma an#lise por parte de alguns autores modernos que leva muito mais em conta os pequenos testemunhos do que so!rou da doutrina dos fil1sofos pré-socr#ticos,desconsiderando outros testemunhos, poucos tam!ém, mas que igualmente nos chegaram,so!re o gênero de vida que eles levavam e os seus tra"os pessoais.

    ;.  5s fil1sofos gregos posteriores apresentaram os primeiros pré-socr#ticos como pessoas

    desprendidas das preocupa"%es materiais do dia a dia e dedicados apai)onadamente :contempla"ão da natureza.

    o!re *ales de Mileto corria na antiguidade uma anedota transcrita nas o!ras de latão e de+rist1teles de que ele, caminhando pelo campo e a!sorto na contempla"ão do céu prendeu o pé em uma armadilha para animais, provocando as gargalhadas de uma velhinha natural' da*r#cia que o estava seguindo, que lhe lan"ou ao rosto o seu costume de contemplar asestrelas sem ver onde os pés pisavam.

    +7. 9uanto a +na)#goras, o que introduziu a /ilosofia em +tenas, tam!ém é apresentado pela

    tradi"ão como um homem estranho a qualquer atividade pr#tica. ara poder se ocupar acontemplar a natureza, entregou toda a sua fortuna de presente aos seus parentes.&nterrogado so!re o o!etivo de sua vida, respondeu que vivia para contemplar o ol, a 3uae o céu. +os que lhe reprovaram a falta de interesse pela sua p#tria, respondeu que a sua p#tria, ao contr#rio, lhe importava muit(ssimo, apontando com o dedo para o céu.

    ++. it#goras, ao que parece, tendo sido primeiramente disc(pulo de +na)imandro de Mileto,conterrneo e contemporneo de *ales, e tendo depois passado mais de duas décadas

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    estudando entre os s#!ios do Egito e depois mais uma década e pouco entre os s#!ios daérsia, quando voltou para a sua p#tria e lhe perguntaram o que era ser fil1sofo, respondeucom a seguinte compara"ão;

    ,A so%iedade "umana assemel"a5se; grande assemblrias e louros-outros pro%uram vender suas mer%adorias-

    e outros %uidam de %omprar as %oisasde que pre%isam

     Há- entretanto- uma %ategoria de pessoas,-

    diz it#goras,

    ,4ustamente as mais distintase de máximo engen"o-

    que não bus%am aplausos nem vantagens-mas que %ompare%em aos 4ogos

    %omo expe%tadorese examinam %uidadosamente as %oisas

    que se passam ois isso mesmo,-

    continua it#goras,

    ,< o que o%orre na vidaBns se apegam ex%lusivamente ; gl>ria-

    outros ao din"eiro Há- porso/o < o espe%tador da nature'a-o "omem que examina %uriosamente

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    %omo as %oisas se passam,

    +/. +parentemente esta atitude é tão estranha e inesperada para o homem de hoe que a sua primeira rea"ão ser# provavelmente a de considerar tais pessoas como e)cêntricas, quando

    não loucas. Entretanto, uma série de outros testemunhos de fil1sofos e historiadores queviveram na antiguidade posteriormente aos pré-socr#ticos deveriam desfazer esta primeiraimpressão e for"ar o homem de hoe a tentar !uscar uma interpreta"ão mais profunda paraesta atitude dos fil1sofos.

    +2.  De *ales, sa!e-se que era capaz de calcular e prever os eclipses solares. Ele dei)oudemonstrados alguns teoremas de Geometria que são estudados até hoe. De *ales de Miletoassim afirmou +rist1teles em seu *ratado de ol(tica;

    ,Atribui5se a Tales de 2ileto- por sua grande sabedoria-uma espe%ulação lu%rativa

    que- aliás-nada tem de extraordinário

     ?eprovava5se a sua pobre'a-di'endo5se5l"e que a @iloso/ia

     para nada servese < para /i%ar pobre

     Aborre%endo5se Tales %om estes %omentários-ele previu-

     por seus %on"e%imentos de Astronomia-que iria "aver uma extraordinária

    %ol"eita de a'eitonas .stava5se- por

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    5 mesmo *ales é citado pelos historiadores antigos como grande amigo de 1lon, o grandereformador de +tenas, o que mostra que, apesar de sua po!reza, não era tido por qualquer um. 5 primeiro encontro havido entre 1lon e *ales é narrado por lutarco ao !iografar ahist1ria de 1lon no seu livro ,As !idas dos Homens Ilustres,. 1lon vinha de +tenas e,ouvindo a fama de *ales, passando por Mileto, quis fazer-lhe uma visita pessoal. Diz entãolutarco;

    ,&a visita a Tales- em 2ileto- S>lon estran"ou seu %ompleto desinteresse

     pelo matrim3nio e pela pro%riação

    Tales /i%ou %alado no momento0deixou passar alguns diase arran4ou um estrangeiro

    que se dissesse re%

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    de%larou o seu nome ao estran"oe perguntou se não di'iamser o morto /il"o de S>lon

