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Discurso de Posse na Academia Nacional de Medicina
Exmo. Sr. Presidente da Academia Nacional de Medicina -
Professor Francisco José Barcellos Sampaio
Exmo. Srs. Ex-Presidentes da Academia Nacional de Medicina
Professor Dr. Pietro Novellino e Marcos Moraes
Excelentíssimas Autoridades que compõem a mesa
Exmos. Senhores Acadêmicos e Exmas. Senhoras Acadêmicas
Ilustres Autoridades que nos honram com a sua presença
Queridos colegas, amigos e familiares
Meus senhores e minhas senhoras
Ao receber das mãos do Excelentíssimo Senhor Presidente Francisco
Sampaio a distinção com que a Academia Nacional de Medicina houve
por bem honrar-me, minha gratidão e júbilo é tanto maior e mais
profunda, quanto mais esse prêmio excede os meus méritos pessoais.
Almejar a Academia Nacional de Medicina, a mais antiga instituição
científica e cultural do país, fundada em 30 de Junho de 1829, obedeceu,
mais uma vez, a preceitos de caráter científico, por mais sedutor e
desejado possa ser este título.
Para tal nos valeu em muito a voz e a orientação segura dos mestres do
passado, a quem reverencio com a minha saudade - osososos professoresprofessoresprofessoresprofessores
ThomazThomazThomazThomaz dededede FigueiredoFigueiredoFigueiredoFigueiredo MendesMendesMendesMendes eeee JorgeJorgeJorgeJorge dededede AlckminAlckminAlckminAlckmin ToledoToledoToledoToledo e, aos mestres
do presente, AcademicoAcademicoAcademicoAcademico ClementinoClementinoClementinoClementino FragaFragaFragaFraga Filho,Filho,Filho,Filho, MMMMááááriorioriorio BarretoBarretoBarretoBarreto CorreaCorreaCorreaCorrea
LimaLimaLimaLima eeee ProfessorProfessorProfessorProfessor HenriqueHenriqueHenriqueHenrique SSSSéééérgiorgiorgiorgio MoraesMoraesMoraesMoraes Coelho.Coelho.Coelho.Coelho.
Muitas vezes durante essa caminhada para a Academia Nacional de
Medicina, recebia de meus pares, a pergunta que quase sempre é
dirigida aos candidatos que a pleiteam.
Porque você deseja entrar para a Academia Nacional de Medicina?
Em resposta, os senhores e as senhoras academicas são testemunhas do
quão longa é essa jornada de namoro com a velha senhora!
A Academia Nacional de Medicina, que em junho próximo passado
comemorou 186 anos, é a instituição científico-cultural mais antiga do
país, reunindo-se ininterruptamente, todas as quintas feiras, para discutir
os temas mais caros e interessantes relacionados a Medicina Clínica,
Cirúrgica e das Ciências Aplicadas, formulando sugestões e assessorando
as mais altas autoridades da Saúde Pública de nosso país.
Esta velha senhora conheceu, ainda jovem, o Imperador Dom Pedro I,
que compareceu à sua instalação pública em 24 de Novembro de 1835,
nos salões do Paço Imperial, solenidade esta que contava, também, com
a presença do Imperador, ainda menino, Dom Pedro II, futuro regente do
Brasil. Este último com regularidade a frequentava, comparecendo as
sessões e aniversários da Academia até o ano de 1889, quando da
instalação e proclamação da República.
A Academia Nacional de Medicina, outrora denominada de Academia
Imperial de Medicina, instalou-se nesta casa, em 1958, contando com a
presença do então Presidente e Médico mineiro Juscelino Kubitschesk de
Oliveira.
A idéia mais remota do meu namoro com a Academia Nacional de
Medicina, em verdade começou bem lá atrás, em 1979, ano de minha
formatura em Medicina, na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de
Janeiro.
Naquele ano, a Academia Nacional de Medicina comemorava o seu
sesquicentenário e vários cursos foram organizados por professores e
acadêmicos daquela Escola para comemorar aquela data marcante.
Lembro-me de ter assistido nesta casa cursos organizados pelos
professores Francisco Fialho, Josias de Freitas e Lúcio Galvão, Newton
Bethlem, Antar Padilha Gonçalves, Annibal Nogueira Júnior e tantos outros
mestres e ilustres acadêmicos.
Ao longo do meu curso médico na Egrégia Escola de Medicina e Cirurgia
do Rio de Janeiro e, mais tarde, na Residência Médica na Santa Casa da
Misericórdia do Rio de Janeiro fui aluno e convivi com inúmeros mestres e
acadêmicos , que me falavam com muita honra e gratidão dessa casa,
que passei, mesmo à distância, a admirá-la, enaltece-la e, porque não
dizer a cortejá-la.
Dentre esses queridos mestres destaco os professores e acadêmicos
Francisco Fialho e Thomaz de Figueiredo Mendes.
O primeiro, o Professor Francisco Fialho, professor de Anatomia Patológica,
me acolheu como monitor oficial da Disciplina por três anos, juntamente
com seu fiel e dileto assistente o professor e hoje acadêmico Carlos
Alberto Basílio de Oliveira. Foi o Professor Fialho quem pela primeira vez
me convidou a assistir a uma reunião científica na ANM.
O segundo o Acadêmico Thomaz de Figueiredo Mendes, com quem fiz a
minha formação e pós-graduação em Clínica Médica e Hepatologia,
por várias vezes me convidou a assistir cursos e simpósios nesta casa, e
que já abordavam a problemática das hepatites virais, já naquela época
em plena efervescência, com a descoberta dos vírus da hepatite B, Delta
e das hepatites não-A, não-B.
Em 1997, concorri e fui agraciado com a honraria científica maior desta
casa, o Prêmio Carlos Chagas, estudando os aspectos da coinfecção
pelos vírus da hepatite C e o vírus da imunodeficência humana
(HIV)/AIDS.
Desde então passei a frequentar com regularidade as suas sessões
científicas e, mais de uma vez proferi palestras e recentes avanços, agora
sob a liderança e o convite do Acadêmico Mário Barreto Correa Lima.
A chegada até aqui foi longa, com alguns obstáculos, que foram todos
eles, um a um, sendo ultrapassados, graças a gentileza, cordialidade e à
inestimável colaboração de alguns mentores e professores.
Desde muito cedo, senti a falta de várias qualidades, menos de uma, a
paciência. A vida já me havia ensinado, em outras ocasiões, que chegar
era mais importante do que quando chegar.
E que esperar era um bom começo para alcançar.
Chico Buarque de Holanda, o nosso compositor maior, ao fazer um
verso-poema em uma de suas músicas, PARATODOS, citava que:
OOOOmeumeumeumeu paipaipaipai eraeraeraera paulistapaulistapaulistapaulista
MeuMeuMeuMeu avavavavôôôô,,,, pernambucanopernambucanopernambucanopernambucano
OOOOmeumeumeumeu bisavbisavbisavbisavôôôô,,,, mineiromineiromineiromineiro
MeuMeuMeuMeu tataravtataravtataravtataravôôôô,,,, baianobaianobaianobaiano
MeuMeuMeuMeu maestromaestromaestromaestro soberanosoberanosoberanosoberano
FoiFoiFoiFoi AntonioAntonioAntonioAntonio BrasileiroBrasileiroBrasileiroBrasileiro
Chico Buarque homenageava, dessa forma, o maior músico e compositor
do século passado Antônio Carlos de Almeida Brasileiro Jobim.
Parafraseando esse poema diria que:
meusmeusmeusmeus paispaispaispais eramerameramerammineiros,mineiros,mineiros,mineiros,
meumeumeumeu avavavavóóóó baiano,baiano,baiano,baiano,
meumeumeumeu irmirmirmirmããããoooo éééé carioca,carioca,carioca,carioca,
masmasmasmas meumeumeumeu maestromaestromaestromaestro soberanosoberanosoberanosoberano éééé MarioMarioMarioMario Barreto.Barreto.Barreto.Barreto.
OsOsOsOs meusmeusmeusmeus paispaispaispais eramerameramerammineiros:mineiros:mineiros:mineiros:
ThomazThomazThomazThomaz dededede FigueiredoFigueiredoFigueiredoFigueiredo MendesMendesMendesMendes eeee JorgeJorgeJorgeJorge dededede AlckiminAlckiminAlckiminAlckimin Toledo.Toledo.Toledo.Toledo.
Com o primeiro fiz a minha formação em Clínica Médica e Hepatologia
durante o internato e a residência médica na Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro nos anos de 1979 à 1982. Figueiredo Mendes, mineiro de
Eloi Mendes, formado em 1936, era discípulo e chefe da Divisão de
Gastroenterologia da 4a Cadeira de Clínica Médica da Faculdade
Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, à época chefiado pelo
Professor Waldemar Berardinelli, tio do Acadêmico Affonso Berardinelli
Tarantino, a quem substituo hoje. Em 1956, passou a chefe de Clínica e da
Divisão de Gastroenterologia da Disciplina de Clínica Propedêutica
chefiado pelo Acadêmico e Ex-presidente desta casa Carlos Cruz Lima.
Fundador da Hepatologia nacional em 1967, o Acadêmico Figueiredo
Mendes em determinado momento de sua vida profissional percebeu
quão grande e vasto era o conhecimento da Clínica Médica, que
resolveu se aperfeiçoar e se especializar em Gastroenterologia e, o fez
com o mais afamado Professor da época, Henry Leroy Bockus, na
Filadelfia, nos Estados Unidos, cujo Tratado de Gastroenterologia era a
verdadeira biblia da especialidade. Algum tempo depois, já de volta ao
Brasil e bem conceituado na especialidade, percebeu, mais uma vez,
como o conhecimento da Gastroenterologia era, também, muito grande,
decidindo dedicar-se ao estudo das doenças do Fígado, mas sem nunca
deixar de reconhecer a importância dos ensinamentos obtidos com as
primeiras duas áreas do conhecimento.
Em 1967 fundou na Santa Casa da Misericórdia, juntamente com
Clementino Fraga Filho, Jorge de Alckmin Toledo, Mario Barreto Correa
Lima e outros colaboradores, a Sociedade Brasileira de Hepatologia, que
completará em 2017, cinquenta anos de existência. Criou o primeiro
serviço de Hepatologia do país, na 8a Enfermaria da Santa Casa da
Misericórdia do Rio de Janeiro, em 1974, onde pontificavam médicos
entusiasmados pela especialidade, como Fernando Weindhausen
Portella, Sergio Ney Lyra de Lacerda, Nélio PInheiro de Andrade, Paulo
Roberto Torres, Carlos Eugênio Lossio e Seiblitz e Manoel Barreto.
Memoráveis eram as suas reuniões anuais sobre Hepatites, em maio,
trazendo para a Santa Casa da Misericórdia a fina flor da Hepatologia
Nacional.
Ao término da minha residência médica em 1982, Figueiredo Mendes me
recomendou que seguisse a carreira universitária e acadêmica e me
sugeriu que procurasse o Professor Jorge de Alckmin Toledo, já agora
instalado no novo Hospital Universitário da Ilha do Fundão.
EEEE lllláááá fuifuifuifui eueueueu encontrarencontrarencontrarencontrar oooo meumeumeumeu segundosegundosegundosegundo paipaipaipai mineiro.mineiro.mineiro.mineiro.
Jorge Toledo era mineiro de Santa Rita de Sapucaí, no Sul de Minas, terra
de minha mãe Solange. Professor Toledo, era o assistente dileto de
Clementino Fraga Filho. Assim como Figueiredo Mendes, havia sido,
também, assistente na 4a Cadeira de Clínica Médica do Professor
Waldemar Berardinelli e fellow do serviço do Professor Bockus na Filadelfia.
Ao ingressar no Curso de Mestrado em Gastroenterologia na UFRJ,
coordenado por Jorge Toledo e Vera Vinhaes, alí encontrei sob a sua
liderança os mais renomados Gastroenterologistas do país, como Faustino
Porto, Boavista Nery, Gilberto Nagle, Oswaldo Franco Gouveia, Glaciomar
Machado, Milton dos Reis Arantes, Marcus Túlio Haddad, Eduardo Lopes
Pontes e tantos outros que enriqueciam a Faculdade de Medicina da
UFRJ, sendo que três deles tem assento nessa seleta bancada: Glaciomar
Machado, Marcus Túlio Haddad e Eduardo Lopes Pontes.
Em 1983, Jorge Toledo foi motivado a realizar o concurso para professor
titular de Gastroenterologia da FM-UFRJ. Solicitou, então que eu, jovem
aluno de Mestrado, e o Professor Henrique Sérgio Moraes Coelho o
ajudassem na coleta e análise dos dados e na confecção da tese, que
versaria sobre Hepatites não-A, não-B. Durante dois anos nos dedicamos
inteiramente a coleta dos dados de sua tese, nos reunindo
periodicamente em sua casa na rua Joaquim Nabuco. Com a sua morte
prematura em 1985, não conseguiu concretizar o sonho da cátedra, mas
deixou em todos nós seus admiradores uma imensa saudade e vazio.
OOOOmeumeumeumeu avavavavóóóó eraeraeraera baiano!baiano!baiano!baiano!
Destaco a figura maior do Professor e Acadêmico Clementino Fraga Filho.
Conheci o Professor Fraga ainda na Santa Casa da Misericórdia nos anos
de 1978/1979, quando do internato em Medicina, à frente da 4a e 20a
Enfermaria de Clínica Médica, que reunia em seu serviço o elenco mais
prestigiado de médicos e professores da Faculdade de Medicina e,
porque não dizer do país.