    : "omem respondeu que sim

     .ntão S>lon %omeçou a dar murrosna %abeça-

    e a /a'er e di'er tudo o maisque nestes transes se %ostuma

    Tales- porlon-o que me a/asta do %asamento

    e da pro%riação0são estas %oisas que transtornam

    at< um "omem inabalável %omo tu!amos- não te desalentes %om esta notí%ia-

     pois ela < /alsaE,

    +3. 9uanto a +na)#goras, aquele que introduziu a /ilosofia em +tenas e apontava para o céu para indicar a sua p#tria, o mesmo lutarco atri!ui a este fil1sofo toda a forma"ão do car#ter de éricles, o homem mais importante de toda a hist1ria grega depois de +le)andre o

    Grande, o qual

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    o prin%ípio da ordem universal não ao a%aso-

    nem ao destino-mas a uma 2ente pura e sem mes%la que-

    em meio ; mistura geral-re=ne ; parte as subst9n%ias "ome3meras

    !otando a este "omemuma desmedida admiração

    e /orrado da %"amada%i8n%ia dos %orpos %elestes

    e de altas espe%ulaç1es-  mantin"a uns sentimentos altivos-uma linguagem elevada-

    muito longe do mau gosto vulgar-mas tamb%ios urgentes

      tarde voltou para %asa-sem alterar5se-

    enquanto o "omem o seguia de pertoenxoval"ando5o %om toda a sorte de palavr1es

    uando estava para entrar-%omo 4á %aía a noite-

    mandou um de seus servostomar uma lanterna e es%oltar o "omem

    at< entregá5lo em %asa

     2as nem s> estes proveitos%ol"eu

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    : estudo da nature'a remove esta ignor9n%iae em lugar da superstição timorata e in/lamada

    %ria uma piedade %on/iante-de boas esperanças,

    +5. E, no que diz respeito a it#goras, a hist1ria afirma que, depois de ter completado suaforma"ão primeiramente com +na)imandro, depois no Egito e na érsia, nas cidades daMagna Grécia onde ele ou os seus primeiros disc(pulos a!riam uma escola de /ilosofia, as popula"%es locais suplicavam aos seus governantes que aceitassem os fil1sofos pitag1ricoscomo conselheiros permanentes, o que estes costumavam fazer, so! a orienta"ão da pr1priaescola, sem da( procurarem vantagens financeiras.

    +6. Estas informa"%es são suficientes para dei)ar entrever que o principal o!etivo dos primeirosfil1sofos de viverem para contemplar a natureza não pode ser ingenuamente classificado

    como uma simples e)travagncia. +o contr#rio, é preciso que sea mais seriamente analisadoe interpretado, o que ser# feito, colocada esta introdu"ão, posteriormente neste livro.

    +8. + interpreta"ão correta do que se entendia por uma vida dedicada : contempla"ão danatureza é passo decisivo tam!ém para o correto entendimento da o!ra de armênides. estehomem, de fato, operou um salto gigantesco no conceito de /ilosofia dos primeiros pré-socr#ticos, o qual não poder# ser compreendido se não for poss(vel compreender  primeiramente com uma certa profundidade o verdadeiro significado da atitude dos primeiros fil1sofos que o precederam.

     São aulo- ( de março de ()J)

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    Nota" de FHE

    II

    A CONTE*PLAÇÃO DA NATURE0A

    NOS PRI*EIROS PRSOCR1TICOS

    +. 7onforme vimos, a filosofia iniciou-se com os fil1sofos pré-socr#ticos, nome genericamentedado aos pensadores gregos compreendidos entre os anos Q>> +7 e I>> +7 que apresentamem comum o fato de não terem restado dos mesmos o!ras completas, mas apenasfragmentos citados em o!ras de fil1sofos posteriores. odemos dividir ainda o per(odo dafilosofia pré-socr#tica em duas épocas distintas, o per(odo anterior e posterior a armênides.

    5s fil1sofos anteriores a armênides são chamados geralmente de naturalistas, por terem se

    dedicado : especula"ão so!re a natureza como principal assunto que surge nos fragmentosque deles nos restaram.

    /. 0# tam!ém, conforme vimos, indica"%es seguras, apesar de não conhecermos a o!ra completadestes fil1sofos, que eles não somente escreveram so!re a natureza, mas tam!ém sededicavam a uma vida de contempla"ão da natureza.

    +ssim, *ales foi visto caindo em uma armadilha por seu h#!ito de contemplar o céu e foio!eto de riso por este motivo por parte de uma velhinha natural da *r#cia. 5 incidente é

    narrado por mais de um autor posterior, de modo que parece ter-se tornado prover!ial.

    +na)#goras, interrogado so!re o o!etivo de sua vida, respondeu que vivia para contemplar o ol, a 3ua e o céu.

    it#goras, perguntado so!re o que seria um fil1sofo, respondeu que a vida se comparava aosFogos 5l(mpicos. +lguns vão para alcan"ar a vit1ria, outros para vender mercadorias, outros para comprar coisas necess#rias. 5utros, finalmente, que são os fil1sofos, vão não para procurar aplausos, nem vantagens, mas como espectadores que contemplam curiosamente

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    como as coisas se passam. Eles se desapegam de tudo para o!servarem curiosamente anatureza.

    2. o!re tudo isso # comentamos anteriormente, a!ordando o assunto pelo ponto de vistahist1rico e dos testemunhos da época. 9ueremos agora interpretar o que significasemelhante atitude, tão estranha aos homens de hoe, e quais são as suas conseqências.