Professor Fraga sempre foi um grande entusiata do estudo das doenças
do Fígado. Sua tese de Docência Livre versava sobre as Hepatites Agudas
e em seu serviço estruturou o mais completo serviço de Gastroenterologia
do país.
O reencontrei mais tarde, em 1982, no Hospital Universitário, como Diretor
da FM e, a partir de 1994, tive a honra de ser aprovado como Professor da
Disciplina de Clínica Médica e Propedêutica da FM e de reencontrá-lo,
juntamente com o saudoso Professor Rodolpho Paulo Rocco.
A figura impar do Acadêmico Clementino Fraga Filho, de grande
humanista, médico e educador permanece acesa em todos nós e
perpetuada para sempre no Hospital que leva o seu nome.
OOOOmeumeumeumeu irmirmirmirmããããoooo éééé carioca!carioca!carioca!carioca! HenriqueHenriqueHenriqueHenrique SSSSéééérgiorgiorgiorgio MoraesMoraesMoraesMoraes Coelho.Coelho.Coelho.Coelho.
Com a morte prematura de Jorge Toledo, o Professor Henrique Sérgio
assumiu a orientação da tese de mestrado e que versava sobre a
prevalência de Hepatite B e Delta em Hemofílicos. Na época trabalhava
no Centro de Hematologia Santa Catarina, instituição idealizada por
Augusto Luiz Gonzaga e que se dedicava ao acompanhamento e
tratamento de hemofílicos, pacientes politransfundidos e que, por
infortúnio, apresentavam elevada frequência de hepatites
pós-transfusionais.
Mais tarde, ao ingressar como docente da FM - UFRJ, pude colaborar
intensamente com o Professor Henrique Sérgio Moraes Coelho na
formação e pós-graduação de vários colegas, que hoje trabalham no
Serviço de Hepatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho,
seja como orientador ou co-orientador de teses, seja como membro de
bancas examinadoras de Mestrado e Doutorado.
A ele a minha imensa admiração e estima.
Mas,Mas,Mas,Mas, meumeumeumeu maestromaestromaestromaestro soberanosoberanosoberanosoberano éééé MMMMááááriorioriorio BarretoBarretoBarretoBarreto CorreaCorreaCorreaCorrea Lima.Lima.Lima.Lima.
Ao Acadêmico Mário Barreto Correa Lima, orador que me saúda, a ele
devo em grande parte tudo o que sou e conquistei na minha vida
médica e acadêmica. Em 1987, após prestar o concurso de provas e
títulos fui aprovado como professor da Disciplina de Clínica Médica da
Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, sob a sua liderança.
Mais uma vez a sorte não me abandonou!!
O Acadêmico Mário Barreto havia sido, também, dedicado colaborador
dos Acadêmicos Figueiredo Mendes e Carlos Cruz Lima, na 7a Enfermaria
da Santa Casa do Rio de Janeiro e, também, demonstrava especial
interesse e fascínio pelo estudo das doenças do Fígado. Sua tese de
Docência,em 1970 na FM-UFRJ, versava sobre as PossPossPossPossííííveisveisveisveis UtilizaUtilizaUtilizaUtilizaçõçõçõçõeseseses dadadada
RecanalizaRecanalizaRecanalizaRecanalizaçãçãçãçãoooo dadadada veiaveiaveiaveia umbilicalumbilicalumbilicalumbilical nononono Homem:Homem:Homem:Homem: nananana FiltraFiltraFiltraFiltraçãçãçãçãoooo Per-umbilicalPer-umbilicalPer-umbilicalPer-umbilical dodododo
sanguesanguesanguesangue portalportalportalportal nononono tratamentotratamentotratamentotratamento dadadada esquistossomoseesquistossomoseesquistossomoseesquistossomose mansmansmansmansôôôônicanicanicanica, assunto
intensamente estudado, também, por Figueiredo Mendes. Sua tese para
o concurso para professor titular de DIP na Escola de Medicina e Cirurgia
versava sobre o Fígado na Leptospirose, no qual contou com a prestimosa
colaboração dos Professores e Acadêmicos Carlos Alberto Basílio de
Oliveira e Omar da Rosa Santos.
Ao longo destes últimos 27 anos de convívio ininterrupto tive o privilégio de
contar com a sua orientação segura e de tê-lo como examinador nas
bancas de concurso de ingresso na carreira do magistério superior na
UNIRIO; na banca de doutoramento na Escola Paulista de Medicina em
1997; nos concursos de Livre Docência em Clínica Médica em 1991 e de
Gastroenterologia em 2004 e, mais recentemente, na Banca Examinadora
para Professor Titular de Clínica Médica e Gastroenterologia da EMCRJ da
Universidade Federal do Estado do RJ.
O Acadêmico Mário Barreto Correa Lima além de Professor Titular de DIP e
de Clínica Médica da EMCRJ da UNIRIO, foi Professor Titular da Faculdade
de Medicina de Valença e Vassouras e do Instituto de Pós Graduação
Médica Carlos Chagas. Com elevada formação humanística,
encontrou tempo para se aperfeiçoar na área de Sociologia e
Pedagogia e de presidir, durante período dificil de nossa história política,
a Associação Médica Brasileira e a Sociedade de Medicina e Cirurgia do
RJ.
Juntamente com Dona Guiomar, sua filha Izabela e seus netos Luiz
Eduardo e Carol tenho o privilégio de sua amizade e de sua orientação
segura. A ele agradeço emocionado a minha chegada a esse cenáculo
da Medicina. Querido Professor Mário, " quod clausum in pectore hoc in
lingua promptem habeo" (O que trago encerrado no peito tenho exposto
pela língua)
Protocolarmente uma Comissão de Honra constituída por Acadêmicos
nomeados pelo Exmo. Sr. Presidente acompanha o novel acadêmico ao
salão da posse. Agradeço ao Presidente Acadêmico Francisco Sampaio
por ouvir e aceitar as minhas sugestões.
Devo confessar a todos a dificuldade de escolha de apenas seisseisseisseis nomes
dentre tantos que gentilmente me acolheram e me distinguiram com a
sua amizade e cordialidade. Optei por constituir um grupo de
acadêmicos que simbolizassem as distintas secções da ANM e as distintas
fases da minha vida médica profissional e universitária.
O primeiro e Decano da comissão, o AcadAcadAcadAcadêêêêmicomicomicomico AdolphoAdolphoAdolphoAdolpho HoirischHoirischHoirischHoirisch, neste
momento representa, juntamente com os acadêmicos OmarOmarOmarOmar dadadada RosaRosaRosaRosa
Santos,Santos,Santos,Santos, PauloPauloPauloPaulo MarchioriMarchioriMarchioriMarchiori BussBussBussBuss eeee JosJosJosJoséééé GalvGalvGalvGalvããããoooo AlvesAlvesAlvesAlves, a secção de Medicina
da ANM, presidida pelo acadêmico Sérgio Augusto Pereira Novis.
O acadêmico Adolpho Hoirisch além de todas as qualidades que lhe
distinguiram ao longo de sua brilhante carreira de Professor Emérito de
Psiquiatria da FM - UFRJ, teve para mim peso especial nessa caminhada
em direção à ANM. Desde a primeira postulação, o acadêmico Hoirisch
sempre me distinguiu com seus conselhos, sabedoria rara e amizade,
amizade essa, que creio eu, ele também dedicava ao meu saudoso pai e
médico Armando Silveira Mello. O Academico Adolpho Hoirisch foi
durante alguns anos, juntamente com o saudoso acadêmico Waldemar
Kischinevski companheiro de meu pai no corpo de oficiais médicos da
Força Aérea Brasileira. Juntos trabalharam no Hospital da Força Aérea do
Galeão, onde nasci e, posteriormente no Hospital Central da Aeronáutica.
Periodicamente participavam os três da seleção de inúmeros outros
médicos que iriam no futuro compor o seleto grupo de oficiais médicos da
FAB.
Com o seu humor refinado, verve rara e inteligência aguçada o
Acadêmico Hoirsch tinha dentre outras atribuições a avaliação do perfil
psicológico do candidato. Meu pai Armando me contava, de forma bem
humorado, que certa vez, após exaustiva seleção de candidatos,
indagara ao Acadêmico Adolpho qual era o seu perfil psicológico, no
que o Professor Adolpho com o seu humor refinado definiu: Armandinho
você é um clássico ciclotímico!!.
Professor Adolpho Hoirisch como é de praxe em nossas saudações: Um
beijo na testa!!
O acadêmico CarlosCarlosCarlosCarlos AlbertoAlbertoAlbertoAlberto BasBasBasBasííííliolioliolio dededede OliveiraOliveiraOliveiraOliveira, aqui representando a
secção de Ciências Aplicadas, coordenada pelo Acadêmico Carlos
Alberto Mandarim-de-Lacerda, foi meu mestre e professor de Anatomia
Patológica na Escola de Medicina e Cirurgia do RJ, da UNIRIO. Durante 3
anos tive o privilégio de ser seu monitor e de aprender a fazer autopsias e,
de me iniciar nas atividades de pesquisa, publicando os primeiros artigos
sobre o carcinoma papilífero da tireóide em nódulo hiperfuncionante.
Mesmo após a formatura e a decisão de me especializar em Clínica
Médica e Hepatologia continuei mantendo contato permanente com o
seu serviço, desta vez estudando os aspectos clínicos e
anatomopatológicos da infecção pelo HIV, que havia sido recentemente
descoberto em 1986. Juntamente com o Acadêmico Carlos Alberto
Basílio tive a oportunidade de participar das primeiras necrópsias de casos
de AIDS na cidade do Rio de Janeiro e de estudar as manifestações do
Fígado e do Aparelho Digestivo na Síndrome de Imunodeficiência
Adquirida. Ao Professor Basílio, sua esposa Santa e seu filho Rodrigo que
me distinguem com a sua amizade, o meu respeito e a minha estima.
O Acadêmico OmarOmarOmarOmar dadadada RosaRosaRosaRosa SantosSantosSantosSantos, uma das figuras mais respeitadas e
queridas desta casa, me deu o prazer de seu convívio desde os bancos
estudantis no Hospital Universitário Gaffrée e Güinle, quando me interessei
pelo estudo das doenças renais. Juntamente com o Professor Rômulo
Macambira, professor da Disciplina de Clínica Médica e o Professor Basílio,
interessei-me em estudar a importância e o papel da Prostaglandina na
Hipertensão Arterial e nos Tumores Renomedulares.
Fui seu estagiário voluntário na Unidade de Nefrologia do Hospital do
Andaraí durante o internato e a Residência Médica, passando visitas
regulares e plantões aos sabados e domingos. Com o seu filho e
acadêmico Professor Omar Lupi da Rosa Santos e sua esposa Andrea Lupi
nossa amizade se estendeu para os domínios da Dermatologia e, mais
recentemente, tivemos juntos o privilégio da colaboração e orientação
de teses no Programa de Mestrado em HIV/AIDS e Hepatites Virais na
UNIRIO. Muito obrigado pela sua generosidade, amizade e orientação.
OOOO AcadAcadAcadAcadêêêêmicomicomicomico PauloPauloPauloPaulo MarchioriMarchioriMarchioriMarchiori BussBussBussBuss éééé umaumaumauma dasdasdasdas figurasfigurasfigurasfiguras maismaismaismais destacadasdestacadasdestacadasdestacadas dadadada
EscolaEscolaEscolaEscola NacionalNacionalNacionalNacional dededede SaSaSaSaúúúúdededede PublicaPublicaPublicaPublica dadadada FundaFundaFundaFundaçãçãçãçãoooo OswaldoOswaldoOswaldoOswaldo CruzCruzCruzCruz eeee amigoamigoamigoamigo
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pleito.pleito.pleito.pleito. MuitoMuitoMuitoMuito obrigadoobrigadoobrigadoobrigado pelapelapelapela gentilezagentilezagentilezagentileza eeee cordialidade.cordialidade.cordialidade.cordialidade.
O Acadêmico JosJosJosJoséééé GalvGalvGalvGalvããããoooo AlvesAlvesAlvesAlves é figura das mais destacadas dessa
casa e da Gastroenterologia nacional. Nossos caminhos profissionais
inicialmente se cruzaram na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro.
Eu como residente na 8a Enfermaria de Hepatologia do Professor
Figueiredo Mendes e Vossa Excelência na 7a Enfermaria do Professor Cruz
Lima e a seguir na sua própria enfermaria a 18a.
Tive o privilégio de sua amizade e de testemunhar o seu enorme potencial
didático-pedagógico e sua capacidade de organização de eventos na
área de Gastroenterologia e Clínica Medica. Ao longo desses últimos 2
anos tive por parte de V.Excia a orientação segura e ajuda para o
ingresso na ANM, o que tornou a nossa amizade sincera e
despreocupada que nos une cada vez mais forte. A minha estima e o
meu respeito Acadêmico José Galvão Alves.
O Acadêmico RicardoRicardoRicardoRicardo JosJosJosJoséééé LopesLopesLopesLopes dadadada CruzCruzCruzCruz, aqui representando a Secção
de Cirurgia, coordenada pelo Acadêmico José de Jesus Peixoto
Camargo é o mais novo e recente amigo. Nos conhecemos ainda como
postulantes e candidatos a membro da Academia Nacional de Medicina,
na sede da Academia Brasileira de Ciências, quando V.Excia pleiteava a
vaga do professor e acadêmico emérito Helio Aguinaga e eu do
Acadêmico Luiz Cesar Póvoa.
Nunca é demais exaltar e enaltecer a sua capacidade de organização e
de didática. É por todos reconhecida a sua brilhante formação médica
na área de Cirurgia Buco-Maxilo-facial, com especialização e residência
em cirurgia geral, cirurgia plástica e cirurgia de cabeça e pescoço.