    3.  $ necess#rio primeiro perce!er como contemplar a natureza não é a trivialidade que n1ssupomos que sea num primeiro momento. Ela pode ser, e é de fato, um desafio mais profundo para o esp(rito humano do que o estudo de qualquer disciplina, tais como sãoensinadas ou estudadas nas escolas de hoe. e n1s não somos capazes de perce!er istoapesar de estarmos mergulhados na natureza o tempo todo, é simplesmente porque estamos

    ha!itualmente preocupados com nossos pro!lemas mesquinhos do dia a dia que desviamtoda a aten"ão da nossa inteligência do espet#culo e)traordin#rio que nos circunda.

    5. ara tentarmos ter um vislum!re do que procuramos dizer, vamos considerar o ato mais trivialde qualquer estudante, o ato de vir : escola.

    +ntes de vir : escola, para retemperar nossas for"as e não sentir o inc6modo de assistir :aula com fome, antamos em nossas casas. Este simples ato # é por si como que umverdadeiro milagre. 9uando tomamos o alimento, a natureza teve que ela!orar um sistema

    digestivo !astante comple)o para ser capaz de digerir precisamente aqueles alimentos quecuriosamente são os que ela mesmo oferece a todos a!undantemente. @ecolher estesalimentos esparsos pelo mundo para produzir uma simples anta seria uma tarefa penos(ssima, mas tudo isto, naquele momento, # tinha sido providenciado. 7entenas de pessoas haviam estudado agricultura, haviam plantado nos lugares mais diversos cada umdos alimentos utilizados em nossa anta, outra multidão os colheu, centenas de homens ostransportaram, outros os conservaram e outros finalmente se especializaram em sa!er vendê-los, dei)ando-os localizados em lugares de f#cil acesso para que n1s os adquir(ssemos.+ssim, naquele momento, um mundo imenso de pessoas na verdade estava se preocupandoconosco, e a pr1pria natureza tam!ém, que sa!iamente preparava as chuvas para a lavoura efornecia ao nosso corpo as enzimas necess#rias : digestão ustamente daqueles alimentosque ela pr1pria produzia. 21s, porém, ali sentados, não prestamos aten"ão a nada disso. 1quer(amos sair correndo para não chegar atrasados : escola.

    9uando sa(mos de casa, outra coisa não menos fant#sticaT +lguém tinha constru(do umelevador para nosso uso, tinha-o instalado e)atamente no local onde era necess#rio para onosso pronto e imediato transporte e estava !om!eando energia elétrica de muito longe paraque ele funcionasse com apenas um aperto de nosso dedo. + rua estava cal"ada. 5utras pessoas, sa!e-se l# quantas, tam!ém tinham se preocupado com isso. + rua estava cal"ada para n1s passarmos e asfaltada tam!ém para fazer com que um 6ni!us pudesse trafegar paranossa comodidade. em que o ped(ssemos, não apenas um 6ni!us, mas os mais diversos

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    6ni!us passavam regularmente : nossa disposi"ão para nos levar não a um s1 lugar, mas aqualquer lugar que quiséssemos. ara isto, outras milhares de pessoas tiveram que estudar mecnica, proetar os 6ni!us, construir os 6ni!us, vender os 6ni!us, manter os 6ni!us, dirigir os 6ni!us, e)plorar petr1leo, refinar petr1leo, transportar gasolina, educar motoristas,educar o trnsito, sinalizar o trnsito, e não s1 tinham feito isto como o continuavamfazendo ininterruptamente para que pudéssemos tomar o 6ni!us naquele momento ou aqualquer momento. 5 ol se punha. /azia séculos que o ol !rilhava todos os dias para que pudéssemos en)ergar todas estas coisas, mas o que é incr(vel, porém, é que n1s não perce!emos ou pensamos nisto um s1 momento. Est#vamos preocupados, como sempre,com um pequenino pro!lema pessoal que era infinitamente menor do que tudo isto,teoricamente muito menos capaz de chamar a aten"ão de qualquer inteligência sadiamentedesperta, mas que na verdade era o que estava tirando nossa aten"ão daquele espet#culofant#stico fazendo-nos temer um simples atraso pessoal. 7omo é poss(vel que para a maioriadas pessoas uma coisa tão pequena impe"a a percep"ão destas coisas pelo per(odo inteiro deuma vida humana8

    Mas, chegando : escola, não paramos para pensar tam!ém que não est#vamos chegando

    sozinhos a esta no!re institui"ão. ara que pudéssemos aprender alguma coisa, todo esteaparato fenomenal que nos permitiu chegar : escola foi igualmente mo!ilizado para trazer dos lugares mais diversos dezenas ou centenas de outras pessoas para fazerem funcionar aescola normalmente enquanto pudéssemos estudar tranqilamente. 5 nosso pequenoo!etivo de nos dirigirmos : escola assim encontrava resposta num aparato de escalamundial, mas nem n1s, nem nenhum dos funcion#rios da escola pensava nisto. ensavamcada um deles apenas no sal#rio que iam rece!er no fim do mês.