Até hoje, Acadêmico Ricardo Cruz, me recordo da primeira vez em que
assisti a uma palestra proferida por v.excia e que abordava o tema do
transplante de face, palestra entremeada com videos ilustrativos e sob o
fundo musical da canção She, cantada por Charles Aznavour.
Obrigado pela orientação, dedicação e amizade nessa campanha.
Cabe ao Acadêmico que chega lembrar a memória e a importância dos
acadêmicos que lhe antecederam na cadeira 10, cujo patrono é o
Acadêmico Pedro Francisco da Costa Alvarenga, correspondente
nacional eleito em abril de 1865. Nascido em Oeiras, no Piauí, foi
mandado aos 8 anos para Portugal para estudar no Colégio dos Loyos.
Graduou-se me Medicina na Universidade de Lisboa e Coimbra,
passando depois alguns em Bruxelas. Foi médico da Câmara de sua
Majestade Imperador no Real Hospital de São José, em Portugal.
A cadeira 10, a seguir, foi ocupada por Oswaldo Coelho de Oliveira,
nascido no Distrito Federal em 1884 e formado pela Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro. Eleito em 1913, sob a presidencia de Miguel
Couto era professor catedrático de Clínica Médica da FM do Rio de
Janeiro em 1919. Em 1942 passou a emérito, abrindo vaga para o
Acadêmico Deolindo Couto.
Aos meus antecessores mais recentes os Acadêmicos Deolindo Couto e
Affonso Berardinelli Tarantino me alongarei um pouco mais.
O primeiro, o Acadêmico Deolindo Couto, nascido no Piauí em 1902,
principal formador da Neurologia Brasileira, foi o mais longevo presidente
desta casa, tendo a presidido por seis ocasiões. Foi Professor Catedrático
e Emérito de Neurologia de duas das mais tradicionais e antigas Escolas
Médicas do Brasil: a Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do
Brasil, hoje a UFRJ e da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro.
Foi Reitor da Universidade do Brasil por longo período de tempo e
membro da Academia Brasileira de Letras. Foi o criador do Instituto de
Neurologia, que tem hoje o seu nome. Formou dezenas de professores,
recebendo no seu instituto médicos de outros países que para cá se
dirigiam nos anos sabáticos.
Ainda tive o privilégio de conhecê-lo como aluno na Escola de Medicina
e Cirurgia e, logo após a sua aposentadoria, sendo substituído nas aulas
téoricas e práticas no Instituto de Neurologia, pelos professores e
acadêmicos Antônio Mello e Hélcio Alvarenga, recentemente falecido e
pela sua jovem e bonita esposa Regina Alvarenga, que muito me honra
com a sua amizade e presença. Seu amor por sua terra natal foi sempre
uma constante em sua vida. Conservava na alma o sotaque do Piauí.
O Acadêmico Deolindo Couto e seu irmão Bernardo Couto muito
dignificaram essa casa, deixando, ainda como herdeiros de seus
respectivos legados os filhos e acadêmicos Deolindo Couto de Souza
Gomes e Paulo Couto.
O Acadêmico Affonso Berardinelli Tarantino foi o último membro titular da
cadeira 10. Nascido em 1915, em São José dos Campos, Professor
Tarantino era filho de um casal de farmacêuticos. Sua mãe, Genézia, a
primeira mulher diplomada em Farmácia no Brasil, enviuvou jovem aos 26
anos de vida, ficando com o encargo de criar e educar dois filhos.
Professor Tarantino graduou-se na Faculdade Nacional de Medicina em
1938 e durante a graduação foi interno da cadeira de Clínica Médica de
Clementino Fraga e de Propedêutica de Rocha Vaz. Logo depois de
formado conquistou bolsa de estudos no famoso Instituto Forlaini em
Roma, aprimorando seus conhecimentos em Tisiologia e Pneumologia. Ao
regressar ao Brasil tornou-se chefe da Clínica do Serviço de Torax na 32a
Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. Foi assistente
da Clínica Médica e Propedeutica na Cátedra regida por seu tio
Waldemar Berardinelli, grande nome da Medicina Interna desse país nos
anos 40 e 50. Foi Livre Docente em Pneumologia pela Faculdade de
Ciências Médica da UERJ e Professor Titular da FTESM e da PUC-RJ.
O Acadêmico Affonso Tarantino foi um dos mais brilhantes
pneumologistas brasileiros, formando com os Acadêmicos Aloísio de
Paula e Newton Manhães Bethlem e, mais recentemente, José Manuel
Jansen e Carlos Alberto Barros Franco,os representantes da especialidade
na Academia Nacional de Medicina. Mas, senhores acadêmicos e
senhoras acadêmicas, todos os trabalhos mais numerosos e extensos do
Professor Tarantino encontram-se em seu magnífico livro Doenças
Pulmonares, no qual o Professor Tarantino soube, com rara felicidade,
juntar à farta documentação, a sua vasta erudição e experiência no
campo da Pneumologia.
Além de suas inúmeras qualidades como médico e professor era,
também pensador e profícuo escritor. Dentre os seus livros destaco o
Repetrechos em que consolidou em versos a sua paixão pela Medicina e
pela esposa amada Neusa. Entre as inúmeras citações à Neusa
destacaria:
"""" AsAsAsAs dedicatdedicatdedicatdedicatóóóóriasriasriasrias àààà Neusa,Neusa,Neusa,Neusa, quequequeque asasasas tenhotenhotenhotenho nononono coracoracoracoraçãçãçãção,o,o,o, asasasas vezesvezesvezesvezes memememe
impedemimpedemimpedemimpedem dededede respirar.respirar.respirar.respirar. UmUmUmUm diadiadiadia vouvouvouvou publicpublicpublicpublicáááá-las,-las,-las,-las, mesmomesmomesmomesmo quequequeque asasasas originaisoriginaisoriginaisoriginais
estejamestejamestejamestejam ineleginelegineleginelegííííveis,veis,veis,veis, manchadasmanchadasmanchadasmanchadas dededede lllláááágrimas"grimas"grimas"grimas"
"""" NeusaNeusaNeusaNeusa foifoifoifoi umaumaumauma sonatasonatasonatasonata quequequeque DeusDeusDeusDeus gravougravougravougravou nananana minhaminhaminhaminha alma,alma,alma,alma, tecendotecendotecendotecendo comcomcomcom
seusseusseusseus cabeloscabeloscabeloscabelos umaumaumauma harpa,harpa,harpa,harpa, comcomcomcom aaaa qualqualqualqual elaelaelaela partiupartiupartiupartiu paraparaparapara sempre.sempre.sempre.sempre. Neusa,Neusa,Neusa,Neusa, aaaa
tristezatristezatristezatristeza dadadada suasuasuasua partidapartidapartidapartida ssssóóóó aaaa possopossopossoposso compararcompararcompararcomparar comcomcomcom àààà alegriaalegriaalegriaalegria de,de,de,de, emememem brevebrevebrevebreve
reencontrreencontrreencontrreencontráááá-la.-la.-la.-la. EEEE foifoifoifoi assimassimassimassim quequequeque oooo ProfessorProfessorProfessorProfessor TarantinoTarantinoTarantinoTarantino partiupartiupartiupartiu emememem julhojulhojulhojulho dededede 2014.2014.2014.2014.
Mais recentemente, tive a imensa alegria de conhecer uma de suas filhas
Cristina Tarantino e seu esposo Luiz Octavio Motta Veiga, em reunião
social na casa de meu dileto amigo Rubens Carmo Costa Filho, médico
pessoal e amigo do Professor Affonso Tarantino. Na ocasião ela muito me
emocionou me desejando sorte e felicidades na eleição do dia 27 de
agosto e, citando que nesta data celebrava-se o nascimento de sua mãe
Neuza e que, certamente, ela lá de cima estaria junto com o Professor
Tarantino torcendo pela nossa conquista.
Obrigado Cristina e Luiz Octavio pela gentileza e carinho dessas palavras.
Senhores acadêmicos e acadêmicas a responsabilidade de suceder, mas
não substituir dois ícones da Medicina Brasileira, e de falar sobre eles, me
transforma em réu diante dos presentes, que com justiça acharão que
não falei e disse o suficiente e de maneira perfeita sobre esses dois
patronos da cadeira 10.
Muito mais haveria de ser dito e falado e louvado. Me penitencio por isso!
Cabe ao acadêmico discorrer sobre algum assunto de sua área de
predileção na Medicina e sem outra possibilidade gostaría de falar um
pouco sobre a Hepatologia.
Ao acolher as credenciais de um Hepatologista, que como tal me
apresentei, a Academia Nacional de Medicina quiz dar tácito
reconhecimento a esta especialidade.
Em verdade, como uma especialidade autonoma e não mais como um
ramo da Gastroenterologia ela é hoje uma especialidade jovem de
quase 50 anos no Brasil e pouco mais de 70 na Europa e EUA. EmEmEmEm 2017201720172017
celebrar-se-celebrar-se-celebrar-se-celebrar-se-ããããoooo 50505050 anosanosanosanos dadadada SociedadeSociedadeSociedadeSociedade BrasileiraBrasileiraBrasileiraBrasileira dededede Hepatologia,Hepatologia,Hepatologia,Hepatologia, emememem
CongressoCongressoCongressoCongresso emememem RecifeRecifeRecifeRecife eeee quequequeque serserserseráááá presididopresididopresididopresidido pelopelopelopelo colegacolegacolegacolega eeee ProfessorProfessorProfessorProfessor
EdmundoEdmundoEdmundoEdmundo LopesLopesLopesLopes eeee porporporpor esseesseesseesse novelnovelnovelnovel acadacadacadacadêêêêmicomicomicomico quequequeque vosvosvosvos fala.fala.fala.fala.
O estudo da patologia hepática sempre ocupou posição prioritaria no
plano de pesquisadores e cientistas, no que tem sido acompanhada de
perto por leigos e curiosos, para quem o fígado sempre andou envolto em
denso misterio.
Já desde os primórdios da civilização atribuía-se ao fígado muitas virtudes
e poderosa influencia sobre o homem, sua saúde e seu destino. Assim é
que vamos encontrar o Fígado ao longo dos séculos ligado a Mitologia
Grega, na lenda, na literatura e até no folclore.
Uma das lendas mais antigas e, provavelmente, a mais conhecida da
Mitologia grega é a de Prometeu, filho de Júpiter, acorrentado ao cume
de um Rochedo no Cáucaso, onde um abutre vinha, diariamente,
devorar-lhe o fígado, que durante a noite se reconstituía e curava. Diz a
lenda que tão impiedoso suplício, imposto porque ousara ele roubar o
fogo no céu para dá-lo aos homens, durou até que Heráclio o libertou,
pondo fim a mais longa demonstração de capacidade regenerativa do
orgão, que hoje conhecemos tão bem.
Outra ligação histórica procura salientar as estreitas relações entre o
fígado e o cerebro. Há mais de 400 anos o célebre escritor inglês William
Shakespeare, em um clássico da literatura inglesa, a Décima Segunda
Noite, descreveu as queixas de Sir Andrews. Embora considerando-se
homem inteligente e perspicaz, sentia-se ele algo embotado e até
sonolento, sempre que ingeria quantidades maiores de carne que a
habitual. Hoje fica facil compreender que o nosso Lord inglês,
provavelmente com o fígado castigado pelo generoso whiskey escocês,
não metabolizava adequadamente a amônia e, assim criava as
condicções adequadas para desenvolver episódios de encefalopatia
hepática.
Desta forma não seria tarefa muito dificil provar a este auditório,
composto de homens e mulheres inteligentes, cultas e equilibradas, como
um bom fígado constitui-se em pré-requisito indispensável, assim como
caberá à Moderna Hepatologia lugar de destaque no cenáculo da
Medicina Contemporanea.
Outras histórias e folclores da Medicina dizem respeito ao mau humor, má
digestão e a sensação de amargo na boca. Há anos os medicos ouvem
queixas e observações de que aquele fulano ou sicrano está mau
humorado e atribuem tal estado a deterioração do fígado e da vesícula
biliar. Fígado localizado à direita ou à esquerda, como vemos vários
pacientes assinalar, não importa!
O certo é que ele contribuiu muito durante o correr dos tempos para
enriquecer a mitologia, a lenda, a história e o folclore popular.