    7omo n1s tam!ém não pens#vamos no que acontecia : nossa volta, su!imos as escadascorrendo. Encontramos então não apenas um corpo de funcion#rios, mas tam!ém um corpode professores que estavam sendo preparados desde a sua infncia, recrutados das mais

    diversas cidades e educados por milhares de outros professores para que pudessem acumular um vasto conhecimento e tudo isto, enfim, para dar aquela aula de quarenta e cinco minutos:s vinte horas. 7omo é poss(vel que um tão vasto comple)o de for"as naturais, que estamosdescrevendo em sua mais (nfima parte, pudesse estar tão milimetricamente austado para umo!etivo tão pequeno e para um aluno que, afinal de contas, o que fêz em toda a sua vida para merecer semelhante coisa8 9uem não é capaz de entrever a admir#vel !eleza que e)iste por detr#s de tudo isso e o admir#vel sono em que vivemos no nosso quotidiano8

     2ão se deve rir, portanto, dos pré-socr#ticos quando diziam que haviam feito dacontempla"ão da natureza a razão de suas vidas.

    9ualquer um, se tentar fazer o mesmo ainda que por !reves momentos, perce!er# que oquadro que come"amos a pintar é mais assom!roso ainda do que o que dele pudemosmostrar. E para complet#-lo, como um arremate deste imenso espet#culo, a naturezafinalmente produziu um ser capaz de tomar consciência de tudo isto, como se esta naturezaestivesse querendo se elevar acima dela pr1pria e admirar-se a si mesma. 5s protagonistasdeste ponto m#)imo do espet#culo natural eram, assim precisamente aqueles fil1sofos pré-socr#ticos que, ao que parece, cumpriam talvez o o!etivo final da natureza e estavam provavelmente muito mais conscientes do seu lugar no mundo do que muitos de n1s talvez poderiam amais ter estado.

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    6. Deve-se compreender, ademais, que a atitude contemplativa em rela"ão : natureza somente pode e)ercer o fasc(nio que e)erceu entre estes que foram os primeiros fil1sofos se estacontempla"ão conseguir se elevar do plano da contempla"ão visual para o da contempla"ão

    intelectual. 2ão estivemos, de fato, nos referindo : !eleza visual da natureza, mas a uma !eleza inerente : mesma que somente pode ser vista não pelos olhos, mas pela inteligência.$ apenas neste sentido que a natureza é capaz de constituir o desafio profundo para oesp(rito humano de que falamos acima.

    Ela é capaz de chamar poderosamente a aten"ão do homem quando n1s somos capazes de perce!er como ela, apesar de não ser inteligente, parece participar da mesma espécie deracionalidade do esp(rito humano. 5s movimentos da natureza que nos circunda parecem ter em si finalidades inteligentes. *udo nela parece ter uma l1gica, a mesma l1gica de que n1shomens nos utilizamos quando fazemos uma o!ra de arte ou e)ecutamos alguma outraatividade que necessite do uso da razão. Este fato é e)tremamente intrigante para o esp(ritode um o!servador mais atento' ele d# a impressão de que e)iste algum tipo de rela"ão entrea natureza em seu conunto e o modo da atividade da mente humana muito mais (ntimo doque entre quaisquer outros o!etos naturais entre si.

    $ ustamente na !ase desta surpreendente afinidade entre o conunto da natureza e a mentehumana que reside a atra"ão da primeira so!re a segunda' não, porém, apenas pela afinidade,mas principalmente porque a quantidade de atividades naturais que ocorremsimultaneamente diante de nossos olhos, todas sincronizadas e ordenadas umas para com asoutras é imensamente maior do que qualquer mente humana seria capaz de coordenar aomesmo tempo. &sto d# ao indiv(duo que consegue transformar a o!serva"ão meramentevisual da natureza em uma atividade de contempla"ão intelectual a impressão de ter mergulhado a sua mente para o interior de uma mente imensamente maior do que a sua.

    $ deste efeito que esta atividade dos pré-socr#ticos não s1 tirava o seu fasc(nio, mastam!ém a tornava uma fonte de educa"ão da inteligência, conforme veremos adiante, nofinal deste cap(tulo, em um testemunho de latão.

    8. Mas a atitude de contemplar a natureza não é algo que surge no homem # em sua forma mais plena e aca!ada. +o contr#rio, é algo que pode ser aprendido, cultivado, disciplinado,aperfei"oado ou, em outras palavras, pode ser o!eto de educa"ão. De fato, era o!eto deeduca"ão entre os fil1sofos entre si.

    E com esta afirma"ão temos um elemento important(ssimo para tentarmos compreender odesenvolvimento da filosofia e da filosofia da educa"ão que est# impl(cita em toda afilosofia. + contempla"ão da natureza, no sentido em que tentamos apresent#-la, apareceucomo o primeiro grande o!eto de educa"ão entre os fil1sofos. or que motivo8 or queeste e não outro8

    + resposta a esta pergunta o!rigaria possivelmente muitos educadores a rever todas as suasconcep"%es educacionais.

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    orque, diriam os fil1sofos pré socr#ticos, ao contr#rio de tantas outras, esta é umaqualidade caracteristicamente humana. E n1s, diriam, queremos desenvolver no homem ascaracter(sticas que ele tem enquanto homem, e não apenas enquanto animal.