AoAoAoAo ladoladoladolado dodododo estudoestudoestudoestudo dadadada patologiapatologiapatologiapatologia hephephephepááááticaticaticatica decorrentedecorrentedecorrentedecorrente dodododo alcoolismoalcoolismoalcoolismoalcoolismo eeee dasdasdasdas
desnutridesnutridesnutridesnutriçãçãçãçãoooo outrasoutrasoutrasoutras duasduasduasduas ááááreasreasreasreas dodododo conhecimentoconhecimentoconhecimentoconhecimento ganharamganharamganharamganharam importimportimportimportâââânciancianciancia
nosnosnosnos úúúúltimosltimosltimosltimos anos:anos:anos:anos: asasasas hepatiteshepatiteshepatiteshepatites virais,virais,virais,virais, mormentemormentemormentemormente aquelasaquelasaquelasaquelas provocadasprovocadasprovocadasprovocadas pelospelospelospelos
vvvvíííírusrusrusrus BBBB eeee CCCC eeee aaaa doendoendoendoenççççaaaa gordurosagordurosagordurosagordurosa nnnnããããoooo alcalcalcalcóóóóolica.olica.olica.olica. AAAA primeira,primeira,primeira,primeira, aaaa hepatitehepatitehepatitehepatite
pelopelopelopelo vvvvíííírusrusrusrus BBBB afligeafligeafligeaflige maismaismaismais dededede 300300300300 milhmilhmilhmilhõõõõeseseses dededede individuos,individuos,individuos,individuos, e,e,e,e, aaaa segunda,segunda,segunda,segunda, aaaa
hepatitehepatitehepatitehepatite pelopelopelopelo vvvvíííírusrusrusrus CCCC acometeacometeacometeacomete maismaismaismais dededede 180180180180 milhmilhmilhmilhõõõõeseseses dededede inidivinidivinidivinidivííííduosduosduosduos emememem todotodotodotodo
oooo mundo,mundo,mundo,mundo, relacionadarelacionadarelacionadarelacionada estaestaestaesta úúúúltimaltimaltimaltima aoaoaoao usousousouso eeee abusoabusoabusoabuso dededede drogasdrogasdrogasdrogas ililililíííícitascitascitascitas
injetinjetinjetinjetááááveisveisveisveis e,e,e,e, atatatatéééé passadopassadopassadopassado recente,recente,recente,recente, asasasas transfustransfustransfustransfusõõõõeseseses dededede sangue.sangue.sangue.sangue. AsAsAsAs hepatiteshepatiteshepatiteshepatites
viraisviraisviraisvirais BBBB eeee CCCC ssssããããoooo importantesimportantesimportantesimportantes causascausascausascausas dededede doendoendoendoenççççaaaa hephephephepááááticaticaticatica crcrcrcrôôôônica,nica,nica,nica, dededede
cirrosecirrosecirrosecirrose eeee oooo principalprincipalprincipalprincipal fatorfatorfatorfator etioletioletioletiolóóóógicogicogicogico dodododo cancercancercancercancer dededede ffffíííígado.gado.gado.gado.
AAAA outraoutraoutraoutra condicondicondicondiçãçãçãçãoooo patolpatolpatolpatolóóóógica,gica,gica,gica, aaaa doendoendoendoenççççaaaa gordurosagordurosagordurosagordurosa nnnnããããoooo alcalcalcalcóóóóolicaolicaolicaolica dodododo
ffffíííígado,gado,gado,gado, decorredecorredecorredecorre dededede umaumaumauma verdadeiraverdadeiraverdadeiraverdadeira epidemia,epidemia,epidemia,epidemia, cadacadacadacada vezvezvezvez maismaismaismais observadaobservadaobservadaobservada
nosnosnosnos grandesgrandesgrandesgrandes centroscentroscentroscentros eeee papapapaíííísessessesses industrializados,industrializados,industrializados,industrializados, ocorrendoocorrendoocorrendoocorrendo emememem atatatatéééé 25%25%25%25% aaaa
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mellitusmellitusmellitusmellitus eeee ssssííííndromendromendromendrome metabmetabmetabmetabóóóólica.lica.lica.lica.
Acredito que por tais razões, dentre outras, mas sobretudo pelo avanço
no diagnóstico, investigação e tratamento das doenças hepáticas nestes
últimos cinquenta anos, que certamente levaram esta Academia a incluir
entre seus pares um fiel e confesso apreciador da Hepatologia, o primeiro
desde o passamento do Acadêmico Figueiredo Mendes, em 1996.
Senhores Acadêmicos e Senhoras Acadêmicas convivi ao longo das
últimas três décadas com cientistas e estudiosos das doenças do Fígado
em três serviço de referencia desta cidade.
O primeiro e mais antigo o serviço de Hepatologia da Santa Casa da
Misericórdia do RJ, berço da Medicina Brasileira, idealizado pelo
Acadêmico Figueiredo Mendes. O segundo organizado e idealizado pelo
ProfessorJorge de Alckmin Toledo e, com a sua morte prematura, liderado
pelo Professor Henrique Sérgio Moraes Coelho, tornou-se a principal
referência de nossa cidade, local, inclusive, onde realizou-se pela primeira
vez nesse estado a cirurgia de transplante hepático.
O terceiro e mais recente, data de 1993, teve a liderança do Acadêmico
Mario Barreto Correa Lima e a colaboração deste novel acadêmico foi
implantado no Hospital Universitário Gaffrée e Güinle. O Hospital Gaffrée e
Güinle criado por Candido Gaffrée e Eduardo Güinle em 1929 atendia
prioritariamente, no início do século passado, aos funcionários do Cais do
Porto do Rio de Janeiro e, que se especializou, naquela época, no
manejo das doenças sexualmente transmissíveis mais frequentes,
mormente a sífilis.
Ao longo desses 76 anos de existência, o Hospital Gaffrée e Güinle
reencontrou o seu perfil de outrora, ao se dedicar ao atendimento de
duas novas condições infecciosas prevalentes no nosso meio, caso da
infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (AIDS) e das hepatites
virais.
Por ali passaram e caminharam dentro de seus ambulatórios e
enfermarias, mestres e luminares da Medicina, que escreveram a história
da Clinica Médica, da Cirurgia e das Ciências Básicas, muitos dos quais
membros desta casa, a Academia Nacional de Medicina.
Por certo, ainda hoje é possível, às pessoas mais sensíveis, ouvir ressoar os
passos cadenciados dos pais da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de
Janeiro, antiga Faculdade Hahnemaniana. Lá ainda estão vivos os
exemplos edificantes de Benjamin Vinelli Baptista, Jair Pereira Ramalho,
Francisco Alcantara Gomes, Francisco Fialho, José Maria Barcellos,
Anníbal Nogueira Junior, Fioravante Di Piero, Josias de Freitas, Lúcio
Galvão, Ugo Pinheiro Guimarães, Deolindo Couto, Antonio da Silva Mello,
Jorge Rezende, José Kós, Paulo Filho, Newton Bethlem, Waldemar
Kischnevski, Antar Padilha Gonçalves, Luiz Beethoven Dantas do Amaral,
Osmar Teixeira Costa e tantos outros que dignificaram aquela Escola e
essa casa maior da Medicina Brasileira.
Vivemos um momento dificil no cenário político, econômico e cultural do
pais. Porém, mais triste para todos nós médicos e professores, é presenciar
e testemunhar a situação de abandono pelo qual passam estas três
instituições aqui citadas.
A Santa Casa da Misericórdia do RJ, berço da Medicina Brasileira,
testemunha ocular da História da Medicina, encontra-se fechada há mais
de 2 anos. A Faculdade de Medicina da UFRJ e a Escola de Medicina e
Cirurgia do Rio de Janeiro, e seus respectivos hospitais escolas, das quais
muito me honro de ser professor, vivem momentos dificeis, com número
restrito de leitos e internações.
Ao mesmo tempo em que vemos as três mais tradicionais escolas medicas
do país à míngua, o Governo Federal resolveu aumentar nos últimos 5
anos em 79 o número de escolas médicas, totalizando hoje 257 escolas,
segundo o último censo do CFM, algumas localizadas em cidades sem
qualquer preparo para a formação dos médicos. Além disso criou o
programa Mais Médicos, no qual médicos de outros países sem a
respectiva revalidação de seus diplomas exercem muitas vezes funções
de técnicos em Medicina.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Em uma noite tão especial como esta dois sentimentos dominam a alma
do novel acadêmico empossado: Felicidade e Gratidão!!
Lembro-me então, de fato narrado pelo Acadêmico Affonso Berardinelli
Tarantino e descrito pelo Acadêmico Paulo Couto em seu discurso de
posse.
Certa vez a escritora Selma Lagerhöf, ao receber o prêmio Nobel de
Literatura, foi envolvida por imensa sensação de felicidade, que tentava
dissipar pensando naqueles que se alegrariam com a sua sorte. Eram
muitos amigos, sua família e principalmente a sua velha mãe.
Subitamente, a lembrança de seu pai surgiu-lhe à mente e, com isso uma
profunda tristeza lhe abateu por não poder compartilhar com ele aquele
grande momento. E disse ela: e se eu fosse ver meu pai no reino dos céus?
Seja bem vinda, diria ele. Espero que não tenha lhe acontecido nenhuma
desgraça. No que ela retrucou: não meu pai, vim apenas te pedir um
conselho: O fato é que estou cheia de dívidas!!.
No que o pai lhe respondeu: receio muito não poder ajudá-la filha.
Aqui no céu tem tudo, menos dinheiro.
Não meu pai, retrucou ela, minhas dividas não são de dinheiro, são de
GRATIDÃO!!
Pior ainda, respondeu o pai: Não irei quebrar a cabeça por questões que
nem aqui no céu, nem na terra, poderei resolver.
Já que você ganhou esse prêmio, não quero pensar em mais nada, salvo
em ser feliz com você!!!
Sinto-me assim hoje: Grato e Feliz!!!
Grato a todos aqueles e em especial aos meus pais e aos meus pares,
que de alguma forma permitiram que esse sonho se tornasse realidade e,
aos quais espero pagar, parcialmente, com a moeda da minha amizade
e poder receber como troco a amizade de todos os senhores e senhoras
acadêmicos.
Nesse momento de júbilo gostaria de dividir com todos essa conquista. Ao
meu amado pai Armando Silveira Mello, figura paterna ímpar, dedicado,
educado. A primeira lembrança que me vem à mente do que é ser
médico é a de meu pai Armando, clínico geral de boa cepa, formado na
Praia Vermelha, em 1948, e colega de turma dos acadêmicos Pedro
Sampaio e Halley Pacheco de Oliveira. Seu estilo cordial, atencioso e
simples de lidar com os pacientes no consultório e em visitas domiciliares
muito me marcaram e estimularam três dos seus filhos Armando, Marcelo
e eu a seguir os seus passos na Medicina.
Sem ele, sem a sua orientação e influência natural, talvel não tivesse me
formado médico e, dificilmente, tomaria assento nessa casa que tanto
admirou, e tanto me estimulou para que um dia pudesse dela participar.
Acredito piamente, que hoje ele está lá em cima vibrando com essa
conquista do filho e dos netos e netas, principalmente da neta Marina,
recém formada em Medicina e já cursando a Residencia Médica no
Hospital Carmela Dutra.
A figura de minha mãe Solange, exemplo de mãe dedicada,
comunicativa, com imensa habilidade de fazer amigos, até hoje me
marca e me faz muita falta.
Ambos faleceram nesses últimos 2 anos. Aos dois Armando e Solange por
tudo que representaram em minha vida a minha gratidão com o gesto
mais puro de um beijo!!
Aos meus dois irmãos médicos Armando (In memorian)e Marcelo, e à
minha irmã Tereza Cristina, que conseguiu com muita doçura ser a síntese
de meus pais o meu beijo carinhoso.
Aos meus sogros Diva e Jorge, por me adotarem como um novo filho, o
meu carinho e a minha admiração.
À minha mulher Márcia Maria, minha aluna de graduação e de
pós-graduação na Escola de Medicina e Cirurgia do RJ costumo dizer que
a minha vida pode ser dividida em AM e DM (antes e depois de Márcia).
A ela, que me conquistou, digo sempre te amo cada vez mais, meu anjo!
O grande escritor Luiz Fernando Veríssimo diz em um de seus escritos que:
Deus criou o mundo e descansou!
Então ele criou o homem e descansou!
Depois criou a mulher.
Desde então nem Deus, nem o Homem, nem o Mundo tiveram mais
descanso!
Com Marcia não tive descanso, pois tive que me concentrar e dedicar os
meus melhores esforços na formação e educação dos nossos dois
pequenos filhos Pedro Henrique e Ana Luisa, que me iluminam com os
seus sorrisos. Pedro e Ana: beijos do papai!!
Finalmente gostaría de encerrar essa fala fazendo dois agradecimentos
muito especiais: um ao Professor e Acadêmico Sergio Augusto Pereira
Novis e outro ao Acadêmico Isaac Vaismann, grande amigo e médico do
Professor Jorge Toledo.
Ao primeiro cabe meu reconhecimento especial pela condução da
aprovação de meu nome na Secção de Medicina, por ele liderada.
Lembro-me, Acadêmico Sergio Novis, que quando da minha primeira
tentativa de entrada na Academia Nacional de Medicina, não vitoriosa,
V.Excia me tranquilizou, dizendo que assim como ele outros acadêmicos
também não entraram na primeira tentativa. E mais ainda, me contou e
se recordou de fato histórico que ocorrera com o célebre escritor francês
Victor Hugo, que também havia tentado por algumas vezes o ingresso na
Academia Francesa de Letras.
O célebre presidente Theodore Roosevelt escreveu certa vez que:
" É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias,
mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de
espirito, que nem gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem numa
penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota"
Obrigado Acadêmico Sérgio Novis.
Ao meu querido mestre e Acadêmico Isaac Vaismann, meu caro
professor, V. Excia não sabe o quanto me comoveu receber a sua linda
mensagem no dia seguinte a minha primeira tentativa de ingresso na
Academia Nacional de Medicina, sem sucesso.
Vossa Excelência escreveu:
"Infelizmente o querido amigo não logrou entrar para a Academia
Nacional de Medicina. Há um preceito judaico cristão que diz que deve
se amar a justiça até as raias do fanatismo. Você venceu e vai vencer a
estafa dos longos areais da vida e realizará muito dos seus sonhos e
fantasias"
Professor e Acadêmico Isaac Vaismann, chorei muito ao ler a sua
mensagem e me lembrei de um poema do escritor inglês William
Shakespeare:
"Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos e outros risos. E
outras coisas. E outras pessoas e outros amores."
Gostaria de terminar citando o grande poeta português Fernando Pessoa
que certa vez escreveu:
" O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na
intensidade com que elas acontecem. Por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicaveis e pessoas incomparaveis.
Como essas que aqui estão!!
Vai Carlos, vai serGauche na vida, ja dizia Carlos Drummond de Andrade.
Muito Obrigado pela gentileza de estarem aqui e de me ouvirem!