    De fato, tomemos alguns e)emplos. Educar o homem para a vida militar, como era aessência da educa"ão em Esparta, não é desenvolver no homem uma qualidadecaracteristicamente humana. + vida militar é para o homem um modo de defender a suaintegridade corporal. 9ualquer animal faz isto' a vida militar apenas faz o mesmo de ummodo mais sofisticado.

    Educar o homem para uma determinada profissão como a engenharia, a agricultura, amedicina, e outras mais, tam!ém não é desenvolver no homem uma qualidadecaracteristicamente humana no sentido em que e)plicamos anteriormente. 5s animaistam!ém fazem as suas tocas, procuram alimentos, tomam suas rudimentares providênciasquando estão doentes ou feridos. +través da constru"ão, do plantio, dos remédios, o homemnão faz algo essencialmente diverso' mudou apenas o grau de sofistica"ão no que é comum

    a todos os animais. + educa"ão para o mercado de tra!alho, que visa principalmente atravésdo la!or a o!ten"ão de casa, alimento e remédios, não difere essencialmente no homem davida animal em geral, mas apenas circunstancialmente pelo grau de perfei"ão.

    Educar o homem nas !oas maneiras, na educa"ão e no trato social tam!ém não édesenvolver no homem uma qualidade essencialmente humana. Grande parte dos animaisvive em !andos ou em sociedades primitivas, como as alcatéias de lo!os, os !andos deelefantes, as col6nias das formigas e as sociedades das a!elhas, e tantos outros.

    Mas ser capaz de compreender o espet#culo impressionante da natureza, contempl#-lo emtoda a sua profundidade, estar consciente dele a todo momento e perce!er a sua prodigiosa

    comple)idade e quão ina!arc#vel é em sua glo!alidade para um ato da inteligência humana,isto est# acima da capacidade de qualquer outro ser natural, e)ce"ão feita ao homem.+demais, tudo na natureza parece ter um sentido' pareceria conseqente que houvessetam!ém um sentido na sua o!ra mais perfeita, que é o homem' deveria haver, então, algummotivo natural para que a natureza tenha dotado o homem de alguma qualidadeespecificamente apenas a ele pertencente. $ neste sentido, portanto, que n1s, fil1sofos,queremos educar o ser humano. enão, por mais que tra!alhemos, nada mais estaremosfazendo do que educar um animal, apenas mais domestic#vel do que os demais.

    $ uma cr(tica terr(vel : maioria dos sistemas educacionais modernos. 5s sistemaseducacionais modernos vieram muitas vezes mais condicionados por press%es sociais do que por uma refle)ão so!re a natureza humana. Esta refle)ão dos fil1sofos coloca portanto, pela primeira vez, o pro!lema de se questionar qual o fim a ser alcan"ado pela educa"ão dohomem, não restringindo, portanto, a pedagogia a um simples estudo de métodos cuafinalidade

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    grau de lucidez que podem se tornar o ponto de partida para uma vida mais digna de quemele é.

    De fato, quem tendo feito seriamente a e)periência de o!servar atentamente a grandeza doque ocorre : nossa volta não é levado a perguntar;

    Como a%onte%eu tudo issoF

    Como eu vim parar aqui  para %ompreender estas %oisasF

    Como pode ter5se produ'ido um ser %apa' de %ompreender istoF

    uem sou euF: que < o "omemF

    : que < o mundoF: que signi/i%a tudo istoF

     2asce assim no homem o deseo de sa!er, mas de um sa!er diverso daqueles que n1scostumamos querer sa!er nas salas de aula modernas ou no nosso dia a dia.

     2as salas de aula ou no nosso dia a dia n1s não queremos sa!er nunca o que significa tudoisto. 5 que n1s usualmente queremos sa!er é alguma coisa em particular. 7omo se fazdeterminada coisa, como se aprende determinada profissão, como se entende umdeterminado assunto, o que aconteceu tal época em tal lugar. Muito diferente é

    simplesmente desprezar todos os detalhes de cada um dos detalhes e perguntar diretamente;

    : que signi/i%a tudo istoF

    *udo isto. Este é o pro!lema. *udo isto,isto é, como quando alguém acorda em um hospitaldepois de um acidente de autom1vel do qual não se lem!ra mais nada e, em vez de perguntar como funciona o aparelho do soro, qual a f1rmula do remédio, para que serveaquele aparelho e como se constr1i, não quer sa!er nada disso, mas a

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    e eu não entender isto primeiro, de fato não serei nada mais do que um tonto e apenasestarei dando mostras de não ter uma compreensão do verdadeiro alcance do que est#acontecendo.

    Esta compreensão do verdadeiro alcance do que est# acontecendo é o que chamamos de/ilosofia, de modo que da contempla"ão é que nasceu a ciência filos1fica. E, a n(velindividual, é preciso surgir primeiro a qualidade humana da contempla"ão para cadadeterminado indiv(duo compreender o que sea a /ilosofia' e somente a partir da(, dizem osque a isto chegaram, poder# alguém se compreender e viver uma vida digna do ser humano.

    7a!e chamar a aten"ão dos alunos a que isto é uma concep"ão de pedagogia que deriva dos primeiros pré-socr#ticos' e é uma concep"ão de pedagogia !astante diversa da que se praticou em outras épocas.

    ;.  Mas h# ainda algo mais. 21s vimos os testemunhos dos escritores antigos so!re o car#ter e a personalidade dos fil1sofos pré-socr#ticos. Em particular vimos a no!reza de car#ter comque lutarco descreveu a +na)#goras e como estes tra"os passaram para éricles que foi seudisc(pulo. 7onsta que muitas das maiores personalidades da Grécia antiga foram disc(pulosou grandes amigos destes fil1sofos. Vimos tam!ém como os alunos das escolas fundadas por it#goras eram implorados para serem conselheiros dos estadistas da época. 2ão temosrelatos mais detalhados so!re esta faceta dos pré-socr#ticos, mas !aseados nos fil1sofos posteriores, somos levados a ter a certeza de que estes fil1sofos que se dedicavam :contempla"ão intelectual da natureza no sentido em que tentamos es!o"ar cultivavam aeduca"ão da personalidade dos seus disc(pulos. 2a verdade, uma atividade não meramentevisual, mas de cunho intelectivo como era a vida contemplativa que eles levavam seriaimposs(vel de ser levada a efeito mesmo por !reve tempo, quanto menos por uma vida, por 

    uma pessoa de car#ter ego(sta, impaciente, repleta de maus instintos e am!i"%es as maisdiversas. *odos os fil1sofos posteriores a 1crates tinham !em claro que não era poss(veldesenvolver as capacidades intelectuais dos seus disc(pulos sem desenvolver-lhes paralelamente ou mesmo previamente as virtudes morais. + verdadeira vida intelectual nosentido filos1fico é imposs(vel sem o desenvolvimento moral prévio do homem. 5 simplesaprendizado de uma arte ou de um of(cio, ou a aquisi"ão de uma cultura geral que permitauma convivência social, como ocorre atualmente, não carrega consigo esta e)igênciaimprescind(vel de uma educa"ão integral do homem. Mas o contr#rio deve ser dito quantoaos o!etivos intelectuais dos pré-socr#ticos e da filosofia em geral, pelo menos em seu per(odo cl#ssico. $ assim que, de acordo com um testemunho de latão em rela"ão aos pré-socr#ticos, assim que os homens come"aram a se dedicarem : contempla"ão do céu no

    sentido em que viemos e)pondo, aprenderam tam!ém a disciplina interior do esp(rito.Diz, de fato, latão no Di#logo conhecido pelo nome de *imeu, que

    ,de todas as espe%ulaç1es que atualmentese podem /a'er sobre o mundo-

    nen"uma teria sido possível se os "omens não tivessem visto

    nem os astros- nem o Sol- nem o C

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     or%ios- os solstí%ios-%oisas que nos deram

    o %on"e%imento do n=meroe nos permitiram espe%ular sobre

    a ess8n%ia do BniversoKraças a isso /oi5nos dada

    esta esps mesmos0tendo estudado a /undo

    estes movimentos %elestes-que são partí%ipes da retidão

    da intelig8n%ia divina- poderemos então ordenar por eles

    nossos pr>prios pensamentos-os quais-

    deixados a si mesmos-não %essam de errar,

     São aulo- J de maio de ()J)

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    Nota" de FHE

    III

    PIT1-ORAS

    +.  armênides foi o mais importante dos fil1sofos pré-socr#ticos. $ muito dif(cil, senãoimposs(vel, entender os rumos da /ilosofia Grega e da Educa"ão Grega sem compreender o papel que este homem desempenhou na /ilosofia e as conseqências de sua o!ra naedagogia.

    /. 7onforme vimos na &ntrodu"ão so!re a itua"ão 0ist1rica do Mundo +ntigo, a hist1ria dacidade de +tenas confunde-se em muito com a hist1ria da Grécia. + cidade come"ou adesempenhar um papel de importncia dentro da hist1ria grega em torno do ano Q>> +7, por ocasião da reforma de 1lon, através da qual nela instaurou-se a democracia. Esta datacoincide com o surgimento dos primeiros fil1sofos gregos, o que se deu, porém, não em+tenas. *ales de Mileto e +na)imandro de Mileto, contemporneos e concidadãos, são os

     primeiros fil1sofos gregos que a hist1ria registra. Duzentos anos depois, com a morte de1crates, este # um ateniense, +tenas passou tam!ém a se tornar o centro da /ilosofiaGrega. Mas entre *ales e 1crates, neste per(odo de duzentos anos, muita coisa teve queacontecer para que pudesse ter-se produzido esta mudan"a.

    2. 7em anos depois de *ales de Mileto a érsia tentou invadir a Grécia por três vezes, da(resultando as famosas guerras médicas narradas por 0er1doto. 5s atenienses sa(ramvencedores, e com a imensa esquadra que haviam constru(do para derrotar os persasconstru(ram um império comercial mar(timo de cidades col6nias em v#rias partes do Mar Mediterrneo. /oi a época da m#)ima prosperidade ateniense, conhecida pelo nome de

    quem foi o seu mais famoso governante, a época de éricles. /oi nesta época que+na)#goras introduziu pela primeira vez a filosofia em +tenas.

    Mas ainda não tinham se passado cem anos desde o fim das guerras médicas quando outraguerra, desta vez entre gregos, destru(u o poderio ateniense e fêz da Grécia o caos pol(tico./oi a Guerra do eloponeso, travada entre espartanos e atenienses, per(odo durante o qual1crates desenvolveu a sua o!ra como fil1sofo. /oi ustamente em pleno caos do p1s guerraque 1crates foi condenado : morte no ano de CJJ +7.

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    3. armênides havia nascido em Eléia, cidade col6nia grega na &t#lia, pr1)imo de onde hoe fica acidade de 2#poles. 2asceu pouco antes das guerras médicas, mas quando tinhaapro)imadamente Q> ou A> anos, na época de éricles, viaou para +tenas a fim de e)por alisua doutrina filos1fica. +o que parece, 1crates, ainda mocinho, teria ouvido as suas

    conferências e as de seus disc(pulos, que com armênides tam!ém tinham viaado para+tenas.

    Mas armênides havia sido disc(pulo, por sua vez, de um aluno de uma das escolas fundadas por it#goras e, segundo dizem alguns historiadores antigos, havia, so! a influência deste,conduzido uma vida conforme os preceitos de it#goras, uma vida, conforme diziam,,pitag>ri%a,.

    Vamos, pois, e)por algo so!re a pessoa de it#goras para então podermos passar a falar dearmênides.

    5. it#goras nasceu na ilha de amos, antes das guerras médicas, uma ilha que fica entre a Gréciae a atual *urquia.

    +o que parece, foi disc(pulo de +na)imandro, fil1sofo de quem # comentamosanteriormente. +na)imandro era natural de Mileto e contemporneo de *ales de Mileto.7onsiderando a (ndole de it#goras pelo que ele realizou posteriormente, se for verdadeira ainforma"ão de seu relacionamento com +na)imandro, é praticamente imposs(vel que ele nãotenha sido pelo menos conhecedor pr1)imo do pensamento e da pessoa de *ales de Mileto,so!re o qual tam!ém 'a nos detivemos mais amplamente. it#goras, pois, conheceu afilosofia grega desde os seus princ(pios.

    $ poss(vel que não tenha se contentado com a sa!edoria que tais mestres puderam passar-lhe. De fato, tudo indica que depois de ter sido disc(pulo de +na)imandro e de *ales deMileto, mudou-se para o Egito a fim de estudar com os s#!ios daquela terra. Era o Egito aciviliza"ão mais adiantada daquela época, e que # tinha mais de dois milênios de hist1ria.it#goras ficou estudando entre os Eg(pcios, segundo algumas fontes hist1ricas antigas, maisde vinte anos.

    6. Esta grande esta!ilidade do &mpério Eg(pcio contrastava com o que vinha acontecendo naMesopotmia, o outro !er"o da civiliza"ão, unto com o Egito. Enquanto o Egitoatravessava os séculos, na Mesopotmia haviam se esta!elecido os umérios, que depoisforam conquistados pelos 4a!il6nios, que foram por sua vez conquistados pelos +ss(rios,que foram depois reconquistados pelos 4a!il6nios, os quais foram finalmente conquistados pelos ersas. Estes por sua vez vieram posteriormente a serem conquistados pelosMaced6nios, depois conquistados pelos @omanos. Mas até a época de it#goras a hist1riasomente havia chegado até os ersas.

    +ntes da conquista persa, no ano de BLA +7 os 4a!il6nios haviam deportado para amiscelnea cultural que era a Mesopotmia os udeus que até então viviam na alestina no@eino de Fud#. +li, no meio desta mistura de culturas, durante os A> anos que durou a

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    deporta"ão e o cativeiro, os primeiros ra!inos iniciaram as que vieram a ser posteriormenteas academias de teologia udaicas. +li tam!ém, no e)(lio, floresceram profetas importantes para o povo udeu, como os profetas Ezequiel e Daniel, este

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    entre os gregos desta época. Mas tratavam-se, pelos registros hist1ricos, de iniciativase)cessivamente rudimentares e de muito pouca am!i"ão intelectual. 9uanto ao ensino queos fil1sofos administravam até então, este não consta que tenha sido através de escolas.

    +/. ouqu(ssima coisa sa!e-se so!re a doutrina e os métodos pedag1gicos de it#goras. Masestas pouqu(ssimas coisas são important(ssimas que seam mencionadas, entre outrosmotivos porque parecem terem sido todas seguidas, muitas vezes : risca, outras vezes pelomenos em suas linhas essenciais, por latão, do qual temos a!undantes informa"%es e foi umdos maiores educadores e fil1sofos de todos os tempos. latão foi disc(pulo de 1crates,mas depois da morte do mestre consta que ele tenha passado algum tempo estudando nasescolas de it#goras que ainda su!sistiam, apesar de # haver-se passado um espa"o detempo da ordem de uma centenas de anos.

    +2. 2as escolas de it#goras entrava-se para ser fil1sofo e estudar em !usca da sa!edoria pelo

    resto da vida. +s escolas eram rigoros(ssimas, selecionavam os candidatos a serem admitidose, admitidos, durante os primeiros anos os alunos eram o!rigados ao silêncio completoapenas ouvindo e meditando a doutrina e)posta pelos professores. 0avia a o!riga"ão deo!servar o celi!ato e depois de alguns anos todos os participantes da escola colocavam seus !ens em comum.

    +3. it#goras era e)igente quanto : forma"ão ética dos alunos e dava uma alt(ssima importnciaao estudo da matem#tica para a forma"ão filos1fica dos disc(pulos. +o contr#rio dos primeiros pré-socr#ticos, que diziam que a su!stncia em que consistia a natureza era a#gua, o infinito, o ar, o fogo, os #tomos, as sementes indivis(veis ou outro qualquer 

    elemento, os pitag1ricos afirmavam que os n

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    mais profundamente. + 4ioqu(mica mostra que não s1 os 1rgãos, mas qualquer su!stnciaqu(mica que se encontre no corpo humano ou no corpo de qualquer ser vivo, ainda que seanos seus m(nimos tra"os, nunca est# ali sem sentido. odemos perguntar por que est# ali,qual a sua finalidade. E quando desco!rimos o motivo, verificamos o quanto a naturezaconhecia o corpo daquele animal e como solucionou um pro!lema intrincad(ssimo dequ(mica com uma solu"ão que nenhum qu(mico não s1 não encontraria outra melhor, comotam!ém provavelmente não seria capaz sequer de ela!orar outra igual. Vamos a!strair denossa discussão, pelo menos neste momento, se foi uma inteligência, o acaso ou a evolu"ãoque fêz tudo isto. 5 fato é que, independentemente de como isto aconteceu, : o!serva"ãodo fil1sofo, a natureza se comporta evidentemente com a racionalidade e a estética do tipoque se encontram nas o!ras de arte da inteligência humana, mas num grau de comple)idadee de !eleza muito acima da capacidade de cria"ão e de coordena"ão do homem.

    5ra, quando analisamos uma o!ra de arte humana, uma m

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    sua cria"ão e, quando o homem faz tam!ém isto ele de fato est# procurando imitar a mentedivina e não est# fazendo nada mais do que viver na terra uma vida semelhante : que seria ado pr1prio Deus. Estaria aprendendo, assim, a assemelhar-se, através de sua inteligência, aoseu 7riador. $ esta eleva"ão do esp(rito humano que constitu(u o ideal pedag1gico dasescolas pitag1ricas.

    +:. 21s podemos ver este ideal pedag1gico pitag1rico refletido nas o!ras de um fil1sofo cristão !astante posterior, chamado 4oécio.

    4oécio viveu na época da queda do &mpério @omano do 5cidente, quando os ostrogodosinvadiram a &t#lia e nela instalaram o seu governo. 4oécio era descendente de uma no!refam(lia romana que o havia enviado, aos dez anos de idade, para a cidade de +tenas estudar filosofia e matem#tica. 3# estudou até transformar-se em uma enciclopédia viva de toda asa!edoria antiga. Em!ora fosse cristão convicto, seu envolvimento com a filosofia foi tãogrande que, em sua o!ra, sua heran"a filos1fica desempenha um papel tão ou talvez maisimportante do que a sua heran"a cristã.

    +;. 2o fim da sua vida 4oécio foi caluniado, acusado de conspirar contra o rei dos ostrogodos./oi lan"ado a um c#rcere enquanto aguardava a e)ecu"ão da senten"a de morte.

    +li no cala!ou"o, enquanto esperava a morte, 4oécio escreveu um livro que ficou nahist1ria, chamado ,A Consolação da @iloso/ia,, no qual claramente aparece em algumas desuas passagens a inspira"ão dos primeiros fil1sofos pre-socr#ticos e pitag1ricos.

    Ele imagina, no in(cio do livro, que tem a visão de uma formosa dama, que é a /ilosofia. Elao vê aflito e chorando e com isto inicia-se um di#logo;

    5 or que %"oras- 6o

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    ao %"egar ; Itália e ; Si%ília- /oi a de inspirar o amor ; liberdade

    ;s %idades que ele entendiaterem5se re%entemente oprimido

    uma ; outra pela es%ravidão

     or meio de seus auxiliaresele libertou e restaurou a independ8n%ia

    em Crotona- Síbaris- Cat9nia- ?

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    conhecimento e que por ali vivia na época. 5s milagres que consta terem sido realizados por Daniel nas cortes mesopotmicas tam!ém podem ter contri!u(do para esta fama.

    5ra, no décimo segundo cap(tulo de seu livro, em uma de suas profecias, Daniel se refereaos s#!ios enaltecendo conuntamente com eles o ideal do ensino de um modo que, seconsiderarmos que ele não est# fazendo uma poesia, mas antevendo algo que segundo ele pertence verdadeiramente : ordem dos fatos reais, não poder# dei)ar de parecer muitoimpressionante. 5 fim dos tempos, diz ali Daniel,

    ,será um tempo de ang=stia%omo 4amais "ouve

    desde que as naç1es existemat< aquele tempo

     2as naquele tempo serão libertadostodos os que se a%"arem

    ins%ritos no Nivro

     . muitos dos que dormemdebaixo da terra despertarão-

    uns para a vida eterna-outros para o vitup

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     São aulo- maio de ()J)

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    Nota" de FHE

    I<

    PAR*4NIDES

    = Primeira Parte =

    +. 9uem compreendeu o esp(rito das escolas pitag1ricas e a distncia que vai destas para os primeiros pré-socr#ticos, poder# compreender melhor como se moldou a doutrina quedivisamos nos fragmentos que nos restaram das o!ras de armênides. egundo umtestemunho de Di1genes 3aércio, um escritor da +ntigidade que escreveu a !iografia d